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CÓDIGO/DESIGNAÇÃO DA UNIDADE

3285 / Técnicas de animação - comunicação e expressão não verbal

Carga horária 50 horas

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Índice
Índice....................................................................................................................................................2

Objetivo Geral................................................................................................................................................4

Objetivos Específicos.....................................................................................................................................4

Conteúdos Programáticos.............................................................................................................................4

Introdução.....................................................................................................................................................6

Expressão plástica..........................................................................................................................................7

Organização de espaços e materiais.........................................................................................................8

Materiais...............................................................................................................................................9

Intervenção do animador.......................................................................................................................10

Técnicas de expressão plástica....................................................................................................................12

Desenho..................................................................................................................................................12

- Evolução do desenho infantil...........................................................................................................13

- Materiais..........................................................................................................................................16

- Técnicas............................................................................................................................................18

Pintura.....................................................................................................................................................22

- Evolução da pintura infantil.............................................................................................................22

- Técnicas e Materiais.........................................................................................................................23

- Desenho/pintura livre......................................................................................................................24

Modelagem.............................................................................................................................................25

- Materiais..........................................................................................................................................26

- Técnicas.................................................................................................................................................27

Construção de fantoches........................................................................................................................28

Técnicas, materiais e manipulação.........................................................................................................29

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Importância dos fantoches.................................................................................................................30

Outras atividades....................................................................................................................................31

- Recorte.............................................................................................................................................31

- Colagem............................................................................................................................................31

- Dobraduras.......................................................................................................................................32

- Raspagem.........................................................................................................................................33

- Móbiles.............................................................................................................................................34

- Trabalhos tridimensionais................................................................................................................34

- Estampagem.....................................................................................................................................34

- Decalque...........................................................................................................................................35

- Carimbagem.....................................................................................................................................35

- Batik.................................................................................................................................................36

Tapeçaria.................................................................................................................................................36

- Materiais e técnicas.........................................................................................................................37

Conclusão.....................................................................................................................................................39

Referências Bibliográficas............................................................................................................................40

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OBJETIVO GERAL
 Planificar e dinamizar técnicas de animação com caráter interdisciplinar em atividades de
tempos livres.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O formando deverá ser capaz de…
 … desenhar uma imagem à escolha, com o auxílio de materiais de desenho.

 … identificar os materiais de desenho/pintura usados em figuras dadas.

 … escolher técnicas de desenho a ser aplicadas num contexto específico apresentado.

 … explicar a importância do desenho, da pintura e da modelagem livres na criança.

 … indicar materiais de modelagem.

 … reconhecer a importância dos fantoches.

 … identificar outras atividades de expressão plástica.

 … construir uma pequena tapeçaria.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
 Expressão plástica
o Organização de espaços e materiais
o Intervenção do animador
 Técnicas de expressão plástica
o Desenho
 - Materiais
 - Técnicas
o Pintura
 - Materiais
 - Técnicas
o Modelagem

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 - Materiais
 - Técnicas
o Construção de fantoches
 - Materiais
 - Técnicas
 - Manipulação
o Outras actividades
 - Recorte
 - Colagem
 - Dobraduras
 - Raspagem
 - Móbiles
 - Trabalhos tridimensionais
 - Estampagem
 - Decalque
 - Carimbagem
 - Batik
o Tapeçaria
 - Materiais
 - Técnicas

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INTRODUÇÃO
A melhor forma de comunicar com a criança é utilizar métodos lúdicos. A criança aprende melhor
quando vê e experiencia, do que quando ouve apenas.

Nas próximas páginas serão apresentadas algumas técnicas que poderão ser aplicadas em contexto
escolar (ou outro) para explorar com as crianças, a sua criatividade, iniciativa, alargamento de
conhecimento, treino na motricidade, sobretudo fina, consciencialização ambiental, entre outras.

As técnicas e materiais apresentados não esgotam de todo, as técnicas e materiais de expressão plástica
existentes no mercado e na imaginação de cada um. Restos de jornal podem transformar-se em bonitas
peças, podemos dar uma nova forma e até uso a qualquer material e objeto que nos rodeia. Para além
disso, há vários materiais no mercado que nos auxiliam a transformar rotineiras sessões em creches,
jardins de infância, ATL’s em sessões de grande interesse não só lúdico com pedagógico, uma vez que a
expressão plástica é um meio por excelência para transmissão de conhecimentos: aprende-se fazendo.

Convidamo-vos portanto a folhear as páginas que se seguem e a fazer apontamentos sempre que a
imaginação vos tocar, sim, porque os nossos clics de criatividade surgem onde e quando menos se
espera!

Boas expressões!

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EXPRESSÃO PLÁSTICA
Inicialmente, a expressão plástica nunca desempenhou um papel fundamental na educação das crianças
portuguesas uma vez que não existia obrigatoriedade curricular e os educadores não estavam
sensibilizados para a sua importância, para além disso, as escolas não dispunham dos materiais
necessários.
Foi a partir do século XX que a sua intencionalidade educativa aumentou, dando às crianças a
possibilidade de manipularem um conjunto de técnicas e materiais, explorando a sua criatividade e
imaginação. As artes eram consideradas metodologias eficientes para se conseguir a realização de uma
educação integral a todos os níveis: afetivo, cognitivo, social e motor. Esta área passou assim a ser
entendida como uma linguagem própria e autónoma, que deve ser trabalhada a partir de um código
específico a fim de desenvolver nas crianças diversas competências.
A área da expressão plástica permite às crianças (e não só) representarem/expressarem coisas que
fizeram, viram e imaginaram. Permite aprender a criar e observar mudanças: encaixar coisas, separá-las,
ordená-las, combiná-las e transformá-las. Permite experimentar materiais e técnicas, sem interessar os
resultados, para além de trabalhar ainda a motricidade fina. É ainda uma excelente forma de
comunicação uma vez que a sua comunicação verbal pode não ser suficiente para se expressar.
A criança utiliza as suas criações artísticas como meio de comunicação, e essas criações tornam-se
sinónimo de exteriorização das suas emoções, que nos permite conhecer a criança.
Quando desafiamos uma criança dando-lhe algum material ou instrumento esta encara-o como um
desafio, interrogando-se se será capaz de o fazer. Esse desafio desencadeará um processo construtivo
no qual as crianças depositarão a sua atenção e habilidade. Independentemente da sua dificuldade, o
trabalho será feito e isso trará um sentimento de satisfação e aumento da autoestima da criança,
dando-lhe a certeza que ela é capaz de fazê-lo. Outro benefício da realização de trabalhos nesta área é o
do aumento do poder de concentração durante as atividades.
Posto isto, é necessário escolher corretamente os materiais que se colocam à disposição da criança, pois
estes devem estar de acordo com a sua faixa etária e ir ao encontro das suas preferências, pois se esta
gostar do que faz, mais significativa será a aprendizagem.

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Organização de espaços e materiais
Cabe à escola, ao educador e ao animador fornecer às crianças um espaço organizado, com diversidade
e qualidade de materiais e instrumentos de expressão plástica, para que a criança possa realizar o que
deseja. Assim, é imperativo que os alunos tenham acesso a várias cores para realizarem diferentes
combinações, bem como a materiais de diferentes texturas, permitindo-lhes, desse modo, desenvolver
a sua imaginação através de uma panóplia de possibilidades de expressão.
Evidenciamos o facto de os educadores e animadores serem responsáveis pelos materiais que colocam
à disposição das crianças, pois estes podem contribuir de um modo específico para a expressividade e
criatividade das mesmas. O adulto, antes de propor aos participantes da atividade que iniciem o seu
trabalho, deve sempre refletir acerca dos materiais adequados para a execução do mesmo, uma vez
que, a posteriori, essas escolhas podem influenciar o processo criativo dos alunos.
Os materiais e os instrumentos de expressão devem estar organizados e acessíveis à criança, para que
esta possa utilizá-los livremente, atendendo à forma como os utiliza e aos cuidados necessários a ter
com os mesmos.
Através das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2016), verificámos que, para
podermos realizar atividades referentes a esta expressão, temos de ter em conta a organização do
espaço. Neste caso, é necessário que todo o material existente seja diversificado, de qualidade e de fácil
acesso, para que cada criança possa ter oportunidade de explorar e criar. Para tal, é importante
destacar que a diversidade dos materiais “exige (…) uma organização cuidada, que facilite o acesso e
utilização autónoma por parte das crianças”.
O espaço e materiais devem ser organizados de modo a permitir a livre expressão, para tal a diversidade
de locais, materiais e técnicas deve ser grande.
A organização pode e deve ser diversificada (pintar, desenhar, colar, estampar… no chão em grande
superfície, no cavalete, no exterior da sala num muro…) de forma a ser o mais rica e criativa possível.
A área de expressão plástica deve ser ampla, lavável e rica em materiais básicos (como cola, pincéis,
tesouras, lápis e papel) e materiais específicos de cada técnica (teques e formas para plasticina) e
materiais de desperdício ou criativos.

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Esta área deve ser colocada perto de um ponto de água e o chão deve ser facilmente lavável. É uma
área que necessita de muito espaço de trabalho: mesa grande, bancadas, espaço para batas, espaço
para expor trabalhos ou corda para secar trabalhos.
Os materiais devem ser introduzidos gradualmente para que as crianças aprendam a usá-los e a cuidar
deles.

Materiais
Apresentamos de seguida e de forma genérica, alguns materiais utilizados em meios de expressão
plástica. Posteriormente falaremos em particular dos materiais utilizados em cada área da expressão.

Materiais para a expressão plástica:


• Suportes (materiais onde se desenha ou pinta…) de diferentes materiais tamanhos, texturas,
espessuras, e cores (papel branco de desenho, papel de jornal, embrulho, seda, prata, papel
autocolante, pratos de papel, bocados de cartão; plásticos, madeiras, etc.);
• Materiais para misturar e pintar (tinta, sabão, aguarelas, cavaletes, frascos para guardar tintas, pires
de pintura, trinchas e pincéis de diferentes tamanhos, esponjas, aventais, escovas de dentes, palhetas);
• Materiais para ligar e separar (agrafador e agrafos, furador, cola líquida, cola contacto, cola para
borracha, fita-cola, fita isoladora, clips, elástico, cordel, fio, agulhas e linha, tesouras).

Materiais para representações a 3 dimensões:


• Barro húmido;
• Pasta de modelagem;
• Plasticina e acessórios;
• Tubos de cartão;
• Restos de pano, feltro, alcatifa, etc.;
• Meias usadas;
• Gesso;
• Penas;
• Massas de diferentes feitios e tamanhos;
• Botões, carrinhos de linhas;

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• Embalagens de ovos, caixas de sapatos, copos de gelado, etc.;
• Arame fino;
• Esponjas;
• Esferovite;
• Molas de madeira;
• Sacos de papel;
• Lantejoulas e missangas.

Materiais para representações a 2 dimensões:


• Lápis grafite/carvão;
• Lápis de cor, lápis de cera;
• Marcadores;
• Giz de cores;
• Quadro;
• Almofadas e carimbos;
• Revistas e catálogos.

Intervenção do animador
O adulto é o orientador do trabalho artístico das crianças. O animador deve incentivar as crianças a
tomar responsabilidade pelo cuidado dos materiais, deve eleger um conjunto de atividades
direcionadas, compostas por conteúdos e objetivos, utilizando metodologias diversificadas para
desenvolver nas crianças um conjunto de competências específicas.
Assim, aferimos que o animador deve auxiliar o grupo com quem trabalha durante o seu processo
criativo. Contudo, tal não significa que este influencie a sua criação, sendo o seu papel fundamental na
escolha das estratégias e dos materiais que coloca à disposição das crianças, para lhes promover um
desenvolvimento integral, ao invés de lhes despertar sensações de insatisfação com o trabalho que
desenvolveram.
O animador deve articular estratégias que permitem que a criança se adapte a diferentes técnicas e
materiais, através da exploração e experimentação das suas produções, permitindo desta forma criar,

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recriar ou reinventar. A pintura, o desenho, as colagens e a modelagem são algumas das técnicas
utilizadas na educação pré-escolar.
Assim, o animador deverá ser preparado para:
 Planificar a sua ação com o Educador de Infância ou Diretor Pedagógico de modo a promover um
ambiente de calma, segurança e bem-estar, o mais próximo possível do ambiente familiar;
 Favorecer um clima de ludicidade, criando e recriando situações diferentes das do currículo do
Jardim de Infância;
 Ter em atenção os desejos dos ritmos individuais de cada criança num tempo específico que
deverá ser de ócio e de lazer;
 Saber gerir o tempo e organizar o espaço, atendendo ao grupo e sobretudo ao ritmo de cada
criança, tendo presente que algumas regras básicas são indispensáveis;
 Promover com as crianças cuidados de manutenção dos materiais: lavar pincéis depois de usar
colas, arrumar, etc.;
 Saber comunicar com as famílias em estreita ligação com as orientações definidas em projeto
educativo;
 Fomentar o trabalho de participação e cooperação, integrando a presença e os saberes dos
irmãos mais velhos, dos pais, dos avós e outros elementos da comunidade.
A descoberta/exploração da natureza e da comunidade em volta, a rentabilização dos seus espaços e
materiais de jogo (bem como dos seus recursos humanos), a concretização de projetos lúdicos pessoais
revelados pelas crianças, a dinamização de atividades essencialmente lúdicas e imaginativas, a
recuperação de atividades e formas de brincar tradicionais serão alguns dos caminhos possíveis para a
animação socioeducativa na educação pré-escolar.
Importante será valorizar os rituais ou rotinas nesta vivência lúdica: retomar momentos e espaços
significativos, enquanto derem prazer ao grupo, criar laços de referência com locais, pessoas e
atividades mais marcantes e voltar a eles, enquanto fizer sentido.
A preocupação de diversificar a experiência da criança é importante, mas não deve nunca fazer-nos
perder de vista a importância dos ritmos de repetição. Os rituais sempre foram e serão um elemento
fundamental do jogo e do brincar, a canções de roda, o jogo da macaca, o fazer colares com flores. Eles
dão prazer, conferem segurança e são responsáveis pelas melhores recordações que guardamos da
infância.

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O animador deve organizar o seu tempo. O tempo deve ser:
1- Estruturado;
2- Possível de antecipar;
3- Flexível (pode ser alterado…);
4- Em que o adulto é que decide e em que é a criança a decidir;
5- Em que se vivem diferentes tipos de atividade;
6- Em que se vivem diferentes situações: individual, em pares, em pequeno grupo, em grande grupo.

O animador deve tentar estimular cada aluno, para que este se identifique com as suas próprias
experiências, ajudando-os a desenvolver, ao máximo, os conceitos que expressam os seus sentimentos,
as suas emoções e a sua própria sensibilidade estética.
O animador, para ter sucesso na sua ação, deve ser flexível e ter a capacidade de motivar as crianças,
descentrando-se da sua forma de interpretar o mundo e proporcionar desafios às crianças com
intencionalidade educativa. Deve ainda desenvolver a autonomia nas crianças, criando oportunidades
que lhes permitam experimentar e vivenciar por si mesmas, de modo a retirar as suas ilações,
revelando-se um ser participativo no seu próprio processo de aprendizagem. É importante também, que
o animador envolva as crianças no seu processo de avaliação, pois permitir-lhes-á melhorar e ter mais
consciência dos seus progressos e das suas dificuldades.

TÉCNICAS DE EXPRESSÃO PLÁSTICA

Desenho
Se observarmos o desenho de uma criança, poderemos aprender sobre o seu modo de pensar e sobre
as habilidades que esta possui. O desenho livre expressa a personalidade da criança, não havendo dois
desenhos iguais pois que não há duas pessoas com a mesma personalidade e como tal, ao restringirmos
a atividade criadora da criança com a utilização de desenhos para colorir, não seremos capazes de
conhecer as suas diferenças enquanto indivíduos e estaremos a inibir a sua espontaneidade expressiva.
O desenho apresenta características próprias, é uma atividade independente da pintura, constituindo a
forma mais natural e elementar da expressão plástica da criança.

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O desenho é a arte da comunicação visual que permite representar objetos, retratos, paisagens, através
de vários materiais: lápis, tinta, canetas, etc. por meio do traçado de linhas, pontos. É uma atividade
plástica “natural” e é muito frequente existir na etapa infantil.
O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem
respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas,
fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem é possível graças às interações da criança com o
ato de desenhar, ao seu desenvolvimento físico, motor, cognitivo, socioemocional… e ao contacto com
desenhos de outras pessoas.
Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma
superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. No decorrer do
tempo, as garatujas, que refletiam sobretudo o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir,
transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem-se estar a referir a
objetos naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos.
Por isso, as atividades de desenho, para crianças pequenas até aos 3 anos, centram-se no proporcionar
esse contacto da criança com superfície e objetos riscadores para que ela movimente, risque e rabisque.
Na evolução da garatuja para o desenho de formas mais estruturadas, a criança desenvolve a intenção
de elaborar imagens. Começando com símbolos muito simples, ela passa a articulá-los no espaço
bidimensional do papel.
A partir dos 3anos as atividades podem visar o controlo do traço, o desenho de formas específicas e a
composição de imagens/símbolos (como menino, casa, flor) e a sua organização no espaço. O desenho
está também intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita. Desde cedo ela tenta imitar a
escrita dos adultos. Ambos são representação de realidade e formas de expressão através de símbolos.
O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar de registrar, marca o
desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio. Estes
estágios definem maneiras de desenhar que são bastante similares em todas as crianças, apesar das
diferenças individuais, inclusive, muito pouco de cultura para cultura.

- Evolução do desenho infantil


O desenho é das primeiras manifestações da criança (não a pintura). As crianças começam a desenhar
logo que têm idade para segurar num lápis e, mais do que uma brincadeira, o desenho revela aspetos da

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sua personalidade, da sua situação familiar, social e até do seu desenvolvimento emocional e
intelectual.
Os estudos sobre o desenho referem que esta ação é tão importante para o desenvolvimento das
crianças como a linguagem. Daí que seja importante os pais estimularem a expressão plástica, e
procurarem interpretar os desenhos dos seus filhos. Os desenhos das crianças permitem conhecê-las e
ajudá-las na difícil tarefa de crescer e de aprender o que é o mundo. Através deles as crianças
expressam as suas preocupações e os seus sentimentos mais íntimos. Os seus desenhos contam-nos
tudo. Quando as crianças são pequenas, a sua linguagem gráfica é muito mais rica e expressiva do que
quando maiores.
Desde que o bebé nasce, inconscientemente inundamos de cor o seu quarto. Começamos assim, a abrir-
lhe a porta que dá passagem ao mundo da criatividade e da fantasia.
Vários autores estudaram a evolução do desenho infantil, não havendo um consenso sobre as várias
etapas/fases. Em comum, têm o facto de nenhumas das etapas/fases estar perfeitamente limitada, pelo
que, cada uma delas contém elementos da etapa/fase anterior e da seguinte.
A evolução gráfica sofre influência de numerosos fatores: amadurecimento neurofisiológico, capacidade
percetiva e motora, a exercitação e experimentação prematuras, a segurança afetiva…
Piaget propõe uma divisão em 5 fases no que toca à evolução infantil do desenho: garatuja (rabisco),
pré-esquematismo, esquematismo, realismo e pseudo-naturalismo.
No estágio das garatujas ou rabiscos (2 aos 4 anos), primeiramente a criança faz simples riscos, ignora o
limite do papel e mexe todo o corpo para desenhar; já na forma ordenada, os rabiscos vão
apresentando linhas mais longitudinais, tornando-se mais circulares e, por fim, fecham-se em formas
independentes.
No estágio pré-esquemático (4 aos 7 anos), aparece a descoberta da relação entre desenho,
pensamento e realidade, onde os desenhos são dispersos inicialmente e aparecem as primeiras relações
espaciais, além do surgimento do vínculo emocional.
No estágio esquemático (7 aos 9), a criança já faz operações concretas, esquemas representativos,
expressão de experiências novas. O desenho já possui uma linha de base e o conceito bem definido de
figura humana.

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No estágio de realismo (9 aos 11 anos), existe uma maior consciência do sexo e da auto-crítica, além do
descobrimento do plano e da superposição, abandona a linha base e do esquema de cor, sendo
enfocado o conteúdo emocional.
Por último, o estágio pseudo-naturalista, onde a criança/jovem entra na fase das operações concretas. A
arte deixa de ser vista como uma atividade espontânea e aparece a tendência visual, a objectividade e a
subjectividade.
Expomos de seguida a apresentação de desenhos e a sua explicação, para cada idade do sujeito.
1- Entre 1 e os 3 anos
Nestas idades os desenhos são simples riscos. A
criança ignora o papel, passando as suas fronteiras, o
desenho passa para a mesa, para o chão, para a
parede. Mexe todo o corpo para desenhar. Aos
poucos os desenhos vão-se transformando em formas
circulares até chegarem à fase das primeiras figuras
humanas, com cabeça, tronco e membros.
2- Entre 3 e 4 anos
Nesta fase, os desenhos já conquistaram forma e têm
a intenção de reproduzir e dizer algo real. A criança já
respeita melhor os limites do papel. Mas o grande
progresso é ser capaz de desenhar um ser humano
completamente reconhecível.
3- Entre 4 e 5 anos
É a fase dos temas clássicos do desenho infantil – paisagens, casas com flores,
veículos e animais, variando no uso das cores. As figuras humanas passam a ter
cabelos, cor na roupa, mãos e pés. A distribuição dos desenhos no papel já
obedece a uma certa lógica – o céu ao alto da folha e o sol ao canto. As crianças
passam a caracterizar a natureza como se fosse uma figura humana: o sol com
olhos e um sorriso. Esta situação costuma prolongar-se até aos sete ou oito anos.

4- Entre 5 e 6 anos

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Os desenhos baseiam-se sempre num início, meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas com
cores vivas. Os temas podem variar. O facto de não terem nada a ver com a sua vida é uma prova da sua
capacidade de ver o mundo e contar histórias.

5- Entre 7 e 8 anos
Nesta fase, a criança começa a ter a noção dos seus
desenhos. O realismo é a grande marca desta fase. Os
desenhos transmitem alguma noção da realidade,
mostrando profundidade e distância.

- Materiais
Existe um sem número de materiais que devemos oferecer aos mais pequenos sempre que seja
possível. Papel, tintas para pintar com os dedos, guaches, lápis de cera e marcadores grossos enquanto
são pequenos e deixar os lápis para mais tarde. Deixemos que pintem com os dedos – as mãos e o corpo
são o melhor meio de que dispõem para se expressarem livremente.

Material Técnica Espaço

Marcadores Há papéis à venda


Têm basicamente um uso reservado a trabalhos
vocacionados para o
e fins mais efémeros ou como meio para fazer
desenho com estas
esboços em  fases de projectos. No entanto, as
canetas, no entanto um
canetas de feltro podem ser muito vantajosas
papel relativamente
para certos trabalhos específicos, pois produzem
lustroso pode ser
traços homogéneos quer em espessura quer em
recomendado para certos
cor.
tipos de canetas.

Lápis de cera
Material gorduroso à base de cera de abelha
Podem ser utilizados em
misturada com pigmentos. É utilizado para
papel, cartão e até lixa.
colorir grandes superfícies.

Lápis de grafite Encontramos no mercado uma enorme A grafite pode ser usada
variedade de qualidades de grafite. Existem praticamente em todas as
também em muitas durezas, desde extra-duras a superfícies, excepto nas

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extra-macias. As mais duras permitem traços
finos, cinzento pálido, as mais macias produzem
traços mais grossos e mais negros, pois plastificadas, onde adere
depositam mais grafite no papel. mal. Quase todos os tipos
de papel - lisos,
Por "H" entende-se "Hard" – uma mina dura.   texturados, rugosos - são
Por "B" entende-se "Brand" ou "Black" – uma também um suporte
mina macia ou preta.  adequado.
Por "HB" entende-se "Hard/Brand" – uma mina
de dureza média.

Proporciona gradações muito expressivas. O


carvão usa-se no desenho de linhas ou no
trabalho de valores de claro/escuro. É possível
Carvão apagar com miolo de pão, borrachas A grafite pode ser aplicada
apropriadas ou mesmo com um pano macio. sobre várias superfícies
Alguns artistas usam as próprias mãos para rugosas como o papel de
espalhar o carvão no desenho. embalar, cartão, tela.
No final dos trabalhos o desenho deve ser
fixado, coberto com um spray próprio, ou com
uma solução vaporizada de álcool e goma laca.

Existem lápis de durezas diferentes, e de três


Lápis de cor tipos principais: os de mina grossa e
relativamente macia, resistentes à luz e água e
não precisam de fixador. Os de mina mais fina e
São vários os suportes que
mais dura, são usados para desenhos com muito
podem ser utilizados
detalhe, também resistentes à água. Os lápis
sobretudo à base de
com minas solúveis em água (aguareláveis)
papel.
permitem um trabalho misto de desenho e
aguarela. Vivem sobretudo das misturas e
sobreposições de cores que valorizam o
cromatismo. 

Aguarela Aguarela é uma técnica de pintura na qual os Papel de elevada


pigmentos se encontram suspensos ou gramagem, papiro, casca
dissolvidos em água. de árvore, couro, tecido,
Atualmente possui o rótulo de utilização escolar. madeira e tela.

Pastel seco Constituído por pigmentos em pó, ligados numa Papéis apropriados
mistura de resina ou cola e moldados em forma embora se possa fazê-lo

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de barra. Quanto mais cola tiver a mistura, mais
duros e menos brilhantes se tornam os pastéis. em qualquer um que se
No final os trabalhos têm que ser fixados com preste convenientemente
um spray apropriado. Uma vez depositados no à técnica. São muito
papel existe alguma dificuldade em apagar sem usados papéis coloridos.
se deixar vestígios. 

Pastel a óleo Aderem com facilidade ao papel e permitem


misturas de cores que se depositam numa
Quase todos os papéis são
camada mais grossa e pastosa ou mais fina,
bons suportes, no entanto
conforme se pretender. São possíveis correcções
devem ter algum corpo
no trabalho, raspando com um X-acto, retirando
(gramagem espessa).
o pastel de determinada zona e cobrindo de
novo com a cor pretendida.

Diferencia-se da aguarela pela sua qualidade


Guache
opaca, as cores claras podem ser colocadas em
cima de outras mais escuras, desde que já secas. Aplica-se sobre papéis e
O guache dilui-se com água até ter mais ou cartões variados que
menos a consistência do azeite. Embora o devem ter algum "corpo"
guache seja principalmente uma técnica de para não enfolarem.
pintura é também usado muitas vezes para
desenho e ilustrações.

Tinta acrílica Caracteriza-se pela rapidez da secagem e pode


Oferecem a possibilidade
ser diluída com água. Uma vez seca é resistente
de poderem ser aplicadas
á água. Dependendo da quantidade de água que
em diferentes superfícies
for utilizada para dilui-la, o acabamento deste
e os meios ajudam a
tipo de pintura, poderá parecer uma aguarela ou
facilitar a sua aderência. 
uma pintura a óleo.

Tinta da China É um óptimo material de desenho técnico e


artístico, usando-se pura ou diluída em água,
com canetas variadas, penas, aparos e pincéis Deve ser utilizada em
(neste caso o ideal serão pincéis de aguarela). É papel de maior gramagem.
muito negra, tem grande poder de cobertura e
quando seca é permanente. 

- Técnicas
 Desenho com giz numa folha de lixa

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Esta técnica não deve ser feita por crianças muito pequenas, pois podem-se magoar
na lixa. Passos: Desenhar livremente sobre a lixa; molhar o giz em leite, ou em água
misturada com um pouco de cola; deixar o desenho secar.
 Desenho com olhos vendados
Esta forma de desenhar é muito divertida, não só para a criança que está a fazer mas
também para as crianças que estão a assistir.
 Desenho ao som da música
Desenhar ao som da música tem como objetivo desenvolver a perceção auditiva, visual e tátil e adquirir
noções de intensidade. Esta técnica de desenho é importante para percebermos o que a criança sente
com determinada música.

 Desenhar no vidro embaciado


Normalmente as crianças gostam muito desta forma desenhar, pois é um
suporte diferente e desenham com o dedo. Muitas vezes são elas próprias a
provocar o embaciamento do vidro para poder dar asas à sua imaginação.

 Desenhar em folhas de várias cores/tamanhos/ formas


A criança deve desenhar em folhas de várias cores, tamanhos e formas não só
para conhecer vários tipos de folha mas também para aprender a ajustar o
desenho ao tamanho e cor da folha. Vai descobrir que a cor da caneta muda
consoante a cor da folha. Quanto maior for a variedade de folhas que a criança
utilizar, mais rica será a descoberta.

 Desenhar com a boca e com os dedos dos pés


Este modo de desenhar é mais difícil, apenas as crianças mais velhas
conseguem faze-lo. Podemos com esta técnica introduzir a ideia do ser
diferente, da deficiência, …

 Desenho por etapas

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Consiste em apontar passos a seguir para se obter o desenho final.

 Desenhar unindo números


Esta técnica é muito usada para introduzir os números à criança. Podem-se também utilizar letras para
que se estabeleça o primeiro contacto com os grafismos.

 Desenhar com quadradinhos


Esta técnica é mais usada com crianças mais velhas para que tenham noção do espaço, da cópia e dos
limites.

 Grafismos
Realizar grafismos com as crianças é brincar com a escrita, uma vez que se trata de uma atividade que
estimula e prepara a iniciação à escrita. Para além disso, desenvolve a motricidade fina. Fazer grafismos
é uma boa atividade não só para a aprendizagem da escrita mas também para desenhar alguns
desenhos mais complicados.

 Desenhar sobre elementos naturais: decalques

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Desenhar sobre decalques é uma boa forma de capturar a atenção das crianças, elas vão poder sentir as
várias texturas enquanto desenham e é bastante divertido pois podem decalcar vários objectos,
procurando-os pela sala.

 Desenhar a partir de uma figura incompleta


Os desenhos através de uma imagem incompleta são importantes para a criatividade da criança. A
criança vai ter uma maior atenção ao desenhar, desenvolvendo a sua concentração. Esta técnica pode
ser feita através de recortes.

 Desenho livre
O desenho livre permite à criança representar espontaneamente os seus interesses, medos, ansiedades,
conflitos, a sua relação com o outro e com o mundo, o seu mundo real e imaginário. Permite inclusive,
dar asas à sua criatividade.
Ao contrário dos adultos, que utilizam a linguagem verbal para se expressarem, a criança utiliza
sobretudo o desenho para se exprimir, logo, este permite que o educador (em sentido mais lato,
incluindo todo aquele que educa) perceba o estado de desenvolvimento da criança, o seu estado de
espírito, … depois de acabado pode-se trabalhar sobre ele: porque escolheu aquele desenho, aquelas
cores, aquela disposição na folha, …

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Pintura
Pintar é representar uma imagem gráfica por meio de formas e cores e a sua finalidade pode ser
representativa, expressiva e/ou decorativa. A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar
pigmento em forma líquida a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe tonalidades e texturas.
A pintura e o desenho são processos criativos diferenciados, a pintura é uma expressão livre das
emoções, corresponde a uma manifestação do sentimento. O desenho é uma exploração da forma
através do qual a criança revela o seu conhecimento do mundo e de si própria (a evolução gráfica da
criança, que é universal para todos os povos e culturas, é disso um testemunho). A pintura e o desenho
coexistem na maioria das obras de arte mas não devem é ser confundidas na sua essência.

- Evolução da pintura infantil


A evolução da pintura na criança não ocorre com a mesma linearidade
que o desenho. Até cerca dos 3 anos a criança não distingue as cores.
Tem de ser exercitada e os adultos devem ensinar-lhe as cores. Até
por volta dos 7 anos as crianças não precisam de muitas cores para
pintar, pois com duas cores primárias já podem criar um mundo de
cores. Inicialmente, a criança deve começar por explorar uma só cor
primária, até ter explorado as três cores primárias, só depois se devem dar duas cores primárias; aqui
começa a descobrir as suas relações e resultados (cores secundárias).
Inicialmente a criança não tem noção dos limites da superfície a pintar. Para colorir de forma eficiente, a
criança irá fortalecer aquilo que se designa por coordenação motora fina, uma capacidade relacionada
com os movimentos precisos e delicadas que também implicam, por exemplo, o manuseio de alguns
objetos, recortar ou, mais tarde, escrever. Além disso, colorir de forma adequada implica também o
fortalecimento dos níveis de concentração, a capacidade espacial e o reconhecimento dos limites. É aqui
que entra o papel dos pais e professores. Existem diversas técnicas que se podem utilizar para ajudar as
suas crianças a aprender a colorir dentro das linhas, como por exemplo, passar os limites do desenho
com cola quente e colorir esse traço com marcador preto, ou então, alargar o traço-fronteira do
desenho a colorir.

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- Técnicas e Materiais
De seguida apresentam-se várias técnicas possíveis de serem desenvolvidas numa creche ou jardim de
infância. No entanto, as técnicas não se esgotam aqui, dê asas à sua imaginação, tendo em consideração
que estas devem ser sempre acompanhadas pela supervisão de um adulto.

Técnicas Como fazer


Pinte sobre uma mesa ou suporte qualquer, em seguida coloque uma folha
Pintura impressa por cima, pressione com as mãos e depois retire-a novamente. Verá que a
pintura da mesa passou para o papel de forma invertida.
Encostar o lápis de cera ligeiramente na vela. Derretida a cera, usar o lápis
Pintura com lápis de cera
rapidamente sobre o papel, conseguindo-se um belo efeito em relevo.
Molhe um cotonete no álcool e desenhe sobre um papel de seda.
Pintura desbotada
Dica: Utilize papéis com cores fortes para um melhor resultado.
Corte em pedaços o rolo de papel crepe, humedeça na água e pressione na
Pintura com papel crepe
folha branca.
Mergulhe um pedaço médio de cordão em guache e depois coloque na folha
Cordão com tinta
branca. Espere um pouco e tire o cordão.
Pinte com cola colorida ou guache, dobre a folha ao meio e abra novamente.
Pintura espelhada
A pintura ficará igual dos dois lados da folha.
Recorte uma esponja em pedaços, do tamanho que quiser, humedeça no
Pintura esponjada guache e pressione sobre o papel. Repita a atividade até formar a pintura que
deseja.
Humedeça os dedos, passe-os na argila e desenhe com eles na folha. Repita a
Pintura com argila atividade até criar um belo desenho. Para um melhor resultado passe cola
branca por cima, para evitar que a terra esfarele depois de secar.
Corte um pequeno pedaço de papelão grosso e verá que ele é formado por
camadas. Na ponta do papelão, rasgue uma camada de forma que a camada
Pintura com papelão
ondulada fique exposta, pois é com ela que deverá pintar. A camada
ondulada do papelão dá um efeito diferente na pintura.
Utilize cotonetes ao em vez de pincéis. Molhe a ponta do cotonete na tinta e
Pintura com cotonete
divirta-se.
Pintura com garfo Passe guache numa folha e depois passe as pontas do garfo de leve sobre a

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pintura, veja como ficará.
Pegue uma folha colorida, cubra-a com guache de uma cor diferente e depois
Pintura com palito de
faça um belo desenho com o palito. Verá que a cor do papel aparecerá onde
churrasco
passou o palito.
Desenhe com lápis de cera branco ou vela na folha branca e depois passe
Pintura secreta
guache com uma cor forte por cima. O desenho secreto aparecerá na pintura.
Batatas e cenouras também podem ser instrumentos de arte. Corte-os na
Pintura com carimbos de
forma que quiser (carinha feliz, estrela, coração), mergulhe na tinta e
legumes
carimbe as folhas.
Faça um café bem forte, molhe um pedaço de algodão no café e pressione
Pintura antiga sobre a folha branca. Repita a atividade até que cubra todo o papel e depois
deixe secar.
Use as mãos como carimbos e crie diferentes formas como: animais, árvores,
Pintura com as mãos
peixes.
Pingue pequenas porções de tinta sobre a folha de papel e sopre através de
Técnica do sopro
uma palhinha. Quanto mais soprar mais espalhada ficará a tinta.

- Desenho/pintura livre
Utilizar a liberdade para a pintura de desenhos por parte das crianças acarreta consigo várias vantagens,
nomeadamente observar e perceber a escolha das cores, dos materiais, das intensidades utilizadas. Da
pintura feita pelas crianças, os educadores pode retirar algumas conclusões ou utilizar para desenvolver
determinados parâmetros, como por exemplo: identificação das cores; aprender a segurar e controlar
objetos; aperfeiçoar as capacidades motoras; trabalhar a concentração; cumprir limites; estimular a
expressão pessoal, entre muitos outros.

Modelagem
A arte de modelar já vem da pré-história. O homem primitivo cedo começou a modelar diversos
utensílios e também imagens com fins mágicos e religiosos. O material de que dispunha na época era o
barro que, depois de o modelar deixava secar ao sol.
Frequentemente associamos o termo modelagem à argila ou barro ou ainda à plasticina. Mas, se
modelar é dar forma a um determinado material, poderemos associar a modelagem a muitos outros

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materiais: madeira, metal (estanho, cobre, etc.), barro, argila, plasticina, pasta de papel, gesso, massa
biscuit, … ou dar forma a uma máscara de carnaval.
A modelagem é uma expressão sensorial do tato que consiste na manipulação de materiais muito
moldáveis. Difere do desenho e da pintura pela sua tridimensionalidade. As atividades de modelagem
oferecem importantes possibilidades de desenvolvimento às crianças. Qualquer massa de modelar é um
ótimo material para desenvolver a criatividade e sobretudo a motricidade fina da criança. Esta é uma
competência essencial para desempenhar tarefas tão simples como pegar num lápis ou usar uma
tesoura e deve ser fomentada deste a mais tenra idade.
Existe um infindável número de atividades que ajudam a treiná-la, como por exemplo, rasgar papel cada
vez em pedacinhos mais pequenos e de preferência fazendo colagens, realizar recortes com uma
tesoura, modelar figuras com materiais moldáveis, etc. Posto isto, deixamos aqui algumas ideias para
trabalhar uma massa de modelar. Esta permite amassar, apertar, esticar, enrolar, cortar, modelar...

Evolução da modelagem
Do ponto de vista evolutivo, num primeiro momento a criança contacta com o material, brinca com ele,
amassa-o, arredonda-o, introduz-lhe os dedos e mãos – fase da manipulação espontânea.
Posteriormente, a criança começa a perceber formas e procura representá-las – fase da representação.
Por último, depois da manipulação e da observação dos objetos, a criança identifica-os e tenta
representá-los de forma realista – fase da identificação.
A expressão das formas em volume exige uma evolução mais lenta do que o desenho ou a pintura
devido à dificuldade da criança em manusear para além da forma, a terceira dimensão.

- Materiais

Recolhemos algumas técnicas e materiais de modelagem, mas existem imensas, basta apelar à nossa
imaginação. Propomos a observação e debate de algumas delas para perceber as suas vantagens e
inconvenientes.

Materiais Técnicas e espaços

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Massa blandiver
Massa para modelar muito macia sem aroma. Inó cua, mas com sabor desagradá vel
para evitar a sua ingestã o. Depois de trabalhar, deve ser fechada para nã o secar ao ar.
Para crianças a partir dos 2 anos.

Massa de modelar branca


Massa feita com argila branca que endurece ao ar. Pode ser pintada com vá rios tipos
de tinta, os melhores conseguem com a tinta acrílica.

Massa de modelar terracota


Massa feita com argila vermelha que endurece ao ar. Pode ser pintada com vá rios
tipos de tinta.

Plasticina Indicada para crianças a partir dos 3 anos. É a massa de modular mais conhecida
entre a comunidade em geral.

Se deixada ao ar livre tem tendência para endurecer e nã o pode ser reutilizada.

Pasta de papel maché


Pasta para modelar pronta para ser usada. Seca ao ar. Pode ser pintada com vá rios
tipos de tinta.

Barro
Argila para modelar. Seca ao ar, mas para maior durabilidade deve ir a cozer ao forno.

Gesso

Gesso fino e leve, é só juntar á gua, esperar 30 minutos e fica pronto a ser pintado.

Pasta de silicone

Pasta para modelar, indicada para tirar moldes de pequenos objetos e para
decoraçã o. Seca em 5 minutos. Os moldes podem ser usados vá rias vezes.

Latex Concentrado de borracha natural. Pode ser usada para moldar formas simples ou
complicadas e para a reconstituiçã o de peças. Pode ser diluído com 50% de á gua. Os
moldes feitos com lá tex podem ser utilizados com resina cristal e usados muitas
vezes.

Pasta para modelagem Ideal para criar relevos, texturas e fazer aplicaçõ es de objetos em telas e peças de

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artesanato, como madeira, cerâ mica, gesso e cartã o. Apó s secagem apresenta
excelente durabilidade e flexibilidade. Solú vel em á gua. Apresenta acabamento opaco.
Secagem completa em 72 horas.

Resina cristal/ pasta de vidro


Imita perfeitamente o vidro. Pode ser usada para produzir moldes ou decoraçã o de
objetos. Adicionando uma pequena quantidade de tinta vital consegue-se a cor
desejada. Só lida e muito transparente.

Massa Fimo soft Massa colorida para modelar, ideal para fazer pequenos objetos, tais como: bijuteria,
botõ es, ímans, imagens para lá pis colares. Coze no forno a 130º C durante
aproximadamente 30 minutos. Nã o usar microondas. A massa Fimo Soft é macia,
sendo mais indicada para trabalhar com crianças ou para as primeiras experiências.

Play foam
Para modelar e criar as formas que quiser. Macio, nã o suja e nã o seca. Usa-se como a
plasticina. Nã o tó xico. Indicado para crianças a partir dos 3 anos.

- Técnicas

Técnicas e materiais caseiros

1 colher de sopa de farinha de trigo com fermento; Gotas de corante para alimentos;
Tinta que cresce 1 colher de sal; Á gua até ficar uma mistura pastosa
Quando terminar a pintura levar os cartõ es ao microondas por 30 segundos na
má xima potência.
A atividade vai crescer ficando com aparência esponjosa.

Massa biscuit (cera fria) 2 xícaras de chá de cola branca;


2 xícaras de chá de farinha Maizena;
2 colheres de sopa de vaselina líquida;
1 colher de sopa de limã o ou vinagre;
1 colher de sopa de creme hidratante sem silicone.

No microondas:

Primeiro misture todos os ingredientes, depois leve a mistura até o microondas e


programe o aparelho para funcionar 3 minutos. Interrompa a cada 30 segundos para
verificar como a massa se encontra. Agora basta deixar dar o ponto. Deve no final
sovar a massa de biscuit, passe creme nas mã os e na superfície onde colocará a massa

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e comece a amassar. Pode tingir a massa ou só a pintar no final. Está pronta a usar!

Pasta de papel Cortam-se pedacinhos de papel para dentro de um alguidar.

Junta-se á gua quente e deixa-se de molho até o papel se desfazer. Com a mã o, retira-
se o papel amolecido para dentro de um pano. Aperta-se bem o pano para que toda a
á gua saia. Cô a-se a á gua do alguidar com um passador, aproveitando-se assim todos
os pedacinhos de papel.

Coloca-se a massa de papel num recipiente e junta-se um pouco de cola de madeira


(branca). Amassa-se bem e utiliza-se de imediato. Podemos juntar tintas ou pintar o
objecto só no final.

Cera Encha uma panela até metade com á gua. Coloque-a no fogã o. Quando ferver coloque
uma lata grande no centro da panela e coloque pedaços de cera de parafina na lata
para dissolvê-los. A cera estará pronta quando ficar transparente e líquida. Aí segure
a rosa pelo caule e mergulhe-a na cera. Todas as pétalas têm de ser emersas. Retire a
rosa e coloque-a de imediato num recipiente com á gua fria. Está pronta.

Construção de fantoches
Fantoche é uma forma particular de marioneta animada por uma pessoa e que se distingue pela
manipulação que resulta da introdução da mão numa espécie de luva em que o dedo indicador vai
suportar a cabeça do boneco, o polegar e o anelar suportam e movem os braços. Por isso também é
designado por marioneta de luva.
O fantoche possui uma face com grande expressividade, sendo os braços e mãos movimentados pelos
dedos e muitas vezes é designado também pelos nomes dos personagens populares mais famosos em
cada país: Roberto em Portugal, Cristóbal em Espanha, Guignol em França, Kasperl na Alemanha, etc.
Os fantoches dividem-se em dois grupos, os manipulados por cima e os manipulados por baixo.
Atentamos à tabela que se segue.

Técnicas, materiais e manipulação


Tipo de fantoche Construção e manipulação
Fantoches em cartã o
Pode fazê-los pelo menos de duas maneiras. Pode fazer fantoches
com buracos para os dedos ou entã o de modo a segurá -los por

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detrá s. Se nã o quiser mostrar o braço, durante o espectáculo,
esconda-se atrá s da mesa.

Fantoches fá ceis

Pinte o cabo da colher e acrescente todos os detalhes que


considerar interessantes.

Fantoche pompom
Imagine uma aranha preta e felpuda a saltar de repente para o
palco. Pode fazê-la com um pompom de lã e as suas oito pernas de
um limpador de cachimbo. Há outras maneiras de usar os
pompons para fazer fantoches, use a sua criatividade!

Estes fantoches sã o feitos com missangas, tubos de massa, bolas


de ping-pong e peças de tubo que sã o enfiadas juntas.

Fantoche articulado 1. Desenhe a flor, com muitas pétalas, numa tigela de papel.
Recorte-a e pinte a flor com cores vivas.

2. Pinte as massas e corte um par de folhas em papel verde.

3. Use fita cola para fixar o cordã o no fundo do cesto. Enfie as


massas, as missangas e as folhas.

4. Segure firmemente a flor de papel ao cordã o, utilizando fita cola.

5. Deite a flor no cesto. Para acionar a marioneta, puxe o fio com


leves sacudidelas. Se segurar o cordel num gancho pode manter a
flor de pé.
Fantoche marioneta
A marioneta é um fantoche que é movido por cordéis atados a
uma trave, duas peças de madeira cruzadas, chamada comando.
Para mover as pernas e os braços do fantoche, segure o comando e
incline ou puxe os cordéis.

Dedoches
Há muitas maneiras de usar dedos como fantoches. Pode fazer
pessoas pintando os dedos, ou fazer mini - fantoches de feltro ou

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de papel para enfiar nas pontas dos dedos. Pode até utilizar uma
luva e construir aí as personagens.

Importância dos fantoches


O fantoche ajuda a querer ler, a inventar a vida, a observar, a ouvir, a comunicar e utilizar diferentes
vozes. Ajuda a desenvolver a criatividade, a imaginação, a memória, a transmitir conteúdos
programáticos, regras, hábitos, a passar um momento divertido, a trabalhar a motricidade fina, treinam
o raciocínio lógico (treinam o começo, o meio e o fim de uma história), …
A vivacidade e o grande poder de comunicação são as principais características dos fantoches. O
animador dos fantoches estabelece a ligação entre as personagens e o público, através de movimentos
espaciais. O teatro de fantoches e marionetas é uma forma de animação rica em aprendizagens, entre
as quais se destacam a realização dos cenários e dos bonecos, a construção de mecanismos para lhes
dar movimento, a confeção do vestuário, a dramatização de textos, a modelação da cabeça, etc.
Os fantoches são muito importantes, pois eles despertam a alegria, a fantasia e a sua fala torna-se uma
grande verdade e com eles podemos ensinar várias coisas de forma divertida, criativa e simples. Podem
ser usados nas escolas, nos teatros, creches, etc. Devemos usar os fantoches passando ideias positivas e
verdadeiras, nunca usar gestos de violência, porque a criança pode entender como algo natural e
reproduzir o gesto como se não houvesse consequências.
O fantoche é uma ferramenta de ensino bem aceite podendo ser usada em revisão de conteúdos,
criação de textos, diálogos e expressão oral.

Outras atividades
- Recorte
Quando devidamente acompanhados, os pequenos podem conquistar benefícios com os exercícios
feitos de tesoura. O uso da tesoura é ideal para induzir a prática de atividades
diferentes, o que estimula completamente os músculos dos pequenos; melhora a
escrita dos pequenos; ajuda a controlar a sua força; entre outros.

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É importante salientar que existem tarefas ideais para cada etapa da criança na escola. Quando ainda
está a aprender a recortar devemos ajudar a criança a fazer movimentos de abrir e fechar a tesoura. O
próximo passo é observar o seu progresso para que, logo depois, algumas linhas (mais largas) sejam
traçadas no papel para que essa etapa seja treinada.
Essa etapa requer maior domínio da criança, pois a partir de agora as linhas estão bem traçadas e o
objetivo é fazer o pequeno tentar segui-las ao máximo.
Uma outra fase é a definição de formas com os recortes. Aqui o pequeno exercitará o domínio da sua
lateralidade mais pleno, pois ele terá que utilizar suas duas mãos: uma
recorta e a outra dá movimento ao papel para atingir o objetivo. Recortar
círculos, por exemplo, é um bom exercício.

- Colagem
Atividades de colagem com as crianças, têm o objetivo de desenvolver a coordenação motora e a
motricidade fina, que posteriormente beneficiará a criança no seu processo de alfabetização. É portanto
de grande importância que seja trabalhada de forma consciente.
Para as atividades de colagem podemos trabalhar com diversos tipos de materiais como:
 algodão
 cascas de ovos
 palitos de fósforo
 serragem
 folhas secas
 papéis de diferentes texturas (papel crepom, celofane, camurça, papel de seda)
 sementes e grãos
 areia
 botões (de diferentes tamanhos)
 macarrão
 lantejoulas e glitter

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 barbante e lã.
Com a exploração destes diferentes materiais, as crianças podem experimentar diferentes texturas e
sensações, ampliando assim o seu conhecimento de mundo e sua capacidade de expressão.
Este tipo de atividade pode ser orientada ou uma arte livre e abstrata, em que os alunos criam os seus
próprios trabalhos. O importante é que as crianças interajam com os materiais utilizados e, na arte livre,
possam decidir o que vão utilizar para realizar as suas produções.

- Dobraduras
O origami é uma arte japonesa em que através de dobras do papel se elaboram diferentes figuras e
formas. Desde o clássico barquinho de papel a elementos muito mais elaborados.

A prática do origami é benéfica para todos, mas as crianças podem ser estimuladas tanto física como
mentalmente.
Seguem alguns benefícios deste tipo de atividade:
 Ajuda a desenvolver a coordenação mãos-olhos e a motricidade fina: estes estímulos exercitam
os músculos, os nervos e os ossos das mãos, que vão ganhando força e preparando-se para a
escrita.
 Estimula a concentração: a dobradura em papel exige uma atenção e um esforço mental para
dobrar o papel numa ordem correta e conseguir assim a figura desejada. Potencializa com que a
criança mantenha sua concentração durante um período de tempo numa mesma atividade e
assim manter a atenção numa tarefa.
 Ativa a memória: a primeira vez que a criança faz uma figura de origami terá que seguir umas
instruções, enquanto não for muito complicada vai-se lembrando de como se faz.
 Desenvolve a paciência: nem sempre as figuras saem à primeira, portanto a criança terá que ser
perseverante e paciente para conseguir o seu objetivo.
 Ajuda na satisfação emocional: a criança sente-se satisfeita ao ter elaborado algo com as suas
próprias mãos.
 Incentiva a imaginação: a criança pode criar as suas próprias figuras de papel feitas por ela
mesma.
 É uma atividade relaxante: muitos encontram no origami uma forma de relaxamento.

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 Estimula o esforço e o trabalho: para conseguir a figura desejada a criança terá que realizar um
trabalho de precisão e esforçar-se para conseguir o objetivo.
 Promove a aprendizagem: ajuda a que as crianças compreendam conceitos espaciais como
acima, abaixo, para frente, para trás e desenvolve o pensamento lógico e matemático.
 É muito útil para o tratamento de certos transtornos como a hiperatividade ou a dislexia.

- Raspagem
A técnica da raspagem é uma técnica que consiste em cobrir
(pintar) totalmente com várias cores uma folha de desenho a
lápis de cera. Depois cobre-se (pinta-se) com guache preto por
cima das cores do lápis de cera e deixa-se a secar.
Finalmente raspa-se com uma ponta metálica por cima do
guache a figura que se pretende e esta sairá com as cores do
lápis de cera.

- Móbiles
Apesar de muitas vezes serem considerados apenas um enfeite para o berço, os
móbiles são uma ferramenta importante para o desenvolvimento do bebé. Este objeto
estimula a audição, a visão e o tacto e pode ser utilizado logo nos primeiros dias de
vida.

- Trabalhos tridimensionais
A maioria dos alunos do jardim de infância pode facilmente
identificar formas planas, como quadrados, círculos e triângulos. Já
identificar e trabalhar com formas tridimensionais é muito mais difícil
e eles precisam de muitas oportunidades para explorar formas
tridimensionais antes que sejam capazes de visualizar e reconhecê-
las.

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Basicamente a tridimensionalidade é a representação de imagens ou objetos usando as três dimensões:
altura, largura e profundidade.

- Estampagem
Estampar significa imprimir, gravar, marcar, assinalar, deixar gravados os vestígios de.
São vários os materiais que se podem utilizar nesta técnica. Seguem-se algumas sugestões:

- Decalque
Processo que permite transferir por pressão imagens para outra superfície é transferir (desenhos,
pinturas, etc.) para outra superfície por pressão ou por cópia.
Seguem algumas sugestões.

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- Carimbagem
Existem vários carimbos que podem ser realizados para que as crianças os utilizem nas suas pinturas.

Podemos fazer carimbos com alimentos, com esponjas


cortadas para dar a forma do carimbo escolhido, com
rolhas de cortiça entre muitas outras bases. A ideia é
sermos o mais criativos possível.

- Batik
O batik é uma técnica de tingimento em tecido artesanal originária da Indonésia. É um processo de
desenhar com cera derretida sobre um tecido. Depois que a cera esfria, aplica-se o corante,
mergulhando o tecido em banhos de tingimento. A aplicação das cores também pode ser realizada com
pincéis. O Batik tradicional é feito em seda pura e as raízes desta arte são muito antigas(Java).
Por outras palavras, o batik é a arte de reservar a cor em áreas do tecido, cobrindo-as com cera
derretida. Esta cera derretida pode ser utilizada para delimitar o
desenho. Também pode preservar áreas que serão coloridas em
tons e/ou cores diferentes. A cera impede que a área
selecionada receba a cor do banho.

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Esse processo de reserva e tingimento deverá ser repetido para cada cor. A cada banho de cor é preciso
esperar que o tecido seque. Só depois é aplicada novamente a cera para garantir a preservação de
novas áreas.

Batik passo a passo


1- Desenhar o esboço no tecido com lápis;
2- Leve a parafina para derreter no fogão até ficar transparente, se pingar a parafina e parecer um
pingo de vela, é porque ainda está fria.
3- Cubra as formas que pretende que fiquem sem cor com a parafina sempre transparente.
4- Depois pinte o tecido com as tintas de tecido bem diluídas. Pode pintar sobre a parafina.
5- Para retirar a parafina use um ferro bem quente. Coloque o jornal sobre as partes onde tem
parafina e passe o ferro em cima. A parafina derreterá e será absorvida pelo jornal.

Tapeçaria
A tapeçaria é a arte de se fazer tapetes para enfeitar, sendo uma forma de arte extremamente rica. O
tapete de Arraiolos é a forma mais famosa de tapeçaria em Portugal. Consiste em cruzar os fios
horizontais da trama com os fios verticais da teia.

- Materiais e técnicas
Os materiais podem ser vários: lã de várias dimensões, tiras de tecido, tirela, tiras de papel variado
(jornal, revista, papel de lustro, cartolina…), plantas secas, etc.
Técnicas
1) em cruz
2) em círculos

Neste ponto apresentamos uma proposta criativa e diferente do convencional, que pode muito bem ser
desenvolvida no jardim de infância com os pequenotes, sempre com ajuda e supervisão dos
educadores. A nossa proposta recai sobre a confeção de um tapete (ou almofada) de pompons.
Passemos à observação dos passos a seguir.

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Pompom de lã, como fazer?
Corte dois círculos de papelão do mesmo tamanho com uma abertura no meio, envolva a lã nos círculos
até o papelão desaparecer por completo (quanta mais lã tiver, mais fofo ficará o pompom). Corte a lã
nas bordas dos dois círculos como mostra a figura.

Amarre uma linha entre os papelões e recorte-os ao meio para os retirar. Apare os fios desiguais e já
está!
Passemos então à fase da constituição do tapete.
Depois dos pompons feitos devem ser colocados e presos numa tela, como a que está representada na
figura, cortada previamente, com a forma pretendida. No final de todas as colocações e para que o
tapete possa ter um arremate mais bonito e resistente, pode ser preso um tecido na parte dos
arremates.

Mostramos de seguida algumas imagens inspiradoras para que possa realizar o seu tapete com
originalidade. Mãos à obra!

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Para além do tapete podem ser feitas muitas outras peças utilizando pompons. As crianças vão adorar.
Dê largas à sua imaginação e à das crianças.

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CONCLUSÃO
Entendemos que a criança quando recorre à expressão plástica está a desenvolver um conhecimento
sobre si mesma e sobre o mundo que a rodeia, dando-lhe a possibilidade de adquirir um conjunto de
competências que poderão enriquecer a sua personalidade. Consideramos, também, que é uma área
vital no desenvolvimento motor fino da criança, pois possibilita através da aprendizagem o
aperfeiçoamento de competências que são essenciais para realizar tarefas do dia-a-dia, como por
exemplo, abotoar botões, comer com talheres, entre outras. Assim sendo, revela-se crucial que desde a
idade pré escolar, as crianças tenham contacto com a expressão plástica e com a abundância de
estímulos que esta lhes oferece para que o seu desenvolvimento seja completo.
Este módulo permitiu que os/as formandos/ formandas trabalhassem técnicas já conhecidas com mais
rigor e técnica e que ao mesmo tempo usufruíssem de novas aquisições pedagógicas e técnicas sobre o
modo como se pode ensinar as crianças de forma lúdica.
O principal objetivo do módulo foi incutir nos participantes a ideia de ir mais além, de olhar para simples
objetos e dar lugar à criatividade. Transformar o banal e o quotidiano em novas peças.
Quando olhamos o mundo com olhos alargados e livres de predisposições, vamos conseguir encontrar
alternativas mesmo onde parecem não existir. Um dia não planeado na creche, no jardim, no ATL, pode
tornar-se um dia muito criativo e produtivo, basta apelar à criatividade e desembarace dos educadores.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://elisabeteevapaula.no.sapo.pt/
http://desmat.no.sapo.pt/index.html
http://www.educacao.te.pt/
http://marianalopes.weebly.com/index.html
http://www.educasempre.com/2012/03/30-tecnicas-de-pintura.html
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/20601/1/Maria%20Guilherme_%20FINAL.pdf

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