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VIVER O CARISMA [AS CORES NO MOVIMENTO DOS FOCOLARES)

CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020✨✨✨

A vida do homem não deveria ser feita de compartimentos estanques, como infelizmente
acontece, com frequência. Nada de vidas duplas, triplas, quádruplas. Nada de atitudes diferentes
quando se está em família, no trabalho, na paróquia, no clube, no colégio ou na universidade. A
“cultura da unidade”, que brota do “carisma da unidade”, conduz a pessoa que adere a ela
a uma realização completa da sua potencialidade humana, à luz dos princípios do
Evangelho. Este modo de viver unitário não pode deixar de ter um reflexo em todos os âmbitos
nos quais a pessoa vive e age.
Chiara Lubich escreveu, em 1968: «O amor é luz, é como um raio de luz que quando atravessa
uma gota de água se refrange no arco-íris, onde podem ser admiradas as sete cores. São todas
cores de luz, que, por sua vez, se refrangem em infinitas nuanças. E como o arco-íris é vermelho,
alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta, o amor, a vida de Jesus em nós, poderia ter várias
cores, exprimir-se de muitas maneiras, diferentes uma da outra.

Por exemplo,

VERMELHO: o amor é comunhão, leva à comunhão.


Jesus em nós, porque é Amor, teria gerado a comunhão.

[Economia de comunhão; trabalho; financeiro; partilha.]

ALARANJADO: O amor não é fechado em si mesmo, difunde-se por si só.


Jesus em nós, o Amor, seria a irradiação do amor.

[Relacionamentos (a acolhida); o trabalho pastoral.]

AMARELO: O amor eleva a alma.


Jesus em nós teria elevado a nossa alma a Deus, e isto é a oração.

[A vida de oração; a liturgia.]

VERDE: O amor cura.


Jesus, o amor no coração, seria a saúde da nossa alma.

[A saúde; o lazer; o descanso.]

AZUL: O amor reúne as pessoas em assembleia.


Jesus em nós, porque é Amor, teria reunido os corações.

[A harmonia do ambiente (da casa, do quarto, enfim]

ANIL: O amor é fonte de sabedoria.


Jesus em nós, o Amor, teria nos iluminado.

[A sabedoria; os estudos.]

VIOLETA: O amor realiza a unidade entre muitos.


Jesus faria de nós uma só coisa.

[A comunicação (e todos os seus meios).]


OCASIÃO PARA AMAR
CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020✨✨✨
Mais uma ocasião para amar: a espera, a paciência, a humildade, acolher a todos nos quatro
cantos do mundo....Jesus, Jesus, Jesus, Jesus...
Chiara Lubich, setembro de 1994, aeroporto Fiumicino, Roma, ponto de partida para as suas
viagens ao encontro de "suas filhas"... de "seus filhos"... das "suas irmãs"... de "seus irmãos"... de
"seus próximos"... de Jesus!
(foto: Città Nuova)

ARACELI NUÑEZ: “PARA AMAR A DEUS É NECESSÁRIO FAZER A SUA VONTADE


MOMENTO POR MOMENTO..."✨🕯✨ ️ 🕯✨
️ 🕯️
(28 de julho de 1946 - 1 de junho de 1970)
Uma jovem “sempre dinâmica”, aos 17 anos descobre o Ideal pelo qual decide dar sua vida. Há
50 anos chega bem cedo à “meta’, tinha apenas 24 anos de idade. Deixa atrás de si um rastro
luminoso: consequência do seu amor… revolucionário!
Era de descendência andaluza, porém, nasceu e viveu em Barcelona. A primeira de cinco filhos,
Araceli era filha de sua terra: viva e cheia de brio, estudante, trabalhadora, artista… mas sempre
insatisfeita.
Aos 17 anos, após um dia atarefado, ela escreve em seu diário: “O balanço é deprimente, não
perdi tempo, mas sinto-me com mãos e pés atados”.
Aquele diário é deixado de lado abruptamente nos dias em que Araceli participa pela primeira vez
de uma Mariápolis, um encontro de verão do Movimento dos Focolares. Acontece uma reviravolta
em sua vida. Ela escreve: “Sinto que não devo ter inveja de ninguém, porque encontrei um ideal
… potente, divino, contestador, revolucionário!”
Aos 19 anos ela decide entregar-se totalmente à causa da unidade da família humana, e entra no
focolare.
“Habilidosa, batalhadora, sábia”, assim é lembrada. Sempre correndo, com o violão na mão,
sempre disponível. Os anos 1960 são lembrados pela grande contestação juvenil, mas também
são os primeiros anos do Movimento Gen, o setor jovem do Movimento dos Focolares, que quer
“incendiar o mundo com o amor evangélico”. Em Madri, Araceli logo se torna a líder de centenas
de jovens de toda a Espanha, fascinadas por este ideal.
Seu entusiasmo é incansável e envolvente. Independentemente de estarem em Madri,
Salamanca ou em Bilbao, até nas Ilhas Baleares e Canárias, é único e especial o amor que
demonstra a cada uma daquelas jovens. Uma delas recorda: «Ela estava sempre atenta para
dizer, no momento certo, o que era necessário. Talvez dissesse uma verdade grande como uma
catedral e, em seguida, acrescentava: “Eu não sei… digo essas coisas a você se por acaso
servem…”»
Em 2 de junho de 1970, em Roma aconteceria o retiro anual dos focolarinos europeus. Todos
foram convidados a estarem “preparados espiritualmente”. Para Araceli, essa preparação
significou viver a última etapa da sua vida, na viagem para Roma sofreu um acidente, na estrada
Milão-Turim.
Uma partida da terra rápida e desconcertante, após um ano em que – como lembra uma
focolarina que vivia com ela – “o divino parecia ter se tornado quase natural para ela”. Como?
Toda a sua ação era motivada por um conceito simples e profundo: para amar a Deus é
necessário fazer a sua vontade momento por momento.
Então Araceli “correndo” chegou à meta esperada. As palavras inscritas no seu túmulo são um
bom resumo de sua vida: “Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem!” (Ct. 2, 10).
(fonte: http://www.focolare.org/pt)
A FELICIDADE
CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨✨✨

CHIARA LUBICH: «Talvez nunca como nestes últimos tempos sentimos a alegria de viver. E uma
alegria pura jamais experimentada e nasce do fato de que: conseguimos encontrar!
Podemos até repetir uma frase que é a aspiração mais sincera de toda a humanidade:
encontramos a felicidade.
É preciso, porém, experimentar esta felicidade, para compreender o que ela é.
Esta alegria puríssima só pode ser Deus. Aquele Deus que encontramos a cada instante,
perdendo tudo no momento presente para sermos só a Sua vontade viva.
Creio que é um estado da alma, talvez um pequeno degrau alcançado, do qual, invocando o
Senhor, com a esperança exclusivamente n’Ele, pedimos para não descer mais.
Não, porque esta felicidade em nós, coincide com a glória de Deus, com a extrínseca glória que a
nossa alma pobre, porém tão amada por Deus, pode oferecer-lhe.
Encontramos verdadeiramente a pérola preciosa pela qual vale a pena vender tudo, perder tudo.
É Deus, o único que nos restará, daqui a pouco, ao passarmos para a eternidade, onde a nossa
Mãe nos espera, sem dúvida contente de nos ter servido de “caminho” com a sua “desolação”».

VIVA PELA UNIDADE


CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨✨✨
CHIARA: «Vivemos num mundo que se tornou realmente uma aldeia: complexo e novo, mas uma
aldeia.
A humanidade, hoje, vive como se fosse um pequeno grupo.(…)
A fraternidade, portanto, é o Ideal de hoje. Mas como fazê-la florescer?».

JESUS EM MEIO A NÓS


(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020) ✨✨✨
CHIARA: «Jesus em meio a nós: foi uma experiência formidável. Talvez jamais possamos dizer
quando Ele está em nosso meio, porque Ele supõe que em nós haja a vida da graça, e ninguém
sabe ao certo se está ou não na graça de Deus. Certo é, porém, que, quando nosso viver juntas
se fundamentava no propósito sincero de estarmos prontas a morrer umas pelas outras, como
Jesus quer, e todos os nossos atos se amoldavam a isso, já que — “acima de tudo, cultivai, com
todo o ardor, o amor mútuo” (1Pd 4,8) — muito frequentemente parecia que notávamos com
simplicidade sua presença.
Assim: do mesmo modo que sentimos a alegria e a dor, a angústia e a dúvida, também — mas
numa esfera superior da alma — a presença espiritual de Jesus entre nós dava a nossas almas a
paz que é só Dele, a alegria plena que somente Nele encontramos, a força e a convicção que não
são tanto fruto de raciocínio ou de vontade, mas de uma ajuda especial de Deus.
Sua presença premiava de modo superabundante cada sacrifício que fazíamos, justificava cada
passo que dávamos dirigido nesse caminho, rumo a Ele e por Ele, dava o devido sentido às
nossas coisas, às circunstâncias, confortava as dores, mitigava a demasiada alegria.
E quem quer que estivesse em nosso meio que, sem subterfúgios e raciocínios, acreditava em
suas palavras com o encantamento de uma criança, e as colocava em prática, fruía desse
paraíso antecipado que é o Reino de Deus em meio aos homens unidos em seu nome».

A INTENSIDADE DA VIDA DE UNIDADE


CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020 ✨✨✨
CHIARA: «Aqueles que vivem a unidade veem o Evangelho com os olhos de Deus, e penetram
nele em maior ou menor profundidade dependendo da experiência, ou seja, dependendo da
santidade alcançada na própria vida de unidade, e da intensidade com a qual vive o momento
presente».
CHIARETTA BIGONI: AMOU ATÉ O FIM
CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020✨✨✨
Chiaretta Bigoni nasceu em Clusone (Bergamo, norte da Itália) em 14 de abril de 1964 e parte
para o céu em 27 de setembro de 1973.
A história de Chiaretta está profundamente ligada à de Loppiano, a "cidadela" internacional dos
Focolares, onde a única "lei" que se tenta viver é a do amor recíproco, radicafo no Evangelho.
Chiaretta é uma garotinha que vive a espiritualidade de Chiara Lubich com sua família e é uma
das primeiras Gen 3 de Loppiano.
Afetada por uma doença hereditária grave, a opção de colocar o Evangelho em prática com a
própria vida a levou a viver uma experiência extraordinária. Os sinais desta doença já aparecem
após os primeiros meses de vida. É justamente nesse período de muita dor que os pais
encontram os Focolares e reúnem toda a luz que emana dele. Por isso, eles decidem deixar a
província de Bergamo, para se dedicar - junto com outros pioneiros - ao desenvolvimento de
Loppiano.
Lá, com as primeiras Gen 3, Chiaretta faz uma descoberta que muda sua maneira de lidar com as
doenças: ver Jesus crucificado e abandonado como modelo de maior amor e aceitar todo
sofrimento como uma oportunidade de se sentir mais próxima a ele, compartilhando com ímpeto
renovado para amar cada próximo.
Assim, se os nove anos e meio de vida de Chiaretta são marcados por uma deterioração
progressiva de suas condições de saúde, nenhum sofrimento físico alterará o desejo de aceitar
(como ela adorava repetir) "completamente" a doença, vivendo-a com serenidade e uma
maturidade capaz de surpreender e levar qualquer um que a abordasse a Deus.
Por exemplo, um empresário que visitou Loppiano ficou muito impressionado com o rosto de
Chiaretta, com seu olhar límpido e penetrante. Algum tempo depois, quando ele estava prestes a
cometer um erro muito sério, esse rosto repentinamente voltou à sua mente e coração. "Por esse
rosto - ele admitiu - apenas por isso, me abstive de colocar minhas idéias em ação".
Na escola, em casa ou no hospital, não faltam oportunidades para pensar mais nos outros do que
em você. Um dia, por exemplo, Chiaretta ouve uma mulher reclamando da precária situação
econômica e da saúde de seu filho. Imediatamente, ele propõe à mãe: «Veja, há meus centavos
na gaveta, por que não os entregamos? Você verá que Deus pensará em nós ».
Tiziana é uma garota afetada pelo câncer que Chiaretta conhece durante uma hospitalização em
Florença. Antes de se despedir da última vez, ele sussurra: "Devemos pedir a Jesus que a graça
sempre vá até o fim". Essas palavras marcam profundamente Tiziana. Ele repetirá essa frase por
um longo tempo durante os últimos momentos de sua vida.
Mesmo após sua partida para o céu, Chiaretta deixa um sinal muito profundo naqueles que a
conheceram. "Sinto-me perto dela, especialmente nos momentos mais difíceis, testemunha uma
amiga da época de Gen 3. Por alguns dias, fiquei um pouco deprimida e pensar em Chiaretta
realmente me ajudou a superar certas dificuldades".
Ainda hoje, no pequeno cemitério de Loppiano, o túmulo de Chiaretta é o destino de muitos
jovens, fascinados por sua escolha corajosa: ir atrás de Jesus "até o fim!".
(Francesco Sala)

FOCOLARES DE TERESINA (PI)


(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA: «(...)O focolare apresenta também uma mística moderna, comunitária, porque traz a
presença de Cristo que ilumina os membros a respeito do que devem fazer, sobre as ações que
devem realizar, de forma que a vida de focolare é contemplação. Enfim, o focolare é uma porção
de Igreja viva. O focolare, se é como deve ser, é paraíso na Terra».
(texto: Chiara Lubich, Roma, julho de 1977 fotos: Soleiman Dias )

NA ESCUTA DO ESPÍRITO SANTO🕊🕊🕊🕊🕊


CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020✨✨✨
CHIARA: «Uma característica do Movimento é escutar a voz do Espírito Santo dentro de nós. Não
só isso, aprendemos também a escutar a sua voz presente entre nós unidos no Ressuscitado. Ou
melhor, consideramos muito importante escutar a voz do Espírito, quando Jesus está entre nós,
porque aperfeiçoa a ouvir a sua voz em cada um de nós. E aqui podemos ver o "algo mais" em
nossa reflexão sobre o
Espírito Santo.
Por este "algo mais" sempre experimentamos um clima especial em nossas reuniões, em nossas
comunidades, em nossas Mariápolis permanentes, em nossos pequenos ou numerosos
encontros.
Esse clima é efeito da presença do Ressuscitado, que está entre nós e que traz consigo o
Espírito Santo.
O Espírito Santo, respiro de Jesus e clima do Céu, é também o respiro do seu corpo, a Igreja. E o
percebemos quando a Igreja é Igreja no sentido pleno; ou seja, quando é Reino de Deus, quando
é Céu transferido para a terra, pela unidade».
(Chiara Lubich, Castel Gandolfo, 8 de dezembro de 1996)

"JESUS NO MEIO"
(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020) ✨✨✨
CHIARA: «Também agora é tudo luz, Deus me guia. (...) Não é mérito meu, é Deus que me
pegou como instrumento, é Ele que escolhe. (...) Quando eu estarei na outra vida, os outros
levarão adiante. (...) Se devesse deixar em testamento uma herança deixaria a todos “Jesus no
meio”, amar-se reciprocamente como Jesus nos amou, estejam prontos a morrer um pelo o outro,
sejam uma família, está contido tudo aqui».

MARIA, QUAL PLANO INCLINADO


CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯✨
️ 🕯️
CHIARA: «Maria não é facilmente entendida pelos homens, apesar de ser muito amada. De fato,
é mais fácil encontrar em um coração afastado de Deus a devoção a ela, do que a devoção a
Jesus.É amada universalmente.E o motivo é este: Maria é Mãe.
As mães, em geral, não são “compreendidas”, especialmente pelos filhos pequenos; elas são
amadas, e não é raro — aliás é bastante frequente — que até um homem de oitenta anos morra
pronunciando como última palavra: “Mamãe”.
A mãe é mais objeto de intuição do coração do que de especulação intelectual, é mais poesia do
que filosofia, pois é real e profunda demais, achegada ao coração humano.
Assim é com Maria, a Mãe das mães, que a soma de todos os afetos, bondades, misericórdias
das mães do mundo não consegue igualar.(...)
Maria é pacífica como a natureza, pura, serena, tersa, suave, bela; aquela natureza longe do
mundo, na montanha, na campina, no mar, no céu azul ou estrelado. E é também forte, vigorosa,
ordenada, contínua, inflexível, rica de esperança, porque na natureza é a vida que refloresce
perenemente benéfica, ornada pela beleza vaporosa das flores, generosa na rica abundância dos
frutos.(...)
E se alguém, por sorte sua, a compreende, ela o arrebata para o seu Reino de paz, onde Jesus é
rei e o Espírito Santo é o hálito daquele Céu.
Lá, purificados de nossas escórias e iluminados em nossas trevas, haveremos de contemplá-la e
dela fruir, paraíso adjunto, paraíso à parte.
Aqui, mereçamos que ela nos conduza pelo “seu caminho”, para não permanecermos
mesquinhos no espírito, com um amor que só é súplica, imploração, pedido, interesse, mas,
conhecendo-a um pouco, para podermos glorificá-la».
(Chiara Lubich, Roma, 5/3/1958)

O QUE DIRIA JESUS?


(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA: «Sabemos que Deus, ser espiritual por excelência, é amor. Portanto, o amor é o
elemento espiritual mais desejado: aquele amor que Deus, ao fazer-se homem, trouxe à terra.
Imaginemos ver passar diante dos nossos olhos algumas cenas sintomáticas do mundo de hoje.
(…) E nos perguntemos: o que diria Jesus se aparecesse no meio delas? Estamos certos de que
hoje, como no seu tempo, falaria novamente de amor. «Amai-vos — diria — como eu vos amei».
Somente juntos, na concórdia e no perdão, é que podemos construir um futuro sólido.
Como em uma sequência de projeções que se dissolvem uma na outra, transfiramo-nos para
outros lugares, para um país da América Latina, por exemplo: de um lado arranha-céus, muitas
vezes como modernas catedrais erguidas ao deus-consumo, e do outro barracas, mocambos,
favelas e miséria, miséria física e moral, e doenças de toda a espécie. Que diria Jesus diante
deste panorama desolador? "Eu lhes tinha dito para se amarem. Não o fizeram e eis as
consequências". E se outros quadros nos apresentassem, como numa montagem, vistas de
cidades, conhecidas como as mais ricas do mundo, e de outras com a mais avançada tecnologia
e cenários de ambientes desérticos com homens, mulheres e crianças morrendo de fome. Que
diria Jesus se aparecesse bem ali no meio? "Amai-vos". Ou se víssemos imagens de lutas raciais
com flagelos e violações de direitos humanos... Ou intermináveis conflitos armados, como os que
se verificam no Oriente Médio, causando a destruição de edifícios, feridos e mortos, e o contínuo
lançamento mortífero de bombas e de outros engenhos mortais?... Perguntemo-nos ainda: o que
diria Jesus diante de tantos dramas? "Eu lhes disse que deviam se querer bem. Amai-vos como
Eu vos amei ". Sim, diria assim diante destas e das mais graves situações do mundo atual». (...)
«Porém, com estas palavras Ele não se limita a lamentar o que não foi feito. Ele as repete hoje de
verdade, pois Ele morreu, mas ressuscitou e - como prometeu - está conosco todos os dias até o
fim dos tempos. E o que diz é de uma importância enorme, porque este "amai-vos uns aos outros
como Eu vos amei" é a chave principal para a solução de todos os problemas, é a resposta
fundamental para todos os males do homem». (...)
«Caríssimos jovens, é isso que requer a vocação de vocês, se não quiserem ver os seus ideais
dissiparem em meras utopias. Devem amar assim, amarem-se uns aos outros assim, começando
vocês a dar testemunho deste Amor antes de propô-lo aos outros».
(Chiara Lubich, GenFest, Roma, 31 de março de 1990)
MELHORAR A ORAÇÃO✨🕯✨ ️ 🕯✨
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(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)
CHIARA: «(...) Mas vejamos qual é, de modo geral, o significado da oração para muitos cristãos.
Muitas vezes rezamos quase que exclusivamente para pedir graças. Em momentos de
preocupação, de angústia, de necessidade, dirigimo-nos a Deus com orações e súplicas ou, para
chegar a Ele, invocamos Nossa Senhora e os santos. Esta oração é válida? Ela, sem dúvida, não
esgota o dever que os cristãos têm de rezar. Por isso, se for esta a única forma de oração
praticada, ela deve ser considerada demasiado interesseira.
A vida cristã não consiste somente em pedir, mas principalmente em dar. Com a ajuda de Deus,
devemos dar também a Ele. Devemos amar a Deus. E, por isso, quem conhece apenas a oração
de súplica, não é autêntico discípulo de Cristo e nem filho genuíno da Igreja. Se, no entanto, esta
oração de súplica é feita dentro do contexto de uma vida cristã coerente, ela corresponde ao
desejo preciso de Jesus que diz: "Pedi e vos será dado, buscai e achareis, batei e vos será
aberto" (cf. Mt 7,7).(...).
Depois, existem as orações que recitamos cada dia pela manhã, à noite ou antes das refeições;
durante a missa; temos ainda a visita ao Santíssimo Sacramento em uma igreja, e terço. São
orações de louvor, de adoração, de ação de graças, que manifestam o nosso amor e que são
feitas para dar glória a Deus. São orações indicadas nos nossos Estatutos e Regulamentos.
São as chamadas orações vocais, que a Igreja aconselha. Às vezes não são tão valorizadas
quanto mereceriam, pois podem tornar se mecânicas e perder em parte o seu sentido. (...)
Estas orações, repetidas todos os dias, mantêm vivos e presentes os mistérios divinos em que,
na condição cristãos, estamos mergulhados: a Encarnação, a Redenção, a Santíssima Trindade,
as maravilhas realizadas por Deus em Maria etc. Muitas vezes, o fato de recitá las abre para nós
espaços para a união com Deus.
Finalmente, existe a oração mental. É chamada assim a oração na qual Deus atrai a alma à
comunhão consigo. Nós a experimentamos sobretudo no momento da meditação, mas também
no decorrer do dia. (...)
Penso que todos nós tenhamos alguma experiência deste tipo de oração, muito agradável a
Deus. Também conhecemos as maneiras de nos enriquecer dela. É amando radicalmente o
irmão que experimentamos, em seguida, no nosso coração, a união com Deus. É abraçando as
cruzes com generosidade que aprofundamos esta comunhão.
(...) Esforcemo-nos por melhorar todas estas formas de oração. Assim nutriremos nosso espírito.
(...) É na oração que fazemos os bons propósitos que orientam a nossa vida de modo cristão e
ideal. É nela que decidimos abraçar a cruz.
Devemos melhorar a oração como cristãos e, de modo especial, como membros do nosso
Movimento. Ela tem grande importância na nossa espiritualidade.
É definida como "elevação da alma a Deus", destinada a estabelecer um relacionamento; uma
comunhão com Ele. Está, assim, em função da unidade; e a nossa espiritualidade é a
espiritualidade da unidade.
Amemos, então, a oração, praticando-a. Junto com o amor ao irmão e com o amor à cruz, ela se
manifestará como outra possibilidade de união mais profunda com Deus. E o que de melhor
podemos desejar? Nada mais doce e consolador que sentir no nosso coração a presença
amorosa de Deus. Nada nos toma mais fortes que o fato de nos sentirmos amados por Ele. E é
disso que precisamos para fazer deste ano um "ano de fogo"!».
(Chiara Lubich, Rocca di Papa, 28/01/88)
À VOLUNTÁRIA E AO VOLUNTÁRIO: "NO RESSOAR DA CAMPAINHA DAS FÁBRICAS, O
CONVITE PARA SANTIFICAR-SE"!
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨🕯️✨

Os Voluntários de Deus

Os Voluntários de Deus, uma ramificação do Movimento dos Focolares, são homens e


mulheres de todas as profissões e categorias sociais, que escolhem seguir Deus de forma radical
e livre – daqui a palavra “voluntários” – vivendo, na cotidianidade da sua vida, a espiritualidade
evangélica da unidade.
Desde os primórdios do Movimento Chiara Lubich sentiu-se impelida em direção à humanidade.
Recordando os primeiros tempos afirmava: “Eu penso que a nossa experiência, de quando Jesus
em meio a nós ‘multiplicava os pães’, para contribuir a resolver os problemas sociais de Trento,
era uma manifestação do desígnio dos voluntários, como a primeira semente”.
Semente que tomou vida e corpo em 1956 quando, diante dos trágicos acontecimentos da
Hungria, o papa Pio XII pronunciou o ardoroso apelo: “Deus, Deus, Deus…”, para que
ecoasse “o nome de Deus nas praças, nas casas, nas oficinas…”.
Chiara acolheu aquele grito, e como um reflexo dele afirmou: “São necessários autênticos
discípulos de Jesus no mundo. Discípulos que, voluntariamente, o seguem. Um exército de
voluntários, porque o amor é livre (…). Uma sociedade que testemunhe um único nome: Deus”.
A resposta foi imediata: funcionários, médicos, enfermeiros, operários, políticos, professores,
empresários, etc., querem ser estes “voluntários de Deus”. Um chamamento tipicamente leigo,
porque sentem “a vocação característica de permear as realidades humanas com o espírito de
Deus”. Uma tal vida fascinou muitas pessoas, que se comprometeram neste caminho de
santidade, na medida em que o Movimento se difundiu nos cinco continentes.
No final dos anos sessenta, vendo as muitas iniciativas e obras sociais, surgidas da vida e da
ação dos voluntários, Chiara lhes confiou o Movimento Humanidade Nova, expressão do
Movimento dos Focolares no âmbito social.
Em 1983, durante o grande evento “Rumo a uma Nova Humanidade”, que teve a presença e a
palavra de João Paulo II, Chiara apresentou os Voluntários de Deus e delineou a sua vocação:
“doação total a Deus sem consagrações especiais. Mergulhados no mundo, lugar privilegiado
para a sua irradiação, praticam o Evangelho à exemplo das primeiras comunidades cristãs, que
desejam imitar neste século, sendo um só coração e uma só alma, com a consequente
‘comunhão de bens’ espirituais e materiais. No nosso mundo (…) eles procuram levar o fogo, a
luz e a força, a riqueza do Ressuscitado, esforçando-se para que resplandeça em si mesmos,
com o abraço da cruz de cada dia, e buscando gerar, com a mais profunda unidade entre eles, a
Sua presença nas casas, nos hospitais, nas escolas, nos parlamentos, nas fábricas, em toda
parte”.

Em 2006, por ocasião do aniversário de 50 anos do nascimento dos Voluntários, com a presença
de 11 mil pessoas, em Budapeste, na Hungria, Chiara focalizou novamente esta vocação,
chamando-os a responder aos desafios atuais, porque “o mundo necessita de homens credíveis,
construtores de uma humanidade nova nos vários âmbitos da sociedade”. E concluiu: “Aspirem
realizar o projeto de Deus sobre a humanidade: a fraternidade universal”.

Atualmente existem mais de 20 mil voluntários e voluntárias espalhados por todo o mundo.


Dentre todos estão católicos, cristãos pertencentes a diversas Igrejas e alguns fieis de outras
religiões.

PARA FAZER-SE SANTOS...


"Vocês não devem, para fazer-se santos, obedecerem ao sininho da superiora ou do
superior que chama à oração. Vocês devem obedecer à sirene da fábrica, à campainha da
escola... É ali que vocês se santificam, é ali a "noite escura" de vocês... É com as
ferramentas do seu ofício que vocês se fazem santos: a caneta para o professor, o cinzel
para o escultor, este é o seu crucifixo de missionário, com ele vocês se santificam... Se
vocês não clarificam o vosso ambiente, se não iluminam a vossa escola, aquela outra
estrutura, o que fazem? Temos alguns frades a mais, mas não temos a renovação do
mundo e da sociedade."  Chiara

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