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Orientações:
Triste, louca ou má
1. Assinale a alternativa que melhor interpreta a música “Triste, louca ou má”, escrita por
Juliana Strassacapa, compositora e vocalista da banda “Francisco, El Hombre”.
a) “Triste”, “louca” e “má” são qualificações usualmente atribuídas a mulheres que não se inserem
em famílias tradicionais e rompem com preceitos sociais atuais.
b) A “receita cultural”, por ser “do marido, da família”, está no âmbito do familiar, portanto, não
se refere à sociedade. Dessa forma, romper com essa receita é algo indolor, como afirmam os
versos “Quem não sem dores / Aceita que tudo deve mudar”.
c) Nos versos 13 e 14 (repetidos em 17 e 18), os termos “casa” e “carne” são metáforas que
representam os papéis sociais atribuídos às mulheres.
d) Nos versos 19, 22 e 36, a construção “ela desatinou” é paradoxal em relação à música, já que
o eu lírico critica a mulher que rompe com essa “receita” por perder o juízo.
e) A expressão “Desatou nós” é polissêmica, assim como a expressão “queimar o mapa”, e
ambas podem ser lidas, inclusive, de modo denotativo na música.
'Estou Pensando em Acabar com Tudo' flerta com terror, mas tensão fica no campo
psicológico
Filme dirigido por Charlie Kaufman na Netflix é adaptado de um romance homônimo do
canadense Iain Reid
O título em si já é um tanto perturbador. Estou Pensando em Acabar com Tudo pode soar
como o pensamento de um suicida. Talvez algo também sofrido, mas mais ameno: terminar um
relacionamento. Parece nessa segunda possibilidade que pensa a personagem principal do filme do mesmo
nome, dirigido por Charlie Kaufman, adaptado de um romance homônimo do canadense Iain Reid, aqui
editado pela Fábrica 231. Kaufman é autor oscarizado do roteiro de Brilho Eterno de uma Mente sem
Lembranças, e diretor cult de Anomalisa e Sinédoque New York, entre outros filmes-cabeça. Sua nova
obra está disponível na Netflix, e sua estranheza e possíveis significados e simbologias vêm bombando nos
A aparente protagonista (vivida por Jessie Buckley) atende por vários nomes ao longo da trama,
Lucy, Louisa, Lucia ou Ames. Ela está a bordo de um carro com o namorado recente, Jake (Jesse Plemons),
na estrada em direção à casa dos pais do rapaz. Neva. Aliás, desaba uma nevasca incessante ao longo da
história. Então, coisas bizarras começam a acontecer. Em especial quando chegam à casa do pai (David
Thewlis) e da mãe (Toni Collette) de Jake, perdida no meio rural. Casa antiga, isolada pela neve, presta-se
a todas as condições amedrontadoras já concebidas pelo cinema, incluindo um (talvez) tétrico porão.
Em certo sentido, Estou Pensando... é um filme de suspense psicológico. Flerta, no entanto, com
o gênero terror. Mas é pista falsa: não se trata do terror convencional, com sustos ou aparições
sobrenaturais. Essas são substituídas por um deslocamento da trama em relação às ligações lógicas entre
acontecimentos e personagens. Por exemplo, os pais de Jake, no começo, formam um casal de meia-idade,
ainda relativamente jovem. Sem mais, viram um par de anciãos, ao passo que Jake e sua namorada
permanecem com a idade que tinham desde o início. Como se houvesse um deslocamento no tempo, um
"vento" que permitisse ir para a frente e para trás, possibilidade imaginada pela própria personagem da
moça. Essa também é um personagem paradoxal, que parece estar no presente e em algum outro lugar do
tempo. Não se pode descartar que seja imaginada por alguém, ou faça parte do sonho de
O talento de Kaufman aparece na composição da atmosfera. O filme não é assustador por alguma
coisa que acontece, mas por aquilo que o espectador é levado a supor que pode acontecer. O suspense, a
perturbação das expectativas residem mais no "clima", desenhado pela imagem e pela banda sonora, que
É também um filme em camadas, adensado por uma vaga incessante de referências e citações.
Durante a viagem, Jake cita o escritor William Wordsworth e faz um trocadilho intraduzível sobre o valor
das palavras, expressão embutida no sobrenome do poeta. Visitando o porão da casa, a moça vê uma pilha
de livros encimada por um grosso volume de Pauline Kael, crítica da revista New Yorker durante muito
tempo e figura icônica da intelligentsia nova-iorquina. Mais tarde, o casal discute longamente o filme Uma
Mulher sob Influência e logo se descobre que seus argumentos são uma citação ipsis litteris de um texto
a Jack Nicholson, intérprete de Jack Torrance em O Iluminado, de Stanley Kubrick. Quando Torrance está
enlouquecendo no Hotel Overlook, isolado pela neve, repete a frase obsessiva em sua máquina de
escrever: "All work and no play makes Jack a dull boy". Em mais de um sentido, Jake pode ser esse rapaz
bobalhão, mas que parece às vezes perigoso. Ou, pelo menos, o espectador imagina que sim.
Claro, há um tanto de Luis Buñuel, o clássico bruxo espanhol da estética surrealista, imprimindo
novos sentidos e direções a narrativas lineares. Quebrando-as, por assim dizer, e deixando o inconsciente
fazer seu trabalho e fazendo emergir novas possibilidades. Por fim, alusões ao mestre contemporâneo da
estranheza aplicada às imagens em movimento, David Lynch, de Twin Peaks e O Império dos Sonhos.
Tudo junto ao diálogo com cultura pop, uma das obsessões de Kaufman, citando marcas populares, filmes
de Robert Zemeckis, jingles e imagens publicitárias imiscuídas no belo registro fotográfico da obra.
Quem quiser passar por cima, ou por baixo, dessas camadas de citações e referências pode fazê-
lo sem peso na consciência e sem prejuízo para a fruição da obra. Apenas fique atento a personagens que
entram na parte final e podem mudar o significado do conjunto da trama. No mais, deve deixar-se levar pelo
sonho (ou pesadelo) e sentir naquele fluxo visual associativo as alusões a alguns pontos cruciais da
condição
SIMULADO GERAL – 1ª E 2ª ETAPA – LP
PROFª LAIANA LEITE
mente, a sanidade e a loucura, a angústia da morte, a busca por um sentido para a vida, idealização que
O fluxo contínuo de situações bizarras, bastante carregado a partir de certo ponto, pode entorpecer
8- Indique a tese:
a) “e sua estranheza e possíveis significados e simbologias vêm bombando nos sites de cinema e
nas redes sociais.”
b) “É também um filme em camadas, adensado por uma vaga incessante de referências e citações.”
c) “O fluxo contínuo de situações bizarras, bastante carregado a partir de certo ponto, pode
entorpecer a experiência de perturbação do espectador.”
d) “Claro, há um tanto de Luis Buñuel, o clássico bruxo espanhol da estética surrealista, imprimindo
novos sentidos e direções a narrativas lineares.”
9- Indique a contextualização:
a) “Parece nessa segunda possibilidade que pensa a personagem principal do filme do mesmo nome,
dirigido por Charlie Kaufman, adaptado de um romance homônimo do canadense Iain Reid, aqui
editado pela Fábrica 231.”
b) “A saber, a sempre problemática relação com o outro, o temor da solidão, mas também da perda
de identidade, a complexidade do funcionamento da mente, a sanidade e a loucura, a angústia da
morte, a busca por um sentido para a vida, idealização que pode muito bem não existir.”
c) As aproximações cinematográficas também são bastante evidentes. O personagem Jake remete
a Jack Nicholson, intérprete de Jack Torrance em O Iluminado, de Stanley Kubrick.
d) “O talento de Kaufman aparece na composição da atmosfera. O filme não é assustador por alguma
coisa que acontece, mas por aquilo que o espectador é levado a supor que pode acontecer”.
a) “Quando Torrance está enlouquecendo no Hotel Overlook, isolado pela neve, repete a frase
obsessiva em sua máquina de escrever: "All work and no play makes Jack a dull boy".”
b) “O talento de Kaufman aparece na composição da atmosfera. O filme não é assustador por alguma
coisa que acontece, mas por aquilo que o espectador é levado a supor que pode acontecer.”
c) “A aparente protagonista (vivida por Jessie Buckley) atende por vários nomes ao longo da trama,
Lucy, Louisa, Lucia ou Ames. Ela está a bordo de um carro com o namorado recente, Jake (Jesse
Plemons), na estrada em direção à casa dos pais do rapaz. Neva.”
d) “Em especial quando chegam à casa do pai (David Thewlis) e da mãe (Toni Collette) de Jake,
perdida no meio rural.”