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Módulo V - Gestão da Manutenção

Módulo V - Gestão da Manutenção


TRANSPETRO - Petrobras Transportes S.A.

Presidente – José Sérgio de Oliveira Machado


Diretor de Gás Natural – Claudio Ribeiro Teixeira Campos
Gerente Executivo de Gás Natural – Silvio Moura Franco
Gerente Geral de Transporte de Gás natural - Caetano Frisoli
Gerente Geral de Manutenção - Ottavio Maiuolo
Gerente de Desempenho Interno - Vicente José Campitelli Real

Coordenação do Projeto:
Coordenadora de Processo de Suporte da Gerência de Desempenho Interno -
Luciane Gonçalves Tomaz
Responsável Técnico - Robson Ferreira de Souza
Gerente de Planejamento e Controle - Luiz Carlos Lopes

Comitê Técnico:
Gustavo Nunes Nascimento
Leandro Alves Ferreira
Tatiana Malafaia Cardoso
SUMÁRIO

Apresentação................................................................................... 09

Objetivo............................................................................................ 11

Introdução........................................................................................ 13

Unidade 1 – Conceitos.................................................................... 15
Unidade 2 – Visão Geral da Metodologia........................................ 17
Requisitos Necessários à Aplicação da Metodologia.................................. 18

Unidade 3 – Passo a Passo da Metodologia da Análise


de Falhas.......................................................................................... 21
Passo 1 – Atender e Registrar a Ocorrência................................................. 22
Passo 2 – Acionar Equipe de Investigação da Ocorrência........................... 29
Passo 3 – Descrever o Problema.................................................................. 31
Passo 4 – Executar Ações de Correção........................................................ 36
Passo 5 – Investigar e Validar Causa Raiz.................................................... 38
Passo 6 – Implantar Ações Estruturantes..................................................... 52
Passo 7 – Implantar Ações Sistêmicas......................................................... 56
Passo 8 – Realizar Abrangência e Divulgação.............................................. 58
Unidade 4 – Fechamento e Anexos................................................. 61
Outros Registros Relevantes para o ROO.................................................... 62
Acompanhamento das Ações do ROO........................................................ 62
Fechamento do ROO.................................................................................... 62
Avaliação de Eficácia das Ações dos ROOs................................................ 62

Anexo............................................................................................... 63

Conclusão........................................................................................ 65

Atividades......................................................................................... 67

Gabarito........................................................................................... 71

Bibliografia....................................................................................... 75
ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 PLANO DE MANUTENÇÃO 14

FIGURA 2 METODOLOGIA DO TRABALHO DA ANÁLISE DE FALHAS 18


FIGURA 3 PASSO 1 DA ANÁLISE DE FALHAS 22
FIGURA 4 IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DA OCORRÊNCIA 23
FIGURA 5 EVOLUÇÃO DA OCORRÊNCIA E IMPACTOS 24
FIGURA 6 PASSO 2 DA ANÁLISE DE FALHAS 28
FIGURA 7 PASSO 2 DA ANÁLISE DE FALHAS 29
FIGURA 8 EQUIPE DE INVESTIGAÇÃO DA OCORRÊNCIA 30
FIGURA 9 PASSO 3 DA ANÁLISE DE FALHAS 31
FIGURA 10 DESCRIÇÃO FINAL DO PROBLEMA COM O MODO E O MECANISMO DE FALHA 35
FIGURA 11 PASSO 4 DA ANÁLISE DE FALHAS 36
FIGURA 12 REGISTROS DA AÇÃO DE CORREÇÃO 37
FIGURA 13 PASSO 5 DA ANÁLISE DE FALHAS 38
FIGURA 14 DIAGRAMA DE ISHIKAWA 40
FIGURA 15 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO 41
FIGURA 16 DIAGRAMA ISHIKAWA COM HIPÓTESES DESCONSIDERADAS 42
FIGURA 17 PLANILHA “É/NÃO É” 43
FIGURA 18 REGISTRO DOS 5 PORQUÊS NO ROCO 47
FIGURA 19 DEFINIÇÃO E VERIFICAÇÃO DA CAUSA RAIZ DE OCORRÊNCIA E ESCAPE 48
FIGURA 20 PLANO DE AÇÃO PARA VALIDAÇÃO DAS CAUSAS 48
FIGURA 21 PONTOS DE ATENÇÃO PARA REGISTRO DAS CAUSAS VALIDADAS 51
FIGURA 22 PASSO 6 DA ANÁLISE DE FALHAS 52
FIGURA 23 PLANILHA DE TOMADA DE DECISÃO 53
FIGURA 25 PLANO DAS AÇÕES ESTRUTURANTES 55
FIGURA 26 PASSO 7 DA ANÁLISE DE FALHAS 56
FIGURA 27 APROVAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO SISTÊMICO 57
FIGURA 28 PASSO 8 DA ANÁLISE DE FALHAS 58
FIGURA 29 PLANO DE AÇÃO DE DIVULGAÇÃO 59
Apresentação
Prezado(a) participante,

Seja bem-vindo (a) ao Programa de Qualificação Profissional em Transporte de Gás


Natural.

Este programa foi construído pela Transpetro em parceria com o SENAI-RJ por meio
do Núcleo de Educação a Distância – NUCED e tem como propósito o aprimoramen-
to das competências técnicas dos profissionais que atuam na manutenção e apoio à
operação das malhas de transporte de gás natural, que nesta oportunidade estarão
alinhando conceitos e princípios tecnológicos, discutindo tendências e inovações e
ampliando o compartilhamento de experiências e boas práticas.

Sua oferta ocorrerá por meio de aulas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA),
onde você terá acesso a vídeos, textos, fóruns, atividades, biblioteca virtual, agenda
de atividades e ferramentas de interação, podendo montar uma rede colaborativa de
aprendizagem com seu professor e seus colegas.

O programa foi estruturado especialmente para você e esperamos que ele contribua
de forma significativa para o seu desenvolvimento profissional.

Bom estudo!
Objetivo

Capacitar o empregado para contribuir de maneira efetiva numa análise de falhas


robusta, utilizando a metodologia 8 passos a fim de auxiliar na identificação da causa
raiz e eliminação da mesma do sistema.
Introdução

O planejamento adequado da manutenção é muito importante para a Transpetro,


pois reduz a probabilidade de falhas em equipamentos diminuindo o custo de ma-
nutenção e garantindo a máxima disponibilidade dos ativos.

Para a elaboração de um plano de manutenção eficaz é necessário estudar as falhas


potenciais a partir do conhecimento do equipamento e do seu histórico de falhas.

Para tanto, é imprescindível a adoção do processo para registro, análise e tratamento


de todas as falhas, ou das prováveis falhas, que comprometem ou colocam em risco
a continuidade operacional. A investigação feita com a utilização do processo visa à
identificação da causa raiz dessas falhas e sua eliminação do sistema, para que não
se repitam.

Dessa forma, ao longo do processo, a organização acumula conhecimento sobre as


falhas não previstas no planejamento da manutenção e aprimora o próprio planeja-
mento, o que possibilita a aproximação da falha zero, como representa o esquema a
seguir.
FIGURA 1

pLANO DE mANUTENÇÃO

A informação, neste caso, é o insumo principal para aprendizagem


organizacional, e o técnico de manutenção é a peça central para o
funcionamento desta engrenagem.

A sistemática utilizada pela Diretoria de Gás Natural (DGN) da Transpetro é composta


de 8 passos para registro, análise, correção e prevenção de falhas, e engloba:

• Ações emergenciais de curto prazo para mitigar o efeito de falhas críticas;


• Ações de correção visando restabelecer o equipamento à sua condição nor-
mal de operação (manutenção corretiva);
• Ações estruturantes com foco na prevenção das causas raiz da falha;
• Ações sistêmicas com foco na melhoria do sistema, envolvendo revisão da
documentação técnica, planos de manutenção, procedimentos e lições apren-
didas.

Com base nisso, o estudo desta disciplina destina-se a todos os empregados que
participam ou que venham a participar das investigações das ocorrências lideradas
pelos Analistas das malhas para que conhecendo o processo possam contribuir de
maneira mais efetiva.

Neste material, você conhecerá cada um dos passos desta sistemática. Siga adiante!
Unidade 1
Conceitos
Antes de iniciar o estudo de cada passo da Metodologia de Análise de Falhas, é
recomendável que você reconheça o significado de alguns termos que serão citados
neste material.

Software integrado de planejamento de recursos corporativos,


SAP destinado a atender a requisitos das áreas financeiras, recursos
humanos, operacionais e serviços coorporativos
ROO Relatório de Ocorrência Operacional
ROEO Relatório de Ocorrência de Evento Operacional
ROCO Registro de Ocorrência Operacional
SDV Shutdown valve (válvula de bloqueio de linha tronco)
Profissional treinado nas metodologias DMAIC e 8 passos que
ANALISTA
conduzem os projetos e as análises de falha nas malhas ou na sede
CNCO Centro Nacional de Controle Operacional de Gás Natural
ECOMP Estação de compressão
Dispositivo cilíndrico inserido numa tubulação para executar uma
PIG
tarefa específica, tais como a limpeza ou inspeção
Nota do SAP, que se transforma em ordem de manutenção corretiva.
Deve ser aberta sempre que houver uma falha de equipamento.
M2
Para encerramento, é necessária a identificação do componente que
falhou no catálogo de falhas
É um método que utiliza variáveis qualitativas para realizar uma
FMEA análise dos possíveis modos de falha que podem originar-se em
componentes e gerar um efeito sobre a função de todo o conjunto
Análise de árvore de falhas - é um método dedutivo de análise de
FTA falhas onde se combinam eventos de nível inferior formando uma
árvore para entender como os sistemas podem falhar
Ação Emer- São ações de curto prazo com o objetivo de mitigar o efeito de falhas
gencial críticas
Ações de Visa restabelecer o equipamento à sua condição normal de operação
Correção (manutenção corretiva)
Ação Estru- Tem foco na prevenção da causa raiz (exemplo: troca da especificação
turante técnica de sobressalente, subdimensionado no projeto)
Revisão/atualização da documentação técnica e das lições
Ação Sis-
aprendidas (exemplo: registrar o sobressalente nos registros de
têmica
MCC, SAP e outros documentos de lições aprendidas da Transpetro)
Ações para divulgação do aprendizado trazido pela ocorrência
Ação de
(exemplo: divulgação para outras Bases, divulgação através do
Abrangência
Fórum Técnico Virtual, no Boletim informativo e outros)

16
Unidade 2
Visão Geral da
Metodologia
Como você viu, a sistemática adotada pela DGN tem um papel fundamental no
registro, na análise, na correção e na prevenção de falhas. Ela está organizada em 8
passos que constituem a metodologia do trabalho da análise de falhas.

FIGURA 2

metodologia do trabalho da análise de falhas

A prática desses 8 passos deve incidir na análise de modos e mecanismos de falhas,


de responsabilidade da Transpetro, que se manifestam no sistema e suas causas não
são conhecidas ou validadas.

Quando as causas são conhecidas e já foram validadas, deve-se estabelecer um


plano de ação com foco na eliminação e/ou no controle.

Requisitos Necessários à Aplicação da


Metodologia
a) Formação de equipe designada formalmente pelo gestor;
b) Formação de equipe multidisciplinar com disponibilidade de tempo para
aplicar os 8 passos da metodologia. Essa equipe é composta pelos seguintes
papéis:

18
Membros da
Descrição
Equipe
Analista treinado na metodologia DMAIC e nas ferramentas de
Responsável análise e solução de problemas, que tem a função de conduzir a
aplicação dos 8 PASSOS
Coordenador de manutenção e apoio à operação ou gerente da
Aprovador malha. Tem a função de aprovar os registros e análises antes de
serem apresentados.
Supervisor É responsável pela base onde houve a ocorrência.
Toda pessoa que participou diretamente do atendimento à ocor-
rência;
Toda pessoa que conhece o processo, o sistema e o equipa-
mento, seja da Transpetro, seja do fornecedor;
Colaboradores
Toda pessoa com menor grau de experiência ou que não esteja
diretamente ligada ao problema. Este grupo pode trazer ideias
novas e enriquecer as análises e as soluções propostas, pois

UNIDADE
não está preso a conceitos pré-concebidos.

c) Realização de reuniões de trabalho para análise crítica de dados e para apli-


cação das ferramentas utilizadas nos 8 passos.

2
d) Registro de dados e de informações colhidas ao longo da aplicação dos 8
passos no sistema ROCO1 e no SAP.

Visão Geral da Metodologia

1 Registro de Ocorrência Operacional

19
Análise de falhas
Unidade 3
Passo a Passo
da Metodologia
da Análise de
Falhas
A aplicação da metodologia da Análise de Falhas se inicia a partir da abertura de um
Relatório de Ocorrência Operacional (ROO) pelo Centro Nacional de Controle Opera-
cional (CNCO), ou da abertura de um Relatório de Ocorrência de Evento Operacional
(ROEO) pela malha.

Passo 1 – Atender e Registrar a Ocorrência


FIGURA 3

Passo 1 da Análise de Falhas

Uma boa análise de falhas começa no atendimento e registro da


ocorrência, pois os dados do registro são insumos importantes no
momento da investigação.

Registro do CNCO
Quando a ocorrência é observada pelo Centro de Controle Operacional, é aberto um
ROO no sistema ROCO e o primeiro registro é feito pelo operador que deve registrar
as informações nas etapas destacadas nas figuras 2 e 3.

Quando a ocorrência é observada pela malha, é aberto um ROEO no sistema ROCO


e o registro é feito pela malha.
22
NOTA
O ROEO é idêntico ao ROO, citado acima e o seu
preenchimento também deve ser conduzido pela equipe de
investigação da ocorrência. Mas a necessidade de abri-lo
é sempre observada pelo técnico de campo.

O ROEO é muito importante para investigações de eventos/falhas ou quase falhas ob-


servados no campo, cujas causas não são conhecidas e merecem ser investigadas
para que não se repitam ou para que o problema não se agrave. Essas investigações
também podem gerar alterações nos planos de manutenção e nos procedimentos
fundamentadas em estudos, fatos e dados.

Registro do operador do CNCO

UNIDADE
FIGURA 4

Identificação e descrição do cenário da ocorrência

3
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da

23
Análise de falhas
FIGURA 5

Evolução da ocorrência e Impactos

24
Registro da Malha

Neste passo, o técnico da malha é acionado para atendimento da ocorrência no


local. No momento do atendimento, o papel do técnico é fundamental para registrar o
cenário da ocorrência antes da intervenção e reestabelecimento do sistema, pois este
local é fonte de preciosas informações sobre o que pode ter ocorrido.

Fazendoumaanalogia,umacenadecrimeécuidadosamenteanalisadaedocumentada
pela polícia para subsidiar o processo de investigação. Semelhantemente, nesta
situação, o técnico deve olhar e documentar tudo atentamente, e se ele tiver um
equipamento fotográfico, poderá usá-lo.

! ATENÇÃO
O técnico deve ser rápido e preciso, pois o reestabelecimento do

UNIDADE
sistema é a prioridade nesse momento, mas o registro também é
muito importante e não deve ser deixado de lado.

3
Para auxiliar o técnico nessa tarefa, foi elaborado um formulário de atendimento com

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
checklist de tudo o que deve ser observado no local da ocorrência. Esse formulário é
impresso e deve ser entregue para o analista da malha que registrará as informações
no sistema ROCO.

A manutenção corretiva realizada para reestabelecimento do sistema deve ser


registrada no SAP e por isso todo o serviço deve estar associado a uma nota de
manutenção.

! ATENÇÃO
Se por algum motivo o serviço for executado sem ordem de
serviço, é muito importante que ela seja aberta posteriormente e
toda a intervenção feita no equipamento registrada de maneira
adequada.

25
Análise de falhas
+ SAIBA MAIS
O SAP é o sistema de gestão da manutenção da Transpetro.
Ele tem cadastrado a estrutura hierárquica dos equipamentos,
modos de falha e mecanismos de falha. E por isso é um banco
de dados poderoso para registro das intervenções sofridas
pelo equipamento ao longo da sua vida útil e uma excelente
fonte de consulta nas investigações de falha e na revisão dos
planos de manutenção. Mas para isso ele deve ser alimentado
corretamente.

O registro deve ser feito também quando o técnico realiza pequenas ações corretivas
aproveitando o tempo das manutenções preventivas. A atitude proativa de solução
dos problemas deve ser mantida, porém com o adequado registro do serviço realiza-
do, pois só assim é possível rastrear os problemas dos equipamentos e preveni-los
de forma adequada, melhorar o planejamento da manutenção e também as análises
de falhas dos equipamentos.

NOTA
Mesmo que a intervenção seja pequena e aparentemente
boba, como apertar um parafuso, lembre-se sempre que,
se o técnico for à área operacional e detectar que um
parafuso está frouxo, pode estar havendo um problema
mais grave. Se esse fato não for registrado, ele nunca será
analisado e resolvido.

26
DICA
Uma dica importante quanto aos registros no SAP é a seguinte:
toda vez que temos uma falha de equipamento, a nota correta a
ser aberta para a manutenção corretiva é a M2, pois ela contém o
registro do problema de forma completa e indica:

- a falha;

- o mecanismo de falha;

- o componente do sistema onde ela ocorreu.

Essas informações serão usadas nos estudos de confiabilidade


dos equipamentos para confecção de relatórios de tempo médio
entre falhas, árvores de falhas, entre outros. Esses estudos pos-
sibilitam o melhor planejamento da manutenção e a otimização

UNIDADE
do trabalho do técnico, aumentando também a disponibilidade do
equipamento.

3
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da

27
Análise de falhas
Veja como deve ser feito o registro.
FIGURA 6

Passo 2 da Análise de Falhas

Situação encontrada no local

Registrar situação observada ao se chegar ao local da ocorrência, antes de tomar


ações emergenciais:

- Suprimento de energia;
- Vazamento de gás;
- Ruído anormal;
- Danos / avarias causados aos equipamentos e instalações;
- Sinais de vandalismo;
- Outros aspectos;
- Variáveis operacionais (pressão, fluxo, temperatura);
- Situação de alinhamento de tramos / by pass de TODAS as válvulas envolvidas
no sistema;
- Operação das válvulas (modulando, aberta, fechada, obstruída, travada etc.).

O vent stack A apresentava chamas em seu topo, ruído característico


por conta das chamas e havia suprimento de energia. Não foi verifi-
cado sinais de vandalismo no local. A pressão no vent stack era da
ordem de 1,5 kgf/cm2. A válvula de Nitrogênio que permitiria a extinção
da chama não foi aberta de forma automática.

Descrição do atendimento e ações emergenciais adotadas:

Outras informações relevantes sobre as condições de atendimento, comunicação manti-


da com o CNCO, ações durante o atendimento.

Para cada ação emergencial, registrar:

- Descrição da ação realizada: quais manobras e testes foram realizados, que


ajustes foram feitos, quais eram e para quanto foram alterados os set points;
- Quais testes foram feitos;
- Quando foi tomada (exemplo: limpeza, recalibração, alteração de ajustes de set
points);
- Quem tomou;
- Nível de eficácia das ações (total, parcial ou não eficaz). Se reestabelecidas par-
cialmente, detalhar o que não foi reestabelecido completamente;
- Registrar ações corretivas e/ou planejamento das ações corretivas caso sejam
identificadas no momento do atendimento.

28
Passo 2 – Acionar Equipe de Investigação da
Ocorrência
FIGURA 7

Passo 2 da Análise de Falhas

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Nesse passo, formaliza-se a criação da equipe de investigação
da ocorrência, o que deve ocorrer sempre que houver a neces-
sidade de investigação, isto é, sempre que existir um problema
cuja causa não é conhecida e não se tem a solução.

Essa investigação deve ser cautelosa, já que ao longo dos anos construímos em nossa
empresa a cultura de observarmos um problema e, com base em nossa experiência
de campo, partirmos para a solução. Essa postura pode ser uma armadilha e a causa
não ser solucionada. A consequência disso é termos a repetição da falha.

29
Análise de falhas
A sistemática adotada pela Diretoria de Gás Natural (DGN) da Transpetro visa
consolidar uma postura mais investigativa e analítica em todos os envolvidos.

! ATENÇÃO
É melhor evitar os incêndios em vez de ter que apagá-los a todo o
momento!

Nesse passo, os técnicos que atenderam à ocorrência, e outros técnicos, devem ser
envolvidos e convocados para as reuniões que ocorrerão ao longo das próximas eta-
pas. O responsável por essa convocação é o coordenador de manutenção e apoio
à operação ou ao gerente da malha, e os Analistas devem conduzir as reuniões utili-
zando as ferramentas de investigação adequadas.

Veja como deve ser feito o registro:

FIGURA 8

Equipe de investigação da Ocorrência

! ATENÇÃO
Caso haja abertura de uma comissão de investigação, é muito im-
portante que o relatório final dessa comissão seja anexado ao ROO.

30
Passo 3 – Descrever o Problema

FIGURA 9

Passo 3 da Análise de Falhas

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
A descrição do problema é uma das etapas mais importantes.

Pode-se afirmar que com o problema bem definido, temos o subsídio necessário
para uma boa análise e para a solução definitiva da ocorrência. Quando a descrição
do problema não é bem feita, surgem ações desnecessárias e soluções parciais,
além dos desperdícios de tempo e dinheiro.

Nessa fase, deve ser realizada uma avaliação baseada na coleta


adicional de fatos e dados que possibilite a descrição detalhada
do problema, contemplando os modos de falha, mecanismos de
falha e o cenário claro da ocorrência.

Lembrando que, conforme a ISO 14224:

• modo de falha é a forma como a função do sistema ou subsistema deixa


de ser realizada, por exemplo: fechamento indevido de uma SDV, queda da
pressão do ponto de entrega etc.
31
Análise de falhas
• mecanismo de falha é o processo físico, químico ou outro que conduz a uma
falha, por exemplo: desgaste do anel de vedação, queima da placa de circuito
impresso etc.

A equipe de investigação é a responsável pelo registro e condução desta etapa.

O atendimento sempre é disparado em função de um modo de falha. Contudo,


nem sempre o mecanismo de falha é descoberto no momento do atendimento à
ocorrência.

As ferramentas estabelecidas nesse passo têm por objetivo possibilitar a detecção


do mecanismo de falha e o preparo para a análise mais profunda das causas a
serem investigadas, o que acontecerá no passo 5.

Como definir o Problema de


maneira eficaz?
Para isso, três pontos devem servir como base:

1. O formulário de atendimento que registrou o cenário no momento da ocorrên-


cia.
2. A resposta cuidadosa das linhas e colunas na planilha É/Não É.
3. E, principalmente, a observação e a experiência dos envolvidos.

Existe um modelo para descrição do Problema?

Se a sua resposta foi positiva, você está no caminho certo.

Existe, sim, um modelo para estruturar os detalhes constatados com a ocorrência e


espera-se que a descrição final do problema especifique e esclareça os seguintes
pontos, com base nas colunas da planilha É/Não É: O Que, Onde, Quando, Qual
a Abrangência, O Modo e o Mecanismo da Falha.

Veja, a seguir, a que se refere cada ponto a ser preenchido:

32
É Não É
O que esta causando o sintoma? Qual é o O que poderia estar causando
modo de falha ou o mecanismo de falha? O o sintoma mas não está? O
O que? que este problema vai causar? Qual é o efeito que poderia ocasionar, mas
(sintoma)? não vai?

Onde ela não é observada?


Onde se observa a consequência no proble-
Onde o problema (fisica-
Onde? ma? Onde o problema pode ser identificado?
mente), pode ser observado e
Onde pode ser visto primeiro?
não foi?
Quando o problema foi percebido pela
primeira vez? Em qual passo é percebido Quando poderia ter sido ob-
pela primeira vez? Em qual passo é percebi- servado, mas não o foi? Quais
Quando? do pela primeira vez? A partir da primeira vez outras vezes o defeito poderia
observado, quando mais foi visto? (minutos, ter sido observado, mas não
horas, dias)? Pode se plotar tendências ou o foi?
padrões?

UNIDADE
Quais tendências poderiam
Qual porcentagem de lugares afetados?
ter sido observadas, mas
Qual é a tendência, melhorar, piorar ou está
não foram? Quantos defeitos
Quão desnivelada? Qual a porcentagem de lugares
poderiam estar sendo obser-
Abrangente? atingidos? Qual a abrangência em termos
vados, mas não estão? Qual
de recursos: capital, pessoas, tempo, entre
abrangência poderia ser obser-
outros?
vada, mas não é?

3
Descrição da Planilha É/Não É

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
! ATENÇÃO
É fundamental que, no momento da abertura do equipamento, as
evidências físicas verificadas também sejam informadas no “É/Não
É”, como:

- a posição onde apareceu desgaste dentro da peça e a posição


onde não apareceu desgaste;

- os parafusos danificados e os não danificados;

- a válvula que apresentou o problema e a que não apresentou.

33
Análise de falhas
Veja um exemplo de planilha É/Não É.

É Não É
Não acionamento automático do sistema
Modo de Sistema de abafamento ou
de abafamento de chama da ECOMP
Falha agente extintor ineficaz
Campos Elíseos
O que?
Presença e alastramento da
Presença de chama sem ser combatida chama em toda tubulação
Efeito no topo do ventstack do sistema de descarga de
emergência
Sistema de descarga de emergência da Nos demais sistemas da Es-
Local ECOMP Campos Elíseos tação de Compressão
Onde?
Equipa-
Topo da torre A do vent stack Na torre B do vent stack
mento
Quando Desde a adequação do projeto
Quando? foi obser- Na tarde do dia 19 de dezembro até a tarde do dia 19 de dezem-
vado? bro

Quantas
Dias de tempestades e alto índice de Dias sem tempestades e sem
Quão vezes descargas atmosféricas descargas atmosféricas
Abrangente? ocorre?
Tendência Manter Diminuir
Planilha É/Não É preenchida

A descrição do problema será construída com as informações apontadas no campo


da coluna “É” e as informações da coluna “Não É” serão usadas na fase de análise
de causas no Passo 5.

! ATENÇÃO
É comum, nesse tipo de processo, a tendência em pular etapas e ir
diretamente à conclusão dos fatos. Mas, essa ação é prejudicial à
eficácia da Análise de Falhas.

Assim, comprometa-se a responder à planilha “É/Não É” apenas


com fatos, nunca com opiniões.

A proposta no Passo 3 é a reflexão sobre os fatos apurados, se-


guida da sua conclusão direcionada pela metodologia que visa ao
favorecimento do estudo do problema. Por isso, preencha todas
as perguntas de maneira clara e coloque informações completas:
pense que você fará um registro para que outra pessoa, que não
participou da ocorrência, leia e entenda sem precisar perguntar.

34
Registro da Descrição do Problema no ROCO
FIGURA 10

Descrição Final do Problema com o Modo e o Mecanismo de falha

Na descrição final do problema, especifique O Que, Onde, Quando, Qual a Abrangên-


cia, O Modo e o Mecanismo da Falha, com base nas colunas da planilha “É/Não É”.

No dia 19 de dezembro de 2012, durante uma tempestade com mui-


tas descargas atmosféricas, observou-se que o sistema de abafa-
mento de chama da descarga de emergência da estação de com-
pressão de Campos Elíseos não funcionou de forma automática,

UNIDADE
conforme previsto em projeto, ocasionando presença de chama.

Sistema de abafamento não funcionou.

3
A válvula de despressurização de nitrogênio para o abafamen-
to não atuou.

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da

35
Análise de falhas
Passo 4 – Executar Ações de Correção
FIGURA 11

Passo 4 da Análise de Falhas

O objetivo do passo 4 é o restabelecimento do sistema nas con-


dições que operava antes da falha. E isso é feito com a troca do
componente danificado pela equipe responsável pela manuten-
ção.

É a partir desse momento que se tem a relevância do Passo 4.

O técnico e o analista deverão localizar no SAP as seguintes informações relaciona-


das ao componente danificado:

• Sistema;
• TAG do equipamento(s);
• Descrição do equipamento(s);
• N° da nota M;
• N° da Ordem de Serviço.

36
NOTA
Essas informações detalhadas facilitarão o registro das ações
sistêmicas.

Os técnicos que realizaram o atendimento devem registrar no SAP todas as


informações que favoreçam a rastreabilidade, a saber:

• Modo de Falha;
• Parte do Objeto e Mecanismo de Falha;
• Método de Detecção;
• Atividade de Manutenção.

O objetivo é alimentar o banco de dados utilizado na gestão da manutenção


com registros completos para que se tenha um banco de qualidade, com boa

UNIDADE
rastreabilidade e possa ser amplamente utilizado nos estudos de confiabilidade dos
equipamentos.

FIGURA 12

Registros da ação de correção

3
Descrever as ações realizadas para restabelecer a condição original equivalente ao

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
momento antes da falha. Exemplo: troca do oring danificado

Não foi realizada ação de correção, apenas a ação


emergencial de despressurização manual do Ni-
trogênio para o abafamento da chama.

CM 415001001A

• Descrever a TAG (código que identifica o equipamento).


• Descrever o número da nota M6 e a avaliação da evolução da nota M6
(caso ela tenha se tornado M1, M2 ou M3).
• Descrever comentário específico, caso seja necessário.

37
Análise de falhas
Passo 5 – Investigar e Validar Causa Raiz

FIGURA 13

Passo 5 da Análise de Falhas

Você deve ter observado que no passo 4 foi feito o restabelecimento do sistema na
condição anterior à falha, mas, em momento nenhum foi focado o porquê da falha.
Isso será feito neste passo!

O passo 5 corresponde à etapa de elencar as possíveis causas raízes


de falha e as causas de escape. Aqui será elaborado um plano de
investigação, bem como será realizada a investigação e a validação da
causa raiz de ocorrência e de escape, cuja descrição está no passo 3.

Entre a elaboração do plano de investigação e a implantação deste plano é feita a


primeira videoconferência com o CNCO para validação das hipóteses e prossegui-
mento com a análise da falha.

38
+ SAIBA MAIS
Causa de Ocorrência é o que causou o mecanismo de falha e
Causa de Escape é o que não permitiu que o sistema bloqueasse
a falha.

Normalmente, quando ocorre uma falha há duas causas: a de


ocorrência e a de escape.

Ambas devem ser tratadas!

Nesse passo, a Equipe de Investigação deve escolher a ferramenta mais adequada


a ser utilizada para o caso em questão. As ferramentas recomendadas são: Ishikawa
ou diagrama de causa e efeito, 5 porquês e/ou planilha “É/Não é”.

UNIDADE
NOTA

3
Elas podem ser utilizadas de forma isoladas ou
combinadas, dependendo da situação. Pela natureza das
ocorrências das malhas é provável que a ferramenta mais

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
utilizada seja a planilha “É/Não É”.

Ishikawa
O Ishikawa ou diagrama de causa e efeito permite estruturar hierarquicamente, de
forma gráfica, as possíveis causas de determinado problema.

E como fazer?

O problema ou mecanismo de falha deve ser colocado na cabeça do diagrama e


as possíveis causas incluídas no corpo, podendo ser agrupadas segundo qualquer
critério definido pelo grupo ou usando o conceito 6M: materiais, métodos, mão de
obra, máquinas, meio ambiente e medidas.

39
Análise de falhas
FIGURA 14

Diagrama de Ishikawa

DICA
O uso do 6M serve como estrutura inicial para facilitar o raciocínio
na análise de um problema, bem como para ajudar na identificação
de suas causas.

! ATENÇÃO
O diagrama de causa e efeito deve ser montado dentro do próprio
sistema ROCO para manter o registro acessível a outras áreas que
queiram estudar a ocorrência.

Para elencar as possíveis causas, deve-se utilizar a técnica de brainstorming2. Nessa


técnica, as pessoas presentes na reunião podem elencar as causas que vierem à sua
cabeça sem censuras e uma pessoa tem a função de anotar no diagrama.

2 Conhecido como “tempestade cerebral” ou “tempestade de ideias”, é uma atividade dinâmica que
explora a potencialidade criativa dos indivíduos de um grupo a serviço de objetivos predeterminados.

40
NOTA
Ainda que algumas ideias pareçam absurdas, no primeiro
momento, elas podem ser o ponto de partida das
investigações. Por isso, é essencial que não haja censuras
durante a exposição de ideias dos participantes, evitando
que um dos membros da equipe se sinta inibido.

Normalmente, quando as causas são difíceis de serem identificadas, a solução não


é simples, e as pessoas fora do contexto dos problemas do dia a dia podem ajudar
muito trazendo ideias novas.

Veja um exemplo, a seguir:

UNIDADE
FIGURA 15

Diagrama de Causa e Efeito

3
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da

41
Análise de falhas
Após a construção do diagrama de Ishikawa, pode ser necessária uma visita à área
para confirmar ou descartar algumas hipóteses. Essa última também pode ser feita
ao se complementar a planilha “É/NãoÉ” com as diferenças e mudanças.

NOTA
No exemplo acima, após visita à área, algumas
hipóteses foram desconsideradas, e não foi necessária a
complementação da planilha É/NãoÉ.

Observe essa representação, a seguir:

FIGURA 16

Diagrama Ishikawa com hipóteses desconsideradas

42
Planilha “É/Não É”
Para esta etapa, devem ser preenchidas as seguintes áreas específicas da planilha:
Diferenças/Mudanças e Causas Potenciais. Elas estão representadas na próxima
figura em três áreas e serão explicadas a seguir.

FIGURA 17

Planilha “É/Não É”

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Área A

O preenchimento da planilha “É/Não É” teve inicio no passo 3 e, agora, deve ter


continuidade. Assim, a equipe deve se reunir para preencher o quadro “Diferenças e
Mudanças”, o que apontará como resultado as causas potenciais mais prováveis de
ocorrência e de escape.

Para identificar as diferenças e mudanças, deve ser feita a análise das colunas “É” e
“Não É”.

Tendo como exemplo a linha “Local” relativa à coluna “Onde”, é necessário responder
à seguinte pergunta: Quais as diferenças entre os locais das colunas “É/Não É” para
que um local apresente o problema e o outro local não?

Outro exemplo são as linhas da coluna “Quando”, que devem responder à seguinte
pergunta: Houve alguma mudança, onde o problema ocorreu nesse período? Vale
ressaltar que a mudança citada diz respeito à: alguma alteração no equipamento,

43
Análise de falhas
manutenção, equipe de operação do equipamento etc.

Essas perguntas, respondidas cuidadosamente, identificam todas as “Diferenças” e


“Mudanças” que fazem com que o problema apareça na coluna “É” e não apareça
na coluna “Não É”.

Áreas B e C

Na Área B serão listadas as Causas Potenciais, que são candidatas à causa raiz.

Área C

Ao analisar as “Diferenças” e “Mudanças” da área A, é viável observar a aderência da


possível causa levantada (área B) e preencher outra coluna, representada pela área
C, indicando se essa possível causa explica ou não o par “É/ Não É”.

Utilize, para o preenchimento da área C, os códigos apresentados a seguir:

Código Significado

+ A hipótese da causa explica completamente o par É/Não É

A hipótese da causa não explica completamente o par É/Não


- É
Não está claro se a hipótese da causa explica completamente
? o para É/Não É

Os códigos preenchidos deverão ser examinados de maneira que as hipóteses que


explicarem ou deixarem dúvidas, em relação ao par “É/Não É”, sejam investigadas, e
aquelas que não explicarem sejam temporariamente desconsideradas.

Logo, a quantidade de sinais “+”, nas causas da área B, apontará a


prioridade de investigação de cada Causa.

Com o preenchimento dessa planilha, será possível analisar e estabelecer até quan-
do e como as causas mais prováveis serão validadas e, ainda, quem serão os re-
sponsáveis por isso.

44
UNIDADE 3 Passo a Passo da Metodologia da
Análise de Falhas

45
Análise de falhas
Note o preenchimento das áreas A, B e C no exemplo a seguir.
Exemplo de preenchimento completo da planilha É/Não É
5 porquês

Este método se aplica na análise de falhas com a finalidade de descobrir a causa raiz,
que pode ser obtida antes do 5º Porquê.

Pela metodologia, é possível identificar a causa raiz de um evento, realizando per-


guntas sucessivas do porquê de cada causa, sendo indicada para eventos de baixa
complexidade.

NOTA
Nos eventos cuja análise é complexa, recomenda-se o uso
da ferramenta É/Não É, vista anteriormente.

Veja um exemplo:

Por que?
Por que o sistema não
funcionou automatica-
mente? Por que?
Por que o sensor não
identificou a chama.

Por que?
Por que um dos sen-
sores estava fora da
posição. Por que?

46
O ROCO já possui essa ferramenta, com o intuito de auxiliar o preenchimento dos
ROOs.

FIGURA 18

Registro dos 5 Porquês no ROCO

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Registros das causas levantadas no ROCO
O principal produto gerado pela planilha “É/Não É” é a lista das causas mais prováveis
que deverão ser investigadas prioritariamente.

Para cada causa escolhida, deverá ser estabelecido um plano de ação que vise às
investigações das prováveis causas de ocorrência e de escape.

O responsável pela equipe de investigação deve preencher os campos do ROCO


conforme é mostrado na próxima figura.

47
Análise de falhas
FIGURA 19

Definição e Verificação da Causa Raiz de Ocorrência e Escape

Plano de investigação
FIGURA 20

Plano de ação para validação das causas

48
Causas de ocorrência são aquelas que descrevem a falha, com o
modo e o mecanismo de falha.

Exemplo: vazamento na base do tanque devido à oxidação, pois a tinta antioxi-


dante de proteção do tanque estava descascada.

• Vazamento na base do tanque – modo de falha (como o problema foi percebi-


do);
• Por quê? Devido a uma oxidação da chapa – mecanismo de falha (defeito
físico encontrado no sistema);
• Por quê? A tinta antioxidante de proteção do tanque estava descascada –
causa de ocorrência.

UNIDADE
Causas de escape são aquelas relacionadas à vulnerabilidade
do processo de controle, isto é, que deficiência no processo de
controle impediu a detecção prévia da falha.

3
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Exemplo: inspeção periódica da pintura.

• Qual o ponto de vulnerabilidade do sistema que permitiu que a causa, o me-


canismo ou o modo de falha ocorressem sem serem percebidos antecipada-
mente?
• Por que o sistema deixou escapar o problema?

o Falta de inspeção periódica quanto à deterioração da pintura do equipa-


mento.

Técnicas de validação das causas potenciais


Existem técnicas que são essenciais na validação das causas potenciais e, portanto,
devem ser utilizadas nesse processo. São elas:

a) Simulações reais da causa;


b) Cálculos matemáticos comprovando teoricamente a existência da causa;
c) Testes laboratoriais comprovando as causas;
d) Registros e ou evidências que comprovam a causa do problema, como fotos,
filmes, registros em documentos etc.

49
Análise de falhas
Videoconferência

Ainda no passo 5, é realizada a primeira videoconferência que visa à definição do


problema e das causas mais prováveis.

NOTA
A metodologia recomenda que a primeira videoconferência
seja feita em um curto período de tempo, após a liberação
do ROO pelo CNCO ou a detecção da falha pela Malha.
Assim, é possível aproveitar o máximo de detalhes
trazidos pelos técnicos que atenderam ao chamado.

Essa videoconferência é coordenada pelo CNCO e deve contar com a participação


da equipe de investigação da ocorrência e de representantes das áreas COM, TO,
MN e LOG.

Nela são apresentados, no mínimo, o andamento da investigação da ocorrência, as


causas mais prováveis identificadas e o plano de investigação para validação das
causas raizes.

O grupo deve aprovar ou não o trabalho realizado até o momento. Caso não seja
aprovado, a equipe de investigação da ocorrência deve retornar ao passo 3.

Registros das causas validadas no ROCO


Após as visitas ao campo e as validações das causas raiz, o responsável pela equipe
de investigação da ocorrência deve relacionar as causas de ocorrência que foram
validadas e as que não foram validadas e determinar o responsável pela ocorrência
da falha como mostra a próxima figura.

50
FIGURA 21

Pontos de atenção para registro das causas validadas

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Após o término da investigação das causas potencias e tendo as causas reais do
problema identificadas, a equipe deverá se reunir e montar os planos de ações
para implantação das ações estruturantes, das ações sistêmicas e das ações de
abrangência para as outras Malhas, que serão detalhadas nos passos 6, 7 e 8,
respectivamente.

NOTA
a metodologia sugere que essa reunião aconteça logo
após os resultados coletados ao final do plano de
investigação.

51
Análise de falhas
Passo 6 – Implantar Ações Estruturantes

FIGURA 22

Passo 6 da análise de falhas

Neste passo, o responsável escolherá e implementará, com a equipe de investigação,


as melhores ações estruturantes escolhidas.

Duas técnicas podem ser utilizadas neste passo. São elas:

1. Para propor ações: brainstorming

O brainstorming estimula a criatividade, uma vez que sua dinâmica permite


gerar muitas ideias rapidamente. Isso faz com que todos se envolvam, criando
sinergia e separando as ideias das pessoas, o que permite que fatores inibidores
desapareçam, estimulando a participação de todos.

2. Para selecionar as ações mais adequadas: planilha de tomada de decisão

Normalmente usada para escolher uma solução dentre várias levantadas em


um brainstorming.

52
Veja, a seguir, um exemplo:

FIGURA 23

Planilha de tomada de decisão

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da

53
Análise de falhas
A sequência de preenchimento é a seguinte:

1
Definir critérios “exigíveis” que, quando não atendidos, eliminam a ideia.
Esses critérios filtram soluções para os próximos passos, fazendo com
que algumas sejam descartadas.

2
Definir critérios “desejáveis”, associados a uma escala de valor, como por
exemplo custos, tempo de implantação etc.

3 Estabelecer peso de importância para cada critério desejável.

4 Escrever as soluções que serão avaliadas.

5 Levantar as informações relativas a cada solução para a escala dos critéri-


os desejáveis.

6 Estabelecer o nível de eficácia esperado para cada solução, sabendo-se


que quanto maior a expectativa de eficácia maior será a pontuação.

7 Aplicar uma nota para cada informação estabelecida no item 5.

8 Aplicar a pontuação da solução para cada critério exigível, calculado pela


fórmula "valor da nota" X "valor da importância".

9
Somar a pontuação total para cada solução e verificar qual solução é a
melhor.

54
Registros das ações estruturantes no ROCO
As soluções escolhidas devem ser registradas no ROCO, conforme mostra a figura
a seguir.

FIGURA 24

Plano das ações estruturantes

3 UNIDADE
Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
! ATENÇÃO
É imprescindível que para cada causa validada seja relacionada,
ao menos, uma ação estruturante.

55
Análise de falhas
Passo 7 – Implantar Ações Sistêmicas
FIGURA 25

Passo 7 da análise de falhas

Esse passo tem a finalidade de propor, encaminhar e implantar


as ações sistêmicas.

Muitas vezes os problemas sistêmicos resultam de políticas, de práticas ou de pro-


cedimentos inadequados nas organizações. Caso não sejam avaliadas e corrigidas,
essas inadequações continuarão ocorrendo e gerando os mesmos problemas ou
similares.

! ATENÇÃO
Para que a empresa aprenda de forma sustentável com o erro, é
necessário que alterações em sua base de trabalho sejam realiza-
das.

56
Veja, a seguir, alguns exemplos de ações sistêmicas:

• Ações para eliminar as causas de escape;


• Revisão do FTA e FMEA, se existirem. Caso contrário, devem ser elaborados;
• Revisão ou desenvolvimento de instruções de trabalho, listas de verificação,
padrões de operação, políticas de atuação, procedimentos corporativos, entre
outros.

! ATENÇÃO
É essencial que o responsável pela equipe de investigação faça o
registro das ações sistêmicas no ROCO e nos demais documentos
corporativos. Dessa maneira, é possível gerar e compartilhar um
poderoso banco de lições aprendidas.

UNIDADE
Registros das ações sistêmicas no ROCO

Plano de ação sistêmica do ROCO

3
FIGURA 26

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Aprovação do plano de ação sistêmico

57
Análise de falhas
Passo 8 – Realizar Abrangência e Divulgação
FIGURA 27

Passo 8 da análise de falhas

Nesse passo, o analista da malha realizará a abrangência das


ações estruturantes e sistêmicas para que o problema não volte
a ocorrer.

! ATENÇÃO
É fundamental que o aprendizado construído seja perpetuado den-
tro da companhia.

58
Videoconferência
Neste passo, ocorrerá a segunda videoconferência para criticar e validar o plano
com as ações estruturantes, sistêmicas, de abrangência e de divulgação.

Essa videoconferência é coordenada pelo CNCO e deve contar com a participação


da equipe de investigação da ocorrência e de representantes das áreas COM, TO,
MN e LOG.

NOTA
A metodologia sugere que essa videoconferência aconteça ao
final da elaboração dos planos de ações.

UNIDADE
Registros das ações de abrangência no ROCO

3
Os registros no ROCO serão feitos conforme mostra a próxima figura:

Análise de Falhas
Passo a Passo da Metodologia da
Realizar abrangência e divulgação

FIGURA 28

Plano de ação de divulgação

59
Análise de falhas
Unidade 4
Fechamento
e Anexos
Outros Registros Relevantes para o ROO

Fotos, gráficos e arquivos diversos

- Deverão ser anexados os gráficos de tendência, os registros adicionais ou


os arquivos que possam exemplificar e detalhar a ocorrência.
- As telas e gráficos de tendência deverão ser colocados no formato JPEG ou
GIF, a fim de reduzir o tamanho do relatório.
- Caso haja, os relatórios da comissão de investigação deverão ser inseridos.
- Os documentos utilizados e as planilhas devidamente preenchidas na inves-
tigação das causas também deverão ser incluídos.

Acompanhamento das Ações do ROO


• As ações geradas no ROO e nas abrangências serão gerenciadas pela Gerên-
cia Técnica Operacional, que informará o status do andamento das ações nas
reuniões de coordenação da Gerência Executiva do Gás Natural (RCGE).

A gestão dos planos de ação envolve incluir ou retirar ações me-


diante justificativa, negociar prazos e acompanhar implementa-
ção.

• O acompanhamento das ações nas malhas deve ser feito pelo Analista da
Malha designado como responsável pela investigação da ocorrência.

Fechamento do ROO
• O ROO é encerrado automaticamente quando a última ação dos planos de
ação é concluída.

Avaliação de Eficácia das Ações dos ROOs


• A Gerência Técnica-Operacional verificará as ações fechadas por temas e re-
alizará uma análise crítica da eficácia dessas ações na solução dos problemas
e na melhoria dos indicadores.

62
UNIDADE 4 Fechamento e Anexos

63
Análise de falhas
Anexo
Agora que você já conhece a metodologia usada na Transpetro para a análise de
falhas, veja a representação completa dos 8 passos.
Conclusão

A metodologia de análise de falhas, baseada nos 8 passos, foi implantada na DGN


em novembro de 2012, passando a fazer parte dos processos internos e Padrões de
Execução da companhia.

Desde então, já foram realizadas mais de 40 ocorrências com um time de 35 analistas


treinados nessa metodologia.

Os clientes e fornecedores internos entendem que atualmente as malhas adotam a


mesma linguagem e o mesmo processo de analise de falhas, favorecendo a troca
de conhecimento. Com essa visão, a análise de falhas, associada aos 8 passos, tem
produzido um banco de informações que tendem a aumentar a confiabilidade do
transporte de gás natural, deixando um legado para atuais e futuros empregados da
Transpetro.

Ainda nesse sentido de compartilhamento, é fundamental citar que a malha RJ/MG


colaborou, gentilmente, com alguns exemplos citados nesse material.
Atividades
Gabarito
Bibliografia
Padrão PP-3N3-00040-0 - SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DE FALHAS DA DIRETORIA
DE GÁS NATURAL

The Six Sigma Handbook: A Complete Guide for Green Belts, Black Belts, and Man-
agers at All Levels by Thomas Pyzdek, Paul A Keller
Análise de Falhas
Este material foi produzido pelo SENAI-RJ, no âmbito do contrato com a TRANSPETRO

FICHA TÉCNICA Elaboração


Luis Roberto Arruda
Gerente Executivo – Unidade SESI/SENAI Maracanã Robson Ferreira de Souza – Transpetro – Pe-
trobras Transporte S.A.
Coordenação do Projeto
Marcela Gomes Geraldo Tratamento Pedagógico
Chefe do Núcleo de Educação a Distância – SENAI-RJ Loise Cardoso Barros
Marina Lacerda Paes dos Santos
Supervisora de EAD – SENAI-RJ Revisão Gramatical
Winny Soyat
Loise Cardoso Barros
Analista de EAD – SENAI-RJ
Projeto Gráfico
Ricardo G Rodrigues

Editoração
Ana Marta

Robson Ferreira de Souza, formado em Engenharia Mecânica


pela FTESM, é pós-graduado em Engenharia de Produção e
Qualidade pelo INT/UFRJ, em Gestão Empresarial pela UFRJ, em
Engenharia de Tubulações pela PUC e em Gestão da Inovação
pela UNICAMP. Professor da Fundação Brasileira de Tecnologia
da Soldagem (FBTS). Trabalhou como Supervisor de Manutenção
no Laboratório Farmacêutico Schering-Plough (2001 a 2005),
coordenador de manutenção no Laboratório Farmacêutico Roche
(2005 a 2009) e Engenheiro do Departamento de Gestão da
Inovação na Eletrobrás (2009 a 2011). Iniciou na TRANSPETRO em
Dez/2011 como Engenheiro de Terminais e Dutos e desde então
atua na área de Logística da SEDE.

Material elaborado para o Programa de Qualificação


Profissional em Transporte de Gás Natural.
Reprodução, total e parcial, sob expressa
autorização da Transpetro.

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