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Confiabilidade

O que é e Como medir?


“O que é Confiabilidade? Como Medir Confiabilidade? Quais são os índices de con-
fiabilidade dos equipamentos do meu processo de produção?”

A resposta para essas três perguntas irão definir se a sua gestão da manutenção terá
sucesso ou não.

Quando iniciamos nossa carreira na área da manutenção, surgem diversos termos que
apesar de importantes, provocam algumas confusões quanto aos seus significados,
objetivos e peso dentro da gestão da manutenção.

Essa confusão é perigosa e ameaça fortemente os resultados de uma boa gestão da


manutenção.

Um dos termos mais confundidos e mais importantes dentro da gestão da manuten-


ção é a Confiabilidade. Confunde-se muito os significados dos termos que cercam a
confiabilidade de equipamentos industriais e esse, é um assunto que deve ser bem
esclarecido e esse é o objetivo com esse artigo.

O que é Confiabilidade?

De acordo com a NBR-5462, confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar


uma função requerida sob condições especificadas, durante um dado intervalo de
tempo.

Nota: O termo “confiabilidade” é usado como uma medida de desempenho de confia-


bilidade.

Confiabilidade é a probabilidade de um determinado item, componente, equipamen-


to, máquina ou sistema desempenhar a sua função especificada no projeto, de acordo
com as condições de operação especificadas, em um intervalo específico de tempo.

Ou seja, quando falamos de confiabilidade sempre devemos atrelar a um período de


tempo. Por exemplo, se queremos falar da confiabilidade de uma bomba centrífuga,
devemos faze-lo da seguinte forma.

Certo: A probabilidade dessa bomba operar, de acordo com a suas especificações de


projeto, é de 99,8% nas próximas 5000 horas.

Errado: A confiabilidade dessa bomba é de 99,8%.

Confunde-se muito o significado dos termos confiabilidade, disponibilidade e man-


tenabilidade (ou manutenabilidade). Para que você também não se confunda, basta
recorrer a Norma NBR-5462.

A NBR-5462 define todas as terminologias referentes as conceitos de Confiabilidade


e Mantenabilidade, além de diversos outros conceitos que são cruciais para uma boa

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gestão da manutenção.

A NBR-5462 diz que:

Disponibilidade é a capacidade de um item estar em condições de executar uma


certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado,
levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade
e suporte de manutenção, supondo que os recursos externos requeridos estejam asse-
gurados.

Mantenabilidade é a capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condi-


ções de executar suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando
a manutenção é executada sob condições determinadas e mediante procedimentos e
meios prescritos.

Confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob


condições especificadas, durante um dado intervalo de tempo.

Ou seja, disponibilidade é um indicador reativo, retrata o que aconteceu no passado.


Mantenabilidade é a “facilidade” que uma equipe encontra para executar a manuten-

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ção de um determinado equipamento. E Confiabilidade está ligado ao futuro, é uma
projeção probabilística que aponta as chances do equipamento funcionar perfeita-
mente em um determinado espaço de tempo.

Como medir e calcular a Confiabilidade?

Como dito, a confiabilidade é um calculo probabilístico. Com base no histórico de fa-


lhas de um determinado equipamento, iremos projetar um cenário futuro.

Para medir a confiabilidade, precisaremos levantar as seguintes informações:

- MTBF – Tempo Médio entre Falhas dos Equipamentos

- Taxa de Falhas dos equipamentos

- Saber previamente qual é o período que queremos projetar o cenário para o cálculo
de confiabilidade.

MTBF – Tempo Médio Entre Falhas:

MTBF é a sigla de Mean Time Between Failues, que em tradução livre é Tempo Médio
entre falhas. Ou seja, MTBF é a média aritmética dos tempos decorridos entre as falhas
de um determinado equipamento durante a operação.

Taxa de Falhas:

Se chamarmos a taxa de falhas de lambda, podemos ver que a taxa de falhas é o inver-
so do MTBF.

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Fórmula para Cálculo da Confiabilidade

A confiabilidade é uma Função do Tempo, não é um número definido. Onde a “fórmu-


la” para calculo é:

Exemplo do Cálculo da Confiabilidade:

Imagine a seguinte situação:

Você trabalhar como Planejador de Manutenção Industrial e o Diretor da fábrica chega


em você e faz a seguinte pergunta: “Qual a probabilidade do motor elétrico do com-
pressor de ar principal da fábrica não quebrar nos próximos 100 dias?”

Ele quer saber a confiabilidade operacional daquele determinado motor. Para respon-
dê-lo de forma exata, você levantará as seguintes informações para proceder com o
cálculo:

- Número de Falhas do Motor Elétrico no último ano (quanto maior o período apurado
mais realista será o cálculo probabilístico);

- Calcule o MTBF do Motor Elétrico no último ano;

-Calcule a Taxa de Falhas no último ano;

- Com esse três dados em mãos você poderá calcular a confiabilidade do motor elétri-
co para os próximos 100 dias. Veja abaixo:

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Observações Importantes:

-O cálculo apresentado acima serve apenas para calcular a confiabilidade de itens re-
paráveis. Para calcular a confiabilidade de itens irreparáveis (como lâmpadas, capacito-
res, componentes eletrônicos, etc.) deve-se calcular através da Análise Weibull.

- A confiabilidade é medida em função do tempo. Logo, todas as entradas de tempo


devem usar a mesma unidade de medida (horas, dias, meses, anos, etc.).

- Para se calcular a confiabilidade de um item é necessário que se tenha o histórico de


falhas daquele item.

Calculando a Confiabilidade de Sistemas em Série e em Paralelo

No tópico anterior usamos o exemplo do cálculo da confiabilidade de um único equi-


pamento (motor elétrico do compressor). E se o Diretor quisesse saber a probabilidade
de todo o sistema de ar comprimido da fábrica não falhar?

Para responde-lo, você teria que analisar o sistema e descobrir se ele é um sistema em
série ou paralelo.

No caso de Sistemas em Paralelo a confiabilidade aumenta. Pelo fato de que existem


outros componentes que servirão de back-up em caso de uma falha. Ou seja, o proces-
so de produção não iria parar.

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No caso dos Sistemas em Série, a confiabilidade diminui. Pois se qualquer um dos
componentes do sistema vier a falhar, todo o processo de produção irá parar.

Conclusão

De tudo o que foi apontado nesse artigo, o mais importante é o histórico de falhas. De
nada adianta sabermos os meios de calcular a MTBF, Disponibilidade Física, Taxa de
Falhas, Confiabilidade, etc. Se não tivermos meios confiáveis de apurar informações do
passado para projetarmos um cenário futuro.

Boa parte do sucesso da Gestão na Manutenção se dá pelo bom tratamento das in-
formações. Toda e qualquer informação deve ser tratada como uma pedra preciosa.
Algumas chegam ao departamento ainda em estado bruto e precisam ser lapidadas e
assim como uma joia, devem ser bem tratadas e mantidas em local seguro.

Uma vez que se peca na coleta, no armazenamento e na tratativa das informações, se


peca com a Gestão da Manutenção de toda uma empresa.

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