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Cultura Pope Filo Sofia
Cultura Pope Filo Sofia
Folha de rosto
Marca de Fantasia
Paraíba - 2021
MARCA DE FANTASIA
Rua Maria Elizabeth, 87/407
João Pessoa, PB. 58045-180. Brasil
marcadefantasia@gmail.com
www.marcadefantasia.com
Conselho Editorial
Adriana Amaral - Unisinos/RS; Adriano de León - UFPB;
Alberto Pessoa - UFPB; Edgar Franco - UFG; Edgard Guimarães - ITA/SP;
Gazy Andraus, Pós-doutoramento na FAV-UFG; Heraldo Aparecido Silva - UFPI;
José Domingos - UEPB; Marcelo Bolshaw - UFRN; Marcos Nicolau - UFPB;
Marina Magalhães - Universidade Losófona do Porto; Nílton Milanez - UESB;
Paulo Ramos - UNIFESP; Roberto Elísio dos Santos - USCS/SP;
Waldomiro Vergueiro, USP;
Capa: H. Magalhães
Com Quino (Mafalda), Schulz (Charlie Brown) e Cedraz (Xaxado)
Imagens usadas exclusivamente para estudo de acordo com o artigo 46 da lei 9610,
sendo garantida a propriedade das mesmas a seus criadores
ou detentores de direitos autorais.
____________________
ISBN 978-65-86031-34-8
Sumário
7. Apresentação
Heraldo Aparecido Silva
9. PARTE I
Quadrinhos, graphic novels e webcomics
Apresentação
Teresina-PI
(Em tempos de pandemia e isolamento social)
31 de agosto de 2020.
PARTE I
Introdução
O presente texto visa apresentar uma breve exposição das noções fi-
losóficas de ironia, crueldade solidariedade do neopragmatista Ri-
chard Rorty a partir do contexto não-filosófico de três histórias em
quadrinhos (HQs), respectivamente, as tiras da Turma do Charlie
Brown, Turma da Mafalda e Turma do Xaxado. Conforme nosso en-
tendimento, tal experiência de pensamento é legitimado pelo próprio
filósofo norte-americano, visto que ele defende o uso de narrativas
em detrimento de teorias para fins edificantes, terapêuticos e con-
versacionais (RORTY, 2007). Além disso, sua perspectiva holística,
contextualista e anti-essencialista não concebe hierarquia entre inter-
pretações distintas. Isto é, para ele não há interpretações (legítimas)
e superinterpretações (ilegítimas), mas apenas usos. Desse ponto de
vista, interpretar textos (ou, no presente caso, HQs) equivale a usá-los
para propósitos específicos (RORTY, 2000). Assim, nas próximas se-
ções, evidenciaremos como é possível ler personagens como Charlie
Brown, Mafalda e Xaxado à luz do neopragmatismo de Rorty.
A Turma da Mafalda
A visão que ofereço diz que existe um progresso moral e que esse
progresso se dá, de fato, em direção à maior solidariedade humana,
mas essa solidariedade não é vista como o reconhecimento de um eu
nuclear – a essência humana – em todos os seres humanos. É vista,
antes, como a capacidade de considerar sem importância um núme-
ro cada vez maior de diferenças tradicionais (de tribo, religião, raça,
costumes, etc.), quando comparadas às semelhanças concernentes
à dor e à humilhação – a capacidade de pensar em pessoas extre-
mamente diferentes de nós como incluídas na gama “nós” (RORTY,
2007, p. 316).
[...] a dor é não linguística: é aquilo que temos, nós, os seres huma-
nos, que nos liga aos animais não usuários da linguagem. Assim, as
vítimas da crueldade, as pessoas que estão sofrendo, não têm grande
coisa em termos de linguagem. É por isso que não existe a “voz dos
oprimidos” nem a “linguagem das vítimas”. A linguagem antes usa-
da pelas vítimas já não funciona, e elas estão sofrendo demais para
juntar novas palavras. Portanto, a tarefa de transformar sua situação
em linguagem tem que ser executada para elas por outras pessoas
(RORTY, 2007, p. 166).
A Turma do Xaxado
Considerações Finais
Referências
Introdução
Referências
Introdução
Quadrinhos autobiográficos
Crônicas de Jerusalém
Considerações Finais
Referências
Introdução
Uma vez que o senhor fala com tanta intimidade comigo senhor K.,
posso confessar que ouvi um pouco, atrás da porta, e que os vigias
também me contaram algumas coisas. Trata-se de sua felicidade, e
isso é uma coisa que me toca de verdade, talvez mais do que seria direi-
to, uma vez que sou apenas a locadora. Pois bem, ouvi algumas coisas,
mas não posso dizer que foi algo especialmente ruim. Não. Embora o
senhor esteja detido, não está detido como se detém um ladrão. Quan-
do se é detido como um ladrão, é bem ruim, mas essa detenção...
A mim ela parece ser algo sábio, o senhor me desculpe se estou dizendo
tolice, mas ela me parece uma coisa sabia, que ainda que eu não compre-
enda, também não precisa ser compreendida (KAFKA, 2008, p. 34-35).
A famosa carta que Kafka escreveu e nunca mandou a seu pai de-
monstra bem que é da família que, da relação entre a criança e o
poder endeusado dos pais, que Kafka tirou seu conhecimento da téc-
nica de culpabilização que se tornou um dos grandes temas de seus
romances (KUNDERA, 2009, p. 98).
Kafka em HQs
Será que agora devo mostrar que nem mesmo o processo de um ano
foi capaz de me ensinar? Será que devo acabar como um homem de
raciocínio moroso? Será que devo permitir que possam dizer de mim
que no começo do processo eu queria pôr fim nele, e agora, sem final
quero começá-lo de novo? Não quero que digam isso. Sou grato por
me terem dado como acompanhantes esses dois senhores semimu-
dos e obtusos e por terem me dado a oportunidade de dizer a mim
mesmo o necessário (KAFKA, 2008, p. 258-259).
Seriam seus últimos questionamentos sobre o processo que du-
rou um ano; como a vida, o tempo parece curto. Kafka poderia es-
tar dizendo através de seu personagem que se o ponteiro do relógio
pudesse ser atrasado, se o tempo pudesse voltar ele não retorna-
ria, pois teve a oportunidade de dizer para a única pessoa que im-
portava, no processo, desde o início o que ela precisaria ouvir. Nos
quadrinhos, os últimos momentos de Josef K. enfatizam que mesmo
que a vergonha seja só o que restar ou o que irá sobreviver, mesmo
Conclusão
Referências
PARTE II
Cinema e Filosofia:
Rorty, Cabrera e Goodenough
Introdução
Discurso e narrativa
A arte cinematográfica
e, em certo sentido, como o filme pode fazer filosofia. Para isso, ele
exemplifica a partir de dois filmes diferentes como o cinema está
apto a realizar essa tarefa. O primeiro é o clássico cult de ficção cien-
tífica de Ridley Scott, Blade Runner (1982), relançado em 1992, de
forma significativamente diferente. O filme se encaixa na primeira
categoria de filmes, aquela que ilustra questões filosóficas significa-
tivas. O segundo é L’Année Dernière à Marienbad (O Ano passado
em Marienbad), de Alain Resnais, lançado em 1961. Considerado
Referências
Introdução
A governamentalidade e a governabilidade
como pressuposto de autodomínio
Referências
Introdução
Há limites para a ciência? Uma vez que ela não se ocupa de jul-
gamentos éticos e morais, estéticos, religiosos, sua preocupação
central é o fazer, a execução de procedimentos científicos, que de
modo geral, não são questionados em relação aos valores citados
anteriormente. A comunidade científica está pautada em uma úni-
ca justificativa, a busca por descobertas, o conhecimento, o controle
da natureza, que visa ao progresso científico e o suposto bem-estar
da sociedade; por outro lado, ela também representa a destruição e
prejuízos a essa mesma natureza e a sociedade, o desequilíbrio am-
biental, que corresponde a degeneração de todo ecossistema. Como
nos mostra o documentário Não matarás, a utilização de animais na
ciência é uma prática muito antiga, que data do período em que ho-
mem buscava compreender a mecânica básica do corpo humano e,
mesmo sendo bastante ultrapassada, essa prática ainda é estabeleci-
da como metodologia padrão na investigação científica e empregada
Considerações finais
Introdução
Considerações Finais
Referências
PARTE III
Introdução
Considerações finais
Referências
Introdução
Narrativa
Considerações Finais
Referências
A Filosofia na cibercultura:
o homo zappiens filosofando na era digital
Introdução
Referências
Introdução
Os memes nietzschianos
Dessa ótica defeituosa fazemos em nós mesmos uma moral, uma vir-
tude, uma santidade, a boa consciência alia-se com a “falsa visão”;
exige-se que nenhuma “outra” espécie de ótica possua valor, depois
de termos tornado sacrossanta a nossa própria com os nomes de
“Deus”, “salvação”, “eternidade” (NIETZSCHE, 2010, p. 20).
O multiverso do Superman:
como o homem de aço influencia a cultura pop
Introdução
O multiverso do Superman
Autores