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É toda uma tecnologia que toma o corpo desse indivíduo para cuidá-lo, criando
uma estrutura de vigilância contínua e anônima, regulando as ações de cada
um.
Com o objetivo de conter as agitações sociais que tiveram início no século XIX,
surge a medicina social, que passa a organizar e regular a população afetada
pelos problemas conseqüentes do aumento populacional.
Segundo Perrot (1991), foi durante o século XVIII, na Europa, que ocorreu a
distinção entre os âmbitos público e privado, quando aquele passou a ser
objeto do Estado e a vida privada foi revalorizada, tendo se tornado em espaço
para a realização das relações íntimas e pessoais e, igualmente, avaliada
como sinônimo de felicidade.
Porém, com as mudanças urbanas, a relação entre esses dois âmbitos sofre
uma transformação. Essa relação que até então apresentava-se contornada e
definida foi quebrada por uma nova forma social.
Freud iniciou suas análises sobre as massas a partir das propostas de Le Bon.
Em 1921 escreveu o livro “Psicologia de las massas”, onde analisa as idéias de
Le Bon.
Inicia seu texto afirmando que a psicologia individual tradicional é, ao mesmo
tempo e, desde sempre, uma psicologia social, pelo fato de que, se a primeira
busca investigar os caminhos pelos quais os homens tentam alcançar a
satisfação de suas pulsões, é somente em circunstâncias muito especiais que
eles abrem mão de conviver com seus semelhantes.
Acredita que naquele momento as massas desejaram o fascismo, pois ele foi
uma forma de reproduzir a moral repressora da família patriarcal, autoritária e
nacional.
Porém em 1983 um outro autor, Elias Canetti, traz uma outra perspectiva sobre
as massas. Em seu livro “Massa e poder”, ele afirma que o homem se insere
na massa para escapar do medo diante do estranho. A massa seria então um
dispositivo de descarga, onde todos se sentem iguais.