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Embalagem,

Movimentação e
Armazenamento de
Materiais
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Conselho Nacional

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI


Departamento Nacional

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor Geral

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações
Confederação Nacional da Indústria
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional

Embalagem,
Movimentação e
Armazenamento de
Materiais
Renata Quemel Pires

Brasília
2010
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consentimento do editor.

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Florianópolis
Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em
Florianópolis

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis

P667e
Pires, Renata Quemel
Embalagem, movimentação e armazenamento de materiais /
Renata Quemel Pires. Brasília: SENAI/DN, 2010.
84 p. : il. color ; 30 cm.

Inclui bibliografias.

1. Administração de materiais. 2. Embalagem. 3. Armazenamento e


transporte de cargas. I. SENAI. Departamento Nacional. II. Título.

CDU 658.7

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Nacional

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Sumário

Apresentação do curso.............................................................................. 07
Plano de estudos......................................................................................... 09
Unidade 1: Embalagem.............................................................................. 11
Unidade 2: Movimentação de Materiais.............................................. 31
Unidade 3: Armazenamento de Materiais........................................... 39
Palavras da Autora....................................................................................... 79
Conhecendo a Autora................................................................................ 81
Referências..................................................................................................... 83
Apresentação
do Curso

Seja bem-vindo ao curso Embalagem, Movimenta-


ção e Armazenamento de Materiais.

Neste curso você verá a importância da embalagem


para a proteção do produto, a facilitação do trans-
porte, a identificação do produto e a agilidade nos
processos de movimentação e armazenamento.

A movimentação de materiais tem o escopo de


proporcionar o melhor sistema, como classifica-
ção, aumento da capacidade produtiva e melhoria
nas condições de trabalho com custo mínimo. Já o
armazenamento de materiais tem importância na
apresentação de soluções para os problemas de
estocagem de materiais com o propósito de uma
melhor integração entre as cadeias de suprimento,
produção e distribuição.

Então, prezado aluno, siga em frente, pois este cur-


so promete!

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Plano de Estudos

Carga horária:
40h

Ementa
Conceito; objetivo; classificação da embalagem; pa-
dronização da embalagem; embalagem na empresa;
materiais para a fabricação da embalagem; tipos de
embalagem; conceitos e formas de unitização; con-
teinerização; marcações na embalagem; conceito e
objetivo da movimentação de materiais; princípio
e seleções dos equipamentos de movimentação de
carga; histórico, conceituação e objetivo da arma-
zenagem; recebimento de material, conferência
quantitativa e qualitativa; layout, utilização do es-
paço vertical, pallete, acessórios para armazenagem
e critério de organização de armazém; esquema de
localização e tipos de armazém; técnicas de conser-
vação de materiais armazenados; atendimento das
requisições de materiais; controle e inventário físico
do estoque.

Objetivos do Curso
Objetivo Geral

Permitir ao aluno a análise, projeção e gerencia-


mento da embalagem, do equipamento de manu-
seio e do armazenamento em uma organização.

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Objetivos Específicos:

‡‡ Fornecer embasamento teórico e prático para a compreensão do tema deste


curso;
‡‡ propiciar
a reflexão acerca do gerenciamento da embalagem, equipamento
de manuseio e armazenamento;
‡‡ apresentar de maneira simplificada todos os processos relativos à embala-
gem.

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Embalagem
1
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:

‡‡ Compreender a evolução da embalagem e


sua função.
‡‡ Analisar
a importância da padronização da
embalagem para cada tipo de produto e
empresa.
‡‡ Conhecer os tipos de embalagem.

Aulas
Aula 1: Conceito, objetivo e classificação da
embalagem

Aula 2: Padronização da embalagem

Aula 3: A embalagem na empresa

Aula 4: Materiais para a fabricação da embala-


gem e tipos de embalagem

Aula 5: Conceitos e formas de unitização

Aula 6: Conteinerização

Aula 7: Marcações na embalagem

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Para Iniciar
Nesta unidade, você vai conhecer a utilidade e a importância da embalagem
para a logística. Inicialmente, serão apresentadas as diferentes facetas da
embalagem em termos de marketing, logística e meio ambiente. Será tratado
o papel da embalagem enquanto parte do componente do sistema logístico
no que diz respeito à proteção contra avarias, movimentação de materiais e
transmissão de informação.

Aula 1:
Conceito, objetivo
e classificação da
embalagem
Embalagem
O conceito de embalagem é dado por Rago (2008, p. 17), de acordo com a se-
guinte definição:

[...] sistema de embalagem tende, entre outras finalidades, ao


aumento da produtividade na cadeia de abastecimento e, em relação
ao produto, a minimização do custo, a proteção em todas as etapas
da cadeia e em alguns casos a exposição no ponto de venda.

Objetivo
Como retrata o autor (2008, p. 17), os objetivos fundamentais de um sistema de
embalagem são:

‡‡ aumentar a produtividade operacional da cadeia de abastecimento;


‡‡ reduzir o custo de embalagem em relação ao produto;
‡‡ garantir a proteção do produto em todas as etapas da cadeia de abasteci-
mento;
‡‡ adequar-se aos processos logísticos subsequentes à embalagem;
‡‡ manter a identidade visual da empresa no produto;
‡‡ facilitar a comunicação e o controle de estoque.

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Classificação das embalagens


Segundo Moura (2008), as embalagens podem ser classificadas de acordo com
sua função, sua finalidade, sua movimentação e sua utilidade.

Agora você vai conhecer com detalhes essas várias maneiras de classificação de
embalagens.

1 Funções:
‡‡ Primária:é aquela que contém o produto (vidro, lata, plástico etc.), sendo a
medida de produção e de consumo. Também pode ser unidade de venda no
varejo.

Figura 1 − Embalagem primária

‡‡ Secundária: é o acondicionamento (contenedor) que protege a embalagem


primária.

Figura 2 − Embalagem secundária

‡‡ Terciária: é o caso das caixas de madeira, papelão, plástico ou outro ma-


terial. A combinação da embalagem primária e secundária acaba sendo a
medida de venda ao atacadista.

Unidade 1 13
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 3 − Embalagem terciária

‡‡ Quaternária: envolve o contenedor, que facilita a movimentação e a arma-


zenagem.

Figura 4 − Embalagem quaternária

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Quinto nível: é a unidade conteinerizada, ou as embalagens especiais para


o envio a longa distância.

Figura 5 − Embalagem quinto nível

‡‡ Embalagem de consumo: é a embalagem primária e, às vezes, a se-


cundária, que levam o produto ao consumidor.
‡‡ Embalagem expositora: é aquela que, além de poder transportar o
produto, visa a expô-lo. Contém, especialmente, apelos para que a
venda seja efetuada, impondo ao comprador um forte impulso para
que realize a compra no ato. É chamada de embalagem de autovenda.
‡‡ Embalagem de distribuição física: é aquela destinada a proteger o
produto, suportando as condições físicas encontradas no processo de
carga, transporte, descarga e entrega.
‡‡ Embalagem de transporte e exportação: é a embalagem, ou o
acondicionamento, que protege um produto nos diversos modos de
transporte, geralmente facilitando suas operações.
‡‡ Embalagem de armazenagem: tem a função de proteger o material
dos agentes agressivos externos:

Unidade 1 15
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

a os agentes físicos: choques, variações de temperatura, grau higrométrico,


luminosidade;
b os agentes químicos: vapores ácidos, ação do ar sobre os comportamentos
químicos de alguns produtos de fraca estabilidade;
c os parasitas vegetais ou animais: bolores, bactérias, insetos, roedores etc.

2 Finalidades: de consumo (venda ou apresentação), de exposição , distribui-


ção física, transporte e exportação, industrialização ou de movimentação e
de armazenagem.

3 Movimentação:
‡‡ Movimentação manual: é aquela que não é adequada à operação por empi-
lhadeira ou outro veículo industrial. Nesse caso, o peso não deve exceder a
30 quilos.
‡‡ Movimentação mecanizada: é aquela apropriada para os casos em que a
quantidade de volumes a serem transportados é muito grande, o número
de movimentações é considerável e as distâncias ou alturas são grandes ou
possui peso acima de 30 quilos.

4 Utilidades:
‡‡ Retornável:
é aquela que retorna à sua origem, geralmente para a reutili-
zação industrial, como: cesto, caixas, engradados reforçados com madeira,
contenedores de metal ou plástico, palete, entre outros.
‡‡ Não retornável: é utilizada em um único ciclo de distribuição. Em alguns ca-
sos, são reaproveitadas pelos destinatários. São exemplos: madeira, papelão
ondulado, plástico, sacos multifolhados de papel, tambores de fibras, entre
outros.

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 2:
Padronização da
embalagem

Agora que você já conheceu o conceito de embalagem e suas classificações,


está na hora de saber qual é a padronização e a interrelação da embalagem
com a empresa e da logística. Vamos lá.

A padronização geralmente ocorre nas embalagens secundárias e terciárias, que


protegem e acondicionam as embalagens primárias. Segundo Pedelhes (2005,
p. 4):

[...] ao falar em padronização de embalagens, na maioria das


vezes refere-se à padronização das dimensões, e não do material.
Isto porque são essas as características que influenciam mais a
capacidade do equipamento de movimentação, e não do tipo de
material utilizado na fabricação.

Aula 3:
A embalagem na
empresa
A embalagem é bastante conhecida por promover e proteger o produto, sen-
do essa uma função individualmente pertinente à distribuição. Todavia, outros
fatores também precisam ser avaliados no projeto da embalagem com o intuito
de facilitar o manuseio, o que é conveniente para o armazenamento e a distri-
buição dos produtos.

Unidade 1 17
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

É importante analisar que a embalagem tem uma interrelação com os diferentes


departamentos da empresa. Dentro de uma organização, é provável que ocor-
ram diferentes interesses numa embalagem. Veja exemplos:

‡‡ marketing: preocupa-se com apresentação do produto;


‡‡ produção: preocupa-se com a qualidade e proteção do produto;
‡‡ finanças: preocupa-se com o custo;
‡‡ logística:
a embalagem é o componente de um sistema logístico integrado
que tem a responsabilidade de reduzir o custo na entrega bem como au-
mentar os atributos de venda. Também apresenta a função de proteger o
produto e facilitar o manuseio, a estocagem, a separação, o carregamento,
o transporte, o descarregamento e a conferência, de maneira que não haja
reclamações dos clientes internos e externos.

Aula: 4:
Materiais para fabricação
de embalagens e tipos de
embalagem
Nas primeiras aulas, você estudou o conceito de embalagem, aprendeu a clas-
sificá-la e pôde entender sua padronização. Agora, você vai conhecer um pouco
mais sobre a produção dessas embalagens e saber quais materiais são usados
para fabricá-las.

Segundo Moura (1997), a escolha do tipo de embalagem baseia-se no conheci-


mento do material, nas suas características e nos seus atributos, levando-se em
consideração as necessidades do produto, da fabricação, da distribuição física e
do cliente final.

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

A escolha de um material apropriado para o projeto de uma embalagem deve


ser feita após uma profunda e detalhada análise na lista de verificação (che-
cklist) para o planejamento. Devem ser checados os seguintes fatores:

1 o produto a ser embalado;


2 a finalidade a que se destina;
3 a apresentação (promoção);
4 o processo de embalagem;
5 o sistema de manuseio de transportes interno;
6 a distribuição física e a armazenagem;
7 o custo de embalagem x produto.

Além dos fatores citados, a embalagem apresenta também cinco grandes cate-
gorias de materiais. São elas:

Madeira
Quadro 1 ‒ Principais tipos de embalagens de madeira
Tipo Característica Aplicação
Rigidez. Empilha-se bem Equipamentos, má-
quando completamente quinas, produtos de
fechada. Montagem feita alto e médio valor.
Caixa industrial
com pregos. Feita de ma- Transporte nacional e
deiras serradas. Capacida- exportação.
de de 500 quilos.
Empilha-se bem. Resis- Conservação, expe-
te à umidade e à água. dição e exposição
Montagem feita com de frutas e legumes.
Caixa agrícola
pregos. Feita de madeiras Transporte nacional e
serradas. Ventilação dos exportação.
produtos.
Peso leve. Montagem Equipamento que não
com pregos ou parafusos. requer proteção às in-
Engradado aberto Feitos de madeira serra- tempéries. Transporte
da. Muita variedade de nacional e exportação.
formas e tamanhos.

Unidade 1 19
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

São resistentes ao manu- Equipamento que não


seio e hermeticamente requer proteção às in-
fechados. Montagem feita tempéries. Transporte
Engradado fechado
com pregos ou parafu- nacional e exportação.
sos. Feitos de madeiras
serradas.
Rigidez. Empilha-se bem e Produtos eletrodo-
é hermeticamente fecha- mésticos, máquinas
da. Peso leve. Permite e equipamentos.
Caixa de compensado marcações de propagan- Transporte nacional e
da. Montagem feita com exportação
pregos. Suporta até 200
quilos.
Rigidez. Empilham-se bem Produtos secos, pasto-
e são hermeticamente fe- sos ou líquidos.
Barricas, tonéis e barris chadas. Feitos de madeira
serrada ou compensada.
Suportam até 200 quilos.
Fonte: Moura (1997)

Papel
É um dos mais econômicos e está presente em várias embalagens. Seu baixo
custo, baixo peso e facilidade de processamento fazem dele o material mais
usado na indústria de embalagem.

O papelão ondulado é o mais utilizado das embalagens de papel, mas, nessa


mesma categoria, incluímos o cartão, que é uma folha mais ou menos espessa
e rígida, formada de pasta de papelão moída, batida, colocada e seca sob uma
prensa.

Pergunta
Você sabia que existem cinco tipos de papelão ondulado?

Veja abaixo quais são eles.

‡‡ Facesimples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) coloca-


do em um elemento plano (capa).

Figura 6 − Face simples

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Parede simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) cola-


do em ambos os lados a elementos planos (capas).

Figura 7 − Parede simples

‡‡ Parede dupla: estrutura formada por três elementos planos (capas) coladas
a dois elementos ondulados (miolos) intercalados.

Figura 8 − Parede dupla

‡‡ Parede tripla: estrutura formada por quatro elementos (capas) colados a


três elementos ondulados (miolos) intercalados.

Figura 9 − Parede tripla

‡‡ Parede múltipla: estrutura formada por cinco ou mais elementos planos (ca-
pas) colados a quatro ou mais elementos ondulados (miolos) intercalados.

Figura 10 − Parede múltipla

Metal
O tipo mais comum é a lata de folha-de-flandres, que resiste a altas temperatu-
ras, permitindo esterilização do produto e sua conservação a vácuo.

Unidade 1 21
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 11 − Latas de folha-de-flandres

Vidro
Com ele são produzidas embalagens de baixo custo, higiênicas, atraentes e
resistentes ao tempo, ao calor, a ácidos e a álcalis. Podem ser leves como uma
garrafa de plástico ou pesadas como uma caixa de madeira. Uma embalagem
de vidro bem fechada garante a proteção total a qualquer agente externo, com
exceção da luz.

Figura 12 − Embalagem de vidro

Plástico
Na maioria das vezes, o plástico possui formas flexíveis, mas também pode se
apresentar em formas rígidas ou semirrígidas ou como espuma. Existem quatro
tipos de plásticos. São eles:

‡‡ polietileno: é o plástico mais barato. É utilizado na fabricação de luvas des-


cartáveis, saco de lixo etc.;
‡‡ polipropileno (PP): é semelhante ao polietileno, mas apresenta alto grau de
cristalização. É utilizado em: acabamentos de carros, garrafas, entre outros;
‡‡ poliestireno(PS): é direcionado a uma embalagem mais rígida e pode ser
encontrado na forma de cristal transparente. Utilizado para produzir monito-
res de computadores, tevês, utensílios etc.;
‡‡ cloreto de polivinila (PVC): é um cristal claro e rígido e tem pouca resis-
tência ao impacto. Utiliza-se para produção de tubulações e encanamentos,
entre outros.

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 5:
Conceitos e formas de
unitização
A unitização consiste na operação de união de mercadorias de peso, tamanho
e formatos distintos em cargas de volumes unitários, possibilitando uma racio-
nalização do espaço útil e maior agilidade e segurança em processos de embar-
que e desembarque (KLIEMANN e LOREVA, 1999, p. 4).

Atenção
As cargas unitárias precisam possuir o maior tamanho possível, mas esse
tamanho deve combinar com os equipamentos de manuseio.

Os tipos mais comuns de unitização de cargas são as seguintes:

‡‡ Cargas paletizadas: é a unitização mais conhecida. Consiste, geralmente,


em uma plataforma de madeira organizada horizontalmente, onde a car-
ga é empilhada e estabilizada. Essa plataforma também pode ser de metal,
plástico, fibra ou outro material e, na maioria dos casos, é projetada para
ser movimentada mecanicamente por guindaste, empilhadeira ou veículo de
garfo.

Figura 13 − Modelo de palete

‡‡ Cargas pré-lingadas: a unitização, principalmente de sacaria, é a amarração


feita com cintas com alças, ou olhais, para o içamento da carga. A vantagem
das lingas em relação aos paletes é seu menor custo. Elas podem ser descar-
táveis ou não, e as mais comuns são as tiras de fibras sintéticas, como náilon
e poliéster.

Unidade 1 23
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 14 − Modelo de cargas pré-lingadas

‡‡ Contêineres: a contenedorização é um principio de acondicionamento que


consiste em agrupar os volumes individuais e soltos, dentro de contenedo-
res, desenvolvendo, com isso, unidade de carga do sistema.
O contenedor é um acessório:

‡‡ especialmente projetado para conter as peças em uma posição determinada;


‡‡ que pode ter rodas para garantir a mobilidade;
‡‡ frequentemente equipado com reentrâncias, hastes ou orifícios para orientar
as peças, ou com divisores entre camadas para facilitar a movimentação, a
inspeção etc.;
‡‡ destinadoa conter a carga, mantendo segurança e permitindo fácil carrega-
mento e descarregamento;
‡‡ de caráter durável, suficientemente resistente para suportar o uso repetitivo;

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Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ adequado à movimentação mecânica e ao transporte por diferentes equipa-


mentos;
‡‡ com capacidade de carga bruta superior a 500 quilos;
‡‡ que não constitui embalagem de carga transportada.

Pergunta
Quais são as vantagens da carga unitizada?

‡‡ Redução do custo hora/homem.


‡‡ Minimização dos custos de manutenção do inventário e melhor controle.
‡‡ Rapidez na estocagem.
‡‡ Racionalização do espaço na armazenagem com o melhor aproveitamento
vertical da área de estocagem.
‡‡ Redução das operações de movimentação.
‡‡ Redução de acidentes pessoais.
‡‡ Redução de avarias dos produtos.
‡‡ Diminuição do tempo de rotulagem.
‡‡ Melhor aproveitamento dos equipamentos de manuseio.
‡‡ Uniformização do local de estocagem.

Pergunta
E quais são as suas desvantagens?

‡‡ Custo da unitização (obtenção de paletes etc).


‡‡ Equipamento necessário para o manuseio das cargas unitizadas, como: em-
pilhadeiras, paleteiras.
‡‡ Necessidade de um ambiente maior para armazenar e estocar as mercado-
rias.
‡‡ Os
corredores do armazém devem ser mais amplos para permitir a passa-
gem e as manobras dos equipamentos de movimentação.

Unidade 1 25
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 6:
Conteinerização
O contêiner é considerado o segundo tipo mais comum de unitização, ficando
atrás somente do palete. Suas características são as seguintes:

‡‡ É a forma de unitização mais frequente no modal marítimo, sendo utilizada


também no transporte aéreo e ferroviário quando as cargas são numerosas
ou grandes.
‡‡ Consisteem uma caixa de aço com as dimensões externas no padrão: 6,5 m
(comprimento) x 2,44 m (largura) x 2,59 m (altura).
‡‡ Existem variações do padrão de contêiner: contêiner de 40 m, refrigerado
(para o transporte de alimentos perecíveis).
‡‡ É equipado com dispositivo de canto e encaixe para garfos de empilhadeira
que permitem sua pronta movimentação, particularmente sua transferência
de um veículo para o outro (podendo ser transferido do caminhão para o
trem ou do caminhão para o avião, por exemplo).

Figura 15 − Contêineres

Os contêineres podem servir para o transporte e a armazenagem de diversas


categorias de produtos. Veja alguns exemplos:

‡‡ Frigorífico:isolado termicamente e equipado com sistema de refrigeração,


é destinado à movimentação de alimentos resfriados ou congelados.
‡‡ Tanque: designado ao transporte de granéis líquidos, como o óleo, os deri-
vados do petróleo, os gases etc.
‡‡ De teto aberto: destinado ao transporte de granéis ou peças pesadas ou
indivisíveis cuja movimentação é feita no sentido vertical, como as bobinas
siderúrgicas.

26
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Gaiola: é apropriado para cargas especiais, como tanques para líquido ou


gases.
‡‡ Carga seca: designado à carga geral (caixas, pacote, bens soltos ou paletiza-
dos, produtos manufaturados, enlatados e engarrafados, bens de consumo
doméstico, eletrodomésticos etc.).

Aula 7:
Marcações na embalagem
Uma boa marcação é fundamental para uma perfeita identificação das merca-
dorias, do lote nos veículos de transportes e nos locais de armazenagem. Faci-
lita a fiscalização alfandegária e fiscal de embarque e desembarque. Todo esse
processo tem a função de individualizar as mercadorias.

O sistema de identificação de mercadorias por meio de marcas


consiste em um processo utilizado para evitar a mistura e confusão
de cargas e/ou lotes de carga, seja no meio transporte, seja no porto,
aeroporto, terminal de carga ou, ainda, no momento da realização
das operações de carga e descarga das mercadorias (SOUZA, 2003, p.
92).

Segundo Prata (2006), devem ser indicados marca, logotipo, número de embar-
que, consignatário, origem, destino, peso, número de volumes etc. Esses dados
devem ser referidos independentemente da escolha do modal, que pode ser
rodoviário, aéreo, aquaviário, ferroviário e dutoviário.

Unidade 1 27
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

A figura a seguir vai ajudar você a entender melhor o que Prata diz:

Figura 16 − Marcações especiais nas embalagens


Fonte: Moura (1997, p. 185)

28
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Colocando em prática
Você chegou ao final da primeira unidade! Para verificar seus conhe-
cimentos, acesse o AVA e realize as atividades propostas. Caso tenha
dúvidas, volte ao conteúdo e encontre sua resposta!

Relembrando
Nesta unidade, você estudou o conceito e a classificação da embala-
gem, sua padronização e a inter-relação com as demais áreas em uma
organização. Conheceu os tipos de materiais que são usados para a
elaboração das embalagens e a embalagem direcionada para a expor-
tação. Para finalizar as aulas, aprendeu as marcações especiais para um
bom gerenciamento da embalagem em uma organização.

Saiba Mais
Segundo Ballou (1993, p. 195), a embalagem é estudada e analisada
pela área de marketing somente para fins comerciais, quando é con-
siderada uma ferramenta importante de comunicação. Engenheiros
de embalagem consideram-na apenas um dispositivo de proteção,
enquanto o profissional da área logística, principalmente o que traba-
lha na atividade de distribuição física, observa a embalagem de forma
ampla e, portanto, concebe as alterações no projeto, as dimensões e o
modo de transporte de maneira a contribuir para a eficácia do sistema
de distribuição.

Alongue-se
Aproveite para espairecer um pouco. Feche os olhos, respire. Busque
um café, assista a um filme. Volte aos estudos tranquilo e renovado.

Unidade 1 29
Movimentação de
Materiais 2
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:

‡‡ Compreender o conceito e o objetivo da mo-


vimentação de materiais.
‡‡ Conhecer
as seleções dos equipamentos de
movimentação de carga.

Aulas
Aula 1: Conceito e objetivo da movimentação de
materiais
Aula 2: Princípio e seleções dos equipamentos
de movimentação de carga

31
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Para Iniciar
Nesta unidade, você estudará o conceito, os objetivos e os princípios
que envolvem a movimentação de materiais, bem como as seleções de
equipamento.

Aula 1:
Conceito e objetivo
da movimentação de
materiais
A movimentação de materiais está relacionada com o deslocamento dos pro-
dutos (matéria-prima, produto em processo ou produto acabado), com a arma-
zenagem (estocagem, separação de pedidos, embalagem e expedição), com o
suprimento e com a distribuição dos produtos.

Assim, em qualquer empresa, o manuseio de materiais tem um grande valor. Ele


compreende todas as operações básicas envolvidas na movimentação de qual-
quer tipo de material, por qualquer meio, desde a recepção do produto até a
sua expedição e distribuição.

Pergunta
Mas o que é exatamente a movimentação de materiais?

Segundo Moura (1998), a movimentação de materiais faz parte de qualquer


processo de fabricação e de empreendimento. A arte ou a ciência da movimen-
tação de materiais pode ser definida de maneira abrangente como: uma opera-
ção ou conjunto de operações que envolve a mudança de coisas, para qualquer
processamento, serviço e/ou armazenagem interna ou externa numa mesma
unidade fabril, depósito ou terminal.

32
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Segundo Ballou (1993), seu interesse concentra-se na movimentação rápida e


de baixo custo das mercadorias.

Ocupa-se do movimento de coisas, quer se encontrem em


estado sólido, líquido ou gasoso, por meio de um ciclo completo
de operações, desde a fonte da matéria prima, incluindo o
recebimento e estocagem antes da utilização, sua movimentação
até o processamento ou durante as fases do processamento, até o
estágio do produto acabado, incluindo embalagem, armazenagem e
distribuição. É um fator indispensável em qualquer empreendimento
produtivo, comercial ou de prestação de serviços. (MEDONÇA, 2005,
p. 20).

Objetivos
Os objetivos da movimentação de materiais estão direcionados à redução de
custo, ao aumento da produtividade (capacidade) e à melhoraria das condições
de trabalho e de atendimento.

Aula 2:
Princípios e seleções
dos equipamentos de
movimentação de carga
Tais princípios são considerados indispensáveis para orientar a movimentação
de materiais, ou seja, explicam as práticas fundamentais que demonstraram ofe-
recer bons resultados para melhorar o fluxo de trabalho. A seguir, uma síntese
desses princípios.

1 Princípio do planejamento: é necessário determinar o melhor método do


ponto de vista econômico para a movimentação de materiais, considerando-
se as condições particulares de cada operação.

Unidade 2 33
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

2 Princípio do sistema integrado: devemos planejar um sistema que inte-


gre o maior número possível de atividades de movimentação, coordenando
todo o conjunto de operações.
3 Princípio do fluxo de materiais: é fundamental para planejar um fluxo con-
tínuo e progressivo dos materiais.
4 Princípio da gravidade: informa que a força mais econômica é a gravidade.
5 Princípio da simplificação: procura sempre produzir, combinar e eliminar
movimentação e/ou equipamentos desnecessários.
6 Princípio da utilização do espaço – verticalização: aproveita todos os es-
paços verticais e contribui, com isso, para o descongestionamento das áreas
de movimentação e para a redução dos custos de armazenagem.
7 Princípio do tamanho de carga – unitização: a economia em movimen-
tação de materiais é diretamente proporcional ao tamanho da carga movi-
mentada.
8 Princípio da segurança: a produtividade aumenta conforme as condições
de trabalho tornem-se mais seguras.
9 Princípio da ergonomia: as limitações humanas devem ser observadas e
precisam ser reconhecidas e respeitadas no projeto das tarefas e dos equi-
pamentos de movimentação. Dessa maneira, garantem operações mais
seguras e efetivas.
10 Princípio do meio ambiente: ao projetar e selecionar sistemas logísticos, é
imprescindível considerar o impacto sobre o meio ambiente e o consumo de
energia.
11 Princípio da mecanização: mecanizar sempre que for praticável.
12 Princípio das seleções dos equipamentos: considerar todos os aspectos
dos materiais que serão movimentados, o tipo dos movimentos que serão
realizados e os métodos que serão utilizados.
13 Princípio da padronização: padronizar métodos, tipos e tamanhos dos
equipamentos logísticos.
14 Princípio da flexibilidade: o valor do equipamento é diretamente propor-
cional à sua flexibilidade.
15 Princípio do peso morto: quanto menor for o peso próprio do equipa-
mento móvel em relação à sua capacidade de carga, mais econômicas serão
as condições operacionais.
16 Princípio do tempo ocioso: reduzir o tempo ocioso ou improdutivo, tanto
do equipamento quanto da mão de obra.
17 Princípio do trabalho: o trabalho deve ser minimizado sem comprometer
a produtividade ou o nível de serviço exigido pelas operações.

34
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

18 Princípio da movimentação: o equipamento projetado para movimentar


materiais deve ser mantido em movimento.
19 Princípio da automação: as operações logísticas podem ser automatiza-
das, tornando-se viável, para melhorar a eficiência operacional, aumentar a
capacidade de respostas, melhorar a consistência e a previsibilidade, dimi-
nuir os custos operacionais e eliminar a mão de obra repetitiva e potencial-
mente insegura.
20 Princípio da manutenção: planejar a manutenção preventiva e reparar o
programa de todos os equipamentos logísticos.
21 Princípio da obsolescência: mudar os métodos e equipamentos de movi-
mentação obsoletos quando métodos e equipamentos mais eficazes vierem
a melhorar as operações.
22 Princípio do controle: empregar os equipamentos de manuseio de mate-
riais para melhorar o controle de produção, o controle de estoque e a sepa-
ração de pedidos.
23 Princípio da capacidade: utilizar os equipamentos de manuseio para auxi-
liar a atingir plena capacidade de produção.
24 Princípio do desempenho: definir o desempenho logístico em termos de
despesas por unidade movimentada.
25 Princípio do custo do ciclo de vida: uma análise econômica deve contabi-
lizar todo o ciclo de vida dos equipamentos logísticos.

Veja, agora, alguns exemplos dos tipos de equipamentos mais utilizados.

Figura 17 − Empilhadeira com garfo.

Unidade 2 35
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 18 − Empilhadeira.
Fonte: Moura (1997)

Figura 19 − Rebocador elétrico

Figura 20 − Paleteira

36
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Quadro 2 − Características gerais dos tipos básicos de equipamentos de movimentação de materiais


Características gerais dos tipos básicos de equipamentos de movi-
mentação de materiais
Equipamentos para eleva-
ção e transferência
Veículos Industriais Transportadores contínuos
Movem cargas mistas ou Movem cargas variadas Movem cargas uniformes
uniformes intermitentemen- intermitentemente para continuamente de um pon-
te por caminhos variados em qualquer ponto dentro de to para o outro por cami-
superfícies adequadas, com uma área fixa, em que a nhos fixos, em que a função
a função principal de mano- função principal é transfe- principal é transportar.
brar e empilhar. rir.

Fonte: Mendonça (2005)

Segundo Medonça (2005, p. 9-11), existem critérios importantes a serem obser-


vados durante as seleções de equipamentos. Veja quais são eles.

O equipamento deve:

1 ser apropriado para o sistema de manuseio;


2 ajustar a movimentação com outras funções (embalagem, estocagem, pro-
dução, etc.);
3 aperfeiçoar o fluxo de materiais;
4 ser simples e prático;
5 ocupar mínimo espaço;
6 movimentar cargas unitizadas quando praticáveis;
7 ser manuseado com segurança em termos de manual e equipamento;
8 movimentar com segurança, em termos de mão de obra, material e equipa-
mento;
9 usar mecanização quando praticável;
10 ser flexível e adaptável;
11 ter baixo peso morto;
12 utilizar o mínimo de tempo do operador;
13 necessitar o mínimo de tempo de carga, descarga ou removimentação;
14 requerer pouca movimentação, reparos e energia;
15 ter vida útil longa;
16 ser capaz de plena utilização da capacidade;
17 manter desempenho de movimentação eficiente e econômica;
18 ter baixo custo de operação / manutenção.

Unidade 2 37
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Colocando em prática
Parabéns! Você finalizou a segunda unidade! Acesse o AVA e realize as
atividades referentes ao que foi estudado. Lembre-se de que você pode
consultar sua apostila sempre que quiser.

Relembrando
Nesta unidade, você conheceu o conceito e os objetivos da movimen-
tação de materiais e pôde compreender os princípios da movimenta-
ção, os tipos de equipamentos e o critério de seleção desses equipa-
mentos.

Saiba Mais
Os equipamentos de manuseio são considerados transportes internos
que movimentam pequenas quantidades de materiais em curtas distân-
cias – em fábricas, depósitos, lojas ou em transbordo entre modais de
transporte. O objetivo dessa operação é o baixo custo e a rapidez. Por
esse motivo, deve-se ter a consciência de que pequenas ineficiências
repetidas representam grandes prejuízos, o que torna necessário um
bom gerenciamento da operação para torná-la eficaz.

Alongue-se
Momento para relaxar. Sabe aquela música de que você gosta? Aquele
cantinho que você adora? Bem, largue tudo o que estiver fazendo e
corra para lá!

Um descanso para a mente é mais do que merecido, não acha?

38
Armazenamento
de Materiais 3
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:

‡‡ Compreender o histórico da armazenagem,


sua função e seu objetivo.
‡‡ Analisara importância do procedimento
de recebimento, conferência quantitativa e
qualitativa.
‡‡ Identificar
os tipos de arranjos físicos e ar-
mazém e seus acessórios.
‡‡ Verificaras técnicas de conservação de mate-
riais e o esquema de localização.
‡‡ Compreender o controle físico e os tipos de
inventários que existem nas empresas.

Aulas
Aula 1: Histórico, conceituação e objetivo da
armazenagem

Aula 2: Recebimento de material, conferência


quantitativa e qualitativa

Aula 3: Layout, utilização do espaço vertical, pa-


lete, acessórios para armazenagem e critério de
organização de armazém

Aula 4: Esquema de localização e tipos de armazém

39
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 5: Técnicas de conservação de materiais armazenados

Aula 6: Atendimento das requisições de materiais

Aula 7: Controle e inventário físico do estoque

Para Iniciar
Para atuar na área de logística, você necessita compreender a impor-
tância do armazenamento de materiais que, mesmo sendo considera-
da uma atividade secundária, está ligada diretamente com o estoque
e com o objetivo de proteger e conservar os mais variados produtos.
Nesta unidade, você vai estudar a história do armazenamento, seu con-
ceito e objetivo, suas classificações e características.

Aula 1:
Histórico, conceituação e
objetivo da armazenagem
Segundo Viana (2008, p. 308), antes das modernas técnicas de armazenamento,
o estoque era armazenado em local não adequado, considerado o “pior” lugar
na empresa. Os materiais eram acumulados de qualquer forma, sem uso de mão
de obra qualificada.

As técnicas atuais permitem redução de custos, aumento na produtividade, se-


gurança nas operações de controle e a obtenção de informações no tempo real.

Pergunta
Você já procurou saber qual é o conceito de armazenagem?

40
Embalagem,
Embalagem,Movimentação
Movimentaçãoe eArmazenamento
ArmazenamentodedeMateriais
Materiais

Como retrata Dias (1993), o almoxarifado (armazenagem) está ligado direta-


mente à movimentação ou transporte interno de cargas. É o local apropriado
para a guarda de materiais da empresa, sendo fechado ou aberto, de acordo
com o tipo de produto, e tem a função de destinar um espaço onde cada item
permanecerá aguardando a necessidade de uso (venda). Sua localização, seus
equipamentos e a disposição interna ficarão condicionados à política geral de
estoque da empresa.

Dica
Em outras palavras, armazenagem é a atividade que compreende
planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento de operações e
se designa a guardar e a conservar adequadamente o que será utilizado
no momento oportuno pela empresa.

Já o objetivo da armazenagem é a proteção. Por esse motivo, o acesso a ela


deve ser restrito aos funcionários autorizados, e todo o controle deve ser utili-
zado pensando-se na sua dinâmica. A armazenagem deve ser empregada para:
maximizar o espaço, facilitar o acesso aos itens do armazém, proteger e empre-
gar os produtos, facilitar a movimentação interna do armazém e maximizar a
utilização de mão de obra e equipamentos.

Classificação do armazém
Os almoxarifados podem ser divididos em cinco categorias principais:

‡‡ Almoxarifados de matérias-primas: armazenam materiais básicos, adqui-


ridos de fornecedores e necessários ao processo de transformação. Devem
estar localizados próximos aos pontos de produção.
‡‡ Almoxarifados de componentes e sobressalentes: armazenam materiais
prontos, adquiridos de fornecedores, a serem adicionados no processo in-
dustrial ou a serem utilizados como peças de reposição em manutenção.
‡‡ Almoxarifados de produtos em processo ou semiacabados: armazenam
produtos parcialmente acabados, em algum estágio intermediário de produ-
ção, que venham adquirir outras características até o fim da produção.
‡‡ Almoxarifados de produtos acabados: armazenam produtos já produzidos
que não foram vendidos. Devem ser armazenados próximo à área de expedi-
ção da empresa.

Unidade 3 41
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Almoxarifados de ferramentas: armazenam ferramentas, a serem retiradas


sob procedimento de cautela no período do turno, para serem utilizadas
pelos funcionários. Após a finalização do turno de trabalho, as ferramentas
devem ser devolvidas para serem armazenadas.

Características de um armazém
Viana (2008), quando se refere às características do armazém, apresenta sete
fatores:

‡‡ Localização:o armazém deve estar localizado em área que facilite o manu-


seio dos materiais para as áreas internas e externas da organização.
‡‡ Segurança: o armazém deve proporcionar aos funcionários e aos materiais
armazenados as condição de segurança necessárias para prevenir acidentes
e proporcionar rápido socorro em casos de contingências.
‡‡ Dimensão: o espaço do armazém, além de satisfatório para os produtos
armazenados, deve ter área reservada para expansão, mudanças ou diversifi-
cação de produtos.
‡‡ Ventilação:o armazém deve apresentar uma boa circulação de ar para evi-
tar problemas como: mofo, ferrugem, oxidação, deterioração, poeira, entre
outros, propiciando a manutenção da qualidade dos produtos armazenados
e o bem-estar dos funcionários que trabalham nessa área da empresa.
‡‡ Luminosidade: o armazém deve ser bem iluminado, mas de forma a evitar
raios solares sobre os produtos, o que poderia originar alterações nas carac-
terísticas dos materiais armazenados, como: cor, resistência, constituição ou
aspectos.
‡‡ Temperatura: deve-se evitar o excesso de calor ou umidade no armazém,
verificando-se a temperatura ideal em função do tipo de produto armazena-
do.
‡‡ Limpeza: é preciso manter a limpeza no armazém para facilitar a locomoção
dos funcionários com os equipamentos de movimentação de materiais.

Pergunta
Afinal, será que a função do armazém é somente armazenar?

Seria óbvio demais, não é mesmo? Um armazém pode ter outras várias funções
que não sejam só armazenar. Veja algumas delas abaixo, seguidas de duas figu-
ras ilustrativas.

42
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Recebimento de materiais.
‡‡ Estocagem dos produtos, sendo eles matéria-prima em processo ou acaba-
dos.
‡‡ Consolidação e desconsolidação de cargas.
‡‡ Separação de produtos.
‡‡ Agrupamentos de vários tipos de produtos.
‡‡ Acabamento e customização de produtos.
‡‡ Expedição.

Figura 21 − Armazenamento de produto


Fonte: Dexheimer (2009, p. 5)

Figura 22 − Armazenamento de produto.


Fonte: Dexheimer (2009, p. 5)

Unidade 3 43
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Na área de logística, existem cargos direcionados também para armazenagem:

‡‡ gerente;

‡‡ pessoal administrativo;
‡‡ conferente;

‡‡ operador de empilhadeiras;
‡‡ manobrista;

‡‡ auxiliar de depósitos;
‡‡ pessoal de segurança/serviço.

Agora que você já compreendeu a história, o conceito e o objetivo da armaze-


nagem, siga seus estudos para entender o processo de recebimento e de confe-
rência quantitativa e qualitativa.

Aula 2:
Recebimento de material,
conferência quantitativa e
qualitativa
Segundo Viana (2008), as atividades de recebimento fazem o intercâmbio das
tarefas de compra e pagamento ao fornecedor. O profissional responsável pelo
recebimento tem o dever de conferir os materiais destinados à empresa. Com
isso, aparece como fiel avaliador para conferir se os materiais desembarcados
correspondem efetivamente à necessidade da empresa. Em virtude disso, esse
profissional é responsável por:

‡‡ coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de mate-


riais;
‡‡ analisar a documentação recebida, verificando se a conta está autorizada;
‡‡ controlar
os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto de transporte
com os volumes a serem efetivamente recebidos;

44
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ proceder à conferência visual, verificando condição de embalagem, quan-


to a possíveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as
ressalvas de praxe nos respectivos documentos;
‡‡ proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos produtos recebidos;
‡‡ decidir pela recusa, aceita ou devolução, conforme o caso;
‡‡ providenciar
a regularização da recusa, da devolução ou da liberação de
pagamento ao fornecedor;
‡‡ liberar o material desembaraçado para o estoque no almoxarifado.
Para facilitar o seu entendimento desse assunto, veja detalhes dos itens que
fazem parte de todo o processo de gerenciamento.

Fatura
Restringe-se principalmente a vendas a prazo. A empresa vendedora deve emi-
tir uma fatura, que parte do valor total da nota fiscal. Esta precisa conter alguns
dados adicionais, como valores e prazos das parcelas da venda a prazo e em
que banco a(s) duplicata(s) será(ão) cobrada(s).

Atenção
É importante salientar que a fatura é só um aviso informativo, não sendo
considerado título hábil para cobrança (VIANA, 2008).

Figura 23 − Modelo de fatura

Unidade 3 45
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Nota fiscal
De acordo com Viana (2008, p. 284), a fatura é apenas um documento informa-
tivo, com algumas informações além das contidas na nota fiscal. Muitas em-
presas adotam um sistema de aglutinar tais documentos em uma única peça, a
nota fiscal fatura, fazendo as cobranças de todas as vendas por meio de dupli-
catas.

Conhecidas as nuanças contábeis, é importante você entender a utilidade da


nota fiscal num contexto de administração de materiais. Como já mencionado,
esse documento é vital para proceder os recebimentos. Para compreender me-
lhor, observe esta divisão:

‡‡ identificação da nota fiscal;


‡‡ dados do produto da nota fiscal;
‡‡ dados da prestação de serviço da nota fiscal;
‡‡ cálculo do imposto;
‡‡ transportador/volumes transportados;
‡‡ dados adicionais;
‡‡ canhoto da nota fiscal.

Figura 24 − Modelo de nota fiscal

46
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Sobre as etapas do processo de entrada de mercadoria de uma organização,


podemos dizer que a primeira fase corresponde à entrada de materiais. Quando
isso acontece, dá-se início ao processo de recebimento, cujo principal propósito
é efetuar a recepção dos veículos transportadores, proceder a triagem da docu-
mentação de suporte do recebimento, encaminhá-los para a descarga e efetuar
o cadastramento dos dados pertinentes para o sistema (VIANA, 2008, p. 286).

Na portaria da empresa
Na visão de Viana (2008 p. 286), a recepção do material feita na portaria da em-
presa sofre critérios de conferência primária de documentação. O seu objetivo é
identificar, constatar e providenciar (conforme cada caso):

‡‡ sea compra, o objeto da nota fiscal e a análise estão autorizados pela em-
presa;
‡‡ se
a compra autorizada tem programação prevista, estando dentro do prazo
de entrega contratual;
‡‡ se o número do documento de compra consta na nota fiscal;
‡‡ o
cadastramento das informações referentes às compras autorizadas, para as
quais se inicia o processo de recebimento.

Cadastramento dos dados na recepção


Compreende o comando de entrada dos dados necessários ao registro do rece-
bimento do material, sua validação e eventuais acertos de erros de consistência.
Compreende também a atualização do sistema, descrita a seguir:

‡‡ Sistema de administração de materiais: dados necessários à entrada de ma-


teriais em estoque.
‡‡ Sistemasde contas a pagar: dados referentes a pendências com fornecedo-
res, dados necessários à atualização da posição de fornecedores e à libera-
ção de pendências com fornecimentos.
‡‡ Sistemasde compras: dados necessários à atualização de saldos e baixa dos
processos de compras.
‡‡ Sistemas de gestão estoque: dados para controle de entrada de materiais.

Unidade 3 47
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

No armazenamento
O recebimento do material na recepção serve para efeito de descarga. O aces-
so ao almoxarifado está voltado para conferência de volumes, confrontando-se
nota fiscal do fornecedor com os respectivos registros e controle da empresa.
Deve-se ainda verificar se o posicionamento do veículo está no local exato da
descarga e providenciar todo o equipamento e material de descarga necessá-
rios.

Nesse contexto, a aceitação fica condicionada à posterior conferência da quan-


tidade e da qualidade. Essa condição, implantada na empresa compradora, é
que deve explicitar as condições da licitação e os termos da contratação (VIA-
NA, 2008).

Exame de avarias e conferência de volumes


O exame de avarias é necessário para o apontamento de responsabilidades. Por
meio da análise de disposição de cargas, é que há a verificação das embalagens
ou proteções, se elas estão intactas e invioladas ou se apresentam sinais evi-
dentes de quebra, umidade ou amassado etc.

Recusa o recebimento
Como retrata Viana (2008, p. 288), as divergências constadas no
recebimento do material devem ser apontadas no conhecimento de
transporte e também no canhoto da nota fiscal. São providências
cabíveis para o processamento de ressarcimento de danos. Se for o
caso, dependendo de o exame preliminar resultar na constatação de
irregularidades insanáveis em relação às condições contratuais, deve-
se recusar o recebimento, anotar no verso da 1ª via da nota fiscal e
nos documentos do transportador as circunstâncias que motivaram a
recusa.

Liberação do transportador
A liberação para o transportador entrar na empresa acontecerá mediante os
procedimentos vistos anteriormente. Eles devem contemplar a razão da recusa
do recebimento e os materiais referentes às notas fiscais (devidamente checa-
dos). O canhoto da nota fiscal deve estar assinalado e o transporte reconheci-
do. Os materiais referentes à nota fiscal aprovada durante essa etapa terão sua
descarga autorizada.

Descarga
48
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Normalmente, no layout do almoxarifado, há a necessidade de se destinar um


espaço para realizar o recebimento do material, o qual contempla área para
descarga, se possível, com docas. Para a realização da descarga do veículo
transportador, dependendo da natureza do material envolvido, é necessária
a utilização de equipamentos, dentre os quais se destacam paleteiras, talhas,
empilhadeiras, pontes rolantes e o próprio esforço físico humano. Sendo assim,
é necessário envolver o fator segurança, não só com relação ao material em si,
mas principalmente ao pessoal (VIANA, 2008, p. 289).

Conferência quantitativa
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, esses podem ser contados
utilizando-se um dos seguintes métodos:

1 Manual: para casos de pequenas quantidades.


2 Por meio de cálculo: para casos que envolvem embalagens padronizadas
com grandes quantidades.
3 Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que envolvem gran-
de quantidade de pequenas peças, como parafusos, porcas ou arruelas. A
contagem efetuada apresenta grande vantagem de rapidez e precisão, que
resulta na economia da mão de obra.
4 Pesagem: para materiais de maior peso ou volume. A pesagem pode ser fei-
ta com veículos transportadores sobre balanças rodoviárias ou ferroviárias.
5 Medição: em geral, as medições são efetuadas por meio de trenas.
6 Critérios de tolerância: a empresa poderá adotar critérios para permitir o re-
cebimento de materiais encaminhados em excesso pelo fornecedor, quando
forem feitas aquisições em quantidades vultosas. Como as balanças apre-
sentam certo grau de imprecisão, deve-se considerar determinada tolerância
para tais desvios podendo, em certos casos, admitir-se até mais ou menos
1% do peso declarado.

Conferência qualitativa
A análise de qualidade, efetuada pela inspeção técnica, visa a garantir o recebi-
mento adequado do material comprado pelo exame dos três seguintes itens:

1 características dimensionais;
2 características específicas;
3 restrições de especificação.

Unidade 3 49
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Atenção
Essa inspeção é feita confrontando as condições contratadas na
autorização de fornecimento com as consignadas da nota fiscal pelo
fornecedor.

Processo de armazenamento do produto


Para que o processo de armazenagem seja bem efetuado, alguns cuidados es-
senciais devem ser tomados:

1 determinação do local, em espaço aberto ou fechado;


2 definição adequada do layout;
3 definição de uma política de preservação, com embalagem plenamente con-
veniente aos materiais;
4 organização, arrumação e limpeza constantes;
5 segurança patrimonial, contra furtos, incêndios etc.

Quando a armazenagem é otimizada, algumas vantagens são obtidas:

1 máxima utilização de espaço (ocupação do espaço;.


2 efetiva utilização dos recursos disponíveis;
3 ponto de acesso de todos os itens;
4 máxima proteção aos itens estocados;
5 boa organização;
6 satisfação das necessidades dos clientes.

Figura 25 − Processo de recebimento de produto


Fonte: Bertaglia (2005)

50
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 3:
Layout, utilização
do espaço vertical,
palete, acessórios para
armazenagem e critério
de organização de
armazém
Segundo Viana (2008), o layout pode ser comentado por meio de palavras,
desenhos, plano, esquema, ou seja, é a maneira pela qual inserimos figuras e
gravuras que propiciam o surgimento de uma planta podendo-se, por conse-
guinte, afirmar que layout é uma maquete de papel.

Pergunta
Então, qual a importância do layout para a armazenagem?

Dias (1996) define o arranjo físico, layout, como a disposição de homens, má-
quinas e materiais que permitem integrar o fluxo de materiais e a operação dos
equipamentos de movimentação para que a armazenagem se processe dentro
do padrão máximo de economia e rendimento. Nesse contexto, o objetivo pri-
mordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira
mais eficiente possível. As instalações do local de armazenagem devem propor-
cionar a movimentação rápida e facilitada dos suprimentos desde o recebimen-
to até a expedição (Viana, 2000).

Uma boa organização é imprescindível e exige objetivos e gerenciamento. Os


objetivos do layout de um armazém, segundo Viana (2008, p. 308), devem:

‡‡ assegurar a utilização máxima do espaço;


‡‡ propiciar a mais eficiente movimentação de materiais;

Unidade 3 51
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ propiciar
a estocagem mais econômica, em relação às despesas de equipa-
mento, espaço, danos de materiais e mão de obra do armazém;
‡‡ fazer do armazém um modelo de boa organização.

Para proteger o layout de um armazém, cinco passos são necessários:

1 definir a localização de todos os obstáculos;


2 localizar as áreas de recebimento e expedição;
3 localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de esto-
cagem;
4 definir o sistema de localização de estoque;
5 avaliar as alternativas de layout do armazém.

Princípios do arranjo físico (layout)


De acordo com Borda e Mirna (1998, p. 6), para obter os seus objetivos, o arran-
jo físico se utiliza dos seguintes princípios gerais:

Integração: os diversos elementos devem estar integrados, pois a falha em


qualquer um deles resultará numa ineficiência total. Todos os detalhes da em-
presa devem ser observados, colocados em posições determinadas e dimensio-
nados de forma adequada, como a posição dos bebedouros, saídas do pessoal
etc.

Mínima distância: o transporte nada acrescenta ao produto ou serviço. Deve-


se buscar uma maneira de reduzir ao mínimo as distâncias entre as operações
para evitar esforços inúteis, confusões e custos.

Obediência ao fluxo das operações: as disposições das áreas e locais de


trabalho devem corresponder às exigências das operações de maneira que
homens, materiais e equipamentos movam-se de maneira contínua, organiza-
da e de acordo com a sequência lógica do processo de manufatura ou serviço.
Devem ser evitados cruzamentos e retornos que causam interferência e conges-
tionamentos. Os obstáculos devem ser eliminados, a fim de garantir melhores
fluxos de materiais e sequência de trabalho dentro da organização. Com isso, os
materiais sem processo são minimizados e mantidos em contínuo movimento.

Racionalização do espaço: aproveitar da melhor maneira o espaço e, se possí-


vel, as dimensões.

Satisfação e segurança: a satisfação e a segurança do homem são muito im-


portantes. Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação
do moral do trabalhador como a minimização de riscos de acidentes.

52
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Flexibilidade: esse é um princípio que, de maneira especial, atua na condição


de avanço tecnológico, deve ser atentamente considerado pelo projetista de
layout. As necessidades de mudança do projeto do produto e dos métodos e
sistemas de trabalho são frequentes e rápidas. A falta de atenção a essas alte-
rações pode levar uma empresa ao obsoletismo. No projeto do layout, deve-se
sempre considerar que as condições vão mudar. Sendo assim, deve adaptar-se
facilmente às possíveis mudanças.

Pode-se imaginar que muitas atividades são gerenciadas dentro de um


armazém. Veja a seguir cada uma delas.

Endereçamento dos produtos: o objetivo de um esquema de localização é


estabelecer os meios e proporcionar facilidades na identificação do endereço
para armazenar o produto dentro de um armazém ou centro de distribuição
(CD). Dessa forma, não pode haver dúvidas na identificação das localizações. O
endereçamento apresenta-se em três sistemas, que são:

‡‡ Sistema fixo: é designada uma dada localização permanente dentro do ar-


mazém para cada produto, aos quais são associados códigos. Sua vantagem
é que o processo está associado à facilidade de localização do produto no
momento em que ele é buscado no instante da formação do pedido, pois
está sendo armazenado sempre no mesmo lugar. Isso facilita a recuperação
do produto, maior agilidade na formação do pedido, reduz o tempo de car-
regamento e atendimento ao cliente. A principal desvantagem desse méto-
do seria a criação de espaço ocioso.
‡‡ Sistemavariável: foi projetado para superar a desvantagem do sistema fixo,
pois nesse sistema o produto é colocado em qualquer lugar disponível assim
que chega ao armazém. Comparado com o sistema fixo, o sistema variável
proporciona uma melhor utilização da área do armazém, pois vai designar
o produto para as áreas livres, preenchendo o espaço de forma mais orga-
nizada e racional. Devido ao padrão sempre variável do arranjo do produto,
deve existir um sistema elaborado de preenchimento dos pedidos (manual
ou informatizado), combinando com a codificação.
‡‡ Sistemamisto: utiliza os dois sistemas fixos e variáveis. Esse sistema mos-
trou-se eficiente, em várias ocasiões, em armazém paletizados com grandes
volumes de movimentação.
Como retrata Moura (1997), independentemente do tipo de sistema de ende-
reçamento a ser utilizado, outros fatores devem ser levados em consideração
na determinação dos endereços dos produtos no interior de um armazém, são
eles:

‡‡ Intensidadedo uso: os produtos de maior rotatividade devem estar locali-


zados em locais de fácil acesso.

Unidade 3 53
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Semelhança ou complementaridade: os itens que com frequência são so-


licitados juntos devem ser armazenados próximo para evitar deslocamentos
excessivos durantes o picking.
‡‡ Tamanho: os produtos pesados, volumosos e de fácil movimentação devem
estar armazenados próximo da expedição.
‡‡ Características dos materiais: o layout do armazém ou centro de distribui-
ção deve proporcionar locais de armazenagem para produtos com caracte-
rísticas particulares, como os produtos que necessitam de refrigeração ou
produtos perigosos.

Figura 26 − Planta baixa de um CD com identificação de ruas

Figura 27 − Identificação das portas-paletes numa rua do CD

Vamos conhecer agora os principais aspectos do layout, que são os seguintes:

1 Itens de estoque: os produtos de maior movimentação devem ser estoca-


dos nas imediações da saída ou expedição, a fim de facilitar a movimenta-
ção. O mesmo deve ser feito com os produtos de grande peso e volume.
2 Corredores: ficam situados dentro do armazém e facilitam o acesso aos
produtos em estoque. Quanto maior a quantidade de corredores, maior será
a facilidade de acesso e menor o espaço disponível para o armazenamento.
O armazenamento com prateleiras requer um corredor para cada duas filas
de prateleiras.

54
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

3 Porta acessos: as portas de acesso devem permitir a passagem do equipa-


mento de manuseio e movimentações de produtos. Tanto sua altura como a
largura devem ser devidamente dimensionados para projetar com facilidade
as operações de manuseio, carga e descarga.
4 Prateleira e estruturas: quando houver prateleira e estrutura no armazém,
a altura máxima deverá considerar o peso dos materiais. O topo das pilhas
de mercadorias deve ter a distância de 1 m da iluminação ou dos sprinklers
(equipamento fixo de combate a incêndio) de teto.

Figura 28 − Layout atual da movimentação interna de mercadorias


Fonte: Gouvinhas (2005, p. 5).

Quais os tipos de layout?


Existem três tipos de layout básicos. Muitas combinações desses três tipos po-
dem ser feitas, dependendo da necessidade da empresa. São eles:

‡‡ Layout posicional: por posição fixa, ou por localização fixa dos produtos. Os
materiais ou componentes principais ficam em um lugar fixo.
‡‡ Layout funcional: por processo. Agrupam-se as operações de um mesmo
tipo de processo.
‡‡ Layout linear: linha de produção. O produto é que se move. Os equipamen-
tos são dispostos de acordo com a sequência de operações.

Quando um layout pode ser alterado?


Segundo Dias (1993), quando uma empresa, que possui funcionários devida-
mente treinados pode efetuar por si os estudos de layout, podendo implantar
um novo depósito, realizar mudanças nas instalações ou até mesmo atualização
(organização) no arranjo físico de acordo com a necessidade da organização.
Devem ser analisadas as seguintes situações que originam uma mudança no
layout:
Unidade 3 55
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Modificação do produto: mercados altamente competitivos exigem muitas


vezes modificações periódicas dos produtos, que afetam os equipamentos e
a mão de obra.
‡‡ Lançamento de produtos: o desenvolvimento de um novo produto, ou
a interrupção na fabricação de um produto que figurava na linha normal,
envolve modificações na estrutura de armazenagem. O novo layout deve ser
desenvolvido ao mesmo tempo em que o novo produto, passa pelo estágio
do planejamento do processo de fabricação.
‡‡ Variaçãoda demanda: um aumento ou uma redução das vendas ou pro-
dução justifica estudos de capacidade ociosa, obsolescência iminente do
produto e adequação do equipamento existente. Todos perfeitamente en-
quadrados dentro da finalidade do layout.
‡‡ Obsolescência das instalações: procedimentos, equipamentos e mesmo a
edificação podem tornar-se um entrave na armazenagem de determinado
produto. O problema do equipamento é o que menos afeta o layout nesses
casos. Por outro lado, a obsolescência de um processo exige modificações
sensíveis, ao passo que, no caso da edificação, o layout pode indicar a con-
veniência de se ampliar as instalações, uma construção de um novo bloco
ou mesmo a mudança completa do armazém.
‡‡ Ambiente de trabalho inadequado: o layout deve levar em conta as mo-
dificações necessárias para atenuar o efeito do ruído, das temperaturas
anormais, da presença de agentes agressivos, enfim, de todos os fatores que
podem afetar o rendimento de trabalho do elemento humano.
‡‡ Índiceselevados de acidentes: a localização de uma série de instalações
que possam atender, em caráter emergência, os operários que entram em
contato com produtos químicos altamente corrosivos, o isolamento ou con-
finamento de certos locais de trabalho, o dimensionamento e a demarcação
de corredores, passagens, áreas de tráfegos de veículos, obstruções etc.
‡‡ Mudança na localização do mercado consumidor: é um problema que,
não tendo influencia direta, age como reflexo no layout, já que a necessida-
de na relocação de um depósito envolve novo estudo de layout.
‡‡ Redução de custo: um melhor aproveitamento de edificação da mão de
obra e dos equipamentos, produtos de um layout adequado, traz consigo
uma redução dos custos não só de estocagem, como também de manuten-
ção.

56
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 4:
Esquema de localização e
tipos de armazém
Segundo Viana (2008, p. 313), a armazenagem pode ser simples ou complexa.
Dependendo de algumas características intrínsecas aos materiais, a armazena-
gem pode tornar-se complexa. Tais características podem ser:

‡‡ fragilidade;

‡‡ combustibilidade;

‡‡ volatização;

‡‡ oxidação;

‡‡ exposividade;

‡‡ radiação;

‡‡ corrosão;

‡‡ inflamabilidade;

‡‡ volume;

‡‡ peso;

‡‡ forma.

Os materiais sujeitos à armazenagem complexa demandam, entre outras, as


seguintes necessidades básicas:

‡‡ preservação especial;
‡‡ equipamento especial de prevenção de incêndio;
‡‡ equipamento de movimentação especial;
‡‡ meio ambiente especial;
‡‡ estrutura de armazenagem especial;
‡‡ manuseio
especial, por intermédio de equipamento de proteção individual ()
adequadas.

Além de considerar esses itens, o esquema de armazenamento escolhido por


meio da necessidade de uma organização, depende de quatro questões: si-
tuação geográfica de suas instalações, natureza de seus estoques, tamanho e

Unidade 3 57
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

respectivo valor. Feito isso, o momento é de escolha pelo tipo de arranjo físico
mais conveniente, selecionando alternativas que melhor atendam ao seu fluxo
de materiais. Veja a seguir exemplos dessas alternativas:

1 Armazenagem por agrupamento: esse critério facilita as tarefas de arru-


mação e busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espa-
ço.
2 Armazenagem por tamanhos (acomodabilidade): esse critério permite
bom aproveitamento do espaço.
3 Armazenamento por frequência: esse critério implica armazenar tão próxi-
mo quanto possível da saída dos materiais, os que tenham maior frequência
de movimento.
4 Armazenagem especial: por meio desse critério, destacam-se:
‡‡ Ambiente climatizado: destina-se a materiais cujas propriedades físicas exi-
gem tratamentos especiais.
‡‡ Materiais inflamáveis: devem ser armazenados em ambientes próprios e iso-
lados, projetados sob normas rígidas de segurança.

Quadro 3 ‒ Descrição por grupo de material


Grupo Descrição
Grupo 1 Não inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez
Grupo 2 Inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez
Grupo 3 Inflamáveis, tóxicos e corrosivos
Grupo 4 Tóxicos e/ou corrosivos, não inflamáveis
Grupo 5 Espontaneamente inflamáveis
Grupo 6 Muito venenosos

‡‡ Materiais perecíveis: os produtos perecíveis devem ser armazenados segun-


do o método FIFO, ou seja, primeiro que entra é o que sai, exemplificado na
figura a seguir.

5 Armazenagem especial: por meio desse critério, destacam-se devido à sua


natureza e muitos produtos podem ser armazenados em áreas externas.
6 Coberturas alternativas: de acordo com a necessidade, existem em dis-
ponibilidade no mercado diversos tipos de coberturas, as quais podem ser
alocadas por meio da necessidade da empresa. Destacamos dois modelos
entre os tipos existentes.
‡‡ Galpão fixo: trata-se de um galpão construído de alumínio extrudado, cone-
xões de aço galvanizado e coberto por laminados com PVC.

58
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 30 −Galpão fixo

‡‡ Galpão móveis: as características da estrutura e da cobertura do galpão


móvel são semelhantes às dos fixos. Porém a grande vantagem desse tipo
de galpão é a sua flexibilidade, ou seja, sua capacidade de deslocamento,
permitindo a manipulação de materiais por todos os cantos e eliminando a
necessidade de corredores.

Figura 31 − Galpão móvel

Unitização de paletes
De acordo com Viana (2008), para entendermos a utilização do espaço vertical,
é preciso analisar a utilidade dos paletes para a movimentação, manuseio e
armazenagem de materiais.

Atenção
A paletização consiste na combinação de peças pequenas e isoladas, com
a finalidade de realizar, de uma vez só, a movimentação de um número
de unidades.

Unidade 3 59
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Vantagens da utilização
Segundo Viana (2002), existem algumas vantagens apontadas por quem utiliza
a unitização de paletes, podemos destacar:

1 melhor aproveitamento do espaço disponível para o armazenamento, utili-


zando-se totalmente o espaço vertical disponível, por meio de empilhamen-
to máximo;
2 economia nos custos do manuseio de materiais, por meio da redução nos
custos da mão de obra e do respectivo tempo, normalmente necessário para
as operações braçais;
3 possibilidade de utilização de embalagens plásticas ou amarração por meio
de fitas de aço da unitária, formando uma só embalagem individual;
4 compatibilidade com todos os meios de transporte (terrestre, marítimo e
aéreo);
5 facilita a carga, descarga e distribuição nos locais acessíveis aos equipamen-
tos de manuseio de materiais;
6 permite disposição uniforme do estoque de materiais, o que, por sua vez,
concorre para obstrução nos corredores do armazém e pátio de descarga;
7 os paletes podem ser manuseados por uma grande variedade de equipa-
mento, como paleteiras, empilhadeiras, transportadores, elevadores de
cargas e até por um sistema automático de armazenagem.

Desvantagens da utilização
Assim como existem vantagens, existem desvantagens. Embora os problemas a
seguir enumerados dificultem o uso do palete, a boa notícia é que eles podem
ser superados. Veja-os a seguir.

‡‡ utilização da embalagem não padronizada;


‡‡ pesos dos paletes;
‡‡ vida curta e pragas que os atacam, quando fabricados em madeira.

Equipamentos e acessórios para armazenagem


As caixas diversas são direcionadas para produtos de pequena dimensão. Já os
racks, normalmente de aço em aço, são empilháveis e adaptáveis a materiais de
várias formas. Veja as figuras a seguir:

60
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 32 − Racks

Figura 33 − Flow racks

Figura 34 − Push back rack

Os contêineres paletizados são construídos com grades de arame, dobráveis e


articulados, armados sobre o palete. Além disso, podem ser empilhados.

Unidade 3 61
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Quadro 4 − Formas de manuseio e armazenamento


Formas Exemplos
Barris
Bobinas
Acondicionados Caixas de papelão
Sacos
Tambores
Autopaletização
Cargas unitizadas sem suporte Filmes termorretráteis
Unidades integradas
Abertos
Contêineres Fechados
Sobre rodas
Metálicos
Contentores Plásticos
Outros materiais
Líquido
Granel Sólido
Pastoso
Componentes
Peças isoladas Sobressalentes
Outros
Caçambas
Suporte para cargas unitizadas Contentores
Paletes
Fonte: Viana (2002, p. 344)

Transporte interno do armazém


Existem maquinários específicos que facilitam o transporte das mercadorias
dentro dos armazéns. Veja três exemplos a seguir.

Figura 35 − Pista transportadora com roletes

Figura 36 − Pista transportadora com esteira


62
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Figura 37 − Elevadores de caneca

Aula 5:
Técnicas de conservação
de materiais armazenados
Conheça agora quais as técnicas de conservação de materiais armazenados e
como escolher o equipamento e o sistema de estocagem adequado.

Segundo Viana (2002), os produtos armazenados estão sujeitos a determinados


acontecimentos, podendo ocasionar transformações e/ou alterações que resul-
tarão na inutilização do mesmo, trazendo sérios prejuízos às organizações.

Veja quais são as possibilidades de alterações:

‡‡ combustão espontânea: refere-se aos materiais, em particular, aos produtos


químicos, que por sua natureza pode inflamar-se e entrar em combustão;
‡‡ compressão ou achatamento: quando os produtos são colocados em grande
pilha ou, então, acondicionados em excesso nas prateleiras, dando a fragi-
lidade de suas embalagens, por exemplo, pode ocorrer deformação, como
ocorre nas caixas de papelão e outros envoltórios similares;
‡‡ decomposição: quando os materiais ou matéria-prima alteram-se em virtude
de fenômeno específicos;
‡‡ evaporação;

‡‡ excessos de calor e luz;


‡‡ explosão;
‡‡ oxidação.

Unidade 3 63
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

A solução do problema está na elaboração de critérios que contemplem, entre


outros, os seguintes tópicos:

‡‡ inclusão de necessidades de proteção e embalagem nas especificações de


compra;
‡‡ inspeção de proteção e/ou embalagem, por ocasião do recebimento;
‡‡ critério de armazenamento;
‡‡ verificação das condições de proteção;
‡‡ critério para preservação.

Pergunta
Para que tais infortúnios não ocorram, você saberia escolher o
equipamento e o sistema de estocagem mais adequado?

Para se fazer uma boa escolha, deve-se levar em consideração a questão econô-
mica e funcional, a área disponível, o pé direito dos veículos industriais disponí-
veis e a natureza da operação.

O armazém é constituído de uma área de estocagem e um conjunto de serviços


correlatos à função (atividades). Na área de armazenagem, os equipamentos de
estocagem devem possuir as seguintes características.

1 Acessibilidade: o equipamento de estocagem deve permitir acesso aos


equipamentos de movimentação, de modo a não obstruir o acesso aos itens
colocados antes. Pose-se utilizar, por exemplo, estruturas colocadas sobre
trilhos ou talhas para facilitar a retirada de produtos pesados.
2 Capacidade e resistência: geralmente, há uma tendência em sobrecarre-
gar tantos os equipamentos de estocagem como os de movimentação. Se
atentando para os maus usos, devido à imperícia ou imprudência. O piso de
edifício deve ter capacidade para suportar o equipamento de movimentação
mais a sua carga máxima em condições dinâmicas.
3 Identificação: o equipamento de estocagem deve permitir fácil identifica-
ção do material contido, facilitando a sua localização. Também deve permitir
fácil contagem para inventários físicos dos produtos.
4 Flexibilidade: na escolha dos equipamentos deve-se ter sempre em mente
que os tipos e quantidades de produtos vão mudar. Os equipamentos de
estocagem, facilmente desmontáveis, com possibilidade de alterar suas di-
mensões ou que possam ser deslocados de um ponto para o outro, adaptar-
se-ão mais facilmente a essas mudanças.

64
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

5 Segurança: possibilita uma boa organização e dimensionamento adequados


de recursos. Os produtos devem ser protegidos contra esmagamento, desa-
bamento, deterioração, umidade, perdas e roubos. As passagens, escadas,
ponto protuberantes, equipamento de segurança e movimentação devem
ser sinalizadas de acordo com as normas, para evitar acidentes.

6 Estocagem interna: sua aplicação na estocagem resultou muito da experi-


ência e da necessidade de eliminar deficiência teórica. A rapidez da monta-
gem possibilita o acréscimo de partes, como a adaptação às características
dos imóveis e, o que é mais importante, a construção de dispositivos auxilia-
res, que apresentam bons resultados, por meio das inúmeras possibilidades
oferecidas para o desenvolvimento do melhor sistema de estocagem.

7 Estocagem externa: devido à sua natureza, muitos itens devem ser aco-
modados em áreas externas. Isso reduz o custo de estocagem e aumenta o
espaço interno para alocar produtos que necessitem de proteção. Podem ser
colocados nas áreas abertas materiais a graneis, tambores e contenedores,
peças fundidas, peças pré-fabricadas, engrenagens, máquinas, pneus etc.,
desde que devidamente protegido.

Aula 6:
Atendimento das
requisições de materiais
Os produtos de alta rotatividade devem ser armazenados em locais onde as dis-
tâncias a serem percorridas sejam menores, como perto das docas de expedi-
ção, diminuindo as distâncias dos percursos. Por outro lado, produtos de baixa
rotatividade podem ser colocados em lugares distantes de saídas (BOWERSOX;
CLOSS, 2001).

Pergunta
Você já ouviu falar na curva ABC? Sabia que ela pode ajudar a melhorar
o fluxo de produtos dentro de um armazém? Atente-se aos detalhes a
seguir.

Unidade 3 65
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Segundo Dias (1993), a Lei de Pareto – princípio-base da curva ABC – estabelece


que uma pequena proporção (aproximadamente 20%) dos itens totais contidos
em estoque representa uma grande proporção (cerca de 80%) do valor total em
estoque. Assim, pode-se utilizar esse princípio para a classificação dos diversos
materiais estocados, de acordo com sua movimentação de valor. Dessa forma,
é possível que os gestores priorizem seus esforços de acordo com os produtos
mais significativos.

Para simplificar a construção da curva ABC, vamos dividir o processo em seis


fases:

1 Definir a variável a ser analisada: a verificação dos estoques pode ter


vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um deles. No
nosso caso, devemos considerar a variável no processo de organização de
armazém, no giro do produto e na agregação de valor.
2 Coleta de dados: os dados necessários nesse caso são: quantidade de cada
item em estoque e preço unitário. Com esses dados obtemos a receita total
de cada item, bastando multiplicar a quantidade pelo custo unitário.
3 Ordenar os dados: calculado o custo total de cada item, organizando-os em
ordem decrescente de valor, como mostra a tabela a seguir:

Tabela 1 ‒ Tabulação da classificação ABC


Quantidade
Custo unitário Custo total
em estoque Grau ou or-
Item
dem
(B) (R$) (A x B) (R$)
(A)
01.001 5 2.000,00 10.000,00 3º
02.001 10 70,00 700,00 10º
03.002 1 800,00 800,00 9º
04.001 100 50,00 5.000,00 5º
05.004 5000 1,50 7.500,00 4º
04.005 800 100,00 80.000,00 1º
08.002 50 20,00 1.000,00 8º
10.001 240 150,00 36.000,00 2º
12.012 300 7,50 2.250,00 6º
13.001 2000 0,60 1.200,00 7º
Fonte: Dias (1993, p. 78)

4 Os produtos/itens são alocados em três classes diferentes, segundo Dias (1993):


‡‡ Classe
A: 20% dos itens que possuem um alto valor (de demanda ou consu-
mo anual) representam cerca de 80 % do valor monetário do estoque.

66
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

‡‡ Classe B: itens de valor intermediário (de demanda ou consumo anual), usu-


almente; 30% dos itens que representam cerca de 10% do valor monetário
total do estoque.
‡‡ Classe C: são itens de baixo valor, representam 50% do total de itens estoca-
dos e representam apenas cerca de 10 % do valor total dos itens estocados.

5 Calcular os percentuais: na tabela a seguir, os dados foram organizados


pelo grau ou ordem e os percentuais do custo total acumulado de cada item
em relação ao total.

Tabela 2 − Tabulação da classificação ABC


Qtde. Custo
Custo to-
média em Preço p/ total
Grau Item tal acumu- (%) Classe
estoque − unidade
lado
unidade (A x B)
1º 01.001 800 100,00 80.000,00 80.000,00 55,38 A
2º 02.001 240 150,00 36.000,00 116.000,00 80,30 A
3º 03.002 5 2.000,00 10.000,00 126.000,00 87,23 B
4º 04.001 5000 1,50 7.500,00 133.500,00 92,42 B
5º 05.004 100 50,00 5.000,00 138.500,00 95,88 B
6º 04.005 300 7,50 2.250,00 140.750,00 97,44 C
7º 07.006 2000 0,60 1.200,00 141.950,00 98,26 C
8º 08.002 50 20,00 1.000,00 142.950,00 98,96 C
9º 09.005 1 800,00 800,00 143.750,00 99,51 C
10º 10.001 10 70,00 700,00 144.450,00 100 C
Fonte: Dias (1993, p. 78)

6 Construir a curva ABC: desenha-se um plano cartesiano, onde, no eixo “x”,


são distribuídos os itens do estoque e, no eixo “y”, os percentuais do custo
total acumulado:

Figura 38 − Gráfico da curva ABC


Fonte: Dias (1993, p. 81)
Unidade 3 67
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Aula 7:
Controle e inventário
físico do estoque
Vamos finalizar o estudo de armazenagem aprendendo as técnicas de inventário.

Tenho certeza de que você vai gostar!

O inventário físico é um instrumento de controle para verificação dos equipa-


mentos, produtos ou materiais permanentes em uso no órgão ou entidade, a
fim de comprovar sua existência e exatidão.

Em outras palavras, o inventário visa a confrontar a realidade física dos esto-


ques, em determinado momento, com os registros contábeis correspondentes
a esse mesmo momento. Assim, fica viável efetuar as oscilações necessárias e
identificar as possíveis falhas de rotina ou de sistema.

Existem vários tipos de inventários. São eles:

‡‡ Anual:
destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais
do acervo de cada unidade.
‡‡ Inicial:
realizado na criação de uma unidade gestora. Identifica e registra os
bens sob sua responsabilidade.
‡‡ Transferência
de responsabilidade: realizado quando há mudança de diri-
gente de uma unidade gestora.
‡‡ Extinção
ou transformação: realizado quando há extinção ou transformação
de uma unidade gestora.
‡‡ Eventual:
realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unida-
de gestora ou por iniciativa do órgão fiscalizador.

Atenção
Ele é obrigatório e deve representar as informações relativas até o dia 31
de dezembro de cada exercício.

Com relação à origem das divergências nos estoques, Viana (2002, p. 382) de-
fende que os profissionais dessa área devem dedicar especial atenção a deter-
minadas atividades, dentre as quais merecem destaque:

68
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

1 Procedimentos: para o controle dos estoques, a observância dos procedi-


mentos em vigor é fundamental, a fim de evitarem distorções que irão cau-
sar desacordos entre saldo registrado e quantidades físicas de estoques. A
verificação constatada oferece excelente oportunidade para a correção dos
desvios observados.
2 Recebimento: é fundamental para o controle dos estoques as normas que
assegurem a organização receber realmente as mercadorias ou produtos
pelas quais pagou ou vai pagar. É muito importante nesse processo a con-
ferência quantitativa, pois vai detectar através da contagem a quantidade
recebida.
3 Localização: os custos dos estoques são diretamente afetados caso a orga-
nização não consiga identificar e localizar com precisão os produtos no ar-
mazém. Além do mais, a incapacidade de se localizar itens de estoque pode
provocar a necessidade de comprar ou produzir, o que faz aumentar o custo
de estoque e armazenagem.
4 Conferência de embarque: visa a garantir a exatidão das quantidades sepa-
radas, refletindo aquilo que realmente foi requisitado, devendo ser efetuada
anteriormente ao embarque dos produtos requisitados para distribuição aos
interessados.

Quais as épocas indicadas para cada inventário?


Quadro 5 ‒ Comparativo entre opções de inventário
Inventário anual Inventário rotativo
Esforço concentrado, produzindo Sem grandes esforços, com custos distri-
pico de custo. buídos.
Gera impacto nas atividades da
É possível a continuidade de atendimento
empresa, com armazém de por-
com o armazém de portas abertas.
tas fechadas.
Produtividade de mão de obra Incremento da produtividade, com ações
decrescente, ocorrendo falhas preventivas, que, em consequência, redu-
durante o processo. zem as falhas.
Almoxarifes reaprendem ano Almoxarifes tornam-se especialistas no
após ano processo e no ajuste.
O feedback imediato eleva a qualidade,
As causas das divergências não havendo motivação e participação geral;
são identificadas. assim, as causas das divergências são rapi-
damente identificadas.
Aprimoramento contínuo da confiabilida-
Confiabilidade não melhora.
de.
Fonte: Viana (2002)

Unidade 3 69
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Quais os tipos de inventário rotativo?


Segundo Viana (2002, p. 384), existem três tipos de inventários rotativos, que
são:

1 Inventário automático: trata-se da solicitação em sistema de um inventário


item a item, mediante a ocorrência de eventos indicadores de possível diver-
gência e/ou que visem a garantir a confiabilidade de estoques de materiais.
Confira abaixo que indicadores são esses:
‡‡ saldo zero no sistema de controle;
‡‡ requisição de material atendida parcialmente;
‡‡ requisição de material não atendida;
‡‡ material crítico requisitado;
‡‡ material crítico recebido;
‡‡ transferência de localização.

2 Inventário programado: trata-se da solicitação em sistema de um inventá-


rio por amostragem de itens, em períodos estabelecidos, conforme exemplo
a seguir:

Quadro 6 − Exemplo de ciclo para inventário programado


Classificação do item Amostragem Frequência
Z 100% Mensal
A Y 100% Bimestral
X 100% Trimestral
Z 100% Mensal
B Y 20% Semestral
X 20% Anual
Z 100% Anual
C Y 5% Bienal
X 5% Anual
Estoque Residual 100% Anual
Fonte: Viana (2002, p. 385)

3 Inventário a pedido: trata-se de um input para solicitação em sistema de


um inventário item a item, por interesse dos órgãos de administração de
materiais e de controladoria, por motivos como:
‡‡ falhas de processamento;
‡‡ solicitações de almoxarife ou da gestão;
‡‡ solicitações de auditoria.

70
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Metodologia para a realização do inventário


Segundo Viana (2002), a requisição de inventário é um instrumento gerado
por um sistema mecanizado ou manual, conforme os parâmetros prefixados no
quadro a seguir, para:

‡‡ solicitação de conferência de estoque físico;


‡‡ registro dos resultados de conferência;
‡‡ reajustes necessários identificados pela contagem e confirmados por análise.

Tabela 3 ‒ Requisição de inventário

Requisição de Causa RI Número


inventário

Data da
Especificação do material Código Unidade emis-
são

Quanti-
Localização Quantidade Localização
dade
1º 1º
2º 2º
Quantidade Total
SEM CONDIÇÃO DE CONTAGEM
1º Material sem 3º Necessidade
identificação de empilha-
mento
2º Materiais dife- 4º
rentes no mesmo
código
Inventariante
Assinatura Registro Data
Modelo de
Classificação de Tipo do
Ressuprimen- Data Nº Quantidade
Importância Ajuste
to

Documentos de estoque em processamento


Quanti-
RM Nº Quantidade DM Nº CR Nº Quantidade
dade

Unidade 3 71
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Saldo de estoque Data Recontagem Data

Resultado da análise Sem divergên- Com


cia diver-
gência
Diferen-
Tipo de ajuste Data da tran- Preço Valor total
Nº do ajuste ça a ser
(#) sação unitário ajustado
ajustada

Justificativa da diferença
Preparado por Aprovado por Processado por

Fonte: Viana (2002, p. 386)

Pergunta
Você deve estar se perguntado, como se dá sua avaliação e controle?

Segundo Viana (2002), a emissão das requisições de inventário por sistema me-
canizado possibilita o acompanhamento e o controle do andamento das verifi-
cações por meio do próprio sistema, o qual deve estar programado para gerar
os seguintes relatórios:

‡‡ Requisição de inventário ainda não atendida pelo armazém, com emissão


diária e acumulativa, enquanto persistir a pendência, conforme o exemplo:

Tabela 4 − Requisição de inventário ainda não atendida


Código do Descrição do
Dias de pendência Data da emissão
material material

Fonte Viana (2002, p. 388)

‡‡ Resumo dos resultados das requisições de inventário, com emissão mensal,


conforme a tabela a seguir:

72
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Tabela 5 ‒ Resumos dos resultados das requisições de inventário


Mês e Ano de Referência Data de emissão do Relatório
Descrição Quantidades Valores
Requisições de inventário emitidas
Total de requisições de inventário solucionados
Requisições de inventário pendentes
Requisições de inventário sem divergência
Ajuste de estoque positivos emitidos
Ajuste de estoques negativos emitidos
Total de material em estoque
% de variação: ajustes de estoque positivos
% de variação: ajustes de estoque negativos
Fonte Viana (2002, p. 388)

‡‡ Resumo dos resultados das requisições por tipo de inventário, com emissão
mensal, conforme a tabela a seguir:

Tabela 6 − Resultados por tipo de inventário


Mês e ano de referência Data da emissão do Relatório

Tipo Código Causa - origem Situação Quantidade


Geradas
1 Solucionadas
Pendentes
Geradas
2 Solucionadas
Pendentes
AUTOMÁTICO

Geradas
3 Solucionadas
Pendentes
Geradas
4 Solucionadas
Pendentes
Geradas
5 Solucionadas
Pendentes
Geradas
6 Solucionadas
Pendentes

Unidade 3 73
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Geradas
7 Solucionadas
Pendentes
Geradas
8 Solucionadas
PROGRAMADO

Pendentes
Geradas
9 Solucionadas
Pendentes
Geradas
Solucionadas
Pendentes
10

Mês e ano de referência Data da Emissão do Relatório

Tipo Código Causa - origem Situação Quantidade

Geradas
11 Solucionadas
Pendentes
Geradas
12 Solucionadas
Pendentes
PROGRAMADO

Geradas
13 Solucionadas
Pendentes
Geradas
14 Solucionadas
Pendentes
Geradas
15 Solucionadas
Pendentes
Geradas
16 Solucionadas
Pendentes

74
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Geradas
17 Solucionadas
Pendentes
Geradas
A PEDIDO

18 Solucionadas
Pendentes
Geradas
19 Solucionadas
Pendentes
Geradas
20 Solucionadas
Pendentes
Situação geral do inventário Geradas

Solucionadas

Pendentes

Fonte: Viana (2002, p. 390).

‡‡ Itens inventariados acumulados com emissão mensal.


‡‡ Itensinventariados repetidamente, com emissão mensal, conforme tabela a
seguir:

Tabela 7 ‒ Itens inventariados repetidamente


Mês e ano de referência Data da emissão do relatório

Código do material:
Códi-
Nº Data da Data do Moti- Número Quanti-
go do
RI Emissão ajuste vo do ajuste dade
ajuste
Atual
Anterior
Código do material:
Códi-
Nº Data da Data do Moti- Número Quanti-
go do
RI Emissão ajuste vo do ajuste dade
ajuste
Atual
Anterior
Fonte: Viana (2002 p. 391)

Unidade 3 75
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Segundo Viana (2002), os resultados do inventário refletem na confiabilida-


de dos estoques. Os mesmos devem ser avaliados mensalmente, por meio do
instrumento gerencial, como mostra a tabela dos resumos das requisições de
inventário, como destaque para:

‡‡ ajuste de estoque emitido, em quantidade positiva, com respectivos percen-


tuais;
‡‡ ajuste
de estoque emitido, em quantidade negativa, com respectivos per-
centuais;
‡‡ comparação de valores dos ajustes emitidos, tanto positivo quanto negativo,
e seus reflexos no capital imobilizado.

Colocando em prática
Antes de terminar seus estudos nesta última unidade, acesse o AVA e
faça as atividades elaboradas.

Relembrando
Para finalizar o estudo de armazenamento, preste atenção nas suas
vantagens e desvantagens.

Vantagens:

‡‡ diminui os custos com transportes;


‡‡ aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
‡‡ agiliza o processo de entrega;
‡‡ compensa defasagens de produção.

Desvantagens

‡‡ imobilização de capital;
‡‡ envelhecimento das mercadorias;
‡‡ aumento dos custos com movimentação;
‡‡ necessidade de mais controles e gerenciamento.

76
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

Saiba Mais
De acordo com Amaral (2005), a armazenagem aparece como uma fun-
ção que se agrega ao sistema logístico, pois, na área de suprimento, é
necessário adotar um sistema de armazenamento racional de matéria-
prima e de insumos. No processo de produção são gerados os estoque
de produtos em processo, e, na distribuição, a necessidade de armaze-
namento de produto acabado é, talvez, a mais complexas em termos
logísticos, por exigir grande velocidade na operação e flexibilidade para
atender as exigências e flutuações no mercado.

Alongue-se
Seus estudos sobre embalagem, movimentação e armazenamento de
materiais estão chegando à reta final. Antes de realizar a última ativida-
de, tire um tempo para arejar a cabeça, ativar a circulação e alongar seu
corpo. Coma uma fatia de torta bem gostosa ou simplesmente dê uma
caminhada ao ar livre. Volte com força total para tirar de letra o último
desafio deste curso!

Desafio
Antes de concluir o curso, você deve passar por um desafio. É impor-
tante ter bastante atenção, pois um bom desempenho nesse exercício
lhe garantirá o direito de receber seu certificado. Acesse seu ambiente
de aprendizagem virtual para iniciá-lo.

Unidade 3 77
Palavras da
Autora
Vimos neste curso a origem e o conceito de ar-
mazenamento, conhecemos os procedimentos de
entrada e saída de mercadorias e os critérios de
armazenamento de produtos, considerando suas
especificações. Foram apresentados, também, os
sistemas adequados de estocagem (por intermédio
da ferramenta ABC) e o monitoramento dos esto-
ques por meio das técnicas do inventário. E, para
finalizar, conhecemos as vantagens e desvantagens
do armazenamento. Espero que você tenha conse-
guido tirar o melhor proveito deste curso e que seja
mais um adendo na sua carreira de sucesso profis-
sional.

Até a próxima!

79
Conhecendo a
Autora
RENATA QUEMEL PIRES é bacharela em Adminis-
tração de Empresas, pós-graduada em Logística
Empresarial pela Universidade da Amazônia (UNA-
MA) e mestranda em Logística pela Universidad
Nacional del Cuyo, na Argentina. É consultora na
área logística, em que possui projetos concluídos
na Secretaria de Ciências e Tecnologia (SEDECT) e
no Ministério da Saúde pelo PNUD, e professora da
Faculdade da Amazônia (FAMA), da Escola Superior
da Amazônia (ESAMAZ), da Faculdade de tecno-
logia da Amazônia (FAZ), SENAI e SEST SENAT. É
também Coordenadora de Estágio Supervisionado
na FAMA. Foi coordenadora do curso de Adminis-
tração na FAMA, Diretora Pedagógica da Petcursos
Profissionalizantes, Administradora Técnica da Saga
Serviço de Vigilância e Transportes de valores LTDA.
e encarregada da Estatística na Indaiá Brasil Águas
Minerais LTDA.

81
Referências

AMARAL, L. J. A importância da armazenagem na


logística. São Paulo, SP: Inbound, 2000.

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes,


administração de materiais e distribuição física.
Tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo, SP: Atlas,
1993.

BORDA, M. Arranjo físico. UFSC, Florianópolis,


1998. Disponível em: <http://www.scribd.com/
doc/8862194/Apostila-Arranjo-Fisico>. Acesso em:
9 set. 2010.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma


abordagem logística. 4. ed. São Paulo, SP: Atlas,
1993.

KLIEMANN, A; LOVERA, D. Unitização de cargas:


conceitos gerais. Departamento de engenharia da
UFSC, Florianópolis, 1999. Disponível em: <http://
www.google.com.br/#hl=pt-BR&source=hp&q=K
LIEMANN%2C+A.+LOVERA%2C+D.+Unitiza%C3%
A7%C3%A3o+de+cargas&aq=f&aqi=&aql=&oq=
&gs_rfai=&fp=cb732d779aa2b15d>. Acesso em: 9
set. 2010.

MENDONÇA, J. C. Sistema e técnica de movimen-


tação e armazenagem de materiais. São Paulo:
Imam, 2005.

MOURA, R. A; BANZATO, J. M. Embalagem, unitiza-


ção & conteinerização. 2. ed. São Paulo, SP: Imam,
1997.

______. Sistemas e técnicas de movimentação e


armazenagem de material. 4. ed. São Paulo, SP:
Imam, 1998.

83
Embalagem, Movimentação e Armazenamento de Materiais

PEDELHES, G. J. Embalagem: funções e valores na logística. UFSC. Santa Catari-


na. 2005. Disponível em: <http://www.gelog.ufsc.br/Publicacoes/20061/Embala-
gem.pdf>. Acesso em: 9 set. 2010.

RAGO, S. F. T. Estratégias logísticas. São Paulo, SP: Imam, 2008.

VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed. São Paulo,


SP: Atlas, 2008.

VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed. São Paulo,


SP: Atlas, 2002.

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