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GEOLOGIA DE ENGENHARIA

PCHs INDAIAZINHO E INDAIÁ


GRANDE: UM CASO DE INTERAÇÃO
GEOLOGIA - ENGENHARIA
NA CONCEPÇÃO DAS OBRAS
Zsolt Miklós GOMBOSSY | Geólogo - SZIKLA Geologia de Engenharia Ltda.
Sérgio Solino RAMOS | Engenheiro Civil - HE Consultoria de Engenharia Ltda.
David Prado PULINO | Engenheiro Civil - HE Consultoria de Engenharia Ltda.
Gustavo Barros MATTOS | Engenheiro Eletricista - Omega Energia Renovável

RESUMO ABSTRACT

As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) Indaiazinho e Indaiá The Indaiazinho and Indaiá Grande Small Power Plants were built
Grande foram implantadas no rio Indaiá Grande, perto da borda in the Indaiá Grande river, near the northwest border of the Paraná
noroeste da Bacia Sedimentar do Paraná, no estado de Mato Grosso. Sedimentary Basin, in the Ma-to Grosso state. Their foundations are
Suas fundações estão no derrame basáltico inferior da formação Serra in the lowest basaltic layer of the Serra Geral Formation, immediately
Geral, imediatamente acima do arenito Botucatu, principal compo- above the Botucatu sandstone, the main component of the Guarani
nente do Aquífero Guarani, que se estende ao Paraguai, Uruguai e Aquiferous, that reaches Paraguay, Uruguay and Argentina lands.
Argentina. As desfavoráveis características hidrogeomecânicas deste The unfavorable hydrogeomechanical characteristics of this contact
contato exigiram forte interação entre Geologia e Engenharia para demanded a strong interaction of Geology and Engineering to define
definir a posição espacial das casas de força, cuja escavação mais the power house’s spatial location, which deepest excavation could
profunda poderia criar risco de prazo e custo de construção. Este be a risk to the construction schedule and cost. This geological
condicionamento geológico prevaleceu na concepção final das conditioning prevailed on the overall conception of the plants,
usinas, inclusive em seus equipamentos de geração. including the generation equipments.
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1. INTRODUÇÃO 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS


DAS USINAS

A
s Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) Indaiazinho
e Indaiá Grande pertencem à Omega Energia Renovável
2.1 RESUMO DOS ESTUDOS E PROJETOS
e possuem potência instalada de 12,5 e 20,0 MW, res-
pectivamente. Elas foram implantadas no rio Indaiá Grande,
O trecho do rio Indaiá Grande onde estão implantadas as PCHs
no município de Cassilândia, no Mato Grosso do Sul, 70 km
foi primeiramente estudado em 2000, quando a Empresa Energética
a oeste de sua sede, distando 10 km uma da outra (Figura 1).
do Mato Grosso do Sul (Enersul) emitiu os estudos de inventário
hidrelétrico do rio Sucuriú, identificando cinco aproveitamentos
no rio Indaiá Grande, seu afluente esquerdo. A primeira versão
do projeto básico foi apresentada à Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) em 2004.
Após algumas trocas de concessões entre 2005 e 2008,
foram elaborados e apresentados ao órgão os correspondentes
projetos básicos consolidados. Seguiu-se a contratação dos
projetos executivos e das obras, que consumiram 20 meses até
o início da operação comercial, em setembro de 2012.

2.2 EVOLUÇÃO DAS CONCEPÇÕES

A evolução da concepção das PCHs é mostrada nas Figuras 2 e


FIGURA 1 - Localização das PCHs Indaiazinho e Indaiá Grande 3 − ambas com o projeto básico à esquerda e a versão consolidada
(Google Earth®)

Pela proximidade da borda


noroeste da Bacia Sedimentar
do Paraná, as fundações das
casas de força estão junto a
base do mais inferior derrame
basáltico da formação Serra
Geral, imediatamente acima do
arenito da formação Botucatu,
principal compo-nente do
Aquífero Guarani.
As características hidro-
geomecânicas do contato entre
essas formações geológicas
exigiram forte interação das
disciplinas de Geologia e
Engenharia para a definição
da posição espacial das casas
de força − até mesmo dos
equipamentos de geração − e,
indiretamente, também dos
vertedouros.

FIGURA 2 - PCH Indaiazinho: evolução do arranjo geral

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– onde houve problemas impostos
pelo nível piezométrico do arenito −
permitiu trazer à escala local os dados
regionais do mesmo mapa.
As cotas piezométricas foram
confrontadas com as do terreno natural:
460 a 430 m na PCH Indaiazinho e
430 a 400 m na PCH Indaiá Grande.
Confirmou-se o risco de as escavações
das casas de força − mais profundas
e originalmente previstas nas Els.
425 e 393 m − atingirem o topo do
arenito, podendo comprometer o
ritmo e o custo das obras. Era preciso
que as fundações resultassem acima
do contato arenito-basalto para que
a espessura preservada deste último
compensasse, sem controle artificial, a
subpressão do artesianismo. Impunha-
FIGURA 3 - PCH Indaiá Grande: evolução do arranjo geral se detalhar a posição e as características da faixa de contato. Ao final das
à direita − e sempre num mesmo enquadramento topográfico. Sua numerosas sondagens rotativas, o cenário geológico ficou caracterizado
parte superior evidencia que os eixos de barramento não sofreram conforme a Figura 4 e o texto que a segue.
mudança muito expressiva e a inferior destaca que as estruturas de
concreto tiveram sua posição significativamente modificada. A razão
disso está nas casas de força, pois elas foram as primeiras estruturas a
ter sua posição redefinida para onde o topo do arenito Botucatu fosse
mais profundo. Daí decorreu a posição dos vertedouros − ditada
também por aspectos hidráulicos – e das barragens de terra, que
respeitaram uma distância segura da cabeceira da cachoeira presente
nas duas PCHs.

3. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS
DO MACIÇO ROCHOSO
FIGURA 4 - Seção geológica pelo circuito hidráulico de geração das PCHs
3.1 RESUMO DAS INVESTIGAÇÕES REALIZADAS
3.2 BASALTO
Como as usinas estão junto à borda noroeste da Bacia Sedimentar
do Paraná, o primeiro passo no desenvolvimento dos projetos básicos O mesmo derrame basáltico está presente nas duas obras, mas
consolidados foi analisar detidamente o mapa hidrogeológico do somente a sua porção densa cinza-escura, de textura fina, livre das
Aquífero Guarani [1]. Ele contém, à escala 1:2.500.000, um detalhado típicas juntas-falhas, geralmente situadas sob o pacote vesicular-
estudo desta unidade geológica, com valiosos dados sobre a posição do amigdalóide superior. A espessura que remanesceu da erosão e do
topo do arenito Botucatu e de suas linhas isopiezométricas, com curvas intemperismo varia de 35 a 40 m, conforme o relevo natural, por
de nível a cada 400 e 100 m, respectivamente – as que o mapa permite. cima, e o topo do arenito Botucatu, por baixo. A faixa superficial do
Essa primeira atividade evidenciou que ambas as PCHs se situam maciço, com até 4,5 m de espessura, é relaxada, semidecomposta,
numa região em que o topo do arenito está ao redor da El. 400 m, muito fraturada e certamente muito permeável, pois os ensaios de
com cota piezométrica abaixo da El. 450 m e no limite provável de seu perda d’água foram frequentemente impedidos justamente pelo
artesianismo surgente. A análise de outras obras implantadas na área intenso fraturamento. Essa faixa relaxada ainda abriga o lençol

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freático, quando não a base do solo residual. Logo abaixo dela,


porém, o maciço rapidamente ganha altos índices de qualidade
hidrogeomecânica (permeabilidade, sanidade, consistência e
fraturamento).
As fraturas do basalto se dividem equitativamente em
suborizontais e subverticais conchoidais, raramente inclinadas,
como é típico dos basaltos densos. Imediatamente acima do
contato com o arenito, está presente o também típico e delgado
horizonte de basalto vesicular-amigdalóide, semidecomposto,
intensamente fraturado e muito permeável – onde novamente os
ensaios foram em boa parte impedidos. FIGURA 6 - Níveis piezométricos no arenito Botucatu (PCH Indaiá Grande)

3.3 ARENITO Diante da pequena variação mostrada pela figura acima,


se admitiu que os níveis piezométricos estavam estabilizados
Nos primeiros metros de seu topo, o arenito é muito friável, entre as Els. 408 e 405 m, coerentes com as indicadas no mapa
sendo que as sondagens rotativas quase sempre recuperaram hidrogeológico regional [1]. Significava que a carga piezométrica
apenas amostras lavadas contendo areia fina, solta, marrom (Figura média atuante na base do basalto denso na área da casa de força
5). Sua parcela rochosa foi mais bem recuperada e amostrada em seria da ordem de 30 mca, estaticamente compensável pela
apenas três sondagens, mas ainda como um material brando, preservação de cerca de dez metros deste material nas escavações.
amarelo claro, pouco estratificado horizontalmente e com textura Mesmo sem leituras contínuas, a situação era semelhante na
fina, bem selecionada. PCH Indaiazinho. A diferença era que, ali, os níveis piezométricos
giravam em torno da El. 436 m, embora com os mesmos 30 mca
sobre a área da casa de força. Os piezômetros foram preservados
ao final das obras, permitindo leituras por algum tempo após o
enchimento dos reservatórios.
Na PCH Indaiazinho, o topo do arenito, interpretado com base
nos resultados das diversas sondagens, está situado ao redor da
El. 425 m sob o leito do rio, rebaixando-se para montante à El.
FIGURA 5 - Aspecto típico da faixa de contato basalto denso-arenito 405 m na área da casa de força e tornando a se elevar à El. 410 m
a montante da cachoeira. Descontando uma presumível espessura
Ensaios Standard Penetration Test (SPT) no topo fragilizado de cinco a 10 m de blocos soltos de basalto imediatamente a
do arenito revelaram índices bastante elevados – como 10/5, 13/6. jusante e abaixo dessa cachoeira, se concluiu que sua base também
–, correspondentes a um material muito compacto. A experiência está ao redor da El. 420 m e que o topo do arenito está ali exposto,
em outras obras implantadas em cenário geológico similar, porém, embora submerso.
mostra que ele é franca e rapidamente erodível se exposto a fluxo Este cenário vinculou o arenito não só à evolução da cachoeira
de água, mesmo quando com consistência ainda mais elevada, em si como ao consequente relaxamento sofrido pelo basalto
dada a sua fraca cimentação. Os ensaios de perda d’água foram nas duas margens a jusante dela: o caráter friável dos sedimentos
dificultados pela instabilidade dos furos depois de atingido o eólicos os torna facilmente erodíveis pelo fluxo do rio, criando
arenito, até impedidos em algumas sondagens. A permeabilidade “negativos” que abrem as fraturas subverticais, permitindo a
revelada foi de 3,5 a 4,0x10-4 cm/s – mas certamente bem mais penetração da água superficial e resultando na oxidação que se
alta, como visto em outras obras implantadas em cenário similar, viu nas amostras das sondagens. Num grau mais intenso de
coerentemente com sua característica de aquífero. relaxamento do basalto, a água contida no arenito tende a se elevar
Em ambos os aproveitamentos, dois furos de sondagem foram por tais fraturas, aliviando a pressão piezométrica antes incidente
usados para instalar piezômetro tipo Casagrande no topo do arenito, e fazendo-a ter equilíbrio com o nível do rio. Por fim, num grau
mas apenas na de Indaiá Grande foi possível sistematizar as leituras – extremo de influência da presença do arenito, os blocos e prismas
ainda assim por breve período. Elas constam no gráfico da Figura 6, do basalto situados sobre o arenito cedem sob seu próprio peso,
no qual se nota que os níveis piezométricos decresciam ligeiramente dando início a novo ciclo evolutivo da cachoeira.
com a estiagem, caracterizando a área como zona de recarga. Já na PCH Indaiá Grande, o topo do arenito está situado em

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torno da El. 360 m sob o leito do rio, segundo uma sondagem a 4.3 BARRAGENS DE TERRA
montante da cachoeira. Como a base dela está ao redor da El. 400
m, esta diferença de 40 m indica ausência de relação com o arenito. Como já comentado, as alterações do eixo das barragens de terra
em ambas as margens dos dois aproveitamentos decorreram de
Na região da casa de força, o topo do arenito vai ganhando cotas
simples geometria, buscando alcançar os pontos topograficamente
progressivamente mais altas, alcançando a El. 410 m no trecho mais elevados a partir dos componentes em concreto.
final da barragem de terra à direita. Ele desenha em planta uma
superfície convexa bastante evidente. Sua geratriz, por assim dizer,
mostra uma inclinação de 8° com a horizontal para leste, coerente 5. IMPLICAÇÕES NOS PROJETOS
com o que se dá em escala regional da bacia sedimentar como um MECÂNICOS
todo, mas não necessariamente o reflexo local disso.

Em paralelo ao crescente conhecimento geológico e ao


4. IMPLICAÇÕES NOS PROJETOS CIVIS desenvolvimento dos projetos civis, se avançava também na
seleção dos equipamentos de geração das casas de força, buscando
4.1 CIRCUITOS DE GERAÇÃO
alternativas que exigissem fundações mais rasas – e, portanto,
verticalmente mais afastadas da faixa de contato basalto-arenito
O cenário hidrogeológico descrito no item anterior
–, sem deixar de levar em conta os inerentes aspectos de custo.
representou um forte condicionante para o desenvolvimento
Verificou-se que, com o resultado das investigações, essa limitação
dos projetos básicos consolidados e, depois, para a parte
deixou de existir, mesmo para as máquinas de eixo vertical, pois
civil dos projetos executivos. Conforme se obtinham dados
o nível de implantação mais baixo da estrutura como um todo foi
das novas sondagens, os da etapa anterior foram sendo
previsto cerca de 10 m acima dele.
continuamente reavaliados, num crescente conhecimento
do cenário hidrogeológico local. Isso foi particularmente
importante para as estruturas do circuito de geração, cujo 6. ALGUNS ASPECTOS
posicionamento espacial foi sendo sucessivamente redefinido CONSTRUTIVOS
até situá-las fora da faixa de 100 m em que o maciço basáltico
estava relaxado − evitando, também, expor o arenito nas
escavações mais profundas das casas de força. Também se As escavações foram monitoradas por empresa especializada em
avaliaram hidraulicamente alternativas para os canais de fuga, controle de vibrações e lograram preservar a “laje” de basalto
resultando nos arranjos finais já mostrados nas Figuras 1 e 2. denso nos cerca de 10 m acima das fundações das casas de força,
A experiência com outras obras implantadas em cenário geológico até nos poços de esgotamento e drenagem – de posição ainda mais
similar também contribuiu sobremaneira para o estágio alcançado profunda. A Figura 7 exibe alguns momentos das duas obras.
ao final dos trabalhos. Notoriamente, a influência do arenito começa
a se manifestar mesmo alguns metros acima de seu topo, devido à 7. CONCLUSÕES
pressão piezométrica que atua nas fraturas subverticais abertas da
base do basalto. Isto permitiu definir que a cota mais profunda da Este trabalho mostra a importância de, ainda na fase de
escavação das casas de força fosse fixada em cerca de 10 m acima do projeto básico de futuros empreendimentos situados nas bordas
topo do arenito, situação depois confirmada por análises numéricas da Bacia Sedimentar do Paraná, conhecer antecipadamente a
mais precisas realizadas nos correspondentes projetos executivos. posição espacial do contato entre os basaltos da formação Serra
Geral e o arenito Botucatu em relação às cotas previstas de
4.2 VERTEDOUROS
implantação de suas escavações mais profundas – até, eventual
e principalmente, se forem subterrâneas. Algumas usinas
Suas estruturas são unidas às tomadas d’água por muros
implantadas anteriormente em cenário hidrogeológico idêntico
de concreto e foi o caráter relaxado do maciço basáltico o
ao das PCHs Indaiazinho e Indaiá Grande exigiram intenso
responsável geológico por seu posicionamento. Previu-se uma
sistema de poços de rebaixamento ao redor da casa de força,
calha curta em concreto, de modo que o fluxo imediatamente a
por vezes tendo enfrentado até mesmo problemas com erosão
jusante incidisse diretamente sobre o basalto são do leito do rio.
tubular remontante (piping) nas escavações no arenito.
Em Indaiazinho, isto foi feito de forma a que o final da calha
Um bom método para conduzir os dados regionais
resultasse logo a montante da crista da cachoeira, enquanto que
citados [1] à escala local dos projetos é o imageamento (ou
em Indaiá Grande a calha devolvesse a água já a jusante dela.
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Sérgio Solino Ramos


Engenheiro Civil (USP) com especialização em hidráulica (USP,
UFMG e PUC) e gerenciamento de projetos (FGV), com 35
anos de experiência no setor elétrico brasileiro. Sócio-diretor da
HE Consultoria de Engenharia (Belo Horizonte, MG, fundada
em 1996), empresa de projeto e gerenciamento de implantação
de empreendimentos de geração e consultoria em hidráulica.
Engenheiro hidráulico e coordenador de projetos nas empresas
HIDROSERVICE, THEMAG e IESA. Professor de pós-graduação
em administração da FGV- Belo Horizonte desde 2006.

David Prado Pulino


Engenheiro Civil (USP) com especialização em hidráulica, vias
navegáveis interiores, irrigação e pequenas centrais hidrelétricas
(USP), com 37 anos de experiência no setor elétrico brasileiro.
Sócio-diretor da HE Consultoria de Engenharia (Belo Horizonte,
MG, fundada em 1996), empresa de projeto e gerenciamento de
implantação de empreendimentos de geração e consultoria em
hidráulica. Atuou como engenheiro hidráulico e coordenador de
FIGURA 7 - Escavações (acima) e estruturas concluídas (abaixo)
projetos nas empresas CNEC, GH e IESA.

caminhamento) geoelétrico, embora nas usinas aqui citadas


ele não tenha sido aplicado. Seus resultados delimitarão Gustavo Barros Mattos
com boa aproximação o contato basalto-arenito. Assim, as Engenheiro eletricista formado pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e com especialização MBA CEAG da
sondagens rotativas de detalhe poderão se restringir a essas Fundação Getúlio Vargas – FGV, com 16 anos de experiência no setor
áreas, reduzindo seu custo e prazo de execução, além de de elétrico, especificamente em energia renovável. Co-fundador da
proverem maior segurança técnica aos empreendimentos. Omega Energia, empresa que possui 470MW em empreendimentos
de PCHs e parques eólicos em operação e construção. Atua como
Convém aproveitar parte delas para instalar piezômetros ao Diretor de Desenvolvimento Implantação. Atuou previamente na
nível do contato, onde seja possível preservá-los durante as Siemens, Voith e Guascor.
obras e até após o enchimento do reservatório, permitindo
aferir as premissas de projeto quanto à subpressão atuante nas
estruturas mais suscetíveis ao fenômeno.
Por fim, os dados apresentados neste trabalho sobre a
posição do contato basalto-arenito e seu comportamento
piezométrico poderão servir de balizamento para outros
eventuais projetos hidrelétricos na região.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CAMPOS, H. (2000) – “Mapa Hidrogeológico do Aquífero Guarani”,
publica-do pelo Convênio CNPq − Universidade do Vale dos Sinos (Centro de
Ciências Exatas e Tecnológicas).

Zsolt Miklós Gombossy


Desde que se formou no Instituto de Geociências da USP (1974),
ganhou experiência em estudos de inventário e viabilidade,
projetos básicos e executivos − em grandes empresas brasileiras
ENGENHARIA E SUSTENTABILIDADE
FLORIANÓPOLIS, SC
de projeto e consultoria − complementando-a nas obras de
Itaipu e outras. À frente da SZIKLA Geologia de Engenharia WWW.GEOENERGY.COM.BR +55 48 3222.4262
Ltda. desde 1997, agregou a análise crítica de projetos no Brasil
e fora dele, nos aspectos de fundação, escavação e materiais de
construção. Atua na avaliação de riscos geológicos para clientes
variados, visando reduzir prazos e/ou custos.

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