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EDITORADA
UNICAMP
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CONFORMAÇÃO·
·PLÁSTICA DOS
.ETAIS
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11r,t1l1U'IS ,' '
L .....
SUMÁRIO
Parte 1
PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO PLÁSTICA
APRESENTAÇÃO ................................................................ .. 11
Capítulo 1
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
LI Introdução .................................................................... 17
1.2 Classificação quanto ao lipo de esforço predominante ............................•.... 18
1.3 Classificação quanto à temperatura de trabalho ....................................... 20
Capítulo 2
LAMINAÇÃO
2.l
Conceitos iniciais da laminação •.....•.................. ·~- .............•....•••..• 25
2.2 Met·ânica da laminação .........•................... : .....•............•....•••. 26
r
1f;
2.3 Laminadore.~ •.......•....••................•......................•.........•• 29
2.4 Cilindros de laminação ..........•...•........................................••. 34
2.S Descrição do processo de laminação •.................................••........... 36
2.6
-;.,'fi Produtos laminados ............................................................ 49
Capítulo 3
EXTRUSÃO
Capítulo 4
TREFILAÇÃO
Capítulo 5
ESTAMPAGEM
Capítulo 6
FORJAMENTO
{
6.1 Conceitos iniciais do forjamento ...•...............................•.......•..... 147 E
6.2 Mecânica do forjamento ................••.............. : ....................... 148
6.3 Máquinas de forjamento .........................•.............................. 148
6.4 Matrizes de forjamento ...•...........•.......................................... 155
6.5 Descrição do processo de forjamento ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . ] 57
6.6 Produtos forjados .•..................•..•..•....••........•.....•...•......... 162
L
rane"
,
63
65
,! Capítulo 1
;'l
.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ESTRUfURA CRISTALINA DOS METAIS
68
70
.
1.1 Eleme1110s de cristalografia ..•..............••..••• , •.•.•.•••.••...•.•..•..••••• 171
r1
72 t.2 &!rutura cristalina dos metais ......••...•..........•••...••..•.••.••............ 171
;I
84 1.3 Parâmetros da estrutura cristalina .........•......................................• 172
1 1.4 Estrutura crisLalina das ligas metálicas .........•••..••......•...............•..•..• 175
t .5 Defeitos cristalinos ......................................•..................... 177
t.6 Notação cristalográfica ...............•......•...••...................•.....•... 178
. 93 Capítulo 2
. 94 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DO CRISTAL
. 95
• 99
il 1
2.1 Mecanismos de deformação plástica .............................................. 185
2.2 Tensão de cisalhamento do cristal •...•.....•••..••....•...•.•.....••.••....••.•.• 187
104 it
2.3 Sistemas de escorregamento do cristal ...•...•.....•...•................••••.•••.•• 189
114
2.4 Projeção estereográfica ..•...•.......•....••.•••••..•...•..........•.•••.••••.•• 193
2.5 Orientação do cristal no escorregamenlo .......••...................•..•..•..•...•• 194
2.6 Sislemas de maclação 110 cristal .......•...............................••.••.••... 197
2.7 Discordância ................................................ , ••....•..•.••••. 198
121
Capítulo 3
126
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DO AGREGADO POLICRISTALINO
133
135 3.1 Considerações iniciais ...........................••.•.......•.•....••••..••..•• 205
140 3.2 Contorno de grão ................................•.•.•••••.•••.•.••..•.•••.••. 205
142 3.3 Poligo11i1.açio ................................•..•...••....•.....•. , ••.•••••.•• 205
3.4 Solu\'ÓeS sólidas ...................•..................•..••.•.••..••.•••••••.• 206
3.5 Segundas fases ..•.............•...•........•..•.•.•.•....•.•.•.•.••..•••••••. 2ITT
Capítulo 4
147 ENCRUAMENTO E RECOZIMENTO
148
4.1 Encruamento do cristal .....•..••••.•.•...•...•.•........••..•.•.•.••••••••••.•. 211
148
4.2 Encruamenlo do agregado policristalino ...........•.....•.•••..••••.•........•.... 212
155
4.3 Mudanças de propriedades com o cncruamento ..•..•.•.....••••.••.••..•....•...... 217
157
4.4 Recristalização •..•......•.....••....•...••.•..••••••..••.•.•..•..•••.••..••.. 218
162
4.5 Mudanças de propriedades com a recristalizaçio .................................... 223
Capítulo S
TEXTURA E ANISOTROPIA
Capítulo 6
FRATURA DÚTIL
Capítulo 7 ·
CONFORMABILIDADE PLÁSTICA
Parte 3
MECÂNICA DA CONFORMAÇÃO PLÁSTICA
Ca
TE
Capítulo 1
TEORIA DAS TENSÕES EM CORPOS SÓLIDOS
Capítulo3
TEORIA DA PLASTICIDADE
Capítulo S
APLICAÇÃO PARA O FORJAMENTO
.• 349
• 349
• 352
. 356
. 371
. 374
• 379
Pesquisa e Redação
EITORE BRESCIANI FILHO
Pesquisa e Revisão
CECÍUAAMÉUA DE CARVALHO ZAVAGUA
SÉRGIO TONINI BOTTON
Capítulol
CLASSIFICAÇÃO DOS _
PROCESSOS DE CONFORMAÇAO
APRESENTAÇÃO
A publicação está dividida em três partes, que abrangem as principais áreas de estudo
da matéria:
11
Parte 1
Pesquisa e Redação
ETIORE BRESCIANI FILHO
Pesquisa e Revisão
CECÍLIA AMÉLIA DE CARVALHO 7AVAGLIA
SÉRGIO TONINI BOTION
Capítulo 1
CLASSIFICAÇÃO DOS __
PROCESSOS DE CONFORMAÇAO
1.1 INTRODUÇÃO
É importante o estudo dos processos de conformação plástica dos metais porque mais
de 80% de todos os produtos metálicos produzidos são submetidos, em um ou mais
estágios, a tais processos.
a) dimensão e forma,
b) propriedades mecânicas,
c) condições superficiais,
17
c) quanto à forma do material trabalhado ou do produto final;
18
.r No processo de conformação por flexão as modificações de forma são obtidas
mediante a aplicação de um momento fletor. Esse princípio é utilizado para dobrar chapas,
barras e outros produtos. Como exemplos, pode-se citar os processos de dobramento livre,
dobramento de borda, dobramento de matriz e calandragem.
rE
, tipo
tação
.os os
cadas
nente
, pela
são a
hapas
os de
nente
to de
io em
1antes
hores
Figura 1.1 l '..,qucma simplilicado da d:issilica<,-â<• dos prnccssrn de conformação
19
1.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À TEMPERATURA DE TRABALHO ÜS)
Forjamer
1.4 OUTROS MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO
; 1-----
;~
Os métodos de classificação dos processos de conformação plástica mais comuns são
os dois mencionados anteriormente (quanto ao tipo de esforço predominante e quanto à l
"!
Estampag
(profund
temperatura de trabalho).
f i----
Existem também outros métodos, cujos empregos, no entanto, são menos comuns. Um ,j Estiramen1,
chapas
deles é a classificação de acordo com a forma do metal trabalhado, como por exemplo os
:'J
processos de conformação de chapas (laminação, estampagem, dobramento, etc.) e de tubos n
e fios (trefilação, extrusão, etc.).
'
\~ (x)bramcr
Pode-se também classificar os processos de acordo com o tamanho da reg1ao K·t
20
os processos de conformação podem ainda ser separados em duas caiegorias de acordo com o
produto obtido: processos de conformação primária, a1.ravés dos quais se obtêm produtoo
semi-acabados e processos de conformação secundários, através dos quais se obtêm produtos acabados.
ser
:nte.
O quadro 1.1 apresenta um resumo da classificação dos processos de conformação
1ção
ra, é plástica.
QUADRO LI
Processos e produlOl!I típicos de c:onfonna<;;ão pláslica
:eito
a. O ~--•. -··.
~tais
Processo
FOIJ;a
.. ----·- ·~- Ilustração ÁMo<
~
Placas Placas
X
O.apas Chapas
Barras Barras
Compcessão Perfis
Laminação direla
a de
X Chapas
pela
•
Barras Barras
Com~o Arames Arames
Trefilação in ireta X
Fias
:, ao fi05 Tubos
a do
para Barras
~
X Tubc6 Tubc6
!lina Co~o
Perfis
Extrusão i irela
o da Peças Peçu longas
X pequenas
extrudadas
extrudadas
~
X Peçàs forjadas
Compressão
Forjamento
d1re1a
X Peças pequenas forjadas
Um
o os
Estiramento de
chapas Tra<,'ão X
··-1----·---·
.ri'
-----
r~ Peças de chapas estiradas
-
ubos
~
Dohramento Mcxão X X
Peças de chapas e tiras doi>radas
:gião -
içá.o,
~
, por
C--alandragem Mexão X Tubos
+
sem
e) e
~
r os Corte Cii;alhamento
J Peças cortadas de chapas ou
X
frio,
X
[ perfis pequenos diversos
21
Capítuh> 2
LAMINAÇÃO
A laminação é um processo de confonnação que essencialmente consiste na passagem
de um corpo sólido (peça) entre dois cilindros (ferramentas) que giram à mesma velocidade
periférica, mas em sentidos contrários (figura 2.1). Desta fonna, tendo o corpo da peça
inicial uma dimensão maior do que a distância entre as superficies laterais dos cilindros, ele
sofre uma deformação plástica na passagem entre os cilindros que resulta na redução de sua
secção transversal e no aumento do seu comprimento e largura. Para se obter, então, uma
determinada dimensão (espessura) do corpo, deve-se submeter a peça a sucessivos passes
através dos cilindros, com as distâncias entre si decrescentes.
ESPESSURA
INICIAL
ho
A passagem da peça pelos cilindros ocorre através da ação da força de atrito que atua
na superfície de contato entre as peças e os cilindros. Essa força é proporcional ao
coeficiente de atrito-entre peça e cilindro e à força normal na superfície de contato. A força
normal dividida pela área da superfície de contato é a pressão exercida pelos cilindros que,
por sua vez, resulta da resistência à deformação plástica do material da peça nas condições
de processamento (temperatura e velocidade de trabalho).
25
• a) laminação a quente - a peça inicial é comumente um lingote fundido obtido de
Na
lingotamento convencional, ou uma placa ou tarugo processado previamente em
depende
lingotamento contínuo; a peça intermediária e final assume, após diversos passes
exemplo
pelos cilindros laminadores, as formas de perfis diversos (produtos não planos)
(altura) 1
ou de placas e chapas (produtos planos). A temperatura de trabalho se situa acima
elevada
da temperatura de recristalização do metal da peça, a fim de reduzir a resistência
Jongitudi
à deformação plástica em cada passagem e permitir a recuperação da estrutura do
espessur;
metal, evitando o encruamento para os passes subseqüentes. A laminação a longitudi
quente, portanto, comumente se aplica em operações iniciais (operações de
desbaste), onde são necessárias grandes reduções de secções transversais.
Ess
uma veh
b) laminação a frio - a peça inicial para o proce~amento, nesse caso, é um produto
constânc
semi-acabado (chapa), previamente laminado a quente. Como a temperatura de
constant,
trabalho (temperatura ambiente) situa-se abaixo da temperatura de recristalização,
for consí
o material da peça apresenta uma maior resistência à defonnação e um aumento
cilindro,
dessa resistência com a deformação (encruamento), não permitindo, dessa fonna,
é máxirr
intensidades elevadas de redução de secção transversal. Um tratamento térmico
arco de<
de recozimento, entre uma e outra seqüência de passes, pode se tornar necessário laminaç,
em função do programa de redução estabelecido e das propriedades exigidas do mínimo,
produto final. A laminação a frio é aplicada, portanto, para as operações finais arrastar
(operações de acabamento), quando as especificações do produto indicam a desse ân
necessidade de acabamento superficial superior (obtido com cilindros mais lisos e que pos~
na ausência de aquecimento, o que evita a formação de cascas de óxidos) e de
estrutura do metal encruada com ou sem recozimento final.
As
As temperaturas de laminação e as de recozimento têm seus limites, superior e movime
inferior, definidos criteriosamente em função do tipo de material a ser processado e das menor d
forças di
condições .de cada processamento em particular.
A laminação pode ser classificada como um processo de compressão direta pelo fato
dos cilindros atuarem, em esforço de compressão, diretamente sobre a peça.
26
btido de Na laminação, a intensidade de defonnação plástica na direção da largura da peça
.ente em depende de sua forma inicial e da intensidade da deformação da secção transversal. Por
s passes exemplo, nas etapas iniciais de redução de uma barra - em que a largura e a espessura
planos) (altura) na secção transversal são próximas - a intensidade de deformação (a quente) é
1a acima elevada e, conseqüentemente, o espalhamento do material nas direções lateral e
dstência longitudinal é grande. Caso diverso ocorre na laminação de uma placa, pois, sendo a
utura do espessura muito menor do que a largura, predomina a deformação plástica na direção
nação a longitudinal e a deformação na direção lateral pode ser desprezada.
ções de·
Essa mecânica da deformação indica que a peça entra no espaço entre os cilindros com
uma velocidade menor do que a velocidade com que sai, pois pode-se admitir a hipótese da
produto constância do volume na deformação plástica. Como a velocidade periférica dos cilindros é
atura de constante, existe uma linha na superfície de contato, ou um ponto no arco de contato - se
dização, for considerada a projeção em perfil - onde a velocidade da peça se iguala à velocidade do
aumento cilindro ( e no qual a tensão de laminação, ou seja, a pressão aplicada pelos cilindros à peça,
a forma, é máxima). Esse ponto é denominado ponto neutro (figura 2.2). O ângulo formado pelo
térmico arco de contato, tendo como vértice a projeção do eixo do cilindro, é o chamado ângulo de
:cessário laminação, ou ângulo de contato, ou ainda ângulo de ataque. Esse ângulo tem um valor
gidas do mínimo, denominado ângulo de mordida, abaixo do qual os cilindros não conseguem mais
es finais arrastar a peça sob ação das forças de atrito atuantes na superfície de contato. A tangente
dicam a desse ângulo deve ser menor ou igual ao coeficiente de atrito na interface peça-cilindro para
is lisos e que possa ocorrer a laminação.
,os) e de
>rimeiras , A carga da laminação, ou força normal à superfície de contato, aumenta até o ponto
sse entre neutro e, a partir daí, diminui. Essa força decorre da resistência à deformação oferecida
,inação a pelo material da peça nas condições mecânicas de processamento (temperatura, velocidade
1stos em e estado de tensão). A reação às forças atuantes na superfície da peça são as forças
exercidas sobre os cilindros com a denominação de forças de separação. A carga de
laminação dividida pela área de contato define a pressão sobre os cilindros, ou seja, a
tensão de laminação.
iciais da
formas,
Os cilindros de menor diâmetro requerem carga de deformação, e portanto de
separação, menores do que as exigidas pelos cilindros grandes, para uma mesma
intensidade de redução de secção da peça. Isso é devido a dois fatos:
TR,
---
Vo
-----
Vr hf
Figura 2.3 •
p
Os,
laminar r
mesmoâ:
Em
C• C' arco de seja, as rr
cont oto
Ponto
neutro
2.3 L
, Figura 2.2 • Forças e relações geométricas na lamina~o
Os
211) a área menor da superfície de contato de um cilindro de diâmetro menor (figura 2.
corresponde a forças de atrito de menores intensidades e, conseqüentemente, a
pressões médias menores. 0 /1
obriga a
passagen
Os cilindros de diã,metros menores, para uma mesma força de separação, sofrem menos ci
contudo deformações elásticas maiores pela ação dos esforços de flexão. Essas rotação<
deformações elásticas, mais acentuadas na parte central dos cilindros, introduzem direção<
alterações dimensionais na peça laminada. Para aumentar então a rigidez do par de cilindros peças pe:
de diâmetros menores, justapõem-se · cilindros, aos pares, de diâmetros maiores; os Como a
primeiros são denominados cilindros de trabalho e os segundos, cilindros de apoio ou de superior
encosto (figura 2.3). Contudo, além dessa defonnação elástica central nos cilindros, eles intermed
sofrem um achatamento na região de contato, também elástico, que conduz a um aumento ajuda de
de seus raios de curvatura.
28
'ATO
•E
Ni>AOS
Clt..lNOROS
OE
ENCOSTO
-- orco de
contoto
Em função do número e da disposição dos cilindros nas gaiolas, os laminadores (ou
seja, as máquinas de laminação) podem ser classificados em diversos tipos (figura 2.4).
2.3 LAMINADORES
29
QUADR02.l
Fórmulas básicas para Laminação de Oiapas
(extraídas de Dieter, pp. 518-543; ver mais detalhes em Rowe, pp. 208·250 e Avitzur, pp. 436-492)
Ah•reduç!io de laminação
hc-espessura final
h1-espessura inicial (e )
R•raio de wrvatura do cilindro
o-P/blp
(
(6) Torque de laminação (M,) (chap:
M1 •2Pa,com cilindi
lamin:
finas,
~
1(R)½
R'
I
Ã-0,43 para laminação a írio com cilindros de acabamento fosco
gaiola
),,-(),48 para laminação a frio com cilindros de acabamento liso quádn
a•braço do momento, ou seja, ponto a partir do centro, no arco de contato, duo e
onde se admite concentrar a carga P
30
{o) LAMINADOR DUO DE ( b l LAMINADOR DUO CONTÍNUO
RETORNO POR CIMA
---
O laminador quádruo é utilizado para o trabalho a quente e a frio com produtos planos
(chapas grossas e finas). São necessários dois cilindros de encostos maiores do que os
cilindros de trabalho, podendo ser todos acionados por motores. Em geral esses
laminadores são dispostos em série formando linhas de laminação contínuas. Para chapas
finas, utiliza-se o laminador duo com quatro ou mais cilindros de encosto.
A instalação dos laminadores mais simples é aquela que é constituída de uma única
gaiola com um dos seguintes arranjos de cilindros: duo não-reversível, duo reversível, trio e
quádruo. Para a laminação de barras, por exemplo, pode-se dispor de diversos laminadores
duo e trio combinados em diversos tipos:
31
I! PASSE 29 PASSE :, ! PASSE _. f PASSE
Figura 25 - Ilustração da seqOência de passes na redução de um lingote para urna placa em laminador duo reversível
32
h) O laminador planetário a quente Sendzimir (figura 2.6) foi desenvolvido para
reduzir a quente uma placa em uma tira em bobina numa única passagem. O
laminador a frio Sendzimir (figura 2.7) consiste de um conjunto de cilindros
dispostos na seqüência 1-2-34, ou com outros arranjos. Destina-se à laminação a
frio de chapas com grandes reduções. O trem de laminação Unitemper destina-se
à laminação de acabamento de tiras laminadas a frio e é constituído de duas
gaiolas de laminador duo.
CILINDROS PASSAGEM
ersível
jispostas
r de uma
>nna a se
lite, pela
série, de
locidades Figura :2.6 - Representação esquemática do laminador planetário a quenle (Ward em McGannon, fig. :21-4, p. 614)
a e outra
alho com A fabricação de tubos sem costura é realizada em laminador-madrüador de diversos
tipos. com particular destaque para o tipo Mannesmann (figura 2.8). A fabricação de tubos
com costura se dá a partir de tiras laminadas que são posteriormente conformadas em rolos
e soldadas, como na figura 2.9.
sível para
alação de
parte da GAIOLA EM BLOCO ÚNICO
OE AÇO FUNDIDO
ínuo e a CILINDRO
OE TRABALHO
PRIMEIROS CILINDROS
·izontais e INTERMEDIÁRIOS
amhém as SEGUNDOS
m perfil H CILINDROS•
, de perfis CONJUNTO
para rodas DE APOIO
gaiolas de
~ça passa a • OS DOIS DAS EXTREMIDADES ACIONADOS PELOS MOTORES
:ada gaiola
O trem de
fligura 2.7 • Arranjo de cilindros num laminador a frio Sendrjmir (adaptldo de McGannon, fig. 21 •5, p. 615)
,aste (trem
do de dois
imeiro.
33
b';
e)
o
de plac
superfí
A
(McGa
1"
2•
Figura 2.8. llustra<;ão simplificada Mannesmann de fabricação de tuoos sem OOlltura num laminador mandriladot
(McGannon, fig. 31-23, p. 892)
SEQUÊNCIA
DA MUDANÇA
e e(
1 DE FORMA
o
e e
ELETRODO
DE SOLDAGEM
TUBO
-
T IRA
EM
SOLDADO BOBINA
PRESSÃO
ROLOS DE CONFORMACAO
.
Figura 2.9 • Representação esquemática da fabricação de tubos com CQ;lura a partir de tiras laminadas (McGannon,
fig. 31-16, p. 885)
9ª)
2.4 CILINDROS DE LAMINAÇÃO
34
b) pescoço - onde o peso do cilindro e a carga de laminação devem ser suportados, e
c) trevo - onde ocorre o acoplamento com o eixo motor através de uma manga de
engate.
Os cilindros com superfícies cilíndricas (geratriz reta) são utilizados para a laminação
de placas e chapas; os cilindros com ranhuras 9u passagens, que são aberturas formadas na
superfície, destinam-se à laminação de perfis e barras.
2ª) A redução por passe deve se adequar aos diâmetros dos cilindros e à capacidade
da instalação do tratamento térmico, de forma a tornar pequena as fraturas de
cilindro e reduzir a potência necessária do sistema laminador...
As passagens devem ter suficiente inclinação lateral nas diversas partes para se
mandrilador adaptarem ao gabarito do perfil da peça (este deve ser elaborado com tolerâncias
estreitas e considerando a contração devido ao resfriamento).
OUÊNCIA
MUDANÇA
4ª) As secções transversais ao longo da peça devem resultar as mais uniformes
FORMA
possíveis.
1~ EM
transversal devem ser consideradas. Materiais diferentes apresentam
espalhamentos laterais diferentes.
BOBINA 71) Uma velocidade de laminação elevada restringe o espalhamento lateral e a
intensidade de redução.
91) Um diâmetro maior de cilindro permite uma· maior intensidade de redução, sem
fratura de cilindro, e uma maior facilidade de entrada da peça com uma área de
contato maior. Exige: contudo maior potência motora, provoca maior
>romovem espalhamento e reduz a deformação na direção da laminação.
Os cilindros de: laminação primária (de blocos e placas) têm como principal requisito a
3): resistência mecânica, pois são submetidos, na laminação de grandes massas com elevadas
reduções, a pressões elevadas e choques intensos, que se associam à solicitação térmica
trarn,mitida à superfície. Essa solicitação térmica pode provocar a formação de fissuras
35
',:/l· superficiais que têm a possibilidade de se espandirem com os choques mecânicos e
provocarem a fratura dos cilindros. Para tais aplicações, os cilindros são comumente
constituídos de aço-liga (por exemplo: 0.85% C, 1,00% Mn. 1.00% Cr, 0.25% Mo) e
fabricados por fundição, com tratamentos térmicos posteriores de recozimento. têmpera e
revenido.
A montagem de cilindros nas gaiolas pode ser observada nas figuras 2.10 e 2.11.
(Para a especificação mais detalhada dos materiais para os cilindros ver Metais
Handbook, vol. 3, 91 ed., pp. 502-507).
A descrição resumida dos processos de laminação será apresentada para alguns dos
produtos típicos em aço:
36
PARAFUSO DE AJUSTE
GAIOLA
CILINDROS
OE CALÇOS
ENCOSTO
Figura 2.10 - Ilustração da montagem convencional dos cilindros numa gaiola de laminação com arranjo quádrµo
MANCAIS
CILINDROS
,.
t Figura 2.11 - Representação esquemática da montagem de cilindros na gaiola com arranjo duo
1
1
1 '
2.5.1 Laminação a quente de blocos e placas
i
1 Os lingotes aquecidos podem ser laminados, para a obtenção de blocos e placas e de
produtos acabados, em uma instalação de laminação constituída de diversos (até vinte)
conjuntos laminadores (trens de laminação) em operação contínua sem reaquecimento.
t 37
1
A laminação primária tem dois objetivos básicos que são:
38
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1umente ◄
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Figura 2.12 • Repte5entação esquemática do fluxo íabriação de produtos laminadas (extraído do catálogo de Kawasaki
Steel 1981)
39
QUADR02.2
FIIIXogl'llma de laminação do lingote ao produto acabado (Polukhin, p. 18)
1. lingotamento
l
2. resfriamento, inspeção, preparação da superfície do lingote
1
3. aquecimento dos lingotes em forno-poço
7.
1 corte dos tarugos no comprimento
~
8. resfriamento, inspeção, preparação da superficie dos tarugos e placas
~
reaquecimento das placas reaquecimento dos reaquecimento dos
9. tarugos (e palanquilhos)
em fomos contínuos blocos em fornos
em fomos contínuos contínuos
40
·A operação principal numa instalação de laminação primária é a gradual compressão
do lingote entre dois cilindros laminadores, em diversos passes com distâncias decrescentes
entre os cilindros. A seqüência dos passes é estabelecida em função da natureza do metal e
economia do processo (figura 2.5). O projeto da instalação de laminação, por sua vez, é
dependente dos seguintes fatores: força de laminação, peso e tamanho das peças,
movimentação do material, tempo de operação e produção por unidade de tempo. Em
decorrência disso, podem ser encontradas em operação diversas combinações de
equipamentos de laminação e tipos de laminadores.
41
A presença de óxidos superficiais na chapa laminada a quente é uma característica do
produto e, quando a chapa tiver que sofrer processamentos posteriores, há necessidade de e)
sua remoção. Exemplos são os cásos de estampagem ( os óxidos reduzem a vida da
ferramenta e causam defeitos superficiais na peça estampada), os de revestimento d)
superficial (os óxidos impedem a aderência de revestimentos metálicos ou de tintas) e os de
laminação a frio (os óxidos causam defeitos superficiais). O principal processo de remoção
de óxidos superficiais é a decapagem, que consiste na imersão da peça num banho de
APLAINAM
solução de ácidos inorgânicos (clorídrico, sulfúrico) em água durante um determinado
tempo - esses banhos podem conter ainda agentes inibidores e umectantes. As instalações
para esse processamento podem ser dos tipos: decapagem por lotes, decapagem
semicontínua e decapagem contínua. Para completar o tratamento superficial, as chapas são
comumente oleadas para efeito de proteção contra a corrosão até sua utilização.
e
o
Figura 2.14 -
10 li 16
17
9
u
-□ -i-iiiiiil - 0
2.5.3
Prafr
chapas se:
estágios:
1 = FORNO DE REAQUECIMENTO 7-8• LAMINADOR QUADRUO
acabamen
2 • LAMINADOR QUEBRADOR OE 9 • TESOURA
CAREPA
10 • LAMINADOR QUE BRADOR DE A la
3 • LAMINADOR TRANSVERSAL CAREPA acabamen
propriedac
4 • REDUTOR 11-16• LAMINADORES DE ACABAMEN•
é obtido n
S • TESOURA TO QUADRUO limpeza e
6 • LAMINADOR· DUO
espessura
17 • 80 8 1NA D EIRA
A se,
Figura 2.13 -1lustra9i0 esquemática de lamina9i0 a quente cm chapas de aço (adaptado de McGannon, fig. 32-J, p. 937) laminação
decapadas
Outras operações, que dependendo das especificações podem ser aplicadas aos novament,
produtos da laminação a quente, são: laminação
A la1
a) Laminação de acabamento e de encruamento superficial, com a finalidade de onde o pr,
melhorar a planicidade da chapa e o acabamento superficial (redução de que a esp,
rugosidade) e alterar as propriedades mecânicas; contínuo,
determina,
b) Plainamento por rolos ou por estiramento, para elevar substancialmente a sincroniza
planicidade da chapa (figura 2.14); alimentaçi
42
ística do corte com facas circulares ou cilindros para reduzir a largura da chapa;
idade de
vida da Tratamento ténnico de nonnalização ou de recozimento contínuos em fornos com
stimento
rolos transportadores.
) e osde
remoção
•anho de APLAINAMENTO POR ESTIRAMENTO
APLAINAMENTO EM ROLO
:rminado
stalações A A
capagem CHAPA
1apas são
A • GARRAS
B • PISTÃO HIDRÁULICO
C • ENGASTE E AJUSTE DE POSIÇÃO
figw-a 2.14 • AplainamenlO por rolos ou por estiramento em máquina hidráulica em chapas metálicas
Praticamente quase toda a chapa de aço carbono laminada a frio é obtida a partir de
chapas semi-acabadas laminadas a quente. O processamento desse produto ocorre em dois
estágios: redução da espessura na dimensão (bitola) especificada e operações de
acabamento.
A laminação a frio pode ser conduzida num laminador quádruo reversível simples,
llidade de
onde o produto é movimentado para frente e para trás, entre os cilindros de trabalho, até
dução de
que a espessura especificada é atingida. No processo conduzido num trem de laminação
contínuo, com três a seis gaiolas de laminadores quádruo, cada laminador promove uma
determinada redução de espessura. As velocidades dos cilindros das diversas gaiolas são
1lmente a sincronizadas de modo a manter a chapa sob tensão desde o carretel da bobina de
alimentação, passando pelas diversas gaiolas, até o carretel de rebobinação.
43
Na laminação a frio não ocorre a formação de cascas de óxido como na laminação a e temp
quente, as pressões e forças motoras, contudo, são muito maiores para a mesma redução de desenn
espessura. As resultantes das forças de compressão entre os cilindros e das forças de tração temper
entre as bobinas e as gaiolas devem provocar a deformação plástica da chapa. Os níveis atmosf,
dessas forças crescem à medida que a peça passa pelas diversas gaiolas, devido ao intermi
encruamento do material. A programação de redução em cada estágio deve ser estabelecida realiza•
de modo que as cargas nos laminadores sejam uniformemente distribuídas e aproveitem a conduz
capacidade de cada estágio, capacidade esta que depende de diversos fatores: projeto do térmicc
laminador, potência disponível, largura e redução da chapa, condições de lubrificação, materia
resistência do material, planicidade da chapa, acabamento das superfícies da chapa e dos
cilindros e diâmetros dos cilindros. Em geral, no último estágio de redução procede-se a Pa
uma pequena deformação plástica para conferir ao produto melhor acabamento, planicidade superfü
e tolerância dimensional na espessura. Num trem de laminação com laminadores quádruos, process
comumente promove-se a redução de 25 a 45% em cada estágio inicial e intermediário e tipo du
cerca de 10 a 30% no estágio final; a redução total, dependendo do produto, pode variar de bobinas
45 a 90%. Essa redução provoca a elevação da temperatura da peça e dos cilindros. Os. gaiolas
níveis de temperatura na peça são da ordem de 65 a 120ºC, mas, nos trens de alta controla
velocidade, podem atingir valores da ordem de 200ºC. O calor gerado é dissipado com variar d·
auxílio de um jato de mistura de óleo ou óleo solúvel-água dirigido diretamente às que dec
superfícies dos cilindros e das chapas, para manter as temperaturas nesses níveis máximos redução
indicados. para o e
1% (qut
A disposição mais comum de cilindros na gaiola é aquela do laminador tipo quádruo: estampa
os cilindros de trabalho são de diâmetros menores (para reduzir a pressão de laminação) e atingir v
os cilindros de apoio impedem a flexão dos cilindros de trabalho. Esse laminador é usado
nas instalações com uma única unidade ou em trens de laminação. Outros tipos de arranjos COI
de cilindros, contudo, são encontrados, utilizando mais de dois cilindros de apoio para cada bobinas,
cilindro de trabalho de diâmetro menor. Os laminadores duos reversíveis ou trens, porém, o corte
também são empregados. guílhotir
no final
Na produção de chapas de aço laminadas a frio as bobinas são em geral aparadas aparado
lateralmente na mesma linha contínua de decapagem antes da laminação a frio e, após a em árvor
laminação, e'las são conduzidas diretamente à instalação de tratamento térmico de
recozimento para, em seguida, sofrerem a laminação de acabamento com encruamento. As
laminaçã
A maior parte dos produtos sai na forma de bobinas. Quando são especificadas peças
na forma de fardo de chapas, procede-se ao corte em linha contínua de tesoura. Para as
bobinas que serão utilizadas nas linhas contínuas de estanhagem ou galvanização, deve-se 2.s.4 e
aplicar os tratamentos de limpeza superficial para remoção dos resíduos de óleo que
sofreram decomposição no processo de recozimento.
produtos
da instala
Em geral as chapas laminadas são submetidas ao tratamento de recozimento ou
normalização, para recuperar a dutilidade e controlar as propriedades mecânicas de acordo
com as especificações. O tratamento pode ser conduzido em dois tipos básicos de O c,
instalações: fornos de tratamento intermitente (de fornadas individuais) e fornos de fundido a
tratamento contínuo. No primeiro caso, uma bobina estacionária é envolta pela cobertura do final a
forno e é submetida ao ciclo completo de tratamento térmico, com variação de temperatura
44
empo de permanência e com controle da atmosfera do forno. No segundo caso, a bobina
inação a
desenrolada passa pelo forno em velocidade controlada sendo submetida a diversas
luçãode
temperaturas, correspondentes ao ciclo de tratamento, distribuído ao longo do forno com
le tração
atmosfera controlada. O recozimento é, na maioria das vezes, conduzido em fomos
>s níveis
.. intermitentes em caixa. Quando não é possível obter a qualidade desejada nesse tratamento,
:vido ao
1belecida realiza-se então a normalização. Tanto a nonnalização como o recozimento podem ser
veitem a conduzidos em fomos contínuos; a relação do tipo de instalação e do ciclo de tratamento
~ojeto do térmico depende da composição, da microestrutura e das propriedades mecânicas do
'.ificação, material inicial e da especificação do produto final.
.pa e dos
::ede-se a Para alguns produtos é necessário elevar a resistência, a planicidade e o acabamento
micidade superficial, e isso é obtido na laminação de acabamento com encruamento. O
1uádruos, processamento pode se dar para chapas individuais ou para bobinas. Os laminadores são do
,ediário e tipo duo ou quádruo montados em uma gaiola única, e, no caso de processamento de
variar de bobinas para níveis de resistência mais elevados, utiliza-se um trem de laminação com duas
1dros. Os. gaiolas com a disposição de cilindros duo. O acabamento superficial dos produtos é
s de alta controlado pelo acabamento superficial com que os cilindros são fabricados, podendo
variar de superfícies brilhantes na peça, obtidas com cilindros polidos, a superfícies foscas,
mente às que decorrem do uso de cilindros que sofreram tratamento superficial com jato de areia. A
máximos redução é pequena e depende do grau de dutilidade especificado para a chapa; por exemplo,
para o caso de chapas de aço para estampagem profunda, a redução é da ordem de 0,25 a
1% (que é suficiente para eliminar as linhas de distensão que podem surgir no produto
. quádruo: · estampado). Em outras aplicações, onde a exigência de dutilidade é menor, a redução pode
'atingir valores de 1 a 1,5%.
1ínação) e
>ré usado
e arranjos Como a maior parte do produto da laminação a frio é comercializado na forma de
para cada "\:><)binas, não se utiliza muito da operação de corte de chapas. Contudo, quando é necessário
18, porém, o corte transversal, este é conduzido comumente com tesouras volantes dos tipos com
~ilhotina ou com facas montadas em cilindros. O corte lateral é freqüentemente realizado
no final da linha de decapagem, e o produto não precisa, após a laminação, ser novamente
1 aparadas ' aparado lateralmente. Quando isto é necessário, são utilizadas facas circulares, montadas
• e, após a , ~m árvores, que operam de forma contínua.
;nnico de
1ento. As figuras 2.15 e 2.16 ilustram a seqüência de processamento em instalações de
laminação a frio de chapas.
45
especificações, realizando-se análises químicas de amostras de metal líquido retiradas da
panela de corrida, conduzidas por métodos convencionais ou espectrográficos. Outros
ensaios que podem ser realizados, em corpos-de-prova retirados dos ligotes, são: análise
macro e micrográfica, análise de fratura, detenninação do-tamanho do grão, determinação
da temperabilidade e ensaios mecânicos.
E
B
e 1 2
o E G
liir
' Tz
4 =
F
5 =
6 •
7 •
Na laminação a quente é importante o controle das temperaturas da peça antes e após o 2.5.5 Pro
processamento, bem como o controle da programação de passes. Em geral, na laminação
devem ser verificados, com instrumentação específica, os seguintes parâmetros do Os prc
processo: posicionamento dos cilindros em função das dimensões do produto laminado em ou seja, lige
cada passe, condição das ranhuras dos cilindros, pressão de laminação {com auxílio de de secçl'io é
células de carga) e torque de laminação.
46
las da
)utros
SECÇÃO OE
nálise
RECOZIMENTO SECÇÃO OE
nação
SECÇÃO OE
8
9
LAMINAÇÃO OE
ENCRUAMENTO
POSTO .DE
INSPECAO
.
LIMPEZA
ELETROLÍTICA
figura 2.16 -Diagrama esquemático de uma linha de proC1e5$8mento final de chapas laminadas a frio (Nippon Steel em
Roberts, fig.12-17, p. 731)
47
A seqüência de passes, portanto, é projetada para a redução da espessura de acordo com as
características de confiabilidade d~ material (no nível de temperatura de trabalho), a
capacidade do laminador e as especificações do produto final.
VNtDAll>I DI
1NTIADA MANUAL
U,ÍOA OI OADOt
,111,0. acovl•ctA
I IOINTlflCAC'lO
Figura 2.19-Ti
Aseqí
através de
podem se
losangulare:
secção circt
PP· 253-25f
barras acab:
para oval e t
Figura 2.17 -Sistema de controle com computador aplicado a um trem de laminação de encruamento (adaplBdo de Bryan.
Horn Rea -Jonhsoo em Roberlll, fig. 5-59, p. 223)
2.6 PRC
2.6.1 Clas
A class
dimensões e
normas apre
sidenírgicos
Figura 2.18 •Arranjo duo de cilindros com passagens para a laminação a quente de barras
definição par
Os passes iniciais e intermediários, realizados unicamente com o objetivo de redução
de secção, são denominados passes de desbaste. Os passes finais são chamados de passes Os pro
de acabamento e se distinguem dos primeiros quanto ao projeto, que deve levar em semi-acabado
consideração o coeficiente de expansão térmica do material trabalhado e as tolerâncias os tarugos ( o
dimensionais da secção. grupos: produ
48
1com as
alho}, a
o desses
:rsal dos
diversas RETANGULAR
RETANGULAR
ieça em FECHADO ABERTO QUADRADO
defeitos
LOSANGULAR OVAL
49
Os produtos não-planos, fabricados a partir de blocos, são os perfis estruturais (na
forma de I, T, L, e, etc.) e os trilhos (trilhos convencionais, trilhos para pontes rolantes,
Produt,
etc.).
Os produtos não-planos, obtidos a partir de tarugos, são as barras (de secção redonda, ProdutG
quadrada, hexagonal, etc.), as barras para trefilação (fio-máquina) e os tubos sem costura. ProdutG
Bloco.
Placa.
Platina
3
" Tarugo
1 l
-=6::b-_ .d:t:k-. -
~ t+r Barra.
1 ·r
7
• Vergalh.
Perfil m,
Figura 2.20 • Detalhamento da seqllência de passes iniciando rom forma losangular e terminando em forma circular Perfilpe
Á_ Trilha ..
-·+·- SEQUÊNCIA I
V- Tubo ..
-'V-+ \. SEQUÊNCIA II
Viga Me,
Fio-máqi
Chapa .
Figura 2.21 -SeqOência típica de passes para laminação de barras redondas
Tira ...
Os produtos planos, provenientes do processamento de placas, são as chapas grossas,
as chapas e tiras laminadas a quente, as chapas e tiras laminadas a frio, as fitas e tiras para a Chapa g1
fabricação de tubos com costura e as folhas. As chapas laminadas- a frio podem ainda Chapajü
apresentar na forma de chapas revestidas (chapas zincadas, estanhadas, chumbadas,
cromadas e pintadas). Folha ..
Fita ...
Os quadros 2.4 e 2.5 apresentam a produção e o consumo brasileiros dos produtos
laminados. A partir desses dados, pode-se verificar a importância do processo de laminação
no conjunto da produção industrial siderúrgica.
50
Definições dos produlas sidenirgíoos laminados (Norma ABNT TB-52168)
turais (na
. rolantes, Produto que, pan a utili~ção final, necessita de acabamento (por exemplo,
placa, tarugo, etc.)
Qduto acabado ••••••••••• Produto que pode ser empregado na íorma em que se encontra
::ostura.
.,.·0(/uto plano .••••••••.••• Produto obtido com cilindros de geratriz'aproximadamente reta
"1oco ......•.•...•..•.... Produto semi-acabado de secção transversal > 15.600 mm2 , de relação
. largura/espessura :s: 2 e com arestas arredondadas
laca ••.•.•••..•.......... Produto semi-acabado com espessura > 40 mm, relação largura/espessura >
2 e com arestas arredoildadas
' !platina •..••.••••...•...•• Produto semi-acabado com largura :i:: 150 mm e espessura :i:: 6 e :s: 40 mm
:s: 15.600 mm2, de espessura
·j,r.~1arugo •••.•••..•••.•..... Produto semi-acabado de secção transvefSBI
]Jarra ....•....•....•••.•. Produto acabado de secção mnsveisal constante e com íorma geométrica
simples (bam quadrada, retangular, oval, sexlavada, etc)
,perfil .................... Produto acabado de secção transversal com forma geométrica simples ou
! composta de formas geométricas simples
'ÍPerfil leve ..•.....•••.•... Perfil com dimensões nominais< 80 mm
Trilho •.••.....•.......•.. Perfil de secção transversal especial destinado a formar a pista de rolamento
dos veículos do tipo ferroviário
Tubo .....•.•••.......... Produto oco de secção comtanle e parede uniforme, geralmcnle retilíneo e
de secção circular
Chapa •.•............•... Produto plano de espessura :i:: 0,3 mm e largura :i:: 300 mm
Tira .......•.....•...•... Produro plano de espessura :i:: 0,30 mm e :s: 5,00 mm, e largura < 300 mm
as grossas
Chapa grossa ......•..•... Chapa com espessura > 5,00 mm e largura :i:: 300 mm
tiras para
n ainda Chapa [1.11a •••••••••••••••• Chapa com espessura :i:: 0,30 mm e :s: 6,00 mm, e largura Z: 300 mm
humbadas
Folha .......•...•...••... Produlo plano com espessura < 0,30 mm e com qualquer largue
51
Prod
(aço,
Prodi
Lami
Lami
Lami
Lami
(e) Tubo:
BLOCOS
Princ
l º) l
2º) e
3º) e
4º)(
5º)(
6º) p..
7") s
8°)C
BARRAS 9°)S
10") e
Obs.:;
[Unid;
2.6.2
l)Defi
o
prováv
(a
Figura 2.22- Defeitos iípic,cs em biocas e barras (Polukin et alii. fig. 101, p. 157, fig. 102, p. 158)
S2
-------=::-Pr~uçio e Produtoft:S ~~r:~Í.miaadcs em aço em 1984
(extraídodoAnudrio estatfstico, 0:xisider-MJC, 81"1S1lia, 1985, pp.16•17)
)S
\1<
Obs.: Produ\ão cm números aproximados para a unidade
[Unidade= 103 toneladas!
53
\lllAUKV .&.:>
· Consumo aparente de laminadm em aço em 1984
(extraído doAnudrio estatlstico, C.00.idcr-MIC, Brasília, 1985, pp. 46-47)
sãoaJ
Laminados planos (total) •.••••.•••••••...•.••••.••••.•....•.•••..••••.••...••••••..••5.410
54
arugos podem apresentar def~itos semelhantes aos blocos cujas causas também
. aproximadamente as mesmas, ou seJa:
... 5.410 tarugos com uma nervura lateral - guias de entrada assimétricas em relação ao
eixo vertical da passagem;
..• 1.456
••. 1.496
tarugos com duas nervuras laterais - excesso de metal entrando no espaço entre
.•. 1.483 os cilindros;
••.• 571
.... 193 tarugos com colarinhos - desalinhamento das ranhuras, rotação insuficiente da
(j)
•...• 50 peça antes de entrar na passagem;
..... 66
(k) tarugos com cantos incompletos - falta de metal entrando na passagem;
55
2) Defeitos em produtos acabados d)
No caso de produtos acabados na forma de perfis, os defeitos mais comuns são os
erros de forma como falta de material, formação de nervuras, desencontro das duas metades
da secção, abaulamento, flambagem e retorcimento (Polukhin et alii, pp. 265-287). Esses
defeitos decorrem do descontrole no ajuste e posicionamento dos cilindros de laminação e
das guias auxiliares e, ainda, do projeto errado da seqüência de passes e de ciclos de e)
aquecimento e resfriamento. Além dos defeitos de forma, podem estar presentes também
defeitos de superfície como superposições, costuras, rugas, marcas, riscos e escamas. Esses
podem ter origem no ajuste, posicionamento e acabamento superficial dos cilindros e das
guias, na presença de cascas de óxidos e na seqüência de passes. As condições de
esfriamento após a laminação podem conduzir à formação de trincas externas e internas
(escamas) nos perfis e o controle dos ciclos de aquecimento e resfriamento permite evitar
os defeitos de natureza microestrutural, como o excessivo crescimento de grãos,
precipitação de fases e perda de componentes da liga. No caso de aços esses dois últimos
defeitos correspondem, respectivamente, à precipitação de carbonetos em contornos de
grão e à descarbonetação.
Os principais defeitos de forma (figuras 2.23 e 2.24) e suas causas encontrados nos
produtos planos laminados a frio são (Roberts, pp. 664-673):
56
' e ~ º • é uma curvatura lateral em grande arco e resulta da laminação da
· tira com as laterais mais finas num laminador com a distância entre os cilindros
s são os constantes, ou com uma tira de espessura uniforme mas num laminador com essa
metades distância não uniforme;
T). Esses
,inação e defeitos devido a laminação excessiva causada pelo abaulamento do cilindro no
~iclos de centro ou nas extremidades (laterais alongadas, centro alongado, espinha de
também peixe. ondulação a um quarto) que cria tensões internas de tração e compressão
as. Esses ao longo da direção transversal da tira. .
ros e das
ições de·
internas ABAULAMENTO ( "CAM8ER"J
ite evitar
RETORCIMENTO ("TWIST",
:rados nos
metria na
:rficiais e
Figura 2.ll - llustraçio de deíeitcs em chapas laminada.• Crio (Roberts. fig. 11-9, 11-11, pp. 665~)
ir, total ou
s cilindros Os defeitos de superfície dos produtos planos são de diversos tipos como:
.o plástica
a) cascas • material escamoso sobreposto e irregular contendo inclusões
não-metálicas ou de óxidos;
a direção
minação; a ,
em relação · b) carepas - pequenas descontinuidades que aparecem como numerosas cascas 111
direção da laminação;
57
TENSOES- INTERNAS
fl¾J
{S/
e
I
r
COMPRESSÃO
□ OO[]]OJ
ARESTA
ALONGADA
CENTRO
ALONGADO
ESPINHA
DE
CAM8AMENTO
A UM
PEIXE QUARTO
DEFETOS
Figura 2.24 -Ilustração de defeitos em chapas laminadal a frio n:sultante.11 da laminação excessiva localizada
(Roberts,fig. 11-10, p. 665)
58
1
1-...
parâmetros de processamento (temperaturas e tempos de aquecimento e resfriamento
associados às intensidades de defonnação plástica).
Muitos dos diversos tipos de produtos, quer quanto à compostçao, quer quanto à
forma, têm as suas propriedades especificadas - em função da aplicação - em normas
nacionais e internacionais. Como exemplo dos mais completos, pode-se apresentar a
especificação da "chapa de aço-carbono para estampagem" segundo normas brasileiras
(chapas finas a frio de aço-carbono para estampagem, EB-295/Parte I e chapas finas a
quente de aço-carbono para estampagem, EB-295/Parte II, ABNT, RJ, 1978).
TABELAl.l
Composição química, propriedades mecânicas e IHlUnl das chapas tinas de aço-carbono para estampagem,
laminadas a frio, segundo norma AUNT EB-295, Pane 1, de 1978
59
Observações:
1ª) Os valores de limite de escoamento são para espessuras maiores que 0,9 mm e os
de alongamento para espessuras maiores que 0,6 mm.
TABELA.2.2
Composição química, propriedades mecânk:as e textu111 pa111 chapas de aço-carbono para estampagem,
laminadas a quente. segundo norma ABNTEB-29S, Parte li, de 1978 .
Observações:
A passagem dC> t.a!'!&º pela ferramenta, com furo de secção m,hor do que a do tarugo,
a
provõ-ca de-fÔrmjção pl:istica rnassem efeitodeencruàme11t~·-~sfo111umente-o processo
~ndüzído a uma temperatura de trabalho acima da t~m futura de recristalizaçaÕ Jo
metal. Normalm-ente, -portanto, o processo de extrusão éffní - . ocesso de fi:ã6alho a quente e
visa obter perfis metálicos com propriedades rriecâriicas controlaaas~e de -cowihnenio
H111itado pelo V'?l.!irn..e do lingote iniciaCComo a est_mtur: m~.t~ífoa_Ê.'?_PrOduto da extrusão
se in.<:?jitra--na
condi.c;ão recristali~adà, ~ possível a icar ao metal extrudadõ-fotensos
ir~b~~':l~~€: deformação a frio adicionais como os de .reniãçao:· - - ·•-- ----·--·-··--·-
RECIPIENTE DA
EXTRUSÃO
FERRAMENTA
PISTÃO
... ·..
. -- • _ _ _ _ ..;...;;....,r..
BARRA
EXTRUDAOA
63
um produto mais homogêneo, estrutural e dimensionalmente, e menos atacado por
oxidação superficialmente. A primeira vantagem resulta da manutenção da temperatura de
trabalho em níveis mais constantes e a segunda decorre do pequeno contato do tarugo, ou
lingote, com o meio ambiente durante o processamento.
Para os aços, o processo de extrusão (a quente) tem emprego limitado em face das
condi~ões de trabalho adversas caracterizadas por elevadas pressões e temperaturas.
QUADRO:J.t
Fórmulas básk:as para extrusão de bams redondas
pe = pm + pr, onde
B .. µootga e R= Ao/A,onde
a=scmi-ângulo da ferramenta
R=rclação de extrusão
pr = 4 i;;L / D, onde
L=romprimento do rccipienle
D=diâmetro do recipiente
( extraído de Dieter, pp. 544-572, ver mais detalhes em Rowe, pp. 174-207 e Avitzur, pp. 250-294)
64
PLACA
OE FERRAMENTA
APOIO
TUBULAR
BARRA
EXTRUOAOA
-)
A redução do atrito no recipiente, quando do uso de extrusão direta, pode ser obtida
comouscrde_:!.ubri1'reãlites-resístenles -à§!t~ratuta elevãaa.--o~t1uxà··de_~aída do metãt é,
nesse caso, denominado "escoamento frontal" (figura 3.3a). Esse processo pode _CO{ltudo
provocar ·o-- ap~~e~í~erito__~~. ~ef~ito~~ c~~ad~~~I~ ~~~to_nasu~rff<;i~ -~º-p__r~ut?, ~s
com.o bolhas e escamas - defeitos estes provenientes do desalinhamento entre o pistão e o
_recipiente, da distribuiçãQ _9eficienle do lubrificante, do desajuste entre o disco de pressãffe
o disco d? recipiente e da superfície irregula~ do r.~píêríte. _•. ·· · , · ---· · -
65
t
Para eliminar esses inconvenientes, utiliza-se o rocesso de extrusão dire
lubn 1cante, mas com um isco e iâmetro menor que o do recipiente. Forma-se, neste
caso, uma casca de metal não-extrudado e aderente ao rec1p1ente, que deve ser retirada após
completada a extrusâo de um tarugo. Nesse processo o escoamento d6-11úcleo do t_ll!:U_go
õcórre em pnmeiro lugar, pois a s~âsuperfíêíenêãrefreãêlâ~~~õ}_11!ênso atrito-com o
r"ecip1ente, caracterizando assim um "escoamento central" com rotaçãõdis- camadas
frontais do taru o fi ra 3.3 b). Parte da superfície frontal do tarugo fica bloqueada na
região do recipiente, ~E.i~centC! _emunenta,.e nao_e extrudada, devend2._ser-i-etíiãdã-ap0s
éompletado o processo. O escoamento da parte central do tarugo, sendo predominante,
provoca na extremidade fin3-L<!o_p__r9!luto extJU~;Í_çto um _defejfo, caraéte-riiãdcí-pÕr uin vazio
interno, se não for deixa,<!º un.i rl!_st9 _O\l resíd.lJ.Q_,d~Janigo_JlO reçi,pi(?nt~_ (Barrand-Gadeau,
pp. 161-163, ver também item 3.5.2 deste volume, 7-Modos de escoamento).
\ /ZONA
MORTA
e - ESCOAMENTO NA
EXTRUSÃO INVERSA
Figura 3.3 - Linhas de escoamento na extrusão (adaptado de Banand-Gadeau, fig. 104-106, pp. 160-162)
66
Uma: análise feita (Jacob, G., Le Fillage a Chaud par le Procédé Ugine-Sejournet em
Avenas, pp. 345-358) comparando os processos de extrusão direta com formação de camisa
ou casca de metal no recipiente, de extrusão direta com lubrificação, de extrusão inversa e,
ainda mencionando um processo em fase de desenvolvimento, de extrusão com camisa
dianteira, permite relacionar as seguintes observações:
11) No processo de extrusão direta, adotando-se uma folga entre o disco de pressão e
o recipiente, fonna-se uma casca ou camisa de metal que apresenta a seguinte
vantagem em relação ao processo sem camisa: utiliza-se o lingote diretamente da
fundição com a sua superfície normal e o extrudado apresentará aspecto
brilhante, não contaminado pelo lubrificante. Tem no entanto as desvantagens de
exigir esforço maior de cerca de 30 a 40% no início do processo (caindo com o
avanço do disco) para vencer a resistência ao cisalhamento (o que restringe o seu
emprego para com ligas metálicas de menor resistência) e de limitar a velocidade
de trabalhQ pelo aquecimento provocado, que se torna máximo na interface de
cisalhamento junto à zona morta na região adjacente à entrada da ferramente
(podendo provocar, se o limite for ultrapassado, um defeito no extrudado na
forma de "tronco de palmeira"). Além disso, como o centro do lingote se escoa
mais rapidamente que a periferia, há necessidade de deixar no final um resto de
lingote para evitar o defeito de formação de cavidade central no extrudado. Mais
ainda, o cisalhamento entre a zona morta e o resto do lingote pode provocar
anomalias na textura, com a formação de uma coroa externa no extrudado
constituída de grãos grossos devido ao superaquecimento da intedace. Pode-se
destacar duas situações particulares: no caso da extrusão de alumínio, a folga é de
cerca de 1mm e o aquecimento do recipiente é realizado a uma temperatura de 30
a 50°C inferior à do lingote; no caso da extrusão do cobre, o óxido que se forma
na superfície do lingote atua como lubrificante e, adotando-se uma folga grande
ou diâmetros pequenos, pode ocorrer uma extrusão retardada da camisa formada.
67
dificuldade de se obter camisas de espessura regular, elevada solicitação térmica
da ferramenta e complicada extração da camisa.
extruSâ(?_:_pistão ªf
fluid9 soº-E!...~º• deve-se considerar aindã as se~~!_~_P.art~s básicâsdamaquma de
~~t~~ô;J~~!pi~~tee.__ça._RÍÍsa.,_ççlÍw_mQ_ _8~l)Ort,_~ ~~-~~'!_31ll~D}l!.{fiei r~) e
estrutura (figura 3.4) ..
~--.---~ .
68
l
L
PLACA OE
APOIO CONJUNTO SUPORTE TIRANTE
DA FIEIRA CILINDRO
HIDRÁULICO
RECIPIENTE
PISTlo OE PISTÃO
EXTRuslo HIDRÁULICO....-_...__ _ _ _ _ _ _ _....,
-u~.......,..__
t==L____J /
DISCO BASE
O recipiente recebe o tarugo aquecido que deve ser extrudado sob ação do pistão de
extrusão. Pode ser constituído de duas partes coaxiais, sendo que a parte interna, que entra
em contato com o tarugo, denomina-se camisa interna do recipiente. A camisa sofre a ação
dos esforços de compressão e de atrito em temperaturas elevadas, sendo, como decorrência,
submetida a uma ação de desgaste constante. Devem ser tomados cuidados especiais na
montagem das duas partes (que é feita a quente para permitir interferência a frio) para evitar
o aparecimento de fissuras decorrentes dos níveis de tensão indevidamente elevados que
podem surgir nessa montagem. Os materiais que constituem o recipiente e a camisa são
aços-liga resistentes ao calor, pois tais componentes são mantidos constantemente a uma
temperatura elevada por um sistema de aquecimento elétrico, necessário para proceder a
operação de extrusão a quente do tarugo (o tarugo, que é previamente aquecido em fomos,
tem a sua temperatura mantida no recipiente por esse sistema de aquecimento elétrico por
resistência ou indução).
69
ENCAIXE 00 PORTA-FIEIRA
PORTA.FIEIRA
APOIO DA FIEIRA
CAhtlSA
FIEIRA
Figuni 3.S - Detalhamento do conjunto suporte de fieini (Paparoni, fig. 16, p. 14)
As ferrame.!l~ para ex:trud~r•. <>_l! _fieiras, podem a2resentar d..iv.~®s .tipos de. perfis,
sendo que a escolha. deste depende do__ tjE2_Q9 metal a"~C::!!r~l>aJ~!g<>,_ ~ da experiência
70
acumulada em cada condição de trabalho. Como as reduções de secção são comumente
acentuadas~ porem--OS-ãngulos de abertura das ferramentas são grandes, atingindo
normalmente o valor de 180°C. Da mesma forma que no caso da trefilação, também para a
extrusão existe um ângulo ótimo de abertura da ferramenta (ou ângulo de trabalho). Esse
ângulo, porém, é determinado com maior·dificuldade no processo de extrusão, devido à
notável influência das incertas con4i~ de' atri.,.exis~ntes é criadas pela movimentação
do tarugo no recipiente de extrusão, pehf elevada terisãe~e compressão contra o recipiente
e pelas condições superficiais e de lubrific;t(fáo do tarugo e do recipiente.
Q b e
Figura 3.6 • lípos usuais de perfis de ferramentas de extrusão (Pearson, fig. 68, p. 84)
71
b) para o alumínio e suas ligas, os raios são de 1 a 2 mm, ou seja, praticamente com
canto-vivo; além disso, para essas ligas, a parte cilíndrica é pequena e a abertura
de saída é feita em ângulo grande para facilitar o movimento do extrudado, pois o
alumínio tem uma tendência para aderir à superfície da ferramenta
(eventualmente, pode-se evitar a aderência cromando-se a superfície da mesma);
72
deixando uma casca superficial contendo as irregularidades e os óxidos fonnados nos
processos anteriores ou no aquecimento para a extrusão.
73
ALIMENTACÃO
DA PRENSA
V
RECUO DO P I S T Ã O ~ . - - ~ .
E CORTE DO ~ ~
RESÍDUO DO TARUGO ~
RETIRADA DA CASCA DO
TARUGO COM AVANÇO DO
PUNÇÃO USANDO O DISCO
DE RASPAGEM
-1-v,
Figura 3. 7 • e.ido do processo de extrusão
74
2ª) Análise das condições de processamento ligadas ao desempenho da máquina de
extrusão e ao comportamento do material durante o processo de extrusão.
1º) O tarugo (ou lingote) é cortado longitudinalmente e é usada, nos seus planos
diametrais, uma quadrangular de sulcos;
2°) Após essa inscrição, as duas partes são reunidas colocando-se no meio uma
substância refratária (argila e grafita) para facilitar a separação posterior à
extrusão;
3°) As partes reunidas e presas por grampos são aquecidas à temperatura de extrusão
e colocadas justapostas, sem os grampos, no recipiente da máquina de extrusão,
cuidando-se para manter um ajuste preciso entre as partes;
Essa análise é das mais completas e pode ser secundada por análises macrográficas
qualitativas através da observação da "fibração" formada pelas inclusões e segundas fases
(de natureza mecllnica) ou pela orientação dos grãos (cristalográfica).
75
Associado à análise da deformação, estão as determinações das condições de operação
da máquina, em que se tomam necessárias as medições da força ou pressão de extrusão, da
velocidade de extrusão (regularidade de intensidade) e da temperatura do tarugo. (ou
lingote), do recipiente de extrusão e do perfil da ferramenta.
A análise feita por Pearson (pp. 98-179) permite elaborar a seguinte série de
observações:
1 - Características do material
76
diferenciação de estrutura na superfície e no centro do tarugo, pelos mve1s
diferentes de defonnação e velocidades de resfriamento existentes nesses pontos
extremos.
77
t) Na análise dos casos típicos de escoamento do metal, identifica-se aquele que
ocorre no processo de extrusão direta (sem lubrificação) com a "intrusão" da
parte interna do lingote para dentro do extrudado. Esse fenômeno pode conduzir,
evidentemente, à penetração da camada oxidada exterior do lingote no tarugo,
formando uma série de tubos concêntàcos de partículas de óxidos alongadas na
direção de extrusão. Pode-se reduzir ou eliminar esse defeito extrudando apenas
cerca de 70% do comprimento do lingote, ou usinando o lingote para retirar a
casca de óxido, ou ainda usando um disco de extrusão de diâmetro menor que
deixa uma casca no recipiente (solução comumente adotada e já mencionada
anteàormente). O uso do disco elimina também o problema de influência no
escoamento do metal aderente na parede do recipienle.
2 • Temperatura de trabalho
b) Por outro lado, a temperatura, como já mencionado, não deve ser muito alta para
evitar gasto excessivo de energia, desgaste de elementos da máquina de extrusão
(e memo perda de resistência mecânica para resistir aos esforços de extrusão) e
oxidação excessiva do tarugo (ou lingote) para extrudar.
78
e) O tarugo aquecido em contato com um recipiente de temperatura inferior tem a
sua superfície resfriada. Isso provoca uma queda de dutilidade da camada
externa, que acentua o efeito de intrusão, na medida em que a parte central do
tarugo avança para a ferramenta mais rapidamente que a parte externa, que a
segue posteriormente penetrando no extrudado. Além disso, o gradiente
acentuado de temperatura, entre as duas partes, causa também o deslocamento
com cisalhamento entre essas partes numa profundidade mais acentuada,
aumentando a desuniformidade do escoamento. Conclui-se que, para melhores
resultados, o recipiente deve ser aquecido a temperaturas mais altas e que a
velocidade de extrusão deve ser maior.
3 - Velocidade de extrusllo
4 - Condições de lubrijicação
79
de forma semelhante ao que ocorre na extrusão inversa. em que também não
ocorre o defeito central).
5 - Geometria da ferramenta
a) Não há uma regra precisa para. relacionar o ângulo de entrada (ângulo do cone) e
o raio de concordância na ponta da ferramenta com o nível de pressão de
extrusão, pois à medida que a pressão tende a cair com um raio de concordância
maior. ou com um ângulo do cone maior, o aumento da área de contato com o
material eleva essa pressão pelo aumento da força de atrito. Çonvém realçar
também que o aumento da parte cilíndrica da ferramenta, usada para regularizar e
calibrar as dimensões da secção transversal do extrudado, também eleva a força
de extrusão da força de atrito.
b) Muitas vezes são usadas ferramentas de superfícies planas. isto é, com ângulos de
cone de 180°, e com pequenos raios de concordância. Uma tal ferramenta
apresenta contudo um escoamentn inais desuniforme do material do que as de
abertura. cônica, apesar dessas últimas apresentarem um nível maior de força de
atrito.
e) Nas ferramentas cônicas não surge uma zona morta, como a que se forma nas
planas, na região adjacente ao furo de entrada (figura 3.8). O escoamento é mais
unifonne, apesar do esforço de extrusão ser maior, e com essas ferramentas,
parece ser evitada a inclusão das impurezas superficiais do tarugo. Além disso.
usinando previamente os tarugos e lubrificando a ferramenta, obtém-se um
extrudado com acabamento superficial de elevada qualidade.
1
t
Figura 3.8 - Ilustração da modilic:ação do modo de escoamento oom o ângulo da matriz 0Õnic:a e ~ta (adaptado de
Sach-Eisbein, em Pearson, fig. 101, p.111)
l
80
6 - Pressão de extrusão
c) A análise das curvas de pressão versus percurso do pistão (figura 3.9) permite
notar que o processo de extrusão direta e sem lubrificação apresenta um elevado
nível de pressão inical para fazer passar o tarugo pela ferramenta (curva 1), nível
esse que cai com o avanço do pistão até um valor mínimo, para depois tender a
crescer novamente quando o processo chega ao final com um resto de tarugo de
movimento difícil pela ferramenta. O nível da pressão inicial cai se for utilizado
lubrificante na extrusão (curva II). Na extrusão inversa a pressão se manteria
idealmente constante (curva UI), crescendo realmente um pouco com o avanço do
pistão de extrusão (curva IV), em decorrência dos resíduos de material retidos
entre a ferramenta e o recipiente, que dificultam o movimento.
7 - Modos de escoamento
81
l - EXTRUSÃO DIRETA SEM LUBRIFICACAO
--~ --...
-- --... ---
IV
- · - - ·-
--- ·-
--·- --
PERCURSO DO PISTÃO
Figura 3.9 - Pressão de extrusão vs percurso do pistão de extrusão (adaptada de Pearson, fig. 106, p. 118)
82
r
,
., ~
TIPO A • EXTRUSÃO DIRETA
COM LUBRIFICACÃO
TIPO A TIPO e
TIPO B
Figura 3.10. Tipos de modo de escoamento (adaptada de Pearson, figs. 83, 88b, p. 102; fig. 92.c, p. 105)
83
profundidade maior a partir da superfície do tarugo e é mais intensamente difusa,
conduzindo à formação de uma coroa razoavelmente espessa de material
não-deformado que se estende além das zonas mortas e atinge a parte do tarugo
encostada ao disco de pressão. Com o avanço do pistão, a coroa é mantida à
frente do disco, deformando-se de forma abaulada em direção ao centro do
lingote e tomando o lugar do material que escoou mais rapidamente em direção
ao furo da ferramenta. Ao final do processo, a coroa penetra na ferramenta e
contribui para a formação de cerca de 30% do comprimento final do extrudado. O
modo de escoamento do tipo C apresenta, em relação ao do tipo B, uma maior
retenção de material ao longo dos lados e um efeito de "intrusão" antecipado.
t t
Figura 3.11 • lluslra'i1io do efeito de intrusão (Escoamento tipo C) {adapeada de Schimidt, em Pearson, fig. 94, p. 106)
i
A classificação dos produtos extrudados é realizada de acordo com a forma de secção
transversal. Então os produtos são: barras (redondas, quadradas, hexagonais, etc.), arames,
tubos e perfis (ocos ou maciços) de formas diversas.
O quadro 3.2 indica a produção nacional do alumínio e suas ligas e permite uma
comparação entre os extrudados e os laminados.
84
QUADROU
Consumo, produção e produlOrell lxasileira; de Ul1IÍIÍnÍO e a11111 lips em 1984 (extraído do Allllário utatfstko,
C-onsider-MlC, Biunia, 1985, pp. 116-117)
[Unidade ,. toneladas J
Os defeitos que podem aparecer nos produtos extrudados, em função dos diversos
fatores de influência referentes ao material, mas principalmente às condições de operação,
são os seguintes (Barrand-Gadeau, pp. 202-205):
85
camadas superficiais do recipiente de extrusão; esse defeito pode ser causado
também pelo desà1inhamento do pistão ou por excessiva temperatura de trabalho;
O defeito denominado como "falta de coesão interna na fonna de V" (figura 3.12)
( que na nomenclatura inglesa é conhecido como central burst ou chevroning, e na francesa
como chevron), pode ocorrer na conformação através de um canal cônico, como é usuaJ na
extrusão (e na trefilação) dependendo da combinação de fatores de influência, como
redução de secção, ângulo do cone (da ferramenta), atrito e características do metal, de
acordo com o que indica Avitzur (pp. 172-176). Esse defeito se apresenta de forma
periódica ao longo do extrudado e pode ser evitado com o tratamento térmico de
recozimento do tarugo a ser extrudado e também com o arredondamento do canto formado
pela parte cônica com a cilíndrica da ferramenta.
86
rigura 3.12 • Ilustração do defeito de falta de coesão interna na fonna de V (dae11ron)
a) Composição química(%)
87
b) Formas:
c) Propriedades mecânicas
TABEIA11
Propriedadea da liga de ,lumíoio-map&io-tiilício o:frlldado
(extnídodeMna&Handbook, val.2, 9"ed.,ASM, 1979,pp.117-U8)
o 90 48 .
Tl 152 90 20
T4 172 90 22
Obs.:
O=recozido ( 4/SºC)
d) Outras propriedades:
e) Aplicações típicas:
tubos e perfis para móveis, esquadrias, carroceria de caminhões e "trailers", portas, janelas,
1
1
etc.
1
l
88
e) a flecha máxima é 2 mm/m para o comprimento total, e 0,2% do comprimento da
ondulação para uma ondulação local.
89
Capítulo 4
TREFILAÇÃO
4.1 CONCEITOS INICIAIS DA TREFILAÇÃO
QUADR04.1
Fórmulas básicas para trefitação de barras redondas
(1} Tensão de lrclilação (método da divisão em elemenlos, não considerando o encruamenlo) (pt).
l+B B
P, • oof{t-{l-R) J. com
A
B•1&rotgu e R-t.- AIJ' onde
a.-semi-llngulo da fieira
R•relação de trefilação
1
• então-- • l e R • 63%
t-R
(extraído do Dieler, pp. 561-S72; ver mais delalhes em Rowe, pp. JOS-1S0 e AvilZUr, pp. 218-249).
A passagem do fio pela fieira provoca a redução de sua secção e, como a operação é
comumente realizada a frio, ocorre o encruamento com alteração das propriedades
mecânicas do material do fio. Esta alteração se dá no sentido da redução da dutilidade e
aumento da resistência mecânica. Portanto, o processo de trefilação comumente é um
trabalho de deformação mecânica realizado a frio, isto é, a uma temperatura de trabalho
abaixo da temperatura de recristalização (o que não elimina o encruamento) e tem por
objetivo obter fios (ou barras ou tubos) de diâmetros menores e com propriedades
mecânicas controladas. Entre as diversas etapas da trefllação (isto é, entre as diversas
passagens por sucessivas fieiras de diâmetros finais decrescentes), pode-se tornar
\
93
conveniente a realização de um tratamento ténnico de recozimento de dutilidade necessária
ao prosseguimento do processo ou ao atendimento de requisitos finais de propriedades
mecânicas específicas para o uso do produto trefilado.
Oi = DIÂMETRO INICIAL
Dt • DIÂMETRO FINAL
ZONA DE
DEFORMAÇÃO
- MOVIMENTO DO FIO
PLÁSTICA
0T • TENSÃO DE TRAÇÃO
Oc • TENSÃo DE COMPRESSÃO
Figura 4.1 • Representação da passagem do fio pela fieira e dos esforços atuantes
94
4.3 MÁQUINAS DE TREFILAÇÃO
As máquinas de trefilar podem ser classificadas segundo três critérios (Paparoni n11 15,
pp. 3-14; n11 19, pp. 42-64):
(Ô
1 \
\
1 \ ROLDANA
1 '
.... -
---,·---
-- - --- l i ANEL
E
TIRANTE
ACUMULADOR
ZI ANEL TIRANTE
E ACUMULADOR IOBIMADl:IRA
DES80BINADEIRA ·
Figur.t 4.2 • Máquina de !refilar sem dcsli:r.amenlo com duas fieiras (figura a.quemática simplificada com visla de perfil)
95
Devido ao aumento de comprimento do fio após a passagem por cada fieira, as
velocidades dos anéis são diferentes e de valor crescente, para a compensação desse
aumento de comprimento. Contudo, essas diferenças de velocidade nem sempre são
facilmente atingidas com precisão, o que toma necessário a acumulação do fio nos anéis
para atuar como reserva de fio, se os anéis seguintes atuarem a uma velocidade maior, até o
reajuste necessário para manter novamente a proporção ideal entre as velocidades dos
anéis. Se a quantidade do fio acumulado num anel for
aumentando, deve-se reduzir a
velocidade desse anel ou aumentar a velocidade do anel seguinte.
OESBOBINAOEIRA
1--- ~ ....
1t FIEIRA
BOBINADEIRA
-E3- Q
ROLDANA tf --~-+---]--
l;ANE~
TIRANTE COM
FIO DESLIZANTE
21 ANEL
------
TIRANTE COM
FIO DESLIZANTE
Figura 4.3 • Máquina de trefilar com deslizamento com duas fieiras (figura esquemática simplificada com vista de planta)
a) o fio parte de uma bobina, num recipiente denominado desbobinadeira, passa por
uma roldana e se dirige alinhado à primeira fieira;
b) na saída da fieira, o fio é tracionado por um anel tirante, no qual ele dá certo
número de voltas, em forma de hélice cilíndrica de passo igual ao diâmetro do
fio, de tal modo que no início da hélice o fio fique alinhado com a primeira fieira
e no fim da hélice com a segunda fieira; ·
d) o segundo anel faz o fio passar pela segunda fieira, porém girando a uma
velocidade maior do que a do primeiro anel, para compensar o aumento do
comprimento do fio;
96
l, as e) o sistema prossegue dessa forma para as demais fieiras e anéis.
1esse
são Devido às variações das condições de tretilação, principalmente referentes ao aumento
méis ' do diâmetro do fio trefilado causado pelo desgaste da fieira, o anel tirante pode ter também
até o um movimento relativo de deslizamento tangencial (na direção das espirais ao redor de um
dos eixo), pois sua velocidade de rotação é estabelecida com base nas condições ideais de
zir a trefilação.
97
rotatório não for suficiente, porém, deve-se providenciar um acionamento junto à fieira para
fazê-la girar ao redor de seu eixo.
• para fios finos (com diâmetros menores de 0,50 até 0,15 mm);
As máquinas de trefilar fios médios e finos são sempre do tipo com deslizamento,
dotadas de quatro cones com quatro ou cinco anéis cada. Cada anel corresponde a uma
fieira, e o fio passa por ela tanto no sentido da saída como no da entrada do anel. O número
de fieiras é da ordem de vinte e o cálculo da série de fieiras deve levar em consideração a
redução por fieira (que se relaciona à velocidade relativa dos anéis), o desgaste e a
tolerância do furo da fieira. Estas máquinas utilizam em geral o sistema de lubrificação por
imersão, podendo também ser adotado o sistema por aspersão. Para as máquinas de trefilar
fios finos, as velocidades de trabalho são maiores do que para as de trefilar fios médios. No
98
nte, essas máquinas são praticamente iguais. Os sistemas de bobinamento nos carretéis
bm ser de diversos tipos e a qualidade do fio depende muito dos cuidados tomados na
· : ração de bobinamento, particularmente no que se refere à tensão aplicada ao fio, quando
:·está sendo enrolado no carretel, e ao controle de passo de bobinamento.
As máquinas de trefilar fios capilares, isto é, fios com diâmetros inferiores a 150
çra, apresentam algumas particularidades em função dos cuidados exigidos por um
ioem: uto tal, de dimensão reduzida e de manipulação difícil. Os sistemas mecânicos de
ionamento dos anéis e de movimentação dos carretéis devem ter elevada precisão e
bém estar praticamente isentos de vibrações mecânicas. A tensão de bobinamento deve
:r controlada à parte, não devendo ser confundida com a tensão de trefilação necessária à
ssagem pela última fieira. Os cones de anéis tirantes não são todos ativos, isto é, o fio é
filado num só percurso, tracionado por um anel de um cone e retornando ao anel do cone
jralelo sem passar por fieira. Este último tem apenas de encaminhar o fio à fieira seguinte.
''·nda, nessas máquinas, o sistema de lubrificação pennite que o lubrificante toque
\emente o fio para atender as condições de pequena redução e pequeno atrito entre o fio e
fieira. Por outro lado, o fio capilar provoca um desgaste maior dos anéis exigindo o
. vestimento do anel com material cerâmico. As velocidades de trabalho podem atingir
!ores de 40 m/s.
Instalações complementares
• para diâmetros pequenos (menores que 0,4 mm), dissolução eletrolítica e lixamento.
FERRAMENTAS DE TREFILAÇÃO
,deração a.
gaste e ,
. A qualidade e o custo do produto da trefilação. barras ou fios, depende muito da
ícação Po
de trefil ' ;hatureza da fieira. A fieira, ou ferramenta de trefilar, é constituída de quatro regiões
distintas, ao longo do furo interno (figura 4.4):
1édios. No
99
• cone de entrada.
• cone de trabalho,
• cilindro de calibração e
• cone de saída.
1
1
-1--·
1
1
o b e d
Fígu
1 1
. 1
o • CONE DE ENTRADA
e - CILINDRO OE CALIBRAÇÃO
d • CONE DE SAÍDA
100
a • SEMI· ÃNGULO DO CONE DE TRABALHO
( OU SEMI-ÂNGULO DA FIEIRA I
P • SEMI-ÂNGULO DE ENTRADA
y • SEMI-ÂNGULO DE SAÍDA
De
•
• DIAMETRO 00 CILINDRO
•
OE CALIBRAÇAO
Figwa 4.S • Representação dos semi-ângulos dos cones e da altura e diâmetro do cilindro de calibração
101
PERFIL CÔNICO
PERFIL CÔNICO PERFIL EM FUNIL
( IDEALIZAÇÃO DOS
COMPLETO CURVO
OUTROS DOIS I
As fieiras fabricadas com metal-duro são obtidas pelas seguintes etapas de fabricação:
mistura dos pós metálicos, compressão dos pós em matriz com fonna próxima da fonna
final, correção da fonna por raspagem, sinterização a uma temperatura elevada, e em
atmosfera controlada, e polimento final.
102
.•· passuir suficiente dureza e ·resistência mecânica em todas as direções de trabalho. O
: diamante se cristaliza num sistema cúbico e a direção de maior resistência mecânica é a que
, conjuga os vértices diagonalmente opostos da célula elementar do reticulado cristalino, ou
· seja, a direção do quarto eixo de simetria. Essa direção deve coincidir com a do eixo do
furo da fieira, pois a precisão na definição da direção do furo é essencial para a vida da
( fieira e para que não apareçam defeitos no fio a trefilar. A pedra é incrustada num suporte,
· e esse suporte é envolvido por um montante metálico para dar rigidez ao sistema e facilitar
a dissipação do calor gerado quando do uso da ferramenta (figura 4.7).
MONTANTE
OI AMANTE
Diante da importância do uso das fieiras de diamante para trefilar fios finos e
'. capilares, convém ainda destacar o seguinte quanto à fabricação e ao uso dessas
ferramentas (Paparoni, n°13, pp. 5-15):
'
111) a operação de montagem do diamante no suporte e montante é muito importante,
pois deve-se obter um alinhamento preciso entre as três partes; a pedra é
posteriormente retificada e polida, para o primeiro uso ou para a recuperação em
ação: uso com diâmetro maior, segundo a direção do eixo de alinhamento;
:onna
e em 2º) a tolerância de fabricação do furo é da ordem de micra para o diâmetro nominal,
e da ordem da metade dessa tolerância para a ovalização do furo (que é a
diferença entre as duas medidas ortogonais); a tolerância é quase sempre de sinal
de do negativo;
tal, da
1fere à 311) o controle da dimensão do furo é feito por modo indireto, ou seja, é realizado
titufdo verificando as dimensões de um fio passado pela fieira; em condição de
dendo laboratório, emprega-se, para esse controle, o método de pesagem do fio ou o
lo que método da medição de resistência elétrica do fio, antes e após a passagem de um
les de comprimento conhecido, e em condições industriais, podendo-se usar
eza de micrômetros, comparadores ou microscópios óticos;
ro são
iendem
4°) a operação de elaboração do furo e perfil da fieira é feita com o uso de pó de
diamante de granulação controlada, aderente a um punção de aço untado de óleo,
de movimento rotativo e alternado controlado para conferir ao perfil o
;cas de
acabamento desejàdo; a granulação do pó de diamante deve diminuir
ica que progressivamente à medida que o trabalho progride;
devem
103
as operações de retificação e polimento são também realizadas com pó de
diamante aderente a um fio de' aço, untado de óleo, com movimento alternativo
passando pelo furo - esse movimento é conduzido por máquinas (para as fieiras
maiores) ou manualmente (para as fieiras menores);
· 1 A vida média da fieira é estimada com referência à quantidade de material que pode
trabalhar sem necessidade de recuperação (com nova retificação e polimento para diâmetro
maior), para um determinado diâmetro de fio trefilado. Observa-se que a relação entre o
diâmetro e a vida da ferramenta (medida em aumento do diâmetro do furo por massa de
material trabalhado) obedece, até a primeira recalibração, a uma lei logarítmica (Paparoni,
nº13, p. 12, fig. 6; catálogo da Philips do Brasil - Fieiras de Diamante, pp. 3-5). A vida
média é estimada para condições de trabalho normais de montagem e colocação da fieira na
máquina de trefilar, de temperatura de trabalho, de lubrificação, de homogeneidade do
material do fio e de limpeza do meio ambiente de trabalho.
. í
' i
104
i de rocesso depende dos custos envolvidos e da qualidade exigida do fio. A rebarbação, que é
1tivo ;:essencialmente um processo de usinagem com retirada de cavaco, é mais custosa, mas
:iras {conduz à obtenção de um produto de qualidade melhor que o obtido com a decapagem.
O jato de água fria aplicado aos rolos de fios decapados tem a finalidade de retirar os
restos de ácidos e resíduos de pó metálico. A solução neutralizante tem por objetivo
·: eliminar a ação de resíduos de ácido e tomar a superfície de metal do fio mais resistente à
ação oxidante do meio ambiente. As operações de decapagem podem apresentar graus
diferentes de automatização.
105
térmico de recozimento. Além disso, muitas utilizações do fio exigem características de
elevada dutilidade, o que também conduz à necessidade desse tratamento térmico
(Paparoni, n°15, pp. 7-20).
Pode-se, para um mesmo fio, obter um mesmo grau de encruamento para diferentes
intensidades de redução da secção transversal. Verifica-se que é mais conveniente, para a
distribuição melhor da deformação através da secção transversal, e conseqüente melhor
uniformidade de propriedades mecânicas, proceder a diversas pequenas reduções (ou passes
pela fieira), para atingir uma redução final, do que proceder a poucos passes porém com
mais intensas reduções. Os metais não-ferrosos dúteis, como o cobre e o alumínio,
permitem obter substanciais reduções de secção sem recozimento intermediário, e essa
característica, de elevada trabalhabilidade a frio, conduz à redução das diferenças dos níveis
de tensão através da secção transversal, contribuindo assim para a redução das tensões
internas. Em geral o fio fino de metal não-ferroso, como o cobre e o alumínio, destinado a
fabricação de fio capilar, encontra-se já razoavelmente. encruado e não exige recozimento (
fio capilar, obtido ao final do processo, são praticamente as mesmas que as obtidas partindo e
do fio razoavelmente encruado, pela elevada redução total. r
r
As impurezas que se localizam nos contornos dos grãos • particularmente os óxidos do e
metal provenientes da estrutura bruta de fusão dos lingotes no início do processo de r.
conformação, após os sucessivos tratamentos mecânicos de deformação plástica 1,
(inicialmente laminação ou extrusão e, posteriormente, trefilação) • são dispersas por toda a e
massa de grãos e se apresentam sob a forma de inclusões globulares ou alongadas no
sentido da deformação plástica.
e
Para se evitar o ataque da superficie do metal na operação de aquecimento, por ocasião li
do tratamento térmico, deve-se realizar o recozimento em fornos de atmosfera protetora l<
isenta da presença de oxigênio ou de outros gases contaminantes. A atmosfera protetora o
pode .ser neutra ou redutora ou, ainda, o meio ambiente pode ser vácuo.
e.
As condições de aquecimento podem se dar de dois modos, com bons resultados:
tempos curtos a temperaturas mais elevadas ou tempos longos a temperaturas mais baixas.
A temperatura e o tempo de tratamento dependem contudo do grau de éneruamento inicial
do metal, das propriedades mecânicas e tamanho de grãos finais desejados e da natureza do
metal ( composição química e estrutura metalográfica).
Os fomos de recozimento, adotados para fios, podem ser fomos de poço, verticais ou
de campânula, com ou sem atmosfera protetora e com aquecimento por energia elétrica ou
fluidos combustíveis: cada tipo apresenta vantagens técnicas e econômicas específicas
(Paparoni, nº16, pp. 11-20).
106
e antes do bobinamento final, pela passagem de corrente elétrica através de um certo
1 de
comprimento de fio. A principal variável de controle é a velocidade do tio, pois a tensão e a
nico
corrente elétrica são mantidas constantes (Paparoni, n°19, pp. 54-57).
ntes
tra a Fatoras da Influência na trefllação
:lhor
isses Na trefilação de fios, apesar do trabalho ser realizado a frio, as temperaturas no local
com da ferramenta podem se elevar consideravelmente em função das condições de atrito (ou
ínio, seja, de lubrificação) e da velocidade de trabaJho, alterando conseqüentemente as
essa
propriedades mecânicas do material sob deformação e as condições de escoamento.
íveis
lSõeS
ido a
As dificuldades, de natureza experimental, para verificar o comportamento do material
1ento durante o processamento, residem principalmente nas pequenas secções do produto (no
asdo caso de fios finos) e nas elevadas velocidades de trabalho. As pequenas dimensões do fio
· dificultam a observação dos modos de escoamento pelos métodos visua.is de traçado de
tindo
;- riscos em secções longitudinais, como se pode fazer no processo de extrusão. Não são,
· porém, somente as dimensões pequenas que dificultam a aplicação dessa técnica de
· observação, mas também a própria natureza do processo, que não ocorre com compressão
osdo (num recipiente fechado, como na extrusão, que evita a separação das partes cortadas
so de 'longitudinalmente. As altas velocidades de trefilação também alteram substancialmente o
ãstica comportamento do metal e dificultam a observação durante o processamento .
•oda a
as no
As técnicas experimentais de aplicação mais imediata são as técnicas convencionais de
· ensaios mecânicos (com detenninação de resistência e dutilidade do fio antes e após a
trefilação), ensaios metalográficos (com exame de microestrutura em secções transversais e
casião longitudinais também antes e após a trefilação) e verificação metrológica (diâmetros,
,tetora
ovalizações e defeitos).
,tetora
A análise dos fatores de influência no processo de trefilação visa, fundamentalmente,
encontrar as melhores condições de trabalho, objetivando-se alcançar:
ltados:
,aixas.
• alta velocidade de trefilação, para obtenção de elevada produtividade;
inicial
·eza do
• pequenas força." de trefilação, para utilização de máquinas menos robustas e para
poupar energia;
cais ou
rica ou • trefilados de qualidades mecânica e metalúrgica adequadas aos usos específicos,
~cíficas onde comumente são requeridos uniformidade estrutural e dimensional e ausência
de defeitos superficiais.
107
unidade de tempo. Isso se deve ao fato de que mesmo com o uso de lubrificantes
especiais (e de alto custo) somente é possível pequenas reduções por fieira, o que
eleva o número de fieiras necessário para uma determinada redução (por
exemplo: para os fios de alumínio, ou seja, com diâmetros mínimos de 0,02 mm,
as velocidades inicialmente pretendidas eram de 3.500 m/min reduzindo-se
posteriormente para 2.400 m/min). Com elevadas velocidades de trefilação, o
fluido lubrificante pode se decompor, devido ao aumento da temperatura, e
perder a sua eficiência lubrificante e refrigerante. Além disso, para velocidades
elevadas, as condições de operação, sob o ponto de vista térmico, tendem a ser
adiabáticas e, para velocidades mais baixas, aproxima-se da condição isotérmica -
tais condições térmicas influem, de maneira acentuada, na natureza e forma do
escoamento do material e, conseqüentemente, nas propriedades mecânicas do fio
trefilado.
3ª) O calor gerado na trefilação, e que é transmitido ao fio, tem origem no efeito de
atrito entre o fio e a fieira e entre o fio e o anel tirante (no caso de máquinas do
tipo com deslizamento). A estas fontes geradoras de calor associa-se a
proveniente da deformação plástica do fio. Se não houver refrigeração suficiente,
pode ocorrer o recozimento do fio pelo aquecimento, o que alteraria suas
propriedades mecânicas. A intensidade de aquecimento é influenciada pela forma
de fieira, pelo número de fieiras para uma mesma redução total e pelas condições
de lubrificação e refrigeração.
)08
1tes anéis de desgaste na região do cone de trabalho, que é a região que primeiro entra
que em contato com o fio.
:por
nm, 71) O perfil da fieira tende a ser cônico para a maioria dos usos, pois apresenta
o-se melhores resultados e facilita a sua obtenção na usinagem. O ângulo do cone de
º··a, oe trabalho varia em função do diâmetro do fio e do grau de redução, tendendo
contudo a atingir valores maiores que o ótimo determinado em função desses dois
ades fatores (que, para o alumínio, é de 12°), devido à necessidade de promover a
a. ser penetração do fluido lubrificante e refrigerante e reduzir a área de contato com o
lica- fio, para as velocidades de trabalho mais elevadas. Para um mesmo ângulo, no
,a do entanto, o comprimento do cone de trabalho (ou melhor, a altura) é maior para
o fio ' reduções maiores. Utilizando um maior número de fieiras, e limitando a redução
por fieira, obtém-se melhores condições de lubrificação e refrigeração.
109
3ª) Por outro lado, uma lubrificação perfeita, ou uma mudança adequada no ângulo
(do cone) da ferramenta, pode tender a diminuir o efeito de redução da tensão de
compressão no fio à medida que se aproxima da saída da ferramenta.
41) O perfil da ferramenta deve ser tal que, juntamente com as condições de trabalho
e de lubrificação, permita o surgimento de pressões pequenas e decrescentes na
parede interna, para evitar o excessivo desgaste da ferramenta e para manter uma
boa qualidade de superfície no fio trefilado.
5ª) Se o objetivo básico for a redução da secção total, num menor número possível
de passes, o melhor é aproximar o ângulo da ferramenta do ângulo ótimo que
corresponde à menor força de trefilação, o que reduz o risco de ruptura do fio ou
da sua deformação por tração após a saída da ferramenta.
6ª) Se, ao contrário, o objetivo básico for reduzir a secção com um menor
encruamento possível, o ângulo da ferramenta não tem tanta importância. Para
manter baixo o índice de desgaste da ferramenta, porém, é melhor adotar um
ângulo ótimo (ângulo ideal para a mínima força de trefiJação), pois a pressão será
então menor, lembrando que o ângulo decresce com a diminuição da redução.
110
guio ferramentas de perfil cônico tendo semi-ângulo de 4 a 12° e uma parte cilíndrica
ode com comprimento igual a até dois diâmetros finais.
t1enor 3ª) Quanto ao acabamento superficial, detenninado em função da altura dos picos da
Para rugosidade, pode-se considerar o seguinte: a barra laminada e decapada, química
ll' um ou mecanicamente, apresenta uma rugosidade de 40 micra. Após a trefilação em
J será ferramentas polidas, e dependendo da redução total e das condições de
J. lubrificação, a rugosidade pode variar entre 10 e 1 micra.
ngulo
4 1) O desgaste da ferramenta se dá de maneira não-uniforme ao longo do seu perfil: a
uções intensidade de desgaste é menor no meio, maior na saída e muito maior na
:m, a entrada da ferramenta. Na entrada, nota-se a formação d.e uma cratera anular, ou
empre
seja, uma coroa de desgaste (quando a lubrificação é, porém, do tipo
hidrodinâmica, essa coroa pode estar ausente). Quando a lubrificação é eficiente,
e o processo ocorre de maneira controlada, a velocidade de desgaste se mantém
,tência constante por longos períodos de operação.
11esmo
rtanto,
rado o 5 1) A lubrificação pode se dar segundo dois regimes: lubrificação hidrodinâmica e
,trução lubrificação de camada limite, dependendo do tipo de lubrificante (sólido ou
uai ou líquido) e das condições de operação. Para obtenção de melhor acabamento
superficial, adota-se o método úmido, com um fluido contendo mais de 95% de
água e o restante de lubrificantes gordurosos que aderem à superfície do tio
formando uma camada limite protetora. Para uma redução acentua~a da secção,
1car as
.lho na adota-se a lubrificação a seco, com o uso de sabões que formam também uma
camada limite. Em ambos os casos, contudo, é importante manter a continuidade
e uma espessura mínima da camada. As condições de lubrificação hidrodinâmica
são especiais e se utilizam, nesse caso, óleos lubrificantes aplicados sob pressão
riência
na região da ferramenta.
mentos
rísticas
a partir
últipla.1 4.5.4 Lubrificação na trefilação
método
:duçóes
ades de O fenômeno do atrito é muito importante no processo de trefilação devido ao
> fio); e movimento relativo entre o fio e a fieira. O aumento do atrito provoca maior desgaste da
111
ferramenta e pode causar o aparecimento de defeitos superficiais no fio, além de exigir
maior esforço de trefilação e elevar a temperatura de trabalho.
112
Outro fator de influência no processo de trefilação, relacionado ao sistema de
·1ubrificação, é a formação de pó metálico em suspensão no fluido proveniente do metal do
· fio. Esse pó não pode penetrar, com o fluido e o fio, para dentro da fieira, pois, se o fizer,
•. contribuirá para aumentar o efeito de atrito. A sua retirada do circuito do fluido é feita por
: decantação no reservatório ou por filtragem.
• imersão dos anéis, suporte da fieira, fieira e fios no tluido provocando uma ação
local e também geral nos componentes da máquina.
.,
• lubrificação seca, utilizando lubrificantes sólidos como sabões;
:,dutos
ouição • luhrificação com pastas e graxas.
.a para
nento, Um fator de controle muito importante do luhrificante, e que depende da temperatura
ies de do trabalho, é a sua viscosidade. Como exemplos de lubrificantes empregados para a
iras de· trefilação de fios de cobre podem ser citados os seguintes (Catálogo Philips, pp. 17-18):
.Itera a
nulsão • óleos de colza, para fios de 7 a 2,5 mm;
maior)
scomo
Em geral, para diâmetros de fio menores de 0,8 mm são empregados métodos de
volume
lubrificação úmida, com imersão ou não das fieiras e anéis.
113
4.6 PRODUTOS TREFILADOS
As barras mais finas, em geral com diâmetro menor do que 5 mm, passam a se
denominar arames ou fios. Usualmente, denomina-se o produto como arame quando o seu
emprego é para fins de construção mecânica e, como fio, no caso de aplicação para fins
elétricos ( condutor elétrico).
Os fios podem, por sua vez, ser classificados em função de seu diâmetro e do tipo de
metal que o constitui. No caso dos fios de cobre, é comum a classificação em fios grossos
(5 a 2 mm), fios médios (2 a 0,5 mm), fios finos (0,5 a 0,15 mm) e fios capilares (menor do
que 0,15 mm). Além disso, os fios podem ser ainda classificados em função de seu
emprego e dos tipos de eventuais revestimentos plásticos ou metálicos aplicados.
Os produtos trefilados são obtidos tanto em metais ferrosos (aços) como não-ferrosos.
O quadro 4.2 apresenta alguns dados de produção nacional de trefilados.
QUADR04.2
Dado!; da produção brasileira de trefilados em 1984
(extraído do Anuário estatístico, Consider-MIC, Brasília, pp. 18-19, 22-23, 32-33, 116-117)
! 1
Os defeitos relacionados à fieira que podem provocar marcas nos fios são:
114
do lubrificante, defeito de fiação do núcleo da fieira em seu montante e redução
excessiva;
A figura 4.8 ilustra alguns dos defeitos típicos que podem surgir nos fios treãlados.
• dobras longitudinais, causadas pela saída lateral do fio do canal provocando uma ou
duas rebarbas que podem ser reduzidas nas passagens pelos canais seguintes;
• defeitos nas extremidades pelo corte não suficiente das extremidades da barra
inicial.
Esses defeitos são transmitidos ao fio trefilado de forma mais ou menos intensa,
conforme a sua natureza e as condições de trefilação, e podem ser revelados, muitas vezes,
através do ensaio de torção (principalmente para casos em que se manifestam na superfície
do fio, antes e após a trefilação).
115
if;\ i
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1
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11
{ : l ( o)
\ ·" ~ ~ < 1
( • 1
\ ( b)
~~
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f 1/~···
Figuni 4.8 • Ilustração de defeitos tfpioos na trefilação
c) Fratura com risco lateral ao redor da marca de inclustJo (causa: partícula dura
inclusa no fio inicial proveniente da laminação ou extrusão)
f) Ruptura taça-cone (causas: redução pequena e ângulo de fieira muito grande com
acentuada deformação da parte central)
116
Diversas normas técnicas, nacionais e internacionais, estabelecem as especificações
dos diversos produtos trefilados, tanto em ferrosos quanto em não-ferrosos. Como exemplo,
pode-se descrever resumidamente a especificação de fios de cobre (Fios de Cobre Nu de
Secção Circular para Fins Elétricos, EB-11, ABNT, RJ, 1978). Essa norma se aplica a fios
para enrolamentos em geral, para telecomunicações e para projetos de condutores especiais.
A identificação técnica do fio Nu se dá com a indicação da têmpera (grau de encruamento),
do diâmetro, das propriedades mecânicas, das propriedades elétricas e das variações
dimensionais. As têmperas indicadas são três: têmpera mole, têmpera meio-duro e têmpera
duro e as propriedades mecânicas são dadas em função da têmpera e do diâmetro do fio
(tabela 4.1).
a) Especificações dimensionais
diâmetro nominal=l,000 mm
diâmetro mínimo=0,990 mm
diâmetro máximo=l,010 mm
b) Propriedades mecânicas
a dura TABELA4.1
Especificações de fios de cobre Nu de seo,ão ciroular pua fins elétricas )
1decom
c) Propriedades elétricas
117
( d) Condições superficiais
As superfícies dos fios acabados devem estar isentas de: fissuras, asperezas, escamas,
estrias, rebarbas, inclusões, resíduos de óxido ou de outros materiais estranhos.
1 !
118
nas,
Capítulos
ESTAMPAGEM
5.1 CONCEITOS INICIAIS DA ESTAMPAGEM
• conformação em geral.
CONFORMAÇÃO OE COPOS
1
ESTAMPAGEM REESTAMPAGEM REESTAMPAGEM RESERVA
CONFORMAÇÃO DE CAIXAS
( 2 VISTAS EM CORTES DE PERFIL DE CADA PEÇA)
ESTAMPAGEM
l,,2zzzzz11212221z1z,,zJ
¼. mmw>mmf
Figura 5.1 - Pm<:essus de estampagem profunda
REESTAMPAGEM
121
Os processos do grupo de conformação em geral, ao contrário do grupo anterior, cujos
processos se utilizam de ferramentas acionadas por prensas, podem ser realizados em
prensas viradeiras, rolos confonnadores ou outros tipos mais específicos de máquinas e
ferramentas de conformação. Os tipos principais de processos pertencentes a esse grupo
são: dobramento, flangeamento, rebordamento, enrolamento parcial ou total, nervuramento,
estaqueamento, pregueamento, abaulamento, corrugamento, gravação, conformação de
tubos e outros processos mais específicos (figura 5.2).
a) Estampagem profunda
122
s DOBRAMENTO
1 P'LANGIAIIINTO
e
()
),
OE FURO
RIIORDAMENTO
ie
ENROLAMENTO
)S
o,
lo
1e PARCIAL
TOTAL
io, Nt:RVURAMENTO
d.e EITAOUEAMENTO
tmr
>se PREGUEAIIENTO
AIAULA MENTO
ter
; de
.ano
::lde
e ao
za a
:> de COIIRUGAIIENTO
seu CONFORMAçio
DE TUIOI
!,de
ntral
parte DOBRAMENTO ~-...i:i:zz:az:z:z:aE~X~PCA~Ncsl~o
123
QUADROU
F6rmulu básicas para eslampagem de chapas
e=cspcssura da chapa
'!'
:_ '
b=largura da~
(3) Força máxima de estampagem profunda (embutimcnto) de um copo a partir de um disco (Fe -):
r=raio do copo
P,=pressio de sujeição (100-200 MPa para aço e 80-tOOMPa para alumínio, cm superfícies
lubrificadas)
(extni{do de Rossi, pp. 24-25, 49-51, 93-95, 103-104; ver mais delalhca cm Dieta:, pp. S73-S97)
124
A reestampagem reversa de copos consiste em formar um copo menor e concêntrico,
dentro do copo maior tomado como peça inicial ao processo, realizando a deformação, no
entanto, a partir do fundo e para dentro da peça, ao contrário da reestampagem simples, em
que a deformação se realiza a partir do fundo e para fora desta.
b) Conformação em geral
O dobramento pode ser feito em qualquer ângulo, com raios de concordância diversos.
Quando o dobramento é feito numa pequena parte ou numa pequena dimensão da
extremidade do esboço, é denominado flangeamento. O rebordamento (ou agrafamento) é
um dobramento completo da borda de um esboço. Essa borda dobrada pode ser redobrada e
unida a uma outra peça nessa operação para formar uma junta agrafada, como na junção de
fundos e laterais de recipientes cilíndricos ou latas pequenas. O enrolamento da ponta,
parcial ou total, muitas vezes é realizado para reforçar a borda da peça ou conferir o
acabamento final a ela, isentando-a de bordas cortantes que impedem a sua manipulação. O
nervuramento é feito para dar à peça maior rigidez e também para lhe conferir aparência, de
acordo com os conceitos do projeto de sua forma.
Os esforços que surgem nessas operações criam diversos estados de tensão nas
diferentes partes das peças. Isso toma complexa e difícil a previsão do esforço resultante e
necessário à conformação e dos esforços nos pontos críticos que podem conduzir à ruptura
da peça na conformação. Contudo, pode-se notar que, simplificadamente, o tipo de esforço
ierf'icics predominante é o de flexão, conduzindo ao surgimento de forças de tração e compressão
em lados opostos da chapa ao longo da direção. e através da dimensão de espessura. Como a
flexão se realiza até a deformação plástica da peça, convenciona-se chamar o processo, de
um modo geral, de dobramento.
125
5.2 MECÂNICA DA ESTAMPAGEM
.
1
1
PUNÇÃO
1
1
• •
Figura 5.3 - Regiões do copo sob estampagem com diíercntm estados de tensão
126
A8A DO COPO
ESFORÇO OE ATRITO
ENTRE OtSCO E
SUJEITADOR
·, ou
ona ESTIRAMENTO
mpo
ldor, ~
ESFORCO OE ATRITO
ENTRE DISCO E MATRIZ
Rt:GIÁO DE DOBRAMENTO
NA MATRIZ
TENSÃO OE TRACÀO tt)
TENSÃO o,: COMPRESSÃO (e I NO PUNÇÃO
TENSÃO OE ATRITO (a)
LATERAL DO COPO
FUNDO 00 COPO
•• TENSÃO DE
COMPRESSÃO
TENSÃO OE
ESTIRAMENTO
TENSÃO DE COMPRESSÃO
PREDOMINANTE (ASSOCIA•
medida OA A PROVÃVEL ESf'OR•
ços, na ÇO OE ATRITO)
dos de
tmento,
mjeição Figura 5.4 • &fol'ÇO!l aluantes nas diversas regiões do oopo
127
A pressão de sujeição deve ser suficientemente baixa para pennitir o movimento da
aba do disco em direção à região central e suficientemente alta para evitar o aparecimento
das rugas. Ainda na aba atuam os esforços de tração, que trazem essa parte para a região
central, denominados tensões de estiramento radial, e também os esforços de atrito que
dependem do nível da tensão de sujeição, dos estados das superfícies (da chapa, da matriz e
do sujeitador quanto à rugosidade superficial) e do tipo de lubrificante empregado.
Para as chapas finas a tensão de sujeição é maior do que para as chapas mais espessas,
e para as chapas grossas não há necessidade de utilizar sujeitador pois não ocorre o
enrugamento da aba.
O disco inicial sofre um. estiramento, e esse fato pode ser demonstrado verificando-se
que uma dada linha traçada, segundo um diâmetro do disco inicial, apresentará um
comprimento maior quando medida ao longo da secção do copo após conformado. A
deformação plástica ocorrida, entretanto, não é devida somente à ação de estiramento, mas
também de extrusão causada pela compressão do sujeitador e pela compressão
circunferencial. A ação da tensão circunferencial tende a aumentar a espessura da chapa
nessa região, mas isso ocorre apenas em pequena intensidade diante da ação restritiva da
pressão do sujeitador.
Nas laterais do copo atuam as tensões de tração, ao longo dessas laterais (que
provocam o estiramento das paredes do copo) e também tensões de compressão,
perpendiculares à superfície das laterais (que provocam um afinamento da espessura da
parede). Agem ainda nessa região os esforços de atrito entre a superfície externa da lateral
do copo e a superfície da cavidade da ferramenta e entre a superfície interna da lateral do
copo e a superfície lateral do punção. A existência desses esforços de compressão, e
conseqüentemente de atrito, depende da folga existente entre as dimensões da cavidade da
matriz e do punção. Se a folga existente for maior do que a espessura da chapa na lateral do
copo que penetra na cavidade da matriz, então não ocorrerá o efeito de afinamento e de
atrito.
A maior parte dos esforços de atrito se origina entre o seu sujeitador e a aba, e entre
esta e a superfície superior da matriz. O esforço total exercido pelo punção, ou seja, o
esforço de estampagem, é igual à soma dos esforços atuantes em todas as partes do copo.
Se o esforço de estampagem provocar em qualquer parte do co-po uma tensão superior ao
limite de resistência do material da chapa, ocorrerá a fissura desta nessa parte.
1
128
1da.
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~ REGIÃO OEFORMAOA
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o. A
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LN ' LINHA NEUTRA
SI· 1 SUPERFÍCIE INTERNA
io na SUPERFfCIE EXTERNA
SE 1
na. A ...
RAIO DE CONCORDANCIA
'
T FORÇAS DE TRAÇÃO
Em decorrência dos diversos estados de tensão nas diversas partes do copo, ao longo
e entre da operação de estampagem, as paredes do copo conformado, com ou sem flange,
seja, o apresentam-se com espessuras diferentes. Nota-se que geralmente o fundo mantém a
:, copo. mesma espe.-;sura do disco inicial, e as laterais apresentam-se mais espessas na bórda e, na
:rior ao parte inferior, junto à dobra de concordância com o fundo, menos espessas. Na borda
superior age a maior tem;ão de compressão e na parte inferior da lateral a maior tensão de
tração (figura 5.7).
129
' •c::===::::J
MÁXIMA
FORÇA DE
ESTAMPAGEM
1
1
1 e
1
o • 1 d
1
l 1
1
1 1 l
1
1
1
1
1
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•
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PERCURSO DO PUNÇIIO OU TEMPO
INÍCIO DA _,...:.-..:;A:,,:L:..,:r,..UR:.,:;A=-..,DO.,,...__..COPO....._,._'""lh.,..).._.,+-1- FIM DA
ESTAMPAGEM ESTAMPAGEM
1
! 1
Figura S.6 • Esforços de eslampagem medidos no punção (Eary-Reed. fig. 66, p. 89)
130
~1~i~ADE
TENSÃO DE
COMPRESSÃO
.
1
'COPO 1 COPO
1 SEM • COM
i FLANGE 1 FLANGE:
l'ART[ DE
MÁXIMA
TENSÃO OE i
1,00
TRAÇÃO
1,00
DISCO INICIAL
"
Figura 5.7 • Varia9!0 de espessutU em mm das paredes do cepo (&ry-Reed, figs. 63, 64, pp. 86-87)
131
5.2.2 Dobramento de chapas
No dobramento de uma peça inicial na fonna de uma tira, os esforços são aplicados
em duas direções opostas para provocar a flexão e a defonnação plástica conseqüente,
mudando a fonna de uma superfície plana para duas superfícies concorrentes, em ângulo, e
formando, na junção, um raio de concordância (figura 5.5). Os esforços de conformação se
concentram na região de concordância das duas superfícies. Na parte interna da região de
concordância, surgem esforços de compressão e, na externa, de tração. A eventual fratura
da peça ocorre na parte externa e o possível enrugamento na parte interna.
Como a parte externa atua uma força num sentido (de tração) e na interna noutro (de
compressão), existe um ponto, ao longo de uma linha perpendicular à chapa - portanto, na
direção do raio -, em que as tensões são nulas. Este ponto é denominado ponto neutro. A
linha de união de todos os pontos neutros ao longo da chapa, num corte feito pelo plano
transversal, que contenha as forças e o raio de curvatura, é denominado linha neutra. O
comprimento da linha neutra, antes e após o dobramento, é admitido pennanecer o mesmo.
As linhas correspondentes aos cortes, porém, entre as superfícies externa e interna e o plano
transversal, não mantêm o mesmo comprimento inicial: a linha correspondente à superfície
externa tem seu comprimento aumentado após o dobramento e a correspondente à
superfície interna diminuído. A linha neutra é utilizada como referência • pois o seu
comprimento não varia na confonnação -, para a verificação do desenvolvimento da peça
conformada, ou seja, para a detenninação das dimensões do esboço inicial que atingem,
após conformado, as dimensões da peça considerada. Antes da conformação, a posição da
linha neutra coincide com a linha de simetria, que divide a espessura da chapa em duas
partes iguais. Após a conformação, no entanto, a linha neutra se desloca em direção à
superfície interna.
132
operações de conformação, é a aplicação de uma intensidade de dobramento maior, ou seja,
a adoção de um ângulo de dobramento maior.
RETROCESSO
ftÁPIDO EM
o de DIREçlo i\
por TftAÇÃO
ue a
lo-se
cção
NÍC DOBRAMENTO
DOBRAMENTO
TEMPO
Figura 5.8 - Esforças de dobramento medidos na matriz (Eary-Reed, fig. 43, p. 54)
MÁQUINAS OE ESTAMPAGEM
133
~ BretrOTECA
,,,,.. __ _
Floaáno Farãrn Mansu, r.,,.,~- .•
• máquinas de movimento retüfneo alternativo - a esse grupo pertencem as prensas
excêntricas, prensas de fricção, prensas hidráulicas, prensas a ar comprimido,
guilhotinas e viradeiras retas;
As prensas mecânicas de efeito simples são aquelas que funcionam com um úruco
carro aci.onado por um eixo excêntrico, utilizando a energia mecânica acumulada em um
volante (figura 5.9).
VOLANTE
MESA
SUPERIOR
MESA SUPERIOR
o
MESA INFERIOR
134
AS prensas de duplo efeito possuem dois carros, em duas mesas superiores. uma correndo
as dentro da outra, para permitir a combinação das operações de forma sucessiva. As prensas
o, mecânicas são utilizadas para as operações de corte, dobramento e estampagem rasa.
As prensas hidráulicas, mais usadas para estampagem profunda, podem ser de simples,
'8S duplo ou triplo efeito. Apóiam-se nos princípios da oleodioãmica e são acionadas por
sistemas hidráulicos constituídos de bomba. cilindros e válvulas reguladoras arranjadas de
forma a ser possível o controle do deslocamento, da pressão e da velocidade de operação.
tas Em conseqüência, essas prensas apresentam uma melhor condição de controle das variáveis
ou mecânicas do processo do que as prensas mecânicas excêntricas, apesar de operarem a
velocidades menores (ver descrição detalhada em Rossi, pp. 187-218; Eary-Reed, pp.
150-189).
de
COMPONENTES 0A FERRAMENTA•
1 - PUNÇÃO
Z • MATRIZ
135
As formas de secções transversais do punção e da matriz determinam a forma da peça
a ser cortada. O fio de corte é constituído pelos perímetros externos do punção e pelo
perímetro interno do orifício da matriz. Para completar o estampo, existem ainda guias para
o punção e para a chapa.
Um estampo pode produzir de vinte mil a trinta mil peças sem necessidade de
retificação (no caso de um punção cilíndrico de pequenas dimensões). Como normalmente
é possível realizar até quarenta retificações em um estampo, o número médio de peças
produzidas por essa ferramenta é de um milhão.
A distribuição das figuras a serem cortadas na chapa requer cuidados, de modo a haver
um maior aproveitamento do material, e a quantidade de peças produzidas numa única
operação de corte (batida da prensa) define uma maior ou menor complexidade da
ferramenta (figura 5.11).
Figuni 5.11 • Disposição do esboço na chapa define um estampo com dois pares de punções e matrizes em posição
invertida (duas peças produzidas por operação) (Rossí, fip. 6 e 8, p. 17)
136
;a
lo Durante a operação de dobramento, deve-se evitar que a chapa sofra um alongamento
ra excessivo, o que provocaria uma variação em sua espessufa. Para que isso não ocorra, é
um controle rigoroso das ferramentas e uma regulagem exata do curso da
z,
m
FERRAMENTA
FERRAMENTA
NA PRENSA
NA PRENSA
EXCÊNTRICA VI RADEIRA
ço
de
co
do
DISTÂNCIA ENTRE
OS APOIOS
de
nte
;as
ver
ica
da (o) (bJ
figura 5.12 • Ferramenta de dobramento adaptada à prensa excêntrica (a) ou à prensa viradeira (b)
'
elasticidade do material. Deve-se, ainda, evitar os cantos-vivos, sendo portanto necessário
fixar os raios externos de curvatura, a fim de que não ocorra ruptura durante o dobramento.
O raio de curvatura deve ser entre uma e duas vezes a espessura da chapa para materiais
). A moles, e entre três e quatro vezes para materiais duros (Rossi, p. 33).
10) e
nsas Após a deformação, que provoca o dobramento, a peça tende a voltar a sua forma
primitiva, em proporção tanto maior quanto mais duro for o material da chapa, devido à
•
137
recuperação elástica. Portanto, ao se construir os estampas de dobramento, deve-se fixar
um ângulo de dobramento mais acentuado, de modo que, uma vez cessada a pressão de
conformação, possa se obter uma peça com o ângulo desejado.
Para se conformar uma peça é muitas vezes necessário efetuar o dobramento por
etapas, em diversos estampos.
COMPONENTES DA FERRAMENTA r
1 - SUPORTE DE PUNÇÃO
2 - PUNÇÃO
4 • MATRIZ
15 - SUPORTE DA MATRIZ
138
fixar
o de
A fabricação de uma peça pode exigir diversas etapas de embutimento, o que toma
. por necessária a utilização de uma série de ferramentas com diâmetros, da matriz e do punção,
decrescentes. O número de etapas depende do material da chapa (nonnalmente no estado
recozido) e das relações entre o disco inicial e os diâmetros das peças estampadas (ver
exemplo na figura 5.14). •
o ou ·~
·. '
qual
40
rito é .... 600 1----+---+---+---J~ o
la na E ss'~
ouco ...cr:
E ::,
'º e
EXEMPLO DA APLICAtÃO •
.""
:1
o
o
o 100 200 ?100
DIÂMETRO DO COPO
CONSIDERADO l "' m )
Figura 5.14 - Determinação aproximada da porcentagem de redução (r) MI função do di/lmetro do disco (D) ou do
diâmetro do copo num estágio anterior (d') e do copo con,;idemdo (d) (diagrama adaptado de Metais
Handhnnlt:. vnl 4 n 16'\\
140
No que se refere à fonna da peça, pode-se afinnar que, quanto mais complexa for,
ais difícil se torna a detenninação dos esforços necessários à confonnação e dos limites
,máximos admissíveis de defonnação plástica, ou seja, da confonnabilidade na estampagem
(estampabilidade). À complexidade da forma, associa-se a complexidade da natureza de
evolução do processo, que se caracteriza por uma condição não-estacionária: a cada
'instante, durante a penetração do punção na matriz, a peça em processamento se apresenta
' de uma fonna diferente e intermediária entre o recorte de chapa inicial e a peça final. O
.' estudo da estampagem de um copo, a partir de um esboço na fonna de um disco plano,
e, corresponde a uma condição simplificada, porém típica, do processo de estampagem. Nessa
de condição, no que se refere ainda à forma e dimensões da peça. é importante estabelecer a
redução de uimensões, em termos de relação porcentual, entre a diferença do diâmetro do
disco e do diâmetro do copo, em relação ao diâmetro do disco. A redução máxima
da ··admissível, isto é , aquela em que não provoca a ruptura da chapa, é um índice da
ão estampabilidade da chapa. Outro índice de natureza geométrica, que pode ser adotado, é a
los relação entre a altura e o diâmetro do copo confonnado. A espessura da chapa exerce, por
• a sua vez, a seguinte influência: à medida que aumenta, cria condições menos favoráveis ao
)OS enrugamento da peça, mas eleva, ao mesmo tempo, o esforço de confonnação.
tias
de A conformação de peças a partir de chapas pode ser feita utilizando-se prensas
• 9' mecânicas ou hidráulicas. Para a estampagem profunda, são preferidas as prensas
hidráulicas de dupla ação, pois estas conferem ao processo condições de velocidade de
defonnação controlada e constante, e uma maior uniformidade na aplicação da pressão de
sujeição. Além disso, apresentam uma larga faixa de capacidade de confonnação, e podem
, também apresentar grandes espaços para a colocação da ferramenta de conformação e
distâncias elevadas entre a mesa superior e inferior da prensa. A capacidade da prensa é
detenninada comumente em função do cálculo da máxima força necessária à fabricação de
uma peça, através de expressões empíricas que permitem calcular, superestimando, a força
máxima de conformação. A velocidade da prensa depende de algumas das condições de
e se operação, tais como: tipo do material da chapa, forma da peça (particulannente quanto à
simetria) e natureza do lubrificante. Em condições ideais as velocidades podem atingir 22
m/min, mas comumente ficam entre 6 a 16 m/min.
s de
1nar: A ferramenta de conformação exerce uma intluência muito grande através dos raios do
,do), punção e da matriz. Enquanto que o dobramento da chapa sobre o raio de concordância do
1ção. punção é praticamente estacionário, sobre o raio da matriz de estampagem profunda ocorre
ação um intenso deslizamento da chapa. Tal fato demonstra a importância de se considerar o raio
:l. o da matriz como um fator de influência no processo de estampagem. Como se mencionou
stico em item anterior, esses raios devem ser suficientemente grandes para não elevar
exageradamente o esforço de conformação e, conseqüentemente, não reduzir a capacidade
de estampagem de uma determinada peça. Verifica-se que, por exemplo, se o raio do
. sua punção aumentar de uma para cinco vezes a espessura da chapa de aço, a força de
dos deformação se reduz e permite a estampagem, sem fratura dos copos, com reduções de 35
; de para 50%. A folga entre o punção e a matriz tem muita importância no processo de
o de estampagem: a força de estampagem é mínima quando a folga atinge a dimensão de 1,15 a
rgica 1,20 da espessura da chapa, pois, nessas condições, não deve haver contato forçado entre o
,do o copo em formação e as paredes laterais do punção e da matriz (admite-se que a chapa
aumenta de 7 a J5% em espes.-.ura quando entra na cavi.dade da matri~. Quando a folga
141
diminui, a força de estampagem aumenta, podendo ocorrer um segundo ponto máximo, em
nível mais baixo e mais adiante, na curva de força de estampagem versus percurso do
punção.
Os materiais metálicos de uso mais comum nas chapas são os aços de baixo carbono
que, para as operações de estampagem profunda, devem possuir características de elevada
conformabilidade (ver item 2.6.3). O latão 70-30 (liga de cobre com 30% de zinco) é o
material que apresenta um dos maiores índices de estampabilidade, sendo por isso
empregado em peças cujos requisitos justifiquem a seleção de um material de custo
elevado. O cobre, o alumínio, o zinco e outros metais não-ferrosos, e suas ligas (na forma
de chapas, tiras e folhas), podem ser também submetidos com facilidade, dependendo do
tipo de liga, ao processo de estampagem profunda e conformação por estampagem em
geral.
142
• furos alongados ou gretas: poros finos na chapa ou corpos estranhos duros (por
exemplo, grãos de areia) que penetram durante a estampagem no interior dela /
cuidar da limpeza dos locais de annazenamento da chapa (tipo 1);
lapa • diferenças de espessuras na cha.pa: aba de largura irregular, formam-se gretas entre
as regiões da aba de diferentes espessuras ou cilindros desgastados/ exigir produto
laminado com tolerâncias dimensionais estreitas (tipo l);
• ruptura no fundo: o fundo rompido é unido ao resto da peça apenas por um lado; a
relação de embutimento é grande demais para a chapa empregada/ introduzir mais
uma etapa de embutimento ou escolher uma chapa de maior capacidade de
embutimento (tipo 2);
• trincas no fundo depois de se ter conseguido quase todo o corpo: (ocorre pouco em
:e, no · pe,ças redondas e mais freqüentemente em peças retangulares) variação de espessura
, aos na ~hapa ou folga de embutimento entre o punção e a matriz. muito estreita (em
peç~ retangulares, estreitamento da folga de embutimentô devido à formação de
uma ~asta de óxidos)/ revisar a espessura da chapa, eventualmente alargar o orifício
de embutimento e, em peças de formato retangular, limpar sempre as arestas da
cbono · ferramenta (tipo 2);
evada ,
>) é o .·
: isso ·•. • forma abaulada (corpo arqueado para fora, juntamente com o arqueamento do canto
custo superior do recipiente): folga de embutimento demasiadamente larga / algumas
forma vezes o problema é eliminado com o aumento da pressão de sujeição; deve-se trocar
do do a matriz ou o punção (tipo 2);
m em
• estrias de embutimento: desgaste da ferramenta e chapa oxidada / tratamento
superficial para endurecimento das arestas da matriz, melhorar o processo de
decapagem, melhorar as condições de lubrificação, empregar eventualmente
películas de embutir (tipo 3);
143
• ampolas no fundo e as vezes também abaulamento do fundo: má aeração / melhorar
a saída do ar (com freqüência é melhorado se a distribuição do lubrificante for mais
uniforme) (tipo 3);
144
lr
s
la
:la
ça
[10
,te
da
is, Capítulo6
na
FORJAMENTO
11to
;ão
6.1 CONCEITOS INICIAIS
Diversos metais e liga,; metálicas podem ser forjados, tais como: aços-carbono,
s-liga, aç<.ls para ferramentas, aços inoxidáveis, ligas de alumínio, ligas de cobre e ligas
de titânio. A<; principais formas iniciais para o forjamento são o metal fundido e o metal
147
laminado. O metal laminado é mais indicado do que o fundido, pois possui estrutura mais
homogênea.
r.~
1o 1 Cid
FORJAMENTO t.lVRE FORJAMENTO EM MATRIZ
148
• martelo de queda livre,
• martelo de dupla.ação,
• martelo de contra•golpe.
Este equipamento consiste de uma base que suporta colunas, nas quais são inseridas as
guias do suporte da ferramenta, e um sistema para a elevação da massa cadente até a altura
desejada.
149
MASSA CADENTE
Figura 6.2 - Martelo de queda livre com aciooamenlo por ar comprimido (adaptado de Casa M. Pell$0lti em Rossi, fig.
238, p. 232)
150
M=massa do sistema cadente (kg)
o trabalho que pode ser transmitido (ou energia de golpe) é expresso através da energia
cinética disponível imediatamente antes do início do impacto:
MV QV 2 2
T------
2 2g
V=2gH
T=Q.H
Esse tipo de equipamento é limitado pela massa do martelo e pela altura máxima de
elevação dessa massa, embora alguns equipamentos modernos sejam providos de meios
para se variar a magnitude de massa cadente.
b) Martelo de dupla-ação
Sendo:
F=força exercida pelo pistão à massa cadente para imprimir uma maior
aceleração à massa (kgf)
151
como a = -F e M = -Q , entao
•
M g
e) Martelo de contragolpe
Caracteriza-se por duas massas que se chocam no meio do percumo com a mesma
velocidade, sendo que a massa superior é acionada por um sistema pistão-cilindro. A massa
inferior, ligeiramente menor que a superior (cerca de 5%) é acoplada nonnalmente à
superior por meio de cabos (figura 6.4).
Para forjar peças grandes, as prensas hidráulicas verticais com um cilindro na parte
superior são especialmente adequadas. É o único tipo de prensa que aplica uma pressão
unifonne com uma velocidade de defonnação quase constante. Esse equipamento é de
força restrita: sua capacidade de executar uma operação de forjamento é limitada pela sua
máxima capacidade de carga.
As prensas mecânicas excêntricas são muito usadas para forjar peças de tamanhos
médios e pequenos, devido à facilidade de manuseio e ao baixo custo de operação. A
aplicação de força sobre o material é comandada por um excêntrico, sendo, por isso, essa
máquina conhecida como de curso limitado.
As prensas de fricção possuem dois pratos de fricção unidos axialmente a uma árvore.
O sentido de rotação da árvore pode ser invertido de modo que a rosca sem-fim possa subir
e descer. A descida da massa giratória desenvolve uma notável energia cinética que é usada
152
para executar o trabalho de confonnação. Essas máquinas são indicadas para cunhar
moedas, medalhas e objetos similares, em aço ou em outros metais duros.
CILINDRO PNEUMÁTICO
,mas
vido
ando
e de
iade.
,artes MASSA CADENTE
meio
1e de
1ples,
assas
parte
-essão
é de
ta sua
153
Figura 6.4 - Marido de C011lragolpe
TABELA6.1
Velocidades mais comuns em máquinas de forjamento (Altan, em Dieter, p. SOO)
154
MATRIZES SUJEITADORAS
PUNÇÃO
1 • SUJEIÇÃO DA
BARRA
3,!S d
...
2· FASE INTERMEDIÁRIA
DO RECALQUE
3 - FASE FINAL DO
RECALQUE
Figura 6.5 • Forjamento livre rom. operação de recalque realizado em prensa horiwntal
Uma matriz típica de forjamento em martelo está representada na figura 6.6, com
indicação da seqüência de conformação.
155
seguintes características dos materiais para matrizes: alta dureza, elevada tenacidade,
resistência à fadiga, alta resistência mecânica a quente e alta resistência ao desgaste.
-E-·- . -----+
(bl
5 ~
6
1a 1 7 ~~;.,..e--..:..:-:_-_;;;"":_-_-_-~,,..'l'I"\
Figura 6.6 - Matriz de forjamento para a fabricação de uma biela (a) a partir de um tarugo (extraído de Kamenshcbiltov et
alii, fig. 269, p. 333)
156
Quando se deseja matrizes com maior dureza e maior resistência à compressão,
e, pode-se utilizar o metal-duro (carboneto de tungstênio mais cobalto). Essas matrizes são
confeccionadas pelo processo de metalurgia do p6 (para obter mais informações sobre os
materiais para ferramentas ver Metais Handbook, vol. 3, 91 ed., pp. 512-520, 526-536).
1o 1 ( b1
ovet Além das três principais operações de forjamento livre, outras podem ser classificadas
nesse tipo de processo, pois utilizam as mesmas ferramentas e dispositivos. Muitas delas
contudo podem ser realizadas no forjamento em matriz. Essas outras operações de
JrO.
forjamento livre são: furação, dobramento, fendilhamento, ampliação, corte e
ele rebaixamento. No fendilhamento (figura 6.8a) o material aquecido é separado por meio de
1 do
um mandril de furação provido de gume. Depois que a ferramenta é impelida até a metade
ia a da peça, esta é virada para ser fendilhada ao lado oposto. A expansão (figura 6.8b) é uma
157
operação usada geralmente após o fendilhamento, servindo para alargar a fenda. A
operação de corte (figura 6.8c) é usada para remover o material excedente por
cisalhamento. O rebaixamento é utilizado para produzir rebaixos com cantos-vivos: a peça
é inicialmente entalhada na região pretendida e, posteriormente, é forjada até a espessura
desejada.
-
t li ) (b I 1e 1
158
6.5.2 Forjamento em matriz fechada
De acordo com a fonna da peça inicial, o forjamento em matriz fechada pode ser
classificado em:
• forjamento a partir da barra - usado para peças alongadas de 2 a 3 kg; a barra, com
cerca de 2 m de comprimento, e cerca de 50 mm de diâmetro, é trabalhada em uma .
das extremidades enquanto a outra pennanece fixada pelo operador; a peça é cortada
da barra na última pancada do forjamento;
• forjamento a partir de tarugos - usado para peças grandes e pesadas; os blocos são
previamente cortados e posicionados com uma tenaz durante o forjamento;
1ª) corte - etapa não necessária para o forjamento de barras, o corte de tarugos pode
ser feito por cisalhamento ou serramento;
1 4ª)
5 1)
intermediárias são de dobramento ou de esboçamento da secção transversal;
159
Os principais tratamentos térmicos empregados em produtos de aços forjados são o
recozimento e a nonnalização.
a) Temperatura de forjamento
O metal para ser forjado precisa ser aquecido a uma temperatura tal que lhe confira
elevada plasticidade, tanto no início como no final do processo de fabricação.
Conseqüentemente, torna-se interessante aquecer o metal a altas temperaturas, pois sua
forjabilidade aumenta com o aumento desta. O perigo do superaquecimento, no entanto, é
um fator limitante para esse aumento.
Para se obter peças forjadas com boa qualidade, o processo precisa ser completado a
uma temperatura definida para cada tipo de aço. O forjamento realizado a temperaturas
abaixo da temperatura estabelecida (700 a 900°C) não é recomendado, porque o material
fica encruado e a peça sujeita a tissuramento. O encruamento pode ser eliminado por
recozimento, mas as fissuras não. Os intetvalos de forjamento dos aços estão indicados na
tabela 6.2.
160
TABEI..Afi.2
:lO Faixas de temperatura e conformação a quente das materiais mais comuns (Billigtttann, p. 77)
ºª
nto
Ligas de alumínio
650.850
: 8S
:rto Aço de baixo teor de C 900. llSO
ea
Aço de médio 1eor de C 850-1100
b} Perdas de temperatura
Outros fatores que intluem no esfriamento da peça por transmissão de calor são: o
o da
·a de tempo de contato peça-ferramenta (que deve ser o menor possível) e a superfície da peça
(quanto maior a superfície de contato, comparada com o volume da peça, maior será a
final
perda de temperatura}.
oda
e} Ganhos de temperatura
161
d) Velocidade de deformação
TABE1.A6.3
Resistência à c.onfonnação a quente (de 1000 a 1200ºC) dos a<i(l!S-<:arbono (baixo teor de C) (baseado em Rossi, p. 20)
0-10 100-150
10-20 150-200
20-40 200-300
40-60 300-360
0-10 40-60
10-20 60-120
20-40 120-220
40-60 220-280
maisque60 280-380
162
6.6.2 Defeitos típicos de produtos forjados
o,
Podem ser mencionados os seguintes defeitos típicos de peças forjadas, decorrentes de
falhas na matéria-prima ou da técnica de operação (Billigmann - Feldmann, pp. 439-445;
K.amenshchikov et alii, pp. 370-374):
163
t) incrustação de óxidos - originam-se nas camadas de óxido formadas durante o
aquecimento que, apesar de normalmente se desprenderem, em certas ocasiões
podem ficar retidas na peça;
Quanto maior a secção transversal de uma peça conformada, a frio ou a quente, maior
é a diferença de propriedades (por exemplo, a dureza) entre as regiões superficiais e
centrais da peça. Além disso, é marcante também a diferença de propriedades entre as
direções de escoamento do material (longitudinal e transversal) e as direções normais
(direção de aplicação do esforço de conformação). Isso decorre da formação de "fibras", ou
melhor, da orientação cristalina preferencial. Conseqüentemente, no projeto da peça
deve-se considerar as direções das solicitações mecânicas, estáticas e dinâmicas, que serão
aplicadas quando em seIViço de forma compatível com as direções de maior resistência na
peça.
164
dimensões (e volume) da peça inicial e das características de fabricação (forjabilidade) do
material da peça. E, ainda, no caso de forjamento a quente, as tolerâncias dependem da
temperatura de trabalho, da intensidade de oxidação superficial e das perdas de material
.· (queima). Em decorrência disso, o controle da qualidade dimensional do forjado não é uma
. operação simples. Algumas normas técnicas, nacionais e internacionais, estabelecem as
variações dimensionais admissíveis para determinados tipos de peças e materiais
. constituintes dessas peças, destacando-se o fato de que as peças forjadas a frio podem
apresentar tolerâncias mais estreitas. Se as exigências de variações dimensionais forem
menos rigorosas, pode-se ter uma maior utilização (vida) da matriz.
>stos
o de
naior
ais e
re as
nnais
;'\ ou ·:
peça
serão
~ia na •.
uente
1enor.
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os de
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165
Parte 2
Pesquisa e redação
E1TORE BRESCIANI FILHO
Pesquisa e revisão
CECÍLIA AMÉUA DE CARVALHO ZAVAGUA
SÉRGIO TONINI BtrITON
Capítulo 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
ESTRUTURA CRISTALINA DOS MEfAIS
1.1 ELEMENTOS DE CRISTALOGRAFIA
Os cristais de maior simetria são aqueles nos quais os eixos formam ângulos retos
entre si e apresentam comprimentos iguais, constituindo a forma geométrica do cubo. No
. estudo da natureza dos minerais, ou seja, na mineralogia, é comum considerar mais seis
diferentes sistemas de eixos com detenninadas condições de igualdades e desigualdades de
ângulos e comprimentos, com a finalidade de permitir a classificação cristalográfica dos
minerais. Esses sete sistemas são: cúbico, triclínico, monoclínico, ortorrômbico, tetragonal,
hexagonal e ramboideal.
. Os cristais metálicos são constituídos de íons positivos envolvidos por uma atmosfera
· . de elétrons negativos. A estrutura cristalina é mantida pelo equilíbrio das forças de atração
, entre os íons positivos e os elétrons negativos, e das forças de repulsão dos íons positivos
entre si e dos elétrons negativos entre si. A grande mobilidade da atmosfera de elétron-.
através do reticulado cristalino confere aos metais elevada condutibilidade elétrica e
térmica.
171
apresentar planos de átomos empilhados segundo uma seqüência de natureza simples
(figura 1.1).
A estrutura cúbica de faces centradas e cada átomo possui doze vizinhos tangentes,
como no caso da estrutura hexagonal compacta. Entretanto, a estrutura cúbica de corpo
centrado (ccc) não é compacta e sua célula unitária se caracteriza por apresentar um átomo
em cada vértice de um cubo e um átomo no centro desse cubo.
O raio mômico r, por sua vez, é definido como a metade da distância entre dois
átomos vizinhos, tangentes entre si, admitidos com a forma esférica. Pode-se determinar o
raio atômico r em funçiio dos parâmetros do reticulado.
172
u u lJ
"'w
1-
z
..,
uJ
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4
1-
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Q
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11.1
li)
.,,
e
Q:
lú
.,,
li.
,ma, 11.1
Figura 1.1 - Células unitárias rcpresenladas nas fOl'IWIS de esferas alÔmicas tangentes, esferas atômicas cortadas e esferas
atômicas separadas
173
SEQUÊNCIA AS A B ... SEQUÊNCIA ABCASC ...
NO PLANO (0001) hc NO PLANO (lll)cfc
HC C CC C FC
u :~
r---:--"~--...ii r-------- . . .
1
➔
1
1 1
1 1
l 1
1
1 1
1
1 1
- . 1 J' o
, ( tOÍOI { 11 01 ( 100 I
174
Os diâmetros dos átomos são muito pequenos e da ordem de poucos Ãngstrons (1 Ã =
10·8 cm).
TABELAl.1
Relação entre os parâmelrall da eslnitura aistalina
cfc,hc 0,74 12
TABEL.Al.l
Estrutura aistalina das principais melais (à lemperatura ambiente)
TABELAU
Fator de emp11cotamento de alguns metais de eslnitun hexagonal compiáa (i lemperatura ambiente) (Smallman, p. 14)
- 1,633 (ideal)
- 1,568 (Be)
- 1,886 (OI)
- 1,623 (Co)
- 1,623 (Mg)
1,587 (Ti)
- 1,856 (2.n}
TABELAI.A
Distância interatõmica (a) mais próxima para os principaia melais (em Ãngstrons) (Smallman, p. 14)
Zn(2,632)
1
10
1
J:B----
Fisura 1.4 • Solução sólida dos tipos subslitudonal e intersticial
176 j
elemento dissolvido no outro, para um arranjo ordenado onde determinados locais, na
·estrutura, são ocupados preferencialmente por uma das espécies de átomos.
TABELAl.S
Exemplos de forma de agregação de pares de elemenl08 metálicos
\L
Solu',io sólida substitucional toC&I : Cu • Ni
177
tridimensionais como vazios, fissuras. encrustações, poros e partículas de diferente
orientação numa matriz circundante.
·,.
1
, ,
ATOMO INTERSTICIAL ATONO DE NATUREZA DIVERSA
,
VACÂNCIA IA)• BIVACÂNCIA ( B) ATOMO DESLOCADO
l
l
1 Fígura J .S - J)efeitu,; de pnntn do cristal
't
'
1.6 NOTAÇÃO CRISTALOGRÁFICA
X y_ Z
-+ +--1
a b e
Considerando, por sua vez, um vetor coincidente com uma direção, pode-se .obler os--
módulos das componentes desse vetor projetada., nas direções dos três eixos de re::ferência.
Esses m6dulns são, então, m,.11ltiplicªdos por um fator n que se:: tr,msforma no menor
178
conjunto de números inteiros lu v wl, que constitui os índices de Miller da direção
cristalográfica.
\
Para o sistema cúbico, as direções que apresentam os mesmos índices dos planos são
perpendiculares a esses planos.
X
Figura 1.6 - Índices de Miller para o sistema cúbico; exemplos oom destaque aos planos das faoes e d i ~
correspondentes ·
179
E1.1111plo1:
Plono lndlc•
ABCDEF (00011
GHIJKL (00011
GPH (IOTZ)
ABGH ( 1OtO)
8CH1 tOITOI
COtJ (TIOO)
DlJK tTOIO)
EFKL (OTIOI
AFLG (1 TOOI
j u+v ♦ t •O j
Figura 1. 7 • Índioes de Miller-Bravaín para o &islema hexagonal; exemplos com destaque para os planos das faces e d.a
base e direções perpendiadam; às faces e coincidentes com os eixos
180
Desse modo, os planos de direções equivalentes são obtidos pela permutação dos três
primeiros índices. Os planos são representados por (h k i 1) e as direções por lu v t wl, e as
suas respectivas famílias de planos e direções equivalentes por Ih k i II e <u v t w>.
ESCORREGAMENTO
MACLAÇÀO
Figura 2.1 • Mecanismas de deformaçio plástica; escorregamenlo e maclação • representação com esferas tangentes
185
como um espelho, verifica-se que uma parte do cristal toma-se imagem gêmea da outra
parte. A parte do cristal defonnada mantém o mesmo reticulado da outra parte original,
apesar dos deslocamentos dos átomos, nesse caso, corresponderem a distâncias
não-múltiplas da distância interatômica. Na maclação, ao contrário do escorregamento,
muitos planos se movimentam mantendo uma regularidade onde os átomos de um plano
deslocam-se de uma mesma distância em relação aos átomos de outro plano.
ESCORREGAMENTO
,_"'-1
MACLAÇÀO
Figura 2.2 - Mecanismos de deformação plástica: escorregamento e maclação - representação com um cubo indicando a
direção de tensão crítica de cisalhamento
186
TENSÃO DE CISALHAMENTO DO CRISTAL
Como as tensões aplicadas a um corpo nem sempre são tensões de cisalhamento puro,
deve-se promover a decomposição das tensões atuantes nos planos de escorregamento (ou
maclação).
Para simplicidade de análise, considera-se o que ocorre num cristal cilíndrico sujeito a
um esforço de tração segundo seu eixo (figura 2.3):
\o
e
', \
\
\
p \
E 1 E p
·-· 1
I/
/
.,/
Figura 2.3 • Plano e direção da lens/io aitica de cisalhameolo aluante num cristal cilíndrico solicitado à tração segundo a
direção de seu eixo longitudinal
111) Na superfície transversal (S) do cilindro atua a força de tração (P) na direção do
eixo do cilindro (E).
187
3º) A relação entre as superfícies (S) e (S') fica então estabelecida
s· -s/cosa
411) A força de tração (P) pode ser decomposta em sua força normal (Pn) ao plano de
escorregamento na direção da reta (B) e uma força tangencial (Pt;) na direção da
reta (C), que é a linha de maior inclinação no plano de escorregamento.
Pn - P cosa. P1 - P sena
,; - a cosa cosy
188
211) Para ângulos (a) maiores e menores do que 4Sº, as tensões são menores e, no
caso do ângulo aproximar-se de 90°. a tendência da força de atração é provocar
mais a separação dos átomos entre si do que o deslizamento dos átomos, uns em
relação aos outros.
Na realidade, a deformação pode não ser homogênea, isto é, podem surgir muitos
planos de escorregamentos formando uma faixa de esco"egamento. Além disso, uma parte
do cristal pode sofrer uma mudança de orientação com rotação do plano e de direção de
escorregamento em relação a um eixo de ação da força externa (de tração).
189
CFC
CCC
HC
Figura 2.4 • Principais sistemas de escom:gamento nos metais de estrutu111s cfc, 0CC e hc
190
O número de combinações de planos e direções de escorregamento, definindo o
número de sistemas de escorregamento, nesse caso, se calcula assim:
• nº de sistemas de escorregamento= 3 x 4 = 12
191
força externa, o metal pode apresentar elevada deformação plástica, isto é, elevada
plasticidade. Além disso, pelo fato de apresentar apenas o plano basal como plano de
escorregamento, durante a deformação, não surgem muitas interferências de planos entre si,
e, conseqüentemente, o encruamento, para o mesmo nível de deformação, é menor do que
para os metais do sistema cfc. Entretanto, o mesmo comportamento relativo entre os dois
tipos de estrutura não se verifica para os agregados policristalinos. Nesses casos, os metais
referidos do sistema hc apresentam uma plasticidade bem menor, devido a maior
complexidade dos mecanismos de deformação plástica presentes. Pode-se imaginar a maior
dificuldade à deformação plástica onde os cristais constituintes, de orientação aleatória,
apresentam apenas um plano de escorregamento.
Os planos de escorregamento dos cristais do sistema ccc podem ser da família { 110},
{211} e {321} e as direções são da família <Il 1>. Esse fato revela que, para esse tipo de
estrutura, as direções de escorregamento são as de maior densidade atômica, os planos não
apresentam, porém, a mesma característica. Além disso, os metais desse sistema, como o
ferro à temperatura ambiente, apresentam elevada tensão de cisalhamento decomposta.
TABELA.2.1
Sistemas de escorregamento e lelllSÕes de àsalhamento decomposta, para algull$ cristais à temperatura ambiente
(Honeyrombe, p. 12)
Cd{99,999) 13
Mg(99,99) so ~
(0001), <112°0>
Zn (99,999) 30
0.1,.
Fe (99,96) 1500
111:l
211 <lll>
<111>
321 <111>
192
PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA
PLANO DE PROJEÇÃO
( Ili)
Polo
/
I
I
l'igura 2.5 • Projeção eslereogr.ífica para oblenç!io dos pólos correspondentes aos planos cristalográficos; ilustração dos
pólos (111) e (100) dos =peclivos planos do cristal albico
1º) Imagina-se, inicialmente, uma esfera de referência que tem no centro uma célula
de um cristal admitido ser, para simplificar, do sistema cúbico. Esse cristal é
suposto ser suficientemente pequeno para admitir que todos os seus planos e
direções passam pelo centro da esfera de referência.
193
11
4 11) A projeção, com a fonte de luz numa das extremidades do eixo, permite apenas
visualizar os pontos da metade oposta da superfície da esfera. Para projetar a
outra metade, no entanto, basta deslocar simetricamente a fonte superpondo as
figuras com indicação de qualquer notação diferente.
194
s
r
l CRISTAIS CUBICOS CAIS TAIL HEXAGONAL
ZINCO e/o• 1,86
s 100 1010
a
,s
"
e
:a
),
:o
:a
100 1010
I
Figura 2.6. Projeção estereogníCica de alguns pólos dos crislllis cútiicos e do cristal hexagonal de zinco (adaptado de
Wood em Barrel-Massalski, Cig. 2.9, p 39; Banel-Mass.alsk.i, fig. 2.10, p.43)
!
Com um cristal do sistema cfc, por exemplo, tetn-se doze sistemas de escorregamento,
sendo que, para cada sistema, as tensões de cisalhamento são diferentes quando da
aplicação de um esforço de tração segundo uma determinada direção em relação a um
determinado eixo do cristal. No sistema em que se atinge a máxima tensão de cisalhamento,
inicia-se o escorregamento. No entanto, como o cristal muda de orientação com o
escorregamento, a condição de máxima tensão de cisalhamento pode atingir outro sistema,
provocando o escorregamento, agora segundo esse último sistema. O ângulo entre o eixo de
co aplicação de esforço e a direção de escorregamento diminui, verificando-se então que as
direções de escorregamento dos sistemas ativos se aproximam da direção do eixo de tração
(figura 2.7).
195
_.,..,,,,D
P • Elu da Troe4o
D• Dlneio d1 Dt1·
llzo1111nto.
N• Normol ao Pia·
no d1 Otallao •
mt11l0,.
I
3°) o sistema de escorregamento ativo é o representado por (111) llOlf, sendo o
plano (111) considerado o plano primário;
196
Plano ConJugado clOIJ Pio no <:ríllco
tiill ----~:-----~<i111
lOllJ com
(Ili)
Ph1110 Primá rio
ClOll
Pígura 2.8 - Representaç!io eslereognífica do &Í$1ema de escorrepmento oum crislal cúbico de faces centradas
(Smallman, fig 5.7, p.199)
511) o plano primário (111) gira saindo de sua posição onde ocorria a máxima tensão
de cisalhamento; quando a orientação do cristal, representado pelo ponto P,
atinge a linha de simetria representada pelos pólos IOOll e !0111, inicia-se o
escorregamento num outro sistema, num plano congregado (IT1) e direção IOUI,
pois tanto o sistema primário como o sistema conjugado possuem a mesma
tensão de cisalhamento decomposta; ocorre assim, um escorregamento duplo;
)
2.6 SISTEMAS DE MACLAÇÃO NO CRISTAL
e
O plano de maclação, isto é, o plano onde uma parte do cristal se inclina em relação a
outra, provocando a formação da denominada macia, é um plano bem definido e de elevada
simetria, como ocorre também com o plano de escorregamento. Pode-se fazer as mesmas
considerações de definição e simetria para a direção de maclação.
197
átomos • ou seja, todo o volume • da primeira parte se desloca; e, ainda, na maclação a
distância de deslocamento de uma parte do cristal em relação a outra é limitada. Apesar
dessas diferenças, pode-se estabelecer um critério de cisalhamento do cristal por maclação,
calculando a tensão de cisalhamento crítica, de fonna análoga ao cisalhamento ocorrido por
escorregamento.
2.7 DISCORDÂNCIA
198
' ,
a A discordância de cunha pode ser caracterizada pela colocação de mais uma fileira de
II átomos, que perde a continuidade a partir de um detenninado ponto no cristal. Esse fato
), provoca uma distorção na forma do reticulado, que se toma mais intensa na região limite da
1r nova fileira de átomos. Esse defeito cristalino pode ser representado numa figura plana e a
' Unha perpendicular a essa figura - que une a extremidade do plano descontínuo de átomos
ao ponto da desçontinuidade - é denominado linha de discordância. A região adjacente a
essa linha constitui o núcleo da discordância.
199
deformações plásticas, pode-se admitir que se dá a geração, ou a multiplicação, de mais
discordâncias no decorrer do processo de deformação. Existem diversas explicações de
mecanismos de multiplicação de discordâncias, sendo um deles sugerido por Frank Read
(ver Smallman, pp. 264-268). mov
port,
cara,
denc
diso
caus
micr
.. -
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- -- -...J. -",...,.,
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<a l ( b l
Figura 2.10 - Deformação plástica do reliailado cristalino com o escorregamento pela movimentação de discordância de
cunha (a) e de hélice (b) (na seqllência de 1 para J)(Wulff el alii, vol. 1, fig. 4.12, p. 90)
A tensão crítíca que provoca a deformação plástica não depende somente da geração e
movimentação de discordâncias, mas também das forças opostas a essa movimentação pela
presença de outros defeitos cristalinos e pela interação das discordâncias entre si durante a
movimentação. A presença de impurezas ou elementos de liga nos metais - em solução
sólida ou formando outras fases - é uma forma de elevação da resistência mecânica pela
colocação de obstáculos - átomos dos elementos adicionados - à movimentação das
discordâncias no reticulado cristalino.
{ 200
s deformação é relativamente pequena. À medida que o processo prossegue, contudo,
e, ;utultiplicam-se as discordâncias - aumentando a densidade de discordâncias no cristal • e
:l :se acentua o efeito de interação entre elas, com o intercruzamento das direções de
'movimentação. Isso dificulta cada vez mais a movimentação das discordâncias, exigindo
:partanto níveis de tensão mais elevados, para provocar a deformação. Esse fenômeno,
'caracterizado pelo aumento da intensidade da tensão para provocar a deformação plástica, é
denominado encruamento, como já se mencionou.
e
a
a
201
Capítulo3
DEFORMAÇÃO PLÁSllCA DO
AGREGADO POUCRISI'ALINO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
3.3 POLIGONIZAÇÃO
20S
GRÃO ASTM 1 GRÃO ASTM 5
(a}
Figura 3.1 - Tamanhos de grão, segundo a norma americana ASTM; indicação do aumento de área de contorno de grão
com a diminuição do tamanho de grão (a numeraçio aumenta, passando de 1 para 5) • aumento de
microscópio ótico de J OOX
fu
Esses contornos de grão, de pequena inclinação, dificultam o movimento das
el
discordâncias, reduzindo a plasticidade do metal.
el
206
ATIVAÇÃO
TÉRMICA"-..
...L
J_
J_
io
de
IS:
:la Movimentação de disconiâncias para a formação de subgrãas, com pequenas ângulas de inclinação entre si,
os caracteriz.ando a poligoniz.ação
Além desse efeito, a presença de átomos de soluto pode ocasionar um outro adicional,
de que é a imobilização da discordância, a qual exige um nível de tensão mais elevado para
ue permitir o prosseguimento da defonnação plástica. Os átomos de soluto se posicionam
de frente à direção de movimentação das discordâncias através do mecanismo de difusão
atômica, ou, então, as próprias discordâncias, em seus deslocamentos, se aproximam dos
ira
átomos de soluto.
rte
207
Quando a segunda fase não pennite uma movimentação de discordâncias em seu
próprio corpo, ela atua de forma mais interwt na matriz - no sentido de dificultar o
movimento das discordâncias -, apresentando-se como um obstáculo físico.
É evidente que, quanto maior a quantidade da segunda fase - de natureza mais dura
que da matriz -, maior é a dificuldade apresentada à deformação plástica. A forma das
partículas da segunda fase e a distância entre elas podem contudo também alterar
substancialmente o comportamento do material na deformação plástica. Por exemplo,
partículas achatadas apresentam-se como um obstáculo maior à movimentação de
discordância do que partículas esferoidais (como ocorre nos casos dos aços, onde uma
estrutura de perlita lamelar, constituída de camadas alternadas de ferrita e cementita
"achatadas", apresenta-se com um comportamento menos dútil do que uma estrutura de
ferrita com partículas de cementita esferoidizada).
208
Capítulo4
ENCRUAMENTO E RECOZIMENTO
4.1 ENCRUAMENTO 00 CRISTAL
• pureza do metal;
'-, 211
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:E 90
...
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o Fe
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Mt
10 20 30 40 !.IO 60
Figura 4.1 - Oirva de tensão (de cisalhamento decomposta) - deformação (tangencial ou de cisalhamento decomposta)
para metais dos sistemas ccc (Fe), de (Cu) e hc (Mg) (adaptado de WultT et alii, vol. 2, fig. 5.6, p. 105)
212
:onde o 0 é o limite de elasticidade (de escoamento).
400
a
a.
:E
300 Pollcrt,tal dl Cu
o l Tomo11ho dt grão • 0,012 m "')
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1.).
...a::"'
w 200
o
.o"'z
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w 100
1-
10 20 30 ◄O 50
DEFORMAÇÃO (%1
Curva de tensão (de !ração) -deformação (linetr relaliva) para um aistal e um agregado poliaistalino de um
meslIIO metal (Cu) (adaptado de Mclean, em Wulff et alii, fig. 6.1, p. 123)
213
ªe = tensão de escoamento inicial ou subseqüente
d = tamanho do grão
--
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3~ ESTÁGIO
2 4 6 8 10
DEFORMAÇÃO
Figura 4.3 - Curva de tensão-deformac;ão para o alumínio puro (ác) ilustrando as tri!s alágios de encruamenlO
(Honeyoombe, fig. 9.7, p. 229)
214
TAMANHO OE GRÃO
~o 0,054 "'"'
0,088 mm
40 0,240111111
o
Q, º·~º"'"'
2
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1-
w ALUMÍNIO PURO
o
POLICRISTALI NO
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1-
10
o 10 15 20
DEFORMAÇÃO 1%1
Figur~ 4.4 • ( ·urva tlt• lcnsátl•deformação para n aluminio puro ilustrando a influência do !amanho do grio (adaptado de
lloocymmhc, lig. cu 1, p. 235)
Na análise da curva para o ferro pode-se destacar dois pontos: o limite de escoamento
superior e o limite de escoamento inferior (figura 4.5). Prefere-se muitas vezes, para maior
precisão da caracterização da propriedade, adotar o limite de escoamento inferior - que
fc, corresponde à ten.-.ão neces.-.iíria parn propagar as linhas de distensão - pois o superior é
do
muito intlUt:nciado por 1.'t'rtas ,:ondições de t'n.-.aío: forma e dimen.-.ão do corpo-de-prova e
de
sua axial idade em relação ao St'ntido da carga dt' tração. A c:-xpressão de Hall-Petch também
se aplica a esse sistema, mas a tensão de escoamento considt:rada é a inferior e o valor de n
é 0,5. A temperatura de t'nsí1io intlui da seguinte forma: :1 medida que a temperatura
decresce, o limite de escoamento superior se eleva e a extensão do patamar de escoamento
aumenta. Com o aumento da temperatura acima da ambiente, o patamar e os limites de
escoamento nítidos tendem a desaparecer (figura 4.6).
o
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<.>
◄
...a::
:!5
LIE • Limite Inferior de E11.:oom111to
o
•◄
li)
z
...."" LSE • 510 MPa
LIE • 260 MPo
DEFORMAÇÃO
Figura 4.S • lhntração de grande diferença entre os limites superior e inferior de escoamenlo, com os valores pana um a9>
de baixo teor de carbono (Hutchison, em Honeyc:ombe, fig. 9.14, p. 238)
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296K
10 ,, 20
OE FOR MAÇAO (%1
Figura 4.6 • Olrva de tensão-deformação para ferro purificado (por solidifiaição zonal) a diversas temperahtras e
ilustração do fenômeno Portevin-Le 01atelier a 4K (curva na forma de dente de serra) (Smilb-Rutherfool,
em Honeycombe, fig. 9.13, p. 236)
216
Outros mt:tais, como cromo, molibdénio, nióbio, tântalo e tungstênio irão apresentar
comportamt:nto semelhante, se contiverem as mesmas impurezas intersticiais.
e) Metai.v de estrutura hc
As propriedlldes mecânict1s são alteradas pelo trabalho a frio. Nam ensaio de tração,
por exemplo, verifica-se que um metal mais encruado apresenta maiores limites de
escoamento e de resistência, maior dureza e menor alongamento e extricção, ou seja, à
medida que a resislência se eleva pelo encruamento a dutilidade decresce (figura 4.7). Num
aço doce, por extmplo, o limite de escoamento pode passar de 170 a 1.00{) MPa.
217
Limite de Rnlalhclo
LI 11111• d• E1coomenlo
..
""
Q
""
IIC
Q.
o
a:
Q.
Ealri cc:llo
Alon9omanlo
OE FORMAÇÃO (º/oi
Figura 4.7 - Alteração das propriedade,; mecânicas com o aumento da deformação pláslica, caracterizando o encruamento
(curvas iluslratiws de tendências)
4.4 RECRISTALIZAÇÃO
poc
A tt:mperatura que define o limite superior para o trabalho a frio não pode ser expressa
com exatidão, pois depende, além da composição química do material metálico, da
intensidade e velocidade de defonnação decorrente. De uma maneira aproximada, pode-se
afirmar que essa temperatura é inferior à metade da temperatura de fusão do metal.
218
õ
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I.LI \1.
Energia arma7.enada na deformação (a frio} e fração de energia tolal de deformação, para e.obre puro
(Gordon, em Reed-Hill, fig. 7.1, p. 175)
F = E - TS, onde
F = energia livre
·• T = temperatura absoluta
1 ,
,e ser reduzida a:
F=E
,.
Como a energia livre na condição encruada é maior do que na recozida, o metal
pode amolecer espontaneamente. Mas o metal não retoma à condição inicial não
encruada - isto é, amolecida - através de uma simples reação. As reações são de
natureza complexa, consistem no movimento de átomos ou vacâncias e são
sensíveis ao nível de temperatura: o aquecimento do metal acelera o processo de
retomo à condição inicial encruada.
219
O tratamento ténnico que conduz o metal encruado à condição inicial é o recozimento, ·
que consiste num aquecimento a uma detenninada temperatura durante um certo tempo. No
processo de alívio da energia interna, pode-se distinguir três estágios: recuperação,
recristalização e crescimento dos grãos (figura 4.9).
◄
u
j::: t1111po • 1
·-
(/)
Temperatura
Figura 4.9 - Modificações estruturais e das propriedades mecânicas na recuperac;ão, rccristalizac;ão e crescimento do grão
( curvas ilustrativas das tendências)
220
A recristalização é um fenômeno diferente da recuperação: num tratamento
isotérmico o processo de recuperação ocorre de forma a ser intenso no início e a seguir,
gradativamente, perder velocidade. No processo de recristalização, o início é lento, a seguir
a velocidade de reação aumenta, para no fim voltar a ser leito (figura 4.10). As
propriedades mecânicas e físicas retornam a seus valores iniciais, pois a microestrutura
sofre modificações essenciais: são nucleados cristais novos, e isentos de deformação, que
gradativamente absorvem os vizinhos deformados. A energia interna acumulada pela
deformação plástica é aliviada e a textura encruada, apresentada pelo metal, é eliminada.
Tronsformoçõo Isotérmico
,O
' •4 99,999 % Cu Lomiriodo a 98%
<>
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o 4 6
'º 20 40 60 IOO 200 400
tempo (h)
TI : 135,2 ºe T : 102,2
4
T2 :: 119 ,o Ts= 88,2
Ts: 112, 6
Figura 4.10 - Transfonnações isotérmicas na recristalinção (Decker-Harker, em Reed-Hill, p. 189)
221
a) Influência do tempo e da temperatura
K, C, A, K' = constantes
R =constante (2 cal/mol.K)
222
c) Influência da natureza do metal
223
Lotfo COIII :S!º/o Z11
Eftcruodo H80(durol
....º•~
wu.
-a::
2 ...
J ◄ .200
i!-
~ 60
z
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2
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◄
I
• 100 :soo !00 700 •e
-E
-E
o 0,100
•◄
a::
e.li
ILI
0,07:1
o
o 0,0!0
:e
z
◄
2 0,02!
...
◄
Figura 4.11 - Curvas de reeozimenlo para o lalão com 35% Zn, u forll!ll de arame n:duzido em 53% (Metais Handboolc •
vol. 2, ASM, 8" ed., 1979, fig. l, p. 254)
224
Capítulos
TEXTURA E ANISOTROPIA
, 5.1 DEFINIÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA TEXTURA
As determinações experimentais das texturas são realizadas com o auxílio dos raios-X
monocromáticos. Esses raios quando incidem no corpo-de-prova se desviam de
determinados ângulos, devido à reflexão que ocorre em certos planos cristalográficos,
segundo a lei física representada pela equação de GRAGG. Os raios refletidos são
coletados por um dispositivo de registro (por exemplo, um filme radiográfico) que permite
localizar as posições dos planos e direções cristalográficas. Se o dispositivo indicar, para
uma dada posição do corpo, uma elevação da intensidade de raios refletidos, significa que o
corpo de prova contém muitos planos (h k 1) em condições de provocar essa reflexão. O
movimento de rotação do corpo-de-prova permite verificar quais as posições que ocupam
os planos (h k 1). O registro das distribuições de intensidade permite traçar a figura de
pólos: ao redor de cada pólo geométrico apresentado na projeção estereográfica, e
correspondente a uma posição de máxima intensidade, são traçadas linhas que unem pontos
de igual intensidade, ou seja, curvas de níveis fechadas, com indicação de valores de
intensidade - numa escala arbitrária - para cada linha (figura 5.2). Os métodos
experimentais de obtenção de figuras de· pólos e de revelação de texturas são constituídos
de diversas técnicas que necessitam, para a sua compreensão, de estudos detalhados.
227
(A análise das texturas de deformação plástica e de Reristalização, realizada nos itens S.2 e
S.3, é em grande parte baseada nos textos de Stüwe • Faustmann e Champier • Saada).
(100) ( li O) ( Ili)
fonte de R•X
Mo11ctcromÓtlcct 1'.• Compri111ento de ando
11 • ~ Inteiro
e • Ãn9ulo d• refledo
fihne
..... ,.,,,.
d • Di1tl11cla e11tre o•
.,
Re9lltrodor
Figure S.l - Figuras de p61011 (100), (110) e (111) de uma chapa rom nílida textura de cubo, usinalando-M a orientaçlo
ideal (100) 101)11; e ~lação do princípio da delerminaçio da textura
228
solicitação plástica, ou seja, se é um processo de laminação, de trefilação ou outro
qualquer. Daí decorre a denominação textura de laminação, textura de trefilação, etc. Por
3 outro lado, os metais de mesma estrutura apresentam as mesmas, ou aproximadamente as
IOOO
111a1 t1tOJ
0(001}<11(1.>
0(113t<110>
Figura 5.2 - Figura de pólos {110} real. orientações ideais e posiçoos da oélula elementar de um metal co::, laminado com
95% de redução (Coulomb em, Champier-8aada, fig. 6, p. 250)
Dessa forma cabe uma análise mais detalhada das texturas de deformação para os
principais processos de deformação (laminação e trefilação) e para as estruturas mais
comuns (ccc, cfc e hc).
a) Textura de laminação
229
Os metais do sistema ccc apresentam texturas caracterizadas pelas orientações {001}
<100>, e menos intensamente, {112} <110> e {111} <211>. As ligas apresentam as
mesmas texturas que os metais puros.
OL OL
Ttitluro d• Lo14o
11101 [1bJ
• {••s}<21l>
• {i:n}<ut,
Figura 5.3 • Figuras de pólai; {111} n:ais, orientações ideais e posições da célula elemenlar de um metal cfc, laminado
com 95% de redução apresentando textuni de latão e de cobre (Coulomb em, Oiampier-Saada, fig. 7, p. 251)
b) Textura de trefilação
230
planos tangentes à superfície da barra (ou arame) e direções coincidetites com a direção de
· trefilação - essa textura recebe a denominação de textura cíclica de.fibra. Então, quando se
, analisa a textura do trefilado, deve-se considerar
.
sempre o que
, /'
ocorre no núcleo e na
. camada exterior da barra (ou arame). .
•
Para os metais do sistema cfc trefilados observa-se uma :orientação com componentes
intensas correspondentes à (112) III li e, menos intensamente, (112) 11111 quando é
· verificada a camada exterior. Podem surgir, contudo, diferenças entre as camadas
· intennediárias, dependendo do metal ser cobre ou alumínio; o núcleo da barra apresenta
urna textura de fibra nonnal corn intensa direção <111> e com componente <100> pouco
·. intensa. Se, após a trefilação ser processada num sentido for conduzida no outro oposto, a
textura da camada exterior modifica-se para a componente (100) IOOll intensa e <111>
· pouco intensa. Para a prata, as texturas obtidas são as seguintes: periferia (110) jOoll,
camada exterior ( ll 1) III 21 e macias, camada intermediária (112) III li e macias, e
núcleo <111> e <110>.
OL (1001 OL
Para os metais do sistema hc, as texturas são mais complexas, mas para o titânio, por
is exemplo, ocorre a formação de texturas de fibra normal com a componente <1010>.
1a 1
231
caso da estampagem profunda (apesar dos diferentes estados de tensão que surgem nos·
diversos pontos da peça sob estampagem), a textura formada se aproxima das texturas
típicas de laminação. É de se esperar, apesar de pouco estudado, que as texturas de extrusão '
se aproximem das texturas de trefilação.
OT
Figura S.S • Figuras de pólos (100) e posições da célula elementar para o ferro laminado (Barret, C.S., Estrutura de los
metalu, Aguilar, Madri, 1957, p. 599)
232
recozimento, e uma das maneiras mais comum de controlar uma textura de defonnação é
· através da textura de recristalização.
DL
DL DL
( Q) ( b)
lho
Figura 5.6 • Figuras de pólos (111) para uma chapa de latão 69-32 para duas oondições: (a) laminada 84% e recozida a
.ara 42s•c1 laminada 50% e =ida a 6SOºC, com formação de quatro orelhas na estampagem de um copo a
Em partir de um disco; (b) lamínada 50%, recozida a 565ºC. laminada 85% e recozida a 6SG°C, oom formação
de de seis orelhas (Burghoff-Bohlen. em Barrei, C.S., Eslrurura de los me/ales, Aguilar, Madri, 1957, p. 669)
BIBLIOTECA 233
"lllftlf. Reis~ Farãni Mansur Guérios"
,.111!:I!!!_.. --
(a) (b)
Figura S.7. Estampagem de um oopo a partir de um disco de cobre, no caso de grãos orientados ao acaso (a) e de textura
{100} <001> (b)(adaptadode Richarda,em Honeycombe,fig.12.8, p.338)
234
1 .
~
o
e %
E
o,n COBRE
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E {100}<001>
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tOOo
ÂNGULO EM RELAÇÃO DE LAMINAÇÃO
Figura 5.8 - Variação das propriedades mecânicas 00111 o ângulo longitlldinal (do rorpo-de-prova na fonna de lira) em
relação à diieção de laminação, pera • chape de cobre com textura {100) <001> (adaplado de
Ox>k-Richards, em Honeyrombe, fig. 12.9, p. 339)
se • textura diferente da textura original, mas com marcantes posições preferenciais dos
ma cristais.
cas
235
A ausência da textura - ou, melhor dito, presença de uma distribuição aleatória das
posições dos cristais constituintes do metal - é mais uma característica ideal, para a
obtenção de um corpo metálico de propriedades isotrópicas, do que uma realidade.
Comumente, na prática industrial, sempre permanece um certo grau de anisotropia nos
produtos metálicos conformados e recozidos que, contudo, para efeito de algumas
aplicações, pode ser considerado inexistente. Dependendo do metal, pode-se obter texturas
aleatórias adotando certas combinações de tratamentos mecll.nicos e térmicos.
Em metais d.o sistema cfc (como cobre, níquel e alumínio puro) a textura se caracteriza
com (100) I00ll, e é obtida a partir de uma textura de laminação do tipo "cobre".
Entretanto, para o cobre, por exemplo, pode-se obter os diferentes tipos de estruturas
mencionadas, e também, para o alumínio, sendo que, nesse caso, o teor de pureza tem uma
influência marcante: a alta pureza favorece a formação da textura do tipo cubo.
No caso dos metais do sistema ccc, a formação de textura pode sofrer a influência
também de uma possível mudança alotrópica de fase, como no caso do ferro. Nesse metal,
para se observar a mudança de textura de recristalização deve-se manter a temperatura de
tratamento abaixo da temperatura crítica de mudança alotrópica. Se essa transformação
alotrópica ocorrer, a textura será aleatória. No caso de chapas de aço de baixo carbono,
verifica-se que, nas primeiras etapas de recozimento, a textura de deformação é acentuada,
mas para tempos maiores de tratamento a textura tende a ser aleatória.
Para os metais do sistema hc, de uso comum, não se observa modificação da textura
em face da recristalização.
236
b) Textura de recristalização em trefilados
e. Analisando os tipos de texturas formadas para os dois principais metais do sistema cfc
)S
nota-se que o alumínio de pureza comercial (99,5%) tem uma textura de recristalização
as , igual a de deformação, ou seja, a representada pela direção <111>, que caracteriza a textura
as de "fibra". Para alumínio de elevada pureza existe uma mistura de textura de fibra <111> e
.:::110> - são contudo texturas para arames, pois, no caso de barras, o alumínio 99,5% tende
a apresentar as orientações <311> e <310>. A textura do cobre também depende do grau de
IS, pureza e, para o cobre comercialmente puro, apresenta as mesmas texturas de trefilação
os caracterizadas pela orientação <111>.
No caso dos metais dos sistemas cfc e hc, observam-se os mesmos tipos de texturas
de para trefilados e recristalizados.
za
237
111) numa chapa são retirados corpos-<le-prova na forma de tiras retangulares segundo
a direção de laminação (ângulo O°), a direção transversal (ângulo 90°) e a direção
de 45° com a direção de laminação;
lnw/w0
R- ,onde
ln t1to
a) se a chapa apresenta ausência de textura, isto é, se contiver grãos orientados ao acaso, ela
é perfeitamente isotrópica e, então, tem-se
238
Então. para se chegar a uma melhor condição de estampabilidade, deve-se procurar
, obter na fabricação da chapa por laminação valores elevados de anisotropia normal média e
valores baixos para a anisotropia planar.
Analisando-se a relação entre textura e anisotropia para as chapas de aço (ver Silva.
· P.S.C.P., "influência das variáveis de processo e composição na estampabilidade de chapas
: laminadas e recozidas", em Cintra, J.A., Estampagem dos aços, ABM, S.P., 1971, ponto 9),
pade-se destacar o seguinte:
'ário
239
Capítulo6
FRATURA DÚTIL
6.1 TIPOS DE FRATURA
Na conformação plástica dos metais o tipo de fratura que pode ocorrer é normalmente
de natureza dútil. Deve-se, no entanto, diferenciar os mecanismos de nucleação e de
propagação das trincas que conduzem a fratura. Por exemplo, um metal pode sofrer uma
redução de secção de 40% e logo a seguir fraturar repentinamente. Considerando-se todo o
processo, a fratura é de natureza dútil, pois foi precedida de intensa deformação plástica.
Analisando-se mais detalhadamente, entretanto, verifica-se que a nucleação da trinca é,
realmente, de natureza dútil, mas a propagação é de natureza frágil.
243
6.2 MODOS DE FRATURA DÚTIL
b) formação da taça-cone, comum para a maioria dos metais e ligas metálicas como
os aços de baixo e médio carbono, ligas de alumínio-cobre, etc.;
d) formação de uma superficie plana, que surge em aços de elevado teor de carbono
e em outros metais a baixas temperaturas.
A análise das tensões atuantes na região de estricção não é simples, pois o estado de
tensão presente é triaxial, e a intensidade das tensões varia de ponto para ponto, se
alterando, também, nQ decorrer do processo de deformação plástica. A dutilidade do
material, e o seu compôrtamento na fratura, ·depende porém do estado de tensão, e dos
seguintes fatores: percurso e velocidade de deformação, pureza e presença de fases
metálicas no material, grau de encNamento prévio e, principalmente, temperatura.
Duplo
Afino do Tac:o • Cone Toc:o ·Cone Plo110
1
1
244
6.3 MECANISMOS DA FRATURA DÚTIL
,
Empescoço111111to Nuc:leoçcia Propo9oçõo Propo9oçõo Fraturo
1
1
1 1
1
p
1
.•t. . .
• o l-_
o•"
1
1
1 1
1 1
--
Figura 6.2 - Nucleação, coalescimento e propagação de vazios internos na fratura dútil (adaptado de Dietc:r, p. 239)
245
aderência é elevada, a tendência é haver a quebra da partícula. A fonnação de vazios junto
a partículas indefonnáveis é decorrente da acumulação de discordâncias nessa região, que p
elevam o nível de tensão local. Entretanto, mesmo os metais de elevada pureza podem s
apresentar a nucleação de microcavidades na ausência de inclusões. As microcavidades n
nesse caso decorrem da coalescência de discordâncias. Outros mecanismos podem estar p
presentes na formação das microcavidades, como a interação de discordâncias com os z
contornos dos grãos e da interação de macias (ver Honeycombe, pp. 448-457; Wulff et alii, d
vol. III, pp. 153-159). d
e
Duas formas básicas de manifestação do processo de fratura dútil, baseando-se
principalmente na propagação da fratura, são o rasgamento fibroso e a fonnação de faixas
de cisalhamento, sendo que essas formas comumente estão presentes de fonna combinada.
---o---·---
________._______
- · - - -e:>--
Figura 6.3 - Influência da posição do elemento de libra na fratura dútil (adaplado de Oackofen, fig. 12.2, p. 244)
246
A formação da faixa de cisalhamento é um processo alternativo ou complementar do
processo de rasgamento fibroso. Macroscopicamente está associado à formação das
superfícies cônicas da fratura do modo taça-cone, e microscopicamente corresponde ao
mesmo fenômeno de coalescimento e propagação de microcavidades (figura 6.4). A
presença de poros é uma característica dessas faixas, que são pequenas, se propagam em
zig-zag e se localizam nas extremidades da cavidade segundo a direção de máxima tensão
de cisalhamento. C.Om a deformação, os vazios (dimples) se alargam até ocorrer a separação
das duas partes em movimentos contrários de cisalhamento (ver Backofen, cap. 12;
Cetlin-Silva, pp. 35-58).
l
l
oo o o
- PLANO S
-
Figura 6.4 - Jlustração esquemática de fratura com rai.gamento fibroso e com faixas de clsalbamento (adaptado de
Backofen, p. 248; Rogers, em Backofen, figs. 12.6, 12.7, 12.8, p. 251)
247
aumento da tensão aplicada, devido à redução da secção transversal do corpo solicitado
mecanicamente.
Como F=oA e dF=odA + Ado e, pela relação entre comprimento (L) e secção
transversal (A) do corpo estabelecida pela constância de volume:
dl/L=~A
dE=dl.JL
dA do
chega-se, com odA + Ado - O , - A - dE , a
do
--o
dE
248
Capítulo?
;
CONFORMABILIDADE PLASTICA
7 .1 CONCEITOS DE CONFORMABILIDADE
251
constante- para um mesmo ponto geométrico do corpo (como na laminação, extrusão e
trefilação). Ou seja, cada vez que o ponto físico do corpo passa, durante o processo de
escoamento, por um determinado ponto geométrico, ele é submetido a um mesmo estado de
tensão e de deformação. Nos processos não-estacionários, um mesmo ponto geométrico, a
cada instante, tem um estado de tensão e defonnação diferente, e que se altera com a
gradativa mudança da forma geométrica do corpo durante a deformação plástica ( como na
estampagem profunda e no forjamento). Então, como o comportamento do material
depende do estado de tensão e deformação em cada ponto do corpo sólido, a
conformabilidade é sensivelmente influenciada pelo tipo de processo de conformação
aplicado. Componente de fundamental importância é o atrito entre a peça de trabalho e a
ferramenta de conformação devido aos esforços que induzem no corpo e que alteram as
condições de conformação. O atrito, e associado a ele as condições de lubrificação,
constitui-se num fator de influência complexo de ser analisado. Outro fator de influência
mecânico é a velocidade de processamento, que evidentemente impõe uma velocidade de
deformação ao corpo - o comportamento mecânico do material se altera com diferentes
velocidades de deformação.
A natureza metalúrgica do material exerce, por sua vez, uma influência considerável
como já foi objeto de análise nos itens anteriores que tratam da relação entre microestrutura
e plasticidade. Cabe destacar, mais uma vez, a influência da temperatura que, em geral,
com a sua elevação, conduz a uma melhor condição de plasticidade do material e,
conseqüentemente, de conformabilidade plástica. A análise de casos particulares, porém, de
notável importância na prática industrial, pennitirá, nos itens subseqüentes, avaliar a
importância da relação: natureza metalúrgica e conformabilidade plástica.
252
fabricação (ensaios de estampabilidade e de forjabilidade) (ver Dieter, G.E., Workabüity
testing techniques, ASM, M. Park, 1984).
e K = coeficiente de resistência
s
e n = expoente de encruamento
o
e Com os parâmetros obtidos nos ensaios de tração, pode-se estabelecer algumas
1, correlações significativas entre os seus valores e o comportamento na estampagem. A
o estampabilidade se eleva para uma dutilidade maior associada a um limite de resistência
e maior e um limite de escoamento menor: a relação (r) entre limite de resistência e limite de
escoamento, denominada razão elástica, apresenta uma correlação significativa com a
estampabi tidade.
Esses parâmetros são além disso muito úteis para um estudo dos diversos mecanismos
microestruturais que ocorrem durante o processamento. O expoente de encruamento e os
coeficientes de anisotropia (ver item 5.4) são particularmente sensíveis às mudanças
o estruturais no material. O expoente de encruamento (n) é uma medida da capacidade de
o encruamento do material e, portanto, da capacidade de resistir a fraturas em regiões de
l,
deformação intensa na peça sob conformação e de distribuir mais uniformemente as
e deformações por toda a peça. O coeficiente de anisotropia médio (R) se associa à
lf capacidade de resistir no afinamento e deve ser determinado através de métodos de ensaio
o específicos como o "método de deformação por tração" (ver Haddad, E., Métodos
n macroscópicos para avaliação da anisotropia plástica de chapas metálicas, Dissertação de
tS Mestrado, EPUSP, 1978).
e
253
Diversos ensaios de fabricação foram desenvolvidos para avaliação de
estampabilidade da chapa, para serem reaJizados de forma mais simplificada do que o
ensaio de tração - sem. contudo detenninar os parâmetros mencionados - e melhor
representarem as condições de estampagem. Esses ensaios são conhecidos como ensaio
Erichsen, Olsen, Swift e Fukui. O ensaio Erichsen, que consiste na deformação de um
corpo-de-prova, constituído de uma tira metálica presa numa matriz com um punção na
forma de esfera, representa melhor as condições de estiramento de uma chapa (figura 7.1).
O ensaio Olsen se assemelha ao Erichsen e o ensaio de Swift emprega o punção na forma
de um cilindro e o corpo de prova na fonna de disco, que é embutido numa matriz para
formar um copo. Enquanto que nos ensaios Erichsen e Olsen os índices de estampabilidade
são dados pela profundidade em que o punção deforma a chapa sem produzir a sua ruptura,
no ensaio Swift o índice, que se denomina relação limite de estampagem, é obtido através
da relação entre o diâmetro máximo do disco e o diâmetro do punção que não provoca
ruptura; o ensaio Swift, portanto, exige a utilização de diversos corpos-de prova na forma
de disco, mas ele se aproxima realisticamente das condições típicas de estampagem
profunda. O ensaio Fukui procura conciliar as condições de estiramento e de estampagem
típicas conformando um corpo-de-prova circular, numa peça de formato cônico com o
vértice esférico - esse ensaio apresenta maior dificuldade de execução que o anterior e
exige, também, diversos corpos-de-prova.
ERICHSEN
SWI F T
254
11) Em qualquer estágio do processo de deformação, mede-se as deformações
principais na superfície da chapa, acompanhando as deformações que ocorrem
num retículo constituído de pequenos círculos impressos previamente nessa
superfície. A direção das deformações principais coincide com a direção dos
eixos, maior e menor, das elípses formadas pela defonnação dos círculos
impressos.
6 1) A gravação de círculos na chapa a ser conformada pode ser feita por diversos
métodos: atavés de processo fotográfico, processo eletroquímico, sillc-screen e
através do uso de carimbos. Os círculos impressos por esses dois últimos são
facilmente removidos pela ação de atrito da chapa com a ferramenta - o primeiro
apresenta maior precisão que o segundo, mas é mais custoso e exige maior tempo
de execução; o segundo, ou seja, o processo eletroquímico, parece ser o preferido
nas aplicações em condições de operação industrial.
255
e CONFORMACÂO COM RUPTURA
100% o CONFORMAÇÃO SEM RUPTURA
80
-
11
60
40
20 REGIÃO REGIÃO 2
1
-35% +2% +40%
-20 o 20 40%
Figura 7.2- Ensaio das curvas limite de conformação (adaptado de Bruno, referido no texto) • ( 1) e i. e2 são deformações
'2
lineares iguais a, respedivamenle, (ti / lo} • 1 e ('2 /lo) • 1 onde lo é igual ao diâmetro do circulo e t,_ e são
iguais aos eixos maior e menor da elípse; as deformações logarítmicas, iguais respectivamente a J n(t,_ / lo) e t
n(lz / lo), podem ser ll58das no lugar de ti e '2 • (2) A região rorrespondenle às deformaç&s do eixo menor
(~positivasse refere às condições de expansão; e a com:spondente às deformações negativas, a expansão
ou rell'8Ção, de acordo 000I a direção considerada • (3) A região 1 é atingida ernpregando-6C corpos-de-prova
na fonna de tiras de larguras decrescentes, e submetidos a roníormação de corpos de fundo esfériro; a região
2 é atingida aumentando-te a qualidade de lubrificação das tiras
256
112 mm. O punção esférico tem um diâmetro de 75 mm, a cavidade de matriz é
de 85 mm e usa-se um sujeitador.
257
O problema desse ensaio é o abaulamento do corpo, devido à dificuldade de
deslizamento na interface com as superfícies da ferramenta de compressão ( constituída de
duas placas planas) devido à ação de atrito. Dependendo das condições de ensaio, 0
coeficiente de atrito pode variar entre 0,02 a 0,4. Os lubrificantes devem ser resistentes às
temperaturas de ensaio e são constituídos de óleos, grafita e vidros. As tensões de
escoamento são calculadas a partir de considerações da mecânica da deformação plástica
nessas condições.
ºx - oo e'N ou ºx • B ln e + ao , onde
Ox • Oe ou Om ou Os
oo, N, B = constantes
258
deformação. Esse procedimento ignora, contudo, as diferenças de velocidade de
deformação nos diferentes pontos geométricos e físicos do corpo sob processamento.
259
mantê-lo na faixa de 0,04-0,10%, para não elevar exageradamente a quantidade de
carbonetos de ferro (na forma de perlita ou cementita) e para não provocar excessivo refino
de grão final, o que reduziria a dutilidade. O manganês é mantido na faixa de 0,25-0,50%,
pois, acima de 0,50%, começa a elevar a resistência mecânica. O manganês confere boa
trabalhabilidade a quente na fabricação da chapa, promove a obtenção do tamanho de grão
adequado à conformação (na etapa de recozimento em caixa) e neutraliza o efeito maléfico
do enxofre (que provoca a fragilidade a quente). A relação manganês/enxofre deve ser
controlada para garantir boa qualidade do acabamento superficial. O fósforo e o enxofre
são considerados impurezas indesejáveis, que devem ser mantidas as mais baixas possíveis
o fósforo eleva a resistência por entrar em solução sólida, e provoca um efeito de
fragilização a frio, e o enxofre se apresenta na fonna de inclusões de sulfeto de manganês,
que retardam o crescimento do grão no recozimento e produzem áreas de grãos refinados.
Os elementos residuais como cobre, cromo, níquel, molibdênio, estanho e outros devem ser
mantidos nos níveis os mais baixos possíveis devido aos efeitos de endurecimento de aço.
O teor de oxigênio também deve ser controlado, e a quantidade de oxigênio no metal
líquido determina o tipo de aço e as características de solidificação no lingote. O emprego
de desoxidantes, como alumínio, silício e titânio, conduz à formação de compostos
complexos como aluminatos, silicatos e oxissulfetos, que podem ficar reti(jos no interior do
lingote, com possibilidade de provocar dois efeitos maléficos: evitar o crescimento
uniforme dos grãos e conduzir ao início da fratura na confonnação. O nitrogênio, do
mesmo modo que o carbono, é um elemento de dissolução intersticial e provoca o efeito de
envelhecimento. Nos aços acalmados ele se combina com o alumínio adicionado, formando
inclusões de nitreto de alumínio, e não provoca mais o indesejável efeito de
envelhecimento por deformação plástica.
260
melhor condição para conformação é uma distribuição aleatória na forma de pequenas
partículas: a quantidade de carboneto é proporcional ao teor de carbono e ele se apresenta
na forma de cementita ou perlita. Na maioria dos aços laminados a quente e galvanizados
os carbonetos apresentam-se na perlita. As inclusões afetam o fenômeno de crescimento da
superfície, podem provocar o início da fratura na conformação.
261
forjamento permanece na faixa de 650-825ºC (ver especificação, da liga C 37700, em
Metais Handbook, vol. 2 - Properties and selection: nonferrous alloys and pure metais,
ASM, M. Park, 1979, pp. 340-341).
O estanho tem um efeito maléfico, pois provoca um aumento excessivo de fase beta se
ultrapassar o teor de 0,6%. Comumente o seu teor se mantém na faixa de 0,4-0,6%. Por
outro lado, a presença de estanho eleva consideravelmente a resistência à corrosão da liga
(ver Paparoni, F., L'Ottone da stampaggio, Revista li Rame, n11 21, CISAR, Milão, 1968,
pp. 32-49).
262
Parte3
"'
MECANICA ,
DA CONFORMAÇAO PLASTICA -
Pesquisa e redação
ETI'ORE BR.ESCJANI FIUfO
Pesquisa e revisão
EDSONGOMES
FERNANDO A. COSTA NERY
SÉRGIO TONINJ BOITON
Capítulo 1
TEORIA DAS TENSÕES EM CORPOS SÓLIDOS
1.1 VETOR DA TENSÃO
e deduz-se a relação
267
1.2 TENSOR DE TENSÃO
Demonstra-se que o estado triplo de tensão num ponto (P) fica determinado
conhecendo-se os nove componentes de uma matriz 3x3 que representa o tensor de tensão
no ponto considerado referido aoi eixos coordenados (x,y,z).
onde o primeiro índice representa a direção referente aos eixos e o segundo índice o plano
normal, ao eixo referido, onde atuam as tensões.
r
- ., -.,
/ll
268
T&, atuando no elemento de superfície ds do plano considerado, e
T"xdsx, T"ydsy e T"zdsz e, ainda, estabelecendo o equilíbrio dessas forças de contato nas
superfícies referidas (desprezando as forças de volume e de inércia) chega-se a:
sendo (nx, ny, nz) as componentes do vetor unitário ~segundo os eixos (x, y, z), ou seja, os
cosenos diretores do vetor unitário nvec, T"então pode ser calculado na fonna:
Representac,;ão Vetorial
Represea~ Matriàal
Re~laçio Teasorial
m-trt •<iiY. sendo
tr1 o tensor de lffldo
3
1j • 2 Oijlli para j • 1, 2, 3 ou
1-1
Tj • Oijlli
269
FACE PABC • - fi dyd1
1
di /).;--
/
/ d
ai
/.P'
1.
A'
Figura 1.3 • Rcpraenlaçlo das 0011diçõs de equillbrio de fDlÇU do cubo axli vútic:ie no pmto P
o
Na fase do cubo coincidente com o plano (y,z), tem-se -Tx dy dz e, na face paralela si
-T"zdxdye(~+ a::dz)dxdy
~
- + crr; +-+pr•O
Õ¼ ...
ax ay az
onde p é a densidade e F"a força por unidade de massa.
irtzx dz)
("tzx + -az- · -2 dx dy -2
dz na face CC'BB'
("tzx -
irtzx
-
iJz
dz)
2 2
dz
. • - dx dy- na face PP'AA'
___,/
270
( xz ax 2
dx) cJx na face P'C' A'B'
,; - -Ô'tllZ · - dy dz -.
2
(
Ô'txz
"'xz--·-
cJx 2
dx) dx
dydz- nafacePCAB
2
o tensor de tensão passa a ser representado por uma matriz simétrica, com o tensor
simétrico IT j :
Em cada parte do corpo sólido existem três planos, mutuamente perpendiculares, onde
as tensões de cisalhamento são nulas e somente atuam tensões normais. As tensões nonnais
são as denominadas tensões principais; os planos onde atuam são os planos principais e as
suas direções principais.
271
o~,.. ~-Txni
I
+ Tyn; + Tz11~
para se ter tensão de clsalhamento nula, dois dos cossenos diretores devem ser nulos e o
terceiro deve ser obrigatoriamente igual a unidade. Nos planos principais, só atuam o 1, oi e
o 3 com
com n1 =cos(n,l), n2 =cos(n,2) e n3 =cos(n,3), para qualquer plano passando pelo ponto
P.
Com as expressões:
e observando-se que
chega-se aos valores extremos' que a tensão o pode assumir, e que são, respectivamente, a 1
e 03, sendo oi a tensão intermediária .
272
QUADB.01.2
Repre,entaçio das equaqõea de equilíbrio
io..!!!l,hu
- + +-+pF,.•O
ax ay az
h<&
- 1~ Tn ª°"
ar+ -ray +-+-+pF&•O
az r
ito
Com a expressão:
prova-se, derivando em relação aos cossenos diretores n1, n2 e 03, que ,: assume os valores
de mínimo igual a zero e os valores de máximo, designàdos como tensões de cisalhamento
principais, iguais a:
273
onde -.:1111x é a máxima tensão de cisalhamento e pode ser considerada em valor absoluto.
1
Como para -1i2 • • ( 01 - 03), tem-se
2
e essa tensão age no plano bissetor dos planos principais de direções normais 1 e 3, o
mesmo ocorre para -.:1 e~ (figura 1.4).
º1- -º•
(01 + 03) ,
ºn.2 - e, analogamente, obtem-se
2
274
CÍRCULOS DE MOHR
Cotn as expressões:
2 2 2
1-n1 + n 2 + n3
que representam pontos contidos dentro de um círculo maior, denominado Círculo de Mohr
(figura 1.5), e representado pela expressão:
275
esses pontos correspondem aos níveis de tensão existeotes nos planos perpendiculares à
direção 1, passando pelo ponto P, sendo que uma mudança de inclinação, em relação às
direções 2 e 3 de um ângulo 8, corresponderá a uma mudança de ~ição do ponto na
circunferência de 28. Analogamente, pode-se descrever a mesma propriedade geométrica
para as circunferências de centros em O:z e 03.
Substituindo em
e substituindo em
276
ou ainda na forma
Deve-se notar que essas tensões só dependem das direções dos eixos principais 1, 2, 3
e não dos eixos coordenados (x,y,z).
Os seguintes estados particulares de tensão podem ser destacados com indicação dos
valores das tensões principais e tensão de cisalhamento máxima (figura 1.7).
277
g
gfflGS
ESTADO OE
TENSÃO QUALQUER
o
a, a,
ªs
ESTADO DE "ll'moa . º• /2
@·· TENSÃO UNIAXIAL
OE TRAÇÃO
ª1 o
ESTADO DE
~-··
03
CISALHAMENTO
IIIMPLEI
a
ª"'ºª
ª1. - º•
& o,
ESTADO BIAXIAL
15ffl0a e •z
OE TENSÃa
º• e 20z
t----tb--➔::--c,
e,,
ESTADO CILINDRICO
OE TENSÃO 11• CASO)
ESTADO CILINDRICO
OE TENSÃO 12• CASO)
ESTADO HIDROSTÁTICO
OE TENSÃO
•a
Figura 1.7 - Representaf:ião dos diversos estados de lensão particulares oom o Circulo de Mohr
278
• estado uni axial de tensão de tração:
. •• (a1 + laJI> • ..
ª1 > O • 0 2 • a3 < O • ,: max • 2 • comi; max < ,: max
\ . (a1 - ªJ)
ª1 + a2 + a3 • O ' CJJ < O • ~x • 2
279
ou pela pressão hidrostática
p•-Ooc
º1 0 0
o oi o
o o °3
e esse tensor simétrico pode ser decomposto em um tensor esférico ITe I e outro
I I
antiesférico T ac da forma
( 0 1 +oi+a3)
3
o o
(01 +oi+ 03)
ITpcl - o 3
o
( 0 1 +oi+ 03)
o o 3
(0 1 +oi+ 03)
01-
3
o o
(0 1 +oi+ o3)
ITpacl - o oi-
3
o
(01 +oi+ 03)
o o 03-
3
Porém, como
(01 +02+03) .
3 ,.. ºoc ,.. -p, pode-se J
representar o tensor 1T assim:
280
ºoc O O
O ºoc O + ou
O O ºoc
-p o o º1 +p O 0
o -p o + O oi+P O
o o -p 0 0 03 + p
As tensões o' 1, a• 2 e o' 3 , que são denominadas tensões reduzidas, são iguais a
• um tensor simétrico pode ser dividido em dois outros tensores, um esférico e outro
antiesférico.
onde a matriz
281
-po o
o -p o
o o -p
que representa um tensor esférico não tem as suas coordenadas alteradas pela mudança do
eixo de referência. ·
o'x+o'y+o'z•Ü
, , ,
- 3P - 0 1+ 0 2+03• 0 x + 0 y + ºz e O• 0 x+ o y+ o z
ou seja, a soma não depende dos eixos de referência e é sempre igual a -3p para os tensores
de tensão referidos às coordenadas x, y, z e 1, 2, 3, e igual a zero para o tensor de tensão
reduzida.
Já se mencionou que a tensão octaédrica também não depende dos eixos de referência
e sabe-se que -3p - +3ooc.
Em resumo: um tensor de tensão ITI (que é simétrico) pode ser decomposto num
tensor esférico (que não depende dos eixos de referência), denominado tensor de pressão
hidrostática l-p 1, e num tensor antiesférico (onde a soma das coordenadas da diagonal é
nula), denominado tensor de tensão reduzida IT' 1e que representa a parte de tensões de
cisai hamento do tensor de tensão IT 1; e assim se tem:
282
A tensão média ºm pode ser escrita como:
1
Om - - O·· 1, ..
3 IJ IJ
Esses invariantes, designados com 11, 12 e 13 para o tensor de tensão principal ITPI e
com I' i, I '2 e I'3 para o tensor de tensão principaJ reduzida, são as seguintes:
1'1-0'1 +0'2+0'3-0
It 3 - 0
' , ,
1° 2° 3
As equações:
283
representam também as equações paramétricas de um elipsóide com centro no ponto P e
parâmetros iguais aos cossenos diretores nx, Dy e Dz com n~ - 1 - n~ - n~. O elipsóide
representa os pontos do percurso da extremidade vetor de tensão nos diversos planos
passando pelo ponto considerado, constituindo-se, portanto, no hodógrafo do vetor de
tensão.
I' 1 - O , tem-se:
expre~são:
284
referida aos eixos x, y, z ou, então,
285
Cap!tulo 2
TEORIA DAS DEFORMAÇÕES EM CORPOS SÓUDOS
2.1 DESLOCAMENTO E DEFORMAÇÃO
P(x,y,z) e Q(x+dx,y+dy,z+dz)
que são deslocadas para os pontos P' e Q' de tal modo que as coordenadas tomam-se:
P'(x+u,y+v,z+w) e
Q'(x+dx+u+du,y+dy+v+dv+z+dz+w+dw)
(u,v,w) e (u+du,v+dv,w+dw)
au au
du --dx+-dy+-dz
au
ax ay az
dv--dx+-dy+-dz
ax ay az
i)w i)w ôw
dw--dx+-dy+-dz
õx ay az
• o deslocamento de Q para Q" é dado pelo vetor O"O"'(u,v) onde o ponto Q" tem
coordenadas (x+dx+u,y+dy+v) e corresponde ao movimento de translação;
289
• o deslocamento de Q'" para Q' é dado pelo vetor Q'~Q', onde o ponto Q' tem as
coordenadas (x+dx+u+du,y+dy+v+dv), correspondendo a um movimento de rotação
mais uma deformação angular.
'I
Q"'
f-.,
Q(•~.::~~------, J :: '
P(a,y)
--
-----
-- /
I
dU dV dW
Ex•-, E•-
y e -
<iy • z dZ-
dX
290
2.2 TENSOR DE DEFORMAÇÃO
11
llx 2 Yxy 2Yxz
1 1
[D]• 2Yxy ey 2 Yyz
1 1
2Yxz zYyz Ez
onde Ex, Ey, Ez são as defonnações nas direções x, y e z e Yxy, Yxz e Yyz são as distorções nos
planos xy, xz e yz.
2 2 2
iJ Yxy iJ Ex iJ t'.v
- --+ __,_
2
iJx iJy ay2 ax
2.. 2 2
iJ Yxz iJ t'.x iJ llz
-----+--
2 2
iJx iJz iJz ax
e ainda,
2
a e a iJy itru. + ....;;.:::.<.)
2 __::__:t_ - - ( +.:.!l'.! + -
itrxv
ax az iJy iJx iJy iJz
2
iJ ez iJ ayV7 itrx:r. - _:_::.,_)
2 - - - - ( +_:..e: + -
ayYV
ax ay iJz iJx iJy iJz
e essas distorções ocorrem em planos bissetores dos diedros formados pelos planos
denominados principais (isto é, aqueles normais às direções principais).
292
dy' - (1 + Ey) dy
dz' - (1 + eJ dz
dV'-dV
6V - dV - tx + ty + Ez • tv
A soma das defonnações, representada por ev, não se altera com a mudança dos eixos
de referência, então:
293
e ainda:
Com indicação dos valores das deformações principais, pode-se destacar os seguintes
casos particulares de estados triplos de deformação:
E2 - EJ - 0 e E] "' 0, OU
294
• estado de distorção pura
(t1+t2+E3) 0 0
O
o
(t1+t2+t3)
o
O
(2 1+e:2+e3)
-
onde
e a soma dos dois tensores representa o tensor de deformação, representado para os eixos
principais:
295
Et - Eoc O 0
0 E2 - Eoc 0
0 0 E3-E0<:
Ex 1/:zyxy 1hYx:y
½Yxy Ey 1/tryz •
1 1
hvxz 1tryz l!z
As deformações reduzidas t:' x, E' y, e' z , y' xy, y' xz e y' yz se estabelecem com as
expressões:
• lL • lL , 1L
E X - Ex - 7JEv f: y - Ey - l'JEv E z - Ez - /JEv
E·· -
lJ .!_
3 EVÔ··+
IJ E'•·IJ
296
O tensor de deformação principal reduzida tem os invariantes:
Admite-se a existência de uma esfera que tem o ponto considerado como centro, de
forma que essa esfera possa representar uma região com o mesmo estado triplo de
deformação do ponto. Quando ocorre a deformação, essa esfera assume a forma de um
elipsóide que pode ter as suas equações paramétricas estabelecidas. Os comprimentos dos
semi-eixos do elipsóide são as deformações principais Et, e2 e E3, obtidos das raízes da
equação do elipsóide seguinte:
ou, ainda,
e também
297
2.12 INTENSIDADE DE DISTORÇÃO
Yxy-Ymax
e conseqüentemente
Y1 • IYmaxl
A intensidade de distorção pode ser dada com a notação tensorial:
e ainda
,f6
Y1•"zloc
298
As distorções máximas são dadas por
e surgem nas direções perpendiculares entre si e bissetores das direções principais; nessa
direção a defonnação (linear) é dada por:
Deve-se considerar ainda que um corpo possui no seu interior um estado triplo de
defonnação e na sua superfície um estado duplo de deformação.
Ao redor do ponto (P) considerado traça-se um círculo de raio unitário que tem em
seus pontos o mesmo estado de deformação do ponto considerado. Observando-se a
deformação do círculo, que no caso geral se transforma numa elipse, pode-se distinguir os
seguintes casos particulares:
se e 1 - O (ou e2 - O) e
299
• estado de dilatação unifonne
Considerando que o ponto (P) desloca-se com uma certa velocidade V, tem-se as
coordenadas do vetor velocidade segundo as direções x, y, z: (V x , V y, V.,) onde
300
i)u i)v itw
Vx--• V y • - e Vz--
ê}t i)t ê}t
Com as expressões:
ê}u dV itw
E •- e-- IE • -
z itz
e
U dX Y iJy
chega-se a:
• dEy • dEz
Ey• ez - -
i)t
e
i)t
e a velocidade de deformação num ponto pode ser definida pelo tensor simétrico na forma:
1 • 1 •
Ex Vzrxy ~Yxz
1 • • 1 •
1n1- Yzrxy
1 •
Ey ~yz
•
l •
~Yxz Y2Yy1. Ez
.
E··• ~dVi
- + dV;) com
IJ 2 ax•J dX•1 '
ê>Uj • iJEij
V•1 - Õt
- e E"IJ -
iJt
30.1
2.15 TRABALHO DE DEFORMAÇÃO
Para os três pares de faces paralelas, tem-se a soma dos trabalhos que corre~ponde ao
trabalho total das forças exteriores ( 6We):
+
õ(bv) iJ(ôu))
1':xy - - + - -
{à(bw) iJ(õu))
+ 'tx· - - + - - + 1':v-.,: - - +
{à(6v) à(bw))]dV
( ax ily ilx r az ilz ày
e então:
ou ainda:
302
A potência se estabelece a partir das expressões do trabalho e da velocidade de defonnação,
na forma:
303
CapítuloJ ·
1EORIA DA PLASTICIDADE
3.1 LEI DO COMPORTAMENTO ELÁSTICO
307
Admite-se, na relação entre tensão e deformação, que as direções principais dos
tensores de tensão e de deformação coincidem, o que é conseqüência da hip6tese de
isoterapia.
As relações entre as tensões e deformações também podem ser assim expressas, para
facilidade de aplicação:
e, após esse limite, a deformação, que é unicamente elástica, passa a ser plástica:
308
Oc, Ec = tensões e deformações convencionais
e ainda
t
Ev • f ~ • m(Vfo) • m ltoffo + (t- fo)Aol - m(l + Ec)
fo
A curva de escoamento pode ser representada por uma curva exponencial do tipo
(figura3.1)
K = coeficiente de resistência
n = expoente de encruamento
e
A curva de escoamento, na teoria da plasticidade, tem necessidade de ser idealizada e
assim se distinguem os corpos de comportamento mais geral, ou seja, elástico-plásticos
com encruamento, e os corpos elástico-perfeitamento plástico, rígido-plástico com
te encruamento e rígido-perfeitamente plástico.
a
s,
P~e-se afinnar que, no ensaio de tração, onde existe o estado triplo uniaxial, o
material escoa, ou seja, entra no regime plástico quando a tensão aplicada atinge a tensão
de escoamento, e essa tensão de escoamento se elev~ com a tensão aplicada quando o corpo
309
é plástico com encruamento - esse é o critério de escoamento para um caso panicular de 3
estado de tensão.
r
a a e
ºº
(
(
_,_ _ _ _ _ _ _ _ _.,. E
a a
Ooi------------
~ - - - - - - - - - -.... E
Ri'GIOO - PLÁSTICO COM R(GIOO • PERFEITAMENTE PLÁSTICO
ENCRUAMENTO
FigW'll 3.1 • Curvas de esooamenlO representando o comportalllffllo idealizado no ensaio de tração (abandona-,se o índi~
v da tensão e da deformação)
310 ·
3.3 CRITÉRIOS OE ESCOAMENTO
A lei que define o limite de escoamento num ponto em qualquer estado de tensão,
complexo ou não, é o chamado critério de escoamento.
Para corpos plasticamente isotrópicos, o critério pode ser estabelecido como função
(simétrica) das tensões principais:
mas como admite-se que a tensão média, ou a pressão hidrostática, não altera o
comportamento do corpo no escoamento, tem-se que:
311
QUADROl.1 t
Represeolaçáo da equação do ailério de eaooamento de voo Mises
• na torção: 01 - + k , 02 - Oe o 3 - - k
6k -
2
2ifo ou v'3k • ao
312
Os lugares geométricos das relações entre as tensões principais no estado plano de
tensão, para esses critérios, estão representados na figura 3.2.
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
Figura 3.2 - Lugar geométrico para os ailérios de TRESCA e de von MISES em estado de tensão plana
313
F(q) = função de encruamento de um parâmetro (q) característico da deformação
plástica precedente
E • OOMi'NIO ELÁSTICO
O • OOMi'NIO PLÃSTICO
A tensão efetiva Õ é função das tensões atuantes num corpo e a sua magnitude atinge
um valor máximo quando o estado de tensão provoca o escoamento; então, para o critério
de Tresca:
0 - 0 1 - a3
Neste último caso, pode-se relacionar a tensão efetiva à tensão octaédrica tangencial e
à intensidade de tensão de cisalhamento, com:
tem-se:
314
A deformação efetiva eé definida através do incremento do trabalho (por unidade de
volume):
2 2 ½
+ (dE2 - dE3) + (dE1 - dE3) ] •
2) Um processo de deformação plástica tem que ser considerado, então, como uma
sucessão de pequenos incrementos de deformação; quando as defonnações são
grandes, elas devem ter a sua evolução acompanhada, em cada momento,
considerando as mudanças de formas do corpo.
315
4) Uma solução completa de um problema de plasticidade restringe-se a
relativamente poucos casos e é obtida comumente quando o problema apresenta
condições de simetria ou outras condições simplificadoras.
K = constante
À = constante escalar.
316
e então:
e como:
As equações de Lévy 118711 - von Mises 119131 são deduzidas das equações de
Prandt-Reuss onde se desprezam ai, deformações elásticas. Nesse caso, tem-se que:
;;.. a' ..
.31.. .:.JI.
V1 - 2k
317
Pode-se verificar que as velocidades de deformação ( Íjj) não podem ser determinadas
univocamente se são dadas as tensões; se as velocidades forem dadas, porém, pode-se
determinar os componentes do tensor de tensão reduzida (cr'ij)· Esse tensor de tensão
também satisfaz as condições de escoamento do von Mises.
Deve-se notar que o "tempo" inteivém nessas relações como uma variável de evolução
(não correspondendo ao tempo físico), pois o fenômeno da plasticidade é independente do
tempo; no estudo das grandes deformações, elas são consideradas como uma soma de um
grande número de pequenas deformações que ocorrem em intervalos elementares do
parâmetro de evolução que pode ser o tempo.
e nesse caso as relações entre tensões e deformações são unívocas, e também as de seus
incrementos, pois o padimetro À fica determinado.
de2 - de3
0:z - <13
.. dE3O'J -- de
01
1
318
que, para as direções principais, ficam
A partir da expressão:
jjf
dt··--d>.
IJ iJo••
IJ
319
b) o movimento dos pontos do COipo é independente da terceira dimensão, segundo
o eixo z, ou seja:
u =u(x, y) v =v(x, y) w =O
c) as tensões de cisalhamento na direção da ten:eira dimensão (z) são nulas e,
portanto , a tensão normal (oz) ao plano considerado (x, y) é uma tensão
principal;
d) o corpo é isotrópico.
-o
320
E com 1:max - k • i:1
x • x(a,f\) e y -y(a,fi)
a : ~- tg6 e fi : ~ - - cote
(1 1 equação)
321
o
'J
---
A ESQUERDA 11i4
DIREITA 11'/4
li
àcrx «nirv
-+--=--o
iJx iJy
(21 equação)
Utxy àcry
iJx
+
iJy
-o
(31 equação)
322
A essas três equações, pode-se reunir as equações provenientes da teoria de escoamento
deij • dM:J' ij e Êij - i..o' ij• resultando nas condições de deformação plana:
àVx _ àVy
àx ày
àVx + àVy
ay ax (4' equaçio)
(51 equação)
0 1 - o3
cos 2(1,x)
2
oy -
º• 2+ 03
+
01 -03
2
cos 2(1,x)
323
tem-seque
ay • ªm + ksen28 • -p + k:sen28
- aoax
- - 2' cos28-+sen28-
iJom
ax
ao)
ay
-o
ªªm
ày ' aoax
- - - 2 sen28--cos28- -O ao)
ày
Essas são equações diferenciais não-lineares com derivadas parciais; o método de sua
elaboração e as propriedades da solução são determinadas pelo tipo de sistema, que no caso
se demonstra como sendo um "sistema hiperbólico".
1ª) Ao longo da linha, a pressão (p) varia proporcionalmente ao ângulo (8) fonnado
pela tangente à linha, em cada ponto, com o eixo dos x;
324
2 1) O ângulo (8) e a pressão (p) se alteram de um mesmo valor ao se mudar de uma
linha da família ~ a outra linha da mesma família ao longo de uma linha a
qualquer - essa propriedade é demonstrada no chamado "lª Teorema de
Hencky";
4ª) Se uma linha qualquer é uma linha reta, os valores de p, 8, ºx• ªy• 'txy, l;, e 11 são
constantes ao longo dessa linha;
51) Se um segmento qualquer de uma linha de uma família é uma reta, todos os
segmentos correspondentes dessa linha, cortados pelas linhas da outra família,
são segmentos retos;
71) Movendo-se ao longo de uma Unha qualquer, os raios de curvatura das linhas de
outra famOia variam nos pontos de intersecção com a distancia percorrida -essa
propriedade é demonstrada no "2ª Teorema de Hencky,.;
9') Se as derivadas das tensões ao longo de uma linha são· descontínuas, então a
curvatura das linhas da outra família é descontínua através da primeira.
Para se obter as equações de velocidade ao longo das linhas de deslizamento, que são
as equações de Geiringer 11930!, parte-se das expressões (41 e 51 equações):
iJVX - iJVy
ªx - ºy
2-cyx - av
iJx
x+
iJy
avY
a1 iJx (41 equação)
àVx iJVy
--+
iJx ày
-o
(51 equação)
e das expressões:
ªx - -p - k sen 28
ay - -p + k sen 28
325
~y-kcos28
-iJVx + .:.:.I
iJV ) tg 28 + (iJVx iJV ) - O
( iJy ax
-
iJx
- .:.:.I
iJy 1
iJVx àVy
--+
iJx ày
-o
O··
IJ f:"IJ > 0
326
CONDIÇÕES CONSTRUÇÃO DE UM
MODIFICAÇÃO 00
CÂNPO DAS LINHAS
OE DESLIZAMENTO
CONDIÇÕES
LIMITES DAS CÁLCULO DAS VELOCIDA-
SIM
NÃO
NÃO
NÃO
SIM
Figura 3.5 • Seqüência de decisão na aplicação do método das linhas de deslizamento (Baque, p. 265)
327
e corresponde ao trabalho das forças internas que conduzem à deformação plástica -
3.
( desprezando as deformações elásticas); o trabalho de deformação - ou energia dissipada -
ocorre sem mudança de volume e sem influência da componente hidrostática de tensão, e
então:
dWV - O··dsu
IJ IJ - a••,rls•·
1,- IJ
de··IJ -di.a'··JJ
a•i. • 2 ...2
IJ 3 U()
I
Então:
Wv•oói, e W- J(aoe)dV
vol
e
que no caso particular de ao, de e não variam de um ponto a outro.
328
3.8 TEOREMA DO TRABALHO MÁXIMO E TENSÕES LIMITES
• para um outro estado de tensão (ou) fictício e admissível pode-se, então, afirmar
que:
isto é, para uma deformação (deij), o trabalho das tensões admissíveis (oij) é
máximo para o estado real de tensões. Ou seja. ainda: o sistema real tende a atingir
um estado de energia mínimo de acordo com as condições de equilíbrio das tensões
e de deformação plástica; e qualquer outro sistema de tensões estaticamente
admissível produz um trabalho que no máximo é igual ao do sistema real.
Conseqüentemente qualquer sistema tem tensões no máximo suficientes, e nunca
superior, para provocar uma operação de deformação, o que caracteriza a condição
de limite inferior das tensões.
Na determinação de uma tensão, como limite inferior, para provocar uma defonnação
procede-se da forma seguinte:
329
e por ser na interface é uma integral na superfície (s); então:
.• J-·
wc - T . V. ds, sendo
s
ds = elemento de superfície
-
V = vetor de velocidades imposta ao corpo
i
d) estabelecer a desigualdade ~; < we - nesse caso a potência do sistema de
tensões admissíveis é no máxima igual, porém não superior, à potência real (wJ
para provocar a defonnação;
Wi - f w: dv + f w: ds, sendo
V s
330
ds = elemento de superfície de descontinuidade no corpo
w: - Jw;.ds
s
Ws - mk IAVsup•I, sendo
k - o 0 1../3 (para o critério de von Mises)
Em resumo:
331
Capítulo4
MÉTODOS DE ANÁLISE DOS
PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
BtBLfOTECA
"lllll:lf. Rosário Farãni Mansur Ouérios•
C'f.FFT. º<>
4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
Essas classificações não são rigorosas e sempre se pode encontrar particulares onde
não se aplicam exatamente como o exposto.
335
microestrutura, e a influência dos tratamentos mecânicos, associados ou não aos
tratamentos ténnicos, na microestrutura do metal;
Para cada processo de conformação, pode-se aplicar alguns dos diferentes métodos
com resultados mais ou menos precisos em função das hipóteses simplificadoras que cada
método adota. Quanto mais simpliãcado for o método de análise, mais rapidamente se
obtém um resultado, que, no entanto, se apresentará, neste caso, com um grau maior de
imprecisão. De qualquer fonna, não são considerados nesses método os fenômenos que
ocorrem, ou podem ocorrer, nos materiais metálicos, decorrentes da não-uniformidade da
estrutura metálica em escala microscópica; apenas na solução de alguns problemas de
confonnação são considerados os problemas de encruamento e anisotropia das
propriedades mecânicas. Portanto, estão sempre implícitas as hipóteses da teoria da
plasticidade referentes à natureza do material do corpo sólido, ou seja, as hipóteses de
continuidade, uniformidade e isotropia da matéria; e apenas as duas últimas hipóteses,
como já se afirmou, podem ser alteradas para a solução de problemas particulares devendo,
então, ser explicitamente mencionada essa condição.
336
Os processos não-estacionários e descontínuos, como o forjamento e a estampagem
profunda, são os que apresentam maior dificuldade de análise precisa, pelo fato de que a
cada instante tem--se uma nova forma do corpo, com nova distribuição de tensões e
deformações para cada parte considerada.
• método da simulação e
O trabalho por unidade de tempo (ou potência) é igual ao produto da tensão limite de
escoamento ( ao) pela velocidade média de deformação ( ém), que são admitidos constantes
durante o processo e uniformes para todos os pontos do corpo; ou seja:
O trabalho total de confonnação(WT) pode ser dividido em três parcelas (figura 4.1):
337
w
a.
OTIMO
- wT .
IIINIMO
C ÓTIMO a
Figura 4.1 • Trabelho total (Wy), uniforme (Wu), redundante (Wa) e de atrito (W,J em fuoçio do lngulo da fieira no
processo de alrUSio ou tretilaçio
( Q) - ,.. .. -· - --- -· _,
-t·3·3· 3· ±f·f·}
338
O método da energia uniforme não considera o trabalho de deformação redundante e o
traba1ho de atrito o que significa que não considera a forma da ferramenta e a natureza do
contato corpo-ferramenta. O valor da força de ·confonnação obtido será, desse modo,
inferior ao real.
O encruamento pode ser considerado conhecendo-se a função ao• f(enJ, que pode ser
obtida de curvas de escoamento determinadas em ensaios mecânicos de tração, compressão
ou torção.
339
d) aplicar a lei do escoamento, que estabelece as relações entre tensões e
deformações no regime plástico.
340
máximo pela velocidade de deslocamento relativo; as velocidades são obtidas
pelo traçado do hodógrafo de velocidade. baseado no escoamento dos elementos
rígidos segundo o modelo físico imaginado, e que deve se aproximar do
escoamento real;
O método do limite inferior é menos usado do que o do limite superior por dois
motivos:
1ª) é mais difícil imaginar um campo virtual de tensões do que um campo virtual de
velocidades, que se aproxima ds condições reais;
2°) é mais interessante se ter uma superestimativa das grandezas (potência e força de
confonnação), pois isto garante a reaJização do processo e não exige o uso de
coeficiente de segurança.
341
método, determinam-se as tensões e as deformações provenientes da integração de funções
de derivadas parciais, através de um sistema de cálculo gráfico em que se traça o campo de
linhas de deslizamento e o hodógrafo do vetor de velocidade.
t) equações de equilíbrio;
h) círculo de Mohr,
para se chegar às duas equações de Hencky que pennitem contruir a rede de linhas de
deslizamento. A análise se completa para os processos quasi-estacionários {ou sejam, com
movimento constante) com a verificação do campo de velocidades, utilizando as duas
equações de Geiringer.
A seqüência de análise pelo método das linhas de deslizamento é a seguinte (ver figura
3.5):
d) calcular a potência dissipada; se a potência não for maior ou igual a zero o campo
de linhas deve ser novamente modificado para atender a essa condição e às
anteriores, referentes às tensões e às velocidades de deformação.
342
4.7 MÉTODO DE VISUALIZAÇÃO
Num corpo com simetria axial, por exemplo, o reticulado é traçado no plano
meridiano e, num processo não-estacionário, a cada imtante observa-se o incremento de
deformação; nos processos quasi-estacionários basta algumas observações. Estão implícitas
nessa explicação as dificuldades de natureza experimental decorrentes da necessidade de
traçar e acompanhar o movimento das linhas do reticulado. Num processo
quasi-estacionário, as linhas inicialmente traçadas paralelamente à direção de escoamento
têm sua deformação coincidente com as trajetórias dos pontos do corpo. As linhas
deformadas definem as denomidas linhas de escoamento.
343
4.8 MÉTODO DA SIMULAÇÃO
344
b) seleção de uma função de configuração para cada elemento que satisfaça as
condições de continuidade dos deslocamentos e as relações de compatibilidade
das defonnações;
345
Capítulo5
APLICAÇÃO PARA O FORJAMENTO
5.1 MÉTODO PARA ESTIMATIVA SIMPLIFICADA
Pode-se estimar a força total de forjamento pela expressão (ver Gruning, pp. 45-51;
Dieter, pp. 497-517):
No trabalho a frio:
349
No trabalho a quente:
e o trabalho correspondente
onde
V = volume da peça
kr por kw = krl1JF e
lj)b
kt kt [ MPo]
w W [ 1ó1 J / mmJ]
w ACO • CARBONO TIPO 1010
800
Oe a 250 MPo
Figura S.l • Curva de resisl&lc:ia i deíormaç.ão e trabalho espealico de deformação em flll!liio da deformação de
recalque (adaptado de Oruning. figJ/8, p.21)
kw •
kr
J... •
11F
[1 + cflh!?.)n ]. onde
c = 1/3.µ para seção circular
351
• 0,03 a 0,15 • para conformação a frio
• 0,05 - para confonnação a frio de peça tratada com sabões metálicos e bissulfeto de
molibdênio
• 0,07 a 0,1 • para confonnação a quente de peça engraxada com grafita coloidal e
água
Como o 3 = O, tem-se P = S o 0
dh dh
dW - a.b.haoh - V ºº h
sendo V o volume que permanece constante.
352
(' , __
p
S1 , - -dh
s
h1
'pf
!},
h
St
INSTANTE
-- INSTANTE INSTANTE
INICIAL QUALQUER FINAL
o,
353
e então:
Sr
W- V ao fnt1 com tnSr/Si • ~.
e igualando a expressão
W • V o 0 tn(h/hr), tem-se
Para operar com martelo de forjamento, o mais importante é a energia, para calcular a
altura da queda em função da massa do martelo.
m.v2
W e .. -2-•TJM com
m = massa do martelo
354
H = altura de queda até o contato com a peça
q = peso do martelo
g = aceleração da gravidade
tem-se:
2
Wc - q.H.TIM, pois V - 2.g.H e q - m.g
e como
q.H.f'IM - P.dh
chega-se a
H • _V .cro.fn(hr/hi)
_::_____;_,..::_...:..
t'IM·q
O rendimento t'IM do martelo depende da relação de pesos entre a bigorna (base) (qt,.) e
o mecanismo cadente (martelo (q 0 ..), e
TABELAI
Valores empirioos de cro oorrigidos para aços oom limite de resistência de 40 a 60 kgflmm 2 aquecidos de 1.000 a 1.200°C
(adaptado de Rossi, p.20)
355
5.4 MÉTODO DA DIVISÃO EM ELEMENTOS
Nesse método (ver Dieter, pp. 497-517; Rossi, pp. 16-22; Rowe, pp. 251-282),
considera-se inicialmente a defonnação de uma placa comprida e pouco espessa em relação
a esse comprimento, para que se possa ter as condições de deformação plana (figura 5.3)
- X
IJ p
o >>b,11
h
b > 4h dx
Num elemento (ou fatia) da placa atuam as tensões ªx• Ox + dax e as tensões de atrito
µp (para o atrito de Coulomb), sendo µ o coeficiente de atrito considerado constante ao
longo do processo de conformação.
Então:
356
e, à esquerda da linha de centro,
ou então:
1
como de 2 - O, então Oz • /2(ox + oy) e, em termos de tensões principais,
1
0 2 - 12(0 1 + cr3).
357
Voltando ao elemento, verifica'"8e que ªx e -p são tensões principais, admitindo que os
esforços de atrito influem apenas .na condição de equilíbrio e não nas condições de
escoamento; e então como:
358
portanto pode-se passar a e+ = C".
A expressão
,,.. :t:2"'.x
p - \.., .e h , fica
...
..e.. • e~lnlx)
2k:
ATRITO PEQUENO
li
...e..k e, max1mo
, . para x = o, entao:
-
2
en • 1 + n ou eº • 1 + n + n2/2!
A força pode ser calculada para qualquer momento integrando a expressão de p/2k. O
aumento progressivo da força, contudo, só pode ser calculado considerando a alteração das
dimensões em cada momento e as condições de atrito.
P • p.b.a
~ dx .
Zk - ::1: h' que mtegrando dá:
360
quando x - + b/2 , ºx ... O , p • 2k e
b
C- • 1 + lh' pois
quando x ,. - b/2 , ºx • O , p - 2k e
b
e+ .. 1 + lh então
n %:t:x
....r:...., 1 + -
21t h
E a pressão média:
Ainda na condição de atrito grande, pode haver deslizamento de uma parte mais
externa com coeficiente de atrito constante e aderência numa parte mais interna. Pode-se,
então, expressar a condição assim:
h dp :t 21: dx • O, onde
1:-µp se µp<ke
361
Portanto, existe um ponto Xt de transição para
µp - k quando (..2..)
2k
• k/2k11 • _!_
211
X.
n 1 1 Xt _
..e._ _ _ e c--:t-h,entao
2k 211 21,l
Nas situações:
(º)
..e._
2k max
- -
211
r
x,
1 ± - - -1[ l - ln {1/iµ)] + -b • K
h 211r 2h
362
A comparação gráfica das distribuições de pressão para as condições de atrito pequem
e de aderência pode ser feita na figura 5.5.
1 P/211
1
l
♦ ....L
2h
L -b/2
t-· +b/2
I -b/2 ªf
t--· .,
_t
♦ b/2
ih,
que se reduz a:
363
2µpdh
t--dx
ª1
ha h+dh
h
ª2
X 11 +dx
h=ii+xA
Q
X=O b
2
Introduzindo o parâmetro B = µ , então
tga 1 + tga2
h dcrx + ºx dh + p(l ± B) dh - O
>
364
dp • dh
2k:t::Bp h
E então:
365
d8
( ªr + dar)(r + dr)de.h - arr.d8.h - 2aadr.h sen
2 - 2-tn,.rd8.dr • O
fº'
'
2 t,(
( r+dr) dl
,~
a,,
0
Oz
- - o,+do,
0º•
•:rr
IJ
Jo,
Figura 5.7 • Representa(iio do elemenlo sob ação de forças, em coordenadas polares
366
"tzr• µp
2µt
tnp---+C
h
2µr 2µa
tnp---+tn<TA+-
h -v h ou
21,1a
Pmax - ao.eT para r = O, ou seja, no centro
a
J 2nrpdr
o
p • ---.,---, como
xa2
a a 2µ
J 2m dr - 2ncro J e~•-r) . r . dr
o o
e então
a
-
p•
200
2 J e~h ,a-r) . r . dr
a o
quedá
•z.r .. k
e a equação de equilíbrio fica:
- h dp - 2k dr= O
2k
p- - ~ + e, onde
p- , 1+ (a-r)]
2 - --
../3 h
e a pressão média
- 1 2 (a - r))
s· âcro (1 + v3
p• roi 2 h . dr
0
e integrando
p-a
- ~
1 +---
2 ª)
3"3 h
e) Forjamento em matrizfec/iada
Nessa condição (ver Altan et alii, pp. 159-169), considera-se em primeiro lugar a
conformação de uma seção axisimétrica (disco) (a) e aplica-se a expressão da pressão
simplificada com a expansão em série (e 8 = 1 + n), dividindo a peça em três regiões:
cavidade da matriz (c), entrada da cavidade (e) e rebarba (f') (figura 5.9).
369
ATRITO PEQUENO ATRITO OE AOERtNCIA
• 1+ *' .!!..
....______..._____.º T------. J.
Figura S.8 • Distribuição de pressão num disco com atrito pequeno e atrito de aderência
CAVIDADE
R
TENSlO
Figura 5.9 - Ilustração da peça na matriz e diagrama de ilustraç.lio das tensões atuantes
Então, considerando a tensão de escoamento média na região dt:: rebarba <.70f, a tensão
da entrada da cavidade na região da rebarba é dada pela expressão:
a -(.1.....m.
ea ,.ff w t + l)aor
370
E ainda. para a cavidade:
Contudo, o método do limite superior é mais importante que o anterior, pois pennite
obter uma carga que pelo menos é suficiente para pennitir a deformação plástica. Baseia•se
371
em estabelecer condições de incrementos de deformação no corpo totalmente plástico sem
se preocupar com o equilíbrio de tensões (ver Johnson-Mellorpp. 381-466).
Admite-se que a plataforma lisa e plana superior se move com velocidade unitária u =
1, o corpo se divide em blocos rígidos ABC, ABD, DBF e assim por diante, e é constituído
de um paralelepípedo de altura h e largura b (figura 5.10).
u
uAB - - ·- , uAB - l/sen8
sena
372
uAB - um • uBo - ucB e assim por diante
dW•1
-
dt - ""kus
k
A distânciasAB • s Af1/'cos8 e
Então:
dW·
dt 1 - k(sAB.uAB + SfB.UfB + ... ) -
_ k (6 b) kb .
cos8.sen8 AE x - cos8.sen8 • pois
dWC
'dt • P.b.u - P.b.1, onde
P = pressão externa
dWe dWi
- - - - e Pb- kb _ 2kb e
dt dt cos8sen8 2sen8cos8
P/2k - 1/sen:ze
373
5.6 MÉTODO DAS LINHAS DE DESLIZAMENTO
SUPERFl'CIE LIVRE
I SEM TENSÃO) -W-o,<o
p • PRESSÃO HIDROSTÁTICA lº•. º
k • TENSÃO MÁXIMA DE Os.>0 1
CISALHAMENTO NO
ESCOAMENTO
o, ll º• - k
o1 s o1 + k
, 01 • ·P - k
SUPERFICIE DE
Oz •-p
ADERl'.NCIA
01 • ·P +k
Essas condições impõem um arco cc3 com centro em A e cc3 ' com centro em B de
raio igual a h/(2sen:n:/4).
Adota-se arcos de 15° (com 5° obtém-se maior precisão) e constrói-se a rede de linhas
ortogonais utilizando-se de cordas dos arcos. Para obter o ponto D, a tangente à linha de
deslizamento AC 1D deve se deslocar 15º, ou a corda C 1D 7 1/2° a partir de c 1. ·
374
Da mesma forma traça-se a cada CiD1 com 7 1/2° de ACi, e a corda DD1 com 52 1/2°
da linha de centro. A corda C3 D2 traça-se a partir de C3 com 1/2° de AC3 e D1 D2 15º de
DDi, pois DD 1 tem que girar duas vezes 7 1/2° para tomar-se D1 D2.
45;-...
'
'
......_ LINHA o
'LINHA b
As partes ABCA e C3D2E, FE" 1D" 2C"3C3 (limitadas por essas linhas) são rígidas.
Admite-se que a parte central move-se com a velocidade unitária e vertical, traça-se
OA como valor unitário.
Quando um elemento cruza da zona central para a zona I cruza E 1F (próximo de F),
desliza a 45º em relação à zona central, com a velocidade relativa af e velocidade absoluta
of, e o triângulo de velocidades fica oaf.
Quando cruza D2E1 da zona central para a zona II a velocidade é ac1, paralela a D2E 1
e de intensidade igual a af, pois não pode haver descontinuidade de velocidade tangencial
ao longo de uma linha de deslizamento.
Quando cruza EE1 da zona II a zona I adquire a velocidade das partículas da zona I
igual a of e a velocidade relativa é c1f e de direção paralela a EE1 .
375
CAMPO OE
LINHAS OE
DESLIZAMENTO
\ \ '
F '
......
•
2
~./
1i::------,~---,.,::----:~---"'1 o
____,___::::::::::., 1
HOOÓGRAFO OE
VELO~IOADE
VELOCIDADES UNITARIA
CAMPO OE LINHAS
SUAVIZADAS
b • 4,0
DISTRIBUIÇÃO OE
PRESSÕES
e e e.•
d ., •••
como p + 2k<l> - cte ao longo da linha a e p - 2k<l> - cte ao longo da linha 13.
376
Do ponto C ao ponto C3, numa linha~. muda-se de direção n/4 (no sentido contrário
aos ponteiros do relógio) e <I> - n/4, então
• a tensão vertical média que atua no limite da zona rígida (C3 F duas vezes) que deve
igualar a pressão média da platafonna nessa região.
Então, como a 1 - - p - k ou - ª1 - p +k
377
- alF • +k(l + x) + k- +k(2 + x) • 2k{l + x/2)
D2 : = (1 + :n;/3)
E1: = (1 + Slt/12)
F: = (1 + :n;/2)
378
BIBUOGRAFIA BÁSICA
Parte 1
AVENAS, P. et alii, Mise en Forme des Métaux et Alliages, Centre National de la Recherche
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3&3
Em a,3. 0 ~ · O Z.
R$ ,,,10,ÓQ
Prof. Dr. Ettore Bresciaoi Fllho, fonnado em Engenharia Aeronáutica (Instituto Tecnológico de Ae-
ronáutica), obteve os títulos de Doutor em Engenharia Mednica e de Professor Livre-Docente pela
&cola Politécnica - USP. É Professor Titular da Uoicamp desde 1972 e é atual.m:nte Chefe do De-
partamento de Engenharia de Materiais da Faculdade de Engenharia Meclnica dessa Uoivmidade. É
autor e co-autor de ti& livros e de mais e 60 trabalhos de pesquisa.
Prof! Ora. CecOia Amélia Carvalho Zavaglia, formada em Bngenbari.a de Materiais (UoiYe1Sidade
Federal de São Carlos), obteve os títulos de Mestre e Doutora em Engenharia Mecânica pela Facul~
dade de F.ngenbaria de Campinas - Uoicamp. É Professora Assistente-Doutora da Faculdade de En-
genharia Meclnica, Departamento de Engenharia de Materiais - Uoicamp.
Prof. Dr. Edson Gomes, formado em F.ngenharia MecAmca (Unicamp), obteve o título de Mestre em
Física pela USP, Fngioeer em Engenharia Mecãnica pela Uoiversity of Southem Califomia - Los
Angeles - EUA, e Doutor em Engenharia MecAnica pela Escola Politécnica - USP. É professor A&-
sisten~Doutor do Departamento de Engenharia MecSoica da Escola Politécnica - USP.
Prof. Fernando Antonio da Costa Nery, formado em Engenharia MecAnica (Uoivemdade Federal do
Pad), obteve o título de Mestre e111 F.ugenbaria Mec::Aoica peJa Faculdade de EngeDharia de Campinas
- Unicamp. É Professor Assistente do Departamemo de Engenharia MecAnica da Bscola Politécnica - ·
USP.
Prof. Dr. Sérgio Tooini Button, fomado em EngeDharia MccAnica (Uoicamp), obteve os títulos de
Mestre e Doutor em Eogenharia Meciluica pelas Faculdades tle Engenharia de Campinas e MecAnica
- Unicamp. É Professor Assist.en~Doutor da Faculdade de EngeDharia MecAnica, Departamento de
Engenharia de Materiais - Unicamp.
385