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Coletânea 1º Trimestre 2302 Visualização
Coletânea 1º Trimestre 2302 Visualização
REGISTROS NO CADERNO:
No caderno, aquilo que copiamos do quadro (conteúdo, enunciados, explicações, esquemas,
correções) deve estar copiado com caneta esferográfica azul escura ou preta, utilizando caneta de outras
cores, conforme a orientação da professora.
Os títulos, as datas e os tópicos de estudos do dia, podem ser copiados com caneta colorida.
Usamos o lápis somente para resolução de atividades e realizamos a correção com caneta verde.
Se durante a correção você perceber que a sua resposta está:
▪ INCORRETA, você deverá apagá-la e reescrevê-la com caneta verde (de acordo com o gabarito).
▪ INCOMPLETA, você deverá complementar a sua resposta com caneta verde também.
O caderno organizado é um grande aliado para que você organize os seus estudos. Vamos resgatá-
lo para a nossa rotina de estudos, quando estiver em casa, não o deixe de lado!
RESUMOS E ESQUEMAS
Ao longo do trimestre aprenderemos a produzir esses esquemas e aos poucos você verá o quanto
esse método potencializa a sua aprendizagem.
Além das tarefas solicitadas, você pode utilizar seu caderno para outras anotações, sem que seja
algo solicitado previamente pela professora.
REESCRITAS
Reescreva com qualidade e respeitando os critérios que serão constantemente retomados nas
correções. Utilize os códigos de correção, releia o que escfreveu, compare com a correção coletiva, reflita
sobre suas dificuldades (metacognição) na hora da reelaboração do texto.
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CÓDIGOS DE CORREÇÃO
Os códigos de correção
mostram que a reescrita vai
muito além da correção
gramatical. Na reelaboração
de um texto desenvolvem-
se habilidades linguísticas,
de raciocínio, de leitura, de
autoavaliação e, claro, de
competência escrita.
GRIFOS
No decorrer das aulas, outras orientações serão realizadas para os estudos de Língua Portuguesa.
Por exemplo, como escolher as palavras/ expressões mais importantes do texto para grifá-las; como
retomar algum conceito para compreender melhor um texto, entre outras estratégias relacionadas ao
que está sendo trabalhado.
DIGITAÇÃO
Apesar de todo o resgate do uso do caderno ao longo do ano, nós teremos muitas atividades para
realizar via Moodle, isso significa que você digitará textos no computador/celular.
Tenha muita atenção na hora de digitar os seus textos também! Teremos muitos momentos de
realização de tarefas lá no Moodle, mas os cuidados devem ser os mesmos que você tem com a escrita à
mão. Fique atento(a)! Releia tudo o que você escreve! Reler é o melhor caminho para a autocorreção e o
aprimoramento da nossa escrita, digitando um texto ou escrevendo à mão.
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Em sexto ano, continuamos utilizando o conceito de resposta-texto para a realização das tarefas.
Para quem não se lembra ou não sabe, a resposta-texto é a maneira mais completa de elaborar as
respostas. Lembre-se de que as aulas de correção e orientação para a reescrita são muito importantes
para você aprimorar os seus textos. A escrita é um “trabalho formiguinha”, que dá muito trabalho, mas o
resultado é maravilhoso, afinal de contas, quem não quer escrever melhor? Conseguir expressar uma
ideia, pensamento, conhecimento e criatividade por meio do texto, seja escrito ou falado?
Em alguns momentos irei desafiá-los a elaborar resposta-texto oralmente, serão exercícios bem
desafiadores, preparem-se! Colocaremos os nossos conhecimentos em prática, falando ou escrevendo,
quanto mais praticarmos, mais confiantes ficaremos!
RESPOSTA-TEXTO
Tudo aquilo que escrevemos é um texto e, como tal, precisa ser sempre claro ao leitor. Ou seja, o
leitor precisa entender sempre do que estamos falando e quais são as referências para aquilo que
escrevemos. Por isso,
uma resposta-texto deve ser encarada como um texto normal, com começo, meio e fim.
uma resposta-texto deve ser completa e bem articulada, portanto, uma boa resposta deve “ter em
mente” que quem está lendo o seu texto não teve acesso ao texto que formulou a pergunta, por isso, sua
resposta deve estar sempre bem contextualizada.
uma resposta-texto nunca deve ser iniciada com “sim”, “não” ou com pronomes, por exemplo, “ele”,
“ela”, “que”.
contextualizando melhor a sua resposta, mas não deve ser realizado cópias do enunciado na produção
do seu texto de resposta. ESCREVER COM AUTORIA É ESCREVER COM AS SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS,
CUIDADO COM AS CÓPIAS E OS PLÁGIOS!
Atente-se às correções realizadas de forma coletiva e os exemplos de respostas completas, bem contextualizadas e compare
com o que você escreveu, refletir sobre a escrita é fundamental para aprimorá-la!
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Nunca podia imaginar que fosse tão agradável a função de contar histórias, para a qual fui
nomeado por decreto do Rei. A nomeação colheu-me de surpresa, pois jamais exercitara dotes de
imaginação, e até me exprimo com certa dificuldade verbal. Mas bastou que o Rei confiasse em mim para
que as histórias me jorrassem da boca à maneira de água corrente. Nem carecia inventá-las. Inventavam-
se a si mesmas.
Este prazer durou seis meses. Um dia, a Rainha foi falar ao Rei que eu estava exagerando. Contava
tantas histórias que não havia tempo para apreciá-las, e mesmo para ouvi-las. O Rei, que julgava minha
facúndia uma qualidade, passou a considerá-la defeito, e ordenou que eu só contasse meia história por
dia, e descansasse aos domingos. Fiquei triste, pois não sabia inventar meia história. Minha insuficiência
desagradou, e fui substituído por um mudo, que narra por meio de sinais, e arranca os maiores aplausos.
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1O texto de Carlos Drummond de Andrade nos remete à famosa lenda Persa da Princesa Sherazade que ao narrar histórias fantásticas ao Rei
Shariar, salvou sua própria vida. Pesquise mais sobre essa lenda na internet! ☺
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EXEMPLOS DE RESPOSTAS:
a) O texto conta uma breve história, cheia de mudanças. No início, o narrador se mostrou confiante
com o seu novo emprego?
No início o narrador não se mostrou confiante em seu novo emprego de contador de histórias,
pois não se achava capaz para exercer o cargo e porque tinha dificuldades para se expressar
oralmente.
COERÊNCIA COESÃO
Falta sentido no que foi escrito ou a Quando em um determinado trecho a
mensagem não está clara. ausência de palavras ou expressões
prejudicam o sentido do texto.
E quem disse que escrever bastante é suficiente para elaborar uma boa resposta? Tão importante
quanto escrever com clareza, coerência e coesão é preciso aprender a escrever de forma concisa. Você
vai ouvir muito sobre essa palavra! Não é fácil escrever o necessário em poucas palavras, mas vamos
exercitar muito o nosso poder de CONCISÃO!
Como eu posso saber se o meu texto está CLARO para quem for lê-lo? Ou seja, é um texto cujas
ideias são apresentadas sem deixar o leitor confuso? Releia, pense sobre o que escreveu!
Construir um bom texto demanda muito cuidado e é um trabalho constante, mas com certeza o
primeiro passo é você ser o primeiro leitor do seu texto. Releia e revise o que escreve e seja um leitor
criterioso do seu próprio texto.
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Realizar uma resposta-texto é diferente de responder a alguém nas redes sociais (contextos
diferentes), por isso, não digite as palavras de forma abreviada, emojis, memes, ou utilizando expressões
próprias dos CONTEXTOS INFORMAIS da internet.
Por mais que você esteja em um contexto virtual, realizando ou entregando as tarefas via Moodle,
você deverá ter todos os cuidados com a sua escrita (mencionados anteriormente). RELEIA SEMPRE,
RELER É O MELHOR CAMINHO!
Você já conheceu os códigos para correção que te dará um norte de como realizar a REESCRITA.
Tão importante quanto escrever de acordo com as orientações do enunciado, é ter cuidado com a
aparência dada ao texto, seja no caderno ou nas atividades realizadas em folhas separadas. Portanto, ao
elaborar os textos (e isso inclui a resposta-texto), verifique se está tomando cuidado com a sua aparência.
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ITEM 1. Ao iniciar o seu texto, verifique se está respeitando o espaçamento necessário para
marcar o início de um parágrafo (ou famoso “dedinho”) e se você está diferenciando adequadamente as
letras maiúsculas e minúsculas. Claro que também você deve escrever da forma mais legível possível.
ITEM 3. Em caso de erro no caderno, você poderá riscar a palavra como no exemplo. Nada de
rasuras e borrões! Em algumas ocasiões será permitido o uso do corretivo.
ITENS 4 e 5. Se na produção textual for solicitado que você coloque um título, deixe-o bem
centralizado e pule uma linha antes de dar início ao texto.
ITEM 6. Se o texto apresentar mais de um parágrafo, atente-se ao alinhamento deles.
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LEGIBILIDADE: Ao escrever um texto você deve se lembrar ao escrever para alguém, a LETRA
LEGÍVEL É FUNDAMENTAL! Letra bonita é diferente de letra legível. É preciso diferenciar o “m” de “n” e
“n” de “u”, bem como, “r” de “s”, entre outras letras.
Parece difícil seguir essas orientações, mas não é! Escrita exige treino, leitura, observação, mas
é uma atividade extremamente prazerosa e até mesmo, libertadora. No decorrer das aulas você vai ver!
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ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO
ATIVIDADE DIAGNÓSTICA
GLOSSÁRIO
Caiçara - pescador que vive na praia.
Latejando - pulsando.
Nerd - inteligente, estudioso, porém com tendência a um isolamento social
Paulatinamente - aos poucos.
Mulato: expressão informal própria da oralidade e que significa “cabra esperto”.
ARMANDINHO
RESPONDA:
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2) De que fala o texto? Elabore um resumo do conto (escreva com as próprias palavras e não copie
nenhum trecho!).
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b) Explique qual foi a “lição inesperada” que Lilico aprendeu em seu primeiro dia de aula?
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Você sabe o que as palavras abaixo significam? Vamos pensar a respeito do sentido delas! Após a nossa
discussão coletiva, resuma com as suas palavras o que cada uma delas representa (NO CADERNO).
▪ ESTEREÓTIPO.
▪ PRECONCEITO.
▪ DISCRIMINAÇÃO.
PREPARE A PIPOCA!
Após pesquisar sobre estereótipo, preconceito e discriminação, que tal dar um tempo e
assistir a um filme? A minha sugestão é a animação ZOOTOPIA. Observe como o enredo do
filme é construído e como as relações entre os personagens se estabelece e analise a relação
entre a história e a as relações sociais que se estabelecem em nossa sociedade.
ATENÇÃO!
AMPLEXO
- Mãe, me dá um amplexo?
A pergunta pega Cinira desprevenida. Antes
que possa retrucar, ela nota o dicionário na
mão do filho, que completa o pedido:
- E um ósculo também.
Ainda surpresa, a mulher procura no livro a
definição das duas estranhas palavras. E encontra.
Mateus quer apenas um abraço e um beijo.
Conversa vai, conversa vem, Cinira finalmente se dá conta de que o garoto, recém-apresentado
às classes gramaticais nas aulas de Português, brinca com os sinônimos. "O que vai ser de mim quando
esse tiquinho de gente cismar com parônimos, homônimos, heterônimos e pseudônimos?", pensa ela,
misturando as estações. "Valha-me, Santo Antônimo!" E emenda:
- Para com essa bobagem, menino!
- Ah, mãe, o que é que tem? Você nunca chamou cachorro de cão? E casa de residência? E carro
de automóvel?
- É verdade, mas...
Mas a verdade é que Cinira não tem uma boa resposta.
- E meu nome é Mateus - continua o rapaz. - Só que você me chama de Matusquela.
- Ei, isso não vale. Matusquela é apelido carinhoso.
- Sei, sei. Tudo bem se eu usar nosocômio e cogitabundo em vez de hospital e pensativo?
E criptobrânquio no lugar de mutabílio?
- Mutabílio? O que é que é isso?
- O mesmo que derotremado, ora. Está aqui no Aurélio.
Está mesmo. É um bichinho. Mas pouco importa. A mãe questiona a opção do menino por
vocábulos incomuns. Mateus sai-se com esta:
- A professora disse que aprender palavras é como ganhar roupas e guardar numa gaveta.
Quando a gente precisa delas, tira de lá e usa. Cada uma serve para uma ocasião, por mais esquisita
que pareça. Igual à querê-querê roxa que você me deu no último aniversário. Lembra?
Como esquecer? Cinira nem se dá ao trabalho de consultar o dicionário. Sabe que a explicação
para essa última provocação está no verbete camiseta.
Marcelo Alencar, autor deste conto, já trabalhou como cartunista e editor de histórias em quadrinhos
e atualmente é editor da NOVA ESCOLA (revista da qual foi extraída a narrativa).
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ESQUEMA DE REFERENCIAÇÃO:
Exemplo de esquema para melhorar a coesão textual (eliminar repetições, melhorar a
progressão...)
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RESUMINDO
O resumo é um texto que parte de outro texto, ou seja, para você elaborar um resumo você
precisa apresentar a ideia principal de outro texto e requer duas habilidades fundamentais: a síntese
e a objetividade. Resumir é escrever o essencial em poucas palavras! Não é preciso detalhar cada fato,
mas é preciso selecionar o que é principal e estruturar o texto em começo, meio e fim (por enquanto
vamos usar essas nomenclaturas). A pergunta que vai guiar a escrito do seu resumo, quando o texto
a ser resumido for narrativo, será: de que fala a história?
1) Qual é a intenção do menino ao utilizar novas palavras no diálogo com a sua mãe? (1,0)
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2) Por que, em sua opinião, o narrador diz no último parágrafo que a Dona Cinira nem se dá ao
trabalho de procurar o significado da palavra “querê-querê” no dicionário? (1,0)
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Com o desenrolar da história conseguimos decifrar o significado de algumas palavras que não
fazem parte do vocabulário do cotidiano da maioria das pessoas. Mas ainda assim há algumas
palavras cujas definições não estão explícitas no texto.
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4) As palavras manicômio e nosocômio podem ser consideradas palavras sinônimas? Justifique a sua
resposta. (1,0)
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5) Vamos realizar uma pesquisa conceitual? Para realizar a atividade proposta tenham em mãos o
seu livro didático de Português – 5º ano – “Escrever bem com gramática”.
Você viu quantas palavras apareceram no conto que não fazem parte do nosso dia-a-dia?
Pois é, isso porque a nossa Língua está sempre em movimento, ou seja, a língua que falamos hoje
pode ser um pouco diferente no futuro e é com base nessas mudanças que o dicionário acaba
trazendo definições de palavras relacionadas à língua corrente.
O dicionário é preparado com base em um levantamento de palavras, utilizando como
materiais obras literárias, jornais, revistas, manuais técnicos e até mesmo bulas de remédio. É claro
que o levantamento não começa do zero, pois dicionários antigos também são utilizados para
abastecer o gigantesco arquivo. As milhões de palavras que aparecem nesse material são então
cadastradas em um computador e as vezes que cada vocábulo surge, descobrem-se quais são os
mais frequentes na língua e que efetivamente serão publicados no dicionário.
"Uma língua tem milhões de palavras, das quais apenas uma parte fará parte do
dicionário", diz o lexicógrafo (autor de dicionários) Mauro de Salles Villar. Após serem definidas
as palavras que entrarão na obra, é hora de preparar o texto dos seus significados, além de
pesquisar outras informações que podem complementar os verbetes, como a origem do vocábulo
e a data em que ele passou a ser usado na língua. Todo esse trabalho pode levar anos ou até décadas
e, invariavelmente, envolve uma grande equipe de pesquisadores.
Considerada a palavra do ano de 2013, a palavra SELFIE foi dicionarizada com a seguinte
definição: “imagem de alguém, feita pela própria pessoa, com câmera digital, com o objetivo de ser
postada em redes sociais”.
(Fonte: Mundo Estranho – Adaptado).
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Os textos que circulam na sociedade podem ser divididos em dois grandes grupos: textos
ficcionais e não ficcionais. Diferentemente dos textos literários (ficcionais), cuja linguagem é mais
criativa e as palavras ganham um sentido mais conotativo, os textos informativos (não-ficcionais)
baseiam-se na realidade e a linguagem desses tipos de textos é mais objetiva.
A produção de um texto e as escolhas que o autor faz dependem da sua intenção. Da linguagem
ao tipo de texto, há sempre um objetivo por trás da mensagem.
De modo geral, as principais diferenças entre os textos informativos são:
TEXTO INFORMATIVO TEXTO LITERÁRIO
Aliás, a maior parte dos textos que compõem a coletânea do Caderno de Curitiba são exemplos de textos
informativos.
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Elementos da Narrativa
Uma das particularidades do ser humano é o fato de que ele é capaz de contar histórias. Sejam
histórias reais, dos acontecimentos do dia, sejam histórias fictícias, inventadas, que são passadas de pai
para filho. Os povos antigos, quando a escrita ainda não era muito popular, mantinham e perpetuavam
as tradições, por exemplo, através de relatos orais, que passavam de geração para geração.
Hoje em dia, esse hábito de reunir a família para contar histórias é cada vez mais raro. Mas,
mesmo assim, as narrativas existem nas mais variadas formas ainda hoje, sejam histórias orais, escritas,
visuais (como quadrinhos e desenhos) ou ainda encenadas (como filmes e peças teatrais).
Não existe quem não goste de ler ou ouvir uma boa história! Até mesmo muitos games possuem
um enredo ou nos convidam a desenvolver uma narrativa. O fato é que a narrativa é o gênero textual com
a presença mais marcante em nossas vidas, desde a infância, e por isso é essencial que dominemos os
elementos que o compõem. Os elementos primordiais de um texto narrativo são: enredo, personagem,
narrador (ou foco narrativo), tempo e espaço.
Mas, antes de estudarmos esses elementos, como definir o texto narrativo? O que é uma
narrativa? Vamos revisar?
Texto narrativo é aquele tipo de texto em que fatos (reais ou fictícios) são contados/escritos em
uma sequência lógica. Esses fatos são vividos por personagens (que também podem ser reais ou fictícios),
contados por um narrador (que pode ou não participar da história) e ocorrem em um determinado tempo
e um espaço.
Toda história é narrada por alguém. Esse alguém pode ser um personagem, que participa da
história que ele narra, e é pelo ponto de vista desse personagem específico que sabemos dos fatos. Ou
essa história pode ser narrada por uma “voz narrativa” que não participa da história e é, portanto,
somente narrador dela.
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Se o narrador for também personagem da história, temos então um foco narrativo em primeira
pessoa, com um narrador-personagem.
Se o narrador somente conta a história, sem participar dela, temos um foco narrativo em terceira
pessoa, com um narrador-observador. Esse narrador (que não é o autor do texto, mas uma criação desse
autor) pode ser ainda onisciente e saber de tudo que passa pela cabeça e pelos sentimentos dos
personagens.
A palavra onisciente é formada da seguinte forma: oni + sciente, ou seja, "o que tem ciência de
tudo", "o que sabe de tudo". Repare que o narrador onisciente "lê" os sentimentos, os desejos mais
íntimos da personagem (aliás, o narrador vê o que ninguém tem condições de ver: o mundo interior do
personagem).
Enredo
Os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo,
são os personagens. O personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços
psicológicos próprios. Há também personagens que representam tipos humanos, identificados pela
profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os
indivíduos dessa categoria. Normalmente, é possível identificar na narrativa traços físicos e/ou
psicológicos dos personagens, seja por descrições do narrador ou pelas ações que eles executam ao longo
da história.
Ao longo das aulas vamos retomar esses elementos, analisando como eles aparecem ao longo das
narrativas que vamos ler juntos. Também vamos nos aprofundar nos elementos: tempo e espaço.
Tempo
As histórias acontecem em determinado tempo. Essa noção que temos do tempo é marcada por
uma sequência cronológica: manhã, tarde e noite. Sentimos o tempo como uma sucessão de fatos que se
desenvolvem uns após os outros. O tempo em uma história é o “quando”. Para que uma narrativa
aconteça é necessário que ocorra a passagem do tempo.
O tempo pode ser classificado como cronológico/linear quando o narrador conta a história
seguindo de um ponto no tempo ao futuro sem saltos (começo, meio e fim). Pode ser também não-linear,
quando vai e volta no tempo, utilizando flashbacks.
O narrador pode ainda condicionar o desenrolar da ação em função do sentimento do
personagem. Aí temos o tempo psicológico.
Espaço
Espaço é o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo. Se e algumas
histórias ele é apenas o cenário onde se desenrola a ação, em algumas histórias o espaço é tão importante que
em alguns casos, ele se transforma em personagem. Por exemplo: Alice no país das maravilhas, de Lewis
Carroll, O Sítio do Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato ou, ainda, Viagem ao centro da terra, de Júlio Verne.
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TEXTO 1 – CONTO
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo
maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma
mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua.
Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa".
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma
enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas
tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande
caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali
roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto,
corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não
sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao
contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a
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janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande
e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro,
mas aí os chifres ficaram presos na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu.
No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se
abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho,
era o último. E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor
terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E
a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura
a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e
instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade
surpreendente.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui
enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma
tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma
ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas
semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo
de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
TEXTO 2 - TIRINHA
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Responda:
1. EXPLIQUE a relação entre o conteúdo da tirinha com o enredo do conto “Bruxas não existem”.
(2,0)
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2. Indique e explique quem é o narrador da história “Bruxas não existem”. EXTRAIA um trecho
do texto que justifique a sua resposta.
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3. Explique o que motivou a mudança na forma em que o narrador faz referência à “bruxa” ao
final da narrativa. (1,0)
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Assim como no filme “Zootopia”, no conto “Uma lição inesperada” e no conto “Bruxas não
existem” traz uma personagem que representa um estereótipo, ou seja, que representa uma
imagem com base no SENSO COMUM (conforme pesquisamos durante a aula no Dicio Online).
7. Em sua opinião, por que o protagonista do conto e seus amigos chamavam a Ana Custódio
de “bruxa”? (2,0)
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O USO DO DICIONÁRIO
Quanto mais você lê, mais conhecimentos você adquire sobre o mundo, sobre outras culturas e
que quanto mais você lê, mais rico o seu vocabulário se torna. Além disso, o seu domínio sobre a ortografia
e acentuação também melhoram. Porém, esses processos só acontecem se, quando estamos lendo,
vamos ao dicionário cada vez que surge uma palavra que até então não conhecíamos.
Diferentemente de um livro de histórias, o dicionário é um livro de consulta, não é possível
“terminar de ler até o final”, como sugere a Mafalda na tirinha. Este livro nos ajuda a:
• Tirar as nossas dúvidas sobre a ORTOGRAFIA, ou seja, sobre a forma como se escreve uma
determinada palavra;
• Lembrar à qual classe gramatical a palavra pertence;
• Compreender as situações mais comuns em que a palavra é empregada;
• Compreender, por meio dos VERBETES, o campo de conhecimento em que a palavra está
relacionada e os contextos mais típicos de uso do vocábulo;
• Ampliar o vocabulário, pois compreendendo as palavras sinônimas, você evitará a repetição de
um mesmo termo em uma produção textual, tornando o texto mais claro e objetivo.
O VERBETE
No dicionário, o verbete é a sequência de informações sobre a palavra. Com o tempo veremos que
uma palavra pode apresentar mais de um significado em seu verbete.
AS ABREVIATURAS
Além dos significados da palavra, há no início do verbete informações sobre a classe e o gênero
do vocábulo de forma ABREVIADA:
LISTA DE ABREVIATURAS:
adj. adjetivo
adv. advérbio
s. substantivo
v. Verbo
f./fem. feminino
m./masc. masculino Fonte: Mini Houaiss Dicionário da Língua Portuguesa.
pron. pronome
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Durante mais de dez anos o professor Javier Naranjo guardou as definições que seus alunos
do curso primário (entre 3 e 10 anos) davam para palavras, objetos, pessoas e, principalmente
sentimentos, em suas aulas de espanhol. Algumas centenas destas definições estão reunidas em
'Casa das Estrelas'. São poéticas, engraçadas, muitas vezes melancólicas.
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▪ O novo verbete pode ser poético, crítico, mas precisa ser original, criativo e ser elaborado com base
na sua visão de mundo.
CORRUPÇÃO – s.f.
2) Na tirinha “Bichinhos de jardim”, a Joaninha geniosa (sim, este é o nome da personagem) procura o
verbete de algumas palavras em um dicionário fora do comum. Vamos analisar!
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c) Explique por que, no último quadrinho, o “dicionário realista” diz que a ESPERANÇA é apenas para
usuários premium? Pense na crítica que está presente na tirinha, nas nossas discussões em sala
sobre as tirinhas lidas em sala de aula e nas opiniões dos colegas.
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Observando o mundo, podemos afirmar que muitas pessoas perderam a esperança em
nosso país por causa dos escândalos de corrupção noticiados pela mídia. Mas nós não podemos
perdê-la, deixar de acreditar em um amanhã melhor e crescer achando que “tudo está
perdido”, pois é preciso ter esperança e trabalhar, fazer a diferença!