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FREINET
Coordenação executiva
Carlos Alberto Ribeiro de Xavier e Isabela Cribari
Comissão técnica
Carlos Alberto Ribeiro de Xavier (presidente)
Antonio Carlos Caruso Ronca, Ataíde Alves, Carmen Lúcia Bueno Valle,
Célio da Cunha, Jane Cristina da Silva, José Carlos Wanderley Dias de Freitas,
Justina Iva de Araújo Silva, Lúcia Lodi, Maria de Lourdes de Albuquerque Fávero
Revisão de conteúdo
Carlos Alberto Ribeiro de Xavier, Célio da Cunha, Jáder de Medeiros Britto,
José Eustachio Romão, Larissa Vieira dos Santos, Suely Melo e Walter Garcia
Secretaria executiva
Ana Elizabete Negreiros Barroso
Conceição Silva
Tradução e organização
José Gabriel Perissé
Editora Massangana
Avenida 17 de Agosto, 2187 | Casa Forte | Recife | PE | CEP 52061-540
www.fundaj.gov.br
Coleção Educadores
Edição-geral
Sidney Rocha
Coordenação editorial
Selma Corrêa
Assessoria editorial
Antonio Laurentino
Patrícia Lima
Revisão
Sygma Comunicação
Revisão técnica
Rogério de Andrade Córdova
Ilustrações
Miguel Falcão
Legrand, Louis.
Célestin Freinet / Louis Legrand; tradução e organização: José Gabriel Perissé.
– Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
150 p.: il. – (Coleção Educadores)
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7019-556-2
1. Freinet, Célestin, 1896-1966. 2. Educação – Pensadores – História. I. Perissé,
José Gabriel. II. Título.
CDU 37
Textos selecionados, 39
Pedagogia do bom senso, 39
A educação do trabalho, 67
Bibliografia, 145
Obras de Célestin Freinet, 145
Obras sobre Célestin Freinet, 145
Obras de Célestin Freinet em português, 146
Obras sobre Célestin Freinet em português, 146
*
A relação completa dos educadores que integram a coleção encontra-se no início deste
volume.
Fernando Haddad
Ministro de Estado da Educação
Louis Legrand3
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O título original do autor: Célestin Freinet: um criador comprometido a serviço da escola
popular.
2
Este perfil foi publicado em Perspectives: revue trimestrielle d’éducation comparée.
Paris, Unesco: Escritório Internacional de Educação, v. 23, n 1-2, pp. 407-423, 1993.
3
Louis Legrand (França) é professor emérito de Ciências da Educação na Universidade
Louis Pasteur, de Estrasburgo. Ex-professor das Universidades de Besançon e Paris V.
Ex-diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Investigações Pedagógicas (Paris). Autor
de numerosos artigos e obras, dentre os quais cabe mencionar: Pour une pédagogie de
l’étonnement (1960), Pour une politique démocratique de l’education (1977) e L’ecole
unique: a quelles conditions? (1981). É co-autor de Pour un college démocratique. Rapport
au Ministre de l’education nationale (1983) e Enseigner la morale aujourd’hui (1991).
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O aprendizado da leitura
A preocupação fundamental com a comunicação produzirá uma
prática original do aprendizado da leitura. A técnica empregada na
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Ortografia e gramática
Como evitar os erros se não se conhecem as regras e as razões
que definem o certo e o errado? Freinet não desprezava a importân-
cia de trazer o conhecimento necessário no momento adequado. Na
medida do possível, o aluno terá sua autonomia garantida, servin-
do-se ele próprio do dicionário e da gramática, bem como utilizan-
do fichas autocorretivas. Por outro lado, nada impede que o profes-
sor ensine. Mas, diferentemente de como ocorre na pedagogia tra-
dicional, esse ensinamento não decorre de uma progressão teórica e
abstrata. Nasce de necessidades comprovadas: como se escreve esta
ou aquela palavra? Tal palavra é com “s” ou com “z”?
Os exercícios de reforço e aperfeiçoamento deverão sempre
ajustar-se à realidade concreta, sem sobrecarregar a memória do
aluno com regras abstratas. Em geral, serão suficientes as tentativas
do próprio aluno e as palavras de encorajamento por parte do
professor. Em algum caso, porém, e somente quando houver re-
almente necessidade, a aula será ministrada.
Para corrigir, Freinet confiava, de modo especial, na influência
que os alunos recebiam no contato vivo da produção de enuncia-
dos. E chegava a perguntar, de modo provocativo: “A gramática
serve para alguma coisa?”. Estudos experimentais objetivos de-
monstraram, posteriormente, que boa parte dos ensinamentos gra-
maticais é inútil e acarreta confusões persistentes, além do esque-
cimento do que já foi aprendido (Roller, 1948; Dottrens, 1921;
Legrand, 1970).
O cálculo vivo
Expliquei anteriormente como as atividades matemáticas ga-
nham vida quando realizadas com base nas necessidades reais do dia
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Educação artística
Assim como a vida e o entorno motivam a expressão escrita,
também a expressão artística, ligada à vida, encontrava ali a base
de seu ensinamento, em particular a pintura. Os textos eram ilus-
trados e se multiplicavam os desenhos pela linogravura, um tipo
especial de impressão. Pintavam-se grandes quadros, individual-
mente ou em grupo. Sem dúvida, existia um estilo Freinet para
essas produções, conforme se vê em L’Art enfantin, publicação
consagrada à arte pictórica e à poesia. Os desenhos eram muito
coloridos e, com frequência, havia até um excesso de tintas. Che-
gou-se a dizer que esse estilo, bem característico, devia-se a uma
manipulação inconsciente, perceptível também na liberdade de
expressão oral e escrita. E, com efeito, os métodos Freinet susci-
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Qual é a filosofia?
Freinet, como se vê, é fundamentalmente um homem de ação.
Sua genialidade está em ter inovado a sala de aula e ao mesmo
tempo ter criado um Movimento, um instrumento de produção
de material didático indispensável para disseminar seus conceitos e
práticas. Essa criação em si mesma testemunha seu senso de orga-
nização e o que se poderia chamar o seu “messianismo”. Freinet
acreditava na pedagogia como um caminho ou até mesmo como
o caminho para transformar a humanidade. À medida que fosse
conhecida e adotada, sua prática poderia ser um meio de regene-
ração social e de superação do capitalismo explorador e belicista.
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Freinet atual
Freinet faleceu em 1966, mas o movimento de caráter nacio-
nal e internacional a que ele deu início, não morreu, e é em si mes-
mo excepcional, merecedor de nossa reflexão. Contudo, suas con-
tribuições, mesmo que agora estejam, em parte, integradas aos
textos oficiais da pedagogia francesa, continuam sendo contesta-
das. Por isso, para que possamos avaliar corretamente a herança de
Freinet, penso que seja necessário considerar duas questões: as
consequências práticas de suas técnicas no aprendizado, e a filoso-
fia subjacente a essas técnicas.
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Textos retirados do livro Pedagogia do bom senso (7.ed. São Paulo: Martins Fontes,
2004), tradução do original Les dits de Mathieu (1959).
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Os textos, a partir deste ponto, foram retirados do livro A educação do trabalho. São
Paulo: Martins Fontes, 1998, tradução do original L’éducation du travail (1949).
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