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Parto Distcico em Bovinos - Enfoque em Manobras Obsttricas
Parto Distcico em Bovinos - Enfoque em Manobras Obsttricas
BOA VISTA-RR
2018
FLAVIA LIVIA RODRIGUES RESENDE
BOA VISTA-RR
2018
Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)
Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima
R433p Resende, Flávia Lívia Rodrigues.
Parto distócico em bovinos – enfoque em manobras obstétricas /
Flávia Lívia Rodrigues Resende. – Boa Vista, 2018.
51 f. : il.
CDU - 636.2.053:618.5
Ao meu pai Antônio Flávio Veras Resende, queria lhe dizer o quanto você foi
importante na minha vida e na minha formação, obrigada por toda dedicação, por
acreditar em mim e por dividirmos esse sonho. Você é a razão de me fazer chegar
até aqui, te amo muito.
A minha mãe por ser alegria dos meus dias, por todo amor, carinho,
dedicação e paciência, obrigada por me apoiar e estar ao meu lado em todos os
momentos, sem você não seria possível realizar esse sonho.
Ao meu irmão Flávio Resende por ser meu melhor amigo e estar ao meu
lado sempre.
Aos meus grandes amigos Daniela Burégio, Artur Medeiros, Beatriz Leitão
pela grande parceria por todos esses anos. A Antônio Carlos que escondia meus
chinelos em todas as aulas.
Distocia é uma complicação que ocorre no momento do parto onde o animal não
consegue promover a expulsão do feto, devido diversas causas de origem materna
ou fetal. A conformação anatômica estreita da cavidade pélvica dos bovinos os
predispõe a esta condição, que resulta em perdas econômicas devido ao aumento
da mortalidade de bezerros e vacas, além disso causa problemas reprodutivos que
podem comprometer a fertilidade desses animais. A distocia é uma situação
emergencial onde o veterinário deve possuir conhecimento dos eventos fisiológicos
do parto, incluindo duração, assim como a estática fetal para que esteja atento a
alterações e saiba quando intervir. No presente trabalho será abordado os conceitos
de fisiologia do parto, parto distócico de origem materna ou fetal e como realizar o
exame obstétrico para instituir tratamento apropriado, com o objetivo de explanar as
principais intervenções obstétricas para alterações de estática fetal com enfoque em
manobras corretivas. Alterações na apresentação, posição e atitude do feto
frequentemente causam complicações no parto de bovinos, essa condição possui
etiologia desconhecida, dessa forma não é possível adotar medidas preventivas,
apenas tratamento. As manobras obstétricas são imprescindíveis para correção de
alterações de estática fetal, desse modo é necessário que o médico veterinário
tenha conhecimento de como realizá-las para empregar auxílio obstétrico adequado,
de acordo com a alteração apresentada.
Dystocia is a complication that occurs at the time of birth where the animal fails to
promote expulsion of the fetus due to various causes of maternal or fetal origin. The
narrow anatomic conformation of the pelvic cavity of the bovine predisposes them to
this condition, which results in economic losses due to the increase of calves and
cow mortality, in addition causes reproductive problems that can compromise the
fertility of these animals. Dystocia is an emergency situation where the veterinarian
must have knowledge of the physiological events of labor, including duration, as well
as fetal statics so that he is aware of changes and knows when to intervene. In the
present work the concepts of physiology of childbirth, dystocic parturition of maternal
or fetal origin and how to perform the obstetric examination to institute appropriate
treatment will be addressed, with the objective of explaining the main obstetric
interventions for changes in fetal statics with a focus on corrective maneuvers.
Changes in the presentation, position and attitude of the fetus often cause
complications in the delivery of cattle, this condition has unknown etiology, so it is not
possible to adopt preventive measures, only treatment. Obstetric maneuvers are
essential for correction of changes in fetal statics, so it is necessary for the
veterinarian to know how to perform them to use appropriate obstetric assistance,
according to the alteration presented.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 13
2.1 PARTO EUTóCICO ............................................................................................ 13
2.2 PARTO DISTóCICO ........................................................................................... 16
2.3 DISTOCIAS DE ORIGEM MATERNA ................................................................. 17
2.3.1 Inércia uterina ................................................................................................. 17
2.3.2 Falha na contração abdominal ...................................................................... 18
2.3.3 Torção uterina ................................................................................................ 18
2.3.3 Alteração da pelve .......................................................................................... 19
2.3.4 Obesidade ....................................................................................................... 19
2.4 DISTOCIAS DE ORIGEM FETAL ....................................................................... 19
2.4.1 Feto grande ..................................................................................................... 19
2.4.2 Alteração da estática fetal ............................................................................. 20
2.4.2.1 Desvio lateral da cabeça................................................................................20
2.4.2.2 Desvio esternal da cabeça.............................................................................21
2.4.2.3 Flexão do carpo..............................................................................................21
2.4.2.4 Flexão da articulação do ombro.....................................................................21
2.4.2.5 Flexão da articulação do tarso.......................................................................21
2.4.2.6 Flexão da articulação coxo-femural................................................................22
2.4.2.7 Gêmeos..........................................................................................................22
2.5 SINAIS CLÍNICOS DE DISTOCIA EM BOVINOS ............................................... 22
2.6 EXAME OBSTÉTRICO........................................................................................ 22
2.6.1 Anamnese ....................................................................................................... 23
2.6.2 Exame geral da parturiente ........................................................................... 24
2.6.2.1 Estado nutricional...........................................................................................24
2.6.2.2 Funções vitais.................................................................................................24
2.6.3 Exame interno específico .............................................................................. 25
2.6.3.1 Inspeção.........................................................................................................25
2.6.3.2 Avaliação do animal.......................................................................................25
2.6.3.3 Vias fetais.......................................................................................................26
2.6.3.4 Condições dos anexos fetais..........................................................................26
2.6.3.5 Avaliação do feto............................................................................................26
2.6.4 Diagnóstico obstétrico................................................................................... 27
2.7 CUIDADOS PRÉVIOS A INTERVENÇÃO OBSTÉTRICA................................... 27
2.7.1 Contenção química ........................................................................................ 28
2.7.1.1 Sedação ........................................................................................................28
2.7.1.2 Anestesia epidural..........................................................................................29
2.7.2 Instrumentos obstétricos para manobras corretivas .................................. 30
2.8 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES OBSTÉTRICAS ................................................. 31
2.8.1 Tração .............................................................................................................. 31
2.8.2 Manobras obstétricas .................................................................................... 33
2.8.2.1 Correção atitudes anormais da cabeça..........................................................35
2.8.2.2 Correção das atitudes anormais dos membros anteriores.............................38
2.8.2.3 Correção das atitudes anormais dos membros pélvicos................................40
2.8.2.4 Alterações na apresentação...........................................................................42
2.8.3 Cesariana e fetotomia .................................................................................... 44
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47
12
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
A via fetal óssea é constituída por ílio, ísquio, púbis que compõem a pelve,
pelo sacro e primeiras vértebras coccígeas. A estrutura anatômica da pelve dos
bovinos dificulta o parto por ser estreita e ter um assoalho côncavo elevado em sua
porção caudal (PRESTES; ALVARENGA, 2017). Segundo Jackson (2005) o
estreitamento da via fetal óssea é devido a desproporção entre o tamanho da pelve
materna em relação ao tamanho do feto, o que dificulta a passagem do mesmo pelo
canal do parto.
Reprodução de novilhas muito jovens e vacas que sofreram fraturas na
pelve podem resultar em estreitamento da via fetal óssea, o que aumenta as
chances de distocia (PUROHIT et al, 2011).
A anatomia dos ruminantes predispõe a problemas pélvicos, devido sua
fisiologia digestiva, são susceptíveis a enfermidades metabólicas e carências
minerais que comprometem a estrutura óssea predispondo a fraturas que afetam a
via fetal (PRESTES; ALVARENGA, 2017).
O obstetra deve palpar para verificar se o feto pode passar pelo canal do
parto, se houver espaço suficiente deve aplicar tração para removê-lo usando
lubrificantes. Contudo se o canal do parto for muito estreito impossibilitando a
passagem do concepto o veterinário deverá optar por intervenção cirúrgica como
cesariana, ainda mais se além do estreitamento houver alteração na atitude, postura
e posição do feto (PUROHIT et al 2011).
2.3.4 Obesidade
2.4.2.7 Gêmeos
siga um plano geral através da: anamnese, exame do estado geral da paciente,
exame externo e por fim exame interno específico (GRUNERT; BIRGEL , 1982).
O exame obstétrico detalhado é muito importante, porém a distocia é uma
condição emergencial, na qual o atraso no atendimento pode resultar em
agravamento do caso e até mesmo a morte da parturiente e do feto. Desse modo é
necessário priorizar algumas etapas do exame, e após os riscos eminentes terem
sido controlados, demais informações relevantes podem ser incluídas para
conclusão do exame.
2.6.1 Anamnese
2.6.3.1 Inspeção
2.7.1.1 Sedação
2.8.1 Tração
desvio lateral do pescoço na entrada pélvica sendo inacessível cabeça do feto por
via vaginal. Dessa forma foi diagnosticada distocia por desvio lateral da cabeça.
Para a correção da estática fetal utilizou-se anestesia epidural com lidocaína
a 2%, e foi feita a lubrificação adequada do canal do parto com gel obstétrico, para
então realizar a manobra. O feto foi impelido para o interior do útero, e fixada a sua
cabeça, através de corda obstétrica laçada na forma de um arco atrás das orelhas e
por dentro da boca, e então foi realizada a distensão da cabeça (DAS et al, 2009).
Após a correção da flexão da cabeça e pescoço o feto foi removido por
tração através de cordas obstétricas laçadas na cabeça e nos membros anteriores.
A técnica teve sucesso na remoção do feto, porém ele estava sem vida, devido à
demora do proprietário a levar a gestante para o atendimento (DAS et al, 2009).
Figura 8 – Estática fetal: longitudinal anterior dorsal com desvio esternal da cabeça
a) Apresentação posterior
b) Apresentação transversal
Quando não há possibilidade de parto por via vaginal são duas as opções de
intervenção, que vão ser escolhidas de acordo com as condições da parturiente e do
feto, a cesariana consiste em abertura cirúrgica do útero para retirada do feto. A
fetotomia é um procedimento que consiste em fragmentar o feto em partes menores
para facilitar a sua remoção por via vaginal (JACKSON, 2005).
A cesariana é recomendada em distocia de origem materna ou fetal quando
há desproporção entre o tamanho do feto e pelve materna, em anormalidades na
estática fetal que não possam ser corrigidas por manobra obstétrica, quando há
dilatação insuficiente das vias fetais, em casos de torção uterina, prolapso da vagina
45
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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BOA VISTA-RR
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