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A R L S Luz do Oriente, nº 2905

As cinco viagens

Março - 2009 Antônio Saião


Introdução

Com este trabalho, buscarei explicar o significado do ritual de elevação do Apr Maçom à
Comp Maçom Adonhiramita, através das cinco viagens.

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As cinco viagens

O Apr Maçom, em seu tempo, deve compreender o significado da posição vertical (ou
perpendicular) representada pelo prumo, jóia do segundo vigilante. Esta perpendicular
simboliza a medida de retidão que todo iniciado deve manter, permanecendo de forma íntegra
e correta em qualquer situação de nossas vidas.

Ao completar seus três anos de trabalho, é de se supor que o Apr está pronto a passar do
prumo ao nível, instrumento que simboliza a importância de pautarmos nossas vidas de
maneira equilibrada, edificando nossas obras de forma permanente.

Esta transição se dá através do ritual de Elevação do Apr à Comp Maçom, representado


por cinco viagens, que tentarei explicar a seguir.

Ao adentrar o Templo, a alavanca carregada pelo Apr é substituída pela Régua de 24


polegadas, simbolizando o dia e suas 24 horas. Entretanto, logo na primeira viagem, esta
Régua é substituída pelo Maço, que representa a força, e pelo Cinzel, que representa o
intelecto. Esta viagem representa o ano dedicado à aprendizagem das propriedades e
emprego dos materiais e à perfeição do corte das pedras que aprendeu a desbastar e
esquadrejar quando Apr. Independente do conhecimento que tenha adquirido, ela
representa a distância que estamos de concluir nossa obra, lembrando que só o trabalho
constante do Maço e do Cinzel é capaz de conduzir-nos à perfeição.

A segunda viagem é iniciada pela substituição do Maço e do Cinzel pelo Compasso e pela
Régua de 24 polegadas, ambos instrumentos indispensáveis para a lição a seguir. Esta
viagem nos ensina que, durante o seu segundo ano, um Comp deve adquirir o
conhecimento dos elementos da maçonaria prática, aprendendo a traçar linhas sobre os
materiais desbastados e prontos. Filosoficamente, mostra ao nosso espírito que os nossos
primeiros ensaios ressentem-se de nossas fraquezas, mas, por meio do estudo constante e
orientado, podemos alcançar os mais elevados conhecimentos. A régua de 24 polegadas
lembra que o maçom deve pautar sua vida dentro de uma determinada medida, ou seja,
programá-la corretamente e não se afastar de seus objetivos.

Na terceira viagem o Compasso é substituído pela Alavanca, símbolo da Força. Esta viagem
representa o terceiro ano de trabalho. Aqui, é confiado ao Comp o emprego e a colocação
das pedras e materiais já prontos, supondo dispor de instrução suficiente para discernir, por
sua forma, o lugar a que são destinadas. Para movê-las e transportá-las, o Comp necessita
da força, representada pela alavanca, e da régua, para retificar e moderar os excessos da
força. A Alavanca serve para erguer os mais pesados fardos, simbolizando a firmeza de
caráter, a coragem do homem e o poder do amor à Liberdade.

Antes da quarta viagem, a Alavanca é substituída pelo Esquadro, instrumento imprescindível


para a construção. Esta viagem simboliza o quarto ano de ensino de um Comp, ocupado na
verificação do assento e colocação das pedras e emprego dos materiais. O Esquadro, que
forma um ângulo reto, nos ensina a retidão de nossas ações. Orientando-se pelas hastes do
Esquadro, encontraremos dois caminhos que, se seguidos corretamente, nos levarão a
verticalidade espiritual e horizontalidade material.

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A quinta viagem representa o último ano de instrução. Conhecedor da Arte, o Comp pode
entregar-se a teoria, verdadeiro trabalho do espírito. Por isso, nesta viagem, suas mãos
seguem livres de qualquer ferramenta.

Ao final das cinco viagens é apresentada ao novo Comp a E Rut, com a letra “G” ao
centro. Trata-se do monograma de um dos nomes do GADU, fonte de toda a Luz e
origem de toda a Ciência. Representa, ainda, a inicial de Geometria, ciência cuja base
essencial é a aplicação da propriedade dos números às dimensões dos corpos. Em especial a
do triângulo, figura à qual podem ser reduzidas todas as outras. A E tem cinco pontas,
seguindo as regras do Pentalfa, palavra formada por penta (cinco) e alfa, letra inicial dos
termos gregos utilizados para designar ver, ouvir, meditar, bem agir e calar (atreo, aisto,
adalesques, agatopoeiro e abadquidzi).

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Conclusão

As cinco viagens nos remetem à percepção de que não basta permanecermos no caminho da
virtude para que cheguemos à perfeição. A atuação de um maçom não se restringe à sua
atividade em loja, mas principalmente no mundo profano, e deve permanecer em busca do
puro conhecimento, agindo com tolerância, prudência e respeito ao próximo.

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Bibliografia

Ritual do 2º Grau – Companheiro-Maçom – Adonhiramita – Ano 2005.

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