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A palavra “dignidade”, do latim “dignitas”, significa reconhecer o indivíduo como ser

humano, tendo em vista os seus limites e o lugar do próximo. Na contemporaneidade, é


notório que essa virtude é, vilmente, desconsiderada por muitos que acreditam, de maneira
lastimável, ter o conhecimento de tudo e, por isso, inferiorizam o saber de especialistas e a
opinião de outros. Nesse viés, é inegável a extrema importância do resgate da humanidade do
ser humano para reconhecer os próprios limites, a partir o combate às causas, a alienação e a
ignorância, para que sejam evitados os efeitos sociais dessa problemática, a disseminação de
notícias falsas e a crescente descrença no saber científico.

Em primeiro plano, conforme o filósofo Umberto Eco, “o excesso é a causa dos grandes
problemas na sociedade”. Essa máxima revela o motivo gerador das diversas problemáticas
contemporâneas que, no que tange ao reconhecimento dos próprios limites, tendo em vista a
impossibilidade de alguém saber tudo, é notório, lamentavelmente, o excesso de crença em
líderes e correntes ideológicas negacionistas, como os movimentos antivacinas, levando o
indivíduo, de modo nefasto, à alienação, negando o saber de profissionais especializados e
acreditando ter o saber sobre tudo. Nesse contexto pesaroso, é indiscutível a relevância do
resgate da humanidade do ser humano para que esse estado de ignorância e prepotência de
diversas pessoas seja desconstruído.

Outrossim, no documentário “O Dilema das Redes”, é evidenciado as consequências


dessa alienação em que, a partir das redes sociais, é potencializada a disseminação de notícias
falsas, manipulando, pesarosamente, o comportamento de diversos usuários. Nessa
perspectiva, é cada vez mais frequente a descrença, de modo alarmante, do saber científico,
levando indivíduos a acreditarem em fatos sem comprovação de profissionais especializados,
como o uso de medicamentos contra o vírus Sars-Cov-2, colocando o seu bem-estar em risco.
Dessa maneira, é irremediável o reconhecimento dos próprios limites, a partir da humildade
de aceitar a opinião do outro.

Infere-se, portanto, que o resgate da humanidade do ser humano para reconhecer a


sai incapacidade de saber tudo é de suma importância. Para que isso ocorra, é fundamental
que o Ministério da Educação enfatize a necessidade de escutar o outro, sobretudo, os
profissionais especializados, por meio de fóruns, que debatam as consequências da alienação e
da prepotência, com a indicação de leituras, que abordem a importância dessa temática, como
o livro “O Poder da Escuta”. Assim, os limites serão reconhecidos pelos próprios indivíduos e o
vocábulo “dignidade” terá o seu verdadeiro valor posto em prática.

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