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Universidade Veiga de Almeida – Unidade Cabo Frio

Curso: Medicina Veterinária


Disciplina: Construção do Pensamento
Aluna: Eliane Fernandes Lino
Matrícula: 20213303605

“Eu, uma ficção?”

Já repararam que ao longo da vida ouvimos várias sentenças como: “Se


mentir, o nariz vai crescer”, “Não mexe com fogo, você vai fazer xixi na cama”
“Não beba leita com manga” ou por outra, quantas vezes respondemos que
estamos bem quando realmente não estamos? Elogiar alguém por seu novo
corte de cabelo ou peça de roupa quando essa não é nossa mais sincera
opinião? Mentiras sociais viraram um hábito aceitável ao longo da civilização
humana, e em certa medida, permeia todos os aspectos da nossa vida.

Muitos pesquisadores dizem acreditar que começamos a mentir uns para os


outros assim que inventamos a linguagem, principalmente como uma forma de
evoluir.

Em outra perspectiva, podemos dizer que ao longo da história humana, mentir,


serviu como “necessidade evolucionária para nos proteger do mal” (Michael
Lewis).

O professor de direito da Universidade da Califórnia, especialista em detecção


de mentiras, traz em sua pesquisa, que há momentos em que seria positivo se
usássemos apenas a verdade e, nossas relações – “Para mim, um mundo em
que as pessoas pudessem conhecer a verdade que importasse para elas seria
um mundo maravilhoso, teríamos menos discriminação e mais equidade”.
Neste sentido porém, possivelmente nossos sentimentos sairiam feridos. Para
a maioria de nós, um mundo sem mentiras seria um golpe na auto confiança,
uma vez que receberíamos comentários mais honestos e mais brutais, sobre
nossa maneira de vestir, pensar, trabalhar e todos os tipos de coisas.

No planeta, cada animal se utiliza de características físicas e biológica para


sobreviver ao meio, para Nietzsche, o homem se utiliza do intelecto e, o
conhecimento, é um auxiliar como meio de sobrevivência. Ele que pontua a
verdade e o conhecimento como criações necessárias, que em face do
desconhecimento do que ocorre instintivamente e devido a atuação da ação
moral, passam a valer como elementos válidos e existentes em si mesmos. Por
fim, desenvolve-se que aquela necessidade de prazer, que toma forma como
justificação da vida, é sustentada pelo impulso à verdade criado entre os
homens, assim, Verdade e mentira são uma convenção.

Neste século com a revolução digital, a noção do que é verdade e mentira é


separada por uma linha muito fina e hiperexposição nas redes sociais que se
disseminaram no mundo, é difícil encontrar quem não participa de, pelo menos,
uma delas e isso nos leva a contornos ainda mais desafiadores de reflexão.
Conforme defendeu a pesquisadora Paula Sibilia.
As mentiras são tão antigas quanto a própria humanidade. No entanto, o
conceito de “notícias falsas” se tornou popular recentemente pois, com uso de
tecnologia, elas se tornaram mais escaláveis, repetíveis e direcionadas.

As redes sociais foram concebidas com a finalidade de conectar pessoas que


partilham valores, pensamentos e objetivos comuns. Ou seja, a ideia central
quando se fala em redes sociais é a aproximação de pessoas, seja porque
motivo for.

Porém, a rápida disseminação e popularização mostraram, na prática, que, as


redes sociais também apresentam disfunções sérias e perigosas.

Isto se deriva talvez, do fato de que as pessoas, em geral, tendem a acreditar


em tudo que vêm na internet, o que torna as redes sociais terreno fértil para
todo tipo de comportamento e ações, muitas vezes não tão éticas. Passaram a
ser comuns as fraudes financeiras, o ataque à reputação de pessoas, a
incitação à violência e discriminação, apologia ao crime, etc.

Além da ausência do pensamento crítico, as pessoas também tendem a


compartilhar notícias que se assemelhem ao que pensam, aos seus valores,
mesmo, muitas vezes, tendo a consciência de que aquela informação não é
verdadeira.

Nesse contexto, os boatos e inverdades se proliferam em progressão


geométrica nas redes sociais, causando transtornos e prejuízos, materiais e
morais, a pessoas e instituições.  A inverdade é disseminada de forma rápida.
Pessoas mais conhecidas, sobretudo as dos meios político, artístico e cultural,
são as vítimas mais frequentes.

Outro aspecto importante é o da Imagem. Esta, continua falando mais que mil
palavras, nesta nossa experiência de mundo digital. Nunca se soube tanto da
vida e da aparência das pessoas.
 
Algumas fotos com “milhões de likes” com “look do dia”, com o “ta pago” da
academia, pratos de comida e lugares privilegiados, nem sempre frequentados
de fato. São fotos escolhidas a dedo e filtradas para intensificar a beleza e o
status. 

As legendas também ajudam a expressar o que se sente nas imagens, mas


nem sempre a gratidão ou a felicidade declarada é verdade na vida real.

Cada vez mais torna-se necessária a busca pelo equilíbrio e da nossa própria
“verdade” (sempre relativa) para que possamos utilizar de maneira assertiva os
aspectos positivos de uma sociedade tecnológica e conectada.

É o mundo em que vivemos e transformamos. O que fazer?

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