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MODELOS DE TEXTOS DISSERTATIVOS

“Daí a César o que é de César”

A união homossexual é um dos temas mais discutidos na sociedade atual e traz consigo
uma série de aspectos polêmicos, entre eles, o relacionamento familiar e a concepção religiosa dos
laços interpessoais.
Não se pode, certamente, analisar uma questão como essa sem despir-se de elementos
como o tradicionalismo e o preconceito, que tanto imperam nas relações sociais do mundo
contemporâneo. Mas, ao mesmo tempo, não se pode conceber como natural uma tendência que
rompe totalmente com a noção de família construída ao longo de milhares de anos em todas as
sociedades humanas.
Por essa razão, existe forte resistência social à união de homossexuais. Os mais “modernos”
denominam tal inaceitabilidade como preconceito a uma minoria que tenta se firmar enquanto
classe. Os mais tradicionais enxergam tal prática como uma afronta à natureza e aos princípios
divinos, que condenam severamente os laços afetivos homoeróticos.
É um tema delicado, que exige discussão, debate e respeito por parte de todos. A cada dia,
as sociedades evoluem em velocidade espantosa e os comportamentos vão sendo definidos
conforme a “tendência da moda”. Se há desejo e viabilidade para que duas pessoas do mesmo
sexo possam se unir em matrimônio, que o façam, e, se for pecado, elas pagarão por isso. Afinal,
dai a César o que é de César e a Deus o que é dos Céus.

Corruptos: Até quando?

O Brasil nunca foi um exemplo de honestidade. A própria história mostra isso. Mas os últimos
acontecimentos no âmbito político têm transformado o sistema democrático em uma verdadeira
zorra. Uma vergonha para a sociedade e para eles mesmos, os políticos mais inescrupulosos e
hipócritas que existem no planeta!
É lamentável viver em um país onde as pessoas são tratadas como objeto eleitoral, servindo
apenas como o portal para o ingresso de candidatos no setor administrativo e legislativo. Assim
que conseguem o objetivo esquecem as promessas, as dívidas para com o eleitorado e se
concentram apenas em um alvo: roubar, desviar, mentir, esconder, enganar, fingir, dissimular.
A corrupção é fato, está escancarada às portas do Planalto Central, para quem quiser ver.
Esquemas sujos e nojentos são armados à espreita, no calar da noite, ao final do expediente, nas
plenárias da Câmara. Homens que deveriam governar a nação transformam-se em raposas
traiçoeiras e malévolas cuja gana é limpar os cofres públicos e passar bem.
Essa é uma realidade que arrepia, causa náuseas e provoca vômito, a repugnância pela
podridão que exala o fedor da bandidagem de políticos marginais, hediondos, salteadores, ladrões,
enfim, corruptos que só descansarão quando a última moedinha for extorquida do bolso da
sociedade. E o pior é que nós os elegemos. Paciência!

Brincando de ser Deus

A clonagem humana é um dos temas que mais têm gerado discussão no meio social nos
últimos tempos, dada a polêmica da possibilidade de se criar uma pessoa em laboratório. Assim, o
que era apenas um roteiro de ficção cinematográfica passa a ser prioridade nos mais avançados
centros de pesquisa do planeta.
Boa parte da sociedade, em geral, vê tal prática como uma total afronta aos princípios éticos
e morais da humanidade, alegando que a manipulação genética é um desrespeito às leis divinas e
à privacidade do próprio homem. Sem mencionar as especulações voltadas para o psicológico do
ser clonado.
Por outro lado, com uma visão futurista da situação, muitos defendem a clonagem como uma
forma de se evitar doenças genéticas, hereditárias e para as quais não há cura, além, é claro, da
possibilidade de se chegar à criação do homem perfeito, imune às fragilidades de que é acometida
a raça humana.
Este é um assunto que ainda irá gerar muito debate, afinal, estamos apenas iniciando a era
da biorobótica e muitas novidades estão por surgir no campo da medicina. Por isso, é sensato que
se discuta com racionalidade essa questão, a fim de que os rumos da humanidade sejam traçados
com vistas ao bem comum e à segurança da coletividade.

Eutanásia

Uma pessoa pode ser sacrificada ao se encontrar em um estágio terminal de vida? Essa é
uma pergunta que tem tirado a tranquilidade de muita gente nos últimos dias, principalmente depois
do dramático e recente caso norte-americano, em que uma mulher em estado vegetativo teve
desligado os aparelhos que a mantinham viva.
É muito delicado afirmar que sim ou que não. Trata-se de uma decisão para a qual
contribuem inúmeros fatores como, por exemplo, os laços afetivos com o paciente, o estado médico
em que se encontra, o seu desejo de findar a agonia, a dor dos parentes, a questão do “pecado”,
enfim, uma série de elementos extra-hospitalares que influem no poder de decidir o caminho da
vida – ou da morte – de alguém, que naquele momento talvez não tenha condições de opinar a
respeito.
Se pensarmos de acordo com a razão, logicamente a eutanásia é um meio eficaz e simples
de se abreviar o sofrimento de uma pessoa sem perspectiva de recuperação vital, mas qual é a
garantia de que realmente não haverá essa recuperação? Como saber se esse era o desejo do
“moribundo”? Quais os reflexos na vida espiritual, tanto de quem sofre como de quem pratica o ato
em questão?
Perguntas como essas invadem a mente da sociedade brasileira e impedem que a prática
da eutanásia seja legalizada em nosso país. Entretanto, mesmo havendo leis que a proíbam,
permanece a incógnita da real essência desses mecanismos de abreviação da dor e do sofrimento.
Assim, é evidente que o tema mereça ainda destaque e precise ser amadurecido para que se tenha
plena convicção acerca de sua validade social.

Desarmamento: uma atitude racional

Nos últimos anos, o governo brasileiro, juntamente com representantes do país, muito
discutiu a questão do uso de arma de fogo por parte da sociedade civil, até chegar à conclusão de
que a melhor saída seria proibi-lo.
Por mais que haja certa resistência em relação à proibição, essa foi uma das medidas mais
acertadas de nossos representantes políticos há muito tempo. Uma população carente, sacrificada
pelas recessões econômicas ao longo da história e vítima de uma política segregacionista
necessita, mais do que nunca de assistência social, saúde de qualidade e melhorias na educação.
A segurança pública é papel obrigatório de nossas autoridades governamentais. Não
compete ao povo promover sua segurança, afinal, temos um Estado que, em tese, deveria oferecer-
nos estabilidade no âmbito da proteção social. Além disso, usar armas de fogo como mecanismo
de proteção pessoal e social é um ato totalmente contraditório no seio de uma sociedade
democrática de direito e que se julga evoluída do ponto de vista da civilidade. Vai de encontro ao
mais essencial dos princípios de convivência: a harmonia pública.
A maior arma que o ser humano possui é a inteligência. Deve, portanto, usá-la com o intuito
de promover o bem social e a pacificação, evitando-se a possibilidade de auto composição de
conflitos cuja obrigação é delegação do Estado que o povo elegeu para administrá-lo. O que
transcender tal raciocínio foge à concepção de democracia participativa.
Culto à beleza física

A humanidade tem passado por transformações bastante profundas ao longo dos tempos,
mas alguns aspectos de sua evolução nos fazem parar para questionar se realmente estamos
caminhando na direção certa. Melhor dizendo, certos hábitos têm provocado uma preocupação
muito grande entre o meio cientifico, especificamente no que diz respeito à obsessiva compulsão
do homem pela idolatria ao corpo.
Não se discute que se deve dar valor ao corpo, buscar a condição saudável e o equilíbrio
psicofísico, mas daí a tornar essa busca uma obsessão sem limites ultrapassa a lógica da razão e
penetra em um campo que se pode denominar de loucura.
O que se percebe, hoje, são homens e mulheres frequentando academias de ginástica,
centros de estética, clinicas de lipoescultura, com o objetivo de alcançar a perfeição, chegando ao
extremo de se submeterem a cirurgias arriscadas – que volta e meia aleijam ou matam pessoas
desaviadas e alucinadas – com o único intuito de ficarem mais bonitos.
É necessário que se analisem as consequências disso tudo e que possamos entender o
verdadeiro sentido da vida, ou seja, o mais importante não é ser perfeito aos olhos humanos, mas
estar de bem consigo mesmo e com as pessoas que estão ao redor, buscando aproveitar seus
atributos não só físicos como também, e principalmente, morais, éticos, humanos e racionais. O
que vale é a beleza do coração, e essa não se malha na academia.

Meu tipo inesquecível

Se você conhecesse também não a esqueceria. Minhas lembranças começam a partir dos
quatro anos, quando percebi que pessoa original ela era. Adelcira Maria dos Santos era uma mulher
baixa, robusta e estava sempre com uma fisionomia séria. Seus olhos castanhos eram profundos
e ela fazia questão que nós olhássemos neles ao conversar com ela.
O que mais me impressionou nela desde o inicio foi sua coragem, determinação e agitação.
Suas pernas grossas andavam pela casa o dia todo, enquanto suas mãos pequenas, de dedos
curtos, recolhiam coisas que eventualmente estivessem fora do lugar. Adelcira era assim,
independente, dinâmica e só era gordinha porque sua alimentação era rica e variada. Com tanto
movimento, se ela não comesse muito, seria macérrima.
Cativante, encontrava as pessoas mesmo com seu ar sério, cativava-as. As pessoas
entendiam que aquele seu jeito era uma imagem de quem queria passar responsabilidade e não
antipatia. Houve muitos episódios que demonstravam o quanto ela era original. O melhor e o que
nos lembramos com carinho é o da sua segunda gravidez. Adelcira sabia que estava grávida e o
médico insistia que o seu caso era apenas de uma “gravidez psicológica”. Ela, então, sempre
destemida, foi a um outro médico e ele confirmou a gravidez. Após sete meses, ela marcou uma
outra consulta com o primeiro médico. Entrou no consultório, levantou a blusa, mostrando a barriga
enorme, e apenas disse: “Viu?” E foi embora...
Esta não é a história mais interessante que eu guardo sobre ela, mas, com certeza, é uma
das histórias que tornaram inesquecível para mim e para todos aqueles que a conheceram.

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