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CDU 62:37.091.322.7
EXEMPLO 8.2.1
Uma vez que você estiver na mesa, o que deve fazer? Você provavelmente tem
um delineamento do problema que cai em uma das duas categorias:
1. O delineamento é razoavelmente bem definido e você pode prosseguir para
desenvolvê-lo mais completamente. Comentaremos esse processo mais
adiante.
2. Você ainda não tem um delineamento claro. Logo, ainda precisa saber mais
antes de prosseguir.
Para começar, vamos analisar o segundo caso. Você deveria vê-lo como uma ver-
dadeira oportunidade de demonstrar o quão bom você é! Eu sugiro que você escreva
exatamente o que você entende a respeito do delineamento atual do problema. Depois,
escreva o que você acredita que precisa saber antes de prosseguir. Você também pode
realizar uma pausa neste momento e enviar o que você já tem a seu supervisor, mas eu
não recomendo; minha experiência demonstrou que você realmente precisa desenvol-
ver suas ideias primeiro e, só então, enviar o delineamento reescrito a ele. Você pode
ficar surpreso quando o supervisor aceitar suas ideias como uma reflexão das ideias
dele, dizendo que era isso o que ele estava esperando, ou quando ele parabenizá-lo por
ter tomado iniciativa. Neste caso, o supervisor ou lhe dará permissão para continuar,
ou lhe dará um novo delineamento de problema, desta vez muito mais específico que o
original. Em ambos os casos, você sairá ganhando.
EXEMPLO 8.2.2
8.5 Metas
A compreensão do que é uma meta é razoavelmente simples: é o que queremos
fazer ou o que queremos alcançar. Contudo, ao usar a abordagem sistêmica, uma meta
torna-se muito mais do que isso. Temos metas relativas ao sistema em geral e, quando
dividimos um problema complicado em unidades menores, tais unidades também têm
suas metas, que são diferentes das metas do nível superior.
Esse conceito se tornará claro ao progredirmos neste capítulo e no decorrer do
resto do livro. Adotaremos as seguintes definições:
escolherá usar. A propósito, você aprenderá que chamamos esses diversos modos de
transporte de “alternativas”. Trabalharemos nesse exemplo mais adiante neste capítulo.
EXEMPLO 8.5.1
8.6 Restrições
Restrições são extremamente importante nesse processo. Elas limitam o uso de téc-
nicas e processos de resolução de problema e limitam as técnicas e processos de projeto.
Adicionalmente, elas também limitam ou impõem exigências sobre o resultado.
Quais são as restrições mais óbvias para a resolução de problemas? No meu caso,
seria o tempo. Se um único problema de uma disciplina tomaria mais de 100 horas
do meu tempo para resolvê-lo (e não fosse parte de um trabalho principal), eu defini-
tivamente não trabalharia no problema. O resultado poderia ser que eu prepararia o
processo de resolução de problema e entregaria a descrição do processo ao professor,
partindo para o próximo problema.
Outra restrição poderia ser a técnica de resolução. Por exemplo, é possível que pe-
çam que resolvamos um problema de circuitos elétricos usando análise nodal. Essa res-
trição eliminaria a análise de malhas da lista de alternativas que poderíamos empregar
na resolução do problema. Isso também leva à preocupação de quão grande é o circuito.
Mesmo que você tenha apenas cinco nós no circuito, já não será fácil resolver o problema
manualmente, então as alternativas podem ser o uso de software para resolver seu pro-
blema (MATLAB, por exemplo) no lugar de um conjunto demorado de cálculos manuais.
Adicionalmente, pacotes de análise de circuito como PSpice poderiam ser usados.
EXEMPLO 8.6.1
Quais são as restrições mais óbvias do Exemplo 8.5.1? A mais óbvia seria que
estamos restritos a considerar apenas carro, avião ou trem. Isso elimina outros meios,
como viajar a pé, a cavalo ou de ônibus. Outra restrição pode ser econômica, ainda que
em alguns casos isso não seja uma consideração. A duração da viagem também pode ser
uma restrição, ou a hora de chegada ao destino – por exemplo, se você precisar estar em
São Paulo até o meio-dia de uma data específica. Essas seriam as restrições mais óbvias.
8.7 Alternativas
Como se pode ter concluído na seção anterior, as alternativas são os diversos
métodos de alcançar suas metas. Metas indicam que um problema deve ser resolvido
e levam a um projeto de execução em particular. Alternativas são a forma como você
resolve os problemas (que técnicas deve usar) e como realizar um projeto específico
(novamente, que técnicas e/ou processos deve usar).
Quais são as alternativas para a resolução de um problema? Algumas alternati-
vas óbvias que podemos ter para todos os problemas seria utilizando técnicas manuais
(essa é, a propósito, a forma ainda usada em muitas disciplinas), técnicas com calcula-
doras ou usando um pacote de software específico. Alternativas adicionais seriam espe-
cíficas ao problema, como no caso dos circuitos, por exemplo. Aqui você poderia usar
uma combinação de técnicas manuais e MATLAB ou um pacote específico de análise de
circuitos como PSpice.
EXEMPLO 8.7.1
jáveis que a selecionada não tem, ou que tem em um nível mais fraco. Por exemplo,
podemos escolher um processo de resolução mais rápido que não seja tão exato
quanto um mais demorado. Vejamos os nossos exemplos.
Dado o problema do Exemplo 8.5.1, quais são os prós e contras óbvios? No cál-
culo da solução de um sistema complicado de equação manualmente versus usando um
computador, podemos tentar identificar os prós e contras. Antigamente, as soluções de
computador tendiam a não ser tão precisas ou tão precisamente realizadas quanto os
cálculos manuais. Atualmente, entretanto, cálculos no computador podem ser muito
mais precisos que os cálculos manuais mais cuidadosos, além de mais precisos que os
resultados gerados pelas calculadoras mais precisas. Então, os prós e contras óbvios en-
tre cálculo manual e cálculo em computadores consistem em cálculos manuais menos
precisos e extremamente mais lentos de executar. Na verdade, a partir de uma certa
complexidade, os cálculos manuais começam a nunca produzir resultados corretos.
Consequentemente, se você estiver disposto a arcar com perda de precisão e
velocidade de cálculo, você pode decidir resolver o problema manualmente. Nem todos
os problemas têm prós e contras simples. Às vezes, isso pode confundir mais que escla-
recer. Quando isso acontece, você deve procurar outras pessoas que possam ajudá-lo
com o processo de avaliação.
Obviamente, no processo de decisão informada com base em prós e contras,
precisamos conhecer todas as questões relevantes para cada uma das alternativas. Isso
significa que precisamos avaliar todos os pontos fortes e todas as limitações de cada
alternativa. A melhor forma de fazer isso é aderindo às restrições relevantes.
EXEMPLO 8.8.1
Para o exemplo 8.5.1, avalie cada alternativa na Figura 8.2 e escolha um conjun-
to apropriado de prós e contras.
Se sua meta ou restrição é viajar para outra cidade em uma quantidade mínima
de tempo, a viagem por trem pode ser a melhor opção se você morar perto da estação
de trem. Se não for esse o caso, você deve considerar o tempo de ida até a estação e de
retorno para casa. Isso pode aumentar o tempo da viagem em 3 horas ou mais em relação
aos outros modos de viagem. Se sua meta é redução de custos, a viagem de carro pode ser
a mais vantajosa. Deve ser considerado o desgaste do carro e o cuidado extra de dirigir
em estradas. Alugar um carro exige mais esforço do que o uso do seu próprio carro, sem
mencionar a dificuldade de encontrar um estacionamento na cidade de destino.
Exemplo 8.5.1
Figura 8.2 Tabela comparando custos, momentos de chegada e duração de cada alternativa.
Na verdade, essa parte do processo é um ciclo que não termina até que você al-
cance os resultados ou sinta que eles nunca serão alcançados. Na nossa experiência, a
maioria de nós acaba encontrando um resultado desejado, mas não necessariamente o
que buscávamos inicialmente.
8.10 Brainstorming
Esse é o processo pelo qual se determinam os diversos elementos da abordagem
sistêmica.
Uma pergunta óbvia, agora, é como poderemos determinar todas essas coisas se
elas não nos forem dadas inicialmente. A solução é uma técnica que provavelmente será
familiar a muitos dos leitores. Brainstorming é nada mais do que o desenvolvimento de
muitas ideias em um ambiente “livre”. A palavra-chave aqui é “livre”. No brainstorming,
permitimos que as ideias fluam livremente sem qualquer restrição. Começamos com
uma meta e, então, são apresentadas alternativas de como alcançá-la. A parte “livre”
vem de não discutir ou explicar as alternativas, que deve ser feita posteriormente. O
processo de apresentação de alternativas é bem similar a esse, podendo começar len-
tamente, chegar a um pico e desaparecer lentamente ao se exaurir a lista de possíveis
alternativas.