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Agora, vamos solidificar o que foi aprendido sobre Avaliação de Imóveis até o momento.
Para tanto, propomos um exercício hipotético de uma avaliação de imóvel urbano
pelo Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, através de tratamento por
fatores.
Confira a seguir!
Exemplo prático
Pretende-se avaliar para penhor uma residência localizada na Rua das Abelhas, n º 35,
lote 35, quadra A, bairro Jardim São Paulo, na cidade de São Paulo-SP (2ª zona –
IF=169,52 R$/m²).
Garagem;
Sala de estar e sala de jantar;
Cozinha;
Área de serviço;
Banheiro social;
4 quartos, sento 3 suítes;
Varanda.
RESOLUÇÃO
A partir dos dados já fornecidos, o primeiro passo para a resolução desse problema é a
escolha dos fatores de homogeneização que serão utilizados pelo modelo e, para isso, é
imprescindível conhecer as características do imóvel avaliando.
Fator de oferta
Fator localização
Esse fator pode ser obtido utilizando a relação entre índices fiscais conforme abaixo:
IFA
Fl =
IFD
1 160,60 169,52/160,60=1,056
2 165,06 169,52/165,06=1,027
3 169,52 169,52/169,52=1,000
4 160,82 169,52/160,82=0,884
5 191,82 169,52/191,82=0,884
6 191,82 169,52/191,82=0,884
Zonas Fatores
1ª Zona
Não se
5 15 30 Não se aplica
aplica
Residencial
Horizontal Popular
2ª Zona
3ª Zona
15 30 60 0,15 0,5
Residencial
Horizontal Padrão
Alto
– Fator testada
f
Fr
Ft = ( )
Fp
Dessa forma, sabendo que para imóveis localizados na 2ª zona residencial Fr=10m e
f=0,2, temos:
Tabela 3 – Fator testada
1 9 (10/9)0,2=1,021
2 5 (10/5)0,2=1,149
3 5 (10/5)0,2=1,149
4 7 (10/7)0,2=1,074
5 5 (10/5)0,2=1,149
6 5 (10/5)0,2=1,149
Avaliando 10 (10/10)0,2=1,000
– Fator profundidade
Pmˊın
Se 0,5.Pmín < Pe < Pmín, então Fp = ( ) ;
Pe
Dessa forma, sabendo que sabendo que para imóveis localizados na 2ª zona residencial
Pmín=25m, Pmáx=40m, p =0,5, temos:
Profundidade
Dados Fator profundidade – Fp
equivalente (m)
1 25 1,00
2 25 1,00
3 25 1,00
4 25 1,00
5 25 1,00
6 50 1/[(40/50+(1-40/50)*(40/50)0,5)]=0,344
Avaliando 25 1,00
Para esse fator, faremos uso os valores unitários publicados pelo caderno de Valores de
Edificações de Imóveis Urbanos do IBAPE/SP para eliminar as diferenças relativas aos
detalhes de acabamento entre diferentes imóveis da amostra.
Fpa,rústico,mínimo=0,409
Fpa,proletário,mínimo =0,624
Fpa,econômico,mínimo =0,919
Fator conservação
Para ajustar as diferenças entre a idade aparente e estado de conservação poderão ser
calculados os índices de depreciação, preferencialmente pelo Critério de Ross-Heidecke,
conforme a seguinte formulação:
Foc = R + K.(1 − R)
Idade referencial
1 – – – –
Residencial
2 10 70 10/70=14,28%
econômico
Residencial
3 10 70 10/70=14,28%
econômico
Residencial
4 8 60 08/60=13,33%
rústico
Residencial
5 20 70 20/70=28,57%
econômico
Residencial
6 30 60 30/60=50,00%
proletário
Residencial
Aval. 30 70 30/70=42,87%
econômico
De posse dos valores das tabelas anteriores, o fator de conservação para os imóveis
são:
Idade em % Valor
Estado de Coeficiente Fator conservação
Dados da vida residual
conserv. de Ross – K – Foc
referencial -R
1 – – – – –
2 14,28% E 0,20 0,754 0,2+0,754(1-
0,2)=0,8032
0,2+0,754(1-
3 14,28% E 0,20 0,754
0,2)=0,8032
0,2+0,754(1-
4 13,33% E 0,20 0,754
0,2)=0,8032
0,2+0,548(1-
5 28,57% F 0,20 0,548
0,2)=0,6384
0,2+0,296(1-
6 50,00% G 0,20 0,296
0,2)=0,4368
0,2+0,575(1-
Aval. 42,87% E 0,20 0,575
0,2)=0,6600
De acordo com o tratamento por fatores, o valor de uma edificação pode ser obtida por:
Vc = Ac .CUB.Ppa .Foc
Desse modo, de acordo com o SIDUSCON, sabendo que o custo unitário básico (CUB)
de uma residência do tipo multifamiliar de padrão normal em São Paulo é 1.431,53
R$/m², temos:
1 – – – – –
Valor do
Vr Vu
Dados terreno At (m²) Fl Ft Fp
(R$/m²) (R$/m²)
(R$)
1 90000,00 225 400,0 1,056 1,02 1,0000 430,40
1 430,40
2 327,68
3 320,16
331,20 120,99
4 460,59
5 332,74
6 115,63
Para esse passo, vale observar que o dado 6 não está contido no intervalo
0, 5.x < Vu < 2.x, isso nos mostra que a amostra não é satisfatória, então deveremos
Para isso, os valores críticos da amostra serão calculados conforme equação abaixo e
depois serão comparados com o valor crítico determinado pela tabela 13.
S 120, 99
S 120, 99
Conforme observado, o valor de Rinf é superior ao valor crítico para 6 elementos 1,73,
logo a amostra é insatisfatória e a média amostral não poderá ser usado para representar
o valor homogeneizado do terreno avaliando, conforme constatamos anteriormente.
1 430,40
2 327,68
4 460,59
5 332,74
Dessa vez todos os valores estão no intervalo 0, 5.x < Vu < 2.x.
S 66, 00
S 66, 00
Isso mostra que agora a amostra é satisfatória e média de R$ 374,31/m² poderá ser
usada para representar o valor homogeneizado do terreno avaliando.
Para o cálculo dos limites de confiança, segundo a Teoria Estatística das Pequenas
Amostras (n<30), temos:
Tabela 15 – Valor percentual para a distribuição “t” de para grau de liberdade n-1 e
grau de confiança “c”
Passo 07: Cálculo do campo de arbítrio
O campo de arbítrio é outro tipo de intervalo, que engloba uma variação de mais ou
menos 15% em torno do preço estimado, logo:
No entanto, esse intervalo só é usado para arbitrar o valor do avaliando caso haja
extrapolação do modelo, o que não é nosso caso.
Após o saneamento da amostra, iremos estimar o valor do imóvel avaliando, que deverá
ser a soma do valor do terreno e o valor da edificação.
Valor do terreno
O valor do terreno por meio do tratamento por fatores será calculado conforme
expressão a seguir:
Vu
Vt = ⋅ At
374, 31
Vt = ⋅ 250
[1 + (1 − 1) + (1 − 1) + (1 − 1)]
Vt = R$ 93.578,46
Valor da construção
Vc = Ac .CUB.Ppa .Foc
Vt = R$ 173.656,04
Valor total
VT=93.578,46+173.656,04 = R$ 267.234,50
VT = R$ 267.000,00
x
RESULTADO
Pois bem, avaliadores, esse foi um breve exemplo hipotético de como dever ser feita
uma avaliação de imóveis urbanos na prática, por meio do Tratamento por Fatores. E
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E se ainda ficou com alguma dúvida, deixe aqui nos comentários. Até o próximo post!
Fonte:
Dandara Viana
Engenheira Civil pela Universidade Federal do Piauí, engenheira de obra, perita
judicial e pós-graduanda em Avaliação, Auditoria e Perícias de Engenharia.
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