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Licenciaturas em

Finanças e Contabilidade/Gestão/Economia

GESTÃO DE ACTIVOS FINANCEIROS

Sebenta de Casos Práticos Resolvidos

Janeiro/2021
Luís Oliveira
1. TI. O quadro seguinte resume as taxas de rentabilidade estimadas para dois investimentos alternativos,
em dois cenários futuros admissíveis igualmente prováveis. Pretende-se que formule uma decisão de
investimento com base na maximização do valor da seguinte função de utilidade:

𝐸(𝑈) = 𝐸&𝑅! ( − 0.5 × 𝜎!"

Cenário desfavorável Cenário favorável


Investimento A -1% 5%
Investimento B -5% 10%
Resolução:
Cálculo da taxa de rentabilidade esperada dos investimentos:
E(rA) = (-1% + 5%) / 2 = 2%
E(rB) = (-5% + 10%) / 2 = 2.5%

Cálculo do desvio padrão da taxa de rentabilidade esperada dos investimentos:


s(rA) = {[(-1% - 2%)2 + (5% - 2%)2 ]/ 2}0.5 = 3%
s(rB) = {[(-5% - 2.5%)2 + (10% - 2.5%)2 ]/ 2}0.5 = 7.5%

Cálculo da utilidade esperada dos investimentos:


U(A) = 0.02 – 0.032/2 = 0.01955
U(B) = 0.025 – 0.0752/2 = 0.02219

A decisão óptima, tendo por base a função de utilidade do investidor, será o investimento B.

2. TI. Admita gerir uma carteira de acções da zona EUR com as seguintes componentes: acções industriais,
acções do sector financeiro e acções da nova economia. O quadro seguinte resume as previsões
efectuadas sobre a evolução dos três segmentos de mercado durante o próximo ano bem como a actual
composição da carteira de acções.

Acções Acções Sector Acções Nova


Indústria Financeiro Economia
Taxa de rentabilidade esperada - E(ri ) 5% 10% 20%
Desvio-padrão - s i 15% 20% 30%
Valor de mercado (Eur) 400,000 500,000 100,000

Considere uma taxa de juro sem risco igual a 2% ao ano e admita as seguintes correlações históricas
entre as taxas de rentabilidade dos diversos segmentos de mercado:

–2–
Acções Acções Sector Acções Nova
Indústria Financeiro Economia
Acções Indústria 1
Acções Sector Financeiro 0.8 1
Acções Nova Economia 0.0 0.5 1

a) Calcule a taxa de rentabilidade esperada e o desvio-padrão para a actual composição da carteira.


Resolução:
Cálculo da taxa de rentabilidade:
E (rp ) = 0.4 ´ 5% + 0.5 ´ 10% + 0.1 ´ 20% Û E (rp ) @ 9%

Cálculo do desvio padrão da taxa de rentabilidade:

(0.4 ´ 15% )2 + (0.5 ´ 20% )2 + (0.1 ´ 30% )2


s p = + 2 ´ 0.4 ´ 0.5 ´ 0.15 ´ 0.2 ´ 0.8 Û s p @ 16.462%
+ 2 ´ 0.5 ´ 0.1 ´ 0.2 ´ 0.3 ´ 0.5

b) Calcule o parâmetro beta da actual composição da carteira face ao índice FTSE World, sabendo que a
taxa de rentabilidade esperada para o índice é igual a 16% e que o parâmetro alpha de Jensen da carteira
é igual a 2%.
Resolução:
Parâmetro alpha de Jensen: a p = E (rp ) - E SML (rp )

[
2% = 9% - 2% + b p ´ (16% - 2% ) ]
b p @ 0.3571

c) O quadro seguinte define o desvio-padrão mínimo que é possível obter para três níveis de rendibilidade
distintos da carteira. Pretende-se que defina a taxa de rentabilidade esperada para o minimum variance
portfolio.

E (ri ) si
2% 14.636%
15% 20.341%
20% 30%
Resolução:
Equação da portfolio frontier: s p2 = a ´ E (rp ) 2 + b ´ E (rp ) + c , obriga à resolução do seguinte
sistema:

–3–
ì0.14636 2 = a ´ 0.02 2 + b ´ 0.02 + c
ï
í0.20341 = a ´ 0.15 + b ´ 0.15 + c
2 2

ï0.3 2 = a ´ 0.2 2 + b ´ 0.2 + c


î
ìc = 0.14636 2 - a ´ 0.02 2 - b ´ 0.02
ï
Û í0.203412 = a ´ 0.15 2 + b ´ 0.15 + 0.14636 2 - a ´ 0.02 2 - b ´ 0.02
ï0.3 2 = a ´ 0.2 2 + b ´ 0.2 + 0.14636 2 - a ´ 0.02 2 - b ´ 0.02
î
ì-
ï
Û í0.221 ´ a + 0.13 ´ b = 0.0199544
ï0.0396 ´ a + ´0.18 ´ b = 0.0685788
î
ì-
ï
Û í0.003978 ´ a + 0.0234 ´ b = 0.003591792
ï- 0.005148 ´ a + ´0.0234 ´ b = -0.008915244
î
ìa = 4.55
ï
Û íb = -0.62
ïc = 0.032
î
Então a equação do portfolio frontier vem,

s p2 = 4.55 ´ E (rp ) 2 - 0.62 ´ E (rp ) + 0.032


A determinação do minimum variance portfolio passa pela minimização desta função. Ou seja,
Mins p2 = 4.55 ´ E (rp ) 2 - 0.62 ´ E (rp ) + 0.032 ,

igualando as condições de primeira ordem (FOC) a zero é condição suficiente para encontrar um
mínimo da função,
ds p2
= 0 Û 2 ´ 4.55 ´ E (rp ) - 0.62 = 0 Û E (rmvp ) = 6.813%
dE (rp )

As condições de segunda ordem (SOC) são condição necessária para que 6.813% seja o mínimo da
função,
d 2s p2
> 0 Û 2 ´ 4.55 > 0 Û E (rmvp ) = 6.813%
dE (rp )
2

d) Defina a taxa de rentabilidade esperada da carteira óptima de acções com base na seguinte função de
utilidade: U p = E (rp ) - s p2 3 .

Resolução:
Pretendemos maximizar a nossa função de utilidade: U p = E (rp ) - s p2 3 , através da optimização do
valor esperado da taxa de rendibilidade e respectivo desvio padrão da carteira, tendo como restrição a
equação do portfolio frontier.

–4–
A maximização da função Lagrangeana, permite-nos atingir esse objectivo:
[ ] [
Max L = E (rp ) - s p2 3 + l 4.55 ´ E (rp ) 2 - 0.62 ´ E (rp ) + 0.032 - s p2
{E ( rp ),s p ,l }
]
FOC :
¶L
¶E (rp )
[ ]
= 0 Û 1 + l 9.1 ´ E (rp ) - 0.62 = 0

¶L 2 1
= 0 Û - s p - 2ls p = 0 Þ l = -
¶s p 3 3

Substituindo l na expressão da derivada em ordem ao valor esperado da taxa de rendibilidade, vem


1 0.62
1 - ´ 9 .1 ´ E ( r p ) + = 0 Û E (rp ) @ 39.78%
3 3

Resolução alternativa:
Uma vez que só temos uma restrição para o nosso problema de maximização da utilidade, seria mais
fácil substituir a restrição na função objectivo e, de seguida, tentar encontrar o respectivo máximo.
Vejamos,
1
3
[
Max U = E (rp ) - ´ 4.55E (rp ) - 0.62 E (rp ) + 0.032
2
]
FOC :
¶U 2 ´ 4.55E (rp ) + 0.62
= 0 Û 1- = 0 Û E (rp ) = 39.78%
¶E (rp ) 3

SOC :
¶ 2U 2 ´ 4.55
<0Û- = -3.033 < 0
¶E (rp ) 2 3

3. TI. O Fundo de Investimento GN pretende optimizar a composição da sua carteira de acções em três
grandes áreas geográficas: zona EUR, zona USD e zona CHF. O quadro seguinte resume as previsões
efectuadas sobre a evolução dos três segmentos de mercado durante o próximo ano bem como a actual
composição da carteira de acções do Fundo GN.

Acções Acções Acções


EUR USD CHF
Taxa de rendibilidade esperada1 - E (ri ) 10% 20% 15%
Desvio-padrão - s i 20% 30% 24%
Parâmetro beta2 - b i 0.805 1.78 1.29
Composição actual da carteira 50% 30% 20%

1
Calculada (em EUR) via equação da security market line.
2
Calculado face ao índice FTSE World.

–5–
Considere as seguintes correlações históricas entre as taxas de rentabilidade dos diversos segmentos de
mercado:

Acções Acções Acções


EUR USD CHF
Acções EUR 1
Acções USD 0.5 1
Acções CHF 0.7 0.3 1

Com base nos elementos anteriores, calculou-se a seguinte equação para a portfolio frontier:

s p2 = 4.2570 E (rp )2 - 1.0722 E (rp ) + 0.1046 .

a) Calcule o índice de Sharpe associado à actual composição da carteira de acções do Fundo GN, sabendo
que os Bilhetes do Tesouro a 1 ano estão actualmente cotados a 98.28%.
1
98,28% = Û r f = 1,75%
1 + rf
rGN = 50% ´ 10% + 30% ´ 20% + 20% ´ 15% = 14%
50% 2 ´ 20% 2 + 30% 2 ´ 30% 2 + 20% 2 ´ 24% 2 + 2 ´ 50% ´ 20% ´ 30% ´ 30% ´ 0,5
s GN =
+ 2 ´ 30% ´ 30% ´ 20% ´ 24% ´ 0,3 + 2 ´ 50% ´ 20% ´ 20% ´ 24% ´ 0,7
= 19,676%

14% - 1,75%
S= = 0,6226
19,676%

b) Calcule a taxa de rentabilidade esperada da combinação de acções com variância mínima.

Condição de 1ª ordem:

¶s p2
¶E rp[ ] = 0 Û 8.514E[r ] - 1.0722 = 0 Û E[r ] = 12.59%
mvp mvp

Condição de 2ª ordem:

¶ 2s p2
[ ]
> 0 Û 8.514 > 0 Û E rmvp = 12.59%
¶E rp[ ] 2

c) Analise a eficiência da actual composição da carteira de acções do Fundo GN. Qual a rentabilidade
máxima que é possível atingir para o actual nível de risco da carteira?

19,676% 2 = 4.2570 ´ E rp [ ] 2
[ ]
- 1.0722 ´ E rp + 0.1046 Û
[ ]
E rp = 14,53% Ú 10,65%

Logo, a carteira não é eficiente porque não é um portfolio de fronteira.

–6–
d) Verifique se a actual composição da carteira de acções do Fundo GN está completamente diversificada,
sabendo que o desvio padrão da taxa de rentabilidade do índice FTSE World é igual a 15%.

b GN = 50% ´ 0,805 + 30% ´ 1,78 + 20% ´ 1,29 = 1,1945


19,676 2 = 1,1945 2 ´ 15% 2 + s e2GN
s e2 = 0.0066 ¹ 0
GN

Logo a carteira não está completamente diversificada porque apresenta risco específico.

4. TI. Admita gerir uma carteira de acções da zona EUR com as seguintes componentes: acções industriais,
acções do sector financeiro e acções da nova economia. O quadro seguinte resume as previsões
efectuadas sobre a evolução dos três segmentos de mercado durante o próximo ano bem como a actual
composição da carteira de acções.

Acções Acções Acções Nova


Indústria Financeiro Economia
Taxa de rentabilidade esperada - E ri () 15% 20% 30%
Desvio-padrão - s i 20% 30% 50%
Composição actual da carteira 40% 50% 10%
Beta (calculado face ao índice FTSE World) 0.8 1.1 1.6

Considere as seguintes correlações históricas entre as taxas de rentabilidade dos diversos


segmentos de mercado:

Acções Acções Acções Nova


Indústria Financeiro Economia
Acções Indústria 1
Acções Sector Financeiro 0.5 1
Acções Nova Economia 0.2 0.3 1

Com base nos elementos anteriores deduziu-se a seguinte equação para a portfolio frontier:

s p2 = 9.7164 E (rp )2 - 3.2104 E (rp ) + 0.3028

O índice FTSE World possui uma taxa de rendibilidade esperada igual a 18% e um desvio-padrão igual a
21.6%.
a) Calcule a taxa de rentabilidade esperada e o desvio-padrão para a actual composição da carteira.

Resolução:
E ( rp ) = 0.4 ´ 0.15 + 0.5 ´ 0.2 + 0.1´ 0.3 = 19%

–7–
s p2 = 0.42 ´ 0.22 + 0.52 ´ 0.32 + 0.12 ´ 0.52 +
+2 ´ 0.4 ´ 0.5 ´ 0.2 ´ 0.3 ´ 0.5 +
+2 ´ 0.4 ´ 0.1´ 0.2 ´ 0.5 ´ 0.2 +
+2 ´ 0.5 ´ 0.1´ 0.3 ´ 0.5 ´ 0.3 =
= 4.95% Þ s p = 22.249%

b) Calcule o nível de risco do minimum variance portfolio

Resolução:

d éê9.7164 E ( rp ) - 3.2104 E ( rp ) + 0.3028ùú


2
ds p2
FOC : =0Û ë û =0
dE ( rp ) dE ( rp )
Û 2 ´ 9.7164 E ( rp ) - 3.2104 = 0 Û E ( rp ) = 16.5205%

s mvp
2
= 9.7162 ´ 0.1652052 - 3.2104 ´ 0.165205 + 0.3028 = 3.761%
s mvp = 19.393%

c) Calcule o índice de Treynor da actual carteira de acções sabendo que os Bilhetes do Tesouro a 1 ano se
encontram actualmente cotados a 98.28%. Interprete o resultado e comente a actual performance da
carteira face ao mercado.

Resolução:
100 100
98.28 = Ûr= - 1 = 1.75%
(1 + r )
1
98.28

b p = 0.4 ´ 0.8 + 0.5 ´1.1 + 0.1´1.6 = 1.03

0.19 - 0.0175
TI p = = 0.1675
1.03

0.18 - 0.0175
TI M = = 0.1625
1

Com base no índice de Treynor conclui-se que a carteira p apresenta melhor performance do que o mercado.
Isso significa que a carteira gera um excesso de rentabilidade face ao activo sem risco por unidade de risco
sistemático mais elevado do que a carteira de mercado.

d) Verifique se a actual composição da carteira é completamente diversificada.

Resolução:
Risco mercado = b p2s p2 = 1.032 ´ 0.2162 = 4.95%

–8–
0.0495 = 0.0495 + s e2p Û s e2p = 0 ® Carteira diversificada

e) Defina a taxa de rendibilidade esperada da composição óptima da carteira de acções com base na
[( )
seguinte função de utilidade: U p = exp E rp - 2s p2 . ]
Resolução:

max2 U = exp éë E ( rp ) - 2s p2 ùû
{E ( r ),s }
p p

s.a. s p2 = 9.7164 E ( rp ) - 3.2104 E ( rp ) + 0.3028


2

Û
max2 L = exp éë E ( rp ) - 2s p2 ùû + l éê9.7164 E ( rp ) - 3.2104 E ( rp ) + 0.3028 - s p2 ùú
2

{E ( rp ),s p ,l} ë û
ì ¶L
ï ¶E r = 0
ï ( p) ìexp é E ( rp ) - 2s p2 ù + 2 ´ 9.7164l E ( rp ) - 3.2104l = 0
ï ë û
ïï ¶L ï
Û í 2 = 0 Û í-2 exp éë E ( rp ) - 2s p2 ùû - l = 0
ï ¶s p ï
ïs p2 = 9.7164 E ( rp ) - 3.2104 E ( rp ) + 0.3028
2
ï ¶L
ï =0 î
ïî ¶l
ìexp é E ( rp ) - 2s p2 ù - 4 ´ 9.7164 E ( rp ) ´ exp é E ( rp ) - 2s p2 ù + 2 ´ 3.2104 exp é E ( rp ) - 2s p2 ù = 0
ï ë û ë û ë û
ï
Û íl = -2 exp éë E ( rp ) - 2s p ùû2

ï
ï-
î
ìexp é E ( rp ) - 2s p2 ù é1 - 4 ´ 9.7164 E ( rp ) + 2 ´ 3.2104 ù = 0
ïï ë ûë û
Û í-
ï-
ïî
ì1 - 4 ´ 9.7164 E ( rp ) + 2 ´ 3.2104 = 0 ì E ( rp ) = 19.09%
ïï ïï
Û í- Û í-
ï- ï-
ïî ïî

Havia uma outra forma, mais simples para resolver esta questão. Transformamos a função de utilidade
e substituímos a restrição na função objectivo. Vejamos,

[ ]
Max U = exp E (rp ) - 2s p2 Û Max U ' = Ln(U ) = E (rp ) - 2s p2 Û

Agora maximizamos U’ e substituímos a restrição na função objectivo

–9–
[
Max U ' = E (rp ) - 2 ´ 9.7164 E (rp ) - 3.2104 E (rp ) + 0.3028
2
]
FOC :
¶U '
= 0 Û 1 - 4 ´ 9.7164 E (rp ) - 2 ´ 3.2104 = 0 Û E (rp ) = 19.09%
¶E (rp )
SOC :
¶ 2U '
< 0 Û -4 ´ 9.7164 < 0
¶E (rp )
2

5. TI. Considere a seguinte informação relativa a 2 activos, X e Y.

X Y

E (ri ) 16% 8%

si 24% ?
Cov(X,Y) = s X ,Y 0.012

Correl(X,Y) = r X ,Y 0.5

A portfolio frontier de Markowitz, construída com base em todos os activos deste mercado (entre os
quais os activos X e Y), é dada pela seguinte equação:

s p2 = 4 E (rp )2 - 0.5E (rp ) + 0.02


a) Analise a eficiência de uma carteira composta por 25% X e 75% Y, identificando o ganho máximo
em termos de risco que se pode obter com o investimento numa carteira eficiente com a mesma
rentabilidade esperada.

Resolução:
Rendibilidade esperada da carteira:
E (rp ) = w X E (rX ) + wY E (rY ) = 0.25 ´ 0.16 + 0.75 ´ 0.08 = 10%

Desvio-padrão da rendibilidade do activo Y:


s X s Y r X ,Y = s X ,Y Û 0.24 ´ s Y ´ 0.5 = 0.012 Û s Y = 10%

Desvio-padrão da rendibilidade da carteira:

s p = s X2 w X2 + s Y2 wY2 + 2w X wY s X ,Y Û
s p = 0.24 2 ´ 0.25 2 + 0.12 ´ 0.75 2 + 2 ´ 0.25 ´ 0.75 ´ 0.012 = 11.715%

Desvio-padrão da rendibilidade de uma carteira de fronteira com rendibilidade esperada de 10%:

s *p = 4 ´ 0.12 - 0.5 ´ 0.1 + 0.02 = 10%

Como s *p < s p , a carteira não é de fronteira e logo não é eficiente.

– 10 –
Ganho máximo ao nível do risco: 11.715% - 10% = 1.715%

b) Calcule os valores em falta no quadro abaixo. Escolha, justificando, as melhores carteiras do ponto
de vista de um investidor que pretende juntar estas carteiras: (i) a uma carteira diversificada; (ii) a
uma carteira não diversificada.

A B C
E (ri ) 20.05% 12.5% 5%
si 31% 22% 6%
bi 1.5 0.75 0.15
se i
7.810% 16.094% ?
Índice de Sharpe ( SI ) 0.55 0.4318 0.3333
Índice de Treynor ( TI ) 0.11367 ? 0.13333
Alfa Jensen ( a ) -0.95% 0.50% ?
Appraisal Ratio ( AR ) -12.164% 3.107% 3.849%

E (rM ) ?
rf ?

Resolução:
Cáculo do índice de Treynor para o activo B e da taxa de juro sem risco:
E (rA ) - r f 0.2005 - r f
SI A = Û 0.55 = Û r f = 3%
sA 0.31
0.4318 ´ 0.22 0.125 - 0.03
TI B = = 0.1267 Ú TI B = = 0.1267
0.75 0.75

Cálculo da rendibilidade esperada do mercado, do alfa de Jensen e do risco específico da carteira


C:

a A = E (rA ) - [r f + (E (rM ) - r f )b A ] Û
- 0.0095 = 0.2005 - 0.03 - [E (rM ) - 0.03]´ 1.5 Û
E (rM ) = 15%

[ (
a C = E (rC ) - r f + E (rM ) - r f b C Û ) ]
a C = 0.05 - 0.03 - [0.15 - 0.03]´ 0.15
= 0.2%

aC 0.002
ARC = Û 0.03849 = Û s e = 5.196%
seC
se C
C

Escolha da carteira para investidor com carteira diversificada:


• TI => C (máximo excess return por unidade de risco sistemático)

– 11 –
• Alfa Jensen => B (máxima rentabilidade anormal)
Escolha da carteira para investidor com carteira não diversificada:
• SI => A (máximo excess return por unidade de risco total)
• AR => C (máxima rentabilidade anormal por unidade de risco específico)

c) A carteira A, situada sobre a Capital Market Line, tem E (rA ) = 11% e b A = 0.4 . Considerando que a
equação da Capital Market Line é dada por:
E CML (rp ) = 0.05 + 0.6s p

Determine a rendibilidade esperada e o desvio-padrão da carteira cópia de mercado e, se possível, a


composição da carteira A.

Resolução:
Nota: existem várias formas de obter a solução. A seguir apresenta-se uma possível.
Desvio-padrão da rentabilidade esperada da carteira A:
0.11 = 0.05 + 0.6 s A Û s A = 10%

Como a carteira está sobre a CML, então é composta apenas pela carteira cópia de mercado e pelo
activo sem risco. Sabendo que b f = 0 , b M = 1 e que,

b A = w f b f + wM b M Û
w f ´ 0 + wM ´ 1 = 0.4

Podemos determinar a composição da carteira A.


wM = b A = 40%
w f = 1 - wM = 60%

A taxa de juro sem risco pode ser encontrada por observação da equação da CML, 5%. Sendo a
rentabilidade da carteira A, uma média ponderada entre a taxa de juro sem risco e a rentabilidade
esperada da carteira cópia de mercado, podemos determinar este último valor,
E (rA ) = r f w f + E (rM )wM Û
0.11 = 0.05 ´ 0.6 + E (rM ) ´ 0.4 Û .
E (rM ) = 20%

Por fim, como a carteira cópia de mercado também se situa sobre a CML (aliás, é a única carteira
composta apenas por activo com risco sobre a CML), podemos obter o seu nível de risco:
E CML (rM ) = 0.05 + 0.6s M Û
0.2 = 0.05 + 0.6s M Û
s M = 25%

– 12 –
6. TI. Admita gerir o Fundo Euro 2010 o qual é constituído por uma carteira que tem por base
unicamente acções de três bolsas da Euronext: acções de empresas portuguesas, acções de empresas
francesas e acções de empresas holandesas. O quadro seguinte mostra as previsões efectuadas para
o próximo ano para cada um dos países, bem como o respectivo peso na carteira do fundo de cada
um dos países.

Portugal França Holanda


Taxa de rendibilidade esperada – E (ri ) 14% 15.5% 17%
Desvio Padrão - s i 20% 24% 28%
Beta (calculado face ao índice Euronext 100) 0.90 1.05 1.20
Peso na Carteira 20% 50% 30%

De acordo com os dados históricos foram obtidas as seguintes correlações entre as taxas de
rendibilidade dos diferentes mercados:

Portugal França Holanda


Portugal 1
França 0.7 1
Holanda 0.4 0.5 1

Com base nos dados anteriores deduziu-se a seguinte equação para a porftolio frontier associada aos
três mercados accionistas:
s p2 = 68.64957 ´ E (rp )2 - 20.29675 ´ E (rp ) + 1.535829

Considere ainda as seguintes informações:


• A taxa de rendibilidade esperada para o índice Euronext 100 é de 15% e o desvio padrão é de
19%;
• A taxa de juro sem risco encontra-se actualmente em 5%, não se prevendo alterações a longo
prazo.

a) Calcule os índices de Sharpe (IS) e de Treynor (IT) para a carteira do fundo Euro 2010 e analise a
performance da mesma face ao mercado.

Resolução
rc - rf rM - r f rc - r f rM - r f
ISc = ; IS M = ; ITc = ; ITM =
sc sM bc bM

E (rc ) = 14% ´ 20% + 15.5% ´ 50% + 17% ´ 30% = 15.65%

(20% )2 (20% )2 + (50%) 2 (24%) 2 + (30%) 2 (28%) 2 +


2(20%)(20%)(50%)(24%)0.7 +
sc =
2(20%)(20%)(30%)(28%)0.4 +
2(50%)(24%)(30%)(28%)0.5

s c = 20.626%

– 13 –
b c = 20% ´ 0.9 + 50% ´ 1.05 + 30% ´ 1.2 = 1.065

rM = 15%; r f = 5%
s M = 19%

IS carteira = 0.516
IS mercado = 0.526

IT carteira = 0.1
IT mercado = 0.1

b) Calcule a taxa de rendibilidade associada à carteira de variância mínima (minimum variance


portfolio).

Resolução

s = 68.64957 ´ E (rp ) - 20.29675 ´ E (rp ) + 1.535829


2
min
2
p
( )
E rp

Condição de 1ª ordem:
ds p2
= 0 Û 2 ´ 68.64957 E (rp ) - 20.29675 = 0 Û E (rp ) = 14.7829%
dE (rp )

A condição de 2ª ordem:

d 2s p2
>0Û 2 ´ 68.64957 > 0
dE (rp )
2

c) Verifique se a composição da carteira do fundo Euro 2010 é completamente diversificada.

Resolução

Desvio padrão da rendibilidade residual da carteira terá que ser igual a Zero:

s c2 = s M2 ´ b c2 + s e2c Û (20.626%) 2 = (19%) 2 ´ (1.065) 2 + s e2c Û s e2c = 0.0015985 ³ 0

A carteira não é completamente diversificada.

d) Sabendo que a carteira de tangência apresenta uma rendibilidade esperada de 15% e um desvio
padrão da rendibilidade de 19% e que o Fundo Euro 2010 tem a possibilidade de realizar aplicações
e financiamentos à taxa de juro sem risco, calcule o desvio padrão da taxa de rendibilidade para uma
carteira eficiente que apresente a mesma taxa de rendibilidade da carteira actual.

– 14 –
Resolução

Composição da carteira óptima, resultado de uma combinação entre o activo sem risco e a carteira de
tangência (T):

ïW f ´ 5% + WT ´ 15% = 15.65%ìWT = 106.5%


ì
í í
îW f + WT = 100%
ï îW f = -6.5%

Desvio padrão da taxa de rendibilidade da carteira óptima:

s c = (106.5%) 2 (19%) 2 = 20.35%.

7. TI. Apresenta-se de seguida um conjunto de informações relativas à performance no último ano


histórico dos Fundos X, Y e Z e do Mercado (doméstico) M.

Fundo X Fundo Y Fundo Z Mercado M


Rendibilidade 11.00% 14.00% 18.00% 15.00%
Desvio Padrão 15.00% 25.00% 30.00% 20.00%
Variância 2.25% 6.25% 9.00% 4.00%
Taxa do Investimento sem Risco 5.00%
Coeficiente de Determinação 44.44% 51.84% 87.11% 100.00%
Variância Sistemática 1.00% 3.24% 7.84% 4.00%
Coeficiente Beta 0.50 0.90 1.40 1.00
Índice de Sharpe 40.00% ? 43.33% 50.00%
Índice M2 -2.00% ? -1.33% 0.00%
Índice de Treynor 12.00% ? 9.29% 10.00%
Alfa de Jensen 1.00% ? -1.00% 0.00%
Appraisal Ratio 8.94% ? -9.28% n.a.

a) Determine as medidas de performance em falta para o Fundo Y?


Resposta:
IS = (14% – 5%)/25%=36%
M2 = [wY*×14% + (1 – wY*) × 5%] – 15%, com wY* = 20%/25% = 0.8, M2= –2.8%
IT = (14% – 5%)/0.9=0.1=10%
Alpha Jensen = 0%
Appraisal Ratio = 0%/sesp = 0%

b) “Entre os Fundos X e Z a melhor alternativa foi Z, porque foi o mais rentável, tendo inclusivamente

– 15 –
batido o mercado M”. Comente.
Resposta:
A) Como investimento isolado (relevância do risco total)
ISM=50% > ISZ=43% > ISX=50%
M2Z=-1.33% > M2X=-2%
Os fundos não bateram o Mercado! Foram os dois más apostas, sendo X a pior!

B) Como investimento integrado numa carteira diversificada (relevância do risco de mercado)


B1) Que permanece diversificada (Megafundo de Fundos)
ITX=12% > ITM=10% > ITZ=9.29%
X bateu o mercado, foi uma boa aposta; Z não bateu o mercado.
B2) Como portfolios de gestão activa
Appraisal ratioX=8.94%
X é candidato a posição longa (overweight) é uma boa aposta.
Appraisal ratioZ=-9.28%
Z é candidato a posição short (underweight). Má aposta.

8. TI. Admita a existência de um mercado cuja fronteira de portfolios de variância mínima (FPVM) é
dada pela seguinte expressão:

s p2 = 2 ´ E (rp )2 - 0.5 ´ E (rp ) + 0.05

Neste mercado existe um activo sem risco cuja taxa de rendibilidade é igual a 3%. A carteira cópia
de mercado apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 22.368%.

a) Exprima a expressão da capital market line para este mercado admitindo que não existem restrições
quanto a financiamentos nem aplicações à taxa de juro sem risco.

Resposta:

Desvio Padrão da carteira cópia:

[ ]
s M = sqrt 2 ´ (0.22368)2 - 0.5 ´ E (0.22368) + 0.05 = 0.19552

Expressão da CML:

é 0.22368 - 0.03 ù
E (rp ) = 0.03 + ê ´s P
ë 0.19552 úû
= 0.03 + 0.991 ´ s P

– 16 –
b) Admita agora que não é possível efectuar financiamentos à taxa de juro sem risco. Exprima a
expressão que reflecte a fronteira de carteiras eficientes nestas condições.

Resposta:

[
ì E (rp ) - 0.03] Ü E (rp ) £ 0.22368
ï
ïï 0.991
sP = í
[ ]
ïsqrt 2 ´ E (rp ) - 0.5 ´ E (rp ) + 0.05 Ü E (rp ) > 0.22368
ï 2

ïî

c) Nas condições da alínea anterior, qual a taxa de rendibilidade e o risco do minimum variance
portfolio deste mercado.

Resposta:

Nas condições da alínea anterior o minimum variance portfolio é constituído apenas por activo sem
risco. A taxa de rendibilidade é igual a 3% e o risco é igual a zero.

9. TI. Considere que a função de utilidade dum determinado investidor é dada pela seguinte expressão:
æ1ö
U (W ) = ç ÷ ´ e - aW
èaø
onde W representa o nível de riqueza e a uma constante 0<a<1.

a) Caracterize o perfil de risco do investidor quanto à aversão absoluta ao risco e quanto à aversão
relativa ao risco.

Resposta:

𝑈′(𝑊) =– 𝑒 !"#
𝑈 $$ (𝑊) = 𝑎 × 𝑒 !"#

𝑎 × 𝑒 !"#
𝐴𝐴𝑅 =– =𝑎
– 𝑒 !"#
𝐴𝑅𝑅 = 𝑊 × 𝑎

O investidor apresenta uma função de utilidade cuja AAR é constante e ARR é crescente, com
níveis crescentes de riqueza.

b) Comente criticamente e procure justificar a utilização de funções de utilidade baseadas apenas na


média e variância.

Resposta:

– 17 –
A utilidade esperada de um investimento financeiro depende do conjunto de retornos e probabilidades
associadas à ocorrência de cada um. Em certas condições a utilidade esperada pode depender apenas de
algumas estatísticas da distribuição de probabilidades dos retornos. Assim, é comum considerarem-se
preferências que apenas dependem da média e da variância da variál aleatória. Há várias formas de
justificar uma análise baseada apenas na média e variância.

A primeira justificação admite que a função de utilidade é quadrática do tipo

E(U)=E(W) – bs2W.

O problema com esta justificação é que a função quadrática apresenta propriedades pouco desejáveis,
como seja a de que o investidor averso ao risco atinge um nível máximo de saciedade financeira. Por
seu turno, as funções de utilidade quadráticas constituem uma boa aproximação à verdadeira função de
utilidade do investidor desde que os parâmetros da função de utilidade sejam recalculados à medida que
o nível de riqueza varia já que o argumento da ‘boa aproximação’ só é válido localmente.

Outra justificação é considerar o caso em que a riqueza apresenta uma distribuição que é completamente
caracterizada pela sua média e desvio padrão como, por exemplo, a distribuição normal, onde basta
conhecer aqueles dois parâmetros para podermos descrever toda a distribuição de probabilidades. Nestas
condições, a utilidade esperada (função crescente e côncava) de um activo com risco passa a depender
positivamente da do valor esperado da riqueza e negativamente da variância. Ao considerarmos a taxa
de rendibilidade esperada do activo e a respectiva variância como uma boa aproximação ao nível de
riqueza do investidor e respectiva variância, então é possível desenhar as curvas de indiferença
associadas ao perfil de risco do investidor e encontrar carteiras óptimas que maximizam o seu nível de
utilidade.

10. TI. Num determinado mercado sabe-se que a respectiva carteira cópia apresenta uma rendibilidade
esperada tripla da rendibilidade oferecida pelo activo sem risco. Sabendo que um investidor espera
obter uma rendibilidade anual de 20%, recorrendo a um financiamento de 50% à taxa de juro sem
risco e construindo uma carteira eficiente, determine:

a) A rendibilidade esperada da carteira cópia e a rendibilidade do activo sem risco.

Resposta:

ì
ï0.2 = R f ´ -0.5 + E (rM ) ´ 1.5 ì E (rM ) = 0.15
ï ï
í Ûí
ï E (rM ) ï R = 0.05
ïR f = î f
î 3

– 18 –
b) A composição, em valor monetário, de uma carteira eficiente caso pretendesse obter um ganho de
400EUR, partindo de um capital inicial de 5,000EUR.

Resposta:

Taxa de rendibilidade obtida = 400/5,000 = 0.08

0.08 = 0.03 ´ (1 - wM ) + 0.15 ´ wM


wM = 0.7 Þ w f = (1 - wM ) = 0.3

O valor inicialmente investido (= 5,000EUR) foi repartido por uma aplicação à taxa de juro sem
risco no valor de 1,500EUR e por um investimento na carteira cópia no valor de 3,500EUR.

c) A rendibilidade mínima exigida para a acção XPTO, que é transaccionada neste mercado e apresenta
um beta de 0.8 (se não resolveu a alínea a) considere uma taxa de juro sem risco igual a 3%).

Resposta:

Taxa de rendibilidade mínima exigida para um nível de risco sistemático igual a 0.8, vem

E (RXPTO ) = 0.05 + 0.8 ´ [0.15 - 0.05] = 0.13= 13%

d) A atitude a tomar, caso constatasse que a rendibilidade esperada para a acção XPTO era de 7%.
Apresente exemplos quantitativos do seu raciocínio.

Resposta:
Caso a rendibilidade da XPTO fosse de apenas 7% traduzia um nível de rendibilidade inferior ao
que o mercado espera em equilíbrio. Naturalmente a acção encontra-se sobreavaliada.
Provavelmente irá haver uma grande pressão de venda desta acção que fará o preço baixar até um
nível de rendibilidade de equilíbrio. Poderíamos desenvolver uma estratégia de venda a descoberto
da acção para podermos aproveitar um lucro decorrente do diferencial de preço de mercado versus
preço de equilíbrio.

Exemplo: Venda a descoberto de 10,000EUR de acção XPTO e Aplicação na carteira cópia de


10,000EUR. Retorno obtido = –1×7% + 1 × 15% = 8%, com investimento nulo.

– 19 –
11. TF. A tabela abaixo mostra os resultados obtidos por 2 gestores que seguiram estratégias de market
timing no último ano:

Número de meses em que rM > rf 372


Correctamente antecipado pelo gestor Alfa 200
Correctamente antecipado pelo gestor Ómega 205
Número de meses em que rM < rf 128
Correctamente antecipado pelo gestor Alfa 86
Correctamente antecipado pelo gestor Ómega 40

Admita que usou o modelo proposto por Treynor-Masuy para testar as capacidades de gestão activa dos
gestores através da seguinte regressão:

Rit = ai + bi (RMt - R ft ) + ci (RMt - R ft ) + e it


2

onde, Ri, RM e Rf designam a rendibilidade do fundo i, do mercado e do activo sem risco,


respectivamente, no momento t, e e it é o termo residual da regressão que reveste as propriedades
habituais de uma variável com valor esperado nulo e i.i.d. De acordo com os resultados observados, qual
deverá ser o sinal do parâmetro c para cada um dos gestores? Este parâmetro deverá apresentar um valor
superior para qual dos gestores? Justifique a sua resposta.

Resposta:

O sinal do parâmetro c deverá ser positivo apenas em caso de revelarem boa capacidade de anteciparem
os movimentos do mercado.

Seja P1 a percentagem de antecipações correctas em que rM > rf e P2 a percentagem de antecipações


correctas em que rM < rf. Então, para cada gestor teremos uma percentagem de antecipações correctas
igual a P1 + P2 – 1.

Gestor Alpha = 200/372 + 86/128 – 1 = 21%

Gestor Ómega = 205/372 + 40/128 – 1 = –14%

Conclui-se que o gestor Alpha deverá apresentar um sinal positivo para o parâmetro c; o gestor Ómega
deverá apresentar um sinal negativo para o parâmetro c.

– 20 –
12. TF. Apuraram-se as seguintes estimativas para 2 carteiras:

Carteira ap sep(*) bp
X 0.8% 15% 1.6
Y 1.3% 10% 0.8
(*) sep corresponde ao desvio padrão específico.

A carteira cópia apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 30% e um desvio padrão de 40%.
A taxa de juro sem risco é de 5%.

a) A partir da combinação das acções X e Y, forme uma carteira de gestão activa (active portfolio).

Resposta:

ARX = 0.008/0.152 = 0.3556

ARY = 0.013/0.12 = 1.3

ARX + ARY = 1.6556

WX = 0.3556/1.6556 = 0.2148 e WY = 0.7852

A carteira de gestão activa será composta por 21.48% na acção X e 78.52% na acção Y.

b) Apresente uma estimativa para a taxa de rendibilidade esperada da carteira de gestão activa.
Admita que o alpha e o beta desta carteira são iguais a 1.19% e 0.9718, respectivamente.

Resposta:

E(RA) = E(RA)SML + AlphaA = [5%+0.9718×(30%-5%)] + 1.19% = 30.485%

c) Nos pressupostos assumidos pelo modelo de Treynor-Black, qual deverá ser o peso da carteira de
gestão activa no combined portfolio? Admita um appraisal ratio para a carteira A igual a 1.653.

Resposta:

O combined portfolio deverá incluir carteira de gestão activa (A) e carteira cópia (M), representadas
da seguinte forma:

1.653
wA =
(0.3 - 0.05) = 1.058
0.16

Como beta de A é diferente de 1, temos que ajustar aquele peso,

1.058
w*A = = 1.027
1 + (1 - 0.9718) ´ 1.058

– 21 –
O combined portfolio deverá ser composto por (valores unitários) uma posição (longa) no active
portfolio de 1.027 e uma posição (curta) na carteira cópia de –0.027.

d) Verifique se o combined portfolio atrás construído consegue bater a carteira cópia. Admita um
desvio padrão para o combined portfolio igual a 39.81%.

Resolução:

Taxa de rendibilidade esperada do combined portfolio = 1.027 × 30.485% - 0.027 × 30% = 30.5%

Desvio padrão do combined portfolio = 39.81%

Sharpe do combined portfolio = (30.5% – 5%)/39.81% = 0.6405

Sharpe do market portfolio = (30% – 5%)/40% = 0.625

O combined portfolio apresenta um Sharpe Ratio superior ao market price of risk, logo poderá
expectavelmente bater a carteira cópia.

13. TF. Comente a seguinte afirmação: “O modelo de Treynor-Black procura sistematizar a gestão activa
de portfolios de uma forma relativamente objectiva e inovadora. No entanto, persistem sérias reservas e
grandes resistências, por parte dos gestores, face à implementação prática do modelo”

Resposta:
A resposta a esta questão deveria passar pelo enfoque dos seguintes tópicos:
- Descrição sumária do modelo e seus objectivos como modelo de gestão de portfolios
- Principais limitações que apresenta: identificação do portfolio de gestão activa (ineficiências do
mercado) e seu acompanhamento operacional (parâmetros e dimensão óptima)
- Referência aos elevados custos de gestão associados ao research activo de mercado: frequência da
estimação dos parâmetros da carteira de gestão activa e da de gestão passiva e identificação de activos
cujos preços se encontrem fora do equilíbrio.
- Referir, em contraposição, que as estratégias de gestão passiva ou indexada, são muito mais fáceis
de implementar e menos arriscadas do ponto de vista da avaliação do desempenho do gestor.

14. TF. Considerando os estilos de investimento sugeridos pelo modelo multi-factorial Fama-French 3
factores, de que forma se poderá verificar empiricamente se a gestão de determinado portfolio ou
conjunto de portfolios se insere num ou noutro estilo no âmbito da gestão activa de carteiras.

Resposta:

A resposta a esta questão deveria passar pelo enfoque dos seguintes tópicos:

– 22 –
- Caracterização do modelo multifactorial FF3F enfocando os factores explicativos: mercado, “valor” e
“dimensão”
- Identificação e caracterização dos dois estilos dominantes propostos implicitamente no modelo FF3F:
Value Investing e Growth Investing. Empiricamente, que vantagens apresenta cada um deles e qual o
fundamento para o prémio de risco num e noutro factor
- Sugerir possíveis ajustamentos ao modelo FF que permitam captar empiricamente o style investing de
uma equipa ou da indústria de gestão de portfolios como um todo: introdução de outros factores
explicativos (por exemplo, introdução de variáveis dummy para melhor captar os dois estilos de
investimento, introdução de um factor relativo à identificação do market timing, consideração de um
factor que permita captar o momentum (Carhart,1997), etc.) por fim poder-se-ia apresentar a formulação
do modelo teórico de regressão sugerido.

15. TI/TF. Suponha a existência de um modelo com 1 factor que descreve a rendibilidade de um mercado:

Ri = l0 + bi1l1 + ei

Conhecem-se a rendibilidade esperada e os coeficientes bi para os porfolios bem diversificados A e B:

E(Ri) bi
A 11.5% 0.5
B 45.5% 2.5

a) Como interpreta o valor do coeficiente bA=0.5?

Resposta:
O valor do coeficiente representa a sensibilidade da rendibilidade da acção A face a uma variação
unitária do factor.

b) Identifique os valores de l0 e l1 consistentes com o equilibrio neste mercado.

Resposta:
Chegamos ao valor dos factores através da resolução do seguinte sistema de equações admitindo
que o mercado se encontra e equilíbrio:

ì11.5% = l0 + 0.5 l1 ìl0 = 3%


ï ï
í Ûí
ï45.5% = l + 2.5 l ïl = 17%
î 0 1 î 1

c) Admita agora que existe uma carteira C com bC igual a 1.5 e taxa de rendibilidade esperada para o
próximo ano de 30%. Com os dados que dispõe, acha que é possível identificar alguma situação de
arbitragem? Explicite claramente o seu raciocínio.

– 23 –
Resposta:
Verifica-se que a rendibilidade da carteira C não está de acordo com o seu nível de risco sistemático.
De facto, a rendibilidade esperada de equilíbrio para uma carteira com bC = 1.5 deveria ser de 28.5%.
Chegamos ao valor de 28.5% através da recta do mercado que reflecte situações de equilíbrio,
E ( Ri ) = 3% + 1.5 ´17%
= 28.5%
Há aqui uma oportunidade de arbitragem construindo uma carteira (de arbitragem) de investimento
e risco nulos e rendibilidade esperada positiva, que se traduz na compra da carteira C e na venda (a
descoberto) de uma carteira com bi = 1.5 e rendibilidade esperada de 30%.
Uma carteira com estas características poderá ser construída com recurso a 0.5RA + 0.5RB. A carteira
de arbitragem, RP = RC – (0.5RA+0.5RB) tem investimento nulo, risco sistemático nulo e rendibilidade
esperada de 1.5% (= 30% – 28.5%), verifique.

16. TF. A Dra. Clara Branca das Neves (Dra. CBN) gere um fundo de acções da zona Euro no valor de
250 milhões de Euros. Analisou-se a performance do fundo gerido pela Dra. CBN no último ano com
recurso ao Market Model e ao F&F3F Model e apuraram-se os expressos na Tabela 1:

Market Model: E(Ri) = ci + biE(RM) + ei


F&F3F Model: E(Ri) = ai + b1iF1 + b2iF2 + b3iF3 + ei

Tabela 1

Market Model F&F3F Model

R-Square (Adj) 0.8431 0.9572


Nº Obs 252 252
ci/ai 0.000035** -0.000005
P-value (0.0365) (0.7888)
bi /b1i 1.047*** 0.831***
P-value (0.00000) (0.00000)
b2i 0.6645***
P-value (0.00111)
b3i 0.3140***
P-value (0.00050)
Estatisticamente significativo a *** 1%; ** 5%; * 10%. A carteira cópia do mercado
(M) é representada pelo índice DJ Eurostoxx50; SMB está representado pelos índices
DJ Small e Large caps; o HML está representado pelos índices DJ Value e DJ Growth.
F1 é o prémio de risco da carteira cópia, F2 o prémio de risco das Small vs Big e F3 é
o prémio de risco das High vs Low. Todos os índices estão referidos à zona Euro.
Observações diárias das cotações do fundo.

– 24 –
Como superior directo(a) da Dra. CBN, recomendaria a atribuição de um prémio de bom desempenho
pela performance registada no último ano?

Resposta:

A primeira questão que devemos colocar é a seguinte: Qual foi a rendibilidade obtida pela Dra CBN na
gestão do fundo no último ano? Não temos uma clara evidência de que de que tenha obtido uma
rendibilidade superior à da média do mercado. No entanto analisemos a performance da gestora com a
informação disponível: As regressões com o MM e com o FF3F (valores foram anualizados para uma
melhor intuição interpretativa).

(A) Usando o modelo MM:

A Dra CBN poderia reivindicar que o retorno em excesso decorreu da sua excepcional capacidade de
selecção de activos. Usando o modelo de mercado, podemos verificar se a gestora do fundo obteve um
desempenho superior.

Usando valores históricos diários de Ri, RM e RF, podemos determinar os valores de ci e de βi que,
permitiu estimar os seguintes coeficientes: ci=0.0035% (0.88% = 252 × 0.0035%, numa base
anualizada) e βi=1.05 ambos estatisticamente significativos, pelo menos, a um nível de 5%.

O CAPM considera apenas exposição ao risco de mercado. Podendo eventualmente existir outras fontes
potenciais de exposição ao risco, o retorno realizado poderá estar associados à exposição do fundo a
esses factores de risco ou ao valor acrescentado pela gestora. Os retornos que podem ser atribuídos à
capacidade do gestor são capturados pelo termo independente. Os resultados sugerem que a gestora do
fundo foi capaz de ultrapassar em cerca de 88 pontos base anuais o retorno esperado de uma carteira
com um beta de 1.05.

A questão-chave é se ela apenas teve sorte ou foi realmente capaz de adicionar valor com a sua gestão.
O p-value associado ao alfa é de 3.65%, indicando que para alcançar tais retornos por puro acaso seria
pouco provável. A restante rendibilidade terá ficado a dever-se à exposição do fundo ao risco de mercado
ou a outros factores não incluídos no modelo. Com efeito, o R2 de 0.84 diz-nos que 84% da variabilidade
diária dos retornos foram explicados pelo modelo.

De acordo com o MM e com base nos resultados acima referidos, parece que a gestora teve, durante o
último ano, uma boa capacidade de aumentar o retorno do fundo para além da exposição ao risco de
mercado.

(B) Usando o FF3F

Usando o FF3F, já temos algumas dúvidas em sustentar que a gestora foi capaz de bater o mercado em
88 pontos base anuais. O modelo FF3F é uma ‘ferramenta’ com a qual podemos melhor examinar essa
performance.

Voltámos a utilizar os valores diários históricos para construir a regressão do modelo FF3F. Neste caso,
efectuámos uma regressão de Ri contra F1=RM – Rf, F2=SMB e F3=HML para estimar os coeficientes ai,
b1, b2 e b3 associados aos factores explicativos propostos.

O resultado obtido foi o seguinte: ai= –0.0005% (−0.126% = 252 × 0.0005%, numa base anualizada),
b1=0.831, b2= 0.6645 e b3=0.314. Estes resultados indicam que a gestora do fundo provavelmente não
foi capaz de adicionar qualquer rendibilidade em excesso. Com efeito, a não significância estatística do
estimador do coeficiente ai não permite dizer que este é estatisticamente diferente de zero, no limite, até
obteve um retorno inferior ao que o mercado premiou devido à exposição ao risco.

– 25 –
Parece, assim, que o retorno anormal que verificamos pelo MM provavelmente pode ter acontecido por
acaso e associado em grande parte à exposição do fundo aos factores de risco SMB e HML e não à
superior capacidade da gestora. Finalmente, o Adj-R2 aumentou para 0.96 o que nos confirma que os
três factores de risco propostos explicam a quase totalidade das variações do retorno do fundo.

Em conclusão, parece que a Drª CBN não teve um mau desempenho e cumpriu com os ‘serviços
mínimos’. É de bom senso atribuir o bónus (se calhar não muito elevado) à gestora, mas manter o seu
desempenho no próximo ano sob (mais ou menos apertada) vigilância.

17. TI. Considere a seguinte informação relativa ao mercado de activos com risco:

Acção A Acção B
Taxa de rendibilidade esperada – E (ri ) 22.5% 7.5%
Desvio Padrão – s (r ) 40.7% 12.5%
Valor de Cotação (EUR) 0.5 2

Admita que só é possível investir nos activos com risco A e B. Neste mercado, a fronteira de portfolios com
variância mínima (portfolio frontier) é descrita pela seguinte equação:

s P2 = 5 ´ E (RP )2 - 0.5 ´ E (RP ) + 0.025

Responda às seguintes questões assinalando com um círculo a resposta que considere ser a mais correcta:

a) Neste mercado, um portfolio de fronteira apresenta


a. Variância mínima e taxa de rendibilidade esperada superior a 5%
b. Variância mínima e taxa de rendibilidade esperada superior ou igual a 5%
c. Variância mínima para uma dada taxa de rendibilidade esperada
d. Rendibilidade esperada máxima para uma dada variância
e. Variância mínima
Resposta:

Dado tratar-se de um mercado com apenas dois activos, qualquer combinação entre os activos é um
portfolio de fronteira e apresenta necessariamente variância mínima. Resposta mais correcta, alínea
c).

b) Supondo que um determinado investidor possui um portfolio com uma posição curta em 2,000
acções A e uma posição longa em 3,500 acções B, a taxa de rendibilidade esperada para este
portfolio é igual a,
a. 14.167%
b. 3.86%

– 26 –
c. 5.357%
d. taxa de rendibilidade esperada do mínimum variance portfolio
e. Nenhuma das anteriores respostas se encontra correcta porque não se trata de um portfolio
de fronteira
Resposta:

Vejamos, o balanço do investidor apresenta a seguinte posição:

Activos 3,500 Acç B × 2 EUR = 7,000 EUR


Passivo: 2,000 Acç A × 0.5 EUR = 1,000 EUR
Capital Próprio 6,000 EUR

A taxa de rendibilidade esperada deste portfolio vem,

E(Rp) = -1/6 × 22.5% + 7/6 × 7.5% = 5%

Por seu turno, a taxa de rendibilidade esperada do portfolio com variância mínima é igual a,

E(Rmvp) = 0.5/(2×5) = 5%

Resposta mais correcta, alínea d).

c) Neste mercado, um portfolio com uma variância igual a 0.025 apresenta uma taxa de rendibilidade
esperada igual a
a. Zero
b. Zero, no mínimo
c. 5%
d. Inferior a 5%
e. Não é possível responder porque não conhecemos a covariância entre os activos
Resposta:

Variância do portfolio = 0.025

Observando a expressão da FPVM, um portfolio com E(Rp) = 0, tem variância de 0.025. Como para
este nível de variância temos associadas duas taxas de rendibilidade esperadas, uma com
E(Rp)>E(Rmvp) e outra com E(Rp)<E(Rmvp), conclui-se que a taxa de rendibilidade mínima para
este nível de risco é igual a 0. Resposta mais correcta, alínea b).

d) Admitindo agora que existe um activo sem risco, cuja taxa de rendibilidade é igual a 3% e se admite
poder contrair empréstimos ou efectuar aplicações sem restrições, o market price of risk de uma carteira
eficiente é igual a
a. 48.2
b. 0.581

– 27 –
c. 0.482
d. 1.6
e. Dado que poderão existir várias carteiras eficientes para cada nível de risco, nenhuma das
anteriores respostas se encontra correcta
Resposta:
Sendo possível incluir o activo sem risco nas nossas decisões de investimento, o conjunto de carteiras
eficientes é dado pela recta (CAL), que é tangente à fronteira de portfolios de variância mínima num
ponto determinado (T), possui ordenada na origem igual à taxa de juro sem risco e representa o
conjunto de carteiras eficientes. A CAL que envolve combinações entre a carteira de tangência e a taxa
de juro sem risco é dada por:

é E (RT ) - R f ù
E (RP ) = 3% + ê ú ´s P
ë sT û

A taxa de rendibilidade esperada da carteira de tangência (T), pode ser calculada e é igual a,

2 B - AR f 2 ´ 0.025 - 0.5 ´ 0.03


E (RT ) = = = 17.5%
A - 2CR f 0.5 - 2 ´ 5 ´ 0.03

O desvio padrão vem,

s T = 5 ´ (0.175)2 - 0.5 ´ (0.175) + 0.03 = 30.1%

é17.5% - 3% ù
sendo
ê 30.1% ú = 0.482 , o market price of risk de qualquer carteira eficiente (apenas as que
ë û
envolvem carteira T e activo sem risco). Alínea c) é a resposta mais correcta.

e) Neste mercado existe um portfólio que apenas envolve activos com risco e oferece uma taxa de
rendibilidade esperada de 3%. Admitindo como válidos todos os pressupostos do CAPM, a co-variância
entre este portfolio e a carteira de tangência é
a. Positiva ou nula porque só apresenta risco específico
b. Negativa ou nula porque só apresenta risco específico
c. Nula porque não apresenta risco sistemático
d. Nula
e. Não dispomos de informação suficiente para responder.
Resposta:

O portfolio com taxa de rendibilidade de 3% apresenta covariância nula com a carteira de tangência
porque o seu beta, devido a apresentar uma taxa de rendibilidade esperada igual à do activo sem risco,
é necessariamente nulo. Logo, não apresenta risco de mercado, apenas risco específico. A resposta
mais correcta é a alínea c).

– 28 –
f) Admita que, neste mercado, à medida que aumenta a riqueza (W) dos investidores, se mantém constante
o valor absoluto que afectam à carteira de tangência. Uma função de utilidade consistente com este
perfil de risco poderá ser
a. U(W) = a + b ln(W), a e b constantes positivos.
b. U(W) = -e-aW, a constante positivo.
c. U(W) = (1/b) Wb, 0 < b < 1 e constante

(
d. U(W) = ln W - s W2 )
e. Nenhuma das funções de utilidade reveste as características de aversão ao risco destes
investidores
Resposta:

Os investidores deverão apresentar uma função de utilidade cuja 1ª derivada seja positiva (não
saciedade) e a segunda derivada seja negativa (aversão ao risco) e caracterizam-se por AAR constante
com níveis crescentes de riqueza implicando, necessariamente, ARR crescente. A função de utilidade
exponencial referida na opção b) reveste estas características. Vejamos,

U(W) = -e-aW, esta função é crescente e côncava uma vez que,


U’(W) = a e-aW > 0
U’’(W) = -a2 × e-aW < 0

AAR = a, constante com níveis crescentes de riqueza.


ARR = a W, crescente com níveis crescentes de riqueza.

Nenhuma das restantes funções reveste esta característica. A alínea mais correcta é a alínea b).

18. TI. Considere o gráfico abaixo onde se encontram representados a FPVM e a CML de um determinado
mercado:

– 29 –
a) Assumindo como válidos todos os pressupostos do modelo CAPM, e que a carteira M representa a
carteira cópia de mercado, represente graficamente a security market line deste mercado e posicione as
carteiras M, D, E, e F.

Resposta:

Cálculos Auxiliares:

[
Pelo CAPM (equação da security market line): E (RP ) = RF + E (RM ) - RF ´ b P ]
Carteira D: 9% = 6% + [12% - 6%]´ b D Û b D = 1 / 2
Carteira E: 11% = 6% + [12% - 6%]´ b E Û b E = 5 / 6
Carteira M: 12% = 6% + [12% - 6%]´ b M Û b M = 1
Carteira F: 14% = 6% + [12% - 6%]´ b F Û b F = 4 / 3

b) Apresente uma estimativa para o coeficiente de correlação linear entre a carteira D e a carteira cópia de
mercado.

Resposta:
O coeficiente de risco sistemático (beta) de um activo ou portfólio, é igual a

s PM r PM ´ s P ´ s M r PM ´ s P b ´s M
bP = = = Û r PM = P
sM 2
sM2
sM sP
Ou seja, como a carteira D apresenta um beta de 0.5 e um desvio-padrão de 33.7% e a carteira M um
desvio-padrão de 24%, o cálculo da co-variância entre D e M vem,
0.5 ´ 0.24
r DM = = 0.237
0.337

c) Calcule a co-variância entre a carteira F e a carteira E [se não resolveu a alínea a) admita uma co-
variância entre a carteira cópia de mercado e a carteira F de 0.0455 e uma co-variância entre a carteira

– 30 –
cópia de mercado e a carteira E de 0.0178]. Comente criticamente o resultado obtido.
Resposta:

Nos pressupostos do modelo CAPM, não existe correlação entre o risco específico das carteiras de
activos. Por outras palavras, pressupõe-se que o risco específico apenas se manifesta nos activos
individualmente considerados. Este pressuposto funciona em portfólios bem diversificados porque não
existe risco específico, o que não é o caso das carteiras E e F. Assim, o valor da co-variância entre os
portfolios E e F, com a informação de que dispomos, conduzir-nos-á necessariamente a uma estimativa
do limite inferior do seu verdadeiro valor.

s EF = b E ´ b F ´ s M2 Û s EF = 5 / 6 ´ 4 / 3 ´ 0.24 2 = 0.0284

19. TI. Classifique como verdadeira ou falsa e explique ou argumente, conforme o caso.

a) O CAPM estabelece que um portfólio com um beta de zero oferecerá uma rendibilidade esperada de
zero.

Resposta:

Falsa. A rendibilidade esperada de um portfolio com beta igual a zero será igual à taxa de juro sem risco

b) Um investidor que aplique 10 mil euros em BT e 20 mil euros na carteira cópia de mercado obterá um
beta de 2.

Resposta:

Falsa. O beta do portfolio (bp) será igual a 2/3:


10 20 2
bP = wf ´ b f + wf ´ bM Û bP = ´ 0 + ´ 1. 0 =
30 30 3

c) Os investidores exigem taxas de rendibilidade esperadas mais elevadas nos portfolios de acções que,
embora bem diversificados, são muito sensíveis ao risco macroeconómico.

Resposta:

Falsa. Os investidores exigem rendibilidades esperadas mais elevadas nas acções com maior
sensibilidade ao risco de mercado ou sistemático, o qual, por seu turno, já incorpora o risco
macroeconómico (reflectido na evolução da carteira cópia). As carteiras bem diversificadas já ‘diluíram’
a maior ou menor sensibilidade aos factores macroeconómicos (risco específico) apresentadas pelas
acções que as incorporam.

– 31 –
Também foram aceites as respostas que consideraram que o risco macroeconómico se encontra
reflectido na evolução da carteira cópia e, implicitamente, classificaram-no como risco sistemático ou
de mercado. Nestes termos a afirmação seria, portanto, verdadeira.

d) Comente justificadamente a seguinte afirmação: “O modelo CAPM apresenta características muito


interessantes do ponto de vista da sua utilização prática, porém os pressupostos sob os quais assenta
levantam algumas dúvidas quanto à sua fiabilidade e consistência”.

Resposta:

A resposta a esta questão deveria passar por uma abordagem que incidisse nos seguintes tópicos:
- Identificação dos pressupostos os mais importantes do modelo
- Referir as limitações decorrentes do mundo real
- Explicar como pode o modelo CAPM sobreviver mesmo tendo em conta as limitações
identificadas

20. TI. Assinale a resposta que considera ser a mais correcta:

a) Considere o seguinte cenário:


• Taxa de juro sem risco: 3%;
• Prémio de risco do mercado: 7%
• Rendibilidade observada da acção A: 13%
• Beta da acção A: 1.3
Neste cenário um investidor deveria:
A) Comprar a acção A porque está sobreavaliada
B) Vender a acção A porque está sobreavaliada
C) Vender a acção A porque está subavaliada
D) Comprar a acção A porque está subavaliada
E) Nenhuma das anteriores, uma vez que a acção A estás valorizada ao seu preço justo
Raciocínio:
E(R)SML = 3% + 7% × 1.3 = 12.1% < 13%, logo a acção está a oferecer uma rendibilidade superior à que
era esperada dado o seu nível de risco. Acção é atractiva, logo é de comprar.

b) Se investir 600EUR no activo A com beta de 1.2 e 400EUR num activo B com beta de 0.9, o risco total
deste investimento será quantas vezes superior ao risco total da carteira de mercado:
A) Exactamente 1.1 vezes
B) Pelo menos 1.08 vezes

– 32 –
C) No máximo 1.08 vezes
D) Pelo menos 1.1 vezes
E) Não é possível responder com base na informação disponibilizada
Raciocínio:
Risco desta carteira é igual a 0.6 × 1.2 + 0.4 × 0.9 = 1.08. Pelo menos 1.08 porque se trata apenas da
contribuição do risco sistemático.

c) O activo A apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 10% e um alfa de Jensen igual a 1%. A taxa
de rendibilidade esperada para o mercado é de 8% e a taxa de juro sem risco é de 5%. O beta do activo
A é:
A) 0.625
B) 1.667
C) 1.75
D) 0.5
E) Nenhuma destas hipóteses se encontra correcta
Raciocínio:
Sabendo que Alpha = E(R) – E(R)SML, então 10% - 1% = 5% + beta × 5% Û beta = 1.33.

d) Se a acção U tiver um beta que é o dobro do beta da acção P, é possível que o risco total da acção U seja
inferior ao da acção P?

Resposta:
É possível desde que o risco específico da carteira U seja tal que compense o dobro do risco sistemático
acção P. Podemos, então demonstrar,

s U2 = bU2 ´ s cópia
2
+ s e2 e s P2 = b P2 ´ s cópia
U
2
+ s e2
P

bU = 2 b P
bU2 ´ s cópia
2
+ s e2 < b P2 ´ s cópia
U
2
+ s e2
P

se 2
se 2

4 b P2 + U
< b P2 + 2 P

s cópia
2
s cópia
s e2 < s e2 - 3b P2 ´ s cópia
U P
2

– 33 –
21. TI. O mercado onde o comentador José Bastardo aplica as suas poupanças vai ser analisado através da
resposta às seguintes questões:

a) Considere que a seguinte portfolio frontier, construída com base em todos os activos com risco, é
dada pela seguinte equação:

s p2 = 4 E (rp )2 - 0.5E (rp ) + 0.02

Considere ainda que existe a possibilidade de efectuar financiamentos e aplicações à taxa de juro
sem risco de 4.5%. Identifique a taxa de rendibilidade esperada e o respectivo risco da carteira de
tangência e expresse a equação da fronteira eficiente global do mercado do comentador José
Bastardo.

Resposta:

Identificação da carteira de tangência:

Taxa de rendibilidade esperada:

é ¶E (rT ) ù é ¶E (rP ) ù
ê ¶s ú =ê ú
ë T û FEG ë ¶s P û FPVM , P =T

E (rT ) - 0.045 2 ´ 4 E (rT ) - 0.5 E (rT ) + 0.02


2

=
4 E (rT ) - 0.5 E (rT ) + 0.02
2 8 E (rT ) - 0.5

8 E (rT ) - E (rT ) + 0.04 = [8 E (rT ) - 0.5][E (rT ) - 0.045]


2

- E (rT ) + 0.04 = -0.36 E (rT ) + 0.0225

E (rT ) = 0.125 = 12.5%

Desvio-padrão:

s T = 4 ´ 0.1252 - 0.5 ´ 0.125 + 0.02 = 0.1414 = 14.1%

A expressão da Fronteira Eficiente Global (FEG), vem igual a:

0.125 - 0.045
E (rp ) = 0.045 + s p Û E (rp ) = 0.045 + 0.5658s p
0.1414

b) José Bastardo pretende investir 100 milhões de EUR num portfólio tal que maximize sua utilidade
esperada dada pela função: E(U) = E(r) – 1/2 s2. Proponha uma carteira ao Sr. Bastardo (não se
esqueça de detalhar a respectiva composição da carteira a propor).

Resposta:

– 34 –
Identificação da carteira óptima para o cliente Joe Bastardo:

max U = E (rp ) - 0.5s p2


{E (r );s }
p p

s.a. E (rp ) = 0.045 + 0.5658s p

[ ]
max L = E (rp ) - 0.5s p2 + l 0.045 + 0.5658s p - E (rp )
{E (r );s ;l }
p p

ì ¶L ì1 - l = 0 Þ l = 1
ï ¶E (r ) = 0 ï
ï p
ï
ï ¶L ï
Ûí = 0 Û í- 1s p + 0.5658l = 0 Þ s p = 0.5658
ï ¶s p ï
ï ¶L ï
ï =0 ï E (rp ) = 0.045 + 0.56582 Þ E (rp ) = 0.365
î ¶l î

A carteira a propor ao Sr. Bastardo apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 36.5% e um
desvio padrão de 56.58%.

A respectiva composição será:

0.365 = (1 - wT ) ´ 0.045 + wT ´ 0.125


wT = 4 Þ w f = -3

O Sr. Bastardo deverá contrair um financiamento de 300 milhões de EUR e investir 400 milhões de
EUR na carteira de tangência.

22. TI. Apresenta-se de seguida um conjunto de informações relativas à performance no último ano dos
Fundos Y e Z e do Mercado M:

Fundo Y Fundo Z Mercado M


Rendibilidade 15% 16% 14%
Desvio Padrão 25% 28% 20%
Variância 0.0625 0.0784 0.0400
Taxa de Activo sem Risco 6% 6% 6%
Coeficiente Beta 1.05 1.20 1.00
Indice de Sharpe (a) 0.357 0.4
Indice de Treynor 0.0857 (b) 0.08
Alfa de Jensen (c) 0.4% 0.0%
Information (Appraisal) Ratio (d) (e) (f)

Complete o quadro acima e identifique o fundo com melhor performance.

– 35 –
Resolução:

Fundo Y Fundo Z Mercado M


Rendibilidade 15% 16% 14%
Desvio Padrão 25% 28% 20%
Variância 0.0625 0.0784 0.04
Taxa de Activo sem Risco 6% 6% 6%
Coeficiente Beta 1.05 1.2 1
Indice de Sharpe 0.36 0.357 0.4
Indice de Treynor 0.0857 0.083333 0.08
Alfa de Jensen 0.006 0.40% 0.00%
Information (Appraisal) Ratio 0.044 0.028 n.a.

23. TF. Considere ter estimado, hoje, as seguintes taxas de juro spot com risco Tesouro:

Prazos: 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos


Taxas: 4.0% 4.4% 4.8% 5.0% 5.3%
Nota: taxas efectivas anuais (base actual/actual).

Admita ainda estar somente interessado em transaccionar as obrigações do Tesouro descritas no quadro
seguinte, com um cupão anual e cotadas em percentagem do par:

Taxa de Maturidade Valor de Valor de Duration Convexidade


cupão Transacção equilíbrio(1)
OT-A 8% 2 anos 106.78% 106.78% 1.93 anos 5.71
OT-B 3.5% 3 anos 96.50% 96.50% 2.90 anos 11.45
OT-C 5% 1 ano 100.96% 100.96% 1 ano 2
OT-D 4% 4 anos 96.55% 96.55% 3.77 anos 18.46
(1)
Soma actualizada dos cash flows futuros.

a) Admita possuir actualmente uma carteira composta por OT-A, com um valor nominal de
EUR900,000, e por OT-D, com um valor nominal de EUR400,000. Tal carteira foi constituída há 1
ano por forma a cobrir uma responsabilidade vencível daqui a 1 ano e no valor de EUR1,500,000. A
taxa spot com risco Tesouro a 2 anos era, há um ano atrás, de 4.1%. Reajuste a composição da carteira
de OT’s mediante uma estratégia de imunização convencional que minimize o “risco de processo
estocástico”.

Resolução:

Valor actual da carteira:


OT – A: EUR900,000 × (8% + 106.78%)
OT – D: EUR400,000 × (4% + 96.55%)
EUR 1,435,220
A estratégia de imunização convencional (ou clássica) é implementada assegurando que a duração (de
Fisher-Weil) da carteira é igual ao tempo em falta para o vencimento da responsabilidade, ou seja,
DFW C = h = 1 ano .

– 36 –
De entre as várias combinações possíveis, aquela que minimiza o risco de taxa de juro consiste em
investir a 100% numa obrigação sem cash flows intermédios (a OT-C). Tal significa adquirir o seguinte
valor nominal de OT-C:

EUR1,435,220
wc = 100% Þ VN (C ) = = 1,421,572.90 @ 1,421,572. 3
100.96%

b) Reformule a solução da alínea anterior mediante a implementação de uma estratégia de imunização


activa baseada numa expectativa de subida das taxas de juro e que maximize a convexidade da
carteira.

Resolução:

Face a uma expectativa de subida de taxas de juro, para que o efeito reinvestimento (positivo) suplante
o efeito preço (negativo), há que definir uma duration superior ao horizonte temporal de investimento:
𝐷𝐹𝑊% > 1 𝑎𝑛𝑜.

De forma a maximizar a aposta em tal expectativa, dever-se-á investir a 100% na obrigação com maior
duration: a OT-D, a qual maximiza também a convexidade da carteira (visto ser o título com maior
convexidade). Tal investimento traduz-se na aquisição do seguinte valor nominal da OT-D:

EUR1,435,220
wD = 100% Þ VN (D ) = = 1,486,504.40 @ 1,486,504.
96.55%

24. TF. Comente a seguinte afirmação e classifique-a como sendo verdadeira ou falsa: “Ao contrário da
Convexidade, a Duration é um bom indicador do risco de taxa de juro”.

Resposta:
A afirmação não está correcta porque ambas são indicadores (complementares) do risco de taxa de
juro que permitem, de uma forma muito aproximada, medir a sensibilidade do valor das obrigações,
ou dos portfolios de obrigações, face a variações das taxas de juro. A principal diferença entre estas
duas medidas de exposição do preço às variações das taxas de juro, é a de que Duration, construída
a partir da primeira derivada da função preço, capta uma muito maior parcela dessa exposição ao
risco de taxa de juro face à convexidade embora, por vezes, possa parecer o contrário devido ao
maior valor da convexidade face ao valor da Duration para uma mesma obrigação.

3
O arredondamento é efectuado para a unidade inferior visto não ser possível despender mais do que o valor de
mercado da carteira.

– 37 –
25. TF. Na data de negociação de 26 de Outubro de 2009 foram observadas as seguintes taxas de juro
efectivas anuais (base 30/360) para o risco Tesouro.

Prazo Taxas
2 Meses 3.721%
6 Meses 3.970%
8 Meses 4.067%
12 Meses 4.219%
2 anos 4.461%
3 anos 4.551%

A obrigação do Tesouro X, com uma taxa de cupão igual a 6% (base 30/360), fixo e com periodicidade
anual, foi emitida em 20 de Janeiro de 2006 com a maturidade de 6 anos. A OCA (Y), foi emitida ao par
pelo Tesouro em 29 de Junho de 2006 e maturidade de 4 anos, com uma taxa anual de cupão de 5%
(base30/360), capitalizável semestralmente.
Nota: Na base de calendário 30/360, número de dias decorridos entre 29/10/2009 e 20/1/2010 é igual a 81
e o número de dias decorridos entre 20/1/2009 e 20/1/2010 é igual a 360.

a) Calcule o valor de equilíbrio da obrigação X.

Sett_Date: 29 de Outubro de 2009


Nº de dias entre 29/10/2009 e 20/1/2010 (base 30/360): 81
Tempo em anos entre 29/10/2009 e 20/1/2010 (base 30/360): 81/360 = 0.225 anos

Cálculo do valor de equilíbrio:

Data tj CFj r(0,tj) VA(CFj)


20/01/2010 0.225 6% 3.765% 5.950%
20/01/2011 1.225 6% 4.273% 5.700%
20/01/2012 2.225 106% 4.481% 96.150%
B(0) 107.800%
Nota: Taxas spot obtidas por interpolação

b) Calcule a Duration da obrigação X.

Resolução:

6 6 106
0.225 + 1.225 + 2.225
(1.03765)'.))* (1.04273)+.))* (1.04481)).))*
𝐷𝐹𝑊& = = 2.06
107.80

– 38 –
c) Calcule o valor de equilíbrio da OCA (Y) e tome uma decisão de investimento sabendo que a mesma
se encontra cotada por 117.831% / 118.433%.

Resolução:

Sett_Date: 29 de Outubro de 2009


Data de Maturidade da obrigação: 29/6/2010
Tempo em anos entre 29/10/2009 e 29/6/2010 (base 30/360): 8/12 = 0.6667 anos

Cálculo do valor nominal da OCA (Y) no vencimento (valor com juros capitalizados ao semestre):

VN = 100% ´ (1 + 5% / 2 )
4´2
= 121.840%

Cálculo do valor de equilíbrio:

B(0) Y = 121.84% / (1.04067 )


8 / 12
= 118.645%

Decisão de Trading: Não Vender / Comprar

d) Constitua uma carteira que inclua as obrigações X e Y, com uma Duration de 1.8 anos e valor de
mercado de 5 milhões de Euros. Considere que a obrigação X se encontra cotada ao valor de
equilíbrio. Não se esqueça de apresentar os cálculos referentes ao peso relativo, ao valor investido
e ao valor nominal adquirido de cada obrigação.

Obrigação w DFW VNominal VMercado


X 81.3% 2.06 3,772,214 4,065,000
Y 18.7% 0.667 789,476 935,000
Carteira 100% 1.8 5,000,000

e) Admita que é o gestor de patrimónios e um cliente que o contratou para gerir uma responsabilidade de
5 milhões de Euros que vence dentro de 1.8 anos. Diga justificadamente se o portfólio constituído em
d). é apropriado para imunizar a responsabilidade do seu cliente?

Resposta:
Na alínea anterior, embora estivessemos perante um portfolio que cumpre o requisito referente ao matching
de durations, temos de ver qual é o valor actual da responsabilidade do nosso cliente para podermos
responder a esta questão. A taxa spot a 1.8 anos (interpolação, com os nós 2 anos e 1.225 anos) é igual
4.393%.

Valor Actual da Responsabilidade = 5,000,000/1.043931.8 = 4,627,661

Logo, o portfólio da alínea anterior. não é um portfólio imunizante apropriado.

– 39 –
Nas actuais condições de mercado, o portfólio imunizante viria,

Obrigação w DFW VNominal VMercado


X 81.3% 2.06 3,490,189 3,762,288
Y 18.7% 0.667 730,686 865,373
Carteira 100% 1.8 4,627,661

– 40 –

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