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Finanças e Contabilidade/Gestão/Economia
Janeiro/2021
Luís Oliveira
1. TI. O quadro seguinte resume as taxas de rentabilidade estimadas para dois investimentos alternativos,
em dois cenários futuros admissíveis igualmente prováveis. Pretende-se que formule uma decisão de
investimento com base na maximização do valor da seguinte função de utilidade:
A decisão óptima, tendo por base a função de utilidade do investidor, será o investimento B.
2. TI. Admita gerir uma carteira de acções da zona EUR com as seguintes componentes: acções industriais,
acções do sector financeiro e acções da nova economia. O quadro seguinte resume as previsões
efectuadas sobre a evolução dos três segmentos de mercado durante o próximo ano bem como a actual
composição da carteira de acções.
Considere uma taxa de juro sem risco igual a 2% ao ano e admita as seguintes correlações históricas
entre as taxas de rentabilidade dos diversos segmentos de mercado:
–2–
Acções Acções Sector Acções Nova
Indústria Financeiro Economia
Acções Indústria 1
Acções Sector Financeiro 0.8 1
Acções Nova Economia 0.0 0.5 1
b) Calcule o parâmetro beta da actual composição da carteira face ao índice FTSE World, sabendo que a
taxa de rentabilidade esperada para o índice é igual a 16% e que o parâmetro alpha de Jensen da carteira
é igual a 2%.
Resolução:
Parâmetro alpha de Jensen: a p = E (rp ) - E SML (rp )
[
2% = 9% - 2% + b p ´ (16% - 2% ) ]
b p @ 0.3571
c) O quadro seguinte define o desvio-padrão mínimo que é possível obter para três níveis de rendibilidade
distintos da carteira. Pretende-se que defina a taxa de rentabilidade esperada para o minimum variance
portfolio.
E (ri ) si
2% 14.636%
15% 20.341%
20% 30%
Resolução:
Equação da portfolio frontier: s p2 = a ´ E (rp ) 2 + b ´ E (rp ) + c , obriga à resolução do seguinte
sistema:
–3–
ì0.14636 2 = a ´ 0.02 2 + b ´ 0.02 + c
ï
í0.20341 = a ´ 0.15 + b ´ 0.15 + c
2 2
igualando as condições de primeira ordem (FOC) a zero é condição suficiente para encontrar um
mínimo da função,
ds p2
= 0 Û 2 ´ 4.55 ´ E (rp ) - 0.62 = 0 Û E (rmvp ) = 6.813%
dE (rp )
As condições de segunda ordem (SOC) são condição necessária para que 6.813% seja o mínimo da
função,
d 2s p2
> 0 Û 2 ´ 4.55 > 0 Û E (rmvp ) = 6.813%
dE (rp )
2
d) Defina a taxa de rentabilidade esperada da carteira óptima de acções com base na seguinte função de
utilidade: U p = E (rp ) - s p2 3 .
Resolução:
Pretendemos maximizar a nossa função de utilidade: U p = E (rp ) - s p2 3 , através da optimização do
valor esperado da taxa de rendibilidade e respectivo desvio padrão da carteira, tendo como restrição a
equação do portfolio frontier.
–4–
A maximização da função Lagrangeana, permite-nos atingir esse objectivo:
[ ] [
Max L = E (rp ) - s p2 3 + l 4.55 ´ E (rp ) 2 - 0.62 ´ E (rp ) + 0.032 - s p2
{E ( rp ),s p ,l }
]
FOC :
¶L
¶E (rp )
[ ]
= 0 Û 1 + l 9.1 ´ E (rp ) - 0.62 = 0
¶L 2 1
= 0 Û - s p - 2ls p = 0 Þ l = -
¶s p 3 3
Resolução alternativa:
Uma vez que só temos uma restrição para o nosso problema de maximização da utilidade, seria mais
fácil substituir a restrição na função objectivo e, de seguida, tentar encontrar o respectivo máximo.
Vejamos,
1
3
[
Max U = E (rp ) - ´ 4.55E (rp ) - 0.62 E (rp ) + 0.032
2
]
FOC :
¶U 2 ´ 4.55E (rp ) + 0.62
= 0 Û 1- = 0 Û E (rp ) = 39.78%
¶E (rp ) 3
SOC :
¶ 2U 2 ´ 4.55
<0Û- = -3.033 < 0
¶E (rp ) 2 3
3. TI. O Fundo de Investimento GN pretende optimizar a composição da sua carteira de acções em três
grandes áreas geográficas: zona EUR, zona USD e zona CHF. O quadro seguinte resume as previsões
efectuadas sobre a evolução dos três segmentos de mercado durante o próximo ano bem como a actual
composição da carteira de acções do Fundo GN.
1
Calculada (em EUR) via equação da security market line.
2
Calculado face ao índice FTSE World.
–5–
Considere as seguintes correlações históricas entre as taxas de rentabilidade dos diversos segmentos de
mercado:
Com base nos elementos anteriores, calculou-se a seguinte equação para a portfolio frontier:
a) Calcule o índice de Sharpe associado à actual composição da carteira de acções do Fundo GN, sabendo
que os Bilhetes do Tesouro a 1 ano estão actualmente cotados a 98.28%.
1
98,28% = Û r f = 1,75%
1 + rf
rGN = 50% ´ 10% + 30% ´ 20% + 20% ´ 15% = 14%
50% 2 ´ 20% 2 + 30% 2 ´ 30% 2 + 20% 2 ´ 24% 2 + 2 ´ 50% ´ 20% ´ 30% ´ 30% ´ 0,5
s GN =
+ 2 ´ 30% ´ 30% ´ 20% ´ 24% ´ 0,3 + 2 ´ 50% ´ 20% ´ 20% ´ 24% ´ 0,7
= 19,676%
14% - 1,75%
S= = 0,6226
19,676%
Condição de 1ª ordem:
¶s p2
¶E rp[ ] = 0 Û 8.514E[r ] - 1.0722 = 0 Û E[r ] = 12.59%
mvp mvp
Condição de 2ª ordem:
¶ 2s p2
[ ]
> 0 Û 8.514 > 0 Û E rmvp = 12.59%
¶E rp[ ] 2
c) Analise a eficiência da actual composição da carteira de acções do Fundo GN. Qual a rentabilidade
máxima que é possível atingir para o actual nível de risco da carteira?
19,676% 2 = 4.2570 ´ E rp [ ] 2
[ ]
- 1.0722 ´ E rp + 0.1046 Û
[ ]
E rp = 14,53% Ú 10,65%
–6–
d) Verifique se a actual composição da carteira de acções do Fundo GN está completamente diversificada,
sabendo que o desvio padrão da taxa de rentabilidade do índice FTSE World é igual a 15%.
Logo a carteira não está completamente diversificada porque apresenta risco específico.
4. TI. Admita gerir uma carteira de acções da zona EUR com as seguintes componentes: acções industriais,
acções do sector financeiro e acções da nova economia. O quadro seguinte resume as previsões
efectuadas sobre a evolução dos três segmentos de mercado durante o próximo ano bem como a actual
composição da carteira de acções.
Com base nos elementos anteriores deduziu-se a seguinte equação para a portfolio frontier:
O índice FTSE World possui uma taxa de rendibilidade esperada igual a 18% e um desvio-padrão igual a
21.6%.
a) Calcule a taxa de rentabilidade esperada e o desvio-padrão para a actual composição da carteira.
Resolução:
E ( rp ) = 0.4 ´ 0.15 + 0.5 ´ 0.2 + 0.1´ 0.3 = 19%
–7–
s p2 = 0.42 ´ 0.22 + 0.52 ´ 0.32 + 0.12 ´ 0.52 +
+2 ´ 0.4 ´ 0.5 ´ 0.2 ´ 0.3 ´ 0.5 +
+2 ´ 0.4 ´ 0.1´ 0.2 ´ 0.5 ´ 0.2 +
+2 ´ 0.5 ´ 0.1´ 0.3 ´ 0.5 ´ 0.3 =
= 4.95% Þ s p = 22.249%
Resolução:
s mvp
2
= 9.7162 ´ 0.1652052 - 3.2104 ´ 0.165205 + 0.3028 = 3.761%
s mvp = 19.393%
c) Calcule o índice de Treynor da actual carteira de acções sabendo que os Bilhetes do Tesouro a 1 ano se
encontram actualmente cotados a 98.28%. Interprete o resultado e comente a actual performance da
carteira face ao mercado.
Resolução:
100 100
98.28 = Ûr= - 1 = 1.75%
(1 + r )
1
98.28
0.19 - 0.0175
TI p = = 0.1675
1.03
0.18 - 0.0175
TI M = = 0.1625
1
Com base no índice de Treynor conclui-se que a carteira p apresenta melhor performance do que o mercado.
Isso significa que a carteira gera um excesso de rentabilidade face ao activo sem risco por unidade de risco
sistemático mais elevado do que a carteira de mercado.
Resolução:
Risco mercado = b p2s p2 = 1.032 ´ 0.2162 = 4.95%
–8–
0.0495 = 0.0495 + s e2p Û s e2p = 0 ® Carteira diversificada
e) Defina a taxa de rendibilidade esperada da composição óptima da carteira de acções com base na
[( )
seguinte função de utilidade: U p = exp E rp - 2s p2 . ]
Resolução:
max2 U = exp éë E ( rp ) - 2s p2 ùû
{E ( r ),s }
p p
Û
max2 L = exp éë E ( rp ) - 2s p2 ùû + l éê9.7164 E ( rp ) - 3.2104 E ( rp ) + 0.3028 - s p2 ùú
2
{E ( rp ),s p ,l} ë û
ì ¶L
ï ¶E r = 0
ï ( p) ìexp é E ( rp ) - 2s p2 ù + 2 ´ 9.7164l E ( rp ) - 3.2104l = 0
ï ë û
ïï ¶L ï
Û í 2 = 0 Û í-2 exp éë E ( rp ) - 2s p2 ùû - l = 0
ï ¶s p ï
ïs p2 = 9.7164 E ( rp ) - 3.2104 E ( rp ) + 0.3028
2
ï ¶L
ï =0 î
ïî ¶l
ìexp é E ( rp ) - 2s p2 ù - 4 ´ 9.7164 E ( rp ) ´ exp é E ( rp ) - 2s p2 ù + 2 ´ 3.2104 exp é E ( rp ) - 2s p2 ù = 0
ï ë û ë û ë û
ï
Û íl = -2 exp éë E ( rp ) - 2s p ùû2
ï
ï-
î
ìexp é E ( rp ) - 2s p2 ù é1 - 4 ´ 9.7164 E ( rp ) + 2 ´ 3.2104 ù = 0
ïï ë ûë û
Û í-
ï-
ïî
ì1 - 4 ´ 9.7164 E ( rp ) + 2 ´ 3.2104 = 0 ì E ( rp ) = 19.09%
ïï ïï
Û í- Û í-
ï- ï-
ïî ïî
Havia uma outra forma, mais simples para resolver esta questão. Transformamos a função de utilidade
e substituímos a restrição na função objectivo. Vejamos,
[ ]
Max U = exp E (rp ) - 2s p2 Û Max U ' = Ln(U ) = E (rp ) - 2s p2 Û
–9–
[
Max U ' = E (rp ) - 2 ´ 9.7164 E (rp ) - 3.2104 E (rp ) + 0.3028
2
]
FOC :
¶U '
= 0 Û 1 - 4 ´ 9.7164 E (rp ) - 2 ´ 3.2104 = 0 Û E (rp ) = 19.09%
¶E (rp )
SOC :
¶ 2U '
< 0 Û -4 ´ 9.7164 < 0
¶E (rp )
2
X Y
E (ri ) 16% 8%
si 24% ?
Cov(X,Y) = s X ,Y 0.012
Correl(X,Y) = r X ,Y 0.5
A portfolio frontier de Markowitz, construída com base em todos os activos deste mercado (entre os
quais os activos X e Y), é dada pela seguinte equação:
Resolução:
Rendibilidade esperada da carteira:
E (rp ) = w X E (rX ) + wY E (rY ) = 0.25 ´ 0.16 + 0.75 ´ 0.08 = 10%
s p = s X2 w X2 + s Y2 wY2 + 2w X wY s X ,Y Û
s p = 0.24 2 ´ 0.25 2 + 0.12 ´ 0.75 2 + 2 ´ 0.25 ´ 0.75 ´ 0.012 = 11.715%
– 10 –
Ganho máximo ao nível do risco: 11.715% - 10% = 1.715%
b) Calcule os valores em falta no quadro abaixo. Escolha, justificando, as melhores carteiras do ponto
de vista de um investidor que pretende juntar estas carteiras: (i) a uma carteira diversificada; (ii) a
uma carteira não diversificada.
A B C
E (ri ) 20.05% 12.5% 5%
si 31% 22% 6%
bi 1.5 0.75 0.15
se i
7.810% 16.094% ?
Índice de Sharpe ( SI ) 0.55 0.4318 0.3333
Índice de Treynor ( TI ) 0.11367 ? 0.13333
Alfa Jensen ( a ) -0.95% 0.50% ?
Appraisal Ratio ( AR ) -12.164% 3.107% 3.849%
E (rM ) ?
rf ?
Resolução:
Cáculo do índice de Treynor para o activo B e da taxa de juro sem risco:
E (rA ) - r f 0.2005 - r f
SI A = Û 0.55 = Û r f = 3%
sA 0.31
0.4318 ´ 0.22 0.125 - 0.03
TI B = = 0.1267 Ú TI B = = 0.1267
0.75 0.75
a A = E (rA ) - [r f + (E (rM ) - r f )b A ] Û
- 0.0095 = 0.2005 - 0.03 - [E (rM ) - 0.03]´ 1.5 Û
E (rM ) = 15%
[ (
a C = E (rC ) - r f + E (rM ) - r f b C Û ) ]
a C = 0.05 - 0.03 - [0.15 - 0.03]´ 0.15
= 0.2%
aC 0.002
ARC = Û 0.03849 = Û s e = 5.196%
seC
se C
C
– 11 –
• Alfa Jensen => B (máxima rentabilidade anormal)
Escolha da carteira para investidor com carteira não diversificada:
• SI => A (máximo excess return por unidade de risco total)
• AR => C (máxima rentabilidade anormal por unidade de risco específico)
c) A carteira A, situada sobre a Capital Market Line, tem E (rA ) = 11% e b A = 0.4 . Considerando que a
equação da Capital Market Line é dada por:
E CML (rp ) = 0.05 + 0.6s p
Resolução:
Nota: existem várias formas de obter a solução. A seguir apresenta-se uma possível.
Desvio-padrão da rentabilidade esperada da carteira A:
0.11 = 0.05 + 0.6 s A Û s A = 10%
Como a carteira está sobre a CML, então é composta apenas pela carteira cópia de mercado e pelo
activo sem risco. Sabendo que b f = 0 , b M = 1 e que,
b A = w f b f + wM b M Û
w f ´ 0 + wM ´ 1 = 0.4
A taxa de juro sem risco pode ser encontrada por observação da equação da CML, 5%. Sendo a
rentabilidade da carteira A, uma média ponderada entre a taxa de juro sem risco e a rentabilidade
esperada da carteira cópia de mercado, podemos determinar este último valor,
E (rA ) = r f w f + E (rM )wM Û
0.11 = 0.05 ´ 0.6 + E (rM ) ´ 0.4 Û .
E (rM ) = 20%
Por fim, como a carteira cópia de mercado também se situa sobre a CML (aliás, é a única carteira
composta apenas por activo com risco sobre a CML), podemos obter o seu nível de risco:
E CML (rM ) = 0.05 + 0.6s M Û
0.2 = 0.05 + 0.6s M Û
s M = 25%
– 12 –
6. TI. Admita gerir o Fundo Euro 2010 o qual é constituído por uma carteira que tem por base
unicamente acções de três bolsas da Euronext: acções de empresas portuguesas, acções de empresas
francesas e acções de empresas holandesas. O quadro seguinte mostra as previsões efectuadas para
o próximo ano para cada um dos países, bem como o respectivo peso na carteira do fundo de cada
um dos países.
De acordo com os dados históricos foram obtidas as seguintes correlações entre as taxas de
rendibilidade dos diferentes mercados:
Com base nos dados anteriores deduziu-se a seguinte equação para a porftolio frontier associada aos
três mercados accionistas:
s p2 = 68.64957 ´ E (rp )2 - 20.29675 ´ E (rp ) + 1.535829
a) Calcule os índices de Sharpe (IS) e de Treynor (IT) para a carteira do fundo Euro 2010 e analise a
performance da mesma face ao mercado.
Resolução
rc - rf rM - r f rc - r f rM - r f
ISc = ; IS M = ; ITc = ; ITM =
sc sM bc bM
s c = 20.626%
– 13 –
b c = 20% ´ 0.9 + 50% ´ 1.05 + 30% ´ 1.2 = 1.065
rM = 15%; r f = 5%
s M = 19%
IS carteira = 0.516
IS mercado = 0.526
IT carteira = 0.1
IT mercado = 0.1
Resolução
Condição de 1ª ordem:
ds p2
= 0 Û 2 ´ 68.64957 E (rp ) - 20.29675 = 0 Û E (rp ) = 14.7829%
dE (rp )
A condição de 2ª ordem:
d 2s p2
>0Û 2 ´ 68.64957 > 0
dE (rp )
2
Resolução
Desvio padrão da rendibilidade residual da carteira terá que ser igual a Zero:
d) Sabendo que a carteira de tangência apresenta uma rendibilidade esperada de 15% e um desvio
padrão da rendibilidade de 19% e que o Fundo Euro 2010 tem a possibilidade de realizar aplicações
e financiamentos à taxa de juro sem risco, calcule o desvio padrão da taxa de rendibilidade para uma
carteira eficiente que apresente a mesma taxa de rendibilidade da carteira actual.
– 14 –
Resolução
Composição da carteira óptima, resultado de uma combinação entre o activo sem risco e a carteira de
tangência (T):
b) “Entre os Fundos X e Z a melhor alternativa foi Z, porque foi o mais rentável, tendo inclusivamente
– 15 –
batido o mercado M”. Comente.
Resposta:
A) Como investimento isolado (relevância do risco total)
ISM=50% > ISZ=43% > ISX=50%
M2Z=-1.33% > M2X=-2%
Os fundos não bateram o Mercado! Foram os dois más apostas, sendo X a pior!
8. TI. Admita a existência de um mercado cuja fronteira de portfolios de variância mínima (FPVM) é
dada pela seguinte expressão:
Neste mercado existe um activo sem risco cuja taxa de rendibilidade é igual a 3%. A carteira cópia
de mercado apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 22.368%.
a) Exprima a expressão da capital market line para este mercado admitindo que não existem restrições
quanto a financiamentos nem aplicações à taxa de juro sem risco.
Resposta:
[ ]
s M = sqrt 2 ´ (0.22368)2 - 0.5 ´ E (0.22368) + 0.05 = 0.19552
Expressão da CML:
é 0.22368 - 0.03 ù
E (rp ) = 0.03 + ê ´s P
ë 0.19552 úû
= 0.03 + 0.991 ´ s P
– 16 –
b) Admita agora que não é possível efectuar financiamentos à taxa de juro sem risco. Exprima a
expressão que reflecte a fronteira de carteiras eficientes nestas condições.
Resposta:
[
ì E (rp ) - 0.03] Ü E (rp ) £ 0.22368
ï
ïï 0.991
sP = í
[ ]
ïsqrt 2 ´ E (rp ) - 0.5 ´ E (rp ) + 0.05 Ü E (rp ) > 0.22368
ï 2
ïî
c) Nas condições da alínea anterior, qual a taxa de rendibilidade e o risco do minimum variance
portfolio deste mercado.
Resposta:
Nas condições da alínea anterior o minimum variance portfolio é constituído apenas por activo sem
risco. A taxa de rendibilidade é igual a 3% e o risco é igual a zero.
9. TI. Considere que a função de utilidade dum determinado investidor é dada pela seguinte expressão:
æ1ö
U (W ) = ç ÷ ´ e - aW
èaø
onde W representa o nível de riqueza e a uma constante 0<a<1.
a) Caracterize o perfil de risco do investidor quanto à aversão absoluta ao risco e quanto à aversão
relativa ao risco.
Resposta:
𝑈′(𝑊) =– 𝑒 !"#
𝑈 $$ (𝑊) = 𝑎 × 𝑒 !"#
𝑎 × 𝑒 !"#
𝐴𝐴𝑅 =– =𝑎
– 𝑒 !"#
𝐴𝑅𝑅 = 𝑊 × 𝑎
O investidor apresenta uma função de utilidade cuja AAR é constante e ARR é crescente, com
níveis crescentes de riqueza.
Resposta:
– 17 –
A utilidade esperada de um investimento financeiro depende do conjunto de retornos e probabilidades
associadas à ocorrência de cada um. Em certas condições a utilidade esperada pode depender apenas de
algumas estatísticas da distribuição de probabilidades dos retornos. Assim, é comum considerarem-se
preferências que apenas dependem da média e da variância da variál aleatória. Há várias formas de
justificar uma análise baseada apenas na média e variância.
E(U)=E(W) – bs2W.
O problema com esta justificação é que a função quadrática apresenta propriedades pouco desejáveis,
como seja a de que o investidor averso ao risco atinge um nível máximo de saciedade financeira. Por
seu turno, as funções de utilidade quadráticas constituem uma boa aproximação à verdadeira função de
utilidade do investidor desde que os parâmetros da função de utilidade sejam recalculados à medida que
o nível de riqueza varia já que o argumento da ‘boa aproximação’ só é válido localmente.
Outra justificação é considerar o caso em que a riqueza apresenta uma distribuição que é completamente
caracterizada pela sua média e desvio padrão como, por exemplo, a distribuição normal, onde basta
conhecer aqueles dois parâmetros para podermos descrever toda a distribuição de probabilidades. Nestas
condições, a utilidade esperada (função crescente e côncava) de um activo com risco passa a depender
positivamente da do valor esperado da riqueza e negativamente da variância. Ao considerarmos a taxa
de rendibilidade esperada do activo e a respectiva variância como uma boa aproximação ao nível de
riqueza do investidor e respectiva variância, então é possível desenhar as curvas de indiferença
associadas ao perfil de risco do investidor e encontrar carteiras óptimas que maximizam o seu nível de
utilidade.
10. TI. Num determinado mercado sabe-se que a respectiva carteira cópia apresenta uma rendibilidade
esperada tripla da rendibilidade oferecida pelo activo sem risco. Sabendo que um investidor espera
obter uma rendibilidade anual de 20%, recorrendo a um financiamento de 50% à taxa de juro sem
risco e construindo uma carteira eficiente, determine:
Resposta:
ì
ï0.2 = R f ´ -0.5 + E (rM ) ´ 1.5 ì E (rM ) = 0.15
ï ï
í Ûí
ï E (rM ) ï R = 0.05
ïR f = î f
î 3
– 18 –
b) A composição, em valor monetário, de uma carteira eficiente caso pretendesse obter um ganho de
400EUR, partindo de um capital inicial de 5,000EUR.
Resposta:
O valor inicialmente investido (= 5,000EUR) foi repartido por uma aplicação à taxa de juro sem
risco no valor de 1,500EUR e por um investimento na carteira cópia no valor de 3,500EUR.
c) A rendibilidade mínima exigida para a acção XPTO, que é transaccionada neste mercado e apresenta
um beta de 0.8 (se não resolveu a alínea a) considere uma taxa de juro sem risco igual a 3%).
Resposta:
Taxa de rendibilidade mínima exigida para um nível de risco sistemático igual a 0.8, vem
d) A atitude a tomar, caso constatasse que a rendibilidade esperada para a acção XPTO era de 7%.
Apresente exemplos quantitativos do seu raciocínio.
Resposta:
Caso a rendibilidade da XPTO fosse de apenas 7% traduzia um nível de rendibilidade inferior ao
que o mercado espera em equilíbrio. Naturalmente a acção encontra-se sobreavaliada.
Provavelmente irá haver uma grande pressão de venda desta acção que fará o preço baixar até um
nível de rendibilidade de equilíbrio. Poderíamos desenvolver uma estratégia de venda a descoberto
da acção para podermos aproveitar um lucro decorrente do diferencial de preço de mercado versus
preço de equilíbrio.
– 19 –
11. TF. A tabela abaixo mostra os resultados obtidos por 2 gestores que seguiram estratégias de market
timing no último ano:
Admita que usou o modelo proposto por Treynor-Masuy para testar as capacidades de gestão activa dos
gestores através da seguinte regressão:
Resposta:
O sinal do parâmetro c deverá ser positivo apenas em caso de revelarem boa capacidade de anteciparem
os movimentos do mercado.
Conclui-se que o gestor Alpha deverá apresentar um sinal positivo para o parâmetro c; o gestor Ómega
deverá apresentar um sinal negativo para o parâmetro c.
– 20 –
12. TF. Apuraram-se as seguintes estimativas para 2 carteiras:
Carteira ap sep(*) bp
X 0.8% 15% 1.6
Y 1.3% 10% 0.8
(*) sep corresponde ao desvio padrão específico.
A carteira cópia apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 30% e um desvio padrão de 40%.
A taxa de juro sem risco é de 5%.
a) A partir da combinação das acções X e Y, forme uma carteira de gestão activa (active portfolio).
Resposta:
A carteira de gestão activa será composta por 21.48% na acção X e 78.52% na acção Y.
b) Apresente uma estimativa para a taxa de rendibilidade esperada da carteira de gestão activa.
Admita que o alpha e o beta desta carteira são iguais a 1.19% e 0.9718, respectivamente.
Resposta:
c) Nos pressupostos assumidos pelo modelo de Treynor-Black, qual deverá ser o peso da carteira de
gestão activa no combined portfolio? Admita um appraisal ratio para a carteira A igual a 1.653.
Resposta:
O combined portfolio deverá incluir carteira de gestão activa (A) e carteira cópia (M), representadas
da seguinte forma:
1.653
wA =
(0.3 - 0.05) = 1.058
0.16
1.058
w*A = = 1.027
1 + (1 - 0.9718) ´ 1.058
– 21 –
O combined portfolio deverá ser composto por (valores unitários) uma posição (longa) no active
portfolio de 1.027 e uma posição (curta) na carteira cópia de –0.027.
d) Verifique se o combined portfolio atrás construído consegue bater a carteira cópia. Admita um
desvio padrão para o combined portfolio igual a 39.81%.
Resolução:
Taxa de rendibilidade esperada do combined portfolio = 1.027 × 30.485% - 0.027 × 30% = 30.5%
O combined portfolio apresenta um Sharpe Ratio superior ao market price of risk, logo poderá
expectavelmente bater a carteira cópia.
13. TF. Comente a seguinte afirmação: “O modelo de Treynor-Black procura sistematizar a gestão activa
de portfolios de uma forma relativamente objectiva e inovadora. No entanto, persistem sérias reservas e
grandes resistências, por parte dos gestores, face à implementação prática do modelo”
Resposta:
A resposta a esta questão deveria passar pelo enfoque dos seguintes tópicos:
- Descrição sumária do modelo e seus objectivos como modelo de gestão de portfolios
- Principais limitações que apresenta: identificação do portfolio de gestão activa (ineficiências do
mercado) e seu acompanhamento operacional (parâmetros e dimensão óptima)
- Referência aos elevados custos de gestão associados ao research activo de mercado: frequência da
estimação dos parâmetros da carteira de gestão activa e da de gestão passiva e identificação de activos
cujos preços se encontrem fora do equilíbrio.
- Referir, em contraposição, que as estratégias de gestão passiva ou indexada, são muito mais fáceis
de implementar e menos arriscadas do ponto de vista da avaliação do desempenho do gestor.
14. TF. Considerando os estilos de investimento sugeridos pelo modelo multi-factorial Fama-French 3
factores, de que forma se poderá verificar empiricamente se a gestão de determinado portfolio ou
conjunto de portfolios se insere num ou noutro estilo no âmbito da gestão activa de carteiras.
Resposta:
A resposta a esta questão deveria passar pelo enfoque dos seguintes tópicos:
– 22 –
- Caracterização do modelo multifactorial FF3F enfocando os factores explicativos: mercado, “valor” e
“dimensão”
- Identificação e caracterização dos dois estilos dominantes propostos implicitamente no modelo FF3F:
Value Investing e Growth Investing. Empiricamente, que vantagens apresenta cada um deles e qual o
fundamento para o prémio de risco num e noutro factor
- Sugerir possíveis ajustamentos ao modelo FF que permitam captar empiricamente o style investing de
uma equipa ou da indústria de gestão de portfolios como um todo: introdução de outros factores
explicativos (por exemplo, introdução de variáveis dummy para melhor captar os dois estilos de
investimento, introdução de um factor relativo à identificação do market timing, consideração de um
factor que permita captar o momentum (Carhart,1997), etc.) por fim poder-se-ia apresentar a formulação
do modelo teórico de regressão sugerido.
15. TI/TF. Suponha a existência de um modelo com 1 factor que descreve a rendibilidade de um mercado:
Ri = l0 + bi1l1 + ei
E(Ri) bi
A 11.5% 0.5
B 45.5% 2.5
Resposta:
O valor do coeficiente representa a sensibilidade da rendibilidade da acção A face a uma variação
unitária do factor.
Resposta:
Chegamos ao valor dos factores através da resolução do seguinte sistema de equações admitindo
que o mercado se encontra e equilíbrio:
c) Admita agora que existe uma carteira C com bC igual a 1.5 e taxa de rendibilidade esperada para o
próximo ano de 30%. Com os dados que dispõe, acha que é possível identificar alguma situação de
arbitragem? Explicite claramente o seu raciocínio.
– 23 –
Resposta:
Verifica-se que a rendibilidade da carteira C não está de acordo com o seu nível de risco sistemático.
De facto, a rendibilidade esperada de equilíbrio para uma carteira com bC = 1.5 deveria ser de 28.5%.
Chegamos ao valor de 28.5% através da recta do mercado que reflecte situações de equilíbrio,
E ( Ri ) = 3% + 1.5 ´17%
= 28.5%
Há aqui uma oportunidade de arbitragem construindo uma carteira (de arbitragem) de investimento
e risco nulos e rendibilidade esperada positiva, que se traduz na compra da carteira C e na venda (a
descoberto) de uma carteira com bi = 1.5 e rendibilidade esperada de 30%.
Uma carteira com estas características poderá ser construída com recurso a 0.5RA + 0.5RB. A carteira
de arbitragem, RP = RC – (0.5RA+0.5RB) tem investimento nulo, risco sistemático nulo e rendibilidade
esperada de 1.5% (= 30% – 28.5%), verifique.
16. TF. A Dra. Clara Branca das Neves (Dra. CBN) gere um fundo de acções da zona Euro no valor de
250 milhões de Euros. Analisou-se a performance do fundo gerido pela Dra. CBN no último ano com
recurso ao Market Model e ao F&F3F Model e apuraram-se os expressos na Tabela 1:
Tabela 1
– 24 –
Como superior directo(a) da Dra. CBN, recomendaria a atribuição de um prémio de bom desempenho
pela performance registada no último ano?
Resposta:
A primeira questão que devemos colocar é a seguinte: Qual foi a rendibilidade obtida pela Dra CBN na
gestão do fundo no último ano? Não temos uma clara evidência de que de que tenha obtido uma
rendibilidade superior à da média do mercado. No entanto analisemos a performance da gestora com a
informação disponível: As regressões com o MM e com o FF3F (valores foram anualizados para uma
melhor intuição interpretativa).
A Dra CBN poderia reivindicar que o retorno em excesso decorreu da sua excepcional capacidade de
selecção de activos. Usando o modelo de mercado, podemos verificar se a gestora do fundo obteve um
desempenho superior.
Usando valores históricos diários de Ri, RM e RF, podemos determinar os valores de ci e de βi que,
permitiu estimar os seguintes coeficientes: ci=0.0035% (0.88% = 252 × 0.0035%, numa base
anualizada) e βi=1.05 ambos estatisticamente significativos, pelo menos, a um nível de 5%.
O CAPM considera apenas exposição ao risco de mercado. Podendo eventualmente existir outras fontes
potenciais de exposição ao risco, o retorno realizado poderá estar associados à exposição do fundo a
esses factores de risco ou ao valor acrescentado pela gestora. Os retornos que podem ser atribuídos à
capacidade do gestor são capturados pelo termo independente. Os resultados sugerem que a gestora do
fundo foi capaz de ultrapassar em cerca de 88 pontos base anuais o retorno esperado de uma carteira
com um beta de 1.05.
A questão-chave é se ela apenas teve sorte ou foi realmente capaz de adicionar valor com a sua gestão.
O p-value associado ao alfa é de 3.65%, indicando que para alcançar tais retornos por puro acaso seria
pouco provável. A restante rendibilidade terá ficado a dever-se à exposição do fundo ao risco de mercado
ou a outros factores não incluídos no modelo. Com efeito, o R2 de 0.84 diz-nos que 84% da variabilidade
diária dos retornos foram explicados pelo modelo.
De acordo com o MM e com base nos resultados acima referidos, parece que a gestora teve, durante o
último ano, uma boa capacidade de aumentar o retorno do fundo para além da exposição ao risco de
mercado.
Usando o FF3F, já temos algumas dúvidas em sustentar que a gestora foi capaz de bater o mercado em
88 pontos base anuais. O modelo FF3F é uma ‘ferramenta’ com a qual podemos melhor examinar essa
performance.
Voltámos a utilizar os valores diários históricos para construir a regressão do modelo FF3F. Neste caso,
efectuámos uma regressão de Ri contra F1=RM – Rf, F2=SMB e F3=HML para estimar os coeficientes ai,
b1, b2 e b3 associados aos factores explicativos propostos.
O resultado obtido foi o seguinte: ai= –0.0005% (−0.126% = 252 × 0.0005%, numa base anualizada),
b1=0.831, b2= 0.6645 e b3=0.314. Estes resultados indicam que a gestora do fundo provavelmente não
foi capaz de adicionar qualquer rendibilidade em excesso. Com efeito, a não significância estatística do
estimador do coeficiente ai não permite dizer que este é estatisticamente diferente de zero, no limite, até
obteve um retorno inferior ao que o mercado premiou devido à exposição ao risco.
– 25 –
Parece, assim, que o retorno anormal que verificamos pelo MM provavelmente pode ter acontecido por
acaso e associado em grande parte à exposição do fundo aos factores de risco SMB e HML e não à
superior capacidade da gestora. Finalmente, o Adj-R2 aumentou para 0.96 o que nos confirma que os
três factores de risco propostos explicam a quase totalidade das variações do retorno do fundo.
Em conclusão, parece que a Drª CBN não teve um mau desempenho e cumpriu com os ‘serviços
mínimos’. É de bom senso atribuir o bónus (se calhar não muito elevado) à gestora, mas manter o seu
desempenho no próximo ano sob (mais ou menos apertada) vigilância.
17. TI. Considere a seguinte informação relativa ao mercado de activos com risco:
Acção A Acção B
Taxa de rendibilidade esperada – E (ri ) 22.5% 7.5%
Desvio Padrão – s (r ) 40.7% 12.5%
Valor de Cotação (EUR) 0.5 2
Admita que só é possível investir nos activos com risco A e B. Neste mercado, a fronteira de portfolios com
variância mínima (portfolio frontier) é descrita pela seguinte equação:
Responda às seguintes questões assinalando com um círculo a resposta que considere ser a mais correcta:
Dado tratar-se de um mercado com apenas dois activos, qualquer combinação entre os activos é um
portfolio de fronteira e apresenta necessariamente variância mínima. Resposta mais correcta, alínea
c).
b) Supondo que um determinado investidor possui um portfolio com uma posição curta em 2,000
acções A e uma posição longa em 3,500 acções B, a taxa de rendibilidade esperada para este
portfolio é igual a,
a. 14.167%
b. 3.86%
– 26 –
c. 5.357%
d. taxa de rendibilidade esperada do mínimum variance portfolio
e. Nenhuma das anteriores respostas se encontra correcta porque não se trata de um portfolio
de fronteira
Resposta:
Por seu turno, a taxa de rendibilidade esperada do portfolio com variância mínima é igual a,
E(Rmvp) = 0.5/(2×5) = 5%
c) Neste mercado, um portfolio com uma variância igual a 0.025 apresenta uma taxa de rendibilidade
esperada igual a
a. Zero
b. Zero, no mínimo
c. 5%
d. Inferior a 5%
e. Não é possível responder porque não conhecemos a covariância entre os activos
Resposta:
Observando a expressão da FPVM, um portfolio com E(Rp) = 0, tem variância de 0.025. Como para
este nível de variância temos associadas duas taxas de rendibilidade esperadas, uma com
E(Rp)>E(Rmvp) e outra com E(Rp)<E(Rmvp), conclui-se que a taxa de rendibilidade mínima para
este nível de risco é igual a 0. Resposta mais correcta, alínea b).
d) Admitindo agora que existe um activo sem risco, cuja taxa de rendibilidade é igual a 3% e se admite
poder contrair empréstimos ou efectuar aplicações sem restrições, o market price of risk de uma carteira
eficiente é igual a
a. 48.2
b. 0.581
– 27 –
c. 0.482
d. 1.6
e. Dado que poderão existir várias carteiras eficientes para cada nível de risco, nenhuma das
anteriores respostas se encontra correcta
Resposta:
Sendo possível incluir o activo sem risco nas nossas decisões de investimento, o conjunto de carteiras
eficientes é dado pela recta (CAL), que é tangente à fronteira de portfolios de variância mínima num
ponto determinado (T), possui ordenada na origem igual à taxa de juro sem risco e representa o
conjunto de carteiras eficientes. A CAL que envolve combinações entre a carteira de tangência e a taxa
de juro sem risco é dada por:
é E (RT ) - R f ù
E (RP ) = 3% + ê ú ´s P
ë sT û
A taxa de rendibilidade esperada da carteira de tangência (T), pode ser calculada e é igual a,
é17.5% - 3% ù
sendo
ê 30.1% ú = 0.482 , o market price of risk de qualquer carteira eficiente (apenas as que
ë û
envolvem carteira T e activo sem risco). Alínea c) é a resposta mais correcta.
e) Neste mercado existe um portfólio que apenas envolve activos com risco e oferece uma taxa de
rendibilidade esperada de 3%. Admitindo como válidos todos os pressupostos do CAPM, a co-variância
entre este portfolio e a carteira de tangência é
a. Positiva ou nula porque só apresenta risco específico
b. Negativa ou nula porque só apresenta risco específico
c. Nula porque não apresenta risco sistemático
d. Nula
e. Não dispomos de informação suficiente para responder.
Resposta:
O portfolio com taxa de rendibilidade de 3% apresenta covariância nula com a carteira de tangência
porque o seu beta, devido a apresentar uma taxa de rendibilidade esperada igual à do activo sem risco,
é necessariamente nulo. Logo, não apresenta risco de mercado, apenas risco específico. A resposta
mais correcta é a alínea c).
– 28 –
f) Admita que, neste mercado, à medida que aumenta a riqueza (W) dos investidores, se mantém constante
o valor absoluto que afectam à carteira de tangência. Uma função de utilidade consistente com este
perfil de risco poderá ser
a. U(W) = a + b ln(W), a e b constantes positivos.
b. U(W) = -e-aW, a constante positivo.
c. U(W) = (1/b) Wb, 0 < b < 1 e constante
(
d. U(W) = ln W - s W2 )
e. Nenhuma das funções de utilidade reveste as características de aversão ao risco destes
investidores
Resposta:
Os investidores deverão apresentar uma função de utilidade cuja 1ª derivada seja positiva (não
saciedade) e a segunda derivada seja negativa (aversão ao risco) e caracterizam-se por AAR constante
com níveis crescentes de riqueza implicando, necessariamente, ARR crescente. A função de utilidade
exponencial referida na opção b) reveste estas características. Vejamos,
Nenhuma das restantes funções reveste esta característica. A alínea mais correcta é a alínea b).
18. TI. Considere o gráfico abaixo onde se encontram representados a FPVM e a CML de um determinado
mercado:
– 29 –
a) Assumindo como válidos todos os pressupostos do modelo CAPM, e que a carteira M representa a
carteira cópia de mercado, represente graficamente a security market line deste mercado e posicione as
carteiras M, D, E, e F.
Resposta:
Cálculos Auxiliares:
[
Pelo CAPM (equação da security market line): E (RP ) = RF + E (RM ) - RF ´ b P ]
Carteira D: 9% = 6% + [12% - 6%]´ b D Û b D = 1 / 2
Carteira E: 11% = 6% + [12% - 6%]´ b E Û b E = 5 / 6
Carteira M: 12% = 6% + [12% - 6%]´ b M Û b M = 1
Carteira F: 14% = 6% + [12% - 6%]´ b F Û b F = 4 / 3
b) Apresente uma estimativa para o coeficiente de correlação linear entre a carteira D e a carteira cópia de
mercado.
Resposta:
O coeficiente de risco sistemático (beta) de um activo ou portfólio, é igual a
s PM r PM ´ s P ´ s M r PM ´ s P b ´s M
bP = = = Û r PM = P
sM 2
sM2
sM sP
Ou seja, como a carteira D apresenta um beta de 0.5 e um desvio-padrão de 33.7% e a carteira M um
desvio-padrão de 24%, o cálculo da co-variância entre D e M vem,
0.5 ´ 0.24
r DM = = 0.237
0.337
c) Calcule a co-variância entre a carteira F e a carteira E [se não resolveu a alínea a) admita uma co-
variância entre a carteira cópia de mercado e a carteira F de 0.0455 e uma co-variância entre a carteira
– 30 –
cópia de mercado e a carteira E de 0.0178]. Comente criticamente o resultado obtido.
Resposta:
Nos pressupostos do modelo CAPM, não existe correlação entre o risco específico das carteiras de
activos. Por outras palavras, pressupõe-se que o risco específico apenas se manifesta nos activos
individualmente considerados. Este pressuposto funciona em portfólios bem diversificados porque não
existe risco específico, o que não é o caso das carteiras E e F. Assim, o valor da co-variância entre os
portfolios E e F, com a informação de que dispomos, conduzir-nos-á necessariamente a uma estimativa
do limite inferior do seu verdadeiro valor.
s EF = b E ´ b F ´ s M2 Û s EF = 5 / 6 ´ 4 / 3 ´ 0.24 2 = 0.0284
19. TI. Classifique como verdadeira ou falsa e explique ou argumente, conforme o caso.
a) O CAPM estabelece que um portfólio com um beta de zero oferecerá uma rendibilidade esperada de
zero.
Resposta:
Falsa. A rendibilidade esperada de um portfolio com beta igual a zero será igual à taxa de juro sem risco
b) Um investidor que aplique 10 mil euros em BT e 20 mil euros na carteira cópia de mercado obterá um
beta de 2.
Resposta:
c) Os investidores exigem taxas de rendibilidade esperadas mais elevadas nos portfolios de acções que,
embora bem diversificados, são muito sensíveis ao risco macroeconómico.
Resposta:
Falsa. Os investidores exigem rendibilidades esperadas mais elevadas nas acções com maior
sensibilidade ao risco de mercado ou sistemático, o qual, por seu turno, já incorpora o risco
macroeconómico (reflectido na evolução da carteira cópia). As carteiras bem diversificadas já ‘diluíram’
a maior ou menor sensibilidade aos factores macroeconómicos (risco específico) apresentadas pelas
acções que as incorporam.
– 31 –
Também foram aceites as respostas que consideraram que o risco macroeconómico se encontra
reflectido na evolução da carteira cópia e, implicitamente, classificaram-no como risco sistemático ou
de mercado. Nestes termos a afirmação seria, portanto, verdadeira.
Resposta:
A resposta a esta questão deveria passar por uma abordagem que incidisse nos seguintes tópicos:
- Identificação dos pressupostos os mais importantes do modelo
- Referir as limitações decorrentes do mundo real
- Explicar como pode o modelo CAPM sobreviver mesmo tendo em conta as limitações
identificadas
b) Se investir 600EUR no activo A com beta de 1.2 e 400EUR num activo B com beta de 0.9, o risco total
deste investimento será quantas vezes superior ao risco total da carteira de mercado:
A) Exactamente 1.1 vezes
B) Pelo menos 1.08 vezes
– 32 –
C) No máximo 1.08 vezes
D) Pelo menos 1.1 vezes
E) Não é possível responder com base na informação disponibilizada
Raciocínio:
Risco desta carteira é igual a 0.6 × 1.2 + 0.4 × 0.9 = 1.08. Pelo menos 1.08 porque se trata apenas da
contribuição do risco sistemático.
c) O activo A apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 10% e um alfa de Jensen igual a 1%. A taxa
de rendibilidade esperada para o mercado é de 8% e a taxa de juro sem risco é de 5%. O beta do activo
A é:
A) 0.625
B) 1.667
C) 1.75
D) 0.5
E) Nenhuma destas hipóteses se encontra correcta
Raciocínio:
Sabendo que Alpha = E(R) – E(R)SML, então 10% - 1% = 5% + beta × 5% Û beta = 1.33.
d) Se a acção U tiver um beta que é o dobro do beta da acção P, é possível que o risco total da acção U seja
inferior ao da acção P?
Resposta:
É possível desde que o risco específico da carteira U seja tal que compense o dobro do risco sistemático
acção P. Podemos, então demonstrar,
s U2 = bU2 ´ s cópia
2
+ s e2 e s P2 = b P2 ´ s cópia
U
2
+ s e2
P
bU = 2 b P
bU2 ´ s cópia
2
+ s e2 < b P2 ´ s cópia
U
2
+ s e2
P
se 2
se 2
4 b P2 + U
< b P2 + 2 P
s cópia
2
s cópia
s e2 < s e2 - 3b P2 ´ s cópia
U P
2
– 33 –
21. TI. O mercado onde o comentador José Bastardo aplica as suas poupanças vai ser analisado através da
resposta às seguintes questões:
a) Considere que a seguinte portfolio frontier, construída com base em todos os activos com risco, é
dada pela seguinte equação:
Considere ainda que existe a possibilidade de efectuar financiamentos e aplicações à taxa de juro
sem risco de 4.5%. Identifique a taxa de rendibilidade esperada e o respectivo risco da carteira de
tangência e expresse a equação da fronteira eficiente global do mercado do comentador José
Bastardo.
Resposta:
é ¶E (rT ) ù é ¶E (rP ) ù
ê ¶s ú =ê ú
ë T û FEG ë ¶s P û FPVM , P =T
=
4 E (rT ) - 0.5 E (rT ) + 0.02
2 8 E (rT ) - 0.5
Desvio-padrão:
0.125 - 0.045
E (rp ) = 0.045 + s p Û E (rp ) = 0.045 + 0.5658s p
0.1414
b) José Bastardo pretende investir 100 milhões de EUR num portfólio tal que maximize sua utilidade
esperada dada pela função: E(U) = E(r) – 1/2 s2. Proponha uma carteira ao Sr. Bastardo (não se
esqueça de detalhar a respectiva composição da carteira a propor).
Resposta:
– 34 –
Identificação da carteira óptima para o cliente Joe Bastardo:
[ ]
max L = E (rp ) - 0.5s p2 + l 0.045 + 0.5658s p - E (rp )
{E (r );s ;l }
p p
ì ¶L ì1 - l = 0 Þ l = 1
ï ¶E (r ) = 0 ï
ï p
ï
ï ¶L ï
Ûí = 0 Û í- 1s p + 0.5658l = 0 Þ s p = 0.5658
ï ¶s p ï
ï ¶L ï
ï =0 ï E (rp ) = 0.045 + 0.56582 Þ E (rp ) = 0.365
î ¶l î
A carteira a propor ao Sr. Bastardo apresenta uma taxa de rendibilidade esperada de 36.5% e um
desvio padrão de 56.58%.
O Sr. Bastardo deverá contrair um financiamento de 300 milhões de EUR e investir 400 milhões de
EUR na carteira de tangência.
22. TI. Apresenta-se de seguida um conjunto de informações relativas à performance no último ano dos
Fundos Y e Z e do Mercado M:
– 35 –
Resolução:
23. TF. Considere ter estimado, hoje, as seguintes taxas de juro spot com risco Tesouro:
Admita ainda estar somente interessado em transaccionar as obrigações do Tesouro descritas no quadro
seguinte, com um cupão anual e cotadas em percentagem do par:
a) Admita possuir actualmente uma carteira composta por OT-A, com um valor nominal de
EUR900,000, e por OT-D, com um valor nominal de EUR400,000. Tal carteira foi constituída há 1
ano por forma a cobrir uma responsabilidade vencível daqui a 1 ano e no valor de EUR1,500,000. A
taxa spot com risco Tesouro a 2 anos era, há um ano atrás, de 4.1%. Reajuste a composição da carteira
de OT’s mediante uma estratégia de imunização convencional que minimize o “risco de processo
estocástico”.
Resolução:
– 36 –
De entre as várias combinações possíveis, aquela que minimiza o risco de taxa de juro consiste em
investir a 100% numa obrigação sem cash flows intermédios (a OT-C). Tal significa adquirir o seguinte
valor nominal de OT-C:
EUR1,435,220
wc = 100% Þ VN (C ) = = 1,421,572.90 @ 1,421,572. 3
100.96%
Resolução:
Face a uma expectativa de subida de taxas de juro, para que o efeito reinvestimento (positivo) suplante
o efeito preço (negativo), há que definir uma duration superior ao horizonte temporal de investimento:
𝐷𝐹𝑊% > 1 𝑎𝑛𝑜.
De forma a maximizar a aposta em tal expectativa, dever-se-á investir a 100% na obrigação com maior
duration: a OT-D, a qual maximiza também a convexidade da carteira (visto ser o título com maior
convexidade). Tal investimento traduz-se na aquisição do seguinte valor nominal da OT-D:
EUR1,435,220
wD = 100% Þ VN (D ) = = 1,486,504.40 @ 1,486,504.
96.55%
24. TF. Comente a seguinte afirmação e classifique-a como sendo verdadeira ou falsa: “Ao contrário da
Convexidade, a Duration é um bom indicador do risco de taxa de juro”.
Resposta:
A afirmação não está correcta porque ambas são indicadores (complementares) do risco de taxa de
juro que permitem, de uma forma muito aproximada, medir a sensibilidade do valor das obrigações,
ou dos portfolios de obrigações, face a variações das taxas de juro. A principal diferença entre estas
duas medidas de exposição do preço às variações das taxas de juro, é a de que Duration, construída
a partir da primeira derivada da função preço, capta uma muito maior parcela dessa exposição ao
risco de taxa de juro face à convexidade embora, por vezes, possa parecer o contrário devido ao
maior valor da convexidade face ao valor da Duration para uma mesma obrigação.
3
O arredondamento é efectuado para a unidade inferior visto não ser possível despender mais do que o valor de
mercado da carteira.
– 37 –
25. TF. Na data de negociação de 26 de Outubro de 2009 foram observadas as seguintes taxas de juro
efectivas anuais (base 30/360) para o risco Tesouro.
Prazo Taxas
2 Meses 3.721%
6 Meses 3.970%
8 Meses 4.067%
12 Meses 4.219%
2 anos 4.461%
3 anos 4.551%
A obrigação do Tesouro X, com uma taxa de cupão igual a 6% (base 30/360), fixo e com periodicidade
anual, foi emitida em 20 de Janeiro de 2006 com a maturidade de 6 anos. A OCA (Y), foi emitida ao par
pelo Tesouro em 29 de Junho de 2006 e maturidade de 4 anos, com uma taxa anual de cupão de 5%
(base30/360), capitalizável semestralmente.
Nota: Na base de calendário 30/360, número de dias decorridos entre 29/10/2009 e 20/1/2010 é igual a 81
e o número de dias decorridos entre 20/1/2009 e 20/1/2010 é igual a 360.
Resolução:
6 6 106
0.225 + 1.225 + 2.225
(1.03765)'.))* (1.04273)+.))* (1.04481)).))*
𝐷𝐹𝑊& = = 2.06
107.80
– 38 –
c) Calcule o valor de equilíbrio da OCA (Y) e tome uma decisão de investimento sabendo que a mesma
se encontra cotada por 117.831% / 118.433%.
Resolução:
Cálculo do valor nominal da OCA (Y) no vencimento (valor com juros capitalizados ao semestre):
VN = 100% ´ (1 + 5% / 2 )
4´2
= 121.840%
d) Constitua uma carteira que inclua as obrigações X e Y, com uma Duration de 1.8 anos e valor de
mercado de 5 milhões de Euros. Considere que a obrigação X se encontra cotada ao valor de
equilíbrio. Não se esqueça de apresentar os cálculos referentes ao peso relativo, ao valor investido
e ao valor nominal adquirido de cada obrigação.
e) Admita que é o gestor de patrimónios e um cliente que o contratou para gerir uma responsabilidade de
5 milhões de Euros que vence dentro de 1.8 anos. Diga justificadamente se o portfólio constituído em
d). é apropriado para imunizar a responsabilidade do seu cliente?
Resposta:
Na alínea anterior, embora estivessemos perante um portfolio que cumpre o requisito referente ao matching
de durations, temos de ver qual é o valor actual da responsabilidade do nosso cliente para podermos
responder a esta questão. A taxa spot a 1.8 anos (interpolação, com os nós 2 anos e 1.225 anos) é igual
4.393%.
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Nas actuais condições de mercado, o portfólio imunizante viria,
– 40 –