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Convencional
Operações em Maquinas
Convencionais
SENAI - SP
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Equipe
responsável
Diretor da Escola Nivaldo Silva Braz
Coordenação Pedagógica Paulo Egevan Rossetto
Coordenação Técnica Antonio Varlese
Organização do conteúdo Senai “Humberto Reis Costa”
Ficha catalográfica
SENAI. SP
Mecânico de Usinagem Convencional/ SENAI. SP - São Paulo:
Escola SENAI “Humberto Reis Costa”, 2010.
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Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Sumário
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Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
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Torno mecânico
As partes principais do torno universal são: placa, cabeçote fixo, recambio, caixa de
engrenagem, barramento, carro principal e cabeçote móvel.
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Cabeçote fixo
Cabeçote fixo é um conjunto constituído de carcaça, engrenagens e eixo-árvore. O
elemento principal do cabeçote é o eixo-árvore, também chamado árvore ou eixo
principal, onde está montada a placa, responsável pelo movimento de rotação da peça;
o eixo-árvore é vazado de ponta a ponta, de modo a permitir a passagem de barras.
Caixa Norton
Também conhecida por caixa de engrenagem, é formada por carcaça, eixos e
engrenagens; serve para transmitir o movimento de avanço do recambio para a
ferramenta.
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Recambio
O recambio é a parte responsável pela transmissão do movimento de rotação do
cabeçote fixo para a caixa Norton. É montado em uma grade e protegido por uma
tampa a fim de evitar acidentes. As engrenagens do recambio permitem selecionar o
avanço para a ferramenta.
Barramento
Barramento é a parte do torno que sustenta os elementos fixos e móveis do torno. Na
parte superior do barramento estão as guias prismáticas, que devem ter um
paralelismo perfeito em relação ao eixo-árvore, a fim de garantir o alinhamento da
máquina.
Carro principal
O carro principal é um conjunto formado por avental, mesa, carro transversal, carro
superior e porta-ferramenta.
O avanço do carro principal pode ser manual ou automático. No avanço manual, o giro
do volante movimenta uma roda dentada, que engrenada a uma cremalheira fixada no
barramento, desloca o carro na direção longitudinal.
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Cabeçote móvel
O cabeçote móvel é a parte do torno que se desloca sobre o barramento, oposta ao
cabeçote fixo; a contraponta e o eixo principal estão situados na mesma altura e
determinam o eixo de rotação da superfície torneada.
O cabeçote pode ser fixado ao longo do barramento por meio de parafusos, porcas,
placas e alavanca com excêntrico.
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Servir para fixar o mandril de haste cônica para furar com broca no torno;
servir de suporte direto para ferramentas de corte de haste cônica como brocas,
alargadores e machos;
As partes principais do cabeçote móvel são: base, corpo, mangote, trava do mangote e
volante.
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Mangote - é uma luva cilíndrica com um cone morse num lado e uma porca no outro; a
ponta com o cone morse serve para prender a contraponta, a broca e o mandril; o
outro lado é conjugado a um parafuso, que ao ser girado pelo volante, realiza o
movimento de avanço e recuo.
Acessórios do torno
O torno tem vários tipos de acessórios que servem para auxiliar na execução de
muitas operações de torneamento.
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Continuação
Denominação Figura Função
Placa arrastadora fornecer movimento giratório à peça
fixada entre pontas
Tipos de torno
Existem dois tipos básicos de torno: horizontal, também chamado universal, e vertical.
Esses dois tipos dão origem a outros, com particularidades providas por mecanismos
e ferramentas especiais.
Torno horizontal
O torno horizontal é utilizado na maioria das operações de torneamento; os
mecanismos estão alojados no interior da estrutura do cabeçote e da coluna
correspondente.
Torno vertical
O torno vertical possui o eixo de rotação na posição vertical e é utilizado no
torneamento de peças de grande dimensão, tais como flanges, polias e rodas
dentadas, que em razão de seu peso, podem ser mais facilmente montadas sobre uma
plataforma horizontal.
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Torno copiador
No torno copiador, os movimentos que definem a geometria da peça são comandados
por mecanismos copiadores de um modelo ou chapelona. No copiador hidráulico, um
apalpador em contato com o modelo transmite o movimento por meio de um
amplificador hidráulico que movimenta o carro porta-ferramentas.
Torno CNC
Tipo de torno comandado por um computador que controla os movimentos da
máquina; esse computador leva o nome de comando numérico computadorizado ou
controle numérico computadorizado, abreviadamente CNC. Uma das vantagens do
comando numérico é a possibilidade de mudar rapidamente a seqüência de operações
que a máquina deve realizar. Essa mudança é feita por meio de um programa, isto é,
uma lista de instruções escritas numa linguagem que a máquina pode entender.
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Torno revólver
A característica principal do torno revólver é o emprego de várias ferramentas,
convenientemente dispostas e preparadas, para executar as operações de forma
ordenada e sucessiva. As ferramentas adicionais são fixadas no dispositivo chamado
torre-revólver e devem ser montadas de forma seqüencial e racional.
Torno de placa
Também chamado de torno de platô, é amplamente utilizado nos trabalhos de
caldeiraria pesada. Executa torneamento de peças de grande diâmetro, tais como
polias, volantes e flanges.
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Tornear superfície cilíndrica é uma operação que consiste em dar forma cilíndrica a um
material em rotação, submetido à ação de uma ferramenta de corte; é uma das
operações mais executadas no torno.
Processo de execução
1. Prenda o material, deixando para fora das castanhas um comprimento maior que a
parte que será torneada, e que não supere em três vezes o seu diâmetro.
3. Monte a ferramenta, deixando a ponta para fora o suficiente para que o porta-
ferramentas não toque na castanha.
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8. Acerte o traço zero do anel graduado pela linha de referência e faça penetrar a
ferramenta em uma determinada profundidade.
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Precaução
Faça a medição com o torno parado.
11. Torneie, completando o passe até a primeira marca que determina o comprimento
e verifique a cilindricidade e a circularidade.
Observações
Use fluido de corte, se necessário.
12. Repita o passo 11 tantas vezes quantas forem necessárias para atingir o diâmetro
deseja
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Facear
O faceamento serve para obter uma face de referência para medição ou, ainda, como
passo prévio à furação.
Processo de execução
Observação
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O material deverá estar centrado; caso contrário, mude sua posição manualmente,
fazendo-o girar um pouco sobre si mesmo e corrigindo, se necessário.
Precaução
Certifique-se de que o material esteja em preso na placa.
Observação
A distância b da ferramenta deverá ser a menor possível, a fim de evitar flexão da
ferramenta e permitir melhor acabamento superficial.
3. Prenda o porta-ferramentas de modo que ele tenha o máximo de apoio sobre o carro
superior.
Observações
A ponta da ferramenta deve-se situar na altura do centro do torno; para isso, use a
contraponta como referência.
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Observação
No caso de ser necessário retirar muito material na face, o faceamento se realiza da
periferia para o centro da peça, com a ferramenta adequada, ou inclinando o porta-
ferramenta.
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Fazer furo de centro é abrir um orifício de forma e dimensão determinadas, por meio
de uma ferramenta denominada broca de centrar.
Esta operação é feita geralmente em materiais que necessitam ser trabalhados entre
pontas ou na placa e ponta. Às vezes, faz-se o furo de centro como passo prévio para
furar com broca comum.
Processo de execução
Observações
Os cones do mangote e do mandril porta-brocas devem estar limpos.
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Observações
A broca deve estar alinhada com o eixo do material. Caso contrário, corrija o
alinhamento por meio dos parafusos de regulagem do cabeçote.
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Tornear superfície cilíndrica é uma operação que consiste em dar forma cilíndrica a um
material em rotação, submetido à ação de uma ferramenta de corte; é uma das
operações mais executadas no torno.
Processo de execução
Observação
Os cones do mangote e da contraponta devem ser limpos com pano que não solte
fiapos.
Observações
Verifique o alinhamento da contraponta pela referência A do cabeçote e corrija-o, se
necessário.
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O mangote deve ficar fora do cabeçote no máximo duas vezes o seu diâmetro.
12. Retire a ferramenta e desloque-a para realizar o outro torneado, com a mesma
profundidade do corte anterior.
Precaução
Faça a medição com o torno parado.
Observação
Se o diâmetro torneado próximo à contraponta for maior, desloque o cabeçote móvel
transversalmente na direção X; se o diâmetro for menor, desloque o cabeçote móvel
na direção Y.
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Observações
A peça somente deve ser retirada da placa depois de terminada, para evitar nova
fixação.
Verifique freqüentemente o ajuste da contraponta e a lubrificação.
Refrigere a peça constantemente para evitar aumento excessivo de temperatura, que
provoca dilatação linear e pode causar danos à peça e à contraponta.
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Tornear superfície cilíndrica externa entre pontas é uma operação que se realiza em
materiais montados entre as pontas do torno, as quais giram arrastadas por um
arrastador. Executa-se em peças que devem conservar os centros para fácil
centragem posterior, com a finalidade de manter a coaxialidade entre os diâmetros
usinados..
Processo de execução
Observações
Limpe com um pano as roscas e os cones do eixo-árvore e do mangote.
Verifique a centragem e o alinhamento das pontas e corrija, se necessário.
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Observações
Lubrifique os furos de centro com graxa.
A peça deve girar livremente, sem folga entre as pontas.
Observação
Em caso de superfícies já usinadas e acabadas, use proteção entre o arrastador e a
peça.
Observações
Com o torno desligado e a árvore em posição neutra, movimente a placa e verifique se
a placa arrastadora e o arrastador estão bem presos, e se não batem no carro superior
ou no porta-ferramentas.
Verifique a cilindricidade com o paquímetro ou micrômetro e corrija, se necessário, no
parafuso de alinhamento do cabeçote móvel.
Verifique constantemente o ajuste das pontas e lubrifique-as, pois durante o
torneamento, a peça se aquece e dilata, impedindo o deslizamento das superfícies dos
furos de centro nas pontas; isto provoca aquecimento elevado, danificando as pontas e
a peça.
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Recartilhar no torno
Processo de execução
1. Torneie a parte que será recartilhada, deixando-a lisa, limpa e com o diâmetro
compatível com o tipo de recartilha a ser utilizada.
Observação
Consulte as designações referentes a recartilha na norma DIN 82.
Observações
Altura: o porta-recartilha deverá ficar na altura do eixo geométrico da peça.
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Observação
O avanço deve ser de 1/5 do passo da recartilha.
Observação
Caso o recartilhado pareça irregular, corrija-o, repetindo os passos 2, 5 e 6, até que
fique uniforme.
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Precaução
A peça deve estar bem presa na placa do torno.
Observação
Utilize querosene ou óleo lubrificante de baixa viscosidade para lubrificar a peça e as
recartilhas.
10. Afaste a recartilha e limpe o recartilhado com uma escova de aço, movimentando-a
no sentido das estrias.
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Furar com auxílio do cabeçote móvel é uma operação que consiste em fazer um furo
cilíndrico por deslocamento de uma broca montada no cabeçote móvel, com o material
em rotação. Serve, em geral, de preparação do material para operações posteriores de
alargamento, torneamento e roscamento internos.
Processo de execução
1. Faceie.
3. Verifique a broca.
Observações:
A verificação da broca é feita medindo o seu diâmetro com o paquímetro, sem girá-la,
medindo sobre as guias é importante verificar se a afiação esta adequada ao material.
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Observação
No caso de broca de mais de 12mm, é necessário fazer um furo inicial de diâmetro um
pouco maior que o da alma da broca.
Observações
A broca de haste cilíndrica é fixada no mandril.
A broca de haste cônica é fixada diretamente no cone do mangote ou com auxílio de
bucha de redução.
6. Aproxime o cabeçote móvel, de modo que a ponta da broca fique a mais ou menos
10mm do material, e fixe-o.
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Observação
O mangote deve ficar o máximo possível dentro de seu alojamento.
7. Inicie o furo, fazendo a broca avançar com giro do volante do cabeçote móvel, até
que comece a cortar e continue até o furo atingir a profundidade necessária.
Observações
Retirar freqüentemente a broca do furo para extrair os cavacos, evitando o
engripamento da broca no furo.
8. Afaste o cabeçote móvel, limpe o furo e verifique a profundidade do furo com a haste
de profundidade do paquímetro.
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Observação
No caso de alargar ou roscar com machos, a medida da profundidade deve ser
sempre a da parte cilíndrica do furo, não levando em consideração a parte cônica da
ponta da broca.
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Processo de execução
Observações
Para a verificação da centragem, utilize graminho, tomando como referência o
perímetro da peça ou uma traçagem. Caso se exija exatidão, utilize relógio comparador
ou apalpador.
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Precaução
Nunca deixe mais de uma castanha desapertada.
Observações
No caso de peças usinadas cuja centragem deve ser rigorosa, usa-se um relógio
comparador, depois da centragem com graminho.
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Quando o material é muito comprido, faz-se a centragem próximo à placa, por um dos
processos já indicados, e depois centra-se a extremidade, batendo com martelo de
plástico, antes do aperto final.
Sangrar e cortar no torno é uma operação que consiste em abrir canais ou ranhuras
por meio da ação de uma ferramenta especial que penetra no material
perpendicularmente ao eixo de simetria da peça, podendo chegar a separar o material,
caso em que se obtém o corte. Quando a ferramenta penetra paralelamente ao eixo de
simetria da peça, usina-se um canal frontal. É aplicada principalmente na confecção de
arruelas, polias e eixos roscados e retificados.
Processo de execução
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1. Prenda o material, fixando-o de modo que o canal a fazer fique o mais próximo
possível da placa, para evitar flexão da peça.
Observação
A marcação pode ser feita também diretamente com a ferramenta.
3. Prenda a ferramenta.
Observações
O balanço B deve ser o menor possível.
A aresta de corte da ferramenta deve estar na altura do eixo do torno.
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Observação
Utilize fluido de corte.
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Observações
Faça penetrar a ferramenta alternando os lados do canal para diminuir o esforço e
evitar o atrito do cavaco com as paredes laterais da peça.
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1. Faceie a peça.
Observações
A largura do bedame deve ser menor que a largura do canal.
A ferramenta deve ser afiada com os raios máximo e mínimo deslocados verticalmente
em relação ao eixo geométrico da peça, para que as superfícies de folga da ferramenta
não toquem internamente no canal.
3. Prenda a ferramenta.
Observação
A aresta de corte da ferramenta deve estar no centro da peça e posicionada
paralelamente à face usinada.
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Observação
A ferramenta deve penetrar de forma escalonada para diminuir o esforço de corte.
Observação
Verificar o corte da ferramenta e, se necessário, reafiá- la antes de terminar a ranhura.
Cortar no torno
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Observação
Uma outra maneira de cortar é afiar a aresta de corte do bedame com um abaulado,
que provoca um cavaco em forma de arco e reduz o atrito com as laterais da ranhura,
produzindo melhor corte.
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Tornear superfície cilíndrica interna consiste em fazer uma superfície cilíndrica interna
pela ação da ferramenta, que é deslocada paralelamente ao eixo do torno. É
conhecida também pelo nome de broquear. Realiza-se para obter furos cilíndricos com
baixa rugosidade e dimensões exatas em buchas, polias, engrenagens e outras peças.
Processo de execução
Observação
Deixe, entre a face da placa e a peça, uma distância suficiente para a saída da ponta
da ferramenta e dos cavacos.
2. Centre a peça.
3. Fure a peça num diâmetro aproximadamente 1mm menor que o diâmetro nominal.
4. Prenda a ferramenta para torneamento interno no porta-ferramentas.
Observações
Deixe para fora do porta-ferramentas um comprimento suficiente para tornear
internamente.
O corpo da ferramenta deve ser o mais rígido possível.
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Observação
O corpo da ferramenta deve estar paralelo ao eixo do torno; a ponta da ferramenta
deve estar na altura do centro.
6. Fixe a ferramenta.
Observação
Consulte a tabela de velocidade de corte para selecionar a rotação e o avanço.
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11. Torneie, dando os passes necessários, até obter um diâmetro 0,2mm menor que a
medida final, para dar o acabamento.
Observação
Se necessário, a ferramenta deve ser reafiada.
Observações
Ao fazer a verificação, desligue a máquina e afaste a ferramenta para evitar riscos na
superfície acabada.
Os furos, conforme sua exatidão, podem ser verificados com paquímetro, micrômetro
interno, calibrador-tampão ou com a peça que entrará no furo.
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Processo de execução
1. Prenda o material.
2. Faceie o material.
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Observações
O gume da ferramenta deverá ficar exatamente na altura do eixo geométrico da peça.
Deixar a ferramenta para fora dos calços somente o necessário.
Observação
Ao consultar a tabela de rotações, considerar o maior diâmetro do rebaixo.
6. Desloque a ferramenta até que sua ponta coincida com o centro do material.
10.Termine o rebaixo.
Observação
Tornear primeiro o diâmetro e, em seguida, facear na profundidade requerida.
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Observações
Antes de medir, retirar as rebarbas.
O paquímetro não deve tocar nos cantos da peça.
Sempre que possível, fazer um furo antes de iniciar o rebaixo.
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Tornear superfície cônica usando o carro superior é dar forma cônica ao material em
rotação, deslocando a ferramenta obliquamente ao eixo geométrico do torno, conforme
a inclinação dada ao carro superior. Sua principal aplicação é na confecção de pontas
de tornos, buchas de redução, sedes de válvulas e pinos cônicos.
Processo de execução
Observação
Use fluido de corte.
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Observações
Troque de mão, na manivela, de modo que não se interrompa o corte.
Use fluido de corte.
SENAI - SP 60
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Observação
Quando a verificação se faz com calibrador, deve-se afastar a ferramenta
transversalmente e lembrar de limpar o material e o calibrador.
Precaução
Para não se ferir, afaste a ferramenta e cubra sua ponta.
Observações
A ferramenta deve ser a mais robusta possível para evitar vibrações.
Movimente a ferramenta, girando-a no sentido das flechas, para acertá-la na altura.
SENAI - SP 61
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Observações
Se o comprimento do cone for igual ao comprimento da peça, a ferramenta deverá sair
do lado da peça aproximadamente 5mm.
Observações
As demais fases de execução são iguais às do torneamento cônico externo com o
carro superior.
Para alisar, dê os passes no sentido de B para A e repasse de A para B, sem dar
profundidade de corte.
Ajustes rigorosos são conseguidos quando há uniformidade da superfície usinada.
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Processo de execução
Observação
Fure com a broca de centro de forma R (NBR- 12 288) e utilize ponta e contraponta de
600 ou fure com a broca de centro de forma A (NBR- 12 288) e utilize as pontas
esféricas.
SENAI - SP 64
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Observação
A ponta da ferramenta deve ficar na altura do eixo geométrico da peça.
Precaução
As pontas esféricas são mais fracas que as cônicas, de 60; evite, portanto, esforços
muito grandes, a fim de não quebrá-las.
SENAI - SP 65
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SENAI - SP 66
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Processo de execução
SENAI - SP 67
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Observação
A ponta da ferramenta deve ser arredondada, pois as ferramentas de pontas agudas
dificultam a obtenção de bom acabamento.
6. Desloque o carro superior até o ponto B da peça e, com os movimentos (a2 ) e (P2
), simultaneamente, realize o segundo passe.
SENAI - SP 68
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Observação
SENAI - SP 69
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8. Realize tantos passes quantos forem necessários, com o mesmo procedimento, até
chegar ao perfil desejado.
SENAI - SP 70
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Perfilar com ferramenta de forma consiste em obter sobre o material uma superfície
com o perfil da ferramenta. Realiza-se freqüentemente para arredondar arestas e
facilitar a construção de peças com perfis especiais.
Processo de execução
1. Prepare o material.
SENAI - SP 71
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Observações
Em casos de superfícies de corte muito grande, movimente lateralmente a ferramenta,
ao mesmo tempo em que ela avança.
A verificação deve ser feita periodicamente, utilizando um gabarito de forma desejada.
Observação
Preste atenção à concordância das curvas, quando se aproximar da forma desejada.
8. Verifique a forma.
Abrir rosca triangular externa por penetração perpendicular é dar forma triangular ao
filete da rosca, com uma ferramenta de perfil adequado, conduzida pelo carro principal,
com penetração perpendicular à peça. O avanço deve ser igual ao passo da rosca por
volta completa do material. A relação entre os movimentos da ferramenta e o material
se obtém com um jogo de engrenagens fixo na grade do recâmbio.
SENAI - SP 72
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Processo de execução
1. Torneie no diâmetro.
Observações
A ponta da aresta cortante deve estar na altura do eixo geométrico da peça.
O ângulo deve estar com sua bissetriz perpendicular ao eixo geométrico da peça.
SENAI - SP 73
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4. Fixe a ferramenta.
Observações
Utilize a caixa de avanços; se o torno não tiver, monte o jogo de engrenagens
calculado.
O valor de avanço no torno é o próprio passo da rosca; esse valor é encontrado em
tabelas e catálogos técnicos.
Precaução
Desligue a chave geral do torno durante a troca de engrenagens.
Precaução
Assegure-se de que a proteção das engrenagens esteja colocada.
13. Afaste a ferramenta, desligue o torno e verifique o passo com a ajuda do verificador
de roscas ou de uma régua graduada.
Observação
Quando o passo da rosca confeccionada é submúltiplo do passo do fuso, o carro pode
ser desengatado e colocado manualmente. Caso contrário, para voltar ao ponto inicial
de corte, o retorno se faz invertendo o sentido de rotação do motor e com o carro
engatado.
SENAI - SP 74
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Observação
Para saber quando a profundidade dos sucessivos passos chega à altura do filete, faça
o controle por meio do anel graduado, observando os valores da altura do filete em
tabelas e em catálogos técnicos.
Observação
Durante todo o roscamento, use fluido de corte de acordo com o material.
17. Recue a ferramenta e dê reversão para retornar ao ponto inicial, repetindo o passo
15.
18. Dê outro passe, com uma nova profundidade de corte, deslocando a ferramenta.
SENAI - SP 75
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Observação
Continue dando passes com o mesmo procedimento, até que faltem alguns décimos
de milímetro para a altura do filete.
21. Dê a menor profundidade de corte possível, até que a ferramenta encoste nos
flancos do filete a fim de reproduzir exatamente a sua forma, e faça a referência no
anel graduado.
22. Repasse toda a rosca com a mesma profundidade de corte, de acordo com o
passo 21.
SENAI - SP 76
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24. Verifique a rosca com uma porca calibradora ou com calibrador anel tipo passa-
não-passa.
Observações
A porca calibradora deve entrar de modo justo, porém não forçado.
Se necessário, repasse a rosca dando o mínimo possível de profundidade de corte até
conseguir o ajuste.
Abrir rosca quadrada consiste em fazer um filete com perfil quadrado, com
procedimento similar ao da execução de rosca triangular. A diferença está em que a
profundidade de corte deve ser perpendicular ao eixo do torno, sem folga na aresta
cortante da ferramenta.
SENAI - SP 77
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Processo de execução
Observação
A largura do canal deve ser maior que a metade do passo da rosca.
Observações
Usar ferramenta com ângulo de folga conveniente para haver espaço entre ela e os
flancos dos filetes da rosca a executar.
SENAI - SP 78
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Observações
A aresta de corte da ferramenta deve estar na altura do eixo geométrico da peça.
SENAI - SP 79
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Precaução
Caso seja torno de mudança de engrenagens, desligue a chave geral antes de trocá-
las.
Observação
A profundidade de corte varia de 0,05 a 0,1mm.
Observação
Quando a ferramenta estiver no canal de saída, afaste-a e reverta o torno; quando a
ferramenta estiver fora da peça, desligue o torno, reposicione a ferramenta e avance-a,
dando a profundidade de corte.
SENAI - SP 80
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
SENAI - SP 81
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
SENAI - SP 82
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Velocidade de corte
Para que haja corte de um determinado material por meio de uma ferramenta, é
necessário que o material ou a ferramenta se movimente um em relação ao outro.
e
Vc =
t
SENAI - SP 83
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
d
Vc
Matematicamente, pode-se dizer que, em uma rotação: t
dn
Vc
Em “n” rotações: t
Observação
1m = 1000mm
SENAI - SP 84
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
A velocidade de corte é representada pelo dobro do curso (c) percorrido pela peça ou
a ferramenta multiplicado pelo número de golpes (n) realizados no espaço de tempo de
um minuto.
SENAI - SP 85
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
2cn
Vc (m / min)
1000
Observação
No cálculo da velocidade de corte para máquinas-ferramenta, como as plainas, o valor
de c (curso) é determinado pela soma do comprimento da peça mais 30 mm, que é a
folga necessária para a ferramenta entrar e sair da peça.
SENAI - SP 86
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Exemplo:
Para um rebolo vitrificado cuja a velocidade periférica normal é da ordem de 30/35 m/s
a velocidade do grão seria de 1.800 / 2.100 m/min, enquanto uma fresa costuma
trabalhar a 90 m/min.
SENAI - SP 87
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
AÇO CARBONO
HS - 60 45 34 25
S
com resistência até 500N/mm2 (0,10% a MD 280 236 200 170 67
0,25% C)
HS - 44 32 24 18
S
com resistência até 700 N/mm2 (0,30% a MD 240 205 175 145 50
0,45%C)
HS - 32 24 18 13
S
com resistência até 900 N/mm2 (0,50% a MD 200 170 132 106 34
0,60%C)
HS - 34 25 19 14
S
com resistência até 900N/mm2 MD 150 118 95 75 24
HS - 24 17 12 8,5
S
com resistência até 1250 N/mm2 MD 118 108 8,5 71 24
HS - 9 - - -
S
com resistência até 1500 N/mm2 MD 50 40 32 27 8,5
FERRO FUNDIDO
AÇO AO MANGANÊS HS - - - - -
S
MD 40 32 25 20 67
SENAI - SP 88
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
ALUMÍNIO
COBRE
BRONZE
Bronze HS - 63 53 43 34
S
com resistência de 210 a 260 N/mm2 MD 355 280 236 200 180
Ligas de bronze, bronze fosforoso HS - 85 63 48 36
S
com resistência à tração de 260 a MD 500 450 375 335 300
300N/mm2
AÇO CARBONO
FERRO FUNDIDO
SENAI - SP 89
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
AÇO INOXIDÁVEL
LIGAS DE ALUMÍNIO
LATÃO
até Ms 58 63 - 90
até Ms 60 32 - 63
COBRE
Cobre “standard” 40 - 63
Cobre eletrolítico 28 - 40
BRONZE
LIGAS DE METAL
de fácil usinagem 8 - 12
de difícil usinagem 4- 8
ALPACA 40 - 63
SENAI - SP 90
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Números de rotações e
golpes por minuto
Para que a usinagem seja realizada com máquina de movimento circular, é necessário
calcular o número de rotações por minuto da peça ou da ferramenta que está
realizando o trabalho.
Velocidade de corte
Para calcular o número de rotações por minuto, seja da peça no torno, seja da fresa ou
da broca, usa-se um dado chamado de velocidade de corte.
A velocidade de corte é o espaço que a ferramenta percorre, cortando um material,
dentro de um determinado período de tempo.
Vc 1.000 Vc 1.000 Vc
nr = 318,3
d d 3,1416 d
Vc
nr 318
d
Exemplo de cálculo
Calcular o número de rotações por minuto para o torneamento de uma peça de aço
1020 com resistência à tração de até 500N/mm2 e diâmetro de 80mm, usando uma
ferramenta de aço rápido, com um avanço de 0,2mm/r.
Dados da máquina:
Rotações: 50; 75; 150; 250; 300;... /min
Avanços: 0,05; 0,1; 0,2; 0,3; ... mm/r
Dados do problema:
Vc = 60m/min (dado de tabela)
d = 80mm nr = ?
vc
nr 318
d
318 60 19 080
nr
80 80 nr = 238,5/min
SENAI - SP 92
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
A rotação ideal para esse trabalho seria 238,5/min. Porém, para início de usinagem,
adota-se a rotação imediatamente inferior à rotação ideal, ou seja, 150/min.
Convém observar que uma rotação maior gera maior produção, porém,
conseqüentemente, o desgaste da ferramenta é maior. Sempre que possível, o
operador deve empregar a rotação mais econômica que associa o número de peças
produzidas à vida útil da ferramenta.
Exemplo 1
Calcular o número de rotações por minuto para furar uma peça de aço ABNT 1020
com resistência de até 500N/mm2 com uma broca de 10 mm de diâmetro.
Dados da máquina: 100; 200; 250; 320; 400; 500; 630; 800; 1.000; 1.250/min.
Exemplo 2
Calcular o número de rotações para fresar em desbaste uma peça de aço ABNT 1045
com resistência até 700N/mm2 com um cabeçote para fresar de 125mm de diâmetro.
Dados da máquina: 50; 80; 100; 125; 250; 315; 400; 500; 630; 800; 1.000; 1.250/min.
d = 125mm Vc: 62 a 80m/min (dados da tabela)
SENAI - SP 93
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Como a velocidade dos rebolos é alta (da ordem de 2.100m/min), seus fabricantes
expressam-na em metros por segundo (m/s) a fim de diminuir seu valor numérico. Por
isso, é necessário multiplicar a fórmula original por 60 (porque 1 minuto = 60
segundos), de modo a adequá-la à velocidade dos rebolos. Assim:
Vc 1.000 60
nr =
d
Vc 1.000 60 Vc
nr = 19098,5
d 3,1416 d
Vc
nr 19.100 d
Desse modo, pode-se calcular não só a rotação do rebolo, mas também a da peça, no
caso de retificação cilíndrica, desde que a velocidade de corte do material a ser
retificado seja expressa em m/s.
Vc = 35 m/s
d = 300 mm (diâmetro do rebolo)
Vc 19 100 35
nr 19.100 d 300 nr 2.228,3/min
Rotações do rebolo:
SENAI - SP 94
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
19 100 Vc 19 100 35
nr = d 250 2.674/min
Rotações da peça:
Observação
Para o início da usinagem, a rotação escolhida para a peça deve ser imediatamente
inferior à rotação calculada. O operador deve analisar as condições de corte e
aumentá-la se julgar conveniente.
Observação
Golpe é o movimento de ida e volta da ferramenta ou da peça. A fórmula para esse
cálculo é:
Vc 1.000
n
g 2 c
Na fórmula, ng é o número de golpes por minuto, Vc 1.000 já é conhecido, c é o curso
da máquina, ou seja, o espaço que a ferramenta percorre em seu movimento linear.
Esse valor é multiplicado por 2 porque o movimento é de vaivém.
Observação
O curso é igual ao comprimento da peça mais a folga de entrada e saída da
ferramenta, normalmente 30mm.
Vc 1.000 Vc
n 500
g 2 c c
Exemplo de cálculo
Calcular o número de golpes para o aplainamento de uma peça de aço ABNT 1020
com resistência à tração de 500N/mm2 e 150mm de comprimento, usando uma
ferramenta de aço rápido a uma velocidade de corte de 16m/min.
Vc = 16m/min
c = 150mm + 30mm (folga) = 180mm
SENAI - SP 95
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Vc 500 16
500
ng = c 180 = 44,44/min
Nomograma
Nomograma é um gráfico que contém dados que permitem obter o valor da rotação
pela localização de um ponto de encontro entre suas coordenadas.
Esse tipo de gráfico é encontrado em catálogos e publicações técnicas e agiliza as
consultas.
SENAI - SP 96
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
O nomograma acima indica a rotação para o torneamento de uma peça de aço ABNT
1060 com 900N/mm2 com Vc = 14m/min e 100mm de diâmetro: 45/min.
Nomograma de rotações por minuto para furação com brocas de aço rápido
SENAI - SP 97
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
SENAI - SP 98
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
Neste nomograma de rotações por minuto para fresamento a consulta consiste em,
projetar uma linha vertical a partir do valor do diâmetro da fresa até que ela encontre
a linha do valor de velocidade de corte correspondente e em seguida, projetar uma
linha horizontal até a escala de rotações.
Assim, por exemplo, a rotação para fresar uma peça de aço com velocidade de corte
de 32m/min, com um cabeçote de fresar de 160 mm de diâmetro, é 64/min.
SENAI - SP 99
Mecânica de Usinagem – Operação em Máquinas Convencionais
SENAI - SP 100
Avanço de corte nas
máquinas-ferramenta
Operações de torneamento
No torneamento, a seleção do raio da ponta da ferramenta ou r e o avanço, s, em mm/r,
depende do tipo de operação a ser realizada, se desbaste ou acabamento.
Desbaste - no desbaste, o raio da ponta deve ser o maior possível para obter uma aresta
de corte forte, pois em grande raio de ponta permite avanços mais vantajosos.
Os raios mais usuais em desbaste estão entre 1,0 e 1,6mm; a taxa máxima de avanço
recomendada é de 2/3 do valor do raio de ponta; assim, se a ferramenta para desbaste
tem um raio de 1,2mm, seu avanço máximo será de 0,8mm/r. A tabela a seguir mostra
SENAI - SP 101
um guia para o avanço máximo em função dos vários raios de ponta das ferramentas de
tornear.
Assim, se nas operações de desbaste o raio da ponta for de 1,6mm, o avanço máximo
será de 0,8mm/r, não ultrapassando o valor máximo recomendado, que é de 1,3mm/r.
As regras gerais para obter um bom acabamento estabelecem que o acabamento pode
ser melhorado graças à utilização de velocidades de corte mais elevadas, mantendo-se o
avanço; se houver vibrações, deve-se selecionar um raio de ponta menor. Teoricamente,
o valor da superfície acabada Rt (rugosidade total) pode ser calculado por uma fórmula.
Note-se que não há relação matemática entre a profundidade do perfil (parâmetro Rt) e o
valor da rugosidade média (Ra). A conversão dos parâmetros é vista na tabela a seguir.
Tabela de conversão
Rt ( m) 1,6 2,0 2,4 3,0 4,0 6,0 8,0 10,0 15,0 27,0 45,0
Ra ( m) 0,30 0,40 0,49 0,63 0,80 1,2 1,6 2.0 3,2 6,3 12,5
r = 0,8mm
Ra = 2,0 m
Rt = 10 m (dado fornecido pela tabela de conversão)
Rt.8.r 10808
..,
smáx = 1000 1000 smáx = 0,25mm/r
102 SENAI - SP
Avanço nas ferramentas multicortantes
Nas furadeiras simples com movimento manual, o avanço de corte está diretamente
ligado à afiação e o diâmetro da broca.
O avanço é conseguido pelo movimento manual de um braço de alavanca que, por meio
de um sistema de cremalheira e roda dentada (pinhão), transformando o movimento
giratório da roda dentada em movimento linear do eixo-árvore. O diâmetro e a afiação da
broca são fatores limitantes ao movimento de avanço.
SENAI - SP 103
Com a finalidade de diminuir o esforço e aumentar o avanço de corte na furadeira, é
necessário executar pré-furos nas furações acima de 10mm de diâmetro.
104 SENAI - SP
Fresas (tipos e característica)
SENAI - SP 105
106 SENAI - SP
SENAI - SP 107
108 SENAI - SP
SENAI - SP 109
110 SENAI - SP
SENAI - SP 111
112 SENAI - SP
SENAI - SP 113
114 SENAI - SP
Furar na fresadora
SENAI - SP 115
116 SENAI - SP
SENAI - SP 117
118 SENAI - SP
Engrenagem
Uma engrenagem é um sistema mecânico composto por duas rodas dentadas, o qual
permite relacionar dois eixos de tal forma que o movimento de um deles (eixo condutor
ou motor) se transmita ao outro (eixo conduzido ou receptor). A roda maior de um par,
chama-se coroa, e a menor pinhão.
Na engrenagem cada dente de uma roda dentada engraza no vão da outra roda, e
reciprocamente. Durante a transmissão do movimento, sempre há pelo menos um
dente da roda condutora empurrando um dente da roda conduzida.
Tipos de engrenagem
SENAI - SP 119
Engrenagem cilíndrica com dentes helicoidais
120 SENAI - SP
Engrenagem com dentes cônicos espirais
Constituição
Cada uma das rodas da engrenagem tem um corpo, quase sempre cilíndrico ou
cônico, segundo a posição do seu eixo.
Nas rodas grandes, a fim de torná-las mais leves são feitas aberturas laterais, ficando
assim uma coroa no centro do material, chamado cubo e que esta unido ao aro através
de uma parede mais delgada como braços ou raios.
Há um tipo particular de engrenagem no qual um dos corpos tem seus dentes sobre
uma superfície plana, e é chamada de cremalheira.
SENAI - SP 121
Características
122 SENAI - SP
de Diâmetro externo - corresponde à seção do cilindro que inclue os
dentes. Os arcos desta circunferência limitam os dentes exteriormente.
di Diâmetro interno - corresponde à seção do cilindro que resultaria se
tirássemos os dentes. É a que passa pelo fundo das ranhuras.
Diâmetro primitivo é um valor teórico. Corresponde a dois cilindros
dp sem dentes que trabalham por fricção estabeleceriam entre os eixos
uma relação de transmissão igual a que estabelecem as respectivas
engrenagens. As circunferência primitivas são tangentes e têm a
mesma velocidade linear.
h Altura do dente - é igual à profundidade do vão, ou à soma da altura
do pé mais a da cabeça. Também é a distância entre as
circunferências interna e externa.
s Espessura do dente – comprimento do arco da circunferência primitiva
compreendido entre os dois perfis aparentes de um dente.
e Vão entre dentes - é a ranhura compreendida entre dois dentes
consecutivos. Sua espessura circunferencial é teoricamente igual à do
dente, ou seja o comprimento do arco compreendido na circunferência
primitiva.
p Passo – medida que corresponde à distância entre dois dentes
consecutivos, medida à altura do dp
ha Altura da cabeça - é a parte do dente compreendida entre a
circunferência primitiva e a externa. Sua altura é a distância entre elas.
hf Altura do pé - é a parte do dente compreendida entre a circunferência
primitiva e a interna. Sua altura é a distância entre elas.
r Raio da raiz do dente – raio formado na junção do di com o flanco do
dente
b Largura do dente - é a largura do aro da roda.
z Número de dentes - é a quantidade de dentes que tem a roda. Seu
valor é sempre um número inteiro.
Ângulo de pressão – é o ponto de contato entre os dentes da roda
dentada motora ao longo do flanco dos dentes da roda dentada
movida.
m Módulo - chama-se de módulo a um número exato que multiplicado
por ( ) dá o valor do passo da roda dentada.
Construção
SENAI - SP 123
Materiais
Para engrenagens de alta velocidade e potência - aços ao carbono; aços liga com
cromo, níquel e molibdênio, fundições com aditivos.
Para engrenagens de máquina comuns: ferro fundido cinzento e com aditivos.
Para mecanismos expostos à oxidação: bronze e outros metais inoxidáveis.
Para engrenagens que transmitem pouca potência ou que devem ser silenciosas:
Alumínio, latão, fibras prensadas e sintéticas.
Procedimentos de produção
Classificação
Funcionamento
124 SENAI - SP
Existe um ponto particular (P) que coincide com o contato das circunferências
primitivas e se chama ponto primitivo. Todos esses pontos estão sobre uma reta (r), a
qual forma com a tangente (t) comum a ambas as circunferências primitivas um ângulo
, chamado ângulo de pressão.
SENAI - SP 125
126 SENAI - SP
Engrenagem cilíndrica com
dentes retos
A geração de dentes retos para rodas dentadas é uma das mais freqüentes operações
executadas nas fresadora. Esta operação pode ser executada com fresa módulo ou
com fresa caracol, que gera todos os dentes simultaneamente. Na fresagem com fresa
módulo, a operação se reduz a uma simples abertura de sulcos retos.
SENAI - SP 127
Altura da cabeça é a proporção do dente compreendida entre as circunferências
primitiva e exterior.
Altura do pé é a proporção do dente compreendida entre as circunferências primitiva
e interior.
Altura total do dente é a proporção do dente compreendida entre as circunferências
exterior e interior.
128 SENAI - SP
Fórmulas para o cálculo de rodas dentadas em função do módulo
Após serem determinados os valores dos elementos da roda dentada, deve ser
selecionada a fresa módulo.
As fresas módulos são construídas de modo que haja para cada módulo um jogo de
oito fresas com perfis diferentes, em função do número de dentes da roda dentada a
ser construída. O jogo de fresas numeradas de 1 a 8 é aplicado para rodas dentadas
até o módulo 10.
SENAI - SP 129
A partir do módulo 10, as dimensões do perfil do dente são muito maiores e,
conseqüentemente, as diferenças são consideráveis. Assim, a partir do módulo 10, o
jogo de fresas modulares é composto de 15 fresas.
130 SENAI - SP
Engrenagem cilíndrica com
dentes helicoidais
Eixos paralelos
Nestes casos, os dentes de cada roda dentada devem ser de igual inclinação, porém
de sentido contrário, isto é, uma roda de hélice esquerda e a outra de hélice direita.
SENAI - SP 131
Cremalheira helicoidal
Quando os eixos não são paralelos e estão dispostos em planos diferentes, isto é,
obliquamente, a soma dos ângulos de inclinação dos dentes das rodas é igual ao
ângulo formado pelos eixos. Geralmente deve ter-se em conta, como condição
necessária, os dados da tabela seguinte:
132 SENAI - SP
Soluções possíveis Sentido da hélice Ângulo dos eixos
1 = 30 2 = 30 Iguais, as duas direita ou = 30 + 30 = 60
esquerda
1 = 40 2 = 20 Iguais, as duas direita ou = 40 + 20 = 60
esquerda
1 = 70 2 = 10 Contrárias, uma direita e = 70- 10 = 60
outra esquerda
1 = 20 2 = 80 Contrárias, uma direita e = 80- 20 = 60
outra esquerda
SENAI - SP 133
A figura do triângulo retângulo mostra os dois passos representados com o ângulo ( ),
de inclinação do dente .
A medida de qualquer um dos passos é sempre feita sobre o arco do círculo primitivo.
O ângulo representa a inclinação dos dentes da roda com o eixo da roda. Daí, pode-
se ver claramente que o maior ângulo corresponderá um passo circunferencial maior
também.
= 90 -
Mas para aplicação, é o ângulo que interessa, porque é o ângulo que deve inclinar
a mesa da fresadora universal para realização dos dentes da roda dentada.
pn pn
pc cos
pn pc cos cos pc
O módulo de uma roda denta cilíndrica reta indica o número de vezes que está
contido no passo, ou seja:
p
m
Assim, nas engrenagens helicoidais, tem-se um módulo para cada um dos passos
conhecidos:
módulo normal (mn) corresponde ao passo normal;
módulo circunferencial (mc) corresponde ao passo circunferencial.
134 SENAI - SP
pn
mn pn mn
pc
mc
pc mc
mn mc cos mn mc cos
mn mn
mc mc
cos cos
mn mn
cos cos
mc mc
Dimensões da roda dentada cilíndrica helicoidal
Diâmetro primitivo: mn
dp z mc
cos
Diâmetro externo: z mn z
de dp 2mn 2mn 2 mn
cos cos
Módulo normal: de
mn
z
2
cos
Número de dentes: dp
z
mc
Altura do dente: h = 2,166 . mn
Espessura do dente: s = 1,57 . mn
Diâmetro primitivo em função do dp = de – 2mn
diâmetro externo:
Passo Helicoidal
SENAI - SP 135
dp
pH
tan
O módulo da fresa utilizada, deve ser igual ao módulo normal da roda dentada
calculada. Entretanto, o número da fresa não é o correspondente ao número de
dentes da roda a fresar.
z
zf
cos3
Sabendo o valor de zf, é possível escolher o número da fresa módulo, com o auxílio da
tabela a seguir.
136 SENAI - SP
Também é possível escolher a fresa módulo utilizando o número normal de dentes zn
e o ângulo , aplicados no diagrama a seguir:
Para módulos acima de 10, são encontrados jogos de 15 fresas representados pela
tabela a seguir:
SENAI - SP 137
Inclinação da mesa da fresadora
Exemplo:
Para fresar uma roda dentada cilíndrica helicoidal de 31 dentes, módulo 3, com ângulo
da hélice dos dentes = 50, passo do fuso da mesa 6 mm e um conjunto divisor de
relação 1/40, deve-se conhecer:
Dados:
z = 31
mn = 3
= 50 = inclinação da mesa
pf = 6
Cálculos:
Módulo circunferencial mc
mn 3 3
mc 4,665
cos cos50º 0,643
Diâmetro primitivo dp
dp z mc 31 4,665 144,62mm
138 SENAI - SP
Diâmetro externo de
de dp 2mn 144,62 2 3 150,62mm
Passo da hélice ph
dp 3,1416 144,62
ph 381mm
tan 1,1917
SENAI - SP 139
140 SENAI - SP
Medição de dentes das rodas
dentadas
SENAI - SP 141
dp = diâmetro primitivo
rp = raio primitivo
x = comprimento da corda AB do dente da circunferência primitiva
= ângulo do dente
Fórmulas:
180º
z
90º
= 2 = z
x = AB = dp . sen
ha‟ = m + f = h1 + f
f = rp (1 – cos )
ha = ha‟ - f
Tabela 1
Tabela de comprimento da corda x e altura h1‟ para o módulo 1:
z x ha‟ z x ha‟ z x ha‟
6 1,5529 1,1022 21 1,5693 1,0293 36 1,5702 1,0171
7 1,5568 1,0873 22 1,5694 1,0280 37 1,5703 1,0166
8 1,5607 1,0769 23 1,5695 1,0268 38 1,5703 1,0162
9 1,5628 1,0684 24 1,5696 1,0256 39 1,5703 1,0158
10 1,5643 1,0615 25 1,5697 1,0243 40 1,5703 1,0154
11 1,5653 1,0559 26 1,5698 1,0237 41 1,5704 1,0150
12 1,5663 1,0513 27 1,5699 1,0223 42 1,5704 1,0147
13 1,5669 1,0473 28 1,5699 1,0219 43 1,5704 1,0143
14 1,5675 1,0440 29 1,5700 1,0212 44 1,5704 1,0140
15 1,5679 1,0410 30 1,5700 1,0205 45 1,5704 1,0137
16 1,5682 1,0385 31 1,5701 1,0199 46 1,5705 1,0133
17 1,5685 1,0362 32 1,5701 1,0192 47 1,5705 1,0131
18 1,5688 1,0342 33 1,5701 1,0186 48 1,5705 1,0128
19 1,5689 1,0324 34 1,5702 1,0181 49 1,5705 1,0125
20 1,5691 1,0308 35 1,5702 1,0176 50 1,5705 1,123
m = 4,5
z = 48
Então, temos:
a medida x = 1,5705 . m
x = 1,5705 .4,5
x = 7,067 mm
Este é um método de medição que simplifica a verificação dos dentes de uma roda
dentada, independentemente dos valores de seus diâmetros.
SENAI - SP 143
A fórmula para deduzir o valor da constante (comprimento K a medir) baseia-se no
método de formação da envolvente. Como podemos verificar figura anterior, o
comprimento FG = SZ = constante K, por ser tangente à circunferência do círculo
base.
Símbolos:
m = módulo
c = número de intervalo dos dentes
z = número de dentes da roda dentada
= ângulo de pressão em graus
c Número de dentes
1 12-25 12-18
2 26-37 19-27
3 38-50 28-36
4 51-62 37-45
5 63-75 46-54
6 76-87 55-63
7 88-100 64-72
8 --- 73-81
Este método permite uma medição rápida e eficaz e, com a tabela para a seleção de
intervalos dos dentes, simplifica a operação de verificar a medida dos dentes da roda
dentada com paquímetro comum.
144 SENAI - SP
Conjunto divisor (divisor
universal)
Constituição
O divisor universal pode variar em sua forma, porém, seu princípio de funcionamento é
o mesmo dos outros divisores universais. Estruturalmente é constituído de duas partes:
base
corpo móvel
A base é uma caixa de ferro fundido que se fixa na mesa da fresadora e sua função
principal é servir de suporte do corpo móvel. Possui uma escala de referência que
possibilita determinar a inclinação que se quer dar ao corpo móvel.
O corpo móvel é uma carcaça que tem dois extremos cilíndricos salientes os quais
apóiam-se na base do divisor e permitem orientar e inclinar o eixo principal a um
determinado ângulo em relação à superfície da mesa. Seu interior contém um conjunto
de elementos, que permite dar à peça os movimentos necessários para fazer qualquer
número de divisões, podendo aplicar-se os seguintes métodos:
SENAI - SP 145
divisão direta
divisão indireta
divisão angular
divisão diferencial
Funcionamento
O eixo principal (C), que prende a peça, esta montado na coroa (D), cujos dentes são
helicoidais e pode ter 40 ou 60 dentes. Esta coroa é acionada pelo parafuso sem-fim
(E). O movimento é obtido girando a manivela (F), cujo extremo termina numa ponta
que se encaixa num dos furos do disco divisor (J).
Conservação
146 SENAI - SP
Divisão direta, indireta,
diferencial e angular
Divisão direta
Alguns divisores possuem discos de divisão direta com os seguintes números de canais
16-36 e 42-60 que permitem obter as seguintes divisões: 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 -
12 - 14 - 15 - 16 - 18 - 20 - 21 - 30 - 36 - 42 - 60.
Para executar a divisão direta, deve-se determinar a distância entre os canais ou furos
que se quer deslocar, dividindo o número total de canais ou furos do disco ou
circunferência escolhida pelo número de divisões que se deseja fazer na peça.
Exemplo
Para usinar um sextavado em um divisor universal com disco divisor de 36 canais,
quantos canais devemos deslocar o manípulo?
Como a peça sextavada possui 6 faces e o disco divisor é de 36 canais, então teremos
36
6
6 .
Para mudar de uma superfície para outra, faremos girar o manípulo 6 canais no disco de
divisão direta e assim sucessivamente até concluir o sextavado.
Divisão indireta
Esse sistema de divisão permite obter um determinado número de divisões que não
pode ser obtido com a divisão direta.
Assim, para gerar essas divisões, torna-se necessário determinar o número de voltas, o
número de furos e a série de furos denomina-se disco ou circunferência. No disco, está
ajustado um limitador em forma de compasso que gira, variando sua abertura, de tal
maneira que pode limitar o número de furos desejado.
SENAI - SP 147
Dando um certo número de voltas no manípulo, o parafuso sem-fim dará o mesmo
número de voltas e transmitirá o movimento à coroa. Sendo a coroa de 40 dentes e o
parafuso sem-fim com uma entrada, serão necessárias 40 voltas com o manípulo para
que a coroa dê uma volta completa, e assim para que a peça presa no eixo principal da
divisor universal também dê um volta completa.
O manípulo pode ser ajustado por meio de uma porca em qualquer circunferência de
furos do disco divisor.
Considerando-se que a relação 1/40, ou seja, que a coroa tenha 40 dentes e o parafuso
sem-fim uma entrada, ao girar uma volta completa no parafuso sem-fim a coroa terá
girado um espaço correspondente a um dente, isto quer dizer que o eixo principal onde
esta montada a coroa e, consequentemente, a peça, terá dado 1/40 de volta. Assim, se
girarmos a manivela 20 voltas, a coroa terá deslocado 20 dentes e, portanto, o eixo
principal do divisor universal terá dado 1/2 volta.
Portanto, para calcular o número de voltas a ser dado na manivela com o objetivo de
conseguir um número determinado de divisões no eixo principal, operamos com a
seguinte fórmula:
Exemplo
Para gerar uma roda dentada com 20 dentes, quantas voltas devemos dar no manípulo
para fazer cada dente?
148 SENAI - SP
R 40
F F F 2 voltas.
Z 20
Exemplo
Quantas voltas devemos dar no manípulo para a geração de 34 dentes numa roda
dentada?
R 40 6
F F F 1 voltas
Z 34 34
Como vimos, teremos que dar 1 volta mais 6/34 voltas no manípulo. A volta completa se
dará partindo de um furo qualquer do disco do divisor universal e voltando ao mesmo
furo. Porém, para a fração da volta, necessita-se dispor de uma circunferência cujo o
número de furos seja múltiplo da fração, neste caso, 6/34. Multiplicam-se ou dividem-se
ambos os termos por um mesmo número para conseguir que o valor do denominador
coincida com uma circunferência de furos disponíveis no disco divisor.
6: 2 3
Assim: 34 :2 17
Exemplo
Para fazer 100 dentes em uma roda dentada, quantas voltas devemos dar no manípulo
do divisor?
R 40
F F voltas
Z 100
40 : 5 8
F F=
100 : 5 20 voltas
SENAI - SP 149
Neste caso, portanto, devemos abrir o compasso do disco divisor em um arco que
abranja 8 furos dos 20 em que está dividida a circunferência, e deslocar o manípulo 8
furos na circunferência de 20 furos.
Observação
Utilizando divisor com relação entre o sem-fim e a coroa de 1/40, é possível realizar de
2 a 400 divisões incluindo os números primos até 47.
Divisão diferencial
Para realizar essa divisão, o eixo principal do divisor universal é conectado, por meio de
engrenagens, ao disco divisor, de maneira que este adquira um movimento extra, isto é,
diferencial. Este movimento ocorre devido à retirada do pino de fixação do disco,
liberando-o para girar sobre o eixo do parafuso sem-fim.
Observação
A quantidade de engrenagens intermediárias em número ímpar ou par determina se o
disco divisor livre girará para a direita ou para a esquerda.
Exemplo
Como preparar um divisor universal com relação de 1/40 para usinar uma roda dentada
com 127 dentes?
Sabe-se que o número 127 é um número primo. Assim, deve-se escolher para efeito de
cálculo um número próximo que seja simplificado com 40.
150 SENAI - SP
Portanto, devemos ajustar o manípulo do disco divisor na circunferência de 39 furos e
regular o compasso para uma abertura de arco que abranja mais 13 furos.
X 120 120
R 40 40 3 3x8 24 A 8 8 64 C A C
Y
Z X 127 120 7 7 7x4 28 B 4 8 32 D B D
Neste caso, sendo Z = 127 maior X = 120 (portanto Y positivo), usa-se somente uma
intermediária.
Divisão angular
SENAI - SP 151
A N = número de voltas do manípulo
A = ângulo desejado
N = d
d = deslocamento em uma volta do sem-fim
Exemplo
Calcule a divisão para fazer duas ranhuras a um ângulo de 15 em uma peça montada
em um cabeçote universal com relação de 1/40.
Desenvolvimento:
360
d = 40 = 9
A 15 6 6x2 12
N N N 1 N 1 N 1
d 9 9 9x2 18
Para executar a divisão angular, deve-se girar a manípulo 1 volta, e ajustar o manípulo
do disco divisor na circunferência de 18 furos e regular o compasso para uma abertura
de arco que abranja mais 12 furos.
Observação:
Além do divisor universal, pode-se empregar a mesa circular divisora.
152 SENAI - SP
Retificadoras
A retificadora permite dar às superfícies das peças uma usinagem com baixa rugosidade
e com dimensões mais rigorosas em relação a outras máquinas, como plaina, limadora,
torno, fresadora; isso ocorre devido às múltiplas arestas de corte de que é composto o
rebolo; além disso, é possível montar rebolos de distintos tipos e formas no eixo
correspondente.
Partes da retificadora
Base
A base da retificadora é fundida, sólida e bem proporcionada, com grande superfície de
apoio. É a parte que se apóia sobre o piso e serve de sustentação aos demais órgãos da
máquina. As guias de deslizamento excedem o comprimento de trabalho, impedindo a
flexão da mesa; as guias de deslizamento podem ser prismáticas, planas ou os dois tipos
combinados e são perfeitamente ajustadas a mão; sua lubrificação pode ser automática
ou não.
Cabeçote porta-rebolo
É uma das partes mais importantes da máquina, pois serve de suporte do eixo porta-
rebolo, o qual é movimentado pelo motor. É fabricado de ferro fundido. O eixo pode ser
assentado sobre buchas de bronze ou sobre rolamentos e possui um sistema de
lubrificação que pode ser forçado ou de banho de óleo. Na parte onde estão as guias de
deslizamento também se encontram a porca para o sistema de movimento manual e os
suportes para fixação do sistema de movimento automático.
Sistema de movimento
SENAI - SP 153
No sistema manual, os movimentos da mesa e do cabeçote porta-rebolo são
comandados por parafusos e porcas e/ou engrenagem e cremalheira.
Características da retificadora
Acessórios da retificadora
Em razão de ser uma máquina idealizada para realizar trabalhos que exigem exatidão, a
fabricação da retificadora é feita com muito cuidado, fato que motiva um custo elevado;
portanto, se deduz a necessidade de conservá-la em ótimas condições de uso.
154 SENAI - SP
A retificadora pode ser classificada segundo o sistema de movimento e segundo a
operação que realiza. Com respeito ao sistema de movimento, pode ser classificada em
retificadora com movimento manual, com movimento semi-automático e com movimento
automático.
Quanto às operações que realiza, pode ser plana, cilíndrica e sem centro ou ”centerless”.
Retificadora plana
SENAI - SP 155
Tanto na retificadora plana tangencial quanto na vertical, o movimento da mesa pode ser
alternado (vaivém) ou circular; no caso de movimento alternado, a mesa é retangular;
quando o movimento é circular, a mesa também é circular.
A mesa longitudinal é uma parte apresentada pela maioria das máquinas, e que permite
o deslocamento longitudinal. É de ferro fundido e na sua parte superior possui guias para
o deslocamento da mesa de trabalho e em sua parte inferior tem guias perfeitamente
ajustadas para permitir seu deslizamento.
156 SENAI - SP
Acessórios especiais da retificadora plana
A retificadora plana apresenta os seguintes acessórios:
Dispositivo para dressar rebolo em ângulo;
Mesa inclinável;
Morsa de máquina;
Morsa universal;
Mesa de seno;
Equipamento para balancear rebolo;
Desmagnetizador.
Todas as retificadoras planas possuem uma bomba para o fluido de corte, movida por um
motor independente dos demais; a passagem do fluido é regulada por meio de um
registro que se encontra em lugar acessível ao operador.
Retificadora cilíndrica
SENAI - SP 157
cabeçote porta-peça fixação do anel graduado
cabeçote para retificação interna movimento do cabeçote porta-rebolo
contraponto ou contra-cabeçote controle da velocidade da mesa
limitadores inversão do movimento da mesa
apoio do tope lateral válvula de regulagem do avanço do
painel de comando cabeçote porta-rebolo
avanço micrométrico transversal chave de comando geral
volante do avanço transversal movimento manual da mesa
cabeçote porta-rebolo
Este conjunto está montado sobre uma base giratória que permite a inclinação do
cabeçote porta-rebolo para a realização de retificação em ângulo. No cabeçote porta-
rebolo também são encontrados o difusor de saída de fluido de corte e o registro, que
são partes do sistema se refrigeração, e a tampa da caixa do rebolo.
158 SENAI - SP
O cabeçote porta-peça é a parte responsável pela fixação da peça a ser retificada; os
dispositivos de fixação da peça estão montados no eixo principal. O cabeçote porta-peça
é constituído por base, corpo, eixo principal, caixa de mudança de rotações e motor.
A base é de ferro fundido e serve para fixar o cabeçote à mesa de trabalho; é giratória e
apresenta uma escala em graus, que permite a inclinação do cabeçote porta-peça para
retificação cônica.
O corpo é de ferro fundido e tem no seu interior o eixo principal e a caixa de mudança de
rotações.
A caixa de mudança de rotações é uma caixa de ferro fundido, dentro da qual estão
montadas polias e correias que modificam a rotação recebida do motor e a transmitem ao
eixo principal.
O motor é trifásico e tem a função de gerar movimento de rotação para o eixo principal.
SENAI - SP 159
O cabeçote para retificação interna é constituído de base, corpo, eixo de retificação
interna e motor. Todo este conjunto está montado sobre o corpo do cabeçote porta-
rebolo.
A base é de ferro fundido e sua parte superior é plana para a fixação do motor; a parte
inferior possui um sistema de guias para posicioná-lo sobre o cabeçote porta-rebolo e a
parte frontal aloja o eixo de retificação interna.
O corpo é de ferro fundido e em sua parte inferior se encontra alojado o eixo principal; o
outro extremo se articula com o alojamento da base.
As superfícies inferior e superior são retificadas, podendo esta última ter uma ranhura em
T para alojar os parafusos de fixação.
A mesa da máquina é a parte que suporta a mesa de trabalho com os cabeçotes porta-
peça e contraponta. É responsável pelo movimento longitudinal da peça em relação ao
eixo porta-rebolo. Na sua parte inferior existem guias prismáticas que ficam apoiadas
sobre as guias do corpo da retificadora.
160 SENAI - SP
Características da retificadora cilíndrica
As características da retificadora cilíndrica são:
Inclinação máxima da mesa em ambos os sentidos;
Inclinação máxima do cabeçote porta-rebolo;
Inclinação máxima do cabeçote porta-peça;
Rotações do cabeçote para retificação interna;
Velocidade longitudinal da mesa;
Avanço automático do cabeçote porta-rebolo.
SENAI - SP 161
O cabeçote para retificação interna possui um motor que gera o movimento de rotação,
transmitido ao eixo principal por meio de uma correia plana. A bomba para o fluido de
corte é acionada por um motor independente dos demais, regulando-se a saída do fluido
por meio de um registro colocado em lugar acessível ao operador.
O rebolo de arraste gira devagar e serve para imprimir movimento à peça e para produzir
o avanço longitudinal; por essa razão, o rebolo de arraste possui uma inclinação de 3 a 5
graus, responsável pelo avanço da peça.
162 SENAI - SP
Placas magnéticas
Placas magnéticas são dispositivos usados para fixar peças de metal ferroso em
máquinas operatrizes (retificadoras, plainadoras, fresadoras e eletro-erosão), por meio de
atração magnética. O funcionamento das placas magnéticas baseia-se em um conjunto
de imãs permanentes de ferrite, alnico ou de terras raras, responsáveis pela criação do
campo magnético.
Os pólos magnéticos são construídos de aço de baixo teor de carbono com núcleo de
ímãs permanentes ou bobinas. Estão dispostos dentro da carcaça, em geral de aço
especial de alta permeabilidade magnética, separados por interpólos de materiais não
magnetizáveis, montados em uma base que possibilita a fixação na mesa ou no cabeçote
porta-peças da máquina.
Acionamento
Quanto a forma de acionamento, as placas magnéticas estão divididas basicamente em
três tipos:
Placas magnéticas: esse tipo de placa não utiliza energia elétrica e sua vida útil (na área
magnética) é indefinida. O acionamento é realizado manualmente por uma alavanca
lateral, que ao ser girada 180 provoca o deslizamento do núcleo dos ímãs permanentes
produzindo um campo magnético na superfície superior da placa proporcionando uma
forte aderência entre placa e peça, fixando-a.
Placas eletromagnéticas: a magnetização é gerada por um conjunto de bobinas internas
que são eletricamente energizadas.
Placas eletropermanentes: tem o seu acionamento por meio de um surto de tensão, que
fornece um impulso elétrico a um conjunto interno de ímãs permanentes. Após a
magnetização, a peça presa na placa não se soltará de modo algum, mesmo com a falta
SENAI - SP 163
de energia, ocasionada por queda de tensão, corte de cabo ou queima de bobina. O
desligamento ocorre pela emissão de um novo impulso elétrico de efeito inverso, que
soltará a peça, desmagnetizando-a.
Manutenção e conservação
Para estar em condições de uso, deve ter sua superfície livre de sulcos e rebarbas, e
após concluído o trabalho recomenda-se uma limpeza e aplicação de uma película fina
de óleo, graxa ou vaselina para evitar a oxidação.
164 SENAI - SP
Rebolos
Classificação do rebolo
Natureza do abrasivo
Abrasivo sintético
O abrasivo sintético é formado por componentes químicos com distintas características.
Os mais utilizados são os de óxido de alumínio (Al2O3) e os de carboneto de silício (SiC).
O óxido de alumínio apresenta coloração que varia do rosa escuro ao branco e tem
vários graus de refinação, classificados segundo a pureza, cor e mistura do abrasivo; é
denominado pelas letras A, AA, DA e GA.
A - óxido de alumínio comum; de cor cinza ou marrom, é o menos refinado: 96% de
pureza.
AA - óxido de alumínio de cor branca ou rosa; é o mais refinado: 99% de pureza.
DA - óxido de alumínio combinado; de cor variada, porém geralmente rosa escuro;
mistura de A e AA.
GA - óxido de alumínio intermediário; marrom claro a cinza claro, com aproximadamente
97% de pureza.
C - carboneto de silício cinza; coloração que varia do cinza escuro ou cinza claro; é o
menos refinado.
GC - carboneto de silício verde; de cor verde escura a verde clara, mais refinado, sendo
um dos abrasivos sintéticos mais duros que se conhecem.
RC - carboneto de silício combinado; de cor cinza esverdeada, é uma mistura de C e GC.
SENAI - SP 165
Abrasivo natural
O abrasivo natural é extraído de minerais e pode ser classificado em esmeril, coríndon e
diamante.
Natureza do aglutinante
Aglutinante natural
O aglutinante natural pode ser orgânico ou mineral. É simbolizado pelas letras V, S, R, E
e M.
Aglutinante sintético
O aglutinante sintético é mais elástico e resistente que o vitrificado. Apresenta dois tipos,
representados pelas letras B e O.
B - resinóide - tem como base a resina sintética.
O - tem como base o oxicloreto.
Granulometria
Granulometria é o processo de separação dos grãos por meio de peneiras com diferentes
malhas. Os grãos se classificam em ampla escala de tamanhos, obtidos depois do
processo de trituração do material abrasivo.
166 SENAI - SP
O quadro a seguir mostra a classificação dos grãos em grosso, médio, fino e extrafino.
Dureza
Muito
Mole Médio Duro Muito duro
mole
E H L P S
F I M Q T
G J N R U
K O V
Porosidade
SENAI - SP 167
Acima de 12, os rebolos são classificados como superporosos.
RT - rebolo reto
AN - anel
UL - rebaixado de um lado
DL - rebaixado dos dois lados
CR - copo reto
CC - copo cônico
PR - prato
PI - pires
FA - faca
OG – ogival
DC - com depressão central
168 SENAI - SP
Especificação do rebolo
SENAI - SP 169
Os fabricantes de rebolo adotam um código universal para marcação, constituído de
letras e números, que identificam o rebolo por sua especificação e dimensões, não
incluídos os rebolos de diamante e pedras de mão.
Cuidados a observar
170 SENAI - SP
Aperto de parafusos e porcas com torquímetro;
Balanceamento.
Armazenagem
Proteção pessoal
O operador deve trabalhar óculos de segurança para proteger os olhos das fagulhas que
se desprendem durante o processo de usinagem.
SENAI - SP 171
Nas máquinas retificadoras deverá ser usado fluido de corte, sempre que possível com
sistema de filtragem.s
172 SENAI - SP
Retificadoras
SENAI - SP 173
174 SENAI - SP
SENAI - SP 175
176 SENAI - SP
SENAI - SP 177
178 SENAI - SP
SENAI - SP 179
180 SENAI - SP
SENAI - SP 181
182 SENAI - SP
SENAI - SP 183
184 SENAI - SP
Tratamento térmico
Tratamentos térmicos são ciclos térmicos a que são submetidos os aços. São
compostos por operações de aquecimento, a uma velocidade adequada, com
permanência por tempo suficiente em temperatura de tratamento correta e velocidade
de resfriamento compatível com o objetivo desejado.
Aquecimento
Como o objetivo principal do tratamento térmico é a modificação de suas
propriedades mecânicas. Verifica-se que isso só é conseguido mediante uma
alteração em sua estrutura. Assim sendo, o aquecimento é feito acima da zona crítica
até sua completa austenitização, ou seja, a dissolução total do carboneto de ferro no
ferro gama. O diagrama de fase Fe-C permite visualizar as temperaturas mínimas de
transformação alotrópica em função do teor de carbono do aço em tratamento.
SENAI - SP 185
Na fase de aquecimento, dentro do processo de tratamento térmico, são
apropriadamente consideradas a velocidade e a temperatura máxima de aquecimento.
186 SENAI - SP
Na prática, o máximo que se admite é 50C acima de A3 para os aços
hipoeutetóides. Para os aços hipereutetóides, devido à necessidade de altas
temperaturas para dissolução do carboneto de ferro, será inevitável o crescimento de
grão de austenita. No tratamento térmico, o crescimento do grão de austenita é mais
prejudicial que a presença de carboneto não dissolvido; assim, a temperatura
recomendada é inferior à linha Acm , mais precisamente, 50C acima de A1.
Meio de resfriamento
Solução aquosa a 10% NaOH
Solução aquosa a 10% NaCL
Solução aquosa a 10% Na2CO3
Água a 0C
Água a 18C
Água a 25C
Óleo 1
Óleo 2
Óleo 3
SENAI - SP 187
Água a 50C
Tetracloreto de carbono
Água a 75C
Água a 100C
Ar liqüido
Ar
Vácuo
Com esfriamento mais rápido, em ar, por exemplo (curva B), o aço apresentará perlita
fina, com dureza elevada. Com velocidade de esfriamento maior, em óleo (curva C), a
transformação iniciada em Ci e terminada em Cf dá como constituinte perlita mais fina,
com dureza maior. Com resfriamento ainda mais rápido (curva D), verifica-se que o
início de transformação se dá no ponto Di. A velocidade de esfriamento agora é tal que
não possibilita que a curva de esfriamento D toque na curva de fim de transformação,
de modo que a transformação em perlita apenas se inicia, interrompendo-se em
seguida e, ao atingir o ponto DMi, a austenita que não se transformou passa a
martensita, cuja formação termina em DMf. A estrutura resultante dessa velocidade de
esfriamento é simultaneamente perlita e martensita.
188 SENAI - SP
Com esfriamento muito rápido (curva F), em água, verifica-se que a curva de
esfriamento não toca na curva de transformação, de modo que não há transformação
da austenita em produto lamelar, mas simplesmente passagem a martensita, quando,
no esfriamento, são atingidas as temperaturas correspondentes a Mi e Mf. Logo, os
aços esfriados mais rapidamente são os mais duros. Há uma curva de esfriamento
(curva E), que tangencia a curva C de início de transformação para esfriamento
contínuo. Essa velocidade de esfriamento, denominada velocidade crítica de têmpera,
indica que é desnecessário esfriar-se o aço mais rapidamente para que se produza
estrutura martensítica. Pode-se definir a velocidade crítica de esfriamento (ou de
têmpera) como “a menor velocidade de esfriamento que produzirá estrutura
inteiramente martensítica”.
Recozimento
É o tratamento térmico que visa reduzir a dureza do aço, aumentar a usinabilidade,
diminuir a resistência à tração, remover tensões de trabalhos a frio ou a quente,
atingindo a microestrutura ou as propriedades desejadas.
SENAI - SP 189
hora. O diagrama de fase Fe-C apresentado abaixo mostra de modo esquemático as
faixas de temperatura para o recozimento pleno.
190 SENAI - SP
Esferoidização - o recozimento de esferoidização aplica-se principalmente em aços
de médio e alto teor de carbono, com a finalidade de melhorar a usinabilidade. O
tratamento objetiva transformar a rede de lâminas de cementita, em forma globular ou
esferoidal de carboneto, em aço. A figura a seguir mostra esquematicamente a
microestrutura do aço, antes e após o recozimento de esferoidização.
Antes Depois
Para ocorrer essa transformação, o aço deve ser aquecido entre 680C e 750C.
Esta temperatura deve ser mantida o tempo suficiente para homogeneizar a
temperatura em toda a peça e o resfriamento deve ser lento, cerca de 10 a 20C
por hora. A figura a seguir mostra esquematicamente as faixas de temperaturas
utilizadas no recozimento de esferoidização.
SENAI - SP 191
Normalização – esse tratamento térmico consiste na austenitização completa do aço,
seguida de resfriamento em ar tranqüilo. A figura abaixo mostra no diagrama Fe-C
que a faixa de temperatura para a normalização, supera a linha A3 para os aços
hipoeutetóides e a linha Acm para os aços hipereutetóides. Essa temperatura situa-se
entre 35C e 40C, conforme o teor de carbono do aço em consideração.
O objetivo deste tratamento é obter uma microestrutura mais fina e homogênea dos
cristais. A normalização é usada no aço, após a fundição, forjamento ou laminação,
preparando-o para uma boa resposta à têmpera.
192 SENAI - SP
No aquecimento, o aço deve ser austenitizado em torno de 50C acima da linha A3
para aços hipoeutetóides. Para aços hipereutetóides a temperatura é de 50C acima
de A1, isto é, nos aços hipoeutetóides a ferrita e a perlita se transformam em
austenita. Nos aços hipereutetóides a perlita se transforma em austenita e a cementita
continua inalterada por ser um constituinte duro.
A figura a seguir mostra no diagrama Fe-C a faixa de temperatura de têmpera em
função da porcentagem de carbono no aço.
A permanência do aço numa determinada temperatura deve ser suficiente para que a
superfície e o centro da peça adquiram a mesma temperatura e ocorra a solubilidade
completa do carbono. Como regra, 2 minutos por milímetro de espessura do material
são suficientes.
SENAI - SP 193
Revenido - é um tratamento térmico que normalmente se realiza após a têmpera com
a finalidade de aliviar as tensões internas, diminuir a dureza excessiva e a fragilidade
da martensita temperada, e, assim, aumentar a ductilidade e resistência ao choque. O
revenido deve ser feito logo após a têmpera, para se evitar a perda de peças por
ruptura provocada pelas tensões da têmpera. A figura a seguir mostra de modo
esquemático o ciclo de têmpera e revenido.
194 SENAI - SP
A manutenção numa determinada temperatura é um importante fator para peças de
massa elevada. Como regra, deve-se manter por 60 minutos, adicionando-se uma
hora para cada polegada de espessura da peça.
O esfriamento após o revenido é feito em ar livre, salvo nos casos de aços que sofrem
um fenômeno chamado fragilidade ao revenido (aços ligados ao Cr e Ni), quando
revenidos nas faixas entre 260C e 315C e, também, entre 450C e 600C. É
recomendado que, no caso de dúvida quanto à susceptibilidade do aço a este
problema ou quando o revenido tiver que ser feito nestas faixas de temperatura, que
seja seguido de resfriamento brusco em água fria.
Tratamentos Isotérmicos
Austêmpera
Esse tratamento isotérmico aproveita as transformações da austenita que ocorrem a
uma temperatura constante. O constituinte que se origina na austêmpera é a bainita,
que se caracteriza pela alta ductilidade, tenacidade e resistência mecânica, conhecida
como “efeito mola”, portanto, com propriedades superiores à da martensita revenida. A
austêmpera consiste em submeter o aço a uma seqüência de operações e
transformações:
aquecimento a uma temperatura que possibilite a austenitização; como regra, seguir
os parâmetros de aquecimento da têmpera;
resfriamento num banho mantido a uma temperatura constante, geralmente entre
260C e 400C;
permanência no banho a essa temperatura para, isotermicamente, ocorrer a
transformação da austenita em bainita;
SENAI - SP 195
resfriamento até a temperatura ambiente, em ar livre ou banho de sal.
Martêmpera
Esse tratamento consiste em interromper o resfriamento a partir da temperatura de
austenitização, de modo a retardar o resfriamento do aço por alguns instantes em
uma temperatura pouco superior à linha MI (temperatura de início da transformação
martensítica), resultando numa uniformização de temperatura na superfície e no centro
das peças submetidas a esse tratamento. Esse procedimento diminui a perda de
peças por trincas e empenos, que são defeitos causados pelo resfriamento rápido da
têmpera convencional. A martêmpera consiste em submeter o aço a uma seqüência
de operações:
Aquecimento a uma temperatura de austenitização;
Resfriamento num meio fluido quente (óleo quente, banho de sal) até uma
temperatura acima da transformação martensítica (linha Mi );
Manutenção nesse meio de resfriamento até a uniformização da temperatura entre a
superfície e o núcleo da peça;
Resfriamento posterior a uma velocidade moderada (geralmente em ar) de modo a
prevenir diferenças de temperatura entre a superfície e o núcleo das peças.
196 SENAI - SP
Têmpera superficial
Na têmpera superficial produz-se uma mudança da estrutura cristalina localizada
apenas na superfície do aço, que adquire as propriedades e características típicas da
estrutura martensítica.
A têmpera superficial pode ser realizada por dois processos: chama e indução.
Têmpera por chama - o aquecimento da peça é feito por meio da incidência de uma
chama oxiacetilênica na superfície da peça, a uma temperatura acima da zona crítica
(727C), atingindo uma camada predeterminada a endurecer; em seguida é feito um
resfriamento por jateamento de água.
SENAI - SP 197
A próxima figura mostra esquematicamente um dispositivo próprio para têmpera
superficial linear.
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Alcançada a temperatura de têmpera, resfria-se rapidamente a peça por meio de um
jato de água ou óleo.
Tratamentos termoquímicos
Os processos termoquímicos são aplicados nos aços com baixo teor de carbono com
o objetivo de aumentar sua dureza superficial e a resistência ao desgaste, mantendo o
núcleo dúctil e tenaz.
Cementação
Aplica-se a aços com até 0,30% de carbono e com baixo teor de elementos de ligas.
SENAI - SP 199
dissolver melhor o carbono. A profundidade de penetração do carbono depende do
tempo de cementação.
200 SENAI - SP
O tempo de cementação é determinado em função da espessura da camada
cementada desejada, da temperatura e do meio cementante. Obviamente, quanto
maior for o tempo e mais alta a temperatura, mais profunda será a camada.
Nitretação
É um tratamento termoquímico de endurecimento superficial semelhante à
cementação, que se caracteriza pela introdução superficial de nitrogênio no aço até
uma certa profundidade, sob a ação de um ambiente nitrogenoso a uma temperatura
determinada, para formar uma camada dura de nitretos.
SENAI - SP 201
Na nitretação líquida, o meio nitretante são banhos de sais fundidos, em geral cianetos
e cianatos, responsáveis pelo fornecimento do nitrogênio.
Carbonitretação
É um processo de introduzir carbono e nitrogênio no aço a partir de uma mistura
gasosa apropriada. O carbono provém de um gás rico em carbono e o nitrogênio a
partir da amônia. É um processo misto de cementação a gás e nitretação a gás, e sua
temperatura varia de 700C a 900C. O objetivo principal da carbonitretação é
formar no aço uma camada resistente ao desgaste, de 0,07mm a 0,7mm, e é usada
202 SENAI - SP
geralmente em peças de pequeno porte, como componentes de máquinas de
escrever, carburadores, relógios e aparelhos eletrodomésticos.
Boretação
É o processo mais recente entre os tratamentos superficiais nos aços carbono, aços
liga, ferro fundido comum e nodular.
SENAI - SP 203
204 SENAI - SP
Referências Bibliográficas
SENAI - SP 205