Você está na página 1de 496

1.

série
a

Revisão para vestibulares


SP e MG
Língua Portuguesa História Matemática
Elizabeth Sanfelice Lysvania Villela Cordeiro Fabiano Batista Ribeiro

Literatura Brasileira Arte


Geografia Física Luciana Eastwood Romagnolli
Elizabeth Sanfelice Homero Balera Borba André Felipe Astrogildo de Lima

Inglês Educação Física


Sociologia Química Fábio Mucio Stinghen
Ingrid Kautzmann Machado Leonardo Carbonieri Campoy Guto Sanmar

Espanhol Filosofia Biologia


Fabiana Teixeira Lima Anderson Bogéa da Silva Felipe Beijamini

CURITIBA - 2021
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
S224 Sanfelice, Elizabeth.
Caderno de atividades : revisão para vestibulares – SP e MG, 1ª série / Elizabeth
Sanfelice ... [ et al. ] ; ilustrações João Carlos Ongaro . – Curitiba : Positivo Soluções
Didáticas, 2021.
: il.

ISBN 978-65-5540-982-6 (Livro do Aluno)



1. Ensino médio – Currículos. I. Ongaro, João Carlos. II. Título.

©2019 Positivo Soluções Didáticas Ltda.

DIRETOR-GERAL PESQUISA ICONOGRÁFICA


Daniel Gonçalves Manaia Moreira Ângela D L S Barbara, Jhennyfer Pertille, Jéssica Andressa Miara,
Juliana Câmara, Junior Guilherme Madalosso, Karine Ribeiro de Oliveira
DIRETOR EDITORIAL Buzinaro, Lenon de Oliveira Araújo, Marina Gonçalves Grosso, Mayara
Joseph Razouk Junior Yoneyama, Susan Rocha de Oliveira, Tassiane Garcez Tokarski
GERENTE EDITORIAL PRODUÇÃO EDITORIAL
Júlio Röcker Neto

GERENTE DE PRODUÇÃO EDITORIAL


Cláudio Espósito Godoy

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Jeferson Freitas PROJETO GRÁFICO
João Carlos Ongaro
COORDENAÇÃO DE ARTE
Elvira Fogaça Cilka EDIÇÃO DE ARTE
Juliana Ferreira Rodrigues
COORDENAÇÃO DE ICONOGRAFIA
Susan R. de Oliveira Milesk EDITORAÇÃO
Estúdio iEA Soluções Educacionais, Juliana Ferreira Rodrigues e Renata
AUTORIA Santos
Língua Portuguesa: Elizabeth Sanfelice
ILUSTRAÇÕES
Literatura Brasileira: Elizabeth Sanfelice
João Carlos Ongaro
Inglês: Ingrid Kautzmann Machado
Espanhol: Fabiana Teixeira Lima ENGENHARIA DE PRODUTO
Arte: Luciana Eastwood Romagnolli Solange Szabelski Druszcz
Educação Física: Fábio Mucio Stinghen
PRODUÇÃO
Geografia: Homero Balera Borba Positivo Soluções Didáticas Ltda.
História: Lysvania Villela Cordeiro Rua Major Heitor Guimarães, 174
Filosofia: Anderson Bogéa da Silva 80440-120 Curitiba – PR
Sociologia: Leonardo Carbonieri Campoy Fone: (0xx41) 3312-3500
Matemática: Fabiano Batista Ribeiro Site: www.sistemapositivodeensino.com.br
Física: André Felipe Astrogildo de Lima IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Química: Guto Sanmar Gráfica e Editora Posigraf Ltda.
Biologia: Felipe Beijamini Rua Senador Accioly Filho, 500
81300-000 Curitiba – PR
EDIÇÃO Fone: (0xx41) 3212-5452
Enilda Pacheco, Floresval Nunes, Gabriela Ido Sabino, Halina E-mail: posigraf@positivo.com.br
dos Santos França, Juliana Sartori, Lélia Longen Fontana, 2021
Luiz Lucena, Lys Villela, Marcelo Smaniotto, Michele
CONTATO
Czaikoski, Milena Lima, Tatiana Carvalho, Wilma Wunsch
editora.spe@positivo.com.br

Todos os direitos reservados à Positivo Soluções Didáticas Ltda.


SUMÁRIO

Língua portuguesa
“O pluriverso da comunicação”..........................................................................................................9
Que língua falo eu?...........................................................................................................................19
Leituras & desleituras........................................................................................................................24
As linguagens da conquista..............................................................................................................32
A beleza da cultura e a cultura da beleza.........................................................................................40
Qual é a sua tribo?............................................................................................................................48

Literatura
Introdução ao estudo da Literatura...................................................................................................59
Gêneros e elementos literários..........................................................................................................64
Do velho ao novo mundo..................................................................................................................66
Quinhentismo....................................................................................................................................69
Barroco..............................................................................................................................................70
Arcadismo.........................................................................................................................................72
Romantismo: poesia.........................................................................................................................77
Romantismo: prosa e teatro..............................................................................................................83

inglês
The English Language around the globe...........................................................................................93
Multiple intelligences.........................................................................................................................96
Eating disorders................................................................................................................................99
Japanese literature: haiku...............................................................................................................100
Computer games.............................................................................................................................101
Water...............................................................................................................................................102
Natural hazards and disasters.........................................................................................................103
Controversies over e-book readers.................................................................................................104
Advances in genetics: cloning, genetically modified products, and the human genome project......105
Overload of information and multitasking.......................................................................................107
Graffitti: art or crime?......................................................................................................................108

espanhol
Español, ¿qué lengua es esa?........................................................................................................109
Mírame. ¡Aquí estoy!........................................................................................................................111
Él mola un pegote...........................................................................................................................112
Por donde te mueves......................................................................................................................114
De tal palo, tal astilla.......................................................................................................................116
¿Nos vamos de fiesta?....................................................................................................................117
¡Conéctate!......................................................................................................................................118
¿Eres manirroto?.............................................................................................................................119
¿A qué sabe?..................................................................................................................................121
¡Felices fiestas!................................................................................................................................121

arte
Sobre a concepção geral de arte....................................................................................................123
A arte no tempo...............................................................................................................................124
As artes e o mundo medieval..........................................................................................................125
Outras temáticas.............................................................................................................................126
Uma era de descobertas.................................................................................................................127
Nova compreensão da Arte e do artista.........................................................................................129
Arte e os sentidos...........................................................................................................................131
O ilusionismo barroco.....................................................................................................................132
Uma arte de contrastes...................................................................................................................133

educação física
Esportivização.................................................................................................................................135
Qualidade de vida...........................................................................................................................136
Conhecendo e valorizando o corpo................................................................................................137
Brincadeiras e jogos........................................................................................................................138
Comportamentos competitivos/cooperativos.................................................................................138
Esporte/violência.............................................................................................................................139

geografia
Movimentos da Terra, orientação e localização..............................................................................141
Mapas: tipologia e componentes....................................................................................................143
Estrutura da Terra............................................................................................................................145
Estrutura da crosta terrestre............................................................................................................147
Hidrografia.......................................................................................................................................148
Formas de uso da água..................................................................................................................150
Interação entre elementos e fatores do clima.................................................................................151
Clima e biomas: questões ambientais............................................................................................153
Estrutura demográfica.....................................................................................................................155
Indicadores demográficos...............................................................................................................158
População e trabalho......................................................................................................................162
Ocupação e uso do solo.................................................................................................................166

história
Introdução aos estudos de História................................................................................................171
Primeiras comunidades...................................................................................................................172
Mesopotâmia...................................................................................................................................172
Egito................................................................................................................................................174
Hebreus, fenícios e persas..............................................................................................................175
Grécia Antiga...................................................................................................................................177
Roma Antiga....................................................................................................................................182
Povos “bárbaros”............................................................................................................................186
Transição da Antiguidade para a Idade Média na Europa..............................................................188
Império Bizantino............................................................................................................................192
Árabes.............................................................................................................................................193
Transição da Idade Média para a Idade Moderna..........................................................................195
Expansão marítima e absolutismo..................................................................................................200
Renascimento e reforma.................................................................................................................204
África Atlântica................................................................................................................................207
Povos da América...........................................................................................................................210
África, América, Ásia, Europa e Oceania: um mundo.....................................................................211

filosofia
Bem-vindo à Filosofia......................................................................................................................215
Pensamento mítico..........................................................................................................................215
O berço da Filosofia........................................................................................................................216
Sócrates, Platão e Aristóteles.........................................................................................................216
Divisões do conhecimento filosófico..............................................................................................218
Conhecer ou não conhecer: eis a questão!....................................................................................218
Teoria do conhecimento na Antiguidade e na Idade Média............................................................219
Senso comum?...............................................................................................................................219
Epistemologia moderna e contemporânea.....................................................................................220
Filosofia da ciência..........................................................................................................................222
Domínios da sensibilidade..............................................................................................................224
Rumos da Estética..........................................................................................................................224
Arte ou indústria?............................................................................................................................225

Sociologia
Sociologia como ciência.................................................................................................................227
Auguste Comte e a fundação da Sociologia...................................................................................230
Trabalho livre e a estratificação social............................................................................................231
Fatores da mudança e da reprodução social..................................................................................232
Representações da modernidade no Brasil....................................................................................235
Modernização na transição do Império para a República..............................................................236
Transição para a modernidade nas grandes interpretações do Brasil............................................237
Educação e socialização primária...................................................................................................239

matemática
Conjuntos........................................................................................................................................245
Conceito de função.........................................................................................................................250
Função afim.....................................................................................................................................254
Progressão aritmética.....................................................................................................................259
Função quadrática..........................................................................................................................266
Relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo..........................................................278
Relações trigonométricas em um triângulo qualquer.....................................................................284
Trigonometria: conceitos básicos...................................................................................................289
Funções trigonométricas I...............................................................................................................291
Função composta e inversa............................................................................................................293
Função exponencial........................................................................................................................295
Função logarítmica..........................................................................................................................299
Progressão aritmética.....................................................................................................................309

Física
Introdução à Mecânica....................................................................................................................313
Vetores.............................................................................................................................................313
Velocidade e aceleração.................................................................................................................315
1.a e 3.a Leis de Newton....................................................................................................................321
Principais forças da Mecânica........................................................................................................323
2.a Lei de Newton.............................................................................................................................327
Trabalho de uma força e energia.....................................................................................................335
Teoremas que relacionam trabalho e energia.................................................................................337
Dissipação e conservação da energia Mecânica............................................................................340
Potência..........................................................................................................................................350
Introdução à Dinâmica impulsiva....................................................................................................353
Conservação da quantidade de movimento...................................................................................357
Movimento uniforme.......................................................................................................................364
Movimento uniformemente variado................................................................................................378

química
A matéria, suas transformações, propriedades e sua composição................................................389
Estrutura da matéria........................................................................................................................394
Radioatividade.................................................................................................................................398
Tabela periódica dos elementos......................................................................................................400
Ligações químicas...........................................................................................................................404
Funções inorgânicas.......................................................................................................................410
Reações inorgânicas.......................................................................................................................415
Cálculos químicos...........................................................................................................................419
Gases..............................................................................................................................................432

Biologia
Introdução à Biologia: organização da vida....................................................................................443
Fundamentos químicos da vida: composição dos seres vivos......................................................444
Ácidos nucleicos: linguagem da vida..............................................................................................447
Biologia celular: estudo das células................................................................................................450
Membranas celulares: trocas entre as células................................................................................452
Bases da Fisiologia Celular: hialoplasma e organelas celulares.....................................................456
Bioenergética I: fotossíntese...........................................................................................................458
Bioenergética II: respiração celular.................................................................................................459
Núcleo celular interfásico: armazenamento de informação genética.............................................463
Ciclo celular: os períodos da célula................................................................................................467
Gametogênese: formação de gametas...........................................................................................471
Introdução aos estudos da Genética..............................................................................................474
Noções de probabilidade e genealogias.........................................................................................477
Herança sem dominância e genes letais........................................................................................481
2.a Lei de Mendel: segregação independente..................................................................................483
Tipagem sanguínea: sistemas ABO e Rh........................................................................................484
Genética pós-Mendel: herança do sexo.........................................................................................489
Interação gênica: genes integrados................................................................................................492
Lei de Morgan ou 3.a lei da herança: genes ligados (linkage) e mapas cromossômicos.................495
LÍNGUA PORTUGUESA
1ª. Série

"O pluriverso da comunicação"


1. (IFMG) b) “O site deu até exemplos com o uso do termo
Olá, leitores!
aholic: chocolateaholic”
c) “O termo Bookaholic junta duas palavras da
Nessa postagem do “Mundo Curioso”, trago para
língua inglesa: book + aholic.”
vocês uma curiosidade a respeito de um termo
bastante utilizado nos blogs e sites a fora, refe- d) “No português, bookaholic pode ter uma
rentes aos livros e seus leitores. equivalência ao termo bookmaníaca(o).”
Você já deve ter visto o termo Bookaholic em al-
gum lugar, certo? Eu mesma, por exemplo, só fui (ESPM) O texto a seguir é referência para as ques-
conhecer essa palavra quando passei a ler blogs tões de 2 a 4.
literários, e fiquei surpresa de existir esse título A língua e o poeta
para os amantes de livros.
Hoje eu peço vênia¹ para discrepar² do grande
O termo Bookaholic junta duas palavras da língua Ferreira Gullar, que, no domingo, escreveu um
inglesa: book + aholic. Book todo mundo sabe o artigo defendendo o “modo correto” de usar a lín-
que é (eu espero...), aholic já é um termo difícil de gua portuguesa.
se achar em dicionários comuns, porque é uma
palavra que não tem tradução. De acordo com o Longe de mim propor que o poeta, eu e o leitor
Macmillian Dictionary, “aholic é uma palavra usa- comecemos a dizer “nós vai” ou “debateu so-
da em substantivos ou verbos para significar algo bre as alternativas”, mas não dá para comparar
que gosta muito ou que não consegue parar de violações à norma culta com um erro conceitual
fazer alguma coisa”. como afirmar que tuberculose não é doença, para
ficar nos exemplos de Gullar. Fazê-lo é passar
O site deu até exemplos com o uso do termo com um “bulldozer”³ sobre o último meio século
aholic: chocolateaholic (Também sou #rs), de pesquisas, em especial os trabalhos de Noam
shopaholic... Entre outros. Chomsky, que conseguiram elevar a linguística de
No português, bookaholic pode ter uma equiva- uma disciplina entrincheirada nos departamentos
lência ao termo bookmaníaca(o). Basicamente é de humanidades a uma ciência capaz de fazer
uma denominação para qualquer viciado em al- previsões e articular-se com outras, como psico-
guma coisa, neste caso em particular, bookhaho- logia, biologia, computação.
lic é um viciado em livros. Chomsky mostra que a capacidade para a lingua-
Disponível em: <SILENTMYWORLD.blogspot.com.br>. gem é inata. É só lançar uma criança no meio de
Acesso em: 16 de junho de 2014.
uma comunidade que ela absorve o idioma local.
O fenômeno das línguas crioulas revela que gru-
Apesar de predominarem no texto acima as fun-
pos expostos a «pidgins» (jargões comerciais que
ções referencial e metalinguística, percebe-se a
misturam vários idiomas, geralmente falados em
função fática da linguagem no trecho: portos) desenvolvem, no espaço de uma gera-
a) “Você já deve ter visto o termo Bookaholic em ção, uma gramática completa para essa nova lin-
algum lugar, certo?” guagem. Mais do que de facilidade para o apren-

Caderno de Atividades 9
dizado, estamos falando aqui de uma gramática c) “prescrições estilísticas”
universal que vem como item de fábrica em cada
d) “decoramos”
ser humano. Foi a resposta que a evolução deu
ao problema da comunicação entre caçadores- e) “pesquisa da etiqueta”
coletores.
5. (FGV)
Nesse contexto, o único critério para decidir
entre o linguisticamente certo e o errado é a Nuvens contêm uma quantidade impressionante
compreensão da mensagem transmitida. Uma de água. Mesmo as pequenas podem reter um
frase ambígua é mais “errada” do que uma que volume de 750 km3 de água e, se calcularmos
fira as caprichosas regras de colocação prono- meio grama de água por metro cúbico, essas
minal. Na verdade, as prescrições estilísticas minúsculas gotas flutuantes podem formar ver-
que decoramos na escola e que nos habitua- dadeiros lagos voadores. Imagine a situação
mos a chamar de gramática são o que há de de um agricultor que observa, planando sobre
menos essencial e mais aborrecido no fenôme- os campos ressecados, nuvens contendo água
no da linguagem. Estão para a linguística assim mais que suficiente para salvar sua lavoura e
como a pesquisa da etiqueta está para o estudo deixar um bom saldo, mas que, em vez disso,
da história. produzem apenas algumas gotas antes de desa-
(HÉLIO SCHWARTSMAN, Folha de S.Paulo, 27 de março de 2012) parecer no horizonte. É essa situação desespe-
radora que leva o mundo todo a gastar milhões
1 vênia = licença, permissão
de dólares todos os anos tentando controlar a
2 discrepar = divergir de opinião, discordar
3 bulldozer = (inglês) escavadeira chuva. Nos Estados Unidos, a tendência de ex-
trair mais umidade do ar vem aumentando em
2. De acordo com o 2º. parágrafo, a linguística mais um ano de secas severas. Em boa parte
das planícies centrais e do sudoeste do país,
a) estabeleceu, dentro da área de humanidades, os níveis de chuva, desde 2010, têm diminuído
uma linha de combate contra as violações à entre um e dois terços, com impacto direto nos
norma culta da língua portuguesa. preços do milho, trigo e soja. A Califórnia, fon-
b) foi pioneira na área de humanidades a desen- te de boa parte das frutas e legumes que abas-
volver pesquisas científicas sobre uma gra- tecem o país, ainda deve recuperar-se de uma
mática universal. seca que deixou seus reservatórios com metade
da capacidade e áreas sem gelo perigosamen-
c) era uma disciplina que se defendia de ata- te reduzidas. Em fevereiro, o Serviço Nacional
ques a suas teorias, tornando-se uma ciência do Clima divulgou que o estado tem uma chan-
articulada com outras áreas científicas. ce em mil de se recuperar logo. Produtores de
d) outrora restrita aos meios acadêmicos, ga- amêndoas estão preocupados com suas planta-
nhou “status” de ciência e enredou-se com ções por falta de umidade, e até a água potável
outras áreas do conhecimento. está ameaçada.
Scientific American Brasil, julho de 2014. Adaptado
e) destacou-se nos últimos cinquenta anos, fa-
zendo previsões sobre os rumos da língua por- Em conformidade com a norma-padrão da língua
tuguesa. portuguesa e sem alterar os sentidos do texto, a
frase final pode ser reescrita da seguinte forma:
3. “Chomsky mostra que a capacidade para a lin-
guagem é inata.” O termo em negrito é ilustrado a) Produtores de amêndoas estão preocupados
no texto com a expressão: com suas plantações devido falta de umida-
a) línguas crioulas de, e até ameaça da água potável.
b) “pidgins” b) Como há falta de umidade, produtores de
c) item de fábrica amêndoas estão preocupados com suas plan-
tações. Além disso, inclusive a água potável
d) caçadores-coletores
está ameaçada.
e) prescrições estilísticas
c) Falta umidade e ameaça de água potável, coi-
4. O autor lança mão de expressões com carga pe- sas com que se preocupa os produtores de
jorativa ou irônica para referir-se à gramática, ex- amêndoas e suas plantações.
ceto em: d) Falta umidade e ameaça à água potável exis-
a) “universal” te, contudo os produtores de amêndoas estão
b) “caprichosas regras” preocupados com suas plantações.

10 1ª. Série
Língua Portuguesa

e) Produtores de amêndoas estão preocupados nós a palavra estrangeira precisasse andar com
com suas plantações que os transtornos se o passaporte aberto, mostrando o carimbo na en-
trada e na saída.
deve à falta de umidade e de água potável.
Ora, por quê? Será que “blackberries” rolando
6. (FAAP) livremente por nossa terra poderiam frutificar e,
como ervas daninhas, roubar os nutrientes da
Você já viu esta cena. Todos na sala ou no restau- graviola, da mangaba e do cajá? “Samplers”,
rante esquecem o nome de um filme ou escritor, sem as barrinhas duplas de proteção, acabariam
alguém quer checar uma notícia, uma data... e o poluindo o português com “beats” exógenos,
tablet ou o iPhone salvador é acionado. Pergunte condenando-o a uma versão “remix”? Caso rece-
ao Google. E lá está a informação que colore o bêssemos “blowjobs” sem o supracitado preser-
branco da memória. Em termos. O que você lê vativo gráfico, doenças venéreas se espalhariam
na internet pode estar errado ou ser uma mentira por nosso exposto vernáculo?
deliberada. Com a ajuda da credulidade humana,
histórias inventadas se propagam. Algumas são Bobagem, pessoal. Livremos as nossas frases
plausíveis, baseadas em dramas reais. desses arames farpados, desses cacos de vidro.
A língua é viva: quanto mais línguas tocar, mais sa-
A mentira não é privilégio dos tempos da internet. bores irá provar e experiências poderá acumular.
Mas a democratização de debate em sites e blo- Antônio Prata, Folha de S. Paulo, 22/05/2013. Adaptado.
gs facilita equívocos e maledicências.’
Ruth de Aquino. “Sexo, mentiras e internet”. O título do texto resulta de um trocadilho com a
In: Revista Época. No. 751, pág.130 (fragmentos)
frase feita de origem popular “não ter papas na
“E lá está a informação que colore o branco da língua”. Comparados título e frase feita, pode-se
memória.” Nas palavras da colunista, encontra- afirmar:
mos um recurso estético muito presente na: a) O primeiro deve ser entendido em sentido co-
a) função fática notativo; a segunda, em sentido denotativo.
b) Ambos têm caráter metalinguístico e se refe-
b) função emotiva
rem à liberdade de expressão.
c) função metalinguística
c) O título traduz revolta e a frase feita, submissão.
d) função poética d) Tanto o título quanto a frase feita sugerem que
e) função referencial escrever é mais complicado do que falar.
e) Ambos poderiam ser acompanhados pelo co-
7. (FGV) mentário metalinguístico “literalmente falando”.
Sem aspas na língua
(CEFET-MG) As questões de 8 e 9 referem-se ao tex-
De início, o que me incomodava era o peso des-
to abaixo.
proporcional que as aspas dão à palavra. Se es-
crevo mouse pad, por exemplo, suscito em seu Como comprar um livro
pensamento apenas o quadradinho discreto que
Tenho em casa um livro intitulado Como ler um li-
vive ao lado do teclado, objeto não mais notável
vro. Parece piada, mas é um livro sério. Os autores
na economia do cotidiano do que as dobradiças
são dois americanos (Mortinmer e Van Doren). Foi
da janela ou o porta-escova de dentes. Já “mou-
publicado nos anos 1940. É um livro prático, bem
se pad” parece grafado em neon, brilha diante de
americano, e no final há até uma lista de obras a
seus olhos como o luminoso de uma lanchonete
serem lidas e sugestões de trabalho. Terminada a
americana. Desequilibra.
leitura, você se convence de que o título era muito
Tá legal, eu aceito o argumento: não se pode exi- apropriado, porque, mesmo a maioria das pessoas
gir do leitor que saiba outra língua além do por- que sabe ler, não sabe como ler um livro.
tuguês. Se encasqueto em ornar meu texto com
Há tempos que penso em escrever algo em torno
“dramblys” ou “haveloos” - termos em lituano e
de como comprar um livro. Parece também um
holandês para elefante e mulambento, respecti-
título de brincadeira. A primeira e instintiva res-
vamente -, as aspas surgem para acalmar quem
posta é: “Uai! Basta ter algum dinheiro, entrar na
me lê, como se dissessem: “Queridão, os termos
livraria e pronto”.
discriminados são coisa doutras terras e doutra
gente, nada que você devesse conhecer”. Antes fosse. Vejamos.
Pois é essa discriminação o que, agora sei, mais Suponhamos que você tenha o tal dinheiro para
me incomoda. Vejo por trás das aspas uma pon- adquirir o livro. (Embora ter dinheiro pareça natu-
tinha de xenofobia, como se para circular entre ral para alguns, para a imensa maioria dos bra-

Caderno de Atividades 11
sileiros isso ainda é um problema.) Suponhamos Daqui a 10 anos, quando alguém ler este artigo
que, tendo dinheiro, você pertença à minoria dos vai se espantar, porque tudo será diferente. Me-
que leem livros. (Até hoje, não se sabe ao certo lhor? Pior? Imprevisível. O que escrevo aqui hoje
se os que compram livros no Brasil são 10 ou 1 – “Como comprar um livro” – pode não valer para
milhão de pessoas entre os 200 milhões.) Mas di- amanhã. Daqui a 10 anos, não sei se haverá livra-
gamos que você, leitor de jornal, queira comprar rias, se haverá editoras. Segundo uns pensadores
um livro. Aí tem duas alternativas: ou vai a uma franceses, o “autor” morreu há muito e apenas se
livraria ou procura na internet. Se você pretende ir esqueceu de se deitar no caixão.
à livraria, vai ter alguns problemas. Se mora num SANT’ANNA, Affonso Romano de. Jornal Estado de Minas. Caderno
bairro com várias livrarias, é, em princípio, uma Cultura. 04 mar.
pessoa de sorte. Se mora alhures, a coisa com-
plica. Quando muito, terá alguma papelaria, não 8. Segundo o texto, comprar um livro no Brasil é
livraria. Se vive no interior, aí complicou de vez. A uma tarefa difícil devido à (ao)
maioria das cidades brasileiras não tem livrarias.
Há cerca de seis mil municípios e temos só umas a) alto custo de sua editoração.
três mil livrarias, a maioria concentrada em certos b) fragilidade do mercado livreiro.
bairros das grandes capitais. c) baixo índice de letramento da sociedade.
Mas suponhamos que você tenha a sorte de en- d) escassez de títulos à disposição do consumidor.
trar numa livraria. As maiores têm bares e restau-
e) concorrência entre editoras nacionais e inter-
rantes para atrair a clientela. Mas você está lá
nacionais.
para comprar livro, não é? Você leu no jornal que
o livro tal foi lançado. Como os jornais concorrem
uns com os outros na pressa das notícias, o livro 9. Há metalinguagem na passagem do texto trans-
ainda não chegou à livraria. Se o livreiro for aten- crita em:
to, pode anotar seu endereço e avisá-lo. Se você a) “Você leu no jornal que o livro tal foi lançado.”
não for obsessivo, vai comer um sanduíche e se b) “Outra alternativa é “baixar” o livro no seu iPad.”
esquecer do livro.
c) “...a maioria das pessoas que sabe ler, não
Se o livro que procura saiu há algum tempo, o sabe como ler um livro.”
atendente, na maioria das vezes, vai ao compu-
tador verificar. Metade das vezes ele diz que está
d) “Tenha uma pessoa para buscar o seu livro
esgotado ou apenas no estoque. Isso nem sem- como um infatigável cão de caça.”
pre é verdade. Você pensa: depois eu volto. E não e) “O que escrevo aqui hoje – ‘Como comprar
volta. Perdeu-se uma venda. um livro’ – pode não valer para amanhã.”
Portanto, sugiro: você tem que ter um livreiro de
confiança, como antigamente se tinha o contra- 10. (MACKENZIE)
bandista que lhe fornecia uísque. Não existe per- Acompanho essa revista desde seu início e devo
sonal para tudo? Tenha uma pessoa para buscar dizer que há edições que maravilham os leitores
o seu livro como infatigável cão de caça. e outras que os deixam exasperados. No entan-
As livrarias mais inteligentes têm que criar serviço to, agora vocês se superaram. A escolha do ator
de entrega em domicílio, como pizzarias fazem para a capa deve ser elogiada de tão insípida que
com a pizza. é, assim como suas cores e as bobagens pre-
sentes na entrevista. Queria que me informassem
Mas você, contemporâneo da informática, mora quanto valem as páginas dedicadas ao artista
no interior e resolve usar a internet. Todo mundo que estampa a capa, pois seria desejável um res-
diz que é fácil, maravilhoso. Não é bem assim. sarcimento ou, ao menos, gostaria de saber qual
Pode tentar na Cultura, na Saraiva. Mas a coisa foi meu prejuízo financeiro, já que para minha per-
mais complicada é comprar na Estante Virtual. da intelectual não há reparação.
Tentei várias vezes e desisti. Cheguei até a locali- Adaptação de carta de leitor publicada na Revista Bravo
zar o endereço no interior de São Paulo para en-
comendar diretamente o livro. Ou seja, comprar Assinale a alternativa correta.
ingresso de cinema e teatro é fácil. É mais fácil a) A manifestação do leitor espelha o objetivo
até comprar os livros na Amazon, no exterior. central de uma carta dessa natureza: corrobo-
Outra alternativa é “baixar” o livro no seu iPad. rar escolhas e pontos de vista definidos pelos
Mas isso funciona melhor para os livros estran- jornalistas.
geiros, a lista de títulos nacionais é pequena e, b) agora vocês se superaram e deve ser elogia-
em geral, você tem que ser uma fera em informá- da indiciam momentos de ironia no texto de
tica, quase um engenheiro da Nasa, para ter êxito viés crítico do leitor, que tem como objetivo
nessa operação. principal questionar escolhas dos editores.

12 1ª. Série
Língua Portuguesa

c) A carta do leitor distingue-se das cartas em O texto acima é um exemplo do gênero textual:
geral, pois, como no texto apresentado, o a) resumo. d) resenha.
emissor se coloca de modo distanciado em
b) ensaio. e) editorial.
relação ao que manifesta.
c) biografia.
d) A carta do leitor acima dialoga com outras
cartas de leitores, uma vez que são presentes
(PUC-SP) Texto de referência para as questões de
marcas de discórdia em relação a outro texto
de mesmo gênero. 12 a 14.
e) Como é comum em cartas do leitor de teor críti- Elegância 1, Racismo 0
co, o texto acrescenta informações sobre o artis-
O paradoxo costuma rondar sistemas democrá-
ta, além daquelas contidas na entrevista citada. ticos. Até que ponto se pode tolerar a intolerân-
cia, ser liberal com quem pretende demolir as
11. (UFJF) liberdades, assegurar os direitos dos que não os
A ação sob um novo olhar reconhecem?

O cineasta Luc Besson é catalogado como o di- Em alguns casos, a dúvida se resolve facilmente.
retor francês que mais se parece com um pro- Criminaliza-se a tentativa de derrubar pela força
fissional americano de Hollywood, por seus lon- um governo legítimo. Atentados terroristas rece-
gas serem carregados de ação explosiva, além bem sanções severas, não importando a funda-
de quase sempre protagonizados por anti-heróis mentação política que possam ter.
típicos de produções da terra do Tio Sam. A pre-
Nos chamados crimes de opinião, todavia, o de-
sença de astros consagrados reforça essa defini-
bate se torna mais complexo. Poucas coisas são
ção − basta lembrar filmes icônicos como “Nikita”
(que virou até seriado nos EUA), “O profissional”, mais repugnantes e estúpidas do que o precon-
“O quinto elemento” e as franquias “Carga explo- ceito racial, e têm sido frequentes manifestações
siva” e “Busca implacável”. A diferença de Bes- desse tipo nos estádios de futebol.
son está no modo inteligente como ele insere, Do Reino Unido ao Peru, do Japão ao Brasil, re-
num peculiar cinema comercial, arte e reflexão gistram-se atos de insulto a jogadores afrodes-
sem parecer picaretagem, conseguindo atrair a cendentes por parte de alguns (ou muitos) tor-
simpatia de diferentes públicos. cedores que estão prontos a aplaudir o jogador
“Lucy” é o mais novo projeto com essa sua mar- negro ou mulato quando estes fazem gols para
ca: a estrela Scarlett Johansson surge numa his- seus times de dileção.
tória que, num primeiro momento, lembra um
Várias iniciativas se tomam para punir os respon-
filme de super-herói. Scarlett faz uma mulher
sáveis. Uma equipe peruana foi condenada a pa-
acidentalmente envolvida na negociação de uma
gar multa (meros US$ 12 mil) depois de seus tor-
droga experimental, que, ao entrar em sua circu-
cedores terem emitido gritos de “macaco” para
lação, faz com que ela aumente a utilização de
agredir o jogador Tinga, do Cruzeiro. No Brasil,
seu cérebro em 100%. A turbinada resolve então
procurar um pesquisador (Morgan Freeman) do um time gaúcho perdeu nove pontos e foi rebai-
assunto, ao mesmo tempo em que um traficante xado pelo fato de seus fãs terem atirado bananas
está à sua procura. contra um árbitro.

Com o filme colocado dessa forma, Lucy parece A questão é saber se punições como essas cum-
uma prima próxima da personagem Viúva Negra, prem um papel determinante, pedagógico e civili-
também interpretada por Scarlett na série de fil- zatório, no sentido de modificar a mentalidade do
mes com super-heróis da Marvel − igualmen- torcedor racista.
te com cenas eletrizantes de luta. Mas “Lucy” A repressão a um sentimento, por mais odioso
(no original) também faz uma reflexão em torno que seja, não o desarma. Pode-se desencorajar,
de questões como evolução, metafísica e tem-
pela lei, certos comportamentos que o manifes-
po. Percebe-se que Besson se diverte pelo jeito
tem de forma explícita. Seu fundo de ressenti-
como desenvolve a narrativa: a cada estágio de
mento e destrutividade permanece e pode até
transformação de Lucy, o diretor intercala as ex-
fermentar, depois de recalcado.
plicações científicas do tal pesquisador. Tudo de
maneira a sustentar o conceito por trás da tra- Não poderia ser mais educativa – no que teve de
ma, desenvolvido com extrema habilidade e num superioridade, humor e indiferença – a reação do
ritmo propositalmente acelerado com objetivo de brasileiro Daniel Alves, que soberanamente co-
dar credibilidade ao improvável. meu a banana que lhe fora atirada.
A AÇÃO sob um novo olhar. Disponível em: <http://rioshow.oglobo.
globo.com/cinema/eventos/criticasprofissionais/lucy11057.aspx>. Uma agência publicitária tomou daí a inspiração,
Acesso em: 16 de agosto de 2014. a pedido do atacante Neymar, também hostilizado

Caderno de Atividades 13
nos campos espanhóis, para campanha contra o c) se revela desfavorável, justamente por causa da
racismo. “Somos todos macacos”, diz o slogan, postura de superioridade, humor e indiferença.
obtendo a adesão de inúmeras celebridades.
d) não apresenta ponto de vista a favor ou con-
Torna-se moda, nas redes sociais, divulgar fo- tra, já que o jornalismo não tem de se posicio-
tos com a fruta em mãos; o insulto se neutraliza, nar, mas apenas informar.
o agressor se desconcerta, o símbolo inverte o
e) a considera ressentida, recalcada e reprimida.
sentido.
É no campo das formas de expressão que o 15. (UNIFESP)
embate se leva a efeito. Gesto contra gesto, so-
O silêncio é a matéria significante por excelên-
lidariedade contra particularismo, ironia contra
cia, um continuum significante. O real da comu-
estupidez: ainda que essa luta jamais tenha fim,
nicação é o silêncio. E como o nosso objeto de
é bom que seu lado mais inteligente tenha, tam-
reflexão é o discurso, chegamos a uma outra
bém, as armas mais inteligentes a seu dispor.
afirmação que sucede a essa: o silêncio é o real
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/163837-ele-
do discurso.
gancia-1-racismo-0.shtml>. Acesso em 01 nov. 2015.
O homem está “condenado” a significar. Com ou
12. A expectativa gerada pelo título do editorial é a sem palavras, diante do mundo, há uma injun-
de que ção à “interpretação”: tudo tem de fazer sentido
(qualquer que ele seja). O homem está irreme-
a) a elegância não muda a mentalidade do tor- diavelmente constituído pela sua relação com o
cedor racista. simbólico.
b) comer banana é elegante.
Numa certa perspectiva, a dominante nos estu-
c) o humor vence o racismo de 1 a zero. dos dos signos, se produz uma sobreposição en-
d) aplaudir e insultar jogadores afrodescenden- tre linguagem (verbal e não verbal) e significação.
tes são atitudes elegantes. Disso decorreu um recobrimento dessas duas
noções, resultando uma redução pela qual qual-
e) uma reação elegante é mais eficaz diante de quer matéria significante fala, isto é, é remetida
uma manifestação de racismo. à linguagem (sobretudo verbal) para que lhe seja
atribuído sentido.
13. Considerando que, de acordo com o Dicionário
Houaiss, paradoxo é “pensamento, proposição Nessa mesma direção, coloca-se o “império do
ou argumento que contraria os princípios bási- verbal” em nossas formas sociais: traduz-se o si-
lêncio em palavras. Vê-se assim o silêncio como
cos e gerais que costumam orientar o pensa-
linguagem e perde-se sua especificidade, en-
mento humano, ou desafia a opinião consabida,
quanto matéria significante distinta da linguagem.
a crença ordinária e compartilhada pela maioria”,
(Eni Orlandi. As formas do silêncio, 1997.)
assinale a alternativa que contempla esse signi-
ficado. Ao analisar a prevalência da linguagem verbal na
a) “A repressão a um sentimento, por mais odio- comunicação social, a autora enfatiza que
so que seja, não o desarma”. a) a exigência da comunicação implica o fim do
b) “Nos chamados crimes de opinião, todavia, o silêncio.
debate se torna mais complexo”. b) a essência do silêncio se perde, quando ele é
c) “Torna-se moda, nas redes sociais, divulgar traduzido pelas palavras.
fotos com a fruta em mãos”. c) a verdadeira linguagem prescinde do silêncio
d) “Ser liberal com quem pretende demolir as li- e das palavras.
berdades”. d) as palavras recuperam satisfatoriamente os
e) “Seu fundo de ressentimento e destrutividade sentidos silenciados.
permanece e pode até fermentar, depois de e) a comunicação pelo silêncio é, de fato, irrea-
recalcado”. lizável.

14. Em relação à atitude do jogador Daniel Alves, o


(UNESP) As questões de números 16 e 17 tomam
jornal
por base um poema de Luiz Gama (1830-1882),
a) se posiciona favoravelmente, considerando-a poeta, jornalista e líder abolicionista brasileiro,
educativa. nascido livre e vendido como escravo pelo pró-
b) se declara a favor, mas considera desneces- prio pai, e um excerto da narrativa Doze anos de
sário o fato de ele ter comido a banana. escravidão, de Solomon Northup (1808-1863),

14 1ª. Série
Língua Portuguesa

homem livre sequestrado em Washington em Sem conseguir livrar a mão dele, novamente o
1841 e submetido à escravidão em fazendas da peguei pelo pescoço e dessa vez com uma em-
Louisiana, livro que serviu de base ao roteiro do punhadura medonha que logo o fez afrouxar a
filme 12 anos de escravidão, dirigido por Steve mão. Tibeats ficou enfraquecido e desmobilizado.
McQueen. Seu rosto, que estivera branco de paixão, esta-
va agora preto de asfixia. Aqueles olhos miúdos
No cemitério de S. Benedito de serpente que exalavam tanto veneno estavam
agora cheios de horror — duas órbitas brancas
Em lúgubre recinto escuro e frio, precipitando-se para fora.
Onde reina o silêncio aos mortos dado, Havia um “demônio à espreita” em meu coração
Entre quatro paredes descoradas, que me instava a matar o maldito cão naquele
Que o caprichoso luxo não adorna, instante — a manter a pressão em seu odioso
Jaz da terra coberto humano corpo, pescoço até que o sopro de vida se fosse! Não
que escravo sucumbiu, livre nascendo!
ousava assassiná-lo, mas não ousava deixá-lo vi-
Das hórridas cadeias desprendido,
ver. Se eu o matasse, minha vida teria de pagar
Que só forjam sacrílegos tiranos,
pelo crime — se ele vivesse, apenas minha vida
Dorme o sono feliz da eternidade.
satisfaria sua sede de vingança. Uma voz lá den-
Não cercam a morada lutuosa
tro me dizia para fugir. Ser um andarilho nos pân-
Os salgueiros, os fúnebres ciprestes,
tanos, um fugitivo e um vagabundo sobre a Terra,
Nem lhe guarda os umbrais da sepultura
era preferível à vida que eu estava levando.’’
Pesada laje de espartano mármore,
(Doze anos de escravidão, 2014.)
Somente levantado em quadro negro
Epitáfio se lê, que impõe silêncio!
— Descansam n’este lar caliginoso¹ 16. No último parágrafo do excerto, explique por que
O mísero cativo, o desgraçado!... o raciocínio de Solomon durante a luta contra
Aqui não vem rasteira a vil lisonja Tibeats, um de seus proprietários, corresponde a
Os feitos decantar da tirania, um dilema.

Nem ofuscando a luz da sã verdade


Eleva o crime, perpetua a infâmia.
Aqui não se ergue altar ou trono d’ouro
Ao torpe mercador de carne humana.
Aqui se curva o filho respeitoso
Ante a lousa materna, e o pranto em fio
Cai-lhe dos olhos revelando mudo
A história do passado. Aqui nas sombras
Da funda escuridão do horror eterno,
Dos braços de uma cruz pende o mistério,
Faz-se o cetro² bordão³, andrajo a túnica,
Mendigo o rei, o potentado4 escravo!’’
(Primeiras trovas burlescas e outros poemas, 2000.) 17. O filme 12 anos de escravidão, considerado uma
excelente obra de arte cinematográfica pela crí-
1 caliginoso: muito escuro, tenebroso.
2 cetro: bastão de comando usado pelos reis.
tica, tem seu roteiro baseado na narrativa Doze
3 bordão: cajado grosso usado como apoio ao caminhar. anos de escravidão. Assistindo-se ao filme e len-
4 potentado: pessoa muito rica e poderosa. do a narrativa, percebe-se, por exemplo, a ausên-
cia no filme de algumas cenas presentes na nar-
DOZE ANOS DE ESCRAVIDÃO rativa. Esse fato deve ser considerado uma falha
do filme? Justifique sua resposta.
Houvera momentos em minha infeliz vida, muitos,
em que o vislumbre da morte como o fim de so-
frimentos terrenos — do túmulo como um local
de descanso para um corpo cansado e alque-
brado — tinha sido agradável de imaginar. Mas
tal contemplação desaparece na hora do perigo.
Nenhum homem, em posse de suas forças, con-
segue ficar imperturbável na presença do “rei dos
horrores”. A vida é cara a qualquer coisa viva; o
verme rastejante lutará por ela. Naquele momen-
to, era cara para mim, escravizado e tratado tal
como eu era.

Caderno de Atividades 15
18. (ITA)
‘‘Edison não conseguia se concentrar de jeito nenhum. Tinha sempre dois ou três empregos e passava o dia indo
de um para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostumou a escrever recados curtos e constantes, às vezes
para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser um cara mais inteligente do que a média, sofria quan-
do precisava ler um livro inteiro. Para completar, comia rápido e dormia pouco – e não conseguia se dedicar ao
casamento conturbado, por falta de tempo. Se identificou? Claro, quem não tem esses problemas? Passar horas
no twitter ou no celular, correr de um lado para o outro e ter pouco tempo disponível para tantas coisas que você
tem que fazer são dramas que todo mundo enfrenta. Mas esse não é um mal do nosso tempo. O rapaz da história
aí em cima era ninguém menos que Thomas Edison, o inventor da lâmpada. A década era a de 1870 e o aparelho
que ele usava para mandar e receber mensagens, um telégrafo. O relato, que está em uma edição de 1910 do
jornal New York Times, conta que, quando Edison finalmente percebeu que seu problema era falta de concentra-
ção, parou tudo. Se fechou em seu escritório e se focou em um problema de cada vez. A partir daí, produziu e
patenteou mais de 2 mil invenções. [...]
(Gisela Blanco. Superinteressante, julho/2012)

O tema desse texto é:


a) o modo de viver de um cientista durante parte de sua vida.
b) a dispersão de um cientista.
c) a criatividade de um grande gênio da ciência.
d) a falta de tempo das pessoas.
e) a dificuldade de concentração de pessoas ao longo dos tempos.

(FAAP) Texto para as questões 19 e 20.

Um minhocão para os ciclistas

As bicicletas estão em alta na capital inglesa. Literalmente. Bastou a empresa municipal de transportes anunciar
um crescimento de 100% no número de ciclistas entre 2000 e 2010 para o prefeito, Boris Johnson, flertar com a
ideia de construir ciclovias suspensas. O projeto foi proposto pelos paisagistas Oli Clark e Sam Martin como uma
maneira de aumentar a segurança dos ciclistas sem sacrificar os motoristas, que costumam perder espaço quan-
do faixas de rolagem são convertidas em ciclofaixas. O plano é aproveitar os viadutos pelos quais passam trens
metropolitanos e construir, paralela aos trilhos, uma estrutura tubular envidraçada exclusiva para quem pedala.
Batizada provisoriamente de SkyCycle (ciclovia do céu), a rede terá a vantagem de integrar as principais estações
de trem e metrô, além de ligar o centro à periferia.
Camilo Vannucchi – Revista Época, nov/2012, pág. 38.

As ciclovias suspensas são uma resposta aos perigos do trânsito. Sua audaciosa simplicidade impressionou o
prefeito Boris Johnson.
Jornal The Times (22/09/12), apud Revista Época, nov/2012, pág. 38.

19. Na primeira linha do texto, há uma afirmação: “As bicicletas estão em alta”. Essa expressão “estão em alta”,
nesse contexto, significa que:
a) a moda agora é andar de bicicleta.
b) o custo das bicicletas se elevou.
c) a população aderiu ao uso da bicicleta.
d) as bicicletas terão vias elevadas.
e) a bicicleta é, hoje, o melhor meio de transporte.

20. O advérbio “Literalmente”, também na primeira linha do texto, corresponde ali ao seu:
a) sentido lúdico
b) sentido figurado
c) sentido genuíno
d) sentido poético
e) sentido paradoxal

16 1ª. Série
Língua Portuguesa

21. (FUVEST)
A tirinha tematiza questões de gênero (masculino e feminino), com base na oposição entre

Equilíbrio, Folha de S.Paulo, 21/05/2013.


a) permanência e transitoriedade.
b) sinceridade e hipocrisia.
c) complacência e intolerância.
d) compromisso e omissão.
e) ousadia e recato.

22. (UNIMONTES)

CARTUM E CHARGE

Para quem pensa que o cartum e a charge são textos distantes da nossa realidade, engana-se completamente, pois,
ao contrário disso, representam aqueles com os quais estamos acostumados a conviver diariamente, ou seja, pode-
mos encontrá-los em jornais, revistas, livros didáticos, entre outros. Dessa forma, passemos a conhecer, primeiramen-
te, acerca dos pontos que consideramos como mais relevantes em se tratando do cartum.
O cartum se caracteriza como uma anedota gráfica em que nele podemos visualizar a presença da linguagem
verbal associada à não verbal. Suas abordagens dizem respeito a situações relacionadas ao comportamento
humano, mas não estão situadas no tempo, por isso são denominadas de atemporais e universais, ou seja, não
fazem referência a uma personalidade em específico. Cientes disso, torna-se importante compreendermos que
o nome cartum proveio de um acontecimento ocorrido em Londres, em 1841. Tal acontecimento diz respeito ao
fato de o príncipe Albert, no intuito de decorar o Palácio de Westminster, ter promovido um concurso de desenhos
feitos em grandes cartões (cartoons em inglês), os quais seriam colados às paredes. Dessa forma, no intento de
satirizar, a revista Punch, considerada na época a primeira revista humorística do mundo, resolveu publicar seus
próprios cartoons.
A charge, um tanto quanto diferente do cartum, satiriza situações específicas, situadas no tempo e no espaço, ra-
zão pela qual se encontra sempre apontando para um personagem da vida pública em geral, às vezes um artista,
outras vezes um político, enfim. Em se tratando da linguagem, também costuma associar linguagem verbal e não
verbal. Outro aspecto para o qual devemos atentar diz respeito ao fato de a charge, expressa na língua francesa,
possuir significado de “carga”, aderindo por completo à intenção do chargista, ou seja, a de que ele realmente
atua de forma crítica numa situação de ordem social e política.’’
(www.escolakids.com/cartumecharge.htm. Acesso em 2/10/2013. Adaptado.)

De acordo com o texto, todas as características são comuns ao cartum e à charge, EXCETO
a) Usam linguagem verbal e não verbal.
b) São textos humorísticos.
c) Retratam aspectos da realidade.
d) Lidam com temáticas atemporais.

Caderno de Atividades 17
(PUCSP) Texto de referência para as questões 23 mais de 74 anos, pensava eu, já havia morrido.
e 24. Fiz, então, uma tentativa desesperada nas redes
sociais e, para minha surpresa, lá estava dona
Livro relembra os 70 anos do ‘Pearl Walderez, ostentando em seu perfil o orgulho de
Harbor’ brasileiro ter sobrevivido ao naufrágio”, diz Monteiro.
Rodrigo Petry - Agência Estado
O livro resgata reportagens publicadas pela im-
O ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial prensa nacional durante a segunda quinzena de
completa este mês 70 anos. Entre os dias 15 e 17 agosto de 1942, arquivadas em bibliotecas, mu-
de agosto de 1942, um submarino alemão, batiza- seus e fundações em Salvador (BA), Valença (BA),
do U-507, atacou cinco navios brasileiros na costa Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e
nordestina. Assim como os ataques japoneses à Porto Alegre (RS). Em conjunto, vários documen-
base norte-americana de Pearl Harbor, em 1941, tos oficiais militares são apresentados, ajudando
foram determinantes para o ingresso dos Estados a explicar as razões que levaram o Brasil a entrar
Unidos na Segunda Guerra, o episódio nas águas na guerra. “Em geral, se fala da consequência, da
brasileiras da Bahia e Sergipe também provocou participação da FEB no front italiano, mas nunca
o envio das tropas brasileiras ao conflito mundial. se comenta a causa, ou seja, o que levou o Brasil
Detalhes sobre estes acontecimentos são des- a declarar guerra. O livro busca preencher essa
vendados com o livro, recém-lançado, “U-507 – lacuna”, explica Monteiro.
O Submarino que afundou o Brasil na Segunda Além das notas oficiais expedidas pelos governos
Guerra Mundial”, do jornalista Marcelo Monteiro, brasileiro e alemão, divulgadas pela imprensa da
com prefácio de Luis Fernando Verissimo. época, outra peça fundamental para apuração,
A dimensão do drama humano dos ataques do diz o autor, foi o diário de bordo do U-507, assi-
submarino alemão está no fato de que ao longo nado pelo comandante do submarino, com de-
de um ano de batalhas na Itália, para onde a For- talhes sobre o deslocamento e os registros dos
ça Expedicionária Brasileira (FEB) foi enviada, 465 ataques em águas brasileiras. Após três anos e
soldados foram mortos. meio de pesquisa, o autor questionou no livro al-
gumas informações que se perpetuaram ao longo
“Apenas naqueles três dias de agosto de 1942 fo- da história sobre o episódio, como a quantidade
ram 607 civis brasileiros mortos”, destaca o autor de disparos do submarino alemão a cada navio
do livro, Marcelo Monteiro. Ele compara o episódio brasileiro, de ataques com metralhadoras e até
brasileiro ao ataque japonês a Pearl Harbor, que saques às pequenas embarcações que resgata-
vitimou 2,4 mil norte-americanos. “Guardadas as vam os sobreviventes.
devidas proporções, é claro, o U-507 é o nosso
Outro fato curioso seria a presença, nos navios,
Pearl Harbor. Só que, nos Estados Unidos, todos
de “romeiros”, que seguiam para um Congresso
conhecem o episódio, em detalhes. Aqui, no Brasil
Eucarístico, que aconteceria em setembro daque-
poucos sequer ouviram falar no U-507”, afirma.
le ano, em São Paulo. “Tratando-se de um País
Após os ataques com torpedos do submarino extremamente religioso, é possível que tal boato
alemão U- 507 aos navios na costa brasileira, o não tenha sido erro de apuração jornalística, mas
governo do presidente Getúlio Vargas, que até sim uma versão elaborada, propositadamente,
então mantinha o País em uma posição neutra em com o sentido de aumentar ainda mais a revolta
relação ao conflito global, foi obrigado a ceder à popular e consequente mobilização para entrada
revolta popular que o episódio gerou, declarando na guerra”, afirma, argumentando que dos cinco
guerra às nações do chamado bloco do “Eixo”, navios atacados, quatro faziam o sentido inverso,
liderado pela Alemanha, Itália e Japão. Assim, o partindo da região Sudeste, e a outra embarca-
Brasil ingressou nos campos de batalha apoiando ção estava carregada de sucata.
o bloco dos “Aliados”, liderados por Estados Uni-
dos, antiga União Soviética e Reino Unido.
U-507 – O SUBMARINO QUE AFUNDOU O
O livro-reportagem conta a história de alguns BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
dos personagens que vivenciaram os torpedea- Lançamento nacional, quinta-feira (16), às 19 ho-
mentos do U-507. Segundo o autor, a apuração ras, na Bienal do Livro de SP. O evento coincide
começou pela busca, em especial, por uma das com os 70 anos dos torpedeamentos, ocorridos
sobreviventes do navio Itagiba, um dos atacados entre 15 e 17 de agosto de 1942.
pelo Eixo, em 17 de agosto de 1942. À época,
com quatro anos, Walderez Cavalcante foi resga- Páginas: 344. Editora: Schoba. Preço: R$ 49. Vendas: Em todas as lojas da
Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) e no site da Editora Schoba
tada após permanecer horas boiando dentro de
(www.editoraschoba.com.br) Disponível em: http://www.estadao.com.br/
uma caixa de madeira. “Por mais de dois anos a noticias/arteelazer,livro- relembra-os-70-anos-do-pearl-harbor-brasileiro,
procurei, a partir de catálogos telefônicos. Com 915885,0.htm. Acesso em: 1.o out. 2012.

18 1ª. Série
Língua Portuguesa

23. Considerando as características do texto lido, in- 24. Ao longo do texto, as aspas duplas são emprega-
dique o gênero textual a que pertence e sua fun- das com distintas funções. No último parágrafo,
ção social. são duas ocorrências. Aponte a função de cada
a) Artigo científico, uma vez que trata de assun- uma delas, na ordem em que aparecem no texto:
tos históricos, relatados com precisão e com a) reproduzir fala do autor do texto; acentuar
base em referências bibliográficas. tom irônico.
b) Artigo de opinião, pois apresenta argumenta- b) apresentar perspectiva satírica; ressaltar fala
ção resumida em defesa de um ponto de vista de Rodrigo Petry.
sobre o fato histórico relatado no filme. c) destacar ironia; evidenciar discurso direto do
c) Editorial, cuja função é discutir uma ideia, re- autor do livro.
fletindo o posicionamento da instituição jor- d) demarcar a ideia de indivíduos andantes que
nalística ou do responsável pelo programa em viajam por muitos lugares; destacar fala do
relação a determinado assunto. autor do texto jornalístico.
d) Resenha, por divulgar resumidamente o as- e) reforçar sentido de expressão sarcástica; de-
sunto do livro e detalhes sobre a obra. marcar discurso direto de Rodrigo Petry.
e) Crônica, uma vez que tem por objetivo entre-
ter o leitor, apresentando detalhes do(s) pro-
tagonista(s), dos elementos tempo/espaço e
onde se passa a história.

que língua falo eu?


25. (ESPM)
O PATO SOCIAL

Amigos que atuam no mercado editorial e na imprensa de Lisboa,


externando com bom humor a sua indignação, argumentavam:
“Queremos igualdade de condições e direitos. Se não podemos ser
‘exactos’ em nosso idioma, então vocês não podem ter um ‘pacto’,
mas, sim, um pato social”.
Avicultura sociopolítica à parte, os lusos, a despeito de seus ques-
tionamentos, e os demais governos da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa, com exceção de Angola, já ratificaram o acordo
ortográfico. O mais importante de tudo isso é entender que as mu-
danças que unificaram a ortografia não alteraram a gramática e a
riqueza do português com sua multiplicidade de expressões homô-
nimas e parônimas e infinitas possibilidades sintáticas para a composição das frases e sentenças.
Ademais, o alto grau de redundância linguística de nosso idioma permite que os textos sejam lidos rapidamente e
na diagonal, sem prejuízo de se assimilar a informação mínima, e também facilita o mecanismo da previsibilidade
(ou seja, mesmo quando faltam letras numa palavra, o leitor consegue ler de maneira correta). Tudo isso vai a favor
do consenso nacional quanto à necessidade de estimular a leitura.
Considerando a adequada e rápida adaptação do Brasil e levando-se em conta que até os portugueses já ratifi-
caram o acordo ortográfico, são incompreensíveis as propostas que às vezes surgem no nosso Legislativo ou na
retórica de pretensos estudiosos do tema, de se produzirem novas mudanças.
(Karine Pansa, Folha de SP, adaptado, 19.08.2014)

Assinale o item em que o par de vocábulos não seja exemplo de palavras parônimas, mas sim de homônimas:
a) pacto – pato d) são (verbo ser) – são (santo)
b) ratificar – retificar e) descrição – discrição
c) cumprido – comprido

Caderno de Atividades 19
26. (UNIMONTES)

(portalmultirio.rio.rj.gov.br. Acesso em 2/10/2013.)

De acordo com as informações fornecidas pelo mapa e seus conhecimentos sobre a história e geografia
da Língua Portuguesa no mundo, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Nos países citados no mapa, a Língua Portuguesa é reconhecida como patrimônio nacional e utilizada
como instrumento de comunicação interna e no relacionamento entre todas as comunidades lusofalantes.
b) A Língua Portuguesa é a língua oficial de oito países em quatro continentes, e não exclusiva de um único
território.
c) A Língua Portuguesa, tendo em vista as regiões e os grupos que a utilizam, apresenta-se como uma
unidade, não tendo, pois, diversidades.
d) A Língua Portuguesa, tendo em vista as regiões e os grupos que a utilizam, apresenta-se com variações
fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas.

27. (FUVEST)
V – O samba
À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do
céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento. (...)
É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpen-
drada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o
samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no
qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se. Tudo salta, até
os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais taludos
viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai,
negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar
como um peixe em seco. (...)
José de Alencar, Til. (*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.

Para adequar a linguagem ao assunto, o autor lança mão também de um léxico popular, como atestam todas
as palavras listadas na alternativa
a) saracoteio, brasido, rabanar, senzalas. d) fazenda, rabanar, cinzas, esperneiam.
b) esperneiam, senzalas, pincham, delírio. e) delírio, cambalhotas, cangote, fazenda.
c) saracoteio, rabanar, cangote, pincham.

20 1ª. Série
Língua Portuguesa

(MACKENZIE) Texto para as questões 28 e 29. d) os colonos que vieram para o Brasil no século
XVI já encontraram uma sólida estrutura social
Distantes geograficamente, é natural que o por-
e habitacional, em pleno desenvolvimento.

tuguês do Brasil e o de Portugal apresentassem,
desde o Período Colonial, traços linguísticos e) a influência indígena foi maciça nos séculos
que os particularizassem e diferenciassem. Não XVI e XVII, por isso foi impossível aos colonos
é simples, porém, determinar em que momento a manutenção de hábitos europeus.
isso passou a ocorrer mais fortemente.
Os primeiros colonos que para cá vieram (século 30. (FUVEST) Leia o seguinte texto, que trata das dife-
XVI, principalmente) passaram quase sempre por renças entre fala e escrita:
um processo de “indianização”, dada a precarie- Talvez ainda mais digno de atenção seja o desa-
dade da estrutura colonial do período. parecimento [na escrita] da mímica e das infle-
A partir, contudo, do final do século XVI ou iní- xões ou variações do tom da voz. A sua falta tem
cio do século XVII, nas áreas centrais da Colônia de ser suprida por outros recursos.
(Bahia e Pernambuco), houve núcleos de colo-
É, neste sentido, que se torna altamente instruti-
nização que não se indianizaram, ao menos não
va a velha anedota, que nos conta a indignação
intensamente.
de um rico fazendeiro ao receber de seu filho um
Esses novos colonos sentiam-se como “exilados”, telegrama com a frase singela – “mande-me di-
e não como brasileiros. Procuravam manter a cul- nheiro”, que ele lia e relia emprestando-lhe um
tura europeia, evitando as influências tropicais. tom rude e imperativo. O bom homem não era tão
Linguisticamente, essa postura parece ter desen- néscio quanto a anedota dá a entender: estava no
volvido uma norma conservadora, que manteria o direito de exigir da formulação verbal uma quali-
falar brasileiro relativamente infenso às inovações dade que lhe fizesse sentir a atitude filial de ca-
que se processaram em Portugal.’’ rinho e respeito e de refugar uma frase que, sem
Adaptado de Paulo Bearzoti Filho, em Formação linguística do Brasil a ajuda de gestos e entoação adequada, soa à
leitura espontaneamente como ríspida e seca.
28. Assinale a alternativa correta. J. Mattoso Câmara Jr., Manual de expressão oral e escrita. Adaptado.

a) O texto em sua totalidade é uma narração por-


a) Considerando-se que o verbo da frase do te-
que apresenta passagens de um estado a outro
legrama está no imperativo, se essa mesma
em uma série de acontecimentos encadeados.
frase fosse dita em uma conversa telefônica,
b) Caracteriza-se o texto como um exemplar do haveria possibilidade de o pai entendê-la de
tipo descritivo, pois há processos de enume- modo diferente? Explique.
ração e expansão de determinados objetos.
c) O texto é de natureza explicativa, pois há se-
quências que procuram elucidar para o leitor
aspectos a respeito de nossa história.
d) A forma dialogada do texto, em que se alterna
a voz narrativa principal, é o que o distingue
de um texto jornalístico.
e) Há evidentes marcas de oralidade no texto, o
que permite que se afirme que se está diante
de uma transcrição de um texto oral, como
uma palestra.
b) Reescreva a frase do telegrama, acrescentan-
29. Pela leitura do texto, pode-se afirmar que do-lhe, no máximo, três palavras e a pontua-
a) o português brasileiro apresenta aspectos lin- ção adequada, de modo a atender a exigên-
guísticos mais conservadores do que o portu- cia do pai, mencionada no texto.
guês de Portugal.
b) elementos que diferenciam o português de
Portugal e o português do Brasil podem ser
explicados apenas por fatores geográficos.
c) a mudança linguística é algo imprevisível e
dificilmente pode ser explicada por meio de
observações analíticas.

Caderno de Atividades 21
31. (FUVEST) Entrevistado por Clarice Lispector, para a 32. (FUVEST)
pergunta “Como você encara o problema da ma- E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda
turidade?”, Tom Jobim deu a seguinte resposta: a alma pelos olhos enamorados.
“Tem um verso do Drummond que diz: ‘A madure-
za, esta horrível prenda...’ Não sei, Clarice, a gente Naquela mulata estava o grande mistério, a sín-
tese das impressões que ele recebeu chegando
fica mais capaz, mas também mais exigente”.
aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era
Nota: O verso citado por Tom Jobim é o início do o calor vermelho das sestas da fazenda; era o
poema “A ingaia ciência”, de Carlos Drummond aroma quente dos trevos e das baunilhas, que
de Andrade, e sua versão correta é: “A madureza, o atordoara nas matas brasileiras; era a palmei-
essa terrível prenda”. ra virginal e esquiva que se não torce a nenhuma
outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso;
a) Aponte dois recursos expressivos emprega-
era o sapoti mais doce que o mel e era a casta-
dos pelo poeta na expressão “terrível prenda”. nha do caju, que abre feridas com o seu azeite de
fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta
viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia
muito tempo em torno do corpo dele, assanhan-
do-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras em-
bambecidas pela saudade da terra, picando-lhe
as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma
centelha daquele amor setentrional, uma nota
daquela música feita de gemidos de prazer, uma
larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam
em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar
b) Reescreva a resposta de Tom Jobim, eliminan- numa fosforescência afrodisíaca.
do as marcas de coloquialidade que ela apre- Aluísio Azevedo, O cortiço.
senta e fazendo as alterações necessárias. O conceito de hiperônimo (vocábulo de sentido
mais genérico em relação a outro) aplica-se à pa-
lavra “planta” em relação a “palmeira”, “trevos”,
“baunilha” etc., todas presentes no texto. Tendo
em vista a relação que estabelece com outras
palavras do texto, constitui também um hiperô-
nimo a palavra
a) “alma”. d) “cobra”.
b) “impressões”. e) “saudade”.
c) “fazenda”.

33. (FUVEST) Examine a tirinha

22 1ª. Série
Língua Portuguesa

Mantendo o contexto em que se dá o diálogo, a) Retire dos textos duas marcas que caracteri-
reescreva as duas falas do primeiro quadrinho, zariam a informalidade pretendida pela publi-
empregando o português usual e gramaticalmen- cação, explicitando de que tipo elas são (sin-
te correto. táticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais,
isto é, de vocabulário).

b) Pode-se afirmar que certas expressões em-


pregadas no texto, como “tá” e “botar”, se di-
ferenciam de outras, como “galera” e “grana”,
quanto ao modo como funcionam na socieda-
34. (UNICAMP) Reproduzimos abaixo a chamada de de brasileira. Explique que diferença é essa.
capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro
que apresenta um estilo mais informal.

Governo quer fazer a galera


pendurar a chuteira mais tarde
Duro de parar Como a vovozada vive até mais
tarde, a intenção, agora, é criar regra para au-
mentar a idade mínima exigida para a aposen-
tadoria; objetivo é impedir que o INSS quebre
de vez

Descanso mais longe 35. (UNICAMP) Millôr Fernandes foi dramaturgo, jorna-
O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é lista, humorista e autor de frases que se tornaram
bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situa- célebres. Em uma delas, lê-se:
ção do INSS se complica, e mais o governo tra-
ta de dificultar a aposentadoria do pessoal pelo Por quê? é filosofia. Porque é pretensão.
teto (o valor integral que a pessoa teria direito de
a) Explique a diferença no funcionamento lin-
receber quando pendura as chuteiras) – o que
não é tão bom. guístico da expressão “porque” indicada nas
duas formas de grafá-la.
A última novidade que já tá em discussão lá em
Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que
diz que só se aposenta ganhando o teto quem
somar 85 anos entre idade e tempo de contri-
buição (se for mulher) e 95 anos (se for homem).
Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a gra-
na toda se tivesse trampado registrada por 25
anos (60 + 25 = 85) e um homem da mesma ida-
de, se tivesse contribuído por 35 (60 + 35 = 95).
Quem quiser se aposentar antes, pode – só que
vai receber menos do que teria direito com a
conta fechada.

(notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.)

Caderno de Atividades 23
b) Explique o sentido do segundo enunciado do mil ________ da União Europeia (EU) ________
texto (Porque é pretensão), levando em con- exigiram um melhor esclarecimento sobre o con-
sideração a forma como ele se contrapõe ao sumo de água.
primeiro enunciado. Considere em sua res- Geo, n.º 40, 2012. Adaptado.

posta apenas o sentido atribuído à palavra As lacunas do texto devem ser preenchidas, res-
pretensão que se encontra abaixo. pectivamente, com:
pretensão: vaidade exagerada, presunção. a) maior ... cidadões ... entrevistados
b) maiores ... cidadões ... entrevistado
c) maior ... cidadão ... entrevistados
d) maiores ... cidadãos ... entrevistados
e) maior ... cidadãos ... entrevistado

37. (FGV) As regras que justificam a acentuação das


palavras “honorários”, “atrás” e “público” tam-
bém justificam, respectivamente, a acentuação
36. (FGV) O comércio de bens de consumo significa das seguintes palavras, cujos acentos gráficos
comércio de água; mas, como ela não está dire- foram omitidos:
tamente contida nos produtos, fala-se em “água a) frequencia, ananas, ritmico.
virtual” – e esta todos nós consumimos em quan- b) heroi, tenaz, frenesi.
tidades muito ________ do que a água da torneira, c) sumaria, guaranas, serio.
e em geral sem saber. Ainda assim, na mais re- d) perfumaria, perspicaz, etico.
cente pesquisa “eurobarométrica”, 75% de 25,5 e) agraria, caibras, veneto.

leituraS & DESLEITURAS


(UEMG) Leia o seguinte texto, presente na obra Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato, e responda às
questões 38 e 39.

Natureza-morta

A tia girou a chave, empurrou a porta, Ê!, algo a emperrava, estranhou. O corpo no ombro direito, a custo cedeu,
pororoca estraçalhando, arrastando, O quê? Em algazarra, as crianças, às suas costas, espiavam-na, assus-
tadiças, curiosas. Pela fresta, antecipou-se a manhã frágil iluminando o quadro de avisos – feltro verde colado
sobre uma placa de cortiça – agora ponte em diagonal ligando o rodapé à maçaneta, garatujas e desenhos ainda
assentados com tachinhas.
No corredor, onde desaguavam as três salas-de-aula, gizes esmigalhados, rastros de cola colorida, massinhas-
de-modelar esmagadas, folhas de papel sulfite estragadas, uma lousa no chão vomitada, trabalhinhos rasgados,
pincéis embebidos de fezes que riscaram abstrações nas paredes brancas, pichações ininteligíveis, uma garrafa
de coca-cola cheia de mijo, um cachimbo improvisado de crack – a capa de uma caneta bic espetada lateral-
mente num frasco de Yakult. Ao fundo, a fechadura arrombada, cacos do vidro do basculante, do barro do filtro
d’água, marcas de chutes nas laterais do fogão, panelas e talheres amassados. Em correria, gritos atravessam as
telhas francesas, olhos mendigam explicações.
Puxada, empurrada, vozes choramingas, “A hortinha, a hortinha...”, conduziram a tia ao quintal: à sua frente,
fuçadas as leiras, legumes e verduras repisados, arrancados, enterrados, brotos de cenoura, beterrabas, alfaces,
couves, tomates, tanto carinho desperdiçado, nunca mais vingariam, as crianças caminhando, com cuidado, por
entre os pequenos cadáveres verdes, olhos baços, e ela, até onde a vista alcança, observa as escandalosas casas
de tijolos à mostra, esqueletos de colunas, lajes por acabar, pipas singrando o céu cinza, fedor de esgoto, um
comichão na pálpebra superior esquerda e a solidão e o desespero.’’

24 1ª. Série
Língua Portuguesa

38. Nesse fragmento da obra de Luiz Ruffato, há o se- pela garganta Calma, meu bem, calma. O te-
guinte procedimento de construção textual: lefone vai tocar, Fran, já já. (“Fran”)
a) Ambiguidade: o título remete a um modo de b) Ontem, quando avisado que seu Aprígio tinha
pintura e a uma cena concreta presente no texto. passado desta, murcho e sozinho desfiou as
b) Metalinguagem: a menção aos “gizes esmiga- ruas pobres do Jardim Varginha, garrafa de
lhados” e à “caneta bic” constitui um indício de cachaça debaixo do sovaco. Houve quem te-
que o texto reflete sobre sua própria estrutura. nha visto seus passos cambaleantes empur-
c) Ironia: a exclamação das crianças sobre a rarem-no ao encontro da noite áspera, mas
“hortinha” parece exprimir pesar, mas soa iro- só a manhã surpreendeu o índio esticado sob
nicamente. a marquise de uma loja de material de cons-
trução na Avenida Santo Amaro, abraçado a
d) Musicalidade: o parágrafo final do texto ex-
um casco branco vazio, a tudo alheio, a tudo.
plora propositalmente a reiteração de fone-
(“Um índio”)
mas, a fim de sensibilizar o leitor.
c) (...) outros tempos esteve ligada à rede Globo,
39. A cena descrita na passagem compõe um quadro papéis secundários em novelas, pontas em
de miséria e solidão, recorrente nas narrativas de especiais, aparições rápidas em programas
Eles eram muitos cavalos. Esse mesmo quadro dominicais, vilã, ingênua. Chegou a, na rua,
pode ser identificado no trecho: ser apontada, cutucada, mexida, apalpada,
a) À mesa minúscula, com a ponta da faca ras- você não é da televisão? Televisão...televisão
pa a geleia de morango que resta no fundo é pra poucos, pra uns. (“Fran”)
do pote e cobre a superfície irregular de uma d) Desci do norte de pau-de-arara. Se o senhor
bolacha cream cracker. Leva-a à boca. Arre- soubesse o que era aquilo... Um caminhão ve-
messa longe a bolacha, a faca e o pote vazio, lho, lonado, umas tábuas atravessadas na car-
que rola no carpete sem se quebrar. Merda! roceria servindo de assento, a matula no bornal,
Merda! Merda! Levanta-se, corre para a saca- rapadura, farinha dias e dias de viagem, meu
da. Lágrimas azuis ameaçam arruinar seu dia deus do céu! Mas posso reclamar não. São
Calma Fran, calma! calam-se escorregando Paulo, uma mãe pra mim. Logo que chegou.

40. (ESPM - SP)

Dik Browne, O melhor de Hagar, o Horrível, L&PM

A graça da tira decorre:


a) da existência de “ruído” na comunicação efetuada pela esposa Helga e não entendida pelo amigo Ed
Sortudo.
b) de uma fala inabitual de Helga que, ao dirigir-se diretamente ao próprio marido, refere-se às qualidades
de uma terceira pessoa.
c) do não entendimento de um discurso ambíguo bastante comum, no qual se dirige à própria pessoa, questio-
nando-a como se fosse uma outra.
d) da diferença do nível de linguagem usado pelo emissor para se dirigir aos interlocutores, fato que fez
sugerir a existência de dois maridos.
e) da dificuldade de compreensão, por parte do amigo Ed Sortudo, devido aos traços de informalidade
no discurso de Helga.

Caderno de Atividades 25
41. (FUVEST) - Leia este texto: so próprio mérito. Se a natureza humana fosse
racional, não haveria explicação alguma. Contu-
‘‘Entre 1808, com a abertura dos portos, e 1850, do, o homem vive a princípio uma vida exterior,
no auge da centralização imperial, modificara- e mais tarde uma interior; a noção de efeito pre-
se a pacata, fechada e obsoleta sociedade. O cede, na evolução da mente, a noção de causa
país europeizava-se, para escândalo de muitos, interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser
iniciando um período de progresso rápido, pro- exaltado por aquilo que não é, a ser tido em me-
gresso conscientemente provocado, sob moldes nor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação.
ingleses. O vestuário, a alimentação, a mobília
Fernando Pessoa, Da literatura europeia.
mostram, no ingênuo deslumbramento, a subver-
são dos hábitos lusos, vagarosamente rompidos a) Considerando-a no contexto em que ocorre,
com os valores culturais que a presença europeia explique a frase “o homem vive a princípio
infiltrava, justamente com as mercadorias impor- uma vida exterior, e mais tarde uma interior”.
tadas. O contato litorâneo das duas culturas, uma
dominante já no período final da segregação co-
lonial, articula-se no ajustamento das economias.
Ao Estado, a realidade mais ativa da estrutura
social, coube o papel de intermediar o impacto
estrangeiro, reduzindo-o à temperatura e à velo-
cidade nativas.’’
Raymundo Faoro, Os donos do poder.

a) Considerado o contexto, é inteiramente ade-


quado o emprego, no texto, das expressões
“europeizava-se” e “presença europeia”? Ex- b) Reescreva a frase “O homem prefere ser exal-
plique sucintamente. tado por aquilo que não é, a ser tido em me-
nor conta por aquilo que é”, substituindo por
sinônimos as expressões sublinhadas.

b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram


usadas, ambas, no texto, em seu sentido
literal? Justifique sua resposta. 43. (UNICAMP) Leia a propaganda (adaptada) da Fun-
dação SOS Mata Atlântica reproduzida abaixo e
responda à questão proposta.

42. (FUVEST) Considere o seguinte texto, para atender


ao que se pede:
O orgulho é a consciência (certa ou errada) do
nosso próprio mérito; a vaidade, a consciência
(certa ou errada) da evidência do nosso próprio
mérito para os outros. Um homem pode ser or-
gulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coi-
sas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é
a natureza humana — vaidoso sem ser orgulho-
so. É difícil à primeira vista compreender como
podemos ter consciência da evidência do nosso
mérito para os outros, sem a consciência do nos-

26 1ª. Série
Língua Portuguesa

Há também uma ironia no texto da propaganda, Assim, o livro passou a ser o meu porto, a minha
que contribui para o seu efeito reivindicativo, ex- porta, o meu cais, a minha rota. Pelo livro soube
pressa no enunciado: “Aproveita enquanto tem da história e criei os avessos, soube do homem
água.” Explique a ironia contida no enunciado e e seus disfarces, soube das várias faces e dos
tantos lugares de se olhar. (...) Ler é aventurar-se
a maneira como ele se relaciona aos elementos
pelo universo inteiro.
visuais presentes no cartaz.
(Bartolomeu Campos de Queirós, Sobre ler, escrever e outros diálogos.
Belo Horizonte: Autêntica, 2012, p. 63.)

a) No trecho “Assim, o livro passou a ser o meu


porto, a minha porta, o meu cais, a minha
rota”, há metáforas que expressam a expe-
riência do autor com a leitura. Escolha uma
dessas metáforas e explique-a, considerando
seu sentido no texto.

44. (UNICAMP) No texto abaixo, há uma presença sig-


nificativa de metáforas que auxiliam na constru-
ção de sentidos. b) O texto mostra que a experiência de leitura
promove uma importante mudança subjetiva.
Entre silêncios e diálogos Explique essa mudança e cite dois trechos
nos quais ela é explicitada.
Havia uma desconfiança: o mundo não terminava
onde os céus e a terra se encontravam. A exten-
são do meu olhar não podia determinar a exata
dimensão das coisas. Havia o depois. Havia o lu-
gar do sol se aninhar enquanto a noite se fazia.
Havia um abrigo para a lua enquanto era dia. E
o meu coração de menino se afogava em deses-
perança. Eu que não era marinheiro nem pássaro
- sem barco e asa.
Um dia aprendi com Lili a decifrar as letras e suas
somas. E a palavra se mostrou como caminho
poderoso para encurtar distância, para alcançar
onde só a fantasia suspeitava, para permitir silên-
cio e diálogo. Com as palavras eu ultrapassava a
linha do horizonte. E o meu coração de menino se 45. (FUVEST) Leia o excerto.
afagava em esperança.
Ninguém mais vive, reparou? Vivencia. “Estou vi-
Ao virar uma página do livro, eu dobrava uma es- venciando um momento difícil”, diz Maricotinha.
quina, escalava uma montanha, transpunha uma Fico penalizado, mas ficaria mais se Maricotinha
maré. estivesse passando por ou vivendo aquele mo-
mento difícil. Há uma diferença, diz o dicionário.
Ao passar uma folha, eu frequentava o fundo dos
Viver é ter vida, existir. Vivenciar também é viver,
oceanos, transpirava em desertos para, em se-
mas implica uma espécie de reflexão ou de sentir.
guida, me fazer hóspede de outros corações.
Não é o caso de Maricotinha. O que ela quer dizer
Pela leitura temperei a minha pátria, chorei sua é viver, passar por. Mas disse vivenciar porque é
miséria, provei de minha família, bebi de minha assim que, ultimamente, os pedantes a ensina-
cidade, enquanto, pacientemente, degustei dos ram a falar.
meus desejos e limites. Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 27 de junho de 2012. Adaptado.

Caderno de Atividades 27
a) Da personagem José Dias, diz o narrador do b) Quem já _______________ a perda de um
romance Dom Casmurro, de Machado de As- parente conhece a dor que estou sentindo.
sis: “José Dias amava os superlativos. Era um Preencha a lacuna da frase acima, utilizando
modo de dar feição monumental às ideias; o verbo viver ou o verbo vivenciar, de acordo
não as havendo, servia a prolongar as frases”. com a preferência do autor do texto. Justifi-
Em que o comportamento linguístico de Ma- que sua escolha.
ricotinha, tal como o caracteriza o texto, se
compara ao da personagem machadiana?

c) No trecho “os pedantes a ensinaram a falar”,


a palavra “pedante”, considerada no contex-
to, pode ser substituída por _______________ .

46. (FUVEST) – Examine o seguinte anúncio publicitário:

Revista Valor (especial). Julho de 2011. Adaptado.

28 1ª. Série
Língua Portuguesa

a) Qual é a relação de sentido existente entre a gina! Eu me casaria com você mesmo que a
imagem de uma folha de árvore e as expres- fortuna fosse de outro parente qualquer.
sões “Mapeamento logístico” e “caminho”, b) — O que é que você me conta de novo?, per-
empregadas no texto que compõe o anúncio gunta alguém ao encontrar um amigo.
acima reproduzido?
— Por que eu contaria de novo?, responde o
amigo.
c) — Doutor, já quebrei o braço em vários lugares.
— Eu, se fosse o senhor, não voltava mais a
esses lugares.
d) O bêbado entra no consultório, e o médico,
b) A que se refere o advérbio “aqui”, presente no ao vê-lo naquele estado, diz: – Eu não atendo
texto do anúncio? bêbado. Ao que o bêbado responde: – Tudo
bem, não tem problema. Quando o senhor es-
tiver bom, eu volto.

49. (FUVEST)
Ata
Acredito que o mau tempo haja concorrido para
47. (UNIMONTES) que os sabadoyleanos1 hoje não estivessem na
casa de José Mindlin, em São Paulo, gozando
das delícias do cuscuz paulista aqui amavelmente
prometido. Depois do almoço, visita aos livros dia-
logantes, na expressão de Drummond, não sabe-
mos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio
Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas
das reuniões cariocas. Para o amigo de São Pau-
lo as saudações afetuosas dos ausentes-presen-
tes, que neste instante todos nos voltamos para o
seu palácio, aquele que se iria desvestir dos ares
aristocráticos para receber camaradescamente os
descamisados da Rua Barão de Jaguaribe.
Guarde, amigo Mindlin, para breve o cuscuz da
tradição bandeirante, que hoje nos conformamos
com os biscoitos à la Plínio Doyle.
Rio, 20-11-1976.
(Disponível em: <www.correiobraziliense.com.br>.
Acesso em: 04 set. 2014.) Signatários: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de Mendonça
Teles, Plínio Doyle e outros.
O principal efeito de humor provocado por esse Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin. Adaptado.
texto está na crítica que faz à/ao(s) 1 “sabadoyleanos”: frequentadores do sabadoyle, nome dado ao encontro de
intelectuais, especialmente escritores, realizado habitualmente aos sábados, na
a) falta de cordialidade das pessoas no trânsito. casa do bibliófilo Plínio Doyle, situada no Rio de Janeiro.
b) fato de que, no inferno, o trânsito estaria bem
melhor. Da leitura do texto, depreende-se que
c) motoristas, que tornam o trânsito infernal. a) o anfitrião carioca, embora gentil, é cioso de
sua biblioteca.
d) trânsito que, por não fluir, tem dificultado que
as pessoas cheguem ao destino. b) o anfitrião paulista recebeu com honrarias os
amigos cariocas, que visitaram a sua biblioteca.
48. (PUC Minas-MG) Em todas as piadas a seguir, o c) os cariocas não se sentiram à vontade na casa
humor se baseia no fato de determinada expres- do paulista, a qual, na verdade, era uma mansão.
são poder ser lida de duas maneiras diferentes, d) os cariocas preferiram ficar no Rio de Janeiro,
EXCETO: embora a recepção em São Paulo fosse con-
a) O noivo diz à noiva: – Acho que você está vidativa.
querendo se casar comigo só porque herdei e) o fracasso da visita dos cariocas a São Paulo
uma fortuna de meu tio. Ela responde: – Ima- abalou a amizade dos bibliófilos.

Caderno de Atividades 29
(ITA) As questões 50 e 51 referem-se ao texto a Devo informar que fiz essas perguntas a Hilda Fu-
seguir. racão quando a encontrei em Buenos Aires e ela
fugiu do assunto; quando disse que precisava de
Nove em cada dez usuários de Internet recebem uma explicação para dar aos leitores, pois ia es-
spams em seus e-mails corporativos, segundo crever um romance a seu respeito, ela retrucou, es-
estudo realizado pela empresa alemã Antispa- quecida da velha promessa de revelar seu segredo;
meurope, especializada em lixo eletrônico virtual.
Cada trabalhador perde, em média, sete minutos — Por que você não diz aos leitores que, tal como
por dia limpando a caixa de mensagens, e essa contou no seu romance, eu, Hilda Furacão, nunca
quebra na produtividade custa € 828 – pouco existi e sou apenas um 1.o de abril que você quis
mais de R$ 2,3 mil – anuais às empresas. passar nos leitores? Por que não diz isso?
DRUMMOND, Roberto. Hilda Furacão. 18a Ed.
Tomando-se como base os números apontados São Paulo: Editorial. 2008. p.291-292.
pela pesquisa, uma corporação de médio porte,
com mil funcionários, perde, portanto, € 828 mil Texto II
por ano – ou R$ 2,3 milhões – com esta prática
que é considerada, apesar de simplória, uma ver- De 1971 a 2002 - ao longo, portanto, de 31 anos –
dadeira praga da modernidade. convivi com Roberto Drummond e suas fantasias.
Uma vez critiquei com dureza um livro dele e ele
O spam remete às mensagens não-solicitadas en- parou de falar comigo por oito anos. Era um pas-
viadas em massa, geralmente utilizadas para fins
sional. Em 1986 convidei-o para ser cronista do
comerciais, e pode de fato prejudicar considera-
Caderno 2 do Estadão ao lado de Caio Fernan-
velmente a produtividade no ambiente de trabalho.
do Abreu, Rachel de Queiroz e Susana Kakowicz,
Um relatório da Symantec, empresa de seguran- cronista imaginária, pseudônimo que eu mesmo
ça virtual, mostra que o Brasil é o segundo maior usava. Apaixonou-se platonicamente por Susana,
emissor de spam do mundo, com geração de para quem chegou a escrever algumas cartas.
10% de todo o fluxo de mensagens indesejadas
na rede mundial de computadores. Os campeões Naquela noite, em Vinhedo, quando garantia para
são os norte-americanos, com 26%. [...] os estudantes que Hilda tinha existido, sim, e
devia estar viva e linda em algum lugar – aos 65
(Rodrigo Capelo. http://www.vocecommaistempo.com.br.
Acesso em: 23/09/2012. Texto adaptado.) anos? –, ele me perguntou por Susana.
Não tive coragem, claro, de lhe dizer que Susana
50. Um título que contempla o conteúdo abordado no era eu.
texto é: Emediato, Luiz Fernando. In: DRUMMOND, Roberto.
Hilda Furacão. 18a Ed. São Paulo: Editorial. 2008.
a) Spam: Estados Unidos e Brasil lideram o ranking.
b) Spam: preocupação de empresas europeias. Assinale o provérbio que sintetiza a relação exis-
c) Spam: perda de tempo e prejuízos financeiros. tente entre os textos I e II .
d) Spam: praga da modernidade. a) A mentira tem pernas curtas.
e) Spam: nova forma de propaganda. b) O feitiço virou contra o feiticeiro.
c) Pior a emenda do que o soneto.
51. A expressão “apesar de simplória” no segundo d) Quem rouba de ladrão tem cem anos de perdão.
parágrafo pode ser substituída por
a) embora efêmera. (PUCSP) Texto para questões de 53 e 54.
b) no entanto fácil.
Software corrige redações
c) não obstante comum.
d) ainda que pouco complexa. Por John Markoff
e) todavia rápida. Imagine que, ao fazer um exame da faculdade,
em vez de você receber sua nota do professor
52. (UFMG) algumas semanas depois, você possa clicar no
Texto I botão “Enviar” ao terminar o teste e receber de
volta instantaneamente o resultado, tendo sua
P. S. n 2 – Imagino Tia Çãozinha e os leitores per- redação avaliada por um programa de computa-
guntando: dor. Agora imagine que esse sistema permita que
você imediatamente refaça o exame para tentar
— Hilda Furacão continua um mistério. Por que
melhorar a nota.
ela foi para a Zona Boêmia num dia 1.o de abril,
quando era a garota do Maiô Dourado e por que EdX, uma empresa sem fins lucrativos funda-
saiu cinco anos depois, também num 1.o de abril? da pela idade Harvard e pelo MIT (Instituto de

30 1ª. Série
Língua Portuguesa

Tecnologia de Massachusetts) para oferecer cur- do mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a
sos on-line, lançou esse sistema e vai disponibili- vantagem é muito grande”, disse. “Descobrimos
zar seu software automatizado de graça na inter- que a qualidade das notas é semelhante à varia-
net para qualquer instituição que queira usá-lo. ção encontrada de instrutor para instrutor.”
O software utiliza inteligência artificial para avaliar A EdX não é a primeira a usar tecnologia auto-
as redações e respostas curtas por escrito, libe- matizada de avaliação, que data dos primeiros
rando os professores para outras tarefas. computadores “mainframe” dos anos 1960. Vá-
rias companhias oferecem programas comerciais
Embora os sistemas de notas automáticas para
para dar notas a respostas em testes escritos. Em
testes de múltipla escolha estejam disseminados,
alguns casos, o software é usado como um “se-
o uso da tecnologia para dar notas a redações
gundo leitor” para verificar a confiabilidade dos
ainda não recebeu apoio generalizado de educa-
avaliadores humanos.
dores e tem muitos críticos.
A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou
Anant Agarwal, presidente da EdX, previu que o
recentemente que vai trabalhar com a EdX para
software de notas instantâneas seria uma ferra- desenvolver um sistema educacional conjunto
menta pedagógica útil, permitindo que os estu- que incorporará a tecnologia de avaliação auto-
dantes façam testes e escrevam redações várias mática.
vezes para melhorar a qualidade de suas respos-
tas. “Os alunos nos dizem que estão aprendendo Duas start-ups fundadas recentemente por pro-
muito mais com o ‘feedback’ instantâneo”, disse fessores de Stanford para criar “cursos abertos
o doutor Agarwal. Mas os céticos dizem que o de massa on-line” (Mooc, na sigla em inglês) tam-
sistema automático não se compara a professo- bém se dedicam a sistemas de avaliação auto-
res reais. mática.

Um antigo crítico, Les Perelman, chamou a aten- No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou
ção várias vezes ao criar redações absurdas que dois prêmios de US$ 100 mil destinados a aper-
enganaram o software, fazendo-o dar notas altas. feiçoar um software que avalia testes de respos-
tas curtas.
“Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que
eles não fizeram um teste estatístico válido com- Mark D. Shermis, professor da Universidade de
parando o software com avaliadores humanos”, Akron, em Ohio, supervisionou o concurso da
disse Perelman, diretor de redação aposentado e Fundação Hewlett.
atual pesquisador no MIT. Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita
Ele faz parte de um grupo de educadores que cir- – tem seu lugar no ambiente educacional.
cula uma petição contra o software de avaliação Com classes cada vez maiores, é impossível para
automática. O grupo já coletou quase 2.000 as- grande parte dos professores dar aos estudantes
sinaturas. um “feedback” significativo sobre tarefas de re-
“Vamos encarar a realidade das notas de testes dação, segundo Shermis.
automáticos”, diz uma parte da declaração do Além disso, ele notou que os críticos da tecno-
grupo. “Os computadores não sabem ler. Eles não logia tendem a vir das melhores universidades
podem medir os fatores essenciais da comunica- americanas.
ção escrita eficaz: precisão, raciocínio, adequa-
ção de evidências, bom senso, posicionamento “Muitas vezes, eles vêm de instituições muito pres-
ético, argumentação convincente, organização tigiosas, onde o ‘feedback’ recebido pelos alunos
significativa, clareza e veracidade, entre outros.” é muito melhor do que uma máquina seria capaz
de dar”, disse o doutor Shermis. “Falta a percep-
A ferramenta de avaliação EdX exige que pro- ção do que acontece de fato no mundo real.”
fessores ou avaliadores humanos primeiro deem Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorkti-
nota a cem redações. Então o sistema usa as téc- mes/103891-software-corrige-redacoes.shtml.
nicas de aprendizado mecânico para se treinar Acesso em: 17 abr. 2013.
e ser capaz de dar notas a qualquer número de
redações ou respostas quase instantaneamente. 53. No primeiro parágrafo, o efeito de sentido preten-
O software vai atribuir uma nota dependendo do dido pelo emprego do pronome você é o de
sistema de avaliação criado pelo professor e for- a) gerar mais distanciamento com o público-alvo.
necerá um “feedback” geral, como dizer a um es-
b) conferir mais autonomia ao leitor.
tudante se uma resposta tratava do assunto certo.
c) estabelecer mais proximidade com o leitor.
O doutor Agarwal acredita que o software se
aproxima da capacidade de avaliação humana. d) destacar a quem se dirige o texto.
“Há um longo caminho a percorrer no aprendiza- e) determinar o público ao qual se destina o texto.

Caderno de Atividades 31
54. A presença de palavras em inglês é uma constan- Descreva o processo de formação de palavras
te no texto. O uso de software e mainframe, por envolvido em “esculhambativo”, apontando o
exemplo, se justifica porque tipo de transformação ocorrida no vocábulo.
a) essas palavras são marcas do estilo do autor
do texto.
b) as palavras estrangeiras são argumentos de
autoridade.
c) o tema do texto trata do uso de recursos tec-
nológicos.
d) essas palavras não têm tradução em língua
portuguesa.
e) o tradutor fez a tradução de todas as palavras
estrangeiras do texto.

55. (UNICAMP) Os textos abaixo foram retirados da co-


luna “Caras e bocas”, do Caderno Aliás, do jornal 56. (UNICAMP) Os processos de formação de palavras
O Estado de São Paulo. envolvidos no vocábulo “desintermediação” não
ocorrem simultaneamente. Tendo isso em men-
“A intenção é salvar o Brasil.” te, descreva como ocorre a formação da palavra
Ana Paula Logulho, professora e entusiasta da “desintermediação”.
segunda “Marcha da Família com Deus pela Li-
berdade”, que pede uma intervenção militar no
país e pretendeu reeditar, no sábado, a passeata
de 19 de março de 1964, na capital paulista, con-
tra o governo do Presidente João Goulart.
“Será um evento esculhambativo em homena-
gem ao outro de São Paulo.”
José Caldas, organizador da “Marcha com Deus
e o Diabo na Terra do Sol”, convocada pelo Face-
book para o mesmo dia, no Rio de Janeiro.
(O Estado de São Paulo, 23/03/2014, Caderno Aliás, E4. Negritos
presentes no original.)

as linguagens da conquista
(UNESP) Texto para questões de 57 e 59.
Os donos da comunicação
Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram muito
mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio,
mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam
nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no
society que morre se o nome não aparecer nas colunas.
Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque
quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na
Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei. O que também é muito justo porque os donos da comu-
nicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela
mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam
sair 10% do que sabem?
Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho,
é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre
vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas.
(Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.)

32 1ª. Série
Língua Portuguesa

57. Com a frase “Parece que é a lei”, no segundo pa- b) pessoas que fazem caridade apenas para
rágrafo, o humorista tenta explicar que aparecer nos jornais.
a) as pessoas poderosas se unem em socieda- c) sociedades de atores de teatro, cinema e te-
des secretas. levisão.
b) o poder dos donos da comunicação parece d) norte-americanos ou ingleses muito impor-
ter força de lei. tantes, residentes no país.
c) parece que a lei não existe no mundo da co- e) indivíduos presunçosos da chamada alta so-
municação. ciedade.
d) o poder dos grandes empresários emana de
60. Leia o excerto a seguir.
uma lei que os protege.
e) as leis não foram criadas para proteger os ci- Eu tava me sentindo tão só que o que eu mais
queria era tá morto. As estrelas brilhavam e as
dadãos.
folhas faziam um ruído muito triste na mata; e es-
cutei uma coruja, bem longe, piando por alguém
58. Para Millôr Fernandes, no texto apresentado, os
que tava morto, e um noitibó e um cachorro ber-
donos da comunicação são
rando por alguém que ia morrer; e o vento tava
a) produtores de tecnologia de informação e co- tentando me sussurrar alguma coisa (...)
municação. TWAIN. Mark. As aventuras de Huckleberry Finn.
b) dirigentes de órgãos governamentais que re- Trad. Rosaura Eichenberg. Porto Alegre: L&PM, 2011. p.13.
gem a comunicação no país.
Nesse excerto, alguns artigos foram destacados.
c) proprietários de veículos de comunicação em Que efeitos de sentido eles estabelecem em re-
massa. lação aos substantivos estrelas, folhas, coruja,
d) apresentadores de telejornais e programas noitibó, cachorro e vento?
populares de televisão.
e) funcionários executivos de empresas de pu-
blicidade.

59. Millôr Fernandes emprega como conotação irôni-


ca o termo inglês society, para referir-se a
a) pessoas dedicadas ao desenvolvimento da
sociedade.

61. (UNIFESP) – Examine a tira.

Folha de S. Paulo, 26.12.2011

O efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no segundo quadrinho, con-
siderar que “carinho” e “caro” sejam vocábulos
a) derivados de um mesmo verbo. d) cognatos.
b) híbridos. e) formados por composição.
c) derivados de vocábulos distintos.

Caderno de Atividades 33
62. (FUVEST) a) Qual é a relação de sentido existente entre o
título “Mal traçadas” e o assunto do texto?
A civilização “pós-moderna” culminou em um
progresso inegável, que não foi percebido anteci-
padamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo,
sob o “mau uso” da ciência, da tecnologia e da
capacidade de invenção nos precipitou na misé-
ria moral inexorável. Os que condenam a ciência,
a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria
ignoram os desafios que explodiram com o capi-
talismo monopolista de sua terceira fase.
Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1
apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado”
(que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das
b) Sem alterar o sentido, reescreva o trecho
vítimas: milhões de seres humanos nos países ri-
“conformado à marcha inelutável da moder-
cos e uma carrada maior de milhões nos países
nidade tecnológica”, substituindo a palavra
pobres. O centro acabou fabricando a sua peri-
“conformado” por um sinônimo e o adjetivo
feria intrínseca e apossou-se, como não suce-
“inelutável” pelo verbo lutar, fazendo as modi-
deu nem sob o regime colonial direto, das outras
ficações necessárias.
periferias externas, que abrangem quase todo o
Exemplo: “marcha inevitável da modernidade
“resto do mundo”.
tecnológica” = marcha da modernidade tec-
Florestan Fernandes, Folha de S. Paulo, 27/12/1993.
nológica que não se pode evitar.
1  Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga.

No trecho “nos precipitou na miséria moral inexo-


rável”, a palavra sublinhada pode ser substituída,
sem prejuízo para o sentido do texto, por
a) inelutável.
b) inexequível.
c) inolvidável.
d) inominável.
e) impensável.

63. (FUVEST) Leia o seguinte texto: 64. (IFMG) Em gramáticas e em manuais de língua
Mal traçadas portuguesa, costuma-se recomendar o uso da
Canadá planeja extinguir os carteiros vírgula para indicar a elipse (omissão) de um ver-
bo, como neste exemplo: “Ele prefere filmes de
No mundo inteiro, os serviços de correio tentam
suspense; a namorada, filmes de aventura”.
se adaptar à disseminação do e-mail, do Face-
book, do SMS e do Skype, que golpearam quase Com base nessa regra, seria necessário alterar a
até a morte os hábitos tradicionais de correspon- pontuação da seguinte passagem:
dência, mas em nenhum lugar se chegou tão lon- a) “Cruéis convenções nos convocam: estar em
ge quanto no Canadá. Em dezembro, o Canada forma, ser competente, ser produtivo, mostrar
Post anunciou nada menos que a extinção do serviço, prover, pagar, e ainda ter tempo para
carteiro tal como o conhecemos. A meta é aca- ternura, cuidados, amor.”
bar com o andarilho uniformizado que, faça chu-
b) “A sociedade é uma mãe terrível, a vida um
va ou faça sol, distribui envelopes de porta em
porta e, às vezes, até conhece os rostos por trás
corredor estreito, o tempo um perseguidor im-
dos nomes dos destinatários. Os adultos de ama-
placável (...)”
nhã se lembrarão dele tanto quanto os de hoje c) “Só não prevíamos as corredeiras, as gargan-
se recordam dos leiteiros, profetizou o blog de tas, os redemoinhos, a noite lá no fundo des-
assuntos metropolitanos do jornal Toronto Star, sas águas.”
conformado à marcha inelutável da modernidade d) “É quando toda a competência, a eficiência, o
tecnológica. poder, se encolhem e ficamos nus, e sós, na
Claudia Antunes, http://revistapiaui.estadao.com.br. Adaptado. nossa frágil maturidade (...)”.

34 1ª. Série
Língua Portuguesa

65. (FGV)

Folha de S. Paulo, 14.09.2012

a) Reescreva a frase “Aposto que ele é uma menção ao vazio atual das artes plásticas...”, substituindo
“Aposto” por “Tenho certeza” e “vazio” por “situação”, fazendo as alterações que forem necessárias.

b) Nas falas das personagens, há palavras formadas por derivação e por composição. Transcreva e expli-
que um exemplo de cada um desses processos de formação.

(ESPM) Texto para a questão 66 e 67.


Escola e cidadania

O ideal da educação para todos nasceu comprometido com o projeto de autonomia do indivíduo, o que supõe
capacidade de compreensão do cidadão, enquanto titular de direitos e fonte do poder republicano.
(...)
“Trate de conseguir boa educação ou será um dos derrotados pela marcha do progresso.” Este é o desafio que
os senhores do mundo lançam aos que lutam por bons empregos. Seria estúpido negar o papel da educação
enquanto instrumento da qualificação técnica da mão de obra.
Mas os últimos estudos internacionais sobre emprego, produtividade e distribuição de renda mostram o óbvio: a boa
educação é incapaz de responder aos problemas criados pelos choques negativos que vulneram as economias con-
temporâneas.
Exemplos: desindustrialização, reestruturação das empresas imposta pela intensificação da competição, crise
fiscal e perda de eficiência do gasto público. Em suma, se esses fatores reais do crescimento falham, a educação
naufraga como força propulsora do emprego e da distribuição de renda. A Europa e os Estados Unidos estão aí
para demonstrar que pouco vale ter gente mais “empregável” se a economia patina e não cria novos empregos.
A visão simplória e simplista da educação obscurece a tragédia cultural que ronda o Terceiro Milênio. A espe-
cialização e a “tecnificação” crescentes despejam no mercado, aqui e no mundo, um exército de subjetividades
mutiladas, qualificadas sim, mas incapazes de compreender o mundo em que vivem. Os argumentos da razão
técnica dissimulam a pauperização das mentalidades e o massacre da capacidade crítica.
(Luiz Gonzaga Belluzzo, adaptado Carta Capital, 01.09.2012)

Caderno de Atividades 35
66. A ideia central do texto é: culamos a respeito da vida, a vida já passou. E
a morte, embora talvez eles a recebam de ma-
a) o consenso óbvio ao se defender a importân-
neiras diferentes, trata do mesmo modo o tolo
cia da boa educação na qualificação técnica e o filósofo. Tentar reduzir a vida a uma regra e
de mão de obra. um método exatos é geralmente uma ocupação
b) a coerência pedagógica ao estabelecer a qua- dolorosa ou infrutífera – e não é isso mais uma
lificação técnica da mão de obra como cami- prova de que superestimamos o prêmio por
que lutamos? E mesmo especular tão cuida-
nho correto para obtenção de bons empregos.
dosamente sobre ela, procurando estabelecer
c) a lógica da marcha do progresso ao cobrar com rigor sua justa ideia, equivaleria a supe-
uma educação qualificada de quem busca restimála, se para certos temperamentos esta
empregos qualificados. ocupação não fosse uma das mais divertidas a
que é possível dedicar a vida.
d) a postura ilusória ao achar a boa educação (HUME, David, “O Cético” in Ensaios Morais, Políticos e Literários)
um instrumento suficiente para uma compre-
1  fleuma: frieza, serenidade, impassibilidade.
ensão crítica do mundo.
e) o desafio, lançado pelos donos do mundo, No trecho: “E a morte, embora talvez eles a re-
para vincularem a boa educação à marcha do cebam de maneiras diferentes,...”, o pronome em
progresso. negrito se refere a:
a) vida e acaso
67. A expressão “tragédia cultural”, a que alude o au-
tor, só não é caracterizada pelo segmento: b) tolo e filósofo
a) “um exército de subjetividades mutiladas”. c) fleuma e prazer
b) “incapazes de compreender o mundo em que d) passatempo e ocupação
vivem.” e) regra e método
c) “Os argumentos da razão técnica”.
69. (ESPM) Em um dos itens abaixo há falta de parale-
d) “a pauperização das mentalidades”
lismo na construção da frase. Assinale-o:
e) “o massacre da capacidade crítica.”
a) Bebida alcoólica caseira causa intoxicação e
mata 51 pessoas na Líbia.
68. (ESPM)
b) Três policiais são acusados de desviar drogas
e ligação com traficantes internacionais.
c) Plano de saúde muda de nome e escapa de
punição da Agência Nacional de Saúde.
d) Problema técnico na PF afetou não só emis-
são de passaportes, como também retirada.
e) Exposição marca Dia Mundial da Água e in-
centiva consumo consciente.

70. (ESPM) Uma das manchetes abaixo, lida sem


contexto, permite dupla leitura. Assinale-a:
a) Empresário milionário quer levar casal de tu-
A vida humana é mais governada pelo acaso do
ristas para Marte.
que pela razão, deve ser encarada mais como
um enfadonho passatempo do que como uma b) Economistas veem com otimismo redução de
ocupação séria, e é mais influenciada pelo tem- desemprego nos EUA.
peramento de cada um do que por princípios de
ordem geral. Devemos empenhar-nos nela com c) Mulher é condenada a indenizar ex-marido
paixão e ansiedade? Não é merecedora de tanta por traição em Minas Gerais.
preocupação. d) Cenário de crédito imobiliário é bom para re-
Devemos ser indiferentes a tudo o que aconte- negociar dívida de imóvel.
ce. Nossa fleuma1 e falta de interesse far-nos-á e) SP cai de 69.a para 89.a cidade mais visitada do
perder todo o prazer do jogo. Enquanto espe-
mundo, segundo consultoria.

36 1ª. Série
Língua Portuguesa

71. (FGV) Assinale a alternativa em que, na reescrita do


trecho, houve alteração da classe gramatical da
palavra em destaque.
a) ...mas sua identidade virtual. = mas sua iden-
tificação virtual.
b) ...que desativou o processo de verificação de
senha... = ...o qual desativou o processo de
verificação de senha...
c) Só que não levaram sua carteira... = Só que
não levaram a carteira dela...
d) ...a jornalista britânica Rowenna Davis, 25
anos, foi furtada. = a britânica Rowenna Da-
vis, 25 anos, foi furtada.
e) ...e ter acesso a seus dados bancários... = ...e
ter acesso a seus dados do banco...
A fala da mulher concorre para o efeito de humor
73. (FGV)
da charge, pois contém palavra empregada em
sentido ambíguo. Trata-se do termo CAPÍTULO IV/UM DEVER AMARÍSSIMO!

a) NEVES, que pode referir-se a um nome de José Dias amava os superlativos. Era um modo de
pessoa ou ao plural de “neve”. dar feição monumental às ideias; não as havendo,
servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir
b) NEVE, que pode ser um substantivo simples, buscar o gamão, que estava no interior da casa.
precipitação de gelo, ou um substantivo pró- Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as
prio, marca de papel higiênico. suas calças brancas engomadas, presilhas, roda-
que e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram
c) TÁ, que pode ser o verbo auxiliar da frase ou
presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo.
uma expressão coloquial usada para confir- Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem
mar uma ideia. esticadas. A gravata de cetim preto, com um aro
d) CAINDO, que pode significar precipitação de de aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era
gelo ou tombo. então moda. O rodaque de chita, veste caseira e
leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era
e) TÁ, que pode indicar consentimento e aprova- magro, chupado, com um princípio de calva; teria
ção ou expressar impaciência da personagem os seus cinquenta e cinco anos. Levantou-se com
com seu companheiro. o passo vagaroso do costume, não aquele vagar
arrastado dos preguiçosos, mas um vagar calcula-
72. (UNIFESP) do e deduzido, um silogismo completo, a premissa
antes da consequência, a consequência antes da
Há cerca de dois meses, a jornalista britâni-
conclusão. Um dever amaríssimo!
ca Rowenna Davis, 25 anos, foi furtada. Só que
Machado de Assis, Dom Casmurro.
não levaram sua carteira ou seu carro, mas sua
identidade virtual. Um hacker invadiu e tomou Das afirmações abaixo sobre a expressão subli-
conta de seu e-mail e – além de bisbilhotar suas nhada nos seguintes trechos destacados do tex-
mensagens e ter acesso a seus dados bancários to, a única que NÃO está correta é:
– passou a escrever aos mais de 5 mil conta-
tos de Rowenna dizendo que ela teria sido as- a) “imobilizava-lhe o pescoço”: é um pronome
saltada em Madri e pedindo ajuda em dinheiro. pessoal com valor possessivo.
Quando ela escreveu para seu endereço de b) “Um dever amaríssimo!”: trata-se de um su-
e-mail pedindo ao hacker ao menos sua lista de perlativo que enfatiza qualificação de sentido
contatos profissionais de volta, Rowenna teve positivo.
como resposta a cobrança de R$ 1,4 mil. Ela se c) “era então moda”: assume valor temporal.
negou a pagar, a polícia não fez nada. A jornalista
só retomou o controle do e-mail porque um amigo d) “não as havendo”: pode ser substituída pela
conhecia um funcionário do provedor da conta, frase “quando não as havia”, sem prejuízo
que desativou o processo de verificação de se- para o sentido ou para a correção gramatical.
nha criado pelo invasor. e) “servia a prolongar as frases”: é uma preposi-
(Galileu, dezembro de 2011. Adaptado.) ção que estabelece uma relação de finalidade.

Caderno de Atividades 37
(ITA) As questões de 74 a 77 se referem ao Texto Aqui é que começa a genialidade de Chaplin.
1, de Manuel Bandeira, publicado em 1937. Descendo até o público, não só não se vulgarizou,
mas ao contrário ganhou maior força de emoção
TEXTO 1 e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele
Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de soube isolar em seus dados pessoais, em sua in-
atividade artística, um artista cuja arte contenha teligência e em sua sensibilidade de exceção, os
maior universalidade que a de Charles Chaplin. A elementos de irredutível humanidade. Como se
razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas diz em linguagem matemática, pôs em evidência
criações que, salvo idiossincrasias muito raras, o fator comum de todas as expressões humanas.
interessam e agradam a toda a gente. Como os O olhar de Carlito, no filme O Circo, para a brioche
heróis das lendas populares ou as personagens do menino faz rir a criançada como um gesto de
das velhas farsas de mamulengo. gulodice engraçada. Para um adulto pode sugerir
da maneira mais dramática todas as categorias
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. do desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo
Não saiu completo e definitivo da cabeça de Cha- tempo que se aprofundou e alargou. Cada espec-
plin: foi uma criação em que o artista procedeu tador pode encontrar nela o que procura: o riso, a
por uma sucessão de tentativas e erradas. crítica, o lirismo ou ainda o contrário de tudo isso.
Chaplin observava sobre o público o efeito de Essas reflexões me acudiram ao espírito ao ler
cada detalhe. umas linhas da entrevista fornecida a Florent Fels
pelo pintor Pascin, búlgaro naturalizado america-
Um dos traços mais característicos da pessoa
no. Pascin não gosta de Carlito e explicou que
física de Carlito foi achado casual. Chaplin cer-
uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem uma
ta vez lembrou-se de arremedar a marcha des-
significação muito diversa da que lhe dão fora de
governada de um tabético. O público riu: estava
lá. Nos Estados Unidos Carlito é o sujeito que não
fixado o andar habitual de Carlito.
sabe fazer as coisas como todo mundo, que não
O vestuário da personagem – fraquezinho humo- sabe viver como os outros, não se acomoda em
rístico, calças lambazonas, botinas escarrapa- meio algum, – em suma um inadaptável. O es-
chadas, cartolinha – também se fixou pelo con- pectador americano ri satisfeito de se sentir tão
senso do público. diferente daquele sonhador ridículo. É isto que faz
o sucesso de Chaplin nos Estados Unidos. Carlito
Certa vez que Carlito trocou por outras as boti- com as suas lamentáveis aventuras constitui ali
nas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o uma lição de moral para educação da mocidade
público não achou graça: estava desapontado. no sentido de preparar uma geração de homens
Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sen- hábeis, práticos e bem quaisquer!
tiu com o público que ela destruía a unidade física
do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era Por mais ao par que se esteja do caráter prático
mais Carlito. do americano, do seu critério de sucesso para
julgamento das ações humanas, do seu gosto
Note-se que essa indumentária, que vem dos pri- pela estandardização, não deixa de surpreen-
meiros filmes do artista, não contém nada de es- der aquela interpretação moralista dos filmes de
pecialmente extravagante. Agrada por não sei quê Chaplin. Bem examinadas as coisas, não havia
de elegante que há no seu ridículo de miséria. motivo para surpresa. A interpretação cabe per-
Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do feitamente dentro do tipo e mais: o americano
grotesco. bem verdadeiramente americano, o que veda a
entrada do seu território a doentes e estropiados,
Não será exagero afirmar que toda a humanidade o que propõe o pacto contra a guerra e ao mesmo
viva colaborou nas salas de cinema para a reali- tempo assalta a Nicarágua, não poderia sentir de
zação da personagem de Carlito, como ela apa- outro modo.
rece nessas estupendas obras-primas de humour
que são O Garoto, Ombro Arma, Em Busca do Não importa, não será menos legítima a concep-
Ouro e O Circo. ção contrária, tanto é verdade que tudo cabe na
humanidade vasta de Carlito. Em vez de um fra-
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraor- co, de um pulha, de um inadaptável, posso eu
dinário dom de discernimento psicológico. Não interpretar Carlito como um herói. Carlito passa
obstante, se não houvesse nele profundidade de por todas as misérias sem lágrimas nem queixas.
pensamento, lirismo, ternura, seria levado por Não é força isto? Não perde a bondade apesar
esse processo de criação à vulgaridade dos ar- de todas as experiências, e no meio das maiores
tistas medíocres que condescendem com o fácil privações acha um jeito de amparar a outras cria-
gosto do público. turas em aperto. Isso é pulhice?

38 1ª. Série
Língua Portuguesa

Aceita com estoicismo as piores situações, dor- III. [...] uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem
me onde é possível ou não dorme, come sola de uma significação muito diversa da que lhe dão
sapato cozida como se se tratasse de alguma lín- fora de lá.
gua do Rio Grande. É um inadaptável?
IV. A interpretação cabe perfeitamente dentro do
Sem dúvida não sabe se adaptar às condições de tipo e mais: o americano bem verdadeiramen-
sucesso na vida. Mas haverá sucesso que valha te americano, o que veda a entrada do seu
a força de ânimo do sujeito sem nada neste mun- território a doentes e estropiados, [...]
do, sem dinheiro, sem amores, sem teto, quando
ele pode agitar a bengalinha como Carlito com As palavras em negrito têm valor de adjetivo
um gesto de quem vai tirar a felicidade do nada? a) apenas em I, II e IV.
Quando um ajuntamento se forma nos filmes, os b) apenas em I, III e IV.
transeuntes vão parando e acercando-se do gru-
po com um ar de curiosidade interesseira. Todos
c) apenas em II e IV.
têm uma fisionomia preocupada. Carlito é o único d) apenas em III e IV.
que está certo do prazer ingênuo de olhar. e) em todas.
Neste sentido Carlito é um verdadeiro professor de
heroísmo. Quem vive na solidão das grandes cida- 75. Considerando que o título pode antecipar para o
des não pode deixar de sentir intensamente o influxo leitor o tema central do texto, assinale a opção
da sua lição, e uma simpatia enorme nos prende ao que apresenta o título mais adequado.
boêmio nos seus gestos de aceitação tão simples. a) A representatividade de Carlito em O Circo.
Nada mais heróico, mais comovente do que a sa- b) O heroísmo de Carlito.
ída de Carlito no fim de O Circo. Partida a com- c) As representações da vida real por Chaplin.
panhia, em cuja troupe seguia a menina que ele
d) A recepção dos filmes de Chaplin.
ajudara a casar com outro, Carlito por alguns mo-
mentos se senta no círculo que ficou como últi- e) A dualidade no personagem Carlito.
mo vestígio do picadeiro, refletindo sobre os dias
de barriga cheia e relativa felicidade sentimental 76. Segundo o texto, herói é aquele que
que acabava de desfrutar. Agora está de novo a) comove as pessoas que o rodeiam.
sem nada e inteiramente só. Mas os minutos de
b) faz as pessoas levarem a vida de maneira leve.
fraqueza duram pouco. Carlito levanta-se, dá um
puxão na casaquinha para recuperar a linha, faz c) age de maneira corajosa e previsível.
um molinete com a bengalinha e sai campo afora d) enfrenta as adversidades, ainda que tenha
sem olhar para trás. Não tem um vintém, não tem momentos de fraqueza.
uma afeição, não tem onde dormir nem o que co-
e) despreza o sucesso, embora o considere im-
mer. No entanto vai como um conquistador pisan-
do em terra nova. Parece que o Universo é dele. E
portante.
não tenham dúvida: o Universo é dele.
77. Considerando a estrutura do texto, pode-se dizer
Com efeito, Carlito é poeta. que Bandeira
(Em: Crônicas da Província do Brasil. 1937.)
I. vale-se de outro texto para refletir sobre a recep-
idiossincrasia: maneira de ser e de agir própria de cada pessoa. ção do público americano aos filmes de Chaplin.
mamulengo: fantoche, boneco usado à mão em peças de teatro popular ou in-
fantil.
II. considera fatos da época para refletir sobre o
tabético: que tem andar desgovernado, sem muita firmeza. comportamento dos americanos.
dandismo: relativo ao indivíduo que se veste e se comporta com elegância.
pulhice: safadeza, canalhice.
III. descreve cenas de filmes para enaltecer a cria-
estoicismo: resignação com dignidade diante do sofrimento, da adversidade, do ção de Chaplin.
infortúnio.
IV. usa recursos linguísticos, como perguntas retóri-
molinete: movimento giratório que se faz com a espada ou outro objeto semelhante.
cas e adjetivos, para reforçar seu ponto de vista.
74. Considere os enunciados abaixo, atentando para Está(ão) correta(s)
as palavras em negrito.
a) apenas I e II.
I. Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de
b) apenas I, II e IV.
atividade artística, um artista cuja arte contenha
maior universalidade que a de Charles Chaplin. c) apenas II, III e IV.
II. Agrada por não sei quê de elegante que há no d) apenas III e IV.
seu ridículo de miséria. e) todas.

Caderno de Atividades 39
a beleza da cultura e a cultura da beleza
Texto de referência para as questões de 78 a 80.

Peanuts, Charles Schulz © 1968 Peanuts Worldwode


LLC./Dist. By Universal Uclick
Disponível em: <http://universaluclick.com/comics/peanutsportuguese>. Acesso em: 1.º out. 2015.

78. A partir da lógica estabelecida pelo personagem, b) discorda do amigo, acha que ele é mais im-
para que duas pessoas se relacionem: portante do que imagina.
a) o grau de importância de cada uma delas deve c) equipara a própria imagem à imagem do ami-
ser equivalente. go, valorizando ambos.
b) o grau de importância do interessado deve ser d) relativiza a imagem descrita pelo amigo, sem,
sempre superior, ou equivalente ao de quem no entanto, conferir-lhe um sentido positivo.
desperta interesse.
c) nenhuma das duas partes deve ser desimpor- 81. (IFMG) Avalie o emprego dos pronomes relativos
tante. em destaque abaixo de acordo com a norma cul-
d) o grau de importância de quem desperta inte- ta e responda:
resse deve ser sempre superior. I. As editoras as quais o MEC pagou mais de
300 milhões de reais foram recentemente in-
79. Na fala do personagem, no último quadrinho, uma
vestigadas pelo Ministério Público Federal.
das palavras muda de classe gramatical.
II. Segundo o jornal inglês The Economist, o
a) Transcreva essa palavra e indique a classe
Brasil é um desses países medianos que pro-
gramatical da qual ela passou a fazer parte.
duzem políticas públicas anódinas às quais é
quase impossível simpatizar.
III. O Brasil precisa criar marcos regulatórios con-
sistentes pelos quais a iniciativa privada se
b) Explique o processo pelo qual ocorreu essa sinta juridicamente protegida.
transformação.
IV. A Amazon, uma das maiores editoras do mun-
do, chegou ao Brasil. Pretende investir por
aqui mais de 1 bilhão de dólares no mercado
de livros e e-books. Os lucros os quais ela visa,
no entanto, são, segundo o próprio mercado,
superestimados.

a) Todos eles estão empregados corretamente.


b) Há apenas 1 (um) deles gramaticalmente
correto.
80. No último quadrinho, o personagem indica que: c) Há apenas 2 (dois) deles gramaticalmente
a) concorda com a imagem que o amigo tem de corretos.
si mesmo e se sente superior. d) Há 3 (três) deles gramaticalmente corretos.

40 1ª. Série
Língua Portuguesa

82. Leia o texto a seguir. Acho que “idoso” é uma palavra “fotoshopa-
da” – ou talvez um lifting completo na palavra “ve-
De olho nas mãos lho”. E saio aqui em defesa do “velho” – a palavra
e o ser/estar de um tempo que, se tivermos sorte,
Mágicos são especialistas em ilusões ancora- chegará para todos.
das nos processos cerebrais de atenção. Afinal, Desde que a juventude virou não mais uma
muitos truques dependem da capacidade de fase da vida, mas uma vida inteira, temos con-
direcionar a concentração da plateia para um vivido com essas tentativas de tungar a velhice
foco específico, distraindo-a do truque. Mas o também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa
que tende a atrair mais o espectador: as mãos de repouso, como se isso mudasse o significado
ou os olhos do ilusionista? Para investigar a do que é estar apartado do mundo. Velhice virou
questão, decidimos mostrar a um grupo de vo- terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”.
luntários truques em vídeo do famoso mágico Tenho anunciado a amigos e familiares que, se
de Las Vegas, Mac King. Seu olhar não afetou alguém me disser, em um futuro não tão distan-
fortemente o comportamento dos observadores, te, que estou na “melhor idade”, vou romper meu
embora possa ter influenciado outras ações. Em pacto pessoal de não violência. O mesmo vale
vez disso, em geral, os espectadores dirigiam a para o primeiro que ousar falar comigo no dimi-
atenção para as mãos dele. O que não é muito nutivo, como se eu tivesse voltado a ser criança.
surpreendente do ponto de vista neurofisiológi- Insuportável.
co: o sistema visual contém alguns neurônios
que respondem preferencialmente a elas; seus A velhice é o que é. É o que é para cada um,
movimentos podem ser uma parte importante da mas é o que é para todos, também. Ser velho é
comunicação social. estar perto da morte. E essa é uma experiência
(Revista Mentecérebro, maio de 2015, p.21.) dura, duríssima até, mas também profunda. Ne-
gá-la é não só inútil como uma escolha que nos
Os pronomes, entre outras funções, servem tam- rouba alguma coisa de vital. Semanas atrás, em
bém como elementos coesivos, isto é, eles ligam um programa de TV, o entrevistador me pergun-
elementos de um texto para que a unidade seja tou sobre a morte. E eu disse que queria viver a
minha morte. Ele talvez não tenha entendido, por-
mantida. Marque a alternativa em que o segundo
que afirmou: “Você não quer morrer”. E eu insisti
termo ou expressão é retomada pelo pronome na resposta: “Eu quero viver a minha morte”.
destacado.
Há uma bela expressão que precisamos res-
a) distraindo-a: concentração; Seu olhar: um
gatar, cujo autor não consegui localizar: “A morte
grupo de voluntários não é o contrário da vida. A morte é o contrário
b) disso: dirigir a atenção para as mãos dele; do nascimento. A vida não tem contrários”. A vida,
elas: outras ações portanto, inclui a morte. Por que falo da morte aqui
c) seu olhar: Mac King; seus movimentos: Mac nesse texto? Porque a mesma lógica que nos rou-
bou a morte sequestrou a velhice. A velhice nos
King
lembra da proximidade do fim, portanto acharam
d) seus movimentos: os espectadores; que res- por bem eliminá-la. Numa sociedade em que a ju-
pondem: sistema visual ventude é, não uma fase da vida, mas um valor,
envelhecer é perder valor. Os eufemismos são a
(CEFET) Texto para as questões de 83 a 88. expressão dessa desvalorização na linguagem.
Chamar de idoso aquele que viveu mais é ar-
Me chamem de velha rancar seus dentes na linguagem. Velho é uma
A velhice sofreu uma cirurgia plástica na linguagem palavra com caninos afiados – idoso é uma pa-
lavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisica-
Na semana passada, sugeri a uma pessoa
mente débil, palavra que diz de um corpo, não
próxima que trocasse a palavra “idosas” por “ve-
de um espírito. Idoso fala de uma condição efê-
lhas” em um texto. E fui informada de que era
mera, velho reivindica memória acumulada. Idoso
impossível, porque as pessoas sobre as quais
pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho
ela escrevia se recusavam a ser chamadas de
é – e está. Alguém vê um Boris Schnaiderman,
“velhas”: só aceitavam ser “idosas”. Pensei:
uma Fernanda Montenegro e até um Fernando
“roubaram a velhice”. As palavras escolhidas – e
Henrique Cardoso como idosos? Ou um Clint
mais ainda as que escapam – dizem muito, como
Eastwood?
Freud já nos alertou há mais de um século. Se
testemunhamos uma epidemia de cirurgias plás- Não. Eles são velhos. Idoso e palavras afins
ticas na tentativa da juventude para sempre (até a representam a domesticação da velhice pela lín-
morte), é óbvio esperar que a língua seja atingida gua, a domesticação que já se dá no lugar desti-
pela mesma ânsia. nado a eles numa sociedade em que, como disse

Caderno de Atividades 41
alguém, “nasce-se adolescente e morre-se ado- 84. A autora defende que a velhice é símbolo de
lescente”, mesmo que com 90 anos. Idosos são
a) luta.
incômodos porque usam fraldas ou precisam de
ajuda para andar. Velhos incomodam com suas b) êxito.
ideias, mesmo que usem fraldas e precisem de c) finitude.
ajuda para andar. Acredita-se que idosos neces-
d) trabalho.
sitam de recreacionistas. Acredito que velhos de-
sejam as recreacionistas. Idosos morrem de de- e) sabedoria.
sistência, velhos morrem porque não desistiram
de viver. 85. O emprego do eufemismo, assunto debatido pela
autora no texto, não se faz presente na passagem
Basta evocar a literatura para perceber a dife-
transcrita em:
rença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e
o mar”? Não. Como idoso o pescador não lutaria a) “Acredita-se que idosos necessitam de recre-
com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima acionistas.”
de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Ca- b) “Quando chegar a minha hora, por favor, me
belo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma
chamem de velha.”
aldeia em algum lugar, nem maior nem menor,
com velhos e velhas que velhavam...”. c) “Asilo virou casa de repouso, como se isso
mudasse o significado do que é estar aparta-
Envelhecer o espírito é engrandecê-lo. Alar-
do do mundo.”
gá-lo com experiências. Apalpar o tamanho cada
vez maior do que não sabemos. Só somos sábios d) “Tenho anunciado a amigos e familiares que,
na juventude. Como disse Oscar Wilde, “não sou se alguém me disser, em um futuro não tão
jovem o suficiente para saber tudo”. Na velhice distante, que estou na “melhor idade”, vou
havemos de ser ignorantes, fascinados pelas di- romper meu pacto pessoal de não violência.”
mensões cada vez mais superlativas do que des-
e) “Pode parecer uma besteira, mas eu cometo
conhecemos e queremos buscar. É essa a con-
minha pequena subversão jamais escrevendo
quista. Espírito jovem? Nem tentem.
a palavra “idoso”, “terceira idade” e afins. Ex-
Acho que devíamos nos rebelar. E não permitir ceto, claro, se for para arrancar seus laços de
que nos roubem nem a velhice nem a morte, não fita e revelar sua indigência.”
deixar que nos reduzam a palavras bobas, à cos-
mética da linguagem. Nem consentir que calem 86. A forma de emprego do recurso intertextual está
o que temos a dizer e a viver nessa fase da vida
identificada corretamente em
que, se não chegou, ainda chegará. Pode pare-
cer uma besteira, mas eu cometo minha pequena a) “Alguém leria um livro chamado ‘O idoso e o
subversão jamais escrevendo a palavra “idoso”, mar’?” → PARÓDIA .
“terceira idade” e afins. Exceto, claro, se for para b) “Como disse Oscar Wilde, ‘não sou jovem o
arrancar seus laços de fita e revelar sua indigên- suficiente para saber tudo’.” → PARÁFRASE .
cia. Quando chegar a minha hora, por favor, me
chamem de velha. Me sentirei honrada com o c) “As palavras escolhidas – e mais ainda as que
reconhecimento da minha força. Sei que estou escapam – dizem muito, como Freud já nos
envelhecendo, testemunho essa passagem no alertou há mais de um século.” → CITAÇÃO
meu corpo e, para o futuro, espero contar com DIRETA .
um espírito cada vez mais velho para ter a cora- d) “Alguém vê um Boris Schnaiderman, uma
gem de encerrar minha travessia com a graça de
Fernanda Montenegro e até um Fernando
um espanto.
Henrique Cardoso como idosos? Ou um Clint
BRUM, Eliane. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/>.
Acesso em: 5 mar. 2014. (Adaptado). Eastwood?” → REFERÊNCIA .
e) “Há uma bela expressão que precisamos res-
83. O texto tem como característica marcante do gê- gatar, cujo autor não consegui localizar: ‘A
nero crônica a(o) morte não é o contrário da vida. A morte é o
a) visão poética do cotidiano. contrário do nascimento. A vida não tem con-
trários’.” → EPÍGRAFE
b) uso de linguagem figurada.
c) enunciação em tom coloquial. 87. Considerando-se o percurso argumentativo do
d) interlocução direta com o leitor. texto, na passagem “Desde que a juventude virou
e) predominância da tipologia narrativa. não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira,

42 1ª. Série
Língua Portuguesa

temos convivido com essas tentativas de tungar a Esses bens são: o Sol, para começar do alto
velhice também no idioma.”, o verbo tungar pode (só a temporada de praia, neste verão que aca-
ser substituído por bou, foi uma renda fabulosa); a Lua, que, vista
do terraço ou da calçada da Avenida Atlântica,
a) lesar. diante do mar, me rendeu milhões de cruzeiros-
b) agredir. sonho; (...) as crianças brincando no play-ground
c) subtrair. ou a caminho da escola; em particular, três me-
ninos que vêm e vão pelo ar, tão moleques e tão
d) fustigar.
rendosos para este coração; (...) certos prazeres
e) diminuir. como andar por andar, ver figura em edições de
arte, conversar sem sentido e sem cálculo, um fil-
88. A posição do pronome oblíquo destacado na fra- mezinho como Le petit poisson rouge, em que o
se está de acordo com o que preconiza a norma gato salva o peixe para ser gentil com o canário,
padrão em: indicando um caminho aos senhores da guerra
fria; e isso e aquilo e tudo mais de alta rentabili-
a) “A velhice nos lembra da proximidade do fim
dade... não em espécie.
(...)”
b) “Me sentirei honrada com o reconhecimento Estes os meus verdadeiros rendimentos, se-
nhor; salários e dividendos não computados na
da minha força.”
declaração. Agora estou confortado porque con-
c) “Quando chegar a minha hora, por favor, me fessei; invente depressa uma rubrica para incluir
chamem de velha.” esses lucros e taxe-me sem piedade. Multe, se
d) “(...) em um programa de TV, o entrevistador for o caso; pagarei feliz.
me perguntou sobre a morte.” Atenciosas saudações.
e) “(...) se alguém me disser (...) que estou na Carlos Drummond de Andrade, Cadeira de balanço.
‘melhor idade’, vou romper meu pacto pesso-
al de não violência.” 89. Responda ao que se pede.
a) Há alguma expressão no texto, além da pala-
(FGV) Texto para as questões 89 e 90. vra cruzeiros, que permite identificar o con-
texto histórico em que ele foi escrito? Justifi-
Sr. Diretor do Imposto de Renda:
que e explique.
(…)
Minha dúvida, meu problema, Sr. Diretor, con-
siste na desconfiança de que sou, tenho sido a
vida inteira um sonegador do Imposto de Renda.
Involuntário, inconsciente, mas de qualquer for-
ma sonegador. Posso alegar em minha defesa
muita coisa: a legislação, embora profusa e até
florestal, é omissa ou não explícita; os itens das
diferentes cédulas não preveem o caso; o órgão
fiscalizador jamais cogitou disso; todo mundo
está nas mesmas condições que eu, e ninguém
se acusa ou reclama contra si mesmo. Contudo,
não me conformo, e venho expor-lhe lealmente as
minhas rendas ocultas.
A lei manda cobrar imposto a quem tenha b) Explique o que o cronista pretendeu dizer
renda líquida superior a determinada importância; com a expressão não em espécie.
parece claro que só tributam rendimentos em di-
nheiro. A seguir, entretanto, a mesma lei declara:
“São também contribuintes as pessoas físicas
que perceberem rendimentos de bens de que te-
nham a posse, como se lhes pertencessem.” E
aqui me vejo enquadrado e faltoso. Tenho a pos-
se de inúmeros bens que não me pertencem e
que desfruto copiosamente. Eles me rendem o
máximo, e nunca fiz constar de minha declaração
tais rendimentos.

Caderno de Atividades 43
90. Atenda ao que se pede. 91. Sobre o fragmento de Fernando Sabino, todas as
a) Reescreva o trecho “embora profusa e até alternativas estão corretas, EXCETO em
florestal”, substituindo a conjunção e os a) As câmeras fotográficas eram verdadeira
adjetivos por expressões equivalentes e preciosidade, e quem tinha uma, como o
introduzindo um verbo, sem alterar o sentido Gerson, despertava inveja em todo mundo
do texto. (linhas 6 e 7) pode-se inferir que a família
descrita possui uma condição social da média
para superior.
b) ficava a contemplá-la, fascinado, pensando
como seria bom se realmente existisse uma
pessoa igual a mim (linhas 12 e 13) percebe-
se a tristeza emocional e a ausência de rela-
b) As palavras renda(s) e rendimentos, usadas cionamentos pessoais do narrador.
várias vezes no texto, apenas no final foram c) Tenho até hoje essa foto, que deu margem a
substituídas por lucros. Que palavras poderiam tantas fantasias, quando eu era menino (linha
substituir rendosos e rentabilidade, tendo em 12) constata-se a importância dessa experiên-
vista o contexto? cia vivenciada pelo narrador personagem.
d) Gerson não deixava que ninguém pusesse a
mão nela, a não ser quando ele próprio queria
ser fotografado (linhas 2 e 3) compreende-se
a importância que a personagem Gerson dá à
sua máquina da marca Agfa.
e) POUCO tempo depois eu iria viver uma das
(MACKENZIE) experiências mais fantásticas da minha vida
O menino no espelho (linha 1) entende-se que o narrador-persona-
gem rememora uma das várias aventuras de
POUCO tempo depois eu iria viver uma das ex-
sua vida.
periências mais fantásticas da minha vida. Tudo
começou com aquela máquina fotográfica, marca
Agfa, em forma de caixotinho. Gerson não deixa- (ITA) As questões de 92 a 95 referem-se ao Texto
va que ninguém pusesse a mão nela, a não ser 1, de Rubem Braga, publicado pela primeira vez
quando ele próprio queria ser fotografado. Então em 1952, no jornal Correio da Manhã, do Rio.
contava seis passos e ia postar-se diante da má-
quina, enquanto alguém, a seu pedido, de costas TEXTO 1
para o sol, com o cuidado de quem segura um José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores,
alçapão com passarinho dentro, apenas apertava onde ficam os imigrantes logo que chegam. E fa-
o botão. Quase sempre aparecia na foto, além do lou dos equívocos de nossa política imigratória.
fotografado, a sombra comprida de quem batia a As pessoas que ele encontrou não eram agricul-
chapa. As câmeras fotográficas eram verdadeira tores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu mú-
preciosidade, e quem tinha uma, como o Gerson, sicos profissionais, bailarinas austríacas, cabelei-
despertava inveja em todo mundo. reiras lituanas.
Um dia ele me disse que ia fazer uma experiên- Paul Balt toca acordeão, Ivan Donef faz coquetéis,
cia. Mandou que eu ficasse junto ao muro branco Galar Bedrich é vendedor, Serof Nedko é ex-ofi-
do quintal, como se estivesse conversando com cial, Luigi Tonizo é jogador de futebol, Ibolya Pohl
alguém. Depois de bater a foto, fez com que eu é costureira. Tudo gente para o asfalto, “para en-
passasse para o lugar desse alguém, e sem rodar tulhar as grandes cidades”, como diz o repórter.
o filme tornou a fotografar. Revelada a foto, veio O repórter tem razão. Mas eu peço licença para
me mostrar o resultado, me enchendo de assom- ficar imaginando uma porção de coisas vagas,
bro: um retrato em que eu aparecia duas vezes, ao olhar essas belas fotografias que ilustram a
como se fosse outra pessoa, conversando co- reportagem. Essa linda costureirinha morena de
migo mesmo! Tenho até hoje essa foto, que deu Badajoz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa
margem a tantas fantasias, quando eu era meni- Irgard que não faz coisa alguma, esse Stefan
no: ficava a contemplá-la, fascinado, pensando Cromick cuja única experiência na vida parece
como seria bom se realmente existisse uma pes- ter sido vender bombons – não, essa gente não
soa igual a mim. vai aumentar a produção de batatinhas e quiabos
Fernando Sabino, O menino no espelho, 1982 nem plantar cidades no Brasil Central.

44 1ª. Série
Língua Portuguesa

É insensato importar gente assim. Mas o desti- 93. O autor do texto


no das pessoas e dos países também é, muitas
a) destaca a aparência das imigrantes como um
vezes, insensato: principalmente da gente nova e
países novos. A humanidade não vive apenas de fator preponderante para a imigração.
carne, alface e motores. Quem eram os pais de b) reproduz os nomes dos imigrantes citados na
Einstein, eu pergunto; e se o jovem Chaplin qui- reportagem para atribuir-lhes importância social.
sesse hoje entrar no Brasil acaso poderia? Nin-
guém sabe que destino terão no Brasil essas mu-
c) toma como sua a expressão “para entulhar as
lheres louras, esses homens de profissões vagas. grandes cidades”.
Eles estão procurando alguma coisa: emigraram. d) desenvolve os argumentos para sustentar que
Trazem pelo menos o patrimônio de sua inquieta- “é insensato importar gente assim”.
ção e de seu apetite de vida. Muitos se perderão,
sem futuro, na vagabundagem inconsequente e) concorda parcialmente com o repórter José
das cidades; uma mulher dessas talvez se suici- Leal, porém assume um ponto de vista dife-
de melancolicamente dentro de alguns anos, em rente.
algum quarto de pensão. Mas é preciso de tudo
para fazer um mundo; e cada pessoa humana é 94. De acordo com o texto, Rubem Braga
um mistério de heranças e de taras. Acaso im-
I. assevera que os imigrantes qualificados teriam
portamos o pintor Portinari, o arquiteto Niemeyer,
o físico Lattes? E os construtores de nossa in- destino promissor no Brasil.
dústria, como vieram eles ou seus pais? Quem II. mostra otimismo em relação aos imigrantes
pergunta hoje, e que interessa saber, se esses sem profissão definida.
homens ou seus pais ou seus avós vieram para o
Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros
III. apresenta ideias sobre imigração tanto seme-
ou capitalistas, aventureiros ou vendedores de lhantes como avessas às de José Leal.
gravata? Sem o tráfico de escravos não teríamos IV. considera que, sem imigração, não haveria al-
tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria gumas das grandes personalidades no Brasil.
impossível sem uma gota de sangue (ou uísque)
escocês nas veias, e quem nos garante que uma Estão corretas apenas:
legislação exemplar de imigração não teria feito
Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos
a) I e II.
mexicano, ou Pancetti chileno, o general Ron- b) I, II e IV
don canadense ou Noel Rosa em Moçambique? c) II e III.
Sejamos humildes diante da pessoa humana: o
grande homem do Brasil de amanhã pode des- d) II, III e IV.
cender de um clandestino que neste momento e) III e IV.
está saltando assustado na praça Mauá, e não
sabe aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma 95. No trecho, Tudo gente para o asfalto, “para entulhar
política de imigração sábia, perfeita, materialista;
as grandes cidades”, como diz o repórter, Rubem
mas deixemos uma pequena margem aos inúteis
e aos vagabundos, às aventureiras e aos tontos Braga
porque dentro de algum deles, como sorte gran- I. retrata o ponto de vista do repórter José Leal.
de da fantástica loteria humana, pode vir a nossa
II. cita José Leal e, com isso, marca a direção ar-
redenção e a nossa glória.
gumentativa do seu texto.
(BRAGA, R. Imigração. In: A borboleta amarela. Rio de Janeiro,
Editora do Autor, 1963) III. concorda com o repórter, segundo o qual
os imigrantes deveriam trabalhar apenas no
92. O objetivo do autor é campo.
a) discutir a reportagem de José Leal sobre a IV. concorda com o repórter, segundo o qual os
chegada de imigrantes ao Brasil. imigrantes são desqualificados por exercerem
b) apoiar a imigração europeia, independente- profissões tipicamente urbanas.
mente da condição social dos imigrantes. Estão corretas apenas:
c) mostrar que o Brasil não precisa de imigran-
a) I e II.
tes sem qualificação profissional.
b) I, II e IV.
d) defender uma política imigratória não neces-
sariamente vinculada a critérios profissionais. c) I e III.
e) criticar a legislação brasileira sobre imigração d) II, III, IV.
vigente na época. e) III e IV.

Caderno de Atividades 45
96. (UNICAMP) b) Explique o funcionamento da palavra então
NOITE DE AUTÓGRAFOS na pergunta em questão, considerando o sen-
tido que esta pergunta expressa.
Ivan Ângelo

A leitora, vistosa, usando óculos escuros num


ambiente em que não eram necessários, se posta
diante do autor sentado do outro lado da mesa de
autógrafos e estende-lhe o livro, junto com uma
pergunta:
— O que é crônica?
O escritor considera responder com a célebre
tirada de Rubem Braga, “se não é aguda, é crôni- (UEMG) As questões 97 e 98 se referem ao excerto
ca”, mas se contém, temendo que ela não goste
abaixo:
da brincadeira. (...) Responde com aquele jeito de
quem falou disso algumas vezes: De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
— É um texto de escritor, necessariamen- Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu?
te de escritor, não de jornalista, que a imprensa Mas tudo parece ter sido ontem! No século em
usa para pôr um pouco de lirismo, de leveza e de que a maioria quer ter vinte anos (trinta a gente
emoção no meio daquelas páginas e páginas de ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior:
dados objetivos, informações, gráficos, notícias... duvidando disso, pois ainda escutava em mim as
É coisa efêmera: jornal dura um dia, revista dura risadas da menina que queria correr nas lajes do
uma semana. pátio quando chovia, que pescava lambaris com
Já se prepara para escrever a dedicatória e o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo
ela volta a perguntar: e Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu
chorava alto com pena dos dois, a mãe ficava fu-
– E o livro de crônicas, então? riosa.)
Ele olha a fila, constrangido. Escreve algo bre- A menina que levava castigo na escola porque ria
víssimo, assina e devolve o livro à leitora (...). Ela fora de hora, porque se distraía olhando o céu e
recebe o volume e não se vai, esperando a res- nuvens pela janela em lugar de prestar atenção,
posta. Ele abrevia, irônico:
porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
— É a crônica tentando escapar da recicla- até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo
gem do papel. Ela fica com ambição de estante, sabendo que os meninos, mais que as meninas,
pretensiosa, quer status literário. Ou então pre- se botariam de quatro catando lápis, canetas,
tensioso é o autor, que acha que ela merece ser borracha – as tediosas regras de ordem e quietu-
salva e promovida. (...) de seriam rompidas mais uma vez.
— Mais respeito. A crônica é a nossa última Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela abor-
reserva de estilo. recia os professores e divertia a turma: apenas
(Veja São Paulo, São Paulo, 25/07/2012, p. 170.) porque não queria ser diferente, queria ser ama-
Efêmero: de pouca duração; passageiro, transitório. da, queria ser natural, não queria que soubessem
que ela, doze anos, além de histórias em quadri-
A certa altura do diálogo, a leitora pergunta ao nhos e novelinhas açucaradas, lia teatro grego –
escritor que dava autógrafos: sem entender – e achava emocionante.

“— E o livro de crônicas, então?” (E até do futuro namorado, aos quinze anos, es-
conderia isso.)
a) A pergunta da leitora incide sobre uma das O meu aniversário: primeiro pensei numa gran-
características do gênero crônica menciona- de celebração, eu que sou avessa a badalações
das pelo escritor. Explique que característica e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei,
é esta. setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo!
Logo me dei conta de que hoje setenta é quase
banal, muita gente com oitenta ainda está ativo e
presente.
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chega-
dos (tarefa difícil, escolher), e deixar aquela festo-
na para outra década.
LUFT, 2014, p.104-105

46 1ª. Série
Língua Portuguesa

97. Sobre o texto citado, é CORRETO afirmar que a) Reescreva o seguinte trecho, dando-lhe ca-
a) a chegada dos setenta anos tomou a locutora racterísticas narrativas e empregando a ter-
de surpresa, pois ela não esperava chegar a ceira pessoa do plural, em lugar da segunda:
essa idade, ficando, assim, bastante confusa “Tenho no bolso um caderno de notas. Quereis
e incomodada. que vos descreva essas montanhas e vales, e
b) quanto maior a idade, mais necessidade se o que fazem os seres humanos neste tempo
tem de comemorar o evento, e as grandes de primavera?”
festas são próprias para tal; por isso, a locu-
tora deixou para comemorar os oitenta anos e
não os setenta.
c) fazer setenta anos atualmente é tão comum
que a locutora não acha necessário grandes
comemorações, até porque fica também mui-
to difícil selecionar os convidados.
d) a idade não está na contagem dos anos; po-
de-se chegar aos setenta ainda com lembran-
ças dos quinze, como se essa idade tivesse
acontecido há pouco tempo.
b) Tendo em vista as informações contidas no
excerto, o início do texto – “É abril” – é coe-
98. Assinale a alternativa que contém uma afirmação
rente com o emprego do pronome este, em
adequada em relação ao texto.
“neste tempo de primavera”? Explique.
a) Os parênteses foram empregados toda vez
que a locutora queria se dirigir diretamente ao
seu interlocutor, ou seja, o leitor do texto.
b) Em todas as ocorrências, as palavras no dimi-
nutivo apresentam o mesmo valor semântico:
demonstrar depreciação em relação ao que
se diz.
c) Em “O meu aniversário: primeiro pensei numa
celebração...” os dois pontos podem ser
substituídos por uma vírgula sem que haja al-
teração sintática e/ou semântica. (PUCSP) Texto de referência para as questões 100
d) A linguagem empregada se aproxima do re- e 101.
gistro coloquial, o que se comprova pelo em-
[...] Por duas ou três vezes fingira falhar, isso fa-
prego das palavras botariam, badalações, zia parte de seu número; e seria, talvez, o que o
mais chegados e festonas. aniquilara; falseara um movimento qualquer e, ao
procurar retificá-lo, era tarde demais [...]
99. (FUVEST) Leia o seguinte texto, para atender ao
que se pede: No entanto, como prosseguir, se tivesse de narrar
sua história? Como falar, sem parecer covarde, na
Conversa de abril incomum excitação que se apoderara dele, nas
entranhas amarras que o haviam tolhido quando
É abril, me perdoareis. Estou completamente can-
iniciara os exercícios na manhã seguinte? Como
sado. Retorno à aldeia depois de três dias de galo-
determinar a natureza daquela ameaça invisível,
pe de jipe pelas estradas confusas de caminhões e
que parecia envolvê-lo?
poeira e explosões. Tenho no bolso um caderno de
notas. Quereis que vos descreva essas montanhas Seria igualmente difícil relatar o que lhe sucedera,
e vales, e o que fazem os seres humanos neste quando confessara a Aline a impossibilidade de
tempo de primavera? Deixai-me estirar o corpo na participar naquela manhã e ela o indagara, quase
cama; depois tiro as botas. Ouvi-me. As monta- com alegria:
nhas, já vos descreverei as montanhas.
— Você também está com medo?
Rubem Braga*
Sem dar resposta, voltara colérico ao circo, fizera
*Rubem Braga foi correspondente de guerra junto à FEB, Força Expedicionária Bra-
sileira, durante a Segunda Guerra Mundial. O fragmento acima pertence a uma de as acrobacias de costume [...]
suas crônicas desse período. (Osman Lins, Os gestos, 1994, p.65)

Caderno de Atividades 47
100. As considerações sobre o trecho acima estão 101. Assinale a alternativa que apresenta CORRETA-
corretas, EXCETO: MENTE os verbos que, no trecho em exame, fa-
zem referência à ação da fala.
a) Reproduz-se um diálogo entre duas pessoas.
b) Identifica-se nesse trecho apenas um exem- a) Narrar, confessar, prosseguir, indagar
plo de discurso direto. b) Relatar, indagar, suceder, falar
c) Um dos traços característicos dessa narrativa c) Narrar, confessar, retificar, relatar
é predominância do discurso indireto. d) Relatar, confessar, indagar, narrar
d) O uso de perguntas, no curso da narrativa, re-
flete um diálogo interno do narrador-persona-
gem consigo mesmo.

QUAL É A SUA TRIBO?


Texto para as questões 102 e 103. O texto a seguir serve de referência para as ques-
tões 104 a 106.
Ser ou não ser
BORBOLETA
Uma olhadinha por aí leva a pensar que estamos
Mal saíra do casulo
no único planeta de fato hospitaleiro a orbitar o
para mostrar ao solicitado o esplendor de suas asas
Sol. Mas uma volta no tempo nos faria mudar de
um pé distraído a pisou.
ideia. A escala da vida humana é pequena demais
para que nos apercebamos de que planetas em
(A visão da beleza
geral não são habitáveis — eles estão habitáveis.
dura um só instante
Disponível em: <http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.
br/2015/06/29/astronomia-marte-e-a-saga-dos-mundos-habitaveis/>. inesquecível.)
Acesso em: 29 jun. 2015. PAES, Paulo. Verso livre: poemas. 1. ed. São Paulo: Boa Companhia,
2012. p. 78.
102. A forma verbal que mantém a mesma ideia de
tempo expressa pela forma em destaque é: 104. Em relação ao verso "um pé distraído a pisou", a
a) parecia. forma verbal saíra expressa a ideia de
b) teria acabado. a) fato ocorrido simultaneamente a outro.
c) mostrará. b) fato posterior a outro fato do passado.
d) entendera. c) fato anterior a outro fato do passado.
e) haverá fomentado. d) fato anterior a outro fato do presente.
e) fato posterior a outro fato do presente.
103. Explique a diferença do uso das formas são e
estão no trecho “A escala da vida humana é pe- 105. Ao escolher a forma verbal pisou, o poeta criou
quena demais para que nos apercebamos de que determinado efeito de sentido. Se essa forma fos-
planetas em geral não são habitáveis — eles es- se alterada para pisava, esse efeito de sentido
tão habitáveis”. seria mantido? Explique.

48 1ª. Série
Língua Portuguesa

106. No contexto do poema, a forma verbal dura (pe- São verdadeiras as afirmações:
núltimo verso) expressa:
a) I e II.
a) um fato rotineiro, frequente.
b) II e IV.
b) um fato concomitante ao momento da fala.
c) I e IV.
c) um fato passado, mas expresso no presente
d) III e IV.
para aproximar texto e leitor.
e) II e III.
d) um fato futuro, que marca a coloquialidade da
situação.
109. Leia o poema a seguir, de Carlos Drummond de
e) um fato universal, uma verdade absoluta. Andrade.

107. Há vinte anos, os ciclistas pedalavam pelas ruas Canção amiga


do centro correndo muito mais riscos do que cor-
Eu preparo uma canção
rem hoje.
em que minha mãe se reconheça,
O tempo e o modo verbal expressos na palavra todas as mães se reconheçam,
destacada são os mesmos que ocorrem em: e que fale como dois olhos.
a) Ninguém comia tanta comida industrializada
Caminho por uma rua
nos anos 50.
que passa em muitos países.
b) Os marinheiros já haviam visto aquela criatura Se não me veem, eu vejo
no mar. e saúdo velhos amigos.
c) A delegada que mandasse a comida para as
celas corretas. Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
d) As esposas visitam os maridos presos, já o
No jeito mais natural
contrário não acontece.
dois carinhos se procuram.
e) O poeta permaneceu trinta anos com a espo-
sa e a amante. Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
108. Aprendi novas palavras
Na padaria: e tornei outras mais belas.
CLIENTE: Eu queria dois pães, por favor.
Eu preparo uma canção
BALCONISTA: Se queria, não quer mais. que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
Essa piadinha, apesar de muito conhecida, cos- Disponível em: <http://www.casadobruxo.com.br/
tuma ser vastamente repetida nos comércios de poesia/c/cancao4.htm>. Acesso em: 25 jun. 2015.
grandes e pequenas cidades. Sobre ela, avalie as
afirmações a seguir. Em "Canção amiga", o eu lírico expressa atitu-
des que revelam certezas e atitudes que revelam
I. Embora seja uma fala comum, a expressão da subjetividade, desejo. Marque a alternativa que
cliente está errada, ela deveria dizer “Eu quero
apresenta apenas verbos que expressem desejo.
dois pães”, já que se trata de uma certeza em
relação ao que é pedido. a) Eu preparo uma canção / em que minha mãe
II. O balconista finge desconhecer essa flexão do se reconheça
verbo querer como forma de polidez e cordia- b) Caminho por uma rua / e saúdo velhos amigos.
lidade. c) todas as mães se reconheçam / e que fale
III. Se a cliente dissesse “Você poderia me dar como dois olhos.
dois pães?”, o balconista não teria por que fa-
zer uma piada dessa natureza. d) Aprendi novas palavras / e tornei outras mais
belas.
IV. A escolha da cliente visa evitar o tom ríspido
que poderia ser sugerido pelo uso da forma e) Eu distribuo um segredo / dois carinhos se
“Eu quero dois pães”. procuram.

Caderno de Atividades 49
110. Do ponto de vista semântico, os tempos verbais 113. Se a forma de tratamento mudasse para a 2.ª pes-
expressam ideias que vão além das definições soa do singular – você –, que modificações deve-
tradicionais. Qual a ideia expressa pela forma ver- riam ocorrer no poema?
bal será no poema a seguir?
A lua
Roseana Murray
A lua pinta a rua de prata
E na mata a lua parece
Biscoito de nata.
Quem será que esqueceu
A lua acesa no céu?
AGUIAR, Vera (Coord.). Poesia fora da estante. Ilustrações de 114. Leia as frases a seguir e observe o uso do parti-
Laura Castilhos. 13. ed. Porto Alegre: Editora Projeto. 78 p. cípio.
I. As relações entre os dois países foram rompi-
das por questões políticas.
II. Os policiais ainda não haviam chego quando o
ladrão disparou a arma.
III. O advogado ainda não havia pegado o caso
quando o cliente optou pela delação premiada.
IV. A mulher achou que havia matado o marido,
mas ele foi morto pela própria arma.
Leia o poema a seguir referente às questões 111
a 113. O emprego do particípio está correto em:
Homens e livros a) I, II e III
b) II e IV
Meu amor, fica sabendo,
Matei muita aula na escola c) I e II
E fui ao cinema àquelas horas d) I, III e IV
Ver filme italiano e chinês.
E aquilo que sou hoje devo
e) II e III
Ao cowboy peninsular do Cine Lido
E à sabedoria lunar de Bruce Lee. 115. Leia o poema a seguir.
AGUIAR, Vera (Coord.). Poesia fora da estante. Ilustrações de Não fosse isso
Laura Castilhos. 13. ed. Porto Alegre: Editora Projeto. 78 p. e era menos
Não fosse tanto
111. Que expressão empregada no poema representa e era quase
uma marca direta de interação do eu lírico com Paulo Leminski
outro interlocutor? Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/autor/paulo_leminski/3/>.
Acesso em: 25 jun. 2015.

Nesse poema, há um jogo de palavras que envol-


ve formas verbais. Sobre elas é correto afirmar:
I. fosse e era são conjugações dos modos sub-
juntivo e indicativo, respectivamente.
112. Por qual pessoa pronominal o eu lírico se dirige
ao ser amado? Justifique sua resposta. II. apenas a forma era é conjugação do verbo
ser.
III. a forma fosse é conjugação do verbo ir, no
imperfeito do modo subjuntivo.
IV. houve uma combinação do imperfeito do sub-
juntivo com o pretérito perfeito do indicativo.
Estão corretas as afirmações:
a) apenas a I a) I e II
b) apenas a IV b) I e IV

50 1ª. Série
Língua Portuguesa

Leia a história em quadrinhos a seguir para responder às questões 116 e 117.

Peanuts, Charles Schulz © 1968 Peanuts Worldwide LLC./Dist. By Universal Uclick


Disponível em: <http://www.universaluclick.com/comics/peanutsportuguese>. Acesso em: 10 out. 2015.

116. A personagem Lucy faz várias projeções para sua 118. (IFMG) Considere o trecho abaixo:
vida.
Do que ficou dito até aqui, sabe-se que a fina-
a) Que tempo e modo verbal predominam nas lidade do advérbio é servir ao verbo, acrescen-
falas dela? tando a ele uma circunstância qualquer. Sabe-se,
no entanto, que o advérbio é cedido do mundo
dos acontecimentos ao mundo dos nomes, para
auxiliar o adjetivo – no grau superlativo absoluto
analítico – a intensificar ao máximo a qualidade
atribuída a um substantivo.
Disponível em: <http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/
b) Qual o efeito da escolha desse modo verbal?
 gramatica-ortografia/49/classes-de-palavras-velha s-formas-novas-
funcoes-327748-1.asp>. Acesso em: 22 nov. 2014.

O “mundo dos acontecimentos” e o “mundo dos


nomes” citados no texto apresentam, respectiva-
mente, como classes gramaticais principais:
a) o adjetivo e o substantivo.
117. A forma verbal aconteceria foi conjugada no
futuro do pretérito do indicativo. Explique o uso b) o verbo e o substantivo.
dessa forma no contexto dos quadrinhos. c) o verbo e o advérbio.
d) o adjetivo e o verbo.

119. (IFMG) Na Região Sul do país, é comum o uso da


2.ª pessoa para dirigir a fala ao ouvinte. Assinale a
alternativa em que isso NÃO se confirma.
a) “– Aceita um mate?”
b) “– Buenas. Vá entrando e se abanque, índio
velho.”

Caderno de Atividades 51
c) “– Prepara a conta que o índio velho aqui vai 121. (FGV)
pagar adiantado.” CAPÍTULO XXI
d) “– Respira fundo, tchê. Enche o bucho que
passa.” Na estação de Vassouras, entraram no trem Sofia
e o marido, Cristiano de Almeida e Palha. Este era
120. (UNESP) um rapagão de trinta e dois anos; ela ia entre vinte
e sete e vinte e oito.
Água-Mãe Vieram sentar-se nos dois bancos fronteiros ao
do Rubião [...].
Jogava com toda a alma, não podia compreender
como um jogador se encostava, não se entusias- [Rubião] — O senhor é lavrador?
mava com a bola nos pés. Atirava-se, não temia
a violência e com a sua agilidade espantosa, fu- [Palha] — Não, senhor.
gia das entradas, dos pontapés. Quando aquele [Rubião] — Mora na cidade?
back¹, num jogo de subúrbio, atirou-se contra ele,
recuou para derrubá-lo, e com tamanha sorte que [Palha] — De Vassouras? Não; viemos aqui pas-
o bruto se estendeu no chão, como um fardo. E sar uma semana. Moro mesmo na Corte. Não te-
foi assim crescendo a sua fama. Aos poucos se ria jeito para lavrador, conquanto ache que é uma
foi adaptando ao novo Joca que se formara nos posição boa e honrada.
campos do Rio. Dormia no clube, mas a sua vida Da lavoura passaram ao gado, à escravatura e à
era cada vez mais agitada. Onde quer que esti- política. Cristiano Palha maldisse o governo, que
vesse, era reconhecido e aplaudido. Os garçons introduzira na fala do trono uma palavra relativa à
não queriam cobrar as despesas que ele fazia e propriedade servil; mas, com grande espanto seu,
até mesmo nos ônibus, quando ia descer, o mo-
Rubião não acudiu à indignação. Era plano deste
torista lhe dizia sempre:
vender os escravos que o testador lhe deixara,
– Joca, você aqui não paga. exceto um pajem; se alguma coisa perdesse, o
resto da herança cobriria o desfalque. Demais, a
Quando entrava no cinema era reconhecido. Vi-
fala do trono, que ele também lera, mandava res-
nham logo meninos para perto dele. Sabia que
peitar a propriedade atual. Que lhe importavam
agradava muito.
escravos futuros, se os não compraria? O pajem
No clube tinha amigos. Havia porém o antigo ia ser forro, logo que ele entrasse na posse dos
center-forward² que se sentiu roubado com a sua bens. Palha desconversou, e passou à política, às
chegada. Não tinha razão. Ele fora chamado. Não câmaras, à guerra do Paraguai, tudo assuntos ge-
se oferecera. E o homem se enfureceu com Joca. rais, ao que Rubião atendia, mais ou menos. So-
Era um jogador de fama, que fora grande nos fia escutava apenas; movia tão somente os olhos,
campos da Europa e por isso pouco ligava aos que sabia bonitos, fitando-os ora no marido, ora
que não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca, no interlocutor.
o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e de
oportunismo, que caracterizava o jogo do nova — Vai ficar na Corte ou volta para Barbacena?
to, irritava-o até ao ódio. No dia em que tivera que perguntou o Palha no fim de vinte minutos de
ceder a posição, a um menino do Cabo Frio, fora conversação.
para ele como se tivesse perdido as duas pernas. — Meu desejo é ficar, e fico mesmo, acudiu Ru-
Viram-no chorando, e por isso concentrou em bião; estou cansado da província; quero gozar a
Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca sempre
vida. Pode ser até que vá à Europa, mas não sei
o procurava. Tinha sido a sua admiração, o seu
ainda.
herói.
(Água-Mãe, 1974) Os olhos do Palha brilharam instantaneamente.
1  Beque, ou seja, o zagueiro de hoje. Machado de Assis, Quincas Borba.
2 Centroavante.
Empregou-se o presente com ideia de futuro no
No primeiro parágrafo, predominam verbos em-
seguinte excerto do texto:
pregados no
a) pretérito perfeito do modo indicativo. a) “ela ia entre vinte e sete e vinte e oito”.
b) pretérito imperfeito do modo indicativo. b) “conquanto ache”.
c) presente do modo indicativo. c) “ou volta para Barbacena”.
d) presente do modo subjuntivo. d) “Meu desejo é ficar”.
e) pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo. e) “quero gozar a vida”.

52 1ª. Série
Língua Portuguesa

122. (FUVEST) No trecho: “onde há batatas em abundância”, se


Revelação do subúrbio a forma verbal em destaque traduzisse ideia de
ação contínua ou repetitiva no passado, teríamos:
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé,
a) havia
contra a vidraça do carro1, vendo o subúrbio
passar. b) haveria
c) houve
O subúrbio todo se condensa para ser visto de-
pressa, com medo de não repararmos suficien- d) houvesse
temente em suas luzes que mal têm tempo de e) houvera
brilhar.
A noite come o subúrbio e logo o devolve, ele re- 124. (UNIFESP)
age, luta, se esforça, até que vem o campo onde Escolhe teu diálogo
pela manhã repontam laranjais e à noite só existe e
a tristeza do Brasil. tua melhor palavra
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940. ou
teu melhor silêncio
1  carro: vagão ferroviário para passageiros.
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.
Considerados no contexto, dentre os mais de
(Carlos Drummond de Andrade. Discurso de primavera e algumas
dez verbos no presente, empregados no poema, sombras, 1977.)
exprimem ideia, respectivamente, de habitualida-
de e continuidade Nesses versos da última estrofe do poema, o
a) “gosto” e “repontam”. sentido com que se emprega o imperativo afir-
mativo e a circunstância expressa pelas expres-
b) “condensa” e “esforça”.
sões “no silêncio” e “com o silêncio” são, respec-
c) “vou” e “existe”. tivamente:
d) “têm” e “devolve”.
a) sugestão e modo.
e) “reage” e “luta”.
b) sarcasmo e consequência.
123. (ESPM) c) advertência e lugar.
Não há morte. O encontro de duas expansões, d) orientação e causa.
ou a expansão de duas formas, pode determinar e) ordem e movimento.
a supressão de uma delas; mas, rigorosamen-
te, não há morte, há vida, porque a supressão (PUC-MG) Para responder às questões 125 e 126,
de uma é a condição da sobrevivência da outra leia o trecho abaixo, retirado de uma reportagem
e a destruição não atinge o princípio universal e publicada na Veja on line, em 08 de abril de 1998
comum. Daí o caráter conservador e benéfico da
– número 1541.
guerra.
Os mafiosos são conhecidos por andar armados e
Supõe tu um campo de batatas e duas tribos fa-
pelas barulhentas bebedeiras no cassino de Puer-
mintas. As batatas apenas chegam para alimen- to Iguazú — só as autoridades paraguaias insistem
tar uma das tribos, que assim adquire forças para em negar a existência da organização. “Aqui há
transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há criminosos como em toda parte”, ameniza Carlos
batatas em abundância; mas, se as duas tribos Barreto Sarubbi, governador do Departamento de
dividirem em paz as batatas do campo, não che- Alto Paraná. A polícia paraguaia tem a mesmíssi-
gam a nutrir-se suficientemente e morrem de ina- ma visão rósea do lugar. “O maior problema é o
nição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra trânsito caótico em Ciudad del Este”, desconver-
é a conservação. Uma das tribos extermina a ou- sa o chefe de polícia, comissário Abrahán Acuña
tra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, Lugo. Um fato que explica os problemas da trípli-
os hinos, aclamações, recompensas públicas e ce fronteira é a debilidade do sistema policial em
todos os demais efeitos das ações bélicas. (...) ambos os lados da Ponte da Amizade. A Polícia
Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as Nacional destacou um contingente de 150 homens
batatas. para patrulhar o tumultuado centro de Ciudad del
(Machado de Assis, Quincas Borba) Este. Os dez maiores shopping centers da cidade

Caderno de Atividades 53
dispõem de uma milícia de vigilantes cinco vezes 126. Sobre o emprego das formas verbais em negri-
maior e mais bem armada, com metralhadoras, es- to insistem em negar, ameniza e desconversa,
copetas e pistolas automáticas. considere as seguintes observações:
FRONTEIRA SEM LEI
A divisa com o Paraguai é a dor de cabeça do Mercosul <http://veja. I. As formas verbais insistem, ameniza e des-
abril.com.br/080498/p_044.html> conversa estão no presente do indicativo,
mas reportam a um tempo anterior ao tempo
125. Todas as considerações sobre o trecho estão cor- do fato narrado.
retas, EXCETO: II. São formas verbais que expressam, da parte
a) O uso das aspas enfatiza a reprodução literal do jornalista, uma avaliação da fala das autori-
da fala de outrem. dades paraguaias.
b) O uso das aspas expressa um distanciamento III. As formais verbais refletem uma ausência de
de quem traz o discurso de outrem para o in- avaliação das autoridades paraguaias em rela-
terior de seu texto. ção ao fato narrado.
c) A construção insistem em negar poderia A alternativa está CORRETA em:
ser substituída por insistem em não aceitar,
a) I, apenas.
sem comprometer o efeito de sentido preten-
dido pelo jornalista. b) I e II.
d) Ameniza e desconversa são verbos que fa- c) II e III.
zem referência à fala. d) I e III.

127. Leia a tira a seguir.

Peanuts, Charles Schulz © 1968 Peanuts Worldwide


LLC./Dist. By Universal Uclick
Disponível em: <http://www.universaluclick.com/comics/peanutsportuguese>. Acesso em 10 out. 2015

Quais formas verbais da tira indicam uma ação em curso?

Leia o poema a seguir, de Paulo Leminski, para responder às questões 128 e 129.
relógio parado
o ouvido ouve
o tic-tac passado
LEMINSKI, Paulo. In: AGUIAR, Vera (Coord.). Poesia fora da estante. Ilustrações de Laura Castilhos. 13. ed. Porto Alegre: Editora Projeto. 78 p.

128. As palavras parado e passado podem ter duplo papel gramatical.


a) De acordo com essa duplicidade, como essas palavras podem ser classificadas gramaticalmente?

54 1ª. Série
Língua Portuguesa

b) Como elas são classificadas no contexto em IV. Nos dois casos, o verbo destacado atua como
que aparecem? Justifique sua resposta. “modal” e indica apenas uma possibilidade em
relação à ação denotada pelo verbo principal.
É correto o que se afirma:
a) em e III.
b) em II e III.
c) em II e IV.
d) apenas em IV.
e) apenas em I.
129. À palavra ouvido, que aparece no segundo verso,
também pode ser atribuído duplo papel gramati- Texto para as questões 131 e 132.
cal, dependendo do contexto em que ela estiver
inserida. Bar do Araújo resiste e vira ponto
turístico
a) Que papel gramatical o termo ouvido exerce
nesse contexto? O dono de um bar, suposta vítima da intolerância
religiosa, lucra com a fama repentina
“Foi tanta oração, foi tanto clamor, mas o Araújo
fechou.” Chega assim ao ápice uma canção ser-
taneja de Maurício William em homenagem a um
bar que supostamente funcionava entre dois tem-
plos neopentecostais em Palmas, no Tocantins.
b) Que papel esse termo poderia exercer em
A notícia do fechamento do boteco, tudo indica-
outro contexto? Escreva uma frase exempli- va pela pressão de pastores e fiéis, espalhou-se
ficando. como rastilho de pólvora pelas redes sociais e
estimulou debates fervorosos entre evangélicos e
laicos. Para muitos, mais uma prova do avanço
do obscurantismo religioso. Uma foto do estabe-
lecimento espremido entre as duas igrejas virali-
zou na internet, quase sempre seguida por frases
de apoio: “Resiste, Araújo”.
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/855/
bar-do-araujo-resiste-e-vira-ponto-turistico-9627.html>.
Acesso em: 10 out. 2015.

130. Leia as manchetes de jornais a seguir.


131. Na frase"Resiste, Araújo", presente no corpo da
Mais de 280 mil pessoas devem ser vacinadas reportagem:
contra a gripe em Goiânia
Disponível em: <1.globo.com/goias/noticia/2015/05/mais-de-280-mil a) Em que modo verbal está a forma resistir?
-pessoas-devem-ser-vacinadas-contra-gripe-em-goiania.html>. Como esse modo é definido pelas gramáticas?
Acesso em: 24 jun. 2015.

Candidatos devem pagar taxa do Enem até


amanhã
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/candidatos-
devem-pagar-taxa-do-enem-ate-amanha>. Acesso em: 10 out. 2015.

Sobre as formas verbais destacadas, pode-se


afirmar que:
I. Nas duas manchetes, elas têm significados idên- b) Que sentido essa forma adquire nesse contexto?
ticos, designam uma obrigação do sujeito em re-
lação à ação denotada pelo verbo principal.
II. No primeiro caso, o verbo destacado indica
uma projeção denotada pelo verbo principal.
III. No segundo caso, o verbo destacado indica
uma obrigação do sujeito da frase em relação
à ação denotada pelo verbo principal.

Caderno de Atividades 55
c) Qual a forma de tratamento usada pelos apoia- Sobre os tempos verbais empregados, pode-se
dores de Araújo para se dirigir a ele? Justifique afirmar que:
sua resposta.
I. A forma tinha saído corresponde à forma
composta de sair em “Meu filho saiu”.
II. O particípio passado do verbo matar, em "po-
deria tê-lo matado", não poderia ser substituí-
do pela forma morto.
III. No trecho “até a chegada da guarnição”, a pala-
vra destacada foi empregada como substantivo.
IV. Em “Ele parecia calmo”, o verbo parecer po-
deria ser substituído por estaria sem que o
132. Releia o título da reportagem: "Bar do Araújo re-
tempo verbal fosse alterado.
siste e vira ponto turístico".
Embora a forma do verbo resistir seja idêntica Estão corretas as afirmativas:
nos dois contextos, na frase de apoio ao dono do a) I e II.
bar e no título da reportagem, o modo verbal não b) II e III.
é o mesmo para os dois casos.
c) I e IV.
a) Em que modo verbal resistir aparece no título
d) II IV.
da reportagem?
(PUC Minas-MG) Texto para as questões 134 e 135.
“Trem fantasma”
Afinal se confirmou: era leucemia mesmo a do-
ença de Matias, e a mãe dele mandou me cha-
b) Explique essa coicidência de formas. mar. Chorando, disse-me que o maior desejo de
Matias sempre fora passear de trem fantasma;
ela queria satisfazê-lo agora, e contava comigo.
Matias tinha nove anos. Eu, dez. Cocei a cabeça.
Não se poderia levá-lo ao parque onde funciona-
va o trem fantasma. Teríamos de fazer uma impro-
visação na própria casa, um antigo palacete nos
Moinhos de Vento, de móveis escuros e cortinas
133. Leia a notícia a seguir. de veludo cor de vinho. A mãe de Matias deu-me
dinheiro; fui ao parque e andei de trem fantasma.
Tamanduá aproveita portão aberto e Várias vezes. E escrevi tudo num papel, tal como
‘invade’ casa de bombeiro em MS escrevo agora. Fiz também um esquema. De pos-
Animal entrou em casa de militar no bairro Nova se destes dados, organizamos o trem fantasma.
Campo Grande. Calmo, ficou em um canto próxi-
A sessão teve lugar a 3 de julho de 1956, às 21 ho-
mo a churrasqueira da casa. (...)
ras. O minuano assobiava entre as árvores, mas
“Meu filho saiu e deixou o portão aberto, já que o a casa estava silenciosa. Acordamos o Matias.
cachorro estava preso. O tamanduá aproveitou e Tremia de frio. A mãe o envolveu em cobertores.
entrou. Somente descobri que ele estava lá quan- Com todo o cuidado colocamo-lo num carrinho
do minha filha, que tinha saído também, mandou de bebê. Cabia bem, tão mirrado estava. Levei-o
uma mensagem dizendo que tinha um bicho na até o vestíbulo da entrada e ali ficamos, sobre o
varanda. Era umas 7 horas e eu me preparava piso de mármore, à espera.
para ir para o quartel. Quando olhei vi o tamanduá
As luzes se apagaram. Era o sinal. Empurrando
de frente para o meu cachorro. A sorte é que o
o carrinho, precipitei-me a toda velocidade pelo
cachorro não o atacou, se não o tamanduá pode-
ria tê-lo matado. Ele parecia calmo. Arrumou um longo corredor. A porta do salão se abriu; entrei
cantinho próximo à churrasqueira e lá ficou até a por ela. Ali estava a mãe de Matias, disfarçada
chegada da guarnição”, comentou Mendes. de bruxa (grossa maquilagem vermelha. Olhos
Disponível em: <http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noti-
pintados, arregalados. Vestes negras. Sobre o
cia/2014/12/tamandua-aproveita-portao-aberto-e-invade-casa-de ombro, uma coruja empalhada. Invocava deuses
-bombeiro-em-ms.html>. Acesso em: 28 jun. 2015. malignos).


56 1ª. Série
Língua Portuguesa

Dei duas voltas pelo salão, perseguido pela mu- 134. Considere a seguinte passagem: “Não se po-
lher. Matias gritava de susto e de prazer. Voltei ao deria levá-lo ao parque onde funcionava o trem
corredor. fantasma. Teríamos de fazer uma improvisação
Outra porta se abriu – a do banheiro, um velho na própria casa, um antigo palacete nos Moinhos
banheiro com vasos de samambaia e torneiras de de Vento, de móveis escuros e cortinas de veludo
bronze polido. Suspenso do chuveiro estava o pai cor de vinho”. Assinale o que motivou a improvi-
de Matias, enforcado, língua de fora, rosto arro- sação do trem fantasma.
xeado. Saindo dali entrei num quarto de dormir a) O diagnóstico da doença.
onde estava o irmão de Matias, como esquele-
b) O sofrimento dos parentes.
to (sobre o tórax magro, costelas pintadas com
tintas fosforescentes; nas mãos, uma corrente c) A fragilidade física de Matias.
enferrujada). Já o gabinete nos revelou as duas d) A falta de dinheiro da família.
irmãs de Matias, apunhaladas (facas enterradas
nos peitos; rostos lambuzados de sangue de ga- 135. Quanto ao tema e à estruturação da narrativa, ve-
linha. Uma estertorava). rifica-se que o conto:
Assim era o trem fantasma, em 1956. a) apresenta uma visão peculiar sobre a morte,
por meio do relato de um narrador diretamen-
Matias estava exausto. O irmão tirou-o do carri-
te envolvido com os fatos narrados.
nho e, com todo o cuidado, colocou-o na cama.
b) é narrado em terceira pessoa, com uma lin-
Os pais choravam baixinho. A mãe quis me dar guagem simples, que busca refletir a pouca
dinheiro. Não aceitei. Corri para casa. maturidade dos protagonistas.
Matias morreu algumas semanas depois. Não me c) possui enredo não linear e linguagem direta,
lembro de ter andado de trem fantasma desde por meio da qual o narrador onisciente ex-
então. pressa a angústia dos personagens.
In: SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995. p. 316-317. d) faz uma crítica social implícita, ao retratar o
drama familiar diante da falta de perspectiva
de uma criança com leucemia.

Caderno de Atividades 57
Anotações

58 1ª. Série
Literatura Brasileira

LITERATURA BRASILEIRA
1ª. Série

Introdução ao estudo da Literatura


1. Leia os fragmentos dos textos a seguir.

TEXTO 1
Au revoir, amour. Paris vai tirar os cadeados da ponte
Mais de um milhão de cadeados enfeitam a Pont des Arts, que ganhou uns quilos a mais com esta
demonstração de amor dos pares apaixonados. A partir desta segunda-feira tudo muda.

A cité de l’amour está farta do amor. Ou melhor, dos cadeados que simbolizam o amor. Nos últimos anos, a Pont
des Arts, bem no centro de Paris, viu-se invadida por centenas de milhares de cadeados de pares apaixonados,
mas isso vai acabar a partir de segunda-feira, quando a câmara municipal começar a tirá-los.
Os cadeados de amor já se tinham tornado um problema há algum tempo naquela e noutras pontes parisienses.
Depois da Pont des Arts, a moda de deixar um sinal do amor eterno estendeu-se a outras travessias da cidade
Luz, como a Pont de l’Archevêché, que liga a cidade à ilha onde se situa a catedral de Notre Dame. Segundo um
comunicado da câmara de Paris, os cadeados provocam “uma degradação permanente ao património e um risco
à segurança dos visitantes, parisienses e turistas”. No ano passado, uma das grelhas metálicas da ponte caiu ao
Sena, devido ao peso provocado pelos aloquetes.
Disponível em: <http://observador.pt/2015/05/30/au-revoir-amour-paris-vai-tirar-os-cadeados-da-ponte/>. Acesso em: 1º jul. 2015.

TEXTO 2
O amor acaba
Por Paulo Mendes Campos

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em ca-
fés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele
atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor
no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos
de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do
relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos;
e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus,
filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar di-
ferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; [...] de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da
primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor
acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e
a qualquer minuto o amor acaba.
Disponível em: <http://www.releituras.com/i_eleonora_pmcampos.asp>. Acesso em: 1º out. 2015.

Caderno de Atividades 59
Sobre os dois fragmentos é CORRETO afirmar:
a) O texto 1 trata de um fato concreto da realidade; o texto 2 parte de dados da realidade, mas os trata
de modo ficcional.
b) O texto 1 não é meramente informativo, já que se percebem jogos de linguagens, como dizer que a
“ponte ganhou uns quilos a mais”. Esse recurso de linguagem é característica de linguagem literária.
c) O texto 2 não pode ser classificado como literário porque parte de fatos muito comuns da realidade
cotidiana, como o fim de relacionamentos.
d) Os dois textos tratam do mesmo assunto – o amor –, porém de pontos de vista diferentes: o texto 1
apresenta os problemas que as demonstrações de amor podem causar; o texto 2 relaciona motivos
para o amor acabar. Por isso ambos são literários.
e) Nenhum dos dois textos pode ser considerado como literário: o primeiro por tratar de tema relacionado
ao cotidiano de uma cidade e o segundo por apenas listar razões reais pelas quais as relações terminam.

2. Leia o poema O menino que carregava água na peneira, de Manoel de Barros.

Tenho um livro sobre águas e meninos.


Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira Era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
Porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o voo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.
BARROS, Manoel de. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 469.

Com base no poema, pode-se afirmar que:


a) a literatura copia a realidade, tal qual ela se mostra.
b) a literatura permite a interferência na realidade por meio da imaginação.
c) a criação literária limita a compreensão do mundo.
d) o distanciamento da realidade fragiliza a verossimilhança do texto literário.
e) o didatismo – por exemplo, ensinar como adultos devem educar as crianças – é um elemento definidor
do texto literário.

60 1ª. Série
Literatura Brasileira

(UNESP) Leia o texto de Clarice Lispector (1925- Quantas horas por dia você precisa dedicar-se a
1977) e uma passagem do Manual do Roteiro, de escrever?
Syd Field, para responder às questões 3 a 5. Depende de você. Eu trabalho cerca de quatro ho-
ras por dia, cinco dias por semana. John Millius es-
Escrever creve uma hora por dia, sete dias por semana, en-
Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. tre 5 e 6 da tarde. Stirling Silliphant, que escreveu
Não me lembro por que exatamente eu o disse, The Towering Inferno (Inferno na Torre), às vezes
e com sinceridade. Hoje repito: é uma maldição, escreve 12 horas por dia. Paul Schrader trabalha
mas uma maldição que salva. com a história na cabeça por meses, contando-a
para as pessoas até que ele a conheça completa-
Não estou me referindo muito a escrever para jor- mente; então ele “pula na máquina” e a escreve
nal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode em cerca de duas semanas. Depois ele gastará
se transformar num conto ou num romance. É semanas polindo e consertando a história.
uma maldição porque obriga e arrasta como um
vício penoso do qual é quase impossível se livrar, Você precisa de duas a três horas por dia para
escrever um roteiro.
pois nada o substitui. E é uma salvação.
Olhe para a sua agenda diária.
Salva a alma presa, salva a pessoa que se sen-
te inútil, salva o dia que se vive e que nunca se Examine o seu tempo.
entende a menos que se escreva. Escrever é pro-
Se você trabalha em horário integral, ou cuidando
curar entender, é procurar reproduzir o irreprodu-
da casa e da família, seu tempo é limitado. Você
zível, é sentir até o último fim o sentimento que
terá que achar o melhor horário para escrever.
permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever
Você é o tipo de pessoa que trabalha melhor pela
é também abençoar uma vida que não foi aben-
manhã? Ou só vai acordar e ficar alerta no final da
çoada.
tarde? Tarde da noite pode ser um bom horário.
Que pena que só sei escrever quando esponta- Descubra.
neamente a “coisa” vem. Fico assim à mercê do Syd Field. Manual do roteiro, 1995.
tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro,
podem-se passar anos.
3. Clarice Lispector coloca inicialmente o processo
Lembro-me agora com saudade da dor de escre- da criação literária como uma maldição. Em segui-
ver livros. da, ressalva que é também uma salvação. Com
Clarice Lispector. A descoberta do mundo, 1999. base no texto da crônica, explique como a au-
tora resolve essa diferença de conceitos sobre a
criação literária.
Escrevendo o roteiro
Escrever um roteiro é um fenômeno espantoso,
quase misterioso. Num dia você está com as coi-
sas sob controle, no dia seguinte sob o controle
delas, perdido em confusão e incerteza. Num dia
tudo funciona, no outro não; ninguém sabe como
ou por quê. É o processo criativo; que desafia
análises; é mágica e maravilha.
Tudo o que foi dito ou registrado sobre a expe-
riência de escrever desde o início dos tempos re-
sume-se a uma coisa — escrever é sua experiên-
cia particular, pessoal. De ninguém mais.
Muita gente contribui para a feitura de um filme,
mas o roteirista é a única pessoa que se senta e
encara a folha de papel em branco.
Escrever é trabalho duro, uma tarefa cotidiana,
de sentar-se diariamente diante de seu bloco de
notas, máquina de escrever ou computador, co-
locando palavras no papel. Você tem que investir
tempo.
Antes de começar a escrever, você tem que achar
tempo para escrever.

Caderno de Atividades 61
4. Que pena que só sei escrever quando esponta- Traduz uma ideia presente no texto a seguinte
neamente a “coisa” vem. Explique, com base no afirmação:
primeiro parágrafo do texto Escrevendo o rotei- a) O efeito de um livro sobre o leitor é condicio-
ro, se Syd Field concorda com esta afirmação de nado pela quantidade de informações que o
Clarice Lispector. texto veicula.
b) A recepção de um livro pode ser influenciada
pela situação vivida pelo leitor.
c) A verdadeira erudição não dispensa a leitura
dos bons manuais escolares.
d) A leitura de um livro a qual tem finalidades
meramente práticas prejudica a assimilação
do conhecimento.
e) O reconhecimento do valor de um livro de-
pende, primordialmente, dos sentimentos
pessoais do leitor.

7. (UEMG)
ESCRAVIDÃO POÉTICA

Escravidão.
5. No sétimo parágrafo do texto de Syd Field, que
Escrevidão.
informação o autor passa ao aprendiz de rotei-
Poesia:
rista com os diversos exemplos que apresenta?
– alforria?
Ou consentida
servidão?
Sísifo desce a montanha

O poema explora os seguintes recursos literários:


a) metalinguagem, polissíndeto, metáfora e pa-
radoxo.
b) metalinguagem, trocadilho, metáfora e para-
doxo.
c) ironia, trocadilho, comparação e metonímia.
d) ironia, polissíndeto, comparação e metonímia.

8. (CEFET-MG) A passagem em que NÃO há a figura


6. (FUVEST) de linguagem indicada é:
Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, a) “... éramos também paisagem, e, enquanto
mesmo no que se refere à simples informação, isso, as plantações davam voltas em torno de
depende de muita coisa além do valor que ele nós.” ( METÁFORA )
possa ter. Depende do momento da vida em que
o lemos, do grau do nosso conhecimento, da fi-
b) “... a realidade como uma lava, vazava espes-
nalidade que temos pela frente. Para quem pouco sa e rija, petrificando suas lembranças” ( ME-
leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode TONÍMIA )
ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um
c) “... a chuva logo se encolheu, fechou-se igual
livro importante não passa de chuva no molhado.
Além disso,há as afinidades profundas, que nos um zíper...” ( COMPARAÇÃO )
fazem afinar com certo autor (e portanto aprovei- d) “... no vento que fervia a cabeleira do capim
tá-lo ao máximo) e não com outro, independente gordura” ( PROSOPOPEIA )
da valia de ambos.
Antonio Candido, “Dez livros para entender o Brasil”. Teoria e e) “... o silêncio ecoava no mormaço da tarde”
debate. Ed. 45, 01/07/2000. ( PARADOXO )

62 1ª. Série
Literatura Brasileira

9. (IFSMG) Analise a sequência de frases e indique d) Antítese igualmente presente em: Contradição
as figuras de linguagem que ocorrem, respecti- viva, seu gênio é o ser e o não ser. Busquem
vamente: nela a graça da moça e encontrarão o estouva-
mento do menino; porém mal se apercebam da
I. Temos que encarar de frente esse problema.
ilusão, que já a imagem da mulher despontará
II. Amor é fogo que arde sem se ver (Luís de Ca- em toda sua esplêndida fascinação.
mões) e) Prosopopeia, presente também em: Emu-
III. Ele cantou como um pássaro. decera o hino da tarde, repassado de ternas
IV. Do riso se fez o pranto. (Vinícius de Moraes) melodias, e a Natureza, a máxima e sublime
orquestra, preludiava a elegia da noite. O pri-
a) prosopopeia, metáfora, antítese, pleonasmo. meiro grilo soltava o estrídulo; e o seio da flo-
b) antítese, prosopopeia, metáfora, comparação. resta agitada pela viração da noite, arfava ao
c) pleonasmo, metáfora, comparação, antítese. ofego de um gemido plangente.
d) pleonasmo, comparação, metáfora, antítese.
12. (FUVEST)
10. (IFSMG) Assinale a sentença abaixo que NÃO Capítulo CVII - Bilhete
apresenta figura de linguagem: “Não houve nada, mas ele suspeita alguma cousa;
a) “aquele amor era uma cruz que eu carregava está muito sério e não fala; agora saiu. Sorriu uma
o dia inteiro e à qual eu dormia pregado” vez somente, para Nhonhô, depois de o fitar muito
tempo, carrancudo. Não me tratou mal nem bem.
b) “Bursite é uma dor burra” Não sei o que vai acontecer; Deus queira que isto
c) “o coração está velho e cansado” passe. Muita cautela, por ora, muita cautela.”
d) “Não sei se vale a pena lhe contar que a mi- Capítulo CVIII - Que se não entende
nha amada era linda!” Eis aí o drama, eis aí a ponta da orelha trágica
de Shakespeare. Esse retalhinho de papel, gara-
11. (PUC-SP) tujado em partes, machucado das mãos, era um
documento de análise, que eu não farei neste ca-
Não resistiram, porém, estas suscetibilidades ao
pítulo, nem no outro, nem talvez em todo o resto
encanto de Berta. Soube ela provar a Miguel que, do livro. Poderia eu tirar ao leitor o gosto de notar
antes de ser paulista da gema, era homem e de- por si mesmo a frieza, a perspicácia e o ânimo
veria render preito à beleza e ao capricho da mu- dessas poucas linhas traçadas à pressa; e por
lher. Com que raciocínio chegou a essa conclu- trás delas a tempestade de outro cérebro, a rai-
são, bem se adivinha; o cérebro feminino é uma va dissimulada, o desespero que se constrange e
roda movida pela manivela do coração. medita, porque tem de resolver-se na lama, ou no
sangue, ou nas lágrimas?
No trecho anterior, do romance Til, de José de
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Alencar, ocorre uma figura de estilo que dá peso
à linguagem do autor. É ela: Ao comentar o bilhete de Virgília, o narrador se
a) Metáfora, igualmente presente no trecho: vale, principalmente, do seguinte recurso retórico:
Tudo isso fizera Berta para que Miguel e Lin- a) Hipérbato: transposição ou inversão da or-
da se amassem, fora ela quem, diligente abe- dem natural das palavras de uma oração,
lha, fabricara, sugando as flores de sua alma, para efeito estilístico.
aquele mel perfumado, de que os dois aman- b) Hipérbole: ênfase expressiva resultante do
tes libavam a fina essência. exagero da significação linguística.
b) Comparação, também presente no trecho: As c) Preterição: figura pela qual se finge não que-
alas da labareda voluteando pelos ares como rer falar de coisas sobre as quais se está, to-
um nastro de fitas vermelhas que farfalham ao davia, falando.
vento na riçada cabeça de linda caipira, derra- d) Sinédoque: figura que consiste em tomar a
mam pelo terreiro o prazer e o contentamento. parte pelo todo, o todo pela parte; o gênero
c) Onomatopeia, encontrada, ainda, no seguin- pela espécie, a espécie pelo gênero; o singu-
te trecho: Os sussurros da brisa nos palma- lar pelo plural, o plural pelo singular etc.
res segredavam os ruge-ruges das sedas; e o e) Eufemismo: palavra, locução ou acepção
burburinho do arroio imitava o trilo de um riso mais agradável, empregada em lugar de outra
fresco e argentino. menos agradável ou grosseira.

Caderno de Atividades 63
13. (FUVEST)
Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do carro*, vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas
luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite come o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luta, se esforça, até que vem o campo onde pela manhã
repontam laranjais e à noite só existe a tristeza do Brasil.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.
(*) carro: vagão ferroviário para passageiros.

Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão, principalmente, da(o)


a) personificação.
b) paradoxo.
c) eufemismo.
d) sinestesia.
e) silepse.

Gêneros e elementos literários


(UNESP) As questões 14, 15 e 16 abordam um poema de Raul de Leoni (1895-1926):

A ALMA DAS COUSAS SOMOS NÓS...


Dentro do eterno giro universal
Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,
Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
Nada mais, na verdade,
Nunca mais se repete exatamente...

Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente


Que no-las leva e traz, num círculo fatal;
O que varia é o espírito que as sente
Que é imperceptivelmente desigual,
Que sempre as vive diferentemente,
E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...

Estado de alma em fuga pelas horas,


Tons esquivos e trêmulos, nuanças
Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris
Da sensibilidade furta-cor...
E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas
E a vida somos nós, que sempre somos outros!...
Homem inquieto e vão que não repousas!
Para e escuta:
Se as cousas têm espírito, nós somos
Esse espírito efêmero das cousas,
Volúvel e diverso,
Variando, instante a instante, intimamente,
E eternamente,
Dentro da indiferença do Universo!...
(Luz mediterrânea, 1965.)

64 1ª. Série
Literatura Brasileira

14. Embora pareça constituído de versos livres mo- Este não redimiu; não foi à Cruz: olhai-o:
dernistas, o poema em questão ainda segue a Tem o anátema5 à boca, às duas mãos o raio,
versificação medida, combinando versos de di- E em vez do espinho à fronte as três coroas de Roma.
ferentes extensões, com predomínio dos de doze (Luís Delfino. Rosas negras, 1938.)
e dez sílabas métricas. Assinale a alternativa que
(1) Pantocrátor: que tudo rege, que governa tudo.
indica, na primeira estrofe, pela ordem em que (2) Bizantina: referente ao Império Romano do Oriente (330-1453 d.C.) e às mani-
surgem, os versos de dez sílabas métricas, de- festações culturais desse império.
(3) Fresco: o mesmo que afresco, pintura mural que resulta da aplicação de cores
nominados decassílabos. diluídas em água sobre um revestimento ainda fresco de argamassa, para facilitar
a) 1 e 5. a absorção da tinta.
(4) Santo Stefano Rotondo: igreja erigida por volta de 460 d.C., em Roma, em home-
b) 3 e 4. nagem a Santo Estêvão (Stefano, em italiano), mártir do cristianismo.
(5) Anátema: reprovação enérgica, sentença de maldição que expulsa da Igreja,
c) 1, 2 e 3.
excomunhão.
d) 2 e 3.
e) 1,3 e 5 17. À árida pupila a doce, a benfazeja / lágrima falta.
A inversão das posições usuais dos termos da
15. Indique o verso em que ocorre um adjetivo antes
oração, provocada pela necessidade de comple-
e outro depois de um substantivo:
tar o número de sílabas e obedecer às posições
a) O que varia é o espírito que as sente dos acentos tônicos nos versos, por vezes difi-
b) Mas, se nesse vaivém tudo parece igual culta a percepção das relações sintáticas entre
c) Tons esquivos e trêmulos, nuanças esses termos.
d) Homem inquieto e vão que não repousas! É o caso da oração destacada, que ocupa o sex-
to e parte do sétimo versos. Em discurso não
e) Dentro do eterno giro universal
versificado, essa oração apresentaria usualmen-
te a seguinte disposição de termos:
16. No último verso do poema, o eu lírico conclui que
a) A doce, a benfazeja lágrima falta à árida pupila.
a) os espíritos mostram-se insensíveis ao volú-
vel Universo. b) A doce, a benfazeja pupila falta à árida lágrima.
b) o Universo acompanha de perto a alma ou c) Falta a lágrima a doce, a benfazeja à árida pupila.
espírito. d) Falta à pupila a árida, a doce, a benfazeja lágrima.
c) o Universo é indiferente à relação entre o es- e) À pupila doce a lágrima, a árida, a benfazeja falta.
pírito e as coisas.
d) a variação das coisas é indiferente ao espírito 18. O pronome demonstrativo este, empregado no
que as sente. início dos versos de números 9, 11 e 12, faz re-
ferência
e) as coisas têm espírito, mas o Universo não tem.
a) ao peito enorme do Pantocrátor.
(UNESP) As questões de números 17, 18 e 19 to- b) a Santo Estêvão.
mam por base um poema de Luís Delfino (1834- c) ao próprio eu lírico.
1910) e a reprodução de um mosaico da Cate- d) à figura de Jesus Pantocrátor.
dral de Monreale. e) a Satanás, o mestre das trevas.
Jesus Pantocrátor1
Há na Itália, em Palermo, ou pouco ao pé, na igreja 19. Segundo um dos dogmas da doutrina cristã, Je-
De Monreale, feita em mosaico, a divina sus Cristo nos resgatou e nos reconciliou com
Figura de Jesus Pantocrátor: domina Deus por meio de seu sacrifício na cruz. Aponte
Aquela face austera, aquele olhar troveja. o verso do poema que nega explicitamente esse
dogma para a imagem de Cristo Pantocrátor.
Não: aquela cabeça é de um Deus, não se inclina. a) Não: aquela cabeça é de um Deus, não se in-
À árida pupila a doce, a benfazeja clina.
Lágrima falta, e o peito enorme não arqueja
À dor. Fê-lo tremendo a ficção bizantina2 . b) Aquela face austera, aquele olhar troveja.
c) Este não redimiu; não foi à Cruz: olhai-o:
Este criou o inferno, e o espetáculo hediondo
Que há nos frescos3 de Santo Stefano Rotondo4; d) Figura de Jesus Pantocrátor: domina
Este do mundo antigo espedaçado assoma... e) Este do mundo antigo espedaçado assoma...

Caderno de Atividades 65
20. (IFMG) Leia o texto a seguir: Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
As sem-razões do amor Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Eu te amo porque te amo. Por mais que o matem (e matam)
Não precisas ser amante, A cada instante de amor.
E nem sempre sabes sê-lo. ANDRADE, Carlos Drummond de. A palavra mágica. Seleção Luzia
Eu te amo porque te amo. de Maria. 4.ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 55.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga. Se analisássemos apenas a sonoridade das pa-
Amor é dado de graça
lavras do título, poder-se-ia afirmar que o seu as-
É semeado no vento, sunto seria:
Na cachoeira, no eclipse. a) o amor é um sentimento sem razão de ser.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários. b) várias razões para fugir desse sentimento
complexo.
Eu te amo porque te amo c) o amor não precisa de motivo para existir; ele
Bastante ou demais a mim.
apenas existe.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama. d) uma centena de motivos para amar.

Do velho ao novo mundo


21. Leia as afirmações a seguir, a respeito do Trova- 22. Sobre a produção literária compreendida entre o
dorismo. século XII e meados do século XV, pode-se afirmar:
I. Os primeiros textos literários portugueses da- a) A poesia lírica expressava a dor da perda ou
tam do século XII, foram registados em galego impossibilidade de um grande amor, originou-
se na poesia provençal (de Provença, região
-português e marcam o início do Trovadorismo.
sul da França).
II. A poesia do período trovadoresco era feita
b) As cantigas de amor apresentam o sofrimento
para ser cantada, e não declamada, assim, da namorada que fica sozinha quando o ama-
destacou-se a cantiga trovadoresca. do parte para a guerra a fim de defender o
III. Nesse mesmo período, teve grande repercus- reino português da invasão árabe.
são o teatro de Gil Vicente. c) O paralelismo é um recurso frequente nas
IV. Os autores das cantigas eram chamados de cantigas de amigo. Esse recurso possibilita-
trovadores, eles também as interpretavam, va a memorização da poesia, num mundo em
que poucos sabiam ler e escrever.
tanto nas apresentações populares quanto
nas palacianas. d) As cantigas de amigo e de amor são muito
semelhantes, tanto na linguagem quanto na
São verdadeiras as afirmações: expressão dos sentimentos. O único elemen-
a) I, II e III. to a diferenciá-las é o eu lírico masculino nas
cantigas de amor e o eu lírico feminino nas
b) I e II.
cantigas de amigo.
c) I, II, IV. e) As cantigas satíricas surgiram apenas na se-
d) I, III e IV. gunda época medieval, junto com o teatro de
Gil Vicente.

66 1ª. Série
Literatura Brasileira

23. Leia a cantiga a seguir. escudeiro, retira facilmente a espada da pedra.


Alguns nobres juram fidelidade ao novo rei e Mer-
Noutro dia, quando me despedi
lin relata que Arthur é um filho bastardo de Uther,
da minha Senhor, e quando ela me ouviu ir
e não me falou, nem me quis ouvir, mas alguns nobres não aceitam sua autoridade.
tão sem ventura foi que não morri, No entanto o tempo faz todos se curvarem ao sá-
mas, se mil vezes pudesse morrer, bio rei, mas o tempo vai mostrar que o fator de
menor seria a dor que ela me faz sofrer. desagregação do reino está na atração que Lan-
E eu lhe disse: “me ouça, minha Senhor” ! celot (Nicholas Clay), o campeão do rei, sente por
Olhou-me pouco e teve por mim desdém; Guinevere (Cherie Lunghi), a rainha. E, somando-
e, sem me dizer nem mal nem bem, se a isto, Morgana (Helen Mirren), a meia-irmã de
me deixou sofrendo, e com grande pavor, Arthur, decide que Mordred (Robert Addie), o filho
mas, se mil vezes pudesse morrer, que ela teve com Arthur, deve ocupar o trono.
menor seria o sofrimento de minha dor.
Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-39179/>.
E sei muito bem, eu que ela deixei, Acesso em: 7/6/2015.
e dali me fui, que não me quis falar,
e então quase morri de pesar, Histórias como esta, reproduzidas em telas de
mas de pesar nuncam mais morrerei, cinema, em livros, quadrinhos, etc. remetem às
pois, se mil vezes pudesse morrer, novelas de cavalaria da Europa medieval. Sobre
menor dor teria do que ela me faz sofrer. elas, é INCORRETO afirmar:
D. Joan Soares Coelho) http://cantigas.fcsh.unl.pt/autor.asp?cdaut=76
a) Foi o gênero narrativo que mais se destacou
na primeira época medieval em Portugal, ori-
a) Trata-se de uma cantiga de amor ou de amigo? ginou-se nas canções de gestas, que conta-
vam em versos histórias heroicas de cavalei-
ros andantes.
b) Cite três características desse tipo de cantiga e b) Essas novelas misturam feitos heroicos e his-
indique trechos do texto que as exemplifiquem. tórias de amor. Assim como nas cantigas de
amor, o herói cavaleiro também renuncia ao
amor da amada por pertencerem a mundos
diferentes.
c) Portugal não produzia essas novelas, elas eram
traduzidas ou adaptadas de outras regiões da
Europa, provavelmente França e Inglaterra.
d) Na segunda metade do período medieval, as
novelas de cavalaria ainda eram cultivadas,
mas adaptadas às transformações históricas
ocorridas no período.
e) Dos quatro ciclos em que se dividem as no-
velas de cavalaria, o mais popular em Portu-
gal foi o ciclo bretão ou arthuriano, em que se
destacam Amadis de Gaula e A demanda do
Santo Graal.
24. (UNESP) Leia a seguir a sinopse do filme Excalibur
(1982), roteiro e direção de John Boorman. (UNESP) Leia o excerto da peça teatral O velho da
O mago Merlin (Nicol Williamson) dá ao rei Uther Horta, de Gil Vicente, para responder às ques-
Pendragon (Gabriel Byrne) a mística Excalibur, a tões 25, 26 e 27.
espada do poder. Durante uma emboscada Uther […]
é ferido mortalmente e, pouco antes de morrer,
Velho — Quanto for mais avisado quem de amor
enterra a espada em uma pedra. Fica então deci-
vive penando, terá menos siso amando, porque
dido que o cavaleiro que puder retirá-la da pedra é mais namorado. Em conclusão: que amor não
será o novo rei, mas ninguém consegue. Anos quer razão, nem contrato, nem cautela, nem prei-
depois o país estava dividido em guerra entre os to, nem condição, mas penar de coração sem
senhores feudais e Arthur (Nigel Terry), um jovem querela.

Caderno de Atividades 67
Moça — Onde há desses namorados? A terra 28. O fragmento a seguir faz parte do poema épico
está livre deles! Olho mau se meteu neles! Namo- Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. A partir da
rados de cruzados, isso si!... leitura deste excerto e do seu conhecimento so-
Velho — Senhora, eis-me eu aqui, que não sei se- bre a obra, assinale a altenativa INCORRETA.
não amar. Oh meu rosto de alfeni! Que em hora
má eu vos vi. Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
Moça — Que velho tão sem sossego!
A se lograr da paz com tanta glória
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
ua00116a.pdf>. Acesso em: 06/06/2015. Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
25. A concepção de amor expressa pelo velho: Que do sepulcro os homens desenterra,
a) expõe o conflito existente entre paixão e razão. Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.
b) mostra a necessidade de manter-se a razão
diante da paixão. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
c) enfatiza o disparate de amores tardios. bv000162.pdf>. Acesso em: 07 jun. 2015.

d) aponta as condições necessárias para se evi- a) Este trecho refere-se a um dos episódios do
tar o sofrimento amoroso. Canto III, é a parte lírico-amorosa da epopeia
e) denuncia a inexistência desse sentimento. e conta a história do assassinato de Inês de
Castro, amante de D. Pedro.
26. Sobre Gil Vicente, é correto afirmar:
b) Em Os Lusíadas, não há nenhum traço da cul-
a) Suas novelas de cavalaria retratavam a luta
tura clássica greco-romana, pois essa cultura,
do cavaleiro pelo amor da donzela.
pagã, contrapõe-se ao cristianismo de Camões.
b) Escrevia peças de fundo religioso, em que cri-
ticava a sociedade, mas poupava a autorida- c) Quanto à forma, o excerto apresenta estro-
de religiosa e os nobres. fação em oitava-rima, métrica em versos de-
c) Suas obras retratavam apenas aspectos posi- cassílabos que seguem o esquema de rimas
tivos da alta sociedade: nobreza e clero. ABABABCC. Características que se esten-
dem a todo o poema.
d) Pertenceu à segunda época medieval e é
considerado o fundador do teatro português. d) A impossibilidade da concretização do amor
e) Sua obra trata de grandes temas da condição de Inês de Castro e D.Pedro se deve a razões
humana, por isso exclui o humor ao retratar políticas, que poderiam colocar em risco a in-
figuras da sociedade a partir dos seus perso- dependência de Portugal.
nagens. e) O verso em destaque antecipa o final desse
episódio, cujas características evidenciam in-
27. Releia a fala da Moça:
fluência das tragédias clássicas.
Moça — Onde há desses namorados? A terra
29. A estrofe 130, do episódio de Inês de Castro, sela
está livre deles! Olho mau se meteu neles! Na-
o destino da moça.
morados de cruzados, isso si!...

Explique, a partir dessa fala, como a Moça vê as Queria perdoar-lhe o Rei benino,
relações amorosas do seu tempo. Movido das palavras que o magoam;
Mas o pertinaz povo e seu destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra hûa dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais e cavaleiros?

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/


bv000162.pdf>Acesso em: 07 jun. 2015.

68 1ª. Série
Literatura Brasileira

a) Qual a relação semântica estabelecida pela c) De que modo esse episódio pode ser relacio-
conjunção adversativa mas, presente no ter- nado à tradição clássica?
ceiro verso?

b) Quem (ou o quê) passa a ser responsável pelo


destino de Inês de Castro, a partir do terceiro
verso?

quinhentismo
O excerto do poema A Santa Inês, de José de 31. Do ponto de vista formal, como esse poema se
Anchieta, serve de referência para as questões caracteriza?
30 a 32.

Cordeirinha linda,
Como folga o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.

Cordeirinha santa
De Jesus querida, 32. Em que contexto da literatura brasileira esse
Vossa santa vida poema foi produzido? Qual a relação entre esse
O Diabo espanta. contexto e a escolha da métrica utilizada?
Por isso vos canta
Com prazer o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.
Nossa culpa escura
Fugirá depressa,
Pois vossa cabeça
Vem com luz tão pura.
Vossa formosura
Honra é do povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo. 33. (UNICAMP)
[...] “Quando os portugueses começaram a povoar a
Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/janc02.html>. terra, havia muitos destes índios pela costa junto
Acesso em: 08 jun. 2015. das Capitanias. Porque os índios se levantaram
contra os portugueses, os governadores e capi-
30. Como a luta entre o bem e o mal se manifesta tães os destruíram pouco a pouco, e mataram
nesse poema? Transcreva dois versos que justifi- muitos deles. Outros fugiram para o sertão, e as-
quem sua resposta. sim ficou a costa despovoada de gentio ao lon-
go das Capitanias. Junto delas ficaram alguns
índios em aldeias que são de paz e amigos dos
portugueses.”
Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil, em
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html.
Acessado em: 20/08/2012.

Caderno de Atividades 69
Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito 34. (UNIMONTES) Sobre o texto “História da Província
por volta de 1570, naquela época, de Santa Cruz”, de Pero de Magalhães Gândavo,
a) as aldeias de paz eram aquelas em que a ca- é INCORRETO afirmar:
tequese jesuítica permitia o sincretismo reli- a) A narrativa argumenta a favor do nome “Bra-
gioso como forma de solucionar os conflitos sil” para a colônia de Portugal.
entre indígenas e portugueses. b) O texto apresenta uma visão panorâmica da
b) a violência contra os indígenas foi exercida vida na Colônia.
com o intuito de desocupar o litoral e facilitar a c) Considerado o primeiro historiador do Brasil,
circulação do ouro entre as minas e os portos. o autor apresenta uma propaganda da nova
c) a fuga dos indígenas para o interior era uma terra.
reação às perseguições feitas pelos portu- d) A voz narrativa manifesta a posição religiosa e
gueses e ocasionou o esvaziamento da costa. ideológica da colônia portuguesa.
d) houve resistência dos indígenas à presença
portuguesa de forma semelhante às descritas
por Pero Vaz de Caminha, em 1500.

barroco
35. Pe. Antônio Vieira é o maior expoente da prosa que os não defraudem, em que os não comam,
barroca brasileira, na qual se destacam os ser- traguem e devorem: Qui devorant plebem
mões que ele proferia em igrejas. Leia a seguir meam, ut cibum panis.
um excerto do Sermão de Santo Antônio. Sermão do Pe. Antônio Vieira aos peixes.

Nestas palavras, pelo que vos toca, importa, pei-


Na passagem,
xes, que advirtais muito outras tantas cousas,
quantas são as mesmas palavras. Diz Deus que I. O grau de exploração do homem pelo homem
comem os homens não só o seu povo, senão é reforçado pelo uso da figura de linguagem
declaradamente a sua plebe: Plebem meam, denominada gradação em: E não só diz que
porque a plebe e os plebeus, que são os mais os comem de qualquer modo, senão que os
pequenos, os que menos podem e os que me- engolem e os devoram: (…).
nos avultam na república, estes são os comidos. II. Predomina o conceptismo, cuja linguagem
E não só diz que os comem de qualquer modo,
se caracteriza pela sobreposição da razão à
senão que os engolem e os devoram: Qui de-
emoção, concretizado pelo uso de raciocínio
vorant. Porque os grandes que têm o mando
lógico.
das cidades e das províncias, não se contenta
a sua fome de comer os pequenos um por um, III. Ao comparar a forma como os pobres são ex-
ou poucos a poucos senão que devoram e en- plorados – são comidos como se come o pão e
golem os povos inteiros: Qui devorant plebem não como se consome frutas, carne e peixe –,
meam. E de que modo os devoram e comem? Vieira expõe a trivialidade com que a explora-
Ut cibum panis: não como os outros comeres, ção é colocada em prática.
senão como pão. A diferença que há entre o pão
IV. Dos recursos estilísticos vastamente utilizados
e os outros comeres, é que para a carne, há dias
de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para
na literatura barroca, o hipérbato foi excluído.
as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão está correto o que se afirma:
é comer de todos os dias, que sempre e conti-
nuadamente se come: e isto é o que padecem os a) apenas em I e II.
pequenos. São o pão quotidiano dos grandes; b) apenas em I, II e IV.
e assim como o pão se come com tudo, assim c) apenas em III.
com tudo e em tudo são comidos os miseráveis
pequenos, não tendo nem fazendo ofício em que d) apenas em III e IV.
os não carreguem, em que os não multem, em e) apenas em I, II e III.

70 1ª. Série
Literatura Brasileira

36. Leia a seguir um excerto do sermão do bom la- b) Explique o sentido que assumem no texto os
drão, de Pe. Antônio Vieira. termos “vil” e “peleja”.
“Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma
barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma
armada, sois imperador? Assim é. O roubar pou-
co é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar
com pouco poder faz os piratas, o roubar com
muito, os Alexandres... O ladrão que furta para
comer, não vai nem leva ao inferno: os que não
só vão, mas que levam, de que eu trato, são os
outros - ladrões de maior calibre e de mais alta
esfera... Os outros ladrões roubam um homem, 38. (IFMG) Sobre o estilo literário chamado Barroco, é
estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correto afirmar que:
debaixo de seu risco, estes, sem temor nem pe- a) o Barroco resgata em suas obras poéticas o
rigo; os outros se furtam, são enforcados, estes modelo de vida ideal envolvendo a vida no
furtam e enforcam.”
campo e os temas clássicos são retomados.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
fs000025pdf.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2015. b) a simplicidade de seus textos garante uma
circulação ampla na sociedade e o envolvi-
Para Vieira: mento da classe burguesa.
a) o ato de roubar, independentemente do fruto c) o artista barroco é minucioso nos detalhes,
desse roubo, iguala os ladrões. utiliza linguagem rebuscada e retrata a angús-
tia de um homem atormentado por dúvidas
b) ladrões menores usam os grandes criminosos
existenciais.
para justificar seus delitos.
d) o artista barroco é um homem preocupado
c) grandes roubos justificam-se por serem es- em explicar os sentimentos humanos e suas
tratégias usadas para a defesa de riquezas emoções de forma racional e equilibrada.
coletivas.
d) aos grandes, é dada a prerrogativa de roubar 39. (IFNMG) Leia o seguinte texto:

e se furtar da culpa e, ainda, penalizar outros. À INSTABILIDADE DAS COUSAS


DO MUNDO
37. (FGV) Leia os dois quartetos do soneto Moralida-
Nasce o sol e não dura mais que um dia.
de sobre o Dia de Quarta-Feira de Cinza, de
Depois da luz, se segue a noite escura,
Gregório de Matos.
Em tristes sombras morre a formosura,
Que és terra, oh homem, e em terra hás de tornar-te, Em contínuas tristezas a alegria.
hoje te avisa Deus por sua Igreja: Porém, se acaba o sol, porque nascia?
de pó te faz o espelho em que se veja Se é tão formosa a luz, porque não dura?
a vil matéria de que quis formar-te. Como a beleza assim se transfigura?
Lembra-te Deus que és pó, para humilhar-te; Como o gosto da pena assim se fia?
e como teu baixel sempre fraqueja Mas no sol e na luz falta a firmeza;
nos mares da vaidade, onde peleja, Na formosura, não se dê constância
te põe à vista a terra onde salvar-te. E, na alegria, sinta-se tristeza.
Começa o mundo, enfim pela ignorância,
a) Tendo como referência a significação e o uso E tem qualquer dos bens por natureza:
da linguagem figurada, explique o sentido das A firmeza somente na inconstância.
palavras destacadas no poema.
MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. SP: FTD, 1993, p. 60.

Acerca do texto e seu contexto, assinale a única


alternativa INCORRETA:
a) A temática tratada no texto, relacionado ao
contexto da época, é a duração efêmera de
todas as realidades do mundo.

Caderno de Atividades 71
b) A disposição antitética dos versos, principal- conflito entre tendências opostas: de um lado,
mente na primeira estrofe do soneto, carac- o teocentrismo medieval e, de outro, o antro-
teriza um dos elementos da estética barroca. pocentrismo renascentista.
c) O contexto do Barroco apresenta, como ca- d) No texto predominam as imagens olfativas e
racterística marcante, o espírito de tensão, gustativas em relação às visuais.

arcadismo
40. (UNIMONTES) O filme Caramuru: a invenção do Assim se forjam palavras,
Brasil apresenta um retrato bem-humorado de assim se engendram culpados;
várias cenas da história colonial brasileira, a par- assim se traça o roteiro
tir da “colagem” de algumas obras da literatura de exilados e enforcados:
em língua portuguesa. Assinale a alternativa que a língua a bater nos dentes...
NÃO retrata aspecto do filme. Grandes medos mastigados...

a) A história das navegações portuguesas.


O medo nos incisivos,
b) Intertextualidades com versos de Camões. nos caninos, nos molares;
c) Presença de preconceito racial. o medo a tremer nos queixos,
d) O falar brasileiro. a descer aos calcanhares;
o medo a abalar a terra,
41. (UNIMONTES) O filme Os Inconfidentes, dirigido o medo a toldar os ares;
por Joaquim Pedro de Andrade (Brasil/Itália,
1972, 100 minutos), figura um episódio histórico [...]
Vicente Vieira da Mota,
do Brasil colonial.
muitos são os seus descendentes!
Assinale a afirmativa que NÃO corresponde aos Tu, com rico patrão salvo
aspectos do filme. acusas o Tiradentes
a) Ao final, as cenas se sobrepõem, mostran- Mordem a carne do fraco
do um corpo esquartejado e comemorações teus rijos, certeiros dentes!
contemporâneas da Inconfidência Mineira. [...]
b) A narrativa do filme é uma reconstituição pa- MEIRELES, Romanceiro da Inconfidência, 1989, p.163-164.
rafrásica da Inconfidência Mineira, tal como
relata a História oficial do Brasil colônia. Assinale a alternativa INCORRETA.
c) O tom paródico da narrativa acentua-se ao a) Ao utilizar o “romance”, tipo de poema narra-
final, com a música “Aquarela do Brasil”, de tivo curto, muito praticado no período Barro-
Ary Barroso. co, a poetisa investe na forma poética como
d) Há, no filme, personagens que expressam a elemento importante para recriar a atmosfera
ideia do brasileiro como detentor de uma “pre- cultural da época.
guiça tropical” e de uma “moleza e indolência”. b) O eu lírico explora ambiguamente a palavra
“dentes” para analisar e criticar o comporta-
42. (UNIMONTES) Leia atentamente o “Romance XLVI mento de Vicente Vieira da Mota, um dos acu-
ou Do Caixeiro Viajante”, extraído de Romanceiro sadores de Tiradentes.
da Inconfidência, de Cecília Meireles. c) A repetição do vocábulo “dentes” reafirma
A mim, o que mais me doera, que entre Tiradentes e Vicente Vieira da Mota
se eu fora o tal Tiradentes, havia um pacto de feroz cumplicidade.
era o sentir-me mordido d) Por meio da ironia, a poetisa critica o fato de
por esse em quem pôs os dentes. Tiradentes ter tratado Vicente Vieira da Mota
Mal empregado trabalho, e este utilizar os dentes restaurados para de-
na boca dos maldizentes! latar seu bem-feitor.

72 1ª. Série
Literatura Brasileira

43. (IFMG) Observe a charge a seguir ignorância! Que menos, do que abandonar as fin-
gidas Ninfas destes rios e no centro deles adorar
a preciosidade daqueles metais, que têm atraído
a este clima os corações de toda Europa! Não são
estas as venturosas praias da Arcádia, onde o
som das águas inspirava a harmonia dos versos.
Turva, e feia, a corrente destes ribeiros, primeiro
que arrebate as ideias de um Poeta, deixa ponde-
rar a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que lhes
tem pervertido as cores.
COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. In: FILHO, Domício Proença (Org.).
A poesia dos Inconfidentes. “Prólogo ao leitor”. . Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1996. p. 47.

44. O texto faz referência ao processo histórico no


qual se desenvolveu o Arcadismo brasileiro. In-
dique qual é esse processo e qual a opinião ex-
pressa no texto a respeito da criação poética no
Brasil.

Disponível em: www.fama.zupi.com.br. Acesso em: 25/11/2012.

Considere as assertivas sobre a expressão “Car-


pe Diem”: 45. O texto indica que as convenções do Arcadismo
I. A expressão “Carpe Diem”, que pode ser en- correspondem a um artificialismo poético repre-
tendida como “Aproveite o dia”, opõe-se à sentado pela referência às “venturosas praias da
imagem da charge, que revela um trabalhador Arcádia”. Explique essa referência.
com semblante desanimado.
II. A expressão latina “Carpe Diem” é um dos le-
mas da escola barroca e estabelece uma rela-
ção com a efemeridade da vida.
III. Os poetas árcades foram influenciados pelo
pensamento do “Carpe Diem”, que significa
viver o agora, desfrutar o presente.
IV. A imagem da charge representa a exaltação 46. (UFJF) Leia o poema a seguir.
das belezas naturais como inspiração para a
criação dos poemas do Arcadismo. Fábula do Ribeirão do Carmo
Estão corretas as assertivas: A vós canoras Ninfas, que no amado
a) I, II e III, apenas. c) I, II, III e IV. Berço viveis do plácido Mondego,
Que sois da minha lira doce emprego,
b) I e III, apenas. d) I, II e IV, apenas.
Inda quando de vós mais apartado.

As questões 45 e 46 referem-se ao texto a seguir: [...]


Não permitiu o Céu que alguns influxos, que devi Aonde levantado
às águas do Mondego, se prosperassem por mui- Gigante, a quem tocara,
to tempo: e destinado a buscar a Pátria, que por Por decreto fatal de Jove irado1,
espaço de cinco anos havia deixado, aqui entre a A parte extrema, e rara
grossaria dos seus gênios, que menos pudera eu Desta inculta região, vive Itamonte2,
fazer que entregar-me ao ócio, e sepultar-me na Parto da terra, transformado em monte.

Caderno de Atividades 73
[...] [...]
Vizinho ao berço caro Daqui vou descobrindo
Aonde a Pátria tive, A fábrica eminente
Vivia Eulina, esse prodígio raro, De uma grande Cidade5; aqui polindo
Que não sei se inda vive, A desgrenhada frente,
Para brasão eterno da beleza, Maior espaço ocupo dilatado,
Para injúria fatal da natureza. Por dar mais desafogo a meu cuidado.

[...] Competir não pertendo6


Sabia eu como tinha Contigo, ó cristalino
Eulina por costume Tejo, que mansamente vais correndo:
(Quando o maior Planeta quase vinha Meu ingrato destino
Já desmaiando o lume, Me nega a prateada majestade,
Para dourar de luz outro horizonte) Que os muros banha da maior Cidade7.
Banhar-se nas correntes de uma fonte.
[...]
A fugir destinado Enfim sou, qual te digo,
Com o furto precioso, O Ribeirão prezado;
Desde a Pátria, onde tive o berço amado, De meus Engenhos8
Recolhi numeroso a fortuna sigo:
Tesouro, que roubara diligente Comigo sepultado
A meu Pai, que de nada era ciente3 Eu choro o meu despenho; eles sem cura
Choram também a sua desventura.
[...]
COSTA, Cláudio Manuel da. “Fábula de Ribeirão do Carmo”.
Quis gritar; oprimida In: PROENÇA FILHO, Domício. A Poesia dos Inconfidentes. Rio
A voz entre a garganta, de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 [1768]. p. 120-127.
Apolo? Diz, Apol... A voz partida
1 Por decreto fatal de Jove irado: alusão à guerra travada entre os deuses e os gigan-
Lhe nega força tanta: tes, castigados no final por Júpiter, com a vitória dos deuses.
Mas ah! eu não sei como, de repente 2 Itamonte: Itacolomi, pico de Minas Gerais.
Densa nuvem me põe do bem ausente. 3 (...) numeroso tesouro: alusão às riquezas da terra, ou de Itamonte, “pai” do infeliz
Ribeirão.
4 emprende: forma que na época se alterna com empreende.
[...]
5 Alusão a Mariana, feita cidade em 1745.
Em seus braços a tinha 6 pertendo: forma corrente à época; pretendo.
O louro Apolo presa; 7 da maior Cidade: alusão a Lisboa.
E já ludíbrio da fadiga minha, 8 Engenhos: aptidões, talentos naturais; aqui, entretanto, o vocábulo parece estar
Por amorosa empresa, associado a Gênios, forças que dão o ser e o movimento às coisas; também os
lugares estão, segundo a mitologia, sob a tutela dos Gênios (engenho <in – genium).
Era depojo da Deidade ingrata
O bem, que de meus olhos me arrebata. A “Fábula do Ribeirão do Carmo” representa, se-
gundo Sérgio Buarque de Holanda, uma tentati-
[...] va de assegurar dignidade artística e literária aos
Porém o ódio triste cenários nativos, projetando-os sobre um fundo
De Apolo mais se acende; lendário.
E sobre o mesmo estrago que me assiste, Capítulos de literatura colonial, Brasiliense, S.P., 1991, p. 230.
Maior ruína emprende4:
Que chegando a ser ímpia uma Deidade, Nesse poema narrativo, Cláudio Manoel da Cos-
Excede toda a humana crueldade. ta engaja-se em uma tentativa de legitimação do
riacho brasileiro ao:
Por mais desgraça minha, a) excluir qualquer traço subjetivo da narrativa,
Dos tesouros preciosos empregando formas fixas segundo a conven-
Chegou notícia, que eu roubado tinha ção da poesia neoclássica.
Aos homens ambiciosos;
b) referir-se tanto à mitologia greco-romana,
E crendo em mim riquezas tão estranhas,
quanto à topografia de Portugal, associando-
Me estão rasgando as entranhas.
-as à realidade local do poeta.

74 1ª. Série
Literatura Brasileira

c) descrever objetivamente a natureza intocada brevidade da existência; na lira de Gonzaga, o


que cerca o eu lírico, marca da poética de amor é tratado de forma idealizada, ao passo
Cláudio Manoel da Costa. que, na canção de Lulu Santos, ele é essen-
d) exaltar o campo como o locus da paz e do cialmente carnal.
cultivo dos bons valores morais, em contra- d) embora escritos em épocas distintas, os textos
posição ao meio urbano. tratam do mesmo tema e utilizam a mesma es-
tratégia: o eu poético tenta persuadir a amada
e) retomar características da poesia clássica,
a gozar os amores no momento presente, com
consoante ideal simbolista de imitação dos
base no argumento da fugacidade do tempo e
antigos valores tradicionais.
da impossibilidade de se recuperá-lo.
47. (UEMG) A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraí-
48. (UEMG) A obra de Tomás Antônio Gonzaga e a
da da obra Marília de Dirceu, publicada em 1792; obra de Luiz Ruffato diferem quanto ao espaço
já a canção Tempos Modernos pertence ao ál- focalizado. Conforme ilustram as seguintes pas-
bum homônimo, lançado em 1982. sagens, Marília de Dirceu enfoca uma paisagem
Lira XIV – parte I campestre, ao passo que Eles eram muitos cava-
(...) los trata do cenário urbano, representado meto-
Ornemos nossas testas com as flores. nimicamente pela cidade de São Paulo:
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Lira V – parte I
Gozemos do prazer de sãos Amores. Aqui um regato
Sobre as nossas cabeças, Corria, sereno,
Sem que o possam deter, o tempo corre; Por margens cobertas
E para nós o tempo, que se passa, De flores e feno;
Também, Marília, morre. À esquerda se erguia
Um bosque fechado,
Tempos Modernos E o tempo apressado,
Que nada respeita,
Lulu Santos Já tudo mudou.
(...) (...)
Hoje o tempo voa amor São estes os sítios?
Escorre pelas mãos São estes; mas eu
Mesmo sem se sentir O mesmo não sou.
Não há tempo
Marília de Dirceu
Que volte amor
Vamos viver tudo 35. Tudo acaba
Que há pra viver Luciano decúbito ventral sobre o colchão olhos
Vamos nos permitir... cravados no teto de gesso rebaixado a televisão
www.letras.mus.br/. Acesso: 8/8/2012. ligada desenho animado daqui a alguns anos o
apartamento precisará de uma nova pintura as vi-
Por meio de uma leitura comparativa entre os gas terão de ser reforçadas a água que se infiltra
dois textos, é CORRETO afirmar que no teto do banheiro e que já provocou o rejunte
a) apesar de o tempo ser sempre o mesmo em dos ladrilhos se imiscuirá entre as colunas os fios
todas as épocas, na modernidade ele parece de eletricidade endurecerão provocando curtos-
passar mais rápido; daí a urgência do amor, circuitos e o prédio condenado arruinado será
presente na canção contemporânea de Lulu tomado por sem-teto mendigos drogados malu-
cos traficantes disputarão o ponto e tudo findará
Santos, mas ausente na lira de Gonzaga, do
porque tudo acaba (...)
século XVIII.
Eles eram muitos cavalos
b) embora os textos tratem do mesmo tema,
eles se diferem quanto à abordagem adotada. É CORRETO afirmar que os trechos
Na lira de Gonzaga, prevalece a idealização a) se opõem, pois o espaço rural pode ser per-
amorosa e a relação com a natureza; na can- cebido como símbolo da estabilidade e da
ção de Lulu Santos, por sua vez, prevalece a permanência, enquanto o espaço urbano re-
relação entre amor e tempo. presenta a instabilidade e a inconstância.
c) ambos os textos apontam para a necessidade b) se aproximam, pois em ambos está presente
de se viver o tempo presente, decorrente da a ideia da transitoriedade das coisas, perce-

Caderno de Atividades 75
bida pela relação do indivíduo com o espaço Soneto VI
em transformação. Brandas ribeiras, quanto estou contente
c) se aproximam, pois ambos tratam de mudan- De ver-vos outra vez, se isto é verdade!
ças, embora em Gonzaga a mudança seja Quanto me alegra ouvir a suavidade,
centrada no indivíduo e em Ruffato ela seja Com que Fílis entoa a voz cadente!
Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
exclusiva do ambiente.
Tudo me está causando novidade:
d) se afastam, pois o eu poético de Gonzaga de- Oh! como é certo que a cruel saudade
monstra ter consciência de que tudo muda, Faz tudo, do que foi, mui diferente!
enquanto o personagem de Ruffato é alheio à
transformação das coisas à sua volta. Recebi (eu vos peço) um desgraçado,
Que andou até agora por incerto giro,
49. (UEMG) O fragmento a seguir foi extraído da Lira Correndo sempre atrás do seu cuidado:
XXXIII, Parte I, da obra Marília de Dirceu. Este pranto, estes ais com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Pega na lira sonora, Façam digno de vós o meu suspiro.
Pega, meu caro Glauceste; Cláudio Manuel da Costa
E ferindo as cordas de ouro,
Mostra aos rústicos Pastores Soneto
A formosura celeste Estes os olhos são da minha amada,
De Marília, meus amores. Que belos, que gentis e que formosos!
Ah! pinta, pinta Não são para os mortais tão preciosos
A minha Bela! Os doces frutos da estação dourada.
E em nada a cópia Por eles a alegria derramada
Se afaste dela. Tornam-se os campos de prazer gostosos.
[...] Em zéfiros suaves e mimosos
A pintar as negras tranças Toda esta região se vê banhada.
Peço que mais te desveles, Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Pinta chusmas de amorinhos Do rosto do meu bem as prendas belas,
Pelos seus fios trepando; Dai alívio ao mal que estou gemendo.
Uns tecendo cordas deles, Mas ah! delírio meu que me atropelas!
Outros com eles brincando. Os olhos que eu cuidei que estava vendo,
Ah! pinta, pinta Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
A minha Bela! Cláudio Manuel da Costa
E em nada a cópia
50. (MACKENZIE) É traço relevante na caracterização
Se afaste dela.
do estilo de época a que pertencem os poemas
Sobre esse fragmento, considere as seguintes de Cláudio Manuel da Costa, EXCETO:
afirmações: a) a valorização do locus amoenus.
I. Verifica-se no fragmento a presença da meta- b) a poesia bucólica.
linguagem, expressa nas metáforas da lira e da c) a utilização de pseudônimos pastoris.
pintura. d) a busca da aurea mediocritas.
II. Há um apelo à reprodução fiel da realidade, e) a repulsa à tradição clássica da poesia.
contrariado, no entanto, pela descrição da pin-
tura de Marília. 51. (MACKENZIE) Na composição poética árcade, a
É CORRETO afirmar que natureza é tratada:

a) somente I é verdadeira. a) como uma lembrança da pátria da qual foram


exilados.
b) somente II é verdadeira.
b) como um refúgio da vida atribulada das me-
c) I e II são verdadeiras.
trópoles do século XIX.
d) I e II são falsas. c) como um prolongamento do estado emocio-
O texto a seguir corresponde às questões 47 a 49. nal do poeta.

76 1ª. Série
Literatura Brasileira

d) como um local em que se busca a vida sim- mularam o engajamento político-literário e a


ples, pastoril e bucólica. confecção das Cartas Chilenas.
e) como uma fonte para o retrato crítico às desi- c) a utilização do ouro, do aço e do petróleo impul-
gualdades sociais. sionaram o avanço científico da colônia, possi-
bilitando a criação da Arcádia acadêmica, fonte
52. (MACKENZIE) A respeito do momento histórico-li- de cultura para toda uma geração de poetas.
terário brasileiro, à época do Arcadismo, pode-se d) o nacionalismo ufanista e o irracionalismo ali-
afirmar que: mentaram os primeiros momentos da Inconfi-
a) ocorre a transferência do centro econômi- dência Mineira, estabelecendo a permanência
co do Nordeste para a região Sudeste, com de uma literatura libertária no aspecto formal.
destaque para Minas Gerais, onde os poetas e) o lucro obtido com a extração do ouro e com
mantêm uma relação com sua geografia, sua a economia cafeeira estimularam as manifes-
política e sua história. tações de independência, representada litera-
b) as invasões holandesas foram o maior conflito riamente pela utilização constante dos versos
político-militar ocorrido no período, que esti- livres.

romantismo: poesia
(UNESP) As questões de números 53 a 55 focali-
zam um trecho de um poema de 1869 do poe- Por ter gasto a noite inteira
ta romântico português Guilherme Braga (1845- Na luta, cede ao cansaço,
1874) e uma marcha de carnaval de Wilson Batista E cai da máquina à beira,
E a roda esmaga-lhe um braço...
(1913-1968) e Roberto Martins (1909-1992), gra-
vada em 1948.
Ai! o infortúnio é severo!
Em dezembro Bastou por tanto um só dia
Para entrar o desespero
Olhai: naquele operário Donde fugiu a alegria!
Tudo é força, ânimo e vida;
Se o trabalho é o seu calvário Empenha em vão tudo, a esmo,
Sobe-o de cabeça erguida. Pouco dinheiro lhe fica,
E não lhe cobre esse mesmo
Deus deu-lhe um anjo na esposa, As despesas da botica.
E as filhas são tão pequenas
Que delas a mais idosa Pobre mãe, pobres crianças!
Conta dez anos apenas. Já, de momento em momento,
Vão minguando as esperanças,
Tem cinco, e todas tão belas Vai crescendo o sofrimento;
Que, ao ver-lhes a alegre infância,
Heras e violetas, 1869.
Julga estar vendo as estrelas
E o céu a menos distância; Pedreiro Waldemar
Por isso, quando o trabalho
Lhe fatiga as mãos calosas Você conhece
Tem no suor fresco o orvalho O pedreiro Waldemar?
Que dá seiva àquelas rosas; Não conhece?
[...] Mas eu vou lhe apresentar
Depois, da ceia ao convite, De madrugada
Toda a família o rodeia Toma o trem da Circular
À mesa, aonde o apetite Faz tanta casa
Faz soberba a humilde ceia. E não tem casa pra morar
[...]
No entanto, como a existência Leva a marmita
Não tem em si nada estável, Embrulhada no jornal
Num dia de decadência Se tem almoço,
Este obreiro infatigável, Nem sempre tem jantar

Caderno de Atividades 77
O Waldemar, II
Que é mestre no ofício Minha terra tem Palmares
Constrói um edifício memória cala-te já.
E depois não pode entrar. Peço licença poética
[...] Belém capital Pará.
(Roberto Lapiccirella (org.), Antologia musical popular brasileira, 1996.) Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
53. Na segunda estrofe do trecho reproduzido do
o poeta sai de fininho.
poema, Guilherme Braga se serve da palavra
(será mesmo com dois esses
idosa num sentido que não é o habitualmente que se escreve paçarinho?)
empregado hoje. Estabeleça essa diferença com
(CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo:
base no contexto em que a palavra é empregada.
Cosac e Naify, 2002. p. 157)

a) Explique como os termos “vinagre” e “Palma-


res”, presentes no poema de Cacaso, repre-
sentam a crítica de elementos do nacionalis-
mo brasileiro.

54. Explique o caráter metafórico do emprego da pa-


lavra rosas na quarta estrofe do trecho reproduzi-
do do poema de Guilherme Braga.
b) Demonstre como o tema da censura é tratado
ironicamente na segunda parte do poema.

55. Indique o que há de comum entre os conteúdos


dos dois últimos versos de cada uma das três
estrofes da marcha de carnaval e em que medi- (UNESP) As questões de números 57 a 61 tomam
da representam um protesto a respeito da con- por base um fragmento de Glória moribunda, do
dição social do operário. Os dois últimos versos poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo
de cada estrofe do samba Pedreiro Waldemar, (1831-1852).
constituem uma contradição:
É uma visão medonha uma caveira?
Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.
Foi a cabeça ardente de um poeta,
Outrora à sombra dos cabelos loiros.
Quando o reflexo do viver fogoso
Ali dentro animava o pensamento,
Esta fronte era bela. Aqui nas faces
Formosa palidez cobria o rosto;
Nessas órbitas — ocas, denegridas! —
56. (UFJF) Com base na leitura do poema “Jogos Como era puro seu olhar sombrio!
florais”, de Cacaso, responda aos itens a e b,
a seguir: Agora tudo é cinza. Resta apenas
Jogos florais A caveira que a alma em si guardava,
I Como a concha no mar encerra a pérola,
Minha terra tem palmeiras Como a caçoula a mirra incandescente.
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;
vive comendo o meu fubá. Por que repugnas levantá-la agora?
Ficou moderno o Brasil Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!
ficou moderno o milagre: Quanta vida ali dentro fermentava,
a água já não vira vinho, Como a seiva nos ramos do arvoredo!
vira direto vinagre.

78 1ª. Série
Literatura Brasileira

E a sede em fogo das ideias vivas c) a vida do poeta é mais consistente e animada
Onde está? onde foi? Essa alma errante que todas as outras.
Que um dia no viver passou cantando,
d) a alma que habitou o corpo talvez possa reen-
Como canta na treva um vagabundo,
carnar em novo corpo.
Perdeu-se acaso no sombrio vento,
Como noturna lâmpada apagou-se? e) outras pessoas passam a viver melhor quan-
E a centelha da vida, o eletrismo do um homem morre.
Que as fibras tremulantes agitava
60. E a centelha da vida, o eletrismo
Morreu para animar futuras vidas?
Sorris? eu sou um louco. As utopias, No contexto em que é empregado, o termo ele-
Os sonhos da ciência nada valem. trismo, que não consta dos dicionários, significa:
A vida é um escárnio sem sentido, a) o fato de a morte ter sido por choque elétrico.
Comédia infame que ensanguenta o lodo. b) o dinamismo presente em todos os tecidos do
Há talvez um segredo que ela esconde;
ser vivo.
Mas esse a morte o sabe e o não revela.
Os túmulos são mudos como o vácuo. c) a característica de quem é versado nas be-
Desde a primeira dor sobre um cadáver, las-letras.
Quando a primeira mãe entre soluços d) o resultado do longo processo de letramento.
Do filho morto os membros apertava
e) a existência eletrizante dos poetas românticos.
Ao ofegante seio, o peito humano
Caiu tremendo interrogando o túmulo...
E a terra sepulcral não respondia.
61. Mas esse a morte o sabe e o não revela.
Poesias completas, 1962. Nas duas orações que constituem este verso, os
termos em destaque apresentam o mesmo refe-
57. Do segundo ao último verso da primeira estrofe rente, a saber:
do poema, revelam-se características marcantes a) vácuo.
do Romantismo:
b) escárnio.
a) concepção determinista e mecanicista da na-
tureza. c) lodo.
b) submissão do discurso poético à musicalida- d) cadáver.
de pura. e) segredo.
c) conteúdos e desenvolvimentos bucólicos.
62. (IFMG)
d) observação e descrição meticulosa da realidade.
O POVO AO PODER
e) subjetivismo e imaginação criadora.
Castro Alves
58. Como a concha no mar encerra a pérola, “A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
Como a caçoula a mirra incandescente. É o antro onde a liberdade
Nos versos em destaque, após a palavra caçou- Cria águias em seu calor!
la, está subentendida, por elipse, a forma verbal Senhor!... pois quereis a praça?
a) teme. Desgraçada a populaça
b) seca. Só tem a rua de seu...
Ninguém vos rouba os castelos
c) brilha.
Tendes palácios tão belos...
d) queima. Deixai a terra ao Anteu.”
e) encerra.

59. Morreu para animar futuras vidas? UM FREVO NOVO


Caetano Veloso
No verso em destaque, sob forma interrogativa, o
“A praça Castro Alves é do povo
eu lírico sugere com o termo animar que como o céu é do avião
a) a morte de uma pessoa deve ser festejada pe- um frevo novo, eu peço um frevo novo
los que ficam. todo mundo na praça
b) o verdadeiro objetivo da morte é demonstrar o e muita gente sem graça no salão.”
desvalor da vida. Disponível em: <VAGALUME.com.br>. Acesso em: 18 de junho de 2014.

Caderno de Atividades 79
A respeito dos textos anteriores, pode-se afirmar c) O texto I destaca a inadequação de um índio
que houve entre eles no mundo civilizado.
a) intertextualidade: o poema citado logo no d) O texto I evidencia que a desigualdade ultra-
início do tópico inspirou a música “Um frevo passa a classe social.
novo”, de Caetano Veloso.
b) ironia: o poema de Caetano Veloso ironiza a 64. (UNIMONTES) Leia atentamente os versos extraí-
referência ao condor feita no poema, já que é dos do poema “O navio negreiro”, de Castro Al-
uma ave andina – citação não apropriada para ves, e o fragmento do “Hino à Bandeira do Bra-
um frevo brasileiro. sil”, cuja letra é de Olavo Bilac.
c) citação: o poema de Caetano Veloso é a trans- Auriverde pendão de minha terra,
crição do poema de Castro Alves e foi marca- Que a brisa do Brasil beija e balança,
do por aspas devido à reescrita do texto. Estandarte que a luz do céu encerra
d) contextualização: Caetano Veloso citou um E as promessas divinas da esperança...
texto escrito no século XIX, vinculando-o à Tu que, da liberdade após a guerra,
sua origem e à sua aplicação. Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
63. (UNIMONTES) Leia, com atenção, os textos I e II. Que servires a um povo de mortalha!...
Alves, 2007, p. 17.
Texto I
Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de Salve lindo pendão da esperança!
aula, a vinda do índio já era notícia corrente, foi Salve símbolo augusto da paz
amplamente divulgada (...) não se falava noutra
Tua nobre presença à lembrança
coisa. Uma multidão aguardava em frente da es-
A grandeza da Pátria nos traz.
cola a chegada do índio. (...). O porteiro abriu o
Em teu seio formoso retratas
portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao
longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o Este céu de puríssimo azul,
derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebai- A verdura sem par destas matas,
xado, parou em frente da escola, o rádio foi des- E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
ligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o Contemplando o teu vulto sagrado,
rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, Compreendemos o nosso dever,
chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, E o Brasil por seus filhos amado,
calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, an- poderoso e feliz há de ser!
dou até o porteiro e perguntou:
Trecho do “Hino à Bandeira do Brasil”, letra de Olavo Bilac.
– Pode assistir aula de walkman?
Lajolo, 2006, p. 22.
Sobre os textos, é INCORRETO afirmar:
Texto II a) A bandeira, nos dois textos, requisita imagens
Eu vivo sozinha; ninguém me procura! da natureza brasileira que representam, meto-
nimicamente, a grandeza da pátria.
Acaso feitura
b) Os versos enfatizam os aspectos descritivos
Não sou de Tupã?
e heroicos que caracterizam o nacionalismo
Se algum dentre os homens de mim não se esconde, brasileiro.
– Tu és, me responde, c) Os textos utilizam a imagem da bandeira do
– Tu és Marabá! Brasil para representar a relação do eu lírico
Lajolo, 2006, p.13. com a pátria.
d) Os versos expressam o patriotismo exaltado,
Os textos retratam, de diferentes perspectivas, o evidente a partir da metáfora da bandeira na-
índio. Assinale a alternativa que apresenta inter- cional.
pretação INCORRETA sobre eles.
a) O texto I apresenta ironicamente um reflexo (UNIMONTES) Os textos a seguir são referências
de aculturação indígena. para as questões de 65 a 68. Leia os fragmen-
b) O texto II reflete a sociedade excludente e tos a seguir, extraídos de “O navio negreiro” e “A
preconceituosa do século XIX. canção do africano”, respectivamente:

80 1ª. Série
Literatura Brasileira

Texto I c) Castro Alves, em sua poética, concede ao ne-


Senhor Deus dos desgraçados! gro uma atmosfera de dignidade lírica.
Dizei-me vós, Senhor Deus, d) Nos textos, o negro pertence a uma realidade
Se eu deliro... ou se é verdade
degradante, sem categoria de arte literária.
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
67. Sobre os poemas “O navio negreiro” e “A canção
Co’a esponja de tuas vagas
do africano”, de Castro Alves, todas as afirma-
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
tivas abaixo contêm associações corretas, EX-
Rolai das imensidades! CETO
Varrei os mares, tufão! ... a) “A canção do africano” – exploração do dis-
Alves, 2007, p. 16. curso do exílio.
b) “A canção do africano” – preocupação social
Texto II
Lá na úmida senzala,
e étnica.
Sentado na estreita sala, c) “O navio negreiro” – expressão do amor lírico
Junto ao braseiro, no chão, e intimista.
Entoa o escravo o seu canto, d) “O navio negreiro” – consciência épica dos
E ao cantar correm-lhe em pranto aspectos raciais e culturais.
Saudades do seu torrão...
De um lado, uma negra escrava 68. Em relação aos poemas “O navio negreiro” e “A
Os olhos no filho crava,
canção do africano”, de Castro Alves, todas as
Que tem no colo a embalar...
características abaixo são corretas, EXCETO
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde, a) Intensa preocupação político-social.
Talvez p’ra não o escutar! b) Textos comprometidos com a situação histó-
Alves, 2007, p. 29. rica do Brasil.
c) Nacionalismo; atração pela morte e pela noite.
65. Em relação aos textos “O navio negreiro” e “A
d) Expressões de um Romantismo engajado.
canção do africano”, de Castro Alves, é CORRE-
TO afirmar: 69. (IFNMG) Instrução: leia os fragmentos do poema
a) O termo “horror” do texto I corresponde, “O navio negreiro” e responda o que se pede:
comparativamente, ao substantivo “braseiro” I
do texto II. ’Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
b) O vocábulo “borrão” do texto I corresponde, Brinca o luar - dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
comparativamente, ao termo “escrava” do
Como turba de infantes inquieta. (...)
texto II.
IV
c) O espaço do mar no texto I corresponde,
Era um sonho dantesco... o tombadilho
comparativamente, ao lugar da úmida senzala Que das luzernas avermelha o brilho.
no texto II. Em sangue a se banhar.
d) A invocação, presente no texto I, correspon- Tinir de ferros... estalar de açoite...
de, comparativamente, ao canto entoado no Legiões de homens negros como a noite,
texto II. Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
66. Sobre os poemas “O navio negreiro” e “A canção
Rega o sangue das mães:
do africano”, de Castro Alves, pode-se afirmar, Outras moças, mas nuas e espantadas,
EXCETO No turbilhão de espectros arrastadas,
a) O autor, nos textos, dá ao negro consistência, Em ânsia e mágoa vãs!
traçando-lhe um perfil de ser integralmente Astros! Noites! Tempestades!
humano. Varrei os mares, tufão!

b) Nos textos, o negro aproxima-se da sensibi- Quem são estes desgraçados


lidade branca de representação do amor ro- Que não encontram em vós
mântico. Mais que o rir calmo da turba

Caderno de Atividades 81
(...) Dize-o tu, severa musa, a) O poema traz como tema principal a denún-
Musa libérrima, audaz! cia do tráfico negreiro e, consequentemente,
São os filhos do deserto
da escravidão ainda praticada no Brasil. O
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto eu lírico pretende sensibilizar o receptor por
A tribo dos homens nus... meio de vários recursos linguístico-estilísticos
São os guerreiros ousados, tais como adjetivação (com sua carga emoti-
E ri-se a orquestra irônica, estridente... va), exclamações, interrogações, a figura de
E da ronda fantástica a serpente pensamento denominada apóstrofe, a metá-
Faz doudas espirais ...
fora, a comparação, antíteses, dentre outros
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala. recursos.
E voam mais e mais... b) O poema denuncia o cenário horroroso dos
Presa nos elos de uma só cadeia, navios negreiros, para tanto, o poeta recorre
A multidão faminta cambaleia,
a metáforas que revelam a tirania do Capitão.
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece, Os trechos “a orquestra irônica estridente...”,
Outro, que martírios embrutece, “a serpente faz doidas espirais...”, “Fazei-os
Cantando, geme e ri! mais dançar!...” são bons exemplos de ima-
V gens que caracterizam essa tirania.
Senhor Deus dos desgraçados! c) O poema Navio negreiro é representativo da
Dizei-me vós, Senhor Deus! 3ª geração do romantismo brasileiro, denomi-
Se é loucura... se é verdade
nada geração humanista ou condoreira. Essa
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas geração é caracterizada pelo pessimismo, in-
Co‘ a esponja de tuas vagas dividualismo, melancolia, descrença na vida,
De teu manto este borrão.?... evasão, desejo de morte, enfim, por um con-
VI junto de comportamentos e sentimentos que
Existe um povo que a bandeira empresta foi nomeado de - Mal do Século.
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
d) Ao demonstrar a condição do negro nos na-
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
vios negreiros, o poeta indaga quem são es-
Meu Deus! Meu Deus! mas que bandeira é esta, ses seres no navio, e ele mesmo responde fa-
Que impudente na gávea tripudia?!... zendo uma confrontação: antes eram homens
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto livres (andavam nus), bravos, desafiavam os
Que o pavilhão se lave no seu pranto... tigres ferozes e se tornaram míseros escra-
Auriverde pendão de minha terra,
vos, que não eram livres nem para morrer.
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra, Dessa forma, podemos dizer que o poeta re-
E as promessas divinas da esperança... flete sobre a condição humana.
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão... 70. (IFMG) A respeito do poeta Gonçalves Dias, é cor-
Homens simples, fortes, bravos... reto afirmar que:
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão... a) consolidou o movimento romântico no Brasil
(...) Tu, que da liberdade após a guerra, a partir de temas como a pátria e a natureza.
Foste hasteado dos heróis na lança, b) foi considerado o maior poeta em língua por-
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
tuguesa, pois trabalhou com temas inéditos.
ALVES, Castro. O navio negreiro e outros poemas, São Paulo: c) ficou conhecido como “o poeta pessimista”,
Saraiva, 2007. p.10-16 pela forte influência byroniana.
Sobre o poema anterior NÃO é correta a seguinte d) escreveu principalmente poemas que exalta-
afirmativa: vam a angústia existencial do ser humano.

82 1ª. Série
Literatura Brasileira

romantismo: prosa e teatro


71. (PUC-SP) Da estória da Menina dos Rouxinóis, en- antítese banal do anjo-demônio torna-se realida-
caixada nos relatos de viagem que compõem a de nela, em quem se cambiam no sorriso ou no
obra Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, olhar a serenidade celeste com os fulvos lampe-
NÃO se pode afirmar que jos da paixão, à semelhança do firmamento onde
ao radiante matiz da aurora sucedem os fulgores
a) é uma história de amor vivida por Carlos e Joa- sinistros da procela.
ninha, primos que cresceram como irmãos,
mas que não resulta em realização amorosa. a) Segundo o narrador, Berta é uma “contradi-
ção viva”, cujo “gênio é o ser e o não ser”.
b) tem suas principais ações desenvolvidas, ini-
Como essa característica da personagem se
cialmente, no Vale de Santarém, caracterizado
relaciona à principal função que ela desempe-
como pátria dos rouxinóis e das madressilvas.
nha na trama do romance?
c) compõe-se de episódios trágicos que se de-
senrolam na cidade de Évora e que são des-
critos apenas em carta dirigida pelo protago-
nista ao narrador.
d) tem seu desfecho dramático ambientado na
cidade de Santarém, metaforizada como um
livro de pedra e coroada de torres e de mos- b) Considerando a expressão “anjo-demônio”
teiros, de palácios e de templos. no contexto cultural da época em que foi es-
e) caracteriza um amor não correspondido que crito o romance, justifica-se o fato de o narra-
leva a protagonista Joaninha à loucura e à dor classificá-la como “antítese banal”? Expli-
morte. que resumidamente.

72. (ITA) As personagens desta obra, que anunciam


um movimento literário posterior, são quase cari-
caturas de tipos do estrato socioeconômico mé-
dio da sociedade da época – o mestre de rezas,
a cigana, o barbeiro, dentre outras. Elas agem
conforme as necessidades de sobrevivência,
sem moralismos ou escrúpulos. As personagens,
de certa forma, representam aspectos da cultura 74. (FUVEST) - Leia com atenção o trecho de Til, de
brasileira, entre os quais se destaca o “jeitinho José de Alencar, para responder ao que se pede.
brasileiro”. Trata-se de: [Berta] – Agora creio em tudo no que me disse-
a) O cortiço, de Aluísio Azevedo. ram, e no que se pode imaginar de mais horrível.
Que assassines por paga a quem não te fez mal,
b) O Ateneu, de Raul Pompeia.
que por vingança pratiques crueldades que es-
c) Macunaíma, de Mário de Andrade. pantam, eu concebo; és como a suçuarana, que
d) Memórias de um Sargento de Milícias, de Ma- às vezes mata para estancar a sede, e outras por
nuel Antônio de Almeida. desfastio entra na mangueira e estraçalha tudo.
Mas que te vendas para assassinar o filho de teu
e) Memórias sentimentais de João Miramar, de benfeitor, daquele em cuja casa foste criado, o
Oswald de Andrade. homem de quem recebeste o sustento; eis o que
não se compreende; porque até as feras lem-
73. (FUVEST) Observe o seguinte trecho de Til, de José bram-se do benefício que se lhes fez, e têm um
de Alencar, no qual o narrador caracteriza a perso- faro para conhecerem o amigo que as salvou.
nagem Berta:
[Jão] – Também eu tenho, pois aprendi com elas;
Contradição viva, seu gênio é o ser e o não ser. respondeu o bugre; e sei me sacrificar por aque-
Busquem nela a graça da moça e encontrarão o les que me querem. Não me torno, porém, escra-
estouvamento do menino; porém mal se aperce- vo de um homem, que nasceu rico, por causa das
bam da ilusão, que já a imagem da mulher des- sobras que me atirava, como atiraria a qualquer
pontará em toda sua esplêndida fascinação. A outro, ou a seu negro. Não foi por mim que ele fez

Caderno de Atividades 83
isso; mas para se mostrar ou por vergonha de en- na? Que há mais umas poucas de dúzias de ho-
xotar de sua casa a um pobre-diabo. A terra nos mens ricos. E eu pergunto aos economistas polí-
dá de comer a todos e ninguém se morre por ela. ticos, aos moralistas, se já calcularam o número
de indivíduos que é forçoso condenar à miséria,
[Berta] – Para ti, portanto, não há gratidão?
ao trabalho desproporcionado, à desmoraliza-
[Jão] – Não sei o que é; demais, Galvão já pôs- ção, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgra-
me quites dessa dívida da farinha que lhe comi. ça invencível, à penúria absoluta, para produzir
Estamos de contas justas! acrescentou Jão Fera um rico? – Que lho digam no Parlamento inglês,
com um suspiro profundo. onde, depois de tantas comissões de inquérito, já
deve de andar orçado o número de almas que é
a) Nesse trecho, Jão Fera refere-se de modo preciso vender ao diabo, o número de corpos que
acerbo a uma determinada relação social se têm de entregar antes do tempo ao cemitério
(aquela que o vinculara, anteriormente, ao seu para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Ro-
“benfeitor”, conforme diz Berta), revelando o berto Peel, um mineiro, um banqueiro, um gran-
jeeiro - seja o que for: cada homem rico, abasta-
mal-estar que tal relação lhe provoca. Que re-
do, custa centos de infelizes, de miseráveis.
lação social é essa e em que consiste o mal
Almeida Garrett, Viagens na minha terra.
-estar que lhe está associado?
a) Destas reflexões feitas pelo narrador de Via-
gens na minha terra, deduz-se que ele tinha
em mente um determinado ideal de socieda-
de. O que caracteriza esse ideal? Explique re-
sumidamente.
b) A fala de Jão Fera revela que, no contexto só-
cio-histórico em que estava inserido, sua po-
sição social o fazia sentir-se ameaçado de ser
identificado com um outro tipo social – iden-
tificação, essa, que ele considera intolerável.
De que identificação se trata e por que Jão a
abomina? Explique sucintamente.
b) Identifique, em Viagens na minha terra, o tipo
social sobre o qual, principalmente, irá recair
a crítica presente nas reflexões do narrador,
no trecho aqui reproduzido. O que, de acordo
com o livro, caracteriza esse tipo social?

75. (FUVEST) Considerada no contexto histórico-so-


cial figurado no romance Til, a brusca reação de
Jão Fera, narrada no final do excerto, explica-se
a) pela ambição ou ganância que, no período, ca-
racterizava os homens livres não proprietários. (UNIcamp) O texto a seguir refere-se à questão 77.
b) por sua condição de membro da Guarda Na- – (...) Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal:
cional, que lhe interditava o trabalho na lavoura. vem ao faro do sangue como a onça. Não foi de-
c) pela indolência atribuída ao indígena, da qual balde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo
era herdeiro o “bugre”. disso!
d) pelo estigma que a escravidão fazia recair so- – Então você cuida que ele anda atrás de alguém?
bre o trabalho braçal. – Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a
e) pela ojeriza ao labor agrícola, inerente a sua gente sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve
condição de homem letrado. morte ou não tarda.
Estremeceu Inhá com um ligeiro arrepio, e vol-
76. (FUVEST) vendo em torno a vista inquieta, aproximou-se do
companheiro para falar-lhe em voz submissa:
Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras,
todas as considerações deste mundo a equações – Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui
de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. perto, quando vou à casa de Zana, e não apare-
No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie huma- ceu nenhuma desgraça.

84 1ª. Série
Literatura Brasileira

– É que anda farejando, ou senão deram-lhe no b) Como essa peculiaridade do livro se manifes-
rasto e estão-lhe na cola. ta, de maneira geral, na caracterização das
– Coitado! Se o prendem! personagens e na construção do enredo?
– Ora qual. Dançará um bocadinho na corda!
– Você não tem pena?
– De um malvado, Inhá!
– Pois eu tenho!
José de Alencar, Til, em Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Aguilar,
1958, p. 825. 79. (UNICAMP) O excerto a seguir é o trecho final de
Memórias de um sargento de milícias, de Manuel
77. O trecho do romance Til transcrito anteriormente Antonio de Almeida.
evidencia a ambivalência que caracteriza a per-
O segredo que a Maria-Regalada dissera ao ou-
sonagem Jão Fera ao longo de toda a narrativa. vido do major no dia em que fora, acompanhada
a) Explicite quais são as duas faces dessa am- por D. Maria e a comadre, pedir pelo Leonardo,
bivalência. foi a promessa de que, se fosse servida, cumpriria
o gosto do major.
Está pois explicada a benevolência deste para
com o Leonardo, que fora ao ponto de não só
disfarçar e obter perdão de todas as suas faltas,
como de alcançar-lhe aquele rápido acesso de
posto.
Fica também explicada a presença do major em
casa da Maria-Regalada.
b) Exemplifique cada face dessa ambivalência
com um episódio do romance. Depois disto entraram todos em conferência.
O major desta vez achou o pedido muito justo,
em consequência do fim que se tinha em vista.
Com a sua influência tudo alcançou; e em uma
semana entregou ao Leonardo dois papéis: — um
era a sua baixa de tropa de linha; outro, sua no-
meação de Sargento de Milícias.
Além disto recebeu o Leonardo ao mesmo tempo
carta de seu pai, na qual o chamava para fazer-
lhe entrega do que lhe deixara seu padrinho, que
se achava religiosamente intacto.
78. (UNICAMP) Em uma passagem célebre de Me-
mórias de um sargento de milícias, pode-se ler, Passado o tempo indispensável do luto, o Leo-
nardo, em uniforme de Sargento de Milícias, rece-
a respeito da personagem de Leonardo Pataca,
beu-se na Sé com Luizinha, assistindo à cerimô-
que “o homem era romântico, como se diz hoje, e nia a família em peso.
babão, como se dizia naquele tempo”. (Manuel Antônio Manuel Antonio de Almeida, Memórias de Um Sargento de Milícias.
de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. Rio de Janeiro: Livros
Cotia: Ateliê Ed., 2000
Técnicos e Científicos, 1978, p. 19.)

a) De que maneira a passagem acima explicita Que diferença significativa pode ser estabelecida
o lugar peculiar ocupado pelo livro de Manuel entre a condição inicial do herói do romance e
Antônio de Almeida no Romantismo brasileiro? sua condição final, reproduzida no trecho acima?

Caderno de Atividades 85
80. (IFSMG) III. A personagem descrita revela-se, durante a
A comadre narrativa, a mãe biológica de Leonardinho e,
por isso, intervém no futuro do rapaz ao indicá-
Cumpre-nos agora dizer alguma coisa a respeito
-lo para o cargo de Sargento de Milícias.
de uma personagem que representará no correr
desta história um importante papel, e que o leitor Está CORRETO somente o que se afirma em:
apenas conhece, porque nela tocamos de passa- a) I.
gem no primeiro capítulo: é a comadre, a parteira
que, como dissemos, servira de madrinha ao nos- b) II e III.
so memorando. c) III.
Era a comadre uma mulher baixa, excessiva- d) I e III.
mente gorda, bonachona, ingênua ou tola até um e) I e II.
certo ponto, e finória até outro; vivia do ofício de
parteira, que adotara por curiosidade, e benzia de 81. (UNICAMP)
quebranto; todos a conheciam por muito beata e
pela mais desabrida papa-missas da cidade. Era O vale de Santarém é um destes lugares privile-
a folhinha mais exata de todas as festas religiosas giados pela natureza, sítios amenos e deleitosos
que aqui se faziam; sabia de cor os dias em que em que as plantas, o ar, a situação, tudo está
se dizia missa em tal ou tal igreja, como a hora e numa harmonia suavíssima e perfeita: não há ali
até o nome do padre; era pontual à ladainha, ao nada de grandioso nem sublime, mas há uma
terço, à novena, ao setenário; não lhe escapava como simetria de cores, de sons, de disposição
via-sacra, procissão, nem sermão; trazia o tempo em tudo quanto se vê e sente, que não parece
habilmente distribuído e as horas combinadas, de senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito
maneira que nunca lhe aconteceu chegar à igreja e o repouso do coração devem viver ali, reina ali
e achar já a missa no altar. De madrugada come- um reinado de amor e benevolência. As paixões
çava pela missa da Lapa; apenas acabava ia à más, os pensamentos mesquinhos, os pesares e
das 8 na Sé, e daí saindo pilhava ainda a das 9 as vilezas da vida não podem senão fugir para
em Santo Antônio. O seu traje habitual era, como longe. Imagina-se por aqui o Éden que o primeiro
o de todas as mulheres da sua condição e es- homem habitou com a sua inocência e com a vir-
fera, uma saia de lila preta, que se vestia sobre
gindade do seu coração.
um vestido qualquer, um lenço branco muito teso
e engomado ao pescoço, outro na cabeça, um (Almeida Garret, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial,
rosário pendurado no cós da saia, um raminho de 2012, p.114.)
arruda atrás da orelha, tudo isto coberto por uma
Entramos a porta da antiga cidadela. – Que es-
clássica mantilha, junto à renda da qual se pre-
pantosa e desgraciosa confusão de entulhos, de
gava uma pequena figa de ouro ou de osso. Nos
pedras, de montes de terra e caliça! Não há ruas,
dias dúplices, em vez de lenço à cabeça, o cabelo
era penteado, e seguro por um enorme pente cra- não há caminhos, é um labirinto de ruínas feias e
vejado de crisólitas. [...] torpes. O nosso destino, a casa do nosso amigo
é ao pé mesmo da famosa e histórica igreja de
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um Sargento de Milícias.
Santa Maria de Alcáçova. – Há de custar a achar
São Paulo: O Globo/Klick, 1997. p. 32.
em tanta confusão.
Considere as afirmações a respeito do trecho: (Idem, p. 211.)
I. Os personagens de Memórias de um Sargento a) Os excertos transcritos contrastam dois es-
de Milícias constituem sínteses de comporta- paços organizadores da narrativa. Caracterize
mentos gerais: são tipos, definidos pelo seu e explique o significado desses espaços para
papel social, sem densidade psicológica. Toda o conjunto do relato ficcional.
a caracterização da comadre nos leva a vê-la
como um tipo social: é interessante notar que
ela não surge em momento nenhum do roman-
ce com seu nome próprio: é a comadre, a ma-
drinha, a parteira.
II. O exagero na pormenorização da descrição da
comadre e da quantidade de missas que ela
frequentava evidencia uma tendência do autor
à caricatura na forma como os personagens
são apresentados ao longo do romance.

86 1ª. Série
Literatura Brasileira

b) A chegada à cidade de Santarém mostra-se d) “rola majestosamente em seu vasto leito”.


decepcionante para o narrador viajante. Ex- e) “sofre o látego do senhor”.
plique o motivo dessa decepção, tendo em
vista a expectativa do narrador no início do 83. Considerando-se o excerto no contexto da obra,
romance. verifica-se que, metaforicamente, as relações de
hierarquia que o texto estabelece entre os rios de
que fala
a) naturalizam o exercício da dominação dos eu-
ropeus sobre os indígenas.
b) feminizam o indígena, para melhor justificar
sua dominação.
c) condenam o processo de civilização que des-
caracteriza o índio.
d) contrastam a naturalidade do bom selvagem
(FGV) Texto para as questões 82, 83 e 84 e a ganância do conquistador europeu.
e) revelam o caráter incruento da dominação do
CENÁRIO
indígena no período colonial.
De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza
um fio d’água que se dirige para o norte, e en- 84. O emprego do par de termos “vassalo” / “suse-
grossado com os mananciais, que recebe no seu rano” indica um elemento importante na poética
curso de dez léguas, torna-se rio caudal. de O Guarani, a saber,
É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, a) a crítica ao regime monárquico.
enroscando-se como uma serpente, vai depois se b) a musicalidade compassada da prosa poética
espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que
alencarina.
rola majestosamente em seu vasto leito.
c) a originalidade do Indianismo literário brasileiro.
Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das
águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra d) a crítica aos costumes do período colonial
os rochedos, curva-se humildemente aos pés do brasileiro.
suserano. Perde então a beleza selvática; suas e) o medievalismo romântico.
ondas são calmas e serenas como as de um lago,
e não se revoltam contra os barcos e as canoas (FUVEST) Texto para as questões 85 e 86
que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre
o látego do senhor. V – O samba
Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão
ou quatro léguas acima de sua foz, onde é livre um maciço de construções, ao qual às vezes re-
ainda, como o filho indômito desta pátria da li- cortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das
berdade. labaredas fustigadas pelo vento.

Aí, o Paquequer lança-se rápido sobre o seu leito, [...]


e atravessa as florestas como o tapir, espuman- É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que
do, deixando o pelo esparso pelas pontas do ro- tem um grande pátio cercado de senzalas, às ve-
chedo e enchendo a solidão com o estampido de zes com alpendrada corrida em volta, e um ou
sua carreira. De repente, falta-lhe o espaço, foge- dois portões que o fecham como praça d’armas.
lhe a terra; o soberbo rio recua um momento para
concentrar as suas forças e precipita-se de um só Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão,
arremesso, como o tigre sobre a presa. que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os
José de Alencar, O Guarani. pretos o samba com um frenesi que toca o delírio.
Não se descreve, nem se imagina esse desespe-
rado saracoteio, no qual todo o corpo estremece,
82. A frase que se refere ao rio Paquequer no trecho
pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse
de seu curso em que ele é comparável ao tapir é:
desgrudar-se.
a) “desliza um fio d’água”.
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no
b) “torna-se rio caudal”. cangote das mães, ou se enrolam nas saias das
c) “vai depois se espreguiçar na várzea”. raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e

Caderno de Atividades 87
pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. em Niterói, local onde ela passou a infância. Po-
Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro demos afirmar que esta cena
fornido, que não sabendo mais como desconjun-
a) reforça a percepção de que, para o Roman-
tar-se, atirou consigo ao chão e começou de ra-
banar como um peixe em seco... (...) tismo, o amor não é possível no meio urbano,
José de Alencar, Til. mas apenas no meio natural.
(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se. b) acentua a diferença entre a violência urbana e
a paz que reina no meio natural.

85. Ao comentar o romance Til e, inclusive, a cena c) mostra a praia como cenário perfeito para
do capítulo “O samba”, aqui reproduzida, Ara- Lúcia contar a Paulo como foi obrigada a se
ripe Jr., parente do autor e estudioso de sua prostituir.
obra, observou que esses são provavelmente os d) faz Lúcia voltar a ser criança por um momen-
textos em que Alencar “mais se quis aproximar to, revelando que, apesar de se prostituir,
dos padrões” de uma “nova escola”, deixando, mantém o caráter puro e ingênuo.
neles, reconhecível que, “no momento” em que e) é apenas um bom exemplo do gosto român-
os escreveu, “algum livro novo o impressionara, tico pela natureza brasileira e pela cor local.
levando-o pelo estímulo até superfetar* a sua
verdadeira índole de poeta”. Alguns dos procedi- 88. Assinale a alternativa INCORRETA sobre a prosa
mentos estilísticos empregados na cena aqui re- romântica brasileira.
produzida indicam que a “nova escola” e o “livro a) Destacam-se autores como Manuel Antônio de
novo” a que se refere o crítico pertencem ao que Almeida, Bernardo Guimarães, José de Alen-
historiadores da literatura chamaram de car, Joaquim Manuel de Macedo e Visconde
(*) “superfetar” = exceder, sobrecarregar, acrescentar-se (uma coisa a de Taunay.
outra). b) Retrata a sociedade da época embasada pela
ideologia positivista e pelo cientificismo.
a) Romantismo-Condoreirismo.
c) Costuma girar em torno da descrição dos
b) Idealismo-Determinismo. costumes da sociedade da época, criando
c) Realismo-Naturalismo. identificação com o público-leitor.
d) Parnasianismo-Simbolismo. d) É composta por romances de costumes, ur-
e) Positivismo-Impressionismo. banos, indianistas, regionalistas e históricos.
e) Visconde de Taunay é um dos representantes
86. Considerada no contexto histórico a que se re- do romance regionalista com a obra Inocência.
fere Til, a desenvoltura com que os escravos, no
excerto, se entregam à dança é representativa do (PUC-SP) Texto refere-se às questões 89 e 90.
fato de que Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entenda-
a) a escravidão, no Brasil, tal como ocorreu na mo-nos; o que eu vou contar não é um romance,
América do Norte e no Caribe, foi branda. não tem aventuras enredadas, peripécias, situa-
ções e incidentes raros; é uma história simples e
b) se permitia a eles, em ocasiões especiais e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
sob vigilância, que festejassem a seu modo.
c) teve início nas fazendas de café o sincretismo 89. O trecho acima integra a obra Viagens na Minha
das culturas negra e branca, que viria a carac- Terra, de Almeida Garrett. Considerando a obra
terizar a cultura brasileira. como um todo, pode-se afirmar que a história a
d) o narrador entendia que o samba de terreiro era, ser contada pelo narrador é a
em realidade, um ritual umbandista disfarçado. a) da paixão de Joaninha dos olhos verdes por
seu primo Carlos, com quem casa e vive feliz.
e) foi a generalização, entre eles, do alcoolismo,
que tornou antieconômica a exploração da b) da indecisão de Carlos, ante o amor de várias
mão de obra escrava nos cafezais paulistas. mulheres, sua saída de Santarém e regresso
à Inglaterra.
87. (ITA) Em uma passagem do romance Lucíola, de c) do sofrimento da menina dos rouxinóis pela
José de Alencar, Lúcia e Paulo vão a uma praia perda do amado e seu abandono ao destino

88 1ª. Série
Literatura Brasileira

inexorável, que a leva ao enlouquecimento e à 92. (PUC-SP)


morte por desgosto. Mas ouço eu... Espera.... é Frei Dinis; conheço-
d) do retorno de Carlos à Inglaterra, retomando lhe os passos.
sua trajetória de homem público, e seu casa-
Mal a velha acabava de pronunciar este nome,
mento com Georgina surdiu, de trás de umas oliveiras que ficam na
e) do ingresso de Georgina no convento, decep- volta da estrada, da banda de Santarém, a figu-
cionada com as incertezas amorosas de Car- ra seca, alta e um tanto curvada de um religioso
los, por quem aguardou muito tempo. franciscano que, abordoado em seu pau tosco,
arrastando as suas sandálias amarelas e tremen-
90. Do romance Viagens na Minha Terra, de Almeida do-lhe na cabeça o seu chapéu alvadio, vinha em
Garrett, pode-se afirmar que direção para elas.
a) apresenta como história a paixão de Joaninha O trecho acima integra o romance Viagens na
dos olhos verdes por seu primo Carlos com Minha Terra, de Almeida Garrett. Apresenta o
quem casa e vive feliz. personagem Frei Dinis, de quem NÃO se pode
b) marca-se por linearidade narrativa e evita di- afirmar que era
gressões capazes de ferir o estilo do autor. a) terrível frade que, nas sextas-feiras, se torna-
c) faz do tema da viagem motivo para discussão va o demônio vivo de uma mulher cega, como
de uma realidade passada e presente de Por- um vingador sobrenatural.
tugal e suporte para o relato de uma história
b) guardião de São Francisco de Santarém, o
passional.
frade mais austero e o pregador mais elo-
d) é uma obra de caráter eminentemente histó- quente daquele tempo.
rico e jornalístico, limitada à referencialidade
c) Dinis de Ataíde, que se relaciona com uma
dos fatos e, por isso, despreza o emprego
poético da linguagem. mulher casada, com quem tem um filho que
será seu próprio algoz e assassino.
e) tem as ações da narrativa inteiramente am-
bientadas no Vale de Santarém, lugar ameno, d) assassino do marido e do irmão de sua aman-
de belos olivais e repleto de rouxinóis e de te, quando surpreendido em cilada armada
madressilvas. por eles para o matarem.
e) pai de Carlos, a quem considera um maldito
91. (PUC-SP) José de Alencar publicou, em 1872, o e entre os quais se ergue o abismo todo do
romance Til, no jornal A República. Foi classifica- inferno.
do pelo próprio autor como obra regionalista. É
também tido pela como um romance alegórico. 93. (IFSMG) Em Noite na Taverna, Álvares de Azevedo
Considerando essa obra como um todo, pode-se demonstra:
dela afirmar que
a) sentimento nacionalista, marcante não só em
a) é um romance romântico e retrata a tragédia sua geração brasileira, como no Romantismo
passional vivida por Berta, Miguel e Linda,
de forma geral.
base de um triângulo e conflito amorosos.
b) traços ultrarromânticos, através de narrativas
b) apresenta personagens trágicos entre os
carregadas de sentimentalismo e sensualida-
quais se destaca Jão Fera, assassino profis-
de mórbida.
sional que fez do crime sua exclusiva razão
de viver. c) o melhor de sua produção em versos, por
c) é uma história de vinganças perpetradas por meio de uma clara preocupação social.
Luis Galvão contra Jão Fera e o Ribeiro, es- d) absoluta destruição de clichês românticos,
trangulador de Besita, sua própria esposa. promovendo uma prosa voltada para relações
d) é uma narrativa histórica, com características humanas em seus aspectos corriqueiros.
regionalistas, desprovida de preocupação
descritiva e isenta de uso de figuras de estilo. 94. (IFSMG) Assinale a afirmativa CORRETA sobre o
e) é um romance cuja protagonista, Berta, tem o livro O Seminarista, de Bernardo Guimarães.
nome alterado para Til, como símbolo de mu- a) Há, no romance, características predominan-
dança significativa da personagem e proces- tes do Realismo, estilo que predominou na
so típico de narrativa mítica. segunda metade do século XIX.

Caderno de Atividades 89
b) O espaço do livro é o interior de Minas Gerais, (MACKENZIE) O texto a seguir refere-se às ques-
especialmente a cidade de Congonhas, onde tões de 97 e 98.
Eugênio cursa o seminário.
A Esmeralda e o Camafeu
c) O foco narrativo do romance está em primeira
— Se eu encontrasse!...
pessoa. Quem conta a história é Eugênio, em
forma de flashback, quando, já adulto, relem- — Então?... que faria?...
bra sua desventura amorosa. — Atirar-me-ia a seus pés, abraçar-me-ia com
d) Quase não há diálogos no livro, o autor, assim eles e lhe diria: “Perdoai-me, perdoai-me, senho-
como seus contemporâneos folhetinescos, ra, eu já não posso ser vosso esposo! tomai a
prenda que me deste...”
privilegia o discurso indireto.
E o infeliz amante arrancou debaixo da camisa
95. Assinale, entre as descrições abaixo, aquela que um breve, que convulsivamente apertou na mão.
NÃO corresponde corretamente ao personagem — O breve verde!... exclamou D. Carolina, que
do livro O Seminarista. contém a esmeralda!...
a) “Era uma matrona gorda e corada, de rosto — Eu lhe diria, continuou Augusto: “recebei este
sempre afável e prazenteiro [...]” (SENHORA breve que já não devo conservar, porque eu amo
ANTUNES). outra que não sois vós, que é mais bela e mais
cruel do que vós!...”
b) “[...] fazendeiro de medianas posses. Traba-
lhador, bom e extremoso pai de família, liso A cena se estava tornando patética; ambos cho-
e sincero em seus negócios” (FRANCISCO ravam e só passados alguns instantes a inexpli-
cável Moreninha pôde falar e responder ao triste
ANTUNES).
estudante.
c) “[...] fora casada com um alferes de cavalaria,
— Oh! pois bem, disse; vá ter com sua desposa-
que havia morrido nas guerras do Rio Grande da, repita-lhe o que acaba de dizer, e se ela ceder,
do Sul [...]” (UMBELINA) se perdoar, volte que eu serei sua... esposa.
d) “[...] uma encantadora menina, de muito bom — Sim... eu corro... Mas, meu Deus, onde poderei
natural e muito viva e engraçadinha”. (MAR- achar essa moça a quem não tornei a ver, nem
GARIDA) poderei conhecer?... onde meu Deus?... onde?...
E tornou a deixar correr o pranto, por um momen-
96. Qual é o motivo pelo qual Eugênio é enviado para
to suspendido.
o seminário, na obra O Seminarista de Bernardo
Guimarães? — Espere, tornou D. Carolina, escute, senhor.
Houve um dia, quando a minha mãe era viva,
a) A madrinha de Eugênio e mãe de Margarida, em que eu também socorri um velho moribundo.
Umbelina, teme pelo romance entre os dois Como o senhor e sua camarada, matei a fome de
meninos e sugere aos compadres o envio de sua família e cobri a nudez de seus filhos; em si-
Eugênio para o seminário. nal de reconhecimento também este velho me fez
um presente: deu-me uma relíquia milagrosa que,
b) A mãe de Eugênio teve complicações duran- asseverou-me ele, tem o poder uma vez na vida
te o parto, o que a fez prometer para Deus de quem a possui, de dar o que se deseja; eu cosi
que, caso seu filho se salvasse, ele seria um essa relíquia dentro de um breve; ainda não lhe
padre. Eugênio então é obrigado a cumprir a pedi coisa alguma, mas trago-a sempre comigo;
promessa da mãe. eu lha cedo... tome o breve, descosa-o, tire a re-
líquia e à mercê dela encontre sua antiga amada.
c) Como a mãe de Eugênio não consegue en- Obtenha o seu perdão e me terá por esposa.
gravidar, faz uma promessa religiosa para que,
caso isso acontecesse, o filho tornar-se-ia — Isto tudo me parece um sonho, respondeu Au-
gusto, porém, dê-me, dê-me esse breve!
padre.
A menina, com efeito, entregou o breve ao estu-
d) O protagonista Eugênio se mostra, ainda
dante, que começou a descosê-lo precipitada-
muito jovem, um menino muito inteligente e mente. Aquela relíquia, que se dizia milagrosa, era
religioso. Seus pais, visualizando a vocação sua última esperança; e, semelhante ao náufrago
celibatária do filho e desejando a carreira que no derradeiro extremo se agarra à mais leve tá-
eclesiástica a ele, enviam-no ao seminário. bua, ele se abraçava com ela. Só falta a derradeira

90 1ª. Série
Literatura Brasileira

capa do breve... ei-la que cede e se descose... Sal- e) um narrador que, em perspectiva futurista,
ta uma pedra... e Augusto, entusiasmado e como exalta a vida moderna, a velocidade e a so-
delirante, cai aos pés de D. Carolina, exclamando:
ciedade urbana.
— O meu camafeu!... o meu camafeu!...
Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha.
98. A partir do fragmento selecionado, pode-se afir-
mar que a prosa de Joaquim Manoel de Macedo
97. No excerto, está presente:
a) um narrador-observador que participa da cena I. é marcada por enredos cheios de peripécias
apenas para produzir um efeito de comicidade, e final feliz.
como em A cena se estava tornando patética. II. é composta com uma linguagem simples, es-
b) o uso da primeira pessoa na voz narrativa, ca- tilo fluente e leve.
racterizando um personagem com dupla fun- III. é elaborada em torno de objetividade temáti-
ção: narrador-personagem. ca, com negação do sentimentalismo.
c) um narrador-protagonista que conhece e partici-
Assinale a alternativa correta.
pa de toda a história, impondo juízo de valores,
como em E o infeliz amante arrancou debaixo a) Estão corretas apenas as alternativas I e II.
da camisa um breve. b) Estão corretas apenas as alternativas I e III.
d) o recurso do flashback, iniciado com — Espere, c) Estão corretas apenas as alternativas II e III.
tornou D. Carolina, para elucidar uma ação
ocorrida no passado com consequências no d) Todas as alternativas estão corretas.
presente. e) Nenhuma das alternativas está correta.

Caderno de Atividades 91
Anotações

92 1ª. Série
INGLÊS
1ª. Série

The English language around the globe


1. (UNESP) d) verbo, pronome, verbo, adjetivo e adjetivo.
e) substantivo, pronome, substantivo, adjetivo e
advérbio.

2. (UNESP) Leia o texto a seguir para responder a


questão:

Analyze an advertisement
Peter Sells
Sierra Gonzalez
Not all advertisements make perfect sense. Not
all of them promote or imply acceptance of social
values that everyone would agree are what we
should hope for, in an enlightened and civilized
society. Some advertisements appear to degrade
our images of ourselves, our language, and appear
to move the emphasis of interaction in our society
to (even more) consumerism. There may even be
a dark, seamy, or seedy side to advertising. This
is hardly surprising, as our society is indeed a
consumer society, and it is highly capitalistic in the
simplest sense. There is no doubt that advertising
promotes a consumer culture, and helps create
and perpetuate the ideology that creates the
apparent need for the products it markets.
For our purposes here, none of this matters. Our
Nos anúncios, as palavras use, you, need, task is to analyze advertisements, and to see if
electricity e wisely são exemplos, respectivamen- we can understand how they do what they do.
te, de: We will leave the task of how we interpret our
findings in the larger social, moral and cultural
a) substantivo, pronome, verbo, substantivo e contexts for another occasion. It is often said that
advérbio. advertising is irrational, and, again, that may well
b) verbo, pronome, verbo, substantivo e advérbio. be true. But this is where the crossover between
information and persuasion becomes important;
c) substantivo, adjetivo, verbo, substantivo e
an advertisement does not have to be factually
adjetivo. informative (but it cannot be factually misleading).

Caderno de Atividades 93
In a discussion of what kind of benefit an The word it in “…and it played...” (paragraph 4)
advertisement might offer to a consumer, Jim refers to:
Aitchison (1999) provides the following quote from
a) Liverpool Carnival Company.
Gary Goldsmith of Lowe & Partners, New York. It
sums up perfectly what it is that one should look b) The Millennium Carnival.
for in an advertisement. The question posed is c) Liverpool’s samba school.
“Is advertising more powerful if it offers a rational
d) The Brazilica festival.
benefit?” Here is Goldsmith’s answer: “I don’t
think you need to offer a rational benefit. I think
you need to offer a benefit that a rational person
4. (PUCMG)
can understand.” Why the Internet is so addictive
(www.stanford.edu. Adaptado.)
“Checking Facebook should only take a minute.”
O pronome it, utilizado na última linha do primeiro Those are the famous last words of countless
parágrafo, na frase for the products it markets, people every day, right before getting sucked into
refere-se: several hours of watching cat videos or commenting
on Instagrammed sushi lunches. That behavior is
a) à necessidade da propaganda. natural, given how the Internet is structured, experts
b) à área de publicidade. say. The Internet’s omnipresence and lack of limits
c) à ideologia da propaganda. encourage people to lose track of time, making it
hard to exercise the self-control to turn it off.
d) aos mercados consumidores.
“The Internet is not addictive in the same way
e) à cultura do consumismo.
as pharmacological substances are,” said Tom
Stafford, a cognitive scientist at the University
3. (PUCMG)
of Sheffield in the U.K. “But it’s compulsive; it’s
Thousands expected in Liverpool for compelling; it’s distracting.” Humans are social
Brazil-themed festival creatures. Therefore, people enjoy the social
information available via email and the Web.
There are clearly many differences between
Liverpool and Rio de Janeiro. However, there The main reason the Internet is so addictive is that
are a number of similarities, as the organizers it lacks boundaries between tasks, Stafford said.
of the three-day Brazilica festival will show this Someone may set out to “research something,
weekend. and then accidentally go to Wikipedia, and then
wind up trying to find out what ever happened
The festival is a celebration of all things connected
to Depeche Mode,” Stafford said, referring to
with Brazil and culminates in a carnival parade
the music band. Studies suggest willpower is
through the city centre. Liverpool’s position as
like a muscle: It can be strengthened, but can
a port city means it has a decent sized Latin
also become exhausted. Because the Internet is
American community. This year, for the fifth time,
always “on,” staying on task requires constantly
there will be a night-time samba parade on the
streets. flexing that willpower muscle, which can exhaust
a person’s self-control.
A series of events occur before the festival
weekend. A Carnival Queen competition takes For those who want to loosen the grip of the Web
place and there will be showcases of Brazilian on their lives, a few simple techniques may do the
art, film and Bossa Nova music. Football will be trick. Web-blocking tools that limit surfing time can
celebrated in the Soccer Zone. help people regain control over their time. Another
method is to plan ahead, committing to work for 20
Such is the popularity of samba, there are minutes, or until a certain task is complete, and then
more than 300 schools spread across the UK. allowing five minutes of Web surfing, Stafford said.
Liverpool’s samba school was opened in 1995 (Adapted from: http://www.mnn.com/green-tech/computers/stories/
and it played at the Millennium Carnival in Rio five why-the-internet-is-so-addictive)
years later.
The word It in “It can be strengthened” (paragraph
The performance led to a determination “to bring
this splendid spectacle home to Liverpool and
3) refers to:
create the first Brazilian samba carnival in the UK,” a) research.
the Liverpool Carnival Company’s spokesperson b) willpower.
said.
c) Wikipedia.
Adapted from: http://www.guardian.co.uk/uk/the-northerner/2012/
jul/12/. Access: 25/07/2012 d) Internet.

94 1ª. Série
Inglês

5. (UNESP) Leia a tira para responder à questão.

(www.hagardunor.net)

No trecho do primeiro quadrinho – she’s sick and tired of smelling beer –, ’s pode ser reescrito como
a) is. c) goes. e) has.
b) was. d) does.

6. Analise a tirinha para responder à questão:


Calvin & Hobbes, Bill Watterson©1995
Watterson/Dist. by Universal Uclick

Assinale a alternativa que corresponde ao ’s nas seguintes frases: Everybody’s rude, too. e There’s no
respect for anyone.
a) is – is c) was – has e) is – has
b) is – was d) was – is

7. Analise a tirinha a seguir para responder à questão:


Garfield, Jim Davis©2015 Paws,
Inc. All Rights Reserved/Dist.
Universal Uclick

What is the correct form of the verb be to complete the sentences from the comic strip: These _________
troubled times and We __________ low on corn chips.
a) is – are c) is – is e) are – am
b) are – are d) am – is

Caderno de Atividades 95
Multiple Intelligences
8.

Peanuts, Charles Schulz ©1968


Peanuts Worldwide LLC. /Dist.
by Universal Uclick
Considere a pergunta que Sally faz no último quadrinho: Is it Christmas yet?. Assinale a alternativa que
melhor responde à essa pegunta.
a) Yes, it isn’t.
b) No, it doesn’t.
c) No, it’s not.
d) Yes, it’s.
e) No, it don’t.

9.

Garfield, Jim Davis©2015 Paws, Inc. All


Rights Reserved/Dist. Universal Uclick
Consider Garfield talking to the reader of the comic strip. What would the correct short answer for the
question Am I becoming less anoying to dogs be?:
a) Yes, you do.
b) Yes, you does.
c) Yes, you are.
d) Yes, you am.
e) Yes, you is.

10. You asked: (1) self-tanners safe?


These products (2) safer than sun exposure—but only if you avoid the sprays.
To bake, or to fake? It’s a classic tanning conundrum. Sitting under the sun causes skin damage and cellular
changes that raise your risk for skin cancer and even among adults under 40, melanoma rates are on the rise.
[…]
Disponível em: <http://time.com/3896827/self-tanner-tanning-lotion/>. Acesso em 28 jun. 2015

Qual a alternativa que completa corretamente os espaços (1) e (2) do texto?


a) is – are
b) are – are
c) is – is
d) are – is

96 1ª. Série
Inglês

11. (UNIMONTES)
Freedom and limits for teens
Sooner or later it happens. Children grow up and the time approaches when they will soon be leaving home. Parents
must learn to let go and accept their child’s growing independence, while still providing guidance and support. Teens
must learn self-discipline, responsibility and the skills they will need to live in the adult world. Teens need to be allowed
freedom to make choices and to experience the consequences of those choices in order to learn responsibility and
self-discipline. They need to be allowed to assert themselves, try new things and learn new skills. On the other hand,
too much freedom can provide too many opportunities for poor choices and mistakes, and may result in serious
problems. Teens are often caught between expectations that they act like adults in some situations, and yet are not
allowed to participate in adult situations in others. They may rebel and decide to test out adult behaviors by skipping
school, smoking, drinking, using drugs and engaging in sexual activity. They can get into a lot of trouble. It’s important
that parents hold teens accountable and allow them to experience the consequences of their choices. When parents
rescue or bail out their children from negative consequences, they are not helping their children in the long run. Teens
need to learn personal responsibility for their actions. If parents bail out their children whenever they get into trouble,
teens learn that their behavior is someone else’s responsibility. Teens may continue to make poor choices and behave
irresponsibly, believing their parents will continue to rescue them. When deciding on how much freedom to give teens
and what limits to set, parents should consider their teen’s abilities and past performance. Teens who have shown
responsible behavior, self-discipline and make good choices can earn increasing amounts of freedom.
(Disponível em: http://www.education.com/reference/article/Ref_Freedom_Limits_Teens/?page=2 , acesso em: 12 set. 2012 – com adaptações.)

Teens may continue to make poor choices and behave irresponsibly, believing their parents will continue to
rescue them. A palavra them, em destaque no trecho acima, faz referência a:
a) parents. c) poor choices.
b) teens. d) choices and irresponsibly.

12. (PUC SP)

Garfield, Jim Davis©2015 Paws, Inc. All


Rights Reserved/Dist. Universal Uclick
Nas frases I can stand in for him... e Just give me a moment…, os pronomes him e me referem-se a, res-
pectivamente,
a) Garfield e Jon. c) Liz e Jon. e) Jon e Garfield.
b) Liz e Garfield. d) Garfield e Liz.

13. (PUC SP)


HSBC to shed 50,000 jobs
[...] HSBC will sell its businesses in Brazil and Turkey, reducing headcount by 25,000. In addition, another 22,000
to 25,000 job cuts are planned across the bank, which should reduce the total number of employees to roughly
208,000. As part of a previous effort to cut costs, HSBC axed nearly 40,000 jobs between 2011 and 2014.
Your bank account: The next thing to go obsolete
HSBC shares initially jumped more than 1% in Hong Kong as investors reacted to the announcement, before
sinking back in London trading.
“We recognize that the world has changed and we need to change with it,” Gulliver said, emphasizing HSBC’s
plans to expand operations in Asia, especially in asset management and insurance.

Caderno de Atividades 97
The bank is expected to reveal more details during Read this passage from paragraph 1:
a conference call with investors on Tuesday. In
“Suddenly, comics are everywhere: a newly
addition to more information on job cuts and cost
matured art form, filling bookshelves with brilliant,
savings, investors will be looking for clues as to
innovative work and shaping the ideas and images
whether HSBC will move its headquarters.
of the rest of contemporary culture. [...] They are
The company is conducting a review, to be enjoyable, easy to read and their colours and
completed by the end of 2015, on whether pictures highly motivate the readers.”
it should relocate out of London. The bank’s
previous home, Hong Kong, is the most logical According to this passage, the pronouns THEY
choice for a move. and THEIR refer to:
Fonte: http://money.cnn.com/2015/06/09/investing/hsbc-job-cuts/ a) bookshelves.
index.html. Acessado em 09 de Junho de 2015
b) comics.
Observe a frase sublinhada no texto, no início do c) pictures.
3º parágrafo. O pronome it refere-se a: d) readers.
a) change. c) recognize. e) ideas.
b) we. d) the world.
15.
14. (IFSudeste - MG)
Asian parents: your kids
BOOK REVIEW are not robots
CLASSICAL COMICS (CNN) Asian-American kids, desperate to gain
admission to elite colleges, are now getting
Suddenly, comics are everywhere: a newly
coaches to teach them how to be “less Asian.”
matured art form, filling bookshelves with brilliant,
Put another way, these coaches are supposed to
innovative work and shaping the ideas and images
teach young Asian-Americans how to get out of
of the rest of contemporary culture. [...] They are
the stereotypes that we know them by.
enjoyable, easy to read and their colours and
pictures highly motivate the readers. After all, we […]
live in the AGE OF IMAGE.
Jeff Yang
Heinle/Cengage Learning has launched an
[…]
interesting collection of Classical Comics which
provide the readers with pleasurable, exciting and
attractive material. The first three volumes are iReport: Why I had to unlearn lessons from my
Frankenstein, Henry V and Macbeth. Asian-American upbringing

They are full stories with graded dialogues for Asian parents certainly have their children’s
language learning, with detailed information about best interest at heart. But in many cases, their
the characters, by picturing them in wonderful educational perspective has been shaped by
colour, carefully designed in excellent quality exams and numerical placements, from growing
paper, not to mention the sense of movement and up in societies where standardized test results
liveliness of the drawings. and the colleges that they place you in define your
entire life. It’s not surprising that, for them, merit
The introduction about the author, and the context equals test results, and softer traits — like passion,
when the story was written, gives the reader a imagination and originality — seem less worthy of
clear idea on how the author was influenced by inclusion in the process of judging an applicant’s
the time he lived. Furthermore, there is a detailed qualifications for college admission.[…]
description about the context and the plot of the Fonte: http://edition.cnn.com/2015/06/08/opinions/yang-being-less-
story in order to facilitate reading comprehension. asian/index.html. Acessado em 09 de Junho de 2015
Last but not least, there are two audio CDs which
O termo their, sublinhado por duas vezes no 2º
give the learners great opportunity to practise
listening, pronunciation and intonation of excellent parágrafo, refere-se a:
quality. a) children’s.
[...] b) exams.
Just relax and enjoy your reading! c) educational perspective.
(SERRA, R. Classical Comics – The ELT graphic novel. IN: New Routes d) Asian parents.
#39, Book Review. Disal, September/2009, p. 27)
e) cases.

98 1ª. Série
Inglês

Eating Disorders
16. (UNIMONTES)
Teens may continue to make poor choices and behave irresponsibly,
believing their parents will continue to rescue them
Teen Depression: A Guide for Teenagers What you can do to feel better
The teenage years can be tough, and it’s perfectly Depression is not your fault, and you didn’t do
normal to feel sad or irritable every now and then. anything to cause it. However, you do have some
But if these feelings don’t go away or become so control over feeling better. Staying connected
intense that you can’t handle them, you may be to friends and family, making healthy lifestyle
suffering from depression. The good news is that decisions, and keeping stress under control can all
you don’t have to feel this way. Help is available have a hugely positive impact on your mood.
and you have more power than you think. There are
When teen depression turns deadly
many things you can do to help yourself or a friend
start feeling better. If your feelings become so overwhelming that you
can’t see any solution besides harming yourself or
What depression feels like
others, you need to get help right away . And yet,
When you’re depressed, it can feel like no one asking for help when you’re in the midst of such
understands. But depression is far more common strong emotions can be really tough.
in teens than you may think. You are not alone
Tips for depressed teens
and your depression is not a hopeless case. Even
though it can feel like depression will never lift, • Try not to isolate yourself.
it eventually will—and with proper treatment • Keep your body healthy.
and healthy choices, that day can come even • Avoid alcohol and drugs.
sooner.
• Ask for help if you’re stressed.
Fonte: http://www.helpguide.org. Acesso em 8 de Setembro de 2014.

A palavra em destaque na frase: “When you’re depressed, it can feel like no one understands .” (linhas 12-13),
possui o acréscimo do –s, indicando um determinado tempo do verbo. Assinale a frase, retirada do texto,
que apresenta uma palavra com a mesma formação e em que o –s tem a mesma função.
a) “When teen depression turns deadly.”
b) “The good news is that you don’t have to feel this way.”
c) “The teenage years can be tough...”
d) “... and with proper treatment and healthy choices ... “

Observe a tirinha a seguir para responder às questões 17 e 18.


Big Nate, Lincoln Peirce©2015 Lincoln
Peirce/Dist. by Universal Uclick for UFS

BIG Nate. Disponível em: <http://universaluclick.com/comics/bignate>. Acesso em: 2 jun. 2015.

Caderno de Atividades 99
17. According to Big Nate’s speech on the Cheez Doodles snack you can infer that the simple present is used to
a) talk about his routine. d) describe a situation in the future.
b) describe facts about the snack. e) describe an action at the moment.
c) talk about the past.

18. Complete Big Nate’s friend sentence with the correct option: He ____________ this speech every day.
a) was making. d) makes.
b) make. e) made.
c) makeing.

19.

hagardunor.net

Considere a interrogativa de Helga: What do you give someone who has everything?. Como seria uma res-
posta afirmativa para esta questão?

japanese literature: haiku


A tirinha a seguir refere-se às questões 20 e 21. Peanuts, Charles Schulz ©1968
Peanuts Worldwide LLC. /Dist.
by Universal Uclick

20. Considere a fala de Sally: “I never know what day it is... sometimes I don’t even know what month it is…”
Assinale a alternativa que apresenta os termos com a mesma classificação e função dos destacados na
fala da personagem Sally, e que também poderiam ser substituídos no trecho apresentado.
a) until – usually d) often - until
b) always – so e) hardly ever – occasionally
c) sometimes – because

100 1ª. Série


Inglês

21. Considerando o terceiro quadrinho da tirinha apresentada, assinale a alternativa correta que representa
a forma negativa da fala de Peanuts: I have a calendar in my room... If you want to know [...], just ask me.
a) I doesn’t have a calendar in my room… If you don’t want to know [...], just doesn’t ask me.
b) I don’t have a calendar in my room… If you doesn’t want to know [...], just don’t ask me.
c) I don’t have a calendar in my room… If you don’t want to know [...], just don’t ask me.
d) I don’t have a calendar in my room… If you don’t want to know [...], just don’t ask me.

22.

Calvin & Hobbes, Bill Watterson©1995


Watterson/Dist. by Universal Uclick
Assinale a alternativa que melhor completa as lacunas do quadrinho de Calvin: What _________ you mean
(...)? e Which word __________ you understand?
a) do – doesn’t c) do – don’t e) does – does
b) are – don’t d) do – do

computer games
23. (ITA)
Football albums
Stickernomics

Got, got, got, got, got, need


THE World Cup is still two weeks away, but for children worldwide (plus disturbing numbers of adults) the race
to complete the Brazil 2014 sticker book started long ago. Panini, an Italian firm, has produced sticker albums
for World Cups since Mexico 1970; this year’s version has 640 stickers to collect. Collecting them is no idle
pursuit, however. Getting every slot filled delivers an early lesson in probability, the value of statistical tests and
the importance of liquidity. When you start an album, your first sticker (in Britain, they come in packs of five) has
a 640/640 probability of being needed. As the spaces get filled, the odds of opening a pack and finding a sticker
you want fall. According to Sylvain Sardy and Yvan Velenik, two mathematicians at the University of Geneva, the
number of sticker packs that you would have to buy on average to fill the album by mechanically buying pack after
pack would be 899. That assumes there is no supply shock to the market (the theft of hundreds of thousands of
stickers in Brazil in April left many fearful that Panini would run short of cards). It also assumes that the market
is not being rigged. Panini says that each sticker is printed in the same volumes and randomly distributed. In a
2010 paper Messrs Sardy and Velenik gamely played the role of “regulator” by checking the distribution of stickers
for a 660-sticker album sold in Switzerland for that year’s World Cup. Out of their sample of 6,000 stickers, they
expected to see each sticker 9.09 times on average (6,000/660), which was broadly borne out in practice. Even in a
fair market, it is inefficient to buy endless packs as an individual (not to mention bloody expensive for the parents).
The answer is to create a market for collectors to swap their unwanted stickers. The playground is one version
of this market, where a child who has a card prized by many suddenly understands the power of limited supply.
Sticker fairs are another. As with any market, liquidity counts. The more people who can be attracted into the
market with their duplicate cards, the better the chances of finding the sticker you want. Messrs Sardy and Velenik
reckon that a group of ten astute sticker-swappers would need a mere 1,435 packs between them to complete

Caderno de Atividades 101


all ten albums, if they take advantage of Panini’s practice of selling the final 50 missing stickers to order. Internet
forums, where potentially unlimited numbers of people can swap stickers, make this number fall even further. The
idea of a totally efficient market should dismay Panini, which will sell fewer packs as a result. But as in all markets,
behaviour is not strictly rational. Despite entreaties, your correspondent’s son is prepared to tear out most of his
stickers to get hold of Lionel Messi.
Fonte: http://www.economist.com/news/finance-and-economics/21603019-got-got-got-got-got-need-stickernomics Acesso em: 13/ago/2014

Marque a opção em que o uso do “–ing” denota ação contínua.


a) …disturbing number of adults…
b) Collecting them is no idle pursuit…
c) …your first sticker […] has a 640/640 probability of being needed.
d) According to Sylvain Sardy and Yvan Velenik…
e) …the market is not being rigged.

24. (IFMG)
Typhoon Haiyan: Destruction in the Philippines
Officials estimate up to 10,000 people have died in Tacloban city and elsewhere in the Philippines in the aftermath
of Typhoon Haiyan. Many other people are now struggling to survive without food, shelter or clean drinking water.
Jon Donnison reports for the BBC: Tacloban has been flattened. Driving down the main high street, hardly a single
building is left standing. People say this town was hit by a wall of water when the typhoon struck on Friday.
There’s the stench of rotting corpses. Driving in from the airport we saw scores of bodies lying by the roadside. For
three days they have been there – nobody to bury them. People are desperate for food, clean water and shelter. At the
badly battered airport, a makeshift hospital has been set up. We saw two young women giving birth, laid out among
the debris.
Aid is getting in, but slowly and this is just one town in one province. Nobody knows the full extent of the devastation
elsewhere.
Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish/language/wordsinthenews/2013/11/131111_witn_typhoon_story.shtml>.
Acesso em 01 out. 2015.

Choose the alternative in which the particle “–ing” is a verb mark.


a) building c) standing
b) drinking d) struggling

water
A tirinha a seguir refere-se às questões 25, 26 e 27.
Peanuts, Charles Schulz©1968
Peanuts Worldwide LLC. /Dist.
by Universal Uclick

25. Com base na leitura da tirinha, é possível inferir que Lucy está:
a) mandando. d) reclamando.
b) pedindo. e) explicando.
c) questionando.

102 1ª. Série


Inglês

26. Ao utilizar um verbo como nas falas “... switch channels!”; “...get up so I can...”; “go into the kitchen...”, o
sujeito implícito na frase é:
a) I. d) you.
b) they. e) she.
c) we.

27. Qual a alternativa que apresenta forma negativa equivalente à fala “All right, switch channels!”?
a) All right, didn’t switch channels. d) All right, isn’t switch channels.
b) All right, doesn’t switch channels. e) All right, aren’t switch channels.
c) All right, don’t switch channels.

natural hazards and disasters


28. Leia a tirinha de Garfield e responda ao que se pede.

Garfield, Jim Davis©2015 Paws, Inc. All


Rights Reserved/Dist. Universal Uclick
Assinale a alternativa que melhor completa as frases do segundo e do terceiro quadrinho com os verbos
catch e beat.
a) caught – beat
b) was caughting – beat
c) was catching – were beating
d) caught – was beating
e) catched – beat

29. Despite bullying, 8-year-old grew his hair out to donate it to cancer patients
In 2012, Christian McPhilamy saw a St. Jude’s commercial featuring children with no hair. The commercial changed
the now-8-year-old’s life, his mom Deeanna Thomas wrote on Facebook. He decided then that he would not stop
growing his hair out until he could donate it to children with cancer who needed wigs. […]
Disponível em: <http://www.seventeen.com/life/news/a31365/christian-philamy-hair-donation/>. Acesso em: 7 jun. 2015.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente a forma base dos verbos no passado retirados do texto,
respectivamente: saw, changed, wrote, decided, needed.
a) seen, change, written, decid, need.
b) see, chang, write, decid, need.
c) seen, change, write, decide, need.
d) see, change, write, decide, need.
e) seen, change, written, decide, need.

Caderno de Atividades 103


30.
Brazil wants to count trees in the Amazon rainforest
By Channtal Fleischfresser
February 11, 2013
Brazil is home to roughly 60 percent of the Amazon, about half of what remains of the world’s tropical rainforests.
And now, the country has plans to count its trees. A vast undertaking, the new National Forest Inventory hopes
to gain “a broad panorama of the quality and the conditions in the forest cover”, according to Brazil’s Forestry
Minister Antonio Carlos Hummel.
The census, set to take place over the next four years, will scour 3,288,000 square miles, sampling 20,000 points
at 20 kilometer intervals and registering the number, height, diameter, and species of the trees, among other data.
The initiative, aimed to better allocate resources to the country’s forests, is part of a large-scale turnaround in
Brazil’s relationship to its forests. While it once had one of the worst rates of deforestation in the world, last year
only 1,797 square miles of the Amazon were destroyed – a reduction of nearly 80% compared to 2004.
(www.smartplanet.com. Adaptado.)

No trecho do último parágrafo “While it once had one of the worst rates of deforestation in the world, last
year only 1,797 square miles of the Amazon were destroyed”, a palavra once apresenta uma ideia de:
a) passado.
b) condição.
c) futuro.
d) previsão.
e) singularidade.

Controversies over e-book readers


31. (UNICAMP)

a) O que Calvin, o menino da tirinha analisada, pretende fazer quando crescer?


b) Indique duas razões pelas quais Calvin pretende agir desse modo.

104 1ª. Série


Inglês

32.

Dilbert, Scott Adams©1992 Scott Adams/Dist.


by Universal Uclick
Disponível em: <http://www.gocomics.com/dilbert-classics/2015/04/27>. Acesso em: 13 jul. 2015.

Qual o principal plano de Dogbert? Justifique sua resposta.

advances in genetics: cloning,


genetically modified products, and
the human genome project
33. (FSuldeMinas)
Brazil profile - Overview
Brazil is South America’s most influential country, an economic giant and one of the world’s biggest democracies.
It is one of the rising economic powers - otherwise known as BRICS nations - together with Russia, India, China
and South Africa. Over the past few years it has made major strides in its efforts to raise millions out of poverty.
The discovery of major offshore oil reserves could propel the country into the top league of oil-exporting nations.
Disponível em: <http://www.bbc.com/news/world-latin-america-18909529>. Acesso em: 01 out. 2015.

“The discovery of major offshore oil reserves could propel the country into the top league of oil-exporting
nations.” No fragmento acima, o termo destacado pode ser traduzido como:
a) poderia melhorar
b) poderia proporcionar
c) poderia impulsionar
d) poderia alcançar

Caderno de Atividades 105


O texto a seguir refere-se às questões 34 e 35. of mothers questioned by the British Household
Panel Study, which went as far back as 1991,
Work after eight months of worked up to one month before the birth, the
pregnancy is as harmful as smoking, figure was 30% in the Millennium Cohort Study,
study finds whose subjects were born in 2000 and 2001.
(www.guardian.co.uk)
Conal Urquhart and agencies
Working after eight months of pregnancy is as 34. (UNIFESP)
harmful for babies as smoking, according to a
new study. Women who worked after they were In the excerpt from the third paragraph – may
eight months pregnant had babies on average suffer from a variety of problems later in life –, the
around 230g lighter than those who stopped work word may carries the idea of:
between six and eight months.
a) obligation. d) request.
The University of Essex research – which drew b) habit. e) possibility.
on data from three major studies, two in the UK
and one in the US – found the effect of continuing c) inevitability.
to work during the late stages of pregnancy was
equal to that of smoking while pregnant. Babies 35. (UNIFESP)
whose mothers worked or smoked throughout Assinale a alternativa que completa corretamente
pregnancy grew more slowly in the womb.
a lacuna 44 numerada no texto.
Past research has shown babies with low birth a) simply aren’t d) are not
weights are at higher risk of poor health and
slow development, and may suffer from a variety b) could be e) will do
of problems later in life. Stopping work early in c) can’t be
pregnancy was particularly beneficial for women
with lower levels of education, the study found 36. (UNESP) Leia o cartum para responder à questão
– suggesting that the effect of working during a seguir.
pregnancy was possibly more marked for those
doing physically demanding work. The birth
weight of babies born to mothers under the age
of 24 was not affected by them continuing to
work, but in older mothers the effect was more
significant.
The researchers identified 1,339 children whose
mothers were part of the British Household Panel
Survey, which was conducted between 1991 and
2005, and for whom data was available. A further
sample of 17,483 women who gave birth in 2000
or 2001 and who took part in the Millennium
Cohort Study was also examined and showed
similar results, along with 12,166 from the National
Survey of Family Growth, relating to births in the
US between the early 1970s and 1995.
One of the authors of the study, Prof. Marco
Francesconi, said the government should
consider incentives (42) employers to offer more
flexible maternity leave to women who might need
a break before, (43) after, their babies were born.
He said: “We know low birth weight is a predictor
of many things that happen later, including lower (www.gocomics.com)
chances of completing school successfully, lower
wages and higher mortality. We need to think
No contexto do quadrinho, o termo “can” indica
seriously about parental leave, because – as this uma ideia de:
study suggests – the possible benefits of taking a) habilidade. d) obrigação.
leave flexibly before the birth (44) quite high.” b) conhecimento. e) certeza.
The study also suggests British women may be c) pedido.
working for (45) now during pregnancy. While 16%

106 1ª. Série


Inglês

overload of information and multitasking


37. (IFSuldeMinas)
Apple sells 5 million iPhone 5 phones in first weekend
Apple sold more than 5 million iPhone 5 phones since the highly anticipated device went on sale on Friday, setting
a new sales record for the device, Apple announced Monday.
Over the weekend, the company outpaced the 4 million iPhone 4S units that it sold during last year’s opening
weekend, though the numbers are a bit skewed. This year’s iPhone was simultaneously launched in the United
States, Australia, Canada, France, Germany, Hong Kong, Japan, Singapore and the United Kingdom, while last
year’s launch did not include Hong Kong and Singapore.
Disponível em: <http://money.cnn.com/2012/09/24/technology/apple-iphone-5-sales/>. Acesso em 11 out. 2015.

“[…] while last year’s launch did not include [...]”. O tempo verbal destacado nesta frase deve ser classi-
ficado como:
a) simple present tense. c) past perfect.
b) simple past tense. d) present perfect.

O texto a seguir refere-se às questões 38 e 39.


Woman who dumped rare Apple computer set for 100,000 payday
A recycling facility in Silicon Valley is trying to trace a woman who dumped a rare Apple 1 computer, which just
sold to a private collector for $200,000.[…]
The firm -- CleanBayArea -- said the woman [1] off boxes of old gadgets and “e-waste” one month ago, but [2]
leave any contact information.[…]
About 200 Apple 1s were built, and roughly 50 are believed to still exist -- most of them not in working order.
Disponível: <http://money.cnn.com/2015/06/01/technology/woman-dumps-apple-one-computer/index.html>. Acesso em 9 jul, 2015.

38. Assinale a alternativa que melhor completa os espaços [1] e [2] do texto.
a) dropped – didn’t d) drops – don’t
b) drop – didn’t e) drops – didn’t
c) droped – didn’t

39. Considere a seguinte frase que foi retirada do texto e adaptada: “a woman dumped a rare Apple 1 computer”.
Quais seriam as formas negativa e interrogativa da frase em questão?

40.
Dilbert, Scott Adams©1992 Scott Adams/Dist.
by Universal Uclick

Caderno de Atividades 107


Considere a pergunta do segundo quadrinho Did you say something?. Assinale a alternativa que responde
corretamente a essa pergunta, utilizando uma frase na negativa, mantendo-se o simple past.
a) No, I don’t say anything.
b) No, I doesn’t say something.
c) No, I say something.
d) No, I did say anything.
e) No, I didn’t say anything.

graffitti: art or crime?


41. (IFsuldeMinas)
Can eating meat be eco-friendly?
Every year we raise and eat 65 billion animals, that’s nine animals for every person on the globe, and it’s having a
major impact on our planet. (...)
I like eating meat but I know that my food preferences, and those of a few billion fellow carnivores, comes at a cost.
Nearly a third of the Earth’s ice-free land surface is already devoted to raising the animals we either eat or milk. Roughly
30% of the crops we grow are fed to animals. The latest UN Food and Agriculture Organisation reports suggest livestock
are responsible for 14.5% of man-made greenhouse gas emissions – the same amount produced by all the world’s
cars, planes, boats and trains. (...) The problem lies in what the cows eat. Unlike most mammals, cattle can live on a diet
of grass, thanks to the trillions of microbes that live in their many stomachs. These microbes break down the cellulose
in grass into smaller, nutritious molecules that the cows digest, but while doing so the microbes also produce huge
amounts of explosive methane gas which the cows burp out.
Disponível em: <http://www.bbc.com/news/science-environment-28858289>. Acesso em: 27 ago. 2014.

O sufixo –er na palavra smaller (último parágrafo) tem a mesma função morfológica que o sufixo –er em
qual das seguintes palavras?
a) ruler
b) simpler
c) user
d) writer

42.

Garfield, Jim Davis©2015 Paws, Inc. All


Rights Reserved/Dist. Universal Uclick

Considere a fala de Garfield no último quadrinho: Am I becoming less annoying to dogs?. A comparação
que ele faz é de inferioridade. Qual seria a alternativa que apresenta a comparação correta e equivalente
de superioridade?
a) more annoying
b) annoyinger
c) more annoying as
d) as annoying as

108 1ª. Série


Espanhol

ESPANHOL
1ª. Série

Español, ¿qué lengua es esa?


(UEMG) Lea el texto siguiente y enseguida seleccione
la opción adecuada de las cuestiones propuestas
del 1 al 5.

Lamento borincano –
Canción popular
Sale, loco de contento con su cargamento
para la ciudad, ay, para la ciudad.
Lleva en su pensamiento todo un mundo lleno
de felicidad, ay, de felicidad.
Piensa remediar la situación
del hogar que es toda su ilusión, sí.
Y alegre el jibarito va, pensando así,
diciendo así, cantando así, por el camino:
si yo vendo la carga, mi Dios querido,
un traje a mi viejita voy a comprar. 1. Por el tono del relato, se puede inferir que el
Y alegre también su yegua va autor de la canción hace un desahogo sobre los
al presentir que aquel cantar elementos del contexto histórico de su tierra. Eso
es todo un himno de alegría. se confirma cuando habla acerca de
Y en eso le sorprende la luz del día a) la variedad y la calidad de las mercancías
y llegan al mercado de la ciudad. extranjeras que vende.
Pasa la mañana entera sin que nadie quiera b) la situación desdichada de los pobres y
su carga comprar, ay, su carga comprar. campesinos de su país.
Todo, todo está desierto y el pueblo está muerto
de necesidad, ay, de necesidad.
c) un largo viaje de negocios con sus hijos a
Se oye este lamento por doquier
través de la Perla de los mares.
de su desdichado Borinquen, sí. d) la prosperidad y el transporte con su yegua
Y triste, el jibarito va pensando así, hacia el mercado del Edén.
diciendo así, cantando así, por el camino:
¿“qué será de Borinquen mi Dios querido? 2. Busque en la segunda columna la explicación
¿qué será de mis hijos y de mi hogar?” correspondiente a la primera y luego señale la
¡Borinquen! la tierra del Edén, alternativa CORRECTA.
la que al cantar, el gran Gauthier
I. Perla V. Gauthier
llamó la Perla de los mares.
Ahora que tú te mueres con tus pesares, II. Borinquen VI. Borincano
déjame que te cante yo también. III. Jibarito VII. Ay
Rafael Hernández Marín, cantautor puertorriqueño IV. Por doquier

Caderno de Atividades 109


( ) campesino descendiente del Taíno, pueblo 5. Lee el texto y contesta la pregunta.
indígena.
Diferencias entre portugueses
( ) expresión adverbial anticuada. y españoles
Somos parecidos pero no iguales. Compartimos
( ) interjección usada para indicar admiración o un territorio pero cada uno tiene sus propias
disgusto. costumbres. De forma divertida y entretenida se
pueden contar, a rasgos generales, lo que más nos
( ) masa de nácar de moluscos y también cosa diferencia.
preciosa.
Hermanos, primos, amigos, vecinos, compañeros,
( ) nombre ancestral de Puerto Rico. socios, cómplices o aliados. Son muchas las formas
de relacionar a españoles y portugueses, dos pue-
( ) poeta romántico puertorriqueño.
blos ibéricos que comparten un territorio y muchos
( ) variación del gentilicio de los oriundos de años de historia. Evidentemente hay similitudes
Puerto Rico. entre ambos, por tratarse de dos países fronterizos
dentro de Europa, pero a veces se comete el error
a) VI – I – III – VII – IV – V – II de pensar que somos en todo iguales o muy pare-
cidos, porque tenemos nuestras diferencias. Existe
b) III – V – lV – II – VI – I – VII
siempre el riesgo de generalizar demasiado y no se
c) IV – II – V – VI – I – VII – III debe olvidar que no hay ni dos españoles ni dos
portugueses iguales, por lo que no se puede hacer
d) III – IV – VII – I – II – V – VI de una generalidad una regla. Y al hablar de estos
temas nos basamos también en nuestras propias
3. El jibarito sale de su hogar con sus sueños y vivencias y experiencias por lo que cada uno puede
camina feliz al lado de su yegua rumbo a la tener una visión distinta. Además de ser diferentes,
ciudad. Señale con (V), verdadera, y con (F), unos y otros nos enfrentamos a mitos y estereoti-
pos que se han ido creando a nuestro alrededor.
falsa, las observaciones hechas a su respecto y
Y no siempre es fácil acabar con esas ideas que
enseguida marque la opción CORRECTA: pueden perjudicar nuestras relaciones. Empezando
( ) Retorna al hogar en la prosperidad con el por la forma de ser de cada uno, se tiende a definir
traje para su mujer. al español como una persona alegre y al portugués
como una persona triste. Pero ni todo es fiesta en
( ) Plantea tácticas de supervivencia desde el España ni todo es fado en Portugal. Sin embargo,
amanecer. sí que hay rasgos muy diferentes al definirnos. Los
españoles somos más extrovertidos, charlatanes,
( ) No encuentra en la región quien le pueda gritones, expresivos, informales y besucones. Ex-
comprar su carga. presamos más abiertamente nuestros sentimientos.
Los portugueses por su parte, son más reservados,
( ) Su familia nada en la abundancia y no se
hablan mucho menos y más bajito, muy educados
priva de nada. y formales.
a) V – V – F – F […] Donde los portugueses nos sacan una gran
b) F – V – V – F ventaja es en el café. Nosotros utilizamos mez-
cla de café natural y torrefacto y se nota mucho
c) F – V – F – V en el sabor y en la intensidad. El café solo y
expreso forma parte de la cultura lusa, toman
d) F – F – V – V dos, tres y hasta cuatro por día. […] Y por se-
guir hablando de ventajas portuguesas, capítu-
4. Se constata que entre el Español y el Portugués lo aparte es el de los idiomas. La fonética lusa
existen divergencias léxicas, entre ellas, las es mucho más rica que la española lo cual les
palabras heterosemánticas. Señale la alternativa facilita mucho las cosas a la hora de aprender
en que todos los vocablos pertenecen a la idiomas. A eso hay que sumarle el hecho de que
a excepción de los dibujos animados, todas las
referida clase de palabras.
series y películas se emiten en versión original,
a) nivel – oficina – crianza tanto en el cine como en la televisión. Es cier-
to que los españoles tenemos un oído mucho
b) nariz – sangre – miel más cerrado pero tampoco se pueden hacer
c) panela – polvo – rato milagros cuando de pequeños nos dan clase de
inglés profesores españoles y en general es el
d) alumno – árbol – puente único idioma que escuchamos en nuestro día a

110 1ª. Série


Espanhol

día. El oído está poco o nada habituado a es- Según el artículo, se puede decir que
cuchar los otros idiomas. Pero este problema
español se exagera bastante en Portugal don- a) los españoles son personas muy distintas y
de nos critican además por traducir todo a la con hábitos demasiado raros, por lo que se
española. Entre los mitos de los que hablaba, diferencian de los portugueses.
muchos portugueses siguen afirmando que b) aunque viven en países fronterizos, los
decimos “Piedras Rodadas” en lugar de “The portugueses y los españoles son distintos en
Rolling Stones” y “Juanito caminante” en vez lo que dice respecto a las costumbres, a la
de “Johnnie Walker”. Como ocurre con muchos
comida, a la lengua y otros rasgos culturales.
idiomas, entre el español y el portugués existen
los llamados falsos amigos. Si un portugués le c) a los españoles no les gustan los portugueses
dice a una chica que está espantosa significa porque siempre son víctimas de prejuicios
que está espectacular, apabullante. Y cuando sobre su forma de vivir y actuar en sociedad,
los españoles decimos que la comida está ex- pese al hecho de que estos siempre tienen
quisita para un portugués no significa que está más ventajas que los primeros.
deliciosa sino que es rara o extraña.
d) los portugueses hablan mejor que los
Disponível em: <http://www.abc.es/sociedad/20140914/abci- españoles porque tienen una fonética más
grandes-diferencias-entre-portugueses-201409121825.html>.
Acesso em :16 jun. 2015. rica, con vocales abiertas y cerradas.

Mírame. ¡Aquí estoy!


Lee la siguiente viñeta y contesta las cuestiones 6 y 7.
Tutelandia, Tute©2015 Tute/Dist. by Universal Uclick

6. En la viñeta el verbo gustar está en concordancia con


a) el objeto indirecto, o sea, la cosa a que se gusta: playa; marido.
b) el sujeto que realiza la acción: a mi marido; a mí.
c) el sujeto de cada frase: playa; marido.
d) el objeto indirecto representado por le y me.
7. El humor de la viñeta consiste en
a) que a la mujer no le gusta su marido tampoco la playa.
b) que la mujer no contesta a la amiga si a ella le gusta la playa, sino que no le gusta a su marido.
c) hacer un chiste con el tema de que ir o no a la playa es una pelea común entre las parejas.
d) que la primera mujer no le gusta a su marido, pero sí le gusta ir a la playa.

Caderno de Atividades 111


TEXTO 02

Disponível em: <http://www.e-faro.info/Imagenes/CHISTES/WChmes02/Acudits2002/021129%20israeli%20palesti.jpg>. Acesso: 7 out. 2014.

8. (IFNMG) O emprego da palavra “peleamos” corresponde a:


a) Provocamos c) Lutamos
b) Fugimos d) Atiramos

9. (IFNMG) No primeiro quadrinho, TEXTO 02, a palavra em destaque na seguinte oração, “A los palestinos os
gusta bailar y cantar” refere-se à:
a) 2ª pessoa do plural – vosotros c) 2ª pessoa do singular – tú
b) 3ª pessoa do plural – ellos d) 1ª pessoa do plural – nosotros.

Él mola un pegote
Lee esta historieta de Mafalda y el fragmento de texto a continuación. Luego contesta las preguntas 10 y 11.

El niño representaba el espíritu capitalista de un pequeño cuentapropista. El dinero era la columna vertebral de la
moral del chico, que reproducía física y mentalmente los cánones de su padre. […] Manolito reenviaba a un tipo
social largamente cristalizado en la sociedad argentina.
Extraído de Mafalda: história social y política, de Isabella Cosse. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2014. p. 64.

112 1ª. Série


Espanhol

10. ¿Qué actitud del personaje Manolito en la historieta permite corroborar lo que dice el fragmento?

11. ¿Cómo reacciona Mafalda ante la actitud del amigo? ¿Por qué?

12. (CEFET-MG) Responda la cuestión de acuerdo con el siguiente comics.

Es correcto afirmar que


a) Con la expresión “¡menos mal!”, en la segunda viñeta, la niña demuestra sentir tristeza y decepción por
la respuesta de su interlocutora.
b) En la segunda viñeta, los puntos suspensivos en la frase “Entonces cuando lo termine no tendré que…”
sirven para expresar una duda de la niña.
c) En la primera viñeta, la expresión “¡Qué va a ser una carrera!” sugiere que quien la dice pretende
convencer a su interlocutor porque siente que tiene autoridad.
d) La palabra “carrera” se puede reemplazar por “ocupación” sin cambiar el sentido de lo anotado, en
todas las viñetas.
e) La repetición de las expresiones “te juro” y “no quería” y su respectiva puntuación (¡!) en la tercera viñeta
indican que la niña sentía un temor respecto a salir del jardín de infantes.

Caderno de Atividades 113


13. (CEFET-MG) Responda la cuestión de acuerdo con la siguiente viñeta.

Disponible en: <http://mareaverdemadrid.blogspot.com.br/2013/06/rendimiento-estudiantil-vineta.html> Acceso en: marzo, 2014.

Esa viñeta critica


a) los sueldos pagados en los bares. d) los criterios evaluativos para la concesión de
becas.
b) la baja puntuación de los estudiantes.
e) la media de cinco puntos para aprobación en
c) la intensa jornada laboral de los personajes.
las asignaturas.

Por donde te mueves


14. Lee unos fragmentos del cuento “La casa tomada”, del escritor argentino Julio Cortázar y trata de ordenarlos
según la secuencia correcta.
La casa tomada
1. Cómo no acordarme de la distribución de la casa. El comedor, una sala con gobelinos, la biblioteca y tres dor-
mitorios grandes quedaban en la parte más retirada, la que mira hacia Rodríguez Peña. Solamente un pasillo con
su maciza puerta de roble aislaba esa parte del ala delantera donde había un baño, la cocina, nuestros dormitorios
y el living central, al cual comunicaban los dormitorios y el pasillo.
2. Se entraba a la casa por un zaguán con mayólica, y la puerta cancel daba al living. De manera que uno entraba
por el zaguán, abría la cancel y pasaba al living; tenía a los lados las puertas de nuestros dormitorios, y al frente el
pasillo que conducía a la parte más retirada; avanzando por el pasillo se franqueaba la puerta de roble y mas allá
empezaba el otro lado de la casa, o bien se podía girar a la izquierda justamente antes de la puerta y seguir por
un pasillo más estrecho que llevaba a la cocina y el baño.
3. Nos habituamos Irene y yo a persistir solos en ella, lo que era una locura pues en esa casa podían vivir ocho perso-
nas sin estorbarse. Hacíamos la limpieza por la mañana, levantándonos a las siete, y a eso de las once yo le dejaba a
Irene las últimas habitaciones por repasar y me iba a la cocina. Almorzábamos al mediodía, siempre puntuales; ya no
quedaba nada por hacer fuera de unos platos sucios.
4. Cuando la puerta estaba abierta advertía uno que la casa era muy grande; si no, daba la impresión de un departamen-
to de los que se edifican ahora, apenas para moverse; Irene y yo vivíamos siempre en esta parte de la casa, casi nunca
íbamos más allá de la puerta de roble, salvo para hacer la limpieza, pues es increíble cómo se junta tierra en los muebles.
5. Nos gustaba la casa porque aparte de espaciosa y antigua (hoy que las casas antiguas sucumben a la más ven-
tajosa liquidación de sus materiales) guardaba los recuerdos de nuestros bisabuelos, el abuelo paterno, nuestros
padres y toda la infancia.
Disponível em: <http://www.ciudadseva.com/textos/cuentos/esp/cortazar/casa_tomada.htm>. Acesso em: 17 jun. 2015.

114 1ª. Série


Espanhol

La alternativa que presenta el orden correcto del para arrojarlos a la basura o al río. Cuando ya son
cuento es: adultos, es muy común encontrarlos vagando por
las carreteras y caminos rurales donde pueden ser
a) 5 – 1 – 3 – 2 – 4
atropellados. Si se libran de los coches, el siguien-
b) 5 – 3 – 1 – 2 – 4 te obstáculo a salvar será el hambre y la sed.
c) 3 – 5 – 1 – 2 – 4 Aunque la caza de la liebre con galgo está prohi-
d) 4 – 1 – 2 – 5 – 3 bida en la mayoría de países de Europa, todavía
en España, Portugal e Irlanda se sigue dando esta
práctica. Las asociaciones protectoras de los gal-
(MACKENZIE)
gos, que trabajan también para conseguir modi-
LAS DOS POSIBLES VIDAS DEL GALGO. ficar las leyes que dejan impune al maltratador,
indican que el mayor número de abandonos se
Al final de la carrera.
produce al finalizar la temporada de caza.
Cada año son abandonados en España más de Adaptado de Punto y Coma n° 37-2012
150.000 perros; casi la mitad de ellos son galgos
españoles. Esta raza, ligada al ámbito rural es difí- 15. La palabra mascotas, destacada en negrita en el
cil de encontrar en las tiendas de mascotas, pero texto significa persona, animal o cosa que sirve de:
cada vez es más frecuente en los parques de las
grandes ciudades españolas e incluso europeas. a) cadena d) abrigo
Descubramos cómo el hombre llega a ser el y
b) recuerdo e) casilla
también el salvador de este singular canino.
Imaginemos que, desde los primeros días de c) talismán
nuestra vida nos entrenan para una determinada
tarea. Pasamos nuestros mejores años realizando 16. El significado correcto de la palabra verdugo,
esta labor, nos premian y somos felices, porque destacada en negrita en el texto, es:
cazar está en nuestro instinto. Un buen día, tras
a) Persona muy generosa.
finalizar tu jornada, la persona para la que has es-
tado trabajando, la que te enseñó el oficio, te deja b) Persona muy cruel.
atado a un árbol o algo mucho peor. Esto es lo
que le ha pasado a muchos galgos en España.
c) Persona muy ociosa.
Los más afortunados son rescatados por diferen- d) Persona muy hacendosa.
tes asociaciones cuya misión principal es curar-
e) Persona muy prolija.
los, denunciar los hechos y buscar un hogar don-
de terminarán de sanar sus heridas, tanto físicas
17. El significado correcto de nos entrenan, destacado
como emocionales.
en negrita en el texto, es:
Cada vez son más las personas que, al tomar la
decisión de compartir su vida con un perro, pien- a) nos apabullan d) nos preparan
san en adoptarlo en lugar de comprarlo.
b) nos empujan e) nos riñen
Una vez en casa con los nuevos dueños, los co-
laboradores de SOS Galgos van a comprobar la c) nos destornillan
adaptación de estos animales a su nuevo hogar.
Las visitas pueden ser por sorpresa, para evitar 18. Según el texto, a los galgos españoles:
que los galgos caigan de nuevo en manos de sus
verdugos: los cazadores. Además, los dueños de- a) Los elogian durante toda su vida.
ben ser muy pacientes con ellos, pues han sido b) Los rematan periódicamente.
animales maltratados.
c) Los arrumban inesperadamente.
Existen demasiados galgueros que deciden pres-
cindir de su perro cuando este ha sufrido alguna d) Los destiñen simultáneamente.
lesión en la carrera o ha fallado muchas liebres o,
simplemente, se ha hecho viejo. Las razones son e) Los sincronizan diariamente.
fundamentalmente económicas. Es más barato
deshacerse de un perro que no produce ningún 19. En el texto, la preposición tras, destacada en
beneficio que proporcionarle los cuidados bási- cursiva se puede sustituir por:
cos y veterinarios necesarios.
a) a través de d) al revés de
El maltrato del que son víctimas estos perros pue-
de darse, incluso desde que son cachorros; si la b) retrasar e) delante de
camada es numerosa, pueden meterlos en bolsas c) después de

Caderno de Atividades 115


De tal palo, tal astilla
Lee un fragmento del libro Malena es un nombre de tango, de la escritora española Almudena Grandes.

Para ir a aquella boda me puse las primeras medias transparentes que usé en mi vida. Tenía catorce años, y mi
cuerpo había cambiado mucho, pero yo no me di cuenta del todo de aquel fenómeno hasta que me sorprendió
el hallazgo de mis propias piernas, desnudas y enteras bajo una funda de nailon que emitía destellos plateados
al chocar con la luz, enmascarando una milagrosa eficacia la cicatriz alargada, como un hilo grueso de piel más
clara, que siempre intentaba esconder estirándome la falda en esa dirección. Me miré en el espejo y me descubrí,
fundamentalmente redonda, bajo la funda de punto amarillo claro que tantos disgustos me había costado, y me
sonrojé por dentro al comprobar que yo tenía razón, porque aquel vestido sería italiano y una monada, como dijo
mamá en el probador, pero me prestaba un indeseable aire de familia con las vacas lecheras de origen suizo que
criaba Marciano en los establos de la Finca del Indio, y no sólo a la altura del pecho, sino en las direcciones más
insospechadas. […]
Extraído de Malena es un nombre de tango, de Almudena Grandes. Madrid: Tusquets Editores, 1994.

20. Relaciona las palabras con sus significados.


A. hallazgo
B. funda
C. destello
D. sonrojé

I. Resplandor vivo y efímero, ráfaga de luz, que se enciende y amengua o apaga casi instantáneamente.
II. Efecto de dar con alguien o algo que se busca.
III. Hacer salir los colores al rostro diciendo o haciendo algo que cause empacho o vergüenza.
IV. Cubierta o bolsa de cuero, paño, lienzo u otro material con que se envuelve algo para conservarlo y
resguardarlo.

a) A.II – B.IV – C.I – D.III


b) A.I – B.III – C.IV – D.II
c) A.IV – B.I – C.III. – D.II
d) A.I – B.II – C.III. – D.IV

21. (IFSMG)
Toda Mafalda – EDICIONES DE LA FLOR, 2010.
Crédito: ©Joaquín Salvador Lavado (Quino) –

Disponível em: <www.todamafalda.com>. Acesso em: 21 set. 2012.

Nestes quadrinhos de Quino, o fragmento que marca o desfecho da história é:


“[...] poder pensar mientras estoy sentada mirándolo”.

116 1ª. Série


Espanhol

A respectiva tradução da fala de Mafalda seria: Estados Unidos, los ojos de los hombres son más
sensibles a los pequeños detalles y a los objetos
a) “... poder pensar sempre que estou sentada
que se mueven a gran velocidad, mientras que las
olhando-o.”
mujeres son mejores a la hora de distinguir colores.
b) “... poder pensar já que estou sentada
Fonte: http://www.lanacion.com.ar/en (adaptado). Acesso em: 21 de
mirando-o.” setembro de 2012
c) “... poder pensar enquanto estou sentada
olhando-o.” 22. (IFSMG) ‘Qué lindo te quedan esos pendientes
d) “... poder pensar todavia que estou sentada nuevos!’ en referencia a unos aretes diminutos
mirando-o.” que le regaló su prima y que sólo se los puso [...]. ”
No trecho em destaque, o pronome complemento
Texto para as questões 22 e 23
los substitui uma palavra mencionada
Los hombres ven distinto anteriormente. Sendo assim, podemos afirmar
que las mujeres que este pronome refere-se a:
La visión masculina es más sensible a los pe- a) pendientes c) nuevos
queños detalles y a los objetos que se mueven a
gran velocidad, mientras que la femenina es me-
b) esos d) unos
jor a la hora de distinguir colores.
23. (IFSMG) “Según un estudio llevado a cabo por
Si usted llega a su casa recién salida de la pelu-
quería, con un tono de pelirrojo que nunca antes investigadores en los Estados Unidos[...].”
se había atrevido a usar y su pareja la recibe con No fragmento mencionado, a expressão llevado
un: “¡Qué lindo te quedan esos pendientes nue- a cabo refere-se a um estudo que foi:
vos!”, en referencia a unos aretes diminutos que
le regaló su prima y que sólo se los puso por no a) organizado
dejar, recapacite antes de mirarlo con odio y pe-
garle un par de gritos. b) realizado
No se trata en este caso al menos de falta de in- c) encontrado
terés, atención y mucho menos de cariño. Según
d) divulgado
un estudio llevado a cabo por investigadores en

¿Nos vamos de fiesta?


Lee el siguiente texto. casa”, se puede percibir un cambio de hábitos ya
que “Utilizar una red social” (18,3%) supera a “Ver
Los nuevos hábitos de ocio la televisión” (16,4%), algo que, lógicamente, no
ocurría hasta ahora. Ahora, las chicas prefieren
30 de agosto de 2011 utilizar una red social, mientras que los chicos la
Una de las ideas preconcebidas, habitualmen- relegan a la última o penúltima opción.
te transmitidas a nivel social, es que las nuevas Con ello vemos que los adolescentes son cons-
tecnologías han influido negativamente sobre los cientes de cuál es la realidad en su vida, y por
adolescentes hasta el punto de cambiar sus hábi- eso prefieren salir con sus amigos a quedarse en
tos de ocio, en el sentido de preferir estar conec- casa utilizando las redes sociales, que utilizan
tados que salir con los amigos o ir al cine. como herramienta para comunicarse y divertirse.
Compartir De hecho, el 30% piensa a veces que su vida sin
Tuenti o Facebook sería aburrida.
Por este motivo se preguntó a los adolescentes
encuestados sobre sus preferencias en cuanto a Además, casi por completo se admite que las re-
distintos comportamientos de ocio, y se les pidió des sociales ayudan a mejorar las relaciones con
que las ordenasen de mayor a según su grado otras personas, aunque nunca llegando al límite
de preferencia. Los resultados indican claramente de dejar de salir con las amistades por preferen-
que los adolescentes seleccionan en primer lugar cia a utilizar las redes sociales.
actividades “fuera del hogar”, fundamentalmente
Fuente: Universidad Camilo José Cela
“Salir con sus amigos” (80,2%), “Hacer deporte”
Disponível em: <http://noticias.universia.es/en-portada/reporta-
(40,8%) o “Ir al cine” (21,5%). En cuanto a las je/2011/08/30/861145/2/redes-sociales-fomentan-interaccion-adoles-
opciones que podríamos denominar “dentro de centes/los-nuevos-habitos-de-ocio.html>. Acesso em: 20 jun. 2015

Caderno de Atividades 117


24. Indique verdadeiro (V) ou falso (F), segundo as informações do texto. Em seguida, assinale a alternativa
correta.
( ) De acordo com a pesquisa, cada vez mais jovens têm preferido estar conectados às redes sociais
dentro de seus lares a sair para realizar atividades de lazer.
( ) Os garotos são mais adeptos às redes sociais que as garotas.
( ) Corresponde a cerca de 2% a diferença entre os que preferem acessar uma rede social a ver televisão
em atividades realizadas dentro de casa.
( ) Sair com os amigos, ir ao cinema e praticar esportes foram as três alternativas mais escolhidas pelos
jovens como atividades de lazer.

a) V – F – V – V
b) V – V – F – F
c) F – V – F – V
d) F – F – V – V

¡Conéctate!
Lee este cuento del escritor uruguayo Eduardo 26. Lee el texto y marca la alternativa correcta.
Galeano.
Los riesgos de dormir con el
La función del lector/1 móvil encendido
Cuando Lucía Peláez era muy niña, leyó una no- Las actuales prestaciones de los smartphones o
vela a escondidas. La leyó a pedacitos, noche teléfonos inteligentes han convertido a estos dis-
tras noche, ocultándola bajo la almohada. Ella la positivos en una especie de extensión de nuestro
había robado de la biblioteca de cedro donde el cuerpo. Vamos con ellos a todas partes; incluso
tío guardaba sus libros preferidos. al baño y, por supuesto, duermen a nuestro lado,
aunque sea en la mesita de noche y rara vez los
Mucho caminó Lucía, después, mientras pasaban apagamos. ¿Qué riesgos conlleva dormir con el
los años. móvil encendido?
En busca de fantasmas caminó por los farallones Según un estudio publicado en la revista Pro-
sobre el río Antioquia, y en busca de gente cami- ceedings of the National Academy of Sciences
nó por las calles de las ciudades violentas. (PNAS) el problema procede de la pantalla de
Mucho caminó Lucía, y a lo largo de su viaje iba los dispositivos (sea móvil, ebook, portátil o ta-
siempre acompañada por los ecos de los ecos de blet). La luminiscencia de las pantallas reduce la
aquellas lejanas voces que ella había escuchado, melatonina (la hormona reguladora del sueño) y
con sus ojos, en la infancia. además prolonga el tiempo que tardamos en dor-
mirnos. También retrasa y reduce el sueño REM;
Lucía no ha vuelto a leer ese libro. Ya no lo reco-
el estado de alerta aumenta por la noche -al con-
nocería. Tanto le ha crecido adentro que ahora es
trario de como debería ser-... todo ello conduce a
otro, ahora es suyo.
que retrasemos la hora del sueño y que suframos
Extraído de El libro de los abrazos, de Eduardo Galeano. de insomnio o de deficiencias en el sueño por
Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2013. p. 8.
esta interrupción silenciosa de los ritmos circa-
dianos del organismo.
25. Los posesivos destacados en el texto se refieren,
respectivamente: Por si esto fuera poco, el hecho de que segundos
antes de disponernos a dormir y cerrar los ojos,
a) a la biblioteca de Lucía, al tío, al libro de Lucía. hayamos echado un vistazo a nuestro dispositivo,
b) a los libros del tío, al viaje de Lucía, al libro de hiperexcita nuestro cerebro, lo que es el efecto
Lucía. contrario que necesitamos antes de dormir. Para
que nuestro cerebro descanse y durmamos lo
c) a la biblioteca, al viaje de Lucía, al libro del tío . mejor posible, deberíamos apagar nuestros mó-
d) a la biblioteca, al tío de Lucía, al mundo de viles y nunca encenderlos mientras dormimos
Lucía. puesto que cualquier vibración, sonido o destello

118 1ª. Série


Espanhol

puede despertarnos e interrumpir nuestros ciclos Según el estudio que se realizó, entre los riesgos de
de sueño. dormir con el móvil prendido está el hecho de que
Despertarnos a menudo por una notificación lu- a) nos hace dormir hasta más tarde el otro día.
minosa en el móvil nos lleva a lo que se ha deno- b) nos despierta en el momento más importante
minado como “insomnio tecnológico”, una pato-
del sueño, perjudicando nuestro cerebro.
logía que provoca insomnio en su fase más inicial
pero que, en algunos casos, puede provocar des- c) las notificaciones luminosas pueden
pertares intrasueño y volverse más acusado. interromper el sueño y provocar insomnio.
Disponível em: <http://www.muyinteresante.es/tecnologia/articulo/los- d) causa mayor ansiedad, ya que siempre le
riesgos-de-dormir-con-el-movil-encendido-711422970755>. Acesso echamos un vistazo antes de dormirnos.
em: 20 jun. 2015.

¿Eres manirroto?
INSTRUCCIÓN: Lea los dos textos siguientes y 27. (UEMG) Según el texto, medios publicitarios,
enseguida seleccione la opción adecuada de las como agentes de consumismo, contribuyen para
cuestiones propuestas del 27 al 29. la devastación de arboledas y degradación del
hábitat urbano. Esto quiere decir que
CADA BUZÓN “SE TRAGA” MEDIO
ÁRBOL AL AÑO a) todo el papel utilizado para divulgar los servicios
comerciales alcanza medidas exorbitantes que
“Los buzones domiciliarios se han convertido en
se destinan al bricolaje.
un “tragadero” de desechos contaminantes sin
ninguna posibilidad de ser reciclados. b) la celulosa de la industria papelera utilizada en
la divulgación gráfica conlleva la extracción de
madera a expensas del sacrificio de árboles.
c) el consumo de papel proveniente de la madera,
a la postre, se convierte en “basureros”, que
deterioran el ambiente de calles y viviendas.
d) los avances tecnológicos de la industria
competitiva, mediante actuaciones ambiciosas
y atrevidas, exponen el bienestar del medio
ambiente.

28. (UEMG) En conformidad con el texto, se puede


inferir que, para contrarrestar el derroche de
papel y evitar el alto coste ecológico, se impone
Para elaborar el papel que actualmente recibe en la urgencia de medidas a fin de
forma de publicidad un buzón a lo largo de un
a) recoger todo el papel usado con objeto
año, se necesita la madera de medio árbol, según
la asociación ecologista Eguzki. de someterlo a un proceso que lo haga
nuevamente utilizable, moderando así los
La mayor parte de ese papel contiene anuncios inconvenientes del desperdicio.
de comida a domicilio, ofertas para el hogar, com-
pras por catálogo y rebajas de hipermercados. b) fiscalizar las actividades de tala, así como
promover reciclaje y otras alternativas de la
Juan Mari Beldarrain, miembro de Eguzki, señala industria papelera.
que el buzoneo de publicidad aumenta año tras
año. c) apoyar los grupos ecologistas que reclaman
respeto hacia el medio ambiente e impulsan
En 1996, el papel recogido por buzón alcanzó los
disposiciones en defensa de las arboledas.
920 gramos al mes; en 1997 llegó a los 1260, y du-
rante el mes de enero de 1998 ascendió a 1490”. d) evitar que la tecnología se torne adversaria
(BOROBIO, V. PALENCIA, R. Curso de Español para Extranjeros. de la ecología y arruine la Tierra, espacio de
Madrid: Ediciones SM, 2003) riqueza y felicidad de quienes lo habitan.

Caderno de Atividades 119


29. (UEMG) Busque en la segunda columna la explicación de la primera y señale la alternativa correcta.
1. Faena 4. Tala
2. Anhelo 5. Tragadero
3. Buzón

( ) corte de los árboles por la parte baja del tronco.


( ) agujero o conducto por el que se introduce algo.
( ) trabajo, ocupación o tarea que han de hacerse.
( ) deseo intenso de conseguir algo.
( ) receptáculo provisto de una ranura para echar papeles.

a) 2 – 3 – 5 – 4 – 1
b) 1 – 4 – 3 – 5 – 2
c) 4 – 2 – 5 – 3 – 1
d) 4 – 5 – 1 – 2 – 3

30. (UEMG)
EL PLACER DE SERVIR
“Toda la naturaleza es un anhelo de servicio. Sirve la nube, sirve el viento, sirve
el surco. Donde haya un árbol que plantar, plántalo tú, donde haya un error que
enmendar, enmiéndalo tú, donde haya un esfuerzo que todos esquivan, acéptalo
tú. Sé el que aparte la piedra del camino, el odio entre corazones y las dificultades
del problema.
Hay alegría de ser sano y de ser justo, pero hay, sobre todo, la inmensa alegría
de servir. Qué triste sería el mundo si todo en él estuviera hecho, si no hubiera
un rosal que plantar, una empresa que emprender; que no te llamen los trabajos
fáciles, es tan bello hacer lo que otros esquivan. Pero no caigas en el error de
que sólo se hace mérito con los grandes trabajos, hay pequeños trabajos que

LatinStock/Corbis/Bettmann
son buenos servicios: arreglar una mesa, ordenar unos libros, peinar una niña.
Aquél es el que critica, éste es el que destruye, tú sé el que sirve. El servir no es
sólo faena de seres inferiores. Dios que da el fruto y la luz, sirve. Pudiera llamá-
rsele así: El que sirve. Y tiene sus ojos fijos en nuestras manos y nos pregunta
cada día: ¿Serviste hoy?, ¿a quién?, ¿a un árbol, a tu amigo, a tu madre?”.
Gabriela Mistral, poetisa chilena. Premio Nobel de Literatura 1945. (www.lapatria enlinea.com)

La poetisa exhorta a servir de múltiples formas. Para ello recurre al modo imperativo. Señale la alternativa
en que todas las formas verbales, extraídas del texto, están en el Imperativo.
a) planta – enmienda – acepta – sé
b) haya – esquivan – hace – da
c) sirve – estuviera – critica – tiene
d) llamen – caigas – destruye – serviste

31. Marca la alternativa cuyas palabras no tienen relación entre sí.


a) comprar – dinero – mercancía – producto
b) publicidad – anuncio – venda – consumismo
c) consumo – noticia – compras – diversión
d) ahorrar – economizar – dinero – guardar

120 1ª. Série


Espanhol

¿A qué sabe?
32. Lee esta tradicional receta chilena.
Ceviche de Champiñones
Cantidad de personas: 4
Tiempo Preparación: 15 min.
Tiempo Cocción: 0 min.
Dificultad: Fácil
Costo: Bajo
Ingredientes: 400 g de champiñones (picados finos); 2 cebollines (picados finos); 2 pimentones (picados finos); 1
lechuga; cilantro (picado fino); jugo de limón; sal; pimienta
Preparación: En una fuente, mezclar los champiñones, los cebollines y los pimentones y aliñar con jugo de limón,
sal y pimienta. Dejar macerar unos minutos, servir sobre una cama de hojas de lechuga y espolvorear encima
cilanto.
Consejos: No dejar macerar mucho rato, ya que los champiñones tienden a ablandarse. Es posible reemplazar
los champiñones por palmitos o mariscos.
Disponível em: <http://www.chilerecetas.cl/joomla/index.php/cocina-facil/entradas/56-ceviche-de-champinones>. Acesso em: 18 jun. 2015.

Los verbos destacados en la receta están en el infinitivo. La alternativa que presenta las formas de esos
mismos verbos en el modo imperativo de la segunda persona del singular es:
a) mezcle – aliñe – deje – sirva – espolvoree – no deje
b) mezcla – aliña – deja – sirve – espolvoree – no dejes
c) mezcla – aliña – deja – sirve – espolvorea – no dejes
d) mezcle – aliñá – dejá – sirva – espolvorea – no deje

¡Felices fiestas!
Pesos y medidas tomáticamente. Por eso, el sistema métrico deci-
Por Antonio Muñoz Molina. mal tenía en su origen una dimensión progresista,
ya que desterraba la variedad inmanejable de las
No lo pensamos casi nunca, pero en la capacidad medidas y los pesos de cada región aislada por
de contar, medir y pesar con un máximo de preci- fronteras interiores y por diferentes señoríos del
sión se basan casi todas las ventajas de nuestra feudalismo. […] Todo esto viene a cuenta de una
vida. Como tantas cosas que se dan por supues-
dificultad o una imposibilidad que noto cada vez
tas, esta precisión tardó mucho en adquirirse y
más en la vida pública española. En ella abundan
no ha estado al alcance de la mayor parte de las
mucho las palabras, pero faltan los números, y
sociedades humanas. Fue la Revolución francesa
sobre todo falta la capacidad o la voluntad de po-
la que estableció por primera vez el sistema mé-
nerse de acuerdo en los criterios de medición. La
trico decimal, que no debió de ser en principio tan
evidente y simple como nos parece ahora a noso- democracia, si se para uno a pensarlo, es un ré-
tros, porque al cabo de más de dos siglos, toda- gimen que se basa en mediciones comprobables,
vía no ha terminado de imponerse, creándonos ya que, dejando aparte las fórmulas de reparto de
a los no nativos de Estados Unidos, una notable escaños de cada sistema electoral, la legitimidad
confusión mental cuando nos hablan de galones del poder depende del número de votos que al-
de gasolina, o cuando nos dan en libras el peso canza cada candidatura en unas elecciones. En
de una compra en el supermercado o tenemos España sabemos con garantía y con extraordina-
que hacernos a la idea de una extensión en acres ria precisión y rapidez esas cifras. […]
o de una distancia en yardas o pulgadas. Estamos en condiciones de medir hasta los millo-
Necesitamos medidas que sean fiables y en las nésimos de un gramo, pero no tenemos manera
que además podamos ponernos de acuerdo au- de saber, por ejemplo, ni con la más grosera apro-

Caderno de Atividades 121


ximación, cuántos ciudadanos salen a la calle en d) El pueblo español debe dar más importancia a
una protesta, ni cuánta gente estuvo en la célebre los números, ya que, datos precisos y fiables,
manifestación por la independencia de Cataluña, sirven para demostrar la naturaleza de los
ni cuántos trabajadores participaron en la última hechos.
huelga del Metro de Madrid, ni menos aún cuánto
dinero se van a meter en el bolsillo las empresas e) El conocimiento preciso de las cifras dependerá
concesionarias de los hospitales privatizados.[…] del partido político.
Y lo llamativo no es que cada grupo o bando o
partido manipule las cifras con tan evidente des- 35. (MACKENZIE) La expresión al cabo de, destacada
caro: es que fuera de ellos la ciudadanía parece en negrita en el texto, se puede sustituir por:
haberse resignado a la imposibilidad de tener da- a) Desde luego d) Puesto que
tos precisos y fiables, y por lo tanto a servirse de
ellos para calibrar la importancia y hasta la natu- b) Antes de e) Después de
raleza de los hechos. c) Por medio de
Porque no se han hecho cuentas, ni se han exi-
gido ni se han comprobado las que se daban, la 36. (MACKENZIE) Según el texto:
clase política española y sus secuaces nos han a) La democracia es un sistema que no tiene en
llevado a la ruina, en gran parte con nuestro con- cuenta criterios de medición.
sentimiento pasivo. Menos palabras y más núme-
ros nos harán falta para salir de ella. b) La democracia es una normativa que depende
del número de votos.
Texto extraído y adaptado de la revista Muy Interesante. Número 382 –
Marzo de 2013 c) La democracia es una ordenanza que no
conlleva el reparto de escaños.
33. (MACKENZIE) Según el texto, se puede afirmar que:
d) La democracia no depende de la legitimidad
a) Tras la Revolución francesa, el sistema métrico del poder.
se estableció en Estados Unidos y luego, se
e) La democracia independe del número de votos.
impuso en Francia, a partir de ahí, empezaron
las diferencias (del sistema métrico).
37. (MACKENZIE) En el texto, la palabra huelga,
b) A pesar de la precisión del sistema métrico destacada en negrita significa:
decimal, hay una manipulación de las cifras a) Suspensión colectiva del trabajo.
en la vida pública española.
b) Participación de una importante reunión del
c) Desde el siglo XVII, el sistema métrico sigue trabajo.
en progresión, puesto que, medir distancias
c) Señal que puede dejar un trabajador en un
de navegación con precisión, es el objetivo
sitio.
que todavía no ha sido alcanzado.
d) Indemnización que cobra el trabajador
d) La precisión del sistema decimal, influyó en
despedido.
el régimen democrático español, pero no
cambió la opinión pública. e) Manifestación popular en contra de los
despidos de los trabajadores.
e) La voluntad de ponerse de acuerdo con los
criterios de medición, corroboró con la crisis 38. (MACKENZIE) En el texto, la palabra descaro,
del sistema electoral español. destacada en negrita, puede ser sustituida por:
34. (MACKENZIE) Según el texto: a) escudilla d) aseo
a) El pueblo español debe resignarse delante b) chinchorro e) oscilar
de los datos no precisos, pues es imposible c) desvergüenza
contabilizarlos.
b) No hay consentimiento pasivo del pueblo 39. (MACKENZIE) En el texto, la palabra secuaces,
destacada en negrita puede ser sustituida por:
español en el número de votos que alcanza
cada candidato. a) desbarbados d) respectivos
c) Las estimativas informadas en los telediarios b) timoratos e) cómplices
españoles no tratan de las manifestaciones. c) peinado

122 1ª. Série


ARTE
1ª. Série

SOBRE A CONCEPÇÃO GERAL DE ARTE


1. Uma experiência estética autônoma é aquela livre
de coerções externas. No livro Razões da Crítica,
o autor Luiz Camillo Osório afirma que “essa au-
tonomia trouxe à arte a necessidade de criar sen-
tido, de abrir outras formas de engajamento com
a realidade. Nesse aspecto, a autonomia, longe
de ser uma alienação da estética, no sentido cli-
3. Em relação ao conceito de belo, é CORRETO
chê da arte pela arte, foi a abertura de uma nova
afirmar que:
maneira de se pensar os vínculos, sempre pro-
blemáticos, entre o estético, o ético e o político”. I. O movimento expressionista realizou uma re-
valorização dos ideais de beleza clássica, bus-
Segundo o autor, qual das afirmativas abaixo cando a expressão das emoções do artista.
pode ser considerada INCORRETA?
II. O movimento dadaísta é um dos exemplos
a) A autonomia da arte não isenta o artista de das vanguardas artísticas que se distancia-
uma preocupação ética ao elaborar objetos ram do critério de beleza como legitimador da
estéticos. obra de arte.
b) Educação e inclusão social são efeitos pos- III. Na música, o Período Barroco, representado
síveis gerados pela arte, mas não caracteri- por Bach, retomou os ideais de proporção,
zam sua função específica. equilíbrio e simetria herdados da Grécia Antiga.
c) Coerções externas, como interesses econô- IV. Os ideais de proporção, equilíbrio e simetria
micos, não afetam a autonomia da arte. desenvolvidos pela estética grega clássica
d) A autonomia da arte não justifica a ideia de são responsáveis pela concepção de beleza
“arte pela arte”. artística tida como harmoniosa e agradável.
e) A relação entre estética, ética e política é V. Na contemporaneidade, a indústria do entrete-
sempre problemática. nimento perpetua o ideal de beleza associado
ao que é agradável, ao vincular a experiência
2. O belo preponderou entre os juízos estéticos du- estética ao lazer e à distração das imperfeições
rante séculos na História da Arte. Entretanto, é e dificuldades da vida.
possível afirmar que o entendimento de belo seja
Os itens corretos são:
historicamente fixo? Justifique sua resposta com
exemplos de obras de arte. a) Somente o IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, II e IV.

Caderno de Atividades 123


4. Considere os itens abaixo e marque um X naqueles que podem ser considerados objetos estéticos:
a) Uma instalação de fotografias e vídeos projetados sobre tecidos.
b) Uma colagem feita com materiais de texturas diversas.
c) Um urinol de porcelana branco deslocado de seu uso ordinário.
d) O Coliseu, em Roma.
e) A obra Guernica.

a arte no tempo
5. Leia atentamente a afirmação a seguir e respon- 6. Leia atentamente o trecho abaixo de autoria de
da à proposição abaixo: Albin Lesky e responda às proposições a seguir:
“Os egípcios basearam sua arte no conheci- “No centro [...] ergue-se sempre o herói radioso
mento; os gregos começaram a usar o sentido e vencedor, aureolado pela glória de suas armas
da visão. Uma vez iniciada essa revolução, não e feitos, mas ele se ergue diante do fundo escu-
havia como pará-la. Cada qual em sua oficina, ro da morte certa, que, também a ele, arrancará
os escultores experimentavam novas ideias e das suas alegrias para levá-lo ao nada, ou a um
novos modos de representar a figura humana, e lúgubre mundo de sombras, não melhor do que
cada inovação era absorvida pelos demais, que o nada”.
a ela acrescentavam suas próprias observações. *LESKY, Albin. A tragédia grega. 4. Ed. São Paulo: Perspectiva,
Um desenvolvia uma forma de cinzelar o tronco; 2006. p. 24.
outro dava-se conta de que a estátua adquiria
A que gênero de arte refere-se o pesquisador no
um aspecto muito mais vivo se os pés não esti-
vessem plantados no chão; um terceiro percebia fragmento analisado? Quem são os principais
ser possível animar um rosto simplesmente re- autores desse gênero? Apresente ao menos ou-
curvando para cima os cantos da boca, de modo tras duas características, além da presença do
a conferir-lhe um leve sorriso”. herói, que definem o gênero.
E.H. Gombrich em A História da Arte.

Em relação à arte criada na Grécia Antiga, é IN-


CORRETO afirmar que:
a) Os escultores gregos evitavam conferir às esta-
tuas uma expressão facial de emoção intensa.
b) Os artistas gregos reproduziam a natureza de
modo idealizado, para isso buscavam o equi-
líbrio entre o individual e o genérico, de modo
que a obra não perdesse vivacidade.
c) A principal virtude almejada pelos artistas gre-
gos era a reprodução fiel da realidade visível,
pela qual estavam dispostos a sacrificar a
proporção e a simetria.
d) A “Vênus de Milo” é uma das mais importantes
esculturas do período helênico e une caracte-
rísticas da tradição grega a características ino-
vadoras como o caimento drapeado do tecido
sobre o quadril e a composição em espiral.
e) Estudiosos da anatomia humana, os gregos
libertaram-se da prática antes vigente de re-
presentar os corpos esculpidos em posição
frontal e com o peso do corpo igualmente dis-
tribuído sobre as duas pernas para posturas
de maior mobilidade.

124 1ª. Série


Arte

7. Leia atentamente as afirmativas abaixo sobre o 8. Sobre a arte grega, é CORRETO afirmar:
desenvolvimento da arte na Grécia Antiga: I. Uma das soluções encontradas pelos escul-
I. Uma construção exemplar do estilo dórico é o tores gregos para a frontalidade rígida das
Partenon, que traduz o apogeu da glória e do estátuas foi alternar o que modulavam entre
poder de Atenas. membros tensos e relaxados.
II. As colunas do estilo dórico são menos robus- II. O teatro grego originou-se das festividades
tas, mais esguias e repletas de detalhes do religiosas em celebração ao deus Dionísio.
que as jônicas, o que lhes conferia um aspec-
III. As tragédias gregas eram improvisadas nas
to de refinamento e delicadeza.
praças públicas em meio à vida cotidiana.
III. A arte grega alcançou seu apogeu em Atenas,
durante o período da democracia. IV. Há semelhanças entre parte da arte grega e
objetos originários de territórios asiáticos e
IV. Os artistas gregos abandonaram todos os pa- africanos.
drões da arte egípcia, preferindo representar
as figuras humanas estritamente conforme as V. A precisão na justaposição das pedras permi-
viam com os próprios olhos, em vez de seguir tia que não se utilizasse argamassa entre os
as velhas leis. blocos nos templos gregos.
V. Os artistas gregos experimentaram possibili- Assinale a alternativa que reúne todas as afirma-
dades de aplicar a perspectiva humana à figu- ções corretas:
ra retratada e de criar ilusão de profundidade. a) Somente a alternativa I.
Assinale a alternativa que reúne todas as afirma- b) I, II, IV e V.
ções corretas: c) II e III.
a) I, III e V d) I, IV e V d) I e II.
b) II, IV e V e) I, IV e V e) Todas as alternativas estão corretas.
c) I e III

as artes e o mundo medieval


9. Leia os fragmentos de texto para responder ao que se pede.
“Enquanto os egípcios desenhavam basicamente aquilo que sabiam existir e os gregos, o que viam, na Idade
Média o artista aprendeu a expressar também o seu sentimento”.
E. H. Gombrich em A História da Arte.

“As pinturas podem fazer pelo analfabeto o que a escrita faz pelos leitores”.
Papa Gregório Magno, século VI.

Com base nas afirmativas, explique a relação entre imagens e narrativas nos primeiros séculos da arte
medieval.

Caderno de Atividades 125


10. A música medieval manifestou-se em dois mo- 11. Em relação à arquitetura da Idade Média, é
vimentos: o sacro e o profano. Nesse contexto, INCORRETO afirmar:
comente as características do cantochão e o sur- a) É possível identificar ao menos três estilos duran-
gimento da polifonia. te a Idade Média: românico, bizantino e gótico.
b) Os iconoclastas combatiam a presença de
imagens religiosas nas igrejas, por identifica-
rem a adoração de imagens ao paganismo.
c) O estilo românico era caracterizado por arcos
redondos sustentados por pilares maciços,
como impressionantes monumentos do po-
der da igreja de combater as trevas.
d) O estilo bizantino adotou pilares esguios, abó-
bodas ogivais e materiais como pedra e vidro.
e) As igrejas eram construídas de forma a en-
volver os fiéis na contemplação do mistério,
afastando tudo o que fosse terreno ou trivial.
Assim, a arte manifestava a visão teocêntrica
de mundo.

outras temáticas
12. Sobre a música profana na Idade Média, é
CORRETO afirmar:
a) Era essencialmente polifônica.
b) Há poucos vestígios sobre a música profana
medieval, o que dificulta o trabalho dos histo-
riadores sobre esse período.
c) Apresentava menor regularidade rítmica do
que a música sacra.
d) O menestrel era um poeta e músico que en-
tretinha a população durante as celebrações
religiosas nas igrejas. 14. Ainda sobre o teatro medieval, é INCORRETO
e) A música profana não abordava temas como afirmar que:
amor, lealdade, guerra e realeza. a) O teatro de Gil Vicente marcou o início da Idade
Média. A obra mais representativa do drama-
13. turgo português é O Auto da Barca do Inferno.
“O traço mais marcante do teatro medieval é que
começou como uma comunhão na igreja e termi- b) Mulheres eram proibidas de atuar. Os papéis
nou como uma festa comunal”. femininos eram representados por homens
John Gassner em “Mestres do Teatro”. disfarçados.
Explique a afirmação acima. c) As encenações valorizavam as linguagens
gestual e verbal.
d) Inicialmente, os atores eram membros do cle-
ro, e os fiéis, apenas figurantes. Com o tempo,
os atores passaram a ser pessoas do povo.
e) As moralidades tinham a intenção didática de
transmitir lições morais e religiosas edifican-
tes, por meio de bons exemplos.

126 1ª. Série


Arte

uma era de descobertas


15. 16. A respeito do Renascimento, é CORRETO afir-
“A doutrina estética do Renascimento se referia, mar que:
por um lado, à imitação da natureza, à imitação do
I. A exibição da nudez feminina e masculina nas
real; por outro, à imitação do modelo, imitação da
Antiguidade clássica. Para os humanistas, em ge- pinturas e esculturas do Renascimento evi-
ral, não havia contradição entre os dois princípios”. dencia uma revalorização do corpo humano,
Elisa Byington em O Projeto do Renascimento. após este ter saído do foco de atenção dos
artistas na Idade Média.
Explique a afirmação do trecho proposto e apon-
te as relações entre humanismo e imitação no II. A renovação artística ocorrida no Renasci-
Renascimento. mento propiciou a aproximação da burguesia,
interessada em reconhecimento social.
III. Ao desenhar monumentos e praças, o arquiteto
renascentista ultrapassa as fronteiras do edifício
e passa a atuar no planejamento das cidades.
IV. O marco do início do Renascimento ocorreu
na Alemanha, com a invenção da prensa de
Gutemberg.
V. O Renascimento foi o período de florescimen-
to das principais vanguardas artísticas.
Assinale a alternativa que reúne todos os itens
verdadeiros:
a) Somente a alternativa I.
b) I e II.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) III e V.

17. Observe e analise as imagens destas obras:

MICHELANGELO. A criação de Adão. [1510 ou 1511]. 1. Afresco, color., 280cm x 570 cm. Capela Sistina. Cidade do Vaticano.

Caderno de Atividades 127


MICHELANGELO. O Juízo Final. [1536 ou 1541]. 1 afresco, color., 13,7m x 12,20m. Capela Sistina, Vaticano.

Assinale a alternativa que informa corretamente o nome, o autor e a localização das obras representadas:
a) “A Criação de Adão”, de Michelangelo, e “O Juízo Final”, de Boticelli, na Capela Sistina.
b) “O Nascimento de Vênus”, de Boticelli, e o “O Juízo Final”, de Leonardo Da Vinci, no Museu do Louvre.
c) “A Criação de Adão” e “O Juízo Final”, de Michelangelo, na Capela Sistina.
d) “A Criação de Adão” e “Os Doze Apóstolos”, de Leonardo Da Vinci, no Museu do Louvre.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

18. Comente a relação entre a beleza e o corpo humano nas duas obras da questão anterior.

128 1ª. Série


Arte

19. Assinale a alternativa INCORRETA. obras primas da literatura musical. Nestas


a) A polifonia de vozes independentes era uma composições Bach mesclava características
textura musical típica do Renascimento; a italianas, francesas e germânicas.
textura musical típica do barroco era uma voz d) A ars antiqua designa um tipo de monofonia
aguda ornamentada sobre um baixo firme, praticada na época medieval na Catedral de
sendo a coesão entre ambos assegurada por Notre Dame, baseada no cantochão.
uma harmonia discreta. e) Foi no Renascimento que o contraponto vocal
b) A ars nova foi um estilo musical que imperou atingiu o apogeu e os instrumentos alcança-
na França na primeira metade do século XIV. ram autonomia. A música vocal beneficiou-se
A designação é originária de um tratado es- da técnica polifônica e, pouco a pouco, ins-
crito por Phillippe de Vitry, por volta de 1322. trumentos começaram a substituir algumas
c) O repertório para instrumentos de teclado vozes, constituindo uma estrutura harmônica
composto por J. S. Bach inclui inúmeras com base em acordes.

NOVA COMPREENSÃO DA ARTE E DO ARTISTa


20. Leia atentamente as afirmações abaixo: a) Somente o II.
I. Na Europa do século XV, um aspirante a pin- b) Somente o IV.
tor poderia tornar-se aprendiz de um mestre e c) II e III.
frequentar a casa dele, onde aprenderia a pre- d) II e V.
paração das cores e realizaria pequenos tra-
e) I, III e IV.
balhos. Caso demonstrasse o talento de imitar
perfeitamente o modo de o mestre pintar, po-
21. (UNICAMP) Leia o trecho abaixo e responda às três
deria receber tarefas mais importantes, como
pintar um quadro inteiro baseando-se em um questões que o seguem:
esboço de seu tutor e por ele supervisionado. “Isto é formidável, senhores. Este fato trivialíssi-
II. A diferenciação entre o artista e o artesão mo que acontece cotidianamente em todos os te-
atros do mundo é talvez a mais estranha, a mais
ocorreu na Alta Idade Média, quando as artes
extraordinária aventura que acontece ao homem.
figurativas foram separadas das artes mecâ- Não é estranho, não é extraordinário, não é literal-
nicas e passaram a ser consideradas fruto do mente mágico que o homem e a mulher lisboetas
espírito e do pensamento. possam estar hoje, em 1946, sentados em suas
III. Um importante passo para a valorização poltronas e camarotes do Teatro de Dona Maria
das artes visuais foi o tratado De Pictura, de e ao mesmo tempo estejam seis ou sete séculos
atrás, na brumosa Dinamarca, junto ao rio do par-
Alberti, escrito em 1436, no qual ele afirmava
que que rodeia o palácio do rei e vendo caminhar
que a pintura e a poesia deveriam ser consi- com seu passo sem peso esta fiammetta lívida
deradas artes similares na ligação com a na- que é Ofélia? Se isto não é extraordinário e má-
tureza e em seus propósitos. gico, eu não sei que outra coisa no mundo está
IV. Para os renascentistas, a Idade Média havia mais próxima de sê-lo.
sido um período de decadência artística, con- Precisemos um pouco mais: aí está Marianinha
tudo, esta opinião foi revista por artistas e es- cruzando às cegas o palco; mas o surpreendente é
tudiosos dos séculos seguintes. que está sem estar - está para desaparecer a cada
instante, como se escamoteasse a si mesma, e
V. Com a tomada de consciência da individua-
para conseguir que no vazio de sua primorosa cor-
lidade do artista na Renascença, os mestres
poreidade se aloje Ofélia. A realidade de uma atriz,
começaram a assinar as peças que criavam enquanto atriz, consiste em negar a sua própria rea-
e esperava-se que o público percebesse as lidade e substituí-la pela personagem que represen-
sutilezas que cada artista imprimia à matéria ta. Isto é re-presentar: que a presença do ator sirva
de sua obra. não para ele presentar-se a si mesmo, mas para
presentar outro ser distinto dele. Marianinha desa-
Assinale a alternativa que reúne todos os itens parece como certa Marianinha porque fica coberta,
INCORRETOS: tapada, por Ofélia. E do mesmo modo as decora-

Caderno de Atividades 129


ções ficam tapadas, cobertas por um parque e um c) Comente o grau de ilusão presente em um
rio. De sorte que o que não é real, o irreal - Ofélia, o espetáculo a que você tenha assistido recen-
parque do palácio, tem a força, a virtude mágica de temente.
fazer desaparecer o que é real.
Se em uma ocasião destas refletirem sobre o que
lhes acontece e tentarem descrevê-lo para res-
ponder a pergunta anterior sobre o que se nos
depara no palco, terão de dizer-se assim: depara-
mo-nos primeiro e à frente com Ofélia e um par-
que; atrás e como em segundo plano, Marianinha
e umas telas pinturiladas. Dir-se-ia que a realida-
de se retirou para o fundo a fim de deixar passar
através de si, como à contraluz de si, o irreal. No
palco encontramos, pois, coisas – os cenários – e
pessoas – os atores – que têm o dom da trans-
parência. Através delas, como através do cristal,
transparecem outras coisas.”
José Ortega y Gasset, A ideia do teatro, tradução de J. Guinsburg.
São Paulo: Perspectiva, 1991. p. 34-35.

a) À qual peça o autor se refere no texto e sobre


que tipo de teatro ele teceu seu comentário?

22. A respeito do teatro elisabetano e de William


Shakespeare, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A invenção de uma trama não era tão valori-
zada quanto a sua elaboração criativa. Ao es-
crever “Hamlet”, por exemplo, Shakespeare
baseou-se em uma história que já existia, a
reescreveu, moldou o herói trágico à sua ma-
neira e atribuiu um sentido geral aos aconte-
b) Em todos os tipos de espetáculos acontece cimentos, com uma visão própria.
essa “metamorfose”? Escreva a respeito des- b) O dramaturgo viveu durante os reinados eli-
se assunto e contemple manifestações atuais sabetano e jacobino. Entre as características
e do passado em sua resposta. renascentistas de sua peça “Hamlet” estão o
antropocentrismo e a ausência de valores ab-
solutos.
c) As peças escritas por Shakespeare obede-
cem à lei das três unidades – tempo, espa-
ço e ação – estabelecida pelo aristotelismo
francês.
d) O teatro elisabetano era antirrealista e basea-
do em convenções. A apresentação ocorria a
céu aberto, sob a luz do dia.
e) Os restos mortais do rei Ricardo III foram en-
contrados em 2012, em um estacionamento
na Inglaterra. O monarca foi imortalizado pelo
dramaturgo William Shakespeare em uma de
suas peças históricas, escrita no fim do sécu-
lo XVI, e que ainda hoje recebe as mais varia-
das montagens.

130 1ª. Série


Arte

ARTE E OS SENTIDOs
23. Sobre a relação entre arte e matemática na Re- não influenciaram a arquitetura teatral, pois as
nascença, leia atentamente: apresentações ocorriam geralmente em pra-
I. De acordo com a definição de Alberti da pin- ças e mercados públicos, sem cenários.
tura como “janela” para o mundo, o espaço d) O desenvolvimento da perspectiva no teatro
geométrico deveria ser elaborado como palco contribuiu para que os espetáculos ganhas-
para a cena pictórica por meio da matemática sem verossimilhança, conforme defendia
e da geometria. Aristóteles, ao propiciar a ilusão de profundi-
II. A rigorosa observação das leis da perspectiva dade e volume, ou seja, de um cenário tridi-
foi um importante recurso desenvolvido pelos mensional. Com isso, a invenção da perspec-
pintores bizantinos para a representação do tiva abriu o caminho para o teatro realista.
mundo visível. e) A construção de teatros e cenários pelas leis
III. Piero dela Francesca formulou um tratado so- da perspectiva obedecia ao ângulo fixo do
bre a perspectiva na pintura e Leonardo da ponto de vista de um espectador no centro da
Vinci discorreu sobre a análise geométrica da plateia. Tal ponto seria o único com visibilida-
natureza e o uso da geometria para represen- de perfeita, por isso, era chamado de “ponto
tação espacial das figuras pictóricas. de vista do príncipe”.
IV. Na Renascença, o uso da geometria e da ma-
temática não era considerado interferência na 25. Considere as afirmativas abaixo:
liberdade criativa do artista. Porém, séculos I. Dissonância é a tensão entre notas de um
depois, a matemática seria compreendida acorde, criando instabilidade na audição. Na
como técnica, em oposição à invenção. harmonia tradicional, é compreendida como
V. Na Renascença, houve a ruptura entre arte e um problema. Contudo, a ruptura com a rigi-
ciência, de modo que todo conhecimento so- dez conceitual do tonalismo permitiu que fos-
bre anatomia e matemática desenvolvido até se valorizada.
então foi desprezado pelos pintores e esculto- II. Consonância é o conjunto de várias vozes ou
res, a fim de conquistarem a plena liberdade
instrumentos combinados de forma a criar
do gênio criativo.
contrapontos entre si.
Assinale a alternativa que reúne todas as afirma- III. Consonância é um estilo musical executado em
ções corretas: uníssono, de modo que as vozes não tenham
a) I, III e IV. independência rítmica ou melódica entre si.
b) I, III e V. IV. Na Renascença, as consonâncias eram per-
c) II e V. mitidas livremente, mas as dissonâncias
d) I, II e IV. precisavam ser resolvidas, porque a sensibi-
lidade artística do século XVI não aceitava a
e) III e V.
superposição de vozes sem relação com o
24. Sobre a relação palco-plateia ao longo da histó- todo tal como praticada na polifonia medie-
ria do teatro, é INCORRETO afirmar: val. O ouvido renascentista exigia a harmonia.
a) Na Grécia Antiga, havia edifícios teatrais com V. Os poucos instrumentos musicais utilizados
excelente acústica, como a suntuosa constru- na Renascença não sobreviveram ao tempo,
ção do Epidaurus, onde somente os homens razão pela qual não são conhecidos hoje.
poderiam atuar. Assinale a alternativa que reúne todas as afirma-
b) Na Idade Média, o teatro ocupou dois tipos de tivas INCORRETAS:
espaços distintos: o interior das igrejas e as a) Somente II.
ruas e praças públicas, com palcos montados
b) II, III e V.
em carroças ou a céu aberto e maior intera-
ção com o público. c) I, III e V.
c) Na Renascença, os estudos sobre perspec- d) I, II e IV.
tiva foram importantes para a pintura, mas e) II e IV.

Caderno de Atividades 131


o ilusionismo barroco
26. Leia atentamente o trecho a seguir: 28. Leia atentamente os textos a seguir:
“Rejeitou deliberadamente todas as limitações e “Um novo tipo de produção de orquestra, o
levou-nos a um extremo de emoção que os artis- concerto, surgiu nas duas últimas décadas do
tas haviam até então evitado. Se compararmos século XVII e tornou-se a forma mais importan-
o rosto de sua santa desmaiada com qualquer te da música de orquestra barroca a partir de
obra realizada em séculos anteriores, verificamos 1700. O concerto permitia aos compositores
que [...] conseguiu uma intensidade de expressão combinar numa única obra várias aquisições
facial que jamais fora tentada em arte. [...] O pró- recentes: o estilo concertato e os seus contras-
prio tratamento [...] das roupagens era, na época, tes; a textura de um baixo firme e um soprano
inteiramente novo. Em vez de as deixar cair em ornamentado; a organização musical basea-
nobres e majestosas pregas, à maneira clássica da no sistema de tonalidades maior-menor; a
e consagrada, fá-las revolutear de forma que au- construção de uma obra longa a partir de movi-
menta o efeito de excitação e movimento. Em to- mentos separados e autônomos.”
dos esses efeitos seria em breve imitado de uma Donald Grout e Claude Palisca em História da Música Ocidental.
ponta à outra da Europa”.
A respeito do contexto da música barroca, mar-
E. H. Gombrich em A História da Arte.
que V para verdadeiro e F para falso:
A que período histórico originário da Itália E. H. a) (  ) A distinção entre música de câmara e mú-
Gombrich se refere? sica de orquestra foi reconhecida a partir do
fim do século XVII.
b) (  ) Havia casas de óperas na Itália e na Fran-
ça. A Ópera de Paris era a orquestra mais fa-
mosa da Europa em razão do grau de perfei-
ção técnica obtido sob a regência de Lully.
27. O historiador de arte suíço Heinrich Wölfllin já c) (  ) A suíte orquestral floresceu na Alemanha
definiu o Barroco como a “convulsão” das for- s ob a influência do estilo musical e da dança
mas renascentistas. Comente essa afirmação francesa.
descrevendo as principais características da d) (  ) Na virada do século XVII para o XVIII, ha-
arte barroca. via três tipos de concerto: o orquestral, com
destaque para o violino; o concerto grosso e
o concerto solista. Giuseppe Torelli foi o com-
positor mais importante para o desenvolvi-
mento do concerto naquele momento.

29. Qual dramaturgo foi o parceiro do músico Jean


-Baptiste Lully na criação de uma série de comé-
dias-balés? Descreva três características da obra
de cada um deles.

132 1ª. Série


Arte

uma arte de contrastes


30. Observe a imagem da obra Cristo no Horto das a) profundamente religiosa, mas com persona-
Oliveiras: lidade, ao modelar imagens sacras com fei-
ções populares.
b) criada sob encomenda dos nobres de Portu-
gal para retratar a nobreza luso-brasileira.

Cristo no Horto das Oliveiras. Detalhe do Passo do Horto. Madeira policromada por Mestre Ataíde. Aleijadinho.
c) marcada pela simplicidade das formas e a hu-
mildade perante o divino.
d) libertária e contrária à contrarreforma.
e) nenhuma das anteriores.

32. (UNICAMP-SP) A arte colonial mineira seguia as


proposições do Concílio de Trento (1545-1553),
dando visibilidade ao catolicismo reformado. O
artífice deveria representar passagens sacras.
Não era, portanto, plenamente livre na definição
dos traços e temas das obras. Sua função era
Congonhas/MG. 142 cm x 123 cm x 82 cm.

criar, segundo os padrões da Igreja, as peças en-


comendadas pelas confrarias, grandes mecenas
das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras:
três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro
da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos
na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Anna-
blume, 2008, p. 385.)

Considerando as informações do enunciado, a


Assinale a alternativa que identifica corretamen- arte colonial mineira pode ser definida como:
te: quem é o autor da escultura, o local em que a) renascentista, pois criava na colônia uma arte
viveu e o período artístico de sua produção. sacra própria do catolicismo reformado, res-
gatando os ideais clássicos, segundo os pa-
a) Aleijadinho, Minas Gerais, Barroco.
drões do Concílio de Trento.
b) Rafael, Florença, Renascimento.
b) barroca, já que seguia os preceitos da Con-
c) Bernini, Itália, Barroco. trarreforma. Era financiada e encomendada
d) Michelangelo, Itália, Renascimento. pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
e) Botticelli, Itália, Renascimento. c) escolástica, porque seguia as proposições
do Concílio de Trento. Os artífices locais, fi-
31. No Brasil, a escultura barroca foi fortemente in- nanciados pela Igreja, apenas reproduziam as
fluenciada pelos artistas europeus, tanto pela obras de arte sacra europeias.
riqueza de detalhes nas feições e vestimentas d) popular, por ser criada por artífices locais, que
quanto pelos contornos assimétricos. Ao escul- incluíam escravos, libertos, mulatos e bran-
pir os doze profetas em pedra-sabão, Aleijadinho cos pobres que se colocavam sob a proteção
revela uma obra: das confrarias.

Caderno de Atividades 133


Anotações

134 1ª. Série


Educação Física

EDUCAÇÃO FÍSICA
1ª. Série

esportivização
1. Fazem parte do programa olímpico as seguintes modalidade que é representada pela imagem a
modalidades de lutas: seguir.
I. Judô
II. Tae kwon do
III. Esgrima

©Shutterstock/Guryanov Andrey
IV. Boxe
V. Luta greco-romana
São classificadas como lutas de contusão:
a) apenas I, II e III.
b) apenas II, III e IV.
c) apenas III, IV e V.
d) apenas I, IV e V.
A descrição anterior corresponde à ginástica:
e) apenas I, II e V.
a) artística. d) rítmica.
2. ____________ é uma modalidade que envolve
b) aeróbica. e) acrobática.
dança, música e uma gestualidade permeada na
Cultura Afro. Pode ser abordada na disciplina de c) olímpica.
Educação Física com o propósito de disseminar
o entendimento da realidade sócio-histórica afro 4. Contando com a execução de movimentos
-brasileira por meio da sua prática contextualizada. acrobáticos com o auxílio de um trampolim,
Marque a alternativa que preenche a lacuna a se- ______________ evoluiu de uma prática de lazer.
guir corretamente: Esta competição pode ser realizada de modo
individual ou em duplas.
a) O futebol.
Marque a alternativa que preenche a lacuna a se-
b) A ginástica artística.
guir corretamente:
c) O candomblé.
d) A danças de roda. a) o salto no trampolim.
b) o salto acrobático.
e) A capoeira.
c) a ginástica de trampolim.
3. Utilizando balanceios, circunduções e movi- d) a ginástica de cama elástica.
mentos em oito são manejos ou movimentos da e) a ginástica acrobática.

Caderno de Atividades 135


5. Entre várias classificações do esporte, desta- Com base no enunciado da questão e nas infor-
cam-se as práticas esportivas denominadas “co- mações, entende-se que:
letivos de invasão”, nas quais há tentativas de a) apenas os itens I, III e V estão corretos.
ataque contra metas que se localizam dentro do
b) apenas os itens II, IV e V estão corretos.
campo do oponente, que por sua vez defenderá
esse espaço. Caracterizam-se por esportes de c) apenas os itens II, III e IV estão corretos.
invasão: d) apenas os itens III, IV e V estão corretos.
a) rúgbi, basebol, voleibol e polo aquático. e) apenas os itens I, II, e III estão corretos.
b) handebol, rúgbi, basquetebol e hóquei.
7. Muitas práticas corporais, utilizadas de maneira
c) hóquei, badminton, futebol americano e bocha.
livre, ganham conotação de práticas esportivas
d) futsal, críquete, tênis de campo e futebol. na medida em que as comparações de desem-
e) golfe, basebol, voleibol e hipismo. penho aparecem e regras são criadas para de-
finir parâmetros dessa atividade. Uma das que
6. O atletismo é uma das modalidades mais anti- seguiram neste caminho vem de uma conduta de
gas de que se tem conhecimento. Essa prática rolamentos, escaladas e saltos sobre obstáculos
esportiva tem uma moderna definição que conta urbanos; movimentos estes similares aos prati-
com: cados no montanhismo e corridas de obstáculos
I. provas de pista (corridas). militares. A este esporte se deu o nome de:
II. provas combinadas (pista e campo). a) Le Parkour.
III. provas de campo (saltos e lançamentos). b) Corrida de Orientação.
IV. provas alternativas (corrida, ciclismo e natação). c) Corrida de Aventura.
V. provas de esforço extremo (ironman, corrida d) Cross Country.
de aventura). e) Ironman.

qualidade de vida
8. Atualmente sofremos uma “síndrome da inativi- 9. Entende-se que um indivíduo está em estado de
dade física” ou de sedentarismo extremo. Vários sedentarismo quando
são os motivos alegados para essa conduta que a) não consegue fazer as atividades do cotidia-
se contrapõem à qualidade de vida, e um deles no com facilidade.
é a desinformação. No entanto, grande parte das b) não consegue realizar atividades que envol-
pessoas sabe que, para que a atividade física vam força muscular.
seja considerada fator atenuante do surgimento c) não possui disposição para atividades de la-
ou controle de transtornos metabólicos, o indiví- zer nos tempos livres.
duo deve acumular, pelo menos: d) não consome calorias acima do nível basal,
a) 15 km de caminhada ou corrida durante 3 que é definido pela fórmula: peso corporal x
dias da semana. 24 horas.
b) 45 minutos de academia de ginástica com e) não realiza atividades físicas e esportivas
atividades de intensidade média a alta, por 2 formais.
dias alternados na semana. 10. A atividade física é componente obrigatório nas
c) 30 minutos de atividades físicas com variados condutas de busca da melhoria do bem-estar e
estímulos, cinco dias por semana, de intensi- da qualidade de vida. Algumas aptidões são es-
dade moderada, com rotinas definidas e pra- pecíficas para este fim:
zer com a prática. a) flexibilidade, força e resistência.
d) 30 km de pedalada em terrenos variados, em b) flexibilidade, equilíbrio e velocidade.
uma média de 30 km/h todos os dias. c) força, equilíbrio e coordenação.
e) 10 minutos de atividades de flexibilidade e re- d) coordenação, resistência e velocidade.
laxamento todos os dias. e) força, resistência e relaxamento.

136 1ª. Série


Educação Física

11. São importantes ao organismo, afinal servem minuição do gasto calórico.


como reservas energéticas e também exercem a c) haverá elevação do metabolismo de esforço e
função de suprir o exercício físico com essa ener- diminuição do gasto calórico.
gia extra. Também são essenciais na formação
d) haverá manutenção do nível metabólico e au-
das membranas celulares e responsáveis pela
mento do consumo calórico.
produção de hormônios. Porém, apesar dessa
importância, não deve haver consumo excessivo e) haverá elevação do metabolismo basal e au-
na alimentação. Trata-se: mento do consumo calórico.
a) das proteínas d) das gorduras 13. Denomina-se atividade física qualquer movimen-
b) dos açucares to corporal que produza gasto energético acima
c) das vitaminas e) da água dos níveis de repouso, ou basais. Já o exercício
físico deve ser orientado por profissionais, ela-
borado conforme necessidades do praticante,
12. A prática regular de atividade física provoca o
estruturado em função do seu perfil e deve sem-
aumento do tecido muscular, independentemen-
pre ter base em três componentes que definem o
te do nível de esforço (intenso ou moderado): é o resultado do exercício físico, que são:
aumento da massa magra. Quanto maior a mas-
a) intensidade, volume e frequência.
sa muscular, mais acelerado será o metabolismo
dessa massa. Isso representa que: b) intensidade, volume e grupo muscular.
a) haverá elevação do metabolismo basal e di- c) tipo de exercício, intensidade e volume.
minuição do gasto calórico. d) tipo de exercício, grupo muscular e frequência.
b) haverá diminuição do metabolismo basal e di- e) tipo de exercício, grupo muscular e intervalo.

conhecendo e valorizando o corpo


14. As variadas práticas corporais oferecidas pelas b) Índice de Composição Corporal
academias e clubes têm levado inúmeros usuá- (= peso + circunferência abdominal/estatura).
rios, na ânsia da busca do corpo perfeito, a co- c) Coeficiente de Massa Corporal
meterem exageros, seja pelo grande número de (= circunferência da cintura/circunferência do
sessões semanais sem o descanso fisiológico quadril).
necessário, seja pelos excessos na dosagem de
d) Índice de Massa Corporal
cargas de pesos nos exercícios com aparelhos,
(= circunferência do quadril + peso/estatura).
além da falta de orientação profissional. Isso
pode gerar sérios problemas: e) Coeficiente de Composição Corporal
a) nos pulmões e circulatórios. (= peso/estatura²).
b) sociais, culturais e disciplinares.
16. Na década de 1970 foi amplamente divulgado
c) nas articulações, tendões e na musculatura. um teste físico que avaliava a condição aeróbia
d) nos ossos, cartilagens e na pele. de um indivíduo, ou seja, a capacidade de este
e) nos músculos, circulatórios e de obesidade. persistir em uma atividade de longa duração em
uma atividade. O teste consistia em uma corrida
15. Para avaliar os níveis de gordura e o peso de uma de 12 minutos, na qual se aferia a distância per-
pessoa, foi elaborado pela Organização Mundial corrida neste tempo, e depois transformado em
da Saúde (OMS) um índice. Estar acima desse ín- um conceito (bom, ótimo, regular). A este teste se
dice pode indicar um risco maior para o desenvol- deu o nome de:
vimento de doenças como diabetes e problemas a) dos 12 minutos.
cardíacos. Estar abaixo desse índice pode indicar
b) Fraizer.
subnutrição. Marque a alternativa que apresenta
esse índice e a equação que o determina. c) de longa duração.
a) Índice de Massa Corporal d) de Cooper.
(= peso/estatura²). e) de Wingate.

Caderno de Atividades 137


brincadeiras e jogos
17. Uma das maneiras de se ocupar o tempo livre locando-as na classe de esportes
com atividades relacionadas ao lazer ativo é com a) de aventura. d) de desafio.
jogos, que também são chamados de atividades
b) radicais. e) de impacto.
não olímpicas ou não esportivas. Para denominar
uma atividade de jogo, este deve ter um caráter: c) da natureza.
a) espontâneo e com regras flexíveis aos par-
20. “O lazer é um direito do cidadão”, afinal na socie-
ticipantes.
dade moderna a utilização do tempo livre com o
b) formal e obrigatório, onde o número de parti- lazer é de suma importância na manutenção do
cipantes deve ser sempre o mesmo em todos bem-estar e desenvolvimento da qualidade de
os contextos, para que o jogo aconteça. vida do indivíduo. Temos o Lazer Ativo (com movi-
c) espontâneo, mas com uma obediência irres- mento) e o Passivo (sem movimento), ambos com
trita as regras originais da atividade. seu papel neste contexto de combate ao estresse.
d) formal e obrigatório, mas com ênfase no lúdico. As atividades Mancala, Jogo Real de Ur, Gamão
e) formal e obrigatório, no qual as regras seguem são exemplos de:
as do esporte de origem. a) jogos interativos da Internet.
b) jogos de tabuleiro.
18. O que brincadeiras e jogos têm em comum?
c) atividades de luta.
a) Um nível de criatividade dos seus criadores
d) jogos cooperativos.
em denominar tais brincadeiras.
e) atividades de dança.
b) Respeito às regionalidades e às culturas das
pessoas que usam das brincadeiras.
21. Durante o período da escravidão no Brasil, era
c) Organização, pois definem nomes a serem hábito por parte das famílias dos senhores de en-
usados para a mesma brincadeira conforme o genho deixarem seus filhos para serem amamen-
contexto econômico. tados e cuidados pelas escravas nas fazendas de
d) Planejamento, afinal o título da brincadeira é que cana-de-açúcar. Este costume gerou uma transfe-
orienta os participantes em suas condutas. rência de educação das crianças e de brincadei-
e) Padrão comum dos nomes das brincadeiras, ras que reportavam o uso dessa mão de obra es-
pois cada região pode adotar um desses já crava e o domínio do branco sobre o negro. Como
formalizados. exemplo, pode-se citar:
a) chicotinho queimado.
19. Entre as várias classificações de esportes de b) pula carniça.
que se tem conhecimento, as modalidades ska-
c) pula fogueira.
te, bungee jumping, rappel, treking e rafting, que
eram praticadas livremente, de cunho recreativo d) sete Marias.
e de lazer, foram organizadas e formalizadas, co- e) polícia e ladrão.

Comportamentos Competitivos/Cooperativos
22. Entre as atividades físicas ministradas pela Edu- b) na vitória, custe o que custar, pois a derrota é
cação Física, o fator educacional pretende, sem- vista como um fracasso individual ou coletivo.
pre, deixar um legado ou uma mensagem. Nos c) nas melhores estratégias para derrotar o opo-
Jogos Cooperativos o conceito essencial é que
nente e superar o adversário.
sua prática esteja centrada:
d) na valorização do social entre os componen-
a) na diminuição de pressão para ganhar e sem
a necessidade de comportamentos destruti- tes da mesma equipe
vos, promovendo, assim, a interação e a par- e) em aperfeiçoar as técnicas para que a vitória
ticipação de todos para que aflorem a espon- seja de forma rápida e sem chance ao opo-
taneidade e o desejo do jogar por jogar. nente.

138 1ª. Série


Educação Física

Esporte/Violência
23. A introdução do conteúdo de Lutas, na Educação V. O judô, que chegou ao Brasil por volta de 1922,
Física, teve por objetivo oportunizar e esclarecer por meio de apresentações de Eisei Maeda,
a cultura da não violência na escola, por meio de também conhecido como Conde Koma.
regras estabelecidas com a finalidade de preser- Com base nos itens acima, entende-se que:
var a integridade dos praticantes e a adoção de a) apenas os itens I, II e III estão corretos.
materiais com a mesma finalidade. E, para deixar b) apenas os itens II, III e V estão corretos.
clara essa intenção, muitas lutas se tornaram es- c) apenas os itens III, IV e V estão corretos.
porte organizado, tais como: d) apenas os itens I, IV e V estão corretos.
I. O jiu-jitsu, que nasceu no Japão e era pratica- e) apenas os itens I, II e IV estão corretos.
do por monges budistas.
II. O tae kwon do, nome atual de uma modali- 24. A capoeira é uma manifestação cultural brasileira
dade de arte marcial que existia na Coreia há nascida em circunstâncias de luta por liberdade
mais de vinte mil anos. O propósito dessa luta na época da escravidão. Os seus gestos, o seu rit-
é a defesa e o ataque ao inimigo como meio mo e a sua criatividade são evidenciados até nos
nomes dos movimentos corporais, tais como:
de defesa própria, usando livremente as mãos
e os pés. a) agachadinha, derriê e machadinha lateral.
III. O muay thai, arte marcial tailandesa com mais b) cocorinha, negativa e rolê.
de dois mil anos de idade. c) prego, martelo e cavadinha.
IV. A esgrima esportiva, que é dividida em dois ti- d) facão lateral, jura e maculelê.
pos de armas – a espada e o sabre. e) gravatinha, positiva de frente e roda.

Caderno de Atividades 139


Anotações

140 1ª. Série


Geografia

GEOGRAFIA
1ª. Série

Movimentos da Terra, orientação


e localização
1. (FUVEST) Leia o texto e observe o mapa.
Em 1884, durante um congresso internacional, em Washington, EUA, estabeleceu-se um padrão mundial
de tempo. A partir de então, ficou convencionado que o tempo padrão teórico, nos diversos países do
mundo, seria definido por meridianos espaçados a cada 15º, tendo como origem o meridiano de Greenwich,
Inglaterra (Reino Unido).

De Agostini, 2011. Adaptado.

Com base no mapa e nas informações acima, considere a seguinte situação: João, que vive na cidade de
Pequim, China, recebe uma ligação telefônica, às 9h da manhã de uma segunda-feira, de Maria, que vive
na cidade de Manaus, Brasil. A que horas e em que dia da semana Maria telefonou?
a) 21h do domingo.
b) 17h do domingo.
c) 21h da segunda-feira.
d) 17h da terça-feira.
e) 21h da terça-feira.

Caderno de Atividades 141


2. (UFLA) d) retratam períodos diferentes de uma mesma
“No verão de 1623, um novo papa subiu ao trono localidade.
de São Pedro, em Roma. Urbano III era comple- e) ambos os mapas apresentam o mesmo nível
tamente diferente dos papas anteriores: ele se in- de detalhe.
teressava pela pesquisa científica! Isso encorajou
Galileu Galilei a escrever um livro que apresenta- 4. (UNICAMP) A imagem abaixo mostra um local por
va as duas teorias rivais da cosmologia [...] onde passa o Trópico de Capricórnio. Sobre o
Várias autoridades, inclusive o papa, leram o Diá- Trópico de Capricórnio podemos afirmar que:
logo sobre os dois principais sistemas do mundo
[...] e sugeriram modificações.”
FIGUEIRA, Mara. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, 23 de março de 2001
(Adaptado)

O trecho acima refere-se às “duas teorias rivais


da cosmologia”. As alternativas abaixo relacio-
nam-se a essas teorias, EXCETO:
a) Ptolomeu, ao propor o heliocentrismo, ia em
sentido contrário ao ideário medieval, isto
é, ele se opunha às ideias geocêntricas de
Copérnico.
b) A teoria heliocêntrica se opunha ao geocen-
trismo, pois defendia a teoria de que a Terra
e os demais astros giravam em torno do Sol.
a) É a linha imaginária ao sul do Equador, onde
c) A teoria geocêntrica defendida por Claudio
os raios solares incidem sobre a superfície de
Ptolomeu consistia na crença de que o Sol e
forma perpendicular, o que ocorre em um úni-
os demais astros giravam em torno da Terra.
co dia no ano.
d) A teoria ptolomaica durante vários séculos
foi defendida pela Igreja Católica e só foi su- b) Os raios solares incidem perpendicularmente
plantada pela teoria copernicana a partir do nesta linha imaginária durante o solstício de
desenvolvimento científico fundamentado no inverno, o que ocorre duas vezes por ano.
Renascimento Cultural. c) Durante o equinócio, os raios solares atingem
de forma perpendicular a superfície no Trópico
3. (UNESP) Analise os mapas. de Capricórnio, marcando o início do verão.
MAPA 1 MAPA 1 d) No início do verão (21 ou 22 de dezembro), as
noites têm a mesma duração que os dias no
Trópico de Capricórnio.

5. (UNICAMP) Em algumas localidades do Estado de


Santa Catarina, costuma-se registrar neve duran-
te o período de inverno, caso de São Joaquim e
de outros municípios da região serrana. Qual das
alternativas abaixo associa corretamente dois fa-
tores geográficos que favorecem a ocorrência do
Escala 1: 50 000 Escala 1: 100 000
fenômeno na região indicada?
Considerando as escalas utilizadas nos mapas, é a) Altitudes acima de 1.000 metros; latitude en-
correto afirmar que: tre 23º S e 66° S.
a) o mapa 1 favorece maior detalhamento do b) Altitudes abaixo de 1.000 metros; latitude en-
terreno do que o mapa 2. tre 66° S e 90° S.
b) o mapa 2 abrange uma área menor do que o c) Altitudes acima de 1.000 metros; latitude en-
mapa 1. tre 23° N e 66° N.
c) assemelham-se, pois nos dois casos foi utili- d) Altitudes abaixo de 1.000 metros; latitude en-
zada uma pequena escala. tre 66° N e 90° N.

142 1ª. Série


Geografia

6. (MACKENZIE) Em um mapa com escala de


1: 70.000.000, foi traçada uma rota de navegação
aérea entre dois pontos, A e B. O ponto A, está
a 45° oeste de Greenwich, enquanto o ponto B,
a 75° oeste de Greenwich. Entre os pontos A e

©Shutterstock/Zhabska Tetyana
B, a rota de navegação media, no mapa, 20 mm.
Sabendo-se que um avião partiu de A para B, às
14h, no dia 7 de novembro, em um voo de 2 horas,
está correto afirmar que a distância percorrida e o
horário local de chegada foram, respectivamente,
a) 14 000 km e às 16h.
b) 140 km e às 10h.
c) 1 400 km e às 14h.
d) 1 400 km e às 16h.
e) 140 km e às 16h.

7. A imagem ao lado mostra os dois principais


movimentos executados pela Terra no Sistema
Solar. Um ocorre ao redor do seu próprio eixo e
tem uma duração aproximada de 24 horas. Ou-
tro acontece ao redor do Sol e tem uma duração
aproximada de 365 dias e seis horas. Quais são
esses movimentos e quais suas consequências
imediatas para o planeta?

Mapas: tipologia e componentes


8. (FUVEST) Observe a Carta Topográfica abaixo, que dades, esse produtor deseja plantar eucalipto.
representa a área adquirida por um produtor rural. Considerando os objetivos desse produtor rural,
as áreas que apresentam, respectivamente, ca-
racterísticas mais apropriadas a uma atividade
mecanizada e ao plantio de eucaliptos estão nos
quadrantes
a) sudeste e nordeste.
b) nordeste e noroeste.
c) noroeste e sudeste.
d) sudeste e sudoeste.
e) sudoeste e noroeste.

9. (CEFET-MG) Um determinado mapa foi elaborado


com uma escala gráfica em que cada unidade de
centímetro representa quinze quilômetros reais.
Caso a representação seja reduzida quatro ve-
zes, a escala numérica do novo mapa será
Em parte da área acima representada, onde pre- a) 1 : 37.500. d) 1 : 600.000.
dominam menores declividades, o produtor rural
b) 1 : 60.000. e) 1 : 6.000.000.
pretende desenvolver uma atividade agrícola me-
canizada. Em outra parte, com maiores declivi- c) 1 : 375.000.

Caderno de Atividades 143


10. (UNICAMP) b) Corresponde a uma abordagem cartográfica
PROJEÇÕES que contraria as tradicionais visões eurocên-
tricas, com amplo destaque aos países do
Sul, subdesenvolvido.
c) Traduz a nova configuração de uma ordem
multipolar, em que os países que compõem o
BRICS aparecem com amplo destaque, pro-
porcional à sua importância econômica.
d) Exemplifica a projeção de Peters, em que
se podem ver os países em relação ao seu
peso demográfico
e) Demonstra uma distorção deliberada, chamada
anamorfose, em que podemos diferenciar os
países de acordo com seus recursos hídricos.

12. A projeção cartográfica abaixo é cilíndrica con-


MAPAS forme, isto é, preserva as formas dos continen-
tes, mas distorce suas áreas. Esses mapas co-
meçaram a ser produzidos pelos europeus com
a expansão marítima dos séculos XV e XVI. Seu
idealizador foi um cartógrafo holandês chamado
Gerhard Mercator. Mais tarde essa mesma proje-
ção foi taxada como sendo eurocentrista. Expli-
que por quê.
A representação de uma esfera num plano esta-
belece um desafio técnico resolvido a partir de
distintas formas de projeção, cada uma delas
adequada a um objetivo. Faça a correspondência
entre cada um dos mapas e sua correta projeção.
a) A, cônica; B, azimutal; C, cilíndrica.
b) A, cilíndrica; B, cônica; C, azimutal.
c) A, azimutal; B, cilíndrica; C, cônica.
d) A, cilíndrica; B, azimutal; C, cônica.

11. (MACKENZIE)

De acordo com a representação cartográfica aci-


ma, está correto afirmar que
a) Trata-se de uma projeção “cilíndrica conforme”,
que representa a realidade espacial com extre-
ma fidelidade, graças às novas tecnologias.

144 1ª. Série


Geografia

Estrutura da Terra
13. (FUVEST) Na atualidade, o número de pessoas atingidas por desastres naturais, no mundo, vem aumentan-
do. Em 2012, foram registrados 905 grandes eventos desse tipo no planeta. Esses eventos podem ser de
natureza geofísica, climática, meteorológica e hidrológica, entre outras.

No mapa acima, estão indicadas áreas mais suscetíveis à ocorrência de alguns tipos de desastres naturais.
A área assinalada no mapa e os fenômenos mais suscetíveis de nela ocorrer estão corretamente indicados
em:
a) 1 Terremoto e vulcanismo intensos, com presença de falhas ativas resultantes do encontro da placa do Pa-
cífico com a da América do Norte.
b) 2 Entradas de fortes ondas de frio, provenientes do avanço de massas de ar árticas, provocando o
congelamento do lençol freático.
c) 3 Longos períodos de estiagem, com incêndios florestais e tempestades elétricas resultantes da ocor-
rência de centros de alta pressão estacionários.
d) 4 Formação de tufões, que são centros de muito baixa pressão e grande mobilidade, responsáveis por fortes
vendavais, em regiões litorâneas.
e) 5 Fortes tormentas concentradas no verão, consequência da entrada de frentes frias, com ocorrência
de deslizamentos de terra e queda brusca de temperatura.

14.
“O solo não é estável, nem inerte; muito pelo contrário: constitui um meio complexo em perpétua transformação,
submetendo-se a leis próprias que regem sua formação, sua evolução e sua destruição... Forma-se no ponto de
contato da atmosfera, da litosfera e da biosfera; participa intimamente nesses mundos tão diversos, pois mantém
relações constitutivas com o mundo mineral, assim como com os seres vivos. “
DORST, Jean, Antes que a natureza morra: por uma ecologia política.” São Paulo: EDUSP, 1973.

Do texto acima quais características podem ser atribuídas aos solos?

Caderno de Atividades 145


15. (FUVEST) Observe a figura, com destaque para a terminada área: dois que correspondem aos
Dorsal Atlântica. agentes internos e dois que correspondem
aos agentes externos.

Student Atlas of the World. National Geographic, 2009

Avalie as seguintes afirmações:


I. Segundo a teoria da tectônica de placas, os b) explique o que são os processos de intempe-
continentes africano e americano continuam rismo físico e químico.
se afastando um do outro.
II. A presença de rochas mais jovens próximas à
Dorsal Atlântica comparada à de rochas mais
antigas, em locais mais distantes, é um indica-
tivo da existência de limites entre placas tectô-
nicas divergentes no assoalho oceânico.
III. Semelhanças entre rochas e fósseis encontra-
dos nos continentes que, hoje, estão separa-
dos pelo Oceano Atlântico são consideradas
evidências de que um dia esses continentes
estiveram unidos.
IV. A formação da cadeia montanhosa Dorsal
Atlântica resultou de um choque entre as pla-
cas tectônicas norte-americana e africana.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas. 17. (UNICAMP)
b) I, II e IV, apenas. As restingas podem ser definidas como depó-
c) II, III e IV, apenas. sitos arenosos produzidos por processos de di-
d) I, III e IV, apenas. nâmica costeira atual (fortes correntes de deriva
litorânea, podendo interagir com correntes de
e) I, II, III e IV. maré e fluxos fluviais), formando feições alonga-
das, paralelas ou transversais à linha da costa.
16. (UNICAMP) Para compreender as características Podem apresentar retrabalhamentos locais as-
geomorfológicas de um terreno, é necessário sociados a processos eólicos e fluviais. Quando
entender a influência dos agentes internos ou estáveis, as restingas dão forma às “planícies de
restinga”, com desenvolvimento de vegetação
endógenos, que definem a estrutura e geram as herbácea e arbustiva e até arbórea. As restingas
formas do relevo, e dos agentes externos ou exó- são áreas sujeitas a processos erosivos desen-
genos, que modelam as feições do relevo. O mo- cadeados, entre outros fatores, pela dinâmica da
delamento das feições do relevo é realizado pe- circulação costeira, pela elevação do nível relati-
los processos de intemperismo físico e químico. vo do mar e pela urbanização.
(Adaptado de Célia Regina G. Souza e outros, Restinga: conceitos e
a) aponte a ação de quatro fenômenos naturais emprego do termo no Brasil e implicações na legislação ambiental.
responsáveis pela alteração do relevo de de- São Paulo: Instituto Geológico, 2008.)

146 1ª. Série


Geografia

É correto afirmar que as restingas existentes ao relacionados à erosão são agravados quando as
longo da faixa litorânea brasileira são áreas: taxas de perda de solo ultrapassam certos níveis
naturais, o que normalmente resulta da falta de
a) pouco sobrecarregadas dos ecossistemas
práticas conservacionistas.
costeiros, devido ao modo como ocorreu a
(Adaptado de A. T. Guerra e M. do C. O. Jorge. Processos
ocupação humana, com o processo de urba- erosivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo:
nização. Editora Oficina de Textos, 2013, p. 8.)
b) onde a cobertura vegetal ocorre em mosaicos,
encontrando-se em praias, cordões arenosos, a) explique o que são erosão e assoreamento.
dunas, depressões, serras e planaltos, sem
apresentar diferenças fisionômicas importantes.
c) suscetíveis à erosão costeira causada, entre
outros fatores, por amplas zonas de transpor-
te de sedimentos, elevação do nível relativo
do mar e urbanização acelerada.
d) onde o solo arenoso não apresenta dificuldade
para a retenção de água e o acesso a nutrien-
tes necessários ao desenvolvimento da cober-
tura vegetal herbácea em praias e dunas. b) em rios das áreas tropicais, que sinal evi-
dencia a ocorrência de erosão? Aponte uma
18. (UNICAMP) causa da erosão em áreas urbanas periféricas
das grandes cidades de regiões tropicais.
A erosão dos solos é um fenômeno natural e
acontece em áreas onde existe certa declividade.
O delta do rio Nilo, por exemplo, é historicamente
conhecido pela deposição de sedimentos férteis
que provêm da erosão dos solos na Etiópia, ou
seja, em alguns lugares a erosão e a deposição
dos sedimentos contribuem para a manutenção
da fertilidade natural dos solos. Durante sécu-
los a fertilidade do rio Nilo se manteve, mas a
construção de barragens, para controle do regi-
me hídrico, alterou esse equilíbrio. Os problemas

Estrutura da crosta terrestre


19. (CEFET-MG) Sobre a composição da estrutura geral da Terra,
afirma-se que:
I. A atmosfera é composta predominantemente
de nitrogênio.
II. O manto corresponde ao conjunto de níquel e
ferro derretido.
III. A biosfera resulta na interligação entre os ele-
mentos naturais.
IV. A maior parte da água da hidrosfera encontra-
-se no estado líquido.
V. O núcleo terrestre é formado basicamente por
silício e magnésio.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I, II e III. d) II, III e V.
b) I, III e IV. e) II, IV e V.
MILLER, Tyler. Ciência ambiental. São Paulo: Thomson Learning, 2007. c) I, IV e V.

Caderno de Atividades 147


hidrografia
20. (Mackenzie) os aquíferos têm importância significativa, pois
abastecem quase metade do território estadual.
Os aquíferos mais ameaçados
(Adaptado de As águas subterrâneas do Estado de São Paulo. Governo
do planeta do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente.
São Paulo: Instituto Geológico, 2012, p. 5.)
A revista Nature publicou um estudo preocu-
pante sobre os aquíferos. Segundo o estudo, a) O que é um aquífero e qual o seu processo
nós estamos explorando a água subterrânea em natural de formação?
uma velocidade muito maior do que a capaci-
dade desses aquíferos se recuperarem. Os nú-
meros do estudo indicam que, para acompanhar
o ritmo de exploração, os aquíferos precisariam
ter área três vezes maior. O estudo estima que,
atualmente, pelo menos 1,7 bilhão de pessoas
depende de aquíferos e águas subterrâneas que
estão ameaçados.
Bruno Calixto Disponível em: <http://colunas.revistaepoca.globo.com/
planeta/2012/08/12/os-aquiferosmais- ameacados-do-planeta/>,
consultado em 1/09/2012. (texto adaptado)

I. A “Pegada Hídrica” de um país representa o


volume total de água utilizado globalmente
para produzir os bens e serviços consumidos
pelos seus habitantes.
II. Entre as áreas que apresentam altos índices de
escassez hídrica, estão: Oriente Médio, Índia e
África. No Oriente Médio, o volume de água b) explique como as águas superficiais (rios, la-
utilizado em irrigação no deserto triplicou, e os gos, lagoas, etc.) relacionam-se com as águas
aquíferos da região podem se esgotar em me- dos aquíferos e aponte um tipo de atividade
nos de 50 anos. econômica que faz intenso uso das águas do
III. O Brasil e a Rússia representam áreas do pla- Aquífero Guarani, especialmente nos perío-
neta com baixa pressão hídrica. dos de estiagem.
Tendo por base o tema central do texto e seus
conhecimentos, analise as afirmações acima e
assinale a alternativa correta.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas I e II estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.

21. (UNICAMP)
A água utilizada para os mais diversos fins não
provém apenas dos reservatórios aquáticos que
se podem ver (rios, lagos, lagoas, etc.), mas tam-
bém fazem parte dos recursos hídricos os aquífe-
ros, importantes reservatórios subterrâneos que
são responsáveis pelo armazenamento da maior
parte da água doce disponível para o consumo
humano. No Estado de São Paulo, por exemplo,

148 1ª. Série


Geografia

22. (UNESP) Considere o mapa das bacias hidrográficas brasileiras e analise o gráfico das condições hídricas
de uma dessas bacias.

(http://conjuntura.ana.gov.br. Adaptado.)

Considerando conhecimentos sobre a situação atual de uso, ocupação demográfica, disponibilidade hídri-
ca e degradação das bacias hidrográficas brasileiras, é correto afirmar que a bacia X se refere à
a) bacia do Paraguai. d) bacia Atlântico Nordeste Oriental.
b) bacia Amazônica. e) bacia do Uruguai.
c) bacia Tocantins-Araguaia.

23. (ESPM) Mais de 260 bacias fluviais são internacionais e 13 se dividem entre cinco ou mais países. As dispu-
tas surgem principalmente quanto ao montante a ser utilizado em cada país e quanto à incômoda questão
das represas. Fonte: O Atlas da Água. Robin Clarke e Jannet King, 2004.

Caderno de Atividades 149


Em relação ao contexto explorado pelo texto e c) O Brasil é uma exceção à realidade dispos-
pelo gráfico, é correto afirmar: ta, pois suas maiores bacias hidrográficas são
a) Tem sido motivo de tensão entre Estados Uni- genuinamente nacionais.
dos e México o represamento das águas do rio d) A bacia do rio Danúbio é um exemplo de uso
Grande para a construção de mais uma usina compartilhado das águas internacionais, en-
hidrelétrica, já que a potência é o país que mais quanto o rio Jordão é exemplo de conflito.
usa esse tipo de energia em todo o mundo. e) No Mundo Árabe, onde há escassez de água,
b) A China represou as águas do rio Yang-tsé para temos exemplos de cooperação entre Egito e
construção da maior usina hidrelétrica do mun- Sudão nas águas internacionais do rio Nilo,
do, ignorando totalmente seus vizinhos, embo- enquanto há conflito entre Iraque e Turquia
ra o rio nasça fora das fronteiras chinesas. nas águas do Tigre.

formas de uso da água


24. (FGV) De todo o potencial hidrelétrico brasileiro a) A inundação das várzeas e das planícies são
(258 mil MW de potência), 30% já foram aprovei- fenômenos que só ocorrem em áreas urbanas.
tados. O maior potencial disponível está na bacia b) Desastres naturais são aqueles que decorrem
Amazônica (100 mil MW), do qual ainda resta par- de dinâmicas da natureza, sobre as quais os
cela significativa para ser aproveitado. A explora- efeitos das ações antrópicas são praticamen-
ção de boa parte do potencial da bacia tem como te nulos.
fator restritivo. c) Nas áreas urbanas, a impermeabilização das
a) a grande variação do volume de águas nos várzeas facilita a ocorrência de inundações.
leitos dos principais rios durante os meses de d) Mesmo sob condições climáticas extremas,
primavera-verão. não é possível a ocorrência de deslizamentos
b) a presença de unidades de conservação e de de massa em encostas recobertas com vege-
terras indígenas em vários pontos da bacia hi- tação natural.
drográfica. e) Os danos potenciais dos desastres naturais
são menores em áreas urbanas adensadas,
c) a pouca profundidade dos leitos fluviais, o
nas quais a dinâmica da natureza já foi sensi-
que impede a instalação de turbinas e demais
velmente alterada pela ação antrópica.
equipamentos.
d) o relevo formado por baixos planaltos geolo- 26. (PUC - SP) A água encontra-se, já há algum tempo,
gicamente instáveis que dificultam a constru- em condições que exigem sérios cuidados. Além
ção de barragens. do volume existente desse recurso, é importante
e) o baixo desenvolvimento econômico e a fraca considerar sua distribuição geográfica e suas for-
integração regional, que desestimulam gran- mas de uso para preservá-lo. Tendo como refe-
rência o planeta, pode-se afirmar que:
des investimentos.
a) o consumo mundial de água doce é maior na
25. (FGV) agricultura (mais de 70%), mas esse índice
tende a cair, pois a agricultura está se con-
Em áreas urbanas, a ocupação de várzeas e planí- centrando cada vez mais em áreas já úmidas.
cies de inundação natural dos cursos d’água e de
áreas de encosta com acentuado declive tem sido
b) o maior estoque de água doce é subterrâneo,
uma das principais causas de desastres naturais, superando o volume de águas em estado só-
ocasionando todos os anos a mortalidade e a mor- lido (calotas polares, geleiras e neves perma-
bidade a milhares de vítimas, além de perdas eco- nentes), em razão do derretimento provocado
nômicas em termos de infraestrutura e edificações. pelo efeito estufa.
J. A. A. SILVA et al. O Código Florestal e a Ciência. 2011, p. 14. c) apenas 1/4 das águas do planeta não é de água
Disponível em http://www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/codigo_flores- salgada, e esse volume é insuficiente para as
tal_e_a_ciencia.pdf.
necessidades humanas, o que obriga ações de
Sobre esse tema, é correto afirmar: dessalinização das águas oceânicas.

150 1ª. Série


Geografia

d) existe notória desigualdade na distribuição e) embora na área intertropical do planeta haja


das águas continentais e, nesse aspecto, a uma dominância de climas chuvosos, os es-
América do Sul é um dos continentes mais toques de água doce não são expressivos
abastecidos com esse recurso natural, em es- nessa área, pois essa também é uma área de
pecial nas áreas tropicais. grande evaporação.

Interação entre elementos


e fatores do clima
27. (UFLA) A classificação climática de Arthur Strähler 28. (UNESP) Leia a descrição de quatro grandes tipos
leva em consideração a dinâmica das massas de climáticos do Brasil e, em seguida, examine o
ar, tendo o Brasil os seguintes climas: equatorial mapa, que representa a divisão regional do país
úmido, litorâneo úmido, tropical continental, tro- em grandes tipos climáticos.
pical semiárido, tropical de altitude e subtropical 1. Chuvas entre 2 000 e 3 000 mm e elevadas tem-
úmido. peraturas durante todo o ano, com médias de
Em relação a essa classificação, leia o trecho 26ºC.
abaixo e analise o climograma: 2. Regular distribuição das chuvas durante o ano
e temperaturas mais amenas, com médias in-
TRECHO I feriores a 18ºC e esporádica queda de neve.
É dominado pela Massa Tropical Atlântica (mTa), 3. Chuvas escassas e irregulares, com precipita-
mas sofre grande influência da Massa Polar ções médias de 500 a 700 mm, e temperaturas
Atlântica (mPa) no inverno. Possui estações bem elevadas, com médias de 28ºC.
definidas e chuvas bem distribuídas durante o 4. Duas estações bem marcantes: uma chuvosa e
ano. quente, com 1 200 mm de precipitação e mé-
dias térmicas de 24ºC, e outra seca e fria, com
200 mm de chuvas e 17ºC de média térmica.

Relacionando o TRECHO I e o CLIMOGRAMA I é (Maria Elena Simielli. Geoatlas, 2011. Adaptado.)


CORRETO concluir que:
a) O trecho I apresenta outras características do Assinale a alternativa que contém a correta asso-
clima representado no climograma I. ciação entre a descrição climática e sua área de
ocorrência.
b) O trecho I explica as características pluviomé-
tricas presentes no climograma I. a) 1D; 2B; 3A; 4C.
b) 1C; 2A; 3B; 4D.
c) O climograma I evidencia a atuação das mas-
sas de ar apresentadas no trecho I. c) 1B; 2D; 3C; 4A.
d) O trecho I e o climograma I não mantêm rela- d) 1A; 2C; 3D; 4B.
ção entre si, pois referem-se a climas distintos. e) 1C; 2B; 3D; 4A.

Caderno de Atividades 151


29. (UNESP) Analise o mapa.
CORRENTES MARÍTIMAS E TEMPERATURA NA SUPERFÍCIE DOS OCEANOS

(Antonio Guerra et. al. Atlas geográfico mundial, 2007. Adaptado.)

Considerando as relações existentes entre zonas climáticas, sistema de circulação atmosférica e correntes
marítimas de superfície, é correto afirmar que
a) as correntes quentes predominam nas zonas intertropicais e o sentido de seu deslocamento está asso-
ciado aos ventos de oeste predominantes na região.
b) as correntes frias predominam na zona equatorial e o sentido de seu deslocamento está associado aos
ventos de leste predominantes na região.
c) as correntes quentes predominam na zona equatorial e o sentido de seu deslocamento está associado
aos ventos de leste predominantes na região.
d) as correntes quentes predominam nas zonas subtropicais e o sentido de seu deslocamento está asso-
ciado aos ventos de leste predominantes na região.
e) as correntes frias predominam nas zonas intertropicais e o sentido de seu deslocamento está associado
aos ventos de oeste predominantes na região.

30. (UNICAMP) Conforme os estudos de Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro (A dinâmica climática e as chu-
vas do Estado de São Paulo: estudo geográfico em forma de atlas. São Paulo: USP, Instituto de Geografia,
1973), o clima do litoral do Estado de São Paulo resulta da interação de três grandes controles atmosféri-
cos de ordem regional: a circulação secundária, sob a forma dos frequentes embates entre as três massas
de ar mais atuantes na região; o oceano, matéria-prima da umidade disponível; e o relevo (Serra do Mar, de
orientação SO-NE, que atua como barreira aos ventos úmidos predominantes de Se).
a) quais são as três massas de ar mais atuantes no litoral de São Paulo?

b) como o relevo atua para formar as chuvas orográficas?

152 1ª. Série


Geografia

31. (FAAP) Tomando por base a ideia de que a poluição c) O efeito estufa, a redução da calota polar e os
ambiental é o resultado de obras e ações humanas buracos na camada de ozônio são fenômenos
que não levam em conta a necessidade de preser- que normalmente não são levados em con-
vação do meio ambiente, assinale a alternativa que sideração como consequências da atividade
estabelece uma relação correta entre fenômenos humana.
naturais, ação humana e poluição ambiental. d) Materiais não reciclados pela ação humana
a) A atividade industrial tem pequena contribui- acabam por se reintegrar ao meio ambiente e,
ção na degradação ambiental por aproveitar em maiores ou menores prazos, acabam por
ao máximo as matérias primas e os resíduos se tornar matéria prima novamente.
da queima do combustível fóssil. e) O suprimento das necessidades materiais da
b) As correntes de ar polar, por não se incluírem parcela da população carente do planeta, pelo
entre as atividades humanas, não podem ser padrão atual da reciclagem de materiais, não
consideradas exemplos de poluição ambiental. traria maiores impactos ao meio ambiente.

Clima e biomas: questões ambientais


32. (FUVEST) Leia o seguinte texto. e) Caracteriza-se por vegetação caducifólia,
O quilombola Francisco Sales Coutinho Mandira predominantemente arbustiva, de raízes mui-
até tentou sair da lama, mas logo percebeu que o to profundas e galhos retorcidos, abrigando o
mangue era o seu lar. Tivesse investido em conti- mineral ferro, com grande valor de mercado, o
nuar como ajudante de pedreiro, quando ficou dois
qual constitui fonte de renda para populações
anos fora do quilombo que leva seu sobrenome,
certamente hoje não conheceria África do Sul, Di- tradicionais.
namarca e Itália. Tudo porque organizou os quilom-
bolas para fazer uso racional dos recursos natu- 33. (UFMG) O mapa a seguir faz parte de um projeto
rais. Fez tão bem que virou exemplo internacional que tem o intuito de quantificar desmatamen-
(...). A mudança começou em 1993, quando pes- tos de áreas com vegetação nativa em biomas
quisadores da USP e órgãos do governo passaram brasileiros. O objetivo é regular as ações de fis-
a divulgar o conceito de reserva extrativista, em
calização e combate a desmatamentos ilegais
que populações tradicionais continuam retirando
seu sustento da natureza, mas de forma planejada. nesses biomas, cabendo ao Centro de Senso-
Revista Unesp Ciência, maio de 2014. riamento Remoto do IBAMA (CSR) a detecção
dos desmatamentos.
Sobre o ecossistema manguezal, é correto afirmar:
Considerando-se as características que envol-
a) É formado por uma rica biodiversidade vege-
vem a utilização de recursos naturais das áreas
tal, com presença principal de coníferas e nele
representadas, é CORRETO afirmar que o bioma
vivem sobretudo crustáceos, os quais servem
de alimento e renda para populações costeiras. de número
b) Define-se como formações rasteiras ou her- BIOMAS BRASILEIROS

báceas que atingem até 60 cm, constituindo


ambiente propício à reprodução de espécies
marinhas e favorável à pesca artesanal, fonte
de renda para populações tradicionais.
c) É constituído de solo predominantemente lo-
doso, deficiente em oxigênio, com espécies
vegetais adaptadas à flutuação de salinidade,
onde se reproduzem espécies de peixes, mo-
luscos e crustáceos, fonte de alimento e renda
para populações tradicionais.
d) Corresponde a cordão arenoso coberto por
vegetação rasteira, rico em nutrientes, onde
se alimentam mamíferos, aves, peixes, mo-
luscos e crustáceos, constituindo-se fonte de (www.mapasparacolorir.com.br/mapa-brasil.php. Acesso: 21/10/2015.
alimento e renda para populações costeiras. Adaptado.)

Caderno de Atividades 153


a) 1 corresponde à Caatinga – uma formação bastante heterogênea que apresenta grande variedade de
espécies.
b) 2 corresponde à Amazônia – estende-se por toda a região Norte do Brasil e possui um caráter de baixa
biodiversidade.
c) 3 corresponde ao Cerrado – possui alta fertilidade do solo devido à sua adaptação ao clima tropical.
d) 4 corresponde ao Pantanal – uma das principais faixas de transição do país adaptada ao clima subtropical.

34. (UFLA) Relacione a coluna II de acordo com a coluna I e, em seguida, assinale a sequência CORRETA:
COLUNA I COLUNA II
1 – Xerófilas ( ) plantas que perdem as folhas em determinadas épocas.
2 – Higrófilas ( ) plantas adaptadas à aridez.
3 – Tropófilas ( ) plantas adaptadas a uma estação seca e outra chuvosa.
4 – Aciculifoliadas ( ) plantas que se adaptaram a muita umidade.
5 – Latifoliadas ( ) plantas que possuem folhas do tipo agulha que se adaptam
6 – Caducifólias tanto a climas muito frio como muito quente.
( ) plantas que possuem folhas largas.

a) 4 – 2 – 1 – 6 – 5 – 3
b) 3 – 6 – 4 – 5 – 1 – 2
c) 1 – 3 – 5 – 6 – 2 – 4
d) 6 – 1 – 3 – 2 – 4 – 5

35. (UNESP) Analise os climogramas dos principais tipos climáticos do Brasil e as fotos que retratam as forma-
ções vegetais correspondentes.

(Maria Elena Simielli. Geoatlas, 2011, Adaptado.)

(Maria Elena Simielli. Geoatlas, 2011, Adaptado.)

Identifique o climograma e a respectiva foto que representa a vegetação do cerrado. Mencione duas carac-
terísticas da formação vegetal do cerrado e uma característica do clima no qual ela ocorre.

154 1ª. Série


Geografia

36. (UNICAMP) As pradarias mistas representam importante domínio fitogeográfico. Elas ocorrem em uma vasta
área dos Estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas também se estendem
para o Uruguai e a Argentina.
a) descreva as características morfoclimáticas (relevo e clima) predominantes nas áreas de abrangência
das pradarias pampeanas do Estado do Rio Grande do Sul.

b) Aproveitando-se das condições naturais das pradarias pampeanas, a pecuária tem destaque nesse
domínio, especialmente no sul do Rio Grande do Sul. Descreva as principais características dessa ati-
vidade nesse Estado, destacando os tipos de rebanhos predominantes.

Estrutura demográficA
37. (FGV) Observe atentamente o mapa a seguir:
INSEGURANÇA ALIMENTAR, março 2012

Fonte: FAO, Global Information and Early Warning System on Food and Agriculture (GIEWS)

Caderno de Atividades 155


Considere a distribuição geográfica da insegu- aumento do consumo. Na África, a combinação
rança alimentar e suas causas para analisar as de crescimento econômico com crescimento de-
seguintes afirmações: sigual do consumo pode provocar uma situação
de agravamento da pobreza social e ambiental.
I. Uma parcela significativa dos países afetados Portanto, mesmo com enormes diferenças do rit-
pela insegurança alimentar vive ou vivenciou mo de crescimento populacional, os desafios se-
recentemente situações de grande instabilida- rão enormes para ambos (...)
de política e de violência, fato que sugere uma (www.ecodebate.com.br. Acesso: 13/7/2012. Adaptado.)
correlação entre os dois fenômenos.
II. Na maior parte dos países afetados pela inse-
gurança alimentar, a situação é crônica e irre-
versível, pois a produtividade da agricultura é
limitada por fatores naturais, tais como solos
pouco férteis e regimes climáticos sujeitos à
estiagem prolongada.
III. A maior parte dos países afetados pela inse-
gurança alimentar apresenta mais da metade
da população ativa empregada em atividades
agrícolas.
Com base nas informações obtidas acima, é
Está correto o que se afirma em
CORRETO afirmar que
a) I, apenas. d) II e III, apenas.
a) a população da China era de 751 milhões de
b) II, apenas. e) I, II e III.
habitantes em 1950, enquanto a população de
c) I e III, apenas. todo o continente africano era de 230 milhões
de habitantes.
38. (UEMG)
b) em 1970, a população da China era de 815 mi-
A população e as questões lhões, e a da África era de 368 milhões; portan-
de reprodução humana na to, ainda havia 3,2 chineses para cada africano.
África e na China
c) segundo a projeção média da ONU, a popu-
Segundo a projeção média da ONU, devido às lação da China vai cair para 941 milhões de
diferenças nas taxas de fecundidade, o ritmo de habitantes em 2100, e a população da África
crescimento demográfico será completamente di- deve alcançar 3,57 bilhões de habitantes.
ferente entre a África e China no século XXI (...). A
pressão ambiental vai ser muito grande. A China, d) em 2045, a população da África, com 1,42 bi-
mesmo com a população em declínio, deve apre- lhão de habitantes, será maior do que a popu-
sentar muito crescimento econômico com grande lação da China, com 1,39 bilhão de habitantes.

39. (FGV) A partir de levantamentos demográficos, o órgão da ONU que estuda a população elaborou as pirâ-
mides etárias que representam modelos de estrutura demográfica dos continentes. Observe as pirâmides
I, II e III, referentes ao ano de 2010, apresentadas a seguir.

156 1ª. Série


Geografia

Considerando a dinâmica demográfica predominante em cada continente, pode-se afirmar que a pirâmide
a) I é representativa da explosão demográfica observada nas décadas de 1960/80 na América Latina.
b) II é característica da Ásia, onde o crescimento demográfico é garantido pelos imigrantes.
c) II é típica da Europa, que reduziu a natalidade a partir das últimas décadas do século XX.
d) III é característica da África, onde a transição demográfica encontra-se nas fases iniciais.
e) III é típica da Oceania, onde os grupos humanos apresentam elevada taxa de fecundidade.

40. (Mackenzie)
Desempenho de alunos brasileiros está bem abaixo do ideal
Relatório divulgado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) mostra deficit
brasileiro nas categorias leitura, matemática e ciência. A colocação do Brasil, a exemplo do que aconteceu na
última edição, em 2006, não foi positiva. Segundo dados do relatório de 2009, divulgado neste mês, o país atingiu
412 pontos em leitura, 386 pontos em matemática e 405 pontos em ciência. A média sugerida pela OCDE é de
492, 496 e 501, respectivamente. O objetivo do “Pisa” (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) é com-
parar o desempenho da educação no mundo. Ao todo foram analisados 65 países (34 membros da organização
e 31 parceiros).
Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em 07 out. 2014.

Observando o texto e os dados divulgados pelo PISA, considere I, II e III abaixo.


I. Os dados divulgados pelo PISA justificam, claramente, a preocupação de países como a China, que
também faz parte do BRICS, em investimentos prioritários na área educacional, mantendo-a em primeiro
lugar, seguida pela Coreia do Sul e pela Finlândia.
II. A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que pelo menos 18% da receita com impostos da União e
25% da dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, devem ser investidos em educação. Diversas
Constituições estaduais e municipais ampliaram seus percentuais para, até, 35%.
III. Os resultados das pesquisas realizadas pelo PISA são enviados ao PNUD (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento); países com resultados insatisfatórios devem promover medidas emergentes
de recuperação, podendo sofrer sanções de ordem econômica ou social caso não as adotem.
Estão corretas
a) I e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) II e III, apenas.
e) I, apenas.

Caderno de Atividades 157


indicadores demográficos
41. (UNICAMP) 43. (ESPM) O gráfico abaixo está retratando a(o):

Fonte: World Bank, 2012


a) Taxa de analfabetismo.
b) Taxa de fertilidade.
c) IDH.
d) Envelhecimento.
e) Concentração de renda.
(Fonte: The World at Six Billions. United Nations: USA, 1999.)

O gráfico acima apresenta as progressões do 44. (ESPM) Observe o gráfico abaixo.


tamanho da população e do incremento popula-
cional, por décadas, de 1750 até a projeção para
2050. A partir de 1990, verifica-se uma importan-
te mudança de comportamento do incremento.
Contudo, a população continua a crescer porque
o incremento populacional
a) continua positivo.
b) passou a ser negativo.
c) manteve-se constante.
d) está em queda.

42. (FGV) Em setembro de 2012 foi divulgada pelo


IBGE a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras
de Domicílios) referente ao ano de 2011. Um dos
dados revelados mostra a diminuição da taxa de
fecundidade total para níveis abaixo da reposi-
ção,1,7 filhos/mulher. Este fato apresenta várias
implicações, dentre as quais, Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.

a) o aumento das diferenças socioeconômicas As linhas representam uma inversão da realidade


regionais. nacional. Trata-se de:
b) a redução do movimento migratório a partir da a) Taxas de natalidade e mortalidade.
década de 2030. b) Crescimento e diminuição das exportações e
c) a imediata estabilização da população econo- importações brasileiras no período.
micamente ativa. c) Inversão da PEA nos setores primário e se-
d) a redução das diferenças entre as faixas etárias. cundário.
e) a desaceleração do ritmo de crescimento da d) Crescimento do PIB nacional e deflação.
população. e) Evolução da população urbana e rural.

158 1ª. Série


Geografia

45. (ESPM) Observe o mapa:

Fonte: PNUD, 2012.

Ele está representando:


a) A densidade demográfica mundial. d) Os países mais populosos.
b) O PIB mundial. e) Emissão de CO2.
c) O IDH.

46. (CEFET-MG) O grande crescimento populacional tem sido considerado um dos principais problemas sociais
desde XIX. Em vista disso, diversas políticas populacionais foram adotadas em vários territórios. Uma des-
sas políticas populacionais é a adoção
a) por diversos países, desde o século XIX, dos pressupostos malthusianos que defendem o controle po-
pulacional através do aborto e da laqueadura para evitar a desigualdade da
b) pela China, no início do século XXI, dos pressupostos reformistas com distribuição da renda entre a
população, com consequente redução da taxa de mortalidade e melhoria dos níveis escolares.
c) pela Suécia, desde meados do século XX, da perspectiva Neomalthusiana para estimular o aumento da
taxa de natalidade, com o intuito de elevar a População Economicamente Ativa (PEa).
d) por vários países subdesenvolvidos, desde meados do século XX, da perspectiva alarmista de controle
da natalidade através da distribuição de anticoncepcionais e realização de laqueadura das trompas.

47. (CEFET-MG) Analise os gráficos a seguir.


População por Sexo e Grupos de idade 1980 - 2050

População com mais de 80 anos População de 0 a 4 anos


2050 2050
2040 2040
2030 2030
2020 2020
2010 2010
2005 2005
2000 2000
1990 1990
1980 1980
HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES

Disponível em: <http:\\www.ibge.gov.br>. Acesso em: 03 ago. 2013

Caderno de Atividades 159


A partir da leitura dos dados, é correto inferir que, no período analisado, houve
a) redução constante da natalidade.
b) incremento na expectativa de vida.
c) crescimento da mortalidade infantil.
d) ampliação do crescimento vegetativo.
e) minimização da demanda previdenciária.

48. (CEFET-MG)
Se, em meados do século XIX, a população urbana representava apenas, 1,7% da população mundial, em 1950
tal porcentagem era de 21% e, em 1960, de 25%. Assim, a urbanização é um fenômeno não apenas recente como
também crescente, e em escala planetária. O fato de que, entre 1800 e 1950, a população mundial multiplicou-se
por 2,5 e a população urbana por vinte, mostra a importância que a urbanização vem tendo no mundo desde mais
de um século. Cabe aqui, entretanto, colocar o problema de entender as causas do fenômeno e verificar se elas
são as mesmas nos diferentes pontos do globo.
SANTOS, M. Manual de Geografia urbana. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

Nesse contexto, é correto inferir que


a) as tecnologias da construção civil criaram novas possibilidades de instalações e assentamentos para
a população.
b) as políticas públicas de controle da qualidade do ar associaram-se à desconcentração industrial das
cidades globais.
c) as cidades jardins foram construídas com grandes vias de circulação, agregando a população de baixa
renda expulsa do campo.
d) o urbanismo racionalista de Brasília impediu a expansão de habitações destinadas à população de
maior poder aquisitivo em áreas verdes.
e) o planejamento territorial dos países desenvolvidos evitou a ocorrência de problemas infraestruturais no
início do seu processo de urbanização.

49. (FATEC) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar a
qualidade de vida oferecida por um país aos seus habitantes, levando em consideração três dimensões
básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O IDH vai de 0 a 1. Quanto mais próximo
de 1, mais desenvolvido é o país.
Analise a tabela a seguir:

Média de anos Rendimento Nacional


Classificação Expectativa de
País IDH Valor de escolaridade Bruto (RNb) per capita
do IDH Vida (anos)
(anos) (em dólar)

1º Noruega 0,943 81,1 12,6 47 557

4º EUA 0,910 78,5 12,4 43 017

45º Argentina 0,797 75,9 9,3 14 527

51º Cuba 0,776 79,1 9,9 5 416

84º Brasil 0,718 73,5 7,2 10 162

173º Zimbábue 0,376 51,4 7,2 376

174º Etiópia 0,363 59,3 1,5 971

(www://hdr.undp.org/en/media/HDR_2011_PT_Tables.pdf. Acesso em: 24.09.2012. Adaptado)

160 1ª. Série


Geografia

Pode-se concluir corretamente que


a) a Etiópia, por contar com qualidade nos serviços de saúde e de saneamento ambiental, ampliou a ex-
pectativa de vida de seus habitantes.
b) o Zimbábue apresenta a média de anos de escolaridade igual à do Brasil e tem o Rendimento Nacional
Bruto superior ao da Etiópia.
c) Cuba, apesar de ter o rendimento nacional bruto elevado, não investe no setor educacional e na saúde
de sua população.
d) a Argentina, por estar em crise econômica, apresenta os índices de renda, educação e saúde inferiores
aos do Brasil.
e) a Noruega tem a maior classificação no IDH por, entre outros fatores, garantir vários anos de escolari-
dade para seus habitantes.

50. (UFSM) Observe a notícia:

Fonte: Disponível em <www.zh.com.br>. Acesso em: 29 mai. 2013. (adaptado)

Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa.


( ) A criação de insetos é uma opção aos problemas ambientais decorrentes da agricultura e da pecuária
extensiva, que usam muita água e produzem gases do efeito estufa.
( ) Os insetos são abundantes em todo o mundo e uma rica fonte de proteínas e minerais.
( ) Muitas culturas ao redor do mundo utilizam, há muito tempo, os insetos para alimentação da popula-
ção e para fins medicinais.

A sequência correta é
a) V – V – V.
b) V – F – V.
c) V – F – F.
d) F – F – V.
e) F – V – F.

Caderno de Atividades 161


população e trabalho
51. (CEFET-MG) Trabalhador 3, morador de Olinda.
Todos os dias saio cedo de casa, pois preciso
trabalhar no bairro de Boa Viagem, na cidade do
Recife. Trabalho em um hotel da orla da praia de
Boa Viagem e, à noite, preciso me qualificar. Es-
tou estudando inglês em um cursinho no Recife
Antigo, pois o trabalho está exigindo. Volto para
casa por volta das 23 horas, todos os dias.
Os relatos desses três trabalhadores indicam,
respectivamente, movimentos migratórios
a) de retorno, pendular, interno.
b) de retorno, sazonal, pendular.
c) externo, intrarregional, inter-regional.
Fonte: Disponível em: <www.ibge.gov.br> Acesso em: 03 set. 2012. d) inter-regional, intrarregional, externo.
As transformações na dinâmica demográfica,
53. (UFMG)
ocorridas nas últimas décadas demandam do
governo brasileiro, EXCETO a(o) Observe o gráfico a seguir:
a) reelaboração de políticas públicas para as di- Taxas de pobreza absoluta* e extrema** nas grandes regiões em 1995 e 2008 (em %)
80
ferentes faixas etárias.
69,8
b) desenvolvimento do sistema de saúde devido 70

ao incremento da população idosa. 60

c) redução do número de escolas básicas em 50


50,3 49,7

virtude da queda da taxa de natalidade. 40


42,8 41,8 42,4 43,4
37,0
34,0
d) investimento no mercado de trabalho para 29,9 28,8
30
atender o crescimento da população adulta. 22,8
24,9
20,9
19,5 18,0
20 17,6 17,5
e) reestruturação da previdência social face ao 11,7
13,6
11,6 10,5
aumento da expectativa de vida dos habi- 10 6,9 5,5

tantes. 0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste Brasil

52. (UFMG) Considere os relatos de três trabalhadores Absoluta em 1995 Absoluta em 2008 Extrema em 1995 Extrema em 2008

brasileiros a seguir: * Pobreza absoluta: rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal.
** Pobreza extrema: rendimento médio domiciliar per capita de até ¼ do salário mínimo mensal.
Trabalhador 1, nascido em Belo Horizonte.
Fonte: IPEA. Comunicados do IPEA, no 58. Disponível em:
Fui para São Paulo quando tinha 22 anos, em <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em ago. 2011. (Adaptado).
1980, para trabalhar na construção civil. Morava
na periferia, longe do local de trabalho e tomava
Com base nos dados do gráfico e em outros co-
dois ônibus todos os dias para ir trabalhar e dois
nhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afir-
para voltar para casa. Hoje, acho que foi um tem- mar que:
po difícil e que não devia ter saído de Minas, por a) em todas as regiões, a redução dos índices
isso estou voltando. de pobreza extrema e absoluta ocorreu de
maneira uniforme, com uma expressiva queda
Trabalhador 2, morador do norte de Maranhão.
em todo o período considerado.
Cana-de-açúcar no interior de São Paulo. Fica-
mos lá um tempo, cortando de 10 a 12 toneladas
b) nas regiões Norte e Centro-Oeste, áreas con-
de cana por dia. Já vi muito peão morrer nessa
sideradas prioritárias para o combate à mi-
empreitada devido ao desgaste físico. O serviço séria pelo governo brasileiro, houve a maior
é pesado faça chuva, faça sol. Mas, o que nos redução da pobreza extrema e absoluta.
ajuda é certeza de voltar para casa depois do pe- c) nas regiões Sul e Sudeste, a redução da po-
ríodo do corte. breza extrema e absoluta foi menor, pois são

162 1ª. Série


Geografia

historicamente mais ricas justificando meno- 55. (Cefet MG) A partir da análise do gráfico, é correto
res investimentos do governo. afirmar que, nos países centrais, existe uma rela-
d) no Nordeste, os elevados índices históricos de ção direta entre desenvolvimento humano e
pobreza extrema e absoluta contribuíram para
manter elevada a média brasileira, apesar de
sua redução no período.

54. (FGV)
Em média, crianças que vivem em áreas urba-
nas têm maior probabilidade de sobreviver à
fase inicial da vida e à primeira infância, de ter
melhores condições de saúde e de contar com
maiores oportunidades educacionais do que
crianças que vivem em áreas rurais. Frequen-
temente, esse efeito é considerado ‘vantagem
urbana’. No entanto, a escala de desigualdades
nas áreas urbanas causa grande preocupação.
Algumas vezes, as diferenças entre ricos e po-
bres em cidades médias e grandes podem ser
iguais ou maiores do que aquelas encontradas
em áreas rurais.
http://www.unicef.org/brazil/pt/PT-BR_SOWC_2012.pdf
Fonte: Atlas Le Monde Diplomatique 2006, Paris: Le Monde Diplomatique,
O trecho reproduzido acima foi extraído de um 2006, p. 82.
relatório da ONU dedicado a analisar a situação
das crianças que vivem em ambientes urbanos. a) crise econômica.
Assinale a alternativa coerente com os argumen- b) superávit comercial.
tos nele apresentados. c) produção tecnológica.
a) Nas grandes cidades, a proximidade física d) distribuição de renda.
dos serviços essenciais garante o atendimen-
e) quantidade populacional.
to de qualidade para a maior parte da popula-
ção infantil, fato que configura a mencionada 56. (UFSJ) Observe a imagem abaixo.
“vantagem urbana”.
b) A urbanização figura entre os processos indu-
tores da situação de pobreza e de exclusão
que afeta parcelas crescentes da população
infantil, sobretudo nos continentes africano e
asiático, onde ela ocorre em ritmo acelerado.
c) Apesar das imensas desigualdades que mar-
cam a cidade, as situações de pobreza e pri-
vação sempre afetam mais as crianças que
vivem em áreas rurais do que aquelas que vi-
vem em áreas urbanas.
A montadora Ford, de capital norte-americano,
d) As áreas rurais tendem a apresentar padrões anunciou hoje (04/01/2012) a produção global
homogêneos de distribuição de riqueza, en- de um modelo de utilitário esportivo, o EcoSport,
quanto áreas urbanas são marcadas pelas de- projetado por cerca de 1,2 mil engenheiros brasi-
sigualdades e pela exclusão. leiros e argentinos no centro de desenvolvimento
e) As desigualdades sociais e as situações de da companhia em Camaçari, na Bahia. O carro,
que deverá ser vendido em 100 países, será pro-
privação que atingem parcela da população
duzido nas fábricas da Ford na Bahia, na Tailândia
infantil que vive nas cidades, sobretudo nos
e na Índia.
países mais pobres, podem anular parcial-
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-01-04/modelo-
mente os efeitos da “vantagem urbana” men- de-carro-concebido-no-brasil-vira-produto-global.
cionada no texto. Acesso em 27/08/2012.

Caderno de Atividades 163


Assinale a alternativa que apresenta caracterís- a) incremento da atuação da Organização Inter-
ticas da produção industrial atual representada nacional do Trabalho no combate às ativida-
pelo lançamento do Novo Ecosport. des trabalhistas informais.
a) Estreita relação entre pesquisa e tecnologia b) ampliação do desemprego de nativos na zona
e desconcentração industrial na produção de do Euro devido ao intenso fluxo de imigrantes
produtos globais. nos últimos anos.
b) Rígida padronização (estandartização) dos c) transferência de postos de trabalho dos paí-
produtos com o objetivo de atender o gosto ses centrais para os periféricos com o intuito
dos clientes. de atenuar custos de produção.
c) Produção baseada no modelo just-in-time, d) decréscimo da produção industrial do país
que exige grandes almoxarifados no interior mais desenvolvido da Europa, impactando as
das fábricas. contratações nos demais continentes.
d) Linha de produção fordista, com eliminação e) adoção pela China dos moldes nipônicos de
da terceirização na produção e na incorpo- produção, culminando na liberação de mão
ração de mão de obra pouco qualificada de de obra nos grandes centros industriais.
países em desenvolvimento.
59. (FGV)
57. (UNIFESP) “Os países ricos, em função de sua renda mais
Numa rede mundial de comunicações, a eficiência elevada e consequente nível de consumo, são
e a centralidade são essenciais em setores onde responsáveis por mais de metade do aumento
se requerem interações pessoais de tomadores da utilização de recursos naturais. A população
de decisões importantes. (Harvey, 2005:177) dos países mais pobres do mundo paga, propor-
cionalmente, o preço mais elevado pela poluição
De acordo com o texto, é preciso e degradação das terras, das florestas, dos rios
a) capacitar mão de obra industrial para o mer- e dos oceanos, que constituem o seu sustento.
cado de trabalho globalizado. Uma criança que nascer hoje em Nova lorque,
Paris ou Londres vai consumir, gastar e poluir
b) democratizar as informações e ampliar a par-
mais durante a sua vida do que 50 crianças em
ticipação popular nas decisões. um país ‘em desenvolvimento’.”
c) propor metas educacionais de médio prazo (Adapt.) Relatório do Desenvolvimento Humano/ PNUD.
para formar tomadores de decisão.
Baseando-se nos princípios explicativos das teo-
d) investir mais em transporte e em transmissão rias demográficas, o texto analisado:
de dados que na educação superior.
a) concorda com a Teoria Reformista, que atribui
e) formar intelectuais capazes de instruir execu- ao excesso populacional a causa da miséria no
tivos de grupos transnacionais. mundo, constituindo uma ameaça aos recursos
naturais necessários à sobrevivência humana.
58. (CEFET-MG)
b) comprova a Teoria Neomalthusiana, que de-
Nas últimas décadas, o setor do trabalho assala- fende a necessidade de controlar a natalida-
riado nas regiões da tríade contraiu-se de modo de nos países pobres, para que eles possam
significativo. A redução da renda do trabalhador
atingir os níveis de desenvolvimento e consu-
dependente atingiu no decorrer dos últimos anos
todos os segmentos da classe operária, incluindo
mo dos países ricos.
o assim chamado núcleo ocupacional da grande c) nega a Teoria Malthusiana, que defende a ele-
indústria. Um quarto de todos os que são obriga- vação do padrão de vida e de consumo nos pa-
dos ao trabalho dependente não consegue mais íses pobres, entendendo a fecundidade como
manter o próprio padrão de vida além do nível de uma variável independente a ser controlada.
pobreza, mesmo com horas e mais horas extras.
d) nega a Teoria Neomalthusiana, que identifi-
Fonte: ROTH, Karl Heinz. “Crise global, proletarização global, contra-
perspectivas”. In: FUMAGALLI, A; MEZZADRA, S. (Orgs.) A crise da ca uma população numerosa como principal
economia global: mercados financeiros, lutas sociais e novos cenários causa do desemprego, pobreza e esgotamen-
políticos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. p.269-320. to dos recursos naturais.
O fragmento refere-se às alterações ocorridas na e) comprova a Teoria Malthusiana, que associa
atualidade no mundo do trabalho nas regiões da crescimento populacional e esgotamento dos
tríade. Nesse contexto, um fator que contribui di- recursos naturais, defendendo a necessidade de
retamente para essas mudanças é a(o) reformas socioeconômicas para preservá-los.

164 1ª. Série


Geografia

60. (UFSCAR) Nos últimos anos, têm sido cada vez mais comuns os termos “terceirização”, “terceiro setor” e
“setor terciário”. Apesar de a palavra “terceiro” estar implícita nos três conceitos, eles se referem a fenô-
menos diferentes.
a) Conceitue cada um deles, procurando realçar as suas diferenças.

b) Explique por que cada um desses três fenômenos vem se expandindo nas últimas décadas.

61. (UFMG) Observe o mapa abaixo:

Fonte: MTE/SDTR, IBGE. Disponível em: <http://amazonia.org.br/wpcontent/uploads/2012/05/Atlas-do-Trabalho-Escravo.pdf>.


Acesso em 9 jun. 2012, p. 24.

Caderno de Atividades 165


O mapa representa um dos graves problemas sociais brasileiros – o trabalho escravo – presente em diver-
sas regiões do País. Para combater essa prática, observa-se a intervenção direta do Ministério do Trabalho,
em todo o território nacional, de modo a resgatar esses trabalhadores. Com base no mapa e em seus co-
nhecimentos sobre a presença do trabalho escravo no Brasil atual é CORRETO afirmar que:
a) na região Norte, foram os mais elevados em decorrência da expansão das atividades agrícolas e pecuárias.
b) na região Sudeste, foram inexpressivos em função do processo de desconcentração industrial regional.
c) no Centro-Oeste, foram expressivos, porque coligados à expansão das indústrias de calçados e têxteis.
d) No sul do Brasil, foram insignificantes devido à expansão das monoculturas de eucalipto.

Ocupação e uso do solo


62. (UFMG) São João, na cidade de São Paulo, ocupado ha-
A cidade gera um processo, um grau de liber-
via seis meses por aproximadamente 200 famí-
dade incompatível com o nível de manipulação lias de sem teto.
que a sociedade industrial e informacional con- a) por que alguns movimentos sociais decidem
temporânea precisa para sobreviver. E é por isso pelas ocupações urbanas? O que explica, nas
que essa sociedade destrói a cidade. Mas a ci-
grandes cidades, a existência de inúmeros
dade não produz apenas a liberdade. Ela instau-
ra redes de ação e de resistência contra a falta
imóveis fechados em áreas centrais dotadas
de liberdade, contra a desigualdade. de infraestrutura?
Fonte: Souza, Maria Adélia Aparecida. Cidade: lugar e geografia da exis-
tência. Disponível em http://www.belem.pa.gov.br/planodiretor/pdfs/.

Nesse contexto, as características de resistência


descritas e observadas nas cidades podem ser
melhor encontradas nas (os)
a) lanhouses.
b) praças públicas.
c) estádios de futebol.
d) mercados municipais.
e) condomínios fechados.

63. (UNICAMP)

b) Além dos movimentos sociais, indique um


agente econômico e um agente político dire-
tamente envolvidos nos conflitos ensejados
pelas ocupações urbanas.

Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/caio-castor-imagens
-bombardeio-centro-de-sao-paulo.html. Acessado em 25/09/2014.

As ocupações de imóveis fechados tornaram-


se frequentes nas grandes cidades brasileiras. A
imagem acima retrata a ação da Polícia Militar na
reintegração de posse de um edifício na avenida

166 1ª. Série


Geografia

64. (ESPM) Sobre a regionalização territorial do país 65. (UFMG) A questão refere-se às figuras abaixo, em
abaixo, é correto afirmar: que as setas indicam movimento pendular diário:
residência / local de trabalho / residência.

Oceano
Atlântico
Oceano
Pacífico

Golfo
do México

a) No sudeste, na Flórida, está a megalópole de


San-San, a maior do continente e uma das
mais importantes do mundo.
Fonte: SOUZA, M. L. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro:
b) Desde a região dos Grandes Lagos até Seattle Bertrand Brasil, 2011.
no extremo oeste, acompanhando toda a fran-
As imagens I, II, III, IV e V representam, respecti-
ja fronteiriça com o vizinho do norte, desponta
vamente, os seguintes elementos da rede urbana:
o Sun Belt, importante cinturão agrícola que
abastece ambos os países. a) centro isolado, aglomeração com conurba-
ção, aglomeração sem conurbação, metrópo-
c) No estado sulista do Texas, terceiro mais rico
le e megalópole.
do país, encontra-se a tradicional indústria pe-
troquímica, associada à ocorrência de petró- b) aglomeração sem conurbação, megalópole,
leo, além do importante setor da biotecnologia. centro isolado, metrópole, aglomeração com
conurbação.
d) Chipits é uma importante megalópole na por-
ção meridional e seu crescimento está rela- c) metrópole, megalópole, aglomeração sem
cionado à vanguarda tecnológica do Vale do conurbação, aglomeração com conurbação,
Silício. centro isolado.
e) O amplo desenvolvimento industrial e tecno- d) megalópole, centro isolado, aglomeração com
lógico junto à porção central do país, deslo- conurbação, metrópole, aglomeração sem
cou a agricultura para outras áreas, tornando conturbação.
esta uma atividade secundária e retirando o e) aglomeração com conurbação, centro isola-
país da posição de grande potência agrícola do, aglomeração sem conurbação, megaló-
mundial. pole, metrópole.

66. (UFMG) A questão refere-se ao gráfico abaixo.


Solicitações de refúgio nos estados brasileiros em 2013

Fonte: CONARE (Comitê Nacional para Refugiados). Disponível em: <http://wwwjustica.gov.br/seus-direitos/estrangeiros/refugio/refugiados>.


Acesso em: 17 ago. 2014.

Caderno de Atividades 167


No contexto da demanda por refúgio no Brasil, a Estão corretas apenas as afirmativas
análise desse gráfico revela a tendência de maior a) I e II.
a) destaque percentual da região Sul. b) I e III.
b) representatividade da região Norte. c) II e IV.
c) incentivo à migração para o Nordeste. d) II e III.
d) atratividade econômica da região Sudeste. e) I e IV.
e) busca de qualidade de vida no Centro-Oeste.
68. (UNESP) Nos três primeiros meses de 2013, en-
67. (Mackenzie) Observe a imagem para responder traram no território brasileiro cerca de três mil
à questão. pessoas vindas do Haiti. O aumento substancial
no fluxo de entrada de haitianos no país se deu
principalmente pelo pequeno município de Brasi-
leia, no Estado do Acre. A cidade, com cerca de
20 mil habitantes, faz fronteira com a Bolívia e o
Peru, e, de janeiro ao final de março, viu chegar
um número estimado de 2 mil imigrantes haitia-
nos. (http://brazilianpost.co.uk. Adaptado.)
Aponte dois motivos que expliquem o aumento
recente da migração de haitianos para o Brasil.
Explique a diferença entre esse fluxo migratório
de haitianos para o Brasil e a maioria dos fluxos
Fonte: Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Coordenação migratórios instalados no mundo na segunda
das Subprefeituras.
metade do século XX.
A imagem retrata um tipo de ocupação muito co-
mum no Brasil, relacionada muitas vezes a um
grave problema socioambiental. A esse respeito,
considere as afirmativas a seguir:
I. A ocupação irregular das encostas tende a
elevar a exposição dos solos às enxurradas,
contribuindo para deslizamentos que trazem
perdas humanas e materiais.
II. Os escorregamentos de solos ocorrem por
ocasiões das chuvas mais fortes, evidencian-
do o caráter acidental desse fenômeno. O
processo erosivo provocado pelas chuvas de
menor intensidade não é um fator de maior im-
portância neste caso.
III. A ocupação das encostas é uma decorrência
da exclusão social que dificulta o acesso de
muitas pessoas à moradia. Portanto, esse fe-
nômeno nunca atinge pessoas com melhores
condições socioeconômicas, pois suas mora-
dias estão sempre localizadas em áreas fora
de risco.
IV. A irregular ocupação das encostas envolve
problemas diferentes que, combinados, resul-
tam nos deslizamentos de solos. Entre esses
problemas estão: ineficiência da fiscalização
dos agentes públicos na ocupação de áreas de
risco; dificuldade de acesso a habitação entre
os mais pobres; monitoramento inexistente ou
insuficiente para minimizar o problema.

168 1ª. Série


Geografia

69. (FGV) Uma tragédia se repetiu nesta sexta-feira mos mortos, mas vivendo neste planeta. Quando
(11/10), no sul da Itália. Mais um barco cheio de as pessoas acabam no deserto, para onde mais
imigrantes afundou no Mar Mediterrâneo. Foi o se pode ir?”
segundo acidente com refugiados em uma sema- Fonte: Nenhum lugar donde ir. Direção: Adam Shapiro; Perla Issa. 2006.
na. E há dados conflitantes sobre o número de No contexto geopolítico atual, é correto afirmar
mortos: entre 27 e 50 pessoas. Os sobreviventes que o relato se refere à população
em estado grave foram levados para Lampedusa,
a) confinada em centros de detenção de imi-
a mesma ilha que testemunhou o acidente com
grantes no sul dos Estados Unidos.
imigrantes da Somália e Eritreia, na quinta-feira
passada [03/10], matando 339 pessoas. No nau- b) encarcerada pelas milícias ilegais nos aloja-
frágio desta sexta, ainda não se sabe as naciona- mentos subterrâneos afegãos.
lidades das vítimas, nem de onde o barco partiu. c) afetada pelas práticas violentas de xenofobia
(g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/ nos países europeus.
mais-um-barco-cheio-de-imigrantes-afunda-no d) expulsa das áreas produtivas das colinas do
-mar-mediterraneo.html. Adaptado) Curdistão.
Com base nos conhecimentos sobre os movi- e) refugiada dos conflitos políticos no Oriente
mentos migratórios ao longo do século XX e iní- Médio.
cio do século XXI, a análise do conteúdo da notí-
cia permite concluir que 71. (UFMG) Observe a imagem abaixo.
a) tragédias como essa, comuns no Mediterrâ-
neo, são fruto das políticas de atração de mão
de obra dos países europeus, como forma de
contribuir para a redução dos problemas so-
ciais das antigas colônias africanas.
b) a explosão demográfica, que ainda é observa-
da no Magreb e no Norte da África, é o princi-
pal motivo para o crescimento do número de
imigrantes que lotam os barcos que cruzam o
Mediterrâneo.
c) os movimentos da “primavera árabe” con-
tribuíram para a abertura da economia dos
países africanos, estimulando a formação de
correntes migratórias em direção à Europa,
através do Mediterrâneo.
d) a perseguição às minorias cristãs, como ocor-
re na África Subsaariana, faz com que muitos A área de risco representada pela imagem está
se arrisquem na travessia do Mediterrâneo, associada
empreendendo uma verdadeira diáspora. a) à construção em encostas.
e) o Mediterrâneo constitui, atualmente, uma das b) à ocupação de planície de inundação.
mais expressivas linhas de fratura do mundo, c) à grande quantidade de chuva ao longo do ano.
tanto sob o aspecto demográfico como eco-
d) ao lixo acumulado no solo.
nômico, político e social.
72. (MACKENZIE) Leia o texto para responder à questão.
70. (CEFET-MG)
“O uso habitual e generalizado da bicicleta em
“Este pássaro é melhor que nós, é capaz de voar, uma cidade qualquer depende de alguns fatos
se mexer, ir para onde quiser. Nós somos seres essenciais. Num lugar prioritário entra a questão
humanos, queremos viver nossa vida como os das características morfológicas do sítio urbano,
outros, mesmo se vivermos na pobreza, a pão e onde a cidade estabeleceu sua estrutura de ruas,
cebola, se pudermos pelo menos sair dessa cer- praças e tentáculos.
ca, ou remover essa cerca. Se você pode nos aju-
dar tire essa cerca e nos deixe viver uma vida de Cidades nascidas e crescidas em rasas planícies
liberdade e conforto, e nossa moral vai melhorar. de restingas propiciam o uso mais amplo de bi-
O que é a vida nesse acampamento? Por quê? cicletas, engendrando um papel social que rara-
Quando o morto morre, é enterrado, e nós esta- mente tem sido registrado. Por sua vez, cidades

Caderno de Atividades 169


implantadas em regiões acidentadas, desenvolvi- Sobre o tema desse relatório, é correto afirmar:
das espacialmente em encostas de morros, mor-
a) Com cerca de 80% de sua população vivendo
rotes e colinas, têm grandes limitações para o uso
em cidades, a região formada pela América
mais amplo de bicicletas. É o caso dos organis-
mos urbanos estendidos por colunas onduladas Latina e pelo Caribe figura entre as mais urba-
possuidoras de rampas e ladeiras como alguns nizadas do mundo.
dos pontos tradicionais, que perderam a chance b) A maior parte da população urbana da Amé-
da utilização mais intensa dos biciclos. Ainda que rica Latina e do Caribe vive em aglomerações
pudessem ter ciclovias de uso parcial, limitadas a urbanas com mais de 10 milhões de habitan-
setores mais planos de seu sítio urbano, como pla- tes, conhecidas como megacidades.
nície e terraços fluviais. No caso, torna-se inope-
rante a pressão de pessoas simplórias e da mídia c) Apesar do recente incremento da urbaniza-
na defesa de um sistema urbano de ciclovias. Ten- ção, estima-se que mais da metade do PIB
do-se de considerar sempre para as grandes ci- da América Latina e Caribe seja produzido em
dades o problema da intensidade do emaranhado áreas rurais, onde se concentram as ativida-
de veículos de toda sorte. Não é preciso dizer que des ligadas ao agronegócio.
estamos pensando no caso da Grande São Paulo. d) O número de cidades da América Latina e
Nessa conjuntura, o uso da bicicleta em redes mais
Caribe vem diminuindo nos últimos cinquenta
amplas é praticamente impossível.”
anos, graças ao padrão concentrador que ca-
Aziz Nacib Ab’Saber, retirado do sítio da Scientific American Brasil (http://
www2.uol.com.br/sciam/artigos/o_papel_social_das_bicicletas.html) racteriza a urbanização regional.
e) Na América Latina e Caribe, as elevadas taxas
I. A cidade de São Paulo apresenta um sítio ur-
de fecundidade vigentes entre a população
bano muito adequado para a construção de
rural alimentam um crescente êxodo migrató-
ciclovias. As recentes manifestações sociais e
rio do campo para as cidades.
políticas em defesa do uso de bicicletas como
meio de transporte e, não apenas como es-
74. (FGV)
porte ou lazer, têm, na Grande São Paulo, um
grande potencial de êxito. “Em vez de fila de espera, tapete vermelho. Se
depender da equipe formada pela Secretaria de
II. Segundo Aziz Ab’Saber, o estudo das con- Assuntos Estratégicos da Presidência da Repúbli-
dições topográficas é essencial para o pla- ca (SAe) para elaborar uma política nacional de
nejamento de ciclovias. O uso de bicicletas, imigração, é assim que o governo pretende tratar
a despeito de seus benefícios na saúde e no o profissional estrangeiro altamente qualificado
ambiente, pode ser inviável em cidades com que demonstrar interesse em trabalhar no Brasil.
terrenos muito acidentados. Por outro lado, a fila do visto será mantida para o
imigrante sem qualificação, como boa parte dos
III. O texto resume preocupações básicas no pla- haitianos que chegaram recentemente pela fron-
nejamento das vias de circulação em grandes teira norte do país (Acre e Amazonas).”
cidades. Além das condições topográficas, Disponível em: http://oglobo.globo.com/pais/brasil-quer-facilitar-vistos
devem-se levar em conta também o desenho -para-profissionais-estrangeiros-3671799#ixzz1r746PKYs
das vias e a intensidade dos fluxos de veícu-
Em relação à política nacional de imigração mencio-
los. Desse modo, a grande São Paulo apresen-
nada pela reportagem, assinale a alternativa correta:
ta as melhores condições para a implantação
de ciclovias como alternativa ao transporte por a) Reitera os princípios humanitários assumidos
meio de veículos particulares. pelo Brasil durante a Missão das Nações
Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
De acordo com o texto e suas ideias principais,
b) Visa conter o fluxo de imigrantes haitianos que,
assinale a alternativa que apresente apenas afir-
no último decênio, elegeram o Brasil como
mativas corretas.
destino preferencial.
a) I. c) II e III. e) I e III.
c) Pode ser qualificada como política de imi-
b) II. d) I e II. gração seletiva, que prioriza a drenagem de
cérebros.
73. (FGV) O lançamento do relatório “Estado das Ci-
dades da América Latina e Caribe”, produzido d) Inaugura um precedente na história das polí-
pelo Programa das Nações Unidas para os As- ticas migratórias brasileiras, pautadas sempre
sentamentos Humanos (ONU-HABITAT), em 21 pelo acolhimento indiscriminado.
de agosto de 2012, repercutiu intensamente na e) É coerente com a posição do Brasil enquanto
mídia impressa e digital. país de emigração.

170 1ª. Série


História

HISTÓRIA
1ª. Série

introdução aos estudos de história


1. Leia o fragmento a seguir. c) Apenas a afirmativa I está certa.
Quando, em estágios precoces da humanidade, d) Apenas a afirmativa II está certa.
fez-se sentir a necessidade de situar os aconte- e) Apenas a afirmativa III está certa.
cimentos e de avaliar a duração de alguns pro-
cessos no âmago do devir, adquiriu-se o hábito
3. Sobre a divisão clássica da História, assinale a
de escolher como norma certo tipo de processo
físico, limitando-se aos fenômenos naturais. […] alternativa correta:
Essas sequências recorrentes, como o ritmo das a) Foi uma convenção estabelecida pelos histo-
marés, os batimentos do pulso ou o nascer e o riadores para facilitar a localização temporal
pôr do sol ou da lua, foram utilizadas para harmo- dos fatos e civilizações.
nizar as atividades dos homens e para adaptá-las
a processos que lhes eram externos. b) Foi estabelecida por Heródoto na Antiga Gré-
NORBERT, Elias. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 8 cia e permanece até os dias atuais como ho-
menagem ao “pai da História”.
O texto de Norbert Elias faz referência
c) Foi uma imposição de Luís XIV, rei da França,
a) à observação da natureza. para os historiadores que viveram durante o
b) à marcação do tempo. seu reinado.
c) ao estabelecimento dos primeiros rituais reli- d) A denominada História Moderna faz referên-
giosos. cia aos tempos atuais, ou seja, aos tempos
d) ao desejo do homem de voar. modernos em que vivemos.
e) aos primeiros estudos de Física. e) A Pré-História foi considerada o período mais
importante dessa divisão, pois determinou o
2. Sobre o conceito de História, analise as afirmativas. fim da Idade Média.
I. Os historiadores são unânimes em afirmar que
a História é a ciência que estuda o passado 4. Na atualidade, podemos considerar sujeito his-
com o objetivo de prever o futuro. tórico:
II. Cada sociedade produziu a sua história de a) apenas os cidadãos que têm direito a voto.
acordo com as suas características sociais e b) apenas os cidadãos que comprovem a sua
com a maneira de os seus integrantes inter- idoneidade.
pretarem os fatos.
c) todos os indivíduos, pois todos são agentes
III. Para os historiadores, todos os fatos são fatos
históricos.
históricos.
d) todos os homens, maiores de 18 anos e
Após a análise, assinale a alternativa correta: emancipados. Mulheres, crianças e homens
a) Todas as afirmativas estão certas. abaixo dos 18 anos não são considerados su-
b) Todas as afirmativas estão erradas. jeitos históricos.

Caderno de Atividades 171


primeiras comunidades
5. Leia o texto de Michael Cook. (04) Obrigou as comunidades humanas a viverem
Conforme explica o historiador Michael Cook, em
em eterno estado de nomadismo.
10.000 a.C., “já existia na região da Palestina uma (08) A atividade da caça deixou de ser praticada.
população sedentária em considerável medida”. (16) Contribuiu para a divisão de trabalho entre
Asseguravam sua sobrevivência por meio da co- homens e mulheres e entre crianças, adultos
lheita de sementes silvestres e guardavam o ex-
e idosos.
cedente da coleta em covas. Por conta disso, não
devem ter demorado para perceber que nas covas 7. Leia o texto a seguir.
de estoque, em algum momento, começaram a
brotar canteiros. Esse mesmo “acidente” histórico […] várias descobertas demonstram-nos que,
se repetiu em outras regiões do globo. desde o Paleolítico, e de maneira progressiva, o
COOK, Michael. Uma breve história do homem. Rio de Janeiro: homem preocupava-se com os seus mortos, com
Jorge Zahar, 2005. p. 23. a inumação, o agrupamento e a disposição dos
cadáveres, e suas necessidades também, pois os
De acordo com o texto e seus conhecimentos polvilhava de ocre e os rodeava de objetos de uso
sobre as primeiras comunidades humanas, anali- e adorno, oferendas, bem como quartos de carne
se as afirmativas a seguir. de caça. Tais práticas, paulatinamente precisadas
I. Os primeiros grupos humanos eram nômades e desenvolvidas, exprimiam, sem dúvida, na sua
origem, o receio de uma vingança póstuma. A
porque necessitavam coletar alimentos e pro-
isto, entretanto, acabou por ligar-se a afeição. De
mover a caça para o sustento de seus inte- qualquer maneira, implicam a crença num prolon-
grantes. gamento da vida e, também neste setor, a magia
II. A agricultura e a pecuária possibilitaram a se- ultrapassou os seus próprios limites, conduzindo
dentarização dos grupos humanos. ao culto dos mortos.
AYMARD, André. O Oriente e a Grécia: as civilizações imperiais. História
III. A Palestina não apresentou comunidades se- geral das civilizações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. v. 1. p. 31, 1998
dentárias antes do ano 100 d.C.
De acordo com o texto, analise as afirmativas.
Após a análise, assinale a alternativa correta:
I. Os grupos humanos do Paleolítico possuíam
a) Todas as afirmativas estão certas. rituais que regravam algumas etapas da vida.
b) Todas as afirmativas estão erradas. II. Acreditavam na vida após a morte.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas. III. O culto aos mortos surgiu dos laços familiares
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas. que ligavam vivos e mortos.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas. Após a análise, assinale a alternativa correta:
6. A respeito da prática da agricultura pelos grupos a) Todas as afirmativas estão certas.
humanos, analise as afirmativas a seguir. b) Todas as afirmativas estão erradas.
(01) Possibilitou a sedentarização das comunida- c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
des humanas. d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
(02) Permitiu a prática da pecuária. e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

mesopotâmia
8. (UNESP) [Na Mesopotâmia,] todos os bens pro- Entre os trabalhos forçados a que o texto se refe-
duzidos pelos próprios palácios e templos não re, podemos mencionar a
eram suficientes para seu sustento. Assim, ou- a) internação de doentes e loucos em áreas ru-
tros rendimentos eram buscados na exploração rais, onde deviam cuidar das plantações de
da população das aldeias e das cidades. As for- algodão, cevada e sésamo.
mas de exploração eram principalmente duas: os b) utilização de prisioneiros de guerra como ar-
impostos e os trabalhos forçados. tesãos ou pastores de grandes rebanhos de
Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.
gado bovino e caprino.

172 1ª. Série


História

c) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava o sistema
econômico mesopotâmico como escravista.
d) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores aos credores.
e) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo rei, como
templos ou muralhas.

9. Analise alguns artigos presentes no Código de Hamurábi.


200.º – Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, deverá ter partidos os seus dentes.
201.º – Se ele partiu os dentes de um liberto deverá pagar um terço de mina.
202.º – Se alguém espanca um outro mais elevado que ele, deverá ser espancado em público sessenta vezes, com
o chicote de couro de boi.
203.º – Se um nascido livre espanca um nascido livre de igual condição, deverá pagar uma mina.
204.º – Se um liberto espanca um liberto, deverá pagar dez siclos.
205.º – Se o escravo de um homem livre espanca um homem livre, se lhe deverá cortar a orelha.
HAMURABI, Rei da Babilônia. Código de Hamurabi: escrito em cerca de 1780 a.C. São Paulo: Madras, 2005. p. 53.

De acordo com o texto, responda: O Código de Hamurábi apresentava leis iguais para todos os integrantes
da sociedade babilônica? Justifique sua responda.

10. Leia o texto a seguir:


Ur mede cerca de 100 hectares e abriga várias dezenas de milhares de habitantes. São circundadas por um muro
e um fosso, que as defendem e que, pela primeira vez, excluem o ambiente aberto natural do ambiente fechado
da cidade. Também o campo em torno é transformado pelo homem: em lugar do pântano e do deserto encon-
tramos uma paisagem artificial de campos, pastagens e pomares percorrida pelos canais de irrigação. Na cidade
os templos se distinguem das casas comuns por sua massa maior e mais elevada; compreendem de fato, além
do santuário e da torre-observatório, laboratórios, armazéns, lojas onde vivem e trabalham diversas categorias
de especialistas.
BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2009. p. 27.

De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre a Mesopotâmia, analise as afirmativas a seguir:
I. Foi marcada pela sociedade organizada em pequenas tribos rurais. A Mesopotâmica não conheceu a
urbanização.
II. Ur era populosa e apresentava edifícios que eram construídos como habitações, locais de comércio e
de produção de artesanato e templos.
III. De acordo com a descrição presente no texto, Ur não conheceu a violência e não possuía inimigos.
Após a análise, assinale a alterativa correta:
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
d) Apenas a afirmativa I está certa.
e) Apenas a afirmativa II está certa.

Caderno de Atividades 173


egito
11. Tanto o Nilo quanto o Tigre e o Eufrates aumenta- De acordo com o texto e seus conhecimentos
vam o volume de suas águas em uma determinada sobre a Mesopotâmia, analise as afirmativas a
época do ano, que era conhecida como cheia. As seguir:
cheias dos rios aconteciam periodicamente e, ao
I. As cheias dos rios Tigre e Eufrates possibili-
chegarem, inundavam as regiões à sua volta, tra-
tavam a prática da agricultura no vale em que
zendo o aluvião, um depósito de areia, cascalho e
argila que permitia que quando a água baixasse, correm os rios.
a terra fosse fertilizada. O solo estaria então pron- II. a Mesopotâmia o aproveitamento das cheias
to para a semeadura. No caso da Mesopotâmia, dos rios foi mais fácil que no Egito em função
as cheias não eram tão regulares quanto eram da violência e inconstância com que ocorriam
no Egito e muitas vezes acabavam por destruir o as cheias.
solo, em vez de fertilizá-lo, em razão da violência
III. A formação de cidades na região foi facilitada
e do grande volume das águas. Por essa razão, os
mesopotâmicos construíram grandes complexos pela presença dos rios.
hidráulicos, com diques e barreiras para conter Após a análise, assinale a alterativa correta:
as águas dos rios e canais para escoá-las. Para
a) Todas as afirmativas estão certas.
aproveitar melhor os recursos dos rios, foram ne-
cessários grandes empreendimentos na área de b) Todas as afirmativas estão erradas.
irrigação que eram realizados quer pelo Estado, c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
quer pelas comunidades aldeãs.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
JOÃO, Maria Thereza David. Tópicos de História antiga oriental.
Curitiba: Ibpex, 2010. p. 47. e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

12. (FUVEST) Examine estas imagens produzidas no Antigo Egito.

Apud Ciro Flammarion Santana Cardoso. O Egito antigo. São Paulo: Brasiliense. 1982.
As imagens revelam
a) o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada à escassez de mão de obra e a proibição,
no Antigo Egito, do trabalho compulsório.
b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da produção de
alimentos, o que provocava longas temporadas de fome.
c) o prevalecimento da agricultura como única atividade econômica, dada a impossibilidade de caça ou
pesca nas regiões ocupadas pelo Antigo Egito.
d) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e inviabilizava
a criação de gado de maior porte.
e) a importância das atividades agrícolas no Antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores durante apro-
ximadamente metade do ano.

174 1ª. Série


História

Leia o texto para responder às questões de números 13 e 14.


Os numerosos templos mostram o quanto eram essenciais para aquela sociedade. Mas os fins religiosos não
eram tudo. Somente seu tamanho, estando dedicados aos deuses ou ao espírito dos reis defuntos, dá ideia da
atividade incessante que se desenvolvia em seu interior. Embora tenham sido erguidos com fins religiosos, os
templos possuíam terras e oficinas, bibliotecas e “Casas de Vida”, e tudo isso exercia um papel importante no
mundo intelectual e econômico do país. E com frequência um templo estava tão próximo de outro, que surgiram
complexos, e mesmo cidades, de templos, como em Gizeh, Abusir e Sakkara sob o Antigo Império, ou em Tebas
Ocidental ou em Karnak, no Novo.
A casta sacerdotal, com suas rígidas estruturas, era muito numerosa. Graças a privilégios de todo tipo que lhes
concediam os reis, a influência econômica, e, portanto, política, de seus líderes, os sumos sacerdotes, crescia
continuamente. Sua participação no governo era cada vez maior e em alguns períodos, como no final da XX di-
nastia, os sumos sacerdotes de Amon aspiraram, e inclusive obtiveram o poder de um faraó. […]
STROUHAL, Eugen. A vida cotidiana no Egito. Barcelona: Folio, 2007. p. 223. Coleção Biblioteca Egito.

De acordo com o texto e com seus conhecimentos sobre o Antigo Egito, responda:
13. Qual a importância dos templos para a sociedade do Antigo Egito?

14. Explique o significado de “casas da vida”.

hebreus, fenícios e persas


Leia o texto para responder às questões de números 15 e 16
Observamos ainda maior originalidade na sua vida econômica. A agricultura não é negligenciada. Criados e manti-
dos por um paciente trabalho, escalonam-se os terraços nos declives das montanhas. A produção de cereais cobre
boa parte das necessidades alimentares da população, e a criação de carneiros, parte das exigências em tecidos.
O vinho e o azeite deixam excedente exportável.
Nas cidades, é intensa a atividade artesanal. Nas costas, por vezes longínquas, até na África, a pesca de moluscos
dos quais se extrai a púrpura, o murex, dá, durante muito tempo, aos fenícios quase o monopólio da fabricação de
tecidos de lã tingida. Sua cerâmica não conhece concorrência séria no período situado entre o declínio dos micêni-
cos e o surto da exportação de Corinto. Inventam ou aperfeiçoam excelentes técnicas para o fabrico de objetos de
luxo, joias, vidrarias, perfumes, móveis incrustados de metal e marfim. Nesse setor, mesmo muito mais tarde, sob o
Império Romano, ainda partilharão a primazia com Alexandria.
A procura de matérias-primas e escoadouros para os produtos dá forte incremento ao seu comércio. […].
AYMARD, André. O Oriente e a Grécia Antiga: o homem no Oriente Próximo. História geral das civilizações.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. v. 2, p. 61, 2003

Caderno de Atividades 175


De acordo com o fragmento e seus estudos, res- povos inimigos, foram eleitos juízes que to-
ponda às questões a seguir: mavam o comando durante os períodos de
15. Os fenícios ficaram conhecidos como os nave- crise.
gadores da Antiguidade. O comércio era a única ( ) Apesar de não possuírem unidade política
atividade desenvolvida por esse povo? Justifique em parte de sua história e estarem sempre
sua resposta. em busca da definição do seu território, os
hebreus possuíam unidade cultural, no as-
pecto da língua (o aramaico), dos costumes
e, principalmente, da identidade religiosa.
( ) O Corão é o livro sagrado dos hebreus. Nele,
estão todos os preceitos do judaísmo.

18. Sobre os persas, analise as afirmativas a seguir:


I. Os persas ficaram conhecidos pela sua gran-
de expansão territorial. Esse processo de ex-
pansão teve início durante o século VI a.C.,
quando o rei Ciro dominou a Média.
II. O rei Dario deu continuidade ao processo de
16. Explique como era o comércio fenício, destacan- expansão territorial e criou um sistema de or-
do os produtos que comercializavam. ganização para a administração do vasto terri-
tório e controle dos povos subjugados.
III. O Império Persa foi dividido em províncias de-
nominadas satrápias que era para administra-
das por governadores (sátrapas).
Após a análise, assinale a alternativa correta:
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

19. Sobre fenícios, hebreus e persas, analise as afir-


17. Sobre o povo hebreu, analise as afirmativas e as- mativas a seguir:
sinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.
I. Foram marcados pela crença em diversos
( ) A Palestina, considerada a terra prometida deuses que se assemelhavam aos homens em
para os hebreus, está situada ao sul do Líbano aparência e sentimentos.
(Antiga Fenícia), a leste do mar Mediterrâneo,
II. Os três povos foram marcados pela formação
a oeste do deserto da Arábia e da Síria e ao
de grandes impérios com a dominação e a es-
norte da península do Sinai. O rio Jordão, que
divide a região em duas, nasce no lago Tibería- cravização de diversos povos.
des, ao norte, e deságua no mar Morto. III. Não é possível afirmar que, apesar de viverem
( ) Os hebreus se caracterizaram por permane- em territórios próximos, tenham entrado em
cer durante toda a sua história na Palestina. contato.
( ) A religião politeísta foi uma das principais Após a análise, assinale a alternativa correta:
características dos hebreus num período em a) Todas as afirmativas estão certas.
que a maioria dos povos venerava um pan-
b) Todas as afirmativas estão erradas.
teão de deuses.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
( ) Os hebreus inicialmente estavam divididos
em várias tribos. Entretanto, em função da d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
necessidade de união para lutar contra os e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

176 1ª. Série


História

grécia antiga
20. (MACKENZIE) A partir do século VII a.C., a cidade b) Em toda a Grécia, a sociedade era predomi-
de Atenas passou por consideráveis transforma- nantemente masculina, mas em disputas su-
ções, culminando com o desenvolvimento do re- cessórias familiares, em alguns casos, o po-
gime democrático. Nesse sentido, governantes der era exercido pelas mulheres.
atenienses foram de fundamental importância c) A democracia, instituída pelas reformas de
para o desenvolvimento político daquela cidade.
Clístenes, era um sistema político que atendia
A esse respeito, julgue os itens a seguir.
aos interesses de apenas uma minoria da po-
I. Drácon iniciou as reformas, estabelecendo pulação, estando excluídos os estrangeiros,
uma legislação escrita para a cidade. Apesar os escravos e as mulheres.
de extremamente severas, essas leis retira-
d) Em Atenas, as mulheres provenientes de ri-
ram o poder político das mãos dos eupátridas,
concedendo maior participação às camadas cas famílias possuíam maior autonomia, pois
populares. eram consultadas e participavam efetivamen-
te das decisões políticas e assuntos relacio-
II. Sólon propôs reformas em três sentidos. Na
nados ao destino da pólis.
economia, estimulou o comércio e a indústria.
Em termos sociais, aboliu a escravidão por dí- e) A estabilidade social, advinda das reformas
vidas. Na política, estabeleceu o regime cen- introduzidas por Clístenes, não foi acompa-
sitário, eliminando, portanto, critério de nasci- nhada por estabilidade econômica, já que
mento para a participação política. foi a partir da conquista da democracia que
III. Clístenes deu início a um processo de refor- os gregos iniciaram seus conflitos com os
mas que implantavam a democracia. Dentre persas.
suas medidas políticas, estabeleceu o princí-
pio da isonomia — igualdade — dos cidadãos 22. (UNICAMP) Apenas a procriação de filhos legíti-
e a participação direta deles por meio da As- mos, embora essencial, não justifica a escolha da
sembleia (Eclesia). esposa. As ambições políticas e as necessidades
econômicas que as subentendem exercem um
Assinale: papel igualmente poderoso. Como demonstra-
a) se apenas o item III está correto. ram inúmeros estudos, os dirigentes atenienses
b) se apenas os itens II e III estão corretos. casam-se entre si, e geralmente com o parente
c) se apenas os itens I e III estão corretos. mais próximo possível, isto é, primos coirmãos.
É sintomático que os autores antigos que nos in-
d) se os itens I, II e III estão corretos.
formam sobre o casamento de homens políticos
e) se apenas os itens I e II estão corretos. atenienses omitam os nomes das mulheres des-
posadas, mas nunca o nome do seu pai ou do
21. (MACKENZIE) “[…] Consta que a concubina de Pé-
seu marido precedente.
ricles, Aspásia, ajudou-o a escrever seus discur-
Adaptado de Alain Corbin e outros. História da virilidade, vol. 1. Petró-
sos. E a todos surpreendia ver o grande estadista polis: Vozes, 2014. p. 62.
a cada manhã, ao sair de casa, despedir-se de
Aspásia com beijos.” Considerando o texto e a situação da mulher na
A elevação do espírito: 600 a.C.-400 a.C. Rio de Janeiro, 1998. Atenas clássica, podemos afirmar que se trata de
uma sociedade:
O texto, referindo-se ao grande líder da cidade- a) na qual o casamento também tem implica-
-Estado de Atenas, Péricles, retrata as contradi- ções políticas e sociais.
ções sociais existentes, não apenas em Atenas,
mas em toda a Grécia. Sobre a sociedade grega b) que, por ser democrática, dá uma atenção es-
da época, podemos afirmar que: pecial aos direitos da mulher.
a) As condições sociais eram idênticas tanto nas c) em que o amor é o critério principal para a
cidades-Estado que evoluíram para regimes formação de casais da elite.
democráticos, como Atenas, por exemplo, d) em que o direito da mulher se sobrepõe ao
quanto nas pólis oligárquicas, como Esparta. interesse político e social.

Caderno de Atividades 177


23. (UNICAMP) O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) Ao caracterizar o funcionamento da democracia
definiu a cidadania em Atenas da seguinte forma: ateniense, no século V a.C., o texto afirma que:
A cidadania não resulta do fato de alguém ter o a) os líderes políticos detinham o poder decisó-
domicílio em certo lugar, pois os estrangeiros re- rio, embora ouvissem às vezes as opiniões da
sidentes e os escravos também são domiciliados Assembleia.
nesse lugar e não são cidadãos. Nem são cida- b) a eleição de líderes e representantes políticos
dãos todos aqueles que participam de um mes- dos cidadãos na Assembleia demonstrava o
mo sistema judiciário. Um cidadão integral pode
caráter indireto da democracia.
ser definido pelo direito de administrar justiça e
exercer funções públicas. c) a Assembleia era o espaço dos debates e das
Adaptado de Aristóteles. Política. Brasília: UnB, 1985. p. 77-78. decisões, o que revelava a participação direta
dos cidadãos na condução política da cidade.
a) Indique duas condições para que um atenien-
d) os membros da Assembleia escolhiam os lí-
se fosse considerado cidadão na Grécia clás-
deres políticos, submetendo-se a partir de en-
sica no apogeu da democracia.
tão ao seu poder e às suas decisões.
e) os cidadãos evitavam apresentar suas discor-
dâncias na Assembleia, pois poderiam assim
provocar impasses políticos.

25. (ESPM) Se os atenienses tivessem resistido à ten-


tação de abusar de sua força de potência prin-
cipal da confederação para obter uma limitada
vantagem nacional, a pressão econômica no
sentido de uma união política mais firme prova-
velmente teria mantido viva a Confederação de
b) Os estrangeiros, também chamados de mete- Delos, em bases voluntárias. Com o tempo, isso
cos, não tinham direitos integrais, mas tinham poderia ter levado a alguma forma de unificação
alguns deveres e direitos. Identifique um de- política voluntária do mundo helênico num todo.
ver e um direito dos metecos. O curso seguido nesse momento crítico pela po-
lítica ateniense orientada por Péricles provocou a
eclosão da luta fratricida e o colapso da civiliza-
ção helênica.
Arnold Toynbee. Helenismo: história de uma civilização.

A situação descrita pelo texto provocou a luta


fratricida conhecida como:
a) Guerras Púnicas;
b) Guerra do Peloponeso;
c) Guerras Médicas;
d) Guerras da Gália;
24. (UNESP) Quando sua influência [de Péricles] es- e) Guerras Germânicas.
tava no auge, ele poderia esperar a constante
aprovação de suas políticas, expressa no voto 26. (ESPM) […] A batalha de Maratona foi longa e cheia
popular na Assembleia, mas suas propostas de peripécias. Os bárbaros conseguiram desba-
eram submetidas à Assembleia semanalmente, ratar as fileiras do centro do exército ateniense,
visões alternativas eram apresentadas às dele, pondo em fuga os remanescentes; mas as duas
e a Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem alas compostas de atenienses e plateus ataca-
como suas políticas, e ocasionalmente assim ram as forças adversárias que haviam rompido
procedeu. A decisão era dos membros da As- o centro do exército, impondo-lhes uma derrota
sembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; irreparável. Vendo-as fugir lançaram-se em sua
o reconhecimento da necessidade de liderança perseguição, matando e esquartejando quantos
não era acompanhado por uma renúncia ao po- encontraram pela frente, até a beira mar, onde se
der decisório. E ele sabia disso. apoderaram de alguns dos navios inimigos.
Moses Finley. Democracia antiga e moderna, 1988 Heródoto. História.

178 1ª. Série


História

Assinale a alternativa que apresente, respectiva- privada de nossos concidadãos, pois não nos
mente, o nome da guerra em que ocorreu a ba- ressentimos com nosso vizinho se ele age como
talha de Maratona bem como os bárbaros, men- lhe apraz, nem o olhamos com ares de reprova-
cionados no texto: ção que, embora inócuos, lhe causariam des-
a) Guerra do Peloponeso – troianos; gosto. Ao mesmo tempo que evitamos ofender
os outros em nosso convívio privado, em nossa
b) Guerras Médicas – troianos;
vida pública nos afastamos da ilegalidade princi-
c) Guerra do Peloponeso – persas; palmente por causa de um temor reverente, pois
d) Guerras Médicas – persas; somos submissos às autoridades e às leis, espe-
e) Guerras Púnicas – cartagineses. cialmente àquelas promulgadas para socorrer os
oprimidos e às que, embora não escritas, trazem
27. Sobre a Grécia, leia o texto a seguir. aos agressores uma desonra visível a todos.
Adaptado de Oração fúnebre de Péricles, 430 a.C. In: Tucídides. Histó-
Temos um regime que nada tem a invejar das leis ria da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 2001. p. 109.
estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imita-
dores. [...] o regime se denomina democracia. No a) Com base nas informações contidas no texto,
entanto, se, em matéria de divergências particu- identifique o sistema político nele descrito e
lares, a igualdade de todos diante da lei é asse- indique suas principais características.
gurada, cada um, em virtude das honras devidas
à posição ocupada, é julgado naquilo que pode
ocasionar sua distinção: no que se refere à vida
pública, as origens sociais contam menos que
o mérito, sem que a pobreza dificulte a alguém
servir à cidade por causa da humildade de sua
posição […]. Uma pessoa pode, ao mesmo tem-
po, ocupar-se de seus assuntos e dos do Estado
e a multiplicidade das ocupações não impede o
julgamento dos assuntos públicos. Somos os úni-
cos a taxar, efetivamente, aqueles que não fazem
parte dos ativos, mas dos inúteis.
TUCÍDIDES, História da Guerra do Peloponeso. Brasília, 1987. b) Identifique a cidade que foi a principal adver-
sária de Atenas na Guerra do Peloponeso e
O texto de Tucídides, faz referência à cidade-Es- diferencie os sistemas políticos vigentes em
tado de: cada uma delas.
a) Esparta.
b) Troia.
c) Atenas.
d) Delos.
e) Tebas.

28. (FUVEST) Vivemos numa forma de governo que


não se baseia nas instituições de nossos vizi-
nhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns,
ao invés de imitar outros. [...] Nela, enquanto no
tocante às leis todos são iguais para a solução 29. (FUVEST) Em certos aspectos, os gregos da An-
de suas divergências privadas, quando se trata tiguidade foram sempre um povo disperso. Pe-
de escolher (se é preciso distinguir em algum se- netraram em pequenos grupos no mundo me-
tor), não é o fato de pertencer a uma classe, mas diterrânico e, mesmo quando se instalaram e
o mérito, que dá acesso aos postos mais honro- acabaram por dominá-lo, permaneceram desu-
sos; inversamente, a pobreza não é razão para nidos na sua organização política. No tempo de
que alguém, sendo capaz de prestar serviços à Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se
cidade, seja impedido de fazê-lo pela obscurida- colônias gregas não somente em toda a exten-
de de sua condição. Conduzimo-nos liberalmen- são da Grécia atual, como também no litoral do
te em nossa vida pública, e não observamos com mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália
uma curiosidade suspicaz [desconfiada] a vida do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional

Caderno de Atividades 179


da África e no litoral mediterrânico da França. d) escravidão permitia que todos os cidadãos
No interior desta elipse de uns 2500 km de com- pudessem dedicar-se apenas ao ócio, sem
primento, encontravam-se centenas e centenas atuar na vida coletiva da cidade.
de comunidades que amiúde diferiam na sua e) democracia predominou, uma vez que todos
estrutura política e que afirmaram sempre a sua
eram considerados iguais e livres por natureza.
soberania. Nem então nem em nenhuma outra
altura, no mundo antigo, houve uma noção, um
31. (FEI) Os gregos da Antiguidade nunca foram mui-
território nacional único regido por uma lei so-
to unidos. Falavam dialetos variados, viviam em
berano, que se tenho chamado Grécia (ou um
sinônimo de Grécia). diferentes regimes políticos e sociais, variadas
Adaptado de FINLEY, M.. O mundo de Ulisses. Lisboa: Presença, 1972.
eram suas origens étnicas. Embora sua religião
fosse também local e particularizada, havia tanto
Com base no texto, pode-se apontar corretamente: características compartilhadas como especifici-
a) desorganização política da Grécia Antiga, dades que nos permitem falar em religiosidades
que sucumbiu rapidamente ante as investidas gregas antigas.
FUNARI, Pedro Paulo (org.). As religiões que o mundo esqueceu.
militares de povos mais unidos e mais bem São Paulo: Contexto, 2012. p. 44.
preparados para a guerra, como os egípcios
e macedônios. Entre as características que definem a religiosi-
b) a necessidade de profunda centralização polí- dade grega descrita no texto, podemos conside-
tica, como a ocorrida entre os romanos e carta- rar que:
gineses, para que um povo pudesse expandir a) era baseada num oráculo e num livro sagrado.
seu território e difundir sua produção cultural. b) era basicamente monoteísta.
c) a carência, entre quase todos os povos da c) era representada através de deuses zoomorfos
Antiguidade, de pensadores políticos, capa- com divindades identificadas por elementos
zes de formular estratégias adequadas de es- ou fenômenos da natureza.
truturação e unificação do poder político. d) impunham dogmas religiosos aos povos sub-
d) a inadequação do uso de conceitos moder- jugados.
nos, como nação ou Estado nacional, no es- e) era constituída por deuses imortais, que apre-
tudo sobre a Grécia Antiga, que vivia sob ou- sentavam várias características comporta-
tras formas de organização social e política. mentais e físicas dos seres humanos.
e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios
32. (FUVEST) Não esqueçamos que o processo de for-
do patriotismo e do nacionalismo, como for-
mação de um povo e de uma civilização gregos
ma de consolidar política e economicamente
não se desenrolou segundo um plano premedita-
o Estado nacional.
do, nem de maneira realmente consciente. Tenta-
tiva, erro e imitação foram os principais meios, de
30. (PUC-SP) Por natureza, na maior parte dos casos, há
tal modo que uma certa margem de diversidade
o que comanda e o que é comandado. O homem
social e cultural, amiúde muito marcada, carac-
livre comanda o escravo. Estabelecemos que o es- terizou os inícios da Grécia. De fato, nem o ritmo
cravo é útil para as necessidades da vida. […] nem a própria direção da mudança deixaram de
O texto, escrito no século IV a.C., indica que, no se alterar ao longo da história grega.
mundo grego antigo, a: FINLEY, Moses. O mundo de Ulisses. 3ª ed. Lisboa:
Presença, 1998. p. 16.
a) democracia envolvia todos os moradores das
cidades e do campo, sem fazer distinções de a) Indique um elemento “imitado” de outros po-
raça ou condição social. vos e sociedades que teria estado presente
nos “inícios da Grécia”.
b) escravidão era considerada natural e sua ins-
tituição permitiu a participação dos cidadãos
na vida política.
c) democracia e a escravidão eram considera-
das incompatíveis, pois apenas com liberda-
de geral e irrestrita é que se pode construir
uma democracia.

180 1ª. Série


História

b) Ofereça pelo menos dois exemplos do que o Leia o texto para responder às questões de
autor chama de “diversidade social e cultu- números 34 e 35.
ral”, que “caracterizou os inícios da Grécia”. A partir do século VII a.C., muitas comunidades
nas ilhas, na Grécia continental, nas costas da
Turquia e na Itália construíram grandes templos
destinados a deuses específicos: os deuses de
cada cidade. As construções de templos foram
verdadeiramente monumentais. […] Tornaram-se
as novas moradias dos deuses. Não eram mais
deuses de uma família aristocrática ou de uma
etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da co-
munidade como um todo. A religião surgiu, assim,
como um fator aglutinador das forças cooperati-
vas da pólis. […] A construção monumental foi in-
fluenciada por modelos egípcios e orientais. Sem
as proezas de cálculo matemático, desenvolvidas
na Mesopotâmia e no Egito, os grandes monu-
mentos gregos teriam sido impossíveis.
Norberto Luiz Guarinello. História Antiga, 2013.

34. (UNESP) Segundo o texto, um papel fundamental


da religião, na Grécia Antiga, foi o de:
33. (FGV) Na Assembleia, [...] que se reunia mais ou a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e per-
menos 40 vezes por ano, os atenienses discu- mitir a igualdade social.
tiam e votavam os principais problemas do Es-
b) estabelecer identidade e vínculos comunitá-
tado — declaravam guerra, firmavam tratados e
rios e unificar as crenças.
decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do
mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, c) impedir a persistência do paganismo e afirmar
todos tinham oportunidade de expressar a sua os valores cristãos.
opinião, votar e exercer um cargo no governo. d) eliminar a integração política, militar e cultural
Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da história.
entre as cidades-Estado.
e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar
As mulheres atenienses: as formas de culto populares.
a) tomavam parte dessa instância política, mas
suas ações se limitavam aos temas relaciona- 35. (UNESP) A relação estabelecida no texto entre a
dos com a família e a formação moral e militar arquitetura grega e a arquitetura egípcia e orien-
dos filhos. tal pode ser justificada pela:
b) não detinham prerrogativas nas atividades a) circulação e comunicação entre povos da região
públicas, mas possuíam direito de voto nessa mediterrânica e do Oriente Próximo, que facili-
Assembleia quando a decisão envolvia guer- taram a expansão das construções em pedra.
ras externas.
b) dominação política e militar que as cidades-
c) participavam de todas as atividades públicas -Estado gregas, lideradas por Esparta, impu-
de Atenas, mas só tinham voz nessa Assem- seram ao Oriente Próximo.
bleia se estivessem acompanhadas pelo ma- c) presença hegemônica de povos de origem
rido ou filho. árabe na região mediterrânica, que contribuiu
d) não podiam participar dessa Assembleia, da para a expansão do islamismo.
mesma forma como não tinham direito de d) difusão do helenismo na região mediterrânica,
exercer cargos administrativos, além da res- que assegurou a incorporação de elementos
trição a herança e posse de bens. culturais dos povos dominados.
e) ganharam o direito de voz e voto nessa As- e) força unificadora do cristianismo, que asse-
sembleia a partir das reformas de Sólon, e gurou a integração e as recíprocas influências
com Clístenes seus direitos foram ampliados. culturais entre a Europa e o norte da África.

Caderno de Atividades 181


roma antiga
36. (FUVEST) A escravidão na Roma Antiga: sitária do cidadão. Ele era um soldado, um con-
tribuinte que pagava impostos e um eleitor, com
a) permaneceu praticamente inalterada ao longo
privilégios e encargos de acordo com seu status
dos séculos, mas foi abolida com a introdu- pessoal.
ção do cristianismo. CORASSIN, Maria Luiza. O cidadão romano na República. Projeto
b) previa a possibilidade de alforria do escravo História, São Paulo, n. 33, p. 271-287, dez. 2006.
apenas no caso da morte de seu proprietário. Com base nessa citação e em seus conhecimen-
c) era restrita ao meio rural e associada ao tra- tos, assinale a alternativa correta.
balho braçal, não ocorrendo em áreas urba- a) Embora os setores populares pudessem eleger
nas, nem atingindo funções intelectuais ou seus representantes, a sociedade romana era
administrativas. hierarquizada com base no status e na renda.
d) pressupunha que os escravos eram humanos e, b) De acordo com o texto, é possível afirmar
por isso, era proibida toda forma de castigo físico. que, tal como Atenas, Roma vivia uma demo-
e) variou ao longo do tempo, mas era determi- cracia direta.
nada por três critérios: nascimento, guerra e c) Em que pese o predomínio do direito constitu-
direito civil. cional, todas as decisões tinham fundamento
religioso.
37. (ESPM) Cada vez mais conscientes de seus di- d) Todos os povos conquistados por Roma obti-
reitos, os plebeus solicitaram ter por escrito as nham, de imediato, direito de cidadania e po-
leis que regulavam os conflitos entre as pessoas. deriam interferir nas decisões políticas.
Até então existia o costume como lei, que era co- e) Uma das grandes contribuições prestadas pelo
nhecida e interpretada somente pelos patrícios. direito romano foi a defesa do sufrágio universal.
Nas leis escritas viam os plebeus, e com razão,
a única garantia para a segurança e a estabili- 39. (MACKENZIE) O Mar Mediterrâneo foi a maior de
dade. Assim foi elaborado este primeiro código todas as vias de circulação romanas e dele re-
legal escrito. sultou a formação do Império Romano (27 a.C. a
Bárbara Pastor, Breve história de Roma: Monarquia e República. 476 d.C.). A respeito dessa importante conquista
para a civilização romana, assinale a alternativa
Grande parcela da sociedade romana, durante
correta.
a República, era constituída pelos plebeus, que
a) A eliminação da hegemonia cartaginesa sobre
viviam marginalizados politicamente. A marginali-
a região além de permitir que Roma passasse
zação e o descontentamento levaram às lutas de
a dominar o comércio mediterrâneo, possibi-
classe em Roma.
litou aumentar o dinamismo próprio da estru-
Assim o texto deve ser relacionado com: tura escravista, que necessitava de mão de
obra decorrentes das conquistas.
a) o Corpus Juris Civilis;
b) Após a derrota romana nas Guerras Púnicas,
b) a Lei das XII Tábuas; quando fenícios e cartagineses ocuparam o
c) a Lei Frumentária; estreito de Gibraltar, a única saída para dar
d) o Edito do Máximo; continuidade ao processo de expansão foi a
conquista do mar Mediterrâneo.
e) o Edito de Tessalônica.
c) A explosão demográfica e os conflitos inter-
38. (UFJF) Leia o seguinte texto: nos com a plebe urbana exigiram medidas ex-
pansionistas por parte do governo, para que
Roma no período da República era dirigida por se estabelecessem colônias romanas fora da
um grupo de famílias nobres, mas o povo, teori-
península itálica a fim de minimizar as tensões
camente, dispunha de grande poder; as assem-
sociais.
bleias populares elegiam magistrados, votavam
leis e julgavam os casos judiciários mais impor- d) A necessidade de expansão do cristianismo,
tantes. Mas era uma sociedade com distinções que a partir do século IV d.C., tornou-se a re-
legais de status, baseadas na qualificação cen- ligião oficial do Império Romano, implicou na

182 1ª. Série


História

divulgação dos princípios dessa nova doutri- vida tanto por ele, como por seu irmão Caio, du-
na para os povos bárbaros. rante o período da Republica romana (VI a.C. - I
a.C.) podemos afirmar que:
e) A crescente produção de cereais, durante o
Império Romano, especialmente, o trigo, le- a) reafirmou o poder da aristocracia romana,
confirmando o direito a terras e indenização
vou à expansão de suas fronteiras, uma vez
em caso de expropriação nos períodos de
que era necessário ser escoado e vendido guerra.
para as demais províncias romanas.
b) os irmãos Graco reconheciam que a distribui-
ção de terras seria a solução para atender às
40. (MAKENZIE) Os generais os enganam quando os
necessidades de uma plebe marginalizada.
exortam a combater pelos templos de seus deu-
ses, pelas sepulturas de seus pais. Isto porque c) defendiam uma maior participação política
de um grande número de romanos não há um só da classe de comerciantes para promover o
que tenha o seu altar doméstico, o seu jazigo fa- desenvolvimento e expansão da economia
miliar. Eles combatem e morrem para alimentar romana.
a opulência e o luxo de outros. Dizem que são d) incitavam o povo a apoiar as ditaduras milita-
senhores do universo, mas eles não são donos res, sendo os generais do exército, os únicos
sequer de um pedaço de terra. capazes de assumir o governo em época de
Apud Plutarco. Vidas paralelas. Barcelona: Ibéria, 1951. v. 4, p. 150.
crise.
e) os irmãos Graco, com o apoio do Senado e
Segundo Plutarco, essas foram palavras profe- da aristocracia romana, puderam promover
ridas por Tibério Graco, político romano, em um uma reforma social que aplacou o clima de
discurso público. A respeito da iniciativa promo- tensão vivido na época.

41. (IFSMG) Observe o mapa histórico e leia as afirmativas sobre as principais consequências sociais da expan-
são territorial durante a República e o início do Império na Roma Antiga.

Províncias do Império Romano na sua máxima extensão, durante o reinado de Trajano (117 d.C.).

Províncias do Império Romano na sua máxima extensão, durante o reinado de Trajano (117 d.C.).
Mapa histórico adaptado e extraído de: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RomanEmpire_117--pt.svg>.
Acesso em 16/10/2013.

A expansão de Roma gerou intensos conflitos entre patrícios e plebeus, em função das terras recém-con-
quistadas e as principais funções do exército ficarem concentradas nas mãos do patriciado romano.
I. Ao contrário dos plebeus, os escravos não realizaram revoltas ou rebeliões antes do século III d.C., ten-
do em vista a eficácia do sistema de controle exercido sobre essa força de trabalho servil.
II. A “política do pão e circo”, com a distribuição de cereais e promoção de espetáculos em Roma, foi uma
das medidas adotadas pelo Estado romano para tentar atenuar a crescente tensão social.

Caderno de Atividades 183


III. Durante a expansão romana, aumentaram o O texto, do século I a.C., retrata o cenário roma-
empobrecimento da população livre e a migra- no de:
ção do campo para a cidade, especialmente a) implantação da monarquia, quando a aristo-
para a cidade de Roma, palco de várias guer- cracia perseguia seus opositores e os forçava
ras civis na República. ao ostracismo, para sufocar revoltas oligár-
IV. Durante a expansão romana, aumentaram o quicas e populares.
empobrecimento da população livre e a migra- b) transição da República ao Império, período
ção do campo para a cidade, especialmente de reformulações provocadas pela expansão
para a cidade de Roma, palco de várias guer- mediterrânica e pelo aumento da insatisfação
ras civis na República. da plebe.
Agora marque a única alternativa correta. c) consolidação da República, marcado pela
a) Apenas I, II e III são verdadeiras. participação política de pequenos proprie-
tários rurais e pela implementação de amplo
b) Apenas I, III e IV são verdadeiras.
programa de reforma agrária.
c) Apenas II, III e IV são verdadeiras.
d) passagem da monarquia à República, período
d) Todas as afirmativas são verdadeiras. de consolidação oligárquica, que provocou a
e) Todas as afirmativas são falsas. ampliação do poder e da influência política
dos militares.
42. (FEI) Para responder à questão, leia o texto a seguir.
e) decadência do Império, então sujeito a inva-
A cultura latina tem como uma de suas princi- sões estrangeiras e à fragmentação política
pais características a pluralidade. Roma aceitou gerada pelas rebeliões populares e pela ação
a diversidade cultural dos povos que integravam dos bárbaros.
o seu império. Fazia isso para ver o seu poderio
aceito sem contestação. O cidadão romano era 44. (UNICAMP) Com relação ao ornamento, Roma não
sujeito a direitos e a deveres, não importando correspondia, absolutamente, à majestade do
qual a sua origem étnica, o seu credo ou a sua
Império e, além disso, estava exposta às inunda-
forma de vestir.
ções, como também aos incêndios. Porém, Au-
MACIEL, Marco. Globalização e latinidade. In: Folha de São Paulo.
gusto fez dela uma cidade tão bela que pode se
Tendências/Debates, 24 de abril de 2001.
envaidecer, principalmente por ter deixado uma
Embora o Império Romano aceitasse a diversida- cidade de mármore no lugar onde encontrara
de religiosa dos povos conquistados, como afir- uma de tijolos.
ma o autor, o mesmo não se deu com os cristãos, Adaptado de Suetônio. A vida dos doze Césares. São Paulo: Martin
que eram perseguidos e não podiam praticar sua Claret, 2006. p. 91.
religião livremente até o Édito de Milão em 313
Considerando o texto e o período de Otávio Au-
d.C. Até este período, os cristãos eram conside-
rados uma ameaça ao Império Romano, porque: gusto no governo de Roma, responda:
a) reconheciam apenas a autoridade política a) Qual a relação da nova urbanização da capital
papal. do Império com o período de paz que Augus-
b) se afastaram da doutrina judaica tradicional. to pretendia simbolizar?
c) eram favoráveis à escravatura.
d) queriam tomar o poder e instituir um Estado
teocrático, em Roma.
e) recusavam-se a aceitar o imperador como um
deus. b) Identifique uma medida social e uma medi-
da política, estabelecidas por Augusto para
43. (FUVEST) César não saíra de sua província para adaptar a tradição romana ao novo momento.
fazer mal algum, mas para se defender dos agra-
vos dos inimigos, para restabelece em seus po-
deres os tribunos da plebe que tinha sido, naque-
la ocasião, expulsos da cidade, para devolver a
liberdade a si e ao povo romano oprimido pela
facção minoritária.
CÉSAR, Caio Júlio. A Guerra Civil. São Paulo: Estação Liberdade, 1999. p. 67.

184 1ª. Série


História

45. (UNICAMP) Por que as pessoas se casavam na Roma com amigos e fiéis. Suas cartas mostram um am-
Antiga? Para esposar um dote, um dos meios hon- plo círculo de relações e de influências em Roma
rosos de enriquecer, e para ter, em justas bodas, e no Mediterrâneo oriental. O ponto central é: te-
rebentos que, sendo legítimos, perpetuassem o ria sido a carreira de Paulo possível ou verossímil
500 anos antes?
corpo cívico, o núcleo dos cidadãos. Os políticos
Adaptado de GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga.
não falavam exatamente em natalismo, futura mão São Paulo: Contexto, 2013. p. 157-158.
de obra, mas em sustento do núcleo de cidadãos
que fazia a cidade perdurar exercendo a “função 46. (PUC-SP) A resposta mais adequada à pergunta
de cidadão” ou devendo exercê-la. final do texto é
Adaptado de ARIÈS, P. e DUBY, G. História da vida privada. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990. v. 1, p. 47. a) sim, porque a integração entre Ocidente e
Oriente era intensa desde a unificação do Egi-
a) Por que o casamento tinha uma conotação to, quando se estabeleceram rotas regulares
política entre os cidadãos, na Roma Antiga? de comércio para as Índias.
b) não, porque só com a conquista e o domínio
romanos do mar Mediterrâneo é que se inicia-
ram a navegação e o comércio entre o Norte
da África e as terras da atual Europa.
c) sim, porque as cidades italianas de Gênova e
Veneza controlavam grande parte do comér-
cio no mar Mediterrâneo e facilitavam o deslo-
b) Indique dois grupos excluídos da cidadania camento de pessoas e mercadorias na região.
durante a República romana (509-27 a.C.). d) não, porque apenas a extensão e o funciona-
mento do Império Romano tornaram possí-
veis a maior mobilidade e integração entre as
comunidades a ele submetidas.
Leia o texto para responder as perguntas 46 e 47. e) sim, porque a hegemonia árabe no Norte da
O apóstolo Paulo era cidadão de Tarso, uma África, no Oriente próximo e na península
pequena cidade, muito antiga, que era a capital Ibérica contribuiu decisivamente para a apro-
provincial da Cilícia. Mas Paulo era também ju- ximação dos povos que viviam em torno do
deu, membro de uma etnia que se reproduzia por Mediterrâneo.
laços familiares e pela aderência a uma religião,
cujo templo se encontrava distante, em Jerusa- 47. (PUC-SP) A trajetória do apóstolo Paulo, descrita
lém. Era um judeu da diáspora. Numa viagem no texto, revela que:
para Damasco, Paulo se tornou cristão e, entre
os cristãos, apóstolo. Nessa condição, assumiu a) o intercâmbio cultural na Antiguidade era re-
a identidade de apóstolo dos não judeus e viajou, gular e sistemático desde a globalização da
por terra e por mar, por boa parte do Mediterrâ- filosofia grega e da hegemonia dos valores
neo oriental. Foi a Chipre, à Panfilia, passou pela helenísticos no Oriente extremo.
Capadócia, pelo centro da Anatólia, e morou em b) os povos da Antiguidade mantinham-se fir-
Éfeso, onde foi confrontado pelos artesãos locais,
escapando apenas pelo medo geral de uma in-
memente fechados em suas comunidades,
tervenção do poder romano. Muitas vezes esta- sem que houvesse qualquer tipo de integra-
beleceu-se com o apoio das comunidades judai- ção ou transformação cultural.
cas locais. Morou na cidade de Felipe, visitou a c) a força política do cristianismo na Grécia e em
Macedônia e a Acaia e, segundo os Atos, passou Roma garantia a segurança e a ampla possi-
por Corinto, capital provincial, onde exerceu ou- bilidade de circulação de seus adeptos, em-
tra de suas identidades – a de artesão. Chegou
penhados na difusão dessa fé religiosa.
a Atenas e discutiu com os filósofos da cidade.
Passou também por Mileto, Rodes, Tiro, Cesa- d) a tolerância religiosa existente na Grécia e na
reia, Jerusalém e outras cidades. Ao ser perse- Roma antigas permitia contínuas romarias de
guido em Jerusalém, refugiou-se em Cesareia, todos os seus habitantes por todos os territó-
onde foi preso. Fez, então, uso de sua identidade rios de seus impérios.
de cidadão romano, que também possuía, e de
seu conhecimento da língua grega, para não ser e) o Império Romano era bastante heterogêneo
espancado e executado. Para ser julgado, atra- no seu interior e parte de seus habitantes po-
vessou todo o Mediterrâneo, com uma escala em dia valer-se de suas várias identidades e vín-
Malta, após um naufrágio, tendo vivido em Roma culos pessoais e religiosos.

Caderno de Atividades 185


povos “bárbaros”
48. Leia o texto escrito por Amiano Marcelino, histo- 49. (UNICAMP) O termo “bárbaro” teve diferentes sig-
riador romano que viveu durante o século V, perío- nificados ao longo da história. Sobre os usos
do de decadência do Império Romano. desse conceito, podemos afirmar que:
[…] O povo dos Hunos, pouco conhecido pelos
a) bárbaro foi uma denominação comum a mui-
antigos monumentos, vivendo atrás de Meótis, tas civilizações para qualificar os povos que
perto do Oceano Glacial, excede todos os modos não compartilhavam dos valores destas mes-
de ferocidade […] mas civilizações.
Todos eles têm membros compactos e firmes, b) entre os gregos do período clássico o termo
pescoços grossos, e são tão prodigiosamente foi utilizado para qualificar povos que não fa-
disformes e feios que os poderíamos tomar por lavam o grego e depois disso deixou de ser
animais bípedes ou pelos toros desbastados em empregado no mundo mediterrâneo antigo.
figuras que se usam nos lados das pontes.
c) bárbaros eram os povos que os germanos
Tendo, porém o aspecto de homens, embora classificavam como inadequados para a con-
desagradáveis, são rudes no seu modo de vida,
quista, como os vândalos, por exemplo.
de tal maneira que não têm necessidade nem de
fogo nem de comida saborosa; comem as raí- d) gregos e romanos classificavam de bárbaros
zes das plantas selvagens e a carne semicrua de povos que viviam da caça e da coleta, como
qualquer espécie de animal que colocam entre as os persas, em oposição aos povos urbanos
suas coxas e os dorsos dos cavalos para aquecer civilizados.
um pouco.
Vestem-se com tecidos de linho ou com as pe- 50. (UNICAMP) No Natal de 800, o papa Leão III coroou
les de ratos-silvestres cosidas umas às outras, Carlos Magno como imperador dos romanos. O
e estas servem tanto para uso doméstico como imperador recebeu o antigo título de Augusto.
de fora. Mais uma vez que meteram o pescoço a) Caracterize a autoridade de Carlos Magno
numa túnica desbotada, não a tiram ou mudam
como Imperador naquele momento.
até que pelo uso quotidiano se faça em tiras e
caia ao pescoço.
MARCELINO, Amiano. Tradução inglesa de John C. Rolfe, liv. XXXI, 2, 1-11.
Harvard University Press, 1939. In: Espinosa, F. Antologia de textos
medievais. 3. ed. Lisboa: Sá da Costa, 1981. p. 4-5.
Meótis: denominação atribuída ao Mar de Azov.

De acordo com o fragmento e seus estudos sobre


os denominados “povos bárbaros”, analise as afir-
mativas a seguir:
I. De acordo com os escritos de Amiano Marceli-
no, os hunos eram selvagens e primitivos.
II. Essa descrição dos hunos corrobora com a
denominação “bárbaro” criada pelos gregos
e romanos para os povos que não falavam o b) Apresente dois aspectos do renascimento ca-
grego e o latim. rolíngio.
III. Todos os povos bárbaros apresentavam as
mesmas características dos hunos.
Após a análise, assinale a alternativa correta:
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

186 1ª. Série


História

51. (ESPM) Os hunos em geral – e Átila em particular – têm uma merecida fama de homens endurecidos pela
atividade militar. As fontes históricas revelam a imagem que fazemos do huno: um soldado montado. Todos
os nômades andavam a cavalo, o meio de locomoção habitual do tempo. Mas a destreza dos cavaleiros
hunos impressiona os observadores contemporâneos. Sua arma mais importante era o arco. Mais forte do
que um arco simples, ele tinha um alcance de 150 metros. No galope ele controlava seu cavalo com os
joelhos, enquanto disparava uma flecha.
Revista História Viva, n. 116, p. 34, 2013.

A partir do texto, e levando em consideração o que se sabe sobre os hunos, é correto assinalar.
a) Os hunos foram bárbaros que, graças a sua destreza de cavaleiros, derrubaram o Império Bizantino;
b) Os hunos foram bárbaros cujo poderio naval atormentou o Império Romano;
c) Hábeis cavaleiros, os hunos foram nômades que assolaram o mundo grego e devastaram Atenas e
Esparta;
d) Capazes de ataques rápidos, e notáveis pela destreza de seus cavaleiros, os hunos promoveram uma
ofensiva contra a região da Itália, no Império Romano;
e) Famosos pela força de sua infantaria, os hunos foram os responsáveis diretos pela derrubada do Im-
pério Romano.

52. (IFNMG) Analise o mapa.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-LdhI7U5dWpw/TaHOkA-624I/AAAAAAAAAYw/1l4N3MBCARc/s1600/invasao.jpg.Acesso: 30 nov. 2012.

Com base na análise do mapa e em seus conhecimentos sobre a queda do Império Romano, assinale a
alternativa incorreta.
a) Os povos hunos, à exceção dos visigodos, lombardos, vândalos, alanos, burgúndios, ostrogodos e
saxões, eram povos mais dóceis, não configurando uma atuação com grandes embates no Império
Romano.
b) A tendência majoritária que se observou no processo representado no mapa foi a fragmentação, cres-
cente autonomia e caracterização ruralizante resultante das invasões no Império Romano.
c) O termo “bárbaro” foi empregado pelos romanos para designar povos considerados inferiores cultu-
ralmente, hordas violentas exteriores ao Império, cujo significado é pejorativo, pois estes, em alguns
aspectos, detinham maior conhecimento que os romanos, como na metalurgia.
d) O mapa aponta para uma nova configuração territorial e política na Europa Ocidental e adjacências, origi-
nando novas estruturas de poder, marcando o período feudal na história.

Caderno de Atividades 187


53. (UFJF) Durante longo período, os bárbaros foram responsabilizados pelo fim do Império Romano do Oci-
dente, tal como observamos na frase de Piganiol: “O Império Romano não morreu de morte natural, ele
foi assassinado”. Todavia, outros estudos tem demonstrado que são múltiplos os fatores que contribuíram
para o fim do Império.
(PIGANIOL, A. L’Empire Chrétien.Paris: 1972. p. 466)

I. Relacione o fim das guerras de conquistas à crise econômica vivenciada pelo Império Romano.

II. Relacione a crise do Império Romano ao aumento de trabalhadores rurais dependentes economicamente.

Transição da Antiguidade para a


Idade Média na europa
54. (UEMG) As transformações históricas geralmente c) Todo o universo acadêmico estava dedicado
não acontecem de forma repentina; elas se dão a suplantar suas heranças passadas, motivo
de forma gradual, com o passar dos anos, déca- pelo qual os intelectuais contemporâneos a
das ou séculos. Se levarmos em consideração as Chartres dedicavam-se ao estudo dos clás-
mudanças culturais, as transformações são ainda sicos.
mais demoradas. No período medieval, não foi di- d) Os intelectuais da geração de Chartres são
ferente: as mudanças culturais começaram a ser gratos aos clássicos, pois, com suas obras
percebidas nos dois séculos anteriores. Sobre em mãos, podiam perceber a magnitude de
esse assunto, leia a passagem seguinte: seus conceitos.
“Mas o novo humanismo era, mais geralmente, 55. Sobre o feudalismo no Japão, analise as afirma-
um humanismo cristão. «Somos anões empolei- tivas a seguir:
rados nos ombros de gigantes»: esta fórmula de I. No século VI, a tentativa de unificação política
Bernard de Chartres (cerca de 1130), muitas ve- sob o comando do imperador resultou em fra-
zes repetida, ilustra a extensão da dívida que os
casso e diversas famílias da aristocracia pas-
espíritos mais sérios da época reconheciam ter
saram a controlar o poder em suas regiões.
para com a cultura clássica”.
BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 1979, p.135.
II. Nas terras pertencentes à aristocracia, a utili-
zação da mão de obra de pequenos campo-
Segundo o relato de Marc Bloch sobre o pen- neses e o direito destes de possuir o direito de
samento de Bernard de Chartres, é CORRETO exploração de um pequeno terreno, em troca
afirmar: de obediência ao senhor, contribuiu para a for-
a) A sociedade do tempo de Chartres, após as mação de relações semelhantes à suserania e
descobertas dos originais gregos, via-se como à vassalagem existente na Europa Ocidental
independente das influências clássicas. durante a Idade Média.
b) Faziam parte do contexto da época de Char- III. As famílias aristocráticas, para a proteção de
tres a mediocridade dos intelectuais que lhe suas propriedades e obediência dos campo-
foram contemporâneos e a supremacia da neses, formaram milícias particulares, cujos
mentalidade grega. soldados eram denominados de samurais.

188 1ª. Série


História

Após a análise, assinale a alternativa correta: 57. (FUVEST) Leia o texto e examine a imagem.
a) Todas as afirmativas estão certas. `A arte gótica reúne e desenvolve os fermentos no-
b) Todas as afirmativas estão erradas. vos [...] e os organiza em sistema; e esse sistema
tem um lugar seguro na mais vasta organização
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas. do saber.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas. G. C. Argan. História da arte italiana. Da Antiguidade a Duccio.
São Paulo: Cosac & Naif, 2003, v. 1, p. 337. Adaptado.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

56. (FGV) Observe atentamente a imagem:

A imagem acima oferece uma representação do


mundo elaborada durante a Idade Média, forte- Abadia de Fossanova (Itália), interior, iniciada em
mente marcada pela cultura clerical. 1187 e consagrada em 1208.

a) Identifique dois elementos da imagem que a) Identifique, a partir da imagem, dois elemen-
possam ser associados à cultura clerical. tos característicos do chamado estilo gótico.

b) Do ponto de vista cultural, apresente e expli-


b) Considerando que o objetivo dessa imagem que uma característica do “sistema”, que, se-
não era representar o mundo com exatidão gundo o texto, “tem um lugar seguro na mais
cartográfica, explique qual era o sentido des- vasta organização do saber”.
sa representação.

Caderno de Atividades 189


58. (UNESP) Observemos apenas que o sistema dos e) constituiu-se gradualmente um espaço políti-
feudos, a feudalidade, não é, como se tem dito co e religioso comum, capaz de articular as
frequentemente, um fermento de destruição do áreas do Mediterrâneo aos países do centro,
poder. A feudalidade surge, ao contrário, para do Norte e do Leste do continente europeu.
responder aos poderes vacantes. Forma a unida-
de de base de uma profunda reorganização dos 60. (PUC-SP) “O modo de produção feudal, tal como
sistemas de autoridade […]. apareceu na Europa ocidental, deixava em geral
(Jacques Le Goff. Em busca da Idade Média, 2008.) aos camponeses apenas o espaço mínimo para
aumentarem o produto de que dispunham dentro
Segundo o texto, o sistema de feudos.
das duras limitações do sistema senhorial.”
a) representa a unificação nacional e assegura a Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Porto:
imediata centralização do poder político. Afrontamento, 1980, p. 208. Adaptado.
b) deriva da falência dos grandes impérios da
O texto caracteriza o modo de produção feudal,
Antiguidade e oferece uma alternativa viável
destacando que
para a destruição dos poderes políticos.
a) havia classes distintas e opostas no feuda-
c) impede a manifestação do poder real e eli-
lismo, embora a luta social fosse atenuada
mina os resquícios autoritários herdados das
pelas amplas oportunidades de lucro que os
monarquias antigas.
senhores ofereciam aos camponeses.
d) constitui um novo quadro de alianças e jogos
b) as relações de suserania e vassalagem e o
políticos e assegura a formação de Estados
caráter rural do feudalismo eliminaram as ci-
unificados.
dades e provocaram o declínio do comércio e
e) ocupa o espaço aberto pela ausência de po- das atividades de serviço.
deres centralizados e permite a construção de
c) a possibilidade de melhoria da condição eco-
uma nova ordem política.
nômica dos camponeses era bastante restrita,
devido ao conjunto de obrigações que estes
59. (PUC-SP) “A Europa, como ideia e como realidade,
deviam prestar aos senhores.
é uma criação medieval. Desenhada pela geo-
grafia, ela constrói-se na história. A Idade Média d) as longas jornadas de trabalho nas lavouras
assinala o momento de sua gestação e de seu e a ampla gama de impostos impediam os
desenvolvimento.” camponeses de ascenderem socialmente e
Daniel Valle Ribeiro. “A Alta Idade Média e os prenúncios da ideia de provocavam a ruína dos senhores de terras.
Europa”, in Néri de Barros Almeida e Marcelo Cândido da Silva (orgs.). e) havia oportunidades de transformação social
Poder e construção social na Idade Média. Goiânia: Editora UFG,
2011, p. 181. no feudalismo, embora os camponeses rara-
mente as aproveitassem, pois preferiam se
A ideia principal do texto pode ser justificada dedicar prioritariamente ao trabalho.
pelo fato de que, na Idade Média,
a) formou-se uma poderosa aliança política e 61. (FGV) A colisão catastrófica dos dois anteriores
militar do conjunto dos países europeus, com modos de produção em dissolução, o primitivo e
o objetivo de afastar, por meio das Cruzadas, o antigo, veio a resultar na ordem feudal, que se
difundiu por toda a Europa.
os invasores árabes e macedônios de todo o
Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Porto:
continente. Afrontamento, 1982, p. 140.
b) houve uma rejeição profunda da tradição greco-
-romana pelos habitantes do continente euro- O autor refere-se a três tipos de formações eco-
peu, que aderiram maciçamente ao cristianis- nômico-sociais nesse pequeno trecho. A esse
mo e abandonaram os cultos de origem pagã. respeito é correto afirmar:
c) completou-se a unidade política e administrati- a) A síntese descrita refere-se à articulação en-
va europeia, por meio da forte expansão franca tre o escravismo romano em crise e as forma-
e da expulsão dos grupos de bárbaros proce- ções sociais dos guerreiros germânicos.
dentes do Leste do continente e da Ásia. b) O escravismo predominava entre os povos
d) ocorreu um acelerado processo de urbani- germânicos e tornou-se um ponto de inter-
zação, que permitiu a plena integração das secção com a sociedade romana.
economias dos Estados europeus, por meio c) A economia romana, baseada na pequena
da abertura de rotas comerciais terrestres e propriedade familiar, foi transformada a partir
marítimas. das invasões germânicas dos séculos IV a VI.

190 1ª. Série


História

d) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade privada e as relações servis que permitiram a sín-
tese social com os romanos.
e) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada pelos conflitos constantes nas fronteiras roma-
nas devido à ofensiva dos magiares.

62. (ESPM) O próprio Deus quis que entre os homens que alguns fossem senhores e outros servos, de modo
que os senhores veneram e amam a Deus, e que os servos amam e veneram o seu senhor, seguindo a
palavra do apóstolo; servos, obedecei vossos senhores temporais com temor e apreensão; senhores, tratai
vossos servos de acordo com a justiça e a equidade.
(Marvin Perry. Civilização Ocidental: Uma História Concisa)

A partir da leitura do texto é possível assinalar que a respeito da ordem social feudal, o clero:
a) propugnava por uma sociedade dinâmica e de camponeses questionadores;
b) afirmava que os direitos e deveres das pessoas não dependiam de sua posição na ordem social;
c) rebatia a avaliação de que a vontade de Deus tivesse qualquer relação com a ordem social;
d) considerava que a sociedade funcionava bem quando todos aceitavam sua condição e desempenha-
vam o papel que lhes era atribuído;
e) era o maior interessado em questionar a ordem social injusta do feudalismo.

63. (UFJF) Observe as imagens que retratam a vida dos camponeses e dos senhores durante a Idade Média e,
em seguida, assinale a alternativa INCORRETA.

A iluminura retrata o servo arando a terra.Disponível Cristiano I, da Dinamarca, assiste a um torneio de cavalaria junto a Bartolomeo
em: <http://www.brasilescola.com/historiag/caracteris- Colleoni. Afresco no Castelo de Malpaga, por Girolamo Romani (1467). Disponível em:
ticas-feudalismo.htm>. Acesso em: 09, agosto, 2013. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cavalaria_medieval>. Acesso em: 09, agosto, 2013.

a) Ao se tornar vassalo, o nobre recebia um benefício, o que lhe dava o direito de administrar os territórios
recebidos e submeter os servos que ali residiam.
b) Para os romanos, servo significava escravo. Na Idade Média a palavra ganhou outro sentido: embora os
servos estivessem presos a terra, os senhores medievais não eram proprietários desses camponeses.
c) A mão de obra servil prevaleceu na zona rural, todavia, as terras também eram cultivadas pelos vilões,
homens livres que também estavam submetidos a uma série de obrigações em relação ao senhor da
região, como o pagamento do censo.
d) A Igreja, grande proprietária de terras, foi fundamental na consolidação do feudalismo e na difusão da
ideia de uma sociedade dividida em três principais grupos sociais (os que oram, os que guerreiam, os
que trabalham).
e) Em relação aos seus suseranos, os vassalos tinham algumas obrigações, dentre as quais podemos
destacar: oferecer ajuda militar e trabalhar nas terras senhoriais.

Caderno de Atividades 191


império bizantino
64. Sobre a cidade de Constantinopla, analise as c) Descrever as origens históricas e as principais
afirmativas a seguir: características de Constantinopla.
(01) Foi fundada em 330 pelo Imperador Cons- d) Apontar as fragilidades de Constantinopla.
tantino no local onde antes existira a colônia e) Comparar Constantinopla com Bizâncio.
grega de Bizâncio.
(02) A cidade logo se tornou um grande entre- 66. Sobre a monarquia bizantina, analise as afirmati-
posto comercial em função da sua localiza- vas a seguir:
ção geográfica às margens do Mar Negro e I. Era teocrática, ou seja, o imperador era con-
do Mar Mediterrâneo. siderado líder político e também apresentava
(04) Com a divisão do Império Romano entre caráter divino.
dois territórios, Império Romano do Oriente II. Era despótica, ou seja, o imperador era autori-
e Império Romano do Ocidente, a cidade de dade incontestável.
Constantinopla perdeu sua importância polí-
III. Era democrática, permitindo a participação na
tica e comercial.
política dos homens nascidos em Constantinopla.
(08) A localização de Constantinopla não favore-
cia a sua defesa e caiu em poder de todas Após a análise, assinale a alternativa correta:
as expedições cruzadistas e também dos a) Todas as afirmativas estão certas.
povos persas. b) Todas as afirmativas estão erradas.
(16) A cidade apresentou uma cultura e produção c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
artística muito rica em função da reunião de
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
influências culturais do Oriente e do Ocidente.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.
65. Leia o fragmento a seguir:
67. Justiniano foi coroado imperador do Império Bi-
[...] os ocidentais não podiam deixar de se espan-
tar diante do esplendor de Constantinopla. Re-
zantino no ano de 527. Durante o seu reinado ele
velando surpresa, o cronista francês participante estabeleceu como lema “Um Estado, uma lei,
da Quarta Cruzada confessou: “não creio que uma igreja”. Qual o significado de tal lema?
nas 40 cidades mais ricas do mundo houvesse
tantos bens como se encontraram em Constan-
tinopla”. De fato, a velha colônia grega de Bizân-
cio, criada no século VII a. C., fora refundada em
330 e tornada capital pelo imperador Constantino
devido à sua excepcional localização. Colocada
entre a Europa e a Ásia, todo o trânsito do mar
Negro para o mar Mediterrâneo obrigatoriamente
deveria passar por ali. Estrategicamente, a cida-
de também era privilegiada, apresentando condi-
ções naturais que facilitavam sua defesa.
Assim, não era de se espantar que Constantino-
pla tenha provavelmente se aproximado de um
milhão de habitantes (no mesmo momento em 68. Sobre importância cultural de Constantinopla,
que Roma ou Paris não passavam de 20 000) e leia o texto de Edward McNall Burns.
tenha sido por séculos um dos maiores centros
urbanos do mundo. [...] As escolas bizantinas baseavam a instrução na
literatura grega clássica, a ponto de as pessoas
FRANCO JÚNIOR, Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O Império
educadas serem capazes de citar Homero tão
Bizantino. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 9-10.
frequentemente quanto os ingleses citam hoje
O tema central do texto é Shakespeare. Os sábios bizantinos estudavam
e comentavam a filosofia de Platão e Aristóteles.
a) Descrever as características de Roma. Esse devotamento ao classicismo enriqueceu a
b) Comparar Constantinopla às demais cidades vida intelectual e literária bizantina e ajudou a pre-
da Antiguidade. servar os clássicos gregos para eras posteriores.

192 1ª. Série


História

A maior parte da literatura grega clássica que co- 69. Sobre a história do Império Romano do Oriente,
nhecemos hoje só sobreviveu por ter sido copia- analise as afirmativas a seguir:
da por escribas bizantinos.
BURNS, Edward McNall; LERNER; Robert F.; MEACHAM, Standish.
I. Sua outra denominação – Império Bizantino
História da civilização ocidental: do homem das cavernas às naves – decorre do fato da capital ter sido edifica-
espaciais. 37. ed. São Paulo: Globo, 1996. v. 1. p. 210. da sobre uma antiga colônia grega de nome
Bizâncio.
A respeito desse assunto, é correto afirmar:
II. Após a queda oficial do Império Romano do
a) O ensino no Império Bizantino era voltado
apenas para a Literatura e a Filosofia. Ocidente em 476, o Império Romano do Orien-
te continuou a existir por cerca de mais 1000
b) Os conhecimentos desenvolvidos em Cons-
anos.
tantinopla não chegaram até os nossos dias
em função da invasão turca em 1453. III. A Quarta Cruzada destruiu o Império Bizantino
e a organização política implantada por Jus-
c) Constantinopla reunia um mosaico de culturas
tiniano. A cultura bizantina desapareceu para
ocidentais e orientais que permitiu um grande
desenvolvimento cultural, literário e artístico. sempre.
d) Havia muito estudo em Constantinopla, po- Após a análise, assinale a alternativa correta:
rém não foram produzidos registros escritos a) Todas as afirmativas estão certas.
que pudessem comprovar esse desenvolvi- b) Todas as afirmativas estão erradas.
mento intelectual.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
e) Shakespeare, Platão e Aristóteles viveram em
Constantinopla e foram os responsáveis pela d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
fundação de escolas. e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

árabes
70. (UNICAMP) Tradicionalmente, a vitória dos cristãos sobre os muçulmanos na Batalha de Covadonga, na
região da Península Ibérica, em 722, foi considerada o início da chamada Reconquista. Mais do que um de-
cisivo confronto bélico, Covadonga foi uma luta dos habitantes locais por sua autonomia. A aproximação
ideológica desta vitória, feita mais tarde por clérigos das Astúrias, conferiu à batalha a importância de um
fato transcendente, associado ao que se considerava a missão da monarquia numa Hispânia que tombara
diante dos seus inimigos.
(Adaptado de R. Ramos, B. V. Sousa e N. Monteiro (orgs.), História de Portugal. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2009, p. 17-18.)

a) Explique o que foi a Reconquista.

b) De que maneira a Batalha de Covadonga foi reutilizada no discurso histórico e político pelos clérigos
das Astúrias?

Caderno de Atividades 193


71. (ESPM)

As imagens em questão são exemplares da influência deixada na Europa Medieval pela:


a) civilização bizantina;
b) civilização persa;
c) civilização romana;
d) civilização grega;
e) civilização muçulmana.

72. O que significa a palavra jihad?


A palavra Jihad, no idioma árabe, significa esforço e luta, seja para obter, seja para proteger algo importante e que
diga respeito à vida humana. No Alcorão, está empregada com o sentido de esforçar-se e lutar no caminho de
Deus. Essa Jihad tem dois sentidos na cultura islâmica: um sentido é a “luta menor”, que tem o sentido de defesa
em relação a um inimigo que nos ataca fisicamente e aos nossos valores materiais e espirituais. Outro sentido é
a “luta maior” para atrair a satisfação e a complacência de Alá.
[...] O Alcorão Sagrado proíbe expressamente a agressão e o emprego da força para propagar as crenças re-
ligiosas. Portanto, é absolutamente falso que o Islã promova uma suposta “guerra santa” para expandir a fé
muçulmana.
KHALIL, Muhammad Jaafar. Um diálogo sobre o Islamismo. Curitba: Criar Edições. 2003.p.32

De acordo com o fragmento a jihad:


a) É plenamente compreendida no Ocidente. A jihad permite o terrorismo e a luta pela conversão de novos
seguidores ao Islã.
b) É um esforço individual que leva à aproximação dos preceitos do islamismo.
c) O Alcorão incita a luta armada para a conversão de islamismo.
d) É a lei que permite ao muçulmano venerar a figura humana.

73. Sobre os preceitos do islamismo, assinale a alternativa INCORRETA:


a) Somente Alá é Deus e Maomé o seu profeta.
b) O livro sagrado islâmico é o Alcorão.
c) Aos muçulmanos, é proibida a ingestão de carne de porco e de bebidas alcoólicas.
d) Guardar jejum no mês de Ramadã.
e) É obrigatória a todos os muçulmanos a peregrinação a Meca, independente das condições financeiras
ou físicas.

194 1ª. Série


História

transição da idade média para a


idade moderna
74. (UNESP) [Na Idade Média] A arte das catedrais 75. A maioria das narrativas sobre as Cruzadas fo-
significa acima de tudo, na Europa, o despertar ram produzidas pelos cristãos. Leia a seguir uma
das cidades. Muitos dos vitrais são oferecidos narrativa árabe sobre os cruzados que no texto
pelas associações de trabalhadores, que preten- recebem a denominação genérica de Ifranj:
diam assim consagrar ostensivamente as primí-
cias de sua jovem prosperidade. Esses doadores [...] As noções ocidentais de medicina basea-
não eram camponeses, mas pessoas de ofício. vam-se amplamente na superstição e no exorcis-
mo, em agudo contraste com a instrução clínica
Homens que, na cidade, nos bairros em cons-
avançada dos árabes e seus conhecimentos de
tante expansão, trabalhavam a lã, o couro e os
cirurgia, farmacologia e epidemiologia. Os recém-
metais, que vendiam belos tecidos, bem como
chegados não tinham nenhum conhecimento de
joias, e corriam de feira em feira, em caravana.
higiene e saneamento, uma profunda afronta aos
Esses artesãos, esses negociantes quiseram que muçulmanos, que realizavam abluções rituais an-
na igreja matriz de sua cidade, nos vãos, trans- tes de cada uma das cinco orações diárias. Os
figurados pela luz de Deus, se representassem observadores muçulmanos levaram em pouca
os gestos e as ferramentas do seu mister. Que conta o que viram da cultura franca. Do ponto de
seu ofício e sua função produtiva fossem assim vista deles, os Ifranj não entendiam nem mesmo
celebrados nesse monumento que a todos reunia a tecnologia básica, exceto taIvez a das máqui-
por ocasião das grandes festas, suficientemente nas de guerra, não possuíam ciência, medicina
vasto para acolher a população inteira da cidade. ou matemática propriamente ditas, e nenhuma
Os burgueses, com efeito, não entravam na ca- investigação filosófica. [...]
tedral apenas para rezar. Era ali que se reuniam LYONS, Jonathan. A casa da sabedoria: como a valorização do
suas confrarias e toda a comuna para suas as- conhecimento pelos árabes transformou a civilização ocidental. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2011. p. 38.
sembleias civis. A catedral era a casa do povo.
Do povo citadino.
(Georges Duby. A Europa na Idade Média, 1988.)
De acordo com o texto, analise as afirmativas:
I. Os árabes promoveram uma grande expan-
Identifique o momento da Idade Média em que são territorial, adquirindo muitos conhecimen-
ocorre o “despertar das cidades”, mencionado no tos com os povos com os quais entravam em
texto, e aponte três características do papel exerci-
contato.
do pelas catedrais na vida cotidiana dos moradores
das cidades. II. Uma das características que chama a atenção
dos árabes em relação aos europeus é a falta
de cuidado e de asseio com o corpo por parte
destes.
III. De acordo com os árabes, os europeus não
possuíam nem mesmo conhecimento na pro-
dução de armamentos.

Após a análise, assinale a alternativa correta:


a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

Caderno de Atividades 195


76. (UFJF) Observe as figuras. 77. (FATEC) Nos séculos finais da Baixa Idade Média
europeia, a economia de subsistência e de tro-
cas naturais tendia a ser suplantada pela econo-
mia monetária, a influência das cidades passou
a prevalecer sobre os campos, e a dinâmica de
comércio levou à mudança e à ruptura das cor-
porações de ofício medievais.
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1988, p. 5.
Adaptado.

Analisando as transformações citadas, conclui-


Figura 1: Iluminura mostrando Pedro, o eremita, indicando o cami- se, corretamente, que elas:
nho da Terra Santa aos cruzados (França, cerca de 1270). a) evidenciaram o surgimento da nova classe
Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/historia/cruza das/
imagens.htm>. Acesso em: 15, ago. 2014.
social burguesa e a crise do sistema feudal.
b) fortaleceram a Igreja Católica, que incentivava
a prática comercial no período medieval.
c) prejudicaram a burguesia comercial e favore-
ceram os proprietários das terras feudais.
d) demonstraram a força do sistema feudal e
dos mecanismos de subsistência no campo.
e) enfraqueceram os reis absolutistas que domi-
naram a Europa durante o período medieval.
Figura 2: Terceira Cruzada, 1189-1192.
Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=cruz ada+popu- 78. (MACKENZIE) Aquilo que dominava a mentalidade
lar+ou+dos+mendigos&tbm=isch &tbo=u&source=univ&sa=X&ei=E- e a sensibilidade dos homens da Idade Média era
TbiU6GiD 6i_8QGJq4D4BQ&ved=0CEIQsAQ&biw=12 80&bih=685>.
Acesso em: 6 ago. 2014. o seu sentimento de insegurança (...) que era, no
fim das contas, a insegurança quanto à vida fu-
Dentre os objetivos que impulsionaram os homens tura, que a ninguém estava assegurada (...). Os
medievais a empreender viagens rumo ao Oriente, riscos da danação, com o concurso do Diabo,
podemos destacar, EXCETO: eram tão grandes, e as probabilidades de salva-
a) A libertação da Palestina que estava sob o ção, tão fracas que, forçosamente, o medo ven-
domínio muçulmano desde o século VII, já cia a esperança.
que todo cristão era um vassalo de Deus e, Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.
portanto, deveria jurar fidelidade e lutar contra
os “inimigos da fé cristã”. O mundo medieval configurou-se a partir do
b) Apesar da conquista de riquezas por meio de medo da insegurança, como retratado no texto
pilhagens aos muçulmanos, as Cruzadas não acima. Encontre a alternativa que melhor condiz
obtiveram sucesso no que diz respeito ao domí- com o assunto.
nio de territórios, já que os cruzados nunca con- a) A crise econômica decorrente do final do Im-
seguiram dominar a Cidade Santa (Jerusalém). pério Romano, a guerra constante, as invasões
c) O interesse em obter mercadorias raras no bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo
Ocidente, principalmente os produtos conhe- isso aliado a um forte conteúdo religioso de
cidos como especiarias, através do controle punição divina aos pecados contribuiu para o
das rotas de comércio no mar Mediterrâneo. clima de insegurança medieval.
d) A necessidade de regular conflitos, desviando o b) A peste bubônica provocou redução drástica
espírito belicoso dos senhores feudais para re- na demografia medieval, levando a crenças
giões sob ameaça do Islã, tal como observamos milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por
com o Império Bizantino, que recorre à ajuda de sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponi-
cruzados para proteger suas fronteiras. bilizando recursos médicos e financeiros para
e) Os benefícios espirituais concedidos aos cru- a erradicação das várias doenças que afetam
zados, tal como a indulgência plenária (per- seus fiéis.
dão dos pecados) dada àqueles que partis- c) O clima de insegurança que predominou em
sem em peregrinação rumo à Terra Santa para toda a Idade Média decorreu das guerras
combater os infiéis. constantes entre nobres – suseranos – e ser-

196 1ª. Série


História

vos – vassalos, contribuindo para a emergên- Ninguém que não tenha sido aprendiz e não te-
cia de teorias milenaristas no continente. nha concluído seu termo de aprendizado do dito
ofício poderá exercer o mesmo.
d) As enfermidades que afetavam a população
em geral contribuíram para a demonização de (Apud Leo Huberman, História da riqueza do homem, 1970, p. 65)
algumas práticas sociais, como o hábito de
A partir do documento, é possível reconhecer as
usar talheres nas refeições, adquirido, por sua
principais características das corporações de ofí-
vez, no contato com povos bizantinos.
cios, a saber:
e) A certeza da punição divina a pecados come-
a) solidariedade; defesa do livre mercado para
tidos pelos humanos predominava na menta-
além da cidade; regras flexíveis para seus
lidade medieval; por isso, nos vários séculos
membros, inclusive estrangeiros, que pode-
do período, eram constantes os autos de fé da
riam exercer vários ofícios.
Inquisição, incentivando a confissão em mas-
sa, sempre com tolerância e diálogo. b) defesa do monopólio do mercado da cidade;
exclusão de estrangeiros; controle de quali-
79. (ESPM) Tu consideraste minha humildade como dade do trabalho para evitar práticas deso-
medo e desde então não temeste revoltar-se nestas e espírito de fraternidade.
contra o poder real que recebi de Deus e ousaste c) ausência de controle do trabalho; monopólio
ameaçar tirá-lo, como se tivéssemos recebido a do mercado da cidade; admissão de estran-
Realeza de ti, como se o Reino e o Império es- geiros; incentivo à competição e admissão de
tivessem em tuas mãos e não nas de Deus. Foi aprendizes de diferentes ofícios.
Nosso Senhor Jesus Cristo que nos chamou a d) emprego de aprendizes desqualificados; li-
reinar. Ele não te chamou ao sacerdócio. Porque
berdade de preço dos produtos; exclusão de
tu escalaste os degraus: pela astúcia, obtiveste
estrangeiros; espírito de fraternidade e produ-
o dinheiro pelo dinheiro, o favor pelo favor, as
ção de vários tipos de produtos.
armas pelas armas. Assim pelo julgamento de
todos os nossos Bispos e pelo nosso, retira-te, e) produção com controle de qualidade; admis-
abandona a Sé Apostólica usurpada, que outro são de artesãos sem aprendizado anterior;
ascenda à Sé de São Pedro. defesa da concorrência entre os artesãos e
(Carta de Henrique IV a Gregório VII. Citado por G. Freitas in 900 Textos livre mercado de preços dos produtos.
e Documentos da História)
81. (UNICAMP) São mais ou menos constantes as
O documento apresentado deve ser relacionado
queixas dos bispos e dos clérigos sobre a manu-
com:
tenção das práticas pagãs no mínimo até o sécu-
a) o Cisma do Oriente; lo X. Um conjunto de práticas pagãs se mantém
b) a criação da Inquisição; quase intacto, sem levar em conta festas públi-
c) a Querela das Investiduras; cas pagãs como a de 1º de janeiro, que sobrevi-
d) a instituição do celibato clerical; veu durante muito tempo.
(Adaptado de Michel Rouche, “Alta Idade Média Ocidental”, em Paul
e) o cativeiro de Avignon. Veyne (org.), História da vida privada: do Império Romano ao ano mil.
São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.504.)
80. (FGV) Leia o documento de 1346.
[...] se qualquer pessoa do dito ofício sofrer de Assinale a alternativa correta.
pobreza pela idade, ou porque não possa traba- a) A crítica à institucionalização da Igreja, com a
lhar terá toda semana 7 dinheiros para seu sus- consolidação da hierarquia em torno do papa
tento [...] e dos bispos, teve sua principal manifestação
E nenhum estrangeiro trabalhará no dito ofício se na manutenção de práticas pagãs.
não for aprendiz, ou homem admitido à cidadania
b) As práticas pagãs, costumes de origem popu-
do dito lugar.
lar, respeitados pelas ordens religiosas, como
[...] E se alguém do dito ofício tiver em sua casa os beneditinos, mas criticados pelos bispos e
trabalho que não possa completar... os demais do
pelo clero tradicional.
mesmo ofício o ajudarão, para que o dito trabalho
não se perca. c) A diversidade de práticas religiosas era fre-
[...] Prestando perante eles o juramento de inda- quente na Alta Idade Média, apesar dos es-
gar e pesquisar [...] os erros que encontrarem no forços institucionais do alto clero católico em
dito comércio, sem poupar ninguém, por amizade combater as crenças populares e defender a
ou ódio. unidade religiosa na Europa.

Caderno de Atividades 197


d) A presença do cristianismo não significou o II. A noção de cristandade estabelecida na Idade
desaparecimento de todas as práticas religio- Média previa a constituição de uma unidade
sas consideradas pagãs, pois algumas delas religiosa, política, cultural e racial.
foram toleradas pela Igreja, como o sabá e as III. Mesmo convertidos ao cristianismo, antigos
festas populares. judeus não estiveram completamente a salvo
de perseguições durante a Idade Média.
82. (FGV) Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099.
Jejuam e fazem procissões em redor da cidade, Está correto apenas o que afirma em
esperando que as suas orações deitem abaixo a) I. d) I e II.
as muralhas, do mesmo que as trombetas de Jo- b) II. e) II e III.
sué tinham derrubado as de Jericó. A chegada a c) III.
Jafa de navios genoveses, pisanos e venezianos
é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão 84. (FGV) Guerra dos Cem Anos – Denominação
cobiçada é tomada a 15 de julho de 1099. As- dada a uma série de conflitos ocorridos entre a
sistimos, então, à pilhagem e ao massacre siste- França e a Inglaterra no período 1337-1475. O
mático de toda a população. Depois do regresso termo, que vem sendo considerado impróprio, é
dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém uma criação moderna dos historiadores do sé-
torna-se precária. culo XIX, introduzido nos manuais escolares. (...)
Tate, G. Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente. In Arneville,
M.-B. D’ e outros, As Cruzadas. Trad., Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.
Alguns historiadores têm mesmo proposto que
seja utilizada a expressão “cem anos de guerra”
O texto acima se refere à: e não a tradicional.
a) Terceira Cruzada e revela os interesses bizan- (Antônio Carlos do Amaral Azevedo, Dicionário de nomes,
termos e conceitos históricos apud Luiz Koshiba,
tinos nessa expedição. Reconquista Ibérica História: origens, estruturas e processos)
e apresenta as motivações religiosas dessa
empreitada. Sobre essa guerra, é correto afirmar que:
b) Sétima Cruzada e demonstra a forte presença a) decorreu diretamente da chamada Crise do
da monarquia francesa. Século XIV, pois a Inglaterra e a França tinham
c) Primeira Cruzada e revela a forte religiosidade leituras divergentes da paralisia econômica
da peregrinação armada. que atingiu a Europa ocidental desde os pri-
meiros anos desse século.
d) Quarta Cruzada e revela a participação exclu-
siva dos fiéis franceses. b) resultou da imediata reação da França, aliada
dos reinos de Castela e Aragão, à aliança eco-
83. (FGV) Leia o texto com atenção e depois conside- nômica e militar entre a Inglaterra e Portugal,
re as afirmações que o seguem. iniciando o mais sangrento conflito bélico da
Europa moderna.
Durante muito tempo considerou-se que a Idade
Média conheceu apenas o antijudaísmo, que se c) desenrolou-se quase toda em território fran-
aplicava aos judeus como assassinos do Cristo e cês, com batalhas entremeadas por tréguas e
cegos à verdadeira fé, diferentemente do antisse- períodos de paz, e as suas origens se ligam à
mitismo moderno, ideologia laica fundada sobre sucessão do trono francês, também disputa-
um critério racial. Ao que tudo indica, a Idade Mé- do pela Inglaterra.
dia ignora a noção de raça, tal qual ela é formu- d) derivou da disputa por territórios recém-des-
lada no século XIX, e é antes a constituição da
cobertos por franceses no norte da África, mas
cristandade como totalidade unificada que leva
que eram estratégicos para a expansão da eco-
então à rejeição dos judeus, enquanto não cris-
tãos e não como povo julgado inferior. De fato,
nomia inglesa, já produtora de manufaturados.
uma conversão ao cristianismo torna possível sua e) desenvolveu-se no contexto das reformas religio-
integração social, mesmo se permanece sempre sas, obrigando cada nação europeia a se posicio-
algo da antiga condição que a conversão não nar na defesa ou não do papado, fator principal do
chega jamais a abolir completamente. conflito bélico entre franceses e ingleses.
BASCHET, J. A civilização feudal. Do ano mil à
colonização da América. São Paulo: Globo, 2006, p. 238.
85. (FUVEST) “O senhor acredita, então”, insistiu o in-
I. As perseguições aos judeus durante a Idade quisidor, “que não se saiba qual a melhor lei?”
Média têm as mesmas justificativas daquelas Menocchio respondeu: “Senhor, eu penso que
estabelecidas pelos nazistas no século XX. cada um acha que sua fé seja a melhor, mas não

198 1ª. Série


História

se sabe qual é a melhor; mas, porque meu avô, e) as principais características do feudalismo,
meu pai e os meus são cristãos, eu quero conti- sobretudo a valorização da terra, haviam sido
nuar cristão e acreditar que essa seja a melhor fé”. completamente superadas e substituídas pela
Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das busca incessante do lucro e pela valorização
Letras, 1987, p. 113. do livre comércio.

O texto apresenta o diálogo de um inquisidor 87. (UNICAMP) “Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram


com um homem (Menocchio) processado, em um caminho através dos cadáveres. Mas tudo
1599, pelo Santo Ofício. A posição de Menoc- isso ainda era pouca coisa. Fomos ao Templo
chio indica: de Salomão, onde os sarracenos tinham o cos-
a) uma percepção da variedade de crenças, tume de celebrar seus cultos. O que se passou
passíveis de serem consideradas, pela Igreja nestes lugares? Se dissermos a verdade, ultra-
Católica, como heréticas. passaremos o limite do que é possível crer. Será
b) uma crítica à incapacidade da Igreja Católica de suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de
combater e eliminar suas dissidências internas. Salomão, cavalgava-se em sangue até os joelhos
c) um interesse de conhecer outras religiões e dos cavaleiros e até o arreio dos cavalos. Justo e
formas de culto, atitude estimulada, à época, admirável julgamento de Deus, que quis que este
pela Igreja Católica. lugar recebesse o sangue daqueles que blasfe-
maram contra Ele durante tanto tempo.”
d) um apoio às iniciativas reformistas dos pro- (Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui ceperunt Jerusalem. http://
testantes, que defendiam a completa liberda- www.fordham.edu/halsall/source/raymondcde.asp#jerusalem2. Acessado
de de opção religiosa. em 01/10/2014.)

e) uma perspectiva ateísta, baseada na sua ex- O texto acima se refere à Primeira Cruzada (1096-
periência familiar. 1099). Responda às questões.
86. (FUVEST) A cidade é [desde o ano 1000] o prin- a) Identifique um motivo econômico e um moti-
cipal lugar das trocas econômicas que recorrem vo político para o movimento das Cruzadas.
sempre mais a um meio de troca essencial: a
moeda. [...] Centro econômico, a cidade é tam-
bém um centro de poder. Ao lado do e, às vezes,
contra o poder tradicional do bispo e do senhor,
frequentemente confundidos numa única pes-
soa, um grupo de homens novos, os cidadãos
ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios
cada vez mais amplos. b) Que grupo social liderou esse movimento e
Jacques Le Goft. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro:
Record, 2010. Adaptado.
como o cronista citado identifica o apoio de
Deus ao empreendimento cruzadístico?
O texto trata de um período em que:
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam
com novas formas de organização política e
econômica, que produziam alterações na hie-
rarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provo-
cava abundância de moedas, que circulavam
apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e
dos comerciantes internacionais. 88. (UNESP) Mais ou menos a partir do século XI, os
cristãos organizaram expedições em comum
c) o anseio popular por liberdade e igualdade
contra os muçulmanos, na Palestina, para re-
social mobilizava e unificava os trabalhadores
conquistar os “lugares santos” onde Cristo tinha
urbanos e rurais e envolvia ativa participação morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os
de membros do baixo clero. homens e as mulheres da Idade Média tiveram
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo então o sentimento de pertencer a um mesmo
de bens materiais, enfrentava forte oposição grupo de instituições, de crenças e de hábitos: a
da burguesia ascendente e dos grandes pro- cristandade.
prietários de terras. (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)

Caderno de Atividades 199


Segundo o texto, as cruzadas c) atacavam e matavam igualmente nobres e po-
a) contribuíram para a construção da unidade bres, pois não existiam hospitais ou remédios.
interna do cristianismo, o que reforçou o po- d) eram consideradas contagiosas e, devido a
der da Igreja Católica Romana e do Papa. isso, não havia pessoas dispostas a cuidar
b) resultaram na conquista definitiva da Pales- dos enfermos.
tina pelos cristãos e na decorrente derrota e e) eram muitas vezes atribuídas à ação divina e
submissão dos muçulmanos. as vítimas eram tratadas como responsáveis
c) determinaram o aumento do poder dos reis e pelo mal.
dos imperadores, uma vez que a derrota dos
90. (UFMG) Para os membros da igreja medieval, o
cristãos debilitou o poder político do Papa.
tempo não possuía importância em si mesmo,
d) estabeleceram o caráter monoteísta do cris- mas somente quando encarado como veículo da
tianismo medieval, o que ajudou a reduzir a irrupção do sagrado no curso da história, como
influência judaica e muçulmana na Palestina. porta-voz dos desígnios da divina Providência.
e) definiram a separação oficial entre Igreja e Es- O “tempo da Igreja” era sinônimo de um tempo
histórico orientado por e para Deus. Nos séculos
tado, estipulando funções e papéis diferentes
XV e XVI, no período do renascimento, os reló-
para os líderes políticos e religiosos. gios mecânicos começaram a espalhar-se pela
Europa popularizando-se a divisão do dia em 24
89. (UNESP) Nos arredores de Assis, dois leprosários horas. O tempo agora era mensurável, controlá-
[...] hospedavam os homens e mulheres de visão vel, mecanizável.
repugnante escorraçados por todos: considera- Disponível em: http://www.revistafenix.pro.br. Acesso em: jun. 2013.
va-se que os leprosos eram assim por castigo
de Deus, por causa dos pecados cometidos, ou A afirmação de um tempo leigo perante um tem-
porque tinham sido concebidos em pecado. Por po religioso representou uma
isso, ao se movimentarem, eram obrigados a ba-
a) mudança no ritmo de vida, associada ao res-
ter certas castanholas, para que os sãos pudes-
sem evitá-los, fugindo a tempo. surgimento da vida urbana e ao incremento
(Chiara Frugoni. Vida de um homem: Francisco de Assis, 2011.)
das trocas comerciais.
b) supressão do poder exercido pela Igreja Ca-
A lepra e as demais doenças recorrentes durante tólica, tanto no mundo terreno como no mun-
a Idade Média do espiritual.
a) resultavam do descuido das vítimas e os c) transformação cultural que se fundamentava
médicos se dedicavam apenas aos doentes nas novidades trazidas pelo intercâmbio gera-
graves ou terminais. do pela descoberta do Novo Mundo.
b) atingiam basicamente as populações rurais, d) vitória dos reis sobre os clérigos, uma vez que
pois as condições de higiene e saneamento vinham lutando para controlar de forma abso-
nas cidades eram melhores. luta a vida de seus súditos.

Expansão marítima e absolutismo


91. (UNIMONTES) Em relação ao Mercantilismo (conjunto de ideias e práticas de intervenção do Estado na eco-
nomia), marque com a letra C (CORRETA) ou com a letra I (INCORRETA) cada uma das afirmativas.
( ) Qualquer política econômica caracterizada pela intervenção estatal deve ser classificada como mer-
cantilismo, independentemente da época de sua efetivação.
( ) Os Estados Nacionais que emergiram na Europa, na Idade Moderna, implementaram práticas mercan-
tilistas para garantirem o fortalecimento de suas economias.
( ) Na época do mercantilismo, a concepção dominante de riqueza era a de que a agricultura constituía a
principal fonte da riqueza nacional.
( ) O metalismo e a busca pela balança comercial favorável, além da obsessão por colônias, são carac-
terísticas da política mercantilista.

200 1ª. Série


História

A sequência CORRETA é IV. A competência inglesa na ultrapassagem do


a) C, C, I, I. c) I, I, C, C. Cabo das Tormentas lhe garantiu o domínio
sobre as possessões asiáticas.
b) C, I, C, I. d) I, C, I, C.
Está (ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s)
92. (UNESP) a) II, apenas. c) I e III, apenas.
Ó mar salgado, quanto do teu sal b) IV, apenas. d) II e IV, apenas.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 94. (FUVEST)
Quantos filhos em vão rezaram! Não mais, musa, não mais, que a lira tenho
Quantas noivas ficaram por casar
Destemperada e a voz enrouquecida,
Para que fosses nosso, ó mar!
E não do canto, mas de ver que venho
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena. Cantar a gente surda e endurecida.
Quem quer passar além do Bojador O favor com que mais se acende o engenho
Tem que passar além da dor. Não no dá a pátria, não, que está metida
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, No gosto da cobiça e na rudeza
Mas nele é que espelhou o céu. Duma austera, apagada e vil tristeza.
Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado. Luís de Camões, Os Lusíadas

Entre outros aspectos da expansão marítima por- Relacione o conteúdo dessa estrofe com o mo-
tuguesa a partir do século XV, o poema menciona: mento vivido pelo Império Português por volta do
a) o sucesso da empreitada, que transformou ano de 1572, ano da publicação de Os Lusíadas.
Portugal na principal potência europeia por
quatro séculos.
b) o reconhecimento do papel determinante da
Coroa no estímulo às navegações e no apoio
financeiro aos familiares dos navegadores.
c) a crença religiosa como principal motor das
navegações, o que justifica o reconhecimento
da grandeza da alma dos portugueses.
d) a percepção das perdas e dos ganhos indivi-
duais e coletivos provocados pelas navega-
ções e pelos riscos que elas comportavam. 95. (FUVEST) Durante muito tempo, sustentou-se
e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer equivocadamente que a utilização de especiarias
as diferenças entre os oceanos, que os levou na Europa da Idade Média era determinada pela
a confundir a América com as Índias. necessidade de se alterar o sabor de alimentos
apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso ga-
93. Sobre o processo de expansão marítima e co- rantiria a conservação das carnes.
mercial europeia do século XV, analise as afirma-
A utilização de especiarias no período medieval.
tivas a seguir:
a) permite identificar a existência de circuitos
I. Coube à Espanha definir a rota de navegação
mercantis entre a Europa, a Ásia e o continen-
oriental para chegar às Índias, a partir do acor-
te africano.
do de Madrid, estabelecido sob o aval da Igre-
ja Católica. b) demonstra o rigor religioso, caracterizado
pela condenação da gastronomia e do requin-
II. A Revolução de Avis foi um marco antece-
te à mesa.
dente fundamental para a expansão marítima,
uma vez que garantiu certa unidade política a c) revela a matriz judaica da gastronomia medie-
Portugal. val europeia.
III. O papel pioneiro na expansão marítima euro- d) oferece a comprovação da crise econômica
peia coube aos potentados gregos, graças ao vivida na Europa a partir do ano mil.
controle do Mar Mediterrâneo, desde o século e) explicita o importante papel dos camponeses
XIII. dedicados a sua produção e comercialização.

Caderno de Atividades 201


96. (UNESP) Que significa o advento do século XVI? c) Maquiavel, Jacques Bossuet e Jean Bodin,
[...] Se essa passagem de século tem hoje um cujas teorias só se diferenciaram na aplicabi-
sentido para nós, um sentido que talvez não tinha lidade teológica, bem como Thomas Hobbes,
nos séculos anteriores, é porque vemos que aí é que preconizou o indivíduo como senhor de
que surgem as primícias da globalização. E essa seus direitos.
globalização é mais que um processo de expan- d) Maquiavel e Thomas Hobbes, que concebe-
são de origem ibérica, mesmo se o papel da pe- ram o Contrato Social, Jacques Bossuet, que
nínsula foi dominante. [...] Em 1500, ainda esta- estabeleceu o conceito de individualismo pri-
mos bem longe de uma economia mundial. No mordial, e Jean Bodin, que defendeu a prima-
limiar do século XVI, a globalização corresponde zia da esfera governamental.
ao fato de setores do mundo que se ignoravam
ou não se frequentavam diretamente serem pos- 98. (UFJF) O mercantilismo envolve um conjunto de
tos em contato uns com os outros. práticas e teorias econômicas desenvolvidas ao
(Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520,1999.) longo da Idade Moderna. Nesse contexto histó-
rico, observamos a relevante associação entre os
O texto:
Estados nacionais, que buscavam meios de for-
a) defende a ideia de que a expansão marítima talecer seu poder político, e a classe burguesa,
dos séculos XV e XVI tenha provocado a glo- que era responsável pelo empreendimento das
balização, pois tal expansão eliminou as fron- atividades comerciais. Essa experiência de longo
teiras nacionais. prazo teve grande importância para a acumulação
b) rejeita a ideia de que a expansão marítima dos primitiva de capitais.
séculos XV e XVI tenha provocado a globali- Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiag/mercantilismo.
htm>. Acesso em: 28 ago. 2014.
zação, pois muitos povos do mundo se des-
conheciam. Sobre o mercantilismo, assinale a alternativa IN-
c) identifica a expansão marítima dos séculos CORRETA.
XV e XVI com o atual contexto de globaliza- a) O termo “mercantilismo” se refere a um con-
ção, destacando, em ambos, a completa in- junto de práticas econômicas marcadas pelo
ternacionalização da economia. controle do Estado.
d) compara a expansão marítima dos séculos XV b) O mercantilismo era a política econômica típi-
e XVI com o atual contexto de globalização, ca dos Estados no Antigo Regime, que tam-
demonstrando o papel central, em ambos, bém foram marcados pelo Absolutismo e pela
dos países ibéricos. sociedade estamental.
e) relaciona a expansão marítima dos séculos c) Uma das características desse período é a
XV e XVI com o atual contexto de globaliza- adoção de padrões comuns de comércio,
como a criação de tributos, moedas, pesos
ção, ressalvando, porém, que são processos
e medidas compartilhados, o que facilitava o
históricos distintos.
controle centralizado.
97. (UEMG) O Absolutismo como forma de governo d) O colonialismo era um de seus elementos fun-
esteve presente na península Ibérica, na França e damentais, pois, com o monopólio comercial
na Inglaterra, tendo impactado e influenciado as as colônias mantinham-se em situação perifé-
maiores economias de seu tempo. Seus pensado- rica e complementar à Metrópole.
res mais conhecidos e suas teorias foram: e) A teoria da balança comercial favorável de-
a) Nicolau Maquiavel e sua teoria de que o indi- fendia uma maior entrada de produtos im-
portados, de forma a fomentar o comércio e
víduo estava subordinado ao Estado; Thomas
aumentar o acúmulo de capitais.
Hobbes, criador da teoria do Contrato; Jac-
ques Bossuet e Jean Bodin, que defenderam
99. (ESPM) A primeira providência a tomar é impedir
que o Rei era um representante divino. que o metal precioso saia do país. Para isso se
b) Nicolau Maquiavel e a teoria do Contrato; toma toda uma série de medidas intervencionistas
Thomas Hobbes e a teoria da supremacia do nos mais diversos domínios indiretamente para
Rei como representante divino; Jacques Bos- evitar as importações, e diretamente para evitar a
suet e Jean Bodin, que defenderam a subor- evasão do metal. Desde o fim do século XV já Fer-
dinação do indivíduo ao Estado. nando e Isabel proíbem a saída dos metais: ouro e

202 1ª. Série


História

prata em barra, ouro e prata amoedados, baixelas 101. (UFJF) Embora, atualmente, os historiadores ten-
de ouro e prata e uma infinidade de objetos de dam a valorizar muito mais as permanências do
luxo que podem ser feitos desses metais. A inob- que as rupturas existentes entre a sociedade
servância dessas interdições é punida com penas que se estruturou na Europa da Idade Moderna
severas, até mesmo com a pena de morte. e aquela que caracterizou a sociedade medieval,
(Paul Hugon. História das Doutrinas Econômicas) o fato é que muitas transformações substanciais
O texto deve ser relacionado com o: também ocorreram na sociedade europeia dos
séculos XVI a XVIII, tornando esse período distin-
a) Fisiocratismo;
to do anterior. Nesse sentido, cite e analise uma
b) Liberalismo;
alteração perceptível na sociedade europeia da
c) Neoliberalismo; Idade Moderna quando comparada com o perío-
d) Socialismo; do medieval, no que diz respeito:
e) Mercantilismo. a) às atividades mercantis:

100. (UFMG) Analise este gráfico:

b) à mobilidade social:

Considerando sua análise e os outros conhecimentos


envolvidos nesse gráfico, é CORRETO afirmar que a.
a) adoção de políticas protecionistas, realizada
pela Espanha ao longo do século XVI, man-
teve em alta as reservas de metais preciosos
desse país.
b) correspondência entre a quantidade de metal
importado e o movimento dos preços no pe-
ríodo e locais indicados se manteve constante.
c) crescente diferença entre os valores indica-
dos, apresentada na primeira metade do sé-
culo XVII, indica a existência de forte proces-
so inflacionário.
d) relação entre a importação de metais e o
movimento dos preços no século XVII reflete
maior valorização do trabalho manufatureiro
em relação ao comércio.

Caderno de Atividades 203


renascimento e reforma
102. Leia o fragmento a seguir: e) retrataram o imaginário da burguesia comer-
cial ascendente na Itália e na Espanha do final
Na Idade Média, [...] o homem reconhecia-se a
si próprio apenas enquanto raça, povo, partido,
da Idade Média.
corporação, família, ou sob qualquer outra das
demais formas do coletivo. Na Itália, pela primei- 104. (UFMG) Associe os movimentos às respectivas
ra vez, tal véu dispersa-se ao vento; desperta ali características:
uma contemplação e um tratamento objetivo do 1. Estados Nacionais Modernos
Estado e de todas as coisas deste mundo. Para- 2. Renascimento
lelamente a isso, no entanto, ergue-se também, 3. Reforma
na plenitude de seus poderes, o subjetivo: o ho-
4. Contrarreforma
mem torna-se um indivíduo espiritual e se reco-
nhece enquanto tal. 5. Absolutismo
BURCKHARDT, Jacob. A cultura do Renascimento na Itália: um ( ) Condenação ao lucro, em um momento mar-
ensaio. São Paulo: Cia das Letras, 1991. p. 9.
cado pela crescente economia que envolvia
De acordo com o texto e seus conhecimentos, cada vez um número maior de pessoas.
analise as afirmativas a seguir: ( ) Instituição do INDEX, estabelecimento do
I. A afirmação do texto “o homem torna-se um Tribunal do Santo Ofício e Criação da Com-
indivíduo espiritual e se reconhece enquanto panhia de Jesus e realização do Concílio de
tal”. É uma referência ao humanismo, movi- Trento (1545-1563).
mento marcado pelo antropocentrismo. ( ) Delimitação das fronteiras, instituição da
II. Foi a Itália o berço do Renascimento. Ali teve moeda única, unificação dos impostos; for-
início o retorno ao estudo da Cultura Clássica. mação de um exército permanente e con-
III. O Renascimento foi marcado pela observação centração de poderes nas mãos dos reis.
da natureza e experimentação, fato que impediu ( ) Concentração de todos os poderes nas
o desenvolvimento da ciência no período. mãos do rei; equilíbrio do rei entre nobreza e
burguesia; política econômica mercantilista;
De acordo com a análise, assinale a alternativa
teoria do Direito Divino.
correta:
( ) Utilização de recursos matemáticos; antro-
a) Todas as afirmativas estão certas.
pocentrismo; maior observação da natureza;
b) Todas as afirmativas estão erradas. realismo; hedonismo; racionalismo e helio-
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas. centrismo.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas. Assinale a alternativa que apresenta a ordem
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas. CORRETA.
a) 1 - 3 - 5 - 2 - 4 c) 3 - 4 - 1 - 5 - 2
103. (UNESP) Podemos afirmar que as obras A divina
comédia, escrita por Dante Alighieri no início do b) 2 - 1 - 4 - 3 - 5 d) 3 - 5 - 1 - 4 - 2
século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de
Cervantes no início do século XVII, 105. (IFNMG) Observe a obra a seguir e, com base em
seus conhecimentos sobre as informações nela
a) parodiaram as novelas de cavalaria e defen- contidas, marque a opção CORRETA.
deram a hegemonia da Igreja Católica e da
aristocracia, respectivamente.
b) derivaram de registros orais e foram apenas
organizadas e sistematizadas na escrita de
seus autores.
c) contribuíram para a unificação e o estabeleci-
mento da forma moderna dos idiomas italiano
e espanhol.
d) assumiram forte conotação anticlerical e in-
tensificaram as críticas renascentistas à con-
duta e ao poder da Igreja Católica. Fonte: BUONARROTI, Michelangelo. A Criação de Adão, 1512. Afresco:
280 cm x 570 cm. Teto da Capela Sistina: Vaticano- Roma. Disponível em:
http://www.artenomovimento.com.br. Acesso em 15 de abril de 2014.

204 1ª. Série


História

a) A obra intitulada A Criação de Adão de Miche- 27ª Tese “Pregam futilidades humanas quantos
langelo, foi encomendada durante a Contrar- alegam que, no momento em que a moeda soa
reforma no século XVI, de modo a reforçar o ao cair na caixa, a alma se vai do purgatório.”
teocentrismo católico frente aos protestantes. 28ª Tese “Certo é que, no momento em que a
b) Trata-se de uma obra renascentista da fase moeda soa na caixa, vem o lucro, e o amor ao
dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a
do cinquecento encomendada pelo Papa Jú-
intercessão da Igreja tão só corresponde à vonta-
lio II, onde é perceptível, dentre outras carac- de e ao agrado de Deus.”
terísticas, o classicismo. http://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm.
c) Segundo vários historiadores, a intenção do Acesso em 10/8/2014
autor foi manifestar seu desprezo pelo cristia-
A reforma luterana, de questionamento ao Papa e
nismo, sentimento comum dentre os renas- à sua autoridade, produziu profundas mudanças
centistas, uma vez que a obra, apesar do título, religiosas, políticas e sociais. Sendo a indulgên-
apresenta um tema pagão da antiguidade, ou cia um erro, então, o povo não deveria obediên-
seja, a criação de Apolo pelo deus grego Zeus. cia irrestrita, estava se estimulando o livre pensar,
d) Embora a obra apresente características re- o livre agir, o poder gradativamente voltar-se da
nascentistas da fase do trecento, foi adquirida igreja para o homem. O alinhamento com qual-
pela Igreja Católica por apresentar um tema quer ensino religioso deveria ser movido pela
religioso ligado ao livro bíblico de Gênesis, consciência, e não mais pela imposição papal.
bem como alguns padrões artísticos e esté- Estava, portanto, em curso uma nova sociedade,
ticos provenientes da Idade Média, como o reformada, que iria produzir
antropocentrismo.
a) uma polarização entre protestantes e católicos,
com consequências somente na Alemanha.
106. (UEMG) Em 31 de outubro de 1517, o então Padre
Martinho Lutero publica as suas 95 teses, onde b) a livre interpretação da Bíblia pelos fiéis, a sal-
deixa clara sua contrariedade com a forma reli- vação pela Fé e o Estado livre das indulgências.
giosa Católica e com seu representante máximo, c) a corrupção do homem enquanto cidadão,
o então Papa Leão X. Dois princípios incomo- motivando a preocupação excessiva com a
davam muito Lutero: o primeiro era a venda das espiritualidade.
indulgências e o segundo a Infalibilidade Papal. d) um fenômeno religioso com aceitação universal,
Sobre a indulgência, Lutero disse: que passa a ser dominante em toda a Europa.

107. (UNICAMP) Observe a imagem:

Adriaen van de Venne. A pesca de almas (1614). Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda. Detalhe.

Caderno de Atividades 205


a) A imagem representa a disputa entre calvinis-
tas e católicos. Como estão representados os
calvinistas na obra do artista holandês?

c) Quais relações podem ser estabelecidas entre


o calvinismo e o desenvolvimento do capita-
lismo?

b) Explique a importância econômica da Holanda


como potência marítima no contexto europeu
do século XVII.

109. (ESPM) A França no século XVI viveu mergulha-


da em uma instabilidade que envolvia aspectos
políticos e religiosos, como foi exemplo o infame
massacre da Noite de São Bartolomeu, em 1572.
Com a intenção de pacificar o país, o rei Henri-
108. (FGV) Luteranismo, anglicanismo e calvinismo são que IV promulgou o Edito de Nantes pelo qual
expressões religiosas ligadas à chamada Refor- a) foi concedida liberdade de culto aos protes-
ma Protestante, iniciada na Europa a partir do tantes, bem como o direito de conservar algu-
século XVI. mas praças de guerra para sua defesa;
a) Aponte uma característica de cada uma des- b) o rei renunciou ao protestantismo e se fez ba-
sas expressões religiosas. tizar católico;
c) revogou a liberdade de culto permitida aos
franceses e impôs o catolicismo;
d) o rei obteve o direito de nomear bispos e car-
deais, o que permitiu que a dinastia Bourbon
pudesse exercer influência sobre a Igreja Ca-
tólica;
e) foi criada a Igreja Anglicana, separada da
Igreja Católica Romana, subordinada ao po-
der do rei.

110. (IFNMG) Acerca das Reformas Protestante e Cató-


b) Por que luteranismo e calvinismo espalha- lica observadas no século XVI, são feitas as se-
ram-se por diversas regiões da Europa e o guintes afirmações:
anglicanismo concentrou-se, sobretudo na I. Calvino foi o reformador protestante que aten-
Inglaterra? deu aos anseios burgueses, dentre outras coi-
sas, em função de sua teoria da predestina-
ção admitir a prosperidade material a partir do
trabalho vocacional como um sinal da eleição
divina à salvação.

206 1ª. Série


História

II. Lutero defendia a lógica tomista de salvação a b) manterem a liturgia católica e a hierarquia
partir da fé, contrariando o agostiniano dogma eclesiástica na sua organização, além de se
católico de salvação pelas boas obras ditadas colocarem sob a autoridade real.
pela própria Igreja. c) incluírem, nas práticas religiosas, a aceitação
III. Para além do confisco dos bens da Igreja Ca- de quatro sacramentos e o uso da língua in-
tólica na Inglaterra, o pretexto utilizado pelo rei glesa.
Henrique VIII para a implementação do angli- d) manterem o clero e a igreja fora do controle
canismo foi a negativa papal à dissolução do do Estado Nacional e sob proteção da Santa
seu matrimônio com Catarina de Aragão, filha
Sé.
dos reis católicos da Espanha.
IV. Dentre os aspectos da Reforma Católica, é pos- 112. (UNIMONTES) O nome de Thomas Munzer ligou-se
sível destacar a supressão das simonias e indul- ao radicalismo durante a Reforma na Alemanha
gências, criação dos seminários e do índex, ou devido ao/às
seja, uma lista de livros sugeridos aos católicos.
a) lutas que marcaram a Liga de Smalkad na
V. Dentre os fundamentos da doutrina luterana, Saxônia.
é possível destacar a livre interpretação da Bí-
b) incentivo às revoltas camponesas por moti-
blia, o fim do celibato e das imagens, a supre-
vos sociais.
macia da religião frente ao Estado, bem como
a substituição da consubstanciação católica c) conflito entre Lutero e Frederico III decorrente
pela transubstanciação protestante no que de disputas doutrinais.
tange a eucaristia. d) conflito entre católicos e protestantes na Die-
Estão INCORRETAS: ta de Augsburgo.
a) I, III e V. c) II, III e IV. 113. (UNIMONTES) NÃO constitui ação da Igreja Católi-
b) II, IV e V. d) I, II e IV. ca, na Contrarreforma:
a) a fundação da Ordem dos Jesuítas.
111. (UNIMONTES) Os anglicanos diferem-se dos calvi-
nistas por b) a restauração da Santa Inquisição.
a) aceitarem a tese da salvação mediante a fé c) a anulação do Índex dos Livros Proibidos.
e boas obras, bem como o culto aos santos. d) a reafirmação do culto à Maria e aos Santos.

áfrica atlântica
114. (FGV) Nos pronunciamentos de parlamentares e em matérias jornalísticas, é frequente encontrar o argu-
mento de que a escravidão já era praticada no continente africano antes da chegada dos europeus e que
estes apenas intensificaram e ampliaram a comercialização de seres humanos a partir do século XV. Para
compreender a significação histórica do tráfico negreiro na Época Moderna é necessário utilizar conceitos
com precisão e rigor metodológico.
Nesse sentido, defina:
a) Escravidão:

b) Escravismo:

Caderno de Atividades 207


115. (FGV) Sobre a região africana conhecida como 117. (FUVEST) O tráfico de escravos africanos para o
Sahel, Brasil:
a) identifique três países cujos territórios estejam a) teve início no final do século XVII, quando as
total ou parcialmente situados nessa região; primeiras jazidas de ouro foram descobertas
nas Minas Gerais.
b) foi pouco expressivo no século XVII, ao con-
trário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII,
e foi extinto, de vez, no início do século XIX.
b) discorra sobre suas características sociais e c) teve início na metade do século XVI, e foi pra-
naturais. ticado, de forma regular, até a metade do sé-
culo XIX.
d) foi extinto, quando da Independência do
Brasil, a despeito da pressão contrária das
regiões auríferas.
e) dependeu, desde o seu início, diretamente do
bom sucesso das capitanias hereditárias, e, por
isso, esteve concentrado nas capitanias de Per-
nambuco e de São Vicente, até o século XVIII.

118. (FGV) Após um longo período de dominação egíp-


cia, os kushitas reorganizaram seus domínios a
partir do século IX e estabeleceram Napata como
a capital do seu império. Analise o mapa com
atenção e assinale a alternativa correta:
116. (FGV) Entre os séculos XIII e XV, havia um intenso
comércio de cerâmicas, produtos agrícolas, de

FLORENTINO, Manolo. Aspectos do tráfico negreiro na África Ocidental (c. 1500-c. 1800). In: FRAGOSO, João.
O Brasil colonial, vol. 1 (c. 1443 – c. 1580). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 232.
cobre vindo da Zâmbia e de Chaba, de sal, ouro
e marfim, enviados até a costa. De fora, chega-
vam [...] porcelana da China e da Pérsia, peças
de vidro da Síria e outras mercadorias de luxo. O
Grande Zimbábue [...] tinha o monopólio do co-
mércio de ouro que era levado para Sofala e de
lá embarcado para Quíloa.
(Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira)
A partir do trecho, é possível considerar que
a) o oceano Índico e a Península Arábica foram
importantes “portas de entradas” de ideias e
mercadorias da África, mesmo antes da costa
atlântica.
b) a economia africana apenas ganhou impor-
tância em fins do século XV, quando ocorreu a
chegada dos grandes negociantes europeus.
c) o isolamento cultural e político africano não
impediu que esporádicas relações comerciais
fossem travadas com outros continentes.
d) desde a Antiguidade a África esteve aberta
às influências externas, mas o continente só
passou a ter história com o contato com a Eu-
ropa moderna.
e) até meados do século XVI, a costa mediterrâ-
nea foi o único espaço africano com contato a) O império de Kush estabeleceu-se ao sul do
externo, em função da expansão do Império Egito e caracterizou-se pela economia de
carolíngio. subsistência.

208 1ª. Série


História

b) O Império de Kush estendeu seus domínios e) portugueses e espanhóis conquistaram e co-


em direção ao deserto do Saara e controlou lonizaram as costas leste e oeste da África.
diversas rotas saarianas.
c) Apesar da expansão kushita, o império não 120. (PUC-SP) “Do século XVI ao XIX o comércio de
desenvolveu núcleos urbanos ou uma base escravos na costa atlântica da África foi negócio
administrativa. entre comerciantes europeus e africanos, ou re-
d) Os persas conquistaram todos os domínios presentantes dos reis africanos, pois na maioria
kushitas no século VII a.C. das vezes eram estes os grandes fornecedores de
e) O império de Kush conseguiu estender seus escravos para os navios negreiros. As trocas eram
domínios até o norte do Egito nos séculos VIII feitas em alguns pontos da costa, seguindo regras
e VII a.C. estabelecidas principalmente pelas sociedades
africanas. Os comerciantes europeus agiam con-
119. (UNESP) As redes de comércio, os fortes costeiros, forme era determinado nos locais de comércio;
as relações tecidas ao longo dos séculos entre apesar disso, conseguiam ter alguma influência
comerciantes europeus e chefes africanos, con- sobre os chefes locais, que passaram a depender
tinuaram a ser o sustentáculo do fornecimento de cada vez mais das mercadorias estrangeiras.”
mercadorias para os europeus, só que agora estas Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano.
não eram mais pessoas, e sim matérias-primas. São Paulo: Ática, 2007, p. 60.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
A partir do texto, pode-se afirmar que a ação eu-
O texto refere-se à redefinição das relações co- ropeia na África
merciais entre europeus e africanos, ocorrida a) estimulou o comércio de escravos, promo-
quando: vendo alterações culturais e econômicas sig-
a) portugueses e espanhóis libertaram suas co- nificativas em sociedades africanas.
lônias africanas e permitiram que elas comer-
b) era limitada pelas decisões e pela vontade
cializassem marfim, café e outros produtos
dos governantes locais, que não aceitavam
livremente com o resto do mundo.
quaisquer interferências externas.
b) norte-americanos passaram a estimular a in-
dependência das colônias africanas, para am- c) aproveitou-se da tradicional prática africana
pliar o mercado consumidor de seus tecidos e de vender escravos para outras regiões do
produtos alimentícios. mundo, o que gerava lucros bastante altos.
c) ingleses e holandeses estabeleceram amplo d) resumia-se ao fornecimento de produtos indus-
comércio escravista entre os dois litorais do trializados, evitando estabelecer outros tipos de
Atlântico Sul. relação mercantil com governantes africanos.
d) ingleses e franceses buscaram resinas, tintu- e) ocorreu dentro de um contexto de ocupação
ras e outros produtos na África e desestimula- territorial e domínio político, que determina-
ram o comércio escravista. ram a hegemonia europeia no continente.

121. (UFMG) Fluxo de escravos entre a África e as Américas de acordo com as áreas de origem e recepção dos
cativos, 1501-1600.

FLORENTINO, manolo. Aspectos do tráfico negreiro ma África Ocidental (c. 1500-c. 1800).
In: Fragoso, João. O Brasil Colonial, vol. 1 (c. 1443-c. 1580). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 232.

Caderno de Atividades 209


Com relação às formas de exploração do trabalho na América colonial no século XVI, é CORRETO afirmar
sobre a interpretação dos dados apresentados na tabela que
a) a escravidão africana já havia se difundido no c) os traficantes portugueses foram os maiores
mundo ocidental, tornando-se a principal fon- no comércio de escravos, porque controlavam
te de trabalho do ocidente. os mercados fornecedores e os consumidores.
b) o sistema colonial espanhol, na sua implanta- d) Portugal estava mais interessado na explora-
ção, contou com maior presença de escravos ção do comércio oriental e, por isso, não fez
africanos em comparação com o português. investimentos coloniais nas terras americanas.

povos da américa
122. (MACKENZIE) d) enfatiza a existência de fauna e flora muito di-
ferentes do continente europeu, representan-
do animais efetivamente encontrados pelos
colonizadores.
e) procura desqualificar práticas habituais das
ameríndias, como a nudez, ao representar
uma mulher sentada sobre um animal exótico.

123. (FUVEST)
Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a
capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais
tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alen-
tado relato de suas experiências como membro
da expedição espanhola liderada por Hernán
Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de
novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus
Legenda: América. Adrien Collaert e Marten de Vos, c.1600,
companheiros de conquista emergiram do desfi-
Rijksmuseum, Amsterdam.
ladeiro e depararam-se pela primeira vez com o
Os homens que saíram para o Atlântico em 1492 Vale do México lá embaixo, viram um cenário que,
anos depois, assim descreveram: “vislumbramos
não tinham a certeza de que chegariam às Índias,
tamanhas maravilhas que não sabíamos o que di-
apesar do incentivo de Colombo nesse sentido.
zer, nem se o que se nos apresentava diante dos
Em 12 de outubro daquele ano, um Novo Mundo
olhos era real”.
se descortinou àqueles homens, extasiados com
Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro:
as diversas possibilidades daquela “descoberta”. Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.
A partir daquele momento, civilizações diferentes
– em diversos sentidos – entrariam em contato, O texto mostra um aspecto importante da con-
alterando definitivamente os rumos históricos quista da América pelos espanhóis, a saber,
de ambas as partes (nativos e europeus). Nesse a) a superioridade cultural dos nativos america-
sentido, a gravura nos em relação aos europeus.
a) contém elementos que indicam a visão, entre
b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da
os séculos XVI e XVII, de uma América exótica
posterior convivência entre conquistadores e
e exuberante que ainda povoava o imaginário
conquistados.
europeu.
c) a surpresa dos conquistadores diante de ma-
b) demonstra que as guerras entre os povos
ameríndios era uma prática combatida pelos nifestações culturais dos nativos americanos.
europeus e, por isso, extinta do continente. d) o reconhecimento, pelos nativos, da impor-
c) que é encomendada pelas coroas ibéricas, tância dos contatos culturais e comerciais
revela a preocupação em demonstrar uma com os europeus.
América exótica e perigosa e, assim, evitar e) a rápida desaparição das culturas nativas da
ataques piratas ao continente. América Espanhola.

210 1ª. Série


História

124. (FUVEST) Uma observação comparada dos regi- Segundo o texto, o relato de Colombo
mes de trabalho adotados nas Américas de co- a) revela a convicção do navegador de que as
lonização ibérica permite afirmar corretamente novas terras oferecem riquezas imediatas e
que, entre os séculos XVI e XVIII, poder planetário aos reis da Espanha.
a) a servidão foi dominante em todo o mundo b) expõe o esforço do navegador de conciliar o
português, enquanto, no espanhol, a mão de reconhecimento da especificidade americana
obra principal foi assalariada. com as expectativas europeias ante a viagem.
b) a liberdade foi conseguida plenamente pelas c) confirma o caráter casual da descoberta da
populações indígenas da América espanhola América e o desconsolo do navegador diante
e da América portuguesa, enquanto a dos es- das pressões comerciais da metrópole.
cravos africanos jamais o foi. d) demonstra a superioridade religiosa e tecno-
c) a escravidão de origem africana, embora pre- lógica dos navegadores europeus em relação
sente em várias regiões da América espanho- aos nativos americanos.
la esteve mais generalizada na América por- e) mostra a decepção do navegador com o que
tuguesa. encontrou na América, pois não havia rique-
d) não houve escravidão africana nos territórios zas que justificassem a longa viagem.
espanhóis, pois estes dispunham de farta
126. (PUC-SP) Entre as semelhanças da colonização por-
oferta de mão de obra indígena.
tuguesa e espanhola nas Américas, podemos citar
e) o Brasil forneceu escravos africanos aos terri-
a) caráter exportador da economia e a valoriza-
tórios espanhóis, que, em contra partida, tra-
ção das práticas liberais de livre comércio.
ficavam escravos indígenas para o Brasil.
b) a rápida interiorização da ocupação, com a
125. (UNESP) Inserido em um empreendimento mer- fundação de vilas e cidades, e o uso intenso
cantil, financiado com o objetivo de exploração das comunicações por via fluvial.
econômica para o fortalecimento do absolutismo c) o prevalecimento do extrativismo e da mono-
espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Co- cultura, e o emprego de regimes de trabalho
lombo] encontra uma realidade na América que compulsório.
não permite a identificação das imaginadas rique- d) a descentralização administrativa e a ausên-
zas orientais, dando origem a uma dupla narrati- cia de mecanismos de controle político pela
va: a do esperado e a do experimentado, em que metrópole.
o discurso é pressionado pela necessidade de e) o amplo aparato militar, que protegia contra
obter informações e um projeto colonizador. invasões estrangeiras, e a persistência da
(Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.) unidade territorial.

África, América, Ásia, Europa e


Oceania: um mundo
127. (UNICAMP) É na segunda metade do século XV a) Que elementos do texto ao lado indicam que
que a África negra descobre os portugueses. Ela o continente africano tinha, naquele período,
se compõe de um mosaico de povos, Estados formas de organização complexas?
e impérios (animistas ou islamizados) que nem a
coroa nem os marinheiros de Lisboa jamais con-
seguirão dominar. O fim do século é marcado,
entre outras coisas, pela expansão do Império de
Gao e pela ascensão da dinastia Askya no Sudão
ocidental. Mas é preciso lembrar as inúmeras re-
des comerciais que não haviam esperado os eu-
ropeus para promover a circulação de escravos.
(Adaptado de Serge Gruzinski, A passagem do século 1480-1520. As ori-
gens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 56-57.)

Caderno de Atividades 211


b) Como os agentes portugueses organizaram a 4,2m que estava no pátio da catedral desde a
economia do tráfico na Era Moderna? década de 1460, originalmente destinado a uma
gigantesca estátua a ser montada em um dos
contrafortes semicirculares da matriz.

128. (UNICAMP) Desde o período neolítico os povos de


Detalhe de um esboço de Davi com sua funda,
distintas partes do mundo desenvolveram sis- de Michelangelo, feito em 1503-1504. Galleria
temas agrários próprios aproveitando as condi- della Academia, Florença.
ções naturais de seus habitats e do conhecimen-
to adquirido e transmitido entre os membros da O mais incrível para os contemporâneos foi que
o artista trabalhou sem usar um modelo em ta-
comunidade.
manho real como guia, e desenhou diretamente
Assinale a alternativa que estabelece correta- na fachada do bloco de mármore antes de enta-
mente a relação entre o povo habitante de uma lhá-Io. Ele tirava as medidas a olho. Primeiro nu
determinada área, o sistema produtivo por ele a ser esculpido em escala semelhante desde a
desenvolvido, as condições naturais aproveita- Antiguidade, Davi é simples e gracioso, apesar de
seu tamanho. Abrigado na galeria da Academia
das e os produtos cultivados.
de Florença, é considerado uma obra-prima de
a) Egípcios; uso da irrigação e drenagem; planí- todos os tempos.
cies úmidas e férteis dos rios Tigres e Eufra- KENNEDY, Susan. Obra-prima de um gênio florentino.
tes; arroz e café. In: FURTADO, Peter (Org). 1001 dias que abalaram o mundo.
Rio de Janeiro: Sextante, 2009. p. 258.
b) Incas; uso de terraços com técnicas de cur-
vas de nível e irrigação de vales; aproveita- De acordo com os documentos, analise as afir-
mento dos altiplanos andinos; batata e milho. mativas.
c) Chineses; uso intensivo dos terraços das al- (01) Os documentos fazem referência ao movi-
tas montanhas; planalto de Anatólia no extre- mento renascentista que teve início no sé-
mo leste da Ásia; café e cacau. culo XIV.
d) Mesopotâmicos; uso de cultivos de inunda- (02) A Península Itálica foi o centro dos movimen-
ção e de regadio; vales férteis dos rios Gan- tos humanista e renascentista que marcaram
ges e Amarelo; cana-de-açúcar e feijão. os séculos XIV, XV e XVI.
(04) A base das produções do artista Michelan-
129. Analise os documentos a seguir: gelo foi a Cultura Clássica, alvo de novos es-
Havia muito tempo que os florentinos considera- tudos pelo movimento humanista.
vam Davi, herói bíblico que matou o gigante Go- (08) O esboço elaborado por Michelangelo com-
lias, um símbolo de sua virtude cívica. Michelan- prova a proibição da Igreja Católica na real-
gelo tinha apenas 26 anos de idade quando, em ização de estudos da anatomia humana.
1501, administradores da catedral o escolheram
entre vários outros escultores mais conhecidos (16) Os artistas do Renascimento, sem exceção,
e experientes para criar a estátua. Ele a esculpiu possuíam condições de trabalho muito ap-
a partir de um bloco de mármore de Carrara de ropriadas. As ferramentas e os materiais

212 1ª. Série


História

disponibilizados aos artistas, a exemplo do temíveis que frequentavam sabbats neles sacri-
mármore oferecido a Michelangelo, eram ficavam criancinhas, e as devoravam em rituais
sempre de ótima qualidade. análogos aos que, na Antiguidade, se imputaram
a cristãos heréticos, e desacatavam crucifixos
(32) Davi, escultura produzida por Michelangelo, como, dizia-se, faziam os judeus e os cátaros
possibilita afirmar que as cenas e os perso- medievais.
nagens bíblicos eram retratados durante o (SOUZA, Laura de Mello e. A feitiçaria na Europa Moderna.
Renascimento com influência antropocêntri- 2. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 26).
ca e terrena. Sobre esse contexto, é possível afirmar que:
(64) No Renascimento, os temas religiosos foram
totalmente esquecidos. Os temas do cotidi- I. A perseguição às bruxas e feiticeiras, na Idade
ano humano eram os únicos contemplados. Moderna, fez parte das ações da Igreja Católi-
ca no combate às heresias.
130. (UNIMONTES) A democracia é a vontade da Lei, II. As principais acusações sobre a prática de fei-
que é plural e igual para todos, e não a do Prínci- tiçaria recaíam, em geral, sobre as mulheres,
pe que é impessoal e desigual para os favoreci- que eram perseguidas, inquiridas e condena-
mentos e privilégios. das à fogueira pela inquisição.
(GUIMARÃES, Ulisses. In: Ricardo, Adhemar e Flávio. HISTÓRIA. Belo
Horizonte-MG: Lê, 2001. p. 453.)
III. Apesar de todos os avanços da ciência no iní-
cio da Idade Moderna, esse foi também um
O pensamento exposto pelo parlamentar brasileiro período, profundamente, marcado pela crença
opõe-se frontalmente ao pensamento de/dos popular na magia e na feitiçaria.
a) Maquiavel. Assinale a alternativa CORRETA.
b) iluministas. a) Todas as afirmativas estão corretas.
c) Montesquieu. b) Todas as afirmativas estão incorretas.
d) Bossuet. c) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
d) Somente a afirmativa II e III estão corretas.
131. (UFJF) Observe, atentamente, as referências sobre
a questão das práticas de magia e feitiçaria na e) Somente a afirmativa I e III estão corretas.
Idade Moderna.

Hans BaldungGrien: Bruxas.Xilogravura de 1508. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruxaria>. Acesso em: 09, agosto, 2013.

As primeiras acusações contra bruxas verifica-


das nesse novo contexto denotam a interpe-
netração de concepções diversas: as mulheres

Caderno de Atividades 213


Anotações

214 1ª. Série


Filosofia
1ª. Série

bem-vindo à filosofia
1. (UNIMONTES) Na vida dos gregos, as epopeias desempenharam um papel pedagógico significativo, pois
descreviam a história grega e transmitiam os valores culturais mediante o relato das realizações dos deuses
e dos antepassados. Assim, a importância das epopeias pode ser percebida em diversas situações da vida
do homem grego. Uma merece atenção. Marque a alternativa CORRETA.
a) Desde cedo, as crianças decoravam passagens dos poemas que eram expressão da própria vida do
homem grego.
b) As epopeias são desconhecidas e não fazem parte da vida do homem grego.
c) As epopeias não oferecem nada de significativo para a educação da juventude ateniense.
d) As epopeias são desconhecidas pelas crianças e recebem pouca atenção da população ateniense.

pensamento mítico
2. (UNIMONTES) Muitos pensam que os mitos são são da realidade. Nesse sentido, considere as
lendas restritas aos povos tribais e que teriam afirmativas:
desaparecido com a crítica do pensamento cien- I. Antes do advento da Filosofia, os gregos ex-
tífico moderno. No que se refere ao mito, pode-
plicavam a realidade, exclusivamente por meio
mos afirmar, EXCETO:
dos mitos.
a) O mito é falso e enganador, pois o mesmo fal-
II. O mito narra, entre outras coisas, o processo
ta com a verdade.
da criação do mundo.
b) O mito orienta a vida e o sentido da existência.
III. O mito e o logos gregos são narrativas idênticas.
c) Os mitos têm como função acomodar o ho-
mem em um mundo assustador. IV. O mito foi extinto completamente do cotidiano
das pessoas com o surgimento da Filosofia.
d) As narrativas míticas eram próprias de um
mundo onde a oralidade ocupava lugar cen- Assinale a alternativa correta:
tral na vida humana.
a) I e II são corretas; III e IV são falsas
3. O mito ocupa um importante lugar no desen- b) I e III são corretas; II e IV são falsas
volvimento da maioria das civilizações antigas c) II e IV são corretas; I e III são falsas
como uma poderosa ferramenta de compreen- d) I e II são falsas; III e IV são corretas

Caderno de Atividades 215


o berço da filosofia
4. (UNIMONTES) Ao estudarmos o nascimento da 6. (UNIMONTES) Philosophía é uma palavra grega
Filosofia, constatamos que a mesma é um fato composta de duas outras: Philo, “aquele ou aquela
grego. A Filosofia possui certas características e que tem um sentimento amigável”, e Sophía,
concepções sobre o que sejam a realidade, a ra- “sabedoria”. Daí Filosofia significar “amizade pela
zão, a linguagem, a ação, as técnicas, completa- sabedoria” ou “amor e respeito pelo saber”. A
mente diferentes das de outros povos e culturas. invenção dessa palavra é atribuída a
A seguir, temos traços definidores da Filosofia.
a) Tomás de Aquino.
Marque a alternativa que NÃO corresponde ao
pensamento grego. b) Cirilo de Alexandria.
a) Aceitação de explicações preestabelecidas. c) Machado de Assis.
b) Tendência à racionalidade. d) Pitágoras de Samos.
c) Capacidade de generalização.
7. O advento ou florescimento da Filosofia entre
d) Tendência à argumentação e ao debate. os gregos na Antiguidade (século VI-V a.C.) se
dá quando alguns pensadores colocaram em
5. (UNIMONTES) O poeta brasileiro Carlos Drummond primeiro plano uma preocupação em construir
de Andrade, por sua vez, lamentou: “Como a
um discurso que conseguisse explicar a realida-
vida muda. Como a vida é muda. Como a vida é
de sem recorrer à narrativa mítica. Pelo fato de
nuda. Como a vida é nada. Como a vida é tudo.”
tais pensadores terem vivido antes de Sócrates,
Nas trilhas de Drummond, lembramos a mudan-
passaram a ser conhecidos pela História como
ça. Recordamos que a vida muda e muda sem-
filósofos pré-socráticos. Qual das alternativas a
pre. “Um homem não toma banho em um mes-
seguir contempla os conceitos centrais ao pen-
mo rio duas vezes, pois, no dia seguinte, o rio e
o homem não serão os mesmos”. O sentido da samento desses pensadores?
mudança foi registrado pelo pensador grego: a) ágape, physis e hydor
a) Heráclito. b) logos, apeiron e mythos
b) Tales. c) philos, arqué e ágape
c) Xenofonte. d) logos, physis e arché
d) Pitágoras. e) demos, physis e ousia

sócrates, platão e aristóteles


8. (UNICAMP) A sabedoria de Sócrates, filósofo ate- b) é um exercício de humildade diante da cultura
niense que viveu no século V a.C., encontra o seu dos sábios do passado, uma vez que a função
ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos
registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase filósofos gregos.
foi uma resposta aos que afirmavam que ele era c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e
o mais sábio dos homens. Após interrogar arte- a Filosofia é o saber que estabelece verdades
sãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à con- dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
clusão de que ele se diferenciava dos demais por d) é uma forma de declarar ignorância e perma-
reconhecer a sua própria ignorância. necer distante dos problemas concretos, preo-
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para cupando-se apenas com causas abstratas.
a Filosofia, pois:
9. (UNESP)
a) aquele que se reconhece como ignorante tor- Do lado oposto da caverna, Platão situa uma fo-
na-se mais sábio por querer adquirir conheci- gueira —fonte da luz de onde se projetam as som-
mentos. bras — e alguns homens que carregam objetos

216 1ª. Série


Filosofia

por cima de um muro, como num teatro de fan- b) A Filosofia pressupõe constante disponibili-
toches, e são desses objetos as sombras que se dade para problematizar. Platão e Aristóteles
projetam no fundo da caverna e as vozes desses disseram que a primeira virtude do filósofo é
homens que os prisioneiros atribuem às sombras. a loucura.
Temos um efeito como num cinema em que olha-
mos para a tela e não prestamos atenção ao pro-
c) A Filosofia pressupõe constante disponibili-
jetor nem às caixas de som, mas percebemos o dade para a indagação. Platão e Aristóteles
som como proveniente das figuras na tela. disseram que a primeira virtude do filósofo é
(MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia, 2001.) o sonho.
d) A Filosofia pressupõe constante disponibili-
Explique o significado filosófico da Alegoria da dade para a indagação. Platão e Aristóteles
Caverna de Platão, comentando sua importância disseram que a primeira virtude do filósofo é
para a distinção entre aparência e essência. o destemor.

12. (UNIMONTES) Para Platão (427-347 a.C.), a verda-


deira realidade encontra-se no mundo das ideias,
lugar da essência imutável de todas as coisas.
Todos os seres, inclusive os humanos, são ape-
nas cópias imperfeitas de tais arquétipos, e se
aperfeiçoam à medida que se aproximam do mo-
delo ideal. São textos atribuídos a Platão:
a) República, Fedro, A náusea e Ética a Nicômaco.
b) República, Fedon, Timeu e Fedro.
c) Fedon, Timeu, Fedro e O príncipe.
d) Fedon, Timeu, Fedro e Espírito das Leis.

13. (UNIMONTES) Para Aristóteles (385-322 a.C.), o ser


é constituído de matéria e forma, e as transfor-
mações são explicadas pelo argumento de que
todo ser tende a tornar atual a forma que tem
em potência. Em Aristóteles, compreendemos
potência como:
a) Princípio ou a possibilidade de permanência.
10. (UNIMONTES) Sócrates (470-399 a.C.) nasceu e vi-
veu em Atenas, Grécia. Filho de um escultor e de b) Princípio ou a possibilidade de uma mudança.
uma parteira, conhecia a doutrina dos filósofos c) Princípio ou a possibilidade de o ser perma-
que o antecederam e a de seus contemporâneos. necer estável.
Discutia em praça pública sem nada cobrar. Não d) Princípio ou a possibilidade de o ser continuar
deixou livros. Conhecemos muitas de suas ideias imutável.
por meio de seus discípulos. As melhores ideias
de Sócrates podem ser conhecidas por dois des- 14. (UNIMONTES) Aristóteles, filósofo grego, classifica-
ses discípulos, que são va o homem como um animal racional. A racio-
a) Platão e Heródoto. nalidade seria uma característica inata da nossa
b) Aristóteles e Xenofonte. espécie. Qual o significado do ato de filosofar?
c) Platão e Xenofonte. a) Os homens filosofam por pura brincadeira,
não tendo como finalidade a busca do conhe-
d) Platão e Homero.
cimento.
11. (UNIMONTES) Diante do desprezo dos pragmáticos b) Os homens filosofam para complicar a vida,
de plantão, acenamos com a impossibilidade e a buscando deixar a vida mais difícil.
necessidade de reflexão filosófica. Com relação c) Os homens filosofam para manter as estrutu-
à Filosofia, pode-se afirmar: ras de poder, buscando o conhecimento uni-
a) A Filosofia pressupõe constante disponibili- camente em vista do poder.
dade para a indagação. Platão e Aristóteles d) Os homens filosofam para se libertarem da
disseram que a primeira virtude do filósofo é ignorância, buscando o conhecimento unica-
a admiração. mente em vista do saber.

Caderno de Atividades 217


15. (UNIMONTES) Aristóteles sistematizou suas prin- Segundo Platão, o que representa a metáfora do
cipais ideias em um conjunto de Tratados. A ló- Sol na Alegoria da Caverna?
gica mereceu atenção em um livro denominado a) O conhecimento falso
Órganon, que permaneceu através dos séculos b) A ideia do bem
até os nossos dias. Segundo Aristóteles, a lógica c) A ideia de justiça
subdivide-se em d) As opiniões falsas
a) Lógica Formal (Menor) e Lógica Matemática. e) A ideia do belo
b) Lógica Formal (Menor) e Lógica Material (Maior).
17. Sócrates, filósofo grego que viveu entre c. 469
c) Lógica Material (Maior) e Lógica Musical. a.C. a 399 a.C., inaugurou um novo momento na
d) Lógica Formal (Menor) e Lógica da Linguagem. Filosofia grega antiga, voltando sua atenção para
investigações relacionadas às virtudes humanas.
É sabido que Sócrates nada escreveu, mas, mes-
16. No diálogo A República, Platão apresenta a Ale-
mo assim, a influência de suas ideias e questio-
goria da Caverna, em que o prisioneiro liberto namentos no pensamento ocidental foi das mais
contempla o Sol. marcantes. No que diz respeito ao caminho per-
“Por fim, imagino, há de ser o sol, não suas vãs corrido por Sócrates nas discussões travadas
imagens refletidas nas águas ou em qualquer ou-
com seus interlocutores em Atenas, seu método
conduzia à:
tro local, mas o próprio sol em seu verdadeiro lu-
gar, que ele poderá ver e contemplar tal como é.” a) síntese d) contraposição
(PLATÃO, A República, 516b). b) meditação e) dedução
c) maiêutica

divisões do conhecimento filosófico


18. (UNIMONTES) Se as palavras tivessem sempre um sentido óbvio e único, não haveria literatura, não haveria
mal-entendido e controvérsia. Se as palavras tivessem sempre o mesmo sentido e se indicassem direta-
mente às coisas nomeadas, como seria possível a mentira? Para elucidar o sentido dos textos e das pala-
vras, desenvolveu-se, na Filosofia, uma área de conhecimento denominada:
a) metafísica. c) ontologia.
b) matemática. d) hermenêutica.

Conhecer ou não conhecer: eis a questão!


19. (UNICAMP)
“A dúvida é uma atitude que contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste comporta-
mento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo conhecimento, que passa a ser considerado
como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da Filosofia.”
(Adaptado de BORNHEIM, Gerd A. Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.)

A partir do texto, é correto afirmar que:


a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes.
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor metodoló-
gico.
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são coincidentes.
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento filosófico
moderno.

218 1ª. Série


Filosofia

Teoria do conhecimento na Antiguidade


e na Idade Média
20. (UNIMONTES) A ideia de criação do mundo a partir 22. Platão (428 a.C. – 347 a.C.), em A República, de-
do nada, de pecado original do homem, de Deus senvolve muitos dos temas que serão retomados
como trindade una, de encarnação e morte de por outros autores ao longo de toda a história da
Deus e as ideias de juízo final e ressurreição fo- Filosofia ocidental. Entre estes temas, podemos
ram introduzidas pelos primeiros padres da era destacar as investigações de caráter ontológico
cristã. Esse movimento, que antecede à Idade e epistemológico, que tanto visam pensar a es-
Média, é chamado de: trutura da realidade, como a do conhecimento
a) Iluminismo. humano. Especificamente, no livro VII de A Re-
b) Renascimento. pública, é apresentada a Alegoria da Caverna.
Assim, tomando esta obra como pano de fundo,
c) Maniqueísmo.
indique qual afirmação abaixo não condiz com o
d) Patrística grega e latina. pensamento platônico:
a) Na Alegoria da Caverna, podemos entender
21. (ESPM) Seu principal objetivo era demonstrar, por
o interior da caverna como uma analogia do
um raciocínio lógico formal, a autenticidade dos
mundo sensível e o exterior da caverna como
dogmas cristãos. A Filosofia devia desempenhar
análogo ao mundo inteligível.
um papel auxiliar na realização deste objetivo.
Por isso a tese de que a Filosofia está a serviço b) No mundo inteligível podemos perceber uma
da teologia. (Antonio Carlos Wolkmer – Introdu- hierarquia entre as ideias, e entre estas a que
ção à História do Pensamento Político) ocupa o lugar mais elevado é a ideia do amor.
O texto deve ser relacionado com: c) O processo cognitivo representado através
a) a Filosofia epicurista do caminho trilhado pelo prisioneiro na caver-
na pode ser entendido tanto como um movi-
b) a Filosofia escolástica
mento ascendente como descendente.
c) a Filosofia iluminista
d) Há uma clara superioridade, defendida por
d) o socialismo Platão, do conhecimento inteligível sobre o
e) o positivismo conhecimento sensível.

senso comum?
23. A relação entre Ciência e senso comum deve b) A Ciência se mostra como um conhecimen-
ser entendida como uma ruptura ou como uma to completamente diferente do senso comum
continuidade/extensão? É comum optar pela por basear suas certezas na experiência do
ideia de ruptura entre ambos, levando em conta cotidiano.
a concepção de que a Ciência é um saber cumu-
c) O senso comum é um conjunto de ideias cuja
lativo mais estável e seguro do que aquele saber
finalidade é a crítica ao saber estabelecido.
identificado como costumeiro e banal, utilizado
pelos indivíduos a fim de realizar as tarefas mais d) A Ciência se distingue do senso comum pelo
simples em seu dia a dia. Essa é uma resposta do elemento filosófico presente no segundo.
que desempenha o papel de crítica ao senso co- e) Diferentemente do senso comum, no trabalho
mum. Sobre esse problema, qual das alternativas da pesquisa científica temos o estudo da na-
abaixo melhor explica a possível distinção entre tureza, do ser humano e do universo por meio
Ciência e senso comum?
da aplicação de um determinado método de
a) Diferentemente da Ciência, ao ser definido pesquisa.
como o primeiro olhar, o senso comum é um
saber metafísico das causas e dos primeiros 24. (UNIMONTES) Em geral, julgamos que a palavra
princípios. crítica significa ser do contra, dizer que tudo vai

Caderno de Atividades 219


mal, que tudo está errado, que tudo é feio ou de- 25. Em uma de suas obras, o brasileiro Rubem Alves
sagradável. Na perspectiva filosófica, podemos propõe a seguinte imagem:
dizer que crítica tem uma face positiva. Com re- “[...] pense no senso comum como as pessoas
lação ao conceito, marque a alternativa que NÃO comuns. E a ciência? Tome esta pessoa comum e
corresponde ao sentido da palavra crítica. hipertrofie um dos seus órgãos, atrofiando os ou-
a) Crítica é a capacidade para julgar, discernir tros. Olhos enormes, nariz e ouvidos diminutos.
A ciência é uma metamorfose do senso comum.”
corretamente.
(ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras)
b) Crítica é mau humor, coisa de gente chata ou
pretensiosa que acha que sabe mais que os a) a oposição ao conhecimento entendido como
outros. senso comum.
c) Crítica é a capacidade de examinar e avaliar b) A especialização no estudo de determinados
detalhadamente uma ideia, um valor, um cos- objetos.
tume, um comportamento, sem preconceito. c) O uso de instrumentos que ampliam as possi-
d) Crítica é a capacidade de articular reflexão e bilidades dos sentidos.
observação. d) O emprego de um método para corrigir os en-
ganos dos sentidos.

Epistemologia moderna e contemporânea


26. (UNESP)
Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito
após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda permanecem, com gosto, e por toda a vida,
na condição de menoridade. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um
pastor que tem consciência por mim, um médico que prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. A
maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade,
uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e
cuidadosamente protegido seu gado, para que estas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos
trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta
própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar;
basta, entretanto, o perigo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam novas
tentativas.
(Immanuel Kant, apud Danilo Marcondes. Textos básicos de ética –
de Platão a Foucault, 2009. Adaptado.)

O texto refere-se à resposta dada pelo filósofo Kant à pergunta sobre “O que é o Iluminismo?”. Explique o
significado da oposição por ele estabelecida entre “menoridade” e “autonomia intelectual”.

220 1ª. Série


Filosofia

27. (UNICAMP) “A maneira pela qual adquirimos qual- 30. (UNIMONTES) A fenomenologia surgiu a partir da
quer conhecimento constitui suficiente prova de preocupação com o transcendental, isto é, a bus-
que não é inato.” (LOCKE, John. Ensaio acerca ca das condições a priori de possibilidade da Fi-
do entendimento humano. São Paulo: Nova Cul- losofia como Ciência rigorosa. É o conhecimento
tural, 1988, p.13.). do que aparece ou se manifesta à consciência,
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke em conformidade com a estrutura da própria
fazia parte, consciência. A fenomenologia surgiu a partir da
preocupação de
a) afirma que o conhecimento não é inato, pois a) Edmund Husserl.
sua aquisição deriva da experiência.
b) Aristóteles.
b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os
conhecimentos possam ser obtidos. c) Karl Marx.
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, d) Levinas.
ao negar a existência de ideias inatas.
31. Apesar da frequente oposição entre as teses ra-
d) defende que as ideias estão presentes na ra- cionalistas e empiristas sobre a origem e a na-
zão desde o nascimento. tureza do conhecimento, podemos afirmar que,
pelo menos, em dois pontos havia uma concor-
28. (UNIMONTES) A doutrina positivista, cujo principal
dância entre essas duas correntes filosóficas.
representante foi o francês Augusto Comte (1798-
Tais pontos são:
1857), nasceu em um ambiente cientificista. Em
sua obra Curso de Filosofia Positiva, propôs-se a) o princípio de que o conhecimento tinha como
a examinar como ocorreu o desenvolvimento da origem básica as sensações, e a relevância do
inteligência humana desde os primórdios, a fim método matemático.
de dar as diretrizes de como seria melhor pen- b) a definição de conhecimento baseada em su-
sar o progresso da Ciência. Para Comte, o termo jeito e objeto, e o domínio da razão sobre a
“positivo” designa: experiência.
a) o sobrenatural descrito através das ações dos c) a noção de conhecimento por acumulação, e
deuses. a noção de conhecimento como hábito.
b) as forças abstratas em sua influência sobre o d) a certeza da existência de um sujeito e um ob-
universo. jeto do conhecimento, e a noção de conheci-
c) os fenômenos da natureza descritos de forma mento como apreensão do objeto pelo sujeito.
quimérica. e) a certeza da existência de um terceiro sujeito
d) o real em oposição ao quimérico, a certeza em no conhecimento, e a apreensão do saber pe-
oposição à indecisão, o preciso em oposição los sentidos.
ao vago. O estado positivo corresponde à ma-
turidade do espírito humano. 32. John Locke afirmava que a mente era como uma
“tábula rasa”, ou seja, uma folha em branco,
29. (UNIMONTES) Descartes afirma que “por método, preenchida aos poucos com ideias obtidas por
entendo regras certas e fáceis, graças às quais meio da experiência, sendo possível o entendi-
todos os que as observem exatamente jamais mento humano relacioná-las de diferentes for-
tomarão como verdadeiro aquilo que é falso e mas, por meio da reflexão, compondo, assim,
chegarão, sem se cansar com esforços inúteis e ideias mais complexas e abstratas. A crítica de
aumentando progressivamente sua Ciência, ao Locke dirige-se fundamentalmente à doutrina
conhecimento verdadeiro de tudo o que lhes é cartesiana denominada:
possível esperar”. Descartes, portanto, define o a) Inatismo
método como um conjunto de regras cujas ca- b) Empirismo
racterísticas principais são três. Marque a alter-
c) Platonismo
nativa CORRETA.
d) Reducionismo
a) Inconstantes, fáceis e amplas.
e) Criticismo
b) Certas, fáceis e amplas.
c) Certas, fáceis e restritas. 33. Immanuel Kant (1724-1804) operou uma impor-
d) Certas, obscuras e amplas. tante revolução filosófica na discussão que en-

Caderno de Atividades 221


volvia o conhecimento humano, superando de Qual das afirmações abaixo é corretamente rela-
alguma forma os limites impostos por racio- cionada a Descartes?
nalistas e empiristas. Na obra Crítica da razão a) analisou corretamente tanto as teses raciona-
pura, Kant apresenta uma maneira original de listas quanto as teses empiristas, chegando a
compreender a relação entre sujeito e objeto.
uma terceira, inaugurando o criticismo;
Também sugere que o objeto do conhecimento
é conhecido por nós através do trabalho conjun- b) a fim de garantir um fundamento seguro e só-
to de duas faculdades de nossa mente (razão). lido para as Ciências, sugeriu que através da
Estas faculdades são: razão poderíamos alcançar verdades indubi-
a) razão e experiência. táveis através de ideias claras e distintas;
b) sensibilidade e entendimento. c) considerado um filósofo cético, defendia que
a única fonte do conhecimento era a expe-
c) juízo e entendimento.
riência dos sentidos;
d) razão e entendimento.
d) ressignificou os mitos ao incorporá-los em
e) sensibilidade e experiência.
seus diálogos como uma espécie de instru-
mento a serviço do logos;
34. René Descartes elaborou alguns dos mais im-
portantes textos filosóficos da Filosofia moder- e) elaborou uma teoria figurativa da linguagem
na. São célebres suas investigações em torno que se estruturava fundamentalmente sobre
do método, o caráter agudo de suas críticas e o isomorfismo (igualdade de forma) entre lin-
o lugar de destaque da dúvida em sua Filosofia. guagem e realidade.

Filosofia da Ciência
35. (UNIMONTES) O conhecimento científico faz parte 36. (UNIMONTES) Estamos vivendo na era da infor-
do nosso dia a dia. Encontramos sua aplicação mação, momento gestado pelas grandes des-
na televisão, no aparelho de som, no videoga- cobertas tecnológicas no campo da automação,
me, no micro-ondas, no computador, no celular, robótica e microeletrônica, que transformaram
no motor do automóvel. O conhecimento cien- de maneira radical todos os setores da vida
tífico está presente em coisas que trazem con- humana. A influência da mídia e da informáti-
forto e facilitam a vida. No entanto, a Ciência ca acelerou o processo de globalização, a partir
também está presente na bomba atômica e na de uma rede de comunicação que nos coloca
indústria armamentista, sendo aplicada, nesses em contato com qualquer lugar do mundo. Para
casos, com o objetivo de exterminar vidas e po- Manuel Castells, “um mundo novo” está em for-
pulações inteiras. Com relação à Ciência, pode- mação. Três fatores contribuem para sua cons-
mos afirmar: tituição. Marque a alternativa que apresenta es-
a) A Ciência sempre traz benefícios para o ser ses fatores.
humano. Uma vez que é neutra, não há ne- a) Revolução da tecnologia da informação, o
cessidade de permanente reflexão sobre ela. apogeu dos movimentos sociais e culturais, a
b) A Ciência pode ser usada para o benefício ou queda do muro de Berlim.
para o prejuízo do ser humano. Assim, uma b) A redação do Manifesto comunista, o apogeu
vez que não é neutra, necessita de permanen- dos movimentos sociais e culturais, a cultura
te reflexão. da virtualidade real.
c) A Ciência pode ser usada para o benefício ou c) Revolução da tecnologia da informação, apo-
para o prejuízo do ser humano. Ela é neutra e geu dos movimentos sociais e culturais, a cul-
deve-se obedecer a ela. tura da sociedade de massa.
d) A Ciência não deve ser usada para o benefício d) Revolução da tecnologia da informação, o
ou para o prejuízo do ser humano, já que sem- apogeu dos movimentos sociais e culturais, a
pre irá prejudicar a humanidade cultura da virtualidade real.

222 1ª. Série


Filosofia

37. (UNIMONTES) O conhecimento científico está pre- por Francis Bacon na obra Novum Organum,
sente em cada canto da sociedade trazendo assinale a alternativa que NÃO corresponde a
conforto e facilitando a vida no planeta. Há uma nenhum dos ídolos listados pelo autor:
crença que a Ciência é absoluta e que só ela pos- a) Ídolos da caverna
sui a verdade. Com relação à Ciência é INCOR- b) Ídolos do teatro
RETO afirmar:
c) Ídolos da tribo
a) A Ciência é um dos caminhos possíveis para
d) Ídolos do foro
encontrarmos as verdades no contexto em
que vivemos. e) Ídolos da mente
b) A Ciência é o único caminho possível para en- 40. Em Platão podemos perceber uma preocupação
contrarmos as verdades no contexto em que com a descrição do universo e uma análise dos
vivemos. níveis de conhecimento. Aristóteles, por sua vez,
c) A Ciência é um dos caminhos possíveis, junta- investigou processos físicos, astronômicos e/
mente com outros saberes, para encontrarmos ou biológicos. As ideias aristotélicas influenciam
as verdades no contexto em que vivemos. Ptolomeu, no século II d. C., o qual propôs o mo-
d) A Ciência é um dos caminhos possíveis, em delo geocêntrico de universo. Entretanto, apesar
diálogo com outras áreas de conhecimento, de todas essas contribuições para o conheci-
na busca das verdades para o contexto em mento, há uma profunda diferença entre o saber
que vivemos. antigo e a Ciência moderna estabelecida a partir
do século XVI. Entre estas diferenças, podemos
38. Podemos afirmar que o humanismo renas-cen- destacar que:
tista que se desenvolve entre os séculos XVI e a) O conhecimento antigo era empírico e a Ciên-
XVII funciona como uma ponte entre o pensa- cia moderna, teorética.
mento medieval e as revoluções próprias à Idade b) O conhecimento antigo concentrava-se no
Moderna. Entre as principais transformações no mundo sublunar e a Ciência moderna, no
advento da Modernidade destacam-se aquelas mundo supralunar.
referentes à Ciência e à Filosofia, representadas c) O conhecimento antigo era qualitativo e a
por pensadores como Galileu Galilei, Nicolau Co- Ciência moderna, quantitativa.
pérnico e Francis Bacon. Nesse contexto, quais d) O conhecimento antigo era físico e a Ciência
eventos podemos considerar como característi- moderna, metafísica.
cos do pensamento moderno?
e) O conhecimento antigo era quantitativo e a
a) o advento de uma nova compreensão do Ciência moderna qualitativa.
universo, por meio da teoria heliocêntrica, e
a adoção do pensamento escolástico como 41. As teses do Tractatus Lógico-Filosófico do filóso-
paradigma intelectual. fo austríaco Ludwig Wittgenstein, influenciaram
b) o estabelecimento do sistema socioeconô- fortemente alguns dos principais teóricos da lin-
mico feudal e o processo de transformação guagem e do conhecimento no século XX. Por
qualitativa do conhecimento científico. exemplo, podemos falar dos reflexos das teses
wittgensteinianas sobre um influente movimento
c) a adoção do sistema astronômico ptolomaico
na Filosofia da Ciência e da Linguagem, forma-
-aristotélico e o processo de quantificação do
do por filósofos e cientistas austríacos, entre os
conhecimento científico.
quais Rudolf Carnap e Moritz Schilick. Tais auto-
d) o fim da influência do pensamento platônico e res defendiam a importância da Matemática e da
o estabelecimento de uma Ciência de caráter Lógica no estabelecimento dos métodos científi-
aristotélico. cos e sustentaram como tese epistemológica o
e) o advento de uma nova compreensão do verificacionismo. O movimento filosófico assim
universo através da teoria heliocêntrica e o caracterizado ficou conhecido como:
processo de quantificação do conhecimento a) Positivismo Lógico
científico. b) Neoceticismo
c) Escolástica
39. “São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam
a mente humana.” (Bacon, 2005, p. 41). Levando d) Estruturalismo
em consideração a teoria dos ídolos proposta e) Cientificismo

Caderno de Atividades 223


domínios da sensibilidade
42. No século XVIII, a discussão em torno do belo, da arte e da percepção humana ganhou novo fôlego através
das contribuições de autores como David Hume, Edmund Burke, Francis Hutcheson, e, principalmente,
Immanuel Kant. Tais filósofos dirigiram sua atenção para noções como a de desinteresse estético e juízo de
gosto, sendo este último detidamente investigado por Kant em sua Crítica da Faculdade do Juízo, na qual
podemos encontrar uma Analítica do Belo e uma Analítica do Sublime. Acerca da compreensão kantiana
do belo é, correto afirmar que ele:
a) é um conjunto de regras que determina conceitualmente o juízo estético de um objeto.
b) apresenta uma estrutura similar à do conhecimento lógico humano através de categorias estéticas.
c) é um conceito idêntico à mímesis antiga apresentada pela Filosofia platônico-aristotélica.
d) apresenta universalidade conceitual ao opor-se ao conteúdo perceptivo de objetos estéticos.
e) é o que agrada universalmente, sem depender de um interesse ou de um conceito.

rumos da estética
43. Para Platão, aquilo que era produzido pelo artista Do que nos chegou da Poética, podemos afirmar
tinha um caráter cognitivo inferior, pois segundo que Aristóteles desenvolve uma análise de dois
este pensador: tipos específicos de narrativas poéticas:
a) o que o artista produz é uma cópia do mundo a) a tragédia e a comédia
sensível, gerando assim uma cópia da cópia b) a ficção e o romance
do mundo inteligível.
c) a novela e a comédia
b) o mundo sensível é superior ao mundo inteli- d) a ficção e a epopeia
gível, mas inferior ao que o artista produz.
e) a tragédia e a epopeia
c) o que o artista produz é uma cópia direta do
mundo inteligível, e o mundo sensível nada 45. Segundo Friedrich Nietzsche, filósofo alemão do
tem a ver com esta relação. final do século XIX, a tragédia surge do equilíbrio
d) o que o artista produz é algo completamente entre duas forças ou elementos presentes na na-
original e alheio ao mundo sensível e inteligível. tureza. Estes elementos são:
e) o trabalho do artista é inferior porque envol- a) o dionisíaco e o celestial.
ve ilusão dos sentidos, mas sem ser cópia do b) o erótico e o profano.
mundo sensível.
c) o apolíneo e o afrodisíaco.
44. Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., de- d) o apolíneo e o dionisíaco.
senvolve uma investigação filosófica sobre a arte e) o afrodisíaco e o celestial.
em sua obra Poética.
46. São bem conhecidas as análises relacionadas à
“A poesia tomou diferentes formas, segundo
arte na Antiguidade grega, tanto presentes nos
a diversa índole particular [dos poetas]. Os de
diálogos platônicos, quanto nos escritos aristo-
mais alto ânimo imitam as ações nobres e das
mais nobres personagens; e os de mais baixas télicos. Um dos principais conceitos atribuídos à
inclinações voltaram-se para as ações ignóbeis, arte grega, e que nos permite apreender melhor
compondo, estes, vitupérios, e aqueles, hinos e o significado desta atividade no mundo helênico,
encômios. Não podemos, é certo, citar poemas era o de arte imitativa. A arte grega destinava-se
deste gênero, dos [poetas que viveram] antes de à reprodução da realidade, seja de objetos físi-
Homero, se bem que, verossimilmente, muitos te- cos e sensíveis, como vimos em Platão, seja de
nham existido […].” ações, caráteres e paixões, assim como Aristóte-
(Aristóteles, Poética, 1448b). les nos indicou. Nesse sentido, duas expressões

224 1ª. Série


Filosofia

são comumente associadas ao mundo grego no modo como vemos a realidade ao mostrar outros
que diz respeito à sua produção artística: mundos possíveis. Com relação à arte, marque
a) póiesis e mythos. a alternativa que NÃO está coerente com a sua
Filosofia.
b) logos e ousia.
a) A experiência estética de uma obra de arte não
c) ethos e mímesis.
se resume ao conhecimento de um objeto.
d) areté e sophia.
b) A obra de arte é fechada, racional e impossi-
e) mímesis e poiésis. bilita interpretações que não estejam inscritas
nela mesma.
47. (UNIMONTES) A arte é um modo privilegiado de co-
nhecimento intuitivo que se realiza por meio de c) A obra de arte altera o modo como vemos o
uma obra concreta e individual e que fala mais mundo e nos mostra outros mundos possíveis.
ao sentimento do que à razão. A arte abre as d) O artista cria a obra de arte, e o público tem a
portas para que possamos compreender múlti- possibilidade de preenchê-la com outros sen-
plas possibilidades do mundo vivido. Ela altera o tidos.

arte ou indústria?
48. (UNICAMP) domínio cultural americano, ao fazer trabalho
semelhante com Marilyn Monroe.
c) A Pop Art, na qual se insere Andy Warhol, é
um movimento de valorização da cultura mi-
diática, daí sua predileção por representantes
de esquerda e de minorias, como mulheres e
negros.
d) A proliferação de imagens produzidas pela
publicidade, cinema, TV e jornais estimulou
uma pintura que trouxe para a tela, com a Pop
Art, referências conhecidas.

49. (UNESP)
©Wikimedia Commons/Andy Warhol

Uma obra de arte pode denominar-se revolucio-


nária se, em virtude da transformação estética,
representar, no destino exemplar dos indivíduos,
a predominante ausência de liberdade, rompendo
assim com a realidade social mistificada e petrifi-
cada e abrindo os horizontes da libertação. Esta
tese implica que a literatura não é revolucionária
por ser escrita para a classe trabalhadora ou para
A imagem acima, obra de Andy Warhol, pertence a “revolução”. O potencial político da arte baseia-
a uma série que faz referência a outros ícones se apenas na sua própria dimensão estética. A
do século XX. Sobre o artista e a obra é correto sua relação com a práxis (ação política) é ine-
afirmar que: xoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais
imediatamente política for a obra de arte, mais
a) Che Guevara, Pelé e Marilyn Monroe são re- reduzidos são seus objetivos de transcendência
ferências em suas áreas de atuação e foram e mudança. Nesse sentido, pode haver mais po-
retratados por Warhol porque o artista queria tencial subversivo na poesia de Baudelaire e Rim-
que os jovens os imitassem. baud que nas peças didáticas de Brecht.
(MARCUSE, Herbert. A dimensão estética, s/d.)
b) O artista denunciava as ações do regime
cubano, por meio da imagem de Che Gueva- Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra
ra, ao mesmo tempo em que criticava o pre- de arte caracteriza-se por:

Caderno de Atividades 225


a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter nova linguagem artística. Ao analisar os dese-
conservador da ordem burguesa. nhos e as histórias em quadrinhos, Ariel Dorfman
b) comprometer-se com as necessidades de en- e Armand Mattelart afirmam que:
tretenimento dos consumidores culturais. a) as histórias em quadrinhos escamoteiam os
c) estabelecer uma relação de independência conflitos sociais, transmitem uma visão defor-
frente à conjuntura política imediata. mada da realidade e são portadoras de ideo-
logias.
d) subordinar-se aos imperativos políticos e ma-
teriais de transformação da sociedade. b) as histórias em quadrinhos são apenas objeto
de diversão e entretenimento.
e) contemplar as aspirações políticas das popu-
lações economicamente excluídas. c) as histórias em quadrinhos não escamoteiam
os conflitos sociais, transmitem uma visão
50. (UNESP) verdadeira da realidade e não são portadoras
de ideologias.
Não somente os tipos das canções de sucesso,
os astros, as novelas ressurgem ciclicamente d) as histórias em quadrinhos são apenas instru-
como invariantes fixos, mas o conteúdo especí- mentos educativos e não apresentam conteú-
fico do espetáculo só varia na aparência. O fra- do ideológico.
casso temporário do herói, que ele sabe suportar
como bom esportista que é; a boa palmada que 52. No fim do século XIX e início do século XX, o
a namorada recebe da mão forte do astro, são, mundo da arte vivenciou profundas transforma-
como todos os detalhes, clichês prontos para ções em seus paradigmas. As formas de relação
serem empregados arbitrariamente aqui e ali e da arte com a realidade se multiplicaram por
completamente definidos pela finalidade que meio das chamadas vanguardas artísticas, tais
lhes cabe no esquema. Desde o começo do filme como impressionismo, expressionismo, cubis-
já se sabe como ele termina, quem é recompen- mo, surrealismo etc., as quais romperam com
sado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido trei-
muitas visões cristalizadas acerca da atividade
nado é perfeitamente capaz, desde os primeiros
compassos, de adivinhar o desenvolvimento do
artística. O que se chamou de modernismo foi
tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como sobretudo um fenômeno que ocorrera na Euro-
previsto. O número médio de palavras é algo em pa, no entanto países como os Estados Unidos,
que não se pode mexer. Sua produção é adminis- Argentina e Brasil foram vigorosamente influen-
trada por especialistas, e sua pequena diversi- ciados por tais dinamismos. Tendo isso em vista,
dade permite reparti-las facilmente no escritório. indique qual das alternativas aponta para duas
(Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. A indústria cultural como mistifi- expressões artísticas nacionais que representam
cação das massas. In: Dialética do esclarecimento, 1947. Adaptado.) o modernismo brasileiro no século XX:
O tema abordado pelo texto refere-se: a) Cinema Novo e Movimento Antropofágico
a) ao conteúdo intelectualmente complexo das b) Parnasianismo e Movimento Antropofágico
produções culturais de massa. c) Romantismo e Regionalismo
b) à hegemonia da cultura americana nos meios d) Parnasianismo e Naturalismo
de comunicação de massa. e) Barroco e Tropicalismo
c) ao monopólio da informação e da cultura por
ministérios estatais. 53. Segundo Walter Benjamin, pensador alemão do
início do século XX, os processos de reprodutibi-
d) ao aspecto positivo da democratização da
lidade técnica transformaram significativamente
cultura na sociedade de consumo.
não apenas o mundo social e econômico do ser
e) aos procedimentos de transformação da cul- humano, mas sobretudo os processos de criação
tura em meio de entretenimento. artística. Em seu emblemático artigo, A obra de
arte na época de sua reprodutibilidade técnica,
51. (UNIMONTES) Os quadrinhos são um fenômeno Benjamin apresenta uma dura análise da obra
característico da cultura de massa, tendo sua de arte sob o signo do capital, apontando como
principal divulgação no século XX, quando co- a possibilidade de reproduzir infinitamente uma
meçaram a aparecer as publicações diárias dos obra pode fazer com que ela perca algo de es-
jornais. Como expressão complexa da produção sencial, a saber:
contemporânea, além da função de entretenimen-
to e lazer, têm a função mítica e fabuladora típica a) a alma. d) a beleza.
das obras de ficção, além de preencherem fun- b) o interesse. e) o dinamismo.
ções estéticas, representantes que são de uma c) a aura.

226 1ª. Série


SOCIOLOGIA
1ª. Série

Sociologia como ciência


1. Acerca do contexto histórico do surgimento da Sociologia, leia o texto e, a seguir, responda à questão.
“O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o surgimento da
Sociologia. As transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleram a partir dessa época colocarão
problemas inéditos para os homens que experimentavam as mudanças que ocorriam no ocidente europeu.”
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 5.

Quais são as principais transformações econômicas e políticas para os europeus do século XVIII e quais
acontecimentos as ocasionaram?

2. A Torre Eiffel, com mais de 300 metros de altura e


7.000 toneladas de ferro, foi construída para ser o
grande símbolo da Exposição Mundial de Paris de
1889, como o cartão postal do evento indica.
Com a sua primeira edição em Londres, em 1851,
com o título de “grande exposição dos trabalhos Museu Carnavalet/Fotógrafo desconhecido

das indústrias de todos os países”, as exposições


mundiais, como a de Paris, em 1889, simbolizam a
expansão do capitalismo na Europa, ao longo da se-
gunda metade do século XIX, porque celebravam a
importância da
a) pacificação do continente europeu.
b) modernização tecnológica da produção.
c) consolidação das democracias burguesas.
d) cooperação financeira entre França e Inglaterra.
e) independência das antigas colônias americanas.

Caderno de Atividades 227


3. (UFMG) Analise a imagem a seguir. e contemplar satisfeito a destruição. Declarei uma
guerra sem quartel à espécie humana e, acima
de tudo, contra aquele que me havia criado e me
lançara a esta insuportável desgraça!”
Mary Shelley. Frankenstein. 2a ed. Porto Alegre: LPM, 1985.

O trecho, extraído de uma obra literária publicada


pela primeira vez em 1818, pode ser lido correta-
mente como uma
a) apologia à guerra imperialista, incorporando o
desenvolvimento tecnológico do período.
b) crítica à condição humana em uma sociedade
industrializada e de grandes avanços científicos.
c) defesa do clericalismo em meio à crescente
laicização do mundo ocidental.
d) recusa do evolucionismo, bastante em voga
no período.
Situação do trabalho infantil na Inglaterra
e) adesão a ideias e formulações humanistas de
Fonte: DECCA, E. De e MENEGUELLO, C. Fábricas e Homens. São Paulo: igualdade social.
Editora Atual, 2004. p. 41.

De acordo com a imagem, assinale a alternativa 5. (IFMG) No século XVIII, em termos de hierarquia
CORRETA em relação às condições de trabalho social, a França estruturava-se em três estamen-
nos primórdios da Revolução Industrial inglesa. tos: Primeiro Estado, formado pelo clero; Segun-
do Estado, constituído pela nobreza; e Terceiro
a) Crianças foram utilizadas afim de suplemen- Estado, composto pelo restante da população.
tar a necessidade de mão de obra, uma vez Embora a estrutura social permanecesse aris-
que a oferta de trabalho no período era maior tocrática, a burguesia controlava as finanças, o
que a de trabalhadores adultos. comércio e a indústria. As decisões legislativas,
b) Em função da grande presença de mão de executivas e judiciárias eram centralizadas na fi-
obra feminina e da ausência de creches, era gura do rei. A imagem a seguir ilustra a situação
usual as mulheres levarem os filhos para o vivenciada pelas camadas populares na época:
ambiente de trabalho.

Itaussu. Imagens que contam a história da civilização. São Paulo: Scipione, 1999.
sustentados pela camada popular. Cf. COSTA, Luís César Amad; MELLO, Leonel
c) Foi muito comum a utilização de mão de obra
Representação da estrutura social francesa, em que o clero e a nobreza são
infantil que ficava subordinada a rigorosa dis-
ciplina dentro da fábrica, tornando o trabalho
altamente degradante.
d) Verificou-se no período uma diminuição da
mendicância, já que muitas crianças abando-
nadas tiveram a oportunidade de se colocar
como mão de obra para as fábricas.

4. (FUVEST)
“Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por
que não extingue, naquele instante, a centelha
de vida que você tão desumanamente me conce-
deu? Não sei! O desespero ainda não se apode-
rara de mim. Meus sentimentos eram de raiva e
vingança. Quando a noite caiu, deixei meu abrigo Nesse contexto, começava a se generalizar um
e vagueei pelos bosques. […] Oh! Que noite mise- repúdio às ultrapassadas e decadentes institui-
rável passei eu! Sentia um inferno devorar-me, e ções francesas. A Revolução Francesa (1789) foi:
desejava despedaçar as árvores, devastar e asso-
a) norteada pelo despotismo esclarecido, imple-
lar tudo o que me cercava, para depois sentar-me
mentando reformas a partir do poder absoluto.

228 1ª. Série


Sociologia

b) proletária, extinguindo o capitalismo e inician- o ateísmo e a superioridade da ciência sobre


do a construção do socialismo científico. a religião.
c) burguesa, extinguindo o feudalismo e abrindo c) A Enciclopédia compreendia um conjunto de
caminho para o capitalismo industrial. informações sobre ciência, cultura, arte, lite-
d) anarquista, combatendo burgueses e socia- ratura, política e religião, que valorizava a ra-
listas e propondo a organização de comuni- zão e o conhecimento.
dades. d) O Despotismo Esclarecido significou a ado-
ção de alguns ideais iluministas pela monar-
6. (UNIMONTES) A confiança na razão e na capaci- quia, no intuito de manter seu poder e dimi-
dade de o conhecimento levar a humanidade a nuir as críticas ao governo.
um patamar mais alto de progresso, regeneran-
do o mundo através da conquista da natureza e 8. O desenvolvimento da ciência nos séculos XVI
promovendo a felicidade aqui na terra, tornou-se e XVII fez com que os fenômenos naturais dei-
bandeira e símbolo do movimento de crítica cul- xassem de ser entendidos segundo concepções
tural que é conhecido como Iluminismo. É esse metafísicas e fantásticas e passassem a ser ex-
movimento de ideias — que alcança seu ponto plicados de modo racional e metódico. O soció-
culminante com a Revolução Francesa e o novo logo Max Weber refere-se a esse processo como
quadro sociopolítico por ela configurado — que o “desencantamento do mundo”. Um dos efeitos
terá um impacto decisivo na formação da So- sociais desse “desencantamento do mundo” foi:
ciologia e na definição de seu principal foco: o a) a proliferação de epidemias letais.
conflito entre o legado da tradição e as forças
da modernidade. São aspectos desse debate, b) o desenvolvimento tecnológico industrial.
EXCETO: c) o fortalecimento do poder político do Vaticano.
a) A ideia de liberdade passou a conotar eman- d) o recrudescimento do processo de urbanização.
cipação do indivíduo da autoridade social e e) a expansão do islamismo nas nações europeias.
religiosa, a conquista de direitos e a autono-
mia frente às instituições. 9.
b) Na busca de explicações sobre a origem, a “No momento em que o Homem se encontra sob
natureza e os possíveis rumos que tomariam a tendência em ser cada vez mais apresentado ou
as sociedades em vias de transformação idealizado como um ser isolado, autônomo, res-
emergiram vários temas que vieram a fazer ponsável, guiado por sua razão, oposto à “socie-
dade” contra a qual ele defenderia sua “autentici-
parte também do elenco de questões que a
dade” ou sua “singularidade”, as ciências sociais
Sociologia passou a discutir.
possuem mais do que nunca o dever de revelar
c) A ideia de que o progresso era uma lei inevi- a fabricação social dos indivíduos. Pois o social
tável que governava as sociedades se conso- não se reduz ao coletivo ou ao geral porquanto se
lida e vem a manifestar toda a sua força no encontra nas dobras as mais singulares de cada
pensamento social do século XIX, atuando indivíduo. Tal qual eu a concebo, uma Sociolo-
diretamente sobre os primeiros teóricos da gia à escala dos indivíduos responde assim à ne-
Sociologia. cessidade histórica de pensar os fatos sociais no
d) A burguesia europeia ilustrada acreditava que seio de uma sociedade em que se sacraliza o in-
a ação tradicional traria ordem ao mundo, sen- divíduo como maneira eficaz de responsabilizá-lo
do a desordem um mero resultado da ignorân- por seus próprios insucessos.”
LAHIRE, Bernard. O singular plural. Cadernos de sociofilo, 2o sem, 2013,
cia. Educados, os seres humanos seriam bons Rio de Janeiro. Disponível em: <http://sociofilo.iesp.uerj.br/wp-content/
e iguais, salvaguardados pela tradição. uploads/2013/12/2_Lahire.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2014.

7. (UFV) Em relação aos elementos que caracteriza- Tal como concebidas pelo autor, as ciências so-
ram o século XVIII como o Século das Luzes, é ciais — entre as quais está a Sociologia — po-
INCORRETO afirmar: dem ensinar os indivíduos que as:
a) O Iluminismo divulgou ideais como o uso da a) histórias de vida são traçadas mais a partir das
razão e da liberdade de pensamento como relações sociais do que das ações pessoais.
valores essenciais da sociedade. b) opiniões e percepções são constituídas de
b) O Naturalismo negou as explicações da Igreja acordo com suas inclinações e experiências
sobre a natureza e a humanidade, pregando particulares.

Caderno de Atividades 229


c) personalidades formam-se a partir da con- a) Os estudos sociológicos são orientados so-
quista de suas liberdades diante da família e mente às atividades práticas de assistência
das tradições culturais. social e organização da militância político-par-
d) identidades devem ser protegidas de influên- tidária.
cias sociais, uma vez que são a origem de sua b) Em geral, a Sociologia desenvolve análises
autoafirmação pessoal. sistêmicas, abrangentes, mas também tra-
e) culturas têm a capacidade de padronizar as balha com estudos interpretativos de ações
pessoas, dissolvendo as particularidades em individuais.
uniformizações coletivas. c) A Sociologia é uma ciência abrangente e di-
versificada em campos especializados do co-
10. (UNIMONTES) Os estudos de Sociologia são diver- nhecimento.
sificados e pluralistas. Há uma variedade de pon- d) A Sociologia procura identificar conceitos-
tos de vista e análises, com a utilização de diver- chave que expressam variados pontos de vis-
sas abordagens metodológicas, tendo em vista ta e que podem fornecer um quadro sistêmico
o diagnóstico e a compreensão dos fenômenos do mundo social.
sociais. Sendo assim, pode-se fazer a seguinte
afirmação, EXCETO:

auguste comte e a fundação da sociologia


O texto a seguir é base para as duas próximas 12. Considerando o texto e seus conhecimentos so-
questões. Leia-o e faça o que se pede. bre as ideias de Auguste Comte, explique qual é a
função social da ciência de acordo com esse autor.
Entendo por física social a ciência que tem por
objeto próprio o estudo dos fenômenos sociais,
segundo o mesmo espírito com que são consi-
derados os fenômenos astronômicos, físicos,
químicos e fisiológicos, isto é, submetidos a leis
invariáveis, cuja descoberta é o objetivo de suas
pesquisas. Os resultados de suas pesquisas tor-
nam-se o ponto de partida positivo dos trabalhos
do homem de Estado, que só tem, por assim
dizer, como objetivo real descobrir e instituir as
formas práticas correspondentes a esses dados
fundamentais, a fim de evitar ou pelo menos mi-
tigar, quanto possível, as crises mais ou menos
graves que um movimento espontâneo determi-
na, quando não foi previsto. Numa palavra, a ci-
ência conduz à previdência, e a previdência per-
mite regular a ação.
COMTE, Auguste. La Science Sociale. Paris: Gallimard, 1972, p. 86. 13. (UNIMONTES) O positivismo foi a corrente de pen-
samento que teve forte influência sobre o méto-
11. Explique como a expressão “física social” resu- do de investigação na Sociologia, por propor um
me as principais características do pensamento sistema geral do conhecimento com a pretensão
sociológico de Auguste Comte. de “organizar” a sociedade. São aspectos funda-
mentais do positivismo, EXCETO:
a) Para o positivismo clássico, é impossível co-
nhecer o estado de um fenômeno social par-
ticular se não for considerado cientificamente
o todo social.
b) Na concepção positivista, graças à aplicação
da ciência à organização do trabalho, a huma-
nidade desenvolve suas potencialidades.

230 1ª. Série


Sociologia

c) As ideias na Sociologia positivista tentam e) todas as ciências desenvolvem-se em fases


descobrir qual é a ordem social que orienta a distintas ao longo da história, na seguinte or-
história humana. dem: a positiva, a teológica e a metafísica.
d) O positivismo fundamenta-se na concepção 15. (UFU) Na parte mais tardia de sua carreira, Comte
dialética de Georg Wilhelm F. Hegel (1770- elaborou planos ambiciosos para a reconstrução
1831), originária do idealismo alemão. Propõe da sociedade francesa em particular, e para as
um método interpretativo de sociedade base- sociedades humanas em geral, baseado no seu
ado na ideia de contrato social. ponto de vista sociológico. Ele propôs o estabe-
lecimento de uma “religião da humanidade”, que
14. A interpretação da história elaborada por Augus- abandonaria a fé e o dogma em favor de um fun-
te Comte, sintetizada em sua “Lei dos Três Esta- damento científico. A Sociologia estaria no cen-
dos”, tinha o objetivo de demonstrar que: tro dessa nova religião.
a) a coesão social fundamenta-se na libertação GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 28.
do ser humano das regras morais e éticas de Com base nessa assertiva, Comte aponta para
sua sociedade. o papel da Sociologia como ciência fundamental
b) o estado teológico, baseado na racionaliza- para a compreensão:
ção científica, corresponde a uma etapa pos- a) da ideia da revolução, como solução para sa-
terior ao estado positivo. nar as questões da desigualdade social.
c) o estado positivista é o momento em que a b) da crença na ação dos indivíduos, como fator
observação determina as leis imutáveis nos de intervenção na realidade.
fenômenos observáveis. c) do consenso moral, como solução para regu-
d) o estado metafísico é diferente do teológico lar e manter unida a sociedade.
por estabelecer soluções absolutas e univer- d) dos elementos subjetivos da sociedade, ten-
sais para a condição humana. do em vista a pluralidade social.

trabalho livre e a estratificação social


16. Em seu clássico A riqueza das Nações, publicado d) formação de cooperativas de trabalhadores.
em 1776, o escocês Adam Smith descreveu a pro- e) intervenção do Estado na economia nacional.
dução industrial de alfinetes da seguinte forma:
“[...] um puxa o arame, o outro o endireita, um 17. Homens da Inglaterra, por que arar para os se-
terceiro o corta, um quarto o afia, um quinto o nhores que vos mantêm na miséria?
esmerilha na outra extremidade para a coloca-
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas
ção da cabeça; para se fabricar a cabeça são
necessárias duas ou três operações distintas; a roupas que vossos tiranos vestem?
colocação da cabeça é muito interessante, e o Por que alimentar, vestir e poupar do berço até
polimento final dos alfinetes também; até a sua o túmulo esses parasitas ingratos que exploram
colocação no papel constitui, em si mesma, uma
vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?
atividade”.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. São Paulo: Nova Cultural, SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da
1988, p. 17. Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, p. 57.

O surgimento das fábricas, que Smith acompa- O poema indica uma contradição na situação
nhou ao longo de sua vida, transformou radical- social da nascente classe trabalhadora inglesa
mente o modo de produção na Europa, entre os durante a Revolução Industrial, que pode ser
séculos XVIII e XIX. O texto do autor aponta para identificada:
uma dessas mudanças, que é a a) nos negócios dos burgueses, financiados
a) intensificação da divisão do trabalho. pelo proletariado.
b) valorização das atividades artesanais. b) na riqueza da produção, que não ficava com
c) liberdade comercial dos empreendedores. quem a gerava.

Caderno de Atividades 231


c) na pobreza dos empregados, dissociada da d) precária, consequência dos baixos salários
riqueza dos patrões. recebidos nas fábricas e da insensibilidade
d) no trabalho, que garantia a liberdade por meio política do Estado para tal realidade.
do assalariamento. e) lamentável, sendo obrigados a cometer deli-
e) na remuneração dos operários, ajustada aos tos e viver nas margens da lei para garantir
seus esforços nas fábricas. um mínimo de subsistência para as crianças.

18. Em 1845, o filósofo Engels publicou um relato so- 19. A seguir, acompanhe um trecho do Manifesto
bre as condições de vida dos trabalhadores nas Comunista, escrito por Marx e Engels e publica-
cidades inglesas. A seguir, observe um trecho do do originalmente em 1848.
texto. O crescente emprego de máquinas e a divisão do
trabalho despojaram a atividade do operário de
Essa é uma descrição dos diversos bairros operá- seu caráter autônomo, tirando-lhe todo o atrativo.
rios de Manchester, tais como os observei duran- O operário torna-se um simples apêndice da má-
te vinte meses. Resumindo o resultado de nosso quina e dele só se requer o manejo mais simples,
percurso através deles, diremos que 350 mil ope- mais monótono, mais fácil de aprender. Desse
rários de Manchester e arredores vivem quase modo, o custo do operário se reduz, quase ex-
todos em habitações miseráveis, úmidas e sujas; clusivamente, aos meios de subsistência que lhes
que a maioria das ruas pelas quais têm de passar são necessários para viver e perpetuar a espécie.
se encontra num estado deplorável; extremamen- MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista.
São Paulo: Editora Boitempo, 2010, p. 46.
te sujas, essas vias foram abertas sem qualquer
cuidado com a ventilação, sendo a única preocu- De acordo com o texto, nas fábricas do século
pação o máximo lucro para o construtor.
XIX, o trabalhador se transformou em um:
ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra.
São Paulo: Boitempo, 2010, p. 104-105. a) funcionário criativo que precisa de tempo livre
para conceber novos produtos para a empresa.
A partir do texto, pode-se afirmar que, no século
b) artifício de engrenagem, tratado como ob-
XVIII, a condição de vida dos trabalhadores ingle-
jeto gerador de renda para o dono do em-
ses era:
preendimento.
a) condizente com a produção industrial da épo-
c) custo alto demais, em razão dos direitos tra-
ca, que gerava muito capital e aumentava a
balhistas que o proprietário da indústria preci-
fortuna dos empreendedores.
sava respeitar.
b) solidária, fruto da disposição cooperativista
d) empregado especializado, único capaz de re-
dos mais pobres que, face às agruras, aju-
alizar as tarefas necessárias para a produção
dam-se mutuamente para sobreviver. ser lucrativa.
c) promissora, em um contexto de pleno empre- e) artesão de exímias habilidades, fundamental
go e considerável crescimento da renda das para atender as diversidades de desejos do
famílias recém chegadas do campo. mercado consumidor.

Fatores da mudança e da reprodução Social


20. (UNIMONTES) O trabalho é considerado, em Sociologia, como uma atividade produtiva exercida pelo ho-
mem, a partir da transformação da natureza, para assegurar sua sobrevivência e desenvolvimento. Karl
Marx (1818-1883) afirma que o trabalho pode emancipar os indivíduos, mas, no capitalismo, de modo
geral, resulta em alienação dos trabalhadores. Sobre esse assunto, marque a alternativa INCORRETA.
a) O trabalho não deve ser visto exclusivamente como emprego remunerado.
b) O trabalho é a produção dos indivíduos vivendo em sociedade.
c) No sistema capitalista, a produção coletiva passou a ser organizada e dirigida segundo os interesses de
todos os trabalhadores, sem distinção.
d) A divisão social do trabalho expressa modos de segmentação e estratificação da sociedade.

232 1ª. Série


Sociologia

21. (UNIMONTES) Na sociedade, os laços que unem os 24. (UFU) As imagens a seguir, recortadas do filme
membros entre si e ao próprio grupo constituem a Tempos Modernos de Charles Chaplin, são em-
solidariedade, a qual pode ser orgânica ou mecâ- blemáticas da mecanização do trabalho do ho-
nica, de acordo com o tipo de sociedade cuja coe- mem e de um dos processos fabris mais impor-
são procura garantir. É autor dessa proposição: tantes da história.
a) Karl Marx.
b) Max Weber.
c) Émile Durkheim.
d) Auguste Comte.

22. (UFU) A interpretação da modernidade, de acordo


com Émile Durkheim, é construída tendo em vista
dois polos de sociedade que ele procura explicar
a partir da solidariedade mecânica e da solida-
riedade orgânica. Tendo em vista a solidarieda-
de orgânica, o autor aponta suas características,
considerando formas distintas de organização
social, laços de solidariedade e tipo de direito,
marcadas, respectivamente, pela
a) divisão do trabalho social, por sociedades
segmentadas e pelo direito repressivo.
b) divisão do trabalho social, por sociedades di-
ferenciadas e pelo direito restitutivo.
c) consciência coletiva, pelas sociedades seg-
mentadas e pelo direito repressivo.
d) consciência coletiva, pelas sociedades dife-
renciadas e pelo direito restitutivo.

23. Sobre as relações que o sociólogo Max Weber


percebe entre certas doutrinas religiosas, o pro-
cesso de racionalização do mundo e as origens
do capitalismo moderno, é correto afirmar que
a) o encantamento do mundo, base da ética cal-
vinista, fomentou a consolidação das formas Disponível em: <http://festival.culturainglesasp.com.br>.
contemporâneas de acumulação do capital. Acesso: 20 mar. 2013.
b) o confucionismo e o hinduísmo redefiniram o É característica do processo fabril representado
padrão das atividades produtivas que, a par- pelas imagens a:
tir do século XVI, resultariam no capitalismo
atual. a) utilização de maquinários de tecnologia moder-
na, com terceirização de múltiplas atividades.
c) o protestantismo é a origem de uma ética
que, estimulando o controle econômico dos b) contratação de poucos trabalhadores, capaci-
fiéis, fomentou o desenvolvimento do capita- tados a trabalhar com as tecnologias implan-
lismo moderno. tadas e organizados em pequenos grupos.
d) as religiões orientais, a partir do século XVI, c) eliminação da possibilidade de competição
são responsáveis pelo destaque do Japão no entre os trabalhadores, uma vez que a linha
cenário econômico internacional depois da de montagem unifica os trabalhadores, que
Revolução Industrial. lutam contra suas condições de trabalho.
e) as regras morais do catolicismo, na medida d) redução da necessidade de especialização
em que se tornaram dominantes na Europa dos trabalhadores, uma vez que eles apenas
medieval, motivaram as práticas industriais executam tarefas simples, que não exigem
surgidas no século XVIII. grande conhecimento técnico.

Caderno de Atividades 233


25. (FUVEST) O local e o global determinam-se reci- c) Há uma tendência expressiva no mundo do
procamente, umas vezes de modo congruente trabalho contemporâneo de diminuição sig-
e consequente, outras de modo desigual e de- nificativa da participação feminina, que atin-
sencontrado. Mesclam-se e tencionam-se sin- giu no passado mais de 40% da força de tra-
gularidades, particularidades e universalidades. balho em diversos países avançados, e que
Conforme Anthony Giddens, “A globalização tem atingido hoje níveis de diminuição nunca
pode assim ser definida como a intensificação vistos.
das relações sociais em escala mundial, que li- d) O mundo do trabalho atual tem recusado os
gam localidades distantes de tal maneira que trabalhadores herdeiros da cultura fordista,
acontecimentos locais são modelados por even- fortemente especializados, que são substitu-
tos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice ídos pelo trabalhador polivalente e multifun-
versa. Este é um processo dialético porque tais cional da era toyotista.
acontecimentos locais podem se deslocar numa
direção inversa às relações muito distanciadas 27. Atualmente, grande parte da população mundial
que os modelam. A transformação local é, assim, tem acesso a tecnologias que realizam as mais
uma parte da globalização”. diversas e difíceis tarefas produtivas e comuni-
Octávio Ianni, Estudos Avançados. USP. São Paulo,1994. Adaptado.
cacionais apenas com um toque de botão. Em
relação a tal condição, leia o texto a seguir.
Neste texto, escrito no final do século XX, o autor
Passamos muitas horas do dia sentados, tudo,
refere-se a um processo que persiste no sécu-
em nossas vidas, convida-nos a sentar. Mas esse
lo atual. A partir desse texto, pode-se inferir que
convite agradável ao descanso tem significados
esse processo leva à: mais complexos. […] Quando observamos o nos-
a) padronização da vida cotidiana. so dia a dia, sentados por todos os lados, diante
b) melhor distribuição de renda no planeta. de computadores, da televisão, dentro de carros,
temos certeza de que a mobilidade corporal que
c) intensificação do convívio e das relações afe- nos caracterizaria, e que ainda se coloca como
tivas presenciais. nossa potência, cede lugar à estranha mobilidade
d) maior troca de saberes entre gerações. incorporal da máquina. As máquinas se movem
e) retração do ambientalismo como reação à so- em nosso lugar, tornamo-nos imóveis: esperamos
sentados a máquina que nos substitui.
ciedade de consumo.
TIBURI, Marcia. Revista Cult, 185, nov. 2013. Disponível em:
<http://revistacult.uol.com.br/home/2013/11/homo-sedens/>.
26. (UNIMONTES) O sociólogo brasileiro Ricardo Antu- Acesso em: 12 dez. 2013.
nes define a “classe-que-vive-do-trabalho” como
De acordo com o texto, qual é a relação entre
a classe trabalhadora, que hoje compreende a
tecnologia e sociedade atualmente? Por quê?
totalidade dos assalariados, homens e mulheres
que vivem da venda da sua força de trabalho e
que são despossuídos dos meios de produção.
Essa classe vem presenciando, nas últimas dé-
cadas, um processo multiforme de mudanças,
cujas principais tendências indicadas pelo autor,
são, EXCETO:
a) Com o declínio do binômio taylorismo/fordis-
mo, vem ocorrendo uma redução do prole-
tariado industrial, fabril, tradicional, manual,
estável e especializado, herdeiro da era da
indústria verticalizada de tipo taylorista e for-
dista.
b) Uma tendência muito significativa e que se
caracteriza pelo aumento do novo proleta-
riado fabril e de serviços, em escala mundial,
presente nas diversas modalidades de traba-
lho precarizado, são os terceirizados, os sub-
contratados e outras formas assemelhadas.

234 1ª. Série


Sociologia

representações da modernidade no brasil


28. A seguir, leia uma descrição da estrutura social aos 27 anos
do Brasil colônia. plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
É assim extremamente simples a estrutura social
Em usinas escuras,
da colônia no primeiro século e meio de coloniza-
homens de vida amarga
ção. Reduz-se em suma a duas classes: de um
e dura
lado os proprietários rurais, a classe abastada
produziram este açúcar branco e puro com que
dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a
adoço meu café esta manhã em Ipanema.
massa da população espúria dos trabalhadores
GULLAR, Ferreira. O açúcar. In: Toda poesia. Rio de Janeiro:
do campo, escravos e semi-livres. Da simplicida-
José Olympio, 2004, p. 165.
de da infraestrutura econômica — a terra, única
força produtiva, absorvida pela grande explora-
29. Qual é o contraste social formado a partir da pro-
ção agrícola — deriva a da estrutura social: a re-
dução do açúcar no Brasil que o poema aponta?
duzida classe de proprietários e a grande massa,
explorada e oprimida. Há naturalmente no seio
desta massa gradações, que assinalamos. Mas,
elas não são, contudo, bastante profundas para
se caracterizarem em situações radicalmente dis-
tintas.
PRADO JR, Caio. Evolução política do Brasil. São Paulo:
Brasiliense, 1993. p. 28-29.

De acordo com o texto, durante o primeiro perí-


odo de exploração econômica capitalista do ter-
ritório nacional, o Brasil Colônia estava marcado
por:
a) uma mobilidade social constante.
b) uma urbanização em desenvolvimento.
c) diversas classes sociais se constituindo.
d) expansões de atividades manufatureiras.
30. Ferreira Gullar escreveu o poema O açúcar no
e) relações de produção determinando relações século XX. Contudo, considerando seus conhe-
sociais. cimentos sobre a história dos ciclos econômicos
do Brasil, pode-se afirmar que o contraste apon-
Acompanhe como Ferreira Gullar narra poetica- tado no poema é mais antigo do que a realidade
mente a produção do açúcar no Brasil e, a seguir, poetizada por Ferreira Gullar? Por quê?
responda às perguntas.

O Açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...] Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oli-
veira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
[...] Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome

Caderno de Atividades 235


Modernização na transição do Império
para a República
31. Iracema, romance de José de Alencar publica- 32. Não seria exagero dizer que a cidade do Rio de Ja-
do pela primeira vez em 1865, foi a inspiração neiro passou, durante a primeira década republi-
do artista José Maria de Medeiros para tela cana, pela fase mais turbulenta de sua existência.
com o mesmo nome, apresentada ao público Grandes transformações de natureza econômica,
em 1881. A seguir, leia o início do romance, ob- social, política e ideológica, que se gestavam há
serve a tela e procure identificar as semelhan- algum tempo, precipitaram-se com a mudança do
ças entre eles. regime político e lançaram a capital em febril agita-
ção, que só começaria a ceder ao final da década.
Texto I CARVALHO, José Murilo. Os bestializados. São Paulo:
Cia. das Letras, 1987, p. 5.
Verdes mares bravios de minha terra natal, onde
canta a jandaia nas frondes da carnaúba; Ver- Ocorridas no Rio de Janeiro ao longo das primei-
des mares que brilhais como líquida esmeralda ras décadas da República, as transformações e
aos raios do sol nascente, perlongando as alvas agitações mencionadas pelo texto podem ser re-
praias ensombradas de coqueiros; Serenai, ver- sumidas como um processo de:
des mares, e alisai docemente a vaga impetuosa a) qualificação da mão de obra por meio de es-
para que o barco aventureiro manso resvale à flor
colas profissionalizantes, para atender a po-
das águas.
pulação recém libertada com a abolição da
ALENCAR, José de. Iracema.
Rio de Janeiro: MEC/INL, 1965, p. 4. escravidão.
b) abertura do processo democrático, em que
Texto II partidos políticos formados por operários fo-
ram instituídos e as mulheres conquistaram o
direito ao voto.
Museu Nacional de Belas Artes/Fotógrafo desconhecido

c) modernização que, por desrespeitar a maior


parte da população e aprofundar desigualda-
des sociais, foi questionada por meio de vá-
rias revoltas.
d) desenvolvimento econômico que, ao criar vá-
rios postos de trabalho, gerou renda e dinami-
zou a circulação de riquezas em uma cidade
pobre até então.
e) reformas urbanas que visavam eliminar as
moradias provisórias e precárias, como as fa-
velas e os cortiços, oferecendo melhores con-
MEDEIROS, José Maria. Iracema, 1881. Óleo sobre tela, color.,
168,3 cm x 255 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. dições de habitação.

No século XIX, com suas obras, José de Alencar 33. Leia os textos a seguir e responda ao que se pede:
e José Maria de Medeiros ajudaram a formar uma Texto I
imagem do Brasil que, até hoje, identifica o país
Cheio de apreensões e receios despontou o dia
tanto para o brasileiro quanto para o estrangei-
de ontem, 14 de novembro de 1904. Muito cedo
ro. Comparando o texto e a tela, observa-se que tiveram início os tumultos e depredações. Foi
essa imagem salienta grande o tiroteio que se travou. Estavam forma-
a) a cordialidade do ameríndio. das em toda a rua do Regente, estreita e cheia de
casas velhas, grandes e fortes barricadas feitas
b) as belezas da natureza tropical. de montões de pedras, sacos de areia, bondes vi-
c) a extensão do litoral nacional. rados, postes e pedaços de madeira arrancados
d) o caráter guerreiro do nativo. às casas e às obras da avenida Passos.
Jornal do Comércio, 15/11/1904 . Adaptado de Nosso Século
e) a mestiçagem da população. 1900-1910. São Paulo: Abril Cultural, 1980. 

236 1ª. Série


Sociologia

Texto II e) aspiravam abrir grandes avenidas, o que ele-


O progresso envaidecera a cidade vestida de varia as tarifas do transporte público, utilizado
novo, principalmente inundada de claridade, com pelos mais pobres.
jornais nervosos que a convenciam de ser a mais
bela do mundo. Era a transição da cidade doente 34. Observe, no texto a seguir, algumas informações
para a maravilhosa. sobre a cidade de São Paulo no final do século
PEDRO CALMON (historiador / 1902-1985). Adaptado de XIX e início do XX.
Nosso Século (1900-1910). São Paulo: Abril Cultural, 1980. 
Um viajante, chegando à cidade em 1900, depois
Os textos referem-se aos anos em que a cida- de trinta anos de ausência, exclamava que “era
de do Rio de Janeiro, sob a gestão do prefeito então São Paulo uma cidade puramente paulista,
Pereira Passos (1902-1906), passou por uma hoje é uma cidade italiana!” Entre 1886 e 1893, a
profunda reforma urbana que provocou tanto população estrangeira passou de 12.085 pessoas
elogios, como também conflitos sociais. Essas para 70.978, de 25,9% para 54,5% da população
diferentes reações explicam-se ao considerar da cidade.
que as reformas: MARTINS, José de Souza. O cativeiro da terra. São Paulo: Contexto,
2010, p. 255.
a) objetivavam abrir os portos da então capital
federal, mas, ao mesmo tempo, restringir o co- Explica-se a imigração de estrangeiros para o
mércio popular. Brasil nessa época como uma forma de suprir a
b) almejavam alargar o espaço urbano, causan- necessidade de mão de obra para a produção ca-
do a devastação de áreas florestais no entor- feeira do país. Contudo, o texto aponta para outra
no da cidade. consequência desse fluxo imigratório, que é a:
c) ambicionavam dissolver qualquer edifício as- a) pauperização da população.
sociado à monarquia, contrariando os dese- b) intensificação da urbanização.
jos populares.
c) diminuição da industrialização.
d) visavam higienizar a cidade por meio da de-
molição de moradias coletivas no centro da d) diversificação da agricultura.
cidade, como os cortiços. e) qualificação da profissionalização.

Transição para a modernidade nas


grandes interpretações do Brasil
35. No Brasil, o samba é visto como um ritmo que Considerando os argumentos do texto, pode-se
representa a identidade nacional. De acordo com afirmar que, ao longo do século XX, o samba no
os historiadores, o samba nasceu entre os es- Brasil foi:
cravizados e seus descendentes, nas senzalas,
quilombos e periferias das cidades brasileiras, a) escutado como autêntica expressão da cultu-
ao longo do século XIX. Sobre o samba, observe ra tradicional do país.
como o texto a seguir o aborda no contexto das b) proibido de ser manifestado por apresentar
primeiras décadas do século XX. óbvias origens africanas.
Naquele momento histórico, o poder dominante c) tratado como o resultado da harmoniosa con-
buscava, por diversos meios e razões, desafrica-
vivência entre as etnias.
nizar o corpo e a alma da nação brasileira. […]
É assim que, na década de 1930, no ambiente d) elogiado como exemplo do refinamento cultu-
do teatro musicado, surge o samba-canção, de ral dos filhos de escravizados.
andamento lento, de melodia romântica e letra
sentimental, mais ao gosto das elites, e talvez
e) dissociado de sua origem étnica para se fir-
mais “limpo”, como requeriam as ideias de eu- mar como símbolo nacional.
genia propagadas pelo racismo dito “científico”,
menosprezando expressões afro-brasileiras. 36. Sérgio Buarque de Holanda publicou, em 1936,
LOPES, Nei. A desafricanização do samba. Revista Carta na escola, n. 79, Raízes do Brasil, considerado um clássico por
set. 2013, p. 49-50. interpretar o Brasil por meio do conceito de ho-

Caderno de Atividades 237


mem cordial. Sobre esse conceito, acompanhe a
análise a seguir.
Dominado pelo coração, mobilizado pelo fundo
emotivo de seus afetos, o homem cordial é uma
anomalia política por sua particular compreensão
do mundo público, contaminada, desde o início,
pela compulsão que ele sente de estender seus
direitos individuais sobre esse mundo, fazendo
dele um mero apêndice, o prolongamento de
seus interesses particulares e de suas relações
pessoais.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissi-
ma/2013/11/1365607-medos-privados-em-lugares-publicos.shtml>. 38. Em janeiro de 2003, o Estado brasileiro incluiu
Acesso em: 12 dez. 2013. no currículo dos estabelecimentos de ensino
fundamental e médio, oficiais e particulares, a
A cordialidade, tal como analisada no texto, é um
obrigatoriedade do ensino sobre História e Cul-
entrave para a efetivação prática da:
tura Afro-Brasileira e determinou que o conteúdo
a) participação política dos mais pobres. programático deveria incluir o estudo da História
b) impessoalidade das leis do Estado de direito. da África e dos africanos, a luta dos negros no
c) repressão policial que produz a ordem social. Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na for-
d) criatividade nos empreendimentos econômicos. mação da sociedade nacional, com o objetivo de
resgatar a contribuição do povo negro nas áreas
e) eleição de trabalhadores para os cargos oficiais. social, econômica e política pertinentes à História
do Brasil, além de instituir, no calendário escolar,
37. A seguir, observe os comentários a respeito de
o dia 20 de novembro como data comemorativa
dois autores importantes na história da interpre-
do “Dia da Consciência Negra”.
tação da mestiçagem no Brasil.
A decisão comentada aponta para uma educa-
Segundo profissionais brasileiros como Nina Ro- ção nacional que visa:
drigues, os mestiços estariam mais propensos
à criminalidade, à loucura e a outros “estigmas” a) reinterpretar a memória coletiva a partir do re-
próprios de seu grupo racial. Não por acaso, em conhecimento da pluralidade étnica.
1894 Nina Rodrigues publicou o livro As raças hu- b) compensar economicamente grupos sociais
manas e a responsabilidade penal no Brasil, pro- desprivilegiados ao longo do tempo.
pondo a existência de dois códigos penais, um
para brancos e outro para negros, adaptados aos c) conferir liberdade de expressão para ideolo-
“graus de evolução de cada grupo”. gias que, na ditadura, foram censuradas.
Em Casa-grande & senzala, de 1933, Gilberto d) modernizar as estruturas jurídicas do país,
Freyre oferecia um novo modelo para a sociedade atualizando a legislação nacional a respeito
multirracial brasileira. “Todo brasileiro, mesmo o da educação.
alvo, de cabelo louro, traz na alma quando não na e) qualificar profissionalmente indivíduos que,
alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, sem a ajuda do Estado, teriam dificuldades
do indígena e/ou do negro”, afirmava Freyre, tor-
no mercado de trabalho.
nando a mestiçagem uma questão de ordem geral.
SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia.
São Paulo: Companhia das letras, 2015, p. 329-342. Adaptado. 39. (UFU) O discurso sobre a formação da identidade
nacional brasileira tem como uma de suas verten-
Comparando os autores comentados, responda:
tes o estudo das consequências do encontro de
entre o fim do século XIX e as primeiras décadas
do XX, como transforma-se a maneira de enten- três matrizes étnicas: o negro, o europeu (branco)
der a mestiçagem no Brasil? e o indígena. Em meio a este debate, e contrarian-
do as teorias raciais, elaborou-se uma tese conhe-
cida como “democracia racial”, caracterizada por:
a) defender o direito de participação de represen-
tantes de todas as raças no processo político.
b) pressupor a miscigenação harmoniosa entre
os diferentes grupos étnicos que formaram a
nação brasileira.

238 1ª. Série


Sociologia

c) denunciar os conflitos raciais e a desvaloriza- Implícitas no fragmento acima estão várias ca-
ção dos afrodescendentes no Brasil. tegorias marxistas utilizadas, neste caso, para a
d) culpar os grupos dominantes pela marginali- interpretação das transformações ocorridas em
zação dos afrodescendentes e da população umas das mais importantes festas populares do
indígena brasileira. país. Assim, é correto afirmar que:
a) abadás e camarotes, exclusividades de uma
40. (UFU) Quando aborda o carnaval de Salvador/BA,
elite, são portadores de uma aura mágica a
Fátima Teles afirma que este festejo
quem se confere poderes especiais e desta-
Foi incorporado à onda neoliberal do capital fe- cada como desencantamento do mundo.
tiche e ficou restrito às classes privilegiadas que
abandonaram os cordões e fecharam-se nos lu- b) o carnaval foi mergulhado nas águas gélidas
xos dos camarotes ou nos blocos, cordões fecha- do cálculo egoísta, vendo extraídos seus con-
dos por compra de abadás. Portanto hoje, atrás teúdos e naturezas mais autênticos, mas sen-
do trio elétrico só não vai a classe menos favo- do finalmente democratizado.
recida, a classe que vive de salário suado e só
vai atrás do trio elétrico quem pode pagar caro, c) quando mercantilizado, o carnaval perde seu
uma minoria que concentra renda de alguma for- caráter público e se privatiza, produzindo um
ma. […] A festa já não é mais popular, mas é a acesso seletivo e dependente mais do marca-
festa de uma minoria privilegiada. Olhando para o dor racial do que classista.
carnaval de Salvador lembramos do compositor
baiano Gilberto Gil quando ele canta “ó mundo d) tal como revelara Marx, o capitalismo traz
tão desigual, tudo é tão desigual, de um lado esse consigo a tendência de mercantilizar as rela-
carnaval, de outro a fome total […]” ções sociais. Ao que tudo indica, o carnaval
Fátima Teles. A mercantilização do carnaval soteropolitano. também se transformou numa mercadoria.
Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia/258814-11>.
Acesso em: 22 fev. 2015.

Educação e socialização primária


41. Leia o texto a seguir.
[…] assim como os pais são necessários para trazer um filho ao mundo, assim como a mãe nutre o filho, pri-
meiro com seu sangue e depois com o alimento vindo de seu corpo, o indivíduo sempre existe, no nível mais
fundamental, na relação com os outros, e essa relação tem uma estrutura particular que é específica de sua
sociedade. Ele adquire sua marca individual a partir da história dessas relações, dessas dependências, e as-
sim, num contexto mais amplo, da história de toda a rede humana em que cresce e vive. Essa história e essa
rede humana estão presentes nele e são representadas por ele, quer ele esteja de fato em relação com outras
pessoas ou sozinho, quer trabalhe ativamente numa grande cidade ou seja um náufrago numa ilha a mil milhas
de sua sociedade.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994, p. 31.

O argumento do texto está explicando qual conceito sociológico? Por quê?

Caderno de Atividades 239


Leia o texto de Durkheim, procurando identificar com elas de maneira mais visceral e naturaliza-
qual é o papel social da educação, para esse so- da [...]. Todavia, [...] justamente essas crianças e
ciólogo, e responda as questões 42 e 43. adolescentes [...] têm de se submeter todos os
dias ao contato mais ou menos violento com os
A educação não é, pois, para a sociedade, senão
envelhecidos rigores escolares. Tais rigores ali-
o meio pelo qual ela prepara, no íntimo das crian-
mentam as engrenagens oxidadas dessa institui-
ças, as condições essenciais da própria existên-
ção de confinamento fundada há vários séculos e
cia. […] A sociedade se encontra, a cada nova
que [...] continua a funcionar com o instrumental
geração, como que em face de uma tabula rasa,
sobre a qual é preciso construir quase tudo de analógico do giz e do quadro-negro, dos regula-
novo. É preciso que, pelos meios mais rápidos, mentos e boletins, dos horários fixos e das car-
ela agregue ao ser egoísta e associal, que acaba teiras alinhadas, dos uniformes, da prova escrita
de nascer, uma natureza capaz de vida moral e e da lição oral.
social. Eis aí a obra da educação. […] ela cria no SIBILIA, Paula. Redes ou paredes. Rio de Janeiro: Contraponto,
homem um ser novo. 2012, p. 51.
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. São Paulo: Melhoramentos,
1978, p. 41-42. 44. Sobre a educação contemporânea, o texto apon-
ta para
42. De acordo com o texto de Durkheim, por que a
a) o caráter obediente do corpo discente, que
sociedade precisa da educação?
aceita docilmente as regras e as estruturas de
poder praticadas pelas escolas.
b) os processos avaliativos atuais, criados para
mensurar a capacidade dos alunos de conec-
tar conteúdos de diferentes disciplinas.
c) a semelhança das tecnologias que os jovens
usam em seus cotidianos com aquelas que os
professores manuseiam nas salas de aula.
d) a adoção, pelas escolas, de mecanismos pe-
dagógicos que estimulam a liberdade reflexi-
va e a igualdade nas relações de poder entre
professor e aluno.
e) as diferenças entre a realidade dos alunos,
43. Você concorda com as ideias de Durkheim sobre
marcada pelas tecnologias de comunicação,
a educação? Por quê?
e a escolar, organizada com base na padroni-
zação e na disciplina.

45. Considerando o texto em suas próprias experi-


ências, você entende que a escola contemporâ-
nea está distante das realidades dos alunos? Por
quê?

Leia o texto a seguir e responda às perguntas 44


e 45.

Fica claro que os dispositivos eletrônicos com


que convivemos e que usamos para realizar as
mais diversas tarefas, com crescente familiari-
dade e proveito, desempenham um papel vital
nessa metamorfose. [...] Por motivos óbvios, os
jovens abraçam essas novidades e se envolvem

240 1ª. Série


Sociologia

46. Um dos temas mais estudados nas Ciências So- IV. ( ) A juventude não é uma categoria unívoca,
ciais são as instituições sociais. Família, religião já que cada grupo juvenil está condicionado,
e trabalho foram investigadas pelos primeiros também, por relações raciais, de classe, de
pesquisadores da área e ainda continuam pre- gênero e de religião.
sentes nas pesquisas atuais. Sobre o conceito V. ( ) De acordo com a Sociologia, as crianças
de instituição social é correto afirmar que e os jovens não podem participar da vida pú-
blica porque ainda não amadureceram politi-
a) algo natural do ser humano e não possui limi-
tes claramente definidos, como é o caso da camente.
escola, por exemplo.
48. A escola fundada na modernidade se destinava
b) suas características sociológicas são abertas, a formar não apenas a mão de obra para alimen-
pois são democráticas e desenvolvem a auto- tar as demandas da sociedade industrial, mas
nomia dos seus membros. também os bons cidadãos requeridos por cada
c) são consideradas como fatos sociais, pois to- Estado nacional. Já a própria palavra “formar” dá
das são, obrigatoriamente, públicas, coerciti- uma ideia de em que consistia esse projeto: mo-
vas e externas aos indivíduos. delar uma matéria-prima humana (a infantil) que
d) são entidades filantrópicas que prestam ser- se considerava inacabada.
viço comunitário, tendo uma sede e um esta- Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1164953-escola-
troca-formacao-de-cidadaos-pela-capacitacao-de-clientes-diz-antropo-
tuto pré-determinado e atendendo interesses loga.shtml. Acesso em 04 de out. de 2015.
públicos.
e) corresponde à ação de instituir padrões de Concebendo a educação tal como está descrita
comportamento construídos historicamente e no texto, qual é o objetivo da escola?
com um poder de coerção em determinado a) o desenvolvimento da reflexividade visando à
contexto. ampliação do conhecimento científico.
b) a padronização dos indivíduos com o objetivo
47. A escola substituiu a aprendizagem como meio de fortalecer a coesão social.
de educação. Isso quer dizer que a criança dei-
c) o estímulo da criatividade tendo em vista o re-
xou de ser misturada aos adultos e de aprender a
finamento da sensibilidade artística.
vida diretamente, através do contato com eles. A
despeito das muitas reticências e retardamentos, d) a formação de cidadãos autônomos e críticos
a criança foi separada dos adultos e mantida à em relação às desigualdades sociais.
distância numa espécie de quarentena, antes de e) o ensino dos conhecimentos técnicos para a
ser solta no mundo. Essa quarentena foi a escola, atuação profissional nas indústrias.
o colégio. Começou, então, um longo processo
de enclausuramento das crianças (como dos lou- 49. Há pouca dúvida de que a sociedade, por suas
cos, dos pobres e das prostitutas) que se esten- exigências sobre os indivíduos determina, em
deria até nossos dias, e ao qual se dá o nome de grande parte, o tipo de personalidade que predo-
escolarização. minará. Naturalmente, numa sociedade complexa
ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: como a nossa, com extrema heterogeneidade de
Jorge Zahar, 1978, p. 11. padrões, haverá consideráveis variações. Seria,
portanto, exagerado dizer que a cultura produz
Considerando o trecho citado e os estudos socio-
uma personalidade totalmente estereotipada. A
lógicos sobre juventude e educação, assinale ver-
sociedade proporciona, antes, os limites dentro
dadeiro ( V ) e falso ( F ) para as afirmativas a seguir.
dos quais a personalidade se desenvolverá.
I. ( ) A Sociologia entende que a escola não KOENIG, S. Elementos de Sociologia. Rio de Janeiro:
deve ser obrigatória para as crianças normais, Zahar, 1967, p. 70-75.
mas só para as que apresentam problemas Com base no texto e nos conhecimentos sobre
mentais e sociais. a relação entre sociedade e indivíduo, é correto
II. ( ) A Sociologia reconhece a infância e a ju- afirmar que
ventude como construções sociais ligadas às a) o indivíduo já nasce com uma personalidade
práticas familiares e educacionais que surgi- que dificilmente mudará em razão da socie-
ram com a modernidade. dade ou dos acontecimentos históricos.
III. ( ) É característica das instituições moder- b) são as tendências hereditárias, e não a cul-
nas eliminar as hierarquias sociais, formando tura de sua comunidade, que determinam os
indivíduos livres, autônomos e esclarecidos. traços típicos da personalidade do indivíduo.

Caderno de Atividades 241


c) a sociedade impõe, por suas obrigações e Na região Amazônica, isso é muito forte, sobre-
constrangimentos, o tipo de personalidade tudo nos últimos anos, em que há um maior in-
que o indivíduo desenvolverá ao longo da vida. vestimento na juventude indígena, principalmen-
te naqueles que estão entrando na academia e
d) a interação entre cultura e personalidade faz
produzindo livros didáticos sob a ótica indíge-
com que as individualidades sejam influencia- na. Isso faz uma grande diferença porque livros
das de diferentes modos pelo ambiente social. tratando da questão indígena já existem desde
e) apesar de serem física e emocionalmente di- o período colonial, mas são escritos pelos co-
ferentes, os indivíduos desenvolvem persona- lonizadores, com o olhar dos não índios. Hoje
lidades idênticas por conta da sociedade em começa a estratégia dos indígenas poderem fa-
que vivem. lar da história deles em livros que não circulam
somente no meio deles, mas também no meio
50. Desde o início a criança desenvolve uma intera- dos não índios.
ção não apenas com o próprio corpo e o ambiente LUCIANO, Gersem. Diversidade cultural, educação e questão indígena.
In: BARROS, José Márcio (org.). Diversidade cultural, da proteção à
físico, mas também com outros seres humanos. promoção. Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p. 71-72.
A biografia do indivíduo, desde o nascimento, é
a história de suas relações com outras pessoas. É possível afirmar que as ações e atividades
Além disso, os componentes não sociais das ex- apresentadas no texto ajudam a constituir, no
periências da criança estão entremeados e são Brasil, uma educação que
modificados por outros componentes, ou seja,
a) promove o objetivo de assimilação dos valo-
pela experiência social.
res urbanos pelas etnias indígenas.
BERGER, Peter. e BERGER, Brigitte. Socialização: como ser um membro
da sociedade. In: FORACCHI, Marialice. e MARTINS, José de Souza. b) fomenta a padronização cultural entre as et-
Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, nias que habitam o território nacional.
1977, p. 200.
c) reproduz, no presente, as relações de poder
Acerca das condições sociais no crescimento formadas no passado colonial.
das crianças, marque verdadeiro (V) ou falso (F)
d) fortalece a opinião de que os indígenas de-
para as afirmativas a seguir
vem se ater aos seus costumes tradicionais.
I. ( ) os indivíduos, desde o nascimento, são
influenciados pelos valores e costumes que e) valoriza o conhecimento dos indígenas e esti-
caracterizam sua sociedade. mula o respeito às diferenças culturais.
II. ( ) a relação da criança com o seu corpo não Observe a divisão dos brinquedos e das brinca-
deveria ser estudada pelas ciências biológi- deiras descrita a seguir e responda as questões
cas, mas apenas pela Sociologia. 52 e 53.
III. ( ) as experiências pessoais, até mesmo
aquelas que parecem mais relacionadas às Nos livros didáticos, é comum a apresentação
necessidades físicas, têm aspectos sociais. de imagens de meninas brincando com sua ca-
sinha e cuidando da sua boneca-bebê. Já os
IV. ( ) o fenômeno tratado no texto correspon- meninos aparecem com carrinhos, bolas, armas
de ao conceito de socialização, que designa que reforçam sua liberdade, autonomia, força e
o aprendizado individual das regras e valores independência. Com as meninas, os brinquedos
sociais. considerados educativos, ofertados, tanto na
V. ( ) os incômodos físicos das crianças, como escola, como pelos pais, tem um caráter intima-
fome, frio e dor, dependendo da sociedade da mente relacionado com as tarefas domésticas
qual fazem parte, são respondidos diferente- e atividades ou mesmo profissões extensivas a
mente pelos adultos. tais tarefas. [...] Já com os garotos, os brinque-
dos tidos como de meninos, como carrinhos,
51. Leia, a seguir, as palavras de um líder dos indíge- aviões, barquinhos, bonecos heróis e guerreiros,
monstrinhos e de raciocínio lógico, são associa-
nas do Brasil abordando a questão da educação
dos à criatividade, à aventura e ao desenvolvi-
dos seus povos.
mento de habilidades.
São escolas indígenas que fazem intercâmbio NASCIMENTO, Antônia Camila de Oliveira. Divisão sexual dos
brinquedos infantis: uma reprodução da ideologia patriarcal.
com escolas não indígenas mais próximas ou
O social em questão, ano XVII, no 32, 2014, p. 262.
mesmo de outras regiões do Estado ou do País.

242 1ª. Série


Sociologia

52. Meninas e meninos que brincam de acordo com 54. No texto a seguir, identifique a relação entre mo-
a divisão dos brinquedos descrita no texto po- bilidade social e educação.
dem estar assimilando quais padrões sociais?
[...] em países com alto nível de desigualdade de
renda, o fato de que crianças vindas de famílias
de baixa renda não recebem educação decente
reduz enormemente as possibilidades de mobi-
lidade social. [...] Uma boa educação é o passa-
porte para a mobilidade social. Essa é a forma
de você ter acesso a um trabalho melhor e a um
maior nível de renda. Portanto, se os mais pobres
não tiverem acesso a uma boa educação, os fi-
lhos deles serão pobres também. E isso é profun-
damente inquietante.
MURNANE, Richard. Folha de S. Paulo. 26 out. 2013. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/135721-saber-aprender-e
-principal-requisito-do-novo-profissional.shtml>.
Acesso em: 04 out. 2015.

Considerando o argumento do texto, para as


53. Essas brincadeiras podem marcar seus pensa- crianças das famílias de baixa renda terem me-
mentos e opiniões quando adultos? Por quê? lhores condições de vida do que seus pais quan-
do forem adultas, é preciso que elas
a) trabalhem bastante desde a infância e saibam
economizar suas rendas para o futuro.
b) tenham boas aulas em salas adequadas e
com professores qualificados.
c) consigam trabalhar em empresas que ofere-
cem salários acima da média nacional.
d) mudem o local de residência e obtenham me-
lhores condições de habitação.
e) utilizem o tempo livre para acessar a internet
e, assim, angariar muitas informações.

Caderno de Atividades 243


Anotações

244 1ª. Série


MATEMÁTICA
1ª. Série

conjuntos
1. (FUVEST) O número real x, que satisfaz 3 < x < 4 , tem uma expansão decimal na qual os 999 999 primeiros
dígitos à direita da vírgula são iguais a 3. Os 1 000 001 dígitos seguintes são iguais a 2 e os restantes são
iguais a zero. Considere as seguintes afirmações:
I. x é irracional.
II. x ≥ 10/3
III. x ∙ 102 000 000  é um inteiro par.
Então,
a) nenhuma das três afirmações é verdadeira.
b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
c) apenas a afirmação I é verdadeira.
d) apenas a afirmação II é verdadeira.
e) apenas a afirmação III é verdadeira.

Caderno de Atividades 245


2. (FAAP) A incidência de obesidade vem aumentan- 3. (UFMG) Foi realizada uma pesquisa sobre a utiliza-
do de forma assustadora em todo o mundo, tan- ção de duas redes sociais: Cara a Cara e Pássaro
to em adultos como em crianças. Entre as expli- Azul. Verificou-se que o número de usuários da
cações para este avanço estão as mudanças no Pássaro Azul é o dobro do número de usuários da
estilo de vida e nos hábitos alimentares, em que Cara a Cara e que o número de pessoas que não
se observa cada vez mais a procura pelos fast utiliza nenhuma das duas redes sociais supera
foods, assim como o incremento do consumo de em cinco unidades o número de pessoas que uti-
alimentos industrializados ricos em colesterol e liza as duas. Nessa pesquisa, verificou-se tam-
gorduras saturadas. bém que pessoas que fazem uso das duas redes
Em maio de 2008, a Assembleia Mundial da sociais são a terça parte do número de pessoas
Saúde aprovou a “Estratégia Global de Alimen- que faz uso da Pássaro Azul.
tação, Atividade Física e Saúde” proposta pela
Sabendo-se que 13 pessoas não utilizam nenhu-
Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil
ma das duas redes sociais, o número de pessoas
foi um dos signatários dessa iniciativa, cujos ob-
pesquisadas foi
jetivos são estimular as nações a desenvolverem
políticas de alimentação saudável e incentivar a) 41. c) 76.
a prática da atividade física. Com essa preocu- b) 49. d) 94.
pação, dono do restaurante Prato Feito, preocu-
pado com a qualidade do seu cardápio, resolveu
fazer uma pesquisa sobre as preferências de
seus clientes. Nove clientes escolheram somente
carne de frango, 3 escolheram somente peixes, 7
escolheram carne bovina e frango, 9 escolheram
carne bovina e peixe e 4 escolheram os três tipos
de carne. Considerando que 20 clientes disse-
ram ser vegetarianos, 36 não escolheram carne
bovina e 42 não escolheram peixe, quantos cli-
entes foram entrevistados?
a) 78 d) 58
b) 38 e) 90
c) 60

246 1ª. Série


Matemática

4. (UFMG) Considere os conjuntos A, B e C, apre- Com base nessas informações, é CORRETO


sentados a seguir. afirmar que a região hachurada representa todos
A = {3/5 ≤ a < 8, em que a pertence ao conjunto os alunos que viajaram para a
dos números reais} a) fazenda e para a praia.
B = {b ≤ 5, em que b pertence ao conjunto dos b) montanha e para a praia.
números naturais} c) montanha e para a praia, mas não para a fa-
zenda.
C = { 2 < c ≤ 6, em que c pertence ao conjunto
dos números racionais} d) fazenda e para a praia, mas não para a mon-
tanha.
É CORRETO afirmar que:
6. (UFMG) Considere os conjuntos I, J e K:
a) –1 ∈ (B – C).
I = {a pertence ao conjunto dos número reais /
b) 3 ∈ (A ∩ C). a < 8}
c) 5,213 ∈ (C – B).
J = {b pertence ao conjunto dos números racio-
d) 5/7 ∈ (A ∩ B). nais / b > 3}
K= {c pertence ao conjunto dos número inteiros
/ –2 ≤ c ≤ 5}

Assinale a alternativa VERDADEIRA.


a) O maior elemento do conjunto I é o número 7.
b) O menor elemento do conjunto J é o número
3,1.
c) A união dos conjuntos I e J é o conjunto dos
números reais.
d) A interseção dos conjuntos J e K possui ape-
nas dois elementos.

5. (UFMG) No primeiro dia de aula após as férias,


a professora perguntou aos alunos para onde
eles tinham viajado. A professora organizou as
respostas dos alunos em: fazenda, montanha 7. (IFMG) Uma pesquisa de mercado de uma agên-
e praia. Posteriormente, apresentou o seguinte cia de turismo constatou que os principais desti-
diagrama: nos turísticos de seus clientes nos próximos anos
seriam praias e montanhas. Dos entrevistados:
→ 75% disseram que pretendiam viajar para pelo
menos um desses locais;
→ 50% pretendiam viajar para ambos os locais;
→ 20% viajariam para praias, mas não para mon-
tanhas.

Caderno de Atividades 247


Qual é o percentual de entrevistados que preten- 10. Se A, B e C são conjuntos tais que B ⊂ A e
de viajar para montanhas, mas não para praias? C ⊂ A, prove que B – C + B ∩ CCA.
a) 0%
b) 5%
c) 10%
d) 15%

11. (FUVEST) As propriedades aritméticas e as relati-


vas à noção de ordem desempenham um impor-
8. Sendo a, b e c números reais, prove que se a > b tante papel no estudo dos números reais. Nesse
e b > c, então a > c. contexto, qual das afirmações abaixo é correta?
a) Quaisquer que sejam os números reais positi-
vos a e b, é verdadeiro que a + b = a + b .
b) Quaisquer que sejam os números reais a e b
tais que a2 – b2 = 0, é verdadeiro que a = b.
c) Qualquer que seja o número real a, é verda-
deiro que a 2 = a .
d) Quaisquer que sejam os números reais a e
b não nulos tais que a < b, é verdadeiro que
1/b < 1/a.
e) Qualquer que seja o número real a, com
0 < a < 1, é verdadeiro que a 2 < a .

9. Supondo que os conjuntos A e B satisfazem a


condição B ⊂ A, prove que CA(CAB) = B .

248 1ª. Série


Matemática

12. (PUC – SP) Das 156 pessoas que participaram de d) O conjunto A intersecção com o conjunto B é
um seminário sobre O Desenvolvimento de Proje- A ∩ B = {1, 5}.
tos de Pesquisa no Brasil, sabe-se que: e) O número de elementos do conjunto das
→ 90 eram do sexo masculino; partes da união dos conjuntos A e B é
→ 75% eram alunos da PUC-SP; n[P(A ∪ B)] = 16.

→ 24 eram do sexo feminino e não eram alunos


da PUC-SP.
Nessas condições, é correto afirmar que, entre
os participantes,
a) 80 homens eram alunos da PUC–SP.
b) 45 mulheres eram alunas da PUC–SP.
c) o número dos que não estudavam na PUC–
SP era igual a 42.
d) o número de homens excedia o de mulheres
em 34 unidades.
e) a razão entre o número de mulheres que não
estudavam na PUC–SP e o daquelas que lá
estudavam, nesta ordem, é 4/7.

14. (CEFET – MG) No contexto dos números naturais e


inteiros, afirma-se:
I. Se a ∈ IN, com a ≠ 1 e seus únicos divisores
positivos são 1 e o próprio a, então a é dito
primo.
II. Se a ∈ IN é ímpar, então o conjunto {a, a + 2, a + 5}
contém um múltiplo de 3.
III. Se a, b ∈ ℤ e mdc (a, b) ≠ mmc(a, b), então a ≠ b.
IV. Se a, b ∈ IN são ímpares, então 3a + 2b é par.
Estão corretas apenas as afirmações
a) I e II. d) II e IV.
b) I e III. e) III e IV.
c) II e III.

13. (MACKENZIE) Se A = { x ∈ ℤ / x é ímpar e 1 ≤ x ≤ 7}


e B = {x ∈ ℝ / x2 – 6x + 5 = 0}, a única sentença
falsa é
a) O conjunto das partes da intersecção dos
conjuntos A e B é P(A ∩ B) = {{1}, {5}, {1, 5}}.
b) O conjunto complementar de B em relação a
A é CAB = {3, 7}.
c) O conjunto das partes do complementar de B
em relação a A é P(CAB) = {∅, {3}, {7}, {3, 7}}.

Caderno de Atividades 249


conceito de função
15. (FUVEST) A função f está definida da seguinte maneira: para cada inteiro ímpar n,
x − (n − 1), se n − 1 ≤ x ≤ n
f( x ) = 
n + 1 − x, se n ≤ x ≤ n + 1
a) Esboce o gráfico de f para 0 ≤ x ≤ 6
b) Encontre os valores de x, 0 ≤ x ≤ 6, tais que f(x) = 1/5

16. (UNICAMP) O consumo mensal de água nas residências de uma pequena cidade é cobrado como se descre-
ve a seguir. Para um consumo mensal de até 10 metros cúbicos, o preço é fixo e igual a 20 reais. Para um
consumo superior, o preço é de 20 reais acrescidos de 4 reais por metro cúbico consumido acima dos 10
metros cúbicos. Considere c(x) a função que associa o gasto mensal com o consumo de metros cúbicos
de água.
a) Esboce o gráfico da função c(x) no plano cartesiano para x entre 0 e 30.

b) Para um consumo mensal de 4 metros cúbicos de água, qual é o preço efetivamente pago por metro
cúbico? E para um consumo mensal de 25 metros cúbicos?

250 1ª. Série


Matemática

17. (UNICAMP) A figura abaixo exibe o gráfico de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥).

Então, o gráfico de y = 2 𝑓(𝑥 − 1) é dado por

a) c)

b) d)

( x 2 + 4x + 4 ) ⋅ ( x 2 − 2x )
18. (ESPM) O valor numérico da expressão para x = 48 é:
x2 − 4
a) 4 800
b) 1 200
c) 2 400
d) 3 500
e) 1 800

Caderno de Atividades 251


19. (ESPM) Seja ƒ : R → R uma função tal que 21. (ESPM) Se f(x) = x2 – 3x e x ≠ 0, o valor de
ƒ(x – 1) = 2x, para qualquer x. Então, ƒ(x – 2) é: f ( x + 3) − f ( x )
a) 2x – 1 é igual a:
x
b) 2x – 2 a) 1 d) 2
c) 2x + 1 b) –3 e) –4
d) 2x + 2 c) 6
e) x – 2

22. (PUC - SP) São dadas as operações e ∆ sobre


o conjunto E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, definidas pelas
tábuas seguintes:
20. (ESPM) Se A = {x ∈ Z / – 3 < x ≤ 2}, assinale a al-
ternativa que não pode ser uma função f : A → A.
a) f(x) = 0
b) f(x) = – x
c) f(x) = x2 – 2
d) f(x) = x + 1
e) f(x) = |x|

Assim, por exemplo, temos:


4 [2∆(5 ∆ 4)] = 4 [2 ∆ 6] = 4 5 = 1

252 1ª. Série


Matemática

Seja a representação da função f: E → E, dada 24. Seja f: ℝ → ℝ uma função tal que
por 𝑓(𝑥) = (𝑥 𝑥) ∆ 𝑥, em um sistema cartesia- 3 · f(x) – 2 · f(1/x) = x2. Determine f(x).
no ortogonal, no qual a unidade de medida nos
eixos é o centímetro, e suponha que cada ponto
do gráfico de f represente a posição de certo bar-
co num oceano, em um dado momento.
Considere que, na origem daquele sistema de ei-
xos, localiza-se um ponto para o qual se dirige tal
barco e suponha que o sistema tenha sido cons-
truido na esca 1 : 1 500 000, ou seja, para cada
1 cm de medida no plano cartesiano correspon-
dem a 1 500 000 cm de medida real.
Nessas condições, usando a aproximação
10 = 3,2, a distância real do porto ao barco, no
instante em que ele ocupa a posição (2, f(3)) é de:
a) 96 km d) 192 km
b) 102 km e) 204 km
c) 118 km

25. (MACKENZIE)Seja f : ℝ+ → ℝ+ uma função tal que


f(x + y) = f(x) · f(y) para quaisquer x ∈ ℝ+ e y ∈ ℝ+.
Se f(1) = 8, o valor de f(4/3) é
a) 16 d) 3
b) 1/3 e) 4
c) 1/4

23. Seja f: ℝ → ℝ uma função tal que


f(x) + 2 · f(5 – x) = x. Calcule f(1).

Caderno de Atividades 253


função afim
26. (ESPM) A função f(x) = ax + b é estritamente de- 28. (FGV) Em uma competição de Matemática, a pro-
crescente. Sabe-se que f(a) = 2b e f(b) = 2a. O va é do tipo múltipla escolha com 25 questões.
valor de f(3) é: A pontuação de cada competidor é feita de tal
a) 2 d) 0 maneira que cada questão:
b) 4 e) –1 • respondida corretamente vale 6 pontos;
c) – 2 • não respondida vale 1,5 pontos;
• respondida erradamente vale 0 (zero) ponto;
a) É possível um competidor fazer exatamente
100 pontos? Se a resposta for afirmativa,
mostre uma maneira. Se não for, justifique a
impossibilidade.
b) Márcia fez mais de 100 pontos. Quantas ques-
tões no mínimo ela respondeu corretamente?

27. (FGV) Uma fábrica de panelas opera com um cus-


to fixo mensal de R$ 9 800,00 e um custo variável
por panela de R$ 45,00. Cada panela é vendida
por R$ 65,00. Seja x a quantidade que deve ser
produzida e vendida mensalmente para que o lu-
cro mensal seja igual a 20% da receita.
A soma dos algarismos de x é:
a) 2 d) 5
b) 3 e) 6
c) 4

254 1ª. Série


Matemática

29. (FGV) Observe a notícia abaixo e utilize as informações que julgar necessárias.

a) Suponha que a partir de 2010 os índices de perdas no varejo, no Brasil e nos EUA, possam ser expres-
sas por funções polinomiais do 1.º grau, y = ax + b, em que x = 0 representa o ano 2010, x = 1 o ano
2011,e assim por diante, e y representa o índice de perdas expresso em porcentagem. Determine as
duas funções.
b) Em que ano a diferença entre o índice de perdas no varejo, no Brasil, e o índice de perdas no varejo,
nos EUA, sera de 1%, aproximadamente? Dê como solução os dois anos que mais se aproximam da
resposta.

Caderno de Atividades 255


30. (FGV) Considerando um horizonte de tempo de 10 32. (FAAP) Um conceito muito utilizado em economia
anos a partir de hoje, o valor de uma máquina de- é que o lucro de uma empresa é a diferença en-
precia linearmente com o tempo, isto é, o valor da tre a receita gerada pela venda de um produto e
máquina y em função do tempo x é dado por uma o seu custo de produção. Uma empresa vende
função polInomial do primeiro grau y = ax + b. objetos a R$ 20,00 a unidade e tem um custo
Se o valor da máquina daqui a dois anos for de produção de R$ 12,00 por unidade, além de
R$ 6 400,00, e seu valor daqui a cinco anos e uma despesa fixa de R$ 4.000,00. Sendo o lucro
meio for de R$ 4 300,00, seu valor daqui a sete atual da empresa de R$ 16 000,00, o número de
anos sera: objetos produzidos e vendidos pela empresa é:
a) R$ 3 100,00 a) 3 500
b) R$ 3 200,00 b) 2 000
c) R$ 3 300,00 c) 1 500
d) R$ 3 400,00 d) 3 000
e) R$ 3 500,00 e) 2 500

31. (PUC - SP) Suponha que um comerciante compre 33. (UFMG) Seja a equação x + 5 = x , em que x é in-
um lote de maçãs ao preço de 3 unidades por cógnita em ℝ (conjunto dos números reais).
R$ 0,60 e as coloque à venda ao preço de 5 uni-
É CORRETO afirmar que essa equação tem:
dades por R$ 3,00. Assim sendo, para que ele
obtenha o lucro de R$ 26,00, o número de maçãs a) Duas soluções.
que deverá vender é: b) Infinitas soluções
a) 45 d) 65 c) Uma única solução
b) 50 e) 70 d) Conjunto solução vazio
c) 60

256 1ª. Série


Matemática

34. (IFSulMINAS) Uma padaria vende pão de queijo ao 36. Considerando a função afim f: ℝ → ℝ, tal que, f(x)
preço dado por P = 200 – x, onde P é o preço in- = ax + b, para quais valores reais de a e b f(x) é
dividual (dado em centavos) e x a quantidade de ÍMPAR?
pães de queijo comprada. Se eu comprar nesta
padaria 20 pães de queijo, quanto eu pagarei por
estes?
a) R$ 2,00
b) R$ 18,00
c) R$ 36,00
d) R$ 40,00

37. Se uma função afim f é dada por f(x) = ax + b, tal


que, f(2x + 3) = 2 · f(x) + 4, determine o valor de b
em função de a.

35. (IFSulMINAS 2014)


Uma empresa de aluguel de carros oferece aos
seus clientes duas opções para aluguel de um car-
ro modelo econômico. A primeira opção é de diá-
ria de R$ 99,90 e quilometragem livre e a segunda
opção com diária de R$ 39,90 mais R$ 0,46 por
quilômetro rodado.
Fonte: Adaptado de <http://www.localiza.com>.
Acesso em: 11 out 2013.
Considere as proposições:

I. A primeira opção é sempre mais econômica.


II. A segunda opção é mais econômica apenas
nos primeiros 100 km.
III. Existe uma quilometragem onde as duas op-
ções se equivalem.
Assim, pode-se concluir que:
a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas II é verdadeira.
c) Apenas III é verdadeira.
d) Todas são falsas.

Caderno de Atividades 257


38. O gráfico de uma função polinomial do 1.o grau 39. Seja f uma função real polinomial do 1.o grau tal
5
passa pelos pontos (3,0) e (0, –3). A expressão da que f(2) = f(1) + 2 e f(5) = 2 · f(3) – . Calcule
3
 5
função possui o parâmetro real positivo m, tal f  .
 3
3
que f ( x ) = x + − m Determine o valor de m. 5
m a) d) 3
3
1
b) –1 e)
3
c) –3

40. (UEMG) Uma pessoa escolherá um plano de telefonia celular entre duas opções: A e B.

MINUTOS VALOR DO MINUTO EXCEDENTE


PLANO NOME DO PLANO INCLUÍDOS NO ENTRE CELULARES DA MESMA PREÇO MENSAL
PLANO OPERADORA

A MINAS 70 70 R$ 0,68 R$ 57,00


B GERAIS 60 60 R$ 0,76 R$ 49,00

Com base nessas informações, considere as seguintes afirmativas:


I. Se a pessoa exceder 30 minutos de ligações para a mesma operadora, o plano A ficará mais vantajoso
que o plano B.
II. Se a pessoa usar apenas 60 minutos no mês, o melhor plano será o B.
III. Se a pessoa exceder 10 minutos de ligações para a mesma operadora, os planos A e B ficarão equivalentes.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente II e III são verdadeiras. c) Somente I e III são verdadeiras.
b) Somente II é verdadeira. d) Somente III é verdadeira.

258 1ª. Série


Matemática

2 3 7
41. (UFLA) A área do triângulo formado pelo eixo 0y e as retas y = x + 4 e y = x + é:
3 4 4
134
a) c) 4
8
243
b) d) 6
8

progressão aritmética
42. (UNICAMP) A numeração dos calçados obedece a padrões distintos, conforme o país. No Brasil, essa nume-
ração varia de um em um, e vai de 33 a 45, para adultos. Nos Estados Unidos a numeração varia de meio
em meio, e vai de 3,5 a 14 para homens e de 5 a 15,5 para mulheres. Considere a tabela abaixo.

Numeração brasileira Comprimento do calçado

35 23,8 cm

42 27,3 cm

a) Suponha que as grandezas estão relacionadas por funções afins t(x) = ax + b para a numeração brasilei-
ra e x(t) = ct + d para o comprimento do calçado. Encontre os valores dos parâmetros a e b da expres-
são que permite obter a numeração dos calçados brasileiros em termos do comprimento, ou os valores
dos parâmetros c e d da expressão que fornece o comprimento em termos da numeração.
b) A numeração dos calçados femininos nos Estados Unidos pode ser estabelecida de maneira aproxi-
mada pela função real f definida por f(x) = 5(x – 20) / 3 , em que x é o comprimento do calçado em cm.
Sabendo que a numeração dos calçados nk forma uma progressão aritmética de razão 0,5 e primeiro
termo n1 = 5,em que nk = f(ck), com k natural, calcule o comprimento c5.

Caderno de Atividades 259


43. (UNICAMP) Se (a ,a ,...,a ) é uma progressão arit- 45. (ESPM) A soma dos n primeiros termos de uma se-
1 2 13
mética (PA) cuja soma dos termos é 78, então a quência é dada por Sn = n2 – 2n . Podemos con-
7
é igual a cluir que o 10o termo dessa sequência é igual a:
a) 6. c) 8. a) 15 d) 21
b) 7. d) 9. b) 17 e) 23
c) 19

44. (ESPM) Dois irmãos começaram juntos a guardar


dinheiro para uma viagem. Um deles guardou R$ 46. (ESPM) Uma sequência numérica (an) é dada por
50,00 por mês e o outro começou com R$ 5,00 a1 = 3
no primeiro mês, depois R$ 10,00 no segundo an = 2 · an – 1, se n ≤ 4
mês, R$ 15,00 no terceiro e assim por diante,
sempre aumentando R$ 5,00 em relação ao mês an = 5 + an – 1, se n > 4
anterior. Ao final de um certo número de meses,
O 10o termo dessa sequência vale:
os dois tinham guardado exatamente a mesma
quantia. Esse número de meses corresponde a: a) 59 d) 49
a) pouco mais de um ano e meio. b) 54 e) 74
b) pouco menos de um ano e meio. c) 63
c) pouco mais de dois anos.
d) pouco menos de um ano.
e) exatamente um ano e dois meses.

260 1ª. Série


Matemática

47. (FGV) As prestações de um financiamento imobiliário constituem uma progressão aritmética na ordem em
que são pagas. Sabendo que a 15.a prestação é R$ 3 690,00 e a 81.a prestação é R$ 2 700,00, o valor da 1.a
prestação é:
a) R$ 3 800,00 d) R$ 3 950,00
b) R$ 3 850,00 e) R$ 4 000,00
c) R$ 3 900,00

48. (FGV) Considere a sequência 2013, 2014, 2015, ... em que cada termo an, a partir do 4.o termo, é calculado
pela fórmula an =an – 3 +an−2 −an−1. Por exemplo, o 4.o termo é 2013 + 2014 − 2015 = 2012. Determine o 2014.o
termo dessa sequência.

49. (UNESP) A sequência dos números n1, n2, n3, ... , ni, ... está definida por
n1 = 3

 ni − 1 , para cada inteiro positivo i. Determine o valor de n2013.
ni+1 = n + 2
 i

Caderno de Atividades 261


50. (PUC - SP) Dois veículos partiram simultaneamente de dois locais distintos de uma rodovia, distantes entre
si 900 km, um em direção ao outro. Sabe-se que, da partida até o instante em que se cruzaram na rodovia:
• um dos veículos rodou à velocidade média de 75 km/h;
• o outro rodou 50 km na primeira hora de percurso, 60 km na segunda, 70 km na terceira e, assim,
sucessivamente, segundo os termos de uma progressão aritmética.
Nessas condições, considerando que nenhum dos dois veículos parou durante o trajeto, quanto tempo
decorreu até que eles se cruzassem na rodovia?
a) 5 horas e 30 minutos. d) 8 horas e 30 minutos.
b) 6 horas. e) 10 horas e 30 minutos.
c) 7 horas.

51. (IFMG) Os números que podem ser organizados em forma hexagonal de acordo com as figuras a seguir, são
chamados de “números hexagonais”.

n1 = 1 n2 = 6 n3 = 15 n4 = 28 n5 = 45
O primeiro número hexagonal é o 1, o segundo número hexagonal é o 6, o terceiro é o 15, o quarto hexa-
gonal é o 28 e assim sucessivamente. Qual é o 100.o número hexagonal?
a) 19 503 c) 20 301
b) 19 900 d) 20 706

262 1ª. Série


Matemática

52. (IFMG) A sequência infinita de figuras obedece a 54. (IFSulMINAS) Um indivíduo financia uma casa em
uma lógica de formação que se mantém desde a 120 prestações decrescentes em que a primeira
primeira. Cada figura possui uma quantidade de prestação é no valor de R$ 2 000,00 e a cada
bolinhas maior que a figura anterior. prestação reduz-se R$ 10,00 no valor da parcela
anterior. No fim do financiamento quanto o indiví-
duo terá pagado pela casa?
a) R$168 600,00.
b) R$ 240 000,00.
c) R$ 337 200,00.
d) R$ 120 000,00.
Qual o número de bolinhas formará a 25.a figura
da sequência?
a) 97 c) 105
b) 101 d) 109

53. (ESPM) Na progressão aritmética finita (–5, ..., 15),


sabe-se que o último termo é igual à soma de 55. Determinar quatro números em PA crescente
todos os anteriores. O produto da razão pelo nú- cuja soma é igual a 26 e a soma dos quadrados
mero de termos dessa PA é igual a: é igual a 214.
a) 24 d) 30
b) 18 e) 15
c) 12

Caderno de Atividades 263


56. Demonstrar que, se entre infinitos termos de uma 58. (UNESP) A soma dos n primeiros termos de uma
progressão aritmética de números inteiros positi- progressão aritmética é dada por 3n2 – 2n, onde
vos existe um quadrado perfeito, então infinitos n é um número natural. Para essa progressão, o
termos da progressão são quadrados perfeitos. primeiro termo e a razão são, respectivamente,
a) 7 e 1. d) 1 e 7.
b) 1 e 6. e) 6 e 7.
c) 6 e 1.

59. (UNICAMP) Dizemos que uma sequência de nú-


meros reais não nulos (a1, a2, a3, a4, …) é uma
progressão harmônica se a sequência dos in-
versos  1 , 1 , 1 , 1 , ... é uma progressão
 a a a a 
1 2 3 4
57. Prove que 2, 3 e 5 não podem ser termos aritmética (PA).
de uma PA. 2 4 1 
a) Dada a progressão harmônica  , , , ... ,
5 9 2 
encontre o seu sexto termo.
b) Sejam a, b e c termos consecutivos de
uma progressão harmônica. Verifique que
 2ac  .
b=
 (a + c ) 

264 1ª. Série


Matemática

60. (UFMG)
Dentro dos bloquinhos que formam uma pirâmide foram escritos os números naturais, conforme ilustrado
na figura abaixo, de forma que:

• na primeira linha da pirâmide aparece um número: 1;


• na segunda linha da pirâmide aparecem dois números: 2 e 3;
• na terceira linha da pirâmide aparecem três números: 4, 5 e 6;
• na quarta linha da pirâmide aparecem quatro números: 7, 8, 9 e 10, e assim sucessivamente.

2 3

4 5 6

7 8 9 10

11 12 13 14 15

Considerando essas informações,


a) DETERMINE quantos bloquinhos são necessários para construir as 10 primeiras linhas da pirâmide.
b) DETERMINE o último número escrito na trigésima linha da pirâmide.
c) DETERMINE a soma de todos os números escritos na trigésima linha da pirâmide.

Caderno de Atividades 265


61. (UFLA) Numa progressão aritmética de razão positiva, o produto dos três primeiros termos é 960 e a soma
é 30. O sexto termo dessa sequência é:
a) 18 c) 14
b) 16 d) 12

função quadrática
62. (FUVEST) A trajetória de um projétil, lançado da beira de um penhasco
sobre um terreno plano e horizontal, é parte de uma parabola com
eixo de simetria vertical, como ilustrado na figura.
O ponto P sobre o terreno, pé da perpendicular traçada a partir do
ponto ocupado pelo projétil, percorre 30 m desde o instante do lança-
mento até o instante em que o projétil atinge o solo. A altura maxima
do projétil, de 200 m acima do terreno, é atingida no instante em que
a distância percorrida por P, a partir do instante do lançamento, é de
10 m. Quantos metros acima do terreno estava o projétil quando foi
lançado?
a) 60 d) 150
b) 90 e) 180
P
c) 120

266 1ª. Série


Matemática

63. (UNICAMP) Sejam a e b reais. Considere as fun- 65. (ESPM) As raizes da equação 3x2 + 7x − 18 = 0 são
ções quadráticas da forma f(x) = x2 + ax + b, de- α e β. O valor da expressão α2β +αβ2 – α – β é:
finidas para todo x real. a) 29/3 c) 53/3
a) Sabendo que o gráfico de f(x) intercepta o b) 49/3 d) 26/3
eixo y no ponto (0,1) e é tangente ao eixo x, c) 31/3
determine os possíveis valores de a e b.
b) Quando a + b = 1, os gráficos dessas funções
quadráticas têm um ponto em comum. Deter-
mine as coordenadas desse ponto.

66. (ESPM) A solução da equação


x−2 3 1 x
+ 2 = + 2
x +1 x −1 x −1 x −1
pertence ao intervalo:
a) [–3, –1[ d) [3, 5[
b) [–1, 1[ e) [5, 7[
c) [1, 3[
64. (UNICAMP) Seja a um número real. Considere as pa-
rábolas de equações cartesianas y = x2 + 2x + 2 e
y = 2x2 + ax + 3. Essas parábolas não se intercep-
tam se e somente se :
a) |a| = 2. c) |a − 2| < 2.
b) |a| < 2. d) |a − 2| ≥ 2.

Caderno de Atividades 267


67. (ESPM) O número de soluções inteiras do sistema 69. (ESPM) As soluções da equação x + 3 = 3x + 1
 2x − 3 x −1 x + 3
 <3 são dois números:
de inequações  −2 é igual a:
x 2 + 2x ≤ 8 a) primos
a) 1 
b) positivos
b) 2
c) negativos
c) 3
d) 4 d) pares
e) 5 e) ímpares

68. (ESPM) Sabe-se que as raízes da equação 70. (ESPM) Se as raízes da equação 2x2 – 5x – 4 = 0
x2 + kx + 6 = 0 são dois números naturais primos. 1 1
são m e n, o valor de + é igual a:
O valor de k pertence ao intervalo: m n
a) [–8, –6] a) –5/4
b) [–6, –3] b) –3/2
c) [–3, 0] c) 3/4
d) [0, 4] d) 7/4
e) [4, 7] e) 5/2

268 1ª. Série


Matemática

x −1
71. (ESPM) O mais amplo domínio para a função real de variável real, f ( x ) = é:
2−x
a) ]–∞, 1] d) [–1, 2[
b) [2, +∞[ e) [1, 2[
c) ]1, 2]

72. (ESPM) Seja f: [0, 5] → R uma função real tal que f(x) = (x – 1) · (x – 3). O conjunto imagem dessa função é:
a) [–1, 3] d) [3, 5]
b) [–1, +∞[ e) ]– ∞, –1]
c) [–1, 8]

73. (ESPM) Um comerciante avaliou que, para uma certa mercadoria, o número de unidades vendidas diaria-
mente podia ser calculado pela expressão n = 100 – 2x , onde x é o preço de venda por unidade. Sabendo-
se que cada unidade teve um custo de 10 reais, o preço de venda (x) que garante o maior lucro para ele é:
a) 28 reais d) 32 reais
b) 40 reais e) 36 reais
c) 30 reais

Caderno de Atividades 269


74. (FGV) A Editora Progresso decidiu promover o lan- 75. (FGV) Uma editora fez um estudo sobre o lança-
çamento do livro “Descobrindo o Pantanal” em mento de um livro em duas versões: capa dura
uma Feira Internacional de Livros, em 2012. Uma e capa de papelão. A pesquisa mostrou que, se
pesquisa feita pelo departamento de Marketing a versão capa dura for vendida por x reais e a
estimou a quantidade de livros adquirida pe- versão capa de papelão por y reais, serão ven-
los consumidores em função do preço de cada didos, no total, 130x + 70y – (x2 + y2) exemplares
exemplar. das duas versões. Por uma questão de estraté-
gia, o gerente de vendas decidiu que a versão
Preço de venda Quantidade vendida capa dura deve custar o dobro da versão capa
R$ 100,00 30 de papelão.
R$ 90,00 40 a) Qual deve ser o preço de venda de cada ver-
são, de modo que a quantidade de livros ven-
R$ 85,00 45
dida seja a maior possível?
R$ 80,00 50
b) Nas condições do item a),quantos exempla-
res a editora estima vender no total?
Considere que os dados da tabela possam ser
expressos mediante uma função polinomial do
1.o grau y = a · x + b, em que x representa a quan-
tidade de livros vendida e y, o preço de cada
exemplar.
a) Que preço de venda de cada livro maximizaria
a receita da editora?
b) O custo unitário de produção de cada livro é
de R$8,00. Visando maximizar o lucro da edi-
tora, o gerente de vendas estabeleceu em R$
75,00 o preço de cada livro. Foi correta a sua
decisão? Por quê?

76. (FGV) Um restaurante francês oferece um prato


sofisticado ao preço de p reais por unidade. A
quantidade mensal x de pratos que é vendida rela-
ciona-se com o preço cobrado através da função

270 1ª. Série


Matemática

p = –0,4x + 200. Sejam k1 e k2 os números de pra- 78. (FGV) Uma cafeteria vende exclusivamente café a
tos vendidos mensalmente, para os quais a recei- um preço de R$ 3,00 por xícara. O custo de fabri-
ta é igual a R$ 21 000,00. O valor de k1 + k2 é: cação de uma xícara de café é R$ 0,80 e o cus-
a) 450 d) 600 to fixo mensal da cafeteria é R$ 3 800,00. Para
que o lucro mensal seja no mínimo R$ 5 000,00,
b) 500 e) 650
devem ser fabricadas e vendidas, no mínimo, x
c) 550 xícaras por mês; x pertence ao intervalo:
a) [3 100, 3 300]
b) [3 300, 3 500]
c) [3 500, 3 700]
d) [3 700, 3 900]
e) [3 900, 4 100]

77. (FGV) Quantos números inteiros satisfazem a ine-


quação (3x − 25)(5 − 2x) ≥ 0?
a) 3 d) 6
79. (FGV) Para que valor de a, o conjunto imagem da
b) 4 e) 7
função quadrática f(x) = ax2 – 4x + 6 é o intervalo
c) 5 [–6, ∞[?
a) 1/7 d) 1/4
b) 1/6 e) 1/3
c) 1/5

Caderno de Atividades 271


80. (UNESP) Os gráficos de duas funções f(x) e g(x), cada um dos vértices da praça, conforme a figura
definidas de ℝ em ℝ estão representados no abaixo. A população aprovou a ideia dos dois can-
mesmo plano cartesiano. didatos, mas vai votar no candidato que construir
a estação de ginástica com maior área possível. O
candidato para vencer a eleição deverá construir a
estação de ginástica com área igual a:

No intervalo [– 4, 5], o conjunto solução da ine- a) 18 m2 d) 32 m2


quação f(x) · g(x) < 0 é:
b) 20 m2 e) 35 m2
a) {x ∈ ℝ / – 1 < x < 3}
c) 30 m2
b) {x ∈ ℝ / – 1 < x < 0 ou 3 < x ≤ 5}.
c) {x ∈ ℝ / – 4 ≤ x < – 1 ou 0 < x < 3}.
d) {x ∈ ℝ / – 4 < x < 0}.
e) {x ∈ ℝ / – 4 ≤ x < – 1 ou 3 < x < 5}

82. (FAAP) A quantidade de números inteiros que so-


 x − 1 ≤ 3x − 3
lucionam o sistema  2
x − 9 ≤ 0
a) 0 d) 1
b) 2 e) 4
c) 3

81. (FAAP) Dois candidatos a prefeito de uma cidade


concordam em fazer uma ciclovia em torno de
uma praça retangular da cidade de dimensões 7 m
por 5 m e também construir uma estação de gi-
nástica em forma de paralelogramo no “centro” da
praça marcando quatro pontos que distam x m de

272 1ª. Série


Matemática

83. (FAAP) O gráfico a seguir é de uma função qua- c) Os coeficientes b e c possuem o mesmo sinal.
drática, definida por f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0. d) Os coeficientes c e a possuem o mesmo sinal.
A partir dele, pode-se concluir que:

a) a > 0, b < 0 e c < 0


b) a > 0, b > 0 e c < 0
c) a < 0, b > 0 e c < 0
d) a > 0, b > 0 e c > 0
e) a < 0, b > 0 e c > 0

85. (CEFET - MG) Considere as funções f: ℝ → ℝ e


g: ℝ → ℝ cujas leis de formação são f(x) = cx + c
e g(x) = ax2 + bx + b , sendo a, b ∈ ℝ* e c ∈ ℝ. Sa-
bendo que b ≠ c e que os gráficos de f e g se in-
terceptam em um único ponto P, é correto afirmar
que a abscissa de P, no sistema de coordenadas
cartesiano, é igual a
a) –2. d) 1.
b) –1. e) 2.
c) 0.

84. (UFMG) Considere a equação ax2 + bx + c = 0,


em que a, b e c são coeficientes reais não nulos.
Sabendo que esta equação possui as soluções 3
e 3 , assinale a opção CORRETA.
a) O coeficiente c, necessariamente, é 3 3 .
b) Os coeficientes a, b e c são números racionais.

Caderno de Atividades 273


86. (IFSulMinas) Seja a função f: ℝ → ℝ definida por 88. (IFSulMinas) O lucro L (em milhares de reais) de um
f(x) = ax2 + bx + c sendo a, b e c números reais, produto vendido por uma empresa é estimado
cujo o gráfico é dado abaixo, pode-se afirmar pela função L(x) = –x2 + 16x – 60, sendo x o núme-
que o valor de “a” é: ro de centenas de unidades vendidas. É correto
afirmar que o lucro máximo obtido na venda desse
produto é atingido quando se produzem:
a) 9 unidades
b) 90 unidades
c) 800 unidades
d) nenhuma das alternativas anteriores

a) 2 c) 5
b) 3 d) 1

89. (IFSulMinas) Em relação ao domínio da função real


5
x7
f( x ) = , é correto afirmar que:
x2 − 9
a) é o conjunto dos números reais.
b) é a união do intervalo ] – ∞, – 3 [ com o inter-
valo ] 3, + ∞ [
87. (IFSulMinas) O conjunto solução da inequação
(x2 + 3x – 10)(–4x2 + 3x) > 0 é: c) é a união do intervalo ] – ∞ , – 9 [ com o inter-
valo ] 9, + ∞ [
a) S = IR
d) é representado por todos os números reais
b) S = {x ∈ IR| x < –5 e x > 2} não negativos.
c) S = {x ∈ IR| –5 < x < 0 ou 3⁄4 < x < 2}
d) S = {x ∈ IR| x > 2}

274 1ª. Série


Matemática

90. Prove que numa função quadrática f(x) = ax2 + 92. A média aritmética entre dois números “a” e “b”
+ bx + c cujas raízes são “m”e “n”, sempre se tem a+b
é calculada por e a média geométrica entre
f(x) = a(x – m)(x– n). 2
os mesmos números é calculada por a ⋅ b . As-
sim, determine, em função de “m”, a soma entre
as médias aritmética e geométrica entre as raízes
da função f(x) = mx2 + 8x + m3 com m > 0.

93. (FUVEST) Um empreiteiro contratou um serviço


com um grupo de trabalhadores pelo valor de
91. Existe uma maneira muito útil de visualizar uma R$ 10 800,00 a serem igualmente divididos entre
função quadrática chamada de forma canônica. eles. Como três desistiram do trabalho, o valor
Toda função f(x) = ax2 + bx + c pode ser escrita contratado foi dividido igualmente entre os de-
como f(x) = a(x – p)2 + q. Determine a forma canô- mais. Assim, o empreiteiro pagou, a cada um dos
nica da função f(x) = 3x2 + 8x – 3. trabalhadores que realizaram o serviço, R$ 600,00
além do combinado no acordo original.
a) Quantos trabalhadores realizaram o serviço?
b) Quanto recebeu cada um deles?

Caderno de Atividades 275


94. (FGV) Uma única linha aérea oferece apenas um Sobre a situação apresentada, considere as afir-
voo diário da cidade A para a cidade B. O número mações seguintes.
de passageiros y que comparecem diariamente I. Os micro-organismos são inteiramente dizima-
para esse voo relaciona-se com o preço da pas- dos após o contato com a substância.
sagem x, por meio de uma função polinomial do
II. O contato com a substância diminui o valor de
primeiro grau.
N, mas este logo volta a crescer.
Quando o preço da passagem é R$ 200,00, com-
III. No dia D = 5 deve haver aproximadamente 105
parecem 120 passageiros e, para cada aumento
micro-organismos na população.
de R$ 10,00 no preço da passagem, há uma re-
dução de 4 passageiros. Qual é o preço da pas- IV. A relação entre N e D é dada por N = D2 – 2D + 5.
sagem que maximiza a receita em cada voo?
Dessas afirmações, apenas
a) R$ 220,00 d) R$ 250,00
a) I e II são verdadeiras.
b) R$ 230,00 e) R$ 260,00
b) II é verdadeira.
c) R$ 240,00
c) III é verdadeira.
d) II e III são verdadeiras.
e) IV é verdadeira.

95. (PUC – SP) Alguns biólogos estudaram o efeito de


determinada substância na variação da popula-
ção de certos micro-organismos. Parte dos da-
dos obtidos aparece no gráfico abaixo, em que N
é o número de micro-organismos e D o número
de dias transcorridos a partir do contato com a
substância, ocorrido no dia 0. Nesse estudo, foi
observado que N é aproximadamente uma função
quadrática de D, para D positivo e menor que 8.

276 1ª. Série


Matemática

96. (UNITAU) Considerando a equação x 2 − ( 10 + 2 21 )x + 21 = 0 e que p e q (p > q) são suas raízes, é


INCORRETO afirmar que
a) p e q são raízes reais
b) p2 + q2 = 10
c) p2 – q2 = 4
d) p – q = 10 − 21
e) p + q = 7 + 3

97. (UFMG) Dois robôs, A e B, trafegam sobre um plano cartesiano. Suponha que no instante t suas posições
são dadas pelos pares ordenados sA(t) = (t, – t2 + 3t + 10) e sB(t) = (t, 2t + 9) respectivamente.
Sabendo que os robôs começam a se mover em t = 0,
a) DETERMINE o instante t em que o robô A se chocará com o robô B.
b) Suponha que haja um terceiro robô C cuja posição é dada por sC(t) = (t, kt + 11), em que k é um número
real positivo.

DETERMINE o maior valor de k para que a trajetória do robô C intercepte a trajetória do robô A.

Caderno de Atividades 277


RELAÇÕES MÉTRICAS E TRIGONOMÉTRICAS
NO TRIÂNGULO RETÂNGULo
98. (UNICAMP) Ao decolar, um avião deixa o solo com um ângulo constante de 15°. A 3,8 km da cabeceira da
pista existe um morro íngreme. A figura abaixo ilustra a decolagem, fora de escala.

Podemos concluir que o avião ultrapassa o morro a uma altura, a partir da sua base, de :
a) 3,8 tan (15°) km. c) 3,8 cos (15°) km.
b) 3,8 sen (15°) km. d) 3,8 sec (15°) km.

99. (ESPM) Um prédio de 15 m de altura projeta uma sombra de


20 m de comprimento sobre um piso horizontal plano, como
mostra a figura abaixo. A máxima distância que uma pessoa de
1,80 m de altura pode se afastar do prédio para que continue
totalmente à sua sombra é:

a) 17,60 m d) 17,80 m
b) 18,20 m e) 18,00 m
c) 17,40 m

278 1ª. Série


Matemática

100. (FGV) Um triângulo ABC é retângulo em A. Sabendo que BC = 5 e ABC = 30o, pode-se afirmar que a área
do triângulo ABC é:
a) 3, 025 3 d) 3, 325 3
b) 3,125 3 e) 3, 425 3
c) 3, 225 3

101. (FGV)
a) Para medir a largura de um rio sem a necessidade de cruzá-lo, foram feitas várias medições como mos-
tra a figura abaixo. Calcule a largura do rio.

b) Demonstre que a distância do vértcie B ao baricentro M de um triângulo é o dobro da distância do ponto


E ao baricentro M.

Caderno de Atividades 279


102. (UNESP) A figura representa a vista superior do 103. (FGV) Dois triângulos são semelhantes. O perímetro
tampo plano e horizontal de uma mesa de bilhar do primeiro é 24 m e o do segundo é 72 m. Se a
retangular ABCD, com caçapas em A, B, C e D. O área do primeiro for 24 m2, a área do segundo será:
ponto P, localizado em AB, representa a posição a) 108 m2 d) 216 m2
de uma bola de bilhar, sendo PB = 1,5 m e
b) 144 m 2
e) 252 m2
PA = 1,2 m. Após uma tacada na bola, ela se des-
loca em linha reta colidindo com BC no ponto T, c) 180 m2
sendo a medida do ângulo PTB  igual a 60°. Após
essa colisão, a bola segue, em trajetória reta, di-
retamente até a caçapa D.

104. (FAAP) Um engenheiro ao projetar a instalação


hidráulica do banheiro de uma casa, colocou os
canos de água obedecendo a esquematização
da malha linear da figura a seguir, onde cada vér-
tice dista do outro uma unidade. Os pontos A e
Nas condições descritas e adotando 3 = 1, 73, a B representam duas saídas de água e o ponto
largura do tampo da mesa, em metros, é próxima O, o local onde deve ser instalada uma “luva de
de : união’. O valor do seno do ângulo θ que a “luva
a) 2,42. d) 2,00. de união” deve ter é:
b) 2,08. e) 2,56.
c) 2,28.
A
B
1u θ
0
1u

2 17 2
a) d)
17 2
4 17 1
b) e)
17 2
3
c)
2

280 1ª. Série


Matemática

105. (FAAP) Na figura a seguir, o triângulo ABC é retân- 107. (UFMG) Na figura a seguir, o ponto P representa
gulo em A e o segmento BD é bissetriz do ângulo um posto de combustível situado na Estrada r
B e mede 5 cm. Além disso o ângulo C mede 30o, (retilínea). Além disso, o ponto P está equidistan-
conforme a figura abaixo. A medida do lado AC te dos pontos A e B, que representam os centros
do triângulo ABC é: das cidades Alegria e Beleza, respectivamente
(AP = BP).
Para melhorar o acesso dos moradores das ci-
dades A e B ao posto, serão construídas duas
estradas retilíneas, perpendiculares entre si, que
ligam A ao P e B ao P.
As distâncias dos centros das cidades Alegria e
Beleza à Estrada r são, respectivamente, 10 km
a) 7,5 cm d) 8,5 cm e 7 km.
b) 8 cm e) 9,5 cm
A
c) 9 cm

P
Estrada r

DETERMINE o comprimento aproximado, em


quilômetros, da estrada retilínea que ligará o cen-
106. (FAAP) Experimente medir com a régua a diagonal tro de Alegria (A) ao posto (P).
e o lado de um azulejo de forma quadrada. Você a) 10. c) 14.
irá constatar que a diagonal do azulejo é “um pou- b) 12. d) 17.
co maior” que a medida do seu lado.

A diagonal do azulejo é maior que a medida do seu


lado em que porcentagem, aproximadamente?
a) 40% d) 25%
b) 30% e) 10%
c) 20%

Caderno de Atividades 281


108. (UFJF) Em um jogo da Seleção Brasileira contra a Seleção Espanhola pela Copa das Confederações de
2013, aos 40 minutos do segundo tempo de jogo, o Brasil inicia um contra-ataque. Nessa jogada, o ata-
cante brasileiro Neymar (N) corre com a bola em direção ao gol adversário numa trajetória linear com velo-
cidade igual a 3 m/s. O zagueiro espanhol (Z) corre para intersectar Neymar, com velocidade igual a 2 m/s,
numa trajetória linear e perpendicular ao percurso do atacante, conforme figura abaixo.

Sabe-se que, neste momento, Neymar está a 4 m ao sul e o zagueiro está a 3 m a leste do ponto P de inter-
secção das trajetórias descritas anteriormente. Considerando que no sistema coordenado xPy, em que o eixo
x é a trajetória do zagueiro e o eixo y é a trajetória de Neymar, resolva o que se propõe nos itens seguintes.
a) Nessa jogada, determine as coordenadas ( x0 , y0) das posições iniciais de Neymar (N) e do zagueiro (Z).
b) Nessa jogada, a posição de Neymar, em função do tempo, é dada por (0, y(t)), e a posição do zagueiro,
em função do tempo, é dada por ( x(t), 0), com t ≥ 0. Determine x(t) e y(t).
c) Qual dos dois jogadores chegará primeiro ao ponto de encontro P das trajetórias? Justifique a sua res-
posta com argumentos matemáticos.
d) Durante essa jogada, qual é a menor distância atingida entre Neymar e o zagueiro?

282 1ª. Série


Matemática

109. Considere um triângulo retângulo de lados a (hi- 111. Em um triângulo retângulo, se PQ = 20, PR = 12
potenusa), b e c além da altura relativa à hipote- e PS = SQ + 8, então RS mede:
nusa h. Prove que o triângulo de lados (b + c), h e
(a + h) também é retângulo.

a) 14 d) 9
b) 12 2 e) nda
c) 8

110. Na figura a seguir, ABCD é um quadrado de lado


12; DT mede 5 e MX mede 4. Sabe-se também
que MN é perpendicular a AT. Calcular o compri-
mento de XN.
A B

β
X 112. (FGV) Um triângulo tem lados medindo 1 cm, 2 cm
M
e 2,5 cm. Seja h a medida da altura relativa ao
β
maior lado. O valor de h2 expresso em cm2 é,
D C
aproximadamente, igual a
T
a) 0,54 d) 0,60
b) 0,56 e) 0,62
c) 0,58

Caderno de Atividades 283


113. (UNICAMP) Considere um hexágono, como o exibido na figura abai-
xo, com cinco lados com comprimento de 1 cm e um lado com
comprimento de x cm.
a) Encontre o valor de x.
b) Mostre que a medida do ângulo α é inferior a 150°.

RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS em
um TRIÂNGULO qualquer
114. (FUVEST) Uma bola branca está posicionada no ponto Q de uma mesa de bi-
lhar retangular, e uma bola vermelha, no ponto P, conforme a figura ao lado.
A reta determinada por P e Q intersecta o lado L da mesa no ponto R. Além
disso, Q é o ponto médio do segmento Pℝ , e o ângulo agudo formado por
Pℝ e L mede 60O . A bola branca atinge a vermelha, após ser refletida pelo
lado L. Sua trajetória, ao partir de Q, forma um ângulo agudo θ com o seg-
mento Pℝ e o mesmo ângulo agudo a com o lado L antes e depois da refle-
xão. Determine a tangente de a e o seno de θ.

284 1ª. Série


Matemática

115. (ESPM) Um avião voava a uma altitude e velocidade 117. (UNESP) Um professor de geografia forneceu a
constantes. Num certo instante, quando estava a 8 seus alunos um mapa do estado de São Paulo,
km de distância de um ponto P, no solo, ele podia que informava que as distâncias aproximadas
ser visto sob um ângulo de elevação de 60o e, dois em linha reta entre os pontos que representam
minutos mais tarde, esse ângulo passou a valer as cidades de São Paulo e Campinas e entre os
30º, conforme mostra a figura abaixo. A velocida- pontos que representam as cidades de São Pau-
de desse avião era de:
lo e Guaratinguetá eram, respectivamente, 80 km
e 160 km.
Um dos alunos observou, então, que as distân-
cias em linha reta entre os pontos que repre-
sentam as cidades de São Paulo, Campinas e
Sorocaba formavam um triângulo equilátero.
Já um outro aluno notou que as distâncias em
linha reta entre os pontos que representam as
cidades de São Paulo, Guaratinguetá e Campi-
a) 180 km/h d) 150 km/h nas formavam um triângulo retângulo, conforme
b) 240 km/h e) 200 km/h mostra o mapa.
c) 120 km/h

116. (FGV) Considere um triângulo ABC de área 12 cm2,


cujos lados medem AC = 8 cm e BC = 6 cm.
a) Calcule a medida do ângulo Ĉ. Faça um es- Com essas informações, os alunos determina-
boço de todos os triângulos possíveis. ram que a distância em linha reta entre os pontos
b) Calcule a soma dos quadrados das possíveis que representam as cidades de Guaratinguetá e
medidas do lado AB. Sorocaba, em km, é próxima de:

a) 80 2 + 5 3

b) 80 5 + 2 3

c) 80 6

d) 80 5 + 3 2

e) 80 7 3

Caderno de Atividades 285


118. (FAAP)
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é, na atualidade, o sistema de posicionamento global mais difundido
e utilizado. Foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA e, inicialmente, concebido para uso militar. A
partir de meados da década de 1970, o seu uso foi estendido para aplicações civis, tendo passado por contínua
evolução tanto nos aspectos de hardware quanto de programas computacionais. O princípio básico de funcio-
namento da tecnologia do GPS está na trilateração, utilizando os satélites como pontos de referência precisos,
onde a localização é previamente conhecida. O GPS determina a posição, medindo a distância entre o aparelho
receptor e os satélites no espaço. Cada satélite emite, de forma contínua, informações de sua posição e um sinal
de tempo para sincronismo. O receptor determina o tempo que o sinal leva para percorrer a distância entre o
satélite e o receptor. Conhecendo as coordenadas do satélite em um sistema de referência adequado, podem-se
determinar as coordenadas do usuário (Figura 1).
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69162006000200023

Suponha que a distância entre o satélite A e a Estação Base seja de 250 km e a distância entre o satélite A
e o receptor móvel seja de 400 km, a distância entre a Estação Base e o Receptor móvel é de :
a) 300 km d) 500 km
b) 400 km e) 350 km
c) 250 km

286 1ª. Série


Matemática

119. (UNICAMP) Os lados do triângulo ABC da figu- 120. Três circunferências de centros C1, C2, C3 e raios
ra abaixo têm as seguintes medidas: AB = 20, a, b, c respectivamente, são tangentes exterio-
BC = 15 e AC = 10 . res duas a duas. Considere que P é o ponto de
tangência das circunferências de centros C2 e C3.
Com isso, calcule a distância entre C1 e P em
função de a, b e c.

a) Sobre o lado BC marca-se um ponto D tal que


BD = 3 e traça-se o segmento DE paralelo ao
lado AC. Ache a razão entre a altura H do tri-
ângulo ABC relativa ao lado AC e a altura h do
triângulo EBD relativa ao lado ED , sem expli-
citar os valores de h e H .
b) Calcule o valor explícito da altura do triângulo
ABC em relação ao lado AC.

121. Abaixo temos um quadrado de lado igual a 24 e


um triângulo cujo lado AE = 26. Se CF = 6 e os
pontos E e F pertencem aos lados CD e BC do
quadrado, respectivamente, o ângulo AÊF é agu-
do ou obtuso? Justifique.

Caderno de Atividades 287


122. Dois triângulos equiláteros ABC e BDE são dispostos de tal forma que os vértices C, B e D fiquem alinha-
dos. Se o lado do triângulo ABC é o dobro do lado do triângulo BDE, calcule, em função do lado de BDE,
o comprimento do segmento AE.

123. Os lados de um triângulo ABC são: AB = 8, AC = 16 e BC = 10. Faz-se o prolongamento do lado BC de um


segmento CD = BC. Calcule a área do círculo cujo diâmetro é o segmento AD.

124. (UNICAMP) Na figura abaixo, ABC e BDE são triângulos isósceles semelhantes de bases 2a e a, respectiva-
mente, e o ângulo CÂB = 30º. Portanto, o comprimento do segmento CE é:

5 7
a) a c) a
3 3
8
b) a d) a 2
3

288 1ª. Série


Matemática

TRIGONOmetria: conceitos básicos


125. (UNESP) A figura mostra um relógio de parede, dos nos relógios do Brasil (4:10) e de Portugal
com 40 cm de diâmetro externo, marcando 1 (08:10), como representado nesta figura:
hora e 54 minutos. Brasil Portugal

12 12

9 3 9 3

6 6

Usando a aproximação π = 3, a medida, em cm, Considerando respectivamente que X e Y são os


do arco externo do relógio determinado pelo ân- menores ângulos formados pelos ponteiros da
gulo central agudo formado pelos ponteiros das hora e dos minutos, nos relógios do Brasil e Por-
horas e dos minutos, no horário mostrado, vale tugal, DETERMINE o valor de Y – X.
aproximadamente a) 20° c) 110°
a) 22. d) 29. b) 65° d) 120°
b) 31. e) 20.
c) 34.

127. (UFJF) Um pedreiro deseja construir uma rampa


de comprimento x maior que 12, 5 2 metros e
menor ou igual a 25 metros. A distância do ponto
A, de contato da rampa com a superfície, a um
ponto B, sobre a superfície, deve ser de 12, 5 2
metros, conforme a figura.

126. (UFMG) Em sua chegada ao hotel em Lisboa, Ar-


thur encontrou, no balcão, relógios que marca-
vam os horários de diferentes países. Naquele
momento, Arthur observou os horários registra-

Caderno de Atividades 289


Sabendo que a rampa deve ligar o ponto A a um 129. Dois ângulos são tais que A = 20o + 3x e B = x. Se
ponto C que pertence à reta perpendicular ao A e B são complementares, determine, em radia-
segmento AB no ponto B, é CORRETO afirmar nos, o replemento de (A – B).
que o ângulo CAB = α, entre a rampa e a super-
fície, é:
π
a) radianos
4 π
b) maior que radianos
4 π
c) maior que 0 e menor que radianos
4
d) 25o
e) maior que 12,5o e menor que 25o

128. Sendo p e q números inteiros, prove que


90o + 120op = 240oq ± 30o.

130. (FGV) O relógio indicado na figura marca 6 horas e

7
a) 55 minutos.
13
5
b) 55 minutos.
11
5
c) 55 minutos.
13
3
d) 54 minutos.
11
2
e) 54 minutos.
11

290 1ª. Série


Matemática

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS I
131. (IFSulMINAS) A precipitação numa determinada 133. O ângulo α mede 2 300 radianos. Sendo assim,
floresta tropical é dada pela seguinte expressão: pode-se afirmar que:
P = 1 500 + 500 cos (xπ/6) a) sen α < 0 e tg α < 0
b) cos α > 0 e tg α < 0
sendo P a precipitação mensal dada em milíme-
tros e x representa o mês (1 = janeiro, 2 = fe- c) sen α > 0 e cos α > 0
vereiro, ..., 12 = dezembro). Nestas condições, a d) sen α < 0 e tg α > 0
precipitação no mês de junho foi de: e) cos α < 0 e tg α < 0
a) 1 000 mm c) 1 500 mm
b) 1 200 mm d) 1 800 mm

134. Sobre a função f(x) = 2 . cos2x . sen2x + sen4x + cos4x,


faz-se as seguintes afirmações:
1 – Seu gráfico passa pela origem do sistema
cartesiano;
2 – Tem valor mínimo igual a –1;
132. Determine a imagem da função f(5x+80o), saben- 3 – Não possui valor definido para x = 90o + 360o . k
do que f(x) = 2 – 4sen(x). sendo k um valor inteiro;
4 – Para x = 270o o valor é 1;

a) Apenas 1 e 2 são verdadeiras;


b) Apenas 1 e 3 são verdadeiras;
c) Apenas 1, 2, e 3 são verdadeiras;
d) Apenas a 2 é verdadeira;
e) Apenas a 4 é verdadeira.

Caderno de Atividades 291


135. Sobre a função f(x) = 1 + 3 . sen(2x + p), pode-se 136. Sendo α um ângulo agudo, podemos afirmar
afirmar que: que:
a) A função g(x) = f(x) + 7 possui valor mínimo  55ππ − α  < 0 e tg  5 5ππ − α  < 0
a) a
a ))sen
sen  − α  < 0 e tg  − α  < 0
maior que o valor máximo de f(x);  2 2   2 2 
b) A função h(x) = 2 · f(x) possui mesma imagem  5 π  5
 5ππ 
)cos  5π −
b )cos α  > 0 e tg g  2 −
g −αα > >0
de f(x). b) b  2 − α  > 0 e tg  
0
2 2
c) A função k(x) = f(3x) possui o mesmo período  5 5π
π α  > 0 e c os  5 5π
π − α  < 0
de f(x). sen  2 −
c ))sen
c) c − α > 0 e c os 
2
− α  < 0
 2   2 
d) A imagem de f(x) é [–1, 1].
5 π 5 π
 5π − α  < 0 e tg  5π − α  > 0
e) O período de f é igual a 2π. d) d
d))sen
sen  − α  < 0 e tg  − α  > 0
 2 2   2 2 
5π   5π 
e) e )cos  5π −
e )cos − α < 0 e tg  5π − α < 0
 2 α < 0 e tg  2 − α  < 0
2 2

137. (CEFET – MG) O número de vezes em que o gráfico da função real f(x) = sen(x2) intercepta o eixo das abscis-
sas no intervalo 0 ≤ x ≤ 2π é
a) 15 d) 8
b) 13 e) 4
c) 12

292 1ª. Série


Matemática

FUNÇÃO COMPOSTA E INVERSA


138. (UNICAMP) Considere as funções f e g, cujos gráfi- 139. (UNICAMP) - Seja a um número real positivo e con-
cos estão representados na figura abaixo. sidere as funções afins f(x) = ax + 3a e g(x) = 9 – 2x,
definidas para todo número real x.
a) Encontre o número de soluções inteiras da
inequação f(x) · g(x) > 0.
b) Encontre o valor de a tal que f(g(x)) = g(f(x))
para todo número real x.

O valor de f(g(1)) – g(f(1)) é igual a:


a) 0 c) 2
b) –1 d) 1

140. (ESPM) Na função ƒ(x) = 2x – x, o valor de fºf(0) +


fºf(1) + fºf(2) + fºf(3) é:
a) 28 d) 31
b) 29 e) 32
c) 30

Caderno de Atividades 293


141. Sendo as funções reais definidas por 144. Determine a inversa da função bijetora
2x + 5 e g(x) = 2x + 3, determine f(x). f(x) = x2 – 4x + 3 que é definida por
f°g(x) = f : [2, ∞[ → [–1, ∞[.
x +1

142. Se as funções f(x) e g(x) são injetoras, a função


gºf(x) será injetora? Justifique.

145. f(x) e g(x) são funções, tais que, f(g(x) = g(f(x) = x.


A afirmação necessariamente correta é:
a) Os gráficos de f(x) e g(x) são simétricos em
relação à bissetriz ímpar;
b) f(x) e g(x) são funções pares;
c) f(x) e g(x) são funções trigonométricas;
d) f(x) é injetora e g(x) é sobrejetora;
e) f(x) e g(x) não podem ser exponenciais;

143. Seja a notação fn(x) para f(f(f(.....f(x)))...) para a


composição de f(x) nela mesma (n – 1) vezes. As-
sim, f1(x) = f(x); f2(x) = f(f(x)); f3(x) = f(f(f(x))) e assim
sucessivamente.
Dessa forma, se f ( x ) = x , qual a expressão de
que define f2015(x) ?

294 1ª. Série


Matemática

FUNÇÃO exponencial
2 2
146. (UNICAMP) O gráfico abaixo exibe a curva de po- 148. (ESPM) Se (4x) = 16 · 2x , o valor de xx é:
tencial biótico q(t) para uma população de micro- a) 27 d) 1
-organismos, ao longo do tempo t. b) 4 e) –1/27
c) 1/4

Sendo a e b constantes reais, a função que pode


representar esse potencial é

a) q(t) = at + b c) q(t) = at2 + bt


b) q(t) = a · bt d) q(t) = a + logb t
149. (FGV) A raiz da equação 3x−1 + 4.3x + 3x+1 = 22 3
é um número
a) inteiro positivo.
b) inteiro negativo.
c) irracional.
d) racional positivo não inteiro.
e) racional negativo não inteiro

x2 – 4x
 1 
147. (ESPM) O valor máximo que a função f(x) =
pode assumir é: 2

a) 16 d) 1
b) 32 e) 4
c) 8

Caderno de Atividades 295


150. (UNESP) A revista Pesquisa Fapesp, na edição de 152. (PUC - SP) Simplificando a expressão
novembro de 2012, publicou o artigo intitulado 3n+ 3 − 3 ⋅ 3n −1
Conhecimento Livre, que trata dos repositórios , obtém-se:
3 ⋅ 3n+ 2
de artigos científicos disponibilizados gratuita- 26
1
a) 3 − d)
n+ 1
mente aos interessados, por meio eletrônico.
9 27
Nesse artigo, há um gráfico que mostra o cresci-
mento do número dos repositórios institucionais 16
b) −3n+ 2 e)
no mundo, entre os anos de 1991 e 2011. 9
O crescimentos dos repositórios c) 3n

Observando o gráfico, pode-se afirmar que, no


período analisado, o crescimento do número de 153. (FAAP) Antibiograma é um teste que verifica a
repositórios institucionais no mundo foi, aproxi- sensibilidade das bactérias aos antibióticos vi-
madamente, sando auxiliar o médico em seu tratamento. O
a) exponencial. d) senoidal. antibiograma só pode ser realizado quando a
b) linear. e) nulo. cultura tiver resultado positivo e será executado
de acordo com as normas internacionais estabe-
c) logarítmico.
lecidas pela OMS.
Numa cultura de bactérias existem inicialmente
151. (PUC - SP) Considere que para estimar o número 1 000 bactérias. Após t minutos, a quantidade é
de habitantes que certo município terá daqui a t N(t) = 1 000 · 30,7t.
anos, contados a partir de hoje, é usada a lei
t +k Depois de 10 minutos a quantidade de bactérias
 5
P( t ) = 150 000 ⋅   em que k é uma constante presentes na cultura será de:
 4
real. Se, atualmente, tal cidade tem 120 000 ha- a) 119 000 bactérias.
bitantes, então sua população chegará a 187 500 b) 2 100 bactérias.
pessoas daqui a
c) 2 187.000 bactérias.
a) 1 ano
d) 1 054 000 bactérias.
b) 1 ano e 6 meses
e) 200 450 bactérias.
c) 2 anos
d) 2 anos e 6 meses
e) 3 anos

296 1ª. Série


Matemática

154. (UFMG) Considere os números reais L, M, N e P, 156. (UFMG) Considere as sentenças a seguir:
apresentados a seguir: −1
1
1
V. I) 51− 3
3 = 1 3 1
(-3 )
( ) ;N=4 I) 5 =
2
-32 -3 2 (-3)2 − 3
L = 4 ;M= 4 ;P=4 I) 5 = 3 3 5
5
2 5 2
Com base nessas informações, é CORRETO afir- I I) 3 ⋅ 2
2 9
2
= 6
2
2 9
VI. II) 3 ⋅92 = 96 9 9
mar que: II) 3 ⋅ 2 = 6 3
−3
a) P = M = L  44−3 − 22 27 27
III) 4  2 =
III)III)  9
VII.  = =278
b) P = N > L  9 9 88
c) N > L > M
É CORRETO afirmar que são VERDADEIRAS
d) N > P = L
a) apenas as sentenças I e II
b) apenas as sentenças I e III
c) apenas as sentenceas II e III
d) todas as sentenças

155. (UFMG) Sabendo-se que 3x = 4, o valor de


3x +1 + 6 ⋅ 3x − 2
é:
32 x − 8 ⋅ 3 − x + 2
22 57
a) c)
3 68
22 57
b) – d) –
3 68 157. (ESPM) A soma das raízes da equação
4x + 25 = 3 · 2x + 2 é igual a:
a) 5 c) 8
b) 3 d) 12

Caderno de Atividades 297


158. (ESPM) Se x = 4, xy = 32 e x – y = z , o valor de xz 160. Determine o conjunto solução da equação
é igual a: k2k – (k2 + k) . kk + k3 = 0 sabendo que k é um valor
a) 4 d) 16 real positivo.
b) 8 e) 1/8
c) 1/4

161. (ESPM) A figura abaixo representa os gráficos das


funções f(x) = x2 + 1 e g(x) = 2x. A área do quadri-
látero ABCD é igual a:
y

159. A função f(x) = 3x – 4 é injetora? Justifique.


B

0 1 2 x

a) 2,0 d) 2,5
b) 1,5 e) 1,0
c) 0,5

298 1ª. Série


Matemática

FUNÇÃO LOGARÍTMICa
162. (FUVEST) O número N de átomos de um isóto- 163. (FUVEST) Resolva as inequações:
po radioativo existente em uma amostra dimi- a) x3 – x2 – 6x ≥ 0
nui com o tempo t, de acordo com a expressão b) log2 (x3 – x2 – 6x) ≤ 2
N(t) = N0 ⋅ e–λt, sendo N0 o número de átomos
deste isótopo em t = 0 e a constante de decai-
mento. Abaixo, está apresentado o gráfico do
log10 N em função de t, obtido em um estudo
experimental do radiofármaco Tecnécio 99 me-
taestável (99mTc), muito utilizado em diagnósticos
do coração.

A partir do gráfico, determine:


a) o valor de log10 N0 ; 164. (UNICAMP) Considere a função 𝑓(𝑥) = 101+𝑥 + 101−𝑥,
b) o número N0 de átomos radioativos de 99mTc ; definida para todo número real 𝑥.
c) a meia-vida (T1/2)do 99mTc. a) Mostre que 𝑓(log10(2 + 3 )) é um número in-
Note e adote: teiro.
b) Sabendo que log10 2 ≈ 0,3, encontre os valo-
A meia-vida (T1/2) de um isótopo radioativo é o
res de 𝑥 para os quais 𝑓(𝑥) = 52.
intervalo de tempo em que o número de átomos
desse isótopo existente em uma amostra cai
para a metade.
log10 2 = 0,3; log10 5 = 0,7

Caderno de Atividades 299


165. (ESPM) Em 1997 iniciou-se a ocupação de uma 167. (ESPM) Se log x + log x2 + log x3 + log x4 = – 20 , o
fazenda improdutiva no interior do país, dando valor de x é:
origem a uma pequena cidade. Estima-se que a a) 10 d) 0,01
população dessa cidade tenha crescido segundo
b) 0,1 e) 1
a função P = 0,1 + log2 (x − 1996), onde P é a
população no ano x, em milhares de habitantes. c) 100
Considerando 2 = 1,4, podemos concluir que
a população dessa cidade atingiu a marca dos
3600 habitantes em meados do ano:
a) 2005 d) 2007
b) 2002 e) 2004
c) 2011

168. (ESPM) Se log x + log (x + 21) = 2, o valor de x–1/2 é:


a) 0,1 d) 0,4
166. (ESPM) O mais amplo domínio da função real b) 0,2 e) 0,5
ƒ(x) = log2x–2(x2 – 3x + 2) é o conjunto
c) 0,3
D = {x ∈ ℝ | x > k}. O valor de ƒ(k + 1) é:
a) –1 d) 2
b) 0 e) 1/2
c) 1/4

300 1ª. Série


Matemática

169. (FGV) Considere a aproximação log 2 = 0,3. É cor- 171. (FGV) Para receber um montante de M reais daqui
reto afirmar que a soma das raízes da equação a x anos, o capital inicial C reais que a pessoa
22x – 6 . 2x + 5 = 0 é: deve aplicar hoje é dado pela equação:
a) 7/3 d) 4/3 C = M · e−0,1x
b) 2 e) 1 a) Se ela aplicar hoje R$ 3 600,00, quanto rece-
c) 5/3 berá de juro no período de 1 ano?
b) Se ela aplicar hoje R$ 3 600,00, daqui a quan-
to tempo, aproximadamente, obterá um mon-
tante que será o dobro desse valor?
Se necessário, use as aproximações:
e0,1 = 1,1; ln2 = 0,7

170. (FGV) Considere a seguinte tabela, em que ln( x )


representa o logaritmo neperiano de x :

x 1 2 3 4 5

In( x ) 0 0,69 1,10 1,39 1,61

O valor de x que satisfaz a equação 6x = 10 é


aproximadamente igual a
a) 1,26 d) 1,32
b) 1,28 e) 1,34
c) 1,30

Caderno de Atividades 301


172. (FGV) Certo município pode ser representado em 173. (UNESP) O que era impressão virou estatística: a
um mapa como uma malha retangular, 0 ≤ x ≤ 5 e cidade de São Paulo está cada dia mais lenta.
0 ≤ y ≤ 5 com uma cidade na origem. Uma cons- Quem mostra é a própria CET (Companhia de
trutora estimou que o valor do metro quadrado Engenharia de Tráfego), que concluiu um estudo
no ponto (x, y) do mapa, x e y números naturais, anual sobre o trânsito paulistano.Os dados de
 x2 + y2  2012 apontam que a velocidade média nos prin-
é dado pela relação: ln V = ln 45 − ln10 −  , cipais corredores viários da cidade foi de 22,1
 100 
sendo V expresso em milhares de reais. km/h no pico da manhã e de 18,5 km/h no pico
da tarde. Uma piora de 5% e 10% em relação a
a) Expresse V em termos de x e y.
2008, respectivamente.
b) Quais são o maior e o menor valor, em reais,
do metro quadrado no município?
Se necessário, use as aproximações: ln2 = 0,7;
ln3 = 1,1.
Observe que o número e é igual a 2,718... e que y
= ln x se e somente se ey = x, com x > 0.

(www.folha.com.br)
Caso a velocidade média do trânsito nos princi-
pais corredores viários paulistanos continue de-
caindo nos mesmos percentuais pelos próximos
anos e sabendo que ln 2 ≈ 0,69, ln 3 ≈ 1,10, ln 5 ≈
1,61 e ln 19 ≈ 2,94, os anos aproximados em que
as velocidades médias nos picos da manhã e da
tarde chegarão à metade daquelas observadas
em 2012 serão, respectivamente,
a) 2028 e 2019.
b) 2068 e 2040.
c) 2022 e 2017.
d) 2025 e 2018.
e) 2057 e 2029.

302 1ª. Série


Matemática

174. (UNESP) No artigo “Desmatamento na Amazônia Considere um suco de frutas em que [H+] = 2 ·
Brasileira: com que intensidade vem ocorrendo?”, 10−4mol/ℓ, sendo log2 = 0,30 . Esse suco é ácido,
o pesquisador Philip M. Fearnside, do INPA, su- básico ou neutro?
gere como modelo matemático para o cálculo da a) fraco. d) forte.
área de desmatamento a função D(t) = D(0) · ek·t,
b) básico. e) ácido.
em que D(t) representa a área de desmatamento
no instante t, sendo t medido em anos desde o c) neutro.
instante inicial, D(0) a área de desmatamento no
instante inicial t = 0, e k a taxa média anual de des-
matamento da região. Admitindo que tal modelo
seja representativo da realidade, que a taxa mé-
dia anual de desmatamento (k) da Amazônia seja
0,6% e usando a aproximação ln2 = 0,69, o núme-
ro de anos necessários para que a área de desma-
tamento da Amazônia dobre seu valor, a partir de
um instante inicial prefixado, é aproximadamente
a) 51. d) 151.
b) 115. e) 11.
c) 15.
176. (CEFET/MG) Os gráficos das funções f e g estão
representados geometricamente na figura que se
segue.

Se h é a função definida por h(x) = log(f(x) . g(x)),


o domínio de h é :
a) ]−2, 2[ ∪ ]5, ∞[ d) � R − ]−2, 5[
b) ]−∞, −2[ ∪ ]2, 5[ e) ]−2, 5[
c) ]−∞, −2[ ∪ ]5, ∞[

175. (FAAP) Em química, costuma-se definir o pH de


uma substância em ácida (pH < 7), básica (pH
> 7) ou neutra (pH = 7). Uma característica de
uma substancia básica é a adstringência, aquele
gosto estranho do leite de magnésia ou de uma
banana verde. O ácido é aquele azedo do limão.
Para determinar-se o pH de uma substância,
usa-se a expressão pH = −log [H+], sendo [H+]
a concentração de íons hidrogênio em mol/ℓ.

Caderno de Atividades 303


3log4 16
177. (IFSulMINAS) Assumindo que log(2)= 0,3 e 179. (IFSulMINAS) O resultado de é?
log(5)= 0,7 , então o log(20) é: log4 (log 100)
a) 0,4 a) 2 c) 8
b) 1 b) 6 d) 12
c) 1,3
d) não é possível calcular, pois faltam dados

180. Qual o valor de y ∈ R que satisfaz a igualdade


178. (ESPM) Se log 2 = a e log 3 = b, o valor de x na logy 64 = logy2 8 + log2 y 8 ?
expressão 9x = 5 é igual a:
1− a
a) d) a − b
2b 2
b) 1− b e) b − 1
a 2a
c) a − 2
b

304 1ª. Série


Matemática

181. Sendo a > 0, a solução da inequação log(logax) ≤ 0 183. Considere a equação 9 x − (ln k + 3) ⋅ 3 x − ln k = 0 .
é: Para quais valores de k ela possui todas as raízes
reais e iguais?

184. (FUVEST) Seja f uma função a valores reais, com do-


mínio D ∈ R, tal que f(x) = log10 (log1/3(x2 – x + 1)),
para todo x ∈ D.

logmn2 + 36 . lognm = 18
182. Resolvendo o sistema ,
m . n = 128
para m e n naturais, calcule o valor de (n – m).

O conjunto que pode ser o domínio D é


a) {x ∈ R ; 0 < x < 1}
b) {x ∈ R; x ≤ 0 ou x ≥ 1}
 1 
c) x ∈ R ; < x < 10
 3 
 1 
d) x ∈ R; x ≤ ou x ≥ 10
 3 
 1 10 
e) x ∈ R; < x < 
 9 3

Caderno de Atividades 305


185. (UNESP) Todo número inteiro positivo n pode ser 187. (MACKENZIE) A função quadrática f, de ℝ em ℝ,
escrito em sua notação científica como sendo representada graficamente, com raízes reais x1 e
n – k . 10x, em que K ∈ R *, 1 ≤ k < 10 e x ∈ . x2, tais que log1,25 0,64 = x1 e log 5 0,6 = x2 é defi-
Além disso, o número de algarismos de n é dado nida por 3

por (x + 1).
Sabendo que log 2 ≅ 0, 30 , o número de alga-
rismos de 257 é
a) 16 d) 15
b) 19 e) 17
c) 18

a) f(x) = 2x2 + 6x + 4
b) f(x) = x2 – 6x + 4
c) f(x) = 2x2 + 6x – 4
d) f(x) = –x2 + 6x + 4
e) f(x) = –2x2 + 6x – 4

186. (UNICAMP) Uma barra cilíndrica é aquecida a uma


temperatura de 740°C. Em seguida, é exposta a
uma corrente de ar a 40°C. Sabe-se que a tem-
peratura no centro do cilindro varia de acordo
com a função
T(t) = (T0 – TAR) · 10–t/12 + TAR
sendo t o tempo em minutos, T0 a temperatu-
ra inicial e TAR a temperatura do ar. Com essa
função, concluímos que o tempo requerido para
que a temperatura no centro atinja 140°C é dado
pela seguinte expressão, com o log na base 10:
a) 12[log (7) – 1] minutos.
b) 12[1 – log(7)] minutos.
c) 12log(7) minutos.
d) [1 – log(7)] / 12 minutos.

188. (UNICAMP) A altura (em metros) de um arbusto em


uma dada fase de seu desenvolvimento pode
ser expressa pela função h(t) = 0,5 + log3 (t + 1),
onde o tempo t ≥ 0 é dado em anos.

306 1ª. Série


Matemática

a) Qual é o tempo necessário para que a altura 190. (PUC – MG) Certo estudante do Ensino Médio,
aumente de 0,5 m para 1,5 m? após fazer um curso sobre inequações, escreveu
b) Suponha que o outro arbusto, nessa mesma as três afirmativas a seguir:
fase de desenvolvimento, tem sua altura ex-
I. A solução da desigualdade x2 – 3x + 2 ≥ 0 é o
pressa pela função composta g(t) = h(3t + 2).
Verifique que a diferença g(t) – h(t) é uma conjunto (– ∞, 1] ∪ [2, +∞).
constante, isto é, não depende de t.
II. Se |x + 2| < 1, então x ∈ ]–3, –1[.

III. Se log1 (x + 1) < 1, então –1 < x < – 2 .


3
3

O número de afirmativas CORRETAS é:

a) 0 c) 2
b) 1 d) 3

189. (CEFET – MG) A tensão na descarga de um capaci-


tor elétrico é expressa em função do tempo por
-t
V( t ) = V0 e τ , em que V0 e τ são constantes e o nú-
mero e é a constante de Euler. Nessas condições,
é correto afirmar que o tempo para que a tensão
caia pela metade é expresso por
a) ln 2τ d) ln 2
b) ln τ/2 e) ln τ
c) ln 2τ

Caderno de Atividades 307


191. (PUC – MG) Segundo dados do fabricante, a temperatura T de certo forno, medida em graus centígrados,
aumenta em relação ao tempo t, contado em minutos, de acordo com a função T(t) = T0 . 20,75t. Sendo
T0 = 30 oC a temperatura inicial desse forno, pode-se estimar que o tempo necessário para que sua tem-
peratura atinja 240 oC, em minutos, é aproximadamente igual a:

a) 3 c) 6
b) 4 d) 7

192. (UFLA) A soma log16 2 + log16 4 + log16 8 + log16 16 + log16 32 + log16 64 + log16 128 é igual a:
a) 6 c) 8
b) 7 d) 9

308 1ª. Série


Matemática

PROGRESSÃO GEOMÉTRICa
193. (FUVEST) Dadas as sequências an = n2 + 4n + 4, 194. (ESPM) Para que a sequência (−9, −5, 3) se trans-
n2 b forme numa progressão geométrica, devemos
bn = 2 , cn = an+1 – an e dn = n+1 , definidas para
bn somar a cada um dos seus termos um certo nú-
valores inteiros e positivos de n, considere as se- mero. Esse número é:
guintes afirmações: a) par
I. an é uma progresso geométrica b) quadrado perfeito
II. bn é uma progresso geométrica c) primo
III. cn é uma progresso aritmética d) maior que 15
IV. dn é uma progresso geométrica e) não inteiro
São verdadeiras, apenas
a) I, II e III d) II e IV
b) I, II e IV e) III e IV
c) I e III

195. (FGV) Salomão aplicou R$15 000,00 durante um


ano, à taxa de 8% ao ano. Em seguida, aplicou
o montante obtido por mais um ano, à taxa de
9% ao ano, obtendo, no final, um montante de x
reais. A soma dos algarismos de x é:
a) 27 d) 26
b) 25 e) 24
c) 23

Caderno de Atividades 309


196. (UNESP) Uma partícula em movimento descreve 197. (UFJF) Um investidor resolveu aplicar seu dinheiro
sua trajetória sobre semicircunferências traçadas em ações da bolsa de valores. Em cada dia de
a partir de um ponto P0, localizado em uma reta investimento, ao comprar x reais em ações, o in-
horizontal r, com deslocamento sempre no senti- vestidor tem as seguintes possibilidades:
do horário. A figura mostra a trajetória da partícu- I. Perder a quantia x investida.
la, até o ponto P3, em r. Na figura, O, O1 e O2 são II. Receber o dobro da quantia x investida.
os centros das três primeiras semicircunferências Durante 21 dias consecutivos, o investidor ad-
traçadas e R, R/2 e R/4 seus respectivos raios. quiriu ações da seguinte forma:
No primeiro dia, comprou R$ 100,00; no segundo
dia, comprou R$ 200,00; no terceiro dia, comprou
R$ 400,00 e assim sucessivamente, investindo
em cada dia o dobro do que havia investido no
O O1 O2
r dia anterior. Devido a uma crise no mercado fi-
P0 P1 P2 P3 nanceiro, esse investidor perdeu seus investi-
R R R
2 4 mentos desses vinte dias. No vigésimo primeiro
dia, o investidor finalmente ganhou. Ao comparar
A trajetória resultante do movimento da partícula a quantia total (T), por ele investida nos primeiros
vinte dias, e a quantia (G), ganha no vigésimo pri-
será obtida repetindo-se esse comportamento
meiro dia, tem-se que G é igual a:
indefinidamente, sendo o centro e o R raio da
a) T
n-ésima semicircunferência dados por On e
b) T + 100

ℝn = n , respectivamente, até o ponto Pn, tam- c) T –100
2
bém em r. d) 2(T – 100)
Nessas condições, o comprimento da trajetó- e) 2(T + 100)
ria descrita pela partícula, em função do raio R,
quando n tender ao infinito, será igual a:
a) 22 · π · R d) 7/4 · π · R
b) 2 · π · R
3
e) 2 · π · R
c) 2n · π · R

310 1ª. Série


Matemática

198. (IFSulMINAS) O menor objeto que pode ser visto 199. Sendo S = m n m n m n... , calcule o valor
pelo homem a olho nu é de aproximadamente de S3.
200 micrômetros (1 micrômetro equivale a milési- a) m2n d) m + n
ma parte de milímetro). Certa bactéria, que mede
5 micrômetros, se duplica a cada 10 minutos. As- b) mn 2
e) m – n
sim, uma colônia iniciada a partir de uma dessas c) mn
bactérias, poderá ser observada a olho nu, em,
no mínimo
a) 30 minutos c) 60 minutos
b) 50 minutos d) 100 minutos

200. Sabe-se que (a, b, c, d, e, f, g) formam uma PG de razão k (k > 0 e k ≠ 1) e (d2 – 16) = 0. Determine o valor
1 1 1 1 1 1 1
de n, tal que, + + + + + + = 14 .
loga n logb n logc n logd n loge n logf n logg n

Caderno de Atividades 311


201. Se a > 0 e b > 0, (a, m, n, b) formam uma PA e (a, p, q, b) formam uma PG. Mostre que mn ≥ pq .

1
202. Se em uma PG a soma dos termos é definida por Sn = 1 − , prove que quanto maior for o valor de n,
2n
mais próximo de zero será o valor de an.

203. (PUC – SP) Suponha que em um portal da internet, o número de participantes de um bate-papo virtual (chat)
varie a cada hora, segundo os termos de uma progressão geométrica. Considerando o período das 22 ho-
ras às 5 horas da manhã, então, se às 24 horas havia 3 645 pessoas nas salas de bate-papo e às 2 horas
da manhã havia 405, é correto afirmar que, às 5 horas da manhã, a quantidade de internautas nas salas de
bate-papo era um número
a) quadrado perfeito. d) par.
b) divisível por 7. e) primo.
c) múltiplo de 15.

204. (ESPM) A figura abaixo mostra a trajetória de um móvel a partir de um ponto A, com BC = CD, DE = EF,
FG = GH, GH = IJ e assim por diante. Considerando infinita a quantidade desses segmentos, a distância
horizontal AP alcançada por esse móvel será de:

a) 65 m b) 72 m c) 80 m d) 96 m e) 100 m

312 1ª. Série


FÍSICA
1ª. Série

Introdução à mecânica
1. (Mack-SP) Certa grandeza física é medida, com unidades do sistema internacional (SI), em kg . m . s–2. Se
as unidades de medidas utilizadas fossem as do sistema CGS, no qual, massa é medida em gramas (g);
comprimento, em centímetros (cm) e tempo, em segundos (s), a correta equivalência entre as unidades
nesses sistemas, relativa à medida da referida grandeza física é
a) 1 g . cm . s–2 = 10–1 kg . m . s–2 d) 1 g . cm . s–2 = 10–4 kg . m . s–2
b) 1 g . cm . s–2 = 10–2 kg . m . s–2 e) 1 g . cm . s–2 = 10–5 kg . m . s–2
c) 1 g . cm . s = 10 kg . m . s
–2 –3 –2

vetores
2. Um avião sobrevoando a cidade de São Paulo no sentido leste está com uma velocidade constante de
200 m/s em relação ao ar. O ar, no qual o avião está imerso, move-se com uma velocidade de 50 m/s em
relação à terra, sentido nordeste com um ângulo de 45º em relação ao sentido leste. Considerando as in-
formações citadas, resolva as alternativas abaixo.
Dados: sen 45º = cos 45º = 0,7
a) Qual a velocidade do avião em relação ao chão?

Caderno de Atividades 313


b) Considerando 0º como leste e 90º como norte, qual o ângulo de deslocamento do avião em relação a
esse sistema de referência?

3. (UFLA-MG) Considere que os módulos das componentes ortogonais de um determinado vetor força são 12 N
e 16 N. É CORRETO afirmar que o módulo desse vetor é igual a:
a) 14 N c) 24 N
b) 20 N d) 28 N

4. (UEMG) O tempo é um rio que corre. O tempo não é um relógio. Ele é muito mais do que isso. O tempo pas-
sa, quer se tenha um relógio ou não. Uma pessoa quer atravessar um rio num local onde a distância entre
as margens é de 50 m. Para isso, ela orienta o seu barco perpendicularmente às margens.
Considere que a velocidade do barco em relação às águas seja de 2,0 m/s e que a correnteza tenha uma
velocidade de 4,0 m/s.
Sobre a travessia desse barco, assinale a afirmação CORRETA:

a) Se a correnteza não existisse, o barco levaria 25 s para atravessar o rio. Com a correnteza, o barco
levaria mais do que 25 s na travessia.
b) Como a velocidade do barco é perpendicular às margens, a correnteza não afeta o tempo de travessia.
c) O tempo de travessia, em nenhuma situação, seria afetado pela correnteza.
d) Com a correnteza, o tempo de travessia do barco seria menor que 25 s, pois a correnteza aumenta
vetorialmente a velocidade do barco.

314 1ª. Série


Física

5. Uma esfera se move bidimensionalmente em um plano horizontal, segundo as equações de movimento


abaixo, em unidades do SI:
x = 3 + 2t

y = 4 + 10t + t2
Qual o seno do ângulo formado pelo vetor deslocamento com o eixo x, entre os tempos t = 0 e t = 2 s?

a) 1

b) 2√12

2 37
c)
37

6 37
d)
37

e) 0

velocidade e aceleração
6. A trilha da cachoeira no Parque Estadual de Campos do Jordão é uma trilha autoguiada de nível leve, de
4,7 km de extensão no total, margeada por araucárias. Sabendo-se que, em uma caminhada leve, um ser
humano adulto gasta em média 6 cal/min, quantas calorias foram gastas por uma pessoa que fez a trilha
da cachoeira com uma velocidade média de 2 m/s?
a) 100 d) 292
b) 178 e) 300
c) 235

7. O programa Voyager, programa espacial da NASA com objetivo de estudar alguns planetas mais distantes
como Saturno e Urano, bem como o espaço interestelar, lançou sua primeira sonda em direção a Saturno,
a Voyager 1 em 5 de setembro de 1977. A velocidade dessa sonda, de aproximadamente 20 km/s é con-
siderada uma das maiores velocidades já atingidas por um objeto construído pelo homem. Considerando
que a distância percorrida pela sonda tenha sido igual a 1,25 . 109 km, quantos dias, aproximadamente, a
sonda levou para chegar em Saturno?
a) 450 d) 864
b) 537 e) 1065
c) 723

Caderno de Atividades 315


8. A distância da Terra até o Sol é de 1 UA (unida- 10. (MACK-SP) Duas partículas P e Q deslocam-se
de astronômica). Considerando que a Terra faz com velocidades escalares constantes nas traje-
um movimento translacional aproximadamente tórias retilíneas AB e CD, perpendiculares entre
circular em torno do Sol, qual a distância apro- si. A partícula P, na trajetória AB, tem velocidade
ximada que ela percorre em duas horas? Dado: de 1 080 km/h, e a Q, na trajetória CD, tem velo-
1 UA = 1,5 · 108 km. cidade 1 440 km/h. Após 1,0 · 10–4 s do instante
a) 4,2 · 103 km d) 3,2 · 105 km em que essas partículas se cruzarem em O, a
distância entre elas é de
b) 2,1 · 10 km
5
e) 4,1 · 104 km
B
c) 1 · 106 km

C Q D
O

a) 3,0 cm
b) 4,0 cm
c) 4,5 cm
d) 5,0 cm
e) 5,5 cm

9. (PUC-SP) O tênis de mesa é o jogo em que duas


pessoas ou duplas usam raquetes de madeira para
passar uma bolinha de um lado a outro, por cima
de uma rede instalada em uma mesa. No tênis de
mesa, a grandeza física é de suma importância, pois
ela assume o papel de decidir o ponto ou disputá-lo
com maior precisão. A bola pesa entre 2,40 g e 2,53
g e pode, após uma cortada de um atleta adulto, su-
perar a velocidade de 200 km/h. A situação é com-
plicada para quem tem de defender o golpe, pois a
distância, a máxima percorrida pela bola, diagonal
da mesa, é de aproximadamente 3 m.
Determine o tempo aproximado, em segundos,
que a bola gasta para percorrer a máxima distância
da mesa, quando sacada por um adulto com velo-
cidade escalar de 207 km/h. Despreze a resistência
do ar e considere retilínea a trajetória da bola.
a) 0,01 d) 0,04
b) 0,02 e) 0,05
c) 0,03

316 1ª. Série


Física

11. (UEMG) A velocidade é uma grandeza que relacio- 13. (UNICAMP-SP) Movimento browniano é o deslo-
na a distância percorrida e o tempo gasto para camento aleatório de partículas microscópicas
percorrê-la. A aceleração é uma grandeza que suspensas em um fluido, devido às colisões com
mede a rapidez com que a velocidade varia. Mais moléculas do fluido em agitação térmica.
rápido, mais lento, são percepções sensoriais. a) A figura abaixo mostra a trajetória de uma
Tentamos medir com relógios tais variações e partícula em movimento browniano em um
nos rebelamos, quando elas não concordam com líquido após várias colisões. Sabendo-se que
a nossa percepção. Dizemos nunca com muita os pontos negros correspondem a posições
facilidade, dizemos sempre com muita facilidade, da partícula a cada 30 s, qual é o módulo da
como se fôssemos fiéis a um momento. “Mas o velocidade média desta partícula entre as
outro já está olhando para o lado.” (LUFT, 2014) posições A e B?
O que é constante e imutável num momento não
será mais no momento seguinte. Uma velocida-
de, num momento, pode não ser a mesma num
momento seguinte.
Assinale a situação em que o móvel apresenta
maior valor (positivo ou negativo) de aceleração:
a) O móvel estava a 50 m/s e manteve essa
velocidade durante 2,0 s.
b) O móvel estava a 20 m/s e, em 10 s, aumentou
a sua velocidade para 40 m/s.
c) O móvel estava a 10 m/s e, em 2,0 s, diminuiu
sua velocidade para zero.
d) O móvel estava a 40 m/s e, em 10 s, diminuiu
sua velocidade para zero.

b) Em um de seus famosos trabalhos, Einstein


propôs uma teoria microscópica para explicar
o movimento de partículas sujeitas ao movi-
mento browniano. Segundo essa teoria, o valor
eficaz do deslocamento de uma partícula em
uma dimensão é dado por , onde t é o
tempo em segundos e D = kT/r é o coeficiente
de difusão de uma partícula em um determina-
do fluido, em que k = 3 · 10–18 m3/sK, T é a tem-
peratura absoluta e r é o raio da partícula em
suspensão. Qual é o deslocamento eficaz de
12. (UNICAMP-SP) Para fins de registros de recordes uma partícula de raio r = 3 μm neste fluido a
mundiais, nas provas de 100 metros rasos não T = 300 K após 10 minutos?
são consideradas as marcas em competições
em que houver vento favorável (mesmo sentido 10 μm
do corredor) com velocidade superior a 2 m/s.
10 μm
Sabe-se que, com vento favorável de 2 m/s, o A
tempo necessário para a conclusão da prova é
reduzido em 0,1 s. Se um velocista realiza a pro-
va em 10 s sem vento, qual seria sua velocidade
se o vento fosse favorável com velocidade de
2 m/s?
a) 8,0 m/s
b) 9,9 m/s B
c) 10,1 m/s
d) 2,0 m/s

Caderno de Atividades 317


14. (UNICAMP-SP) Recentemente, uma equipe de as- a) Qual é o deslocamento horizontal do teleférico
trônomos afirmou ter identificado uma estrela quando o seu deslocamento vertical é igual a
com dimensões comparáveis às da Terra, com- 20 m?
posta predominantemente de diamante. Por ser
muito frio, o astro, possivelmente uma estrela
anã branca, teria tido o carbono de sua composi-
ção cristalizado em forma de um diamante prati-
camente do tamanho da Terra.
Os astrônomos estimam que a estrela estaria si-
tuada a uma distância d = 9,0 · 1018 m da Terra.
Considerando um foguete que se desloca a uma
velocidade v = 1,5 · 104 m/s, o tempo de via-
gem do foguete da Terra até essa estrela seria de:
(1 ano ≈ 3,0 · 107 s)
a) 2 000 anos.
b) 300 000 anos.
c) 6 000 000 anos.
d) 20 000 000 anos.

b) Se o teleférico se desloca com velocidade


constante de 1,5 m/s, quanto tempo o
teleférico gasta para ir do pico A ao pico B?

15. (FUVEST-SP) Um teleférico transporta turistas en-


tre os picos A e B de dois morros. A altitude do
pico A é de 500 m, a altitude do pico B é de 800
m e a distância entre as retas verticais que pas-
sam por A e B é de 900 m. Na figura, T represen-
ta o teleférico em um momento de sua ascensão
e x e y representam, respectivamente, os deslo-
camentos horizontal e vertical do teleférico, em
metros, até este momento.
B

T
A y
x

800 m
500 m
Interbits®

900 m

318 1ª. Série


Física

16. (UNICAMP-SP) O passeio completo no comple- 17. (CEFET-MG) Um automóvel fez uma viagem entre
xo do Pão de Açúcar inclui um trecho de bon- duas cidades separadas por 390 km de distância.
dinho de aproximadamente 540 m, da Praia O trajeto foi dividido em dois trechos, sendo que
Vermelha ao Morro da Urca, uma  caminhada o primeiro, de 120 km, foi percorrido a uma velo-
até a segunda estação no Morro da Urca, e cidade média de 60 km/h. Se a velocidade média
um  segundo trecho de bondinho de cerca de total da viagem foi de 78 km/h, então a velocidade
720 m, do Morro da Urca ao Pão de Açúcar. A média do segundo trecho, em km/h, foi igual a
velocidade escalar média do bondinho no pri- a) 66 d) 90
meiro trecho é  v1 = 10,8 km/h e, no segundo,
b) 72 e) 96
v2 = 14,4 km/h. Supondo que, em certo dia, o
tempo gasto na caminhada no Morro da Urca c) 84
somado ao tempo de espera nas estações é de
30 minutos, o tempo total do passeio completo
da Praia Vermelha até o Pão de Açúcar será
igual a:
a) 33 min
b) 36 min
c) 42 min
d) 50 min

18. (UNICAMP-SP) Para fins de registros de recordes


mundiais, nas provas de 100 metros rasos não
são consideradas as marcas em competições em
que houver vento favorável (mesmo sentido do
corredor) com velocidade superior a 2 m/s. Sabe-
-se que, com vento favorável de 2 m/s, o tempo
necessário para a conclusão da prova é reduzido
em 0,1 s. Se um velocista realiza a prova em 10 s
sem vento, qual seria sua velocidade se o vento
fosse favorável com velocidade de 2 m/s?
a) 8,0 m/s
b) 9,9 m/s
c) 10,1 m/s
d) 12,0 m/s

Caderno de Atividades 319


19. (ITA-SP) Ao passar pelo ponto O, um helicóptero se- 20. Pedrinho, um estudante da 1.ª série do Ensino
gue na direção norte com velocidade v constante. Médio, está estudando pela primeira vez Cine-
Nesse momento, um avião passa pelo ponto P, a mática. Para praticar a conversão de unidades
uma distância δ de O, e voa para o oeste, em di- de velocidade, seu professor de Física escreveu
reção a O, com velocidade u também constante, em um quadro os seguintes dados:
conforme mostra a figura. Considerando t o ins-
tante em que a distância d entre o helicóptero e o OBJETOS VELOCIDADES
avião for mínima, assinale a alternativa correta.
Carro na cidade 1 km/min
Norte Mariposa 54 000 m/h
Usain Bolt 1,2 · 10–2 km/s
V Zebra 64 km/h
Oeste
u Ciclista 1 000 cm/s
O P
δ Qual das alternativas abaixo Pedrinho marcou,
para a maior velocidade do quadro?
a) Carro na cidade
a) A distância percorrida pelo helicóptero no
b) Mariposa
instante em que o avião alcança o ponto O
é δu/v. c) Usain Bolt
d) Zebra
b) A distância do helicóptero ao ponto O no
δv e) Ciclista
instante t é igual a .
v + u2
2

c) A distância do avião ao ponto O no instante t


δv 2
é igual a 2 .
( v + u2 )
d) O instante t é igual a .

e) A distância d é igual a .

320 1ª. Série


Física

21. (UFJF-MG) Um barqueiro pretende atravessar, transversalmente, o Rio Paraibuna, que possui 8 m de largu-
ra, para chegar até a outra margem. Sabendo que a velocidade da correnteza do rio é de 0,3 m/s e que o
barqueiro leva 20 s para fazer a travessia, faça o que se pede.

a) Desenhe o diagrama das velocidades, representando as velocidades da correnteza vc, a velocidade do


barqueiro vb e a velocidade resultante vr .

b) Em qual posição rio abaixo o barqueiro chega à outra margem, em relação ao ponto oposto ao da partida?

c) Calcule a velocidade do barco em relação ao rio.

1ª. e 3ª. Leis de NewtON


22. É comum quando viajamos de carro por longas distâncias, encontrarmos vários insetos mortos no para-
-choque. Imagine a situação em que um inseto voador colide no vidro de um carro que viaja com velocida-
de de 100 km/h. Sobre a situação referida, marque a alternativa correta.
a) A força que o carro faz no inseto é muito superior do que a que o inseto faz no carro.
b) O inseto tem maior inércia do que o carro.
c) A reação do inseto no carro é igual ao seu peso.
d) Se o carro estivesse com uma velocidade maior, a força feita pelo carro no inseto seria maior, embora a
força de reação do inseto continuasse a mesma.
e) A intensidade da força que o inseto faz no carro é a mesma da que o carro faz no inseto.

Caderno de Atividades 321


23. Duas caixas de massa m1 e m2, respectivamente, 25. Um caixa se desloca em uma superfície perfeita- →
sendo m1 > m2, estão empilhadas em um eleva- mente lisa, sob ação de uma força constante F,
dor que sobe com aceleração constante, como como mostrado na figura. Em um certo momen-
mostra o desenho. Sobre essa situação é correto to, outra força constante passa a existir sobre a
afirmar: caixa, com a mesma direção e intensidade da
primeira, porém com sentido contrário. Marque a
alternativa correta abaixo.

a
2
a) A caixa para quase que instantaneamente.
1
b) A caixa passa a ter uma desaceleração
a) O peso da caixa 2 e a força normal que a caixa constante.
1 exerce em 2, formam um par ação e reação. c) Logo após o impacto, a caixa começa a
b) O peso da caixa 1 e a força normal do piso acelerar, com aceleração constante.
do elevador na caixa tem mesma intensidade. d) Logo após o início da aplicação da força

c) Quanto maior a aceleração maior será o peso contrária à força F, a caixa para de acelerar, e
das caixas. mantém velocidade constante.
d) A força com que a caixa 2 comprime a caixa 1 e) Não há como definir o que acontecerá com a
é maior que o seu peso. caixa, pois não sabemos sua massa.
e) O valor da tração no cabo que puxa o elevador
é aproximadamente dez vezes maior que a 26. (UFMG) Um menino observou que um pequeno
soma das massas das caixas e do elevador. cubo de gelo, após descer por uma rampa, des-
lizou em linha reta sobre uma mesa plana e ho-
rizontal, percorrendo certa distância até parar.
Curioso para entender esse fenômeno o menino
perguntou a dois adultos o porquê de o gelo pa-
rar e obteve as seguintes respostas.
I–
O gelo parou, porque a força horizontal
que mantinha o seu movimento diminuiu
lentamente até se extinguir.
24. (IFMG) A figura a seguir representa um homem II – O gelo parou, porque uma força horizontal,
empurrando um antigo arquivo pesado. Sabe-se o atrito, atuou no sentido contrário ao
que o homem e o arquivo se deslocam da es- movimento adquirido pelo gelo na descida
querda para a direita com velocidade constante. da rampa.
Nessa situação, o vetor pode representar, corre-
tamente, III – O gelo parou, porque o repouso é o estado
natural dos objetos que só se movem caso
uma força constante atue no sentido do
movimento.
Assinale a alternativa que contém a(s) respostas
(s) CORRETA(S) dadas pelos adultos.
a) a força resultante.
a) I e II.
b) a força de atrito.
b) II.
c) a velocidade do arquivo.
c) I e III.
d) o peso do arquivo.
d) III.

322 1ª. Série


Física

27. (UFMG) Uma pequena bola de metal rola sobre uma mesa como indica a ilustração:

Ao atingir a borda, a bola cai até o chão. Nessas condições, podemos desprezar o efeito da força de re-
sistência do ar sobre a bola. Identifique a alternativa que melhor descreve a trajetória da bola, representada
pela linha tracejada, desde o instante em que ela abandona a mesa até atingir o chão.

a) b)

Principais forças da Mecânica


28. (CEFET-MG) Uma caixa, inicialmente em repouso, sobre uma superfície horizontal e plana, é puxada por um
operário que aplica uma força variando linearmente com o tempo. Sabendo-se que há atrito entre a caixa e
a superfície, e que a rugosidade entre as áreas em contato é sempre a mesma, a força de atrito, no decorrer
do tempo, está corretamente representada pelo gráfico
a) d)
F F

t
t

b) e)
F F

t t

c)
F

Caderno de Atividades 323


29. (UNICAMP-SP) 31. (UFMG) Uma grande pedra bloqueava uma es-
A primeira lei de Kepler demonstrou que os pla- trada plana e horizontal. Um trator foi utilizado
netas se movem em órbitas elípticas e não circu- para empurrar essa pedra para fora da estrada
lares. A segunda lei mostrou que os planetas não a uma velocidade constante. Nessa situação,
se movem a uma velocidade constante. consideramos somente quatro forças atuando
(Adaptado Marvin Perry, Civilização Ocidental: uma história sobre a pedra: a força horizontal na direção do
concisa. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 289.) movimento feita pelo trator, a força de atrito
É correto afirmar que as leis de Kepler também horizontal contrária ao movimento, a
força peso do trator que é vertical para baixo
a) confirmaram as teorias definidas por Copér- e a força exercida pela estrada sobre a pedra
nico e são exemplos do modelo científico que verticalmente para cima. Enquanto o trator se
passou a vigorar a partir da Alta Idade Média. movimenta com velocidade constante, a força
b) confirmaram as teorias defendidas por Ptolo- com que ele empurra a pedra deve ser
meu e permitiram a produção das cartas náu-
a) igual à força de atrito.
ticas usadas no período do descobrimento da
América. b) igual ao peso da pedra.
c) são a base do modelo planetário geocêntrico c) maior do que a força de atrito.
e se tornaram as premissas cientificas que vi- d) maior do que o peso da pedra.
goram até hoje.
d) forneceram subsídios para demonstrar o mo- 32. (UEMG) No poema O que se afasta, o eu-poético
delo planetário heliocêntrico e criticar as po- de Sísifo desce a montanha afirma, por compa-
sições defendidas pela Igreja naquela época. ração, que as coisas perdem seu peso e gravida-
de, percepção que está relacionada ao envelhe-
30. (UFMG) Uma pessoa puxa, por meio de uma cimento do homem:
corda horizontal, uma caixa que está sobre “De repente você começa a se despedir
uma superfície lisa, plana e horizontal de uma
pista de patinação no gelo, com atrito des- das pessoas, paisagens e objetos
prezível. Nessa situação consideramos que como se um trem
existem apenas três forças atuando sobre a
caixa: 1) a força horizontal feita pela pessoa; – fosse se afastando (...)”.
2) o peso da caixa na direção vertical e sen- Aproveitando o ensejo literário, imagine um
tido para baixo; 3) a força de sustentação, na objeto próximo à superfície da Terra e uma
direção vertical e sentido para cima, feita pela situação hipotética, porém sem abrir mão de
pista sobre a caixa. seus importantes conhecimentos de Física.
Sobre essas forças que atuam na caixa, é COR-
Supondo a possibilidade de haver alteração no
RETO afirmar que
raio e/ou na massa da Terra, assinale a opção que
a) a força de sustentação vertical e o peso têm traz uma hipótese que justificaria a diminuição
o mesmo valor apenas quando a caixa está do peso desse objeto, que se mantém próximo à
em repouso. superfície do Planeta:
b) a força de sustentação vertical feita pela pista
a) diminuição do raio da Terra e manutenção de
muda de acordo com o valor da velocidade
sua massa.
da caixa.
b) aumento da massa da Terra e manutenção de
c) a força feita pela pessoa não é mais necessá-
seu raio.
ria para que a caixa continue a se mover com
velocidade constante. c) aumento do raio da Terra e diminuição de sua
d) a força feita pela pessoa sobre a caixa deve massa, na mesma proporção.
ser maior do que o peso da caixa para que d) diminuição do raio da Terra e aumento de sua
esta inicie o movimento. massa, na mesma proporção.

324 1ª. Série


Física

33. (FUVEST-SP) O pêndulo de um relógio é constituído por uma haste rígida com um disco de metal, preso em
uma de suas extremidades. O disco oscila entre as posições A e C, enquanto a outra extremidade da has-
te permanece imóvel no ponto P. A figura a seguir ilustra o sistema. A força resultante que atua no disco
quando ele passa por B, com a haste na direção vertical, é
P

A C

a) nula.
b) vertical, com sentido para cima.
c) vertical, com sentido para baixo.
d) horizontal, com sentido para a direita.
e) horizontal, com sentido para a esquerda.

34. (UNESP-SP) O equipamento representado na figura foi montado com o objetivo de determinar a constante
elástica de uma mola ideal. O recipiente R, de massa desprezível, contém água; na sua parte inferior, há uma
torneira T que, quando aberta, permite que a água escoe lentamente com vazão constante e caia dentro de
outro recipiente B, inicialmente vazio (sem água), que repousa sobre uma balança. A torneira é aberta no ins-
tante t = 0 e os gráficos representam, em um mesmo Gráfico 1
intervalo de tempo (t’), como variam o comprimento
mola L L (m)
L da mola (gráfico 1), a partir da configuração inicial
de equilíbrio, e a indicação da balança (gráfico 2). 0,20
Analisando as informações, desprezando as forças
0,12
entre a água que cair no recipiente B e o recipiente
2
R e considerando g = 10 m/s , é correto concluir que R
0 t’ tempo
a constante elástica k da mola, em N/m, é igual a

a) 120. Gráfico 2
m (kg)
b) 80. T

c) 100. 1,16
B
d) 140.
e) 60. 0,20

0 t’ tempo

Caderno de Atividades 325


35. (PUC-MG) O edifício mais alto do Brasil ainda é o 37. As imagens abaixo mostram dois pneus diferen-
Mirante do Vale com 51 andares e uma altura de tes de automóveis. O primeiro é o chamado pneu
170 metros. Se gotas de água caíssem em queda Slick, projetado para pistas secas em carros de
livre do último andar desse edifício, elas chega- alta velocidade, como carros de Fórmula 1. O se-
riam ao solo com uma velocidade de aproximada- gundo pneu é utilizado em carros populares. Há
mente 200 km/h e poderiam causar danos a ob- uma diferença visível entre as larguras da banda
jetos e pessoas. Por outro lado, gotas de chuva de rodagem dos pneus. Enquanto os pneus de
caem de alturas muito maiores e atingem o solo Fórmula 1 têm uma largura entre 245 mm e 345
sem ferir as pessoas ou danificar objetos. Isso mm, a largura dos pneus de carros populares gira
ocorre porque: em torno de 175 mm.
a) quando caem das nuvens, as gotas de água

©Shutterstock/Photo5963
©Shutterstock/Johan Combrink
se dividem em partículas de massas despre-
zíveis.
b) embora atinjam o solo com velocidades muito
altas, as gotas não causam danos por serem
líquidas.
c) as gotas de água chegam ao solo com baixas
velocidades, pois não caem em queda livre
devido ao atrito com o ar.
d) as gotas de água têm massas muito pequenas
e a aceleração da gravidade praticamente não
afeta seus movimentos verticais.

36. Kepler 22b, um planeta descoberto no final de


2011, ficou conhecido por ser um planeta que
está na zona habitável de um sol de mesma ca-
tegoria do nosso Sol. Ele possui raio igual a 2,4
vezes maior que o da Terra e o seu tempo de
translação é de 290 dias. Supondo que o planeta
em questão tenha 4 vezes mais massa do que a
Terra, qual seria, aproximadamente, o peso em
Kepler 22b de um astronauta que pesa na Terra Qual das alternativas abaixo apresenta correta-
900 N? mente um dos motivos pelos quais a largura do
a) 400 N d) 621 N pneu de um carro de Fórmula 1 é maior do que a
largura de um pneu de um carro popular?
b) 1 050 N e) 700 N
a) Sendo maior a largura do pneu maior será o
c) 500 N coeficiente de atrito entre o pneu e a pista.
b) A espessura dos pneus de Fórmula 1 aumenta
o peso do carro, o que é fundamental para ele
não levantar voo por causa da alta velocidade
c) Quanto maior a espessura maior será a força
normal exercida no pneu, que faz com que a
força de atrito aumente.
d) Quanto maior a espessura do pneu, menor
será o coeficiente de atrito entre o pneu e
o chão. Sendo assim, o carro de Fórmula 1
pode alcançar velocidades maiores que os
carros populares.
e) Com uma maior largura, há uma maior
distribuição do desgaste dos pneus, fazendo
com que haja menos paradas dos carros nos
boxes.

326 1ª. Série


Física

2ª. Lei de Newton


38. A estação espacial internacional é um laboratório 39. (MACK-SP) Ao montar o experimento ao lado no
que orbita a Terra a uma altitude aproximada de laboratório de Física, observa-se que o bloco A,
340 km. Os astronautas que lá fazem pesquisa de massa 3 kg, cai com aceleração de 2,4 m/s2, e
constantemente sentem a sensação de impon- que a mola ideal, de constante elástica 1 240 N/m,
derabilidade, ou seja, sensação de ausência de que suspende o bloco C, está distendida de 2 cm.
peso. Por isso, estão constantemente flutuando O coeficiente de atrito entre o bloco B e o plano
no interior da nave. Qual a principal razão de os inclinado é 0,4. Um aluno determina acertada-
astronautas sentirem ausência de peso? mente a massa do bloco B como sendo
Adote g = 10 m/s2, cos 37º = sen 53º = 0,8 e
a) Por estar muito distante da Terra, a gravidade
cos 53º = sen 37º = 0,6
é desprezível naquela altura.
b) A gravidade da Lua exerce uma força contra-
ria que anula a gravidade da Terra.
c) A força resultante é zero sobre a estação es-
pacial internacional.
d) A estação espacial internacional está continu- B

amente em queda livre em direção à Terra.


e) Os motores da estação internacional espacial 37º
fazem uma força contrária à força da gravida-
de, anulando-a.
C
A

a) 1,0 kg
b) 2,0 kg
c) 2,5 kg
d) 4,0 kg
e) 5,0 kg

Caderno de Atividades 327


40. (MACK-SP) 41. (MACK-SP) Na figura abaixo, a mola M, os fios e a
polia possuem inércia desprezível e o coeficien-
te de atrito estático entre o bloco B, de massa
2,80 kg, e o plano inclinado é m = 0,50. O sistema
A ilustrado se encontra em equilíbrio e representa o
B
instante em que o bloco B está na iminência de
entrar em movimento descendente. Sabendo-se
α que a constante elástica da mola é k = 350 N/m,
nesse instante, a distensão da mola M, em rela-
ção ao seu comprimento natural é de
Na experiência ilustrada acima, paramos de au-
mentar a massa do corpo A em 920 g, momento
em que o corpo B de 1 kg está na iminência de
M
movimento de subida. Esse fato ocorre, porque
o coeficiente de atrito estático entre a superfí-
cie de apoio do bloco e a superfície do plano B
inclinado vale
Considere a polia e fio ideais e cos α = 0,8 e
sen α = 0,6. θ

a) 0,7
a) 0,40 cm
b) 0,6
b) 0,20 cm
c) 0,5
c) 1,3 cm
d) 0,4
d) 2,0 cm
e) 0,3
e) 4,0 cm

Dados: g = 10 m/s2, sen θ = 0,80 e cos θ = 0,60

328 1ª. Série


Física

42. (ITA-SP) No interior de um carrinho de massa M 43. (IFSMG) Um bloco é puxado por uma força, cons-
mantido em repouso, uma mola de constante tante e horizontal, de 10 N sobre uma superfície
elástica k encontra-se comprimida de uma dis- horizontal, com aceleração igual a 1 m/s2, sa-
tância x, tendo uma extremidade presa e a outra bendo que a massa do bloco é igual a 8 kg. A
conectada a um bloco de massa m, conforme intensidade da força de atrito existente entre a
a figura. Sendo o sistema então abandonado e superfície e o bloco é:
considerando que não há atrito, pode-se afirmar a) 2 N
que o valor inicial da aceleração do bloco relativa
b) 10 N
ao carrinho é
c) 15 N
X d) 18 N
e) 20 N

m
M

a) kx / m
b) kx / M
c) kx / (m + M)
d) kx(M − m)/mM
e) kx(M + m)/mM

Caderno de Atividades 329


44. (ITA-SP) O arranjo de polias da figura é preso ao 45. (UFTM) Na montagem da estrutura para um show
teto para erguer uma massa de 24 kg, sendo os musical, será necessário transportar um piano
fios inextensíveis, e desprezíveis as massas das de cauda de 500 kg para o palco. Para facilitar
polias e dos fios. Desprezando os atritos, deter- esse trabalho, foi montado um plano inclinado
mine: e um sistema de roldanas, como representado
na figura.

palco

24 kg

a) O valor do módulo da força F necessário para


equilibrar o sistema.
b) O valor do módulo da força F necessário para
erguer a massa com velocidade constante. Se os fios e as polias utilizados forem ideais, se
c) A força (F ou peso?) que realiza maior trabalho, desprezarmos o atrito entre o piano e a superfície
em módulo, durante o tempo T em que a inclinada e considerarmos g = 10 m/s2, o módulo
massa está sendo erguida com velocidade da força vertical que o homem deverá fazer
constante. para que o piano suba pelo plano inclinado com
velocidade constante deverá ser, em newtons,
igual a
a) 1 250
b) 2 500
c) 3 750
d) 5 000
e) 750

330 1ª. Série


Física

46. (ITA-SP) Num certo experimento, três cilindros 47. (Fuvest-SP) Um móbile pendurado no teto tem
idênticos encontram-se em contato pleno entre três elefantezinhos presos um ao outro por fios,
si, apoiados sobre uma mesa e sob a ação de como mostra a figura. As massas dos elefantes
uma força horizontal F, constante, aplicada na de cima, do meio e de baixo são, respectivamen-
altura do centro de massa do cilindro da esquer- te, 20 g, 30 g e 70 g. Os valores de tensão, em
da, perpendicularmente ao seu eixo, conforme a newtons, nos fios superior, médio e inferior são,
figura. Desconsiderando qualquer tipo de atrito, respectivamente, iguais a
para que os três cilindros permaneçam em con-
tato entre si, a aceleração a provocada pela força
deve ser tal que

Note e adote: Desconsidere as massas dos fios;


a) g / ( 3 3) ≤ a ≤ g / 3. Aceleração da gravidade g = 10 m/s2
b) g / ( 2 3) ≤ a ≤ 4g / 2. a) 1,2; 1,0; 0,7.
b) 1,2; 0,5; 0,2.
c) g / ( 2 3) ≤ a ≤ 4g / ( 3 3) .
c) 0,7; 0,3; 0,2.
d) 2g / ( 3 2) ≤ a ≤ 3g / ( 4 2) . d) 0,2; 0,5; 1,2.
e) g / ( 2 3) ≤ a ≤ 3g / ( 4 3) . e) 0,2; 0,3; 0,7.

Caderno de Atividades 331


48. (IFSuldeMinas-MG) Uma bola sobe um plano in- 50. Velocidade terminal é a velocidade máxima atin-
clinado com uma velocidade inicial. Ela sobe de- gida por um objeto que se move através de um
sacelerando e desce acelerando. Desprezando a fluido. Considere um paraquedista de 80 kg, sal-
resistência do ar, analise as afirmações a seguir: tando com braços e pernas abertas para estabi-
lizar o salto. Sabendo que a constante de resis-
I. O módulo da desaceleração da bola na subida tência do ar é K = 8 · 10–1 kg/m. Qual a velocidade
é igual ao módulo da aceleração da bola na terminal que esse paraquedista atinge em m/s?
descida. (Utilize g = 10 m/s2)
II. A velocidade inicial da bola na subida é maior a) 10 10
que a velocidade final da bola na descida.
b) 100
III. Se t1 e t2 forem, respectivamente, os valores
c) 500
dos intervalos de tempo que a bola gasta para
subir e para descer o plano inclinado, então, d) 30 2
t1 < t2 . e) 1 000

Está correto o que se afirma apenas em:


a) I
b) II
c) III
d) I e II

49. (IFMG) Tiago escorrega em um piso liso. Como


sua velocidade inicial é de 1 m/s, ele desliza 2 s
até parar completamente. Qual o valor do coefi-
ciente de atrito cinético entre o calçado de Tiago
e o piso? Considere a aceleração da gravidade 51. (CEFET-MG) Um elevador consiste em uma cabine
g = 10 m/s². A, um contrapeso B, um motor C e os cabos e
polias mostrados a seguir. A massa da cabine é
a) 0,05
de 900 kg, a do contrapeso, 1 200 kg e o atrito e
b) 0,10 as massas dos cabos e polias são desprezíveis.
c) 0,50 Se o elevador está subindo com uma aceleração
d) 0,60 de 2,0 m/s2, as intensidades das trações T1 e T2 ,
em kN, valem, respectivamente,

C
T1

T2
A

a) 9,0 e 12
b) 9,6 e 9,6
c) 10,8 e 9,6
d) 10,8 e 12
e) 12 e 12

332 1ª. Série


Física

52. (PUC-SP) O elevador mais rápido do mundo atinge 53. (UNESP) Ao tentar arrastar um móvel de 120 kg
a incrível velocidade de 72 km/h e vai do térreo sobre uma superfície plana e horizontal, Dona
ao topo da torre chinesa de 95 andares em ape- Elvira percebeu que, mesmo exercendo sua
nas 43 segundos. Supondo constante a acele- máxima força sobre ele, não conseguiria mo-
ração do movimento de ascensão do elevador e vê-lo, devido à força de atrito entre o móvel e
que ele parta do repouso do andar térreo rumo a superfície do solo. Chamou, então, Dona Do-
ao topo da torre, acelerando até a metade do lores, para ajudá-la. Empurrando juntas, elas
percurso e desacelerando uniformemente na conseguiram arrastar o móvel em linha reta,
outra metade, qual será o valor aproximado da com aceleração escalar constante de módu-
força indicada por um dinamômetro que sustenta lo 0,2 m/s2. Sabendo que as forças aplicadas
um objeto de massa 1 kg e que está fixo ao teto pelas duas senhoras tinham a mesma direção
desse elevador (vide figura) durante a primeira e o mesmo sentido do movimento do móvel,
metade da subida? Adote 10 m/s2 para a acele- que Dona Elvira aplicou uma força de módulo
ração da gravidade. igual ao dobro da aplicada por Dona Dolores e
que durante o movimento atuou sobre o móvel
uma força de atrito de intensidade constante e
igual a 240 N, é correto afirmar que o módulo
da força aplicada por Dona Elvira, em newtons,
foi igual a
F=?
a) 340
b) 60
M c) 256
d) 176
e) 120

a) 9 N
b) 9,5 N
c) 10,0 N
d) 10,5 N
e) 11,0 N

Caderno de Atividades 333


54. (CEFET-MG) No dispositivo da figura abaixo, os 55. (ITA-SP) A figura mostra um sistema formado por
dois blocos estão unidos por um cabo que pas- dois blocos, A e B, cada um com massa m. O
sa por uma polia de massa e atrito de rolamento bloco A pode deslocar-se sobre a superfície pla-
desprezíveis. Os coeficientes de atrito cinético e na e horizontal onde se encontra. O bloco B está
estático entre o bloco maior e a mesa são, res- conectado a um fio inextensível fixado à parede,
pectivamente, iguais a 0,28 e 0,40.
e que passa por uma polia ideal com eixo preso
ao bloco A. Um suporte vertical sem atrito man-
tém o bloco B descendo sempre paralelo a ele,
conforme mostra a figura.

a B
Liberando os blocos a partir do repouso, a ten-
são na corda e a aceleração do conjunto são,
respectivamente, em N e m/s2, iguais a
a) 60 e 0,0 Sendo μ o coeficiente de atrito cinético entre o blo-
b) 60 e 10 co A e a superfície, g a aceleração da gravidade,
c) 53 e 1,3 e θ = 30° mantido constante, determine a tra-
d) 48 e 2,0 ção no fio após o sistema ser abandonado do
e) 38 e 3,8 repouso.

334 1ª. Série


Física

56. (MACK-SP)
v (m/s)

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

t (s)
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0

Um corpo de massa 2,0 kg é lançado sobre um plano horizontal rugoso com uma velocidade inicial de
5,0 m/s e sua velocidade varia com o tempo, segundo o gráfico acima. Considerando a aceleração da
gravidade g = 10,0 m/s2, o coeficiente de atrito cinético entre o corpo e o plano vale

a) 5,0.10–2 d) 2,0.10–1
b) 5,0.10–1 e) 2,0.10–2
c) 1,0.10–1

Trabalho de uma força e energia


57. Uma pequena caixa de massa m se encontra dentro de um elevador que sobe com velocidade constante
de módulo v. Sobre a situação descrita, marque a alternativa correta.

a) A força normal que age na caixa está realizando um trabalho positivo.


b) A energia cinética do elevador está se transformando em energia potencial.
c) A força resultante sobre a caixa é diferente de zero, por isso ela está subindo.
d) A força normal sobre a caixa tem módulo menor que mg.
e) A velocidade relativa entre a caixa e o elevador é maior que zero.

Caderno de Atividades 335


58. (IFMG) Uma garota com 50 kg e 1,60 m de altu- 60. (UNICAMP-SP) Um aerogerador, que converte
ra treina salto com vara e consegue ultrapassar energia eólica em elétrica, tem uma hélice como
4,0 m de altura. Considerando g = 10 m/s2, a va- a representada na figura a seguir. A massa do sis-
riação de energia potencial gravitacional da atle-
tema que gira é M = 50 toneladas, e a distância
ta, em kJ, será de:
do eixo ao ponto P chamada de raio de giração, é
a) 0,4 c) 2,0
R = 10 m. A energia cinética do gerador com a
b) 1,6 d) 2,4
MVP2
hélice em movimento é dada por E = , sendo
2
Vp o módulo da velocidade do ponto P. Se o perío-
do de rotação da hélice é igual a 2 s, qual é a
energia cinética do gerador?
Considere p = 3.

V
P P
R

59. (FUVEST-SP) Em uma competição de salto em dis-


tância, um atleta de 70 kg tem, imediatamente
antes do salto, uma velocidade na direção hori-
zontal de módulo 10 m/s. Ao saltar, o atleta usa
seus músculos para empurrar o chão na direção
vertical, produzindo uma energia de 500 J, sendo a) 6,250 · 105 J
70% desse valor na forma de energia cinética.
b) 2,250 · 107 J
Imediatamente após se separar do chão, o mó-
dulo da velocidade do atleta é mais próximo de: c) 5,625 · 107 J
a) 10,0 m/s d) 13,2 m/s d) 9,000 · 107 J
b) 10,5 m/s e) 13,8 m/s
c) 12,2 m/s

336 1ª. Série


Física

61. (FUVEST-SP) Uma pessoa faz, diariamente, uma caminhada de 6 km em uma pista horizontal, consumindo
80 cal a cada metro. Num certo dia, ela fez sua caminhada habitual e, além disso, subiu um morro de
300 m de altura. Essa pessoa faz uma alimentação diária de 2 000 kcal, com a qual manteria seu peso, se
não fizesse exercícios. Com base nessas informações, determine:
a) a percentagem P da energia química proveniente dos alimentos ingeridos em um dia por essa pessoa,
equivalente à energia consumida na caminhada de 6 km;
b) a quantidade C de calorias equivalente à variação de energia potencial dessa pessoa entre a base e o
topo do morro, se sua massa for 80 kg;
c) o número N de caminhadas de 6 km que essa pessoa precisa fazer para perder 2,4 kg de gordura, se
mantiver a dieta diária de 2 000 kcal.
Note e adote: A aceleração da gravidade local é igual a 10 m/s2.
1 cal = 4 J. 9 kcal são produzidas com a queima de 1 g de gordura.

Teoremas que relacionam


trabalho e energia
62. (IFSudeste-MG) Um corpo de massa 2,0 kg é empurrado a partir do repouso em uma rampa de 5,0 m de
comprimento por uma força igual a 50 N, constante, na direção da rampa. Não há atrito entre o piso da
rampa e o corpo, e adota-se g = 10 m/s2. Quando o corpo se desloca 5,0 m sobre a rampa, sua altura em
relação à horizontal é de 3,0 m, como mostra a figura 01.
Nessas condições, ao final dos 5,0 m deslocados, é incorreto afirmar que:
a) o trabalho realizado pela força de 50 N sobre o corpo é de 250 J.
b) o corpo possui energia cinética e energia potencial gravitacional.
c) o trabalho realizado pela força resultante sobre o corpo é de 190 J.
d) a energia mecânica do corpo é igual a 190 J.
e) a energia potencial gravitacional do corpo é de 60 J.

63. Três bolas idênticas são arremessadas de uma mesma altura com a mesma velocidade inicial. A bola 1 é
arremessada diretamente para baixo na vertical. A bola 2 é arremessada na vertical para cima, enquanto
a bola 3 é lançada na horizontal. Desprezando o atrito com o ar, qual a relação correta entre as energias
cinéticas K1, K2 e K3, das bolas 1, 2 e 3, respectivamente, no momento antes de tocar o solo?

a) K1 = K2 = K3 c) K1 < K2 < K3
b) K1 > K2 > K3 d) K1 = K2 > K3
e) K1 = K2 < K3

Caderno de Atividades 337


64. Duas bolas são atiradas nas direções indicadas antes de chegar ao solo, é menor que a sua
pela figura com velocidade V0. Enquanto uma é energia potencial gravitacional ao sair do
lançada realizando um movimento oblíquo, ou- chuveiro.
tra é lançada sobre um plano inclinado sem atrito e) Independente da existência da força de
com inclinação θ. Levando em consideração a resistência do ar, a energia mecânica da gota
energia cinética no ponto mais alto da trajetória se conserva durante a queda.
nas duas situações, marque a alternativa correta.
66. (IFTM)
V0
V0 A Capoeira é uma arte marcial genuinamente bra-
sileira. Na foto abaixo temos um capoeirista exe-
θ cutando um salto mortal de costa. Considere que
θ
este capoeirista tenha massa igual a 60 kg e que
o Centro de Massa (CG) no instante considerado
1 2 na foto esteja a uma altura do chão igual a 2,0 m
a) A energia cinética nas duas situações é zero. e aceleração da gravidade igual 10 m/s2.
(Fonte: http://lutaspucpr.blogspot.com.br/2012/06/roda-
b) A bola da situação 1 terá maior energia de-capoeira.html)
cinética.
c) A bola da situação 2 terá energia cinética Marque a alternativa correta sobre o que se pode
máxima. afirmar acerca do valor da energia potencial gra-
vitacional no instante considerado da foto.
d) As duas bolas terão a mesma energia cinética,
diferente de zero. a) É igual a 1 200 newtons.
e) Não há base suficiente para responder a b) É igual ao valor da energia cinética naquele
pergunta, pois não se sabe o valor de θ. instante.
c) É impossível saber já que não sabem o
trabalho realizado pelo peso.
d) É igual ao peso do capoeirista cujo valor é de
600 N.
e) É igual a 1 200 joules.

65. (IFSudeste-MG) Durante o banho, várias gotas de


água que saem do chuveiro, que se encontra a
uma altura h, caem a partir do repouso diretamen-
te no chão. A respeito da energia da gota de água,
todas as afirmativas são verdadeiras, EXCETO:
a) Se desprezarmos a resistência do ar, a energia
potencial gravitacional da gota, no momento
em que sai do chuveiro, é igual à sua energia
cinética no instante, imediatamente, anterior
ao cair no chão.
b) Quanto maior o volume da gota de água, maior
será a sua energia potencial gravitacional ao
sair do chuveiro.
c) Quando a gota está na posição h/2, a sua
energia cinética é igual a sua energia potencial
gravitacional, desprezando-se a resistência
do ar.
d) Se considerarmos a força de resistência do
ar, a energia cinética da gota, imediatamente,

338 1ª. Série


Física

67. Um bloco de massa m é abandonado em uma 68. (UNICAMP-SP) Qual o trabalho executado pela
rampa com coeficiente de atrito μ. A partir do força de atrito entre o pneu e o solo para parar
momento em que o bloco chega à horizontal, um carro de massa m = 1 000 kg, inicialmente a
uma superfície perfeitamente lisa, ele desliza v = 72 km/h, sabendo que os pneus travam no
com a velocidade mínima para que possa com- instante da frenagem, deixando de girar, e o carro
pletar o looping, como mostrado no desenho es- desliza durante todo o tempo de frenagem?
quemático abaixo. a) 3,6 · 104 J
b) 2,0 · 105 J
c) 4,0 · 105 J
d) 2,6 · 106 J
h R

Em termos das constantes dadas no exercício,


qual a altura mínima inicial que o bloco teria que
estar para completar o looping?

Caderno de Atividades 339


Dissipação e conservação
da energia mecânica
69. (UFJF) Durante uma competição de bicicletas, um ciclista está se deslocando com uma velocidade constante
de 36,0 km/h na horizontal. De repente, ele se depara com uma subida de 100 m e inclinação constante igual
a 30o.
Desprezando as perdas por atrito, calcule qual deve ser a energia fornecida pelo ciclista para chegar ao
final da subida com uma velocidade de 18,0 km/h. (considere a massa do ciclista mais a bicicleta igual a
50,0 kg)
a) 23 125,0 J d) 22 250,0 J
b) 32 235,0 J e) 13 125,0 J
c) 43 243,0 J

70. (CEFET-MG) A figura mostra um sistema massa-mola que pode oscilar livremente, sem atrito, sobre a super-
fície horizontal e com resistência do ar desprezível.

Nesse sistema, nos pontos de deslocamento máximo, a velocidade da massa é nula por que as forças não-
conservativas reduzem a energia do sistema.
É correto concluir que
a) a proposição é verdadeira, mas a razão é falsa.
b) a proposição é falsa, mas a razão é verdadeira.
c) a proposição e a razão são falsas.
d) a razão e a proposição são verdadeiras e a razão justifica a proposição.
e) a proposição e a razão são verdadeiras, mas não há uma relação entre elas.

340 1ª. Série


Física

71. (FUVEST) No desenvolvimento do sistema amorte- 72. (UNICAMP-SP) Em agosto de 2012, a NASA anun-
cedor de queda de um elevador de massa m, o ciou o pouso da sonda Curiosity na superfície
engenheiro projetista impõe que a mola deve se de Marte. A sonda, de massa m = 1 000 kg, en-
contrair de um valor de máximo d, quando o ele- trou na atmosfera marciana a uma velocidade
vador cai, a partir do repouso, de uma altura h, V0 = 6 000 m/s .
como ilustrado na figura a seguir. Para que a exi-
a) A sonda atingiu o repouso, na superfície de
gência do projetista seja satisfeita, a mola a ser
Marte, 7 minutos após a sua entrada na at-
empregada deve ter constante elástica dada por
mosfera. Calcule o módulo da força resultan-
te média de desaceleração da sonda durante
sua descida.
m
b) Considere que, após a entrada na atmosfera
a uma altitude h0 = 125 km, a força de
atrito reduziu a velocidade da sonda para
v = 4 000 m/s quando a altitude atingiu
h h = 100 km. A partir da variação da energia
mecânica, calcule o trabalho realizado pela
força de atrito neste trecho. Considere a
d aceleração da gravidade de Marte, neste
trecho, constante e igual a gmarte = 4 m/s2.

a) 2m · g · (h + d) /d2
b) 2m · g · (h - d) /d2
c) 2m · g · h / d2
d) m · g · h / d
e) m · g / d

Caderno de Atividades 341


73. (MACK-SP) Dois garotos brincam em uma rampa de “skate”, conforme ilustra a figura 1. Um desses garotos
sai do repouso, do ponto A, em um certo instante, e o outro, do ponto B, também do repouso, após um
determinado intervalo de tempo. Sabe-se, no entanto, que ocorreu um encontro entre ambos, no ponto C
e que os dois percorreram suas respectivas trajetórias em um mesmo plano vertical, conforme ilustra a fi-
gura 2. Todas as forças de resistência ao movimento são desprezíveis.

Figura 1
A B

C
h h
h/2

Figura 2
Sabendo-se que a altura h mede 3,60 m e considerando-se g = 10 m/s2, a velocidade relativa de um garoto,
em relação ao outro, no instante do encontro, tem módulo
a) 12,0 km/h d) 43,2 km/h
b) 21,6 km/h e) 48,0 km/h
c) 24,0 km/h

74. Um bloco de massa 5,00 kg é lançado sobre um plano inclinado do ponto A, com velocidade inicial de
8,00 m/s, como indicado na figura abaixo.

0m B
4,0

A
30o

Considerando a aceleração da gravidade g = 10,0 m/s2, após percorrer 4,00 m, ele atinge o repouso no
ponto B. A energia dissipada pela força de atrito é
a) 80,0 J
b) 60,0 J
c) 90,0 J
d) 40,0 J
e) 30,0 J

342 1ª. Série


Física

75. (UNESP) Uma esfera de borracha de tamanho 76. (MACK-SP) Uma bola de borracha maciça com
desprezível é abandonada, de determinada altu- 1,5 kg cai do telhado de um sobrado que está a
ra, no instante t = 0, cai verticalmente e, depois 8,0 m do solo. A cada choque com o solo, ob-
de 2 s, choca-se contra o solo, plano e horizon- serva-se que a bola perde 25% de sua energia
tal. Após a colisão, volta a subir verticalmente, cinética. Despreze todas as resistências e adote
parando novamente, no instante T, em uma posi- g = 10 m/s2. Após o segundo choque, a altura
ção mais baixa do que aquela de onde partiu. O máxima atingida pela bola será
gráfico representa a velocidade da esfera em fun- a) 3,0 m
ção do tempo, considerando desprezível o tem-
b) 4,5 m
po de contato entre a esfera e o solo.
c) 5,0 m
v(m/s) d) 5,5 m
20
e) 6,0 m

2 T
0 t(s)

-18

Desprezando a resistência do ar e adotando


g = 10 m/s2, calcule a perda percentual de ener-
gia mecânica, em J, ocorrida nessa colisão e a
distância total percorrida pela esfera, em m, des-
de o instante t = 0 até o instante T. 77. (CEFET – MG) Um corpo desce escorregando, par-
tindo do repouso do ponto mais alto de uma ram-
pa, conforme mostrado na figura. Durante esse
trajeto até o solo, 20% de sua energia mecânica
é dissipada na forma de calor.

Se a velocidade de chegada ao solo foi igual a


8,0 m/s, então a altura (h) da rampa de lançamen-
to, em metros, é
a) 8,0
b) 6,4
c) 5,2
d) 4,0
e) 2,0

Caderno de Atividades 343


78. (ITA-SP) Uma lua de massa m de um planeta distante, de massa M ≫ m, descreve uma órbita elíptica com
semieixo maior a e semieixo menor b, perfazendo um sistema de energia E. A lei das áreas de Kepler rela-
ciona a velocidade v da lua no apogeu com sua velocidade v’ no perigeu, isto é, v’ · (a − e) = v · (a + e), em
que e é a medida do centro ao foco da elipse. Nessas condições, podemos afirmar que

a) E =−GMm/(2a) d) E = −GM / a 2 + b2

b) E=−GMm/(2b) e) v ’ = 2 GM / (a − e

c) E =−GMm/(2e)

79. (ITA-SP) Acredita-se que a colisão de um grande asteroide com a Terra tenha causado a extinção dos di-
nossauros. Para se ter uma ideia de um impacto dessa ordem, considere um asteroide esférico de ferro,
com 2 km de diâmetro, que se encontra em repouso quase no infinito, estando sujeito somente à ação da
gravidade terrestre. Desprezando as forças de atrito atmosférico, assinale a opção que expressa a energia
liberada no impacto, medida em número aproximado de bombas de hidrogênio de 10 megatons de TNT.
a) 1
b) 10
c) 500
d) 50 000
e) 1 000 000

344 1ª. Série


Física

80. (UNICAMP-SP) O passeio completo no complexo do Pão de Açúcar inclui um trecho de bondinho de aproxi-
madamente 540 m, da Praia Vermelha ao Morro da Urca, uma caminhada até a segunda estação no Morro
da Urca, e um segundo trecho de bondinho de cerca de 720 m, do Morro da Urca ao Pão de Açúcar. A
altura do Morro da Urca é de 220 m e a altura do Pão de Açúcar é de cerca de 400 m, ambas em rela-
ção ao solo. A variação da energia potencial gravitacional do bondinho com passageiros de massa total
M = 5 000 kg, no segundo trecho do passeio, é (Use g = 10 m/s2):
a) 9 ⋅ 106 J c) 20 ⋅ 106 J
b) 11 ⋅ 106 J d) 31 ⋅ 106 J

81. (ITA-SP) Uma corda, de massa desprezível, tem fixada em cada uma de suas extremidades, F e G, uma par-
tícula de massa m. Esse sistema encontra-se em equilíbrio apoiado numa superfície cilíndrica sem atrito,
de raio r, abrangendo um ângulo de 90º e simetricamente disposto em relação ao ápice P do cilindro, con-
forme mostra a figura. Se a corda for levemente deslocada e começa a escorregar no sentido anti-horário,
o ângulo θ ≡ FÔP em que a partícula na extremidade F perde contato com a superfície é tal que
P
a) 2 ⋅ cos θ = 1 F G
m m
b) 2 ⋅ cos θ – sen θ = √2 45o 45o

c) 2 ⋅ sen θ + cos θ = √2
r O
d) 2 ⋅ cos θ + sen θ = √2
e) 2 ⋅ cos θ + sen θ = √2/2

Caderno de Atividades 345


82. (UNESP) A figura ilustra um brinquedo oferecido 83. (MACK-SP)
por alguns parques, conhecido por tirolesa, no Um jovem movimenta-se com seu “skate” na pis-
qual uma pessoa desce de determinada altura ta da figura acima desde o ponto A até o ponto
segurando-se em uma roldana apoiada numa B, onde ele inverte seu sentido de movimento.
corda tensionada. Em determinado ponto do Desprezando-se os atritos de contato e consi-
percurso, a pessoa se solta e cai na água de um derando a aceleração da gravidade g = 10,0 m/s2,
lago. a velocidade que o jovem “skatista” tinha ao pas-
sar pelo ponto A é
A
B

H = 45,0 cm

B
A

5m
a) entre 11,0 km/h e 12,0 km/h
b) entre 10,0 km/h e 11,0 km/h
c) entre 13,0 km/h e 14,0 km/h
C d) entre 15,0 km/h e 16,0 km/h
Considere que uma pessoa de 50 kg parta do e) menor que 10,0 km/h
repouso no ponto A e desça até o ponto B se-
gurando-se na roldana, e que nesse trajeto te-
nha havido perda de 36% da energia mecânica
do sistema, devido ao atrito entre a roldana e a
corda. No ponto B ela se solta, atingindo o pon-
to C na superfície da água. Em seu movimento,
o centro de massa da pessoa sofre o desnível
vertical de 5 m mostrado na figura. Desprezando
a resistência do ar e a massa da roldana, e ado-
tando g = 10 m/s2, pode-se afirmar que a pessoa
atinge o ponto C com uma velocidade, em m/s,
de módulo igual a
a) 8
b) 10
c) 6
d) 12
e) 4

346 1ª. Série


Física

84. (FUVEST-SP) A figura abaixo mostra o gráfico de 85. (CEFET-MG) A figura seguinte ilustra uma criança
energia potencial gravitacional U de uma esfera oscilando em uma gangorra e o gráfico que re-
em uma pista, em função da componente hori- laciona as energias potencial (Ep) e cinética (Ec)
zontal x da posição da esfera na pista. com a sua posição x. Suponha que esse movi-
mento oscilatório tenha se iniciado na posição
A esfera é colocada em repouso na pista, na po-
exibida e que não haja forças dissipativas.
sição de abscissa x = x1, tendo energia mecânica
E < 0. A partir dessa condição, sua energia ciné-
tica tem valor
U
X1 X2 X3
O
X

UO
Na posição de equilíbrio, a energia mecânica total
da criança é nula por que quando ela passa por
esta posição, a energia cinética tem valor oposto
ao da energia potencial.
a) máximo igual a |U0|.
b) igual a |E| quando x = x3. É correto concluir que
c) mínimo quando x = x2. a) a proposição e a razão são falsas.
d) máximo quando x = x3. b) a proposição é verdadeira, mas a razão é
falsa.
e) máximo quando x = x2.
c) a proposição é falsa, mas a razão é verdadeira.
Note e adote: Desconsidere efeitos dissipativos.
d) a razão e a proposição são verdadeiras e a
razão justifica a proposição.
e) a proposição e a razão são verdadeiras, mas
não há uma relação entre elas.

Caderno de Atividades 347


86. (UNIMONTES-MG) Um corpo de massa M é aban- 87. (UFMG) No salto com vara, uma prova tradicional
donado de uma altura H e executa um movimen- da Olimpíada, um atleta, de posse de uma vara
to de queda livre (veja a figura). A aceleração da flexível, corre até o local do salto e a utiliza para
gravidade no local possui módulo g. Desprezan- arremessar seu corpo o mais alto possível por
do a resistência do ar, a altura h, em que o valor sobre uma barra. Durante o salto, entre o come-
da energia cinética é 3 vezes o da energia poten- ço da corrida até o atleta atingir o ponto mais alto
cial, é igual a do salto, há duas principais transformações de
energia. Primeiro, a energia cinética do corpo do
M
atleta se transforma em energia elástica da vara.
Depois a energia elástica da vara se transforma
em energia potencial gravitacional do sistema
Terra-corpo do atleta.
g Para melhorar seu desempenho e conseguir uma
maior altura, um atleta do salto com vara pensou
H em duas estratégias:

I. Mediante treino específico, aumentar a velo-


cidade de sua corrida, mantendo o seu peso.
II. Mediante uma dieta específica, diminuir seu
peso, mantendo a mesma velocidade de sua
corrida.
a) H/3
Em relação à eficiência dessas estratégias e
b) H/2
considerando-se apenas as transformações que
c) 3H/4 ocorrem, é CORRETO afirmar que
d) H/4 a) Apenas a estratégia I é eficiente.
e) H b) Apenas a estratégia II é eficiente.
c) As duas estratégias são eficientes.
d) As duas estratégias são ineficientes.

348 1ª. Série


Física

88. (UFMG) Em uma partida de futebol, Pablo chuta 90. (UFMG) Uma usina hidroelétrica usa água para
a bola a gol. A bola se choca contra a trave e produzir energia elétrica. Esse processo se inicia
volta. A energia de movimento da bola antes de a partir da queda da água, a uma altura inicial
ela atingir a trave foi transferida a ela pelo chute h, em uma tubulação que se dirige à turbina do
de Pablo. Durante o tempo em que a bola colide gerador como mostrado na ilustração a seguir.
com a trave, ela se deforma progressivamente e Nesse processo ocorrem várias transformações
para completamente quando atinge o máximo de de energia. Assinale a alternativa que apresenta a
deformação. ordem CORRETA dessas transformações.
a) Energia cinética → Energia potencial
Durante o intervalo de tempo em que a bola, ao
gravitacional → Energia elétrica.
colidir com a trave, se deforma até parar comple-
tamente, a energia de movimento é b) Energia elétrica → Energia cinética → Energia
potencial gravitacional.
a) em grande parte transformada em energia po-
tencial elástica da bola. c) Energia potencial gravitacional → Energia
cinética → Energia elétrica.
b) em grande parte transformada em energia po-
tencial gravitacional. d) Energia potencial gravitacional → Energia
elétrica → Energia cinética.
c) totalmente transformada em calor que es-
quenta a bola e a trave.
d) totalmente transformada em energia do som e
de vibração da trave.

89. (UFMG) A professora Beatriz deseja medir o co-


eficiente de restituição de algumas bolinhas fa-
zendo-as colidir com o chão em seu laboratório.
Esse coeficiente de restituição é a razão entre
a velocidade da bolinha imediatamente após a
colisão e a velocidade da bolinha imediatamen-
te antes da colisão. Neste caso, o coeficiente só
depende dos materiais envolvidos.
Nos experimentos que a professora realiza, a 91. (PUC-MG) Uma bola de borracha é solta de uma
força de resistência do ar é desprezível. Inicial- altura de 5 m e cai livremente, chocando-se di-
mente, a professora Beatriz solta uma bolinha – a versas vezes com um piso rígido. Observa-se
bolinha 1 – em queda livre da altura de 1,25 m que, após cada colisão, a bola sobe e atinge uma
e verifica que, depois bater no chão, a bolinha altura que corresponde a 80% da altura anterior.
retorna até a altura de 0,80 m. CALCULE a velo- Após a terceira colisão, com o piso rígido, a bola
cidade da bolinha no instante em que: atinge uma altura aproximadamente, em metros,
a) ela chega ao chão. de:
b) ela perde o contato com o chão, na subida. a) 4,0
b) 3,2
c) 2,5
d) 1,0

Caderno de Atividades 349


Potência
92. (FUVEST-SP) No sistema cardiovascular de um ser humano, o coração funciona como uma bomba, com
potência média de 10 W, responsável pela circulação sanguínea. Se uma pessoa fizer uma dieta alimentar
de 2 500 kcal diárias, a porcentagem dessa energia utilizada para manter sua circulação sanguínea será,
aproximadamente, igual a: (Dado: 1 cal = 4 J)
a) 1% d) 20%
b) 4% e) 25%
c) 9%

93. (PUC-MG)
Industrialização à base de água
Pode parecer exagero afirmar que a água foi um dos elementos mais importantes para a revolução industrial
ocorrida na Europa no século XVIII. O exagero desaparece quando lembramos que o principal fator das mudanças
no modo de produção daquela época foi a utilização do vapor no funcionamento das máquinas a vapor aper-
feiçoadas por James Watt por volta de 1765. Essas máquinas fizeram funcionar teares, prensas, olarias, enfim,
substituíram a força humana e a força animal. James watt estabeleceu a unidade de cavalo-vapor (Horse Power)
que em valores aproximados é a capacidade de sua máquina de levantar uma massa de 15000 kg a uma altura
de 30 cm no tempo de um minuto. Hoje, a unidade de potência no sistema internacional de unidades é o Watt,
em homenagem a James Watt.
Com base no texto e considerando-se a aceleração da gravidade g = 10 m/s , pode-se afirmar que a
potência de um cavalo-vapor é de aproximadamente:
a) 7 500 W c) 1 500 W
b) 4 500 W d) 750 W

350 1ª. Série


Física

94. (PUC-MG) Considerando-se uma máquina que 96. Um carrinho de brinquedo de massa 1 kg é tes-
opere com uma potência de 2,0 · 104 W, o tra- tado antes de ser colocado no mercado. Em um
balho que ela realizaria em 1 hora é aproximada- trilho sem atrito, o carrinho é colocado para que
mente de: um sistema de propulsão possa transferir uma
a) 7,2 · 107 J potência 12,5 W, durante 1 segundo, permitin-
do uma velocidade inicial. Marque a alternati-
b) 4,8 · 105 J
va que CORRETAMENTE expressa a distância
c) 3,6 · 108 J percorrida e a velocidade final do carrinho, res-
d) 2,0 · 105 J pectivamente, após um intervalo de tempo de
2 segundos.
a) 10 m, 5 m/s
b) 20 m, 6 m/s
c) 30 m, 7 m/s
d) 40 m, 8 m/s
e) 50 m, 9 m/s

95. (FUVEST-SP) A potência elétrica instalada no Brasil


é 100 GW. Considerando que o equivalente ener-
gético do petróleo seja igual a 4 · 107 J/L, que a
potência média de radiação solar por unidade de
área incidente na superfície terrestre seja igual a
250 W/m2 e que a relação de equivalência entre
massa m e energia E é expressa por E = mc2 ,
determine
a) a área A de superfície terrestre, na qual incide 97. (ITA-SP) Um corpo movimenta-se numa superfície
uma potência média de radiação solar equi- horizontal sem atrito, a partir do repouso, devido
valente à potência elétrica instalada no Brasil; à ação contínua de um dispositivo que lhe for-
nece uma potência mecânica constante. Sendo
b) a energia elétrica EB consumida no Brasil em
v sua velocidade após certo tempo t, pode-se
um ano, supondo que, em média, 80% da
afirmar que:
potência instalada seja utilizada;
c) o volume V de petróleo equivalente à energia a) a aceleração do corpo é constante.
elétrica consumida no Brasil em um ano; b) a distância percorrida é proporcional a v2.
d) a massa m equivalente à energia elétrica con- c) o quadrado da velocidade é proporcional a t.
sumida no Brasil em um ano. d) a força que atua sobre o corpo é proporcional
a t
e) a taxa de variação temporal da energia
cinética não é constante.

Caderno de Atividades 351


98. (FUVEST-SP) A energia que um atleta gasta pode ser determinada pelo volume de oxigênio por ele consumi-
do na respiração. Abaixo está apresentado o gráfico do volume V de oxigênio, em litros por minuto, con-
sumido por um atleta de massa corporal de 70 kg, em função de sua velocidade, quando ele anda ou
corre. Considerando que para cada litro de oxigênio consumido são gastas 5 kcal e usando as informações
do gráfico, determine, para esse atleta,
4,0

3,0
V ( /min)

2,0

1,0

Andando
Correndo

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Velocidade de atleta (km/h)

a) a velocidade a partir da qual ele passa a gastar menos energia correndo do que andando;
b) a quantidade de energia por ele gasta durante 12 horas de repouso (parado);
c) a potência dissipada, em watts, quando ele corre a 15 km/h;
d) quantos minutos ele deve andar, a 7 km/h, para gastar a quantidade de energia armazenada com a
ingestão de uma barra de chocolate de 100 g, cujo conteúdo energético é 560 kcal.

352 1ª. Série


Física

99. (ITA-SP) No interior de uma caixa de massa M, apoiada num piso horizontal, encontra-se fixada uma mola
de constante elástica k presa a um corpo de massa m, em equilíbrio na vertical. Conforme a figura, este
corpo também se encontra preso a um fio tracionado, de massa desprezível, fixado à caixa, de modo que
resulte uma deformação b da mola. Considere que a mola e o fio se encontram no eixo vertical de simetria
da caixa. Após o rompimento do fio, a caixa vai perder contato com o piso se
M
a) b > (M + m) · g/k
b) b > (M + 2m) · g/k k

c) b > (M − m) · g/k m
d) b > (2M − m) · g/k

e) b > (M − 2m) · g/k

Introdução à Dinâmica Impulsiva


100. (MACK-SP) Em uma competição de tênis, a raquete do jogador é atingida por uma bola de massa 60 g, com
velocidade horizontal de 40 m/s. A bola é rebatida na mesma direção e sentido contrário com velocidade
de 30 m/s. Se o tempo de contato da bola com a raquete é de 0,01 s, a intensidade da força aplicada pela
raquete à bola é
a) 60 N
b) 120 N
c) 240 N
d) 420 N
e) 640 N

101. (UNICAMP-SP) Muitos carros possuem um sistema de segurança para os passageiros chamado airbag. Este
sistema consiste em uma bolsa de plástico que é rapidamente inflada quando o carro sofre uma desacele-
ração brusca, interpondo-se entre o passageiro e o painel do veículo. Em uma colisão, a função do airbag é
a) aumentar o intervalo de tempo de colisão entre o passageiro e o carro, reduzindo assim a força recebida
pelo passageiro.
b) aumentar a variação de momento linear do passageiro durante a colisão, reduzindo assim a força
recebida pelo passageiro.
c) diminuir o intervalo de tempo de colisão entre o passageiro e o carro, reduzindo assim a força recebida
pelo passageiro.
d) diminuir o impulso recebido pelo passageiro devido ao choque, reduzindo assim a força recebida pelo
passageiro.

Caderno de Atividades 353


102. (UFJF-MG) Uma partícula de massa m1 = 25,0 g e 103. (FUVEST-SP) Uma criança de 30 kg está em repou-
com velocidade inicial v1 = 100 m/s colide, fron- so no topo de um escorregador plano de 2,5 m
talmente, com outra partícula de massa de altura, inclinado 30° em relação ao chão hori-
m2 = 200 g, inicialmente em repouso. Durante o zontal. Num certo instante, ela começa a deslizar
processo de colisão, o gráfico da força de intera- e percorre todo o escorregador. Determine:
ção entre as duas partículas é mostrado na figura
a) a energia cinética E e o módulo Q da quanti-
a seguir. Com base nessas informações, calcule:
dade de movimento da criança, na metade do
F(N) percurso;
b) o módulo F da força de contato entre a criança
e o escorregador;
2,1
c) o módulo a da aceleração da criança.

t(s)

0,1 0,2 0,4 0,8

a) O impulso sofrido por cada partícula.


b) A velocidade final de cada partícula imediata-
mente após a colisão.

354 1ª. Série


Física

104. (UNICAMP-SP) Jetlev é um equipamento de diversão movido a


água. Consiste em um colete conectado a uma mangueira que, Fa
por sua vez, está conectada a uma bomba de água que perma-
nece submersa. O aparelho retira água do mar e a transforma
em jatos para a propulsão do piloto, que pode ser elevado a até
10 metros de altura (ver figura ao lado).
a) Qual é a energia potencial gravitacional, em relação à superfície Saída de água Saída de água
da água, de um piloto de 60 kg, quando elevado a 10 metros
de altura?
b) Considere que o volume de água por unidade de tempo que
entra na mangueira na superfície da água é o mesmo que
sai nos jatos do colete, e que a bomba retira água do mar a mg
uma taxa de 30 litros/s. Lembre-se que o Impulso I de uma
Entrada de água a
força constante F, dado pelo produto desta força pelo intervalo 30 litros/s
de tempo Δt de sua aplicação I=F.Δt , é igual, em módulo, à
variação da quantidade de movimento ΔQ do objeto submetido
a esta força. Calcule a diferença de velocidade entre a água que passa pela mangueira e a que sai nos
jatos quando o colete propulsor estiver mantendo o piloto de m = 60 kg em repouso acima da superfície
da água.

Considere somente a massa do piloto e use a densidade da água como ρ = 1 kg/litro.

105. Dois automóveis de mesma massa M = 1 000 kg e velocidade de mesmo módulo V = 36 km/h movem-se
em duas ruas transversais. Em relação a essa situação, pode-se afirmar CORRETAMENTE que as quanti-
dades de movimento dos dois carros são:
a) Diferentes, porque, apesar de terem mesmo módulo, apresentam direções diferentes.
b) Diferentes, porque, apesar de terem mesma direção, apresentam módulos diferentes.
c) idênticas e valem 1 296 000 kg ∙ m/s.
d) idênticas e valem 100 000 kg ∙ m/s.
e) iguais em módulo, direção e em sentido.

Caderno de Atividades 355


106. Hoje é grande a quantidade de adolescentes que 107. (UNESP) O gol da conquista do tetracampeonato
estão se interessando por andar de skate. Ao an- pela Alemanha na Copa do Mundo de 2014 foi
dar de skate, o adolescente fica constantemente feito pelo jogador Götze. Nessa jogada, ele rece-
empurrando o chão com um dos seus pés, no beu um cruzamento, matou a bola no peito,
intuito de que o chão o empurre juntamente com amortecendo-a, e chutou de esquerda para fazer
seu skate. Considere, para efeito de cálculo, que o gol. Considere que, imediatamente antes de to-
os pés, a cada toque com o solo, ficam em in- car o jogador, a bola tinha velocidade de módulo
teração com ele durante 0,8 segundos, e que a V1= 8 m/s em uma direção perpendicular ao seu
componente horizontal da força aplicada ao chão peito e que, imediatamente depois de tocar o jo-
tem um valor de 120 N. gador, sua velocidade manteve-se perpendicular
Marque a alternativa CORRETA que expressa o ao peito do jogador, porém com módulo V2= 0,6 m/s
ganho de velocidade adquirida pelos skatistas e em sentido contrário.
após cada empurrão, em um local onde a pista
é horizontal, desprezando os atritos que possam
atuar na roda do skate e atritos do ar sobre o
corpo do skatista.

a) 0,25 m/s, se a massa do skate for de 50 kg.


b) 0,25 m/s, se a massa do conjunto (skatista + skate)
for de 36 kg.
c) 0,5 m/s, se a massa do skatista for de 50 kg.
d) 0,5 m/s, se a massa do conjunto (skatista + skate)
for de 48 kg.
e) 2 m/s, se a massa do conjunto (skatista + skate) Admita que, nessa jogada, a bola ficou em conta-
for de 48 kg. to com o peito do jogador por 0,2 s e que, nesse
intervalo de tempo, a intensidade da força resul-
tante (FR), que atuou sobre ela, variou em função
do tempo, conforme o gráfico.
FR(N)

Fmáx

0 0,2 t (s)

Considerando a massa da bola igual a 0,4 kg, é


correto afirmar que, nessa jogada, o módulo da
força resultante máxima que atuou sobre a bola,
indicada no gráfico por Fmáx , é igual, em newtons, a
a) 68,8 d) 26,4
b) 34,4 e) 88,8
c) 59,2

356 1ª. Série


Física

108. (ITA-SP) 100 cápsulas com água, cada uma de 109. (MACK-SP) Em certo ensaio técnico, verificou-se
massa m = 1,0 g, são disparadas à velocidade de que um corpo submetido à ação de uma força re-
10,0 m/s perpendicularmente a uma placa verti- sultante constante, de intensidade igual 40 N, tem
cal com a qual colidem inelasticamente. Sendo sua velocidade variando, em função do tempo, de
as cápsulas enfileiradas com espaçamento de acordo com o gráfico abaixo. No instante t = 0 s, o
1,0 cm, determine a força média exercida pelas vetor quantidade de movimento desse corpo tinha
mesmas sobre a placa. intensidade
v (m/s)
a) 35 N · s 25

b) 50 N · s
c) 65 N · s 13

d) 80 N · s
t (s)
e) 95 N · s 0 2,0 5,0

Conservação da quantidade de movimento


110. Dois blocos A e B estão em duas pistas paralelas em uma superfície sem→atrito. A partir do repouso, os dois
começam a ser empurrados ao mesmo tempo, por uma força constante F de mesma intensidade. Sabendo
que mB = 2mA, a relação entre os momentos lineares do bloco A e B após 5 segundos é igual a:

F
A

QB
a) QA =
2

b) QA = 2QB

c) QB = 4QA

d) QB = QB

e) Q = 5QB
A
2

Caderno de Atividades 357


111. (FAAP-SP) Uma bola de tênis é arremessada contra um piso duro e horizontal, de tal modo que a velocida-
de antes do choque (Vi) tem mesmo módulo que a velocidade imediatamente após o choque (Vf), ou seja,
|Vi| = |Vf| = V. Considere duas situações:

vi

vi vf
vf

45f 45f
piso piso

Quanto ao módulo do impulso aplicado pelo piso na bola de tênis na situação A, IA, e na situação B, IB, é
correto afirmar que:
a) IA = √2 · IB
b) IA = IB/2
c) IA = IB
d) IA = 2 · IB
e) IA = √2 / 2 · IB

112. (FUVEST-SP) Um trabalhador de massa m está em pé, em repouso, sobre uma plataforma de massa M. O
conjunto se move, sem atrito, sobre trilhos horizontais e retilíneos, com velocidade de módulo constante
v. Num certo instante, o trabalhador começa a caminhar sobre a plataforma e permanece com velocidade
de módulo v, em relação a ela, e com sentido oposto ao do movimento dela em relação aos trilhos. Nessa
situação, o módulo da velocidade da plataforma em relação aos trilhos é

a)

b)

c)

d)

e)

358 1ª. Série


Física

113. (CEFET-MG) Em um pátio de manobras de uma estação ferroviária, uma locomotiva de massa 2,0 · 104 kg
movimenta-se em linha reta a uma velocidade de 10,8 km/h e choca-se com um vagão em repouso de
massa 1,0 · 104 kg, sendo que ambos ficam engatados e seguem em movimento. Desprezando-se o atrito
de rolamento, é correto concluir que:
a) a velocidade do conjunto é de 7,2 km/h.
b) a energia cinética do conjunto é de 9,0 · 104 J.
c) a quantidade de movimento do conjunto é de 4,0 · 104 kg·m/s.
d) o momento linear da locomotiva antes da colisão era 3 · 104 kg·m/s.
e) a energia cinética da locomotiva antes da colisão era 1,2 · 105 J.

114. (UNESP) Em um jogo de sinuca, a bola A é lançada com velocidade V de módulo constante e igual a 2 m/s
em uma direção paralela às tabelas (laterais) maiores da mesa, conforme representado na figura 1. Ela
choca-se de forma perfeitamente elástica com a bola B, inicialmente em repouso, e, após a colisão, elas
se movem em direções distintas, conforme a figura 2.
FIGURA 1 FIGURA 2

V’
A

V
A B
B

fora de escala fora de escala

Sabe-se que as duas bolas são de mesmo material e idênticas em massa e volume. A bola A tem, imedia-
tamente depois da colisão, velocidade V’ de módulo igual a 1 m/s. Desprezando os atritos e sendo E’B a
energia cinética da bola B imediatamente depois da colisão e E A a energia cinética da bola A antes da
colisão, a razão E’B / E A é igual a

a)

b)

c)

d)

e)

Caderno de Atividades 359


115. (PUC-SP) Uma esfera de massa M, é abandonada do repouso, no ponto 1 de uma rampa de altura h, por
onde passa a deslizar sem atrito. No ponto 2, ela se choca frontalmente com outra esfera de massa 1,5M,
também inicialmente em repouso. Sendo a colisão perfeitamente elástica, qual a razão h’/h, expressa em
porcentagem (%), entre a nova altura alcançada pela esfera e a altura inicial?
M

h 1,5 M

a) 1 d) 4
b) 2 e) 5
c) 3

116. (FUVEST-SP) Um fóton, com quantidade de movimento na direção e sentido do eixo x, y


colide com um elétron em repouso. Depois da colisão, o elétron passa a se mover com
quantidade de movimento p, e no plano xy, como ilustra a figura ao lado. Dos vetores p
abaixo, o único que poderia representar a direção e sentido da quantidade de movimento
do fóton, após a colisão, é x
pe
a) y d) y

pf

x x

pf

b) y e) y

pf pf

x x

c) y

x
pf

360 1ª. Série


Física

117. (ITA-SP) Apoiado sobre patins numa superfície 118. (FUVEST-SP)


horizontal sem atrito, um atirador dispara um
projétil de massa m com velocidade v contra um
v
alvo a uma distância d. Antes do disparo, a mas-
sa total do atirador e seus equipamentos é M.
Sendo vs a velocidade do som no ar e despre-
zando a perda de energia em todo o processo,
quanto tempo após o disparo o atirador ouviria o Maria Luísa
ruído do impacto do projétil no alvo?
Maria e Luísa, ambas de massa M, patinam
a) no gelo. Luísa vai ao encontro de Maria com
velocidade de módulo V. Maria, parada na pista,
segura uma bola de massa m e, num certo
instante, joga a bola para Luísa. A bola tem
b)
velocidade de módulo v, na mesma direção de V.
Depois que Luísa agarra a bola, as velocidades
de Maria e Luísa, em relação ao solo, são,
c) respectivamente,

a)
d)

e) b)

c)

d)

e)

Caderno de Atividades 361


119. (PUC-SP) “Se beber não dirija” esse é o slogan da campanha da Lei Seca. O proprietário do veículo ilustrado
na figura abaixo não seguiu as recomendações veiculadas na campanha e colidiu violentamente contra um
poste. A colisão foi

a) perfeitamente elástica com dissipação máxima da energia cinética e nenhuma conservação da


quantidade de movimento.
b) inelástica com conservação total da energia cinética do sistema.
c) parcialmente elástica com dissipação máxima de energia cinética e nenhuma conservação da quantidade
de movimento.
d) perfeitamente elástica com conservação total da energia cinética e da quantidade de movimento.
e) inelástica com dissipação máxima da energia cinética.

120. (ITA-SP) Um disco rígido de massa M e centro O, pode oscilar sem atrito num plano vertical em torno de
uma articulação P. O disco é atingido por um projétil de massa m << M que se move horizontalmente com
velocidade v no plano do disco. Após a colisão, o projétil se incrusta no disco e o conjunto gira em torno
de P até o ângulo θ. Nestas condições afirmam-se:
I. A quantidade de movimento do conjunto projétil + disco se mantém a mesma imediatamente antes e
imediatamente depois da colisão.
II. A energia cinética do conjunto projétil + disco se mantém a mesma imediatamente antes e imediatamen-
te depois da colisão.
III. A energia mecânica do conjunto projétil + disco imediatamente após a colisão é igual à da posição de
ângulo θ/2.

P g P
g

θ
O O
m

Projétil + disco

É (são) verdadeira(s) apenas a(s) assertiva(a):


a) I
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) III

362 1ª. Série


Física

121. (UNESP) Um brinquedo é constituído por dois carrinhos idênticos, A e B, de massas iguais a 3 kg e por uma
mola de massa desprezível, comprimida entre eles e presa apenas ao carrinho A. Um pequeno dispositivo,
também de massa desprezível, controla um gatilho que, quando acionado, permite que a mola se distenda.
1,5m/s
1m/s
A B A B

antes do disparo depois do disparo

Antes de o gatilho ser acionado, os carrinhos e a mola moviam-se juntos, sobre uma superfície plana
horizontal sem atrito, com energia mecânica de 3,75 J e velocidade de 1 m/s, em relação à superfície. Após
o disparo do gatilho, e no instante em que a mola está totalmente distendida, o carrinho B perde contato
com ela e sua velocidade passa a ser de 1,5 m/s, também em relação a essa mesma superfície.
Nas condições descritas, calcule a energia potencial elástica inicialmente armazenada na mola antes de
o gatilho ser disparado e a velocidade do carrinho A, em relação à superfície, assim que B perde contato
com a mola, depois de o gatilho ser disparado.

122. (FUVEST-SP) Uma das hipóteses para explicar a extinção dos dinossauros, ocorrida há cerca de 60 milhões
de anos, foi a colisão de um grande meteoro com a Terra. Estimativas indicam que o meteoro tinha massa
igual a 1016 kg e velocidade de 30 km/s, imediatamente antes da colisão. Supondo que esse meteoro es-
tivesse se aproximando da Terra, numa direção radial em relação à orbita desse planeta em torno do Sol,
para uma colisão frontal, determine
a) a quantidade de movimento Qi do meteoro imediatamente antes da colisão;
b) a energia cinética Ec do meteoro imediatamente antes da colisão;
c) a componente radial da velocidade da Terra, vr, pouco depois da colisão;
d) a energia Ed, em megatons, dissipada na colisão.
(adote: A órbita da Terra é circular. Massa da Terra: 6 ⋅ 1024 kg. 1 megaton = 4 ⋅ 1015 J é a energia liberada
pela explosão de um milhão de toneladas de trinitrotolueno)

Caderno de Atividades 363


123. (FUVEST-SP) Um núcleo de polônio – 204 (204Po), em repouso, transmuta-se em núcleo de chumbo –
200 (200Pb), emitindo uma partícula (α) com energia cinética Eα. Nesta reação, a energia cinética do núcleo
de chumbo é igual a:
Núcleo Massa (u)
204
Po 204
200
Pb 200
α 4
Note e adote:
1 u = 1 unidade de massa atômica

a) Eα

b)

c)

d)

e)

MOVIMENTO UNIFORME
124. (UNESP) Os dois primeiros colocados de uma prova de 100 m rasos de um campeonato de atletismo foram,
respectivamente, os corredores A e B. O gráfico representa as velocidades escalares desses dois corredo-
res em função do tempo, desde o instante da largada (t = 0) até os instantes em que eles cruzaram a linha
de chegada.
V (m/s)
A
14
12
B
10
8
6
4

2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 t (s)

Analisando as informações do gráfico, é correto afirmar que, no instante em que o corredor A cruzou a linha
de chegada, faltava ainda, para o corredor B completar a prova, uma distância, em metros, igual a

a) 5
b) 25
c) 15
d) 20
e) 10

364 1ª. Série


Física

125. (CEFET-MG) Um objeto tem a sua posição (x) em 126. (UNESP) A figura representa, de forma simplifica-
função do tempo (t) descrito pela parábola con- da, o autódromo de Tarumã, localizado na cida-
forme o gráfico. de de Viamão, na Grande Porto Alegre. Em um
evento comemorativo, três veículos de diferentes
categorias do automobilismo, um kart (K), um
fórmula 1 (F) e um stock-car (S), passam por di-
ferentes curvas do circuito, com velocidades es-
calares iguais e constantes.

Analisando-se esse movimento, o módulo de sua


velocidade inicial, em m/s, e de sua aceleração,
em m/s2, são respectivamente iguais a
a) 10 e 20
b) 10 e 30 As tabelas 1 e 2 indicam, respectivamente e de
c) 20 e 10 forma comparativa, as massas de cada veículo e
d) 20 e 30 os raios de curvatura das curvas representadas na
e) 30 e 10 figura, nas posições onde se encontram os veículos.

Tabela 1 Tabela 2
Veículo Massa Curva Raio
Kart M Tala Larga 2R
Fórmula 1 3M do Laço R
Stock-car 6M Um 3R

Sendo FK, FF e FS os módulos das forças resul-


tantes centrípetas que atuam em cada um dos
veículos nas posições em que eles se encontram
na figura, é correto afirmar que
a) FS < FK < FF
b) FK < FS < FF
c) FK < FF< FS
d) FF < FS < FK
e) FS < FF < FK

Caderno de Atividades 365


127. (FUVEST-SP) Nina e José estão sentados em ca- 128. (FUVEST-SP) Um DJ, ao preparar seu equipamento,
deiras, diametralmente opostas, de uma ro- esquece uma caixa de fósforos sobre o disco de
da-gigante que gira com velocidade angular vinil, em um toca-discos desligado. A caixa se en-
constante. Num certo momento, Nina se encon- contra a 10 cm do centro do disco. Quando o toca-
tra no ponto mais alto do percurso, e José, no discos é ligado, no instante t = 0, ele passa a girar
mais baixo; após 15 s, antes de a roda comple- com aceleração angular constante α = 1,1 rad/s2,
tar uma volta, suas posições estão invertidas. A até que o disco atinja a frequência final f = 33 rpm
roda-gigante tem raio R = 20 m e as massas de que permanece constante. O coeficiente de atri-
Nina e José são, respectivamente, MN = 60 kg e to estático entre a caixa de fósforos e o disco é
MJ = 70 kg. Calcule µe = 0,09. Determine
a) a velocidade angular final do disco, ωf , em
a) o módulo v da velocidade linear das cadeiras rad/s;
da roda-gigante; b) o instante tf em que o disco atinge a velocidade
b) o módulo aR da aceleração radial de Nina e de angular ωf .
José; c) a velocidade angular ω do disco no instante
c) os módulos NN e NJ das forças normais que tc em que a caixa de fósforos passa a se
as cadeiras exercem, respectivamente, sobre deslocar em relação ao mesmo;
Nina e sobre José no instante em que Nina d) o ângulo total ∆θ percorrido pela caixa de
se encontra no ponto mais alto do percurso e fósforos desde o instante t = 0 até o instante
José, no mais baixo. t = tc.

366 1ª. Série


Física

129. (UNESP) A figura representa, de forma simplificada, parte de um sistema de engrenagens que tem a função
de fazer girar duas hélices, H1 e H2 . Um eixo ligado a um motor gira com velocidade angular constante e
nele estão presas duas engrenagens, A e B. Esse eixo pode se movimentar horizontalmente assumindo a
posição 1 ou 2. Na posição 1, a engrenagem B acopla-se à engrenagem C e, na posição 2, a engrenagem A
acopla-se à engrenagem D.Com as engrenagens B e C acopladas, a hélice H1 gira com velocidade angular
constante ω1 e, com as engrenagens A e D acopladas, a hélice H2 gira com velocidade angular constante ω2.
POSIÇÃO 1 POSIÇÃO 2

B B
eixo ligado A eixo ligado A
ao motor ao motor

H2 H2
H1 H1
D D
C C

Considere RA, RB, RC e RD os raios das engrenagens A, B, C e D, respectivamente. Sabendo que RB = 2RA e
que RC = RD é correto afirmar que a relação ω1/ω2 é igual a
a) 1,0 d) 2,0
b) 0,2 e) 2,2
c) 0,5

130. (UNICAMP-SP) As máquinas cortadeiras e colheitadeiras de cana-de-açúcar podem substituir dezenas de


trabalhadores rurais, o que pode alterar de forma significativa a relação de trabalho nas lavouras de ca-
na-de-açúcar. A pá cortadeira da máquina ilustrada na figura abaixo gira em movimento circular uniforme
a uma frequência de 300 rpm. A velocidade de um ponto extremo P da pá vale:
(Considere π = 3)

a) 9 m/s
b) 15 m/s
c) 18 m/s
d) 60 m/s

Caderno de Atividades 367


131. (FUVEST-SP) Duas pequenas esferas, cada uma 132. (IFSUDESTE-MG) Uma máquina de lavar roupas tem
com massa de 0,2 kg, estão presas nas extremi- alguns ciclos de funcionamento, por exemplo,
dades de uma haste rígida, de 10 cm de compri- molho, lavagem e centrifugação. No ciclo de cen-
mento, cujo ponto médio está fixo no eixo de um trifugação, a rotação do cesto (ver figura abaixo),
motor que fornece 4 W de potência mecânica. A onde ficam as roupas, pode chegar a 900 rpm,
figura a seguir ilustra o sistema. No instante t = 0, dependendo da marca da máquina. Certo dia, um
o motor é ligado e o sistema, inicialmente em re- garoto resolveu colocar um gato de 6 kg dentro de
pouso, passa a girar em torno do eixo. Determine uma máquina de lavar roupas para ser centrifuga-
do, e, assim, ficar sequinho. Inicialmente, o motor
foi acionado e o cesto começou a girar lentamen-
te. Após alguns segundos de funcionamento, o
motor foi aumentando sua rotação. Nesse mo-
mento, alguém, vendo que o gato estava prestes
a morrer, correu e o retirou de dentro da máquina.
Se ele não tivesse sido retirado, ele giraria junto,
colado à parte interna do cesto da máquina, e
Eixo do sua vida poderia então se findar. Considerando
motor
que o raio do cesto da máquina tem 18 cm e que
atinge a frequência constante de 900 rpm, qual
seria o valor aproximado da força, na direção
radial, que o cesto aplicaria no gato durante a
a) a energia cinética total E das esferas em
sua rotação constante, em newtons?
t = 5 s;
b) a velocidade angular ω de cada esfera em a) 120π2
t = 5 s; raio
b) 972π2
c) a intensidade F da força entre cada esfera e a
haste, em t = 5 s; c) 830π2
d) a aceleração angular média α de cada esfera, d) 1 944π2
entre t = 0 e t = 5 s.
e) 2 160π2

368 1ª. Série


Física

133. (IFSudeste-MG) Durante mais uma viagem de 134. (UNICAMP-SP) Considere um computador que
carro, Pedro tenta ultrapassar um caminhão armazena informações em um disco rígido que
que está a sua frente. Em determinado instan- gira a uma frequência de 120 Hz. Cada unidade
te, o carro de Pedro tem uma velocidade de de informação ocupa um comprimento físico
108 km/h e o caminhão possui uma velocida- de 0,2 m na direção do movimento de rotação
de de 90 km/h. Se o para-choque dianteiro do do disco. Quantas informações magnéticas
carro está a uma distância de 12 m do para- passam, por segundo, pela cabeça de leitura,
choque traseiro do caminhão, e se os veículos se ela estiver posicionada a 3 cm do centro de
mantiverem as suas velocidades constantes, seu eixo, como mostra o esquema simplificado
podemos afirmar CORRETAMENTE que a dis- apresentado abaixo?
tância percorrida pelo carro, para que o seu (Considere π = 3)
para-choque dianteiro alinhe com para-choque Disco rígido
traseiro do caminhão, será de: Cabeça de leitura
a) 12 m
b) 18 m
3 cm
c) 28,8 m
d) 60 m
e) 72 m

0,2 μm

a) 1,62 ∙ 106
b) 1,8 ∙ 106
c) 64,8 ∙ 108
d) 1,08 ∙ 108

Caderno de Atividades 369


135. (UNESP) Em um show de patinação no gelo, duas 136. (UFJF) A Lua está situada a uma distância de
garotas de  massas iguais giram em  movimento 3,8 ∙ 108 m da Terra e completa uma volta a cada
circular uniforme em torno de uma haste vertical 27,3 dias. Com essas informações e admitindo
fixa, perpendicular ao plano horizontal. a órbita da Lua como circular, calcule a sua ace-
Duas fitas, F1 e F2, inextensíveis, de massas leração centrípeta e, depois, marque a opção
desprezíveis e mantidas na horizontal, ligam uma CORRETA.
garota à outra, e uma delas à haste. Enquanto as a) 3,75 · 10–4 m/s2
garotas patinam, as fitas, a haste e os centros
b) 5,82 · 10–3 m/s2
de massa das garotas mantêm-se num mesmo
plano perpendicular ao piso plano e horizontal. c) 2,70 · 10–3 m/s2
d) 3,70 · 10–3 m/h2
F1 F2 e) 4,80 · 10–3 m/h2

haste
vertical
R

2R

Considerando as informações indicadas na figu-


ra, que o módulo da força de tração na fita F1 é
igual a 120 N e desprezando o atrito e a resistên- 137. (FUVEST-SP) Uma criança com uma bola nas mãos
cia do ar, é correto afirmar que o módulo da força está sentada em um “gira-gira” que roda com velo-
de tração, em newtons, na fita F2 é igual a cidade angular constante e frequência f = 0,25 Hz.
a) 120 a) Considerando que a distância da bola ao cen-
b) 240 tro do “gira-gira” é 2 m, determine os módulos
da velocidade VT e da aceleração a da bola,
c) 60
em relação ao chão. Num certo instante, a
d) 210 criança arremessa a bola horizontalmente em
e) 180 direção ao centro do “gira-gira”, com velo-
cidade VR de módulo 4 m/s, em relação a si.
Determine, para um instante imediatamente
após o lançamento,
b) o módulo da velocidade U da bola em relação
ao chão;
c) o ângulo θ entre as direções das velocidades
U e VR da bola.
(Use π = 3)

370 1ª. Série


Física

138. Uma massa m é amarrada a uma corda de com- 140. Em um tempo t = 0, dois automóveis A e B se en-
primento R e colocada em movimento circular contram em estradas paralelas em uma mesma
uniforme na vertical, conforme mostra a figura. posição. A descrição de seus movimentos está
Sabendo que a velocidade angular do movimento destacadas nos gráficos abaixo.
é ω. Qual a tensão máxima sofrida pela corda? v (m/s)
A
R 10
Vertical

0
5 B 10
t (s)

a)
Qual a distância entre os dois móveis no tempo
de 13 s?
b) a) 25 m d) 40 m
b) 130 m e) 50 m
c) 90 m
c)

d)

e) 141. O gráfico abaixo mostra as medidas da veloci-


dade de um ônibus entre duas paradas conse-
cutivas em determinados instantes. A partir da
interpretação do gráfico, pode-se afirmar acerta-
damente que:

139. A London Eye é uma roda-gigante de 135 m de


altura, muito famosa, situada em Londres.
É uma das atrações mais visitadas da cidade.
Dela, o turista pode apreciar uma vista incrível
da cidade. Sabendo que a London Eye dá uma
volta completa em aproximadamente meia hora,
qual a velocidade relativa, em cm/s, entre duas
cápsulas A e B, sabendo que eles estão respec- a) O ônibus estava em um movimento retilíneo
tivamente no ponto mais alto e mais baixo da ro- uniformemente variado entre os trechos 0 e
da-gigante. (Use π = 3) 4 s.
b) Entre os tempos 4 e 10s, o movimento do
a) 45 ônibus é uniforme.
b) 50 c) A maior aceleração em módulo aplicada pelo
ônibus ocorre entre 10 e 15 segundos.
c) 22,5
d) Entre os tempos 4 e 10s, o ônibus anda 80 m.
d) 37 e) Não é possível inferir exatamente qual o tipo
e) 25 ©Shutterstock/Johavel do movimento do ônibus.

Caderno de Atividades 371


142. Três polias ideais estão conectadas sem escorregamento, como mostra a figura abaixo. Se a polia 1 gira
com frequência f1, e a polia 3 com frequência f3, Qual a razão entre as frequências f1 e f3?

2R
a) 2

b) 1/2

c) 4 R
2

d) 1/4 2R 3

143. 1(FAAP-SP) Uma pequena esfera de massa m está presa por meio de um fio ao teto de um vagão de metrô
que, em movimento retilíneo, horizontal e para a direita, se aproxima de uma estação. O módulo da veloci-
dade do vagão varia com o tempo, até parar na estação, de acordo com o gráfico. Considere três possíveis
inclinações do fio que prende a esfera:
A correspondência correta entre as inclinações com os intervalos de tempo é:

O t1 t2 t3 t

Intervalo de Tempo 0 a t1 t1 a t2 t2 a t3

a) I III II

b) III II I

c) I III I

d) I II I

e) II I III

144. Duas partículas percorrem pistas de tamanhos diferentes e em sentidos contrários. Em um tempo t = 0 elas
se encontram em uma mesma posição como mostrado na figura abaixo. Considere que a velocidade da
partícula A é igual a V, enquanto a velocidade da partícula B é igual a 2V. Qual a distância percorrida pela
partícula B quando as duas se encontrarem novamente na mesma posição do tempo inicial?

a) 10π ∙ R

b) 8π ∙ R

c) 5π ∙ R A B
R
d) 9π ∙ R/2 3R

e) 12π ∙ R

372 1ª. Série


Física

145. Dois carros A e B, que se encontram a 50 m de 147. (MACK-SP) No trecho de estrada ilustrado, a curva
distância um do outro, se movimentam em pistas pontilhada é um arco circular e o raio da circunfe-
paralelas na mesma direção sentido como repre- rência que o contém mede 500 m. A placa sinaliza
sentado abaixo. Sabendo que se dobrar a veloci- que a velocidade máxima permitida, ao longo des-
dade de A, o tempo de encontro fica cinco vezes sa linha, é 90 km/h.
menor, qual a velocidade do carro A?
B
15 m/s
A

Considerando a segurança da estrada e admitin-


do-se que essa velocidade máxima possa ocor-
rer independentemente do atrito entre os pneus
do automóvel e a pavimentação plana da pista,
o ângulo de inclinação mínimo, entre o plano da
pista e a horizontal, indicado na figura, deve me-
dir, aproximadamente,

146. (FUVEST-SP) A notícia “Satélite brasileiro cai na Ter- 5,25° 6,10° 7,15° 8,20° 9,10°
ra após lançamento falhar”, veiculada pelo jornal
sen 0,0992 0,106 0,124 0,143 0,158
O Estado de S.Paulo de 10/12/2013, relata que
o satélite CBERS-3, desenvolvido em parceria cos 0,996 0,994 0,992 0,990 0,987
entre Brasil e China, foi lançado no espaço a uma
tan 0,092 0,107 0,125 0,144 0,160
altitude de 720 km (menor do que a planejada) e
com uma velocidade abaixo da necessária para
colocá-lo em órbita em torno da Terra. Para que o (g = 10 m/s2)
satélite pudesse ser colocado em órbita circular
a) 5,25°
na altitude de 720 km, o módulo de sua velocida-
de (com direção tangente à órbita) deveria ser de b) 6,10°
aproximadamente, c) 7,15°
a) 61 km/s d) 8,20°
b) 25 km/s e) 9,10°
c) 11 km/s
d) 7,7 km/s
e) 3,3 km/s

Caderno de Atividades 373


148. (UNESP-SP) No dia 5 de junho de 2012, pôde-se 149. (UNICAMP-SP) “As denúncias de violação de tele-
observar, de determinadas regiões da Terra, o fe- fonemas e transmissão de dados de empresas e
nômeno celeste chamado trânsito de Vênus, cuja cidadãos brasileiros serviram para reforçar a tese
próxima ocorrência se dará em 2117. das Forças Armadas da necessidade de o Bra-
sil dispor de seu próprio satélite geoestacionário
de comunicação militar” (O Estado de São Paulo,
15/07/2013). Uma órbita geoestacionária é carac-
terizada por estar no plano equatorial terrestre,
sendo que o satélite que a executa está sempre
acima do mesmo ponto no equador da superfície
terrestre. Considere que a órbita geoestacionária
tem um raio r = 42 000 km.
a) Calcule a aceleração centrípeta de um satélite
em órbita circular geoestacionária.

Tal fenômeno só é possível porque as órbitas


de Vênus e da Terra, em torno do Sol, são
aproximadamente coplanares, e porque o raio
médio da órbita de Vênus é menor que o da
Terra. Portanto, quando comparado com a Terra, b) A energia mecânica de um satélite de massa
Vênus tem m em órbita circular em torno da Terra é
a) o mesmo período de rotação em torno do Sol. GMm
dada por E = − , em que r é o raio da
b) menor período de rotação em torno do Sol. 2r
c) menor velocidade angular média na rotação órbita, M = 6 · 1024 kg é a massa da Terra e
em torno do Sol. Nm2
G = 6,7 · 10–11 . O raio de órbita de
d) menor velocidade escalar média na rotação kg2
em torno do Sol.
satélites comuns de observação (não
e) menor frequência de rotação em torno do Sol.
geoestacionários) é tipicamente de 7 000 km.
Calcule a energia adicional necessária para
colocar um satélite de 200 kg de massa em
uma órbita geoestacionária, em comparação
a colocá-lo em uma órbita comum de
observação.

374 1ª. Série


Física

150. (PUC-MG) Um internauta brasileiro reside na cida- a) ωT em função da constante gravitacional G, da


de de Macapá situada sobre o equador terrestre massa MS do Sol e da distância R entre a Terra
a 0 de latitude. Um colega seu reside no extre- e o Sol;
mo sul da Argentina. Eles conversam sobre a ro-
tação da Terra. Assinale a afirmativa CORRETA.
a) Quando a Terra dá uma volta completa, a
distância percorrida pelo brasileiro é maior
que a distância percorrida pelo argentino.
b) O período de rotação para o argentino é maior
que para o brasileiro.
c) Ao final de um dia, eles percorrerão a mesma
distância.
d) Se essas pessoas permanecem em repouso
diante de seus computadores, elas não
percorrerão nenhuma distância no espaço.

b) o valor de ωA em rad/s;

c) a expressão do módulo Fr da força gravita-


cional resultante que age sobre o satélite, em
função de G, MS, MT, m, R e d, sendo MT e m,
respectivamente, as massas da Terra e do sa-
télite e d a distância entre a Terra e o satélite.

151. (FUVEST-SP) Há um ponto no segmento de reta


unindo o Sol à Terra, denominado “Ponto de La-
grange L1”. Um satélite artificial colocado nesse
ponto, em órbita ao redor do Sol, permanecerá
sempre na mesma posição relativa entre o Sol e
a Terra. Nessa situação, ilustrada na figura a se-
guir, a velocidade angular orbital ωA do satélite
em torno do Sol será igual à da Terra, ωT .Para
essa condição, determine

Sol Terra

L1

d
R

Caderno de Atividades 375


152. Um pequeno satélite de massa m com velocida- 153. (ITA-SP) Um funil que gira com velocidade angular
GM uniforme em torno do seu eixo vertical de sime-
de v 0 = está sendo posto na órbita de um tria apresenta uma superfície cônica que forma
6R
um ângulo θ com a horizontal, conforme a figura.
planeta de massa M e raio R. Para isso, ele tem Sobre esta superfície, uma pequena esfera gira
um sistema propulsor que o coloca na velocida- com a mesma velocidade angular mantendo-se a
de exata que o deixará na órbita do planeta, na uma distância d do eixo de rotação. Nestas con-
dições, o período de rotação do funil é dado por
distância observada no desenho. Considerando
que o satélite está sempre à mesma distância do
planeta, qual o trabalho realizado pelo propulsor
para que ele seja colocado em órbita? Despreze
qualquer tipo de atrito e considere que as únicas d
forças que agem sobre o satélite é a gravidade e
θ
força do propulsor.
VO
m

a) 2π d / g . senθ
3R

b) 2π d / g . cos θ
M
R
c) 2π d / g . tan θ

d) 2π 2d / g . sen2θ

3GMm 2GMm
a) d) e) 2π d . cos θ / g . tan θ
2 3

b) GMm GMm
e)
2
GMm
c)
24

376 1ª. Série


Física

154. (FUVEST-SP) Uma estação espacial foi projetada 155. (FUVEST-SP) Para passar de uma margem a outra
com formato cilíndrico, de raio R igual a 100 m, de um rio, uma pessoa se pendura na extremida-
como ilustra a figura a seguir. Para simular o efei- de de um cipó esticado, formando um ângulo de
to gravitacional e permitir que as pessoas cami- 30° com a vertical, e inicia, com velocidade nula,
nhem na parte interna da casca cilíndrica, a es- um movimento pendular. Do outro lado do rio, a
tação gira em torno de seu eixo, com velocidade pessoa se solta do cipó no instante em que sua
angular constante . As pessoas terão sensação velocidade fica novamente igual a zero. Imedia-
de peso, como se estivessem na Terra, se a velo- tamente antes de se soltar, sua aceleração tem
cidade for de, aproximadamente a) valor nulo.
b) direção que forma um ângulo de 30° com a
vertical e módulo 9 m/s2.
c) direção que forma um ângulo de 30° com a
vertical e módulo 5 m/s2.
d) direção que forma um ângulo de 60° com a
vertical e módulo 9 m/s2.
e) direção que forma um ângulo de 60° com a
vertical e módulo 5 m/s2.

a) 0,1 rad/s
b) 0,3 rad/s
c) 1 rad/s
d) 3 rad/s
e) 10 rad/s

Caderno de Atividades 377


Movimento uniformemente variado
156. (UNESP) Dois automóveis estão parados em um semáforo para pedestres localizado em uma rua plana e
retilínea. Considere o eixo x paralelo à rua e orientado para direita, que os pontos A e B da figura repre-
sentam esses automóveis e que as coordenadas xA(0) = 0 e xB(0) = 3, em metros, indicam as posições
iniciais dos automóveis.

B
A

Interbits®
O 3 x (m)

Os carros partem simultaneamente em sentidos opostos e suas velocidades escalares variam em função
do tempo, conforme representado no gráfico.

V(m/s)
carro A
10

0 5 8

-10
carro B

Considerando que os automóveis se mantenham em trajetórias retilíneas e paralelas, calcule o módulo do


deslocamento sofrido pelo carro A entre os instantes 0 e 15 s e o instante t, em segundos, em que a dife-
rença entre as coordenadas xA e xB, dos pontos A e B, será igual a 332 m.

378 1ª. Série


Física

157. (CEFET-MG) A figura ilustra a trajetória de uma bola 159. (MACK-SP) Dois corpos A e B de massas mA= 1,0 kg
que foi lançada com velocidade inicial v0 e incli- e mB = 1,0. 103 kg, respectivamente, são abando-
nação θo com o plano horizontal. nados de uma mesma altura h, no interior de um
y(m) v tubo vertical onde existe o vácuo. Para percorrer
v a altura h,
B v
a) o tempo de queda do corpo A é igual ao do
A C corpo B.
vo
b) o tempo de queda do corpo A é maior que o
θo
x(m)
do corpo B.
O D c) o tempo de que da do corpo A é menor que o
v do corpo B.
d) o tempo de queda depende do volume dos
Desprezando-se o efeito de resistência do ar, corpos A e B.
afirma-se: e) o tempo de queda depende da forma
I. Uma componente vetorial da velocidade geométrica dos corpos A e B.
em A é igual a uma componente vetorial da
velocidade em C. 160. (MACK-SP) Um zagueiro chuta uma bola na dire-
ção do atacante de seu time, descrevendo uma
II. As intensidades dos vetores velocidade nos
trajetória parabólica. Desprezando-se a resistên-
pontos A e C são iguais.
cia do ar, um torcedor afirmou que
III. A componente vertical do vetor velocidade no
I. a aceleração da bola é constante no decorrer
ponto B é zero.
de todo movimento.
IV. O vetor velocidade no ponto B é nulo.
II. a velocidade da bola na direção horizontal é
São corretas apenas as afirmativas constante no decorrer de todo movimento.
a) I e II. III. a velocidade escalar da bola no ponto de
b) II e IV. altura máxima é nula.
c) III e IV. Assinale
d) I, II e III. a) se somente a afirmação I estiver correta.
e) II, III e IV. b) se somente as afirmações I e III estiverem
corretas.
158. (UNICAMP-SP) Recentemente, uma equipe de as- c) se somente as afirmações II e III estiverem
trônomos afirmou ter identificado uma estrela
corretas.
com dimensões comparáveis às da Terra, com-
posta predominantemente de diamante. Por ser d) se as afirmações I, II e III estiverem corretas.
muito frio, o astro, possivelmente uma estrela e) se somente as afirmações I e II estiverem
anã branca, teria tido o carbono de sua composi- corretas.
ção cristalizado em forma de um diamante prati-
camente do tamanho da Terra. 161. (UEMG) Imagine que, num mesmo instante, uma
Considerando que a massa e as dimensões dessa pedra seja abandonada por uma pessoa, na Ter-
estrela são comparáveis às da Terra, espera- ra, e por um astronauta, na Lua, de uma mesma
se que a aceleração da gravidade que atua em altura. Sabe-se que a gravidade na Lua é 6 vezes
corpos próximos à superfície de ambos os astros menor do que na Terra. Na Terra, despreze a re-
seja constante e de valor não muito diferente. sistência do ar no movimento da pedra.
Suponha que um corpo abandonado, a partir do Com base nessas informações, é CORRETO
repouso, de uma altura h = 54 m da superfície da afirmar que
estrela, apresente um tempo de queda t = 3,0 s.
Desta forma, pode-se afirmar que a aceleração a) as duas pedras chegarão juntas ao solo.
da gravidade na estrela é de b) as duas pedras chegarão ao solo com a mes-
ma velocidade.
a) 8,0 m/s2 c) o tempo gasto pela pedra para atingir o solo
b) 10 m/s2 será maior na terra do que na Lua.
c) 12 m/s2 d) a velocidade com que a pedra atinge o solo
d) 18 m/s2 na terra é maior do que na Lua.

Caderno de Atividades 379


162. (MACK-SP) Certo piloto de kart é avaliado durante 163. (FUVEST-SP) Arnaldo e Batista disputam uma cor-
uma prova, ao longo de um trecho retilíneo de rida de longa distância. O gráfico das velocida-
200 m de comprimento. O tempo gasto nesse des dos dois atletas, no primeiro minuto da cor-
deslocamento foi 20,0 s e a velocidade escalar rida, é mostrado na página de respostas.
do veículo variou segundo o diagrama abaixo. Determine
Nesse caso, a medida de v, no instante em que o v (m/s)
kart concluiu o trecho foi 6
Arnaldo

v (m/s)
4 Batista
v
2

12,5
0
0 10 20 30 40 50 60 t (s)
t (s)

O 12,0 16,0 20,0


a) a aceleração aB de Batista em t = 10 s;
a) 90,0 km/h b) as distâncias dAe dB percorridas por Arnaldo e
b) 60,0 km/h Batista, respectivamente, até t = 50 s;
c) 50,0 km/h c) a velocidade média vA de Arnaldo no intervalo
d) 30,0 km/h de tempo entre 0 e 50 s.
e) 25,0 km/h

380 1ª. Série


Física

164. O gráfico abaixo representa a velocidade de um 165. (UNESP) Um motorista dirigia por uma estrada
carteiro em função do tempo, quando, ao chegar plana e retilínea quando, por causa de obras, foi
ao portão de uma casa rosa, inicia uma corrida obrigado a desacelerar seu veículo, reduzindo
afastando-se da casa num trajetória retilínea, sua velocidade de 90 km/h (25 m/s) para 54 km/h
para fugir de um cão que corre em direção a ele. (15 m/s). Depois de passado o trecho em obras,
v (m/min) retornou à velocidade inicial de 90 km/h. O gráfi-
co representa como variou a velocidade escalar
do veículo em função do tempo, enquanto ele
80
passou por esse trecho da rodovia.
v (m/s)

25
0 0,5 2 3 t (min)
15

Figura1: Gráfico da velocidade em função do tempo

a) o movimento do carteiro é uniforme, apenas 0 10 20 30 40 50 60 70 80 t (s)


de 0 a 0,5 min.
Caso não tivesse reduzido a velocidade devido
b) no instante t = 3 min, algo acontece ao carteiro,
às obras, mas mantido sua velocidade constan-
e ele muda o sentido do seu movimento,
te de 90 km/h durante os 80 s representados no
voltando em direção à casa rosa.
gráfico, a distância adicional que teria percorrido
c) o movimento é acelerado durante todo o nessa estrada seria, em metros, de
percurso.
a) 1 650
d) no período de tempo em que a velocidade é
constante, ele percorre 160 m. b) 800
e) de 2 min a 3 min, o carteiro desacelera a uma c) 950
taxa em módulo igual a 45 m/min2. d) 1 250
e) 350

Caderno de Atividades 381


166. (UNESP) Em um dia de calmaria, um garoto sobre 167. (CEFET-MG) Na Terra a aceleração da gravidade é
uma ponte deixa cair, verticalmente e a partir do aproximadamente igual a 10 m/s2 e na Lua, 2 m/s2.
repouso, uma bola no instante t0 = 0 s. A bola Se um objeto for abandonado de uma mesma
atinge, no instante t4, um ponto localizado no ní- altura em queda livre nos dois corpos celestes,
vel das águas do rio e à distância h do ponto de então a razão entre os tempos de queda na Lua
lançamento. A figura apresenta, fora de escala, e na Terra é
cinco posições da bola, relativas aos instantes t0,
t1, t2, t3 e t4. Sabe-se que entre os instantes t2 e t3 1
a) d) 5
a bola percorre 6,25 m e que g = 10 m/s2. 10

b) e) 10

c) 1

Desprezando a resistência do ar e sabendo que o


intervalo de tempo entre duas posições consecu-
168. (MACK-SP) Uma bola de futebol, ao ser chutada
tivas apresentadas na figura é sempre o mesmo,
por um garoto, sai do solo com velocidade de
pode-se afirmar que a distância h, em metros, é
30,0 m/s, formando um ângulo de 60º acima da
igual a
horizontal. Desprezando a resistência do ar, a ve-
a) 25 locidade da bola no ponto mais alto da trajetória
b) 28 será de:
c) 22 Dados: g = 10 m/s2, cos 60º = 0,5 e sen 60º = 0,87.
d) 30
a) 11,1 m/s
e) 20
b) 15,0 m/s
c) 18,0 m/s
d) 26,1 m/s
e) 30,2 m/s

382 1ª. Série


Física

169. (MACK-SP) Vários corpos idênticos são abando- 171. A figura abaixo mostra o momento em que um
nados de uma altura de 7,20 m em relação ao projétil de massa desprezível foi atirado com ve-
solo, em intervalos de tempos iguais. Quando o locidade de 20 m/s em um ângulo de 30° com a
primeiro corpo atingir o solo, o quinto corpo ini- horizontal. o objetivo é que o projétil atinja a bola
cia seu movimento de queda livre. Desprezando que está caindo inicialmente apenas com veloci-
a resistência do ar e adotando a aceleração da dade na horizontal de 5 m/s. Considere g = 10 m/s2
gravidade g = 10,0 m/s2, a velocidade do segun- e que no momento que o projétil é atirado, a bola
do corpo nessas condições é começa a cair. A que altura inicial, em relação ao
a) 10,0 m/s projetil, a bola tem que estar para que o objetivo
seja cumprido? Despreze qualquer atrito dos ob-
b) 6,00 m/s
jetos com o ar.
c) 3,00 m/s
(Dados: sen 30° = 0,5 e cos 30°=0,9)
d) 9,00 m/s
e) 12,0 m/s 5 m/s

s
m/
20 h

30o

11,5 m

a) 5 m
b) 10 m
170. (CEFET-MG)Uma bola é lançada do chão em um c) 2 m
ângulo de 36,9º para dentro de uma quadra atrás d) 20 m
de um muro de 5,0 m de altura e situado a 20 m e) 25 m
de distância de quem a lançou. Desprezando-se
a resistência do ar, e considerando a aceleração
da gravidade, a velocidade inicial mínima para
que a bola passe por cima do obstáculo e atinja
a quadra, em m/s, é
(Dados: sen 36,9° = 0,6 e cos 36,9° = 0,8)

a) 12,5
b) 12,5√2
c) 12,5√3
d) 25√2
e) 25√3

Caderno de Atividades 383


172. Um automóvel inicia seu movimento a partir do 174. Um arqueiro almeja acertar no centro de um alvo
repouso com uma aceleração constante por uma distante 205,2 m. Para tanto, ele distende a corda
determinada distância. Se o processo for repeti- que tem uma constante elástica K = 729 N/m e
do com o dobro da aceleração, o que acontece mira exatamente no centro do alvo. A flecha tem
com o tempo quando percorrida a mesma dis- massa de 50 g. Determine a tangente do angulo
tância? formado entre a flecha e a horizontal que o arquei-
a) O tempo dobra. ro terá que fazer, para que, desprezando efeitos
do ar e qualquer flexão lateral da flecha, ele consi-
b) O tempo permanece o mesmo. ga acertar em cheio o alvo. A flecha levou aproxi-
madamente 3,6 s para chegar ao alvo.
c) É dividido pela metade
0,5m
d) Aumenta por um fator de 2.

e) Diminui por um fator de 2.

173. Um garoto, em um treino de pontaria, joga uma


bola com o objetivo de acertar no ar outra bola
que cai a partir de um segundo prédio distante
18,4 m do seu. Desprezando as perdas de energia
205,2m
por causa do ar, qual a velocidade relativa entre as
bolas no instante de encontro? Considerando que
o garoto acerte a jogada.
(Dados: g = 10m/s2, sen 60º = 0,9 e cos 60º = 0,5)
s
m/

2
40

60º

10 m/s
h
1

18,4 m

384 1ª. Série


Física

175. (UNICAMP-SP) Correr uma maratona requer prepa- 176. (UNICAMP-SP) A Agência Espacial Brasileira está
ro físico e determinação. A uma pessoa comum desenvolvendo um veículo lançador de satélites
se recomenda, para o treino de um dia, repetir 8 (VLS) com a finalidade de colocar satélites em ór-
vezes a seguinte sequência: correr a distância de bita ao redor da Terra. A agência pretende lançar
1 km à velocidade de 10,8 km/h e, posteriormen- o VLS em 2016, a partir do Centro de Lançamen-
te, andar rápido a 7,2 km/h durante dois minutos. to de Alcântara, no Maranhão.
a) Qual será a distância total percorrida pelo a) Considere que, durante um lançamento, o
atleta ao terminar o treino? VLS percorre uma distância de 1 200 km em
800 s. Qual é a velocidade média do VLS nes-
se trecho?

b) Suponha que no primeiro estágio do lança-


mento o VLS suba a partir do repouso com
aceleração resultante constante de módulo
aR. Considerando que o primeiro estágio dura
80 s, e que o VLS percorre uma distância de
32 km, calcule aR.

b) Para atingir a velocidade de 10,8 km/h, par-


tindo do repouso, o atleta percorre 3 m com
aceleração constante. Calcule o módulo da
aceleração a do corredor neste trecho.

177. (UNIMONTES-MG) Um carro A está parado num se-


máforo e, de repente, um carro B bate em sua
traseira. Como resultado da colisão, o carro A
é projetado para frente com uma velocidade de
módulo V, deslizando no asfalto por 12,5 metros,
até parar. Sabendo-se que o coeficiente de atrito
cinético entre o asfalto e os pneus é 0,4 e que a
aceleração da gravidade no local possui módulo
igual a 10 m/s2, você, como perito e conhecedor
das leis da Física para o estudo do movimento,
deve estimar o valor de V. Marque a alternativa
que apresenta a estimativa correta para V.
a) 5 m/s d) 20 m/s
b) 10 m/s e) 25 m/s
c) 15 m/s

Caderno de Atividades 385


178. (MACK-SP) Um aluno observa em certo instante 180. (UNESP) Um garçom deve levar um copo com
um bloco com velocidade de 5 m/s sobre uma água apoiado em uma bandeja plana e mantida
superfície plana e horizontal. Esse bloco desliza na horizontal, sem deixar que o copo escorregue
sobre essa superfície e para após percorrer 5 m. em relação à bandeja e sem que a água transbor-
Sendo g = 10 m/s2, o coeficiente de atrito cinético de do copo. O copo, com massa total de 0,4 kg,
entre o bloco e a superfície é parte do repouso e descreve um movimento re-
a) 0,75 d) 0,37 tilíneo e acelerado em relação ao solo, em um
plano horizontal e com aceleração constante.
b) 0,60 e) 0,25
c) 0,45

Em um intervalo de tempo de 0,8 s, o garçom


move o copo por uma distância de 1,6 m.
Desprezando a resistência do ar, o módulo da
força de atrito devido à interação com a bandeja,
em newtons, que atua sobre o copo nesse
intervalo de tempo é igual a

a) 2 d) 1
179. (CEFET-MG) Dentro de um recipiente contendo b) 3 e) 4
água, um objeto de 0,5 kg, em queda vertical c) 5
com movimento uniformemente variado sob
ação somente da força peso e do empuxo, des-
loca-se a partir do repouso por 2,0 m em 2,0 s.
Considerando-se a aceleração da gravidade lo-
cal igual a 10 m/s2, o empuxo sobre esse objeto,
em Newton, será igual a
a) 3,0 d) 4,5
b) 3,5 e) 5,0
c) 4,0

386 1ª. Série


Física

181. Duas bolas, 1 e 2, de massas M e 2M, respecti- 182. (CEFET-MG) Um projétil de massa m = 10,0 g viaja
vamente, movimentam-se pela ação da força F, a uma velocidade de 1,00 km/s e atinge um bloco
em cima de uma superfície cujo coeficiente de de madeira de massa M = 2,00 kg, em repouso,
atrito vale μ. Considerando que no instante t0 elas sobre uma superfície sem atrito, conforme mos-
se encontram em repouso e alinhadas como tra a figura.
mostra o desenho, qual a razão entre a energia
cinética da bola 1 e da bola 2 quando cruzam a
linha d? bloco d
projétil h
F M
30º
d
1

Considerando-se que a colisão entre o projétil e


2M
F o bloco seja perfeitamente inelástica e despre-
2 zando-se todas as forças resistivas, o valor apro-
ximado da distância d percorrida pelo bloco so-
bre a rampa, em metros, é
1 a) 1,25
a)
2 b) 1,50
c) 2,00
b) d) 2,50
e) 3,00

c)

d)

e)

Caderno de Atividades 387


183. (PUC-SP) Um canhão é fixado sobre uma plata- 184. Duas bolinhas de massa m1 = 2 kg e m2 = 3 kg se
forma retangular de madeira, constituindo um movimentam em trajetórias perpendiculares en-
conjunto que se encontra inicialmente em repou- tre si. As equações dos movimentos são descri-
so apoiado sobre um terreno plano e horizontal. tas abaixo.
Num dia de demonstração para os recrutas é dis- s1 = 0 + 10,5t
parado um projétil de massa m com velocidade
horizontal v. Após o disparo constatasse que o s2 =
conjunto (canhão + plataforma de madeira) sofre
um recuo horizontal d em relação à sua posição 42 m
inicial. Considerando que o conjunto tem uma
massa M (M>>m) e adotando para o módulo da
aceleração da gravidade o valor g, podemos afir- 1
mar que o coeficiente de atrito cinético (μ) entre
a superfície inferior da plataforma de madeira e o 2 kg
solo pode ser obtido através da expressão:

a)
( ( d)

e)
b) 2

3 kg

c) Considerando que as duas bolinhas se chocam


inelasticamente, qual a tangente do ângulo agu-
do, medido em relação à direção inicial da bola 1,
da trajetória que elas adquirem após o choque?
a) 3 d) 0,5
b) 1,25 e) 0,37
c) 2,14

388 1ª. Série


QUÍMICA
1ª. Série

A matéria, suas transformações,


propriedades e sua composição
1. (Unicamp) Um efluente industrial contaminado por Cr6+ recebe um tratamento químico que consiste na sua
acidificação e na adição de ferro metálico. O ferro metálico e o ácido reagem entre si, dando origem ao íon
Fe2+. Este, por sua vez, reage com o Cr6+, levando à formação dos íons Fe3+ e Cr3+. Depois desse passo do
tratamento, o pH do efluente é aumentado por adição de uma base, o que leva à formação dos correspon-
dentes hidróxidos pouco solúveis dos íons metálicos presentes. Os hidróxidos sólidos formados podem,
assim, ser removidos da água.
O resíduo sólido obtido ao final do processo de tratamento químico pode ser separado da água por de-
cantação ou por filtração. Desenhe dois esquemas para representar essas técnicas, incluindo possíveis
legendas.

Caderno de Atividades 389


2. (Ita) Metanol (CH3OH) e água deuterada (D2O) são misturados numa razão volumétrica de 7 : 3, respectiva-
mente, nas condições ambientes. A respeito dessa mistura, são feitas as seguintes afirmações:
I. Imediatamente após a mistura das duas substâncias é observada uma fase única.
II. Após o equilíbrio, observa-se uma fase única que contém as seguintes substâncias: CH3OH, D2O,
CH3OD e HOD.
III. Se for adicionado um cubo de D2O(s) à mistura, este flutuará na superfície da mistura líquida.
Assinale a opção que contém a(s) afirmação(ões) CORRETA(S).
a) Apenas I d) Apenas III
b) Apenas I e II e) Todas
c) Apenas II

3. (Fuvest) Uma embalagem de sopa instantânea apresenta, entre outras, as seguintes informações: “Ingre-
dientes: tomate, sal, amido, óleo vegetal, emulsificante, conservante, flavorizante, corante, antioxidante”.
Ao se misturar o conteúdo da embalagem com água quente, poderia ocorrer a separação dos componen-
tes X e Y da mistura, formando duas fases, caso o ingrediente Z não estivesse presente.
Assinale a alternativa em que X, Y e Z estão corretamente identificados.

X Y Z

a) água amido antioxidante

b) sal óleo vegetal antioxidante

c) água óleo vegetal antioxidante

d) água óleo vegetal emulsificante

e) sal água emulsificante

4. A seguir, é possível observar o gráfico de uma substância pura genérica qualquer, que inicia seu aqueci-
mento em –10 °C.
80
Temperatura (ºC)

60
40
20
0
2 3 4 5 6 7 8
-20
minutos

Sobre esse sistema, são realizadas as seguintes considerações.


I. Trata-se de uma substância cujo ponto de ebulição é igual a 10 °C.
II. Observa-se que a substância se apresenta no estado físico líquido por apenas um minuto.
III. Observa-se que a substância leva o mesmo tempo para realizar a fusão e a ebulição.
IV. A faixa de temperatura em que a substância se apresenta no estado sólido é de 20 °C.
V. A partir dos sete minutos a substância passa a estar em seu estado físico com maior grau de desorga-
nização.

390 1ª. Série


Química

Das afirmações realizadas, são corretas Considerando o experimento, e as classificações


a) apenas III e IV. acima, está(ão) errada(s):
b) apenas I, IV e V. a) apenas I e II.
c) apenas II e IV. b) apenas II e III.
d) apenas III, IV e V. c) apenas III.
e) apenas I, II e III. d) apenas III e IV.
e) apenas IV.
5. A densidade é uma propriedade extremamente
útil para conseguir determinar a pureza ou não 7. A seguir são apresentadas equações químicas
de determinado material, pois, enquanto uma que representam quatro diferentes reações es-
substância pura possui um valor de densidade pecíficas.
característico e específico, uma mistura terá sua I. Fe3+(aq) + 3 OH–(aq) → Fe(OH)3(s)
densidade definida por uma média ponderada
II. Ba2+(aq) + 2 OH–(aq) → Ba(OH)2(s)
dos seus constituintes. Considere a existência
III. H2(g) + 2 Cl–(g) → 2 HCl(g)
de uma liga metálica que contém 579 g de ouro
(densidade 19,3 g/cm3), 90 g de cobre (den- IV. CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(g)
sidade 9,0 g/cm3) e 105 g de prata (densidade Os produtos obtidos podem ser separados por
10,5 g/cm3). Levando em conta que o volume fi- filtração somente nas reações
nal dessa liga corresponde à soma dos volumes
a) I e II.
de seus três componentes, determine a densida-
de, em g/cm3 dessa liga metálica. b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I e IV.

8. O fluxograma apresentado a seguir indica os


procedimentos a serem adotados na separação
de uma determinada mistura, inicialmente he-
terogênea.

MISTURA

FILTRAÇÃO

COMPONENTES 1 E 2 COMPONENTES 3 E 4

6. As propriedades específicas da matéria permi-


DECANTAÇÃO SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
tem determinar o grau de pureza de um determi-
nado material. Um estudante, num experimento
específico, verificou que a temperatura de fusão COMPONENTE 1 COMPONENTE 2 COMPONENTE 3 COMPONENTE 4
de várias amostras de um mesmo material no es-
tado sólido era a mesma. Também observou que,
durante o aquecimento, essa temperatura se Pela análise dos métodos adotados para isolar
manteve constante até a fusão completa. Assim, os quatro componentes finais, a mistura inicial
as possibilidades apresentadas de classificação deveria ser formada por:
para o material foram: a) água, álcool, ferro e sal.
I. Substância simples pura. b) água, azeite, ferro e areia.
II. Substância pura composta. c) azeite, areia, alumínio e sal.
III. Mistura homogênea eutética. d) azeite, álcool, alumínio e areia.
IV. Mistura heterogênea. e) água, gasolina, alumínio e areia.

Caderno de Atividades 391


9. (Puc-mg) Numere a segunda coluna de acordo
com a primeira.
1. Sublimação
2. Condensação
3. Fusão
4. Dissolução
b) Na Figura 1, o número 4 representa a mas-
( ) Misturar um soluto em um solvente. sa de ar tropical continental (mTc), quente e
( ) Passar do estado sólido para o estado líquido. seca. Explique, do ponto de vista das trans-
formações físicas da água, como essa mas-
( ) Passar do estado gasoso para o estado líquido.
sa de ar poderia ser responsável pelo atípico
( ) Passar do estado sólido para o estado gasoso. regime de chuvas nas regiões Centro-Oeste e
Assinale a sequência CORRETA encontrada. Sudeste ocorrido no verão 2013-2014.
a) 4 – 3 – 2 – 1
b) 4 – 3 – 1 – 2
c) 3 – 1 – 2 – 4
d) 3 – 1 – 4 – 2

10. (Unicamp) Na figura 1 abaixo estão indicadas as


diversas massas de ar (1, 2, 4, 5 e 6) que atuam
no território brasileiro durante o verão. Na figura 2
é apresentado o esquema de um aparelho utiliza-
do em laboratórios químicos. Pode-se dizer que
há uma analogia entre o fenômeno da ocorrência
de chuva no Brasil durante o verão e o funciona-
mento do aparelho.

11. (Uemg)
Quando me
centro em mim,
cresce a minha densidade.
Mais massa
no mesmo volume
das minhas possibilidades.
Cheio,
a) É possível correlacionar as partes com nume- deixo de flutuar.
ração igual nas duas figuras. Assim, desem- htttp://www.spq.pt/. Acesso em 20/7/2014
penham funções parecidas em fenômenos di-
ferentes as partes indicadas por 1, 2 e 3. Com Se, no contexto do poema, os versos acima fos-
sem relacionados a um objeto sólido:
base nessa correlação, e a partir do funcio-
namento do aparelho, explique como ocorre a) este flutuaria, se colocado num líquido de me-
um tipo de chuva nas regiões Centro-Oeste e nor densidade.
Sudeste no verão. b) este afundaria, se colocado num líquido de
maior densidade.
c) este afundaria, se colocado num líquido de
menor densidade.
d) este flutuaria, independentemente da densi-
dade do líquido.

12. (Ita) A figura mostra a variação da massa especí-


fica de uma substância pura com a temperatura à

392 1ª. Série


Química

pressão de 1 bar. Então, é CORRETO afirmar que Ao medir 20 mL de X em uma proveta, os alunos
TX pode representar a temperatura de: obtiveram a massa de 16,2 g. Logo, concluíram
que X é:
a) água.
b) butanol.
Massa específ ica

c) etanol anidro.
d) etanol hidratado.
e) isopropanol hidratado.

14. (Uemg) Ao adicionar um ovo de galinha a um re-


cipiente contendo água, o ovo vai para o fundo.
Em seguida, à medida que se coloca salmoura
Tx Temperatura nesse recipiente, observa-se que o ovo flutua na
superfície da solução obtida.

a) ebulição da água.
b) ebulição do benzeno.
c) fusão da água.
d) fusão do benzeno.
e) fusão do dióxido de carbono.

13. (Cefet-MG) Em uma aula prática de química, um


professor forneceu a seus alunos uma tabela
contendo a densidade de algumas amostras e
a curva de aquecimento de uma delas, deno-
minada X. O ovo flutua após a adição de salmoura porque:
a) a densidade da solução é menor que a do ovo.
Densidade b) a densidade da solução é maior que a do ovo.
Amostras
(g ∙ mL–1) c) a densidade do ovo diminui.
água 1,00 d) a densidade do ovo aumenta.

etanol anidro 0,79 15. (Fgv) A química é responsável pela melhora em


nossa qualidade de vida e está inserida em nos-
etanol hidratado 0,81 so cotidiano de muitas formas em substâncias
e misturas que constituem diversos materiais.
butanol 0,81
Assinale a alternativa que apresenta, respectiva-
isopropanol hidratado 0,79 mente, substância simples, substância compos-
ta, mistura homogênea e mistura heterogênea.
a) Água, granito, alumínio, aço.
Temperatura

b) Água, aço, alumínio, granito.


c) Alumínio, aço, água, granito.
d) Alumínio, água, aço, granito.
e) Alumínio, água, granito, aço.

16. (Unesp) A vanilina, 4-hidroxi-3-metoxibenzaldeído,


fórmula C8H8O3, é responsável pelo aroma e sabor
de baunilha, muito apreciados no mundo inteiro.
É obtida tradicionalmente das vagens, também
chamadas de favas, de uma orquídea tropical, a
Tempo
Vanilla planifolia. A figura mostra um processo de

Caderno de Atividades 393


extração da vanilina a partir de vagens de orquí- 17. (Fgv) No esquema seguinte, que representa uma
dea espalhadas sobre bandejas perfuradas, em unidade de tratamento de água, são apresenta-
tanques de aço, usando etanol (60% V/V) como dos os reagentes químicos usados e as princi-
solvente. Em geral, a extração dura duas semanas. pais etapas de separação.

(www.greener-industry.org.uk. Adaptado.)
É correto afirmar que o produto da interação da
cal (CaO) com a água e os nomes dos processos
De acordo com o que mostra a figura, a extração de separação mostrados nas etapas 2 e 3 são,
da vanilina a partir de fontes naturais se dá por: respectivamente:
a) irrigação. a) básico; decantação; filtração.
b) decantação. b) básico; cristalização; filtração.
c) destilação. c) básico; decantação; flotação.
d) infiltração. d) ácido; cristalização; flotação.
e) dissolução. e) ácido; decantação; filtração.

Estrutura da matéria
18. (Puc-mg) Os estudos realizados por Rutherford mostraram que o átomo deveria ser constituído por um nú-
cleo positivo com elétrons girando ao seu redor. Os elétrons foram inicialmente levados em consideração
no modelo atômico proposto pelo seguinte pesquisador:
a) Niels Borh c) John Dalton
b) J.J. Thomson d) Werner Heisenberg

19. (Unicamp) Na década de 1970, a imprensa veiculava uma propaganda sobre um fertilizante que dizia: “con-
tém N, P, K, mais enxofre.” Pode-se afirmar que o fertilizante em questão continha em sua formulação,
respectivamente, os elementos químicos:
a) nitrogênio, fósforo, potássio e enxofre, cujo símbolo é S.
b) níquel, potássio, criptônio e enxofre, cujo símbolo é Ex.
c) nitrogênio, fósforo, potássio e enxofre, cujo símbolo é Ex.
d) níquel, potássio, cálcio e enxofre, cujo símbolo é S.

20. (Ita) Um átomo A com n elétrons, após (n – 1) sucessivas ionizações, foi novamente ionizado de acordo
com a equação A(n–1)+ ⇒ An+ + 1e−. Sabendo o valor experimental da energia de ionização deste processo,
pode-se conhecer o átomo A utilizando o modelo proposto por:
a) E. Rutherford. d) N. Bohr.
b) J. Dalton. e) R. Mulliken.
c) J. Thomson.

394 1ª. Série


Química

21. (Mackenzie) Sabendo-se que dois elementos quí- Sobre o experimento de Thomson e suas conclu-
6x+8 3x+20 sões, resolva o que se pede.
micos 3x+3A e 2x+8B são isóbaros, é correto afir-
mar que o número de nêutrons de A e o número a) Qual é a principal diferença existente entre
atômico de B são, respectivamente: o modelo atômico anterior ao de Thomson,
proposto por Dalton, e o modelo atômico pro-
a) 15 e 32. d) 20 e 18. posto com base nas conclusões com o expe-
b) 32 e 16. e) 17 e 16. rimento dos raios catódicos?
c) 15 e 17.

22. Sobre as diferenças estabelecidas entre o Mode-


lo Atômico de Bohr e o modelo atômico moder-
no, têm-se as seguintes afirmações.
I. Bohr afirmou que o elétron possuía energia
fixa e quantizada, orbitando de forma circular
o núcleo atômico, algo que foi confirmado de-
pois pelos cientistas mais atuais.
II. Sommerfeld atribuiu características elípticas
para a movimentação dos elétrons ao redor
do núcleo atômico.
III. As contribuições de Sommerfeld contribuíram b) Qual foi a conclusão de Thomson e seus cola-
pontualmente para o diagrama de energia da boradores ao observarem o desvio dos raios
distribuição eletrônica. em favor do eletrodo que estava previamente
carregado com carga positiva?
IV. O salto quântico proposto por Bohr é um fe-
nômeno que explica, por exemplo, a emissão
de luminosidade por alguns átomos.
V. Segundo Max Planck, na teoria quântica, a
energia das ondas eletromagnéticas é inversa-
mente proporcional à frequência de radiação.
Entre as afirmações apresentas, são corretas:
a) apenas II, III e IV. d) apenas II e IV.
b) apenas I, IV e V. e) apenas I, II e V.
c) apenas I e III.

23. O experimento de Thomson foi um marco na ci-


ência, pois, a partir de suas observações, foi pos- c) Cite uma aplicação ou produto de nosso
sível propor mudanças significativas em relação cotidiano derivado do aperfeiçoamento do
ao modelo atômico anterior, proposto por Dalton. equipamento utilizado no experimento de
O modelo básico do equipamento que lhe propi- Thomson.
ciou tal conclusão é apresentado a seguir.

Caderno de Atividades 395


24. O Experimento de Rutherford propiciou à ciência c) Qual contribuição de Thomson foi confirmada
novas conclusões sobre a organização das partí- por Rutherford e que anteriormente já havia
culas atômicas. Rutherford e seus colaboradores sido extremamente importante na mudança
indicaram mudanças significativas em relação da interpretação do conceito de átomo?
ao modelo atômico proposto anteriormente por
Thomson ao realizar o experimento esquemati-
zado a seguir.

25. Uma importante mudança no estudo da estrutura


atômica da matéria foi a descoberta de que áto-
(ZnS) mos de um mesmo elemento químico podem ser
diferentes entre si. Algo, por exemplo, que mui-
tos estudiosos do átomo como Dalton e Thom-
Sobre o experimento de Rutherford e suas con- son não conseguiram prever. Sabe-se, hoje, que
clusões responda ao que se pede. os isótopos 54Fe e 56Fe têm, respectivamente, 28
e 30 nêutrons. A razão entre as cargas elétricas
a) Qual foi a principal mudança indicada por dos núcleos dos isótopos 54Fe e 56Fe é igual a
Rutherford na interpretação dada ao modelo a) 1,037 c) 1,000 e) 2,000
atômico em relação ao modelo proposto por
b) 0,500 d) 1,500
Thomson?
26. Os elementos ferro ( 56 59
26 Fe) , cobalto ( 27 Co) e ní-
59
quel ( 28 Ni) são aqueles que possuem atração por
ímãs. Além dessas características, eles também
se destacam na formação de ligas metálicas e
por serem elementos de transição da tabela pe-
riódica. A distribuição eletrônica desses elemen-
tos indica que:
a) possuem a mesma quantidade de elétrons na
camada de valência.
b) Qual foi a explicação fornecida por Rutherford b) possuem a mesma quantidade de elétrons no
e seus colaboradores para as partículas que subnível mais energético.
foram rebatidas pela lâmina de ouro e por que c) os números quânticos do elétron mais ener-
elas ocorriam em menor quantidade em rela- gético desses átomos são o mesmo.
ção àquelas que ultrapassaram a lâmina? d) esses átomos possuem a terceira camada
atômica como a mais externa.
e) esses átomos possuem a quarta camada atô-
mica como a mais energética.

27. (Fuvest) O avanço científico-tecnológico permi-


tiu identificar e dimensionar partículas e sistemas
microscópicos e submicroscópicos fundamentais
para o entendimento de fenômenos naturais ma-
croscópicos. Desse modo, tornou-se possível or-
denar, em função das dimensões, entidades como
cromossomo (C), gene (G), molécula de água (M),
núcleo do hidrogênio (N) e partícula alfa (P).

396 1ª. Série


Química

Assinale a alternativa que apresenta essas enti- a) 1, 1, 2 e 2.


dades em ordem crescente de tamanho. b) 1, 2, 3 e 4.
a) N, P, M, G, C. c) 0, 1, 1 e 2.
b) P, N, M, G, C. d) 0, 0, 2 e 2.
c) N, M, P, G, C. e) 0, 1, 2 e 3.
d) N, P, M, C, G.
e) P, M, G, N, C.

28. (Unesp)
Água coletada em Fukushima em 2013
revela radioatividade recorde
A empresa responsável pela operação da usina
nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tep-
co), informou que as amostras de água coletadas
na central em julho de 2013 continham um nível
recorde de radioatividade, cinco vezes maior que
o detectado originalmente. A Tepco explicou que
uma nova medição revelou que o líquido, coleta-
do de um poço de observação entre os reatores 1
e 2 da fábrica, continha nível recorde do isótopo
radioativo estrôncio-90. 30. (Cefet-MG) Dadas as configurações eletrônicas
(www.folha.uol.com.br. Adaptado.)
finais de alguns elementos químicos, a que re-
presenta um elemento bivalente é:
90
O estrôncio-90, 38Sr é o principal isótopo des- a) 2s2 2p1
se elemento químico encontrado nos reatores
b) 2s2 2p3
nucleares. Sobre esse isótopo, é correto afirmar
que seu cátion bivalente possui: c) 2s2 2p5
a) 38 prótons, 50 nêutrons e 36 elétrons. d) 3s2 3p4
e) 3s2 3p6
b) 36 prótons, 52 nêutrons e 38 elétrons.
c) 38 prótons, 50 nêutrons e 38 elétrons. 122
31. Sobre o átomo de antimônio ( 51Sb), faça o que
d) 38 prótons, 52 nêutrons e 36 elétrons. se pede.
e) 36 prótons, 52 nêutrons e 36 elétrons. a) Faça a distribuição eletrônica em ordem
energética.
29. (Unesp)
A energia liberada pelo Sol é fundamental para
a manutenção da vida no planeta Terra. Grande
parte da energia produzida pelo Sol decorre do
processo de fusão nuclear em que são formados
átomos de hélio a partir de isótopos de hidrogê-
nio, conforme representado no esquema:
1 1 2 0
1H + 1H → 1H + 1e
b) Faça a distribuição eletrônica em ordem
2 1 3
1H + 1H → 2He geométrica.
3 1 4 0
2He + 1H → 2He + 1e

(John B. Russell. Química geral, 1994.)

A partir das informações contidas no esquema, é


correto afirmar que os números de nêutrons dos
núcleos do hidrogênio, do deutério, do isótopo
leve de hélio e do hélio, respectivamente, são:

Caderno de Atividades 397


radioatividade
32. (Unicamp) A matriz energética brasileira tem se di- A análise dos dados exibidos nessa série permite
versificado bastante nos últimos anos, em razão concluir que, nesse processo de desintegração,
do aumento da demanda de energia, da grande são emitidas:
extensão do território brasileiro e das exigências a) partículas alfa.
ambientais. Considerando-se as diferentes fon- b) partículas alfa e partículas beta.
tes para obtenção de energia, pode-se afirmar c) apenas radiações gama.
que é vantajoso utilizar:
d) partículas alfa e nêutrons.
a) resíduos orgânicos, pois o processo aproveita e) partículas beta.
matéria disponível e sem destino apropriado.
0
b) carvão mineral, pois é um recurso natural e 35. (Fgv) O ítrio-90, meia-vida = 3 dias, emissor -1b, é
renovável. empregado como radiofármaco no tratamento de
artrite reumatoide.
c) energia hidrelétrica, pois é uma energia limpa
e sua geração não causa dano ambiental. O percentual de Y-90, que permanece após 9
dias em que ele foi empregado no paciente, e o
d) energia nuclear, pois ela usa uma fonte reno-
produto de seu decaimento radiativo são, res-
vável e não gera resíduo químico. pectivamente:
33. (Unesp) A partir das etapas consecutivas de fu- a) 12,5% e ítrio-89.
são nuclear representadas no esquema, é corre- b) 12,5% e zircônio-90.
to afirmar que ocorre:
c) 12,5% e estrôncio-90.
a) formação de uma molécula de hidrogênio. d) 33% e estrôncio-90.
b) emissão de nêutron. e) 33% e zircônio-90.
c) formação de uma molécula de hidrogênio e
de dois átomos de hélio. 36. A radioatividade é um fenômeno natural de gran-
d) emissão de pósitron. de importância para a sociedade contemporâ-
nea, tanto no que diz respeito às situações mi-
e) emissão de próton.
litares como também no quesito energético. As
34. (Unesp) Água coletada em Fukushima em 2013 principais emissões radioativas fornecem a mo-
revela radioatividade recorde dificação do núcleo atômico propiciando a trans-
A empresa responsável pela operação da usina formação de um elemento químico em outro.
nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tep- Considerando as possíveis emissões do isótopo
238
co), informou que as amostras de água coletadas de urânio-238 ( 92U), observa-se que
na central em julho de 2013 continham um nível
recorde de radioatividade, cinco vezes maior que a) parte de seus átomos se transformará em um
o detectado originalmente. A Tepco explicou que elemento de número atômico 88 e número de
uma nova medição revelou que o líquido, coleta- massa 236 ao emitir uma partícula alfa.
do de um poço de observação entre os reatores 1 b) parte dos seus átomos se transformará em
e 2 da fábrica, continha nível recorde do isótopo
um elemento de número atômico 93 e número
radioativo estrôncio-90.
de massa 238 ao emitir uma partícula beta.
(www.folha.uol.com.br. Adaptado.)
c) as emissões gama são as que mais interferem
O isótopo radioativo Sr-90 não existe na natu- na mudança da natureza do núcleo atômico.
reza, sua formação ocorre principalmente em
d) ao receber um nêutron o núcleo do urânio-238
virtude da desintegração do Br-90 resultante do
se desintegra formando dois átomos de número
processo de fissão do urânio e do plutônio em
reatores nucleares ou em explosões de bombas atômico 46.
atômicas. Observe a série radioativa, a partir do e) as emissões radioativas só passaram a exis-
Br-90, até a formação do Sr-90: tir após os experimentos de Rutherford que
comprovaram a característica elétrica e cor-
90 90 90 90
Br → 36Kr → 37Rb → 38Sr
35 puscular das mesmas.

398 1ª. Série


Química

235
37. O urânio-235 ( 92U) é o isótopo desse elemento tículas alfa.
mais utilizado para geração de energia nuclear,
238
39. (Fgv) Deverá entrar em funcionamento em 2017,
porém o urânio-238 ( 92U) é aquele que apre- em Iperó, no interior de São Paulo, o Reator
senta o decaimento radioativo mais acentuado, Multipropósito Brasileiro (RMB), que será des-
podendo, de acordo com o tipo de partícula emi- tinado à produção de radioisótopos para radio-
234 fármacos e também para produção de fontes
tida, se transformar em tório ( 90Th), protactínio
234 226
( 91Pd)e rádio ( 88Ra). Considerando as leis que radioativas usadas pelo Brasil em larga escala
regem o decaimento radioativo, o conceito de nas áreas industrial e de pesquisas. Um exem-
tempo de meia-vida e o posicionamento dos ele- plo da aplicação tecnológica de radioisótopos
mentos na tabela periódica, determine: são sensores contendo fonte de amerício-241,
238 obtido como produto de fissão. Ele decai para o
a) o tipo de partícula radioativa que o 92U teve
234 radioisótopo neptúnio-237 e emite um feixe de
que emitir para se transformar no 90Th.
radiação. Fontes de amerício-241 são usadas
como indicadores de nível em tanques e fornos
mesmo em ambiente de intenso calor, como
ocorre no interior dos alto fornos da Companhia
Siderúrgica Paulista (COSIPA).
A produção de combustível para os reatores nu-
cleares de fissão envolve o processo de trans-
formação do composto sólido UO2 ao composto
234 gasoso UF6 por meio das etapas:
b) a massa de 90Th encontrada após 200 dias
de decaimento de uma amostra inicial de 100
I. UO2(s) + 4 HF(g) → UF4(s) + 2 H2O(g)
g de urânio-238. Considere que o tempo de
238
meia-vida do 92U é de aproximadamente 25
dias e que, neste caso, o urânio-238 não de- II. UF4(s) + F2(g) → UF6(s)
caia para outro elemento.
(Adaptado de www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2012/02/reator-
deve-garantir-autossuficiencia-brasileira-em-radiofarmacosa-partir-
de-2017 e H. Barcelos de Oliveira, Tese de Doutorado, IPEN/CNEN,
2009, in: www.pelicano.ipen.br)

Considerando o tipo de reator mencionado no


texto, classifique cada uma das afirmações em V
(verdadeira) ou F (falsa).
( ) No processo de fissão nuclear, o núcleo ori-
ginal quebra-se em dois ou mais núcleos me-
38. (Ita) O elemento Plutônio-238 é utilizado para nores, e uma grande quantidade de energia é
a geração de eletricidade em sondas espaciais. liberada.
Fundamenta-se essa utilização porque esse isó- ( ) Os núcleos que podem sofrer fissão são de-
topo tem: nominados fissionáveis, e entre eles estão isó-
a) longo tempo de meia-vida e é emissor de par- topos de urânio.
tículas beta. ( ) No reator de fissão, ocorre uma reação em
b) longo tempo de meia-vida e é emissor de par- cadeia sustentada por prótons produzidos na
tículas gama. quebra do isótopo fissionável.
c) longo tempo de meia-vida e é emissor de par- Assinale a classificação correta, de cima para
tículas alfa. baixo.
d) longo tempo de meia-vida e é emissor de par- a) F – F – V. d) V – V – F.
tículas delta. b) F – V – V. e) V – F – V.
e) tempo de meia-vida curto e é emissor de par- c) F – V – F.

Caderno de Atividades 399


tabela periódica dos elementos
40. (Cefet-MG) O gráfico a seguir apresenta uma rela- Para representarem corretamente o modelo da
ção entre as temperaturas de ebulição dos hidre- molécula do C4H8O2, as bolas de plástico tinham
tos dos quatro primeiros elementos das colunas tamanhos diferentes (pequenas, médias e gran-
4A, 5A, 6A e 7A e seus respectivos períodos na des). Suas massas, em gramas, eram iguais aos
tabela periódica. valores das massas molares dos elementos C, H
e O. Em escala ampliada para centímetros, seus
raios tinham a mesma ordem de tamanho dos
raios atômicos dos átomos que representavam.
100 H2O
Sobre essas bolas de plástico que representam
as características de tamanho e massa dos áto-
temperatura / °C

HF mos de C, H e O, os alunos concluíram:


0 H2Te I. as bolas que representam os átomos de H
NH3 H2Se HI
H2S SbH3 eram as pequenas, e as que representam os
HBr
HCI
SnH4 átomos de O eram as grandes;
AsH3
–100 PH3 GeH4 II. a massa total das bolas grandes correspon-
SiH4 dia a seis vezes a massa total das bolas de
CH4
tamanho pequeno;
III. a massa total das bolas pequenas correspon-
2 3 4 5
dia a 1/4 da massa total das bolas de tama-
período nho médio.
Ao analisar esse gráfico, um estudante fez as se- Classificando cada uma das conclusões como
guintes afirmações: verdadeira (V) ou falsa (F), tem-se, correta e
I. A temperatura de ebulição para os hidretos de respectivamente:
elementos situados em um mesmo período a) F, V, V.
cresce com o número atômico.
b) F, F, V.
II. Um dos fatores responsáveis pela diferença
c) V, V, F.
observada entre as temperaturas de ebulição
das moléculas é a massa molar. d) V, F, F.
III. A maior eletronegatividade dos elementos O, e) V, F, V.
F, N está relacionada com os maiores valores
das temperaturas de ebulição da água, do 42. (Fgv) O Brasil inaugurou em 2014 o Projeto Sirius,
ácido fluorídrico e da amônia. um acelerador de partículas que permitirá o de-
IV. Os hidretos dos calcogênios têm temperatu- senvolvimento de pesquisa na área de materiais,
ras de ebulição menores que os hidretos dos física, química e biologia. Seu funcionamento se
halogênios correspondentes nos períodos. dará pelo fornecimento de energia a feixes de
Estão corretas apenas as afirmativas partículas subatômicas eletricamente carrega-
a) I e II. d) II e IV. das: prótons e elétrons.
(http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2014/02/. Adaptado)
b) I e III. e) III e IV.
Na tabela, são apresentadas informações das
c) II e III.
quantidades de algumas partículas subatômicas
41. (Fgv) Um professor propôs um trabalho a um para os íons X2– e A2+:
grupo de alunos empregando um conjunto de 14
bolas de diferentes tipos de plásticos, para mon- Carga da partícula X2– A2+
tar um modelo, com bolas e varetas, da estrutura
molecular do acetato de etila, fórmula molecular positiva 16 Y
C4H8O2. Para o experimento, os alunos dispuse-
negativa 18 18
ram de balança e régua.

400 1ª. Série


Química

Nessa tabela, o nome do elemento x e o valor de I. Encontra-se no terceiro período da tabela pe-
y são, respectivamente: riódica.
a) argônio e 16. II. É classificado como ametal.
b) argônio e 20. III. Tem tendência a formar ligações iônicas com
c) enxofre e 16. metais.
d) enxofre e 18. IV. Possui 3 elétrons na camada de valência.
e) enxofre e 20. São CORRETAS as afirmações:
a) I e IV
43. (PUC-MG) Sobre a afinidade eletrônica, é INCOR-
RETO afirmar: b) I e II
c) II e III
a) Os metais são os elementos químicos que
apresentam as menores afinidades eletrônicas. d) III e IV
b) Os ametais são os elementos químicos que
46. (Unesp) Água coletada em Fukushima em 2013
apresentam as maiores afinidades eletrônicas.
revela radioatividade recorde
c) Ela aumenta de baixo para cima na tabela pe-
riódica. A empresa responsável pela operação da usina
d) Ela aumenta da direita para a esquerda na ta- nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tep-
co), informou que as amostras de água coletadas
bela periódica.
na central em julho de 2013 continham um nível
recorde de radioatividade, cinco vezes maior que
44. (PUC-MG) Os elementos químicos são distribuí- o detectado originalmente. A Tepco explicou que
dos na tabela periódica de acordo com o cres- uma nova medição revelou que o líquido, coleta-
cimento do número atômico. Tal distribuição do de um poço de observação entre os reatores 1
faz com que os elementos com propriedades e 2 da fábrica, continha nível recorde do isótopo
semelhantes fiquem reunidos em uma mesma radioativo estrôncio-90.
coluna e regiões específicas da tabela. Sobre a (www.folha.uol.com.br. Adaptado.
periodicidade química dos elementos, leia com
atenção os itens a seguir. O estrôncio, por apresentar comportamento
químico semelhante ao do cálcio, pode substi-
I. Os elementos da família dos metais alcalinos tuir este nos dentes e nos ossos dos seres hu-
são os elementos químicos que apresentam
manos. No caso do isótopo Sr-90, radioativo,
maior energia de ionização.
essa substituição pode ser prejudicial à saúde.
II. O raio atômico é a distância medida entre dois Considere os números atômicos do Sr = 38 e
núcleos em uma ligação química.
do Ca = 20. É correto afirmar que a semelhança
III. Os elementos da família dos halogênios são de comportamento químico entre o cálcio e o
os elementos químicos que apresentam maior
estrôncio ocorre porque:
afinidade eletrônica.
a) apresentam aproximadamente o mesmo raio
IV. A eletronegatividade é a tendência que um
átomo possui de atrair os elétrons de outro atômico e, por isso, podem ser facilmente in-
átomo em uma ligação química. tercambiáveis na formação de compostos.

São afirmativas CORRETAS: b) apresentam o mesmo número de elétrons e,


por isso, podem ser facilmente intercambiá-
a) I, III e IV
veis na formação de compostos.
b) II, III e IV
c) ocupam o mesmo grupo da Classificação Pe-
c) II e IV, apenas
riódica, logo têm o mesmo número de elétrons
d) III e IV, apenas na camada de valência e formam cátions com
a mesma carga.
45. (Puc-mg) Um elemento químico cuja distribui-
ção eletrônica é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 está presen- d) estão localizados no mesmo período da Clas-
te em diversos utensílios domésticos. Sobre sificação Periódica.
esse elemento químico, são feitas as afirma- e) são dois metais representativos e, por isso,
ções a seguir. apresentam as mesmas propriedades químicas.

Caderno de Atividades 401


47. (Fuvest) Observe a posição do elemento químico ródio (Rh) na tabela periódica.

Assinale a alternativa correta a respeito do ródio.


a) Possui massa atômica menor que a do cobalto (Co).
b) Apresenta reatividade semelhante à do estrôncio (Sr), característica do 5º período.
c) É um elemento não metálico.
d) É uma substância gasosa à temperatura ambiente.
e) É uma substância boa condutora de eletricidade.

48. (Mackenzie) Abaixo são fornecidas as distribuições eletrônicas das camadas de valência dos átomos neu-
tros X, Y e Z em seus estados fundamentais.
X: 2s2; 2p5 Y: 6s1 Z: 4s2; 4p5
A partir dessas informações, é correto afirmar que:
a) o elemento Y é um metal alcalinoterroso.
b) os elementos X e Z pertencem ao mesmo período, todavia X é mais eletronegativo do que Z.
c) o elemento X apresenta maior afinidade eletrônica do que o elemento Y.
d) o elemento Z apresenta maior raio atômico do que Y.
e) X, Y e Z são elementos de transição.

49. (Ita) Uma alíquota de uma solução aquosa constituída de haletos de sódio foi adicionada a uma solu-
ção aquosa de nitrato de prata, com formação de um precipitado. À mistura contendo o precipitado, foi
adicionada uma alíquota de solução aquosa diluída de hidróxido de amônio, com dissolução parcial do
precipitado. Ao precipitado remanescente, foi adicionada uma alíquota de solução aquosa concentrada de
hidróxido de amônio, verificando-se uma nova dissolução parcial do precipitado.
Sabendo que a mistura de haletos é constituída pelo fluoreto, brometo, cloreto e iodeto de sódio, assinale
a alternativa CORRETA para o(s) haleto(s) de prata presente(s) no precipitado não dissolvido.
a) AgBr
b) AgCℓ
c) AgF
d) AgI
e) AgBr e AgCℓ

402 1ª. Série


Química

50. O nióbio (93


41 Nb) é um elemento de várias aplicações
A respeito das propriedades periódicas, respon-
industriais, como em fabricação de joias, implantes da ao que se pede.
hipoalergênicos, eletrocerâmicas, imãs supercon- a) Dê o nome dos três elementos que têm maior
dutores, máquinas de ressonância magnética, li- dificuldade de formar cátions, no estado
gas metálicas, moedas especiais e na produção de gasoso.
aço. Sobre o nióbio, analise as afirmações abaixo e
assinale a única alternativa verdadeira.
a) Seu elétron diferencial se localiza na penúlti-
ma camada.
b) Trata-se de um elemento representativo.
c) Sua eletronegatividade é superior à do vaná-
dio ( 51
23 V)
.
d) Pertence ao quarto período da tabela periódica. b) Explique por que, no intervalo de Z = 3 a Z =
e) Trata-se de um metal alcalinoterroso por ter 10, o potencial de ionização tende a crescer
dois elétrons na camada de valência. com o aumento do número atômico.
51. Considere que a primeira energia de ionização
do fósforo é maior que a primeira energia de io-
nização do enxofre. Com base nessa afirmação,
assinale a alternativa correta.
Dado: P (Z =15); S (Z = 16).
a) As energias de ionização do fósforo e do en-
xofre seguem a tendência esperada dentro de
um mesmo período da Tabela Periódica dos
Elementos.
b) Devido às configurações eletrônicas do en-
xofre e do fósforo, o elétron de valência do
enxofre sofre maior repulsão que o do fósforo.
c) A maior eletronegatividade do fósforo com re-
lação ao enxofre faz com que seu elétron de
valência seja mais atraído pelo núcleo.
d) O elétron de valência do fósforo, por estar mais c) Explique por que os elementos de números
distante do núcleo, sofre maior repulsão que o atômicos 4 e 7 possuem valores de energia de
do enxofre. ionização superiores aos elementos de núme-
e) Como o fósforo possui menor raio atômico ros atômicos 5 e 8.
que o enxofre, seu elétron de valência sofre
menor repulsão.
52. O gráfico apresentado a seguir está relacionado
à variação da energia ou potencial de ionização
dos primeiros 19 elementos químicos.

Caderno de Atividades 403


53. (Fuvest) Um aluno estava analisando a Tabela Periódica e encontrou vários conjuntos de três elementos
químicos que apresentavam propriedades semelhantes.

Assinale a alternativa na qual os conjuntos de três elementos ou substâncias elementares estão correta-
mente associados às propriedades indicadas no quadro abaixo.

Números atômicos Mesmo estado físico à


Reatividades semelhantes
consecutivos temperatura ambiente
a) Pt, Au, Hg H2, He, Li Cℓ2, Br2, I2
b) Cℓ, Br,I O2, F2, Ne Ne, Ar, Kr
c) Li, Na, K O2, F2, Ne Pt, Au, Hg
d) Ne, Ar, Kr Mg, Ca, Sr Cℓ2, Br2, I2
e) Pt, Au, Hg Li, Na, K Ne, Ar, Kr

ligações químicas
54. A modificação da organização molecular é o que determina cada um dos diferentes estados físicos da ma-
téria. Essas modificações dependem basicamente da temperatura e da pressão. A transformação da água
líquida para a água gasosa envolve
a) um fenômeno químico decorrente do afastamento molecular das moléculas de água.
b) um fenômeno químico que envolve a transformação de água líquida em gás hidrogênio e oxigênio.
c) um fenômeno físico decorrente da agitação molecular, que provoca o afastamento das moléculas de
água, em virtude da ruptura das interações de hidrogênio.
d) um fenômeno químico que se torna cada vez mais fácil, à medida que se realiza a vaporização da água
em locais de elevada altitude.
e) um fenômeno físico decorrente da agitação molecular, que provoca o afastamento das moléculas de
água em virtude da ruptura das ligações químicas entre oxigênio e hidrogênio.

404 1ª. Série


Química

55. A tabela a seguir apresenta os valores de densidade e a tendência de solubilidade em um determinado solvente.

Substâncias Densidade (g.mL-1 a 20 ºC) Solubilidade em água

Hexano 0,659 insolúvel

Tetracloreto de carbono 1,595 insolúvel

Água 0,908 —

Considerando as características químicas das três substâncias foi proposto um sistema com a mistura
de volumes iguais de hexano, tetracloreto de carbono e água. A respeito do sistema formado, é possível
afirmar que é:
a) monofásico.
b) bifásico, no qual a fase sobrenadante é o hexano.
c) bifásico ou trifásico, dependendo da ordem de colocação das substâncias durante a preparação da mistura.
d) bifásico, no qual a fase sobrenadante é o tetracloreto de carbono.
e) trifásico, no qual a fase intermediária é o tetracloreto de carbono.

56. (Unesp) Alguns historiadores da Ciência atribuem ao filósofo pré-socrático Empédocles a Teoria dos Quatro
Elementos. Segundo essa teoria, a constituição de tudo o que existe no mundo e sua transformação se
dariam a partir de quatro elementos básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a química tem outra definição para
elemento: o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atômico. Portanto, definir a água como
elemento está quimicamente incorreto, porque trata-se de:
a) uma mistura de três elementos.
b) uma substância simples com dois elementos.
c) uma substância composta com três elementos.
d) uma mistura de dois elementos.
e) uma substância composta com dois elementos.

57. (Cefet-MG) Para a realização de uma determinada atividade experimental, um estudante necessitou de um
material que possuísse propriedades típicas de substâncias dúcteis, maleáveis, insolúveis em água e boas
condutoras térmicas. Um material com essas propriedades resulta da ligação entre átomos de:
a) Cu e Zn. d) F e Xe.
b) Na e Cℓ. e) C e Si.
c) Fe e O.

58. (Unesp) Leia o texto para responder à questão.


Alguns cheiros nos provocam fascínio e atração. Outros trazem recordações agradáveis, até mesmo de momen-
tos da infância. Aromas podem causar sensação de bem-estar ou dar a impressão de que alguém está mais
atraente. Os perfumes têm sua composição aromática distribuída em um modelo conhecido como pirâmide olfa-
tiva, dividida horizontalmente em três partes e caracterizada pelo termo nota. As notas de saída, constituídas por
substâncias bem voláteis, dão a primeira impressão do perfume. As de coração demoram um pouco mais para
serem sentidas. São as notas de fundo que permanecem mais tempo na pele.
(Cláudia M. Rezende. Ciência Hoje, julho de 2011. Adaptado.)

À temperatura e pressão ambientes, os constituintes químicos das notas de saída:


a) são líquidos oleosos que aderem à pele por meio de ligações de hidrogênio.
b) evaporam mais rapidamente que os constituintes químicos das notas de coração e de fundo.
c) apresentam densidade mais elevada que os constituintes químicos das notas de coração e de fundo.
d) são gases cujas moléculas possuem elevada polaridade.
e) são pouco solúveis no ar atmosférico.

Caderno de Atividades 405


59. (Ita) Na figura abaixo é apresentada uma disposição bidimensional de bolinhas brancas e cinzas forman-
do um “cristal”. Assinale a opção que apresenta a reprodução CORRETA para a célula unitária (caixa em
destaque) do “cristal” em questão.

a) d)

b)
e)

c)

60. (Fuvest) Considere as figuras a seguir, em que cada esfera representa um átomo.

As figuras mais adequadas para representar, respectivamente, uma mistura de compostos moleculares e uma
amostra da substância nitrogênio são:
a) III e II. d) V e II.
b) IV e III. e) V e I.
c) IV e I.

406 1ª. Série


Química

61. (Mackenzie) São dadas as distribuições eletrôni- 63. (Fuvest) Reescreva as seguintes equações quí-
cas da camada de valência de alguns elementos micas, utilizando estruturas de Lewis (fórmulas
químicos, representados pelas letras abaixo: eletrônicas em que os elétrons de valência são
A → 1s1 D → 2s2 2p2 representados pelos símbolos da figura 1), tanto
para os reagentes quanto para os produtos.
B → 1s1 E → 2s2 2p4
Figura 1
C → 3s2 3p5 F → 3s2
• ou ×
De acordo com essas distribuições eletrônicas,
são feitas as seguintes afirmações: H N O F Na
I. O elemento A, ao se ligar ao elemento C, for-
número atômico 1 7 8 9 11
ma um composto iônico.
II. A substância química A2E possui geometria número de elétrons
angular. 1 5 6 7 1
de valência
III. Dos elementos acima representados, B é o
que possui o maior raio atômico. a) H2 + F2 → 2 HF
IV. A substância química DE2 apresenta ligações
covalentes apolares.
V. O elemento F representa um metal do terceiro
período do grupo 2.
São corretas as afirmações.
a) I, II e IV, apenas.
b) II, III e V, apenas.
c) I, IV e V, apenas.
d) I, II e V, apenas. b) HF + H2O → H3O+ + F–
e) II, III e IV, apenas.

62. (Ita) Os átomos A e B do segundo período da ta-


bela periódica têm configurações eletrônicas da
camada de valência representadas por ns2np3 e
ns2np5, respectivamente. Com base nessas infor-
mações, são feitas as seguintes afirmações para
as espécies gasosas no estado fundamental:
I. O átomo A deve ter maior energia de ionização c) 2 Na0 + F2 → 2 Na+F–
que o átomo B.
II. A distância da ligação entre os átomos na mo-
lécula A2 deve ser menor do que aquela na
molécula B2.
III. A energia de ionização do elétron no orbital 1s
do átomo A deve ser maior do que aquela do
elétron no orbital 1s do átomo de hidrogênio.
IV. A energia de ligação dos átomos na molécula
B2 deve ser menor do que aquela dos átomos d) HF + NH3 → NH4+F–
na molécula de hidrogênio (H2).
Das afirmações acima está(ão) CORRETA(S) apenas
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.

Caderno de Atividades 407


64. (Fuvest) A Agência Nacional do Petróleo (ANP) 65. Considere os elementos genéricos G, J, X e Z.
estabelece que o álcool combustível, utilizado no Sabendo-se que os elementos J e G pertencem
Brasil, deve conter entre 5,3 % e 7,4 % de água, ao mesmo grupo da tabela periódica, e que os
em massa. Porcentagens maiores de água signifi- elementos J, X e Z apresentam números atômi-
cam que o combustível foi adulterado. Um método cos consecutivos, sendo X um gás nobre, é cor-
que está sendo desenvolvido para analisar o teor reto afirmar-se que:
de água no álcool combustível consiste em satu- a) os elementos J e G apresentam potenciais de
rá-lo com cloreto de sódio, NaCℓ, e medir a con- ionização idênticos por possuírem o mesmo
dutividade elétrica da solução resultante. Como o número de elétrons no último nível.
NaCℓ é muito solúvel em água e pouco solúvel em b) o composto formado por J e Z é iônico e sua
etanol, a quantidade de sal adicionada para satu- fórmula química é ZJ.
ração aumenta com o teor de água no combustí- c) o composto formado por G e Z é molecular e
vel. Observa-se que a condutividade elétrica varia sua fórmula química é ZG2.
linearmente com o teor de água no combustível, d) o composto JX apresenta ligação coordenada.
em um intervalo de porcentagem de água que
e) X é o elemento de maior eletronegatividade
abrange os limites estabelecidos pela ANP.
de seu período.
• Faça um desenho, representando os íons Na+
e Cℓ– em solução aquosa e mostrando a inte- 66. (Fgv) O uso dos combustíveis fósseis, gasolina e
ração desses íons com as moléculas de água. diesel, para fins veiculares resulta em emissão de
gases para a atmosfera, que geram os seguin-
tes prejuízos ambientais: aquecimento global e
chuva ácida. Como resultado da combustão, de-
tecta-se na atmosfera aumento da concentração
dos gases CO2, NO2 e SO2.
Sobre as moléculas desses gases, é correto afir-
mar que:
a) CO2 é apolar e NO2 e SO2 são polares.
b) CO2 é polar e NO2 e SO2 são apolares.
c) CO2 e NO2 são apolares e SO2 é polar.
d) CO2 e NO2 são polares e SO2 é apolar.
e) CO2 e SO2 são apolares e NO2 é polar.
• Esboce um gráfico que mostre a variação da
67. (Mackenzie) Os gases do efeito estufa envolvem
condutividade elétrica da mistura combustível,
saturada com NaCℓ, em função do teor de água a Terra e fazem parte da atmosfera. Estes ga-
nesse combustível. Justifique por que o gráfico ses absorvem parte da radiação infravermelha
tem o aspecto esboçado. refletida pela superfície terrestre, impedindo que
a radiação escape para o espaço e aquecen-
do a superfície da Terra. Atualmente são seis
os gases considerados como causadores do
efeito estufa: dióxido de carbono (CO2), metano
(CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonetos
(CFCs), hidrofluorcarbonetos (HFCs), e hexaflu-
oreto de enxofre (SF6). Segundo o Painel Inter-
governamental de mudanças do Clima, o CO2 é
o principal “culpado” pelo aquecimento global,
sendo o gás mais emitido (aproximadamente
77%) pelas atividades humanas. No Brasil, cer-
ca de 75% das emissões de gases do efeito es-
tufa são causadas pelo desmatamento, sendo
o principal alvo a ser mitigado pelas políticas
públicas. No mundo, as emissões de CO2 pro-

408 1ª. Série


Química

venientes do desmatamento equivalem a 17% c) interações dipolo permanente entre molécu-


do total. O hexafluoreto de enxofre (SF6) é o gás las angulares.
com maior poder de aquecimento global, sendo d) interações iônicas entre os átomos de oxigê-
23.900 vezes mais ativo no efeito estufa do que nio e carbono.
o CO2. Em conjunto, os gases fluoretados são e) ligações covalentes entre os átomos de car-
responsáveis por 1,1% das emissões totais de bono e oxigênio.
gases do efeito estufa.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas/ga- 70. O cientista americano Linus Pauling, em um
ses_do_efeito_estufa trabalho que completou cem anos recente-
mente, calculou a eletronegatividade dos ele-
A respeito dos gases citados no texto, de acor- mentos químicos. Por meio desses valores, é
do com a teoria da repulsão dos pares eletrôni- possível prever se uma ligação será iônica ou
cos da camada de valência (VSEPR), é correto covalente. Em determinado composto, sendo X
afirmar que as moléculas: o cátion, Y o ânion e X2Y3 a sua fórmula, os pro-
váveis números de elétrons na última camada
Dados: números atômicos (Z): H = 1, C = 6, N =
dos átomos X e Y, no estado fundamental, são,
7, O = 8, F = 9 e S = 16.
respectivamente,
a) do metano e do gás carbônico apresentam
geometria tetraédrica. a) 2 e 5.
b) do óxido nitroso e do gás carbônico apre- b) 2 e 3.
sentam geometria angular. c) 3 e 6.
c) do hexafluoreto de enxofre apresentam geo- d) 3 e 2.
metria linear. e) 3 e 4.
d) do metano apresentam geometria tetraédri-
ca e as do gás carbônico são lineares. 71. As moléculas que apresentam geometria linear,
e) do óxido nitroso têm geometria angular e as trigonal plana, piramidal e tetraédrica, conside-
rando-se o modelo de repulsão dos pares de
do metano são lineares.
elétrons da camada de valência (do inglês, VSE-
68. (Puc-mg) As ligações covalentes podem ser PR), são, respectivamente,
classificadas em dois tipos: ligações covalentes a) SO2, PF3, NH3 e CH4
polares e ligações covalentes apolares. Obser- b) BeH2, BF3, PF3 e SiH4
vando a polaridade das ligações e a geometria
c) SO2, BF3, PF3 e CH4
da molécula, somos capazes de verificar se
uma molécula será polar ou apolar. Com base d) CO2, PF3, NH3 e
nisso, assinale a opção que apresenta molécu- e) BeH2, BF3, NH3 e SF6
las exclusivamente apolares.
a) HCℓ, NO2 e O2.
b) Cℓ2, NH3 e CO2.
c) Cℓ2, CCℓ4 e CO2.
d) CCℓ4, BF3 e H2SO4.

69. (CEFET-MG) O dióxido de carbono, ao ser resfria-


do a uma temperatura inferior a –78 ºC, solidi-
fica-se, transformando-se em “gelo seco”. Ex-
posto à temperatura ambiente, sob a pressão
atmosférica, o gelo seco sublima. Essa mudan-
ça de estado envolve o rompimento de:
a) interações dipolo induzido entre moléculas
lineares.
b) ligações de hidrogênio presentes na estrutu-
ra do gelo.

Caderno de Atividades 409


funções inorgânicas
72. (Fuvest) Em um laboratório químico, um estudante encontrou quatro frascos (1, 2, 3 e 4) contendo soluções
aquosas incolores de sacarose, KCℓ, HCℓ e NaOH, não necessariamente nessa ordem. Para identificar
essas soluções, fez alguns experimentos simples, cujos resultados são apresentados na tabela a seguir:

Cor da solução após a adição


Frasco Condutibilidade elétrica Reação com Mg(OH)2
de fenolftaleína
1 incolor conduz não
2 rosa conduz não
3 incolor conduz sim
4 incolor não conduz não

Dado: Soluções aquosas contendo o indicador fenolftaleína são incolores em pH menor do que 8,5 e têm
coloração rosa em pH igual a ou maior do que 8,5.
As soluções aquosas contidas nos frascos 1, 2, 3 e 4 são, respectivamente, de:
a) HCℓ, NaOH, KCℓ e sacarose.
b) KCℓ, NaOH, HCℓ e sacarose.
c) HCℓ, sacarose, NaOH e KCℓ.
d) KCℓ, sacarose, HCℓ e NaOH.
e) NaOH, HCℓ, sacarose e KCℓ.
73. (Unicamp) Em junho de 2012 ocorreu na cidade do Rio de Janeiro a Conferência Rio+20. Os principais
focos de discussão dessa conferência diziam respeito à sustentabilidade do planeta e à poluição da água
e do ar. Em relação a esse último aspecto, sabemos que alguns gases são importantes para a vida no pla-
neta. A preocupação com esses gases é justificada, pois, de um modo geral, pode-se afirmar que:
a) o CH4 e o CO2 estão relacionados à radiação ultravioleta, o O3, à chuva ácida e os NOx, ao efeito estufa.
b) o CH4 está relacionado à radiação ultravioleta, o O3 e o CO2, ao efeito estufa e os NOx, à chuva ácida.
c) os NOx estão relacionados ao efeito estufa, o CH4 e o CO2, à radiação ultravioleta e o O3, à chuva ácida.
d) o O3 está relacionado à radiação ultravioleta, o CH4 e o CO2, ao efeito estufa e os NOx, à chuva ácida.

74. (Fuvest) Observe a imagem, que apresenta uma situação de intensa poluição do ar que danifica veículos,
edifícios, monumentos, vegetação e acarreta transtornos ainda maiores para a população. Trata-se de
chuvas com poluentes ácidos ou corrosivos produzidos por reações químicas na atmosfera.

410 1ª. Série


Química

Com base na figura e em seus conhecimentos,


a) identifique, em A, dois óxidos que se destacam e, em B, os ácidos que geram a chuva ácida, originados
na transformação química desses óxidos. Responda no quadro abaixo.
A B

b) explique duas medidas adotadas pelo poder público para minimizar o problema da poluição atmosféri-
ca na cidade de São Paulo.

75. (Mackenzie) O cientista Wim L Noorduin, da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS, na sigla
em inglês) em Harvard, nos EUA, aprendeu a manipular gradientes químicos para criar estruturas mi-
croscópicas semelhantes a flores. Nas suas experiências, Noorduin aprendeu a controlar minúsculos
cristais, em placas de vidro e lâminas de metal, para criar estruturas específicas. Noorduin e a sua
equipe dissolveram cloreto de bário e silicato de sódio numa solução de água. O dióxido de carbono
do ar naturalmente dissolve-se na água, dando início a uma reação que deriva em cristais de carbon-
ato de bário. O processo químico também baixa o pH da solução ao redor dos cristais, os quais, por
sua vez, reagem com o silicato de sódio dissolvido. Com o pH ácido é adicionada uma camada de
sílica às estruturas, usando o ácido da solução, permitindo a continuidade da formação de cristais de
carbonato de bário. “Ao longo de pelo menos 200 anos, as pessoas têm questionado como formas
complexas conseguem evoluir na natureza”, declara Noorduin. “Este trabalho ajuda a demonstrar o
que é possível (fazer) apenas com mudanças químicas e ambientais.”
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=641134

A respeito das substâncias inorgânicas sublinhadas no texto, pode-se afirmar que suas fórmulas químicas
são, respectivamente,
Dados: números atômicos (Z): C = 6, O = 8, Na = 11, Si = 14, Cℓ = 17 e Ba = 56
a) BaCℓ2, Na2SiO3, CO2 e BaCO3.
b) BaCℓ, Na2SiO3, CO2 e BaCO3.
c) BaCℓ2, Na2SiO, CO2 e Ba2CO3.
d) BaCℓ, Na2SiO, CO e Ba2CO3.
e) BaCℓ, Na2SiO3, CO e Ba2CO3.

76. (Puc-sp) Um óxido básico é um óxido iônico que reage com água tendo um hidróxido como produto. São
óxidos básicos todas as seguintes substâncias:
a) CO2, SO3, TiO2.
b) CaO, Na2O, K2O.
c) CaSO4, MgO, CO.
d) Li2O, Mg(OH)2, SiO2.
e) KHO3, CaO, BaSO4.

Caderno de Atividades 411


77. (Fuvest) Observa-se que uma solução aquosa 78. Muito embora a presença de substâncias químicas
saturada de HCℓ libera uma substância gasosa. em produtos cotidianos gere preocupação para
Uma estudante de química procurou representar, alguns consumidores, a real preocupação deveria
por meio de uma figura, os tipos de partículas ser com substâncias químicas tóxicas ou prejudi-
que predominam nas fases aquosa e gasosa ciais ao organismo de quem consome, afinal, to-
desse sistema – sem representar as partículas das as coisas possuem substâncias químicas em
de água. A figura com a representação mais ade- sua composição. A tabela seguir, apresenta alguns
quada seria desses produtos e seus respectivos nomes. Indi-
a) que a fórmula química para cada um deles.

H Cl fase NOME DA
gasosa PRODUTO
SUBSTÂNCIA
H Cl

H Cl fase Conservante Bromato de


aquosa
de pães potássio
H Cl

Fermento Bicarbonato
b) em pó de sódio

H+ H+
+ fase
H
H+ gasosa Soda Hidróxido de
caústica sódio
C l– C l– fase
aquosa
C l– C l–
Ácidos clorídri-
Água régia
co e nítrico

c)
H Cl fase
79. (Cefet-MG) Dadas as distribuições da camada de
gasosa valência de alguns elementos, são feitas as se-
H Cl
guintes afirmativas:
C l– H+
fase
aquosa
A → 3s2 3p5
H+ C l– B → 3s2
C → 2s2 2p3
D → 3s2 3p1
d)
E → 2s2 2p4
H H
fase
Cl Cl gasosa I. A ligação entre os elementos A e C forma uma
substância com geometria trigonal plana.
C l– H + fase II. Os elementos B e E formam um composto que
aquosa
H+ C l– apresenta caráter básico na presença de água.
III. O composto resultante da ligação entre A e B
conduz corrente elétrica em solução aquosa.
e) IV. Quando C se liga a E, forma uma substância
C l– H+ que reage com ácido, produzindo sal e água.
fase
H+ C l– gasosa V. Uma substância de fórmula química D2E3 per-
tence à função hidróxido.
H Cl fase
aquosa São corretas as proposições
H Cl
a) I e V. c) II e III. e) IV e V.
b) I e II. d) III e IV.

412 1ª. Série


Química

80. (Ita) Assinale a alternativa CORRETA para a subs- enxofre. O trióxido de enxofre em contato com a
tância química que dissolvida em água pura pro- água das nuvens transforma-se em ácido sulfúri-
duz uma solução colorida. co. As chuvas ácidas provocam a deterioração de
a) CaCℓ2 d) KBr monumentos históricos, principalmente os consti-
tuídos de carbonato de cálcio, cuja reação com o
b) CrCℓ3 e) Pb(NO3)2
ácido sulfúrico resulta na formação de sulfato de
c) NaOH cálcio, dióxido de carbono e água.
81. (Fgv) O espinélio de magnésio e alumínio é um Assinale a alternativa que apresenta a fórmula
material que apresenta uma combinação de pro- CORRETA das seguintes substâncias químicas
priedades de grande interesse tecnológico. Em citadas no texto: ácido sulfúrico, sulfato de cál-
uma das etapas para a produção desse materi- cio, dióxido de carbono e água, respectivamente.
al, Mg(OH)2 e Aℓ(OH)3 são combinados na pro- a) H2SO3, CaSO4, CO2, H2O.
porção molar 1 : 2, respectivamente. Na fórmula b) H2SO3, CaSO4, CO2, HO2.
unitária do espinélio AB2OX, a proporção dos íons c) H2SO4, CaSO4, CO2, H2O.
magnésio e alumínio é a mesma da mistura rea-
d) H2SO4, CaSO3, CO, HO2.
cional. O número de átomos de oxigênio no es-
pinélio de magnésio e alumínio AB2OX é igual a: 85. (Mackenzie) O hipoclorito de sódio é um sal uti-
a) 1 d) 4 lizado frequentemente em soluções aquosas
como desinfetante e/ou agente alvejante. Esse
b) 2 e) 5
sal pode ser preparado pela absorção do gás
c) 3 cloro em solução de hidróxido de sódio mantida
sob resfriamento, de modo a prevenir a formação
82. (Cefet-MG) Em uma aula prática, foram preparadas
de clorato de sódio. As soluções comerciais de
cinco soluções aquosas, de mesma concentração,
hipoclorito de sódio sempre contêm quantidade
de alguns ácidos inorgânicos: sulfídrico, nítrico, significativa de cloreto de sódio, obtido como
carbônico, bórico e fosfórico. Com o objetivo de subproduto durante a formação do hipoclorito.
testar a força desses ácidos, verificou-se a condu- Assim, é correto afirmar que as fórmulas quími-
tibilidade elétrica, através de um circuito acoplado cas do hipoclorito de sódio, clorato de sódio e
a uma lâmpada. A solução ácida que acendeu a cloreto de sódio são, respectivamente:
lâmpada com maior intensidade foi a de:
a) NaCℓO, NaCℓO3 e NaCℓ.
a) H2S d) H3BO3 b) NaCℓ2, NaCℓO4 e NaCℓ.
b) HNO3 e) H3PO3 c) NaCℓO, NaCℓO2 e NaCℓ.
c) H2CO3 d) NaCℓO, NaCℓO4 e NaCℓO2.
83. (Ita) Os óxidos de metais de transição podem e) NaCℓO2, NaCℓO3 e NaCℓ.
ter caráter ácido, básico ou anfótero. Assinale a 86. (Unesp) Bicarbonato de sódio e carbonato de
opção que apresenta o caráter dos seguintes óxi-
sódio são duas substâncias químicas muito pre-
dos: CrO, Cr2O3, CrO3.
sentes no cotidiano. Entre várias aplicações, o
a) Ácido, anfótero, básico bicarbonato de sódio é utilizado como antiáci-
b) Ácido, básico, anfótero do estomacal e fermento de pães e bolos, e o
c) Anfótero, ácido, básico carbonato de sódio, conhecido como barrilha ou
d) Básico, ácido, anfótero soda, tem sua principal aplicação na fabricação
de vidro comum. As fórmulas químicas do bicar-
e) Básico, anfótero, ácido
bonato de sódio e do carbonato de sódio estão
84. (Puc-mg) As chuvas ácidas são provocadas devi- corretas e respectivamente representadas em:
do à grande quantidade de poluentes gasosos a) NaHCO3 e NaOH.
lançados na atmosfera por alguns tipos de in-
b) Na(CO3)2 e NaHCO3.
dústria e pela queima de combustíveis fósseis por
c) NaHCO3 e Na2CO3.
automóveis. Uma das substâncias liberadas é o
dióxido de enxofre que, ao entrar em contato com d) Na(HCO3)2 e NaOH.
o ar atmosférico, transforma-se em trióxido de e) Na2HCO3 e Na2CO3.

Caderno de Atividades 413


87. Em determinada aula prática de Química, foi realizado o seguinte experimento.

A respeito dos resultados obtidos para cada experiência, resolva o que se pede.
a) Explique os resultados encontrados nas experiências I e II. Com base nos resultados obtidos, qual das
soluções é classificada como eletrolítica?

b) Ao se realizar esse experimento com soluções de mesma concentração dos ácidos sulfúrico (H2SO4) e
hipocloroso (HCℓO), cada uma em um determinado recipiente, qual será a principal diferença encontra-
da nos resultados para cada uma dessas soluções?

88. Determine o nome oficial dos ácidos a seguir e classifique-os de acordo com os critérios apresentados.
• número de hidrogênios ionizáveis
• presença ou não de oxigênio
• força do ácido
• número de elementos químicos
a) HCN
Nomenclatura:

Classificações:

b) H3PO3
Nomenclatura:

414 1ª. Série


Química

Classificações:

c) H2CO3
Nomenclatura:

Classificações:

reações inorgânicas
89. (ITA) Assinale a alternativa CORRETA para o par de substâncias cujas soluções aquosas, ao serem mistura-
das, produz um precipitado amarelo.
a) AℓCℓ3 e KOH d) Pb(C2H3O2)2 e KI
b) Ba(NO3)2 e Na2SO4 e) AgNO3 e NH4OH
c) Cu(NO3)2 e NaCℓO4

90. (Ita) Borbulha-se gás cloro em solução aquosa diluída de hidróxido de sódio a 25 ºC. Assinale a opção que con-
tém apenas produtos clorados resultantes.
a) Cℓ–, CℓO3– d) CℓO3–, OCℓ–
b) OCℓ–, Cℓ– e) CℓO4–,CℓO3–
c) CℓO3 , CℓO4 , Cℓ
– – –

91. (Unesp)
A imagem é a fotografia de uma impressão digital coletada na superfície de um
pedaço de madeira. Para obtê-la, foi utilizada uma técnica baseada na reação
entre o sal do suor (NaCℓ), presente na impressão digital, com solução aquosa
diluída de um reagente específico. Depois de secar em uma câmara escura, a
madeira é exposta à luz solar.
Considere soluções aquosas diluídas de AgNO3 e de KNO3. Indique qual delas
produziria um registro fotográfico de impressão digital ao reagir com o sal do
suor, nas condições descritas, e justifique sua resposta descrevendo as reações
químicas envolvidas.

Caderno de Atividades 415


92. (Fuvest) Uma jovem estudante quis demonstrar para b) o processo de produção industrial da cal
sua mãe o que é uma reação química. Para tanto, hidratada.
preparou, em cinco copos, as seguintes soluções:

COPO SOLUÇÃO

1 vinagre

2 sal de cozinha + água

3 fermento químico (NaHCO3) + água

4 açúcar + água

5 suco de limão
95. (Cefet-MG) Em uma aula prática, um béquer com
uma solução concentrada de ácido nítrico foi
Em seguida, começou a fazer misturas aleatórias deixado próximo a outro contendo hidróxido de
de amostras das soluções contidas nos copos, amônio. Entre os béqueres, foi observada a for-
juntando duas amostras diferentes a cada vez. mação de uma fumaça branca que se depositou
Qual é a probabilidade de que ocorra uma reação sobre a bancada. Sobre o sólido branco obtido,
química ao misturar amostras dos conteúdos de afirma-se, corretamente, que:
dois dos cinco copos?
a) é insolúvel em água.
a) 1/10 d) 1/3 b) possui caráter básico.
b) 1/8 e) 1/2 c) apresenta N com número de oxidação 3– e 5+.
c) 1/5 d) tem temperatura de ebulição menor que o
HNO3.
93. (Ita) Na temperatura ambiente, hidróxido de
e) resulta da condensação do NH4OH e evapo-
potássio sólido reage com o cloreto de amônio
ração do HNO3.
sólido, com a liberação de um gás. Assinale a
alternativa CORRETA para o gás liberado nesta 96. (Unesp) Em um laboratório de química, dois estu-
reação. dantes realizam um experimento com o objetivo
a) Cℓ2 d) NH3 de determinar a velocidade da reação apresenta-
b) H2 e) O2 da a seguir.
c) HCℓ
MgCO3(s) + 2 HCℓ(aq) → MgCℓ2(aq) + H2O(ℓ) + CO2(g)
94. (Ita) Por exposição à atmosfera ambiente, o hi-
dróxido de cálcio hidratado (cal hidratada) produz Sabendo que a reação ocorre em um sistema
um filme que é utilizado na proteção de super- aberto, o parâmetro do meio reacional que deve-
rá ser considerado para a determinação da velo-
fícies de alvenaria em um processo denominado
cidade dessa reação é:
“caiação”. Escreva a(s) equação(ões) química(s)
balanceada(s) da(s) reação(ões) que represen- a) a diminuição da concentração de íons Mg2+.
ta(m), respectivamente,: b) o teor de umidade no interior do sistema.
c) a diminuição da massa total do sistema.
a) a formação do filme acima citado, e
d) a variação da concentração de íons Cℓ–.
e) a elevação da pressão do sistema.

97. Alguns metais podem deslocar o hidrogênio de


um ácido halogenídrico, propiciando, assim, a for-
mação de gás hidrogênio e de um sal. Considere
que um estudante colocou em dois recipientes
diferentes, que continham inicialmente solução
aquosa de ácido clorídrico concentrado, placas

416 1ª. Série


Química

com a mesma massa de zinco (experimento I) e 98. (Fuvest) A aparelhagem esquematizada na figura
cobre (experimento II). Após determinado tempo, abaixo pode ser utilizada para identificar gases
o estudante verificou que apenas um dos recipi- ou vapores produzidos em transformações
entes apresentou resultado de reação, enquanto químicas. No frasco 1, cristais azuis de CoCℓ2
o outro permaneceu com igualdade de compor- anidro adquirem coloração rosa em contato com
tamento em relação ao início do experimento. vapor-d’água. No frasco 2, a solução aquosa
Dados: saturada de Ca(OH)2 turva-se em contato com
CO2(g).
• Valores de número atômico: H = 1, Cℓ = 17,
Cu = 29 e Zn = 30.
• Valores de massa atômica em g ∙ mol–1: H =
1,0, Cℓ = 35,5, Cu= 63,5 e Zn = 65,4.
a) Em qual experimento foi possível observar o
desprendimento de gás? Apresente, no es-
paço determinado, a equação balanceada
com os reagentes e produtos formados.

Utilizando essa aparelhagem em três experimen-


tos distintos, um estudante de Química investi-
gou os produtos obtidos em três diferentes pro-
cessos:
I. aquecimento de CaCO3 puro;
II. combustão de uma vela;
III. reação de raspas de Mg(s) com HCℓ(aq).
O aparecimento de coloração rosa nos cristais
de CoCℓ2 anidro e a turvação da solução aquosa
de Ca(OH)2 foram observados, simultaneamente,
em:
b) Considerando que cada uma das placas a) I, apenas.
metálicas tinha massa de 25 g e 80% de
pureza, qual é o volume, em litros, de gás hi- b) II, apenas.
drogênio produzido na reação em que houve c) III, apenas.
deslocamento pelo metal? O experimento foi d) I e III, apenas.
realizado em uma região com pressão atmos- e) I, II e III.
férica igual a 0,95 atm e temperatura de 15 °C.
• Constante dos gases (R) = 0,082 atm ∙ L ∙
mol–1 ∙ K–1

Caderno de Atividades 417


99. (Ita) O dióxido de potássio tem várias aplicações, entre as quais, a:
a) produção de peróxido de hidrogênio (g) na presença de água.
b) conversão de dióxido de carbono (g) para oxigênio (g).
c) absorção de dióxido de carbono (g) na presença de H2O com formação de oxigênio (g).
Apresente as equações químicas balanceadas que representam as reações descritas nos itens acima.

100. (CEFET-MG) Ao preparar uma solução, um analista adotou o seguinte procedimento:


I. calculou a massa necessária para o preparo da solução;
II. mediu a massa em um béquer;
III. transferiu a massa para um balão volumétrico;
IV. acrescentou água destilada até o menisco do balão volumétrico e o agitou para solubilizar o sólido;
V. empregou parte do volume para fazer o ambiente da tampa e, por fim, fechou o balão volumétrico.
As etapas do procedimento que foram realizadas corretamente, do ponto de vista prático, foram:
a) I e II. c) II e V. e) IV e V.
b) I e III. d) III e IV.

101. (Fuvest) O rótulo de um frasco contendo determinada substância X traz as seguintes informações:

Propriedade Descrição ou valor


Cor Incolor
Inflamabilidade Não inflamável
Odor Adocicado
Ponto de Fusão –23 ºC
Ponto de ebulição a 1 atm 77 ºC
Densidade a 25 ºC 1,59/cm3
Solubilidade em água a 25 ºC 0,1 g/100 g de H2O

Considerando as informações apresentadas no rótulo, qual é o estado físico da substância contida no


frasco, a 1 atm e 25 ºC? Justifique.

418 1ª. Série


Química

102. (Ufmg) Com objetivo de diminuir o impacto ambiental provocado pela emissão de gases nocivos ao ambi-
ente, uma empresa de fundição de autopeças, em Minas Gerais, decidiu abandonar o uso do gás SF6 em
sua linha de produção, substituindo-o por uma mistura de 99% de N2 e 1% de SO2.
a) Estudos ambientais indicam que o SF6 provoca o mesmo tipo de impacto ambiental que o CO2 e o CH4.
Identifique esse impacto.

b) Na mistura empregada, há 1% de SO2, que também é nocivo ao ambiente, mas não implica maiores
riscos, devido à sua baixa concentração na mistura. Esse gás pode se transformar em SO3, que, ao se
combinar com a água presente na atmosfera, gera um produto que contribui para o aumento da acidez
das chuvas. Escreva a equação química completa e balanceada da transformação de SO3 gasoso no
produto que contribui para a acidez da chuva ácida.

cálculos químicos
103. Robert Boyle, Antoine Lavoisier, Joseph Priestley e Carl Wihelm Scheele são os principais cientistas asso-
ciados à evolução da Química de alquimia para ciência de fato. Eles refutaram a teoria do flogisto, buscan-
do expor situações experimentais e propondo a Lei da Conservação das Massas. A respeito da teoria do
flogisto e da Lei da Conservação das Massas, avalie as afirmações apresentadas a seguir:
I. O flogisto teve validação na comunidade científica durante determinado tempo, pois conseguia explicar a
perda de massa nos compostos que sofriam combustão.
II. Lavoisier e outros cientistas contestavam o flogisto, pois a perda de massa nas reações de combustão
dos metais era praticamente insignificante ou inexistente.
III. Lavoisier conseguiu explicar a Lei da Conservação das Massas em sistemas reacionais abertos.
IV. Joseph Priestley, ao isolar o oxigênio, percebeu que a ocorrência das reações de combustão era propi-
ciada por um elemento e não uma característica dos materiais flogísticos.
V. O nome dado para o oxigênio por Lavoisier é de origem grega e significa formador de ácido o que esta
de acordo com as fórmulas químicas desses compostos que sempre o contém em sua estrutura esse
elemento.
Das afirmações realizadas são corretas:
a) apenas I, II e IV.
b) apenas II, III e IV.
c) apenas I, II e III.
d) apenas II, IV e V.
e) apenas I, II e V.

Caderno de Atividades 419


104. (Unicamp) Materiais poliméricos podem ter des- CH3
tinos diversos, que não seja o simples descarte CH3
CH3
em lixões ou aterros. A reciclagem, por exemplo,
CH3
pode ser feita por reaproveitamento sob diversas
CH2
formas. Na reciclagem secundária os diversos
polímeros que compõem o descarte são sepa-
rados e reutilizados na fabricação de outros ma-
HO
teriais; já na reciclagem quaternária, o material é
usado diretamente como combustível para gerar
energia térmica ou elétrica. Considere uma em- Considerando que a fórmula do colecalciferol,
balagem de material polimérico composta por 18 um dos componentes da vitamina D, cuja fór-
g de PET (C10H8O4)n 4 g de PEAD (C2H4)n e 0,1 g mula estrutural foi apresentada anteriormente, é
de PP (C3H6)n. C27H44O, determine a quantidade de elementos
químicos diferentes e de átomos totais existentes
a) Do ponto de vista ambiental, o que seria me-
em uma molécula dessa substância.
lhor: a reciclagem secundária ou a quater-
nária? Justifique sua escolha.

106. (Fuvest) Uma estudante de Química realizou o


seguinte experimento: pesou um tubo de ensaio
vazio, colocou nele um pouco de NaHCO3(s) e pe-
b) Numa reciclagem quaternária, representada sou novamente. Em seguida, adicionou ao tubo
pela combustão completa da embalagem de ensaio excesso de solução aquosa de HCℓ, o
citada, a massa consumida de polímeros e que provocou a reação química representada por
oxigênio seria maior, menor ou igual à massa NaHCO3(s) + HCℓ(aq) + CO2(g) + H2O(ℓ)
formada de gás carbônico e água? Justifique. Após a reação ter-se completado, a estudante
aqueceu o sistema cuidadosamente, até que
restasse apenas um sólido seco no tubo de en-
saio. Deixou o sistema resfriar até a temperatu-
ra ambiente e o pesou novamente. A estudante
anotou os resultados desse experimento em seu
caderno, juntamente com dados obtidos con-
sultando um manual de Química:

105. A vitamina D é essencial para manter o equilíbrio


mineral no corpo, sendo também conhecida como
vitamina antirraquítica ou colecalciferol. A baixa
exposição ao Sol pode causar sua deficiência,
que traz, entre várias consequências, fraqueza,
anemia e má fixação de cálcio nos ossos.
Geralmente pacientes que não podem se expor
ao Sol, como pessoas com câncer de pele ou
recém-nascidos, devem tomar um complemento
à base de um dos componentes dessa vitamina,
cuja estrutura está apresentada a seguir:

420 1ª. Série


Química

A estudante desejava determinar a massa de? 108. (Ufmg) Em meados do século XIX, Faraday
I. HCℓ que não reagiu; demonstrou um conflito entre o modelo atômi-
II. NaCℓ que se formou; co de Dalton e os valores experimentais das
densidades do potássio metálico e do óxido de
III. CO2 que se formou.
potássio. Nesta questão, aborda-se esse estu-
Considerando as anotações feitas pela estu- do de Faraday e, também, a interpretação dele
dante, é possível determinar a massa de: na atualidade. Suponha que, nestes desenhos,
a) I, apenas. estão representados os átomos de potássio na
b) II, apenas. rede cristalina do metal puro, K(s), e do óxido de
potássio, K2O(s), de acordo com o modelo de
c) I e III, apenas.
Dalton:
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

a) Indique a rede representada — K(s) ou K2O(s)


107. (Fuvest) A grafite de um lápis tem quinze — que contém o maior número de átomos de
centímetros de comprimento e dois milímetros potássio por unidade de volume. Justifique
de espessura. Dentre os valores abaixo, o que sua resposta, explicitando as características
relevantes do átomo, segundo o modelo de
mais se aproxima do número de átomos pre-
Dalton.
sentes nessa grafite é:
Nota:
1. Assuma que a grafite é um cilindro circular
reto, feito de grafita pura. A espessura da
grafite é o diâmetro da base do cilindro.
2. Adote os valores aproximados de:
2,2 g/cm3 para a densidade da grafita;
12 g/mol para a massa molar do carbono;
6,0 · 1023 mol–1 para a constante de Avogadro
a) 5 · 1023
b) 1 · 1023
c) 5 · 1022
d) 1 · 1022
e) 5 · 1021

Caderno de Atividades 421


b) Os valores atuais arredondados para as den- • Considere que um litro de óleo diesel tem
sidades, semelhantes aos usados por Far- massa de 850 g.
aday, são: (K metálico) = 1,0 g/cm3 e d(K2O
sólido) = 2,35 g/cm3. Considerando esses da-
dos, as fórmulas empíricas dos dois sólidos
e as respectivas massas molares, calcule o
volume de cada uma de duas amostras deles
sólidos: uma contendo 2 mol de K(s) e a outra,
1 mol de K2O(s).

110. O óxido nitroso (N2O) é usado como anestésico


em procedimentos odontológicos e também em
partos. A sua obtenção é dada pela reação apre-
sentada na equação química a seguir.

NH4NO3 → N2O + 2 H2O

Considerando rendimento de 90%, se forem usa-


109. Em países como o Brasil, que têm as rodovias dos 6 gramas de nitrato de amônio (NH4NO3),
qual a massa total de produtos que deverá ser
como a principal rota de tráfego de alimentos e
obtida?
produtos, o óleo diesel passa a ser um protagonis-
ta, pois é o combustível que sustenta os cami-
nhões. Esse combustível, assim como a gasoli-
na, é uma mistura de hidrocarbonetos, mas pode
ser representando pela fórmula geral C14H30.
Considere que a equação química que represen-
ta a reação de combustão do óleo diesel seja a
apresentada a seguir:

C14H30(ℓ) + 43/2 O2(g) → 14 CO2(g) + 15 H2O(ℓ)

Se uma carreta gasta em média um litro de óleo


diesel para cada dois quilômetros percorridos,
qual será a massa de produtos formada quando
uma carreta sai de Anápolis, em Goiás, e chega
a Rio Grande no Rio Grande do Sul depois de
percorrer 2 400 km?

422 1ª. Série


Química

111. O etanol (C2H6O) tem importância cada dia mais relevante no que diz respeito ao seu uso como combustível.
Sua obtenção passa pela fermentação da sacarose (C12H22O11) cuja reação simplificada é apresentada a seguir:

C12H22O11 + H2O → 4 C2H6O + 4 CO2

Partindo-se de uma quantidade de caldo de cana que contenha 500 kg de sacarose e admitindo que a
reação possua um rendimento de 68,4%, determine:
• Dados os valores de massa atômica em g/mol: H = 1,0; C = 12,0; O = 16,0
• Volume molar nas CNTP: 22,4 L
a) a massa em gramas de etanol produzida.

b) o volume em litros de gás carbônico gerado nas CNTP.

112. (Fuvest) A transformação representada pela equação química


– 2–
2 MnO 4(aq) + 5 C2O4 (aq) + 16 H+ (aq) → 2 Mn2+ (aq) + 10 CO2(g) + 8 H2O(l)

foi efetuada em condições de temperatura e pressão tais que o volume molar do CO2 (g) era de 22 L/mol.

Se x é o número de mols de MnO 4, gastos na reação, e V é o volume, medido em litros, de CO2 (g) gerado
pela reação, obtenha:
a) V como função de x;

Caderno de Atividades 423


b) a quantidade, em mols, de MnO–4 que serão gastos para produzir 440 L de CO2(g).

113. (Unicamp) Entre os vários íons presentes em 200 mililitros de água de coco há aproximadamente 320 mg
de potássio, 40 mg de cálcio e 40 mg de sódio. Assim, ao beber água de coco, uma pessoa ingere quan-
tidades diferentes desses íons, que, em termos de massa, obedecem à sequência: potássio > sódio =
cálcio. No entanto, se as quantidades ingeridas fossem expressas em mol, a sequência seria:

Dados de massas molares em g/mol: cálcio = 40; potássio = 39; sódio = 23.
a) potássio > cálcio = sódio.
b) cálcio = sódio > potássio.
c) potássio > sódio > cálcio.
d) cálcio > potássio > sódio.

424 1ª. Série


Química

114. (Fuvest) Uma moeda antiga de cobre estava recoberta com uma camada de óxido de cobre (II). Para
restaurar seu brilho original, a moeda foi aquecida ao mesmo tempo em que se passou sobre ela gás
hidrogênio. Nesse processo, formou-se vapor de água e ocorreu a redução completa do cátion metálico.
As massas da moeda, antes e depois do processo descrito, eram, respectivamente, 0,795 g e 0,779 g.
Assim sendo, a porcentagem em massa do óxido de cobre (II) presente na moeda, antes do processo de
restauração, era:

Dados: Massas molares (g/mol), H = 1,00; O = 16,0; Cu = 63,5.


a) 2% d) 10%
b) 4% e) 16%
c) 8%

115. (Cefet-MG) O carbonato de lítio é um medicamento empregado para o tratamento de transtornos bipolares.
Se um indivíduo toma um comprimido de 750 mg ao dia, então, estará ingerindo diariamente:
Dados: Li = 7; C = 12; O = 16.
a) 6,0 · 1021 íons lítio.
b) 6,0 · 1023 íons carbonato.
c) 0,01 mol de carbonato de lítio.
d) 1,8 · 1024 átomos de oxigênio.
e) 2,0 íons carbonato para cada íon lítio.

Caderno de Atividades 425


116. (Unicamp) Na reciclagem de embalagens de alumínio, usam-se apenas 5% da energia despendida na sua
fabricação a partir do minério de bauxita. No entanto, não se deve esquecer a enorme quantidade de
energia envolvida nessa fabricação (3,6 ∙ 106 joules por latinha), além do fato de que a bauxita contém (em
média) 55% de óxido de alumínio (alumina) e 45% de resíduos sólidos.
a) Considerando que em 2010 o Brasil produziu 32 ∙ 106 toneladas de alumínio metálico a partir da bauxita,
calcule quantas toneladas de resíduos sólidos foram geradas nesse período por essa atividade.

b) Calcule o número de banhos que poderiam ser tomados com a energia necessária para produzir apenas
uma latinha de alumínio, estimando em 10 minutos o tempo de duração do banho, em um chuveiro cuja
potência é de 3 000 W. Dado: W = J ∙ s–1.

117. (Mackenzie) A produção industrial do ácido sulfúrico é realizada a partir do enxofre, extraído de jazidas
localizadas normalmente em zonas vulcânicas. O enxofre extraído é queimado ao ar atmosférico produ-
zindo o anidrido sulfuroso (etapa I). Após essa reação, o anidrido sulfuroso é oxidado a anidrido sulfúrico,
em alta temperatura e presença de um catalisador adequado (etapa II). Em seguida, o anidrido sulfúrico é
borbulhado em água, formando o ácido sulfúrico (etapa III). As reações referentes a cada uma das etapas
do processo encontram-se abaixo equacionadas:

Etapa I: S(s) + O2(g) → SO2(g)


Etapa II: 2 SO2(g) + O2(g) → 2 SO3(g)
Etapa III: SO3(g) + H2O(ℓ) → H2SO4(ℓ)

426 1ª. Série


Química

Desse modo, ao serem extraídos 200,0 kg de enxofre com 80% de pureza de uma jazida, considerando-se
que o rendimento global do processo seja de 90%, a massa máxima de ácido sulfúrico que pode ser pro-
duzida será de
Dados: massas molares (g/mol): H = 1, O = 16 e S = 32.
a) 612,5 kg. d) 441,0 kg.
b) 551,2 kg. e) 200,0 kg.
c) 490,0 kg.

118. (Cefet-MG) No processo de obtenção do alumínio, metal utilizado na fabricação de latinhas de refrigerantes,
ocorre uma etapa de extração do minério (bauxita) que gera um produto intermediário, a alumina (Aℓ2O3)
com 100% de rendimento. A equação não balanceada que descreve a redução do alumínio (eletrólise)
envolvida nesse processo é:

Aℓ2O3 + C → Aℓ + CO2
Se a quantidade média de alumina na bauxita é de 45% em massa e cada latinha de refrigerante consome
0,49 mol de alumínio, então a massa de bauxita a ser retirada do ambiente para produzir 1 000 latinhas é,
aproximadamente, em kg, igual a:
Dados: Aℓ = 27; O = 16.
a) 11,3. d) 55,5.
b) 25,0. e) 111,1.
c) 50,0.

Caderno de Atividades 427


119. (Uemg) O nitrito de sódio (NaNO2), um conservante de carnes, tem sido alvo de polêmicas. Na presença de
ácido clorídrico (HCℓ), do suco gástrico, ele forma o ácido nitroso (HNO2), que, por ação de enzimas, reage
produzindo as nitrosaminas, comprovadamente cancerígenas. No Brasil, para conservar carnes, o limite
máximo permitido é de 0,20% m/m de nitrito de sódio.

A reação do processo descrito pode ser assim equacionada:


NaNO2(aq) + HCℓ(aq) → HNO2(aq) + NaCℓ(aq)
HNO2(aq) + (CH3)2 – NH → (CH3)2 – N – N = O + H2O(ℓ)
(dimetilnitrosamina)

I. Em 3 kg de carnes, pode-se utilizar 60 g de NaNO2.


II. Partindo-se de 6,9 g de NaNO2, forma-se 4,7 g de HNO2.
III. Um mol de nitrito de sódio produzirá 2 mol de dimetilnitrosamina.
IV. Cada 36,5 g de ácido clorídrico que reagem produzem 74 g de dimetilnitrosamina.
São CORRETAS apenas as proposições:
a) I e II. c) I e III.
b) III e IV. d) II e IV.

120. (Fgv) O hidrogenossulfito de sódio, NaHSO3, é um insumo usado na indústria de fabricação de papel e de
curtume. Pode ser obtido a partir da reação representada na seguinte equação:

Na2CO3(aq) + 2 SO2(g) + H2O(ℓ) → 2 NaHSO3(aq) + CO2(g)

A quantidade máxima de NaHSO3, em mols, produzida a partir de 42,4 toneladas de Na2CO3, é


a) 4 · 104. d) 8 · 105.
b) 4 · 105. e) 8 · 106.
c) 8 · 10 .
4

428 1ª. Série


Química

121. (Unicamp) O uso mais popular do cloreto de sódio é na cozinha, onde é utilizado para acrescentar sabor a
uma infinidade de alimentos e também como conservante e material de limpeza. É na indústria química, no
entanto, que ele é mais consumido. São inúmeros os processos que fazem uso de produtos do processa-
mento desse sal.
Obtém-se um sal de cozinha do tipo light substituindo-se uma parte do sal comum por cloreto de potássio.
Esse produto é indicado para pessoas com problemas de pressão arterial alta. Sabendo-se que a massa
molar do sódio é menor que a do potássio, pode-se afirmar que, para uma mesma massa dos dois tipos
de sal, no tipo light há:
a) menos íons cloreto e mais íons sódio do que no sal comum.
b) mais íons cloreto e menos íons sódio do que no sal comum.
c) mais íons cloreto e mais íons sódio do que no sal comum.
d) menos íons cloreto e menos íons sódio do que no sal comum.

122. (Fuvest) Antes do início dos Jogos Olímpicos de 2012, que aconteceram em Londres, a chama olímpica per-
correu todo o Reino Unido, pelas mãos de cerca de 8 000 pessoas, que se revezaram nessa tarefa. Cada pes-
soa correu durante um determinado tempo e transferiu a chama de sua tocha para a do próximo participante.
Suponha que
I. cada pessoa tenha recebido uma tocha contendo cerca de 1,02 g de uma mistura de butano e propano,
em igual proporção, em mols;
II. a vazão de gás de cada tocha fosse de 48 mL/minuto.
Calcule:
a) a quantidade de matéria, em mols, da mistura butano+propano contida em cada tocha;

Caderno de Atividades 429


b) o tempo durante o qual a chama de cada tocha podia ficar acesa.

Um determinado participante P do revezamento correu a uma velocidade média de 2,5 m/s. Sua tocha
se apagou no exato instante em que a chama foi transferida para a tocha do participante que o sucedeu.
c) Calcule a distância, em metros, percorrida pelo participante P enquanto a chama de sua tocha perma-
neceu acesa.
Dados: Massa molar (g/mol): butano = 58, propano = 44; volume molar nas condições ambientes: 24 L/mol.

123. (UNESP) A hidrazina, substância com fórmula molecular N2H4, é um líquido bastante reativo na forma pura.
Na forma de seu monoidrato, N2H4·H2O, a hidrazina é bem menos reativa que na forma pura e, por isso, de
manipulação mais fácil. Devido às suas propriedades físicas e químicas, além de sua utilização em vários
processos industriais, a hidrazina também é utilizada como combustível de foguetes e naves espaciais, e
em células de combustível.
A atuação da hidrazina como propelente de foguetes envolve a seguinte sequência de reações, iniciada
com o emprego de um catalisador adequado, que rapidamente eleva a temperatura do sistema acima de
800 °C:

3 N2H4(ℓ) → 4 NH3(g) + N2(g)


N2H4(ℓ) + 4 NH3(g) → 3 N2(g) + 8 H2(g)

430 1ª. Série


Química

Dados:
Massas molares, em g ∙ mol–1: N = 14,0; H = 1,0
Volume molar, medido nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) = 22,4 L
Calcule a massa de H2 e o volume total dos gases formados, medido nas CNTP, gerados pela decom-
posição estequiométrica de 1,0 g de N2H4 (ℓ).

124. (Unicamp) Na readequação de alguns estádios de futebol, por conta de uma atitude ecológica coerente,
milhares de assentos serão produzidos a partir de garrafas PET. Para cada assento serão necessárias cerca
de 100 garrafas PET de capacidade de 600 mL e massa de 18 g cada uma. Pode-se afirmar que a redução
de volume do material reaproveitado para a fabricação dos assentos será, aproximadamente, igual a:
Dados: Densidade do PET = 1,3 g ∙ cm–3. Considere que no reaproveitamento do PET não ocorre perda de
massa, e que o volume externo da garrafa é de 600 mL.
a) 2,3% c) 66,6%
b) 33,3% d) 97,7%

Caderno de Atividades 431


125. (Mackenzie) A calcita é um mineral encontrado na forma de cristais e em uma grande variedade de formas,
como também nas estalactites e estalagmites. É o principal constituinte dos calcários e mármores, ocor-
rendo também em conchas e rochas sedimentares. Pelo fato de ser composta por CaCO3, a calcita reage
facilmente com HCℓ, formando cloreto de cálcio, gás carbônico e água. Considerando que uma amostra de
10 g de calcita, extraída de uma caverna, ao reagir com quantidade suficiente de HCℓ, produziu 1,792 L de
gás carbônico, medido nas CNTP, é correto afirmar que, essa amostra apresentava um teor de CaCO3 da
ordem de:
Dado: massa molar (g/mol) CaCO3 = 100
a) 75%
b) 80%
c) 85%
d) 90%
e) 95%

gases
126. (Ita) Contribuíram de forma direta para o desenvolvimento do conceito de pressão atmosférica:
a) Friedrich August Kekulé e John Dalton.
b) Michael Faraday e Fritz Haber.
c) Galileu Galilei e Evangelista Torricelli.
d) Jöhns Jacob Berzelius e Eduard Büchner.
e) Robert Bunsen e Henry Louis Le Chatelier.

127. (Unicamp)
Notícia 1- Vazamento de gás oxigênio nas dependências do Hospital e Maternidade São Mateus, Cuiabá, em
03/12/13. Uma empresária que atua no setor de venda de oxigênio disse ao Gazeta Digital que o gás não faz mal
para a saúde. “Pelo contrário, faz é bem, pois é ar puro...”.
Adaptado de http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/9/materia/405285. Acessado em 10/09/2014.

Notícia 2- Vazamento de oxigênio durante um abastecimento ao pronto-socorro da Freguesia do Ó, zona norte


de São Paulo, em 25/08/14. Segundo testemunhas, o gás que vazou do caminhão formou uma névoa rente ao
chão. O primeiro carro que pegou fogo estava ligado. Ao ver o incêndio, os motoristas de outros carros foram
retirar os veículos...
Adaptado de http://noticias.r7.com/sao-paulo/cerca-de-40-pacientes-sao-transferidos-apos-incendio-em-hospital-da-zona-norte-26082014.
Acessado em 10/09/2014.

432 1ª. Série


Química

Ficha de informações de segurança de uma empresa que comercializa esse produto.

a) Levando em conta as informações fornecidas na questão, você concorda ou discorda da declaração da


empresária na notícia 1? Justifique sua resposta.


b) Após o vazamento descrito na notícia 2, motoristas tentaram retirar os carros parados, mas não tiveram
êxito na sua tentativa. Qual deve ter sido a estratégia utilizada para que eles não tenham tido êxito?
Justifique, do ponto de vista químico, a razão pela qual não deveriam ter utilizado essa estratégia.

128. Dois cilindros estão interligados por uma válvula conforme figura a seguir.

A B

Considere que o cilindro B possui volume de 5,0 L e que nele esta confinado um gás ideal que exerce uma
pressão igual 2 000 mmHg. Se a válvula for aberta propiciando a passagem do gás para o recipiente A
que possui volume três vezes maior que o recipiente B qual deverá ser a nova pressão do sistema gasoso
levando em conta que o processo ocorreu isotermicamente.
Dados: 1 atm = 760 mmHg
Obs.: Considere para efeito de cálculos que o volume da parte que contém a válvula é insignificante para
o sistema.

Caderno de Atividades 433


129. (Fuvest) A tabela abaixo apresenta informações sobre cinco gases contidos em recipientes separados e
selados.

RECIPIENTE GÁS TEMPERATURA (K) PRESSÃO (atm) VOLUME (L)

1 O3 273 1 22,4

2 Ne 273 2 22,4

3 He 273 4 22,4

4 N2 273 1 22,4

5 Ar 273 1 22,4

Qual recipiente contém a mesma quantidade de átomos que um recipiente selado de 22,4 L, contendo H2,
mantido a 2 atm e 273 K?
a) 1 d) 4
b) 2 e) 5
c) 3

130. (Fuvest) O rótulo de uma lata de desodorante em aerosol apresenta, entre outras, as seguintes infor-
mações: “Propelente: gás butano. Mantenha longe do fogo”. A principal razão dessa advertência é:
a) O aumento da temperatura faz aumentar a pressão do gás no interior da lata, o que pode causar uma
explosão.
b) A lata é feita de alumínio, que, pelo aquecimento, pode reagir com o oxigênio do ar.
c) O aquecimento provoca o aumento do volume da lata, com a consequente condensação do gás em
seu interior.
d) O aumento da temperatura provoca a polimerização do gás butano, inutilizando o produto.
e) A lata pode se derreter e reagir com as substâncias contidas em seu interior, inutilizando o produto.

434 1ª. Série


Química

131. (Puc-sp)
Dados: massas molares (g/mol): CaCO3 = 100 g/mol; CO2 = 44 g/mol; HCℓ = 36,5 g/mol;
0 K = 273 ºC e 273 K = 0 ºC
Constante dos gases ideais:
R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1
O calcário é um minério que apresenta elevado teor de carbonato de cálcio (CaCO3) além de outras im-
purezas. Uma amostra de 2,00 g de calcário foi tratada com 100 mL de solução aquosa de ácido clorídrico
(HCℓ) de concentração 0,50 mol · L–1. O gás carbônico (CO2) obtido nesse processo foi armazenado em
um recipiente de 4,1 L a 27 ºC apresentando pressão parcial de 0,090 atm. O teor de carbonato de cálcio
nessa amostra de calcário é:
a) 50% d) 90%
b) 65% e) 100%
c) 75%

132. (Ita) Considere um mol de um gás que se comporta idealmente, contido em um cilindro indeformável
provido de pistão de massa desprezível, que se move sem atrito. Com relação a este sistema, são feitas
as seguintes afirmações:
I. Se o gás for resfriado contra pressão externa constante, o sistema contrai-se.
II. Se pressão for exercida sobre o pistão, a velocidade média das moléculas do gás aumenta.
III. Se o sistema for aquecido a volume constante, a velocidade média das moléculas aumenta, indepen-
dentemente da natureza do gás.
IV. A velocidade média das moléculas será maior se o gás for o xenônio e menor se for o argônio.
Das afirmações acima, está(ão) ERRADA(S) apenas:
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) IV.

Caderno de Atividades 435


133. (Ita) Considere dois cilindros idênticos (C1 e C2), de paredes rígidas e indeformáveis, inicialmente eva-
cuados. Os cilindros C1 e C2 são preenchidos, respectivamente, com O2(g) e Ne(g) até atingirem a pressão
de 0,5 atm e temperatura de 50 °C. Supondo comportamento ideal dos gases, são feitas as seguintes
afirmações:
I. O cilindro C1 contém maior quantidade de matéria que o cilindro C2.
II. A velocidade média das moléculas no cilindro C1 e maior que no cilindro C2 .
III. A densidade do gás no cilindro C1 é maior que a densidade do gás no cilindro C2.
IV. A distribuição de velocidades das moléculas contidas no cilindro C1 e maior que a das contidas no
cilindro C2.
Assinale a opção que apresenta a(s) afirmação(ões) correta(s).
a) Apenas I e III. d) Apenas II e IV.
b) Apenas I e IV. e) Apenas III.
c) Apenas II.

134. (Ufu) Em uma atividade experimental o professor pegou duas garrafas PET vazias e colocou bexigas cheias
na boca de cada uma delas. Em seguida, colocou uma das garrafas em uma bacia com água quente e a
outra em uma bacia com água fria. Um dos balões murchou e o outro ficou mais cheio.
Sobre estes fatos, assinale a alternativa correta.
a) O balão que murchou foi colocado em água quente, pois o aumento da temperatura causou uma con-
tração dos gases da bexiga.
b) O balão que ficou mais cheio foi colocado em água quente, devido ao aumento da temperatura do
sistema e à expansão dos gases presentes na bexiga.
c) O volume do balão que foi colocado em água fria diminuiu, porque a pressão do sistema aumentou,
reduzindo o choque das partículas de gás com as paredes do balão.
d) Em qualquer um dos casos, o volume dos balões foi alterado, porque o tamanho das partículas de gás
foi modificado.

135. (Ita) Um sistema em equilíbrio e composto por n0 mol de um gás ideal a pressão P0, volume V0, tempera-
tura T0 e energia interna U0. Partindo sempre deste sistema em equilíbrio, são realizados isoladamente os
seguintes processos:
I. Processo isobárico de T0 até T0/2. IV. Processo isocórico de T0 até 2T0.
II. Processo isobárico de V0 até 2V0. V. Processo isotérmico de P0 até P0/2.
III. Processo isocórico de P0 até P0/2. VI. Processo isotérmico de V0 até V0/2.
Admitindo que uma nova condição de equilíbrio para esse sistema seja atingida em cada processo x (x =
I, II, III, IV, V e VI), assinale a opção que contem a informação errada.
a) UV = UVI/2 d) TII = 4TIII
b) UVI = U0 e) VI = VV/4
c) PIV = PVI

436 1ª. Série


Química

136. (Unesp) Incêndio é uma ocorrência de fogo não controlado, potencialmente perigosa para os seres vivos.
Para cada classe de fogo existe pelo menos um tipo de extintor. Quando o fogo é gerado por líquidos
inflamáveis como álcool, querosene, combustíveis e óleos, os extintores mais indicados são aqueles com
carga de pó químico ou gás carbônico.
Considerando-se a massa molar do carbono = 12 g · mol–1, a massa molar do oxigênio = 16 g · mol–1 e R =
0,082 atm · L · mol–1 · K–1, o volume máximo, em litros, de gás liberado a 27 ºC e 1 atm, por um extintor de
gás carbônico de 8,8 kg de capacidade, é igual a:
a) 442,8. d) 4 920,0.
b) 2 460,0. e) 5 400,0.
c) 4 477,2.

137. (Fgv) O gás hélio é utilizado para encher balões e bexigas utilizados em eventos comemorativos e em festas
infantis. Esse gás pode ser comercializado em cilindros cujo conteúdo apresenta pressão de 150 bar a 300
K. Considerando-se que 1 atm = 1 bar, e que a massa de gás He no cilindro é 170 g, então, o valor que
mais se aproxima do volume de gás hélio contido naquele cilindro a 300 K é:

Dado: R = 0,082 atm · L · K–1 · mol–1


a) 14 L. d) 500 mL.
b) 7,0 L. e) 140 mL.
c) 1,0 L.

Caderno de Atividades 437


138. (Unesp) As populações de comunidades, cujas moradias foram construídas clandestinamente sobre ater-
ros sanitários desativados, encontram-se em situação de risco, pois podem ocorrer desmoronamentos
ou mesmo explosões. Esses locais são propícios ao acúmulo de água durante os períodos de chuva e,
sobretudo, ao acúmulo de gás no subsolo. A análise de uma amostra de um gás proveniente de determi-
nado aterro sanitário indicou que o mesmo é constituído apenas por átomos de carbono (massa molar =
12,0 g · mol–1) e de hidrogênio (massa molar = 1,0 g · mol–1) e que sua densidade, a 300 K e 1 atmosfera
de pressão, é 0,65 g · L–1. Calcule a massa molar do gás analisado e faça a representação da estrutura de
Lewis de sua molécula.
Dado: R = 0,082 L · atm · K–1 · mol–1

139. (Ita) Um vaso de pressão com volume interno de 250 cm3 contém gás nitrogênio (N2) quimicamente puro,
submetido à temperatura constante de 250 °C e pressão total de 2,0 atm. Assumindo que o N2 se comporta
como gás ideal, assinale a opção CORRETA que apresenta os respectivos valores numéricos do número
de moléculas e da massa específica, em kg · m–3, desse gás quando exposto às condições de pressão e
temperatura apresentadas.
a) 3,7 · 1021 e 1,1 d) 7,2 · 1021 e 1,3
b) 4,2 · 1021 e 1,4 e) 8,7 · 1021 e 1,3
c) 5,9 · 1021 e 1,4

438 1ª. Série


Química

140. (Unesp) Nos frascos de spray, usavam-se como propelentes compostos orgânicos conhecidos como clo-
rofluorocarbonos. As substâncias mais empregadas eram CCℓF3 (Fréon 12) e C2Cℓ3F3 (Fréon 113). Num
depósito abandonado, foi encontrado um cilindro supostamente contendo um destes gases. Identifique
qual é o gás, sabendo-se que o cilindro tinha um volume de 10,0 L, a massa do gás era de 85 g e a pressão
era de 2,00 atm a 27 °C.
R = 0,082 L · atm · K–1 · mol–1
Massas molares em g · mol–1: H = 1, C = 12, F = 19, Cℓ = 35,5.

141. (Fuvest) Considere que em um balão de paredes rígidas, foram colocados 0,200 g de gás hidrogênio, 6,400 g
de gás oxigênio e um material sólido que absorve água. O volume do balão é de 4,480 L e é mantido à tem-
peratura de 0 ºC. No balão, passa-se uma faísca elétrica de modo que haja reação e a água formada seja
retirada pelo material absorvente, não exercendo pressão significativa. Com base nesse problema, responda
aos itens a seguir.
a) Supondo um comportamento ideal, qual é a pressão no balão (em atmosferas) após inserção de oxigê-
nio e hidrogênio? Considere R = 0,082 L · atm · K–1 · mol–1

Caderno de Atividades 439


b) Após a reação, mantendo-se a temperatura inicial e o volume, qual a pressão no interior do balão?

142. (Unicamp – adaptada) Uma amostra de 25 g de carbonato de cálcio impuro foi submetida à decomposição
por aquecimento e verificou-se a produção de 5 L de gás carbônico que foi medido a 30 ºC e 1 atm. O
porcentual de carbonato de cálcio presente na amostra é aproximadamente:

Dados: MM(CaCO3) = 100 g · mol–1; R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1


a) 20% c) 80%
b) 60% d) 90%

143. (Unesp – adaptada) Considere três cilindros idênticos formando sistemas gasosos, numa mesma tempera-
tura, e cada cilindro possui um rótulo com as seguintes informações:

Cilindro 1 7 g de N2 16 g de O2 6 g de He

Cilindro 2 14 g N2 8 g de O2 13 g de CO2

Cilindro 3 8 g de CH4 13 g de O2 4 g H2

Dados: MM(g/mol): C = 12,01; H = 1,008; O = 15,999; N = 14,007; He = 4,003.


Com base nesse quadro, considere as seguintes afirmativas:
1. O cilindro 1 apresenta a maior pressão parcial de O2.
2. O cilindro 2 apresenta a menor pressão parcial de N2.
3. O cilindro 3 apresenta a menor pressão parcial de O2.
4. O cilindro 3 apresenta a maior pressão total.

440 1ª. Série


Química

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

144. (Unesp) Uma equipe de cientistas franceses obteve imagens em infravermelho da saída de rolhas e o con-
sequente escape de dióxido de carbono em garrafas de champanhe que haviam sido mantidas por 24
horas a diferentes temperaturas.
As figuras 1 e 2 mostram duas sequências de fotografias tiradas a intervalos de tempo iguais, usando gar-
rafas idênticas e sob duas condições de temperatura.

As figuras permitem observar diferenças no espocar de um champanhe: a 18 °C, logo no início, observa-
-se que o volume de CO2 disperso na nuvem gasosa – não detectável na faixa da luz visível, mas sim do
infravermelho – é muito maior do que quando a temperatura é de 4 °C.
Numa festa de fim de ano, os estudantes utilizaram os dados desse experimento para demonstrar a lei que diz:
a) O volume ocupado por uma amostra de gás sob pressão e temperatura constantes é diretamente propor-
cional ao número de moléculas presentes.
b) A pressão de uma quantidade fixa de um gás em um recipiente de volume constante é diretamente
proporcional à temperatura.
c) Ao aumentar a temperatura de um gás, a velocidade de suas moléculas permanece constante.
d) A pressão de uma quantidade fixa de um gás em temperatura constante é diretamente proporcional à
quantidade de matéria.
e) O volume molar de uma substância é o volume ocupado por um mol de moléculas.

Caderno de Atividades 441


Anotações

442 1ª. Série


BIOLOGIA
1ª. Série

Introdução à Biologia: organização da vida


1. Foi durante a década de 1920 que dois cientis- O conjunto formado pela hipótese da evolução
tas sugeriram independentemente uma expli- gradual dos sistemas químicos e o experimento
cação para o surgimento dos primeiros orga- de Miller e Urey permitiriam aos cientistas que:
nismos vivos. A hipótese da evolução gradual a) explicassem o surgimento de organismos uni-
dos sistemas químicos de Aleksander I. Oparin celulares eucariontes e propusessem a hipó-
(1894-1980) e John B. S. Haldane (1892-1964) tese endossimbiótica.
propunha que descargas elétricas e radiações b) compreendessem o processo de formação de
ultravioletas em uma atmosfera extremamente moléculas complexas por meio da hipótese
instável possibilitaram a união de determinadas da panspermia.
moléculas, originando moléculas mais comple-
c) demonstrassem o surgimento de moléculas
xas. Essas moléculas foram formadas, de forma
orgânicas complexas em um ambiente que
lenta, nos mares primitivos. Para testar essa hi- simulava a Terra primitiva.
pótese, outra dupla de cientistas desenvolveu
d) demonstrassem o surgimento de moléculas
um simulador das condições presentes na Terra
inorgânicas complexas em um ambiente que
primitiva. Harold C. Urey (1893-1981) e Stanley
simulava a Terra primitiva.
L. Miller (1930-2007) desenvolveram um aparato
experimental bastante semelhante ao que está e) confirmar a hipótese da evolução gradual dos
representado na ilustração a seguir. sistemas biológicos.

2. Leia o texto a seguir:


“Quando se originou a vida?
Evidências sugerem que a vida surgiu pela primei-
ra vez por volta 3,5 bilhões de anos atrás. As evi-
dências são formadas por microfósseis (fósseis
que são muito pequenos para serem vistos sem
a ajuda do microscópio) e estruturas rochosas
antigas encontradas no Sul da África e Austrá-
lia chamadas estromatólitos. Estromatólitos são
produzidos por micróbios (maioria cianobactérias
fotossintetizantes) que formam filmes microbia-
nos que aprisionam lama; com o tempo, camadas
desses micróbios e de lama podem formar uma
estrutura rochosa estratificada – o estromatólito.
[...]”
Fonte: De sopa a células: a origem da vida. Disponível em:
<www.ib.usp.br/evosite/evo101/IIE2aOriginoflife.shtml>.
https://en.wikipedia.org/wiki/Miller-Urey-experiment Acesso em: jun. 2015.

Caderno de Atividades 443


A relação entre a hipótese da evolução gradual mas sim com a complexidade dos sistemas
dos sistemas químicos e o surgimento da vida químicos, apenas.
na Terra pode ser mais bem sintetizada em qual
alternativa a seguir? 3. (UFMG) Em 1745, o cientista John Needham reali-
a) A partir do aparecimento das primeiras proteí- zou o seguinte experimento: Colocou caldo pre-
nas e sua consequente organização em mice- viamente aquecido em tubos de ensaio. Fechou
os tubos de modo a impedir a entrada de ar e
las, surgiram os primórdios da compartimenta-
aqueceu o material novamente. Depois de alguns
lização necessária para a origem das células.
dias, esse material estava repleto de pequenos
b) A partir da evolução na organização química organismos.
entre compostos inorgânicos, como a água e
os íons de sódio, surgiram micelas compostas Considerando os resultados desse experimento
por proteínas, sendo estas os primórdios das e os conhecimentos atuais, é CORRETO afirmar
membranas celulares. que
c) A atmosfera instável rica em gases, como amô- a) o aquecimento do material foi insuficiente para
nia, água e hidrogênio, favoreceu o surgimento matar os organismos existentes nos tubos.
de moléculas complexas. Essas moléculas se b) os organismos que foram encontrados nos tu-
multiplicaram ao longo do tempo originando bos estavam mortos, por falta de oxigênio.
sistemas moleculares ainda mais complexos c) os organismos que apareceram no material vie-
que seriam os primórdios celulares. ram de material não vivo presente nos tubos.
d) A evolução gradual dos sistemas químicos d) os tubos e os alimentos utilizados estavam
não se relaciona com o surgimento da vida, completamente esterilizados.

Fundamentos químicos da vida:


composição dos seres vivos
4. Imagine a seguinte situação:
Estamos no ano 2330. Você faz parte de um grupo internacional de astronautas que, durante uma missão
espacial, encontrou um material até então desconhecido pelos humanos. Após descartarem a hipótese
de que se tratava de um ser ainda com vida, pois o material não apresentava algumas características
fundamentais para a vida como resposta a estímulos, metabolismo e reprodução, os cientistas decidiram
avaliar a composição química de uma amostra desse material. Tal análise se deu com o objetivo de testar
a hipótese de que esse material poderia apresentar composição química compatível com a da imensa
maioria dos seres vivos na Terra. A tabela a seguir apresenta os resultados obtidos após a análise de uma
amostra de 1 grama.

Componente químico Percentual da amostra

Carbono 15%

Hidrogênio 5%

Oxigênio 30%

Nitrogênio 30%

Mercúrio 15%

Outros (alumínio, ouro, zinco, cobre e ferro) 5%

444 1ª. Série


Biologia

Considerando esses achados, os cientistas pu- a) I e III d) I, II e IV


deram concluir que b) II e IV e) I, III e IV.
a) a composição não é compatível com a dos or- c) I, II e III
ganismos vivos na Terra. Estes possuem pre-
dominância de hidrogênio, oxigênio, carbono 6. (UFV) As vitaminas são substâncias indispensá-
e nitrogênio, nessa ordem, em sua composi- veis para diversas atividades metabólicas do or-
ção e não apresentam valores significativos ganismo humano. Com relação às características
de metais pesados. e funções da vitamina D, assinale a afirmativa IN-
b) era um material cuja composição química é CORRETA:
compatível com a dos organismos vivos da a) A vitamina D, assim como as demais vitami-
Terra, visto a grande quantidade de oxigênio, nas, é obtida a partir de alimentos, sendo que
hidrogênio e carbono, que são elementos quí- o organismo humano é incapaz de produzi-la.
micos encontrados neste planeta. b) É solúvel em gordura, sendo armazenada no
c) não se trata de material cuja composição quí- tecido adiposo e liberada continuamente, per-
mica é compatível com a de organismos vivos mitindo níveis suficientes o ano todo.
na Terra, por causa da pequena quantidade c) A síntese de vitamina D se inicia nas células
de metais pesados, como o mercúrio e au- da epiderme ao receber raios solares UVB,
sência de chumbo. mas é finalmente ativada nos rins.
d) não se trata de material cuja composição quí- d) É importante na absorção de cálcio no intesti-
mica é compatível com a de organismos vivos no e fixação de cálcio nos ossos, prevenindo
na Terra, devido à pequena quantidade de me- o raquitismo na infância e a osteoporose na
tais como alumínio, ouro e cobre. velhice.
e) a composição não é compatível com a dos or-
ganismos vivos na Terra. Estes possuem pre- 7. (IFNMG) A hemorragia decorrente da ingestão de
dominância de hidrogênio, oxigênio, carbono, trevo-doce por bovinos e ovinos se deve ao dicu-
silício, enxofre, nessa ordem, em sua compo- marol, substância presente nesse vegetal e que
sição e não apresentam valores significativos exerce ação antagonista à vitamina:
de metais pesados. a) B12 c) E
b) B1 d) K
5. (UFJF) A maior parte dos seres vivos é constituída
por água, responsável por 70 a 85% de sua mas- 8. (IFNMG) A coagulação sanguínea, em condições
sa. Considere as afirmativas abaixo relacionadas normais, acontece após o rompimento de um
às propriedades físico-químicas da água. vaso sanguíneo. O processo forma um coágulo
I. A molécula de água é polarizada, ou seja, no local da ruptura, interrompendo o sangramen-
apesar de ter carga elétrica total igual a zero, to e evitando, muitas vezes, hemorragias que
possui carga elétrica parcial negativa na re- podem causar a morte. Uma pessoa com proble-
gião do oxigênio e carga elétrica parcial posi- mas na coagulação do sangue apresenta carên-
tiva na região de cada hidrogênio. cia em vitamina:
II. Na água em estado líquido, a atração entre a) B1. c) A.
moléculas vizinhas cria uma espécie de rede b) K. d) E.
fluida, em contínuo rearranjo, com pontes de
hidrogênio se formando e se rompendo a todo 9. (UFJF) As vitaminas são compostos orgânicos,
momento. necessários em pequenas quantidades, sendo
III. A tensão superficial está presente nas gotas essenciais para a realização de muitos dos pro-
de água, sendo responsável pela forma pecu- cessos que ocorrem no nosso organismo. Várias
liar que elas possuem. doenças são causadas por uma deficiência em
vitaminas. O escorbuto, o beribéri e a anemia
IV. O calor específico é definido como a quan- perniciosa são doenças associadas à carência
tidade de calor absorvida durante a vapori- de quais vitaminas, respectivamente?
zação de uma substância em seu ponto de
ebulição. a) C, B1 e B12 d) C, B2 e B9
b) E, B6 e B9 e) E, B12 e B9
Assinale a alternativa que contenha todas as afir-
mativas CORRETAS. c) A, B1 e B5

Caderno de Atividades 445


10. (UNIMONTES) A atividade enzimática é extrema- tabelas abaixo trazem informações nutricionais
mente importante para ocorrência de diversos sobre cada uma dessas três bebidas.
processos biológicos em nosso organismo. Um
Tabela 1
processo de interação enzima-substrato é mos-
Porção: 100 mL % VD
trado abaixo. Analise-o atentamente.
Valor energético 86,3 kcal 4%
Proteínas 21,3 g 7%
Carboídratos 0,0 g 0%
Gorduras totais 0,0 g 0%
Gorduras saturadas 0,0 g 0%
Gorduras trans 0,0 g –
Com base na figura e nos conhecimentos asso-
Fibra alimentar 0,0 g 0%
ciados, é CORRETO afirmar:
Sódio 12,1 mg 1%
a) O centro ativo tem sua forma tridimensional
preservada do início ao fim do processo. Tabela 2
b) O processo de ligação enzima-substrato em Porção: 100 mL % VD
questão é característico do modelo chave-fe- Valor energético 51,5 kcal 3%
chadura.
Carboídratos 1,9 g 1%
c) No modelo apresentado, o formato do subs- Proteínas 4,1 g 5%
trato e a conformação do centro ativo são
Gorduras Saturadas 1,8 g 8%
complementares um ao outro.
Gorduras monoinsaturadas 0,9 g –
d) O modelo apresentado leva em conta a flexi-
Gorduras poliinsaturadas 0,1 g –
bilidade conformacional das proteínas.
Cálcio 143,1 mg 14%
11. (IFMG) Vitamina A 22,5 µg 4%

Intolerância à lactose atinge até Vitamina C 0,9 mg 2%


70% dos adultos brasileiros Magnésio 11,3 mg 4%

Um simples copo de leite ou um pedaço de quei- Colesterol 11,8 mg –


jo pode fazer mal para quem tem intolerância à Lipídios 3,0 g –
lactose. A pessoa sente náusea, gases, inchaço, Sódio 51,6 mg 2%
diarreia e assadura na região anal. Dados brasilei-
ros, 70% dos adultos tem algum desses sintomas
Tabela 3
após consumir leite de vaca ou derivados.
Porção: 100 mL % VD
A doença ocorre porque o indivíduo nasce sem
Valor energético 27,0 kcal 1%
uma enzima que quebra a lactose, o açúcar do
leite, ou porque deixa de produzi-la ao longo da Carboídratos 1,5 g 1%
vida, seja pelo envelhecimento ou por lesões no Proteínas 1,5 g –
intestino Gorduras Saturadas 2,6 g 3%
Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/
intolerancia-lactose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html>. Gorduras monoinsaturadas 1,2 g 2%
Acesso em: 27 nov. 2012.
Gorduras poliinsaturadas 0,2 g 1%
A enzima responsável pela digestão da lactose Cálcio 0,0 g –
a) pode ser inativada pelo aquecimento. Vitamina A 0,3 g –
b) atua na lactose e em outros carboidratos. Vitamina C 0,7 g –
c) é formada pela união de monossacarídeos. Magnésio 0,4 g 2%
d) atua em diferentes graus de acidez. Colesterol 0,0 g –
Lipídios 0,0 mg –
12. (UNESP) Três consumidores, A, B e C, compraram,
Sódio 49,5 mg 2%
cada um deles, uma bebida em embalagem lon-
ga vida, adequada às suas respectivas dietas. As Referência: http://vestibular.unesp.br/pdf/2014/VNSP1308_305_001.pdf>

446 1ª. Série


Biologia

Sabendo-se que o consumidor A tinha intolerân- composição da membrana plasmática. A seguir é


cia à lactose, o consumidor B era diabético e o apresentado o resultado do exame de perfil lipídi-
consumidor C tinha altos níveis de colesterol, e co de um homem de 25 anos de idade, conforme
que as bebidas compradas foram suco néctar de apresentado pelos laboratórios bioquímicos.
pêssego, bebida pura de soja e iogurte integral
natural, assinale a alternativa que associa cor- Lipídios Obtido Referência*
retamente a bebida comprada com a respectiva LDL - C 150 < 130
tabela e o consumidor que a adquiriu.
a) Suco néctar de pêssego, tabela 1, consumidor A. HDL - C 65 40

b) Iogurte integral natural, tabela 2, consumidor C. * unidade arbitrária.


c) Iogurte integral natural, tabela 1, consumidor B.
a) É possível afirmar que o indivíduo apresenta
d) Bebida pura de soja, tabela 2, consumidor A.
valores de colesterol bom (lipoproteína de alta
e) Suco néctar de pêssego, tabela 3, consumidor B. densidade) acima dos valores de referência?
O que isso indica?
13. O colesterol é uma molécula de lipídio da clas-
se dos esteroides. Muito se fala sobre o coles- b) Considerando o perfil lipídico apresentado, é
terol, seja sobre sua importância médica ou sua possível afirmar que o indivíduo possui quan-
participação em diversos processos biológicos, tidade excessiva de colesterol para ser meta-
como a síntese dos hormônios esteroides, e na bolizado no fígado? Justifique sua resposta.

Ácidos nucleicos: linguagem da vida


14. Com o objetivo de montar um modelo de uma d) 1 – III; 2 – II; 3 – I
molécula de DNA, um professor adquiriu os se- e) 1 – II; 2 – I; 3 – III
guintes materiais:
1. Canudos grossos. 15. (CEFET – MG) O DNA apresenta diferentes níveis de
2. Canudos finos. condensação, conforme representado na figura.
3. Bolas de isopor de quatro cores.
Após apresentar a estrutura básica da molécula
de ácido desoxirribonucleico, o professor pediu
a seus alunos que utilizassem o material para
construírem um modelo didático da molécula de
DNA, baseado no modelo proposto por Watson
e Crick na década de 1950. Cada objeto deveria
representar pelo menos uma das estruturas, ou
ligação, da molécula DNA, respeitando a seme-
lhança com o modelo original. Os alunos deve-
riam usar esta lista como orientação:
I. Ligação de hidrogênio.
II. Nucleotídeos.
III. Dupla hélice.
Assinale a alternativa que melhor corresponde as
associacoes necessarias para montar o modelo
de Watson e Crick:
a) 1 – I; 2 – II; 3 – III
b) 1 – III; 2 – I; 3 – II Referência disponível em: http://copeve.cefetmg.br/galerias/arquivos_
download/Superior_Mat_Fis_Qui_Bio_Ing_Esp_2014_1_Layout_1.pdf
c) 1 – II; 2 – III; 3 – I Disponível em: <http://biociencia.org>. Acesso em: 30 ago. 2013. (Adaptado).

Caderno de Atividades 447


No momento em que o DNA de uma célula somáti- Wilkins e Franklin por difração de raios-x. A car-
ca humana for visualizado no nível “F” de conden- ta foi vendida num leilão, em Nova Iorque, por 4
sação, está ocorrendo o processo de: milhões de euros. Há 60 anos, Crick enviou esta
missiva de sete páginas onde explicava o que era
a) síntese de proteínas. o ácido desoxirribonucleico (DNA) e enumerava
b) multiplicação celular. as quatro bases que o componham, descoberta
c) permutação cromossômica. feita com o seu colega James Watson, ambos
ganhadores do Prêmio Nobel. Uma frase da carta
d) produção de ácido ribonucleico. diz: “cremos ter descoberto o mecanismo básico
e) duplicação do material genético de cópia pelo qual a vida surge da vida. Como
deves imaginar, estamos muito emocionados”.
16. (CEFET – MG) “No DNA mitocondrial existem alguns Fonte: www.cienciahoje.pt/index.php?oid=57442&op=all.
genes que não estão presentes no núcleo da cé- Acesso em: 11 abr. 2013.
lula. Na formação da célula-ovo o espermatozoide
contribui apenas com o núcleo e as mitocôndrias A partir dos seus conhecimentos e tendo por
do embrião são todas de origem materna oriun- base a descoberta abordada no texto apresenta-
das do óvulo. À medida que o zigoto se divide, do, assinale a alternativa CORRETA.
as mitocôndrias também se dividem e passam a) O DNA é composto por quatro bases nitrogena-
para todas as células do embrião.” (LINHARES, S; das, que apresentam proporções iguais entre si.
GEWANDSZNAJDER, F. vol. 2008. p. 410)
b) As bases nitrogenadas do DNA são: A (adeni-
A presença do DNA mitocondrial NÃO é utilizada na), U (uracila), G (guanina) e C (citosina).
para c) Após essa descoberta, foi confirmada a previ-
a) investigação de paternidade. são de muitos cientistas, que atribuíam às pro-
b) solução de casos na genética forense. teínas a portabilidade dos fatores genéticos.
c) identificação de pessoas desaparecidas. d) O modelo proposto por Crick e Watson retra-
tava uma estrutura tridimensional do DNA, na
d) exames antropológicos realizados nos restos
qual duas cadeias helicoidais se enrolavam
humanos.
em torno do mesmo eixo.
e) estudos evolutivos na pesquisa de linhagens
antigas. 19. (IFSMG) No artigo publicado na revista científica
Nature, em 1953, Watson e Crick descrevem a
17. (IFMG) A síntese de proteínas, processo que se estrutura molecular do DNA, inclusive o parea-
inicia no núcleo celular e é concluído nos ribos- mento obrigatório entre a adenina (A) e a timina
somos, é constituído por duas etapas, a transcri- (T), e entre a guanina (G) e a citosina (C), e afir-
ção e a tradução, que envolvem a participação mam: “Não escapou da nossa atenção que o pa-
do DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido reamento específico que nós postulamos sugere
ribonucleico). imediatamente um possível mecanismo de cópia
Quanto a esse processo, marque a alternativa do material genético”. Eles sugeriram um modelo
que contém a afirmação correta. de como essa molécula deveria replicar. Mesel-
a) Cada aminoácido apresenta um único códon son e Stahi, em 1958, realizaram experimentos
para a sua codificação. utilizando isótopos de nitrogênio que foram in-
corporados às bases nitrogenadas para avaliar
b) Na transcrição há a participação do ribossomo.
como se daria a replicação da molécula. Tais ex-
c) O conjunto de três bases nitrogenadas pre- perimentos levaram à conclusão de que:
sentes no RNA mensageiro recebe o nome de
anticódon. a) A replicação é conservativa, isto é, as molé-
culas filhas sintetizadas são iguais à molécu-
d) A sequência de aminoácidos formadores da la-mãe.
proteína é determinada indiretamente pela
molécula de DNA. b) A replicação é dispersiva, isto é, uma molé-
cula de DNA origina duas moléculas de DNA.
18. (IFSMG) Leia o texto abaixo: c) A replicação é semiconservativa, isto é, as mo-
léculas filhas apresentam duas fitas moldes.
“Carta sobre descoberta de DNA vendida por 4
milhões de euros: em 1953, Francis Crick dirigiu d) A replicação é semiconservativa, isto é, as
uma carta ao seu filho de 12 anos para comunicar moléculas filhas consistem de uma fita paren-
a descoberta da estrutura DNA, já retratada por tal e uma recém-sintetizada.

448 1ª. Série


Biologia

20. (PUC – MG)


Quase todo o genoma humano tem alguma função, diz pesquisa.
Parece que a ciência finalmente está começando a abrir a caixa-preta do genoma. Um novo olhar sobre o con-
junto do DNA humano indica que ao menos 80% de seus 3 bilhões de “letras” químicas têm alguma função. E
sim, isso é surpreendente – porque, desde que o genoma humano foi soletrado pela primeira vez, há 12 anos, a
impressão que ficou é que 95% dele era “DNA-lixo”.
Fonte: Folha de S.Paulo online, 05 de setembro de 2012.

Sobre o DNA humano, assinale a afirmativa INCORRETA.


a) A partir do sequenciamento genético total do DNA humano, é possível avaliar o prognóstico de várias
enfermidades distintas, incluindo diferentes tipos de câncer, problemas cardíacos, diabetes e Alzheimer.
b) Um gene corresponde a uma região particular de uma molécula de DNA e cada um determina a produ-
ção de uma molécula específica de RNA transcrevendo para ela seu código genético.
c) Após a transcrição da maioria dos genes, alguns trechos do RNA denominados íntrons são removidos e
fitas de RNAm, compostas por éxons, são liberadas do núcleo e podem ser traduzidas como proteínas.
d) Nosso DNA é constituído fundamentalmente por cromossomos, e cada cromossomo possui apenas
uma molécula de DNA.

21. (PUC – MG) Em 1950, o bioquímico Erwin Chargaff determinou a composição relativa de bases nitrogena-
das (A – Adenina; G – Guanina; T – Timina e C – Citosina) do DNA de diversas espécies. A tabela apre-
senta resultados obtidos para algumas espécies. Variações apresentadas na tabela, menores que 0,5%,
devem ser desconsideradas por representarem erros normais no processo de quantificação das bases
nitrogenadas.
Os resultados obtidos, mesmo aqueles não aqui apresentados, revelaram que as composições relativas
das bases nitrogenadas do DNA variam de espécie para espécie, mas são constantes para a mesma es-
pécie.

Composição Relativa* (%) de Bases Nitrogenadas


do DNA de diferentes Espécies

BASES PÚRICAS BASES PIRIMÍDICAS


ESPÉCIE GRUPO
A G T C

Homo sapiens Humano 31,0 19,1 31,1 18,8

Drosophila melanogaster Mosca 27,3 22,5 27,6 22,6

Zea mays Milho 25,6 24,4 25,2 24,8

Neurospora crassa Fungo 23,0 27,1 23,1 26,8

Bacillus subtilis Bactéria 28,7 21,2 29,0 21,1

Esses resultados contribuíram para desvendar uma importante característica relativa à molécula de DNA.
Marque a opção que revela que característica é essa.
a) Quanto mais evoluída for uma espécie, maior o conteúdo de bases púricas no seu DNA.
b) Quantidades semelhantes de A/T e C/G entre duas espécies indicam forte parentesco evolutivo.
c) O código genético é determinado pela quantidade relativa das bases nitrogenadas presentes no DNA
de cada espécie.
d) As duas fitas de DNA pareiam através das bases A com T e C com G e, por isso, as quantidades de
A+G/T+C = 1.

Caderno de Atividades 449


Biologia Celular: estudo das células
22. Leia o texto a seguir: rios, as algas, os fungos, as plantas e os animais.
Nesse processo, a energia é armazenada na for-
As “células” de Hooke
ma de ATP, a partir de doadores e de aceptores
Em 1663, o cientista inglês Robert Hooke dedi- de elétrons. Em certos casos, organelas como as
cou-se à observação da estrutura da cortiça, para mitocôndrias são fundamentais para o processo.
tentar descobrir o que fazia dela um material tão
leve e flutuante. Então, teve a ideia de cortá-la em a) Dos organismos citados, quais são os que
fatias finas o bastante para que pudessem ser ob- possuem mitocôndrias?
servadas ao microscópio. Através das lentes de
aumento, ele constatou que a cortiça era formada
por um grande número de cavidades preenchidas
com ar. Dois anos depois, Hooke publicou a obra
Micrographia, onde denominou as estruturas
ocas de “células”.
Fonte: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Teoria celular: as células de
Hooke. –. Disponível em: www.invivo.fiocruz.br/celula/teoria_03.htm. b) É correto afirmar que, tanto na fermentação
Acesso em: jul. 2015. quanto na respiração aeróbica, o doador ini-
cial e o aceptor final de elétrons são molécu-
Robert Hooke é um dos cientistas precursores do las orgânicas? Justifique.
estudo das células. Após as suas observações,
diversos outros cientistas realizaram importantes
trabalhos para o aprimoramento do conhecimen-
to dessa estrutura fundamental dos seres vivos.
Sobre a definição da teoria celular, assinale a al-
ternativa correta:
a) as células são a unidade da vida. Organismos
são formados pelo conjunto dessas unidades.
b) as células são blocos estruturais dos organis-
mos vivos. Considera-se como vivo apenas
organismos que apresentam múltiplos blocos
estruturais. 25. (IFMG) Células eucariotas apresentam, em seu ci-
c) as células são a unidade fundamental da vida. toplasma, diversas estruturas denominadas orga-
Todos os seres vivos são formados por pelo nelas citoplasmáticas, que atuam como pequenos
menos uma célula. órgãos, possibilitando a sobrevivência celular.
d) as células são reservatórios para a força vital Considerando as organelas citoplasmáticas, as
da vida, sendo cada célula um organismo vivo. afirmativas abaixo estão corretas, EXCETO:
a) Os cloroplastos estão presentes em vegetais
23. (UNICAMP) Considere os seguintes componentes e em alguns fungos, sendo responsáveis pela
celulares:
fotossíntese.
I. parede celular
b) Os lisossomos são pequenas vesículas mem-
II. membrana nuclear branosas que contêm enzimas digestivas.
III. membrana plasmática São responsáveis pela digestão do material
IV. DNA obtido pelas células por endocitose, bem
como de estruturas próprias da célula, em um
É correto afirmar que as células de processo chamado autofagia.
a) fungos e protozoários possuem II e IV. c) Mitocôndrias estão presentes em células ani-
b) bactérias e animais possuem I e II. mais e vegetais. São as organelas responsá-
c) bactérias e protozoários possuem II e IV. veis pela respiração celular.
d) animais e fungos possuem I e III. d) Ribossomos estão presentes em células euca-
riotas e também em procariotas. São respon-
24. (UNIFESP) Obter energia é vital para todos os se- sáveis pela síntese proteica, função de extre-
res vivos, tais como as bactérias, os protozoá- ma importância para a sobrevivência celular.

450 1ª. Série


Biologia

26. Analise a representação das duas células a seguir:


Figura I Figura II
1 5

Luis Moura, 2009. Digital.


6

2
8

9
3
10

1 - Vacúolo 6 - Retículo endoplasmático rugoso


2 - Cloroplasto 7 - Mitocôndria
3 - Parede celular 8 - Complexo golgiense
4 - Retículo endoplasmático liso 9 - Membrana plasmática
5 - Núcleo 10 - Centríolos

Sobre as estruturas observadas, é correto afirmar que:


a) a figura I é uma célula vegetal, pois apresenta centríolos, organelas características de células vegetais,
mas não de células animais, responsáveis pelo processo de divisão celular.
b) a figura II é uma célula animal, pois é possível identificar as mitocôndrias, que atuam na produção de
energia apenas das células animais, pois os cloroplastos realizam essa função nas células vegetais.
c) a figura I é uma célula vegetal, pois o complexo golgiense, que funciona na secreção de substâncias,
está presente neste tipo celular em grande quantidade, e é raro em células animais.
d) a figura II é uma célula animal, pois apresenta o vacúolo, presente em ambas as células, mas que ocupa
a maior parte do volume celular, nos animais.
e) a figura I é uma célula vegetal, pois é possível identificar a parede celular, como envoltório externo à
membrana plasmática, caraterística das células vegetais, mas não das células animais.

27. (CEFET – MG) O núcleo é muito importante para o funcionamento celular, pois controla todas as atividades
metabólicas. Isto ocorre devido ao processo de
a) mutação genética. d) multiplicação celular.
b) transcrição de RNA. e) desnaturação proteica.
c) duplicação do DNA.

28. (MACKENZIE) Em comum, as células de cianobactérias, algas e plantas têm


a) parede celulósica. d) núcleo organizado.
b) pigmento clorofila. e) pigmentos carotenoides.
c) cloroplasto.

29. (PUC – MG) Schleiden e Schwann, em 1838, trabalhando com tecidos de vegetais e animais respectiva-
mente, concluíram que os elementos estruturais de plantas e animais eram essencialmente os mesmos.
Nasceu então a Teoria celular, definindo que as células são unidades básicas e fisiológicas de todos os
organismos vivos e que elas são entidades distintas e construtoras de organismos mais complexos.
Podem-se acrescentar mais elementos à Teoria celular, porém é INCORRETO afirmar que:
a) todas as células apresentam semelhanças básicas em sua composição química.
b) a maioria das reações químicas da vida ocorre dentro das células.
c) em eucariontes ou procariontes, o repasse das características genéticas é realizado através do cros-
sing-over.
d) durante a divisão celular, conjuntos complexos de informações genéticas são replicados e repassados
a células filhas.

Caderno de Atividades 451


Membranas celulares: trocas
entre as células
30. Observe o esquema ilustrativo da membrana celular apresentado a seguir:
Considere a alternativa cujos termos melhor substituem os espaços indicados pelos números 1, 2, 3 e 4.
Jack Art, 2013. Digital.

a) 1 – hidrofílica; 2 – hidrofóbica; 3 – apolar; 4 – polar.


b) 1 – hidrofóbica; 2 – hidrofílica; 3 – apolar; 4 – polar.
c) 1 – hidrofílica; 2 – hidrofílica; 3 – apolar; 4 – polar.
d) 1 – hidrofóbica; 2 – hidrofílica; 3 – polar; 4 – apolar.
e) 1 – hidrofílica; 2 – hidrofóbica; 3 – polar; 4 – apolar.

31. Durante uma aula de Biologia, alunos trabalharam com bolhas de sabão para estudar a membrana plas-
mática. Entre as atividades realizadas, estavam simulações que demonstravam que bolhas de sabão e
membranas biológicas podem compartilhar das seguintes propriedades:
a) hidrossolúveis, capazes de se auto-organizarem, flexíveis.
b) formadas por uma bicamada, capazes de se auto-organizarem e de fragmentação em estruturas menores.
c) hidrofílicas, não são capazes de se auto-organizar, rígidas.
d) formadas por uma bicamada, não são capazes de se auto-organizarem, incapazes de se fragmentar em
estruturas menores.

32. São funções atribuídas à membrana celular:


a) Sustentação, nutrição, locomoção celular e síntese proteica.
b) Proteção, controle entrada e saída substâncias, organização do material genético.
c) Limpeza, locomoção, síntese proteica e transporte de proteínas
d) Proteção, revestimento e controle de entrada e saída de substâncias.

33. (IFNMG) Em relação aos mecanismos de transporte através da membrana, julgue as proposições abaixo:
I. O transporte passivo refere-se à passagem de substâncias do interior da célula para o meio externo.
II. O transporte ativo refere-se à passagem de substâncias do meio externo para o interior da célula.
III. O transporte osmótico pode promover tanto a entrada quanto a saída de água na célula. Marque a
alternativa CORRETA:
a) As afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente a afirmativa II está correta.
c) Somente a afirmativa III está correta.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

452 1ª. Série


Biologia

34. (MACKENZIE) A respeito da membrana plasmática, Considere duas situações:


é correto afirmar que 1) a célula mergulhada numa solução hipertônica;
a) as moléculas de fosfolipídios são completa- 2) a célula mergulhada numa solução hipotônica.
mente apolares.
Dentre as figuras numeradas de I a III, quais re-
b) a fluidez da membrana permite a movimen- presentam o aspecto da célula, respectivamente,
tação das proteínas que fazem parte dessa nas situações 1 e 2?
membrana.
c) os canais de transporte permanecem abertos
o tempo todo.
d) a difusão facilitada é um processo que inde-
pende da participação de proteínas.
e) a organização da membrana plasmática é di-
ferente da membrana que forma as organelas
celulares. a) I e II.
b) I e III.
35. (FUVEST) Nas figuras abaixo, estão esquematiza-
c) II e I.
das células animais imersas em soluções salinas
de concentrações diferentes. O sentido das se- d) III e I.
tas indica o movimento de água para dentro ou e) III e II.
para fora das células, e a espessura das setas
indica o volume relativo de água que atravessa a 37. (IFTM) Durante uma aula prática, os alunos co-
membrana celular. locaram algumas hemácias humanas em água
destilada e analisaram a variação do volume ce-
lular. Após o experimento, as variações no volu-
me das células foram indicadas em um gráfico.
Sabendo-se que as hemácias humanas ficam
mergulhadas no plasma sanguíneo, cuja solução
apresenta 0,9% de NaCℓ, o gráfico que ilustra
corretamente a variação do volume das hemá-
cias na água destilada, em função do tempo,
está indicado em
A ordem corretadas figuras, de acordo com a
a)
concentração crescente das soluções em que as
células estão imersas, é:
a) I, II e III.
b) II, III e I.
c) III, I e II.
d) II, I e III.
e) III, II e I.

36. (FUVEST – SP) A figura abaixo representa uma cé-


lula de uma planta jovem.
b)

Caderno de Atividades 453


c) III. As diferenças de afinidade com a água, apre-
sentadas pelos componentes da molécula,
apontada em B, permitem a formação de uma
película que regula a passagem de substâncias.
IV. As moléculas, indicadas em C, podem ser-
vir como transportadoras de substâncias por
meio da membrana.
São corretas:
a) apenas as afirmativas II, III e IV.
b) apenas as afirmativas II e IV.
d)
c) as afirmativas I, II, III e IV.
d) apenas as afirmativas I, II e III.
e) apenas as afirmativas I, III e IV

39. (IFNMG) As trocas de substâncias entre células


se dá por intermédio da membrana celular que
apresenta semipermeabilidade, favorecendo o
deslocamento de água e moléculas de acordo
com as concentrações dos meios. Em uma aná-
lise experimental para simular essas trocas, dois
e) compartimentos A e B foram separados por uma
membrana impermeável a solutos.
Gráfico 1: Variação de Volume do Compartimento A

38. (MACKENZIE)

Fonte:www.portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 23 out. 2014.

O gráfico 1 representa a variação de volume do


compartimento A. A partir da análise do gráfico
1, assinale o processo envolvido e a concentra-
ção da solução no compartimento B, no início do
experimento.
a) Difusão e hipertônica.
b) Difusão e hipotônica.
A respeito do esquema acima, que representa c) Osmose e hipotônica.
um fragmento de membrana plasmática, são fei-
d) Osmose e hipertônica.
tas as seguintes afirmações.
I. A seta A indica o glicocálix, responsável por 40. (IFSMG)
proteger a membrana.
Notícias recentes dos últimos meses nos dão con-
II. As moléculas indicadas em B são líquidas, o ta de que São Paulo tem utilizado as águas pro-
que permite a movimentação de substâncias fundas (chamado volume morto) do Sistema da
pela membrana. Cantareira; tal medida tem causado muita polê-

454 1ª. Série


Biologia

mica em torno da falta de água. No entanto, sa- c) estimula maior absorção de água pelas células
be-se que o Estado de São Paulo é banhado pelo da raiz, provocando turgescência e lise celular.
Oceano Atlântico. A água do oceano não pode ser
d) impede a absorção de água, através de os-
usada para consumo, sem o tratamento adequa-
do, tratamento esse chamado de dessalinização.
mose, pelas células da raiz, aumentando a
concentração osmótica do solo.
A dessalinização de água por osmose inversa é
uma alternativa, para retirar o sal da água e eli- 43. (UFJF) Há alguns anos, a parede celular de células
minar vírus, bactérias e fungos, podendo assim, vegetais era considerada uma matriz rígida. Hoje
disponibilizar água potável para a população e
em dia, sabe-se que ela possui uma estrutura re-
melhorar a qualidade de vida.
Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_
sistente, mas permeável, não exercendo controle
agua_salgada/dessalinizacao_da_agua_do_mar.htm. sobre as substâncias que entram ou saem das
Acesso em 10/09/2014. Adaptado. células. Sobre a parede celular de células vege-
Não é possível o consumo da água do mar, por- tais, é CORRETO afirmar que:
que essa água salgada causaria nas células san- a) é formada por peptideoglicanos, que são gli-
guíneas: cídios associados a aminoácidos.
a) a lise, seguida de extravasamento do conteú- b) há presença de uma cápsula mucilaginosa,
do intracelular no meio. que confere adesão à mesma.
b) uma intensa difusão facilitada para o interior c) é formada por celulose e lignina, como cons-
das células, inchando-as. tituintes majoritários.
c) uma grande desidratação dessas células o d) é formada por amido, que aumenta a perme-
que afetaria o metabolismo. abilidade celular.
d) endocitoses sucessivas gerando um stress e) é formada por quitina, que confere rigidez à
celular que a levaria a morte. mesma.

41. (PUC – MG) As células, tanto em vegetais como 44. (UNESP) Leia o trecho da sentença condenatória
nos animais, possuem membranas, que as sepa- de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
ram do ambiente ao seu redor. Mas, em vegetais
“Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Sil-
exteriormente à membrana, encontra-se uma pa-
va Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi
rede celular rígida.
da tropa paga da Capitania de Minas a que com
A membrana plasmática em animais e a parede baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públi-
celulósica em vegetais podem apresentar em co- cas ao lugar da forca e nela morra morte natural
mum, EXCETO: para sempre, [...] e a casa em que vivia em Vila
a) serem produzidas dentro das células pelos re- Rica será arrasada e salgada, para que nunca
tículos liso e rugoso. mais no chão se edifique [...]. “
(http://bd.tjmg.jus.br)
b) terem capacidade de retenção de moléculas e
estruturas celulares em seu interior. Como se verifica, além da condenação à morte, a
c) atuarem como barreiras com capacidade se- sentença determinava ainda que a casa em que o
letiva à entrada e saída de certas substâncias. inconfidente vivia fosse demolida e a terra salga-
d) terem ligações com células adjacentes para a da, tornando-a assim improdutiva.
constituição de determinados tecidos. Referindo-se aos processos de transporte de
substâncias através da membrana, os quais per-
42. (UEMG) Nos autos de condenação de revoltosos mitem às células dos pelos absorventes das raí-
do Brasil Colônia, como Tiradentes, era comum zes obterem água e minerais do solo, explique por
constar que, além da pena de morte e do esquar- que salgar a terra torna o solo improdutivo.
tejamento dos corpos, seus bens seriam confis-
cados e suas terras seriam salgadas, para que
nada mais ali nascesse.
O ato de salgar a terra realmente provoca a morte
das plantas porque o excesso de sal na terra
a) dificulta a absorção de íons minerais pelas raí-
zes, por transporte ativo.
b) impede a ação das proteínas transportadoras
das membranas das células da raiz.

Caderno de Atividades 455


Bases da Fisiologia Celular: hialoplasma
e organelas celulares
45. Quando o cientista britânico Robert Hooke função é desempenhada pelos cloroplastos,
(1635-1703) observou finos pedaços de cortiça organelas que também fazem fotossíntese.
ao microscópio, percebeu espaços pequenos re-
pletos de ar. Sabendo que o interior das células 47. (MACKENZIE)
dos organismos é composto pelo hialoplasma,
sua composição, estrutura e função podem des-
critas como:
a) Composto apenas de água e sais minerais, o
hialoplasma apresenta-se líquido e preenche
o interior celular.
b) Composto de lipídios e proteínas, o hialoplas-
ma possui aparência viscosa, preenchendo a
célula e dando sustentação às organelas ce-
lulares.
c) Composto de carboidratos diluídos em água,
o hialoplasma possui aparência líquida e atua Assinale a alternativa correta a respeito da orga-
como preenchimento do interior celular, am- nela representada acima.
biente de reserva energética e também pro-
a) É exclusiva de células animais.
pício para a ocorrência de reações químicas
celulares. b) É responsável pelos processos que sintetizam
carboidratos.
d) Composto principalmente de água, sais mine-
c) Todas as células apresentam a mesma quan-
rais e proteínas, o hialoplasma apresenta-se
tidade dessa organela.
de modo viscoso e atua no preenchimento,
reserva energética e ambiente propício para d) Apresenta duas membranas e ribossomos
a ocorrência de reações químicas celulares. próprios.
e) Seu funcionamento independe da presença
46. (IFMG) Células eucariontes apresentam em seu de oxigênio.
citoplasma diversas organelas, que desempe-
nham as mais diversas funções para a sobrevi- 48. (UNICAMP) O desenvolvimento da microscopia
vência celular. trouxe uma contribuição significativa para o estu-
do da Biologia. Microscópios óticos que usam luz
Sobre as organelas celulares e suas funções, to-
visível permitem ampliações de até 1.000 vezes,
das as afirmações estão corretas, exceto:
sendo possível observar objetos maiores que 200
a) Os ribossomos, que são constituídos por nanômetros.
RNA ribossômico associado a proteínas, têm
a) Cite dois componentes celulares que podem
por função sintetizar polipeptídios.
ser observados em uma preparação que con-
b) Os lisossomos são as organelas responsáveis tém uma película extraída da epiderme de uma
pela digestão celular. Podem digerir material cebola, utilizando-se um microscópio de luz.
externo, obtido por endocitose, em um pro-
cesso chamado heterofagia, ou até mesmo
partes da própria célula, em um processo
chamado autofagia.
c) O complexo golgiense participa da formação
do acrossomo, estrutura dos espermatozoi-
des que auxilia na fecundação.
d) As mitocôndrias, encontradas apenas em
células animais, são as responsáveis pela
respiração celular. Em células vegetais, essa

456 1ª. Série


Biologia

b) Quais células podem ser observadas em uma b) Os lisossomos são pequenas vesículas mem-
preparação de sangue humano, utilizando-se branosas que contêm enzimas digestivas.
um microscópio de luz? São responsáveis pela digestão do material
obtido pelas células por endocitose, bem
como de estruturas próprias da célula, em um
processo chamado autofagia.
c) Mitocôndrias estão presentes em células ani-
mais e vegetais. São as organelas responsá-
veis pela respiração celular.
d) Ribossomos estão presentes em células eu-
49. (MACKENZIE) O esquema abaixo representa uma cariotas e também em procariotas. São res-
célula animal. ponsáveis pela síntese proteica, função de
extrema importância para a sobrevivência
celular.

51. (PUC – MG) O bom funcionamento de uma célula


eucariota depende da compartimentalização de
processos específicos em organelas como as in-
dicadas por números na figura a seguir. A orga-
nela 2 é derivada da organela 3.

( ) O bloqueio do seu funcionamento leva à in-


capacidade de formar flagelos.
( ) Existem em grande número nas células
musculares.
( ) Responsável pela síntese de lipídeos.
( ) Utilizam vários tipos de RNA no seu funcio-
namento
( ) Muito desenvolvido em células secretoras.

Assinale a alternativa que contém a sequência


correta, de cima para baixo.
a) 3, 4, 1, 2 e 5.
A relação entre a estrutura numerada e sua fun-
b) 2, 4, 5, 1 e 3 ção celular está INCORRETA em:
c) 1, 5, 2, 4 e 3. a) 1 → Usina de força que utiliza energia exis-
d) 5, 2, 4, 3 e 1. tente sob determinada forma e a converte em
e) 3, 1, 2, 5 e 4. outra mais facilmente utilizada pela célula.
b) 2 → Vesícula que pode conter proteínas que
50. (IFMG) Células eucariotas apresentam, em seu ci- podem estar envolvidas na digestão intrace-
toplasma, diversas estruturas denominadas orga- lular ou são destinadas ao meio extracelular.
nelas citoplasmáticas, que atuam como peque-
c) 3 → Local onde proteínas sintetizadas podem
nos órgãos, possibilitando a sobrevivência celular.
ser modificadas, selecionadas, empacotadas
Considerando as organelas citoplasmáticas, as e enviadas para suas destinações celulares
afirmativas abaixo estão corretas, EXCETO: ou extracelulares.
a) Os cloroplastos estão presentes em vegetais d) 4 → Local onde ocorre a replicação do mate-
e em alguns fungos, sendo responsáveis pela rial genético e a decodificação da informação
fotossíntese. genética.

Caderno de Atividades 457


52. (UFJF) Os hormônios proteicos, como o gluca- 53. (UNIMONTES) Atualmente, há evidências científicas
gon e a insulina, são produzidos por células es- sugerindo que o exercício físico intenso e contí-
pecializadas em realizar um processo chamado nuo é um importante estímulo à produção exces-
secreção. Estas células devem primeiramente siva de radicais livres. Radicais livres são molé-
sintetizar para posteriormente secretar estes hor- culas instáveis ou fragmentos de moléculas que
mônios. Considerando a célula secretora, mar- não apresentam nas suas órbitas exteriores um
que a alternativa que contenha a sequência de par de elétrons. Seus efeitos englobam inúmeras
organelas percorrida pelo hormônio, desde sua alterações das membranas celulares, lesões no
síntese até sua secreção. sarcômero, inflamação, alterações histológicas,
I. Complexo de Golgi. dor muscular, envelhecimento precoce, entre ou-
II. Retículo endoplasmático rugoso. tros. O excesso de radicais livres pode ser con-
trabalanceado com antioxidantes enzimáticos e
III. Peroxissomos. nutricionais como as vitaminas C, E e A.
IV. Retículo endoplasmático liso.
Analise as alternativas abaixo e assinale a que
V. Vesícula secretória.
apresenta corretamente a organela e a enzima
a) III, II, I, V relacionada à atividade antioxidante enzimática.
b) II, I, V a) Mitocôndrias/creatinaquinase.
c) II, I, IV, V b) Peroxissomos/catalase.
d) I, II, V c) Lisossomos/isocitrato desidrogenase.
e) IV, I, V d) Ribossomos/fosfofrutoquinase.

Bioenergética I: fotossíntese
54. (FUVEST) A energia entra na biosfera majoritaria-
mente pela fotossíntese. Por esse processo,
a) é produzido açúcar, que pode ser transforma-
do em várias substâncias orgânicas, arma-
zenado como amido ou, ainda, utilizado na
transferência de energia.
b) é produzido açúcar, que pode ser transforma-
do em várias substâncias orgânicas, unido a
aminoácidos e armazenado como proteínas
ou, ainda, utilizado na geração de energia.
c) é produzido açúcar, que pode ser transforma-
do em substâncias catalisadoras de proces-
(http://portalgrenoticias.blogspot.com)
sos, armazenado como glicogênio ou, ainda,
utilizado na geração de energia. Considerando a intensidade da luz solar e os pe-
d) é produzida energia, que pode ser transfor- ríodos de claro e escuro no intervalo de 24 horas,
mada em várias substâncias orgânicas, arma- é correto afirmar que, para as plantas do jardim
zenada como açúcar ou, ainda, transferida a de uma casa na cidade de São Paulo,
diferentes níveis tróficos. a) ao longo dos 3 meses seguintes, os períodos
e) é produzida energia, que pode ser transforma- com luz se tornaram progressivamente mais
da em substâncias catalisadoras de proces- longos, o que implicou em maior eficiência
sos, armazenada em diferentes níveis tróficos fotossintética e crescimento dessas plantas.
ou, ainda, transferida a outros organismos. b) ao longo dos 4 meses seguintes, os períodos
com luz se tornaram progressivamente mais
55. (UNESP) No dia 16 de fevereiro de 2013 terminou curtos, o que contribuiu para perda de efici-
o horário brasileiro de verão. À meia-noite, os re- ência fotossintética e menor produção de ma-
lógios foram atrasados em uma hora. téria orgânica.

458 1ª. Série


Biologia

c) já no dia 17 de fevereiro, a noite foi mais cur- gia química.


ta que o dia e, portanto, essas plantas teriam e) reorganização das moléculas de água absor-
respirado por um menor número de horas e vidas pelas raízes.
realizado fotossíntese por um maior número
de horas que no dia anterior. 57. (PUC – MG) Os organismos clorofilados eucarion-
d) ao longo dos 12 meses seguintes, os perío- tes, supridos de energia solar, utilizam de rea-
dos claros, durante os quais as plantas fazem ções químicas, partindo de substâncias simples
fotossíntese, se equivalerão aos períodos es- para produzir inicialmente carboidratos, sendo
curos, durante os quais as plantas respiram, e este um evento chave na evolução da vida no
ao final de um ano essas plantas terão atingi- planeta.
do seu ponto de compensação fótica. É correto afirmar sobre fotossíntese, EXCETO:
e) já no dia 17 de fevereiro, a noite foi mais lon- a) Nas reações dependentes da luz, ocorre a
ga que o dia e, portanto, essas plantas teriam conversão da energia solar em energia quí-
respirado por um maior número de horas e re- mica na forma de ATP e de um carreador de
alizado fotossíntese por um menor número de elétrons reduzido (NADPH + H+).
horas que no dia anterior.
b) Na fase clara da fotossíntese, ocorrem dois
tipos de fotofosforilações e num deles ocorre
56. (CEFET – MG) As plantas, organismos autótrofos,
também a fotólise da água com liberação de
possuem a capacidade de sintetizar seu próprio
oxigênio.
alimento. Isso ocorre devido à:
c) A energia luminosa usada pela fotossíntese é
a) conversão de gás carbônico em oxigênio.
absorvida por muitos pigmentos diferentes,
b) obtenção de glicose a partir da respiração. com espectros de absorção distintos.
c) captação de matéria orgânica disponível no d) Os produtos das reações dependentes da luz
solo. serão todos usados na síntese da matéria or-
d) transformação de energia luminosa em ener- gânica, nas reações da fase escura.

Bioenergética II: respiração celular


58. (UFJF) As células musculares esqueléticas consomem muita energia, pois realizam contração muscular. Es-
tas células apresentam um número elevado de mitocôndrias em seu interior, que são consideradas usinas
geradoras de energia, responsáveis pela respiração celular, apresentando uma morfologia característica e
fundamental para a realização de suas funções.
a) Com base no esquema abaixo, indique qual é a região ou estrutura apontada pelos algarismos I, II, III
e IV.

Caderno de Atividades 459


b) Cite uma reação ou fase da respiração celular a) Qual processo biológico é o responsável pelo
que ocorre na região indicada pelo algarismo crescimento da massa do pão? Consideran-
III e uma que ocorre na região indicada pelo do esse processo, explique por que a bolinha
algarismo IV, respectivamente. no copo com água vem à tona depois que a
massa cresce.

c) Um pesquisador, manipulando células mus-


culares esqueléticas em laboratório, des-
truiu, com auxílio de um laser, metade das
mitocôndrias dessas células. Nesse experi-
mento, ele verificou uma diminuição da ca- b) Considerando que a produção de vinho e a
pacidade de contração muscular. A contra- produção de pão têm por princípio o mesmo
ção muscular é exercida por um componente processo biológico, explique por que o vinho
celular cujo funcionamento mostrou-se defi- contém álcool e o pão assado não.
ciente, após a manipulação realizada pelo
pesquisador. Que componente é esse e por
que ele foi afetado?

60. (FUVEST-SP) A lei 7678 de 1988 define que “vinho


é a bebida obtida pela fermentação alcoólica
do mosto simples de uva sã, fresca e madura”.
Na produção de vinho, são utilizadas leveduras
anaeróbicas facultativas. Os pequenos produto-
res adicionam essas leveduras ao mosto (uvas
esmagadas, suco e cascas) com os tanques
59. (UNIFESP) Considere a receita. abertos, para que elas se reproduzam mais ra-
pidamente. Posteriormente, os tanques são her-
Receita de pão meticamente fechados. Nessas condições, po-
de-se afirmar, corretamente, que
Ingredientes:
a) o vinho se forma somente após o fechamento
500 mL de água.
1 e ½ kg de farinha de trigo. dos tanques, pois, na fase anterior, os produ-
1 copo de óleo. tos da ação das leveduras são a água e o gás
3 colheres (sopa) de açúcar. carbônico.
1 colher (sopa) de sal.
50 g de fermento biológico. b) o vinho começa a ser formado já com os tan-
ques abertos, pois o produto da ação das le-
Modo de preparo veduras, nessa fase, é utilizado depois como
Amornar a água e colocar o óleo, o açúcar, o sal e o substrato para a fermentação.
fermento em uma tigela. c) a fermentação ocorre principalmente durante
Misturar tudo e acrescentar, aos poucos, a farinha, a reprodução das leveduras, pois esses orga-
até a massa desgrudar das mãos.
Tirar a massa da tigela, colocá-la na mesa e sová-la. nismos necessitam de grande aporte de ener-
Colocar uma bolinha de massa em um copo com gia para sua multiplicação.
água. d) a fermentação só é possível se, antes, houver
Enrolar a massa e deixá-la crescer, até a bolinha su-
bir no copo com água. Depois, é só colocar a massa um processo de respiração aeróbica que for-
em uma forma e assá-la. neça energia para as etapas posteriores, que
são anaeróbicas.

460 1ª. Série


Biologia

e) o vinho se forma somente quando os tanques 1.ª) se o produto estiver contaminado, os micro-
voltam a ser abertos, após a fermentação se -organismos irão proliferar-se utilizando os glicí-
completar, para que as leveduras realizem dios do molho para a obtenção de energia.
respiração aeróbica. 2.ª) o metabolismo dos micro-organismos promo-
verá a liberação de CO2, que aumentará a pres-
61. (UNICAMP) Com a ausência de oxigênio e uma at- são no interior do recipiente, estufando a tampa.
mosfera com característica redutora, os primei-
ros seres vivos desenvolveram um metabolismo Com relação as hipóteses levantadas, é correto
exclusivamente anaeróbio. A transição para o dizer que
processo aeróbio aconteceu entre 2,7 bilhões e a) ambas as hipóteses estão corretas, mas o
1,6 bilhão de anos atrás com o surgimento das contido na 2.ª não e consequência do que se
primeiras algas azuis, as cianobactérias, capazes afirma na 1.ª.
de utilizar a água como doador de elétrons e libe- b) ambas as hipóteses estão corretas, e o con-
rar oxigênio na atmosfera terrestre. tido na 2.ª é consequência do que se afirma
a) Cite um organismo que poderia ter existido na 1.ª.
há 3 bilhões de anos e uma possível fonte de c) ambas as hipóteses estão erradas, pois a área
energia para a manutenção do metabolismo azul abaixada é indicativa de que há vácuo no
desse organismo. interior da embalagem, o que garante que, na
ausência de ar, o produto não se deteriore.
d) a 1.ª hipótese está correta e a 2.ª está errada,
pois durante a fermentação não se produz CO2.
b) Explique as diferenças entre os tipos de res- e) a 2.ª hipótese está correta e 1.ª está errada,
piração celular das espécies atualmente exis- pois as bactérias obtêm energia dos lipídios
tentes. do molho, mas não dos glicídios.

63. (PUC – SP) Em uma célula vegetal, o gás carbôni-


co liberado a partir de reações que ocorrem em
uma organela (I) é utilizado em reações que ocor-
rem em outra organela (II).
No trecho acima, a organela indicada por I é
a) a mitocôndria e o gás carbônico liberado é
utilizado na organela II para a realização da
respiração celular.
b) a mitocôndria e o gás carbônico liberado é
62. (UNESP) A figura apresenta a tampa de um vidro utilizado na organela II para a realização da
de molho em conserva, na qual há a seguinte fotossíntese.
advertência:
c) o cloroplasto e o gás carbônico liberado é
utilizado na organela II para a realização da
respiração celular.
d) o cloroplasto e o gás carbônico liberado é
utilizado na organela II para a realização da
fotossíntese.
e) o cloroplasto e a indicada por II, a mitocôn-
dria, onde ocorrem, respectivamente, a respi-
ração celular e a fotossíntese.

64. (PUC – SP) Quais dos processos abaixo ocorrem


tanto em células de animais como em células de
plantas?
a) Fotólise da água e síntese de glicose a partir
Compre somente se a área azul estiver abaixada. de gás carbônico e pentoses.
Sobre a inscrição da tampa, um estudante de b) Fotólise da água e liberação de gás carbônico
biologia levantou duas hipóteses: em reações mitocondriais.

Caderno de Atividades 461


c) Liberação de gás carbônico em reações mito- Com base nas informações acima e em seus co-
condriais e síntese de glicose a partir de gás nhecimentos sobre o assunto, é possível afirmar,
carbônico e pentoses. EXCETO:
d) Síntese de ATP dependente de energia lumi- a) A bactéria I depende do oxigênio como re-
nosa e síntese de proteínas nos ribossomos. ceptor final de elétrons na respiração aeróbia.
e) Síntese de ATP não dependente de energia lu- b) A bactéria II é incapaz de oxidar o substrato
minosa e síntese de proteínas nos ribossomos. do meio e produz ATP por fermentação, que é
inibida pela presença de oxigênio.
65. (PUC – MG) Dois processos metabólicos distintos
c) A bactéria III cresce na presença de oxigênio,
estão esquematizados abaixo.
mas pode produzir ATP e se desenvolver em
I. GLICOSE – PIRUVATO – OXIDAÇÃO DE PI- anaerobiose.
RUVATO – CICLO ÁCIDO CÍTRICO – CADEIA d) A bactéria V, apesar de realizar metabolismo
DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS energético anaeróbio, suporta a presença de
II. GLICOSE – PIRUVATO – FERMENTAÇÃO – oxigênio no meio.
ÁLCOOL OU LACTATO
Analisando os processos e de acordo com seus 67. (UNICAMP) O crescimento das plantas é afetado
conhecimentos sobre o assunto, marque a afir- pelo balanço entre a fotossíntese e a respiração.
mativa INCORRETA. O padrão de resposta desses dois importantes
processos fisiológicos em função da temperatu-
a) Numa atividade física prolongada podem ocor-
ra é apresentado nos gráficos abaixo, relativos a
rer os dois processos.
duas espécies de plantas.
b) O processo I pode ocorrer em atividades me-
tabólicas tanto de plantas como de animais,
dia e noite.
c) O processo II pode ocorrer tanto na produção
de vinho como na de coalhada.
d) No processo II há mais gasto de ATP para ini-
ciar a via metabólica do que em I.

66. (PUC – MG) Uma coisa é a capacidade de um mi-


cro-organismo realizar metabolismo energético
dependente ou independente de oxigênio. Outra
coisa é ele suportar ou não a presença de oxi-
gênio no ambiente no qual se desenvolve. Para
suportar a presença de oxigênio, os organismos
vivos devem apresentar enzimas capazes de
protegê-los ou livrá-los dos produtos tóxicos do
oxigênio. Na figura a seguir, o crescimento de di-
ferentes bactérias heterótrofas (I, II, III, IV e V),
em diferentes taxas e localizações nos tubos de
ensaio, revela tanto a sua tolerância relativa ou
intolerância ao oxigênio, como sua dependência
ou independência metabólica do oxigênio.

Sobre as espécies X e Y, é correto afirmar:

462 1ª. Série


Biologia

a) A espécie Y não apresenta ganho líquido de c) A espécie Y crescerá menos do que a espécie
carbono a 15 ºC. X a 25 ºC.
b) As duas espécies têm perda líquida de carbo- d) As duas espécies têm ganho líquido de car-
no a 45 ºC. bono a 45 ºC.

Núcleo celular interfásico:


armazenamento de informação genética
68. Leia a notícia a seguir: d) se trata de um código universal, assim como o
genoma de todos os eucariontes.
Cientistas decodificam código
genético do bonobo e) o código genético é redundante; no entanto,
a decodificação de apenas um indivíduo não
Com o sequenciamento genético de um dos pa-
rentes mais próximos do homem, os cientistas
representa o código para a espécie.
esperam descobrir como era o ancestral comum
entre o ser humano e outros primatas. 69. (PUC – SP) Pesquisas recentes indicam que seg-
mentos de DNA dispostos entre os genes nos
Um grupo internacional de cientistas decodificou
cromossomos, conhecidos por “DNA lixo”, te-
o código genético do bonobo. Entre os símios –
riam importante papel na regulação da atividade
grupo de primatas formado por orangotangos,
gênica. Até o momento, sabe-se que tais seg-
chimpanzés, gorilas e bonobos –, esse é o último
a ter seu genoma decodificado. O sequenciamen-
mentos podem servir de molde na transcrição de
to genético do bonobo foi publicado nesta terça- moléculas.
feira na revista Nature.[...] Esses segmentos de DNA
Em busca do ancestral comum − “Esperamos que a) são capazes de controlar a produção de RNA
o entendimento das diferenças entre bonobos e e estão presentes em apenas algumas células
chimpanzés nos ajude, um dia, a entender como do corpo.
era o ancestral comum (de humanos, chimpanzés
e bonobos)”, disse Pruefer. “Seria muito interes-
b) não são capazes de controlar a produção de
sante descobrir qual foi o traço que os humanos RNA e estão presentes em apenas algumas
adquiriram em sua evolução ao longo de milhões células do corpo.
de anos”, concluiu.[...] c) são capazes de controlar a produção de RNA,
sendo transmitidos de uma célula às suas fi-
Fonte: NATUREZA E MEIO AMBIENTE: cientistas decodificam código gené-
tico do bonobo. Veja Ciência, São Paulo: Abril, 13 jun. 2012. Disponível lhas no processo de mitose.
em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-decodificam-codi-
go-genetico-do-bonobo>. Acesso em: jun. 2015. d) não são capazes de controlar a produção de
RNA e não são transmitidos de uma célula às
A notícia afirma que o principal achado dos cien- suas filhas no processo de mitose.
tistas foi a decodificação do código genético. No e) não são capazes de se replicar nem de con-
entanto, tal afirmativa é incorreta, pois: trolar a produção de RNA.
a) o código genético é universal entre os seres vi-
vos. Portanto, o que os cientistas realizaram foi 70. (FGV) A substituição de apenas um nucleotídeo no
o sequenciamento do genoma dos bonobos. DNA pode representar uma grave consequência
ao seu portador, em função de uma modificação
b) o código genético é universal entre os ma- de um componente molecular na proteína sinteti-
míferos. Portanto, o sequenciamento do ge- zada a partir do trecho alterado.
noma humano também representa o material
É o caso da anemia falciforme, na qual a síntese
genético dos bonobos.
da hemoglobina humana normal, HbA, é parcial
c) os cientistas precisavam apenas descobrir o ou totalmente substituída pela hemoglobina falci-
genoma de outra espécie do mesmo filo para forme mutante, HbS, em decorrência da presen-
estender seus achados a todos os organismos ça de um nucleotídeo com adenina no lugar de
do grupo. outro com timina.

Caderno de Atividades 463


Tal mutação é responsável pela a) Quais são as estruturas representadas pelas
a) leitura incompleta do RNAm transcrito, codifi- letras A e B, respectivamente?
cador da hemoglobina.
b) alteração na sequência de aminoácidos da
hemoglobina sintetizada.
c) modificação na sequência de nucleotídeos da
hemoglobina das hemácias. b) Nos eucariotos, em quais estruturas celulares
d) tradução de uma hemoglobina mutante com esse processo ocorre?
um aminoácido a mais.
e) transcrição de uma hemoglobina mutante
com um aminoácido a menos.

71. (IFMG) Considere a seguinte sequência de DNA:


AATCGATTCGCATGC 73. (FUVEST) No processo de síntese de certa prote-
Sobre essa sequência, são feitas as seguintes ína, os RNA transportadores responsáveis pela
adição dos aminoácidos serina, asparagina e
afirmações:
glutamina a um segmento da cadeia polipeptídi-
I. I. A sequência da fita de DNA complementar é ca tinham os anticódons UCA, UUA e GUC, res-
UUAGCUAAGCGUACG. pectivamente.
II. II. São representados cinco códons.
No gene que codifica essa proteína, a sequência
III. III. A partir da sequência de DNA apresentada, de bases correspondente a esses aminoácidos é
é transcrito o RNA mensageiro com a sequên-
a) UCAUUAGUC. d) TCATTAGTC.
cia TTAGCTAAGCGTACG.
b) AGTAATCAG. e) TGTTTTCTG.
IV. IV. Desconsiderando-se os códons de inicia-
ção e de parada, a sequência de DNA apre- c) AGUAAUCAG.
sentada dará origem a um pentapeptídeo.
74. (UNICAMP) A insulina é um hormônio peptídico
Estão corretas as afirmativas: produzido no pâncreas que age na regulação da
a) I, III. glicemia. É administrada no tratamento de alguns
tipos de diabetes. A insulina administrada como
b) II, IV.
medicamento em pacientes diabéticos é, em
c) I, II, III. grande parte, produzida por bactérias.
d) I, II, III, IV. a) Explique como é possível manipular bactérias
para que produzam um peptídeo que natural-
72. (UNICAMP) A imagem abaixo representa o proces- mente não faz parte de seu metabolismo.
so de tradução.

464 1ª. Série


Biologia

b) Cite duas outras maneiras pelas quais é pos- profundo que o da molécula química. Faz parte
sível se obter insulina sem envolver o uso de dos grupos anatômicos estruturais. Nesse sen-
bactérias. tido, sou partidário da teoria da hereditariedade
química” (WATSON, 2005).

75. (PUC – Campinas)


Pesquisadores franceses conseguiram produzir, Fonte: www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/
biologia.pdf. Acesso em 12/10/2012.
pela primeira vez, glóbulos vermelhos a partir de Fonte da imagem: http://www.universitario.com.br/
células-tronco de um ser humano e injetá-los no-
vamente na mesma pessoa. [...] No novo proces- Leia as afirmativas abaixo:
so, células-tronco da medula óssea são coloca-
das em um meio nutriente acrescido de fatores de I. A duplicação do DNA ocorre de maneira se-
crescimento. Ali elas se desenvolvem em glóbu- miconservativa, já que uma das fitas, a fita
los vermelhos que são transfundidos novamen- molde, é originária da molécula mãe.
te no doador para “amadurecer” em seu corpo. II. A troca de uma única base na molécula de
Desse modo, também seria concebível produzir DNA leva, obrigatoriamente, à substituição de
outras células sanguíneas, por exemplo, leucóci-
tos, ou glóbulos brancos.
um aminoácido na cadeia polipeptídica cor-
(Revista Geo, n. 38. p. 21) respondente.
III. Para a duplicação, o DNA conta com a ajuda
Sobre o transplante de células-tronco foram fei- da enzima catalisadora DNA – polimerase que,
tas as seguintes afirmações: após o rompimento das pontes de hidrogênio
I. As células-tronco não sofrem rejeição por se- com consequente separação das duas cadeias
rem células diferenciadas. de DNA, entra em ação. Essa enzima age como
II. As células-tronco só podem ser retiradas do um guia pareando as bases nitrogenadas.
cordão umbilical.
Estão CORRETAS as afirmativas:
III. A utilização de células-tronco do próprio indi-
a) I, II e III.
víduo elimina as chances de rejeição.
b) I e II, apenas.
Está correto o que se afirma APENAS em
c) II e III, apenas.
a) I.
d) I e III, apenas.
b) I e II.
c) II. 77. (CEFET – MG)
d) II e III. “A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
e) III. (Embrapa) planeja trabalhar na clonagem de espé-
cies ameaçadas de extinção no Brasil, de animais
76. (IFSMG) como lobo-guará, onça pintada e veado catin-
gueiro. No entanto esse projeto não pretende se
“A procura de respostas para decifrar o segredo
tornar a principal ferramenta de preservação des-
da vida é muito antiga. Desde 400 a.C., Hipócra-
sas espécies, mas sim complementar os esforços
tes, filosofo grego, explicou que as características
adquiridas pelos pais eram transmitidas aos filhos. de conservação de matas, rios e reservas.”
Disponível em: <www.estadao.com.br/noticias/geral,embrapa-bus-
A hereditariedade garante, de geração a geração, ca- clonagem-inedita-de-animais-ameacados-de-extincao-no-bra-
uma continuidade de forma num nível ainda mais sil,960681,0.htm.>. Acesso em: 8 abr. 2013 (adaptado).

Caderno de Atividades 465


A principal limitação dessa técnica, apesar dos Trata-se de mais um organismo transgênico. Esta
seus benefícios ecológicos, é variedade de soja carrega em seu genoma um
a) diminuir a variabilidade genética das popula- gene bacteriano resistente aos herbicidas, que
além de combater ervas daninhas, mantém a
ções.
cultura. A transgenia é uma técnica muito utiliza-
b) impedir a adaptação de animais nascidos em da na Biotecnologia. Consiste em inserir o gene
cativeiro. (DNA) responsável por uma determinada carac-
c) necessitar de um grande número de óvulos terística, de um organismo no DNA do embrião
do doador do DNA. de outro (transgênico).
d) requerer gametas masculinos compatíveis de Se, no lugar do DNA bacteriano, fosse transferi-
do o RNAm, a planta adulta:
diferentes espécies.
a) Só seria resistente se também fossem trans-
e) precisar de uma mãe de aluguel da mesma
feridos os ribossomos bacterianos.
raça para gerar o clone.
b) Não seria resistente, pois, considerando o
78. (IFNMG) RNAm como um corpo estranho, eliminá-lo-ia.
c) Não seria resistente, pois o RNAm injetado
A revista VEJA, de 07 de outubro de 2003, trouxe
atuaria temporariamente, não sendo transmi-
em sua coluna de Agricultura: “A Supersemente
tido às novas células que formariam a planta.
– Boicotada na Europa e festejada nos EUA, soja
com gene de bactéria chega ao Brasil.” d) Seria resistente, pois o RNAm transferido produz
Fonte: PERES, Leandro. O gene contra o veneno. Disponível em: www. uma grande quantidade de proteína que confere
veja.abril.com.br/acervodigital. Acesso em: 26 out. 2014. resistência, durante toda a vida da planta.

79. (PUC – MG) Trabalhando com o Streptococcus pneumoniae em 1928, Griffith identificou duas formas dis-
tintas de pneumococos: uma forma capsulada, dita virulenta por causar a morte em camundongos por
pneumonia, e uma variante mutante, originada a partir da forma virulenta, que, por não apresentar cápsu-
la, era não virulenta, ou seja, não letal para camundongos. Em seus experimentos, Griffith descobriu que
bactérias capsuladas mortas pelo calor poderiam transformar bactérias não capsuladas em capsuladas,
e que esse caráter era transmitido às gerações seguintes. Em 1944, Avery e colaboradores realizaram um
experimento para estudar um aspecto importante da transformação bacteriana.
A figura abaixo resume de forma esquemática cinco etapas desse experimento.
Analisando as informações dadas e de acordo com seus conhecimentos, é correto afirmar, EXCETO:

466 1ª. Série


Biologia

a) O DNA das bactérias capsuladas foi o mate- c) O calor que matou as bactérias capsuladas
rial absorvido pelas não capsuladas para que é normalmente suficiente para desnaturar
pudessem readquirir a capacidade genética proteínas bacterianas, mas não foi suficiente
de produzir cápsula. para destruir o material transformante.
b) Proteínas e RNA mensageiros impedem a d) Síntese proteica é necessária para a produção
transformação bacteriana e a formação da da cápsula em pneumococos.
cápsula glicoproteica.

Ciclo celular: os períodos da célula


80. (FATEC) O manuseio de equipamentos de radio- Texto 2:
logia envolve riscos à saúde, e o Tecnólogo em
NOVA PESQUISA MOSTRA CORRELAÇÃO ENTRE
Radiologia segue uma série de normas de bios-
CASOS DE MORTE POR CÂNCER E LOCALIZAÇÃO
segurança para evitar a exposição desnecessária
à radiação ionizante. DAS ANTENAS DE TELEFONIA CELULAR
Esse tipo de radiação pode danificar suas célu- Tese de doutorado da engenheira Adilza Condes-
las, levando-as a se reproduzir de modo desorde- sa Dode defendida na UFMG, no final de março,
nado e descontrolado, gerando inúmeras novas revela que há fortes evidências entre mortes por
câncer e localização de antenas de celulares em
células por meio do mesmo processo de divisão
Belo Horizonte. A pesquisa confirma resultados
celular que ocorre nas células somáticas. Desse
de estudos realizados na Alemanha e em Israel.
modo, basta que uma única célula do corpo se
danifique e torne-se uma célula cancerígena para Com base no geoprocessamento da cidade, a
que surja um tumor. pesquisa constatou que mais de 80% das pesso-
as que morreram de cânceres relacionados à ra-
Isso ocorre porque a célula cancerígena inicial
diação eletromagnética – emitida pelos celulares
divide-se por – moravam a cerca de 500 metros de distância de
a) mitose, gerando células com o mesmo núme- alguma antena.”
ro de cromossomos e a mesma capacidade Fonte: Boletim UFMG, 12/04/2010.
de duplicação.
Considerando as informações acima e seus conhe-
b) mitose, gerando células com metade do nú-
cimentos sobre o assunto, assinale a alternativa IN-
mero de cromossomos, porém ainda com ca-
CORRETA:
pacidade de duplicação.
c) mitose, gerando células com o dobro do nú- a) Independentemente da causa, a instalação de
mero de cromossomos e uma capacidade um processo cancerígeno em um determina-
ainda maior de duplicação. do tecido se dá devido a danos no DNA da
d) meiose, gerando células com o mesmo núme- célula que inicia o tumor.
ro de cromossomos e a mesma capacidade b) A radiação UV presente na luz solar também
de duplicação. é cancerígena e pessoas que possuem mais
e) meiose, gerando células com metade do nú- melanina na pele e, por isso, apresentam pele
mero de cromossomos, porém ainda com ca- mais escura estão menos sujeitas ao desen-
pacidade de duplicação. volvimento de câncer de pele, já que a me-
lanina protege as células quanto aos efeitos
81. (IFNMG) Leia o texto a seguir e responda ao que danosos da radiação UV.
se pede: c) O câncer se instala quando a célula afetada
Texto 1: estimula células saudáveis próximas a se mul-
tiplicarem descontroladamente.
AUMENTO DA INCIDÊNCIA DE CÂNCER PRÓXIMO A d) O cigarro, apesar de não ser emissor de
ESTAÇÃO TRANSMISSORA DE TELEFONIA CELULAR radiação, também é conhecidamente um
“[...] O estudo indica uma associação entre au- agente que colabora para a instalação de al-
mento da incidência de câncer e residir próximo guns tipos de câncer, neste caso, pela expo-
a uma estação transmissora de telefonia celular” sição das células do fumante a substâncias
Fonte: International Journal of Cancer Prevention, Volume 1, químicas prejudiciais contidas na fumaça do
No. 2, abril de 2004, Increased Incidence of Cancer near a
Cell- Phone Transmitter Station, por Ronni Wolf and Danni Wolf. cigarro.

Caderno de Atividades 467


82. (IFNMG) O ciclo celular representado na figura Considerando que o conjunto haploide de cro-
abaixo é essencial para renovação tecidual, cres- mossomos corresponde à quantidade N de DNA,
cimento, germinação e produção de gametas. a quantidade de DNA das células indicadas pelos
Em relação ao esquema e ao assunto abordado, números 1, 2, 3 e 4 é, respectivamente,
todas alternativas estão corretas, EXCETO: a) N, 2N, 2N e N. d) 2N, 4N, 4N e 2N.
b) N, 2N, N e N/2. e) 2N, 4N, 2N e 2N.
c) 2N, 4N, 2N e N.

84. (IFSMG)
Uma equipe internacional de investigadores des-
cobriu indícios de divisão celular em embriões
fossilizados de organismos com mais de 550 mi-
lhões de anos encontrados na China. Ao exami-
nar os fósseis com uma técnica de imagiologia
por raios-X, este grupo de 15 cientistas consta-
tou também que as células embrionárias estavam
num processo de divisão, segundo o estudo, pu-
blicado na revista Science. A descoberta mostra
a complexidade da vida 10 milhões de anos antes
da explosão da biodiversidade ocorrida entre 600
e 520 milhões de anos, um período chave do de-
Disponível em: http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/50056553/ senvolvimento da vida na Terra.
Ciclo%20celular. Acesso em: 28 abr. 2014. Adap
Fósseis revelam divisão celular há mais de 550 milhões
de anos. Disponível em: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oi-
a) Na fase IB, ocorre formação da placa equato- d=9303&op=all. Acesso em: 14/04/2014
rial e condensação máxima da carioteca.
b) Na fase V, a célula não está se dividindo e seu O texto acima menciona um tipo de divisão celu-
metabolismo se caracteriza por baixa atividade. lar, a mitose, que consiste em:
c) Na fase IC, ocorre separação de cromátides a a) um tipo de divisão celular responsável pela
partir do encurtamento do fuso mitótico. formação das células reprodutoras masculina
e feminina.
d) Na fase II, a célula apresenta o dobro do teor
de DNA em relação à fase III. b) um tipo de divisão celular em que ocorre o pare-
amento dos cromossomos homólogos e, con-
83. (FUVEST) A sequência de fotografias abaixo mos- sequentemente, o processo de crossing-over.
tra uma célula em interfase e outras em etapas c) um tipo de divisão celular responsável por au-
da mitose, até a formação de novas células. mentar a variabilidade genética nos indivíduos.
d) um tipo de divisão celular que pode ocorrer
tanto em células haploides quanto em células
diploides.

85. (UFV) A mitose é um tipo de divisão celular que


ocorre nos animais e nos vegetais, responsável
pelo crescimento do organismo e pela regene-
ração celular. Em relação a esse tipo de divisão
celular, assinale a afirmativa CORRETA:
a) A enzima telomerase participa na etapa de te-
lófase durante a mitose.
b) Na etapa de prófase, com o pareamento de ho-
mólogos, ocorre o processo de crossing-over.
c) Na mitose vegetal, não ocorre a formação de
centríolos e nem de fibras do áster.
d) A etapa de interfase apresenta baixa atividade
http://coofarm.fmns.rug.nl/celbiologie/gallery. metabólica, pois não está ocorrendo divisão
Acessado em 1/03/2011. Adaptado. celular.

468 1ª. Série


Biologia

86. (CEFET – MG) Analise o processo de divisão celular representado de forma simplificada.

A diferença numérica de cromossomos entre o início e o fim desse processo objetiva


a) manter a ploidia da espécie.
b) impedir o surgimento de trissomias.
c) diminuir o tempo do próximo ciclo celular.
d) facilitar a duplicação do material genético.
e) favorecer a eliminação de genes indesejáveis.

87. (PUC – MG) Segue abaixo um esquema geral de mitose e meiose.

Caderno de Atividades 469


Analisando o esquema, assinale a afirmativa INCORRETA sobre os processos apresentados.
a) Organismos multicelulares podem utilizar um desses processos como mecanismo de reprodução as-
sexuada.
b) Organismos multicelulares podem utilizar um desses processos no crescimento e no reparo de tecidos
lesados.
c) Nos dois processos, a separação das cromátides irmãs não reduz a ploidia.
d) Os dois processos ocorrem na formação de estruturas reprodutoras, esporos ou gametas, somente em
organismos pluricelulares.

88. (PUC – MG) As figuras representam três diferentes fases ou etapas (A, B e C) de possíveis divisões celulares.

É INCORRETO afirmar que:


a) C, A e B não podem ocorrer como fases da mesma meiose.
b) A célula inicial da divisão meiótica possui 2n = 4.
c) As figuras A e B podem ocorrer tanto na mitose como na meiose.
d) A permutação gênica pode ocorrer em C.

89. (IFNMG) Em relação aos processos de divisão celular, observe as figuras abaixo e marque a proposição
INCORRETA:
A. B.

Fonte: ALBERTS,b.; johnson,a.; walter,p.; et al .molecular Fonte: www.bio-portefolio-blogspot.com.br/2008/11/mutaes-


biology of the cell. 4ed. Nova York: Garland sciencis, 2004. cromossmicas.html. Acesso: 6 dez. 2012.

a) A proliferação celular anormal, representada na figura A, causa a formação de tumor cancerígeno e


ocorre por alterações no processo de mitose.
b) A mitose é um processo que ocorre em animais e vegetais, porém a meiose é exclusiva de animais.
c) Problemas cromossômico como a trissomia do 21, representada na figura B, ocorre por alterações no
processo de meiose.
d) Quando a célula tumoral atinge a corrente sanguínea, ela poderá se instalar em um novo local e originar
um novo tumor.

470 1ª. Série


Biologia

Gametogênese: formação de gametas


90. A ilustração a seguir resume os principais eventos da gametogênese humana.

Os eventos marcados pelos números 1, 2, 3 e 4 são fundamentais para o desenvolvimento de gametas


saudáveis e podem ser descritos como:
a) 1. Primeira etapa da divisão mitótica, gerando dois espermatócitos secundários (46, XY) cada; 2. Pri-
meira etapa da divisão mitótica dando origem ao ovócito secundário e ao primeiro corpúsculo polar
(46, XY); 3. Segunda divisão mitótica dando origem a quatro espermátides (23, X ou 23, Y); 4. Segunda
divisão mitótica originando o ovócito secundário (23, X) e o segundo corpúsculo polar.
b) 1. Primeira etapa da divisão meiótica, gerando dois espermatócitos secundários (46, XY) cada; 2. Pri-
meira divisão meiótica, originando o ovócito secundário e o primeiro corpúsculo polar (46, XY); 3. Se-
gunda divisão meiótica dando origem a quatro espermátides (23, X ou 23, Y); 4. Segunda divisão meió-
tica, originando o ovócito secundário (23, X) e o segundo corpúsculo polar.
c) 1. Primeira etapa da divisão meiótica, gerando dois espermatócitos secundários (23, Y) cada; 2. Pri-
meira divisão meiótica, dando origem ao ovócito secundário e ao primeiro corpúsculo polar (23, X); 3.
Segunda divisão meiótica, originando quatro espermátides (23, Y); 4. Segunda divisão meiótica, origi-
nando o ovócito secundário (23, X) e o segundo corpúsculo polar.
d) 1. Primeira etapa da divisão meiótica, gerando dois espermatócitos secundários (23, X e 23, Y) cada; 2.
Primeira divisão meiótica, dando origem ao ovócito secundário (23, X) e ao primeiro corpúsculo polar;
3. Segunda divisão meiótica dando origem a quatro espermátides (23, X ou 23, Y); 4. Segunda divisão
meiótica originando o ovócito secundário (23, X) e o segundo corpúsculo polar.

Caderno de Atividades 471


91. Imagine que um cientista está desenvolvendo b) Descreva os processos de fecundação e de-
uma droga que atuará como contraceptivo para senvolvimento embrionário que podem ter
ser utilizado por homens e que funcionará espe- gerado os gêmeos envolvidos no caso inves-
cificamente na espermiogênese. Sendo assim, tigado.
esse medicamento irá impedir:
a) o processo de diferenciação celular responsá-
vel pela transformação das espermátides em
espermatozoides maduros.
b) o processo de divisão celular responsável
pela divisão das espermatogônias, dando ori-
gem aos espermatócitos.
c) o processo de diferenciação celular respon-
sável pela divisão meiótica que dá origem aos
espermatócitos secundários.
d) o processo de divisão celular responsável pela
divisão dos espermatócitos primários, dando
origem aos espermatócitos secundários.

92. (IFNMG) O processo de formação de espermato-


zoides, conhecido como espermatogênese, ocor-
re em quatro fases, sendo elas: germinativa, cres-
cimento, maturação e diferenciação. Sabendo-se
que o espermatócito I é encontrado na fase de 94. (FUVEST) Na gametogênese humana,
crescimento e a espermátide, na fase final de ma-
a) espermatócitos e ovócitos secundários, for-
turação, pergunta-se: quantos espermatozoides
mados no final da primeira divisão meiótica,
serão produzidos a partir de 30 espermatócitos I
têm quantidade de DNA igual à de esperma-
e 30 espermátides, respectivamente?
togônias e ovogônias, respectivamente.
a) 30 e 120 c) 120 e 30
b) espermátides haploides, formadas ao final da
b) 120 e 120 d) 60 e 60 segunda divisão meiótica, sofrem divisão mi-
tótica no processo de amadurecimento para
93. (UNICAMP) Um cidadão foi preso por um crime originar espermatozoides.
que não cometeu. O exame do DNA encontrado
c) espermatogônias e ovogônias dividem-se por
na cena do crime revelou que ele é compatível
mitose e originam, respectivamente, esper-
com o do individuo apontado como culpado. As
matócitos e ovócitos primários, que entram
provas colhidas em um outro crime, ocorrido du-
em divisão meiótica, a partir da puberdade.
rante a reclusão do suposto criminoso, curiosa-
mente apontaram o mesmo perfil genético, co- d) ovogônias dividem-se por mitose e originam
locando em cheque o trabalho de investigação ovócitos primários, que entram em meiose,
realizado. As suspeitas então recaíram sobre um logo após o nascimento.
irmão gêmeo do indivíduo. e) espermatócitos e ovócitos primários originam
a) Como são denominados os gêmeos do caso o mesmo número de gametas, no final da se-
investigado? Que tipo de análise seria capaz gunda divisão meiótica.
de distinguir os gêmeos?
95. (UNESP) Um casal procurou ajuda médica, pois
há anos desejava gerar filhos e não obtinha su-
cesso. Os exames apontaram que a mulher era
reprodutivamente normal. Com relação ao ho-
mem, o exame revelou que a espermatogênese
era comprometida por uma alteração cromossô-
mica, embora seu fenótipo e desempenho sexual
fossem normais. Por causa dessa alteração, não
ocorria o pareamento dos cromossomos homó-
logos, a meiose não avançava além do zigóteno
e os espermatócitos I degeneravam.

472 1ª. Série


Biologia

Desse modo, é correto afirmar que a análise do 98. (CEFET – MG) Analise a sequência de maturação
esperma desse homem revelará celular representada a seguir:
a) secreções da próstata e das glândulas semi-
nais, mas não haverá espermatozoides, em
razão de não se completar a prófase I.
b) sêmen composto por espermatizes, mas não
por espermatozoides, em razão de não se
completar a espermatogênese pela falta de
segregação cromossômica.
c) espermatozoides sem cromossomos, em fun-
ção da não segregação cromossômica, e sem
mobilidade, em razão do sêmen não ter se-
creções da próstata e das glândulas seminais.
Disponível em: <http://200.145.142.234/embriologia_NOVO/3/3_7.jpg>.
d) uma secreção mucosa lubrificante, eliminada Acesso em: 14 abr. 2014.
pelas glândulas bulbouretrais, além de esper-
O órgão no qual esse processo ocorre é a (o)
matogônias anucleadas, em razão da não for-
mação da telófase I. a) próstata.
e) secreções das glândulas do sistema geni- b) testículo.
tal masculino, assim como espermatozoides c) tuba uterina.
com 2n cromossomos, em razão da não se- d) canal vaginal.
gregação das cromátides na anáfase II. e) ducto deferente.

96. (UNESP) A figura mostra o encontro de duas células, 99. (CEFET – MG) Analise a imagem a seguir do carióti-
um espermatozoide e um ovócito humano, mo- po de um indivíduo que apresenta uma anomalia.
mentos antes da fecundação.

Considerando as divisões celulares que deram


origem a essas células, é correto afirmar que o
sexo da criança que será gerada foi definido na:
Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com>. Acesso em: 24 set. 2014.
a) metáfase I da gametogênese feminina.
b) diacinese da gametogênese masculina. A causa dessa anomalia é a ocorrência de
c) anáfase II da gametogênese feminina. a) deleção do cromossomo Y.
d) anáfase I da gametogênese masculina. b) curvatura nos cromossomos.
e) telófase II da gametogênese masculina. c) troca de partes entre os cromossomos.
97. (CEFET – MG) Se um óvulo normal humano for fe- d) alteração nos tamanhos dos cromossomos.
cundado por um espermatozoide portador de 24 e) ausência de disjunção cromossômica na meiose.
cromossomos, então o indivíduo originado será
2n igual a 100. (PUC – MG) Existem semelhanças e diferenças
entre a gametogênese masculina e a gameto-
a) 46, diploide. d) 48, tetraploide.
gênese feminina. O esquema separa em quatro
b) 47, triploide. e) 48, tetrassômico. fases comuns (A, B, C e D) a espermatogênese e
c) 47, trissômico. a ovogênese.

Caderno de Atividades 473


Com base no esquema e em seus conhecimen-
tos sobre o assunto, assinale a afirmativa IN-
CORRETA.
a) Na fase A, as espermatogônias e ovogônias
são produzidas por mitoses a partir de células
da linhagem germinativa.
b) As fases B, C e D das duas gametogêneses
se iniciam na puberdade sob o efeito de hor-
mônios liberados pela hipófise.
c) Na fase C, ocorre a redução da ploidia, pois
são separados os cromossomos homólogos.
d) Apenas os gametas femininos possuem nu-
trientes necessários ao desenvolvimento ini-
cial do embrião.

Introdução aos estudos da Genética


101. Ao se preparar para uma prova de Biologia cujo tema é genética, um estudante decidiu montar uma tabe-
la. Para isso, ele organizou os termos de interesse com as respectivas definições, conforme mostrado a
seguir:

Termo Definição
Trecho da molécula de DNA que pode ser transcrito em um RNA.
1
Unidade básica da hereditariedade

2 Local ocupado por um gene em um cromossomo, loci é o plural.

Genes
Par de genes que ocupa o mesmo lócus cromossômico
Alelos

3 Os dois cromossomos iguais que formam um par.

4 Conjunto do material genético de um organismo, ou carga genética.

Heterozigoto Organismo que apresenta alelos distintos para uma dada característica.

Homozigoto Organismo que apresenta alelos iguais para uma dada característica

Condição de alelo recessivo, ou seja, expressa seu fenótipo em homozigose ou em


Recessividade
ausência de alelo dominante.

Capacidade de determinados alelos, ao expressarem seu fenótipo, suprimirem o fenó-


Dominância
tipo de outro alelo quando em heterozigose.

Herança autossômica Padrão de herança genética associada aos cromossomos autossômicos.

Herança sexual Padrão de herança genética associada aos cromossomos sexuais.

474 1ª. Série


Biologia

A alternativa que melhor substitui os números 1, 103. Leia o trecho a seguir:


2, 3, e 4 na tabela é:
“Doença de TAY-SACHS
a) Gene, lócus, cromossomos homólogos e ge-
noma. Distúrbio neurológico degenerativo, autossômico
recessivo, que se desenvolve quando a crian-
b) Material genético, lugar, código genético, cro- ça tem 6 meses de idade. Há uma deterioração
mossomos homólogos. mental e física intensa desde a lactância, a morte
c) Genótipo, gene, lócus, cromossomos homó- ocorre entre 2 e 3 anos de idade. O defeito bási-
logos e código genético. co são mutações no lócus da subunidade a da
hexosaminidase A. A deficiência ou ausência da
d) Gene, genótipo, cromossomos homólogos e
subunidade a da hexosaminidase A leva ao acú-
lócus. mulo do gangliosídeo GM2, principalmente nos
neurônios.
102. A cor do cabelo é determinada geneticamente. De
acordo com a quantidade de uma proteína, pig- [...]”
mento chamada melanina, os cabelos podem ser Fonte: ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA. Padrões de herança mo-
mais escuros ou mais claros. Além de loiros, cas- nogênica. Disponível em: <www.virtual.epm.br/cursos/genetica/
htm/har.htm>. Acesso em: jun. 2015.
tanhos, castanho escuro e preto, há outro padrão
de cor chamado ruivo. O indivíduo que apresenta A doença de Tay-Sachs é um distúrbio genético
cabelos ruivos, apresenta uma mutação em um autossômico recessivo. Sabendo disso, é pos-
gene que codifica a melanina produzindo uma ver- sível afirmar que o filho de um indivíduo hete-
são diferente da proteína, a feomelanina. rozigoto para o gene relacionado à doença de
No entanto, é possível alterar a coloração do ca- Tay-Sachs possui:
belo por meio de tinturas, por exemplo. a) 50% de chances de ter um filho portador da
a) É possível um indivíduo apresentar fenótipo doença em caso de cruzamento com outro
loiro e genótipo ruivo? Justifique. heterozigoto.
b) 75% de chances de ter um filho portador da
doença em caso de cruzamento com outro
heterozigoto.
c) 25% de chances de ter um filho portador da
doença em caso de cruzamento com outro
heterozigoto.
d) 100% de chances de ter um filho portador da
doença em caso de cruzamento com outro
heterozigoto.

104. (UEMG) Dois gêmeos idênticos (monozigóticos), A


b) Suponha que fosse possível alterar o gene e B, foram criados separados, por pessoas di-
que codifica a melanina apenas nos melanó- ferentes e em ambientes diferentes. Após vinte
citos e que um indivíduo loiro tenha alterado anos, apresentavam as seguintes características,
seu gene para codificar feomelanina, esse in- conforme o quadro:
divíduo irá transmitir o gene mutado para seus
descendentes? Justifique. Característica Gêmeo A Gêmeo B

Altura 1,75m 1,70m

Grupo sanguíneo B Rh+ B Rh+

Peso 81 Kg 72 Kg

Cor da pele branca morena

Caderno de Atividades 475


Com base nos dados apresentados, é CORRETO sua eficiência e qualidade, a apneia obstrutiva do
afirmar que a característica que foi determinada sono é fator de risco para diversas outras doen-
exclusivamente pelo genótipo, não sofrendo ne- ças, inclusive problemas cardiovasculares. Em
nhuma influência do ambiente, foi a(o) um recente estudo publicado na revista científica
a) altura. c) peso. Chest, um grupo de cientistas brasileiros lidera-
dos pelo Dr. Geraldo Lorenzi-Filho apresentou
b) grupo sanguíneo. d) cor da pele.
evidências de que a apneia obstrutiva do sono
apresenta 25% de hereditariedade, apesar de
105. (UNICAMP)
não haver associação com um gene específico,
os pesquisadores conseguiram, a partir do fenó-
tipo estimar a hereditariedade da doença.
Supondo que a apneia obstrutiva do sono seja
um distúrbio geneticamente determinado do tipo
autossômico recessivo, calcule a chance de um
casal heterozigoto para o suposto gene ter uma
filha portadora do distúrbio:
a) 1/2 c) 1/8
b) 1/4 d) 1/16

(Adaptado de http://randomrationality.com/tag/biotech/. Acesso em: 108. (UNESP) A complexa organização social das for-
16/07/2014.) migas pode ser explicada pelas relações de pa-
rentesco genético entre os indivíduos da colônia.
Qual das técnicas descritas no infográfico acima É geneticamente mais vantajoso para as ope-
foi utilizada por Gregor Mendel (1822-1884) em rárias cuidarem das suas irmãs que terem seus
seus experimentos? próprios filhos e filhas.
a) (1). c) (3). No formigueiro, uma única fêmea, a rainha, que
b) (2). d) (4). é diploide, põe ovos que, quando fertilizados, se
desenvolvem em operárias também diploides.
106. (FUVEST) Para que a célula possa transportar, para Os ovos não fertilizados dão origem aos machos
seu interior, o colesterol da circulação sanguínea, da colônia. Esses machos, chamados de bitus,
é necessária a presença de uma determinada irão fertilizar novas rainhas para a formação de
proteína em sua membrana. Existem mutações novos formigueiros. Como esses machos são
no gene responsável pela síntese dessa prote- haploides, transmitem integralmente para suas
ína que impedem a sua produção. Quando um filhas seu material genético. As rainhas transmi-
homem ou uma mulher possui uma dessas mu- tem para suas filhas e filhos apenas metade de
tações, mesmo tendo também um alelo normal, seu material genético.
apresenta hipercolesterolemia, ou seja, aumento Suponha um formigueiro onde todos os indiví-
do nível de colesterol no sangue. duos são filhos de uma mesma rainha e de um
A hipercolesterolemia devida a essa mutação mesmo bitu. Sobre as relações de parentesco
genético entre os indivíduos da colônia, é correto
tem, portanto, herança
afirmar que
a) autossômica dominante.
a) as operárias compartilham com os seus irmãos,
b) autossômica recessiva. os bitus, em média, 50% de alelos em comum,
c) ligada ao X dominante. o mesmo que compartilhariam com seus filhos
d) ligada ao X recessiva. machos ou fêmeas, caso tivessem filhos.
e) autossômica codominante. b) as operárias são geneticamente idênticas en-
tre si, mas não seriam geneticamente idênti-
107. A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio ca- cas aos filhos e filhas que poderiam ter.
racterizado pela obstrução das vias respiratórias c) as operárias compartilham entre si, em mé-
superiores, causando paradas respiratórias du- dia, 75% de alelos em comum; caso tivessem
rante o sono. Além de promover diversos des- filhos, transmitiriam a eles apenas 50% de
pertares durante o episódio de sono, diminuindo seus alelos.

476 1ª. Série


Biologia

d) os bitus são geneticamente idênticos entre rentes distúrbios orgânicos humanos. Considere
si, mas não são geneticamente idênticos aos que o universo amostral que gerou os resultados
seus filhos e filhas. garante a reprodutibilidade dos mesmos.
e) a rainha tem maior parentesco genético com
Taxa de Concordância entre Gêmeos
as operárias que com os seus filhos bitus. Monozigóticos e Dizigóticos do mesmo sexo

109. (UFJF) A Doença de Gaucher é uma lipidose causa- Concordância (%)


Distúrbio
da pela deficiência da enzima glucocerebrosidase MZ DZ
com acumulação secundária de glucocerebrosí-
deos nas células retículoendoteliais. O início dos menor
Anemia Falciforme 100 que 100
sintomas ocorre na infância e na adolescência e
manifestam-se, geralmente, com esplenomegalia Diabetes Mellitus Tipo I 40 4,8
e hiperesplenismo, sendo o acometimento ósseo
e pulmonar menos comuns. O padrão de herança Lúpus Eritematoso Sistêmico 20 0
dessa doença é autossômica recessiva.
Com base no padrão de herança mencionado, Esclerose Múltipla 17,8 2
assinale a alternativa CORRETA.
a) A presença de apenas um alelo com defeito é ne- Artrite Reumatoide 12,3 3,5
cessária para que a pessoa manifeste a doença.
b) Os genitores de um indivíduo afetado têm pro- Fonte: extraído de NUSSBAUM, R. L.;MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F.
Thompson & Thompson: Genética Médica 6ª edição. Rio de Janeiro:
babilidade de 25% de gerar outro filho afetado. Guanabara Koogan, 2002. 444p. p. 157-9.
c) Afeta somente o sexo masculino, sendo as
mães apenas portadoras. Com base nas informações, é INCORRETO afirmar:
d) A gravidade da doença depende, exclusiva- a) A concordância menor de 100% em gêmeos
mente, da penetrância e expressividade. MZ para diabetes mellitus Tipo 1 pode ser uma
evidência de que fatores não genéticos contri-
e) O fenótipo é expresso da mesma maneira, tan- buem para o desenvolvimento desse distúrbio.
to em homozigotos quanto em heterozigotos.
b) Quando o genótipo é suficiente para produ-
110. (PUC – MG) A concordância genética é a presença zir um distúrbio em particular, a concordância
do mesmo caráter fenotípico no conjunto geral de entre gêmeos DZ é sempre de 25%, indepen-
gêmeos, monozigóticos (MZ) ou de gêmeos di- dentemente do genótipo dos pais.
zigóticos (DZ), dentro de um grupo em que esse c) Uma concordância maior em gêmeos MZ
caráter está sendo estudado, sendo um método criados juntos do que em MZ que são criados
comum de se separar as influências genéticas separadamente pode indicar que fatores am-
das influências ambientais em distúrbios multifa- bientais estão contribuindo para o desenvolvi-
toriais. Nos casos em que apenas o genótipo é mento do distúrbio.
suficiente para produzir um distúrbio em particu- d) A maior concordância em gêmeos MZ do
lar, a concordância entre gêmeos MZ é de 100%. que em DZ é uma forte evidência de que um
A tabela mostra as taxas de concordância entre ou mais componentes genéticos contribuem
gêmeos MZ e DZ do mesmo sexo para cinco dife- para o distúrbio.

Noções de probabilidade e genealogias


111. A respeito da importância da genealogia e de apenas o histórico familiar.
cruzamentos-teste para o estudo da genética é c) São ferramentas importantes para o estudo da
correto afirmar: genética, pois auxiliam na determinação do tipo
a) São ferramentas importantes para identifi- de herança e do genótipo de um organismo.
car mutações específicas no genoma, assim d) São ferramentas pouco importantes para o
como sua causa e consequência. estudo da genética, permitem organizar os
b) São ferramentas pouco importantes para o cruzamentos e identificar os organismos pro-
estudo da genética, visto que representam blema.

Caderno de Atividades 477


112. Um estudante decidiu replicar os experimentos a) independente do genótipo do pai, homozigoto
de Mendel com as ervilhas Pisum sativum. Para ou heterozigoto, a filha apresentará a caracte-
começar os seus experimentos, ele conseguiu rística, pois se trata de um gene dominante.
adquirir três pacotes de sementes. O estudante b) pelo fato de a mãe ser homozigota para a ca-
sabia que a cor amarela das ervilhas é deter- racterística, é possível que o bebê não seja
minada por um gene dominante e a cor verde afetado, pois o pai é heterozigoto.
pelo recessivo. Segundo o vendedor, o estudan-
c) caso o pai seja homozigoto para a caracterís-
te possuía, portanto, um pacote com sementes
tica, ainda há 25% de o bebê não ser afetado
amarelas cujo genótipo era Aa, outro pacote com
porque a mãe é homozigota.
sementes amarelas com genótipo AA e um com
ervilhas verdes cujo genótipo era aa. Após plan- d) independente do genótipo do pai, o bebê não
tar as sementes em diferentes vasos e identificá- será afetado porque a mãe é homozigota para
-los com adesivos referentes ao genótipo, o es- a característica.
tudante cuidou das mudas até elas começarem a
florescer. Então, o estudante viajou e um amigo 114. (CEFET – MG) Um homem de olhos escuros, mas
ficou cuidando dos pés de ervilhas. No entanto, com a mãe de olhos claros, casa-se com uma
sem saber do significado das letras Aa e AA para mulher de olhos claros, cujo pai possui olhos
identificar os vasos, o amigo acabou retirando os escuros. Sabendo-se que o gene dominante de-
adesivos apenas dos vasos de ervilhas amarelas. termina olho escuro e o recessivo, olho claro, a
Ao notar o ocorrido, o estudante lembrou que se- probabilidade de nascer uma menina de olhos
ria fácil resolver o impasse de qual o genótipo de claros é de:
cada uma das ervilhas amarelas, bastava ele: a) 10%. d) 75%
a) realizar o cruzamento-teste com ervilhas ama- b) 25%. e) 100%.
relas entre si. c) 50%.
b) esperar as ervilhas se desenvolverem e com-
parar os fenótipos das sementes. 115. (IFNMG) Em relação ao heredograma, analise as
c) realizar cruzamentos-teste entre as ervilhas afirmativas:
amarelas e as ervilhas verdes. I. Trata-se de uma herança autossômica recessiva.
d) esperar as ervilhas florescerem e comparar os II. A probabilidade do casal II-1 e II-2 ter uma
fenótipos das flores. filha afetada pelo caráter é de 1/4.
III. A probabilidade do indivíduo III-1 ser homozi-
113. O heredograma a seguir ilustra o padrão de he- goto dominante é de 1/3.
rança homozigota recessiva de uma característi- IV. Se a mulher II-4 se casar com um homem afe-
ca. Apesar de não apresentar risco à saúde dos tado, a probabilidade de terem uma criança
indivíduos afetados, os indivíduos do casal 6 e 7 normal homozigota é de 1/2.
serão pais de uma menina e estão curiosos para
descobrir se a menina apresentará essa caracte-
rística. De acordo com essas informações e com
o heredograma a seguir, é possível afirmar que

1 2

3 4 5 6 7

8
afetados

normais

478 1ª. Série


Biologia

Estão corretas: CFTR, causando principalmente doença pulmo-


a) II e IV nar crônica e progressiva e a insuficiência pan-
b) III e IV creática. Dois por cento da população mundial
são portadores assintomáticos da mutação no
c) I e III
gene associado à fibrose cística. O heredograma
d) I, II e III foi montado para se estudar a ocorrência desse
distúrbio em uma determinada família, na qual o
116. (FUVEST) A fenilcetonúria é uma doença que tem
herança autossômica recessiva. Considere a casal 5 x 6 está esperando um filho.
prole de um casal de heterozigóticos quanto à
mutação que causa a doença.
a) Qual é a probabilidade de o genótipo da pri-
meira criança ser igual ao de seus genitores?

Analisando-se as informações acima, é INCOR-


b) Qual é a probabilidade de as duas primeiras RETO afirmar:
crianças apresentarem fenilcetonúria?
a) Trata-se de uma herança autossômica reces-
siva.
b) A chance de o indivíduo 7 vir a ser afetado é
de 1/8.
c) A chance de o indivíduo 3 ser portador assin-
tomático da mutação é de 2/3.
d) A chance de o casal 1 × 2 ter outra criança
afetada é a mesma de ter uma normal homo-
c) Se as duas primeiras crianças forem meninos
zigota.
que têm a doença, qual é a probabilidade de
uma terceira criança ser uma menina saudável?
118. (UEMG) Considere, a seguir, a recorrência de uma
heredopatia.

d) Se a primeira criança for clinicamente normal,


qual é a probabilidade de ela não possuir a
mutação que causa a fenilcetonúria?

De acordo com o heredograma e outros conheci-


mentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que
a) normalidade ocorre na ausência do gene do-
minante.
b) casais afetados têm somente filhos afetados.
117. (PUC – MG) FIBROSE CÍSTICA é um distúrbio ge- c) indivíduo normal não pode ter filhos afetados.
nético que se desenvolve somente quando o in- d) qualquer homozigose torna o indivíduo normal.
divíduo apresenta dois alelos mutados do gene

Caderno de Atividades 479


119. (UNIMONTES) O heredograma abaixo representa uma genealogia na qual houve recorrência familiar de
ovalocitose, uma alteração hematológica devido a qual, após 3 ou 4 meses de idade, começam a
aparecer, na circulação sanguínea, hemácias que se apresentam como ovalócitos e cuja proporção
ultrapassa a metade da concentração eritrocitária. Analise-o.

Considerando o heredograma apresentado e o assunto abordado, analise as afirmativas abaixo e assinale


a CORRETA.
a) Indivíduos anômalos geram somente filhos normais.
b) Esse padrão de distribuição genealógica pode ser considerado como heredopatias dominantes autos-
sômicas monogênicas.
c) Os indivíduos anômalos são filhos de pai ou de mãe com a mesma anomalia, mas não está relacionada
com consanguinidade.
d) Indivíduos normais gerados por um anômalo transmitem a anomalia a seus descendentes.

120. (IFNMG) O heredograma ilustra um tipo de heran- 121. (IFSMG) A melanina é um pigmento escuro da
ça autossômica que está relacionada com a inca- pele (caráter dominante) que apresenta impor-
pacidade de metabolizar a maltose. tante função de proteção contra os raios sola-
res. A incapacidade do organismo de produzir
essa substância causa o albinismo (caráter re-
cessivo). Na genealogia abaixo, onde os nú-
meros representam os casais 1, 2 e 3 é correto
afirmar que:

Disponível em: criatividadeeciencia.blogspot.com. Acesso: 04 mai. 2014

Considerando o tipo de herança contido na figu-


ra, pode-se afirmar que:
a) O homem do casal 1 apresenta genótipo ho-
a) Trata-se de uma herança dominante e o indi- mozigoto dominante (AA).
víduo apontado pela seta Y é homozigoto.
b) A mulher do casal 3 apresenta genótipo hete-
b) O indivíduo apontado pela seta Y apresenta rozigoto (Aa).
2/3 de chance de ser heterozigoto. c) O homem do casal 2 apresenta genótipo he-
c) O indivíduo apontado pela seta X não apre- terozigoto (Aa).
senta o gene recessivo no seu genótipo. d) O filho do casal 3 apresenta genótipo homozi-
d) Ambos os indivíduos X e Y são heterozigotos. goto dominante (AA).

480 1ª. Série


Biologia

122. (CEFET – MG) O heredograma mostra a ocorrência da fibrose cística em uma determinada família. Essa
doença, de caráter autossômico, caracteriza-se por afecção pulmonar crônica, insuficiência pancreática
exócrina e aumento da concentração de cloreto no suor.

Analisando-se essa história familiar, é correto afirmar que a probabilidade do indivíduo IV-2 ser portador do
gene da fibrose cística é
a) 1/4. b) 1/3. c) 1/2. d) 2/3. e) 3/4.

Herança sem dominância e genes letais


123. O ator estadunidense F1, ou seja, apenas indivíduos heterozigotos e
Peter Dinklage (1969- ) que apresentavam coloração cor-de-rosa. A par-
ganhou destaque na mí- tir desse cruzamento, ele obteve flores de cor
dia por interpretar o per- branca, vermelha e cor-de-rosa.
© Shutterstock/Feature Flash

sonagem Tyrion Lannis- Ao discutir com a turma o seu experimento e os


ter, da série Guerra dos mecanismos de herança genética envolvidos na
Tronos. O sucesso foi tal determinação das cores dessa espécie de flor,
que o ator recebeu, em professor e alunos chegaram à conclusão que se
2012, o globo de ouro de tratava de:
melhor ator coadjuvante. a) herança do tipo autossômica recessiva.
Hoje Peter está com 46 anos de idade e foi diag-
b) herança do tipo autossômica dominante.
nosticado com acondroplasia ainda criança. Sa-
bendo que a acondroplasia é uma característica c) herança ligada ao sexo.
hereditária monogênica autossômica dominante, d) herança sem dominância.
qual a chance de um casal afetado por acon-
droplasia ter um filho normal? Considere que a 125. Observe o quadro de Punnett abaixo. Ele repre-
acondroplasia é letal em homozigose dominante. senta o genótipo e o fenótipo para a coloração
da plumagem como resultado do cruzamento en-
a) 1/3 c) 1/2
tre duas galinhas da raça andaluza.
b) 1/4 d) 2/3
PB
P B
124. Um professor apresentou aos alunos o seu ex- PB
perimento com cruzamentos entre indivíduos da PP PB
P Cor: preta Cor: cinza-azulada
espécie Mirabilis jalapa, que pode apresentar flo-
PB BB
res brancas, vermelhas ou de coloração interme- B Cor: cinza-azulada Cor: branca.
diária, ou seja, cor-de-rosa.
O primeiro cruzamento realizado foi entre uma Analisando o quadro, é possível concluir que:
planta de flor branca com uma de cor vermelha. a) se trata de herança monogênica recessiva.
Importante destacar que o professor sabia que b) se trata de herança poligênica ligada ao cro-
ambas eram homozigotas para o gene de inte- mossomo X.
resse. A geração F1 obtida continha apenas flo-
c) se trata de herança sem dominância.
res de cor intermediária. Em seguida, o professor
realizou cruzamentos entre as flores da geração d) se trata de herança monogênica dominante.

Caderno de Atividades 481


126. (UNESP) Observe as cenas do filme A perigosa ideia de Charles Darwin.

(WGBH Educational Foundation e Clear Blue Sky Productions. Scientific American Brasil, 2001.)

Neste trecho do filme, Darwin, desolado com a doença de sua filha Annie, desabafa com o médico:
“– É minha culpa! Casamentos entre primos-irmãos sempre produzem filhos fracos.”
Na sequência, Darwin e sua esposa Emma choram a morte prematura de Annie. Darwin e Emma eram
primos-irmãos: a mãe de Darwin era irmã do pai de Emma.
Explique por que os filhos de primos-irmãos têm maior probabilidade de vir a ter uma doença genética que
não se manifestou em seus pais ou avós.
Supondo que a mãe de Darwin e o pai de Emma fossem heterozigotos para uma doença determinada por
alelo autossômico recessivo, e que o pai de Darwin e a mãe de Emma fossem homozigotos dominantes,
determine a probabilidade de o primeiro filho de Darwin e Emma ter a doença.

127. (UNICAMP) Em uma espécie de planta, o caráter c) os fenótipos de IX e X são os mesmos dos pais.
cor da flor tem codominância e herança mende- d) o fenótipo de IV é vermelho.
liana. O fenótipo vermelho é homozigoto domi-
nante, enquanto a cor branca é característica do 128. (CEFET – MG)
homozigoto recessivo. Considerando o esquema
“Nas células do corpo humano encontram-se
abaixo, é correto afirmar que
genes deletérios (causadores de doenças) que,
por serem recessivos, podem não estar se ma-
nifestando.”
Disponível em: < www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1224>.
Acesso em: 9 abr.de 2013

A ocorrência de doenças causadas por tais ge-


nes será encontrada com maior frequência em
a) grupos de indivíduos miscigenados.
b) progênie derivada de heterozigotos.
c) descendentes de endocruzamentos.
d) filhos de indivíduos homozigotos dominantes.
a) os fenótipos de II e III são iguais. e) populações com pequena capacidade repro-
dutiva.
b) o fenótipo de X é vermelho.

482 1ª. Série


Biologia

2a. Lei de Mendel: segregação independente


129. A tabela a seguir ilustra os possíveis resultados Mendel fez suas descobertas no século anterior
do cruzamento entre dois organismos heterozi- à descoberta da molécula de DNA. Atribui-se a
gotos em um padrão de herança que obedece a ele a honraria de “Pai da Genética”, por causa
2ª Lei de Mendel. dos seus experimentos com plantas e das infe-
rências feitas a partir dos resultados. Pode-se
VR Vr vR vr afirmar que Mendel revolucionou a ciência em
sua época. Entre as principais descobertas des-
VR VVRR VVRr VvRR VvRr se cientista, estão:
a) a 1ª Lei de Mendel, ou a lei da segregação
Vr VVRr VVrr VvRr Vvrr dos fatores, e a 2ª Lei de Mendel, ou a lei da
segregação independente dos fatores.
vR VvRR VvRr vvRR vvRr
b) a 1ª Lei de Mendel, ou a lei da determinação
vr VvRr Vvrr vvRr vvrr genética dos caracteres, e a 2ª Lei de Mendel,
ou a lei da interação entre os fatores.
c) a descoberta do DNA como molécula da he-
Considerando a 2ª Lei de Mendel e os processos
reditariedade.
de gametogênese, é possível afirmar que:
d) a descoberta de que a molécula da heredita-
a) o padrão de herança 9:3:3:1, típico da 2ª Lei riedade é composta por ácidos nucleicos.
de Mendel, é observado por causa da segre-
gação independente dos alelos durante as di- 131. (UNICAMP – SP) Para determinada espécie de
visões meióticas da gametogênese. planta, a cor das pétalas e a textura das folhas
b) o padrão de herança 9:1:1:1, típico da 2ª Lei são duas características monogênicas de gran-
de Mendel, é observado por causa da segre- de interesse econômico, já que as plantas com
gação independente dos alelos durante as di- pétalas vermelhas e folhas rugosas atingem alto
visões mitóticas da gametogênese. valor comercial. Para evitar o surgimento de plan-
c) o padrão de herança 3:3:1:1: típico da 2ª Lei tas com fenótipos indesejados nas plantações
de Mendel só é possível de ser observado mantidas para fins comerciais, é importante que
porque alelos não segregam independentes os padrões de herança dos fenótipos de inte-
durante a divisão mitótica da gametogênese. resse sejam conhecidos. A simples análise das
frequências fenotípicas obtidas em cruzamentos
d) o padrão de herança 3:3:1:1 é típico da 1ª Lei controlados pode revelar tais padrões de heran-
de Mendel em um caso de herança autossô- ça. No caso em questão, do cruzamento de duas
mica dominante, cujos alelos permanecem linhagens puras (homozigotas), uma composta
juntos durante a gametogênese. por plantas de pétalas vermelhas e folhas lisas
(P1) e outra, por plantas de pétalas brancas e
130. Leia o trecho sobre a história de Gregor Mendel folhas rugosas (P2), foram obtidas 900 plantas.
apresentado a seguir: Cruzando as plantas de F1, foi obtida a geração
“[...] Mendel nasceu em 1822, na cidade de Hei- F2, cujas frequências fenotípicas são apresenta-
zandorf, na Áustria. Aos 21 anos, entrou no mo- das no quadro a seguir.
nastério de São Tomás em Brunn, atual Brno. Para
se tornar monge, era preciso entender de religião, Cruzamento Descendentes
mas também de ciências. Ele se tornou monge em
900 plantas com pétalas verme-
1847 e em 1851 resolveu se aprofundar em disci- P1 x P2
lhas e folhas lisas (F1)
plinas como física, matemática e ciências naturais
na Universidade de Viena. Ao se formar, depois de
quatro anos, iniciou uma série de trabalhos com 900 plantas com pétalas verme-
plantas no monastério para descobrir como se lhas e folhas lisas; 300 com pé-
transmitem as características hereditárias. [...] talas vermelhas e folhas rugosas;
F1 x F1
Fonte: COELHO, Sarita. A fantástica história do monge e suas ervilhas. Ci- 300 com pétalas brancas e folhas
ência Hoje das Crianças, 2010. Disponível em: <http://chc.cienciahoje. lisas; e 100 com pétalas brancas
uol.com.br/a-fantastica-historia-do-monge-e-suas-ervilhas/>. Acesso e folhas rugosas (F2)
em: jun. 2015.

Caderno de Atividades 483


a) Qual é o padrão de herança da cor vermelha b) Qual é a proporção do genótipo duplo-hete-
da pétala? E qual é o padrão de herança do rozigoto (genótipo heterozigoto para os dois
fenótipo rugoso das folhas? Justifique. locos gênicos) em F2? Justifique.

Tipagem sanguínea: sistemas ABO e RH


132. (PUC − SP) Imagine que, em um dado mamífero, a Se machos de pelagem cinza provenientes do
cor da pelagem seja determinada por três alelos: cruzamento II forem acasalados com fêmeas de
Alelo P – determina pelagem preta pelagem preta provenientes do cruzamento V, es-
Alelo C – determina pelagem cinza pera-se que entre os descendentes:
Alelo B – determina pelagem branca a) 50% tenham pelagem cinza e 50% branca.
Considere que o alelo P é dominante sobre o B b) 50% tenham pelagem cinza e 50% preta.
e que há dominância do alelo C sobre os alelos c) 75% tenham pelagem cinza e 25% branca.
P e B. d) 75% tenham pelagem cinza e 25% preta.
Em um experimento, envolvendo cinco cruza- e) 25% tenham pelagem preta, 50% cinza e
mentos, foram utilizados animais com os três ti- 25% branca.
pos de pelagem. Os cruzamentos e seus resulta-
dos são apresentados na tabela abaixo. 133. A determinação do tipo sanguíneo em humanos
é um exemplo de polialelia com codominância.
Cruzamento Macho x Fêmea Descendentes
Três alelos são responsáveis pela determinação
I Branco x Branca 100% Branco de quatro fenótipos distintos: sangue tipo A, B,
AB e O. Sabendo que uma mulher, cujo genótipo
II Branco x Cinza
50% Cinza e é IAIB, e um homem, com genótipo IAi, pretendem
50% Branco ter um filho, calcule a probabilidade da prole de
III Cinza x Preta 100% Cinza
esse casal ter sangue do tipo B.
a) 1/2
75% Preto e
IV Preto x Preta
25% Branco
b) 1/4
c) 1/6
V Preto x Branca 100% Preto
d) 1/8

484 1ª. Série


Biologia

134. A fotografia a seguir apresenta um exemplo de emergenciais contam apenas com sangue do
uma medalha de identificação utilizada por sol- tipo AB, que é considerado doador universal.
dados estadunidenses. Além de ter o nome do c) O batalhão era composto apenas por indiví-
indivíduo, essas medalhas também registram duos de sangue do tipo O.
dados importantes para situações de resgate e d) Os estoques disponíveis para as transfusões
cuidado médico urgente. Em geral, as medalhas emergenciais contam apenas com sangue do
apresentam informações completas sobre a tipa- tipo O positivo ou negativo, doador universal
gem sanguínea dos militares. A medalha de iden- para sistema ABO.
tificação tem nome, número do seguro social,
tipo sanguíneo e religião. 135. Um homem com fenótipo O para tipo sanguíneo
e fator Rh+, genótipo Rr, casa-se com uma mu-

© Wikimedia Commons/Totsi 100


lher fenótipo O para tipo sanguíneo e fator Rh-.
O primeiro filho desse casal apresentou tipo san-
guíneo O+. A segunda filha do casal apresentou
tipo sanguíneo O-. Ao consultarem o médico
para discutir a gravidez do terceiro filho(a), o ca-
sal foi informado sobre o risco de se desenvolver
eritroblastose fetal. Considerando o histórico da
família, pode-se afirmar que:
a) o risco de desenvolvimento de eritroblastose
fetal é maior nesse caso, pois a mulher, Rh-,
Suponha que você foi um general de alto escalão gerou anticorpos anti-Rh+ após a gestação
do exército e determinou uma nova regra para do filho cujo tipo sanguíneo era O-.
apresentação de informações sobre a tipagem b) o risco de desenvolvimento de eritroblastose
sanguínea do batalhão sob sua responsabilida- fetal é maior nesse caso, pois a mulher, Rh-,
de, conforme o exemplo apresentado na fotogra- gerou anticorpos anti-Rh+ após a gestação
fia. Sua decisão levou em conta a logística do do filho cujo tipo sanguíneo era O+.
atendimento emergencial e transporte de mate- c) o risco de desenvolvimento de eritroblasto-
rial para ambientes de risco. Considerando a fi- se fetal é maior nesse caso, pois a mulher é
siologia do sistema ABO e Rh, a medalha da ima- homozigota para o sistema Rh e o homem é
gem não apresentava o tipo sanguíneo porque: heterozigoto, sendo incompatíveis.
a) A identificação do sistema ABO é desneces- d) o médico estava errado, como a mulher já
sária em casos de emergência, por não repre- teve um filho saudável com fenótipo O- na se-
sentar risco de rejeição. gunda gravidez, não há risco de desenvolver
b) Os estoques disponíveis para transfusões a doença na terceira gestação.

136. (IFNMG) No sistema ABO, distinguem-se quatro grupos sanguíneos: grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O.
Usando o esquema abaixo e seus conhecimentos sobre compatibilidade para transfusão sanguínea, mar-
que a opção ERRADA:

GENÓTIPOS FENÓTIPOS HEMÁCIAS PLASMA


AA ou I I
A A

Grupo A Produção de antígeno do tipo A Presença de anticorpo anti-B


AO ou IAIi

BB ou IBIB
Grupo B
Produção de antígeno do tipo B Presença de anticorpo anti-A
BO ou IBi

AB ou IAIB Grupo AB Produção de ambos os antígenos Ausência de ambos os anticorpos

OO ou ii Grupo O Não produção dos referidos antígenos Presença de anticorpos anti-A e anti-B

Fonte: SOARES, J. L. Biologia no Terceiro Milênio. v. 02. São Paulo: Scipione, 1999.

Caderno de Atividades 485


a) Grupo B doa para B e AB e recebe de B e O. bar havia sido o melhor amigo de Bentinho e fora
b) Grupo AB doa para AB e recebe de A, B, AB, O. casado com Sancha, com quem tivera uma filha.
c) Grupo O doa para O, A, B, AB e recebe de O. Suponha que, à época, fosse possível investigar
a paternidade usando os tipos sanguíneos dos
d) Grupo A doa para A e B e recebe de A e O.
envolvidos. O resultado dos exames revelou que
137. (MACKENZIE) Uma mulher albina, pertencente ao Bentinho era de sangue tipo O Rh–, Capitu era de
tipo sanguíneo B, filha de pai pertencente ao tipo tipo AB Rh+ e Ezequiel era do tipo A Rh–. Como
sanguíneo A, casou-se com um homem perten- Escobar já havia falecido, foi feita a tipagem san-
cente ao tipo sanguíneo AB, não albino e filho de guínea de sua mulher, Sancha, que era do tipo B
pai albino. A probabilidade desse casal ter uma Rh+, e da filha de ambos, que era do tipo AB Rh–.
criança não albina e pertencente ao tipo sanguí- Com relação à identificação do pai biológico de
neo B é de: Ezequiel, a partir dos dados da tipagem sanguí-
a) zero. nea, é correto afirmar que:
b) 100% a) permaneceria a dúvida, pois os tipos sanguí-
c) 50% neos de Sancha e de sua filha indicam que
Escobar ou tinha sangue tipo O Rh+, e nesse
d) 12,5%
caso ele, mas não Bentinho, poderia ser o pai,
e) 25% ou tinha sangue tipo AB Rh–, o que excluiria a
possibilidade de Escobar ser o pai de Ezequiel.
138. (UNESP) Dois casais, Rocha e Silva, têm, cada um
b) permaneceria a dúvida, pois os tipos sanguí-
deles, quatro filhos. Quando consideramos os ti-
neos dos envolvidos não permitem excluir a
pos sanguíneos do sistema ABO, os filhos do ca-
sal Rocha possuem tipos diferentes entre si, assim possibilidade de Bentinho ser o pai de Eze-
como os filhos do casal Silva. Em um dos casais, quiel, assim como não permitem excluir a
marido e mulher têm tipos sanguíneos diferentes, possibilidade de Escobar o ser.
enquanto que no outro casal marido e mulher têm c) permaneceria a dúvida, pois, no que se refe-
o mesmo tipo sanguíneo. Um dos casais tem um re ao sistema ABO, os resultados excluem a
filho adotivo, enquanto que no outro casal os qua- possibilidade de Escobar ser o pai e indicam
tro filhos são legítimos. Um dos casais teve um que Bentinho poderia ser o pai de Ezequiel;
par de gêmeos, enquanto que no outro casal os mas, no que se refere ao sistema Rh, os re-
quatro filhos têm idades diferentes. sultados excluem a possibilidade de Bentinho
ser o pai e indicam que Escobar poderia sê-lo.
Considerando-se os tipos sanguíneos do siste-
ma ABO, é correto afirmar que, d) seria esclarecida a dúvida, pois, tanto no sis-
tema ABO quanto no sistema Rh, os resul-
a) se o casal Silva tem o mesmo tipo sanguíneo,
tados excluem a possibilidade de Bentinho,
foram eles que adotaram um dos filhos.
mas não de Escobar, ser o pai de Ezequiel.
b) se o casal Rocha tem tipos sanguíneos dife-
rentes, foram eles que adotaram um dos filhos. e) seria esclarecida a dúvida, pois os tipos san-
guíneos de Ezequiel e da filha de Sancha indi-
c) se o casal Silva tem tipos sanguíneos diferen- cam que eles não poderiam ser filhos de um
tes, eles não são os pais do par de gêmeos. mesmo pai, o que excluiria a possibilidade de
d) se o casal Rocha tem o mesmo tipo sanguí- Escobar ser o pai de Ezequiel.
neo, eles não são os pais do par de gêmeos.
e) se o casal que adotou um dos filhos é o mes- 140. (PUC − SP) Em Belo Horizonte, ocorreu um caso
mo que teve um par de gêmeos, necessaria- raro: uma mulher deu à luz quadrigêmeos, uma
mente marido e mulher têm diferentes tipos menina e três meninos, sem ter feito tratamento
sanguíneos. para engravidar. Outra raridade, segundo os mé-
dicos, está no fato de cada bebê apresentar um
139. (UNESP) No romance Dom Casmurro, de Machado tipo sanguíneo distinto, pertencendo um deles ao
de Assis, Bentinho vive uma incerteza: Ezequiel, grupo AB, outro ao A, outro ao B e outro ao O. A
seu filho com Capitu, é mesmo seu filho biológico partir dessas informações é possível afirmar que
ou Capitu teria cometido adultério com Escobar? os gêmeos em questão são
O drama de Bentinho começa quando, no velório a) univitelinos e que um dos genitores pertence
de Escobar, momentos houve em que os olhos de ao grupo A e o outro ao grupo B, sendo am-
Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva. Esco- bos heterozigóticos.

486 1ª. Série


Biologia

b) fraternos e que um dos genitores pertence ao Sobre essa família, estão corretas as afirmações
grupo A e o outro ao grupo B, sendo ambos a seguir, EXCETO:
heterozigóticos. a) O indivíduo 2 pode pertencer a qualquer um
c) univitelinos e que um dos genitores pertence dos grupos sanguíneos do sistema ABO.
ao grupo A e o outro ao grupo B, sendo am- b) O indivíduo 4 certamente tem sangue do gru-
bos homozigóticos. po AB.
d) fraternos e que um dos genitores pertence ao c) O indivíduo 6 é heterozigoto quanto ao grupo
grupo A e o outro ao grupo B, sendo ambos sanguíneo.
homozigóticos.
d) A probabilidade de que o indivíduo 9 tenha
e) fraternos e que um dos genitores pertence ao sangue do grupo O é de 50%.
grupo AB e o outro ao grupo O.
144. (IFMG) Os grupos sanguíneos são definidos em
141. (MACKENZIE) Uma mulher pertencente ao tipo san- função da presença de aglutinogênios na su-
guíneo A teve uma criança pertencente ao tipo B perfície das hemácias. Indivíduos portadores de
que sofreu eritroblastose fetal ao nascer. O pai da sangue do grupo A apresentam o aglutinogênio
criança é receptor universal e também teve eri- A, indivíduos portadores de sangue do grupo B
troblastose fetal. A probabilidade desse casal ter apresentam o aglutinogênio B, indivíduos por-
uma criança com o mesmo genótipo da mãe é de tadores de sangue do grupo AB apresentam
a) 1/2. c) 3/4. ambos os aglutinogênios e indivíduos do grupo
b) 1/8. d) 1/4. O não apresentam nenhum desses dois agluti-
nogênios.
e) 0.
O pai de Fernanda pertence ao grupo B, enquan-
142. (MACKENZIE) Uma mulher pertencente ao tipo san- to sua mãe pertence ao grupo sanguíneo A. Sua
guíneo A, Rh–, casa-se com um homem perten- avó materna e seu avô paterno possuíam sangue
cente ao tipo B, Rh+, que nasceu com eritroblas- do grupo O. Assim, a probabilidade de que Fer-
tose fetal. O casal tem uma filha pertencente ao nanda pertença ao grupo AB é de:
tipo O e que também nasceu com eritroblastose a) 100%. c) 50%.
fetal. Se essa menina se casar com um homem b) 75%. d) 25%.
com o mesmo genótipo do pai dela, a probabili-
dade de ter uma criança doadora universal é de 145. (IFMG) Joana e Mário se casaram e pretendem
d) 1/6. ter filhos no ano que vem. Mário é albino e pos-
a) 1/8.
sui sangue “tipo O”. Joana não é albina e possui
b) 1/4. e) 3/4. sangue do “tipo A”, mas seu pai, assim como
c) 1/2. Mário, é albino e possui sangue “tipo O”. Qual
é a probabilidade de o primeiro filho desse casal
143. (IFMG) Considere o heredograma abaixo, no qual ser um menino albino com sangue “tipo A”?
são representados os grupos sanguíneos de al- a) 1/4 c) 1/8
guns dos membros de uma família. b) 1/16 d) 1/2

146. (IFSMG) Leia texto a seguir:


“Dispositivo detecta grupo sanguíneo em cinco
minutos: aluna de doutorado da Universidade do
Minho (Portugal), na área da Engenharia Eletrô-
nica, venceu a edição nacional do Imagine Cup
e vai representar o país na final mundial. A in-
vestigadora explicou a originalidade e especifi-
cidade deste dispositivo que consegue detectar
automaticamente o grupo sanguíneo: ‘em ape-
nas cinco minutos determina ABO e Rh’. O exa-
me realizado analisa as reações obtidas com os
reagentes anti-A, anti-B, anti-Rh.”
Fonte: www.cienciahoje.pt/index.php?oid=57480&op=all.
Acesso: 17 de Abril de 2013.

Caderno de Atividades 487


A identificação do grupo sanguíneo pode ser crucial em casos de socorro rápido em acidentes, por exem-
plo. Com o intuito de se descobrir o receptor universal, apto a fazer de imediato uma transfusão sanguínea,
dentre cinco indivíduos analisados por um teste similar ao relatado acima, assinale a alternativa que con-
tém o indivíduo que deveria ser selecionado.

Indivíduo Soro Anti-A Soro Anti-B Soro Anti-Rh


1 Aglutinou Não aglutinou Não aglutinou

2 Aglutinou Aglutinou Não aglutinou

3 Aglutinou Aglutinou Aglutinou

4 Não aglutinou Não aglutinou Não aglutinou

5 Não aglutinou Não aglutinou Aglutinou

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

147. (PUC – MG) As figuras mostram os resultados dos testes de hemoaglutinação realizados para uma mãe e
seu filho hoje adulto, mas que nasceu com a doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose fetal).
Observe que, para o indivíduo I, só houve aglutinação com o soro anti-A, enquanto que para o indivíduo II
só houve aglutinação com o soro anti-D (anti-Rh).

Com base nos resultados, é INCORRETO afirmar:


a) O indivíduo I não pode doar sangue para o indivíduo II.
b) O indivíduo II não deve doar sangue para o indivíduo I.
c) O pai do indivíduo I possui sangue do tipo Rh-negativo.
d) O pai do indivíduo II possui sangue do tipo Rh-positivo.

148. (UFJF) Um casal (mãe - tipo sanguíneo O negativo, e pai - tipo sanguíneo desconhecido) teve um filho A po-
sitivo. No segundo filho, todavia, a criança apresentou sintomas de eritroblastose fetal e faleceu. O exame
de sangue da criança morta foi do tipo B positivo. Baseado nas informações acima, qual tipo sanguíneo
abaixo seria o do pai?
a) AB negativo d) AB positivo
b) B positivo e) O positivo
c) A negativo

488 1ª. Série


Biologia

Genética pós-Mendel: herança do sexo


149. Durante um almoço de família, o casal mais novo de modo que cada amostra seria acompanhada
explica para a família que quer ter dois filhos. A apenas por um questionário contendo informa-
família discutia a probabilidade de esse casal ter ções sobre idade, sexo, peso, altura e condição
um filho do sexo masculino. O casal concorda de saúde, sem que nenhuma permitisse ao pes-
que a chance de ter um filho do sexo masculino quisador determinar a identidade dos sujeitos
é de 1/2 e que a chance de ter dois meninos seria estudados. Ao preparar as planilhas para análise,
de 1/4 . No entanto, o sobrinho desse casal, uma ele percebeu que alguns voluntários não haviam
criança que ainda está estudando frações, não assinalado o sexo. Tal informação era fundamen-
aceitou a justificativa apontada pelo casal para tal para o estudo, no entanto, o pesquisador não
explicar as probabilidades de 1/2 e 1/4. Além poderia contatar os sujeitos para lhes perguntar
disso, o estudante apresentou outra hipótese: isso. A solução encontrada foi inferir o sexo de
segundo ele, a chance de o casal ter um filho ho- cada sujeito a partir da avaliação microscópica
mem era menor, já que sua tia (a mulher do ca- das células da mucosa da boca. De que manei-
sal) era de uma família de quatro irmãs, cuja mãe ra o pesquisador pode determinar quem era do
também não tinha irmãos. Por causa disso, ele sexo masculino ou do sexo feminino?
concluiu que há um histórico familiar que favore-
ce a chance de mulheres de sua família gerarem a) Por meio da identificação do DNA mitocon-
uma prole feminina. Ou nas palavras dele: “nos- drial desses sujeitos, sabendo que apenas in-
sa família tem mais mulheres, então a chance é divíduos do sexo feminino apresentam DNA
maior”. nessa organela.
Considerando o sistema de determinação sexual b) Por meio da identificação da presença de
de humanos, apresente argumentos que justifi- corpúsculo de Barr, ou cromatina sexual, no
quem a probabilidade de ½ apontada pelo casal. núcleo dessas células, apenas indivíduos do
sexo feminino apresentam essa estrutura.
c) Por meio da contagem dos cromossomos
desses indivíduos, células pertencentes a
sujeitos do sexo masculino apresentam 22
pares de cromossomos enquanto células do
sexo feminino apresentam 24 pares.
d) Por meio da identificação da presença de cor-
púsculo de Barr, ou cromatina sexual, nas mi-
tocôndrias dessas células, presente apenas
em células de indivíduos do sexo feminino.

151. (PUC − SP) Uma mulher manifesta o daltonismo se


receber um cromossomo
a) X de seu pai obrigatoriamente daltônico e o
outro cromossomo X de sua mãe obrigatoria-
mente daltônica.
b) X de seu pai não daltônico e o outro cromosso-
mo X de sua mãe obrigatoriamente daltônica.
c) X de seu pai obrigatoriamente daltônico e o
outro cromossomo X de sua mãe não obriga-
toriamente daltônica.
150. Para realizar um estudo, um pesquisador coletou
células epiteliais da mucosa da boca de indivídu- d) Y de seu pai não daltônico e o cromossomo X
os saudáveis, não portadores de distúrbios gené- de sua mãe obrigatoriamente daltônica.
ticos. Preocupado com manter a identidade dos e) Y de seu pai obrigatoriamente daltônico e o
voluntários de seu estudo em sigilo, ele prepa- cromossomo X de sua mãe não obrigatoria-
rou códigos para a identificação de cada sujeito, mente daltônica.

Caderno de Atividades 489


152. (MACKENZIE) Uma mulher canhota, com visão nor- 154. (FUVEST – SP) A forma do lobo da orelha, solto ou
mal para cores, cujo pai era daltônico, casa-se preso, é determinada geneticamente por um par
com um homem daltônico e destro, filho de mãe de alelos.
canhota. Sabendo que o uso da mão esquerda é
condicionado por um gene autossômico reces-
sivo, a probabilidade desse casal ter uma filha
heterozigota para os dois genes é de:
a) 1/2. d) 1/8.
b) 1. e) 1/6.
c) 1/4.

153. (UNESP)
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) apre-
senta incidência de 1 a cada 3.500 nascimentos
de meninos. É causada por um distúrbio na pro-
dução de uma proteína associada à membrana
muscular chamada distrofia, que mantém a inte-
gridade da fibra muscular. Os primeiros sinais clí- O heredograma mostra que a característica lobo
nicos manifestam-se antes dos 5 anos, com que- da orelha solto NÃO pode ter herança:
das frequentes, dificuldade para subir escadas,
correr, levantar do chão e hipertrofia das panturri- a) autossômica recessiva, porque o casal I-1 e
lhas. A fraqueza muscular piora progressivamen- I-2 tem um filho e uma filha com lobos das
te, levando à incapacidade de andar dentro de orelhas soltos.
cerca de dez anos a partir do início dos sintomas. b) autossômica recessiva, porque o casal II-4 e
Trata-se de uma doença genética, com padrão de II-5 tem uma filha e dois filhos com lobos das
herança recessivo ligado ao cromossomo X. Na orelhas presos.
maioria dos casos, a mutação responsável pela c) autossômica dominante, porque o casal II-4 e
doença foi herdada da mãe do paciente (em ge- II-5 tem uma filha e dois filhos com lobos das
ral, assintomática).
(www.oapd.org.br. Adaptado.) orelhas presos.
d) ligada ao X recessiva, porque o casal II-1 e II-2
Considerando as informações do texto, explique tem uma filha com lobo da orelha preso.
por que as mulheres portadoras da mutação em
e) ligada ao X dominante, porque o casal II-4 e
geral são assintomáticas (não desenvolvem a
II-5 tem dois filhos homens com lobos das
doença).
orelhas presos.
Se uma mulher portadora da mutação, assinto-
mática, estiver grávida de um casal de gêmeos, 155. (MACKENZIE) Um homem daltônico e destro, filho
e o pai das crianças for um homem não portador de pai canhoto, casa-se com uma mulher de vi-
da mutação, quais as probabilidades de seus fi- são normal e canhota. O casal tem uma criança
lhos desenvolverem a doença? Justifique. do sexo masculino daltônica e destra. Conside-
rando que o daltonismo é condicionado por um
gene recessivo ligado ao X e o uso da mão es-
querda é determinado por um gene autossômico
recessivo, é correto afirmar que
a) a criança herdou o gene para o daltonismo do pai.
b) a mulher é heterozigota para ambas as carac-
terísticas.
c) todos os filhos do sexo masculino desse casal
serão daltônicos.
d) esse casal pode ter filhas daltônicas.
e) todas as crianças desse casal serão destras.

156. (MACKENZIE) Um homem daltônico e normal para


a miopia tem uma filha também daltônica, mas

490 1ª. Série


Biologia

míope. Sabendo que a mãe da menina não é Sabendo que a determinação do sexo nesses
míope, assinale a alternativa correta. animais segue o mesmo padrão que nos huma-
a) A mãe é certamente daltônica. nos e analisando as informações acima, assinale
a afirmativa INCORRETA.
b) A menina é homozigota para ambos os genes.
a) Se a mosca 2 for fêmea, a mosca 4 é obriga-
c) A miopia é condicionada por um gene dominante.
toriamente macho.
d) Todos os filhos do sexo masculino desse ho-
b) Se a mosca 1 for macho, a mosca 3 é obriga-
mem serão daltônicos.
toriamente fêmea.
e) Essa menina poderá ter filhos de sexo mascu-
c) Se as moscas 1, 3 e 4 forem fêmeas, duas
lino não daltônicos.
delas são heterozigotas.
157. (CEFET – MG) d) Se a mosca 3 for macho, seu pai apresenta
obrigatoriamente o mesmo fenótipo.
As fêmeas de dragões de Komodo são heterogamé-
ticas (genótipo ZW) e os machos são homogamé-
159. (PUC – MG) Existe uma anomalia genética que
ticos (genótipo ZZ). Curiosamente, duas fêmeas
mantidas isoladas há mais de 2 anos, em diferen-
acarreta manchas nos dentes, determinada por
tes zoológicos, botaram ovos dos quais nasceram um gene dominante ligado ao sexo. Considere os
apenas machos. Estudos evidenciaram que seus cruzamentos:
descendentes são partenogenéticos e seguem o Casal I – constituído por um homem afetado e
padrão cromossômico citado, possibilitando, inclu- uma mulher normal;
sive, a fecundação de suas próprias progenitoras.
Assim, concluiu-se que as fêmeas podem alternar
Casal II – constituído por homem normal e mu-
entre a reprodução sexuada e assexuada. lher afetada, filha de pai normal.
WATTS, P. C., et al. Parthenogenesis in Komodo dragons. Nature, Sobre a descendência desses casais, é possível
Londres, 444, p.1021-1022, 21 dez. 2006 (Adaptado).
afirmar, EXCETO:
Apesar de a flexibilidade reprodutiva possibilitar a) metade dos descendentes do casal I será afe-
aumento da população desses animais, popula- tada.
ções isoladas apresentarão baixo poder adapta- b) metade dos descendentes do casal II será
tivo a longo prazo, pois haverá afetada.
a) perda de variabilidade genética. c) 50% das filhas do casal II serão homozigotas
b) diminuição do número de fêmeas. para o caráter.
c) impossibilidade de cruzamentos entre irmãos. d) machos e fêmeas serão igualmente afetados
d) desaparecimento dos indivíduos hermafroditas. na descendência dos casais I e II.
e) redução do número de cromossomos da es-
160. (UFJF) A síndrome de Down é uma doença ge-
pécie.
nética que promove uma série de alterações no
158. (PUC – MG) Nas moscas-da-fruta, a cor dos olhos é fenótipo do indivíduo portador. No ano de 2013,
uma herança genética ligada ao sexo. Olhos ver- um grupo de pesquisadores demonstrou que um
melhos constituem o caráter dominante e olhos gene responsável pela inativação de um dos cro-
brancos, o caráter recessivo. No heredograma, as mossomos X de mamíferos poderia ser utilizado
moscas 1 e 3 possuem olhos vermelhos e 2 e 4, para silenciar o cromossomo 21 extra, presente
olhos brancos. nos portadores da doença. Em relação à síndro-
me de Down, responda:
a) Que tipo de alteração cromossômica é en-
contrada nas células de indivíduos com sín-
drome de Down?

Caderno de Atividades 491


b) Considere um gene A situado no cromosso- c) Considere que a mãe da criança, represen-
mo 21. Se os pais de uma criança portadora tada na letra b, também seja portadora do
de síndrome de Down fossem de genótipo AA gene do daltonismo (gene recessivo ligado ao
(mãe) e Aa (pai) e a não disjunção dos cro- X). Qual a probabilidade desse casal ter um
mossomos homólogos ocorresse na mãe, novo filho (homem), com síndrome de Down
quais seriam os possíveis genótipos da crian- e daltonismo? Considere que a taxa de não
ça para esse gene? disjunção do cromossomo 21, na mãe, fosse
de 10%.

Interação gênica: genes integrados


161. A cor da pelagem e o grau de agressividade dos a) Cruzando o macho branco com a fêmea amarela.
camundongos são condicionados pelo mesmo b) Cruzando o macho branco com a fêmea verde.
par de genes. O camundongo branco é manso e
c) As chances são iguais, independente de qual
o camundongo cinzento é arisco. Trata-se de um
fêmea ele utilizar.
tipo de interação gênica na qual o mesmo gene
pode determinar mais de uma função ou caracte- d) Nenhum dos cruzamentos pode gerar filhotes
rística no camundongo. A esse tipo de herança é brancos.
dado o nome de:
163. (PUC – MG) Em cães da raça labrador retriever, a
a) Epistasia cor da pelagem é controlada por dois pares de
b) Epistasia dominante gene alelos com segregação independente. O
c) Epistasia recessiva alelo B controla a cor do pigmento melanina: B
d) Pleiotropia é preto; b é marrom. O alelo E é necessário para
a deposição dos pigmentos na pele e no pelo.
162. A coloração da plumagem dos periquitos-austra- O alelo e é epistático sobre o alelo B, inibindo a
lianos é geneticamente determinada pela intera- deposição total do pigmento melanina produzido
ção dos seguintes alelos: o alelo A é responsável na haste do pelo, embora isso não afete a de-
pela expressão da proteína melanina, que nesses posição na pele. A figura apresenta os possíveis
animais condiciona a cor azul da plumagem. O genótipos e fenótipos.
alelo a não expressa melanina. Por sua vez, o ale-
lo B condiciona a expressão de outra proteína,
a psitacina, que nesses animais determina a cor
amarela da plumagem. No entanto, o alelo b é um
gene não funcional e, portanto, não condiciona
cor à plumagem desse animal.
Supondo que um criador que tem um periquito
macho de cor branca e duas fêmeas, uma ver- Se o cruzamento de um cão marrom com uma fê-
de e outra amarela, deseja obter periquitos bran- mea dourada produziu descendentes de pelagem
cos, qual dos seguintes cruzamentos teria maior amarelada, é INCORRETO afirmar que, em futu-
chance de produzir filhotes brancos? ros cruzamentos desse casal, a chance de gerar:

492 1ª. Série


Biologia

a) outro descendente amarelado é de 1/4. De acordo com as informações, é INCORRETO


b) uma fêmea de pelagem preta é de 1/8. afirmar:
c) um casal de pelagem dourada é de 1/8. a) O cruzamento entre indivíduos marrom com
cinza pode produzir descendentes com os
d) qualquer dos quatro fenótipos é a mesma. cinco fenótipos apresentados.
b) Se um casal de camundongos de pelagem
164. Existem três fenótipos distintos para uma espécie
preta gerou um filhote albino, a chance de ge-
de abóbora: discoide, esférica e alongada.
rar outro filhote albino é de 1/4.
Esses três fenótipos são determinados pelos se-
c) Se um casal de camundongos de pelagem
guintes genótipos: preta gerou um filhote albino, a chance de ge-
rar um filhote preto é de 3/8.
Genótipo Fenótipo
d) Um casal de camundongos beges só pode
AABB, AABb, AaBB, AaBb Discoide gerar descendentes beges ou albinos.
AAbb, Aabb, aaBB, aaBb Esférica 166. (PUC – MG) A cor da pelagem de cães labradores
aabb Alongada é determinada pela interação de dois pares de
genes autossômicos com segregação indepen-
Considerando o cruzamento entre dois indivídu- dente. A figura mostra três cães da raça labrador
os de fenótipo discoide e genótipo heterozigoto com cor de pelagem diferente (marrom, dourada
para os dois alelos, o seguinte padrão de propor- e preta), embora sejam gêmeos filhos do mesmo
ção fenotípica é observado: 9 discoides, 6 esféri- pai. A tabela apresenta a correlação entre genóti-
cas e 1 alongada. pos e fenótipos para esse caráter.

O tipo de herança apresentado por essa espécie


de abóbora é:
a) herança epistática recessiva.
b) herança clássica da 2ª Lei de Mendel.
c) herança quantitativa.
d) herança ligada ao sexo.

165. (PUC – MG) De acordo com a figura, considere a


ocorrência de cinco fenótipos (preta, albina, mar-
rom, cinza e bege) para a cor da pelagem de ca-
mundongos, determinados pela interação de três
determinação da coloração da
pares de genes alelos com segregação indepen- pelagem de cães labradores
dente. Na figura, os traços indicam que, indepen-
dentemente do alelo ser dominante ou recessivo, Fenótipos Preta Marrom Dourada
não há alteração fenotípica. BB EE
BB ee
BB Ee bb EE
Genótipos Bb ee
Bb EE bb Ee
bb ee
Bb Ee

Analisando-se as informações, é INCORRETO


afirmar:
a) Se a mãe for dourada, o pai pode ser marrom
ou preto.
b) O pai e a mãe dos três cães representados
podem ser pretos.
c) Nenhum dos filhotes pode ser homozigoto re-
cessivo para os dois pares de alelos.
d) Nenhum dos pais pode ser homozigoto domi-
nante para qualquer dos pares de alelos.

Caderno de Atividades 493


167. (PUC – MG) A cor das flores da ervilha-de-cheiro não é determinada por um único par de alelos como descrito
por Mendel. Trata-se de um caso de interação gênica epistática como pode ser deduzida pelo esquema abaixo.

Com base no esquema, assinale a afirmativa INCORRETA.


a) O cruzamento de duas plantas com flores púrpuras pode gerar descendentes com flores brancas.
b) O cruzamento de duas plantas com flores brancas não pode gerar plantas de flores púrpuras.
c) A chance do cruzamento de duas plantas CcPp × CcPp gerar descendentes púrpuras é de 9/16.
d) A chance do cruzamento de duas plantas ccPp × Ccpp gerar descendentes púrpuras é de ¼.

168. (UFJF) Os cães da raça labrador apresentam três tipos de pelagem: preta, marrom ou amarela. O alelo do-
minante B codifica a cor preta, enquanto que o recessivo b codifica para a cor marrom. Outro gene, chama-
do E, interfere na deposição do pigmento no pelo, sendo que E permite a deposição da cor e e não deixa o
pigmento se depositar, ficando o cão amarelo. Indique a proporção fenotípica esperada para o cruzamento
de um duplo heterozigoto (BbEe × BbEe) nos filhotes do cruzamento indicado.
a) Todos filhotes pretos
b) 12 pretos, 3 marrons e 1 amarelo
c) 9 pretos e 7 amarelos
d) 9 pretos, 3 marrons e 4 amarelos
e) Todos filhotes marrons

169. O quadro de Punnett a seguir apresenta os genótipos e fenótipos para a cor da pele em humanos. Sabendo
que se trata de um exemplo de herança quantitativa, analise o quadro e responda: quantos genótipos e
fenótipos estão representados no quadro?

AB Ab aB ab

AABB AABb AaBB AaBb


AB
Negro mulato escuro mulato escuro mulato médio

AABb AAbb AaBb Aabb


Ab
mulato escuro mulato médio mulato médio mulato claro

AaBB AaBb aaBB aaBb


aB
mulato escuro mulato médio mulato médio mulato claro

AaBb Aabb aaBb aabb


ab
mulato médio mulato claro mulato claro branco

a) 12 genótipos e 5 fenótipos.
b) 16 genótipos e 16 fenótipos.
c) 9 genótipos e 16 fenótipos.
d) 9 genótipos e 5 fenótipos.

494 1ª. Série


Biologia

170. (IFMG) Em cães labradores, a pelagem tipicamente pode ser preta, marrom ou dourada. Essa característica
é definida por dois pares de genes (B/b; E/e), da seguinte maneira: cães que têm pelo preto apresentam em
seu genótipo ao menos um gene B e um gene E; cães que têm pelo marrom são homozigotos recessivos bb
e apresentam ao menos um gene E; cães dourados apresentam genótipo ee associado aos alelos B ou b.
As afirmativas abaixo estão corretas, exceto:
a) Do cruzamento entre um macho e uma fêmea pretos, pode nascer um filhote dourado.
b) Do cruzamento entre um macho e uma fêmea dourados, pode nascer um filhote preto.
c) Do cruzamento entre um macho dourado e uma fêmea marrom, pode nascer um filhote preto.
d) Do cruzamento entre um macho preto e uma fêmea marrom, pode nascer um filhote dourado.

Lei de Morgan ou 3a. Lei da herança: genes


ligados (linkage) e mapas cromossômicos
171. (IFMG) Um dos principais fatores evolutivos das 173. Observe a ilustração a seguir:
espécies é a recombinação genética. Um dos fe-
nômenos que aumenta a taxa de recombinação
é a permutação ou crossing-over que:
a) ocorre na prófase II da meiose.
b) pode ocorrer em qualquer parte das cromáti-
des homólogas.
c) ocorre na formação das células somáticas.
d) ocorre entre cromátides irmãs.

172. (PUC − SP) O cruzamento entre um heterozigoto


AaBb e um homozigoto recessivo aabb produziu
uma descendência com as seguintes taxas: Nela, estão representados cromossomos homólo-
AaBb – 2,5 % gos com genes ligados em duas situações distin-
Aabb – 47,5% tas, de tal modo que é possível concluir que:
a) O exemplo 1 ilustra a formação de cromos-
aaBb – 47,5%
somos a partir da primeira divisão meiótica
aabb – 2,5% da gametogênese em um caso de anomalia
Em relação ao resultado obtido, foram feitas cin- cromossomal.
co afirmações. Assinale a única INCORRETA. b) O exemplo 2 ilustra a formação de cromos-
a) O resultado não está de acordo com a segun- somos a partir da primeira divisão meiótica
da lei de Mendel. da gametogênese em um caso de anomalia
cromossomal.
b) No caso de herança mendeliana, o resultado
esperado seria de 25% para cada classe de c) O exemplo 1 ilustra a formação de gametas
descendente. (produtos meióticos) a partir de um processo
de crossing-over.
c) Os genes em questão localizam-se no mesmo
cromossomo, a uma distância de 5 unidades d) O exemplo 2 ilustra a formação de gametas
de recombinação. (produtos meióticos) a partir de um processo
de crossing-over.
d) O heterozigoto utilizado no cruzamento pro-
duziu gametas Ab e aB por permutação ou 174. (FUVEST) Os genes que condicionam a visão para
crossing-over. cores e a síntese da enzima G6PD (desidroge-
e) O heterozigoto utilizado no cruzamento apre- nase da glicose-6-fosfato) estão localizados no
senta constituição TRANS. cromossomo X humano. O alelo recessivo d de-

Caderno de Atividades 495


termina o daltonismo e o alelo recessivo g, a de- qual os genes estão ligados. Portanto, conside-
ficiência da enzima G6PD. rando uma taxa de permutação de 20%, calcule
a porcentagem de todos os gametas produzidos
No heredograma abaixo, o homem I-1 é daltôni-
pelo indivíduo representado a seguir:
co e tem também deficiência da enzima G6PD.
Sua mulher I-2 é homozigótica, com visão nor-
mal para cores, não tendo deficiência de G6PD.
A filha II-1 desse casal casou-se com o homem
II-2, que possui visão normal para cores e não
tem deficiência de G6PD. Os quatro filhos desse
casal (III-1, 2, 3 e 4) diferem entre si quanto aos a) gametas parentais AB – 50% e ab – 50%, ga-
fenótipos em relação à visão para cores e à sín- metas recombinantes Ab – 20% e aB – 20%.
tese de G6PD.
b) gametas parentais AB – 40% e ab – 40%, ga-
metas recombinantes Ab – 10% e aB – 10%.
c) gametas parentais AB – 20% e ab – 20%, ga-
metas recombinantes Ab – 30% e aB – 30%.
d) gametas parentais AB – 10% e ab – 10%, ga-
metas recombinantes Ab – 40% e aB – 40%.

176. Observe a imagem a seguir:

Com relação a essas características,


a) quais são os genótipos de I-1 e I-2?
b) quais são os genótipos de II-1 e II-2? De acordo com o conhecimento acerca da per-
muta gênica, taxa de permuta e mapas gênicos,
c) que fenótipos e respectivos genótipos os fi-
é possível afirmar que:
lhos de II-1 e II-2 podem ter?
d) explique como III-1, 2, 3 e 4 podem ter herda- a) quanto maior a distância entre dois genes me-
do genótipos diferentes.  nor a taxa de frequência de permuta gênica.
b) quanto maior a distância entre dois genes
175. Suponha que um pesquisador está realizando cru- maior a taxa de frequência de permuta gênica.
zamentos para selecionar um genótipo específico
c) não há relação entre a distância entre dois ge-
de uma planta. Ele sabe que o genótipo que lhe
nes e a taxa de frequência de permuta.
interessa depende do resultado da permutação
(crossing-over) durante a formação de gametas d) a relação entre a distância entre dois genes
dessa planta. Além disso, o pesquisador também e a taxa de frequência de permuta obedece
conhece o genótipo da planta e a conformação ao uma função logarítmica.

496 1ª. Série

Você também pode gostar