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Física aula por aula

Claudio Xavier

PARTE I
Benigno Barreto

VOLUME
ÚNICO
Física
Aula por Aula

PARTE I VOLUME ÚNICO

ISBN 978-85-96-00112-0
11659943

9 788596 001120
Benigno Barreto Filho Claudio Xavier da Silva
Mestre em Educação na área de Ensino, Avaliação e Especialização em Educação Matemática pela
Formação de professores pela Universidade Estadual de Universidade Estadual de Montes Claros.
Campinas. Licenciado na área de Ciências e Matemática pela
Especialização na área de Educação em Física pela Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras das Faculdades
Universidade Estadual de Campinas. Associadas do Ipiranga.
Licenciado na área de Ciências e Física pelo Instituto Assessor de Física e Matemática em escolas públicas e
Superior de Educação Santa Cecília. particulares.
Assessor de Física e Matemática em escolas públicas e Atuou como professor e coordenador pedagógico na
particulares. rede particular de ensino em São Paulo.
Professor de Física e Matemática das redes estadual e Professor universitário na rede particular de
particular de São Paulo. Minas Gerais.

Física Aula por Aula

PARTE I VOLUME ÚNICO

3ª. edição
São Paulo – 2015
Copyright © Claudio Xavier da Silva,
Benigno Barreto Filho, 2015

Diretor editorial Lauri Cericato


Gerente editorial Flavia Renata P. de Almeida Fugita
Editora Valquiria Baddini Tronolone
Editores assistentes Valeria Rosa Martins, Yara Valeri Navas
Colaboradores João de Paiva, Paula Feijó de Medeiro
Gerente de produção editorial Mariana Milani
Coordenadora de produção Marcia Berne
Coordenadora de arte Daniela Di Creddo Maximo
Projeto gráfico e capa Casa Paulistana
Editores de arte Antonio Roberto Bressan, Roque Michel Jr.
Diagramação Tarumã Editoração Gráfica Ltda
Tratamento de imagens Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti
Ilustrações e cartografia Ilustradores: Alberto de Stefano, Alex Argozino,
Antonio Robson, Daniel Elias, Eunice Toyota,
Grace Arruda, Luis Moura, Marcos Aurelio, Mario Pita,
Paulo Cesar Pereira, Paulo Nilson, Paulo Manzi,
Rigo Rosario Jr., Studio Caparroz, Tarumã
Cartografia: Allmaps
Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin
Revisão Líder: Izabel Cristina Rodrigues
Revisores: Alessandra M. R. Silva, Desirée Araújo,
Iara R. S. Mletchol, Juliana Rochetto, Marcella Arruda,
Pedro Fandi, Renato Colombo Jr, Solange Guerra
Supervisora de iconografia Célia Maria Rosa de Oliveira
Iconografia Leticia Palaria
Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Barreto Filho, Benigno


360º : física : aula por aula : partes 1, 2 e 3, volume único /
Benigno Barreto Filho, Claudio Xavier da Silva. – 3. ed. –
São Paulo : FTD, 2015.

ISBN 978-85-96-00112-0 (aluno)


ISBN 978-85-96-00113-7 (professor)

1. Física (Ensino médio) I. Silva, Claudio Xavier da. II. Título.

15-07426 CDD-530.07

Índices para catálogo sistemático:


1. Física : Ensino médio 530.07

Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou
omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições.
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ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou
incentivo ao consumo.

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E-mail: ensino.medio@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
Apresentação

Caro aluno,
Este é o início do estudo de uma parte do conhecimento
construído pelos seres humanos: a Física. Existem evidências de que,
desde os primeiros momentos da história da humanidade, o ser
humano observava o céu à procura de ordem e repetições e, por
meio delas, elaborava compreensões dos diversos fenômenos da
Natureza. Na época, prever os ciclos do céu, como as fases da Lua ou
o ocaso das constelações, era vital para a sobrevivência, pois eram
relacionados com os ciclos terrestres, como as chuvas, as cheias dos
rios e as épocas de plantação e de floração.
Desde esse tempo, o conhecimento sempre foi muito importante
Física

para a sobrevivência dos seres humanos. Sempre existiram seres


curiosos, posteriormente chamados de cientistas, que se dedicaram
a descobrir o funcionamento do universo a sua volta. O estereótipo
do cientista de jaleco branco trancado em um laboratório e meio
excêntrico não pode mais ser considerado verdadeiro. Como carreira
profissional, os cientistas trabalham em colaboração com outros
para elaborar interpretações sobre a Natureza. Se em algumas
investigações, os cientistas lançam mão de novos conceitos e podem
obter elegantes explicações, em outras, e na grande maioria,
percebem que a explicação não está adequada e acabam por buscar
outras mais satisfatórias.
Assim é a viagem pela Ciência, a cada nova etapa há formas
diferentes de recortar o mundo, que são capazes de levar nossa
mente para perguntas que nem percebíamos que existiam. Isso
faz da Ciência uma construção de conhecimento vivo, dinâmico e
cheio de novos enigmas.
Esta obra conta com a mediação do seu professor, para que, juntos,
possamos participar desse admirável exercício do raciocínio: do fazer
e refazer, do perguntar e responder, de momentos de infelicidade e
de grandes alegrias, do errar e do acertar na busca de soluções ou
simplesmente na busca de novas perguntas capazes de satisfazer a
nossa humanidade. Esperamos, com isso, contribuir para que você
desenvolva seus estudos de forma criativa, agradável e estimulante.
Os autores
Conheça o seu livro Unidade

Estudo dos gases


9
e Termodinâmica
Capítulo 23:
Comportamento térmico
dos gases
Capítulo 24:

cobalt88/Shutterstock.com
As leis da Termodinâmica
e as máquinas térmicas

As Unidades
apresentam
temas da Física e os
capítulos que Os balões são utilizados como meio
de transporte em diversas regiões

as compõem.
turísticas, como nesta imagem da
Capadócia, Turquia. O funcionamento
de um balão é explicado por conceitos
básicos de pressão, massa e volume de
um gás: para subir, o balão precisa ser
inflado por gás de menor densidade
do que o ar atmosférico; para descer,
é preciso deixar entrar, de forma
controlada, parte do ar mais denso (ar
atmosférico).

CAPÍTULO 3

Movimento uniforme 1. Movimento com velocidade


escalar constante
2. Função da posição em
relação ao tempo
3. Gráfico da posição em
relação ao tempo

1. MOVIMENTO COM

Em cada Capítulo é possível identificar


VELOCIDADE ESCALAR CONSTANTE
Photodisc/Getty Images

A partir de agora daremos início ao estudo dos movimentos, e uma das pri-
meiras tarefas será analisá-los e classificá-los. Esse tipo de estudo permite apren-

quais conteúdos estão presentes nele.


der sobre o movimento, porque damos atenção aos seus detalhes, e compreen-
der as características que o definem.
Olhando para um trecho plano e retilíneo de uma rodovia, podemos ver a
linha amarela tracejada, ou seja, formada por traços de mesmo tamanho com a
mesma distância entre eles. Como esses traços são marcados no asfalto? Qual
seria o procedimento para obter essa regularidade?
Após o recapeamento asfáltico da rodovia, o veículo encarregado de pintar as
A teoria é desenvolvida de forma clara
faixas, num trecho retilíneo da estrada, percorreu distâncias iguais em intervalos
de tempo iguais. Nesse caso, a velocidade escalar permaneceu sempre com o
mesmo valor, ou seja, constante, sem aumentar ou diminuir. A esse tipo de mo-
vimento damos o nome de movimento uniforme (MU).
e com linguagem simples, partindo dos
conhecimentos que você já possui.
Note as extremidades dos ponteiros de um relógio: elas descrevem uma tra-
jetória curvilínea, com movimento uniforme.
Outro exemplo de movimento uniforme em trajetória circular é aquele descri-
to pelos satélites artificiais, que percorrem, em torno da Terra, distâncias iguais
em intervalos de tempo iguais.

No movimento uniforme, o móvel percorre distâncias iguais


em intervalos de tempo iguais. Em razão disso, a velocidade
escalar instantânea é constante, não nula e igual à velocida-
de escalar média em qualquer intervalo de tempo. Estrada em um deserto.
v ! vm (constante e não nula) monticello/S
hutte
rsto
ck.
3Dsculptor/Shutterstock.com co
m

Exercícios resolvidos
1 Uma pista plana, horizontal e circular de raio r é percorrida por um carro de
massa m, com movimento uniforme. Sabemos que o coeficiente de atrito estáti-
co entre os pneus e a pista é e.
Com base nessas informações e no esquema ao lado, determine:
a) as forças que agem no carro.
b) a força resultante que age no carro.
c) a velocidade máxima com a qual o carro pode percorrer a pista sem derrapar.
No relógio analógico os ponteiros
Estação espacial em órbita da Terra. tem velocidade constante. (Dados: !e " 0,60, g " 10 m/s2 e r " 150 m.)

Capítulo 3 Movimento uniforme 43 RESOLUÇÃO

a) Considerando que o carro faz a curva sem inclinação, temos as forças peso,
normal e de atrito agindo nele.
b) Como a força resultante age na direção da reta paralela ao plano horizontal, a
componente vertical da força resultante é nula. Portanto, P " N. ←
N

Nesse caso, a força de atrito F at representa a resultante centrípeta que age
no carro.

Os Exercícios Resolvidos
← ← ←
R ! Fc ! Fat ←
← ← Fat
c) Se a resultante centrípeta é F c " F at, então:
v2
Fc " Fat # !mg m # !e mg v # μe rg
r
Caso o carro esteja na iminência de derrapar, teremos a intensidade máxima

ilustram a aplicação da força de atrito estático Fat(máx) , e a velocidade máxima (vmáx) será:

vmáx " e
rg " 0, 60 $ 150 $ 10

P
Alex Argozino

dos conceitos estudados.


vmáx " 30 m/s ←
N
2 Um motociclista trafega numa pista e faz uma curva circular de u
raio r " 90 m, com velocidade v " 25 m/s. Para que ele não
← ←
dependa da força de atrito, qual deve ser o ângulo de inclinação FR 5 Fc
entre a superfície da pista e a horizontal? Considere g " 10 m/s2.

RESOLUÇÃO

P
Inicialmente vamos representar as forças que agem no mo-
tociclista.
De acordo com o esquema, podemos utilizar o triângulo
u
retângulo:
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Tarumã

7. Sobre uma bancada, foi montado um circuito elétri- 9. O que acontece com a corrente elétrica no gerador do ←
u
N ←
co, inicialmente, conforme a representação da figura circuito abaixo, quando se fecha a chave S? P
1 e posteriormente esse circuito foi modificado ad-
quirindo as características representadas na figura S
Tarumã

← ←
2. Analise os dados e determine a resistência interna FR 5 Fc
E FR
da pilha usada no circuito. Inicialmente, o voltímetro tg "
R1 R2 R3 P
registra 1,60V e posteriormente, quando é acrescido
v2
um resistor de resistência R ! 210 " ao circuito, o m$ 252
tg " r tg " tg ! 0,70
voltímetro registra 1,50 V mg 90 $ 10
10. Na figura, AB representa um gerador de resistência
interna r ! 1,0 ". O amperímetro A e o voltímetro tg 35° ! 0,7
Caldeira

V são instrumentos considerados ideais. O voltímetro


acusa 80 V. Pede-se: Unidade 4 Dinâmica Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 167
a) a leitura do amperímetro;
pilha b) a tensão na fonte.
C
A
Tarumã

11 "
voltímetro
1,0 " 10 " V
#
figura 1 U
$
B
A
D
Caldeira

11. Para avaliar um circuito elétrico, foram utilizados um


amperímetro e um voltímetro, conforme a represen-

Os Exercícios Propostos vêm logo


tação da figura. Use as informações expressas na fi-
gura e determine as leituras feitas no amperímetro e
pilha no voltímetro.

após os resolvidos. Eles auxiliam na


4,0 V
A
voltímetro
Tarumã

figura 2 1 12 V
2 24 V 12 V V

8. O gráfico abaixo mostra como varia a corrente em um


gerador em função da diferença de potencial entre
seus terminais. Qual o valor de sua força eletromotriz
sistematização do conhecimento e
servem para avaliar se você
e de sua resistência interna? 12. Observe o circuito elétri- 120 V
co, representado na figura.
Nele, além dos resistores, há
Tarumã

21
um gerador ideal e uma cha-
Editoria de arte

U (V)

compreendeu o conteúdo.
ve C. Esse circuito foi testado R1 5 10 V

6 inicialmente com a chave


aberta e, depois, com a cha- R2 5 20 V
4
ve fechada. Determine, nas
2 duas situações, a intensidade
C
da corrente elétrica que per-
0 4 8 12 i (A) corre o gerador e a diferença
de potencial nos terminais
do resistor R1 = 10 ". R3 5 20 V

Unidade 13 Eletrodinâmica Capítulo 41 Geradores elétricos 691


QUER SABER?

Como as plantas crescem sem gravidade?

A busca por locais fora da Terra onde as formas de vida que

NASA
conhecemos tenham condições adequadas para viver e se de-
senvolver é um ramo de pesquisa e também tema explorado em
filmes de ficção científica. No filme Serenity, a luta pelo ama-
nhã, por causa da superpopulação e do esgotamento dos recur-
sos naturais na Terra, a civilização humana é obrigada a migrar
para um sistema estelar cujos planetas foram terraformados.
As condições para o desenvolvimento dos seres vivos em
outros planetas são diferentes das oferecidas pela Terra. Es-

A seção Quer saber?


tudos feitos pela Nasa, agência espacial norte-americana, vêm
demonstrando que a diminuição da gravidade, ou a sua au-
sência, altera o comportamento dos seres vivos. As plantas
em particular podem deixar de apresentar o crescimento das
raízes dirigidas para o centro do planeta, ou seja, perdem o

apresenta textos atualizados e ilustrados que geotropismo, e elas passam a crescer em direções anárquicas.
Esse estudo é um importante fator para a compreensão da
terraformação, criação
Astronauta Shannon Walter no laboratório da Estação
Espacial Internacional.

Bill Ingalls/NASA
abordam a aplicação do conhecimento físico
artificial das condições
ambientais da Terra em outros locais, possibilitando um habitat humano
em outro planeta ou em uma estação espacial.
Em março de 2006, o astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes parti-

na tecnologia e na sociedade. cipou do voo espacial da nave Soyuz, com mais dois astronautas: o russo
Pavel Vinogradov e o norte-americano Jeffrey Williams. O brasileiro per-
maneceu oito dias na ISS, sigla em inglês para Estação Espacial Interna-
cional. Pontes levou na bagagem oito experimentos científicos, entre eles
a germinação de sementes de feijão, para ser testada em ambiente de
microgravidade.
Com os conhecimentos que temos hoje, é possível dizer que nem to-
dos os planetas podem ser terraformados, particularmente os gasosos,
os que apresentam órbitas instáveis, aqueles extremamente quentes ou
frios ou com atividade geológica intensa. O processo de terraformação de
No centro o astronauta brasileiro
Marcos Pontes. um planeta, além de enfrentar o desafio técnico-científico, depende de
altíssimos investimentos financeiros.
Todos esses fatores são acompanhados de debates sobre questões éticas que envolvem a relação humana
com a natureza. Por exemplo, em que medida o ser humano tem direito a extinguir uma espécie para adequar as
condições do planeta hospedeiro ao seu próprio bem-estar?

ATIVIDADES

1. Quais características de outros planetas precisam ser alteradas para comportar a vida humana com quali-
dade?
EXPERIMENTO 2. Quais as contribuições de outras disciplinas para o desenvolvimento de uma técnica para a terraformação de ou-
tro planeta?
Dilatação e os fios elétricos
3. Experimentos científicos semelhantes ao realizado por Marcos Pontes ajudam a compreender a terraformação?
A transmissão da energia elétrica que chega a nossas
PASSO A PASSO
casas é feita por longas linhas de alta-tensão. Quando
vemos longos trechos dessas linhas de transmissão, com Unidade 4 Dinâmica
• Faça o arranjo experimental apresentado na ilus-
Capítulo 10 Leis de Newton 151
cabos elétricos presos aos postes, podemos pensar em sua tração. Estenda um fio de cobre, de 30 cm aproxi-
forma “curva”. Qualquer fio, cabo ou barbante, presos pe- madamente, entre as duas cadeiras e prenda-o com
las pontas e sob ação de um campo gravitacional, apresen- a fita adesiva.
tam sempre o mesmo formato, cuja curva matemática que • Pendure no fio a massa e meça a distância da massa
o descreve recebe o nome de catenária. ao apoio.
Alterando a força de tração nos fios — aperto ou frou- • Com uma vela, aqueça o fio de cobre em todo o seu

Na seção Experimento são sugeridas


xidão —, podemos mudar a forma como o fio se apre- comprimento.
senta. Se aumentarmos o aperto, o fio tende a ficar mais • Meça a distância da massa ao chão.
plano; e, se afrouxarmos os cabos, eles se tornam mais • Passe agora um pedaço de gelo por todo o compri-
curvos. Assim, qual seria a melhor configuração do fio? mento do fio.
• Meça novamente a distância da massa ao chão.

atividades simples que podem ser realizadas


Para pensarmos nessa questão, principalmente com
Paulo Nilson

relação ao custo e à segurança, faça com seus colegas a fio de cobre


atividade a seguir em que sugerimos a montagem de um
modelo das linhas de transmissão.

em sala de aula ou em casa. Essa seção


massa

MATERIAIS

trabalha a parte experimental da Física e é


apoio
• 1 pedaço de fio de cobre (30 cm)
Arranjo experimental
• vela
RESPONDA

uma ferramenta importante na compreensão


• duas cadeiras (apoio)
• régua
1. Anote os valores e descreva o que aconteceu.
• massa (objeto) que pode ser facilmente pendurada
2. Tente explicar a diferença obtida nas medidas

do conteúdo estudado.
ao fio
realizadas.
• fita para aderir o fio às cadeiras
3. Comparando esse experimento com os fios elétri-
• pedra de gelo cos de alta-tensão, que recomendação você daria
aos engenheiros que irão construir a instalação?
Dieter Klein/Getty Images

TESTE O QUE APRENDEU

1. (UFSCar-SP) Um canhão de luz foi montado no fundo 5. (PUC-PR) A figura mostra um arranjo experimen-
de um laguinho artificial. Quando o lago se encontra tal. No fundo do vaso, uma fonte pontual emite um
vazio, o feixe produzido corresponde ao representa- raio que se desloca na água e atinge a superfície
do na figura. dióptrica.
Quando cheio de água, uma vez que o índice de refra- I II
ção da luz na água é maior que no ar, o esquema que III
melhor represen-
ta o caminho a IV

328 Unidade 7 Termologia 328 Capítulo 19 Dilatação térmica


ser seguido pelo
u V
feixe de luz é:
Ilustrações: Editoria de arte

a) d)

Considerando o ângulo ! como ângulo limite, o raio


b) e)
emergente é o raio:

A seção Teste o que aprendeu é um


a) IV c) I e) III
c) b) V d) II
6. (UECE) Um raio de luz entra num bloco cúbico de vi-
2. (UFBA) De pé sobre uma canoa um pescador vê um dro no ponto P e a seguir sofre reflexão interna total

momento de avaliação. Localizada no final de peixe a aproximadamente 30 cm da superfície imóvel


do lago, através de um feixe luminoso perpendicular
a essa superfície. Considerando que o índice de refra-
no ponto Q. A figura que melhor representa o cami-
nho óptico deste raio de luz dentro do vidro é:
a) c)
4 ar ar

cada capítulo, nela você encontra uma seleção de


ção da água é e do ar é 1, calcule em cm a profun- P P
3
didade exata em que se encontra o peixe em relação à
superfície do lago. Q
Q

questões dos vestibulares e do Enem.


3. (Fuvest-SP) Um feixe luminoso propagando-se a vidro vidro
300 000 km/s atinge um bloco de certo material
transparente cujo índice de refração é 2,0.
b) ar d) ar
a) Desenhe o raio incidente, o refratado e o emer-
P P
gente, supondo que o raio incidente faça um ângulo Q
de 60° com a normal a uma das faces do bloco.
b) Qual a velocidade do feixe ao atravessar o interior Q

do bloco? vidro vidro

4. (UFMG) Um feixe de luz, vindo do ar, incide sobre


um aquário de vidro com água. Sabe-se que a velo-
7. (UFPA) Num filme de televisão, ladrões tentam re-
cidade da luz é menor na água e no vidro que no ar.
cuperar um cofre afundado por eles próprios a uma
Com base nessas informações, assinale a alternativa
profundidade de 8,0 metros em água, cujo índice de
em que melhor se representa a trajetória do feixe de 4
luz entrando e saindo do aquário. refração em relação ao ar é . Como cobertura da
3
a) c) operação, ancoram sobre o lugar uma plataforma
circular. Se as dimensões do cofre são pequenas em
comparação com as da plataforma, o valor mínimo
do raio da plataforma necessário para que ninguém,
de outras embarcações, possa ver o que está se pas-
b) d) sando sob a superfície é:
a) 3,2 m c) 15,0 m e) 25,0 m
b) 9,1 m d) 18,0 m

484 Unidade 10 Óptica Capítulo 28

Este ícone indica a existência de um objeto


educacional digital (OED). Trata-se de uma
ferramenta multimídia relacionada ao tema
ou assunto que você está estudando.
Sumário
Capítulo 8: Lançamento de projéteis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

1. Movimento em duas dimensões


sob ação da gravidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
UNIDADE 1 – Introdução ao estudo da Física .......... 12 2. Lançamento horizontal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Capítulo 1: Introdução à Física ..................................................... 14 3. Lançamento oblíquo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
1. A Física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Áreas de estudo da Física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Experimento – Lançando coisas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
2. Grandezas e unidades de medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Sistema Internacional de Unidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Capítulo 9: Movimento circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

3. Notação científica e ordem de grandeza. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1. Deslocamento angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103


Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
4. Algarismos significativos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2. Velocidade angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Velocidade angular média e velocidade angular
Quer saber? – O que é nanotecnologia e instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
o que ela tem a ver com a nossa vida? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Relação entre as grandezas angulares e lineares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
3. Movimento circular uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
UNIDADE 2 – Cinemática escalar ............................................. 28 Aceleração centrípeta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Função horária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Capítulo 2: Introdução ao estudo 4. Período e frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
do movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
1. Conceitos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Transmissão do movimento circular uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
2. Trajetória, deslocamento escalar e intervalo de tempo. . . . . . . . . . . . 33 5. Aceleração angular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Movimento progressivo e retrógrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Aceleração angular média e instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Deslocamento escalar e intervalo de tempo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Relação entre aceleração escalar
Deslocamento escalar e distância percorrida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 e aceleração angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
3. Velocidade escalar média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6. Movimento circular uniformemente variado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Velocidade escalar instantânea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Funções horárias do MCUV. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quer saber? – Qual a origem da milha marítima Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
e da milha terrestre?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Experimento – Experimente os recursos da bicicleta . . . . . . . . . . . . . . 121
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
UNIDADE 4 – Dinâmica ....................................................................... 122
Capítulo 3: Movimento uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

1. Movimento com velocidade escalar constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Capítulo 10: Leis de Newton ........................................................ 124
2. Função da posição em relação ao tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 1. Dinâmica: as causas do movimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Encontro de móveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 2. Noção de força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Velocidade relativa entre móveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Força resultante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
3. Gráfico da posição em relação ao tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3. As leis de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Princípio da inércia (1ª. lei de Newton) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Princípio fundamental da Dinâmica (2ª. lei de Newton) . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Capítulo 4: Movimento uniformemente variado . . . . . . . . . . . 51 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
1. Movimento variado Princípio da ação e reação (3ª. lei de Newton) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
(movimento acelerado ou retardado) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
2. Aceleração escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 4. Interações entre corpos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
Aceleração escalar média. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Força peso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Aceleração escalar instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Força normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
3. Movimento com aceleração escalar constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Força de tração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
Função e gráfico da velocidade em relação ao tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Elevador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Polias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
Função da posição em relação ao tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
4. Equação de Torricelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Quer saber? – Como as plantas crescem sem gravidade?. . . . . . . . . . . . . . 151
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Capítulo 11: Outras aplicações das
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Leis de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

UNIDADE 3 – Cinemática vetorial ...........................................64 1. Força elástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152


Capítulo 5: Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
1. Grandezas escalares e vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 2. Plano inclinado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
2. Definindo vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
3. Operações com vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 3. Força de atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
Soma vetorial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Influência da resistência do ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
Subtração de dois vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Movimento de queda e velocidade limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
Produto de número real por vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Decomposição de um vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 4. Componentes da força resultante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5. Movimento circular no plano horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
Piso com elevação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
Capítulo 6: Grandezas vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
1. Posição e deslocamento vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 6. Movimento circular no plano vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Globo da morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
2. Velocidade vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Rotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
3. Aceleração vetorial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
Aceleração tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Lombada ou depressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
Aceleração centrípeta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Pêndulo simples e cônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
4. Composição de movimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Quer saber? – Avanços tecnológicos contribuem
Quer saber? – Como funciona o GPS?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 para diminuir o atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Experimento – No balanço do vai e vem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Capítulo 7: Queda livre e lançamento vertical . . . . . . . . . . . . . . . 85
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
1. Movimentos em uma dimensão sob ação da gravidade . . . . . . . . . . . 85 Capítulo 12: Gravitação Universal ......................................... 182
2. Queda livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 1. Breve história sobre os modelos de mundo 182
...........................

Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Ptolomeu e a teoria geocêntrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182


3. Lançamento vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Copérnico e a teoria heliocêntrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 2. As leis de Kepler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Lei das órbitas (1ª. lei de Kepler) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
Lei das áreas (2ª. lei de Kepler) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185 3. Teorema de Stevin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
Lei dos períodos (3ª. lei de Kepler). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185 O teorema de Stevin aplicado aos gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
3. Lei da Gravitação Universal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 Vasos comunicantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
Campo gravitacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 4. Princípio de Pascal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285
Intensidade do campo gravitacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 Prensa hidráulica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
4. Corpos em órbitas circulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194 5. Empuxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 288
Corpos em órbita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194 Teorema de Arquimedes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
Quer saber? – Como os antigos calculavam a Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
distância até a Lua? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 Experimento – Quem faz a força? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197

UNIDADE 5 – Energia e as leis da


conservação da Dinâmica ............................................................... 198
Capítulo 13: Trabalho de uma força 200
.................................... UNIDADE 7 – Termologia ................................................................ 306
1. Conceito de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Capítulo 18: Termometria ............................................................... 308
2. Trabalho de uma força constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 1. Calor e temperatura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
Trabalho da força peso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204 Equilíbrio térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206 Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
3. Trabalho de uma força variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 310
Trabalho da força elástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210 2. Termômetro e medida de temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211 3. Escalas termométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
Escala Celsius . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
Capítulo 14: Energia mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212 Escala Fahrenheit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
1. Energia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212 Escala absoluta ou escala Kelvin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
2. Energia cinética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212 Comparação entre as escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 313
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315
3. Energia potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
Energia potencial gravitacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216 Capítulo 19: Dilatação térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317
Energia potencial elástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 1. Dilatação dos sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 Dilatação linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318
4. Energia mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 Dilatação superficial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
5. Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Dilatação volumétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322
Rendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Dilatação de sólido oco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 324
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 2. Dilatação dos líquidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325
Quer saber? – Como aproveitar a energia hídrica?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228 3. Dilatação anômala da água. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 326
Capítulo 15: Impulso e quantidade Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327
Experimento – Dilatação e os fios elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 328
de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329
1. Quantidade de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232 UNIDADE 8 – Calor: energia em movimento .........330
2. Impulso de uma força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
Teorema do impulso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 Capítulo 20: Calorimetria ................................................................ 332
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235 1. Calor e variação de temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332
3. Conservação da quantidade de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236 Calor sensível e calor latente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 Capacidade térmica e calor específico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333
4. Colisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 2. Equação fundamental da calorimetria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 334
Coeficiente de restituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 335
Colisão elástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 3. Trocas de calor e calorímetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337
Colisão parcialmente elástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
Colisão inelástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 Quer saber? – Por que as temperaturas são tão extremas
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 no deserto? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 340
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 341
Experimento – Um modelo de canhão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 Capítulo 21: Mudança de estado físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343
1. Estados físicos da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343
UNIDADE 6 – Estática e Hidrostática ................................ 246
2. Curva de aquecimento e resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 344
Capítulo 16: Estática de um ponto material Calor latente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345
e de um corpo extenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 349
1. Condição de equilíbrio de um ponto material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 3. Representação de mudanças de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 350
Método das projeções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 Curva de fusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 350
Método do polígono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249 Experimento de Tyndall . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250 Curva de ebulição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
2. Momento de uma força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252 Pressão máxima de vapor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 352
Momento do binário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253 Curva de sublimação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 353
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254 4. Diagrama de estados físicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 353
3. Condições de equilíbrio de um corpo extenso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 Ponto crítico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354
Teorema das três forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 256 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257 Quer saber? – Como a transpiração ajuda na regulação
4. Alavancas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 da temperatura do corpo humano? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 357
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 358
5. Tipos de equilíbrio de um corpo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262
Corpo apoiado sobre uma superfície . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262 Capítulo 22: Transmissão de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360
Corpo suspenso por um dos seus pontos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263 1. Formas de transmitir calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 2. Transmissão de calor por condução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360
Quer saber? – Por que é difícil erguer-se sem Lei de Fourier. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 361
dobrar a coluna?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 363
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267 3. Transmissão de calor por convecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 364
Capítulo 17: Hidrostática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 366
1. Pressão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 4. Transmissão de calor por radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273 Potência radiada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 368
Pressão atmosférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 370
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276 Quer saber? – Como os polos ajudam a manter o
2. Densidade e massa específica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276 equilíbrio térmico da Terra? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 278 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 372
Sumário
UNIDADE 9 – Estudo dos gases e Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444
5. Associação de espelhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445
Termodinâmica .............................................................................................. 374 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
Capítulo 23: Comportamento térmico dos gases . . . . . . . . 376 Quer saber? – O que a refletância tem a ver com
1. Estado termodinâmico de um gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376 a segurança no trânsito? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
2. As transformações gasosas I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 447
Transformação isotérmica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 377
Transformação isobárica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 377 Capítulo 27: Reflexão da luz nos espelhos
Transformação isovolumétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 378 esféricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450

3. Lei geral dos gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379 1. O espelho esférico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450


Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 380 Principais elementos de um espelho esférico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 451
4. Equação de Clapeyron. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382 Espelho côncavo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 383 Espelho convexo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
5. Teoria cinética dos gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 384 Distância focal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
Medidas de posição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385 2. Propriedades dos raios incidentes nos
Posição da moda, mediana e média em uma distribuição . . . . . . . . 385 espelhos esféricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453
Medidas de dispersão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454
As probabilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385 3. Construção de imagens nos espelhos esféricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 456
Relação da pressão e da temperatura com a Espelho côncavo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 456
energia cinética média de um gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 386 Espelho convexo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 458
Experimento – Transformações termodinâmicas com o ar . . 391 4. Referencial e equação de Gauss para
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392 os espelhos esféricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 459
Capítulo 24: As leis da Termodinâmica e as Equação de Gauss e equação do aumento linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 459
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 461
máquinas térmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 463
1. Trabalho numa transformação gasosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396 Capítulo 28: Refração da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 465

2. Energia interna de um gás perfeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397 1. O fenômeno da refração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 465


Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 398 Índice de refração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 466
3. Primeira lei da Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 399 2. Leis da refração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
4. As transformações gasosas II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 400 O índice de refração e o desvio da luz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 468
Transformação isotérmica (temperatura constante) . . . . . . . . . . . . . 400 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 469
Transformação isovolumétrica (volume constante) . . . . . . . . . . . . . . . . 401
Transformação isobárica (pressão constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 401 3. Refração em situações particulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 471
Transformação adiabática Dioptro plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 471
(sistema isolado termicamente) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 401 Lâminas de faces paralelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 472
Relação entre o cp e o c v . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 402 Desvio lateral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 472
Transformação cíclica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 403 Refração atmosférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 473
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 405 Dispersão da luz na refração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 473
5. Máquinas térmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 406 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475
Rendimento de uma máquina térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 407 4. Ângulo limite e reflexão total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 476
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 408 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479
6. Segunda lei da Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 409 5. Prismas ópticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 480
Máquinas frigoríficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 409 Desvio mínimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
Ciclo de Carnot . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 410 Prismas de reflexão total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
Noções de entropia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 411 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 482
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413 Quer saber? – Por que vemos miragens no deserto? . . . . . . . . . . . . . 483
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 414 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 484
UNIDADE 10 – Óptica ........................................................................... 416 Capítulo 29: Lentes esféricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 487

1. A lente esférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 487


Capítulo 25: Introdução ao estudo da Óptica ........ 418 Lente delgada convergente e divergente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 488
1. Um pouco sobre a luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 418 Principais elementos de uma lente esférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 489
2. Fontes de luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 418 Focos de uma lente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 489
Fontes primárias e secundárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 418 Propriedades dos raios incidentes nas lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Fontes pontuais e extensas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 419 Ponto antiprincipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
3. A velocidade da luz e sua propagação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 419
Velocidade da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 419 2. Construção geométrica de imagens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Raio de luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 420 Lente convergente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 491
Feixe ou pincel de luz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 420 Lente divergente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 491
Meios físicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 423 3. Referencial de Gauss para as lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 495
4. Princípios da Óptica Geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424 Considerações para o foco (F) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 495
Propagação retilínea dos raios de luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424 Equação de Gauss e equação do aumento
linear transversal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 495
Câmara escura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 497
Ângulo visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 425
Independência dos raios de luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 425
4. Convergência ou vergência de uma lente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 498
Lentes justapostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 498
Reversibilidade dos raios de luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 426
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427 5. Equação de Halley ou dos fabricantes de lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 499
5. Fenômenos ópticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 428 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500
Reflexão da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 428 Quer saber? – Como a água pode fazer o papel de
Absorção da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 uma lente esférica? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 501
Refração da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502
Dispersão da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429
Espalhamento da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 430 Capítulo 30: Instrumentos ópticos ...................................... 505
A cor de um corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 430 1. Alguns instrumentos ópticos .......................................................... 505
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431 Lupa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 505
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 434 Máquina fotográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 505
Projetor de slides e projetor cinematográfico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 506
Capítulo 26: Reflexão da luz nos Microscópio composto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 506
espelhos planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436 Luneta astronômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 507
1. Reflexão da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436 Luneta terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 507
Leis de reflexão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436 Telescópio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 508
2. Espelhos planos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 509
Ponto objeto e ponto imagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437 2. O olho humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 510
3. Construção de imagens no espelho plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438 3. Problemas de visão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 511
Imagem de um objeto pontual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438 Miopia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 511
Imagem de um objeto extenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438 Hipermetropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 511
Campo visual de um espelho plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 439 Presbiopia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 440 Astigmatismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
4. Deslocamento de um espelho plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 440 Daltonismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513
Translação de espelho plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 440 Estrabismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513
Rotação de um espelho plano em torno de um eixo . . . . . . . . . . . . 442 Catarata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 515
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 516 Princípio da conservação das cargas elétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 599
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 600
UNIDADE 11 – Ondulatória ........................................................... 518 4. Processos de eletrização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 601
Capítulo 31: Movimento Harmônico Simples . . . . . . . . . . . . . 520
Eletrização por contato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 601
Eletrização por atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 602
1. Introdução ao estudo do Movimento Harmônico Eletrização por indução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 603
Simples (MHS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 520 Eletroscópios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 604
Sistema massa-mola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 521 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 605
Características do MHS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522 Experimento – Eletrização no cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 606
Elongação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 607
Amplitude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522
Oscilação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522 Capítulo 35: Força e campo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 609

Período. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522 1. Força elétrica – Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 609


Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 611
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523 2. Noções sobre campo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 612
2. Equações do MHS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 524 Vetor campo elétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 613
Equação da elongação no MHS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 524 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 615
Fase inicial ( !i ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 525 3. Campo elétrico de uma carga elétrica puntiforme . . . . . . . . . . . . . . 616
Equação da velocidade no MHS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 526 Campo elétrico criado por várias cargas puntiformes . . . . . . . . . . . . . . . . 617
Equação da aceleração no MHS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 526 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 619
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 528 4. Linhas de força. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 620
3. Dinâmica do MHS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 529 Linhas de força do campo elétrico de uma carga
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 530 puntiforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 620
4. Movimento ondulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 531 Linhas de força do campo elétrico de duas cargas
Mas, afinal, o que é uma onda? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 531 puntiformes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 621
Elementos de uma onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 532 Campo elétrico uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 623
Classificação das ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 534 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 624
Quer saber? – Como o mesmo instrumento foi utilizado
Ondas transversais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 534
em experimentos de Mecânica e de Eletricidade? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 625
Ondas longitudinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 535
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 626
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 536
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 536 Capítulo 36: Potencial elétrico e energia
Capítulo 32: Fenômenos ondulatórios ............................ 538 potencial elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 628

1. Princípio de Huygens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 538 1. Noções de potencial elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 628


2. Reflexão e refração de ondas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 539 2. Potencial elétrico devido a uma carga puntiforme . . . . . . . . . . . . . 629
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 541 Potencial elétrico devido a várias cargas puntiformes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 630
3. Difração de ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 542 3. Diferença de potencial elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 630
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 631
4. Polarização de ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 543 4. Trabalho da força elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 633
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 544
Diferença de potencial em campo elétrico uniforme . . . . . . . . . . . . 634
5. Interferência de ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 545 5. Superfícies equipotenciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 635
Interferência em uma dimensão – onda estacionária . . . . . . . . . . . . . . . . . 545
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 547 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 636
Interferência em duas dimensões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 548 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 638
Condição de interferência construtiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 548 Capítulo 37: Condutores em equilíbrio
Condição de interferência destrutiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 549
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 550
eletrostático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 640

Interferência de ondas luminosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 551 1. Condutores em equilíbrio eletrostático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 640


Campo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 640
6. Ressonância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 553 2. Potencial elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 641
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 554 3. Propriedades dos condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 641
Quer saber? – Por que as ondas do mar incidem quase Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 642
paralelas à costa? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 554 Quer saber? – Que gaiola é esta? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 643
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 555 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 644
Capítulo 33: Acústica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 557 Capítulo 38: Capacidade elétrica e
1. Ondas sonoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 557 capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 645

Velocidade do som . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 558 1. Capacidade elétrica ou capacitância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 645


Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559 Ponto externo ao condutor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 646
2. Características do som . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559 Ponto interior e na superfície do condutor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 646
Altura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559 Conectando condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 646
Intensidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 560 O potencial eletrostático da Terra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 647
Timbre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 560 2. Capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 647
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 561 Carga elétrica e energia armazenada por um capacitor . . . . . . . . . . . . . 648
3. Fenômenos das ondas sonoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 562 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 649
Reflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 562 3. Associação de capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 650
Eco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 562 Associação em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 651
Reforço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 563 Associação em paralelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 651
Reverberação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 563 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 652
Refração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 563 Quer saber? – Onde usamos capacitores?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 653
Difração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 564 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654
Interferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 564
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 565
4. Cordas vibrantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 566
UNIDADE 13 – Eletrodinâmica .................................................. 656
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 569 Capítulo 39: Corrente elétrica .................................................... 658
5. Tubos sonoros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 570 1. Corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 658
Tubo sonoro aberto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 570 Sentido da corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 658
Tubo sonoro fechado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 571 2. Efeitos da corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 659
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 573 3. Intensidade da corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 659
6. Efeito Doppler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 573 Corrente elétrica contínua ou alternada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 660
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 575 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 661
Quer saber? – As aplicações do som na tecnologia e Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 661
no mundo animal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 576 Quer saber? – Por que os médicos fazem uso do choque
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 577 elétrico para corrigir o ritmo dos batimentos do coração? . . . . . . . . . . 662
Capítulo 40: Resistores elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 663

1. Elementos de um circuito elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 663


Gerador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 663
Resistor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 663
UNIDADE 12 – Eletrostática ......................................................... 594 2. Lei de Ohm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 664
Curva característica de um resistor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 665
Capítulo 34: Introdução à Eletrostática ......................... 596 Curto-circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 665
1. Carga elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 596 Os nós e os ramos de um circuito elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 665
2. Condutores e isolantes elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 598 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 667
3. Princípios da eletrostática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 598 3. Associação de resistores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 668
Princípio de atração e repulsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 598 Associação em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 668
Sumário
Fusível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 669 Correntes elétricas de mesmo sentido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 742
Associação em paralelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 669 Correntes elétricas em sentidos contrários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 743
Associação mista de resistores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 670 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 744
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 672 Quer saber? – O Brasil e os trens de levitação
Medidores elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 673 magnética (Maglev) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 745
Ponte de Wheatstone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 673 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 746
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 675
Experimento – Associação de resistores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 676 Capítulo 46: Indução eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 748

Quer saber? – Qual a diferença entre lâmpada 1. Relação entre variação do campo magnético
incandescente e lâmpada fluorescente? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 677 e corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 748
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 678 Fluxo magnético. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 749
Sentido da corrente induzida – lei de Lenz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 750
4. Potência elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 680
Potência elétrica em condutores ou resistores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 680 2. Força eletromotriz induzida –
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 682 lei de Faraday-Newmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 750
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 684 3. Condutor retilíneo em campo magnético uniforme . . . . . . . . . . . 751
Quer saber? – A conta de luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 686 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 753
4. Transformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 754
Capítulo 41: Geradores elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 687 O transporte de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 754
1. Introdução aos geradores elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 687 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 756
Força eletromotriz (fem) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 687 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 757
Características de um gerador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 688
2. Equação geral dos geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 688 Capítulo 47: Ondas eletromagnéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 759

Curva característica de um gerador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 688 1. A natureza da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 759


3. Lei de Ohm-Pouillet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 689 O comportamento dual da luz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 760
4. Potência e rendimento de um gerador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 689 2. Características das ondas eletromagnéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 761
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 690 O espectro eletromagnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 762
5. Associação de geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 692 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 763
Associação em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 692 3. Alguns tipos de onda eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 763
Associação em paralelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 692 As ondas de rádio e as micro-ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 763
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 694 A luz visível e as radiações infravermelhas
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 695 e ultravioleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 764
Raios X e sua utilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 766
Capítulo 42: Receptores elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697 Raios gama e a Medicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 767
1. Introdução aos receptores elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 768
Força contraeletromotriz (fcem) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 769
Características de um receptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697
2. Equação geral dos receptores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 698 UNIDADE 15 – Física Moderna .................................................. 770
Curva característica de um receptor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 698
3. Potência e rendimento de um receptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 698
Capítulo 48: Teoria da Relatividade restrita 772
............

Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 699 1. Breve histórico sobre a medida da velocidade da luz . . . . . . . . 772
4. Lei de Ohm generalizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 700 O experimento de Michelson e Morley . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 773
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 702 O surgimento da Teoria da Relatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 773
5. Leis de Kirchhoff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 703 2. A relatividade de Galileu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 774
1ª. lei de Kirchhoff (regra dos nós). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 704 As transformações da relatividade de Galileu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 774
2ª. lei de Kirchhoff (regra das malhas) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 704 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 776
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 706 3. A relatividade de Einstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 776
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 707 Primeiro postulado: princípio da relatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 777
Quer saber? – Afinal, o que há de errado em Segundo postulado: princípio da constância da
uma gambiarra?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 709 velocidade da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 777
A relatividade da simultaneidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 777
UNIDADE 14 – Eletromagnetismo ........................................ 710 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 779
4. As transformações da relatividade de Einstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 780
Capítulo 43: Magnetismo ................................................................ 712 Definição de sincronismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 780
1. Os ímãs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 712 Transformações de Lorentz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 781
Características dos ímãs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 712 Dilatação do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 781
Processos de imantação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 714 Contração do comprimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 783
2. Campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 714 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 784
Vetor campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 715 5. Massa e energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 785
Linhas de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 715 6. Quantidade de movimento relativístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 786
3. Campo magnético terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 716 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 787
Elementos do campo magnético terrestre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 717 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 788
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 718
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 719 Capítulo 49: Física Quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 789

1. As origens da Física Quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 789


Capítulo 44: Campo magnético e Os construtores da Física Quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 789
corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 721 A Física Quântica e o desenvolvimento tecnológico . . . . . . . . . . . . . . 790
1. Relação entre corrente elétrica e campo magnético . . . . . . . . . . 721 2. Radiação de um corpo negro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 790
2. Campo magnético de um condutor retilíneo – O espectro de emissão de radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 791
lei de Ampère . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 722 3. O modelo atômico de Bohr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 792
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 724 4. O efeito fotoelétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 794
3. Campo magnético de uma espira circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 725 A explicação de Einstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 794
Bobina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 725
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 727
5. O princípio da incerteza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 795
4. Campo magnético de um solenoide. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 728 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 797
O eletroímã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 728 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 798
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 729 Capítulo 50: Física Nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 799
Experimento – Corrente elétrica gera campo magnético . . . . . . . . . . . . 730 1. O núcleo atômico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 799
Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 731 Força nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 799
Capítulo 45: Força magnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 733 2. Decaimento nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 800
1. Força magnética sobre partículas eletrizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 733 Meia-vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 800
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 735 3. Reações nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 801
2. Movimento de partículas carregadas em campo Fissão nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 801
magnético uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 736 Fusão nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 801
Raio da trajetória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 736 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 803
Período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 737
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 738
4. Energia nuclear e sua utilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 803
3. Força magnética em um condutor retilíneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 739 Energia nuclear para produção de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . 804
Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 740 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 805
4. Força magnética entre condutores paralelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 742 Teste o que aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 806
Sumário – Parte I

Parte I Capítulo 12: Gravitação Universal ......................................... 182

UNIDADE 1 – Introdução ao estudo da Física .......... 12


Capítulo 1: Introdução à Física ..................................................... 14 UNIDADE 5 – Energia e as leis da
conservação da Dinâmica ............................................................... 198

UNIDADE 2 – Cinemática escalar ............................................. 28


Capítulo 13: Trabalho de uma força .................................... 200

Capítulo 2: Introdução ao estudo Capítulo 14: Energia mecânica .................................................. 212


do movimento ................................................................................................. 30
Capítulo 15: Impulso e quantidade
Capítulo 3: Movimento uniforme ............................................ 43 de movimento .............................................................................................. 230

Capítulo 4: Movimento uniformemente variado ........... 51


UNIDADE 6 – Estática e Hidrostática ................................ 246

UNIDADE 3 – Cinemática vetorial ........................................... 64


Capítulo 16: Estática de um ponto material e
de um corpo extenso ............................................................................. 248
Capítulo 5: Vetores .................................................................................... 66
Capítulo 17: Hidrostática .................................................................. 272
Capítulo 6: Grandezas vetoriais ................................................. 73

Capítulo 7: Queda livre e lançamento vertical ............... 85 Referências ............................................................................ 295


Capítulo 8: Lançamento de projéteis .................................. 93
Lista de siglas ....................................................................... 295
Capítulo 9: Movimento circular .............................................. 103

Sugestão para pesquisa e leitura ..............................296


UNIDADE 4 – Dinâmica ....................................................................... 122
Capítulo 10: Leis de Newton

Capítulo 11: Outras aplicações das


Aguardando textos
........................................................ 124 Respostas ............................................................................... 297

Leis de Newton ............................................................................................. 152


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Unidade

Introdução
ao estudo
1
da Física
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Capítulo 1:
Introdução à Física
A observação do Universo e das regularidades na natureza acontece desde antes
da escrita. A Ciência é uma atividade humana que reúne conhecimento, organiza,
cria leis e teorias.
Na imagem temos o Parque Stonehenge, construído no período Neolítico, no
sul da Inglaterra. Estudos mostram que a construção possui elementos ligados a
corpos celestes, funcionando como observatório astronômico. Com ele, podiam
determinar os ciclos da Lua e prever os principais eclipses. Previam os dias de
solstício e equinócio e com isso construíam um calendário agrícola.
CAPÍTULO 1
1. A Física
Introdução à Física 2. Grandezas e unidades
de medida
3. Notação científica e ordem
de grandeza
4. Algarismos significativos

1. A FÍSICA
O ser humano sempre teve curiosidade e interesse pelos fenômenos natu-
rais. Toda cultura construiu um conjunto de conhecimentos para encontrar ex-
plicações para o que acontece no Universo. A busca pelo conhecimento de um
cientista pode ser comparada à de uma criança. Na infância, passamos por uma
fase em que fazemos muitas perguntas, queremos saber o porquê de tudo e até
elaboramos algumas respostas.

Por que o Sol brilha?


Por que o céu é azul?
Por que o trovão faz tanto ruído?
Por que o fogo queima?
De onde surgem as ideias?

A quantidade de perguntas está relacionada com o de-


jgorzynik/Shutterstock.com

sejo de aprender, aprender sobre a vida, a cultura e a Na-


tureza. Todas essas perguntas fizeram parte do imaginário
do ser humano desde a Antiguidade ou talvez mesmo
antes. Chineses, gregos, árabes, romanos, maias, hindus,
todas as nossas tribos indígenas, dentre outros povos, já
pensaram sobre várias delas.
Parte dessas perguntas, as que se referem à Natureza,
deu origem ao que hoje entendemos como Ciência, prin-
cipalmente quando a busca de respostas passou a seguir
a razão e a lógica, deixando de evocar os deuses e enti-
dades míticas.
Observatório astronômico maia.
NASA

Estação Espacial Internacional (ISS).


Laboratório espacial que teve a participação
de 16 nações em sua construção. É uma nova
era na conquista espacial onde se compartilha
tecnologia.

14 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


Áreas de estudo da

Hulton Archive/Getty Images


Física
Os estudos sobre Física desenvolvidos des-
de a Antiguidade estavam agregados à área
do conhecimento denominada Filosofia Natu-
ral, cujo objetivo era estudar a natureza em
todos os seus aspectos. A revolução científica,
nos séculos XVI e XVII, deu início à Física como
um ramo independente da Filosofia e que pas-
sou a se restringir ao estudo dos fenômenos
naturais.
Os conhecimentos que se estruturaram até
o final do século XIX foram organizados e atu-
almente fazem parte do que denominamos Fí-
sica Clássica. Nela teremos algumas divisões
para que, por razões didáticas, possamos orga-
nizar melhor os estudos, mas lembre-se de que
a natureza não faz essa distinção e, portanto,
um mesmo fenômeno pode ser estudado por
diferentes linhas.
No final do século XIX, a Física Clássi-
ca havia chegado a uma sofisticação muito
grande, pois conseguíamos determinar di-
mensões da ordem de grandeza de molécu-
las até corpos celestes. Conseguíamos calcu- Máquina a vapor de James Watt,
patenteada em 1781. Passou a ser
lar grandezas com uma precisão nunca imaginada, e a nossa utilizada na indústria, contribuindo
capacidade de prever fenômenos havia atingido um patamar para a Revolução Industrial.
tão bom que se achava que nada mais poderia ser descoberto
e restavam poucos detalhes teóricos a serem compreendidos.

The Art Archive/Alamy/Latinstock


As perguntas que os conhecimentos da Física Clássica não
esclareceram foram motivadoras de pesquisas e de novas te-
orias que marcaram, no início do século XX, o surgimento da
Física Moderna.
A teoria da relatividade nos lançou no mundo de veloci-
dades próximas à da luz, em fenômenos nos quais o tempo e
o espaço correm de uma maneira diferente para cada obser-
vador. A Física Quântica descreve o universo “do muito pe-
queno” e tem proposições indicando que as grandezas não
são contínuas, mas podem assumir somente determinados
valores.
Os conhecimentos da Física Moderna favoreceram inven-
ções que revolucionaram a eletrônica e possibilitaram a criação
de novos caminhos para que os computadores fossem difun-
didos e, de certa forma, passassem a interferir e a modificar
hábitos sociais.
Os avanços tecnológicos produzidos pela Física, ao lado de
todos os benefícios, trouxeram também muitos problemas para
o nosso planeta. O mau uso dos equipamentos que foram de-
senvolvidos tem criado desequilíbrios ambientais, como o ex-
cesso de poluentes na atmosfera e a devastação da cobertura
do solo. O avanço da Ciência não é imparcial, feito por huma-
Primeira radiografia da história (1895). Mão de Anna
nos, está a serviço de seus interesses e demandas. Bertha Ludwig Roentgen, que ficou exposta à radiação
aproximadamente 15 minutos.

Capítulo 1 Introdução à Física 15


2. GRANDEZAS
E UNIDADES DE MEDIDA
(a)
Quando vamos comprar pão e leite, podemos pedir por três pães e um litro
de leite. Nesse simples ato, estamos aplicando um dos conhecimentos mais an-
tigos construídos pelo ser humano: o raciocínio proporcional e um sistema de
unidades de medida. Enquanto os pães são contados em unidades, a quantidade
Andrey Burmakin/Shutterstock.com

de leite (volume) é medida em litros. Mas o que é medir?


Para a Ciência, medir está ligado à ideia de comparar e expressar por meio de nú-
meros quantas vezes isto é maior ou menor que aquilo. Quando for possível expres-
sar numericamente essa comparação, teremos um exemplo do que é grandeza.
Se você disser para dois de seus amigos que gosta tanto de um quanto de
outro, é bom que eles acreditem, porque não há unidade de medida que per-
mita avaliar essa amizade. Como os sentimentos, os valores morais, os gostos
pessoais, entre outros conceitos subjetivos, não são mensuráveis, não podemos
compará-los numericamente.
Assim, a ideia de grandeza está relacionada a algo que pode ser medido,
comparado a determinada unidade de medida. Enquanto o volume de leite é
medido em litros, a massa do pão é medida em quilogramas e o tempo de uma
aula, em minutos. Litro, quilograma e minutos são unidades de medida estabe-
lecidas por convenção.

(b) (c)

AFP/Otherimages
Corel Stock Photo

A ampulheta (a) e o relógio de sol


(b) são exemplos dos primeiros
instrumentos usados para medir
tempo. Com a evolução da
tecnologia, foi possível construir
relógios com um grau de precisão
muito grande. O relógio atômico
(c) fabricado por cientistas
americanos é um dos mais precisos
existentes hoje.

Trace, por exemplo, um segmento de reta no chão e compare quantas vezes


o seu pé cabe nele. Assim, você estará comparando o comprimento do segmento
com o comprimento do pé, usado como unidade-padrão de medida.
Studio Caparroz

1 pé
! ! comprimento do segmento

O comprimento (!) do segmento é igual a 6 unidades de medida, ou ! ! 6 pés.

16 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


Sistema Internacional de Unidades
A necessidade de medir é muito antiga e, provavel- da e pé, para medida de comprimento, ou libra e onça,
mente, foi uma das primeiras atividades matemáticas para massa, entre muitas outras.
do ser humano. Além disso, a vida em sociedade favo- Por vários séculos, o controle dos padrões de medi-
receu o desenvolvimento da linguagem e da organiza- da trazia consigo poder. Por exemplo, na Idade Média
ção para o trabalho coletivo. Por alguma necessidade, os senhores feudais mantinham seus próprios padrões
provavelmente de controle de produção e troca de ex- de medida, e, junto com os mercadores da época, usa-
cedente, as civilizações da Antiguidade criaram o seu vam um tipo de padrão para a venda das mercadorias
sistema de medidas. No Egito antigo, por exemplo, e outro para a compra de produtos agrícolas, configu-
cerca de 5 mil anos antes de Cristo, as medições eram rando a exploração e a forma arbitrária de controle da
consideradas fundamentais para garantir os recursos população.
financeiros do Estado. Isso porque, naquela época, os Durante a Idade Moderna o uso de diferentes
cobradores de impostos e escribas controlavam o uso padrões de medidas continuou sendo praticado,
adequado das medidas e dos registros dos produtos tanto dentro de uma mesma nação ou país, como
agrícolas, a base da economia egípcia. entre eles. A estrutura política não permitia que
Ainda nesse período, merece destaque o fato de as acordos entre nações se consolidassem, entre eles,
partes do corpo humano terem servido de inspiração a padronização das medidas. Porém, a variedade de
para os primeiros padrões de medidas usados pelos padrões acarretava imprecisões que prejudicavam
egípcios. Essa iniciativa foi apropriada por outros po- as relações de comércio e a própria administração
vos, como os romanos, que também fizeram uso das do Estado. Somente com os movimentos sociais que
medidas do corpo humano como padrões. Na Roma desencadearam a Revolução Francesa, em 1789,
antiga as unidades de medidas oficiais formavam um foi possível criar um modelo de unidades universal,
sistema no qual eram utilizadas unidades como polega- exato e prático.
Em Tumba de Mennah. Séc. XVI-XIV a.C. Vale dos Nobres, Tebas. Foto: Erich Lessing/Album/Latinstock

Agrimensor delimitando terra. Detalhe no túmulo de Mennah, escriba e inspetor do campo do faraó Tutmés IV (XV a.C.)

Capítulo 1 Introdução à Física 17


No final do século XVIII, foi criado o Sistema Métrico Decimal pela Acade-
mia de Ciência da França, com base em unidades não arbitrárias. Inicialmen-
te, as três unidades básicas para as grandezas comprimento, massa e volume

Fernando Favoretto/Criar Imagem


eram, respectivamente, o metro, o quilograma e o litro.
Essas unidades foram definidas do seguinte modo:
• Metro: Dentro do Sistema Métrico Decimal, a unidade de medir a gran-
deza comprimento foi denominada metro e definida como “a décima mi-
lionésima parte da quarta parte do meridiano terrestre” (dividiu-se o
comprimento do meridiano por 40 000 000). Para materializar o metro,
construiu-se uma barra de platina de secção retangular, com 25,3 mm de
espessura e com 1 m de comprimento de lado a lado.
Essa medida materializada, datada de 1799, conhecida como o “me-
tro do arquivo” não é mais utilizada como padrão internacional desde
a nova definição do metro feita em 1983 pela 17a Conferência Geral de
Pesos e Medidas.
• Litro: A unidade de medir a grandeza volume, no Sistema Métrico De-
cimal, foi chamada de litro e definida como “o volume de um decímetro
cúbico”.
O litro permanece como uma das unidades em uso com o SI, entretan-
to recomenda-se a utilização da nova unidade de volume definida como
metro cúbico.
1 litro de água corresponde a
1 decímetro cúbico de água. • Quilograma: Definido para medir a grandeza massa, o quilograma pas-
sou a ser a “massa de um decímetro cúbico de água na temperatura de
maior massa específica, ou seja, a 4,44 °C”. Para materializá-lo foi cons-
truído um cilindro de platina iridiada, com diâmetro e altura iguais a 39
milímetros.
Fonte: INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Sistema Internacional de Unidades – SI. São Paulo, 2015.
Disponível em: <www.ipem.sp.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=346&Itemid=260>. Acesso em: 19 maio 2015.

National Physical Laboratory/


SPL/Latinstock
Dois padrões diferentes de metro padrão, o primeiro criado na França e o segundo no Reino Unido.

Na Convenção do Metro, realizada em 1875, muitos países, in-


Bureau Of Standards/National Geographic

clusive o Brasil, aderiram a esse sistema. Mas a necessidade de um


sistema mais preciso e diversificado fez que ele fosse substituído
pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), implantado em 1960
e adotado pelo Brasil em 1962.
O SI estabelece uma única unidade de medida para cada gran-
deza, seja ela fundamental, seja derivada. Entende-se por grandeza
fundamental ou de base uma grandeza funcionalmente indepen-
dente de outra. Uma grandeza derivada é definida a partir de uma
grandeza fundamental.

Quilograma padrão.

18 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


Observe no quadro as unidades de base do SI e No quadro abaixo estão relacionadas algumas
seus símbolos para cada uma das grandezas fun- grandezas derivadas do SI, com suas unidades de
damentais. medida e seus símbolos.
Grandezas de base do SI Grandezas derivadas do SI
Grandeza Unidade Símbolo Grandeza Unidade Símbolo

comprimento metro m área metro quadrado m2

massa quilograma kg densidade quilograma por metro cúbico kg/m3

tempo segundo s velocidade metro por segundo m/s

força newton (kg · m · s#2) N


temperatura kelvin K
pressão pascal (kg · m#1 · s#2) Pa
corrente elétrica ampere A
potência watt (kg · m2 · s#3) W
quantidade de matéria mol mol
resistência
ohm (kg#1 · m2 · s#3 · A#2)
intensidade luminosa candela cd elétrica

Fonte: INMETRO. Sistema Internacional de Unidades. 8. ed. Rio de Janeiro, 2003. p. 26.

Exercícios resolvidos
1 As distâncias médias entre o Sol e os planetas Mercúrio, Vênus e Marte são, respectivamente, 5,77 ! 1010 m,
1,077 ! 1013 cm e 2,265 ! 1014 mm. Represente essas distâncias em quilômetros.

RESOLUÇÃO

5,77 ! 1010 m " 5,77 ! 1010 ! 10#3 km " 5,77 ! 107 km


1,077 ! 1013 cm " 1,077 ! 1013 ! 10#5 km " 1,077 ! 108 km
2,265 ! 1014 mm " 2,265 ! 1014 ! 10#6 km " 2,265 ! 108 km
2 Represente em gramas os seguintes valores:
a) 550 kg
b) 0,6 mg
c) 1 ! 1024 kg
d) 5 ! 102 mg

RESOLUÇÃO

a) 550 kg " 550 000 g " 5,5 ! 105 g


b) 0,6 mg " 0,0006 g " 6,0 ! 10#4 g
c) 1 ! 10#4 kg " 1 ! 10#4 ! 103 " 1 ! 10#1 " 0,1 g
d) 5 ! 102 mg " 5 ! 102 ! 10#3 " 5 ! 10#1 g

3 Uma revista esportiva fez uso dos seguintes registros de intervalos de tempo, colhidos durante uma corrida
de automóveis: duração de uma volta " 2,4 min; duração da prova " 1,3 h. Como esses intervalos podem
ser expressos no SI?

RESOLUÇÃO

No SI teremos os intervalos expressos em segundos:


2,4 min " 2,4 ! 60 " 144 s
1,3 h " 1,3 ! 3 600 " 4 680 s

Capítulo 1 Introdução à Física 19


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. No mapa abaixo foi utilizada uma escala em que cada 5. A duração da aula de uma escola é 50 min. Após um
centímetro representado corresponde a 575 km da dis- dia de 5 aulas, quantos segundos de aulas os alunos
tância real. Sendo assim, determine, em linha reta, a tiveram?
distância real, em quilômetros e metros, entre as cidades:
6. Em meados do século XV já se fabricavam relógios
a) São Paulo e Rio de Janeiro. acionados a peso que contavam com polias dentadas
b) Florianópolis e Salvador. e acopladas para produzir o movimento contínuo dos
c) Manaus e Cuiabá. ponteiros. Posteriormente, outra invenção substituiu
o peso por uma mola espiral. Essa inovação permitiu
Brasil
a construção dos relógios portáteis que podiam ser
Allmaps

50° O
Boa
carregados no bolso.
Vista

Equador
RORAIMA
AMAPÁ
Macapá No final do século XVI, Galileu, ao observar o tem-

Ilha de
Marajó
Belém

São Luís
po gasto por um pêndulo para realizar uma oscila-
ção completa, denominado período de oscilação,
Manaus
Fortaleza
Teresina RIO GRANDE
AMAZONAS PARÁ
percebeu que ela ocorria em intervalos praticamen-
CEARÁ DO NORTE
MARANHÃO
Natal
PARAÍBA João

ACRE
PIAUÍ
PERNAMBUCO
Pessoa
Recife te iguais. Esse conhecimento favoreceu a criação do
Rio Branco Porto ALAGOAS
Palmas
Velho
RONDÔNIA
SERGIPE Maceió relógio de pêndulo. Um pêndulo nada mais é do que
TOCANTINS Aracaju
uma corda à qual se prende um corpo de massa sufi-
MATO GROSSO
BAHIA
Cuiabá Salvador

GOIÁS
BRASÍLIA
DF
OCEANO cientemente grande em uma de suas extremidades,
de modo que, quando
Goiânia MINAS ATLÂNTICO
GERAIS

tab62/Shutterstock.com
MATO GROSSO Belo Horizonte
DO SUL ESPÍRITO SANTO
Vitória
posto em oscilação, esta
Campo SÃO PAULO

Trópico de Ca
pricórnio
Grande
São Paulo RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro
seja regular e harmônica.
PARANÁ
OCEANO Curitiba Podemos destacar duas
PACÍFICO SANTA CATARINA
Florianópolis características físicas de
RIO GRANDE
DO SUL
Porto Alegre
um pêndulo: o compri-
0 575
mento L e amplitude A de
oscilação.
Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

2. Um navegador viajou 30 milhas marítimas. Determi-


ne essa distância em metros e em quilômetros.
3. Luciana faz bolos para uma padaria. Suas receitas são
muito elogiadas e parte do seu segredo é a correta me-
dida dos ingredientes. Observe esta receita de pão de ló:
4 ovos O
Editoria de arte

1 colher de sopa de manteiga (20 g)


1 xícara de chá de leite (100 mL) L
2 xícaras de chá de açúcar (250 g)
2 xícaras de chá de farinha de trigo (200 g)
1 e 1/2 colher de sopa de fermento (5 g)
1 colher de chá de baunilha (5 mL)
Ela tem uma encomenda de 50 bolos para sábado.
Desprezando os ingredientes líquidos, qual será a
quantidade total de ingredientes para essa encomen-
A
da, em quilogramas?
Verifique experimentalmente e anote suas hipóteses
4. Converta em quilogramas os valores: e descrições no seu caderno:
a) 0,60 g a) O que ocorre com o período de oscilação quando
b) 8 500 g aumentamos a amplitude do movimento?
c) 4,5 ! 10"2 g b) O que ocorre com o período quando variamos o
d) 8,6 ! 10"6 g comprimento do pêndulo?

20 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


3. NOTAÇÃO CIENTÍFICA
E ORDEM DE GRANDEZA
Como vimos, o ato de medir determinada grandeza signi-
fica obter um número que represente quantas vezes a unidade
de medida está contida na grandeza. Com isso, é possível que
algumas medições forneçam números extremamente grandes ou
pequenos. Por exemplo, o raio médio do Sol é de 696 000 000 m,
valor muito grande em relação ao metro.
Já o diâmetro do átomo de hidrogênio é, aproximadamente,
0,000 000 000 1 m, valor muito pequeno em relação ao metro.
Esses números podem ser representados pelo produto de dois
fatores (a ! b), de tal forma que a seja um número real (1 " a # 10)
e b seja uma potência de 10.
RSol $ 696 000 000 m $ 6,96 ! 108 m (a $ 6,96 e b $ 108)
dátomo H $ 0,000 000 000 1 m $ 1,0 ! 10%10 m (a $ 1,0 e b $10%10)
Representação do Sol e seu raio.
Essa representação numérica, denominada notação científi-
ca, é muito útil para representarmos medidas de grandezas muito

Ilustrações: Luís Moura


grandes ou pequenas em relação à unidade padrão.
O trabalho com grandezas físicas muitas vezes não requer os
valores exatos dessas grandezas e, para facilitar cálculos e conclu-
sões rápidas, são feitas aproximações em potências de 10. Arre-
dondar uma medida para a potência de 10 mais próxima significa núcleo
estabelecer a ordem de grandeza dessa medida.
Para determinar a ordem de grandeza de um número x
[O.G.(x)], representado em notação científica (x $ a ! 10n), basta
efetuar a seguinte comparação:
s¬ se a # 10 O.G.(x) $ 10n
elétron
s¬ se a & 10 O.G.(x) $ 10n ' 1
O limite de aproximação 10 ! 3,16... para o fator a corres- dátomo H
ponde à potência intermediária entre 10n e 10n ' 1. Representação do átomo de hidrogênio.

Exercícios resolvidos
1 Escreva, em notação científica, os valores citados a d) 100 000 000 000 unidades $ 1,0 · 1011 unidades
seguir: e) 0,000 000 000 000 000 000 000 000 001 673 kg $
a) Distância aproximada da Terra à Lua: 380 000 km. = 1,673 · 10 %27 kg
b) Raio equatorial aproximado da Terra: 6 400 000 m. f) 0,09 m/s $ 9,0 · 10 %2 m/s
c) Diâmetro médio de um fio de cabelo humano: 2 Um automóvel percorre 12 km com 1 litro de com-
0,000 030 m. bustível. Determine a ordem de grandeza da distân-
d) Número aproximado de neurônios no cérebro hu- cia percorrida com um tanque totalmente cheio cuja
mano: 100 000 000 000 unidades. capacidade é 54 litros.
e) Massa aproximada do próton:
0,000 000 000 000 000 000 000 000 001 673 kg. RESOLUÇÃO
f) Velocidade de uma tartaruga: 0,09 m/s.
Distância percorrida: d $ 12 ! 54 $ 648 km
Usando a notação científica, temos:
RESOLUÇÃO
648 km $ 6,48 ! 102 km
a) 380 000 km $ 3,8 · 105 km Como 6,48 ( 10 (!3,16), então:
b) 6 400 000 m $ 6,4 · 106 m O.G. (6,48 ! 102) $ 103 km
c) 0,000 030 m $ 3,0 · 10%5 m Portanto, a ordem de grandeza é 103.

Capítulo 1 Introdução à Física 21


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Leia um trecho do soneto XIII de Via-Láctea: 3. O projeto de um conjunto habitacional com 2 600 ca-
[...] E eu vos direi: “Amai para entendê-las! sas prevê um consumo médio de 1 000 L de água por
Pois só quem ama pode ter ouvido dia, para cada casa. Determine a ordem de grandeza
Capaz de ouvir e de entender estrelas.” do consumo diário, em litros, que está projetado para
BILAC, Olavo. Via-Láctea. todo o conjunto habitacional.
Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000289.pdf>.
Acesso em: 19 maio 2015. 4. Em 1970 o Censo Populacional revelou que a população
brasileira era de 90 milhões de habitantes. Para 2007, a
O amor descrito por Bilac pode ser considerado uma
estimativa do Censo foi de 190 milhões de habitantes.
grandeza? Justifique.
Determine a ordem de grandeza que representa o au-
2. O primeiro coração artificial totalmente desen- mento populacional nesse período (1970-2007).
volvido no Brasil começará a bater em breve
no peito de alguém. O hospital estadual Dante 5. São fascinantes os estudos desenvolvidos nas áreas
Pazzanese, que desenvolve o projeto, acaba de de Antropologia e Paleontologia. Acredita-se, atual-
receber autorização para iniciar os testes em mente, que há 5 ou 6 milhões de anos, de um único
humanos. O novo dispositivo aumenta as chan- ramo da “árvore da evolução”, teriam se originado
ces de que pessoas em estado gravíssimo, que outros dois ramos: os pongídeos (chimpanzés, gori-
já não respondem bem à medicação, possam las e orangotangos) e os hominídeos (que incluem a
resistir até que apareça um doador compatível espécie humana atual).
para transplante. [...] O coração artificial brasi-
Se você acha que 6 milhões de anos é um período
leiro é um dispositivo auxiliar, a ser acoplado ao
muito grande, faça comparações desse intervalo
órgão natural, que continuará batendo. O ven-
de tempo com os períodos indicados em cada um
trículo direito bombeia o sangue até o pulmão
dos itens a seguir. Expresse os valores em notação
para oxigená-lo. O ventrículo esquerdo leva o
científica.
sangue para a aorta, que o conduz para o resto
a) O nosso Sistema Solar se formou há cerca de 4,6 bi-
do corpo.
MIRANDA, Giuliana. Brasil testa 1 coração artificial nacional.
o
lhões de anos.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 abr. 2012.
Equilíbrio e saúde. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ b) As rochas mais antigas da Terra têm cerca de 4 bi-
equilibrioesaude/1074953-brasil-testa-1-coracao-
artificial-nacional.shtml>. lhões de anos.
Acesso em: 19 maio 2015.
c) As rochas mais antigas da Terra com evidência
Determine a ordem de grandeza do número de vezes de vida (marcas fósseis) têm cerca de 3 bilhões de
que ele bateu após 100 meses da cirurgia. anos.
d) Rochas com registros de existência de plantas
terrestres têm, aproximadamente, 400 milhões de
Helvio Romero/Estadão Conteúdo

anos.

6. Algumas leis gerais sobre a gravitação dos corpos –


conhecidas como leis de Kepler – nos ensinam que
a Terra gira ao redor do Sol, descrevendo uma tra-
jetória elíptica. No ponto da trajetória mais afastado
do Sol (afélio) a distância é de, aproximadamente,
152 milhões de quilômetros, e no ponto mais pró-
ximo (periélio), aproximadamente, 147 milhões de
quilômetros. Vamos considerar 150 milhões de quilô-
metros a distância média Terra-Sol.
Estime a ordem de grandeza do número de voltas
que um carro precisaria dar na pista do autódro-
mo de Interlagos para percorrer uma distância
igual à distância média Terra-Sol. Para esse cálculo
você precisará estimar o comprimento da pista de
Máquinas do coração artificial desenvolvido por um hospital
brasileiro. Interlagos.

22 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


4. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
As inovações tecnológicas têm proporcionado à humanidade instrumentos
de grande precisão, que favorecem as pesquisas científicas. Entretanto, mes-
mo com os aperfeiçoamentos procedimental e instrumental, geralmente há uma
margem de incerteza nas medidas obtidas. Para avaliar essas incertezas, é neces-
sário entender o conceito de algarismos significativos.
Vamos considerar uma situação prática:
Na figura abaixo está ilustrada a medida do comprimento de um lápis feita
com uma régua, cuja menor divisão é o milímetro.
Qual o comprimento do lápis?

Tarumã
Percebemos facilmente que esse comprimento está compreendido entre
7,6 cm e 7,7 cm, mas não é possível saber a medida com precisão, visto que não
existem divisões menores que o milímetro na régua.
Para precisarmos a medida, usamos o seguinte procedimento: imaginamos
o milímetro subdividido em 10 partes iguais e estimamos que fração deve ser
acrescentada a 7,6 cm para termos uma aproximação razoável.
De acordo com a figura acima, uma boa estimativa é acrescentarmos
5 décimos de milímetro aos 7,6 cm, o que totaliza:

7,65 cm

Nessa medida os algarismos 7 e 6, que foram obtidos a partir de divisões


inteiras da régua, são chamados de algarismos corretos. O algarismo 5, que foi
estimado, é chamado de algarismo duvidoso ou algarismo impreciso.
Em uma medida, os algarismos corretos, juntamente com o primeiro algaris-
mo impreciso, são chamados de algarismos significativos.
A medida do comprimento desse lápis tem, portanto, três algarismos signi-
ficativos.
Ao contarmos os algarismos significativos, não devemos considerar o alga-
rismo zero quando ele for usado para posicionar a vírgula decimal. Em outras
palavras, o zero não será considerado algarismo significativo quando estiver à
esquerda do primeiro algarismo diferente de zero:
• 0,0765 m (temos três algarismos significativos) ou 7,65 ! 10"2 m.
• 0,0000765 km (temos três algarismos significativos) ou 7,65 ! 10"5 km.
Veja alguns exemplos nos quais o zero é considerado algarismo significativo:
• Com 1 litro de gasolina um carro percorre 12,08 km (temos quatro alga-
rismos significativos).
• Em uma hora o atleta nadou 3,60 km (temos três algarismos significativos).

Capítulo 1 Introdução à Física 23


Nesses casos, o algarismo zero é considerado significativo, pois está entre
dois algarismos diferentes de zero ou à direita do primeiro algarismo diferente
de zero.
Em síntese, é importante entendermos o significado matemático e físico das
medidas obtidas. Se, matematicamente, podemos dizer que 3,6 km ! 3,60 km !
! 3,600 km, fisicamente, porém, essas medidas têm significados diferentes:
s¬ 3,6 tem dois algarismos significativos, sendo um impreciso (algarismo 6).
s¬ 3,60 tem três algarismos significativos, sendo um impreciso (algarismo 0).
s¬ 3,600 tem quatro algarismos significativos, sendo um impreciso (o último
algarismo 0).
Vejamos alguns exemplos de operações matemáticas envolvendo algarismos
significativos.
algarismos imprecisos

s¬ Adicionando: 4, 4 3 " 2, 5

4, 4 3
"2, 5
Como o algarismo 9 é impreciso, pois soma um algarismo correto
6, 9 3 com outro impreciso, o algarismo 3 não será significativo. Portanto, a
resposta correta é 6,9.

Na adição e na subtração, o resultado deve ter o mesmo número de casas


decimais que a parcela com o menor número delas.

s¬ Multiplicando: 1, 5 6 # 2, 5
1, 5 6
$ 2, 5
780
312
Como os dois algarismos 0 são imprecisos, eles não são
3, 9 0 0 significativos e o número correto, 3,9, tem o mesmo número de
algarismos significativos que o 2,5.

No caso da multiplicação e da divisão, o resultado apresentará o mesmo nú-


mero de algarismos significativos que o fator com o menor número deles.

Exercícios resolvidos
1 Encontre o número de algarismos significativos de cada medida a seguir :
a) 5,384
b) 0,000065
c) 0,001
d) 4,7

2 Com uma calculadora foram feitas algumas operações e os resultados são mostrados abaixo. Faça os arredondamentos,
de modo que os resultados estejam de acordo com as regras dos algarismos significativos.
a) 2,659 " 4,1! 6,759
b) 3,745 # 2,45 ! 9,17525
c) 346,5 % 4,95 ! 70
d) 4,428 % 2,25 ! 1,968

24 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O micrômetro é um instrumento que serve para me- 4. Determine o número de algarismos significativos
dir comprimento com precisão da ordem de 0,1 mm. apresentados pelas medidas:
Com ele, um tipógrafo conseguiu medir a espessura a) 0,0310 m d) 6,10
de uma folha de papel, obtendo 0,0106 cm.
b) 0,9667 m e) 18,32 km
Determine o número de algarismos significativos c) 0,000788 cm f) 1,6 ! 102 m
dessa medida.
5. Efetue as operações envolvendo algarismos significa-

Sérgio Dotta Jr/The Next


tivos:
a) 1,57 " 0,3714
b) 3,20 ! 1,6
6. Calcule as áreas das figuras geométricas descritas a
seguir, respeitando o número correto de algarismos
significativos.
a) Um retângulo de 5,33 cm de comprimento e
3,28 cm de altura.
b) Um círculo de metal com 1,3 cm de raio (utilize
Micrômetro
π # 3).
2. Um veículo roubado foi localizado com a utilização 7. Considere que você precisa medir o volume de uma
de um sistema de localização por satélite (GPS). Com pedra que apresenta formato e superfície irregulares.
esse sistema foi possível medir a distância percorrida Essa medida será feita em duas situações distintas.
por ele até ser interceptado: na primeira etapa do tra-
Na 1a situação você dispõe da pedra, de um copo
jeto percorreu 1,0893 ! 102 km; na segunda, 81,0 km;
transparente com formato irregular, água, uma se-
e na terceira, 2,25 ! 102 km. Considere os algarismos
ringa graduada e uma caneta marca texto.
significativos e determine a distância total percorrida
pelo veículo.
3. Utilize alguns instrumentos de medida de compri-
mento como: trena, fita métrica, régua e micrômetro.
Sérgio Dotta Jr/The Next

régua

fita
métrica

régua
Na 2a situação você dispõe da pedra, de um copo
transparente com formato cilíndrico, água, uma ré-
gua graduada e uma caneta marca-texto.

trena
Studio Caparroz

Escolha o melhor instrumento para cada caso e efe-


tue as seguintes medidas:
a) o comprimento da parede da sua sala de aula;
b) a largura do seu caderno;
c) a circunferência da base de um copo;
Como você obteria o volume da pedra em cada situa-
d) a espessura da sua unha;
ção? Descreva o procedimento no seu caderno.
e) As medidas obtidas foram exatas? Explique.

Capítulo 1 Introdução à Física 25


QUER SABER?

O que é nanotecnologia e o que ela tem a ver com a nossa vida?


Nanoprojéteis que atacam tumores, mas não intoxicam as células sadias. Nanopartículas que atingem um
local específico do organismo para administrar com precisão um fármaco. Ficção científica ou realidade? Depois
da agricultura, indústria e microeletrônica, a próxima revolução tecnológica já tem nome: nanotecnologia.
Esse novo ramo interdisciplinar do conhecimento humano já é uma realidade palpável e está presente em
nosso cotidiano, inclusive em medicamentos e cosméticos. No entanto, seu emprego para a melhoria da saúde
humana ainda é motivo de discussão em vários setores da sociedade. E você, leitor, está preparado para a na-
notecnologia? [...]
O prefixo “nano” deriva da palavra grega “anão”, correspondendo a um termo técnico usado em qualquer
unidade de medida (de comprimento, área, massa, volume etc.) para indicar um bilionésimo dessa unidade.
Por exemplo, um nanômetro equivale a um
12 756 000 m bilionésimo de um metro.
[...] O estudo das propriedades dos ma-
teriais na escala do nanômetro é chamado
nanociência. Quando esse conhecimento
é empregado para a obtenção e o controle
de nanomateriais com objetivos práticos e
comerciais, é chamado nanotecnologia.

Photodisc/Getty Images

0,024 m

Captura via escânner

A proporção entre a Terra e uma moeda de R$ 1,00 é


aproximadamente igual à proporção entre uma moeda de
R$ 1,00 e uma nanopartícula. Isso significa que, se uma moeda
fosse colocada no chão e o planeta Terra fosse reduzido até
o tamanho da própria moeda, esta última passaria a ter o
tamanho de uma nanopartícula.
(As representações estão fora de proporção.)

A lista completa das aplicações potenciais da nanotecnologia é vasta e diversificada. Mas, sem dúvida, um
de seus maiores impactos na sociedade ocorrerá na área médica. Quando a nanotecnologia é aplicada às ciên-
cias da vida, é conhecida como nanobiotecnologia ou nanomedicina.
Fonte: POLLETO, F. S.; POHLMANN, A. R.; GUTERRES, S. S. Uma pequena grande revolução. Ciência Hoje, Rio de Janeiro:
Instituto Ciência Hoje, v. 43, n. 255, p. 26-31, dez. 2008.
Disponível em: <cienciahoje.uol.com.br/banco-de-imagens/lg/protected/ch/255/nanobiotecnologia255.pdf/view>.
Acesso em: 20 maio 2015.

ATIVIDADES
1. No texto, o emprego da nanotecnologia é visto como 2. Considere que a medida do diâmetro de um átomo
algo promissor para a melhoria da saúde humana, seja 10!10 m e que a medida do diâmetro de um fio
porém ainda é motivo de discussão em vários seto- de cabelo humano seja 10!4 m. Quantos átomos en-
res da sociedade. Analise essa afirmação, discutindo fileirados, um ao lado do outro, seriam necessários
aspectos da Biologia Humana, e organize uma dis- para formar uma linha cuja medida fosse equivalen-
cussão com seus colegas. te à do diâmetro do fio de cabelo?

26 Unidade 1 Introdução ao estudo da Física


TESTE O QUE APRENDEU

1. (Enem-MEC) Se compararmos a idade do planeta 3. (Vunesp-SP) O ser humano adota convenções e tem
Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos hábitos, adquiridos na vida diária, que às vezes preci-
(4,5 ! 109 anos), com a de uma pessoa de 45 anos, en- sam ser superados para permitir a obtenção de dados
tão, quando começaram a florescer os primeiros ve- corretos durante a leitura de instrumentos científi-
getais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com o cos. Um professor americano, preocupado com isso,
homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca construiu um relógio no qual cada ponteiro gira com
de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há a mesma velocidade angular que teria num relógio
menos de um minuto percebeu o ruído das máquinas convencional, mas em sentido oposto. Seu mostra-
e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa dor está reproduzido na
do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segun- figura, em que h é o
12
1 11
dos que se produziu todo o lixo do planeta! ponteiro das horas,
min, o dos minu-
Na teoria do Big Bang, o Universo surgiu há cerca de
15 bilhões de anos, a partir da explosão e expansão
tos e s, o dos se- 2 h 10

Editoria de arte
gundos.
3 9
de uma densíssima gota. De acordo com a escala pro-
posta no texto, essa teoria situaria o início do Univer- Que horas in-
dica o relógio? min
so há cerca de: s
a) 100 anos.
Dê sua respos- 4 8
b) 150 anos.
ta em horas,
minutos e segun- 5 6 7
c) 1 000 anos. dos.
d) 1 500 anos.
4. (PUC-MG) Um estudan-
e) 2 000 anos.
te concluiu, após realizar a medida necessária, que o
2. (Vunesp-SP) Considere os três comprimentos se- volume de um dado é 1,36 cm2. Levando-se em conta
guintes: os algarismos significativos, o volume total de cinco
d1 " 0,521 km, dados idênticos ao primeiro será corretamente ex-
d2 " 5,21 ! 10#2 m e presso pela alternativa:
d3 " 5,21 ! 10 6 mm. a) 6,8 cm2 d) 6,800 cm2
a) Escreva esses comprimentos em ordem crescente. b) 7 cm2 e) 7,00 cm2
d c) 6,80 cm 2
b) Determine a razão 3 .
d1

5. (UFPI) Ao percorrer o rio Parnaíba, de seu delta até suas nascentes, você estará subindo 60 centímetros, em média,
para cada quilômetro percorrido. Expresse a relação entre essas duas quantidades sob a forma de um número que
não tenha unidades.
a) 6 ! 105 b) 6 ! 102 c) 6 d) 6 ! 10#2 xe
e) 6 ! 10#4

Delta do rio Parnaíba entre os


estados do Piauí e Maranhão.
Aureliano Müller/Folhapress

27
Unidade

Cinemática
escalar
2
Capítulo 2:
Introdução ao estudo do
movimento
Capítulo 3:
Movimento uniforme
Capítulo 4:
Movimento
uniformemente variado
AUDI AG/ip Archive/Glow Images
Movimentar-se de maneira cada
vez mais veloz sempre foi o sonho
da humanidade. Estudos da Física
contribuíram por meio de leis e
teorias que possibilitaram atingir
esse sonho.
CAPÍTULO 2

Introdução ao estudo 1. Conceitos básicos


2. Trajetória, deslocamento
do movimento escalar e intervalo de tempo
3. Velocidade escalar média

1. CONCEITOS BÁSICOS
Quando podemos dizer que um corpo está em repouso ou em movimento?
Muitas vezes a resposta baseia-se em informações e conhecimentos intuitivos
que podem levar a equívocos.
Acompanhe e analise a situação que propomos a seguir.
Uma mulher está sentada no banco de um trem em movimento, olhando
apenas para o banco ao seu lado. Do lado de fora, parado numa estação, um
homem observa esse trem passar vagarosamente.
Na sua opinião, o banco

Alex Argozino
está em repouso ou em mo-
vimento?
Se considerarmos que “o
banco está em movimento”,
o ponto de referência adota-
do será o homem. Portanto, o
banco está se movimentando
em relação a ele.
Dentro do vagão, a mu-
lher vê o banco em repouso,
pois sua posição permanece
a mesma com o passar do
tempo.
Assim, determinado corpo pode estar, ao mesmo tempo, em repouso em rela-
ção a um observador e em movimento em relação a outro.
No exemplo descrito, a mulher no trem e o homem na estação são pontos
de referência representando referenciais. Só é possível definir o estado de
movimento ou de repouso de um corpo estabelecendo um referencial.

Um corpo está em repouso quando, em determinado intervalo de tempo, sua


posição não varia em relação a determinado referencial, e está em movimen-
to quando sua posição varia em relação a esse referencial.

Quando estudamos os movimentos, mencionamos sempre um corpo ge-


nérico – que pode ser uma bicicleta deslocando-se numa estrada, um meteorito
aproximando-se da Terra, uma pedra caindo de um prédio – sem especificar
detalhes sobre o tamanho desse corpo.
A expressão ponto material é utilizada quando as dimensões do corpo são
muito pequenas se comparadas às dimensões em que ocorre o fenômeno ana-
lisado. Nesse caso, o corpo representa um ponto material e suas dimensões são
desprezadas sem, contudo, desconsiderarmos a sua massa.

30 Unidade 2 Cinemática escalar


Pense neste exemplo: um carro de 4 m de comprimento é considerado um
ponto material quando se movimenta percorrendo uma estrada de mais de
300 km de comprimento. Mas esse mesmo carro deverá ter suas dimensões con-
sideradas quando passar por um viaduto de 32 m de largura, pois nesse caso seu
comprimento é significativo em relação ao viaduto. Por isso, chamamos o carro
de corpo extenso.

gyn9037/Shutterstock.com
Allmaps
Mapa do Estado de São Paulo
50° O

MS Barretos
São José do
Rio Preto
MG
Ribeirão Preto
Araçatuba
Araraquara

Pirassununga
Presidente SÃO PAULO
Prudente
Limeira RJ
Campinas

N
São Paulo São Sebastião
O L PR
Registro
S
OCEANO
85 ATLÂNTICO
Cananeia

Fonte: SECRETARIA DOS TRANSPORTES. Governo de São Paulo, 2007.


Fonte: SECRETARIA DOS TRANSPORTES. Governo de São Paulo, 2007.

Quando não for especificado, passaremos a considerar como referencial um


ponto fixo na Terra.

Exercícios resolvidos
1 Com base no estudo que estamos fazendo, é possível dizer que o Sol está em repouso ou em movimento?

RESOLUÇÃO

Se considerarmos o
Grace Arruda

ponto de referência O
na Terra, o Sol estará
em movimento. Se o O O

ponto de referência for


o próprio Sol, ele estará
em repouso, pois todo
referencial está em re-
pouso em relação a si
mesmo.

2 Pense nesta situação: um caminhão medindo 12 m de comprimento será transportado por um navio de 80 m de
comprimento do porto de Santos até o porto de Vitória. Considere a distância aproximada entre os dois portos de 600
milhas marítimas e analise se o caminhão pode ser considerado um ponto material.

RESOLUÇÃO

Se compararmos as dimensões do caminhão com as do navio, não poderemos considerá-lo ponto material; se
compararmos as dimensões do caminhão com a distância entre os dois portos, o caminhão será considerado um
ponto material, pois suas dimensões são desprezíveis em relação ao trajeto.

Capítulo 2 Introdução ao estudo do movimento 31


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. A expressão ponto material geralmente é utilizada esse parafuso se solte, ele cairá atrás de Carlos, so-
em quais condições? bre ele ou na sua frente? Considere que o vagão se
desloca com velocidade constante.
2. Como você explicaria para outra pessoa que um cor-
po está em repouso ou em movimento? 8. Um viajante A trafega em seu automóvel, por uma
estrada retilínea, quando é ultrapassado por outro
3. Um estudante está dentro de um ônibus, que en- automóvel, que trafega na mesma direção e sentido,
contra-se parado em frente a sua escola, e ao lado ocupado por um viajante B. Nesse instante, ambos
há outro ônibus escolar também parado. Num dado são observados por um guarda rodoviário, no alto de
momento, o estudante tem a impressão de estar em um morro, com seu binóculo.
movimento. Podemos dizer que o seu ônibus está se
deslocando em relação ao solo? Reflita sobre o conceito de referencial e, se necessá-
rio, corrija as frases abaixo tornando-as verdadeiras.
4. Um navegador, ao contornar uma ilha com seu barco,
a) Para o viajante A, o guarda rodoviário está em re-
percebe a presença de um farol.
pouso.
Corel Stock Photo

b) O viajante B observa que seu automóvel está em


movimento em relação ao automóvel do viajante A.
c) Para o guarda rodoviário, o viajante A está em re-
pouso em relação ao viajante B.
9. Em um supermercado, foi colocada uma sacola sobre
um dos degraus de uma escada rolante em funciona-
mento. Verifique se a sacola está em movimento ou
em repouso, considerando:
a) o degrau da escada;
b) o piso do supermercado.
É possível dizer que o farol se movimenta em relação
ao barco? Justifique. 10. Dois jogadores de futebol, antes de começar os trei-
nos, correm em volta da quadra por 10 minutos. Eles
5. Analise as afirmações descritas abaixo, com relação a
estão um ao lado do outro, com a mesma velocidade.
sua veracidade, e corrija as falsas:
Um deles passou a fazer algumas observações para
I. Uma partícula em movimento, em relação a um re- seu colega. Assinale qual dessas afirmações é verda-
ferencial, pode estar em repouso em relação a outro. deira.
II. A forma da trajetória de uma partícula independe
a) A velocidade das pessoas sentadas no banco é nula
do referencial usado.
para qualquer observador.
III. Dois veículos se deslocam por uma estrada retilí-
b) Mesmo para nós que estamos correndo é possível
nea com velocidade constante, logo um está em re-
encontrar um referencial em relação ao qual estamos
pouso em relação ao outro.
em repouso.
6. Um poste sobre a calçada está em repouso ou em mo-
c) Como não há repouso absoluto, nenhum de nós
vimento em relação:
está em repouso, em relação a nenhum referencial.
a) à calçada?
d) O Sol está em movimento em relação a qualquer
b) a um carro que passa pela rua?
referencial.
c) ao Sol?
e) Como corremos com a mesma velocidade, pode-
7. Carlos está sen-
Alex argozino

mos dizer que estamos em movimento um em relação


tado no interior
ao outro.
de um vagão de
metrô, embaixo 11. Na sala de aula, quando você está sentado fazen-
de um parafu- do os exercícios, observe ao seu redor e dê alguns
so que prende a exemplos de corpo extenso e ponto material em re-
luminária. Caso lação a você.

32 Unidade 2 Cinemática escalar


2. TRAJETÓRIA, DESLOCAMENTO
ESCALAR E INTERVALO DE TEMPO
Quando caminhamos na areia ou sobre um solo encharcado onde se forma

Photodisc/Getty Images
lama, podemos ver nossas pegadas ou rastros. Ao olharmos para trás, pode-
mos observar o caminho que fizemos.
Trajetória é a linha que representa o percurso descrito por um móvel
quando consideramos todas as posições sucessivas ocupadas por ele, em de-
terminado intervalo de tempo.
Suponha a seguinte situação: uma pessoa planando em uma asa-delta
mantém-se por segundos voando horizontalmente com velocidade constante,
quando seu relógio desprende-se do pulso e cai. Vamos traçar a linha que
representa a trajetória do relógio após ele se desprender do pulso.
A trajetória descrita por um corpo também depende do referencial adotado,
por isso vamos analisá-la considerando dois referenciais: um no solo e outro na
asa-delta.
Corel Stock Photo

movimento
Editoria de arte

Para um observador parado no solo, a trajetória Para a pessoa na asa-delta, a trajetória


descrita pelo relógio é um arco de parábola. descrita pelo relógio é retilínea e vertical.

Para localizar um móvel em sua trajetória, devemos em primeiro lugar orien-


tá-la. Em seguida, escolher um de seus pontos como origem, geralmente repre-
sentada por O, que é o referencial em relação ao qual estabelecemos a posição
do móvel. Essa posição s é determinada por um valor algébrico, cujo módulo
representa a distância entre a posição ocupada pelo móvel e a origem.

#30 km
A posição do
Editoria de arte

carro é o valor
algébrico sobre a 0 #20 km
trajetória orientada "10 km
que representa "20 km ORIGEM
a distância entre #10 km
ele e a origem, no
caso, s ! 10 km. "30 km

Note que a posição não indica a distância percorrida pelo carro, mas apenas
sua localização em relação à origem. Em alguns textos encontramos a palavra
“espaço” substituindo a palavra “posição”.

Capítulo 2 Introdução ao estudo do movimento 33


Movimento progressivo e retrógrado

Deslocamento escalar e intervalo de tempo


Para chegarmos ao conceito de deslocamento escalar, vamos partir de uma
situação prática. Uma atleta, em fase de treinamento, repete vários testes numa
pista retilínea.
Nesse caso, as placas colocadas à margem da pista representam uma escala
numérica com origem no zero. O sentido crescente dessa escala representa o
sentido da trajetória.
No primeiro teste, ao ser disparado o cronômetro, instante inicial ti ! 0, a
atleta está junto à placa que
registra 1 000 m. Nesse ins-
Ilustrações: Studio Caparroz

1º teste
tante, a posição escalar inicial
1 000 m 7 000 m da atleta é si ! 1 000 m.
Ao travar o cronômetro no
instante final t ! 1 800 s, a
sentido adotado atleta está passando pela pla-
para a trajetória
ca que registra 7 000 m. Nes-
se instante, a posição escalar
si = 1 000 m s = 7 000 m
ti = 0 s t = 1 800 s final da atleta é s ! 7 000 m.
A ideia de variação da
posição ou deslocamento
escalar, simbolizada por s,
representa a diferença entre as posições escalares ocupadas pela atleta nos ins-
tantes final e inicial:
s ! s " si ! 7 000 " 1 000 s ! 6 000 m
Nesse primeiro teste, a atleta se movimenta no mesmo sentido daquele adotado
para a trajetória. Quando isso ocorre, dizemos que o movimento é progressivo.
A ideia de intervalo de tempo, simbolizada por t, representa a diferença
entre os instantes final e inicial, registrados pelo cronômetro:
t ! t " ti ! 1 800 " 0 t ! 1 800 s
O instante inicial registra o momento em que se iniciou a medição do tem-
po, e o instante final é aquele em que se interrompeu a medição do tempo, e
não necessariamente quando o movimento é interrompido. Isso nos possibilita
limitar o estudo do movimento a um intervalo de tempo determinado.
Após um descanso, a atleta faz outro teste, dessa vez correndo no sentido
contrário ao adotado para a trajetória.
No segundo teste, ao ser acionado o cronômetro (ti ! 0), a atleta está diante
da placa que registra 5 000 m.
Nesse instante, sua posição es-
2º teste
calar inicial é si ! 5 000 m.
2 000 m 5 000 m
Quando o cronômetro
é travado, no instante final
t ! 900 s, ela está diante da
sentido adotado
placa que registra 2 000 m.
para a trajetória
Nesse instante, a posição es-
calar final é s ! 2 000 m.
si = 5 000 m
ti = 0 s

34 Unidade 2 Cinemática escalar


Portanto, seu deslocamento escalar é:
s ! s " si ! 2 000 " 5 000 s ! "3 000 m
Esse deslocamento ocorre no intervalo de tempo:
t ! t " ti t ! 900 " 0 ! 900 s
Nesse segundo teste, a atleta movimenta-se no sentido contrário àquele adota-
do para a trajetória. Quando isso ocorre, dizemos que o movimento é retrógrado.

Deslocamento escalar e distância percorrida


Em ambos os testes, a trajetória é retilínea e não houve mudança de senti-
do do movimento durante o
intervalo de tempo estudado.
Portanto, podemos conside- 3º teste

Ilustrações: Studio Caparroz


rar que o deslocamento es-
3 000 m 4 000 m 6 000 m
calar e a distância percorri-
da coincidem em módulo. deslocamento
O deslocamento escalar escalar

depende somente das posi-


distância percorrida
ções escalares (inicial e final)
ocupadas pelo móvel, e a s = 3 000 m
i
s = 4 000 m
t =0s t = 1 600 s sentidoo adotado para a trajetória
distância percorrida depende i

do comprimento da trajetória
descrita por ele.
Em um terceiro teste, a atleta corre uma parte do percurso no mesmo sentido ado-
tado para a trajetória, e a outra parte no sentido contrário, sem interromper a corrida.
Aqui, ao ser acionado o cronômetro (ti ! 0), a atleta está diante da placa
que registra 3 000 m. Em seguida, ela corre, no mesmo sentido da trajetória, até
a placa que registra 6 000 m. Sem interromper a corrida, retorna sobre a mes-
ma trajetória, correndo no sentido contrário ao adotado até a placa que marca
4 000 m. Nesse instante, o cronômetro é travado e marca t ! 1 600 s.
Portanto, o deslocamento escalar é:
s ! s " si ! 4 000 " 3 000 ! 1 000 m
A distância percorrida d pela atleta depende do comprimento da trajetória
descrita por ela. Para determiná-la, devemos considerar todos os deslocamentos
escalares de sentido único, em valores absolutos, realizados pela atleta.

3 000 m 3 000 m 6 000 m 6 000 m 4 000 m 4 000 m 6 000 m 6 000 m

sentido da trajetória
sentido da trajetória sentido da trajetória
sentido da trajetória

∆s1 ∆s1 ∆s2 ∆s2

Deslocamento escalar s1 Deslocamento escalar s2


s1 ! 6 000 " 3 000 s1 ! 3 000 m s2 ! 4 000 " 6 000 s2 ! "2 000 m
Em valor absoluto: | s1| ! 3 000 Em valor absoluto: | s2| ! 2 000

Logo, a distância percorrida é: d ! 3 000 # 2 000 d ! 5 000 m


Repare que nesse teste os valores obtidos para o deslocamento escalar e para
a distância percorrida são distintos.

Capítulo 2 Introdução ao estudo do movimento 35


Exercícios resolvidos
1 Quatro cidades, localizadas ao longo de uma rodovia, estão representadas por A, B, C e D na figura. Para o sentido
positivo indicado, determine as posições de A, B, C e D, considerando como origem da trajetória a cidade B.
B C D

80 km 40 km

Editoria de arte
60 km

RESOLUÇÃO

Como a distância de A à origem (cidade B) é 60 km e A vem antes de B no sentido positivo da trajetória, temos:
sA ! "60 km
A cidade B é a própria origem, logo: sB ! 0
Como a distância de C à origem (cidade B) é 80 km e C vem depois de B no sentido positivo da trajetória, temos:
sC ! #80 km
A distância de D à origem é:
80 km # 40 km ! 120 km
Observando que D vem depois de B no sentido positivo da trajetória:
sD ! #120 km

2 A tabela refere-se ao movimento de um caminhão em uma rodovia. Determine o deslocamento escalar e a distância
percorrida do caminhão entre t1 ! 12 h e t2 ! 15 h. Suponha que em cada intervalo de 1 h ele se desloca sempre no
mesmo sentido.

t (h) 12 13 14 15 16 17 18

s (km) 120 170 200 170 150 100 0

RESOLUÇÃO

!
Deslocamento escalar: t1 ! 12 h s1 ! 120 km
s ! s2 " s1 ! 170 " 120 s ! 50 km
t2 ! 15 h s2 ! 170 km

Distância percorrida: d ! |50| # |30| # |"30| ! 110 km

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Dois helicópteros descem verticalmente em relação
Marcos Aurelio

ao solo, com a mesma velocidade constante, um aci-


ma do outro e na mesma linha vertical. O helicóptero
de cima observa um ponto P na hélice do helicóptero
de baixo. Desenhe e explique a trajetória realizada
pelo ponto P em relação:
a) ao piloto do helicóptero de cima;
b) a um observador situado no solo e em repouso em
relação à Terra.

36 Unidade 2 Cinemática escalar


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2. Explique a influência do referencial na trajetória des- III. Se a distância entre o goleiro e a bola permanecer
crita por um corpo. constante, podemos concluir que um está em repouso
em relação ao outro.
3. Sobre a trajetória orientada na figura abaixo, estão
representados os pontos M, N, O e P. IV. Podemos dizer que o goleiro encontra-se em mo-
vimento com relação à bola.
O P
Ilustrações: Editoria de arte

M
6. Jonas encontra-se na praia às 6 horas e 30 minutos, ob-
40 km servando o Sol que surge na linha do horizonte. Ele e o
N amigo Alexandre, às 12 horas, resolvem discutir o per-
curso do Sol no horizonte.
60 km 80 km
a) Há quanto tempo os amigos estão na praia?
Determine as posições correspondentes a esses pon- b) Qual a trajetória descrita pelo Sol em relação a Jo-
tos, considerando como origem dessa trajetória: nas e Alexandre?
a) o ponto M; c) Qual a distância percorrida pelo Sol no intervalo
b) o ponto médio de OP. de tempo do enunciado?

4. Na figura abaixo estão representados os pontos A, B, d) Essa distância foi efetivamente percorrida pelo
C e D sobre o eixo orientado x, sendo ponto O, origem Sol?
do movimento. 7. Um ciclista percorre uma praça em uma pista de for-
D C O A B ma retangular MNPO de dimensões 80 m e 100 m.
x (m)
M N
3m 2m 5m 4m
Encontre:
a)as posições dos pontos A, B, C e D.
O P
b) o deslocamento de um móvel que parte do ponto C
e chega ao ponto B. a) Ao completar 3 voltas, qual será a distância percor-
c) o deslocamento de um móvel que parte do ponto A rida pelo ciclista?
e chega ao ponto D. b) Obter a distância percorrida e o deslocamento es-
d) o tipo de movimento do móvel que parte do ponto calar no percurso MNP, sendo o ponto O a origem e o
C e chega ao ponto B, se a duração foi de 22 segun- sentido positivo de M para N.
dos. 8. Uma moça vai fazer uma viagem de 80 km até a cida-
e) o tipo de movimento do móvel que parte do ponto de onde será comemorado o aniversário de sua mãe.
A e chega ao ponto D, se gastou 5 segundos para per- Ao ligar o carro, ela nota que o combustível está na
correr o trecho. reserva. Para chegar ao posto de gasolina mais próxi-
mo, ela precisa percorrer 15 km no sentido contrário
5. Durante uma partida de futebol, ao perceber que se-
ao de sua viagem.
ria impossível alcançar uma bola vinda da cobrança
de um pênalti, o goleiro (com muita sorte) permane- Se, depois de abastecer o carro, a moça seguir em linha
ceu estático no centro do gol. reta até a cidade de sua mãe, qual será o deslocamento
escalar e a distância percorrida desde sua casa?
Após ter sido chutada, a bola seguiu em linha reta,
bateu no travessão logo acima da cabeça do goleiro, 9. Uma criança, andando de bicicleta, passa por cima de
sofreu um desvio, e continuou em linha reta até cair uma faixa pintada no chão, com a tinta ainda fresca,
nas mãos dele. e fica com uma mancha no pneu. A trajetória descrita
Analise essa situação e avalie quais são as afirmações por essa mancha vista por um observador na calçada
corretas: é uma curva chamada cicloide.
I. O deslocamento escalar e a distância percorrida a) Qual a forma da trajetória dessa mancha, vista pela
pela bola coincidem em módulo. criança, ao desviar a cabeça lateralmente e observar
II. A distância percorrida pela bola depende do com- a roda?
primento da trajetória descrita por ela, ou seja, a soma b) Qual é a forma da trajetória de um ponto no eixo
da distância percorrida pela bola até bater no traves- da roda, vista por um observador na calçada? E pelo
são com a distância até seguir para as mãos do goleiro. ciclista?

Capítulo 2 Introdução ao estudo do movimento 37


3. VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA
Já estudamos as variações ocorridas com a posição escalar. Falta saber com que
rapidez ocorrem essas variações. Observe que, entre os registros da posição escalar
inicial si e da posição escalar final s, decorreu um intervalo de tempo t ! t " ti.
Se dividirmos a variação da posição do móvel s pelo intervalo de tempo t
decorrido, teremos a velocidade escalar média vm.

s s " si
vm ! !
t t " ti

Portanto, quantitativamente, a velocidade escalar média de um móvel pode


ser determinada pelo quociente da variação da sua posição escalar s pelo inter-
valo de tempo t considerado.
Como decorrência da equação anterior, podemos deduzir que a unidade
de medida da velocidade corresponde à razão entre a unidade de medida da
posição e a unidade de medida do tempo. Uma unidade muito comum para
a medida da velocidade é o km/h, usada nos velocímetros dos automóveis.
No Sistema Internacional (SI), a posição é medida em metros (m) e o tempo, em
segundos (s):
unidade de medida de velocidade m/s
Há situações nas quais precisamos adequar as unidades de medida de km/h
para m/s ou vice-versa. Se 1 km ! 1 000 m e 1 h ! 3 600 s, então:
1 000 1
1 km/h ! m/s ou 1 km/h ! 3,6 m/s
3 600
1
Exemplos: 27 km/h ! 27 # ! 7,5 m/s
3,6
40 m/s ! 40 # 3,6 km/h ! 144 km/h

Velocidade escalar instantânea


Se um veículo percorreu um trecho com velocidade escalar média de
90 km/h, significa que em 1 hora ele se deslocou 90 quilômetros. Essa afir-
mação não garante que a velocidade tenha permanecido a mesma em todos
os instantes. Para mais detalhes sobre a velocidade, seria necessário reduzir, o
Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images

máximo possível, o intervalo de tempo t. Esse raciocínio nos leva à ideia da


determinação da velocidade escalar em cada instante, ou seja, da velocidade
escalar instantânea (v). Quando consideramos a variação da posição escalar
num intervalo de tempo que tende a um valor muito pequeno, o valor da ve-
locidade escalar média se aproxima do valor da velocidade escalar instantânea.
s
vm ! v ! (para valores de t infinitivamente pequena)
t

38 Unidade 2 Cinemática escalar


Exercícios resolvidos
1 Um dos fatores que provocam aumento no consumo de combustível nos veículos é o número excessivo de mudan-
ças de marcha, ocasionadas pelo trânsito urbano lento e semáforos não regulados. Para diminuir esse problema, a
prefeitura de uma cidade resolveu sincronizar os semáforos das principais avenidas, fixando um intervalo de 24 s
entre a abertura do sinal verde e a do sinal vermelho e vice-versa. Em uma simulação, qual a velocidade necessária
para que um veículo percorra uma dessas avenidas e encontre todos os semáforos com sinal verde, considerando
que a distância entre os semáforos é 400 m?

RESOLUÇÃO

Partiremos da suposição de que o carro esteja diante de um sinal vermelho. Assim que aparecer o verde, ele terá
24 s para percorrer 400 m, local do próximo semáforo. Nesse instante, deverá apagar o vermelho e acender o verde.
Portanto, a velocidade média nesse percurso será:

s 400 50
vm ! ! ! m/s
t 24 3
50
Se 1 m/s ! 3,6 km/h, então: vm ! " 3,6 km/h vm ! 60 km/h
3

2 Dois automóveis A e B partem ao mesmo tempo de Guarujá para São Sebastião, ambas cidades litorâneas de São Paulo,
distantes 120 km uma da outra. Nos 80 km iniciais da estrada, a velocidade escalar média de A foi vIA ! 100 km/h.
Nos 40 km finais, por ser um trecho de serra e com muitas curvas, A desenvolveu velocidade escalar média
vIIA ! 25 km/h. O automóvel B desenvolveu, durante todo o trajeto, velocidade escalar média vB ! 60 km/h.

a) Determine qual deles chegou primeiro e com quantos minutos de diferença.


b) Qual a velocidade escalar média do automóvel A durante todo o percurso?

RESOLUÇÃO

a) Calculando os intervalos de tempo em cada trecho do movimento do automóvel A:

sI 80
vI ! A
100 ! tI ! 0,8 h
A tI tI A
A A

sII 40
vII ! A
25 ! tII ! 1,6 h
A tII tII A
A A

Calculando o tempo total de movimento do automóvel A:

tA ! tI # tII tA ! 0,8 # 1,6 ! 2,4 h ! 144 min


A A

Calculando o tempo gasto pelo automóvel em B:

sB 120
vB ! t 60 ! tB ! 2 h ! 120 min
B tB

Como tB $ tA, o automóvel B chegou antes, e a diferença de tempo D é:

D ! tA % tB D ! 144 % 120 D = 24 min

b) O automóvel A teve um deslocamento total sA ! 120 km num intervalo de tempo tA ! 2,4 h. Logo, sua veloci-
dade média vA, em todo o percurso, é:
sA 120
vA ! vA ! vA ! 50 km/h
tA 2,4

Capítulo 2 Introdução ao estudo do movimento 39


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Explique o significado de velocidade e dê um exem- 7. Em terreno montanhoso, um ciclista tenta manter a
plo. velocidade escalar média de vsub. ! 6 km/h, na subi-
da, e de vdesc. ! 24 km/h, na descida. Sabendo que
2. Durante uma corrida de carros de Fórmula 1, o piloto o percurso de subida e o de descida têm a mesma
da escuderia ganhadora percorreu a primeira volta extensão e que, após a subida, o retorno é imediato,
da pista com velocidade média de 310 km/h. O que determine a velocidade média do ciclista em todo o
podemos dizer sobre as velocidades máxima e míni- percurso, considerando que as trajetórias de subida e
ma desse carro? descida são distintas.
3. Qual é a velocidade escalar média, em km/h, de uma 8. Um caramujo desloca-se em linha reta no plano ho-
pessoa que percorre, a pé, 1 200 m em 20 min? rizontal de um piso a uma velocidade média de
1,5 mm/s, enquanto um bicho-preguiça se desloca em
4. Um automóvel viaja de São Paulo ao Rio de Janeiro
linha reta subindo em uma árvore a uma velocidade
(distância aproximada de 400 km) em 6 horas. Em
média de 2 m/min. Qual desses animais é mais lento?
vários momentos o motorista olha o velocímetro,
até para controle de velocidade e segurança; em 9. A prática de exercícios físicos traz benefícios que se
seis de todos os momentos observados, ele leu manifestam em vários aspectos do organismo. Favo-
as velocidades e pediu para o passageiro anotar: rece os músculos, fortalece ossos e articulações, por
50 km/h, 10 km/h , 80 km/h ,100 km/h , 110 km/h exemplo. Com a sequência dessas atividades também
e 97 km/h. Encontre a velocidade média aproxi- são observados perda de peso e da porcentagem de
mada dessa viagem e cinco exemplos de veloci- gordura corporal, diminuição do colesterol total e
dades instantâneas observadas pelo motorista. aumento do HDL colesterol (o dito “colesterol bom”)
Compare a velocidade média com cada uma das e, ainda, a redução da pressão arterial. No caso das
velocidades instantâneas anotadas, e explique, de crianças e jovens, a atividade física favorece o melhor
convívio social, o desempenho escolar e o desenvol-
forma simples, o que é velocidade média e veloci-
vimento intelectual. A escolha da atividade física ade-
dade instantânea.
quada deve levar em conta que a pessoa sinta prazer
5. Um carro em movimento em uma estrada passa pelo em realizá-la e passe a praticá-la com regularidade.
marco quilométrico 218 às 10h15 e pelo marco 236 Analisando essas informações, um estudante resol-
às 10h30. Determine a velocidade escalar média em veu mudar seus hábitos e passou a caminhar da sua
km/h no decorrer desse trecho. casa até a escola, todos os dias. Considere que o passo
6. O projeto Manuelzão, elaborado pela Universidade do jovem tem comprimento médio de 0,5 m e que ele
Federal de Minas Gerais, visa mobilizar a popula- dá um passo a cada segundo. Responda às questões:
ção, universidades, lideranças políticas e empresa- a) Qual a velocidade com que esse jovem caminha?
riais em torno da proposta de revitalização ambien- b) Qual a distância entre a casa e a escola do jovem, se
tal, social e econômica da bacia hidrográfica do Rio o tempo gasto no percurso é 40 minutos?
das Velhas. Esse rio nasce na Serra do Espinhaço, 10. A cobertura do Serviço de Atendimento Móvel de Ur-
em Ouro Preto (MG). Suas águas cristalinas iniciam gência (Samu) está presente em todos os estados bra-
uma longa trajetória e percorrem mais de 300 km, sileiros. Esse projeto do governo federal, em parceria
até desaguar no rio São Francisco, no município de com os governos estaduais e municipais, realiza aten-
Várzea da Palma (MG). Durante esse percurso, es- dimento de urgência e emergência com auxílio de seus
pecialmente na Região Metropolitana de Belo Hori- veículos de salvamento (ambulâncias, motolâncias,
zonte, suas águas sofrem com a ação de vários tipos ambulanchas e helicópteros) e principalmente com
de poluição, chegando a comprometer as condições equipes de profissionais preparados para esse tipo de
para a sobrevivência dos seres que habitam essas
Julia Chequer/Folhapress

águas.
Determine, aproximadamente, quantos dias são
necessários para que um objeto, jogado próximo
à nascente do rio das Velhas chegue até o Rio São
Francisco, considerando que a velocidade média de Em caso de
deslocamento é a mesma velocidade das águas, ou emergência,
ligue para o
seja, 3 km/h. número 192.

40 Unidade 2 Cinemática escalar


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
ação. Esse atendimento é feito com eficiência, embora inundadas e 100 equipes de auxílio prestam as-
o congestionamento de trânsito, em alguns casos, seja sistência nas áreas críticas.
um fator que impede o melhor desempenho.
Segundo medição registrada nesta terça, o Rio
Nós, agindo como cidadãos solidários, devemos facili- Acre alcançou o nível de 17,38 metros, mais de
tar a passagem desses veículos, pois a vida de pessoas três metros acima do ponto de transbordamento.
pode depender da presença dessas equipes. [...] O governo federal enviou ao estado equipes do
Ao sair do hospital, o motorista de uma ambulância foi Samu, Corpo de Bombeiros e da Força Nacional. [...]
300
avisado que precisaria percorrer 40 km para chegar ao Prefeitura de Rio Branco calcula prejuízo de R$ 12 milhóes pela cheia. G1, 21 fev. 2012.
Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/02/rio-branco-estima-
local do atendimento. Inicialmente, pretendia fazer esse prejuizo-de-r-12-milhoes-por-causa-de-cheias.html>. Acesso em: 16 abr. 2015.

percurso com velocidade média de 80 km/h. Porém, du- Considere que uma ambulancha do Samu, ao pres-
rante os primeiros 15 minutos, só conseguiu manter a tar socorro a uma cidade ribeirinha, percorreu me-
velocidade média de 40 km/h. Nesse caso, se ele quiser tade da trajetória com ve-

Ministério da Saúde/Arquivo
chegar ao local no mesmo intervalo de tempo, que veloci- locidade escalar média de
dade média deverá manter no restante do percurso? 30 km/h e a outra meta-
de com velocidade escalar
11. Sob estado de emergência desde sexta-feira (16)
média de 70 km/h. Calcu-
devido às cheias do rio Acre e de seus afluentes,
le, para toda a trajetória, a
a capital Rio Branco teve até agora prejuízo de
velocidade escalar média.
R$ 12,4 milhões na produção agrária [...], 12 440 Ambulancha,
embarcação de resgate e
pessoas estão desalojadas, 100 mil casas foram assistência do Samu.

QUER SABER?
Qual a origem da milha marítima e da milha terrestre?
A milha marítima foi obtida segundo critérios científicos, considerando o formato da Terra, aproximadamen-
te esférico. Se a linha circular que representa qualquer trajetória contornando a Terra tem 360°, e se o compri-
mento aproximado da linha do equador é 40 000 km, então:
perímetro 40 000 km
! ! 111,111 km2
360º 360º
Um grau equivale a 60 minutos; portanto, o comprimento correspondente a um arco de 1 minuto vale
111,111
! 1,852 km . Esse valor corresponde a uma milha marítima:
60
1 852 m ! 1 milha marítima Brasil
A milha terrestre tem origem nos passos dos solda- 50° O

Allmaps
dos do exército romano. Naquela época, utilizaram-se RR
AP
como medida 1 000 passos largos de um centurião, que Equador 0°
Belém
correspondem a 1 609,34 m.
AM PA
ATIVIDADES MA CE
RN
PI
Agora, observe o mapa ao lado. Ele apresenta uma es- PE
PB
AC
cala de 1 : 520, isto é, cada segmento de reta de 1 cm RO
TO AL
SE
medido no mapa corresponde a uma distância real de BA
MT
520 km. DF
GO OCEANO
1. Se um automóvel percorresse uma estrada hipotética,
MG ATLÂNTICO
em linha reta, da cidade de Chuí (RS) a Belém (PA), MS ES
qual seria a distância percorrida em milhas terrestres? SP RJ
io
e Capricórn Rio de Janeiro
Trópico d
PR
OCEANO
2. Se um barco percorresse uma rota imaginária, em PACÍFICO SC Florianópolis
linha reta, de Florianópolis (SC) ao Rio de Janeiro RS
(RJ), qual seria a distância em milhas marítimas? 0 570

Chuí
Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

Capítulo 2 Introdução ao estudo do movimento 41


TESTE O QUE APRENDEU

1. (Enem-MEC) Em uma prova de 100 m rasos, o de- d) Como não há repouso absoluto, nenhum de nós está
sempenho típico de um corredor-padrão é represen- em repouso, em relação a nenhum referencial.
tado pelo gráfico a seguir: e) O Sol está em repouso em relação a qualquer refe-
rencial.
12
3. (Vunesp-SP) Num caminhão-tanque em movimento,

Editoria de arte
10
Velocidade (m/s)

uma torneira mal fechada goteja à razão de duas go-


8 tas por segundo. Determine a velocidade do caminhão,
6 sabendo que a distância entre marcas sucessivas deixa-
4 das pelas gotas no asfalto é de 2,5 m.
2
0
4. (Enem-MEC) Uma empresa de transportes precisa efe-
0 2 4 6 8 10 12 14 16 tuar a entrega de uma encomenda o mais breve possí-
Tempo (s) vel. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto
desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que
o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferen-
I. Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo
tes e velocidades máximas permitidas diferentes. No
a velocidade do corredor é aproximadamente cons-
primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de
tante?
80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No
a) Entre 0 e 1 segundo
segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velo-
b) Entre 1 e 5 segundos
cidade máxima permitida é 120 km/h. Supondo que
c) Entre 5 e 8 segundos as condições de trânsito sejam favoráveis para que o
d) Entre 8 e 11 segundos veículo da empresa ande continuamente na velocida-
e) Entre 12 e 15 segundos de máxima permitida, qual será o tempo necessário,
em horas, para a realização da entrega?
II. Em que intervalo de tempo o corredor apresenta
aceleração máxima? a) 0,7
a) Entre 0 e 1 segundo b) 1,4
b) Entre 1 e 5 segundos c) 1,5
c) Entre 5 e 8 segundos d) 2,0
d) Entre 8 e 11 segundos e) 3,0
e) Entre 9 e 15 segundos 5. (EEM-SP) Para partir da cidade A e chegar à cidade B,
um motorista de caminhão precisa percorrer 10 km.
2. (UEPB) Um professor de Física, verificando em sala
Ele percorreu os primeiros 20 km com velocidade
de aula que todos os seus alunos se encontram sen-
média de 80 km/h, após o que, devido a problemas
tados, passou a fazer algumas afirmações para que
mecânicos, ficou parado durante 3 min. Qual deve-
eles refletissem e recordassem alguns conceitos sobre
rá ser a velocidade média no restante do trajeto para
movimento.
chegar a B, 2 h após ter partido de A?
Das afirmações seguintes formuladas pelo professor,
6. (UFPE) Um caminhão se desloca com velocidade
a única correta é:
constante de 144 km/h. Suponha que o motorista co-
a) Pedro (aluno da sala) está em repouso em relação chile durante 1,0 s. Qual o espaço, em metros, percor-
aos demais colegas, mas todos nós estamos em movi- rido pelo caminhão nesse intervalo de tempo se ele
mento em relação à Terra. não colidir com algum obstáculo?
b) Mesmo para mim (professor), que não paro de an- 7. (FEI-SP) EM 1946 a distância entre a Terra e a Lua
dar, seria possível achar um referencial em relação foi determinada pelo radar. Se o intervalo de tem-
ao qual eu estivesse em repouso. po entre a emissão do sinal de radar e a recepção do
c) A velocidade dos alunos que eu consigo observar, eco foi de 2,56 s, qual é a distância entre a Terra e
agora sentados em seus lugares, é nula para qualquer a Lua? (O módulo da velocidade do sinal de radar é
observador humano. 3,00.108 m/s.)

42 Unidade 2 Cinemática escalar


CAPÍTULO 3

Movimento uniforme 1. Movimento com velocidade


escalar constante
2. Função da posição em
relação ao tempo
3. Gráfico da posição em
relação ao tempo

1. MOVIMENTO COM
VELOCIDADE ESCALAR CONSTANTE
Photodisc/Getty Images

A partir de agora daremos início ao estudo dos movimentos, e uma das pri-
meiras tarefas será analisá-los e classificá-los. Esse tipo de estudo permite apren-
der sobre o movimento, porque damos atenção aos seus detalhes, e compreen-
der as características que o definem.
Olhando para um trecho plano e retilíneo de uma rodovia, podemos ver a
linha amarela tracejada, ou seja, formada por traços de mesmo tamanho com a
mesma distância entre eles. Como esses traços são marcados no asfalto? Qual
seria o procedimento para obter essa regularidade?
Após o recapeamento asfáltico da rodovia, o veículo encarregado de pintar as
faixas, num trecho retilíneo da estrada, percorreu distâncias iguais em intervalos
de tempo iguais. Nesse caso, a velocidade escalar permaneceu sempre com o
mesmo valor, ou seja, constante, sem aumentar ou diminuir. A esse tipo de mo-
vimento damos o nome de movimento uniforme (MU).
Note as extremidades dos ponteiros de um relógio: elas descrevem uma tra-
jetória curvilínea, com movimento uniforme.
Outro exemplo de movimento uniforme em trajetória circular é aquele descri-
to pelos satélites artificiais, que percorrem, em torno da Terra, distâncias iguais
em intervalos de tempo iguais.

No movimento uniforme, o móvel percorre distâncias iguais


em intervalos de tempo iguais. Em razão disso, a velocidade
escalar instantânea é constante, não nula e igual à velocida-
de escalar média em qualquer intervalo de tempo. Estrada em um deserto.
v ! vm (constante e não nula) monticello/S
h ut t
erst
ock
3Dsculptor/Shutterstock.com .co
m

No relógio analógico os ponteiros


Estação espacial em órbita da Terra. tem velocidade constante.

Capítulo 3 Movimento uniforme 43


2. FUNÇÃO DA POSIÇÃO
EM RELAÇÃO AO TEMPO
Numa pista automobilística o circuíto é composto de trechos curvos e retilí-
neos. Considere um trecho retilíneo da pista onde um carro percorreu distâncias
iguais em intervalos de tempo iguais.
Podemos dizer que, nesse trecho da trajetória, a velocidade escalar permane-

Corel Stock Photo


ceu constante no intervalo de tempo estudado. Nesse caso, é possível represen-
tar a velocidade em função do tempo (v ! f(t)) num gráfico:

v (m/s)

50

Editoria de arte
v ! vm

0 1 2 3 4 5 t (s)

%t

A área definida entre a curva e o eixo do tempo será:


área ! 50 " 5 (1)
Primeira volta das 500 milhas de
Indianápoli em 1991. Note que, ao efetuar esse cálculo, representamos matematicamente um con-
ceito físico que já conhecemos:
s
v! s ! v " t (2)
t

Comparando as equações (1) e (2) , concluímos que:


área ! 50 " 5
! área !
N
s ! 250 m
s! v" t
Portanto, no movimento uniforme, a área compreendida entre o segmento
de reta que representa o gráfico da velocidade em função do tempo e o eixo ho-
rizontal é numericamente igual ao deslocamento escalar, no intervalo de tempo
considerado.

N
área ! s

Para obter a equação que representa a posição de um móvel em função do


tempo no MU, lembramos que: s ! v " t.
Daí vem:
s # si ! v(t # ti)
s ! si $ v(t # ti)

Considerando o instante inicial ti ! 0, temos:

s ! si $ vt

Assim, a posição de um móvel em relação ao tempo pode ser representada


por uma função do 1o grau, s ! f(t).

44 Unidade 2 Cinemática escalar


Encontro de móveis
O estudo dos movimentos encontra várias aplicações, inclusive nas atividades
que fazem parte do nosso dia a dia. Uma dessas aplicações pode ser verificada
quando dois veículos A e B se deslocam sobre a mesma trajetória retilínea. Atra-
vés destes estudos, é possível avaliar se haverá o encontro entre eles, ou não.
Caso ocorra o encontro, também podem ser determinados o local e o tempo
necessário para que eles se encontrem.
A seguir, temos a representação de um exemplo em que os veículos A e B,
considerados pontos materiais, se deslocam sobre a mesma trajetória:
Ilustrações: Tarumã

si(B)
A B

si(A)
A B

s(encontro)

Repare que, no instante do encontro, os veículos ocupam a mesma posição


na trajetória, ou seja:

sencontro ! sA ! sB

Velocidade relativa entre móveis


Outra aplicação dos estudos sobre movimentos se verifica quando desejamos
avaliar a velocidade de um móvel em relação a outro móvel. Para exemplificar
este caso, vamos considerar os veículos A e B se deslocando sobre a mesma tra-
jetória, com velocidades escalares vA e vB, respectivamente.
• Caso os veículos A e B estejam se deslocando no mesmo sentido, o mó-
dulo da velocidade relativa vAB é obtido pela diferença dos módulos das
velocidades de A e B.

|vAB| ! |vA| " |vB|

A B A B
veículos se aproximando (vA . vB) veículos se afastando (vA . vB)

• Caso os veículos A e B estejam se deslocando em sentidos opostos, o


módulo da velocidade relativa vAB é obtido pela soma dos módulos das
velocidades de A e B.

|vAB| ! |vA| # |vB|

A B A B
veículos se aproximando veículos se afastando

Capítulo 3 Movimento uniforme 45


Exercícios resolvidos
Em algumas cidades brasileiras, implementou-se a constru-
Marcio Lourenço/Pulsar

ção de ciclovias para disciplinar o trânsito, diminuir a poluição,


aumentar a segurança e estimular a prática do ciclismo. Numa
delas, técnicos passaram a estudar a velocidade com a qual os
ciclistas se deslocam. Vamos considerar as anotações feitas ale-
atoriamente e utilizá-las como exemplos.

Ciclovia em Santos, SP.

1 Num trecho retilíneo da ciclovia, no instante t ! 0 s, dois ciclistas (um homem H e uma mulher M) passaram pela
mesma posição, com velocidades constantes vM ! 8 m/s e vH ! 6 m/s. Considerando que ambos se deslocam na
mesma direção e sentido, determine a distância que os separa após 8 s.

RESOLUÇÃO

Considerando que ambos se deslocam em MU, após 8 s, temos:

Para a mulher ! sM ! vM t
sM ! 8 " 8 sM ! 64 m

Para o homem ! sH ! vH t
sH ! 6 " 8 sH ! 48 m

A distância que os separa é: d ! 64 m # 48 m ! 16 m

2 Em outro trecho retilíneo da ciclovia, as posições ocupadas por outro casal de ciclistas foram representadas pelas
equações horárias sM ! 40 $ 8t e sH ! 50 $ 4t, escritas em relação à mesma origem e ao mesmo instante inicial.
Sabendo que a unidade de medida das posições é o metro e a do tempo é o segundo, responda:
a) Qual a posição ocupada pelo homem e pela mulher no instante t ! 0 e qual a distância entre eles nesse instante?
b) É possível ocorrer o encontro deles? Caso seja possível, em que instante isso ocorre?

RESOLUÇÃO
Selma Caparroz

Sabendo que a trajetória é retilínea e o movimento


é uniforme, temos:

a) No instante t ! 0 a posição da mulher (sM) e a do


homem (sH) serão:
sM ! 40 $ 8t sM ! 40 $ 8 " 0 sM ! 40 m
sH ! 50 $ 4t sH ! 50 $ 4 " 0 sH ! 50 m
A distância entre o homem e a mulher é sM ! 40 m sH ! 50 m
50 # 40 ! 10 m
b) Se a mulher parte da posição inicial siM ! 40 m e o homem, siH ! 50 m, e ambos se deslocam no mesmo sentido e
direção, o encontro é possível, pois a mulher, mesmo estando atrás, tem velocidade maior que a do homem. Então,
o encontro se dará quando eles ocuparem a mesma posição, ou seja:
sM ! sH 40 $ 8t ! 50 $ 4t 4t ! 10 t ! 2,5 s
Portanto, o encontro se dará 2,5 s após o início da contagem do tempo.

46 Unidade 2 Cinemática escalar


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Um ponto material se movimenta sobre uma trajetória 5. Durante uma experiência sobre encontro de móveis,
retilínea, e as diferentes posições ocupadas por ele so- foram marcados, em uma trajetória retilínea, dois
bre essa trajetória são dadas pela equação: s ! 20 " 2t pontos. O ponto A, na origem da trajetória, e o ponto
(unidades do SI). De acordo com essa informação, de- B, 40 m distante de A.
termine: Um móvel passa por A, em direção a B, com veloci-
a) a posição do ponto material no instante 5 s. dade constante de 12 m/s. No mesmo instante passa
b) o deslocamento do ponto material entre os instan- por B, afastando-se de A, outro móvel com velocidade
tes 2 s e 6 s. constante de 8 m/s. Considere o sentido da trajetória
c) o instante em que o ponto material passa pela ori- de A para B como positivo e determine:
gem das posições. a) o instante e a posição do encontro dos dois móveis.
b) em que instante a distância que separa os móveis é
2. Na figura, observa-se uma gota de água que cai verti-
de 48 m.
calmente no interior de um béquer que contém óleo.
Analisando a tabela que relaciona os espaços e os cor- 6. Através da lei federal número 12 971, publicada em
respondentes instantes desse movimento, escreva a 9 de maio de 2014, onze artigos do Código de Trânsito
função horária dos espaços. Brasileiro foram alterados, tornando a legislação mais
rígida. Passou a vigorar em 1o de novembro de 2014 e
s (cm) t (s) os condutores de veículos terão penalidades mais seve-
Selma Caparroz

ras para algumas infrações de trânsito. Essas mudanças


0 0
aumentam o risco de prisão e elevam valores de multas.
2 1 Uma dessas alterações visa inibir infrações referentes às
4 2 ultrapassagens irregulares. Nesse sentido, um aspecto im-
6 3 portante a ser observado pelo motorista é o comprimento
do veículo que está a sua frente e precisa ser ultrapassado.
3. Dois cachorros, T e R, deslocam-se em sentidos opos- Avalie, nesta questão, o tempo de ultrapassagem dos
tos. Observe a figura e responda. veículos A e B que se deslocam num trecho de estrada
retilínea, com movimento uniforme e com velocida-
des escalares, vA ! 14 m/s e vB ! 10 m/s, respectiva-
Alex Argozino

mente. Considere que o veículo A tem 12 m de com-


T (sT = 2 + 1t) R (sR= s0 + vt) primento e o veículo B tem 16 m e determine o tempo
de ultrapassagem:
v=? v = 1 m/s
a) quando se deslocam no mesmo sentido.
b) quando se deslocam em sentidos opostos.
s0 = ? 3 4 5 s (m)
7. Durante um teste, para avaliar o consumo de com-
bustível, são usados dois veículos, (A) e (B), que se
a) Qual a velocidade de T ? E sua posição inicial?
deslocam sobre a mesma estrada retilínea com velo-
b) Classifique o movimento dos cachorros (progressi- cidades constantes vA e vB, respectivamente. No ins-
vo ou retrógrado). tante em que o cronômetro é acionado, o veículo (A)
c) Escreva a equação horária dos espaços para R. passa pelo ponto M dessa estrada, enquanto o veícu-
d) Sabendo que os cachorros se encontrarão na posi- lo B passa pelo ponto N, distante 20 km do ponto M.
ção 3,5 m, calcule o instante de encontro. Nessas condições, determine a quantidade de com-
bustível consumida pelos veículos, para chegarem,
4. Uma pessoa exercita-se em uma esteira rolante ho- juntos, ao ponto P. Considere vA ! 3vB e saiba que
rizontal manual. Ela andou 20 minutos com veloci- cada veículo consome, em média, um litro de com-
dade constante de 5,4 km/h e consumiu 200 quilo- bustível para percorrer 8 km.
calorias.
A B
a) Qual a distância percorrida por essa pessoa se esti-
30
Tarumã

vesse correndo na rua? M 20 km N P


b) Qual seu deslocamento em relação ao solo?
0

Capítulo 3 Movimento uniforme 47


3. GRÁFICO DA POSIÇÃO
EM RELAÇÃO AO TEMPO
Anteriormente, identificamos a função que dá a posição de um móvel em
função do tempo no movimento uniforme. Trata-se de uma equação s ! f(t)
do 1o grau em t. Graficamente a representação de uma função polinomial
do 1o grau é feita por uma reta.
s (m) v'0 Se o móvel se desloca no mesmo sentido adotado para a trajetória, temos
s ! si & vt o gráfico 1.
s
Gráficos: Editoria de arte

Note que podemos aplicar a relação trigonométrica da tangente no triân-


∆s gulo do gráfico ao lado.
si
# N s
Dessa forma: tg # ! .
t
0 t t (s) Nesse caso, a tangente do ângulo # equivale à razão entre o deslocamen-
∆t to e o intervalo de tempo, que, como vimos, é a definição de velocidade.
Gráfico 1
N s
tg # ! !v
t

s (m) Se o móvel se desloca no sentido contrário àquele adotado para a traje-


v%0
si
tória, temos o gráfico 2.
N s
tg # ! "tg $ Nesse caso, tg # ! "tg $ ! com s % 0.
t
∆s
#
Portanto, numericamente, temos:
$
0 t t (s) tg # ! "tg $ !
N
! "v
s ! si & vt
∆t
Gráfico 2

Exercícios resolvidos
1 Um pedestre teve seu movimento registrado no gráfico. Suas posições s (m)
estão representadas no eixo vertical e o tempo está representado no
eixo horizontal. 20
Com base no gráfico, avalie as afirmações:
a) A velocidade média do pedestre, no intervalo de 0 a 7 s, foi nula, 15
portanto ele permaneceu em repouso.
10
b) A velocidade do pedestre aumentou no intervalo de 0 a 3 s.
c) A velocidade do pedestre diminuiu no intervalo de tempo 5
6 s a 7 s.

RESOLUÇÃO 0 1 2 3 4 5 6 7 t (s)

a) A velocidade escalar média, no intervalo de tempo 0 a 7 s, é dada por:


s s " si 0"0
vm ! ! ! 7"0 vm ! 0 m/s
t t " ti
A velocidade escalar média nesse intervalo de tempo é, realmente, nula. No entanto, isso não significa que o corre-
dor permaneceu em repouso. Nesse caso, o valor obtido é zero porque o corredor ocupava as mesmas posições nos
instantes inicial e final. Portanto, a afirmação é falsa.
b) De 0 a 3 s, o gráfico é uma função crescente do 1o grau, indicando um movimento progressivo, de velocidade
escalar constante e posições crescentes. Portanto, a afirmação é falsa.
c) De 6 s a 7 s, o gráfico é uma função decrescente do 1o grau, indicando um movimento retrógrado, de velocidade
escalar constante e posições decrescentes. Portanto, a afirmação é falsa.

48 Unidade 2 Cinemática escalar


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. No trecho mais longo e retilíneo de uma maratona, um s (m)


atleta, estrategicamente, procura manter sua velocida-
15
de constante. O treinador faz anotações sobre as posi-
ções ocupadas pelo atleta, em diferentes instantes: 10

t (s) 0 1 2 3 4 5 6 5

s (m) !15 !10 !5 0 5 10 15


0 2 4 6 8 10 t (s)
Com base nessas anotações:
a) construa o gráfico da posição em função do tempo.
Após um minuto, quantos metros ela caminhou e
b) construa o gráfico da velocidade escalar em função qual a sua posição em relação à origem?
do tempo.
c) descreva a equação que representa a posição em 5. Nascido na Etiópia, Gebrselassie conquistou em 2008
função do tempo. a marca de 2h3min59s na Maratona de Berlim, tor-
nando-se o primeiro atleta a correr os 42 km abaixo
d) determine o instante em que o atleta passa pela
de 2h4min. Duas garotas, Amanda (A) e Beatriz (B),
origem do referencial e o tipo de movimento que ele
em uma aula de educação física obtiveram o gráfico
descreve (progressivo ou retrógrado).
abaixo para a caminhada que realizaram na pista de
e) é possível dizer que a reta obtida no gráfico do item a
corrida da escola.
representa a trajetória do móvel? Justifique.
x (m)
Gráficos: Editoria de arte

2. Um móvel desloca-se s (m)


A B
sobre uma reta de acordo
3 4
com o gráfico ao lado.
Determine:
a) a posição inicial do 2
0 3 t (s)
móvel.
b) a velocidade do móvel.
!3
c) a função horária do 0 2 4 t (s)
movimento.
d) o instante em que o móvel passa pela origem. Compare, aproximadamente, as velocidades mé-
e) a posição do móvel no instante t " 12 s. dias de Amanda e de Beatriz com a velocidade média
de Gebrselassie na maratona.
3. O gráfico representa a s (km)
posição em função do 6. Um preparador físico, com objetivo de observar o
A desempenho de uma atleta durante uma corrida, re-
tempo dos móveis A e 20
B, deslocando-se numa gistrou suas posições num determinado intervalo de
B tempo. Após avaliar os dados coletados, representou
trajetória retilínea. 10
Qual dos móveis tem o desempenho da atleta no gráfico abaixo.
maior velocidade? s
0 1 t (h)

4. Muitas vezes, preocupados com as provas e as ativi- 15


dades escolares, deixamos de lado as atividades físi-
cas. Porém, precisamos nos lembrar da importância
delas para a manutenção da saúde. A simples cami-
nhada pode nos ajudar a evitar o sedentarismo e re-
duzir ou eliminar alguns fatores de risco de doenças 0 5 t
cardiovasculares, obesidade e diabetes. Caso o preparador quisesse descrever esse mo-
A figura a seguir representa o gráfico da posi- vimento por meio de uma função horária, como
ção em função do tempo de uma pessoa que, du- seria essa representação? Considere que as uni-
rante uma caminhada, se desloca com movimento dades de medida utilizadas foram o metro e o se-
uniforme. gundo.

Capítulo 3 Movimento uniforme 49


TESTE O QUE APRENDEU

1. (UFMG) Dois carros, A e B, movem-se numa estrada SA = "5 + 2t


retilínea com velocidade constante, vA ! 20 m/s e SB = "7 " 3t
vB ! 18 m/s, respectivamente. O carro A está, inicial- SC = 5t
mente, 500 m atrás do carro B. Quanto tempo o carro
SD = "1 " t
A levará para alcançar o carro B?
Os dois móveis que deverão se encontrar em um tem-
2. (UFRN) Um trem parte de Natal com destino a Reci- po futuro (t > 0) são:
fe às 6 horas, com velocidade constante de 60 km/h.
a) A e C c) B e C e) C e D
Uma hora depois, parte de Natal, numa linha parale-
la, um segundo trem, mantendo a velocidade cons- b) A e D d) B e D
tante de 75 km/h. Sabendo que a distância Natal- 6. (UFSM) Dois carros A e B têm seus movimentos repre-
-Recife é 300 km, podemos afirmar que: sentados esquematicamente no gráfico s # t a seguir.
a) o 2o trem ultrapassará o 1o a 70 km do Recife. s (km)
Carro B

Gráficos: Tarumã
b) o 2o trem ultrapassará o 1o a 80 km do Recife.
c) o 2o trem ultrapassará o 1o a 100 km do Recife. s Carro A
d) o 2o trem ultrapassará o 1o a 120 km do Recife.
e) os dois trens chegarão a Recife ao mesmo tempo.
3. (Fuvest-SP) Em um prédio de 20 andares (além do
térreo), o elevador leva 36 s para ir do térreo ao 20o
andar. Uma pessoa do andar X chama o elevador, que 0 t t (h)
está inicialmente no térreo, e 39,6 s após a chamada
a pessoa atinge o andar térreo. Se não houvesse para- Pode-se afirmar, baseando-se na função que repre-
da intermediária, e o tempo de abertura da porta do senta o movimento de cada carro, que:
elevador e o de entrada e saída do passageiro fossem a) as velocidades iniciais (t=0) dos carros A e B são
desprezíveis, poderíamos dizer que o andar X é o: zero.

a) 9 b) 11 c) 16 d) 18 e) 19 b) a velocidade média do carro B é igual à velocidade


média do carro A no intervalo de tempo de 0 a t.
4. (Unesp-SP) O movimento de um corpo ocorre sobre
c) as velocidades iniciais dos carros A e B são diferen-
um eixo x, de acordo com o gráfico a seguir, no qual
tes de zero.
as distâncias são dadas em metros e o tempo é dado
em segundos. d) a aceleração do carro A é igual à aceleração do carro B.
e) o carro B percorrerá uma distância maior até en-
A partir do gráfico, determine: contrar o carro A.
x (m)
7. (PUCCamp-SP) Um x (m)
90
40 caminhão C de 25 m A Editoria de arte
80
de comprimento e C
30 70
um automóvel A
Editoria de arte

60
20 de 5,0 m de com- 50
10 primento estão em 40
movimento em uma 30
estrada. As posições 20
0 0,5 1,0 1,5 2,0 t (s)
dos móveis, marca- 10
a) a distância percorrida em 1,0 s entre os instantes das pelo para-cho-
t1 = 0,5 s e t2 = 1,5 s. 0 1 2 3 4 5 t (s)
que dianteiro dos
b) a velocidade média do corpo entre t1 ! 0 s e t2 ! veículos, estão indicadas no gráfico para um trecho do
! 2,0 s. movimento. Em determinado intervalo de tempo o au-
c) a velocidade instantânea em t ! 2,0 s. tomóvel ultrapassa o caminhão.

5. (FMTM-MG) São dadas as funções horárias dos espa- Durante a ultrapassagem completa do caminhão, o au-
ços de quatro móveis, A, B, C e D, definidas sobre a tomóvel percorre uma distância, em metros, igual a :
mesma trajetória retilínea, com valores medidos no SI. a) 5 b) 15 c) 18 d) 20 e) 60

50 Unidade 2 Cinemática escalar


CAPÍTULO 4
1. Movimento variado
Movimento 2. Aceleração escalar

uniformemente variado 3. Movimento com aceleração


escalar constante
4. Equação de Torricelli

1. MOVIMENTO VARIADO
(MOVIMENTO ACELERADO
OU RETARDADO)
Em nosso cotidiano, percebemos que os movimentos uniformes não são

Sérgio Dotta Jr/The Next


muito frequentes. Na maior parte deles, a velocidade não se mantém constante
e varia de alguma maneira. Vejamos algumas situações.
Quando acionamos o freio de um carro em movimento, o ponteiro do velo-
címetro mostra que a velocidade escalar instantânea varia, diminuindo de valor
em determinado intervalo de tempo.
Quando lançamos uma bola verticalmente para cima, percebemos que sua
velocidade escalar instantânea varia, diminui, até se anular no ponto em que ela
atinge a altura máxima.
Se, em valor absoluto, a velocidade escalar instantânea de um móvel decresce
em determinado intervalo de tempo, em valor absoluto, o movimento é deno-
minado retardado.

| vfinal | ! | vinicial |

Quando acionamos o acelerador de um carro, o ponteiro do velocímetro Bola em movimento retardado.


mostra que a velocidade escalar instantânea varia, aumentando de valor em
determinado intervalo de tempo.
Quando abandonamos um objeto próximo à superfície da Terra, percebemos

Alexandre Dotta
que sua velocidade escalar instantânea varia, aumenta, em determinado inter-
valo de tempo.
Se, em valor absoluto, a velocidade escalar
instantânea de um móvel aumenta em determina-
do intervalo de tempo, o movimento é denominado | vfinal | " | vinicial |
acelerado.

2. ACELERAÇÃO ESCALAR
Os exemplos vistos evidenciam as variações ocorridas com a velocidade
escalar instantânea. Falta apenas saber como essa variação ocorre. Para isso,
precisamos conhecer a aceleração escalar média que descreve a rapidez com que Objeto em movimento acelerado.
a velocidade de um móvel varia.

Aceleração escalar média


Quantitativamente, a aceleração escalar
média am de um móvel é obtida pelo quociente en- v " vi
!v
tre a variação da sua velocidade escalar instantânea am ! !
!t t " ti
v e o intervalo de tempo t correspondente.

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 51


Como decorrência da definição, é possível deduzir que a unidade de medida
de aceleração corresponde à razão entre a unidade de medida de velocidade e a
unidade de medida do tempo.
No Sistema Internacional (SI), a unidade de medida de aceleração é:

m/s
! m/s2
s
Podem ser usadas outras unidades de medida, como: m/(h " s), km/(h " s),
km/h2 etc.

Aceleração escalar instantânea


A aceleração escalar instantânea também é uma grandeza física que mede a
rapidez com a qual a velocidade escalar de um móvel varia. No entanto, o inter-
valo de tempo t em que ocorre essa variação tende a valores muito pequenos.
Nesse caso, a aceleração escalar média am tenderá à aceleração escalar instan-
tânea a. Utilizando o conceito de limite, é possível representá-la assim:
Δv
a = lim am! lim
Δt →0 Δt →0 Δt

Exercício resolvido
1 As pistas usadas para corridas de Fórmula 1 possuem traçado variado, em circuito misto, com curvas e retas, crian-
do condições para que os pilotos mais habilidosos se destaquem. No caso da pista de Interlagos, inaugurada em
maio de 1940, a média de velocidade é de aproximadamente 230 km/h. O seu traçado atual apresenta duas gran-
des retas e algumas curvas de alta e baixa velocidade. A curva mais famosa dessa pista é a curva do S ou do Senna,
por representar um desafio para os pilotos.
a) Em determinado treino oficial, um dos carros se aproximou
Selma Caparroz

do trecho final da reta das arquibancadas, com velocidade de


248 km/h e, próximo à curva do Senna, teve a sua velocidade
reduzida para 140 km/h, num intervalo de tempo de 2,5 s. De-
termine a aceleração média nesse intervalo de tempo e o tipo
de movimento descrito pelo carro, nesse trecho.
b) Durante a mesma volta, ao sair da curva do Sol e iniciar a
reta oposta, o carro apresenta velocidade de 160 km/h. Após
3 s, sua velocidade aumentou para 278,8 km/h. Determine a
aceleração média nesse intervalo de tempo e o tipo de movi-
mento descrito pelo carro, nesse trecho.

RESOLUÇÃO
Pista de Interlagos, SP.
a) Considerando a variação de velocidade no intervalo de 2,5 s:
v # vi ! 140 − 248 ! # 108 km/h ou v # vi ! #108 : 3,6 ! #30 m/s
(v#vi) 30
a! a! a ! # 12 m/s2
t 2,5
A velocidade escalar do carro decresceu (v < vi ); logo o movimento descrito pelo carro é retardado.
b) Considerando a variação de velocidade, no intervalo de 3,0 s:
v # vi ! 278,8 # 160 ! 118,8 km/h ou v # vi ! 118,8 : 3,6 ! 33 m/s
(v#vi) 33
a! t a! a ! 11 m/s2
3
A velocidade escalar do carro cresceu (v $ vi); portanto, o movimento descrito pelo carro é acelerado.

52 Unidade 2 Cinemática escalar


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Explique o significado da expressão “movimento 9. Para avaliar o deslocamento de quatro móveis, foram
variado”. registradas as velocidades escalares em função do
tempo dos móveis A, B, C e D, conforme apresentado
2. Cite um exemplo de um móvel que apresente movi-
nas tabelas a seguir. Sabendo que eles se deslocam
mento variado acelerado e outro com movimento va-
com movimento uniformemente variado, determine a
riado retardado.
aceleração escalar dos móveis e avalie o tipo de movi-
3. Um navegador percebeu que, durante determinado mento de cada um deles eles.
intervalo de tempo, seu barco manteve aceleração
escalar nula. Podemos concluir que o barco esteve t (s) 0 1 2 3 4
Móvel A
parado? Justifique. v (m/s) 2 4 6 8 10

4. O movimento uniformemente acelerado é aquele


que, partindo do repouso, adquire, em tempos iguais,
t (s) 0 1 2 3 4
variações iguais de velocidade. Móvel B
Analisando a afirmação acima, explique o que signifi- v (m/s) "2 "6 "10 "14 "18
ca o valor 20 (km/h)/s.
5. O velocímetro de um ônibus que trafega por uma es-
t (s) 0 1 2 3 4
trada registra 90 km/h. Ao ver um obstáculo, o mo- Móvel C
torista aciona o freio durante 10 s, reduzindo a ve- v (m/s) 25 20 15 10 5
locidade a 18 km/h. Determine a aceleração escalar
média do ônibus, em m/s2, nesse intervalo de tempo
e classifique, justificando, o tipo do movimento (ace- t (s) 0 1 2 3 4
lerado ou retardado). Móvel D
v (m/s) "21 "18 "15 "12 "9
6. Num jogo de futebol, um
Photodisc/Getty Images

atacante chuta a bola ao 10. O porta-aviões é um navio cuja função principal é 300
gol do time adversário. O servir de base aérea móvel, possibilitando que as
goleiro pega a bola que está forças naval e aérea possam operar militarmente a
com a velocidade de 20 m/s grandes distâncias, sem depender de aeroportos (fi-
e consegue imobilizá-la em xos). Nele, a decolagem e a aterragem são realizadas
0,1 s, com um movimento em pista cujo comprimento é de 100 m, aproximada-
de recuo dos braços. Deter- mente, exigindo operações difíceis e equipamentos
mine a aceleração média que não são necessários num aeroporto (localizado
da bola durante a ação do em terra). No caso da decolagem, os aviões, além de
goleiro. usarem toda a potência dos seus motores, contam
7. O piloto de um avião precisa partir do repouso e atin- com a ajuda de catapultas que, em dois segundos,
gir a velocidade de 360 km/h, com aceleração escalar conseguem fazer a velocidade do avião atingir
média de 4 m/s2, antes de decolar. Nessas condições 265 km/h, condição mínima para que ele possa de-
determine: colar. Na situação de aterragem, o avião chega com
velocidade aproximadamente de 240 km/s e precisa
a) quantos segundos serão necessários para atingir
do auxilio dos ganchos de retenção (presos à cauda)
seu objetivo.
que se encaixam nos cabos estirados ao longo do de-
b) o tipo de movimento (acelerado ou retardado) des-
que, o que possibilita reduzir a velocidade até zero,
crito pelo avião nesse intervalo de tempo. Justifique a
em 1,9 s.
resposta.
8. Uma vendedora de automóveis divulga na propagan- Considere as informações do texto e determine:
da que o carro A consegue partir do repouso e atingir a) a aceleração escalar média e o tipo de movimento
a velocidade vA ! 97,2 km/h, em 11 segundos. Tam- efetuado pelo avião durante a decolagem.
bém, partindo do repouso, o carro B consegue atingir b) o tipo de movimento efetuado pelo avião durante a
a velocidade vB ! 90 km/h, em 10 s. Qual deles apre- aterragem e a aceleração escalar média para que sua
senta a maior aceleração? velocidade seja reduzida a zero, em 1,9 s.

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 53


3. MOVIMENTO COM
ACELERAÇÃO ESCALAR CONSTANTE
Como já vimos, a ideia de aceleração está relacionada à rapidez com que a
velocidade varia.
Para continuar o estudo e a classificação dos movimentos, vamos analisar
duas situações simuladas sobre a aceleração de uma motocicleta.
Na primeira situação, um motoqueiro observou o velocímetro da sua moto a
cada segundo nos primeiros momentos após a partida.
Posteriormente, registrou-os assim:
1.o registro 2.o registro 3.o registro 4.o registro

Ilustrações: Selma Caparroz


v#0 v # 10 km/h v # 20 km/h v # 30 km/h

1 s após o 1.o 1 s após o 2.o 1 s após o 3o

10 " 0 20 " 10 30 " 20


am ! ! 10 km/h am ! ! 10 km/h
s
am ! ! 10 km/h
s
1 s 1 1

Observando os registros, podemos concluir que:


s¬ a cada intervalo de 1 s, a velocidade escalar instantânea variou, aumentou
de 10 km/h, uniformemente, ou seja, de maneira constante;
s¬ a aceleração escalar média é constante e diferente de zero;
s¬ o movimento é uniformemente acelerado.
Na segunda situação, o mesmo motoqueiro fez os seguintes registros:
1.o registro 2.o registro 3.o registro 4.o registro

v # 30 km/h v # 20 km/h v # 10 km/h v#0

1 s após o 1.o 1 s após o 2.o 1 s após o 3.o

20 " 30 10 " 20 0 "1 0


am ! ! " 10 km/h am ! ! " 10 km/h am ! ! " 10 km/h
1 s 1 s 1 s
Observando esses registros, podemos concluir que:
s¬ a cada intervalo de 1 s, a velocidade escalar instantânea variou, decresceu
de 10 km/h, uniformemente.
s¬ a aceleração escalar média é constante e diferente de zero;
s¬ o movimento é uniformemente retardado.
Nesses dois exemplos, a velocidade escalar instantânea variou (aumentou ou
diminuiu em valores absolutos) de maneira uniforme. Como consequência, ve-
rificamos que a aceleração escalar média permaneceu constante e diferente de
zero em todos os intervalos de tempo estudados.
Essas situações representam um caso particular dos movimentos variados,
que passaremos a denominar movimento uniformemente variado (MUV).

54 Unidade 2 Cinemática escalar


Função e gráfico da velocidade em
relação ao tempo
No movimento uniformemente variado, a aceleração escalar constante implica
o aumento ou a diminuição linear da velocidade escalar. Isso significa que para
intervalos de tempo iguais as variações da velocidade escalar também serão iguais.
Para estabelecer a velocidade escalar v do móvel em MUV, no instante t, temos:
a ! am
v " vi
a! v " vi ! a(t " ti)
t " ti
Considerando o instante inicial ti ! 0, como adotado na maioria dos estudos
cinemáticos, chegamos a uma relação entre v e t conhecida como função horá-
ria da velocidade (v ! f(t)) no MUV.

v ! vi # at

A equação da velocidade em função do tempo, no MUV, é do 1o grau, em que:


• vi é a velocidade escalar no instante ti, ao se iniciar a contagem do tempo.
• v é a velocidade escalar, num instante t qualquer.
Podemos usar um gráfico para representar o movimento uniformemente va-
riado de um móvel.
Como exemplo, vamos considerar as anotações feitas por um treinador ao
avaliar duas situações vividas por um ciclista, que se move com aceleração escalar
constante.
Na primeira situação, no instante inicial ti ! 0, a velocidade escalar do ciclista
é vi ! 10 m/s. Decorridos 5 segundos, ou seja, para t ! 5 s, a velocidade escalar
é v ! 25 m/s.
Calculando a aceleração escalar do ciclista nesse intervalo de tempo, temos:

∆v v ! vi 25 " 10 15
a! ! t!t ! ! a ! 3 m/s2
∆t i 5"0 5
Se representarmos os valores do tempo no eixo horizontal e os v (m/s)
valores da velocidade no eixo vertical, obteremos o gráfico ao lado.
Calculando a tangente do ângulo $, formado pelo eixo horizontal e a

Editoria de arte
v ! 25
reta que representa o gráfico da velocidade em função do tempo, temos:
15 dv
tg $ ! ! #3
5
$
Comparando os cálculos, vemos que numericamente os valores vi ! 10

obtidos são iguais, ou seja:


N
a! tg $ ! #3 ti ! 0 t!5 t (s)

Sendo v % vi, a aceleração é positiva e, no referido trecho, o movi- dt


mento é acelerado.
Na segunda situação, novamente o cronômetro foi disparado e iniciou-se a
medição de tempo, ti ! 0; nesse instante a velocidade é vi ! 30 m/s e, após
10 s, a velocidade é v ! 10 m/s.
Calculando a aceleração escalar do ciclista nesse intervalo de tempo, temos:

∆v v ! vi 10 " 30 !20
a! ! ! ! a ! "2 m/s2
∆t t ! ti 10 " 0 10

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 55


v (m/s) Representando os valores do tempo no eixo horizontal e os da
velocidade no eixo vertical, obtemos o gráfico ao lado.
tg " # $tg !
vi # 30 Calculando a tangente do ângulo !, formado pelo eixo horizon-
tal e a reta que representa o gráfico da velocidade em função do
tempo, temos:
dv !20
tg" # $tg ! # # $2
! 10
" Comparando os cálculos, concluímos que os valores obtidos são
v # 10
numericamente iguais.
Editoria de arte

& N
a# tg ! # $2
Sendo v % vi, a aceleração é negativa e, no referido trecho, o
ti # 0 t # 10 t (s)
movimento é retardado.
dt
A aceleração escalar no movimento uniformemente variado é nume-
ricamente igual à tangente do ângulo ! formado entre o eixo horizontal
e a reta que representa o gráfico da velocidade em função do tempo.

N
a # tg !

Exercícios resolvidos
1 Um ciclista desloca-se com movimento uniformemente variado, representado pela equação v # 6 ' 8t. Consi-
derando a unidade de medida do tempo em segundo e a de comprimento em metro, determine:
a) a velocidade escalar no instante em que foi dispara- c) a velocidade escalar no instante t # 3 s.
do o cronômetro. d) se o movimento é acelerado ou retardado entre os
b) a aceleração escalar. instantes 0 e 3 s.
RESOLUÇÃO

a) Quando é acionado o cronômetro, temos t # 0: c) Quando t # 3 s, a velocidade é:


v # 6 ' 8t v#6'8(3
v # 6 ' 8 ( 0 v # 6 m/s v # 30 m/s
b) Comparando as equações v # vi ' at e v # 6 ' 8t, d) Entre os instantes 0 e 3 s, a velocidade escalar ins-
temos a aceleração escalar: a # 8 m/s2. tantânea aumenta em módulo; portanto, o movimen-
to é acelerado.
2 Durante um teste realizado numa pista reta, os movimentos de um ciclista foram v (m/s)
registrados e representados no gráfico seguinte. Considere que no instante 20 s o
ciclista acionou o freio até parar com aceleração escalar (em módulo) de 1m/s2. 30
Analise o gráfico e determine:
Tarumã

20
a) a aceleração média e o tipo de movimento realizado pelo ciclista nos seguintes 10
intervalos de tempo: (de 0s à 10s) e (de 10s à 20s).
b) o tempo gasto e o espaço percorrido pela bicicleta, entre o instante em que os 0 10 20 t t (s)
f
freios foram acionados e a parada.

RESOLUÇÃO
(v$vi) 30 $ 0 v (m/s)
a) No intervalo de 0 s à 10 s: am = am = am = 3m/s2.
t 10 $ 0
(v$vi) 30 $ 30 30
No intervalo de 10 s à 20 s: am = am = am = 0 m/s2.
t 20 $ 10
20
Tarumã

30
b) Sabemos que, em módulo, a = |tg!2| = |$tg!1| 1= tf = 50 s Área
tf $ 20 10
u1 u2
Após acionar os freios, a bicicleta demorou t = 50$20 = 30 s
1 0 10 20 tf t (s)
Já vimos que, numericamente, s = Área s = 2 ( 30 ( 30 s = 450 m
tf – 20

56 Unidade 2 Cinemática escalar


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Um carro percorre um trecho retilíneo de uma estra- 5. Alguns acidentes causados por jet skis têm provocado
da e sua velocidade varia com o tempo, de acordo discussões a respeito do uso dessas embarcações em
com a tabela. praias e represas. O desrespeito às normas de con-
dução de embarcações e falhas humanas têm sido as
t (s) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 principais causas desse tipo de acidente.
v Durante al- v (m/s)
14 18 22 22 22 22 22 20 18 15 11
(m/s) guns instan-
30
tes, um jet ski
a) Em quais intervalos de tempo a aceleração é positi- descreve uma 18

Tarumã
va? E negativa? trajetória li-
b) Em que intervalo de tempo a aceleração é nula? near com a
c) Em que intervalo de tempo o movimento do carro é 0 2,0 5,0 t (s)
variação de
uniformemente variado? velocidade re-
2. Um veículo, em movimento uniformemente variado presentada no gráfico da figura acima.
sobre uma trajetória retilínea, tem a sua velocidade Determine a aceleração escalar e a velocidade inicial
escalar em relação ao tempo representada pela equa- do jet ski.
ção v ! 20 " 5t, em unidades do SI. Determine:
6. Uma fábrica de bicicletas fez vários testes com um novo
a) a velocidade escalar inicial e a aceleração escalar.
sistema de freios. Num desses testes, durante alguns se-
b) o instante em que a velocidade escalar é zero e o que gundos, foi anotada a variação da velocidade de uma
ocorre com o sentido do movimento nesse instante. bicicleta. Com os dados obtidos, foi construído o grá-
c) se no intervalo de tempo 0 # t $ 4 s o movimento fico da veloci- v (m/s)
é acelerado ou retardado. dade escalar

Editoria de arte
20
d) a velocidade escalar no instante t ! 6 s. em função do
e) se, entre os instantes t ! 4 s e t ! 6 s, o movimento tempo, con- 300
é acelerado ou retardado. forme a figura 6,0

3. Uma bola de boliche é lançada sobre uma superfície ao lado. 0 5,0 t (s)
"4,0
com velocidade escalar inicial vi ! 15 m/s. Em decor- De acordo
rência das forças de atrito que agem sobre a bola, a com o gráfico,
intensidade da velocidade escalar instantânea vai de- qual a aceleração escalar da bicicleta, sabendo que a
crescendo. Sabendo que a aceleração escalar é cons- trajetória é retilínea.
tante e igual a "2 m/s2, determine: Determine o instante em que a velocidade escalar é
a) a equação que representa a velocidade escalar em 4 m/s.
função do tempo.
7. Numa avenida de tráfego intenso, um observador
b) o instante em que a velocidade escalar da bola se
registra a variação da velocidade de um carro, após
anula.
o sinal verde acender. Na figura seguinte está o grá-
4. Um dos passageiros de um ônibus registrou em três fico construído com os dados obtidos durante a ob-
instantes distintos a intensidade da velocidade esca- servação.
lar do ônibus no qual viajava. Esses registros foram:
v (m/s)

Tempo (s) 0 2 4 0,8


Velocidade (m/s) 20 23 26 0,6
Editoria de arte

0,4
Admitindo aceleração constante, determine:
0,2
a) a equação que representa a velocidade escalar em
função do tempo.
0 1 2 3 4 t (s)
b) a velocidade escalar no instante t = 3 s.
c) se o movimento é acelerado ou retardado entre os Determine a velocidade do carro e sua aceleração 3 s
instantes t ! 0 e t ! 6 s. após o sinal verde acender.

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 57


Função da posição em relação ao tempo
Para obter a equação que representa a posição de Se considerarmos que, no instante inicial t i, a
um móvel em função do tempo, no MUV, vamos nos velocidade escalar inicial é vi , num instante poste-
valer de uma situação simulada em que uma bolinha de rior t, a velocidade escalar v será maior. Se, a partir
vidro (gude) é colocada em movimento sobre um plano de t i , registrarmos a velocidade da bola para cada
inclinado. A bola desce o plano inclinado com acele- instante tempo, obteremos o gráfico da velocidade
ração constante, isto é, sua velocidade é incrementa- escalar em função do tempo, cujo esboço é mostra-
da com valores constantes para o mesmo intervalo de do a seguir.
tempo. Assim como no MU, no MUV a área A compreen-
Como podemos descrever sua posição no plano em dida entre a curva que determina o gráfico e o eixo
função do tempo? horizontal é numericamente igual ao deslocamento s
da esfera no intervalo de tempo t ! t " ti.
ti
v (m/s)
Paulo Nilson

vi

Editoria de arte
v

vi
tf vf
A

ti ! 0 t t (s)

Uma forma para obter a área do trapézio é adicionar a área do triângulo à área do retângulo.

(t 0) (v vi ) a 2 a 2
Área ! ! t A ! Área # Área ! vit # t
2 2 2
N a 2
Área ! (t " 0) $ (vi " 0) ! vit Se s ! A, teremos: s " si ! vit # t
2

Assim, a posição de um móvel em função do tempo, no MUV, será:


a 2
s ! si # vit # t
2

em que: si é a posição inicial e vi é a velocidade escalar inicial; s é a posição num instante de tempo t qualquer; a
é a aceleração escalar.
A função da posição do móvel em função do tempo, no MUV, é uma função polinomial do 2o grau e sua repre-
sentação gráfica no sistema cartesiano s % t é uma parábola.
Analisando as características dos movimentos percebemos que:
Quando a & 0, temos: Quando a ( 0, temos:
• Para 0 ' t ( t), a função s ! f(t) é decrescente, • Para 0 ' t ( t), a função s ! f(t) é crescente,
a velocidade escalar é negativa e o movimento é a velocidade escalar é positiva e o movimento é
retardado. retardado.
• Para t & t), a função s ! f(t) é crescente, a velo- • Para t & t), a função s ! f(t) é decrescente, a
cidade escalar é positiva e o movimento é acele- velocidade escalar é negativa e o movimento é
rado. acelerado.
• Para t ! t), ocorre a inversão no sentido do movi- • Para t ! t), ocorre a inversão no sentido do movi-
mento, e a velocidade fica nula. mento, e a velocidade fica nula.
s s
s decresce s aumenta
v negativa v positiva vértice
s’
Editoria de arte

s aumenta s decresce
v positiva v negativa

s’
vértice
t’ t t’ t

58 Unidade 2 Cinemática escalar


Exercícios resolvidos
1 Um veículo se desloca numa trajetória retilínea e obedece à equação horária s " 6 ! 3t # t2 (SI).
a) Determine a aceleração escalar do móvel.
b) Escreva a equação horária da velocidade para esse movimento.
c) Determine a posição do veículo para t " 8 s.
d) Construa os gráficos da posição, da velocidade escalar e da aceleração em relação ao tempo.

RESOLUÇÃO
a 2 a
a) Comparando as equações s " si # vit # t e s " 6 ! 3t # t2, temos: "1 a " 2 m/s2
2 2
b) Da equação horária, temos: vi " !3 m/s
A equação da velocidade é v " vi # at
Substituindo vi e a, resulta: v " !3 # 2t (SI)
c) Substituindo t por 8 na equação dada, temos:
s " 6 ! 3 $ 8 # 82 " 6 ! 24 # 64
s " 46 m
d) s (m) v (m/s) a (m/s2)
3
6
Gráficos: Editoria de arte

2 a " constante
2,0
4 1 300
1,5
0 1 2 3 t (s) 0 t (s)
2 !1
!2
0 1 2 3 t (s) !3

2 A posição escalar s de uma partícula varia com o tempo t de acordo com o dia- s (m)
grama ao lado.
11
Determine as funções horárias do espaço [s " f(t)] e da velocidade [v " f(t)] 10
para o movimento da partícula. (arco de parábola)

RESOLUÇÃO

Do gráfico, temos que, quando t " 0, s " 10 m. Logo, si " 10 m.


0 1 t (s)
No instante t " 1 s ocorre a inversão de sentido do movimento (v " 0). Logo:

v " vi # at 0 " vi # a $ 1 a " !vi (1)

Também no instante t " 1 s, temos s " 11 m


a 2 a a
s " si # vi t # t 11 " 10 # vi $ 1 # $ 12 vi # " 1 (2)
2 2 2
Substituindo a equação (1) na equação (2), temos:
v
vi ! i " 1 vi " 2 m/s
2
Substituindo vi " 2 m/s na equação (1), temos:
a " !vi a " !2 m/s2
Construindo as funções horárias s " f(t) e v " f(t):
a 2
s " s i # vi t # t s " 10 # 2t ! t2 (SI)
2
v " vi # at v " 2 ! 2t (SI)

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 59


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Pode-se afirmar que os espaços percorridos por par- Determine o instante em que o veículo para, conside-
tículas animadas de movimento uniforme variam da rando a contagem do tempo desde a partida após a
mesma forma que os espaços percorridos por partí- troca de pneu.
culas animadas de movimento uniformemente varia- 7. Na figura a seguir está representado o gráfico da va-
do? Explique sua resposta. riação da velocidade em função do tempo de um veí-
2. As posições ocupadas por um veículo que se desloca culo que trafega por uma rua retilínea e horizontal.
com MUV são dadas pela equação s ! 4 " 2t " 3t2
v (m/s)

Gráficos: Editoria de arte


(no SI). Nesse caso, determine:
a) a velocidade escalar inicial do veículo. 6
b) a aceleração escalar.
c) a posição ocupada pelo veículo no instante t ! 2 s. 3

3. Se a equação s ! 8 " 6t # t (no SI) representa a po-


2

sição de um móvel, determine o instante em que esse 0 2 8 10 12 t (s)


móvel inverte o sentido de deslocamento.
a) Determine o deslocamento entre os instantes
4. Num trecho de estrada retilíneo e horizontal, um car-
t ! 0 e t ! 12 s.
ro mantém velocidade constante de 72 km/h, embo-
ra a placa de sinalização indique a velocidade máxi- b) Em quais intervalos de tempo o movimento é varia-
ma de 60 km/h. Em razão da infração de trânsito, do?
no instante em que o carro passa diante de um posto c) Qual a distância, em metros, que veículo deixou de
policial, um guarda rodoviário, que estava parado, percorrer entre os instantes t ! 8 s e t ! 12 s, em vir-
parte com uma moto mantendo aceleração constan- tude da redução de velocidade de 6 m/s para 3 m/s.
te de 2,5 m/s2. Nessa perseguição, quantos segundos 8. Em uma feira de ciências um dos expositores convi-
serão necessários para que a moto alcance o carro? dou quatro visitantes, Bianca, Carlos, Beatriz e Kari-
G016 na, para participar de um desafio e ganhar um pre-
5. Um ciclista se deslo- s (m)
ca com movimento mio. Exibiu um cartaz com um gráfico que representa
12,5 a variação da velocidade de um corpo em função do
uniformemente va-
riado numa trajetória tempo, durante parte do seu movimento.

019 retilínea. O gráfico


Velicidade
representa a posição
do ciclista em função 0 5 10 t (s)
v
do tempo.
Com base no gráfico, responda:
a) Em que intervalo de tempo o movimento é acelerado?
b) Em que intervalo de tempo o movimento é retardado?
c) Em que instante o ciclista muda o sentido do movi- Tempo
mento?
Em seguida, pediu para representarem, por meio de
d) Qual o valor da velocidade escalar no instante em
um desenho, o movimento de um corpo que corres-
que ele inverte o sentido do movimento?
pondesse ao gráfico.
e) Em que instantes ele passa pela origem das posi-
Após algum tempo apresentaram os seguintes dese-
ções?
nhos:
6. Após a troca de a (m/s2) Bianca: Uma criança deslizando em um escorrega-
pneu, um veículo dor;
parte do repou-
4 Carlos: Um carro que começa a ser freado até para
so e percorre um
0 8 diante do sinal vermelho;
trecho retilíneo de
#2
5 t (s) Beatriz: Um lápis caindo da mesa;
estrada, com ace-
leração que varia Karina: Esfera deslizando sobre plano inclinado.
com o tempo conforme o gráfico. Qual dos quatro ganhou o prêmio? Por quê?

60 Unidade 2 Cinemática escalar


4. EQUAÇÃO DE TORRICELLI
Até agora, estudamos equações que nos permitem saber a posição ou a ve-
locidade de um móvel em função do tempo. Mas também podemos obter uma
equação que forneça a velocidade em função da posição do móvel, no MUV, sem
considerar o tempo decorrido.
Partindo das equações da velocidade e da posição:
a 2
v ! vi " at e s ! si " vit " t ,
2
e com um simples procedimento algébrico, Evangelista Torricelli (1608-1647),
um dos discípulos de Galileu, conseguiu eliminar a variável tempo. Desse modo,
obteve uma equação que permite calcular v em função de vi, a e #s. Observe
como ele fez:
a 2
v ! vi " at (1) s ! si " vit " t (2)
2
v $ vi
De (1) : t !
a 2
Substituindo em (2) : s ! si " vi
v $ vi
a ( " 2 )
a v $ vi
a ( )
Eliminando os parênteses e reduzindo ao mesmo denominador, obtemos:

v2 ! vi2 " 2a(s $ si) ou v2 ! vi2 " 2a #s

Exercício resolvido
1 A maratona de Boston (EUA), uma das mais famosas e antigas do mundo, é disputada anualmente, desde 1897,
num percurso de 42,195 km. Embora as maratonas tenham se tornado um esporte de massa, os organizadores des-
sa maratona utilizam alguns critérios para selecionar seus participantes. Nessa, como em qualquer outra maratona,
os corredores precisam se preparar adequadamente, respeitando os limites do seu corpo, para que a atividade física
possa trazer benefícios a sua saúde. Avalie a situação de uma pessoa que resolveu participar de uma maratona e,
nos seus primeiros treinos, passou a cumprir a seguinte rotina diária: correr a distância de 800 m com velocidade
de 3 m/s, em seguida caminhar durante 3 minutos, com velocidade de 2 m/s. Essa sequência deve ser repetida
10 vezes.
a) Ao terminar o treino diário, qual a distância total percorrida por essa pessoa?
b) Partindo do repouso com aceleração constante, essa pessoa percorre 3 m até atingir a velocidade de 3 m/s.
Determine, em módulo, a aceleração desenvolvida nesse trecho.

RESOLUÇÃO

a) A distância percorrida, S, no treino diário, é determinada por:


s ! n % ! scorrida " scaminhada"

Sendo:
n ! 10 repetições
scorrida = 800 m
scaminhada ! Vcaminhada % tcaminhada scaminhada ! 2 % 3(60) ! 360m

Teremos: s ! 10 % (800 " 360) s ! 11600m

b) v0 ! 0; v ! 3 m/s e s ! 3 m
(v)2 ! (v0)2 " 2 % a % S 32 ! 0 " 2 % a % 3 a = 1,5 m/s2

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 61


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Um trem desloca-se com velocidade es ca lar de veículos separados por uma “distância” equivalente a
54 km/h. Em certo instante, o maquinista vê um ani- 3 segundos.
mal sobre os trilhos e aciona imediatamente o freio a) no caso de um motorista que mantém o veículo
até parar. Considerando apenas o intervalo de tempo com velocidade constante de 108 km/h, num trecho
durante o qual o freio foi acionado, calcule a acelera- de estrada retilíneo, qual é essa distância de seguran-
ção escalar do trem, sabendo que a distância percor- ça, expressa adequadamente em metros?
rida por ele nesse intervalo de tempo foi 450 m. b) Considere que dois motoristas que trafegam num
2. Um ciclista deve percorrer 100 m de um trecho re- trecho retilíneo da estrada estejam respeitando essa
tilíneo e plano da pista. Seu objetivo é iniciar esse recomendação de segurança, e um deles resolva usar
trecho com velocidade vi e chegar ao final da corrida os freios bruscamente, até parar, com aceleração
com velocidade v # 20 m/s. Caso ele mantenha a constante de módulo a = 4 m/s2. O motorista que
aceleração escalar constante de 2 m/s2, qual será o vem atrás demorou 0,5 s para reagir e usar os freios.
valor de vi? Para que não ocorra colisão, qual deve ser a acelera-
ção mínima do veículo que vem atrás?
3. Um automóvel entra num túnel com velocidade de
10 m/s e sai dele com velocidade de 30 m/s. A ace- 7. Basicamente, radares e semáforos são instrumentos
leração durante o movimento no interior do túnel é que devem contribuir com a função educativa de dis-
constante e vale 4 m/s2. Qual é o comprimento do ciplinar e melhorar as diferentes relações entre pe-
túnel? destres e condutores de veículos. Avalie a situação,
descrita a seguir, ocorrida diante de um semáforo:
4. Avalie a situação de um trem de carga, de 150 m, que Um carro e um caminhão, parados diante de um se-
está parado num cruzamento da avenida portuária, máforo, iniciam seus movimentos com aceleração
em Santos. Assim que o fluxo de caminhões permi- constantes, na mesma direção e sentido, imediata-
tiu, ele iniciou o movimento, com o objetivo de ultra- mente após sinalizar o verde. A velocidade do ca-
passar, totalmente, esse cruzamento cuja extensão minhão varia 0,5 m/s, em cada segundo, até atingir
é 250 m e está sinalizado entre duas faixas brancas. 35m/s, quando passa a descrever movimento retilí-
Considere que no início do movimento a frente do neo uniforme. No caso do carro, a velocidade varia
trem está sobre uma das faixas que limitam o cruza- 1,0 m/s, em cada segundo, até atingir 25 m/s, quan-
mento e a sua aceleração escalar e constante é de do passa a descrever movimento retilíneo uniforme.
0,5 m/s2. Determine: Diante desta situação, determine:
a) a velocidade escalar do trem, quando ele consegue a) o tempo e o deslocamento que o caminhão e o car-
ultrapassar completamente o cruzamento. ro levam até atingirem suas velocidades máximas.
b) qual o tempo necessário para que o trem conclua b) a distância que separa os veículos, 70 s após o iní-
totalmente a ultrapassagem. cio dos movimentos.
5. Um motorista parou o ônibus no acostamento de c)em que instante o carro é ultrapassado pelo cami-
uma estrada retilínea para pegar um passageiro. nhão.
No local, há uma placa de trânsito, indicando que 8. Quais características devem ser levadas em conside-
300 m à frente existe um deslizamento de terra so- ração para determinar o comprimento da pista de um
bre a pista. Assim que o passageiro entrou, o ôni- aeroporto?
bus partiu com aceleração escalar constante de
1,0 m/s2. Após ter percorrido 200 m, o motorista
Rostislav Glinsky/Shutterstock/Glow Images

acionou os freios imprimindo ao veículo aceleração


escalar constante de 2,5 m/s2 até parar. Quantos
metros o ônibus percorreu até parar? Ele irá colidir
com o deslizamento?

6. Durante uma viagem ao exterior, um turista brasilei-


ro alugou um carro e recebeu orientações sobre algu-
mas normas de segurança. Numa dessas orientações
havia a recomendação para que os motoristas, ao tra-
fegar em determinadas estradas, mantivessem seus

62 Unidade 2 Cinemática escalar


TESTE O QUE APRENDEU

1. (Unesp-SP) Um automóvel de competição é acelera- b) Calcule a maior distância entre elas, desde o ins-
do de tal forma que sua velocidade (v) em função do tante em que se iniciaram as observações até o ins-
tempo (t) é dada pela tabela: tante em que voltam a se encontrar.

t (s) 5 10 15 5. (UFRGS-RS) Uma grande aeronave para transpor-


v (m/s) 20 50 60 te de passageiros precisa atingir a velocidade de
360 km/h para poder decolar. Supondo que essa
A aceleração média, em m/s2, no intervalo de 5 s a aeronave desenvolva na pista uma aceleração
15 s é: constante de 2,5 m/s2, qual é a distância mínima
a) 4,5 d) 4,73 que ela necessita percorrer sobre a pista antes de
b) 4,33 e) 4,0 decolar?
c) 5,0 a) 10 000 m e) 1 000 m
2. (Unicamp-SP) A tabela mostra os valores da velo- b) 5 000 m d) 2 000 m
cidade de um atleta da São Silvestre em função do c) 4 000 m
tempo, nos segundos iniciais da corrida.
6. (UFG-GO) Um elétron atinge a tela de um aparelho
t (s) 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 de TV com a velocidade de 1,08. 107 km/h.
v (m/s) 0,0 1,8 3,6 5,4 7,2 9,0 Admitindo-se que ele foi acelerado, a partir do repou-
so, numa extensão de 4,5 cm, sua aceleração média,
em m/s2, vale:
a) Esboce o gráfico da velocidade do atleta em função
do tempo. a) 1 $ 108 d) 1 $ 1015
b) Calcule a aceleração do atleta nos primeiros 5 s da b) 1 $ 10 12
e) 1 $ 1016
corrida. c) 1 $ 1014
3. (UFPR) A posição inicial para o móvel, que descreve o
7. (Fuvest-SP) A velocidade máxima permitida em
movimento retilíneo cujo gráfico velocidade ! tempo
uma autoestrada é de 110 km/h (aproximadamente
é o representado, vale 5 m. Qual é a função horária
30 m/s). Um carro, nessa velocidade, leva 6 s para
do espaço para o movimento considerado?
parar completamente. Diante de um posto rodoviá-
a) s " 10t # 10t2 v (m/s) rio, os veículos devem trafegar no máximo a 36 km/h
b) s " 10t # 5t2 20 (10 m/s).
c) s " 5 # 10t # 2,5t 2
10
Juliana Santos/DB/D.A Press

d) s " 5 # 10t # 5t2


e) s " 5 # 10t # 10t2 0 2 t (s)

4. (UFRJ) Duas partículas se deslocam ao longo de uma


trajetória. A figura a seguir representa, em gráfico
cartesiano, como as duas velocidades variam em fun-
ção do tempo.
v (m/s)
Gráficos: Editoria de arte

3006
Para que os carros em velocidade máxima consigam
obedecer ao limite permitido ao passar em frente do
0 2 t (s)
posto, a placa referente à redução de velocidade de-
verá ser colocada antes do posto a uma distância de,
Suponha que no instante em que se iniciaram as ob-
pelo menos:
servações (t " 0) elas se encontravam na mesma po-
a) 40 m d) 90 m
sição.
b) 60 m e) 100 m
a) Determine o instante em que elas voltam a se en-
contrar. c) 80 m

Capítulo 4 Movimento uniformemente variado 63


Unidade

Cinemática
vetorial
3
Capítulo 5:
Vetores
Capítulo 6:
Grandezas vetoriais
Capítulo 7:
Queda livre e lançamento
vertical
Capítulo 8:
Lançamento de projéteis
Capítulo 9:
Movimento circular
Mark Herreid/Shutterstock.com

64 Unidade 3 Cinemática vetorial


Todo corpo em movimento tem direção e
sentido. O jogador, com o treino, percebe as
variações que ocorrem durante o movimento
e estuda a melhor forma de atingir seu
objetivo. As setas representam a direção e o
sentido da velocidade da bola. A intensidade é
representada pelo tamanho do vetor.

Capítulo 5 Vetores 65
CAPÍTULO 5

Vetores
1. Grandezas escalares e
vetoriais
2. Definindo vetores
3. Operações com vetores

1. GRANDEZAS ESCALARES
fig_3_03 E VETORIAIS
Mapa rodoviário do Sul do Brasil Até o momento, nos estudos sobre Cinemática escalar, trabalhamos
50º O
com grandezas, como o comprimento e o tempo, definidas apenas por
Allmaps

um valor numérico seguido de uma unidade de medida. Essas grandezas


SANTA BR
e outras, como temperatura, volume, massa e densidade, são chamadas
101
CATARINA grandezas escalares.
Florianópolis
Palhoça Há grandezas, porém, como o deslocamento, que precisam de in-
Parque Estadual
da Serra de Tabuleiro formações complementares. Veja esta informação: um helicóptero se
OCEANO
desloca em linha reta de Torres (RS) até Florianópolis (SC), cidades dis-
Parque Nacional
ATLÂNTICO
de São Joaquim tantes 226 km. Observe que, além do valor numérico (280) e da uni-
d 28º S
dade de medida (km), o deslocamento se caracteriza por uma dire-
Laguna

Criciúma
Tubarão ção (definida pela reta que contém as cidades) e por um sentido (de
Torres para Florianópolis). Grandezas que se definem dessa forma são
RIO
GRANDE Araranguá
chamadas grandezas vetoriais. Além do deslocamento, são exemplos
DO SUL
Sombrio de grandezas vetoriais a velocidade, a aceleração e a força.
As informações que definem uma grandeza vetorial determinam
Torres
uma entidade matemática denominada vetor.
0 40 km

Fonte: ATLAS geográfico escolar. Rio de


Janeiro: IBGE, 2007.

A distância em linha reta entre


as cidades de Torres (RS) e 2. DEFININDO VETORES
Florianópolis (SC) pode ser
indicada no mapa por um vetor
! !!"
deslocamento d. Para definir vetor, considerando AB um segmento orientado, com origem em
A e extremidade em B, ambos da reta r, é possível identificar três características:
r • módulo: comprimento do segmento AB que repre-
B
senta o valor numérico da grandeza estudada.
• direção: a mesma da reta r à qual ele pertence.
• sentido: de A para B.
Observando os segmentos orientados AB , CD, EF,
notamos que eles têm o mesmo módulo, a mesma di-
B
A reção e o mesmo sentido, ou seja, são segmentos equi-
polentes.
d Graficamente, cada um desses segmentos orienta-
Editoria de arte

dos representa o mesmo vetor, identificado por d, e


D
A F o seu módulo será identificado por | d | ou apenas a
letra d.
d d
Em síntese, vetor é uma entidade matemática abs-
C E trata, caracterizada por um número (não negati-
vo), uma direção e um sentido.

66 Unidade 3 Cinemática vetorial


3. OPERAÇÕES COM VETORES
As operações que envolvem vetores não seguem as mesmas re-
gras que se aplicam ao cálculo com números, uma vez que vetor é a
expressão de um valor, uma direção e um sentido.
A seguir vamos desenvolver alguns procedimentos para operações
com vetores.

Soma vetorial
! ! ! !
Considere os vetores r 1, r 2, r 3 e r 4 mostrados na figura ao lado. r3
O vetor R, ou vetor resultante, significa a soma dos vetores mostra- r1
dos e pode ser determinado da seguinte forma: representamos o primeiro r4
vetor a partir de uma origem arbitrária O, a origem do segundo coincidin- r2

do com a extremidade final do primeiro, a origem do terceiro coincidindo


com a extremidade final do segundo e assim sucessivamente.
r2

Ilustrações: Editoria de arte


r3

! ! ! !
R " r1 # r2 # r3 # r4
r1 r4

O R
Esse processo de soma é chamado regra da poligonal, pois os
vetores somados se encadeiam determinando uma linha poligonal.
A origem do vetor R coincide com a origem do primeiro vetor, e sua
extremidade coincide com a extremidade do último vetor.
Como variação da regra da poligonal temos a regra do parale-
logramo, que é aplicada apenas à soma de dois vetores. Veja como
ela pode ser aplicada. r
! ! A
Considere os vetores r 1 e r 2, cujas direções determinam o ângulo s
!. Aplicando a regra do paralelogramo, inicialmente representamos ←
R
os vetores com origem no mesmo ponto O e traçamos retas parale- ←
r1
las, r e s, a cada um desses vetores.
O vetor resultante R é a diagonal do paralelogramo, com origem 180° $ !
! !
no ponto O e extremidade no ponto A, encontro das retas r e s. OO ←
r2 B
Pela aplicação da lei dos cossenos no triângulo OAB, temos:

R2 " r21 # r22 $ 2r1r2 cos (180° $ !)

Como cos (180° $ !) " $cos !, temos:

R2 " r21 # r22 # 2r1r2 cos !

Observe alguns casos notáveis de soma:


! !

R
• Os vetores r 1 e r 2 são perpendiculares entre si. ←
r2
! " 90° e cos ! " 0
R2 " r21 # r22 # 2r1r2 % 0 O ←
r1

R2 " r12 # r22 (teorema de Pitágoras)

Capítulo 5 Vetores 67
! !

Ilustrações: Editoria de arte


• Os vetores r 1 e r 2 têm a mesma direção e o mesmo sentido.

! " 0° e cos ! " 1 ←


r1

r2
O
2 2
R " r # r # 2r1r2 $ 1
2
1 2

R2 " (r1 # r2)2 ←


R

R " r1 # r2

! !
• Os vetores r 1 e r 2 têm a mesma direção e sentidos opostos.

r1
! " 180° e cos ! " %1

R2 " r21 # r22 # 2r1r2 $ (%1)


O ← ←
R2 " (r1 % r2)2 R r2

R " r1 % r2

Subtração de dois vetores


Os segmentos orientados com origens coincidentes no ponto O formam entre si
! !
um ângulo ! e representam os vetores r 1 e r 2 na figura.
! ! !
Para obtermos o vetor diferença d " r 1 % r 2, adicionamos o vetor r 1 com o
! !
oposto de r 2 (%r 2), que tem a mesma in-
Editoria de arte


r1
tensidade, mesma direção e sentido con-
!

r2 " trário a r 2.
Aplicando a lei dos cossenos, obtemos

d !r

%r a intensidade do vetor diferença:
! 22

O ← d2 " r12 # r22 % 2r1r2 cos !


r1

Produto de um número real por um


vetor
!
Ao multiplicarmos um número real n por um vetor r 1, obtemos como produto
!
o vetor p, tal que:
p " nr1

!
Para n & 0, teremos p com as seguintes características:
• módulo: p " |n| $ r1.
!
• direção: a mesma do vetor r1. p " 3r1
! ← ←
!
r
• sentido: o mesmo de r 1, se n for positivo;
r1
e contrário ao de r 1, se n for
1
negativo.
p " 2r1
n positivo n negativo
← ←
Tarumã

p " 2r1 ←
rr11 p " %2r1
%r
r1

p " 3r1 p " %3r1
p " 3r1 ←
p " 2r1
← p " %3r1

!
Para n " 0, teremos p " 0 (vetor nulo).
← ←
p " 3r1
68 Unidade 3 Cinemática vetorial
Decomposição de um vetor
Todo vetor pode ser considerado a soma de dois outros vetores. Definindo-se
!
um plano como um par de eixos cartesianos ortogonais, temos que um vetor p y

Tarumã
nele contido pode ser representado pela soma da sua componente no eixo hori-
! !
zontal (px) com a do eixo vertical (py).
py p
! ! !
p ! px " py

px
! !
As componentes px e py têm a mesma direção dos eixos x e y, respectivamen-
te. Em relação aos valores dessas componentes, podemos usar uma convenção: 0
O x
caso tenham o mesmo sentido dos eixos, serão antecedidas pelo sinal positivo;
caso tenham sentido contrário aos eixos, serão antecedidas pelo sinal negativo.

y y
Tarumã

Tarumã
α
p p
py = +p sen α py = –p sen α
α

0
O px = +p cos α x O
0 px = –p cos α x

Exercícios resolvidos
1 De segunda a quinta-feira, Joana caminha em um RESOLUÇÃO
parque, percorrendo cada dia duas trilhas diferen-
! ! a) Pela regra do paralelogramo:
tes e retilíneas, representadas pelos vetores r 1 e r 2.

Ilustrações: Editoria de arte


!"
Qual será o módulo do vetor resultante R , obtido a R2 ! r21 " r22 " 2r1r2 cos #
cada dia, sabendo-se que ela percorre: 1
R2 ! 42 " 32 " 2 $ 4 $ 3 $ R ! 37
2
a) segunda-feira R ! 6,08 km
r1 ! 4 km ←
RR
Ilustrações: Editoria de arte


r2 ! 3 km ←
r22 rr22
#
# ! 60° #

← r11
r11 ! !
b) Como r1 e r2 são perpendiculares entre si (# ! 90°):
b) terça-feira R2 ! r21 " r22
r1 ! 8 km ← R2 ! 82 " 62 R ! 100
r2 ←
R
r2 ! 6 km R ! 10 km ←
rr22
# ! 90°

r1
r←
r11

c) quarta-feira ! !
c) Como r 1 e r 2 têm a mesma direção e o mesmo sen-
r1 ! 7 km
tido (# ! 0°):
← ←
r1 r2
r2 ! 3 km
R ! r1 " r2
R!7"3 R ! 10 km

d) quinta-feira ←
r1

r1

rr22
r1 ! 9 km
r2 ! 2 km r←
r22

R

Capítulo 5 Vetores 69
! ! ! ! ! !
d) Como r 1 e r 2 têm a mesma direção e sentidos opos- a) os módulos dos vetores produto r 3 " 4r 1 e r 4 " 2r 2.
! !
tos (! 180°): b) as componentes dos vetores r 3 e r 4, segundo os ei-
R " r1 # r2 xos horizontal e vertical.
!" ! !
R"9#2 R " 7 km c) o módulo do vetor resultante R " r3 $ r4, utilizando
as componentes horizontal e vertical.

rr1

R
R
← ←
rr22
RESOLUÇÃO

2 Sabendo que os ve- ←


r a) r3 " 4 % 2 2 r3 " 8 2
O 11
! ! r4 " 2 % 10 r4 " 20
tores r 1 e r 2 formam
60° !
entre si um ângulo b) Componentes do vetor r 3:
2
de 60°, conforme a ←
eixo horizontal: r3x " r3 cos 45° " 8 2 % "8

Editoria de arte
rr22
2
figura, represente e
determine: 2
eixo vertical: r3y " r3 sen 45° " 8 2 % "8
1 2
Dados: cos 60° " ; r " 4; r2 " 2. y
2 1

Tarumã
!" ! !
a) a intensidade do vetor diferença d 1 " r 1 # r 2.
!" ! !
b) a intensidade do vetor diferença d 2 " r 2 # r 1. r3
rr33yy
RESOLUÇÃO 45º

! rr33x
3⁄ x x
a) #r 2 é o vetor x
! ←
d1 !
oposto a r 2.

#r2
Componentes do vetor r 4:
60° eixo horizontal: r4x " r4 cos 37° " 20 % 0,80 " 16
eixo vertical: r4y " r4 sen 37° " 20 % 0,60 " 12
O ←
r1
y

Tarumã
Aplicando a lei dos cossenos, temos:
Editoria de arte

d12 " r12 $ r22 # 2r1r2 cos 60° O r4


1 r4y
d12 " 42 $ 22 # 2 % 4 % 2 %
2 37º
d1 " 12 unidades ←
d22 ←
rr22 rrr4y x
⁄x
44x

60° c) Podemos representar as componentes dos vetores


! !
#r11
← r 3 e r 4 conforme a figura:
#r
! !
Tarumã

b) #r 1 é o vetor oposto a r 1. y

Aplicando a lei dos cossenos, temos: rr 4⁄ yy

d " r $ r # 2r1r2 cos 60°


2
2
2
1
2
2
rr3y
3⁄3yy
d2 " 12 unidades
! !
3 Na figura estão representados os vetores r 1 e r 2. Sa- r4x
4 x
rrr3x
33⁄ xx
x
bendo-se que r1 " 2 2 e r2 " 10, determine: (Da-
2 eixo x: Rx " r4x # r3x " 16 # 8 " 8
dos: sen 45° " cos 45° " 2 , sen 37° " 0,60, eixo y: Ry " r3y $ r4y " 8 $ 12 " 20
y
Tarumã

cos 37° " 0,80.) yy


Portanto, a resul-
Editoria de arte

tante R terá:
R
r2 ry
r1
37º 45º R2 " (8)2 $ (20)2
rx x
xx R ! 21,5

70 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Qual a diferença entre grandezas escalares e grande- 6. Na figura representada a seguir são dados os veto-
! !
zas vetoriais? res a, w e v. Sendo u a unidade de medida do mó-
dulo desses vetores, determine o módulo do vetor
2. Observe os automóveis trafegando pelas ruas de um ! !
wg ! a " w # v .
bairro.

Editoria de arte
Alberto de Stefano

← ← ←
a w
w v
u

vA
vD
A
! !
vB vC 7. Sabemos que os vetores r1 e r2 formam entre si um ân-
B gulo $ ! 60°, conforme a figura. Determine o módulo
do vetor soma R, conhecendo:
!
|r1| ! 3 m

Editoria de arte
!
C D |r2| ! 5 m

1 rr11
vA ! vC ! 10 km/h vB ! 20 km/h vD ! 15 km/h cos 60° !
2
$
a) Quais automóveis possuem a mesma direção de ←
rr22
movimento?
b) Quais possuem o mesmo sentido de movimento?
8. Observando a figura representada abaixo, temos que
c) Quais possuem o mesmo módulo de velocidade? !
o vetor m forma um ângulo de 90° com o vetor n e
d) Pode-se afirmar que a velocidade dos automóveis A !
|m|!|n| ! 1. No plano cartesiano estão representa-
e C são iguais? Justifique sua resposta. dos “quadrados” de lado unitário. Faça a representa-
!
3. Defina soma vetorial e cite um exemplo. ção do vetor i em função de m e n.

4. O módulo da soma vetorial de dois vetores pode ser

Tarumã
igual a zero? Explique.
5. Uma equipe de salvamento marítimo recebe em seu
ii
posto um sinal de um navegante em alto-mar forne-
cendo as seguintes coordenadas a partir do posto de
m
m
salvamento (PS):
nn
• 16 km na direção oeste-leste e sentido para o leste.
• 12 km na direção sul-norte e sentido para o norte. 9. Abaixo estão representadas as forças T, F e P apli-
cadas em um corpo. Sendo T ! 50 N, F ! 40 N e
4 km
P ! 30 N, determine a intensidade da resultante das
Editoria de arte

4 km três forças que atuam nesse objeto.


Tarumã

37º
N F
O L
PS
S

a) Localize a posição do navegante.


b) Calcule a menor distância para a equipe de salva- P
mento chegar ao navegante.
c) Discuta a respeito da soma de vetores nesse exercício.

Capítulo 5 Vetores 71
TESTE O QUE APRENDEU

1. (UFB) Observe a figura a seguir e determine quais os a) 4 km c) 2 19 km e) 16 km


vetores que: b) 8 km d) 8 3 km
1u
B 5. (UFMS) Considere o vetor F, que forma um ângulo

Tarumã
1u ! com o eixo x, conforme a figura abaixo. Assinale
A FF a afirmativa que apresenta a notação correta para a
CC componente de F no eixo x.

Tarumã
E a) F x " |F |· cos ! yy

D GG b) F x " |F |· cos !
c) |F x| " F · cos ! FF
a) têm a mesma direção.
d)F x " F · cos ! !θ
b) têm o mesmo sentido.
e) F x " F· cos ! xx
c) têm a mesma intensidade (módulo).
6. (Mack-SP) Os garotos A e B da figura puxam, por
d) são iguais.
meio de cordas, uma caixa de 40 kg, que repousa so-
2. (FGV-SP) São grandezas escalares: bre uma superfície horizontal, aplicando forças pa-
a) tempo, deslocamento e força. ralelas a essa superfície e perpendiculares entre si,
b) força, velocidade e aceleração. de intensidades 160 N e 120 N, respectivamente. O
c) tempo, temperatura e volume. garoto C, para impedir que a caixa se desloque, apli-
ca outra força horizontal, em determinada direção e
d) temperatura, velocidade e volume.
sentido.
e) tempo, temperatura e deslocamento.
3. (UEL-PR) Na figura a seguir estão desenhados dois A

Alex Argozino
vetores X e Y. Esses vetores representam desloca-
mentos sucessivos de um corpo. Qual é o módulo do C
vetor igual a X + Y? B

Desprezando o atrito entre a caixa e a superfície


Y de apoio, a força aplicada pelo garoto C tem inten-
Tarumã

X sidade de:
a) 150 N b) 160 N c) 180 N d) 190 N e) 200 N
1cm
7. (Fatec-SP) Em um ginásio esportivo, há dois pontos
1cm fixos A e B aos quais se suspende uma luminária de
peso P = 600 N, mediante fios leves AC e BC, confor-
me o esquema abaixo.
a) 4 cm b) 5 cm c) 8 cm d) 13 cm e) 25 cm
8m 8m
4. (Unesp-SP) Um caminhoneiro efetuou duas entregas
A M B
de mercadorias e, para isso, seguiu o itinerário indi-
cado pelos vetores deslocamento d1e d2 ilustrados na
figura.
6m
Tarumã
Tarumã

d1 " 10 km C
d2 " 6 km
30º
600 N
Para a primeira entrega, ele deslocou-se 10 km e,
para a segunda entrega, percorreu uma distância de
6 km. Ao final da segunda entrega, a distância a que A força de tração de cada fio tem intensidade de:
o caminhoneiro se encontra do ponto de partida é: a) 300 N b) 600 N c) 500 N d) 450 N e) 400 N

72 Unidade 3 Cinemática vetorial


CAPÍTULO 6
1. Posição e deslocamento
Grandezas vetoriais vetorial
2. Velocidade vetorial
3. Aceleração vetorial
4. Composição de movimentos

1. POSIÇÃO E
DESLOCAMENTO VETORIAL
Considere uma partícula em movimento ao longo da trajetória pontilhada,
passando pelo ponto A em determinado instante. O ponto O é a origem de um
sistema referencial xOy.
Nesse instante, denominamos vetor posição da partícula em relação ao pon-
!
to O o vetor p, de origem em O e extremidade no ponto A.

Ilustrações: Editoria de arte


Agora, considere que a y y y
A A A
partícula se desloca do pon-
to A ao ponto B sobre a tra-

jetória pontilhada. Os vetores

p pi ←
pi ←
! ! Δp
posição pi e p representam,
B B
vetorialmente, as posições da
partícula nos instantes ti e t, ←
p

p
respectivamente, em relação
O x O O x x
ao ponto O.
! !
O vetor p, representado pela diferença entre o vetor posição final p e o vetor
!
posição inicial pi , é chamado deslocamento vetorial entre os pontos A e B.

p ! p " pi
A
!
Entre os pontos A e B, p é o deslocamento vetorial e s, o deslocamento Δs
escalar sofrido pela partícula. ← ←
pi Δp
Observe que p # s, pois a trajetória é curvilínea. Se a partícula estivesse em
B
trajetória retilínea, então p ! s. Logo, de modo geral:
p$ s ←
p
O
Exercícios resolvidos
1 No eixo abaixo, estão representas as posições de um móvel em movimento.
N P M x (km)
Tarumã

| | | | | | | | | | | | | | |

–8,0 –6,0 –4,0 –2,0 0 2,0 4,0 6,0 8,0 10 12 14 16 18 20

Partindo do ponto P, determine o deslocamento ocorrido nos trechos P até N, N até M e M até P. Explique o signifi-
cado do sinal (positivo ou negativo) nesses deslocamentos.

RESOLUÇÃO
• Entre P e N : xN " xP ! "6 " 4 ! " 10 km (deslocamento negativo significa movimento oposto ao sentido do eixo).
• Entre N e M: xM " xN ! 16 " ("6) ! 22 km (deslocamento positivo significa movimento no mesmo sentido do eixo).
• Entre M e P: xP " xM ! 4 " 16 ! " 12 km (deslocamento negativo significa movimento oposto ao sentido do eixo).

Capítulo 6 Grandezas vetoriais 73


2 Uma lancha parte do ponto P, na margem de um rio de 10,5 m de largura, em M Q
direção ao ponto M na outra margem. Durante o trajeto a correnteza fez com

Tarumã
que a lancha atingisse o ponto Q, distante 4,3 m de M. Determine o desloca-
mento vetorial sofrido pela lancha.

M 4,3 Q P correnteza
RESOLUÇÃO

d2 = 10,52 ! 4,32 = 128,74


d ! 11,3 m 10,5 d
O módulo do deslocamento vetorial é d = 11,3 m.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Sobre uma esteira rolante é colocada uma peça de O funcionamento de um aeroporto é como um re-
automóvel que sofre um deslocamento de 30 m. Essa lógio indicando a posição dos aviões em relação ao
afirmação nos permite caracterizar: centro do aeroporto, onde se encontra a pista de ater-
a) o deslocamento escalar? Justifique. rissagem ou decolagem.

Editoria de arte
b) o deslocamento vetorial? Justifique.
3
2. Em um treino de futebol, três jogadores fazem a 2 4
bola rolar no gramado. Com apenas um chute, cada
jogador faz a bola percorrer uma das três distâncias
distintas: de A para B, de B para C e de C para A.
1 5

Classifique em verdadeira ou falsa:


a) dAB ! dBC " d CA 12 radar 6
b) dAB ! dBC " dCA C
Eunice Toyota

11 7
A
B
A B 10 8
9

Tela de radar de aeroporto.


C
Com base no texto e na figura, responda:
a) Qual a posição dos aviões A, B e C?
b) Os aviões estão aterrissando ou decolando?
3. Um avião desloca-se 30 km na direção norte-sul, sen- 5. Um peregrino inicia uma caminhada sobre um terre-
tido de norte para sul; em seguida, percorre 40 km, na no plano.
direção leste-oeste, sentido de leste para oeste. Caminhou 4 km para o leste e fez a 1a parada. Tomou
a) Faça a representação desses vetores deslocamento. água, caminhou mais 5 km para o leste e fez a 2 a pa-
b) Determine a intensidade do vetor deslocamento rada. Descansou, caminhou mais 3 km para o oeste
resultante. e fez a 3 a parada. Comeu uma fruta, caminhou mais
2 km para o sul e fez a 4 a parada.
4. O radar é um aparelho de localização que funciona
Determine o vetor deslocamento do início da cami-
de acordo com o sistema polar, localizando corpos a
nhada até a:
certa distância r do radar, e um ângulo #, tomado em
relação a uma linha de referência. Observe na figura a) 2 a parada
a seguir um modelo de radar usado em aeroportos b) 3 a parada
que utiliza o sistema polar. c) 4 a parada

74 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Alberto de Stefano
6. Amélia caminha diariamente percorrendo os quartei-
rões próximos de sua casa, como mostra a figura. 400 m

a) Calcule a distância percorrida por Amélia entre os

300 m
pontos A e B.
b) Calcule o deslocamento de Amélia entre os pontos

A e B. B
c) Discuta a diferença entre a distância percorrida e o
deslocamento entre os pontos A e B.

A•

2. VELOCIDADE VETORIAL
Uma partícula se move ao longo da trajetória representada passando pelo
ponto A no instante t1 e, posteriormente, pelo ponto B no instante t2. Considere
o ponto O como a origem do sistema de referência.
A velocidade vetorial média vm da partícula, nesse intervalo de tempo,
corresponde à razão entre o vetor deslocamento p, entre A e B, e o intervalo

Editoria de arte
de tempo t de t1 a t2. t A ←
1 $p
t2
p

Pii
p B
vm ! trajetória
t ←
p
O

O vetor vm sempre terá direção e sentido iguais aos do vetor p, uma vez que
o intervalo de tempo t é sempre positivo.
!
A velocidade vetorial instantânea v corresponde ao limite da velocidade ve-
torial média para um intervalo de tempo que tende a zero. Algebricamente, temos:
v ! lim vm
t 0 ←
v tangente
!
Quando o intervalo de tempo tende a zero, o vetor p tende à direção
tangente da trajetória, e seu módulo tende ao módulo do deslocamento movimento
escalar. Em consequência disso, a velocidade vetorial instantânea:
trajetória
• é tangente à trajetória, e seu sentido é igual ao do movimento.
!
• tem módulo igual ao da velocidade escalar instantânea (|v| ! |v|).

Exercícios resolvidos
1 Uma bola é lançada verticalmente para cima e sua !
Velocidade vetorial: intensidade: |v|! 20 m/s
velocidade escalar é representada pela expressão Direção vertical e sentido de baixo para cima.
v ! 20 " 5t, quando o sentido adotado para o refe-
b) Para t ! 4 s
rencial for de baixo para cima. Determine a velocida-
Velocidade escalar: v ! 20 " 5 # 4 v!0
de escalar e vetorial para os valores: !
Velocidade vetorial: intensidade: |v|! 0
a) t = 0 b) t = 4 s c) t = 8 s Direção e sentido não se definem.
c) Para t ! 8 s
RESOLUÇÃO
Velocidade escalar: v ! 20 " 5 # 8 v ! "20 m/s
!
a) Para t ! 0 s Velocidade vetorial: intensidade: |v|! 20 m/s
Velocidade escalar: v ! 20 – 5 # 0 v ! 20 m/s Direção vertical e sentido de cima para baixo.

Capítulo 6 Grandezas vetoriais 75


2 Em um campo de futebol de um clube, um funcio- b) A variação das posições s é numericamente igual
nário refez a pintura da marcação da circunferência a um quarto do comprimento da circunferência de
central de raio 6 m. Ao passar pela posição si, o cronô- raio 6 m.
1 1
metro marcou ti ! 10 s e, por s, t ! 190 s. Considere s ! # 2πR ! # 2 # 3 # 6 s!9m
4 4
apenas o trecho da trajetória de si até s e use π ! 3.
∆s 9 9
vm ! ! !

Eunice Toyota
∆t 190 ! 10 180
1
s
vm ! m/s
20

Editoria de arte
s
si
R

si
R
a) Represente o vetor deslocamento e determine sua
!
intensidade, sua direção e seu sentido. c) O vetor velocidade média vm é caracterizado por:
b) Calcule a intensidade da velocidade escalar média. ! | p| 6 2
c) Dê as características do vetor velocidade média. módulo: |vm| ! !
t 180
! 2
|vm| ! m/s s
RESOLUÇÃO 30 ←
vm

Editoria de arte
a) Sendo p o vetor deslocamento, temos:
Editoria de arte


$p
p2 ! R2 " R2 ! 62 " 62 ! 72 si
s
p!6 2 $s

Características de p: R ←
$p direção: a mesma do vetor deslocamento p
si
módulo: p ! 6 2 m R R sentido: da posição si para s
r !
direção: a mesma da reta r R Os vetores p e vm têm sempre a mesma direção e o
sentido: da posição si para s mesmo sentido.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Observe o esquema, que representa parte de um ! !
c) Os vetores v4 e v3 têm direções diferentes.
mapa de um bairro em que as ruas se cruzam, for- !
d) Os vetores v2 e v! 4 têm direções diferentes e mesmo
mando ângulos de 90°.
sentido.
v3
2. Com relação ao vetor velocidade instantânea, qual
Eunice Toyota

grupo de características é totalmente verdadeiro?


!
I. |v|: informa a rapidez do corpo, sendo igual ao mó-
dulo da velocidade escalar no instante considerado.
!
Direção de v: é considerada a direção da reta tangen-
v1 v4 te no instante considerado.
v2 !
Sentido de v: tem o mesmo sentido do movimento no
instante considerado.
! ! ! ! !
Considere que os vetores v1, v2, v3 e v4 representam II. |v|!|v|: o vetor velocidade instantânea possui
as velocidades dos veículos 1, 2, 3 e 4 que se movi- sentido contrário ao movimento.
!
mentam nessas ruas. De acordo com as informações III. A velocidade vetorial v média possui a direção e o
dadas, examine a veracidade das afirmações: sentido da velocidade instantânea.
! ! !
a) Os vetores v1 e v2 têm mesma direção e sentido. IV. O módulo da velocidade vetorial v é sempre variável
! !
b) Os vetores v4 e v1 têm mesma direção e sentido. em qualquer movimento.
76 Unidade 3 Cinemática vetorial
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3. Uma marca pontual M é feita na extremidade de uma te, uma pessoa sentada em uma das cadeirinhas se
das pás da hélice de um ventilador que gira em sentido encontrasse no ponto mais alto da roda gigante e 10 s
horário. O ponto O representa o centro da hélice. depois passasse pelo ponto mais baixo.

Photodisc/Getty Images
B
Eunice Toyota

Vitalliy/Shutterstock.com
A C M
O

D
No esquema, os pon-
a) Represente o vetor deslocamento e determine sua in-
tos A, B, C e D são po-
tensidade, direção e sentido.
sições ocupadas pela
marca M durante o movimento da hélice. b) Calcule a intensidade da velocidade escalar média
da roda gigante.
a) Represente o vetor velocidade da marca M nessas
quatro posições. c) Dê as características do vetor velocidade média.
b) Se a marca percorrer a trajetória de A até B em 2 s, 5. É correto afirmar que o velocímetro de automóvel
qual será o seu vetor velocidade média nesse interva- mede a velocidade vetorial instantânea e não a velo-
lo de tempo? cidade média? Justifique sua resposta.

4. Uma roda gigante de raio 10 m gira com velocidade


constante de 10 m/s. Suponha que, num dado instan-

3. ACELERAÇÃO VETORIAL

Ilustrações:Editoria de arte
Na Cinemática escalar, medimos a variação da velocidade es-
calar em relação ao tempo utilizando a aceleração escalar média ←
vi
∆v
am ! . Na Cinemática vetorial, a variação da velocidade ve-
∆t ti t
torial em relação ao tempo é chamada aceleração vetorial mé- A B
dia am.

v
t " ti
A figura ao lado representa a trajetória descrita por um
ponto material entre as posições A e B.
No instante inicial ti, o ponto material passa pela posição
A com velocidade vi e, num instante posterior t, passa pela
!
posição B com velocidade v . A aceleração vetorial média am, #vi

nesse intervalo de tempo, é:



$v ←
am
! !v v ! vi
am ! !
!t t ! ti ←
v

A aceleração vetorial instantânea ar, ou simplesmente aceleração vetorial,


mede a variação da velocidade vetorial num intervalo de tempo infinitamente
pequeno.
Em qualquer movimento a velocidade v é tangente à trajetória, descrita pelo
corpo.

Capítulo 6 Grandezas vetoriais 77


No caso do movimento retilíneo variado, o vetor aceleração ar tem a mesma
direção da trajetória, e seu sentido depende do tipo de movimento.
← ← ←
v ar v

ar
No movimento retilíneo acelerado, No movimento retilíneo retardado,
← ←
a aceleração ar tem o a aceleração ar tem sentido
← ←
mesmo sentido da velocidade v . contrário ao da velocidade v .

No caso do movimento curvilíneo, o vetor aceleração ar tem a direção voltada


para a parte interna da curva.


← ou v
v


ar


Movimento curvilíneo acelerado. ar Movimento curvilíneo retardado.

Sabendo que a velocidade vetorial v varia em módulo e direção, vamos utilizar


a representação da aceleração vetorial ar em duas componentes vetoriais: at e ac.


Aceleração tangente
at
A aceleração tangencial at está relacionada à variação da velocidade escalar
Ilustrações: Editoria de arte


v e apresenta as seguintes características:
• O módulo é igual ao apresentado pela aceleração escalar: at ! |a|
No MU, at ! 0; no MUV, at ! a (constante).
Movimento acelerado. • A direção é a mesma da reta tangente à trajetória em cada posição ocu-
pada pelo ponto material.

v • O sentido será o mesmo do vetor velocidade v se o movimento for acele-
rado, e contrário a ele se o movimento for retardado.


at

Movimento retardado.
Aceleração centrípeta
A aceleração centrípeta ac indica a variação da direção do vetor velocidade v.
Para o ponto material que descreve uma trajetória circular, com raio de curvatura R
e com velocidade escalar v, a aceleração centrípeta apresenta as seguintes ca-
racterísticas:

v
v2
• O módulo é determinado por: ac !

ac R
O
• A direção é perpendicular à direção da velocidade v. Se o movimento for
R
retilíneo, a direção da velocidade v não variará, portanto ac ! 0.
• O sentido é orientado para o centro de curvatura da trajetória.
O vetor aceleração ar é representado pela soma das componentes at e ac.
Observando que os vetores at e ac são ortogonais, é possível obter o módulo de ar
aplicando o teorema de Pitágoras:

v

at
ar ! at " ac
a2r ! a2t " a2c

ar

ac ar ! a 2t ! a c2

78 Unidade 3 Cinemática vetorial


Exercícios resolvidos
1 Determine o módulo da aceleração ar de um pon-
to material que descreve MCU com velocidade de RESOLUÇÃO
4 m/s. Sabe-se que o raio de curvatura da trajetória é No MCUV, temos duas componentes da aceleração ar ,
R " 2 m. uma tangencial, dada por at " 2 m/s2, e outra centrí-
peta, que depende da velocidade.
RESOLUÇÃO No MUV, a velocidade escalar v varia em
função do tempo:
No movimento circular e uniforme, temos at " 0,
v " vi ! at
portanto ar " ac ; logo:
vi " 0, a " 2 m/s2
v2 42
ar " ac " " ar " 8 m/s2 v"0!2%4 v " 8 m/s
R 2
2 Determine o módulo da aceleração padrão ar de um Portanto, no instante t " 4 s, teremos:
ponto material 4 s após o início da contagem do tem- v2 82
ac " " ac " 4 m/s2
po. Sabemos que ele parte do repouso com movimento R 16
uniformemente variado e descreve trajetória circular, O módulo de ar é dado por:
de raio R " 16 m, com aceleração escalar de 2 m/s2. ar2 " at2 ! ac2 " 2 2 ! 4 2 ar " 20 m/s2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. A trajetória circular descrita por um ponto material 4. Um ponto material com velocidade inicial vi " 0 des-
tem raio de curvatura R " 2,5 m. Sabendo que ele creve uma trajetória circular de raio R " 9 m e movi-
se desloca com movimento uniforme e velocidade mento uniformemente variado, com aceleração esca-
v " 5 m/s, determine: lar a " 3 m/s2.
a) o módulo das componentes vetoriais da ace- Para o instante t " 2 s, determine:
leração. a) a velocidade escalar.
b) o módulo de ar . b) o módulo das componentes vetoriais da aceleração ar .
2. Observe a foto do relógio de pêndulo. Analise o movi- c) o módulo da aceleração ar .
mento desse pêndulo no esquema abaixo, na posição 5. Em uma trajetória circular de raio 10 m, move-se um
A, descendente, e na B, ascendente. corpo C, com velocidade escalar constante. No instante
t "1,0 s o módulo da aceleração vetorial instan-
Marcus Cappellano

Editoria de arte

Editoria de arte
tânea aR é igual a 32 m/s2, C
como mostra a figura ao lado.
3 4
Dados sen $ = e cos $ " . u
A B 5 5 ar
Nesse instante encontre:
a) o módulo da aceleração
a) Represente, no seu caderno, para as posições A e B,
centrípeta.
os vetores v, ac, at e ar .
b) a velocidade escalar.
b) Classifique o movimento do pêndulo nas posições
c) a aceleração tangente.
A e B.
6. Ao compararmos dois móveis A e B, deslocando-se
3. Um carro desloca-se em uma estrada e o motorista vê v
uma placa de sinalização que indica: “Curva acentua- em uma trajetória circular, aferimos que A tem ra-
vB
da para direita. Velocidade máxima 36 km/h”. O moto- zão 3. Então podemos dizer que a razão entre suas
rista desacelera até atingir a velocidade indicada na pla- acelerações centrípetas é:
ca e a mantém constante enquanto faz a curva. Sabendo
1
que o raio da curva é de 10 m, determine a intensidade, a) 3 d)
3
direção e sentido da aceleração vetorial ( ar ) do veículo. 1
b) 6 e)
Faça um esquema representando os vetores da veloci- 6
dade e aceleração. c) 9

Capítulo 6 Grandezas vetoriais 79


4. COMPOSIÇÃO DE MOVIMENTOS
Em Cinemática escalar, definimos os estados de movimento ou repouso de
um corpo em relação a determinado referencial. Essa ideia é o ponto de partida
para o entendimento da composição de movimentos. Observe o exemplo:
Uma esteira rolante foi desativada para manutenção. O operário encarregado
do serviço desloca-se sobre a esteira com velocidade de 3 m/s em relação a um
ponto E, marcado sobre a esteira.
!
O vetor que representa essa velocidade será chamado vO/E e indica a velocida-
de do operário em relação ao ponto E, com módulo vO/E ! 3 m/s.

Ilustrações: Alex Argozino


vO/E
C

!
Num instante posterior, a esteira volta a funcionar com velocidade vE/C, de
!
módulo 2 m/s. O vetor vE/C representa a velocidade da esteira, em relação ao
chefe de manutenção (C). Nessa situação, vamos considerar duas possibilidades:

1a Se o operário estiver se movimentando na mesma direção e sentido da esteira,


!
o módulo do vetor vO/C (velocidade do operário em relação ao chefe de manuten-
ção) será determinado por:
vO/C ! 3 # 2 ! 5 m/s

vO/C
vO/E C

vE/C vE/C
E

2a Se o operário estiver se movimentando na mesma direção e em sentido con-


!
trário ao da esteira, o módulo do vetor vO/C (velocidade do operário em relação
ao chefe de manutenção) será determinado por:
vO/C ! 3 " 2 ! 1 m/s

vO/C
vO/E C

vE/C vE/C
E

!
Nas duas situações, o movimento do operário em relação ao chefe vO/C é a
!
composição entre o movimento do operário em relação à esteira vO/E e o movi-
!
mento da esteira em relação ao chefe vE/C. Logo:

vO/C ! v O/E # v E/C

80 Unidade 3 Cinemática vetorial


Exercícios resolvidos
1 Uma lancha desenvolve velocidade vl/a ! 20 km/h em relação às águas de um

Corel Stock Photo


rio, que se movimentam com velocidade va/m ! 15 km/h em relação às mar-
gens do rio. Determine a velocidade da lancha em relação às margens nas se-
guintes situações:
a) A lancha se movimenta na mesma direção e no mesmo sentido das águas.
b) A lancha se movimenta na mesma direção e em sentido contrário ao das águas.
c) A lancha se movimenta na direção perpendicular às margens.
d) A lancha se movimenta numa direção oblíqua às margens, de tal forma que
sua trajetória é perpendicular às margens.

RESOLUÇÃO
Em qualquer dos casos, a velocidade da lancha em relação às margens (v l/m) é a composição entre a velocidade da
lancha em relação às águas (v l/a) e a velocidade das águas em relação às margens (va/m).
a) v l/m ! v v/a " v a/m ←
vl/a

va/m

vl/m ! 20 " 15 ! 35 km/h

Ilustrações: Editoria de arte



vl/m


b) v l/m ! v l/a " v a/m vl/a

vl/m ! 20 # 15 ! 5 km/h ← ←
vl/m va/m

c) v l/m ! v l/a " v a/m


Nesse caso, temos:
v2l /m ! 202 " 152 ← ←
vl/a vl/m
vl/m ! 625 ! 25 km/h

va/m

d) A trajetória é perpendicular à margem, então: ←


va/m
v l/m ! v l/a " v a/m
vl2/m ! (20)2 # (15)2 ←
vl/m
← ←
vl/a vl/m
vl/m ! 175 ! 13,2 km/h ←
vl/a

va/m

2 Um barco atravessa um rio com velocidade constante de 10 m/s, perpendicular à correnteza. Sabendo que a largu-
ra do rio é de 800 m e a velocidade da correnteza é de 4 m/s, determine:
a) o tempo gasto na travessia.
b) o deslocamento do barco rio abaixo ao fim da travessia.

RESOLUÇÃO
a) Velocidade do barco em relação à correnteza: vBC
Velocidade da correnteza em relação à margem do rio: vCM
s
vBC ! 10! t ! 80 s
t t
b) O tempo de travessia é o mesmo de arrastamento, assim:
s s
vCM ! 4! s ! 320 m
t 80

Capítulo 6 Grandezas vetoriais 81


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Suponha que um barco, quando desce determinado 6. Para prover um acampamento isolado, sem água nem
rio, tem velocidade de 40 km/h e, ao subir o mesmo alimentos por causa de um desastre natural, um avião
rio, velocidade de 30 km/h. Determine: em voo horizontal a uma altitude de 2 km abandona
a) a velocidade da correnteza em relação à margem. uma carga de mantimentos quando sua distância ho-
b) a velocidade do barco em relação à água. rizontal até o alvo é de 1 km.
a) Qual a velocidade do avião?
2. Uma roda de bicicleta se move, sem deslizar, com ve-
locidade constante. b) Se no momento do lançamento houver um vento

Editoria de arte
Considerando o mo- horizontal, no sentido contrário ao movimento do
vimento de rotação avião, qual deve ser a atitude do piloto?
e translação da roda, 7. Um avião sai de Roma com destino a San Marino, e
como você represen- logo atinge a velocidade de 500 km/h. Ao mesmo
taria o vetor veloci- tempo sofre a ação de um vento forte, de leste para
dade do ponto ilus- oeste, que o afasta da rota. Para chegar ao seu destino
trado na figura. como o piloto deve proceder? Faça um esquema, com
a) c) e) vetor nulo vetores, para indicar a velocidade do avião em rela-
ção à Terra, a velocidade de arrastamento do vento
b) d) e a velocidade resultante. Se a velocidade de arrasta-
3. Um trem e um automóvel se movem na mesma dire- mento do vento for de 300 km/h, calcule a velocida-
ção num trecho retilíneo de estrada. Seus movimen- de resultante do avião em relação à Terra.
tos são uniformes e o módulo da velocidade do auto- Mapa da Itália
móvel é o dobro do módulo da velocidade do trem. 10° L ÁUSTRIA

Allmaps
Desprezando o comprimento do automóvel e tendo SUÍÇA
HUNGRIA

o trem 100 m de comprimento, determine o espaço ESLOVÊNIA

percorrido pelo automóvel desde o instante em que Milão Verona CROÁCIA

alcança o trem até o instante em que o ultrapassa. Veneza

4. Sob a chuva que cai verticalmente, uma pessoa cami-


FRANÇA
nha com velocidade horizontal de 1 m/s em relação ao San Marino
Mar
solo, inclinando o guarda-chuva 30° (em relação à ver- Lígure

tical) para ficar mais protegida. Mar Adriático


Córsega
Photodisc/Getty Images

Roma

Napoli

Sardenha
40° N
Mar Tirreno

Mar
Palermo Jônico

Sicília

Qual o módulo da velocidade da chuva em relação ao 0 130

km Mar Mediterrâneo
solo? (Considere tg 60° ! 1,7.)
5. Um avião desloca-se para leste com velocidade 8. Durante um nevoeiro, um navegador recebe dois sinais
constante de 240 km/h. Ao chegar em certa região, sonoros emitidos simultaneamente por um ponto da
é atingido por um vento muito forte, de velocidade costa, um através do ar e outro através da água. Entre as
constante de 100 km/h, que sopra perpendicular- recepções dos dois sons decorre um intervalo de tempo
mente à direção de deslocamento do avião. Supon- de 5 s. A velocidade do som nas condições do experi-
do que esse vento continue por 2 horas, determine: mento é de 431 m/s e 1 504 m/s, respectivamente, no
a) a intensidade da velocidade resultante. ar e na água. A partir dessa informação, determine a
b) a distância que o separa da rota original após 2 horas. distância entre o barco e o posto emissor dos sinais.

82 Unidade 3 Cinemática vetorial


QUER SABER?

Como funciona o GPS?


Os primeiros satélites NAVSTAR-GPS que estrutu-

Rafael Hupsel/Folhapress
raram o sistema de navegação entraram em funciona-
mento em 1978 e foram desenvolvidos pelo Departa-
mento de Defesa dos EUA para uso militar. Em meados
dos anos 1980, esse sistema foi aberto para uso civil,
inclusive para outros países. Com essa medida, foi pos-
sível ampliar o uso dessa tecnologia para outras áreas,
como ocorre com a navegação marítima, o monitora-
mento de veículos, levantamentos geodésicos e topo-
gráficos, entre outros.
Embora inicialmente o uso tecnológico tenha so-
frido algumas limitações de precisão — a margem de
erro abaixo de cem metros somente era corrigida com
precisão máxima para fins militares —, após o ano Além do posicionamento, o uso desta tecnologia nos permite
identificar a velocidade e a direção de deslocamento. Essas
2000 essas limitações foram desfeitas. É importante informações, aliadas à sobreposição dos mapas de áreas urbanas,
destacar que o GPS não é o único sistema de navega- possibilitam a escolha do melhor caminho para deslocamento de um
local a outro.
ção. Além dele, há o sistema russo GLONASS e o euro-
peu GALILEO (este ainda em conclusão). NAVSTAR: NAVigation Satellite with Time And Ranging
Para entender o funcionamento do GPS, precisa- GPS: Global Positioning System
mos considerar que ele é um sistema de posiciona-
mento que depende de sinais enviados por uma rede

Mario Pita
de satélites, sob o controle do Departamento de De-
fesa dos EUA. Os satélites levam 12 horas para com-
pletar uma volta em torno da Terra e encontram-se a
cerca de 20 000 km de altitude. No início, a rede era
formada por 24 satélites, porém a partir de 2008 pas-
sou a contar com 32.
O projeto foi estruturado de tal forma que pelo
menos quatro satélites tenham seus sinais captados a
partir de qualquer ponto da Terra. Assim, os satélites
transmitem um sinal de alta frequência (com “paco-
tes” de informação) que indicam a hora precisa na
Representação dos satélites utilizados por um sistema GPS na
qual cada um foi transmitido. Enquanto isso, os recep- localização de um navio.
tores em Terra captam o sinal e determinam a posição,
comparando a diferença de tempo entre a transmissão
e para fornecer a posição chamada 3D, em latitude,
e a recepção do sinal. Dessa forma, calculam a distân-
longitude e altitude, ele necessita dos sinais de quatro
cia de cada satélite. À medida que o objeto se desloca,
satélites. O receptor determina a distância até cada um
a distância em relação aos satélites também muda e
dos satélites. Cruzando os dados de pelo menos três sa-
provoca pequena diferença no tempo do percurso, que
télites, é possível o receptor determinar sua localização
serve para atualizar a localização.
na superfície terrestre. Caso ocorra o processamento
Para calcular a posição chamada 2D, em latitude e contínuo da posição, o receptor poderá determinar o
longitude, o receptor utiliza os sinais de três satélites deslocamento e a velocidade.

ATIVIDADE

1. Faça uma pesquisa com o objetivo de entender, com mais detalhes, como o posicionamento de um corpo na
superfície da Terra pode ser acompanhado pelo GPS.

Capítulo 6 Grandezas vetoriais 83


TESTE O QUE APRENDEU

1. (Unicamp-SP) A figura abaixo representa um mapa No momento em que ele passa pela posição P, a ace-
da cidade de Vectoria, que indica a direção das mãos leração do carro é dirigida para o:
de tráfego. a) norte c) leste
b) sul d) oeste

Eunice Toyota
4. (UFSM-RS) Uma lancha que está com seu motor em
regime máximo é observada da margem de um rio,
indo rio acima, com velocidade 8 m/s e, rio abaixo,
B com velocidade 12 m/s.
A velocidade da lancha em relação à água é:
a) 2 m/s d) 8 m/s
b) 4 m/s e) 10 m/s
A
c) 6 m/s
5. (UFPE) Uma pessoa quer atravessar um rio (de mar-
gens paralelas) cuja largura é 60 m, nadando com
velocidade constante va em relação à água, orien-
Devido ao congestionamento, os veículos trafegam tada perpendicularmente às margens e de módulo
com velocidade média de 18 km/h. va ! 1,5 m/s. Por causa do movimento do rio, cuja
velocidade em relação às margens tem módulo
Cada quadra da cidade mede 200 m por 200 m (do cen-
vR ! 0,6 m/s, a pessoa chegará à outra margem no
tro de uma rua ao centro de outra). Uma ambulância lo-
ponto C, assinalado na figura. Qual a distância entre
calizada em A precisa pegar um doente localizado bem
os pontos B e C?
no meio da quadra em B, sem andar na contramão.
B C

Editoria de arte
a) Qual o menor tempo gasto (em minutos) no per-
curso de A para B?
b) Qual o módulo do vetor velocidade média (em ← ←
vR
va
km/h) entre os pontos A e B?
2. (Fatec-SP) Na figura representa-se um corpo em mo- A
vimento sobre uma trajetória curva, com os vetores 6. (UFS-SE) Um rio, de margens paralelas, possui lar-
velocidade v, acele- gura de 400 m e suas águas, em relação às margens,
Editoria de arte


at
ração a e suas com- possuem velocidade de 3,0 m/s. Um barco a motor

ponentes, tangencial a que se move nesse rio possui velocidade de módulo
at e centrípeta ac.

v constante e igual a 4,0 m/s, em relação à água. Anali-

ac se as afirmações que seguem.
Analisando a figura,
podemos concluir: I. O barco poderá cruzar o rio num tempo mínimo de
1,0 minuto e 20 segundos.
a) O módulo da velocidade está aumentando.
II. Se o barco gasta 5,0 minutos para se deslocar de A
b) O módul-o da velocidade está diminuindo.
a B, rio abaixo, na volta deverá gastar 35 minutos.
c) O movimento é uniforme.
III. Se o barco se movimenta mantendo o seu eixo
d) O movimento é necessariamente circular.
numa direção perpendicular à margem ele atinge a
e) O movimento é retilíneo. outra margem num ponto a 300 m rio abaixo, em re-
3. (UECE) Um carro lação ao ponto de partida.
percorre uma pista IV. Devido à baixa potência do motor, o barco não

circular, no senti- v conseguirá cruzar o rio perpendicularmente às suas
do indicado, com O margens.
P
velocidade tangen- V. Dois barcos idênticos ao citado, cujos comprimen-
N
cial de módulo O L tos são de 20 m, movendo-se em sentidos opostos pa-
constante, confor- S ralelamente às margens do rio, demoram 5,0 s para
me indica a figura. se cruzarem.

84 Unidade 3 Cinemática vetorial


CAPÍTULO 7

Queda livre e 1. Movimento em uma


dimensão sob ação da
lançamento vertical gravidade
2. Queda livre
3. Lançamento vertical

1. MOVIMENTOS EM UMA
DIMENSÃO SOB
AÇÃO DA GRAVIDADE
Muitas pessoas já passaram por uma situação se-

Sérgio Dotta Jr/The Next


melhante à da foto, mas por que todos os corpos pró-
ximos da Terra são puxados para baixo? Várias teorias
foram elaboradas para tentar explicar esse movimento.
O estudo da queda dos corpos foi tema de pes-
quisa tanto de pensadores da Antiguidade como
dos primeiros físicos modernos. Para Aristóteles, se
abandonássemos dois corpos de massas diferen-
tes da mesma altura e no mesmo instante, aquele
com maior massa chegaria primeiro ao solo. Essa
ideia perdurou durante séculos, até que, no início
do século XVII, Galileu Galilei passou a questioná-la
sistematicamente. Galileu pesquisou, criou instru-
mentos e realizou experimentos ao estudar a queda
dos corpos. Para diminuir a influência da aceleração
da gravidade durante a queda, ele analisou o movi-
mento de descida de esferas em um plano inclinado.
Dos seus estudos, Galileu concluiu que, mesmo com
diferentes massas, os corpos chegavam quase exatamente no mesmo instante

Sciencephotos/ Alamy/ Latinstock


ao solo. A pouca diferença entre os tempos de queda foi atribuída por Galileu
à resistência oferecida pelo ar, que atuaria diferentemente nos corpos testados.
Com essa ressalva, afirmou que todos os corpos chegavam ao solo sempre ao
mesmo tempo quando abandonados da mesma altura, não importando a massa
de cada um.
Alguns anos mais tarde, o inglês Robert Boyle (1627-1691) conseguiu vedar
um tubo de vidro com ar rarefeito, em cujo interior introduziu uma moeda e
uma pena. Mostrou experimentalmente que, livres da resistência do ar, os corpos
caíam com a mesma aceleração.

2. QUEDA LIVRE
Os estudos e experimentos citados anteriormente, levaram à conclusão de
que dois corpos abandonados simultaneamente da mesma altura, no vácuo ou Reprodução do experimento de
livres dos efeitos da resistência do ar, chegam ao solo no mesmo instante. Esse Boyle.

movimento, conhecido como queda livre, isto é, livre da resistência do ar, ocor-
re numa trajetória retilínea e vertical.
A variação da velocidade de um corpo em queda livre, próximo da superfície da
Terra, é diretamente proporcional ao intervalo de tempo, ou seja, quanto maior o
tempo de queda, maior a velocidade do objeto. Nesse caso a aceleração é constante.

Capítulo 7 Queda livre e lançamento vertical 85


Para um corpo em queda livre, a aceleração considerada

Sérgio Dotta Jr/The Next


Rigo Rosário Jr.

Δs1 constante é a aceleração da gravidade, representada pela letra


g. Seu valor sofre ligeiras variações, dependendo da altitude
Δs2 ! 3Δs1 e da latitude em que é feita essa medição. Considerando um
corpo ao nível do mar e numa latitude de 45°, seu valor aproxi-
mado será g ! 9,80665 m/s2.
Δs3 ! 5Δs1
Ao registrar o movimento de uma carambola em queda livre,
com fotografias feitas em intervalos de tempo iguais, é possível
perceber que o espaço percorrido em cada intervalo de tempo
se torna maior, ou seja, sua velocidade será crescente, com au-
Δs4 ! 7Δs1 mento no valor de aproximadamente 9,8 m/s em cada segundo.
Pode-se verificar também que, em intervalos de tempo
iguais, há relação entre os espaços percorridos pelos corpos em
queda livre e a sequência de números ímpares: 1, 3, 5...
Como o movimento de um corpo em queda livre apresenta
aceleração constante, ele é uniformemente variado. Por isso,
Δs5 ! 9Δs1
aplicaremos as equações usadas no MUV. Nesse caso, o módulo
da aceleração escalar é constante e igual à aceleração da gra-
vidade (g).
Quando estudamos a queda livre vertical, o sentido da traje-
tória define o sinal da aceleração escalar.

Sentido da trajetória de baixo para cima Sentido da trajetória de cima para baixo

• Aceleração: a aceleração da gravidade é negativa, • Aceleração: aceleração da gravidade é positiva,


pois sua orientação é contrária à orientação adota- pois sua orientação coincide com a orientação
da para a trajetória: adotada para a trajetória:

a ! "g a ! #g

• Função da velocidade: • Função da velocidade:


v ! vi " at v ! vi " at

v ! vi " gt sentido v ! vi " gt


Grace Arruda
Grace Arruda

da
trajetória
• Função da posição: • Função da posição:


g a 2 g
a
s ! si " vit " 2 t2 s ! si " vit " t
2
sentido
g g 2 da
s ! si # vit " t2 s ! si # vit # t trajetória
2 2

• Equação de Torricelli: • Equação de Torricelli:


v2 ! v2i " 2a s v2 ! v2i " 2a s

v2 ! vi2 " 2g s v2 ! vi2 # 2g s

86 Unidade 3 Cinemática vetorial


Exercícios resolvidos

Joe McBride/Corbis/Glow Images


1 Um atleta salta da plataforma de uma piscina, descrevendo um movimento
em queda livre. Sabendo que a distância da plataforma até a água é 5 m, deter-
mine: (Adote g ! 10 m/s2.)
a) a velocidade escalar do atleta ao atingir a água.
b) o tempo gasto por ele até atingir a água.
1
c) a distância a que o atleta estava da água, após segundo de queda.
2
RESOLUÇÃO

a) Adotando o sentido da trajetória de cima para baixo, temos: si ! 0;


s ! 5 m; a ! g; vi ! 0
vi ! 0 Usando a equação de Torricelli, temos:
Editoria de arte

si ! 0 nível da plataforma
v2 ! v2i " 2g s
a !g ! 10 m/s2
v2 ! 02 " 2 # 10 # 5

s !5 m nível da água v ! $ !100 ! ±10

s Como v % 0, resulta: v ! 10 m/s


O atleta se deslocou no mesmo sentido adotado para a trajetória; desse
modo, a velocidade escalar ao atingir a água foi 10 m/s ou 36 km/h.
b) Utilizando a equação da velocidade, temos:
v ! vi " gt
10 ! 0 " 10t t!1s
O atleta atingiu a água 1 s após ter saltado.
c) Utilizando a equação da posição, temos:
2
g 2 1 10 1
s ! si " vit " t s!0"0# " # s ! 1,25 m
2 2 2 2
1
Após s de queda, o atleta percorreu 1,25 m. Portanto, estava a uma distân-
2
cia de 5 m & 1,25 m ! 3,75 m da água.
v
2 O gráfico representado ao lado mostra a velocidade de

Editoria de arte
um corpo(v) em queda livre, em função do tempo (t). v lim

Analisando o gráfico, classifique as afirmações,


quanto a sua veracidade.
I. A velocidade do corpo enquanto em queda no ar tende
a se anular.
II. A velocidade do corpo durante a queda no ar tende
a ser assíntota para um determinado valor denominado t
velocidade limite.
III. Um corpo em queda no ar possui velocidade limite, no instante em que a resistência do ar se torna igual ao peso
do corpo.

RESOLUÇÃO

I. Falsa, um corpo enquanto permanecer em queda no ar atingirá a velocidade limite diferente de zero.
II. Verdadeira, um corpo em queda no ar tende a velocidade limite e assíntota.
III. Verdadeira, um corpo em queda no ar atingirá a velocidade limite no instante em que a resistência do ar for
igual ao peso do corpo.

Capítulo 7 Queda livre e lançamento vertical 87


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O que significa dizer que um corpo está em queda 7. Um grupo de alunos encontrou-se na quadra de es-
livre? portes da escola, que fica no último andar do prédio.
Um deles solta uma borracha e marca o tempo que
2. Explique por que, ao abandonarmos uma folha de pa-
ela levou para atingir o solo. Resolve então desafiar
pel e uma moeda ao mesmo tempo e da mesma altu-
os colegas a determinarem a velocidade com que a
ra, a moeda chega ao solo em um intervalo de tempo
borracha chegou ao solo e a altura do prédio da esco-
menor.
la. Informou que o tempo de queda da borracha foi de
3 segundos e que a aceleração da gravidade no local é
de aproximadamente 10 m/s2.

Ilustrações: Studio Caparroz


3. Um corpo em queda livre apresenta que tipo de movi-
mento? Justifique.
4. Em 1971, o astronauta americano David Scott reali-
zou, na superfície da Lua, o experimento de queda
livre de corpos no vácuo, anteriormente proposto por 8. Uma lata de refrigerante é solta do 9o andar de um
Galileu. Deixou cair ali uma pena e um martelo, si- prédio e após 1 s de queda livre passa pela janela do
multaneamente, a partir da mesma posição. 8o andar. Quanto tempo, após ser solta, a lata pas-
sará pela janela do 5o andar?
a) O que ele observou ao final da queda?
b) Supondo que ambos os objetos tenham sido soltos
de uma altura de 1,6 m em relação à superfície, de-
pois de quanto tempo o martelo alcançaria o solo?
(Dado: aceleração da gravidade na Lua !1,6 m/s2.)
5. Uma esfera de aço cai, a partir do repouso, em queda
livre, de uma altura de 80 m acima do solo. Despreze
a resistência do ar e adote g ! 10 m/s2. Calcule o mó-
dulo da velocidade de chegada da esfera ao solo.
6. Um barco navega com velocidade de 10 m/s, em linha
reta, na direção de uma ponte. Sobre a ponte, a 20 m
de altura da água, encontram-se uns amigos que de-
sejam entregar um pequeno pacote, com lembranças,
para o navegador. No momento em que o pacote é sol-
to e inicia sua queda livre, qual deve ser a distância do
barco até esse ponto sob a ponte para que o pacote
caia na proa? Considere a aceleração da gravidade no
local, aproximadamente, 10 m/s2.

88 Unidade 3 Cinemática vetorial


3. LANÇAMENTO VERTICAL
O lançamento vertical pode ser facilmente experimentado por você.

Sérgio Dotta Jr/The Next


Por exemplo, pegue um objeto e arremesse-o numa trajetória retilínea e
vertical, de baixo para cima, de tal forma que ele volte às suas mãos. Ob-
serve detalhadamente o movimento do corpo, na subida e na descida. Se
achar necessário, faça o lançamento várias vezes. Mesmo sem a utilização
de nenhum instrumento, repare o que ocorre com a velocidade do corpo
durante a subida, no ponto mais alto atingido por ele e durante a descida.
Um corpo lançado verticalmente para cima nas proximidades da su-
perfície terrestre, supondo a resistência do ar desprezível, descreve um
movimento uniformemente variado. Ao longo desse percurso a velocidade
escalar apresenta diferentes comportamentos:
• Durante a subida, a velocidade diminui 9,8 m/s a cada 1 s.
• A velocidade é nula no ponto mais alto da trajetória.
• Durante a descida, a velocidade aumenta 9,8 m/s a cada 1 s.
Já a aceleração escalar é constante e diferente de zero (a ! "g), de-
pendendo do sentido que se adote para a trajetória.
No ponto mais alto da trajetória, o corpo tem velocidade nula, mas a
aceleração nunca se anula nesse movimento.

Exercícios resolvidos
1 Um tenista consegue, com o auxílio da raquete, jogar a bolinha verticalmente de baixo para cima. Considerando que a
velocidade inicial da bolinha é 20 m/s e g ! 10 m/s2, pede-se:
a) a altura máxima atingida pela bolinha, em relação à origem do lançamento.
b) o tempo decorrido até a bolinha atingir a altura máxima.
c) o tempo decorrido durante a descida da bolinha, do ponto de altura máxima até a origem de lançamento.
d) a velocidade com que a bolinha chega à origem do lançamento, na descida.
e) o gráfico que mostra a posição da bolinha em função do tempo.
f) o gráfico da velocidade escalar em função do tempo.

RESOLUÇÃO
Adotemos o sentido da trajetória de baixo para cima, na direção vertical. A
aceleração escalar é a ! #g ! #10 m/s2. Nesse caso, a aceleração escalar assu- sentido
da trajetória
me valor negativo, porque o sentido da trajetória que está
v!0 smáx ! 20 m
sendo adotado é de baixo para cima.
a) Na posição mais alta atingida pela bolinha, temos
v ! 0. Utilizando a equação de Torricelli, obtemos a al-
tura máxima (smáx) atingida por ela. vi ! 20 m/s

v2 ! v2i $ 2a s
400 si ! 0 origem
0 ! 202 # 2 % 10 s s! ! 20
20
Studio Caparroz

Sendo s ! smáx # si:

20 ! smáx # 0

smáx ! 20 m

Capítulo 7 Queda livre e lançamento vertical 89


sentido
da trajetória
vi " 0 si " smáx " 20 m
b) Usando a equação da velocidade, temos:

v " vi # at
0 " 20 ! 10t t"2s

Ilustrações: Studio Caparroz


s"0 origem
c) Se considerarmos apenas o trajeto de descida da boli-
nha, teremos:

a 2
s " si # vit # t
2
10 2
0 " 20 # 0 td ! t
2 d
t2d " 4 td " ±2

td " !2 (não convém)

td " 2 s sentido
da trajetória

Ou seja, o tempo de descida é igual ao de subida.

d) Se o tempo total é 4 s e vi " 20 m/s, temos:

vi " 20 m/s
v " vi # at " 20 ! 10 $ 4 v " !20 m/s v"?
origem
Note que a velocidade escalar assume valor negativo
porque, ao atingir novamente o ponto de lançamento, a
bolinha está se deslocando no sentido contrário àquele
adotado para a trajetória, ou seja:
vdescida " !vsubida " !20 m/s

e) O movimento da bolinha é uniformemente variado e f) No caso do lançamento vertical, a equação da


a equação da sua posição corresponde à de uma função velocidade escalar corresponde à de uma função
polinomial do 2o grau. Graficamente é representada por polinomial do 1o grau. Graficamente é represen-
uma parábola, nesse caso com a concavidade voltada tada por um segmento de reta
para baixo.

s (m) v (m/s)
Gráficos: Editoria de arte

smáx 20 20

0 2 4 t (s)

!20
0 2 4 t (s)

90 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Ao lançar um corpo verticalmente para cima, com 5. Em um estudo de movimento, duas bolinhas (A e B)
velocidade inicial de 10 m/s, pode-se observar e afir- foram lançadas, ambas com velocidade inicial de
mar que: 15 m/s, verticalmente para cima e do mesmo ponto.
a) ele apresenta um movimento acelerado. Primeiro foi lançada a bolinha A e dois segundos de-
b) ele apresenta um movimento acelerado durante a pois a bolinha B.
subida e retardado durante a descida. Considere a resistência do ar nula, o ponto de lança-
mento como posição inicial e a aceleração da gravi-
c) ele apresenta aceleração no ponto mais alto de sua
dade 10 m/s2. Determine o instante e a posição de
trajetória.
encontro das bolinhas.
d) no ponto mais alto de sua trajetória, a velocidade e
a aceleração do corpo são nulas. 6. Do topo de um edifício, a 20 m do solo, atira-se
e) ao atingir a mesma posição de lançamento, ele um objeto verticalmente para cima com velocida-
apresenta a mesma velocidade. de inicial de 10 m/s. Considere a resistência do ar
nula e a aceleração da gravidade no local 10 m/s2 e
2. Se você arremessar uma moeda perpendicularmente determine:
à superfície de uma mesa, de baixo para cima, e re-
a) o tempo de subida do corpo;
gistrar que ela demorou 6 s para retornar ao ponto do
b) o tempo de chegada ao solo desde o lançamento;
arremesso, que valor terá a velocidade inicial dessa
moeda? Adote g ! 10 m/s2 e desconsidere as resistên- c) a altura máxima atingida pelo objeto.
cias impostas pelo ar. 7. Um garoto brinca lançando

Pressmaster/Shutterstock.com
verticalmente para o alto
3. Uma pedra é atirada para cima, em uma trajetória
uma bola, como mostra a
vertical, partindo do solo, com velocidade inicial de
foto.
20 m/s. Considere a aceleração da gravidade no local
10 m/s2 e despreze a resistência do ar. Se a origem Considere a velocidade ini-
dos espaços é no solo, determine: cial da bola v0 e a acelera-
ção da gravidade local g.
a) as funções do espaço e da velocidade desse movi-
Podemos afirmar que:
mento.
a)a velocidade da bola
b) o tempo de subida da pedra.
quando ela chega ao ponto
c) a altura máxima atingida por ela.
mais alto é máxima.
d) o espaço e o sentido do movimento no instante 3 s.
b) quando a bola descer, ao chegar à mão do menino,
e) o instante e a velocidade escalar quando o projétil sua velocidade é v0.
atinge o solo.
c) se o menino não pegar a bola, na descida, ela che-
f) o gráfico que mostra as posições da pedra em fun- gará ao chão com velocidade nula.
ção do tempo.
d) a aceleração da gravidade no local não interfere na
Sergey Peterman/Shutterstock.com

4. Um goleiro chuta variação da velocidade.


uma bola verti- e) nada podemos afirmar, pois não conhecemos o va-
calmente para lor da velocidade inicial.
cima com velo- 8. Um disparador de bolinhas está
Studio Caparroz

cidade inicial de disposto na vertical. Ao se acionar o


12 m/s. Conside- disparador, uma bolinha é lançada e
rando a acelera- atinge a altura máxima de 22,05 m
ção da gravidade g = 10 m/s2 e a resistência do ar acima da saída do disparador. Qual
nula, encontre: é a velocidade da bolinha ao sair do
a) o instante em que a bola passa pelo ponto a 7,2 m disparador? Considere g ! 10 m/s2.
acima do ponto de lançamento. a) 15 m/s d) 21 m/s
b) a velocidade no mesmo instante. b) 19 m/s e) 22 m/s
c) a velocidade no instante t = 1s. c) 20 m/s
d) o gráfico da velocidade escalar em função do tem-
po até o instante 2 s.

Capítulo 7 Queda livre e lançamento vertical 91


TESTE O QUE APRENDEU

1. (UFRJ) Um corpo em queda livre percorre uma certa 7. A velocidade inicial da pedra foi:
distância vertical em 2 s; logo, a distância percorrida a) 5 m/s d) 30 m/s
em 6 s será: b) 14 m/s e) 40 m/s
a) dupla. c) 20 m/s
b) tripla. 8. O tempo que a pedra permaneceu no ar foi:
c) seis vezes maior. a) 10 s c) 5 s e) 2 s
d) nove vezes maior. b) 8 s d) 4 s
e) doze vezes maior. 9. (Olimpíada Brasileira de Física) Dois estudantes
2. (PUCCamp-SP) Um móvel é abandonado em queda decidiram medir a velocidade das águas de um rio
livre percorrendo, a partir do repouso, uma distân- usando apenas uma trena e conhecendo o valor da
aceleração gravitacional. Após algumas tentativas
cia durante o primeiro segundo de movimento. Du-
perceberam que, abandonando simultaneamente
rante o terceiro segundo de movimento, esse móvel
uma pedra do alto da ponte e um barquinho de papel
percorre uma distância:
nas águas do rio, a pedra atingia o barquinho quando
a) !3 d c) 5d e) 9d ele era colocado na água a 3 m do ponto de impacto e
a pedra caía em queda livre por 5 m. De posse desses
b) 3d d) 7d resultados, eles chegaram à conclusão correta de que
3. (UFRJ) Uma pedra é lançada do solo verticalmente a velocidade média da correnteza do rio tinha um va-
para cima e 4,0 s após retorna ao ponto de lança- lor, ewm m/s, próximo de:
mento. Considere a resistência do ar desprezível e
g ! 10 m/s2. Calcule a altura máxima atingida pela
pedra.

Studio Caparroz
4. (UFBA) Um corpo é lançado verticalmente para cima
com velocidade vi. Ao atingir sua altitude máxima
igual a 100 m, um segundo corpo é lançado do mesmo 5m
local e com velocidade incial igual à do primeiro. De-
termine a altura em que os corpos se encontram. Consi-
dere g ! 10 m/s2 e despreze a resistência do ar.

O enunciado seguinte refere-se às questões 5 a 8.


(Vunesp-SP) Uma pedra é lançada verticalmente 3m

para cima, a partir de um ponto na superfície da Ter-


ra, onde a aceleração da gravidade vale 10 m/s2 e a
resistência do ar é desprezível.
A pedra atinge uma altura de 20 metros e é recolhida
a) 5 c) 3 e) 1
no mesmo ponto em que foi lançada.
b) 4 d) 2
5. No ponto mais alto de sua trajetória, o módulo da Dado: g = 10 m/s2.
aceleração da pedra será:
10. (UFMT) Dois projéteis iguais são atirados da mes-
a) 20 m/s2 c) 5 m/s2 e) zero
ma posição (40 m acima do solo), verticalmente,
b) 10 m/s2 d) 2 m/s2 em sentidos opostos e com a mesma velocidade.
6. No ponto mais alto de sua trajetória, o módulo da ve- Em 2 s o primeiro projétil atinge o solo. Depois de
quanto tempo da chegada do primeiro o segundo
locidade da pedra será:
atingirá o solo? (Despreze qualquer atrito e consi-
a) 10 m/s c) 20 m/s e) zero dere g = 10 m/s2).
b) 14 m/s d) 30 m/s a) 1 s b) 2 s c) 3 s d) 4 s e) 5 s

92 Unidade 3 Cinemática vetorial


CAPÍTULO 8

Lançamento de
1. Movimento em duas
dimensões sob ação da
projéteis gravidade
2. Lançamento horizontal
3. Lançamento oblíquo

1. MOVIMENTO EM DUAS DIMENSÕES


SOB AÇÃO DA GRAVIDADE
A expressão “lançamento de projéteis” está associada ao movimento não vertical
de corpos nas proximidades da superfície. Vamos analisar o movimento de projéteis
como a composição de dois movimentos simultâneos e independentes: um na hori-
zontal e outro na vertical.
Uma observação muito interessante pode ser feita a partir de um experi-
mento. Se abandonarmos um corpo a determinada altura do solo e, simul-
taneamente, lançarmos na horizontal um segundo corpo, a partir da mesma
altura, ambos chegam ao solo no mesmo instante. Esse fato foi observado
por Galileu e descrito em seu livro Diálogo sobre os dois maiores sistemas
do mundo, em 1632, ao analisar a queda de uma bala de canhão do alto do
mastro de um navio em movimento.
O fato de os corpos chegarem ao solo ao mesmo tempo demonstra que a com-
! !
ponente horizontal da velocidade inicial (vh ou v x) não interfere no movimento ver-
tical. Esse fato é conhecido como princípio da independência dos movimentos
e diz que se um corpo realiza um movimento composto, cada um dos movimentos
componentes ocorre independentemente, como se os outros não existissem.
Atualmente, utilizando a fotografia estroboscópica, é possível visualizar com
maior exatidão os movimentos dos corpos abandonados e lançados horizontal-
mente. Observe que a cada instante eles se encontram na mesma altura.
Sérgio Dotta Jr/The Next
Studio Caparroz

O estudo dos
movimentos
de uma bola
abandonada em
queda livre (azul)
vx ou vh
e outra lançada
horizontalmente
(amarela) pode
ser feito por meio
vh de uma foto
estroboscópica, que
vy ou vv
v registra a posição
vv
de cada uma delas
em intervalos de
tempo iguais.

Para o nosso estudo, consideraremos que a componente horizontal do movi-


mento tem velocidade constante e sem a interferência do ar, caracterizando um
movimento uniforme. E a componente vertical do movimento com aceleração, no
nosso caso a aceleração da gravidade g, caracterizando um movimento uniforme-
mente variado. Sendo o movimento em duas direções, x e y, dizemos que ele ocorre
em duas dimensões.
Vamos analisar o lançamento de projéteis em duas situações: quando ele é
feito na direção horizontal e quando ocorre na direção oblíqua.

Capítulo 8 Lançamento de projéteis 93


2. LANÇAMENTO HORIZONTAL
Há muitos exemplos de lançamento horizontal no nosso

Vladimir Nenezic/Shutterstock.comr
cotidiano. Observe a foto ao lado. Cada pedaço de minério
pode ser considerado uma partícula lançada horizontalmente
!
de determinada altura, com velocidade inicial v i. Nesse caso, o
movimento de cada pedaço de minério pode ser descrito como
a soma de dois movimentos distintos e simultâneos: um na di-
reção horizontal e outro na vertical.
O fato de considerarmos o lançamento feito nas proximi-
dades da Terra garante que a aceleração da gravidade se man-
tenha constante na direção vertical do movimento. Na direção
horizontal, desprezamos os efeitos da resistência do ar para
garantir que o movimento nessa direção não tenha acelera-
ção, isto é, seja uniforme.
Para fazermos a representação do lançamento horizontal des-
se minério, por meio de equações, utilizaremos como sistema de
referência um plano com um par de eixos cartesianos ortogonais.
!
A velocidade v pode ser determinada, a cada instante, pela
!
soma vetorial da componente horizontal vx com a componente
! ! ! !
Máquina transportando minério. vertical vy. No instante inicial, temos vi ! vx e viy ! 0 para a com-
ponente vertical.
O movimento, segundo a componente horizontal, terá
y
Editoria de arte

← ←
a velocidade constante, caracterizando o movimento unifor-
vi ! vx me. Portanto, observando que xi ! 0, temos:
yi ←
vx

vy ←
v1 ←
1 vx
y x ! xi " vxt x ! vxt

vy ←
2 v2

vx O movimento, segundo a componente vertical, terá a pre-
sença da aceleração da gravidade g, caracterizando o movi-

vy ← mento uniformemente variado. Note que a descrição desse
3 v3
movimento é análoga àquela feita no movimento em queda
livre. Portanto, observando que ay ! #g (quando o eixo y está
orientado de baixo para cima), temos:
0 xi ! 0 x x

vy ! viy # gt vy ! #gt

v2y ! v2iy " 2(#g) y v2y ! #2g y

g 2 g 2
y ! yi " viyt # t y ! yi # t
2 2

Exercícios resolvidos
1 Um avião joga um pacote de primeiros socorros para alguns náufragos em uma ilha. No instante do lançamento, o
avião tem velocidade de 40 m/s e está a 80 m de altura em relação ao solo, numa trajetória retilínea e horizontal.
Diante dessa situação, determine:
a) o tempo decorrido para o pacote atingir o solo.
b) a distância percorrida pelo pacote, medida horizontalmente, entre os instantes de lançamento e de impacto no solo.
c) a velocidade com que o pacote chega ao solo.

94 Unidade 3 Cinemática vetorial


Exercícios resolvidos
g
y ! yi # viyt $ t2 y ! 80 $ 5t2 (2)
RESOLUÇÃO 2
vy ! viy $ gt vy ! $10t (3)
Desprezando a interferência do ar e consideran- a) No instante em que o pacote atinge o solo
do que o movimento ocorre nas proximidades da Ter- (y ! 0), temos, na equação (2):
ra, adotamos g ! 10 m/s2. 0 ! 80 $ 5t2 t2 ! 16 t ! 4 s
O pacote atinge o solo 4 s após o lançamento.
Veja o esquema que nos auxilia a visualizar a
situação em que ocorre o movimento: b) Sabendo que t ! 4 s e considerando a equação
(1), temos:
Editoria de arte

yi
x ! 40t x ! 40 " 4 x ! 160 m

vx A distância horizontal percorrida pelo pacote foi 160 m.
c) A velocidade do pacote, a cada instante, pode
ser determinada pela soma vetorial das suas com-
! !
ponentes horizontal, vx, e vertical, vy.
80 m Portanto, no instante em que ela chega ao solo,
temos:
vx ! 40 m/s

x (m) Da equação (3) , temos:


distância horizontal
vy ! $10 " 4 vy ! $40 m/s

Movimento segundo o eixo horizontal: De acordo com a relação pitagórica, resulta:



v2 ! vx2 # vy2 vx
ti ! 0, xi ! 0, vx ! vi ! 40 m/s (constante)
x ! xi # vx t x ! 40t (1) v ! (40)2 # ($40)2
v . 56,5 m/s
Movimento segundo o eixo vertical:


vy v
ti ! 0, yi ! 80 m, ay ! $g ! $10 m/ss, viy ! 0

2 Duas moedas idênticas estão sobre o parapeito de uma mesma janela. No

Ilustrações: Studio Caparroz


mesmo instante em que a moeda A é abandonada, a moeda B é lançada
horizontalmente com velocidade inicial vi ! 3 m/s.
Desconsiderando as interferências do ar e sabendo que a moeda A chega
ao solo 1,2 s após ter sido abandonada, determine:

a) O tempo em que a moeda B chega ao solo, a partir de seu lançamento.


b) A distância em que a moeda B atinge o solo, medida horizontalmente a
partir da janela.

RESOLUÇÃO
a) Considerando que as moedas são idênticas, que A B vi
não há interferência do ar e que o movimento ocor-
re nas proximidades da Terra, o tempo decorrido, tB,
entre o instante de lançamento e a chegada ao solo é
igual ao tempo tA de queda da moeda A. h
tA ! tB ! 1,2 s
b) Para o movimento da moeda B, segundo o eixo
horizontal, temos:
x
ti ! 0, xi ! 0, vx ! vi ! 3 m/s
Portanto: A moeda B chega ao solo a uma distância horizon-
x ! xi + vxt x ! 0 + 3 " 1,2 ! 3,6 tal de 3,6 m da janela.

Capítulo 8 Lançamento de projéteis 95


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O apresentador de uma gincana cultural fez uma 5. Na figura vemos um garoto situado numa elevação
demonstração com duas esferas de ferro, de mes- de 20 metros em relação à parte mais baixa do solo.
mo diâmetro, sendo uma oca e a outra maciça. Após Ele chuta uma bola com velocidade de 5 m/s. A
mantê-las à mesma altura do chão, lançou horizon- que distância seu amigo que está na parte mais bai-
talmente a esfera oca e, ao mesmo tempo, abandonou xa deve ficar para a bola cair nos seus pés? (Adote
a esfera maciça. Antes de fazer essa demonstração, g ! 10m/s² e despreze a resistência do ar.)
perguntou aos quatro jovens participantes: “o que

Ilustrações: Studio Caparroz


ocorrerá com as esferas?”. Avalie se algum dos parti-
cipantes fez uma afirmação correta.
I.Durante o movimento, o módulo da aceleração da
esfera maciça é menor do que o da esfera oca.
II.Ao atingir o chão, o módulo da velocidade da esfe-
ra oca é menor do que o da esfera maciça.
20 m
III. As esferas atingem o chão ao mesmo tempo.
IV.Ao atingirem o chão, os módulos das velocidades
das esferas são iguais.
2. Uma bola é lançada horizontalmente do alto de um
prédio de 45 m de altura e atinge o chão a uma dis-
6. Uma enchente provocou inundação numa região
tância de 27 metros medidos na horizontal a partir do
e um grupo de pessoas ficou ilhado. Para o salva-
ponto de lançamento. Despreze a resistência do ar e
mento dessas pessoas foi designado um avião que,
adote g ! 10 m/s², determine:
voando horizontalmente com velocidade constante
a) o tempo que a bola leva para tocar o chão. de 360 km/h, a uma altura de 1 280 m em relação
b) a velocidade com que a bola foi lançada. a esse grupo de pessoas, lançou um pacote com
3. O piloto de um avião de salvamento lança uma mala mantimentos e medicamentos. Sabendo que o gru-
com alimentos a 1 000 m de altura em relação ao po estava num local a 1 850 metros, numa direção
solo. Sabendo que o avião descreve uma trajetória horizontal do avião, o pacote caiu antes ou depois
retilínea e horizontal e que desenvolve velocidade desse local? (Considere g ! 10 m/s² e despreze a re-
v ! 100 m/s, determine: sistência do ar.)
a) a que distância horizontal do avião, relativa ao ins-
tante do lançamento, caiu a mala.
b) com que velocidade a mala chegará ao solo.
4. Uma esfera rola sobre o tampo horizontal de uma
mesa e a abandona com velocidade escalar vi, tocan-
do o solo depois de 1 s. Sabendo que a distância hori-
zontal percorrida pela esfera é igual à altura da mesa,
calcule a velocidade vi. (Adote g ! 10 m/s2.)
credito

vi

7. Uma bola de pingue-pongue rola sobre uma mesa


horizontal com velocidade constante de 3m/s. Após
sair da mesa, cai e atinge o solo a 1,20 m de distância
dos pés da mesa. Desprezando a interferência do ar e
adotando g!10 m/s²,calcule:
a) o tempo gasto para atingir o solo.
b) a altura da mesa em relação ao solo.
c) o módulo da velocidade da bola ao tocar o solo.

96 Unidade 3 Cinemática vetorial


3. LANÇAMENTO OBLÍQUO
De forma análoga àquela feita no lançamento horizon-

Corel Stock Photo


tal, vamos considerar cada gota de água da foto como
uma partícula sendo lançada obliquamente com velocida-
!
de inicial vi. Chamamos um lançamento de oblíquo quando
a direção do vetor velocidade inicial apresenta um ângulo
(0º ! 90º) com relação ao plano horizontal. Também nesse
caso, o movimento pode ser descrito como a soma de dois
movimentos distintos e simultâneos, um na horizontal e
outro na vertical.
Considerando que o fenômeno ocorre nas proximida-
des da superfície da Terra e desprezando a interferência do
Fonte de Latona, Palácio de Versalhes, França.
ar, representaremos o lançamento de uma a gota por meio
das mesmas equações que deduzimos anteriormente, ha-
vendo pequenas modificações para a velocidade ini- y

Editoria de arte
cial. Adotaremos como sistema de referência um par
de eixos cartesianos ortogonais com origem na posi-
ção inicial da gota.

No lançamento oblíquo, as sucessivas posições ocu- ←
vy v

padas pela gota determinam uma trajetória parabólica. MUV vx
!
Como a velocidade inicial de lançamento vi forma

vx ← ←
vy v
um ângulo de inclinação " em relação ao eixo hori-
!
zontal, podemos decompor o vetor vi em suas com-
ponentes na direção x e y: x

MU

← vi v iy
viy sen " #
vi viy # vi & sen "
v
cos " # ix vix # vi & cos " 3006
! vi C08

vix

Na direção horizontal, temos movimento uniforme. Portanto, se xi # 0:

x # xi $ vixt x # xi $ vi (cos ") t x # vi (cos ") t

Na direção vertical, temos movimento uniformemente variado, carac-


terizando-se como um lançamento vertical. Portanto, observando que ay # %g
(quando o eixo y está orientado de baixo para cima):

vy # viy $ ayt vy # vi sen " % gt

v2y # v2iy $ 2ay y v2y # (vi sen ")2 % 2g y

ay g
y # yi $ viyt $ t2 y # yi $ vi (sen ") t % t2
2 2

Capítulo 8 Lançamento de projéteis 97


Exercícios resolvidos
1 Uma tubulação colocada na superfície do solo sofre corrosão e provoca um vazamento de água. As gotas são arre-
messadas com inclinação de 30° em relação ao solo, de modo que esse movimento pode ser considerado um lan-
çamento oblíquo. Se vi ! 20 m/s e g ! 10 m/s2, determine:
! !
( ) ( )
a) as componentes horizontal vix e vertical viy da velocidade inicial.
b) as equações horárias segundo os eixos horizontal e vertical.
c) o tempo gasto pelas gotas do lançamento até a altura máxima.
d) a altura máxima atingida pelas gotas.
e) o tempo necessário, após o lançamento, para as gotas chegarem ao solo.
f) a relação entre os valores obtidos nos itens c e e.
g) a distância entre os pontos de lançamento das gotas e de chegada ao solo.
h) a velocidade das gotas ao chegarem ao solo.
1 3
(Dados: sen 30° ! , cos 30° ! e 3 ! 1,7)
2 2
RESOLUÇÃO

Editoria de arte
! y
a) Componente horizontal de vi:

vy ! 0 vix
3 ymáx
vix ! vi cos 30° ! 20 " vix ! 17 m/s
2 altura ←
! ← vi
Componente vertical de vi: máxima viy
30°
1 origem ←
xmáx x
viy ! vi sen 30° ! 20 " viy ! 10 m/s vix
2
distância máxima
b) Segundo o eixo horizontal, temos MU:
a!0
vx ! vix ! 17 m/s
x ! xi # vxt x ! 17t (1)
Segundo o eixo vertical, temos MUV:
a ! $g
vy ! viy $ gt vy ! 10 $ 10t (2)
g 2 10 2
y ! yi # viyt $ t y ! 10t $ t y ! 10t $ 5t2 (3)
2 2
c) No instante em que as gotas atingem a altura máxima, vy ! 0; portanto, utilizando a equação (2) , temos:
vy ! 10 $ 10t 0 ! 10 $ 10t t!1s
Um segundo após o lançamento, as gotas atingem a altura máxima.
d) A altura máxima será atingida quando t ! 1 s; portanto, usando a equação (3), temos:
y ! 10t $ 5t2 ! 10 " 1 $ 5 " (1)2 y!5m
A altura máxima atingida pelas gotas é ymáx ! 5 m.
e) Quando as gotas chegarem ao solo, y ! 0; portanto, usando a equação (3), temos:
y ! 10t $ 5t2
5t2 $ 10t ! 0 t ! 0 (instante inicial)
t (5t $ 10) ! 0
5t $ 10 ! 0 t!2s
As gotas chegam ao solo 2 segundos após o lançamento.
Note que y ! 0 no instante inicial t ! 0, e no instante em que as gotas chegam ao solo, t ! 2 s.
f) No item c, determinamos o instante t ! 1 s para que as gotas cheguem à altura máxima, e, no item e, o instante
t ! 2 s em que elas atingem o solo.
O tempo gasto pelas gotas para atingir a altura máxima é a metade do tempo necessário para chegar ao solo após o lan-
çamento. Isso acontece quando as posições verticais inicial e final são iguais (y ! yi ).

98 Unidade 3 Cinemática vetorial


g) Quando as gotas chegam ao solo, t ! 2 s e y ! 0; logo, usando a equação (1),
temos:
x ! 17t x ! 17 " 2 x ! 34 m

A distância máxima horizontal atingida pelas gotas é x ! 34 m. vx

h) No instante t ! 2 s, as gotas chegam ao solo com velocidade v.


vx ! 17 m/s vy ! #10 m/s ← ←
vy v
vy ! 10 # 10t v2 ! v2x $ v2y

vy ! 10 # 10 " 2 v ! (17)2 $ ( #10)2 ! 20 m/s


Se o ponto de retorno tem a mesma altura que o ponto de partida, as gotas
devem retornar com a mesma velocidade inicial, em módulo.
2 Durante uma brincadeira, um menino

Studio Caparroz
e uma menina divergem sobre a melhor
posição para colocar um arco e lançar
uma flecha com velocidade inicial vi , for-
mando ângulo % com a horizontal.
vi
O objetivo é fazer com que a flecha
%!?
alcance a distância máxima horizontal.
distância máxima
O menino diz que o ângulo ideal deve
ser maior que 45° e a menina, menor que
45°. Qual deles está certo?

RESOLUÇÃO

vy ! visen % # gt (1)
Mas a flecha chega ao eixo horizontal com vy ! #vi sen %.
Em valor absoluto, a velocidade com que a flecha chega ao eixo horizontal é
igual à velocidade de lançamento.
Portanto, substituindo vy na equação (1), temos:
#vi sen % ! vy ! vi sen % # gt
2v i sen %
t!
g
Conhecendo o valor de t, é possível substituí-lo na equação que fornece a
distância horizontal:
x ! vi cos % " t
x ! vi cos t%!" 2v i sen %
g
2
v v2
x ! i (2 " sen % " cos %) x ! i sen 2%
g g
Analisando essa equação, é possível deduzir que o valor máximo que x pode
alcançar ocorre para sen 2% ! 1.
O ângulo cujo seno vale 1 é 90°; portanto:
90°
2 % ! 90° %! ! 45°
2

Dessa forma, a maior distância horizontal alcançada pela flecha ocorre para
v i2
a ! 45° e a distância máxima horizontal será xmáx ! .
g
Conclusão, nem a menina nem o menino estavam certos.

Capítulo 8 Lançamento de projéteis 99


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Após sofrer uma falta, um jogador de futebol de praia de equipe que está a 50 metros de distância. Assim,
fica encarregado de chutar a bola a gol. Para encobrir ele chuta a bola para cima com velocidade vi, fa-
a barreira, tenta fazer com que a bola descreva uma zendo com a horizontal um ângulo de 60°. Despre-
trajetória parabólica. Após o chute, a bola é lançada zando a resistência do ar, qual o valor de v0 para
obliquamente, conforme a figura, com velocidade que o jogador tenha êxito em seu objetivo? Consi-
inicial vi ! 30 m/s. dere sen 60° ! 0,87, cos 60° ! 0,5 e g ! 10 m/s².
Editoria de arte


vi 4. Um jogador de golfe dá uma tacada na bolinha impri-
mindo a ela uma velocidade de 20 m/s sob um ângulo
" ! 45°
de 30° com a horizontal. Considerando que seu obje-
solo horizontal tivo é acertar um buraco que está a 40 m de distância
Despreze a interferência do ar e considere a bola uma de seu ponto, a que distância desse buraco a bolinha
partícula lançada obliquamente em relação ao solo, tocará o solo? Despreze a resistência do ar e considere
2 2 sen 30° ! 0,50, cos 30° ! 0,87 e g ! 10 m/s².
com " ! 45°, sen 45° ! , cos 45° ! e 2! 1,4.
2 2
Nessas condições, determine: 5. Um tubo hidráulico jorra água com inclinação de 30°
em relação à horizontal. A velocidade inicial da água é
a) as componentes horizontal vix e vertical viy da velo-
10 m/s. O tubo é inclinado num outro ângulo, de modo
cidade inicial.
que a água caia no mesmo ponto que atingia quando a
b) as equações horárias das posições segundo os eixos
inclinação era 30°. Desprezando a resistência do ar e
horizontal e vertical.
considerando g ! 10 m/s2, calcule em quanto tempo
c) o tempo utilizado pela bola desde o lançamento
ocorre o lançamento sob a nova inclinação.
até atingir a altura máxima.
d) a altura máxima que a bola consegue atingir. 6. Durante um teste de qualidade, o funcionário de
e) o tempo necessário para a bola chegar ao solo, uma fábrica de brinquedos montou uma rampa para
após o lançamento. que um carrinho de controle remoto pudesse saltar,
como mostra a figura. Iniciou o teste e a velocidade
f) a relação entre os valores obtidos nos itens c e e.
do carrinho ao deixar a rampa foi de 54 km/h. Qual
g) a distância entre o ponto de lançamento e o ponto
a altura máxima atingida pelo carrinho, em relação
onde a bola atinge o solo.
ao solo?
h) a velocidade da bola ao chegar ao solo.
2. Um canhão lança uma bala obliquamente como indi-
54
ca a figura. km
/h

Tarumã
Paulo Cesar Pereira

y
bala de canhão vx ! 2 m/s

3m

A B
4m x a

solo 4m

Observe o movimento da bala de canhão e determine:


a) o módulo das velocidades vy e vx no ponto mais alto 7. Suponha que em dada competição, um atleta arre-
da trajetória da bala. messasse um disco com velocidade de 20 m/s. O
b) o tempo que a bala permanece no ar. ângulo de lançamento é 45° e no momento do lan-
c) a altura máxima alcançada pela bala. çamento, a mão do atleta está a 1,50 m do solo. Se a
(Dado: g ! 10 m/s2) resistência do ar não for considerada, a que distância
do lançamento o disco tocará o chão e quanto tempo
3. Durante um jogo de futebol, um jogador ao chutar
será necessário para que isso ocorra?
uma bola que está parada sobre o gramado hori-
zontal deseja que ela chegue até seu companheiro Considere sen 45° ! cos 45° ! 0,70 e g ! 10 m/s2.

100 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXPERIMENTO

Lançando coisas

Marcelo Prates/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo


O mundo registrou nas últimas décadas um grande crescimento
do consumo de minérios. A necessidade de atender às inovações
tecnológicas e a busca por novos padrões de vida têm acelerado
o processo de extração mineral no mundo e despertado a preo-
cupação com os prejuízos ambientais que isso vem causando. No
entanto, também há a preocupação com aspectos sociais, isso por-
que as grandes mineradoras são responsáveis pela oferta de muitos
empregos, pela formação de mão de obra especializada, por tornar
o país menos dependente do produto estrangeiro e pelo bom de- Terminal de minério de ferro em Mariana (MG), 2006.
sempenho das exportações brasileiras.
Em uma mineradora, muitas vezes, o minério é transportado por meio de uma esteira, cuja velocidade de
funcionamento precisa ser corretamente calculada para que o produto caia no local desejado.
Para melhor compreendermos a situação da esteira rolante e a posição na qual o minério deve ser deixado,
podemos fazer uma atividade experimental simples.

MATERIAIS

• dois cabos de vassoura • cronômetro • mesa • farinha


• bolinha de vidro • fita adesiva • fita métrica

PASSO A PASSO

Studio Caparroz
• Una dois cabos de vassoura com a fita adesiva, de tal forma que eles
formem um canalete para a bolinha poder rolar.
• Apoie o canalete sobre a mesa, de forma que fique na horizontal e
paralelo ao chão.
• Espalhe um pouco de farinha no chão, para identificar o local onde a
bola, que será lançada do canalete, vai cair.
• Coloque a bola sobre determinado ponto do canalete e dê um impul-
so na bolinha de maneira que ela percorra o canalete e caia sobre o local onde a farinha está espalhada.
• No chão, meça a distância x entre a mesa e o ponto em que a bolinha toca o solo. Meça também a altura h da mesa.
• Com o auxílio de um cronômetro, meça também o tempo de queda.

RESPONDA
1
1. Calcule o tempo que a bolinha demorou para tocar o chão. Lembre-se de que h ! gt² e considere g ! 9,8 m/s².
2
2. Compare o tempo de queda obtido no item anterior com o valor obtido com o cronômetro. Eles são iguais? Justifique.
3. Determine a velocidade (componente horizontal) com a qual a bolinha abandona a beira da mesa. Lembre-se de
que x ! vxt.
Repita esse procedimento dando um impulso mais forte na bolinha colocada sobre o canalete no mesmo ponto que
no lançamento anterior.
Meça o novo alcance da bolinha e o tempo de queda.
4. Determine a velocidade (componente horizontal) com a qual a bolinha abandona a beira da mesa neste caso.
5. Em qual situação a bolinha atingiu o chão na posição mais distante da mesa? Compare os alcances e justifique.
6. O tempo de queda foi maior em qual situação? Esse resultado era esperado?

Capítulo 8 Lançamento de projéteis 101


TESTE O QUE APRENDEU

y
1. (UFSM-RS) Três bo- A plantadeira anda com uma velocidade constante vp

Gráficos: Editoria de arte


las são lançadas hori- em relação ao solo. Despreze a resistência do ar.
zontalmente, do alto (Dados: h ! 5 m; d ! 0,2 m; g ! 10 m/s2; e vp ! 1 m/s)
de um edifício, sendo
y
A, B e C as suas traje- ←
vp bico ←
v0
tórias representadas
na figura. A B C x
Admitindo-se a resis-
tência do ar desprezível, pode-se afirmar: h

a) As acelerações de A, B e C são diferentes.


b) Os componentes verticais das velocidades obede- d covas
cem à relação vA % vB % vC. x
0,2 m 0,2 m 0,2 m 0,2 m 0,2 m
c) Os componentes horizontais das velocidades obe-
decem à relação vA ! vB ! vC.
Determine:
d) Os componentes horizontais das velocidades obe- a) o tempo gasto para que as sementes caiam nas covas.
decem à relação vA & vB & vC.
b) qual deverá ser a velocidade de lançamento das se-
e) Os tempos para A, B e C chegarem ao solo são dife- mentes (v0), em relação ao solo, para que elas caiam nas
rentes. covas.
2. (Vunesp-SP) Uma pequena esfera é lançada c) o módulo do vetor velocidade das sementes ime-
horizontalmente do alto de um edifício com veloci- diatamente antes de cair nas covas.
dade v0. A figura a seguir mostra a velocidade v da
4. (Olimpíada Brasileira de Física) Um projétil é lan-
esfera no ponto P da trajetória, t segundos após o lan-
çado por um canhão localizado sobre um trem que
çamento, e a escala utilizada para representar esse
está com velocidade horizontal constante v0 em re-
vetor (as linhas verticais do quadriculado são para-
! lação ao solo. Para um passageiro do trem, o canhão
lelas à direção do vetor aceleração da gravidade g).
aponta para a frente formando um ângulo ' com a
horizontal, e o projétil é lançado com velocidade de
(t ! 0)
módulo igual a v1. Para esse passageiro a altura má-
Escala
xima, atingida pelo projétil, em relação ao solo, é h.
Para um observador localizado no solo, qual será o
5 m/s

g 5 m/s ângulo de lançamento do projétil e a altura máxima,
em relação ao solo, alcançada pelo projétil?
P
(t) a) O mesmo ângulo de lançamento e a mesma altura.

v
b) O mesmo ângulo e altura diferente.
c) Um ângulo menor e a mesma altura.
d) Um ângulo maior e a mesma altura.
e) Um ângulo diferente e altura diferente.
Considerando g ! 10 m/s2 e desprezando a resistência
5. (UFPE) Um gafanhoto adulto pode saltar até 0,80 m,
oferecida pelo ar, determine, a partir da figura:
com um ângulo de lançamento de 45°. Desprezando
a) o módulo de v0; a resistência do ar e a força da sustentação aerodi-
b) o instante t em que a esfera passa pelo ponto P. nâmica sobre o gafanhoto, calcule quantos décimos
de segundo ele permanecerá em voo.
3. (UFU-MG) Sementes são lançadas periodicamente do
bico de uma plantadeira, na horizontal, para trás, de uma 6. (UFPR) Uma bola é lançada, a partir do solo, com
altura h, alinhadas com as covas que estão equidistantes uma velocidade cuja componente horizontal vale
d ! 0,2 m uma (cova) da outra. As sementes são lan- 45 m/s e cuja componente vertical vale 20 m/s.
çadas no instante em que o bico da plantadeira está Determine sua velocidade, em m/s, 2 s após o lan-
alinhado verticalmente com uma das covas (eixo y). As çamento. Considere g ! 10 m/s2 e despreze a resis-
sementes deverão cair nas covas imediatamente atrás. tência do ar.

102 Unidade 3 Cinemática vetorial


CAPÍTULO 9 1. Deslocamento angular

Movimento circular 2. Velocidade angular


3. Movimento circular uniforme
4. Frequência e período
5. Aceleração angular
6. Movimento circular uniformemente
variado

1. DESLOCAMENTO ANGULAR
Se a forma da trajetória de um corpo é uma circunferência, ou parte de uma, di-
zemos que esse corpo descreve um movimento circular. Observe na fotografia abaixo
uma roda-gigante que exemplifica o movimento circular.
Podemos representar as cabines

Dmitro2009/Shutterstock.com
da roda-gigante e o movimento cir- B
cular no esquema ao lado. Nele uma t
R
das cabines se desloca entre os pon-
tos A e B da trajetória circular de
O "# "s
raio R.
No instante ti a cabine está na po- R
sição A e, no instante t, ela está em B. ti
O deslocamento realizado pela cabine A
no intervalo de tempo t ! t – ti pode
ser descrito de duas formas: por meio do comprimento s (deslocamento es-
calar) ou, então, do ângulo central (deslocamento angular). No caso do
deslocamento escalar, é sempre útil lembrarmos do comprimento da circun-
ferência. Assim, a cada volta, a cabine percorre uma distância proporcional
ao raio de sua trajetória, dada por s ! C ! 2πR.
As unidades de medida de ângulo mais frequentes são o grau e o radiano.
Ilustrações: Editoria de arte

Grau Radiano

Dividindo o arco total de uma circunfe- O radiano (rad) corresponde à medida


rência em 360 partes iguais, cada uma de- do ângulo central cujo arco tem a mesma
las determina um ângulo central chamado medida que o raio da circunferência.
grau (°).
1 da circunferência
360
1 rad R

R

O ângulo total de uma circunferência O ângulo total de uma circunferência


vale 360º. vale 2π rad.

Medido em radianos, o deslocamento angular se relaciona com o deslocamen-


to escalar por:
∆s
∆ϕ
R

Capítulo 9 Movimento circular 103


Exercícios resolvidos
1 Duas crianças brincam numa área de lazer e estão sobre o mesmo brinquedo em movimento. Representando
essas crianças por dois pontos materiais, A e B, e considerando que os pontos A, B e O pertencem à reta r, de-
termine:
Photodisc/Getty Images

Editoria de arte
!"
r
O B A

a) os deslocamentos angulares dos pontos A e B, em radianos, quando eles girarem um ângulo # 60°.
b) as distâncias percorridas pelos pontos A e B, em metros, quando eles girarem um ângulo # 60°, sabendo que
OA # 3 m e OB # 2 m.

RESOLUÇÃO

a) Vamos considerar o movimento no sentido anti-horário e # 60°. Todos os pontos pertencentes ao segmento de
reta OA, exceto o ponto O, têm o mesmo deslocamento angular # 60°, ou ainda:
2π rad ——— 360° 2π ! 60 π
x# x# rad
360 3

Editoria de arte
x rad ——— 60°

b) As distâncias percorridas pelos pontos A e B são, respectivamente,


!sA
sA e sB: RA RB
!sB
π 3 ! (3,14) r
sA # RA #3$ #
3 3 O B A
sA # 3,14 m
π 2 ! (3,14 )
sB # RB #2$ #
3 3
sB # 2,09 m
Jeremy Swinborne/Shutterstock.com

2 No relógio da figura, o ponteiro dos minutos tem comprimento de 0,15 m.


Para um intervalo de tempo de 15 minutos, determine:
a) o deslocamento angular do ponteiro dos minutos.
b) o deslocamento escalar da extremidade do ponteiro dos minutos.

RESOLUÇÃO

1 2π rad π
a) O intervalo de tempo de 15 min equivale, para esse ponteiro, a de volta. Logo, !" # # rad
4 4 2
b) O deslocamento escalar do ponto A é:
π
sA # RA # 0,15 $ ! 0,23 m
2

104 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Considere o movimento de rotação de um ponto A so- 3. Sabemos que o hodômetro de um automóvel mede a
bre a linha do equador durante 6 horas. Sabendo que distância percorrida. Em síntese, ele mede o número
a medida do raio da Terra é RT ! 6 370 km, deter- de voltas efetuadas pela roda, de tal forma que, co-
mine: nhecendo o diâmetro dessa roda, teremos a distância
a) o deslocamento angular do ponto A. percorrida.
Um automóvel tem rodas de diâmetro 0,5 m e percorre
b) a distância percorrida pelo ponto A.
15 km viajando da cidade A até a cidade B. (Conside-
2. Dois corredores, com números 1 e 2, após saírem re π = 3.) Calcule quantas voltas realiza cada roda do
de um trecho retilíneo da pista, atingem um trecho automóvel no percurso entre as cidades A e B.
circular de centro O. A trajetória circular descrita
4. Um relógio, colocado na sala de recepção de um
pelos corredores tem raios R1 ! 10 m e R2 ! 15 m,
hospital, utiliza três ponteiros para marcar horas,
respectivamente. Determine, para ! 180°:
minutos e segundos. O recepcionista iniciou o seu
a) os deslocamen- turno de trabalho às seis horas da tarde e terminou

Studio Caparroz
tos angulares, em às seis horas da manhã. Nesse intervalo de tempo,
radianos, de cada os deslocamentos angulares dos três ponteiros fo-
um dos cor redores. ram a, b e c, respectivamente, horas, minutos e se-
O Δϕ Δs1 gundos. Determine os valores desses deslocamen-
tos, em:
b) as distâncias per- Δs2
1 a) voltas.
corridas pelos cor-
redores. b) radianos.
2
c) graus.

2. VELOCIDADE ANGULAR
Velocidade angular média e velocidade
angular instantânea C’
Vamos imaginar três cabines dispostas sobre o mesmo segmento
vC
de reta OC nos pontos A, B e C. B’
A roda, ao girar, fará a cabine que está sobre o ponto A descrever vB
A’
um arco de circunferência AA’ menor que o arco BB’ descrito pelo

Editoria de arte
vA
ponto B, que, por sua vez, será menor que o arco CC’ descrito pela
cabine colocada sobre o ponto C.
Quando o segmento OC da roda sofre um deslocamento angular B C
O A
, os pontos A, B e C descrevem respectivamente os arcos AA’ , BB’
e CC’ no mesmo intervalo de tempo t. O módulo da velocidade do
ponto A é menor que o módulo da velocidade do ponto B, que, por
sua vez, é menor que o módulo da velocidade do ponto C:
vA " vB " vC
Entretanto, nesse mesmo intervalo de tempo, os pontos A, B e C sofrem o
mesmo deslocamento angular. Por conta disso, a velocidade angular média
m
, definida pela razão entre o deslocamento angular e o intervalo de tempo
t, é a mesma para os pontos A, B e C:
∆ϕ
ωm !
∆t
Note que todos os pontos do segmento de reta OC , exceto o ponto O,
apresentam a mesma velocidade angular média.
Capítulo 9 Movimento circular 105
É o que ocorre, por exemplo, com os ponteiros de um relógio: qualquer um deles apresenta a mesma veloci-
dade angular média, exceto a extremidade ligada ao eixo de rotação.
Se o ângulo é medido em radianos e o tempo t em segundos, a unidade de medida da velocidade angular
é o radiano por segundo (rad/s).
Quando definimos velocidade escalar instantânea, usamos o conceito matemático de limite. Analogamente,
para definir velocidade angular instantânea, usaremos o mesmo recurso: num intervalo de tempo que tende a um
valor infinitamente pequeno, a velocidade angular média m tende à velocidade angular instantânea .
! lim m
Δt → 0

Relação entre as grandezas angulares e lineares


Consideremos um ponto descrevendo movimento circular com velocidade escalar v e velocidade angular .
Vejamos a relação entre essas velocidades.
Δs Δϕ
Já sabemos que: v ! (1) e ! (2)
Δt Δt
RΔϕ
Como s ! R , da equação (1) resulta: v !
Δt
Substituindo (2) em (1), obtém-se:
v
v ! R ou !
R

Exercícios resolvidos
1 Os atletas A e B correm numa pista descrevendo trajetórias circulares e concêntricas de tal forma que o raio da
trajetória descrita pelo atleta A é RA e o do atleta B é RB ! 3RA. Sabendo que vA ! vB e suas velocidades angu-
lares são, respectivamente, A e B, determine a relação entre A e B.

Maxisport/Shutterstock.com
RESOLUÇÃO
Editoria de arte

vA ! A
RA
vB ! R
B B

O !" vA
vA ! vB ! v
RA
RA ! RB ←
vB
A B RA
R !
A A B
" 3RA RA
2a prova de Atletismo
ωA Europeu — Barcelona,
!3 Espanha.
ωB

2 Um ciclista descreve uma trajetória circular em uma ciclovia cujo raio de curvatura mede 600 m. Quanto tempo
é necessário para que esse ciclista percorra um arco de circunferência de ângulo central 30°? Sabe-se que durante
todo o percurso a velocidade foi constante e igual a 10 m/s.

RESOLUÇÃO

Considerando o deslocamento angular , temos:


2π rad ——— 360° 2π ! 30 π
! rad ! rad
——— 30° 360 6

Δϕ Δϕ
Temos: v ! "Re ! v! "R
Δt Δt
π
10 ! 6 " 600 t ! 31 s
Δt

106 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Um ciclista percorre parte de uma pista com o forma- 4. Obedecendo às condições de segurança, um motoci-
to de uma circunferência. Sabendo que ele descreveu clista percorre a curva de uma estrada, mantendo o
uma trajetória de ângulo central 3,0 rad em 6 s, cal- ponteiro do velocímetro em 30 km/h, de forma cons-
cule a velocidade angular média nesse intervalo de tante, durante 72 s. Sabendo que essa curva foi cons-
tempo. truída com raio igual a 2,0 km, determine a medida do
ângulo central correspondente ao arco percorrido pelo
2. Considere um disco que gira em torno de um eixo que veículo, nesse período de 72 s.
passa pelo seu centro O. Sabendo que a velocidade
do disco é 3,5 rad/s, calcule a velocidade escalar dos

roibu/Shutterstock.com
pontos X e Y assinalados na figura a seguir.
rotação

Rigo Rosário Jr.

X 4 cm
vx
Y 4 cm
vy

3. A ideia de preservação ambiental de forma sustentável


tem provocado algumas ações de iniciativas governa-
mentais e privada, com objetivo de dar apoio ao reflo-
restamento, à conservação e à recuperação florestal de 5. Com o olhar voltado apenas para a estética, o pro-
áreas degradadas ou convertidas, e ao uso sustentável prietário de um carro resolveu substituir o conjunto
de áreas nativas na forma de manejo florestal. Numa de rodas/pneus por outros, com raio menor do que
dessas áreas, com autorização legal para fazer o corte o anterior. Nesse caso, as indicações fornecidas pelo
de eucaliptos, o agricultor escolheu um tronco vertical velocímetro serão maiores ou menores do que seriam
e cortou rente ao solo. Sabendo que o terreno é plano e se não ocorresse a substituição? Considere que, ge-
horizontal, a base do tronco não escorregou e a queda ralmente, as indicações dadas pelo velocímetro de
da árvore demo ou 6 s, determine: um veículo se baseiam no número de voltas efetuadas
pela roda.
Marcos Issa/Argosfoto

6. Sobre o asfalto de uma pista circular foram mar-


cadas, com tinta branca, duas circunferências con-
cêntricas, de tal forma que o raio da circunferência
externa (Re) é o triplo do raio da circunferência in-
terna (Ri). Considere dois móveis se deslocando so-
bre essas circunferências, com velocidades escalares
iguais (V), e que suas velocidades angulares são e
e i, respectivamente, para o móvel que se desloca
sobre a circunferência externa e interna. Neste caso,
determine a relação entre as velocidades angulares
dos móveis.
7. Uma pessoa encontra-se sentada na cadeirinha de
Florestamento para a indústria de celulose, São Paulo. uma roda-gigante que gira com velocidade cons-
tante. A distância da cadeirinha ao centro da roda-
a) a velocidade angular média do tronco, durante a -gigante é de 10 m e a roda realiza meia volta em
queda. 5 minutos. Determine a velocidade angular e a velo-
b) a velocidade escalar média de um ponto de marca- cidade linear da pessoa sentada na cadeirinha. Con-
ção, feito no tronco, a 12 metros da base. sidere ! " 3.

Capítulo 9 Movimento circular 107


3. MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME
Em Cinemática escalar, mostramos que, se o movimento de um ponto mate-
om
rial é uniforme, ele percorrerá distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, ou
c

seja, a velocidade escalar será constante e diferente de zero.


k.
oc
rst
ut t e

Resgatando a ideia de movimento uniforme, podemos adequá-la à trajetó-


vrjoyner/Sh

ria circular. Assim, o movimento circular de um ponto material será uniforme


quando ele descrever ângulos iguais em intervalos de tempo iguais, ou seja, com
velocidade angular constante e diferente de zero.
O movimento descrito pela extremidade do ponteiro dos segundos de um
relógio exemplifica um movimento circular uniforme.
O movimento circular uniforme apresenta algumas características impor-
O ponteiro dos segundos tantes:
descreve um movimento circular
com velocidade angular #, e a • A velocidade angular instantânea # tem o mesmo valor da velocidade
extremidade desse ponteiro descreve angular média #m em qualquer intervalo de tempo ( $ m).
uma circunferência com velocidade
escalar v. • A velocidade vetorial tem intensidade v constante, e sua direção e seu
sentido variam para cada ponto da trajetória.

Aceleração centrípeta
Um corpo em movimento circular uniforme tem sua velocidade vetorial va-
riando em direção e sentido, logo existe uma aceleração agindo sobre ele.
Essa aceleração é denominada aceleração centrípeta (acp); ela muda a dire-

v ção e o sentido do vetor velocidade, mas não o módulo.
A aceleração centrípeta é sempre dirigida para o centro da circunferência
descrita pelo móvel, e seu módulo é dado por:
→ → →
acp acp v
Tarumã

v2
acp $ ou acp $ 2
%R
R


acp Função horária

v Considere o movimento uniforme de uma partícula, entre as posições A e B,
sobre uma trajetória circular. No instante ti, a partícula se encontra na posição A
e tem posição angular inicial, em relação ao eixo x de referência, definida pelo
ângulo i. No instante t, o móvel se encontra no ponto B e sua posição angular,
em relação ao eixo x, é .
Observando que a velocidade angular instantânea é constante e igual à velo-
cidade angular média, teremos:
sentido do Δϕ " & "i
$ $ $
Editoria de arte

movimento m
Δt t & ti
B
ti
t A
!" & i
$ (t & ti)
"
Se ti $ 0, então:
"i
x
$ i
' t (equação horária angular do MCU)

108 Unidade 3 Cinemática vetorial


4. PERÍODO E FREQUÊNCIA
Retomando o exemplo do ponteiro do relógio que registra os se- y sentido do
gundos, veremos que o ponto A, situado na extremidade do ponteiro, movimento
descreve a mesma trajetória, repetidamente, a cada intervalo de tempo

Paulo Nilson
de 60 s. A repetição em intervalos de tempo iguais define o movimento A
circular uniforme como periódico. v
R
Se adotarmos um referencial fixo O no centro da circunferência, o
ponto A descreverá uma volta completa, a cada 60 s, chamada ciclo. O x
Num movimento periódico é importante destacar duas grandezas: o
período e a frequência.
• Período T é o intervalo de tempo gasto para que o ponto
material descreva um ciclo. A unidade do período, no SI, é o Em relação ao referencial fixo adotado,
segundo (s). o ponto A completa, em 60 s, um ciclo,
aqui representado por uma circunferên-
• Frequência f é o número de ciclos realizados na unidade de cia de comprimento 2πR.
tempo. A unidade de fre quência no SI é ciclos por segundo
(ciclos/s) ou hertz (Hz), que homenageia o físico alemão
Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894). Também é usual a
unidade rpm (rotações por minuto).
Para estabelecer a relação entre Hz e rpm, faremos:

1 ciclo 1 ciclo 1
1 rpm ! ! ! Hz
min min 60

Para relacionarmos o período e a frequência de um movimento circular, pode-


mos fazer uma regra de três, lembrando que um ponto material executa 1 ciclo
no intervalo de tempo de 1 período (1 ciclo — T). Entretanto, pela definição de
frequência, quando o ponto material descreve um número de ciclos equivalente
à frequência, o tempo gasto será igual à unidade (f ciclos — 1).

1 ciclo — T 1
T!
f ciclos — 1 f

Dessa forma, o período é o inverso da frequência.


É possível ainda relacionar a velocidade angular e a velocidade escalar v
com o período e a frequência do movimento circular uniforme.
Se retomarmos o ponteiro do relógio e considerarmos que o ponto A percorre
a circunferência de raio R e descreve uma volta completa, cujo ângulo é ! 2π rad,
num intervalo de tempo igual ao período ( t ! T), teremos:

"# 2π
! ! ou ! 2πf
"t T

Seguindo o mesmo raciocínio, consideremos agora a distância percorrida


pelo ponto A ao descrever a mesma volta completa. No intervalo de tempo igual
ao período ( t ! T), o ponto A percorre uma distância igual ao perímetro da
circunferência, ou seja, 2πR:

"s 2πR
v! v! ou v ! 2πRf
"t T

Capítulo 9 Movimento circular 109


Exercícios resolvidos
1 A pedra de um esmeril de 0,10 m de raio descreve movimento de rotação uniforme com uma frequência de 1 800 rpm.
Determine:
a) a frequência; c) a velocidade angular;
b) o período; d) a velocidade escalar da borda da pedra do esmeril.

RESOLUÇÃO
Δϕ
a) Para determinar a frequência, temos uma regra de c) Sabendo que " ! e considerando t ! T e
Δt
três simples: ! 2π, temos:
1 Hz ——— 60 rpm 2π
! ! 2πf ! 2π # 30 ! 60π rad/s
T
x Hz ——— 1 800 rpm
Δs
d) Sabendo que v ! e considerando t ! T e
1 800 Δt
x! ! 30
60 s ! 2πR, temos:
Portanto, f ! 30 Hz 2πR
v! ou v ! 2πRf
1 1 T
b) Se T ! , então T ! s
f 30 Logo, v ! 2π # 0,10 # 30 v ! 6π m/s

2 Considerando que os ponteiros de um relógio descrevem um movimento de rotação uniforme, determine o período
e a frequência para o ponteiro:
a) dos minutos b) das horas

RESOLUÇÃO

a) O ponteiro dos minutos demora 60 min ou 1 h para b) O ponteiro das horas demora 12 horas, ou 12 # 60
completar uma volta (ciclo). min ! 720 min, para completar uma volta (ciclo).

Portanto, T ! 60 min ou T ! 1 h. Portanto, T ! 720 min ou T ! 12 h.


1 1 1 1
A frequência é f ! , logo: f ! rpm. A frequência é f ! , logo: f ! rpm.
T 60 T 120

3 Um carro, com velocidade constante, trafega em uma pista circular de raio 3 m. Sabe-se que ele completa uma volta
a cada 2 segundos e que o início da contagem dos tempos acontece na origem dos arcos. Determine:
a) a frequência e o período desse movimento; d) o módulo da aceleração centrípeta;
b) a velocidade angular do movimento; e) as funções horárias do movimento sob as formas li-
c) a velocidade escalar linear; near e angular.

RESOLUÇÃO

a) período: T ! 2 s e) • Forma linear: s ! s0 $ vt


1 1 S0 ! 0 e v ! 3π m/s
frequência: f ! f! f ! 0,5 Hz
T 2 Substituindo, temos:
1 S ! 0 $ 3πt s ! 3πt
b) ! 2πf ! 2π # ! π rad/s
2
• Forma angular: ! 0
$ t
c) v ! R v ! π # 3 v ! 3π m/s !0 e ! π rad/s
0
v2 (3π)2
d) acp ! = acp ! 3π2 m/s2 Substituindo, temos:
R 3
0
! 0 $ πt ! πt

110 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Durante uma visita à cidade sagrada islâmica de Meca, d) A mesma velocidade angular e frequência, porém
um físico ficou admirado com o tamanho do relógio, aquela que está próxima à linha do equador tem a
considerado o maior do mundo, e começou a fazer maior velocidade tangencial.
algumas observações. Comparou a enorme diferença Dessas afirmações somente uma pode ser publicada
entre o comprimento dos ponteiros daquele relógio e como verdadeira. Qual é?
o dos ponteiros do relógio que trazia no pulso. Com-
4. Durante o treinamento, duas atletas correm na mesma
parou também as velo-

Fayez Nureldine/AFP/Getty Images


pista circular mantendo-se lado a lado com velocidade
cidades angulares dos
constante, em módulo. Sabendo que a atleta mais alta
ponteiros dos minutos
percorre a raia externa e a atleta mais baixa, a raia in-
e as velocidades esca-
terna, responda e justifique estas questões:
lares das extremida-
a) Durante a corrida, as atletas apresentam aceleração?
des desses ponteiros.
b) Compare a frequência dos movimentos circulares
Supondo o funciona-
descritos pelas atletas.
mento adequado do
c) Compare as velocidades escalares das atletas.
relógio, o que é possí-
vel afirmar a respeito 5. Um móvel P descreve uma trajetória circular com ve-
da comparação das locidade angular constante v1 ! 2,0 rad/s. Dois se-
velocidades angulares gundos após ele ter passado por um ponto A, parte
e escalares de ambos desse ponto um segundo móvel, Q, com velocidade
A torre Abraj Al Bait mede 600 m
os relógios? (Meca, Arábia Saudita). angular constante v2 ! 6,0 rad/s.

2. Uma moto percorre em MU uma pista circular, com- a) Depois de quanto tempo, a contar da partida do
pletando 30 voltas em 1h30. Determine: móvel Q, os dois se encontram?
b) Depois de quanto tempo, a contar do primeiro en-
a) o tempo utilizado pela moto para completar uma
contro, os dois móveis voltarão a se encontrar?
volta.
b) a frequência do movimento em hertz. 6. A polia de um motor descreve movimento de rotação
uniforme, com frequência de 3 600 rpm. A distância en-
3. Três jovens jornalistas redigiram suas matérias e as
tre um ponto P, marcado na periferia da polia, e o cen-
enviaram à central de informações do jornal onde
tro dessa polia é 0,15 m. Nessas condições, determine:
trabalham. A primeira jornalista está na Noruega,
próximo à linha imaginária do Círculo Polar Ártico, a) a frequência com a qual a polia descreve o movi-
pesquisando sobre sol da meia-noite; a segunda está mento de rotação uniforme, em hertz;
no Brasil, próximo à linha imaginária do equador, b) o período em segundos;
registrando o que ocorre com a luz solar (nos equi- c) a velocidade angular em rad/s;
nócios) ao passar pela abertura do Marco Zero; a ter- d) a velocidade escalar v, desenvolvida pelo ponto P;
ceira está na cidade de Maringá (PR) sobre a linha e) o módulo da aceleração centrípeta;
imaginária do Trópico de Capricórnio. Ao receber as
f) as funções horárias linear e angular do movimento.
notícias, o redator chefe começou a pensar nos três
locais de onde as jornalistas haviam enviado os textos 7. Há diversos tipos de satélites artificiais enviados ao
e, naquele instante, concluiu que as jornalistas giram espaço. No caso das telecomunicações, são utiliza-
ao redor do eixo da Terra descrevendo movimentos dos satélites geoestacionários, que conseguem man-
circulares e uniformes e formulou quatro frases afir- ter, em relação à superfície da Terra, uma posição
mando que as três localidades apresentam: praticamente sem variações. Considere um satélite
a 36 000 km de altura e o raio da Terra 6 400 km,
a) A mesma velocidade angular e frequência, porém
aproximadamente. Nessas condições, determine:
aquela que está próxima ao Círculo Polar tem a maior
velocidade tangencial. a) o período de rotação ao redor da Terra, descrito
pelo satélite.
b) A mesma velocidade angular e frequência, porém
aquela que está próxima ao Trópico de Capricórnio b) o módulo da velocidade linear do satélite.
tem a maior velocidade tangencial. c) a velocidade angular do satélite.
c) A mesma velocidade angular, a mesma frequência d) a aceleração centrípeta.
e a mesma velocidade tangencial. e) as funções horárias linear e angular do movimento.

Capítulo 9 Movimento circular 111


Transmissão do movimento circular
uniforme
A transmissão do movimento circular está presente em muitas máquinas,
como relógios, bicicletas e em muitos outros dispositivos mecânicos. O movi-
mento circular é produzido no eixo do motor e transferido por meio de polias,
rodas e engrenagens.
Entre duas rodas, o movimento pode ser transmitido por meio do acopla-
mento periférico ou coaxial. O acoplamento periférico é feito pelo contato direto
ou por meio de correia ou corrente entre duas rodas. Nesse caso, quando não
há escorregamento e a correia (ou corrente) é inextensível, a velocidade escalar
periférica das rodas é igual.

Ilustrações: Paulo Cesar


← B
vB
A B


vA

vA vB

vC

vA " vB " vC vA " vB

No acoplamento coaxial as rodas têm eixo de rotação comum, o que lhes


confere velocidade angular igual.

!B
!A

" A
" B
!
A
B

Exercícios resolvidos
1 O esquema ao lado reproduz o que ocorre numa bicicleta, na qual é pos- corrente
sível identificar duas polias acopladas por uma corrente C.
As polias A e B possuem raios RA e RB, respectivamente, de modo que
RB RA
RB # RA. Desconsidere o escorregamento entre as polias e a corrente,
que se move com velocidade escalar constante. Nessas condições, de-
termine: A
C
B
a) a velocidade escalar dos pontos A e B, pertencentes às polias;
b) a velocidade angular das polias A e B;
c) qual das polias tem maior frequência.

RESOLUÇÃO

a) Se a corrente C tem velocidade escalar constante, ela é igual à velocidade dos pontos A e B que pertencem às
polias.
Então, vA " vB " vC.

112 Unidade 3 Cinemática vetorial


b) As velocidades angulares das polias A e B são, respectivamente:

Paulo Cesar
vA
• ponto A: vA ! A
RA A
!
RA %B %A
vB
• ponto B: vB ! B
RB B
! ←
vA A
RB vC C

← B
vB
c) Se vA ! vB, então

A
RA ! RB e
B
! 2πf;
portanto:
2πfARA ! 2πfBRB

Logo, quanto menor o raio da polia, maior a sua frequência, ou, quanto menor o raio da polia, maior o número de
voltas pela unidade de tempo. Nesse caso, a frequência da polia A é maior que a frequência da polia B:
RA " RB fA # fB

2 A figura mostra um sistema formado por três engrena-


gens, A, B e C, onde os dentes estão acoplados. Sabendo C
Y
que os raios das engrenagens são: RA ! 10 cm, RB ! 20 cm B
e RC ! 15 cm e que a engrenagem A gira com frequência

Alex Argozino
de 30 rpm, determine:
a) o módulo da velocidade linear em um ponto da en- A X
grenagem C;
b) o sentido e a frequência de rotação da engrenagem B;
c) o sentido de rotação e o período de rotação da engre-
nagem C.
(Considere π ! 3.)

RESOLUÇÃO

São dados: RA ! 10 cm ! 0,10 m


RB ! 20 cm ! 0,20 m Engrenagens de relógio.

RC ! 15 cm ! 0,15 m
fA ! 30 rpm ! 0,5 Hz
a) vA ! vB ! vC

A
$ RA ! B
$ RB ! C
$ RC
2π $ fA $ RA ! 2π $ fB $ RB ! 2π $ fC $ RC
Então: fA $ RA ! fC $ RC
1
0,5 $ 0,1 ! fC $ 0,15 fC ! Hz
3
vC ! C
$ RC
1 1
vC ! 2π $ $ 0,15 ! 2 $ 3 $ $ 0,15 ! 3 m/s
3 3
b) fB $ RB ! fC $ RC
1
Scorpp/Shutterstock.com

fB $ 0,20 ! $ 0,15 fB ! 0,25 Hz


3
Sentido anti-horário
1 1
c) TC ! ! !3s
fC 1
3
Sentido horário

Capítulo 9 Movimento circular 113


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Atualmente a importância que se dá às ciclovias é am- misturador existe uma grande cremalheira fixa, com
pla, abrangendo o conceito de mobilidade urbana e qua- formato de anel, de 120 cm de diâmetro. Acoplada a
lidade de vida. Os países mais desenvolvidos do mundo essa cremalheira há uma engrenagem, também em
reconhecem o uso da bicicleta como um meio alternati- forma de anel, com diâmetro de 8 cm. O centro dessa
vo de transporte, como agente redutor da poluição am- engrenagem está preso ao eixo de um motor. Quando
biental, como incentivador da atividade física em qual- o motor é ligado, o seu eixo gira com frequência de
quer idade e como um veículo que atende ao princípio 3 Hz, fazendo girar a engrenagem e, consequentemen-
da igualdade, ou seja, o custo de aquisição e manuten- te, o tambor do misturador. Nesse caso, quanto tempo
ção é acessível a quase todas as camadas sociais. é necessário para o tambor completar uma volta?
Nas bicicletas com marchas é possível encontrar siste-
4. Para evitar o escorre-

Ilustrações: Paulo Cesar


ωA ωB
mas de tração com várias catracas de diferentes raios
e também mais de uma coroa. Dessa forma, possibi- gamento, duas polias
lita ao ciclista utilizar o dentadas compõem o

Grandpa/Shutterstock.com
tamanho das engrena- projeto de um motor.
gens de acordo com as Assim que entra em RA RB

condições do percurso funcionamento, a po-


percorrido. Baseado nos lia A gira no sentido B
A
seus conhecimentos so- horário e o ponto A,
bre Física, responda: localizado na sua periferia, tem velocidade linear de
4,0 m/s. Sabendo que os raios da polia A e B são, res-
a) Para obter uma velocidade maior, em relação ao
pectivamente, 0,20 m e 0,10 m, determine:
solo, o ciclista deverá combinar as engrenagens de tal
forma que a coroa seja maior que a catraca ou a catra- a) o sentido de rotação da polia B.
ca seja maior que a coroa? b) o sentido e a velocidade do ponto B localizado na
b) O que ocorre se o raio da coroa (Rco) for quatro ve- periferia da polia B.
zes maior que o raio da catraca (Rca)? c) as velocidades angulares das polias A e B.
c) Para subir, confortavelmente, um trajeto inclina-
5. A figura a seguir representa o mecanismo básico de
do, uma bicicleta com apenas uma coroa deve fazer
uma bicicleta. Sabendo que os pedais giram num
uso da catraca maior ou menor?
período igual a 2 s e que o raio da coroa é oito vezes
2. O objetivo de um ciclista é percorrer um trajeto, man- maior que o raio da catraca, determine:
tendo a velocidade escalar constante e um ritmo cons- (Considere o raio da coroa igual a 10 cm e adote π = 3.)
tante de pedaladas para que a sua velocidade angular pedal
seja de 4 rad/s. Caso ele consiga seu objetivo e sabendo corrente

que a roda da bicicleta tem diâmetro 0,8 m, determine


a velocidade escalar desse ciclista. Considere o raio da
catraca (R) quatro vezes menor do que o raio da coroa.
catraca coroa
3. A betoneira, mostrada abaixo, é um equipamento mui- pedal
to utilizado na construção civil para misturar materiais
como areia, pedra, cimento e água, ingredientes usa- a) o período de rotação da coroa;
dos na produção de concreto para preencher vigas e b) a frequência da catraca;
colunas que dão estrutura, por exemplo, a uma casa. c) a velocidade linear dos pontos da corrente.
Peter38/Shutterstock/Glow Images

6. A figura abaixo mostra duas polias ligadas periferica-


mente por uma correia inextensível. Sabendo que a po-
lia B tem raio 4 vezes maior que a polia A e esta efetua
40 rpm, qual a frequência da polia B?

PA correia ωB

ωA PB
Considere que, para misturar determinada quantidade
de concreto, um operário utiliza uma betoneira que A
tem as seguintes características: ao redor do tambor do B

114 Unidade 3 Cinemática vetorial


5. ACELERAÇÃO ANGULAR

Aceleração angular média e instantânea


Já vimos as características do movimento circular uniformemente variado
(acelerado ou retardado), quando definimos a aceleração vetorial resultante a→r e
suas componentes a→ e a→c. Vamos agora definir aceleração angular , partindo
t
da ideia de que um ponto material, ao descrever uma trajetória circular, apre-
senta variação na sua direção e sentido, logo ocorre variação na velocidade
angular do corpo, num intervalo de tempo t. A aceleração angular de-
fine-se como a grandeza capaz de medir essa variação, ou seja:

s¬ Aceleração angular média: Δω


αm
Δt
s¬ Aceleração angular instantânea ou apenas aceleração angular:
Δω
lim
t→0 Δt
A unidade de medida da aceleração angular no SI é rad/s2.

Relação entre aceleração escalar e


aceleração angular
Consideremos um ponto descrevendo movimento circular, com aceleração
escalar a e aceleração angular . Vejamos a relação entre essas acelerações.
Sabemos que: R é o raio da circunferência; a aceleração angular média é dada
Δ Δv
por m
e a velocidade angular é dada por Δ .
Δt R
ΔΔvv ΔΔvv
Então, temos: mm
!R" m
am = m
" R,
RR ΔΔtt ΔΔtt
a
se o limite de t tende a zero, o que resulta em: a ! " R ou ! .
R

Exercício resolvido
1 Um marceneiro fixou uma broca de 3,0 mm a uma furadeira cujo motor gira com frequência de 1 000 Hz. Em segui-
da, iniciou a perfuração de uma placa de madeira e após 1,5 s a frequência do motor passou a ser 250 Hz. Determi-
ne, em m/s2, o módulo da aceleração escalar média.

RESOLUÇÃO

A variação da velocidade angular é !( # i


)

! (2πf # 2πfi) ! 2π(250 # 1 000) ! #150π rad/s2

ΔΔ 1500ππ
1500
A aceleração angular média é mm mm ! #1 " 103 π rad/s2
ΔΔtt 1,5
1,5 m

Sendo o raio 3,0 mm ! 3,0 " 10#3 m, então a aceleração escalar média será:

am ! m
R am ! #1 " 103π " 3 " 10#3 am ! #3π m/s2 am ! 3π m/s2

Capítulo 9 Movimento circular 115


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. A representação gráfica abaixo mostra a variação 2. Uma lixadeira circular é colocada em funcionamento
da velocidade angular, em função do tempo, de um e, entre os instantes t ! 1 s e t ! 7 s, a velocidade
disco girando ao redor de um eixo. Determine a ace- angular varia de 10 rad/s para 40 rad/s. Determine,
leração angular desse disco e a quantidade de voltas
para esse intervalo de tempo, a aceleração angular
realizadas de 0 a 40 s.
média.
! (rad/s)
Tarumã

3. O motor de um liquidificador, após ser ligado, demo-


80p ra 5 s para fazer a hélice cortante atingir determinada
60p velocidade cujo módulo permanece constante, oca-
40p sionando um movimento periódico de frequência
20p 15 Hz. Determine a aceleração angular média, du-
rante os 5 s.
0 10 20 30 40 t (s)

6. MOVIMENTO CIRCULAR
UNIFORMEMENTE VARIADO
Para o movimento circular uniformemente variado, são válidas as seguintes características:
s¬ O MCUV não é periódico e a trajetória é uma circunferência.
s¬ A velocidade vetorial é variável em módulo, direção e sentido.
s¬ A aceleração centrípeta é variável em módulo, direção e sentido.
s¬ A aceleração tangencial é variável em direção e sentido, porém é constante em módulo.
Considerando essas variáveis, podemos estabelecer a relação entre as grandezas escalares e angulares da
seguinte forma:

s
s¬ Espaço angular: ϕ
R

v
s¬ Velocidade angular: !
R

a
s¬ Aceleração angular: !
R

Funções horárias do MCUV


Anteriormente, representamos o movimento circular uniforme por meio das funções horárias. No caso do
movimento circular uniformemente variado, essa representação também é possível.
As funções horárias utilizadas no MUV podem ser adequadas ao MCUV, cujo raio de curvatura é R, ou seja:

a ! constante ! constante
MUV MCUV
a$0 $0
v ! vi % at ! % t
i
a
s ! si % vit % t2 ! i
% t%
i
t2
2 2
v2 ! v 2i % 2a s 2
! 2
i
%2

116 Unidade 3 Cinemática vetorial


Exercícios resolvidos
1 Um menino gira uma bolinha amarrada em uma linha com

Alex Argozino
10 cm de comprimento. No instante inicial a velocidade angu-
lar da bolinha é de 10 rad/s e, após 5 segundos, 30 rad/s. De-
termine, aproximadamente, o número de voltas que a bolinha
realiza nesses 5 segundos. Considere π ! 3,14.

RESOLUÇÃO

Quando t ! 0 s 0
! 10 rad/s
t!5s ! 30 rad/s
! 0
" t 30 ! 10 " #5 ! 4 rad/s2
Adotando ! 0: 0
a
! 0 " t " t2
2
4
! 0 " 10 # 5 " 52 ! 100 rad
2
O número de voltas em 100 rad será:

1 volta 2π rad 100


n! ! 16 voltas
n voltas 100 rad 2π

2 A hélice de um ventilador gira com movimento uniforme de 600 rpm. Em determinado instante, o fornecimento de
energia elétrica é interrompido. A partir desse instante o movimento passa a ser uniformemente retardado e, após
100 voltas completas, a hélice para. Determine:
a) velocidade angular $i no instante da interrupção;
b) o deslocamento angular após a interrupção;
c) a aceleração angular após a interrupção;
d) o tempo decorrido entre o instante da interrupção e o da parada.

RESOLUÇÃO

a) f ! 600 rotações/min
600
f! rotações/s ! 10 Hz
60
Logo, a velocidade angular no instante da interrupção é:
i
! 2πf ! 2π # 10 ! 20π rad/s

b) Após a interrupção a hélice executa 100 voltas, portanto, o deslocamento angular é:


! 100 # 2π ! 200π rad
c) Como o movimento é uniformemente retardado, é possível usar a equação de Torricelli:
2
! 2
i
"2
Lembrando que no instante final ! 0, temos:
!400π 2
02 ! (20π)2 " 2 # # 200π ! ! %& rad/s2
400π
d) O tempo decorrido entre a interrupção e a parada é dado por:
! i
" t

0 ! 20π % πt t ! 20π t ! 20 s
π

Capítulo 9 Movimento circular 117


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Em uma corrida de automobilismo o piloto fez uma Determine:
curva a 160 km/h, em seguida, atingiu a velocidade a) a aceleração angular da hélice, supondo que ela
de 240 km/h em 4 segundos. Encontre o valor da ace- seja constante.
km/h m b) quantas rotações foram efetuadas durante os 30 s.
leração escalar média, em e 2.
s s
4. Imagens como esta deixam evidente que a poluição
2. Os acidentes de trabalho, seus riscos e consequências agride o meio ambiente, causando danos incontáveis
para a saúde e integridade física do trabalhador têm a rios e mares, por exemplo, e a toda a fauna e flora
sido objeto de estudos, com o intuito de facilitar o relacionadas a eles. Além disso, compromete as rela-
desenvolvimento de medidas preventivas que podem ções do homem com a natureza.
ser tomadas para reduzir a quantidade de acidentes. Na foto, observa-se que as águas poluídas podem ge-
Há setores da agricultura, indústria e comércio em rar problemas para os comandantes de algumas em-
que o treinamento dos operadores das máquinas é barcações, que, dependendo da quantidade de lixo,
indispensável. No comércio, por exemplo, uma má- não conseguem navegar e precisam desligar o motor.
quina de cortar frios, que aparenta ser de simples ma- Saiba que, ao desligar o motor, a hélice ainda reali-
nuseio, requer treinamento e muita atenção de seu za movimento uniformemente retardado, dando 100
operador, no sentido de prevenir acidentes. Analise voltas até parar, após 10 s. Assim, qual era a frequên-
o caso de uma máquina de cortar frios que, após ser cia de rotação da hélice antes do motor ser desligado?
ligada, desenvolve movimento curvilíneo uniforme-

Gerson Gerloff/Pulsar
mente acelerado e 20 s depois atinge a frequência de
300 rpm. Nesse intervalo de 20 s, determine:
a) a aceleração angular da lâmina circular cortante.
b) o número de voltas efetuadas pela lâmina.

3. Na busca de fontes de energia não poluentes e reno-


váveis, temos constatado várias iniciativas visando
gerar energia elétrica por meio da energia dos ventos.
Em relação ao aproveitamento da energia eólica, o
Brasil já contava em 2014, com cerca de 200 parques
eólicos, e o total de capacidade instalada de 5 GW,
aproximadamente.
Os moinhos de vento usam as hélices como elemento de Vila de pescadores – Rio Grande (RS).
captação do vento e as suas dimensões influem no fun-
5. Há diversos tipos de satélites artificiais enviados ao
cionamento de todo o conjunto gerador. Considere que,
espaço. No caso das telecomunicações, são utiliza-
na fase de testes, a hélice de um moinho de vento gira a
dos satélites geoestacionários, que conseguem man-
300 rpm. Ao detectar um problema técnico, o operador
ter, em relação à superfície da Terra, uma posição
acionou o desacelerador e, após 30 s, a hélice parou.
praticamente sem variações. Considere um satélite a
Fabio Colombini/Ventos do Sul

36 000 km de altura e o raio da Terra 6 400 km, apro-


ximadamente. Nessas condições, determine:
a) o período de rotação ao redor da Terra, descrito
pelo satélite.
b) o módulo da velocidade linear do satélite.
c) a velocidade angular do satélite.

6. Na cozinha de um restaurante, o ventilador principal


gira em movimento uniforme com velocidade angu-
lar de 60π rad/s. Ao ser desligado por um funcioná-
rio, para após 90 voltas em movimento uniforme-
mente variado. Obtenha o intervalo de tempo entre
o momento em que o funcionário desliga e a parada
Parque eólico de Osório (RS). total.

118 Unidade 3 Cinemática vetorial


TESTE O QUE APRENDEU

1. (Enem/MEC) As cidades de Quito e Cingapura en- 4. (PUC-SP) Uma correia passa sobre uma roda de 25 cm
contram-se próximas à linha do equador e em pontos de raio, como mostra a figura.
diametralmente opostos do globo terrestre. Conside-

Editoria de arte
rando o raio da Terra igual a 6 400 km, pode-se afir-
mar que um avião saindo de Quito, voando em média
800 km/h, descontando as paradas de escala, chega
a Cingapura em aproximadamente: 25 cm

a) 16 horas
b) 20 horas
c) 25 horas
Se um ponto da correia tem velocidade 5,0 m/s, a fre-
d) 32 horas quência de rotação da roda é, aproximadamente:
e) 36 horas a) 32 Hz
2. (Enem/MEC) Quando se dá uma pedalada na bicicle- b) 2 Hz
ta ilustrada a seguir (isto é, quando a coroa acionada c) 0,8 Hz
pelos pedais dá uma volta completa), qual é a distân- d) 0,2 Hz
cia aproximada percorrida pela bicicleta, sabendo
e) 3,2 Hz
que o comprimento de um círculo de raio R é igual a
2πR, onde π ! 3? 5. (Fuvest-SP) Considere as três engrenagens acopladas
como na figura a seguir. A engrenagem A tem 50 den-
tes e gira no sentido horário, indicado na figura, com
frequência de 100 rpm (rotação por minuto). A en-
grenagem B tem 100 dentes e a C tem 20 dentes.
Editoria de arte

Paulo Cesar
100 50
80 cm 10 cm 30 cm
20 A
a) 1,2 m B
C
b) 2,4 m
c) 7,2 m
d) 14,4 m
a) Qual é o sentido de rotação da engrenagem C?
e) 48,0 m
b) Quanto vale a velocidade tangencial da engrena-
3. (UERJ) Uma das atrações típicas do circo é o equili- gem A em dentes/min?
brista sobre monociclo. c) Qual é a frequência (em rpm) da engrenagem B?
O raio da roda do monociclo utilizado é igual a 20 cm,
6. (Enem/MEC) Para serrar ossos e carnes congeladas,
e o movimento do equilibrista é retilíneo.
um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui
O equilibrista percorre, no início de sua apresentação, três polias e um motor. O equipamento pode ser mon-
uma distância de 24 m. tado de duas formas diferentes, P e Q. Por questão de
Determine o número de segurança, é necessário que a serra possua menor ve-
Paulo Cesar

pedaladas, por segundo, locidade linear.


necessárias para que ele
Alex Argozino

serra serra polia


percorra essa distância em de fita polia 3 de fita 3
30 s, considerando o movi-
motor motor polia
mento uniforme. 2

correia polia 2
polia 1 polia 1 correia
Montagem P. Montagem Q.

Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a


justificativa desta opção?

Capítulo 9 Movimento circular 119


TESTE O QUE APRENDEU

a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades line- 8. (Unicamp-SP) Considere um computador que arma-
ares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior zena informações em um disco rígido que gira a uma
raio terá menor frequência. frequência de 120 Hz. Cada unidade de informação
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais ocupa um comprimento físico de 0,2 m na direção
do movimento de rotação do disco. Quantas informa-
e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear
ções magnéticas passam, por segundo, pela cabeça
em um ponto periférico.
de leitura, se ela estiver posicionada a 3 cm do centro
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências dife- de seu eixo, como disco rígido
rentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade mostra o esquema
linear em um ponto periférico. simplificado apre-
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velo- sentado ao lado?
cabeça
cidades lineares em pontos periféricos e a que tiver (Considere π ! 3.) de
3 cm leitura
menor raio terá maior frequência. a) 1,62 " 106
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velo- b) 1,8 " 106

Alex Argozino
cidades lineares em pontos periféricos e a que tiver c) 64,8 " 108
maior raio terá menor frequência. d) 1,08 " 108
7. (Unesp-SP) A figura representa, de forma simplificada, 9. (Fuvest-SP) Nina e José estão sentados em cadeiras,
parte de um sistema de engrenagens que tem a fun- diametralmente opostas, de uma roda-gigante que
ção de fazer girar duas hélices, H1 e H2. Um eixo ligado gira com velocidade angular constante. Num certo
a um motor gira com velocidade angular constante e momento, Nina se encontra no ponto mais alto do
nele estão presas duas engrenagens, A e B. Esse eixo percurso e José, no mais baixo; após 15 s, antes de a
pode se movimentar horizontalmente assumindo a roda completar uma volta, suas posições estão inver-
posição 1 ou 2. Na posição 1, a engrenagem B acopla- tidas. A roda-gigante tem raio R ! 20 m e as massas
-se à engrenagem C e, na posição 2, a engrenagem A de Nina e José são, respectivamente, MN ! 60 kg e
acopla-se à engrenagem D. Com as engrenagens B e MJ ! 70 kg. Calcule:
C acopladas, a hélice H1 gira com velocidade angular
a) o módulo da velocidade linear das cadeiras da ro-
constante , e, com as engrenagens A e D acopladas, a
da-gigante;
hélice H2 gira com velocidade angular constante 2.
b) o módulo da aceleração radial de Nina e de José.
Alex Argozino

Posição 1
B 10. (Unicamp-SP) As máquinas cortadeiras e colheitadei-
ei o ligado
eeixo
eix A
ao
ao motor ras de cana-de-açúcar podem substituir dezenas de
trabalhadores rurais, o que pode alterar de forma sig-
nificativa a relação de trabalho nas lavouras de cana-
-de-açúcar. A pá cortadeira da máquina ilustrada na
H1 H2 Posição 2. figura abaixo gira em movimento circular uniforme
D Posição 2
C a uma frequência de 300 rpm. A velocidade de um
eixo ligado B A
Posição 1. ao motor ponto extremo P da pá vale:
(Considere π ! 3)
Walter Caldeira

H1 H2
D
C
(http://carros.hsw.uol.com.br. Adaptado)

Considere rA, rB, rC e rD os raios das engrenagens A, B, R = 60 cm


C e D, respectivamente. Sabendo que rB ! 2 " rA e que P

rC ! rD, é correto afirmar que a relação 1


é igual a: a) 9 m/s
2 c) 18 m/s
a) 1,0 c) 0,5 e) 2,2 b) 15 m/s
b) 0,2 d) 2,0 d) 60 m/s

120 Unidade 3 Cinemática vetorial


EXPERIMENTO

Experimente os recursos da bicicleta


Anton Gvozdikov/Shutterstock.com
MATERIAIS

• lápis e papel
• uma bicicleta
• um relógio que marque os segundos
Amsterdã é • uma fita métrica
considerada
a capital das • fita adesiva
bicicletas do
mundo.
PASSO A PASSO
Amsterdã, na Holanda, considerada cidade das
bicicletas, abriga 800 mil habitantes e 880 mil bicicle- • Desenhe uma tabela para registrar os dados obtidos.
tas. Segundo estimativas do governo local, o número • Mantenha uma bicicleta com as rodas para cima enquan-
de bicicletas é quatro vezes maior do que o número to o guidão e o selim permanecem apoiados no chão.
de carros. Em diversas partes do mundo, a busca por
alternativas que amenizem os congestionamentos no

Dotta2
trânsito urbano e a poluição ambiental têm estimu-
lado a adoção de medidas que facilitem o uso da bi-
cicleta. Nesse sentido é possível destacar algumas ci-
dades como Copenhagen, na Dinamarca; Montreal,
no Canadá; Portland, nos EUA; Barcelona, na Espa-
nha; Tóquio, no Japão; e, inclusive, cidades brasileiras
como Sorocaba, Curitiba, Santos, Aracaju e Rio de • Com um pedaço de fita adesiva, marque um ponto A
Janeiro, que têm se destacado por essas iniciativas. no aro da roda, junto ao pneu.
• Meça o comprimento do raio da roda, isto é, a dis-
A Física e o funcionamento da bicicleta tância do eixo da roda até o ponto A. Esse valor (RA)
corresponde ao raio da trajetória do ponto A.
Alex Argozino

• Com outro pedaço de fita adesiva, marque no raio da


roda
roda um ponto B. Essa marcação deve ser feita de tal
forma que a distância do ponto B ao eixo da roda cor-
responda à metade da distância do ponto A ao eixo, ou
catraca seja, RA ! 2 " RB.
coroa • Impulsione a roda para que ela gire rapidamente.
Provavelmente, você já andou várias vezes de bici- Cuidado para que não tombe.
cleta e não teve a preocupação de observar os diversos • Meça o intervalo de tempo, para que os pontos A e B
conhecimentos, desenvolvidos pela Física, que são uti- deem dez voltas.
lizados no funcionamento desse veículo tão popular. RESPONDA
É o caso do sistema de tração, que, em uma bicicleta
simples, é composto pela coroa (a engrenagem dian- Determinando as grandezas físicas relacionadas ao
teira, movimentada pelos pedais) ligada por uma cor- MCU
rente à catraca (engrenagem traseira que está acopla- a) Organize os dados coletados e determine o pe-
da à roda traseira). Para entender, detalhadamente, o ríodo, a frequência, a velocidade angular média, a
funcionamento desse sistema de tração e as grandezas velocidade escalar média e a aceleração centrípeta,
físicas relacionadas ao movimento curvilíneo uniforme para os pontos A e B.
que estão envolvidas neste caso, vamos desenvolver a b) Compare os valores obtidos para os pontos A e
atividade experimental seguinte. B, de tal forma que seja possível afirmar se todas
Atividade experimental: essas grandezas permanecem constantes ou se so-
Os grupos de estudo podem ser formados por frem variação.
três ou quatro estudantes que deverão se organizar c) Caso a marcação sobre o raio da roda, para o pon-
para interagir durante a realização das ações indi- to B, seja feita de tal forma que RA ! 4 " RB, quais se-
cadas a seguir: rão os valores obtidos para essas grandezas físicas?

Capítulo 9 Movimento circular 121


4
Força
Ainda que normalmente a palavra força nos remeta a uma locomo-
tiva potente ou a um levantador de pesos durante uma competição,
para os físicos ela é definida como qualquer interação capaz de tirar
um objeto do repouso ou de mudar a velocidade ou a direção de um
Unidade objeto já em movimento.

Radiografia de uma tacada


Exemplo da atuação da força sobre um objeto: o taco acabou de

Dinâmica golpear a bola branca, que estava em repouso, imprimindo sobre ela
uma força que resulta em movimento. O mesmo acontece quando a
bola branca se choca com as demais bolas.
Capítulo 10:
Leis de Newton
Capítulo 11: Força estática Momento linear
Outras aplicações das leis Existem forças que em determinadas situações Também chamado de
de Newton atuam sem provocar movimento. Esta bola, quantidade de movimento
ainda em repouso, está submetida à força da linear, é definido como
Capítulo 12: gravidade e, por estar apoiada sobre uma base a aceleração do objeto
Gravitação universal sólida, não se moverá até ser atingida. multiplicada por sua
massa.

Aceleração
A força aplicada sobre a
bola branca fará que ela
alcance uma determinada
aceleração.
Sol90 Images

Contato
No caso do bilhar, as forças são de
contato, já que este é necessário para
provocar a interação entre o objeto e
a força. O magnetismo e a gravidade, Equilíbrio e resultante de forças
por sua vez, podem ser definidos como As forças podem se combinar e se equilibrar
forças que agem à distância. para produzir efeitos distintos. No equilíbrio,
se igualam as forças mais intensas, ainda estas
SIR ISAAC NEWTON
possam ser perturbadas pela ação de outras.
Considerado por muitos o maior cientista de
todos os tempos, Isaac Newton nasceu na In-
glaterra em 1643 e faleceu em 1727. Fez ines-
Uma disputa de queda de braço é um bom
timáveis e numerosas contribuições a diversos
exemplo de equilíbrio de forças: ganha quem,
campos da ciência, como o enunciado da Lei
com seu braço, exercer maior força.
da Gravitação Universal e as leis que levam seu
nome, que se converteram nas bases da mecâ-
nica clássica. Outros campos nos quais Newton
Desaceleração
realizou contribuições fundamentais foram a
Se uma nova força não é aplicada, as bolas
óptica e a matemática, como o desenvolvimen-
tendem a parar o movimento, em virtude da
to do cálculo integral e diferencial.
ação da força de atrito com a superfície.

122 Unidade 4 Dinâmica


Medindo a força À distância ou em contato
Para se medir a força utiliza-se o dinamômetro, Uma das maneiras de classificar as forças
cujos valores são dados em newtons de acordo leva em conta se há contato físico para
com o Sistema Internacional de Unidades. provocar a interação.

Dinamômetro
Foi inventado por Isaac Newton, é constituído por
uma mola ou fole que se estica conforme a força Forças de contato
aplicada em sua extremidade.
Os objetos se tocam para que a aplicação das forças
seja efetiva.

Newton
É a unidade utilizada para medir a força. Um
newton equivale à força que, aplicada a uma
massa de um grama, sofre uma aceleração de
um metro por segundo.
Forças à distância ou de ação
Fórmula A transmissão da força
quilograma não se dá pelo contato, como acontece,
força metro por exemplo, na atração gravitacional e no
1 kg x m magnetismo.
1N =
s2 segundo ao
quadrado
100.000
newtons
É a força capaz de girar
a turbina de um avião.

ímã

força

elemento
metálico

As forças fundamentais
Existem quatro interações fundamentais da matéria que não podem ser decompostas em forças mais simples.
Atualmente se procura explicar essas forças como expressões distintas de uma única força.

GRAVIDADE ELETROMAGNÉTICA NUCLEAR FRACA NUCLEAR FORTE


Responsável pelo Liga os elétrons aos É uma força que atua em Diferentemente da
peso dos objetos e do núcleos atômicos. nível subatômico, com gravidade, esta força
movimento dos astros. Dá consistência partículas como quarks e atua em curto alcance.
Exerce muito pouca força aos materiais e leptons, e é importante nos Mantém juntos os prótons
em escala atômica e por está relacionada processos de decaimento e os nêutrons do núcleo
isso não se inclui nas com as radiações radioativo. Funciona como atômico, vencendo a
teorias quânticas. eletromagnéticas. uma força de atração, repulsão entre as partículas
Em alguns modelos é como a gravidade. de mesma carga, como os
unificada com a força prótons, que são positivos.
nuclear fraca. Capítulo 10 Leis de Newton 123
CAPÍTULO 10

Leis de Newton
1. Dinâmica: as causas do
movimento
2. Noção de força
3. As Leis de Newton
4. Interação entre corpos

1. DINÂMICA:
AS CAUSAS DO MOVIMENTO
A Cinemática explica algumas características do movimento, como velocida-
de e aceleração. Mas podemos também questionar: Qual é a causa ou o agente
que provoca o movimento dos pássaros, por exemplo? É necessário agir sobre
esse corpo para alterar sua velocidade? E para mantê-la?
Essas perguntas tratam das relações entre as causas do movimento e seus
efeitos, objetivo desta Unidade. A Dinâmica é a parte da Mecânica que estuda
os movimentos, suas causas e seus efeitos.
Steve Byland/Shutterstock/Glow Images

NASA

Germanskydiver/Shutterstock/Glow Images
Por que os pássaros conseguem voar? Por que a Lua se movimenta ao redor Por que o paraquedista cai quando salta
da Terra? do avião?
Observar o movimento dos corpos, buscar as causas e relacioná-las com suas
consequências não é preocupação recente.
Os registros mais significativos dessas pesquisas foram deixados por Aristóte-
les (384 a.C.-322 a.C.), Galileu Galilei (1564-1642), Isaac Newton (1642-1727) e
Albert Einstein (1879-1955), como veremos mais adiante.
Em nosso estudo sobre as causas e os efeitos do movimento de um corpo, va-
mos desconsiderar suas dimensões, ou seja, considerá-lo como um ponto material.

2. NOÇÃO DE FORÇA
La Phototeque/Opção Brasil

Quando analisamos o movimento de uma esfera sobre um plano inclinado,


notamos que esse movimento é acelerado, isto é, a cada instante da descida, a
esfera fica cada vez mais rápida, com maior velocidade. Nessa situação, podemos
F
nos perguntar: Por que a esfera se move? O que faz sua velocidade aumentar?
Assim como na queda livre, na proximidade da superfície da Terra, podemos
explicar o fato de os corpos caírem em direção ao seu centro, ou descerem um
plano inclinado, pela ação da gravidade, uma interação entre o corpo em movi-
mento e nosso planeta.

O movimento do carrinho é provocado pela


força que a pessoa aplica sobre ele.

124 Unidade 4 Dinâmica


De maneira geral, a interação entre quaisquer corpos pode ser descrita por
meio da noção de força. Nessa interação, os corpos atuam um no outro, provo-
cando o surgimento de pares de forças, de tal forma que cada força age em um
corpo.
A força é o agente causador de alterações no estado de repouso ou de mo-
vimento dos corpos.
A mesma intensidade de força, quando aplicada em direções e sentidos dife-
rentes, pode produzir efeitos também diferentes, o que nos leva a considerá-la
uma grandeza vetorial.

Força resultante
Em muitas situações, é possível que o mesmo corpo esteja sujeito à ação de
várias forças. Nesse caso, representamos essas forças por apenas uma, chamada
força resultante.
Devemos entender a força resultante apenas como uma força representativa,
que age no corpo causando o mesmo efeito que o conjunto de todas as forças.
Para obtermos a força resultante R , precisamos fazer a soma vetorial das vá-
rias forças que atuam no corpo.
Exemplificando, vamos considerar o ponto material A nos dois casos a seguir:

Ilustrações: Editoria de arte


← ← ← ← ←
1o caso: as forças F1 e F2 agem sobre A. 2o caso: as forças F1, F2 e F3 agem
sobre A. ←
F2

← ←
F2 A F1 F3 A


F1

A força resultante é dada por: A força resultante é dada por:

← ← ← ← ← ← ←
R F1 F2 R F1 F2 F3

Antonio Robson
Generalizando, dizemos que sobre o ponto material A agem n forças, F1,
F2, ... , Fn:
→ → → → F ! 40 N F ! 40 N
R F1 F2 ... F n na parede

Os métodos de adição vetorial, já vistos, se aplicam a esse caso.


Para medir a intensidade de uma força, podemos usar um aparelho chamado
dinamômetro, constituído basicamente de uma mola e uma escala. O maior
ou menor alongamento da mola determinará a maior ou menor intensidade da
força.
No Sistema Internacional (SI), a unidade de força é o newton (N). Outra uni-
dade utilizada, que não faz parte do SI, é o quilograma-força (kgf).
A relação entre essas duas unidades é:

1 kgf ! 9,8 N F ! 40 N

A unidade de força do SI faz homenagem ao físico inglês Isaac Newton. Mas


é preciso observar que a unidade deve ser escrita com letra minúscula (newton), Escala do dinamômetro graduada
e seu símbolo, com letra maiúscula (N). em newtons.

Capítulo 10 Leis de Newton 125


Exercícios resolvidos
1 Considere FA ! 3 N e FB ! 4 N e determine a intensidade da força resultante nos seguintes casos:
→ → → →
a) FA e FB têm direção ← ← c) FA e FB formam um ângulo de 90° entre si num pla-
FA FB
horizontal e sentidos no paralelo ao tampo da mesa.
opostos.

Ilustrações: Grace Arruda



FA

→ → ←
b) FA e FB têm direção FA
horizontal e mesmo ←
FB ←
sentido. FB

RESOLUÇÃO
→ → → → →
a) Considerando os sentidos de FA e FB opostos, temos: R ! FB " FA e, em intensidade, R ! FB # FA.
R!4#3!1 R ! 1 N (para a direita)
→ → → → →
b) Considerando FA e FB no mesmo sentido, temos: R ! FB " FA e, em intensidade, R ! FB " FA.
R!4"3!7 R ! 7 N (para a direita)

→ → → → → FA
c) Considerando o ângulo de 90° formado entre FA e FB, temos: R ! FB " FA, em inten-
sidade,
R2 ! F B2 " FA2 ! 42 " 32 ! 25 ←
R
R! 25 R ! 5N ←
FB
2 A figura abaixo representa um carro, de massa 500 kg, sendo puxado por duas pessoas.
Alex argozino


F1


F2

Sabendo que F1 ! 20 N e F2 ! 30 N e desprezando os atritos, determine:


a) a aceleração do carro;
b) a velocidade do carro após 20 s de movimento, sabendo que ele partiu do repouso.

RESOLUÇÃO

a) R ! 20 " 30 ! 50 N b) v ! v0 " a $ t
R!m$a v ! 0 " 0,1 $ 20 v ! 2 m/s
50
50 ! 500 $ a a! a ! 0,1 m/s 2
500
3 Considerando-se duas forças de intensidade 30 N e 45 N, encontre as resultantes de intensidades máxima e mínima
dessas forças.

RESOLUÇÃO

Rmáx ! 30 " 45 ! 75 N
Rmín ! 45 # 30 ! 15 N

126 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Explique o que é a grandeza física força. F1

Editoria de arte
2. Torne as afirmações a seguir verdadeiras.
F3 P
a) Quando um jogador de futebol chuta uma bola em
direção ao gol, a bola sai de seu pé com força.
F2
b) Um garoto observa uma bola que rola sozinha em
uma quadra até parar. Diante desse fato, ele conside- Sabendo que dessa forma o barco se mantém em
ra a ausência de forças aplicadas na bola. repouso, determine (em newton) o módulo da força
c) Um corpo está em equilíbrio quando a soma das F3, aplicada pela água no barco.
forças atuantes é diferente de zero. (Este enunciado é referente aos exercícios 8 e 9).
3. O que é força resultante? Sobre a bancada de um laboratório, um corpo é sub-
metido à ação de duas forças, F1 ! 50 N e F2 ! 20 N.
4. Na Física, assim como em outras disciplinas, é A direção e o sentido dessas forças sofrem variações,
necessário organizar os estudos que buscam soluções durante um teste para que se saiba em que situações
para as nossas indagações. Por exemplo, na Mecânica ocorrem a maior ou menor intensidade da força re-
concentramos os estudos relativos à ideia de movi- →
sultante R.
mento, que, por sua vez, podem ter objetivos ligados
8. Encontre a intensidade da força resultante que age no
à Cinemática ou à Dinâmica. Descreva uma situação
corpo quando o ângulo formado entre as duas forças
que justifique a diferença entre os objetivos da Cine-
é:
mática e os da Dinâmica, ao analisar o movimento de
um ponto material. a) 60", sabendo que cos 60" = 0,5;

Ilustrações: Alberto de Stefano



F1
5. Uma força de módulo 10 N e outra de módulo 12 N
são aplicadas simultaneamente a um corpo. Qual das
60º
opções abaixo apresenta uma possível intensidade re-
sultante dessas forças? ←
F2
a) 0
b) 1 N b) 30", sabendo que cos 30" ! 0,87.

c) 15 N F1

d) 24 N
e) 120 N 30º

6. Num trecho de estrada, sem calçamento, um veícu- F2
lo está atolado na lama. Para tirá-lo daí, um guin-
cho aplica no veículo, com um cabo de aço, uma
9. Qual a intensidade máxima e a mínima da força
força F ! 950 N. Com base no texto, analise as afir-
resultante?
mações a seguir:
• A informação contida nessa igualdade (F ! 950 N) 10. Um objeto está sujeito a um sistema de três forças,
F1, F2 e F3, concorrentes em um ponto. Sabendo que
está equivocada.
F1 = 5 N e F2 = 20 N, com relação à intensidade de
• A partir do instante em que o veículo começa a ser F3, expresse por meio de uma desigualdade a condi-
deslocado, a força aplicada pelo cabo de aço é a única ção para que haja equilíbrio.
força que age no veículo.
11. Duas pessoas puxam uma caixa aplicando forças de
7. Devido à correnteza das águas de um rio, um barco mesma intensidade. Se o ângulo entre as forças for de
está amarrado por duas cordas que aplicam nele as 60°, determine:
forças F1 = 40 N e F2 = 30 N. a) a intensidade da força resultante.
Na figura, estão representadas as direções e os senti- b) a força resultante quando o ângulo entre elas for
dos das forças que agem no barco: de 180°.

Capítulo 10 Leis de Newton 127


3. AS LEIS DE NEWTON
Vamos rever algumas ideias sobre o movimento. Acompa-
Ilustrações: Paulo Nilson

movimento nhe as seguintes situações:


F!0
Situação 1
Se você empurrar um bloco de gelo sobre uma superfície ás-
pera, o bloco permanecerá em movimento, enquanto sua mão
estiver aplicando uma força sobre ele.
Esse tipo de associação, de que para haver movimento é ne-
Superfície áspera.
cessária a ação de um agente motor – uma força –, foi uma tese
aceita desde Aristóteles (IV a.C.) até o século XVI.
Agora, pense nessa mesma situação, mas com o bloco de
movimento
F!0 gelo sobre uma superfície bem lisa, como uma pedra de már-
more polida. Nesse caso, após a retirada da mão que o empur-
ra, o bloco permanecerá em movimento, deslizando por alguns
segundos.
Essas duas situações que acabamos de analisar permitem
pensarmos sobre o movimento. No segundo caso, a pedra de
Superfície lisa. gelo continua seu movimento por vários segundos, mesmo que
a mão não a empurre mais.
O italiano Galileu Galilei, após realizar muitos experimentos,
chegou à conclusão de que entre as superfícies de contato dos
corpos havia uma força que se opunha ao movimento (força de
atrito).
Para Galilei, se não houvesse atrito, o corpo continuaria em
movimento, mesmo que a força agente sobre ele deixasse de
existir.

Situação 2
Quando duas pessoas estão andando em uma moto e
ocorre uma partida brusca, o corpo do passageiro, que está em
repouso, é jogado para trás (Figura 1).
Figura 1: partida brusca de uma moto.
Nesse caso, a moto sofre a ação de uma força e se desloca,
enquanto o corpo do passageiro tende a permanecer em re-
pouso.
Com a moto em movimento, em uma freada brusca, o cor-
po do passageiro, que também está em movimento, em rela-
ção à estrada, tende a permanecer em movimento (Figura 2).
Nesse caso, ao sofrer a ação de uma força, a moto para,
enquanto o corpo do passageiro continua o movimento para
a frente.
Nessas duas situações chegamos a uma interpretação se-
melhante àquela obtida por Galileu. Segundo ele, um corpo
em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em
movimento tende a permanecer em movimento.
Alguns anos depois, o inglês Isaac Newton também
estudou esses fenômenos e elaborou os três princípios da
Figura 2: freada brusca de uma moto. Dinâmica.

128 Unidade 4 Dinâmica


Princípio da inércia (1a lei de Newton)
O conceito de inércia, enunciado formalmente por Isaac Newton, diz que:

Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme


em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças que
atuem sobre ele.

É sempre bom lembrar que a tendência de um corpo de permanecer em re-


pouso ou em movimento retilíneo uniforme só é válida quando a resultante das
forças que atuam sobre ele é nula. Se um ponto material está em repouso ou em
movimento retilíneo uniforme, a velocidade vetorial é constante.
Podemos representar esse conceito utilizando símbolos:

em repouso ( v ! 0 )
→ →
→ → →
R!0 v é constante
em MRU ( v ! constante )

Usualmente, o estado de repouso é denominado equilíbrio estático e o


estado de movimento retilíneo uniforme é denominado equilíbrio dinâmico.

Exercícios resolvidos
1 Durante uma aula de Física, quatro alunos foram convidados a escrever uma frase sobre o princípio da inércia. Qual
delas é coerente com a proposta?
Aluno A: Se nenhuma força age sobre um corpo, ele obrigatoriamente está em repouso.
Aluno B: Se um corpo está em repouso, certamente não está sujeito à ação de nenhuma força.
Aluno C: Se um corpo está em movimento, ele obrigatoriamente está sujeito à ação de uma força.
Aluno D: Se um corpo apresenta movimento retilíneo uniforme, a resultante das forças que agem sobre ele é nula.

RESOLUÇÃO

Aluno A: Incorreta, pois, quando não há forças agindo sobre o corpo, ele pode estar em repouso ou em movimento
retilíneo uniforme.
Aluno B: Incorreta, pois um corpo em repouso pode sofrer a ação de forças, desde que a resultante seja nula, condição de
equilíbrio estático.
Aluno C: Incorreta, pois um corpo permanece em movimento retilíneo uniforme quando não há forças externas
agindo sobre ele ou quando a resultante dessas forças é nula.
Aluno D: Correta, pois, quando o movimento do corpo é retilíneo uniforme, necessariamente a resultante das for-
ças que agem sobre ele é nula. Essa é a condição de equilíbrio dinâmico.

2 No nosso cotidiano podemos observar o princípio da inércia em varias situações. Uma delas é quando andamos de
ônibus ou metrô. Pensando nessa situação, responda:
a) porque quando o ônibus breca os passageiros vão para frente?
b) quando o metrô entra em movimento acelerado e uma pessoa, em seu interior, inclina o corpo para trás, é porque
existe uma força puxando essa pessoa?

RESOLUÇÃO
a) Os passageiros estão em movimento com a mesma velocidade do ônibus. Quando ele breca os passageiros conti-
nuam o movimento, em linha reta, devido à inércia.
b) Não a pessoa estava em repouso e a tendência é continuar parada, quem se move é o trem.

Capítulo 10 Leis de Newton 129


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Você empurra um carrinho e ele se move. Soltando-o

Minerva Studio/Shutterstock.com
você nota que em poucos segundos ele para. Esse
fato contradiz a 1a lei de Newton? Justifique sua res-
posta.
2. O princípio da inércia é válido quando se aplica a um
corpo uma única força?

3. Uma criança empurra uma caixa sobre uma superfí-


cie horizontal, com uma força de 30 N, movendo-a
com velocidade constante. Quanto vale a força opos-
ta (atrito) ao movimento?
4. Uma bola é colocada em movimento circular sobre
uma mesa. Ela é mantida nesta trajetória por uma li- Para usá-lo corretamente devemos sentar com a colu-
nha presa ao centro da mesa. na ereta fazendo um ângulo de noventa graus com as
pernas. O cinto diagonal passa pelo meio do ombro
e se estende pela coluna vertebral até o engate nos
Editoria de arte

quadris. O cinto subabdominal ou pélvico deve ser


colocado na articulação dos quadris e não na barriga.
Considerando as ciências físicas e suas leis, podemos
relacionar o cinto de segurança a qual lei:
a) lei do empuxo.
b) inércia.
c) lei da ação e reação.
Se a linha arrebentar, como será o movimento da
d) lei da cinemática.
bola? Por quê?
e) movimento uniformemente variado.
5. Na figura está representado o gráfico velocidade %
tempo de um objeto de 8,0 kg de massa, que se mo- 7. No Brasil é obrigatório o uso do cinto de segurança.
vimenta em linha reta. Determine a intensidade da Numa freada brusca, a tendência do corpo do motorista
força resultante que atua sobre o corpo no intervalo ou dos passageiros é permanecer em movimento por:
de 2,0 a 6,0 s. a) ressonância. d) atrito.
b) inércia. e) gravitação.
v (m/s)
Tarumã

c) ação e reação.
8. Indique em seu caderno V (verdadeiro) ou F (falso) para
20 as afirmações, de acordo com o princípio da inércia.
I. O lápis que está em repouso sobre a mesa do profes-
sor permanecerá nesse estado enquanto a resultante
10
das forças que agem sobre ele não se alterar.
II. Quando um objeto está em repouso e permanece as-
sim, a resultante das forças que agem sobre ele é nula.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 t(s) III. Um corpo se movimenta para o sul, em trajetória
retilínea, com velocidade constante v ! 10 m/s. Se a
resultante das forças que agem sobre ele permane-
6. As estatísticas mostram a importância do cinto de se- cer nula, ele continuará se movimentando para o
gurança automotivo, como forma de prevenir lesões sul em trajetória retilínea, com velocidade constante
mais graves em condutores e passageiros em caso v ! 10 m/s.
de acidente. O cinto de segurança de três pontos é o IV. Uma bicicleta está estacionada numa rua. Perma-
mais indicado, oferece maior proteção porque a força nece em repouso porque a resultante das forças que
do impacto é distribuída e absorvida por ele em toda agem sobre ela é nula. Portanto, a bicicleta está em
área de contato com o corpo. equilíbrio estático.

130 Unidade 4 Dinâmica


Princípio fundamental da Dinâmica (2a lei de Newton)

De acordo com o princípio da inércia, quando a resultante de

Ilustrações: Studio Caparroz


forças externas que agem num ponto material é nula, a veloci- a1
dade vetorial será constante.
Considerando a possibilidade de a resultante de forças exter- R1 m
nas que agem sobre o ponto material não ser nula, a velocidade
vetorial deixará de ser constante, e o ponto material passará a
apresentar aceleração.
Observe a seguir duas situações em que representamos uma
criança sentada num skate.
Situação 1.
Juntos, a criança e o skate têm massa m que permanece
constante nas situações 1 e 2. Mantidas as mesmas condições a2

nas duas situações, para uma intensidade de R 2 maior que a de

R 1, a intensidade de a 2 será maior que a de a1.
→ →
R2
Veja também que a direção e o sentido da aceleração a→1 e →a 2 m
→ →
são os mesmos de R 1 e R 2, respectivamente.

Observe outras duas situações, em que a resultante R (não
nula) das forças que agem sobre o carro é a mesma, diferindo
somente a massa m: na situação 1 o carro está vazio (m1) e, Situação 2.
na situação 2, o carro está com passageiros e bagagens (m2).

a2
a1

m1 m2


R →
R

Situação 1. Situação 2.

Quanto maior a massa, maior será a resistência à variação de velocidade,



isto é, para a mesma força resultante R, se a massa aumentar, a intensidade de

a diminuirá e vice-versa.


Quando um ponto material de massa m é submetido à ação da resultante R de

forças, ele adquire uma aceleração a , cuja direção e sentido são os mesmos de

R, e a intensidade é proporcional ao produto m ! a.
→ →
R ! ma

Fisicamente, a massa representa a maior ou menor resistência que um


corpo apresenta à variação da velocidade, ou seja, é uma medida da sua inércia.
No Sistema Internacional (SI) utilizamos as seguintes unidades: quilogra-
ma (kg), para massa; metro por segundo ao quadrado (m/s2), para aceleração;
newton (N), para força.

Considerando o princípio fundamental da Dinâmica, R ! ma→ , temos:
1 newton é a intensidade de uma força que, ao agir num objeto de massa 1 kg,
manifesta nele uma aceleração de 1 m/s2, na sua direção e no seu sentido.
1 N ! 1 kg " 1 m/s2

Capítulo 10 Leis de Newton 131


Exercícios resolvidos
1 Um vagonete, de massa m ! 100 kg, está em repouso sobre trilhos retilíneos horizontais. A partir de determinado

instante, a resultante R das forças que passaram a agir nele, na direção paralela aos trilhos e para a direita, tem inten-

sidade constante de 50 N. Considere que a ação de R ocorreu durante 20 s, despreze os possíveis atritos e determine:
a) a aceleração impressa ao vagonete.

b) a velocidade do vagonete 20 s após a ação de R ter iniciado.

c) o que ocorre com a velocidade do vagonete após 20 s, se considerarmos que, a partir desse instante, R deixa de
agir sobre ele.

RESOLUÇÃO

a) Como R é a força resultante, o vagonete passa a Dessa forma, temos:
descrever movimento retilíneo acelerado na mesma v ! vi " at

direção e no mesmo sentido de R. v ! 0 " 0,5 # 20
R ! ma v ! 10 m/s, horizontal, para a direita.
50 ! 100a
c) Considerando o princípio da inércia, após 20 s o
a ! 0,5 m/s2, horizontal, para a direita. vagonete continua em movimento retilíneo e com
b) Sendo a aceleração escalar constante e não nula, velocidade constante v ! 10 m/s, horizontal, para a
o movimento é retilíneo e uniformemente variado. direita.

2 Em uma peça de 12 kg de massa inicialmente em repouso, estão sendo aplicadas duas forças constantes de intensi-
dades 10 N e 18 N, formando um ângulo de 60° entre si. Encontre:
a) a aceleração do corpo;
b) a velocidade escalar após 8 s;
c) o movimento a partir do instante 8 s.

RESOLUÇÃO

a) Cálculo da força resultante R: 22,5


a! !1,9 m/s 2
12
R! F12 + F22 + 2 ⋅ F1 ⋅ F2 ⋅ cos 60° b) v0 ! 0, logo:
v ! 0 " 1,9 # 8
2 2 1
R ! 10 + 18 + 2 ⋅10 ⋅ 18 ⋅ !22,5N
2 v ! 15,2 m/s

c) Logo após 8 segundos, não ocorre mais a ação de
→ R forças, assim, a peça se deslocará em MRU, segundo
Logo: R !m ⋅ a

a!

m a lei da inércia, com velocidade de 15,2 m/s.

3 Um carro atravessa um cruzamento com velocidade de 54 km/h e acelera até atingir 90 km/h. Durante essa variação
de velocidade o carro pecorreu 5 km. Considerando que a massa do carro é de aproximadamente 500 kg, determine:
a) a aceleração sofrida pelo carro;
b) a força resultante aplicada pelo motor.

RESOLUÇÃO
a) v0 ! 54 km/h ! 15 m/s 252 ! 152 " 2 # a # 5 a ! 40 m/s2
v ! 90 km/h ! 25 m/s b) R ! m # a
Aplicando a equação de Torricelli, temos: R ! 500 # 40
v2 ! v20 " 2 # a # s R ! 2 000 N

132 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Ao conferir a resolução de uma questão feita por um 6. Avalie as duas situações apresentadas abaixo. Consi-
colega de classe, Pedro avaliou que ela não estava dere que antes da ação das forças o skate estava em
correta. Leia o enunciado da questão e a resolução repouso e que sua trajetória é horizontal e retilínea.
apresentada pelo colega de Pedro e verifique quem Despreze os possíveis atritos.
está correto. Caso a resolução esteja errada, qual é a
resposta correta?
Questão: Determine a massa de um corpo (em kg)
que após sofrer a ação de duas forças com módulos →
F2
10 N e 12 N, com mesma direção e sentidos opostos, →

adquire aceleração de 2 m/s2. F1

Ilustrações: Editoria de arte


Resolução: R = ma 22 = m · 2 m = 11 kg
2. Considere as afirmações citadas abaixo, e verifique-
-as quanto a veracidade: Situação A
→ →
I. A resultante R ! m $ a produz num corpo de massa

m uma aceleração a na mesma direção e sentido da

resultante e de intensidade proporcional a R .
II. As forças de ação e reação têm resultante nula, → →

provocando sempre equilíbrio do corpo em que F2 F3



atuam. F1
III. Um corpo pode permanecer em repouso quando
solicitado por forças externas.
IV. A partir do princípio fundamental da dinâmica,
→ → Situação B
R ! m $ a , podemos considerar que 1 newton é a inten-
sidade de uma força que, ao agir num objeto de massa
1 kg, manifesta nele uma aceleração de 1 m/s2, na sua Sabendo que F1 ! 5 N, F2 ! 15 N, F3 ! 30 N e m ! 20 kg
direção e sentido contrário. (massa do skate adicionada à do menino), determine:
3. Suponha um carro em movimento com velocidade a) a intensidade, a direção e o sentido da resultante
16,7 m/s e massa 1 512 kg. Em um dado momento das forças.
o motorista aciona os freios e o carro para em 1,2 m.
b) a aceleração adquirida pelo skate.
Encontre a força aplicada ao carro, em newtons, até
atingir o repouso. c) a velocidade adquirida pelo skate 5 s após o início
da ação das forças.
4. Um trenzinho de massa 1,2 $103 kg parte do repou-
so e depois de 10 s atinge a velocidade de 36 km/h. d) o que ocorre com a velocidade e a aceleração do skate
Encontre: a partir do instante em que as forças deixam de agir
sobre ele.
a) a aceleração média para esse intervalo de tempo.
b) o valor médio da força resultante que estabeleceu 7. Um caixote é empurrado sobre uma superfície plana e
essa aceleração ao veículo. lisa e adquire uma aceleração. Sobre o mesmo caixote
aplica-se outra força resultante, que é o quádruplo da
5. Sabendo que um caminhão está sem bateria, cinco anterior. Nessas condições, qual o crescimento da ace-
pessoas empurram-no na tentativa de fazer o motor leração adquirida?
funcionar. Considere duas possibilidades: caminhão 8. Duas forças perpendiculares são aplicadas em uma
carregado e caminhão descarregado. Se a resultante caixa de massa 20 kg.
das forças que agem nele for a mesma, em qual das
Se F1 ! 60 N e F2 ! 80 N, determine:
situações as pessoas terão maior dificuldade para
provocar a variação de velocidade no caminhão? a) a força resultante aplicada na caixa;
Justifique sua resposta com base no princípio funda- b) a aceleração adquirida por ele;
mental da Dinâmica. c) a velocidade da caixa após 10 s aplicando a força.

Capítulo 10 Leis de Newton 133


Princípio da ação e reação (3a lei de Newton)
O último princípio enunciado por Newton trata das forças que agem nos corpos quando há interação entre eles.
Para exemplificar, vamos analisar as forças que agem em duas situações muito comuns nos esportes, como o
tênis e o remo.
Situação 1: Um jogador de tênis bate com a raquete na bolinha.

PhotoStock10/Shutterstock.com
movimento

Fraquete/bola Fbola/raquete

Grace Arruda
Quando um jogador de tênis acerta a bolinha com a raquete, existe uma força que atua na raquete e uma que atua na bolinha. Essas forças
estão representadas no esquema.

→ →
A força da raquete sobre a bolinha F raquete/bola e a força da bolinha sobre a raquete F bola/raquete têm mesma intensidade,
mesma direção e sentidos opostos.
Situação 2: Um remo é movimentado dentro

Rena Schild/Shutterstock.com
da água.

A força do remo sobre a água F remo/água e a força

da água sobre o remo F água/remo têm mesma intensi-

dade, mesma direção e sentidos opostos. Fremo/água
Essas situações nos ajudam a entender que as
forças de ação e reação agem simultaneamente
e aos pares, sem necessidade de identificar qual
delas é ação e qual é reação, e têm resultante não
nula porque agem em corpos distintos.


Fágua/remo
to
en
vim
mo

O deslocamento do barco
é resultado da interação
entre o remo e a água.

Segundo Newton, a ação das forças presentes durante a interação entre os corpos pode ser analisada pelo
princípio da ação e reação:

( )

Quando um corpo A imprime determinada força num corpo B FA, B , então o corpo B imprimirá no corpo A outra
( )

força FB, A . Essas forças agem com a mesma intensidade, na mesma direção e em sentidos opostos.

134 Unidade 4 Dinâmica


Exercícios resolvidos
1 Descreva o que ocorre com os corpos que interagem nas situações a seguir, de acordo com o princípio da ação e reação.
a) Pessoas caminhando na rua. O que ocorre quando c) Um garoto solta uma bexiga cheia de ar, aberta, e
o pé está em contato com o chão? percebe que ela descreve um movimento enquanto
expele o ar. Por que ocorre esse movimento?

Artens/Shutterstock/
Glow Images

Dotta2
b) Um menino, ao apro- d) Um pescador aciona o motor de seu barco e conse-

Mike Kemp/Rubberball/Latinstock
ximar um ímã de um gue movimentá-lo. Por que o barco se move?
alfinete, percebe que

Corel Stock Photo


o alfinete descreve um
movimento em direção
ao ímã. Por que ocorre
esse movimento?

RESOLUÇÃO

a) Quando uma pessoa inicia uma caminhada sobre c) As partes elásticas da bexiga agem no ar empur-
uma superfície não polida, o pé age empurrando o rando-o para trás, enquanto o ar reage na bexiga em-
chão para trás. Nesse mesmo instante, o chão age no purrando-a no sentido oposto.
pé, no sentido oposto.

Alberto de Stefano
Studio Caparroz

Fbexiga/ar Far/bexiga
reação

ação

b) O ímã age sobre o alfinete por meio de uma força de d) Ao ser acionado, o motor ativa a hélice, que age
atração. Já o alfinete, ao reagir a essa ação, interage na água empurrando-a para trás, e a água reage na
com o ímã também por meio de outra força atrativa. hélice empurrando o barco no sentido oposto.
Grace Arruda

Fhélice/água
Falfinete/ímã Fímã/alfinete
Grace Arruda

Fágua/hélice

2 As quatro situações do exercício acima podem ser analisadas e compreendidas tomando-se como base teórica o
princípio da ação e reação. Nesses casos, as forças têm mesma intensidade e direção, mas sentidos opostos. Portan-
to, essas forças se equilibram, provocando uma resultante nula.
Você concorda com esse enunciado? Justifique.

RESOLUÇÃO

No enunciado ocorre um equívoco ao afirmar que as forças de ação e reação se equilibram. É possível pensar
em equilíbrio de duas forças quando elas agem num mesmo corpo. Não é o que ocorre aqui, pois as forças de ação
e reação agem em corpos distintos.

Capítulo 10 Leis de Newton 135


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Utilize como base teórica o princípio da ação e reação 6. O alemão Karl Friedrich Hieronymus, conhecido como
e descreva o que ocorre com os corpos que interagem barão de Munchausen (1720-1797), ficou famoso pe-
nas situações a seguir: las histórias humorísticas e agressivas que inventava e
foi considerado um dos maiores mentirosos da litera-
a) No instante em que o jogador chuta a bola, o que
tura mundial. Em uma de suas histórias conta que es-
ocorre na interação do pé com a bola? tava afundando em areia movediça e, como não havia
b) Durante o deslocamento do avião, o que ocorre na ninguém ou algo em que pudesse se agarrar, resolveu,
interação das paredes da aeronave com os gases pro- com uma das mãos, puxar o próprio cabelo para cima,
duzidos por ela? com o intuito de escapar da areia movediça.
c) O que ocorre na interação da Terra com a Lua? a) Isso é possível?
d) Ao acionar o motor de um avião, o piloto percebe b) Justifique a sua resposta relacionando-a com a
3a lei de Newton.
que ele começa a se movimentar. O que ocorre na in-
teração da hélice com o ar? 7. Sentado à beira do mar, um turista observa, a distân-
cia, um esportista praticante de parasail, esporte em
2. Em um dia muito frio e chuvoso, João tentou ligar
que o praticante é preso a um paraquedas puxado por
seu carro e percebeu que a bateria não funcionava.
uma lancha, por meio de uma corda.
Para tentar resolver o problema, permaneceu senta-

Goran Bogicevic/Shutterstock/
Glow Images
do confortavelmente e empurrou o painel de controle
para a frente.
a) O carro se movimentou? Justifique.
b) João salta do carro e começa a empurrá-lo. Ele o
empurra com as mãos, o carro empurra João de vol-
ta com uma força de mesma intensidade e assim não
adquire aceleração, permanecendo no mesmo lugar.
Verdadeiro ou falso? Justifique. Nesse instante, ele observa que não há interferência
do vento e fica com a impressão de que tanto a lancha
3. Pense e responda: O número total de forças no Uni-
quanto o esportista estão se deslocando com veloci-
verso é par ou ímpar? Justifique. dade vetorial e altura constantes.
4. Por que as forças de ação e reação não podem ser so- Se as observações do turista estiverem corretas, que
forças atuam sobre o esportista e quais as relações
madas?
entre elas?
5. Um astronauta de dimensões desprezíveis está em 8. Numa partida de bei-

Mark Duncan/AP Photo/


Glow Images
repouso no ponto A da figura I, numa região do es- sebol, após errar a ta-
paço livre de ações gravitacionais significativas, em cada, o jogador sentiu
que 0xyz é um referencial inercial. Com a ajuda de a bola bater violenta-
uma mochila espacial, dotada dos jatos 1, 2 e 3 de mente no seu rosto.
mesma potência e que expelem combustível quei-
Analisando a situação,
mado nos sentidos indicados na figura II, o astro-
podemos afirmar que:
nauta consegue mover-se em relação a 0xyz.
I. A inversão do sentido do movimento da bola, após
z bater no rosto, ocorre porque a força aplicada pelo
Grace Arruda

B C rosto na bola age por um tempo maior do que a força


3
aplicada pela bola no rosto.
2 II. A força aplicada pelo rosto na bola é maior do que
a força aplicada pela bola no rosto porque, no mo-
0 y 1
mento do choque, a bola sofre deformação maior do
x A que o rosto.
Figura I III. A força aplicada pela bola no rosto e a força apli-
Figura II cada pelo rosto na bola não se anulam.
Para percorrer a trajetória A B C, o astronauta IV. A força aplicada pela bola no rosto e a força apli-
deverá acionar, durante o mesmo intervalo de tempo, cada pelo rosto na bola têm a mesma direção, mesma
os jatos em qual sequência? intensidade e sentidos contrários.

136 Unidade 4 Dinâmica


4. INTERAÇÕES ENTRE CORPOS
Analisando a interação entre corpos, podemos dizer que ela ocorre, basicamente, de duas formas: interação
a distância e interação por contato.
No caso da interação a distância, os corpos interagem por meio de campos sem que haja contato entre eles.
Como exemplo de forças de campo temos, além da força gravitacional, as interações magnéticas e as elétricas,
que estudaremos mais adiante.

Força gravitacional Força magnética

Sérgio Dotta Jr/The Next


Photodisc/Getty Images

O astronauta que está próximo à superfície da Terra é atraído O prego é atraído pelo ímã mesmo ele não estando em
por ela, e vice-versa, por causa da força gravitacional. contato direto. Isso ocorre por conta da força magnética.

Nos dois exemplos acima, um corpo interage com outro (atraindo-o ou repelindo-o) sem a necessidade de um
contato físico direto. Segundo o princípio da ação e reação, em ambos os corpos atua uma força de mesma nature-
za, intensidade e direção, porém de sentido contrário. Particularmente no caso do astronauta, a Terra age sobre ele
atraindo-o por meio da força peso (P ) e o astronauta atrai a Terra com uma força (!P ) de mesma intensidade, mesma
→ →

direção e sentido oposto à primeira força.


No caso da interação por contato, as forças ocorrem durante o contato direto entre os corpos envolvidos.
São exemplos a força normal, a de tração e a de atrito.

Força normal Força de tração Força de atrito


Corel Stock Photo

Richard Price/Taxi/Getty Images

Corel Stock Photo

As superfícies de contato dos corpos se A interação entre a escaladora e a montanha é feita A aspereza das superfícies de contato
comprimem. Essa força é perpendicular pela força de tração sempre que a corda estiver e a interação entre pés e chão são
às superfícies e chamada de normal. esticada, além da força normal entre os pés e a rocha. responsáveis pela força de atrito.

Como ilustrado nas figuras acima, as forças de contato podem ser tanto perpendiculares à superfície (no caso
da ginasta) como oblíquas a ela (no caso do atleta jogando tênis).

Capítulo 10 Leis de Newton 137


Na figura a seguir, quando o pé firma-se sobre uma superfície, há a ação do

pé sobre o chão, comprimindo-o com força de contato !F , enquanto o chão,

por sua vez, imprime ao pé uma força F , de mesma intensidade e direção, mas
com sentido oposto.

Editoria de arte

Studio Caparroz

→ F
N

N

F →
Fat →
Fat


→ ! Fat →

!F !N


Nesse caso, a força F pode ser decomposta na componente normal (perpen-

dicular à superfície – força normal N) e na componente tangencial (paralela à

superfície – força de atrito F at), conforme as figuras acima.

→ → →
F " N # Fat , ou, em intensidade F2 " N2 # Fat2

Essas forças serão estudadas ainda nesta unidade, mas vale lembrar que a
força de atrito é uma força de contato que atua sempre na direção paralela às
superfícies.
Em um corpo extenso, é importante determinar o ponto de aplicação das for-
ças. Por enquanto, vamos considerar os corpos como ponto material, e as forças
que nele agem são representadas no seu centro de massa, que por simplificação
consideraremos como o centro geométrico.

Força peso
O dia a dia nos fornece muitos exemplos de corpos caindo ao serem aban-
donados nas proximidades da Terra. Qual de nós nunca deixou escapar da mão
um talher ou um lápis?
A queda dos corpos ocorre devido ao campo de forças existente nas proximi-
dades da Terra, chamado campo gravitacional. A força de atração que age sobre
o corpo, quando ele é abandonado no campo gravitacional da Terra, chama-se

força peso P e é responsável pela aceleração adquirida por ele durante a queda,

denominada aceleração da gravidade g.
Em outras palavras, podemos dizer que o peso de um corpo é a força gravi-
tacional com a qual a Terra o atrai. A definição de força peso também pode ser
aplicada para outros corpos celestes.
Abandonando um corpo de massa m próximo da superfície terrestre e descon-

siderando a resistência do ar, a única força resultante sobre ele é a força peso P.
Sendo a aceleração resultante a a aceleração da gravidade (a " g), e a força re-
→ → →

→ → →
sultante R a força peso (R " P), pelo princípio fundamental da Dinâmica, temos:

R " ma →

Daí, vem:


P ! mg

, ou, em intensidade, P " mg

138 Unidade 4 Dinâmica


A massa do corpo não se altera com a mudança do local, mas a intensidade
do peso sofre alteração, pois a força de atração exercida no corpo varia de um
local para outro.
B

Grace Arruda
Considerando a superfície terrestre, temos: ←
PB
• o valor de g varia com a latitude, sendo maior nos polos que no equador. ←
gB
• o valor de g varia com a altitude, sendo maior ao nível do mar. ←
→ gA
A força peso P tem a mesma direção e o mesmo sentido da aceleração
da gravidade g.

A ←
gC

→ → PA
Veja a representação da força peso do corpo A (PA), corpo B (PB) e do ← C
→ PC
corpo C (PC).
Terra
Embora não faça parte do SI, costumamos encontrar o kgf (quilograma-for-
ça) como unidade de força, principalmente da força peso. Um corpo de massa
1 kg tem peso equivalente a 1 kgf quando imerso em campo gravitacional.
Portanto:
P ! mg
P ! 1 kg $ 9,8 m/s2 Logo, 1 kgf ! 9,8 N.
P ! 9,8 N
Na maioria das vezes, admitimos g ! 10 m/s2, daí, 1 kgf ! 10 N.
Essa relação entre as unidades pode nos ajudar a compreender alguns equívo-
cos da linguagem cotidiana, como: “Meu peso é 70 kg”, quando o correto seria
dizer: “Meu peso é 70 kgf” ou “Minha massa é 70 kg”. Esse equívoco ocorre
porque, na superfície terrestre, onde g ! 9,8 m/s2, um corpo de massa 1 kg, por
exemplo, tem peso 1 kgf. Generalizando, um corpo de massa x kg tem peso x kgf.

Exercícios resolvidos
1 Numa viagem espacial, leva-se um conjunto de equipa- 2 Um corpo de massa 30 kg repousa sobre uma super-
mentos cujo peso é 900 N, medido num local da Terra fície horizontal. Num certo instante passa a agir so-
onde g ! 10 m/s2. Com base nesses dados, responda: bre o corpo uma força F de intensidade 210 N, como
a) Qual é a massa desse conjunto de equipamentos ilustra a figura. Supondo que não haja atrito entre o
aqui na Terra? corpo e a superfície, e sendo de 10 m/s2 a aceleração
b) Que valor terá a massa desse equipamento se for da gravidade local, determine:
medido na Lua? →
F
c) Qual a intensidade da força peso desse conjunto na
Lua, onde gL ! 1,6 m/s2?
Tarumã

RESOLUÇÃO
a) o peso do corpo;
Considerando o SI, temos: b) a aceleração que o corpo adquire;
a) P ! mg 900 ! m $ 10 m ! 90 kg c) a velocidade do corpo 5 s após a aplicação da força;
b) A massa de um corpo não sofrerá alteração com a d) o deslocamento nos 10 s iniciais a partir do repouso.
mudança de local. Portanto, na Lua, a massa do conjun-
to de equipamentos será a mesma, ou seja, m ! 90 kg. RESOLUÇÃO
c) Sendo gL ! 1,6 m/s2, temos: a) p ! m $ g ! 30 $ 10 ! 300 N
P ! mg ! 90 $ 1,6 P ! 144 N b) R ! m $ a 210 ! 30 $ a ! 7 m/s2
Note que, embora a massa do conjunto seja a mesma, c) v ! v0 " a $ t ! 0 " 7 $ 5 ! 35 m/s
a intensidade do peso é menor na Lua do que na a 7
d) &s ! v 0t " t 2 ! 0 " $ 102 ! 350 m
Terra. 2 2

Capítulo 10 Leis de Newton 139


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Partindo da hipótese de que é possível coletar material b) No SI, quais as unidades utilizadas para medir as
na superfície do planeta Júpiter, onde g ! 25 m/s2, de- grandezas que constituem essa expressão?
termine: 5. Para atender pessoas que estão numa região isola-
a) a massa desse material (em kg), em Júpiter, saben- da, uma equipe de socorro abandona, de um avião,
do que lá o peso do material é 125 N. uma caixa de mantimentos amarrada a um para-
b) a massa desse material (em kg), medido na super- quedas. Juntos, paraquedas e caixa têm massa
fície terrestre, onde g ! 10 m/s2. 100 kg e descem com velocidade constante de
c) o peso desse material (em N), medido na super- 4 m/s. Considere que a aceleração da gravidade é
fície terrestre, onde g ! 10 m/s2. g = 10 m/s2 e determine a força de resistência ofe-
recida pelo ar.
2. Um menino arremessa uma bolinha de gude de baixo
para cima e seu professor de Física desenha as forças 6. Uma bolinha de 100 g é atirada verticalmente na água
que atuam na bolinha, enquanto ela sobe. Não consi- de uma piscina. Durante 2 segundos seu movimento
derando a resistência do ar, qual das representações é retardado até atingir velocidade constante de 20
abaixoa)melhor representa
b) a feitac) pelo professor:
d) e) m/s. Sabendo que a velocidade inicial da bolinha ao
a)
a) b) c)
d) d) e) atingir a superfície da água foi de 30 m/s, determine:
Tarumã

a) a aceleração da bolinha até atingir o movimento


uniforme;
b) a força de resistência oferecida pela água;
c) o deslocamento da bolinha durante os 3 segun-
dos.
a) b) c) d) e)
a) b) b) c) e)d) e)
7. Suponha que a massa de um astronauta, na Terra seja
M e seu peso P. Sabendo que a aceleração da gravida-
de na Lua é um sexto da verificada na Terra, determine:
a) a massa do astronauta na Lua;
b) o peso do astronauta na Lua.
8. Uma balança de braços é usada para determinar a
a) b) c) c) d) e)
massa de um pacote, num local onde a aceleração da
gravidade é 10 m/s2. Para isso foram usadas peque-
nas peças de peso 1 N, cada uma. Em um dos pratos
da balança foi colocado o pacote e no outro, 32 peças
para atingir o equilíbrio.

3. Supondo-se que um dos astronautas que estiveram na


Lua tenha levado consigo um chaveiro metálico e que
Jiang Hongyan/Shutterstock.com

tenha chegado ao satélite natural intacto. Porém de


qualquer forma ao chegar lá, podemos afirmar que o
chaveiro modificou:
a) sua forma.
b) sua constituição química.
c) sua massa.
d) seu peso.
e) seu volume.
4. Considere um corpo de massa m abandonado em que- a) Determine a massa de cada peça.
da livre nas proximidades da superfície da Terra. b) Qual a massa do pacote?
a) Com base na 2.a lei de Newton, qual a expressão ma- c) Determine o peso do pacote na Terra.
temática que permite calcular a intensidade da força d) Se o pacote for levado para a Lua quantas peças se-
resultante que age no corpo? rão necessárias para equilibrar a balança.

140 Unidade 4 Dinâmica


Força normal
Chamamos de força normal ou reação normal qualquer força de contato nas
superfícies de dois ou mais corpos quando encostados uns nos outros. Assim, só
há sentido em descrever a força normal se as superfícies de contato se comprimi-
rem mutuamente. Essa força recebe esse nome porque sua direção sempre será
perpendicular à superfície de contato, ou seja, forma um ângulo de 90° com esta.
Observe nas fotos a seguir a representação das superfícies e das forças nor-
mais perpendiculares a elas.

Neoimagem

Corel Stock Photo

Thales Trigo

N

N


#N
→ →
N #N

#N

Ao girar a maçaneta, a mão age O pé do pássaro age sobre o chão A caixa age sobre a superfície compri-
perpendicularmente sobre ela, que comprimindo-o, e o chão reage sobre mindo-a, e a superfície reage sobre a
reage sobre a mão da pessoa. ele. caixa.

Analisando as representações, vemos que as forças de ação e reação desse


contato entre os corpos agem sobre corpos diferentes. Podemos dizer que no
→ →
corpo que comprime atua a força N e no comprimido a força #N.
A força normal apresenta as seguintes características:
• A intensidade depende da compressão entre as superfícies.
• A direção é perpendicular à superfície, no ponto onde se dá o
contato.
• O sentido é contrário ao da interpenetração das superfícies, no ponto
onde se dá o contato.

Força de tração
Os fios e os cabos têm a função de transmitir as forças que agem neles de uma
extremidade a outra. A força de tração, como é chamada a força em fios, cabos
e cordas, é um outro tipo de força de contato muito presente em nosso cotidiano.
Veja um exemplo. Para visualizarmos melhor as forças nas extremidades do
fio que prende um lustre ao teto, isolamos o fio.
Luís Moura

teto #T T fio

T lustre: força com que o fio traciona o lustre.
T T teto
interação interação →
entre fio entre lustre T fio: força de tração que o lustre aplica no fio.
e teto e fio

#T T lustre T teto: força com que o fio traciona o teto.

lustre T
T fio: força de tração que o teto aplica no fio.
T fio

Capítulo 10 Leis de Newton 141


A força de tração apresenta as seguintes características:
• A intensidade depende da força que traciona o fio.
• A direção é a mesma da direção do fio.
• O sentido é o que se traciona ou “puxa” o fio.

No estudo sobre forças, consideraremos os fios e os cabos como ideais, ou


seja, como inextensíveis e de massa desprezível em relação aos outros corpos
envolvidos no estudo. O fio ou o cabo ideal transmitem integralmente a força
aplicada em um dos seus extremos.

Elevador

Vamos supor uma pessoa de massa m, posicionada em pé, sobre uma



balança que registra seu peso (P) , em newtons. A pessoa aplica na balança
→ →
uma força normal F N e a balança aplica na pessoa uma força normal #F N ,
ação e reação.
Com o elevador em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a balança
registra o peso da pessoa, isto é, FN ! P ! m $ g.
O valor registrado pela balança vai modificando conforme o elevador sobe
ou desce (FN ' P).

Studio Caparroz

Quando o elevador sobe acelerado ou desce retardando o movimento, a


balança irá registrar uma força normal maior que o peso da pessoa (FN ( P).
Se o elevador subir retardando o movimento ou descer acelerando, a balança
irá registrar um valor menor que o peso da pessoa (FN ) P).
Se o elevador cair em queda livre, isto é, com a aceleração da gravidade, a
força normal se anula (FN ! 0) , e a pessoa flutua dentro do elevador.

Polias
Sérgio Dotta Jr/The Next

Em algumas situações necessitamos modificar a direção do fio sem alterar a


intensidade das forças. Para atingir esse objetivo, são usadas polias ou roldanas
consideradas ideais, nas quais não são levados em conta a massa e os possíveis
atritos entre a polia e seu eixo.

Homem puxa corda presa a uma caixa,


com o auxílio de uma roldana.

142 Unidade 4 Dinâmica


Ao longo do tempo, as pessoas buscaram obter uma maior e melhor

Ilustrações: Studio Caparroz


produção com o menor gasto de energia. As polias, embora sejam instru-
mentos simples, foram, e continuam sendo, utilizadas para atingir esse
objetivo. m m
P P
Na prática a associação de polias tem como objetivo principal movimen- m
8 8
tar corpos pesados com o menor esforço possível. T! P
8
m
Note, na figura ao lado, que cada polia móvel associada ao sistema pro- m
P
P
voca uma redução da força aplicada pelo rapaz. 4 4
Nesse tipo de associação de polias, denominada talha exponencial, é m m
possível prever que, caso sejam associadas n polias móveis ao sistema, a for- P P
2 2
ça T aplicada pelo rapaz para movimentar a mesma carga será:

P
T! C
2n v constante

m
P

Exercícios resolvidos
1 Analise estas três situações distintas:
a) A maleta está apoiada sobre a b) Na maleta é aplicada uma c) Na maleta é aplicada uma
→ →
superfície da escrivaninha. força F vertical para comprimi- força F vertical para cima.
-la contra a escrivaninha.



F F

Represente, para cada item, as forças que agem na maleta e na superfície da escrivaninha.

RESOLUÇÃO

Vamos considerar a superfície da escrivaninha como horizontal e lisa. Lembre-se de que as forças de ação e
reação agem em corpos distintos.
a) Na maleta:


N • a força peso P aplicada pela Terra na maleta.

• a força normal N aplicada pela superfície da escrivaninha na maleta.
Na superfície da escrivaninha:


P • a força normal à superfície de contato (#N ), que representa a compressão sofrida
pela superfície da escrivaninha.

→ A intensidade da força de reação →


N , exercida pela superfície de apoio sobre a maleta,
#N →
é igual à intensidade da força peso P .

N!P

Capítulo 10 Leis de Newton 143


b) Na maleta:

N →
• a força peso P aplicada pela Terra na maleta.

• a força F vertical para comprimir a maleta contra a superfície.
→ → →
P F • a força normal N aplicada pela superfície da escrivaninha na maleta.
Na superfície da escrivaninha:

→ • a força normal à superfície de contato (!N ), que representa a compressão sofrida pela
!N
superfície da escrivaninha.

A intensidade da força de reação N , exercida pela superfície de apoio sobre a maleta, é

maior do que a intensidade da força peso P .

N"P#F


F c) Na maleta:

N →
• a força peso P aplicada pela Terra na maleta.

• a força F vertical para afastar a maleta da superfície.
→ →
P • a força normal N aplicada pela superfície da escrivaninha na maleta.
Na superfície da escrivaninha:

!N

• a força normal à superfície de contato (!N ), que representa a compressão sofrida pela
superfície da escrivaninha.

A intensidade da força de reação N , exercida pela superfície de apoio sobre a maleta, é

menor do que a intensidade da força peso P .

N"F!P

2 Dois móveis, uma cômoda e um guarda-roupa têm massas res-

Ilustrações: Studio Caparroz


pectivamente iguais a mc " 4 kg e mg " 6 kg. Eles estão apoiados
sobre uma superfície horizontal H e encostados um no outro.
Na tentativa de mudá-los de lugar, uma pessoa aplica à cômoda

uma força F horizontal e constante de intensidade 40 N. Despreze
os possíveis atritos e considere g " 10 m/s2 nos itens a seguir: F

a) Represente as forças que agem em cada móvel.


b) Calcule a aceleração adquirida pelos móveis. H

c) Determine a intensidade da força f de interação entre os móveis.

Ng
Nc
RESOLUÇÃO Cômoda:

• a força peso Pc exercida pela
a) Guarda-roupa: Terra.

• a força peso Pg exercida →
• a força normal N c exercida
pela Terra. f F
pela superfície H. !f

• a força normal N g exerci- →
• a força F aplicada pela pessoa.
da pela superfície H. →


• a força !f aplicada pelo
• a força f aplicada pela guarda-roupa. Pc
cômoda. Pg

Note que a cômoda aplica ao guarda-roupa uma força f , horizontal, para a direita e de intensidade f. Conside-

rando o princípio da ação e reação, o guarda-roupa aplica à cômoda uma força !f , horizontal, para a esquerda e
de intensidade f.

144 Unidade 4 Dinâmica


b) O movimento dos móveis se dá em trajetória retilínea e horizontal; portanto, a direção da velocidade é constan-
te, e a direção da aceleração é a mesma do movimento para os dois. Se a aceleração de cada móvel não se dá na
direção perpendicular à superfície H, então as intensidades das forças que agem nessa direção, em cada um deles,
se equilibram.

Cômoda: Nc ! Pc

Nc ! mcg ! 4 $ 10 Nc ! 40 N

Guarda-roupa: Ng ! Pg

Ng ! mgg ! 6 $ 10 Ng ! 60 N

Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica a cada móvel e considerando que o movimento é retilíneo e
acelerado, teremos a seguinte intensidade da força resultante tangencial:

Cômoda: Rc ! mca

F # f ! mca (1)

Guarda-roupa: Rg ! mga

f ! mga (2)

Para obter a intensidade da aceleração adquirida pelos móveis, vamos resolver o sistema formado pelas equações:
F # f ! mca (1)
f ! mga (2)
–––––––––––––––
(1) " (2) F ! (mc" mg)a

40 ! (4 " 6)a a ! 4 m/s2

c) Para determinar a intensidade da força de interação entre os móveis, podemos substituir a ! 4 m/s2 numa das
equações,(1) ou (2).

Em (1), temos: F # f ! mca


40 # f ! 4 $ 4
f ! 24 N

Studio Caparroz
Em (2), temos: f ! mga
f!6$4
F
f ! 24 N

Nota: analisando a expressão matemática F ! (mc " mg)a, é possível entender


que a intensidade da aceleração dos móveis poderia ter sido obtida consideran-
do-os como um móvel único de massa (mc " mg) sobre o qual age a força externa

F, representando a força resultante.

3 Sobre a superfície horizontal e lisa de uma mesa, é colocado um corpo A de


Editoria de arte

massa mA ! 3 kg. Um fio ideal une o corpo A ao B de massa mB ! 2 kg. O mA


fio passa por uma polia também ideal. Considere g ! 10 m/s2 e despreze os
possíveis atritos.

Nessas condições:
mB
a) represente as forças que agem em cada corpo.
b) determine a intensidade da aceleração adquirida pelos corpos.
c) determine a intensidade da força de tração transmitida pelo fio.

Capítulo 10 Leis de Newton 145


RESOLUÇÃO

a) Sem considerar os atritos, é possível representar as forças que agem em cada corpo nos esquemas a seguir.
Corpo A: Corpo B:

Ilustrações: Editoria de arte


← ←
← a TB
→ NA →
• a força peso P A exercida pela • a força peso P B exercida pela
Terra. Terra. ←
a
← !"
→ TA • a força de tração TB exercida
• a força normal N A exercida ← ←
PA pelo fio. PB
pela superfície da mesa.
!"
• a força de tração TA exercida pelo fio.

Como os corpos estão interligados por um fio ideal que passa por uma polia também ideal, podemos dizer que a
intensidade da força exercida pelo fio no corpo B (TB) é igual à intensidade da força exercida pelo fio no corpo A (TA).
Daí, podemos escrever: TB ! TA
b) Os corpos descrevem movimentos retilíneos, a direção da velocidade de cada corpo é constante e a direção da
aceleração é a mesma dos movimentos para cada corpo.
Corpo B:
Na direção do movimento (vertical). Fazendo TB ! TA ! T, temos:
PB " TB ! mBa PB " T ! mBa (1)
Corpo A:
Na direção perpendicular ao movimento. Na direção do movimento (horizontal).
NA ! PA TA ! mAa T ! mAa (2)
Sendo o fio ideal, as acelerações dos corpos têm a mesma intensidade, e para determiná-la resolvemos o sistema:
PB " T ! mBa (1)
T ! mAa (2)
–––––––––––––––––
(1) #(2) PB ! (mA# mB)a
20
a! a ! 4 m/s2
5
c) Substituindo o valor de a = 4 m/s2 na equação (1) ou (2), obtemos a intensidade da força de tração transmitida
pelo fio.
Em (1), temos: 20 " T ! 2 $ 4 T ! 12 N. Em (2), temos: T ! 3 $ 4 T ! 12 N.

Considerando os atritos desprezíveis, podemos concluir que o corpo A terá movimento acelerado para a direita,
mesmo que a massa do corpo B seja muito pequena.
4 O elevador de um prédio possui massa de 5 000 kg e está descendo vazio com aceleração constante. Sabendo-se
que ele parte do repouso e percorre 40 m em 10 segundos, calcule a tração no cabo que puxa o elevador.
Dado: g ! 10 m/s2.

RESOLUÇÃO
← Do esquema ao lado, temos que a aceleração do elevador é:
T 1 2
Tarumã

s ! v0t # at
2
v0 5 0
1
40 ! 0 $ 10 # $ a $ 102
2

a ! 0,8 m/s2
P Ds 5 40 m

T Em relação ao cabo que puxa o elevador, temos que:
F ! ma
t 5 10 s
P " T ! ma

← m $ g " T ! ma 5 000 $ 10 " T ! 5 000 $ 0,8 T ! 46 000 N


P

146 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Uma peça de metal M está em repouso e apoiada mostra a figura, qual será a intensidade da força de
sobre uma superfície horizontal H. Sabe-se que seu contato entre os blocos?
peso é P e a força aplicada pela superfície na peça é F,
conforme ilustra o esquema.

Ilustrações: Editoria de arte



F ←
F m2
m1

M
H


P 4. A figura abaixo ilustra três corpos A, B e C unidos por
fios inextensíveis. As massas são, respectivamente,
Com base nesses dados, identifique como verdadei- iguais a 5 kg, 10 kg e 15 kg, e a intensidade da força
ras ou falsas as afirmações a seguir. que atua sobre o corpo A é F ! 120 N.
a) P e F podem ser consideradas como um par de for- ←
ças de ação-reação. C B F
A
b) Somente se a superfície H for perfeitamente lisa
será possível considerar P e F como um par de forças Supondo desprezíveis as massas dos fios e os atritos,
de ação-reação. determine:
c) P e F não podem ser consideradas um par de forças a) a aceleração do sistema.
de ação-reação. Nesse caso específico, as forças que
b) as intensidades das forças de tração T1 e T2 nos fios
agem na peça M são: a força peso, exercida pela Ter-
que unem, respectivamente, AB e BC.
ra, e a normal, exercida pela superfície.
5. Em uma embalagem de cabos e fios, o fabricante re-
d) Se a peça está em repouso, as forças P e F se anulam.
gistra que eles suportam cargas com massa de até
2. Uma cópia miniaturizada da Vênus de Milo, de 700 g 100 kg, no máximo. Para valores superiores há risco
de massa, foi exposta numa mostra de miniaturas de de ruptura. Diante disso:
obras de arte. Essa miniatura estava em equilíbrio
apoiada sobre uma mesa. a) represente as forças que agem num corpo em re-
pouso, suspenso por esse fio na Terra.
Considerando que nesse local a aceleração da gravida-
de é 10 m/s2, quais afirmações a seguir estão corretas? b) calcule a força máxima suportada por esse fio na
I. A mesa exerce, na estátua, uma força de 7 N, para Terra. (Considere: gTerra ! 10 m/s2.)
cima. c) calcule a força máxima suportada por esse fio na
II. A força exercida, pa- Lua. (Considere: gLua ! 1,5 m/s2.)
Museu do Louvre; Paris. Foto: Corel Stock Photo

-ra cima, pela mesa na d) calcule a maior massa suportada por esse fio na
estátua é a de reação Lua.
do peso da estátua.
6. Cláudio resolveu testar, no elevador do prédio em
III. A Terra exerce so-
que mora, as leis físicas que aprendeu na aula. Para
bre a estátua uma força
isso pegou uma balança digital, em sua casa, e co-
de 7 N, para baixo.
locou-a no piso do elevador. Considere a massa de
Cláudio 60 kg, a aceleração da gravidade no local
10 m/s2 e que ele começou o experimento no térreo.
Ao subir na balança, quais valores Cláudio observou
Vênus de Milo (deusa do amor e da beleza) nos seguintes casos:
é uma estátua da Grécia Antiga
pertencente ao acervo do Museu do Louvre, a) o elevador parado;
situado em Paris, França.
b) o elevador subindo em movimento uniforme;
3. Sobre uma superfície horizontal, plana e lisa fo- c) o elevador descendo em movimento retardado, cujo
ram colocados os blocos (1) e (2), cujas massas são módulo da aceleração é 2,0 m/s2;
m1 = 2,0 kg e m2 = 3,0 kg, respectivamente. Se o blo- d) o elevador descendo em movimento acelerado, com
co (1) receber a ação de uma força F = 5 N, conforme aceleração de 2 m/s2.

Capítulo 10 Leis de Newton 147


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. O esquema representa o sistema utilizado por um 10. Nas condições do exercício anterior, com A e B pesan-
operário para manter em equilíbrio a carga B. Su- do PA ! 4 N e PB ! 16 N, considere que os corpos são
pondo que as polias e os fios utilizados sejam ideais, abandonados num local onde g ! 10 m/s2.
determine a força F utilizada para manter esse equilí- Qual será a indicação obtida no dinamômetro duran-
brio. Considere o peso da carga PB ! 30 N. te o movimento dos corpos?
11. Três blocos, de massa m1 ! 2 kg, m2 ! 5 kg e m3 ! 3 kg,
Ilustrações: Studio Caparroz

encontram-se num arranjo como o representado na


figura. Considere a aceleração da gravidade igual a
F 10 m/s2 e despreze eventuais forças de atrito.

PB m3
m1

m2

8. Uma construtora utiliza-se de um sistema de rolda- Qual é a intensidade da força de tração na corda en-
nas como mostra a figura, na qual R1 representa uma tre os corpos m1 e m2?
roldana móvel, R2 uma roldana fixa, com o sistema
12. Um elevador possui uma bola maciça pendurada ao
em repouso. Considerando as massas das cordas e
teto por meio de uma mola. Estando o elevador em
das roldanas, bem como os atritos desprezíveis, esta-
movimento, num determinado instante, percebe-se
beleça uma relação entre as massas m1 e m2.
que a mola alongou-se. No instante do alongamento,
podemos considerar que o elevador estaria:
R2 a) apenas em movimento acelerado.
b) em movimento elástico.
R1 c) descendo em movimento retardado.
d) subindo em movimento uniforme.
m2
e) descendo em movimento acelerado.
13. Na figura estão representadas duas montagens de as-
m1
sociação de polias. Nos dois casos, as polias e os fios
são considerados ideais, e o peso dos dinamômetros
9. No esquema a seguir, a polia, o dinamômetro e o fio e dos suportes é desprezado. Considere que o mesmo
que interliga os corpos A e B são considerados ideais. corpo de massa m é equilibrado, experimentalmente,
Sabendo que A e B têm pesos PA ! 40 N e PB ! 40 N, pelos dois sistemas.
Alberto de Stefano

D1 D2
m
m

A B Agora, responda:
a) A intensidade da força F1 medida pelo dinamôme-
a) represente as forças que agem nos corpos A e B e no tro (1) será maior ou menor do que F2 medida pelo
dinamômetro. dinamômetro (2)?
b) Determine a indicação obtida no dinamômetro. b) Qual a relação entre F1 e F2?

148 Unidade 4 Dinâmica


TESTE O QUE APRENDEU

1. (UFS-SE) Considere as seguintes proposições: b)


I. Se um corpo estiver em repouso, assim permane-
cerá se a ele for aplicado um sistema nulo de duas
forças.
II. Uma partícula que estiver em movimento retilíneo
e uniforme assim permanecerá se a ela for aplicado
um sistema nulo de duas forças.
c)
III. Uma partícula sob a ação da resultante nula de for-
ças está obrigatoriamente em repouso.
Está(ão) correta(s):
a) somente I d) I e II
b) somente II e) I e III
c) somente III d)
2. (Vunesp-SP) A figura representa, em escala, as forças F1
e F2 que atuam sobre um objeto de massa m ! 1,0 kg.
Editoria de arte


F1

m e)


F2 1N

1N

Determine:
a) o módulo da força resultante que atua sobre o 5. (UFRJ) Um método de medir a resistência oferecida
objeto. por um fluido é mostrado na figura a seguir.
b) o módulo da aceleração que a força resultante im- Uma bolinha de massa m desce verticalmente ao lon-
prime ao objeto. go de um tubo de vidro graduado totalmente preen-
3. (Vunesp-SP) Dez segundos após a partida, um veículo chido com glicerina. Com a ajuda das graduações do
alcança a velocidade de 18 km/h. tubo percebe-se que, a partir de determinado instan-
te, a bolinha percorre distâncias iguais em intervalos
a) Calcule, em m/s2, sua aceleração média nesse in- de tempo iguais. Nessas condições, sendo g a acelera-
tervalo de tempo. ção da gravidade:
b) Calcule o valor médio da força resultante que im-
Editoria de arte

primiu essa aceleração ao veículo, sabendo que sua


massa é 1,2 $ 103 kg.
4. (UFV-MG) Desprezada a resistência do ar, a opção
que representa corretamente a(s) força(s) que
atua(m) sobre uma bola de futebol após ter sido
chutada é:
a)
Alberto de Stefano

a) calcule a resultante das forças que atuam sobre a


bolinha.
b) calcule a força resultante que o fluido exerce sobre
a bolinha.

Capítulo 10 Leis de Newton 149


TESTE O QUE APRENDEU

6. (Fuvest-SP) Uma força de 1 newton tem a ordem de a) Determine a aceleração de cada bloco.
grandeza de peso de: b) Determine as forças que cada fio exerce em cada
a) um homem adulto. bloco.
b) uma criança recém-nascida.
10. (UEL-PR) No arranjo representado no esquema, con-
c) um litro de leite. sidere as polias e os fios ideais. Considere também os
d) uma xicrinha de café. valores indicados no esquema.
e) uma moeda de um centavo. teto

Paulo Nilson
7. (Fuvest-SP) Um homem tenta levantar uma caixa de
5 kg, que está sobre uma mesa, aplicando uma for-
ça vertical de 10 N. fio 1
Nessa situação o valor da força que a mesa aplica na
caixa é: (Adote: g ! 10 m/s2.)
y my ! 2,0 kg
Alberto de Stefano

mx ! 5,0 kg x
fio 2
g ! 10 m/s2

solo

As trações nos fios 1 e 2, em newtons, são, respecti-


vamente:
a) 0 N c) 10 N e) 50 N a) 0,50 e 2,5 d) 25 e 5,0
b) 5 N d) 40 N b) 2,5 e 0,50 e) 25 e 25
c) 5,0 e 25
8. (UFRJ) Na figura, o bloco B está apoiado sobre o solo
e o fio 1 está preso ao teto. Os dois fios e a roldana são 11. (Fuvest-SP) Um sistema mecânico é formado por duas
ideais e a aceleração da gravidade é 10 m/s2. Nesse polias ideais que suportam três corpos A, B e C de
caso, qual é o valor da força que o solo exerce sobre o mesma massa m, suspensos por fios ideais, como re-
bloco B? presentado na figura. O corpo B está suspenso simul-
taneamente por dois fios, um ligado a A e outro, a C.
Editoria de arte

teto fio 1
Editoria de arte

2,0 kg A fio 2

g

solo B 6,0 kg
m m m

9. (UFMG) Na figura, considere desprezíveis os atritos e as A B C

massas dos fios e roldanas. As massas dos blocos A, B e Podemos afirmar que a aceleração do corpo B será:
C são, respectivamente: 10,0 kg, 4,0 kg e 2,0 kg. a) zero
g
B b) para baixo
3
g
c) para cima
A
C 3
2g
d) para baixo
3
A aceleração da gravidade pode ser considerada 2g
e) para cima
10 m/s2. 3

150 Unidade 4 Dinâmica


QUER SABER?

Como as plantas crescem sem gravidade?

A busca por locais fora da Terra onde as formas de vida que

NASA
conhecemos tenham condições adequadas para viver e se de-
senvolver é um ramo de pesquisa e também tema explorado em
filmes de ficção científica. No filme Serenity, a luta pelo ama-
nhã, por causa da superpopulação e do esgotamento dos recur-
sos naturais na Terra, a civilização humana é obrigada a migrar
para um sistema estelar cujos planetas foram terraformados.
As condições para o desenvolvimento dos seres vivos em
outros planetas são diferentes das oferecidas pela Terra. Es-
tudos feitos pela Nasa, agência espacial norte-americana, vêm
demonstrando que a diminuição da gravidade, ou a sua au-
sência, altera o comportamento dos seres vivos. As plantas
em particular podem deixar de apresentar o crescimento das
raízes dirigidas para o centro do planeta, ou seja, perdem o
geotropismo, e elas passam a crescer em direções anárquicas.
Esse estudo é um importante fator para a compreensão da
Astronauta Shannon Walter no laboratório da Estação
terraformação, criação Espacial Internacional.
Bill Ingalls/NASA

artificial das condições


ambientais da Terra em outros locais, possibilitando um habitat humano
em outro planeta ou em uma estação espacial.
Em março de 2006, o astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes parti-
cipou do voo espacial da nave Soyuz, com mais dois astronautas: o russo
Pavel Vinogradov e o norte-americano Jeffrey Williams. O brasileiro per-
maneceu oito dias na ISS, sigla em inglês para Estação Espacial Interna-
cional. Pontes levou na bagagem oito experimentos científicos, entre eles
a germinação de sementes de feijão, para ser testada em ambiente de
microgravidade.
Com os conhecimentos que temos hoje, é possível dizer que nem to-
dos os planetas podem ser terraformados, particularmente os gasosos,
os que apresentam órbitas instáveis, aqueles extremamente quentes ou
frios ou com atividade geológica intensa. O processo de terraformação de
No centro o astronauta brasileiro
Marcos Pontes. um planeta, além de enfrentar o desafio técnico-científico, depende de
altíssimos investimentos financeiros.
Todos esses fatores são acompanhados de debates sobre questões éticas que envolvem a relação humana
com a natureza. Por exemplo, em que medida o ser humano tem direito a extinguir uma espécie para adequar as
condições do planeta hospedeiro ao seu próprio bem-estar?

ATIVIDADES

1. Quais características de outros planetas precisam ser alteradas para comportar a vida humana com quali-
dade?

2. Quais as contribuições de outras disciplinas para o desenvolvimento de uma técnica para a terraformação de ou-
tro planeta?

3. Experimentos científicos semelhantes ao realizado por Marcos Pontes ajudam a compreender a terraformação?

Capítulo 10 Leis de Newton 151


CAPÍTULO 11

Outras aplicações das 1. Força elástica


2. Plano inclinado
Leis de Newton 3. Força de atrito
4. Componentes da força resultante
5. Movimento circular no plano
horizontal
6. Movimento circular no plano
vertical

1. FORÇA ELÁSTICA
Outro tipo de força é a que se deve à elasticidade e à deformação dos corpos.
David Ewing/
Insadco Photography RF/Easypix

Por exemplo, quando apertamos uma bola de borracha, a força que aplicamos faz
com que ela se deforme. Quando deixamos de aplicar a força, a bola volta ao seu
formato inicial.
As molas também são exemplos de corpos com elevado coeficiente de resti-
tuição elástica. Quando comprimimos ou distendemos uma mola, ela diminui ou
aumenta de comprimento enquanto há a ação de determinada força. Se a mola
A borracha apresenta elevado não for deformada, isto é, não perder sua capacidade elástica, ela retorna ao seu
coeficiente de restituição elástica, comprimento inicial quando a força deixar de ser aplicada. Analise as situações
o que faz com que volte ao seu
formato inicial quando cessa a força a seguir, em que molas helicoidais são usadas como exemplo de corpo elástico
de compressão. e sofrem deformações proporcionais às forças que agem nas suas extremidades.
As mãos agem numa das extremidades da mola aplicando-lhe uma força de
intensidade F, e a mola, por sua vez, aplica nas mãos outra força de mesma inten-
Paulo Nilson

sidade e de sentido contrário.


Para que haja distensão ou compressão da mola, é necessário que as duas
extremidades estejam submetidas à ação de forças. Desse modo, na outra extre-
midade a mola age na parede, aplicando uma força de intensidade F’, e a parede
aplica na mola outra força de mesma intensidade e de sentido contrário.
Se considerarmos a mola como ideal (a massa da mola é desprezível quando
A mola se mantém distendida comparada com o sistema em estudo), teremos F ! F".
pela ação das mãos numa das
extremidades e pela ação da parede Experimentalmente constatou-se que, duplicando a força aplicada em uma mola,
na outra extremidade. a deformação duplica; triplicando o valor da força, a deformação triplica e assim su-
cessivamente, isto é, a intensidade da força é diretamente proporcional à deformação:
Fel ! k # x
em que:
Fel: intensidade da força elástica
k: constante elástica da mola
x: deformação (alongamento ou encurtamento) sofrido pela mola.
A constante k é uma característica da mola
e depende do material de que é feita e das di- interação entre a mão
mensões. Sua unidade no SI é N/m. e a mola
A mola se mantém comprimida
F F"
pela ação das mãos numa das A partir dessa análise, podemos compreender
extremidades e pela ação da parede F F"
na outra extremidade. o funcionamento de um dinamômetro, que, ba-
interação entre a
sicamente, é constituído por uma mola acopla- mola e a parede
da a uma escala graduada. Para que possamos
fazer a leitura direta da intensidade da força, a
escala é graduada em determinada unidade de
força (kgf ou N). Mola distendida.

152 Unidade 4 Dinâmica


No dinamômetro ideal são aplicadas duas forças de mesma intensidade, uma
em cada extremidade. Além de identificar a intensidade da força aplicada, o
dinamômetro “transmite” essa força para o outro corpo com o qual interage –
nesse caso a parede.
No dia a dia é comum o uso de balanças,

wavebreakmedia/Shutterstock.com

Thales Trigo
em banheiros ou em farmácias, que utilizam a
compressão de molas para medir a intensidade
das forças. O que pode nos causar estranheza
é o fato de elas nos fornecerem essas medidas
em quilogramas. A utilização dessa unidade se
justifica porque o fabricante, inicialmente, faz
medições com essa mola em newtons, depois
considera a aceleração da gravidade local e de-
termina os valores da massa correspondente, por
P
meio da expressão m ! . Assim, elabora uma
g
escala em quilogramas, com a qual obterá os va-
lores de massa.
As pessoas que não conhecem os detalhes da
construção desse tipo de balança podem confun-
dir as medidas de peso com as de massa.
Balança de molas. Dinamômetro.

Exercícios resolvidos
1 Dois baldes, A e B, possuem pesos cujas intensidades são PA ! PB ! 100 N e estão presos por um fio ideal a um dina-
mômetro também ideal, conforme a figura.

Paulo Nilson
Considerando que as polias são ideais:
a) represente as forças agentes nos baldes e no dinamômetro.
b) determine a indicação obtida no dinamômetro.

RESOLUÇÃO A B

a)
← ←
TA TB
Balde A:

• a força peso PA, proveniente da interação do bal-
de A com a Terra.


TA

TB • a força de tração TA, proveniente da interação do
balde A com o fio.
Balde B:

A B • a força peso P B, proveniente da interação do bal-
← ← de B com a Terra.
PA PB →
• a força de tração TB, proveniente da interação do
balde B com o fio.

b) Sabendo que os pesos dos baldes são iguais, o sistema está em equilíbrio. Dessa forma, temos:
Balde A: Balde B:
TA ! PA ! 100 N (1) TB ! PB ! 100 N (2)

De (1) e (2) concluímos: TA ! TB ! T ! 100 N


O dinamômetro ideal interage com os baldes, sem interferir na força de tração transmitida pelo fio. Assim, o
dinamômetro indicará uma força de 100 N.

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 153


Tarumã
2 Na figura representada ao lado temos

um dinamômetro cuja massa pode ser A D B F
considerada nula, ligado a dois blocos
A e B (por fios ideais) sendo a força
de intensidade, F ! 500 N, as massas
mA ! 25 kg e mB ! 15 kg . Encontre
a marcação do dinamômetro, descon-
siderando qualquer forma de atrito.

RESOLUÇÃO

Utilizando um único fio f (ideal), temos que a tração nesse fio, corresponde à marcação do dinamômetro.
Aplicando a 2a lei de Newton no conjunto, vem:
F ! (mA " mB) # a
500 ! (25 " 15) # a
a ! 12,5 m/s2
Aplicando a 2a lei de Newton para o bloco A ,vem :
T ! mA ! a
T ! 25 # 1,25 T ! 312,5 N
que corresponde a marcação no dinamômetro.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. A mola, representada na figura, está 3. Considere uma mola, de 6 cm de comprimento, com
Editoria de arte

presa ao teto e, durante um teste, uma de suas extremidades presa ao teto. Ao prender
sustenta um corpo de peso P e apre- um corpo de massa 1 kg na outra extremidade, a mola
senta determinado alongamento. passa a ter 10 cm. Qual será o comprimento da mola
se trocarmos o corpo de 1 kg por outro de 3 kg?
Analise a situação e responda aos
itens:
4. Um elevador possui preso em seu teto um dinamôme-
a) Qual o valor da força elástica? tro, o qual suspende um pacote de 8 kg. Determine
b) Qual o valor da força que a mola a marcação desse dinamômetro quando o elevador
aplica ao teto? está descendo e freando a uma aceleração constante
c) Quais forças são responsáveis por de 4 m/s2. Considere g ! 10 m/s2.
distender a mola?
5. Dois blocos A e B, de massas mA ! 3kg e mB ! 2kg,
2. Considere as seguintes afirmações, e julgue-as con- estão sobre uma superfície horizontal, presos entre
forme a sua veracidade. si por uma mola ideal de constante elástica 4 N/m.
Os blocos entram em movimento quando sobre A é
I. Uma mola presa a um obstáculo numa extremida-
aplicada uma força de intensidade 60 N, paralela à
de e a outra presa pela mão de uma pessoa, se man-
superfície, afastando A de B. Supondo que não haja
tém distendida quando a resultante das forças for
atrito entre a superfície e os blocos, determine a dis-
máxima.
tensão sofrida pela mola.
II. Uma bolinha de borracha possui elevado coefi-
ciente de restituição elástica, quando pressionada, e 6. Um elevador possui uma balança em seu interior e,
retorna ao seu formato inicial, após cessar a força de quando está em repouso, o peso de uma pessoa é de
compressão. 800 N. Encontre as marcações da balança quando o
III. Uma mola presa a um obstáculo numa extremi- elevador:
dade e a outra presa pela e sob a ação da mão de uma a) sobe acelerado, com aceleração de 6 m/s2;
pessoa pode se manter comprimida. b) desce acelerado com aceleração 6 m/s2.

154 Unidade 4 Dinâmica


2. PLANO INCLINADO
Já tivemos a oportunidade de analisar situações

Ilustrações: Editoria de Arte



semelhantes às representadas nas figuras ao lado, N

N
nas quais ocorre a interação por contato.
A força normal não corresponde à reação da for-
ça peso. Apesar de existirem situações em que elas →
P
podem ser confundidas com o par ação e reação. →
→ P →
A reação da força peso $P aplicada pela Terra !N

sobre o bloco está no centro da Terra. No caso da


força normal, o bloco comprime a mesa com uma →
→ !P
força $N e a mesa reage a essa compressão apli-

cando no bloco a força normal N.
centro da Terra
Há casos em que a força peso e a normal não
apresentam a mesma direção.
plano
A situação representada ao lado ajuda-nos a entender melhor esse inclinado ←
N
equívoco. Nela, o plano de apoio é colocado numa posição inclinada em
relação ao plano horizontal. Note que, nesse caso, a direção da força peso
continua vertical, e a direção da força normal é perpendicular ao plano
de apoio. ←
P
A cena em um parque infantil, onde crianças deslizam sobre um es-
corregador, é um bom exemplo para representar um corpo deslocando-se plano a
sobre um plano inclinado. horizontal
Se não considerarmos o atrito, ao analisar o movimento de um corpo
As forças P e N têm direções diferentes.
que desliza sobre um plano inclinado, veremos que agem no corpo a força
peso e a força normal.

Alessandro Canova/Keystone
Para obter a força resultante que age no corpo na direção do movi-
mento, vamos usar a reta t (na direção do movimento) e a reta n (perpen-
dicular ao movimento). Dessa forma, podemos decompor a força peso
nas seguintes componentes:


P t: na direção da reta t e paralela ao plano inclinado;

P n: na direção da reta n e perpendicular ao plano inclinado.

→ →
Para determinar P t e P n, necessitamos das razões trigonométricas no
triângulo retângulo.


N


Pt


!
Pn

t

P
n
plano a
horizontal

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 155


Observando o triângulo ao lado, podemos escrever:

Pt
sen ! Pt ! P sen
a P

Pn
Pn Pn ! P cos
P cos !
P
Feita a decomposição da força peso nas suas componentes, passamos a
considerar os vetores representados na figura a seguir.
Pt → →
Note que na direção das forças N e Pn não ocorre movimento. Logo:
N ! Pn ! P cos

Ilustrações: Editoria de arte


Porém, na direção da reta t ←
N
(direção do movimento) a força

resultante é Pt . Portanto:
Pt ! ma ←
Pt
P sen ! ma ←
Pn
mg sen ! ma t

n
a ! g sen a

Analisando a relação que acabamos de obter, percebemos que a aceleração


de um corpo de massa m, que desliza sobre um plano inclinado sem atrito,
submetido à ação das forças peso e normal, não dependerá da sua massa.

Exercício resolvido
1 O desenho representa dois corpos A e B amarrados nas extremidades de
uma corda que passa por uma polia. Ambas (corda e polia) são ideais. O
A
atrito não é considerado, a massa do corpo B é 1,0 kg e no local g ! 10 m/s2.
Nessas condições: B

a) represente no desenho as forças que agem nos corpos A e B.


b) determine a intensidade da força peso que age no corpo B, de modo a 5 30!
que o sistema permaneça em repouso.

RESOLUÇÃO

a) O esquema de forças que agem nos corpos A e B. • as forças que agem na direção tangencial ao plano
inclinado (T ! PA sen ).
← • as forças que agem na direção perpendicular ao
N
plano inclinado (N ! PA cos ).

T ← Sendo nula a resultante das forças, para o corpo B,
T

PA sen a
temos:
← B T ! PB PA sen ! PB (como PB ! mBg ! 1 " 10 ! 10 N)
! PA cos a

PA
← PA sen 30° ! 10
PB
a
PA " 0,5 ! 10
10
b) Para o sistema se manter em repouso, para o corpo PA ! PA ! 20 N
0,5
A, temos:

156 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Considere o triângulo retângulo representado abaixo 5. O desenho representa um corpo de massa m, desli-
e determine: zando, sem atrito, sobre um plano inclinado. Deter-

Editoria de Arte
b mine a aceleração desse corpo, sabendo que nesse
local o módulo da aceleração da gravidade é g.
a) sen 10
8
b) cos
c) sen
a
d) cos m
6
2. Um avião decola segundo um ângulo de 30°. Pergun-
ta-se:
a) Qual será a altura atingida após voar 3 000 m com a

1
essa inclinação? (Dado: sen 30° ! .)
2
b) Qual será a distância percorrida pelo avião ao atin- 6. No esquema do exercício 5, sabendo que m ! 20 kg,
gir 1 000 m de altura? g ! 10 m/s2 e ! 30°, determine o módulo da acele-
3. Preocupadas com as condições ambientais, algu- ração do corpo.
mas pessoas resolveram instalar painéis solares 7. Um corpo de massa 25 kg desloca-se, com aceleração
em suas casas para fazer uso dessa fonte de ener- constante, sobre um plano inclinado, sem atrito, confor-
gia limpa e renovável. Um dos painéis foi instala-
me o desenho. O seno do ângulo formado entre o plano
do sobre um suporte hidráulico possibilitando, de
e a horizontal é 0,6. Determine a força transmitida ao
acordo com a posição do Sol, o ajuste automático
corpo, para que a aceleração permaneça igual a 2 m/s2.
do painel, de tal forma que ele permaneça perpen-
dicular à direção dos raios solares que nele incidem. (Dado: g ! 10 m/s2.)

F

3m
l
ine
pa y a

! 8. No esquema abaixo, o corpo B, ao ser abandonado,


começa a se deslocar e, por meio da corda, faz o corpo
A se mover sobre o plano inclinado, sem atrito. Consi-
derando que a polia e a corda são ideais, determine:
a) Determine o valor de y em função de .
b) Determine o valor de y, sendo ! 60°.
do
i do ento
!

t
!

3 sen cam
Dado: sen 60ϒ = . slo
2 de
A
4. Um estudante, ao tentar resolver um exercício de corpo B
deslizando sobre um plano inclinado, disse o seguinte:
“Não foi informado o valor da massa do corpo, por- a 5 30°
tanto não é possível obter a resposta.”
A afirmação feita por ele está correta? De que variá- a) a aceleração do conjunto.
veis depende a aceleração do corpo ao descer o plano b) a intensidade da força de tração na corda.
inclinado? (Dados: sen 30° ! 0,5; g ! 10 m/s2 e mA ! mB ! 4 kg.)

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 157


3. FORÇA DE ATRITO
Podemos destacar muitas situações em que a força de atrito está presente.
Basta observarmos o arco de um violino friccionando suas cordas ou um terreno
sendo arado.
Photodisc/Getty Images

Photodisc/Getty Images
Em geral, quando falamos em atrito, a primeira característica que vem à
mente é que ele desfavorece o movimento e deve ser reduzido o máximo pos-
sível. Por exemplo, se o atrito entre o arado e o solo diminuir, os trabalhadores
e os animais não vão precisar fazer tanta força. Mas existem casos em que o
atrito é necessário. Por exemplo, só conseguimos caminhar porque existe atrito
entre o solo e o pé ou calçado, caso contrário poderíamos escorregar e não
sair do lugar.
Analisando qualitativamente a força de atrito, é possível constatar, de forma
experimental, que ela se manifesta quando os corpos em contato se comprimem
mutuamente e há arrastamento ou tendência de arrastamento entre eles.
Para detalharmos o estudo da força de atrito, vamos diferenciar atrito
estático e atrito cinético.

Na figura ao lado, a pessoa aplica uma força F na caixa que repousa apoiada
sobre a superfície horizontal e rugosa. A caixa se mantém em repouso pela ação
→ →
da força de atrito Fat, que se manifesta quando há uma força solicitante F.
Paulo Nilson

N
Experimentalmente, constatamos que a intensidade da força de atrito varia
conforme a intensidade da força solicitante.

F À medida que a intensidade da força F aumenta, também aumenta a intensi-
Fat
dade da força de atrito, fazendo com que a caixa permaneça em repouso: Fat ! F.
Quando a caixa estiver na iminência de escorregar, em relação à superfície,
P
teremos a máxima intensidade da força de atrito: Fat ! F.
(máx)
Superfície rugosa. A caixa começará a escorregar quando os valores da força solicitante forem
superiores aos da força de atrito máximo. →
A intensidade máxima da força de atrito Fat (máx) é diretamente proporcional à

intensidade da força N , normal às superfícies de contato dos corpos:

Fat ! e
N
(máx)

em que o coeficiente de atrito estático e


é um número adimensional (não possui
unidade).
• O coeficiente de atrito estático e depende da natureza das superfícies
de contato, da sua aspereza e de uma eventual lubrificação.
• De modo geral, o coeficiente de atrito estático não depende da área da
superfície de contato.

158 Unidade 4 Dinâmica


O atrito cinético se caracteriza a partir do momento em que a intensidade da
→ →
força solicitante F atinge valor superior a Fat . Com o movimento do corpo, a
(máx)

força de

atrito assume intensidade praticamente constante e ligeiramente menor

que a at . Dessa forma, passamos a considerar a força de atrito cinético Fat
F
c
(máx)
tangente às superfícies de contato dos corpos e de intensidade diretamente pro-

porcional à intensidade da força N:


Fat ! c
N
c

em que o coeficiente de atrito cinético c


é um número adimensional.
• O coeficiente de atrito cinético c depende da natureza das superfícies
de contato, da sua aspereza e de uma eventual lubrificação.
• De modo geral, o coeficiente de atrito cinético não depende da área da
superfície de contato.
• Podemos dizer que o coeficiente de atrito cinético não depende da
velocidade dos corpos em contato.

Influência da resistência do ar
Quando um corpo se move em meio líquido ou gasoso, ele sofre a ação de uma
força de sentido oposto ao seu movimento. Pode-se pensar essa força de resistên-
cia do meio como uma força de atrito entre o corpo e as partículas que compõem
o determinado meio.
A intensidade dessa força é expressa por:

FR ! kvn

• FR é a intensidade da força de resistência oferecida pelo meio.


• v é a velocidade do corpo.
• k é uma constante que depende do fluido e do formato do corpo,
principalmente da maior área da secção transversal na direção do
movimento.
• n é uma constante que depende da ordem de grandeza da velocidade, e
em geral vale 1 ou 2. Para a maior parte dos movimentos estudados, de
acordo com a ordem de grandeza da velocidade, n ! 2.
IM_photo/Shutterstock.com
ZRyzner/Shutterstock.com

Os projetos aerodinâmicos de
veículos como carros e aviões
buscam amenizar as forças de
resistência oferecidas pelo ar.

Assim, se tomarmos como exemplo um corpo em queda livre, próximo da


Terra, a intensidade da resistência do ar aumentará à medida que a velocidade
aumentar. O aumento da resistência implica a diminuição da aceleração de queda
vertical, até que a força de resistência do ar se iguale à força peso. A partir daí, a
velocidade se estabiliza e o movimento do corpo passa a ser uniforme. Essa velo-
cidade é chamada de velocidade limite (vlimite).

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 159


Movimento de queda e velocidade limite
movimento acelerado movimento uniforme

Tarumã
← ←
FR FR

P > FR P = FR

velocidade-limite
← ←
P P

A partir do instante em que o corpo atingir a velocidade-limite, teremos:


R ! ma
P # FR ! ma (sendo a ! 0) K (vlimite)2 ! P
P # FR ! 0
P
FR ! P vlimite !
k
No projeto de um paraquedas esse conceito está presente, pois é neces-
sário observar a velocidade-limite de queda para preservar as condições de
segurança de quem salta.

Exercícios resolvidos
F fio ideal poita
1 Para ancorar pequenas embarcações no mar, muitos bar-

Antonio Robson
queiros usam blocos de concreto, como poitas, presos a
uma boia de sinalização.
O desenho ao lado representa a tentativa de arrastar uma
poita, de massa 20 kg, ao fundo do mar. O barco aplica uma

força F na poita, por intermédio de um fio ideal.
Para analisar a situação, vamos considerar que a areia está bem compactada e que os coeficientes de atrito entre a
poita e a areia têm valores aproximados ( e ! 0,9, c ! 0,8 e g ! 10 m/s2).
a) Represente as forças que agem na poita.

b) Determine a intensidade máxima que F pode atingir para que a poita fique na iminência de deslizamento.

c) Determine a intensidade da aceleração adquirida pela poita, para F com intensidade 190 N.

RESOLUÇÃO

a) A intensidade máxima que F pode assumir é
Paulo Nilson


N
180 N. Para valores maiores, a poita inicia o des-
lizamento.
← ←
F Fat c) Como o movimento é retilíneo, as forças que agem
na direção perpendicular ao movimento se equili-
bram. Logo, P ! N.
← ←

P Aplicando a 2a lei de Newton (R ! ma ) e sabendo que

• força peso P . na direção do deslocamento o movimento é retilíneo

• força F , aplicada pela corda à poita. e acelerado, temos a resultante tangencial de inten-
• forças de contato, representadas pelas duas com- sidade:
← ←
ponentes: normal N e força de atrito F at. R ! ma
F # Fat ! ma
b) Nas condições de repouso impostas neste item, temos: c

N ! P ! mg ! 20 " 10 N ! 200 N Em movimento, Fat ! N.


c
Sabemos que a máxima intensidade da força de c

atrito é: 190 # (0,8 " 200)


a! a ! 1,5 m/s2
Fat ! e
N ! 0,9 " 200 Fat ! 180 N 20
(máx) (máx)

160 Unidade 4 Dinâmica


2 A queda de um paraquedista apresenta duas fases distintas: uma, com o paraquedas fechado, em que o movimento é
acelerado até o instante em que a força crescente de resistência do ar, segundos depois, o torna uniforme, com veloci-
dade v1; e outra, com o paraquedas aberto, quando o movimento passa a ser retardado e, após alguns instantes, volta
a ser uniforme, com velocidade constante v2. Sabe-se que a intensidade da força de resistência do ar é diretamente
proporcional à área transversal do sistema corpo-paraquedas na direção do movimento e ao quadrado de sua veloci-
dade. Considere a densidade do ar constante e que, após a abertura do paraquedas, a área passa a ser 100 vezes maior
que a área da fase anterior. Nessas condições, é possível afirmar que:

v2 v2 v2 v2
a) ! 0,2 b) ! 0,01 c) ! 0,02 d) ! 0,1
v1 v1 v1 v1

RESOLUÇÃO

Fat1 ! P
Fat1 ! Fat2 A1 " v21 ! A2 " v22 A1 " v21 ! 100A1 " v22
Fat2 ! P

( ) v2
v1
! 100 ⇒
v2
v1
v
! 10 ou 2 ! 0,1
v1

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Como o atrito pode acarretar uma desaceleração em Encontre o valor da aceleração do paraquedas no ins-
um objeto? tante em que a velocidade atingiu a metade da velo-
cidade constante.
2. Dois objetos A e B, de mesmo tamanho e formato,
caem verticalmente em direção ao solo com veloci- 6. Um corpo com massa 2 kg está em repouso sobre uma
dades diferentes. Qual deles está submetido a uma superfície rugosa de coeficientes de atrito estático 0,5
maior resistência do ar? e cinético 0,2. Sendo a aceleração da gravidade no
local 10 m/s2, copie e complete a tabela.
3. Tentando aumentar a intensidade de uma força ao
empurrar um corpo, o atrito sobre o corpo também
F (N) Fat (N) a (m/s2)
aumenta. Uma vez em movimento, com que intensi-
dade de força F deve-se empurrar o corpo para man- 5
tê-lo em movimento com velocidade constante?
8
4. Considere as seguintes afirmações citadas abaixo e
julgue-as quanto a sua veracidade. 10

I. Em um corpo em queda livre, próximo da Terra, 12


a intensidade da resistência do ar diminui à medida
que a velocidade aumenta. 16

II. Em um corpo em queda livre, próximo da Terra, a


intensidade da resistência do ar aumentará à medida
Editoria de arte

que a velocidade aumenta. ←


F
III. Um objeto caiu de uma aeronave durante um voo
na direção vertical ao chão. Assim nesse objeto agem
exclusivamente a força peso e a força normal.
7. O que é mais fácil na hora de fazer uma mudança: em-
5. Considere a força de resistência do ar atuando sobre purrar a máquina de lavar ou puxá-la?
um paraquedas diretamente proporcional a sua velo- Para ajudar, pense na direção em que estão posicio-
cidade (R ! #kv). nados os braços de quem aplica a força, caso eles es- 30
Depois de algum tempo, o paraquedas atinge uma ve- tiverem aplicando uma força cuja direção não seja a
locidade constante até o final do percurso. horizontal.

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 161


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
8. Represente as forças que agem num bloco de granito a) força de impulso
de massa m, num local em que a aceleração da gravi- b) forças de resistência do ar
dade é g, nas seguintes condições: c) força normal
a) O bloco apoiado sobre uma superfície horizontal e d) velocidade

rugosa é puxado por uma força F . e) aceleração

Ilustrações:
Editoria de arte
← 12. O limite máximo de velocidade numa estrada hori-
F zontal e retilínea é 80 km/h. Nesse mesmo local,
granito
superfície
g ! 10 m/s2 e o coeficiente de atrito entre os pneus
de uma caminhonete e o chão é 0,5. Nessas condi-
b) O bloco apoiado sobre uma superfície horizontal ções, o motorista da caminhonete, ao avistar um ca-

e rugosa é puxado por uma força F , cuja direção é valo deitado na estrada, aciona o freio bruscamente
a de uma reta que forma um ângulo de 60° com a mantendo-o acionado até parar. Durante o intervalo
horizontal. de tempo de frenagem, os pneus deixam no chão
a marca de uma faixa preta e retilínea de 40 m de

F comprimento.
Com base nessas informações, você acha que o mo-
60°
granito torista estava acima do limite de velocidade? Jus-
tifique sua resposta, fundamentando-se em concei-
tos já vistos.
9. A partir de certa altura, as gotas de chuva caem com
13. Para que uma pessoa caminhe, é necessária a existên-
velocidade constante, em função da resistência do
cia de força de atrito entre os pés da pessoa e o solo.
ar. O módulo da força de resistência do ar é dado
Considerando isso, é correto afirmar que as forças de
por F ! a " v2, em que A é uma constante de valor
atrito que o pé exerce no solo e que o solo exerce no
6 " 10#6 Ns2/m2 e v é o módulo da velocidade. Dessa for-
pé são, respectivamente:
ma, calcule a velocidade com que uma gota de chuva,
cujo módulo de peso vale 2,4 " 10#7 N, atingirá o solo. a) vertical para baixo e vertical para cima.
b) vertical para cima e vertical para baixo.
10. O bloco da figura abaixo repousa sobre uma superfície c) horizontal para trás e horizontal para a frente.
horizontal e plana e está sujeito à ação de duas forças:
← ← d) horizontal para a frente e horizontal para trás.
F , de módulo 12 N, e da força de atrito F at. Ao aplicar
← e) vertical para cima e horizontal para trás.
outra força F $, de módulo 4 N e sentido contrário à for-

ça F , a força resultante sobre o bloco será: 14. Considere um bloco de massa 2 kg em repouso so-
← ← bre um plano inclinado de 30°, como mostra a figura
F F$ abaixo.
Editoria de arte

a) 12 N
m
b) 4 N
c) 8 N
d) nula !

e) 16 N
Se o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o
11. Em um jogo de futebol, um centroavante chutou a bola, plano é 0,70, determine a força normal nessas con-
realizando uma trajetória que foi filmada por um torce- dições.
dor sentado em uma das laterais do campo. Supondo-se
15. Ainda em relação à questão anterior, considere que
que a trajetória não foi parabólica e que ocorreu atrito
quando a inclinação do plano passa a ser 45%, o bloco
da bola com o ar durante o trajeto, o que mais contri-
entra em movimento uniforme. Determine o coefi-
buiu para que a trajetória não correspondesse a uma
ciente e o atrito dinâmico entre o bloco e o plano.
parábola, foi a:

162 Unidade 4 Dinâmica


4. COMPONENTES
DA FORÇA RESULTANTE
Em Cinemática vetorial, estudamos algumas características dos movimentos

Alex Argozino
curvilíneos, como a velocidade angular, a aceleração centrípeta, o período e a
frequência. Agora, estudaremos suas causas e seus efeitos. c
Para entendermos a noção de força aplicada ao movimento curvilíneo, pen-
se na seguinte situação:
Uma esfera atrelada a um fio ideal descreve uma trajetória circular em torno
de um ponto fixo, sobre um plano horizontal. Desconsidere o atrito.
Que condições mantêm a esfera em movimento circular?
O que ocorreria sem elas?
Para responder a essas perguntas, precisamos lembrar que a aceleração a de
um ponto material pode ser representada por duas componentes: aceleração
centrípeta ac e aceleração tangencial at .

reta

Ilustrações: Editoria de arte



normal at
• A aceleração centrípeta ac mede a variação da ←
v ←
a
direção do vetor velocidade v .
• A aceleração tangencial at mede a variação do
módulo do vetor velocidade v .

ac
reta
tangente
a ! ac " at

Vimos também, no segundo princípio da Dinâmica, que um ponto material



de massa m, quando submetido à ação da força resultante R, adquire uma ace-

leração a , com mesma direção e sentido de R.
Relacionando a força resultante com as acelerações, temos:
reta ←
→ normal Ft
R ! ma

v ←
→ R
R ! m(a c " a t)

→ ←
R! ma c " ma t reta
Fc
tangente
→ → →
R ! Fc " Ft


Essa análise nos permite representar a força resultante R que age no ponto
material de massa m por duas componentes:

• A força centrípeta F c causa a variação da →
Fc ! ma c
direção do vetor velocidade v .


• A força tangencial Ft causa a variação do →
Ft ! ma t
módulo do vetor velocidade v .

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 163


No exemplo da esfera atrelada a um fio, podemos dizer que ela descreve um
movimento circular porque o fio aplica sobre ela uma força dirigida para o cen-
tro da trajetória. Caso essa força deixe de agir, o movimento da esfera será, por
inércia, retilíneo e uniforme. Observe os esquemas:

Grace Arruda

ac ←
Fc

v

A esfera se mantém em movimento circular. Nesse caso, o movimento da esfera será na direção tangente à
trajetória.

Exercícios resolvidos
1 Suponha que um satélite artificial descreva movimento circular e uniforme em torno da Terra. Analise as afirmativas:
a) A força resultante que age no satélite aponta para o centro da Terra.
b) A Terra é o agente responsável pela força aplicada no satélite.
c) O satélite pode realizar esse movimento, independentemente da ação da Terra sobre ele.

RESOLUÇÃO

a) A força resultante é a centrípeta, ou seja, aponta para o centro da trajetória circular, que é o centro da Terra.
Portanto, a afirmativa é correta.
b) A atração gravitacional da Terra é a causadora da força centrípeta que age no satélite. Portanto, a afirmativa é
correta.
c) Se a força gravitacional não agisse no satélite, o seu movimento seria, por inércia, retilíneo e uniforme. Portanto,
a afirmativa é incorreta.

2 Em um centro de diversões, no momento em que o carrinho


realiza um looping sob uma montanha férrea, como mostra
a figura, podemos considerar que a força centrípeta atuante
corresponde à expressão:
← ← ← ← ←
a) F c ! P d) F c ! P " N Alex Argozino
← ← ←
b) F c ! N e) F c ! 0
← ← ←
c) F c ! P # N

RESOLUÇÃO

No momento em que o carrinho realiza um looping, a força resultante é a força centrípeta, que é a força peso
somada à força normal, como mostra a figura abaixo.

→ → →
→ Fc = P + N
P


N

164 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Após analisarem o movimento circular e uniforme de Suponha que um pedreiro suspenda seu fio de prumo
uma partícula, quatro estudantes chegaram a diferen- sobre uma mesa plana e horizontal. Desprezando a
tes conclusões sobre a força resultante que age na par- resistência do ar, quais forças atuam sobre o corpo:
tícula. Identifique a conclusão correta. a)

Tarumã
d)
a) A resultante é centrífuga e tem intensidade variável.
b) A resultante é nula porque não há aceleração.
c) A resultante é centrípeta e tem intensidade constante.
d) A resultante é nula porque a força centrípeta se
iguala à força centrífuga. b) e)
e) A resultante é tangencial.
2. Um ciclista se desloca com movimento uniforme
numa pista circular, plana e horizontal, conforme re-
presentação abaixo:
A
c)
Alex Argozino

D B

6. Na montagem de um parque de diversões, dois fun-


cionários testam os equipamentos. Uma base circular
que serve de apoio para os brinquedos foi colocada
C para girar. Sobre ela havia uma esfera de aço, rela-
a) Represente, num esquema, o vetor velocidade nas tivamente pesada, soldada a uma das extremidades
posições A, B, C e D ocupadas pelo ciclista. de uma mola, enquanto a outra extremidade estava
b) Verifique se a direção e o módulo do vetor velocida- presa ao eixo central da plataforma.
de variam de uma posição para outra.
c) Utilize o esquema do item a e represente a acele-
ração e a força centrípetas nas posições A, B, C e D

Alex Argozino
ocupadas pelo ciclista.
3. Classifique as sentenças abaixo descritas em falsa ou
verdadeira: A B
I. Um automóvel faz uma curva em uma estrada pla-
na e horizontal; no caso, a força centrípeta é a força
tangencial que a pista aplica sobre os pneus.
a) Como o funcionário A (colocado no sistema de re-
II. Os satélites giram em torno dos planetas em fun-
ferência da base giratória) descreve a cena, relacio-
ção da ação da força centrípeta, que nessa situação é
nada à bola e à mola?
a força de atração gravitacional.
b) Como o funcionário B (colocado no sistema de re-
III. Um corpo gira, preso na extremidade de um fio; ferência em repouso, no solo) descreve a cena, rela-
no caso, a força centrípeta pode ser considerada a cionada à bola e à mola?
!"
própria força T de tração no fio.
4. Analise as condições de um satélite artificial que 7. Por que a Lua não colide
descreve órbita circular, ao redor do centro da Ter- com a Terra? Pense, discu-
Alex Argozino

ra. Qual é a força centrípeta e qual a sua função? ta com os colegas e depois
escreva, em seu caderno,
5. O fio de prumo é constituído por um fio de náilon e suas conclusões.
por um peso de chumbo, suspenso na sua extremida- ←
FG
de inferior. Ele é usado na construção civil para veri- v ! velocidade
← ←
ficar a verticalidade de um elemento construído. F G ! força gravitacional v
Lua

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 165


5. MOVIMENTO CIRCULAR
NO PLANO HORIZONTAL
Para ampliar nossos conhecimentos sobre as causas e os efeitos dos movi-
mentos curvilíneos, vamos analisar algumas situações em que esses movimentos
ocorrem no plano horizontal e no plano vertical.
Editoria de Arte

Vamos supor que uma esfera atrelada a um fio descreva uma



N trajetória circular sobre o plano horizontal de uma mesa, para
← ← estudar quais forças atuam sobre ela.
T 5 Fc
C Como o movimento da bola ocorre num plano horizontal, a
direção da força resultante é horizontal e a componente vertical

P da força resultante é nula. Nesse caso, a força peso tem a mes-
ma intensidade da força normal: P ! N

Portanto, nesse caso, a força de tração (T) no fio representa a resultante centrí-
→ → →
peta que age na bola: R ! Fc ! T
Em outros movimentos circulares uniformes ocorre que a componente tan-
→ →
gencial Ft da força resultante R é nula e o movimento tem as seguintes caracte-
rísticas:
→ →
• |v | " 0, constante: Ft ! 0
→ →
• v tem direção variável: Fc " 0
→ →
• resultante: R ! Fc

v2
Fc ! mac ! m
r

Piso com elevação


Os conhecimentos sobre movimento circular, além de se adequarem às situa-
Natursports/Shutterstock.com

ções das pistas planas, também se aplicam às pistas sobrelevadas, construídas para
aumentar a segurança dos veículos em movimento. Elas são projetadas utilizando-
-se um ângulo de inclinação , em relação à horizontal, nos trechos de curva, para
diminuir a dependência da força de atrito.
A composição das forças que atuam no carro são:

N

θ
Alex Argozino

Tarumã


← N
Centro Fc
As pistas sobrelevadas são comuns
nos autódromos.
u

← ← ←
P P Fc

Da figura temos:
m # v2
FC r
tg ! tg !
P m#g

v2 ! r # g # tg v! r # g # tg

166 Unidade 4 Dinâmica


Exercícios resolvidos
1 Uma pista plana, horizontal e circular de raio r é percorrida por um carro de
massa m, com movimento uniforme. Sabemos que o coeficiente de atrito estáti-
co entre os pneus e a pista é e.
Com base nessas informações e no esquema ao lado, determine:
a) as forças que agem no carro.
b) a força resultante que age no carro.
c) a velocidade máxima com a qual o carro pode percorrer a pista sem derrapar.
(Dados: !e " 0,60, g " 10 m/s2 e r " 150 m.)

RESOLUÇÃO

a) Considerando que o carro faz a curva sem inclinação, temos as forças peso,
normal e de atrito agindo nele.
b) Como a força resultante age na direção da reta paralela ao plano horizontal, a
componente vertical da força resultante é nula. Portanto, P " N. ←
N

Nesse caso, a força de atrito F at representa a resultante centrípeta que age
no carro.
← ← ←
R ! Fc ! Fat ←
← ← Fat
c) Se a resultante centrípeta é F c " F at, então:
v2
Fc " Fat # !mg m # !e mg v # μe rg
r
Caso o carro esteja na iminência de derrapar, teremos a intensidade máxima
da força de atrito estático Fat(máx) , e a velocidade máxima (vmáx) será:

P
vmáx " μe rg 0, 60 150 10

Ilustrações: Alex Argozino


vmáx " 30 m/s ←
N
2 Um motociclista trafega numa pista e faz uma curva circular de u
raio r " 90 m, com velocidade v " 25 m/s. Para que ele não
← ←
dependa da força de atrito, qual deve ser o ângulo de inclinação FR 5 Fc
entre a superfície da pista e a horizontal? Considere g " 10 m/s2.

RESOLUÇÃO

P
Inicialmente vamos representar as forças que agem no mo-
tociclista.
De acordo com o esquema, podemos utilizar o triângulo
u
retângulo:
Tarumã


N u ←
P

← ←
FR 5 Fc
FR
tg "
P
v2
m$ 252
tg " r tg " tg ! 0,70
mg 90 $ 10

tg 35° ! 0,7

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 167


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Sobre uma superfície plana e horizontal, uma esfera 1
5. Uma esfera de massa kg, presa numa das extremi-
de massa m ! 4,0 kg está presa à extremidade de 2
um fio ideal e descreve um movimento circular e dades de um fio e apoiada sobre um plano horizontal,
uniforme em torno de um ponto fixo, no qual está é obrigada a descrever uma pista circular de 2 m de
amarrada a outra extremidade do fio. Se o atrito é raio com velocidade constante e igual a 1 m/s. O cen-
desprezível, o fio mede 0,50 m e a velocidade angu- tro da circunferência descrita é a outra extremidade,
lar da esfera é 2,0 rad/s, determine: fixa, do fio. Determine a intensidade da força tensora
no fio.
Editoria de Arte

6. Um automóvel com velocidade v ! 20 m/s faz uma cur-


r va circular de raio 70 m. Sabe-se que a pista sobrelevada
C m
forma um ângulo com a horizontal e g ! 10 m/s2.
a) Represente as forças que agem no carro.
b) Qual o valor de para que o carro não dependa da
força de atrito?
a) o módulo da velocidade da esfera. 7. Os projetos de construção das estradas levam em
conta alguns aspetos de segurança, como é o caso das
b) o módulo da aceleração centrípeta.
curvas com elevação do piso. Contudo, é importante
c) a intensidade da força resultante que age na esfera. conhecer o ângulo de inclinação para avaliar a velo-
2. Para brincar com uma lançadeira, Pedro utilizou um cidade adequada para percorrer a curva, com segu-
pedaço de madeira de massa m = 5 g, amarrado a rança. Determine a velocidade máxima, sem riscos
um pedaço de barbante de comprimento L = 0,5 m. de derrapagem, que um veículo pode desenvolver ao
Sabemos que esse barbante suporta a tensão máxi- percorrer uma pista curva, com ângulo de inclinação
ma de 25 N. Caso a lançadeira seja colocada em mo- e raio R ! 300m. Considere tg ! 0,3.
vimento e tendo a mão do Pedro como o centro fixo
8. Um veículo desloca-se com velocidade de 10 m/s em
da trajetória circular descrita pela madeira, qual a
uma curva circular de raio 100 m. Determine a tangen-
velocidade máxima atingida pela madeira em rela-
te de inclinação do plano da pista com a horizontal,
ção à mão do Pedro?
para que o veículo possa efetuar a curva independen-
temente da força de atrito. Considere g ! 10 m/s2.
9. Um automóvel faz uma curva horizontal e plana em
uma estrada de raio 100 m. Sabe-se que o módulo de
sua velocidade é constante e que a resistência do ar
L
P pode ser desprezada.
O
a) Descreva as forças que atuam sobre o automóvel.
b) Sabendo que o automóvel realiza 2 voltas a cada 1
minuto, determine sua aceleração centrípeta.
c) Suponha um valor razoável para a massa do auto-
3. Uma esfera de 2,0 kg gira em um plano horizontal em móvel e utilize-a para calcular a força de atrito neces-
torno de um ponto fixo, presa à extremidade de um sária para mantê-lo na trajetória.
fio de 3,0 m de comprimento, cuja resistência à rup-
supergenijalac/Shutterstock.com

tura é de 20 N. Qual a velocidade angular que fará


partir o fio?
4. Um piloto de automóvel vai percorrer uma pista circular
de raio r ! 50 m. O coeficiente de atrito estático entre
pneus e pista é e ! 0,80 e g ! 10 m/s2. Antes de entrar
na pista, ele fez alguns cálculos para determinar o valor
da velocidade máxima para o seu carro não derrapar.
Se o movimento do carro for uniforme, qual será o valor
dessa velocidade?

168 Unidade 4 Dinâmica


6. MOVIMENTO CIRCULAR
NO PLANO VERTICAL

Racheal Grazias/Shutterstock.com
A ocorrência do movimento circular em um plano verti-
cal pode ser observada em diversas situações. Por exemplo,
um ciclista se deslocando sobre uma lombada ou depres-
são, um motociclista movimentando-se no globo da morte,
um looping realizado por um carrinho em uma montanha
russa ou mesmo um corpo girando amarrado a um fio.

Globo da morte
Em cada caso, é preciso conhecer o sistema de forças que age Parque de diversão.
sobre o corpo para determinar quais delas compõem a resultante
centrípeta. Por exemplo, para um corpo ligado a um fio que gira
no plano vertical, no ponto mais alto da trajetória a resultante cen- D v
trípeta é dada pela soma da força peso e da tração, enquanto no

Paulo Nilson
ponto mais baixo é dada pela diferença entre a força de tração e a
força peso.
No caso do globo da morte, quando o motociclista estiver no
ponto mais alto, a resultante centrípeta é dada pela soma da for-
ça peso e da força normal à superfície. Já no ponto mais baixo a
resultante é dada pela diferença entre a força normal à superfície v
C A
e a força peso.
v
picturesbyrob/Alamy/Latinstock

v B

Globo da morte.

Exercícios resolvidos
1 Um menino amarra uma pedra de massa 0,10 kg na extremidade de um barban-
te de 25 cm de comprimento e faz com que ela fique girando num plano vertical
com velocidade constante v ! 2 m/s num movimento circular.
Considerando g ! 10 m/s2:
a) represente as forças que agem na pedra quando ela passa pelas posições A, B,
C e D.
b) determine a tração do fio quando a pedra passa pela posição D.
c) determine a tração do fio quando a pedra passa por B.

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 169


RESOLUÇÃO

a) Posição A: Posição B: Posição C: Posição D:


← ← ← ← ← ← ← ← ← ←
Fc ! T Fc T P Fc ! T Fc T P
direção do direção do

Editoria de arte
movimento D movimento

T
← ←
T ← T ←
A T P
C


direção do B ←
P P
movimento

P
direção do
movimento
b) A posição D representa o ponto mais alto da trajetória descrita pela pedra. Nele, a força resultante é dada pela
força centrípeta, cuja intensidade é: Fc ! P " T.
Fc ! P " T
v2
m ! mg " T
r
v2
!

T!m !g
r
22

!
!
Se r ! 25 cm ! 0,25 m, v ! 2 m/s, g ! 10 m/s2 e m ! 0,10 kg, então: T ! 0,10 ! 10 ! 0,60 N
0,25
c) A posição B representa o ponto mais baixo da trajetória descrita pela pedra. Nele, a força resultante é dada pela
centrípeta, cuja intensidade é:
Fc ! T # P
v2 v2
!
!

m ! T # mg T!m !g
r r
22
!
!

T ! 0,10 ! 10 ! 2,6 N
0,25
Note que a intensidade da força de tração exercida pelo fio é maior na posição B do que na posição D, embora a
força centrípeta seja a mesma.
2 Em uma cidade um circo apresenta o show do globo da morte, que é um globo metálico em que um motociclista faz
evoluções no seu interior com sua moto. Durante o show, em dado momento o motociclista passa a descrever um
movimento no plano vertical. Sabendo que o raio do globo é 2,5 m e que a aceleração da gravidade local é 10 m/s2,
determine a mínima velocidade que a moto deve ter para não perder contato com a superfície esférica.

RESOLUÇÃO

À medida que a moto sobe, ela tende a perder o contato com a superfície, e o ponto crítico é o ponto mais alto do globo.
Quando a moto está no ponto mais alto, duas forças atuam nela, a força peso P (moto " motociclista) e a força nor-

mal FN, que dão a resultante centrípeta Fc.
Fc $ m $ ac Vmín.
P " FN ! m $ ac
A velocidade mínima para fazer a curva e não cair do ponto
mais alto, ocorre quando FN ! 0. FN ! 0
v2 v2 v2
Alex Argozino

P"0!m$ m$g!m$ g! P
R R R
v2
10 ! v2 ! 25 v ! 5 m/s ! 18 km/h ac
2,5
A menor velocidade para que o motociclista consiga passar pelo ponto mais alto do globo e não cair é 18 km/h.

170 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Uma esfera de massa 1 kg presa a um fio inextensí- 6. Dentre as atividades comemorativas do aniversário da
vel de 2 m de comprimento efetua um movimento cidade, a esquadrilha da fumaça fez sua apresentação
circular, segundo a vertical, de modo que, quando com várias manobras espetaculares, inclusive aquela
ela passa pelo ponto mais alto da trajetória, sua ve- em que um dos aviões descreve uma trajetória circular.
locidade é 6 m/s. Determine a tração no fio, nessas Diante dessa manobra, um dos observadores teve a se-
condições. guinte preocupação:
Quando o avião passa pelo ponto mais baixo da traje-
2. Uma pedra é amarrada numa das extremidades de
tória circular, a força que o assento exerce no corpo do
um barbante ideal, cujo comprimento é 0,90 m. Man-
piloto é maior, menor ou igual ao seu peso? O que você
tendo fixa a outra extremidade do barbante e fazendo
responderia?
a pedra descrever ao seu redor uma trajetória circular
e vertical, determine o módulo da velocidade mínima

ziher/Shutterstock.com
da pedra no ponto mais alto da trajetória. Nesse local,
g ! 10 m/s2.

3. Durante o treinamento, no interior de um globo da


morte de 4 m de raio, um motociclista consegue, com
a sua moto, descrever uma trajetória circular e vertical.
Determine, em newtons, a intensidade da força que a
moto exerce sobre o globo, sabendo que a sua veloci-
dade no ponto mais alto da trajetória é de 12 m/s e o
seu peso é 1 600 N. Considere g ! 10 m/s2.

4. O corpo humano suporta até 5 vezes a aceleração da


gravidade sem sofrer danos. Suponha uma monta-
nha-russa cuja maior curva tem 30 m de diâmetro.
Para um garoto sentado na primeira cadeira do carri-
nho, determine:
a) a velocidade máxima que o carrinho poderá ter, ao
passar pelo ponto mais baixo da trajetória. 7. Uma jovem skatista desce uma rampa em forma de
semicírculo com raio 10 m. Sua velocidade no ponto
b) o valor da força normal no ponto mais baixo da tra-
mais baixo da rampa é de 10 m/s.
jetória aplicada no garoto pelo banco onde ele está
sentado.

Hero Images/Getty Images


5. As montanhas-russas são projetadas para impres-
sionar por meio da ilusão de perigo. Montanhas-
-russas gigantes, que são mais altas e mais rápidas
do que montanhas-russas tradicionais, também
podem ser mais perigosas. É importante que os res-
ponsáveis por esses parques de diversão e as pesso-
as que se divertem neles sejam avisados dos riscos
potenciais para a saúde e das diferentes sensações
que essa diversão pode desencadear. Considere um
parque de diversões que possui uma montanha-
-russa no formato de circunferência. Um carrinho
circula por essa montanha-russa e seu ocupante, a) Descreva as forças que atuam na jovem.
ao passar por determinado ponto, tem a sensação b) Determine a aceleração centrípeta no ponto mais
aparente que seu peso aumentou 4 vezes. Conside- baixo da trajetória, sabendo que a massa da jovem e
rando essas condições e desconsiderando os efeitos do skate juntos é de 60 kg.
do atrito, determine a velocidade máxima atingida c) Calcule a intensidade da força que a superfície da
pelo carrinho. rampa exerce no skate.

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 171


Rotor

Alex Argozino
g
Outra aplicação do movimento circular é o rotor. Para enten-
R der o seu funcionamento, considere um cilindro de raio R, com
uma pessoa encostada em sua lateral, com os pés apoiados na
base. Girando o cilindro em torno do seu eixo, sua velocidade
angular ( ) pode aumentar até o momento em que ela perma-
necerá encostada à parede, mesmo que o fundo seja retirado.

eixo

Exercício resolvido
1 Uma pessoa de massa m foi colocada em um rotor com velocidade angular . As forças que agem sobre ela estão repre-
sentadas no esquema e o raio do cilindro é R.
Fat ! força de atrito
Alex Argozino

P ! força peso

Fat N ! Fc ! força resultante centrípeta

F
N Determine:
a) a velocidade angular mínima para que a pessoa não escorregue quando o fundo for retirado.
P b) o valor da velocidade angular.
Dados: g ! 10 m/s2, R ! 4,0 m e ! 0,40

RESOLUÇÃO
a) Segundo o diagrama de forças, temos: Para não haver escorregamento, temos:
Fc ! resultante centrípeta que age na pessoa Fat ! P
2
v
Fc ! N m" !N e
"m" 2
"R!m"g
R g
v! "R mín
!
!R
m" 2
"R!N
10
A velocidade angular mínima com a qual o cilin- b) Numericamente, mín
! ! 2,5rad/s
0,40 " 4,0
dro deve girar, para que ela fique na iminência de es-
corregar, implica uma força de atrito de valor máxi-
mo com e. Logo: Fat ! e " N ou Fat ! e " m " 2 " R

2 Em um parque de diversões, uma criança de massa 40 kg entra em um rotor. Sabendo que o rotor tem raio de 2,0 m
e gira com velocidade angular de 3 rad/s, calcule o coeficiente de atrito entre o menino e a parede do rotor para que
ele não escorregue quando o fundo for retirado.

RESOLUÇÃO
Em um rotor, temos que: P ! Fat m"g!N"
m"g!m" 2
"R"
Fc ! N N!m" 2"R
g
! 2
"R
10
!
" 2,0
2

! 0,56

172 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. A ideia de força centrípeta é fundamental para o 60 kg, a aceleração da
desenvolvimento tecnológico das centrifugadoras. gravidade no local é g
Analise, por exemplo, a máquina de lavar roupa em 10 m/s2 e o raio do ci-
funcionamento, com água e peças de roupa no inte- R
lindro, 2,0 m.

Alex Argozino
rior do tambor cilíndrico. É correto dizer que a água Supondo que o coefi-
e as peças de roupa estão submetidas à mesma força ciente de atrito entre
centrípeta? Qual a origem dessa força? Justifique. a roupa da pessoa e
2. O rotor é um brinquedo encontrado em alguns parques a parede do cilindro
de diversões. É formado por um cilindro de eixo verti- seja e ! 0,40, deter-
cal e raio R. Suponha que uma pessoa entre no cilindro mine o valor mínimo
e fique em pé, encostada na parede. O cilindro começa da velocidade angu-
a girar aumentando sua velocidade angular até deter- lar $ para que ela não
minado valor, quando o chão se abre. A pessoa não caia.
cai, mas gira grudada na parede. A massa da pessoa é eixo

Lombada ou depressão
Quando um corpo passa sobre uma lombada, ele está em movimento cir-
cular e a força resultante centrípeta é dirigida para baixo, na direção do centro
da circunferência.

Tarumã

N

V


Fc


P

A força normal N é menor que o peso P ; por isso, um motorista, ao passar por
uma lombada, tem a sensação que está mais leve.
Fc ! m " ac P # N ! m " ac
Na depressão, que também é um movimento circular, a resultante centrípeta
é dirigida para cima, na direção do centro da circunferência.
Tarumã



N
Fc →
V


P

A força normal N é maior que o peso P , o que dá a sensação, para um moto-


rista que passa sobre ela, de que está mais ”pesado”.
Fc ! m " ac N # P ! m " ac

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 173


Exercícios resolvidos
1 O traçado de uma estrada submete o motorista de um veículo a percorrer determinado trecho que apresenta de-
pressão, em que o raio de curvatura é R. Determine a aceleração centrípeta do veículo, no ponto mais baixo desse
trecho, sabendo que a aceleração da gravidade é g e a velocidade máxima do veículo na depressão é 4gR .

RESOLUÇÃO
2

ac !
v2
!
( 4gR ) !
4gR
R R R
ac ! 4 g

2 Um ônibus atravessa uma ponte em forma de arco de círculo, de modo que seu centro de massa segue o arco de cir-
cunferência de 50 m de raio. Sendo 3 000 kg a massa do ônibus, determine a força que ele exerce sobre a estrada, no
ponto mais alto da ponte, se naquele instante sua velocidade é 72 km/h. Qual a máxima velocidade que o ônibus pode
ter, ao passar pelo ponto mais alto da ponte, para não perder o contato com ela? (Considere g ! 10 m/s2)

RESOLUÇÃO
v2
No ponto mais alto: P " N ! m #
R
202
30 000 " N ! 3 000 # N ! 30 000 " 24 000 ! 6 000 N
50
v2
Velocidade máxima em contato: mg ! m v2 ! gR v2 ! 10 # 50 v ! 10 5 m/s
R

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Selma Caparroz
1. O desrespeito ao cadeira exerce no corpo Q
Rubens Chaves/Pulsar

limite de carga é da criança uma força


um dos respon- normal N, determine
sáveis pelo des- em que local essa for-
P R
gaste do piso das ça tem maior módulo
estradas. As con- (quando ela passa pelo
sequências desse ponto mais alto Q ou no S
desgaste têm re- ponto mais baixo S).
flexo na vida das Rodovia Federal BR-222
3. Um carro de massa 1 000 kg passa pelo ponto mais
pessoas que utilizam essas estradas, entre eles os ris-
baixo de uma depressão com velocidade de 54 km/h.
cos de acidentes e o custo elevado da manutenção dos
O raio da depressão é 10 m. Determine a força de
veículos acarretando, inclusive, a elevação do valor
reação normal nesse ponto.
dos fretes das mercadorias. Analise o caso de um cami-
Tarumã

nhão que carrega 2 000 kg e, em determinado trecho,


precisa passar por uma depressão. Quando chega ao
ponto mais baixo, sua velocidade é v ! 30 m/s. De-
termine, em newtons, a intensidade da força normal R 5 10 m
(N) exercida pela carga sobre a carroceria. Considere
a aceleração da gravidade g m/s2 e o raio R ! 300 m.

2. Uma criança está sentada numa cadeira de uma roda- 4. O mesmo carro do exercício anterior agora passa por
-gigante que gira com velocidade angular constante uma lombada de raio 10 m. Com que velocidade ele
e está representada na figura. Considerando que a deve passar por ela para que a força normal seja nula?

174 Unidade 4 Dinâmica


Pêndulo simples e cônico
Dois outros tipos de movimento circular são o do pêndulo simples e

Ilustarções: Editoria de Arte


o do pêndulo cônico. O
Vamos inicialmente definir como pêndulo o conjunto formado por
um corpo de massa m, amarrado a uma das extremidades de um fio !
ideal de comprimento !, como mostra a Figura 1. A outra extremidade
m
desse fio está presa a um ponto fixo O. No pêndulo simples, o corpo de
massa m oscila num plano vertical.
No pêndulo cônico, o corpo de massa m em movimento descreve
uma circunferência contida num plano horizontal , como representa
a Figura 2. Por mais rápido que seja o movimento do corpo, as duas Figura 1
extremidades do fio nunca se posicionam no mesmo plano horizontal .
O


g
,


T

m
← C
a P

Figura 2

Exercícios resolvidos
1 Um pêndulo é constituído por um fio ideal de comprimento ! ! 0,40 m e o O (ponto fixo)
corpo, amarrado a uma de suas extremidades, tem massa 0,4 kg. Esse corpo é
abandonado na posição A e oscila até a posição C. Sabemos que g ! 10 m/s2 e b
cos " ! 0,8.
a) Represente as forças que agem no corpo ao passar pela posição B e determi-
A C
ne a intensidade da força de tração, sabendo que nessa posição sua velocidade
é v ! 2 m/s. B
b) Represente as forças que agem no corpo na posição A e determine a intensi-
dade da força de tração nessa posição.

RESOLUÇÃO

a) Na posição B, temos:
O
Fc ! T # P
m $ ac ! T # P
v2
m$ !T#P
! ←
T
Daí:
v2
!
! !

T!m !g B ←
! v

P
22
!

T ! 0,4 ! 10 T!8N
0,4

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 175


b) Na posição A, temos: O (ponto fixo)
Fc ! T " Pcos
m # ac ! T " Pcos ←
b
v2 T
m# ! T " Pcos
! A
Como no ponto A, v2 ! 0: C

T " Pcos P cos b b
← B
T ! 0,4 # 10 # 0,8 T ! 3,2 N P

2 Um pequeno corpo de massa m está suspenso por um fio ideal e descreve um movimento circular e uniforme sobre
um plano horizontal, formando um pêndulo cônico. Desprezando a resistência do ar:
a) represente as forças que agem no corpo.
b) determine a intensidade da força de tração no fio.
Dados: g ! 10 m/s2; m ! 0,8 kg; sen ! 0,6; cos ! 0,8; raio da circunferência 1,2 m.
c) determine a velocidade escalar do corpo.

Ilustrações: Editoria de arte


$
! ←
g

m C

RESOLUÇÃO

a) Como o movimento do corpo é circular e uniforme, ele tem apenas aceleração centrípeta, com aceleração
tangencial nula, e a intensidade da velocidade é constante.
Portanto, as forças que agem no corpo são o peso (P) e a tração (T).

! $

T
$

← ←
C
Fc ac

P
r

b) Obtemos a resultante centrípeta aplicando a regra do paralelogramo:


P
cos !
T
0,8 # 10 ←
0,8 ! T ! 10 N T
T u
Fc
c) tg !
P ←
Fc
mv 2 0,6
tgθ ! ⇒ v 5 rgtgθ ⇒ v ! 1,2 # 1 # ←
P
mgr 0, 8
V ! 3 m/s

176 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Na figura está representado um pêndulo que oscila 4. Durante uma exibição circense, o ilusionista colo-
num plano vertical, composto por um fio ideal, de ca em movimento circular uniforme, no plano ho-
comprimento 1,0 m e uma esfera maciça. No ponto rizontal, uma esfera luminosa, de tal forma que o
mais baixo da trajetória a velocidade da esfera é movimento dela e do fio que a sustenta pode ser
2,0 m/s e a força de tração no fio, 2 N. Determine a representado por um pêndulo cônico, conforme a
massa dessa esfera. figura. Considere o fio ideal, a massa da esfera m
! 0,10kg, g ! 10 m/s2 e determine:
a) o módulo da resultante das forças que agem sobre a

Editoria de arte
esfera e represente graficamente essas forças.
b) o módulo da velocidade linear da esfera e a fre-
quência do movimento realizado por ela.

Tarumã
1,0 m

v ! 2,0 m/s

0,40 m
2. Suponha um corpo esférico de peso P, suspenso por
um fio ideal, de comprimento L, que, por sua vez, está
preso a um suporte fixo. Considere que o corpo está
em movimento circular, uniforme e no plano hori- 0,12 m
zontal. Nesse caso, qual é a intensidade da força re-
sultante centrípeta que age no corpo?
3. Durante uma experiência foram utilizados um bar- 5. Um pêndulo cônico é formado por um fio de massa
bante ideal (com 1,0 m de comprimento) e uma es- desprezível e comprimento ! ! 1,25 m, que suporta
fera maciça (com 0,10 kg de massa). Uma das extre- uma esfera de massa 0,5 kg na sua extremidade in-
midades do barbante está presa a um ponto fixo e a ferior. A extremidade superior do fio é presa ao teto.
outra extremidade está amarrada à esfera. A Figura 1 Quando o pêndulo oscila, a massa m executa um mo-
representa a esfera em repouso. Nesse caso, nela vimento circular uniforme num plano horizontal, e o
agem a força de intensidade T1 (aplicada pelo fio) e ângulo que o fio forma com a vertical é ! 60°.
a força peso de intensidade P1. A Figura 2 represen-
a) Represente as forças que estão atuando na esfera.
ta essa esfera em movimento, no instante em que ela
b) Determine a força de tração no fio.
passa pelo ponto mais baixo da trajetória com veloci-
c) Determine a velocidade da esfera linear.
dade de módulo 2,0 m/s. Nesse caso, o mesmo con-
junto (esfera e barbante) forma um pêndulo simples, 6. Um garoto está brincando em um balanço, que é preso
de tal forma que agem na esfera a força de intensida- a um galho de árvore por meio de duas cordas, sendo
de T2 (aplicada pelo fio) e a força peso de intensidade empurrado pelo seu irmão. A massa do garoto é 50 kg
P2. Considere g ! 10m/s2 e compare a intensidade e o comprimento das cordas é de 1,2 m. Sabendo que
das forças T1 e T2. a força de tração máxima que cada corda suporta é de
1 000 N, determine
Falcona/Shutterstock.com

a velocidade escalar
Editoria de arte

máxima do garo-
to, em metros por
segundo, no ponto
mais baixo da tra-
jetória, para que as
cordas não arreben-
m m tem.

Figura 1 Figura 2

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 177


QUER SABER?

Avanços tecnológicos contribuem para diminuir o atrito


Uma finíssima película de

John Foxx/Stockbyte/Getty Images


um material nanoestruturado
à base de carbono amorfo, co-
nhecido como carbono diaman-
te, apresentou um bom desem-
penho em reduzir o atrito e o
desgaste de peças industriais,
no caso anéis de cerâmica.
A simples aplicação desse fil-
me, com alguns mícrons de es-
pessura, medida equivalente
a 1 milímetro dividido por mil,
desenvolvido na Coordenação
dos Programas de Pós-Gradu-
ação de Engenharia (Coppe)
da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), produ-
ziu desgaste nulo depois de
419 horas em funcionamento.
O experimento foi realizado
com um anel funcionando contra o outro em uma bancada de testes e os dois foram submetidos a movimentos
de 1 mil a 2 mil rotações por minuto (rpm), equivalente ao percurso de 4 300 quilômetros se os anéis rodassem
em uma estrada. [...]
Com esse experimento e outros semelhantes realizados em vários laboratórios ao redor do mundo com
carbono amorfo (que não possui estrutura química cristalina), também conhecido pelo nome de Diamond-like
Carbon (DLC), é possível pensar, num futuro próximo, na existência de máquinas e equipamentos industriais
e até mesmo motores de veículos que funcionem sem óleo lubrificante desde que as partes internas estejam
recobertas por películas que evitem o desgaste de peças cerâmicas, metálicas ou até de borracha. O DLC já é
usado na indústria para tornar mais resistentes desde instrumentos médicos e odontológicos a lentes oftálmi-
cas e até discos rígidos de computador.
Reduzir o atrito em peças de máquinas e motores faz diminuir a perda de energia e melhora a eficiência de
todo o sistema. É um dos principais objetivos da tribologia, ciência que estuda os fenômenos de atrito, desgaste
e lubrificação em vários tipos de material. Outro fator importante que pode levar também à adoção, por parte
da indústria, da película nanoestruturada é a sensível diminuição de ruído resultante da redução do atrito. [...]
OLIVEIRA, Marcos de. Sem atrito. Pesquisa Fapesp, mar. 2009. Disponível em:
<http://www.revistapesquisa.fapesp.br/2009/03/01/sem-atrito/>.
Acesso em: 19 junho 2015.

ATIVIDADES

1. Faça uma lista com alguns dos motores presentes no seu dia a dia. Em seguida, verifique se, depois de
algum tempo de funcionamento, eles apresentam algum aquecimento. Verifique também se há ocorrência
de ruídos ou barulhos intensos.

2. Como você justifica o aquecimento e/ou a produção de barulho dos motores durante o funcionamento?

3. O resultado das pesquisas sobre nanotecnologia tem favorecido avanços tecnológicos, como ocorre com o
DLC, que futuramente poderá amenizar alguns fatores decorrentes do atrito entre as peças do motor. Nesse
caso, quais foram os principais fatores destacados no texto?

178 Unidade 4 Dinâmica


EXPERIMENTO

No balanço do vai e vem

Sérgio Dotta Jr/The Next


Sobre dois balanços estão um menino e sua mãe, de massas
20 kg e 70 kg, respectivamente. Considere que ambos abando-
naram o balanço ao mesmo tempo e da mesma altura e que não
houve esforço para alterar o movimento dos brinquedos.
Como relacionar as frequências dos movimentos de vai e
vem do balanço com a massa das duas pessoas?

MATERIAIS

Paulo Nilson
• 3 latas de refrigerante vazias barbante cabo de vassoura

• 1 litro de água
• 2 cadeiras de mesmo tamanho

18 cm

24 cm
cadeira cadeira

30 cm
• 90 cm de barbante
• 1 vassoura (ou somente o cabo)

PASSO A PASSO
latas

1a. ETAPA
• Apoie o cabo de vassoura sobre o espaldar das cadeiras.
• Corte três fios de barbante com as medidas indicadas na figura. Prenda uma das extremidades do barbante ao
cabo de vassoura e a outra extremidade na lata de refrigerante. Coloque a mesma quantidade de água nas três
latas.
• Eleve as três latas à mesma altura e abandone-as ao mesmo tempo. Observe o que acontece e responda às ques-
tões 1 e 2.

2a. ETAPA
• Repita o procedimento anterior. Observe o que aconteceu, e responda as questões 3 e 4.

3a. ETAPA
• Substitua os fios de barbante usados na etapa anterior por outros de comprimentos iguais. Coloque quantidades
diferentes de água nas três latas. Eleve mais uma vez as três latas à mesma altura e abandone-as ao mesmo tem-
po. Observe e responda as questões 5 e 6.

RESPONDA

1. O que produziu esse movimento das latas?


2. Qual princípio da Dinâmica explica o fato de as latas permanecerem assim apenas por algum tempo?
3. A frequência com que as latas de refrigerante descrevem esse movimento é a mesma?
4. É possível relacionar o comprimento do barbante com as frequências? Descreva essa relação.
5. O movimento das latas tem a mesma frequência?
6. É possível relacionar essa frequência com a massa das latas? Justifique.

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 179


TESTE O QUE APRENDEU

Editoria de Arte
1. (Fuvest-SP) Uma bolinha pendura- Quanto marcará o dinamômetro?
da na extremidade de uma mola a) 200 N c) 100 N e) 400 N
vertical executa um movimento b) 0 N d) 50 N
oscilatório. Na situação da figura,

g
4. (UEL-PR) Um bloco de

Tarumã
a mola encontra-se comprimida e
peso 20 N está em re-
a bolinha está subindo com velo-
← pouso sobre um plano
cidade v. Indicando por F a força ←
← v inclinado de 30°. 30˚
da mola e P a força peso aplicadas
na bolinha, o único esquema que Se o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o
pode representar tais forças na si- plano é e ! 0,70, a força de atrito atuante no bloco
tuação descrita é: ←
em módulo será:
F
a) c) ←
F e) a) menor que 14 N d) 20 N
b) 7,0 N e) 12 N
← ←
P F ← ←
P P
c) 14 N

b) d) ← 5. (PUC-RS) Um bloco de 20 kg de massa é arrastado


F
← sobre um plano horizontal por uma força de 100 N,
P
← também na horizontal, movendo-se com uma acele-
P
ração de 1 m/s2. Supondo a aceleração da gravidade
g ! 10 m/s2, o coeficiente de atrito cinético entre o
2. (Vunesp-SP) Dinamômetros são instrumentos destina-
bloco e o plano é:
dos a medir forças. O tipo mais usual é constituído por
uma mola cuja deformação varia com a intensidade da a) 0,5 c) 0,3 e) 0,1
força que a produz (lei de Hooke). Dois dinamômetros b) 0,4 d) 0,2
estão montados sobre uma mesa horizontal perfeita- 6. (UFRN) Um caminhão de entrega de mercadorias saiu
mente lisa, conforme mostra a figura abaixo. para entregar uma caixa. O caminhão está se movendo,
em uma rua plana, com velocidade de 20 m/s, quan-
Dinamômetro 1 Dinamômetro 1 do o motorista avista o endereço em que deve entregar
5N ?N
a mercadoria. Ele freia uniformemente e para em 4 s.
Antonio Robson

O mínimo coeficiente de atrito entre a caixa e o piso do


caminhão, para que a caixa não deslize, é:
a) 0,3 c) 0,5 e) 0,7
b) 0,4 d) 0,6
7. (Vunesp-SP) No “glo-
Quando um corpo de massa m é suspenso por um fio
bo da morte”, um
Studio Caparroz

de massa desprezível, preso à extremidade do dina-


clássico do espetáculo
mômetro 1, a força que este indica é 5 N. (Conside-
circense, a motocicle-
re: g ! 10 m/s2 e despreze qualquer atrito.)
ta passa num deter-
a) Que força indicará o dinamômetro 2? minado instante pelo
b) Qual a massa do corpo suspenso? ponto mais alto do globo, como mostra a figura.
3. (FEI-SP) Um dinamômetro possui duas extremidades Supondo que nesse trecho a trajetória seja circular e
presas a duas cordas. o módulo da velocidade constante no sentido anti-
Duas pessoas puxam -horário, indique a alternativa que representa corre-
Selma Caparroz

as cordas na mesma tamente a direção e o sentido da força resultante que


direção e sentidos atua sobre a motocicleta nesse ponto.
opostos, com forças a) d)
de mesma intensida-
b) e)
de F ! 100 N.
c)

180 Unidade 4 Dinâmica


8. (ITA-SP) Uma mosca em movimento uniforme descre- 11. (UnB-DF) Certo trecho de uma montanha-russa é
ve a trajetória indicada abaixo. aproximadamente um arco de circunferência de
raio R. Os ocupantes de um carrinho, ao passar por
esse trecho, têm uma sensação de aumento de peso.
Selma Caparroz

Avaliam que, no máximo, seu peso foi triplicado.


Desprezando os efeitos de atrito, os ocupantes con-
cluirão que a velocidade máxima atingida foi:
a) 3gR c) 2 gR

b) 3 gR d) 2gR

12. (Mack-SP) Admitamos que você esteja apoiado(a),


Quanto à intensidade de força resultante da mosca,
em pé, sobre o fundo de um cilindro de raio 4 m que
podemos afirmar que:
gira em torno de seu eixo vertical. Admitindo que
a) é nula, pois o movimento é uniforme. g ! 10 m/s2 e o coeficiente de atrito entre sua roupa
b) é constante, pois o módulo da velocidade é constante. e o cilindro seja 0,4, a menor velocidade escalar que
c) está diminuindo. o cilindro deve ter para que, retirando o fundo, você
fique “preso(a)” à parede dele é:
d) está aumentando.
a) 10 m/s c) 9 m/s
9. (UFMG) A figura a seguir representa três bolas, A, B b) 8 m/s d) 11 m/s
e C, que estão presas entre si por cordas de 1,0 m de
13. (Fuvest-SP) Um carro percorre uma pista curva supe-
comprimento cada uma. As bolas giram com mo-
relevada (tg ! 0,2) de 200 m de raio. Desprezando
vimento circular e uniforme sobre um plano hori-
o atrito, qual a velocidade máxima, em km/h, sem
zontal sem atrito, mantendo as cordas esticadas. A
risco de derrapagem?
massa de cada bola é 0,5 kg, e a velocidade da bola C
é 9,0 m/s. a) 40 d) 72
b) 48 e) 80
c) 60
C 14. (UFAL) Um fio de comprimento L prende um corpo,
B de peso P e dimensões desprezíveis, ao teto. Deslo-
A cando lateralmente, o corpo recebe um impulso ho-
3
2 rizontal e passa a descrever um movimento circular e
Editoria de arte

1 uniforme em um plano horizontal, de acordo com a


figura a seguir.
Tarumã

A relação entre as tensões nas cordas 1, 2 e 3,


u
representada por F1, F2 e F3, respectivamente, é:
a) F3 % F2 % F1 d) F3 ! F2 e F3 % F1
b) F3 ! F2 ! F1 e) F2 ! F1 e F2 % F3

c) F3 & F2 & F1 T

10. (Fatec-SP) A velocidade máxima de um carro na de- ←


P
pressão é v ! 4gR , em que R é o raio da curvatura
e g, a aceleração local da gravidade. A aceleração A força resultante centrípeta sobre o corpo tem inten-
centrípeta do carro no ponto mais baixo é: sidade:
a) g d) 4g a) T d) T # cos
b) 2g e) 5g b) P e) T # sen
c) 3g c) T $ P

Capítulo 11 Outras aplicações das Leis de Newton 181


CAPÍTULO 12

Gravitação Universal
1. Breve história sobre os
modelos de mundo
2. As leis de Kepler
3. Lei da Gravitação Universal
4. Corpos em órbitas circulares

1. BREVE HISTÓRIA SOBRE


OS MODELOS DE MUNDO
Os poetas e os astrônomos não são os únicos a ficar extasiados
Rafael Sanzio (detallhe). 1510-11. Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano

diante do céu. As pessoas em geral sentem-se atraídas pela beleza


e pelo movimento de corpos celestes, como o Sol, as estrelas, os
planetas e a Lua.
A necessidade de compreender o Universo não é somente do
ser humano contemporâneo. Há indícios de que em 4000 a.C. os
habitantes da Mesopotâmia desenvolveram calendários rudimenta-
res, baseados nos movimentos dos astros, com o objetivo de aten-
der às suas necessidades agrícolas.
Na Grécia antiga vários filósofos buscaram explicações para os
movimentos dos corpos celestes. No modelo geocêntrico proposto
por Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), a Terra fica numa posição esta-
cionária e central, enquanto os outros astros descrevem trajetórias
circulares ao seu redor (geo, em grego, Terra; geocêntrico, centrado
na Terra).
Por volta de 260 a.C., Aristarco de Samos apresentou uma teo-
ria em que o Sol ocupa a posição central do sistema, antecipando o
modelo heliocêntrico (hélios, em grego, Sol; heliocêntrico, centra-
No alto e no centro, Platão (esq.) e Aristóteles do no Sol) proposto por Copérnico, 15 séculos depois!
(dir.) conversam, na representação da escola
de Atenas.

Ptolomeu e a teoria geocêntrica


Grace Arruda

Júpiter Aproximadamente 400 anos após Aristarco, o astrônomo


Lua Cláudio Ptolomeu (c. 100-170), em seu Almagesto, aperfeiçoou o
Terra
epiciclo
modelo geocêntrico de Aristóteles.
Marte
Segundo Ptolomeu, a Terra ocupa, em repouso, a posição
central. O Sol e a Lua giram ao redor da Terra em órbitas circulares.
Mercúrio Vênus
Cada planeta gira em torno de um ponto, formando um epiciclo,
e cada ponto gira em torno da Terra em órbitas circulares.
Sol Mais além, as estrelas estão fixas numa esfera de cristal que
Saturno também gira ao redor da Terra em órbita circular.
A utilização contínua das tabelas astronômicas do Almagesto
pelos grandes navegadores e os interesses religiosos fizeram com
que esse modelo se mantivesse por 1 500 anos.

Representação do modelo geocêntrico,


Almagesto: É o tratado mate- Epiciclo: Círculo cujo centro se
ilustra sem escala e cores fantasia.
mático e astronômico escrito, no desloca ao longo de outro, de di-
século II, por Ptolomeu. âmetro maior.

182 Unidade 4 Dinâmica


Copérnico e a teoria heliocêntrica

Atelier da Pomerânia. Séc. XVI. Muzeum Okregowe W. Toruniu, Polônia


Embora o modelo proposto por Ptolomeu explicasse o movimento aparente
dos corpos celestes, é importante lembrar que as observações desse período
eram feitas a olho nu.
O polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) destacou-se como astrônomo e
matemático. No seu livro Sobre as revoluções dos corpos celestes, ele expôs
a teoria heliocêntrica, na qual o Sol repousa na posição central do sistema e os
planetas giram ao seu redor em órbitas circulares.
O sistema proposto por Copérnico simplificava o movimento dos outros pla-
netas, eliminando os epiciclos, e introduzia um movimento para a Terra, contra-
riando o senso comum da época.
Mais tarde essa teoria recebeu outras contribuições e foi aperfeiçoada, princi-
Copérnico afirmava que o Sol era
palmente com os estudos de Galileu Galilei, Tycho Brahe (1546-1601) e Johannes o centro das órbitas planetárias.
Kepler (1571-1630).
Grace Arruda

Sol

Vênus

Mercúrio
Marte

Terra

Saturno

Júpiter

Representação do modelo heliocêntrico proposto por Copérnico.

2. AS LEIS DE KEPLER
Nascido na Dinamarca, Tycho Brahe realizou a olho nu observações meticulo-
sas sobre os movimentos planetários. Após sua morte, seu assistente, o alemão
Autor desconhecido. 1610. Coleção particular

Johannes Kepler, continuou seus estudos. Kepler, que era um excelente mate-
mático, refez vários cálculos e estabeleceu três leis que regem o movimento dos
planetas em torno do Sol.
Kepler estudou o movimento do planeta Marte por quase 10 anos, seguindo
sua trajetória pelo céu e tentando descrever para ele uma órbita em torno do Sol.
É importante lembrar que as leis de Kepler são válidas para um referencial
fixo em relação ao Sol. Por isso, tais leis podem parecer absurdas se considerar-
mos a Terra como referencial. As leis de Kepler fizeram o modelo heliocêntri-
co ser fortemente aceito pela comunidade científica da época, pois resolveram
algumas incompatibilidades dos movimentos planetários quando interpretados Johannes Kepler.
pela teoria geocêntrica.

Capítulo 12 Gravitação Universal 183


Elementos da elipse
Elipse é o lugar geométrico dos
Lei das órbitas (1a. lei de Kepler)
pontos de um plano tal que, sua A 1a. lei do movimento planetário de Kepler refere-se à forma elíptica da órbi-
definição se dá a partir de dois
pontos que chamamos de focos
ta (trajetória) descrita por um planeta em torno do Sol.
da elipse, F1 e F2. A soma das
distâncias de um ponto P qual- Cada planeta movimenta-se ao redor do Sol descrevendo uma
quer da elipse aos focos F1 e F2
órbita elíptica, com o Sol posicionado em um dos focos da elipse.
é constante.

d1 " d2 ! constante
A figura a seguir representa um esquema do Sistema Solar composto pelo
Sol e seus oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e
Netuno. Plutão, que passou à categoria de planeta-anão na conferência anual da
União Astronômica Internacional (UAI) de 2006, também aparece no esquema.

Grace Arruda
Sol
Vênus Mercúrio

Marte Terra
Grace Arruda

P
Urano
d2
d1
Saturno Júpiter
F1 F2

b Cinturão de asteroides
Netuno
Os planetas Urano e Netuno só
Plutão foram incluídos nesse modelo após
a evolução de equipamentos de
Editoria de arte

observação e da teoria da gravitação.

B2 Ilustração produzida com base em: SEEDS, M. A. Horizons: exploring the universe. 5. ed. Belmont:
Wadsworth, 1998. p. 304, 306-307.
distância
focal b Embora as órbitas elípticas tenham sido desenhadas, propositadamente, com
c semieixo menor
excentricidades bem acentuadas, na realidade elas se aproximam da forma circular.
A1 A2
F1 F2 A excentricidade e de uma elipse caracteriza seu grau de “achatamento” e pode
a ser obtida por:
semieixo maior

B1 c
e!
a

Quanto maior a excentricidade, mais “achatada” é a elipse. Quando uma


elipse apresenta excentricidade nula, seus focos são coincidentes e ela é a pró-
pria circunferência. Excentricidade da órbita dos
planetas
Planeta e

F F9 F F9 Mercúrio 0,206

Vênus 0,007
e 5 0,5 Terra 0,082
e 5 0,1
Marte 0,093

Júpiter 0,048

F F9 F F9 Saturno 0,056

Urano 0,047
e 5 0,9
e 5 0,7
Netuno 0,012
Quanto maior a excentricidade da uma elipse, maior a distância entre seus focos.
Note na tabela ao lado que, com exceção da órbita de Mercúrio, as órbitas dos Fonte: <http://solarsystem.nasa.gov/planets/index.cfm>. Acesso
planetas do Sistema Solar têm excentricidade inferior a 0,1. em: 20 jun. 2015.

184 Unidade 4 Dinâmica


Lei das áreas (2a. lei de Kepler)
A 2.a lei do movimento planetário de Kepler estabelece relações entre a velo-
cidade orbital do planeta e o ponto de sua órbita.

O segmento de reta imaginário que liga o Sol a determinado


planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

Eunice Toyota
Para uma área descrita A
num intervalo de tempo t,
B
algebricamente, temos:
Sol
A
constante ∆t1 A1 A2 ∆t2
Δt

ou seja:
C
planeta
A1 A2
Nesse esquema cada região pintada de amarelo representa uma área descrita
Δt1 Δt 2 pelo planeta para ir de um ponro até outro ponto percorrendo sua órbita.

Assim, podemos concluir que a velocidade de translação do planeta ao redor


do Sol sofre variação, ou seja, aumenta à medida que se aproxima do periélio
(ponto mais próximo do Sol) e diminui à →
v aumenta
medida que se aproxima do afélio (pon-
to mais afastado do Sol). Se a área A1 é B

igual à área A2, os intervalos de tempo E



Sol vmín.
para cumprir os arcos BC e DE também
periélio A1 A2 afélio
serão iguais.

Como o comprimento do arco BC é vmáx.
D
maior do que o comprimento do arco DE, C
a velocidade do planeta será maior no planeta

trecho BC do que no trecho DE. v diminui

Lei dos períodos (3a. lei de Kepler)


A 3.a lei do movimento de Kepler relaciona o período de revolução de um
planeta, tempo necessário para esse planeta descrever uma volta completa
ao redor do Sol, e a distância média R, do semieixo maior da elipse, do pla-
neta ao centro da elipse.

Para os planetas que orbitam o Sol,


é sempre constante o quociente en- Sol
tre o quadrado do período (T2) e o R
cubo do raio médio da órbita (R3). distância média
T2
! k (constante)
R3 Trajetória elíptica
descrita pelo planeta
ao redor do Sol. planeta

Pelo esquema anterior, você poderá perceber que, quanto maior o valor de
R, maior será o período T, ou seja, maior será o tempo que o planeta levará para
dar uma volta em torno do Sol.

Capítulo 12 Gravitação Universal 185


Veja, a seguir, alguns dados referentes ao Sistema Solar.

Alguns parâmetros orbitais dos planetas do Sistema Solar


Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Plutão

Período de translação (T)


0,241 0,615 1,000 1,881 11,86 29,47 84,06 164,9 248,7
em anos terrestres

Distância média ao Sol


57,9 108,2 149,6 227,9 778,3 1 429 2 870 4 504 5 913
(R) 109 m

Velocidade orbital média


47,9 35 29,8 24,1 13,1 9,6 6,8 5,4 4,7
103 m/s

Número de satélites
0 0 1 2 62 60 27 13 1
naturais
Fonte: <http://solarsystem.nasa.gov/planets/index.cfm>. Acesso em: 20 jun. 2015.

Exercícios resolvidos
1 De acordo com a 1.a lei de Kepler, o Sol está posiciona- (Tp )2 (1)2
do num dos focos da elipse descrita pelo planeta que se 3
!
(40 " R) (R)3
movimenta ao seu redor. Como a trajetória é elíptica,
deveríamos ver o Sol maior ou menor à medida que a (TP)2 ! 403
Terra está mais próxima ou mais afastada dele, o que
não acontece. Explique essa aparente incoerência. TP ! 40 40 ! 253 anos

RESOLUÇÃO 3 No esquema abaixo está representada a órbita descri-


ta pela Terra ao redor do Sol. Determine, em meses,
Se a excentricidade da órbita elíptica descrita pela o tempo necessário para que a Terra percorra a traje-
Terra fosse bastante acentuada, seria compreensível 1
tória BCD. Considere a área amarela como da área
que o tamanho do Sol nos parecesse maior ou menor 4
em diferentes épocas do ano. Como a excentricidade total da elipse.
é baixa (0,082), a órbita elíptica se aproxima da cir-
cular e produz a sensação aos nossos olhos de que o

Tarumnã
B
Sol tem o mesmo tamanho durante o ano todo.
Sol
2 A 3a. lei de Kepler relaciona os períodos dos movi-
C
mentos dos planetas em torno do Sol com a distân-
cia média dos planetas e outros astros ao centro do
Sistema Solar. Comparando-se com a Terra, cujo
D
período é de 1 ano e cuja distância ao Sol é R, qual
será, aproximadamente, o período do planeta-anão
Plutão, em anos terrestres, se sua distância média ao
RESOLUÇÃO
Sol é de aproximadamente 40R?
A ! área total da elipse
RESOLUÇÃO t ! 12 meses (tempo para completar uma volta)
1
A’ ! A ! área amarela
(TT )2 4
Em relação à Terra: !k
(R T )3 #t’ ! tempo para percorrer BCD
(Tp ) 2 De acordo com a 2a. lei de Kepler, temos:
Em relação a Plutão: !k 1
(R p )3 A
A
= 4 #t’ ! 3 meses
RP ! 40 R e TT ! 1 ano 12 #t'

186 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O que Johannes Kepler descobriu a respeito da dis- 7. O esquema representa a trajetória elíptica de um pla-
tância dos planetas em relação ao Sol? E de suas velo- neta ao redor do Sol. Determine e justifique em qual
cidades em relação ao Sol? dos pontos, A, B, C ou D, a velocidade desse planeta é
máxima e em qual é mínima.
2. Observando a 2 a. lei de Kepler, os planetas pos-
suem maior energia cinética no periélio ou no
afélio? E a maior energia potencial gravitacional? C

Justifique suas respostas.

Eunice Toyota
3. De acordo com o modelo planetário de Ptolomeu,
B A
como podemos descrever o que ocorre com a energia
cinética e potencial gravitacional dos planetas? E da Sol
Terra? planeta
D
4. No sistema planetário de Copérnico, qual é a varia-
ção de energia cinética e potencial gravitacional do
planeta Terra? 8. O raio médio da órbita de Saturno em torno do Sol é
5. A figura representa um planeta descrevendo um sexto cerca de 9,6 vezes maior do que o raio médio da órbi-
de toda sua área de órbita em torno de seu Sol, num ta da Terra. Determine, em anos terrestres, o período
sistema planetário de outra galáxia, em 30 dias ter- de revolução de Saturno.
restres. Admitindo que as leis de Kepler também são

Photodisc/Getty Images
válidas nesse sistema, calcule o período de translação
desse planeta ao redor do Sol. Escreva qual lei de Ke-
pler foi utilizada em seus cálculos.
Eunice Toyota

Sol

planeta

6. O período de translação de Júpiter corresponde a 12 Saturno


anos terrestres, aproximadamente. Admita que o raio
9. Um satélite A está a uma distância R do centro de
médio de órbita de Júpiter seja um quarto do raio mé-
massa de um planeta e seu período de rotação é de
dio de órbita de Urano. Calcule em anos terrestres,
1 mês. Um outro satélite B está a uma distância 4R
aproximadamente, o período de translação de Urano.
do centro de massa do mesmo planeta. O período de
rotação do satélite B é:
a) 1 mês
b) 2 meses
A. Simon-Miller (Goddard Space Flight Center), I. de
Pater, M. Wong (UC Berkeley)/ESA/NASA

c) 4 meses
d) 8 meses
e) 16 meses
10. Considere que o período de revolução da Lua em tor-
no da Terra é de 27 dias e que o raio de sua órbita
valha 60R, sendo R o raio da Terra. Um satélite geoes-
tacionário, de telecomunicações, orbita a Terra. Em
relação ao satélite, responda:
a) Qual o período de revolução?
Júpiter b) Qual o raio de órbita?

Capítulo 12 Gravitação Universal 187


Exploração espacial
Ao final do século XX, todos os planetas do Sistema Solar haviam sido visitados por sondas
espaciais, incluindo Urano e Netuno, os planetas mais distantes. Em alguns casos, a visita foi
apenas uma missão de sobrevoo, o que mesmo assim forneceu dados impossíveis de serem
obtidos na Terra. Outras missões envolveram posicionar sondas espaciais na órbita de alguns
planetas. Outras ainda chegaram a pousar em Vênus, Marte e Titã (uma das luas de Saturno).
Em 1969, os seres humanos conseguiram caminhar na Lua e, atualmente, existem planos de
enviar pessoas a Marte.

Terra
Espaçonaves não tripuladas Muitos satélites artificiais e
Todas as missões planetárias foram realizadas com missões tripuladas orbitaram e
espaçonaves não tripuladas. Quando possível, essas continuam a orbitar a Terra. A
viagens se aproveitaram do campo gravitacional de Estação Espacial Internacional,
um ou mais planetas, com a intenção de minimizar que está orbitando o planeta,
os gastos de combustíveis. sempre tem tripulação a bordo.
Estação Espacial
Internacional

O ônibus espacial
A espaçonave tripulada é a mais
usada desde 1981. O ônibus,
entretanto, não pode ir além de
700 km da órbita terrestre.

Ônibus espacial

Lua
As missões Apolo (1969-1972)
Mercúrio levaram um total de 12 astronautas
Foi sobrevoado três vezes pela até a superfície da Lua. Essas foram
sonda Mariner 10, entre 1974 as únicas missões que levaram seres
e 1975, com uma aproximação humanos além da órbita terrestre.
máxima de 327 km. A sonda
mapeou 45% do planeta e realizou
diversos tipos de medição. Em
2011, a sonda Messenger entrou Vênus
em órbita ao redor de Mercúrio,
após sobrevoar o planeta entre O mais visitado corpo celeste
2008 e 2009. depois da Lua já foi estudado
por sondas tanto em órbita
quanto em solo. Durante as
missões, a superfície do planeta
foi mapeada e até escavada e a
atmosfera, analisada.

Mercúrio Vênus Terra Marte


Distância aproximada do Sol
57.910.000 km 108.200.000 km 149.600.000 km 227.940.000 km

188 Unidade 4 Dinâmica


Júpiter Netuno
O gigante do Sistema Solar foi O distante gigante
visitado pela primeira vez pela azul foi visitado uma
Pioneer 10, em 1973. Outras única vez, em 1989,
sete espaçonaves sobrevoaram pela Voyager 2.
o planeta desde então. A sonda
Galileu estudou Júpiter e suas luas
por oito anos, de 1995 a 2005, e
transmitiu dados de incalculável
valor científico.
Urano
Em 1986, Urano foi
visitado pela Voyager, que
fez fotografias e análises
do planeta. Foi a única
missão a visitar Urano..

7 anos
Foi o tempo que levou para a
sonda Cassini viajar da Terra
até Júpiter. Já a sonda Galileu Saturno
chegou em Júpiter em seis anos.
Apenas quatro missões visitaram Saturno. As três
primeiras – Pioneer 11 (1979) e Voyager 1 e 2
(1979) e 1981) – voaram a distâncias de 34.000
e 35.000 km, do planeta. Cassini, entretanto,
foi posicionada na órbita de Saturno em 2004 e
obteve sensacionais imagens do planeta e seus
Além do Sistema Solar anéis. Parte da missão Cassini era lançar duas
Deixando para trás a órbita de Netuno, as sondas espaciais Pioneer sondas Huygens, que pousaram com sucesso na
10 e 11 e Voyager 1 e 2 estão nos limites da órbita do Sistema Solar. superfície da lua de Saturno, Titã.

Eros
Em 2000, a sonda NEAR
entrou na órbita do
asteroide 433 Eros.

Pioneer 10 e 11
Foram lançadas em 1972 e Voyager 1 e 2
1973 e visitaram Júpiter e Lançadas em 1977, elas Marte
Saturno. O contato com as carregam um disco banhado a Em 1965, a Mariner 4 tirou as
sondas foi perdido em 1997 ouro, com música, saudações primeiras 22 fotografias da
e 1995, respectivamente. Elas em diversos idiomas, sons
carregam um compartimento e fotografias da Terra e superfície de Marte. Desde
com informações sobre a Terra e explicações científicas. As então, o planeta foi visitado
os seres humanos, supondo que sondas passaram por Júpiter, por muitas outras sondas
as sondas possam eventualmente Saturno, Urano e Netuno e orbitais e sondas de solo que
ser encontradas por uma permanecem em contato com a andaram em sua superfície.
civilização extraterrestre. Pioneer Terra. Alguns dados indicam que
10 foi direcionada à estrela em 2003 a Voyager 1 cruzou a
Aldebaran, onde deverá chegar heliosfera e que está na borda
em 1.700.000 anos. externa do Sistema Solar. Mars Rover
©Sol90 Images

(2004)

Júpiter
Saturno Urano Netuno

778.330.000 km 1.429.400.000 km 2.870.990.000 km 4.504.300.000 km

Capítulo 12 Gravitação Universal 189


3. LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
As leis elaboradas por Kepler foram muito importantes para a descrição do movi-
mento planetário. Porém, faltava entender que tipo de força agia sobre os planetas,
para que eles se deslocassem ao redor do Sol de forma compatível com essas leis.
Em sua obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, publicada
em 1687, o inglês Isaac Newton (1642-1727) apresentou a lei da gravitação
universal. Para estabelecer essa lei, Newton buscou entender o movimento da
Lua com base nos três princípios fundamentais da dinâmica. Pesquisou também
o movimento dos planetas fundamentado nas leis de Kepler e concluiu:
• Dois corpos materiais quaisquer exercem uma força de atração mútua,
George Vertue. 1726.
Gravura. Coleção particular.

denominada força gravitacional.


• A intensidade da força gravitacional depende das massas desses corpos,
sendo diretamente proporcional ao produto delas.
• A intensidade da força gravitacional depende da distância entre os corpos,
sendo inversamente proporcional ao quadrado dessa distância.

m1 ← ←
m2

Editoria de arte
F 2F

d
Isaac Newton, pintado por
George Vertue, em 1726. Representação esquemática da lei da Gravitação
Universal

A representação matemática da lei da gravitação universal é:

m1m2
Fg ! G
d2

A constante de proporcionalidade G é denominada constante de gravita-


ção universal, cujo valor numérico depende apenas do sistema de unidades
utilizado. No Sistema Internacional, seu valor é:

G ! 6,67 " 10#11 N " m2/kg2

Exercício resolvido
1 Considere que a Terra e a Lua são corpos esféricos e homogêneos, cujas
Digital Vision/Getty Images

massas são respectivamente iguais a mT ! 6 " 1024 kg e mL ! 7,4 " 1022 kg.
Se a distância aproximada entre os seus centros é 380 000 km, determine
o valor da intensidade da força de atração entre a Terra e a Lua. (Dado:
G ! 6,7 " 10#11 N " m2/kg2.)

RESOLUÇÃO

m1m 2
Fg ! G e d ! 380 000 km ! 3,8 " 108 m
d2

6 " 1024 " 7,4 " 1022


Fg ! 6,7 " 10#11 " Fg ! 2 " 1020 N
(3,8 " 108 )2

190 Unidade 4 Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Isaac Newton explicou que a Lua “cai em volta” da 5. A Organização das Nações Unidas (ONU), na 62a.
Terra devido a sua velocidade tangencial. Pensando Assembleia Geral, declarou o ano de 2009 como o
nesse fenômeno, se a velocidade tangencial da Lua Ano Internacional da Astronomia. A celebração da
fosse reduzida a zero, qual seria o destino desse saté- astronomia em 2009 coincidiu com o 400o. aniversário
lite natural? dos feitos realizados por dois grandes pesquisadores:
Galileu, por ter iniciado as observações astronômicas
2. De acordo com a lei da gravitação universal, o que
feitas com uma luneta construída por ele mesmo, e Ke-
ocorre com a força gravitacional quando a distância
pler, por ter formulado, em 1609, a lei das órbitas e a
entre os corpos é duplicada?
lei das áreas e, algum tempo depois, a lei dos períodos.
3. Determine a força de atração gravitacional entre:
Verifique se as afirmações (I) e (II) estão corretas.
a) duas pessoas, A e B, de massas 80 kg e 70 kg, que
I. Com base nas leis de Kepler, podemos afirmar que
distam 2 m entre si.
o segmento de reta que une cada planeta ao Sol des-
b) a Terra (MT ! 6 " 1024 kg e R ! 6 " 106 m) creve áreas iguais em tempos diferentes.
e uma pessoa de 80 kg na superfície da Terra
II. A Astronomia é a ciência que estuda os corpos
(G ! 6 " 10#11 N " m2/kg2).
celestes, seus fenômenos, movimentos, evolução e
4. Considere dois satélites, A e B, em órbita ao redor da constituição. De acordo com a mecânica de Newton,
Terra, sendo que A realiza uma trajetória elíptica (si- os movimentos dos corpos celestes são explicados e
tuação 1) e B uma trajetória circular (situação 2). Em calculados pela lei da gravitação universal. A respeito
qual das duas situações o trabalho da força gravita- desta, podemos afirmar que a unidade de medida da
cional é maior? Justifique sua resposta. constante G, no Sistema Internacional, é m/s2.

Campo gravitacional
Na tentativa de compreender as forças de interação a distância, desenvolveu-
-se o conceito de campo gravitacional.
A ideia de campo de força gravitacional parte do seguinte princípio: todo cor-
po de massa m1 origina no espaço ao seu redor um campo de força, de tal forma
que qualquer outro corpo de massa m2 colocado nesse espaço

Editoria de arte
sofrerá ação de m1.
Considere que um corpo de massa m1 atribui um poten- ←
Fg
cial gravitacional a todo ponto do espaço ao seu redor. O m1 m2
campo gravitacional g é um campo vetorial que se mani-
festa por meio da ação da força gravitacional Fg nos corpos
aí colocados. Portanto, para um corpo de massa m2, a inten- d

sidade de Fg será:

m1m2
Fg ! G
d2

Se considerarmos esse raciocínio para a Terra, teremos no espaço à sua


volta o campo gravitacional terrestre. Para cada ponto desse campo é possível
associar um vetor g (vetor campo gravitacional), cuja direção é radial e cujo
sentido é para o centro da Terra.
m
Note que no ponto onde está o corpo de massa m existe um

Terra Fg
vetor campo gravitacional com mesma direção e sentido de Fg e ←
g
F
intensidade g ! g .
m

Capítulo 12 Gravitação Universal 191


Intensidade do campo gravitacional
No esquema abaixo, temos a representação da Terra, de massa M, e uma partícula de mas-
sa m a uma distância h da superfície da Terra.

Editoria de arte
M ←
m
F

h
R d

R: raio da Terra
h: distância da partícula à superfície da Terra
d ! R " h: distância da partícula ao centro da Terra

Nesse caso, a intensidade da força de atração gravitacional, Fg, que age na partícula é:
Mm Mm
Fg ! G Fg ! G
d2 (R " h)2
Se desconsiderarmos o movimento de rotação da Terra e desprezarmos a ação do Sol e
de outros corpos celestes, teremos Fg ! P ! mg (a força de atração gravitacional é o próprio
peso do corpo):
Mm
mg ! G
(R " h)2

M
g ! G
(R " h)2

Nessa relação matemática, a intensidade do campo gravitacional, ou seja, da aceleração


da gravidade, depende da distância h da partícula à superfície da Terra, do raio R e da massa
M da Terra.
Desprezado o movimento de rotação da Terra, podemos considerar, para os pontos muito
próximos da superfície (h << R), que o campo gravitacional tem valor constante g0 dado por:

M
g0 ! G
R2

A rotação terrestre influencia o campo gravitacional da superfície de modo que, à mesma


longitude, seu valor é mínimo no equador (latitude 0°) e máximo nos polos (latitude 90°). Veja
na tabela a seguir os valores do campo gravitacional da superfície em função da latitude:

Variação da aceleração da gravidade com a latitude do lugar na superfície da Terra

Latitude 0° 10° 20° 30° 40° 45° 50° 60° 70° 80° 90°

g (m/s2) 9,7803 9,7819 9,7864 9,7932 9,8017 9,8066 9,8107 9,8191 9,8260 9,8305 9,8321

Fonte: RESNICK, Robert; HALLIDAY, David. Física 1: Volume 1. Rio de Janeiro: LTC, 1973.

Essas variações, embora pequenas, ocorrem, basicamente, devido ao fato de a Terra apre-
sentar diferentes raios, quando consideramos o eixo de rotação.

192 Unidade 4 Dinâmica


Exercícios resolvidos
1 Vamos admitir que a Terra seja um corpo esférico e homogêneo (densidade constante em todos os seus pontos),
com raio R ! 6,37 " 106 m e massa M ! 5,98 " 1024 kg. Diante dessas condições, desprezando os efeitos da rotação
da Terra e com G ! 6,67 " 10#11 N " m2/kg2, determine:
a) a aceleração da gravidade num ponto P localizado nas proximidades da superfície terrestre.
b) a aceleração da gravidade num ponto P localizado a 120 km da superfície terrestre.

RESOLUÇÃO

a) Se o ponto P está na proximidade da superfície terrestre, h ! 0.


M 6,67 " 5,98
g0 ! G 2 g0 ! " 10#11 " 1024 " 10#12
R (6,37)2
5,98 " 1024
g0 ! 6,67 " 10#11 " g0 ! 9,83 m/s2
(6,37 " 106 )2
b) Se o ponto P está a 120 km da superfície terrestre, então:
h ! 120 km ! 0,12 " 106 m
Mm 5,98 " 1024
g!G 2
g ! 6,67 " 10#11 " g ! 9,47 m/s2
(R $ h) [(6,37 $ 0,12) " 106 ]2

2 Considere que a aceleração da gravidade próximo da superfície da Terra é g ! 9,81 m/s2, sua massa é M e o raio médio,
R. Determine a aceleração da gravidade na superfície de um planeta P, sabendo que a massa de P é 3M e o seu raio
médio é 3R.

RESOLUÇÃO

Próximo da superfície do planeta P a aceleração da gravidade é gP.


3M 1 M
gP ! G ! G 2
(3R)2
3 R
M
A aceleração da gravidade próximo da superfície da Terra é G 2 .
R
1 1
gP ! g ! " 9,81
3 3
gP ! 3,27 m/s2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O que é um campo gravitacional e como o percebe- fera homogênea de raio R ! 1,74 " 106 m e massa
mos? M ! 7,3 " 1022 kg.
(Dado: G ! 6,67 " 10#11 N " m2/kg2.)
2. O campo gravitacional é maior no equador ou nos po-
los? Se a Terra não girasse mais em torno de seu eixo, 4. Sabendo que a distância da Terra à Lua é 380 " 103 km
o campo gravitacional aumentaria ou diminuiria? e a massa da Lua é 81 vezes menor que a massa da
Terra, determine a que distância do centro da Terra
está situado o ponto no qual o campo gravitacional é
polo Norte nulo.
Editoria de arte

5. A que distância h da superfície da Terra a acelera-


ção da gravidade vale um terço do valor que ela tem
próximo da superfície terrestre? Considere o raio da
equador Terra 6 400 km, despreze os efeitos da rotação e ad-
mita que ela é um corpo homogêneo e esférico.
polo Sul 6. Calcule a força gravitacional entre a Terra e o Sol.
(Dados: massa da Terra ! 6 " 10 24 kg, massa do
3. Determine a aceleração da gravidade próximo da Sol ! 2 " 1030 kg, distância da Terra ao Sol ! 1,5 " 1011 m,
superfície lunar. Considere a Lua como uma es- constante de gravitação ! 6 " 10#11 N " m2/kg2.)

Capítulo 12 Gravitação Universal 193


4. CORPOS EM ÓRBITAS CIRCULARES
A vida humana hoje está direta ou indiretamente ligada aos satélites artificiais.
Considere, por exemplo, o ato de ligar uma televisão, receber notícias sobre as
condições do tempo, acessar a internet etc.
O lançamento dos satélites em órbita ao redor da Terra é uma conquista re-
cente, mas o fundamento teórico de seu movimento já havia sido estudado por
Newton.
Os foguetes espaciais são projetados para levar esses satélites a uma distância
superior a 200 km, para que os efeitos da atmosfera não interfiram no seu mo-
vimento.

Corpos em órbita
No esquema seguinte, temos dois corpos, de massa M e m, com M muito
maior que m.
O corpo m gira em órbita circular ao redor do corpo M e as forças de intera-
ção estão representadas por Fg e #Fg. Sendo Fg uma força centrípeta, podemos
determinar sua intensidade partindo da lei da gravitação universal.

Mm
Fg ! G

Editoria de arte
d2
d
Mm
macp ! G ← m
d2 ←
F
#F ←
2
Mm v
m v !G 2 M
d d
M
v2 ! G
d

M
v! G
d

Corel Stock Photo


Analisando a relação matemática obtida, percebemos que a velocidade
do corpo que está em órbita circular não depende de sua massa m, e sim
da massa M e do raio da órbita d.
Falar dos corpos em órbita em torno da Terra nos faz lembrar das
imagens de astronautas “flutuando” dentro de naves espaciais. Cha-
mamos de imponderabilidade a sensação de ausência de peso. Vale
lembrar que, nesse caso, existe gravidade e é cerca de 90% do
valor ao nível do mar. O que acontece no caso do astronauta, por
exemplo, é que este, com a nave e os objetos em seu interior,
“caem” em órbita em torno da Terra. Para colocar o corpo em
órbita, é preciso calcular a velocidade tangencial correta para de-
terminada altura. Nesse caso, a força da gravidade muda somen-
te a direção dessa velocidade de tal forma que a nave adquire
um movimento circular uniforme. Se a nave baixa sua altitude, os
astronautas corrigem a órbita ejetando os motores para ganhar
mais velocidade.

Satélite artificial orbitando a Terra.

194 Unidade 4 Dinâmica


Exercício resolvido
1 Considere que a Lua descreve órbita circular ao redor da Terra e que G ! 6,7 " 10#11 N " m2/kg2. Determine a velocidade
média da Lua, sabendo que d ! 3,8 " 108 m é o raio médio dessa órbita e M ! 6,0 " 1024 kg é a massa aproximada da
Terra.

RESOLUÇÃO

M 6,0 " 1024 6,7 " 6,0


v! G ! 6,7 " 10#11 " ! " 10#11 " 1024 " 10#8
d 3,8 " 10 8
3,8

v ! 1 000 m/s ! 3 600 km/h

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Criada em 1989 no mu- de nosso planeta. Nessas condições, a velocidade

Axel Bugge/Reuters/Latinstock
nicípio de Alcântara, a tangencial desenvolvida pelo satélite é v. Após um
408 km de São Luís, capital imprevisto, foram obrigados a manter o satélite em
do Maranhão, a segunda órbita da Terra, porém com a intensidade da velo-
base de lançamentos de cidade menor. Caso você fizesse parte dessa equi-
foguetes da Força Aérea pe, que atitude tomaria para atingir esse objetivo?
Brasileira foi denominada a) Aumentaria a velocidade angular.
de Centro de Lançamento
b) Aumentaria a massa do satélite.
de Alcântara (CLA). O lo-
cal escolhido para instalar c) Aumentaria o raio da órbita.
a base é próximo da linha d) Diminuiria o raio da órbita.
do equador (latitude 2°18’ e) Diminuiria o raio da órbita e aumentaria a massa
sul). Esse fato é importante do satélite.
porque a velocidade de rotação da Terra, na altura da
3. Durante um treinamento, um astronauta é colocado
linha do equador, auxilia o impulso dos lançadores, fa-
no interior de uma “cabine” que simula as condições
vorecendo a economia do combustível propelente utili-
de uma nave espacial em órbita ao redor da Terra.
zado nos foguetes. Além disso, a península de Alcânta-
Para esse astronauta, os objetos que estão lá dentro
ra possibilita lançamentos em todos os tipos de órbita.
parecem flutuar. Como você explica esse fenômeno?
Seus principais propósitos, atualmente, estão relaciona-
dos à realização de lançamentos de satélites e a sediar 4. Numa lanchonete, enquanto esperam os lanches,
os testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS). quatro estudantes recordam uma das cenas do filme a
que acabaram de assistir. Nela, uma espaçonave, em
O primeiro lançamento feito nessa base ocorreu em
órbita terrestre, está submetida à ação da gravidade
1989 e certamente os responsáveis pelo projeto de
e no seu interior um astronauta flutua em relação aos
lançamento tinham conhecimento de que a velocida-
objetos que estão na nave. Avalie os comentários fei-
de orbital de um satélite, girando ao redor da Terra,
tos pelos estudantes sobre o fenômeno observado.
depende apenas das grandezas:
Carla: “Tanto os objetos quanto o astronauta são
a) raio da órbita e massa do Sol. atraídos na direção do centro da Terra com a mesma
b) raio da órbita e massa da Terra. aceleração.”
c) raio da órbita e massa do satélite. Camila: “A cena é de ficção, não pode ser explicada
com base científica.”
d) massa do satélite e massa da Terra.
Carol: “A resultante das forças que agem na nave é
e) massa da Terra, somente.
zero.”
2. Os responsáveis técnicos pelo projeto do satélite X
Coralina: “A nave se mantém em equilíbrio e não cai
fizeram com que ele girasse ao redor da Terra,
sobre a Terra porque as forças exercidas pela Lua e
numa órbita circular cujo raio é quatro vezes o raio
pela Terra sobre a nave são iguais.”

Capítulo 12 Gravitação Universal 195


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. Considere que a Terra descreva órbita circular mantendo o mesmo período com aproximadamen-
ao redor do Sol e que G ! 6,7 " 10#11 N " m2/kg2. te 24 horas.
Determine a velocidade média da Terra, sabendo d) permanecer na mesma distância da superfície da
que d ! 1,5 " 1011 m é o raio médio dessa órbita e Terra, com a mesma massa, mas com períodos inde-
M ! 2,0 " 1030 kg é a massa aproximada do Sol. pendentes.
6. Atualmente, a importância dos satélites artificiais, em e) permancer de acordo com as alternativas a e d.
diferentes áreas da atividade humana, é indiscutível. 7. O projeto para lançar um satélite, destinado ao
A área de telecomunicações, por exemplo, é uma das serviço de telecomunicações, prevê a sua per-
que se beneficiam da tecnologia desenvolvida para uti- manência em órbita circular ao redor da Terra, a
lização de satélites. Auxiliados por foguetes, os satéli- altura H da sua superfície. Nesse caso, sendo G a
tes são colocados em órbitas geoestacionárias, de tal constante de gravitação universal, R e M, respec-
forma que a distância (altura) que os separa da Terra tivamente, o raio e a massa da Terra, determine a
é estrategicamente calculada, permanecendo sobre o velocidade orbital e o período do movimento do
mesmo ponto da superfície terrestre. Se considerar- satélite.
mos o caso de dois satélites colocados em órbitas geo-
8. Um satélite de telecomunicações permanece
estacionárias, eles necessariamente deverão:
numa órbita circular ao redor da Terra e a altura
a) permanecer num plano onde esteja contido o cír- H = 3 622 km da sua superfície. Considere, em va-
culo do equador terrestre. Além disso, permanecer na lores aproximados, a constante de gravitação uni-
mesma distância da superfície da Terra, com aproxi- versal é G = 6,0 . 10-11 (unidades do SI), o raio e a
madamente a mesma massa. massa da Terra, respectivamente, R = 6 378 km e
b) ter os períodos com aproximadamente 24 horas, M = 6 . 1024 kg. Calcule:
mantendo a mesma massa.
a) a velocidade do satélite.
c) permanecer num plano onde esteja contido o
b) o tempo (em segundos) necessário para o satéli-
círculo do equador terrestre. Além disso, perma-
te completar uma volta em sua órbita. (Considere
necer na mesma distância da superfície da Terra,
π = 3.)

QUER SABER?
Como os antigos calculavam a distância até a Lua?
Aristarco de Samos viveu numa época (c. 310 a.C.-230 a.C.) em que o modelo geocêntrico era predominante.
Qualquer tentativa contrária às propostas aristotélicas (Terra na posição central do Universo) estava fadada ao
insucesso.
Mesmo nesse contexto social adverso, Aristarco desenvolveu cálculos sobre o tamanho dos planetas e as
distâncias que os separam, tomando como referência o Sol na posição central do sistema.
Um desses cálculos se refere à distância da Terra ao Sol. Considerando a falta de recursos instrumentais
da época, a forma como esse cálculo foi realizado revela grande engenhosidade.
Observando simultaneamente a Lua em quarto crescente e o pôr do sol, Aristarco mediu o ângulo entre essas
linhas de visada e obteve o valor de 87°. A partir desse ângulo, e usando a distância entre a Terra e a Lua como
referência, calculou a distância entre a Terra e o Sol,
obtendo aproximadamente 19 vezes a distância Terra-
Grace Arruda

-Lua. Essa distância só foi estimada por Hiparco (190


θ ! 3° Lua
a.C.-120 a.C.) posteriormente. Esse valor está muito quarto crescente
abaixo do real (380 vezes a distância Terra-Lua) por
causa da imprecisão na medida do ângulo (89,86°). d
Considerando o esquema temos: 87º
Sol
d: distância da Terra à Lua
D
D: distância da Terra ao Sol
Terra
cos 87° ! d 0,052 !
d
D D
D ! 19 d

196 Unidade 4 Dinâmica


Domenico Fetti – Aristarco de Samos. 1620. Óleo sobre tela.
Museu de Arte de Alte Meister, Dresden
ATIVIDADE

1. Compare as teorias defendi-


das por Ptolomeu e por Co-
pérnico e identifique se exis-
tem aspectos concordantes.
Esses modelos modificariam
os resultados encontrados
por Aristarco?
Pintura retratando Aristarco de
Samos.

TESTE O QUE APRENDEU

1. (Cesgranrio-RJ) O raio médio da órbita de Marte em d) igual


torno do Sol é aproximadamente quatro vezes maior e) 2 vezes maior
do que o raio médio da órbita de Mercúrio em torno
4. (UFMG) Um satélite é colocado em órbita e fica esta-
do Sol. Assim, a razão entre os períodos de revolu-
cionário sobre um ponto fixo do equador terrestre.
ção, T1 e T2, de Marte e Mercúrio, respectivamente,
vale aproximadamente: O satélite se mantém em órbita porque:
a) a força de atração que a Terra exerce sobre o satéli-
T1 1 T1 T1
a) ! c) !2 e) !8 te equilibra a atração exercida sobre ele pela Lua.
T2 4 T2 T2 b) a força que o satélite exerce sobre a Terra, de acordo
T1 1 T1 com a terceira lei de Newton, é igual à força que a Ter-
b) ! d) !4 ra exerce sobre o satélite, resultando disso o equilíbrio.
T2 2 T2
c) o satélite é atraído por forças iguais, aplicadas em
2. (UFRJ) Em certo sistema planetário, alinham-se, em todas as direções.
dado momento, um planeta, um asteroide e um satélite. d) o satélite está a uma distância tão grande da Terra
P que a força gravitacional exercida pela Terra sobre o
S satélite é desprezível.
Editoria de arte

R A
e) a força de atração da Terra é a força centrípeta
necessária para manter o satélite em órbi-
ta em torno do centro da Terra com um período de
9R 3R 24 horas.
5. (Vunesp-SP) Turistas que visitam Moscou podem
experimentar a ausência de gravidade voando em
Sabe-se que:
aviões de treinamento de cosmonautas. Uma das ma-
• a massa do planeta é 1 000 vezes a do satélite; neiras de dar aos passageiros desses voos a sensação
• o raio do satélite é muito menor que o do planeta. de ausência de gravidade, durante um determinado
Determine a razão entre as intensidades das forças intervalo de tempo, é fazer um desses aviões:
gravitacionais exercidas pelo planeta e pelo satélite a) voar em círculos, num plano vertical, com veloci-
sobre o asteroide. dade escalar constante.
b) voar em círculos, num plano horizontal, com
3. (Vunesp-SP) Sabe-se que o raio do planeta Mercúrio
velocidade escalar constante.
é 0,4 vez o raio da Terra e que sua massa é apenas
c) voar verticalmente para cima, com aceleração
0,04 vez a massa da Terra. O peso de um objeto em
igual a g.
Mercúrio seria quantas vezes o peso do mesmo objeto
na Terra? d) voar horizontalmente, em qualquer direção, com
aceleração igual a g.
a) 25 vezes menor
e) cair verticalmente de grande altura, em queda
b) 4 vezes menor
livre.
c) 6,25 vezes menor

Capítulo 12 Gravitação Universal 197


Unidade

Energia e
as leis da
5 O motor a vapor é uma máquina térmica que
transforma energia do vapor-d’água em energia de
movimento. Um exemplo são os barcos a vapor.

conservação
da Dinâmica
Capítulo 13:
Trabalho de uma força
Capítulo 14:
Energia mecânica
Capítulo 15:
Impulso e quantidade
de movimento
trevarthan/Shutterstock.com

198 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


C.E.Wagstaff. 1833. Gravura. Coleção particular.
Foto: Georgios Kollidas/Shutterstock.com

Alexia Khruscheva/Shutterstock.com

Baptist/Shutterstock.com
Foi James Watt, engenheiro A unidade de potência é watt (W) em 1 CV corresponde à potência dissipada por
escocês, quem aperfeiçoou a homenagem a James Watt. Outras unidades 1 cavalo para elevar um corpo de 75 kg a
máquina a vapor, tornando-a como cavalo-vapor (CV) e horse power (HP), 1 metro de altura, durante 1 segundo.
mais eficiente, o que colaborou foram criadas na época em que o trabalho
para a revolução industrial. de uma máquina era comparado ao trabalho
realizado por cavalos.

Capítulo 13 Trabalho de uma força 199


CAPÍTULO 13

Trabalho de uma força 1. Conceito de trabalho


2. Trabalho de uma força
constante
3. Trabalho de uma força
variável

1. CONCEITO DE TRABALHO
Na unidade anterior, analisamos fenômenos que envolvem o movimento e suas causas, utilizando os princípios
da Dinâmica. Há situações, porém, em que esses princípios não são os mais indicados.
Observe o esquema que representa um trecho de uma montanha-russa. Imagine se tivéssemos de determinar
a velocidade do carrinho de massa m, ao atingir o ponto D, sabendo que ele foi abandonado no ponto C.
No esquema, não consideramos a força de atrito, mas mesmo assim é possível perceber a dificuldade em utili-
zar a 2a. lei de Newton, pois, em cada ponto ocupado pelo carrinho, a intensidade e a direção da força resultante
passam por variações. Isso exige outra forma de equacionar o movimento.

Editoria de arte
Para casos como esse, em que os
corpos em movimento sofrem a ação
de forças cuja resultante vetorial varia
a cada ponto, recorreremos aos con-
ceitos de energia e trabalho.
A energia associada aos corpos
pode variar. Essa variação está asso-
ciada à ideia de transferir ou trans-
formar energia. Para medir essa
transformação ou transferência de
energia, definimos a grandeza tra-
balho de uma força, que é represen-
tada pela letra grega .

A seguir, vamos analisar essa grandeza em duas situações: quando a força é constante e quando ela é variável.
Corel Stock Photo

200 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


2. TRABALHO DE UMA
FORÇA CONSTANTE
Acabamos de entender que a energia associada aos corpos

Corel Stock Photo


pode sofrer variações e que estas estão relacionadas à ideia de
transferir ou transformar tal energia. Para medir essas variações,
vamos definir a grandeza trabalho . A seguir, analisaremos o
trabalho de uma força constante.
Na figura abaixo é aplicada uma força constante F a um cor-
po que se desloca da posição C a D, descrevendo uma trajetória
retilínea.
Alex Argozino

Empilhadeira levantando contêiner realiza trabalho.


!

C p D

Sendo p o deslocamento vetorial, e ! o ângulo formado entre os vetores


F e " p, definimos o trabalho da força F como:

# F p cos !

No Sistema Internacional, a unidade de trabalho usada é o joule (J), nome


dado em homenagem ao físico inglês James P. Joule (1818-1889).
Podemos definir o joule como: trabalho realizado por uma força constante de
1 newton que desloca seu ponto de aplicação de 1 metro na sua direção.

1J#1N$m

Outra maneira de compreendermos a dependência do ângulo ! na definição


é que somente a componente F t da força na direção do movimento, ou seja, na
direção tangencial, é relevante para o cálculo do trabalho.
Editoria de arte



FN F
# F cos ! $ p
Ft
!

Ft
Por meio do gráfico cartesiano do módulo da componente tangencial Ft (com-
ponente da força F na direção do movimento) em função do deslocamento,
também é possível calcular o trabalho da força.
A área do retângulo amarelo é numericamente igual ao trabalho.

Ft # F cos !
Editoria de arte

Ft N
área #
área

0 p1 p2 p

Capítulo 13 Trabalho de uma força 201


Analisando o ângulo !, é possível fazer as seguintes considerações:
Trabalho motor (0° " ! # 90°)

Alex Argozino
→ F
O trabalho da força F é positivo quan-

do a força F age na direção que favorece
o movimento, ou seja, quando ! é nulo ! p
ou agudo, recebendo o nome de traba-
0° $ ! # 90° Æ
lho motor.
Æ 0 # cos ! # 1
& F p cos ! ( 0

Trabalho resistente (90° # ! " 180°)

Alex Argozino

O trabalho da força F é negativo quan- F

do a força F age na direção que resiste ! p

ao movimento, ou seja, quando ! é raso 90° # ! $ 180° Æ


ou obtuso. Nesse caso, recebe o nome de Æ %1 # cos ! # 0
trabalho resistente. & F p cos ! # 0

Trabalho nulo (! " 90°) F

Alex Argozino

O trabalho da força F é nulo quando

F age na direção perpendicular à direção
p
do vetor deslocamento, ou seja, quando
! é reto. ! & 90° Æ cos 90° & 0
&F p'0&0

Exercício resolvido
1 Considere as duas situações representadas, nas quais as trajetórias são retilíneas e o corpo se desloca de A para B.

Na 1.a situação, a força constante F age no corpo e forma, com o vetor deslocamento, um ângulo ! & 0°. Na 2.a situ-

ação, ela forma um ângulo ) & 60°. Determine o trabalho de F, sabendo que a sua intensidade é F & 12 N.
1a. situação 2a. situação
Selma Caparroz

Selma Caparroz

F
F

A p&6m B A p&6m B

RESOLUÇÃO

Sendo F constante e a trajetória retilínea, temos:
1a. situação: & F p ' cos ! 2a. situação: & F p ' cos )
& 12 ' 6 ' cos 0° & 12 ' 6 ' cos 60°
1
& 12 ' 6 ' 1 Æ & 72 J & 12 ' 6 ' Æ & 36 J
2

202 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Um corpo é deslocado sob a ação de duas forças, F e 5. Analise as afirmações e identifique as verdadeiras.

R , ambas na mesma direção do movimento. Quanto a) Trabalho é transferência de energia de um corpo
ao trabalho realizado por essas forças, responda se é para outro por meio de uma força.
motor, resistente ou nulo.
b) Só é possível a realização de trabalho se a força
Ilustrações: Editoria de arte

movimento aplicada a um corpo for constante.


← ← c) Para a realização de trabalho é necessária, mas não
R F
suficiente, a existência de energia envolvida.
d) Para uma força realizar trabalho é necessário que o
corpo tenha um deslocamento.
2. Um objeto maciço em forma de um paralelepípedo
→ 6. Das figuras abaixo, identifique aquela em que o tra-
é arrastado num plano horizontal por uma força F
balho realizado é maior.
constante de 10 N. Essa força forma um ângulo de 55°
com o deslocamento do corpo, que é de 60 cm.
a) Esboce uma figura representando a situação. d52m d 5 10 m d 5 10 m
→ ←
b) Encontre o trabalho da força F. ← ← |F| 5 5 N
|F| 5 5 N |F| 5 5 N 30°
Dados: cos 55° = 0,57.

3. O bloco da figura está sob a ação de quatro forças, F1,
→ → → Figura I Figura II Figura III
F2, F3 e F4, deslocando-se na direção horizontal por
2 m. (Dados sen 60° ! 0,85 e cos 60° ! 0,5.)
7. A expressão s ! 15 " 5t " t2 (s medido em metros
e t segundos) representa o deslocamento de uma


|F1| 5 10 N |F4| 5 20 N caixa de 40 kg numa trajetória plana e retilínea.
← movimento Encontre:
|F2| 5 20 N 60° a) a lei que representa a função da velocidade da cai-
xa no instante k.

|F3| 5 10 N b) o trabalho realizado pela força resultante que atua
sobre a caixa durante um deslocamento de 30 m.
8. Na montagem de um navio, um guindaste mantém
Calcule o trabalho realizado pela força: uma peça suspensa e em repouso por 10 minutos a

a) F1 30 m de altura em relação ao chão do navio. Para


b) F2 isso, aplicou uma força F de intensidade 1 000 N. Em
→ qual etapa da operação o trabalho da força aplica-
c) F3
→ da pelo guindaste foi maior: quando a peça estava
d) F4 suspensa e em repouso, ou quando a peça estava em

e) FR movimento?
4. Um corpo desloca-se de A para B, em um plano ho-
rizontal, seguindo a trajetória indicada na figura. A
Photodisc/Getty Images

força indicada e constante de módulo 4 N é uma das


forças atuantes no movimento do corpo. Determine
o trabalho realizado por essa força ao longo da traje-
tória AB.


← F
F

← ←
F F
A B 1m
1m

Capítulo 13 Trabalho de uma força 203


Trabalho da força peso
Próximo da superfície da Terra, na qual a aceleração da gravidade pode ser
considerada constante, um ponto material de massa m se desloca da posição C
a D, conforme representação:
Nessas condições, a força peso pode ser considerada constante, e o seu tra-
balho é calculado pela relação:
C
Editoria de arte

← ! " P p cos !
P

p
h ← h
P Do triângulo CDE, temos: cos ! " h " p cos !
p
Substituindo na equação que determina o trabalho
da força peso, temos:
D
E

P " # Ph

Pela expressão, o trabalho da força peso independe da trajetória percorrida


pelo corpo, mas depende de h, que representa o desnível entre as posições ocu-
padas pelo ponto material.
O trabalho da força peso pode ser positivo ou negativo, dependendo da dire-
ção e do sentido do movimento, em relação à direção e ao sentido da força peso.
Caso o movimento e a força peso tenham o mesmo sentido e direção (ambos
vertical para baixo, nas proximidades da superfície da Terra, ! " 0º cos 0º " 1),
o trabalho da força peso é positivo. Se o movimento e a força peso tiverem sen-
tidos contrários (isso ocorre quando o movimento vertical é para cima e a força
peso vertical é para baixo, ! " 180º cos 0º " $1), o trabalho da força peso
será negativo. Em resumo, o sinal do trabalho depende da orientação do movi-
mento (deslocamento), em relação à força peso, ou seja:
• positivo quando o ponto material estiver descendo;
• negativo quando o ponto material estiver subindo;
• nulo quando o ponto material se desloca entre pontos do mesmo plano
horizontal (! " 90º e cos 90º " 0).

Exercícios resolvidos
1 Um corpo de peso 400 N é levantado até a altura de 0,9 m por uma força constante F = 300 N. Calcule o trabalho
realizado:
→ →
a) pela força F. b) pelo peso P.

RESOLUÇÃO

a) O sentido da força F é o sentido do deslocamento b) O sentido da força peso é oposto ao deslocamento,
do corpo, assim: assim:
" F % d % cos 0& " 300 % 0,9 % ('1) " P % d % cos 180& " 400 % 0,9 % ($1)
" 270 J " 360 J

204 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


2 Um carregador utiliza uma rampa para subir uma caixa de massa

Selma Caparroz
m ! 120 kg até a carroceria de um caminhão (veja o esquema).
Sabe-se que, nesse local, g ! 10 m/s2, o coeficiente de atrito entre

a caixa e a rampa é " ! 0,3 e a força F aplicada tem intensidade
1 500 N. Nessas condições, determine: F

a) o trabalho da força F; N

b) o trabalho da força peso;

1,5 m
c) o trabalho da força normal na superfície da rampa; M
d) o trabalho da força de atrito; chão
2m
e) a intensidade da força resultante;
f) o trabalho da força resultante.

RESOLUÇÃO

Vamos representar as forças que agem na caixa:

← N
N ←

Ilustrações: Editoria de arte


F
u

P sen b

1,5 m
← P cos b
Fat ←
P
b
M
2m

No triângulo retângulo, temos:

15 N
sen # ! cos $ ! = 0,6
2,5
u
d 5 2,5 m
2 1,5 m
cos # ! sen $ ! = 0,8
2,5
b
M
2m

Neste problema chamaremos o deslocamento vetorial p de d (distância percorrida no plano inclinado).

a) A força F age na mesma direção e sentido do deslocamento do ponto M até N:
F
! Fd cos 0°
F
! 1 500 % 2,5 % 1 ! 3 750 J

b) Intensidade da força peso:


P ! mg ! 120 % 10 ! 1 200 N

Trabalho da força P:
P
! &Ph ! &1 200 % 1,5 ! &1 800 J

c) Intensidade da força normal ao plano inclinado:


N ! P % cos # ! 1 200 % 0,8 ! 960 N

Trabalho da força normal:


N
! Nd cos 90° ! 0

Capítulo 13 Trabalho de uma força 205


d) Intensidade da força de atrito:
Fat ! N" ! 960 # 0,3 ! 288 N
Trabalho da força de atrito:
F
! Fatd cos 180° ! 288 # 2,5 # (–1) ! –720 J
e) A força resultante está na direção do movimento (paralela ao plano inclinado), e a resultante perpendicular a
este é nula (N ! P # cos $). Portanto, a intensidade da força resultante é:
R ! F – P # sen $ – Fat
R ! 1 500 – 120 # 0,6 – 288
R ! 492 N

f) Trabalho da força resultante:


R
! Rd # cos 0°
R
! 492 # 2,5 # 1 ! 1 230 J

Também podemos determinar o trabalho da força resultante pela adição dos valores obtidos nos itens a, b, c e d:
m ! F
% F
% F
% F
R
m ! 3 750 – 1 800 % 0 – 720 ! 1 230 J
R

O trabalho da força resultante é igual à soma algébrica dos trabalhos das forças agentes.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Quando um corpo é deslocado verticalmente para a) Considerando nesse local g ! 10 m/s2, determine o
cima, o trabalho da força peso é motor, resistente ou trabalho da força peso nas duas situações.
igual a zero? b) Se a criança suspendesse a bola por meio de um
2. Uma criança, sentada no alto de um escorregador de fio imaginário e em movimento uniforme, desde o
altura h ! 1,8 m, tem nas mãos uma bola de massa chão até o ponto A, considerando duas possibilida-
m ! 0,2 kg. des, com e sem a rampa, qual seria o trabalho da for-
ça aplicada pela criança? (Despreze os atritos.)
Na 1.a situação, ela abandona a bola, que cai ver-
c) De acordo com o enunciado do item b, em qual das
ticalmente, e na 2.a, ela abandona a bola sobre a
duas possibilidades a criança faria a menor força?
rampa inclinada do escorregador.
3. Qual é o trabalho realizado pela força peso de um
1a. situação carro, de massa 2 000 kg, que é levantado à altura de
A 4 m para ser lavado? (Adote g = 10 m/s2.)
Studio Caparroz

4. Uma bolinha metálica de massa m = 1 kg está liga-


da à extremidade de um fio de comprimento 1,5 m.
Calcule o trabalho realizado pelo peso da esfera no
deslocamento de A para B. (Adote g = 10 m/s2.)
Tarumã

B C

1,5 m
2a. situação A 60º
A
Studio Caparroz

B C

206 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. Um objeto é lançado de baixo para cima, a partir da 9. Um encanador dispõe de duas pranchas de madeira

base de um plano inclinado de 10 m de comprimen- para deslocar uma caixa-d’água de peso P do chão até
to que forma um ângulo de 30! com a horizontal. O a laje de uma casa. Observe que a prancha 1 é mais
objeto, ao chegar ao topo, estaciona e, em seguida, comprida do que a 2, conforme o esquema.
retorna à base. Calcule o trabalho da força peso do

Paulo Nilson
objeto subindo e descendo o plano. Dados: massa
do objeto é de 4 kg; g " 10 m/s2.
6. Um bloco de massa 10 kg é transferido de um ponto A
para um ponto B, separados por 60 m na horizontal e
40 m na vertical marcadas a partir do ponto A. Deter-
mine o módulo do trabalho realizado pela força peso. →
F
(Adote g " 10 m/s2.)
B Tarumã

P
prancha 1 prancha 2
∆d
40 m
Despreze os possíveis atritos e considere a corda
ideal, a força aplicada pelo encanador paralela à
prancha e o movimento da caixa uniforme. Analise
A
e responda:
60 m
a) Que prancha o encanador deve usar, se ele de-
7. Determine o trabalho realizado pela força peso de um seja fazer menos força? (Sugestão: compare o
corpo, de massa 15 kg, que é levantado verticalmen- componente da força peso, paralela à rampa, nas
te, com velocidade constante, do solo a uma altura de duas situações.)
5,0 m. (Dado: g " 10 m/s2.) b) Que prancha o encanador deve usar, se ele de-
8. Para mobiliar um apartamento no quarto andar de um seja que o trabalho da força aplicada seja o menor
edifício, foi necessário erguer um dos móveis pelo lado possível?
externo, a 18 m de altura. Sabendo que a massa do mó- 10. A figura abaixo representa um bloco de massa 25 kg
vel é 80 kg, determine o módulo do trabalho realizado sendo puxado por uma força de 350 N paralela à su-
pela força peso do móvel. (Dado: g " 10 m/s2.) perfície do plano inclinado. O seno do ângulo forma-
do entre o plano e a horizontal é 0,6. Determine a for-
Stuart Pearce/Age Fotostock/Easypix

ça de atrito que age entre o bloco e o plano, quando a


aceleração for de 2 m/s2.


F

Capítulo 13 Trabalho de uma força 207


3. TRABALHO DE UMA
FORÇA VARIÁVEL
Considere a ação de uma força variável sobre um ponto material que se des-
loca numa trajetória orientada no sentido do movimento.
A força que atua sobre o ponto em cada instante pode ser decomposta em
duas direções, uma paralela e outra perpendicular ao deslocamento. Como a
componente normal não realiza trabalho, podemos considerar somente a parte

← F1 tangencial para o cálculo do trabalho da força.
Fn1
Pelo fato de a força ser variável, o gráfico cartesiano do módulo

Ft1 ← da força tangencial em função do deslocamento é uma curva. Para
Fn2

obter o trabalho dessa força, sabendo que a área do gráfico é nu-
← F2 mericamente igual ao módulo do trabalho, pode-se dividir a área
Δp1

Ft2 total em parcelas menores e aproximá-las por retângulos. A soma


Fn3 das áreas, trabalhos, em cada um dos pequenos deslocamentos
Δp2
movimento equivale ao trabalho total.

F3
← Ft
← Ft3
Δp3
Ft3

Ilustrações: Editoria de arte


N
Ft
! A1 Ft2
1
N N
A3
Ft
! A2 F
! Ft
! A1 " A2 " A3 Ft1
2 A2
N N A1
Ft
! A3 !A
3
s

Trabalho da força elástica


Antes de definirmos trabalho da força elástica, vamos tentar resgatar um
experimento semelhante àquele realizado pelo físico Robert Hooke (1635-1703).
Nele, uma das extremidades da mola, de comprimento !i, está fixa ao suporte
M, e a outra recebe a ação de forças de diferentes intensidades pela fixação de
blocos de diferentes massas.

M M M

,i
,1
,2

x1 5 ,1 2 ,i
x2 5 ,2 2 ,i


F1


F2

Com esse procedimento foi possível constatar que há proporcionalidade entre


a intensidade da força aplicada e a deformação sofrida pela mola.

208 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


Chamando a deformação elástica sofrida pela mola de x, isto é, o compri-
mento em que foi comprimida ou distendida, constata-se a seguinte relação com
a força F que comprime ou distende a mola:
F1 F F
& 2 & ... & & k (constante)
x1 x2 x
O valor de k é característico de cada mola e denominado constante elástica
da mola. No Sistema Internacional, a unidade de medida dessa constante é o
N/m (newton por metro).
À medida que a extremidade da mola é deslocada para baixo, pela ação da

força peso dos blocos, estes também sofrem a ação da força elástica Fel, dirigida
verticalmente para cima.
Genericamente, temos:
Fel & kx

Essa relação, conhecida como lei de Hooke, é válida para pequenas deforma-
ções da mola.
Para determinar o trabalho da força elástica, representaremos graficamente a lei de
Hooke. Como a equação Fel & kx é do primeiro grau em x, o gráfico de Fel em Fel (N)
função de x será retilíneo.

Editoria de arte
Nesse caso, a área amarela é numericamente igual ao trabalho da força kx
elástica.
1 kx2
Área do triângulo: A & x ' kx & área
2 2
kx2
Portanto, o trabalho da força elástica é: Fel & * x x (m)
2
O trabalho da força elástica pode ser positivo ou negativo, dependendo da
direção e do sentido da força elástica em relação ao sentido da deformação sofri-
da pela mola. Quando a mola é comprimida ou distendida, isto é, se distancia do
ponto de equilíbrio, o trabalho da força elástica é negativo; quando a mola retor-
na à posição de equilíbrio, o trabalho é positivo. Em resumo, o sinal do trabalho
depende da orientação do movimento (deslocamento) em relação à força elástica
que age sempre no sentido de fazer a mola retornar à sua posição de equilíbrio:
• negativo, quando a mola é alongada ou comprimida;
• positivo, quando a mola retorna à posição de equilíbrio.

Exercícios resolvidos
1 Durante um experimento foram usadas duas molas, Portanto, para a mola m, o valor de km é:
m e n, de constantes elásticas km e kn. Ambas foram F 12
→ km & & km & 30 N/m
comprimidas pela mesma força F de intensidade 12 N xm 0,4
e sofreram as deformações xm e xn. Para a mola n, o valor de kn é:
a) Determine o valor de km e kn, sabendo que xm & 0,4 m F 12
e xn & 0,2 m. kn & & kn & 60 N/m
xn 0,2
b) Estabeleça uma relação entre as constantes elásti-
b) A mola n, de constante elástica maior, apresentou
cas das molas e a maior ou menor resistência à defor-
menor deformação, ou seja, ofereceu maior resistência
mação sofrida por elas.
à deformação. Portanto, para obter a mesma deforma-
RESOLUÇÃO ção nas duas molas, teríamos de aplicar uma força de
maior intensidade na mola n.
a) Da lei de Hooke, temos: Fel & kx

Capítulo 13 Trabalho de uma força 209


Ilustrações: Editoria de Arte
2 O esquema representa, inicialmente, uma mola de comprimento !i ! 0,6 m,
com uma das extremidades presa a um suporte e outra livre. Posteriormente,

age sobre a mola uma força F de intensidade 60 N, fazendo com que seu com-
,i
primento passe a ser ! ! 0,8 m.
,
Nessas condições, determine:
a) a constante elástica da mola;
b) o trabalho da força elástica durante essa deformação; x

c) o trabalho da força elástica se a força deixar de agir sobre a mola e ela voltar ←
à posição inicial. F

RESOLUÇÃO
c) Quando a mola volta à posição inicial, o trabalho da
a) Segundo a lei de Hooke, Fel ! kx força elástica é motor. Como o sentido da força elástica
F 60 mola deformada é o mesmo do deslocamento:
k! ! k ! 300 N/m
x 0,8 " 0,6 kx2 300 # (0,2)2
sentido do ! ! !6J
b) Durante a deformação, como a movimento x 2
força elástica possui sentido contrário
ao do deslocamento: ←
mola
kx2 300 # (0,2)2 Fel retornando
!" !" ! "6 J à posição
x 2 sentido do
inicial

F movimento

Fel

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Ao sofrer a ação de uma força F, uma mola apresen- 4. Uma mola apresenta comprimento natural de
ta uma deformação de 0,02 m, alongando-se. Se a ! 0 ! 12 cm e sofre uma deformação x com a rea-
constante elástica dessa mola é 400 N/m, determine: lização de um trabalho de 20 J. Determine o compri-
a) a intensidade da força F.

mento ! da mola nessa deformação. (Dado: constan-
→ te elástica da mola é 10 N/cm.)
b) o trabalho da força F para deformá-la.
5. Para manter determinada mola comprimida de 0,06 m
2. No laboratório de Física, um aluno realiza o seguinte
foi necessário um trabalho de 3,6 J. Determine:
experimento: aplica uma força de 2 N em uma mola e
observa uma deformação correspondente a 10 cm. Se a) a constante elástica da mola.
o aluno aplicar uma força de 4 N, b) a intensidade da força exercida pela mola, enquan-
a) quanto a mola vai deformar? to ela esteve comprimida de 0,06 m.

b) qual será o trabalho realizado pela força de 4 N? 6. Uma força F atua F (N)
Tarumã

c) qual será o trabalho realizado pela força elástica no em um corpo na 20


deslocamento de 10 cm até 20 cm? mesma direção e
no mesmo sentido 10
3. Um estudante coletou da- F (N)
em que ocorre o
Editoria de arte

dos de um experimento
30 deslocamento. O 0 10 20 s(m)
e construiu o gráfico que
gráfico da inten-
Studio Caparroz

20
representa a intensidade →
→ sidade da força F,
da força F aplicada numa 10 F
em função do es-
mola em função da defor-
paço s está repre-
mação sofrida por ela. 0 0,05 0,1 0,15 x(m)
sentado ao lado.
De acordo com o gráfico, determine: Determine o traba- 0 10 m 20 m s

a) a constante elástica da mola. lho da força F quando o corpo sofre um deslocamento

b) o trabalho da força F para deformá-la 0,15 m. de s ! 0 para s ! 10 m e de s ! 10 m para s ! 20 m.

210 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


TESTE O QUE APRENDEU

1. (UFF-RJ) Um motorista empurra um carro sem com- A ao ponto B, podemos afirmar que valem, respecti-
bustível até o posto mais próximo. Na primeira me- vamente:
< 5 1,0 m

Editoria de arte
tade do trajeto, o motorista empurra o carro por trás a) !2,0 J e "2,0 J A
(situação I) e na segunda metade do trajeto ele o em- b) !3,0 J e zero
purra pelo lado (situação II). ←
→ c) zero e 3,0 J T
Paulo Cesar

F
&
d) 3,0 J e 3,0 J
e) 3,0 J e zero

→ B P
F
4. (Mack-SP) A mola da figura varia seu comprimento
de 10 cm para 22 cm quando penduramos em sua ex-
Situação I Situação II
tremidade um corpo de 4 N.

Nas figuras está também representada a força F,

Editoria de arte
que o motorista faz sobre o carro, em cada caso. Sa-
10 cm
bendo que a intensidade dessa força é constante e a
mesma nas duas situações, é correto afirmar:
22 cm
a) O trabalho realizado pelo motorista é maior na si-
tuação II.
b) O trabalho realizado pelo motorista é o mesmo nas
4N
duas situações.
Determine o comprimento total dessa mola quando
c) A energia transferida para o carro pelo motorista é
penduramos nela um corpo de 6 N.
maior na situação I.
5. (Fuvest-SP) O grá-

Editoria de arte
F (N)
d) A energia transferida para o carro pelo motorista é
menor na situação I. fico representa a 4
variação da inten-
e) O trabalho realizado pelo motorista é maior na si-
sidade da força
tuação I e é menor do que a energia por ele transferi- →
resultante F, que
da para o carro na situação II.
atua sobre um cor-
2. (Unirio-RJ) Três corpos idênticos de massa M deslo- po de 2 kg de mas-
cam-se entre dois níveis, como mostra a figura: A cain- sa, em função do
do livremente, B deslizando ao longo de um tobogã e C 0 1 2 3 x(m)
deslocamento x.
descendo uma rampa, sendo, em todos os movimentos, →
Sabendo que a força F tem a mesma direção e o mes-
desprezíveis as forças dissipativas.
mo sentido do deslocamento, determine:
a) A aceleração máxima adquirida pelo corpo.
Alberto De Steffano

C A B →
b) O trabalho total realizado pela força F entre as po-
sições x # 0 e x # 3 m.

6. (Unifor-CE) Uma força Ft é aplicada num corpo
tangencialmente à trajetória seguida por ele. No des-

locamento de 0 a 4 m, o trabalho de Ft vale, em joules:
Com relação ao trabalho ( ) realizado pela força peso a) 30 Ft (N)
dos corpos, pode-se afirmar que: b) 40
Editoria de arte

a) C $ B $ A d) B # C # A
c) 50
b) # $ e) % $ 20
C B A C B A d) 60
c) C
$ B
# A e) 70
10
3. (Unesa-RJ) Uma pequena esfera de peso P # 3,0 N,
presa a um fio de comprimento ! # 1,0 m, é solta do
ponto A. Quanto aos trabalhos realizados pela força
→ → 0 2,0 4,0 s (m)
de tração T, exercida pelo fio, e pelo peso P , do ponto

Capítulo 13 Trabalho de uma força 211


CAPÍTULO 14

Energia mecânica 1. Energia


2. Energia cinética
3. Energia potencial
4. Energia mecânica
5. Potência

1. ENERGIA
A necessidade de sobrevivência, o poder de transformação e a capacidade de
realização do ser humano levaram-no a desenvolver tecnologias para explorar, de
diferentes maneiras, os vários tipos de energia, como os apresentamos a seguir.

Photodisc/Getty Images
Eduardo Zappia/Pulsar

Energia eólica: o vento movimenta as pás do gerador A energia solar pode ser transformada em energia elétrica utilizando células
transformando energia cinética em energia elétrica. fotovoltaicas.

A palavra energia é muito usada em nosso cotidiano, mas não é fácil defini-
-la como uma grandeza física. E talvez seja o conceito mais importante da Física,
sendo aplicado em diversas áreas.

2. ENERGIA CINÉTICA
Quando um corpo se movimenta com velocidade v em relação a determinado
referencial, podemos associar a ele uma energia de movimento, denominada
energia cinética.
A seguir, vamos avaliar numericamente como é possível determinar a energia
cinética.
Considere uma partícula de massa m que se move, em relação a um referencial,
com velocidade escalar instantânea v.
Editoria de arte

v
m

Chamamos de energia cinética da partícula Ec , em relação ao referencial, o


produto da massa pelo quadrado de sua velocidade dividido por 2.

mv2
Ec !
2

212 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


Para ampliar o conceito físico de energia cinética, suponha o movimento de
um corpo de massa m que se desloca entre as posições A e B, com aceleração
constante a , sob a ação da força resultante F. As velocidades escalares da par-
tícula nas posições A e B são, respectivamente, v i e v .
← ←
a a

Editoria de arte
← ← ← ←
F vi F v
m m

A B

De acordo com a 2.a lei de Newton:

F F
R ! ma F ! ma a! a! (1)
m m

Conforme a equação de Torricelli para o movimento uniformemente variado:

v2 ! v2i " 2a p v2 ! v2i " 2a p (2)

Substituímos a equação (1) na equação (2):


F mv2 mv2i
v2 ! v2i " 2 # # p F p! $
m 2 2
Observe que o produto F # p representa o trabalho realizado pela força resul-
tante F, no deslocamento de A a B, e que esse trabalho é dado pela diferença entre
as energias cinéticas final e inicial. Esse é o teorema da energia cinética (TEC).

F
! Ec $ Ec ! Ec
B A

A dedução deste teorema foi feita para o movimento uniformemente variado


devido à facilidade no trabalho matemático, mas o teorema é válido para qual-
quer movimento.

Exercícios resolvidos
A

Studio Caparroz
1 Após uma caminhada exaustiva, um jovem resolveu parar sob
uma jaqueira. Durante o descanso, uma das jacas desprendeu-se
do galho e caiu em linha reta até atingir o chão. O jovem apro-
veitou o imprevisto, mediu a altura desde a ponta do galho até o
chão (h ! 6 m) e verificou o peso da jaca (P ! 30 N). Pergunta-se: 6m

a) Qual o trabalho da força peso durante o percurso de queda?


b) Qual a energia cinética transferida para a jaca até o instante
imediatamente anterior ao choque dela com o chão? B

RESOLUÇÃO b) Desprezando os possíveis atritos, o trabalho da força peso que age na jaca é igual
à variação de energia cinética sofrida por ela. Como inicialmente a jaca estava em
a) ! Ph repouso (A), então:
! 30 # 6 EcA ! 0
! 180 J ! EcB $ EcA Como o trabalho da força peso é motor (positivo), o
Ec ! 180 J valor da energia cinética será crescente.

Capítulo 14 Energia mecânica 213


Studio Caparroz
2 Durante um jogo de malha, um jogador lança a peça de massa
0,2 kg. Ela atinge o chão com velocidade de 12 m/s e desliza
numa trajetória retilínea e horizontal até parar.

Determine: A B
a) o trabalho da força de atrito sobre o corpo, desde o momento em que a peça toca o chão (A) até parar (B).
b) o tempo necessário para que a peça fique em repouso, sabendo que o coeficiente de atrito cinético é 0,10 e a ace-
leração da gravidade é 10 m/s2.

RESOLUÇÃO

a) O movimento do corpo ocorre na horizontal, logo N ! P. Nesse caso, a força resultante que age no corpo é repre-
sentada por Fat, cujo trabalho é resistente e dado pela variação da energia cinética.

a
! EcB " EcA

N
mv2 mv2i

Fat vi 5 12 m/s v50
! "
2 2 A B
0,2 (02 " 122) ←
P
! ! "14,4 J
2
b) Sendo a intensidade da força de atrito Fat ! #N, então:

Fat ! 0,10 $ 0,2 $ 10


Fat ! 0,20 N

Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica, temos:

R ! ma
Fat ! ma

O sentido da força de atrito é contrário ao do deslocamento da peça:


Fat ! " ma
0,2 ! "(0,2a)
a ! "1 m/s2

Portanto, o tempo necessário para a peça ficar em repouso é:


v ! vi % at
0 ! 12 " 1t t ! 12 s

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. O que acontece com a energia cinética quando um 3. Quando apenas parte do trabalho realizado pela
carro está acelerando? força resultante é utilizada para variar a energia ciné-
tica, o que acontece com o restante da energia?
2. Quando a energia cinética de um veículo aumenta, o
que ocorre com o trabalho das forças sobre ele? Se a 4. Quando o pneu de um carro derrapa, a força de atrito
energia cinética do veículo duplicar, o que acontece aplicada entre a pista e o pneu é a mesma, qualquer
com o trabalho realizado por ele? que seja a velocidade do carro. Portanto, o atrito não
depende da velocidade. Escreva a variável envolvida
para o carro parar.
214 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. Em uma estrada de alta rodagem, o veículo A trafega a a) o trabalho da força de atrito.
uma velocidade de 120 km/h e o veículo B trafe- b) a intensidade da força de atrito.
ga a uma velocidade de 60 km/h. Se ambos frearem
c) o coeficiente de atrito cinético ($).
até parar, qual a relação entre as distâncias percor-
ridas pelos veículos? Justifique sua resposta. 8. Um objeto de 8,0 kg está sujeito à força resultante F,
6. Um bloco de madeira, de massa 2 kg, sofre a ação aplicada na mesma direção e no mesmo sentido do mo-
de uma força resultante de intensidade 1 N ao des- vimento. O módulo da força F, variável em função da
locar-se sobre uma superfície lisa e horizontal. Se a posição x, está representado no gráfico.
velocidade inicial do bloco é 4 m/s e a sua trajetória é
retilínea, determine: Sabe-se ainda que o trabalho realizado pela força F é
a) a sua energia cinética inicial. de 300 J no deslocamento de 40 m, indicado no grá-
b) o trabalho da força resultante, caso ela seja constan- fico, e que a velocidade do objeto é de 10 m/s quando
te, na mesma direção e sentido da velocidade inicial, e x ! 40 m.
atue num deslocamento de 48 m. F (N)
c) a sua energia cinética final. F9
d) a velocidade final do bloco.
4,0
7. Após ter sido lançado sobre uma superfície áspera
e horizontal, um corpo de massa 8 kg desliza numa
0 40 x (m)
trajetória retilínea percorrendo 4 m até parar. Se a
energia cinética inicial transmitida ao corpo é 32 J,
determine: Determine:
Eci 5 32 J a) a velocidade do objeto quando x ! 0.
Editoria de arte


v
b) o módulo da força F% incógnita no gráfico.

Corel Stock Photo


3. ENERGIA POTENCIAL
Chamamos de energia potencial a energia que está armazenada no sistema
“esperando” para ser convertida em energia cinética ou trabalho. Observe a
foto ao lado, onde um homem pratica rapel na cachoeira. Ele está parado a uma
altura em relação ao solo, e por isso há uma energia armazenada associada à sua
posição. Ao descer, essa energia potencial armazenada se transforma em ener-
gia de movimento ou cinética. A esse tipo de energia potencial é associada uma
força que chamamos de conservativa. A característica desse tipo de força é que
o trabalho realizado por ela, em dado deslocamento, não depende da trajetória.
O termo conservativa é justificado porque, durante o movimento de um corpo
sujeito a esse tipo de força, não existe perda de energia total.

Energia potencial gravitacional


No esquema ao lado está representado o deslocamento vertical d de uma
partícula de massa m, da posição A, localizada a uma altura hA do solo, à po-
sição B, localizada a uma altura hB do solo. A
O trabalho realizado pela força peso independe da trajetória, e esse desloca- m

mento pode ser expresso por: ←


d ←
g
P
! Pd cos 0o P
! mg (hA " hB) # 1 B
hA
! mghA " mghB (1)
Editoria de arte

P
hB
O produto mgh representa uma forma de energia associa-
da à posição da partícula em relação a um plano de referência Ep ! mgh solo
(solo), denominado energia potencial gravitacional Ep.

Capítulo 14 Energia mecânica 215


Retornando à equação (1), podemos concluir que o trabalho realizado pela força
peso entre as posições A e B é igual à diferença entre a energia potencial gravitacional
da partícula na posição A e a energia potencial gravitacional da partícula na posição B,
ambas em relação ao solo (plano de referência). Chamamos de teorema da energia
potencial a relação entre o trabalho realizado por uma força conservativa, no caso
a força peso, e a diferença entre as energias potenciais em cada posição no sistema.

P
! EP " EP
A B

O teorema da energia potencial tem validade para qualquer força conservati-


va, como é o caso também da força elástica.

Fel
! Ep " Ep
A B

Exercícios resolvidos
1 Uma menina b) Na posição B:
Studio Caparroz

solta um brin- Ep ! mghB ! 5 # 10 # 0 ! 0


quedo de 5 kg, A B

inicialmente c) ! Ep " Ep ! 200 " 0 ! 200 J


hA ! 4 m

A B
na posição A,
do alto de um 2 Considere dois postes homogêneos (massa distri-
B
tobogã. solo buída uniformemente ao longo do corpo), um cônico
Tome como base o perfil da superfície do tobogã, repre- e outro cilíndrico, de mesma massa, 150 kg, e de mes-
sentado no esquema acima, e considere g ! 10 m/s2. mo comprimento, 6 m. Calcule a energia potencial
gravitacional quando posicionados verticalmente
Nessas condições, determine:
em relação ao solo. Admita g ! 10 m/s2 e o centro de
a) a energia potencial do brinquedo associada à posição A. 1
massa do poste cônico localizado a de sua altura.
b) a energia potencial do brinquedo associada à posição B. 3
c) o trabalho da força peso para deslocá-lo da posição RESOLUÇÃO
A até a posição B.
Sendo corpos homogêneos, o peso está aplicado em
RESOLUÇÃO seus centros de massa. Assim:

Nas condições propostas, temos: Cilindro: Ep ! mghcilindro ! 1 500 # 3 ! 4 500 J

a) Na posição A: Cone: Ep ! mghcone ! 1 500 # 2 ! 3 000 J


Ep ! mghA ! 5 # 10 # 4 ! 200 J
A

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Dois corpos idênticos são abandonados sobre duas 2. De acordo com os conceitos físicos que estudam o
pistas de testes representadas no esquema a seguir. movimento dos corpos, podemos classificar a energia
Qual deles possui a maior energia potencial gravita- em dois tipos. Quais são? Qual a diferença entre eles?
cional? Qual é mais veloz ao alcançar a extremidade
3. Qual é a variação de energia potencial que acorre
final das pistas? Des- A quando uma pessoa de massa 50 kg sobe uma escada,
preze qualquer forma
com 20 degraus. Considere que cada degrau tem
de resistência ao movi-
Editoria de arte

B 15 cm de altura e g ! 10 m/s2.
mento dos corpos.

216 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
4. Numa academia de ginástica, um atleta ergue um da piscina é de 10 m. Qual a energia potencial ar-
haltere de massa 40 kg em duas etapas: do solo até a mazenada pelo atleta quando ele estiver, em relação
cintura (hC ! 1 m) e da cintura até o ponto mais alto ao trampolim, no ponto mais alto e na superfície da
que seus braços alcançam (h ! 2,5 m). água da piscina.

Zero Creatives/Culture/Glow Images


Studio Caparroz

h ! 2,5 m
C
hC ! 1 m

6. Um corpo pesa 80 N em um local onde a aceleração


solo da gravidade é de 8 m/s2. Encontre, em relação ao
solo, a energia potencial desse corpo, quando ele se
Se nesse local a aceleração da gravidade é 10 m/s2, encontra a 10 m do solo, em outro local onde a acele-
determine a energia potencial gravitacional do corpo ração da gravidade é de 10 m/s2.
associada à posição:
7. Nas condições do exercício 4, determine o traba-
a) S (solo). lho da força aplicada pelo atleta para deslocar o hal-
b) C (cintura). tere da posição C para A.
c) A (ponto mais alto).
8. Ainda em relação ao exercício 4, se o atleta aban-
5. Um nadador de massa 60 kg é filmado num ponto donar o haltere na posição A, qual será a energia
distante 2 m acima de um trampolim. A distância, na potencial gravitacional do haltere ao atin gir o
vertical, do trampolim em relação ao nível da água solo?

Energia potencial elástica

Tim Platt/Iconica/Getty Images


A energia potencial elástica está associada às de-
formações elásticas sofridas por determinados corpos
quando submetidos à ação de forças para comprimi-
-los ou distendê-los.
Considere uma mola ideal, de constante elástica k,
sob a ação de uma força F que a deforme (alongando
ou comprimindo), produzindo o deslocamento da sua
extremidade livre desde a posição A até a B.
Partindo do conceito de energia potencial, vamos
adequá-lo aos corpos de comportamento elástico.
O trabalho da força elástica que pode ser realizado
para fazer a mola voltar à posição A (livre) corresponde
à medida da energia potencial elástica.
kx2
Ep ! !
A Fel 2

kx2
EP !
A
2
A cama elástica também é um exemplo em que podemos associar
Energia potencial à deformação.

Capítulo 14 Energia mecânica 217


Segundo o teorema da energia potencial, em relação ao ponto de referência
A, a energia potencial elástica é nula, uma vez que a mola não está deformada.
Se a mola estiver em qualquer outra posição, a energia potencial elástica será
igual ao trabalho da força elástica que age para ela voltar à posição de referência.

Fel
! Ep # Ep
A B

<i ,i
Paulo Nilson

A ! posição de referência

A A
Ep ! energia potencial
A

associada à posição A
x ! <i 2 < x ! ,2 ,i
Ep ! energia potencial
B
associada à posição B
B B
← ←
← Fel ← F
F Fel
! ,

Exercícios resolvidos
1 Durante um teste, prendeu-se uma das extremidades de uma mola a um suporte.

Paulo Nilson
Na outra, pendurou-se um corpo de massa 2 kg, o que causou uma deformação
de 0,05 m na mola. Sabendo-se que g ! 10 m/s2, determine:
a) o valor da constante elástica da mola.
b) a energia potencial elástica do sistema mola-corpo associada à posição A.

RESOLUÇÃO x 5 0,05 m
A
a) Considerando o corpo em repouso, temos: ←
P
Fel ! kx
P 20
P ! kx k! !
x 0,05
k ! 400 N/m
kx2 400 " (0,05)2
b) EP ! !
el 2 2
EP ! 0,5 J
el

2 O gráfico representa a dependência entre a deformação so-


F (N)
frida por uma mola e a força deformadora. A mola tem uma
Tarumã

das extremidades fixa num ponto e a outra é solicitada por 500


uma força F , no sentido de aumentar-lhe o comprimento.
Nessas condições, determine a energia potencial elástica ar-
mazenada pelo sistema, quando a deformação x for 0,20 m.

RESOLUÇÃO

kx2 Fel " x2 500 " 0,20 0 0,20 x (m)


EP ! ! ! ! 50 J
2 2 2

218 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. No esquema abaixo está representada uma mola com 4. Encontre o valor da energia adquirida por uma mola
uma das extremidades presa a um suporte, enquan- que deformou-se de x = 0,4 m, após receber uma for-
to a outra extremidade é submetida à ação de uma ça de 300 N.
força F ! 5 N, provocando na referida mola um alon-
5. Uma bola metálica de massa 10 kg é lançada sobre
gamento de 0,10 m. Utilize essas informações e deter-
uma superfície horizontal lisa, entrando em contato
mine:
com uma mola comprimindo-a. Encontre a máxima
Paulo Nilson


deformação sofrida pela mola, sabendo que a velo-
F cidade da bola ao chocar-se com a mola e de 2 m/s.
Considerar a constante elástica da mola de 100 N/m.
6. O esquema ao lado re-

Paulo Nelson
presenta uma mola ideal
a) o valor da constante elástica da mola. pendurada por uma das !i
extremidades, de com- !
b) a energia potencial elástica da mola.
primento !i ! 0,15 m.
c) qual deve ser o alongamento sofrido pela mola
Na outra extremidade é
para que a energia potencial adquirida por ela seja
colocado um corpo de
1,0 J. ←
massa 2 kg, alongando a P

2. Considerando- mola, que passa a ter comprimento ! ! 0,20 m. Se


kravka/Shutterstock.com

-se o conjunto nesse local g ! 10 m/s2, determine:


arco e flecha, a a) a constante elástica da mola.
energia poten-
b) a energia potencial elástica do sistema mola-corpo
cial elástica do
associada à nova posição.
arco transfor-
ma-se em: 7. O gráfico ao lado mos- Deformação (cm)

Tarumã
tra a deformação sofrida
a) energia potencial da flecha.
por uma mola quando 10
b) uma força nula.
se varia a força aplicada
c) energia cinética da flecha. para esticá-la.
d) energia mecânica da flecha.
Determine:
e) energia cinética da flecha de igual intensidade. 0 500 Força (N)
a) a constante elástica
3. Determine, em joules, a energia armazenada por da mola, em N/m.
uma mola, de constante elástica k = 80 N/m, que b) a energia potencial elástica armazenada na mola
apresenta deformação de 0,10 m. quando esta estiver deformada de 4,0 m.

4. ENERGIA MECÂNICA
Studio Caparroz

A
Considere um objeto de massa m, que inicialmente estava em re-
pouso em relação ao chão e depois, ao ser abandonado, descreve uma
trajetória retilínea, conforme o esquema ao lado.
Na posição A o corpo está em repouso; portanto, a energia cinética
é nula; e a energia potencial gravitacional é máxima, pois a altura é
máxima. B
A partir do instante em que o corpo inicia a queda, a velocidade
cresce e o valor da energia cinética aumenta. Simultaneamente, a
altura ocupada pelo corpo diminui, fazendo com que o valor da energia
potencial gravitacional diminua.
No instante imediatamente antes de o corpo atingir o chão, a ve-
C
locidade é máxima. Portanto, a energia cinética é máxima e a energia chão
potencial gravitacional é nula, pois a altura é nula.

Capítulo 14 Energia mecânica 219


De acordo com o esquema apresentado, vamos considerar duas situações distintas:
1. situação
a

Se desprezarmos a resistência do ar durante o movimento do corpo, a energia


potencial vai se transformando em energia cinética, de forma que o valor perdi-
do por uma corresponde ao valor ganho pela outra. Assim, a soma desses valores
permanece constante.
A energia mecânica do sistema é representada pela soma das energias poten-
cial e cinética. Genericamente, temos:
Emecânica ! Ecinética " Epotencial

Em ! Ec " Ep e Em ! Em ! Em
A B C

Nesse caso, a energia mecânica se manteve constante, isto é, ela se conser-


vou. Isso ocorre quando apenas forças conservativas realizam trabalho ao longo
do deslocamento. Essas forças, como o peso, a força elástica ou a força elétrica,
têm o seu trabalho associado à energia potencial.
2a. situação
Se não desprezarmos a resistência do ar que age no corpo durante o mo-
vimento, verificaremos que a energia mecânica não se conserva. Nesse caso,
durante o movimento de queda do corpo, o valor da diminuição da energia po-
tencial não corresponde ao valor do aumento da energia cinética. Então, o que
ocorre com parte da energia?
Devido ao atrito do corpo com o ar, parte da energia se transforma em calor
(energia térmica), aumentando a temperatura do corpo e do ar à sua volta.
Essas constatações nos conduzem ao princípio geral da conservação de energia:

A energia total do Universo permanece constante: não pode ser criada


nem destruída, apenas uma forma de energia se transforma em outra.

Quando apenas forças conservativas realizam trabalho, a energia mecânica se


conserva. No exemplo inicial, a força de resistência do ar, que é força não con-
servativa, realiza trabalho resistente diminuindo a energia mecânica do sistema.
Geralmente as forças de atrito têm seu trabalho transformado em energia térmica.
Generalizando, a resultante R do sistema de forças que age no corpo é cons-
tituída de forças conservativas Fcons e forças não conservativas Fnão cons.

R ! Fcons " Fnão cons

R
! Ec # Ec
R
! F
" F
como f i
cons não cons
F
! Epot # Epot
cons i f

Ec # Ec ! Epot # Epot " F


f i i f não cons

Ec " Epot ! Epot " Ec " F


f f i i não cons
Fnão cons
! Em # Em
f i
Em ! Em " F
f i não cons

A expressão final, chamada de teorema da energia mecânica, representa


a diferença entre as energias mecânicas nas posições final e inicial ocupadas
pelo corpo ou sistema de corpos, que é igual ao trabalho das forças não con-
servativas que agem no corpo ou no sistema de corpos.

220 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


Exercícios resolvidos
1 Uma pedra de massa 5 kg é abandonada a 30 m do solo e se desloca verticalmente para baixo até atingir o chão.
Sabe-se que, na posição inicial, v i ! 0 e g ! 10 m/s2. Desconsiderando o atrito, determine, no instante imedia-
tamente anterior ao choque da pedra com o chão:
a) sua energia cinética.
b) sua velocidade escalar.

RESOLUÇÃO

a) Considerando que o sistema é conser vativo, temos:


EmA

Editoria de arte
Em ! Em A
A B ←
P
Ec " Epot ! Ec " Epot
A A B B h 5 30 m

0 " mghA ! Ec " 0


B B EmB plano de referência
5 $ 10 $ 30 ! Ec
B

Ec ! 1 500 J
B

mv2
b) EC !
B 2
5v2
1 500 !
2
v2 ! 600
v ! 24,5 m/s

2 Um vagonete de 30 kg é lançado sobre trilhos da posição A

Studio Caparroz
com velocidade 2 m/s. Nesse local a aceleração da gravidade é
vA ! 2m/s
10 m/s2 e os possíveis atritos devem ser desprezados.
Nessas condições, e de acordo com os dados do esquema, de-
A
termine:
a) a energia cinética do vagonete na posição B.
hA ! 10 m
b) a intensidade da velocidade do vagonete na posição B.
c) a energia cinética do vagonete na posição C. c
hc ! 6 m
B
RESOLUÇÃO plano de referência

mvB2
a) Se não considerarmos as forças dissipativas (de b) Ec !
B 2
resistência do ar e de atrito), o sistema será conser-
vativo: 30 $ vB2
3 060 ! vB ! 14,3 m/s
2
Em ! Em c) Em ! Em
A B
B C

Ec " Epot ! Ec " Epot mv 2


A A B B " mghA ! Ec " mghC
A
2 C
mvA2 " mgh ! E " 0
2
A cB 30 $ 22
" 30 $ 10 $ 10 ! Ec " 30 $ 10 $ 6
2 C
30 $ 22
" 30 $ 10 $ 10 ! Ec
2 B Ec ! 3 060 # 1 800 Ec ! 1 260 J
C C

Ec ! 3 060 J
B

Capítulo 14 Energia mecânica 221


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Sabendo que a energia não desaparece, que apenas

Rubens Chaves/Pulsar
há transformação de uma forma de energia em outra,
explique em termos energéticos o funcionamento de:
a) um coletor solar.
b) um escorregador.
c) um sistema de arco e flecha.
d) uma usina nuclear.
e) uma usina hidrelétrica.

2. Ao observar a queda de um abacate maduro que se


solta do galho, quais as transformações de energia
que acontecem desde o instante em que o abacate se
solta até o momento em que ele se espatifa no chão?

3. A figura mostra o perfil de uma montanha-russa


onde um carrinho desliza sem resistências ao seu
movimento. Copie e complete a tabela a seguir,
substituindo as letras pelos valores de energia pe-
Ao admirar a beleza arquitetônica do edifício, um tu-
didos.
rista percebeu que do topo do prédio alguém aban-
Studio Caparroz

donou um objeto. Com base no texto, verifique qual


ponto I afirmação está correta.
ponto III ponto IV a) No ponto mais alto do edifício, a energia cinética
do objeto é metade da energia potencial.
b) No ponto mais alto do edifício, a energia cinética
ponto II
do objeto é máxima.
c) Após descer 65 m, a energia potencial do corpo é
igual à energia cinética.
d) Ao atingir o solo, a energia potencial do corpo é
Altura Epotencial Ecinética
Ponto Emecânica ! Ep " Ec máxima.
(m) (J) (J)
I 10 800 D G 6. Numa aula prática de Física realizada num parque,
Luana percebeu que, ao abandonar um balanço vazio
II 0 A 1700 H
de determinada altura, ele fez o movimento de ida e
III 5 B E I na volta não conseguiu atingir a altura inicial. O mes-
IV 2,5 C F J mo ocorreu com todos os movimentos de ida e vol-
ta que sucederam o primeiro. Se ela quiser justificar
4. Calcule a energia mecânica do bloco, de massa esse fenômeno, qual das leis citadas a seguir poderá
m ! 1 kg, no instante considerado na figura, sabendo fundamentar o seu argumento?
que a mola está deformada em 0,10 m e sua constante a) Lei da ação e reação.
elástica é 200 N/m. b) 2.ª lei de Newton.
c) Lei da conservação da energia mecânica.
v0 5 0
d) Lei da gravitação universal.
Editoria de arte

7. Determine a altura máxima atingida por um corpo


(m ! 0,2 kg) em um lançamento vertical e para cima,
sabendo que sua energia cinética de lançamento é
5. O primeiro arranha-céu brasileiro foi construído na ci-
40 J e a aceleração da gravidade local é 10 m/s2.
dade de São Paulo. A construção foi iniciada em 1924,
indo até 1934. Com 30 andares e 130 metros de altura, a) 10 m d) 1 m
o Edifício Martinelli foi projetado pelo arquiteto hún- b) 15 m e) 0,2 m
garo William Fillinger. c) 20 m

222 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


8. Uma criança de 40 kg de massa encontra-se em um

Studio Caparroz
A
escorregador, em uma posição inicial de 5 m em rela-
ção ao chão, a ponto de deslizar nele. Nesse local a ace- 5m
B D
leração da gravidade é 10 m/s2 e a velocidade inicial da
4m 4,2 m
criança é zero.
C
vi ! 0
Studio Caparroz

Supondo a aceleração da gravidade local de 10 m/s2,


a energia potencial nula no ponto C e sem dissipação,
determine:
a) a energia mecânica do carrinho.
g ! 10m/s2 b) a energia potencial e cinética nos pontos B, C e D.
h ! 5m c) a velocidade do carrinho ao passar pelo ponto C.
d) a velocidade do carrinho ao atingir o ponto D.
chão 10. Um objeto de massa m = 2 kg está em queda livre e
em um certo momento ele passa por um ponto A da
Desprezando-se os atritos, determine a energia ciné- sua trajetória com velocidade vA ! 10 m/s. Depois de
tica da criança no instante imediatamente anterior 2 s ele passa pelo ponto B. Considerando como refe-
da chegada ao chão. rencial o ponto B e adotando g = 10 m/s2, encontre:
9. Um carrinho de massa 40 kg parte do ponto A, incial- a) a energia mecânica no ponto A.
mente em repouso, e roda livremente. b) a energia mecânica no ponto B.

5. POTÊNCIA
Já conhecemos diferentes formas de energia e sabemos que elas podem se
transformar de um tipo para outro. Agora, vamos estudar como essas transfor-
mações ocorrem, ou seja, analisar a forma como a energia é transferida de um
sistema de corpos para outro.
Acompanhe esta situação: dois ele- A

Paulo Nilson
B
vadores precisam transportar a mesma
carga do térreo ao sétimo andar de um
prédio. Um deles está equipado com
o motor A e realiza esse trabalho em
30 s; o outro, equipado com o motor
B, realiza esse trabalho em 50 s. Nessas tA ! 30s carga tB ! 50s
condições, podemos dizer que o motor carga

A é mais eficiente que o B, pois realiza o


mesmo trabalho num intervalo de tem-
po menor.
Definimos potência como a rapidez
com que ocorrem as transformações
ou transferências de energia.
Formalizando matematicamente,
a potência média Pm é o quociente da energia transferida E pelo intervalo de
tempo t em que essa transferência ocorreu.

E
Pm !
t

Capítulo 14 Energia mecânica 223


O trabalho de uma força está associado à transformação ou transferência de ener-
gia; portanto, a potência média de uma força representa a relação do trabalho da
força F nesse intervalo de tempo.

F
Pm !
t

No Sistema Internacional, a unidade de potência é o Watt (W), denominação


dada em homenagem ao engenheiro escocês James Watt (1736-1819), cujo tra-
balho mais conhecido foi o aperfeiçoamento da máquina a vapor.
E J
Pm ! F ! ! ! watt
t t s
Duas unidades muito utilizadas, que não pertencem ao SI, são:
• horse-power (HP), da Inglaterra: 1 HP ! 746 W
• cheval-vapeur (cavalo-vapor, cv), da França: 1 cv ! 735 W
A potência média também pode ser associada a uma força. Considerando
uma força paralela ao deslocamento:
F F"d
Pm ! !
t t
d
Como vm ! , temos:
t

Pm ! F " Vm

Exercícios resolvidos
1 Um motor de 500 W de potência precisou de 100 s para arrastar um corpo entre duas posições, com movimento retilí-
neo e uniforme. Nessas condições, determine, em joules, o trabalho motor.

RESOLUÇÃO

P! F ! P t ! 500 " 100 ! 5 " 104 J


t

2 Um atleta sobe uma rampa em 40 s e chega ao topo, a uma altura de 20 m em relação ao ponto de partida. Deter-
mine:
a) a variação da energia potencial do atleta.
b) a potência média desenvolvida por ele.
Dados: o ponto de partida está no nível de referência, a massa do atleta é 80 kg e a aceleração da gravidade é 10 m/s2.

RESOLUÇÃO

a) E ! Ep # Ep
B B

E ! mghB # mghA
E ! 80 " 10 " 20 # 80 " 10 " 0
E ! 1,6 " 104 J
E 1,6 " 104
b) Pm ! ! Pm ! 4 " 102
t 40
P ! 4 " 102 W

224 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O motor de um guindaste eleva um bloco de 120 kg e 0,5 m, respectivamente. Compare as potências de-
do solo até uma altura de 20 m, com movimento re- senvolvidas em cada caso.
tilíneo e uniforme. Determine a potência do motor,
5. Em determinado trecho de uma estrada, a pista
sabendo que o tempo usado nessa operação foi 30 s.
apresenta inclinação de 30° em relação ao plano hori-
(Dado: g ! 10 m/s2.)
zontal. Nesse trecho, um veículo de massa 10 000 kg
2. Duas máquinas desempenham a mesma tare- mantém, durante a subida, a velocidade constante
fa no mesmo local: erguer um corpo de 80 kg, de 9 km/h. Determine a potência necessária para o
do chão até uma altura de 20 m, com MRU. Sa- motor do veículo. (Dado g = 10 m/s2.)
bendo que a máquina A utiliza 20 s e a máquina B
6. Uma montadora utilizou um trecho de 300 m, re-
utiliza 25 s para realizar a operação, determine:
tilíneo e horizontal, de uma estrada para avaliar um
(Dado: g ! 10 m/s2.)
veículo de massa 800 kg. Sabendo que o veículo par-
a) o trabalho da força aplicada pelas máquinas A e B
te do repouso e que o motor imprime ao veículo uma
aos corpos.
força constante, na mesma direção do movimento,
b) a potência das máquinas A e B. determine a potência média da força, no instante
3. Localizado na cidade de Salvador (BA), o elevador em que o veículo completa 300 m de percurso. Saiba
Lacerda teve sua construção iniciada em 1869 e foi que ao completar os 300 m a sua velocidade é
concluída em 1873. Com 72 metros de altura e duas 40 m/s.
torres, liga a cidade baixa à cidade alta. Atualmente,
funciona com quatro cabines eletrificadas com capa- 7. Para desenvolver esta atividade, você vai precisar
cidade para transportar 32 passageiros cada uma, do valor da massa de seu corpo, de um relógio que
num tempo de permanência de 22 segundos. registre os segundos e de um local onde haja uma
escada entre dois pavimentos.
Manoel Novaes

Inicialmente, meça a altura do pavimento que você


irá subir. Em seguida, suba a escada e marque o tem-
po utilizado para chegar ao topo. Procure manter a
velocidade de subida constante.
Utilizando os valores da massa, do tempo e da altura,
determine:
a) o trabalho realizado para deslocar-se do chão até o
topo da escada.
b) a potência utilizada nessa tarefa.
8. Suponha que durante a manutenção do elevador
Lacerda, neste caso com 1 000 kg de massa total, ele
tenha conseguido se deslocar nos primeiros 60 m em
30 s. Nessa situação, determine:
Qual a potência média necessária para fazer a eleva- a) a velocidade média do elevador.
ção de uma massa total de 700 kg?
b) a potência média desenvolvida pelo motor elétrico
4. Dois sacos de cereais, A (mA ! 25 kg) e B (mB ! 50 kg), do elevador.
são erguidos ao mesmo tempo a uma altura de 1 m

Rendimento
Podemos definir rendimento como a eficiência no desempenho de uma
tarefa. Desse modo, um motor com rendimento ideal seria aquele que utilizasse
toda a energia fornecida pelo combustível para gerar movimento. Mas isso não
ocorre porque parte dessa energia é transformada em energia térmica e em
energia sonora, o que podemos facilmente constatar pelo aquecimento e pelo
barulho do motor.

Capítulo 14 Energia mecânica 225


A eficiência de qualquer dispositivo que transforma ou transfere energia
pode ser obtida pela razão entre a energia útil, energia que é aproveitada para
determinada finalidade após ser transformada pelo dispositivo, e a energia to-
tal, energia que originalmente é fornecida ao dispositivo. Por exemplo, no caso
dos motores projetados para produzir movimento, podemos dizer que a energia
total é a energia recebida pelo motor; aquela transformada em energia cinética
é a energia útil; e a que se transforma em outros tipos de energia que não é
aproveitada para o movimento é chamada de energia dissipada.
Considerando as transformações de energia por unidade de tempo, em sín-
tese, a potência fornecida ao dispositivo é chamada de potência total Pt; a
que é realmente utilizada para realizar a tarefa é chamada de potência útil Pu; a que
não é empregada na tarefa é chamada de potência dissipada Pd.
Pu Aplicado o princípio de conservação da energia, a
Pt “dispositivo” que soma das potências útil e dissipada corresponde à po-
Pt ! Pu " Pd transfere ou
transforma energia tência total.
Pd
Assim, o rendimento % do “dispositivo” é definido pela relação entre potên-
cia útil e potência total, representado por:

Pu
%!
Pt

Sendo Pu & Pt, temos: 0 & % & 1 ou 0% & % & 100%. É frequente expres-
sarmos o rendimento de um sistema em porcentagem.
Para um mesmo intervalo de tempo, é possível relacionar o rendimento ao
trabalho:

%! u

Exercício resolvido
1 Um motor de combustão interna, semelhante ao de um carro, requer 2 000 J de energia química para funcionar
durante 20 s e produzir 400 J de energia útil de movimento. Nessas condições:
a) faça um esquema do funcionamento do motor, representando as energias útil, dissipada e total.
b) determine as potências útil, dissipada e total.
c) determine o rendimento do motor.

RESOLUÇÃO

a) Et ! Eu " Ed
Eu ! 400 J
2 000 ! 400 " Ed
Et ! 2 000 J
Ed ! 1 600 J motor
400
b) Pu ! ! 20 W Ed ! 1 600 J
20
1 600
Pd ! ! 80 W
20
2 000
Pt ! ! 100 W
20
P 20
c) % ! u ! ! 0,2 ou 20%
Pt 100

226 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Toda máquina possui um rendimento, que pode ser 3. Em um degrau da escada rolante de um supermer-
expresso pelo quociente entre potência útil e potên- cado foi colocado um pacote com 100 kg. Em 50 s o
P pacote foi levado, com velocidade constante, do tér-
cia total % ! u . Assim o rendimento é um número
Pt reo ao primeiro andar, a 6 m de altura. Sabendo que
que pertence ao intervalo:
nesse local g ! 10 m/s2, determine:
a) % ' % ' 0,8 ou em porcentagem 0% ' % ' 80%. a) nesse intervalo de tempo, o trabalho da força peso
b) % ' 0,5 ou em porcentagem % ' 50%. do pacote.
c) 0 ' % ' 1 ou em porcentagem 0% ' % ' 100%. b) o rendimento do motor que aciona a escada rolante,
d) % ( 1 ou em porcentagem % ( 100% . sabendo que a potência total é 800 W.
e) 0,5 ' % ' 1 ou em porcentagem 50% ' % ' 100%. 4. Após perfurar um poço de 10 m de profundidade, um
2. Considere as seguintes afirmações, e julgue-as em agricultor instalou um motor de 2 HP de potência e
falsa (F) ou verdadeira (V), de acordo com sua vera- com ele consegue bombear 7,46 !/s de água. Consi-
cidade ou não. dere g ! 10 m/s2, 1 HP ! 746 W e 1 litro de água
equivalente a 1 kg. Nessas condições, determine:
I) Um automóvel na queima de seu combustível
possui uma potência de 150 HP (horse-power, a) a potência útil do sistema.
1 HP = 746 W), mas somente 50 HP são aproveita- b) o rendimento do motor.
dos de forma útil. Assim o rendimento do motor é 5. Um guindaste eleva uma carga de 210 kg a uma altura
de aproximadamente 33%. de 20 m em 40 s . Sabendo-se que o guindaste fun-
II) Uma lâmpada consome potência de 50 W e a ciona com uma potência de acionamento de 2 000 W,
converte em luz 15 W da potência consumida. Por- encontre o valor do rendimento do motor.
tanto o rendimento dessa lâmpada é de 30%.
6. Na construção de um edifício comercial, uma deter-
III) Em um, liquidificador, parte da potência que en- minada máquina consome potência de 4 800 watts e
tra através da rede elétrica é convertida em energia para a função que ela foi designada, dissipa uma po-
mecânica e parte é convertida em calor, assim toda tência de 1 200 watts. Determine o rendimento dessa
máquina possui um rendimento. máquina.

TESTE O QUE APRENDEU

1. (Fuvest-SP) Um ciclista desce uma ladeira com forte 3. (UEL-PR) Um objeto move-se sobre uma superfície ho-
vento contrário ao movimento. Pedalando vigorosa- rizontal com velocidade constante e colide com uma
mente, ele consegue manter a velocidade constante. mola, fixa a uma parede, que exerce uma força F. Con-
Pode-se então afirmar que sua: sidere F ! 100x, em que F é a intensidade da força, em
a) energia cinética está aumentando. newtons, e x é a compressão da mola, em metros. Quan-
b) energia cinética está diminuindo. do x ! 0,10 m, a energia potencial da mola é, em joules:
c) energia potencial gravitacional está aumentando. a) 10
d) energia potencial gravitacional está diminuindo. b) 6,0
e) energia potencial gravitacional é constante. c) 2,5
d) 2,0
2. (Fuvest-SP) No rótulo de uma lata de leite em pó lê-
-se “valor energético 1509 kJ por 100 g (361 kcal)”. e) 0,50
Se toda a energia armazenada em uma lata contendo 4. (UEL-PR) Um motor, cuja potência nominal é
400 g de leite fosse utilizada para levantar um objeto 6,0 $ 102 W, eleva um corpo de peso 6,0 $ 102 N até uma
de 10 kg, a altura atingida seria de, aproximadamen- altura de 5,0 m com velocidade constante de 0,5 m/s.
te (g ! 10 m/s2): Nessas condições, o rendimento do motor vale:
a) 25 cm c) 400 m e) 60 km a) 0,90 c) 0,60 e) 0,25
b) 15 cm d) 2 km b) 0,75 d) 0,50

Capítulo 14 Energia mecânica 227


TESTE O QUE APRENDEU

5. (Fuvest-SP) Uma mola pendurada num suporte a) a energia potencial do bloco em relação ao solo;
apresenta comprimento F (N) b) após sua liberação, a energia cinética do bloco, ao
igual a 20 cm. Na sua 100 atingir a estaca.
extremidade livre pen- 80
7. (Fatec-SP) Considere as afirmações:
dura-se um balde vazio, 60
I. O rendimento de uma máquina simples é a razão

Editoria de arte
cuja massa é 0,50 kg.
Em seguida, coloca-se
40
entre o trabalho útil e o trabalho do operador.
20
água no balde até que II. Nas máquinas simples reais, o rendimento é maior
o comprimento da mola 0 10 20 30 40 50 x (cm)
que a unidade.
atinja 40 cm. III. O rendimento de uma máquina é dado por um nú-
O gráfico ilustra a força que a mola exerce sobre o mero puro.
balde, em função do seu comprimento. É(São) correta(s):
a) I e II
Grace Arruda
Determine:
a) a massa de água colocada no balde. b) II e III
b) a energia potencial elástica c) I e III
acumulada na mola no final do d) I, II e III
processo. e) II
(Adote g ! 10 m/s2.) 8. (Fuvest-SP) A propaganda de um automóvel apregoa
6. (UFV-MG) Um bate-estaca sus- que ele consegue atingir a velocidade de 108 km/h
14 m
tenta um bloco de 200 kg à 16 m em um percurso horizontal de apenas 150 m, par-
altura de 16 m do solo, sobre tindo do repouso.
uma estaca situada 14 m a) Supondo o movimento uniformemente acelerado,
abaixo. Desprezando as calcule a aceleração do carro.
forças dissipativas e sendo b) Sendo 1 200 kg a massa do carro, determine a po-
solo
g ! 10 m/s2, determine: tência média que ele desenvolve.

QUER SABER?

Como aproveitar a energia hídrica?


A energia elétrica pode ser gerada por meio de fontes renováveis de energia, como o Sol, a água, o vento
ou a biomassa, ou por meio das não renováveis (como os combustíveis fósseis e nucleares). No Brasil, a gran-
de quantidade de rios favorece a utilização da energia das águas para a geração de energia elétrica.
Aproveitando as águas de rios e represas
As hidrelétricas transformam a energia potencial, representada pela posição da queda-d’água, em ener-
gia cinética, que movimenta as turbinas. O deslocamento da água provoca o movimento da turbina, ligada
por um eixo mecânico a um gerador, que produz energia elétrica e a conduz, por meio de linha de transmis-
são, à rede de distribuição.
A potência de uma usina está
Luís Moura

associada à altura da queda e à barragem reservatório


vazão do rio, ou seja, à quantida- linha de casa de força
de de água disponível e em movi- transmissão
mento em determinado intervalo gerador
elétrico comporta
de tempo. Seu potencial de apro-

entrada
Os geradores de uma usina hidrelétrica de água
são acionados por turbinas. A abertura ou
o fechamento das comportas permitem o turbina
controle do fluxo de água e a geração de
energia elétrica.

228 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


veitamento para gerar energia elétrica será tanto maior quanto maior for a altura da queda-d’água e a
vazão do rio.
A utilização de energia hidrelétrica no Brasil começou em 1889, com a instalação da usina de Marmelos-Zero,
no rio Paraibuna, próximo a Juiz de Fora, em Minas Gerais. Hoje o país conta com 64 usinas hidrelétricas, a maio-
ria delas instalada na região Sudeste. Só o estado de São Paulo tem 21 usinas, seguido de Minas Gerais com 13.

E as águas do mar?
Os oceanos representam um grande po-

Renata Mello/Pulsar
tencial energético renovável e podem gerar
até 10 terawatts de energia. A exploração
desse potencial pode ser feita com baixo
custo operacional, com reduzido impacto
ambiental e com a possibilidade de adapta-
ção da produção de energia à necessidade
de cada localidade. Apesar das vantagens,
a viabilização do aproveitamento da ener-
gia das ondas ainda é incipiente.
No Brasil, o litoral do Ceará se destaca
pela boa regularidade das ondas ao longo
do ano. Um protótipo com duas unidades
de bombeamento foi instalado no porto do
Pecém, a 60 km de Fortaleza. O projeto ex-
perimental pode gerar até 100 kW, o sufi-
ciente para suprir o consumo de 100 famí-
Protótipos dos conversores de energia em teste no laboratório da Coppe da
lias aproximadamente. Usina de Ondas, instalada a 3 km da praia. Os flutuadores estão presos a
O projeto brasileiro apresenta uma ino- “braços” metálicos com aproximadamente 22 metros de comprimento.
vação em relação a outros países: o uso da
câmara hiperbárica, um recipiente de aço
usado para armazenar água comprimida e

Marcos Aurélio
simular as condições de pressão que exis-
tem no fundo do mar.
Ela foi idealizada para funcionar de for-
gerador
ma semelhante à de uma hidrelétrica. Os
flutuadores se movimentam para cima e turbina
para baixo com o movimento das ondas, fun- câmara hiperbárica
cionando como uma bomba que, por meio
de um tubo, impulsiona a água armazenada
em um recipiente até a câmara hiperbárica.
A câmara, por sua vez, provoca uma pressão
semelhante à da queda-d’água, movimen-
tando as turbinas para gerar energia elétri- flutuador
ca, assim como em uma usina hidrelétrica.
Dos países que operam comercialmente
com instalações no mar, destacamos a Di-
namarca, com geração de 4 MW de potên-
cia; a Holanda, com 2 MW; Portugal, com
400 kW; e o Reino Unido, com 500 kW. Ilustrações produzidas com base em: <http://www.planeta.coppe.ufrj.br/imprimir_artigo.
php?artigo=833>. Acesso em: 25 jun. 2015.

ATIVIDADES

1. O Brasil se beneficia do grande potencial hídrico vos levam o Brasil a investir mais na energia dos rios
que possui para gerar energia elétrica. No caso do que na energia das ondas do mar?
aproveitamento da energia das águas dos rios, o 2. Nas usinas hidrelétricas, ocorrem transformações
Brasil tem desenvolvido tecnologia e ampliado as de um tipo de energia em outro. Descreva essas
hidrelétricas em várias regiões do país. Com relação transformações.
ao aproveitamento energético das águas do mar, as
pesquisas ainda precisam ser ampliadas. Que moti-

Capítulo 14 Energia mecânica 229


CAPÍTULO 15

Impulso e quantidade 1. Quantidade de movimento


2. Impulso de uma força
de movimento 3. Conservação da quantidade
de movimento
4. Colisões

1. QUANTIDADE DE MOVIMENTO
Recordando os estudos anteriores, você deve ter chegado à conclusão de
que o princípio da conservação da energia mecânica é um conceito físico muito
importante para a descrição do movimento dos corpos e de suas interações.
Com o objetivo de obter outro recurso que possibilite caracterizar o estado de
movimento dos corpos, vamos estudar o conceito da grandeza quantidade de
movimento.
Observe as situações a seguir.
Um veículo com carga, que desenvolve velocidade v1 e tem massa m1, bate
em um obstáculo. A mesma situação se repete, dessa vez com o veículo sem
carga, com a mesma velocidade (v2 ! v1) e massa m2.

Paulo Nilson
1ª situação (m1 ! massa do sistema caminhão-carga)

v1

2ª situação (m2 ! massa do caminhão)

v2

A massa do sistema na 1a. situação é maior que na 2a. situação, o que causa
um efeito maior na colisão. Isso nos leva a concluir que a massa do corpo inter-
fere no fenômeno.
Vamos considerar agora a mesma colisão em mais duas situações diferentes: o
caminhão com carga terá a mesma massa, porém velocidades diferentes (v3 " v4).

3ª situação ( v 3 ! velocidade do caminhão)

v3

4ª situação ( v 4 ! velocidade do caminhão)

v4

230 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


Se a velocidade v3, na 3a. situação, é maior que a velocidade v4, o efeito da
colisão também o será, dado que em ambas as situações a massa permaneceu
constante. Isso nos leva a concluir que a velocidade também é uma grandeza que
interfere no fenômeno.
Situações que envolvem a massa e a velocidade de um ponto material, seme-
lhantes aos exemplos citados, servem para definir a grandeza vetorial quantidade
de movimento ou momento linear, que passaremos a representar por Q
No caso de um ponto material de massa m que se movimenta com velocida-
de v , podemos expressar a quantidade de movimento Q desse ponto material
como:

v
Editoria de Arte


Q Q ! mv
m

A quantidade de movimento é uma grandeza vetorial com a mesma direção


e o mesmo sentido do vetor velocidade.
Considerando um sistema de pontos materiais de massas m1, m2, ..., mn, que
em determinado instante apresentam velocidades respectivas v 1, v2, ..., vn, con-
seguiremos representar a quantidade de movimento do sistema assim:

Q ! Q1 " Q2 " Qn
Q ! m1v1 " m2v2 " " mnvn

No Sistema Internacional (SI), a unidade de medida da quantidade de movi-


mento é o produto entre quilograma e metro por segundo: kg # m/s.

Nota: Lembre-se de orientar a trajetória para adotar os sinais da velocidade e da


quantidade de movimento.

Exercício resolvido
1 Uma caminhonete de massa m1 ! 6 000 kg descreve uma trajetória retilínea e horizontal com velocidade v ! 20 m/s.
Determine a quantidade de movimento:
a) da caminhonete.
b) da caminhonete carregada com uma carga de massa m2 ! 2 000 kg.

RESOLUÇÃO

a) O módulo da quantidade de movimento é:


Q1 ! m1v
Q1 ! 6 000 # 20 ! 120 000 kg # m/s
(na direção horizontal)

b) Nesse caso, a velocidade da caminhonete e a da carga têm o mesmo sentido e direção.


caminhonete: Q1 ! m1v

carga: Q2 ! m2v Q ! (6 000 " 2 000) # 20


Q ! Q1 " Q2 Q ! 160 000 kg # m/s
Q ! (m1 " m2)v (na direção horizontal)

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 231


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. As quantidades de movimento podem se anular? E as 8. Um ciclista experiente, de 80 kg, corre ao lado de
energias? Justifique sua resposta. sua jovem aprendiz, de 60 kg. Para melhorar o prepa-
ro físico da jovem, o ciclista determinou que os dois
2. Se um corpo em movimento duplicar sua velocida-
mantivessem a mesma quantidade de movimento.
de, qual quantidade de movimento irá adquirir? E de
Sabendo que vc ! 1,5 m/s é a velocidade do ciclista
energia?
experiente, determine a velocidade que precisa ser
3. Um satélite artificial A descreve movimento circular e desenvolvida pela aprendiz (va), para que essa meta
uniforme ao redor da Terra. seja atingida.

Warren Goldswain/Shutterstock.com
A

Grace Arruda

Analise as afirmativas a seguir e responda se são ver-


dadeiras ou falsas, justificando sua resposta: 9. Calcule a quantidade de movimento, em kg " m/s, ao
fim de 8 s, de um corpo de massa 0,5 kg que está se
a) A quantidade de movimento do satélite é variável.
deslocando ao longo de uma trajetória retilínea com
b) O módulo da quantidade de movimento do satélite aceleração constante de 0,3 m/s2, partindo do repou-
é variável. so.
c) A energia cinética do satélite é constante.
10. Uma bola com massa 20 kg foi lançada com veloci-
4. Um ciclista de massa 70 kg conseguiu percorrer dade de 10 m/s, na direção horizontal e sentido da
30 m em 10 s com velocidade constante. Se a bicicleta direita para esquerda. Determine, nesse instante, o
tem 3,0 kg, qual a intensidade da quantidade de mo- módulo, a direção e o sentido da quantidade de mo-
vimento do conjunto? vimento da bola.
V
5. Determine a relação A entre os módulos das veloci- 11. Um corpo de massa 0,5 kg realiza um movimento re-
VB
dades das partículas A e B, sabendo que suas massas tilíneo uniformemente variado obedecendo a função
são M e 2M, respectivamente, e que num dado instan- horária s ! 5 # 2t # 3t2, em que s é medido em me-
te a quantidade de movimento tem módulos iguais. tros e t em segundos. Determine:

6. Uma partícula de 0,2 kg e velocidade escalar a) a equação da velocidade desse corpo.


v = 1,5 m/s descreve movimento circular uniforme. b) o módulo da quantidade de movimento desse cor-
Avalie se a quantidade de movimento da partícula é po no instante 2 s.
constante e determine o seu modulo. 12. Um caminhão, quando não transporta carga, tem
7. Com o propósito de amenizar os conflitos e a ocio- quantidade de movimento de 25 000 kg " m/s ao atin-
sidade dos adolescentes, nos fins de semana os pais gir a velocidade de 90 km/h. Seu condutor deseja
dos alunos resolveram promover encontros esporti- transportar uma carga de 2 000 kg mantendo a mes-
vos na escola do bairro. Durante uma competição de ma quantidade de movimento. Determine:
lançamento de pesos, uma aluna conseguiu lançar a) a massa do caminhão sem a carga;
um peso de massa 3,0 kg a uma velocidade inicial de b) a velocidade, em km/h, que o caminhão com a
5,0 m/s. Considere o SI e determine a energia cinéti- carga atingem, mantendo a mesma quantidade de
ca e a quantidade de movimento impressas ao disco. movimento.

232 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


2. IMPULSO DE UMA FORÇA
Vamos explorar uma situação bastante conhecida para desen-

Photodisc/Getty Images
volver a ideia de impulso.
Ao chutar a bola, a jogadora está aplicando sobre ela determi-
nada força, durante um intervalo de tempo. Dizemos, então, que
a jogadora exerce na bola um impulso.
Portanto, a ideia de impulso está vinculada a duas grandezas
físicas: força e tempo.
Se considerarmos uma força constante F agindo em um ponto
material durante um intervalo de tempo t ! t2 " t1, teremos que
o impulso da força F é definido por:

I!F t

O vetor impulso tem a mesma direção e o mesmo sentido da


força, e sua intensidade é determinada por I ! F t, sendo F a
intensidade da força e t o intervalo de tempo em que essa força
atua.
Podemos dizer que a intensidade do impulso I será tanto maior
quanto maior for a intensidade da força F e quanto maior for o
intervalo de tempo t no qual ela age.

No SI, a unidade de medida de impulso é newton # segundo (N $ s).


No gráfico F # t, a área
amarela é numericamente
Editoria de arte

F
igual à intensidade do impul-
so da força F no intervalo de
tempo considerado.
A
N
A!F t A !I
0 t1 t2 t

Mesmo que a intensidade da força varie com o tempo (mantendo a mesma


N
direção), vale a propriedade anterior, ou seja, A ! I.

Teorema do impulso
A quantidade de movimento e o impulso de uma força são grandezas rela-
cionadas. Retomemos o exemplo da jogadora que aplica a força F, durante o
intervalo de tempo t, sobre a bola de massa m que se movimenta com veloci-
dade inicial v 1. A ação dessa força causa na bola uma aceleração a, alterando a
velocidade para v 2.
Com isso, podemos dizer que a força F foi responsável pela alteração da
quantidade de movimento da bola de Q1 ! mv 1 para Q2 ! mv 2.
← ← ← ←
Q1 ! mv1 Q2 ! mv2
Eunice Toyota

← ←
v1 v2

m m

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 233


Se admitirmos que um ponto material de massa m descreve movimento retilí-
neo uniformemente variado, causado pela ação de força resultante F, teremos:

F ! ma F t!m v
v
F!m F t ! mv 2 # mv 1 (1)
t
Sendo o termo F t igual ao impulso I da força resultante e os termos mv 1
e mv 2 iguais à quantidade de movimento inicial e final, podemos reescrever a
equação (1) da seguinte maneira:

I ! Q2 " Q1 ! Q

Esse desenvolvimento matemático nos diz que a ação da resultante das forças
que agem num ponto material, durante um intervalo de tempo t, imprime a
esse ponto material um impulso I , que corresponde à variação da quantidade de
movimento nesse intervalo de tempo.
Essa expressão, conhecida como teorema do impulso, é válida para refe-
renciais inerciais. Embora esse teorema tenha sido demonstrado para o MUV,
também é válido para outros movimentos em qualquer trajetória.

Exercícios resolvidos
1 Um corpo de massa 0,3 kg se desloca com movimento d) Sendo I ! F " t, temos:
retilíneo sob a ação da força resultante que se man- I 0,6
F! !
tém constante. Sabendo que a velocidade inicial é t 4
4 m/s e que após 4 segundos ela atinge o valor de F ! 0,15 N
6 m/s, determine:
2 Durante a realização de um experimento, um corpo
a) a quantidade inicial de movimento do corpo.
de massa 5,0 kg é colocado em movimento retilíneo
b) a quantidade de movimento do corpo, após 4 se- e, a partir de determinado instante, sua velocidade
gundos. variou em função do tempo, conforme o que se vê
c) o impulso da força resultante impressa ao corpo. no gráfico. Determine o impulso sofrido pelo corpo, no
d) a intensidade da força resultante que age no corpo. intervalo de tempo t1 = 1,0 s e t2 = 7,0 s.

Tarumnã
v (m/s)
RESOLUÇÃO
40

a) Inicialmente, temos:
Qi ! mvi ! 0,3 " 4
Qi ! 1,2 kg " m/s
0 10 t (s)
b) Após 4 segundos, temos:

Q ! mv ! 0,3 " 6 RESOLUÇÃO


Q ! 1,8 kg " m/s v 0 # 40
a) a ! a! a ! # 4 m/s2
c) Considerando os vetores Q i e Q com a mesma di- t 10
reção e o mesmo sentido, e sabendo que I ! Q # Q i, b) I ! Q I ! 5 " (v2 # v1)
então: Sendo : v1 ! 40 # 4 " 1 v1 ! 36 m/s
I ! Q # Qi ! 1,8 – 1,2
v2 ! 40 # 4 " 7 v2 ! 12 m/s
I ! 0,6 N " s
Então : I ! 5 " (12 # 36) I ! 120N " s

234 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Analise a situação de um corpo que se desloca com d) Duas esferas, com massas distintas, caem em
movimento retilíneo e uniforme. Responda aos itens queda livre do último andar de um edifício. Segun-
e justifique. dos antes de atingirem o solo, elas apresentam a
a) A quantidade de movimento desse corpo varia? mesma quantidade de movimento.
b) Como você avalia o impulso da força resultante e) No Sistema Internacional de Unidades, as gran-
que age no corpo? dezas físicas impulso (N ! s) e quantidade de movi-
mento (kg ! m/s) apresentam unidades diferentes.
2. Cientistas usam um simulador para fazer testes com
um objeto espacial, de massa 10 kg. Nessa simulação, 6. Quatro estudantes de Física presenciam uma corrida
o objeto se movimenta com velocidade constante de de bicicletas em uma pista circular. Cada estudante
2, 0 m/s, em relação a um referencial inercial, e está fez uma afirmação a respeito do deslocamento do
livre da ação de forças. Quando resolveram parar o móvel durante a trajetória descrita. Avalie qual deles
objeto, fizeram agir nele uma força de 2 N, na mesma está certo.
direção e sentido contrário ao do movimento. Duran- Gabriela: “A energia cinética permanece constante
te quanto tempo essa força precisa agir? durante o trajeto”.
3. Durante um filme de ficção o narrador descreve uma Arthur: “O móvel apresenta aceleração centrípeta
cena na qual uma bola de massa 0,30 kg se desloca nula”.
com velocidade de 10 m/s. Mantendo a mesma di- Pedro: “O impulso recebido pelo móvel é nulo”.
reção e sentido, essa bola tem a sua velocidade au- Luana: “A quantidade de movimento é constante”.
mentada para 30 m/s. Considere o SI e determine o 7. Uma esfera de massa 2 kg descreve um movimento
módulo do impulso resultante sofrido pela bola. circular e uniforme em um plano horizontal, no sen-
4. Durante um jogo de tênis infantil, uma criança rebate tido horário, com velocidade escalar de 15 m/s .
a bola para o outro lado do campo. Considerando que
a bola atingiu a raquete da criança com 10 m/s e que
após a rebatida a bola de 55 g se desloca com veloci- R v2
dade de 20 m/s, determine, em módulo, o impulso

Tarumã
resultante sofrido pela bola. Note que houve inversão
do sentido da bola. v1
Juergen Hasenkopf/Imagebroker/Easypix

Determine a característica (direção, sentido e módu-


los) do valor:
a) quantidade de movimento no ponto P.
b) quantidade e movimento no ponto R.
5. Identifique a alternativa correta.
c) do impulso recebido pela partícula entre as posi-
a) O impulso que uma partícula recebe, ao longo de ções P e R.
uma trajetória, em movimento circular e uniforme é
8. Numa partida de vôlei, uma bola mal arremessada
igual a zero.
atingiu a cabeça de um torcedor que estava parado
b) A energia cinética de uma partícula em movimento próximo à lateral da quadra. A velocidade da bola
curvilíneo e uniforme não varia ao longo da trajetória. era 6,0 m/s e, após bater nesse torcedor, retorna na
c) A quantidade de movimento de uma partícula em mesma direção com velocidade 5,0 m/s. Considere a
movimento curvilíneo e uniforme permanece cons- massa da bola, m = 300 g, e determine o impulso da
tante ao longo da trajetória. força que a cabeça aplica na bola.

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 235


3. CONSERVAÇÃO DA
QUANTIDADE DE MOVIMENTO
Já exploramos várias situações práticas em que o conceito de quantidade de
movimento foi fundamental para o entendimento dos fenômenos físicos envol-
vidos. Agora, vamos estudar o conceito de quantidade de movimento nos casos
de interações de curta duração entre corpos que constituem um sistema isolado,
ou seja, em que a resultante de forças externas é nula. As colisões e as explosões
podem ser citadas como exemplos.
Se analisarmos o sistema de corpos formado por duas esferas, teremos, du-
rante a colisão de ambas, uma troca de forças num intervalo de tempo muito
pequeno. Como essas forças são trocadas entre os corpos que pertencem ao
sistema, são chamadas de forças internas. Se utilizarmos o princípio da ação e
reação, é possível dizer que a ação dessas forças causa variações das quantida-
des de movimentos de mesma intensidade e de sentidos opostos, sem alterar a
quantidade de movimento total do sistema.

Antes da colisão Após a colisão


mB mB

mA ← vB ← mA ←
v$B
vA v $A

Editoria de Arte
m m m m
Q antes # mA vA % mB v B Q após # mA v 9A % mB v 9B

Caso haja variação de Q, devemos atribuir esse fato a um agente externo ao


sistema, que passaremos a chamar de força externa. Se observarmos o caso das
esferas aqui mencionadas, podemos citar como exemplos de forças externas as
forças peso, normal ou atrito.
Assim, chamaremos de sistema isolado aquele cujas forças externas são nu-
las ou possuem intensidade muito menor quando comparadas às forças internas
ou se a resultante das forças externas é nula.
Enunciando o princípio da quantidade de movimento, podemos dizer que:

A quantidade de movimento total, Q, de um sistema se conserva se a re-


sultante das forças externas que agem no sistema é nula.

Ou algebricamente:

Qantes # Qapós

Exercícios resolvidos
1 Uma arma de massa 8 kg dispara uma bala de massa 40 ! 10"3 kg. Determine a velocidade de recuo da arma, sabendo
que no momento do disparo a bala abandona a arma com velocidade v # 180 m/s.

RESOLUÇÃO

Considere inicialmente o sistema arma-bala em repouso


Paulo Nilson

antes
e sem a ação de forças externas, ou seja, um sistema iso-
lado. Logo, o módulo da quantidade de movimento do
sistema (arma-bala) antes do disparo é nulo. Qantes # 0 .

236 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


A quantidade de movimento após o disparo é:

Qapós ! Qarma " Qbala ! mAv A " mBv B


após
"
Se há conservação da quantidade de movimento, então:

Paulo Nilson
! B A !
v vA
Qantes ! Qapós B

Em módulo: 0 ! mAvA " mBvB


mBvB 40 $ 10#3 $ 180
vA ! # !# vA ! #0,9 m/s
mA 8
O sinal negativo expressa o sentido oposto do movimento da arma em relação ao da bala.
! !
vA vB
2 Um patinador (A) e uma patinadora (B), de massas 80 kg e

Studio Caparroz
60 kg, respectivamente, estão em repouso sobre uma pista
de gelo plana e horizontal. Eles se empurram e se deslocam
na mesma direção e em sentidos opostos: o patinador para
a esquerda, com velocidade 3 m/s, e a patinadora para a di-
reita. Determine a intensidade da velocidade da patinadora.
Inicialmente em repouso. Após terem se empurrado.
RESOLUÇÃO

No início, o sistema patinador-patinadora está em repouso e a resultante das forças externas (peso e normal) é
zero. Então, a quantidade de movimento do sistema:
• antes de se empurrarem: Qinício ! 0
• após se empurrarem: Qapós ! QA " QB
Havendo conservação da quantidade de movimento, temos: Qinício ! Qapós 0 ! QA " QB
Em módulo: 0 ! mA $ vA " mB $ vB
80 $ 3
vB ! # ! # 4m/s
60
A intensidade da velocidade da patinadora é # 4 m/s. O sinal negativo significa que o patinador e a patinadora se
deslocam em sentidos opostos.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Durante uma aula de Física, o professor, ao fazer uma b) O bailarino e a bailarina continuam juntos, pela lei
demonstração, afirmou que a resultante das forças da ação e reação.
externas que agem num determinado corpo é nula. c) A bailarina entra em movimento e o bailarino per-
Após essa afirmação, os alunos poderão concluir manece em repouso.
sempre que para o corpo em questão: d) O bailarino e a bailarina movem-se juntos no mes-
a) a energia cinética total é constante. mo sentido da força exercida pelo bailarino.
b) a energia potencial total é constante.
c) a energia mecânica total é constante. 3. Um condutor de canoa estava prestes a atracar na
margem de uma lagoa para descarregar a merca-
d) a quantidade de movimento total é constante.
doria que transportava quando perdeu o remo. A
2. Numa pista de patinação, um casal de bailarinos canoa, o condutor e as várias caixas transportadas
aguarda parado o toque musical para iniciar a apre- tinham juntos massa de 300 kg e pararam a 5 m
sentação. Assim que começa a música, o bailarino da margem sem a possibilidade de continuar o mo-
empurra a bailarina para que possam começar a apre- vimento. O condutor se viu obrigado a jogar para
sentação. Se considerarmos uma pista perfeitamente trás (no sentido oposto ao do deslocamento) uma
lisa, em que a interferência do atrito pode ser descon- das caixas de 50 kg. Supondo que a caixa saiu das
siderada, é correto afirmar: mãos do condutor com velocidade 15 m/s em relação
a) O bailarino e a bailarina movem-se em sentidos à margem, determine a velocidade da canoa depois
opostos. desse gesto do condutor.

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 237


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
4. Utilizando tração motorizada, animal ou humana, Diante dessa situação, uma estudante concluiu que
o trenó é um veículo usado para transportar pes- o skate teria o módulo de sua velocidade dobrado
soas e mercadorias sobre o gelo. Considere que um se a mochila fosse repentinamente retirada do skate.
trenó de massa 300 kg viaje com velocidade inicial
vi ! 15 km/h e, durante uma tempestade de gelo,

Alberto de Stefano
o seu condutor seja obrigado a jogar para trás (no
sentido oposto ao do deslocamento) 50 kg de mer-
cadoria, com velocidade vm ! 15 m/s em relação ao
chão. Determine a velocidade do trenó, após esse
gesto do condutor.

Sergey Krasnoshchokov/Shutterstock.com
Ela chegou a essa conclusão depois de estudar o con-
ceito de conservação da quantidade de movimento.
Acompanhe o cálculo que ela fez, considerando 2 kg
a massa do skate e 6 m/s a velocidade inicial do con-
junto.
• quantidade de movimento com a mochila ! quan-
tidade de movimento sem a mochila
(mmochila " mskate) vi ! mskate v
(2 " 2) # 6 m/s ! 2v
24
v! ! 12 m/s
5. Produzido para cinema, televisão, teatro ou rádio, o 2
esquete é uma peça, geralmente, de caráter cômico v ! 2vi
e de curta duração, Aproximadamente, em 10 mi- Você concorda com esse raciocínio?
nutos, os atores ou comediantes exibem a grande ca- Em caso negativo, identifique o erro e apresente sua
pacidade de improvisar e criar sobre variados temas. solução.
Durante a gravação de esquete de novela, o artista 9. Para realizar uma experiência, os alunos comprimi-
de 90 kg está distraído e parado sobre um skate. Des- ram uma mola com dois carrinhos A e B de massas
governada, sobre outro skate, uma moça, de 60 kg, 2,0 kg e 3,0 kg, respectivamente. Assim que o sistema
vem ao encontro do artista, com velocidade 0,5 m/s. é abandonado, os carrinhos se deslocam em sentidos
Após o choque e a interação, os dois deslizam juntos. opostos e a mola cai. Sabendo que o carrinho B adqui-
Determine a velocidade do casal, caso o atrito com o re velocidade 1,0 m/s, determine:
piso não seja considerado.
6. Uma balsa tem 60 m de comprimento e 80 toneladas Studio Caparroz

de massa, transporta um caminhão com 2 000 kg de


massa. Por causa de problemas nos motores, a balsa
ficou parada e à deriva. O motorista resolveu agir e
deslocou o caminhão, de uma extremidade da balsa A B
à outra, com velocidade de 10 km/h. Com essa atitu-
de, o motorista conseguiu provocar o deslocamento
da balsa? Em caso afirmativo, qual a velocidade da
balsa.
a) a velocidade do carrinho A.
7. Pense nos conceitos físicos estudados neste capítulo e b) a energia potencial da mola, no instante em que o
explique como se aplica a conservação da quantidade sistema é abandonado.
de movimento quando uma bola de tênis colide, sem
10. Um canhão de artilharia encontra-se na horizontal
perda de energia, contra o solo.
e dispara uma bala, que sai de seu interior com ve-
8. A figura representa um skate com uma mochila sobre locidade de 200 m/s. Considerando que a massa do
ele, ambos de igual massa, deslizando com velocida- canhão é de 800 kg e da bala 4 kg, determine a veloci-
de constante em uma superfície lisa. dade de recuo do canhão logo após o disparo.

238 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


4. COLISÕES
Em nosso estudo sobre colisões, vamos considerar que as partículas que cons-

Almeida Rocha/Folhapress
tituem o sistema não sofrem variação de massa.
Vejamos o exemplo de um veículo colidindo com a traseira de outro veículo
estacionado.
Na primeira etapa da colisão, conhecida como fase de deformação, os cor-
pos se encontram e se deformam, e a energia cinética do sistema se converte
em outras formas de energia, como, por exemplo: energia sonora, representada
pelo barulho que ouvimos; energia térmica, representada pelo aquecimento das
peças do veículo; energia potencial, representada pela energia armazenada pelo
sistema.
A etapa final da colisão, chamada fase de restituição, inicia-se após a fase de
deformação e termina com a separação dos corpos envolvidos no caso de serem
elásticos.

Coeficiente de restituição
Para caracterizar as propriedades elásticas dos corpos que interagem na
colisão, vamos definir a grandeza coeficiente de restituição, representada por
e. Considere uma colisão direta entre duas esferas, A e P, com velocidades vA e
vP, antes do choque, e v!A e v!P, após ele. Nesse caso, o coeficiente de restituição
é determinado pelo quociente entre o módulo da velocidade relativa de afasta-
mento vaf e o módulo da velocidade relativa de aproximação vap.

vaf
e" , com 0 # e # 1, adimensional
vap

Quando as velocidades têm sentidos opostos

antes colisão após


Editoria de Arte


vA

vP

v!A

v!P v!A # v!P
e!
vA # vP

Quando as velocidades têm o mesmo sentido

antes colisão após

← ← ← ← v!P " v!A


vA vP v!A v!P e!
vA " vP

(vA $ vP) (v!A % v!P)

Nesses cálculos utilizamos os módulos das velocidades dos corpos.

Colisão elástica
Considere a colisão de duas esferas, em que não ocorre deformação perma-
nente dos corpos. Nesse caso, além da conservação da quantidade de movimen-
to há a conservação da energia cinética total dos corpos envolvidos na colisão, e
o coeficiente de restituição é unitário: e " 1.

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 239


antes colisão após

Editoria de Arte
← ← ← ←
vA vP v#A v#P

A energia cinética do sistema se conserva: Ec antes " Ec após

O conceito de colisão totalmente elástica não se verifica na prática, pois sem-


pre há alguma dissipação de energia.

Colisão parcialmente elástica


Na colisão parcialmente elástica, a energia cinética dos corpos envolvidos
se dissipa em outras formas de energia. Portanto, não há conservação da ener-
gia cinética, embora haja conservação da quantidade de movimento. Para esse
tipo de colisão, o coeficiente de restituição pertence ao intervalo: 0 ! e ! 1.
antes colisão após

← ← ← ←
vA vP v#A v#P

A energia cinética do sistema diminui: Ec antes $ Ec após

Colisão inelástica
Na colisão inelástica, os corpos não se separam, passando a ter a mesma ve-
locidade. Nesse caso, o coeficiente de restituição é nulo: e " 0.
antes colisão após

← ← ← ←
vA vP v#A " v#P

A energia cinética do sistema diminui: Ec antes $ Ec após

Exercícios resolvidos
1 Um motorista abandona seu carro em uma rua plana, sem acionar o freio de mão. Outro veículo, com velocidade
20 m/s, colide com a traseira desse carro, e, imediatamente após o choque, os dois passam a se movimentar juntos.

vA " 20 m/s v
vP " 0
Alberto de Stefano

antes após

Considere a massa do carro parado 600 kg e a do outro 1 000 kg. Determine:


a) a velocidade dos carros imediatamente após a colisão.
b) o tipo da colisão.

240 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


RESOLUÇÃO

a) Como há conservação da quantidade de movimento, em módulo temos:


Qantes ! Qapós
mAvA " mPvP ! (mA " mP) v
1 000 # 20 " 600 # 0 ! (1 000 " 600) v v ! 12,5 m/s
b) Após a colisão, os corpos continuam juntos; portanto, não há afastamento. Logo, o coeficiente de restituição é zero
e a colisão é inelástica.

2 Sobre uma superfície horizontal e perfeitamente polida, duas esferas, A e P, se movimentam em sentidos contrários
e ambas com velocidade 3 m/s até colidirem frontalmente. Sabe-se que as massas das esferas são mA ! 2 kg e mP !
! 4 kg e que após a colisão a esfera A retorna com velocidade v$A ! 4 m/s.
Diante dessa situação, determine: antes após

Editoria de arte
a) a velocidade da esfera P, após a colisão. ← ← ← ←
vA vP v$A v$P
b) o tipo de colisão ocorrida.
c) a energia cinética dissipada, caso isso ocorra.

RESOLUÇÃO

a) Sabemos que a quantidade de movimento se conserva. Logo, considerando a orientação positiva da trajetória
para a direita, temos:
Qantes ! Qapós
mAvA – mPvP ! mPv$P – mAv$A
2 # 3 – 4 # 3 ! 4v$P – 2 # 4 v$P ! 0,5 m/s
b) Podemos identificar o tipo de colisão determinando o coeficiente de restituição:
v v$A " v$P 4 " 0,5
e ! af ! ! ! 0,75
vap vA " vP 3"4
Como 0 % e % 1, a colisão é parcialmente elástica.
mAvA2 m v2 2 # 32 4 # 32
c) Ec antes ! " P A ! " ! 27 J
2 2 2 2
mAv$A2 m v$2 2 # 42 4 # 0,52
Ec após ! " P P ! " ! 16,5 J
2 2 2 2
Ec ! 27 – 16,5 ! 10,5 J
A energia cinética dissipada na colisão foi 10,5 J.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Considere um corpo A de massa igual a 0,2 kg, deslo- 3. Durante um treinamento de futebol de salão, a bola de
cando-se com velocidade 20 m/s, até colidir com ou- massa m = 500 g é chutada com velocidade v = 20 m/s
tro corpo de massa 0,05 kg, em repouso. Determine a e se choca frontal e elasticamente contra a trave do
velocidade dos corpos imediatamente após a colisão, gol. Determine, em módulo, a variação da quantidade
sabendo que a colisão é inelástica. de movimento da bola.
2. Ao analisar a colisão frontal de duas bolas de bilhar, A 4. O meteorito que atingiu a Rússia em fevereiro de 2013
e P, um estudante considerou que as bolas têm mas- deixou quase mil feridos. Com, aproximadamente, 10 mil
sas iguais (mA ! mP) e identificou que as velocidades toneladas e 17 metros de diâmetro, antes de entrar na
antes da colisão eram vA ! 8 m/s e vP ! 6 m/s. Qual a atmosfera terrestre, esse meteorito é o maior de que se
velocidade das bolas após a colisão? tem notícia, desde o “Evento de Tunguska”, em 1908,

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 241


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
na Sibéria, responsável pela destruição de 2 mil quilô- sem condição de escape, viu seu carro bater na tra-
metros quadrados de floresta. Mesmo com o avanço seira da caminhonete. Sabendo que 1,8 ! 103 kg e
dos estudos feitos sobre Astronomia, é difícil descrever 0,9 ! 103 kg são, respectivamente, as massas da cami-
com certeza quais foram os maiores asteroides a atingir nhonete e do carro, determine:
a Terra. Porém, é possível afirmar que a Terra, desde a a) a velocidade dos dois carros juntos, após a colisão,
sua formação, tem sido atingida por corpos celestes (as- admitindo que o choque é perfeitamente inelástico.
teroides, cometas, meteoritos) de vários tamanhos. b) a energia cinética perdida na colisão.
Avalie a possibili-

Chelyabinsk Region/AFP/
Otherimages
8. Uma esfera de massa m é abandonada (v0 " 0) a uma
dade de um me-
altura H do solo, caindo em queda livre sob a ação da
teorito, de massa
aceleração da gravidade g. Após a colisão com o solo,
1,0 ! 1012 kg, co-
ela volta a subir e atinge uma altura máxima h.
lidir frontalmen-
te com a Terra à a) Demonstre que o coeficiente de restituição é ex-
velocidade de 36 000 km/h. Considerando que a massa !h
presso por e " .
da Terra é aproximadamente 5,98 ! 1024kg e a colisão !H
é perfeitamente inelástica e libera enorme quantidade b) Sendo H " 2,25 m e h " 0,81 m, calcule o valor do
de calor, determine a fração da energia cinética do me- coeficiente de restituição e classifique o choque me-
teorito: cânico.
a) que se transforma em energia cinética do conjunto c) Calcule as energias cinéticas momentos antes do
Terra + meteorito. choque e imediatamente após o choque e compare-as
confirmando o resultado do item b.
b) que se transforma em calor.
9. Quando um corpo esférico, de massa m e velocidade
O enunciado abaixo refere-se aos exercícios 5 e 6.
v, colide com outro corpo, de massa M, sendo M muito
Sobre uma mesa com a superfície perfeitamente lisa, maior do que m, podemos dizer que a velocidade do
em que a interferência do atrito pode ser desconside- corpo, de massa muito maior, não se altera, de tal for-
rada, uma esfera de massa m e cor amarela permanece ma que podemos considerá-lo “obstáculo imóvel”. Um
parada. Outra esfera igual à anterior, mas de cor verde, exemplo prático dessa situação ocorre se abandonar-
se desloca com velocidade constante vverde sobre a mes- mos esse corpo a uma altura H do solo. Após o choque
ma mesa. Em determinado instante ocorre uma colisão, do corpo com o chão, ele retorna com velocidade v’
frontal e perfeitamente elástica, entre as duas esferas. atingindo uma altura h, sendo h menor do que H. Ob-
5. Após a colisão, qual a velocidade adquirida pela esfe- serve a figura que representa a situação e determine:
ra verde? antes da colisão

Tarumnã
6. Qual a velocidade final da esfera amarela?
após a colisão
7. Em outubro de 2014,
Rogério Reis/Pusar

H
entraram em vigor
h v’
novas medidas para
inibir os abusos pra-
ticados por moto- v
ristas imprudentes. a) O coeficiente de restituição relacionado às veloci-
Entre elas, a legisla- dades v e v’.
ção brasileira de trânsito aumentou significativamen- b) O coeficiente de restituição relacionado às alturas
te o valor das multas para aqueles que fizerem a ul- H e h.
trapassagem em lugar proibido ou pelo acostamento. 10. Um objeto esférico que enfeitava a parte superior de
Segundo essa legislação, o acostamento não deve ser um carro alegórico descolou e caiu de uma altura
usado como faixa para trafegar, mas pode ser usado H = 9 m, até atingir o chão. Após o primeiro encontro
durante uma parada emergencial. com o solo, ele sobe a h= 4,0 m de altura. Considere
Suponha que o motorista de um carro, viajando com g = 10 m/s2 e a massa do objeto m = 3,0 kg. Nessa
velocidade 72 km/h, ao tentar fazer uma ultrapas- situação, determine:
sagem usando o acostamento, foi surpreendido por a) o tipo de choque e seu coeficiente de restituição.
uma caminhonete carregada, parada nesse local e, b) a perda de energia cinética no choque.

242 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


TESTE O QUE APRENDEU

1. (Vunesp-SP) Uma pequena esfera rola sobre uma su- movimento, em kg ! m/s (ou N ! s), adquirida pelo
perfície plana e horizontal de uma mesa, como mostra corpo é:
a figura a seguir. Desprezando a resistência oferecida F (N)
pelo ar, podemos afirmar que, durante o movimento de
2
queda da esfera, após abandonar a superfície da mesa,
permanecem constantes:
1
a) a aceleração e a força que agem na esfera.
b) a aceleração e a quantidade de movimento.
c) a velocidade e a força que agem na esfera. 0 2 6 8 t (s)

d) a velocidade e a quantidade de movimento.


a) 8 c) 16 e) 24
e) a velocidade e a aceleração da esfera.
b) 15 d) 20
5. (Unicamp-SP) As histórias de super-heróis estão sem-
Editoria de arte

pre repletas de feitos incríveis. Um desses feitos é o


salvamento, no último segundo, da mocinha que cai
de uma grande altura. Considere a situação em que a
desafortunada caia, a partir do repouso, de uma al-
2. (Fuvest-SP) Um menino de 40 kg está sobre um tura de 81,0 m e que nosso super-herói a intercepte
skate que se move com velocidade constante de 1,0 m antes de ela chegar ao solo, demorando 0,05 s
3,0 m/s numa trajetória retilínea e horizontal. De- para detê-la, isto é, para anular sua velocidade verti-
cal. Considere que a massa da mocinha é 50 kg. Des-
fronte de um obstáculo, ele salta e, após 1,0 s, cai
preze a resistência do ar e considere g " 10 m/s2.
sobre o skate, que durante todo o tempo mantém a
velocidade de 3,0 m/s. a) Calcule a força média aplicada pelo super-herói
sobre a mocinha para detê-la.
b) Uma aceleração 8 vezes maior que a gravidade (8 g)
Alberto de Stefano

é letal para um ser humano. Determine quantas vezes


a aceleração à qual a mocinha foi submetida é maior
que a aceleração letal.
6. (UFV-MG) Um trenó, com massa total de 250 kg, des-
liza no gelo à velocidade de 10 m/s. Se seu condutor
atirar para trás 50 kg de carga à velocidade de 10 m/s,
a nova velocidade do trenó será de:
Desprezando as eventuais forças de atrito, calcule o
a) 20 m/s c) 5 m/s e) 15 m/s
módulo da quantidade de movimento no ponto mais
b) 10 m/s d) 2 m/s
alto de sua trajetória.
7. (UFC-CE) Um vagão A, de massa 100 kg, move-se
3. (Fuvest-SP) Após o chute para cobrança de uma pe-
sobre trilhos horizontais com velocidade 10 m/s (fi-
nalidade máxima, uma bola de futebol de massa igual
gura A). Em determinado instante, um bloco B de
a 0,40 kg sai com velocidade igual a 24 m/s. O tempo
massa 25 kg cai verticalmente sobre o vagão, ficando
de contato entre o pé do jogador e a bola é 3,0 ! 10#2 s.
aderido a ele (figura B).
a) Qual a quantidade de movimento adquirida pela
bola com o chute?
b) Qual a força média aplicada pelo pé do jogador?
Eunice Toyota

4. (Vunesp-SP) A intensidade (módulo) da resultante


das forças que atuam num corpo, inicialmente em re- A A
10 m/s v"?
pouso, varia como mostra o gráfico. B
Durante todo o intervalo de tempo considerado, o
sentido e a direção dessa resultante permanecem
inalterados. Nessas condições, a quantidade de Figura A Figura B

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 243


TESTE O QUE APRENDEU

Desprezando o atrito entre o vagão e os trilhos, a ve- 9. (UFRJ) A figura representa o gráfico velocidade esca-
locidade do conjunto vagão-bloco passa a ser: lar $ tempo para uma colisão unidimensional entre
a) 2,0 m/s dois carrinhos, A e B.
b) 4,0 m/s
v (m/s)

Editoria de arte
c) 6,0 m/s A
10,0
d) 8,0 m/s B
8,0
e) 10 m/s
8. (UFSC) Dois astronautas, A e B, encontram-se livres
na parte externa de uma estação espacial, sendo des-
0 t (s)
prezíveis as forças de atração gravitacional sobre eles. #3,0
Os astronautas com seus trajes espaciais têm massas #5,0 A
B
mA " 100 kg e mB " 90 kg, além de um tanque de
oxigênio transportado pelo astronauta A, de massa
10 kg. Ambos estão em repouso em relação à estação Calcule:
espacial, quando o astronauta A lança o tanque de a) a razão entre as massas mA e mB dos carrinhos.
oxigênio para o astronauta B com uma velocidade de b) o coeficiente de restituição nessa colisão.
5,0 m/s. O tanque choca-se com o astronauta B, que 10. (Cesgranrio-RJ) Observa-se uma colisão elástica e
o agarra, mantendo-o junto a si, enquanto se afasta. unidimensional de uma partícula de massa m e ve-
locidade de módulo 0,60 m/s com outra partícula
m
de massa , inicialmente em repouso.
4
Quais são os valores dos módulos das velocidades das
partículas, após a colisão?
11. (PUC-SP) Um homem e uma criança caminham sobre
patins, numa mesma direção, mas em sentidos opos-
tos. O homem, de massa 80 kg, vem numa velocidade
A B de 3 m/s e uma criança, numa velocidade de 6 m/s.
Sabe-se que a criança tem massa 40 kg e que, ao se
encontrarem, eles se abraçam. Pergunta-se:
a) O que acontece com o movimento dos dois no mo-
Considerando como referencial a estação espacial, mento do abraço?
indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s): b) Como você classificaria essa colisão? Explique.
(01) Como é válida a terceira lei de Newton, o astronauta
12. (UFG-GO) Um rapaz encontra-se em repouso no cen-
A, imediatamente após lançar o tanque para o astro-
tro de uma pista de patinação. Uma moça vem pati-
nauta B, afasta-se com velocidade igual a 5,0 m/s.
nando ao seu encontro e, após a interação, deslizam
(02) Antes de o tanque ter sido lançado, a quantidade de
juntos. Sabendo-se que o atrito com a pista é despre-
movimento total do sistema constituído pelos dois as-
zível, que a velocidade da moça era 0,5 m/s e que a
tronautas e o tanque era nula.
massa do rapaz e da moça são, respectivamente, 75 kg
(04) Considerando que a resultante das forças externas e 50 kg, calcule a velocidade com que sai o par.
é nula, podemos afirmar que a quantidade de movi-
mento total do sistema constituído pelos dois astro- 13. (UFPB) Uma bola de massa 0,5 kg e velocidade 72 km/h
nautas e o tanque se conserva. se choca frontal e elasticamente contra uma parece
(08) Após o tanque ter sido lançado, a quantidade de mo- rígida. O módulo da variação do movimento linear
vimento do sistema constituído pelos dois astronau- (quantidade de movimento) da bola é:
tas e o tanque permanece nula. a) 36 kg ? km/h
(16) Imediatamente após agarrar o tanque, o astronau- b) 10 kg ? km/h
ta B passa a deslocar-se com velocidadede módulo c) 72 kg ? km/h
igual a 0,5 m/s. d) 20 kg ? km/h

244 Unidade 5 Energia e as leis da conservação da Dinâmica


EXPERIMENTO

Um modelo de canhão
Em filmes com temáticas históricas ou em documentá-

Rogério Reis/Pulsar
rios, podemos ver o funcionamento de canhões antigos. Em
geral, eles estão fixos em fortes, para defender a região de
ataques, ou em navios, para batalhas em mar. Apesar de te-
rem uma massa elevada, os canhões devem estar bem fixos
no solo ou na embarcação. Nesse experimento, você poderá
compreender o princípio do funcionamento dos canhões e
por que eles precisam ser bem fixos e estáveis.

MATERIAIS

• 3 pregos pequenos ou tachinhas • 1 elástico


• 10 cm de linha ou barbante • projétil (borracha escolar)
• 10 a 15 lápis cilíndricos • tesoura
• 1 tábua de 15 cm ! 10 cm • 1 lixa de madeira

PASSO A PASSO

• Pegue a tábua e a deixe bem plana e lisa, lixando-a.


• Fixe dois pregos em um dos lados da tábua, um em cada canto. Um terceiro prego deve ser fixado no centro do
outro lado oposto.
• Passe um elástico pelos pregos que estão nos cantos da tábua.
• No centro do elástico, amarre um pedaço de barbante e estique-o na direção do prego que está no centro do lado
oposto. Enrole o barbante nesse prego para que o elástico fique preso e esticado. Tome cuidado para que o elás-
tico não encoste no prego.
• No “V” formado pelo elástico esticado, coloque um objeto que servirá como projétil. Podem ser duas borrachas
amarradas.
• Coloque diversos lápis cilíndricos sob a tábua, um paralelo ao outro, de modo a formar um tipo de esteira.
Paulo Nilson

linha

elástico

lápis

Com uma tesoura, corte o barbante. Observe atentamente o que acontece.

RESPONDA

1. Após o corte do barbante, o que acontece com o sistema?


2. O que se pode observar com relação à velocidade do projétil e à velocidade da tábua?
3. A massa de cada objeto exerce alguma influência sobre suas respectivas velocidades? Explique.
4. Compare e descreva o funcionamento desse aparato que você construiu com o canhão da fotografia apresentada
no início da atividade.

Capítulo 15 Impulso e quantidade de movimento 245


Unidade

Estática e
Hidrostática
6
Capítulo 16:
Estática de um ponto
material e de um corpo
extenso
Capítulo 17:
Hidrostática
Thiago Leite/Shutterstock.com

246 Unidade66 Estática


Unidade Estáticae Hidrostática
e Hidrostática
Na construção de pontes e viadutos, encontramos exemplos
de equilíbrio de corpo, extensos. Nesse equilíbrio a soma
algébrica e vetorial das forças aplicadas é nula.

Capítulo
Capítulo
16 16
Estática
Estática
de de
umum
ponto
ponto
material
materiale ede
deum
umcorpo
corpoextenso
extenso 247
CAPÍTULO 16

Estática de um ponto
1. Condição de equilíbrio de
um ponto material
material e de um 2. Momento de uma força
3. Condições de equilíbrio de
corpo extenso um corpo extenso
4. Alavancas
5. Tipos de equilíbrio de um
corpo

1. CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO
DE UM PONTO MATERIAL
Para darmos início ao estudo do equilíbrio dos corpos, vamos considerar,
neste momento, o corpo cujas dimensões são consideradas desprezíveis em
relação às condições do fenômeno em estudo.
Podemos afirmar que um ponto material está em equilíbrio quando ele se
encontra em repouso ou em movimento retilíneo uniforme (MRU).
• Se o corpo estiver em repouso (v ! 0 ), ocorrerá o equilíbrio estático.
• Se o corpo estiver em MRU (v !constante " 0 ), ocorrerá o equilíbrio
dinâmico.
Note que, em ambos os casos, a velocidade vetorial é constante e a ace-
leração vetorial é nula. Isso significa que a resultante das forças que agem no
ponto material em equilíbrio é nula.
Para um corpo sujeito a um sistema de forças F 1, F 2, ..., Fn, o equilíbrio ocor-
rerá quando F # F # ... # F ! 0 .
1 2 n

R! 0

Método das projeções


Paulo Cesar

Vamos supor o cenário de uma peça de teatro onde há um relógio que


se mantém em equilíbrio graças à ação de três fios ideais, conforme mostra
a figura ao lado. Sabendo que o peso do objeto é 100 N, vamos determinar
a intensidade das forças T e F que agem no ponto O.
Como o sistema está em equilíbrio, a resultante das forças que agem no
ponto O é zero.
O método da projeção consiste em escolher dois eixos, arbitrariamente,
e projetar nesses eixos as forças agentes. Em seguida, impor a condição de
que a soma algébrica das projeções dessas forças, em cada eixo, seja nula.
Forças atuantes no relógio: Forças atuantes no ponto O: Forças atuantes no ponto O decompostas:
y y
← ←
T$ ! P
← ← ←
T Ty 5 T sen 30°
← ← ← ←
F 30° F Tx 5 T cos 30°

O x O x
← ←
T$ T$

P

248 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Tx ! F (eixo x)
Condições de equilíbrio:
Ty ! T$ (eixo y)
Desenvolvendo o sistema de equações, temos:

T cos 30° ! F T" 3 !F (1) De (2): T ! 200 N


2
1 3
T sen 30° ! P T" ! 100 (2) De (1): 200 " !F F ! 100 3 N
2 2

Método do polígono
Ainda usando o exemplo anterior, podemos também determinar a tração (T)
e a força (F ) pelo método do polígono. Para tanto, devemos dispor as forças para
que a extremidade de uma coincida com a origem da seguinte e formem uma
linha poligonal fechada (R ! 0 ).
T$
Editoria de arte

sen 30° ! (1)


T

T ←
T$ T$ ! P ! 100 N Do triângulo:
30° F
cos 30° ! (2)
← T
F
1 100
De (1) : ! T ! 200 N
2 T
3 F
De (2) : ! F ! 100 3 N
2 200

Exercícios resolvidos
1 (Fuvest-SP) Para vencer o atrito e deslocar um grande

Eunice Toyota
P
contêiner C, na direção indicada, é necessária uma força
F ! 500 N. Na tentativa de movê-lo, blocos de massa m ! 15 kg
são pendurados em um fio, que é esticado entre o contêiner e o C 45°
ponto P na parede, como na figura.
Para movimentar o contêiner, é preciso pendurar no fio, no mí-
nimo:
M
(Dados: sen 45° ! cos 45° ! 0,7 e tg 45° ! 1.)
a) 1 bloco. c) 3 blocos. e) 5 blocos.
b) 2 blocos. d) 4 blocos.

RESOLUÇÃO

Na situação de iminência de movimento, a força de tração no fio horizontal deve ter a mesma intensidade da força
F ! 500 N. Portanto, em tal condição:
y Tx ! 500 (eixo x) (1)
Editoria de arte

Condições de equilíbrio:
Ty ! P ! n " 150 (eixo y) (2)
T T Como tg 45° ! 1, vem:
y

45° Ty
tg 45° ! Ty ! 500 N (3)
F 5 500 N Tx x Tx
500
Substituindo (3) em (2), temos: 500 ! n " 150 n! ! 3,34 # 3
P 5 n ? 150 150
(n 5 n°. de blocos)

Portanto, o número mínimo de blocos que devem ser pendurados para que ocorra o movimento do contêiner é 4.

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 249


2 No esquema ao lado, temos dois corpos com massa m1 e m2. O fio preso

Paulo Nilson
ao corpo 2, que está apoiado sobre a mesa, forma com a horizontal um
m 5
ângulo de 60%. Sabendo que a relação entre as massas 2 é igual a ,
m1 3
calcule o valor do coeficiente de atrito entre o bloco 2 e a mesa, para que m2
m1
o sistema permaneça em equilíbrio.

RESOLUÇÃO
m2 5 O bloco m1 está em equilíbrio; logo:
!
m1 3
T ! P1 T ! m1 " g
5
m2 ! m Fat ! T cos '
3 1 T
5 &m "g = T cos 60% T

Paulo Nilson
Fat ! &N ! &P2 ! &m2g Fat
1
5 3 m2
Fat ! &m1g T cos
5 1 m1
3 &m1"g = m1 " g "
3 2
P1 ! m1g 3 P1
&!
10

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Originária da Áustria, região do Tirol, a tirolesa é um A partir das informações observadas nos arranjos,
esporte para quem gosta de aventura. Possibilita aos pode-se concluir:
praticantes sobrevoar rios, lagos, enfim, terrenos difí- a) A tração suportada pela corda no arranjo 4 é maior
ceis de serem transpostos. que a tração na corda no arranjo 2.
Durante um teste de manutenção em que foi usado
b) A tração suportada pela corda no arranjo 3 é maior
um boneco, ocorreu uma falha dos equipamentos que
que a tração na corda no arranjo 1.
obrigou a paralisação de todo o sistema. No instante
da parada, a posição de equilíbrio do sistema forma- c) A tração suportada pela corda no arranjo 1 é maior
do pelo boneco e pelos cabos de aço que o sustenta- que a tração na corda no arranjo 2.
vam está representada na figura a seguir. d) A tração na corda do arranjo 4 é a maior de todas
as trações.
Darron R. Silva/Aurora/Getty Images

Paulo Nilson

A B
e) A tração suportada pela corda no arranjo 2 é maior
45˚ 45˚
que a tração na corda nos arranjos 1, 3 e 4.
F2 F1
3. Suponha que na situação descrita, no problema an-
terior (1), o boneco de teste tivesse sido substituído
por um esportista e que no momento da parada ele
P estivesse num local equidistante das extremidades
(A) e (B) do cabo, conforme representação da figu-
T
ra. Determine a razão entre as intensidades da
Determine a intensidade da força do peso P do bone- P
força de tração T e a intensidade da força peso, P , do
co, sabendo que em cada corda a tração é 2 2 N.
esportista.
2. Um sino de massa M é pendurado numa corda que 4m 4m
tem suas extremidades fixas. A figura mostra quatro 4. A luminária de um A B
Paulo Nilson

arranjos realizados num experimento. galpão está presa no


teto mediante fios 3m
arranjo 1 arranjo 2 arranjo 3 arranjo 4
(AC e BC) leves, como
Editoria de arte

mostra a figura ao C
lado. Considerando
que o peso da luminá-
ria é de 300 N, qual a
intensidade da força de tração em cada fio?

250 Unidade 6 Estática e Hidrostática


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. Para orientar os motoristas, o dono de um estacio- a) Represente as forças que agem no lustre e no
namento mantém uma placa informativa que está ponto O.
suspensa por três fios, como mostra a figura. Ela en- b) Determine a intensidade das forças de tração que
contra-se em equilíbrio e seu peso é de 200 N. Qual a agem nas cordas.
intensidade de força nos fios AB e AC ?
8. O bloco B da figura está apoiado sobre uma mesa ho-
rizontal. Sabendo que o coeficiente de atrito entre o
Paulo Nilson

bloco B e a mesa é 0,2, determine o valor da massa do


B
bloco A para que o sistema permaneça em repouso.

30˚ Considere g ! 10 m/s².


C
A 5 kg

Paulo Nilson
B

6. As aplicações dos conhecimentos físicos e matemáti-


cos em outras áreas do saber são vastas. Na ortopedia,
um dos ramos da medicina, para avaliar e tratar dos A
v!0
pacientes é fundamental conhecer a ação das forças.
Veja o caso de uma pessoa que, durante um tratamento
de recuperação, tem a perna submetida à ação de uma
9. Os registros sobre o primeiro semáforo, direcionado a
força de tração cuja intensidade varia de acordo com o
orientar o fluxo de veículos, relatam que ele começou
ângulo (, conforme a representação feita na figura.
a operar em Londres, em 1868. Possuía dois braços
que, quando estendidos horizontalmente, indicavam
"Pare" e, quando inclinados a 45 graus, indicavam
"Siga com cuidado". Posteriormente, outros tipos de
semáforos foram criados; contudo, o primeiro que se
aproxima dos formatos atuais, do tipo verde-amarelo-
(
-vermelho, com quatro faces, foi instalado em Detroit,
R
3006_FIS_VU_C16_LA_I010 EUA, em 1920. Atualmente, é difícil imaginar a or-
(
ganização do trânsito, nas grandes cidades, sem esse
instrumento. Analise a instalação do semáforo repre-
sentado a seguir, que apresenta massa de 20 kg e está
pendurado por três cabos. Os cabos 1 e 2 fazem um
P ângulo 30º e 60º com a horizontal, respectivamente.
Paulo Nilson

Quando o referido ângulo varia, ocorre o desloca- 30˚ 60˚


mento horizontal da roldana R. Considerando que a
força peso não varia, determine a intensidade da for- 2
1
ça de tração aplicada na perna quando:
a) ( = 60°. b) ( = 45°. 3
7. Um decorador manteve
um lustre de peso 200 N 30° 60°
amarrado em condições
Eunice Toyota

de equilíbrio, conforme O

o esquema.
As três cordas que o Qual a intensidade das forças de tração nos cabos 1, 2
sustentam são ideais. e 3?

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 251


2. MOMENTO DE UMA FORÇA
Para explicarmos a ideia da grandeza física “momento de uma força”, vamos
recorrer a algumas situações práticas do cotidiano.
Observe este pé de cabra usado Note que nessa representação as
para arrancar um prego cravado no distâncias entre o ponto O e os pontos
ponto O. A ferramenta tende a des- A, B e C são diferentes.
crever um movimento de rotação em
torno do ponto O.
A
Ilustrações: Paulo Cesar
→ •


F →
FA B


FB C


O FC O

Para executar a mesma tarefa, mas Para executar a mesma tarefa com
aplicando menor esforço, é preferível o menor esforço, em qual ponto (A, B
ter uma ferramenta de comprimento ou C ) devemos aplicar a força de me-
maior ou menor? nor intensidade?
Nessas situações práticas, ao aplicarmos uma força F sobre um corpo rígido, ele
tenderá a descrever um movimento de rotação em relação a um ponto fixo O, cha-
mado de polo. A grandeza física que representa essa tendência de rotação é deno-
minada momento MF.
O momento MF de uma força F , em relação ao polo O, é uma grandeza ve-
torial, e sua intensidade é determinada pelo produto da intensidade da força F
pela distância perpendicular d entre o polo e a linha de ação da força aplicada.

MF ! " Fd

Por convenção, vamos adotar o sinal positivo quando a tendência do movi-


mento for no sentido anti-horário e o negativo no sentido horário.

M.O M.O M,O M,O

linha de ← linha de ← linha de ← linha de ←


sentido sentido ação de F ação de F sentido sentido ação de F ação de F
anti-horárioanti-horário horário horário

← ←
F F
O O O O
Ilustrações: Editoria de arte

← ←
d d d d F F

M5O
O ←
No Sistema Internacional, SI, a unidade de intensidade do
F momento de uma força é N # m (newton # metro).
Se a linha de ação da força aplicada for na direção do
linha de ação
polo O, o momento dessa força será nulo.

252 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Momento do binário
Para analisarmos o momento de uma força, recorremos a uma situação prá-
tica: o uso do pé de cabra. Agora, vamos estudar as situações nas quais temos a
ação de duas forças, como quando vamos abrir ou fechar uma torneira.
Observe que as duas forças que agem em cada corpo apresentam a mesma
direção, sentidos opostos, mesma intensidade e linhas de ação não coincidentes.
Esse sistema de forças é denominado binário.

Paulo Nilson
polo do momento F1

D d2 d1
F2 O
O F2

F1

F 5 F1 5 F2
D ! d1 ) d2 Esquema de representação de
um binário.

Usando a ideia de binário e analisando o esquema que o representa, é possí-


vel notar que a ação de um binário sobre o corpo produz o movimento de rota-
ção, mas não causa aceleração de translação, já que a soma vetorial das forças
do binário é nula.
Com base no esquema anterior, podemos escrever:

MF ! )F1d1
1
d1 ! d2 ! d e F1 ! F2 ! F
MF ! )F2d2
2

Portanto: Mbinário ! 2Fd ou Mbinário ! Fd

Qualquer que seja o polo escolhido, a intensidade do momento do binário


é dada pelo produto da intensidade de uma das forças F pela distância entre as
linhas de ação dessas forças ou braço do binário, considerando o sinal relativo ao
sentido de rotação.

Exercícios resolvidos
1 Uma força de intensidade F ! 80 N age numa barra metálica homogênea, em situações distintas. Determine a in-
tensidade do momento da força F em relação ao ponto O, nestas situações:
a) b) c)
← d 5 0,75 m
F
O ←
F
Paulo César Pereira

O ← O
d 5 1,5 m F

RESOLUÇÃO
a) M ! )Fd b) M ! *Fd c) M ! 0
M ! 80 " 1,5 ! 120 N " m M ! *80 " 0,75 ! *60 N " m A linha de ação da força passa
Tende a girar no sentido anti-horário. Tende a girar no sentido ho- pelo ponto O e a barra não ten-
rário. de a girar.

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 253


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Se o objetivo de um operário é fazer girar um para- boas condições de

Studio Caparroz
fuso utilizando a menor força possível, em qual pon- saúde. Alguns apa-
to da chave (A, B, C ou D) ele deve aplicar a força? relhos têm sido es-
Justifique. truturados com ob-
d
jetivo de favorecer P
Paulo Cesar

essas atividades. d
D C B A
Um dos aparelhos 2
mais utilizados nas
academias é a ca- 1
deira extensora. Ele
2. Na placa retangular da figura estão aplicadas três for- é usado principalmente para fortalecer os músculos
ças. Essas forças pertencem ao plano da placa. De- anteriores da coxa. A ilustração acima mostra uma
termine o momento resultante dessas forças em re- pessoa realizando um exercício nesse tipo de cadei-
lação ao ponto C. Em que sentido esta placa gira? ra. Sabendo que o peso utilizado para realizar esse
tipo de exercício foi de 60 N e que a distância entre o
F1 5 5 N F2 5 10 N centro de gravidade do apoio do aparelho e o centro
Editoria de arte

60 cm
articular do joelho é 0,3 metros, determine a quanti-
C dade de torque gerado nos joelhos nas posições 1 e 2.
30 cm
6. Em determinadas situações, para soltar um parafuso
ou uma porca, fazemos uso de ferramentas seme-
F3 5 10 N
lhantes à representada na figura abaixo. Calcule o
3. Ao fechar uma torneira, ← momento das forças que agem na barra em relação
O F2
ao ponto O, considerando que uma das mãos esteja
Paulo Cesar

uma pessoa aplica com os


dedos duas forças de mes- ← posicionada a 30 cm do ponto O e a outra a 40 cm
ma intensidade, F1! 8 N e F1 desse ponto.
F2 ! 8 N, conforme repre-
sentação feita na figura 40 cm 30 cm
ao lado.
Note que nesse caso temos um binário, ou seja, as

Studio Caparroz
duas forças têm mesma intensidade, mesma direção
e sentidos opostos, e as linhas de ação das forças es-
O
tão separadas por certa distância.
Determine o momento do binário, sabendo que a
F2 ! 100 N
distância do ponto de aplicação de F 1 ao ponto O é
0,02 m e de F 2 ao ponto O é 0,02 m. F1 ! 120 N
4. Com o objetivo de arrancar o prego, foi usado o mes-
7. Para montar e fixar as peças que compõem o suporte
mo pé de cabra, em três condições diferentes, confor-
representado na figura, o serralheiro precisa saber
me ilustra o esquema. Em qual das tentativas foi atin-
quais os momentos da força de 1 000 N, em relação
gido o objetivo? Justifique sua conclusão, sabendo
aos pontos A, B e C. Determine esses valores.
que apenas em uma das tentativas se obteve sucesso.
Alberto de Stefano



F
F C
Studio Caparroz


F
0,40 m
0,30 m
0,20 m
5m

1.a condição 2.a condição 3.a condição


1000 N B
5. Atualmente, há estudos que comprovam a impor- 1m A
tância das atividades físicas para a manutenção das 2,5 m

254 Unidade 6 Estática e Hidrostática


3. CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO
DE UM CORPO EXTENSO

Ernst Wrba/Alamy/Latinstock
Até agora, desprezamos as dimensões dos corpos envolvidos
no fenômeno, ou seja, cada corpo foi considerado um ponto
material.
No entanto, além da preocupação com as condições de equi-
líbrio do corpo, consideraremos as suas dimensões, ou seja, pas-
saremos a considerá-lo um corpo extenso.
Os conceitos que analisaremos a seguir levarão em conta
que a ação das forças aplicadas nos corpos poderá modificar o
seu estado de movimento ou repouso sem causar deformação.
Assim, o corpo será considerado extenso e rígido.
Para o equilíbrio de um corpo extenso, não basta que a re-
sultante das forças que agem sobre ele seja nula. Essa condição
é necessária, mas não é suficiente.
Perceba que essas forças, se aplicadas em pontos diferentes
do mesmo corpo, podem provocar movimento de rotação, mes-
mo que seu centro de massa (CM) permaneça em equilíbrio.
O centro de massa deve ser entendido como o ponto
em que podemos considerar aplicada toda a massa do corpo em
estudo.
Ilustrações: Editoria de arte


F Prédio com forma assimétrica em Hanover, Alemanha.

CM ←
F

Se um corpo homogêneo apresentar um elemento de simetria (eixo ou plano),


seu centro de massa pertencerá a esse elemento. Veja os exemplos:

CM CM CM

O encontro das diagonais O centro de uma esfera O CM pode estar fora do corpo,
de uma placa retangular homogênea coincide como é o caso de uma aliança
homogênea determina o CM. com o CM. homogênea, cujo centro do aro
corresponde ao CM.

Quando um corpo extenso se encontra em campo gravitacional uniforme,


seu centro de massa coincide com o centro de gravidade (CG).
O centro de gravidade de um corpo extenso corresponde ao ponto de apli-
cação da força peso.
Um corpo extenso está em equilíbrio quando o seu estado de repouso ou de mo-
vimento não se modifica. No caso do corpo extenso, as condições de equilíbrio são:
1a. condição
A soma vetorial das forças que agem simultaneamente no corpo extenso
deve ser nula.

→ →
R ! + F ! 0 (não há movimento de translação com aceleração)

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 255


2a. condição
A soma algébrica das intensidades dos momentos das forças que agem
simultaneamente no corpo extenso, em relação a um ponto O qualquer,
deve ser nula.

+M ! 0 (não há movimento de rotação)

Teorema das três forças


Considere um corpo sujeito à ação de três forças. Se um corpo estiver em
equilíbrio, e somente três forças atuarem sobre ele, essas forças devem ser co-
planares e suas linhas de ação, paralelas (esquema 1), ou elas devem concorrer
num único ponto (esquema 2).

F2

F2

F1 O


F1 ← O: ponto de concorrência ←
F3 F3

Esquema 1 Esquema 2

A aplicação desse teorema pode simplificar a resolução de muitos problemas


sobre o equilíbrio dos corpos extensos.
Suponha uma barra horizontal, de extremo articulado, suspensa por um fio
ideal.
As linhas de ação do peso P e da tração T concorrem no ponto O. Logo, a
reação da articulação está na direção OA e seu sentido é tal que N A ) P ) T ! 0.

C

NA
Editoria de arte

O


P

NA T
A B

T
articulação ← NA)P )T !0
P

Exercícios resolvidos
1 Uma barra metálica homogênea é articulada no ponto O. Para que
ela se mantenha em equilíbrio na horizontal, amarra-se um fio ideal O9

da extremidade B ao ponto O$, conforme representação do esquema.


1,50 m
Considere o peso da barra P ! 50 N, o comprimento OB ! 1,50 m e
despreze o atrito entre a barra e a articulação. 0,75 m
Represente as forças que agem na barra, determine a intensidade da
força de tração exercida pelo fio e a intensidade da força exercida B
pela articulação.
O CG

256 Unidade 6 Estática e Hidrostática


RESOLUÇÃO
Para representar as forças, é importante lembrar que o peso da barra está apli-

Editoria de arte
← ←
Fv T
cado no seu centro de gravidade. A força aplicada pela articulação tem, em ge-
CG
ral, os componentes horizontal Fh e vertical F v, e a força aplicada pelo fio no
ponto B é T . O B

Nesse caso, como não há tendência de movimento na direção horizontal, a for- P

ça aplicada pela articulação F v nessa direção é nula.


Para não haver rotação, a soma algébrica dos momentos das forças em relação
ao ponto O deve ser nula.
MP ) MT ) MF ! 0
v

*P " 0,75 ) T " 1,50 ) 0 ! 0


*50 " 0,75 ) T " 1,50 ! 0 T ! 25 N
Para não haver movimento de translação, a soma vetorial das forças que agem
na barra deve ser nula. Na horizontal, a resultante dessas forças é nula (Fh ! 0).
Na vertical, teremos:
Fv ) T * P ! 0
Fv ) 25 * 50 ! 0
Fv ! 25 N

Tarumã
2 (UFPR) Uma esfera de peso P ! 10 √3 N e raio R está suspensa por meio de um
fio inextensível de comprimento ! ! R e apoia-se em uma parede vertical sem R
atrito. Determine a força de tração no fio e a força que a parede aplica na esfera.

RESOLUÇÃO

Representando as forças que Como a esfera está em Observando os triângulos de comprimentos:


atuam na esfera: equilíbrio: R 1
cos ' ! ! ' ! 60%
T 2R 2
Tarumã

T ! tração
2 Triângulo de forças:
N u P ! peso T P √3 10 √3
P sen ' ! !
N! reação nor- R T 2 T
P
mal da parede u u T! 20 N
N R N 1 N
cos ' ! ! N ! 10 N
T 2 20

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Admirada com o fun- peso é 600 N. Para tentar manter a régua equilibrada,
Paulo Nilson

cionamento de um horizontalmente, precisou colocar, na extremidade


guindaste de constru- direita, outro objeto cujo peso fosse ideal para man-
ção e com os materiais ter o equilíbrio.
erguidos por ele, uma
Editoria de arte

criança tentou repro-


duzir algo parecido
com um brinquedo.
← ←
Ela pegou uma régua medindo 1,0 m de comprimen- P P1
apoio
to e a colocou sobre um apoio, de tal forma que a ex-
tremidade esquerda ficou a 0,20 m do apoio. Nessa Despreze o peso da régua e determine a intensidade
extremidade, foi fixado um cubo de madeira cujo da força peso P1 desse objeto.

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 257


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2. Considere as condições do exercício 1 e imagine que distante 4 m de A. Na extremidade A está uma garota
a criança encontre um objeto cuja intensidade do de peso 600 N. Qual o peso de um garoto que está em
peso é 200 N. Nesse caso, em que posição ela deveria B para que a gangorra fique em equilíbrio horizontal?
colocar esse novo objeto sobre a régua para mantê-la,

Selma Caparroz
horizontalmente, em equilíbrio?
3. Com o início das obras em 2007 e a inauguração em
2011, a ponte Rio Negro é considerada, atualmente, a
maior ponte fluvial e estaiada do Brasil. A ponte tem C
3 595 m de extensão e liga a cidade de Manaus ao mu- A B
nicípio de Iranduba, no estado do Amazonas. Próximo
às margens, a ponte tem dois trechos convencionais e
na parte central o trecho estaiado, que foi necessário
para não impedir a navegabilidade do rio. 5. Entre 27 de julho e 12 de agosto de 2012, ocorreram
os Jogos Olímpicos em Londres, no Reino Unido. O
Rogerio Reis/Olhar Imagem

Brasil completou sua 21a participação nas Olimpíadas


com uma comitiva de 259 atletas, sendo 136 homens
e 123 mulheres, em 32 modalidades esportivas.
Durante o aquecimento anterior a um treinamento,
um atleta de massa 70 kg faz flexões com os braços
conforme a figura.

Studio Caparroz
centro de
gravidade

Durante a construção da ponte, um operário de 80 kg


precisou caminhar sobre uma tábua rígida de massa
0,9 m 0,6 m
40 kg, que estava parcialmente apoiada num trecho
P
do piso da ponte.
Para se manter parado nessa posição, qual deve ser
Paulo Nilson

a intensidade da força aplicada pelo solo nas suas


mãos? (Considere g = 10 m/s2.)
6. Para divulgar uma nova bebida, um comerciante ex-
põe, na vitrine de sua loja, uma garrafa mantida em
repouso por dois suportes A e B, separados pela dis-
tância d = 0,10 m. A garrafa permanece na posição
horizontal, enquanto as forças exercidas pelos supor-
tes são verticais. A intensidade do peso do conjunto
(garrafa e conteúdo) é 1,6 kgf.
Determine o sentido e a intensidade da força exercida
na garrafa pelo suporte A, sabendo que o centro de
massa C da garrafa está, horizontalmente, à distancia
D = 0,20 m do suporte B.

Determine a distância máxima que o operário podia


Paulo Nilson

se afastar da extremidade do piso da ponte, para que A


C
a tábua, com 8 m de comprimento, permanecesse
apoiada sobre a ponte, ou seja, na situação-limite
para ela girar.
B
4. O esquema representa uma gangorra homogênea d D
que tem 10 m de comprimento e está apoiada em C, P

258 Unidade 6 Estática e Hidrostática


4. ALAVANCAS
O que é uma alavanca?
Junte a essa pergunta uma frase atribuída a Arquimedes (287 a.C-
212 a.C.): “Se me derem uma alavanca e um ponto de apoio, deslocarei o mun-
do”, e teremos o incentivo para novas buscas.
Na prática diária, provavelmente você já fez uso da alavanca em diversas situ-
ações. As alavancas são consideradas máquinas simples, de apenas um compo-
nente, que facilitam o trabalho humano ao multiplicar a força que este aplica em
determinada ação.
Veja alguns tipos de alavanca, classificados de acordo com as posições das
forças que agem sobre ela e do ponto de apoio.

Studio Caparroz
Alavanca interfixa: quando o ponto de apoio
está localizado entre a força potente e a força
resistente. ponto de apoio

força potente
Studio Caparroz

força resistente

força potente
Alavanca inter-resistente: quando
a força resistente está situada entre
o ponto de apoio e a força potente.

força resistente
ponto de apoio

força
potente

Paulo Cesar
Alavanca interpotente: quando a for-
ça potente está situada entre o ponto de
apoio e a força resistente.
ponto de
apoio
Exercícios resolvidos força resistente

Paulo Cesar
1 Na figura ao lado existem duas montagens para levan- F
tar uma pedra de 20 kg. Qual a intensidade da força F
1,20 m
para que seja possível equilibrar a pedra? Qual a mon- 0,30 m 0,30 m F
tagem mais eficiente? (Dado: g = 10 m/s2.)
E E 1,20 m
RESOLUÇÃO

Para resolver situações em que há o uso de alavancas para ampliar a força, podemos igualar os momentos das
forças potente F e resistente P, igual a 200 N.

1a. montagem: 2a. montagem:


MF = MP MF = MP
F · d1 = P · d2 F · d1 = P · d2
Assim, a 1a. montagem é mais eficiente para le-
F · 1,20 = 200 · 0,30 F · 0,30 = 200 · 1,20 vantar a pedra, pois com uma força de 50 N é
F = 50 N F = 800 N possível levantar uma pedra cujo peso é 200 N.

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 259


2 Um atleta equilibra um haltere de 4 kg por causa da
força que o bíceps aplica no rádio. Considere as infor-

Paulo Cesar
mações dadas pela figura e responda: bíceps

a) Que tipo de alavanca se assemelha ao braço hu-


mano? rádio
b) Para manter esse equilíbrio, a força aplicada pelo bí-
B A
ceps deve ser maior, menor ou equivalente ao peso do C
haltere?

RESOLUÇÃO 4 cm 30 cm

a) O braço humano tem estrutura semelhante a uma alavanca interpotente. A mão que segura algum peso exerce
o papel de força resistente, a força aplicada pelo bíceps no rádio é a força potente, e a junção no cotovelo é o ponto
de apoio.
b) Fisicamente, a distância entre o ponto de apoio do objeto (A) e o ponto de articulação (C) é 34 cm, e o bíceps age
num ponto (B) distante 4 cm do ponto de articulação.
Para que o corpo se mantenha em equilíbrio, a soma algébrica dos momentos das forças deve ser nula. Em relação
ao ponto de articulação C, temos:
P ! peso do objeto

Tarumã
F
F ! força exercida pelo bíceps C A

F $ ! força exercida pela articulação (ponto de apoio). B


→ →
F’ P
MP ) MF ! 0
*40 " 0,34 ) F " 0,04 ! 0
F ! 340 N
Esse diagrama mecânico representa as forças que agem no antebraço, sem considerarmos o peso do conjunto (mão–
braço).
Portanto, o bíceps exerce uma força de intensidade maior que a força peso do objeto.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. No corpo humano, podemos encontrar alguns movi- • O músculo bíceps exerce a força potente e o peso
mentos, executados por estruturas ósseas e muscula- do objeto, apoiado na mão, é a força resistente. Nesse
res, que se assemelham aos movimentos das alavan- caso, o ponto de apoio A é o cotovelo.
cas. Nas figuras seguintes, temos três representações:
Ilustrações: Paulo Nilson

• Quando a cabeça é inclinada para a frente ou para


trás, o peso da cabeça é a força resistente, enquanto os
músculos do pescoço exercem a força potente. Nesse
caso, o ponto
de apoio A é a FP bíceps
articulação da
coluna verte-
FP bral com a ca-
A
beça.

FR
A

FR

260 Unidade 6 Estática e Hidrostática


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
• Ao ficar na ponta do pé, para erguer o corpo, o peso 5. Durante uma sessão de fisioterapia, um paciente é
do corpo é a força resistente, enquanto a força poten- orientado a manter a perna em equilíbrio por deter-
te é exercida pelos músculos gêmeos. Nesse caso, o minado tempo na posição A, e, posteriormente, repe-
ponto de apoio A é a ponta do pé. tir a ação na posição B. No pé do paciente, foi amar-
Que tipos de alavanca estão representados nesses casos? rado um objeto de 3,0 kgf, conforme indica a figura.
Paulo Nilson

Paulo Nilson
músculos tíbia
gêmeos

fíbula

FP A
O

A B
FR

2. Os objetos descritos a seguir, quando em uso, desem-


penham a função de alavanca. Determine o tipo de
Calcule, para as duas posições, os momentos das
alavanca que cada um representa:
forças em relação à articulação, representada pelo
a) tesoura ponto O.
b) pedal do acelerador do carro
6. Define-se vantagem mecânica (VM) em alavancas
c) pinça como sendo a razão entre o braço da força potente b
d) abridor de garrafa pelo braço da força resistente a, dada pela expressão:
e) capô de automóvel b
VM ! .
a
3. Liste alguns objetos do seu dia a dia que possam ser-
vir de exemplos de alavanca. Descreva o tipo de ala- Sendo F a força potente e R a força resistente, deter-
vanca que cada um representa. mine o tipo de alavanca, a vantagem mecânica e o
valor da força potente em cada um dos itens dados.
4. Algumas partes do corpo humano tem o funciona- a) a ! 0,5 m
b
mento semelhante ao de uma verdadeira alavanca. b ! 1,0 m
a R ! 100 N
Alberto de Stefano


Um desses casos é encontrado no movimento do an- ←
R
F
tebraço em relação ao braço, na articulação do coto-
velo. Sabendo que o bíceps é o músculo responsável
por esse movimento e que a distância da mão ao coto- a ←
b) F a ! 0,4 m
velo é, aproximadamente, 8 vezes maior que a distân-
b ! 1,2 m
cia do bíceps ao cotovelo, determine a força exercida ← R ! 240 N
R
por esse músculo quando a mão equilibra um objeto
de massa 2,0 kg. Considere g = 10 m/s2. b
c) a ! 1,2 m
b ! 0,4 m
Paulo Cesar

a
R ! 50 N
força ← b
potente R ←
F

d) a ! 10,0 cm
b ! 5,0 cm

R R ! 2,5 N

F
a
ponto de b
apoio força resistente

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 261


5. TIPOS DE EQUILÍBRIO DE UM CORPO
Ao observarmos uma equilibrista que se mantém sobre um
Bruno Arnold/AFP/Getty Images

fio com o auxílio de uma vara longa, temos a impressão de que


ela está na iminência de se desequilibrar e cair.
Se olharmos mais atentamente os corpos que estão ao nosso
redor, identificaremos várias situações que demonstram o equi-
líbrio dos corpos.
A seguir, faremos a análise de duas situações que considera-
mos bastante comuns. Inicialmente, aquela em que o corpo está
apoiado e, depois, a situação em que o corpo está suspenso.

Corpo apoiado sobre uma superfície


Nesse caso, o equilíbrio pode ser:

F • Estável: quando o corpo, ao ser ligeiramente

afastado da posição de equilíbrio, tende a
F voltar a essa posição.

Pt
Ilustrações: Editoria de arte


Pn

P Experimente localizar a posição de equilíbrio
← que uma esfera ocupa sobre uma superfície côn-
superfície P
côncava cava. Afaste-a dessa posição e observe a tendên-
tendência do cia do movimento da esfera.
movimento
A esfera tende a voltar à posição de equilíbrio graças à ação
do componente tangencial da força peso.

tendência do
movimento • Instável: quando o corpo, ao ser ligeiramente

F afastado da posição de equilíbrio, tende a
afastar-se dessa posição.

F
superfície
convexa ← ← Experimente localizar a posição de equi-
P Pt
← líbrio que uma esfera ocupa sobre uma su-
Pn
← perfície convexa. Afaste-a dessa posição
P
e observe a tendência de seu movimento.

A esfera se afasta da posição de equilíbrio devido à ação do


componente tangencial da força peso.


F

F
• Indiferente: quando o corpo, ao ser
ligeiramente afastado da posição de equilíbrio,
tende a permanecer em equilíbrio na nova
posição em que foi abandonado.

superfície ←
P P

plana e horizontal Experimente localizar a posição de equilíbrio de


nova posição de
equilíbrio uma esfera colocada sobre uma superfície plana e
A esfera permanece em equilíbrio ao ser abandonada horizontal. Depois, experimente afastá-la dessa posi-
em outra posição. ção e observe se ela se movimenta.

262 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Corpo suspenso por um dos seus pontos
Nesse caso o equilíbrio pode ser:
• Estável: quando o ponto S, pelo qual o corpo está suspenso, localiza-se acima do centro de gravidade (CG) do corpo.
Observe simulações desse caso com o quadro da obra Moisés e Jocabed, do pintor brasileiro Pedro Américo
(1843-1905).
← ←
F F

Fotos: Pedro Américo.1884. Óleo sobre


tela. Museu Nacional de Belas Artes, RJ
Experimente suspender um corpo pelo
ponto S situado acima do CG. Após ter lo- S S
calizado a posição de equilíbrio, experimente
afastá-lo dessa posição e observe a tendência
do seu movimento.
CG CG

O corpo tende a retornar à posição de ← ←


equilíbrio, devido ao momento da força P P
peso em relação ao ponto S.

posição de equilíbrio tendência de movimento

• Instável: quando o ponto S, pelo qual o corpo está suspenso, localiza-se abaixo do centro de gravidade
do corpo.
Experimente suspender um corpo pelo
ponto S situado abaixo do CG. Localize a
posição de equilíbrio ocupada por ele; expe-
rimente afastá-lo dessa posição e observe a
tendência do seu movimento.
CG

CG
P S ←
S P

Por causa do momento da força peso em F ←
F
relação ao ponto S, o corpo se afasta da
posição de equilíbrio.

posição de equilíbrio tendência de movimento

• Indiferente: quando o ponto S, pelo qual o corpo está suspenso, localiza-se coincidentemente no ponto que
representa o centro de gravidade do corpo.

Experimente localizar a posição de


equilíbrio de um corpo suspenso pelo pon-
to S, coincidente com o CG. Depois, expe-
rimente afastá-lo dessa posição e observe

se ele se movimenta. ←
F
F
CG ! S
CG ! S

P

P
O corpo permanece em equilíbrio ao ser
abandonado em outra posição.

posição de equilíbrio nova posição de equilíbrio

Nas situações analisadas, a condição de equilíbrio está relacionada com a posição do centro de gravidade em
relação ao ponto de apoio ou ponto de sustentação. Sob esse aspecto, vamos analisar outras situações.

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 263


Colocamos quatro corpos de bases iguais e alturas diferentes sobre uma ram-
pa, com atrito suficiente entre as superfícies de contato para impedir o escorre-
gamento (veja figura).
1 2
Ilustrações: Editoria de arte 3 4
← CG Nessa situação, apenas o corpo 4 tombou.
P CG
← Observe que nos corpos 1, 2 e 3 a reta ver-
P CG
← tical que passa pelo centro de gravidade en-
P CG
← contra a base. No corpo 4, a reta vertical que
P
Quanto mais baixo passa pelo CG não encontra a base, e o corpo
o CG estiver, maior
será a estabilidade. tomba. Também podemos dizer que o corpo 3
está na iminência de tombar.

Se repetirmos o experimento com corpos de bases diferentes, mantendo as


condições de atrito para impedir o escorregamento, perceberemos que apenas
o corpo 4 tombará.

2
CG
← 3
P
CG
4

P CG

P CG

P
Quanto maior for a
área de apoio, maior
será a estabilidade.

Nos corpos 1, 2 e 3, a reta vertical, que passa pelo centro de gravidade, en-
contra a base do corpo. Isso não ocorre com o corpo 4, e ele tomba. Note que o
corpo 3 está na iminência de tombar.

Quanto mais baixo estiver o CG e quanto maior for a


área de apoio, maior será a estabilidade do corpo.

Exercícios resolvidos
1 Sobre a carroceria de um caminhão há três blocos cilíndricos de bases iguais e raio 0,60 m. Por causa do atrito exis-
tente entre as superfícies de contato, os blocos não escorregam. Em determinado trecho da estrada há uma subida,
e o motorista receia que os blocos possam tombar. Sabendo que o ângulo de inclinação da ladeira em relação à
horizontal é (, responda: blocos cilíndricos
A
a) O motorista precisa se preocupar ou não com a possibi- B C
lidade de os blocos tombarem?
Em caso positivo, qual bloco pode tombar?
b) Qual a altura máxima que o bloco poderá ter para não
tombar?
(Considere: tg ( ! 0,60.)

264 Unidade 6 Estática e Hidrostática


A
RESOLUÇÃO B C

Ilustrações: Editoria de arte


a) Nos corpos A e B, a reta vertical que passa pelo centro de gravidade CG
encontra a base dos cilindros. Logo, esses blocos não tombarão. CG
CG
No corpo C, a reta vertical que passa pelo CG não encontra a base do
cilindro. Nesse caso, o bloco tombará.

Portanto, a preocupação do motorista é válida.

b) Repare que o bloco B está na iminência de tombar. As-


sim, a altura máxima possível corresponde à altura do bloco B.
diâmetro da base: d ! 2 " R ! 1,20 m h !
altura do cilindro: h CG

tg # ! 0,60 P
Segundo a representação, temos:
1,2
1,20 1,20 0
tg # ! h! h!2m !
h 0,60
Para não tombar, os blocos deverão ter no máximo 2 m de altura.

2 Embora fosse pouco conhecido, o Slackline é uma prática esportiva que

Luciana Whitaker/Pulsar
nos últimos anos tem conquistado muitos adeptos no Brasil. Basicamen-
te, é constituído de uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos, pos-
sibilitando ao praticante andar e fazer manobras sobre ela. A busca pelo
equilíbrio é um desafio constante nesse esporte. De forma semelhante
esse desafio também está presente nas apresentações dos malabaristas.
No caso dos malabaristas, eles fazem uso de uma vara longa, enquanto
se equilibram sobre o fio. Voce acha que o equilibrista usa uma vara lon-
ga para favorecer a manutenção do equilíbrio do corpo ou para valorizar
e dar mais emoção ao seu espetáculo?

RESOLUÇÃO

A vara sendo longa possibilita que ela envergue, fazendo com que o ponto que representa o centro de gravidade
fique abaixo do ponto de apoio. Dessa forma, caso o sistema seja ligeiramente deslocado da posição de equilíbrio,
haverá, em relação ao ponto de apoio, a ação do momento da força peso aplicada ao centro de gravidade, provo-
cando a retomada da posição de equilíbrio. Portanto, a vara longa tem a função de favorecer o equilíbrio do corpo
do malabarista.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Três corpos iguais são colocados sobre três superfícies Nessas condições é possível afirmar:
distintas: o corpo A sobre uma superfície côncava, o B a) Afastado ligeiramente da posição de equilíbrio, o
sobre uma superfície convexa e o corpo C sobre uma corpo B volta a essa posição.
superfície plana e horizontal. b) Afastado ligeiramente da posição de equilíbrio, o
corpo A se afasta dessa posição.
A B
c) Se afastarmos os três corpos da posição de equilí-
brio, somente A e C retornarão a essa posição.
d) Se afastado da posição de equilíbrio, o corpo C per-
manecerá na posição em que for abandonado.
C

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 265


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2. Nesta figura de uma ca- As alternativas seguintes representam a conclusão de
deira de balanço, temos a quatro alunos que se manifestaram diferentemente.

Paulo Cesar
representação de um cor- Qual deles está certo?
po apoiado sobre uma su- a) A parte B é mais pesada que a A.
perfície. Podemos dizer b) As duas partes têm o mesmo peso.
que o corpo está em equi- c) A parte A pode ser menos pesada que a outra, de-
líbrio estável, pois, se o pendendo da gravidade local.
afastarmos ligeiramente d) A parte A é mais pesada que a B.
da posição de equilíbrio, 5. A figura mostra uma régua homogênea em equilíbrio
ele tenderá a voltar para a mesma posição. estático, sob a ação de várias forças.
a) Identifique uma situação na qual o corpo esteja em
0 4 8 12 16 20 24

Tarumã
equilíbrio instável sobre uma superfície. Represente
esse corpo numa figura e justifique sua escolha.
b) Repita o procedimento do item a para uma situação
que exemplifique o equilíbrio indiferente. 2N P
3. Os veículos A e B representados a seguir estão subme- 6N
tidos às mesmas condições de inclinação do piso.
Qual a intensidade da força P, em N?
Paulo Cesar

B
6. Um grafiteiro foi convidado a desenvolver alguns
CG
desenhos para embelezar a cidade e despertar em
A
outros artistas o mesmo propósito. Para produzir
a primeira obra, foi fornecida ao artista uma chapa
CG de madeira com o formato de um retângulo com as
seguintes medidas: AB = 20 m e AD = 20√3 m con-
forme representação a seguir. Sabendo que a chapa,
depois de pronta, seria suspensa pelo vértice A, o gra-
fiteiro quis saber qual o ângulo que a reta AB forma
Assim, se avaliarmos apenas a relação entre o centro com a vertical quando essa chapa estiver suspensa e
de gravidade e o apoio, e não considerarmos outros em equilíbrio. Se você fosse encarregado de fornecer
fatores que interferem no equilíbrio de um veículo, essa informação, o que responderia?
será possível afirmar: A D
Tarumã
a) Os veículos A e B apresentam a mesma estabilidade.
b) O veículo A apresenta mais estabilidade que o veí-
culo B.
c) O veículo B apresenta CG mais alto; portanto tem
mais estabilidade.
d) O veículo A apresenta CG mais baixo; portanto tem B C
menos estabilidade. 7. A barra da figura a seguir é homogênea, seu peso
4. Durante uma atividade experimental, o professor utili- é 12 N e os furos, representados cada um por uma
zou uma vassoura suspensa pelo centro de gravidade, letra, são equidistantes entre si.
mantendo-a na posição horizontal, conforme mostra-
Tarumã

do na figura. Em seguida, pediu aos alunos que serras-


sem o cabo no ponto de suspensão, aferissem o peso
A B C D E F G H I J K
das duas partes e emitissem suas conclusões.
a) O centro de gravidade dessa barra está aplicado
Paulo Cesar

em que ponto?
b) Se suspendermos essa barra pelo ponto E, em
que ponto devemos aplicar uma força de 3 N para
A B manter a barra em equilíbrio horizontal?

266 Unidade 6 Estática e Hidrostática


QUER SABER?

Por que é difícil erguer-se sem dobrar a coluna?


Sente-se numa cadeira, em uma posição semelhante à represen-

Photodisc/Getty Images
tada na foto, e tente ficar de pé sem inclinar a coluna vertebral. Em
seguida, faça uma nova tentativa, dessa vez inclinando a coluna ver-
tebral para a frente. Em qual das duas tentativas você obteve suces-
so? Por que isso ocorre?
Na primeira tentativa, com a coluna vertebral na posição pra-
ticamente vertical, o centro da gravidade do corpo estará locali-
zado fora do alinhamento do ponto de apoio dos pés com o chão
(o CG estará atrás desse ponto de apoio); dessa forma, o seu
corpo tende a permanecer sentado. Na segunda tentativa, com a
inclinação da coluna vertebral para a frente, o centro da gravida-
de do corpo se posicionará cada vez mais próximo do alinhamen-
to vertical do ponto de apoio dos pés com o chão, tornando mais
confortável o movimento para levantar-se da cadeira.

ATIVIDADE

1. Todos nós, ao viajarmos em pé em um ônibus que descreve movimentos bruscos, geralmente mantemos os pés
afastados um do outro para sentirmos maior estabilidade. Qual a explicação para isso?

TESTE O QUE APRENDEU

1. (Enem-MEC) Um portão 2. (Enem-MEC) Realizando uma única pesagem, é pos-


está fixo em um muro por A sível montar pacotes de:
duas dobradiças A e B, a) 3 kg. d) 8 kg.
conforme mostra a figura,
b) 4 kg. e) 12 kg.
sendo P o peso do portão.
c) 6 kg.
Caso um garoto se depen- B
dure no portão pela extre- 3. (Enem-MEC) Realizando exatamente duas pesagens,
midade livre, e supondo é possível montar pacotes de:
que as reações máximas suportadas pelas dobradiças a) 3 kg ou 6 kg. d) 4 kg ou 8 kg.
sejam iguais:
b) 3 kg, 6 kg ou 12 kg. e) 4 kg, 6 kg ou 8 kg.
a) é mais provável que a dobradiça A arrebente
c) 6 kg, 12 kg ou 18 kg.
primeiro que a B.
b) é mais provável que a dobradiça B arrebente 4. (PUC-MG) A figura representa uma régua homogê-
primeiro que a A. nea com vários furos equidistantes entre si, suspensa
por um eixo que passa pelo ponto central 0. Colocam-
c) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão
-se cinco ganchos idênticos, de peso P cada um, nos
simultaneamente.
furos G, H e J na seguinte ordem: 1 em G, 1 em H e
d) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço.
3 em J. Para equilibrar a régua colocando outros cin-
e) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria. co ganchos, idênticos aos já usados num único furo,
Texto para os exercícios 2 e 3: qual dos furos usaremos?
Editoria de arte

Um armazém recebe sacos de açúcar de 24 kg para


A B C D E 0 F G H I J
que sejam empacotados em em-
balagens menores. O único objeto
Editoria de arte

disponível para pesagem é uma


balança de dois pratos, sem os a) A b) B c) C d) D e) E
pesos metálicos.

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 267


TESTE O QUE APRENDEU

5. (PUC-PR) Duas esferas rígidas, 1 e 2, de mesmo diâme- 9. (UFRJ) Um jovem e sua namorada passeiam de car-
tro, estão em equilíbrio dentro de uma caixa, como ro por uma estrada e são surpreendidos por um furo
mostra a figura a seguir. num dos pneus.
1 O jovem, que pesa 75 kgf, pisa a extremidade de uma
Considerando nulo o atrito entre todas
as superfícies, assinale o diagrama que 2 chave de roda, inclinada em relação à horizontal,
A
representa corretamente as forças de C
B como mostra a figura 1, mas só consegue soltar o pa-
contato que agem sobre a esfera 2 nos rafuso quando exerce sobre a chave uma força igual
pontos A, B e C. a seu peso.

Eunice Toyota
a) A
B
c) A e) A A namorada do jovem, que pesa 51 kgf, encaixa a mes-
B B
C C C ma chave, mas na horizontal, em outro parafuso, e pisa
a extremidade da chave, exercendo sobre ela uma for-
A
A ça igual a seu peso, como mostra a figura 2. Supondo
b) B d) B
C que esse segundo parafuso esteja tão apertado quanto
C
o primeiro, e levando em conta as distâncias indicadas
6. (Unicamp-SP) Quando um homem está deitado numa nas figuras, verifique se a moça consegue soltar esse
rede (de massa desprezível), as forças que estão apli- segundo parafuso. Justifique sua resposta.
cadas na parede formam um ângulo de 30° com a hori-
zontal, e a intensidade de cada uma é de 600 N. 750 N
Figura 1
Figura 2
Qual é o peso do homem?
cm

Alberto de Stefano
30
7. (UFS-SE) Três forças de mesma intensidade são apli- 510 N
cadas no ponto A de uma chave, conforme ilustra a
figura a seguir. 30 cm
30 cm 20 cm
Paulo Cesar


F3
10. (UFPA) Uma barra de secção

40° F1

Editoria de arte
P A
reta uniforme de 200 kg de
← massa forma um ângulo
F2 60°
de 60° com um suporte ver-
Em relação ao centro do parafuso P, é correto afirmar tical. Seu extremo superior
que o momento de: Fx
está fixado a esse suporte M

a) F 2 é nulo. d) F 1 é maior que o de F 3. por um cabo horizontal.


Uma carga de 600 kg é sustentada por outro cabo pen-
b) F 1 é nulo. e) F 3 é nulo. durado verticalmente da ponta da barra (ver figura).
c) F 3 é maior que o de F 2. Qual o valor do componente Fx (g é o módulo da ace-
leração da gravidade)?
8. (UFRJ) A figura mostra o braço de um homem aper-
tando um parafuso com uma chave de boca de 0,20 m a) 200 " g N d) 400 " g " √3 N
de comprimento. b) 250 " g " √3 N e) 700 " g " √3 N
c) 300 " g " √3 N
Paulo Cesar

11. (Unicamp-SP) Uma escada homogênea de 40 kg


apoia-se sobre uma parede, no ponto P, e sobre o
chão, no ponto C. (Adote: g ! 10 m/s2.)
Paulo Cesar

0,20 m P

Para dar o aperto final, fazendo a porca girar em torno


do eixo que passa por seu centro, é necessário um mo- 4m
mento de 100 N " m em relação ao eixo. Estando a fer-
ramenta na horizontal, o valor mínimo do módulo da
força vertical que o homem precisa exercer na chave é: 3m

a) 100 N b) 150 N c) 200 N d) 300 N e) 500 N C

268 Unidade 6 Estática e Hidrostática


a) Desenhe as setas representativas das forças peso, a) Copie a figura da direita e nela represente as forças
normal e de atrito em seus pontos de aplicação. que atuam sobre o abridor enquanto a pessoa abre a
b) É possível manter a escada estacionária não haven- garrafa. Nomeie as forças representadas e faça uma
do atrito em P? Nesse caso, quais os valores das for- legenda explicando quem as exerce. Não considere o
ças normal e de atrito em C? peso do abridor.

Paulo Cesar
12. (Fuvest-SP) Uma barra rígi- b) Supondo que essas forças atuem perpendicularmen-
F
da e homogênea de 2,0 kg te ao abridor, qual o valor mínimo da razão P entre
Fa
está ligada numa das ex- o módulo da força exercida pela pessoa, Fp, e o módulo
tremidades a um suporte,
da força que retira a tampa e abre a garrafa?
por uma mola de constante
elástica k ! 200 N/m. Na 15. (UFRJ) Um robô equi-
outra extremidade, articu- pado com braços me-
la-se a um rolete que pode cânicos é empregado
girar livremente. Nessa situação, a mola está defor- para deslocar cargas 60 cm
mada 5,0 cm. (Dado: g ! 10 N/kg.) uniformemente distri-
buídas em caixas cú-
a) Indique as forças externas que atuam sobre a barra.
bicas de lado 60 cm.

Paulo Cesar
b) Qual é a força que a superfície exerce sobre o rolete?
Suponha que o robô
13. (Cesgranrio-RJ) Na figura a seguir, uma haste AB, ho- possa ser considerado
mogênea e de secção reta uniforme, medindo 2,4 m, 80 cm
como um paralelepí-
é suspensa pelo seu ponto médio M, por meio de um pedo retangular de base quadrada de lado 80 cm e
arame. Na extremidade B, há um recipiente de massa massa 240 kg, também uniformemente distribuída.
desprezível contendo água, enquanto na extremidade Suponha também que os braços mecânicos tenham
A há um camundongo de massa 250 g. Nessa situação, massa desprezível e que a carga permaneça junto do
a haste se mantém em repouso na posição horizontal. robô.
Calcule o maior valor possível da massa da carga que
Studio Caparroz

o robô pode sustentar sem tombar.


B
A M 16. (Vunesp-SP) Um bloco y

Editoria de arte
de peso 6 N está sus- 90°
penso por um fio, que se 45°
90° 90°
Em determinado instante, o recipiente começa a va- junta a dois outros num
P x
zar água na razão de 75 g/s e, em consequência disso, ponto P, como mostra a
o camundongo passa a se mover no sentido de A para figura 1.
M, de modo a manter a haste na sua posição inicial. 6N
Dois estudantes, ten-
Assim, a velocidade do camundongo, em m/s, deverá valer: Figura 1
tando representar as
a) 0,10 c) 0,24 e) 0,36 forças que atuam em P e que o mantêm em equilíbrio,
b) 0,16 d) 0,30 fizeram os seguintes diagramas vetoriais, usando a
14. (Vunesp-SP) As figuras a seguir representam, esque- escala indicada na figura 2:
Figura 2
maticamente, à esquerda um abridor de garrafas e à
y y
Editoria de arte

direita esse abridor abrindo uma garrafa. Em ambas


as figuras, M é ponto de aplicação da força que uma 45° 45°
pessoa exerce no abridor para abrir a garrafa.
P x P x
Figura 1

M 3N
M
estudante 1 estudante 2 3N
Paulo Cesar

escala
a) Algum dos diagramas está correto?
Figura 2 b) Justifique sua resposta.
1,4 cm 7,0 cm

Capítulo 16 Estática de um ponto material e de um corpo extenso 269


A arquitetura que
resiste a tremores

270 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Editora Globo

Capítulo 16 271
Estática de um ponto material e de um corpo extenso
CAPÍTULO 17
1. Pressão
Hidrostática 2. Densidade e massa
específica
3. Teorema de Stevin
4. Princípio de Pascal
5. Empuxo

1. PRESSÃO
Os líquidos e os gases, denominados genericamente fluidos, são substâncias
que fluem com facilidade, isto é, que podem escoar. O termo fluido, em discussões
mais recentes, pode envolver também outros estados (ou subestados) da matéria,
como o plasma e os sólidos amorfos. Os fluidos são materiais que não resistem per-
manentemente às mudanças de sua forma quando submetidos à ação de forças.
A Hidrostática (ou Fluidostática) refere-se aos fluidos em repouso, e, para
nosso estudo, precisamos antes conhecer duas grandezas: a pressão e a densi-
dade. Observe as situações:

1a. situação 2a. situação


Carlos tem dois tipos de estaca para Dois tijolos iguais, colocados em posições diferentes (1 e
construir uma cerca. Qual formato de 2), exercem sobre a superfície horizontal da mesa uma força
estaca poderá facilitar seu trabalho? de mesma intensidade. Em relação à pressão exercida pelo
tijolo sobre a mesa, ela se mantém igual nas duas posições?
Studio Caparroz

Paulo Nilson
Posição 1
Posição 2
Formato 1 Formato 2
A estaca em ponta (Formato 2) pe-
netra o solo mais facilmente. Isso por-
que a pressão que essa estaca exerce na A pressão será maior quanto menor for a área de con-
terra é maior devido à sua menor área. tato. Portanto, na posição 2 a pressão é maior que na 1.

Esses exemplos nos levam a constatar que:


A pressão exercida pela força que age sobre uma superfície é diretamen-
te proporcional à sua intensidade e inversamente proporcional à área da
superfície de contato.

Portanto, em uma superfície de área A, em que estão aplicadas forças de


resultante perpendicular F , a pressão sobre essa superfície pode ser definida por:

F
Editoria de arte

F
p!
A

272 Unidade 6 Estática e Hidrostática


No Sistema Internacional (SI), a unidade de medida de pressão é o newton
por metro quadrado (N/m2), também denominada pascal (Pa), em homenagem
ao filósofo, físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662).

1 N (unidade de intensidade de força)


! 1 Pa (unidade de pressão)
1 m2 (unidade de área)
Há outras unidades de pressão que não pertencem ao SI, como o kgf/cm2,
usado nos manômetros de postos de combustível, e a unidade de origem inglesa
lbf/pol2, libra-força por polegada quadrada.

Exercícios resolvidos
1 Uma olaria produz um tipo de tijolo com formato de b) Considerando a base menor, temos:
paralelepípedo, de medidas 8 cm, 15 cm e 30 cm, e área ! 8 " 15 ! 120 cm2 ! 120 " 10#4 m2
peso 45 N. Determine, no SI, a pressão exercida por F 45
esse tijolo sobre um alicerce se: p! !
A 120 " 10#4
a) ele for assentado sobre a base maior. p ! 3 750 N/m2
b) ele for assentado sobre a base menor. 2 Uma bailarina, de peso 480 N,

Ayakovlevcom/
Shutterstock.com
equilibra-se na ponta de
RESOLUÇÃO um dos pés, sendo a área
de contato com o solo de
a) Considerando a base maior, temos: 3,0 cm2. Considerando
área ! 15 " 30 ! 450 cm2 ! 450 " 10#4 m2 a pressão atmosférica
F 45 equivalente a 10 N/m2,
p! !
A 450 " 10#4 qual é o acréscimo de
p ! 1 000 N/m2 pressão, em atmosfera,
relativo à bailarina, no
ponto de contato com o
solo?
Editoria de arte

8 cm RESOLUÇÃO
F 480
30 cm p! ! ! 160 N/cm2
A 3
15 cm
1 atm 10 N/cm2
16 N/cm2
p 160 N/cm2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Um pintor de paredes saiu de uma loja segurando a) o peso sustentado pela mão esquerda ser maior do
dois galões de tinta idênticos, um em cada mão. que o da direita.
Após ter caminhado alguns metros, percebeu que a b) a alça enrolada no pano ter uma área de contato
alça dos galões era feita de arame muito fino e esta- maior; logo a pressão exercida pelo galão sobre a
va cortando sua mão. Pegou um pedaço de pano e mão direita é menor.
enrolou várias vezes a alça de um dos galões. Con- c) os pesos serem iguais; portanto as pressões sobre
tinuou caminhando e percebeu que a mão direita as duas mãos também são iguais.
que sustentava o galão cuja alça estava envolvida d) a alça que não está enrolada no pano ter uma área
pelo pano sentia menos dor do que a mão esquerda de contato menor; logo a pressão exercida pelo galão
que sustentava a alça sem pano. Você atribui essa sobre a mão esquerda é menor.
diferença ao fato de:
e) embora os pesos serem diferentes, as pressões so-
bre as duas mãos serem iguais.

Capítulo 17 Hidrostática 273


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2. Embora os pregos encontrados atualmente sejam a) qual o principal objetivo do cálculo da estrutura de
feitos com diferentes materiais, em aproximada- um alicerce?
mente 3300 a.C., os sumérios fabricavam pregos b) qual a principal função dos dormentes utilizados
rudimentares de ferro e bronze. Mil anos depois, para apoiar os trilhos de uma estrada de ferro?
os hindus também fizeram uso dessa peça e, no iní- 4. Ao nadar sob a água, você pode sentir a pressão dela
cio da era cristã, os soldados romanos pregavam na sobre os tímpanos de suas orelhas. Quanto mais fun-
cruz os judeus revoltosos. No entanto, o uso do pre- do você mergulha, maior torna-se a pressão. Pode-
go de ferro, em grande escala, só ocorreu no século mos justificar a origem dessa pressão:
XVIII com a criação da máquina para fabricar pre-
a) somente pelo peso da água.
gos. Dessa forma, houve o barateamento da produ-
b) somente pelo peso do ar.
ção e a sua utilização se popularizou, facilitando a
fabricação de móveis e imóveis. c) pelo nível de profundidade que a pessoa mergulha.
Um carpinteiro, ao manusear um prego, coloca-o en- d) pelo peso dos fluidos que estão diretamente acima
tre os dedos, polegar e indicador, de tal forma que a de você, água mais ar, e que o comprimem.
“cabeça” do prego fica presa ao indicador e a ponta ao 5. Suponha que o carpinteiro descrito no exercício 2
polegar. Responda às perguntas: resolva atingir a “cabeça” do prego com o martelo,
a) A força que o polegar exerce sobre o prego é igual à aplicando uma força constante de intensidade 90 N.
força exercida pelo indicador? Determine, em N/cm2, a pressão exercida pelo marte-
b) A pressão exercida nos dois dedos é igual? Em qual lo sobre o prego, sabendo que a área plana da cabeça
deles o carpinteiro sentirá mais dor? é 0,12 cm2.
6. Numa fábrica de móveis, foi necessário que uma pes-
3. É comum o uso das forças das expressões "pressão” e
soa de peso 750 N se sentasse sobre uma banqueta de
“peso” como sinônimos. Esse emprego é equivocado,
quatro pernas, cujo peso é 50 N, para testá-la. Conside-
pois forças de pequena intensidade podem exercer
re que a banqueta está em equilíbrio sobre uma super-
grandes pressões e vice-versa, dependendo da área
fície horizontal e determine a pressão (em N/m2) que
da superfície em que essas forças atuam. Com base
cada perna exerce sobre essa superfície, sabendo que
nesse conceito, responda:
cada perna tem seção reta de área 4 cm2.

Pressão atmosférica
A Terra está imersa em uma enorme camada de ar denominada atmosfera,
que possui massa e está sujeita à ação do campo gravitacional terrestre. Portan-
to, o ar tem peso e exerce pressão sobre os corpos nele imersos, denominada
pressão atmosférica.
Para medir a pressão atmosférica, o físico italiano Evangelista Torricelli (1608-
1647) utilizou um tubo de vidro, de 1 m de comprimento, totalmente cheio de
mercúrio e uma cuba parcialmente cheia de mercúrio (Figura 1).
Ele tampou com um dos dedos a extremidade aberta do tubo, inverteu-o e o
introduziu na cuba com mercúrio (Figura 2).
Torricelli destampou a extremidade imersa na cuba e percebeu que o nível de
mercúrio do tubo desceu, permanecendo em equilíbrio na altura de 76 cm em
relação à superfície do líquido da cuba (Figura 3).
vácuo
vácuo

patm
patm pp
atm
atm
76cmcm
76
Selma Caparroz

11m
m

h H
h H.h

tubo
tubo cuba
cuba
Figura 1 Figura 2 Figura 3

274 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Analisando o experimento, ele deduziu que o equilíbrio da coluna de mercú-
rio era mantido pela pressão atmosférica, que agia na superfície do mercúrio da
cuba. Assim, concluiu que a pressão atmosférica patm equivale à pressão exercida
por uma coluna de mercúrio de 76 cm de altura.
Torricelli realizou esse experimento ao nível do mar. Mais tarde, Pascal o repetiu
em um local de maior altitude, constatando que a coluna de mercúrio se estabi-
lizava a uma altura menor que 76 cm. Após inúmeras repetições, em diferentes
altitudes, concluiu que a pressão atmosférica diminuía com o aumento da altitude.
Veja na tabela os valores aproximados da pressão atmosférica em relação à
altitude.

0
Altitude (m) 500 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000
(nível do mar)
patm (cmHg) 76 72 67 60 53 47 41 36

A montagem experimental elaborada por Torricelli foi uma versão

Alexandru Nika/Alamy/Otherimages
rudimentar do barômetro, instrumento usado para medir a pressão
atmosférica.
Nessas condições, definimos uma atmosfera como a unidade de
medida de pressão equivalente a uma coluna de mercúrio de 76 cm de
altura sobre a sua base.

1 atm ! 76 cmHg

Manômetro medindo a pressão em refinadora


No Sistema Internacional, temos: de petróleo.

• 1 atm ! 1,013 " 105 N/m2

Photodisc/Getty Images
Essa unidade é mais utilizada nos casos em que a pressão assume
valores elevados; por exemplo, no interior de uma caldeira a vapor de
locomotivas ou nas profundezas do mar.

• 1 mmHg
Pressão exercida por uma coluna de mercúrio de 1 mm de altura sobre
a sua base. Essa unidade também é denominada torricelli (torr).

O esfigmomanômetro mede a pressão


1 torr ! 1 mmHg ! 0,1 cmHg sanguínea em mmHg.

Tanto o cmHg como o mmHg são unidades usadas para medir pressões mais
baixas, como a pressão sanguínea.

Exercícios resolvidos
1 Se o experimento de Torricelli fosse realizado na Lua, em condições tais que o mercúrio
não se solidificasse, toda a coluna líquida desceria para o recipiente. Explique essa afir-
mativa, supondo desprezível a variação da massa específica do mercúrio de acordo com a patm 5 0
gravidade e com a temperatura.
Editoria de arte

RESOLUÇÃO

Como na Lua não há atmosfera (patm = 0), as condições do ambiente são semelhantes às do
vácuo. Portanto, as condições de pressão serão as mesmas, dentro e fora do tubo, fazendo
que a altura da coluna se iguale ao nível da superfície do mercúrio no recipiente.

Capítulo 17 Hidrostática 275


2 Um menino toma um copo de suco, com o auxílio de um canudinho. Como se expli-

Studio Caparroz
ca a subida do suco no interior do canudo?

RESOLUÇÃO

Quando o ar do canudo é sugado, a pressão no seu interior torna-se menor que a


pressão atmosférica que age na superfície do suco. Dessa forma, a pressão atmosfé-
rica provoca a subida do suco no interior do canudo.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Ao abrir uma lata de azeite, deve-se fazer dois furos e) Próximo à superfície o volume é maior porque a
na face superior da lata. Explique por que tal procedi- pressão é menor.
mento é bem-sucedido. 3. A pressão atmosférica normal é medida à tempera-
2. Num laboratório, um estudante observa que as bo- tura de 0 !C ao nível do mar, onde g " 9,8 m/s2 e
lhas de ar que se formam no fundo de um recipiente corresponde a 76 cmHg ou 1 atm. Se um barômetro
se deslocam para a superfície do líquido, que está em registrar 3 atm, qual será o valor dessa pressão em:
repouso e enche totalmente esse recipiente. Durante
a) cmHg?
o deslocamento, o que se pode afirmar sobre o volu-
me da bolha? b) mmHg?
a) Em todas as posições do deslocamento, o volume é c) N/m2?
constante porque a pressão também não varia. 4. Explique o que ocorreria com um indivíduo se fosse
b) Próximo à superfície, o volume é menor porque a levado da atmosfera terrestre em direção ao espaço
pressão também é menor. sideral.
c) Próximo ao fundo do recipiente, o volume é menor
porque a pressão também é menor. 5. Você já avaliou o que ocorre quando uma pessoa toma
d) O menor volume apresentado pela bolha ocorre na um refrigerante usando um canudinho, aqui na Terra.
metade do deslocamento, pois a menor pressão ocor- É possível fazer o mesmo na superfície da Lua? Justifi-
re nessa altura do recipiente. que.

2. DENSIDADE E MASSA ESPECÍFICA


Observe os blocos maciços de chumbo e de cortiça sobre as balanças da
figura abaixo.
Eles têm a mesma massa, mas volumes di-
Paulo Nilson

ferentes.
A grandeza física que relaciona a massa m
de um corpo e seu volume V é a densidade d,
representada por:

m
d!
V

Do nosso exemplo, podemos concluir que a


densidade do bloco de chumbo é maior que a
do bloco de cortiça, visto que concentra a mes-
ma massa da cortiça em um volume menor.

276 Unidade 6 Estática e Hidrostática


A ideia de densidade de um corpo pode ser adequada a uma substância. A
densidade absoluta ou massa específica $ de uma substância homogênea é
determinada pela relação entre a massa m de uma amostra dessa substância e o
seu respectivo volume V, a uma temperatura fixa:
m
$!
V
Nas tabelas a seguir, temos as massas específicas de algumas substâncias com
valores válidos para condições de pressão de 1 atm. Para os gases e os sólidos, a
temperatura considerada é 0 °C.
Valores da densidade absoluta de algumas substâncias
Substância $ (g/cm3) Substância $ (g/cm3) Substância $ (g/cm3)

Hidrogênio 0,00009 Óleo 0,8 a 0,9 Cobre 8,9

Hélio 0,000179 Gelo 0,9 Prata 10,5

Ar 0,0013 Água (4 °C) 1,00 Chumbo 11,3

Oxigênio 0,00143 Água do mar (salgada) 1,03 Mercúrio (0 °C) 13,6

Cortiça 0,24 Glicerina (0 °C) 1,3 Urânio 18,7

Gasolina (15 °C) 0,74 Alumínio 2,7 Ouro 19,3

Álcool etílico (0 °C) 0,79 Ferro 7,6 Platina 21,4


Fonte: TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. v. 1 e 2.

De acordo com as definições dadas, poderíamos concluir que a densidade ab-


soluta de uma substância coincide com a densidade de um corpo formado por essa
mesma substância. Mas isso só será verdade se o corpo for maciço e homogêneo.
Para os líquidos homogêneos, não há distinção entre densidade e densidade absoluta.
A unidade de densidade, no SI, é o quilograma por metro cúbico (kg/m3).
Acompanhe algumas relações dessa unidade com outras:

1g 10#3 kg
! 1 g/cm3 ! 103 kg/m3
1 cm3
10#6 m3
1g 10#3 kg
! 1 g/cm3 ! 1 kg/L
1 cm3
10#3 L

Exercícios resolvidos
1 Um recipiente de vidro, de massa 300 g, quando completamente cheio de água,
tem massa 700 g. Esse recipiente completamente cheio de um líquido A tem
massa 800 g. Qual a massa específica de A? Demonstre. (Dado: $água ! 1 g/cm3)

Considerando que os volumes da água e do líquido A são iguais,


RESOLUÇÃO
temos:
m 400
Para obter a massa da água, temos: água: $ ! 1! Vágua ! 400 cm3
V V
mágua ! mrec. cheio # mrec. vazio Vágua ! VA ! 400 cm3
mágua ! 700 # 300 mA 800 # 300
líquido A: $A ! ! $ ! 1,25 g/cm3
mágua ! 400 g VA 400
vazio cheio vazio cheio
Editoria de arte

água líquido A

300 g 700 g 300 g 800 g

Capítulo 17 Hidrostática 277


2 Um bloco de chumbo em forma de um paralelepípedo possui as seguintes dimensões: 18 cm, 12 cm e 6 cm. Consi-
derando a massa específica do chumbo igual a 11 g/cm2, encontre o valor da massa desse bloco.

RESOLUÇÃO
m
Como d ! , temos: m ! d " v m ! 11 " 18 " 12 " 6
v
m ! 14 256 g 14,3 kg

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Durante uma atividade experimental, três cubos de 7. Os maiores produ-

Leo Drumond/Agência Nitro


mesmo tamanho (volume), maciços e homogêneos, tores de ouro do
são colocados sobre uma bancada com a seguinte in- mundo são a China,
formação: “As massas dos cubos A, B e C são respec- a Austrália e os Es-
tivamente 4 g, 3 g e 2 g”. Identifique qual dos cubos tados Unidos, com a
tem maior massa específica e qual deles tem a menor. produção anual, em
2. Obtenha 1 kg de água e igual massa de gelo. toneladas, de 345,
a) Qual é mais pesado? 255 e 230, respec-
tivamente. O Brasil, com produção de 65 toneladas
b) Qual tem o maior volume?
de ouro por ano, é o 11o produtor mundial. A maior
c) Qual é menos denso?
mina de ouro do Brasil é a de Paracatu, em Minas Ge-
3. Quando jogado na pia ou no ralo, o óleo de cozinha rais, a 450 km de Belo Horizonte, e sua exploração é
usado entope redes de esgoto, comprometendo a feita por meio de uma concessão à empresa canadense
qualidade das águas de rios e represas. Várias em- Kinross.
presas, preocupadas com a preservação ambiental,
O ouro, por ser um elemento supercondutor e inoxi-
fazem a coleta do óleo que posteriormente é recicla-
dável, está presente na produção industrial e no se-
do e utilizado para a produção de diversos produtos,
tor joalheiro. Para confeccionar uma peça maciça, de
entre eles o biodiesel.
massa 10 · 103 g e volume 625 cm3, foram utilizados
Determine a massa contida em 5 litros de óleo, con-
dois materiais, ouro e prata. Determine a massa de
siderando que a densidade do óleo armazenado é
ouro utilizada na confecção da peça, sabendo que a
0,90 g/cm3.
densidade do ouro e a da prata são respectivamente:
4. Durante um experimento, foram utilizados dois líqui- dAu ! 20 g/cm3 e dAg ! 10 g/cm3.
dos, A e B, de massas específicas $A ! 0,50 g/cm3 e
8. Durante o processo de formação de rochas e relevos,
$B ! 0,90 g/cm3. Sabendo que os volumes dos líqui-
por meio da ação dos vulcões, é importante lembrar
dos são iguais, VA ! VB, qual é a massa específica da
que parte do magma originado dos vulcões resfria no
mistura?
interior da Terra e do solo, dando origem às rochas
5. Uma metalúrgica precisa montar dois cubos ocos, intrusivas. A outra parte escorre sobre a superfície
A e B, de modo que a aresta do cubo B seja o dobro terrestre, originando as rochas extrusivas. O granito
da aresta do cubo A. O material usado nas faces dos é uma rocha magmática intrusiva, e a sua extração é
cubos será uma chapa de metal homogênea e fina muito importante para atividades como a construção
(com espessura constante). Determine a densidade civil. Contudo, a extração do granito e de vários tipos
do cubo maior, sabendo que a do menor é d. de minérios é responsável por significativo impacto
ambiental, causando desequilíbrio na água, no ar, no
6. Em nosso estudo afirmamos que a densidade abso-
solo, no subsolo e na paisagem.
luta de uma substância coincide com a densidade de
um corpo constituído por ela, se o corpo for maciço e Considere um bloco em forma de paralelepípedo
homogêneo. Justifique essa afirmação, argumentan- retangular, cuja área da base é 2 000 cm2 e a altura,
do em relação a uma esfera oca de alumínio. Consi- 60 cm. Sendo g = 10 m/s2 e µgranito = 2,5 · 103 kg/m3,
dere a densidade do alumínio 2,7 g/cm2, a massa de determine:
alumínio da esfera 1 kg, o raio da esfera 10 cm e o seu a) a massa do bloco.
4
volume πR3. Nessas condições, explique por que a b) em N/m2, a pressão exercida pelo bloco sobre a su-
3
esfera não pode ser maciça. perfície, considerada plana e horizontal.

278 Unidade 6 Estática e Hidrostática


3. TEOREMA DE STEVIN
Os corpos imersos em um líquido ficam sujeitos à pressão exercida por esse líqui-
do em todas as direções. Para calcular essa pressão, usamos o teorema de Stevin.
Considere a situação a seguir para um líquido homogêneo e em equilíbrio.
Observando que o líquido se encontra em equilíbrio, a força de contato trocada

Editoria de arte
com o fundo do recipiente tem a mesma intensidade que o peso do líquido (F ! P ).
O recipiente cilíndrico de altura h e área da base A tem volume V ! Ah. Se ele
estiver totalmente cheio de líquido, o volume desse líquido também será V ! Ah.
A pressão p exercida pelo líquido no fundo do recipiente será: A ←
P
← ←
F F
F
p!
A

sendo F ! P ! peso do líquido ! mg.


Como a quantidade de massa depende do volume do recipiente, podemos
relacionar a massa m do líquido com o volume V do recipiente:
m h
d! m ! dV
V
mg dVg
Resulta: p! !
A A
Como V ! Ah, então:
dAhg
p!
A

p ! dgh

Pela equação, percebemos que a pressão de um líquido sobre um corpo


imerso nele, não depende das características do corpo.
Voltando ao recipiente cilíndrico totalmente cheio, devemos considerar que a
pressão atmosférica patm age sobre a superfície livre do líquido em equilíbrio. Por-
tanto, nesse caso, a pressão p exercida num ponto qualquer da base do recipiente é
determinada pela soma da pressão atmosférica com a pressão da coluna de líquido:

p ! patm " dgh

Agora podemos calcular a variação de pressão entre dois pontos, M e N, situados


no interior de um líquido homogêneo em equilíbrio. Se a diferença de profundidade
entre esses pontos é h, então é possível deduzir que a diferença de pressão p
entre esses pontos será determinada por p ! dg h.
p ! pN # pM
p ! patm % dghN # (patm % dghM) hM
hN M
p ! dg(hN # hM) p ! dg h Dh 5 hN 2 hM

No caso de os pontos M e N pertencerem ao mesmo plano N


horizontal, teremos:
h!0 p!0 pM ! pN
Portanto, não há diferença de pressão entre dois pontos imersos em um líqui-
do homogêneo e em equilíbrio que estejam no mesmo plano horizontal.

Capítulo 17 Hidrostática 279


O teorema de Stevin aplicado aos gases
O teorema de Stevin, analisado anteriormente, se aplica aos fluidos que
são praticamente incompressíveis, ou seja, seu volume não diminui quando
submetido à pressão. Nos casos em que a variação de pressão não causa va-
riação de volume, a densidade se mantém uniforme em todos os pontos do
fluido. Isso costuma acontecer nos líquidos, mas não nos gases.
Tomemos como exemplo a Terra e a sua atmosfera. A densidade do ar pró-
xima à superfície da Terra possui um valor de 1,29 kg/m3, que vai diminuindo à
medida que alcançamos altitudes maiores. Isso ocorre porque os gases são facil-
mente compressíveis, provocando variações de densidade à medida que atingem
altitudes maiores.
Nas regiões próximas à superfície, em altitudes inferiores a 10 m, a variação
da densidade do ar é pouco significativa, justificando a aplicação aproximada
do teorema de Stevin. Nessas condições, podemos supor que a pressão diminui
linearmente com a altura. Quando a altura ou o desnível dos pontos avaliados
for relativamente grande, o teorema não poderá ser aplicado.
Adiantando que a pressão exercida por um gás é consequência dos constan-
tes choques das suas partículas, podemos estabelecer que:

Todos os pontos de um gás fechado em um recipiente de dimensões


menores que 10 m têm a mesma pressão.

De fato, como a densidade d dos gases é pequena em relação à dos líquidos


e o valor da altura h é menor que 10 m, o valor do produto dhg também será
pequeno.

Exercícios resolvidos
1 Uma jarra e um copo foram parcialmente preenchidos com o mesmo líqui-

Studio Caparroz
do e na mesma altura. Sabendo que o diâmetro da base da jarra é maior
que o do copo, a pressão exercida no fundo da jarra é maior ou menor que
a pressão exercida no fundo do copo?

RESOLUÇÃO

Sabemos que a pressão exercida por uma coluna de líquido sobre um h

ponto na base do recipiente (p ! dgh) não depende da área da base.


Portanto, para alturas iguais de um mesmo líquido, teremos pressões
no fundo do copo e da jarra também iguais.
d D

2 Uma represa, situada em um local de g ! 10 m/s e pressão atmosférica 1,0 " 10 N/m , tem no ponto de maior
2 5 2

profundidade um desnível de 25 m em relação ao nível da superfície da água. Determine a pressão exercida sobre
esse ponto, sabendo que a densidade da água é 1,0 " 103 kg/m3.

RESOLUÇÃO

A pressão exercida no fundo da represa é determinada por:


p ! patm % dgh
p ! 1,0 " 105 % 1,0 " 103 " 10 " 25
p ! 3,5 " 105 N/m2

280 Unidade 6 Estática e Hidrostática


3 (FCMSCSP) Os três aparelhos a seguir estão situados no interior da mesma sala.
vácuo

vácuo

Ilustrações: Editoria de arte


70 cm
M 20 cm N

Hg Hg Hg
Figura 1 Figura 2 Figura 3

As pressões dos gases contidos em M e N são respectivamente iguais, em cmHg, a:


a) 20 e 20 b) 20 e 50 c) 90 e 50 d) 90 e 20 e) 50 e 90

RESOLUÇÃO

Observando a figura 3, notamos que a atmosfera equilibra uma coluna de 70 cm de mercúrio; logo:

pA ! pC ! patm ! 70 cmHg

Na figura 1, o gás em M equilibra uma coluna de 20 cm de mercúrio (o tubo vácuo (pB 5 0)


está aberto) mais a atmosfera (70 cmHg):
B
pM ! 20 cmHg % 70 cmHg
70 cm
pM ! 90 cmHg
patm
Na figura 2, o gás em N equilibra (o tubo está fechado a vácuo) apenas a coluna
de 20 cm de mercúrio: A C
Hg
pN ! 20 cmHg

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Suponha uma lata cilíndrica, submersa na água de 4. A figura representa três recipientes com água, de tal
um lago, em equilíbrio. forma que o nível da água está na altura h da base
Podemos afirmar que a pressão exercida pela água na dos recipientes. Sabemos que o recipiente 1 e o 3
superfície externa da lata é: contêm o menor e o maior volume, respectivamen-
a) igual nas bases superior e inferior. te, enquanto o recipiente 2 contém um volume in-
b) igual em qualquer ponto dessa superfície. termediário.
c) menor na base inferior.
d) menor na base superior.
Eunice Toyota

e) menor na superfície lateral.

2. Qual será a diferença de pressão exercida sobre dois


pontos no interior de um líquido em equilíbrio, se a h (1) (2) (3)
diferença de profundidade entre eles for 60 cm?
(Dados: d! ! 103 kg/m3 e g ! 10 m/s2.)
3. Sabe-se que a pressão máxima que um mergulhador
pode suportar é equivalente a 10 vezes o valor da Comparativamente, determine:
pressão atmosférica. Qual a profundidade máxima a) Qual dos recipientes contém a maior e a menor
que um mergulhador pode descer abaixo da superfí- massa de água?
cie de um rio cuja densidade da água é 1g/cm³? Con- b) Qual dos recipientes suporta maior e menor pres-
sidere patm ! 1,0 " 105 N/m2 e g ! 10 m /s2. são em sua base?

Capítulo 17 Hidrostática 281


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. Na figura a seguir temos dois recipientes cilíndricos, Durante um mergulho, um desses recursos, o sino
um com raio 40 cm e o outro com raio 30 cm. Ambos de mergulho, foi usado e posicionado a uma pro-
apresentam altura suficiente para armazenar 200 li- fundidade de 50 m. Para preservar a saúde do
tros de óleo. mergulhador, a pressão interna foi mantida com
o mesmo valor da pressão atmosférica ao nível do
r = 40 cm mar (1,0 · 105 Pa). Determine, em N/m2, a diferen-

Tarumã
r = 30 cm ça entre as pressões exercidas, dentro e fora, junto
1 às paredes do sino.
2
7. Durante uma aula de mergulho, o instrutor mergu-
lha carregando um balão de borracha. Descreva o
que ocorre com o volume do balão e com a pressão
r = 40 cm hidrostática exercida nele, à medida que o mergulha-
r = 30 cm dor atinge profundidades maiores.
1
2
8. Um tubo contendo mercúrio tem uma de suas extre-
midades ligada ao registro fechado de um botijão
de gás (figura 1). A outra extremidade do tubo é
livre, permitindo que o mercúrio esteja em contato
com o ar. Ao abrir-se o registro do gás, o mercúrio é
empurrado no tubo e passa a equilibrar-se em uma
a) Qual dos dois recipientes apresenta menor pressão outra posição (figura 2).
no fundo?
b) Sendo dóleo ! 8 " 102 kg/m3, calcule a pressão exer-

Eunice Toyota
cida pelo óleo no fundo dos dois recipientes. Adote
π ! 3. 5 cm

6. Os navios afundados, náufragos, sempre foram alvo


de “caçadores de tesouros”. Essas preciosidades 10 cm
eram transportadas por embarcações antigas, par-
ticularmente na época em que o ouro era levado do
Brasil e de outras colônias da América para a Eu-
ropa. As primeiras tentativas de resgate feitas por Figura 1 Figura 2
mergulhadores foram precárias, mas com a evolu-
ção dos recursos tecnológicos foi possível aprimo- Sabendo que todo o procedimento descrito ocorre em
rar essas buscas. um local ao nível do mar, a pressão do gás contido no
botijão é, em cmHg, igual a:
James Steidl/Shutterstock/Glow Images

a) 91
b) 86
c) 81
d) 71
e) 66

9. Ao medir a pressão sanguínea de uma pessoa dei-


tada no solo, o valor encontrado foi 11 por 7, isto é,
pressão máxima 110 mmHg (14 000 N/m2) e pressão
mínima 70 mmHg (9 210 N/m2). Qual a altura míni-
ma que deverá estar uma bolsa de soro para vencer a
pressão arterial máxima da pessoa? Considere densi-
dade do soro igual a 103 kg/m3 e gravidade no local
Sino de mergulho profundo. 10 m/s2.

282 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Vasos comunicantes
Chamamos de vasos comunicantes à ligação de dois ou mais recipientes

Neoimagem
por dutos fechados. Um recipiente formado por ramos ligados entre si ou um
simples tubo em forma de U podem ser considerados sistemas de vasos comu-
nicantes. Neles é possível observar que a superfície livre de um líquido atinge
sempre a mesma altura nos frascos abertos que se comunicam. O teorema de
Stevin nos ajuda a compreender esse comportamento dos líquidos homogêneos
e em equilíbrio.
Veja, por exemplo, uma casa com quatro caixas-d’água que se comunicam
por canos, e apenas uma é abastecida.
De acordo com o teorema de Stevin, todos os pontos da superfície de um
líquido homogêneo, em repouso, se mantêm no mesmo plano horizontal por-
que estão submetidos
à mesma pressão at- plano
cano de horizontal
mosférica, indepen- abastecimento
dentemente da forma
como os recipientes Exemplo de vasos comunicantes.
se comunicam.
caixa 1 caixa 2 caixa 3 caixa 4
Nessa situação, as
caixas-d’água interli-
gadas por canos são

Marcos Aurélio
denominadas “vasos
comunicantes”.

Exercícios resolvidos
1 Os vasos comunicantes, representados na figura, fo- 2 Um tubo em U contém dois líquidos A e B, homogê-
ram abastecidos com dois líquidos imiscíveis. O lí- neos e não miscíveis entre si e estão em equilíbrio.
quido 1 tem densidade d1 ! 13,6 g/cm3 e o líquido
Tarumã

2, densidade d2 ! 1 g/cm3. Sabendo que os líqui-


dos estão em equilíbrio, determine o desnível y do
líquido 1.
Editoria de arte

hB
líquido 2 hA
34 cm

A
y

B C
líquido 1

3
RESOLUÇÃO A relação entre as alturas hA e hB é hA ! h . Determi-
4 B
ne a razão entre as densidades dA e dB desses líquidos.
Observando que os pontos B e C estão no mesmo lí-
quido e pertencem ao mesmo plano horizontal, te- RESOLUÇÃO
mos, segundo o teorema de Stevin:
ponto B: pB ! patm % d2 " g " 34 Adotando como referência o ponto mais baixo da
ponto C: pC ! patm % d1 " g " y coluna de líquido amarelo, temos;
Como pB ! pC: dA " hA ! dB " hB
patm % d2 " g " 34 ! patm % d1 " g " y dA h 3
! B !
1 " 34 ! 13,6 " y y ! 2,5 cm dB hA 4

Capítulo 17 Hidrostática 283


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(dentro) 1
1. A garrafa térmica, re- água, que se eleva a 50 cm do fundo. Abre-se a tornei-

Marcos Aurelio
presentada pela figura, ra. A que altura se elevará a água nos dois ramos?
possui uma pequena 4
5. Usando-se um manômetro, que consiste em um tubo em
sanfona de borracha

Marcos Aurélio
forma de “U” contendo mercúrio (dHg ! 13,6 " 103 kg/m3),
(fole) que, ao ser pres- 2
podemos medir a pressão de um gás. Observando a fi-
sionada suavemente,
gura representada abaixo, calcule a pressão p, sabendo
empurra o ar contido 3 que a aceleração da gravidade local é 10 m/s2 e a pres-
em seu interior, sem
são atmosférica, 1,0 " 10 N/m2.
impedimentos, para
dentro do bulbo de vi-

Tarumã
dro. Um tubo vertical liga o fundo do recipiente à
base da tampa, permitindo a retirada do líquido con-
p
tido na garrafa.
Considere que o fole está pressionado em uma posi-
ção fixa e o líquido está estacionado no interior do 0,25 m
Hg
0,15 m
tubo vertical próximo à saída. Pode-se dizer que,
nessas condições, as pressões nos pontos 1, 2, 3 e 4
relacionam-se a:
a) P1 ! P2 & P3 & P4 d) P1 & P2 & P3 & P4 6. Imagine que um aluno estivesse interessado em me-
b) P1 ! P4 & P2 ! P3 e) P1 & P4 & P3 & P2 dir o tempo para encher um recipiente e assim saber
a vazão da torneira de sua casa. Durante essa ativi-
c) P1 ! P2 ! P3 & P4
dade, ele começou a pensar como estaria variando a
2. Derrama-se em um dos lados de um tubo em U, que pressão de um ponto no fundo do recipiente. Ele sabe,
contém água, um liquido (L). Eles não se misturam e por exemplo, que, conforme o recipiente vai enchen-
após o repouso verificou-se a seguinte situação: do, a pressão no fundo dele aumenta; afinal, quanto
maior a altura da água, maior a pressão. Como você
Tarumã

acha que esse aluno esboçou o gráfico da variação da


pressão em função do tempo?
12 cm
8 cm
7. O snorkeling é uma prática esportiva em que se mergu-
lha próximo da superfície da água. Nesse esporte, usa-
-se o snorkel para respirar e a máscara para observar a
beleza da vida aquática.
Imagine que uma mergulhadora resolva utilizar um
tubo que desempenhe a mesma função do snorkel, ou
Sendo a densidade da água 1 g/cm3, calcule o valor seja, que a ajude a respirar debaixo da superfície da
da densidade do líquido em kg/m3. água.
3. Coloca-se em um sistema de vasos comunicantes
Reinhard Dirscherl/Age fotostock/Easypix

água e óleo cujas densidades são, respectivamente,


1g/cm3 e 0,8 g/cm3. A altura da coluna de óleo é de
30 cm.
a) Faça um desenho para representar essa situação.
b) Qual a altura da coluna de água medida acima do
nível de separação entre esses líquidos?
4. Dois tubos cilíndricos, de seções 25 cm2 e 10 cm2, têm
seus fundos num mesmo plano horizontal e comuni-
cam-se por um conduto de volume desprezível, colo- Qual será a profundidade máxima que ela poderá
cado ao nível dos fundos e com uma torneira adapta- atingir para que não tenha problemas respiratórios,
da. O maior contém óleo de densidade 0,80 g/cm3, considerando que, na média, o pulmão humano con-
que se eleva a 25 cm acima do fundo; o outro contém segue suportar variações de pressão até 1/20 atm?

284 Unidade 6 Estática e Hidrostática


4. PRINCÍPIO DE PASCAL
De acordo com o teorema de Stevin, os pontos de um líquido homogêneo em
equilíbrio, pertencentes ao mesmo plano horizontal, estão sob a mesma pressão. E
quando os pontos de um líquido estão submetidos a uma variação de pressão?
Observe as figuras que representam duas situações de um mesmo balão de
vidro, com êmbolo móvel e água em seu interior.

Editoria de Arte
A

A
água
água

Figura 1 Figura 2

Na figura 1, vemos que o nível do líquido é igual em todos os tubos. Na figura 2,


o êmbolo é pressionado para baixo, submetendo a água a uma variação de pres-
são transmitida a todos os pontos do líquido. Como consequência, o novo nível da
água permanece igual em todos os tubos. Isso ocorre porque a água é um líquido
incompressível, ou seja, sua densidade não se altera com a variação de pressão.
Pascal, em 1650, com base em vários experimentos práticos, elaborou o se-
guinte princípio:

Se um ponto qualquer de um líquido homogêneo e incompressível,


em equilíbrio, sofre uma variação de pressão 'p, todos os pontos des-
se líquido serão submetidos a essa mesma variação.

Prensa hidráulica
Várias são as aplicações do princípio de Pascal em nosso cotidiano. Por exem-
plo, quando um médico aplica uma injeção com uma seringa, ou simplesmente
quando apertamos o tubo da pasta de dentes, está sendo utilizado o princípio de
Pascal. Entretanto, uma das aplicações mais interessantes desse princípio ocorre
em sistemas hidráulicos, como em prensas, elevadores, pontes ou freios auto-
motivos. Esses sistemas possuem a característica de multiplicar a força que é
aplicada a um de seus êmbolos.
Photodisc/Getty Images

Paul Kingsley/Alamy/Latinstock

Ao apertar o tubo, o creme em seu interior sofre um aumento de Elevador hidráulico, muito utilizado em shoppings.
pressão.

Capítulo 17 Hidrostática 285


Vamos analisar o funcionamento de uma prensa hidráulica, com êmbolos de
áreas transversais A1 e A2, que contém um líquido incompressível em equilíbrio.
Se aplicarmos uma força de intensidade F1, perpendicularmente ao êmbolo 1,
obteremos, perpendicularmente ao êmbolo 2, uma força de intensidade F2, trans-
mitida pelo líquido.

Editoria de arte
êmbolo 1 êmbolo 2 F2
F1
A1 A2

líquido

De acordo com o princípio de Pascal, os acréscimos de pressão sob os êmbo-


los são iguais: p1 ! p2.
Portanto:
F1 F
! 2
A1 A2

Analisando a relação acima, se A2 " A1 F2 " F1.


A variação (aumento ou diminuição) da intensidade da força F2 dependerá
da relação entre as áreas dos êmbolos 1 e 2.
Quando aplicado nos elevadores hidráulicos, mui-
Luís Moura

compressor
de ar to usados em postos de combustíveis, o princípio de
válvula Pascal garante que uma força intensa o suficiente
para elevar um veículo seja aplicada no êmbolo maior
chão
pela pressão do ar comprimido no êmbolo menor.
A abertura da válvula do compressor de ar provo-
pistão
ca um aumento de pressão sobre a superfície do óleo
ar no reservatório A, que é transmitido ao reservatório
B, elevando o pistão.
óleo

reservatório A
reservatório B
Andrew Woodley/Alamy/Otherimages

286 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Exercícios resolvidos
1 Analise o caso de uma prensa hidráulica que necessita manter em equilíbrio uma carga de 200 N sobre um pistão
de área maior. Saiba que os pistões dessa prensa têm áreas 1,0 cm2 e 10 cm2. Nessas condições, qual deve ser a in-
tensidade da força aplicada, perpendicularmente, ao pistão de área menor?

RESOLUÇÃO ← carga

Paulo Nilson
F1

Considerando o princípio de Pascal para um líquido em equilí- pistão 1 pistão 2


brio, temos: A1 A2 ←
F1 F F2
! 2
A1 A2
A1 e A2 são as áreas das superfícies dos pistões 1 e 2, respectiva-
mente.
A 1,0
F1 ! F2 " 1 F1 ! 200 " ! 20 N
A2 10
A força necessária para manter a carga em equilíbrio deve ser 20 N.

2 Nas condições do exercício 1, se o pistão menor sofrer um deslocamento para baixo de 60 cm, qual será o desloca-
mento do pistão maior?

RESOLUÇÃO

Admitindo o líquido incompressível, o volume deslocado no vaso do


pistão menor V1 será igual ao volume deslocado no do pistão maior V2. h2
V2
Portanto: V1 ! V2
A1 " h1 ! A2 " h2 h1 V1

A1 1,0
h2 ! h1 " h2 ! 60 " ! 6 cm
A2 10
O pistão maior sofrerá um deslocamento de 6 cm para cima.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. O princípio de Pascal fundamenta o funcionamen- êmbolo de área 0,80 m2. Sabe-se que o peso de B é de
to da prensa hidráulica. O que você diria a respeito 40 N e que o êmbolo em que está apoiado tem área de
desse dispositivo se alguém afirmasse que o funcio- 50 cm2.
namento da prensa hidráulica é uma maneira de mul- 4. Numa prensa hidráulica, os êmbolos são formados
tiplicar energia? por dois cilindros cujos raios medem 20 cm e 400 cm.
2. Um motorista observa que o radiador de seu carro fu- Para equilibrar um corpo de 5 000 kg de massa co-
rou. Nota que quando o motor do carro está quente locado no êmbolo maior, qual o valor da força, em
a água vaza mais facilmente do que quando o motor Newtons, que deve ser aplicada no êmbolo menor?
está frio (água fria). Explique tal fenômeno com base Considere g = 10 m/s2
no princípio de Pascal. 5. O projeto de uma prensa hidráulica prevê, para seu
3. A prensa hidráulica equilíbrio, que a aplicação de uma força de 5,0 " 103 N
A
representada na figu- sobre o êmbolo maior necessita de uma força de
B
5,0 " 10 N sobre o êmbolo menor. Sabendo-se que a
Paulo Nilson

ra está em equilíbrio. A2
A1
Calcule o módulo do área do êmbolo maior é 2,0 " 103 cm2, qual será a área
peso da carga A que do êmbolo menor?
está apoiada sobre o

Capítulo 17 Hidrostática 287


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
6. O funcionamento de um elevador hidráulico de car- 7. Na figura a seguir temos

Paulo Nilson
ros consiste em um cilindro, de 15 cm de raio, que representado um macaco
F1
comprime o óleo do reservatório, transmitindo essa hidráulico. O pistão me-
pressão a outro cilindro de 0,75 cm de raio. Qual nor tem 0,2 m de diâme-
a força mínima que deveria ser aplicada ao cilin- tro e o maior 1,0 m de di-
dro menor para erguer um veículo de 2,0 " 103 kg? âmetro. Para suspender F2
(Dado: g ! 10 m/s2.) um automóvel de 800 kg
colocado sobre o pistão
maior qual a força mínima, em newtons, que deve ser
aplicada no pistão menor?

5. EMPUXO
Você deve ter notado que quando entramos na água — em um rio, lago, mar ou
em uma piscina — experimentamos uma sensação de leveza. E, ao tentarmos per-
manecer abaixo do nível da água, sentimos uma força nos “empurrando” para cima.
É essa força que mantém os balões de ar quente estáveis durante o voo e permite
que as bexigas de festa de aniversário subam verticalmente quando cheias de gás
hélio. Qual a relação entre esses dois últimos exemplos e quando entramos em uma
piscina? Em ambos os casos os corpos estão imersos em um fluido, o ar ou a água.
As duas situações representadas a seguir nos ajudarão a elaborar a ideia de empuxo.
Studio Caparroz

Se mergulharmos uma
Se você mantiver um objeto bola em um líquido,
suspenso fora e dentro da perceberemos que ele
água, vai verificar que dentro oferece resistência de
da água ele parece mais leve. baixo para cima.
Sempre que um corpo está mergulhado em um fluido (líquido ou gás), ele sofre
a ação de uma força na direção vertical, de baixo para cima, que passaremos a de-
nominar de empuxo E.
No esquema ao lado, temos a represen-
tação das forças exercidas pelo líquido que
Eunice Toyota

agem sobre a superfície do corpo. Note que


essas forças atuam em todas as direções e que
→ elas não se anulam, visto que possuem com-
E
ponentes verticais de intensidades diferentes.
Esse fato pode ser mais bem compreendido
se lembrarmos do teorema de Stevin. Como a
pressão aumenta com a profundidade, a força
aplicada pelo líquido na superfície do corpo
também aumenta nesse sentido. Isso faz com que a soma de todas essas forças
resulte em uma força vertical orientada de baixo para cima.
Assim, podemos dizer que a origem do empuxo está na diferença de pressão
sobre um corpo imerso em um fluido. A intensidade do empuxo que atua em
um corpo é tanto maior quanto maior for a parte do corpo que estiver sub-
mersa. Quando o corpo está totalmente submerso, a intensidade do empuxo
independe da profundidade.

288 Unidade 6 Estática e Hidrostática


Teorema de Arquimedes
Para determinar a intensidade do empuxo, acompanhe esta situação: em um
experimento, mergulhamos um corpo, preso a um dinamômetro, em um reci-
piente com líquido. Ao lado dele, há uma balança calibrada em newtons com um
recipiente que recolhe o líquido extravasado.

indicação: 6 N

Marco Aurelio
indicação: 4 N
corpo

líquido

indicação: 0 indicação: 2 N

Observe que, antes de ser mergulhado, o registro no dinamômetro indica que


o corpo pesa 6 N. Após ficar totalmente submerso, o dinamômetro passa a marcar
4 N para o peso do corpo, e a balança indica 2 N para o peso do líquido extravasado.
Naturalmente, o corpo não perdeu massa nesse processo, e a alteração na marcação
do dinamômetro ocorre pela força de empuxo que passou a atuar no corpo no mo-
mento em que este foi submerso. Essa diferença entre as indicações no dinamômetro
(6 N ! 4 N " 2 N) corresponde justamente ao valor do empuxo. Note que a
balança indica o mesmo valor de 2 N para o peso do líquido extravasado. Coube
ao filósofo grego Arquimedes (287 a. C. – 212 a. C.), após vários experimentos,
concluir que a intensidade do empuxo é igual à intensidade do peso do volume
do líquido deslocado quando um corpo qualquer é colocado em um fluido. O
chamado teorema de Arquimedes pode ser enunciado da seguinte forma:

Em um corpo em contato com um fluido em equilíbrio, o empuxo é


uma força vertical orientada de baixo para cima, cuja intensidade é
igual à do peso do volume de fluido deslocado.

Considere que o líquido do nosso experimento possui densidade dL e que o


volume do líquido deslocado é VD. Para o corpo imerso nesse líquido, de acordo
com o teorema de Arquimedes, temos:
E " PD
em que E representa o valor do empuxo e PD, o valor do peso do líquido deslo-
cado.
m
Como dL " D e PD " mDg, temos:
VD

E " PD E " mDg E ! dLVDg

Pela equação do empuxo, vemos que seu valor será tanto maior quanto maior
a densidade do líquido e quanto maior o volume do líquido deslocado, ou seja,
quanto maior a parte do corpo que se encontrar submersa.

Capítulo 17 Hidrostática 289


Vamos analisar o que acontece quando um corpo de densidade dC é imerso
totalmente em um líquido de densidade dL e, em seguida, é abandonado.
• O empuxo é igual ao peso do corpo: E ! PC
Alberto de Stefano Nesse caso, o corpo permanece equilibrado em qualquer posição, pois a

E resultante dessas forças é nula.
Deduzimos que dL ! dC.
→ • O empuxo é menor que o peso do corpo: E ( PC
Pc
Nesse caso, o corpo irá para o fundo do recipiente, pois a resultante dessas
forças tem sentido para baixo.
Deduzimos que dL ( dC.

Ao chegar ao fundo do recipiente, a força de reação normal passará também
E
a atuar sobre o corpo e ele ficará em equilíbrio.
• O empuxo é maior que o peso do corpo: E & PC

Pc Nesse caso, o corpo se dirigirá para a superfície, pois a resultante dessas
forças tem sentido para cima.
Deduzimos que dL & dC.
→ À medida que o corpo for emergindo na superfície, o volume de líquido
E
deslocado torna-se menor, visto que se reduz o volume do corpo submerso.
Isso faz com que o empuxo também diminua até igualar-se com a força

Pc peso. Nesse momento o corpo passa a flutuar em equilíbrio.

Exercícios resolvidos
1 Uma esfera, de volume 3,0 " 10#4 m3, é totalmente b) a intensidade da força vertical F, que deve agir
imersa em um líquido de densidade 9,0 " 10 kg/m . 2 3 sobre o bloco, para que ele permaneça totalmente
Sabendo que nesse local g ! 10 m/s2, determine: imerso.

a) a intensidade do empuxo que age na esfera;


b) a intensidade do peso da esfera para que ela se des- RESOLUÇÃO

Editoria de arte
E
loque para cima ou para baixo.
a) Dados: Vcubo ! (1,0)3 ! 1,0
RESOLUÇÃO m3; Vlíquido deslocado ! VD ! 0,60 "
1,0 ! 0,60 m3; dL ! dágua ! 1,0 "
a) Como a esfera está totalmente imersa (VD ! Vesfera), P
103 kg/m3
temos:
A intensidade do empuxo que
E ! dLVDg age no bloco é:
E ! 9,0 " 102 " 3,0 " 10#4 " 10 E ! dLVDg
E ! 2,7 N E
E ! 1,0 " 103 " 0,60 " 10 ! 6,0 " 103 N
b) Se Pesfera & 2,7, ela se deslocará
para baixo. b) A intensidade da força
E
P F, a ser aplicada no blo-
Se Pesfera ( 2,7, ela se deslocará
co, deverá fazer imergir
para cima.
os 40% do cubo que es- F
P
2 Durante um experimento, um cubo de madeira de tavam fora da água. Por-
aresta 1,0 m é colocado em um recipiente contendo tanto:
água. Notou-se que o cubo flutuou com 60% do seu
F ! E)
volume submerso. Considere g ! 10 m/s2 e a densi-
dade da água 1,0 " 103 kg/m3. Determine: F ! dLVDg
VD ! 0,40 " 1,0 ! 0,40 m3
a) a intensidade do empuxo exercido pela água sobre
o bloco de madeira; F ! 1,0 " 103 " 0,40 " 10 ! 4,0 " 103 N

290 Unidade 6 Estática e Hidrostática


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Fabricado na costa 4. Ao ser indagado pelo avô sobre o peso do bloco que

All Canada Photos/Alamy/Otherimages


sudoeste da Fin- ele colocou submerso na água, o jovem respondeu:
lândia, o maior “O peso do bloco é 3 N”.
navio de cruzeiro
O avô, paciente, respondeu: “As aparências enganam,
do mundo (Allure
pois eu verifiquei que fora da água o peso dele é 5 N”.
of the Seas) fez a
viagem inaugural Considerando essa conversa, o valor de g = 10 m/s2 e
pelo Mar Bálti- a densidade da água 1 g/cm2, determine:
co, em 2010. Com Allure of the Seas é o maior navio a) o empuxo que age no corpo;
capacidade para do mundo. b) o volume do corpo;
6 360 passageiros, o navio tem 72 m de altura, acima c) a densidade do corpo.
da linha do mar, 361 m de comprimento e 66 m de
largura, contando com chaminés retráteis para pas- 5. Uma bola de futebol, cujo volume é 4,0 litros e cuja
sar sob pontes. massa é 0,30 kg, é mantida totalmente submersa na
água, presa ao
Considere que esse navio permanece em equilíbrio
fundo de uma
e flutuando sob a ação de apenas duas forças, a do
piscina por um

Selma Caparroz
empuxo e a do próprio peso. Nesse caso, quais das
fio inextensível,
afirmações a seguir estão corretas?
de massa e volu-
I. A intensidade do empuxo exercida sobre o navio pre-
me desprezíveis,
cisa ser bem maior do que a intensidade do seu peso.
Isso impedirá um possível afundamento, no caso de ha- como mostra a
ver um acréscimo de carga. figura ao lado.
II. Se ele permanece flutuando, é porque a densidade (Dados: g ! 10 m/s2 e dH2O ! 1 " 103 kg/m3.)
da água é maior do que a densidade média do navio, A tração no fio é:
ainda que na sua construção tenham sido usadas cha- a) 40 N c) 4,3 N e) 37 N
pas de metal.
b) 3,7 N d) 43 N
III. Caso o navio sofra um rompimento no casco, e a
água consiga enchê-lo totalmente, a densidade mé- 6. Durante uma pescaria, um pescador percebeu que
dia do navio será maior que a densidade da água, e era mais fácil puxar a âncora do seu barco quando ela
ele afundará. estava totalmente submersa do que quando ela esta-
IV. A intensidade do empuxo exercida sobre o navio va fora da água. Sobre essa observação, ele elaborou
é igual à intensidade do seu peso. quatro explicações. Qual delas é correta?
2. Sentados à beira da piscina do navio descrito no exer- a) O empuxo produzido pela água e o peso da âncora
cício anterior, três passageiros observam um corpo se anulam.
totalmente submerso em um copo com água. Cada b) O empuxo produzido pela água é maior que o peso
um dos passageiros fez uma afirmação. Quais deles da âncora.
estão corretos? c) Enquanto permanece submersa, o peso da âncora
Passageiro A: A intensidade do empuxo que age nesse é menor.
corpo é igual ao peso da água deslocada pelo corpo. d) Enquanto permanece submersa, a intensidade da
Passageiro B: A intensidade do empuxo que age nes- força para puxar a âncora é menor que a intensidade
se corpo independe do volume desse corpo. do peso da âncora.
Passageiro C: O empuxo que age nesse corpo existe
por causa da pressão no topo do corpo ser menor do 7. Ao ser mergulhado num reservatório de água, um obje-
que a pressão na base dele. to desloca um volume de água equivalente a 6 · 10–4 m3.
Determine a intensidade do empuxo que a água exer-
3. Uma esfera metálica oca, uma “casca”, é fecha- ce no objeto, sabendo que nesse local g = 10 m/s2 e a
da hermeticamente, mantendo um pouco de ar densidade da água é 1 · 103 kg/m3.
em seu interior. Ao ser colocada em um líquido,
8. Os peixes afundam e flutuam em rios, lagos e ocea-
verifica-se que ela permanece parcialmente submer-
nos porque conseguem variar rapidamente sua den-
sa. Caso o ar que está em seu interior seja retirado,
sidade. Explique a afirmativa com base na força de
a esfera afundará, permanecerá no mesmo nível ou
empuxo.
diminuirá sua parte submersa?

Capítulo 17 Hidrostática 291


TESTE O QUE APRENDEU

1 (UFMG) As figuras mostram um mesmo tijolo, de di- a) aumento, com a profundidade, do empuxo exerci-
mensões 5 cm * 10 cm * 20 cm, apoiado sobre uma do pela água.
mesa de três maneiras diferentes. Em cada situação, b) diminuição, com a profundidade, da pressão da
a face do tijolo que está em contato com a mesa é di- água sobre a barragem.
ferente. c) aumento, com a profundidade, da pressão da água
As pressões exercidas pelo tijolo sobre a mesa nas situ- sobre a barragem.
ações I, II e III são, respectivamente, p1, p2 e p3. d) diminuição, com a profundidade, do empuxo exer-
cido pela água.
Editoria de arte

e) diminuição, com a profundidade, da viscosidade


da água.
II IIII III
III 5. (Fatec-SP) Um tanque contendo determinado líqui-
do está na superfície da Terra, num local ao nível do
Com base nessas informações, é correto afirmar: mar onde a pressão atmosférica é 1,0 " 105 Pa. Nessas
a) p1 ! p2 ! p3 c) p1 ( p2 & p3 condições, a pressão total no fundo do tanque é 1,3 "
105 Pa.
b) p1 ( p2 ( p3 d) p1 & p2 & p3
Se esse tanque hermeticamente fechado for levado
2. (UFRGS-RS) No dia a dia, é comum utilizarmos fer- para a superfície da Lua, onde a aceleração da gravi-
ramentas de “corte”, por exemplo, a faca. A maior ou dade é seis vezes menor que na superfície da Terra, a
menor facilidade que encontramos para cortar pão, pressão total no fundo do tanque passará a ser, em Pa:
carne ou outro alimento está diretamente ligada ao
a) 1,0 " 105
fato de essa faca estar mais ou menos “afiada”. Faça
b) 5,0 " 103
uso do conceito de pressão e justifique esse fato.
c) 0,30 " 105
3. (UFPA) Numa proveta graduada em cm3, contendo d) 2,0 " 104
água até o nível 1 300 cm3, colocou-se uma esfera me- e) 2,3 " 105
tálica de 88 g. Com a introdução dessa esfera, o nível 6. (Unifor-CE) O manômetro de mercúrio tem ao lado
da água subiu a 1 308 cm3. A massa específica do me-
direito uma régua centimetrada.
tal, em g/cm3, é:
cm

Editoria de arte
a) 0,1
b) 8,0
c) 11,0
46
d) 14,8
e) 704,0

4. (UFV-MG) As represas normalmente são construídas


de maneira que a largura da base da barragem, B,
seja maior que a largura da parte superior, A, como gás
ilustrado na figura.
8
Essa diferença de largura justifica-se, principalmen-
te, pelo(a): Hg 0

Considerando a pressão atmosférica 1,0 " 105 N/m2, a


A
densidade do mercúrio 1,36 " 104 kg/m3 e g ! 10 m/s2,
a pressão do gás, em N/m2, é:
a) 5,0 " 104
b) 1,0 " 105
c) 1,5 " 105
B d) 1,8 " 105
e) 2,5 " 105

292 Unidade 6 Estática e Hidrostática


7. (UFPE) Um tubo em forma de U está parcialmente 10. (UEL-PR) Para medir a pressão p exercida por um
cheio de água. Um outro líquido, não miscível com a gás, contido num recipiente, utilizou-se um manô-
água, com densidade +L, é colocado em um dos ramos metro de mercúrio, obtendo-se os valores indicados
do tubo até que sua superfície livre esteja a uma altu- na figura. A pressão atmosférica local, medida por
ra de 15 cm abaixo do nível da água no outro ramo. um barômetro, indicava 750 mmHg. O valor de p,
em mmHg, é:

Eunice Topyota
15 cm
20 cm gás

170 mm

Sabendo que a densidade da água é +A ! 1,0 g/cm3,


20 mm
determine +L.
8. (Unicamp-SP) Suponha que o sangue tenha a mesma
densidade que a água e que o coração seja uma bom- a) 150 d) 900
ba capaz de bombeá-lo a uma pressão de 150 mm de b) 170 e) 940
mercúrio acima da pressão atmosférica. Considere c) 750
uma pessoa cujo cérebro esteja 50 cm acima do cora-
11. (Fuvest-SP) Icebergs são blocos de gelo flutuantes que
ção e adote, para simplificar, 1 atm ! 750 mmHg.
se desprendem das geleiras polares. Se apenas 10% do
a) Até que altura o coração consegue bombear o sangue? volume de um iceberg fica acima da superfície do mar e
b) Suponha que essa pessoa esteja em outro pla- se a massa específica da água do mar vale 1,03 g/cm3,
neta. A que aceleração gravitacional máxima ela podemos afirmar que a massa específica do gelo do ice-
pode estar sujeita para que ainda receba sangue no berg, em g/cm3, vale aproximadamente:
cérebro?
a) 0,10 d) 0,97
9. (Ufla-MG) Um tubo na forma de U contém água, con- b) 0,90 e) 1,00
forme mostra a figura 1. Em seguida é colocada uma c) 0,93
quantidade de óleo no ramo esquerdo do tubo. A fi-
12. (UFV-MG) Um bloco cúbico de aresta igual a 4,0 cm
gura 2 mostra a água e o óleo ao longo do tubo após
é colocado em equilíbrio, imerso inicialmente em
ser atingido o equilíbrio.
um líquido A de densidade igual a 0,90 g " cm#3. Em
seguida, o mesmo bloco é imerso em um líquido B,
Editoria de arte

óleo
ficando em equilíbrio conforme a ilustração abaixo.

E F
Editoria de arte

2,0 cm
água água 3,0 cm

líquido A líquido B
A B
Figura 1 Figura 2
A densidade do líquido B, em g " cm#3, é de:
Considerando a densidade da água 1 g/cm3 e a do
a) 0,40
óleo 0,8 g/cm3, pode-se afirmar sobre as pressões nos
b) 1,2
pontos A e B e E e F que:
c) 0,60
a) PA ! PB e PE ( PF d) PA ( PB e PE ( PF
d) 1,0
b) PA & PB e PE & PF e) PA ( PB e PE ! PF
e) 0,80
c) PA ! PB e PE & PF

Capítulo 17 Hidrostática 293


EXPERIMENTO

Digital Vision/Getty Images


Quem faz a força?
A atmosfera terrestre é dividida em algu-
mas camadas segundo características especí-
ficas. Nós vivemos na troposfera, a camada
mais próxima da superfície da Terra, e que
comporta cerca de 80% da massa atmosfé-
rica. É interessante perceber que, apesar de
compor a maior parte da massa atmosférica,
a troposfera tem entre 10 e 20 km de altura.
Isso ocorre porque há uma grande variação
da concentração da mistura dos gases com
relação à altitude, no sentido de a mistura
se tornar mais rarefeita. Assim, não há como
definir um limite evidente para o fim da at-
mosfera, e admite-se o início da exosfera, a
última camada, a 1 000 km da superfície.
Além delas, temos a estratosfera, a mesosfe-
ra e a termosfera.
Alguns dizem que vivemos em um verdadeiro "oceano" de ar. Nas atividades a seguir, tente explicar a
situação apresentada com base na ação das forças que atuam no sistema.

MATERIAIS

• 1 pedaço de cartolina • 1 copo


• 1 garrafa PET • água fria e quente
• gelo • 1 bacia ou balde

PASSO A PASSO

Etapa 1
• Encha inteiramente um copo com água.
• Em seguida, recorte um pedaço de cartolina maior que o tamanho da boca do copo. A cartolina pode ser
substituída por uma carta de baralho.
• Tampe a boca do copo com a cartolina.
• Em seguida vire o copo de “boca para baixo”, lentamente, segurando a cartolina; depois solte-a com cuidado.
• Observe e responda a questão 1.
Etapa 2
• Coloque um pouco de água quente em uma garrafa PET (500 mL ou 600 mL), agite um pouco, jogue a água
fora e tampe a garrafa novamente. Tenha cuidado com a água quente.
• Em seguida, coloque a garrafa em um recipiente (bacia ou balde) com água fria. Você pode colocar bastante
gelo na água do recipiente.
• Observe e responda as questões 2 e 3.

RESPONDA
1. O que aconteceu com a cartolina?
2. O que aconteceu com a garrafa?
3. Como as observações feitas no experimento anterior podem ser aplicadas neste?

294 Unidade 6 Estática e Hidrostática


REFERÊNCIAS LISTA DE SIGLAS

ALONSO, Marcelo; FINN, Edward. Física. Trad. Maria Cesgranrio — Centro de Seleção de Candidatos ao
Alice Gomes da Costa e Maria de Jesus Vaz de Carvalho. Ensino Superior do Grande Rio
São Paulo: Addison-Wesley do Brasil, 1999. Enem — Exame Nacional do Ensino Médio
Fatec-SP — Faculdade de Tecnologia do Estado de
BILAC, Olavo. Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova
São Paulo
Aguilar, 1996.
FEI-SP — Faculdade de Engenharia Industrial
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia; REIS, José Cláudio. FNFi — Faculdade Nacional de Filosofia
Breve história da Ciência moderna. Rio de Janeiro: Fuvest-SP — Fundação Universitária para o Vestibular
Jorge Zahar, 2003. v. 1.
ITE — Instituição Toledo de Ensino
FARIAS, Robson Fernandes de; BASSALO, José Maria Mack-SP — Universidade Presbiteriana Mackenzie
Filardo. Para gostar de ler a história da Física. Cam- PUC — Pontifícia Universidade Católica
pinas: Átomo, 2010. PUCCamp — Pontifícia Universidade Católica de
Campinas
FIOLHAIS, C. Física divertida. Brasília: UnB, 2000.
UECE — Universidade Estadual do Ceará
GLEISER, Marcelo. In: MOURÃO, Ronaldo Rogério de UEL-PR — Universidade Estadual de Londrina
Freitas. Copérnico: pioneiro da revolução astronômica. UEPB — Universidade Estadual da Paraíba
São Paulo: Odysseus, 2003.
UERJ — Universidade Estadual do Rio de Janeiro
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. UFBA — Universidade Federal da Bahia
Fundamentos da Física. Rio de Janeiro: LTC, 1995. UFC-CE — Universidade Federal do Ceará
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HEWITT, Paul G. Física conceitual. Porto Alegre: UFF-RJ — Universidade Federal Fluminense
Artmed, 2002. UFG-GO — Universidade Federal de Goiás
UFMG — Universidade Federal de Minas Gerais
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UFRGS-RS — Universidade Federal do Rio Grande
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PAULO. Disponível em: <www.ipem.sp.com.br/index. UFRJ — Universidade Federal do Rio de Janeiro
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NUSSENZVEIG, Hersch M. Curso de Física Básica 1: UFSE — Universidade Federal de Sergipe
Mecânica. 4. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. UFSM-RS — Universidade Federal de Santa Maria
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Fapesp, São Paulo, n. 157, mar. 2009. Disponível em: UFV-MG — Universidade Federal de Viçosa
<www.revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3810&b- UnB-DF — Universidade de Brasília
d=1&pg=1&lg=>. Acesso em: 31 jul. 2015. Unesa — Universidade Estácio de Sá
Unicamp-SP — Universidade Estadual de Campinas
PONCZEK, Roberto Leon. Da Bíblia a Newton: uma vi-
são humanística da Mecânica. In: ROCHA, J. F. (Org.). Uni-Rio-RJ — Universidade Federal do Estado do Rio
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Origens e evolução das ideias da Física. Salvador:
EDUFBA, 2002. Uniube-MG — Universidade de Uberaba
USP — Universidade de São Paulo
RESNICK, Robert; HALLIDAY, David. Física 1. Rio de Vunesp-SP — Fundação para o Vestibular da Universi-
Janeiro: LTC, 1973. dade Estadual Paulista

Referências 295
SUGESTÕES PARA PESQUISA E LEITURA

O livro didático é uma das fontes de informações que você pode usar para aprimorar seus conhecimentos,
mas não deve ser a única. Por isso, sugerimos algumas alternativas que podem ampliar seus conhecimentos.
Procuramos relacionar livros com temas interessantes para que sua leitura seja agradável e lúdica, sem
perder o rigor dos conhecimentos sobre Física. As revistas indicadas nem sempre são encontradas em bancas,
mas todas possuem versões para a internet, com textos que podem ser acessados gratuitamente.

Livros
BRANCO, Samuel Murgel. Energia e meio ambiente. MONTANARI, Valdir. Energia nossa de cada dia. São
São Paulo: Moderna, 1991. Paulo: Moderna, 2003.
BRECHT, Bertold. Vida de Galileu. Rio de Janeiro: PARKER, Steve. Galileu e o Universo. São Paulo:
Paz e Terra, 1991. Scipione, 1996.
CHALMERS, Alan F. Que é ciência afinal? São Paulo: PARKER, Steve. Newton e a gravitação. São Paulo:
Brasiliense, 1997. Scipione, 1996.
EINSTEIN, Albert; INFELD, Leopold. A evolução da POSKITT, Kjartan. Isaac Newton e sua maçã. São
Física. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Paulo: Companhia das Letras, 2002.
FIOLHAIS, Carlos. Física divertida. Brasília: Editora ROCHA, Romeu F. Grandezas e unidades de
da UnB, 2000. medidas. São Paulo: Ática, 1988.
FREIRE, Helena da Silva. Usos de energia: sistemas, SPEYER, Edward. Seis caminhos a partir de Newton:
fontes e alternativas; do fogo aos gradientes de as grandes descobertas da Física. Rio de Janeiro:
temperatura oceânicos. São Paulo: Atual, 1991. Campus, 1995.
GONICK, Larry; HUFFMAN, Art. Introdução STRATHERN, Paul. Arquimedes e a alavanca. Rio de
ilustrada à Física. Trad. Luis Carlos de Meneses. São Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
Paulo: Harbra, 1994.
TUNDISI, Helena da Silva F. Usos de energia:
HAMBURGUER, Hernest W. O que é Física? São sistemas, fontes e alternativas. São Paulo: Atual, 1991.
Paulo: Brasiliense, 1992. (Meio ambiente).
HEWITT, Paul G. Física conceitual. Porto Alegre: VALADARES, Eduardo de Campos. Física mais que di-
Artmed, 2002. vertida. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002.
LEVY-LEBLOND, Jean-Marc. A mecânica em WAKER, Jearl. O grande circo da Física. Lisboa:
perguntas. Lisboa: Gradiva, 1991. Gradiva, 1990.
WESTFALL, Richard S. A vida de Isaac Newton.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

Revistas
CIÊNCIA HOJE. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira PESQUISA FAPESP. São Paulo: Fundação de Amparo
para o Progresso da Ciência (SBPC). à Pesquisa do Estado de São Paulo.
DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO. Brasília: PESQUISA FAPERJ. Rio de Janeiro: Fundação de
Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA). Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

GALILEU. Rio de Janeiro: Globo. SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL. São Paulo:


Ediouro.
Sites
CIÊNCIA HOJE. Rio de Janeiro. MCTI: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E
Disponível em: <http://www.ciencia.org.br>.1 INOVAÇÃO.
Disponível em: <http://www.mct.gov.br>.
CNEN: COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA
NUCLEAR. PETROBRAS.
Disponível em: <http://www.cnen.gov.br>. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br>.
ELETROBRAS ELETRONUCLEAR. REVISTA PESQUISA FAPESP. São Paulo.
Disponível em: <http://www.eletronuclear.gov.br>. Disponível em: <http://www.revistapesquisa.fapesp.br>.
ESTAÇÃO CIÊNCIA. Universidade de São Paulo.
SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL. São Paulo.
Disponível em: <http://www.eciencia.usp.br>. Disponível em: <http://www.sciam.com.br>.
GREENPEACE.
Disponível em: <www.greenpeace.org.br>. 1 Sites acessados em 10 de abril de 2013.

296 Sugestões para pesquisa e leitura


RESPOSTAS

UNIDADE 1 a sua posição varia em relação a Exercícios propostos ................. 40


um referencial. 1. A ideia de velocidade está relacio-
3. Não, pode acontecer de o outro nada à rapidez com que ocorrem as
Capítulo 1
ônibus estar em movimento, em variações das posições escalares de
relação ao solo. O estudante vê o um corpo.
Exercícios propostos ................. 20 deslocamento em relação ao seu 2. A máxima é superior a 310 km/h
1. a) 345 km ou 345 000 m ônibus, ficando com a impressão e a mínima é inferior a essa
b) 2012,5 km ou 2 012 500 m de que ele se move. velocidade.
c) 1437,5 km ou 1 437 500 m 4. Sim, pois sua posição em relação ao 3. 3,6 km/h
2. 55560 m . 55,56 km barco varia no decorrer do tempo. 4. A velocidade média de um móvel
3. 23,75 kg 5. I) verdadeira II) falsa III) falsa pode ser expressa pela razão entre
4. a) 6,0 ! 10"4 kg c) 4,5 ! 10"5 kg 6. a) em repouso o deslocamento e o corresponden-
b) 8,5 kg d) 8,6 ! 10"9 kg b) em movimento te intervalo de tempo. A velocidade
c) em movimento instantânea nos remete à ideia da
5. 15 000 s
7. O parafuso cairá sobre Carlos. velocidade escalar medida em cada
6. a) O período de oscilação não varia instante do movimento.
com a amplitude. 8. a) Para o viajante A, o guarda ro-
doviário está em movimento. 5. 72 km/h
b) O período de oscilação aumenta
6. 4 dias e 4 horas
com o aumento do comprimento b) Verdadeira
do pêndulo, ou seja, há diminuição 7. 9,6 km/h
c) Para o guarda rodoviário, am-
da velocidade de oscilação. bos estão em movimento. 8. O caramujo é mais lento que o bi-
cho-preguiça.
Exercícios propostos ................. 22 9. a) em repouso
9. a) 0,5 m/s b) 1200 m
1. Não, pois não há unidade de medi- b) em movimento
10. 120 km/h 11. 42 km/h
da capaz de mensurar o sentimento. 10. b
2. 109 3. 106 4. 108 11. Resposta pessoal. Quer saber? ...............................41
5. a) 7,7 ! 102 c) 5,0 ! 102 1. 2 252,47 milhas terrestres.
Exercícios propostos ................. 36
b) 6,6 ! 102 d) 6,6 ! 101 2. 404,97 milhas marítimas.
1. a) Trajetória circular.
6. 10 voltas
7
b) Na mesma vertical que passa pe- Teste o que aprendeu ................ 42
Exercícios propostos ................. 25 los helicópteros, ele verá o ponto P 1. I) c II) a
1. 3 2. 4,15 ! 10 km2 com uma trajetória idêntica àquela 2. b 3. 5 m/s 4. c
3. a) Trena d) Micrômetro vista pelo observador no helicópte-
ro de cima, porém com P girando no 5. 47 km/h 6. 40 m
b) Régua e) Resposta pessoal. 7. Aproximadamente 38 4000 km
sentido contrário. Para um observa-
c) Fita métrica dor no solo, mas distante da vertical
4. a) Três d) Três que contém os helicópteros, a traje-
b) Quatro e) Quatro tória será helicoidal. Capítulo 3
c) Três f) Dois 2. A trajetória de um corpo depende
5. a) 1,94 b) 5,1 do referencial adotado . Exercícios propostos ..................47
6. a) 17,48 cm2 b) 5,1 cm2 3. a) SM $ 0; SN $ 60 km; 1. a) 10 m b) "8 m c) 10 s
7. Resposta pessoal. SO $ 140 km; SP $ 180 km 2. s $ 2t
b) SM $ "160 km; 3. a) 1 m/s; 2m
Quer saber? .............................. 26 b) T progressivo; R retrógrado
1. Resposta pessoal. SN $ "100 km;
c) SR $ 5 " 1t
2. 106 átomos SO $ "20 km; SP $ 20 km
d) 1,5 s
4. a) xA $ 5 m; xB $ 9 m;
Teste o que aprendeu .................27 4. a) 1800 m b) 0
xC $ "2 m; xD $ "5 m
1. b 5. a) 10 s; sa $ sb $ 120 m
b) 11 m
2. a) d2 # d1 # d3 b) 10 b) 22 s
c) "10 m
3. 12h35min25s 6. a) 7 s b) 1,2 s
d) Movimento progressivo
4. c 5. e 7. Consumo de A é 3,75 litros e de B,
e) Movimento retrógrado
1,25 litros
UNIDADE 2 5. As afirmações II e IV estão corretas.
6. a) 5 horas e 30 minutos; Exercícios propostos ................. 49
Capítulo 2 b) Um quarto da circunferência; 1. a) s (m)

Exercícios propostos ................. 32 c) C = 2 πR 15


4 10
1. Quando as dimensões do corpo em d) Não, o deslocamento é aparente.
estudo são muito pequenas se com- 7. a) 1080 m b) 180 m; 180 m 5
paradas às dimensões em que ocor-
re o fenômeno estudado. 8. 80 km; 110 km 0 1 2 3 4 5 6 t (s)
2. Está em repouso quando, num in- 9. a) Circunferência "5

tervalo de tempo, a sua posição b) Pelo observador na calçada é "10


não varia em relação a um referen- uma reta e para o ciclista um ponto "15
cial. E está em movimento quando que não descreve trajetória.

Respostas 297
b) v (m/s) 3. a) v ! 15 " 2t (SI) b) 7,5 s lor numérico e pela unidade de me-
5 4. a) v ! 20 # 1,5t (SI) dida. As vetoriais são identificadas
b) 24,5 m/s por um valor, unidade de medida,
c) Acelerado. direção e sentido.
5. 4,0 m/s2; 10 m/s 2. a) A e B; C e D
0 6 t (s)
6. "4,0 m/s2; 4 s b) C e D
c) s ! "15 # 5t (SI) 7. 0,6 m/s; 0,2 m/s2 c) A e C
d) 3 s; movimento progressivo d) Não, porque suas direções são
e) Não, a forma do gráfico apre- Exercícios propostos ................. 60 diferentes.
senta apenas a dependência entre 1. Não, no MU as partículas percor- 3. A soma vetorial está relacionada à
as grandezas s e t. rem espaços iguais em tempos ideia de obter um único vetor que
2. a) "3 m d) 1,5 s iguais e no MUV os espaços per- representa a soma de dois ou mais
b) 2 m/s e) 21 m corridos em intervalos de tempos vetores.
iguais serão cada vez maiores, 4. Sim, quando os vetores são opostos.
c) s ! "3 # 2t
quando o movimento for acelera-
3. Ambos possuem a mesma veloci- 5. a)
do, e cada vez menores no movi- 4 km
dade. mento retardado.
4. 60 m; 65 m 2. a) 2 m/s b) 6 m/s2 c) 20 m 4 km
5. vA . 5,65 vG; vB . 11,3 vG 3. 3 s 4. 16 s navegante
6. s ! 15 " 3t 5. a) 5 s a 10 s d) 0
N
Teste o que aprendeu ................ 50 b) 0 a 5 s e) 0 a 10 s
O L
1. 250 s 2. e 3. b c) 5s PS
S
4. a) 20 m b) 20 m/s 6. 18 s 7. a) 57 m
b) 20 km
c) 10 m/s b) Entre 0 e 2 s e entre 8 s e 10 s
c) Ela representa a menor distân-
5. b 6. b 7. e c) 9 m cia para a equipe de salvamento
8. Carlos chegar ao local.
Capítulo 4
Exercícios propostos ................. 62 6. 2u 7. 7 m
! ! "! "
Exercícios propostos ................. 53 1. "0,25 m/s2 2. 0 8. i = 2n + 3m 9. 0 N
1. Movimento variado está relaciona- 3. 100 m Teste o que aprendeu ................ 72
da à variação da velocidade escalar 4. a) 20 m/s b) 40 s
instantânea do móvel. 1. a) A, E e F; C e D; B e G .
5. Conseguiu parar à distância de
2. Movimento variado acelerado: 20 m da terra. b) A e F; C e D.
trem saindo da estação, corpo em 6. a) 90 m b) 3,5 m/s2 c) A, B, E e F; C e D.
queda livre. Movimento variado re- 7. a) caminhão: 70 s e 1225 m d) A e F; C e D.
tardado: trem freando na estação, 2. c 4. c 6. e
Carro: 25 s e 312,5 m
carro parando em um semáforo. 3. b 5. b 7. c
b) 212,5 m
3. Não. Pois aceleração escalar nula
significa que a velocidade escalar é c) 91,25 s
Capítulo 6
constante, podendo ser nula ou não. 8. Velocidade e desaceleração do
4. A cada segundo sua velocidade va- avião.
ria 20 km/h. Exercícios propostos ..................74
Teste o que aprendeu ................ 63 1. a) Sim. O deslocamento escalar
5. "2 m/s2. O movimento é retardado. 1. e fica caracterizado por número e
6. "200 m/s2 2. a) v (m/s) unidade.
7. a) 25 s
9 b) Não. Para caracterizar o deslo-
b) movimento acelerado 8 camento vetorial, além da intensi-
8. B 7 dade (30 m), precisamos conhecer
9. A: 2 m/s2, progressivo e acelerado. 6 o seu sentido.
5
B: 4 m/s2, retrógrado e acelerado. 2. Ambas as afirmações são falsas.
4
C: "5 m/s2, progressivo e retarda- 3 3. a)
do. 2
D: 2 m/s2, retrógrado e retardado. 1 30 km
10. a) 36,8 m/s2 (acelerado) 0 1 2 3 4 5 t (s)
"35,1 m/s2 (retardado). b) 1,8 m/s2
40 km
b) 50 km
Exercícios propostos ..................57 3. c 4. Como não há escala, não pode-
1. a) 0 a 4 s; 12 s a 20 s 4. a) 4 s b) 4 m mos determinar a distância entre o
b) 4 s a 12 s 5. d 6. c 7. c avião e o radar, mas é possível in-
c) 0 a 4 s e 12 s a 20 s dicar a direção e o sentido. O avião
2. a) 20 m/s; "5 m/s2 UNIDADE 3 A se aproxima na posição 8 h; B se
b) 4 s; o sentido do movimento se aproxima na posição 10 h e C se
inverte. Capítulo 5 afasta na posição 12 h.
c) Retardado. b) A e B aterrissam e C decola.
d) "10 m/s Exercícios propostos ................. 71 5. a) d = 9 km; direção: leste-oeste;
e) Acelerado. 1. As escalares são definidas por um va- sentido: para o leste.

298 Respostas
b) d = 6 km; direção: leste-oeste;
sentido: para o leste. Capítulo7 Capítulo 8
c) d = 2 10 km
Exercícios propostos ................. 88 Exercícios propostos ................. 96
6. a) 2100 m
1. Significa que o movimento do cor- 1. Apenas o participante III fez uma
b) 500 m
po ocorre em trajetória retilínea, afirmação correta.
c) A distância percorrida são todos
vertical e livre dos efeitos da resis- 2. a) 3 s b) 9 m/s
os trechos percorridos e o desloca-
mento é a reta entre os pontos ini- tência do ar. 3. a) 1414 m b) 173 m/s
ciais e finais. 2. Devido aos efeitos da resistência. 4. 5 m/s 5. 10 m
3. MUV, pois apresenta aceleração 6. 250 m antes do local
Exercícios propostos ..................76
constante (g). 7. a) 0,4 s c) 5 m/s b) 0,8 m
1. a) Verdadeira. c) Verdadeira.
b) Falsa. d) Falsa. 4. a) A pena e o martelo atingiram o Exercícios propostos ................100
solo simultaneamente. 1. a) 21 m/s ; 21 m/s
2. Somente I é correto.
3. a) O vetor velocidade é sempre b) 1,4 s b) x $ 21t; y $ 21t " 5t2
tangente à trajetória. 5. 40 m/s 6. 20 m c) 2,1 s
OM ⋅ 2 7. v $ 30 m/s e H $ 45 m 8. 2 s d) 22,1 m
b) v m = e) 4,2 s
2 Exercícios propostos ..................91
4. Os valores da última coluna são, f) tT $ 2tS
1. c 2. 30 m/s
respectivamente: 12,2; 11,9; 11,4; g) 88,2 m
3. a) s $ 20t " 5t2
10,7; 8,3; 8,2; 8,2. A razão tende ao h) 30 m/s
limite de 8,2 m/s e pode ser inter- v $ 20 "10t
2. a) 2 m/s b) 2 s c) 5 m
pretada como a velocidade vetorial b) 2 s
instantânea. 3. 24 m/s 4. 5,4 m do buraco
c) 20 m
5. Velocímetro mede velocidade esca- 5. 1,73 s 6. 4,05 m
d) 15 m, sentido para baixo.
lar a cada instante. 7. t $ 2,9 s; x $ 40,6 m
e) 4 s; "20 m/s
Exercícios propostos ................. 79 f) Teste o que aprendeu ...............102
s(m)
1. a) 10 m/s2 b) 10 m/s2 1. d
2. 2. a) 10 m/s b) 1,5 s
3. a) 1s
b) 1,2 m/s, em relação à plataforma
c) 10 m/s
ac ac 20
v 4. c 5. 0,8 s 6. 45 m/s
g g
A at B
Capítulo 9
at
v
b) A: curvilíneo acelerado e B: cur-
Exercícios propostos ................105
2 4 t(s)
vilíneo retardado. π
1. a) rad
3. O carro acelera, no sentido da cur- 4. a) 1,2 s 2
va, 10 m/s a cada segundo. b) 0 b) 10 000 m
4. a) 6 m/s b) 4 m/s2 c) 5 m/s2 c) 2 m/s 2. a) π rad
5. a) 25,6 m/s2 c) 19,2 m/s2 d) b) S1 $ 31,4 m
b) 16 m/s v (m/s) S2 $ 47,1 m
6. c 12 3. 10 000 voltas
Exercícios propostos ................. 82 4. a) 720 voltas c) 25 920º graus
1. a) 5 km/h b) 35 km/h
8
b) 1 440% rad
2. d 4
Exercícios propostos ................107
3. 200 m (mesmo sentido) 1. 0,5 rad/s
67 m (sentido oposto) 1 1,2 2 2. vA $ 14 cm/s; vB $ 28 cm/s
4. 1,7 m/s t(s) π
3. a) rad/s b) π m/s
5. a) 260 km/h b) 200 km –4 12
6. a) 180 km/h 4. 0,30 rad
b) O piloto pode acelerar o avião 5. A indicação do velocímetro será
para compensar o arrasto do vento
–8
maior do que o real.
ou lançar a carga quando estiver ωi
mais próximo do acampamento. 5. 2,5 s; 6,25 m 6. !3
ωe
7. 400 km/h 6. a) 1 s b) 5,24 s c) 25 m
7. 0,01 m/s
8 ! 2205 m 7. b 8. d
Exercícios propostos ................111
Teste o que aprendeu ................ 84 Teste o que aprendeu ................ 92 1. As velocidades angulares dos pon-
1. a) 3 min b) 10 km/h 1. d 2. c 3. 20 m 4. 75 m teiros são iguais para os dois reló-
2. b 3. d 4. e 5. b 6. e 7. c 8. d gios, enquanto a velocidade escalar
5. 24 m 6. II e III são corretas 9. c 10. b da extremidade do ponteiro do

Respostas 299
relógio maior é maior do que a do 9. a) 4 m/s b) 0,8 m/s2 b) 0,5 m/s2
ponteiro do relógio de pulso. 10. c c) 2,5 m/s
1
2. a) 3 min = 180 s b) 180 Hz d) velocidade constante e acelera-
UNIDADE 4 ção nula.
3. d 4. a) Sim. 7. Quatro vezes.
b) Tem a mesma frequência. Capítulo 10 8. a) 100 N b) 5,0 m/s2 c) 50 m/s
c) A atleta mais alta descreve uma Exercícios propostos ................136
circunferência de raio maior, portan- Exercícios propostos ................127 1. a) A força do pé do jogador na
to sua velocidade escalar é maior. 1. É uma grandeza capaz de modifi- bola aumenta a velocidade da
5. a) 1,0 s b) 1,6 s car o movimento de um corpo ou bola; a força da bola no pé do jo-
1 deformá-lo. gador diminui a velocidade do pé.
6. a) 60 Hz b) s
60 2. a) Quando um jogador de futebol b) As forças dos gases nas paredes
c) 120 π rad/s chuta uma bola em direção ao gol, a do avião aceleram a aeronave para
d) 56,52 m/s bola sai de seu pé com velocidade. a frente; as forças das paredes nos
e) 21 296,7 m/s2 b) Um garoto observa uma bola gases aceleram os gases para trás.
f) s ! 56,52t que rola sozinha em uma quadra c) A força da Terra sobre a Lua a
" ! 120 πt até parar. Diante desse fato, ele mantém em sua órbita; a força da
7. a) 24 h considera a existência de forças Lua sobre a Terra provoca as marés.
b) 1.1 # 104 km/h aplicadas na bola. d) As forças da hélice no ar empurram
π c) Um corpo está em equilíbrio o ar para trás; as forças do ar na hélice
c) rad / s quando a soma das forças atuantes empurram a hélice para a frente.
12
é igual a zero. 2. a) Não, porque o par de forças
d) 0,22 m/s2
π 3. É uma força representativa do con- produzidas estava no interior do
e) t junto de todas as forças que agem sistema.
12 no corpo. b) Falso. João conseguirá mover o
Exercícios propostos ................ 114 4. Resposta pessoal. 5. c carro, pois o par de forças ação e rea-
1. a) A coroa deve ser maior que a ca- 6. I. correta II. incorreta ção está aplicado em corpos distintos.
traca. 3. Par, porque toda força de ação pos-
7. 50 N
b) Enquanto a cora dá uma volta, a sui uma correspondente força de
8. a) 62,4 N b) 68,1 N reação.
catraca dá 4 voltas.
9. 70 N; 30 N 4. Porque estão aplicadas em corpos
c) Deve usar uma catraca maior.
10. 15 N ! |F3| ! 25 N diferentes.
2. 6,4 m/s 3. 5 s
4. a) Sentido anti-horário 11. a) R ! F 3 N b) zero 5. 1, 3, 2
b) 4,0 m/s 6. a) Não.
Exercícios propostos ................130
c) ω A = 20 rad/s b) As forças de ação e reação agem
1. Não, pois existe uma força contrária em corpos diferentes.
ω B = 40 rad/s ao seu movimento, que diminui a ve-
locidade do carrinho até ele parar. 7. Nula 8. III e IV são corretas.
5. a) 2s b)4 Hz c) 30 cm/s
6. 10 rpm
2. Não, ele é válido sempre que a for- Exercícios propostos ................140
ça resultante é nula. 1. a) 5 kg c) 50 N
Exercícios propostos ................116 3. 30 N b) 5 kg em qualquer lugar
1. 2,5 π rad/s2; 1 000 voltas 4. A bola sairá pela tangente em razão 2. e 3. d
2. 5 rad/s2 3. 6π rad/s2 da inércia. 4. a) P ! mg
Exercícios propostos ................118 5. zero 6. b 7. b b) P em newtons, m em kg e g em
km/h 8. Todas são verdadeiras. m/s2
1. 5,6 m/s2; 20
s Exercícios propostos ................132 5. 1 000 N
1. As forças têm sentidos opostos, 6. a) $5 m/s b) 0,5 N c) 70 m
1 1
2. a) π rad/s 2 b) 50 voltas portanto: 12 $ 10 ! m # 2 7. a) M b) p
21 6
3. a) − π rad/s 2 b) 75 rotações m ! 1 kg 8. a) 0,1 kg c) 32 N
3 2. I e III corretas 3. 1,8 # 105 N b) 3,2 kg d) 32
4. 20 Hz 3. 1,8 # 105 N
5. a) 24 horas Exercícios propostos ................147
4. a) 1,0 m/s b) 1,2 # 103 N 1. a) Falsa. c) Verdadeira.
b) 1,1 # 104 km/h 5. No caminhão carregado, pois b) Falsa. d) Verdadeira.
c) 0,25 rad/h quanto maior a massa do cami-
2. Todas as afirmações são corretas
nhão, menor será a aceleração ad-
6. 6 s 3. 3 N
quirida por ele.
Teste o que aprendeu ...............119 6. Situação A: 4. a) 4 m/s2
1. c 2.c a) 20 N b) T1 ! 100 N e T2 ! 60 N
3. 0,6 pedaladas por segundo b) 1 m/s2 5. a)
4. e c) 5 m/s T
5. a) Sentido horário d) velocidade constante e acelera-
b) 50 dentes/min ção nula.
c) 50 rpm Situação B:
6. a 7. d 8. d a) $10 N P

300 Respostas
b) 1 000 N 8. a) 2,5 m/s2 b) 30 N da direção da velocidade descreve
c) 1 000 N uma órbita circular.
Exercícios propostos ................ 161
d) 667 kg 5. e
1. Reduzindo a força resultante e,
6. a) 600 N c) 720 N consequentemente, a aceleração. 6. a) O observador A diz que a esfera
b) 600 N d) 480 N é puxada do centro para fora da
2. O objeto com maior velocidade,
base por uma força. Mas, na verda-
7. 15 N 8. 2 m2 pois a força de resistência do ar é
de, não existe uma força puxando
9. a) T T T proporcional à velocidade.
a bola para fora, o que ocorre é que
3. Com a mesma intensidade da força o corpo, devido à inércia, tende a
A B de atrito cinético. continuar seu movimento em li-
PA PB T
4. I) Falsa III) Falsa nha reta.
II) Verdadeira b) O observador B diz que a esfera
b) 40 N
descreve uma trajetória circular,
10. 6,4 N 11. 30 N 12. c 5. 1 junto à base giratória, devido à
13. a) F1 será menor b) F2 $ 2F1 a= g ação da força centrípeta exercida
6. 2 pela mola distendida na esfera.
Teste o que aprendeu ...............149 F (N) Fat (N) a (m/s2)
1. d 5 5 0 7. A força gravitacional exercida pela
Terra atua perpendicularmente à
2. a) 3N b) 3 m/s2 8 8 0
direção do movimento da Lua, o
3. a) 0,5 m/s2 b) 6,0 ! 102 N 10 10 0 que alterar a direção da velocida-
4. e 12 4 4 de lunar.
5. a) Nula b) mg 16 4 6
6. d 7. d 8. 40 N
Exercícios propostos ................168
7. Na hora de fazer mudança, é mais 1. a) 1,0 m/s c) 8,0 N
9. a) 5 m/s2 b) 50 N e 30 N fácil puxar a máquina de lavar do
10. d 11. c b) 2,0 m/s2
que empurrá-la.
2. 50 m/s 3. 1,8 rad/s
Quer saber? .............................151 8. a)
4. 20 m/s 5. 0,25 N
1. Pressão atmosférica e temperatura N
6. a)
são importantes para sobrevivên-

Editoria de arte
cia. Gravidade e período de ilumi-
nação são de difícil adaptação.
2. Geografia, biologia, química, so- Fat
ciologia. P

3. Conhecer os efeitos da imponde- b)


N
rabilidade sobre os seres vivos é b) 30'
importante para o novo ambiente 7. 108 km/h 8. 0,1
gravitacional.
9. a) Peso, força de atrito e força
Fat normal.
P
Capítulo 11 b) 4 m/s2 c) 4 000 N
9. 0,2 m/s 10. d 11. b
Exercícios propostos ................171
Exercícios propostos ................154 12. O motorista estava abaixo do limite
de velocidade, 72 km/h. 1. 8 N 2. 3 m/s 3. 4 160 N
1. a) P.
13. c 14. 14 N 15. 1 4. a) 27,4 m/s b) 60 m
b) P.
5.
c) A força peso do bloco e a força Exercícios propostos ................165 v = 3gR
de reação do teto. 1. c 6. No ponto mais baixo da trajetória,
2. Somente a afirmação I é falsa. 2. a) a intensidade da força que o assen-
3. 18 cm
v to exerce no corpo do piloto deve
A ser maior que a intensidade do
4. 112 N v
peso do piloto.
5. 6 cm D B
7. a) Força peso normal e resultante
6. a) 1 280 N b) 320 N centrípeta
C v
Exercícios propostos ................157 v
b) 10 m/s2
c) 600 N
4 3
b) No MU o módulo da velocida-
1. a) c) 5
5 de não varia, somente direção e Exercícios propostos ................173
sentido. 1. Pela inércia do movimento, as go-
3 4
b) 5 d) 5 c) ac tas de água tendem a manter um
← movimento retilíneo, escapando
FC
2. a) 1 500 m b) 2 000 m pela tangente à trajetória circular.
2. 3,54 rad/s
b) y = 3 3
ac FC FC ac
3. a) y $ 3 sen & FC
2 ac
Exercícios propostos ................ 174
4. Não. A aceleração de um corpo 1. 2,6 ! 104 N 2. No ponto S.
abandonado sobre um plano incli- 3. I falsa; II verdadeira; III verdadeira 3. 32 500 N 4. 36 km/h
nado depende da inclinação desse 4. A força centrípeta é a força de
plano e da gravidade no local. atração gravitacional que a Terra Exercícios propostos ................177
5. g ! sen & 6. 5 m/s2 7. 200 N exerce sobre o satélite. A alteração 1. 0,14 kg 2. R cp = T ⋅ sen θ

Respostas 301
3. T1 ! 1,0 N; T2 ! 1,4 T1 5. As duas afirmações são incorretas. c) Na 2ª situação, com a rampa in-
4. a) 0,3 N b) 0,6 m/s c) 0,80 Hz Exercícios propostos ................193 clinada.
5. a) O 1. É a influência que um corpo dotado 3. #8 0000 J 4. 7,5 J 5. 200 J
de massa exerce sobre outro corpo 6. #4 000 J 7. #750 J 8. 14 400 J
massivo. Percebe-se essa influência
u graças à ação da força atrativa en- 9. a) Prancha 1.

tarumã
T
tre os corpos. b) O trabalho é o mesmo nos dois
u 2. A aceleração gravitacional da su- casos.
perfície terrestre varia com seu mo-
C vimento de rotação, sendo que no 10. 150 N
Fc
equador seu valor é mínimo e nos Exercícios propostos ................210
ac
P polos é máximo. O campo gravita-
cional aumentaria. 1. a) 8 N b) 0,08 J
r
3. 1,61 m/s2 4. 342 000 km 2. a) 20 cm b) 0,4 J c) 0,1 J
b) 10 N c) 4,33 m/s 5. 4 685 km 6. 3,2 " 1022 N 3. a) 200 N/m b) 2,25 J
6. 6 m/s Exercícios propostos ................195 4. 32 cm
Teste o que aprendeu ...............180 1. b 2. c 5. a) 2000 N/m b) 120 N
1. a 3. A nave e os objetos no seu interior
6. 100 J e150 J
estão em “queda” com a mesma
2. a) 5 N b) 0,5 kg
aceleração. Teste o que aprendeu ...............211
3. c 4. a 5. b 6. c
4. Somente Carla está correta. 1. c 2. d 3. c 4. 28 cm
7. a 8. d 9. c 10. d
5. 30 000 m/s 6. c
11. d 12. a 13. d 14. e 5. a) 2 m/s2 b) 6 J 6. e
(R + H)3
7. T = 2 π
GM
Capítulo 12 Capítulo 14
8. a) 6 000 m/s
b) 10 000 s Exercícios propostos ................214
Exercícios propostos ................187
1. A distância é variável e os planetas Quer saber? .............................196 1. Há um ganho de energia cinética.
1. As duas teorias adotaram órbitas 2. Aumenta o trabalho sobre o veícu-
serão mais velozes quanto mais
circulares para os astros e conside- lo.
perto estiverem do Sol. ravam a existência de um astro no 3. Transforma-se em calor devido à
2. No periélio a energia potencial é centro do Universo (para Ptolomeu, presença da força de atrito.
a Terra e para Copérnico, o Sol). 4. A distância percorrida por ele até
menor e a cinética é maior. No afé-
lio a energia potencial gravitacio- Teste o que aprendeu ...............197 parar.
1. e 2. 90 3.b 4.e 5. e 5. O veículo A possui o dobro da velo-
nal é maior e a cinética é menor.
cidade de B, portanto uma energia
3. Nesse modelo as energias cinética cinética quatro vezes maior. Logo
e potencial da Terra seriam iguais A, deve percorrer quatro vezes a
a zero, e as dos planetas seriam UNIDADE 5
distância percorrida por B.
constantes, independentemente Capítulo 13 6. a) 16 J c) 64 J
de suas posições.
b) 48 J d) 8 m/s
4. Em relação ao Sol, que é o centro Exercícios propostos ............... 203 7. a) #32 J b) 8 N c) 0,1
do sistema planetário, essas varia-
1. $F: motor; $R resistente. 8. a) 5 m/s b) 11 N
ções são iguais a zero.
2. a) F
Tarumã

5. 180 dias terrestres; 2ª lei Exercícios propostos ................216


6. 96 anos terrestres 1. O corpo A possui maior energia po-
55º tencial gravitacional. Logo, terá a
7. A velocidade máxima ocorrerá em
maior velocidade ao alcançar a ex-
B, e a mínima em A. tremidade da pista.
8. 29,7 anos terrestres. 9. d d = 60 cm
2. Energia potencial e energia cinética.
A potencial é a energia que um cor-
10. a) 24 h b) 6,7 R b) 3,4 J po possui devido à sua posição, e a
Exercícios propostos ................191 3. a) 0 b) #40 J cinética é a energia de movimento.
1. A Lua se moveria diretamente con- c) 0 d) 20 J e) #20 J 3. 1 500 J
tra a superfície da Terra. 4. 4 " 16 J 5. Somente b é falsa. 4. a) 0 b) 400 J c) 1 000 J
2. Duplicando a distância, reduz a 6. II 5. 1 200 J e #6 000 J
força gravitacional a um quarto de 7. a) v ! 5 % 2t b) 2 400 J 6. 1 000 J 7. 600 J 8. zero
seu valor. 8. Quando a peça estava em repouso,
3. a) 8 " 10#8 N b) 800 N não houve deslocamento. Exercícios propostos ................219
4. Na situação 1, pois existe uma com- 1. a) 50 N/m b) 0,25 J c) 0,2 m
Exercícios propostos ............... 206
ponente da força ao longo da direção 2. c 3. 0,40 J 4. 60 J 5. 0,63 m
do movimento do satélite A, varian- 1. Trabalho resistente. 6. a) 400 N/m b) 0,5 J
do sua velocidade, e a componente 2. a) 3,6 J 7. a) 5 000 N/m b) 40 000 J
perpendicular alterando a direção
da velocidade. b) 3,6 J Exercícios propostos ............... 222

302 Respostas
1. a) Conversão da energia prove- vetoriais. As energias não se anu- Teste o que aprendeu .............. 243
niente das radiações solares em lam, pois são grandezas escalares . 1. a 2. 120 kg " m/s
energia térmica. 3. a) 9,6 kg " m/s b) 3,2 " 102 N
2. A quantidade de movimento du-
b) Conversão de energia potencial plicará e a energia cinética qua- 4. a
gravitacional em energia cinética. druplicará. 5. a) #40 kN b) 8 vezes
c) Conversão de energia potencial 3. a) Verdadeira c) Verdadeira 6. e 7. d
elástica em energia cinética.
b) Falsa 8. Soma: 02 + 04 + 08 + 16 = 30
d) Energia liberada pela fissão
dos núcleos atômicos em energia 4. 219 kg " m/s 5. 2 9. a) 1,0 b) 0,73
elétrica. 6. Módulo ! 0,3 kg " m/s. 10. 0,36 m/s e 0,96 m/s
e) Conversão de energia potencial 7. 37,5 J; 15 kg " m/s 11. a) O movimento cessa e ambos fi-
gravitacional em energia elétrica. 8. 2,0 m/s carão em repouso.
2. A energia potencial gravitacional 9. 1,2 kg " m/s b) colisão inelástica.
se transforma em energia cinética, 10. 200 kg " m/s, direção horizontal e 12. 0,2 m/s 13. c
que, por sua vez, se desmembra em sentido da direita para a esquerda.
energias elástica, térmica e sonora. 11. a) v ! 2 $ 6 t b) 7 kg " m/s UNIDADE 6
3. I. 900; 1 700 12. a) 1 000 kg b) 30 km/h
II. 0; 1 700 Capítulo 16
Exercícios propostos ............... 235
III. 400; 1 300; 1 700
1. a) Não Exercícios propostos ............... 250
IV. 200; 1 500; 1 700
b) O impulso é zero e a força resul- 1. 4 N 2. e 3. 1 4. 250 N
4. 1 J 5. c 6. c 7. c tante é nula.
8. 2 000 J 5. TAB ! 400 N ; TAC = 200 3 N
2. 10 s 4. 1,65 kg " m/s 6. a) F ! P b) F = 2 P
9. a) 2 000 J 3. 6,0 N " s 5. b
b) D(Ep ! 1 600 J e Ec ! 400 J) 7. a)
6. Somente Gabriela está certa. T2
C(Ep ! 0 J e Ec ! 2 000 J) 30° 60°
7. a) 30 kg " m/s; mesma direção e
D(Ep ! 1 680 J e Ec ! 320 J) T2
sentido de v1 30°
T1
c) 10 m/s b) 30 kg " m/s; mesma direção e
O
60° T3 5 200 N
d) 4 m/s sentido de v 2 T3 5 200 N
T1
10. a) 900 J b) 900 J c) I ! 30 2 N " s
8. 3,3 kg " m/s b) T1 = 100 N
Exercícios propostos ............... 225
1. 800 W Exercícios propostos ............... 238 T2 = 100 3 N
2. a) 16 000 J e 16 000 J 1. d 2. a 3. 3,0 m/s 8. 1 kg
b) 800 W; 640 W 4. 8 m/s 5. 0,2 m/s 9. T1 !100 N
3. 25 200 W 4. PA ! PB 6. 0,25 km/h, sim, o motorista conse-
T2 !100 3 N
5. 1,25 " 105 W 6. 4,27 " 104 W guiu provocar o deslocamento da
balsa. T3 ! 200 N
7. Respostas pessoais.
8. a) 2 m/s b) 20 kW 7. Como a massa da bola de tênis é Exercícios propostos ............... 254
desprezível em relação à massa
Exercícios propostos ................227 da Terra, ela é refletida com uma 1. No ponto A, pois a linha de ação da
1. c quantidade de movimento igual força fica a uma distância maior do
2. I) Verdadeiro; III) Verdadeiro. e contrária à quantidade de movi- polo de rotação.
II) Verdadeiro; mento antes da colisão com o solo. 2. zero, não gira.
3. a) #6 000 J b) 15% 8. Não. Após a retirada da mochila, o 3. #0,32 N " m
skate continua deslizando a 6 m/s, 4. Como o momento da força F é maior
4. a) 1 HP b) 50%
uma vez que não sofreu nenhuma
5. 53% 6. 75% na terceira condição, foi obtido su-
ação.
cesso apenas nessa tentativa.
Teste o que aprendeu ...............227 9. a) #1,5 m/s b) 3,75 J
10. #1,0 m/s 5. Posição 1: M ! 0
1. d 2. e 3. e 4. d
5. a) 9,5 kg b) 10 J Posição 2: M ! 18 N " m
Exercícios propostos ................241 6. M1 ! #48 N " m (sentido horário)
6. a) 32 000 J b) 28 000 J 1. 16 m/s
7. c M2 ! #30 N " m (sentido horário)
2. VA ! 6 m/s e VP ! P m/s
8. a) 3 m/s2 b) 54 000 W 7. MA ! #1 000 N " m
3. 20 kg " m/s
MB ! 0
Quer saber? ............................ 228 4. a) zero
1. Resposta pessoal. b) 100% MC ! #5 000 N " m
2. Energia potencial em cinética e 5. zero 6. verde Exercícios propostos ................257
energia cinética em elétrica. 7. a) 6,7 m/s b) 12 " 104 J 1. 150 N
8. b) 0,6 parcialmente elástico 2. 0,60 m do apoio ou 0,20 da extre-
c) ECapós < FCantes midade direita.
Capítulo 15 v' h
9. a) e ! b) e = 3. 1 m 4. 400 N 5. 420 N
v H 6. FA ! 3,2 kgf " m (no sentido de cima
Exercícios propostos ............... 232
1. As quantidades de movimento po- 2 para baixo)
10. a) b) 150 J
dem se anular, pois são grandezas 3 Exercícios propostos ............... 260

Respostas 303
1. A cabeça representa uma ala- F 1 mesma pressão na base.
vanca interfixa, o antebraço uma b) = 5. a) O recipiente de maior diâmetro
R 6
alavanca interpotente e o pé uma está submetido à menor pressão.
alavanca inter-resistente. 15. 320 kg b) p1 $ 3 360 N/m2
16. a) Ambos estão incorretos. p2 $ 5 920 N/m2
2. a) Interfixa.
b) Como a força resultante é nula, 6. 5 atm
b) Interpotente. o polígono é fechado.
c) Interpotente. 7. O volume do balão diminui porque
a pressão hidrostática se eleva com
d) Inter-resistente. o aumento da profundidade.
e) Inter-resistente. Capítulo 17 8. b 9. 1,4 m
3. Resposta pessoal.
Exercícios propostos ................273 Exercícios propostos ............... 284
4. 160 N 5. 1,35 kgf ! m
1. b 1. c 2. 1,5 ! 103 kg/m3
6. a) interfixa; F $ 50 N e VM $ 2
2. a) Sim, as forças têm a mesma in- 2. 1,5 ! 103 kg/m3
b) inter-resistente; F $ 80 N e 3. a)
tensidade, pois o prego está em
VM $ 3 equilíbrio.

Tarumã
c) interpotente; F $ 150 N e b) Como ambos os dedos exercem 30 cm
h
1 a mesma força, a pressão é maior
VM $
3 sobre o polegar, onde a área do pre-
d) interfixa; F $ 5 N e VM $ 0,5 go em contato com o dedo é menor.
Neste dedo o carpinteiro sente
Exercícios propostos ............... 265 mais dor.
1. d 2. Resposta pessoal. 3. b 3. a) Produzir um alicerce que distri- b) 24 cm
4. d 5. 4 N 6. ( $ 60' bua a força que será aplicada pela 4. 8,6 cm no tubo maior e 28,5 cm no
7. a) No ponto F. b) No ponto A. construção e suportada pelo solo. tubo menor.
b) Distribuir sobre o solo a força 5. 1,14 ! 105 N/m2
Quer saber? .............................267
aplicada pelos trilhos que supor- 6. Uma reta inclinada com coeficiente
Considerando que a soma da área angular positivo.
dos pés e da área entre eles repre- tam uma composição ferroviária.
4. d 5. 750 N/cm2 7. 50 cm
senta a área de sustentação do
nosso corpo, se afastarmos os pés, 6. 5,0 ! 10 N/m2
5
Exercícios propostos ................287
a área de sustentação aumentará. Exercícios propostos ................276 1. Falso
Além disso, ao afastarmos os pés, 2. A água aquecida vaza mais facil-
diminui a distância entre o CG do 1. Ao virar a lata, o óleo sai por um dos
furos e o ar entra pelo outro, pres- mente através de pequenos fu-
nosso corpo e a área de sustentação. ros no radiador devido à pressão
sionando o óleo no interior da lata.
Teste o que aprendeu ...............267 2. e exercida por ela. De acordo com o
1. a 2. e 3. c 4. a 3. a) 228 cmHg c) 3,03 ! 105 N/m2 princípio de Pascal, essa pressão
é transmitida integralmente por
5. a 6. 600 N 7. b 8. e b) 2 280 mmHg todo o fluido.
9. Mj $ 15 000 N ! cm; 4. O indivíduo explodiria, pois a dife- 3. 6 400 N 6. 50 N
MN $ 15 300 N ! cm rença de pressão.
4. 125 N 7. 320 N
Portanto, a namorada consegue 5. Não. Como não existe pressão at-
mosférica na Lua, o líquido não 5. 20 cm2
soltar o parafuso.
10. e sobe pelo canudo. Exercícios propostos ................291

11. a)

Np Fatp Exercícios propostos ................278 1. Somente a afirmativa I é incorreta.
1. Sendo a massa específica dire- 2. O passageiro B está errado.
tamente proporcional à massa e

Nc

p mA) mB ) mC, podemos concluir que 3. Assim, diminuirá sua parte submersa.
← *A ) *B ) *C. 4. a) 2 N
Fatc
2 a) O peso de ambos é igual. b) 2 ! 10"4 m3
b) Nc $ 400 N; Fat $ 150 N b) O gelo
c) 2,5 ! 103 kg/m3
12. a) c) O gelo

F
d 5. e 6. d 7. 6 N
3. 4,5 kg 4. 0,70 g/cm3 5. 2
8. Variam a densidade variando o vo-
4. 0,70 g/cm3
N

lume da bexiga natatória.
6. 0,24 g/cm3. A esfera não pode ser

P
maciça porque sua densidade é Teste o que aprendeu .............. 292
b) 10 N menor do que a do alumínio. 1. b
13. e 7. 7 500 kg 2. Quanto mais afiada estiver a faca,
14. a)

N 8. a) 300 kg b) 1,5 ! 104 N/m2 maior será a pressão, o que facilita
o corte.
O Exercícios propostos ................281 3. c 4. c 5. b 6. c
← 1. d 2. 6 ! 103 N/m2 3. 90 m 7. 4,0 g/cm3
R
2. 6 ! 10 N/m2
3
8. a) 2 m
M 4. a) 3 e 1. b) 4gTerra

F b) Os três recipientes suportam a 9. c 10. d 11. c 12. c

304 Respostas
Física aula por aula
Claudio Xavier

PARTE I
Benigno Barreto

VOLUME
ÚNICO
Física
Aula por Aula

PARTE I VOLUME ÚNICO

ISBN 978-85-96-00112-0
11659943

9 788596 001120

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