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dos Clãs Maiores, uma vez que é isolada por suas

Índice características geográficas, e com algumas mudanças em
PARTE I: PROVÍNCIA NAISHOU .............................................. 3 sua história e nos NPCs, ela pode ser definida dentro do
História .................................................................................. 4 domínio de um Clã. O Narrador é livre para modificar a
Geografia ............................................................................... 7 Província alterando quaisquer detalhes que não se ajustem
Personagens ........................................................................ 34 à sua versão de Rokugan; os vários elementos de Naishou
Mapas .................................................................................. 45 são projetados para serem independentes entre si, de
PARTE II: KYUDEN KUROGANE-HANA ................................. 47 modo que o todo não desmoronará se alguns aspectos
História ................................................................................ 47 forem mudados.
Geografia ............................................................................. 51 Este produto deve ser visto em primeiro lugar
Personagens ........................................................................ 59 como uma fonte de ideias, não como uma representação
PARTE III: O COVIL ............................................................... 72 rigorosa.
História ................................................................................ 72
Geografia ............................................................................. 77 Caio Graco Pimenta
Personagens ........................................................................ 85 2
PARTE IV: HANAMI MURA ................................................... 88
História ................................................................................ 90
Geografia ............................................................................. 93
Personagens ........................................................................ 96
Mapas ................................................................................101
PARTE V: KANAZAWA MURA.............................................103
História ..............................................................................103
Geografia ...........................................................................104
Personagens ......................................................................105
Mapas ................................................................................108
PARTE VI: KYUDEN SOYOKAZE ..........................................109
História ..............................................................................110
Geografia ...........................................................................112
Personagens ......................................................................122
Mapas ................................................................................138
PARTE VII: OSHI NO KODA .................................................145
História ..............................................................................145
Geografia ...........................................................................146
Personagens ......................................................................152
Mapas ................................................................................158

Bem-vindo à Província Naishou. O objetivo deste

livro é oferecer diversos Cenários de Campanha, sendo o
maior deles o homônimo do livro, a Província Naishou,
acompanhando diversos outros Cenários posteriormente:
Kyuden Kurogane-Hana, O Covil, Hanami Mura, Kanazawa e,
finalmente, Kyuden Soyokaze. Província Naishou trás a
Narradores e Jogadores ambientes completos para definir
suas aventuras. Os Cenários são descritos em detalhes tanto
quanto possível, desde seus daimyo até as menores aldeias.
O conteúdo também é projetado para combinar com o uso
de facções que receberam pouco tratamento até agora,
como os Clãs Menores, os Imperiais, os ronin e a Irmandade
de Shinsei.
A intenção é apresentar-lhe possíveis Cenários de
Campanha, com mais profundidade, detalhes e opções de
aventura. Uma Campanha definida nestes Cenários pode
ser um conto de intriga nas cortes, com luta pelo controle
local, ou uma saga militar para proteção de invasões ou
ataques de bandidos, ou ainda uma investigação mística das
lendas e superstições locais.
A localização exata de vários Cenários é
deliberadamente ausente para que possa ser definida em
qualquer lugar que melhor se adeque à Campanha.
Naishou, por exemplo, pode ser facilmente colocada em
qualquer área fora das fronteiras clássicas dos territórios

PARTE I: PROVÍNCIA
NAISHOU
Bayushi Itaru deixou seu cavalo lentamente,
entregou a rédea a um subordinado. Assegurou-se que seu
daisho estava apropriadamente preso no cinto, que sua
armadura estava imaculada, antes de andar lentamente até
a adversária. Afinal, pensava não ser sábio enfrentar uma
Garça sem sua melhor aparência.
“Doji Ayumi-san,” diz enquanto se curvando,
oferecendo a contraparte do respeito que ela sempre lhe
deu em campo de batalha. “Manhã gloriosa. Espero que as
Fortunas te tenham trazido saúde no dia de hoje.”
“Bayushi Itaru-san,” ela responde, curvando-se com
exata mesma medida. Os cabelos brancos, fluidos e soltos
dela contrastam bastante com a trança única dele. “Estou
muito bem, obrigada. Não somos afortunados por estarmos
em companhia tão estimada, e em algumas das terras mais
belas do Império?”
“De fato,” Itaru responde com um aceno. Olhando
ao redor, ele nota que genuinamente concorda com a
conversa fiada educada da mulher. De onde está, pode ver o
Vale Nobu, suas planícies ondulantes temperadas com
pequenos vilarejos, a sombra verde-escuro da Floresta Kawa
no horizonte, e a sombra mais fraca nas Montanhas Taru
além. Seria uma cena idílica... não fossem as tropas atrás
dele, e o opositor exército da Garça. É claro, até estes dois
são ambos demonstrações gloriosas do poderio do Império.
Uma pena que, em breve, isso chegará ao fim.
“Pronto?” Ayumi diz, entrando em sua postura de
duelo. Os soldados ao redor ficam tensos, seus olhos se
estreitam observando qualquer possível transgressão às
regras de duelo.
“Sempre,” Itaru responde. Mas enquanto limpa sua
mente e prepara sua própria postura, algo à distância
chama sua visão. Um samurai solitário, trazendo um
estandarte dourado e marrom samurai acima de si. Ele
aparece na estrada vindo das montanhas.
Ayumi nota o foco do olhar do oponente e relaxa
para segui-lo.
“Leão,” ela diz. “Parece que também vêm reclamar
a Província Naishou para si mesmos.”
“Não tenhas tanta certeza,” Itaru retrucou. “Olha o
mon na base do estandarte.”
3
Ela força a vista por um instante, então seus olhos
arregalam em surpresa. “Miya? O que fazem aqui... com o
Leão?”
Itaru se volta a Ayumi. “Qualquer que seja a razão,
diria que nosso duelo de morte deve ser adiado. Concordas?”
“Sim,” ela diz conforme gesticula para suas tropas
prepararem o recuo. “Uma pena. Eu torci que esta questão
acabasse. De uma forma ou de outra.”
“O mundo morre diariamente,” Itaru diz, com o
sorriso oculto pelo mempo. “Amanhã, um novo mundo
nascerá.”
Tropas do Leão começam a verter através da pas-
sagem das montanhas, seguindo o portador do estandarte.
Itaru imagina toda a província segurando o fôlego, incerto
sobre quais mudanças o vento traz às cobiçadas terras.

História
Enquanto Naishou não é certamente a mais famosa
província do Império, tem, no entanto, uma história antiga
e celebrada e é local de numerosas batalhas e lutas políticas
para controlar seus vales prósperos. O status da província
está vago enquanto estiver sob o governo provisório das
famílias Imperiais. Muitos Clãs enviam cortesãos, soldados e
sacerdotes para Naishou na esperança de assegurar
vantagens e abrangê-la em suas esferas de influência. Como
resultado, a província é foco de atividade e interação entre
muitas facções diferentes.
A área que viria a ser conhecida como a Província
Naishou já era habitada quando os Kami caíram no Reino
dos Mortais no Amanhecer do Império. Três grupos tribais
principais ocupavam a área: a Tribo Yamataru, que vivia nas
montanhas e construiu numerosos santuários às Fortunas; a
Tribo Morikawa, que sobrevivia na generosidade da floresta
e mantia ritos estranhos para aplacar os espíritos também
estranhos que ali vivem; e a Tribo Takanobu, que plantava
arroz e travava uma guerra no vale que compreende o resto
da província. Quando os samurais do Império nascente
chegaram pela primeira vez na região, acharam um lugar
próspero, pois os Takanobu tinham lentamente expulsado
as outras tribos do vale e dominado a área. Os samurais
terminaram os conflitos entre as tribos e trouxeram os
presentes da civilização de Hantei a eles; a maioria dos
moradores aceitou prontamente seus novos líderes como
um presente das Fortunas. No entanto, logo a Primeira
Guerra irrompeu e o conflito varreu a região. Embora
tenham lutado bravamente, os guerreiros das tribos foram
vencidos, e os samurais deixaram a área vazia. Após o Dia
4
do Trovão, a Província Naishou foi julgada demasiado
danificada para valer a pena reconstrução e os Clãs a
deixaram crescer sozinha, como território sem Clã, mas
dentro das fronteiras do Império.
Realmente, muitas gerações existiram antes que
Naishou se recuperasse, mas as pessoas que sobreviveram
na província se orgulham de sua ascendência que
perseverou quando outros desistiriam. Pequenas aldeias se
tornaram maiores, e Toshi no Naishou se tornou um centro
para o comércio que ajuda a reforçar e unificar toda a
província. Coletores de impostos Imperiais visitam a
província anualmente e trazem de volta uma recompensa
lenta, mas crescente, aos cidadãos esforçados. A geografia
da província, cercada por uma pequena cadeia de
montanhas e por uma grande floresta, não a isola
completamente, mas a mantém distante das mentes dos
Clãs Maiores.
Só foi preciso um único samurai perdido para
findar este isolamento. Ele percebeu que o que era uma
região de pouco interesse agora era uma bela área bem
povoada capaz de dar suporte significativo a um Clã. Logo,
petições abundaram a Corte Imperial pela custódia de
Naishou, enquanto o Leão reuniu um exército para tomá-la
pela força antes de qualquer outro o fizesse.
A província mudou de mãos várias vezes durante
os anos, e, às vezes, parecia que os Clãs destruiriam seu
prêmio para não permitir que quaisquer outros
controlassem suas riquezas. Visto como um ato de
repreensão a Clãs mais agressivos, a província foi designada
à Fênix, oficialmente devido a seu significado espiritual.
Sempre um dos menores Clãs Maiores, o Clã de Shiba
enviou apenas poucos samurai para controlar a província,
confiante que o decreto do Imperador protegeria o que
 Nova Vantagem
Cidadão de Naishou (3): Você é um habitante da Província Naishou, uma área orgulhosa e ancestral que lembra
de orar às Fortunas dedicadamente em épocas de paz e em tempos de dificuldades. Você pode adquirir Bênção de
Fortuna por um ponto a menos. Você pode trocar a Fortuna para a qual a Vantagem é orientada, porém deve pagar o
custo dela novamente quando o fizer. Por fim, receba um Aumento Gratuito às rolagens de Perícias Sociais quando lidar
com monges que cultuem a Fortuna para a qual possui Bênção de Fortuna.

agora era dele. Fênix fizeram algumas mudanças no que já
estava em vigor, e população local foi capaz de continuar
como antes, desfrutando de uma renovada era de paz e
prosperidade tranquila. Ao longo do tempo, a Fênix retirou
seu contingente militar, uma vez que Naishou foi vista como
uma área segura e principalmente auto-administriva. Os
poucos samurais que permaneceram eram homens e
mulheres velhos, muitas vezes perto da aposentadoria, que
desempenhavam funções simples. Assim, Naishou se tornou
um local comum para samurais de todos os Clãs se
aposentarem, uma vez que tinha vários mosteiros e era, em
geral, um lugar de paz.
Foi outra coincidência que fez a província voltar a
chamar a atenção do Império. Uma Garça visitante soube
que o Governador Provincial Fênix tinha acabado de morrer
sem herdeiros. A Fênix tinha afastado quase todos os seus
samurais restantes da Província, não deixando ninguém
para intervir e administrar as terras. Alegando indignação
com a falta de atenção dada às terras do Imperador, o
samurais imediatamente reivindicou a província em nome
de seu Clã, e a liderança da Mão Esquerda prontamente o
apoiou, enviando tropas para impor sua vontade. No
entanto, rapidamente o Escorpião apareceu na fronteira,
alegando que o último Daimyo Provincial era pai de uma
criança de uma samurai-ko Escorpião solteira, o suficiente
para fazê-lo legítimo herdeiro. A Garça, é claro, rejeitou a
alegação, e a guerra eclodiu mais uma vez (embora, desta
vez, cuidado foi tomado para não danificar o prêmio em
demasia). A guerra chegou ao clímax, com os generais de
ambos os lados vindo a um duelo final quando um exército
Leão chegou – sem aderir à guerra, mas para acabar com
ela. O Leão escoltava um samurai Miya que o Imperador
tinha nomeado como o novo Governador Provincial.
O destino da Província Naishou agora está aberto.
O Daimyo Provincial não pode chamar muita força da
humilde família Miya, mas, com a ajuda do Leão, consegue
manter a província sob controle. A maioria dos Clãs Maiores
enviou delegações à corte do novo Governador Provincial
temporário para pleitear o direito de fiscalizar a província,
mas é claro que a família Miya não tem intenção de fazer
uma escolha precipitada. Um boato alega que o Governador
Provincial detém Clãs Menores em alta estima e isto levou a
um número estranhamente elevado de representantes
destas facções mais humildes de Rokugan, esperançosos
para ganharem reconhecimento. Enquanto isso, a imigração
de samurais à província impulsionou sua economia. Muitos
ronin vêm para proteger os interesses dos comerciantes
locais ou para oferecer seus serviços às muitas facções
diferentes que disputam influência. Isso também significa
que há muitos guerreiros corajosos presentes em uma
região relativamente pequena, e a população teme que a
guerra poderá, em breve, ocorrer novamente. Só o tempo
dirá se Naishou cairá nas mãos de um Clã ou permanecerá
diretamente sob supervisão Imperial.
Leão e Lanceiros: No Amanhecer do Império, a
lança era a arma branca mais comum entre as tribos que
viviam no que se tornou Rokugan. Os guerreiros tribais que
seguiram Akodo e Matsu eram particularmente hábeis nos
caminhos da lança, tanto como uma arma corpo-a-corpo 5
quando de arremesso de curto alcance, e esses lanceiros
formaram a espinha dorsal dos exércitos Leão durante a
Primeira Guerra. Na era de paz que se seguiu sob Hantei
Genji, o Leão como um todo desloca-se ao caminho da
espada, que todas as principais figuras de Rokugan
(incluindo Akodo e Matsu) consideravam a mais honrosa
arma do samurai . No entanto, dentro das fileiras da família
Matsu havia muitos tradicionalistas que continuaram a
defender as tradições de seus antepassados com lança.
Nos tempos modernos, as unidades de lanceiros do
Leão são poucas em número e consideradas pelos Clãs um
resquício de uma época mais simples, mas o estilo que usa a
magari-yari foi plenamente mantido dentro de algumas
famílias – incluindo as Casas Goseki e Ikeda da família
Matsu – e é muito usado em Naishou desde a chegada de
um exército Leão composto principalmente de membros
desta Casa. O estilo se espalhou porque também é ensinado
a ashigaru e ganhou a admiração dos habitantes da
espiritual e tradicional Província Naishou.
Cultura
Os plebeus da província de Naishou têm mantido
registros excecionalmente cuidadosos de sua história, e
ainda se identificam com base nas tribos originais que
moravam na área antes do primeiro Hantei. A grande
maioria dos habitantes de Toshi no Naishou descende da
tribo Takanobu, e tende a ser ligeiramente menor que um
rokugani médio, com um rosto maior. A tribo era
originalmente composta por agricultores e guerreiros em
quantidade igual e governava a maior parte do Vale do
Nobu em torno do rio. Infelizmente, a maioria desses
antigos guerreiros morreu na Primeira Guerra, e os
descendentes modernos da tribo são – na sua maioria –
agricultores, comerciantes e artesãos. Ainda assim, eles não
esqueceram completamente o componente marcial de sua
história, e nas raras ocasiões em que foi necessário que a
província fornecesse tropas ashigaru, samurais foram
surpreendidos com a velocidade que a plebe respondeu ao
chamado. Os Tananobu também têm uma forte história de
cooperação, um legado de sobrevivência em relativa
reclusão por gerações, mas este altruísmo não se estende
aos descendentes de outras tribos. Samurais às vezes não
compreendem as razões pelas quais um camponês local se
esforça para ajudar um vizinho, mas desdenha outro.
(Descendentes dos Yamataru ou dos Morikawa costumam
ficar fora da cidade devido a estas rivalidades antigas.) Os
camponeses Takanobu consideram Toshi no Naishou a
maior conquista de sua tribo, e realizam um festival anual
para comemorar a fundação da cidade. Uma característica
notável deste festival é a troca de presentes entre as
famílias descendentes da tribo, ajudando a manter seu
senso de identidade e comunidade.
Parte da razão pela qual os camponeses da provín-
cia de Naishou são capazes de se agarrar tão fortemente a
sua história é porque eles têm uma taxa anormalmente alta
de alfabetização. Isto é particularmente verdadeiro em
Toshi no Naishou, onde quase metade dos heimin sabe ler e
escrever. Enquanto a maioria deles raramente têm tempo
ocioso para se dedicarem à leitura e, portanto, carecem do
vocabulário rebuscado do samurai média, eles ainda
mantêm a sua habilidade de passar adiante informações a
seus filhos. Isto é – em parte – devido à forte influência dos
monges Fortunistas na área, que acreditam nos benefícios
da população ser capaz de ler textos religiosos para reforçar
sua espiritualidade. Um efeito colateral dessa alfabetização
generalizada é que os comerciantes e camponeses tendem
igualmente a manterem registros cuidadosos de seu
trabalho e do comércio, ajudando a garantir a equidade e
reduzir litígios. Assim, enquanto os comerciantes de Toshi
no Naishou buscam o lucro tanto quanto os comerciantes
de qualquer outro lugar, eles são muito menos propensos a
tentar tirar proveito de um camponês ignorante – afinal
eles nunca sabem quando um camponês desses pode vir a
não ser tão ignorante assim.
Enquanto a população samurai de Toshi no
Naishou tem variado ao longo das gerações, a existência
contínua da cidade deu origem a um par de costumes
únicos para seus samurais locais. O primeiro deles é ligado à
apresentação de recém-chegados: quando um novo
samurai entra no bairro samurai pela primeira vez, ele deve
anunciar em voz alta o seu nome e toda a sua filiação como
uma espécie de introdução geral. Acredita-se que este
hábito tenha surgido durante o período conturbado em que
a cidade mudou de mãos várias vezes seguidas, de modo a
garantir que todos sabiam quem estava na cidade e onde
sua lealdade repousa. A forma exata da declaração muda de
acordo com o samurai: os Leões são conhecidos por
declamar várias gerações de seus antepassados enquanto
ronin na maioria das vezes se limitam a nada mais do que
seu próprio nome. Quem estiver de plantão quando esses
anúncios forem feitos deve relatar o recém-chegado à corte
do Governador, garantindo que o mestre da cidade saiba
quem adentra seu domínio. Claro que um visitante sempre
pode ficar em distritos periféricos da cidade e permanecer
lá sem aviso prévio, mas esse comportamento é
considerado desrespeitoso ao Governador Provincial.
O outro costume é resultado da grande
importância religiosa à população de Toshi no Naishou. As
tribos da região eram altamente dedicadas às Fortunas
mesmo antes de a província se tornar parte de Rokugan, e a
população se manteve excepcionalmente devota desde
então, uma tendência reforçada pelo controle da cidade
pela Fênix. Na verdade, samurais da Fênix muitas vezes
sugerem a ideia de que as tribos originais da província
Naishou eram ramificações da Tribo de Isawa, embora essas
alegações nunca tenham sido confirmadas por
historiadores. Independentemente disso, o Fortunismo é
fortemente enraizado em toda a região, com as Sete
Fortunas especialmente reverenciadas. A tradição se
desenvolveu de modo que os samurais locais escolhem uma
Fortuna patrona dentre as sete enquanto permanecerem
em Toshi no Naishou. Uma vez que uma Fortuna for
selecionada, espera-se que o samurai ore diariamente em
um dos templos dedicados a essa Fortuna, bem como
mostre a sua escolha através de outros meios, como usar
netsuke em seu obi, bordar o nome da Fortuna em seu
quimono, colocar uma representação da Fortuna em seu
estandarte pessoal ou criar obras de arte dedicadas à 6
Entidade. Benten, Bishamon e Furkurokujin são as mais
populares. Não é considerado estranho mudar de patrono
desde que isso não seja frequente e acompanhe oração e
meditação suficientes. A maioria dos samurais que visitam
Naishou só por um curto período abandona este costume
uma vez que deixa a província, mas aqueles que lá vivem
por longos períodos de tempo tende a absorver a tradição
para toda a sua vida.
Uma tradição abraçada por ambos samurais e
camponeses é relacionada a segredos. Naishou significa
“segredo” em rokugani e, enquanto a interpretação formal
do nome se dá sobre os longos períodos de isolamento
provincial do resto do Império, os habitantes locais levam o
nome muito a sério. Aqueles que vivem na província
Naishou acreditam que informação perdem parte de seu
valor se são conhecidas por muitos e, assim, determinam
cuuidadosamente com quem partilhá-las. Uma lenda, o
nome de um amigo, o caminho para um local específico...
aqueles na província Naishou sempre têm muito cuidado a
quem contam essas coisas. Samurais na corte abraçam a
tradição com anseio, e o comércio de “segredos” se tornou
um sistema secundário de trocas de favores usuais da corte.
Isso tende a divertir samurais do Escorpião enquanto irrita
Clãs mais simples, como o Caranguejo. É claro que, nenhum
samurai recusará a ordem de um superior a compartilhar
informações, mas eles ainda dirão “himitsu” (“é segredo”)
antes – para expressar a importância do que farão.
Segredos são também considerados ofertas aceitáveis às
Fortunas, geralmente escritos em pedaços de papel
dobrado. Estes são geralmente queimados, mas, em alguns
templos, são exibidos primeiro na frente da estátua da
Fortuna por um dia. Trata-se de blasfêmia roubar ou ler
estes segredos, e os monges do templo punirão
severamente as pessoas que se atreverem a fazê-lo. As
oferendas para Fortunas são frequentemente segredos
simbólicos, como o nome secreto de um animal de
estimação, o local do primeiro beijo de alguém ou coisas
semelhantes, mas alguns samurais assumem riscos maiores
na esperança de agradar as Fortunas. Devido à conexão
entre segredos e a adoração às Fortunas, intensa devoção
às vezes é vista como um sinal de ter algo a esconder, uma
dicotomia que pode confundir estranhos.

Geografia
A Província Naishou tem uma diversidade consider-
ável de paisagens a despeito de seu tamanho pequeno, e
sua geografia tem moldado o seu povo ao longo dos sécu-
los, dando origem à sua cultura única e seu folclore.
Geograficamente, é delimitada pelas Montanhas Taru no
norte e no leste, pelo Pântano Omikura no noroeste, e pela
Floresta Kawa no oeste e no sul. Estes três elementos são
difíceis de atravessar, e é por isso que a província tem
permanecido relativamente isolada por grande parte de sua
história. O principal caminho dentro e fora da província é o
Rio Itochu, que se origina no lago Tsunegawa e flui para fora
do sudeste da província, eventualmente juntando-se a um
dos principais rios navegáveis de Rokugan. A única outra
saída importante da província é através das Montanhas Ta-
ru, principalmente através do Estreito Sujuko, no nordeste.
Dois terços da população da província vive no Vale
Nobu que rodeia o rio. Abrigado entre as montanhas e a
floresta, o vale é bem irrigado por muitos rios e lagos
menores, e a terra é fértil o suficiente para suportar o
cultivo generalizado de arroz e grãos. Deve-se notar que “o
Vale Nobu” é um termo muito genérico que engloba muitas
variações locais do terreno, desde planícies estendidas até
colinas rochosas com florestamento. Dezenas de aldeias
exploram a terra e os rios, embora seu número seja muito
menor no sul após a cidade de Toshi no Naishou, onde a
terra é menos propícia à agricultura.
Grande parte da viagem e do comércio no interior
da província acontece por barco, e há apenas uma estrada
principal, ligando Toshi no Naishou a Koso Mura. Estradas
menores ligam muitas outras aldeias entre si, ao rio ou à
estrada principal, mas elas nem sempre são confiáveis
quando há mau tempo. Nas Montanhas Taru e na Floresta
7
Kawa há pouco mais que trajetos, e um guia local é
recomendado para encontrar o caminho.
O clima da província é semelhante ao resto de
Rokugan, embora mais suave em muitos aspectos. As
Montanhas Taru protegem o resto da província dos ventos
do norte e, embora o vale veja a queda de neve durante o
inverno, a neve é raramente acompanhada por muito
vento, fazendo a estação fria muito mais suportável. Em
raras ocasiões, o Lago Tsunegawa congelará durante o
inverno, mas quando isso acontece os nativos avisam contra
as tentativas de caminhar através dele. O Rio Itochu nunca
congelou em qualquer história ou memória.
A primavera, como em outros lugares de Rokugan,
é a estação da plantação de novos cultivos, e os plebeus
realizam vários festivais em nome da Fortuna do Arroz e da
Fortuna do Solo. A neve derretendo nas Montanhas Taru o-
casionalmente causa inundações, embora só raramente isto
seja grave. O verão é quente, mas tolerado pela combina-
ção de ventos e acesso à água. E é também a estação em
que os nativos mais se deslocam, uma vez que todas as es-
tradas são claras e secas e o plantação está feita. O povo de
Naishou se reúne fortemente durante essa época, com mui-
tos festivais para celebrar as Fortunas e desfrutar de suas
bênçãos. A seriedade retorna no outono, quando a colheita
tem prioridade sobre a maioria das outras atividades. As
chuvas pesadas podem às vezes cair durante o outono,
fazendo o trabalho da colheita ainda mais árduo, mas as
terras férteis do vale asseguram que o esforço valha a pena.
A capital – Toshi no Naishou – é o centro econômi-
co e político da província Naishou e, em muitos aspectos, é
o que torna a região uma entidade política unificada.
Situado na margem ocidental do Rio Itochu, é, de longe, o
maior assentamento na província, mais de duas vezes maior
que o segundo maior (Koso Mura), e só tem aumentado de
tamanho desde a chegada do novo Governador Provincial.
Toshi no Naishou se espalha em um semicírculo ao redor do
Palácio do Governador, localizado na margem do rio. A
margem oriental do rio é geralmente vista como de mau
agouro e se mantém praticamente carente de qualquer
construção, habitada apenas pela comunidade eta da
cidade, que admira o resto da cidade de longe. A capital é
descrita, primeiro separada conforme seus bairros e
posteriormente conforme suas localidades importantes.
Enquanto Toshi no Naishou é a joia da coroa da
Província Naishou, ela está longe de ser o único assenta-
mento notável. Na verdade, sem as muitas outras vilas e
aldeias em torno dela a cidade não poderia sobreviver mais
do que alguns dias. A longa e complexa história da Província
Naishou deu origem a muitas idiossincrasias em seus
assentamentos, e um viajante às vezes pode sentir que está
adentrando uma região completamente diferente,
simplesmente visitando outra comunidade. Koso Mura,
Hitori Mura, Shizu Mura e especialmente Toshi no Naishou
são os mais importantes centros culturais e econômicos da
Província Naishou, mas, na verdade, eles representam
apenas uma fração da população. Dezenas e dezenas de
pequenas aldeias estão espalhadas pelas Montanhas Taru,
pelo Vale Nobu, e pela Floresta Kawa. Embora a maioria
delas se alinhe aos costumes de uma ou outra dentre as
três tribos originais, todas têm suas particularidades.
Além disso, a forte devoção da província às
Fortunas levou à construção de um número exagerado de
santuários e mosteiros, alguns deles próximos dos centros
populacionais, e outros tão isolados quanto possível. Há,
portanto, muitas variações locais na fé e na espiritualidade
da população.
Toshi no Naishou
O Bairro Samurai: A área imediatamente ao redor
do Palácio do Governador é o bairro samurai, e é delimitado
por um pequeno muro de pedra que – embora mantido em
bom estado de conservação – é mais simbólico que prático.
O bairro fica em um promontório rochoso, colocando-o em
terreno estável, acima do nível de qualquer inundação
possível, e também permitindo que os residentes ignorem o
resto da cidade (o que muitos samurais apreciam). Suas
casas variam em estilo e qualidade, tendo sido construídas
gradualmente ao longo de muitos anos. Conforme a popula-
ção samurai aumentou e diminuiu ao longo das gerações,
algumas partes do distrito caíram em desuso, enquanto
outras desfrutam de renovação. Em muitas maneiras o
bairro samurai é quase uma cidade em si – com seus
próprios templos, pousadas, casas de chá, restaurantes e
outras conveniências. O resultado é que muitos moradores
samurais não visitam o resto da cidade regularmente.
Tipicamente apenas dois guardas vigiam o portão
único que atravessa a muralha em torno do bairro samurai,
mas isso é mais do que suficiente para marcá-lo como um
mundo diferente daquele dos camponeses, que precisam
de permissão explícita para visitar esta parte da cidade. Ti-
picamente, apenas servos visitam o bairro samurai regular-
mente, enquanto o resto da população heimin considera
assuntos “de dentro da muralha” fora de sua preocupação.
Como muitas cidades, o desenvolvimento de Toshi
no Naishou nunca foi realmente planejado, inclusive o
desenvolvimento do bairro samurai, que também cresceu
de forma aleatória. O distrito tem uma rede confusa e
emaranhada de ruas e casas; locais importantes, por vezes,
parecem ser colocado ilogicamente. As únicas coisas que
mantêm a área facilmente compreensível são seu tamanho
relativamente pequeno e o rio que corre ao longo de um
dos lados; muitos samurais fazem uso do rio para viagens a
partir de uma parte do bairro a outra, e há sempre várias
pequenas balsas ao longo das margens à procura de clientes
samurais. Todo o bairro trimestre é regularmente
patrulhado pelas tropas da guarnição Leão, então o crime e
outros tipos de problema são muito raros. Recentemente, o
Daimyo Provincial Imperial proibiu duelos no bairro,
independente da vontade dos daimyo dos adversários,
salvo pelos duelos sancionados que ocorrerem em sua
própria corte. Esta medida foi tomada para garantir que o 8
distrito continue pacífico, apesar da presença de muitos
samurais de diferentes Clãs, muitas vezes rivais
O Distrito Comercial: Envolvendo o bairro samurai
está o distrito comercial, que também funciona como um
centro de entretenimento para samurais e camponeses
igualmente. Aqui, toda a província trata de vender e trocar
produtos, e a área é sempre movimentada com a atividade.
Em contraste com as áreas comerciais muitas vezes caóticas
de outras cidades, aqui o negócio é sempre conduzido de
uma forma ordenada e educada, uma vez que a população
tradicionalmente espiritual se recusa a valorizar mais o
dinheiro que crescimento. Muitas famílias têm negociado
entre si por gerações, e, por isso, muitas operações
mercantis são questões de arranjos pessoais e informais em
vez de negociações reais. Interações comerciais também
são frequentemente convocações sociais, onde os
comerciantes trocam notícias e fofocas, e muitas pousadas
e casas de chá sediam estas reuniões “comerciais”.
A patrulha deste distrito é geralmente deixada para
camponeses, e várias famílias de doshin tem orgulho de
ajudar a manter a paz neste distrito densamente povoado.
Tanto dinheiro inevitavelmente atrai más intenções, e
algumas organizações criminosas são conhecidas por
operarem na área, algumas delas tão antigas quanto a
própria cidade. Elas controlam a maior parte das formas de
entretenimento, como bordéis e casas de jogos, que
mantêm um perfil baixo para que não ofender os olhos de
pessoas honradas. Aos gostos mais refinados de samurais, o
distrito possui um número de teatros e casas de gueixas e,
embora a sua qualidade seja menor do que os poucos
estabelecimentos de mesmo tipo encontrados no bairro
samurai, também são mais acessíveis e baratos. O bairro
também é famoso por seus muitas dançarinas e muitos
comediantes, um desdobramento da paixão da cidade por
festas religiosas. As noites frequentemente apresentam
trupes de artistas que trabalham nas ruas iluminadas por
lanternas, e as competições entre diferentes trupes são
grandes, ocasionalmente deixam de ser cordiais.
O distrito comercial tem acesso a menos da mar-
gem do rio que o bairro samurai, mas faz uso mais eficiente
dela na forma de dois portos. O porto norte geralmente cui-
da de todas as atividades relacionadas ao comércio da pro-
víncia, e, assim, é geralmente mais calmo e um pouco mais
amigável; o negócio aqui é muitas vezes uma questão pes-
soal, como no resto do distrito. O porto sul lida com impor-
tação e exportação de produtos, com o comércio de fora da
província, e é muitas vezes visto como um lugar mais duro e
arriscado, mas também que oferece mais oportunidades. Os
trabalhadores dos dois portos têm uma rixa entre si,
embora ninguém se lembre como ela começou, e brigas
entre trabalhadores portuários são um problema frequente.
As Residências Heimin: A terceira camada da cida-
de, de forma irregular, se espalha tanto para o interior da
terra quanto ao longo do rio. Ela é o lar da massiva popula-
ção heimin, incluindo artesãos, pescadores e agricultores.
Os artesãos geralmente vivem perto da zona comercial, u-
ma vez que este é o lugar onde seus produtos são vendidos,
e, na verdade, a divisória entre o distrito comercial e as ca-
sas dos artesãos é muitas vezes indefinida. Uma grande va-
riedade de artesãos pode ser encontrada aqui, uma vez que
a província está acostumada a viver em relativo isolamento
do Império, tornando a cidade lar de criadores de itens
incomuns. Carpinteiros são particularmente respeitados
devido à necessidade da região por autossuficiência, e são
muitas vezes contratados para ajudar cidades periféricas
com construções novas ou reparos. A qualidade do seu
trabalho tem ajudado a garantir a continuidade da
prosperidade de Naishou e deu-lhes um status elevado aos
olhos da população heimin (mesmo que poucos samurais
prestem atenção a essas coisas).
O bairro também abriga inúmeros ferreiros, que
fabricam de tudo, de armas e armaduras samurais às
inúmeras ferramentas necessárias ao povo comum. Os
ferreiros da cidade são fortemente dependentes dos
embarques de minério das minas nas montanhas da
província, e seu trabalho é, por vezes, interrompido pela
irregularidade nas entregas dos mineiros. Isto causa tensões
entre os dois grupos, às vezes, exigindo escoltas armadas
para proteger os mineiros visitantes de ataques de
multidões enfurecidas. Uma vez que a área de artesãos da
cidade é geralmente um bairro tranquilo e trabalhador,
estes incidentes raros são ainda mais notáveis e chocantes.
Grande parte da população de pescadores da
cidade vive ao longo de ambos os lados do Rio Itochu,
tornando-a o único grupo que não é de eta a ter residências
na margem oriental. Os pescadores são um pouco menos
organizados do que os outros comércios, e muitas vezes
trabalham em pequenas unidades familiares. Não é
incomum que pescadores solteiros vivam em seus próprios
barcos na margem do rio, em vez de em cabanas. Em
contraste com os portos comerciais, não há rivalidade entre
os pescadores de diferentes áreas, pois o rio provê, até
agora, trabalho a todos. Ainda assim, com a cidade em
crescimento, os pescadores se aventuram um pouco mais
longe ao longo do rio a cada ano para achar o suficiente.
Como acontece em qualquer lugar de Rokugan, marinheiros
em Toshi no Naishou são muito supersticiosos, e toda a
margem do rio não usada para habitação ou docas é repleta
de pequenos santuários para uma variedade de Fortunas,
muitas vezes decoradas com imagens da salamandra
gigante pela qual a província é famosa.
Toshi no Naishou tem uma população considerável
de agricultores em seus bairros exteriores – mais próximos
aos campos e às plantações de arroz – que fornecem grande
parte da comida da cidade. Os agricultores tendem a prefe-
rir a companhia de seus iguais, e visitar os arredores da ci-
dade pode trazer a sensação de entrar em uma aldeia cam-
ponesa de grandes dimensões: as ruas são tranquilas, des-
providas de arte ou ornamento, e todas as pessoas parecem
se conhecer. A única diferença é causada pelo tamanho da
cidade: alguns agricultores têm de viajar muito longe para
chegar a seus campos, portanto, em tempos recentes, a ci-
dade organizou carroções para transportar os trabalhadores
em ida e volta. Todas as manhãs e à noite, as estradas fora
da cidade estão cheias dessas carroças grandes que
transportam os fazendeiros de e para seus trabalhos, uma
visão estranha para aqueles de outras partes do Império.
A periferia da cidade é também onde muitos
doshin têm suas casas, uma vez que eles preferem viver em
zonas tranquilas longe dos bairros onde devem prosseguir
os seus deveres. Isso também permite que cuidem de seus
vizinhos heimin quando há problemas ocasionais, e, assim, 9
mantém aos samurais o poder de intervir sobre os
problemas triviais locais.
Os bairros de agricultores também são o lar das
destilarias da cidade, convenientemente próximas aos cam-
pos onde o arroz e os outros grãos são produzidos. Em con-
traste com o resto dos distritos heimin, estes são fortemen-
te protegidos, por doshin e mesmo por ocasionais ronins. As
técnicas dos cervejeiros locais são bastante originais, tendo
sido aperfeiçoadas por gerações separadas do resto do Im-
pério, e eles guardam seus segredos com cuidado. O saquê
de Naishou é conhecido como uma bebida leve e adocicada
– embora não particularmente famosa fora da Província – e
é popular entre aqueles que são conhecedores dela. Os fa-
bricantes geralmente oferecem uma garrafa de saquê para
a casa de cada agricultor no final do ano em agradecimento
pelo seu trabalho árduo no vital cultivo de arroz. Como re-
sultado, o festival de ano novo nesses distritos é frequente-
mente muito mais animado do que no resto de Rokugan.
Uma característica notável desses bairros é que
Toshi no Naishou não tem paredes externas e, como tal, o
campesinato é a primeira linha da cidade de defesa caso
venha a ser atacado. Isto não é tão perigoso quanto se
imagina, uma vez que as guerras anteriores sobre a
província tornou grande parte de seus agricultores
detentores de experiência como ashigaru.
A Vila Hinin: Nenhuma cidade é completa sem uma
grande comunidade eta. Toshi no Naishou não é exceção.
Assim como em outros lugares em Rokugan, os hinin são
mantidos fora da vista e fora das mentes. A eles são dadas
as piores terras disponíveis para construir suas casas. Em
Toshi no Naishou, estes terrenos estão na margem leste do
rio, que é enlameada e instável, sujeita a inundação, e
amplamente considerada amaldiçoada. A aldeia eta é úmida
e suja durante todo o ano – apesar dos melhores esforços
de seus habitantes – e as inundações ocasionais deixam o
bairro em constante necessidade de reparos. Curtidores,
agentes funerários e lixeiros se amontoam neste lugar
desagradável, raramente ou nunca visitado por outros. Eles
encontram consolo nas ocasionais visitas de monges à área,
mas, fora isso, devem suportar a vida árdua por conta
própria. Uma única família de torturadores também vive no
bairro, oferecendo seus serviços aos magistrados locais. Os
torturadores são vistos como uma fonte de má sorte pelo
resto dos hinin, que os evitam a menos que forçados.
Todos os hinin vivem com medo da suposta maldi-
ção local, diversamente atribuída a fantasmas, a um demo-
nio ou a uma Fortuna injustiçada, dependendo de quem es-
tá falando. Eles alegam que todos os anos um deles desapa-
rece sem deixar vestígios, e culpam a maldição por estes in-
cidentes. Quando a noite cai, eles tendem a nunca ficarem
sozinhos, sempre com medo de que alguém não estará lá
na manhã seguinte. O resto da cidade presta pouca atenção
a essas histórias, e aqueles que tomam a sério as
superstições eta são geralmente ridicularizados como tolos.
Algumas vozes pragmáticas ocasionalmente reclamam que
a aldeia eta deveria ser movida, mas ninguém quer os hinin
vivendo mais perto deles e certamente ninguém quer gastar
recursos com esse povo. Então, por agora, os hinin
permanecem em sua casa pouco auspiciosa, presos ao que
quer que vague por suas ruas noturnas.
O Palácio do Governador: Devido à história
confusa de Naishou, ninguém sabe ao certo quando ou por
quem o Palácio do Governador foi construído em primeiro
lugar, uma vez que os registros existentes são muitas vezes
contraditórios. No entanto, Governadores Provinciais
sempre o usam como sua residência, e – a menos que Koso
Mura cresça muito – isto provavelmente continuará.
O Palácio do Governador é impressionante para
um local provinciano, embora fique aquém do esplendor
dos principais assentamentos dos Clãs Maiores. Localizado
no topo do promontório rochoso que compreende a maior
parte do bairro samurai, ele tem vista para ambos o Rio
Itochu e o resto da cidade, uma localização ideal tanto para
defesa militar quanto para o prazer visual. No entanto,
diferente de sua localização, o palácio não é construído para
a guerra, e mudou de mãos várias vezes durante as eras
quando os Clãs Maiores disputaram a província. Seu design
é focado em corte e governança, e muitos samurais
apreciam sua elegância.
O palácio tem quatro andares, com telhados
vermelhos brilhantes e paredes branqueadas por
tratamento de limão (isto é feito anualmente, durante uma
cerimônia religiosa dedicada às sete Fortunas). Um
pequeno muro circunda o complexo do palácio em todos os
lados, salvo do rio. Os portões são normalmente guardados
por dois soldados, mas – durante o dia – estão abertos para
samurais visitantes, a menos que haja uma emergência. O
pequeno pátio do palácio não permite a presença de um
jardim real, embora haja algumas árvores e estátuas.
O interior do palácio tem todas as comodidades
que se poderia esperar de um lugar que hospeda uma corte
provincial. Os quartos de hóspedes são extensos, uma vez
que a disputa política sobre a província significa que a corte
local tem muitos visitantes. Cada quarto tem uma pintura
dedicada a uma das Fortunas, Menores ou Maiores, e a
disputa pelo quarto “apropriado” já é, por si só, um
complexo jogo de favores entre os cortesãos que visitam o
local. Os quartos Benten estão sempre entre os mais
populares. Esta disputa também resulta em uma
distribuição aleatória de hóspedes, independentemente da
filiação por Clã. Para evitar problemas, o atual governador
tem corredores regularmente patrulhados.
A câmara principal da corte é muito grande para
um palácio provincial, com algumas câmaras anexas teladas
por shoji para reuniões menores. A parede atrás da cadeira
do governador é decorada por uma pintura bonita de águas
correntes habitadas por criaturas fantásticas, como nagas,
ningyo, kappa e seres divinos. Esta pintura foi presente de
um Artista Kakita visita que alegava ter o dom de ver as
coisas que existiam no Rio Itochu que outros não podiam
ver. A câmara da corte é complementada por muitas salas
de reuniões menores nos dois primeiros andares do palácio.
Os aposentos do governador estão situados no piso
mais alto do palácio, como é habitual na arquitetura
rokugani. Pequenas varandas circundam o piso,
proporcionando a mais bela vista da cidade. O andar em si é
espaçoso o suficiente para uma grande família, uma vez que
alguns ex-governadores trouxeram seus parentes para lá
residir com eles. Há um santuário à memória de todos os
governadores anteriores, independentemente de filiações
de Clãs, e é considerado sábio ao ocupante atual do cargo
rezar por orientação. O quarto principal do governador está 10
localizado no centro do piso, separado de todos os outros
quartos e cercado por postos de guarda; este forte
esquema de segurança, em contraste com o resto do
palácio e da cidade, é um legado da era da guerra, quando
muitos governadores sofreram tentativas de assassinato. O
quarto do governador também contém um mapa antigo da
totalidade da província Naishou, que se acredita ter sido
criado por um cartógrafo Imperial no segundo século. Um
rumor popular afirma que este mapa tem muitos segredos
esquecidos, como os locais de ruínas antigas e tesouros
escondidos, mas na verdade nenhum governador jamais
pareceu encontrar alguma dessas coisas.
Os servos do palácio vivem fora do bairro samurai,
viajam de e para seu local de trabalho todos os dias em vez
de viver na propriedade como em muitos castelos maiores.
Claro, alguns deles trabalham durante a noite, enquanto as
portas estão fechadas, dormindo durante o dia.
O Santuário de Penhasco: Um visitante que circun-
de a muralha externa do complexo do Palácio acabará por
chegar à borda do penhasco com vista para o Rio Itochu.
Não há nenhuma parede para evitar quedas, e muitos sa-
murais acham a vista deste lugar emocionante, tornando-o
um local de passeio, e também um local para encontros ro-
mânticos à luz da lua ou para atletas ousados mergulharem
no rio. As correntes abaixo são bastante fortes, então isso
não é uma façanha tão fácil como pode parecer.
Um pequeno santuário repousa na borda para
lembrar os visitantes de uma tragédia passada. A filha de
um governador anterior, perseguindo seu animal de
estimação perdido, caiu do penhasco no rio. Seu corpo
nunca foi recuperado. O último ato do governador foi
ordenar que o santuário fosse construído, e depois ele se
aposentou para um mosteiro nas montanhas Taru, com a
dor de sua perda demais para aguentar. Por sua ordem, o
santuário sempre tem uma vela acesa durante a noite, que
avisa os visitantes sobre o perigo do penhasco.
Rumores do Palácio: Os servos do Palácio do
Governador e os samurais que ficam lá como convidados
contam muitos contos sobre o lugar, a maioria deles sem
dúvida é pura ficção, mas alguns talvez contenham um grão
de verdade.
A história mais comumente ouvida é que o Palácio
é construído sobre ruínas antigas, talvez de origem não
humana. Esta história é possivelmente apoiada pelo fato de
que o acesso ao porão é controlado estritamente em todas
as vezes, e nenhum empregado ou convidado nunca viu o
que se encontra atrás das escadarias guardadas. Vozes mais
pragmáticas acreditam que o porão é simplesmente um
lugar para esconder tesouros, ou armas e suprimentos em
caso de guerra.
Outro conto popular afirma que a razão pela qual
nenhum registro concorda sobre quando o Palácio foi
fundado é porque este não é o primeiro Palácio.
Supostamente, o original estava situado em algum outro
lugar da cidade, mas foi arrasado durante a guerra, e todos
os vestígios de sua existência foram destruídos. Se
verdadeiro, qualquer Clã que construiu o palácio original
poderia apresentar uma reivindicação muito mais forte ao
controle da província Naishou.
Finalmente, muitos empregado afirmam que o Pa-
lácio está cheio de passagens secretas. Supostamente algu-
mas destas permitem espionar os convidados, enquanto ou-
tras emergem muito fora do castelo em edifícios distribuí-
dos na cidade. Os empregados alegam que as passagens fo-
ram construídas por um dos mais paranóicos ex-governado-
res. Seja verdade ou não essa história, os cortesãos no
Palácio do Governador muitas vezes se preocupam com a
possibilidade de serem espionados. Quaisquer discussões
dentro das paredes do Palácio tendem a ser especialmente
cautelosas e indiretas, até para os padrões Rokugani.
O Templo às Sete Fortunas: O segundo maior edifí-
cio de Toshi no Naishou é considerado por alguns morado-
res como mais importante que o próprio palácio. Isto é em
parte devido à importância do Fortunismo à população local
e em parte porque governadores vêm e vão enquanto os
monges deste templo têm sido uma presença constante e
influente na cidade. Enquanto os monges raramente fazem
qualquer uso de sua influência, nenhum governador é tolo o
suficiente para ignorar sua orientação ou suas opiniões.
Dizem que as fundações do templo foram coloca-
das nos dias que precederam a queda dos Kami e, enquanto
ele foi reformado e até mesmo completamente reconstruí-
do várias vezes ao longo dos séculos, o projeto básico foi
sempre mantida inalterado, oferecendo um vislumbre da
arquitetura do Amanhecer do Império. A estrutura principal
é um edifício de um andar apoiado por uma plataforma de
madeira, provavelmente devido às inundações que
ocasionalmente atingem a cidade. Uma pequena escada de
madeira, sempre de exatos sete degraus, leva até a entrada
do templo, que tem a forma de um pequeno arco torii. Toda
a estrutura é construída principalmente de madeira, e o
templo é conhecido por ranger suavemente conforme as
pessoas se movem em torno dele; alguns acreditam que os
sussurros das Fortunas podem ser ouvidos nesses ruídos
tênues. A construção de papel e madeira torna fogo um
risco constante, de modo que o templo é normalmente
fechado aos visitantes durante a noite, para reduzir o
número de velas. Os monges residentes se deslocam à noite
com apenas a luz mínima necessária.
A principal câmara de adoração, diretamente na
entrada, é grande o suficiente para uma centena de pesso-
as. As principais atrações são as estátuas de pedra das Sete
Fortunas, que supostamente estão no templo desde a sua
criação. Aquela de frente para a entrada é Benten, com os
braços abertos em um gesto de boas-vindas, enquanto os
outros estão organizados em torno dela em semicírculo. A-
pesar de sua antiguidade, as estátuas ainda mostram exce-
lentes detalhes e artesanato, e os visitantes notarão que a
pedra usada para esculpi-las não é encontrada nas Monta-
nhas Taru. Os mais devotos acreditam que as estátuas são
presentes dos Paraísos Celestiais enquanto os céticos
assumem que originalmente vieram de algum lugar fora da
Província. Independentemente disso, estas representações
das Sete Fortunas são o centro da atividade do templo, e as
oferendas são deixadas em seus pés todos os dias.
Os monges residentes vivem em um conjunto de
salas em condições muito ascéticas. As câmaras monásticas
individuais tendem a ser sufocantes e quentes no verão e
congelantes no inverno, mas os monges estão acostumados
a suportar essas condições como parte de seu estilo de vida.
Mesmo o abade do templo, uma pessoa respeitada e
influente dentro da cidade, dorme nas mesmas condições. 11
Mesmo quem nunca visita o templo achará
impossível ignorar a sua presença na cidade. Uma vez que, a
cada dia, quando o sol está no seu ápice, os monges trazem
um enorme gongo de latão para a frente da entrada do
santuário e o tocam três vezes, simbolicamente purificando
tudo dos três pecados: medo, inveja e arrependimento. O
som reverbera por toda a cidade como uma fonte de
admiração e conforto para os moradores. A maioria dos
cidadãos de Toshi no Naishou fica parado e em silêncio
quando o gongo ressoa, e isso produz um efeito
impressionante quando toda a cidade parece parar por um
instante. O gongo soou em todas os dias da história da
cidade, mesmo no meio de guerras ou desastres. Os
artesãos da cidade têm várias substituições prontas para o
caso de ser danificado ou roubado. Muitas réplicas menores
deste gongo são encontradas em santuários e templos
menores em toda a cidade, e estes são tocados por
visitantes que procuram purificação adicional.
Além do gigantesco gongo e das estátuas, o templo
também é famoso por sua biblioteca, que recolheu
centenas de lendas e histórias sobre ambas a província e a
adoração Fortunista ao longo dos séculos. Às vezes parece
que apenas os monges de Fukurokujin podem localizar um
texto específico em suas prateleiras lotadas. O acesso à
biblioteca é controlado pelos monges, que consideram
caráter mais importante que status ao ponderar quaisquer
solicitações. Na rara ocasião em que um samurai tenta
forçar a questão, os monges dedicados a Bishamon são
rápidos em lembrar a todos de sua presença.
A Estalagem dos Três Ventos: Esta pousada é
conhecida como a residência preferida de samurais que não
têm garantido um quarto no Palácio, mas que desejam per-
manecer na cidade. Quando os convidados perguntam so-
bre nome excêntrico da pousada, o proprietário conta a his-
tória de como Tamon, a Fortuna malévola do vento norte,
uma vez se apaixonou por uma jovem donzela da província
de Naishou. Ela concordou em acompanhá-lo de volta aos
Paraísos Celestiais se ele prometesse nunca incomodar a
província novamente. A Fortuna aceitou o acordo, e é certa-
mente verdade que os ventos do norte nunca são fortes em
Naishou, então os residentes rezam principalmente às
outras três Fortunas do Vento, cujo favor é menos seguro.
A pousada está localizada no distrito comercial,
limítrofe ao bairro samurai, tão perto que se pode ver as
portas do distrito de vários dos quartos. Isto, combinado
com a alta qualidade do estabelecimento, torna-o um local
ideal para samurais visitantes, estejam atendendo à corte
ou apenas de passagem. A pousada tem estado na mesma
linhagem familiar há séculos, e o proprietário geralmente
assume o nome Onshu. O resto da família trabalha ou na
pousada ou como servos bairro samurai, de modo que são
surpreendentemente atualizados sobre políticas samurais e
fofocas samurais. Onshu também assegura que suas filhas
casem em posições que estabelecem contatos adicionais
em toda a cidade. Como resultado, Onshu é uma das
melhores fontes de rumores em toda Toshi no Naishou. Ele
pode muitas vezes ser encontrado no balcão, alegremente
compartilhando as últimas notícias com um visitante
samurai enquanto ele limpa a madeira impecável.
Apesar da diversidade dos indivíduos que passam
pelo lugar, Onshu não mantém nenhuma segurança no
local, confiando na honra e no decoro de seus clientes para
garantir a paz. Até agora, a sua fé sempre esteve certa, e
não há casos de violência nos Três Ventos. Alguns atribuem
esta paz à especialidade de Onshu, um chá maravilhosa-
mente relaxante conhecido como Favorito de Hotei; Onshu
clama que é cultivado apenas em um pequeno vilarejo nas
Montanhas Taru, e sempre se recusa a nomear qual. Outros
atribuem a aura da pousada de paz ao conhecimento de eti-
queta de Onshu e ao jeito que ele assegura que cada samu-
rai saiba quão profundamente se vergonharia trazendo
violência a um lugar tranquilo em plena vista de seus pares.
Independentemente disso, a Estalagem dos Três Ventos
está sempre cheia de samurais e mantém uma atmosfera
genial. Qualquer um tolo o suficiente para ameaçar Onshu
provavelmente se verá como inimigo de todos os hóspedes
da pousada samurai, portanto o humilde estalajadeiro é um
dos homens mais bem protegidos de Toshi no Naishou.
O Porto Comercial Sul: O Rio Itochu é a salvação de
Toshi no Naishou, trazendo arroz das muitas aldeias
menores na província, fornecendo a cidade com a captura
diária dos pescadores, e ligando a província para o comércio
com o resto do Império. O Porto Comercial Sul do bairro
samurai é onde a maior parte da riqueza flui, uma vez que é
o único a lidar com o mundo exterior à província Naishou.
Esta riqueza traz, é claro, problemas com ela.
Durante o início da história da Província Naishou,
esse porto não via muita atividade. O comércio com o resto
do Império foi limitado, a cidade estava focada em assuntos
do resto da província, e havia poucas aldeias ao sul, onde a
terra se torna menos fértil. No entanto, quando Naishou foi
“redescoberta” pelo Império, o sul do Rio Itochu tornou-se
a principal via para comércio e viagens da província, e o
porto comercial sul de repente se tornou próspero. Nos
tempos modernos, que vê o tráfego diário abundante, os
estivadores carregam e descarregam sem parar remessas
de mercadorias para dentro e fora da cidade. Bens de luxo,
como seda, especiarias e obras de arte entram em Naishou
por este porto, pagos com moedas, fardos de arroz ou
criações de artesãos da cidade.
Os habitantes mais tradicionais da cidade veem o
porto comercial sul como um desenvolvimento “moderno”,
não por ele ser recente, mas porque é diferente das tradi-
ções de Toshi no Naishou. O influxo de bens, visitantes e in-
fluências de fora irrita alguns residentes locais e, enquanto
nem todos aqueles que trabalham são denunciados pelos
tradicionalistas como trapaceiros ímpios, é verdade que a á-
rea é mais grosseira e caótica do que o resto a cidade. Casas
de saquê, como a Carpa Bêbada, o Sapo Feliz, e os Três Afo-
gados atender a marinheiros visitantes e são universalmen-
te conhecidas por seu saquê barato de baixa qualidade e
pelas brigas que hospedam. A maioria dos samurais não se-
ria pego nesses humildes locais, embora alguns Caranguejos
e Louva-a-Deus parecem apreciar a “atmosfera animada”.
Um homem de grande influência no porto comer-
cial sul é o capitão do porto, Shuzou. Embora seja um mero
plebeu, um funcionário menor nomeado pelo Governador,
ele tem completa autoridade sobre o porto sul e controla
quais navios podem atracar, quais podem partir e quais
taxas, tarifas e honorários devem ser pagos. Que um heimin
possua este nível de poder surpreende muitos samurais,
mas não há dúvida de que Shuzou é um homem verdadeira- 12
mente brilhante, capaz de rastrear uma dúzia de diferentes
tarifas e manter a lista de navios atualmente aportados em
sua mente todo o tempo. Ainda assim, alguns se perguntam
qual o motivo pelo qual suas decisões às vezes parecem
tendenciosas, sem motivo aparente, o que sugere que o
servo obediente pode ter projetos secretos. Como resultado
da crescente hostilidade à sua posição, Shuzou contratou
dois ronin corpulentos para estarem ao seu lado onde quer
que vá; isto desencorajou bastante potenciais agressores,
mas também levantou mais suspeitas sobre suas intenções.
A Casa de Gueixas Pérola Solitária: Diz-se que, no
início da história da cidade, um pescador caiu ao mar no Rio
Itochu e avistou o brilho de uma pérola branca no fundo
lamacento. Depois de vender a pérola por um preço
elevado, ele decidiu seguir a carreira de caçador de pérolas.
Ele passou o resto de sua vida tentando encontrar mais
pérolas, mas nunca teve qualquer sucesso e acabou por
morrer pobre. A Cada Gueixa Pérola Solitária é
supostamente construída no lugar do rio onde o pescador
encontrou sua pérola, e a dona da casa gosta de recontar a
história para todos os novos clientes como uma lição sobre
estar satisfeito com a sorte e abster-se de ganância. A sua
localização, dentre as residências samurais, pode ser uma
visão surpreendente para os novos visitantes, mas é um dos
vários locais que permitem que o bairro samurai funcione
sem depender da cidade em torno dele. Ainda assim, ao
longo do tempo, alguns samurais se opuseram à presença
do estabelecimento, e as gueixas fazem para grandes
esforços para manterem a sua casa discreta exteriormente.
O edifício em si é muito normal, com paredes brancas e um
telhado de telha preta. Ele não está marcado de modo
algum (nem mesmo as tradicionais lanternas vermelhas) –
as gueixas confiam em sua reputação e no boca a boca para
espalhar a conhecimento de seu estabelecimento.
No interior, no entanto, a história é outra. A
pequena casa é rica e elaboradamente decorada, criando a
sensação de entrar em outro mundo no momento de passar
através da porta. Incenso aromático flutua através do lugar,
e cada quarto é decorado com almofadas de seda, belas
pinturas e esculturas, e muitas outras maravilhas. As sete
salas de reuniões da Pérola Solitária são temáticas em nome
das quatro estações do ano, do Sol, da Lua e das estrelas.
Há sempre exatamente sete gueixas ativa na Pérola
Solitária, e alguns aprendizes em formação. O número sete
é, naturalmente, considerado auspicioso, e por manter a
casa pequena a okasan é capaz de se concentrar em alguns
artistas altamente desejados, o que impulsiona a demanda
e os preços. A gueixa mais procurada no momento é uma
garota chamada Suzuko, que, enquanto um pouco mais alta
do que o considerado adequado, é dotada de uma graça e
elegância que mais do que compensam qualquer falha. Ela
diz ter feito o próprio governador derramar lágrimas com
uma representação musical particularmente inspirada, um
testemunha de suas habilidades. Em privado, Suzuko é um
jovem caprichosa, insatisfeita com sua vida atual, e estão
espalhando rumores de que ela tem um amante samurai
que está considerando a compra de seu contrato. Enquanto
a perda de Suzuko certamente seria um golpe para a Pérola
Solitária, isto seria favorável à gueixa em segundo lugar,
Hichihiko, que quer desesperadamente a chance de
recuperar ser o centro das atenções.
O Quartel Principal: Toshi no Naishou nunca foi
uma fortaleza militar, mas sua grande população precisa de
policiamento, e uma defesa básica é necessária para evitar
chamar a atenção dos bandidos. O quartel foi construído
pela primeira vez quando a Província Naishou chamou a
atenção do Império, e as suas origens exatas são incertas.
Samurais do Clã Caranguejo muitas vezes comentam que o
design robusto do prédio lhes é familiar, mas não provaram
que foram eles que construíram a estrutura.
O Quartel “Principal” recebe este nome porque é o
único de seu tipo no bairro samurai, embora existam alguns
edifícios menores em outros bairros da cidade. Ele fica fora
do Palácio, e, em caso de emergência, os soldados podem
rapidamente ser convocados ao castelo propriamente dito,
ou movidos para defender o muro baixo do bairro samurai.
Nos raros combates que atingiram o centro da cidade, o
quartel sempre foi um ponto chave da disputa, uma vez que
a sua construção robusta (com paredes de pedra e seteiras)
permite-lhe agir como uma fortaleza. Na maioria das vezes,
porém, o quartel é simplesmente usado para alojar
soldados quando eles não estão de plantão. Existem camas
suficientes para até duzentos soldados, embora o lugar
ficaria muito lotado com uma grande guarnição desse
tamanho. O quartel também tem uma pequena cantina,
mas infelizmente tem uma reputação de comida sem graça
e triste. O cozinheiro, um velho plebeu de nome Ichuzo, não
parece se importar muito com o sabor desde que todos
estejam alimentados na hora certa.
Com a nomeação de um novo Governador, o
quartel se tornou um ponto de discórdia política, em vez de
conflito militar. As tropas do Leão do Governador
inicialmente ocuparam a estrutura, mas os delegados de
outros clãs começaram a se queixar de não terem nenhum
lugar perto do Palácio onde seus yojimbo fossem abrigados.
Isto acabou por ganhar uma concessão do Governador, que
permitiu que um pequeno número de bushi de outras
delegações usassem também o quartel. Embora mais da
metade dos soldados ainda sejam Leões, mais e mais
samurais novos de outros Clãs estão aparecendo, e o lugar
está se tornando cada vez mais lotados e tenso. Escorpiões
e Garças, em particular, têm chegado em grande número, e
considerando o interesse passado desses Clãs na província,
os Leões estão profundamente desconfiados de sua
presença em expansão, não importa qual a razão oficial que
aleguem. O comandante do Leão, um homem chamado
Matsu Seiki, tem, assim, exortado retidão e cortesia em
seus homens, e sua disciplina tem sido suficiente para
prevenir quaisquer disputas significativas... até agora.
A prioridade de Seiki é seu dever para com o
Governador, não fazendo jogos políticos, e sua própria
frustração não vem da discussão sobre o quartel, mas da
falta de estruturas adequadas defensáveis na área. Ele
percebe plenamente que nem o Palácio nem o muro
externo do bairro samurai pararão qualquer adversário
determinado. Seus pedidos de novos fundos para fortalecer
as defesas do bairro, até agora, caíram em ouvidos surdos,
e, entretanto, ele continua a realizar inspeções e exercícios
na área, tentando garantir que seus homens estejam
prontos para qualquer ameaça possível.
A Casa de Apostas Truta Dourada: escondida em
um canto indistinto do distrito comercial, a Truta Dourada 13
parece não ser nada mais do que um pequeno restaurante,
atendendo principalmente a população de trabalhadores
locais. No entanto, se um visitante dá a senha correta para
o homem atrás do balcão, ele será levado à parte de trás do
prédio, descendo um lance de escadas... à maior casa de a-
postas de Toshi no Naishou. O quarto do porão é geralmen-
te lotado todas as noites, com até cinquenta pessoas – a
maioria heimin – jogando simultaneamente. Muitos
jogadores também fumam cachimbos, portanto, o quarto é
sempre escuro e nebuloso devido ao fumo, ardendo os
olhos e os pulmões. A segurança é reforçada por seis heimin
corpulentos com tetsubo e, em caso de problemas reais, a
casa também pode invocar as habilidades de um ronin
chamado Itachi (que normalmente apenas se senta em um
canto, evitando chamar a atenção). Itachi é um duelista e
espadachim talentoso, mas também é um bêbado que caiu
em desonra no passado devido a tempos difíceis, e seu
trabalho aqui é a única coisa o mantém alimentado. Muitos
subestimam este ronin sujo com rosto desfigurado e barba
por fazer, mas, uma vez que sua lâmina esteja em sua mão,
toda a dúvida deixa seus olhos e ele se torna um assassino
perigoso. Devido aos seguranças e ao ronin, a maioria das
pessoas sabe que não deve causar nenhum problema, e até
mesmo a mais terrível das perdas é geralmente aceita com
apenas um lamento desesperado.
A combinação de sigilo e segurança fez do local
uma empresa muito rentável para seu dono, um homem
discreto chamado Kuzeshige. Ele é efetivamente o chefe do
crime organizado na cidade, e sobreviveu por muitos anos
por suas qualidades. Ele é razoável e sutil. Ele delega os
crimes reais para subordinados e se mantém longe dos
olhos do público, preservando a aparência de honestidade
pessoal e evitando excessiva provocação das autoridades.
Sua fortuna também o tornou bastante influente, e ele
geralmente tem alguns samurais em dívida, o que lhe
permite evocar favores para se proteger quando necessário.
Kuzeshige não se esconde de ninguém, e sua residência é
uma das moradas mais opulentas do distrito comercial; no
entanto, nenhum magistrado jamais foi capaz de obter
qualquer prova sobre ele diretamente. Aos habitantes mais
honrados da cidade, ele é, ao mesmo tempo, uma mancha
na reputação de Toshi no Naishou e uma frustração
constante. Aos mais pragmáticos, Kuzeshige é o menor dos
muitos possíveis males. Afinal, ele mantém a pequena
criminalidade sob controle e impede que criminosos mais
cruéis reivindiquem o submundo da cidade.
 Kuzeshige mantém um olhar atento sobre o atual
Governador, cujas intenções desconhece. É provável que
ele aplique sua considerável influência para ajudar a
escolher qual Clã controlará a província a partir de agora... e
ele decide onde o seu melhor interesse reside. Com várias
extorsões, salões de apostas e operações de contrabando
financiando seus cofres, Kuzeshige é capaz de empregar
muitos ronin e camponeses fortes, portanto, um conflito
direto com ele será muito perigoso.
A Filha Obediente: Este popular teatro Noh tem
este nome após um dos contos de fantasmas mais popula-
res da cidade. Ele conta a história de um fazendeiro idoso
que vivia com sua filha única. Sua esposa tinha morrido há
muito tempo e todos os outros filhos tinham se casado e se
mudado para longe, deixando sua filha para cuidar dele.
Quando o ancião finalmente morreu, sua filha sentiu que
não tinha finalidade neste mundo, não tendo amigos e ne-
nhum comércio. Dominada pela tristeza e solidão, ela tam-
bém morreu, mas seu espírito se perdeu no caminho para a
vida após a morte, e seu fantasma assombra a cidade em
busca de seu pai. Dependendo da interpretação a história, a
filha é elogiada por sua dedicação ou desprezada por sua
falta de propósito, enquanto seu pai às vezes é retratado
como um homem bom e às vezes como um egoísta. Muitas
variantes da história existem, mas todos em Toshi no
Naishou concordam que a história tem uma raiz real.
O teatro é um velho acessório da cidade, que cres-
ceu ao longo dos séculos de um modesto estabelecimento
patrocinado por uma ator Garça aposentado a um grande e
respeitado teatro que possui performances durante todo o
ano. As execuções de Noh são extremamente populares na
Província Naishou, devido tanto à valorização dos habitan-
tes locais das artes tradicionais quanto ao apreço pelas his-
tórias de fantasmas e espíritos que frequentemente são re-
tratadas pelo Noh. O teatro tem sempre estado sob a prote-
ção do Clã Garça, independentemente da propriedade da ci-
dade, e ninguém poderia imaginar ser de outra forma. A Fi-
lha Obediente é um teatro único, pois permite que tanto sa-
murais quanto heimin assistam às performances ao mesmo
tempo, embora os dois grupos sejam cuidadosamente
segregados. Devido aos gostos locais, muitas vezes, as peças
são aquelas impopulares no resto do Império. A taxa de en-
trada é modesta o suficiente para que mesmo um agricultor
ocasionalmente assista se juntar dinheiro para o evento.
O diretor do teatro é Kakita Jottei. A posição é he-
reditária, e o primogênito Jottei herdou quando seu pai fa-
leceu há apenas um ano. Ele é um ator talentoso e diretor,
e muitos ficaram felizes com sua chefia da Filha Obediente,
mas até agora ele simplesmente seguiu o cronograma pla-
nejado por seu falecido pai e parece não ter muito interesse
no teatro. Na verdade, Jottei tem sonhos maiores, e espera
avançar a locais mais proeminentes e gloriosos, como
Kyuden Doji ou Shiro Sano Kakita. Ele está discretamente se
preparando para sair de Naishou, com a intenção de deixar
a sua irmã caçula Kakita Amihiko como substituta, mas ele
ainda não sente que ela está pronta para a direção.
Enquanto ela (como Jottei) é um graduada na Academia de
Arte Kakita, ela é muito mais talentosa com ikebana do que
com a atuação. Além disso, o teatro também sempre foi
dirigido por um homem, e seu público tradicionalista
provavelmente achará inaceitável uma diretora. Jottei vem
tentando preparar tanto a sua irmã quanto seus patronos
para a mudança, mas até agora tudo parece
obstinadamente hostil à idéia, e Jottei está começando a
sentir que ele deveria simplesmente abandonar o lugar.
Relações com o Resto da Província: Hitori Mura:
As pessoas desta aldeia preferem evitar lidar com Toshi no
Naishou, mas aqui há as únicas minas na província, e o
comércio entre os dois assentamentos é inevitável. Os
moradores insistem em trazer seus produtos à cidade e não
o contrário, mantendo sua própria casa tranquila e livre de
problemas comerciais. Os habitantes de Toshi no Naishou
acham a prática vagarosa e suspeita, e são frustrados com a
irregularidade do aporte de minério. Hitori Mura é a antiga
sede da tribo Yamataru, e a maioria das pessoas de Toshi no
Naishou considera a vila como quase de outro mundo. Os 14
aldeões franzem a testa para as muitas distrações e os
confortos da cidade, e acreditam que a urbana Toshi no
Naishou esqueceu o verdadeiro caminho das Fortunas. No
entanto, cada comunidade necessida da outra, de modo
que as divergências são normalmente limitadas a
amarguras e ocasionais brigas na rua.
Koso Mura: No passado, Koso Mura foi a principal
parceira comercial de Toshi no Naishou, mas, nos últimos
tempos, tornou-se claro que a cidade quer se erguer como
uma rival para Toshi no Naishou, e as relações entre os dois
assentamentos têm azedado. Os habitantes da cidade veem
as pessoas de Koso Mura como iconoclastas perigosos
devido ao hábito de casarem descendentes de diferentes
tribos originais e devido ao estabelecimento de uma série
de grandes templos shinseístas. Enquanto o povo de Toshi
no Naishou respeita o Pequeno Professor, eles sempre
viram as Fortunas como seres superiores e sentem que a
cidade distante está abandonando o caminho correto.
Alguns começaram a ver a cidade como uma dependente e
estão mudando seus interesses comerciais a outros lugares,
prejudicando ainda mais as relações.
Shizu Mura: Embora Shizu Mura seja igualmente
divergente em cultura e costumes como Hitori Mura, ela é
tratada de forma diferente desta porque não tem algo que
Toshi no Naishou realmente queira. Além do envio ocasio-
nal de madeira ou outros bens florestais, as duas comunida-
des geralmente ignoram uma a outra e assim estão satisfei-
tas. Shizu Mura é habitada principalmente por descenden-
tes da tribo Morikawa, e as pessoas de Toshi no Naishou os
veem como misterioso e talvez um pouco insanos. Os alde-
ões acham que as pessoas de Toshi no Naishou são arrogan-
tes e facilmente enganadas, mas geralmente mantêm essa
opinião para si. A única qualidade realmente apreciada en-
tre os aldeões de Shizu Mura é como grandes contadores de
histórias, uma vez que têm muitas lendas e contos diverti-
dos sobre os espíritos e criaturas sobrenaturais da floresta.
Outras Vilas: a Província Naishou detém várias
dezenas de pequenas aldeias, e muitas delas são muito
pequenas para aparecer em Mapas Imperiais. A maioria
destas aldeias foi originalmente fundada pela tribo
Takanobu e é, portanto, de parentesco distante do povo de
Toshi no Naishou, por isso a cidade tem uma atitude
paternalista em direção a esses assentamentos menores.
Quando os moradores da cidade têm dificuldade em
encontrar um cônjuge, não é incomum que viajem através
do campo até que possam encontrar um casamento, uma
prática conhecida eufemisticamente como “colheita de
arroz”. Isso resulta em uma rede de conexões entre a
cidade e o interior. No entanto, os imigrantes das aldeias
periféricas nem sempre são bem-vindos na cidade, uma vez
que carecem das conexões familiares necessárias para ter
sucesso, e muitos jovens que sonham com sucesso no maior
assentamento da província muitas vezes voltam para casa
envergonhados após alguns meses, ou caem como presas
aos aspectos mais perigosos e sórdidos da vida urbana.
Aos samurais, as pequenas aldeias da província
muitas vezes apresentam uma oportunidade para se
aposentar honrosamente de deveres mais exigentes, e
muitos destes pequenos assentamentos têm um único
samurai que lhes são inerentes, proporcionando
governança e proteção que raramente são mais do que
simbólicas. Samurais jovens são frequentemente
encorajados a viajarem pela zona rural para conhecer estes
gokennin (detentores de terra) e solicitar sua tutela. Isto é
conhecido como estar “procurando o caminho” e fortalece
ainda mais as relações entre a cidade e as aldeias.
Esses padrões aplicam-se principalmente às aldeias
do Vale Nobu. Mais perto das Montanhas Taru ou da
Floresta Kawa, esses elos se tornam mais fracos, e quando a
cidade precisa de algo a partir dessas aldeias distantes, ela
geralmente age através de Hitori Mura ou de Shizu Mura.
Nessas pequenas aldeias periféricas não é incomum ver os
casamentos entre descendentes de diferentes tribos
originais, algo desdenhado pelos habitantes de Toshi no
Naishou. Estas aldeias veem Toshi no Naishou como um
mestre distante, pouco mais do que como o lugar para onde
os seus impostos vão e, enquanto alguns podem visitar a
cidade por curiosidade, a maioria vive suas vidas inteiras
sem sair das fronteiras de sua aldeia.
Koso Mura, A Vila Rival
Várias horas de caminhada ao norte de Toshi no
Naishou está a cidade de Koso Mura, a segunda maior
comunidade na província depois de Toshi no Naishou, que
está muito à frente em tamanho que qualquer outra
comunidade local. Originalmente, Koso Mura foi um lugar
muito semelhante a Toshi no Naishou, mas menor, todavia
ela se desenvolveu cada vez mais diferente ao longo dos
anos e se elevou como uma rival à capital da província. Koso
Mura é um ponto de foco para comércio e agricultura na
porção norte da província, e mantém muitas pequenas
aldeias ao seu redor sob a sua influência. Enquanto ainda
muito atrás em riqueza e influência quando comparada a
Toshi no Naishou, Koso Mura tem vários fatores que
poderiam eventualmente dar-lhe a vantagem contra a
tradicional sede do governo da província.
Koso Mura é situada perto das Montanhas Taru,
mas ainda completamente dentro dos limites do Vale Nobu
e do território tradicional da tribo de Takanobu e de seus
descendentes. A cidade é construída em terras que são um
pouco mais rochosas e elevadas do que o resto do vale,
tornando a construção mais difícil, mas também
protegendo-a de inundações. Não há nenhum rio principal
que atravesse Koso Mura, e os habitantes obtêm a água
preferivelmente de poços. Fora da cidade, numerosos
pequenos córregos fornecem água aos arrozais, e a colheita
aqui sempre foi abundante.
O centro físico e político da cidade é o Forte
Jimichi, o único castelo militar de nota na província. No
passado, os exércitos dos Clãs Maiores e também bandidos
marcharam abaixo as montanhas tentando atacar Naishou,
mas Koso Mura se situa idealmente para barrar o caminho
para o resto da Província Naishou. O Forte Jimichi foi
construído para dissuadir esses ataques por um dos
primeiros Governadores da Fênix e tem cumprido esse
papel desde então. Um castelo de três andares, é muito
pequeno para abrigar a população de toda a cidade, mas
sua posição permite que até mesmo uma pequena força de
soldados defenda-a de forma eficaz. Qualquer pessoa que
se aproxime do Forte deve se mover através de ruas
estreitas expostas aos disparos de flechas das paredes da
fortaleza, tornando qualquer ataque difícil e dispendioso. 15
Não há nenhum ataque a algum tempo, e o forte mais
comumente serve como uma corte para o lorde.
Koso Mura também é famosa por seus templos
shinseístas. Possui nada menos que cinco, um para cada um
dos Elementos. Enquanto a Província Naishou como um to-
do é tradicionalmente muito ligado ao fortunismo, em Koso
Mura o taoísmo (sinônimo de shinseísmo) tem encontrado
maior popularidade, talvez em parte como uma forma de
distinguir-se de Toshi no Naishou. Os templos estão espa-
lhados pela cidade, garantindo que os moradores nunca es-
tejam longe de orientação espiritual, e cada templo é deco-
rado com representações coloridas do elemento que repre-
senta. Os templos são ocupados por uma seita monástica
local que é um ramo da Ordem dos Quatro Templos, mas
qualquer monge pertencente a uma ordem taoísta é bem-
vindo neles. Os monges assumem um papel muito ativo na
comunidade, constantemente fornecendo ajuda, conselhos
e orientação. Como resultado, a população é geralmente
pacífica e surpreendentemente bem-educada, ansiosa para
conseguir um lugar melhor para suas almas em suas próxi-
mas vidas. Os monges também estão presentes na corte de
Koso Mura, onde conduzem cerimônias religiosas e aconse-
lham o prefeito. Uma vez por ano, os cinco templos são re-
consagrados em uma cerimônia solene que envolve toda a
população. Este é um evento delicado em que a cidade, nor-
malmente animada, deixa suas atividades para que todos
reflitam sobre seus pecados e seu progresso no Caminho.
Como parte de um esforço recente para atrair mais
samurais, a cidade recentemente construiu uma grande
pousada chamada Água sobre as Pedras. É projetada para
receber samurais visitantes e abriga até trinta convidados
ao mesmo tempo. O estabelecimento é particularmente
famoso por seus bolos de arroz, cuja reputação estende-se
além da cidade e é ouvida até nas provínicias vizinhas. O
cozinheiro, um plebeu chamado Otsu, é considerado um
dos maiores tesouros da cidade, e há rumores de que
outras cidades gostariam de raptá-lo ou até mesmo vê-lo
morto. Muitos visitantes ficam surpresos ao ver este gordo
homem de meia-idade protegido por dois samurais onde
quer que vá. Enquanto Otsu não acredita que alguém o
mataria só por causa de seus bolos de arroz, ele não
recusaria a proteção do prefeito. O resto do seu cardápio
também é de alta qualidade, por isso, mesmo com preços
um pouco caros, a pousada é muito popular entre os
samurais. Seu nome estranho vem do método do cozinheiro
de cozinhar o alimento em água aquecida sobre pedras
muito quentes, que os nativos acreditam preservar sabores.
A pousada tornou-se um marco, e somente a enorme
devoção do povo comum impede que camponeses e hinin
sintam inveja dos samurais que comem as iguarias.
Koso Mura é o principal centro de comércio e de
população na parte norte da Província Naishou, por isso vê
uma desenvolve uma relação íntima com as aldeias meno-
res circundantes. Nestas, o povo é principalmente de agri-
cultores e mineiros que vêm vender seus produtos ou trocá-
los contra coisas que não podem obter em suas pequenas
aldeias. Koso Mura tem um grande mercado público que é
totalmente coberto, um aspecto incomum que lhe permite
operar em plena capacidade mesmo durante dias chuvosos.
Os moradores dizem que a única vez que o mercado fecha é
quando um Imperador morre – mas, claro, quando a notícia
chega à Província Naishou, um novo Imperador já está no
trono, então é tarde demais para chorar. O mercado é lota-
do quase todos os dias, e os visitantes devem abrir espaço
através de multidões movimentadas para chegar em qual-
quer lugar. Isso infelizmente abre oportunidade para que os
ladrões prosperem, particularmente as crianças, embora os
guardas locais façam o possível para suprimir a criminalida-
de. Ainda assim, no geral, visitar o mercado é uma
experiência maravilhosa, cheia de cheiros de uma centena
de alimentos diferentes (muitos deles cozidos no local por
vendedores). À noite, o mercado é iluminado por muitas
lanternas coloridas e acolhe casas de saquê improvisadas e
jogos de azar. Não é incomum que o mercado continue
ocupado continuamente 24 horas por dia.
Um dos fatos que claramente separa os habitantes
de Koso Mura daqueles de Toshi no Naishou é que em Koso
Mura as pessoas se casam entre grupos tribais diferentes
livremente. Embora isso não seja exatamente novidade em
outros lugares da província, particularmente em pequenas
aldeias localizadas nas zonas de fronteira entre os
diferentes territórios originais das antigas tribos, em Koso
Mura, isso é abraçado, em vez de meramente ignorado ou
oculto. Os moradores da cidade ainda mantêm um controle
cuidadoso de sua ascendência, mas não acreditam que haja
qualquer tabu contra o casamento entre os grupos. Os
estrangeiros à província ficam muitas vezes perplexos com
as nuances culturais em jogo aqui, com os agricultores
discutindo em profundidade as implicações de ser nove
dezesseis avos Takanobu, cinco dezesseis avos Morikawa, e
um oitavo Yamatoru. Estes casamentos intertribais também
levam a cidade a desenvolver relacionamentos muito mais
fortes com os descendentes dos Yamataru e Morikawa que
em outras partes da província, produzindo alguns efeitos
interessantes e benéficos. Os visitantes de Toshi no Naishou
muitas vezes percebem como o custo da madeira e dos
metais parece ser menor em Koso Mura, mas, se
mencionam isso, os comerciantes apenas murmuram algo
sobre os “custos de transporte”. Isso também afeta os
costumes e as superstições locais, que muitas vezes
parecem ser uma fusão de toda a província. Por exemplo, a
cidade é salpicada com os pequenos santuários mais
comumente encontrados nas Montanhas Taru, e também
pode encontrar pequenos amuletos pendurados na frente
das casas para afastar os maus espíritos, da mesma maneira
como na Floresta Kawa. No entanto, a área permanece mais
fortemente alinhada com a herança cultural Takanobu,
compartilhando sua paixão pela agricultura e pela vigorosa
defesa da comunidade por soldados ashigaru.
Em virtude da distância, da cultura e de seu status
como o segundo maior assentamento da província, Koso
Mura tornou-se cada vez mais uma rival para Toshi no Nai-
shou pelo assento do Governador da província. Os comerci-
antes locais estão particularmente interessados nisso, uma
vez que mudaria a principal rota de comércio exterior da
província do Rio Itochu para uma passagem através das
montanhas. Com a ajuda das aldeias nas Montanhas Taru,
eles trabalharam arduamente para tornar esta rota mais se-
gura e fácil de usar, e alguns comerciantes de fora da pro-
víncia começaram a conduzir seus negócios através de Koso
Mura ao invés de tomar o caminho muito mais longo pelo
sul. O afluxo de riqueza desta expansão está fazendo com 16
que mais pessoas se mudem para Koso Mura, e há uma en-
xurrada de obras em andamento, incluindo uma nova mura-
lha defensiva, um novo estábulo e até mesmo alguma ex-
pansão do próprio Forte Jimichi. Uma vez que este trabalho
esteja completo, Koso Mura será mais defensável do que a
própria Toshi no Naishou, um forte argumento para alterar
a habitação do Governador e de sua corte. Naturalmente,
os habitantes de Toshi no Naishou não estão desatentos de
toda esta atividade, e têm tomado medidas para dificultar
seu progresso. Alguns comerciantes da cidade reorientaram
seu comércio de Koso Mura para aldeias menores, diminu-
indo suas receitas e acesso a certos bens. Outros fazem
fofocas sobre as práticas religiosas de Koso Mura, sugerindo
que a cidade está abandonando as Fortunas. Até agora,
estas rivalidades não levaram a qualquer tipo de violência,
mas as tensões estão constantemente aumentando.
Como o resto da Província Naishou, o povo de Koso
Mura ama histórias e lendas, e uma em particular é muito
popular na cidade. É um conto de dois monges, um dedica-
do a Inari – a Fortuna de Arroz – e outro pertencente à or-
dem shinseísta dos Sete Trovões. Os dois monges estavam
viajando perto da aldeia quando encontraram uma raposa
ferida. Eles a tomaram sob seu cuidado, pois o monge de I-
nari insistia que as raposas eram servas da Fortuna e deveri-
am ser respeitadas. Enquanto eles descansavam em um
pequeno mosteiro local, uma violenta tempestade atingiu a
área, colocando em perigo a próxima colheita. O monge de
Inari rezava à Fortuna dia e noite, enquanto o taoísta descia
nos campos para ajudar os camponeses a salvar a colheita.
No final, o desastre foi evitado. Ambos cuidaram da raposa
durante seu tempo livre, e o animal fugiu assim que
conseguia caminhar. O monge de Inari seguiu-o, clamando
que lhe mostraria onde a Fortuna queria que estivesse,
enquanto o shinseísta ficou para trás para ajudar a aldeia. O
primeiro monge e a raposa nunca foram vistos novamente,
enquanto o segundo monge passou o resto de sua vida na
aldeia, ensinando e ajudando o povo. As pessoas de Koso
Mura acreditam que esta história mostra a importância de
prestar atenção ao aqui e ao agora ao invés de obcecar-se
sobre preocupações abstratas. Todos eles conhecem o
conto, que aprendem desde a infância.
O Prefeito Shiba Gaijutsu: O atual samurai regente
em Koso Mura é uma Fênix chamada Shiba Gaijitsu. Ao
contrário de muitos oficiais locais atuais, Gaijitsu já estava
no cargo quando o último Governador Fênix morreu. Duran-
te o breve período de combate entre o Escorpião e a Garça,
Gaijitsu sabiamente manteve suas tropas de guarnição
modesta na defensiva dentro da cidade, mantendo-se fora
de problemas, deixando claro que colocaria uma luta difícil
se alguém tentasse conquistar a cidade. Sua estratégia se
provou correta, e quando o novo Governador Imperial
chegou, decidiu manter Gaijitsu no controle de Koso Mura.
Isto lhe dá uma grande vantagem diante de muitos de seus
rivais, uma vez que tem um conhecimento forte da área,
baseado em anos da experiência. Seu número limitado de
tropas da Fênix recentemente foi suplementado por
soldados do Leão, mas até agora o Leão respeitou sua
autoridade e essa presença mantém as outras forças de Clãs
longe de Koso Mura, então Gaijitsu coopera plenamente
com eles. Enquanto ele é um líder militar qualificado,
Gaijitsu prefere a paz, uma vez que torna sua cidade mais
propensa a prosperar. Ele vê como seu dever fazer com que
o lugar ao qual foi designado proteger seja o mais bem
sucedido possível... mesmo que isso signifique ultrapassar
Toshi no Naishou como sede do governo da província. Na
verdade, como um forte adepto do Tao, Gaijitsu espera
transformar Koso Mura em um centro do taoísmo para todo
o Império. Frequentemente, ele convida os monges das
ordens shinseístas a virem ensinar na cidade. Deve-se notar,
no entanto, que Gaijitsu não tem nada contra os habitantes
de Toshi no Naishou, e realmente respeita o Governador
Imperial. Ele realmente não se importa quem governará a
província enquanto ele conseguir continuar desenvolvendo
Koso Mura. Os aldeões há muito notaram quanto ele
investe em seu bem-estar e o apoiam firmemente.
As Forças da Garça: Em um assentamento
recentemente desenvolvido perto de Koso Mura está a
presença do exército da Garça. Após a breve guerra entre a
Garça e o Escorpião, os dois exércitos foram autorizados a
permanecerem dentro da Província Naishou para evitar
ofender qualquer um dos Clãs. A maioria das tropas da
Garça acampa no vale próximo a Koso Mura. Shiba Gaijitsu
se recusa a permitir que o exército se aproxime demais,
embora permita que pequenos grupos visitem a cidade
(nunca mais de vinte de uma vez). Embora os aldeões
estejam incomodados sobre ter um exército samurai
acampado dentro de algumas horas de seus lares, eles não
têm quaisquer queixas em aceitar os koku das Garças em
troca de alimento e de outros suprimentos. Por outro lado,
a situação tornou a diplomacia de Koso Mura com o
Escorpião mais difícil, e alguns incidentes inexplicáveis
recentes foram atribuídos à inimizade do Clã dos Segredos
com a Garça. A Taisa da Garça, Doji Ayumi, cuidou de
cultivar um bom relacionamento com a cidade, já que ela
sabe que se a guerra irromper outra vez ela não pode ter
um inimigo nas costas dela no momento que começar.
Quando as Garças não estão visitando a vila ou em
seu acampamento, podem frequentemente ser encontra-
das conduzindo manobras de treinamento massivo ou
desbravando a área. Nas raras ocasiões em que encontram
viajantes, esses samurais são educados, mas permanecem
cuidadosamente discretos sobre suas próprias atividades.
Hitori Mura, A Vila Solitária
Nas profundezas das Montanhas Taru, longe das
principais rotas onde a maioria das pessoas viaja, encontra-
se uma antiga e isolada aldeia chamada Hitori Mura. Visitá-
lo é bastante difícil, pois fica em uma parte especialmente
traiçoeira das montanhas, onde apenas alguns caminhos
íngremes e estreitos podem chegar. A vila se localiza no
flanco de uma montanha, onde a inclinação é menos
pronunciada, mas ainda bastante para fazer a caminhada do
fundo da vila ao alto um processo cansativo. Muitas das
ruas têm escadas construídas nelas.
Hitori Mura é uma vila de mineração, muito eleva-
da nas montanhas para crescer qualquer coisa de valor. O
fornecimento de alimentos vem de outras partes da provín-
cia, e quase todos na cidade estão comprometidos com o
funcionamento das minas. Há duas minas, uma de cobre e
outra de minério de ferro; Suas entradas estão localizadas
acima da aldeia, ainda mais acima do flanco da montanha. A
aldeia em si é quase totalmente sem adornos, falta a cor e a 17
vivacidade dos assentamentos do Vale Nobu, mas mostra
muitos sinais de arquitetura inteligente. As casas são feitas
de madeira forte e pedra, e usam grandes pilares e bases
sólidas para manter a estabilidade na montanha. Isto não é
meramente devido às inclinações. Os ventos fortes são mui-
to comuns na área, e durante o inverno as neves pesadas
são regra, fazendo mesmo uma visita a um vizinho em uma
caminhada perigosa. Todos os edifícios são construídos para
se manterem por muitas décadas, apesar das condições
ferozes da área. Além disso, enquanto a maioria das famílias
tem suas próprias residências, os moradores mais pobres
vivem juntos em algumas grandes casas comunais, uma
coisa especialmente útil no frio do inverno.
Hitori Mura foi uma vez a sede da tribo Yamataru,
e os moradores tem permanecido mais ou menos homogê-
neos desde então. Os descendentes dos Yamataru tendem a
mostrar uma musculatura forte e têm a pele ligeiramente
mais escura que outros Rokugani. Eles são um produto do
seu ambiente, um povo duro e severo com pouco tempo
para futilidades. Um Yamataru considera um bate-papo
ocioso desperdício do ar precioso nas montanhas, e os
estrangeiros sentem com facilidade quão quietos os nativos
podem ser. Isso é agravado ainda mais por uma desconfian-
ça inata por qualquer estranho. Os moradores sabem que
todos os seus parentes vivem nas montanhas e desconfiam
instantaneamente de alguém que não conhecem. Eles são
um povo especialmente secretista, mesmo para os padrões
da Província Naishou, e nunca compartilham informações
com estranhos se puderem evitar. Eles também são muito
devotos, orando a uma variedade de Fortunas maiores e
menores para ajudar na sua sobrevivência. Embora alguns
monastérios possam ser encontrados espalhados pelas
Montanhas Taru, não há nenhum deles próximo a Hitori
Mura, e os aldeões há muito tempo se acostumaram a
cuidar de suas próprias necessidades espirituais. Eles
construíram pequenos oratórios de pedra por toda Hitori
Mura (e também por todos os percursos pela montanha e
nas aldeias próximas). Estes são geralmente pilares de
pedra muito simples com um pequeno altarno fundo para
oferendas. Não há marcas nos pilares, já que a maioria dos
moradores das montanhas não sabe ler (ao contrário dos
camponeses das terras baixas), mas todos eles sabem qual
espírito ou Fortuna cada santuário venera. Isso pode ser
confuso para os visitantes, mas as pessoas das Montanhas
Taru – e especialmente as pessoas de Hitori Mura – não se
importam com o que os estrangeiros pensam.
 As minas são o coração da aldeia, a única razão
pela qual ela existe e prospera em um ambiente tão duro. A
mina de cobre, chamada de Mina Vermelha pelos morado-
res, é a mais velha das duas. Adentra profundamente no
coração da montanha, serpenteando e se retorcendo
conforme segue os veios do minério. Vários filões acabaram
ao longo dos séculos, mas novos foram sempre
descobertos. Embora os túneis sejam, na sua maioria,
estáveis, a profundidade da mina ainda a torna perigosa, e
suas passagens e poços profundos podem ser confusas
àqueles que não estão familiarizados com ela. Um pequeno
rio subterrâneo atravessa as partes mais baixas da mina. As
águas estão sujas demais para beber, mas representam um
obstáculo para novas escavações. Pequenos santuários
podem ser encontrados dentro da mina, assim como na
aldeia, mas aqui eles costumam marcar os locais de
acidentes para apaziguar os espíritos dos mineiros falecidos.
A entrada da mina de ferro está perto da mina de
cobre, mas os túneis vão em uma direção completamente
diferente. É conhecida como a Mina Cinzenta para a aldeia.
Enquanto a Mina Vermelha é um labirinto de muitas seções
diferentes, a Mina Cinzenta é principalmente um eixo verti-
cal único com os túneis extendendo-se horizontalmente em
sua parte inferior. O eixo principal tem mais de uma cente-
na de metros de profundidade, e apenas os mais experien-
tes não sentem apreensão quando descem em cestas de
madeira para começar seu trabalho diário. A Mina Cinzenta
é notoriamente mais propensa a acidentes do que a
vermelha, e só os mais corajosos mineiros trabalham lá. Eles
são supersticiosos, e acreditam que a maioria dos acidentes
são causados por maldições ou criaturas estranhas, e não
razões mundanas. Em particular, os mineiros se recusam
absolutamente a trabalhar na Mina Cinzenta à noite,
alegando que é quando é mais perigosa – apesar do fato de
que o sol nunca brilha nos túneis profundos.
Embora os moradores de Hitori Mura prefiram ficar
sozinhos do que ter que lidar com o mundo exterior, não se
pode comer metal, então a cidade vende ou comercializa
sua produção para obter alimentos e outras coisas que pre-
cisa para sobreviver. A maior parte deste comércio, inevita-
velmente, é com Toshi no Naishou, o único assentamento
que tem necessidade massiva de metais. Uma vez que os
moradores preferem não receber visitantes, eles trazem seu
minério à cidade, uma caminhada que pode levar vários
dias no melhor clima, devido ao peso. A aversão a Toshi no
Naishou faz com que os mineiros prefiram esperar até que
tenham um grande carregamento pronto antes de empre-
endam a viagem, e, claro, eles nunca viajam durante o in-
verno, tornando o fornecimento de metais um pouco irre-
gular. Isso irrita os cidadãos da capital da província, mas os
mineiros preferem que seja assim que deixar os comercian-
tes aparecerem na sua porta todos os dias. Quando os co-
merciantes obstinados vêm até Hitori Mura, encontram u-
ma recepção fria, porque os nativos veem os descendentes
da tribo Takanobu como preguiçosos, decadentes e, pior
ainda, tagarelas. Recentemente, os representantes de Koso
Mura começaram a visitar para negociar melhores negócios
para si próprios, para profunda irritação dos mineiros, e, em
uma ocasião, isso levou a uma discussão feroz entre os mer-
cadores dos dois assentamentos rivais. Só terminou quando
os mineiros ameaçaram jogar todos pela montanha abaixo.
Se um visitante conseguir realmente ganhar
bastante confiança dos habitantes locais para que falem
mais livremente, eles podem contar a história do “menino
zokujin”. Supostamente, uma vez, há muito tempo, um me-
nino curioso vagou para as minas. Sem surpresa, ele se per-
deu e caiu em uma caverna natural, terminando mais fundo
na montanha do que qualquer um jamais tinha ido. Os
aldeões procuraram em toda a mina e nunca encontraram o
menino... mas vinte anos mais tarde, um homem apareceu
nas minas, sem a memória do percurso que tinha feito até
lá. Ele estava cego, mas saudável, e alegou ser o menino de
muitos anos antes. De acordo com sua história, um grupo
de zokujin o encontrou e cuidou dele, criando-o como um
dos seus. Enquanto as histórias dos zokujin não sejam
novidade nas montanhas, ninguém nunca tinha ouvido falar 18
de um zokujin se comunicar com um humano, muito menos
cuidar de um, então os moradores ficaram desconfiados.
Eles temiam que o homem pudesse ter enlouquecido,
especialmente quando ele começou a falar sobre uma
grande fera presa sob a montanha que tinha acordado e
devoraria os mineiros se continuassem a se aventurar por
seus túneis. Pouco tempo depois, entretanto, ocorreram
vários colapsos letais nas minas. Os aldeões começaram a
temer por sua subsistência futura, mas uma manhã o cego
caminhou mais uma vez para a mina, carregando uma
simples picareta. Ele nunca mais foi visto, mas depois de sua
partida os desabamentos cessaram. Muitos acreditam que
ele foi lutar contra o mal que tinha sido liberado, e alguns
dizem que ele ainda vive no fundo da terra até hoje, dotado
pela longevidade sobrenatural dos zokujin.
Autoridade e Administração: Enquanto Hitori
Mura é, em sua maior parte, autoadministrada, não é
incomum que um ou mais samurais estejam lotados lá.
Naturalmente, a aldeia nunca foi submetida a qualquer tipo
de ataque, isolada como é, então isto é geralmente uma
designação simbólica – uma recompensa para um samurai
que quer paz e tranquilidade ou uma punição de exílio. A
última chegada à aldeia é alguém completamente diferente,
entretanto: Kaiu Yukito é um engenheiro do Caranguejo que
trabalhou na mineração durante a maior parte de sua vida.
De fato, os antepassados de Yukito estavam intimamente
relacionados aos lendários mineiros do finado Clã Javali, e
ele é apaixonado por melhorar as técnicas de mineração e
continuar seu legado.
Durante as primeiras semanas de sua permanência,
Yukito parecia satisfeito em observar e tomar notas sobre
os caminhos dos moradores, mas agora ele começou a ofe-
recer sugestões sobre como podem melhorar a sua produz-
ção. Não é de se surpreender que ele tenha sofrido uma
forte desaprovação. Não só os habitantes de Hitori Mura
desconfiam de pessoas de fora, mas também são profunda-
mente tradicionais e muito relutantes em mudar suas ma-
neiras comprovadas pelo tempo. Yukito está cansado da o-
posição obstinada dos mineiros a suas ideias e suas muitas
superstições infundadas, e acredita que eles estão exploran-
do apenas uma fração do verdadeiro potencial da monta-
nha. Os moradores começaram a evitar o samurai, esperan-
do que ele vá embora antes de atrair má sorte – ou violên-
cia – sobre seus ombros. Até agora, no entanto, Yukito está
tão absorvido em seus planos futuros para as minas que
não notou o comportamento ameaçador dos moradores.
 Não obstante aos samurais residentes, a autorida-
de real em Hitori Mura é exercida pela linhagem do chefe
local, que tem administrado a vila há séculos. O atual des-
cendente da linhagem é um ex-mineiro de meia-idade cha-
mado Shiba Gakuto, que não só dirige a aldeia, mas exerce
influência considerável nas outras cidades das montanhas
também. Alguns dizem que seus antepassados foram os lí-
deres da tribo Yamataru, e se isso é verdade ou não, ele cer-
tamente comanda grande respeito em todos os assenta-
mentos das Montanhas Taru. Tendo passado a maior parte
de sua vida nas minas, Gakuto inspira obediência através de
sua experiência e de sua presença física, e com sua picarela
na mão, mesmo alguns samurais podem ser relutantes em
enfrentá-lo em combate. Gakuto tem sete filhos, uma famí-
lia grande para Hitori Mura, e ele compreende e aprecia o
estilo de vida duro, mas gratificante, da sua cidade,
juntando-se ao seu povo em rejeitar qualquer acordo,
exceto o mínimo necessário, com o resto da província e do
Império. Ele percebe inquieto que as pessoas mais jovens
na aldeia são às vezes atraídas pelo estilo de vida mais fácil
das cidades do vale, e se preocupa se isso enfraquecerá a
sua comunidade. Recentemente, depois que seu filho mais
velho conduziu uma viagem para entregar o minério a Toshi
no Naishou, o rapaz voltou com um gosto por saquê e
apostars. Gakuto também se preocupa com o potencial
para a guerra entre os Clãs samurais sobre a província – ele
é um dos poucos aldeões que percebe que a guerra poderia
afetá-los mal, uma vez que interromperia o comércio do
qual dependem seus alimentos. Ele frequentemente deseja
que pudesse simplesmente esmagar todos esses problemas
diferentes com sua picareta, do jeito que faz com uma
rocha teimosa ou um aldeão cabeçudo, mas seu senso de
responsabilidade o obriga a ser mais cauteloso.
Shizu Mura, A Vila Misteriosa
Embora existam várias aldeias localizadas na fron-
teira da Floresta Kawa, a cidade de Shizu Mura é realmente
localizada dentro dela. Sem entrar propriamente na floresta
ninguém jamais a notaria. A floresta ao redor da aldeia é u-
ma mistura de carvalhos, freixos e cedros, juntamente com
vários aglomerados densos de árvores de bambu – algumas
das quais até mesmo crescem em remendos entre as casas.
Graças a esta abundância de materiais naturais, os aldeões
são geralmente bem alojados em edifícios de madeira resis-
tente. Um pequeno córrego, não mais do que alguns metros
de largura e raramente com mais de quinze centímetros de
profundidade, atravessa o meio da aldeia, fornecendo água
fresca e proteção contra incêndios. Os habitantes de Shizu
Mura perseguem uma variedade de ocupações, e, além do
necessário cultivo de arroz, quase todos estão relacionados
à floresta e suas recompensas. São lenhadores, carpinteiros,
papeleiros e até mesmo alguns caçadores. Enquanto os
aldeões não são relutantes em lidar com o mundo exterior,
a aldeia é autossuficiente e os moradores estão habituados
a confiar em si mesmos. Há muito pouca atividade em Shizu
Mura à noite, e os visitantes de áreas mais metropolitanas
podem ficar bastante perturbados em como a cidade se
torna escura (preta), vazia e silenciosa após o por do sol,
com todos recuando para suas próprias casas. Isto não é
apenas devido ao isolamento provincial – é também porque
os habitantes de Shizu Mura temem os maus espíritos da
Floresta de Kawa, que acreditam vagar pela noite.
Shizu Mura é o maior assentamento de
descendentes da tribo Morikawa. Esse grupo era menos
estruturado do que as outras duas tribos antigas, por isso às
vezes é mais difícil rastrear seu legado, mas os herdeiros
dos Morikawa geralmente tendem a ser ligeiramente mais
altos do que os rokugani médios e muitas vezes têm olhos
verdes, uma característica marcante que atrairia muito mais
atenção se fossem pessoas mais numerosas. Os Morikawa
são geralmente pessoas amigáveis e extrovertidas, em con-
traste com os Yamataru. Embora eles se mantenham
principalmente em florestas, eles acolhem quem visita suas
aldeias. Eles são famosos por nunca expulsar os hóspedes,
sempre fornecendo-lhes, pelo menos, um mínimo de hospi- 19
talidade. Eles tendem a ser excessivamente apaixonados
por piadas e brincadeiras inofensivas, e mostram uma estra-
nha tendência a rir sem motivo específico – embora sejam
mais cuidadosos com seu comportamento diante de samu-
rais. Muitos deles também têm compulsivos hábitos estra-
nhos, variando de um indivíduo para outro. Por exemplo,
um fazendeiro pode andar em torno de sua casa duas vezes
antes de deixá-la, enquanto um lenhador pode cumprimen-
tar os pássaros como se fossem amigos amados. Estes hábi-
tos parecem ser pequenas superstições ritualizadas, o resul-
tado dos aldeões viverem tão próximos à Floresta Kawa.
Enquanto a floresta pode parecer pacífica aos forasteiros,
os moradores sabem que ele está repleta de espíritos e
criaturas que devem ser apaziguados de várias maneiras.
Uma proteção universal em Shizu Mura é o uso de
amuletos. Estes são geralmente pequenos feixes de folhas,
ramos e rochas da floresta, amarrados com um pergaminho
com um kanji para proteção ou segurança. A escolha dos
materiais é feita pelos habitantes de cada casa, e a ideia é
que o amuleto faça a casa ter o mesmo cheiro da floresta,
para confundir os espíritos a acreditarem que não há nada
lá e que eles devem continuar seu caminhos. Normalmente,
os amuletos são abençoados por um monge local, ou por
um shugenja, se houver algum residindo lá, e eles são,
então, amarrados às vigas do telhado diante das portas.
Eles são deixados pendurados até que caiam naturalmente,
quando são prontamente substituídos. Não é preciso dizer
que é considerado muito azar viver em uma casa sem um
amuleto, e os moradores muitas vezes se recusam a entrar
em uma casa que não tenha nenhum. Na verdade, danificar
ou cortar um amuleto é visto quase como uma tentativa de
assassinato, e multidões punitivas podem executar justiça
com as próprias mãos quando isso acontece. Os estranhos
recebem alguma margem de liberdade quanto a isso, mas
não muita, pois esta é uma questão que os herdeiros ale-
gres dos Morikawa levam muito a sério. Eles também evi-
tam falar sobre isso sempre que possível, uma vez que acre-
ditam que os espíritos estão sempre ouvindo e que derrota-
ria o propósito de deixá-los saber o que os amuletos fazem.
Este foco nos espíritos da floresta aplica-se à
espiritualidade dos aldeões também de maneira
generalista. Embora rezem às Fortunas da mesma maneira
que os residentes do vale, eles também têm uma variedade
de festivais e rituais para apaziguar especificamente os
espíritos que habitam a Floresta Kawa. Às vezes, a linha
entre a proteção e a veneração não é clara, e se pode
argumentar que os moradores – e até mesmo os monges
locais – tratam os espíritos da Floresta Kawa como
Divindades, comportamento que pode ser preocupante
para os visitantes devotos. Por exemplo, uma vez mensal
em uma noite sem lua, os aldeões amarrarão uma cabra a
um tronco de árvore fora dos limites de Shizu Mura, e
ninguém fala de seu destino – ela simplesmente não estará
lá pela manhã. Há também um rumor local de um monge
mantido prisioneiro em seu próprio santuário profundo
dentro da floresta, uma vez que a criatura que vive lá se
enfurecerá a menos que seja rezado a ela constantemente.
Os habitantes de Shizu Mura gostam de contar
histórias sobre a floresta – na verdade, às vezes parece que
eles têm uma história diferente para cada árvore. Um dos
contos mais comuns é a lenda do “Rei Sapo”. Supostamen-
te, se alguém seguir o pequeno riacho sem nome que flui
através da aldeia, pode-se em algum momento encontrar a
sua fonte, onde vive o Rei Sapo. Isto é realmente muito
mais difícil de fazer do que pode parecer, porque o córrego
raso desaparece frequentemente no subterrâneo ou se a-
bre em pântanos pequenos ao longo de seu curso, e nin-
guém está realmente certo onde sua origem fica. Suposta-
mente, uma menina e seu irmão a encontraram, e ela mais
tarde afirmou que o Rei Sapo era um enorme anfíbio incha-
do do tamanho de um urso, que falava como um homem e
usava um chapéu alto, como um cortesão Imperial. Ele era
auxiliado por uma corte de sapos, pequenos como os co-
muns e grandes como ele, todos parecendo muito inteligen-
tes e importantes, sentados juntos em cima de um vasto
tesouro de moedas de ouro. A princípio, ele repreendeu as
duas crianças por interromperem sua corte, mas a moça se
lembrou de seus modos e se desculpou profunda e sincera-
mente, o que lhe agradou. Ele se ofereceu para lhe dar par-
te de seu tesouro se ela trocasse por um tesouro seu. A ga-
rota prontamente concordou, pois sua família era muito po-
bre e ela achou que tinha pouco a perder. O Rei Sapo sorriu
e colocou para fora a língua pegajosa, engolindo seu irmão-
zinho. Horrorizada, a menina fugiu, agarrando as moedas de
ouro que encheram suas mãos. Embora sua família não fos-
se mais pobre, nunca mais teve felicidade. Estranhos muitas
vezes acham esta história bastante perturbadora, especial-
mente porque os habitantes de Shizu Mura parecem pensar
que é engraçado contar isso, e o fazem com um sorriso.
Samurais Habitantes: Shizu Mura não tem quase
nenhum valor estratégico ou econômico quando
comparada com os estabelecimentos do Vale Nobu ou
mesmo com as vilas nas Montanhas Taru. No entanto, ela
recebe samurais, que são sempre recebidos educadamente,
com alojamento adequado, e alertados para não se
aventurarem muito longe na floresta. Um morador é
Kitsune Sezaru, um shugenja que inicialmente não planejava
visitar a cidade por mais de alguns dias. Ele estava a
caminho de Toshi no Naishou para representar seu Clã na
corte e simplesmente desejava passar um curto período de
tempo na Floresta Kawa para desfrutar de uma paisagem
que lembrava as terras de sua própria família. No entanto,
Sezaru tem se tornado gradualmente mais e mais
interessado na Floresta Kawa e em seus habitantes. A
família Kitsune não estranha aos espíritos da floresta,
particularmente espíritos animais, e tem uma qualidade
específica para isso, que é bastante original e fascinante
para o jovem shugenja. A Floresta Kawa parece muito
tranquila e segura em aparência, mas os aldeões têm tantas
lendas estranhas, tantos rituais para manter os espíritos à
distância, tantas histórias de pessoas simplesmente
desaparecendo na floresta. Sezaru ficou fascinado por tudo
isso e, apesar das advertências cada vez mais inquietantes,
dos nativos ele está determinado a ficar até que ele resolva
os mistérios da floresta e aprenda se são meramente
superstição ou verdadeiro perigo espiritual.
O Exército Escorpião: Uma mudança recente para
Shizu Mura e as outras aldeias na área é a presença do
exército Escorpião, cujo acampamento está localizado perto
da fronteira da floresta. Uma vez que nunca houve muita
presença militar nesta região, o novo Governador nomeou
o Escorpião para supervisionar as aldeias, embora, na 20
verdade, os moradores continuem suas atividades diárias da
mesma forma que sempre. O Escorpião mantém uma
educada distância das aldeias, apenas interagindo com elas
quando absolutamente necessário. Enquanto os moradores
apreciam esta cortesia, na verdade o Escorpião
simplesmente quer ter certeza de que suas tropas sejam
mantidas concentradas em um local onde possam
reimplantar caso a guerra venha mais uma vez.
Ainda assim, a visão dos samurais nas armaduras
carmesins e pretas é agora uma ocorrência não rara em
Shizu Mura e nos vilarejos vizinhos, e a área é percebida
como uma “zona do Escorpião” nas mentes de outros
samurais. Desde que o comandante do exército Escorpião
foi formalmente convidado à corte, seu subordinado direto
está no comando, um homem chamado Shosuro Kanetsuru.
Ele é um samurai de poucas palavras que evita
compromissos sociais, se possível. No entanto, ele tem sido
ocasionalmente visto levando alguns de seus homens
profundamente na floresta desafiando as advertências dos
moradores locais. Kanetsuru não deseja deixar livres
espíritos malignos para atormentarem seus soldados, mas
só o tempo dirá se suas ações são corajosas ou tolas.
Botsu Mura, a Vila Pantanosa
O Pântano Omikura na porção noroeste da Provín-
cia Naishou nunca atraiu muitos visitantes ou colonos, en-
tretanto, uma vila pequena e muito antiga pode ser encon-
trada dentro de seus limites. As pessoas de Botsu Mura são
principalmente os pescadores que vivem das águas do
pântano, usando lanças curtas de madeira em vez de redes,
e caçando peixes e anfíbios com igual entusiasmo. Eles
complementam sua dieta com arroz e fungo selvagens que
crescem no charco. O pântano também possui um número
de plantas únicas que não são encontradas em outras
partes da província. Algumas têm o valor para herbalistas,
fornecendo aos aldeões uma modesta fonte de comércio.
As estruturas da aldeia são todas construídas sobre
plataformas, incluindo os caminhos entre as casas,
permitindo que uma pessoa atravesse todo o assentamento
sem pisar na lama fedorenta abaixo dele. O mau cheiro e a
umidade não desaparecem, é claro. Embora os moradores
tenham se acostumado com isso, eles não gostam de serem
lembrados dessas coisas por visitantes. A maioria dos
aldeões daqui são descendentes da tribo Takanobu e têm
primos no vale, embora algumas famílias reivindiquem a
herança dos Morikawa. Independentemente, os moradores
tendem a pensar sobre si mesmos como um grupo distinto
devido ao seu ambiente único. Graças a seu isolamento, as
pessoas de Botsu Mura estão acostumados a se
protegerem, e a aldeia tem uma reputação de ferocidade
em face a ameaças externas. Embora as lanças de pesca não
sejam consideradas armas conforme a Legislação Imperial,
os aldeões são bastante habilidosos em usá-las contra
oponentes humanos. Na maioria das vezes, no entanto, eles
são um povo pacífico e, além de pescar, também são hábeis
na elaboração de itens úteis a partir dos juncos
notoriamente altos do pântano – tatames, roupas
protetoras (especialmente perneiras para afastar as
sanguessugas do pântano) e até mesmo seus barcos de
pesca raso são todos feitos a partir desses juncos.
Enquanto os moradores advertem os forasteiros
contra explorar o pântano, isso não é por uma preocupação
espiritual como na Floresta Kawa, mas simplesmente
porque é o pântano é, em si, perigoso. Raramente passa-se
um ano sem que alguém se torne presa dos perigos do
pântano, e os aldeões só podem aprimorar suas habilidades
e orar às Fortunas contra a próxima vez. Isso significa que
grande parte da área permanece desconhecida, e isso atraiu
o visitante mais recente e estranho da aldeia: Togashi
Shizuko, uma monja do Dragão cujas andanças a levaram a
este local isolado. Ela passou seus primeiros dias aqui
ajudando a remodelar o santuário local, mas não mostrou
nenhum sinal de querer sair desde então, e os moradores
aceitaram sua presença. Muitas vezes, ela pode ser
encontrada meditando enquanto está de pé em uma das
bordas do piso da aldeia. Ela também gosta de conversar
com as crianças da aldeia, contando-lhes histórias sobre o
Tao e as Fortunas, ou cantando músicas folclóricas de todos
os lugares de Rokugan. Ela muitas vezes desaparece por
dias no pântano, mas até agora ela sempre voltou sã e
salva, e os aldeões desistiram de desencorajá-la. Alguns
pensam que ela encontrou algo de interesse místico no
pântano, enquanto outros pensam que ela é apenas louca o
suficiente para desfrutar o cheiro.
Ichinori Mura, a Vila Maldita
Aqueles que vivem perto ou dentro da Floresta
Kawa têm afinidade por todos os tipos de contos e lendas,
mas mesmo eles dão amplo espaço para Ichinori Mura. A
aldeia é considerada amaldiçoada, tanto por seus
habitantes quanto por pessoas de fora, embora a natureza
exata da maldição permaneça obscura. Uma das histórias
mais comuns fala de um velho, talvez um shugenja, que
veio à aldeia durante um inverno particularmente severo e
pediu hospitalidade. A aldeia já era pobre na época, e a
comida e a lenha estavam acabando, de modo que ninguém
abriu a porta – cada família esperava que a próxima
aceitasse o velho. Ele morreu de frio no meio da aldeia, mas
não antes de amaldiçoá-la com suas palavras finais: “Já que
valorizam sua aldeia demais para ajudar um estranho,
nunca mais a deixarão.”
Independentemente se a história é verdadeira, não
há como negar que a aldeia sofre com grandes e duradou-
ros infortúnios e seus habitantes parecem incapazes de sair.
Quem visita, encontra uma miserável série de residências
habitadas por gente doente e abatida. Depois de muitas
gerações sem sair de sua vila, os aldeões são um grupo
extremamente peculiar. Embora eles ainda se lembram das
regras básicas de etiqueta, eles são muito inconscientes dos
ocorridos no resto da província (e, na verdade, do Império
como um todo). Eles sobrevivem com a produção de alguns
arrozais dentro das fronteiras da cidade, juntamente com as
frutas e os legumes que conseguirem plantar em seus quin-
tais. Qualquer visitante será cordialmente acolhido e implo-
rado por coisas que a vila não tem, como sementes, roupas
e ferramentas. No entanto, assim que a noite chegar, esses
mesmos visitantes serão veementemente expulsos, uma
vez que os moradores acreditam que dormir na aldeia por
uma noite é suficiente para receber a maldição. Dizem que
alguém que já tentou sair depois disso morreu. Alguns
sofreram um ataque cardíaco assim que saíram dos marcos
que designam os limites da aldeia. Outros pereceram na 21
floresta, esmagados por árvores caídas, atacados por
animais selvagens ou de quaisquer outras maneiras. Uma
história afirma que um homem realmente chegou até a
própria Toshi no Naishou, só para ser encontrado morto na
manhã seguinte com uma expressão aterrorizada em sua
face. Pelo que os moradores sabem, qualquer pessoa que
nasça na aldeia ou que durma uma única noite dentro de
seus limites não pode deixa-la e viver.
Surpreendentemente, um samurai vive em Ichinori
Mura. Usagi Yoshihiko procurou propositadamente a vila e
de bom grado permaneceu apesar da maldição, que ela a-
credita ter sido infligida por um maho-tsukai. Ela vive na al-
deia há vários anos e, embora ainda não tenha desvendado
a maldição, não abandonou a sua determinação para supe-
rá-la. Há também muito para explorar, pois, enquanto a vila
não se expandiu na superfície, muitos moradores cavaram
túneis em busca de mais espaço, e alguns desses túneis fo-
ram esquecidos desde então. Yoshihiko muitas vezes explo-
ra esses túneis, procurando por uma pista que possa ajudá-
la a desvendar a maldição. Infelizmente, nenhum aldeão a-
qui sabe ler ou escrever, e há poucos pergaminhos deixados
do passado da cidade. Eles mantêm sua história através de
contos. Grande parte do trabalho de Yoshihiko consiste em
entrevistar aldeões, particularmente os mais antigos entre
eles, tentando descobrir a verdade. A presença da samurai
da Lebre permitiu que alguma normalidade retornasse à al-
deia, já que sua lâmina é afiada e ela não tem pena em usá-
la para trazer a justiça quando necessário, sufocando os
elementos indisciplinados da sociedade decaída de Ichinori
Mura. Muitos aldeões a veem como um símbolo de espe-
rança, e eles seriam devastados se algo acontecesse a ela.
A Maldição de Ichinori Mura: Seria a maldição que
assola a aldeia de Ichinori Mura real? Se sim, como aconte-
ceu? E se não, o que faz os aldeões acreditarem que é real?
O tópico foi deliberadamente deixado sem respos-
tas oficiais a estas perguntas. Ichinori Mura é apresentado
como um gancho de aventura, um local interessante que o
Narrador pode então expandir para o que quiser que seja.
Talvez o velho tenha sido um espírito ou uma Fortuna que
amaldiçoou a aldeia por seu egoísmo, e a aflição só pode
ser findada apaziguando aquele espírito ou aquela fortuna.
Talvez um maho-tsukai já tenha morado na cidade, e seu
covil esteja escondido nos túneis embaixo dela. Talvez não
haja uma maldição real, mas algum psicopata ou culto as-
sassina cada aldeão que sai. As possibilidades são infinitas.
 Moku Mura, a Vila Lacustre
Em contraste com o Pântano Omikura, o Lago
Tsunegawa, no norte da província, tem muitas aldeias nas
proximidades, pois é bonito e fácil de navegar. Moku Mura
é uma das maiores dessas aldeias, uma cidade pesqueira
construída ao longo da costa. A paisagem é bastante idílico,
e, embora a aldeia ganhe a vida com a pesca, também
recebe frequentes visitantes samurais atraídos pela beleza
do lago e pelos vários bandos de aves que migram através
dela todos os anos. Os aldeões são descendentes da tribo
Takanobu e têm um olho para as oportunidades, então há
muito tempo perceberam que a beleza da área poderia
atrair visitantes ricos, e fazem o seu melhor para tornar sua
cidade tão esteticamente agradável quanto possível. As
casas são pintadas em cores vivas e os caminhos da aldeia
são varridos e limpos todos os dias. Cerejeiras foram
plantadas ao longo da costa, e os pássaros são tratados com
cuidado para não afugentá-los da aldeia. Várias pousadas
recebem visitantes samurai, todas próximas à margem do
lago para que possa ser admirado sem sair do quarto. Sem
surpresa, a aldeia é bastante popular entre o Clã Garça, e
Garças que visitam a Província Naishou costumam fazer
questão de vir aqui. Apenas a distância de Toshi no Naishou
impede que Moku Mura seja realmente popular, mas
mesmo a quantidade modesta de tráfego samurai é
suficiente para torná-la próspera.
Devido à predominância de samurais da Garça
aqui, são os hóspedes de outros Clãs que atraem a atenção.
O caso mais recente é Moshi Masako, uma jovem shugenja
e amante da pintura. Enquanto Masako tem sido muito
tranquila e educada para todos os seus companheiros
samurais, ela está aqui, na verdade, com sede de vingança.
Seu pai e seu marido morreram em uma escaramuça de
fronteira com a Garça há alguns anos atrás e, embora a
Garça mais tarde tenha reparado os erros para aquilo que
foi acordado como um mal-entendido, ela nunca fez a paz
com eles em sua alma. No entanto, como uma sacerdotisa
dos kami, ela é supostamente devotada à paz e à
iluminação, então ela decidiu atacar o Clã Garça em um tipo
diferente de campo de batalha: as artes. Uma pintora hábil,
Masako derramou todo o seu pesar e paixão em seus novos
trabalhos, que atingiram níveis surpreendentes de arte.
Moku Mura é o lugar perfeito para ela manter seu rancor e
aperfeiçoar sua arte, já que há muitos visitantes da Garça,
mas não é parte de seu território. Suas obras de arte
caracterizam a ira dos kami e das Fortunas contra a beleza
do mundo natural, ainda que cheia de fúria espiritual, e
todos concordam que ela capturou a raiva do mundo divino
de uma maneira raramente vista antes. Ironicamente, seus
trabalhos tornaram-se bastante populares entre Garça, que
parecem alheios à sua história trágica. Masako passa todo o
seu tempo pintando (no seu quarto ou na praia) ou no
santuário local dedicado ao espírito do Lago Tsunegawa,
orando pelas almas de sua família e pela força para derrotar
aqueles que considera seus inimigos.
Oichi Mura, a Vila Fluvial
Muitas aldeias na Província Naishou aproveitam a
generosidade do Rio Itochu. Trata-se, na maioria das vezes,
de aldeias de pescadores, uma vez que o rio sempre produz
uma captura abundante, mas é também uma rota para o
comércio e viagens, e a muitos agricultores é a maneira
mais fácil de chegar à cidade e pagar impostos, vender o ex-
cesso de produção ou adquirir novas ferramentas e mate-
riais não encontrados no campo. Assim, as aldeias ao longo
do rio são frequentemente centros de comunicação entre
as partes mais remotas da província e sua capital. Oichi
Mura é um exemplo perfeito, situada ao longo da margem
norte do rio, perto de um grande número de assentamentos
agrícolas. A aldeia tem uma economia equilibrada, com a
maioria dos seus habitantes trabalhando como pescadores
ou agricultores, mas com um bom número de comerciantes
e marinheiros que movimenta bens e pessoas acima e
abaixo através do rio. Todos os habitantes são
descendentes da tribo Takanobu e têm uma reputação de
hospitalidade amigável, reforçada ainda pelos laços 22
familiares que mantêm com os assentamentos vizinhos.
Esta tradição também é representada pelo templo local de
Jizo, a Fortuna da Misericórdia, mantido por monges que
são quase todos nascidos na aldeia. Os monges comumente
visitam cidades vizinhas para cuidar dos pobres e doentes,
melhorando ainda mais a reputação de Oichi Mura.
A cidade tem visto uma recente onda de atividade
devido a alguns dos comerciantes de Toshi no Naishou cor-
tarem o comércio com Koso Mura. Isso obrigou algumas al-
deias a começarem a usar Oichi Mura para negociar com a
cidade, no lugar de Koso Mura. O trabalho está em anda-
mento para expandir a infra-estrutura da vila para acomo-
dar este desenvolvimento, embora haja alguma preocupa-
ção de que esses investimentos poderiam ser contraprodu-
centes se Koso Mura recuperar as boas graças da capital.
Oichi Mura está sob a administração de Otomo Ji-
tsuto, que foi nomeado diretamente pelo novo Governador
e recebeu uma pequena escolta de tropas do Leão. O gover-
nador sabe que esta aldeia é importante para manter a in-
fluência no norte da província, e sentiu que só podia confiá-
la a um samurai sem lealdades conflitantes. Jitsuto nunca
foi considerado um cortesão de sucesso por sua família, que
sentiu que ele não tinha a capacidade de intimidação pela
qual os Otomo são conhecidos. Jitsuto é geralmente um
jovem bastante agradável, conhecido por ser amigável e de
mente aberta, traços raramente associados com o resto de
sua família. Ele se dedicou a seu trabalho desde que che-
gou, refinando a organização da aldeia sempre que possível,
mas evitando ingerências desnecessárias. Enquanto ele está
muito distante do campesinato para ser verdadeiramente
amado, os plebeus o respeitam por facilitar o seu trabalho
sem perturbar suas tradições. Ele tem ido orar regularmen-
te no templo de Jizo, ganhando o respeito dos monges.
Jitsuto muitas vezes pode ser encontrado em algum lugar
na aldeia durante o dia, observando e fazendo planos para
o futuro. Durante a noite ele verifica relatórios até tarde,
embora sempre encontre tempo para cumprimentar e
adequadamente receber qualquer samurai visitante.
Panchu Mura, a Vila Caída
Quando os cidadãos tradicionais de Naishou que-
rem mostrar o que querem dizer quando falam dos perigos
de abrir mais sua província ao mundo exterior, eles apon-
tam para Panchu Mura. Uma das poucas aldeias ao sul de
Toshi no Naishou, mas ainda dentro da fronteira da provín-
cia, Panchu Mura costumava ser uma simples cidade agríco-
la, com seus habitantes trabalhando duro para cultivar ali-
mentos em terras menos férteis do que aquelas encontra-
das na parte norte do Vale Nobu. Muitos deles também são
doshin, oficiais camponeses da lei, para defender sua aldeia
remota contra bandidos. Infelizmente, esses dias de traba-
lho simples se foram. A mudança não aconteceu do dia para
a noite, mas gradualmente, conforme mais e mais samurais
viajaram para a província a partir de todas as direções.
Muitos em Panchu Mura viram o influxo de samu-
rai como sua chance de melhorar a riqueza de sua aldeia,
mas eles tinham pouco a oferecer aos visitantes além do ar-
roz de má qualidade. Alguns heimin mais oportunistas mon-
taram uma cervejaria, transformando arroz barato em sa-
quê barato. Isso realmente atraía clientes, mas apenas os
samurais pobres e desonrados, em vez da refinada elite que
esperavam trazer. Ainda assim, mais moeda era mais moe-
da e a aldeia continuou neste caminho. Agora, há duas cer-
vejarias de saquê rivais (mas igualmente baratas) com pou-
sadas para vender seus produtos, duas casas de apostas e
um bordel mal disfarçado como uma casa de gueixas. Pan-
chu Mura adquiriu uma reputação como um lugar de férias
baratas, e continua a atrair uma clientela miserável. Apesar
da sua localização fronteiriça, a guarnição Leão lhe dá am-
plas autonomia e distância, achando-a repugnante e indigna
de sua proteção. Há alguma pressão na corte do Governa-
dor para redesenhar as fronteiras da província de forma a
excluir a aldeia completamente de Naishou, permitindo que
seja abandonada de uma vez por todas. Tudo isto lamenta
profundamente o restante dos habitantes legítimos e tradi-
cionais da aldeia, mas agora eles são uma pequena minoria,
continuando a trabalhar nos campos enquanto todos os ou-
tros procuram meios mais fáceis de ganhar a vida. Mesmo o
templo local para Kenro-Ji-Jin, a Fortuna do Solo, caiu em
mau estado, com poucas pessoas sentindo o chamado para
servirem como monges ou para doar dinheiro.
Algumas pessoas gostam do novo estado das coi-
sas. Um ronin de nome Takenori pode geralmente ser en-
contrado na vila, apreciando frequentemente uma bebida
das casas de saquê Lótus Seca ou Águas Bentas. Sua falta de
modos (e de espadas) levou muitos a suspeitarem que não
seja realmente um samurai, mas seu tamanho colossal e sua
capacidade de balançar seu dai tsuchi são suficientes para
silenciar a maioria dos críticos. Takenori é sujo, despentea-
do, rude e violento. Ele desfruta tremendamente de Panchu
Mura, uma vez que pode pagar por seus entretenimentos
baratos por extorquir dinheiro dos moradores a cada pou-
cos dias ou assim... quando sequer se incomoda em pagar,
uma vez que poucos na aldeia ousarão pedir-lhe moedas.
Por outro lado, Takenori com prazer atacará qualquer outra
pessoa que não pagar ou que incomode os moradores, uma
vez que ele sabe quese todos morrerem ou empobrecerem,
ele não terá mais suas bebidas. Takenori também toma cui-
dado para nunca matar um samurai de Clã, já que sabe que
o assassinato atrairia atenção indesejada de magistrados.
Settou Mura, o Prêmio Oculto
O vilarejo de Settou Mura é aparentemente
indistinto de qualquer uma das muitas outras pequenas
aldeias agrícolas devotas que estão espalhadas pelas
Montanhas Taru. Os camponeses falam pouco, mas são
educados, trabalham arduamente e veneram as Fortunas
em seus próprios modos simples, com alguns santuários de
pedra marcando sua devoção.
Durante muito tempo, isso foi realmente tudo o
que havia para Settou Mura. No entanto, há alguns meses,
um dos aldeões encontrou um veio de prata nas montanhas
próximas. Ele rapidamente reportou ao chefe da aldeia, que
decidiu não revelar a existência do minério ao Governador –
não pela ganância, mas principalmente pelo desejo de se-
rem deixados sozinhos pelos samurais intrometidos. Ele via
o que estava acontecendo com os assentamentos na pro-
víncia que atraíam demasiada atenção, e não desejava ver
sua pacífica aldeia oprimida por soldados, comerciantes,
apostadores, ou pior. Entretanto, alguém deve ter ignorado
suas ordens, porque logo os bandidos começaram a bisbi-
lhotar as fronteiras da aldeia. Os aldeões foram capazes de 23
afastar o primeiro grupo de bandidos com armas improvisa-
das e coragem teimosa, mas eles temem que mais virão em
breve. A aldeia é defensável – está localizada no fundo de
um vale acessível apenas através de uma única passagem
estreita –, mas uma força poderosa ou determinada pode
provavelmente sobrepujar os agricultores.
Felizmente para Settou Mura, o Governador deci-
diu recentemente testar sua teoria de que os Clãs Menores
poderiam ser adequados para governar após sua partida.
Samurais de vários Clãs Menores foram nomeados como
protetores de algumas aldeias na Província Naishou, e por
acaso Settou Mura é uma das aldeias selecionadas – preci-
samente devido à sua percepção de falta de importância.
Assim, para surpresa dos aldeões, logo depois que
expulsaram os bandidos, um trio de guerreiros corpulentos
do Clã Texugo chegou, alegando que a aldeia estava agora
sob sua proteção. Desde então, nenhum novo bandido se
aproximou da área, então os três samurais samurais não
sabem nada dos ataques, muito menos do veio de prata.
Ichiro Hidetsugu é o líder do grupo pequeno, junto
com seus irmãos mais novos Ichiro Kunihiro e Ichiro Akira.
Os três são um grupo unido, acostumado a trabalhar por
conta própria. Hidetsugu é o mais experiente na arte da
guerra, mas Kunihiro é um bom guerreiro e Akira é um
excelente batedor, hábil em explorar montanhas. Eles veem
a aldeia como um teste, e admiram os moradores locais por
sua tenacidade e autossuficiência. Se os bandidos
retornarem, eles terão de enfrentar três guerreiros
perigosos, mas se os Texugos aprenderem sobre o filão de
prata, não há como prever a reação deles. Assim, até agora,
os aldeões estão mantendo distância.
Sujuko Mura, a Vila do Desfiladeiro
As Montanhas Taru não são fáceis de atravessar,
tornando as poucas passagens cruciais para o bom funcio-
namento da Província Naishou. O Estreito Sukujo é a maior
delas, uma das poucas maneiras de entrar e sair da provín-
cia sem usar o Rio Itochu. A vila de Sujuko Mura é definida a
meio caminho através desta passagem, e sua presença
ajuda a tornar a travessia da montanha viável. Embora a vila
seja um lugar um tanto tedioso e monótono, habitado prin-
cipalmente por descendentes da austera tribo Yamataru, al-
gumas famílias descendente dos Takanobu há muito tempo
se estabeleceram na cidade e abriram várias pequenas pou-
sadas e lojas para receber viajantes. O restante dos habitan-
tes concentrou-se em suas ocupações tradicionais de agri-
cultura (a vila cuidadosamente mantém arrozais em terra-
ços nas encostas mais baixas da garganta) e de uma peque-
na pedreira nas proximidades. Durante muitos anos isso foi
bem sucedido e a aldeia prosperou, mas este equilíbrio está
em risco de ser abalado pelo novo afluxo de recursos de
Koso Mura. A cidade vê o Estreito Sujuko como o caminho
para estender a sua influência e prosseguir a sua rivalidade
com Toshi no Naishou, e começou a renovar Sujuko Mura e
expandir e melhorar a própria estrada na montanha. Várias
famílias mercantes mudaram-se recentemente de Koso
Mura para criar negócios aqui, e tornaram-se um terceiro
grupo social distinto das famílias Takanobu e Yamataru.
O influxo de riqueza, visitantes e viajantes trouxe
muito dinheiro, e também tensão social. Os Takanobu não
veem nenhum problema com a nova expansão, mas os Ya-
mataru não gostam da nova situação caótica e dos hábitos
pecaminosos dos recém-chegados (cujos negócios muitas
vezes caracterizam beber e jogar). A violência quase flores-
ceu quando uma nova família tentou remover um pequeno
santuário de pedra para que pudessem construir uma nova
pousada no local. Este incidente foi amenizado antes que
qualquer dano ocorresse, mas novas famílias continuam
chegando, novos negócios continuam a abrir, e os agriculto-
res e mineiros Yamataru se tornam cada vez mais inquietos.
Em tempos de dúvida, os aldeões frequentemente
se voltam para um mosteiro local para aconselhamento, e o
Abade Suguru está tentando oferecer respostas. Natural da
aldeia e membro da Ordem das Mil Fortunas, ele prega pa-
ciência e resistência diante da adversidade, e até agora sua
orientação ajudou a prevenir qualquer violência absoluta.
Infelizmente, Suguru tem interesses diferentes do que a vila
tem em mente. Ele tem sido um membro da conspiração
Kolat por muitos anos. Desiludido com o distante e elusivo
patrocínio das Fortunas, Suguru há muito tempo decidiu
tentar sua sorte com a filosofia Kolat da Regência do
Homem. Ironicamente, ele não está satisfeito com a nova
situação na aldeia, pois teme que atraia muita atenção ela e
interrompa as operações do Kolat aqui – particularmente o
uso do mosteiro para abrigar espiões e assassinos para a
conspiração. No entanto, membros influentes da Seita da
Moeda têm interesses na expansão da aldeia e da
passagem, então Suguru está obedientemente tentando
guiar Sujuko Mura para um caminho mais mercantil.
Sujuu Mura, o Celeiro
Situada na parte noroeste da Província Naishou, a
poucas horas de distância da Floresta Kawa e do Rio Itochu,
Sujuu Mura não é visivelmente diferente das muitas outras
aldeias ao seu redor. No entanto, situa-se no meio de terras
particularmente férteis e produz um dos maiores exceden-
tes de alimentos na região – o que é exatamente por isso
que o Leão o escolheu como a base para seu exército. En-
quanto uma parcela considerável de suas tropas permanece
em Toshi no Naishou para atender às necessidades do Go-
vernador, a cidade é muito apertada para abrigar sua força
principal e muito longe das regiões mais externas da provín-
cia para ser sua sede. Eles elegeram Sujuu Mura com base
em sua localização e sua colheita generosa, garantindo que
seus soldados não precisariam se preocupar com comida.
Sujuu Mura foi transformada desde a chegada do
Governador, com centenas de soldados Leões agora a usan-
do como sua base de operações. Eles construíram vários
quartéis ao redor da aldeia e uma muralha de madeira sim-
ples para reforçar suas defesas, e estão atualmente traba-
lhando em duas torres para deixá-los cientes de inimigos
distantes. É claro que ninguém realmente se atreveu a
atacar o Leão, mas os Leões acreditam na preparação
completa para ameaças em potencial. Eles deixaram os
habitantes da aldeia em paz, salvo por pegar suprimentos
de comida e matricular alguns camponeses mais jovens
como soldados ashigaru. Uma vez que a vila é descendente
da tribo Takanobu, os voluntários não faltaram.
Enquanto o comandante Leão visitou Sujuu Mura
várias vezes, ele geralmente supervisiona operações em ou-
tras partes da província ou na capital. Em sua ausência, a li-
derança das tropas recai a Matsu Kazuyo, uma jovem samu- 24
rai-ko que só recentemente obteve seu atual posto. Ela está
ansiosa para se provar valiosa, mas achou o comando mais
difícil do que pensava, particularmente sobre a logística. Em
muitos dias, ela se sente como pouco mais do que um
comerciante glorificado, em um infinito rever de relatórios
sobre o transporte de alimentos aqui ou ali. Ela anseia por
um confronto glorioso com a Garça ou com o Escorpião (ou
com ambos), mas a decisão não cabe a ela, que se senta
fumegante enquanto políticos brigam em Toshi no Naishou.
Tudo que ela pode fazer é tentar se certificar de que o Leão
esteja pronto quando chegar a hora, e ela treina suas tropas
incansavelmente, às vezes levando-as à exaustão em
inúmeros exercícios. Samurais visitantes são uma bem-
vinda ruptura à frustração e à monotonia, e ela certamente
lhes oferecerá sua hospitalidade. No entanto, os inimigos
do Clã Leão devem ser cautelosos, pois ela tem um
temperamento curto – mesmo para o padrão Matsu – e
seus dias de ócio em Sujuu Mura pioraram seu humor.
As Vilas Orientais
A maioria das aldeias em Naishou abriga poucos
samurais e é um lugar quieto onde pouco acontece fora do
comum. Elas tendem a se apoiar, criando pequenas redes
que relatam à capital provincial tão pouco quanto
necessário. As aldeias listadas aqui, situadas na parte
oriental da província, são parte do grupo tribal de Takanobu
e são um exemplo representativo destes grupos pequenos.
O Narrador pode usá-las como inspiração para criar suas
cidades, possivelmente centrando-as em torno de um dos
assentamentos mais importantes descritos anteriormente.
Aian: é uma vila grande, com algumas modestas
residências samurais em suas ruas. Possui uma forja, uma
casa de chá e uma loja de mercadorias. Muitos moradores
de outras aldeias a visita em busca de vários suprimentos.
Boubi: é uma vila pequena e isolada que tem
pouca relação com as outras listadas aqui. Ela, no entanto,
recentemente alugou quartos a um pequeno grupo de ronin
que se hospeda na única pequena estalagem da vila.
Danshou: é uma pequena e simples aldeia agrícola
cujos habitantes parecem desfrutar de uma alegria infinita.
Uma lenda afirma que a aldeia foi abençoada no passado,
possivelmente por uma encarnação de Hotei, e boa sorte
nunca faltou desde então.
Houi: é localizada em uma área geograficamente
desigual, onde o terreno é moldado em grandes cumes e
árvores crescem amplamente. A aldeia tem feito o melhor
que pode para cultivar em qualquer espaço que fique entre
as cristas rochosas.
Jouzousho: é uma vila grande e próspera, osten-
tando não só uma casa de gueixas mas também uma cerve-
jaria de saquê. Muitos na área a veem como um destino de
lazer. Pelo menos um Otomo atualmente vive na aldeia.
Juujiro: é a menor vila da área, e não existiria se
não fosse a encruzilhada em que fica. Muitos que viajam
entre as aldeias param em sua pousada, mesmo que apenas
para almoçar.
Koujou: é uma vila de tamanho modesto, situada
onde um córrego atravessa a estrada e controla uma
pequena ponte e um moinho movido a água. O moinho
produz farinha de arroz e de outros grãos, e macarrão
fresco é vendido na pousada local. Um samurai da família
Miya atualmente vive aqui.
Mujitsu: é um pequeno local, mas contrasta com
uma bela paisagem que faz a sua casa de chá um lugar
agradável para descansar. Um pintor Doji tem apreciado a
serenidade da vila para promover sua arte.
Sencha: é um assentamento pequeno em um vale
estreito entre dois montes rochosos. A partir daí, um
pequeno caminho leva a um mosteiro nas proximidades,
atravessando um simples, mas bem conservado, arco torii.
Tenraku: é uma vila de tamanho médio cuja
localização na estrada para Toshi no Naishou faz com que
veja bastante tráfego. Uma pousada e uma loja de
carpintaria fazem-lhe um elemento importante da área.
Mosteiro de Yasurugi: é situado sobre uma colina
arborizada, alcançada por uma escadaria rasa que passa sob
sete arcos torii dedicados às Sete Fortunas, sendo o maior
dedicado a Fukurokujin. Este monastério fornece orientação
espiritual para todas as aldeias da região.
O Covil dos Lobos, o Acampamento Ronin
A Floresta Kawa hospeda muitos perigos, mas al-
guns deles são mais mundanos do que espíritos irritados ou
complexos metamorfos. Um deles é o Covil dos Lobos, um
acampamento ronin geralmente encontrado na parte norte
da floresta. Os ronin do covil vêm de muitas origens e exe-
cutam uma variedade de funções, tanto honradas quanto
criminosas. Seu único traço unificador é a solidariedade mú-
tua, pois compartilham a remuneração e os benefícios de
seu emprego para terem certeza de que sobreviverão. No
momento, o grupo tem aproximadamente uma dúzia. Os
homens-onda são bem versados em técnicas de sobrevivên-
cia e geralmente podem se manter pelo menos minima-
mente alimentados caçando quando não estão trabalhando
em outro lugar na província. Eles coletivamente possuem
dois cavalos, que estão entre os seus bens mais valiosos,
por isso, quando realocam sua acampamento, uma das
primeiras coisas que eles fazem é construir um estábulo
simples. A Floresta Kawa permite que permaneçam fora da
vista (e, assim, fora da mente das autoridades) pela maior
parte do tempo, mas eles se certificam que sua base seja
sempre defensável e as sentinelas do lugar asseguram-se de
que não sejam pegos pela surpresa. Se eles atraem a
atenção, eles rapidamente juntam suas coisas e se mudam,
destruindo sua base anterior.
O atual líder do grupo é um homem chamado
Sonosuke, embora sua autoridade nem sempre seja
absoluta dada a natureza um tanto igualitária do bando.
Sononsuke foi um samurai Leão da família Akodo, e perdeu
toda a sua unidade devido a uma manobra mal concebida
por seu comandante. Ele foi considerado vergonhoso por
ter sobrevivido em detrimento às mortes de seus irmãos,
mas não quis cometer seppuku. Embora Sonosuke retenha
alguns ecos da natureza severa e honrosa do Leão, sua vida
como um ronin tem-lhe dado muito pragmatismo e ele às
vezes até recorre ao banditismo para sobreviver. Ele não
tem grande ideal ou objetivo para seus homens além da
sobrevivência, e isso pode ser o motivo pelo qual
conseguiram viver tanto tempo.
Sonosuke trouxe seus homens para a Província Nai-
shou há alguns anos, vendo a região frouxamente governa-
da como uma boa oportunidade. As poucas tropas de samu- 25
rais locais estão espalhadas por toda a província, mas a
possibilidade de conflitos renovados aparece no horizonte,
criando muitas oportunidades de emprego. Até agora, sua i-
deia valeu a pena, e o covil só foi forçado a se deslocar duas
vezes desde a sua chegada. Os dois outros ronin que Sono-
suke mais confia são uma samurai-ko chamado Hiroko e um
arqueiro chamado Shigekazu. Hiroko é jovem, alegre e uma
amazona hábil que faz a maior parte do cuidado com os
dois cavalos que os ronin possuem. A maioria assume que
ela já foi um Unicórnio, mas perguntar sobre seu passado é
a única maneira de arruinar seu bom humor habitual, então
os membros pararam de falar sobre isso. Shigekazu é um
homem severo, filho de um ronin e uma gueixa, e é
amargurado que os samurai dos Clãs dominem os homens-
onda; No entanto, ele é um atirador habilidoso e sabe
muito sobre a sobrevivência na natureza. Ambos Hiroko e
Shigekazu são fortemente leais a Sonosuke, e ele sabe que
ficarão ao seu lado, mesmo se os outros se dispersarem.
Emma-o Seido
O isolamento relativo da Província Naishou sempre
a tornou ideal para samurais ou monges a procura de
reclusão, qualquer que fosse sua razão. Muitos samurais
que desejam deixar suas velhas vidas para trás se mudam
para uma das pequenas aldeias da província, vivendo seus
dias como seus protetores. Outros se aposentam para um
dos muitos mosteiros da região.
Aqueles que se aposentam para Emma-O Seido
estão unidos por um sentimento: dor. O santuário pequeno
é um destino predileto para samurais-ko que perderam um
parente (normalmente um ou mais filhos) e cujo luto as
incapacitou de encontrar a paz em suas vidas. A natureza da
vida em Rokugan significa que há mulheres de todas as
idades neste santuário, todas buscando sair da tristeza
vivendo suas vidas em devoção à Enigmática Fortuna da
Morte. O santuário está localizado no alto das Montanhas
Taru e é bastante pequeno, escondido ao lado de um pico
constantemente maltratado por ventos frios. As freiras de
Emma-O dizem que, às vezes, podem ouvir as lamentações
dos mortos ao som do vento. Algumas aldeias próximas
fornecem o santuário com comida e algumas outras
amenidades simples em troca da assistência das freiras com
ritos funerários em toda a região. Poucos vão para o próprio
santuário, pois é um lugar frio, pouco acolhedor e
desamparado, com pouco espaço para acomodar os
visitantes. Em vez de uma estátua para a adoração, o
santuário contém um velho conjunto de armadura samurai
que dizem ter pertencido ao marido falecido de uma irmã;
A laca se desgastou e é impossível distinguir o seu Clã de
origem. Uma vez que Emma-O é muitas vezes retratado
como um conjunto vazio de armadura, as irmãs encontram
este um ponto de foco adequado para a sua devoção.
O santuário é atualmente liderado por uma mulher
chamada Akari. Ela pertenceu ao Clã Libélula, mas se apo-
sentou aqui depois que seu marido faleceu. Ela agora super-
visiona muitas mulheres que foram parte de famílias até
mesmo mais prestigiadas do que dela, uma ironia que ela a-
precia. Enquanto ela chegou aqui já preparada para se dedi-
car à Fortuna, muitas outras novas irmãs vêm simplesmente
para sofrer, muito sobrecarregadas com o arrependimento
de continuar suas vidas ou lidar com sua dor. Akari é uma
Guardiã paciente e respeitosa, e a maioria das freiras agra-
dece a ela por ajudá-las a encontrar alguma paz em suas no-
vas vidas. Akari tenta se certificar de que os enredos políti-
cos não acompanhem as novas irmãs ao santuário, uma vez
que ter tantos ex-samurais em um lugar pode facilmente
ser problemático. O difícil é piorado pelo fato de que muitas
recém-chegadas esperam meses antes de realmente
fazerem seus votos, e permanecem tecnicamente samurais
até esse momento. Akari proíbe severamente o acesso a
seu santuário àqueles que possam perturbar estas mulheres
em luto, para que não sejam atraídas de volta às conexões
de suas vidas anteriores. Até agora ela permaneceu distante
dos recentes conflitos entre os Clãs sobre a Província
Naishou. Ela está certa de que estes confrontos em breve
trarão mais mortes, mais almas partidas pelas quais orar e
mais mulheres em luto para consolar.
As Graças da Fortuna: As Graças da Fortuna se
movem através de toda Rokugan, mas têm um templo
principal, que é um convento a um dia viagem do Oratório
ao Ki-Rin. Elas também mantêm conventos nas terras das
famílias Toritaka, Kitsu e Usagi; além de um santuário na
Província Naishou: Emma-O Seido. As freiras que não
possuem o dom de falar com os kami se tornam membras
da Irmandade de Shinsei, irmãs da Ordem da Morte;
contudo todas – shugenja e monjas – são, acima de tudo,
sacerdotisas que prestam os mesmos serviços à
comunidade, como médiuns, parteiras e curandeiras.
Inari Seido
A parte ocidental do Vale Nobu é primairamente
uma planície aberta, perfeita para crescer arroz e outros
grãos graças a muitos rios menores e córregos que cruzam o
e alimentam eventualmente no Rio Itochu. Dezenas de vilas
pequenas e indiferenciadas podem ser encontradas na área,
mas uma grande estrutura quebra a monotonia da região:
Inari Seido é um templo de tamanho considerável, e sua
presença e sucesso é ainda mais notável, dada a quase total
ausência de influência samurai em sua história. Apesar de
ser referido como “santuário” (“seido”), este local
claramente se qualifica como um templo.
A lenda local reivindica que os plebeus da área
construíram o templo eles mesmos, pedra por pedra, e
quando a obra estava completa alguns dos trabalhadores
rasparam suas cabeças e devotaram suas vidas à Fortuna do
Arroz. Seja isso verdade ou não, o templo parece carente de
adornos aos olhos de samurais, embora seja de construção
muito sólida e mantido impecavelmente limpo, apesar do
fluxo constante de visitantes. Na verdade, não se passa um
dia sem que um agricultor venha prestar seu respeito à For-
tuna da qual depende a sua vida, e sete caminhos diferen-
tes conduzem as terras circunvizinhas ao templo, com suas
rotas desgastadas no solo pela interminável peregrinação
de suplicantes. Cada um atravessa um arco torii quando
chega ao templo. A única característica marcante do inte-
rior do templo é uma estátua de 3 metros de altura da For-
tuna, representada como dando arroz ao povo. A escultura
de madeira não é particularmente refinada em design, e é
creditada como esculpida pelos próprios fazendeiros. Há
também pequenas talhas de raposas, os animais reverencia-
dos como servos de Inari, em todas as portas principais do
templo. Dezenas de monges residem neste lugar, e quase 26
todos são de famílias heimin da região, compartilhando um
vínculo de parentesco com seus devotos visitantes.
O Abade do Templo é atualmente um monge an-
cião chamado Goichi. Ele perdeu a visão e mal pode se mo-
ver de seus aposentos, mas mantém um sagacidade afiada
e um conhecimento inigualável da Fortuna e de suas tradi-
ções. Goichi viveu toda a sua vida no templo, tendo chega-
do a ele como uma criança órfã. Ele abraçou a vida de tra-
balho simples e a plenitude espiritual oferecida pelo tem-
plo, e ascendeu através das fileiras inteiramente através de
trabalho duro e paciência, aprendendo a partir de seus an-
ciãos da época. Com bem mais que oitenta anos de idade,
ele é visto pelo campesinato como a prova do favor da For-
tuna ao templo. O recente afluxo de samurais à província
não é do gosto de Goichi, especialmente depois do breve,
mas selvagem, conflito entre a Garça e o Escorpião, que a-
meaçou o sustento de muitos aldeões. Isto fechou o humor
do velho Abade, e ele frequentemente medita em uma
pequena sala atrás do templo, dedicada ao aspecto furioso
de Inari, conhecido como o Dragão de Gelo. Ele avalia
cuidadosamente se deve intervir, pois milhares de aldeões
seguem sua liderança e ele poderia facilmente desencadear
uma grande revolta contra esses samurais belicosos e tolos.
Muzaka Shinden, O Mosteiro Oculto
No interior da Floresta Kawa, há um monastério
cuidado por apenas um punhado de monges, um templo
que poucas almas já viram. É extremamente difícil
encontrá-lo, porque se esconde em uma região densamente
florestada sem um único caminho aberto para ele. Na
verdade, magia quase que certamente é parte do que
oculta o templo. Sabe-se que espíritos travessos e
metamorfos ativamente desencorajam visitantes ao lugar.
Em raras ocasiões, os exploradores perseveram através de
todos os truques e obstáculos para alcançar Muzaka Seido,
possivelmente o único templo dedicado à Fortuna dos
Enigmas em toda Rokugan.
A Província Naishou tem muitos templos, dedica-
dos às Fortunas maiores e menores, mas esse é de longe o
mais obscuro deles. O templo, localizado em uma clareira
natural da floresta, é tão simples quanto uma estrutura po-
de ser, construído inteiramente usando a madeira local. Em
vez de uma estátua para a Fortuna, o templo exibe um per-
gaminho longo com o nome e o título de Muzaka. Os mon-
ges dizem que seria tolo alguém fingir saber a aparência da
Fortuna misteriosa. Os poucos monges que vivem aqui, cui-
dando do templo e mantendo registros de todas as visitas,
são, em sua maioria, ex-visitantes do templo que, tendo
chegado lá por acaso ou por intenção, optaram por ficar e
passar o resto de suas vidas contemplando um dos seres
mais misteriosos da cosmologia rokugani. Eles meditam so-
bre enigmas e koans, e se alimentam das frutas da floresta.
Mosuke é o último monge a se juntar ao pequeno
templo. Seu corpo marcado aponta para uma vida anterior
como um samurai, mas em Muzaka Seido, como na maioria
dos mosteiros é inapropriado questionar um monge sobre
sua vida passada. O homem que um dia se tornaria Mosuke
tropeçou no templo depois de fugir de um bando perturba-
dor de metamorfos saru. Naquela época, ele era – por ele
mesmo reconhecido – um fanfarrão e um tolo, e seu orgu-
lho foi quebrado por ser humilhado por um bando de ani-
mais. Ele percebeu que havia muito sobre o mundo e sobre
si mesmo que não sabia, e foi quando chegou a esta ilumi-
nação que encontrou o templo da Fortuna dos Enigmas. A
princípio, ele só pretendia ficar por um curto período de
tempo, para descansar e se recuperar, mas rapidamente
descobriu que o fogo da curiosidade não poderia ser extin-
to. Ele raspou a cabeça e juntou-se aos outros monges. Re-
zar para Muzaka e meditar sobre enigmas é bastante gratifi-
cante para ele, mas Mosuke também está profundamente
interessado em outros visitantes do templo. Poucos
tornam-se monges, mas todos têm uma razão para
encontrar seu caminho lá, pretendido ou não. Mosuke tenta
guiá-los em direção às suas próprias respostas, pois
reconhece o valor do conhecimento adquirido com a
percepção pessoal. Ele também sabe que os enigmas de
outras pessoas também podem ensiná-lo, e elogia a Fortuna
por cada chance de entender mais o mundo.
A Floresta Kawa
Compreendendo a maioria do leste e do sul de
Naishou, a Floresta Kawa é de tamanho modesto quando
comparado às principais florestas rokugani, como Shinomen
ou Isawa Mori, mas é certamente impressionante aos nati-
vos. O que se chama de “Floresta Kawa” abrange vários ti-
pos diferentes de florestas, desde bosques de bambu até al-
tas colinas sempre cobertas de verde, mas é uma área geo-
gráfica contínua que se estende desde o Pântano Omikura
no norte até as fronteiras da província no sul. Em sua maior
porção, a floresta não é difícil de transitar, uma vez que as
árvores crescem em trechos, em vez de uma massa densa,
mas a paisagem e o terreno são irregulares e confusos. Ne-
nhuma estrada principal já foi cortada através da floresta,
tornando-a uma barreira natural impedindo viagem simples
para a província. Isso não impediu os habitantes de Naishou
de tentarem explorá-la, no entanto, e muitas aldeias estão
localizadas na fronteira da floresta, com algumas até mes-
mo dentro de suas fronteiras. Eles colhem madeira da flo-
resta e a vendem às cidades sempres necessitadas do vale.
A floresta é majoritariamente um lugar muito cal-
mo e seguro, e pode-se facilmente viajar através dela sem
encontrar nem mesmo uma pitada de perigo. Poucos ani-
mais grandes estão presentes, tendo sido há muito caçados
pelos antigos moradores locais. No entanto, ocasionalmen-
te, um viajante azarado encontrará algo mais estranho e pe-
rigoso. A natureza exata da presença na floresta está aberta
a debate e nunca foi investigada minuciosamente. Alguns
acreditam que contém uma ou mais passagens aos Reinos
Espirituais, talvez para o Chikushu-do ou até mesmo ao
Gaki-do ou ao Mei-do, pois certamente há muitas histórias
de fantasmas associadas a ela. Outros culpam a presença de
metamorfos com um gosto para travessuras, como saru
(macacos), kitsune (raposas) e tanuki (guaxinins), que são
propensos a jogar brincadeiras perigosas com os mortais.
Algumas descrições das lendas da tribo Morikawa parecem
apontar para a antiga presença de ogros, e alguns campone-
ses ainda acreditam que uma tribo inteira de ogros vive em
algum lugar na floresta, talvez usando uma rede de caver-
nas subterrâneas para se esconder. Todas essas histórias
podem ser verdadeiras... ou talvez nenhuma delas. O que é
certo é que todos os anos há alguns incidentes estranhos ou
terríveis na floresta, suficientes para manter a população 27
assustada e as lendas alimentadas. Na maioria das vezes, as
pessoas simplesmente desaparecem, às vezes sem um ras-
tro, às vezes deixando o sangue para trás. Mais raramente o
problema será algo mais misterioso, como árvores mudan-
do lugar, ou riachos na floresta tornando-se vermelhos por
um dia. Os camponeses que vivem perto da floresta tentam
se proteger através de vários ritos e amuletos, apontando
sua sobrevivência como prova de sua sabedoria.
Alguns shugenja que investigaram a floresta acredi-
tam que é um dos poucos lugares em Rokugan que creem
ser o lar de alguns kenku, os corvos lendários. Um shugenja
afirmou ter identificado cinco kenku diferentes vivendo na
floresta em uma base permanente, e postulou que a ruína
de uma de suas cidades antigas deve estar em algum lugar
dentro dos limites da floresta. Enquanto outros estudiosos
têm levantado questões sobre essas alegações, as lendas
locais incluem muitos contos dos kenku observando mortais
ou mesmo se disfarçando como homens-onda. Desde que o
novo Governador chegou com muitos tantos samurais,
alguns dos recém-chegados exploraram as florestas na
esperança de ganhar a patronagem de um sensei kenku,
mas até agora a maioria retornou sem êxito, enquanto
alguns não nunca voltaram. Os plebeus locais culpam
Keiichi, supostamente um kenku poderoso com
temperamento notoriamente maligno e paciência curta
para tolos e arrogantes. Outros kenku frequentemente
retratados nas histórias locais são Kazuto (que toma o
disfarce de um duelista ronin para procurar desafiantes),
Koiko (uma mulher kenku e supostamente uma ferreira de
grande talento), Tsuji e seu filho Tsujiken (que são ditos
viajarem por aí como um par de monges peregrinos).
Opções ao Narrador – O que se Esconde na
Floresta Kawa: a verdadeira natureza da Floresta Kawa foi
deliberadamente deixada de lado para permitir que
Narradores a adaptem à sua Campanha e surpreendam seus
Jogadores. Aqui estão algumas opções para Narradores. A
maioria dessas opções também poderia explicar a presença
dos kenku na área, uma vez que eles poderiam estar
vigiando qualquer mal que espreita na floresta.
Alternativamente, eles podem simplesmente viver lá
porque o lugar costumava ser a sua antiga casa (ver mais
adiante neste Capítulo sobre as Cinco Raças).
Culto Sinistro: A reputação sinistra da floresta pode
ser devido ao mal humano, em vez das atividades dos
reinos espirituais. Talvez o supersticioso povo Morikawa,
uma tribo mais antiga do que o próprio Império, esconda
um culto herege em seu meio, dedicado a deuses
incompreensíveis da floresta. Abdução, sacrifício humano e
tortura seriam suas maneiras de aplacar os seres nos quais
acreditam, enquanto espalham lendas para cobrir suas
atividades profanas. Se qualquer um desses deuses
realmente responde ao culto cabe ao Narrador.
Escuridão Enganosa: A natureza estranha da
floresta pode ser devido às atividades de Nada, também
conhecido como a Escuridão Enganosa. Talvez Goju morem
lá, ou talvez a influência seja mais sutil. Talvez dentro da
floresta esteja uma pequena e indistinta rocha, sob a qual
Nada se escondeu durante a criação do mundo, e sua
influência afetou a área desde então.
Hengeyokai: A floresta pode ser um lugar privile-
giado para os metamorfos de Chikushu-do, que se reúnem
lá em suas formas animais, evitando os olhos curiosos dos
seres humanos. Os desaparecimentos seriam devidos à sua
recusa em deixar os humanos saberem seus segredos ou a
simples crueldade de sua parte, já que alguns deles pouco
apreciam o domínio dos humanos sobre o mundo natural.
Nada: é perfeitamente possível que não haja nada
estranho na Floresta Kawa, e sua reputação seja simples-
mente devido à superstição e às persistentes lendas entre
os nativos. Os raros desaparecimentos são causados por
acidentes, como pessoas se perdendo na floresta, caindo
em cavernas ou buracos, ou sendo atacadas por animais
selvagens. A presença dos kenku poderia ser apenas mais
uma lenda, talvez usadas por ronin para cobrir seus rastros,
ou poderia ser verdadeira, mas totalmente alheia à floresta.
Portal: Como mencionado acima, a floresta poderia
esconder uma passagem para o Gaki-do, o Mei-do, ou mes-
mo o Toshigoku. Para uma reviravolta, o portal pode ser a
um Reino Espiritual desconhecido para Rokugan, lar de coi-
sas estranhas e loucas que obedecem leis aparentemente
sem sentido. Isso explicaria a estranheza dos ritos e
superstições usados pelos moradores para se protegerem.
Reino Ogro: Talvez escondido no fundo da floresta,
haja uma tribo de ogros livres, que habita lá há gerações,
escondida em cavernas durante o dia. Eles têm acovardado
os moradores locais para que façam oferendas de comida e
reverência, pensando serem semelhante a espíritos ou
deuses. Os ogros às vezes atacam os visitantes desavisados,
embora tenham sempre o cuidado de permanecerem
escondidos de equipes com armamentos melhores.
O Pântano Omikura
A Floresta Kawa tem muitos pequenos rios e lagos
escondidos dentro dela, muitos dos quais eventualmente a-
limentam o Rio Itochu. Na parte nordeste da província, es-
ses riachos são tão numerosos que transformaram a área ao
redor deles em um pântano em que a floresta leve gradual-
mente dá lugar a juncos densos. Este é o Pântano Omikura,
uma outra barreira para entrada e saída de Naishou. O pân-
tano é um terreno fértil para insetos e outras perturbações
mais graves, como sanguessugas e cobras venenosas, e a
maioria dos habitantes da província o veem como pouco
mais do que um transtorno. O fedor de podridão e gases
também torna o lugar muito pouco atraente à maioria. No
entanto, o pântano também tem abundância de peixes para
oferecer, incluindo algumas espécies não vistas em
qualquer outro lugar na província. Os poucos aldeões que
se instalaram no pântano ou perto dele exploram esta
recompensa, vendendo os peixes exóticos para Toshi no
Naishou, onde se tornaram populares como iguarias. O
pântano também faz crescer algumas ervas e raízes que
podem ser usadas tanto para cozinhar quanto para a
medicina. No entanto, as condições sujas tornam a doença
um risco constante, e aldeias inteiras já foram aniquiladas
pela febre do pântano em mais de uma ocasião. Aqueles
que exploram os pântanos podem ocasionalmente se
deparar com os restos pútridos de uma dessas aldeias, um
lembrete sombrio da natureza do pântano.
Algumas ruínas de pedra podem ser encontradas a-
qui e ali no pântano, apontando para alguma civilização an-
tiga, embora – dado o seu estado – é impossível dizer se são
de origem humana ou qualquer outra coisa. Algumas lendas 28
locais afirmam que o Pântano Omikura é habitado por
trolls, o que – se verdadeiro – faria deles o único exemplo
conhecido de criaturas das Terras Sombrias na província. Is-
to atraiu pouca atenção das autoridades, entretanto, já que
não houve nenhuma vítima real, nenhum sinal da Mácula, e
nenhuma testemunha credível. Os camponeses insistem
que os trolls simplesmente são inteligentes o suficiente pa-
ra se afastarem quando vistos, e alguns estudiosos têm es-
peculado que os pântanos podem ser o lar de uma pequena
população de trolls imaculados, o que seria inédito em
Rokugan. Samurais mais cínicos sugerem que o boato é sim-
plesmente uma manobra dos moradores para atrair mais
atenção à área. Certamente, os plebeus estão felizes em
vender itens que alegam serem artefatos pertencentes aos
trolls, ou até mesmo supostos ossos ou couros de troll. Esta
prática os distancia de seus vizinhos, e pode eventualmente
atrair a atenção de hostis samurais do Caranguejo.
O Lago Tsunegawa
Fazendo fronteira com o Pântano Omikura e as
Montanhas Taru, o Lago Tsunegawa recebe a água de
ambos e origina o Rio Itochu, a corrente sanguínea da
Província Naishou. Isto significa que o Lago Tsunegawa é de
suma importância a todos, e – sem surpresa – inspira
muitas legendas locais. O lago é bastante profundo, mas,
uma vez que as Montanhas Taru atuam como uma barreira
contra os ventos do norte, a água é geralmente bastante
quieta na superfície do lago, muitas vezes tão suave quanto
um espelho. Apenas algumas rochas pequenas e dispersas e
ilhas rompem sua superfície. Alguns dizem que o lago foi
originalmente criado por um terremoto que levou a uma
subsidência no solo, enchendo rapidamente com água. No
entanto, como os terremotos quase não são descritos em
toda a província, isso parece improvável.
As águas do lago abundam de peixes, enquanto nas
porções rasas também há muitos mariscos, assim dezenas
de aldeias enviam seus barcos afora às águas todos os dias.
O lago é a principal fonte de peixes para toda a província.
Além disso, a beleza do lago e suas árvores circundantes –
muitas delas salgueiros ou cerejeiras – o tornam um destino
popular para samurais, especialmente poetas e pintores. A
natureza pacífica da região também incentiva a construção
de vários mosteiros nas proximidades, geralmente
dedicados às ordens monásticas mais pacíficas e
contemplativas. Somente a fronteira norte do lago é
deixada sem atividade humana, uma vez que as íngremes
montanhas a isolam completamente.
Algumas das lendas mais populares sobre o lago
dizem respeito às estranhas criaturas-tartarugas de bico
conhecidas como kappa, espíritos conhecidos do outro lado
do Império como malandros e sanguinários. Talvez ajustan-
do à natureza pacífica do lago, os kappa da Província
Naishou são vistos como especialmente benignos, prontos
para adverter as crianças sobre nadarem demasiado distan-
te da praia ou sobre ficarem muito tempo fora à noite.
Todas as crianças daqui sabem que se curvar educadamente
para kappas é a melhor forma de se comportar, uma vez
que quando se curvar em retorno, a água derramará da
depressão em sua cabeça, o que os desorienta. Algumas
histórias afirmam que os kappas podem ser apaziguado
através de oferendas de pepinos, que eles amam ainda mais
do que o sangue, e ainda hoje muitos aldeões jogarão um
pepino no lago antes de tomar banho nele para apaziguar
os kappas. Há também histórias sobre um Rei Kappa, um
espécime especialmente grande que vive em uma caverna
nos pés das Montanhas Taru. Ele raramente nada, muito
velho e grande para se mover facilmente, e seus
subordinados o trazem comida. Diz-se que o Rei Kappa tem
grande conhecimento de medicina, e muitos têm procurado
por ele quando enfrentam doenças fatais ou outras
situações terríveis de saúde. No entanto, ninguém nunca
alegou realmente encontrá-lo, e o Rei Kappa pode ser nada
mais do que uma superstição local – especialmente dada a
natureza dos kappas em outros lugares de Rokugan.
O Rio Itochu
A artéria principal de transporte, de pesca e de co-
mércio através da Província Naishou é o Rio Itochu, em mui-
tas maneiras a característica definidora da região. O rio flui
através do Vale Nobu em um ritmo vagaroso e é largo e
profundo o bastante para permitir que um grande kobune
navegue seu comprimento inteiro. O rio se origina no Lago
Tsunegawa, mas muitos rios menores e córregos das mon-
tanhas e da floresta também desembocam nele. O povo da
província há muito aprendeu a aproveitar os rios para seu
uso, usando os cursos de água menores para inundar os
arrozais onde quer que o cultivo seja possível e, combinado
com os peixes do lago e do rio, tornaram a província relati-
vamente autossuficiente. Todo o mundo sabe que os nati-
vos são abençoados pelo rio, que raramente inunda e é fácil
de navegar. Muitos santuários ao longo de suas margens
oferecem graças ao espírito do rio, que os moradores rezam
com tanto fervor quanto a qualquer outra Fortuna. Shugen-
ja confirmam que o kami do rio é particularmente poderoso
e responsivo, sugerindo que Itochu no Kami seja realmente
um poderoso espírito. Ele geralmente é representado como
um benevolente homem barbudo de pele azul, com uma
cesta cheia de peixes ao seu lado. Itochu no Kami é um per-
sonagem popular nas lendas locais, geralmente ensinando
lições amáveis aos jovens e aos tolos, e compartilhando os
valores de paciência, paz e trabalho. Acredita-se que as
grandes salamandras encontradas no Rio Itochu sejam seus
servos, por isso são tratadas com respeito correspondente.
O Rio Itochu é a principal rota dentro e fora da pro-
víncia. No entanto, as águas tornam-se mais velozes e peri-
gosas ao sul de Toshi no Naishou, o que ajuda a desencora-
jar a expansão das comunidades agrícolas nessa direção. Is-
so não dissuade tanto os comerciantes, cujos navios maio-
res podem lidar melhor com a correnteza, e a maior parte
do comércio da província com o Império toma esse cami-
nho. As margens do rio imediatamente além do vale são ás-
peras e em sua maioria inférteis, gerando uma longa viagem
antes que os sinais da civilização retornem, mas, no fim, o
Itochu desemboca em um rio maior dentro do Império. Des-
de a chegada do novo Governador, o volume de viagens na
parte sul do rio aumentou muito. Projetos estão em anda-
mento para tornar o rio mais seguro, como a dragagem do
fundo e o uso de paredes de pedra para fortalecer os ban-
cos quando necessário. O progresso está em curso, mas os
marinheiros já estão achando a parte sul do rio mais fácil de
navegar, mesmo que ainda não seja tão calmo quanto é no 29
Vale Nobu propriamente dito. Algumas vozes na corte do
Governador, provavelmente ansiosas para colher o prêmio
para seu próprio Clã no futuro, pediram uma extensão das
fronteiras da província para o sul, talvez criando uma nova
cidade portuária como um ponto de passagem para os na-
vios a caminho de Toshi no Naishou. Enquanto a ideia é co-
mercialmente sólida, qualquer extensão de fronteiras move
a Província Naishou para mais perto de outras províncias
mais bem estabelecidas, que talvez não olhem com bonda-
de a um novo vizinho cuja fidelidade ainda está pendente.
O papel central do Rio Itochu na vida da província
também o coloca no centro de muitas histórias, desde as
mundanas até o francamente extravagante. Um tópico
favorito do povo ribeirinho é a lendária raça ningyo. Muitas
versões das características dos ningyo em histórias de
Naishou existem, e algumas são contraditórias. Acredita-se
que os ningyo sejam um povo benevolente, mas secretista,
que supostamente salvará os azarados do afogamento, mas
também punirá os gananciosos, atraindo-os para sua des-
graça com falsas promessas de pérolas. Curiosamente, his-
tórias sobre os ningyo são desconhecidas em torno do Lago
Tsunegawa, e alguns acreditam que isso prova que as
pessoas ao redor do lago são de uma ascendência diferente
que aquelas ao longo do rio, enquanto outros sugerem uma
possível rivalidade entre os ningyo e os kappas. Natural-
mente, nenhum samurai viu nenhuma desses misteriosos
habitantes das águas. Algumas áreas do Rio Itochu, especi-
almente curvas em seu curso, são supostamente onde os
ningyo esconder suas casas, mas ninguém nunca foi capaz
de realmente corroborar a existência das criaturas. Ainda
assim, eles são um tema popular para a arte, e muitos tem-
plos e santuários construídos pelo rio apresentam estátuas
deles perto de suas entradas. Em Toshi no Naishou, eles são
frequentemente representados em pinturas, e muitos res-
taurantes ribeirinhos terão nomes associados aos ningyo.
As Montanhas Taru
Enquanto as Montanhas Taru não são tão altas ou
majestosas quanto as cordilheiras mais conhecidas do Im-
pério, elas ainda são um obstáculo formidável e um compo-
nente-chave da Província Naishou. As montanhas formam
uma barreira com apenas algumas passagens confiáveis, e
muitos de seus picos permanecem inexplorados, embora
outros têm sido habitados há tanto tempo quanto o resto
da província. Em alguns lugares, o cultivo de arroz nas en-
costas mais baixas é possível, e os arrozais em terraços po-
dem ser modestamente mantidos com dificuldade. Algumas
plantações de chá também existem, e enquanto o gosto das
folhas é geralmente considerado decepcionantemente leve
aos padrões rokugani, os moradores são muito afeiçoados.
A maioria das encostas mais altas são completamente nuas
de qualquer vida, pouco mais do que rocha e gelo. Durante
o inverno, todas as montanhas são totalmente cobertas de
neve, tornando-as ainda menos acessíveis do que o habitu-
al, e muitas aldeias das Montanhas Taru devem sobreviver
ao inverno completamente isoladas. Alguma mineração
acontece, na maior parte de depósitos de cobre e de ferro
centrados em torno de Hitori Mura. Ainda assim, quando
comparada às outras cordilheiras, a riqueza mineral local é
escassa. Algumas aldeias mantêm pedreiras, vendendo
materiais de construção aos templos e à cidade. Essa pedra
também é usada nos pequenos santuários espalhados pelas
montanhas, que geralmente assumem a aparência de pila-
res. Cavernas podem ser encontradas através das monta-
nhas, embora sejam geralmente pequenas, suficientes para
pouco mais do que um abrigo durante uma viagem.
As Montanhas Taru são a razão principal porque
Naishou foi afastada de Rokugan através de toda a sua his-
tória, e ainda faz isso no presente. A única passagem confiá-
vel ocorre próximo à aldeia de Sujuko Mura, e requer dias
para atravessar. Ainda assim, o trabalho está em andamen-
to para torná-la mais acessível e confiável, e uma nova rota
comercial está começando a se desenvolver a partir dela.
Não obstante a este desenvolvimento, a maioria das aldeias
dentro das montanhas permanece isolada, muitas vezes
com escassas relações com o resto da província, e nenhuma
com o resto de Rokugan. Essas cidades formam uma
espécie de comunidade interna, conectada por caminhos
estreitos e às vezes até pontes de corda, ajudando-se
mutuamente em momentos de necessidade.
As montanhas Taru são a parte menos povoada da
província, e pode-se explorá-las por dias sem encontrar
uma alma humana. Isto levou à criação de uma série de
mosteiros dentro das montanhas, o lar de monges de
natureza mais ascética. Estes mosteiros abrirão suas portas
para abrigar viajantes e permitem que qualquer pessoa reze
em seus santuários, mas, de outra forma, se fecham do
contato externo, sobrevivem através de doações de aldeias
vizinhas ou simplesmente possuem alguns arrozais. Como
acontece com o resto da Província Naishou, a maioria são
monastérios fortunistas, embora existam alguns taoístas e
não haja discriminação entre os grupos – afinal, todos
concordaram sobre o valor do isolamento.
Naturalmente, nenhuma região da Província Nai-
shou estaria completa sem alguns contos e lendas de criatu-
ras sobrenaturais. A diferença aqui, possivelmente devido à
natureza lacônica dos habitantes, é que esses contos são ra-
ros o suficiente para que alguns deles possam ser verdade.
As histórias mais típicas são sobre relatos de zokujin, cha-
mados de “duendes do cobre”, com uma profunda afinida-
de pelo elemento Terra. Testemunhas deles são encontra-
das em cada área montanhosa de Rokugan, e sua existência
é geralmente considerada fato, trazendo credibilidade às
histórias da Província Naishou. Infelizmente, as tribos
zokujin nas Montanhas Taru parecem ter pouco interesse
em se comunicar com a humanidade, desaparecendo antes
de qualquer contato ser estabelecido. Alguns homens e
mulheres temerários, tanto camponeses quanto samurais,
tentaram localizar os zokujin e se encontrar com les, mas
todos esses esforços foram em vão. Alguns moradores das
Montanhas Taru acreditam que os zokujin têm uma grande
cidade, talvez até um reino, escondido debaixo dos picos
das montanhas. A entrada a este reino hipotético é geral-
mente sugerida como o lugar chamado de Fosso Oyukushi,
um abismo profundo nas montanhas que nunca foi explora-
do, com seu fundo imergindo na escuridão permanente
centenas de metros. Shugenja que estiveram perto dele
dizem que os kami estão dormentes, quase sem resposta,
tornando a exploração por magia, na melhor das hipóteses,
muito difícil. Assim, o abismo continua a ser um mistério, e
a cidade zokujin – se existente – permanece intocada, o que
pode ser melhor para todas as partes envolvidas. 30
O Vale Nobu
Os habitantes da província de Naishou chamam
qualquer área entre as Montanhas Taru e a Floresta Kawa
de “Vale Nobu”, mas estritamente falando não é uma área
geográfica único. O que o unifica é o assentamento huma-
no, pois o Vale Nobu sempre esteve no coração da provín-
cia. O vale é essencialmente a bacia de drenagem do Rio
Itochu, e já que a irrigação é crucial para crescer o arroz, o
vale foi sempre o foco da civilização humana aqui. A paisa-
gem real do Vale Nobu varia de colinas suaves e ondulantes
no norte a um vale lacustre real mais perto do Rio Itochu e
às planícies largas sulistas e ocidentais da província. Alguns
pequenos lagos rompem a monotonia da paisagem, en-
quanto que um rebento ocasional da Floresta Kawa às vezes
pode ser encontrado nas partes ocidentais do vale. O mais
importante é a presença de córregos e rios, de todas as for-
mas e tamanhos, que atravessam toda a área e eventual-
mente alimentam o Itochu. Muito poucos destes são
profundos bastante para a navegação, mas muitos ainda
necessitam de pontes para cruzá-los. Eles fornecem a água
para os inúmeros arrozais do vale, que definem a paisagem
em toda a província. Embora a terra não seja tão fértil
quanto as províncias da Garça, a gestão cuidadosa ao longo
dos anos combinada com o acesso fácil à água permitiu a
produção de alimentos impressionantemente elevada, alta
o suficiente para alimentar a população da província e ainda
ter muito para impostos e exportações. Isto, mais do que
qualquer coisa, é a razão pela qual tantos Clãs desejam a
Província Naishou. Mesmo os exércitos mais poderosos
precisam de arroz para encher as barrigas dos soldados.
Toshi no Naishou é a única cidade real na província,
e apenas alguns outros assentamentos merecem o nome de
cidade. A maioria da população vive nas dúzias e dúzias de
vilas dispersas através do Vale Nobu. Elas geralmente
formam pequenos aglomerados interdependentes, em
qualquer número de três a vinte aldeias que se apoiam
mutuamente, trocando bens e serviços e formando um ciclo
econômico fechado, a menos que seja necessário que seja
diferente. Assim, a maioria das aldeias tenta ter algum tipo
de recurso único para oferecer às suas vizinhas, como um
moinho, uma pousada, uma casa de saquê, uma loja de
comércio, uma forja, uma carpintaria, um estábulo, uma
casa de gueixa, ou mesmo apenas um artista habilidoso,
como um marionetista. Desta forma, os moradores só
precisam ir à distante capital provincial quando
absolutamente necessário (como para entregar seus
impostos). As estradas refletem essa realidade, com redes
de caminhos que unem pequenos grupos de aldeias, com
muito menos rotas ligando-as ao resto da província. As
pontes são também de importância vital, e frequentemente
uma vila existirá simplesmente para se certificar que uma
ponte seja mantida em bom estado para evitar que uma
seção da província se torne isolada de seus vizinhos.
As aldeias provinciais são do estilo rokugani clássi-
co, imutável ao longo dos séculos, com a maioria das pesso-
as vivendo em pequenas cabanas de madeira de dois quar-
tos com telhados de palha. Pessoas mais ricas, como comer-
ciantes ou proprietários de estalagens podem ser capazes
de manter uma construção mais refinada, de madeira e
papel, ou com telhados de telhas. Cada aldeia também terá
alguma maneira de manter suas atividades espirituais,
talvez apenas um pequeno santuário que os camponeses
mantêm, ou, mais frequentemente, um mosteiro que
atende às necessidades de um aglomerado de aldeias em
conjunto. Os habitantes do vale são tão devotos quanto em
qualquer outro lugar na província, e sempre se certificarão
de que os santuários locais estejam em bom estado. A cada
geração, alguns aldeões ouvirão o chamado das Fortunas e
se juntarão à Irmandade para dedicar sua vida a elas. Alguns
monastérios taoístas também existem, mas são geralmente
muito menos populares (embora ainda tratados com
respeito) – a exceção é a área nortenha do vale, em torno
de Koso Mura, onde eles encontram mais aceitação.
A maioria das aldeias também têm uma ou mais
residências de samurais. Estas são, obviamente, de melhor
qualidade e geralmente têm jardins e outras cortesias, e,
enquanto ainda são parte do assentamento, são geralmente
a uma pequena distância do resto da aldeia para manter a
propriedade. Com tantas aldeias espalhadas pelo vale, por
muitas gerações tem sido considerado mais eficiente ter sa-
murais individuais ou famílias de samurais vivendo em dife-
rentes aldeias para fornecer proteção e administração, ao
invés de reunir todos em uma única cidade. Desde a chega-
da do novo Governador, as tropas do Leão começaram a pa-
trulhar as estradas da província em grandes grupos, mas há
muito poucas para cobrir todo o Vale Nobu, de modo que
os samurais locais nas aldeias ainda são importantes. Na
maioria das vezes e dos lugares, estas posições são relativa-
mente honoríficas, uma vez que a província raramente vê
perigos genuínos. Assim, muitos desses samurais aldeões
são aqueles que desejam uma existência tranquila, como ar-
tistas, estudiosos e samurais semiaposentados ou totalmen-
te aposentados. Devido à história da província, mesmo du-
rante o tempo que a Fênix controlava a região, não era in-
comum que samurais de outros Clãs ocupassem essas posi-
ções. A Fênix tinha poucos samurais próprios para enviar
aos recantos da província e nenhuma objeção a comparti-
lhar o dever de proteger as aldeias, desde que fosse-
cumprida de forma pacífica e honrosa. No entanto, com o
novo Governador, essas posições se tornaram favores que
ele pode conceder àqueles que considera dignos, como um
sinal de confiança dele e das autoridades Imperiais. Ele
começou a colocar samurais Imperiais em aldeias
importantes, garantindo que os assentamentos mantenham
sua neutralidade e permaneçam leais apenas a ele. Outras
nomeações vão a samurais que acha serem qualificados e
honrados, ou a pessoas às quais ele deve favores. A corte
mantém vigilância sobre o equilíbrio dos samurais de Clãs, e
qualquer nomeação é analisada como um sinal de que o Clã
possa ganhar o controle da província de Naishou. Isso criou
alguma política local interessante, com samurais às vezes
trabalhando para promover sua aldeia sobre outras a fim de
serem reconhecidos como melhores administradores e
ganharem mais favor com o Governador. Infelizmente, às
vezes isso faz com que eles forcem demais os aldeões, e isso
criou algum ressentimento entre os heimin.
As pessoas do Vale Nobu são tão apaixonadas por
histórias e lendas quanto o resto da província, mas vivem
em um ambiente fortemente modificado pela mão do
homem e, assim, têm poucas histórias sobre criaturas
sobre-naturais. Na verdade, seria difícil a eles até mesmo 31
fingir terem visto qualquer coisa desumana quando tudo o
que há por milhas ao redor são outras aldeias. No entanto,
as histórias de fantasmas são diferentes, e o Vale Nobu tem
muitas delas. A grande maioria parece implicar yorei,
fantasmas cujas histórias trágicas oferecem uma lição
moral. Os pais gostam de dizer isso a seus filhos para lhes
ensinar boas maneiras, ou simplesmente para assustá-los
para longe de comportamentos perigosos, como se
esgueirarem à noite ou se aventurarem muito longe de
casa. Ainda assim, algumas dessas histórias parecem ter
uma base na verdade, e exorcistas – especialmente as
freiras de Emma-O, passam pela área para banir almas
errantes. De acordo com o povo da Província Naishou,
noites sem lua são particularmente propícias às aparições
de outros mundos, embora isso não pareça ser o único
fator. Na maioria das noites, com ou sem lua, um viajante
poderia facilmente se sentir seguro em qualquer lugar do
vale... e de vez em quando, algo mais acontece.
Opções ao Narrador – Os Fantasmas do Vale
Nobu: Novamente, o nível real de atividade sobrenatural
presente no Vale Nobu é deixado ao Narrador para se
adaptar ao tom de sua Campanha. Enquanto o vale pode
ser usado perfeitamente sem qualquer presença
sobrenatural, Narradores que gostam de introduzir
criaturas sobrenaturais em suas histórias podem achar
fantasmas como uma escolha ideal, tanto como uma das
criaturas mais “humanas” de Rokugan quanto uma das mais
misterioso. Os parágrafos seguintes oferecem opções
diferentes para explorar os fantasmas do Vale Nobu:
Novamente, Nada: Talvez não haja nada mais nas
lendas de fantasmas no Vale Nobu do que superstições
camponesas e contos populares. Se esta opção é tomada
em conjunto com as opções mundanas semelhantes nas ou-
tras partes da província, Naishou se torna um lugar cheio de
lendas, mas com pouca base real para o seu misticismo. Isto
pode ser um ajuste melhor para Narradores que desejam
focar suas Campanhas em temas militares ou políticos.
Alguns fantasmas: Embora algumas ocorrências de
assombrações possam realmente ser verdadeiras, elas po-
dem ser apenas uma fração das histórias relatadas. Alguns
fantasmas reais levam a população local a inventar mais
histórias e a atribuir qualquer fenômeno incomum a algum
tipo de fantasma ou espírito. Isto é ideal para acalmar
personagens em uma falsa sensação de segurança, pois
depois de muitas lendas falsas eles ficarão muito surpresos
quando realmente encontrarem um espírito genuíno.
 Portal: Se o Vale Nobu é realmente o local de
muitos casos de assombrações, pode ser devido a uma
passagem existente entre ele e um dos Reinos Espirituais,
provavelmente o Mei-do. Esta passagem poderia abrir
apenas intermitentemente, explicando as aparições
irregulares de fantasmas. Se o Narrador estiver usando a
opção das Cinco Raças descrita abaixo, a passagem pode ser
o resultado de uma presença Kitsu na Província, ou mesmo
a razão pela qual eles vivem aqui, observando-a para que
não se abra totalmente.
Longe do Império: Para uma opção mais extrema,
mas interessante, especialmente se o Narrador colocar a
Província Naishou nas fronteiras do território de Rokugan, o
grande número de fantasmas pode ser explicado pelo fato
de que a Ordem Celestial nunca reconheceu completamen-
te Naishou como parte do Império. Consequentemente, a
província é um tanto desconectada dos Reinos Espirituais,
explicando por que tantas almas se perdem e são incapazes
de alcançar Mei-do. Esta descoberta provavelmente viria
como um golpe aos devotos habitantes, mas também
poderia ser explicada pela presença dos remanescentes das
tribos originais se essa opção também é usada.
Opções ao Narrador – As Cinco Raças
A extensão do quanto as Cinco Raças (zokujin,
kenku, ningyo, trolls e kitsu) estão realmente presentes na
Província Naishou é deixada a critério do Narrador. Embora
a região esteja cheia de lendas sobre essas criaturas, não há
garantia de que nenhuma dessas histórias seja verdadeira.
As opções a seguir apresentam as escolhas mais óbvias aos
Narradores que desejam explorar as possibilidades.
Nada: os contos podem ser só lendas. Dependendo
do tom que o Narrador quer dar à sua Campanha, o
campesinato pode realmente acreditar neles ou eles
poderiam saber que não há nada para lhes dar
credibilidade, mas continuam recontando as histórias de
qualquer maneira como lições de moral ou para adicionar
cor às suas vidas. Alternativamente, talvez os habitantes
astutos da província construíram lendas falsas e
periodicamente se disfarçam como as criaturas para criar o
interesse em suas terras e trazer visitantes e dinheiro.
Restos do Passado: Talvez algumas ou todas as Cin-
co Raças tenham vivido na Província Naishou, mas agora es-
tão mortas há muito tempo, deixando apenas ruínas e me-
mórias para trás. Os ocasionais relatos de criaturas poderia
ser devido a camponeses interpretando coincidências, ou o
resultado de ecos espirituais do passado se manifestando
como fantasmas ou ilusões. Isso ainda deixaria muitas
ruínas antigas e artefatos para estudiosos investigarem.
Vivos e Ativos: Nesta opção, remanescentes de al-
gumas ou de todas as Cinco Raças ainda podem ser encon-
trados na Província Naishou, e a maioria das histórias é ver-
dadeira. Naishou poderia ser um dos últimos lugares onde
os trolls puros sobrevivem, e o Lago Tsunegawa poderia ter
sido causado por um cataclismo antigo que destruiu uma
cidade ningyo, forçando-os ao rio e deixando espaço para
os kappas ocuparem seu lugar. As ruínas fabulosas situadas
sob o Palácio do Governador podem ser reais e terem
pertencido aos kitsu, que ainda podem ser capaz de visitá-
las a partir dos Reinos Espirituais. Talvez algumas dessas
criaturas tenham ficado para trás para vigiar algum tipo de
grande mal, uma ameaça do outro mundo ou um oni
primordial, do tempo de antes de a humanidade andar na
terra (e pode ser que Kuni Shiyoda o tenha encontrado
durante suas andanças). Talvez algum ser terrivelmente
inimaginável descanse no fundo do Fosso Oyukushi,
observado cuidadosamente para que não desperte.
A Última das Tribos Perdidas: Talvez algo misterio-
so more dentro da Província Naishou... algo não rokugani,
mas ainda humano. As três tribos de Naishou eram todas de
pessoas ferozmente independentes, e talvez alguns de seus
elementos tenham se recusado a se curvar aos Kami e se
esconderam nos cantos remotos da província, continuando
a viver como sempre. As Montanhas Taru, o Pântano
Omikura e a Floresta Kawa poderiam ser esconderijos
adequados para pequenos grupos dessas pessoas. Seus 32
costumes e sua língua seriam estranhos a Rokugan. Eles
usariam roupas de pele e não teriam conhecimento da
Ordem Celestial, mas provavelmente poderiam ainda obter
apoio de alguns de seus primos mais civilizados, que não
teriam coragem de abandonar seus antigos parentes.
Algo Inteiramente Diferente: Talvez haja uma
presença sobrenatural na Província Naishou, mas não o tipo
que seus habitantes acreditam. Afinal, os simples aldeões
não podem realmente diferenciar um zokujin de um goblin,
um troll de um ogro, um kenku de um tsuru, ou um ningyo
de uma naga. Os habitantes locais podem ter tentado dar
sentido às coisas com base em suas próprias lendas, em vez
de investigar até o fim criaturas evasivas e assustadoras.
Algumas dessas opções podem significar uma presença mais
forte das Terras Sombrias na Província Naishou, o que
significaria que o Jigoku também tem interesse na isolada
província. Dependendo de onde no Império você posicionou
a província, isso poderia ser altamente apropriado.
Fauna
Com sua grande diversidade de paisagens e
ambientes, Naishou está repleta de animais selvagens,
desde o fundo do Rio Itochu aos picos das Montanhas Taru.
Como em outros lugares de Rokugan, muitos animais são
atribuídos de alguma forma a um significado espiritual,
embora os moradores tenham por vezes desenvolvido
opiniões diferentes sobre essas simbologias.
A maioria dos animais selvagens de Naishou são
pequenos animais inócuos. Poucos predadores grandes
perturbam a província, e os que estão presentes raramente
se preocupam em se aproximarem dos humanos. Nas
Montanhas Taru, o maior animal é o urso negro, que se
mantem geralmente longe dos alojamentos humanos e –
enquanto feroz, se provocado – geralmente evita
confrontos. Na Floresta Kawa, pequenos grupos de lobos
ocasionalmente apareceram, mas geralmente são
passageiros com territórios que alcançam fora da província.
Durante o inverno, lobos famintos às vezes tentam suas
chances fora da floresta e, quando isso acontece, os aldeões
são rápidos em cavar buracos de lobos, cobertos de galhos
e com iscas no fundo, para prender os lobos e depois matá-
los com lanças. Durante o resto do ano, os lobos são pouco
mais do que sombras na floresta, fugindo à vista dos
humanos. Uma espécie menor de lobo pode
ocasionalmente ser encontrada nas montanhas, mas nunca
se soube que representasse perigo a seres humanos.
 No Vale Nobu, o único predador notável é a Provavelmente o animal mais perigoso da província
raposa, que se alimenta igualmente de animais selvagens e é uma espécie de víbora cinzenta e amarela, cuja mordida
de aves domésticas. Enquanto constituem um pode levar a semanas de febre e dor, reivindicando algumas
aborrecimento, raposas são raramente caçadas devido à vidas a cada ano. Essas cobras são encontradas
sua associação com Inari, a Fortuna do Arroz. Uma raposa principalmente na Floresta Kawa, e ver uma delas é
em um campo de arroz é considerada um bom presságio, considerado uma premonição, geralmente um sinal de que
geralmente um sinal de uma excelente colheita. se está prestes a ser punido por sacrilégio.
Ratos e outros pequenos animais são comuns na Finalmente, uma variedade de aves chama Naishou
província e podem ser uma praga aos agricultores. Ratos de lar. Os corvos estão espalhados por todas as áreas, em-
são encontrados principalmente em Toshi no Naishou, e bora sejam vistos de maneiras diferentes, dependendo de
prosperam lá. Os gatos são usados frequentemente para onde eles são encontrados. São ignorados nas Montanhas
caçá-los e a outros pequenos animais. Para isso os rokugani Taru enquanto no Vale Nobu são considerados um incômo-
criam gatos, mantendo-os como animais de estimação. Os do uma vez que tentam constantemente comer a colheita.
gatos são importantes para limpar as pragas. Os cães são Muitas aldeias colocam espantalhos com rostos temíveis
mantidos como animais de estimação também, em uma tentativa de expulsar os pássaros, embora os 33
especialmente por samurais, embora encontrem uso por espantalhos em si muitas vezes se tornam a fonte de lendas
caçadores entre as aldeias da montanha e da floresta. sobre a possessão por fantasmas. Devido à falta de entu-
Lebres saltam por todo o Vale Nobu, normalmente siasmo pelo shinseísmo na região, a tradicional associação
predadas por raposas, e a floresta é o lar de esquilos e de do corvo com o Pequeno Professor pouco fez para melhorar
uma pequena espécie de macaco. sua reputação aqui. Na Floresta Kawa, entretanto, os corvos
Ouriços são comuns através da maior parte do va- são vistos como um animal sábio e nobre, não devido a
le, e as crianças camponesas às vezes os criam como ani- Shinsei mas aos boatos dos kenku. Os aldeões de lá muitas
mais de estimação. Eles são vistos como um animal benevo- vezes manter penas de corvo como amuletos de sorte, e ali-
lente, devido à sua tendência a serem presas de cobras e mentam corvos com frutos ou grãos quando os encontram.
outros animias, e se tornaram o tópico de muitas histórias. As garças migram frequentemente através da pro-
Na verdade, as pessoas comuns da província às vezes usam víncia, geralmente parando no Lago Tsunegawa e contri-
a imagem de um ouriço para se representarem: são buindo à beleza visual dele. Patos de todos os tipos também
pacíficas e trabalhadoras, mas espinhosas se ameaçadas. são encontrados ao longo do Rio Itochu. Nas montanhas, os
Dessa forma, o ouriço é quase o mon da Província Naishou. falcões selvagens reinam – predando pássaros menores e
Emma-O Seido está cercada por várias cavernas mamíferos – enquanto na floresta são as corujas as aves
que abrigam centenas de morcegos, reforçando sua predatórias maiores e mais comuns. Muitos pássaros únicos
imagem como protetores dos vivos e guias para os espíritos também vivem no Pântano Omikura, incluindo uma
dos mortos. Os morcegos também são encontrados em variedade de garças que predam as rãs locais.
outros lugares da província, embora em menor número.
Nas montanhas onde o bambu cresce, os evasivos
pandas vermelhos foram vistos. Os veados também são
vistos ocasionalmente na Floresta Kawa, mas nunca com
regularidade, para a decepção dos caçadores. Javalis são
igualmente incomuns, e sua natureza temperamental faz
com que a maioria das pessoas se alegre de sua raridade.
O Rio Itochu e seus muitos afluentes são o lar de
carpas, trutas e muitas outras espécies de peixes. Os
humanos não são os únicos a caçar neles, pois grupos de
lontras vivem no rio, e os pescadores gostam de jogar as
miudezas descartadas de volta para as lontras ou até
mesmo as criam para ajudá-los no trabalho da pesca,
embora isso requeira esforço e paciência. O maior animal
no Rio Itochu, no entanto, é a salamandra gigante, um
anfíbio impressionante que pode crescer até seis metros de
comprimento. Embora possa morder se irritado – e excretar
uma substância leitosa fedorenta como pimenta ardida
podre, um veneno aerossol irritante aos olhos –, a
salamandra gigante é mais um animal manso sem
predadores conhecidos. A aparência impressionante da
criatura e sua longa vida a torna um tema comum para a
arte na província. Naturalmente, há uma variedade de
outros anfíbios menores nas vias navegáveis da província e
especialmente nos pântanos. Uma espécie de sapo com cor
de árvore vive na Floresta Kawa e é levemente tóxica se
tocada, mas ainda assim tratada com respeito devido à
lenda do Rei Sapo que vive em algum lugar na floresta.

Personagens
A Província Naishou é um dos centros mais antigos
da religião fortunista do Império, e seus muitos templos e
mosteiros atraem um número significativo de peregrinos e
samurais aposentados, ansiosos para compartilhar da paz e
da sabedoria desta devoção antiga. Além disso, a área está
repleta de lendas de espíritos travessos, Fortunas errantes,
e outros eventos sobrenaturais, suficientes para qualquer
teólogo estar pelo menos um pouco interessado na provín-
cia. É bem comum ver monges e shugenja nas estradas da
Província Naishou e nas ruas da própria Toshi no Naishou.
Contudo, enquanto há séculos Naishou foi uma
província tranquila e praticamente esquecida, ela teve a sua
quota de batalhas desde que os samurais do Império torna-
ram-se ciente dela. Após a recente extinção da linhagem
Fênix de Governadores, as batalhas entraram em erupção
mais uma vez, principalmente entre a Garça e o Escorpião,
mas também entre e com outras facções. A chegada do no-
vo Daimyo Imperial trouxe paz para a região, mas ele tam-
bém trouxe centenas de soldados do Leão para reforçar ain-
da mais a presença militar na província. O Governador per-
mitiu que as tropas de Garças e Escorpiões permanecessem
para evitar insultar ainda mais os dois Clãs. Agora, os exérci-
tos estão restritos a manobras pacíficas, avaliando a força
de cada um e tentando se certificar de que estejam prontos
quando o conflito irromper novamente. Caso a política
falha, os vales, as florestas e as montanhas da Província
Naishou verão samurais lutando em centenas, com seu
sangue afogando os esforços do Governador pela paz.
O cenário político de Toshi no Naishou foi revigora-
do com a vinda de seu novo Governador. No entanto, é
geralmente aceito que sua chegada é apenas uma solução
temporária para o problema do controle sobre a Província,
e os Clãs têm investido sua influência para tentar garantir a
Província Naishou para si próprios. O resultado é um
ambiente político tenso e complexo, com muitas pessoas
diferentes conforme cada uma persegue os próprios planos.
Os seguintes samurais frequentam a Corte Naishou
presidida por Miya Ansho, e alguns trazem consigo seus
próprios auxiliares: Bayushi Itaru, Ikoma Shikai, Isawa Suzu-
hiko, Kakita Seisho, Kasuga Hitsuko, Kuni Shiyoda, Mirumo-
to Hajitsu, Miya Iaimiko, Susumu Oiji e Suzume Hideyo. Os
demais personagens descritos adiante neste Capítulo são
figuras proeminentes em assuntos militares (Doji Ayumi,
Matsu Tadanobu da Casa Ikeda, Kagemori e Tsuruchi Junko)
34
ou religiosos (Isawa Daichi e Okimoto). Doji Ayumi é a mais
próxima a conseguir um convite à Corte Naishou enquanto
Okimoto certamente conseguiria se tivessem interesse.
Política, religião e guerra não são as únicas
preocupações da Província Naishou. O comércio tem sido
sempre importante para os habitantes locais, permitindo
que a área prospere através de intercâmbios internos, e o
recente interesse do Império trouxe também um aumento
do comércio externo. As artes sempre receberam a atenção
nas cidades, e devido ao nível mais elevado de alfabetização
não é incomum – mesmo nas menores aldeias – encontrar
contadores de histórias, músicos ou marionetistas. Em
última análise, no entanto, à maioria das pessoas de
Naishou, o trabalho e a família são suas únicas
preocupações, com pouco tempo para qualquer outra coisa.
 Bayushi Itaru
Se não usasse o mon do Clã Escorpião, muitos
considerariam Bayushi Itaru o samurai perfeito. Ele é bem
educado, um veterano de várias batalhas, um duelista peri-
goso, um excelente conversador e um favorito de muitas jo-
vens damas na corte. Na verdade, Itaru não encontra qual-
quer prazer especial nos deveres desonrosos que realiza pa-
ra seu Clã nem age fora dos limites do Bushido desnecessa-
riamente. No entanto, quando seus deveres exigem, ele
fará o necessário para obter a vitória para o seu Clã.
Os sucessos anteriores de Itaru dentro e fora do
campo de batalha levaram seus superiores a escolhê-lo para
liderar a campanha para reivindicar Província Naishou com
base em um suposto herdeiro Escorpião do Governador
anterior. As tropas de Itaru teriam garantido a província
rapidamente se não fosse a resistência obstinada das forças
de Doji Ayumi. Ayumi e é um dos poucos samurais que Itaru
verdadeiramente respeita por ser uma mulher tão
destemida e engenhosa. Ele estava se preparando para
enfrentá-la em um duelo quando o novo Governador
chegou com suas tropas Leoas, interrompendo o feudo.
Desde então, Itaru abandonou a armadura do guer-
reiro e vestiu o quimono do cortesão, alternando facilmente
entre os dois papéis. Ele constantemente usa influência
para o Escorpião ser atribuído ao dever de supervisionar a
província, mas também ajuda o Governador sempre que
pode, mostrando o potencial do que o Escorpião pode fazer
pela província. Tão bem sucedido ele tem sido que o
Escorpião afastou o apoio à reivindicação do herdeiro do
Governador anterior – um jovem rapaz cujo status sempre
foi contestado de qualquer maneira – e agora espera que o
próprio Itaru seja declarado o próximo Governador.
Enquanto muitos (incluindo ele mesmo)
consideram Itaru sem fraquezas reais, na verdade, ele tem
escondido uma dependência de ópio dos olhos do público.
Ele diz a si mesmo que tem o desejo sob controle e que não
é nenhum risco à sua posição. Este orgulho também o leva
às vezes a se colocar em perigo desnecessário (como um
duelo até a morte que tinha a intenção de travar com Doji
Ayumi, uma adversária perigosa). Só o tempo dirá se essas
fraquezas internas derrubarão o escolhido do Clã Escorpião.
Escolas: Bushi Bayushi 5
Honra: 1,6
Glória: 5,8
Status: 5,8 – Taisa Escorpião
Perspicácia: 244
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 4, Fogo 4 – Agilidade
5, Terra 3 – Vontade 4, Vácuo 3
Vantagens: Beleza Perigosa, Liderança, Mente
Clara
Desvantagens: Arqui-Inimigo: Doji Ayumi,
Compulsão: Ópio (4), Superconfiante
Perícias: Atletismo 3, Batalha 5, Corte Rokugani 10,
Defesa 5, Etiqueta 5, Furtividade 3, Iaijutsu 5, Investigação
4, Jiujutsu 2, Jogos 5, Katana 5, Kenjutsu 5, Kyujutsu 1, Ma-
nipulação 6, Poesia 3, Sedução 3, Sinceridade 5, Venenos 1
Doji Ayumi
Alguns dizem que a paixão de Doji Ayumi pela
guerra vem de sua mãe, que era uma Leoa antes de se casar
com um samurai da Garça. Mesmo quando criança, ela pou-
co se importava com suas aulas de etiqueta, preferindo trei-
nar com arcos, espadas de madeira, varas ou qualquer ou-
tra coisa semelhante a uma arma sobre a qual pusesse suas
mãos. Ela é a única filha de seus pais, e eles pouco lhe recu-
savam. Inicialmente, esperavam tê-la na Academia de Due-
los Kakita, o sensei olhou-a e declarou que sua ferocidade
significava que ela estava mais adequada para treinamento
com os Daidoji. Ele estava certo: Ayumi floresceu sob a
tutela dos Daidoji, aprendendo a manejar muitas armas e se
tornar uma estudiosa da estratégia militar. Depois que seu
gempukku ela se tornou um dos poucos membros da família
Doji lutando no exército Daidoji do Clã. No campo de
batalha, era uma adversária perigosa, capaz de se adaptar a
muitas situações diferentes, e sempre golpeando com preci-
são e velocidade. Ela também se tornou popular entre suas 35
tropas, que apreciavam como ela tratava todos como iguais,
unidos em seus deveres pelo Clã Garça. Ela avançou rapida-
mente através das fileiras, e já tinha sua própria legião sob
seu comando quando foi enviada para a Província Naishou.
Embora esperasse uma vitória rápida, Ayumi viu-se
diante de um inimigo ainda mais inteligente e mais capaz do
que ela: Bayushi Itaru. Suas tropas se enfrentaram várias ve-
zes e enquanto Ayumi se ressentia do Escorpião por sua
contínua oposição, ela também desenvolveu pelo homem
um respeito relutante, depois de tê-lo visto lutar e matar
seus homens com grande habilidade e perspicácia. Ao invés
de continuar a depredar soldados um do outro sem qual-
quer resultado, eles decidiram travar um duelo até a morte
para resolver o destino da província. Ayumi não era uma
duelista superlativa como muitos Garças, mas estava mais
do que pronta para enfrentar Itaru pela honra do Clã. Ela
ficou desapontada quando chegada do novo Governador e
de seu exército Leão trouxe um fim ao conflito.
Desde então, Ayumi aguarda seu momento, seu
humor está cada vez mais sisudo enquanto espera por uma
chance de lutar novamente. A política não se adequa a ela e
ela tem se mantido bem longe da corte, preferindo deixar a
responsabilidade nas mãos dos outros. Ela mantém suas
tropas em alerta constante, prontas para lutar contra o
Escorpião, o Leão ou qualquer outra pessoa que poderia
tentar tomar a Província Naishou pela força das armas.
Conforme os dias se passaram, ela tornou-se cada vez mais
desesperada por uma luta... especialmente desde que ela
recebeu uma carta de seus pais. Eles a prometeram em um
casamento com um rico cortesão da Garça, exatamente o
tipo de homem superficial que ela não gosta. Ela não
desobedecerá seus pais, é claro, mas quanto mais ela puder
atrasar seu casamento, melhor – e há pouco espaço para
um casamento durante uma campanha militar.
Escolas: Yojimbo Daidoji 3/Soldado Pesado Daidoji
Honra: 4,0
Glória: 6,7
Status: 6,1 – Taisa Garça
Perspicácia: 204
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3 – Reflexos 4, Fogo 3
– Agilidade 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Garça Resplandecente Avançado,
Garça Resplandecente Básico, Mãos de Pedra, Rápido
Desvantagens: Casamento Arriscado, Incapaz de
Mentir
 Perícias: Atletismo 4, Batalha 6, Cavalaria 3, Defesa
5, Etiqueta 2, Iaijutsu 4, Jiujutsu 3, Katana 5, Kenjutsu 5,
Kyujutsu 5, Yari 6, Yarijutsu 6
Kata: Atacar como a Terra, Atacar como o Vento, O
Mundo é Vazio, Vitória do Vento
Ide Ojong
Ide Ojong cresceu nas planícies do Unicórnio e
como muitas crianças que assistem quando os guerreiros do
Clã cavalgam gloriosos armadurados em cima de seus cor-
céis formidáveis. Contudo, ao contrário de seus irmãos, O-
jong só tinha desprezo pelo que via. Talvez devido à sua fra-
gilidade – Ojong era um pequeno e muitas vezes enfermo
rapaz, e permaneceu um homem magro e de estatura baixa
mesmo depois que atingiu a idade adulta – ele sempre
acreditou que a força física de um samurai era pequena em
comparação com a força da mente de alguém. Ele estudou
muito, mesmo antes de se matricular na Escola de Emissá-
rios Ide. Foi enquanto estudava naquela escola que Ojong
veio a perceber que ele poderia realizar muito mais na vida
se ignorasse as regras cansativas e restritivas do Bushido.
Depois de seu gempukku, Ojong propôs a ser um
patrono comerciante, vendo a riqueza como a chave para o
poder e o sucesso. A partir de um começo singelo, como a
venda de corcéis de segunda categoria a outros Clãs, os ne-
gócios de Ojong desenvolveram-se até que ele se tornou o
mestre de uma grande caravana mercante, enviando todos
os tipos de produtos para todos os cantos do Império. Um
de seus maiores feitos foi garantir uma aliança pessoal com
a família Yasuki, que cria uma rede ainda maior de comér-
cio. Com a sua ajuda, Ojong se tornou não só um homem
rico, mas também influente, capaz de exercer controle
através de grandes distâncias mediante seus subordinados.
Agora o olhar de Ojong recaiu sobre a Província
Naishou. Ela oferece uma tremenda oportunidade, porque
muito da sua economia está sem supervisão de qualquer
um dos grupos mercantis fortes do Império, e ele vê nisso
uma oportunidade para estabelecer um reduto
inexpugnável. Ojong trouxe a maioria de seus comerciantes
para a província com a intenção de permanecer aqui em
uma base semipermanente. Através de uma combinação de
talento empresarial e técnicas menos respeitáveis, aqueles
sob o patrocínio de Ojong começaram a tomar conta de
vários comércios principais nos interiores da província, até
agora, sem ninguém mais saber. Uma vez que Ojong
continua a reinvestir sua riqueza na própria província, ao
olho destreinado, ele não parece ser particularmente rico...
mas isso significa que ele está em constante crescimento de
poder e influência. Quando for a hora certa, Ojong planeja
revelar a extensão do que alcançou na província e quer
obter o cargo de Governador para si ou para um
Governador fantoche que fará o que ele deseja.
Ojong tem alguns mercenários ronin e guerreiros
do Unicórnio à sua disposição, mas sua verdadeira força é a
maneira como ele empunha seu dinheiro como arma. Ele
fará seu movimento quando se tornar impossível removê-lo
sem prejudicar toda a economia da Província Naishou. Em
seguida, ele olhará para trás, aos guerreiros de sua terra
natal, e sorrirá à sua fraqueza.
Escolas: Cavaneiro Ide/Emissário Ide 3
Honra: 1,2
Glória: 3,8
Status: 2,2
Perspicácia: 192
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 2 –
Carisma 4, Fogo 2 – Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 4,
Vácuo 3
Vantagens: Engenhoso, Honra Incerta (4), Patrono
Mercantil, Riqueza, Servos: inúmeros
Desvantagens: Insensível, Invejoso, Nome Gaijin
Perícias: Adestramento 3, Avaliação 7, Caligrafia:
Rokugani 3, Cavalaria 3, Comércio 7, Corte Rokugani 6, Defe-
sa 3, Diplomacia 5, Etiqueta 5, Intimidação 6, Investigação 5,
Jogos 5, Kuenai 5, Manipulação 10, Sedução 6, Sinceridade 7
Ikoma Shikai 36
Embora a presença do Leão em Toshi no Naishou
seja principalmente fornecida pelas tropas que servem o
Governador, o Clã decidiu que também precisava de uma li-
gação na corte para garantir que o Governador valorize sua
contribuição tanto quanto a qualquer outro Clã. Como é fre-
quentemente o caso, este papel cai sobre um membro da
família Ikoma, uma mulher chamada Shikai. Tendo servido
com as tropas que acompanhavam o Governador, Shikai foi
uma escolha ideal que agradou a todos os envolvidos.
Desde que assumiu as suas novas funções, Shikai tem sido
uma mulher extremamente ocupada, embora não mostre
sinais de fadiga. Na corte, ela ouve as petições e as queixas
dos Clãs sobre as tropas Leoas, defendendo a honra de seu
Clã em todas as ocasiões. Ela conta contos de valor sobre os
soldados que vieram consigo, garantindo que nenhum Clã
nunca esqueça o poderio do Leão. Ela relata os feitos das
tropas do Leão ao Governador para que Miya Ansho aprecie
o quão veloz e exatas suas ordens são seguidas. Fora da cor-
te, ela constantemente aprende mais sobre a província para
melhor se preparar para suas funções. Ela vai a qualquer lu-
gar onde as tropas colidem com outros samurais, amacian-
do a situação se necessário ou orientando resposta se isso é
o curso honroso. Ela sempre lembra os homens do quão
glorioso é servir aquele que foi nomeado diretamente pelo
Imperador. Shikai faz tudo isso sem se cansar ou reclamar,
ganhando muitos elogios por seu serviço dedicado.
No entanto, na verdade Shikai está desiludida com
o seu papel. Ela sabe que usando o Leão para impor seu
governo, em vez de as Legiões Imperiais, o Governador
essencialmente remove o Clã da lista de candidatos para
administrar a província (ainda que sem desprezá-lo). O Leão
está ocupado demais policiando a terra para manobrar
política para o controle, e seu destino é muito intimamente
ligado à situação do Governador Miya. Shikai torce que o
exército Leão parta após o Governador escolher um
sucessor – um sucessor que, sem dúvida, será escolhido
com base em política, em vez de honra e glória. Embora
Shikai não tenha a necessidade obsessiva de que um Leão
se torne Governador, ela está com raiva que o cargo será
preenchido sem uma boa e honrada batalha. Por isso, ela
começou uma manipulação de eventos dentro e fora da
corte para promover o aumento das tensões entre seu Clã e
os outros, tentando promover um confronto militar, onde o
Leão pode realmente mostrar seu brilhantismo e sua honra.
Escolas: Omoidasu Ikoma 3
Honra: 3,4
 Glória: 4,6
Status: 3,8
Perspicácia: 179
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 3 – Vontade 4,
Vácuo 2
Vantagens: Habitante do Yomi, Memória Precisa
Desvantagens: Influenciado: criar uma gloriosa
guerra para o Leão lutar, Maldição de Fortuna: Hotei
Perícias: Batalha 1, Caligrafia: Rokugani 1, Conheci-
mento: História Rokugani 5, Conhecimento: Leão 5, Conheci-
mento: Lei Rokugani 1, Conhecimento: Naishou 1, Corte Ro-
kugani 8, Etiqueta 4, Heráldica Rokugani 1, Investigação 4, Jo-
gos 5, Kenjutsu 3, Manipulação 4, Narração 5, Sinceridade 6
Isawa Daichi
Quando o antigo Governador da Fênix morreu sem
um herdeiro, Isawa Daichi não percebeu. Na verdade,
semanas tinham passado quando ele veio à corte (pedir
auxílio para localizar os textos que ele precisava para
continuar a sua pesquisa) quando Daichi percebeu a
mudança política que aconteceu na cidade.
Daichi é um dos eruditos em vanguarda no Império
no que alguns se referem como as Cinco Raças: os zokujin
que vivem na terra, os ningyo nas profundezas das águas, os
misteriosos homens-corvo chamados kenku, a raça caída
dos trolls, e os há muito perdidos homens-leão que
andaram pelos Reinos Espirituais (os kitsu). Desde que ele
ouviu as lendas como uma criança, Daichi quis saber mais.
Ele vê as Cinco Raças como as encarnações dos próprios
elementos, e, portanto, como uma fonte de sabedoria e
iluminação para qualquer shugenja. Quando Daichi passou
por seu gempukku, seus professores lhe concederam
permissão para viajar através do Império em busca de sinais
de civilizações antigas das Cinco Raças.
Infelizmente, enquanto Daichi tem brilhantes men-
te e memória, ele conhece muito menos sobre a alma hu-
mana – e a capacidade humana para a enganação. Muitas
vezes, ele se viu em caminhos tolos porque acreditou em
histórias que outros teriam reconhecido como fábulas ou
simples mentiras. Uma vez, um marinheiro do Louva-a-Deus
lhe vendeu vários peixes exóticos por um preço caríssimo,
alegando que eram bebês ningyo. Um vilarejo montanhesco
inteiro passou um inverno enganando-o a acreditar que
zokujin estavam na área, disfarçando suas crianças e man-
dando-as correr ao redor da vila à noite. Ainda assim, a des-
peito de todas as pistas falsas que Daichi seguiu, ele ocasio-
nalmente se deparou com um fragmento de conhecimento
real. Apesar de suas experiências, ele manteve uma
quantidade surpreendente de fé ingênua em outros.
Daichi veio à Província Naishou depois de rumores
de suas muitas lendas e das ruínas estranhas às vezes vis-
lumbradas na fronteiras do seu território, como no Pântano
Omikura. Ele tem estado na província há meses, catalogan-
do cada pedaço de informação que encontrar, dividindo seu
tempo entre a escavar através das bibliotecas da cidade e
explorar cantos remotos. Ele ouviu histórias de ningyo no
rio, de zokujin nas montanhas e de kenku nas florestas. Não
parece haver quaisquer vestígios de kitsu na província, em-
bora Daichi esteja convencido de que uma vez houve uma
grande cidade aqui, que desde então tem estado de alguma
forma escondida. No entanto, seu maior interesse sempre
foi nos trolls, uma vez que partilham a sua ligação com o
elemento Fogo. Apesar de muitos relatórios contrários,
Daichi espera que alguns membros da raça caída tenham
escapado da Mácula e da decadência que comprometeu sua
cultura, e ele pensa que na Província Naishou pode
encontrá-los. Enquanto a maioria dos samurais descarta
suas idéias como os delírios de um lunático, eles raramente
dizem isso em sua cara, pois seu poder mágico tem crescido
bastante forte ao longo dos anos. E, claro, se uma de suas
ideias vierem a se provar próximas da verdade, isto
transformaria o futuro da província.
Escolas: Shugenja Isawa 3
Honra: 2,4
Glória: 3,1 37
Status: 1,1
Perspicácia: 191
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 2 –
Carisma 3, Fogo 5, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Amigo dos Kami do Fogo, Bênção de
Fortuna: Fukurokujin, Sábio
Desvantagens: Crédulo, Fascinação: As Cinco Raças
Perícias: Acupuntura 3, Caligrafia: Rokugani 3, Cifra
3, Conhecimento: As Cinco Raças 7, Etiqueta 1, Feitiçaria 3,
Investigação 4, Meditação 3, Shintao 1, Teologia Rokugani 5
Magias: Sentir, Comunicar, Invocar, Abraço de
Kenro-ji-jin, Armadura de Jurojin, Caminho da Paz Interior,
Extinguir, Morte da Chama, Muralha de Chamas, Passos
Apressados, Pela Luz de Lorde Lua, Proteção da Terra,
Símbolo de Fogo, Sopro do Dragão do Fogo, Sopro do Fogo
Celestial, e outras que o Narrador julgar apropriado
Isawa Suzuhiko
Isawa Suzuhiko é uma arrojada e popular figura na
corte, impossível de perder de vista, graças a seus olhos ver-
des naturais e seus cabelos tingidos de vermelho brilhante.
Embora seja uma shugenja, é claro para todos que ela pre-
fere a vida na corte que a serenidade do templo. Cortejada
com frequência, ela está sempre ciente dos últimos escân-
dalos românticos e regimes matrimoniais dos samurais em
torno dela. Quando não está ocupada com as últimas intri-
gas sociais, Suzuhiko é uma cantora naturalmente talento-
sa, e seus desempenhos ocasionais cimentaram ainda mais
sua posição forte na corte de Toshi no Naishou. Enquanto
não parece muito focada em recuperar a província ao
controle da Fênix, ela tem sido bem sucedida no sentido de
assegurar que a Fênix seja respeitada e apreciada por todos.
Seu Clã está satisfeito com o seu serviço e, sob sua
orientação, a Fênix adquiriu vários aliados chave.
Poucos percebem que há uma preocupação mais
importante na mente de Suzuhiko. Enquanto pode ter sido
uma vez apenas uma shugenja de coração calmo, há vários
anos ela procurou uma posição como magistrada após uma
série de assassinatos que atormentou sua província natal
nas terras da Fênix. Para ela, o assassino era um shugenja
que usava sua considerável habilidade em magia para cobrir
seus rastros. Parecia não haver nenhum motivo particular
para os assassinatos, exceto o ato de matar em si, uma per-
versão do dom shugenja. Suzuhiko é, ao mesmo tempo, faz-
cinada e horrorizada com os crimes, e acumulou muita in-
formação sobre os casos. Uma vez que muitos dos assassi-
natos iniciais aparentavam mortes por causas naturais, ela
chamou o assassino de Mão do Destino. Recentemente, ela
se convenceu de que a Mão do Destino veio à Província Nai-
shou para continuar seu trabalho terrível. Assim, enquanto
ela continua a viver a vida de uma jovem mulher popular na
corte, em seu tempo livre ela está tentando procurar sus-
peitos, determinada a resolver o caso da Mão do Destino.
Escolas: Shugenja Isawa 3/Inquisidora
Honra: 2,3
Glória: 3,6
Status: 4,3 - Inquisidora
Perspicácia: 207
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 4, Fogo
3, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Voz
Desvantagens: Fofoqueiro, Influenciado: achar a
Mão do Destino
Perícias: Acupuntura 3, Caligrafia: Rokugani 3, Cifra
3, Corte Rokugani 5, Diplomacia 3, Etiqueta 3, Feitiçaria 5,
Fofoca 5, Heráldica Rokugani 3, Investigação 5, Meditação 3,
Narração 5, Pesquisa 5, Shintao 1, Sinceridade 3, Teologia
Rokugani 3
Magias: Sentir, Comunicar, Invocar, Barreira Ele-
mental, Caminhar Sem Atravessar, Caminho da Paz Interior,
Chama Paciente, Chamar Pelo Vento Menor, Chamas do
Interior, Essência do Ar, Extinguir, Força da Vontade, Pela
Luz de Lorde Lua, Proteção da Terra, e outras apropriadas
Kiho: Espírito dos Quatro Ventos, Proteção do Chi
Kagemori
Muitos ronin têm trágicas e complexas histórias
por trás de seu vergonhoso lugar na Ordem Celestial.
Kagemori não. Ele nasceu um membro da família Hida e
simplesmente caiu no sono uma noite enquanto em guarda.
Ninguém foi ferido como resultado, nenhuma criatura das
Terras Sombrias se esgueirou através de seu turno, mas ain-
da era uma falha imperdoável aos olhos de seus superiores,
que o jogaram fora como um exemplo. Kagemori deu de
ombros, pegou suas armas e armaduras (antes que alguém
pensasse em pedi-las de volta) e caminhou para o norte
para nunca mais voltar. Ele não se sentia particularmente
envergonhado – afinal ninguém morreu. Mas ele também
não se sentiu irritado, pois ele compreendeu as ações do
superior. Ele simplesmente sabia que teria de procurar uma
nova vida em outro lugar, e considerando os deveres do
Caranguejo, talvez isso foi uma bênção disfarçada.
Como um ronin, Kagemori luta voluntariamente
para quem o contratar. Ele prefere trabalhar para samurais
dos Clãs Maiores, mas só porque eles geralmente pagam
mais. Kagemori sobreviveu a muitas batalhas e adquiriu um
talento para táticas de batalha, baseado mais no instinto do
que em qualquer estratégia aprendida. Suas ideias salvaram
a vida de muitos homens lutando ao lado dele, e, Kagemori
se viu sendo contratado por comandantes militares,
nominalmente como um yojimbo, mas, na verdade, para
fornecer conselhos táticos durante a batalha. Ele teve um
bom desempenho em ambos os papéis, garantindo a
permanência em empregos com bastante frequência.
Recentemente, Kagemori viajou para a Província Naishou,
onde achou que seus serviços podem em breve serem
demandados. Embora a província esteja formalmente em
paz, ele pode sentir os ventos da guerra soprando no ar e,
quando as batalhas vierem, ele estará lá para prestar a sua
assistência a qualquer um que puder pagar.
Kagemori é um guerreiro impressionante e uma
presença intimidante. Sua chegada tem atraído muita aten-
ção daqueles que sabem sobre assuntos militares, e ele pas-
sa seu tempo nas várias pousadas e tabernas de Toshi no
Naishou enquanto avalia várias ofertas de emprego. Não há
inimigos que Kagemori se recusará a lutar, embora ele se
lembre bastante das Terras Sombrias e geralmente evite as
terras do Caranguejo. Ao contrário de muitos ronin, ele não
sonha em ingressar em um Clã – ele gosta de sua existência
atual, onde ganha a vida e o respeito através de sua força e
de sua habilidade apenas. Poucas pessoas o incomodam,
em parte porque ele não procura problemas desnecessá- 38
rios... e em parte porque ele é uma coisa enorme com um
particularmente grande tetsubo amarrado às suas costas.
Escolas: Bushi Hida 2/Combatente 1
Honra: 1,5
Glória: 3,5
Perspicácia: 189
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 2 –
Reflexos 4, Fogo 2 – Agilidade 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Estrategista, Grande, Magari-Yarijutsu
Básico, Magari-Yarijutsu Intermediário
Desvantagens: Desvantagem Social: Ronin
Perícias: Acupuntura 3, Atletismo 4, Batalha 5, Co-
mércio 3, Conhecimento: Terras Sombrias 2, Defesa 5, Furti-
vidade 2, Iaijutsu 3, Intimidação 5, Investigação 4, Jiujutsu 5,
Kenjutsu 5, Kyujutsu 1, Subojutsu 5, Tetsubo 5, Yarijutsu 3
Kata: Atacar como a Terra
Kakita Seisho
Seisho não é o que normalmente se imagina quan-
do se pensa em um cortesão da Garça. Embora seu cabelo
seja tingido do tradicional branco, é também sem corte e
geralmente despenteado. Tudo, desde de seu quimono
abarrotado à sombra de fadiga abaixo de seus olhos, mostra
um homem que perdeu o controle de sua própria vida. Em
várias ocasiões Seisho mostrou-se embriagado pela corte, e
uma vez trouxe duas gueixas para lhe fazer companhia.
Seisho só continua a ser o chefe da delegação da Garça por
causa da tremenda riqueza e influência de seu pai; um
homem que viu no envio da delegação Garça para Toshi no
Naishou uma oportunidade para se livrar de seu vergonho-
so filho. Outros diplomatas Garça de escalão inferior fazem
a maioria do trabalho real da corte, enquanto Seisho ocasio-
nalmente não faz nada, com o resto do tempo jogando,
bebendo e visitando teatros e casas de gueixas. Enquanto
ele é popular entre os samurais mais festivos e frívolos, que
o veem como um companheiro agradável para as noites de
boemia, muitos amigos e aliados da Garça são obrigados a
educadamente ignorar a desonra que Seisho traz a seu Clã.
Há mais a falhas em Seisho do que pode parecer à
primeira vista. Desde criança, ele sempre teve uma profun-
da compreensão das emoções humanas, capaz de sentir o
que outros sentiam apenas olhando para eles. À medida
que envelheceu e se comprometeu à formação como Corte-
são Doji, seu dom só cresceu mais forte, até o ponto em
que Seisho podia sentir as emoções daqueles ao seu redor
quase como se fossem suas próprias. Sua mente se tornou
profundamente sensível, exposta aos sentimentos alheios e,
enquanto isso lhe concedia compreensão, também o enfra-
queceu emocional e fisicamente. Seisho continuamente so-
freu dores de cabeça, depressões e insônias. A única manei-
ra para encontrar a libertação foi afogar suas emoções em
outras sensações, e ele se voltou à jogatina, à bebida e à
putaria como uma forma de escapar de sua eterna dor.
Seisho percebe que ele vive uma espiral de auto-
destruição, mas simplesmente não suporta continuar sen-
tindo como quando sua mente está clara. Ainda assim, de-
baixo de toda sua miséria, é um homem esperto e inteligen-
te, e é imprudente subestimá-lo. O último homem que
abertamente o confrontou na corte foi tão completamente
envergonhado pela repreensão altamente perspicaz de
Seisho que ele escolheu o exílio em vez de mostrar a face a
qualquer rokugani novamente. Se Seisho pudesse usar suas
perícias de forma mais confiável, ele seria um dos homens
mais capazes e perigosos da Garça... mas para fazer isso, ele
precisaria retomar a expor-se às emoções não filtradas dos
outros, e isso pode muito bem enlouquelê-lo.
Escolas: Cortesão Doji 3
Honra: 2,9
Glória: 3,0
Status: 2,4
Perspicácia: 179
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 5, Ar 2 –
Carisma 6, Fogo 3 – Inteligência 5, Terra 2, Vácuo 4
Vantagens: Dom Interior: Empatia, Memória
Precisa, Mente Clara, Riqueza
Desvantagens: Compulsão: Álcool (4), Compulsão:
Apostas (2), Luxúria
Perícias: Caligrafia: Rokugani 3, Cerimônia do Chá
3, Corte Rokugani 10, Etiqueta 6, Heráldica Rokugani 1,
Investigação 5, Jogos 3, Manipulação 7, Narração 3,
Oratória 1, Poesia 3, Shintao 3, Sinceridade 3
Kasuga Hitsuko
Quando os rumores começaram a se espalhar que
Miya Ansho estava considerando atribuir Naishou a um Clã
Menor, vários Clãs Menores enviaram representantes com
ordens para trabalhar em conjunto para garantir a
província, sabendo que, por conta própria, eles não tinham
influência suficiente para conseguir muito. Eles escolheram
uma Tartaruga para representá-los na corte do Governador,
principalmente por causa da influência política do Clã diante
das famílias Imperiais. Kasuga Hitsuko, uma jovem, bela e
eloquente mulher, ofereceu-se a este serviço logo que ela
ouviu falar sobre a oportunidade, e fez com que todos os
outros candidatos fossem rapidamente descartados.
Hitsuko foi muitas vezes descrita como “esperta
demais para seu próprio bem”, enquanto crescia. Era a filha
caçula e a única menina em cinco irmãos que seguiram seus
pais em serviço como marinheiros. Enquanto amava o mar,
Hitsuko amava ainda mais ocultação, espionagem e
mentiras, uma tendência que a colocou em problemas
tantas vezes quanto a tirou deles. Seus pais concluíram que
ela seria muito melhor nas cortes do que no convés, e ela
concordou. Para ela, atender à corte é mais como jogar um
jogo do que como trabalhar. Ela já tinha experimentado
alguns sucessos em cortes menores quando ouviu falar
sobre a oportunidade na Província Naishou e saltou para cá.
Hitsuko tem sido uma força ativa na corte –
surpreendente para um samurai de Clã Menor – ganhando
aliados e inimigos igualmente em grande número. Ela nunca
pretendeu esconder que sua meta é a província e, enquanto
alguns se ressentem de sua temeridade, outros apreciam a
sua honestidade. Hitsuko também tem a certeza de fazer
amizade com todos os outros samurais dos Clãs Menores, e
é muitas vezes está acompanhada de pelo menos dois deles
na corte. O primeiro, Ichiro Oishi, é uma montanha humana
que age como seu yojimbo; sua aparência rude e bandida
esconde um espadachim talentoso. O segundo, Tonbo
Denbe, é um jovem shugenja considerado um pouco
lunático, muitas vezes aparentemente perdido em sua
própria mente; no entanto, suas magias têm ajudado
Hitsuko várias vezes na corte. Juntos, eles são um grupo 39
colorido e cheio de recursos, e estão começando a ser
levados a sério pelos delegados dos Clãs Maiores.
Enquanto Hitsuko está desfrutando de sua missão
em Toshi no Naishou, ela recebeu recentemente algumas
cartas anônimas de natureza preocupante. Antes de vir à
Província Naishou, Hitsuko secretamente deu à luz a uma
criança de uma relação casual. Ela abandonou o recém-
nascido na porta de um mosteiro, em vez de se deixar ser
arruinada pelo escândalo, mas as cartas sugerem que
alguém sabe sobre a criança. Até agora, as
correspondências têm feito apenas requisições leves,
exigindo apoio em matérias políticas que não são relevantes
aos Clãs Menores, mas Hitsuko teme que o pior esteja por
vir. Primeiro, ela suspeitou de Kuzeshige, a mente criminosa
da cidade, mas ele parece não ter nenhum conhecimento
sobre o assunto. Hitsuko está desesperadamente à procura
da identidade do chantagista, determinada a erradicá-lo e
mostrar quão perigoso é brincar com ela.
Escolas: Cortesã Kasuga 2/Contrabandista Kasuga
Honra: 1,3
Glória: 3,3
Status: 2,7
Perspicácia: 180
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 4, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 3, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Aliado: Ichiro Oishi, Aliado: Tonbo
Denbe, Engenhoso, Leitura Labial, Voz
Desvantagens: Obrigação, Pequeno, Segredo
Sombrio
Perícias: Comércio 3, Corte Rokugani 5, Defesa 1,
Etiqueta 4, Furtividade 3, Investigação 4, Jogos 3, Kuenai 4,
Manipulação 5, Sedução 3, Sinceridade 6, Tantojutsu 1
Kuni Shiyoda
Kuni Shiyoda já foi considerada uma heroína do Clã
Caranguejo. Treinada como Caçadora de Bruxos, ela vascu-
lhou o Império em busca de maho-tsukai e de outras amea-
ças. Ela foi incansável e destemida, mostrando uma força
em combate que desmentia sua aparência esguia. Ela tam-
bém mostrou pouco da aspereza dura normalmente asso-
ciada às suas família e profissão, e seu comportamento a-
gradável a ajudou a dar cabo de seus deveres com dano po-
lítico mínimo. Seu treinamento contínuo só a fez mais peri-
gosa aos inimigos do Império, e o Caranguejo tinha grandes
esperanças para o resto de sua carreira. Quando foi enviada
ao que deveria ter sido uma tarefa simples para alguém de
seu calibre, rastrear um ogro nas Montanhas Seikitsu,
Shiyoda não retornou da tarefa. Em algum momento, um
grupo de busca foi enviado para recuperá-la (ou localizar
seu corpo), mas não a encontrou nem encontrou qualquer
ogro. O Caranguejo foi forçado a assumir o pior, e Shiyoda
foi declarada morta, lamentavelmente mais um herói do Clã
caído contra as forças das Terras Sombrias.
Ninguém ficou mais surpreso que os Caranguejos
quando Shiyoda reapareceu na província Naishou. Ela
chegou ao Palácio do Governador completamente delirante,
falando descontroladamente de um antigo mal escondido
na província, um mal mais antigo do que as próprias Terras
Sombrias e infinitamente mais perigoso. Shiyoda suplicou a
todos, camponeses e samurais igualmente, a deixarem a
província e nunca mais voltarem para não despertarem algo
terrível demais para qualquer um deles lutar. Não é preciso
dizer que a maioria dos samurais ficou pouco mais do que
impressionada, e foi a suposição geral que Shiyoda havia
enlouquecido. Apesar disso, ela ficou em Toshi no Naishou,
implorando ao Daimyo Provincial para reconsiderar sua po-
sição sempre que ele a deixa falar.
Muitos se lembram dos contos de valor de Shiyoda
e a enxergam agora como uma mulher cuja mente se
estilhaçou diante dos horrores das Terras Sombrias. Alguns,
no entanto, ainda vislumbram seu antigo brilho entre as
divagações, e se perguntam se não há um grão de verdade
em seus avisos.
Por que Kuni Shiyoda é Louca? A seção sobre as
Montanhas Taru na Parte IV contém uma sugestão sobre o
que Shiyoda pode ter encontrado para levá-la à loucura e ao
desespero frenético. No entanto, o Narrador também pode
explorar outras possibilidades para Shiyoda.
Talvez Shiyoda esteja realmente maluca, louca por
sua última batalha com o ogro. Talvez ela esteja, na
verdade, Maculada, e sua loucura seja um sintoma da
influência do Jigoku. Se a campanha é definida antes da
época A Guerra Contra a Escuridão, talvez Shiyoda tenha
encontrado a Escuridão Enganosa e foi levada à loucura por
seus terrores. Neste caso, ela tem, provavelmente, pelo
menos, um ponto das sombras. Ou talvez ela sequer seja
Kuni Shiyoda, mas uma criatura metamorfoseada que não
entende corretamente a humanidade.
Escolas: Caçadora de Bruxos Kuni 3
Honra: 2,8
Glória: 3,1
Status: 1,0
Perspicácia: 178 (recebeu 5 de estudo meditativo)
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3, Fogo 3 –
Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 2
Vantagens: Bênção de Fortuna: Bishamon, Força
da Terra
Desvantagens: Destino Negro, Tocado Pelo Vácuo
Perícias: Acupuntura 3, Adivinhação 2, Atletismo 2,
Caça 1, Conhecimento: Maho 4, Conhecimento: Terras
Sombrias 5, Corte Rokugani 1, Defesa 3, Etiqueta 2, Herval
1, Intimidação 1, Investigação 5, Jiujutsu 3, Kenjutsu 4,
Meditação 1
Matsu Tadanobu da Casa Ikeda
Ikeda Tadanobu é uma lenda entre os seus ho-
mens. Ele os leva das linhas de frente, correndo em direção
ao inimigo mais rápido do que qualquer outro, atirando
lanças com força e precisão mortais. Eles o veem como um
herói renascido das épocas antigos, um homem capaz de
façanhas maiores que a vida. Longe do campo de batalha,
Tadanobu mantém-se para si, e esse comportamento refor-
ça ainda mais a sua reputação única. Em seu cargo atual, ele
comanda a lealdade de centenas de soldados, muitos dos
quais emulam sua atitude, bem como seu estilo de luta. A
companhia sob as ordens de Tadanobu é famosa por sua
dedicação ao dever, e esta foi, pelo menos, parte da razão
pela qual foi escolhido pelo Imperador para acompanhar o
novo Governador da Província Naishou. Alguns cortesãos
sugeriram que a verdadeira razão foi um favor político para
o Leão ou porque as Legiões Imperiais não queriam ou não
podiam responder ao chamado dos Miya. Independente- 40
mente disso, Tadanobu obedeceu sem questionar.
Desde sua chegada, Tadanobu permaneceu
ocupado, embora haja poucos inimigos para lutar. Seus
homens patrulham as ruas de Toshi no Naishou, ajudando a
manter a ordem, e também foram implantados por toda a
província. Eles protegem suas fronteiras contra Clãs
potencialmente agressivos, defendem as aldeias florestais
contra os bandidos ocasionais, e mantêm o controle sobre
os movimentos dos exércitos de Garças e Escorpiões, caso
entrem em guerra novamente. Essas funções exigem que
Tadanobu esteja em contato com outros samurais mais do
que ele geralmente gosta, e embora tenha aprendido a
moderar seu discurso um pouco duro, outros ainda ficam
frequentemente surpresos por seu comportamento severo.
Apesar de toda a sua reputação formidável, Ikeda
Tadanobu não tem nenhum desejo especial por lutar além
de executar suas funções. Quando sozinho, ele gosta de ler
e estudar as lendas dos antigos heróis do Leão, em busca de
uma maneira de imitá-los. Tadanobu é um descendente de
Matsu Itagi, que quase condenou a si mesmo depois de
entrar nas Terras Sombrias em busca de um inimigo digno.
O espírito de Itagi fala constantemente no ouvido de
Tadanobu, conduzindo-o a alturas ainda maiores, nunca
satisfeito. Tadanobu não protesta contra as demandas de
seu antepassado, fazendo o seu melhor para obedecê-lo,
como em tudo o mais. Na verdade, sua verdadeira
esperança é de uma morte gloriosa para que ele possa
juntar-se aos heróis do passado no Yomi.
Escolas: Bushi Matsu 5
Honra: 4,2
Glória: 6,7
Status: 6,1 – Shireikan Leão
Perspicácia: 237
Atributos e Anéis: Água 4, Ar 3 – Reflexos 4, Fogo 3
– Agilidade 5, Terra 4, Vácuo 3
Vantagens: Engenhoso, Magari-Yarijutsu
Avançado, Magari-Yarijutsu Básico, Magari-Yarijutsu Final,
Magari-Yarijutsu Intermediário, Magari-Yarijutsu Superior
Desvantagens: Antissocial (2), Assombrado
Perícias: Atletismo 7, Batalha 7, Conhecimento:
História Rokugani 7, Conhecimento: Leão 7, Defesa 5,
Etiqueta 1, Iaijutsu 3, Investigação 3, Jiujutsu 5, Kenjutsu 5,
Kyujutsu 1, Magari-Yari 8, Yarijutsu 10
Kata: Atacar como a Água, Atacar como o Fogo,
Fúria Infinita
 Mirumoto Hajitsu
Mirumoto Hajitsu não deveria se tornar um regen-
te. O segundo filho de um Daimyo Provincial, ele estava
interessado, desde a sua juventude, em religião e teologia,
mas, a pedido de seu pai, juntou-se aos exércitos de seu Clã
para ganhar glória e prestígio. Ele sobreviveu a várias bata-
lhas, o suficiente para ascender ao cargo de gunso de sua
própria unidade, quando soube que o pai e o irmão tinham
morrido da praga. Relutantemente, Hajitsu voltou para sua
província natal e governou tão bem quanto podia por mui-
tos anos. Mais de uma vez ele foi forçado a ir ao campo de
batalha novamente quando a guerra ameaçou suas terras.
Quando se aproximou de seu quadragésimo ano,
Hajitsu se viu profundamente cansado de suas funções e,
apesar de sua província ser tão bem sucedido quanto se
poderia esperar nas terras pobres do Clã Dragão, ele sentiu
que era o momento de passar adiante as rédeas do poder.
Com a autorização de seu lorde, Hajitsu aposentou-se de
sua posição, raspou a cabeça e se preparou para uma nova
vida. Depois de transmitir todo o conhecimento que podia
para seu sucessor, Hajitsu deixou sua casa e empreendeu
uma peregrinação a Província Naishou, cujos templos
sempre foi curioso para visitar.
Desde sua chegada, Hajitsu tem dividido o seu tem-
po entre os templos da cidade e a corte, onde ocasional-
mente joga go ou conversa com os samurais dispostos a
ceder a seu interesse em teologia. No entanto, muitos
dentro e fora do Dragão têm manifestado interesse em ver
Hajitsu se tornar o próximo Governador, que aponta a sua
experiência prévia como um líder político e um comandante
militar. Enquanto Hajitsu não recusará uma ordem direta de
seus superiores, ele não deseja voltar a participar do mundo
político, do qual finalmente escapou, nem procura um
retorno ao campo de batalha. Seu sono é frequentemente
assolado por terríveis pesadelos em que se lembra de suas
inúmeras batalhas, assistindo a amigos e inimigos caírem
mortos diante de lâminas e setas. Ele espera encontrar a
paz para si mesmo na aposentadoria, e preferiria muito
mais se juntar a uma ordem monástica que governar
novamente. No entanto, ele também vê o potencial de
conflito crescente na Província Naishou, e se pergunta se
não há mais que podia fazer para assegurar a paz para os
outros antes que ele possa finalmente a assegurar para si.
Escolas: Bushi Mirumoto 4
Honra: 3,1
Glória: 6,2
Status: 4,9
Perspicácia: 217
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3, Fogo 3 – Agilidade
4, Terra 4, Vácuo 3
Vantagens: Estrategista, Herança, Recuperação
Veloz
Desvantagens: Asceta
Perícias: Atletismo 3, Batalha 3, Conhecimento:
Shugenja 3, Corte Rokugani 3, Defesa 4, Etiqueta 5, Iaijutsu
4, Jogos 4, Katana 5, Kenjutsu 5, Kyujutsu 1, Meditação 4,
Nazodo 4, Oratória 3, Sinceridade 3, Teologia Rokugani 4
Kata: Atacar como a Terra, Espírito de Meu Irmão,
Estrelas Cadentes
Miya Ansho
Ninguém esperava que Miya Ansho ascendesse a
seu patamar atual, talvez nem mesmo ele próprio. Um
garoto quieto e estudioso, Ansho aprendeu bem todas as
lições e se tornou um Shisha como a maioria de sua família.
No entanto, não conseguiu mostrar muito entusiasmo para
explorar o Império e viajar através dele, por isso lhe foram
dadas atribuições nas cidades mais bem estabelecidas. Isso
combinava com ele, uma vez que significava atender a
cortes muito importantes, e Ansho logo se tornou
conhecido por sua maestria em etiqueta e sua facilidade em
navegar através das teias complexas de intriga muitas vezes
encontradas nesses locais. À medida que envelhecia, seu
domínio das Técnicas Miya o ajudou a se tornar uma forte
voz em nome da paz nos palácios dos lordes, muitas vezes 41
impedindo guerras antes que acontecessem. Seu nome se
tornou cada vez mais conhecido até que chegou aos
ouvidos do próprio Imperador, que estava pensando em
como resolver a situação na Província Naishou. Ansho foi
nomeado Governador e recebeu uma força de tropas do Clã
Leão para ajudá-lo a restabelecer a paz na região.
Enquanto Miya Ansho se intimida com o tamanho
de sua tarefa, ele tem, até agora aderido a ela impressio-
nantemente. Suas habilidades diplomáticas o ajudam a acal-
mar a Garça e o Escorpião, mesmo que ambos considerem a
Província sua propriedade. Ele elogiou a Fênix por sua ges-
tão anterior das terras sem confirmar o seu estado futuro, e
usou suas tropas do Leão para reforçar as defesas do vale,
evitando todo o derramamento de sangue. Ansho está
levemente desconfortável em ter tantos soldados sob seu
comando, mas entende que a presença ajuda a tornar a sua
autoridade mais credível. Ele tem trabalhado incansavel-
mente para entender o funcionamento da Província, pes-
quisando sua história e suas lendas e adotando muitos dos
seus costumes. Suas decisões o tornaram popular entre os
heimin, especialmente porque durante os primeiros meses
de seu mandato ele se concentrou em garantir que a agri-
cultura, o comércio e a religião fossem todos devidamente
apoiados e protegidos. Os Clãs Maiores, no entanto, se
revelaram menos positivos a ele, uma vez que permanecem
obcecados sobre quando e para quem a Província será final-
mente concedida. Ansho não recebeu nenhum prazo para
isso, no entanto, e se recusa a nomear um novo Governador
até que esteja plenamente convencido da retidão da sua
escolha. A discussão dos Clãs Maiores o decepciona, e ele
está pensando seriamente em nomear um samurai de um
Clã Menor para governar a área como lição aos arrogantes
diplomatas dos Clãs Maiores, apesar da reação política que
isso pode causar. Nesse meio tempo, Ansho participa
ativamente na gestão de sua corte, frequentemente
intervindo para reprimir argumentos que ameacem a
harmonia que está trabalhando tão duro para criar.
Ansho é um homem delgado de meia-idade. Embo-
ra não tenha um físico impressionante, ele é capaz de impor
respeito até mesmo em guerreiros agressivos mediante seu
comportamento e suas palavras. Ele é viúvo, tendo perdido
sua esposa a uma doença há anos, e este é o único tema
que pode quebrar o seu autocontrole. Enquanto Ansho car-
rega a honra de servir ao Imperador, ele só encontra a ver-
dadeira alegria na presença de sua filha adolescente Iaimi-
ko, que é uma Shisha ela mesma e uma jovem mulher tão
feroz e enérgica quanto ele é comedido e calmo. Embora às
vezes ele se preocupe com o temperamento dela, ela o aju-
dou tremendamente a aprender sobre a Província Naishou,
e até agora ele não se arrependeu em trazê-la consigo.
Escolas: Shisha Miya 5
Honra: 4,0
Glória: 6,4
Status: 6,1 – Daimyo Naishou
Perspicácia: 236
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 3 – Vontade 4,
Vácuo 5
Vantagens: Bênção de Fortuna: Fukurokujin, Cida-
dão de Naishou,Equilíbrio, Posição Social: Daimyo Provincial
Desvantagens: Amor Perdido: esposa, Coração
Mole
Perícias: Caligrafia: Rokugani 5, Cavalaria 3,
Cerimônia do Chá 3, Conhecimento: História Rokugani 3,
Conhecimento: Naishou 3, Corte Rokugani 10, Defesa 2,
Diplomacia 1, Etiqueta 7, Heráldica Rokugani 6, Investigação
5, Jogos 5, Meditação 3, Oratória 6, Poesia 4, Sinceridade 6,
Teologia Rokugani 5
Miya Iaimiko
O pai de Miya Iaimiko, Ansho, às vezes diz que ela
lembra sua falecida mãe, apesar de falar isso sempre pare-
cer doloroso para ele. Iaimiko acredita nele, pois em muitos
aspectos ela é muito diferente dele. Quando ela terminou
seu gempukku como Arauto (“Shisha”) Miya, ela não podia
esperar para montar em um cavalo e percorrer o Império,
trazendo a palavra do Imperador para lugares distantes. Ela
está muito mais à vontade em aldeias isoladas ou em estra-
da aberta do que na corte, onde seu pavio curto e opiniões
fortes a colocam em apuros. No passado, ela já, por vezes,
desapareceu durante meses a uma atribuição ou a outra,
voltando suja, exausta e faminta, mas sempre satisfeita.
Como criança, Iaimiko sonhou em se juntar à Guar-
da (“Miharu”) Seppun, e, embora seu pai não tenha pertimi-
do que sua filha única abandonasse a tradição familiar, ela,
no entanto, estudou a arte da lâmina por conta própria. Isto
se mostrou útil em mais de uma ocasião em que sua perso-
nalidade corajosamente aventureira a meteu em situações
perigosas. Ela carrega algumas cicatrizes agora, mas pronta-
mente se vangloria que seus oponentes terminaram piores.
Quando seu pai ordenou que ela o seguisse para
Naishou, Iaimiko ficou inicialmente decepcionada, já que ela
não gostava da ideia de ser confinada a um único lugar. No
entanto, ela mudou de opinião desde então; e está constan-
temente explorando a província, encontrando pessoas e
lugares interessantes a cada dia. Ela atua como contraparte
para o pai, colocando a mão na massa enquanto ele
trabalha na corte, e ajudou a estabelecer sua reputação de
entender as necessidades específicas da Província Naishou.
O campesinato a ama, pois ela trata os seus problemas com
grande preocupação e sempre dispõe tempo para ouvi-los
quando ela passa através de suas aldeias remotas.
Recentemente, Iaimiko se viu recebendo diversas
tentativas de cortejo. Enquanto ela não carece de charme –
apesar de sua natureza não ortodoxa – é claro para ela que
os pretensos maridos estão mais interessados em ganhar o
favor de seu pai. Ela não aceita bem a atenção indesejada,
até chegar ao ponto de insultar cortesãos e de ter ameaça-
do um insuportável poeta Kakita com um duelo. Seu pai
está cada vez mais preocupado com o seu comportamento,
mas reluta em reprimir sua natureza de espírito livre e, por
enquanto, Iaimiko continua a viver como ela sempre viveu.
Escolas: Shisha Miya 3
Honra: 3,5
Glória: 3,9
Status: 5,2 – Magistrada Provincial
Perspicácia: 200
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 4, Fogo
3 – Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Fukurokujin,
Irrepreensível, Posição Social: Herdeira do Governador
Provincial, Sorte (6) 42
Desvantagens: Bravo, Contrário
Perícias: Adestramento 3, Atletismo 4, Caligrafia:
Rokugani 2, Cavalaria 5, Corte Rokugani 7, Defesa 4, Diplo-
macia 1, Etiqueta 4, Heráldica Rokugani 4, Iaijutsu 3, Investi-
gação 4, Jiujutsu 1, Kenjutsu 4, Oratória 3, Sinceridade 3
Okimoto
O Abade do Templo das Sete Fortunes em Toshi no
Naishou detém uma das posições mais importantes e in-
fluentes da província. De fato, em períodos cujo governador
é fraco ou inexistente, pode ser o único posto influente. As
pessoas da Província Naishou sempre olharam para as
fortunas em busca de orientação, e consideram os Monges
da Ordem das Sete Fortunas como a voz das Fortunas.
Após o abade anterior falecer de velhice, muitos
ficaram surpresos com o fato de que ele deixou instruções
para tornar Okimoto seu sucessor, em vez de o costume dos
anciãos do templo elegerem um novo abade. Na época,
Okimoto ainda era um monge jovem, simples e humilde,
criado a partir de um bebê abandonado no nascimento por
um fazendeiro pobre. Embora ele tenha aceitado o
comando do velho Abade, ele insistiu que ele não poderia
assumir o manto de liderança até que realmente estivesse
pronto. Ele passou os 35 anos seguintes de sua vida
servindo cada uma das Sete fortunas com a máxima
dedicação, preparando-se para seu papel. Ele treinou com
os monges de Bishamon e lutou contra bandidos ao seu
lado. Ele trabalhou nos campos das aldeias com os monges
de Ebisu. Ele se debruçou sobre velhos pergaminhos nas
bibliotecas com monges de Fukurokujin, tratou os doentes e
enfermos ao lado daqueles que serviam Jurojin, e
administrou as finanças de vários mosteiros sob os
auspícios de Daikoku. Ele orientou e aconselhou jovens
amantes em nome de Benten, e passou cinco anos em
isolamento pacífico para chegar mais perto de ideal de
contentamento de Hotei. Quando ele finalmente retornou
ao templo da cidade, Okimoto tinha se transformado em
um homem sábio e experiente, dotado de sabedoria sobre
o mundo e sobre si mesmo. Só então ele assumiu a
liderança do templo, e continua no cargo desde então.
Okimoto é agora um homem muito velho, ainda
surpreendentemente apto e capaz, embora sua visão esteja
em declínio. Ele venera todas as Sete Fortunas igualmente
em suas orações e serviços, e tenta promover os ideais de
equilíbrio e paz em todo o mundo que encontra. Okimoto é
altamente popular entre as massas camponesas, mais ainda
do que os Abades anteriores, devido às muitas obras de
compaixão que seus irmãos e ele executam em conjunto.
O recente afluxo de samurais de fora da província
preocupa Okimoto, que vê o potencial para novos conflitos
crescendo dia a dia. Violência pode manchar a alma, mas, se
o povo comum vier a ser ameaçado, Okimoto pedirá a seus
monges para fazerem o que puderem para protegê-lo. Com
os recursos de numerosos templos e mosteiros sob seu
comando, ele pode realmente ser uma ameaça significativa
às forças de qualquer Clã Maior, particularmente
considerando que detém o apoio de uma grande parcela do
povo heimin e hinin da província. Claro, isso seria um último
recurso – Okimoto não tem nenhum desejo em levantar um
conflito, e continua tentando promover a prosperidade e a
paz para todos. Ele reza dia e noite que isso seja suficiente.
Escolas: Monge da Ordem das Sete Fortunas
5/Abade/Guardião
Honra: 2,6
Glória: 4,0
Status: 4,0 – Abade do Templo às Sete Fortunas
Perspicácia: 246
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 4, Fogo
4, Terra 3 – Vontade 4, Vácuo 4
Vantagens: Bênção de Fortuna: Jurojin, Cidadão de
Naishou, Herói do Povo
Desvantagens: Ancião (perdeu Força da Terra),
Caolho (oriundo de Idoso), Coração Mole, Heimin, Idoso
Perícias: Acupuntura 5, Atemi 1, Atletismo 4,
Comércio 5, Conhecimento: História Rokugani 5,
Conhecimento: Mitos e Lendas 5, Corte Rokugani 9, Defesa
3, Etiqueta 5, Jiujutsu 5, Meditação 5, Ofício: Agricultura 5,
Sinceridade 3, Teologia Rokugani 7
Kiho: Calma de Shinsei, Canalizar o Dragão do
Fogo, Desarmonizar, Descanse, Irmão, Espírito dos Quatro
Ventos, Estapear a Onda, Golpe Quebrante, Proteção do
Chi, Punho do Ar, Tocar o Dragão do Vácuo, e outros que o
Narrador julgar apropriado
Susumu Oiji
A maioria das Campanhas usando a Província
Naishou provavelmente ocorrerá em uma era na qual o Clã
Aranha não existe, mas, se o Narrador estiver usando um
Cenário com a Aranha, este NPC pode ser adicionado.
Quando o Governador Imperial abriu sua corte, um
de seus primeiros atos foi anunciar que seu sucessor não
seria da Aranha sob quaisquer circunstâncias. Isso veio sem
surpresa, mesmo para a Aranha. Embora seja nominalmen-
te um Clã Maior, a Aranha ainda inspira profunda inimizade
e desconfiança, e nenhum outro Clã toleraria deixá-los
assumir o controle de uma província próspera.
Quando Susumu Oiji ouviu a notícia, no entanto, e-
le foi rápido em transformar a rejeição em uma oportunida-
de pessoal. Ele declarou que, uma vez que não tinha nenhu-
ma preocupação com a filiação do próximo Governador, ele
estaria idealmente posicionado para auxiliar o atual. Ele
apresentou seu ponto bastante eloquente, e Miya Ansho
aceitou seu serviço, fazendo dele um escriba oficial.
Como muitos outros membros da família Susumu,
Oiji serve seu mestre obedientemente, tomando nota cui-
dadosa de cada anúncio e oferecendo conselhos quando so-
licitado. Devido à sua filiação, os outros Clãs não gostam de
lidar com escriba do Governador, mas têm pouca escolha
senão fazê-lo. Sua aparência física não impressiona – Oiji é
jovem, porém é magérrimo, a ponto de uma aparência
doente –, de modo a não inspirar medo nem respeito, e
ninguém confia nele. Embora muitos tenham tentado minar
sua posição, até agora eles não encontraram uma razão
válida para reclamar sobre sua lealdade ou serviço.
Claro, Oiji de fato tem segundas intenções, mas
não necessariamente as que outros lhe atribuem. Ele
genuinamente respeita Miya Ansho, que ele vê como um
verdadeiro estadista. O fato de que ele se recusou a dar a
Aranha a chance de controlar a província só prova sua força
de vontade na mente de Oiji. Por isso, ele resolveu fazer o
mandato do Governador durar o maior tempo possível. Ele
trama, mente e arquiteta em cada momento para fazer 43
todos os outros Clãs aparentemten incapazes de governar,
ou pelo menos para criar dúvida suficiente de modo a fazer
uma escolha clara ser impossível. Sua posição lhe permite
tremenda perspicácia sobre a mente do Governador, bem
como o acesso a uma grande quantidade de informações, e,
como resultado de sua campanha, até agora ele tem sido
bastante bem sucedido. Oiji espera que, ao manter as
opções turvas por tempo suficiente, o Governador
perceberá que a única escolha verdadeira é permanecer em
sua posição indefinidamente.
Escolas: Cortesão Daigotsu 3
Honra: 0,6
Glória: 2,0
Status: 3,1 – Mordomo do Daimyo Miya Ansho
Perspicácia: 164
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 2 – Carisma 3, Fogo 3,
Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 2
Vantagens: Impiedoso, Irrepreensível, Posição
Social
Desvantagens: Ferida Permanente
Perícias: Atuação 3, Caligrafia: Rokugani 3, Corte
Rokugani 5, Diplomacia 4, Etiqueta 4, Intimidação 3,
Investigação 4, Manipulação 5, Meditação 3, Sadane 3,
Sedução 3, Sinceridade 4, Tantojutsu 1
Suzume Hideyo da Casa Edakumi
Suzume Hideyo era apenas um homem jovem
quando um cortesão da Garça visitante ouviu um de seus
poemas. Antes que ele mesmo soubesse o que estava acon-
tecendo, favores foram trocados e Hideyo se viu um aluno
na Academia de Arte Kakita, o estabelecimento de maior
prestígio de seu tipo no Império. Àquele cujas mãos esta-
vam cobertas de calos de arar os campos, a transição para o
luxo e a elegância da Academia não foi fácil. Ele frequente-
mente confrontou zombaria por seu humilde nascimento e
maneirismos “rurais”, mas a alegria de estudar com os
magníficos professores superou tudo. Além disso, uma vez
que superou os hábitos rústicos, Hideyo se tornou um
jovem nobre e encantador, e quando deixou a Academia
tinha feito vários amigos leais. Seus sensei esperavam que
lapidasse suas habilidades em uma das muitas cortes de
Rokugan, ganhando favores para si mesmo, para o Clã
Pardal e, é claro, a seus professores da Garça.
Mas, em vez disso, Hideyo partiu da Academia de
Arte deixando para trás apenas um belo poema de
agradecimento a seus professores. Ele começou a viajar
pelas estradas da Rokugan. Apesar de sua educação
especial, Hideyo não tinha esquecido os ideais do Pardal.
Ele queria defender o princípio da Pobreza Honrosa por
servir as castas mais baixas através de sua arte. Ele
procurou por todo o Império momentos inspiradores para
registrar em seu trabalho, e aqueles que leem os poemas de
Hideyo são muitas vezes impressionados com a sinceridade
simples que detêm. Sua escolha dos temas humildes divide
os críticos, não que as suas opiniões sejam importantes
para Hideyo. Além disso, sua trajetória é errática, porque
muitas vezes ele largará tudo para ajudar as pequenas
aldeias de qualquer forma que puder, seja no campo ou
com sua lâmina. Ele nunca fica muito tempo em um lugar,
sempre em busca de sua próxima fonte de inspiração.
As andanças de Hideyo o trouxeram à Província
Naishou, e ele caiu de amores por esta terra. Ele admira a
devoção e a dedicação dos habitantes, e continua encon-
trando novos momentos para capturar e novas histórias pa-
ra contar. O influxo de novos samurais à província o preocu-
pa, uma vez que teme que destruirão a cultura única de
Naishou e colocarão homens e mulheres pacíficos em peri-
go. Embora lute se for necessário, Hideyo sabe que sua ver-
dadeira arma é sua arte, e ele começou a usar seus poemas
e histórias para dar ao sofrimento das pessoas comuns a a-
tenção do Governador e de outros samurais proeminentes.
As reações têm sido mistas, desde choque devido a temas
tão mundanos a admiração pela beleza de suas composi-
ções, mas poucos realmente pausam para avaliar as dificul-
dades que ele descreve. Talvez, Hideyo acredita, um poema
suficientemente belo finalmente nascerá, e convencerá os
samurais a deixarem a Província Naishou por ela mesma,
para que não destruam o que eles vieram reclamar.
Escolas: Artista Kakita 3
Honra: 4,4
Glória: 3,2
Status: 1,0
Perspicácia: 198
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3 –
Carisma 5, Fogo 3, Terra 3 – Vontade 4, Vácuo 4
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Grande
Potencial: Música, Grande Potencial: Narração, Grande
Potencial: Poesia
Desvantagens: Asceta, Incapaz de Mentir
Perícias: Acupuntura 3, Atletismo 2, Caligrafia:
Rokugani 1, Conhecimento: Naishou 1, Corte Rokugani 2,
Defesa 3, Diplomacia 3, Etiqueta 3, Iaijutsu 4, Kenjutsu 3,
Música 5 (Flauta), Narração 5, Ofício: Agricultura 3, Poesia
7, Sadane 2, Sinceridade 3
Tsuruchi Junko
Os Louva-a-Deus estavam atrasados na competição
para tomar a Província Naishou, e não enviaram um número
significativo de tropas para o local. Em vez disso, eles têm o-
ferecido seus serviços para um número de diferentes fac-
ções, fornecendo assistência militar em troca de moedas ou
favores políticos. Uma das unidades mais populares é colo-
quialmente conhecida como “Flechas de Junko” devido à
sua gunso, Tsuruchi Junko. Uma pequena arqueira ronin,
Junko ficou feliz quando foi autorizada a jurar lealdade aos
Tsuruchi com base apenas em suas perícias, ela e seus
homens foram para a província desde que a guerra entre a
Garça e o Escorpião começou, e eles conhecem seu terreno
como poucos. A precisão dos arqueiros e sua capacidade de
infligir emboscadas mortais fez deles uma mercadoria mili-
tar valiosa, e Junko tem o prazer de explorar isso. Embora a
guerra tenha diminuído por enquanto, muitos acreditam
que ela em breve voltará à província, e quando isso
acontecer todos vão querer as Flechas de Junko ao seu lado.
Quando não está liderando seus homens para um
lado ou outro, Junko fica feliz em criar acordos comerciais 44
para o seu Clã na Província Naishou. Afinal de contas, o
comércio continuará, não importa qual Clã ganhe o
escritório do Governador. Navios do Louva-a-Deus já estão
viajando para cima e para baixo do Rio Itochu regularmente,
transportando passageiros e mercadorias. Junko está
satisfeita com esta evolução, uma vez que ela recebe uma
parte de cada acordo que firma. Ela lembra vividamente dos
desconfortos da sua antiga vida como ronin, e agora quer
estar o mais confortável possível. Enquanto ela não tem
medo de sujar as mãos quando a missão exige, em seu
tempo livre, Junko gosta de comprar para si mesma as
melhores comidas, bebidas e roupas, e tudo o mais que
requeira grandes somas de dinheiro.
Poucos sabem que, antes que se juntasse aos
Tsuruchi, Junko era uma assassina de aluguel, cometendo
vários assassinatos de alto escalão para clientes que nunca
conheceu. Embora ela nunca tenha ouvido falar dos seus
antigos empregadores desde que se juntou ao Louva-a-
Deus, Junko se preocupa com o que poderia acontecer se os
seus crimes antigos forem revelados. Ele acredita que ela
nunca foi realmente suspeita, uma vez que usou tanto
furtividade quanto tiros de longo alcance com o arco para
despachar suas vítimas para o outro mundo, mas sabe que
seu destino seria selado se apenas uma das mortes fosse
atribuída a ele. Junko gosta verdadeiramente da companhia
dos Louva-a-Deus, mas se sua vida for colocada em perigo,
ela os abandonará sem hesitação.
Escolas: Arqueiro Tsuruchi 3
Honra: 1,7
Glória: 3,8
Status: 3,2 – Gunso Louva-a-Deus
Perspicácia: 182
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 4, Ar 3, Fogo
3 – Agilidade 4, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Daikoku, Caminho
da Terra: Naishou, Discreto
Desvantagens: Insensível, Segredo Sombrio
Perícias: Atletismo 5, Batalha 3, Caça 3, Comércio
4, Conhecimento: Naishou 1, Corte Rokugani 2, Defesa 5,
Etiqueta 2, Furtividade 5, Intimidação 3, Investigação 3,
Kyujutsu 6, Sinceridade 2, Tantojutsu 3, Yumi 6
Kata: Atacar como o Vento, Ataque do Topo do
Precipício, Vitória do Vento
 45

Mapas
46

PARTE II: KYUDEN
KUROGANE-HANA
Adiante se encontra um Cenário detalhado para
uma Campanha construída em torno de temas de intriga da
corte e interação social. Kyuden Kurogane-Hana é delibera-
damente criado como uma fortaleza sem lealdade determi-
nada, que o Narrador pode posicionar em quase qualquer
território de Clã ou era de Campanha, tornando-o um
destino temporário ou o ambiente de toda uma Campanha.
Está descrita a história do castelo, com detalhadas
história e mitologia por trás de sua fundação e de seu
desenvolvimento, mas deliberadamente evitando
mencionar nomes de família, filiações a Clãs ou outros
detalhes específicos. Isso permite que o Narrador defina o
castelo em qualquer território de Clã Maior, ou mesmo
(com algumas pequenas modificações) no território de um
Clã Menor ou Imperial. Da mesma forma, a história do
castelo majoritariamente evita conexões diretas com
grandes eventos no Império, permitindo que funcione
igualmente bem em qualquer século da história rokugani.
A seleção de NPCs que se segue adiante abrange
todo o espectro de Clãs e facções. Eles podem ser usados
como estão em um Cenário de Campanha moderno em que
todas as facções estão ativas, mas se o Narrador está con-
duzindo uma Campanha em uma era onde nem todos eles
estão presentes (como uma época anterior ao Retorno do
Unicórnio), os NPCs desnecessários podem ser removidos
sem dificuldade. Eles são projetados para serem indepen-
dentes, como personalidades interessantes que podem adi-
cionar profundidade a uma Campanha, fornecendo assis-
tência ou oposição aos Jogadores, conforme necessário.
Finalmente, a última parte do Capítulo apresenta
uma variedade de aventuras – algumas breves e simples,
outras mais detalhadas. O Narrador pode usá-las como
estão descritas ou expandi-las e mudá-las para se
adequarem às necessidades de sua Campanha.
História
A verdadeira história da fundação de Kyuden
Kurogane-Hana é tão misteriosa e intrigante quanto o
47
próprio castelo, envolta em mistério e obscurecida pelo
tempo. Apesar de sua proeminência moderna, ele não
começou como um lugar de verdadeira importância, e sua
ascensão à fama começou muito tempo depois de ter sido
construído. Assim, não há menção nas Histórias Imperiais
oficiais ou nas bibliotecas Ikoma de sua fundação. Todos os
registros mantidos por aqueles que construíram o castelo
estão há muito perdidos, talvez para sempre, nas
catacumbas abaixo de suas fundações.
Como é tantas vezes verdade nesses casos, na
ausência de uma história escrita, uma lenda surge em seu
lugar. É um conto favorito dos lordes de Kyuden Kurogane-
Hana, e eles o repetem frequentemente na presença de
convidados. Alguns observam, no privado, que o conto se
torna cada vez mais elaborado conforme é contado, mas é
claro que, em público, dizem que o lorde de Kurogane-Hana
simplesmente se lembra de novos detalhes que havia
esquecido em suas narrativas anteriores.
De acordo com a história, muito antes de as mura-
lhas de Kyuden Kurogane-Hana serem erguidas, um
pequeno santuário existia sobre suas futuras fundações. Era
um santuário a Emma-O, a Fortuna da Morte, construído
sobre um lugar sagrado à Fortuna: a foz de um vale
íngreme, cercado por florestas, com um riacho correndo
através dele e desaguando em um lago raso; no lugar
sereno de vida natural, isolado do Império em geral.
A fundação deste santuário é a parte central da
lenda que os senhores do castelo são tão apaixonados por
recontar. De acordo com o conto, havia uma vez um monge
chamado Yama conhecido por sua bondade, paciência e
gentileza, mas também estoico. Yama era o tipo de homem
que não podia ser dissuadido uma vez que sua mente
estivesse preparada para uma tarefa. Sua paciência e
dedicação foram muito maiores do que a maioria dos
outros de sua idade, e é dito que, uma vez, desejando um
morango, ele plantou um arbusto de morango de uma
semente e simplesmente esperou até o primeiro
brotamento dar os frutos adequados.
Como diz a lenda, um dia, Yama chegou a um lago
para descansar – o lago agora conhecido como o Espelho do
Céu – quando ele viu um mítico kenku meditando no banco
de areia mais distante. Curioso, aproximou-se do estranho
ser pássaro, mas não quis interromper seus pensamentos,
então ele simplesmente se sentou na frente da criatura e
esperou. Na verdade, ele esperou vários dias (ou talvez
semanas, dependendo da narração do conto) antes que o
kenku finalmente abrisse os olhos. Então esperou outro dia
antes que o kenku finalmente falasse com ele.
O kenku disse que esta era sua 108ª encarnação, e
alegou que estava meditando ininterruptamente no local
por exatamente cento e oito dias, um para cada tentação
mortal. No centésimo oitavo dia, o kenku abriu os olhos e se
Iluminou, compreendendo a verdadeira natureza do Vácuo.
Por Yama não ter interrompido suas meditações, que teria
frustrado sua tentativa de Iluminação, o kenku decidiu
compartilhar um segredo universal com ele. O homem-
pássaro explicou que sua própria iluminação não era uma
habilidade especial de sua raça. Em vez disso, qualquer
alma vivendo a centésima oitava vida poderia meditar o
mesmo número de dias e alcançar a mesma Iluminação.
Yama pediu ao kenku para lhe dizer que vida ele
próprio estava vivendo. A criatura respondeu que era
realmente a centésima oitava vida de Yama. Suas almas
eram de idade igual, e se ele meditasse aqui por cento e
oito dias, ele também compreenderia verdadeiramente o
Vazio. Tendo assim retribuído a cortesia cedida a ele pelo
monge, o kenku voou, desaparecendo nas nuvens acima. O
conto não diz o que aconteceu depois com ele.
Yama agora sabia que sua paciência era a chave pa-
ra alcançar a Iluminação. Ele procurou um lugar sereno aci-
ma do lago, sentou-se e começou a meditar, pretendendo
imitar o kenku e se contemplar por cento e oito dias.
O tempo passou e Yama continuou suas medita-
48
ções ininterruptas, seu corpo sustentado pelos Elementos
enquanto ele seguia sem comer ou dormir. Mas na noite do
centésimo sétimo dia, a meras horas antes do sol nascer no
último dia de suas meditações, um grupo de bandidos
invadiu a clareira, perseguindo um cervo. A comoção
interrompeu a meditação de Yama, e todo o tempo e
paciência que ele gastou no esforço foi imediatamente
desperdiçado. Quando os olhos de Yama se abriram, ele viu
o veado cortado pelos bandidos e sentiu que o supremo
entendimento do universo escorregava através de seus
dedos tão seguramente quanto a vida escorregava do corpo
do veado. Mesmo um homem com paciência tão profunda
como a dele não se sustentava diante daquela perda.
O líder dos bandidos viu Yama e respondeu como
esses homens cruéis e violentos sempre respondem: ele
deu um passo à frente e cortou a cabeça de Yama com um
só golpe de espada. Diz-se que o monge nem sequer piscou,
e, enquanto morria, seu rosto – pela primeira vez em sua
longa vida – contorceu-se em uma carranca amargurada.
A ira de Yama por ter sido enganado por sua
recompensa cármica foi tão grande que seu espírito não
saiu do mundo mortal. Em vez disso, ele subiu de seu corpo
como um goryo – um fantasma vingativo que rasgou a vida
dos corpos dos bandidos em um único instante de fúria.
Não mais o monge Yama, o espírito vestiu a armadura de
ébano de um dos bandidos caídos e amarrou seus espíritos
em correntes, arrastando-os todos ao reino do Mei-do para
ter certeza de sua punição. Assim, ele se tornou Emma-O, o
Juiz Final, a Fortuna da Morte.

As Origens de Emma-O?
Existe alguma validade do mito de Yama e a suposta origem da Fortuna da Morte? Os próprios rokugani
discordam sobre o tema, com um número igual de estudiosos e teólogos condenando e apoiando a lenda. É certamente
uma das poucas histórias existentes que oferecem uma origem para a Fortuna da Morte.
No entanto, a maioria dos teólogos Rokugani concorda que Emma-O já era adorada no início do Império, numa
época em que apenas algumas dessas Divindades – notavelmente as Sete Fortunas originais e um punhado de Fortunas
Primitivas – eram reconhecidas e adoradas. Isso sugere que Emma-O pode ter sido uma Fortuna Primitiva, ou um mortal
ascendido que alcançou o status de Fortuna antes que o Kami caísse.
Embora o conto de Yama possa parecer se encaixar com a ideia de que Emma-O surgiu nos Paraísos Celestiais
antes do tempo dos Kami, há dificuldades com a teoria. É bem sabido que monges não existiam em Rokugan até depois
da fundação do Império e especificamente após a Primeira Guerra, quando a paz e a ordem impostas pela regência dos
Kami permitiram que aqueles que se sentiam atraídos pela contemplação e adoração abraçassem esse modo de vida.
Assim, parece improvável que o conto de Yama seja literalmente verdadeiro, não importa quão significativo e atraente.
No entanto, independentemente da verdade ou da falsidade da história, não há contestação de que o local
original do santuário no vale é sagrado para o culto da Fortuna da Morte.
 De acordo com esta lenda, o local onde se encontra
o santuário é o lugar onde o próprio Yama se transformou
no temido juiz do Mei-do. E naquele mesmo lugar cresceu
um salgueiro, uma árvore torcida com exatos cento e sete
ramos... não exatos cento e oito.
Fundação de Kyuden Hirogane-Hana
À medida que o tempo passou, o santuário no vale
remoto atraiu cada vez mais monges e visitantes,
eventualmente exigindo expansão. Um templo de tamanho
considerável cresceu em torno do santuário e a fama do
local cresceu. O templo especializou-se em funerais e
ofereceu um lugar onde os corpos (e as cinzas,
posteriormente) de ancestrais reverenciados podiam ser
enterrados com honra num lugar de santa serenidade. Com
o tempo, isso levou a um aumento na importância política
da localidade, uma vez que cada vez mais os restos dos
samurais mais proeminentes repousavam lá. Como tem sido
comum em toda a história do Império, esta importância
acabou por tornar o templo um tema de conflito.
O templo e seu vale sereno situam-se muito próxi-
mos à fronteira entre as terras de dois lordes que passaram
a ser rivais políticos e militares. Durante algum tempo, os
dois simplesmente vigiaram as terras um do outro, manten-
do suas ambições sob controle. O mais poderoso dos dois
era Lorde Ieyasu, cujas terras eram consideravelmente
maiores. O templo, no entanto, estava dentro das terras de
seu rival, Lorde Seto. À medida que este marco nas terras
de Lorde Seto crescia em importância, Lorde Ieyasu
começou a sentir como se devesse ser dele.
Lorde Ieyasu não lançou um ataque militar para to-
mar o templo – não imediatamente, pelo menos. Na época,
era proibido aos servos do Imperador atacar uns aos outros
sem justificativa honesta, e, em todo caso, a violência era
desagradável a terrenos sagrados. Em vez disso, Lorde
Ieyasu procurou outros meios para agarrar o templo.
Durante a estação da Corte de Inverno, os cortesãos de
Lorde Seto informaram-no de que Lorde Ieyasu estava
secretamente buscando razões legais para invadir suas
terras, com a intenção de arrancar-lhe o Templo a Emma-O.
Lord Seto, no entanto, se recusou a ser intimidado pelas
táticas de seu rival. Ele ordenou a seus cortesãos que
bloqueassem e dissuadissem todas as tentativas de obter
aprovação para se apoderar de suas terras, atrasando a
ofensiva política de Lorde Ieyasu o maior tempo possível.
Enquanto isso, construiria um castelo em torno do templo,
a fim de defendê-lo contra qualquer possível ataque futuro.
Lorde Seto resolveu não só construir um grande
castelo para defender o templo (e através de sua posição
estratégica, toda a fronteira), mas também torná-lo um dos
mais formidáveis castelos que a terra já tinha visto. Afinal,
uma possível razão pela qual Ieyasu poderia ter permissão
para apreender o templo seria se fosse provado que Lorde
Seto era incapaz de defendê-lo adequadamente. Seto não
poupou nenhuma despesa, recrutando os melhores
arquitetos, até Engenheiros Kaiu, que ele conseguiu
encontrar, homens com reputação de construir castelos que
pudessem suportar mesmo os mais fortes cercos. A notícia
disso não escapou às cortes, é claro, e logo muitos rumores
sussurraram sobre o projeto do castelo de Lorde Seto e do
lento acúmulo de tropas nas terras do Lorde Ieyasu.
Conforme as estações passavam, os arquitetos,
egenheiros e trabalhadores corriam para completar o
castelo. Durante todo o tempo, Lorde Ieyasu estacionou
cada vez mais suas forças perto da fronteira, preparando-se
para o momento em que ele teria a aprovação legal para
apoiar sua invasão. Muitos acreditavam que a guerra era
quase inevitável, aguardando apenas uma justificativa
jurídica frágil. Mas os esforços dos cortesões de Lorde Seto
impediram-no de obter essa autoridade final, e conforme as
estações passaram como a corrida do rio, o castelo cresceu
lentamente mais e mais forte.
À medida que o terceiro inverno chegava desde o i-
nício da crise, o castelo de Lorde Seto finalmente atingiu um
ponto de ser um pouco eficaz, embora não fosse de forma
alguma completo. Levaria mais um ano até que as muralhas 49
defensivas íntimas fossem terminadas e dois anos mais para
terminar a parede mais distante. O trabalho no fosso tinha
apenas começado e somente duas, das cinco torres de ar-
quearia planejadas, estavam terminados. A fortaleza princi-
pal, contudo, estava praticamente concluída, e se Lorde
Ieyasu lançasse seu ataque, as forças de Lorde Seto seriam
capazes de proteger o templo com valentia. Ainda assim, o
estado atual das defesas deixou muito a desejar, e Lorde
Seto sabia que um ataque poderoso e focado ao castelo in-
completo ainda não poderia ser repelido. Sussurros come-
çaram a percorrer as cortes de que, apesar de todos os seus
esforços Lorde Seto, ele não poderia proteger adequada-
mente o Templo de Emma-O, e alguns alegaram que seus
engenheiros estavam discutindo sobre quais aspectos das
defesas do castelo deveriam receber prioridade imediata.
Os monges do templo não se preocupavam com esse
estado político-militar, tranquilizando constantemente os
seguidores de Seto de que tudo ficaria bem. Mas Lorde Seto
começou a se preocupar. Seus cortesãos estavam tendo
cada vez mais dificuldade em barrar os esforços de Lorde
Ieyasu, e ele suspeitava que ele só teria mais aquele inverno
antes que Lorde Ieyasu pudesse fazer sua jogada. À medida
que a temporada da corte de inverno começava, Lorde Seto
visitava o Santuário de Emma-O todas as noites, rezando
para que esses problemas terminassem em seu favor.
Talvez Emma-O, a Fortuna da Morte, tenha ouvido
suas orações e respondido. Independentemente disso, no
início daquela corte de inverno, o Divino Filho do Céu
morreu em silêncio enquanto dormia. Apesar da neve
obstrutiva do inverno, os arautos espalharam rapidamente
a palavra da morte do Imperador a toda a terra. Todos os
cantos do Império ouviram a notícia e se entristeceram por
seu líder. A palavra chegou mesmo aos trabalhadores do
castelo do Lorde Seto, que continuavam sua construção
apesar do frio do inverno. Foi uma notícia inesperada, mas
não tão inesperada quanto o que aconteceu a seguir.
Lorde Seto recebeu palavra de seus leais cortesãos
apenas dias depois. As cortes haviam imediatamente se
esquecido dos feudos e se voltaram para a questão da
sucessão Imperial. O filho do falecido Imperador subiu ao
Trono Esmeralda em uma magnífica cerimônia, e um de
seus primeiros atos como o novo Imperador foi organizar o
funeral de seu pai. O corpo já havia sido cremado, os restos
já abençoados e a alma já começado sua jornada ao
Tengoku, mas as neves do inverno parariam qualquer
tentativa de uma cerimônia fúnebre adequada para o Filho
do Céu. O funeral em si teria que esperar até o degelo das
neves, e, quando esse tempo chegou, o novo Imperador
declarou que seu pai teria seu funeral no maior santuário da
Fortuna da Morte que existisse dentro do Império. De
acordo com os cortesãos de Seto, que tinham passado os
últimos três anos cantando os louvores do templo nas
terras de seu senhor e cultivando a amizade do filho do
Imperador, o maior santuário de Emma-O era certamente
seu. No amanhecer da primavera, o próprio funeral Imperial
seria realizado no templo dentro do castelo do Lorde Seto!
Seus cortesãos tinham alcançado uma vitória
notável, e seu castelo era agora um local com a sansão
Imperial. Lorde Ieyasu não ousaria se apoderar da terra
agora! De fato, ninguém leal ao Trono se atreveria a
ameaçá-lo. Os cortesãos de Lorde Seto fizeram o impossível
e anularam a necessidade de defender a fronteira. Eles
haviam feito seu trabalho tão bem, de fato, que já não havia
necessidade mais de uma fortaleza!
Mas agora havia necessidade de um palácio, um
lugar adequado para abrigar o Filho do Céu.
O feito enchia Lorde Seto de pavor. A Corte
Imperial estaria visitando seu castelo... seu castelo
incompleto, e de base militar... logo que viesse o degelo da
primavera. Ele não poderia hospedar a família Imperial
dentro de um mero forte militar, um castelo construído
para resistir a cercos! Não podia fazer o Imperador
percorrer o caminho longo, murado, sinuoso, como um
labirinto, até a torre, um caminho construído para a defesa
do castelo! Ele não poderia oferecer a seus hóspedes um
simples quartel de soldados para dormir, com apenas
paredes de pedra e vistas de copas de árvores para
contemplar semanas a fio! Seus cortesãos haviam feito
muito bem seu trabalho, e agora ele tinha um problema
ainda maior: o risco de insultar o novo Imperador.
Mas ele não podia derrubar os aspectos militares
do castelo e começar um novo. O trabalho avançara demais
para isso e, em qualquer caso, simplesmente não havia
tempo para esse esforço. A corte do Imperador talvez per-
doasse o estado incompleto das muralhas mais afastadas do
castelo e de alguns outros edifícios periféricos, mas Lorde
Seto teve de oferecer um castelo suficientemente completo
e esplêndido para honrar a presença do Imperador e
acolher uma corte desse nível. Ele teve apenas alguns
meses curtos para converter o que seria um castelo em um
palácio digno de ser chamado um Kyuden.
Quando Lorde Seto compartilhou essa mudança de
planos com seus engenheiros, a maioria deles desistiu. Eles
tinham ancestralidade Kaiu orgulhosa e princípios militares
guiavam seus pensamentos e suas ações. Eles não estavam
dispostos a mudar seus planos tão cuidadosamente calcula-
dos. Desejaram a Lorde Seto o melhor e partiram (com seus
planos da construção) para trás às terras do Caranguejo.
Apesar deste novo contratempo, Lorde Seto se
recusou a desistir. Através da rápida mecanização de seus
cortesãos, ele recrutou a ajuda de arquitetos talentosos de
outros lugares do Império. Sua tarefa era realmente
formidável, é claro, e eles se certificaram de que Lorde Seto
apreciava a expansão e entendia a dificuldade do que lhes
era pedido. Para eles o esboço do castelo era um pesadelo.
O caminho para o edifício era labiríntico e com várias
camadas, possuindo inúmeros becos sem saída projetados
para armadilhas a soldados invasores. A área mais íntima,
que mantinha o próprio edifício, não era colocada no centro
do terreno do castelo, o que teria sido ideal para uma corte
eficiente, mas, em vez disso, ficava na parte de trás, ao lado
das muralhas do castelo. O vital Templo estava murado,
com apenas seu nível mais alto visível do chão. As torres de
arqueiros eram interrompiam a disposição visual do
complexo. O fosso semiconstruído bloqueou o ponto de
entrada mais eficiente.
Muitos dos arquitetos analisaram o local e declara-
ram que não tinham absolutamente nada com o qual traba-
lhar. Era certamente uma disposição ideal para defender
contra um cerco, não podiam negar, mas para um castelo
cujo propósito era hospedar uma corte era simplesmente
inutilizável mesmo com uma quantidade infinita de tempo 50
para trabalhar, para não mencionar os poucos meses ti-
nham para fazê-lo digno do Imperador. Durante algum tem-
po parecia que ninguém estaria disposto a assumir a comis-
são e Lorde Seto seria condenado pela vitória de seus pró-
prios cortesãos sobre o Lorde Ieyasu. Mas finalmente en-
contraram alguns jovens artistas e arquitetos que estavam
dispostos a assumir a tarefa aparentemente impossível.
A nova equipe trabalhou durante todo o restante
do inverno. A construção de pedra foi abandonada em favor
de madeira e gesso, que poderiam ser trabalhados muito
mais rapidamente. Faixas de ferro trabalhado foram postas
de lado em favor de sedas e tintas coloridas. Lorde Seto
observou como seus cofres diminuíam, sentindo cada vez
mais pavor conforme os dias passavam e os arquitetos
faziam tudo em seu alcance para converter as paredes de
pedra insensíveis do castelo em um lugar de beleza e
serenidade. Não havia nada que pudesse fazer além de
acompanhar e orar.
Quando o degelo da primavera veio, os arquitetos
e os trabalhadores fizeram maravilhas. O fosso foi converti-
do em uma piscina refletora, e de árvores plantadas em tor-
no dela flores brancas nasciam durante a nova temporada.
As duas torres de arqueiro acabadas foram convertidas em
usos mais apropriados a uma corte. Uma torre tornou-se
um observatório das estrelas, enquanto a outra foi transfor-
mada em uma sala de chá elevada, onde se poderia ter a ce-
rimônia do chá enquanto se tinha a vista para o complexo.
As paredes que rodeavam o templo receberam à sua super-
fície, gesso branco inacabado, simbolizando a sombra de
morte branca. Os barracões dos soldados foram convertidos
– tanto quanto possível – em quartos de hóspedes e rece-
beram vívidas paredes de papel colorido pintado, salas de
chá e outras amenidades, embora exteriormente ainda pa-
reciam mais adequado a soldados. Sem tempo para nivelar
as áreas externas do castelo e derrubar as paredes labirínti-
cas, foi construída uma grande rampa de madeira e gesso
que contornou toda a disposição defensiva do castelo, es-
tendendo-se até a entrada até o templo, era a solução ideal
dado o tempo curto. Apenas um punhado dos restantes
edifícios pode ser concluído, por isso, no grande jardim
diante do edifício, os servos de Lorde Seto ergueram tendas
coloridas e rezaram para que a primavera fosse quente.
Na terceira semana da primavera, Lorde Seto viu a
procissão Imperial aproximar-se de seu castelo. Em todos os
lugares em que olhava, via apenas o que havia dado errado.
Parte pedra, parte madeira; meio Shiro, meio Kyuden, e
contornando um monumento à morte em seu centro, seu
castelo parecia um desastre. As palavras tranquilas dos
monges, que insistiam em que tudo estava bem, não lhe
consolavam. Ele só conseguiu manter a face e sair para
cumprimentar o Imperador ao pé de sua torre. Em seus
aposentos privados, deixou uma caixa com um quimono
branco debaixo do seu estande de seu daisho, esperando
plenamente que o dia terminasse com o seu seppuku se
comprometendo a reparar o desagrado do Imperador.
Mas então algo notável aconteceu. Quando Lorde
Seto se curvou ao se aproximar do Imperador, notou que o
Filho do Céu sorria. O Imperador ficou espantado com o que
viu no novo castelo. A ele, parecia a declaração mais com-
plexa e convincente da vida e da morte entremeadas que
ele já tinha visto. O Filho do Céu percorreu o lago refletor,
meditando sobre as pétalas brancas caídas que flutuavam
sobre a superfície das águas. Subindo a rampa, ele olhou
para o lado e se maravilhou com o labirinto sob seus pés. E-
le sorriu com a novidade de tomar chá suspenso alto acima
do solo, ou com a possibilidade de noites geladas passadas
olhando as estrelas no conforto de um observatório.
Ele entendeu o templo rodeado pela parede
branca como uma declaração artística sobre a natureza
secreta da morte. Como a morte, ele só podia ser visto em
vislumbres pelo lado da vida, e ninguém saberia como era
realmente até que passassem pelas portas para o que
estava além. Tudo o que o Imperador viu só serviu para
agradá-lo. Assim como um samurai deve equilibrar os
aspectos cortesãos e guerreiros de sua vida, ele declarou
que aquele castelo combinava aspectos militares com os de
um palácio de corte. O Filho do Céu louvou o Lorde Seto por
sua audácia e visão, pela finura de seus trabalhadores e
pelo brilhantismo de seus arquitetos. Uma vez que o
Imperador ficou impressionado, naturalmente toda a sua
corte também ficou. Certamente, eles disseram, não havia
nenhum castelo dentro do Império tão singular.
Naturalmente, ninguém ficou tão surpreso com
esse resultado quanto o próprio Lorde Seto e sua equipe.
Não só não ele não teria que cometer seppuku, ele
realmente se tornou famoso em toda a terra por sua visão
única, respirando nova vida à arte da arquitetura com sua
abordagem não convencional. Até o Lorde Ieyasu enviou
um pergaminho pessoalmente escrito a Lorde Seto,
felicitando-o pela excelência de seu castelo, admitindo a
derrota em sua competição e o elogiando pela competência
de seus cortesãos. Diz-se que Lorde Ieyasu visitou o castelo
de vez em quando durante sua vida, tornando-se amigo de
Lorde Seto dentro dos salões da fortaleza cuja construção
nasceu de suas próprias ambições.
Quando o Imperador comparou o castelo a um
pedaço de ferro bruto retrabalhado na forma de uma flor,
Lorde Seto decidiu tomar essa imagem para o nome do
castelo. Tornou-se conhecido como Kyuden Kurogane-Hana,
o Castelo de Flor de Ferro.
Kyuden Kurogane-Hana Hoje
O Castelo da Flor do Ferro está ainda na base do
51
vale. Houve muitas melhorias feitas desde os primeiros
anos frenéticos, mas os senhores que herdaram a terra
certificaram-se de manter a aparência geral do castelo
intacta. É um lugar de importância política considerável,
apesar de sua localização relativamente remota, tendo
hospedado o funeral de um Imperador – algo que poucos
castelos podem se gabar – e ter um templo cujas
catacumbas contêm suas cinzas. É frequentemente o local
de cortes importantes, e sua arquitetura permanece um
fascínio aos cortesões visitantes. Os monges do templo são
tão sorridentes e tranquilizadores quanto sempre,
descendentes daqueles que testemunharam em primeira
mão o que a vontade das Fortunas poderiam trazer.
O próprio Lorde Seto tem suas cinzas enterradas
dentro das catacumbas embaixo do templo, e um pequeno
santuário ao primeiro senhor do castelo está nos jardins do
templo. No marco de pedra pode-se encontrar seu haiku
final, escrito em seu leito de morte na velhice:
“Onde flores murcham
Folhas caídas alimentam mudas
Abaixo do vale”
Geografia
Adiante, estão descritos os locais mais notáveis
tanto dentro quanto fora do Kyuden Kurogane-Hana,
fornecendo uma variedade de ambientes nos quais os
Jogadores podem interagir com os habitantes da corte e do
templo. Evitamos apresentar um mapa do castelo e dos
arredores, uma vez que Kyuden Kurogane-Hana foi
concebido como um castelo genérico que pode aparecer
em qualquer parte do Império que o Narrador quiser. Cada
Narrador tem a liberdade para colocar seus conceitos sobre
onde e como ele deve ser.
Kagami no Tengoku Mura
Embora o foco principal de todo castelo seja seu
interior, há um número de pontos interessantes fora das
paredes de Kyuden Kurogane-Hana. É notável que não haja
uma grande cidade fora do castelo, em contraste com a
maioria dos Kyuden do Império. Em vez disso, há apenas
uma vila modesta, Kagami no Tengoku Mura, em
homenagem ao famoso lago que fica no vale abaixo do
castelo. É uma comunidade humilde de cultivo de arroz, que
ganha um pouco mais de prosperidade devido à sua
proximidade com o castelo, mas na qual há muito pouco de
interesse para samurais. Além dos arrozais e campos de
chá, possui apenas uma cervejaria e uma pequena casa de
chá. Os habitantes camponeses são bastante agradáveis,
mas se concentram em seus próprios negócios e evitam o
castelo com seus habitantes samurais.
O lago próximo é uma bacia de água doce
alimentada por córregos das montanhas, juntamente com
várias nascentes. É relativamente vazio de peixes, mas de
outra forma repleto de vida, com anfíbios e insetos, e é um
ponto de parada para aves migratórias, incluindo garças.
Não se sabe como este lago veio a ganhar o seu nome de
Kagami no Tengoku (“Lago Espelho do Céu”), mas alguns
postulam que é um tributo à serenidade das águas nas
noites de verão. A lenda diz que um dos arquitetos do
castelo se inspirou nele para converter o fosso incompleto
em uma piscina refletora.
Seto no Mori
O bosque cercando o castelo é denso e
exuberante. Um bosque misto temperado dominado por
bordos, ciprestes e pinheiros, que se estende várias
centenas de metros em todas as direções, e acaba por se
fundir com a floresta de idade antiga, que antecede a
existência do castelo.
Na verdade, este bosque é artificial, plantado sob o
comando do primeiro senhor do castelo, Lorde Seto.
Enquanto o castelo ainda estava em sua concepção, os
engenheiros de Seto inicialmente colocaram o castelo bem
longe da floresta dominante do vale, que poderia ocultar
uma força inimiga que se aproximava. No entanto, uma vez
que se tornou necessário converter a fortaleza em um
palácio, a ausência de sombra nas proximidades tornou-se
mais uma falha na estrutura. A solução de Lorde Seto foi
simplesmente estender a floresta para encontrar o castelo.
Grandes esforços foram feitos para plantar uma nova
floresta ao redor do castelo, usando uma combinação de
transplante em massa e semeadura.
Centenas de anos depois, o bosque chamado Seto
no Mori agora é o lar de inúmeros animais e o cenário de
muitos agradáveis passeios pela floresta. É uma fonte de
madeira de alta qualidade, e às vezes de frutas e nozes. O
bosque acaba quando é substituído pela floresta muito mais
antiga, mas isso só é evidente àqueles que observam como
as árvores se tornam mais altas e mais velhas e os caminhos
52
menos percorridos.
Perto do próprio castelo, alguns dos ciprestes mais
antigos e raros são destacados dos outros por pedaços de
cordas e cercas de madeira. Estas são árvores sagradas que
precedem o plantio do bosque Seto, marcando os locais
onde se acredita que os espíritos da floresta habitem. Muito
azar é creditado àquele que perturbar ou prejudicar estas
árvores. Os monges do templo as visitam periodicamente
para reparar as cordas sagradas e se certificarem de que
seus espíritos sejam devidamente reverenciados.
Hora no Kaze (“A Caverna do Vento”)
Não muito longe do Lago Espelho do Céu está uma
caverna pequena profunda na encosta. Em contraste com
muitos dos outros lugares nos arredores, a caverna é seca e
mantém uma temperatura moderada durante todo o ano.
Isto faz com que seja um lugar ideal para armazenar bichos-
da-seda, e os moradores locais frequentemente a usam
para esta finalidade. O nome da caverna é derivado de um
som de eco estranho que pode ser ouvido em toda a
caverna durante todo o ano, assemelhando-se a um vento
constante, apesar da completa ausência de mesmo a menor
brisa dentro. A fonte do som é desconhecida, embora
alguns samurais que tenham investigado acreditem que
pode haver uma fonte subterrânea que flui sob o chão da
caverna produzindo o som de corrente. De qualquer
maneira, há grande número de superstições sobre esse
som, e os heimin locais visitam regularmente o templo para
pedir bênçãos e proteções dos monges contra o possível
mal que esse som pode significar.
A Piscina Refletora
Logo do lado de fora das paredes do castelo pode

Opções ao Narrador: Próximo à Civilização

A representação padrão de Kyuden Kurogane-Hana o coloca a uma distância considerável de outros
assentamentos ou cidades importantes. Isso é projetado para facilitar seu posicionamento em um Cenário normal de
Rokugan sem interromper os assentamentos e as fortalezas de Rokugan. Entretanto, não há nenhuma razão pela qual
um Narrador não possa realocar o castelo em uma região muito mais central ou povoada do Império, talvez mesmo
substituindo um dos castelos principais existentes do império. Neste caso, é provável que o castelo seja adjacente a uma
vila muito maior ou possivelmente até mesmo uma pequena cidade ao invés da humilde aldeia de Kagami no Tengoku
Mura. Essa comunidade permitirá que o Narrador adicione muitos outros tipos de ambientes e distrações para os
cortesãos que visitam o castelo, incluindo pousadas, casas de gueixas e casas de apostas. Também fará com que as
cortes do castelo sejam mais proeminentes e com hóspedes mais notórios, o que faz com que o Narrador ajuste os NPCs
em pelo menos um Rank, e adicionar NPCs de Rank superior e mais eventos politicamente significativos na corte.
ser encontrada uma grande e bela piscina refletora.
Originalmente, ela pretendia servir como o fosso do castelo,
selando-o contra o ataque externo. Entretanto, a mudança
a um palácio conduziu a seu redesenho nesta agradável
alternativa. Diz-se que a piscina era a característica externa
favorita do Imperador quando visitou o castelo (algo que os
lordes de Kurogane-Hana se certificam de mencionar
frequentemente), e muito esforço é feito para assegurar
que continue proeminente e em bom estado.
A piscina é rasa (os arquitetos preencheram o fun-
do do fosso pretendido) e sua água clara brilhante é habita-
da por koi, anfíbios, libélulas e outros animais lacustres. A
superfície possui diversos lírios e flores de lótus, presentes
de um cortesão há séculos. A piscina é alimentada pelo
mesmo córrego que atravessa o templo em si, e suas bordas
são preenchidas por benjoeiros, amavelmente
transplantados da floresta das proximidades. Os benjoeiros
são resistentes a pragas e doenças, e graças ao trabalho e
estudo dos zeladores, eles permanecem belos durante todo
o ano. Na primavera, as árvores mostram folhas de cor
verde clara, mas sua verdadeira beleza é no verão, quando
grandes aglomerados de lindas flores enchem a brisa
quente do vale. Estas flores são de cor de pérola branca
intocada – a cor da morte e da impermanência, bastante
realçada no meio do verde vibrante que simboliza a vida e a
restauração. A justaposição de cores é muitas vezes
interpretada como uma declaração da vida florescendo em
meio à morte, e o reflexo das árvores na piscina serena é
também geralmente é citado como a representação da
percepção humana. Às vezes, os visitantes notavos são
perguntados sobre qual cor primeiro atraiu sua atenção,
com a resposta oferecendo uma visão sobre sua
personalidade e sua filosofia: eles se concentram no verde
da vida, no branco da morte ou na serenidade da piscina?
O caminho para o castelo atravessa esta piscina a-
través de uma grande ponte plana de madeira, ampla o sufi-
ciente para três homens caminharem lado a lado. Ela está
apenas alguns centímetros acima da superfície da água, e
não há parapeito. Isso permite que a ponte ofereça aos visi-
tantes uma visão de seus próprios reflexos nas águas, em-
bora tenha havido alguns casos de convidados que caíram
nas águas (o que normalmente invoca a ira dos zeladores).
No meio da piscina refletora há uma pequena ilha
com um gazebo, e uma passarela de madeira sai de uma
das laterais da ponte para se conectar a esta ilha. Grande o
suficiente para acomodar uma pequena reunião para uma
cerimônia de chá ou um grupo de poesia, o gazebo também
é um destino popular para aqueles que procuram
meditação, e há uma bacia de incenso disponível no centro.
À noite, é também um local de encontro popular para os
amantes secretos, apesar das tentativas dos zeladores
desencorajar a prática.
Zeladores da Piscina Refletora: Aqueles que
cuidam da famosa piscina refletora do castelo são uma
família de servos heimin juramenta diretamente ao senhor
do castelo. Eles têm cumprido seu dever de cuidar da
piscina há muitas gerações, e são considerados seus
honrados retentores. Eles tomam suas tarefas muito a sério,
e, enquanto não são samurais, suas posições como servos
diretos do lorde do castelo lhes permite desfrutar de status
muito mais elevado do que o heimin típico e até mesmo um
pouco de autoridade genuína dentro dos limites da piscina.
A família desenvolveu inúmeras técnicas para manter as
águas limpas e intocadas, os peixes koi saudável, e a área ao
redor atraente em todas as quatro estações do ano.
O membro mais velho da família é um homem
grosseiro com paciência apenas pelo seu trabalho. Ele não
se importa muito com os visitantes. Sujar a piscina, fazer
ruído desnecessário, tocar as flores, alimentar o peixe, no
geral, romper a serenidade da piscina evoca sua ira, o que é
irônico, pois, sem visitantes para apreciarem a piscina, o
trabalho de sua família e seus deveres seriam sem
propósito. Claro, como um heimin, ele não pode realmente
criticar samurais ou os impedir de visitar a piscina, mas ele
deixa clara sua opinião expressando seu descontentamento
com suspiros desapontados e outros sinais sutis. Ele 53
também faz questão de impedir que qualquer plebeu de
fora de sua família visite a piscina.
Pode-se notar que não há nenhuma lei que
impessa um samurai de punir ou matar os zeladores em
retaliação por seus gestos de descontentamento. No
entanto, essa ação certamente atrairá a ira dos lordes do
castelo por danar os fidedignos e valiosos retentores.
Os Três Andares
O terreno do castelo se localiza em cima de uma
base de pedra alta chamada Musha-Gaeshi, e se espalha
por aproximadamente dez hectares no total. A base de
pedra originalmente serviu para elevar o castelo e, assim,
torná-lo mais difícil de assaltar, embora também o torne
mais impressionante de olhar. Todo o complexo é
construído em três andares, com o palácio no topo superior
e a entrada na porção inferior.
O andar inferior é o maior, conhecido como
Sannomaru, e foi construído diretamente sobre a Musha-
Gaeshi. A fronteira de todo este primeiro andar (exceto pela
entrada) é protegida por muros de pedra. O segundo andar,
conhecido como o Ninomaru, é construído acima do
primeiro e é cercado por um fosso interno. Finalmente, o
terceiro andar, Honmaru, é elevado acima do segundo e
adjacente às paredes principais; é separado das outras
camadas por outro portão e uma muralha interna. Cada
trajeto sinuoso de um andar para o seguinte é uma subida
ascendente constante, com rampas abruptas sobre os
pequenos fossos que conduzem aos portões que concedem
o acesso ao andar seguinte. Este projeto é tradicional para
grandes fortes militares em Rokugan, e é conhecido como o
layout Taikaku. É considerado ideal para a defesa contra
ataques externos.
Não é ideal, no entanto, para um palácio cujo
objetivo é entreter convidados e acolher cortes. Os andares
já estavam lá quando os planos mudaram, de modo que os
arquitetos acrescentaram uma única grande rampa,
chamada Rampa Esplêndida, que começa no portão da
frente, contorna inteiramente os primeiro e segundo
andares e termina na porta da frente do terceiro andar.
No papel político moderno do castelo, esses três
andares servem funções sociais ao invés de funções
militares. Quando os convidados permanecem dentro do
castelo, os samurais mais elevados em status e seus
empregados imediatos permanecem dentro do íntimo
andar Honmaru. O Ninomaru é o lar dos samurais e vassalos
mais próximos, enquanto os visitantes de baixa estirpe
ficam no andar inferior e mais próximos à entrada. Somente
heimin que sejam servos diretos dos visitantes ou dos
lordes são autorizados a viverem dentro das muralhas do
castelo, e mesmo assim, somente nos Alojamentos Servis
especificamente projetados a eles. De outra forma, heimin
não são permitidos dentro das paredes do castelo.
Este arranjo também tem um sistema disciplinar
incorporado, conforme os vassalos que desagradam seus
senhores podem ser punidos sendo movidos para o
segundo andar. Muitos consideram isso um implícito aviso
de redução de status e, portanto, são gratos por não terem
sido mudados para o andar mais baixo, no qual teriam que
degladiar espaço com convidados muito mais mundanos
que eles. No entanto, em alguns sentidos, ser movido para
o Ninomaru é uma punição mais severa, uma vez que os
primeiro e terceiro andares têm acesso fácil à Rampa
Esplêndida, enquanto que aqueles que ficam em Ninomaru
devem fazer seu caminho através da rede labiríntica de
caminhos do castelo para chegar a uma sala de reunião ou a
uma corte. Esse deslocamento àqueles do segundo andar
pode deixar de ser uma mera caminhada de cinco minutos a
uma excursão de meia hora, exigindo mais preparação e
esforço para manter uma agenda apertada. É um castigo
adequado aos cortesãos que ofenderam, especialmente se
eles tendem a dormir muito tarde.
A Rampa Esplêndida
Originalmente construída de carvalho robusto e
montada em menos de um mês, a rampa esplêndida foi
posteriormente atualizado para uma estrutura permanente
de pedra e madeira que exigiu dez anos para ser concluída.
É bastante larga para que doze homens caminhem lado a
lado enquanto sobrem ao portão do Honmaru. As bordas
são protegidas com muretas de pedra que atingem a
cintura, com corrimãos contínuos de madeira construídos
sobre elas. Os corrimãos existem em número de nove em
cada lado, com finais tampados com ferro fundido esculpido
em formato de giboshi (bulbos ornamentais) com faces de
criaturas fantásticas, vistas como guardiãs do castelo. Entre
os giboshi, estão postes que exibem lanternas de papel
correspondentes às estações. Durante os festivais, é comum
ver a Rampa Esplêndida extensivamente decorada com lan-
ternas e flâmulas, e os dragões dançarinos do anual Festival
de Bon sempre começam sua marcha na base da rampa.
A Rampa Esplêndida ganhou seu nome devido à
esperteza da esposa de Seto. No momento em que a rampa
foi concluída ainda parecia ser uma subida assustadora para
o andar mais alto, e, portanto, inadequada a convidados da
corte. A esposa de Lorde Seto sugeriu que ele a chamasse
de Rampa Esplêndida para torná-la atraente àqueles que
teriam que a escalar. Lorde Seto começou a tornar a rampa
tão esplêndida quanto possível, pintando-a de cores
brilhantes e adicionando as lanternas e as flâmulas que são
agora uma parte tradicional de sua decoração. Na época da
chegada do Imperador, a rampa era uma ponte brilhante e
colorida para o palácio, uma passarela mágica com vista
para todo o complexo. O Imperador ficou encantado com
esta entrada não ortodoxa e a Rampa Esplêndida tornou-se
uma das características mais populares do castelo.
As Estradas Kuruwa
“Kuruwa” é o termo para as paredes menores do
castelo, as inúmeras barreiras que dividem os terrenos do
castelo em diferentes seções menores. Originalmente como
parte da disposição defensiva do castelo, os dois primeiros
andares foram projetados com muitas seções desordena-
das, trajetos de pedra em labirinto e paredes interiores obs-
trutivas. Este complexo sistema de paredes, pátios, passare-
las e portões de estrangulamento permitiria que os defen-
sores antecipassem o caminho dos invasores (ou mesmo os
dirigissem) e infligissem pesadas perdas à medida que
seguiam ao andar superior. Claro, isso se tornou um
obstáculo quando o propósito do castelo mudou, mas
derrubar todos os kuruwa era simplesmente impraticável
no tempo disponível, então a Rampa Esplêndida serviu 54
como a solução para o problema. Depois da visita bem-
sucedida do Imperador, Lorde Seto decidiu respeitar o
gênio dos Engenheiros Kaiu que projetaram a disposição
original dos andares deixando os kuruwa em seus lugares.
Os caminhos sinuosos formados pelos kuruwa ago-
ra servem como lugares para cortesãos pensativos passea-
rem e vagarem conformes seus caprichos os levam, queira
para matar o tempo entre compromissos ou simplesmente
para buscar inspiração solitária para uma obra de arte. Os
hóspedes aventureiros e curiosos podem passar horas ex-
plorando os labirintos dos dois andares inferiores. Ao longo
do caminho, eles podem se deparar com muitas das várias
atrações menores do castelo, como os Cinco Jardins situa-
dos nos andares inferiores, o próprio Templo de Emma-O
em um canto defensivo do Ninomaru ou um dos túneis ilu-
minados por lanternas que passa sob a Rampa Esplêndida.
Artistas colocam suas obras nas paredes dos
caminhos, esperando que um desses cortesãos transeuntes
tome conhecimento de seu trabalho. Tornou-se uma prática
comum para os visitantes com habilidades artísticas
contribuírem desta forma, e algumas peças permanecem
em exposição durante meses, ou mesmo anos se alguém na
família dominante do castelo achá-las chiques.
Durante os festivais, lanternas vermelhas são
amarrados das paredes no segundo andar, criando um
labirinto de luzes para emocionar e animar os convidados.
Os Portões do Castelo
Os portões de Kyuden Kurogane-Hana formam
pontos de estrangulamento que limitam o acesso a
diferentes partes do complexo. Esta é uma característica
comum mesmo em palácios da corte, por isso sua presença
é aceita. Segurança, afinal, ainda é uma preocupação,
mesmo em castelos construídos para a corte e o lazer.
Kyuden Kurogane-Hana possui cinco portões
principais. O primeiro é a entrada, o portão principal do
castelo, uma estrutura maciça que perfura as paredes
externas e leva diretamente à base da rampa esplêndida.
Com seu telhado de duas camadas de estilo pagode e
grandes portas de madeira, ele é um local imponente aos
novos visitantes. Ao lado do portão principal estão duas
imensas estátuas de pedra de leões, os animais guardiões
tradicionais colocados nas entradas de palácios e templos.
O portão principal também tem dois postos de guarda em
suas paredes, e segue a prática padrão de todo o castelo
para garantir a segurança de todos os hóspedes.
 O segundo portão separa o segundo andar do
primeiro, e é conhecido como o Portão Ninomaru. Embora
seja idêntico em aparência ao primeiro portão, é mais alto e
mais estreito, e suas estátuas guardiãs são os espíritos ki-
rin. Enquanto o primeiro portão é um vão ajustado
diretamente na muralha externa, este portão é posicionado
em uma kuruwa. Isso o torna fácil esquecer, e alguns têm o
confundido com um beco sem saída.
O terceiro portão também é colocado em uma das
kurawa, mas fica no topo da Rampa Esplêndida. Este é o
Portão Honmaru, que restringe o acesso ao terceiro e mais
alto andar. É o mais esplêndido dos portões, pintado em
cores vibrantes e possuindo um telhado de pagode de três
camadas. Estátuas banhadas em ouro de dragões celestais
espiralados guardam este portão, e seu olhar enigmático
avalia a pureza de cada visitante.
O quarto portão é o portão do templo Shinden
Emma-O. É fixado nas paredes resistentes mais baixas que
cercam o templo. As portas são feitas a partir de vigas de
carvalho maciço, fortemente lacado e com talhas elabora-
das e requintados. Em uma porta, uma representação do
pacífico monge Yama sorri aos visitantes, enquanto na
outro, uma armadura samurai vazia possui olhos que fitam
ameaçadoramente e mãos que brandem uma naginata. O
portão é fechado do crepúsculo à alvorada. Durante a noite,
os monges não permitem nenhum visitante.
A existência do quinto portão não é conhecida por
qualquer visitante, nem pela maioria daqueles que vivem
no Kyuden. É uma passagem subterrânea que bloqueia o
caminho aos túneis escondidos nas catacumbas do castelo.
No improvável caso de que alguém vir a descobrir a
passagem de fuga e procurar usá-la como uma entrada, o
portão permanece como o principal obstáculo. É feito de
ferro fundido e exibe uma máscara de carranca que
representa a face perdida de Emma-O. Em centenas de
anos, ele nunca foi aberto.
O Observatório das Estrelas
Originalmente, os planos dos Engenheiros Kaiu
pediam seis torres para servir como torres de vigia e postos
para arqueiros (seis sendo um número especialmente
afortunado). Dois seriam colocadas lado a lado, de frente
para a fronteira com as terras do Lorde Ieyasu, enquanto as
outras seriam colocadas em cada um dos quatro cantos do
palácio. No entanto, apenas duas dessas torres foram
erguidas. Quando os planos do castelo mudaram, os novos
arquitetos procuraram um uso mais adequado às duas
torres de arqueiros que já haviam sido construídas. A torre
mais ao sul agora serve como um observatório. Uma
escotilha foi construída no teto da sala superior de modo
que o céu pode ser exposto aos ocupantes. Além disso, as
paredes leste e oeste foram deixadas em grande parte
como espaços abertos para que o ar da noite flua
livremente através da sala. A câmara está equipada com
grandes almofadas e um poço de carvão para aquecer
pessoas, lanches e chá.
A Torre da Sala de Chá
A segunda das torres concluídas, que ficava para o
leste, foi convertida em um salão de chá. Os hóspedes
entram através de uma pequena escotilha no chão,
chegando a um aposento com uma única grande janela
voltada para o oeste, o que mantém a câmara fresca e em
penumbra até pouco antes do crepúsculo. A janela é um
círculo perfeito, oferecendo vista ao resto do castelo. Os
hóspedes gostam de se encontrar aqui para realizar
negociações privadas ou concursos de poesia, e os amantes
também consideram a Torre da Sala de Chá um lugar
especialmente favorável para se encontrar tarde da noite.
O Teatro e a Galeria
O teatro e galeria de arte de Kyuden Kurogane-
Hana estão localizados no segundo andar, à direita da
camada superior e facilmente visíveis da Rampa Esplêndida.
É um edifício bastante grande, construído a partir de
carvalho no estilo de um dojô antigo. No interior, o teatro 55
pode acomodar muitos convidados, tanto em uma grande
área de convivência aberta anterior ao palco quanto nas
duas varandas de comprimento que se estendem por toda a
estrutura. Seu design é mais adequado ao teatro kabuki,
embora peças noh também sejam realizadas. O teatro tem
todas as comodidades que se espera: uma passarela
hanamichi divide a seção de público e fornece um lugar
para os atores se deslocarem longe do palco enquanto vigas
sólidas permitem que a técnica chunori de levantar atores
no ar com cordas e polias. Uma pequena curiosidade é a
ausência de um assento Imperial, reservado
especificamente aos hóspedes Imperiais. Isto é porque o
primeiro Imperador a visitar o castelo preferia se sentar na
fileira dianteira durante peças; e devido a seu status, sua
excentricidade não foi desencorajada. Mesmo assim,
durante as visitas de hóspedes poderosos ou de alto escalão
com preferências tradicionais ou exclusivistas, uma secção
da varanda é normalmente adaptada para este fim.
Quando não há apresentações, o teatro é aberto
ao público e funciona como uma galeria de arte. Considera-
se apropriado colocar esculturas no palco, sem bloquear a
passarela hanamichi, e colocar pinturas, poesia e outros
trabalhos planos nas paredes das varandas. O acesso é
irrestrito, e qualquer artista aspirante é bem vindo a
pendurar suas obras.
Os Cinco Jardins
Dispersos ao longo das três camadas do terreno do
castelo estão cinco jardins. Dois são encontrados no
primeiro andar, dois no segundo, e o mais grandioso no
andar superior.
Os jardins do primeiro andar incluem um jardim de
rochas próximo à base da Rampa Esplêndida, que apresenta
pequenos caminhos gramados ao redor de corpos oblongos
de areia raspada e pedras empilhadas. Visitantes
observadores conseguirão reparar nas semelhanças entre a
paisagem exterior e a colocação de objetos dentro do
jardim. Isso é intencional, pois o jardim é realmente
representativo da paisagem circundante. Este jardim foi um
presente de um lorde que veio a uma corte de inverno no
passado e cuja delegação concebeu e construiu o jardim.
O segundo jardim do primeiro andar é o maior do
terreno do castelo e o que recebe mais visitantes. Possui
um tema outonal, com as plantas escolhidas
especificamente para representar essa estação o ano
inteiro. É um jardim de passeio e incorpora o fosso interior,
com um caminho que serpenteia e atravessa o fosso várias
vezes em pequenas pontes arqueadas. O caminho leva
eventualmente a um pequeno pavilhão onde a vista de todo
o jardim pode ser apreciada.
No segundo andar está outro jardim de rochas,
dentro das paredes do Templo a Emma-O. Maior do que o
jardim de pedras do primeiro andar, ele é cuidado pelos
monges e exige atenção considerável deles. Ele é descrito
adiante, na descrição de Shinden Emma-O.
Também no segundo andar, ao lado da Torre da
Sala de Chá, está um jardim menor destinado a realizar
cerimônias de chá ao ar livre. No seu centro, encontra-se
uma pequena pagoda. O jardim possui diversos bonsai,
colinas verdes em miniatura, e pequenas lagoas, e sua
disposição é construída para ser melhor apreciada a partir
da pagoda central, que inclui o assento para o convidado
mais honrado de qualquer reunião. É o jardim mais popular
para contar histórias e fazer festas de poesia.
O último e mais belo jardim está adjacente ao
palácio no terceiro andar. É um jardim de passeio projetado
para atender os gostos da família Imperial. Na primavera e
no verão, ele é um jardim vibrante e verde, projetado como
uma representação em miniatura das terras que cercam a
cidade Imperial de Otosan Uchi. No entanto, a natureza da
vida vegetal utilizada neste jardim é tal que, no inverno, é
completamente estéril, com árvores vazias de folhas na
forma de troncos e lagoas congeladas.
Os três jardins que contêm plantas têm árvores
frutíferas e vegetação comestível crescendo em algum lugar
dentro de suas terras. Originalmente, eram destinadas a
fornecer comida em caso de cerco. Agora, entretanto,
fornecem uma fonte agradável de deleites para os
cozinheiros do castelo, que são conhecidos por sua culinária
trabalhando com frutos e bagas.
As famílias de jardineiros de diferentes jardins são
conhecidas por serem rivais umas das outras. Cada uma
procura superar as outras tornando seu próprio jardim o
mais belo dentro das muralhas do castelo. Esta rivalidade é
encorajada pelo lorde do castelo, que acredita se beneficiar
da constante concorrência. Ao contrário dos zeladores da
piscina refletora, os jardineiros dão boas-vindas aos visitan-
tes de seus jardins respectivos, visto que seus esforços não
podem ser apreciados a menos que haja visitantes.
O Dojô
O castelo mantém apenas um dojô bushi simples
em seu primeiro andar, próximo ao quartel. Ele é mantido
por um sensei honrado da família dominante, e serve
principalmente como um lugar de treinamento para o
modesto montante de guardas do castelo. Durante o dia,
qualquer visitante pode usar o terreno do dojô para treinar
por conta própria. Algumas aulas são abertas aos hóspedes,
de modo que podem observá-las, mas não participar delas.
O território do dojô fica fechado à noite, durante a qual é
vigiado por seus alunos em turnos.
Os Quarteis
Há três quartéis diferentes dentro dos terrenos do
castelo, um em cada andar, oferecendo alojamento à
guarnição do castelo. Os quartéis são muito menores do
que originalmente pretendidos pelos projetistas Kaiu, uma
vez que a conversão a um palácio significou que muito do
espaço desses quartéis foi convertido a hospedagem de
convidados. Cada quartel também tem um pequeno
estábulo anexo, e estes podem ser usados para abrigar os
cavalos dos hóspedes, bem como o número limitado de
montarias usadas pelos soldados do castelo.
Embora os quartéis sirvam principalmente para a-
brigar os protetores do castelo, podem servir a outras finali-
dades quando necessário. Os hóspedes de menor importân-
cia são às vezes alojados em um quartel quando não há es-
paço em outro lugar, e os quartos também podem ser usa-
dos para prender prisioneiros quando houver necessidade.
As Casas de Banho
Há três casas de banho dentro dos terrenos do 56
castelo, uma em cada andar. A primeira fica perto do dojô
no primeiro andar, a segunda requer uma longa caminhada
a partir do templo no segundo andar, e a terceira é
construída em uma passagem coberta conectada ao palácio
no terceiro andar.
As Três Waraku-an (Casas de Hóspedes)
Casas de hóspedes estão localizadas no primeiro e
segundo andares, com uma casa maior única no primeiro
andar e duas menores no segundo. São grandes estruturas,
quase palácios em miniatura, externamente com a estética
usada no palácio principal e nas torres, que agora são o
observatório e a sala de chá suspensa. Cada casa de
hóspedes é dividida em três seções: um vão de entrada
decorado com esculturas e pinturas; uma série de quartos
individuais de habitação privada aos convidados
(geralmente situada ao longo de vários corredores
internos); e pequena cozinha com empregados para
atender às necessidades dos hóspedes. A casa de hóspedes
do andar mais baixo também tem uma enorme sacada para
descansar, enquanto as duas casas de hóspedes do segundo
andar apresentam estábulos particulares e um vão de
entrada maior que funciona como uma área para recepção.
Armazéns
Os armazéns do castelo são numerosos e
espaçosos. Alimentos, outros suprimentos, e todo o tipo de
necessidades sazonais são mantidos conforme exigido.
Enquanto os outros edifícios menores do castelo têm
madeira ou grossas paredes de papel, os armazéns têm
paredes feitas de gesso grosso. Isto é para fornecer
resistência aos incêndios, sempre um perigo em castelos e
assentamentos rokugani.
As Terras das Tendas
No primeiro andar, está um vasto espaço aberto
destinado à colocação de tendas. Isto é uma característica
residual dos primeiros dias do castelo como receptor de
cortes. As tendas são ocasionalmente usadas por hóspedes
na primavera e no verão, que preferem desfrutar da brisa
ao ar livre. Mais frequentemente, no entanto, as tendas
servem como um espaço comunal aos habitantes do
castelo, e sempre é possível encontrar escultores
trabalhando em suas peças, artistas passando tinta sobre
papel, samurais praticando seus katas e grupos de
cortesãos envolvidos em jogos improvisados de kemari.

O Fosso Interior
Um pequeno fosso envolve a fronteira do segundo
andar, separando-o ainda mais do primeiro. Só é possível
atravessá-lo pelo Portão Ninomaru. As águas do fosso
alimentam as lagoas artificiais dos jardins, e koi e outros
animais podem ser encontrados nadando em suas águas
turvas.
A Fortaleza Principal, o Palácio Seto
O Palácio Seto se situa no andar mais alto, ao lado
das muralhas do castelo e, portanto, é a estrutura mais
distante da entrada principal. A sua localização é ideal para
a supervisão defensiva dos terrenos do castelo. Apesar da
simplicidade de seu projeto, é um palácio requintado que
contém um layout formidável de salões de audiências, de
câmaras confidenciais, de escritórios e de aposentos
residenciais, assim como um corredor grande no piso térreo
apropriado para recepcionar uma corte formal. O castelo
mede 115 metros de altura e parece ter oito andares
quando visto de fora, embora o interior tenha apenas sete.
O palácio foi originalmente destinado a ser um
reduto. Os arquitetos o planejaram para atuar não apenas
como a moradia do daimyo, mas também como uma torre
de vigia para ver tropas se aproximando. Assim, não foi
colocado no centro do castelo como a maioria dos projetos,
mas sim na parte de trás do terceiro piso, construído
diretamente na parede principal. Ele foi planejado para ser
uma torre de quatro lados coberta com vários telhados
triangulares no estilo de fortalezas, criando a ilusão de
“falsos andares” para confundir inimigos. Uma vez que se
tornou um palácio, muitas dessas características
sobreviveram de forma vestigial, incluindo uma abundância
de assoalhos concebidos para chiar quando se caminhar
sobre ele, um dispositivo de segurança destinado a
denunciar assassinos.
A fortaleza deveria ter duas asas que se
estenderiam às laterais, alojando quartéis para os guardas.
Somente uma asa foi terminada antes que o propósito do
castelo mudasse, e se transformou em quartos dos
empregados. O espaço onde a outra ala seria erguida é
agora o jardim do terceiro andar. Outro edifício, de só dois
pisos de altura, está ligado ao palácio através do ramo que
serve como residência dos empregados. Este edifício serve
como uma extensão do prédio central, e tem uma casa de
banhos própria e uma segunda residência ao daimyo.
A disposição do palácio é dessa forma:
Primeiro Piso: A Sala Cipreste: uma sala de entrada
pequena cujo nome deriva das quatro pinturas diferentes
de ciprestes, uma em cada parede.
A Sala Principal: Um amplo aposento com uma
paisagem panorâmica pintada na parede mais distante.
trono estreito se situa diante da parede pintada. Este
aposento serve para recepcionar convidados e receber
presentes em nome do lorde do castelo.
Os Aposentos do Arauto Imperial: na verdade, são
dois quartos separados por uma porta shoji. Uma metade
apresenta um pequeno estrado e é usada para receber
mensagens importantes do Arauto Imperial. A outra
metade é uma sala de estar para o uso do Arauto Imperial,
construída especificamente para a sua frequente
necessidade de sair a qualquer momento.
O Grande Salão: Um amplo salão composto por
cinco grandes câmaras interligadas por paredes de papel e
portas deslizantes shoji. A maior câmara é usada para sediar
a corte principal, com um estrado para o anfitrião e muito
espaço para mesas e outros móveis portáteis. Pequenas
câmaras são construídas nas paredes disfarçadas por shoji.
São para yojimbo esperarem até serem chamados, e estão
diretamente conectados a passagens de fuga que interligam
todas as câmaras.
Os Aposentos para Convidados de Honra: todas as
residências menores dentro do palácio são idênticas em seu
formato. Uma sala de chá central fica entre quatro a oito
suítes individuais que estão conectadas à sala central via 57
portas shoji. Cada residência de hóspedes possui uma
temática de obras de arte diferente, mas todas são
semelhantemente extravagantes e confortavelmente
mobiliadas. O primeiro piso apresenta quatro condomínios
de casas de hóspedes agrupadas, que às vezes serve como
embaixadas de Clãs durante as Cortes de Inverno.
Os Alojamentos dos Servos: A Corte Imperial requer
um grande número de criados, e uma ala inteira do castelo
foi dedicada a alojá-los. Até hoje, ela permanece com esse
propósito.
A Cozinha: Uma extensão dos aposentos dos
servos, é aqui que eles preparam a comida aos convidados
de honra do senhor.
Segundo Piso: Os Aposentos para Convidados de
Honra: idem àqueles no primeiro piso, mas sem
condomínios de casas de hóspedes.
A Sala Pinheiro: uma sala pequena cujo nome
deriva do tema predominante de pinheiros pintados nas
paredes. Possui acesso a uma grande varanda com vista
para os jardins. Um lugar popular para reuniões e festas de
chá.
A Câmara de Audiência Privada: Uma sala segura
para o propósito de hospedar audiências verdadeiramente
privadas. O acesso a esta sala é concedido através de um
dos dois conjuntos de portas shoji secretos do corredor. Ela
está localizada no centro do piso, sem fonte natural de luz,
e as paredes da sala são mais espessas do que o habitual
para ajudar a obscurecer qualquer palavra falada dentro
dela.
Terceiro Piso: Os Aposentos para Convidados de
Honra: idem àqueles no primeiro piso, mas sem
condomínios de casas de hóspedes.
O terceiro andar também contém uma série de
outros quartos simples, adequados a várias funções.
Quarto Piso: Os Aposentos para Convidados de
Honra: idem àqueles no primeiro piso, mas sem
condomínios de casas de hóspedes.
A Varanda Nortenha: Uma grande varanda pública
virada para o norte, com vista para o terreno do templo.
Este é outro local popular para festas de chá, jantares
privados e funções semelhantes.
Quinto Piso: Os Aposentos do Daimyo:
praticamente todo o quinto andar é dedicado às moradias
pessoais da família governante do castelo. A maior sala
neste andar é a suíte principal, que ocupa um terço do
espaço. Dentro desta suíte, há a Varanda Ocidental, com
vista para os jardins.
Os Aposentos da Guarda do Palácio: Um sexto do
espaço deste piso é dedicado à guarda pessoal do daimyo.
Atrás de suas paredes estão passagens secretas que
permitem acesso a cada um dos quartos deste andar.
Sexto Piso: Os Aposentos Imperiais: Os maiores dos
cômodos do palácio é encontrado no sexto andar, e são
dedicados a alojar qualquer visitante Imperial (exceto o
Arauto Imperial). Este é o lugar onde o Imperador uma vez
ficou, e, desde então, qualquer um que se hospede aqui
desfruta de grande honra. Desses aposentos, acessa-se à
Varanda Oriental, com vista para o sol nascente.
Sétimo Piso: O pequeno sétimo andar é usado
principalmente como depósito, mas também dá acesso aos
telhados do pagode do castelo através de uma escotilha
escondida no teto.
Shinden Emma-O
O objetivo original por trás da construção do
castelo é o Templo a Emma-O, situado no canto mais seguro
do terreno do castelo, seccionado do resto do castelo por
grandes muralhas. Os convidados que se aproximam dessas
paredes não podem ver o que está além, uma afirmação
sutil sobre a natureza da morte.
Shinden Emma-O foi o local do funeral de um
Imperador. Como tal, goza de muita fama e prestígio como
um lugar especializado em ritos funerários dos recém-
partidos. É considerado uma grande honra ser cremado aos
pés da estátua de Emma-O, e maior ser sepultado dentro de
suas catacumbas após a morte, pois quer dizer que suas
cinzas compartilham proximidade com as de um Filho do
Céu. Isto é reservado apenas aos mais merecedores.
As Paredes do Templo: As paredes do templo
delimitam um grande pátio onde os santuários, os jardins e
outros lugares sagrados ficam. As próprias paredes são de
pedra grossa, mas pintadas e lacadas de cor preta (já foram
brancas) para se assemelhar a ébano. O portão para o
templo é cercado por estátuas de dragões guardiões.
Normalmente, os projetos de templos rokugani
possuem duas entradas, uma para o norte e uma para o sul,
para permitir um fluxo de energia positiva. Para Shinden
Emma-O, a entrada pelo norte foi abandonada. Uma vez
que alguém passou pelas portas da morte, apenas o peso
do carma pode fornecer outro caminho de volta.
O Santuário a Emma-O: No centro do pátio do
templo está o Santuário a Emma-O. Passando sob os arcos
torii do santuário, pode-se chegar ao salgueiro sagrado
onde a lenda diz que o monge Yama se tornou a Fortuna da
Morte. Esculpida em torno do salgueiro, encontra-se uma
representação da entrada de Mei-do, com uma estátua de
Emma-O olhando impassivelmente aos adoradores. Aqui é
onde os visitantes podem fazer ofertas para o Juiz Final.
Logo do lado de fora do santuário estão poços de
purificação onde os visitantes podem enxaguar seus braços
e face antes de entrar. Santuários menores às Fortunas
existem frequentemente dentro do pátio também, embora
nenhuma receba a mesma veneração que Emma-O.
Os Jardins do Mei-do: O canto sudeste do
complexo contém um jardim da rocha, um mar de camas e
dunas de areia, rochas eretas, e caminhos desenhados por
seixos. Acredita-se que o jardim descreve a paisagem ao
Mei-do, e que se alguém que esteja perdido na vida após a
morte, lembrando deste jardim encontrará onde deveria
estar. Os monges do templo passam grande parte do seu
tempo cuidando do jardim, varrendo as areias de maneiras
sutis. Esse trabalho não é apenas uma tarefa em si, mas um
foco meditativo.
O Salão de Palestras: O maior edifício dentro do
pátio do Templo, o Salão de Palestras também contém salas
de estar para os monges. Aqui é onde os mais antigos
monges instruem os outros sobre as caminhos do Mei-do e
a natureza de sua misteriosa Fortuna patrona.
A Biblioteca: Adjacente ao Salão de Palestras, a
Biblioteca é um vasto depósito de pergaminhos de
sabedoria. Contém registros da história do castelo, 58
genealogias familiares para a linha do daimyo e uma vasta
gama de textos teológicos e filosóficos. Os trabalhos sobre a
vida após a morte, Mei-do e a Fortuna da Morte são
especialmente numerosos. Desconhecido para muitos, os
níveis mais baixos da Biblioteca contém uma das três
entradas para as catacumbas abaixo do templo.
O So-Do: O So-Do é um salão dedicado à
meditação sentada, uma característica comum em templos
e mosteiros. É um longo vão aberto, um pouco parecido
com um dojô, onde os monges praticam a concentração ea
quietude interior na meditação. Os alunos aprendem as
técnicas adequadas de meditação de monges mais antigos,
e através de sua meditação eles aceitam a impermanência
de todas as coisas e confiam no julgamento final de sua
Fortuna patrona. O So-Do também tem uma entrada
secreta para as catacumbas.
As Catacumbas e a Secreta Câmara de Saída:
Desconhecido a todos, salvo alguns poucos honrados e
seletos, sob o castelo e o templo há uma rede subterrânea
de túneis e passagens. Dentro delas, há incontáveis túmulos
onde as urnas e as cinzas de muitos samurais honoráveis
tem seu descanso final.
A maior dessas tumbas é a do Imperador que teve
seu funeral neste castelo. Humilde em aparência, é, no
entanto, digna de um Imperador, com paredes cobertas por
murais que retratam seus muitos atos gloriosos em vida.
Nenhum visitante é autorizado a entrar no túmulo do
Imperador, e considerando que as portas de ferro são
seladas, entrar sem permissão seria realmente difícil.
Ao longo das catacumbas estão pequenos
santuários dedicados aos samurais enterrados lá. Os antigos
lordes do castelo também têm seus restos mortais nas
catacumbas, e os atuais governantes os visitam de vez em
quando para cumprimentá-los e orar por orientação. Os
artefatos sagrados que esses senhores carregaram em vida,
como daisho, armaduras ou outros objetos pessoais que os
simbolizaram, são mantidos em exibição reverente diante
de seus túmulos. A falta de umidade e de calor os mantém
bem preservados, e a natureza secreta das catacumbas
garante que estão a salvo de qualquer almas desonrosas
que possam perturbá-los.
As catacumbas são extensas, desdobram-se por to-
da a largura e por todo o comprimento do castelo. Explora-
dores que não conhecem o layout se perderão dentro delas.
Há apenas três entradas (uma a partir do castelo, e duas a
partir do templo) e uma saída externa trancada. Além de
sua função religiosa como um repositório de cinzas funerá-
rias, as catacumbas também servem como uma rota de
emergência para escapar do castelo. Isto é um resquício do
projeto militar original que Lorde Seto decidiu manter mes-
mo após a conversão de seu castelo a um palácio de corte.
A saída externa é um conjunto de portões de ferro
que requerem uma chave específica para desbloquear.
Deles, emerge-se para o exterior em Seto no Mori, em um
bosque oculto próximo ao Lago Espelho do Céu. Desse
ponto, qualquer um pode facilmente encontrar seu
caminho até a aldeia, refugiar-se dentro das florestas ou
fugir para uma província vizinha.
Personagens
Nenhum Cenário de Campanha, especialmente
uma corte, está completo sem uma série de NPCs
interessantes, desafiadores e divertidos para preenchê-lo.
Este Capítulo apresenta uma matriz de NPCs para o uso do
Narrador. Tentamos deliberadamente fazer a seleção tão
“genérica” quanto possível, a fim de facilitar Campanhas
definidos em uma variedade de eras. No entanto, alguns
NPCs só funcionam em certas porções da história de
Rokugan – Kitsuki Rinjin, por exemplo, não pode existir em
uma era anterior à fundação da família Kitsuki, e Chuda
Natsuko requer um Cenário em que o Clã Aranha exista ou
uma infiltração similar das Terras Sombrias esteja em curso.
Dito tudo isso, esses NPCs são essencialmente
ferramentas para o Narrador usar como bem entender, e
um Narrador criativo pode livremente misturar e combinar
Clãs, famílias e históricos para atender às necessidades de
sua Campanha.
Delegação do Caranguejo: Embora o contingente
Caranguejo em Kyuden Kurogane-Hana seja pequeno – co-
mo é típico na maioria das cortes – a liderança de Yasuki Jin
deu ao caranguejo mais peso e influência do que se poderia
esperar. O Caranguejo como um todo tem um interesse
pequeno neste lugar, embora os Kaiu gostariam de uma
oportunidade de examinar o castelo e seus arredores mais
de perto – talvez mais do que seus proprietários gostariam.
Espoente entre os convidados do Caranguejo está
o amigo e também guarda-costas de Jin, Hida Yohachi
(Bushi Hida 2). Yohachi é surpreendentemente elegante
para um bushi Caranguejo, embora ninguém jamais possa
confundi-lo com um cortesão. Ele passa a maior parte do
seu tempo no dojô mais próximo ou diante do tabuleiro de
go, e jogará com qualquer pessoa que esteja disposta a
59
jogar (na maioria das vezes, o próprio Jin). Os oponentes
descobrirão que é relativamente competente no jogo, mas
não hábil o suficiente para ser notável. Yohachi é um
defensor sólido de seu amigo, seja o ataque vindo de uma
lâmina ou de uma palavra, mas ele tende a dar espaço a Jin
quando o assunto é conversa, falando apenas quando
absolutamente necessário ou quando Jin não está
disponível para se defender.
Delegação do Dragão: Rinjin é o líder não oficial de
vários samurais do Dragão que não viajaram juntos para
Kyuden Kurogane-Hana, mas que construíram uma relação
de trabalho unificado entre si desde a sua chegada. Como o
Clã Dragão não tem nenhum interesse particular na área e
não está buscando nenhuma vantagem política particular
aqui, cada visitante do Dragão é relativamente livre para
fazer o que quiser. No entanto, eles estão felizes em dar
apoio uns aos outros, conforme necessário.
 Notável entre os Dragãos locais estão um bushi Mi-
rumoto e um shugenja Tamori. O bushi, Mirumoto Sei (Bu-
shi Mirumoto 3) está em peregrinação para visitar os locais
nde descanso sagrado de vários grandes espadachins para
prestar seu respeito. Tamori Kyono (Shugenja Tamori 1) en-
controu neste lugar uma excelente oportunidade para esta-
belecer contato com o Louva-a-Deus e o Escorpião para fins
de obter materiais raros para suas experiências alquímicas.
Delegação do Escorpião: Os objetivos do Escorpião
em Kyuden Kurogane-Hana são diretos: melhorar a
reputação e o status do Escorpião, encontrar informações
úteis para o Clã e manter os outros Clãs em seus dedos.
Shosuro Mieko é a líder oficial do Escorpião, e ela
geralmente é acompanhada por dois ou três jovens
cortesãos que protege. No entanto, o Clã também envia
frequentemente um ou dois diplomatas de maior
experiência a quem ela, na verdade, presta deferência. No
momento, ela tem apenas um protegido, Bayushi Kyogi. Os
visitantes atuais incluem Bayushi Nohime (Cortesã Bayushi
3) e Shosuro Ikagi (Cortesão Bayushi 2).
Mieko e seus convidados também têm guarda-
costas para cuidarem de sua proteção e defendê-los em
caso de duelos. O yojimbo de Mieko é um homem
silencioso, modesto e discreto chamado Bayushi Kagama
(Bushi Bayushi 2).
Delegação da Fênix: A Fênix mantém apenas uma
pequena presença em Kyuden Kurogane-Hana, mas isso é
principalmente devido ao fato de que Nishi e Akiko
trabalham tão eficientemente que há pouca necessidade de
outros. Há dois Cortesões Asako menores aqui, funcionando
essencialmente como estudantes e assistentes de Nishi,
assim como uma shugenja conselheira, Isawa Riako
(Shugenja Isawa 2). Riako e os Cortesões Asako auxiliares
têm pouca ambição ou finalidade próprias. Em vez disso,
dedicam-se completamente a se certificarem que a
campanha de Nishi pela paz encontre tão poucos obstáculos
quanto possível. Eles geralmente não são vistos na corte,
embora todos estejam cientes de que a Fênix detém uma
sacerdotisa do Vácuo à sua disposição, especialista em
magias de purificação e de adivinhação. Os pedidos de
auxílio da Isawa em certas questões têm sido caros, mais do
que uma pechincha para a delegação da Fênix.
Quando o conflito verbal se agrava nas cortes,
muitas vezes uma ou mais Fênix intervêm – convidadas ou
não – para abafar a raiva dos envolvidos. Esta atividade lhes
trás poucos amigos, e muitas vezes faz com que qualquer
diplomata intervenha para se tornar o novo alvo de
hostilidade. É claro que isso serve, em última instância, aos
objetivos de Nishi.
Delegação da Garça: A Garça tem um interesse
modesto em Kyuden Kurogane-Hana, mas uma corte cada
Clã Maior é representado em pelo menos a algum grau
(junto com até mesmo alguns Clãs Menores) não pode ser
ignorada de modo que o Escorpião ou outra facção
majoritariamente cortesã ganhe uma vantagem clara. Doji
Ronshouko é a líder oficial da delegação do Clã Garça aqui,
sempre acompanhada por seu guarda-costas Doji Koreda
(Bushi Kakita 2). Vários cortesãos menores são lotados aqui
como seus assessores e assistentes, e os jovens graduados
da Escola de Cortesões Doji são muitas vezes enviados aqui
como uma atribuição precoce para temperá-los para cortes
mais proeminentes.
Daidoji Ninku está permanentemente lotada em
Kyuden Kurogane-Hana como sua Magistrada Esmeralda
residente. Ela possui um jovem e charmoso yoriki chamado
Doji Ryuta (Cortesão Doji 1) e um guarda-costas ronin
chamado Kuro (de Rank 2 sem Técnicas) e pode chamar a
guarnição do castelo em necessidade.
Delegação do Leão: Devido à importância deste lu-
gar para o Leão e a presença da famosa Ikoma Kazue, há u-
ma comitiva excepcionalmente grande de Leões na corte de
Kyuden Kurogane-Hana. Vários alunos menores da Escola
de Omoidasu Ikoma vêm aprender com Kazue – algo que a
mulher Ikoma inicialmente recusou, embora tenha final-
mente aceitado ensinar três alunos de cada vez se a família 60
suprimisse o conhecimento público de seu paradeiro. Os
Akodo e os Kitsu também têm um grande interesse no local,
com Akodo Morito (Bushi Akodo 2) e seu amigo íntimo,
Kitsu Anoru (Shugenja Kitsu 2), sendo os membros seniores
de suas respectivas delegações familiares aqui.
O Leão mantém uma pequena força de bushi aqui
como um presente aos mestres deste lugar, atualmente
comandada por Matsu Hotaru (Bushi Matsu 3). Embora
Kyuden Kurogane-Hana não seja do Leão, o Clã de Akodo
acredita firmemente em honrar adequadamente os mortos,
e lugares como este devem ser protegidos,
independentemente da propriedade do Clã. Enquanto a
presença de soldados Leões armados às vezes causa tensão,
o Leão não está ansioso em iniciar um conflito nesta área se
puder ser evitado, e Hotaru submete-se às decisões do
lorde do castelo em todos os assuntos locais. Afinal, ela e
seus soldados estão aqui para manter a santidade de
Shinden Emma-O, não para perturbá-la.
Delegação do Louva-a-Deus: Antes que Gendou
chegasse a Kyuden Kurogane-Hana, a presença do Louva-a-
Deus era relativamente pequena, embora útil ao Clã.
Yoritomo Harui (Cortesã Yoritomo 1) tinha sido designada
para ajudar a estabelecer uma presença Louva-a-Deus no
eixo político da corte, além de prestar apoio aos
comerciantes Louva-a-Deus que visitam. Gendou procurou
não ficar no caminho direto de Harui, mas rapidamente
construiu sua própria base de poder e atraiu vários
samurais que trabalhavam anteriormente para Harui.
Embora não exista exatamente hostilidade entre as duas
delegações do Louva-a-Deus aqui, os dois grupos parecem
servir interesses distintos. Harui e seu assistente e guarda-
costas Yoritomo Zou (Bushi Yoritomo 2) tentam espalhar a
influência do Louva-a-Deus de uma forma um pouco
diplomática (e legal), enquanto Gendou simplesmente
busca poder e lucro da forma que puder. As duas
delegações têm origens em províncias diferentes do Louva-
a-Deus. Devido aos sucessos de Gendou aqui, vários
pequenos comerciantes e cortesãos do Clã viajaram para cá
para ver que glória e poder podem também ganhar, embora
nem todos se adaptem tão facilmente às práticas de
Gendou e, assim, prefiram trabalhar com Harui e Zou.
Os dois grupos têm o cuidado de não causar um ao
outro qualquer dificuldade direta. Mesmo o antiético
Gendou tem uma forte lealdade ao Clã. No entanto,
observadores externos rapidamente percebem que as duas
facções não estão trabalhando juntas.
 Delegação do Unicórnio: Bujun estabeleceu uma
presença Unicórnio focada e bem organizada em Kyuden
Kurogane-Hana, a fim de lidar com seus objetivos complica-
dos o mais eficientemente possível. Seu assistente principal
é um Ide calculista e frio chamado Hito (Emissário Ide 2),
um homem mais velho que é encarregado de coordenar os
horários e os esforços dos representantes do Unicórnio
aqui. Hito tem vários outros funcionários que, por sua vez, o
ajudam com seus deveres, então ele raramente interage
diretamente com aqueles que o Unicórnio têm interesse.
Uma vez que os Unicórnios são viajantes por
natureza, não é incomum que vários apareçam sem aviso
prévio e fiquem no castelo por um curto período; e sua
estadia normalmente é tratada por Bujun ou Hito. Ide Bujun
sempre deixa claro a esses visitantes (de uma forma firme,
mas amigável) que não necessariamente precisam ajudá-lo
em seus objetivos, mas não devem trazer dificuldades ou
vergonha a ele ou ao Clã durante sua permanência.
Atualmente, uma dupla de bushi Shinjo descansa aqui:
Kumari (Bushi Shinjo 1) e Shimoko (Bushi Shinjo 2). Além
das duas, há também um excêntrico Iuchi, Sen (Shugenja
Iuchi 2), que fala pouco.
Delegação do Macaco: A única presença real que o
Macaco tem em Kyuden Kurogane-Hana é Irui e seu
pequeno exército de criados. Assim sendo, muito pouco
progresso diplomático foi feito em nome do Clã Macaco.
Este não é um problema particular, entretanto, uma vez
que o único objetivo real do Clã Macaco é simplesmente ser
notado e lembrado pelos Clãs Maiores.
Delegação do Pardal: O Pardal não tem nenhuma
agenda política particular em Kyuden Kurogane-Hana fora
quaisquer oportunidades que Rin possa encontrar e julgue
valer a pena perseguir. Devido a isso, ela é muitas vezes a
única representante de seu Clã aqui. Ela pode, conforme
necessário, convidar seu Clã para ter um ou dois
funcionários enviados para ajudá-la.
Rin e qualquer um de seus possíveis assistentes se
concentrarão em abrir seu caminho para as boas graças dos
Clãs Maiores, estabelecendo relações amigáveis e
mutuamente benéficas. A principal barreira a esses
esforços, é claro, é a limitação dos recursos e do poder de
seu Clã. Até agora, sua tática mais eficaz é se abster de
apresentar o Pardal como aliado valioso. Em vez disso, ela
usa suas relações amistosas com toda a corte para agir
como mediadora, negociando parcerias e trocas entre
grupos que, de outra forma, nunca se comunicariam. Isso
lhe deu vários favores menores, que ela acredita ser um
bom começo para seus esforços diplomáticos.
Presença Ronin: Há um pequeno número de ronin
fixos em Kyuden Kurogane-Hana, mas é raro que tenham
alguma conexão particular um com outro. Seus objetivos
são tão variados quanto eles próprios podem ser.
Infiltração da Aranha/das Terras Sombrias:
Natsuko está visitando Kyuden Kurogane-Hana sob a
aparência de uma simples ronin erudita, então só tem um
assistente com ela. O jovem chamado Kori (Shugenja Chuda
2) é seu companheiro secretamente. Alegadamente, Kori é
um especialista em presságios e sinais... ou assim eles
permitem que todos acreditem. Ele afirma ver os padrões
dos céus e ouvir os sussurros dos antepassados, mas sua
função real é simplesmente ajudar a dar crédito e peso às
palavras de Natsuko alavancando-as. Ele é um maho-tsukai
competente e mais de uma vez concedeu silenciosamente a
um visitante uma maldição ou doença depois de “avisá-lo”
de seu terrível destino escrito nas estrelas. Isso deu
credibilidade às suas palavras, pelo menos aos olhos de
alguns. Os dois Chuda são cuidadosos para não abusar deste
truque para ninguém suspeitar, e fingirão não se conhecer.
Kori também está lá para ajudar Natsuko em seus
esforços secretos para interferir diretamente no manuseio
dos mortos. Através de subterfúgios e furtividade, os dois
conseguiram desviar uma dúzia de cadáveres para seus
mestres. Normalmente, isso envolve forjar registros e
substituir um cadáver com uma urna cheia de cinzas,
convencendo as pessoas certas de que a cremação foi
realizada corretamente. 61
Asako Nishi
Para uma Fênix, a morte não é um fim, mas sim-
plesmente mais um passo no grande ciclo da existência. Pa-
ra uma Fênix, o renascimento é um conceito de importância
vital, que interliga o fim e o início juntos. Para Asako Nishi,
essas são verdades que ele tenta desesperadamente
agarrar, embora a dor em sua alma torne difícil.
Nishi estava noivo de uma jovem maravilhosa,
Shiba Miroko. É incomum que um Asako seja casado com
um graduado da Escola de Bushi Shiba, e o arranjo era polí-
tico ao invés de pessoal. No entanto, Nishi e sua noiva se a-
paixonaram completamente um pelo outro em seu primeiro
encontro, anos após o noivado ser arranjado, e se alegra-
ram com seu iminente casamento. Para Nishi, era um sonho
que poucos samurais tiveram a sorte de ter – amor verda-
deiro em um casamento. Não demorou muito para que o
jovem Asako estivesse planejando os nomes de seus filhos e
sonhando como poderia estabelecer uma propriedade
modesta, mas confortável, para passar adiante através de
sua família. Uma casa pacífica e amorosa que deixaria um
pequeno canto do mundo mais brilhante para seus filhos.
Mas apenas alguns meses depois, a vida de Shiba
Miroko foi tirada pela guerra.
A morte de Miroko quebrou o mundo de Nishi, e e-
le tentou se confortar com a idéia de que ela renasceria. Ele
jurou que esperaria por Miroko, não importa quanto tempo
demorasse. Se sua alma renascesse, ele a encontraria de
alguma forma e se apaixonariam novamente. Infelizmente
para Nishi, após uma quantidade apropriada de tempo de
luto, ele foi prometido por seu lorde para se casar com
outra mulher – uma parente de Miroko. Tudo o que teria
sido seu compromisso anterior foi perdido. Sua nova noiva,
Yuri, é uma mulher estoica e fria que imediatamente viu seu
futuro marido como um fraco que permitiu que suas
emoções o superassem muito facilmente.
Nishi decidiu superar sua depressão, tentando se
dedicar ao ideal de paz. Quantos mais lares serão
destruídos ou jamais terão a oportunidade de se formarem
pela guerra? Com esta inspiração, o jovem Asako pediu uma
missão em Kyuden Kurogane-Hana – afinal, quem estaria
mais disposto a ouvir as palavras de paz do que aqueles que
visitam o Templo a Emma-O, aqueles que sofreram perdas
recentemente?
Nishi ainda não casou, mas está conformado com
sua futura esposa e sua futura mudança de nome. Ele, no
entanto, teve pouco sucesso em mudar as pessoas. Sua
determinação é para superar e não deixar que a amargura o
consuma. Ele encontrou muitas almas ansiosas por
vingança, morte e mais derramamento de sangue para
acumularem em cima das mortes que já as trouxeram para
este lugar.
Todas as manhãs, ele tenta o seu melhor para ver
nessas pessoas oportunidades para cumprir sua missão,
mas ele está lentamente começando a sentir que
simplesmente será esmagado pelo trágico ciclo de guerra,
em vez de superá-lo.
Escolas: Cortesão Asako 2
Honra: 3,8
Glória: 2,1
Status: 2,7
Perspicácia: 167
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 4, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 2 – Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3,
Vácuo 4
Vantagens: Dom Interior: Empatia, Sábio
Desvantagens: Amor Perdido, Casamento
Arriscado, Coração Mole
Perícias: Cerimônia do Chá 2, Conhecimento:
História Rokugani 4, Conhecimento: Lei Rokugani 2, Corte
Rokugani 9, Etiqueta 5, Heráldica Rokugani 1, Meditação 4,
Shintao 3, Sinceridade 5, Teologia Rokugani 3
Bayushi Kyogi
Bayushi Kyogi acredita ser um cavalheiro cortesão
suave e desonesto que pode influenciar até mesmo o
diplomata mais forte em qualquer tópico que possa surgir.
Ele se vê como um homem das damas – embora nunca de
forma grosseira ou desajeitada – e um mestre da persuasão.
Ele está certo de que sua nova designação para Kyuden
Kurogane-Hana é uma recompensa pelo trabalho bem feito
e uma oportunidade para um avanço ainda mais inevitável
através das fileiras do corpo diplomático Escorpião.
Infelizmente, esta visão existe apenas dentro da
mente de Kyogi. Na realidade, ele é um fanfarrão arrogante
e um mentiroso compulsivo, determinado a progredir no
mundo com suas palavras. Além disso, ele nem sequer é
muito bom em ser um cortesão. Poderia ter sido, se tivesse
escolhido perseguir seus talentos com determinação real,
mas gasta todo seu tempo inflando sua reputação e
esperando que o mundo reconheça seu brilho.
Kyogi é muitas vezes completamente alheio ao fato
de que suas mentiras nem sempre fazem sentido para os
outros. Ele parece pensar que todos devem e vão acreditar
em qualquer coisa que lhes diga, e parece honestamente
confundido quando as pessoas não respondem a ele como
espera. Se suas mentiras são referenciadas, ele nunca
admite a verdade, em vez de simplesmente vir com outra
mentira que convenientemente explique qualquer
problema criado por suas palavras anteriores.
Mais recentemente, o tempo de Kyogi em outra
corte foi interrompido quando ele foi incontestavelmente
comandado para viajar a Kyuden Kurogane-Hana. A ordem
não foi explicada a ele e não lhe foi dado tempo para saber
qual o motivo de ter sido emitida. Consequentemente, ele
se convenceu de que sua súbita reatribuição foi devido a
uma necessidade de seus talentos únicos em sua nova
localização. Na verdade, no entanto, sua demissão foi um
esforço conjunto do outro Escorpião em sua corte anterior
para se livrar dele, conforme suas mentiras estavam
ameaçando fazer o Clã em um estoque de riso e causando
danos reais aos seus objetivos. Eles respiraram um suspiro
de alívio quando ele saiu, e enviaram uma pequena carta de
condolência à delegação Escorpião da corte a qual foi
enviado.
Seus superiores, entretanto, decidiram que era
hora de Kyogi se tornar um trunfo para o Clã ou deixar de
incomodá-lo. Eles enviaram Bayushi Kyogi a Mieko para ser
usado como bode expiatório. Se Mieko determinar que não
está apto para o Caminho do Escorpião, o futuro de Kyogi
será, de fato, escuro.
Escolas: Cortesão Bayushi 1 62
Honra: 1,4
Glória: -2,0
Status: 1,0
Perspicácia: 110
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 2 – Carisma 3, Fogo 3
– Inteligência 4, Terra 2, Vácuo 2
Vantagens: Engenhoso
Desvantagens: Compulsão: Mentir, Superconfiante
Perícias: Atuação 1, Caligrafia: Rokugani 1, Conhe-
cimento: Lei Rokugani 1, Corte Rokugani 1, Etiqueta 1, Falsi-
ficação 1, Fofoca 1, Investigação 1, Sedução 1, Sinceridade 1
Chuda Natsuko
Chuda Natsuko considera-se intelectual. Tudo pode
ser racionalizado se realmente vale a pena, e o que não
oferece uma justificativa razoável é estupidez ou
possivelmente insanidade. A jovem infiltrada entende que
tem uma visão um pouco “preto no branco” a esse respeito,
mas acha que isso a tem servido surpreendentemente bem.
Parte dessa filosofia gira em torno da ideia de poder: quem
o tem e como ele pode ser tomado ou criado. Natsuko
passou grande parte de sua vida tomando decisões
baseadas em como elas poderiam aumentar seu poder,
usando sua mente afiada para descartar promessas vazias e
buscar oportunidades reais.
Natsuko não nasceu na família Chuda, mas talvez
estivesse destinada a se tornar um deles. Seus pais eram
shugenja ronin, mas a jovem não tinha talento para falar
com os espíritos. Não só ela parecia incapaz de ouvir ou se
comunicar com eles, mas muitas vezes sentia que os
espíritos elementais não gostavam dela. É claro que seus
pais achavam que isso era apenas a filha igualando o
silêncio dos kami com hostilidade e, embora lamentassem
que ela não tivesse herdado seus dons, eles não se
preocuparam com isso. A vida de um ronin era dura e
perdas eram esperadas.
No momento em que ela se tornou maior de idade
para começar qualquer treinamento real, no entanto, seus
pais tinham sido mortos em uma escaramuça com
bandidos. Ela foi levada pelos monges. O sentimento de
fracasso que ela carregava por não poder ser um shugenja
se multiplicara dez vezes depois de ver seus pais morrerem,
deixando-a chorar indevidamente sobre seus corpos. Ela era
tão inconsequente que os bandidos nem sequer a
consideraram uma ameaça.
 Os monges passaram muitos anos tentando
consolar a moça e redirecionar sua raiva e tristeza, mas sem
sucesso: ela educadamente escutava e deixava as palavras
passarem por sua mente sem verdadeira consideração.
Natsuko avaliava as filosofias de seus professores pouco
mais do que divertidos jogos mentais sem verdadeiro
propósito. À medida que ela crescia, ela começou a cogitar
fugir do mosteiro e procurar seu próprio caminho na vida.
No entanto, um dia, ela foi abordada por um novo
professor, cujos ideais lhe atrairiam com mais força: um
membro da secreta família Chuda.
No início, Natsuko não confiava no novo professor
cujos ideais estavam tão obviamente mais de acordo com
suas crenças pessoais. Ela estava preocupada que estivesse
sendo testada de alguma forma. De certa forma, ela estava
certa. Os Chuda estavam interessados nela, mas não sabiam
o quão profundamente suas convicções estavam
enraizadas. Quando finalmente decidiram que ela era digna,
Natsuko e seu sensei desapareceram uma noite para
continuar seu treinamento em um forte escondido da
família secreta.
Estranhamente, Natsuko não tinha nenhum
interesse real no poder de maho, embora os Chuda
estivessem dispostos prontamente para ensiná-la. Ela achou
a magia do sangue muito dispendiosa e compreendeu os
perigos ocultos muito mais rapidamente do que muitos
maho-tsukai, incluindo alguns de seus professores. Em vez
disso, ela foi atraída para aqueles Chuda que serviam como
infiltrados, como aquele que a encontrou. Agradou-lhe
muito pensar em recrutar outros à causa Chuda bem sob o
nariz da autoridade tradicional samurai. Esse era o
verdadeiro e duradouro poder: não persuadido ou
emprestado de espíritos negros, mas arrancado das mentes
e dos corações dos outros.
Atualmente, Natsuko está em Kyuden Kurogane-
Hana como parte de um plano que ela e seus mestres
inventaram há vários meses. Um dos limites mais irritantes
para o poder dos Chuda é uma frequente falta de cadáveres
para animar com os kansen. Se os Clãs Maiores pudessem
ser convencidos de que a cremação era uma prática anti-
quada, já não necessária, isso seria um caminho para
aumentar o poder potencial da família Chuda. Enquanto
Natsuko acredita que uma tradição tão profundamente
arraigada nunca terminará em sua própria vida, ela acha um
desafio interessante afastar este costume.
Escolas: Cortesã Daigotsu 3
Honra: 0,4
Perspicácia: 186
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3 – Carisma 4, Fogo 3
– Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 2
Vantagens: Meigo
Desvantagens: Destino Negro
Perícias: Atuação 4, Cerimônia do Chá 1,
Composição 3, Corte Rokugani 5, Defesa 3, Etiqueta 5,
Furtividade 4, Intimidação 3, Jogos 2, Manipulação 5,
Meditação 2, Sedução 2, Sinceridade 5, Tantojutsu 3
Daidoji Ninku
Daidoji Ninku não é uma mulher particularmente
atraente, especialmente para uma Garça, mas isso
raramente a incomoda. Em vez disso, ela sempre pensou
em si mesma como uma verdadeira “Garça Férrea”, e
ganhou uma reputação como uma mulher séria e dedicada,
de moral rígida e severa dedicação ao dever. Ela pode traçar
sua linhagem de volta ao próprio Daidoji Masashigi, o
daimyo cuja morte heroica na Batalha da Ponte ganhou o
respeito do Caranguejo à sua família. Quando criança
sempre pensou em seguir de perto no caminho de seu
antepassado e, desde o momento em que ela tinha idade
suficiente para treinar, ela se dedicou ao caminho da
espada e do bushido. Depois de seu gempukku, ela manteve
a tradição de passar um ano na Muralha Kaiu, lutando
contra as Terras Sombrias. Lá, ela aprendeu muito sobre a
arte da batalha – talvez mais do que ela poderia ter
desejado – e no processo ganhou grande respeito de seus
companheiros Caranguejos de esquadrão. 63
Uma vez que voltou às terras da Garça, a vida de
Ninku parecia simples e sem inspiração em contraste com
seu ano ao lado do Caranguejo. Ela recebeu vários deveres
como guarda nas terras da Garça, deveres que eram
honrosos, mas raramente perigosos ou emocionantes.
Os dias de Ninku de dever mundano chegaram ao
fim de uma maneira inesperada. Enquanto estava de guarda
em uma conferência diplomática nas terras do sul da Garça,
ela percebeu que um dos participantes era na verdade uma
bruxa do pântano. Seu tempo com o Caranguejo permitiu
que ela notasse detalhes sutis que seus companheiros
tinham perdido, e no momento crítico ela foi capaz de
desmascarar a criatura antes que pudesse matar um
embaixador de um Clã vizinho. Em reconhecimento a seus
feitos, o Clã providenciou que ela fosse nomeada
Magistrada Esmeralda.
Kyuden Kurogane-Hana é a primeira missão oficial
de Ninku como uma Magistrada Esmeralda, e ela está deter-
minada a cumprir bem seu dever e trazer glória ao nome de
sua família. No entanto, ela também está desconfortavel-
mente consciente de que ela não tem nenhuma experiência
real em qualquer política ou aplicação da lei, ambos campos
que são vitais para seus deveres aqui. Ela sabe o suficiente
sobre as Terras Sombrias para reconhecer que seu
companheira Garça Doji Ronshouko não está sofrendo de
nenhuma doença sobrenatural, então ela começou a
cultivar a dama cortesã como uma aliada. Afinal, você
nunca sabe quando você pode precisar de alguém com
habilidade política para guardar suas costas na corte.
Escolas: Yojimbo Daidoji 3/Guerreira de Ferro
Daidoji
Honra: 4,6
Glória: 3,0
Status: 4,5 – Magistrada Esmeralda
Perspicácia: 213
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 2 –
Reflexos 3, Fogo 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Engenhoso, Garça Resplandecente
Avançado, Garça Resplandecente Básico, Mente Clara,
Posição Social: Magistrada Esmeralda
Perícias: Atletismo 3, Batalha 2, Caça 4, Cavalaria 2,
Conhecimento: Bushido 2, Conhecimento: Lei Rokugani 5,
Conhecimento: Terras Sombrias 2, Defesa 4, Etiqueta 3,
Heráldica Rokugani 3, Iaijutsu 3, Investigação 5, Katana 5,
Kenjutsu 5, Kyujutsu 3, Masakari 1, Sinceridade 2, Subojutsu
1, Yari 5, Yarijutsu 5

Doji Ronshouko
Doji Ronshouko nasceu em uma família de artistas
e, por muito tempo, ela deveria seguir o caminho das artes
também. Ela mostrou cedo sinais de grande talento
artístico, especialmente no campo da poesia. Infelizmente,
ela também sofria de uma constituição frágil e, mais
perturbador, a epilepsia. A maioria dos rokugani vê a
epilepsia como o resultado de uma maldição ou da ira das
Fortunas, e muitas vezes isso atraiu desprezo e zombaria de
outras crianças e evitou a proximidade de adultos.
Apesar destas desvantagens, os pais de Ronshouko
conseguiram arranjar que ela fosse matriculada na
Academia de Arte Kakita. Ela estudou lá por um ano e um
meio, lentamente conquistando seus professores com seus
talentos artísticos e personalidade encantadora. No
entanto, no final desta época, sua má saúde sofreu uma
súbita mudança para pior. Depois de alguma investigação, o
sensei percebeu que ela era muito sensível à tinta. Eles
foram forçados a concluir que ela era inadequada para uma
vida entre os artitstas. Felizmente, eles também tinham
notado que ela tinha uma aptidão considerável para as
palavras e, através de uma troca de favores, um conhecido
sensei da Escola de Cortesões Doji veio para conhecê-la.
Poucos dias depois, ela foi convidada a frequentar a escola.
Seus pais dificilmente podiam recusar, uma vez que a
alternativa era desistir de qualquer esperança para sua filha
ser capaz de servir o Clã de forma eficaz.
Doji Ronshouko tornou-se uma elegante jovem
cortesã que procura sintetizar a ética da Garça da perfeição,
da beleza e da nobreza. Mantém-se sempre na sombra e
carrega sempre um guarda-chuva, uma vez que sua pele é
bem pálida. Apesar de sua fama fazer com que muitos a
vejam com desconfiança, ela é, no entanto, uma jovem
atraente – em circunstâncias normais, sua beleza garante a
atenção em todas as cortes, menos nas mais elitistas.
Ronshouko abraçou seu novo papel como cortesã com todo
o seu coração, determinada a superar suas fraquezas e
trazer honra ao Clã Garça. Ela acredita que os objetivos do
Clã podem ser alcançados sem a necessidade de engano, e
que a honestidade e a verdade são o que deve diferenciar a
Garça de seus rivais, especialmente o desonesto Escorpião.
Ela se recusa a usar mentiras para conseguir o que quer ou
o que precisa para o Clã.
Apesar de sua sensibilidade delicada, Ronshouko é
extremamente hábil em manobras da corte, e muitas vezes
é capaz de evitar com sucesso os perigos complicados da
diplomacia. Ela é igualmente hábil na etiqueta e
sinceridade, e isso combinado com seu talento artístico
subjacente faz dela uma força surpreendentemente
poderosa nas cortes.
Apesar de seus muitos talentos, Ronshouko até
agora foi incapaz de alcançar uma corte verdadeiramente
importante, como Kyuden Doji ou a Capital Imperial – suas
características físicas simplesmente tornam muitas pessoas
desconfortáveis para o Clã confiar nela em locais tão vitais.
Ela está determinada a provar que estão erradas, e ela vê a
sua missão em Kyuden Kurogane-Hana como uma
oportunidade para fazer exatamente isso.
Escolas: Cortesã Doji 3
Honra: 3,5
Glória: 3,0
Status: 2,0
Perspicácia: 193
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 3 – Carisma 4, Fogo 3,
Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Grande
Potencial: Origami, Grande Potencial: Pintura, Grande
Potencial: Poesia, Irrepreensível, Mente Clara
Desvantagens: Epilepsia, Infortúnio: Alergia à Tinta
Perícias: Caligrafia: Rokugani 2, Cerimônia do Chá
2, Composição 3, Corte Rokugani 8, Diplomacia 4, Etiqueta
4, Heráldica Rokugani 3, Investigação 2, Jogos 2, Kemari 2,
Manipulação 4, Narração 3, Oratória 4, Origami 3, Pintura 3,
Poesia 5, Sinceridade 4, Teologia Rokugani 3
64
Hisao
O Império está repleto de histórias de homens e
mulheres corajosos que nasceram ronin, mas que, no
entanto, se tornaram heróis reverenciados graças a ações
valiosas e honrosas. Enquanto alguns rokugani sustentam
esses heróis como exemplos de como a nobreza é um
distintivo da casta samurai não importa a origem da pessoa,
outros apontam que, para cada ronin admirável, há dezenas
de homens-onda desprezíveis que trocam seus ideais e
honra por algo para comer. Poucos entendem ambas as
metades desta verdade mais do que Hisao.
Hisao nasceu ronin, de pais que, por sua vez,
nasceram ronin também. Ele pode traçar sua linhagem de
volta a três gerações de ronin – samurais sem mestre que
lutaram para manter sua honra ao lidar com as
necessidades práticas de sobrevivência. Seu avô era um
hábil combatente e espadachim que foi honrado a servir em
uma das legiões do próprio Imperador antes de morrer em
batalha. Seu pai lutou em uma grande guerra e ganhou
glória e respeito e, também, morreu em batalha. Mas, em
última análise, nenhum deles deixou para trás muito legado
além memórias respeitáveis entre os daimyo e os oficiais
que serviram por um curto tempo.
Embora sua linhagem não tenha a profundidade de
um samurai de Clã Maior, Hisao fez o que pode para viver
de acordo com isso. Ele estudou a lâmina com grande fer-
vor, entrelaçando-a com seus interesses pessoais em temas
como a história, o Tao e a filosofia religiosa. Sua vasta gama
de conhecimento marcial e acadêmico às vezes fez outros
se perguntarem se ele foi expulso do Dragão, do Leão ou da
Fênix, o que ele nega educadamente. Por dentro, os
samurais de Clã não conseguem imaginar um homem
nascido ronin tão inteligente e bem estudado quanto ele.
O lugar do ronin na sociedade é um assunto que
consome os pensamentos de Hisao mais do que é típico
para homens-onda Apesar de suas frustrações, Hisao não se
enfurece diante da desigualdade do universo, mas sim
pacientemente examina e disseca sua situação. Embora seja
um homem orgulhoso que nunca se rebaixe a ações
desonrosas ou vergonhosas, ele nunca deixa seu orgulho
tirar proveito dele quando os outros o desprezam ou o
menosprezam por sua posição. Em vez disso, ele serve
firmemente como um exemplo de como um grande ronin
pode se tornar, percebendo que os argumentos verbais e
insultos nada são em face da ação.
 Durante algum tempo, Hisao acreditou que estava
condenado a seguir os honrosos, mas obscuros passos de
seus ancestrais. Isso o incomodava, pois acreditava que era
seu dever superar os feitos de seus pai e avô,
esperançosamente ganhando uma posição ou um dever
para passar aos seus próprios herdeiros. Felizmente, o
destino finalmente lhe deu a oportunidade exata que ele
desejava – enquanto servia o Leão em um pequeno conflito
de fronteira, ele resgatou o filho do homem que seu pai
havia morrido protegendo. O samurai, Matsu Daro, ficou
impressionado com a habilidade e a coragem inabalável de
Hisao. Enquanto os outros homens-onda fugiram quando
um ataque tático havia sido soado, Hisao recuou com
esperteza e disciplina semelhantes a qualquer samurai de
Leão, ajudando Daro a matar quatro atacantes quando eles
poderiam tê-lo esmagado se estivesse só. Depois de alguma
conversa, os dois se reconheceram a partir das histórias que
tinham ouvido de seus respectivos pais.
Hisao recebeu uma posição como auxiliar de Daro,
e conseguiu servir de maneira honrosa por diversos anos
até que o Leão morreu em outra escaramuça menor, esta
com o Escorpião. Hisao matou impiedosamente o bushi
Escorpião que derrubou seu amigo e mestre, então
entregou as espadas de Daro ao Leão.
Foi neste momento que Hisao percebeu que os
últimos anos o fizeram esquecer o quão precária era sua
posição. Nenhum outro oficial do Leão na batalha conhecia
Hisao pessoalmente, e quando o ronin apresentou as
espadas de seu mestre, ele foi imediatamente acusado de
ser o assassino de Daro, tentando reivindicar uma
recompensa como algum tipo de truque. Somente o
comportamento calmo e disciplinado de Hisao fez com que
o comandante Leão hesitasse em simplesmente executá-lo
no local. Embora a confusão tenha acabado esclarecida
quando a esposa de Daro confirmou a identidade de Hisao,
os dias que passou como prisioneiro à espera de uma
possível execução injusta o fizeram perceber que, embora
acreditasse estar melhorando, suas vida e reputação
dependiam totalmente da palavra de outra pessoa, ao invés
de dependerem de suas próprias ações.
Desde então, Hisao percorreu Rokugan, visitando
os santuários e os lugares de descanso de grandes heróis do
Império, na esperança de obter alguma sugestão de como
ascender acima de sua posição. Ele está visitando Kyuden
Kurogane-Hana por um tempo antes de continuar sua jorna-
da, embora não tenha certeza de quando voltará à estrada.
Escolas: Combatente 4
Honra: 3,8
Glória: 2,8
Perspicácia: 203
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 2 – Reflexos 4, Fogo
4, Terra 3 – Vontade 4, Vácuo 3
Vantagens: Aliados: Leão, Contemplação de Sun
Tao
Desvantagens: Desvantagem Social: Ronin
Perícias: Atletismo 3, Batalha 3, Caça 4, Cavalaria 4,
Conhecimento: História Rokugani 2, Defesa 4, Etiqueta 3,
Iaijutsu 5, Investigação 2, Kenjutsu 7, Kyujutsu 5, Meditação
3, Shintao 4, Subojutsu 2, Yarijutsu 2
Ide Bujun
Enquanto a maioria dos honrosos samurais
enxergam o comércio e o dinheiro como, na melhor das
hipóteses, males necessários (e muitas vezes como uma
influência corruptora), Ide Bujun desenvolveu uma relação
oposta com isso. Apesar do que outros tentam dizer a si
mesmos, Bujun sabe que o Império não se dá simplesmente
com Honra. Até mesmo o mais obediente samurai deve
comer, e não é preciso ser um homem egoísta ou
desonroso para desejar aumentar a propriedade e as terras
familiares. Na verdade, ele acredita que é na troca de bens
– moedas ou outras coisas de valor – que uma pessoa
revela suas verdadeiras intenções e valores.
O objetivo de Bujun na vida emergiu das
consequências de uma pequena escaramuça entre o Leão e 65
o Unicórnio. Como um patrono mercantil bem sucedido,
Bujun foi capaz de ajudar a reconstruir uma aldeia destruída
ao longo de uma única estação, retornando camponeses
para suas casas e permitindo que uma família samurai
voltasse à sua propriedade recém-reconstruída também.
Quando surgiu a questão do reembolso (da usual maneira
indireta), Bujun percebeu que nunca precisou realmente do
dinheiro que gastou. Enquanto uma Fênix poderia ter
simplesmente recusado o pagamento ou um Louva-a-Deus
poderia ter aceitado dinheiro de qualquer maneira, o jovem
Ide decidiu um curso de ação completamente diferente.
Lembrando que uma pequena cidade do nordeste
tinha experimentado uma seca terrível naquela estação,
Bujun permitiu a seu beneficiário uma escolha – ou
reembolsaria os koku reais para ele, ou entregaria parte da
colheita à cidade no nordeste. Naturalmente, a opção que
envolveu dar a comida para a cidade era mais barata do que
simplesmente pagar a reconstrução inteira, e assim a cidade
foi capaz de passar o inverno sem enfrentar a fome.
Desde então, o amistoso Ide viajou para onde quer
que pudesse transformar rotas comerciais e negociações
em trocas de favores para os necessitados. Enquanto
aqueles que ele lida com ele pensam em termos de serviços
e favores trocados, Bujun calma e cuidadosamente calcula o
valor dos koku em movimento, certificando-se de que
aqueles que podem pagar sempre sejam exigidos um pouco
mais. Este excedente é encaminhado por Bujun para
projetos valorosos, como a Bênção de Miya ou templos que
ajudam a cuidar de doentes e feridos.
Ide Bujun é um notável parceiro de conversa. Ele
sabe um pouco sobre uma ampla gama de temas devido a
suas viagens, e acha quase qualquer assunto fascinante. Ele
aproveitará qualquer oportunidade para passar o tempo
falando individualmente com alguém que acredite poder
ajudá-lo ou auxiliar um de seus projetos. Ele tentará
aprender de interesses compartilhados com qualquer
pessoa com a qual deseja falar, e para isso tem aprendido
muitos jogos e entretenimentos sociais, como go e até
kemari. Uma vez que Bujun tem um vasto leque de
interesses, conexões e dívidas de gratidão, é extremamente
difícil recusar uma reunião com ele mais de uma vez ou
duas vezes. E uma vez que ele foque sua atenção em
alguém, ele tem um jeito estranho de aprender como os
próprios objetivos do alvo e os dele podem trabalhar juntos.
Mais recentemente, Bujun tem tentado fornecer
apoio material aos Caranguejos – historicamente aliados
dos Unicórnios –, e tenta recorrer aos recursos
consideráveis da Garça para esse fim. Se alguém pode lidar
com a tarefa impossível de convencer a Garça a ajudar a
financiar a guerra em curso do Caranguejo contra as Terras
das Sombras, é Bujun.
Escolas: Caravaneiro Ide/Emissário Ide 3
Honra: 3,5
Glória: 4,7
Status: 3,7
Perspicácia: 198
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3 –
Carisma 5, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 4, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Patrono
Mercantil, Sábio
Desvantagens: Coração Mole, Pequeno
Perícias: Adivinhação 2, Caligrafia: Rokugani 3,
Cavalaria 2, Cerimônia do Chá 2, Comércio 7,
Conhecimento: Caranguejo 2, Conhecimento: História das
Areias Escaldantes 2, Conhecimento: História Rokugani 2,
Corte Rokugani 3, Diplomacia 5, Etiqueta 5, Jogos 3,
Narração 3, Sinceridade 4, Tantojutsu 3
Ikoma Kazue
Desde o nascimento, Ikoma Kazue foi saudada
como uma das grandes herdeiras da casa Ikoma. Sua mãe e
seu pai eram exemplares do que significava ser Ikoma:
confiantes, fortes de voz e de corpo, ousados, honrados e
hábeis nas em narrativa e oratória. Com duas figuras tão
renomadas quanto seus pais, muitos samurais menores
teriam sido superados pelas expectativas estabelecidas
sobre eles. Em vez disso, Kazue se deleitou em viver de
acordo com esse padrão, especialmente porque ela era, de
fato, tudo o que se esperava dela e muito, muito mais.
Tudo o que Kazue estudou veio facilmente a ela.
Onde um samurai inferior se tornaria excessivamente
confiante e preguiçoso devido a esse talento, a jovem
Ikoma simplesmente enxergou um desafio em descobrir
onde realmente estavam seus limites. Não demorou muito
para que seus estudos começassem a levá-la de província
em província nas terras do Leão - dos salões sagrados do
Colégio de Guerra Akodo (que treina Estrategistas Akodo)
aos campos implacáveis da Escola de Bushi Matsu e até
mesmo houve um verão entre os serenos Kitsu. Uma vez
que seus pais eram tão amados entre o Leão, era fácil para
a ela ter acesso a esses lugares para estudar por um tempo.
Ela prometeu a todos os sensei e estudantes que conheceu
que suas experiências a ajudariam a representar o Leão
para si e para o Império em sua plena e verdadeira glória.
Enquanto Kazue amadurecia, sua reputação se es-
palhou como um incêndio entre as planícies secas do norte.
Cada corte de inverno queria ter uma cópia de qualquer
novo trabalho que a donzela Ikoma tinha publicado naquele
ano, e Kazue teve a honra de ser convidada ainda jovem à
própria Corte Imperial pelo menos três vezes. Essas visitas
só aumentaram sua lenda crescente, conforme seu
comportamento amigável e barulhento causou bastante
agitação... de fato, diz-se que o próprio Imperador riu com o
comportamento franco e alegre dela.
Kazue sempre conseguiu andar sobre uma tênue
linha entre ser uma cortesã e uma guerreira, uma bêbada
inveterada e uma samurai-ko honrada, uma mulher jovial e
sedutora e uma adversário temível. Sussurros entre o Leão
começaram a insistir que ela era, na verdade, o próprio
Ikoma reencarnado, e sugerem que o Daimyo Ikoma
poderia nomeá-la como sua sucessora.
Dois anos atrás, inexplicavelmente, ela
desapareceu no meio do verão. Na verdade, a heroína da
família Ikoma passou os últimos dois anos em silêncio entre
os monges e samurais de Kyuden Kurogane-Hana. Kazue
saiu do centro das atenções de maneira honrosa, pedindo
ao daimyo de sua família para lhe conceder documentos de
viagem para que pudesse realizar uma peregrinação e
reunir mais informações para suas histórias. Não era um
pedido estranho – uma vez que Kazue já tinha desfrutado
de viajar abertamente a vários locais de perfil artístico
elevado –, e foi concedido prontamente. 66
A verdadeira razão para o pedido ela não poderia
revelar. Um dia, Kazue tinha enfrentado uma revelação
súbita e devastadora: os contos que ela contou, os poemas
que ela escreveu e as peças que ela colocou no papel
pareciam todos iguais. Tendo experimentado tanta vida,
parecia quase impossível pensar em algo que não tivesse
sido feito ou escrito. A epifania a chocou muito e ela fugiu
dos olhos do público até que pudesse encontrar sua
inspiração mais uma vez. Ela espera que seu tempo aqui,
registrando as histórias de grandes homens e mulheres,
possa inspirá-la. Mas enquanto seu trabalho aqui lhe valeu
a gratidão de muitas famílias por seu cuidado registro dos
feitos de seus antepassados honrados, ela não restaurou
sua inspiração. Kazue agora se pergunta se o grande fogo de
seu talento juvenil fugiu dela completamente.
Escolas: Omoidasu Ikoma 3
Honra: 3,8
Glória: 4,7
Status: 3,3
Perspicácia: 193
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 2 – Carisma 4, Fogo 3
– Inteligência 5, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Habitante do Mei-do, Mãos de Pedra,
Memória Precisa, Sábio, Voz
Perícias: Batalha 2, Caligrafia: Rokugani 1,
Composição 4, Conhecimento: História Rokugani 5,
Conhecimento: Leão 5, Corte Rokugani 5, Defesa 3, Etiqueta
5, Heráldica Rokugani 1, Jiujutsu 3, Kenjutsu 3, Narração 10,
Sinceridade 4
Kitsuki Rinjin
Enquanto a morte é uma coisa bastante comum no
Império, aqueles que fazem estudo constante dela são
geralmente considerados perturbados, educadamente
evitados, na melhor das hipóteses. Kitsuki Rinjin, no
entanto, conseguiu barganhar com seus charme natural e
natureza amigável uma defesa contra esses preconceitos.
Mesmo quando criança, Rinjin já se fascinava com
o conceito de morte – não no sentido espiritual, mas no físi-
co. Como uma coisa viva se degrada e retorna ao ciclo natu-
ral é um mistério interminável que ele passou sua vida ten-
tando desvendar. Para isso, os ritos funerários, a detenção e
os variados estados de decadência devidos à morte natural
ou não natural, e as marcas da sujeira são infinitamente fas-
cinantes para ele. Muitos são afastados pelas perguntas ma-
cabras que ele faz, mas poucos são capazes de negar ao en-
cantador Kitsuki algumas respostas mais, e ele é geralmente
cuidadoso para não exceder a paciência de outros. A
maioria dos eruditos no campo de Rinjin geralmente são
gente severa e insensível, mas sua natureza amistosa
permitiu que viajasse muito e localizasse muitas fontes de
informação que normalmente são negadas a seus pares.
Naturalmente, Rinjin chamou a atenção dos Kuni,
cujos shugenja e estudiosos têm procurado muitas vezes
respostas sobre esses temas em outros Clãs, apenas para
serem afastados com nojo. Vários sensei da Escola de
Shugenja Kuni foram rápidos para estabelecer uma amizade
com o jovem Kitsuki, e eles começaram a emprestar sua
autoridade para ele, a fim de lhe conceder viagens gratuitas
e acesso a indivíduos importantes pelos quais ele seria
considerado muito insignificante para se aproximar. Rinjin
está muito feliz em compartilhar suas descobertas com seus
aliados entre os Caranguejos. Recentemente, no entanto, o
estudioso do Dragão começou a se perguntar sobre as
motivações de dois dos sensei shugenja com os quais
trabalha, e ele reteve certas informações por medo de
como epoderiam ser usadas em mãos inescrupulosas.
Apesar de sua natureza envolvente, a vida de Rinjin
ainda é de relativa obscuridade. Afinal, um sorriso amigável
só pode ir tão longe quanto para dissipar a reputação de
seu assunto desagradável, sem falar na atitude geral de
desprezo pela pequena e não convencional família Kitsuki.
Rinjin aceitou que o melhor que ele pode esperar é que o
trabalho que deixa para trás seja lembrado, mesmo que ele
próprio seja rapidamente esquecido. Onde outros podem
achar isso uma causa de tristeza, o Dragão abraçou a
inevitabilidade de seu destino, e aqueles que o conhecem
às vezes o descrevem como “alegremente fatalista”.
Se Kitsuki Rinjin estiver em Kyuden Kurogane-Hana,
ele naturalmente passará a maior parte de seu tempo em
Shinden Emma-O, um ponto de parada para seus estudos.
Aqui ele encontrou uma fonte fascinante de informações,
conforme samurais de muitos Clãs vêm para celebrar seus
antepassados. Ele é genuinamente curioso sobre outros
visitantes e sobre o que pode possivelmente aprender com
eles em relação ao seu estudo primário, mas ele não é único
neste propósito. Como a maioria dos Kitsuki, o jovem
estudioso tem uma mente afiada e pode apreciar qualquer
tópico que possa ser discutido (ou dissecado, por assim
dizer) em um nível intelectual. Ele sabe o suficiente para
não discutir os detalhes grosseiros ou descorteses do que
estuda com aqueles que não estão igualmente interessados,
mas se alegrará uma vez que o assunto for abordado.
Escolas: Investigador Kitsuki 3
Honra: 3,6
Glória: 1,5
Status: 2,1
Perspicácia: 186
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Aliados: Sensei do Dojô das Terras
Devastadas Kuni, Bênção de Fortuna: Benten
Desvantagens: Destino Negro
Perícias: Acupuntura 3, Autópsia 4, Caligrafia:
Rokugani 3, Conhecimento: Lei Rokugani 1, Corte Rokugani
7, Defesa 1, Etiqueta 4, Ichi Miru 4, Intimidação 1, Kenjutsu
2, Meditação 2, Nazodo 4, Sinceridade 3
Otomo Hiroshi
Hiroshi é um jovem simpático e inquisitivo que usa
o corte de cabelo samurai formal e uma barbicha bem
arrumada. Ele passou a maior parte de sua vida até agora
isolado das propriedades da família Otomo, estudando e se
preparando para deixar sua marca no mundo. No entanto,
seu temperamento erudito o tornou mal adaptado ao
mundo implacável da política. A família reconheceu desde
cedo que enviar Hiroshi para o covil da política só faria com
que parecessem ineptos, e preferiu encorajar seu lado
intelectual. Seu talento especial para lembrar datas e
lugares acabou levando-os a marcar um encontro com um
Escriba Imperial oficial, que o nomeou para o mesmo cargo.
Hiroshi vê sua missão em Kyuden Kurogane-Hana
como uma grande oportunidade. Ele acredita que as 67
histórias oficiais do Império têm subestimado o significado
deste castelo, e sua intenção é corrigir essa supervisão tão
dramaticamente quanto possível. Consequentemente, ele
está constantemente cutucando cada canto do castelo e
questionando cada residente, tentando descobrir contos
ocultos e segredos antigos que provarão o significado do
castelo. Sua guarda-costas, Seppun Tokari (Miharu Seppun
1) acha Hiroshi um protegido difícil, uma vez que ele tem
uma tendência a fugir sozinho e fazer perguntas não muito
políticas a pessoas importantes.
Hiroshi é solteiro e está à procura de uma esposa
adequada para administrar sua casa e continuar sua família.
Escolas: Seiyaku Otomo 2
Honra: 3,8
Glória: 3,0
Status: 3,0 – Escriba Imperial
Perspicácia: 167
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 4, Ar 3, Fogo
3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Escriba Imperial, Memória Precisa
Desvantagens: Fascinação: Segredos
Perícias: Acupuntura 1, Caligrafia: Rokugani 2, Ca-
valaria 2, Conhecimento: História Rokugani 4, Conhecimen-
to: Lei Rokugani 2, Corte Rokugani 3, Defesa 1, Etiqueta 5,
Heráldica Rokugani 3, Intimidação 2, Investigação 1,
Kenjutsu 1, Manipulação 3, Meditação 2, Narração 2,
Obiesaseru 3, Sinceridade 2, Teologia Rokugani 2
Shiba Akiko
Shiba Akiko é uma mulher dotada de um otimismo
quase impenetrável e de conduta impecável, um grande fei-
to para alguém que já conheceu uma grande decepção atra-
vés de sua curta vida. Em sua infância, Akiko sonhava em
frequentar a colégio Asako e estudar o conhecimento aca-
dêmico e a etiqueta social. Durante os devaneios particular-
mente fantasiosos, ela até se perguntou se sua família po-
deria garantir um convite para os aliados do Clã entre a fa-
mília Doji e deixá-la atender à sua famosa Escola de Corte-
sões Doji. A família da jovem Shiba concordou que ela pos-
suía um comportamento encantador e extrovertido, e ela e-
ra bonita o suficiente para brilhar nas cortes, aparentemen-
te tornando-a perfeita para alguém que pudesse represen-
tar a família como diplomata. Quando tinha idade suficien-
te, Akiko foi matriculada na Escola de Cortesões Asako.
No entanto, ao iniciar seus estudos, tornou-se
dolorosamente claro que o idealismo juvenil tinha se
tornado uma firme e problemática prisão na alma de Akiko.
Enquanto outros tentavam ensiná-la a ficar em silêncio
porque seria descortês ou até mesmo potencialmente
vergonhoso falar, ela se recusava a aprender e insistia em
falar sempre que alguém não estava sendo inteiramente
verdadeiro ou estava falhando em viver de acordo com os
padrões mais rígidos do bushido, do Tao de Shinsei ou de
grandes personalidades reverenciadas pela Fênix, como
Isawa ou Shiba. Além disso, ela tinha uma paixão particular
por confrontar aqueles que tentavam se esconder por trás
de manipulações e distorções da lei e da etiqueta. Enquanto
ela não era rude ou violenta enquanto fazia isso, ela foi, no
entanto, inflexível em seus confrontos. Enquanto os Asako
nunca tentaram treiná-la para dobrar ou ignorar a verdade
como os Bayushi ou mesmo os Doji poderiam ter feito, eles
sabiam que ainda era de vital importância ser capaz de lidar
com essas situações de forma adequada (ou, às vezes,
esquecê-las completamente), e estava claro que Akiko não
ouviria a orientação deles.
Após um ano de treinamento com os Asako, Akiko
foi enviada de volta à sua família. Os Asako foram graciosos,
afirmando que Akiko mostrou grande potencial para um
treinamento mais tradicional dos Shiba, e talvez fosse bem
melhor para o Clã se ela fosse instruída nas artes do
combate. Akiko estava amargamente desapontada, mas, fiel
a sua natureza, ela aceitou os comentários sobre seu
potencial não como a desculpa educada que eles eram. Era
seu dever servir ao Clã, independentemente de quaisquer
sonhos que pudessem residir em seu coração, então ela
mudou o foco de sua vida sem reservas.
Felizmente para ela, o sangue Shiba corria forte em
suas veias e ela era realmente talentosa nas artes marciais,
bem como possuía a mente afiada e os reflexos necessários
para se tornar uma yojimbo. Entretanto, no tempo que ela
tinha para si mesma, ela ainda praticava as artes da corte –
a pronúncia, os comportamentos, as petições cuidadosas
necessárias para declarar a verdade sem ofensa. Seu sensei
na Escola de Bushi Shiba não negligenciou esta faceta de
sua estudante, assim, quando o tempo veio para que Akiko
recebesse uma posição, sugeriu-se que deveria ser atribuída
a um diplomata Asako menor como guarda-costas.
Não demorou muito para Akiko se apaixonar por
Asako Nishi, mas ela está determinada a manter suas emo-
ções sob controle. O cortesão é tudo o que Akiko admira
nos Asako – é honrado, dedicado à sua causa e, apesar de
sua própria perda e pesar, serve ao Clã com todo o seu
coração. Ela está ciente de que Nishi será casado com uma
mulher horrível e indigna, mas nunca fala uma palavra torta
sobre a noiva, tornando-o o único tópico que ela escolhe
evitar totalmente. Akiko tem sido um auxílio inestimável ao
cortesão Asako, já que ele pode confiar nela para entregar
mensagens e lidar com pequenos negócios da corte em seu
nome – permitindo que efetivamente esteja em dois luga-
res ao mesmo tempo (pelo menos durante os momentos
que Akiko pode ser convencida que ele está em segurança).
A mente de Akiko sabe que Nishi nunca a amará em
retorno, mas seu coração ainda sonha que ele possa fazer
isso, e ela se dedica a ele e a sua missão completamente.
Escolas: Bushi Shiba 1/Yojimbo Shiba 1/Artista
Shiba
Honra: 4,4
Glória: 1,7
Status: 2,1
Perspicácia: 197
Atributos e Anéis: Água 2 – Força 3, Ar 4, Fogo 3 –
Agilidade 4, Terra 3 – Vontade 4, Vácuo 3
Vantagens: Escolas Múltiplas, Irrepreensível,
Resistência à Magia (4)
Desvantagens: Amor Verdadeiro, Idealista, Incapaz
de Mentir
Perícias: Cerimônia do Chá 1, Conhecimento:
Shugenja 3, Corte Rokugani 1, Defesa 5, Etiqueta 3, Iaijutsu
4, Kenjutsu 4, Kyujutsu 3, Naginata 3, Meditação 3,
Tantojutsu 4, Teologia Rokugani 2, Yarijutsu 3
Shosuro Mieko 68
Shosuro Mieko é uma mulher simples para os
padrões Escorpiões, e é mais comumente reconhecida por
sua máscara (um elaborado véu rendado que cobre todo o
seu rosto), em vez de por qualquer característica pessoal
distintiva. Embora seja a cortesã representante do
Escorpião em Kyuden Kurogane-Hana, ela muitas vezes
segue os comandos de cortesões visitantes do Escorpião.
Essa deferência raramente é entendida por estranhos, que
simplesmente aceitam isso como mais uma inexplicável
estranheza da máquina política do Escorpião.
Àqueles dentro do Clã, no entanto, faz todo o
sentido. Isto é porque o objetivo de Mieko aqui não é
realmente político, embora certamente não lhe careçam
habilidades políticas. Em vez disso, o Escorpião escolheu
este local para ela por seu status: uma corte de tamanho
moderado, onde novos cortesãos podem praticar suas
habilidades em um palco razoavelmente grande, mas ainda
obscuro o suficiente para que, se os mesmos cortesãos
cometerem erros, nenhum dano permanente seja causado
ao Escorpião. A tarefa de Mieko é auxiliar os cortesãos em
ascensão para que brilhem com talento real, e transmitir
seus julgamentos a seus superiores. Ela também mantém
vigilância específica aos jovens cortesãos que poderiam ser
candidatos potenciais às fileiras dos Supai Escorpiões, à qual
ela própria pertence. Ela tem um olho afiado àqueles que
podem dizer uma mentira de forma convincente e que
estão dispostos a colocar sua própria reputação em risco
em nome do Clã.
Recentemente Mieko recebeu a notícia de um
recruta em potencial que chegaria em breve. De maneira
incomum, a carta acompanhava uma advertência de que o
recém-chegado deve ser vigiado e supervisionado de perto,
sugerindo fortemente que Mieko assumisse um papel mais
ativo na corte do que o habitual enquanto seu novo candi-
dato estiver presente. Também foi sugerido que, se ela não
achasse o jovem adequado ao treinamento dos Supai, as
consequências para ele seriam graves – talvez fatais. Mieko
inicialmente não tinha certeza do que fazer com a
advertência, mas uma vez que o novo Escorpião chegou –
um homem chamado Bayushi Kyogi – ela rapidamente viu
exatamente o que seus superiores queriam dizer.
Por agora, Mieko está desempenhando o papel de
uma cortesã mais energética do que estava acostumada,
certificando-se de que os interesses do Escorpião não sejam
prejudicados pela inexperiência do seu novo companheiro.
 Escolas: Cortesã Bayushi 3/Lealista Escorpião/Supai
Escorpião 1
Honra: 1,4
Glória: 3,0
Status: 2,5
Perspicácia: 202
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 5, Fogo 3 –
Inteligência 4, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Chantagem: Muitas, Discreto,
Engenhoso
Desvantagens: Segredo Sombrio
Perícias: Atuação 1, Caligrafia: Rokugani 2, Cifra 2,
Conhecimento: Bushido 2, Conhecimento: Lei Rokugani 1,
Corte Rokugani 4, Defesa 1, Etiqueta 4, Falsificação 1,
Fofoca 4, Furtividade 4, Heráldica Rokugani 2, Intimidação
3, Investigação 2, Jogos 2, Manipulação 3, Sedução 3,
Sinceridade 5
Suzume Rin
Rin representa um problema que ocorre de vez em
quando nas fileiras do Pardal – um jovem nobre com gran-
des talentos para falar em público e comportamento cortês,
mas talentos que florescem mais tarde do que seus iguais.
O Clã Pardal é tradicionalmente adepto de atitudes
menos “adequadas” de interação com os camponeses e de
fazer o trabalho braçal no campo, mas a liderança do Clã é
pragmática o suficiente para perceber que eles devem fazer
o possível para mostrar uma face mais refinada ao resto do
Império. Para esse fim, os jovens samurais cujos talentos
lhes servem para representar o Pardal nas cortes são
frequentemente separados de seus parentes e dispensados
do trabalho servil e de outras tarefas físicas que a maioria
dos samurais do Pardal executa rotineiramente. Isso
garante que o futuro cortesão não carregue a marca
reveladora de mãos calosas, atitudes excessivamente
empáticas aos camponeses e a atitude grosseira geral que,
de outra forma, os colocaria em uma desvantagem severa
na maioria das cortes.
Ocorre de vez em quando, no entanto, que os
samurais com talento cortês não sejam reconhecidos até
depois de já terem passado vários anos servindo ao Clã
conforme sua tradição. Rin é uma jovem samurai-ko que foi
testada para sua aptidão com a lâmina antes de qualquer
outra coisa. Dado o fervor e a alegria que ela teve pelo
treinamento de combate, os lordes da família Suzume
acreditavam que ela estava destinada a se tornar uma bushi
talentosa e nada mais, e ela serviu nos campos durante o
plantio e a colheita como todos os outros soldados Pardais.
Vários anos mais tarde, o sensei Pardal notou como
Rin desfrutava de todos os aspectos da vida – incluindo a
conversa – com paixão e alegria igualmente claras. Seus
professores poderiam pedir-lhe para que separasse um
alqueire de arroz em uma centena de pilhas igualmente
perfeitas e ela obedeceria sorrindo para si mesma o tempo
todo. A jovem estava genuinamente interessada em todos
os tópicos possíveis e seu sensei percebeu que isso poderia
ser um traço muito eficaz na corte, afinal quase qualquer
um pode facilmente ser convencido a falar sobre si mesmo,
e se Rin tinha paciência para ouvir, eles poderiam se abrir.
Aqueles que lidavam com ela sempre gostavam muito de
sua companhia, pois ela escutava com seriedade seus
problemas, sua pequena conversa ou qualquer outra coisa
que pudesse estar em suas mentes.
Infelizmente, Rin já havia passado tempo suficiente
nos campos de arroz para obter uma aparência sofrida
como um camponês. Suas mãos calejadas são horrendas
aos olhos da corte e seu rosto queimado pelo sol não
melhora esta situação. Ela envelheceu rápido diante da vida
rural, mais marcada do que um típico camponês rokugani.
À luz dos dons de Rin, o Pardal providenciou que
recebesse o treinamento adicional dos Doji, aproveitando
as conexões tradicionais entre os dois Clãs. Os Doji ensina-
ram-lhe os fundamentos da etiqueta da corte e das mano-
bras sociais. Infelizmente, o Pardal tinha apenas alguns fa-
vores menores para gastar em sua educação, então dentro
de um ano ela se encontrou de volta às terras de seu Clã, 69
sem atender à Escola de Cortesões Doji. No entanto, sua
breve permanência fora a infundiu com um ardente desejo
de ver mais do Império. Os lordes do Pardal consideraram
que ela estava realmente apta para servi-los fora de suas
terras, e a enviaram a Kyuden Kurogane-Hana para
representar os interesses do Pardal. O Clã Menor nunca
havia estabelecido uma presença lá, embora eles tivessem
ouvido que era uma corte menor de interação política.
Desde sua chegada, Rin fez um grande número de
amigos, aproveitando todas as oportunidades para
conhecer novas pessoas, aprender suas histórias e escrever
sobre isso em seus diários. Ela acredita que está começando
um grande trabalho que mostrará as atitudes e vidas de
vários samurais diferentes dos Clãs de toda Rokugan.
Através deste trabalho ela espera trazer melhor
compreensão do Império àqueles de seu Clã que não são
tão afortunados quanto ela.
Escolas: Bushi Suzume 1/Artista Kakita 1
Honra: 3,6
Glória: 2,1
Status: 2,3
Perspicácia: 155
Atributos e Anéis: Água 2 – Força 3, Ar 3, Fogo 3 –
Agilidade 4, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 2
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Escolas
Múltiplas
Desvantagens: Pequeno, Semblante Incômodo
Perícias: Atletismo 2, Caligrafia: Rokugani 2,
Composição 2, Conhecimento: História Rokugani 3,
Conhecimento: Lei Rokugani 1, Corte Rokugani 3, Defesa 1,
Diplomacia 3, Etiqueta 3, Iaijutsu 1, Katana 4, Kenjutsu 4,
Narração 4, Sinceridade 3, Teologia Rokugani 2
Toku Irui
Toku Irui é uma cortesã do Clã Macaco, mas seu
status como cortesã é principalmente em virtude
simplesmente de não brilhar em qualquer outra coisa.
Desde uma idade tenra, Irui era muito mais interessada nas
fofocas e na moda da corte do que qualquer coisa que seria
considerada útil pela maioria de seu Clã. Seu sensei a
descreveu como uma estudante medíocre quando se sentiu
generoso, mas com mais frequência ele dizia “atroz,
simplesmente atroz”. Sua carreira como bushi estava
condenada desde o início e, se não tivesse demonstrado
alguma aptidão para a diplomacia, teria sido, na melhor das
hipóteses, casado com algum marido qualquer. Seu
treinamento de combate terminou e a ela foi dada alguma
modesta instrução sobre os caminhos da corte – em que ela
mostrou resultados um pouco melhores, embora ainda não
fosse uma estrela.
Uma vez que ela (finalmente) passou por seu
gempukku, Irui foi enviada como um auxiliar de uma corte
Louva-a-Deus, principalmente porque seus superiores não
poderiam pensar em nada melhor para ela fazer sem
prejudicar o Clã. Lá, ela mergulhou avidamente na cena da
corte, devorando boatos e fofocas como se faminta. Seu
interesse mais básico era imutável ao longo de sua
permanência – moda de vestuário e acessórios. Depois do
estilo de vida (e de roupas) simples das terras do Macaco,
os trajes extravagantes e os estilos sempre em mudança da
corte do Louva-a-Deus lhe eram fascinantes e viciantes.
Mesmo assim, seu Clã viu que as cortes eram o
lugar mais útil para Irui, e certamente serviam a seus gostos
muito melhor do que a vida de um bushi faria. Ela
representaria o Clã sem dano e poderia até ser capaz de
construir algumas conexões ou alianças, ou talvez fosse
mais útil mediante um casamento com outro Clã.
Independente de seu possível destino, era claro que o
melhor era trazê-la de volta do outro lado do mar.
Irui passou os próximos anos servindo seu Clã em
várias cortes menores. Seus objetivos eram sempre simples,
e ela nunca fez muito progresso para obter acesso às cortes
maiores, embora ela teria adorado ter feito isso – afinal, lá
ela poderia finalmente estar na vanguarda da moda em vez
um ano atrasada.
Muito pouco sobre Irui mudou desde aquela
época, embora sua comitiva tenha aumentado em tamanho
para lidar com sua coleção enorme e cada vez maior de
roupas. Ela está sempre vestida com o estilo mais recente e
não pode ficar fora de moda nunca. Ela pode passar horas
intermináveis na corte discutindo as últimas tendências em
projetos de quimonos ou bordados, ou sobre os talentos
das costureiras e dos alfaiates mais famosos do Império, em
técnicas de amarrar o obi, ou sobre o que os cortesãos
usaram na última Corte Imperial. Infelizmente, ela não tem
as perícias de corte necessárias para ser convidada às cortes
de maior prestígio. Sua nomeação a Kyuden Kurogane-Hana
é sua realização a mais notável em sua carreira até agora, e
requeriu diversos anos para conseguir. No seu ritmo atual,
ela pode receber um convite para Kyuden Doji quando
estiver próxima a se aposentar.
Escolas: Bushi Toku 1
Honra: 2,4
Glória: 2,3
Status: 1,0
Perspicácia: 139
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 2, Fogo 3, Terra 3 –
Vontade 4, Vácuo 2
Vantagens: Servos: muitos
Desvantagens: Fascinação: Moda, Fofoqueiro,
Insensível
Perícias: Atletismo 1, Caça 1, Caligrafia: Rokugani 1,
Cerimônia do Chá 1, Conhecimento: História Rokugani 1,
Conhecimento: Moda 5, Corte Rokugani 3, Defesa 1,
Etiqueta 3, Fofoca 3, Heráldica Rokugani 3, Investigação 1,
Kenjutsu 1, Kyujutsu 1, Sinceridade 2, Teologia Rokugani 1
Yasuki Jin
Yasuki Jin é um homem pequeno para os padrões
rokugani, e minúsculo para os padrões do Caranguejo.
Mesmo assim, ele consegue se destacar em uma multidão.
O charme e a energia de Jin rapidamente chamaram a
atenção do sensei Yasuki, e ele foi preparado para um papel
na corte desde cedo. Ele se destacou como um excelente
aluno que rapidamente compreendeu tanto as
complexidades da negociação cortesã quanto os campos de
comércio e mercantilismo mais tradicionais dos Yasuki,
fazendo dele uma celebridade no dojô.
Após seu gempukku, Jin inicialmente se concentrou
em fazer um nome para si mesmo como um patrono
mercantil. Ele tinha uma habilidade para encontrar bons
negócios e – muitas vezes mais importante que isso – para 70
evitar problemas. Embora ele tenha certeza de sempre
enviar muitos lucros de volta para o Clã, ele também
melhorou pessoalmente sua vida através de seu sucesso,
especialmente na forma de roupas e empregados. Para os
padrões Yasuki, Jin é elegante, e faz questão de sempre
seguir as últimas tendências de moda e estética.
À luz do sucesso de Jin no reino comercial, o Clã
decidiu dar-lhe uma chance de provar que seus talentos
também podem servir ao Clã na diplomacia mais
convencional. Sua missão em Kyuden Kurogane-Hana é sua
primeira chance de fazê-lo, e ele aborda as negociações
aqui com a mesma mistura de entusiasmo, determinação e
implacável encanto que ele usou anteriormente em seus
esforços mercantis. Falar com Jin pode ser cansativo. Ele é
implacável, tanto em sua boa alegria quanto em sua busca
por bons negócios, independentemente de se tratar de
favores ou koku. Do ponto de vista de Jin, não há realmente
nenhuma diferença entre os dois. Ambos são simplesmente
a moeda de seus respectivos mercados.
Objetivo principal de Jin na corte de Kyuden
Kurogane-Hana é construir uma rede de favores e aliados
com a quel possa confiar no futuro. Ele conscientemente
cultiva amizades com todos, independentemente de Clã ou
posição, e está tão feliz discutindo estilos de roupas com
Toku Irui quanto conversa o mais mórbido de tópicos com
Kitsuki Rinjin. Ele é um talentoso jogador de go e muitas
vezes confia no jogo para quebrar o gelo com os outros.
Quando ele não tem mais nada para fazer, ele geralmente
pode ser encontrado jogando contra seu guarda-costas.
Escolas: Mercador Yasuki 2
Honra: 1,5
Glória: 2,1
Status: 2,0
Perspicácia: 157
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 4, Ar 2 –
Carisma 4, Fogo 2 – Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 2
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Riqueza (4)
Desvantagens: Pequeno
Perícias: Adestramento 1, Atletismo 2, Avaliação 5,
Comércio 5, Conhecimento: Lei Rokugani 4, Conhecimento:
Terras Sombrias 2, Corte Rokugani 3, Defesa 2, Etiqueta 6,
Furtividade 2, Heráldica Rokugani 2, Intimidação 1, Jogos 2,
Kenjutsu 2, Kuenai 2, Narração 3, Ofícios: Alfaiataria 1,
Sinceridade 3, Teologia Rokugani 2
 Yoritomo Gendou
Poucos diriam que Gendou ganhou sua posição por
perícia, determinação ou trabalho duro. Embora ele seja um
dos mais poderosos patronos mercantis da família
Yoritomo, ele ganhou uma reputação de ser um bruto
alcoólico, intimidando seu caminho através de obstáculos
ao invés de tentar mesmo o mais leve toque da graça social.
Aqueles que lidam regularmente com Gendou não gostam
dele, e fazem o que ele deseja apenas por medo do que
poderia acontecer se não o fizessem. Gendou ganhou (e
manteve) muitos contratos comerciais e favores por pura
sorte, tropeçando na oportunidade certa na hora certa,
quando estava claro que ele não tinha ideia de como fazer o
que tinha definido para fazer.
Ou assim parece à maioria.
Na verdade, Gendou cautelosamente construiu
cada negociação comercial, cada acordo político e cada
tratado em torno de uma imagem falsa. Ele faz parecer que
no final alguma revelação de última hora ou vantagem cai
em seu colo, ganhando o dia para ele contra todas as
probabilidades. Na verdade, o velho Yoritomo sempre
mantém suas vantagens desde o início, habilmente
ludibriando seus adversários a um falso senso de
superioridade e vitória inevitável. A tática funciona várias
vezes, apesar de ocasionalmente outros atentarem a ela.
Gendou tem um outro fator a seu favor – ele não tem
escrúpulos sobre como essas vantagens são obtidas.
Embora ele certamente tenha certeza de ter mais
informações do que outros e usá-las habilmente, ele
também tem sido conhecido por ameaçar queimar o templo
de um monge, e forçar homens orgulhosos a adicionarem
seus selos a um contrato enquanto ele aperta suas
gargantas. Mais tarde, poucos estão dispostos a admitir que
foram humilhados por um homem tão repulsivo.
Se Gendou fosse simplesmente um manipulador
habilidoso ou um valentão convincente, outros veriam seu
padrão e aprenderiam com ele. No entanto, as coisas que
Gendou arrecada em seu favor para conseguir ganhos
“afortunados” de última hora parecem vir de lugar nenhum.
Isto adiciona raiva a seus rivais, e em negociações mais
atrasadas, eles praticamente saltam na possibilidade de
finalmente colocar o comerciante em seu lugar, fazendo
geralmente mais erros em sua precipitação.
Gendou não é um planejador impecável, mas é um
homem astuto que não vê limites sobre o que está disposto
a fazer para alcançar seus objetivos. Ele muitas vezes tem
que se defender fisicamente, e outros ficarão bastante
surpresos que o grande bêbado seja rápido e capaz em uma
luta... e que nunca luta de forma justa.
Gendou veio a Kyuden Kurogane-Hana durante
uma visita a um de seus contatos, e permaneceu desde
então por diversos meses. O castelo é como uma roda
constantemente girando em oportunidades, e para um
homem como Gendou isso não é algo facilmente afastado.
Ele aproveitará qualquer oportunidade para avançar tanto
sua própria posição quanto a do Louva-a-Deus. No entanto,
ele não é tolo e não vive o tempo que tem perseguindo
metas impossíveis ou desafiando inimigos imbatíveis.
Quando dada a oportunidade, Gendou tem grande
prazer em envergonhar aqueles que poderiam se considerar
melhores do que ele. Isso muitas vezes significa expor os
cortesãos Doji e Bayushi na corte quando há uma boa
chance de fazê-lo ou vencer um Yasuki em uma negócio
comercial (algo que ele está feliz em fazer, apesar das
71
relações geralmente amigáveis entre o Caranguejo e o
Louva-a-Deus tanto no comércio quanto nas cortes).
Escolas: Cortesão Yoritomo 3
Honra: 0,9
Glória: 3,4
Status: 3,5
Perspicácia: 191
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 2 – Reflexos 4, Fogo 3
– Agilidade 4, Terra 4 – Vontade 5, Vácuo 2
Vantagens: Engenhoso, Mente Clara, Patrono
Mercantil
Desvantagens: Compulsão: Saquê (-2)
Perícias: Atletismo 3, Avaliação 5, Comércio 5,
Conhecimento: Lei Rokugani 3, Corte Rokugani 3, Defesa 4,
Etiqueta 2, Furtividade 3, Intimidação 7, Jiujutsu 5, Kuenai 1,
Kyujutsu 1, Poesia 1, Prestidigitação 5, Sinceridade 4,
Tantojutsu 2, Venenos 1

Cadê os Mapas?
Nós deliberadamente nos abstivemos da apresentação de uma planta detalhada ou um mapa oficial para
Kyuden Kurogane-Hana. Uma vez que o objetivo é que seja um Cenário genérico que pode inserir em qualquer
Campanha, prender o Narrador a uma disposição detalhada específica diminuirá suas possibilidades de personalizar o
castelo às suas necessidades. Da mesma forma, se o Narrador planeja algum tipo de perseguição ou mistério dentro do
próprio palácio, uma planta detalhada pode ser desvantajosa por interromper a história que ele planeja contar.
Dito isto, sabemos que muitos jogadores e Narradores desfrutam de plantas baixas. Muitos suplementos
publicados nos primeiros anos de A Lenda dos Cinco Anéis, como a série de livros “O Caminho dos Clãs”, continham
exemplos de plantas de castelos notáveis dentro de Rokugan. Narradores interessados são convidados a consultarem
esses livros.

PARTE III: O COVIL
Adiante se encontra tanto um Cenário de Campa-
nha próprio dentro de Rokugan quanto uma grande verda-
de oculta do Império de Rokugan: a sobrevivência do Javali.
História
A História do Javali
A história do Javali é estranha e misteriosa, muitas
vezes esquecida na Rokugan moderna. Os membros
originais do Clã faziam parte de uma expedição do
Caranguejo enviada no final do século IV para estabelecer
minas de ferro e aldeias numa porção das Montanhas
Crepusculares. Eles desapareceram sem deixar rasto,
isolados por deslizamentos de terra e terremotos. Uma vez
que as montanhas eram conhecidas como o lar de muitas
criaturas estranhas e espíritos perigosos, e o Caranguejo
tinha poucos recursos para poupar para uma missão de
resgate, eles simplesmente assumiram que os samurais e os
camponeses haviam perecido.
Mais de sessenta anos depois, um contingente
samurai emergiu das montanhas e viajou para a Capital
Imperial, oferecendo presentes de jade e ferro ao
Imperador. O Hantei perguntou se o minério era o
pagamento pelas terras, um teste sutil destes samurais –
afinal, na verdade, todas as terras em Rokugan pertencem
ao Império. O líder do grupo, um homem que se chamava
Hida Heichi, respondeu habilmente que era simplesmente o
pagamento dos impostos Imperiais devidos por todos
aqueles anos. Satisfeito e impressionado com esta resposta,
o Imperador proclamou-o o primeiro samurai da família
Heichi e o fundador do Clã Javali.
Infelizmente, apesar de ter estabelecido uma repu-
tação de guerreiros fortes e tenazes e especialistas em mi-
neração, o javali sobreviveu por menos de dois séculos. No
início do sexto século, um usuário de maho chamado
Agasha Ryuden se infiltrou no principal castelo do Clã, Shiro
Heichi. Ryuden sabia que, sob as terras do Javali, havia o
sangue do Primeiro Oni, morto na Primeira Guerra, que se
transformou em um minério poderoso. Usando maho, Ryu-
den sacrificou a maior parte do Clã Javali e usou o sangue
do Primeiro Oni para criar a Bigorna do Desespero, um po-
deroso artefato que passaria a assolar a história do Império
com a criação de muitos nemuranai terríveis e malditos.
72
Quando as autoridades Imperiais chegaram a Shiro Heichi
para investigar o fracasso do Clã em pagar seus impostos,
parecia que o Clã havia simplesmente desaparecido. O
Imperador finalmente declarou o Clã Menor dissolvido,
acabando com o legado orgulhoso do Javali.
Desconhecido para a maioria, o que aconteceu foi
muito mais complexo do que apenas o ataque de um shu-
genja corrompido. Durante sua viagem inicial às Montanhas
Crepusculares, os samurais do Caranguejo foram mantidos
em cativeiro pelo Shakoki Dogu, um poderoso espírito da
terra que havia acordado para proteger o sangue do
Primeiro Oni. Por solidão, o Shakoki Dogu manteve os
samurais entre o Reino Mortal e os Reinos Espirituais para
ajudá-lo em sua vigília. Hida Heichi finalmente o convenceu
a deixá-los ir e jurou sempre proteger as montanhas.
Quando Agasha Ryuden quase destruiu o Javali sozinho, o
Shakoki Dogu ficou aterrorizado e transformou os últimos
samurais Heichi sobreviventes em espíritos, removendo-os
do Ningen-do para sempre. Em anos posteriores, os
visitantes das Montanhas Crepusculares relatam sentir uma
presença misteriosa e ocasionalmente encontrar pequenas
estatuetas de humanoides grosseiramente entalhadas – os
olhos do Shakoki Dogu no mundo.
A História do Covil
Após a criação do Javali pelo Imperador, seu Cam-
peão enviou várias expedições através das Montanhas Cre-
pusculares para detectar possíveis locais de mineração que
poderiam ser explorados pelo novo Clã Menor. Alguns locais
encontrados já estavam ocupados pelo Caranguejo ou mes-
mo pela Garça, e o Javali teve que explorar mais, em busca
de lugares remotos, difíceis e perigosos (e não que isso os
tenha perturbado, dada a sua história). Uma destas expedi-
ções foi mais longe do que qualquer outra. Conduzida por
um samurai chamado Heichi Jomei, ela conseguiu atraves-
sar uma das passagens mais difíceis na cordilheira, chegan-
do eventualmente a um canto remoto que nunca havia sido
explorado por qualquer rokugani. Era um pequeno planalto
completamente rodeado de montanhas, protegido da vista
exterior e protegido do clima ruim, acessível apenas através
de um único caminho muito estreito. O planalto era bem
irrigado por córregos das montanhas, oferecendo a
perspectiva de plantação de culturas. Acampando
imediatamente, Jomei enviou seus melhores batedores às
montanhas circundantes, e encontrou vários veios de ferro
e até alguns de cobre e jade. A área parecia perfeita para
um assentamento, apesar do seu afastamento de Shiro
Heichi, e a construção começou quase que imediatamente,
enquanto Jomei chamou por reforços.
Claro, transformar o lugar em um assentamento
habitável foi um grande trabalho. Além disso, as montanhas
eram habitadas por muitos predadores naturais, como
lobos e ursos, que não apreciavam a intrusão súbita dos
humanos em seus locais de caça. A primeira temporada de
inverno se provou extremamente áspera, com fortes neves
e ventos amargos. Uma avalanche enterrou uma das
caravanas de abastecimento, resultando em fome e até
morte. Mas o povo sobreviveu, mostrando a tenacidade
pela qual o Javali já havia se tornado famoso. A primeira
colheita de arroz permitiu que a nova aldeia começasse a
crescer e prosperar, e o fluxo de comércio do minério de
ferro permitiu que Heichi Jomei transformasse seu forte
temporário em um verdadeiro castelo.
O estabelecimento continuava perdido,
amplamente desconhecido fora do Clã Javali, e passou a ser
conhecido simplesmente como o Covil, um nome simples
baseado em sua localização remota e natureza altamente
defensável. Ele expandiu suas operações de mineração,
abrindo três grandes minas que vieram a ser conhecidas
como os Três Irmãos, enquanto os aldeões cultivavam cada
pequeno local que podiam plantar, construindo arrozais em
terraços para cima e para baixo através das encostas,
tentando fazer o lugar o mais autossuficiente possível.
Muitos Javalis foram enviados ao Covil para protegê-lo
contra predadores e impedir qualquer possível ataque dos
Clãs Maiores. Nenhuma ameaça real surgiu, mas Jomei e
suas tropas mantiveram vigilância.
Quando as notícias e as caravanas comerciais
deixaram de vir de Shiro Heichi, a vida no Covil continuou
inicialmente como sempre fora. Em primeiro lugar, Jomei
assumiu que os últimos mensageiros e embarques foram
adiados pelo mau tempo, um problema frequente nas
montanhas acidentadas. No entanto, depois de algumas
semanas, Jomei ficou preocupado e enviou vários de seus
melhores homens para entrar em contato com o resto do
Clã. Nenhum deles retornou. Logo depois, o Covil foi
atacado por uma força de oradores de sangue, despachada
por Agasha Ryuden para dispor deste remanescente
persistente do Javali. Graças aos preparativos completos de
Jomei e a seu estoque de jade, o ataque foi repelido,
embora a um grande custo para a população do Covil.
Perturbado pelo ataque violento de usuários de 73
maho, Jomei novamente enviou batedores, desta vez com a
melhor caçadora, Heichi Juneiko, a Shiro Heichi. Depois de
muitos dias, a líder da expedição voltou com uma notícia
terrível: o Javali desapareceu de Rokugan. Jomei
rapidamente reuniu o que restava de seu pessoal, dizendo-
lhes o que tinha acontido e anunciando sua decisão. O Covil
permaneceria a última fortaleza do seu Clã, para preservar a
sua herança e a manter vigília eterna nas montanhas. No
entanto, eles não poderiam arriscar deixarem seus inimigos
saberem que ainda existiam. Portanto, Jomei proibiu
completamente que alguém deixasse o Covil sem sua
permissão. Sua existência seria, doravante, um segredo
para o mundo exterior.
Meia dúzia de samurais de outros Clãs estava
presente quando Jomei fez seu anúncio, e ele lhes informou
que a regra também se aplicaria a eles. Eles nunca seriam
autorizados a deixar o Covil, para não o revelarem. Alguns
atacaram os guerreiros do Javali, enquanto outros tentaram
escapar ou se realizaram seppuku. Jomei ficou triste por ver
suas mortes, mas sentiu que não tinha escolha.
O Isolamento
O Covil mudou apenas ligeiramente nos anos desde
que Jomei o isolou do Império. Jomei recusou o título de
Campeão Javali, tanto por não se sentir digno do título e
porque reivindicar a posição arriscaria a exposição aos ini-
migos do Clã. Quando ele faleceu, seu filho tomou o nome
de Jomei, e isso logo se tornou uma tradição, de modo que
um Heichi Jomei sempre foi responsável pelo Covil. O lugar
sobreviveu em isolamento quase completo, separado do
resto do Império e quase do próprio tempo. As pessoas usa-
ram os recursos de suas minas para fazerem armas, arma-
duras e ferramentas. Os camponeses continuaram a cultivar
nas montanhas, e os samurais suplementam o alimento
com a caça de pássaros. Os córregos das montanhas às ve-
zes fornecem peixes, e as montanhas têm árvores suficien-
tes para suprir suas necessidades mínimas de madeira, car-
vão e papel. O Covil nunca mais foi próspero, mas sobrevi-
veu, e sua população é mais ou menos estável. A maioria
dos samurais foi inicialmente obrigada a se casar com mu-
lheres camponesas, uma vez que simplesmente não havia
mulheres samurais suficientes no Covil, e isso simplesmente
foi ignorado educadamente por todos os envolvidos depois
que os casamentos foram concluídos. Samurais velhos
rasparam suas cabeças e construíram um pequeno mosteiro
sob a liderança de um monge que estava em peregrinação
no local quando Agasha Ryuden atacou, preservando e
ensinando os caminhos do Tao e das Fortunas.
No entanto, apesar do isolamento, o Covil não
esteve completamente segregado do Império. Ao longo de
muitos anos, pequenos grupos de samurais, monges, ronin,
cartógrafos e outras pessoas, ocasionalmente, tropeçaram
no Covil. Fugitivos camponeses e bandidos às vezes também
encontraram seu caminho, particularmente em tempos de
grande tumulto no resto de Rokugan. O Jomei exigiu que
todos estes visitantes permanecessem com eles para que
não expusessem a fortaleza escondida aos inimigos. Na
verdade, estes visitantes encorajaram ainda mais os Jomei
em sua determinação em permanecerem ocultos, pois
revelaram que o Javali fora oficialmente dissolvido pelo
Imperador, aumentando a ameaça de que o Covil pudesse
ser considerado uma violação da Lei Imperial ou um bando
de ronin. Alguns destes visitantes foram mortos, enquanto
outros aceitaram indignados ou de bom grado seu destino e
se tornaram moradores do Covil. O Jomei até oferecia que
os visitantes da casta samurai se casassem com a família
Heichi e se tornassem Heichi, embora apenas alguns
tenham aceitado isso.
Claro, um problema que se apresentou
imediatamente foi a questão dos impostos. Dado o histórico
de seu Clã, Jomei não poderia evitar a salvaguarda de parte
da produção do Clã para impostos, mas entrar em contato
com o mundo exterior poderia significar revelar seu povo e
arriscar sua destruição. O primeiro Jomei supervisionou a
construção de um salão especial no castelo onde parte da
produção das minas poderia ser armazenada com
segurança até o momento em que pudessem trazê-la de
volta ao Imperador. Os moradores do Covil consideram esta
tradição sagrada, e apenas os samurais mais confiáveis são
designados para protegerem o salão. Apesar do pequeno
tamanho do Covil, ao longo dos anos os impostos somaram
uma quantidade formidável, e os samurais se preocupam
com o fato de ser uma soma suficiente para ameaçar a
lealdade ou atrair bandidos. Cada um dos Jomei luta
sempre com a dúvida entre enviar estes impostos de volta
para Rokugan, perguntando-se se é agora o momento certo
para se revelar ao Império, mas até agora eles continuaram
a seguir o caminho da cautela.
Perigos nas Montanhas: Nos muitos anos desde
que o Covil se isolou de Rokugan, os predadores naturais
foram caçados em grande parte das montanhas
circundantes. No entanto, o Covil periodicamente enfrenta
ameaças de natureza menos comum.
Os bandidos representam um dos maiores perigos.
Grupos de ronin e criminosos costumam usar as Montanhas
Crepusculares como um refúgio das forças do Caranguejo e
da Garça, e há a constante ameaça que venham a tropeçar
no Covil. Gangues algumas vezes descobriram a existência
do Covil, atacando suas fronteiras ou tentando organizar
ataques em larga escala na aldeia ou nas minas. Em pelo
menos uma ocasião, uma gangue descobriu os impostos
armazenados a partir de um aldeão capturado, e o líder da
gangue reuniu uma força muito grande e formidável com o
objetivo de atacar o castelo. Isso resultou em uma guerra
em pequena escala dentro das montanhas, durando vários
dias e custando mais de cem mortos em cada lado. Devido a
isso e a outros incidentes semelhantes, o Javali tende a ver
os ronin com grande suspeita e é muito mais provável
simplesmente matá-los do que aceitá-los no Covil.
As Montanhas Crepusculares também são propen-
sas a serem atacadas por criaturas das Terras Sombrias. Go-
blins e ogros são as mais comuns, mas as criaturas mais exó-
ticas às vezes conseguem passar além da fronteira do Ca-
ranguejo também. Uma extensa rede de túneis e cavernas
pode ser encontrada em toda a região, e alguns samurais
acreditam que os túneis ligam a área às Terras Sombrias,
explicando a aparição em quantidade baixa, mas também
constante, de monstros que afligem as montanhas, apesar
dos melhores esforços do Caranguejo. Inevitavelmente,
algumas destas criaturas ameaçam o Covil, e o Javali está
muito feliz pelo pequeno veio de jade em suas montanhas.
Alguns sugeriram que as criaturas são atraídas ao Covil 74
devido a algum mal antigo escondido sob as montanhas,
embora Heichi Jomei e seus sucessores tenham sempre
rejeitado esta ridícula ideia de “mineral negro.”
O Velho e o Novo: Talvez a característica mais
peculiar do Covil seja como sua falta de interação com o
exterior manteve os habitantes inconscientes sobre o resto
do Império. Ao olho de um rokugani típico, o lugar parece
que ainda está no século X. As notícias ainda vêm ao Covil
através de visitantes ocasionais que acabam achando o
lugar e, em algumas ocasiões, o Jomei organizou expedições
de espionagem para visitar o exterior – até mesmo criando
a lenda dos ronin Heichi –, mas demoram anos ou mesmo
décadas entre cada expedição, e de qualquer forma, o Covil
é sempre muito lento para se adaptar. Por exemplo, o
Retorno do Unicórnio pegou o Javali de surpresa muitos
anos depois de acontecer. Da mesma forma, o Javali
mantém túmulos tradicionais, apesar das advertências
ocasionais sobre o Decreto Imperial que ordena a cremação
(uma resposta à Primeira Ascensão de Iuchiban). Tumbas
ponteiam as montanhas em torno do Covil, criando uma
vulnerabilidade aos oradores de sangue, caso ataquem.
Por outro lado, o pouco conhecimento que o Javali
possuía tem sido estimado ao longo dos tempos, e os Javalis
conhecem os eventos dos séculos anteriores ao isolamento
no Covil como se tivessem acontecido ontem. Um aluno da
história ou da genealogia de Rokugan ficaria encantado com
o Covil, que manteve intactas muitas tradições antigas, for-
mas de linguagem e registros históricos. E, claro, as técnicas
secretas da Escola de Bushi Heichi ainda são ensinadas aqui.
As Técnicas são os legados mais importantes do Covil, e os
Jomei têm o cuidado de garantirem que sejam sempre
repassadas à próxima geração.
É claro, os samurais ainda são humanos, e sua falta
de perfeição às vezes prejudica a existência geralmente
harmoniosa do Covil. Em momentos de silêncio ou quando
muitos convidados estão presentes, a agitação da liberdade
pode agitar o povo do Covil, e os debates surgem sobre se a
política de isolamento ainda é apropriada. O primeiro e
mais famoso exemplo disso aconteceu duas gerações após
o primeiro Heichi Jomei morrer. Jurei, o filho do atual Jo-
mei, começou a argumentar que era hora de o Javali retor-
nar a Rokugan, já que os oradores de sangue não se mani-
festaram em muitos anos. Certamente, um novo Imperador
seria simpático à causa do Clã Menor perdido e os restabe-
leceria uma vez que seus impostos fossem remetidos. Jurei
realmente havia deixado o Covil uma vez em uma missão
para obter medicamentos raros e tinha ficado fascinado
pelo mundo maior de Rokugan. O debate atravessou o Clã,
pois muitos ainda temiam que os usuários de magia profana
pudessem retornar, ou duvidaram do destino de seu Clã em
um mundo que os esquecera. Jurei trabalhou arduamente
para convencer o pai e o resto do Clã a mudar de ideia, mas
enquanto alguns concordavam com ele (particularmente
entre as gerações mais jovens), seu pai se recusou a se
afastar de sua posição, determinado a proteger o Javali,
mesmo que significasse mantê-los presos em um mundo
menor. Logo depois, ocorreu um incidente violento quando
um dos samurais mais jovens do Covil tentou escapar e foi
confrontados por sentinelas. Eles relutantemente o
mataram, e o evento levou Jurei e seus seguidores à fúria. A
batalha irrompeu dentro do Clã Javali, samurai contra
samurai, enquanto os camponeses observavam e se
perguntavam se os seus lordes enlouqueciam. No fim,
Jomei encerrou o conflito civil matando seu filho em
combate pessoal, um ato que o deixou com o coração
partido. Ele se retirou para o pequeno mosteiro do Covil e
nomeou seu braço-direito o novo Jomei, deixando-lhe a
tarefa de reconstruir as forças do Covil.
Um Vislumbre do Exterior: Em poucas raras
ocasiões, o Jomei permitirá que alguns samurais
abandonem o Covil e viajem para Rokugan. Os motivos para
isso variam amplamente e podem incluir a busca de
recursos importantes (remédios, sementes para plantas que
não crescem no Covil) ou tentar aprender se o Culto dos
Oradores de Sangue ainda é uma ameaça. Às vezes, o Javali
tentará recrutar samurais individuais ou camponeses
especializados, especialmente se o Covil carece de alguma
habilidade essencial. Por exemplo, em uma ocasião, uma
praga percorreu o vale e matou todos os monges no
mosteiro, e uma expedição foi organizada para encontrar e
recrutar novos monges para atender às necessidades
espirituais do Covil. Os convidados, é claro, nunca podem
deixar o Covil, pois se acredita que isso arrisque o segredo
do lugar e, portanto, a sua sobrevivência.
Enviar qualquer pessoa para fora do Covil é sempre
visto como um grande risco para o Clã Javali, e apenas os
mais confiáveis samurais são encarregados destas
expedições. Estes homens e mulheres devem ser grandes
guerreiros, caçadores inigualáveis e também possuírem
mentes e intelectos afiados. Astúcia também é necessária,
uma vez que os exploradores do Javali devem dissimular
sua identidade e talvez inventar um disfarce para explicar
seu comportamento e seu sotaque tão incomuns. Claro,
qualquer mon ou outros símbolos de identificação são
removidos antes que o samurai saia do Covil, e a armadura
é pintada de um marrom suave. O mai chong, a arma
tradicional no Clã, também não é trazida para fora do Covil,
pois é muito distintiva e reconhecível.
No entanto, alguns no Covil compartilham histórias
alegando que em algumas ocasiões, um grande número de
samurais abandonou o Covil, devido a tempos de grande
perigo no Império como um todo. Uma lenda afirma que
quando uma aldeia no sopé das Montanhas Crepusculares
correu o risco de ser destruída por algum grande mal, toda
a força do Covil emergiu e lutou como um exército sem
bandeira. Outro relato afirma que o samurai do Covil lutou
na grande batalha contra Iuchiban na Batalha do Rio
Dormente. Estes contos são negados pelos Jomei do
passado e do presente, mas isso pode ser apenas para
manter a aparência de absoluta fidelidade às suas regras. O
que é verdade, no entanto, é que os samurais são enviados
do Covil sempre que o Jomei obtém alguma dica de que o
Javali está operando no resto de Rokugan. Durante a Guerra
dos Clãs, por exemplo, um ronin shugenja se dizia Heichi
Chokei e afirmava ser o herdeiro do Javali, e isso atraiu a
atenção do Covil.
É uma triste verdade que aqueles enviados para
fora do Covil nem sempre voltam, dados os perigos do
Império. Na verdade, alguns optam por permanecer no
Império maior, em vez de retornar à estranha vida insular
do Covil. O Javali prefere ignorar a possibilidade de que
alguns dos povos o abandonaram e apontam para a 75
sobrevivência do Covil como prova da integridade de seus
samurais.
O Preço do Isolamento
O Covil foi segregado do resto do Império desde o
início do século VI. Embora o Javali nunca tenha sido um Clã
conhecido por sua adesão à etiqueta ou por seguir as
últimas modas da corte, este longo isolamento, no entanto,
custou-lhe muito. Avanços tecnológicos, técnicas marciais,
novas táticas de batalha, lições das grandes batalhas contra
Iuchiban e as Terras Sombrias, novos feitiços, novos meios
para detectar a Mácula... tudo isso e ainda mais foi negado
aos Javalis. As seções a seguir descrevem as informações
mais vitais as quais a família Heichi não tem acesso.
Enterro: Após a Batalha das Sepulturas Roubadas e
do surgimento do Culto dos Oradores de Sangue, Hantei XI
proibiu o enterro dos mortos em Rokugan: de agora em
diante, todos os cadáveres deveriam ser cremados. Os
oradores de sangue quase aniquilaram os exércitos de
Rokugan usando os cadáveres reanimados de seus
antepassados, e a única maneira de evitar uma repetição
desta atrocidade era destruir os cadáveres. Rituais de
cremação elaborados foram desenvolvidos pela Irmandade
de Shinsei e pelo Clã Fênix, e estes rituais foram utilizados
em toda a Rokugan. Os eta tiveram a dura tarefa de
desenterrar os corpos dos mortos em cemitérios em todo o
Império Esmeralda, desde as criptas dos lordes da Garça até
os humildes túmulos camponeses. O Leão lutou muito
contra a ordem do Imperador, por seu amor pelos seus
ancestrais entrando em contradição com sua devoção ao
dever imposto pelo Imperador, mas, no final, o Clã caiu em
si quando seu Campeão cremou o corpo de seu pai em um
ritual público.
Isolados como estavam, os Javalis não aprenderam
sobre esta ordem até quase dois séculos depois. Além disso,
nunca a cumpriram. Embora os samurais convidados
tenham lhes contado sobre o Decreto do Imperador, eles
não deram credibilidade. Um enterro honrado ainda é a
recompensa final de um samurai, e o Javali não poderia
acreditar que o Filho do Céu negaria isso aos seus súditos.
Mesmo os heimin do Covil recebem suas próprias
sepulturas. Esta prática, infelizmente, poderia muito bem
ameaçar destruir o Covil se os oradores de sangue
conseguissem tirar proveita dela.
Vestimentas: Quando o Javali foi fundado, a casta
samurais não usava regularmente quimono, kataginu ou
hakama. Um estilo de vestuário conhecido como hitatare
era a norma. O hitatare consistia em uma camisa e uma
calça, ambas largas e penduradas, amarradas com arcos
elaborados em torno do corpo de um samurai. Bushi em
serviço ativo e patrulha normalmente usavam yoroi
hitatare, uma versão reduzida do vestuário, que deveria ser
usada sob armadura. As duas metades do hitatare
acompanhavam um obi, onde o samurai mantinha suas
espadas, seus leques e outras necessidades. Normalmente,
a metade superior de um hitatare era amarrada por uma
grande série de arcos no peito.
Após o Reinado do Crisântemo de Aço, o hitatare
começou a cair em desuso em favor do quimono. Há muitas
razões para isso, desde a maior facilidade de produção do
quimono até o desejo da maioria dos rokugani por um novo
começo depois do infeliz reinado de Hantei XVI. A produção
diligente de seda da Garça e as quantidades da nova moda
que o Clã de Doji entregava como presentes, sem dúvida,
também contribuiu para a queda do hitatare.
Mas no Covil, nunca houve um influxo de quimono
e dos outros estilos de moda. A durabilidade e a facilidade
de criação do hitatare significaram que o Javali não viu
necessidade de substituí-lo, especialmente devido aos
suprimentos limitados de roupas. Em épocas posteriores, os
samurais convidados muitas vezes se tornaram objeto de
piadas aos Javalis devido à sua falta de familiaridade com o
hitatare, e eles atribuem seus filhos o ensino dos recém-
chegados sobre como se vestir. Alguns convidados da Garça
tentaram esclarecer o Javali quanto aos novos estilos de
roupas, mas seus esforços foram em vão.
Celebrações: A chegada dos gaijin em Rokugan
durante o reinado da Imperadora Hantei Yugozohime foi
um período transformador para o Império. Com os navios
de Merenae e Thrane, vieram novas tecnologias, incluindo a
estranha e terrível pimenta gaijin. Embora o uso desta
tecnologia tenha sido proibido, dentro de um século, os
fogos de artifício comemorativos tinham entrado nas
tradições de Rokugan. Embora estes fogos de artifício,
denominados hanabi, fossem declarados oficialmente como
criações alquímicas sem relação com os gaijin, na verdade
eram uma tentativa de recriar a pimenta gaijin. Eles
rapidamente se tornaram um elemento popular de
festivais. No século XII, os fogos de artifício são um
elemento básico das celebrações da colheita de cada aldeia.
Em todas as pequenas aldeias do Império, menos
no Covil. Os fogos de artifício exigem muitos componentes
difíceis de encontrar ou criar, e é preciso muitas semanas
para construir o hanabi usado em apenas uma noite de
celebrações. Este luxo está além dos escassos recursos do
Javali. Ocasionalmente, convidados trarão consigo alguns
hanabi, mas isso é raro. Assistir a fogos de artifício não é
algo facilmente esquecido por um Javali, e um convidado
capaz de trazer esta raridade será bem visto. Muitas vezes,
podem demorar várias gerações entre estas ocasiões.
Aplicação da Lei: Nos primeiros dias do Covil, havia
uma agitada transição de atividades. Os heimin estavam
sendo chamados para trabalhar nas minas dos Heichi, o
Caranguejo estava fortemente envolvido, e havia planos
para construir grandes estradas através das Montanhas
Crepusculares para dar apoio à nova população lá. Assim, o
Campeão Javali, Heichi Batsuda, pediu a um Magistrado
Esmeralda que algum Magistrado Esmeralda fosse
designado a Heichi sano Negura. O magistrado atribuído foi
um jovem chamado Doji Yoshi, que veio com um
entusiasmo desenfreado ao cargo. Durante seu mandato, as
terras do Javali conheceram a paz. Infelizmente, Yoshi foi
morto por um bandido pouco antes de o Covil interromper
o contato com o mundo exterior.
Desde então, o Javali viveu sem magistrados. Os
heimin e os eta, em grande parte, policiam a si mesmos
mediante a nomeação de doshin, com apenas um
envolvimento ocasional de samurais, e a justiça entre os
samurais é geralmente administrada pelos Jomei.
Ocasionalmente, surge um mistério real e, nestes casos,
Heichi Jomei atribuirá a um samurai o dever de investigar e
resolver o problema. Depois que o caso for resolvido, o 76
samurai é simplesmente designado a outro dever.
Dinheiro: No resto de Rokugan, cada Clã cunha
moedas com base em seus impostos de colheitas. A
quantidade de koku que pode ser cunhada é determinada
pelo governo Imperial – e isso é uma função do Escritório
do Campeão Esmeralda e do Tesoureiro Imperial.
Dentro do Covil, no entanto, não há como o Javali
receber a permissão do Imperador para cunhar novas
moedas. Apenas uma modesta quantidade de dinheiro
estava em circulação no local quando o primeiro Jomei
escolheu isolar o Covil do Império e, ao longo dos séculos,
isso resultou em muito pouco para manter a economia local
em funcionamento, apesar das adições ocasionais de
pequenas quantidades de moedas de convidados do Javali.
Os Jomei cunharam secretamente zeni adicionais (a moeda
de menor valor na economia rokugani) para facilitar o
comércio adequado dentro do Covil. Eles lamentam esta
violação técnica da Lei Imperial e esperam que, ao restringir
as novas moedas àquelas de menor representação, a escala
e a seriedade da sua desobediência sejam minimizadas.
O Jomei e o Imperador: “Otosan Uchi é muito
longe daqui.” – Ditado no Covil
Os samurais convidados ficam muitas vezes
confusos e inseguros quanto a devoção do Javali ao seu
líder, que ocupa a posição de Daimyo Provincial do Covil. À
medida que o Covil ficou cada vez mais distante de
Rokugan, o poder do Jomei aumentou para o controle
quase absoluto do local.
Em Rokugan, a sociedade é estruturada como um
espelho da Ordem Celestial. No topo desta ordem está o
Imperador, o supremo e divino governante de Rokugan. A
família do Imperador carrega o Mandato do Céu e as
bênçãos do Tengoku. Portanto, não há força maior sobre o
Ningen-do do que a palavra e a autoridade do Imperador.
O Covil, no entanto, é governado por Heichi Jomei.
Enquanto o Javali ainda reivindica lealdade ao Trono
Esmeralda, na prática o Jomei tornou-se objeto de grande
parte da reverência que os samurais em outro lugar
reservam ao Imperador. O Jomei comanda o Covil com
autoridade absoluta, dirigindo tudo, desde decisões de
cultivo até alocação de alimentos no inverno. Não existe
força maior do que o Jomei para recorrer as queixas,
fazendo com que a palavra do daimyo seja tão clara quanto
a Lei Imperial. Não é preciso dizer que isso incomoda os
estrangeiros que se tornam convidados do Javali.

Geografia
O Covil fica em um amplo platô localizado entre as
Montanhas Crepusculares. Apesar de seu tamanho
pequeno, o Covil consegue ser amplamente autossuficiente,
contando com cultivos no planalto e pesca a partir dos
córregos das montanhas, particularmente do grande rio
conhecido como o Rio dos Três Cavalos. Armas e armaduras
são feitas a partir de minérios extraídos das três grandes
minas locais, garantindo que os Javalis estejam bem
equipados. Apenas uma estreita estrada sai do Covil,
conectando-o ao mundo exterior.
Ao leste e ao oeste do Covil estão as montanhas Ki-
tai (Esperança) e Kaikon (Arrependimento). Os picos gê-
meos estão entre os mais altos das Montanhas Crepuscula-
res, parecendo alcançar o próprio Tengoku com seus topos
brancos e cobertos de neve. Elas, talvez mais do que as or-
dens de Heichi Jomei, serviram para isolar o Covil do mundo
exterior. As montanhas foram nomeadas pelo Caranguejo
no início do Império. O zeloso Miya Akate, um Cartógrafo
Imperial a serviço do primeiro Miya, liderou uma equipe de
exploradores da família Hiruma através das Montanhas
Crepusculares. Os mapas das terras do Caranguejo de Akate
constituiriam o alicerce dos mapas Imperiais do sul de
Rokugan, e ele desfrutou de sucesso nas cortes por seus
esforços. Os exploradores sofreram uma escalada difícil nas
montanhas, mas quando chegaram ao pico do que
pensavam ser a montanha mais alta, viram outro pico que
igualava em altura. O Caranguejo chamou aquele pico de
Esperança, pois o fim de sua jornada estava próximo. Miya
Akate conduziu a equipe à próxima montanha, deixando
77
para trás apenas um homem que havia sido ferido em um
deslizamento de rochas. Foi este homem a última pessoa a
ver Miya Akate e os Hiruma que o acompanhavam, e foi ele
que nomeou o outro pico de Arrependimento.
Nos tempos modernos, as montanhas representam
um desafio aos jovens samurais do Javali. É considerada
uma honra subir ao topo da Esperança e deixar para trás um
pequeno símbolo de sua presença. Estas lembranças podem
ser qualquer coisa – contas de oração, estátuas de
antepassados, às vezes até as espadas são deixadas no pico
da montanha. Escalar a montanha sem ajuda é uma façanha
tremenda, e muitos falharam e morreram na tentativa, e o
sensei do dojô do Javali proíbe seus estudantes de tentarem
um ato tão imprudente. Apesar disso, o desafio que a
montanha representa é muitas vezes muito atraente para
um jovem samurai hesitar. Alguns também tentaram
escalar Arrependimento, mas até hoje ninguém nunca teve
sucesso. Os que vão muito longe nunca mais são vistos de
novo. A montanha permanece tão mortal agora quanto
quando Miya Akate tentou.
A terra arável no planalto é coberta por várias
fazendas grandes, complementadas por uma série de
arrozais que escalam as porções inferiores das montanhas
(embora nenhum arrozal seja mantido nas encostas de
Arrependimento). A maioria deles é dedicada à produção de
arroz, grãos e vegetais, embora o Covil também crie aves
domésticas por seus ovos e também plantes árvores
frutíferas. As fazendas dão emprego à maior parte da
população comum do Covil e são supervisionadas de perto
por Heichi Jomei e pelos samurais do Javali.
 A principal fonte de madeira para o Covil é a
pequena floresta chamada Eiko no Mori, que está localizada
ao lado da estrada que desce do planalto. Muito pouco da
floresta fica no planalto em que o Covil se assenta, estas
terras foram limpas para a agricultura, mas as árvores
crescem abundantemente nas encostas de Esperança e
Arrependimento abaixo da linha da neve. As árvores dentro
e ao redor do Covil são na sua maioria araucárias,
principalmente pinheiros, sendo o clima muito frio para
suportar árvores diferentes.
O Rio dos Três Cavalos: este rio foi nomeado pela
equipe de batedores que o descobriu. Na verdade, não é
um rio, mas um grande córrego de água doce que corre
perto e através do Covil. É a fonte primária de água e peixes
para as pessoas do Covil e, como tal, é fortemente
patrulhado pelos samurais do Javali. Isso é especialmente
necessário porque, infelizmente, o rio atrai a atenção de
uma tribo de goblins da montanha que vivem ao norte do
Covil. Estas criaturas são os opositores mais frequentes dos
Javalis, já que ambos os grupos precisam da água do rio.
O rio também tem sido alvo de criaturas das Terras
Sombrias mais poderosas que procuram envenenar ou
contaminar os habitantes do Covil. Até agora, o Javali
conseguiu evitar este resultado, e a sua vigilância
esperançosamente garante que eles continuarão a fazê-lo.
As Presas do Javali: A fronteira do Covil, e o fim do
território do Javali, é um penhasco chamado de Presas do
Javali. As Presas são assim chamados devido a duas pedras
de projeção proeminentes que sobressaem da borda do
penhasco. Estas construções escarpadas possuem três vezes
a altura de um homem, e nenhum ser vivo consegue subir
por sua pedra cinzenta.
O penhasco desce para um desfiladeiro profundo
entre as montanhas, a centenas de metros de profundida-
de. Nenhum samurai explorou as fendas escuras, e muitos
acreditam que a luz do sol nunca chegou tão longe.
A Estrada do Viajante (O Caminho ao Jigoku): Há
muitas estradas pequenas e passagens estreitas que
atravessam as Montanhas Crepusculares, mas apenas uma
leva ao Covil. Esta estrada estreita, que percorre a lateral
das Presas do Javali conforme ascende ao planalto, é
conhecida pelo Javali como a Estrada do Viajante e é
fortemente patrulhada pelos Javalis mais bem treinados e
equipados. Quando patrulham as partes menos elevadas do
caminho, estes samurais cobrem os mon de suas roupas e
armaduras, aparentando nada mais do que ronin errantes.
Eles são encarregados de interceptar qualquer pessoa que
possa ameaçar o Covil. Normalmente, eles escoltam os
visitantes ao Covil, onde é oferecida uma escolha entre a
morte ou se tornarem “convidados” permanentes que
residem lá. Aqueles que recusam a escolta ao Covil são
mortos no local para evitar revelar sua localização.
Aos de fora do Covil, esta antiga estrada é muito
mais ameaçadora. Ao longo dos séculos, muitos heimin e
samurais recorreram a estrada e nunca voltaram. As aldeias
do Caranguejo perto da estrada referem-se a ela como o
Caminho ao Jigoku, e os sacerdotes às vezes realizaram
rituais para tentar purgar a estrada dos supostos espíritos
malignos que a habitam. Heimin do Caranguejos são
completamente convencidos de que a estrada é
amaldiçoada e permitiram que caísse em desuso ao longo
dos séculos. “Somente os mortos trilham o Caminho ao
Jigoku,” é um ditado popular na região, e alguns
camponeses contam um conto terrível de um menino que
foi pelo caminho e terminou devorado por um oni.
Esta superstição ocasionalmente atraiu o interesse
dos Magistrados Imperiais, e suas falhas em retornarem da
desbravação do caminho apenas aumentam ainda mais sua
terrível reputação. No século XII, um Magistrado Jade
chamado Isawa Konetsu jurou limpar o caminho de
qualquer espírito maligno que o corrompia. Konetsu viajou
pelo caminho por vários dias antes de ser parado por um
grupo do que acreditou serem ronin. Konetsu facilmente
venceu os ronin com seu formidável poder mágico, apenas
para viajar e encontrar o Covil. A despeito de seu poder, ele
não poderia derrotar toda a força do Javali; e se rendeu a 78
Heichi Jomei e desapareceu de Rokugan.
Eiko no Mori: A altitude do Covil impede que as ár-
vores decíduas cresçam em seu planalto e, principalmente,
a maioria das árvores foram cortadas há séculos para abrir
espaço para mais fazendas. No entanto, há uma floresta
perene bastante saudável que cresce nas encostas mais
baixas das Montanhas Crepusculares e também sobe nas
encostas dos picos Esperança e Arrependimento. Eiko no
Mori é majoritariamente formada por pinheiros e abetos,
geralmente grossos. Foi explorada por uma batedora ronin
chamada Eiko, e Miya Akate nomeou-a em homenagem a
ela em recompensa por sua dedicação.
O Caranguejo considera a floresta sem
importância, localizada tão dentro das Montanhas
Crepusculares, que são em grande parte inóspitas, e não se
preocupa em policiar nem mesmo as regiões mais baixas
que estão fora do território do Covil. No entanto, este
isolamento faz da floresta uma abrigo popular aos bandidos
e muitas vezes fica praticamente infestada com eles.
Organizações de bandidos tão diversas quanto os
Matadores da Floresta e as Serpentes de Sanada já a
chamaram de casa em várias ocasiões.
O Bosque dos Jogos: Há uma lenda entre o Javali de
um arvoredo no interior de Eiko no Mori, onde sempre há
um tabuleiro de go esperando, com suas peças imaculadas
e preparadas em todos os momentos para um novo jogo.
Ninguém sabe de onde vieram o tabuleiro e as peças, mas,
supostamente, estão preparados para novos jogadores.
Alega-se que, se os jogadores forem forçados a abandonar
um jogo por alguma razão e, em seguida, voltarem para o
bosque, eles acharão as peças posicionadas como deixaram,
um jogo incompleto perpetuamente esperando por eles.
Um conto anexado a esta lenda afirma que um ronin que
morava no Covil jogou um jogo contra um grande Kaiu por
quase quinze anos.
O Ponto dos Sacerdotes: As Montanhas Crepuscu-
lares sempre foram um lugar de interesse para os shugenja
de Rokugan. As montanhas têm uma natureza que é bastan-
te diferente das outras duas principais cadeias de monta-
nhas em Rokugan. Elas são menores e menos formidáveis
do que a Espinha do Mundo e a Grande Muralha do Norte,
mas têm uma natureza mais sinistra e angustiante do que
qualquer outra grande cadeia de montanhas. Nas raríssimas
ocasiões em que um shugenja se tornou um dos hóspedes
involuntários do Javali, eles usaram seu isolamento forçado
 Shugenja do Javali
Um dos aspectos mais notáveis do Covil é que os Heichi não têm nenhum shugenja e não têm capacidade real
para reconhecer ou entender quando um de seus nasce com o dom dos kami. Não há distinção entre quem fala com os
kami e aquele que fala a partir da loucura. Estes miseráveis, sejam ou não verdadeiramente loucos, são colocados no
cuidado dos monges no Mosteiro Solitário. Há muitas razões para isso: o isolamento do Covil, o tamanho pequeno do
Clã Javali original e atual, e a quase total carência de shugenja entre a linhagem dos Hida, da qual os Javalis se originam.
Apesar desta falha, o Javali reconhece as qualidades de um sacerdote dos kami quando um deles se junta a eles
como convidados. Estas adições involuntárias à população do Covil são sempre uma grande vantagem aos Heichi e,
ocasionalmente, representam uma oportunidade para aqueles que pertencem ao Javali e possuem a dádiva dos espíritos
para receber algo que se aproxime mais do treinamento formal dos shugenja.
A falta de identificação do Javali e do treinamento adequado para shugenja se provou muito perigosa mais de
uma vez. Em uma ocasião, por exemplo, um heimin afirmando ser guiado por um espírito conduziu samurais a um
incêndio, causando grandes danos antes que os samurais do Javali pudessem vencer.
79
como uma oportunidade para estudar as Montanhas Até agora, os veios de minério nunca foram saturados,
Crepusculares em profundidade. embora a mina tenha crescido e se desdobrado cada vez
Na borda do Covil, perto de Eiko no Mori, está um mais profundamente na montanha.
pequeno santuário dedicado aos kami da Terra. Construído O nome de Ozashin foi dado à pequena mina de
no centro de um grande anel de árvores, o santuário faz jade do vale. Cuidadosamente protegida todo o tempo, esta
parte de um complexo maior chamado Ponto dos é a principal defesa do Covil contra os ataques ocasionais de
Sacerdotes. Ao longo dos séculos, estes shugenja o criaturas das Terras Sombrias, bem como uma atração
visitaram, passando inúmeras horas em comunhão com os potencial a bandidos. O próprio Ozashin foi o primeiro
kami da Terra das Montanhas Crepusculares. mestre da mina e ordenou que os mineiros heimin criassem
O lugar foi originalmente escolhido devido à sua um novo túnel que ligasse a mina a Heichi sano Nagura,
afinidade com os kami da Terra. Comunicar-se com os construído por Heichi Jomei. O Alívio de Ozashin, como o
espíritos da Terra é mais fácil aqui do que em qualquer túnel passou a ser chamado, fornece uma rota de
outro lugar do Covil, e talvez mais fácil do que em qualquer emergência, caso o castelo esteja sob cerco apertado.
lugar da cordilheira inteira. O santuário contém uma A terceira mina tem o nome de Goshoryu, e é a
pequena biblioteca que registra os estudos e as mais rica do Covil, com extensos depósitos de ferro e cobre,
observações dos poucos shugenja que aqui vieram ao longo bem como pequenos veios de ouro. Esta mina era o
dos séculos, passando suas descobertas para o futuro. principal recurso do Covil em seus primeiros dias, e o Javali
Em meio a todo o conhecimento espiritual e a explorava vigorosamente. Muitos heimin foram trazidos
esotérico armazenado no Ponto dos Sacerdotes, podem ser das terras principais do Javali para trabalhar aqui, e eram
encontrados estudos sobre o espírito conhecido como bem recompensados. Chegou o ponto em que o Javali
Shakoki Dogu. Alguns shugenja aprenderam a se comunicar considerou trocar favores comerciais com o Caranguejo
com este espírito tão silencioso da Terra, embora invocar o para que os Kuni trouxessem alguns mujina escravizados
Shakoki Dogu tenha um alto custo ao shugenja. Há também para trabalhar na mina. Felizmente, este plano nunca se
pesquisas sobre feitiços de Jade e de purificação da Mácula, concretizou, uma vez que é improvável que os mujina
uma vez que a maioria dos shugenja que aqui viveu era da fossem mantidos sob controle depois que o Covil se isolou
família Kuni originalmente. Na verdade, o Ponto dos do resto do Império.
Sacerdotes é um dos grandes tesouros escondidos do Javali, Santuário a Shinsei: O único templo da fortaleza
mas o próprio Clã, infelizmente, é incapaz de usá-lo. do Javali, este santuário é um pequeno edifício ainda
Os Três Irmãos: A equipe de reconhecimento bastante útil, em cujo centro uma antiga estátua de pedra
original que descobriu o Covil incluía três irmãos. O mais de Shinsei fica. Embora seja mantida com carinho, a grande
velho, Heichi Goshoryu, era um pioneiro e liderou o grupo idade desgastou muitos dos detalhes. Os monges do
através das Montanhas Crepusculares. O irmão do meio, Mosteiro Solitário são os cuidadores do santuário. Embora o
Heichi Dammaku, mapeou as terras que exploraram com santuário seja teoricamente dedicado à seita shinseísta, as
habilidades que ele havia aprendido com os Miya. O caçula, injeções ocasionais de forasteiros no Covil significam que
Heichi Ozashin, era o mais cauteloso e desconfiado; e suas nem todos os monges são daquela seita, e aqueles que
habilidades os salvaram do ataque das criaturas das Terras cuidam do santuário podem ser ouvidos debatendo sobre
Sombrias uma dúzia de vezes. Juntos, os três descobriram as seitas taoísta e fortunista.
os recursos econômicos das minas de ferro, de cobre e de O santuário está localizado à beira dos Flancos do
jade que agora possuem seus nomes e são coletivamente Javali, tornando-o facilmente acessível a todos dentro do
conhecidas como os Três Irmãos. castelo e da cidade; e um caminho leva daqui pela
A maior mina, rica em ferro, recebeu o nome de montanha ao Mosteiro Solitário. Os monges responsáveis
Dammaku. Tem sido amplamente explorada nos séculos fazem o possível para oferecer lições e ensinamentos
desde a sua descoberta, com sua riqueza material de valor religiosos a qualquer um que precise deles. Os samurais do
imensurável. Nos tempos modernos, a mina quase parece Javali não se dedicam especialmente à busca da Iluminação,
um favo de mel, já que inúmeros novos túneis e acessos mas certamente são devotos, e os heimin do vale muitas
foram criados (ou descobertos) com a passagem do tempo. vezes têm necessidade de um conselho espiritual.
 O monge mais famoso do santuário foi conhecido
como Tomei. Ele não foi um nativo aposentado do Javali ou
um heimin local que se tornou monge. Ao contrário, ele foi
trazido ao Javali após uma praga. As artes de cura de Tomei
trouxeram um grande socorro ao povo do Covil e fizeram
mais para espalhar a palavra de Shinsei entre o Javali do
que qualquer outra coisa. Tomei foi frequentemente trazido
para aconselhar o Jomei reinante em questões espirituais e
era amigo de todos os habitantes do Covil. Quando ele
morreu, uma pequena estátua em sua honra foi colocada
no santuário, ao lado da própria estátua de Shinsei.
O Mosteiro Isolado: Construído na encosta da
montanha, o Mosteiro Solitário é uma estranheza mesmo
para os padrões do Covil. Foi construído como um lugar
para os samurais velhos se aposentarem e depois se tornou
o lar dos monges do Javali. O seu uso evoluiu ao longo dos
séculos, e se tornou uma casa para a prática da arte, já que
no mundo trabalhador do Covil apenas os velhos têm
tempo para perseguir este tipo de coisa. Alguns monges
também criaram uma maneira de buscar a Iluminação que
não poderiam cogitar durante suas vidas ocupadas como
samurais.
O mosteiro é construído em madeira, na mais alta
expressão artística da carpintaria rokugani. O Abade sempre
aprende a carpintaria artística e passa adiante a seu
sucessor. Além da madeira, a escultura é a forma mais
comum de arte no mosteiro, o que talvez não seja
surpreendente, dados os recursos com os quais os monges
têm que trabalhar no Covil. Uma fração significativa das
Fortunas está representada ne mosteiro por estátuas de
pedra ou madeira. Muitas destas são exibidas no caminho
que leva ao Santuário a Shinsei.
Nem todas as estátuas são tão orgulhosamente
exibidas, nem todos os artesãos são bem quistos. No
interior do mosteiro se encontra uma estátua que testa a
alma de todos os que olham para ela. Ele retrata um
homem estilizado recuando em horror abjeto, com lágrimas
escorrendo pelo rosto; uma inscrição na base diz apenas: “A
Fortune.” Ela é conhecida por esmagar os espíritos de
qualquer um que olhe para ela, fazendo com que eles se
sintam como se não escapassem da armadilha do
renascimento cármico, destruindo todo o conceito de
Iluminação e da Roda Cármica. Alguns monges dizem que se
os despreparados a virem, a eles para sempre será negada a
Iluminação... e ainda assim eles nunca ousaram destruí-la.
Ninguém lembra quem a esculpiu, ou por quê.
Santuários aos Mortos: O Decreto Imperial para
queimar cadáveres nunca alcançou o isolado Covil.
Consequentemente, os antigos ritos de enterro perdidos há
muito tempo para Rokugan estão vivos no Covil, séculos
após a Batalha das Sepulturas Roubadas. Os Santuários aos
Mortos são cemitérios nas colinas e florestas ao redor do
planalto, cada um dedicado aos mortos do Covil. Na morte,
como na vida, camponeses e samurais são separados em
santuários distintos, e cada linhagem samurai possui seu
próprio santuário. Devido às limitações de espaço, os
corpos camponeses são frequentemente enterrados uns
entre os outros pelos eta.
Todo santuário tem uma estátua a Emma-O, a
Fortuna da Morte, convidando a Fortuna a proteger os
mortos. O maior santuário, onde a linhagem dominante de
Jomei e seus retentores mais próximos são enterrados, é
protegido por uma estátua excepcionalmente bela feita de
jade sólida. Esta estátua foi um presente que o Covil
recebeu do Daimyo Kaiu, pouco antes de o Javali ser
separado do Império Esmeralda. Ela é tão alta quanto um
homem e brilha com uma luz verde suave quando atingida
pelo sol. Alguns acreditam que é realmente infundida com o
poder da Fortuna da Morte.
A Estátua de Jade de Emma-O: Os Narradores que
desejam melhorar os temas sobrenaturais do Covil podem
optar por declarar que a estátua de jade de Emma-O é
realmente imbuída com uma fração da essência da Fortuna.
Quando os feitiços maho são lançados na vizinhança, ou os
mortos famintos parecem assolar as pessoas do Covil, a
estátua ganha vida. Ela é motivada pela vontade de Emma- 80
O, procurando garantir os limites entre a vida e a morte. O
Narrador pode usar isso como um gancho para alertar os
Jogadores da presença de oradores de sangue ou mortos-
vivos no vale, ou como um deus ex machina para salvá-los
de uma luta impossível contra estes adversários.
Shugenja que estudem a estátua podem
potencialmente descobrir sua verdadeira natureza, mas
somente se já estão intimamente familiarizados com a
morte. Aqueles que, no passado, entenderam a importância
e o poder da estátua de jade nunca passaram este
conhecimento adiante por medo de que o conhecimento
levasse à destruição da estátua.
Os Flancos do Javali: A cidade do castelo em torno
de Heichi sano Negura é de tamanho apenas moderado,
dificilmente surpreendente, dado o limitado espaço e
recursos do Covil. A população heimin nunca subiu acima de
mil pessoas, e muitas vezes é tão pequena quanto trezentas
ou quatrocentas. A maioria dos habitantes são agricultores,
embora existam alguns artesãos, particularmente ferreiros,
pedreiros, carpinteiros e tecelões. A cidade está arrumada
em um padrão de meia lua em torno da porção oriental do
castelo propriamente dito, levando ao nome “Flancos do
Javali”, embora ninguém esteja certo de quem tenha
cunhado o termo. Os registros mais antigos de Heichi sano
Negura dão um nome diferente à aldeia, mas com a
passagem de séculos, mesmo os samurais passaram a usar
seu nome comum.
Devido ao fornecimento limitado de madeira na
área, muitos edifícios nos Flancos do Javali são feitos parcial
ou totalmente de pedra, uma característica incomum para
residências camponesas. Quando o Covil foi fundado, estes
edifícios eram de madeira, mas a necessidade de reparos e
novas construções ao longo dos séculos levou a uma
conversão gradual a construções de pedra. Considerando
que ser pedreiro é uma profissão menos comuns na maioria
de Rokugan, dentro do Covil quase todos os heimin
conhecem a arte do trabalho em pedra e até mesmo alguns
eta são exímios na alvenaria.
Outra grande diferença para as aldeias de Rokugan
é que os eta não vivem totalmente separados. Devido às
restrições do espaço, os eta vivem em seu próprio bairro
dentro da cidade em vez de em uma periferia como seria a
norma. Esta proximidade também levou ao longo dos
séculos a um relaxamento moderado da divisão social entre
heimin e eta, embora certamente não tenha desaparecido
inteiramente.
 Duelistas Heichi
Os Heichi sabem sobre o método de duelos rokugani de iaijutsu, mas não o praticam normalmente. Apenas
meia dúzia de alunos – escolhida entre aqueles que demonstram mais aptidão – é ensinada a cada geração o método de
duelos pradão de Rokugan. Entre os Heichi, qualquer litígio é resolvido conforme a palavra final do Jomei. Apenas
poucas vezes na história, o Jomei decidiu que os samurais duelariam, caso em que se trata de um combate simples de
mai chong.
Devido à ameaça de bandidos ou criaturas das
Terras Sombrias, a aldeia é cercada por uma paliçada
reforçada por barro, com ocasionais apoios de pequenas
construções de pedra. Há três portões para fora da cidade.
O maior dá acesso às fazendas que preenchem a maior
parte do planalto (e acaba levando à Estrada do Viajante). O
segundo abre para a estrada que conduz as minas dos Três
Irmãos. E o terceiro leva ao Mosteiro Solitário, e é vizinho
do Santuário a Shinsei.
A Estalagem dos Sete Dragões: No final do quinto
século, um tipo incomum de folhas de chá foi descoberta
crescendo nas Montanhas Crepusculares perto do Covil.
Estas folhas de chá logo foram cultivadas por uma família de
heimin mercadores liderada por um homem chamado
Yokei, que fundou a Estalagem dos Sete Dragões. Durante
os anos em que o Covil ainda estava aberto ao resto do
Império, a estalagem se tornou moderadamente famosa
pelo peculiar sabor semiamargo de seu chá.
Quando Heichi Jomei ordenou o Covil ser fechado,
no entanto, a estalagem teve que se adaptar às suas novas
circunstâncias. Ela se tornou o epicentro da interação social
para a maioria da população do Covil, um lugar onde
fofocas e rumores são servidos tão rápido quanto chá e
saquê. No final do século VII, um hóspede Hida mostrou à
família como preparar o shochu. O presente do Caranguejo
se tornou uma das bebidas mais populares na cidade,
causando uma expansão da casa de chá para acomodar sua
clientela mais numerosa.
A mesma família continua a conduzir os negócios
na Estalagem dos Sete Dragões ao longo dos séculos. Isso
tem mais significado do que se poderia pensar... pois Yokei
era membro da conspiração Kolat. Assim, enquanto o resto
de Rokugan há muito se esqueceu que o Covil um dia
existiu, o Kolat ainda sabe sobre isso.
Dojô Heichi: O único dojô sobrevivente da Escola
de Bushi Heichi está localizado dentro do Covil. O prédio
principal está na aldeia, apenas fora dos portões do próprio
Heichi sano Negura. É conhecido simplesmente como Dojô
Heichi, e é onde quase todos os samurais do Covil treinam
(poucos são escolhidos pessoalmente pelo próprio Jomei
para treinar dentro da fortaleza). O edifício é antigo, mas,
ao contrário de muitas estruturas no vale, ainda é feito de
madeira – o Javali raciona cuidadosamente sua madeira
para garantir que seu dojô ainda seja devidamente mantido.
É espaçoso o suficiente para acomodar uma centena de
alunos de cada vez, embora nunca tenha recebido tantos.
Geralmente, há três sensei no dojô, com um novo
escolhido sempre que um antecessor se aposenta ou morre.
Ser chamado para ensinar no Dojô Heichi é a maior honra
que um samurai do Covil pode receber. Apesar do passar
dos séculos, o Javali continua a transmitir suas técnicas
antigas, incluindo os métodos de luta com sua lança de três
pontas, o mai chong. A Escola de Bushi Heichi, extinta em
qualquer outro lugar em Rokugan, vive e prospera aqui.
É uma característica notável do Dojô Heichi que os
samurais convidados são livres para usar suas instalações,
uma vez que nunca serão autorizados a deixar o Covil e,
portanto, não podem trair as técnicas secretas do Javali.
Também não é incomum que convidados experientes sejam 81
convidados a mostrar suas técnicas aos alunos do dojô.
Heichi sano Negura – O Lar do Javali
O Lar do Javali, ou Heichi sano Negura, é a sede do
poder da família Heichi dentro do Covil e é a casa dos Jomei
e de sua família. O castelo foi construído conforme as
orientações do Caranguejo, e suas paredes são mais baixas
do que as dos castelos do Caranguejo construídos após a
Batalha da Onda Quebrante. Ele tem cinco andares de
altura, uma altura não especialmente grande aos padrões
rokugani, mas se impondo bastante sobre todas as outras
estruturas no Covil. A base do castelo foi construída na
montanha para obter apoio adicional, elevando-a acima da
aldeia, dando-lhe uma presença dominante em todo o
planalto.
A parede exterior é cercada por um fosso, criado
com água desviada do Rio dos Três Cavalos Horses. O fosso
é o lar de muitos peixes, e os aldeões costumam colhê-los
para comida.
Embora Heichi sano Negura seja impressionante
para um castelo tão pequeno, tem falhas críticas que se
destacam facilmente aos arquitetos modernos. O castelo é
cercado ao sul e ao oeste por montanhas, cortando rotas de
fuga. Uma vez que está localizado entre as montanhas e a
aldeia, qualquer cerco prolongado resultará em destruição
maciça à população heimin. Qualquer cerco será muito caro
para ambos defensores e atacantes.
Interior da Fortaleza: O primeiro piso do Lar do
Javali contém uma grande entrada e área de visitas. Esta
área se estende para o segundo andar, com passarelas
arqueadas que a cercam no piso superior e um grande
mezanino central. Na cabeceira da sala está o trono de
pedra apropriado ao lorde do Javali, com o conjunto do
daisho do primeiro Jomei exibido junto a ele. As paredes
são enfeitadas com preciosos tesouros do Clã,
especialmente lindíssimas estátuas criadas pelos artesãos
do Mosteiro Solitário. Além disso, as paredes e os pilares
são revestidos por folhas finas de cobre para exibir a
riqueza criada pelo Javali ao longo dos séculos. Nas folhas
de cobre se registram os impostos totais pagos pelo Javali
todos os anos, incluindo todos os impostos que não foram
enviados ao Império. O total cresce a cada ano, indicando a
quantidade de riqueza armazenada no Cofre.
O primeiro piso também contém uma grande
cozinha e uma despensa igualmente grande. A cozinha aqui
prepara comida para os habitantes do castelo – isto é, o
Jomei, sua família e seus guardas e vassalos. A dieta
geralmente consistem em peixes de água doce, arroz,
vegetais e, ocasionalmente, aves de caça.
O segundo piso contém um quartel para os guardas
do castelo, os samurais carregados com a defesa pessoal de
seu senhor, bem como um pequeno arsenal para seu uso. O
arsenal contém uma mistura de mai chong, de outras armas
pesadas e armas menores para combates fechados. Este
andar é também onde estão localizados os modestos
aposentos do Lar. Os “convidados” do Javali ficam aqui se
optarem por viver aceitando a hospitalidade do Covil.
Consequentemente, esta é uma das áreas mais
pesadamente patrulhadas do castelo. O dojô do castelo
também fica no segundo andar; embora o dojô principal do
Covil esteja localizado fora do reduto, o treinamento no
dojô pessoal do lorde é considerado mais prestigiado. Todos
os samurais da família de Heichi Jomei aprenderam suas
Técnicas neste dojô, e o sensei mais experiente no Covil é
selecionado para ensinar aqui.
O terceiro piso contém os aposentos dos
conselheiros e retentores mais próximos do Jomei. Os
“convidados” de natureza particularmente excepcional,
especialmente shugenja, também podem permanecer neste
nível. Devido à raridade dos sacerdotes se tornando
convidados do Javali, eles são permitidos um pouco mais de
liberdade que outros samurais (embora, na verdade,
shugenja geralmente prefiram ficar no Mosteiro Solitário).
O terceiro piso também possui uma pequena sala de
exposição para pinturas, esculturas e outras obras artísticas.
Este local foi criado para a primeira esposa de Jomei, e
também atua como um santuário ancestral da linhagem.
O quarto piso foi originalmente destinado a
funções políticas e diplomáticas, com várias pequenas
câmaras de audiência para acomodar reuniões com
cortesãos e diplomatas de alto escalão. Este piso é muito
arrumado e limpo pelos criados do castelo, mas não tem
uso real para o Javali desde que o primeiro Jomei fechou o
Covil para o mundo. Por isso, ele se tornou essencialmente
uma espécie de museu, uma lembrança mantida com amor
do mundo que o Javali deixou para trás.
O quinto e mais alto piso é, como em qualquer
castelo rokugani, a residência pessoal do daimyo. O Jomei e
sua família vivem aqui. Embora a maioria das habitações no
Covil seja espartana e bastante pitoresca aos padrões
modernos de Rokugan, a residência do Jomei é uma
exceção. Há belas tapeçarias de seda, relíquias antigas e
decorações semelhantes que tornam o lugar muito
impressionante. De fato, a residência contrasta
radicalmente com a forma como o resto dos habitantes do
Covil vive, fato que criou desconforto nas mentes de mais
de um Jomei. A mais privada câmara de reuniões está neste
piso, usada apenas raramente, em momentos de
necessidade ou grande consequência política.
As fundações do castelo, sob o primeiro
pavimento, abrigam várias grandes câmaras de
armazenamento com alimentos e outros estoques vitais,
bem como um sub-porão secreto com um arsenal
secundário. Há também uma passagem subterrânea que
leva ao depósito subterrâneo onde as taxas não pagas do
Clã são armazenadas – chamado de Cofre. Este túnel é
sempre guardado, tanto pelos bushi do Javali quanto por
uma variedade de armadilhas.
O Cofre está localizado abaixo da montanha
chamada Esperança e foi criado atravessando e drenando
laboriosamente um aquífero natural dentro da montanha.
O depósito é enorme, com mais de sessenta metros de
altura, e o seu espaço fluvial foi expandido por trabalhos
adicionais ao longo dos séculos. É preenchido pela riqueza
acumulada do Covil. Isso consiste principalmente em
lingotes de metal e vários produtos acabados
(especialmente esculturas), juntamente com pequenas
quantidades de jade e algumas gemas que foram extraídas
das minas ao longo dos séculos. O Javali há muito tempo
percebeu a impossibilidade de armazenar arroz ou outros
produtos alimentícios por tanto tempo e, claro, não tem 82
capacidade para obter novos koku. As lendas desta sala às
vezes atraem a atenção dos bandidos, que, é claro, nunca
percebem que muito pouco da grande riqueza da Covil é
transportável.
O Covil e as Estações
O Covil é, em muitos aspectos, uma aldeia
montanhosa típica. Embora se depare com preocupações
únicas devido a existir nas Montanhas Crepusculares, ainda
pode ser usada como um exemplo de aldeias montanhesca
de Rokugan. Devido à dificuldade das estradas de
montanhas, muitas destas comunidades existem
largamente excluídas do Império como um todo, embora
nenhum alcance o isolamento completo do Covil.
O inverno no Covil é a época mais difícil do ano,
como é na maioria de Rokugan. No entanto, devido à alta
elevação do Covil, os meses de inverno são ainda mais
difíceis para o Javali do que para a maioria das aldeias do
Império, e apenas as terras do Dragão veem uma miséria
equivalente durante o inverno. As Montanhas
Crepusculares são cobertas pela neve nesta estação, e
devido à altitude, a neve pode atingir vários alguns metros
de profundidade. Não é incomum que os habitantes
incautos sejam apanhados em uma súbita tempestade de
neve e seus corpos não sejam encontrados até o degelo da
primavera. Algumas das criaturas das Terras Sombrias que
atormentam o Covil, como os goblins da montanha, são
mais perigosas no inverno. Eles são conhecidos por
desencadear avalanches, tentando perturbar as defesas do
Covil para que possam roubar alimentos e outros recursos.
Há também rumores de encontrar a lendária Yuki no Onna
nas florestas montanhosas perto do Covil.
A primavera é, de longe, a época mais
movimentada do ano no Covil, começando com os
primeiros degelos primaveris. Devido à quantidade de neve
que cai nas montanhas ao redor do Covil, é bastante
comum que o vale experimente inundações no início da
primavera, especialmente ao longo das margens do Rio dos
Três Cavalos. A inundação afeta até mesmo o sustento do
Covil, já que a água pode escorrer através dos túneis da
montanha e às vezes arruinar os estoques de alimentos do
castelo. As neblinas pesadas também são comuns nesta
época do ano, algumas vezes densas o suficiente para que
os samurais não possam ver as mãos na frente de seus
rostos. À medida que o tempo aquece, os heimin e os eta
vão ao trabalho plantando novas culturas, às vezes ajudadas
pelos samurais se houver falta de mão de obra. A estação
de plantio dura apenas três semanas, mas qualquer
destruição pode ser desastrosa para a colheita no outono.
Com o calor do verão vem uma redução no
trabalho à plebe, mas aumenta à demanda aos samurais.
Viajar pelas Montanhas Crepusculares é mais fácil no verão,
então há maior ameaça de viajantes que encontrem o Covil
nesta estação. Isso também significa um aumento na
atividade de bandidos, e o verão é o momento mais
frequente para que o Javali seja incomodado por aqueles
que buscam roubar suas riquezas. A relativa facilidade de
viagem também parece excitar as forças de Fu Leng,
levando a maiores problemas com goblins, ogros e,
ocasionalmente, coisas piores. O verão é a estação da
guerra em toda Rokugan e, infelizmente, o Covil não é uma
exceção.
O outono é talvez a época mais relaxada do ano,
embora comece com o intenso trabalho da colheita.
Embora este período possa ainda ter ataques ocasionais por
forças hostis, geralmente é o momento mais pacífico no
Covil. Uma vez que as duas semanas da colheita são
completadas, as pessoas do Covil relaxam e celebram com
um festival maciço para Inari, a Fortune do Arroz. Os
monges do Mosteiro Solitário descem ao Covil e conduzem
com os habitantes – samurais, heimin e eta – uma
celebração de três dias da vida, do dever e do futuro. O
festival começa e termina com festas maciças, embora a
comida seja cuidadosamente administrada pelo Jomei para
garantir que as rações durem todo o inverno.
Ameaças
Escuridão Enganosa: A Escuridão Enganosa, a força
primitiva também conhecida como as Sombras e Nada,
ignorou, em sua maior parte, o pequeno remanescente do
Clã Javali que vivia dentro do Covil. No entanto, mesmo
grupos pequenos podem ser úteis se convertidos, e o
isolamento paranoico do Javali os tornou um pouco mais
vulneráveis às maquinações das Sombras do que seria o
caso. Assim, a Escuridão Enganosa ocasionalmente fez
pequenas infltrações na população da Covil.
A mais forte destas incursões, no final do século
VIII, chegou a quase destruir o Javali. Naquela ocasião, o
principal sensei da Escola de Bushi Heichi, Heichi Kommei,
desapareceu. Ele havia servido como yojimbo para a família
do Jomei por décadas, criando um vínculo entre ele e a
família dominante. Seu sumiço repentino pegou o Javali de
surpresa, e o Jomei nomeou vários samurais para
procurarem o mestre desaparecido. Quatro semanas
depois, eles descobriram Heichi Kommei vagando pela
montanha Arrependimento a poucos quilômetros do Covil.
As roupas do antigo sensei estavam desgrenhadas e ele
sofria de desidratação e insônia. Quando os samurais o
encontraram, ele pareceu incapaz de reconhecer seus
rostos ou símbolos, e até tentou os atacar antes que eles
conseguissem subjugá-lo. Os maiores curandeiros do Covil
receberam ordens para cuidar de Kommei e, dentro de uma
semana, o sensei pareceu ter se recuperado, retornando
aos seus deveres de ensino no Dojô Heichi. Ele afirmou não
se lembrar de seu desaparecimento. Mas, na verdade, ele
foi sequestrado por Nada e totalmente corrompido. O velho
professor havia ido embora, substituído por Goju Kommei,
uma versão sombria.
Logo após o retorno de Kommei, ocorrências
estranhas começaram a flagelar o Covil. Jovens estudantes
desapareceram do Dojô Heichi, sendo encontrados vagando
pelas encostas de Arrependimento dias mais tarde. Os
estudantes de Kommei começaram a desaparecer algumas
semanas ou meses depois de seus gempukku. Uma
estranha mortalha se instalou no Covil, e a suspeita existia,
mas Heichi Jomei se recusava a acreditar que seu amado ex-
guarda-costas poderia ser responsável. Os dois tiveram
reuniões frequentes para discutir os incidentes estranhos, e
o sensei tranquilizou o líder do Javali de que os problemas
não eram tão sérios quanto pareciam, de que os estudantes
desaparecidos e os samurais logo seriam encontrados. 83
A verdade foi descoberta por um casal de samurais,
incluindo um Caranguejo que vivia como convidado
involuntário. Heichi Aoki e sua companheira Hiruma Otoru
se envolveram nas buscas pelos samurais desaparecidos. O
casal tropeçou num grupo de estranhos guerreiros sem
rosto dentro de Eiko no Mori, que os atacou com poderes
que nunca antes tinham visto. Ambos conseguiram
sobreviver e escapar, e a samurai-ko do Caranguejo
conseguiu identificar Heichi Kommei como o líder no lugar
sombrio com base em sua voz e comportamentos. Mesmo
assim, o Jomei se recusou a acreditar na estrangeira acima
da palavra de seu confiável amigo e confidente, até que
uma série de estranhos assassinos tentou (mas falhou em)
matar Aoki e Otoru. Foi quando Jomei, com relutância,
ordenou a prisão de seu velho amigo. Quando os samurais
do Javali chegaram ao dojô para levarem o sensei à prisão,
eles descobriram que ele simplesmente tinha
desaparecido... sem um sinal sequer de que tivesse morado
ali.
Heichi Kommei nunca foi encontrado novamente.
Durante os anos que ele ensinou, quase um terço dos
samurais sob seus cuidados desapareceu, para nunca mais
serem vistos, e ninguém tem certeza de onde eles foram ou
o que aconteceu com eles. Aoki e Otoru passaram seus anos
remanescentes procurando infrutiferamente por Kommei e
pelas vítimas, convencidos de que eram algum tipo
estranho de novo inflador das Terras Sombrias. A perda de
um número tão significativo de jovens bushi foi um duro
golpe ao Javali e pesou sobre o Clã durante muitos anos
após o incidente.
Kolat: A conspiração Kolat vê o Covil como um
lugar de interesse, pois sempre teve curiosidade quanto ao
que causou o desaparecimento do resto do Clã Javali: uma
força poderosa o suficiente para aniquilar um Clã Menor
vale a pena ser investigada em detalhes. O Kolat mantém
contatos ocasionais com a família que mantém a Estalagem
dos Sete Dragões e vários agentes do Kolat se tornaram
“convidados” do Javali para obter mais inteligência sobre a
comunidade isolada.
Alguns Kolat veem o isolado Covil como uma
espécie de prova da verdadeira Regência do Homem. Afinal,
Heichi Jomei governa sem o mandato do Céu, e em muitos
lugares dentro do Covil, a Ordem Celestial parece se esvair.
Heimin vivem ao lado de eta, os samurais ocasionalmente
trabalham nos campos. A necessidade de sobrevivência é
sentida mais intensamente na casa do Javali do que em
qualquer outro lugar em Rokugan.
Até agora, a conspiração nunca sentiu a
necessidade de intervir diretamente nas atividades do Covil,
e depois que Kolat foi massacrado e quase destruído no
final do século XII, ele ignorou o vale em grande parte para
se concentrar em reconstruir sua própria força.
As Terras Sombrias: Apesar do seu isolamento, o
Javali não é imune à propagação da Mácula. Como
observado anteriormente, sua casa nas Montanhas
Crepusculares significa que, às vezes, Javalis encontram
monstros das Terras Sombrias, e os oradores de sangue já
atacaram sua casa mais de uma vez. Além disso, os
visitantes externos às vezes levaram a Mácula para o vale
quando se hospedaram como “convidados”.
Dentro do Covil, não há Inquisidores ou Tsukai-
Sagasu para monitorar membros do Clã pela presença de
Mácula. O Javali, no entanto, é naturalmente desconfiado
de estrangeiros e, assim, adotou uma prática de testar os
visitantes para a Mácula, tocando-os com pedaços de jade
bruta. Os hóspedes raramente passam por este
procedimento de bom grado, achando altamente insultante
mesmo ser sugerido como abrigando a Mácula –
especialmente por samurais de um extinto Clã Menor.
Muitos visitantes devem ser submetidos à força antes que o
ritual possa ocorrer.
Para um samurai Maculado em Rokugan, existem
duas opções: uma vida solitária de beber o Chá de Pétalas
de Jade sob o olhos atentos dos Kuni e da Irmandade de
Shinsei, ou seppuku para limpar a mancha na linhagem.
Devido ao Covil ser separado de Rokugan, a primeira opção
não é viável aos Javalis. Não há mosteiros especiais para
cuidar dos infelizes Maculados e nenhum Kuni para fazer o
Chá de Pétalas de Jade e para registrar cuidadosamente o
avanço da marca de Fu Leng. Assim, se um samurai do Javali
for descoberto Maculado, ele deve fazer seppuku. Dentro
do Covil, a Mácula é uma sentença de morte.
Esta política data do tempo do terceiro Jomei, e foi
feita em resposta a um incidente envolvendo um ronin
chamado Ikaro. Ikaro tinha se juntado ao Covil
voluntariamente, abdicando de um passado sombrio, mas
poucos no Covil estavam curiosos sobre a história do ronin
ou do que ele estava fugindo. Foi só durante um inverno
particularmente brutal, quando as lojas de alimentos
começaram a desaparecer, que a Mácula de Ikaro foi
rewvelada. Algumas histórias dizem que o ronin tropeçou
em uma pilha de jade minerada, outros afirmam que um
Kuni errante descobriu sua verdadeira natureza. No
entanto, quando a Mácula de Ikaro foi exposta, ele matou
dezenas de samurais do Javali que tentaram prendê-lo. O
toque do Jigoku deu poder a Ikaro e ele lutou contra o Javali
com poderes sobre-humanos e profanos, cada vez mais
fortes à medida que a batalha continuava. Quando o
samurai maldito caiu, a um custo imenso de vidas, o Jomei
ordenou que, doravante, todos os samurais no Covil
deveriam limpar imediatamente a vergonha de carregar a
Mácula com seppuku ou enfrentariam a execução.
Muitas vezes, quando um Javali descobre estar
Maculado, ele se recusa a acreditar nisso. Afinal, ser
Maculado é uma marca de grande azar, e a maioria dos
Javalis consideram a Mácula como resultado de uma falha
espiritual e moral. Assim, muitos samurais se recusam a
aceitar que aquilo seja verdade. Embora a maioria cometa
seppuku como demanda seu senhor, alguns escondem seus
sintomas de sua família e de seu Clã. Os recursos são
sempre escassos no Covil, os samurais são sempre
necessários e, assim, um samurai Maculado que continue a
cumprir seus deveres às vezes pode ocultar o toque do
Jigoku por um tempo considerável antes da eventual
exposição.
Os Oradores de Sangue: Um problema recorrente
que atormentou o Covil ao longo dos anos é o Culto dos
Oradores de Sangue, a causa maior da destruição original
do resto do Javali. Mais de um orador de sangue ao longo
dos séculos tornou-se obcecado por completar o legado de
Agasha Ryuden, e sacrificar os últimos membros 84
sobreviventes do Javali. O interesse perverso do culto no
Javali parece ser construído em parte em uma interpretação
de questionamento sobre o poder que Ryuden encontrou
dentro das Montanhas Crepusculares. As montanhas eram,
naturalmente, o local da antiga batalha entre o Kami Shiba
e o Primeiro Oni. O Primeiro Oni foi morto e seu espírito foi
banido de volta ao Jigoku, mas seu sangue penetrou na
pedra e na terra das montanhas, mudando-as para sempre.
Foi a partir desta pedra transmutada que Agasha Ryuden
criou a Bigorna do Desespero.
Em séculos posteriores, muitos oradores de sangue
chegam a acreditar que o mesmo poder que Ryuden
acessou também pode ser encontrado nas linhagens de
quem vive dentro das Montanhas Crepusculares. Estes
cultistas teorizam que qualquer pessoa que consome
alimentos cultivados ou criados nas montanhas está
essencialmente consumindo uma pequena porção da
essência do Primeiro Oni, e assim seu sangue pode ser
usado para rituais de maho extremamente poderosos. Se há
alguma verdade nesta teoria é altamente discutível.
Certamente os Kuni não acreditam que a essência de um
antigo oni pode ser ingerida simplesmente através de
meros arroz ou água, ou se recusariam a permitir qualquer
assentamento dentro das Montanhas Crepusculares.
Independentemente de seus motivos, os oradores
de sangue são definitivamente um tipo diferente de ameaça
do que meros bandidos ou monstros das Terras Sombrias.
Eles não têm interesse em riquezas, e ao invés de mera
destruição aleatória, eles procuram converter os principais
membros da população à sua causa (ou diretamente
subverter sua vontade usando maho) para experimentar
rituais. Eles são um inimigo insidioso, muitas vezes agindo
preferencialmente sobre os camponeses e os eta que são
tão cruciais para a contínua sobrevivência do Covil. Várias
vezes, o Javali derrotou estas infltrações, apenas para ver
novas surgir décadas ou gerações mais tarde. Na verdade,
os membros do culto que operam contra o Covil são
particularmente habilidosos para esconder sua identidade,
já que a população é tão pequena e a maioria das pessoas
se conhece muito bem dentro do Covil.
A Caverna do Sangue: Os Narradores que desejam
ampliar o interesse dos oradores de sangue e ameaçar
profundamente o Covil podem querer apresentar a ideia da
Caverna do Sangue. Trata-se de uma caverna escondida na
lateral da montanha Esperança, logo acima da linha de
crescimento de Eiko no Mori. Está longe das rotas normais

da patrulha do javali, e ainda mais longe de qualquer
caminho bem percorrido através do Covil. Não aparece em
nenhum mapa que o Javali tenha feito da área.
Qualquer pessoa que dormir dentro da caverna
será visitada em sonhos pelo Oráculo de Sangue, a
manifestação da vontade de Iuchiban. O oráculo transmite
conhecimento escuro aos oradores de sangue que o
consultam, além de transmitir os objetivos e desejos
pessoais de Iuchiban. Esta é a razão pela qual os oradores
de sangue permanecem tão interessados no Covil e tão bem
organizados em suas operações contra o Javali.
Como os oradores de sangue visitaram esta
caverna tantas vezes ao longo dos séculos, uma quantidade
considerável de conhecimento maho secreto também é
armazenado aqui, e o lugar é protegido por uma variedade
de armadilhas e magias. No entanto, a Caverna do Sangue
nem sempre foi apenas um abrigo de maho-tsukai. Sua
natureza chama por todos aqueles de alma corrupta ou de
natureza destrutiva. Ao longo dos séculos, tem sido abrigo
de bandidos, ronin errantes, bandos de bakemono e até de
oni. Os membros do culto dos oradores de sangue que
escaparam das purgaçõess periódicas do Javali também se
refugiaram na caverna, buscando a orientação do Oráculo
de Sangue para reconstruir sua organização.
Personagens
O Covil é um Cenário ideal para Campanhas sobre
prisão, cerco ou sobrevivência, mas também pode ser o
85
foco de uma variedade muito maior de Cenários. Quanto
maior a variedade de NPCs que habitam o Covil, mais
opções para aventuras e desafios aos Jogadores.
Obviamente, quase todos os samurais que não são Javalis
são “convidados” – isto é, prisioneiros do Clã forçados a
viver dentro do Covil para que não o revelem. O número de
convidados varia muito ao longo do tempo, e às vezes pode
haver décadas entre a visita de qualquer um, então o
Narrador deve se sentir livre para usar tão poucos NPCs
quanto desejado.
Samurais do Javali sempre formam a maioria esma-
gadora da população nobre do Covil. Os Heichi são pessoas
muito fortes, acostumadas a dificuldades e especialistas na
vida nas montanhas. De maneira muito semelhante ao
Caranguejo, o Javali é samurai brusco com apenas uma
preocupação modesta pela etiqueta. Eles estão orgulhosos
de sua independência e consideram pedir ajuda aos outros
uma prova de falha – no entanto, qualquer colega fornecerá
ajuda sem ser perguntado. Eles também tendem ser valen-
tões, propensos a ameaças verbais, que é tanto um jogo
quanto um teste de coragem para eles. O samurai visitante
pode ficar chocado com crianças do Javali ameaçando
quebrar os joelhos umas das outras com a mesma
frequência que outras crianças podem provocar ou brincar.
Quase todos os samurais no Covil são soldados
treinados no tradicional estilo do Javali. O Clã nunca teve
muito uso para diplomatas, e desde que o Covil se isolou
não há nenhuma necessidade deles. No entanto, alguns
talentosos se concentram em outros aspectos de seus
deveres, como forja, caça, exploração, mineração ou
engenharia. Embora a maioria deles eventualmente se
retire para se juntar ao Mosteiro Solitário, eles
permanecem muito ativos na vida cotidiana do Covil e
geralmente não se retiram à Iluminação isolada como
monges ascetas. Ninguém no Covil pode ser inútil.
Como o Clã parental do Javali, o Caranguejo
compreende mais facilmente a situação do Javali quando
encontra o Covil, e geralmente são os Caranguejos os mais
propensos a encontrarem e ficarem no Covil. Ao longo dos
séculos, muitos deles se casaram com o Javali, fortalecendo
as linhagens e a proeza do Covil. Embora alguns deixem a
vida e os deveres anteriores do Caranguejo, eles geralmente
mantêm um propósito e significado semelhantes no Covil,
especialmente porque existem muitas criaturas das Terras
Sombrias. Na verdade, o conhecimento do Caranguejo foi
crucial para manter a Mácula e os oradores de sangue lon-
ges. Claro, muitos samurais do Caranguejo sugeriram forte-
mente que o Javali deveria parar de se esconder e se juntar
às fileiras do próprio Clã Caranguejo, particularmente no sé-
culo XII depois que o Falcão fez o mesmo. O Jomei sempre
se recusa educadamente, já que ele ainda lembra a história
dos primeiros Heichi e como o Caranguejo os abandonou.
Os Maho-Tsukai locais podem ser camponeses que
foram recrutados pelo culto há anos, mas provavelmente
será mais interessante fazer com que sejam samurais Heichi
ou “convidados” que chegaram ao Covil há um bom tempo
e aguardaram o momento certo, esperando pela chance de
liberar seu poder para o máximo efeito. Qualquer um dos
exemplos dos NPCs podem ser oradores de sangue.
Heichi Jomei
O atual Jomei é um homem velho para os padrões
rokugani, aproximando-se dos anos de quarenta e quatro,
mas ainda lidera o Covil com um punho de ferro. A impor-
tância do seu papel foi enfatizada a ele desde o dia do nas-
cimento e, quando criança, ele estava sujeito a um treina-
mento e educação extremamente intensivos. Espera-se que
o lorde do Covil conheça todas as técnicas da Escola de Bu-
shi Heichi antes de ascender ao poder. O treinamento trans-
formou este Jomei em um homem severo, rígido e resoluto,
sem espaço para compaixão, fraqueza ou moderação. Ele
não é um particularmente violento, pois nunca deixa seus
sentimentos pessoais afetarem seus julgamentos e lida com
seus vassalos como um líder justo, mas totalmente implacá-
vel. Seus homens são tão leais a ele quanto o temem, e o
tratam com uma admiração quase que supersticiosa.
Este Jomei é um guerreiro formidável, capaz de
lutar contra vários homens de uma vez, graças ao seu
domínio do mai chong, a estranha lança de três dentes que
é a marca registrada de seu Clã. Com quase seis pés de
altura, e com uma massa musculosa instalada na melhor
armadura pesada que o Clã Javali pode produzir, ele é uma
figura impressionante. Os indivíduos que tropeçam no Covil
e são capturados são sempre imediatamente trazidos ao
Jomei e, embora ele os trate com o respeito merecido pela
casta samurai, ele também deixa claro o que acontecerá
com eles se eles tentarem escapar. Ele está perfeitamente
disposto a aceitar o seppuku de samurais que não
concordem em permanecer como convidados.
Apesar de sua força, o Jomei está começando a
sentir o peso da idade e o estresse de suas
responsabilidades. Ele começou a considerar a
aposentadoria, mas se preocupa de que seu primogênito
Utsuro ainda seja muito impetuoso e indisciplinado para
governar o Covil. Por outro lado, passar o bastão para um
dos filhos mais novos e mais sábios criará tensões dentro da
casa governante do Javali. É uma questão que ele deve
examinar cuidadosamente para que o Clã seja mantido
seguro, por isso pode demorar algum tempo ainda antes
que ele possa raspar a cabeça e se juntar ao mosteiro.
Escolas: Bushi Heichi 5/Empalador Heichi
Honra: 2,3
Glória: 9,5 (no Covil)
Status: 6,0 – Jomei
Perspicácia: 252
Atributos e Anéis: Água 4, Ar 4, Fogo 3, Terra 5, 86
Vácuo 3
Vantagens: Grande, Liderança, Posição Social:
Governador Provincial
Desvantagens: Contrário, Influenciado: Proteger o
Covil
Perícias: Atletismo 5, Bojutsu 1, Batalha 4, Caça 6,
Conhecimento: Montanhas Crepusculares 5, Defesa 5,
Etiqueta 1, Furtividade 3, Intimidação 5, Investigação 5,
Jiujutsu 5, Kenjutsu 5, Mai Chong 7, Yarijutsu 7
Hida Onako
A história de Onako parece bastante simples. Uma
guerreira e bárbara do Caranguejo, ela chegou ao Covil
enquanto rastreava um ogro particularmente cruel que
havia matado o resto de seu esquadrão. Ela veio a matá-lo
em uma batalha difícil, sofrendo feridas graves. Os Javalis a
encontraram inconsciente, deitada sobre o cadáver do ogro,
e a levaram para tanto curá-la quanto salvá-la da Mácula.
Demorou meses para que se recuperasse completamente.
Uma vez que ela se recuperou, Onako provou ser uma
formidável guerreira com incríveis reservas de força. Ela
prontamente aceitou a oferta do Jomei para servir ao lado
do resto do Javali como soldado do Covil e já lutou muitas
vezes para defendê-lo de bandidos e monstros errantes.
No entanto, Onako tem poucos amigos no lugar
que ela agora chama de casa. Embora possa ser
suficientemente agradável quando ela quer, sua fúria de
batalha assusta cada pessoa que a conhece. No meio do
combate, Onako grita no máximo de seus pulmões a cada
golpe de seu tetsubo. Ela muitas vezes ri histericamente no
meio da batalha independentemente da situação, e
mergulha nas situações mais perigosas como se realmente
quisesse morrer. Fora de situações violentas, ela passa a
maior parte do tempo treinando e bebendo, e algo na
forma como graficamente descreve seus atos na batalha faz
com que os outros se sintam pouco à vontade. Pouco se
sabe sobre ela ou sua família, ou como seu esquadrão
realmente morreu Assim, ela está mais sozinha do que não.
Escolas: Bárbaro Hida 1/Bushi Hida 1
Honra: 1,5
Glória: 1,1
Status: 1,0
Perspicácia: 167
Atributos e Anéis: Água 3 – Força 4, Ar 3, Fogo 2 –
Agilidade 3, Terra 4, Vácuo 2
 Vantagens: Bênção de Fortuna: Bishamon, Escolas
Múltiplas, Transe da Morte
Desvantagens: Bravo
Perícias: Atletismo 4, Batalha 1, Caça 1,
Conhecimento: Terras Sombrias 3, Defesa 1, Intimidação 4,
Investigação 1, Jiujutsu 4, Kenjutsu 2, Kyujutsu 1, Subojutsu
5, Tetsubo 5
Ojo
Uma vez que o Covil foi atormentado por bandidos
por gerações, seus habitantes geralmente não gostam de
ronin, que muitas vezes veem o lugar como um alvo
perfeito para suas predações. O Javali é implacável a todos
os criminosos, com a execução como o único castigo, e
qualquer homem-onda na área é automaticamente suspeito
de ser um bandido. Nas raras ocasiões em que um ronin
consegue entrar no Covil como um convidado, ele enfrenta
vigília constante, suspeita, insulto e a ameaça de duelos.
Claro, a maioria dos ronin está acostumada a estas
dificuldades, de modo que aqueles que conseguem superar
os preconceitos do Covil muitas e muitas vezes podem vir a
se tornar adições excelentes à sua sociedade.
É o caso de Ojo, que teve que se provar
repetidamente para sobreviver no Covil. Ele foi descoberto
logo depois de ter matado um dos bandidos que
atormentaram a área, mas, no entanto, teve que explicar
que ele não era um bandido, apenas um homem-onda
respeitável à procura de emprego nas terras do Caranguejo.
O Javali o observou atentamente, mas Ojo mostrou-se um
guerreiro competente e nunca cometeu nenhum ato que
sugerisse a intenção de trair ou sabotar o Covil. Ele se
mantém principalmente para si mesmo, e suas únicas
paixões aparentes parecem ser o kenjutsu, que ele pratica
obsessivamente apesar da falta de escolaridade formal.
Alguns entre os Javalis, começa-se a se falar em permitir
que jure fidelidade à família Heichi, mas Ojo recusa
qualquer comentário sobre o assunto.
Na verdade, Ojo matou aquele bandido porque foi
pago para fazê-lo. Ele foi um mercenário – um assassino
contratado – pela maior parte de sua vida adulta. Ele
nasceu o filho bastardo de uma gueixa e um samurai do
Caranguejo que lhe deixou uma lâmina e algum dinheiro
para evitar causar muito escândalo. Ojo nunca teve ilusões
sobre o valor da vida ou da honra. Como mercenário, ele
era brutal e eficiente, aceitando qualquer contrato desde
que o salário fosse bom. Não é que goste de matar – ele
simplesmente é bom nisso e não sente nenhuma empatia
particular com o que acontece com suas vítimas.
É por isso que ele não traiu o Javali e não tem
pretensões de fazê-lo – para ele, este é apenas outro
contrato, e ele não vê nenhum motivo para fazê-lo. As
condições do Covil são toleráveis em comparação com a
vida de um ronin, ele tem comida em sua tigela todos os
dias e um teto sobre a cabeça todas as noites, então ele
aceita seu destino e obedientemente abate os inimigos do
Javali. No entanto, se uma oferta melhor se apresentar, Ojo
não hesitará em abandonar os Heichi.
Escolas: Bushi Hida 1/Bushi Heichi 2
Honra: 1,8
Glória: 0,2
Perspicácia: 180
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3, Fogo 3 – Agilidade
4, Terra 3 – Vigor 4, Vácuo 2
Vantagens: Escolas Múltiplas
Desvantagens: Desvantagem Social: Ronin,
Insensível
Perícias: Atletismo 4, Batalha 1, Caça 3, Comércio
2, Conhecimento: Terras Sombrias 1, Defesa 4, Furtividade
1, Herbalismo 1, Iaijutsu 3, Intimidação 2, Investigação 3,
Jiujutsu 2, Jogos 2, Katana 5, Kenjutsu 5, Kuenai 3, Kyujutsu
1, Sinceridade 2, Tetsubo 1
Kata: Atacar como o Fogo, Atacar como o Vento
Shinjo Byungchul
Shinjo Byungchul estava caçando as Montanhas
Crepusculares com seu filho, esperando tirar suas duas 87
mentes da morte da mãe do garoto quando eles
encontraram os batedores do Javali que os escoltaram ao
Covil. Quando viu o lugar, um triunfo de sobrevivência em
meio a um ambiente tão difícil, Byungchul sabia que ele
tinha que ajudá-los e se ofereceu para fazê-lo antes mesmo
de ser perguntado a ele. Um caçador inigualável, Byungchul
ajudou o Javali a descobrir novas maneiras de sobreviver
usando a generosidade das florestas próximas, tornando-o
imensamente popular. Sua habilidade como guerreiro
também é excelente, e ele ajudou o Javali a se livrar de
algumas perigosas criaturas das Terras Sombrias e bandos
de bandidos na área. Tendo viajado muito em seus dias
jovens, Byungchul acha o Covil um lugar agradável para se
estabelecer, e protege os habitantes da cidade e do castelo
da mesma maneira que protegeu seu Clã.
O único problema de Byungchul é seu filho. Embo-
ra o menino tenha se adaptado rapidamente ao novo am-
biente, ele está perto da idade em que ele deve ser enviado
para um dojô. Byungchul se recusa a se casar com o Clã
Javali em respeito à memória da falecida esposa e deseja
que seu filho receba a mesma educação que ele, andando
de cavalo pelas planícies e aprendendo os caminhos dos
Shinjo. Mas o jovem Byungsang já está se comportando
cada vez mais como um Javali, crescendo ao lado dos filhos
dos Heichi. Embora Byungchul ache o caminho do Javali
honorável, rompe seu coração ver seu filho abandonando
sua herança, e ele se pergunta se pode persuadir o Jomei a
deixar seu filho ser levado para fora do Covil de volta ao Clã
Unicórnio... mesmo se ele mesmo fique para trás.
Escolas: Bushi Shinjo 3
Honra: 2,8
Glória: 3,5
Status: 1,5
Perspicácia: 179
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3, Fogo 2 – Agilidade
4, Terra 3, Vácuo 3
Desvantagens: Dependente: Filho Byungsang,
Nome Gaijin
Perícias: Adestramento 3, Aletismo 4, Batalha 2,
Caça 6, Cavalaria 5, Defesa 3, Furtividade 3, Investigação 3,
Jiujutsu 1, Katana 5, Kenjutsu 5, Música 1 (Flauta), Naginata
1, Yomanri 1
Kata: Atacar como o Vento, Trovejando o Céu

PARTE IV: HANAMI MURA
“Dizem em Rokugan que é a qualidade e a perícia
do artesão que realmente definem a arte sendo admirada.
Com as artes padrão, isso não é senão verdade. No entanto,
com o saquê, não poderia estar mais errado. A grandeza do
saquê não vem do conhecimento e da perícia do cervejeiro,
mas da pureza e da perfeição de seus componentes. O
Saquê dos Três Kami é uma bebida única dentro dos confins
do Império. É única por muitas razões, mas a principal entre
elas é a sua localização em Hanami Mura. A pequena cidade
é cercada por raridades naturais que o tornam o lugar
perfeito para criar um saquê tremendo. As chuvas mais
puras são filtradas através da floresta majestosa em vias
navegáveis, alguns dos agricultores mais talentosos da terra
pagam impostos sob a forma de arroz fino; e a famosa safra
de cerejeiras da neve da cidade contribui para a excelência
da bebida criada lá. Um gole e tu ficarás fascinado pelo
sabor inebriante.” – Trecho de “Uma Taça para o
Contentamento,” de Ikoma Yodosuke
A modesta cidade – alguns chamam de grande vila
– de Hanami Mura está localizada nas terras do Clã Lebre,
na margem norte do Mizu-Umi no Sakura Yuki (“Lago da Ne-
ve de Cerejeira”), a fonte de Shiroi Kin Kawa (“Rio do Ouro
Branco”). As cidades mais próximas estão no território do
Caranguejo, ao sul do rio; a dois dias a pé ao longo da mar-
gem do lago está a grande cidade de Maemikake, e entre as
duas, Sakura no Yuki Mura e suas cervejarias famosas. A ci-
dade submersa das nagas, chamada Nirukti, supostamente
88
está submersa no Lago da Neve de Cerejeira ocidental
(assim creem os nativos de Hanami Mura, enquanto, na
verdade, ela não está embaixo d’água, mas suas ruínas se
localizam na margem do lago, não muito longe de Siksa). O
marco mais famoso da região, no entanto, é a própria
Floresta Shinomen. O lago e o rio estão cheios de peixes,
mexilhões de água doce (usados tanto para a alimentação
quanto para joias de madrepérolas) e lagostins, e a terra é
fértil, produzindo abundantes colheitas.
A cidade abriga cerca de três mil não hinin perma-
nentes. A composição aproximada da população é de 1800
agricultores, 250 artesãos e artistas, 500 monges e 450
samurais. Além disso, quando as árvores estão florescendo
(do primeiro dia da primavera até o último dia do outono),
entre cinquenta e mil visitantes inundam a população. Ao
longo do ano, o número médio de peregrinos na cidade é de
300, com um pico durante os primeiros dias da primavera,
quando as novas flores são celebradas no Festival das Cere-
jeiras do Império e outro pico durante as últimas semanas
do outono, quando Hanami Mura realiza um festival local
das cerejeiras. A maioria dos peregrinos é de monges, mas
uma boa parcela é samurai, que normalmente vem acompa-
nhada por um pequeno séquito. Os visitantes geralmente
não ficam mais do que algumas semanas, mas os mais devo-
tos às vezes permanecem durante toda a estação das flores.
Cerejeiras de Neve
As Sakura Yuki (“Cerejeiras de Neve”), uma espécie
única de cerejeira com casca branca lisa e pequenas folhas
verdes pálidas, compõem a maior parte da floresta ao longo
da costa norte do lago. Eles florescem desde o início da pri-
mavera até o outono, quando as pétalas brancas puras fi-
nalmente caem em massa durante o Festival das Cerejeiras
(geralmente realizado durante as duas últimas semanas do
outono, mas as datas variam para garantir que ele coincida
com a queda das flores). As pétalas cobrem o lago de modo
que ele parece coberto de neve até onde o olho pode ver.
Este lugar é conhecido por todo o Império, e muitos monges
e samurais espirituais vêm meditar nesta paisagem serena.
Menos conhecida é outra estranheza das
cerejeiras: eles dão frutos por uma única semana, no
coração do inverno. A visão das cerejas vermelhas
brilhantes em ramos cobertos de neve é maravilhosa, e sua
maciez requintada e nutritiva é usada em várias iguarias
locais que são conhecidas pelos apreciadores em todo o
Império. Uma vez que o inverno mantém todo o mundo –
exceto os comerciantes mais corajosos – longe das estradas,
as cerejas de Hanami Mura e os produtos frescos feitos com
eles (como os famosos mochi com sabor de cereja) são
iguarias extremamente raras e caras que poucos lordes
além do próprio Imperador podem se dar ao luxo de ter em
suas mesas. Algumas das cerejas colhidas são preservadas
pelo saquê e usadas no famoso Saquê dos Três Kami.
Há muitas lendas que explicam como esta espécie
de árvore particular veio a existir, mas nenhum estudioso
foi capaz de separar a verdade do folclore nos contos,
supondo que eles contenham alguma verdade.
Na Encruzilhada
A localização da cidade perto dos territórios de vá-
rios Clãs Maiores e Menores, e nas vias navegáveis utiliza-
das para comércio e transporte entre estes Clãs e outros,
desempenhou um papel no seu desenvolvimento. Mesmo
com tantos recursos naturais, uma aldeia localizada perto
da misteriosa – e muitas vezes perigosa – Shinomen Mori,
normalmente não cresceria tanto quanto Hanami Mura.
Duas coisas causaram seu crescimento: religião e política.
Peregrinos de todo o Império vêm a Hanami Mura da prima-
vera ao outono. Com estes monges e samurais, há vários
seguidores. Esta abundância de visitantes, especialmente de
ricos samurais, contribui para a prosperidade da cidade, e
muitos dos seus negócios aproveitam esta situação, o que
explica a concentração incomum de mosteiros, pousadas,
restaurantes e até lojas de artesanatos e suvernires. Muitos
artistas talentosos também vêm à cidade em busca de
inspiração e serenidade. A maioria permanece apenas um
ou dois anos, às vezes menos, mas alguns fizeram de
Hanami Mura seu lar. Cenas clássicas das cerejeiras floridas
podem ser encontradas em mansões dos samurais em todo
o Império. A riqueza que os patronos samurais investem
nestes artistas encontra seu caminho para a economia local,
e alguns entusiastas da arte da casta nobre (da Garça, em
particular) chegam até Hanami Mura exclusivamente para
ver o Bairro Artístico, em busca do artista que será o
próximo Queridinho da Corte.
Pode ser difícil acreditar que uma localização tão
pacífica e aberta poderia ser uma propriedade da Lebre, um
Clã ferozmente paranoico inclinado a erradicar os inimigos
escondidos do Império, com pouco tempo para a
religiosidade e ainda menos para a arte. Mas a verdade é
que mesmo a áspera Lebre precisa de comida e dinheiro
para sobreviver, e os impostos de Hanami Mura fornecem
uma grande parcela da escassa renda do Clã. Embora a
maior parte do comércio ao sul da Espinha do Mundo seja
conduzida nas Províncias dos Yasuki entre o Caranguejo, o
Louva-a-Deus e a Garça, ou ao longo do Rio do Ouro com o
Escorpião, há uma rota comercial menor que liga o
território do Caranguejo ao norte do Império (às terras do
Unicórnio, em particular) que segue ao longo da borda de
Shinomen e pelas terras da Lebre e do Escorpião.
A Lebre também precisava de um lugar onde pu-
desse receber e acomodar adequadamente os embaixado-
res dos outros Clãs. Muito paranoica para receber estas
delegações em Shiro Usagi ou nos outros locais de poder do
Clã, ela decidiu que a localização excêntrica de Hanami
Mura tornava o lugar perfeito para receber convidados de 89
fora do Clã. Em comparação com o resto das explicitamente
utilitárias propriedades da Lebre, as propriedades simples,
mas elegantes de Hanami Mura, parecem luxuosas em
contraste. De todos os Clãs Maiores, apenas o Caranguejo e
o Leão possuem dignitários oficiais em Hanami Mura; o
Caranguejo (particularmente os Kuni) porque são vizinhos e
compartilham uma triste determinação para destruir o mal
(e compartilham inteligência também em algumas ocasi-
ões), e o Leão (principalmente os Ikoma) graças à antiga
aliança e amizade que têm com a Lebre. Isso não significa
que os outros Clãs Maiores não sejam representados. Ao
contrário, mesmo que não sejam emissários oficiais, sempre
que samurais de status notável vem a Hanami Mura, mes-
mo em negócios pessoais, espera-se que visitem o Daimyo
para cumprimentá-lo ao menos uma vez, e na maioria das
vezes, eles serão convidados de volta para passar algum
tempo na Corte da Lebre. O ir e vir de visitantes garante
que esta corte nunca seja a mesma de um dia para o outro.
Samurais de todos os Clãs e das famílias Imperiais –
especialmente da Fênix, do Dragão e dos Seppun –
peregrinam à cidade e visitam seus santuários e templos.
Esta é a principal razão para viajar a Hanami Mura, mas
alguns visitantes têm outros propósitos. Muitas Garças, cuja
apreciação pela arte e pela beleza são bem conhecidas, vêm
para ler as obras dos artistas locais ou apreciar a paisagem,
enquanto sofisticados cortesãos Imperiais vêm descansar
da vida estressante da corte (não sem trazer sua própria
pequena comitiva de bajuladores), e os comerciantes
Daidoji e Yasuki vêm devido ao comércio das famosas
bebidas alcoólicas de Hanami Mura. Alguns comerciantes
do Louva-a-Deus também fazem negócios em Hanami
Mura, mas é principalmente uma justificativa para
acessarem o porto e fazerem a tão necessária parada em
suas viagens de ida e volta através do Rio do Ouro. Alguns
estudiosos da Fênix estudam Shinomen e as cerejeiras
únicas encontradas lá. As tropas do Unicórnio baseadas em
Shinomen aparecem para reabastecimento. Finalmente, o
Escorpião, embora não desejado, mantém agentes discretos
na cidade para manter um olho em todas estas atividades.
Além das pequenas delegações do Caranguejo e do
Leão, alguns Clãs Menores mantêm uma presença
permanente em Hanami Mura, achando que é o terreno
perfeito para construir alianças. Em particular, a Raposa e o
Pardal têm embaixadas permanentes na cidade (apesar das
tensões passadas entre a Raposa e a Lebre), e a família
Tsuruchi (previamente o Clã Vespa) mantém alguma

presença nesta corte em homenagem a alianças passadas.
Pode parecer que Hanami Mura é um nexo político
e diplomático que não pode ser ignorado, mas, na verdade,
as delegações são muitas vezes algo como um só samurai e
seus assistentes heimin. Até mesmo as maiores representa-
ções, como as da Raposa e do Caranguejo não contemplam
mais do que cinco samurais e seus assistentes. Transações e
alianças são feitas nas pequenas câmaras da corte de Hana-
mi Mura, diretamente na Corte da Lebre, ou nos quartos
privados em uma das pousadas da cidade, mas os acordos
mais importantes normalmente dizem respeito apenas aos
Clãs Menores. Na verdade, a razão pela qual os Clãs Maio-
res mantêm alguns enviados em Hanami Mura (em uma
delegação diplomática oficial ou não) é porque ela oferece a
vantagem de ser um terreno relativamente neutro, onde os
cortesãos inexperientes podem aprimorar suas habilidades
e também esperando que alguns visitantes deixem segredos
de seus Clãs escaparem devido à atmosfera relaxada.
História
A maioria das lendas que cercam as origens das
cerejeiras únicas de Hanami Mura envolvem um misterioso
ser mítico e um homem sábio. Entre as muitas variações,
esta é a mais popular:
Há muito tempo, um homem muito sábio, e alguns
dizem que era um monge, sentou-se debaixo das flores de
cerejeira no primeiro dia da primavera, em um momento
em que as flores daqui eram as mesmas que em outros lu-
gares em Rokugan: uma floração efêmera de pétalas delica-
das brancas e rosadas. Ele foi o primeiro homem a viajar até
aqui e chegar à costa do lago. Mas ele veio apenas para des-
cansar, exausto por uma ferida mortal que havia recebido
em batalha com um inimigo sombrio na grande floresta. Ele
90
lutou durante todo o inverno contra a grande fera e, no
final, foi vitorioso. Mas a vitória logo lhe custaria a vida.
O grito silencioso de dor que emanou de seu corpo
e de sua alma alcançou os kami das cerejeiras na área. Com
o fim do inverno, a Yuki no Onna que morava no pomar de
cerejeiras sentiu a alma madura do moribundo e se aproxi-
mou dele enquanto os kami os cercavam com o cheiro re-
confortante das flores e o som do vento através dos ramos.
“Estás de luto pelo fim de tua vida,” disse ela,
“assim como estou de luto pelo fim do inverno. Talvez o
companheirismo alivie nossa dor.” À vista da linda donzela e
da sua pele clara, o fogo no coração do homem foi
reavivado. Ao som da música ventosa dos kami nos ramos, a
dor no corpo do homem diminuiu. “Não tenho medo da
passagem ao próximo domínio,” disse ele, “mas temo, pois
não deixarei nenhum legado para o mundo.” A donzela
respondeu: “Podes compartilhar teu conto comigo e
garantirei que ele será lembrado.” Agradecido, o homem
começou a contar a história de sua vida para a donzela e
aos kami, compartilhando-o para que a história não se
perdesse. Enquanto os kami ouviam, nenhuma flor caiu,
como se o mundo estivesse segurando sua respiração em
antecipação às próximas palavras do homem. O poder e o
interesse dos kami emprestaram ao homem a força para
contar sua história. Quando finalmente chegou ao fim de
seu conto, os kami se aglomeraram em torno do sábio,
encantados com sua história e perguntando se também
poderiam compartilham com ele uma história.
O homem respondeu: “Embora não tenha muito
mais tempo neste mundo, gostaria muito de ouvir a histó-
ria. Diz-me tudo o que puder antes de eu perecer, pois não
consigo pensar em um lugar melhor para morrer sob estas
flores em tão boa companhia.” A donzela, usando grande
parte de sua força antiga, prometeu-lhe que ele não perece-
ria enquanto uma flor de cerejeira ainda pendesse em um
dos galhos. Quando falou isso, as flores ficaram brancas, tão
puras e brilhantes quanto a neve fresca. “Olha,” ela disse,
“fragmentos do inverno, flocos de neve nas árvores. En-
quanto eles viverem, assim permanecerás tu ao meu lado.”
E então os kami começaram a contar a história do
mundo ao homem, Iluminando-o mais do que qualquer
homem ou mulher, exceto talvez por Shinsei. E a donzela foi
fiel à sua palavra, pois, embora a história dos kami duras-
sem da primavera ao outono, o homem não pereceu, nem
precisou sair para comer ou beber ou mesmo adormecer,
porque tamanho era o poder combinado da donzela e dos
kami naqueles dias, e tamanha era a vontade do homem,
que se deitava debaixo das flores, com a cabeça apoiada no
colo da donzela, aprendendo os segredos do mundo.
Mas quando chegou o outono, a história dos kami
também chegou ao fim. Então, o homem disse: “Meus ami-
gos, agradeço sua história, e tanto por estender a minha vi-
da e me dar uma visão tão profunda sobre o mundo. Ne-
nhum homem antes teve uma morte tão boa, ter os segre-
dos do mundo que lhe foram dados em vida para que seu
espírito possa ir ao próximo reino com este conhecimento.
Mas não posso pedir que me deis mais força, pois um dia
outros também precisarão conhecer vossa sabedoria.”
A donzela disse: “Teu conto não será esquecido. Es-
tas árvores contarão para sempre os eventos que ocorre-
ram aqui. Este será o meu presente de despedida, e será o
teu legado para o mundo.” Sorrindo, ele ficou em silêncio e
lentamente fechou os olhos. Os kami choraram, e as flores
que haviam se mantido durante todo o verão finalmente
caíram e foram varridas para o lago por uma brisa repentina
e fria. Conforme o último suspiro do sábio veio, então a
última pétala deixou seu ramo para descansar no lago. A
jovem soltou lágrimas de gelo, e o primeiro floco de neve
do inverno caiu dos céus, seguido por muitos outros.
Muitos anos depois, no coração do inverno, outro
homem se viu perdido e com fome no pomar de cerejeiras
congeladas. O destino o trouxe, instável e exausto, para o
corpo do sábio. O recém-chegado não podia saber se o
sábio havia morrido há muito tempo, pois seu corpo frio
estava perfeitamente preservado no estado sereno de seus
últimos momentos. Apesar de sua condição, o homem
perdido decidiu providenciar um túmulo para o defunto.
Sua tarefa terminou, ele entrou em colapso na neve.
Uma mão gelada ergueu o rosto da terra fria, e ele
viu a donzela sorrindo para ele. “Fizeste uma ótima ação de
compaixão, proporcionando uma sepultura para este ho-
mem que não conhecias. Tenho outra tarefa a ti,” disse ela.
“Mas primeiro, deves comer.” Enquanto ela falava, cerejas
vermelhas brilhantes apareceram nas árvores ao redor do
homem. Ele finalmente conseguiu apagar sua fome. Com
cada cereja comida, ele sentiu sua força reabastecida e o
calor retornando a seus membros. “Devo-te minha vida. O
que precisas de mim, minha dama? Pede e pagarei minha
dívida,” disse ele, totalmente saciado. A donzela falou sobre
o homem que acabara de ser enterrado, e a promessa que
fez sobre seu conto não ser esquecido. Fascinado pela
história da vida do sábio, o recém-chegado respondeu:
“Contarei a qualquer pessoa que conhecer para que ele não
seja esquecido. E no seu túmulo construirei um altar, para
marcar a localização às gerações futuras.”
E é por isso que as flores passam da primavera ao
outono e porque os aldeões são abençoados com cerejas no
coração do inverno. A Yuki no Onna ainda vigia o pomar e
mantém sua promessa. É também por isso que tantos vêm
meditar sob as cerejeiras, na esperança de que os sábios ka-
mi compartilhem seus segredos mais uma vez. Tamanha era
a pureza da alma do homem que os kami ainda o reveren-
ciam. Talvez eles tenham contado seus segredos para outra
pessoa ao longo dos anos, mas talvez não, já que os samu-
rais e os monges ainda se sentam embaixo das árvores.
Quanto ao Altar ao Sábio, embora a sua existência seja
indiscutível, sua localização continua sendo um mistério.
História
Pré-história: As várias lendas que descrevem as 91
origens das Cerejas de Neve precedem a Queda do Kami.
Primeiro Século: Primeiras tribos humanas se ins-
talam ao longo da costa do lago, numa época em que esta
parte de Rokugan ainda não era integrada ao Império.
Final do Primeiro Século: Os assentamentos huma-
nos são regularmente devastados pelas feras das Terras
Sombrias que atravessam Shinomen Mori. Akodo percebe
as incursões e manda tropas para defender o Império. Há-
nami Mura é oficialmente fundada, e agora está integrada
ao Império Esmeralda. No entanto, sua localização remota e
a falta de interesse estratégico garantem que ela
permaneça em terras neutras por muitos anos.
Quarto Século: A aldeia é muitas vezes alvo de
ataques de bandidos provenientes da floresta. Um samurai
em musha shugyo vem à aldeia e concorda em ajudar os
camponeses. Com habilidade e astúcia, ele derrota os
bandidos e mata seu líder, mas morre logo após as feridas
recebidas na batalha. Muitos aldeões veem neste ronin
anônimo a reencarnação do sábio lendário, e um santuário
é construído em sua homenagem. Poucos anos depois, um
grupo não identificado profana o santuário e rouba a urna
contendo os restos do samurai sob a cobertura da noite.
Rumores sobre avistamentos do fantasma do samurai
heroico começam.
O Fantasma do Herói: Ninguém além de um
punhado de Escorpiões sabe quem era o salvador de
Hanami Mura. Seu nome era Bayushi Takuro, e quando seu
daimyo pediu-lhe para sacrificar sua honra ao serviço do
Clã, ele escolheu trair seu Clã em vez de sujar sua honra.
Ciente de que sua vida estava perdida, ele desapareceu e
viveu como um ronin, nunca se hospedando em algum lugar
por muito tempo. Seu treinamento permitiu que escapasse
de seus ex-camaradas e do Bosque do Traidor por muitos
anos. Seu antigo daimyo não suportou a indignação quando
a palavra de sua morte e elevação ao status de herói veio a
ele. Ele enviou um grupo de homens para recuperar as
cinzas e voltar com elas. Mesmo que a alma de Takuro não
pudesse ser ligada a uma árvore no Bosque do Traidor, um
Shugenja Yogo poderia garantir que ela não descansaria em
paz. Depois de quase oitocentos anos de inquietação, presa
no Ningen-do, a alma de Takuro está se aproximando
perigosamente do ponto de ruptura e pode se tornar uma
ameaça muito séria a Hanami Mura.
Quinto Século: As notícias das flores únicas da
aldeia lentamente se espalharam. Monges errantes são os
primeiros a virem regularmente. Para acomodar os
peregrinos, o monge Kiroka fundou o primeiro templo de
Hanami Mura: Shiroi Hana Shudoin (o Templo das Flores
Brancas). Ele começa como um modesto santuário com um
dormitório de madeira adjacente.
Sexto Século: Depois de uma colheita de arroz
incrivelmente abundante, um santuário a Inari é construído
para agradecer à generosa Fortuna.
Início do Sétimo SéculoI: Shiroi Hana Shudoin sofre
suas mais ambiciosas obras de expansão para acomodar
seus peregrinos cada vez mais numerosos. Torna-se quase
tão grande quanto é hoje.
Final do Sétimo Século: Alguns monges do Templo
de Osano-Wo se instalam em Hanami Mura a pedido dos
aldeões, para fortalecer suas forças em caso de ataques
sobrenaturais ou de bandidos. Eles fundam Hana Bengosha
Shudoin (Templo dos Defensores das Flores) no coração da
aldeia.
Oitavo Século: O Clã Lebre é fundado em 750.
Hanami Mura não é mencionada no decreto de criação do
Clã, mas a Lebre logo reivindica a aldeia enquanto reforça
suas fronteiras com Shinomen Mori.
Nono Século: Hanami Mura, sob a proteção da
Lebre, finalmente começa a crescer como uma pequena
cidade. À medida que se desenvolve, as histórias de sua
bela paisagem se espalharam pelo Império, atraindo mais e
mais visitantes. Em 889, o próprio Hantei XXIV vem pouco
depois de sua coroação passar algum tempo sob as flores, o
que aumenta consideravelmente a fama da cidade,
especialmente entre as famílias Imperiais.
Décimo Século: Hanami Mura e suas flores únicas
são agora bem conhecidas em todo o Império. Os monges
foram os primeiros a peregrinarem à cidade, portanto agora
a maioria das principais seitas já estabeleceu uma presença
significativa lá. Muitos samurais devotos agora seguem seu
exemplo. Por sua vez, artistas vêm à cidade, e nasce o
famoso Bairro Artístico.
Décimo Primeiro Século: Muitos veem as nagas,
que se acreditava serem lendas, nadando abaixo do lago,
mas elas continuam evasivas ao contato humano.
1123 a 1125: O Clã Lebre é dissolvido. A cidade
diminui após numerosos ataques de bandidos. Alguns ronin,
presumivelmente antigas Lebres, eventualmente se juntam
em Hanami Mura para defendê-la. Oos edifícios se esvaziam
e poucos peregrinos vêm durante estes anos.
1125: A Lebre renasce e começa a reconstruir. Os
ronin que guardam a aldeia “se unem” ao Clã Lebre. Muitos
dos edifícios abandonados são demolidos para serem
usados como material de reconstrução. O Campeão Lebre
Usagi Ozaki remove a maioria das atividades diplomáticas
do Clã para Hanami Mura enquanto Shiro Usagi está sendo
reconstruído, mas logo percebe as vantagens do
movimento e decide torná-lo permanente.
1126: A praga diminui os esforços de reconstrução
à medida que a cidade se concentra em sobreviver.
1127: Rumores de uma força das Terras Sombrias
que se deslocam apenas a alguns dias a pé chegam até a
aldeia. Eles são desconsiderados até vir a notícia da Batalha
do Estreito Beiden. A Lebre envia samurais extras a Hanami
Mura, para patrulhar a área e dar aos convidados e aldeões
tempo para escaparem se tal exército voltar novamente.
1128: A Guerra dos Clãs deixa a cidade
amplamente isolada. A população de Hanami Mura
aumenta à medida que tanto agricultores refugiados
quanto artesãos desejam a proteção da Lebre.
1129: A aldeia fica admirada quando uma tropa de
nagas se move ao sul para se juntar ao Caranguejo no
Muralha Kaiu.
1130: Um santuário a Kisada é construído depois
que ele recebe o status de Fortuna da Persistência. É talvez
o único santuário construído fora das terras do Caranguejo
em homenagem à nova Fortuna. Este santuário se encaixa
perfeitamente em Hanami Mura, onde os visitantes
também prestam seus respeitos às flores de cerejeira
duradouras de um ano.
1132: Os peregrinos começam a retornar 92
numericamente à aldeia depois da palavra do resgate do
Imperador Toturi I. Muitos desejam se distanciar dos
problemas que eles encontram em outros lugares do
Império, mas alguns trazem seus problemas consigo. Os
aldeões fecham suas portas à noite, com medo de sombras
estranhas, e não ficam realmente consolados pela visão dos
magistrados da Lebre em alerta máximo.
1134: A paz retorna após a Batalha do Portal do
Esquecimento. Alguns espíritos retornados se reúnem na
aldeia, buscando um lugar de consolo já conhecido em suas
vidas anteriores.
1136: O Unicórnio começa a patrulhar Shinomen
Mori durante a hibernação das nagas e muitas vezes param
na cidade para reabastecer e descansar.
1138 a 1153: A Guerra dos Espíritos estoura, mas
deixa a cidade intacta, pois a maioria dos espíritos a deixa
para responder ao chamado de Hantei XVI. O status de
Hanami Mura como um lugar sagrado, juntamente com seu
afastamento, a protege dos piores efeitos diretos da Guerra
dos Espíritos, embora a disputa que assola o Império reduza
o número de peregrinos e a economia da cidade sobreviva
apenas precariamente.
1153 a 1158: Durante estes cinco anos de paz, a
economia de Hanami Mura experimenta uma grande
explosão, pois muitos veteranos de guerra a visitam para
encontrar alguma serenidade sob as flores brancas.
1158 a 1160: Depois que o Imperador Toturi é
morto, o Império entra em caos durante a Era dos Quatro
Ventos. Mais uma vez, Hanami Mura permanece
relativamente intocada, embora os visitantes se tornem
mais escassos. Enquanto os Clãs lutam por poder, os líderes
dos Clãs Menores começam a pensar que precisam
aumentar sua cooperação para melhor apoio durante os
conflitos que afligem o Império. A semente da Aliança dos
Clãs Menores é semeada, e uma grande parte dela é
planejada em Hanami Mura enquanto os Clãs Maiores se
degladeiam.
1165: Iuchiban retorna e lança sua Chuva de
Sangue sobre o Império. O contingente de monges que vive
na cidade supera a provação quase incólume, mas muitos
samurais ressentidos com suas atribuições no que
consideram uma corte menor não resistem ao chamada do
sangue. As Lebres lidam rapidamente com o surto de maho-
tsukai, mas alguns escapam e encontram refúgio em
Shinomen Mori, onde engendram vingança. As flores de
cerejeira permanentemente brancas ficam pretas alguns
dias após o fim da chuva e caem imediatamente. Muitos
temem o pior para o futuro, e grandes rituais de purificação
são organizados em um esforço conjunto raro de todas as
seitas da Irmandade de Shinsei em Hanami Mura.
1166: Nestes tempos incertos, poucos Clãs enviam
dignitários à Corte da Lebre. Esta é realmente uma benção
para a cidade, pois garante que escape aos jogos políticos
que desestabilizam o Império. Hanami Mura usa este tempo
para se recuperar lentamente das consequências da chuva
de sangue.
1167 a 1168: A guerra entre o Caranguejo e o
Escorpião é principalmente uma série de escaramuças em
pequena escala. As terras da Lebre estão presas entre os
dois territórios dos Clãs, e, portanto, suas tropas
frequentemente passam através sem o consentimento da
Lebre, causando muito estresse ao Clã Menor. Quando
Kisada leva incursões às propriedades do Escorpião, ele às
vezes cria acampamentos temporários em terras da Lebre
(nem sempre longe de Hanami Mura). A Lebre não quer se
envolver nessa guerra, mas não está em condições de fazer
muito sobre as incursões do Caranguejo, e Usagi Ozaki não
pode negar que gosta de ver o Escorpião ter uma lição de
humildade.
1168: A delegação da Raposa é reduzida a um
único representante quando todos os samurais são
convocados para lidarem com problemas misteriosos em
suas Províncias natais. Poucos sabem, mas a Raposa está
sob ataque de estranhos bandidos em Kitsune Mori.
1169: Daigotsu desloca a capital de seu Império de
Perdidos aos Pântanos Sombrios de Shinomen Mori, onde
ele coloca em movimento seus planos para formar o Clã
Aranha. As células de oradores de sangue refugiadas na
floresta logo se juntam a suas fileiras e são ordenadas a
permanecerem o mais longe possível dos samurais da
Lebre, de modo a não arriscar expor Daigotsu a eles. A
Raposa trás a prova disso, e o Louva-a-Deus promete ajudar
em troca da fidelidade da Raposa. A anexação da Raposa
perturba o equilíbrio da política entre os membros da
Aliança dos Clãs Menores, e levará algum tempo para que
eles digiram a notícia.
Geografia
Em primeiro lugar, Hanami Mura é um centro
religioso. A espiritualidade permeia a cidade, e os muitos
templos, os monges que os habitam, bem como os
pitorescos convidados samurais, são um lembrete 93
permanente da santidade do lugar. Assim, as poucas casas
de geishas autorizadas são discretas e do mais alto padrão
moral, enquanto outras atividades “pecaminosas”, como
jogos de azar, ópio e prostituição, são totalmente proibidas
da cidade. Isso nem sempre cai bem a alguns convidados
mais turbulentos, em particular do Caranguejo, do Louva-a-
Deus e do Unicórnio, mas os magistrados da Lebre que
patrulham as ruas são intransigentes. A santidade das flores
de cerejeira e a segurança deste lugar dependem deles.
Somente ao olhar além do aspecto espiritual da
cidade, o visitante pode lembrar que este é também o
centro diplomático do Clã Lebre. Alguns samurais residentes
de Hanami Mura não estão aqui para fins religiosos
(embora alguns certamente possam desfrutar deste aspecto
em sua estadia); eles estão na cidade para representar seus
Clãs na Corte da Lebre. Esta é a corte mais prestigiada da
cidade, já que o Governador administra todos os assuntos
diplomáticos com outros Clãs em nome do Campeão Lebre.
Ela não é, no entanto, a única corte. Alguns membros
poderosos das Casas Imperiais visitam regularmente
Hanami Mura. Além destes, alguns cortesãos influentes de
todos os Clãs Maiores frequentemente vêm em
peregrinação, invariavelmente trazendo consigo
importantes cortes. Em relação a estes indivíduos,
pequenas cortes informais e exclusivas se materializam
espontaneamente em seus aposentos pessoais, já que os
bajuladores e os visitantes independentes sempre
aparecem rapidamente. Ao olhar do esclarecido, a visão de
um servo que corre entre residências para entregar uma
mensagem ou um convite é tão comum quanto a visão de
um samurai meditativo.
Por fim, a pequena mas conspícua comunidade de
artistas e artesãos certamente contribui para o clima suave
de Hanami Mura. Há uma competição saudável entre eles, e
juntos desejam tornar a cidade o lugar mais lindo do
Império. A arte não é reservada às residências samurais,
pois as esculturas de madeira e pedra decoram as ruas, e os
numerosos santuários e templos são adornados com
esculturas elaboradas e pinturas impressionantes.
Com a santidade da cidade a preservar e todos
estes convidados de prestígio para proteger, não é
surpreendente que os magistrados e os samurais da Lebre
estejam sempre de guarda, prontos para reagir a qualquer
perigo ou para lidar com qualquer problemático.
Consequentemente, o crime é muito baixo. Pequenos
crimes, como assalto, ocorrem, mas estupros ou
assassinatos são praticamente inéditos, o que os tornaria
ainda mais chocante se ocorressem.
Uma Visão Rápida da Cidade
Hanami Mura pode ser dividida em quatro áreas: a
cidade propriamente dita, o bosque das cerejas, o bairro
pesqueiro e o bairro artístico.
Hanami Mura (O Centro da Cidade): Com cerca de
três quartos dos habitantes da cidade, esta é a parte mais
populosa da cidade. A maioria dos camponeses vive nos
bairros orientais, enquanto os samurais e os artistas ricos
vivem perto do lago, nos bairros ocidentais. Estalajadeiros,
comerciantes e artesãos estão espalhados por toda a
cidade, enquanto alguns monges vivem perto ou nos
poucos santuários e templos do Centro da Cidade. No canto
sudoeste da cidade, entre o lago e o rio, está a residência
do Governador, que funciona como a principal Corte da
Lebre. O maior templo da cidade é o Hana Bengosha
Shudoin (“Templo dos Defensores das Flores”), onde os
monges da Ordem de Osano-Wo estão estabelecidos.
Outros edifícios notáveis incluem o quartel da Lebre,
Refúgio (a mais antiga estalagem da cidade) e a Cervejaria
dos Três Kami.
Distrito Sakura (O Bosque das Cerejas): A oeste do
coração da cidade ocupada está o sereno bosque de
cerejeiras que tornou Hanami Mura tão popular. A
população local é composta principalmente por monges de
várias ordens, vivendo nos templos localizados lá e
cuidando de muitos santuários, altares e templos menores
espalhados pela costa ou na floresta. Os dois maiores
templos deste distrito são Shiroi Hana Shudoin (“Templo
das Flores Brancas”) e o Templo Hanami. O primeiro aceita
monges todas as ordens, bem como os samurais peregrinos
mais devotos, e é o mais antigo de todos os templos de
Hanami Mura. O pequeno Dojô Makkura (“Escuridão
Total”), onde os cegos treinam para superarem sua
deficiência, está localizado no terreno do templo. O Templo
Hanami o lar da pequena seita dedicada a Hanami, a
Fortuna das Flores, e é chamada de Ordem do Eterno
Floreio. Os camponeses também chamam os monges
carinhosamente de Jardineiros, pois eles se ocupam de
manter o bosque na melhor condição possível. Eles varrem
as folhas caídas, cortam os ramos mortos e assim por
diante, mas sempre de uma maneira sutil e humilde, que
não revela aos visitantes o fato de que eles mantêm a
beleza natural da floresta. A maior e mais cara pousada de 94
Hanami Mura, a Casa das Águas Perfumadas, está situada
entre as cerejeiras e o lago. Ela consiste em um grande
edifício central ligado a meia dúzia de pequenas casas de
hóspedes privadas construídas sobre palafitas sobre o lago.
É o lugar onde os visitantes mais ricos permanecem, e suas
cortes privadas são muitas vezes iguais ou maiores que a do
Governador em termos de poder e influência exercidos por
seus convidados.
Distrito Namazu (O Bairro Pesqueiro): Abraçando
a margem sul do rio, no lado oposto ao centro da cidade de
Hanami Mura, está o Distrito Namazu (“Peixe-Gato”). Aqui é
onde os eta, sendo a maioria deles pescadores, vivem.
Deve-se notar que, para preservar a beleza do lago, são
proibidos os barcos de pesca. Assim, os pescadores estão
restritos a barcos de passeio no rio e, ao pescar no lago,
estão limitados a jogar redes de pesca. Mulheres e crianças
eta podem ser vistas durante todo o ano colecionando
mexilhões de água doce ou caçando lagostins na margem
do rio. A alguma distância a sul, há um pequeno posto
avançado, ao lado da estrada indo para Maemikake, onde
os soldados da Lebre controlam os papéis de viagem dos
visitantes que desejam entrar no território do Clã.
Distrito Akamori (O Bairro Artístico): Aos
visitantes com uma necessidade compulsiva a atividades
não aceitas na cidade, há o distrito de Akamori (“Floresta
Vermelha”) de Hanami Mura, a meio quilômetro a norte da
cidade, que concentra seu comércio em todas as atividades
desagradáveis e proibidas de Hanami Mura. Tecnicamente,
Akamori faz parte da Hanami Mura, mas devido à sua
localização excêntrica e às atividades realizadas lá, a maioria
dos samurais prefere pensar nele como uma vila separada
(por isso ele é muitas vezes chamado de Akamori Mura).
Muitos samurais em peregrinação, mas incapazes de
manter o estilo de vida ascético exigente, juntamente com
muitos artistas e diplomatas da cidade, se reúnem em
Akamori para apreciar noites coloridas longe dos olhos
reprovadores dos monges. Os magistrados da Lebre, cientes
de que a austeridade de Hanami Mura não é para todos,
toleram Akamori. Eles mantêm vigília cautelosa sobre o
pequeno centro de entretenimento, mas tentam
permanecer tão discretos quanto possível e deixar os
clientes livres, desde que não criem problemas. Afinal, a
maior parte do dinheiro gasto em Hanami Mura é gasta em
Akamori, e a Lebre precisa de renda tributária. É um
Akamori que é mais provável encontrar agentes do
Escorpião ou do submundo, e as Lebres preferem limitá-los
a uma área menor, supostamente mais fácil de controlar. Se
esta tática é bem sucedida ou não, a boa notícia é que
Hanami Mura continua sagrada.
Terra Oca
A terra na proximidade do lago, da floresta de
Shinomen até o Rio Kawa no Kin, é composta
principalmente de calcário e coberta por uma espessa
camada de solo. Devido ao abundante húmus na floresta, a
água é ligeiramente mais ácida do que o normal.
Consequentemente, as cavernas naturais esculpidas com
água são comuns na área. A maioria é inundada ou
atravessada por riachos subterrâneos. De vez em quando,
um fazendeiro vai trabalhar e encontra um sumidouro
recém-criado em seu campo, ou um pedreiro descobrirá
uma nova rede de cavernas mais raramente. Estas cavernas
são muito perigosas para explorar (geralmente são estreitas
e escorregadias), e poucos se atreverão a entrar, pois
ninguém sabe que tipo de criaturas podem habitá-las.
A Cervejaria dos Três Kami
A Cervejaria dos Três Kami está localizada no lado
noroeste de Hanami Mura, logo fora da própria cidade e
aninhada em meio aos famosos pomares de Sakura Yuki. O
edifício em si é bastante grande, facilmente uma das
maiores estruturas da cidade. Ela tem três andares de
altura, e não tem nenhuma das telhas abrangentes ou
imponentes elementos arquitetônicos que se esperaria de
um produtor tão conhecido. É tão simples quanto os
monges que trabalham lá.
À medida que se chega à cervejaria da cidade, se é
atingido por sua simples presença. Ela está escondida
dentro de uma área florestal, e o exterior do edifício é
envelhecido e rústico como as árvores ao redor, quase
como se a floresta procurasse esconder sua amiga de olhos
curiosos. A entrada é uma série de grandes arcos torii
inscritos com orações às Fortunas. Dentro destes arcos está
um portão grande geralmente aberto durante o dia. Uma
vez que se atravesse o portão, será visto que o piso inferior
do prédio é principalmente um depósito. Este é o lugar
onde caixas e caixas de saquê são armazenadas antes de
serem enviadas para seus destinos em Rokugan. À esquerda
está uma área murada com uma única porta larga. A porta
leva à sala de rotulagem. Aqui, vários monges jovens
rotulam e limpam as garrafas de saquê prontas antes de
colocá-las nas caixas. Na parte de trás da sala, há uma
plataforma resistente que pode ser erguida e abaixada
entre os pisos para transportar as garrafas da sala de
engarrafamento acima à sala de rotulagem abaixo. Ao lado
da plataforma está um conjunto de escadas que levam ao
segundo andar.
A primeira coisa que se notará no segundo andar é
a pungência do saquê em maturação. Nesta sala é onde os
monges despejam a bebida acabada em garrafas de argila, e
onde o saquê assume sua identidade única. O visitante verá
que cada garrafa dos Três Kami é engarrafada com três
cerejas perfeitas crescidas nos pomares de Hanami Mura, e
seu açúcar oferecerá doçura adicional. Cada cereja
representa um dos kami ou Fortunas ao qual a bebida é
nomeada. Uma para Inari, a Fortuna do Arroz cujo favor cria
o arroz magnífico que é o primeiro dos ingredientes
essenciais; um ao kami da água e outro para Ebisu, cuja
benção de trabalho honesto possibilita aos dois primeiros
serem combinados para criar o saquê. Durante o curto
período de colheita do inverno, são colocadas nas garrafas
as cerejas recém-colhidas dos pomares congelados, mas no
resto do ano, os monges usam cerejas preservadas no
saquê. Isso dá ao raro Saquê de Inverno dos Três Kami um
sabor único em comparação com o saquê produzido
durante todo o ano, e o torna mais procurado. As cerejas
dão um sabor delicado à bebida, sentido apenas pelos
conhecedores, mas suas peles de rubi dão uma leve
tonalidade de rosa, de modo que mesmo os menos
conhecedores podem reconhecer visualmente uma xícara
dos Três Kami em uma lista de marcas.
À medida que se move mais para a cervejaria, é 95
possível ver a sala de filtração, onde o saquê prensado
passa através de telas progressivamente menores antes de
fazer o líquido correr através de carvão em um processo
chamado roka. Aqui, as féculas restantes dos grãos de arroz
são removidas, deixando um líquido nítido, limpo e claro.
Todas as impurezas que poderiam ter sido transmitidas
durante o processo de fabricação da cerveja são filtradas, e
apenas os melhores atributos do arroz, da água e do koji
são deixados. Na próxima sala é onde o arroz fermentado e
a água são prensados, criando o saquê bruto chamado
moromi que será filtrado no produto final na sala anterior.
O produto fermentado é vertido nos tanques acima, em
sacolas de lona que estão amarradas e colocadas em uma
prensa de madeira chamada fune. Ao lado, há outro
conjunto de escadas que levam ao último andar do prédio.
O piso superior é onde começa todo o processo e
onde vive o cervejeiro. Em primeiro lugar, nota-se um
cheiro de mofo como resultado do cultivo do molde de koji
que torna possível todo o processo. Aqui é onde o arroz é
moído, removendo a extremidade mais dura e deixando
apenas o interior amiláceo do grão. O arroz é então lavado
meticulosamente antes de ser embebido até que a
quantidade perfeita de água seja absorvida. Quando o arroz
já foi embebido, é cozido no vapor. O arroz nunca é fervido,
ele só recebe um vapor suave antes de ser combinado com
o arroz koji e a água, e depois é deixado para fermentar por
32 dias.
Há, naturalmente, muitos outros lugares
escondidos nos cantos remotos desta instalação, incluindo
aposentos do pessoal, a casa do cervejeiro e a área de
armazenamento de cerejas Hanami Mura. A maioria destes
lugares são privados ou mantidos secretos por um motivo.
Eles não estão disponíveis em uma visita, mas se um
samurai se vê em necessidade de ver um destes cômodos,
ele deve falar com o cervejeiro ou com qualquer um de seus
convidados de honra, e para tanto basta perguntar aos
monges que eles o guiarão a um dos que autorizam.
A maioria dos habitantes ou trabalhadores da
cervejaria são de fato acólitos ou monges jovens de um dos
mosteiros da cidade. Uma parte do treinamento deles os
leva até a cervejaria onde eles podem trabalhar segundo a
vontade de Ebisu e ganhar seu favor antes de continuar seu
treinamento. A maioria destes monges é esquecível, mas
alguns dos habitantes da cervejaria são bastante
memoráveis.

Personagens
Como a voz do Campeão Lebre, Usagi Ginsei tem o
dever distinto de representar seu lorde aos dignitários de
outros Clãs e transmitir seus anúncios para eles, coletando
suas mensagens e petições para encaminhar os mais
importantes ao seu daimyo. O velho Usagi Ozaki tem pouca
paciência para os jogos da corte, e o papel primordial de
Ginsei é filtrar as valiosas informações obtidas na corte das
demais discussões triviais. As cartas formais ainda podem
ser endereçadas diretamente ao Campeão Lebre, mas
graças ao serviço de Ginsei, ele não precisa suportar o tédio
da vida da corte.
A Lebre está atenta ao fato de que ter uma única
pessoa agindo como um amortecedor entre a liderança do
Clã e o resto do Império é um possível ponto fraco que
poderia ser explorado. Assim, Ginsei recebe a ajuda de
vários assessores próximos para desempenhar seus
deveres, e o primeiro entre eles é sua própria esposa.
Adiante está uma breve lista de líderes de Hanami
Mura:
Administração: Usagi Ginsei é o Daimyo Provincial,
Usagi Hotsuken é o Capitão da Guarda, Ujina Mariko é a
Chefe dos Magistrados Provinciais
Abades: Kanajiwa é o Abade do Templo das Flores
Brancas, O-Tozu é o Abade do Templo dos Defensores das
Flores e Ichige é o o Abade do Templo Hanami
Chefes de Delegações Permanentes: Kuni Godai é
a líder da Delegação do Caranguejo, Ikoma Hiruso é o líder
da Delegação do Leão, Tonbo Daikon é o líder da Delegação
da Libélula, Kitsune Nanami é a líder da Delegação da Rapo-
sa, Fuzake Mugen é o líder da Delegação do Macaco, Morito
Fang-Chuo é a líder da Delegação do Touro, Suzume Hirozu-
ma é o líder da Delegação do Pardal, Kasuga Jinshu é a líder
da Delegação da Tartaruga e Tsuruchi Toe é a líder da Dele-
gação da Vespa (ou a líder da Delegação do Louva-a-Deus).
Anexação da Raposa pelo Louva-a-Deus: A integra-
ção do Clã Raposa ao Louva-a-Deus pode ter tanto efeito na
cena política de Hanami Mura quanto o Narrador desejar.
Mesmo depois de se juntar ao Louva-a-Deus, os orgulhosos
Kitsune querem manter uma aparência tão independente
quanto possível, e isso significa que a família manterá
representantes em Hanami Mura independentemente da
família Tsuruchi. É possível que alguns Kitsune que se
oponham à anexação cheguem até a tramar em Hanami
Mura para acabar com o acordo com o Louva-a-Deus.
Finalmente, em vez de participar ativamente na construção
da Aliança dos Clãs Menores, eles a monitorarão com os
Tsuruchi para o Louva-a-Deus e provavelmente continuarão
96
a apoiá-la. Os outros Clãs Menores, no entanto, podem ser
divididos sobre a mudança. Alguns estarão satisfeitos por
terem ganhado o apoio de um Clã Maior à sua causa,
enquanto outros consideram a Raposa com suspeita,
vendo-a como um lobo entre as ovelhas.
Chefes de Delegações Impermanentes: Kakita
Makiko é a líder da Delegação da Garça, Togashi Koengo é o
líder da Delegação do Dragão, Ichiro Renken é o líder da
Delegação do Texugo, Koumori Mizuho é a líder da
Delegação do Morcego e Tsi Toredo é o líder da Delegação
do Papa-Figos.
Akindo
Akindo é um homem pequeno e duro com a
mesma cabeça raspada como seu mentor Jousei. O que ele
não tem em tamanho, ele tem em ambição. Como um bebê,
ele foi deixado no mosteiro de Hanami Mura e foi criado lá.
Desde os seus primeiros dias, ele esperou a oportunidade
de fazer algo mais para si mesmo, para provar a todos estes
outros camponeses e monges que ele é destinado às glória
e riqueza. Todos os seus talentos e habilidades estão no
comércio, e ele tem uma mente aguçada para finanças, a
todas as coisas envolvendo koku. Ele aguarda agora o dia
em que pode intervir e transformar o ônus dos Três Kami na
mina de ouro que ele sabe que pode ser. Akindo
recentemente fez uma amizade com Ikoma Yodosuke, um
renomado admirador de saquê.
Escolas: Monge das Mil Fortunas 1
Honra: 1,0
Glória: 0,5
Status: 2,0
Perspicácia: 121
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 2 – Carisma 3, Fogo 2
– Inteligência 3, Terra 2, Vácuo 3
Desvantagens: Heimin, Pequeno
Perícias: Comércio 5, Conhecimento: História
Rokugani 1, Conhecimento: Saquê 1, Jiujutsu 1, Kuenai 1,
Ofício: Cervejaria 3, Sinceridade 3, Teologia Rokugani 1
Ikoma Yodosuke
Ikoma Yodosuke não é um samurai comum do Leão
nem se a imaginação for longe. Ele foi treinado como um
bushi porque implorou a seu pai para que isso acontecesse,
algo que aconteceu muitas vezes em sua infância. Não de-
morou muito para que o treinamento como bushi o aborre-
cesse e para um novo fascínio assumir o controle. Ele se tor-
nou totalmente absorvido pelo saquê e começou a perse-
gui-lo em todo o império. Do Amigável Viajante aos Três
Kami, ele provou todos, saboreando suas personalidades
únicas. Algo sobre os Três Kami o trouxe a uma nova
viagem. Usando as conexões de seu pai na corte, bem como
a nova aliança de seu Clã, ele começou a treinar como
Cortesão Doji e começou a usar seu sistema de favores para
negociar seu caminho a provar mais de seu saquê favorito.
Ele está usando lentamente seu novo treinamento para se
colocar numa posição mais proeminente no Império como
uma espécie de sommelier. Com seu livro recente sendo
celebrado como o maior tratado sobre saquê, ele está
certamente a caminho deste título.
Escolas: Guardião Leão/Bushi Akodo 1/Omoidasu
Ikoma 2/Cortesão Doji 1
Honra: 3,5
Glória: 5,0
Status: 3,0
Perspicácia: 227
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 4, Fogo
4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Escolas Múltiplas, Riqueza, Servos (dois
Atendentes)
Desvantagens: Compulsão: Saquê (-2), Espoliado:
Saquê, Má Reputação: Bêbado
Perícias: Atletismo 2, Caligrafia: Rokugani 3,
Cavalaria 3, Composição 5, Conhecimento: Lei Rokugani 2,
Conhecimento: Saquê 3, Corte 3, Defesa 3, Etiqueta 5,
Katana 3, Kenjutsu 3, Kyujutsu 2, Narração 5, Ofício:
Cervejaria 1, Oratória 5, Yari 5, Yarijutsu 5
Jousei
O cervejeiro Jousei é um homem grande, com a
tradicional cabeça calva de um monge. Ele é obviamente
acostumado a sua posição de respeito e à boa comida que
vem com ela. Sua aparência se projeta de acordo com as
muitas refeições que ele desfrutou ao longo dos anos, mas
sua personalidade alegre não pode ser atenuada pela carne
que cobre o resto dela. O rubor de seu rosto e o vermelho
de seu nariz são uma lembrança rápida de que ele também
gosta bastante de saquê e certamente ingere uma grande
quantidade daquilo que ele produz. Ele está sempre feliz de
ver um convidado, e ainda mais feliz em oferecer uma visita
às obras de sua amada cervejaria. Sua única falha, se ele
tem uma, é que é muito ingênuo.
Escolas: Monge das Mil Fortunas 1
Honra: 2,0
Glória: 3,0
Status: 3,0
Perspicácia: 123 97
Atributos e Anéis: Água 2 – Força 3, Ar 2, Fogo 2 –
Inteligência 4, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Liderança
Desvantagens: Crédulo, Heimin
Perícias: Conhecimento: História Rokugani 1,
Conhecimento: Saquê 3, Jiujutsu 1, Meditação 1, Ofício:
Agricultura 1, Ofício: Cervejaria 7, Ofício: Culinária 1,
Teologia Rokugani 3
Ujina Mariko
Ujina Mariko, a principal magistrada de Hanami
Mura, é uma pessoa descomplicada que leva uma vida
complicada. Ela nasceu e cresceu em Hanami Mura como a
filha do Chefe dos Magistrados Provinciais anteriores, o
falecido Ujina Zurin. Durante a juventude, ela conseguiu
observar como as organizações criminosas limitadas, mas
eficientes, que operavam na cidade estavam dando muito
problema a seu pai. Discretas e seletivas em seu ofício, as
juzimai nunca agiam em crimes rasos – como assaltos – ou
muito altos – como assassinatos. Em vez disso, elas
concentraram suas atividades nas apostas de jogos de azar,
na prostituição e no contrabando de ópio no Distrito
Akamori, completando-os com a chantagem de alguns
samurais clientes influentes, garantindo a proteção dos
níveis mais altos do sistema de justiça. Parecia que o
domínio dos criminosos sobre Akamori era imutável, como
provado da maneira mais dramática quando seu pai,
tornando-se um obstáculo grande demais, morreu em
circunstâncias misteriosas.
A jovem Mariko, fresca em seu gempukku,
desapareceu pouco depois. Alguns meses depois, disfarçada
de camponesa, ela se infiltrou na organização criminosa do
submundo de Akamori. Dentro de um ano, ela identificou
todos os líderes e os envenenou. Só então ela revelou sua
verdadeira identidade e anunciou que ela havia vingado seu
pai. Mas ela não parou nesta vitória. Mariko sabia que os
líderes seriam logo substituídos e as operações só teriam
sido temporariamente interrompidas. Em uma jogada
ousada, ela ofereceu aos criminosos sobreviventes que
trabalhassem para ela, e ao mesmo tempo voltou para casa
e se juntou aos Magistrados Provinciais. Seu raciocínio era
simples: o crime nunca seria erradicado. Então, ao invés de
perder tempo e viver nesta batalha, era mais lógico
controlá-lo para que ela estivesse em uma posição em que
ela pudesse mitigar seus piores efeitos.
 Apenas alguns criminosos levaram sua oferta a
sério, mas aqueles que não juraram fidelidade a ela logo
enfrentaram as lâminas de seus colegas magistrados. Em
alguns anos, e depois de sobreviver a dúzias de tentativas
de assassinato, o submundo de Akamori finalmente se
submeteu e caiu sob o controle de Mariko. Ao mesmo
tempo, suas realizações como magistrada contra as gangues
de Akamori ganhavam muita fama, pois ela sempre tinha
informações muito detalhadas para erradicar aqueles que
se opunham a ela. Assim, ela subiu em níveis para alcançar
a posição superior de Chefe dos Magistrados de Hanami. Ela
é agora a líder não oficial do crime de Hanami Mura,
certificando-se de que apenas aqueles que procuram o vício
o encontrarão, e que o comércio ilegal de Akamori
permaneça tão discreto e ordenado quanto possível.
Mariko não é desonrada; ela simplesmente é prática e
conduzirá as ações desonestas necessárias para preservar o
fim maior: a paz na cidade.
Somente os magistrados de maior nível que
trabalham para Mariko estão conscientes da situação real e
de seu envolvimento neste negócio desagradável, mas,
independentemente se concordam com o método, nenhum
questionou seus resultados e eles permanecem leais a ela.
Da mesma forma, apenas alguns líderes criminosos
conhecem a identidade de sua líder, e, se alguns de seus
sualternos tentam ignorar sua autoridade ou eliminá-la, eles
são rapidamente despachados pelos magistrados de
Mariko. Seus deveres proporcionam a Mariko o motivo
perfeito para explicar suas visitas frequentes a Akamori,
mas ela esconde muito cuidadosamente suas conexões com
o submundo para quem observe. Ela aproveitou seu
treinamento como Ujina para saber melhor como ocultar
suas atividades, em particular dos samurais da Lebre.
O controle de Mariko sobre o submundo não é
absoluto: o tráfico do ópio ainda lhe foge e permanece sob
o controle de alguns Escorpiões que o trazem de Ryoko
Owari. Confrontá-los abertamente só atrairia muita atenção
para este lado escuro do distrito, então o conflito continua
sendo uma guerra silenciosa nas sombras. Para tornar as
coisas mais difíceis, alguns samurais de alto posto de outros
Clãs também estão envolvidos em diferentes níveis no
lucrativo Distrito Akamori. A maioria mantém negócios
lealizados como Patronos Mercantis ou como proprietários
de estabelecimentos, mas alguns mantêm negócios ilegais.
Ginsei está ciente de que Mariko deve fazer algumas coisas
desagradáveis para manter a paz, e se preocupa mais com
os resultados do que com os meios, embora,
propositadamente, nunca pergunte detalhes sobre seus
métodos. Se ele soubesse toda a verdade, ele certamente
não ficaria satisfeito. O que ele faria não é exatamente
previsível para ninguém, que já ele está envolvido
emocionalmente com Mariko, sua amante secreta. Uma
vida complicada...
Escolas: Escaramuçador Ujina/Caçador Lebre/Bushi
Usagi 2
Honra: 2,2
Glória: 1,8
Status: 4,5 – Magistrada Provincial Chefe
Perspicácia: 209
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 4, Ar 3 –
Reflexos 4, Fogo 4, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 3
Vantagens: Aliado: Usagi Ginsei, Bênção de
Fortuna: Daikoku, Discreto, Honra Incerta (4), Impiedoso,
Liderança, Mente Clara
Desvantagens: Arqui-Inimigo: líder Escorpião do
tráfico de ópio de Hanami Mura, Influenciado: controlar o
submundo de Hanami Mura, Superconfiante
Perícias: Acupuntura 2, Atletismo 3, Atuação 3,
Caça 2, Caligrafia: Rokugani 3, Cifra 3, Comércio 2, Conheci-
mento: Lei Rokugani 4, Conhecimento: Maho 1, Corte 1,
Disfarce 3, Escapada, Etiqueta 3, Falsificação 2, Furtividade
6, Heráldica Rokugani 1, Imitação 3, Investigação 6,
Kenjutsu 5, Kuenai 8, Prestidigitação 1, Sinceridade 8,
Tantojutsu 3
Usagi Ginsei 98
Hanami Mura dificilmente é uma cidade padrão da
Lebre, e precisa de um Governador capaz de navegar pelas
águas perigosas da política rokugani. Portanto, não é
surpresa que o agradável e simpático Usagi Ginsei não seja
um samurai médio deste Clã. Seu pai, Usagi Ikeba, durante
os anos em que o Clã foi dissolvido, tornou-se yojimbo de
um magistrado do Dragão chamado Kitsuki Izumasa, e
permaneceu seu aliado mesmo depois que a Lebre
renasceu. Sem parentes para cuidar do filho, o jovem Ginsei
seguiu seu pai e Izumasa em suas viagens por Rokugan,
aprendendo a partir de ambos ao longo do caminho. Ginsei
mostrou potencial, então Izumasa providenciou que ele
fosse treinado com os Kitsuki após a reinstalação do Clã.
Alguns anos depois de seu gempukku entre os Dragões,
Ginsei decidiu que era hora de ele recuperar sua porção
Lebre e forjar seu próprio destino. Ele se despediu de
Izumasa e voltou às terras da Lebre. Lá, suas habilidades e
sua visão mundana o sobressaltaram rapidamente para
ganhar a atenção do daimyo do Clã, Usagi Ozaki. Ginsei foi
enviado a outros Clãs como diplomata e aprimorou suas
habilidades cortesãs e sua natureza amigável, ganhando
amigos mesmo a sofisticada Garça. Dizem que foram suas
conexões que fizeram a Garça ajudar a Lebre contra o
vingativo exército de Jama Suru quando o Leão não enviou
apoio em 1165. Quando o Governador anterior de Hanami
Mura adoeceu e se aposentou há cinco anos, o Campeão
Lebre naturalmente buscou Ginsei para preencher a posição
e ser sua voz aos outros Clãs. Ginsei aceitou com alegria e a
cidade agora está crescendo constantemente sob sua
administração, pois se beneficia de suas excelentes relações
pessoais com os Clãs Dragão e Garça. Ginsei gosta de criar
pequenas esculturas de madeira, um hábito que ele ganhou
em sua juventude nas estradas, e mesmo que use uma faca
simples, os resultados são bastante impressionantes. Ele
geralmente usa suas esculturas em miniatura como
presentes ao conhecer outros diplomatas ou cortesãos.
Escolas: Magistrado Kitsuki 5
Honra: 3,5
Glória: 3,0
Status: 6,5 – Daimyo Hanami
Perspicácia: 248
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 5, Ar 3 –
Carisma 5, Fogo 4 – Inteligência 5, Terra 2 – Vontade 4,
Vácuo 4
Vantagens: Aliado: cortesão da Garça, Bênção de
Fortuna: Benten, Escolas Múltiplas, Mente Clara, O Sorriso
 O Sorriso de Ginsei
As múltiplas experiências de Ginsei o ajudaram a moldar uma Técnica própria, adaptando o Método de Kitsuki
às suas habilidades pessoais. Ele é a única pessoa que conhece esta técnica, e provavelmente nunca a ensinará a
ninguém além de seus próprios filhos.

O Sorriso de Ginsei [Cortesão]

Entrada: Magistrado Kitsuki 3
Saída: Escola de Entrada no Rank posterior
Técnica (O Sorriso de Ginsei): quando for fazer uma rolagem Social contra um só oponente (salvo quando for o
Desafiado de uma Réplica de Fofoca), você pode gastar um Ponto de Vácuo antes que as rolagens sejam feitas para
forçar ambos você e o oponente a usarem Inteligência no lugar do Atributo tipicamente usando durante aquela Réplica.
Adicione Fogo às rolagens relacionadas a Inteligência.
de Ginsei, Posição Social: Governador de Hanami Mura,
Sensei (Kitsuki)
Desvantagens: Fobia: cobras (-2), Luxúria (-2)
Perícias: Atletismo 2, Caça 3, Caligrafia: Rokugani 3,
Cifra 3, Comércio 2, Conhecimento: História Rokugani 1,
Conhecimento: Kolat 3, Conhecimento: Lei Rokugani 5,
Conhecimento: Maho 2, Conhecimento: Nagas 2,
Conhecimento: Oradores de Sangue 3, Conhecimento:
Shinomen 2, Conhecimento: Shugenja 2, Corte Rokugani 7,
Defesa 3, Etiqueta 6, Fofoca 5, Furtividade 3, Heráldica
Rokugani 2, Herbalismo 2, Investigação 5, Jogos 3, Katana 3,
Kenjutsu 3, Kyujutsu 2, Meditação 2, Ofício: Escultura 5,
Sadane 3, Sedução 3 Sinceridade 3, Tanto 3, Tantojutsu 3,
Teologia Rokugani 1
Usagi Hotsuken
Usagi Hotsuken é um guerreiro honrado e um
estrategista competente, mas ele sente que seus talentos
são desperdiçados nesta tarefa que lhe traz muita glória,
mas o afasta da ação. Um exemplo da longa amizade entre
a Lebre e o Leão, ele foi treinado no prestigiado Colégio de
Guerra de Akodo, graças a um favor devido a seu pai. De
seus anos entre o Leão, ele também adotou seu desdém por
frivolidades como a arte e outros jogos da corte. Hotsuken é
inteligente o suficiente para reconhecer suas limitações,
portanto evita as cortes de Hanami Mura o máximo que
puder, preferindo passar o tempo treinando seus homens
ou gerenciando sua pequena guarnição da maneira mais
eficiente possível.
Há algumas tensões entre ele e Ujina Mariko de vez
em quando, pois ele e suas tropas, devido à falta de
verdadeira ação militar, às vezes assumem a função dos
magistrados da cidade em vez de relatar os problema que
enfrentam. Na maioria das vezes, as intervenções de
Hotsuken interrompem os planos definidos de Mariko.
Para manter seus homens ocupados, ele muitas
vezes organiza expedições a Shinomen. Estas patrulhas são
outra possível fonte de conflitos, pois o Unicórnio defende
Shinomen, inclusive da presença da Lebre. Hotsuken afirma
que está caçando grupos de bandidos que operam a partir
da floresta, mas também suspeita da atividade do Escorpião
e tenta desmantelar operações de contrabando. As
intenções de Hotsuken são honrosas e sua reputação é
exemplar, o que explica por que Ginsei sempre descarta as
sugestões de Mariko para reatribuí-lo a outro lugar,
desejando manter este oficial competente consigo.
99
Escolas: Estrategista Akodo 3
Honra: 4,0
Glória: 2,5
Status: 4,5 – Capitão da Guarda
Perspicácia: 177
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 2 – Reflexos 4, Fogo 2
– Agilidade 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Bishamon,
Equilíbrio, Escola Diferente, Estrategista, Grande,
Impiedoso, Irrepreensível, Liderança, Reflexos em Combate
Desvantagens: Bravo, Intromedito, Superconfiante
Perícias: Acupuntura 2, Atletismo 3, Batalha 6,
Caça 3, Cavalaria 2, Chisaijutsu 3, Conhecimento: História
Rokugani 2, Corte 1, Defesa 5, Etiqueta 1, Heráldica
Rokugani 1, Herbalismo 2, Investigação 2, Jiujutsu 3, Jogos
2, Kenjutsu 5, Kyujutsu 5, Meditação 2, Narração 1
Usagi Kiko
Usagi Kiko é uma mulher de aparência agradável e
uma esposa devotada que entende que nada é mais
importante do que seu dever ao Clã Lebre e sua lealdade a
seu marido. Ela sabe que Ginsei está tendo um caso com
outra mulher, mas ela não se incomodou em identificar
quem é ela, nem desejo. Até onde notou, este caso não tem
qualquer impacto na capacidade do marido de
desempenhar seus deveres, então ela escolheu ignorá-lo.
Mas isso não significa que ela não está ferida por esta
situação; ela apenas esconde isso muito bem. Ginsei
suspeita que ela está ciente de suas atividades adúlteras,
mas como ela não abordou o assunto em suas discussões
privadas, ele continua vendo sua amante, embora com o
maior cuidado para não envergonhar sua esposa.
Kiko nasceu entre o Pardal, e seu casamento com
Ginsei foi organizado enquanto ele estava treinando com os
Kitsuki para fortalecer os laços entre os Clãs Lebre e Pardal.
A cerimônia foi realizada alguns meses após o retorno de
Ginsei às terras da Lebre, e como acontece com frequência
em Rokugan, foi quando se conheceram. Ambos estavam
resignados e cumpriam as exigências do dever com honra,
mas não havia nenhuma centelha de amor. Ela acompanhou
obedientemente o marido a todas as suas diversas tarefas
enquanto ele era diplomata das cortes dos Clãs Maiores,
desenvolvendo suas habilidades de cortesã e fazendo suas
próprias amizades. Desde que Ginsei recebeu o cargo de
Daimyo Hanami, ela se tornou mais ativa e muitas vezes
pode ser vista nas várias cortes que aparecem
espontaneamente em torno de samurai visitantes
influentes, representando informalmente o marido e o Clã.
Kiko e Ginsei têm três filhos: Hayaku, um rapaz de
15 anos que em breve passará por seu gempukku, e as
gêmeas de 12 anos Akumi e Hitomi.
Escolas: Fazendeira Suzume/Bushi Suzume 1/Bushi
Usagi 2
Honra: 3,5
Glória: 1,5
Status: 4,6
Perspicácia: 218
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Aliado: cortesões da Garça, Aliado:
Pardais, Bênção de Fortuna: Ebisu, Equilíbrio, Escolas
Múltiplas, Mente Clara, Voz
Desvantagens: Amor Verdadeiro: marido, Coração
Mole, Pequeno
Perícias: Adestramento 1, Caligrafia: Rokugani 3,
Cerimônia do Chá 5, Cifra 3, Comércio 2, Conhecimento:
História Rokugani 3, Conhecimento: Lei Rokugani 5, Corte 5,
Defesa 1, Etiqueta 6, Fofoca 5, Heráldica Rokugani 3,
Herbalismo 2, Jogos 3, Kenjutsu 2, Kyujutsu 2, Manipulação
5, Narração 4, Ofício: Agricultura 1, Sadane 3, Shintao 1,
Sinceridade 7, Teologia Rokugani 1
Usagi Nobu
Nobu é um homem velho, pronto para sua
aposentadoria, mas esperando até que Sachi esteja pronto
para assumir o comando antes de raspar a cabeça. Seu
cabelo grisalho é mantido bastante curto, e ele se veste
com roupas simples, mas funcionais. Sua voz é profunda e
ronca, mas seu comportamento geralmente sereno trai sua
timidez. A ambição de Nobu é evitar a obscuridade. Ele
ainda se culpa por ter matado o pai de Sachi e quer que o
mundo se esqueça de sua ação passada mais sombria. A
culpa o aflige tão profundamente que ele não pode
perceber que ninguém se lembra daquele dia – nem mesmo
Sachi.
Os estábulos de Hanami Mura foram construídos
em meados do século X, quando a popularidade das flores
únicas da cidade se espalhou pelo império. Os samurais
devotos vieram em massa para orar nos templos e meditar
nas áreas sagradas da cidade; e cada um deles precisava de
um lugar para ficar e um lugar para manter seus cavalos.
Para resolver este problema, o Clã Lebre construiu a
Pousada Refúgio e os Estábulos Jouba Ikke. A propriedade
dos estábulos passou por muitas mãos ao longo dos séculos
e, eles foram reconstruídos pelo menos duas vezes. O atual
responsável é Usagi Nobu, um magistrado semiaposentado.
Nobu já chama Hanami Mura de casa desde 1153,
quando foi enviado para cá depois de seu gempukku. Ele
serviu admiravelmente, um magistrado obediente, até a
Chuva de Sangue. Então, os magistrados da cidade foram
chamados para lidar com os afetados pela vil influência da
Chuva. Nobu foi forçado a matar seu colega magistrado
Usagi Katsu com quem tinha um relacionamento íntimo,
pois este foi encantado pelo feitiço horrível de Iuchiban e
matou a própria esposa. As mortes de Katsu e sua esposa
deixaram órfão o filho único Sachi, e a culpa de Nobu lhe
deixou um homem vazio. Ele assumiu Jouba Ikke,
abandonou sua carreira de magistrado e adotou o menino,
filho de Katsu.
Desesperadamente, precisando colocar o passado
para trás, ele se jogou no seu novo dever. Ao longo dos
anos, ele remodelou o prédio, tornando-o maior e mais
eficiente. Ele mudou os lugares de sua residência para o
segundo andar, aumentando o número de baias abaixo.
Nobu também mudou as baias para as paredes externas, o
que criou uma área aberta no centro onde os clientes
cavalgam, e onde os servos cuidam dos cavalos. A frente do
prédio está aberta, permitindo que os criados conduzam
facilmente os animais para dentro e para fora, a fim de lhes
executar seu trabalho diário. De tempos em tempos, Nobu
e Sachi cavalgarão fora da cidade para permitir que os
animais pastem no campo exuberante. Nobu usa estes 100
passeios como uma oportunidade para ensinar a Sachi os
caminhos de um samurai. Quando não pastoreia ou ensina
kenjutsu a Sachi, Nobu geralmente se dedica a ensinar Sachi
aos caminhos dos estábulos, mostrando-lhe as
complexidades de manejar cavalos, montá-los e, de outras
formas, administrar o negócio. Enquanto eles estão
ausentes, seus dois criados Aki e Kana podem administrar o
negócio de forma muito eficiente.
Aki e Kana são um cxasal de irmãos contratados
por Nobu quando ele assumiu o primeiro Jouba Ikke. Eles
são membros valiosos de sua equipe de funcionários e as
pessoas mais trabalhadoras com quem ele já teve o prazer
de lidar. Quase da mesma idade e cada um em seus trinta e
poucos anos, é possível pensar que são parecidos, mas não
poderiam ser mais diferentes. Enquanto Kana é uma
menina pequena e aparentemente delicada, seu irmão é
tão grande quanto um Hida e tão forte e musculoso quanto.
Aki é um homem simples com uma mente simples, mas sua
irmã é nitidamente mais esperta. Os clientes nunca devem
tentar enganá-la, porque, se tentarem, ela descobrirá... e
contará ao gigante que é o seu irmão. Os dois são o
verdadeiro motivo para o sucesso contínuo de Jouba Ikke, já
que passam mais tempo gerenciando o negócio do que
Nobu e Sachi, que muitas vezes estão em aulas samurais.
Escolas: Bushi Usagi 3
Honra: 1,5
Glória: 2,0
Status: 1,5
Perspicácia: 195
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3, Fogo 4, Terra 3,
Vácuo 3
Vantagens: Caminho da Terra: Hanami
Desvantagens: Amor Perdido: Usagi Katsu,
Antissocial (-2), Idoso
Perícias: Adestramento 5, Atletismo 2, Caça 3,
Cavalaria 5, Conhecimento: Kolat 1, Conhecimento: Lei
Rokugani 3, Conhecimento: Maho 1, Defesa 3, Herbalismo
3, Instrução 2, Investigação 3, Jiujutsu 3, Kenjutsu 3
Usagi Sachi
Recém-saído de seu gempukku, Sachi tem
dezesseis anos de idade. Ele quase idolatra seu pai adotivo,
e se veste e se comporta como ele. Os dois parecem ser
versões mais velha e mais jovem do mesmo homem na
superfície, mas há diferenças óbvias à medida que se
aprofunda. Sachi, por exemplo, é um jovem animado que
fala alto e constantemente. Ele conversará com alguém
disposto a mostrar-lhe a cortesia para ouvir. A outra grande
diferença entre os dois é que Sachi é um covarde com medo
Mapas
do confronto físico, enquanto Nobu não tem coragem de
aceitar seu passado e deixar seus arrependimentos para
trás. Sachi recuará de quase qualquer luta em que ele sinta
que será superado. Ele prefere exibir seu atletismo e correr.
Escolas: Bushi Usagi 1
Honra: 1,5
Glória: 1,0
Status: 1,0
Perspicácia: 127
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 3, Fogo 3, Terra 2,
Vácuo 2
Vantagens: Engenhoso
101
Desvantagens: Covarde, Pequeno
Perícias: Adestramento 2, Atletismo 3, Caça 1,
Cavalaria 1, Conhecimento: Kolat 1, Conhecimento: Maho 1,
Defesa 1, Jiujutsu 2, Kenjutsu 2
102

PARTE V: KANAZAWA MURA
A cidade de Kanazawa encontra-se em uma
passagem na Espinha do Mundo esculpida pelo Rio Kawa
Mitsu Kishi, e liga as terras do Unicórnio e do Escorpião. Ao
norte da passagem estão as planícies do Unicórnio se
estende, enquanto ao sul estão as terras rochosas dos
Soshi. O Clã Leão fica a leste, mas evita se envolver nas
disputas sobre a cidade. Kanazawa é projetada para ser um
Cenário de Campanha complexo para ser jogado com
membros das famílias Usagi, Iuchi ou Soshi. Com adaptação,
a cidade pode ser deslocada a outros pontos do Império
Esmeralda ou mesmo a outras épocas.
História
A cidade foi dada ao ronin Reichin em 750, que de-
sempenhou um papel instrumental na derrota do Iuchiban,
e recebeu seu próprio Clã Menor, a Lebre. Quando Reichin
assumiu, as terras ao norte eram governadas pela família
Ikoma do Leão (o Unicórnio ainda estava viajando nesse
período), enquanto as terras ao sul eram governadas pelos
Soshi. A Leão sofreu a tempestade política do Retorno do
Unicórnio, vendo os Ikoma substituídos pelos Iuchi em 840.
A cidade ficou rica com o aumento do comércio que veio
após o Retorno do Unicórnio, e a era que se seguiu é
considerada a era de ouro de Kanazawa.
Em 1015, os Burezu descobriram evidências de cor-
rupção generalizada entre as Lebres. Temendo o destino de
uma grande cidade nas mãos de maho-tsukai, os Burezu in-
103
vadiram e destruíram as Lebres em Kanazawa. Embora este
ato tenha violado a Lei Imperial, quando foram apresen-
tadas evidências da corrupção da Lebre, o Imperador
perdoou os Burezu e permitiu que esta Casa Burezu
retivesse Kanazawa como uma das suas propriedades.
A cidade se recuperou rapidamente da guerra, e os
Burezu ficaram ricos com os impostos que obtiveram e até
começaram a sonhar em obterem o título de Daimyo Soshi.
Em 1056, os Kaihi lançaram um ataque surpresa contra a
cidade, e os Burezu recuaram em desordem.
Os Burezu passaram 15 anos se recuperando, e o
Kaihi se tornaram complacentes. Foi aí que aprenderam que
um Escorpião nunca esquece e não perdoa. Em 1072, os
Burezu retomaram a cidade após um longo cerco. Os
Burezu não foram tolos e observaram atentamente os Kaihi
– no entanto, eles ignoraram os Kenshin e foram
surpreendidos quando outro ataque foi lançado em 1095.
Os Kenshin não estavam destinados a manter
Kanazawa por muito tempo. Em 1101, os Burezu
retomaram a cidade após mais um cerco prolongado,
tornando-se especialistas em cercos. Em 1107, os Kaihi
atacaram mais uma vez e obtiveram a cidade para si de
novo. Neste momento, a cidade já havia se tornado apenas
escombros, contudo ela se tornou uma questão de honra
para todas as partes. Ninguém ficou surpreso quando os
Burezu atacaram novamente em 1119, e tomaram a cidade.
Em 1120, a cidade sofreu seu quarto cerco nas últimas duas
décadas, com os Kaihi tentando obtê-la.
O último cerco durou mais de um mês e conquistou
a cidade. Ela esteve nas mãos dos Kaihi por três anos,
quando houve o surgimento de um grande culto de maho-
tsukai. Eles convocaram oni pelos campos de batalha e
pelas ruas, e muitos samurais nobres caíram para a Mácula.
As Legiões Imperiais e os Magistrados Jade foram chamados
para lidarem com o assunto e, apesar de terem conseguido
destruir o culto, a cidade estava em ruínas. Isso marcou a
queda do Clã Lebre, acusado de ser a origem deste mal.
Indignado com a incompetência dos Iuchi e dos
Soshi, cuja desatenção permitiu que os cultos oradores de
sangue saíssem de controle, o Imperador – dois anos
depois, quando o Clã Lebre foi restaurado – decretou que a
cidade de Kanazawa voltaria à tutela da Lebre agora
restituída. Os outros Clãs Maiores do Império (mas não o
Escorpião nem o Unicórnio) foram convidados a fornecerem
“conselheiros” – segundo a prática de colocar conselheiros
forçados a Clãs Menores – ao novo Governador Kanazawa
indicado por Usagi Ozaki, e a cidade se tornou posse da
Lebre, independente do Unicórnio e do Escorpião.
O Caranguejo enviou um Mercador Yasuki
chamado Ryoji, que passou anos viajando por Rokugan
ganhando apoio para a guerra contra as Terras Sombrias.
Sua combinação de perspicácia monetária e conhecimento
sobre as Terras Sombrias significa que o Caranguejo tem
certeza de que pode evitar que o culto dos oradores de
sangue traga novamente desastres.
A Garça enviou um Bushi Kakita, antigamente o
yojimbo de um cortesão que foi assassinado numa corte de
inverno do Leão. Embora publicamente um Dragão invejoso
tenha sido considerado culpado, os rumores são de que o
caso não era tão simples... e muitos se perguntam o motivo
pelo qual a Garça enviou um bushi falho e não um cortesão.
Ainda, ninguém duvida de sua competência em duelos.
O Dragão enviou um Kitsuki, um homem
impetuoso de habilidades políticas inquestionáveis, contudo
sua família enfrenta problemas em suas terras natais.
O Leão enviou um Ikoma, um homem com um
passado problemático. Ele descobriu uma poderosa maho-
tsukai que governou entre o Leão e a matou. Embora a
evidência que ele forneceu fosse esmagadora, o fato de
publicamente a apresentar fez o Leão perder face. Os
rumores dizem que esta é uma designação punitiva, uma
maneira de expulsar este homem do Leão para sempre.
Geografia
A cidade de Kanazawa é composta por vários
distritos, que são separados por muralhas internas e pelo
Rio Kawa Mitsu Kishi. A cidade é cercada por altos muros,
mas tem havido cercos frequentes ao longo dos anos,
levando a uma mistura de diferentes materiais de
construção e estilos.
O Distrito Chuushin contém vários edifícios
administrativos, incluindo Kyuden Usagi. Ele estava aqui 104
muito antes do Clã Lebre existir. Originalmente concebido
como uma fortificação defensiva, foi remodelado pela Lebre
para uma casa de senhor agradável em meio ao seu
primeiro domínio sobre a cidade. Depois que os Escorpiões
conquistou a cidade, eles reconstruíram as paredes
apressadamente e transformaram o edifício de volta em um
verdadeiro castelo. Como resultado, Kyuden Usagi contém
uma mistura de estilos arquitetônicos, incluindo alguns
projetos inspirados em gaijin que são o legado dos Iuchi. A
única entrada no Distrito Chuusin é sobre a Ponte dos
Suspiros, que passa sobre o Lago das Peônias. Este lago foi
originalmente cavado para proporcionar uma visão
agradável de Chuusin, mas se tornou mais um fosso nos
últimos anos. Algumas das peônias que uma vez se
alinhavam em seu entorno sobrevivem. A própria ponte é
de madeira, e é uma sombra pálida da ornamentada versão
original, que foi queimada pela Lebre em uma desesperada
manobra defensiva quando o Clã Menor foi atacado.
Descrições da ponte original sobreviveram, louvando beleza
e a elegância. A ponte atual é uma sequência simples de
tábuas de madeira, projetada para ser destruída e
reconstruída rapidamente.

Ao norte se encontra o Distrito Kurai, que abriga os
quartéis, o dojô e os campos de treinamento da cidade. Os
quartéis são grandes o suficiente para abrigarem toda uma
legião de tropas com facilidade, e os edifícios nesta área são
bem construídos e mantidos. Um portão de tamanho médio
leva ao norte da cidade e as planícies do Unicórnio.
Ao sul do Lago das Peônias está o Distrito Ichidou,
o menor bairro da cidade. Vários santuários e templos
foram construídos aqui, a maioria dedicada a vários
ancestrais e Fortunas. Sempre que a cidade muda de mãos,
as decorações e as dedicações nos templos mudaram,
levando a uma sensação estranhamente temporal a muitas
das decorações. Atualmente, eles refletem a glória sobre a
família Soshi e as Fortunas mais reverenciadas pelos Usagi.
O Distrito Senzai compõe a maioria do lado sudeste
da cidade e abriga a casta samurai. Este bairro é uma
sombra de seu antigo eu, e muitas casas ficam abandonadas
e vazias. Os poucos comerciantes ricos que permanecem na
cidade mudaram-se para algumas das casas desta área, uma
recompensa por suas valiosas doações para o novo lorde de
Kanazawa. O portão de Senzai leva às terras do Leão.
O outro lado do rio é anfitrião do Distrito Shijou e
do subdistrito de Juutaku. O Distrito Shijou detém as docas,
os armazéns e os mercados que uma vez tornaram a cidade
rica, e como um testemunho do seu valor, eles estão princi-
palmente intactos. Um grande portão leva às terras ao sul,
às terras do Escorpião. O subdistrito de Juutaku é tão gran-
de quanto qualquer outro, mas, como abriga apenas os eta,
recebe menos atenção administrativa do que muitos
outros. As casas deste distrito são de má qualidade, e estão
entre as primeiras a serem queimadas nos frequentes assal-
tos à cidade. Muitos eta também vivem nesta área, e em
tempos pacíficos, suas barracas se encainam na estrada ao
norte que leva do portão de Juutaku às terras do Unicórnio.
105
Personagens
O Império Esmeralda é composto por sete Clãs
Maiores: o Caranguejo, o Dragão, o Escorpião, a Fênix, a
Garça, o Leão e o Unicórnio. Cada um é, por sua vez, consti-
tuído por várias famílias, por exemplo, as famílias Asahina,
Doji, Daidoji e Kakita são as famílias da Garça. Cada Cada
família é, por sua vez, composta por uma série de Casas (o
que os muitos vezes é referido como famílias vassalas).
Dentro de cada família, uma Casa ocupa o cargo de
Daimyo Familiar. Para algumas famílias, a Casa que detém
esta posição é herdada de forma bastante estrita. A outras
famílias, a casa mais poderosa atual ocupa o cargo. Dentro
de cada Clã, um Daimyo Familiar também é o Campeão do
Clã. A posição de Campeão do Clã é quase sempre herdada
dentro da mesma família em particular para cada Clã.
O poder dos Daimyo Familiares e dos Campeões de
Clã varia consideravelmente, no entanto. Alguns daiymo
mantêm sua posição com unhas e dentes e podem, no má-
ximo, oferecer sugestões às outras Casas, enquanto outros
podem ordenar que todas as Casas da família entrem em
ação com apenas um comando. Da mesma forma, alguns
Campeões têm poderes apenas cerimoniais, enquanto
outros exercem poder direto sobre o Clã inteiro. Em geral, a
maioria dos Daimyo Familiares pode fazer às outras Casas
obedecerem a pedidos razoáveis, embora com alguma
persuasão. Os seguintes são os Campeões de Clã atuais:
Hida Tsuno, do Caranguejo: As Terras Sombras
têm sido ativas ultimamente, e, assim, o Caranguejo está al-
tamente unificado sob sua liderança. Tsuno está em mea-
dos dos cinquenta anos e ocupa o cargo há várias décadas.
Togashi Toshimasa, do Dragão: Pouco se sabe so-
bre o Campeão Dragão, que parece ter pouca ou nenhuma
influência sobre as outras famílias do seu Clã. Como de pra-
xe, o Daimyo Mirumoto executa a maioria das funções ad-
ministrativas do Campeão Dragão e o Daimyo Agasha satis-
faz suas necessidades espirituais. Estas duas famílias domi-
nam o Clã e disputam o controle sobre a família Kitsuki.
Bayushi Hirohita, do Escorpião: Os estrangeiros
nunca estão inteiramente certos do que realmente está
acontecendo no Clã dos Segredos, mas, se Hirohita tem
influência, ela nunca é exercida diretamente. Hirohita é o
Campeão Escorpião há pouco mais de uma década.
O Conselho Elemental, da Fênix: as famílias da ar-
gumentativa Fênix estão tão desunidas quanto de costume.
Doji Morita, da Garça: Morita é uma jovem ainda,
e recentemente ascendeu à posição de Daimyo Doji e Cam-
peã Garça, herdando de sua poderosa mãe após sua apo-
sentadoria. Morita parece ser pelo menos tão competente
como sua mãe, o que significa que a Mão Esquerda prova-
velmente permanecerá uma força coesa por enquanto.
Akodo Akihisa, do Leão: Akihisa herdou o controle
dos Akodo alguns anos atrás de um pai fraco e estabeleceu
um controle quase de ferro sobre sua família desde então.
Ele está tentando manobrar a Daimyo Matsu para exercer o
poder verdadeiro como Campeão Leão, carente há décadas.
Shinjo Chun-Tao, do Unicórnio: Os Shinjo e os
Otaku seguem Chun-Tao inquestionavelmente, mas seu
controle sobre o resto do Clã é mais tênue – especialmente
entre as independentes famílias Iuchi e Moto. Chun-Tao se
tornou Campeão do Clã no ano passado e, portanto, quanto
controle ele realmente terá permanece a ser avaliado.
A Família Iuchi
Os Iuchi possuem duas Províncias, renomeadas em
honra às suas Casas após o Retorno do Unicórnio. Ela
possuía três Províncias antes do reconhecimento da Família
Horiuchi em 1115 como uma Família completa, que recebeu
o controle da Província Ujidera. Além das Famílias Vassalas
principais (aquelas que controlam suas as Províncias Kaihi e
Shinten), a família vassala Kenshin é política e militarmente
muito ativa, quase independente de seu Daimyo Provincial,
uma vez que controla um grande número de samurais e
pode desafiar a autoridade de seu Daimyo Provincial.
Kaihi: Uma das Casas de líderes tradicionais dos
Iuchi; ela manteve Kanazawa de 1056 a 1072 e de 1107 a
1119. A Daimyo Iuchi anterior era um Kaihi, mas Kaihi
Hoshiko pereceu nos eventos de 1120. Os Kaihi mantêm o
prestigioso dojô de Shugenja Iuchi.
Sakiko se tornou Daimyo Kaihi no ano passado,
após a morte da mãe em Kanazawa. Ela é uma Shiotome
sem filhos casada com Ryobe, um shugenja de origens hu-
mildes conhecido por inovadores usos de magia em batalha.
Antes de casar, Ryobe tinha uma longa relação com
uma gueixa do Lótus Branco em Kanazawa. Desta relação,
ele teve duas filhas (Miko e Noriko), ambas foram formal-
mente reconhecidas por um de seus samurais e estão sendo
criadas por este. Quando sua família dominava Kanazawa,
Ryobe ordenou que os dois filhos de Burezu Rei e do antigo
marido dela (que se chamava Zenshin) fossem esquarteja-
dos tendo cada um de seus membros amarrados por cordas
a cavalos e puxados em direções opostas. Ele o fez porque
houve o envenenamento de corcéis Otaku nos estábulos.
Hoje, as duas Casas se odeiam até a última gota de sangue.
No momento, não há Daimyo Iuchi. A recente
morte de Kaihi Hoshiko deixa a indicação de que sua filha
Sakiko herdará o controle tênue da mãe sobre os Iuchi. A
Casa Morijiro cogita declarar guerra contra os Kaihi para
determinar quem ficará com o cargo de Hoshiko.
Kenshin: Esta Família Vassala dos Iuchi se ergueu
às alturas quando obteve Kanazawa e os cargos de Daimyo
Kaihi e Daimyo Iuchi em uma jogada ousada em 1095.
Kenshin Kauchiko morreu quando a cidade foi perdida em
1101, e esta família ainda não se recuperou. Ela mantêm
um dojô menor que treina Batedores Shinjo.
Morijiro: Os Morijiro são a segunda Casa tradicio-
nalmente governante dos Iuchi, atrás apenas da Casa Kaihi
em prestígio, e controlam a Província Shinten. Eles plane-
jam tomar a posição de Daimyo Iuchi dos Kaihi. Mizumaru é 106
o nome do Daimyo Morijiro, casado com Toshie, filha de
Yuma Takehide. A aliança entre estas duas famílias é sólida
e tranquila, como é a própria Toshie, que é uma Dona de
Casa simples, mas que serve como conselheira ao marido
sobre como funciona a mente dos Escorpiões.
Mizumaru possui uma irmã chamada Hitomi e um
cunhado chamado Tabito – que é tio da própria esposa e de
Mizumaru, irmão da falecida mãe do casal. Hitomi sofreu
por uma doença severa durante a infância, o que a tornou
incapaz de grandes esforços. Ela é uma Dona de Casa
tranquila e reservada. Tabito é um Emissário Ide muito
competente com ideais muitos estreitos sobre a honra. É
um grande mediador e negociador a serviço de Mizumaru.
Tabito é sempre visto ao lado de seu yojimbo, um ronin
chamado Kaito que não revela seu Clã de origem, mas
conhecedor de algumas Técnicas da Escola de Bushi Kakita.
A Família Soshi
Os Soshi possuem três Províncias. A Província
Kinbou é governada pela Casa Saibankan; a Província An'ei
pertence à Casa Burezu; e a Província Yuma pertence à
família homônima. Além das Famílias Vassalas que
controlam as Províncias, uma Família Vassala Ogoe se ergue
como quase igual às demais, contudo ela é filosoficamente
neutra politicamente, contente com seu território e
recebendo os nascidos shugenja entre os Soshi.
Burezu: Esta Casa descobriu evidências de maho na
Lebre e manteve Kanazawa de 1015 a 1056, de 1072 a
1095, de 1101 a 1107 e finalmente de 1119 a 1120, quando
o Imperador tirou a cidade de sua posse. No auge de seu
poder, ela era a mais poderosa das Casas da família Soshi.
A Daimyo Burezu – que deseja obter Kanazawa de
volta – se chama Rei. Ela é mãe de Honami – uma menina –
e casada com Nariji, um bushi quieto e desinteressante. Rei
era uma mulher extremamente bela em sua juventude e
ainda conserva bastante desta beleza, que foi herdada por
suas filhas. Kayo é a herdeira da família, uma samurai-ko es-
tonteante e altamente competente que conhece muito bem
Kanazawa, pois cresceu lá quando sua mãe geria a cidade.
Ogoe: Esta Família Vassala apolítica mantém o dojô
dos Shugenja Soshi. Ogoe Fumi é seu idoso daimyo. Ele é
um shugenja muito poderoso, e muitos lhe devem favores,
mas ele raramente usa qualquer arma política. O território
desta Família fica na divisa entre as três Províncias Soshi, e
poderia ser disputado por elas. Os próprios Ogoe, porém,
não parecem possuir lealdade a uma Província em
 Vassalos Apresentados Aqui
As famílias vassalas permitem que membros troquem uma (e apenas uma) das Perícias de sua Escola inicial. A
alteração muda suas Perícias de Técnica. Se já receberia a Perícia, um indivíduo recebe um Nível extra. Algumas destas
famílias vassalas possuem acordos históricos e antigos que permitem que seus samurais estudem em algumas Escolas de
Clãs diferentes sem precisar adquirir Escola Diferente; esta possível Escola está designada como Escola Disponível.

Família Vassala Família Patrona Atributo Perícia Substituída Perícia Recebida Escola Disponível
Burezu Soshi Percepção Intimidação Investigação
Ogoe Soshi Inteligência - -
Saibankan Soshi Agilidade Intimidação Investigação
Yuma Soshi Agilidade Investigação Comércio
Kaihi Iuchi Carisma Qualquer Alta Batalha
Conhecimento:
Kenshin Iuchi Percepção Qualquer
Ancestrais ou Defesa 107
Morijiro Iuchi Carisma Investigação Batalha
Agarashi Usagi Carisma Qualquer Alta Etiqueta Omoidasu Ikoma
Kagehisa Usagi Percepção - -
Munoto Usagi Agilidade Qualquer Bugei Investigação
Reichin Usagi Reflexos Qualquer Bugei Investigação

particular ou a um Daimyo Provincial, aceitando uma função
apolítica e santa, relativa à sua função sacerdotal.
Saibankan: Uma das duas mais numerosas linha-
gens dos Soshi, que mantém a famosa Escola de Magistratu-
ra Soshi. Há muitos outros membros desta família, dado o
seu tamanho, mas os principais estão descritos adiante:
Soshi Hokichi da Casa Saibankan é o Daimyo Sai-
bankan e também o Daimyo Soshi. Ele está várias décadas
além da típica idade de aposentadoria para um Escorpião.
Seus filhos Ai e Munemori já estão próximos da idade de
aposentadoria também. Os demais filhos legítimos de
Hokichi se tornaram membros de outras famílias, casando
fora da família Soshi. Hokichi possui uma concubina, uma
gueixa linda, elegante e encantadora chamada Ginko.
Ai é uma amiga pessoal de Ogeo Fumi e possui
duas filhas, Kaede – a primogênita, uma Magistrada Soshi
altamente qualificada, com grandes feitos em apoio à justi-
ça e à luta contra o crime, abençoada pelo próprio Saiban-
kan – e Juroji – uma shugenja treinada por Ogeo Fumi e que
conquistou seu carinho pelo brilhantismo mágico.
Yuma: uma numerosa linhagem não-shugenja dos
Soshi. Os Yuma são tradicionalmente uma família rica e
cheia de conexões que treina seus samurais como Corte-
sões Bayushi. Takehide, um general treinado no Colégio de
Guerra Akodo e filho de um Estrategista Akodo que casou
com a antiga Daimyo Yuma, é o atual Daimyo Yuma. Ele é
aliado de Morijiro Akemi e só possui uma filha, Shoko.
Aragashi: Uma Casa com íntima relação com os
Ikoma que treina seus filhos como Omoidasu Ikoma e, por
isso, se torna a face pública da Lebre. Cheios de favores, os
Aragashi são quase tão antigos quanto o Clã Lebre.
Kagehisa: esta Casa mantém o principal dojô
shugenja da Lebre foi fundada em nome do primeiro shu-
genja nascido na Lebre, filho de um Kitsu que se uniu ao Clã.
Munoto: esta Casa é recém-derivada da Casa
Reichin e mantém Kanazawa hoje em dia, como um
Protetorado Usagi do outro lado da Espinha do Mundo. Ela
foi fundada em virtude da nomeação da Lebre como
mantenedora de Kanazawa, e é comandada por uma
mulher forte chamada Munoto Torogene, uma antiga
samurai Iuchi da Casa Kenshin e tia do atual Daimyo
Kenshin. Seu falecido marido, Reichin Munoto, foi nomeado
mantenedor de Kanazawa justamente pela sua ligação com
a família Iuchi por matrimônio, e ela assumiu após a morte
de seu marido, enquanto espera seus filhos atingirem a
idade de gempukku. Ela é uma shugenja bastante poderosa.
Reichin: uma Casa de Bushi Usagi magistrados, esta
Casa foi a primeira do Clã, e seu ancestral é o próprio
fundador da Lebre, mantendo desde sempre o cargo de
Daimyo Usagi. O Daimyo, Usagi Ozaki da Casa Reichin, já
está quase se aposentando das funções de Daimyo. Uma
vez que não teve filhos, ele deixará o cargo a Yuki, sua única
sobrinha, que ele treinou pessoalmente como filha e
pretende casar muito bem.

A Família Usagi Imperiais

A Lebre é um dos poucos Clãs Menores que
controla mais de uma Província, tendo poder sobre os
territórios ao sul e ao norte da Planície do Trovão. A partir
do ano 1132, a família Ujina é fundada como uma família
plena dentro do Clã, com controle sobre a Província do Sul.
A Província do Norte permaneceu sobre o controle da
Família Usagi. Na prática, contudo, a família Ujina é muito
recente e minúscula, controlando apenas nominalmente a
Província do Sul, habitada muito mais por samurais Usagi.
Além dos Ujina – que se comportam mais como uma Família
Vassala dos Usagi – há outros vassalos importantes.
Asako Hisaki: Magistrado Esmeralda há dez anos
no cargo em Kanazawa. Possui sua equipe de confiança na
cidade. É um Artista Shiba muito competente.
Asako Izumi: Inquisidora da equipe de Hisaki.
Abaixo de Hisaki devido a ser socialmente inapta a ponto de
ser completamente passiva. Mantém seu cargo pelo status
de Inquisidora e para o caso de ameaças de maho-tsukai.
Asako Yuyo: Um Cortesão Asako yoriki de Asako
Hisaki. Jovem, mas socialmente elegante e charmoso.
Noriyuri: uma ronin nativa de Kanazawa que foi
nomeada por Asako Hisaki para sua equipe de yoriki quando
ele chegou na cidade há muito tempo. Ela recebe profundo um Daidoji no passado, sua agenda é contrária à Garça.
respeito, a despeito de seu status como ronin. Nosamu: gueixa em meados dos 25 anos, Nosamu
Seppun Chiaki: Magistrado Esmeralda convidado à é a mulher mais cobiçada da cidade, cortejada por muitos
corte de inverno, sem qualquer conhecimento sobre a homens e tão ardilosa quanto paciente.
política, a história ou a geografia de Kanazawa. Reiso: o mais velho monge de Kanazawa, líder
efetivo dos templos e principal conselheiro monástico.
Outros Shinjo Nobuna: Um Magistrado muito competente
Akodo Tetsuan: yojimbo de Akodo Yusai. É uma que foi convidado a Kanazawa para a corte de inverno
jovem, ingênua e otimista samurai-ko. porque está perto de ser nomeado Magistrado Esmeralda.
Akodo Yusai: um bravio samurai convidado à corte Sempre anda com seu budoka Togusa.
de inverno de Kanazawa por algum motivo desconhecido. Shinjo Sulemain: Hatamoto do Campeão Unicórnio
Asako Yasuo: Um Shugenja Isawa parente do enviado como representante dos Shinjo à corte de Kanaza-
Magistrado Esmeralda Shiba Hisaki e, mediante ele, wa. É considerado um estrategista muito competente.
convidado à corte de Kanazawa para representar a Fênix. Yasuki Matabei: um delegado do Caranguejo à
Doji Eiko: uma charmosa e manipuladora delegada corte de Kanazawa. Aliado (mas não amigo) de Akodo Yusai. 108
da Garça na corte de Kanazawa. Seu yojimbo e campeão em
duelos se chama Doji Danburo, um Bushi Kakita.
Higo: jovem ronin que os heimin de Kanazawa
Mapas
adoram. A maioria crê que seja um samurai
de Clã em Musha Shugyo.
Ide Borte: um ex-ronin aceito pela
família Ide por suas habilidades
diplomáticas, que serve como representan-
te da Delegação da família Ide à Kanazawa.
Foi conquistado como aliado pela família
Burezu após Burezu Rei oferecer sua filha
Sakura, uma joia em forma de mulher, para
se casar com ele. Como hobbie, Borte pratica
a arquearia montada dos Shinjo.
Ide Oyenblug: Sensei do Dojô do
Coração Calmo. Frequentemente presente
em Kanazawa como convidado à corte de
inverno local por seu prestígio.
Ikoma O-Chi: Ikoma O-Chi da Casa
Muroto é o Daimyo Ikoma. Ele normalmen-
te não se envolve com as disputas sobre a
posse de Kanazawa nem visita a cidade.
Kakita Inejiro: um Bushi Kakita
ansioso para usar suas Técnicas para ganhar
duelos e obter prestígio, tão ansioso que
pode ser tolo e cometer ações vergonhosas.
Kakita Yorishi: ji-samurai a serviço
de Kakita Ayumi, esposa do Sensei da
Academia de Duelos Kakita. Ayumi
providenciou para que Yorishi fizesse parte
da Delegação da Garça a Kanazawa.
Kitsu Okichi: o representante dos
Kitsu em Kanazawa, Okichi nasceu sem o
dom de falar com os kami e foi treinado en-
tre os Ikoma. A maioria crê que será casado
para se tornar um Ikoma definitivamente.
Kitsuki Utaemon: irmão do “conse-
lheiro do Dragão,” Utaemon foi convidado à
corte de Kanazawa para auxiliar seu irmão
em ganhar campo para os Kitsuki na corte.
Moto Chingling: um membro da
Guarda Branca Moto que trouxe algumas
Guardas Brancas para Kanazawa após o
ataque dos oradores de sangue.
Moto Kenta: o mais famoso árbitro
de duelos local. Após ter sido enganado por

PARTE VI: KYUDEN SOYOKAZE
Remanescentes de neve suja se escondiam nos
recantos sombreados e as fendas da terra estavam
descongelando lentamente sob o sol pálido da manhã. A
brisa sempre presente e suave pela qual Kyuden Soyokaze
tinha sido nomeado estava fria e úmida hoje, carregando
consigo os últimos momentos do inverno. Sobre a torre do
carrilhão de vento, Doji Tadeno estava de pé, sozinho e
silencioso, muito acima do portão do castelo. A corte de
inverno deste ano acabou oficialmente e os últimos
convidados restantes estavam partindo. Longe de olhos da
censura, Tadeno se permitiu um longo suspiro de alívio. Ele
sabia que este momento de paz depois de meses de
trabalho árduo não duraria. Em breve, seus deveres como
mordomo o atrairiam de volta ao turbilhão de coisas que
exigem sua atenção para a preparação da próxima corte de
inverno. Verões sempre parecem ir e vir tão rápido...
Embora Tadeno não conseguisse discernir as
palavras, ele reconheceu a voz do Daimyo abaixo,
agradecendo pela última vez aos hóspedes que foram os
últimos a partir. Que sucesso tinha sido: um primo do
Imperador aceitou o convite de Otomo Ichigero à sua corte.
Mesmo que o Imperial tenha aparecido tarde, sua aparição
impressionou os outros cortesãos. O status do Daimyo na
Corte Imperial certamente melhoraria. Ichigero não tinha
feito nenhum segredo sobre seu desejo de ter como
convidado de honra em sua próxima corte de inverno um
dos irmãos do Imperador, ou o próprio Imperador. Esta
vitória foi resultado de meses de negociações de Tadeno.
Quando o palanquim começou sua lenta jornada em
estradas enlameadas de volta à capital, o mordomo ficou
um pouco chateado que seu antigo amigo, o Daimyo, não o
tenha publicamente associado a esta conquista.
“O teu é um trabalho ingrato, Tadeno-sama,” disse
alguém atrás de Tadeno. Tadeno girou ligeiramente a
cabeça para acenar suavemente a Gyozen, seu assistente. A
aproximação do homem tinha sido completamente
silenciosa, mas o antigo retentor tinha décadas de
experiência em ser discreto e ler a mente do seu mestre.
“O dever do mordomo é servir seu lorde lealmente
para lhe trazer sucesso e glória. Embora eu não possa negar
que gostaria de poder trazer honra à Garça através de meus
atos, não é o meu destino.” Depois de uma breve pausa, um
109
sorriso cansado apareceu no semblante pensativo de
Tadeno. “Mas me diz, amigo, o que requer minha atenção.
Sei que não subiste estas escadas apenas pelo prazer da
visão que já conheces tão bem.”
“É verdade, meu senhor. Tenho várias coisas a
relatar.” Conforme Gyozen falava, Tadeno tomava notas
mentais das tarefas que já estavam acumulando em seus
ombros: reabastecer as adegas de alimentos esgotados,
fazer o relatório contábil final das despesas desta corte de
inverno, conversar com Yusuke – o filho do Daimyo – sobre
sua última briga com um servo, e se preparar para a
chegada da primeira convidada da próxima temporada,
uma shugenja da Fênix que vem estudar as Grutas
Sussurrantes e suas misteriosas profecias.
Quando Gyozen terminou seu relatório, Tadeno deu
uma olhada final à paisagem ao redor do castelo: os fazen-
deiros preparando os campos para plantar arroz, os monges
cantando suas orações matinais no mosteiro Sasayakikaze-ji
e a movimentada vila de Natsukaze a curta distância.
Observando o Palanquim Imperial emergindo no lado
oposto da aldeia, Tadeno franziu a testa: “Quem escolta o
primo do Imperador? Vejo apenas seis bushi cavalgando
com ele. Pensei que Gokura adicionaria seis de seus homens
ao comboio até chegar à cidade mais próxima. A última
coisa que queremos é um Imperial atacado por Bizen e seus
bandidos enquanto sob nossa proteção.” Gyozen parecia
envergonhado. “Transmitirei tuas ordens, Tadeno-sama,
mas parece que o Capitão da Guarda... os esqueceu.” Mais
uma vez, o irmão bêbado do Daimyo falhou com ele. Por
que Ichigero continua a tolerar a incompetência de seu
irmão enquanto é tão exigente com Tadeno, ele nunca
entenderia. “Envia a palavra aos estábulos para prepararem
seis cavalos, e diz ao segundo do Capitão que eu o
encontrarei imediatamente para enviar cavaleiros extras
para acompanhar o Imperial que acabou de sair.”
Na verdade, este período de descanso tinha sido de
curta duração. O tempo para voltar ao trabalho, pensou o
mordomo quando começou a andar apressadamente pela
escada. Sua mente já estava em movimento para imaginar
uma desculpa aceitável que explicaria por que os guardas
do castelo não partiram ao mesmo tempo que o palanquim.
Como as demais Partes deste livro, Kyuden
Soyokaze pode ser implantado quase em qualquer lugar do
Império. No entanto, ele funciona melhor se o Narrador o
colocar numa área de fronteira entre dois ou mais Clãs. As
características peculiares do castelo também parecerão
mais credíveis se estiverem localizadas em algum lugar que
seja naturalmente ventoso, como perto do litoral, no sopé
de uma cordilheira, em uma vasta planície ou na foz de um
longo cânion ou vale.
A localização escolhida terá um enorme impacto na
atmosfera de Kyuden Soyokaze. O proprietário de um
castelo construído em meio às colinas onde as terras do
Unicórnio, do Dragão e do Leão se encontra certamente
problemas muito diferentes do que se seu castelo estivesse
localizado em terras não alinhadas a Clãs ao sul das
Montanhas Seikitsu, entre o território do Escorpião e da
Garça e nas proximidades do Clã Vespa.
História
Há muito tempo, antes da Queda dos Kami, tribos 110
humanas estavam espalhadas pela terra que se tornaria
Rokugan. Elas adoravam as Fortunas e os mikokami que
povoam o mundo. Enquanto viajavam, um grupo de
sacerdotes descobriu as Grutas Sussurrantes e
imediatamente reconheceu seu significado místico. Eles
construíram um templo lá e logo mais monges se reuniram
para meditar, na esperança de obter alguma sabedoria de
Kaze-no-Kami (“Fortuna do Vento”) e seus servos, os kami
do ar. Este lugar passou a ser conhecido como Sasayakikaze-
ji (“Mosteiro do Vento Sussurrante”), recebendo seu nome
a partir das Grutas Sussurrantes que eram tão centrais para
a devoção dos monges e suas atividades diárias.
Quando o shinseísmo se espalhou pelo Império, o
santuário teve suas presenças diminuídas, pois muitos
monges o deixaram para estudar o Tao nos poucos
mosteiros que tinham uma cópia do texto sagrado. Um
monge fortunista chamado Tagaro trouxe uma cópia do Tao
de Shinsei para o templo. Os edifícios já velhos foram
reformados, e mais uma vez os monges vieram de toda
Rokugan. Esta foi a idade de ouro do templo, uma era de
paz e pura pesquisa de Iluminação que durou séculos.
Mas, como ensina o Tao, nada é permanente. À
medida que os Clãs Maiores expandiram seus territórios,
suas respectivas fronteiras acabaram por se encontrar, e o
destino decidiu que o templo era, além de sua importância
religiosa, um local muito estratégico. Ao longo dos séculos
seguintes, a terra ao redor do templo mudou de mãos
várias vezes. As escaramuças e as guerras ocasionais
acabaram com a serenidade que o templo tinha desfrutado.
Muitos camponeses, feridos e famintos, vieram ao mosteiro
em busca de abrigo.
Muitas vezes, um grande Abade requereu formal-
mente aos daimyo em guerra uma trégua e uma resolução
pacífica do conflito. Por respeito ao conhecido mosteiro,
estas intermediações geralmente foram bem sucedidas,
embora as soluções raramente fossem permanentes.
Há cinquenta anos, surgiu outro conflito deste.
Desta vez, um jovem e impetuoso general decidiu usar o
terreno sagrado como um esconderijo para seus homens.
Seu plano – atacar as tropas inimigas por trás depois de
passarem pelo mosteiro – foi um sucesso completo. Mas a
reação política de um sacrilégio tão vil que levou à sua
desgraça e finalmente foi transformado em ronin.
Na Corte do Imperador, um proeminente cortesão
chamado Otomo Ibanu viu uma oportunidade para marcar
um ponto. Ibanu não ficou satisfeito com a desgraça do
general; ele queria expulsar seu inimigo, que era do mesmo
Clã do general, da Corte Imperial. Ibanu argumentou de
forma convincente que seu Clã tinha cometido uma
transgressão imperdoável, e não se podia confiar em nunca
repeti-la. Muitos concordaram que algo tinha que ser feito.
Doji Shoshiro, um jovem e ambicioso cortesão,
também viu uma chance de remover Ibanu da corte e, com
ousadia, retrucou. Ele argumentou que o homem que tinha
defendido tão eloquentemente a sacralidade do templo era
o único que deveria ter a honra de protegê-lo
pessoalmente. Antes que Ibanu pudesse reagir, muitos
outros cortesãos concordaram e ofereceram seu apoio à
ideia de Shoshiro, pois Ibanu havia feito alguns inimigos ao
longo dos anos. O Imperador concordou e decidiu que a
terra imediatamente vizinha ao mosteiro se tornaria um
Protetorado Imperial com Ibanu como administrador.
Nascia uma nova Casa da família Otomo, a Casa Ibanu.
Otomo Ibanu tentou escapar dessa tarefa que
efetivamente terminava sua carreira na Corte Imperial, mas
não teve sucesso. Como uma pequena vitória, ele conseguiu
que Doji Shoshiro fosse ordenado a servi-lo como seu
jijukan. O relacionamento tumultuado dos dois durante
seus anos se tornaria digno de muitas lendas, inspirando
algumas peças teatrais (incluindo algumas humorísticas).
Ibanu perdeu o prestígio de sua vida na Corte
Imperial, mas ainda detinha imensas riquezas pessoais,
além dos vastos recursos à disposição da família Otomo. Ele
garantiu que todos se lembrassem disso. Foram necessários
111
apenas dois anos para construir o tenshu (“fortaleza
principal”) de Kyuden Soyokaze, e mais dois para completar
o palácio inteiro. Determinado a se vingar dos monges que
ele culpou por sua desgraça, ele fez a muralha do kyuden
ser construída ao redor do mosteiro, argumentando que era
a maneira mais eficaz de protegê-los. Era um constante
lembrete aos monges de que sua independência era uma
coisa do passado.
No entanto, o que deveria ter sido uma fonte de
conflitos constantes entre os monges e seus administrado-
res evoluiu para uma relação simbiótica. Com o súbito
prestígio que a presença de um Imperial gerindo suas terras
trouxe, não só monges vinham visitar Sasayakikaze-ji,
muitos samurais também passaram a peregrinar ao famoso
mosteiro. Houve uma quantidade inédita de doações, o
que, por sua vez, promoveu novas obras de renovação e
embelezamento. À medida que o número de visitantes
nobres aumentava, o status também e também a glória de
Ibanu. Nunca mais ele apreciou a mesma influência que
possuía na Corte do Imperador, mas ele logo descobriu que
sua posição lhe permitia convidar muitos cortesãos
famosos, especialmente à sua própria corte de inverno, e se
manter a par da vida política da capital. Seus convidados
eram invariavelmente encantados por seu belo palácio com
seus muitos carrilhões de vento, os jardins pacíficos do
mosteiro e os mistérios das Grutas Sussurrantes.
Hoje, os descendentes de Ibanu e Shoshiro conti-
nuam a administrar Kyuden Soyokaze. Eles se beneficiam do

Jijukan e Josei-Kateikyoshi
De muitas maneiras, o jijukan (“Mordomo”) ou a Josei Kateikyoshi (“Governanta”) é para o Daimyo de Família
Vassala o que o Hatamoto é para o Daimyo; é simplesmente uma questão da escala da propriedade que está sendo
administrada. O Hatamoto auxilia seu daimyo a governar todas as terras e Casas de samurais sob si (pelo menos, toda
uma Província), enquanto o jijukan ajuda o lorde do castelo a cuidar de propriedades e domínios muito menores
(geralmente um único castelo ou uma mansão em uma cidade pequena ou vila valiosa). Uma das diferenças mais
marcantes é que o jijukan costuma lidar com a contabilidade das próprias despesas do castelo, enquanto o hatamoto
raramente trata de coisas tão desagradáveis diretamente. Enquanto o nome do Hatamoto é famoso dentro de seu
próprio Clã e muitas vezes além disso, o renome do Mordomo ou da Governanta é muito mais local e limitado aos
samurais que vivem sob a autoridade daquele lorde. Ainda assim, entre esses, o status do jijukan ou da josei kateikyoshi
é muitas vezes quase tão importante quanto o lorde.
Os deveres de um karo são muito semelhantes aos de um jijukan, mas, enquanto se espera que o karo possa
ajudar seu daimyo em questões de guerra, um jijukan quase não possui experiência nesta área, pois ele está mais focado
em tarefas administrativas e políticas. Em segundo lugar, um jijukan poderia ser (e muitas vezes é) um heimin
alfabetizado, enquanto um karo é sempre um samurai. No entanto, em uso comum, os dois termos são muitas vezes
intercambiáveis (quando a pessoa é um samurai), o que explica por que o título jijukan aparece tão raramente.
mesmo ciclo virtuoso, mesmo que a tradição pareça exigir
alguma tensão entre o Daimyo e seu Mordomo. Com a
prosperidade, nasceu uma pequena cidade, lar de muitos
artistas e artesãos. Mas a prosperidade é uma lâmina de
dois gumes, já que os Clãs vizinhos veem esta riqueza com
desejo descarado. Eles aguardam por um momento de fra-
queza que lhes permita reivindicar o Palácio da Brisa Gentil.
Geografia
Kyuden Soyokaze abrange três locais principais:
Natsukaze Mura (“Vila do Vento Veranil”) e seus campos e
bosques circundantes; Sasayakikaze-ji (“Mosteiro do Vento
Sussurrante”) e as Grutas Sussurrantes abaixo dele; e
Kyuden Soyokaze (“Palácio da Brisa Gentil”). A terra sob a
autoridade do novo Daimyo é um círculo centrado no
palácio com um raio de poucas milhas, embora nem todos
os marcadores de fronteira tenham sido colocados ainda, e
alguns tenham sido removidos por grupos desconhecidos.
Uma muralha de pedra esculpida coberta com
azulejos verdes, com 6 metros de altura e 2 de espessura,
rodeia Kyuden Soyokaze e Sasayakikaze-ji. É perfurada por
um único portão que é vigiado pelos guardas no quartel
adjacente. A parede é mais simbólica do que uma
característica defensiva verdadeira, embora seja lisa o
suficiente para que a escalada seja difícil sem ferramentas.
Há oito postos de vigia colocados em intervalos regulares ao
longo da parede. Em cada um, a muralha se dobra em torno
de uma plataforma de madeira quadrada que é larga o
suficiente para ter dois guardas em pé vigiando.
Kyuden Soyokaze: Exceto durante o inverno, o
número médio de pessoas no palácio é de 130, com o Lorde
Ichigero e sua família, o Mordomo Tadeno, 35 guardas, 65
servos (criados, cozinheiros, damas de companhia, pajens,
etc.) e cerca de 25 convidados (cortesãos com seus
ajudantes e escoltas). Durante a corte de inverno do
Daimyo, o número de convidados geralmente duplica e uma
dúzia de servos adicionais são recrutados da aldeia.
O Palácio da Brisa Gentil está de acordo com o
design do padrão: possui quatro torres de diferentes
alturas, dispostas em layout aproximadamente quadrado,
conectadas por paredes de pedra, envolvendo um pátio
central. As paredes são brancas e o telhado é coberto com
azulejos verdes brilhantes. As lavradas pedras usadas para
os pisos de todos os edifícios e muralhas são perfuradas
112
com muitas aberturas verticais estreitas. Embora estas
possam ser usadas para o disparo defensivo de flechas, seu
verdadeiro propósito é simplesmente deixar entrar a luz. O
kyuden é construído sobre uma fundação de pedra grossa
que o eleva do chão, conforme a moda tradicional rokugani.
Como resultado, o primeiro andar está, na verdade, 4,5
metros acima do solo ao redor do castelo. Embora suas
defesas sejam boas o suficiente para proteger os habitantes
contra ladrões comuns ou contra um pequeno bando de
guerreiros, o kyuden não seria compatível com um pequeno
exército e não foi projetado para resistir a um verdadeiro
cerco. A razão para isso é dupla: primeiro, Otomo Ibanu
estava acostumado a viver em uma mansão confortável,
não numa fortaleza severa, e segundo, ele pensou que seu
próprio nome Otomo seria um impedimento
suficientemente forte contra qualquer ataque.
O pátio fechado é apresentado como um típico
jardim de pedras zen, com pedregulhos e cascalhos
rachados, entrecruzados por caminhos também de pedra.
Ele oferece muitos lugares para se sentar e conversar,
incluindo um gazebo no centro de um pequeno lago de
carpas, mas os visitantes que preferem um local mais
privado para suas discussões costumam ir aos jardins do
mosteiro. Há também um campo de kemari quadrado
localizado lá, onde é protegido do vento. Algumas porções
de grama verde e pequenas árvores completam a paisagem.
O interior do Kyuden Soyokaze está rica e elegante-
mente decorado, graças, em grande parte, ao falecido Doji
Shoshiro. Todas as telas shoji são feitas com papel de pri-
meira qualidade e muitas são pintadas com cenas que hon-
ram o passado e o presente dos Imperadores. O mobiliário
é elaborado a partir de madeiras raras, e as muitas alças e
fechaduras de bronze são gravadas com destaques
dourados. Os lençóis, as almofadas e as cortinas são tecidos
com seda com bordado fino e todos os colchões de futon
são feitos de algodão branco perolado. Existem obras de
arte chiques, principalmente pinturas e esculturas, em cada
aposento aberto aos visitantes, bem como em muitas áreas
privadas. O objetivo é lembrar ao visitante que a riqueza
dos Impérios é vasta e pode alcançar até mesmo um local
tão remoto. Verdadeiramente, no entanto, a maioria dos
móveis e ornamentos caros datam da construção do caste-
lo, quando Otomo Ibanu não poupou nenhuma despesa pa-
ra garantir que vivesse dentro de seus altos padrões. Uma
grande parcela do dinheiro de Ibanu foi usada na época e os
sucessores tiveram que ser muito mais cuidadosos com o
orçamento. Shimada foi muito pragmático, mas os planos
de Ichigero para restaurar o status de sua família estão se
mostrando dispendiosos. É uma artimanha que poderia
muito bem arruinar sua linhagem, se falhar. Somente o
Daimyo e o Mordomo conhecem os detalhes exatos das
finanças do palácio, já que Ichigero nunca admitiria esta
desvantagem a mais alguém.
Há três tipos de paredes no castelo. A mais comum
é a tela tradicional shoji, feita de folhas grossas de papel de
arroz montadas em ambos os lados de uma estrutura de
madeira resistente (para painéis pesados, duas polegadas
de espessura imóveis), ou entre dois quadros de madeira
clara (para deslizamento leve painéis e telas móveis dobrá-
veis). Existem dois tipos de paredes permanentes. Uma é
feita de uma mistura de argila e palha de arroz espalhada
sobre uma rede de vime leve ou de bambu que é então re-
bocada para criar uma superfície lisa. As paredes rebocadas
são de dois a três polegadas de espessura. Este tipo é usado
para a maioria das paredes no primeiro e no segundo pisos,
e algumas das paredes do porão. Finalmente, as paredes de
pedra são usadas exclusivamente no porão e para as
paredes exteriores dos andares. Elas são construídas com
barro acondicionado entre duas paredes de pedra cortadas,
com pelo menos um metro e meio de espessura.
Finalmente, nenhuma descrição do Palácio da Brisa
Gentil estaria completa sem mencionar sua paisagem sono-
ra. Há quase constantemente um zéfiro que trás uma farfa-
lha doce enquanto passa através dos ramos das árvores e
sobre os campos circundantes. Mas o que realmente
diferencia Kyuden Soyokaze de longe são os carrilhões
eólicos: os monges de Sasayakikaze-ji desenvolveram o
hábito de pendurar sinos em todo o templo e nos terrenos
do mosteiro para agradar os kami do Ar. O costume logo se
espalhou para a aldeia e, mesmo antes que o kyuden fosse
concluído, pedreiros e carpinteiros já estavam instalando
carrilhões eólicos em todos os lugares do palácio para se ter
sorte. Os carrilhões onipresentes produzem um tilintar
contínuo e tranquilizante, que, combinado com o canto dos
monges próximos, certamente traz paz de espírito para
alguém que escute em uma das varandas do castelo. Os
moradores estão tão acostumados com o som que, nas
raras ocasiões em que o vento faz uma pausa, o silêncio
rapidamente causa ansiedade à medida que todos se
perguntam o que poderia ter desagradado Kaze-no-Kami.
As badaladas dos corredores em cada andar do pa- 113
lácio destinam-se a dar aos guardas um acesso rápido e fácil
a qualquer ponto do castelo e facilitar o seu controle sobre
o interior. Em todo o térreo, a parede exterior é feita de pe-
dra cortada e, assim, a ventilação e a luz entram por muitas
janelas muito estreitas, muito pequenas para permitir a
passagem humana. No andar acima do térreo, as paredes
exteriores são de barro grosso prensado, perfuradas com
muitas janelas quadradas que podem ser fechadas por uma
persiana deslizante de madeira. Novamente, ninguém pode
passar por estas janelas. Finalmente, onde quer que o
castelo tenha terceiro e quarto pisos, as paredes exteriores
são feitas de telas shoji pesadas móveis. Estas telas
geralmente estão abertas, exceto nos dias mais frios ou nas
tempestades, oferecendo aos guardas em patrulha e aos
visitantes uma visão desobstruída da paisagem circundante.
A Torre do Portão
Os visitantes entram no palácio através desta torre
delgada, depois de subir um pequeno lance de escadas. Este
edifício também é conhecido como o Campanário por causa
do sino eólico gigante em seu topo. Este é o único sino
octogonal. Esta torre possui quatro andares de altura e
ascende mais alto até que o Tenshu.
A1 – Recepção: As primeiras coisas que os
visitantes notam quando entram nesta torre, mesmo antes
dos guardas ou da recepção, são as quatro colossais
estátuas que atuam como colunas. Quase com dois andares,
estas figuras não representam nenhuma pessoa ou deidade
específica. Eles atuam como guardiãs do portão e, assim,
são altos guerreiros nobres que carregam o mon Imperial.
Uma coluna de pedra continua acima da cabeça de cada
guardião para apoiar o terceiro andar. Há sempre dois
servos e dois samurais na sala, os primeiros a cumprimentar
os visitantes, o último solicita educadamente que deixem
suas armas em uma das prateleiras. Em frente à entrada
está a porta do Salão de Honra, pelo qual dignitários podem
ter acesso direto. Outros visitantes são convidados ao uso
da porta à esquerda, que os leva ao longo vestíbulo com
vista para o pátio.
A2 – Sacada: O segundo andar dificilmente é um
piso. Um corredor estreito atravessa as paredes da torre,
permitindo que sentinelas vejam os visitantes abaixo, mas
este andar é principalmente um espaço vazio que dá à toda
a recepção um mezanino para impressionar os visitantes
com sua decoração majestosa. A situação nunca se
apresentou, mas a passagem proporcionaria uma vantagem
decisiva para os defensivos arqueiros, se alguém tentar
invadir o castelo através do portão principal.
A3 – Corredor: Ao contrário da sacada abaixo cuja
projeção da visão é para o mezanino anterior, este corredor
é aberto para fora e destinado a permitir que sentinelas
vejam as terras que cercam o castelo e os visitantes quando
se aproximam do portão.
A4 – Posto: Os guardas do castelo têm suas
habitações fora, no quartel. Este cômodo é destinado ao
uso por guardas que estão designados no castelo enquanto
sua tarefa durar, após a qual eles retornam ao quartel
principal. Existem alguns baús para fins pessoais e um
armário com pilhas de futon finos.
A5 – Arsenal: Aqui é onde todas as armas utilizadas
pelos guardas estacionados no kyuden são armazenadas. A
maioria delas é de lanças ou arcos com aljavas completas.
A6 – Sino Eólico: Há um alto mirante octogonal no
topo da torre, com um sino eólico gigante pendurado abai-
xo do seu telhado. Ele consiste de um único sino de bronze
tubular, tão alto quanto uma pessoa, através do qual passa
uma fina corda com uma longa flâmula de papel pendurada
no final. Uma esfera de bronze colocada na corda golpeia
suavemente o sino sempre que a bandeira flamula com o
vento. O sino foi instalado durante o governo de Shimada e
foi um presente do mosteiro. Os monges construíram a
campana e a abençoaram para que produzisse o som
harmônico e perfeito, apenas um pouco mais alto. É uma
bela obra de arte, decorada com padrões abstratos de
redemoinho que representam o vento e as nuvens. Sempre
que o sino toca, ele se move, e os padrões mudam para um
novo design de modo que o sino nunca aparenta o mesmo
duas vezes. A bandeira é adornada com letras kanji
delicadas que leem “Alma de Kyuden Soyokaze”. Durante as
celebrações do Ano Novo, os fogos de artifício são lançados
a partir do mirante para detonarem alto acima do castelo,
onde podem ser vistos por quilômetros ao redor.
A7 – Saguão: Sempre que o Daimyo deseja
oferecer a um visitante uma quantidade excepcional de
deferência, ele é levado pelo saguão de honra diretamente
ao Tenshu. Apesar do seu acesso restrito, este corredor se
parece com qualquer outro no castelo.
A8 – Vestíbulo: A maioria dos visitantes é levada
ao vestíbulo onde esperarão por um servo para orientá-los
ao Daimyo. O vestíbulo tem um lado aberto para o pátio
delimitado por uma balaustrada de madeira com uma
abertura no meio onde degraus descem para o pátio. Ele é
decorado com uma dúzia de esculturas e é usado como
galeria de arte para várias obras penduradas no muro de
pedra. Entre as estátuas, há uma de cada um dos Daimyo e
de alguns Imperadores. O vestíbulo liga a Torre do Portão à
Torre Pequena.
O Tenshu
O Tenshu (“propriedade principal”) é, de longe, a
maior estrutura do kyuden, com quatro andares e um gran-
de porão. É o coração do castelo, onde o Daimyo e o Mor-
domo têm seus aposentos privados, e onde a corte ocorre.
B1 – Posto: Este aposenta fica de frente para as
portas que levam ao saguão de honra. Há sempre pelo
menos quatro bushi que ficam de guarda aqui, controlando
o acesso ao saguão e às escadas que conduzem ao segundo
andar. Existem armas a mão nas paredes e uma mesa baixa
no meio onde os guardas se sentam quando não estão
patrulhando ou na presença de convidados.
B2 – Corte de Verão: É aqui que o Daimyo mantém
a corte de meados da primavera até o final do outono.
Sempre que o clima permite, as pesadas telas shoji do lado
do pátio são removidas, de modo que a sala recebe
iluminação máxima e um pouco de ar fresco (especialmente
importante durante os verões quentes), oferecendo uma
bela vista do jardim. As vigas do teto são lacadas em preto,
e os quadrados em grade que formam estão decorados em
alternância com o mon da família Otomo e o crisântemo do
Imperador em tons dourados. As paredes de reboco branco
são pintadas com as paisagens que circundam o castelo
como são durante o verão, com uso extensivo de azuis e 114
verdes. O Daimyo, ou o Mordomo quando aquele não está
disponível, fica em uma elaborada cadeira de madeira em
uma plataforma vermelha baixa de costas para a parede.
B3 – Aposentos dos Servos: A maioria destes
pequenos cômodos é habitada pelos criados do castelo,
embora alguns permaneçam vagos para o caso de o Daimyo
ter muitos convidados ou para os raros convidados
indesejados a quem ele deseja indicar claramente que não
devem desfrutar de sua saudação. Cada sala possui paredes
rebocadas em três lados e uma tela shoji que se abre para o
corredor. Ocasionalmente, um convidado solicita o
aposento de um servo sob pretexto de modéstia, enquanto
na verdade é pela maior privacidade que estes quartos
oferecem em comparação com os quartos melhores, que
são totalmente cercados por telas shoji.
B4 – Posto: Os bushi no segundo posto de guarda
do Tenshu vigiam o portão que conduz ao edifício de ligação
entre a Torre Principal e a Torre do Crisântemo, bem como
as escadas que vão ao segundo andar e ao porão. O
aposento é quase idêntico ao outro posto de guarda.
B5 – Suíte de Otomo Gokura: Os três quartos
adjacentes são os aposentos do Capitão da Guarda. Gokura
gasta uma boa quantidade de tempo lá, escondendo-se na
indulgência do saquê. O escritório onde ocasionalmente
recebe visitantes é mantido arrumado pelos criados, mas
eles quase já desistiram de limpar o quarto em si e o visitam
apenas para remover as garrafas vazias e as roupas sujas.
B6 – Aposento de Gyozen: Este bloco é ocupado
por Gyozen e sua família. Um cômodo contém todos os
arquivos do kyuden relacionados às atividades dos heimin
no castelo (como a lista completa dos criados, compras de
comida para a cozinha, reparos, etc.), e são mantidos por
Gyozen. Para os aposentos de plebeus, estes estão
ricamente decorados, mesmo que nunca sejam confundidos
com os cômodos de um samurai.
B7 – Escritórios Privados: Estes quartos, murados
com painéis shoji, são reservados aos cortesãos que
desejam discutir assuntos privativamente. Os detalhes dos
acordos de paz ou dos tratados comerciais são elaborados
aqui, e não na corte. Cada sala contém apenas uma mesa
baixa, seis almofadas quadradas e um pequeno armário
cheio de papéis e suprimentos para caligrafia.
B8 – Sala de Jantar: Esta sala ampla, aberta no lado
do pátio, é onde os convidados vêm comer. É também onde
os banquetes são servidos quando o Daimyo deseja se
juntar aos seus convidados. O arranjo das mesas quadradas
baixas pode ser alterado entre cada refeição. Elas podem
ser dispostas em uma ou mais linhas, dispostas em círculo
ou semicírculo ou espalhadas pela sala individualmente.
Com exceção daqueles convidados a se sentarem ao lado do
Daimyo ou do Mordomo, os convidados não são designados
para nenhum assento particular. Isso cria uma tensão silen-
ciosa durante os jantares oficiais, pois cada convidado deve
encontrar um assento que seja próximo o suficiente ao Dai-
myo para se misturar com os mais poderosos, mas não tão
perto para não parecerem presunçosos. O processo de se
sentar leva até vinte minutos, durante o qual os cortesãos
se aproximam, conversam e educadamente oferecem
assentos uns aos outros, enquanto procuram os melhores
assentos para si. A execução adequada desta dança sutil
pode garantir a um cortesão muito respeito e elogios pelo
seu domínio da etiqueta, enquanto a incapacidade de
encontrar um assento adequado ao seu status pode
destruir a esperança de um cortesão de conseguir algo
significativo durante sua permanência em Kyuden
Soyokaze. Chá é servido aqui, mas os samurais que desejam
realizar uma cerimônia de chá apropriada a fazem na sala
dedicada a este propósito, no segundo andar do Tenshu.
B9 – Copa: Nesta sala é armazenado tudo o que é
necessário para preparar refeições na cozinha adjacente. Há
uma mesa grande no centro que é usada para cortar e
preparar ingredientes antes de serem trazidos para os
cozinheiros na cozinha. O chão de barro da sala está
coberto com cestas de vegetais e sacos de arroz, e as
prateleiras são cheias com pratos e bandejas limpas, barris
de saquê e de molho de soja, frascos de vegetais
descascados, recipientes de sal e especiarias e caixas de chá
e nori (algas marinhas).
B10 – Cozinha: Todas as refeições servidas no
castelo são preparadas nesta sala. Duas grandes lareiras
quadradas alcançam metade da altura da parede marcando
o início da área da cozinha, que tem chão de barro
começando a apenas dois passos da sala de jantar. Sobre as
lareiras, penduram-se grandes vasos de ferro, quase sempre
preenchidos com caldo e vegetais cortados em cubos. As
prateleiras são preenchidas com facas, panelas, frigideiras,
tigelas e caixas. Uma bancada acompanha a parede
rebocada, e é onde os cozinheiros preparam a comida e dão
os toques finais à apresentação dos pratos nas bandejas.
Uma fileira de três fornos a lenha feitos de tijolos
acompanhando o muro de pedra oposto à bancada
completa o equipamento da cozinha. Há uma grossa porta
de madeira que atravessa a parede de pedra. Esta porta
traseira, que é sempre guardada por dois bushi do lado de
fora, é usada quando novas provisões são trazidas para
reabastecer a despensa. Uma grande cisterna acima de uma
lareira contém a água que será aquecida para os banhos e
despejada nas piscinas através de tubos que atravessam a
parede de pedra entre os dois prédios.
Kushi, o chefe, trabalhou na cozinha quase toda
sua vida e pode cozinhar quase qualquer coisa. Sua
especialidade de inverno, uma que é a principal atração
para muitos visitantes, é seu macarrão soba servido com
picles, um molho grosso e picante e um caldo branco de
rabanete branco. No verão, a unagi (enguia grelhada e
temperada) preparada por sua esposa Dashi também é bem
sucedida. Na corte rokugani, a comida é um tema de
conversa neutro, por isso é muito precioso, de modo a não
ser surpreendente que todos os Daimyo garantam ter os
melhores chefes disponíveis na área.
B11 – Corte de Inverno: Esta sala grande ocupa
quase todo o segundo andar do Tenshu. É também a mais
decorada de forma opulenta. Todas as vigas e postes de ma-
deira expostos são lacados em vermelho. Os quadrados na
grade formada pelas vigas do teto são decorados com um
padrão quadriculado do mon da família Otomo e do crisân-
temo do Imperador em tons pretos e prateados. As paredes
em gesso são cobertas com papel de parede de seda com
texturização e de cor creme. Sobre ela, estão pendurados
muitos kakemono (“pergaminhos pintados”). Metade des-
tas pinturas retrata cenas famosas envolvendo Imperadores
do passado e muitas vezes apresentam personagens Imperi- 115
ais proeminentes da ao redor do Filho do Céu. A outra me-
tade é de elegantes obras caligráficas de mestres de reno-
me. São citações do Tao, do Imperador ou da Kami Doji, e
invariavelmente louvam a Ordem Celestial ou servem de
lembrança da posição dos Otomo dentro delam. O Daimyo
senta-se em uma grande cadeira vermelha em um estrado,
entre duas lanternas de papel branco no alto. Há apenas
duas portas para entrar no local: uma pequena porta de
correr perto do estrado é reservada para uso exclusivo do
Daimyo (ou do Mordomo, em sua ausência), enquanto a
porta de madeira muito maior que está de frente para o as-
sento do Daimyo é usada por todos os outros. Um cortesão
experiente pode se posicionar atrás de uma das muitas pi-
lastras de suporte na sala para se esconder de outros en-
quanto conversa, de modo que suas expressões faciais e os
movimentos de seus lábios continuem sendo um mistério.
B12 – Câmaras Privadas: Há cinco câmaras priva-
das em cada lado da câmara principal da corte de inverno.
Elas têm paredes rebocadas em três lados, mas são abertas
à corte de um lado. Uma tela móvel shoji dobrável de qua-
tro painéis é colocada na entrada da câmara para fornecer
alguma privacidade. É possível esticar a tela para fechar a
câmara, mas fazê-lo é considerado pobre em etiqueta, pois
implica que outros cortesãos não são confiáveis.
B13 – Posto: Outro posto de guarda, a partir do
qual os guardas podem monitorar as escadas indo para os
pisos acima e abaixo. Há sempre pelo menos quatro bushi
estacionados aqui, mas este número é duplicado quando a
corte de inverno está em sessão.
B14 – Oratório: Os samurais pios (ou aqueles que
desejam fingir ser) podem vir e rezar neste santuário. Há
várias estátuas no altar, sendo a maior e mais central a do
Hantei, cercado pelo resto dos Kami fundadores de Clãs.
Representações das Fortunas principais estão alinhadas em
frente ao altar. Os samurais que rezam podem plantar varas
de incenso em um dos potes de argila preenchidos com
areia que são colocados em uma mesa baixa. Este aposento
é usado mais frequentemente no inverno, pois as pessoas
preferem ir ao templo vizinho dos dias quentes do verão.
B15 – Sala de Chá: Este cômodo pode ser dividido
com telas shoji em até quatro salas menores de acordo com
as necessidades do momento. Uma mesa baixa, almofadas
e tudo o mais necessário para realizar uma cerimônia de
chá estão disponíveis mediante solicitação. Em contraste
com o resto do castelo, as paredes da sala são de simples
branco. A única decoração na sala é um único kakemono e
seu arranjo de flores ikebana emparelhado. Estes podem
ser preparados pelos criados do palácio, mas, se o partícipe
da cerimônia do chá deseja honrar os participantes, ele po-
de criar o próprio arranjo de flores e escolher o kakemono
de sua coleção pessoal. Claro, fazer isso pode causar mais
dano do que ajuda se a decoração for mal executada.
O quarto também pode ser usado como escritório
do Daimyo nas raras ocasiões em que ele precisa conversar
com uma pessoa cujo status seja maior que o seu (como um
parente do Imperador ou um Campeão de Clã), ou para
discutir tópicos sensíveis (como conversas de paz entre Clãs
vizinhos ou um acordo comercial com um fornecedor do
castelo). Uma mesa e tudo o mais necessário para a reunião
são trazidos, e os documentos relevantes são retirados
temporariamente do gabinete privado do Daimyo.
B16 – Posto: Os quatro bushi neste posto de
guarda podem vigiar as escadas indo para cima e para baixo
e garantir a proteção do Mordomo e dos convidados com
acomodações neste andar.
B17 – Suíte de Doji Tadeno: Normalmente projeta-
do para acomodar toda uma família, a suíte do Mordomo
parecem muito grandes para um homem solitário. O escri-
tório de Tadeno está instalado em um dos quartos, enquan-
to o quarto das crianças foi reutilizado como uma biblioteca
pessoal. A decoração é de bom gosto, mas antiga, já que na-
da mudou desde que sua família deixou Kyuden Soyokaze.
B18 a B25 – Quartos de Hóspedes: Os convidados
de honra são alojados nestes quartos, um andar abaixo da
suíte do Daimyo. Se eles têm servos ou auxiliares, estes
geralmente são alocados nos quartos do primeiro andar da
Torre do Crisântemo. As paredes shoji são escassamente
decoradas, mas com gosto requintado. Uma matriz de
colchão de futon e cobertores quentes são fornecidos em
um baú de carvalho, e outros dois baús menores equipados
com fechaduras de aço estão lá para o hóspede manter
seus objetos de valor.
B26 – Ponte: Uma porta se abre à ponte que liga o
Tenshu à Torre do Crisântemo. Esta ponte de madeira
espaçosa é a estrutura mais sofisticada do castelo, que é de
outra forma bastante clássico: o piso plano é suportado por
um arco largo cujos dois pés estão ancorados nas torres.
Pintada de branco para se misturar melhor com as paredes
do kyuden, a ponte também é projetada para parecer tão
aérea e leve quanto possível e oferece aos observadores em
pé no centro a impressão de que estão passando sobre
Kyuden Soyokaze, vários metros acima do solo,
impulsionados pela constante brisa. A ponte oferece aos
hóspedes honrados alojados na Torre do Crisântemo com
acesso conveniente ao Tenshu e à corte de inverno um
andar abaixo. Há dois guardas postados lá, um em cada
extremidade da ponte.
B27 – Sala: Quando o Daimyo não está presidindo
um jantar oficial, ele e sua família recebem suas refeições
nesta sala. Além da mesa baixa padrão, almofadas e
mobília, há um grande armário que contém o santuário da
família do Daimyo contra uma parede.
B28 – Gabinete: O escritório pessoal do Daimyo
está nesta sala. Há uma ampla mesa de escrita com um
conjunto de caligrafia e prateleiras cheias de pergaminhos e
papel, além de caixas contendo itens pequenos como o selo
do Daimyo, o Decreto Imperial que instalou Ibanu em
Kyuden Soyokaze, correspondências pessoais com muitos
cortesãos influentes e também todos os registros
pertencentes ao castelo e ao seu domínio (finanças e
produção, número populacional, nascimentos e óbitos, etc.)
B29 – Quarto de Ichigero: As paredes do quarto do
Daimyo são definidas por cofres e armários nos quais estão
armazenados os bens pessoais de Ichigero e as heranças de
sua família, bem como o seu daisho raramente usado e um
Leque Dourado que o Imperador deu ao seu bisavô.
B30 – Quarto de Yusuke: apesar dos melhores
esforços das criadas, parece que esta sala nunca estará
arrumada. É o santuário de Yusuke, e apesar de toda a sua
ostentação e de tentar parecer destemido e viril, uma das
prateleiras está cheia de brinquedos de infância. Ele não
brinca mais com eles, mas se recusa a se livrar deles. 116
B31 – Quarto de Yukimi: o quarto de Yukimi pode
se passar como não utilizado. Está sempre limpo, com o
futon dobrado em um baú e os tapetes de tatami deixados
ali. Yukimi tem poucas posses com as quais se identifica.
Todas elas estão seguras numa grande cômoda de
castanheira. É lá que ela mantém o diário de sua avó.
A Pequena Torre
A menor das torres quadradas também é a mais
curta, com apenas dois andares. Foi oficialmente nomeada
Torre da Mente e do Corpo por Ibanu, mas rapidamente
este nome caiu em desuso para ser substituído por seu
apelido atual.
C1 – Biblioteca: Esta sala contém um grande
número de tomos e pergaminhos sobre vários tópicos. A
maioria dos livros é sobre temas leves, como livros de
cabeceira, épicas, peças famosas ou poesia. Eles são um
material de leitura perfeito para um cortesão que precisa
encontrar rapidamente um tópico de discussão na corte ou
simplesmente quer relaxar na varanda adjacente. Uma
pequena seção da biblioteca abriga tratados médicos, para
uso do curandeiro na enfermaria.
C2 – Varanda: Este cômodo, aberto em dois lados
para o pátio sempre que o clima permite, contém algumas
mesas baixas e almofadas de assentos. As pessoas
costumam usar a área para ler ou jogar go ou shogi, ou
mesmo para meditação. Ocasionalmente, alguém que está
se recuperando de alguma lesão ou doença se sentará aqui
para relaxar, a uma curta distância da enfermaria.
C3 – Enfermaria: Sempre que um hóspede se ma-
chuca ou se sente doente, ele pode vir à enfermaria do cas-
telo. O velho Sebasu é o melhor curandeiro heimin a serviço
de Ichigero e ele trata os pacientes com febres, dores, cor-
tes ou hematomas. Lesões graves, que são muito raras em
Kyuden Soyokaze, não são tratadas na enfermaria do caste-
lo. Em vez disso, estes pacientes são enviados à enfermaria
dos quartéis, que está melhor equipada para cirurgias, e
oferece o benefício adicional de poupar cortesãos sensíveis
do constrangimento de ouvir gritos de dor, ou, pior ainda,
de ter seus próprios gritos ouvidos. Para o grande
aborrecimento de Ichigero, o castelo não tem nenhum
shugenja permanente, então, sempre que surge uma
doença de origens aparentemente místicas, ele deve confiar
nos monges ou na boa vontade de um convidado shugenja.
C4 – Botica: Sebasu mantém todas as suas ervas,
pomadas e poções em frascos e caixas nas muitas
prateleiras daqui. Ele também mantém alguns antídotos
para os venenos mais comuns armazenados em uma caixa
de metal trancada.
C5 – Dojô: A área de treinamento ocupa a maior
parte do segundo andar. O dojô está equipado com tudo o
que é necessário para praticar kenjutsu e kata marciais, mas
raramente é usado para estas atividades. Em vez disso, é
usado como uma sala de aula para os filhos do Daimyo e
dos convidados que vêm com os seus próprios filhos. Uma
parede está preenchida com estantes contendo espadas de
madeira e equipamentos de kendo; e outro é adornada com
um grande quadro-negro.
C6 – Quarto do Sensei: Atualmente ocupado por
Otomo Oshorin, o cômodo parece apertada. Com uma mesa
baixa, um futon dobrado em um canto, cofres com os bens
pessoais de Oshorin e pilhas de livros e pergaminhos, não
há muito espaço para sequer andar.
C7 – Depósito: Qualquer coisa que pode ser útil
para treinamento ou aprendizado e não é mantida no dojô
ou no quarto do sensei é amontoada aqui.
C8 – Passarela: Esta é a passagem que liga a
Pequena Torre à Torre do Crisântemo. É aberta do lado do
pátio em três pontos, que pode ser acessado caminhando
alguns passos.
A Torre do Crisântemo
De três andares de altura, este edifício é uma
extensão do Tenshu, ao qual está conectado no primeiro
andar através da sala de jantar e no terceiro andar através
da ponte. Os quartos situados no último andar são
reservados para os visitantes mais importantes.
D1 – Salão de Retórica: Esta sala grande é onde
poetas e oradores de todos os tipos vêm para entregar os
frutos de seu trabalho. Sempre que um concurso envolven-
do arte falada é organizado, ocorre no salão de retórica.
Sempre que o clima permite, o aposento fica aberto ao
pátio. Um palmo quadrado está localizado na esquina
adjacente ao pátio, grande o suficiente para até quatro ou
cinco pessoas atuarem juntas. As paredes em gesso deste
cômodo estão decoradas com pergaminhos pendurados
com trechos de famosos excertos da poesia contemporânea
que estrearam em Kyuden Soyokaze, bem como alguns
clássicos muito mais antigos. Note que performances
musicais são feitas no teatro, no andar de cima.
D2 – Posto: um pouco maior do que outros postos
similares do castelo, este posto de guarda é sempre
equipado com pelo menos seis bushi. Eles vigiam as escadas
e estão próximos dos banhos e dos quartos.
D3 e D4 – Banhos e Ofuro: os nobres do castelo e
os convidados vem aos banhos para se limpar e, se o clima
permitir, relaxar na água quente da piscina. Há um banho
para homens à esquerda e outro para mulheres à direita.
Em cada um, uma dúzia de pessoas podem se lavar privativa
e simultaneamente em bancadas baixas de madeira,
enquanto o enorme ofuro – uma piscina retangular de
madeira de teca larga de 1,2 metro de profundidade e com
bancos submersos – pode acomodar confortavelmente até
oito pessoas. Antes de entrar no ofuro, as pessoas primeiro
se esfregam completamente até estarem limpos usando um
pano áspero e água oferecida em grandes baldes de
madeira e pega com conchas ou pequenos baldes
quadrados. Entrar na água quente é feito somente depois
que o ritual de limpeza terminou; e fazer de outra forma
implica em extremo mau comportamento e é ofensivo aos
outros convidados. Contudo, limpar-se normalmente é feito
rapidamente, com pouco tempo para conversa, pois a água
geralmente está bastante fria. A água na piscina, no
entanto, é aquecida no final da tarde em uma grande
cisterna localizada na cozinha, do outro lado da parede.
Descansar na piscina quente geralmente um momento
meditativo e relaxante, inconsciente do que qualquer outra
pessoa da sala poderia estar fazendo.
D5 e D6 – Vestiário: Samurais que vêm aos
banheiros deixam suas roupas neste cômodo, em uma das
muitas prateleiras. Há sempre pelo menos um servo em
cada vestiário cuja tarefa é ajudar os hóspedes a se 117
vestirem ou se despirem, fornecer toalhas e kits de banho, e
vigiar os bens pessoais deixados aqui sob seus cuidados.
D7 – Área de Serviço: Toalhas e tudo o que é ne-
cessário para se lavar, bem como as ferramentas para lim-
par os banhos, são mantidos nesta pequena sala. Os servos
também passam por esta área para entrar nos banhos
quando os baldes de água precisam ser recarregados, se um
hóspede idoso solicitar assistência ou quando são
necessárias mais toalhas. Ocasionalmente, alguns samurais
apreciam uma xícara de saquê quente enquanto mergulham
na água quente, e isso também é trazido a partir desta sala.
D8 a D17 – Quartos de Hóspedes: Na sutil
hierarquia dos quartos de Kyuden Soyokaze, estes são para
os convidados de menor estirpe ou para a comitiva que
acompanha os hóspedes alojados em outro lugar do
castelo. Os cômodos não são muito diferentes de outros
quartos de hóspedes. Os móveis escassos são de boa
qualidade e os futon são cheirosos e frescos. Ao contrário
de outros quartos, todavia, não é incomum nestes que até
três ou quatro pessoas compartilhem um quarto.
D18 – Galeria: Esta sala é usada para exibir as
melhores peças de arte do castelo por mestres famosos. Há
dezenas de pinturas e várias esculturas. A maioria é
presente de convidados ou peças compradas pelo Daimyo
ou pelo Mordomo, mas algumas são de autoria de Otomo
Tadahiro, irmão do Daimyo e artista famoso. A coleção é
atualizada e reorganizada todos os anos antes da corte de
inverno e paredes interiores móveis permitem muita
flexibilidade na apresentação das obras de arte. É
importante que sempre haja pelo menos uma nova peça de
grande qualidade para ser o foco da exposição todos os
anos, e muitos artistas de Natsukaze e de outras cidades
chegam a Kyuden Soyokaze com amostras de seu melhor
trabalho, esperando que sejam escolhidas como a
característica principal da galeria e seu nome se torne um
tópico frequente de discussão durante a corte de inverno.
D19 – Teatro: os teatros rokugani são geralmente
seus próprios edifícios em uma cidade grande, ou perten-
cem a uma trupe viajante que o montará onde quer que pa-
re para um espetáculo. Assim, o teatro de Kyuden Soyokaze,
localizado dentro do castelo, já é uma estranheza. Além dis-
so, em vez de ter um grupo permanente de atores, o teatro
está aberto a qualquer pessoa e qualquer gênero (kabuki,
noh, marionetes, etc.), desde que os artistas possam passar
no processo de seleção. Algumas trupes são enviadas ao
kyuden por conexões confiáveis do Daimyo e não precisam
serem testadas. Outras terão que se apresentar para Doji
Tadeno e Otomo Oshorin. Se o Mordomo e o Sensei
concordarem que o espetáculo é de qualidade suficiente,
eles solicitarão a aprovação final do Daimyo. Os assentos
(linhas de almofadas de seda nos melhores tatames) podem
acomodar uma plateia de até duas dúzias de pessoas.
Durante a maior parte do ano, há uma apresentação a cada
dois meses, mas durante a corte de inverno, o Mordomo
trabalha duro para garantir que haja pelo menos uma a
cada quinzena e mais frequentemente se for possível. Se a
performance exige música, os músicos são colocados na
frente do palco ou nos lados.
D20 - Camarim: Os atores colocam seus trajes e
maquiagem atrás das cortinas pintadas que são frequente-
mente usadas como fundo durante uma performance.
D21 – Posto: Quando o Daimyo decide que um
convidado merece o privilégio de permanecer no último
andar da Torre do Crisântemo, sempre há pelo menos seis
guardas para proteger o convidado de honra e seu séquito.
Caso contrário, apenas dois guardas estão presentes,
principalmente vigiando as escadas e a porta da ponte.
D22 – Suíte de Honra: Somente os hóspedes
considerados de maior prestígio ou merecedores de
deferência pelo Daimyo podem usar estes aposentos.
Normalmente, os convidados são membros das famílias
Imperiais ou importantes Daimyo dos Clãs. Para alguém tão
importante como um membro da família direta do
Imperador, ou o próprio Imperador, todo o andar seria
usado. Mas geralmente o hóspede não requer um espaço
tão vasto e só faz uso de alguns dos quartos. É raro que
mais de um convidado de honra esteja no kyuden, mas
quando acontece, eles compartilham o andar. O layout e as
funções de cada sala variam de acordo com cada hóspede,
mas sempre há pelo menos um escritório para o hóspede
receber visitas e um quarto para ele. Possivelmente haverá
quartos para seus retentores ou mesmo possivelmente uma
sala privada dedicada à cerimônia do chá.
O Porão
Existem várias cavernas e depósitos situados
abaixo do Tenshu. Eles são conectados por corredores de
pedra cortada com paredes cobertas de salitre branco. Os
gatos do castelo têm acesso livre ao porão, onde eles
ajudam a manter os ratos e outras pragas longe.
E1 – Poço: Um poço profundo foi cavado no centro
desta pequena sala. É uma longa descida para o balde
atingir a água, com cerca de 9 ou 12 metros de
profundidade. Era necessário escavar aquela profundidade
porque a água escaparia às muitas rachaduras conectadas à
rede das Grutas Sussurrantes. Os criados o chamam de poço
do gemido porque o vento às vezes sopra através das
pedras, produzindo um longo gemido enquanto reverbera a
partir das profundezas do poço. Os filhos indisciplinados são
instruídos a se comportar, ou então o fantasma que geme
rastejará para fora do poço e os arrebatará. Largos barris de
madeira estão nas paredes, sempre cheios com a água
necessária na cozinha ou nos banhos.
E2 e E3 – Celeiros: Este amplo aposento possui to-
do o arroz coletado como imposto do domínio do Daimyo.
Metade será enviada ao Imperador quando o coletor de
impostos chegar, e o resto será mantido para consumo no
kyuden, mas pago em forma de koku ao Imperador. A sala
posterior ao celeiro de arroz contém outros cereais
coletados pelo Daimyo para o castelo. A maioria dos sacos
são de cevada, mas também há de trigo e de gergelim.
E4 a E8 – Despensas: nestes espaços amplos, os
alimentos são mantidos. Na despensa de especiarias (E4)
podem ser encontrados blocos de sal e linhas de barris
cheios de peixe salgado, de molho de soja e de molho de
peixe. Caixas de madeira e jarros de barro estão em
prateleiras altas cheios de várias especiarias (coentro,
gengibre, pimenta, wasabi, etc.).
Os grandes depósitos de legumes (E5) só atingem a
capacidade máxima quando o inverno se aproxima. Cebolas
e dentes de alho pendem das vigas, enquanto cenouras,
pastinagas, beterrabas, rabanetes, batatas e alho-poró 118
enchem as prateleiras. No meio, estão colocados sacos de
feijão vermelho doce e caixas de maçãs, peras e frutas
secas. Outra despensa (E6) é reservada aos vegetais ou
peixes que podem ser preservados em vinagre ou salmoura
em barricas de madeira. Jarras cheias de nori (erva marinha
seca comestível) e mel também são armazenadas aqui.
Há uma despensa para o saquê (E7) – onde descan-
sam barris de madeira cheios de saquê – e outra para o chá
– preenchida por sacos e caixas de chá trazidos de todos os
cantos, mas cuja maioria é produzida localmente.
E9 – Prisão: Na história de Kyuden Soyokaze, esta
cela foi usada apenas uma vez, há mais de 40 anos, quando
um mercenário que personificava um samurai tentou
assassinar o primeiro Daimyo. Otomo Ibanu sabia, mas
nunca pode provar, que o homem tinha sido enviado por
um Clã vizinho. O assassino foi mantido apenas alguns dias,
até sua execução.
E10 – Armazém: Atrás das portas de carvalho
trancadas desta sala são mantidas as posses do Daimyo e de
sua família que raramente são usadas, bem como peças de
arte que são tiradas da galeria. As coisas mantidas aqui
tendem a ser grandes ou de valor relativamente baixo (pelo
menos aos olhos dos Otomo), como quimonos ou
lembranças antigas coletadas por Daimyo anteriores.
E11 – Tesouro: O acesso ao tesouro sempre é
guardado por um bushi, e apenas o Daimyo tem a chave
para abrir o portão de ferro. Atrás do portão, o corredor
vira à direita e se estreita. São encontrados seis cofres
profundos e estreitos, possuindo os bens mais valiosos da
Casa do Daimyo. O primeiro cofre, em particular, contém
quatro pesados baús de carvalho reforçados com aço.
Todos costumavam ser preenchidos com dourados koku,
mas agora apenas um é. O quarto cofre possui carpetes
finos das Areias Escaldantes, embora tenham começado a
apodrecer. No fim dele, atrás de um tapete enrolado, há
uma passagem escondida cuja existência é conhecida
apenas pelo Daimyo e pelo Mordomo.
Segredos do Cofre: Iniciantes: A porta escondida se
abre para uma pequena sala, que contém ouro escondido.
Experientes: Atrás da porta trancada, há um estrei-
to túnel com paredes de barro que se prolonga por duzen-
tos metros, até terminar com uma porta escondida no ma-
to. Esta é uma passagem secreta construída para permitir
escapar do kyuden se ele for perdido para um inimigo.
Épicos: Após alguns metros de túnel de pedra
artificial, a passagem abre para uma seção das Grutas
Sussurrantes não acessíveis a partir do sumidouro. Este
antro desce e desce para uma vasta rede de cavernas
úmidas que nunca foram totalmente exploradas. Pode até
levar a ruínas antigas.
O Quartel
Aninhado em um canto da muralha, o quartel é
feito da mesma pedra que ela. Ele consiste em cinco partes:
1 - Estábulo: Todos os doze cavalos da Casa são
mantidos no estábulo do quartel, juntamente com os
cavalos trazidos pelos convidados, até um máximo de vinte.
Se o estábulo estiver cheio, cavalos adicionais ficam sob os
cuidados dos estábulos da aldeia próxima. Todo o vestuário
de equitação e as ferramentas necessárias para o cuidado
dos cavalos são mantidos em um galpão adjacente.
2 – Alojamento Principal: Este longo prédio é onde
a maioria dos guardas do palácio está instalada. Uma
metade consiste de dez aposentos austeros, cada um
compartilhado por quatro bushi, enquanto a outra metade
é dividida entre a área de treinamento interior, o pequeno
salão e a enfermaria.
3 – Suíte do Capitão da Guarda: Este prédio
quadrado com um telhado plano é onde o Capitão da
Guarda habitava. No entanto, alguns anos depois de Otomo
Gokura assumir o cargo, ele se mudou para o castelo. O
prédio foi deixado vazio até recentemente, quando Seppun
Tenbin, o segundo em comando, o assumiu com o
consentimento do Daimyo. Falcões caçadores e pombos
mensageiros são mantidos em uma cabana de madeira
construída no telhado, que pode ser acessada através de
um lance de escadas lateral ao prédio.
4 – Torre da Esquina: A plataforma de observação
coberta construída no canto da muralha é o mais próximo
de uma torre real na muralha. Logo abaixo da plataforma
encontra-se o arsenal principal do castelo.
5 – Campo de Tiro: Atrás dos quartéis estão os
campos de treinamento de arquearia. Os alvos podem ser
usados por qualquer pessoa no castelo. Na maioria das
vezes, os arqueiros encontrados são os próprios guardas do
kyuden praticando, mas o campo de tiro também é usado
sempre que o Daimyo organiza um concurso de kyujutsu
para entreter seus convidados. Alguns monges da Ordem do
Vento também praticam a arquearia como um método de
meditação e podem ser vistos disparando flechas de
treinamento contundentes enquanto vendam os olhos.
O Mosteiro
Sasayakikaze-ji, o Templo do Vento Sussurrante, é
um complexo de longas estruturas ligadas entre si por
passagens cobertas. O templo foi erguido perto de uma
baixa que acumula água e através da qual a água flui para
dentro da terra. As entradas às Grutas Sussurrantes estão
localizadas em sua parte inferior.
6 – Sumidouro: se as Fortunas não tivessem
afundado o chão aqui, os mortais talvez nunca
conhecessem as Grutas Sussurrantes suas maravilhas. O
sumidouro é uma depressão quase perfeitamente circular
com quase vinte metros de diâmetro e dez de
profundidade. Quando chove, uma piscina rasa se forma no
centro do sumidouro, mas é drenada lentamente através de
rachaduras no chão de pedra. Suas paredes brancas
calcárias foram suavizadas por inúmeros séculos de
exposição aos elementos. O fundo plano foi limpo de
escombros pela primeira geração de monges que se
estabeleceram aqui e agora está coberto com musgo verde.
As cinco entradas às Grutas Sussurrantes são encontradas
perto do fundo do sumidouro, marcadas por um alto arco
torii pintado de vermelho. Quatro das cavernas não são
largas ou altas o suficiente para permitir que alguém ande
mais de seis metros sem que o túnel se torne muito estreito
ou seja bloqueado por algum colapso antigo. Nestas, altares
de mármore foram colocados no fundo, e eles são cobertos
por séculos de cera derretida de vela; seu teto é preto
devido à fuligem. No passado, alguns monges tentaram
rastejar mais profundamente nestas grutas, mas muitos 119
foram feridos na tentativa. Antes que alguém viesse a
morrer nas grutas e ameaçar sua santidade com seu
cadáver irrecuperável, foi estritamente proibida a
exploração delas.
A última Gruta tem uma entrada larga, mas um
teto tão baixo que é preciso andar curvado para entrar. A
entrada leva a uma grande caverna com centenas de
estalactites e estalagmites. Uma dúzia de passagens
estreitas continuam a partir desta sala, mas também estão
fechadas para uma maior exploração. Ao contrário das
outras Grutas, nenhuma estrutura ou itens artificiais (como
altares ou fontes de luz) foram instalados no interior. Até
cinquenta pessoas podem se sentar na escuridão entre os
pilares de pedra natural, mas raramente mais do que
algumas pessoas são encontradas meditando a qualquer
momento. O arco torii desta caverna é o maior, com uma
centena de tiras de papel branco abençoadas amarradas a
uma corda grossa pendurada entre os dois pés. Doze sinos
eólicos de cobre também penduram abaixo do arco, sempre
tilintando mesmo quando aparentemente não há vento.
A única maneira de acessar o fundo do sumidouro
é uma escada que desce em círculo através das bordas fa-
zendo um giro de metade do sumidouro. Ela foi construída
começando dos altos pilares que sustentam a parte do
templo construída que se localiza sobre o sumidouro.
Segredos das Grutas Sussurrantes: Iniciantes: Há
muitas histórias antigas e superstições camponesas sobre o
que pode habitar as cavernas, mas nenhuma delas é
verdadeira. As Grutas Sussurrantes são uma rede complexa
de túneis naturais esculpidos por escorrência de água ao
longo de milênios. Algumas delas estão conectadas à
superfície através de sumidouros, e os ventos frequentes se
aproximam deles, criando numerosos ruídos sibilantes que
ecoam e reverberam até parecerem sussurros. Este
ambiente único é, naturalmente, atraente para os
brincalhões kami do Ar, que desfrutam dos muitos recantos
das cavernas. Ocasionalmente, uma confluência deles
compartilha seus segredos com os mais devotos mortais
que meditam aqui. A maioria destas confidências são
apenas enigmas ou absurdos, algumas são ecos de eventos
passados e algumas são ideias reais sobre o futuro.
Experientes: muito abaixo das cavernas naturais
encontram-se as ruínas de uma cidade antiga. Antes dos hu-
manos, antes mesmo dos nezumi e das nagas, havia uma ci-
vilização próspera construída por cinco raças: os ningyo, os
zokujin, os kenku, o kitsu e os trolls. Uma das suas cidades,
a Cidade da Noite, repousa sob as Montanhas Seikitsu, mas
não é seu único legado. Uma cidade muito menor costuma-
va existir na área onde Kyuden Soyokaze está agora. Era o
lar dos kenku e de seu Templo do Vento. A maior parte da
cidade está perdida no tempo, mas as cavernas abriram
algumas passagens estreitas entre as cavernas e as ruínas
restantes. Algumas estruturas sobreviveram, incluindo o
templo feito de uma substância verde e púrpura iridescente
chamada cristal noturno e seu tesouro precioso: o Cristal
Cata-Vento. É o Cristal Cata-Vento que atrai tantos kami do
Ar, como mariposas a uma chama, e é dele que eles ouvem
as profecias e os enigmas que eles repetem aos humanos
que meditam. O cristal noturno é uma substância potente
por si mesmo, e o Cristal Cata-Vento, com suas habilidades
proféticas, é uma poderosa relíquia.
Épicos: As Cinco Raças eram adeptas da abertura
de portais para os outros Reinos Espirituais e os explorar.
Quando eles abriram uma passagem ao Jigoku, no entanto,
isso quase os aniquilou. Uma tentativa tão antiga aconteceu
no Templo do Vento, e através dela a Mácula escorre, man-
tendo todo o templo Maculado, ainda que o Cristal Cata-
Vento permaneça puro. Após este desastroso experimento,
a cidade foi abandonada, mas os guardiões garantiram que
a corrupção não escaparia da prisão de cristal construída
em torno do local do portal colapsado. Infelizmente, o
conhecimento das Cinco Raças sobre a Mácula era limitado.
Como uma ferida hedionda não tratada, ela infecciou. Com
o tempo, o selo colocado na passagem foi enfraquecido,
permitindo que malignos kansen se aproximassem de Nin-
gen-do e atraíssem os humanos para a depravação e o pe-
cado. Um dia, se não for feito nada para preveni-lo, o portal
será totalmente aberto, a prisão destruída e todo tipo de
monstruosidade oni será liberada no mundo, no próprio
coração do Império. O portal é um círculo de três metros de
largura que paira acima do chão, por isso é muito pequeno
para os oni mais fortes e mais monstruosos passarem.
Mesmo assim, aqueles de tamanho humano serão um
perigo real se puderem passar. Isso é o que os kami do Ar
estão tentando avisar aos samurais pios. Será que suas
cataclísmicas mensagens serão entendidas a tempo?
7 – Templo Principal: entre os quartos dos monges
e o salão principal está localizado o maior dos três edifícios.
Um longo salão ventoso atravessa o templo em seu compri-
mento, flanqueado em ambos os lados por salas menores.
O Abade do templo, O-Fuujin, habita em um destes,
enquanto outro contém a coleção de textos sagrados do
templo. O resto é usado para satisfazer as necessidades do
momento, às vezes o ensino de monges mais jovens, às
vezes como salas de meditação. Dezenas de pequenos sinos
de bronze balançam sob o teto do salão, tocando com a
brisa. Uma extensão do edifício, em linha com o corredor,
foi construída sobre a borda do sumidouro. Uma metade
repousa no chão e a outra metade se projeta para o buraco,
apoiada por altos postes sobre o fundo do sumidouro. Há
um pequeno oratório na frente da extremidade superior da
escada de retorno que concede acesso às Grutas
Sussurrantes. Peregrinos e monges oram e se purificam no
santuário antes de descerem as escadas até as Grutas.
8 - Santuário Interno: No final do longo salão está
localizado o santuário interno do templo, o Santuário a Ka-
ze-no-Kami. Ao contrário do resto do templo, esta parte não
é murada, embora tenha cobertura. Três colunatas octogo-
nais concêntricas cercam o Santuário propriamente dito. As
duas colunatas mais externas formam corredores cobertos
com centenas de pequenos carrilhões eólicos de ferro pen-
durados sob as vigas, enquanto o anel mais íntimo de colu-
nas muito mais altas suporta um telhado octogonal íngreme
de seis metros de altura no ápice. Todas as colunas são pin-
tadas de azul claro com curvas douradas e espirais retratan-
do nuvens ornamentais. Ambos os telhados são cobertos
com azulejos de azul-celeste brilhante. No centro da
estrutura está uma estátua de Kaze-no-Kami de três metros
de altura. Sentado em um trono de nuvens brancas, o roliço
Deus olha para os visitantes com uma expressão implacável,
suas bochechas redondas inchadas como se ele estivesse
prestes a soprar o ar de sua boca sobre eles. Ele segura um 120
leque na mão esquerda e uma garrafa esférica de argila de-
sarrolhada na mão direita. Logo atrás da estátua imponen-
te, há duas representações menores de Kaze-no-Kami em
seus aspectos furiosos. As duas estátuas menores são
colocadas lado a lado, mas costas com costas com a maior.
A do lado esquerdo representa os tufões e os furacões que
muitas vezes assolam Rokugan; ela é um homem musculoso
com pele cinzenta e dois chifres brancos, vestido apenas
com uma pele de tigre, parado em cima de um vórtice de
furacões e rugindo com uma expressão temível e irritada. A
da direita representa o resfriado comum e outras doenças
das vias aéreas; ela é um homem velho e frágil com cabelos
compridos e brancos que se senta com as pernas cruzadas
em uma nuvem cinza. Os peregrinos devotos têm o cuidado
de queimar incenso e oferecer ofertas às três estátuas,
embora a maior representação de Kaze-no-Kami sempre
obtém maior adoração. É costume vir prestar respeito a
Kaze-no-Kami e pedir sua benção antes de entrar nas Grutas
Sussurrantes, pelo menos pela primeira vez.
9 – Quartos: Este edifício tem paredes rebocadas
perfuradas com muitas janelas de ripas. Os quartos em que
os monges dormem são, na verdade, um salão longo
separado por telas shoji. Todo o mundo, seja um monge da
Ordem do Vento ou um convidado samurai, recebe o
mesmo alojamento modesto: um futon fino e um cobertor
grosseiro. Até noventa pessoas podem dormir aqui, embora
a população de monge permanente raramente excede
setenta, todos os membros da Ordem do Vento.
10 – Ateliês: Este edifício parece exatamente como
aquele dos quartos dos monges, mas há menos telas shoji
no interior, criando salas maiores. Os monges realizam
orações comunitárias e meditação aqui, e também se
reúnem aqui para trabalhar juntos (tecendo cestas,
copiando o Tao, estudando, etc.).
11 – Latrinas
12 – Chalé: Antes de Otomo Ibanu ter o mosteiro
cercado por um muro de pedra, camponeses doentes ou
feridos das aldeias próximas recorriam aos monges para
obter ajuda. Esta era a casa em que eram recebidos e
tratados. Após a conclusão de Kyuden Soyokaze, Ibanu
proibiu estas pessoas de chegarem muito perto do castelo e
pediu que os monges fossem visitar os doentes. O edifício
foi deixado em desuso por alguns anos, até que o crescente
afluxo de peregrinos forçou os monges a remodelá-lo e
transformá-lo em um chalé. Até seis convidados podem ser
alojados aqui, embora internamente não podem esperar
acomodação melhor do que os quartos dos monges. A única
vantagem aqui é o aumento da privacidade.
13 – Cozinha: Este prédio de madeira com piso de
barro é anexo ao salão principal. O mosteiro possui poucas
reservas de alimentos que são armazenadas aqui,
principalmente arroz e vegetais de seus próprios jardins.
Sem as esmolas diárias dos fiéis, os monges nunca teriam o
suficiente para se sustentar.
14 – Horta: a plantação privada do mosteiro
cultivada pelos monges.
15 – Jardim: O jardim do mosteiro está espalhado
por uma área aproximadamente equivalente ao próprio
templo e também ao palácio em si. Costumava ser muito
menor, mas quando Kyuden Soyokaze foi construído, Oto-
mo Ibanu pediu que os monges o expandissem até a mura-
lha para satisfazer seus convidados. Os jardins são definidos
de acordo com a tradição contemplativa, como uma repre-
sentação em miniatura do mundo: riachos estreitos para
rios, um lago para o oceano, pedras para as montanhas,
flores e árvores para as florestas, e assim por diante. Eles
oferecem muita sombra durante o verão, e muitos pontos
ideais para se sentar e conversar. Muitos cortesãos que
precisam de privacidade vêm aos jardins do templo para
conversar, embora poucos o façam durante o inverno.
A Vila
Durante a maior parte de sua existência, Natsukaze
era uma pequena aldeia sem notoriedade, com nada além
de cabanas de agricultores. A nobreza local apreciava a
produção de chá, mas sua fama nunca chegou muito longe.
Graças ao mosteiro nas proximidades, Natsukaze
ocasionalmente via peregrinos chegarem, mas eles eram
principalmente monges. Eles não trouxeram muito para a
aldeia além de algumas novidades do resto do Império.
Os monges e os aldeões gozavam de um
relacionamento íntimo. Com cerca de um monge para cada
dois aldeões, a comunidade monástica nunca poderia ter
sobrevivido exclusivamente das doações. Para ganhar
sustento, os monges trabalhavam nos campos ao lado dos
agricultores, ofereciam-lhes o cuidado médico limitado que
podiam, e supervisionavam todas as atividades e
festividades religiosas. Em troca, os aldeões
compartilhavam tudo o que tinham com os monges. Mesmo
que não fosse muito, era mais do que suficiente.
A chegada de Otomo Ibanu e a construção de
Kyuden Soyokaze não danificaram o vínculo especial entre a
aldeia e o mosteiro, apesar dos muitos visitantes e da
riqueza que eles trouxeram. Nos últimos cinquenta anos, o
número de aldeões aumentou de forma constante, mas a
maior parte da nova população é feita de colonos que
chegaram junto com o Daimyo Imperial.
A população atual é de quase quinhentas pessoas.
Dois terços dela é de agricultores, e os demais são artistas,
artesãos, comerciantes ou trabalham nas poucas empresas
de serviços que floresceram em Natsukaze. Os artesãos
foram os primeiros a chegar, pois originalmente foram
contratados para a construção do kyuden, mas logo depois
uma estalagem e uma casa de chá foram abertas. Como
acontece frequentemente em Rokugan, os vários grupos
sociais se segregaram e quatro distritos com sabores muito
diferentes surgiram naturalmente. Os distritos são
nomeados conforme os quatro ventos: artistas e artesãos
vivem em Tamon – o Vento Norte; os agricultores vivem no
maior distrito, Jikoku – o Vento Leste; o pequeno distrito
eta é chamado Zocho – o Vento Sul; e, finalmente, todos os
empreendimentos estão em Komoku – o Vento Oeste.
A aldeia é atravessada por um córrego estreito
chamado de Alívio, embora as origens do nome tenham
sido perdidas no tempo. Antes da criação do protetorado
Imperial de Kyuden Soyokaze, este rio era frequentemente
considerado o limite padrão entre os Clãs vizinhos. Uma
pequena ponte atravessa o Alívio no centro da cidade.
16 – Pousada Cata-Vento: Esta pousada foi funda-
da há 45 anos, com fundos de um patrono samurai do Uni-
córnio. O atual gerente é Manobu, um gigante alegre com
um barril de barriga e um bigode comprido. Algumas piadas 121
dizem que pode ter sangue de Caranguejo nele. Sua esposa
e seus filhos ajudam a dirigir a pousada, que tem estado sob
os cuidados da família desde a sua construção. A pousada é
um prédio de dois andares resistente, todo de pedra e
madeira, com suítes suficientes para acomodar até dez
pessoas. Possui também o maior estábulo da cidade, o que
permite que a pousada receba os cavalos dos hóspedes do
daimyo sempre que os estábulos do kyuden estão cheios.
17 – Casa de Gueixas Salgueiro Ondulante: O
Salgueiro Ondulante foi a primeira casa de gueixas que
abriu em Natsukaze. É um pequeno e antigo edifício que foi
dirigido por Yutsuko nos últimos vinte anos. Yutsuko é uma
mulher com quase cinquenta anos, com postura e sabor
impecáveis que muitas vezes fazem as pessoas esquecerem
suas humildes origens camponesas. O atendimento é
excelente, mesmo que a decoração e o chá não sejam
extraordinários. Mas poucos vêm pelo chá, pois as atrações
reais do Salgueiro Ondulante são as gueixas no prédio maior
na parte de trás. Lá, em uma das doze suítes particulares, os
samurais cansados da corte podem desfrutar discretamente
da companhia de uma gueixa habilmente treinada nas artes
da conversa e da música. Há rumores de que os clientes
indicados por fregueses regulares podem pedir o “Chá da
Borboleta,” uma bebida especial que liberta a mente, graças
a potentes alucinógenos extraídos de sementes de asagao
(“glória da manhã”). Yutsuko afirma que a receita é sua,
mas, na verdade, a bebida é produzida por Bayushi Shurato,
com quem ela compartilha os lucros desta droga viciante.
Já houve rumores de samurais de todos os Clãs,
Maiores e Menores, serem patronos do Salgueiro
Ondulante, mas a verdade secreta é que foi o próprio
Otomo Ibanu quem o patrocinou. Ele sabia que um
estabelecimento destes era necessário para proporcionar
uma distração civilizada a seus convidados, pois a cidade
rural não tinha nada a oferecer. Ibanu também não queria
se separar com sua concubina, uma gueixa chamada Yanagi,
e se certificou de que ela teria uma casa em Natsukaze.
Yutsuko é a filha de Yanagi, embora Yanagi nunca tenha
revelado a identidade de seu pai para Yutsuko.
18 – Casa de Chá Folha Caída: Bayushi Shurato é o
proprietário da Folha Caída, mas mesmo que ele more no
segundo andar da casa grande, ele raramente é visto lá. Em
vez disso, ele caminha pelas ruas do bairro Tamon para
conversar com artistas ou visita a corte local. Os clientes da
Folha Caída podem beber o melhor chá da cidade,
enquanto admiram a exibição de esculturas e pinturas do
estabelecimento. O salão principal funciona como uma
galeria na qual muitos artistas locais apresentam seu
trabalho em exibição. Previsivelmente, a maioria dos
clientes da Folha Caída são os mesmos artistas. Nas poucas
ocasiões em que os hóspedes do kyuden vêm para desfrutar
de uma xícara de chá longe do resto da corte, os artistas
locais educadamente competem por sua atenção, na
esperança de ganhar o favor de um novo patrono.
19 - Palco: O que os aldeões chamam de teatro
deve ser mais apropriadamente chamado de palco público.
É uma plataforma de madeira de três metros por dois na
qual qualquer um pode cantar e tocar a qualquer hora do
dia (e às vezes da noite). Trupes que desejam se apresentar
para o Daimyo geralmente devem primeiro passar por uma
avaliação aqui com Doji Tadeno e Otomo Oshorin.
20 – Casa de Saquê Pavão Orgulhoso: o rumor diz
que a casa de saquê recebeu seu nome após um soco do
Caranguejo proprietário em Otomo Ibanu, pois demorou
anos antes que Ibanu cedesse e permitisse que uma casa de
saquê fosse aberta em sua cidade. Em algum momento, o
pragmatismo venceu a elegância e os desejos dos monges.
Dirigido pelo musculoso Goto, o Pavão Orgulhoso é uma
singularidade turbulenta no distrito Komoku, de outra
forma refinado, e o local preferido de muitos bushi
estacionados no kyuden. Não é surpreendentemente que
Otomo Gokura também seja uma visão frequente aqui. Se
beber saquê (com ou sem moderação) não for suficiente
para proporcionar um bom tempo, uma pequena sala nos
fundos oferece aos fregueses de confiança oportunidades
de apostas no jogo Fortunas e Ventos.
Personagens
Como uma pintura na tela, as pessoas de Kyuden
Soyokaze são o que realmente trarão o castelo à vida. Elas
são apresentadas abaixo. O típico Status Imperial
aumentado ainda é visto aqui, apesar de não com tanta
intensidade. O espaço de Kyuden Soyokaze e seus arredores
se comporta como uma pequena propriedade de uma Casa
vassala – como Fundai Mura, a cidade posse da família
vassala Fundai – não constituindo sozinha uma Província.
Árvore Genealógica de Otomo Ibanu: Otomo
Ibanu e Otomo Mikohime tiveram três filhos: Tomaru,
Sakiko e Shimada.
Otomo Tomaru se apaixonou por uma samurai-ko
do Unicórnio e partiu contra as ordens de seu pai. Ibanu 122
repudiou seu filho e pouco é conhecido sobre seu
paradeiro. Há rumores de que ele acabou se casando com a
mulher do Unicórnio e assumiu seu nome.
Sakiko casou-se com Otomo Rujin e voltou à Capi-
tal Imperial com ele. No entanto, Rujin foi tomado por uma
febre antes que eles pudessem ter um filho, e a viúva Sakiko
teve que voltar a Kyuden Soyokaze. Ela participou ativa-
mente da educação de Ichigero e faleceu há alguns anos.
Shimada casou-se com Asahina Junko. Junko podia
ouvir os kami, mas eles raramente escutavam suas orações.
Considerada descartável pela família Asahina, ela foi casada
com Shimada em um movimento político que eles acharam
que seria barato para si. No entanto, ela rapidamente se a-
paixonou por Shimada e por seu novo lar. Ela passou inúme-
ras horas ouvindo os kami nas Grutas Sussurrantes. Junko
manteve um diário onde ela registrou tudo o que ela ouviu
lá e que pode conter profecias interessantes. Ela deixou o Ikoma Kagure B19
diário com sua neta Yukimi e morreu pacificamente en- Isawa Fujiko B23
quanto dormia naquela noite, há alguns meses. Teve quatro Kakita Eiken D13
filhos com Shimada: Ichigero, Gokura, Tadahiro e Yamashi. Kitsuki Yamaso D15
Otomo Tadahiro treinou como Artista Kakita e Leões Pintados
agora é um famoso escultor, sempre viajando em busca de D8
(incluindo Oppai)
inspiração. Ele frequentemente visita Kyuden Soyokaze e Miya Momiji Uma sessão do quarto D22
alguns ornamentos do castelo são dele. Não se casou ainda. Shiba Tokiden B22
Yamashi treinou com os Seppun quando sua Soshi Jyomon D17
habilidade de falar com os kami foi descoberta. Ele é agora Suzume Torihime Chalé em Sasayakikaze-ji
membro da Guarda Oculta na Capital Imperial e foi casado
Togashi Torao Quartos em Sasayakikaze-ji
Seppun Toshika, uma colega Shugenja Seppun. Ele agora é
Quarto alugado na Pousada Cata-
Seppun Yamashi e sua mãe era muito orgulhosa dele. Tsuruchi Atsuka
Vento
Ichigero casou-se com Seppun Sumiko e teve os
Yasuki Kurokage D9
gêmeos Yusuke e Yukimi. Sumiko casou-se com Ichigero
Yoritomo Aoi e 123
como parte de seu plano para restaurar o status de sua D11
Yoritomo Okana
família. Shimada sabia da ambição de Ichigero, mas quando
seu filho lhe jurou que ele estava apaixonado por Sumiko, Arashii
Shimada concordou em usar qualquer favor político que ele Há um monge no templo que todos conhecem,
ainda tinha para assegurar a felicidade de seu filho. Sumiko mas, se forem descrevê-lo, dirão informações físicas vagas,
estava deprimida, no entanto, pois amava outro. Após dois e que simplesmente não há notoriedade sobre sua
abortos espontâneos, ela finalmente deu a luz a gêmeos, personalidade. Para todos os fins, é apenas um monge
mas morreu no parto. O papel de Shimada no trágico comum, embora todos concordem que ele é um homem
casamento e a morte de Sumiko são arrependimentos que sereno, discreto e que raramente fala com qualquer um. Ele
ainda pesam sobre seu coração e mancham seu é Arashii e ele não é homem: é membro da antiga raça
relacionamento com seu filho Ichigero. kenku. Sua verdadeira aparência é a de um corvo
Os daimyo foram, em ordem, Ibanu, Shimada e humanoide, mas ele tem o poder de se disfarçar de
Ichigero. Quando Ichigero se aposentar, seu plano é que humano. É nesta forma que ele escolheu viver perto das
Yukimi o suceda, e Yusuke volte para a Corte Imperial. Grutas Sussurrantes há muito tempo.
Segredos de Arashii: Novatos: Arashii tem sido
Convidado da Corte Acomodação
alguém solitário e secreto por muito tempo. Ele anseia pela
Reside no segundo andar de sua sensação de parentesco com os numerosos kami do Ar
Bayushi Shurato
casa de chá, a Folha Caída presentes nas Grutas Sussurrantes. Os humanos também o
Doji Mogen B21 fascinam e ele pode decidir ensinar suas Técnicas de
Gêmeos Kakita Seigi B20 kenjutsu a um estudante digno, um que seja perspicaz o
Ide Li-Xing D14 suficiente para ver através de seu disfarce.

Meu Filho Será Shugenja?

Junko foi uma shugenja, e um dos quatro filhos que ela teve com Shimada nasceu com a habilidade de falar com
os kami. As chances que ela tinha como shugenja de ter um filho shugenja eram mais altas que outros samurais.
Se um casal de shugenja tem um filho, ele nascerá shugenja, a menos que alguma maldição recaia sobre ele.
A um casal de rokugani (e os yobanjin são rokugani para este fim) não shugenja, as chances de ter um filho
shugenja são de 1%. Na realidade, as chances são bem menores, mas para representação mecânica 1% basta.
Se um progenitor é shugenja e o outro não (mas ainda é um rokugani ou um yobanjin), use a tabela a seguir,
aplicando a maior porcentagem. Um shugenja pode tentar barganhar com os espíritos pedindo que aceitem seu parente
(nunca um parente mais distante que um primo legítimo ou sobrinho-neto). Isto nunca aumenta a chance em mais de
5% e muitas vezes envolve a criação de um nemuranai a ser carregado pela mãe durante toda a gestação e feito especifi-
camente para aquela gestação. Além disso, a bênção direta de uma Divindade do Tengoku aumenta em 10% a chance.
Pai ou Mãe que Não é Shugenja Pertence a uma Família Que Exemplos Chance
Agasha, Fukaze, Horiuchi, Isawa, Iuchi,
Só possui Escolas Shugenja 35%
Kitsu, Kuni¹, Tamori, Yogo
Asahina, Asako, Kitsune, Moshi, Seppun,
Possui pelo menos uma Escola Shugenja² 30%
Shiba, Shosuro, Soshi, Tonbo, Yoritomo
Possui pelo menos uma Técnica que permite sentir magias, ver
Mirumoto, Togashi, Toritaka 25%
os espíritos ou falar com estes
Não possui forma de falar, ver ou sentir espíritos ou magias As outras famílias samurais 15%
Não é samurai ou ronin 10%
¹ Tsukai-Sagasu se qualificam como uma Escola Shugenja, pois sentem magias e podem aprender Feitiçaria.
² Os Xamãs Yobanjin qualificam suas tribos nesta categoria.
 Experientes: Arashii é o último guardião do Templo
do Vento e seu precioso artefato. Os outros foram mortos,
morreram de doença, ou simplesmente se afastaram de um
dever que parecia inútil. Sua honra não só exige que ele
permaneça, mas também que garanta a proteção contínua
das ruínas, mesmo que algo aconteça com ele. Para este
fim, ele recentemente começou a aparecer furtivamente
em sua verdadeira forma, espalhando rumores de visões de
kenku, na esperança de atrair samurai à procura de um
sensei kenku. Se eles se mostrarem dignos, ele revelará
seus segredos e lhes confiará a tutela do Templo do Vento,
em troca de lhes ensinar suas Técnicas de Espadachim.
Épicos: Esta opção é semelhante à anterior, mas
Arashii também se preocupa com o fato de algo
terrivelmente maligno nas ruínas. Ele precisa encontrar uma
maneira de retornar ao Templo do Vento e ver por si
mesmo se o selo ainda está intacto (veja a opção Épica do
Segredo das Cavernas Sussurrantes). Ele aceitará ensinar
suas Técnicas secretas apenas a quem o ajudará.
Escolas: Espadachim Kenku 5/Monge da Ordem do
Vento 1
Honra: 4,1
Glória: 1,3
Status: 1,0
Perspicácia: 274
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 6, Ar 5, Fogo
4 – Inteligência 5, Terra 3 – Vontade 5, Vácuo 5
Vantagens: Asas de Aço, Bênção do Ar, Conjurador,
Escolas Múltiplas, Metamorfose, Sábio, Sensei
Desvantagens: Asceta, Compulsão: falar em
enigmas, Segredo Sombrio: Kenku
Perícias: Adivinhação 3, Astrologia 3, Atuação 5,
Caça 5, Cerimônia do Chá 3, Conhecimento: Grutas
Sussurrantes 4, Conhecimento: História das Cinco Raças 7,
Defesa 3, Furtividade 3, Investigação 5, Jogos 5, Katana 7,
Kenjutsu 7, Meditação 3, Shintao 7, Sinceridade 1, Teologia
das Cinco Raças 7, Teologia Rokugani 7
Bayushi Shurato
Shurato possui a Folha Caída, uma casa de chá que
atua como uma galeria de arte para artistas em Natsukaze.
Como resultado, ele é uma visão frequente na corte. Sua
máscara cobre a parte inferior do rosto, começando logo a-
baixo dos olhos. É pintada em preto e branco, com o mes-
mo padrão que pode ser visto no rosto de um ator kabuki,
com a adição de duas listras vermelhas verticais retas sob os
dois olhos. Shurato tem um amplo conhecimento da arte
em várias formas, mas sua etiqueta agradável garante que
nunca seja pedante sobre isso, e é sempre um prazer falar
arte com ele, mesmo àqueles geralmente menos interessa-
dos no tópico. Ele está sempre à procura de novos talentos,
particularmente de pintores e escultores, e muitas vezes
comprará peças de jovens artistas para ajudá-los a lançar
suas carreiras. Nos quinze anos desde a chegada inesperada
a Natsukaze, ele conseguiu se amigar com todos e fazê-los
esquecer que é um Escorpião. Nem mesmo Otomo Ichigero
descobriu o verdadeiro propósito de Shurato.
Há 25 anos, Shurato crescia em Kyuden Seppun,
pois seu pai era um embaixador Bayushi lá. O jovem, que e-
ra conhecido na época como Itori, cresceu com Sumiko, que
ele considerava como sua irmã e melhor amiga, no início.
Embora nenhum dos dois tenha agido acerca de seus senti-
mentos, tornou-se evidente a ambos quando se tornaram
adultos que o carinho que tinham entre si era algo além do
amor fraterno. Mas Sumiko estava noiva de Ichigero, e foi
tirada de Shurato. Eles continuaram a trocar muitas cartas
depois disso, e Shurato estava diretamente consciente da
depressão de Sumiko. Quando finalmente decidiu visitá-la,
era tarde demais: ela já havia morrido. Ele jurou vingar sua
morte e concentrou sua raiva em relação à pessoa que ele
culpa pela tragédia: Otomo Ichigero. Ele vendeu todos os
seus bens e comprou uma casa em Natsukaze, mudou-se e
a converteu em uma casa de chá. Shurato é um homem cal-
culista e paciente. Ele nunca se satisfaria com simplesmente
matar Ichigero; ele quer destruí-lo completamente tudo o
que ele construiu. Quando chegou, notou que Ichigero 124
estava tentando restaurar o status de sua família nas
principais cortes do Império, e parecia ter capacidade para
ter sucesso. Shurato resolveu procurar o ponto fraco e
esperar até que Ichigero estivesse mais próximo do sucesso;
para arruinar seu nome, destruir sua reputação e forçá-lo a
uma morte desonrosa. Enquanto Ichigero parece difícil de
encurralar, não se pode dizer o mesmo do seu filho Yusuke.
Não demorou muito para Shurato encontrar uma maneira
de explorar esta fraqueza e tornar Yusuke viciado em chá de
borboleta. Através do filho, Shurato planeja derrubar o pai.
Escolas: Cortesão Bayushi 4
Honra: 0,5
Glória: 3,7
Status: 2,0
Perspicácia: 210
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 4 –
Carisma 5, Fogo 3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Aliados: muitos, Chantagem: muitas,
Queridinho da Corte: Kyuden Soyokaze, Riqueza (6), Sopro
da Pureza
Desvantagens: Amor Perdido: Otomo Sumiko,
Influenciado: arruinar Otomo Ichigero
Perícias: Caligrafia: Rokugani 2, Cerimônia do Chá
2, Cifra 2, Comércio 2, Conhecimento: Alucinógenos 5,
Conhecimento: Chá 2, Corte Rokugani 10, Diplomacia 5,
Etiqueta Rokugani 5, Falsificação 2, Fofoca 5, Intimidação 4,
Investigação 3, Manipulação 5, Sedução 6, Sinceridade 5,
Venenos 5
Bizen
50 anos atrás, o general que ordenou que suas tro-
pas entrassem no Mosteiro do Vento Sussurrante foi deson-
rado e forçado a seppuku. Mas a vergonha foi tão grande
que ele só se tornar ronin não foi suficiente para proteger
sua família. Sua esposa e seus filhos foram condenados a
viverem como ronin também, e todos esperavam que
desaparecessem. Eles desapareceram, mas sobreviveram.
Bizen é neta do general, e seu espírito a assombra,
exortando-a a vingá-lo. Ela sofreu bastante. Tanto quanto
Bizen sabe, ela pode ser a última linhagem dela. Embora ela
nunca tenha aprendido as Técnicas ancestrais de sua
família, o espírito do general morto influencia seu estilo de
luta. Um personagem perceptivo pode reconhecer o estilo e
descobrir a vergonhosa ascendência de Bizen. Com um ódio
ardente contra as famílias Imperiais, e aos Otomo em
particular, ela voltou para se vingar dos descendentes de
Ibanu. Como Ichigero raramente deixa o castelo, Bizen se
contenta em aterrorizar suas terras e perturbar o trabalho
dos camponeses com seu grupo de bandidos, mas o espírito
está frustrado e impaciente. Será que ele encontrará a paz
se Ichigero e sua família forem todos mortos? Bizen espera
que sim, porque ela deseja se livrar dele e, finalmente,
começar a viver sua própria vida.
Escolas: Ladra/Combatente 2
Honra: 1,0
Glória: -2,3
Perspicácia: 197
Atributos e Anéis: Água 3 – Força 4, Ar 2 – Reflexos
3, Fogo 3, Terra 3 – Vigor 4, Vácuo 2
Vantagens: Caminho da Terra: Kyuden Soyokaze,
Coração Vingativo: Imperiais, Dentes de Tigre, Silencioso
Desvantagens: Assombrado, Desvantagem Social:
Ronin, Influenciado: Vingança, Má Reputação: Bandida
Perícias: Adestramento 2, Atletismo 4, Batalha 5,
Caça 4, Cavalaria 3, Conhecimento: Esconderijos 2,
Conhecimento: Otomo 1, Dança 2, Defesa 3, Escalada 4,
Furtividade 5, Intimidação 6, Jiujutsu 3, Jogos 2, Katana 2,
Kenjutsu 2, Kyujutsu 3, Naginata 5, Tortura 5, Yarijutsu 5
Kata: Atacando como o Fogo
Dama Branca
A morte de Lady Sumiko no parto foi um terrível in-
fortúnio, mas não completamente inesperado devido à sua
frágil saúde. Contudo a verdadeira tragédia é o que aconte-
ceu com ela após sua morte: devastada por dois abortos an-
teriores, ela morreu acreditando que seus gêmeos morre-
ram com ela, e sua tristeza foi tanta que sua alma não con-
seguiu ir ao Mei-do. Preso no Ningen-do, seu espírito per-
maneceu invisível durante anos no castelo e nas proximida-
des, confuso e louco da tristeza que não compreendia. Com
o tempo, ela começou a se lembrar de fragmentos de sua
vida anterior, e a perda de seus filhos se tornou sua âncora,
transformando-a em um ubume, um fantasma acalentador.
A Dama Branca raramente se manifesta, mas quan-
do o faz, é perto de crianças pequenas ou pessoas em pro-
fundo sofrimento psicológico (ela é atraída por almas ator-
menteadas que fazem eco de sua própria angústia, e estes
são seus aspectos percebidos). Uma vez que raramente há
crianças no castelo, ela geralmente aparece na aldeia. Sua
figura translucida flutua vestida em uma mortalha branca
cintilante com um capuz que mantém seu rosto magro na
escuridão permanente. Em lamúrias e prantos ininteligíveis,
ela tenta pegar e segurar bebês em seus braços. Nas poucas
ocasiões em que ela conseguiu raptar as crianças deixadas
sem vigilância, elas logo morreram de fome, apesar de suas
tentativas de amamentá-las, destruindo ainda mais a
sanidade de Sumiko pelo reforço do sentimento de perda.
Escolas: Shisha Miya 1 (dois Ranks vagos)
Honra: 0,8
Glória: 2,0
Perspicácia: 184
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 4, Fogo 3 –
Inteligência 4, Terra 2, Vácuo 2
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Voz
Desvantagens: Influenciado: adotar crianças
Perícias: Batalha 1, Cavalaria 3, Defesa 5, Corte
Rokugani 7, Etiqueta Rokugani 10, Heráldica 5, Investigação
3, Narração 6, Oratória 7, Shintao 3, Sinceridade 5, Teologia
Rokugani 3
Qualidades: conforme ubume.
Poderes Espirituais: Percepção de Aspectos
Doji Mogen
Apesar da posição de Doji Tadeno como Mordomo,
o Clã Garça quer afirmar seu apoio e seu respeito às famílias
Imperiais ao atribuir um enviado oficial a Kyuden Soyokaze.
No entanto, o trabalho não é muito procurado, e foi difícil
encontrar candidatos até que Mogen expressasse esponta-
neamente o interesse. Doji Mogen veio pela primeira vez a
Kyuden Soyokaze como adolescente com seu pai, um ano
antes de seu gempukku. Ele estava muito interessado nas
Grutas Sussurrantes, na trupe de noh e no trabalho dos 125
vários artesãos que viviam em Natsukaze, como se esperava
dele de acordo com seu treinamento. Mas outra pessoa era
mais fascinante do que todas as outras maravilhas que o
castelo tinha para oferecer: Otomo Yukimi. Mogen ficou
loucamente apaixonado pela filha do Daimyo desde que
seus olhos foram postos nela pela primeira vez. Infelizmen-
te, um casamento já foi organizado para ele com uma don-
zela da Garça, e só foi atrasado até agora por causa da atri-
buição remota de Mogen. Os pais da moça estão relutantes
em ver sua filha casada com um homem que aparentemen-
te não tem ambição, e esperam que Mogen se mude para
um emprego mais prestigioso. Isso é perfeito a Mogen, e
mesmo que sua família o pressionasse a voltar, ele está
determinado a ficar perto do objeto de sua paixão. Claro,
ele sempre atuou corretamente e ele nunca expressou seus
sentimentos a Yukimi, então a jovem não tem ideia sobre
eles e não parece particularmente interessada em Mogen.
As habilidades de Mogen não são prejudicadas por
seu amor platônico. Ele ainda é um convidado encantador e
mostra um grande potencial como um cortesão. Ele é de fa-
la suave, mas sabe como ser ouvido, e se esforça para trazer
honra ao seu Clã – se Yukimi finalmente o percebesse...
Escolas: Cortesão Doji 3
Honra: 3,6
Glória: 2,3
Status: 2,2 – Embaixador Garça
Perspicácia: 177
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 4, Fogo 2 –
Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Posição
Social: Diplomata, Voz
Desvantagens: Amor Verdadeiro: Otomo Yukimi,
Casamento Arriscado, Influenciado: ganhar o afeto de
Otomo Yukimi
Perícias: Caligrafia: Rokugani 2, Cerimônia do Chá
2, Corte Rokugani 9, Diplomacia 4, Etiqueta Rokugani 4,
Kyujutsu 1, Manipulação 5, Narração 4, Oratória 5, Poesia 5,
Sedução 2, Sinceridade 5
Doji Tadeno
Tadeno e Ichigero cresceram juntos em Kyuden
Soyokaze e eram como irmãos. Em seus dez anos, Tadeno
foi enviado para estudar com seus primos Daidoji do
Conselho Comercial e se preparar a seus deveres como
Jijukan (“Mordomo”). Quando Tadeno voltou ao castelo
depois de seu gempukku, ele não reconheceu seu amigo.
Havia desaparecido o menino despreocupado que escalava
árvores e se escondia nos túneis proibidos das Grutas
Sussurrantes com ele. Em vez disso, ele encontrou um
homem determinado a acumular poder político por
qualquer meio necessário e se tornar tudo o que o próprio
pai não era. Ainda existe um vínculo fraternal entre Ichigero
e Tadeno, mas este é testado todos os dias pelas exigências
de Ichigero pela impossível perfeição. Por seu amigo e por
seu dever, Tadeno faz o melhor para cumprir os padrões
exigentes. Em raras ocasiões, quando estão sozinhos juntos,
eles conversam e relembram. Então, um sorriso genuíno
retrocede ao rosto de Ichigero, dando a Tadeno a esperança
de que seu velho amigo ainda esteja lá, em algum lugar.
Tadeno é organizado e eficiente. Ainda assim, com
todos os convidados que continuam indo e vindo, e todas as
atividades que Ichigero quer ter no Kyuden e que ele deve
supervisionar, ele raramente tem um momento de descan-
so. Ele sempre será tão amável quanto pode, dado a sua
agenda ocupada, mas ele dispensará discussões triviais. Seja
como for, Tadeno é o homem com quem falar quando se
precisa saber o que está acontecendo em Kyuden Soyokaze.
Tadeno tem três filhos, de 8, 11 e 14 anos. Eles
estão, juntamente com sua mãe, morando em terras da
Garça onde recebem sua educação. Tadeno não teve um
casamento feliz e concordou em deixar sua família voltar
para a terra da esposa, onde deveriam ter uma chance
melhor para uma boa posição depois de seus gempukku do
que se tivessem ficado em Kyuden Soyokaze.
Escolas: Conselheiro Comercial Daidoji/Cortesão
Doji 5
Honra: 4,4
Glória: 4,8
Status: 4,7 – Mordomo de Kyuden Soyokaze
Perspicácia: 268
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 4, Fogo
4 – Inteligência 5, Terra 3, Vácuo 4
Vantagens: Aliado: Otomo Ichigero, Irrepreensível,
Leitura Labial, Posição Social: Mordomo de Kyuden
Soyokaze, Propósito Maior: redimir Otomo Ichigero
Desvantagens: Idealista, Obrigação: Otomo
Ichigero
Perícias: Adestramento 2, Avaliação 4, Cala 3,
Caligrafia: Rokugani 2, Cavalaria 3, Cerimônia do Chá 3, Cifra
2, Comércio 4, Conhecimento: Bushido 3, Conhecimento:
Matemática 4, Corte Rokugani 10, Daikyu 3, Diplomacia 6,
Etiqueta Rokugani 7, Falcoaria 2, Investigação 2, Kyujutsu 3,
Manipulação 4, Música 4 (shamisen), Narração 8, Oratória
4, Sinceridade 5
Guardas do Palácio Típicos
Aqui se encontram a maior parte dos bushi a
serviço do Daimyo, os defensores de Kyuden Soyokaze.
Escolas: Miharu Seppun 2
Honra: 3,0
Glória: 1,0
Status: 1,5
Perspicácia: 155
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 2 –
Carisma 3, Fogo 3, Terra 3, Vácuo 2
Vantagens: Força da Terra
Desvantagens: Dúvida: Iaijutsu, Dúvida: Kenjutsu
Perícias: Batalha 3, Cavalaria 3, Corte Rokugani 4,
Defesa 5, Etiqueta Rokugani 5, Heráldica Rokugani 3,
Iaijutsu 3, Investigação 3, Katana 3, Kenjutsu 3, Kyujutsu 3
Kata: Atacar como a Terra, Atacar como o Fogo
Gyozen
Gyozen é o servo mais antigo de Kyuden Soyokaze.
Ele nasceu antes da construção do castelo e tinha apenas
oito anos quando Otomo Ibanu chegou a Natsukaze, sua al-
deia natal. Ibanu, precisando de servos alfabetizados, orde-
nou que algumas crianças fossem enviadas ao templo onde
aprenderiam a ler e escrever. Gyozen foi o melhor aluno e
demonstrou uma mente aguçada. Ele foi rapidamente de-
signado como um servo atendente do Mordomo anterior e
continua a servir o atual portador do cargo. Há mais de 35 126
anos, Gyozen tem sido o heimin mais importante do caste-
lo. Ele serviu Ibanu, Shimada, e agora, Ichigero, servindo ao
senhor do castelo e ao seu Mordomo de forma eficiente e
diligente. Gyozen ainda é bastante saudável e ativo para sua
idade, uma dádiva de Jurojin que ele atribui à sua forte de-
voção à Ordem Celestial e às Fortunas. Ele coordena o tra-
balho dos heimin, repassando as ordens que o Daimyo ou
seu Mordomo lhes dá aos servos do palácio, sempre com u-
ma palavra gentil e um encorajamento para fazerem o me-
lhor trabalho. Durante a maior parte do tempo, ele também
foi o escriba do Daimyo, mas devido à piora da acuidade
visual pela velhice, ele teve que renunciar esta honra a uma
assistente que ele treinou pessoalmente, sua neta Mirei. Ele
é amado por todos, até mesmo Ichigero, que muitas vezes o
chama Ojisan (“vovô”). Embora ele não seja um samurai, ele
recebe de todos o mesmo respeito que o Mordomo.
Escolas: Civil (quatro Ranks vagos)
Honra: 3,5
Glória: 2,8
Status: 2,1
Perspicácia: 236
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3, Fogo
2 – Inteligência 4, Terra 4 – Vigor 5, Vácuo 3
Vantagens: Aliado: Doji Tadeno, Aliado: Otomo
Ichigero, Bênção de Fortuna: Jurojin, Equilíbrio, Herói do
Povo
Desvantagens: Caolho, Dependente: Mirei,
Fascinação: ervas e peixes raros, Idoso
Perícias: Acupuntura 3, Avaliação 3, Caligrafia 7,
Cerimônia do Chá 3, Cifra 6, Comércio 3, Conhecimento:
História Rokugani 5, Conhecimento: Kyuden Soyokaze 5,
Conhecimento: Profecias 2, Corte Rokugani 10, Diplomacia
7, Etiqueta Rokugani 8, Heráldica Rokugani 3, Herbalismo 3,
Investigação 4, Música 4 (flauta), Ofício: Pesca 3, Oratória 4,
Sinceridade 5, Teologia Rokugani 5
Ide Li-Xing
Li-Xing nasceu na família Utaku, mas nunca quis se
tornar uma guerreira. Ela sentia pouca afinidade com as
Shiotome, pois sempre foi uma pessoa social e bastante fa-
ladora. Quando chegou a hora de começar verdadeiramen-
te o treinamento que definiria sua vida, a mãe de Li-Xing
reconheceu seus pontos fortes e limitações. Ela também viu
que sua filha compartilhava muitos traços com seu falecido
pai, Tomaru (anteriormente um Otomo). Ela enviou Li-Xing
para estudar com seus primos Ide; uma escolha pela qual Li-
Xing sempre agradecerá a sua mãe. Sem surpresa, a combi-
nação de sua graça social natural, sua beleza e seu compor-
tamento amigável permitiu que Li-Xing se tornasse um dos
melhores Emissários Ide da geração. Mas é nas transações e
negociações que ela se destaca, quando sua voluntariosa
herança de Otomo ressurge. Muitos Mercadores Yasuki e
Capitães Louva-a-Deus já a invejaram por ter conseguido
tanto apesar da idade relativamente nova.
Li-Xing foi encarregada de uma pequena caravana
de comércio e ela rapidamente o reorganizou para
aproveitar seu tamanho modesto. Ela é especializada em
pequenos itens de alto valor, a maioria deles de origens
exóticas. Ela também comercializa pedras preciosas e joias,
antiguidades, livros raros e algumas iguarias como saquê,
especiarias ou chás. Xi-Ling veio a Kyuden Soyokaze na
esperança de encontrar clientes para seus produtos finos,
mas ficou agradavelmente surpreendida ao descobrir a
mistura única de chá de Natsukaze e agora concorre com
Yasuki Kurokage para garantir a produção deste ano.
Ao saber sobre a localização atual de Li-Xing, sua
mãe finalmente lhe contou sobre a linhagem de seu pai em
uma carta. Li-Xing reagiu calmamente à notícia: ela nunca
conheceu Tomaru porque ele faleceu quando era pequena,
mas estava intrigada sobre ele. Junto com seus esforços co-
merciais, ela agora tenta sutilmente construir uma conexão
mais genuína com seus primos no castelo, algo que iria além
da civilidade simples. Não haveria benefício em revelar sua
ascendência aqui, pois Tomaru havia sido rejeitado, então
ela pretende manter isso em segredo. No entanto, o velho
Shimada começa a suspeitar, pois Li-Xing lhe lembra muito
em aparência e trejeitos seu irmão há muito perdido.
Escolas: Caravaneiro Ide/Emissário Ide 3
Honra: 2,9
Glória: 2,3
Status: 1,2
Perspicácia: 195
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 4, Fogo 3, Terra 2,
Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Item
Gaijin: muitos, Riqueza (3)
Desvantagens: Fascinação: família Otomo, Nome
Gaijin, Segredo Sombrio: identidade paterna
Perícias: Avaliação 5, Caligrafia: Rokugani 3,
Cavalaria 3, Comércio 5, Conhecimento: Gaijin 3,
Conhecimento: Mercadorias Exóticas 3, Conhecimento:
Saquê 2, Corte Rokugani 7, Etiqueta Rokugani 4, Jogos 3,
Kyujutsu 1, Manipulação 3, Sinceridade 4
Ikoma Kagure
A trupe de Kagure – os Leões Pintados – recebeu
vários elogios por suas muitas representações em todo o
Império, mesmo na Garça. Eles se apresentaram para os
lordes de todos os Clãs Maiores, mas a verdadeira ambição
de Kagure é atuar em frente ao próprio Imperador. Então,
foi com grande entusiasmo que Kagure aceitou o convite de
Ichigero a Kyuden Soyokaze. Será a primeira performance
de sua trupe a um membro das famílias Imperiais e Kagure
planeja aproveitar ao máximo sua carreira.
Embora Kagure reivindique também escrever e
dirigir cada uma das peças, na realidade ele é um ator muito
melhor do que um dramaturgo. Foi Oppai, sua bela
assistente heimin, quem escreveu todos os maiores
sucessos da trupe. A maioria supõe que Kagure a mantém
perto de si por sua aparência, afinal muitos samurais são
rápidos em descartar a inteligência de uma camponesa, e
ele os deixa pensar assim em vez de admitir a verdade.
Mas Kagure está com problemas: Oppai, que ele
sabe estar completamente apaixonada por ele desde que se
conheceram, mostra sinais de que possa sair dos Leões
Pintados. À medida que cresceu como artista e quando sua
personalidade amadureceu, ela começou a perceber seu
verdadeiro potencial. Quando sua jovem inocência
romântica se dissipou, ela acabou enfrentando a verdade e
aceitou que seu amor nunca será oficialmente recíproco. Ela
colocou suas experiências em sua escrita, infundindo as
peças noh com contos de amor trágico que são 127
particularmente adequados para o meio.
Kagure sabe que sem Oppai, sua carreira acabará e
seus sonhos permanecerão longínquos. Ele tenta garantir
que Oppai fique com ele, mas ele está em uma posição difí-
cil: para continuar explorando seu talento, ele deve lhe pro-
fessar seu amor e sua admiração ao fazer promessas que
falem ao mundo sobre as habilidades dela. No entanto, ele
não pode ser muito óbvio ou seu caso proibido com uma
heimin o envergonhará. Mas se ele for muito sutil, Oppai
verá através de sua enganação e o deixará. Ela já está cogi-
tando a ideia de se juntar ao bonito Kakita Eiken, incons-
ciente do fato de que ela provavelmente se encontrará
exatamente na mesma posição alguns anos depois.
Kagure é atraente, extravagante e arrogante. Ele
sabe como usar tudo isso para ser um grande ator, mas se
sua trupe não fosse tão bem sucedida, sua vaidade o teria
relegado a uma vida muito menos glamorosa. Ele também
perde muito se Oppai o deixar, e ele sabe disso.
Escolas: Omoidasu Ikoma 3
Honra: 3,0
Glória: 4,3
Status: 1,5
Perspicácia: 199
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3 – Carisma 4, Fogo 3
– Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 3
Vantagens: Beleza Perigosa, Queridinho da Corte:
Kyuden Soyokaze, Servos: Atendente (Oppai)
Desvantagens: Influenciado: ganhar sucesso,
Luxúria, Segredo Sombrio: clama autoridade sobre o
trabalho de Oppai
Perícias: Atletismo 2, Atuação 8, Composição 2,
Conhecimento: História Rokugani 3, Conhecimento: Leão 3,
Conhecimento: Literatura 4, Corte Rokugani 6, Diplomacia
3, Etiqueta Rokugani 3, Fofoca 3, Intimidação 3,
Manipulação 3, Narração 6, Sedução 4, Sinceridade 6
Isawa Fujiko
Fujiko é uma sensei dos Tensai do Ar, mas desde
que um aluno relatou as experiências que ele teve nas
Grutas Sussurrantes enquanto ele as visitava, ela quis ver
por si mesma este lugar misterioso. Fujiko nunca foi
treinada como uma cortesã e ela não é particularmente
bonita; alguns podem dizer que ela é muito magrela. Mas
não importa para ela e não foi muito difícil obter um
convite para propósito de pesquisa a Kyuden Soyokaze.
Ela raramente é vista na corte. A maior parte de
suas horas de vigília são passadas nas Grutas Sussurrantes,
onde ela tenta entender o que poderia obrigar os kami do
Ar a se reunirem nestes túneis escuros e estreitos. Ela já
ouviu falar das muitas histórias dos kami que entregam
profecias aos devotos, mas, apesar de poder perceber sua
presença inegável, eles ainda não falaram com ela. Fujiko é
uma mulher orgulhosa, e cada vez que outra pessoa sai das
grutas alegando que os kami falaram com ela, ela fica mais
irritada e impaciente. Sob a pretensão de seus estudos, ela
entrevista todas as pessoas que concordem em responder
suas perguntas. Mesmo que pergunte um pouco sobre o
tema dos sussurros dos kami, ela está mais interessada no
que a pessoa fez, como ele ou ela invocou os kami a envia-
rem uma mensagem, porque ela não consegue conceber
que os kami escolheriam falar com alguém que não é shu-
genja – monges ou mesmo heimin – em vez de escolhê-la.
Ela recentemente ouviu rumores sobre o diário de
Junko, e mesmo que Yukimi tenha sido esquiva quando o
assunto foi abordado, Fujiko agora está convencida de que
a filha do Daimyo tem o diário. Ela não deseja trazer
vergonha para sua família e seu Clã, mas parece um
desperdício que um recurso tão valioso seja confiado a uma
adolescente que nunca comandará os kami. O crescente
desejo de Fujiko de levar o diário está lentamente
superando seu bom senso, e logo ela criará um plano para
roubá-lo de uma maneira que não a exponha.
Escolas: Tensai Isawa 4
Honra: 2,4
Glória: 3,3
Status: 5,0 – Sensei dos Tensai do Ar
Perspicácia: 219
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 5, Fogo
3 – Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 4
Vantagens: Bênção do Ar, Posição Social: Sensei
dos Tensai do Ar
Desvantagens: Influenciado: obter o Diário de
Asahina Junko, Maldição de Fortuna: Benten
Perícias: Acupuntura 4, Caligrafia: Rokugani 3, Cifra
3, Conhecimento: Ar 5, Conhecimento: Elementos 5, Etique-
ta Rokugani 3, Feitiçaria 7, Herbalismo 4, Meditação 5, In-
vestigação 6, Pesquisa 7, Sinceridade 2, Teologia Rokugani 5
Magias: A Fúria de Osano-Wo, Caminho à Paz
Interior, Chamar pelo Vento Maior, Chamar pelo Vento
Menor, Dominar a Mente, Ecos de uma Brisa, Essência da
Terra, Falsa Face, Invocar o Kami do Ar, Pela Luz de Lorde
Lua, Reflexões de P’an Ku, Sabedoria e Clareza, Vento
Sussurrante, Yari de Ar
Kiho: Harmonia da Mente
Kakita Eiken
Eiken é o mais jovem de seis irmãos e irmãs em
uma família bem sucedida. Todos os irmãos já ganharam
algum reconhecimento, como bushi, duelistas ou cortesãos.
Eiken, infelizmente, não parece tão promissor, e mesmo
que seus pais estejam sendo pacientes com isso, ele sente
que precisa fazer algo para ser digno como o resto da famí-
128
lia. Eiken não era especialmente talentoso para o currículo
marcial ou para a vida na corte, mas seus professores detec-
taram o potencial como um grande mestre de palavras, e
assim foi decidido que Eiken se tornaria um dos famosos Ar-
tistas Kakita. Ele estudou poesia, retórica e narração dramá-
tica, mas até agora ele produziu apenas obras descartáveis.
Com Ikoma Kagure presente no castelo, Eiken espera obter
algumas dicas para escrever, mas o ator e dramaturgo do
Leão evitou educadamente todos estes pedidos.
Eiken chegou a Kyuden Soyokaze em busca de
inspiração, pois ele acredita que a história peculiar do lugar
é digna de uma peça de teatro. Ichigero solicitou a chance
de ver o primeiro rascunho, e Eiken não podia recusar o seu
gracioso anfitrião. O Daimyo não ofereceu comentários, o
que Eiken tomou como sinal ruim. Na verdade, Ichigero
acha que a representação não é suficientemente lisonjeira
ao seu avô e ele está considerando suas opções: fazer a
peça virar realidade ou educadamente pedir para o Kakita
deixar Kyuden Soyokaze.
Escolas: Artista Kakita 2
Honra: 3,8
Glória: 1,1
Status: 1,0
Perspicácia: 164
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 3 – Carisma 4, Fogo 3,
Terra 3, Vácuo 2

Sadane
Sadane é um teste de pensamento rápido e profundidade analítica; um jogo praticado especialmente pelos
cortesãos mais jovens, em que os concorrentes se revezam expressando críticas sobre um objeto mutuamente
acordado: uma pintura, um poema ou um tratado, ou mesmo as qualidades (ou os defeitos) de alguém – geralmente
uma personalidade histórica, apenas para estar seguro de que ninguém diria algo para se arrepender mais tarde, mas
nem sempre. Cada fala deve ser uma nova contribuição para o argumento, não uma reação a algo dito pelo outro.
Isso é em teoria. Na prática, sadane promove críticas repentinas, e se constitui mais de insultos, disseminando
ofensas afiadas sobre os valores defendidos por uma obra de arte, pela pessoa que a produziu ou por uma pessoa
diretamente – especialmente o outro competidor –, baseando-se em falhas legítimas do alvo. Se a pessoa ou a obra for
genuinamente infalível, o verdadeiro sadane é impossível.
O primeiro competidor a perder a face diante do comentário suficientemente ofensivo do oponente é
derrotado numa partida de sadane, embora competições oficiais com um juiz o permitem dar o crédito a um perdedor
se suas contribuições tiverem sido verdadeiramente significativas.
Uma variação mais sociável do sadane envolve a formação de duplas uma contra a outra. Para resolver
mecanicamente isso, simplesmente permita que cada membro da dupla faça sua rolagem; a rolagem válida será a maior.
Para Réplicas, os Traumas serão causados ao participante escolhido pela dupla que conseguir causar Traumas. Aos
espectadores, observar cada membro do time se esforçar para ofuscar seu parceiro ao mesmo tempo que pensa em
algo original só aumenta a sua satisfação.
 Vantagens: Grande Potencial: Composição,
Propósito Maior: criar obras-primas para a beleza universal
Desvantagens: Dúvida: Composição
Perícias: Atuação 2, Caligrafia: Rokugani 2,
Cerimônia do Chá 1, Composição 4, Conhecimento:
Literatura 3, Conhecimento: Noh 3, Corte Rokugani 6,
Etiqueta Rokugani 3, Kenjutsu 1, Narração 3, Oratória 3,
Sadane 2, Sinceridade 3
Kakita Seigi
Os gêmeos Kakita Seigi são uma dupla excêntrica.
Os dois irmãos são gêmeos idênticos e sua aparência e seus
comportamentos são tão surpreendentemente semelhan-
tes que até mesmo seus pais têm problemas para diferenci-
ar um do outro. Em uma tentativa vã de fornecer aos gê-
meos identidades separadas, seus pais decidiram enviar um
gêmeo para treinar como um Cortesão Doji enquanto man-
tiveram o outro para treinamento como na Academia de
Duelos Kakita. Incorrigíveis, os dois ocasionalmente troca-
ram de lugar e perceberam quanto tempo levaria para seus
sensei descobrirem que estavam ensinando o gêmeo erra-
do. Em seus gempukku, tornou-se ainda mais exasperante
quando os gêmeos escolheram o mesmo nome.
A Garça reconhece com relutância que a habilidade
dos gêmeos para desestabilizar as pessoas pode ser uma ar-
ma poderosa nas cortes, uma que tradicionalmente é exer-
cida pelo Escorpião. O Clã decidiu deixá-los continuar seus
jogos e refinar suas habilidades antes que fossem usados.
Enquanto isso, os gêmeos foram designados como assesso-
res de Doji Mogen, já que a liderança da Garça prefere man-
tê-los longe das principais cortes por um tempo mais longo.
A chegada dos gêmeos tem sido desconcertante para toda a
corte. Ninguém tem certeza se está falando com um duelis-
ta mortal ou com um cortesão experiente, e muitos optam
por discutir história com eles, outra paixão compartilhada
pelos gêmeos, para permanecerem em território seguro.
Escolas: Bushi Kakita 3 ou Cortesão Doji 3
Honra: 2,9
Glória: 3,3
Status: 2,1
Perspicácia: 186
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 3, Fogo 3 –
Inteligência 4, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Aliado: Kakita Seigi, Bênção de Fortuna:
Fukurokujin, Laço Kármico: Kakita Seigi (5)
Desvantagens: Compulsão: Brincadeiras (-3)
Perícias do Bushi Kakita: Atletismo 1, Atuação 5,
Cerimônia do Chá 2, Conhecimento: Duelos 5,
Conhecimento: História Rokugani 6, Corte Rokugani 8,
Etiqueta Rokugani 3, Fofoca 5, Iaijutsu 5, Imitação 5, Katana
5, Kenjutsu 5, Kyujutsu 1, Sinceridade 2
Perícias do Cortesão Doji: Atuação 5, Caligrafia 1,
Cerimônia do Chá 1, Conhecimento: História Rokugani 5,
Conhecimento: Imperiais 5, Conhecimento: Mitos e Lendas
5, Corte Rokugani 8, Diplomacia 3, Etiqueta Rokugani 3, Imi-
tação 5, Manipulação 5, Narração 7, Sadane 2, Sinceridade 3
Kitsuki Yamaso
Embora Yamaso tenha as habilidades necessárias
para ser uma boa cortesã, ela não está em Kyuden Soyokaze
para progredir a agenda de seu Clã na corte. Ela está rastre-
ando uma presa, um ladrão sem descrição que roubou joias
preciosas de um rico comerciante do Dragão. Yamaso não
conhece nem a aparência do ladrão nem o gênero, pois ele
é um mestre de disfarce. Mas ela conseguiu segui-lo até o
castelo, e Yamaso está convencida de que o ladrão está se
apresentando como um dos convidados nobres.
Yamaso não quer envergonhar o anfitrião Otomo
Ichigero nem oferecer insulto a nenhum dos outros
convidados inocentes, assim ela não contou a ninguém que
um criminoso se esconde entre deles, logo abaixo de seus
narizes. Ela mantém seu verdadeiro propósito em segredo
em Kyuden Soyokaze, fingindo ser apenas outra cortesã
desfrutando da hospitalidade do castelo, enquanto
continua discretamente sua investigação. Para sua grande
surpresa e leve aborrecimento, parece que muitos dos 129
convidados têm segredos próprios, o que dificultará seus
esforços para encontrar o ladrão.
Escolas: Investigador Kitsuki 4
Honra: 3,6
Glória: 3,4
Status: 4,3 – Magistrada de Clã
Perspicácia: 211
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3,
Vácuo 4
Vantagens: Memória Precisa, Mente Clara, Posição
Social: Magistrado do Dragão
Desvantagens: Arqui-Inimigo: Suzume Torihime,
Influenciado: trazer criminosos à justiça
Perícias: Acupuntura 3, Atletismo 2, Caça 5, Corte
Rokugani 5, Defesa 3, Etiqueta Rokugani 3, Herbalismo 3,
Iaijutsu 4, Ichi Miru 5, Katana 4, Kenjutsu 4, Kuenai 5, Medi-
tação 1, Nazodo 5, Sinceridade 3, Venenos 3, Wakizashi 4
Miya Momiji
Momiji tem um trabalho difícil: ela deve estabele-
cer mapas precisos do Império, mesmo que as fronteiras
dos Clãs continuem em movimento. Uma vez que os Mapas
Imperiais têm força da lei, muitos indivíduos poderosos e
concorrentes frequentemente se aproximam dos
Cartógrafos para convencê-los de que suas reivindicações,
em um terreno ou uma mina, por exemplo, são legítimas e
devem ser reconhecidas como tal pelos Mapas Imperiais.
Momiji não tem problema com isso: ela aceitou isso como
parte do jogo político, e está mais do que disposta a ser
convencida em troca de favores ou ganhos financeiros.
Previsivelmente, quando ela chegou a Kyuden
Soyokaze, um lugar com uma história tão carregada, ela se
viu literalmente sitiada por diplomatas e generais tentando
suplicar sua simpatia à sua causa. Quem, entre os cortesãos
reunidos, tentará influenciá-la dependerá inteiramente da
localização que o Narrador escolhe para o Palácio da Brisa
Gentil. Os Clãs vizinhos certamente aproveitarão esta opor-
tunidade para tentar recuperar o castelo. Mesmo o Daimyo
defenderá o direito de sua família de manter este domínio,
porque não fazê-lo parecerá fraco e prejudicará seu status.
Escolas: Shisha Miya 3
Honra: 1,2
Glória: 3,5
Status: 3,3 – Cartógrafa Imperial
Perspicácia: 181
 Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3, Fogo
3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Direção Absoluta, Honra Incerta (6),
Posição Social: Cartógrafo Imperial
Desvantagens: Ganancioso, Insensível
Perícias: Avaliação 2, Caça 2, Caligrafia 2, Cavalaria
2, Comércio 2, Conhecimento: Rokugan (no sentido geográ-
fico) 4, Corte Rokugani 6, Defesa 1, Etiqueta Rokugani 3,
Heráldica Rokugani 3, Intimidação 6, Manipulação 3,
Obiesaseru 6, Oratória 3, Sadane 3, Sinceridade 4
Monges do Templo do Vento Sussurante Típicos
Os Irmãos do Vento acreditam que o mundo é um
lugar naturalmente imprevisível e impermanente, e
simplesmente aceitam e permanecem resolutos diante da
incerteza eterna que é a vida. Esta crença lhes confere
controle sobre si e, de forma limitada, sobre o mundo.
Escolas: Monge da Ordem do Vento 2
Honra: 3,0
Glória: 0,0
Status: 1,0
Perspicácia: 160
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 3, Fogo 2 –
Inteligência 3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Discreto, Sábio
Desvantagens: Asceta, Coração Mole, Heimin
Perícias: Conhecimento: Profecias 4, Jiujutsu 4,
Kyujutsu 4, Meditação 3, Ofício: Agricultura 5, Ofício:
Alvenaria 5, Teologia Rokugani 5
Kiho: Espírito dos Quatro Ventos, Libertar as
Trevas, Punho do Ar, Silenciar, Sopro da Fortuna
O-Fuujin
No que ele sente como se fosse outra vida, O-
Fuujin atendia pelo nome de Asako Tsuyade. Seu destino
era se tornar um emissário da Fênix nas cortes do Império,
ou assim ele foi informado. Na verdade, Tsuyade tinha gran-
des dúvidas sobre seu futuro. Como o vento, muitas vezes
ele decidiu seguir um caminho com uma força que apenas
escondia sua falta de um verdadeiro propósito apenas para
de repente parar seus esforços ou reverter o curso e tentar
algo completamente diferente. Ele estava perdido. Procu-
rando respostas, ele encontrou uma referência às Grutas
Sussurrantes nas bibliotecas da família Asako. O pergami-
nho descrevia as cavernas como um lugar onde se podia
ouvir os kami, que guiariam os fiéis com suas profecias.
Tsuyade ficou obcecado pelas Grutas Sussurrantes,
e no dia anterior ao seu gempukku, ele deixou
secretamente sua escola e viajou todo o caminho até o
Mosteiro do Vento Sussurrante. Quando Tsuyade chegou,
um monge o recebeu e lhe disse que o aguardava. Perplexo,
Tsuyade perguntou: “Não lhe dei meu nome, como sabes
que sou eu quem esperas?” O monge respondeu: “O vento
me disse.” Tsuyade se sentiu reivindicado e mais do que
nunca estava certo de que finalmente teria as respostas
para suas perguntas. Imediatamente, ele pediu para ver as
Grutas Sussurrantes. O monge o levou para baixo e, na
entrada delas, disse-lhe que, apenas através da meditação
profunda, ele teria a chance de ouvir os kami. Tsuyade
sentou-se na escuridão ventosa e tentou se concentrar o
melhor que pôde. Ele precisava desesperadamente ouvir as
vozes dos kami para saber o que fazer com sua vida.
Mas ele não ouviu nada. Ele voltou no dia seguinte,
e no outro, e assim por diante durante meses, sem fazer na-
da além de meditar nas cavernas. No começo, ele ficou ex-
tremamente frustrado. Ele constantemente perguntava aos
poucos outros monges nas grutas “Ouviste isso?” Quando
não era mais que o vento, e invariavelmente sua pergunta
seria respondida pelo silêncio. Pouco a pouco, a rotina da
meditação diária e a vida como monge tornaram-se uma ex-
periência gratificante por si só. A frustração foi lentamente
substituída pela serenidade, até que um dia o mesmo mon-
ge que acolhera Tsuyade lhe perguntou, quando ele estava
retornando das Grutas Sussurrantes, se ele tinha as respos-
tas para todas as perguntas que o trouxeram ali. Tsuyade
respondeu: “Sim.” Sorrindo, o monge disse: “Então o vento
falou contigo, então?” Tsuyade respondeu com um sorriso.
130
“Não.” No dia seguinte, Tsuyade foi oficialmente aceito
como um irmão de Sasayakikaze-ji e assumiu como nome o
apelido que os outros monges lhe deram: O-Fuujin. Com o
passar dos anos, O-Fuujin tornou-se ainda mais pacífico e
sábio. Com a idade, surgiram maiores responsabilidades no
templo, até se tornar Abade há sete anos.
A natureza caprichosa do jovem Tsuyade não desa-
pareceu completamente no velho O-Fuujin. Ele ainda sur-
preende jovens com um comentário incongruente ou uma
excêntrica ação inesperada, mas é sempre para ensinar-lhes
algo. Embora haja poucos monges que se lembrem da che-
gada dele, 37 anos atrás, todos conhecem a história de O-
Fuujin – embora ele nunca tenha revelado seu Clã de ori-
gem a ninguém. Ele muitas vezes usa sua experiência de vi-
da para explicar como ninguém deve esperar pelo universo
para lhes dar um caminho para ser seguido cegamente, mas
sim como eles devem estar abertos a todos os caminhos co-
locados diante deles e escolher por si mesmos qual trilhar.
O-Fuujin rapidamente tornou-se amigo de Otomo
Shimada quando ele era o Daimyo, e nada mudou depois
que Shimada se juntou à Ordem do Vento. Seu relaciona-
mento com Otomo Ichigero é mais complicado. Ichigero ra-
ramente visita o templo ou as cavernas, mas ele espera que
O-Fuujin dê as boas vindas a seus convidados com toda a
deferência que merecem. O-Fuujin o faz de bom grado,
sempre feliz por ter uma chance de transmitir alguma sabe-
doria à casta dominante do Império, desde que Ichigero não
tente se intrometer com os assuntos internos do mosteiro.
Escolas: Cortesão Asako 1/Monge da Ordem do
Vento 3/Abade
Honra: 3,5
Glória: 2,2
Status: 5,5 – Abade de Sasayakikaze-ji
Perspicácia: 208
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 4, Fogo 3, Terra 2 –
Vontade 3, Vácuo 4
Vantagens: Amigo dos Kami do Ar, Escolas
Múltiplas, Iluminação, Posição Social: Abade
Desvantagens: Asceta, Crédulo, Idoso
Perícias: Conhecimento: História Rokugani 5,
Conhecimento: Profecias 5, Corte Rokugani 6, Etiqueta
Rokugani 3, Ikebana 5, Jiujutsu 2, Kyujutsu 3, Meditação 5,
Ofício: Olaria 4, Sinceridade 3, Teologia 7
Kiho: A Verdade no Vento, Caminho do Salgueiro,
Espírito dos Quatro Ventos, Fidelidade à Essência, Foco,
Happo Zanshin, Harmonia da Mente, Libertar as Trevas,
Limpar o Espírito, Olhos do Vento, Proteção do Chi, Punho
do Ar, Roubar o Dragão do Ar, Seja a Brisa, Ser ou Não Ser,
Silenciar, Sopro da Fortuna, Sussurros no Vento
Oppai
Oppai foi uma moça recrutada ainda jovem a uma
trupe de teatro do Leão após o assassinato da okasan da
casa de gueixas que a treinava. Ela nunca chegou a viver
como uma gueixa, tornando-se atriz e dramaturga logo
depois quando procurou emprego para se sustentar. Para
mais informações sobre Oppai, ver Ikoma Kagure.
Escolas: Gueixa/Civil
Honra: 1,9
Glória: 1,5
Status: 0,1
Perspicácia: 168
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 2 – Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3,
Vácuo 3
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten,
Chantagem: Ikoma Kagure, Grande Potencial: Composição
Desvantagens: Crédulo, Heimin, Obrigação: serva
camponesa de Ikoma Kagure, Pequeno, Sensibilidade à Dor
Perícias: Atuação 8, Caligrafia 1, Composição 7, Co-
nhecimento: Literatura 3, Corte Rokugani 2, Dança 5, Eti-
queta Rokugani 2, Furtividade 3, Jiujutsu 3, Narração 3, Ofí-
cio: Alfaiataria 3, Oratória 2, Prestidigitação 3, Sinceridade 4
Otomo Gokura
Gokura é o irmão caçula de Ichigero. Como seu
irmão mais velho, Gokura gosta de conflitos, embora ele
prefira o combate real à discussão verbal. Depois de treinar
com os Seppun, ele esperava se juntar às Legiões Imperiais
e ganhar a honra e a glória conforme a vontade do Impera-
dor. Ichigero tinha outros planos para ele, no entanto. Um
ano depois de se tornar o Daimyo de Kyuden Soyokaze,
Ichigero invocou Gokura. O Capitão da Guarda anterior era
muito velho, e Ichigero queria um homem mais jovem,
alguém em quem ele poderia confiar plenamente. Gokura
veio rancorosamente ao Castelo da Brisa Gentil, esperando
que fosse um revés temporário para sua carreira.
Quinze anos depois, Gokura ainda está em Kyuden
Soyokaze. Seu peso dobrou e ele sabe que é muito tarde pa-
ra esperar a glória no campo de batalha. A guarda de honra
que está estacionada no castelo é bem treinada em etique-
ta, mas nunca foi testada em batalha. Ultimamente, a incli-
nação já considerável de Gokura para beber tomou um ru-
mo pior, e não é uma visão rara vê-lo completamente bêba-
do quando fora de serviço. Neste estado, vários pensamen-
tos cruzam sua mente confusa: aposentar-se cedo e se jun-
tar a seu pai como um monge, fugir procurando um último
momento de glória como um ronin ou apenas para conti-
nuar bebendo e envergonhando Ichigero. A última opção
sempre parece ganhar por pura inércia. Como resultado, a
posição de Capitão da Guarda tornou-se honorífica, e
Seppun Tenbin, o segundo em comando, é quem cuida do
cotidiano da pequena força militar do castelo.
Em seus momentos de clareza, Gokura tem
vergonha do que ele se tornou, mas ele parece não ter a
força da vontade de fazer algo real sobre isso. Quando ele
conhece novos visitantes, ele sempre busca os bushi entre
eles, pedindo-lhes para contar as grandes batalhas de que
fizeram parte, mostrando admiração e inveja. Às vezes,
Gokura até desafia um bushi visitante para uma luta
amistosa no dojô. Este convite é quase irrecusável, mas
coloca os cortesãos acompanhantes em uma situação
delicada. Mesmo que a maioria dos bushi possam
facilmente derrotar Gokura, humilhar o Capitão da Guarda
não é algo que qualquer visitante deseje fazer.
Ichigero não tem certeza do que fazer com o ir-
mão. Ele ainda não encontrou uma estratégia de saída a seu
irmão que Gokura aceitaria e que não arriscaria expor seu
comportamento vergonhoso a muitos. Por enquanto, Ichi-
gero parece estar satisfeito deixando-o sozinho e ele lida di-
retamente com Seppun Tenbin quando necessário. Gokura
sabe preservar as aparências sempre que ele deve estar 131
presente em uma função oficial, mas Ichigero teme o dia
que seu irmão perderá seu último fragmento de dignidade e
autocontrole e arruinará sua reputação e seus planos.
Escolas: Miharu Seppun 3
Honra: 1,9
Glória: 3,7
Status: 2,9 – Capitão da Guarda
Perspicácia: 188
Atributos e Anéis: Água 3 – Força 4, Ar 2 – Carisma
3, Fogo 3, Terra 3 – Vigor 4, Vácuo 3
Vantagens: Força da Terra, Grande
Desvantagens: Compulsão: Saquê, Dúvida:
Kenjutsu
Perícias: Atletismo 1, Batalha 3, Cavalaria 3, Conhe-
cimento: Saquê 2, Corte Rokugani 3, Defesa 5, Etiqueta
Rokugani 3, Heráldica Rokugani 3, Iaijutsu 5, Investigação 3,
Jiujutsu 3, Katana 5, Kenjutsu 5, Kyujutsu 3, Sinceridade 2
Kata: Atacar como a Água, Atacar como a Terra,
Atacar como o Fogo, Atacar como o Vácuo, Atacar como o
Vento
Otomo Ichigero
Ichigero cresceu ouvindo as histórias que sua tia
Sakiko contou sobre seu avô Ibanu. Sakiko tinha muito res-
peito e amor por seu pai Ibanu, e ela cresceu na Capital Im-
perial com ele, onde parecia que ela seria sua sucessora na
Corte do Imperador. Quando toda a família foi transferida a
Kyuden Soyokaze, ela estava ainda mais amargurada que
Ibanu. Ela mal experimentou o que era se misturar com as
pessoas mais poderosas do Império, atrás apenas do pró-
prio Imperador. Quando viu que o irmão Shimada estava
contente com a vida medíocre neste lugar abandonado, ela
tomou para si mesma para a educação de Ichigero para que
o sobrinho se tornasse um Otomo apropriado. Como resul-
tado, Ichigero muitas vezes teve desentendimentos com
seu pai, pois eles se viam como falhas, embora por razões
muito diferentes. Por devoção e dever filiais, Ichigero se re-
signou a ficar em Kyuden Soyokaze e administrá-lo quando
Shimada se aposentou, mas ele jurou que seus descenden-
tes retornarão um dia ao seu devido lugar ao lado do
Imperador. Ele tem grandes planos para seu filho Yusuke.
Ichigero é um bom administrador e um anfitrião
perfeito. Seu treinamento permite que ele disfarce
perfeitamente seu ressentimento por estar aqui. Além de
sua família íntima, apenas seu Mordomo e amigo de
infância – Doji Tadeno – conhece os verdadeiros
sentimentos de Ichigero. Ichigero está determinado a
aproveitar ao máximo sua situação atual e a reconstruir
uma poderosa rede de contatos e aliados na Capital
Imperial para o benefício de seu filho. Para este fim, o
número de convites a figuras proeminentes aumentou, e
para seu grande prazer, a maioria responde positivamente e
vem. É muito importante para seus planos que tudo corra
da melhor maneira possível e que seus convidados sejam
mimados, e é por isso que ele está pressionando muito
Tadeno, trazendo tensão ao relacionamento deles.
Ichigero só tem palavras melodiosas para seus
convidados, mas, se eles não se mostrarem úteis a seus
planos, ele os ignorará educadamente até que eles tenham
ido. Qualquer um que não esteja em posição de ajudar a
Ichigero, especialmente aqueles de cargos mais baixas, deve
tomar cuidado para não provocar sua ira, pois ele pode ser
um inimigo tão mortal quanto seu avô.
Escolas: Seiyaku Otomo 5
Honra: 2,4
Glória: 5,5 – O Gavião
Status: 6,4
Perspicácia: 229
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 5 –
Carisma 6, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 2 – Vontade 3,
Vácuo 4
Vantagens: Aristocracia, Memória Precisa, Posição
Social: Daimyo de Família Vassala
Desvantagens: Influenciado: retornar sua linhagem
à Corte Imperial
Perícias: Caligrafia: Rokugani 3, Cavalaria 3,
Cerimônia do Chá 3, Corte Rokugani 7, Defesa 3, Etiqueta
Rokugani 8, Heráldica Rokugani 5, Intimidação 7,
Investigação 4, Manipulação 7, Obiesaseru 7, Sedução 4,
Shintao 3, Sinceridade 5
Otomo Oshorin
O pai de Oshorin, Hifuro, era um dos protegidos de
Otomo Ibanu quando ainda estava na Corte Imperial. Antes
de partir, Ibanu deu instruções para garantir que Hifuro se
tornasse um cortesão proeminente. Hifuro se tornou um
jogador importante, mas ele nunca pagou sua dívida com
Ibanu: um Otomo prático, ele não queria arriscar sua
posição em nome de alguém que agora não era quase
ninguém. Quando o velho Hifuro descobriu que o neto de
Ibanu precisava de um professor particular, ele sentiu que
era hora de aliviar a consciência e ajudar. Ele enviou seu
filho caçula, Oshorin, para se tornar o professor de Yusuke.
Oshorin é o Otomo arquetípico, no limite do clichê.
É provavelmente a razão pela qual, apesar de grandes opor-
tunidades, ele nunca teve sucesso na Corte Imperial: ele é
muito previsível. A idade lhe trouxe a sabedoria e a compre-
ensão de seus erros, mas é tarde demais para ele brilhar.
Em vez disso, ele ensina Yusuke todas as Técnicas dos Oto-
mo, e tenta o seu melhor para compartilhar com ele suas
experiências na Corte do Imperador. Não é uma tarefa fácil,
pois Yusuke é um estudante difícil com um curto período de
atenção, mas Oshorin está convencido de que ele ainda
pode ser transformado em um grande cortesão se puder
aprender a concentrar sua energia. Oshorin desperdiçou
todas as chances de seu pai lhe deu, e agora ele fará tudo o
que pode para evitar que Yusuke cometa os mesmos erros.
Oshorin gosta de estudar novos visitantes algum
tempo antes de começar a interagir com eles. Ele tenta
identificar quem entre eles é um alvo útil ao treinamento de
Yusuke. No início, ele também ensinava Yukimi, mas ele
rapidamente decidiu que ela não era feita do que é preciso
para dominar as Técnicas dos Seiyaku Otomo.
Escolas: Seiyaku Otomo 4
Honra: 3,0
Glória: 4,0
Status: 2,9 – Sensei Privado da Casa Ibanu
Perspicácia: 209
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 4 –
Carisma 5, Fogo 3, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 4
Vantagens: Impiedoso, Leitura Labial, Memória
Precisa, Posição Social: Sensei 132
Desvantagens: Obrigação: Otomo Ichigero,
Sensibilidade à Dor
Perícias: Cavalaria 3, Corte Rokugani 7, Defesa 1,
Etiqueta Rokugani 8, Heráldica Rokugani 5, Intimidação 7,
Investigação 4, Manipulação 7, Obiesaseru 7, Sedução 6,
Sinceridade 5
Otomo Yukimi
Com toda a atenção de seu pai focada no futuro de
Yusuke, Yukimi é muitas vezes deixada a seu próprio curso.
Ela herdou muitos traços de sua mãe, e tem um coração
amável. Ela costumava ser desatenta aos esquemas de sua
família, mas ultimamente o comportamento impulsivo de
seu irmão cansou sua paciência. Ela sempre foi mais próxi-
ma de seus avós do que de seu pai e de seu irmão, e conti-
nua visitando o avô no templo todos os dias. Ela está feliz
por ter sido escolhida para ficar e administrar Kyuden Soyo-
kaze quando Ichigero se aposentar. Ela gosta da simplicida-
de e da existência relativamente isolada daqui, gastando a
maior parte de seu tempo longe da atividade política
movimentada do castelo, preferindo passear pelos jardins
zen do mosteiro. É o que ela conheceu durante toda a vida
e, ao contrário do irmão, ela não sente como se estivesse
faltando qualquer coisa. Ela aguarda pacientemente que
seu pai considere que Yusuke está pronto, para que ele
possa partir e sua vida retorne a uma rotina mais tranquila.
Alguns meses atrás, sua avó Junko deu a Yukimi
seu diário, que contém todos os segredos que os kami do ar
sussurraram a ela nas Grutas Sussurrantes e que ela coletou
ao longo dos anos. Junko disse à neta que achava que havia
um grande padrão nos sussurros dos kami e, apesar de ter
passado sua vida os estudando, ela não conseguia entender.
Junko deu seu diário, beijou Yukimi com carinho e lhe disse
para fazer bom uso disso. Naquela mesma noite, Junko fale-
ceu. Desde então, Yukimi manteve o diário seguro em uma
caixa trancada. Assim que se recuperar da perda, ela o lerá.
Segredos do Diário de Otomo Junko: Iniciantes: O
diário é uma coleção de bobagens, enigmas e frases aparen-
temente proféticas. Não há um grande padrão, apenas os
delírios de uma mulher com complexo de inferioridade.
Experientes: não há uma profecia cataclísmica no
diário, mas ele é o registro detalhado da natureza dos kami
do Ar. Estudá-lo completamente fornece informações
interessantes sobre este elemento particular. Muitos
shugenja e estudiosos estariam interessados em ler este
valioso diário. A critério do Narrador, os personagens que
dedicarem uma quantidade significativa de tempo para
entender o diário podem ganhar alguns pontos de
experiência adicionais, ou mesmo uma Vantagem gratuita,
como Bênção do Ar ou Iluminação.
Épicos: um estudo aprofundado das passagens do
diário pode revelar semelhanças perturbadoras com even-
tos passados recentes, sugerindo que as informações mais
recentes podem ser realmente profecias. As profecias reais
contidas nas páginas do diário são deixadas a critério do
Narrador, ou ele pode decidir entrelaçar o diário às opções
de Segredos Épicos das Grutas Sussurrantes, caso em que o
diário sugere e adverte sobre a disseminação perigosa da
Mácula e a iminente violação do selo abaixo das cavernas.
Escolas: Seiyaku Otomo 2
Honra: 3,0
Glória: 5,4 – A Pomba
Status: 2,9
Perspicácia: 170
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 4, Fogo
2 – Inteligência 3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Posição Social: filha do Daimyo, Voz
Desvantagens: Coração Mole, Ovelha Negra,
Pequeno
Perícias: Cavalaria 3, Cerimônia do Chá 1,
Conhecimento: Profecias 3, Corte 8, Defesa 2, Etiqueta 5,
Heráldica 2, Intimidação 2, Investigação 2, Manipulação 3,
Obiesaseru 2, Pintura 3, Sinceridade 5
Otomo Yusuke
Enquanto seu pai Ichigero está planejando silencio-
samente restaurar a influência de sua família, o jovem Yusu-
ke deseja empunhar o poder que é seu direito de primoge-
nitura. Ele é tão determinado, sedento e ambicioso quanto
é impetuoso e mimado. É apenas porque ele é frequente-
mente lembrado por seus pai e sensei para apresentar uma
face melhor que sua natureza tempestuosa que ela ainda
não lhe custou qualquer esperança de grandeza. Para
manter uma coleira apertada sobre seu filho, Ichigero
providenciou um professor particular para lhe ensinar as
competências de um cortesão em Kyuden Soyokaze.
Yusuke é um homem inteligente, mas ele tem
pavio curto, e às vezes reage mais rápido do que ele pensa.
Embora ele tenha treinamento suficiente para parecer tão
bajulador e hospitaleiro quanto seu pai, ele deve trabalhar
duro para manter o controle de suas emoções quando algo
o irrita. Os criados do castelo sabem bem que devem ficar
longe de Yusuke quando ele está de mau humor, pois ele já
açoitou muitos deles por razões absurdas quando assim,
longe dos olhos e dos ouvidos dos convidados, é claro.
Yusuke é um cliente regular da casa de chá
Salgueiro Ondulante, onde muitas vezes bebe o seu infame
Chá da Borboleta para relaxar, um fato que não escapou da
percepção de Bayushi Shurato.
Escolas: Seiyaku Otomo 2
Honra: 1,9
Glória: 5,7 – A Gralha
Status: 2,9
Perspicácia: 174
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 3, Fogo 3, Terra 2,
Vácuo 3
Vantagens: Honra Incerta (4), Posição Social: filho
do Daimyo
Desvantagens: Bravo, Compulsão: Chá da Borboleta
Perícias: Cavalaria 3, Cerimônia do Chá 1, Corte
Rokugani 5, Defesa 2, Etiqueta 6, Heráldica 2, Intimidação 7,
Investigação 2, Manipulação 5, Obiesaseru 7, Sinceridade 5
Raijin
Raijin viveu toda a sua vida no templo, o local onde
ele foi encontrado quando ele era apenas um recém-nasci-
do. Ele não sabe nada de seus pais, mas ele está convencido
de que a figura escura e violenta que ele muitas vezes vê
em seus pesadelos recorrentes é seu pai. Até onde sua me-
mória retorna, ele sofreu de pesadelos terríveis e impulsos
cruéis, mas graças ao treinamento no templo e à vida tran-
quila que viveu, ele conseguiu manter suas emoções sob 133
controle. Ainda assim, ele pode sentir uma ferida infetada
comer em sua alma, nunca entendendo verdadeiramente o
que ela era, mesmo que os monges do templo pareçam
reconhecer os sintomas, mas evitem discutir o assunto.
Cinco anos atrás, uma nova voz veio a Raijin em
seus sonhos, alegando ser sua mãe. Ele estava pronto para
descartá-la como outro som de suas noites atormentadas,
mas a voz continuou a falar com ele enquanto estava
acordado. A presença se tornou tão assombrosa que ele
pensou que enlouqueceria, e foi quando os kami do Ar
finalmente ofereceram sua ajuda nas Grutas Sussurrantes.
Mas nada era o que parecia ser. Os pesadelos de
Raijin são causados pela Mácula com a qual ele nasceu
(herdada de sua mãe), o espírito que lhe assombra é o
fantasma louco de Seppun Sumiko, a esposa morta do
Daimyo, procurando desesperadamente suas crianças
perdidas nos lugares errados, e os kami do Ar são, na
verdade, maliciosos kansen ansiosos para empurrar Raijin
ao abraço do Jigoku. Os kansen revelaram todas estas
verdades ao longo dos anos, uma a uma, cada vez em troca
de uma parte da alma de Raijin, até que a Mácula está
finalmente tão forte que ele parou de combater sua
influência e a aceitou. O ódio floresceu em seu coração: por
sua mãe que o condenou, pelos monges que mentiram para
ele e por todo o universo que o tratou tão injustamente.
Raijin permanece no templo porque ele não tem
mais nenhum lugar para onde ir, mas secretamente odeia a
todos: os camponeses, os monges e os samurais que viviam
no lugar que costumava pensar como sua casa. Seus sonhos
ainda são violentos, mas ele agora é o principal protagonis-
ta. Neles, ele destrói o templo e mata todos dentro dele. Os
kansen continuam a encorajá-lo nesta estrada, concedendo-
lhe poderes, e também sugerindo alvos como Isawa Fujiko,
Bayushi Shurato ou mesmo Otomo Yusuke. Quando Raijin
investiga discretamente seus desejos ocultos e segredos
vergonhosos, ele se aproxima de seu objetivo.
Escolas: Monge da Ordem do Vento 3
Honra: 0,8
Glória: 0,5
Status: 1,0
Mácula: 2,6
Perspicácia: 180
Atributos e Anéis: Água 2 – Força 4, Ar 4, Fogo 3,
Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Discreto, Grande, Impiedoso, Mãos de
Pedra
 Desvantagens: Antissocial (-2), Asceta, Heimin
Perícias: Atemi 5, Atletismo 3, Conhecimento:
Profecias 4, Conhecimento: Terras Sombrias 2, Furtividade
5, Jiujutsu 5, Kyujutsu 2, Meditação 3, Sinceridade 5,
Teologia Rokugani 3, Yarijutsu 3
Kiho: Caminho do Salgueiro, Coração de Pedra,
Espírito dos Quatro Ventos, Harmonia da Mente, Libertar as
Trevas, Punho da Chama, Punho do Ar, Silenciar, Sopro da
Fortuna, Sussurros no Vento
Poderes da Mácula: Visão Profana
Seppun Tenbin
Tenbin foi o primeiro de sua classe quando passou
pelo gempukku aos 16 anos. Ele possui as melhores
habilidades marciais e uma brilhante mente tática. Ele é
muito bonito e um único sorriso dele faz as mulheres
corarem. Evidentemente, esta abundância de dons provoca
inveja. Cinco anos atrás, quando Otomo Ichigero estava
procurando alguém para ajudar seu irmão falido em Kyuden
Soyokaze, um dos inimigos de Tenbin tinha parentes para
recorrer, e garantiu que ele fosse atribuído ao Castelo da
Brisa Suave. Ichigero ficou extasiado em ganhar alguém tão
talentoso e promissor, mas Tenbin estava furioso. Não só
ele encerrou no que parece um beco sem saída para sua
carreira militar, mas ele tem que servir sob um capitão
inepto e alcoólatra. Rapidamente, Tenbin tomou iniciativa,
foi notado por Ichigero, e em tudo o mais, salvo no nome,
ele assumiu o cargo de Capitão da Guarda.
Sempre que dignitários vêm, Tenbin encontrará
uma maneira de conhecê-los, fazer amizade com eles e
fazer com que se lembrem dele quando forem embora. Ele
é sutil sobre isso, pois pareceria desonroso desejar
abandonar sua nomeação em busca de glória pessoal, mas
ele está construindo lentamente uma rede de amigos em
lugares altos. Um dia, um deles se lembrará de Tenbin e
verá o desperdício de talento que é deixá-lo em Kyuden
Soyokaze. Tenbin espera por este dia, desempenhando um
dever exemplar para todos verem. Se problemáticos como
bandidos ou criaturas indesejáveis chegarem aos portões de
Kyuden Soyokaze, Tenbin será o líder da equipe de assalto.
Escolas: Miharu Seppun 3/Magistrado Seppun
Honra: 4,0
Glória: 3,8
Status: 3,1
Perspicácia: 206
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 3 –
Reflexos 4, Fogo 3 – Agilidade 4, Terra 3, Vácuo 4
Vantagens: Beleza Perigosa, Estrategista, Posição
Social: efetivamente Capitão da Guarda
Desvantagens: Azar, Insensível, Infortúnio: Inimigo
Secreto
Perícias: Batalha 6, Cavalaria 1, Corte Rokugani 3,
Defesa 3, Etiqueta Rokugani 2, Iaijutsu 3, Investigação 4,
Katana 5, Kenjutsu 5, Kyujutsu 3, Manipulação 3, Naginata
3, Sinceridade 3, Yarijutsu 3
Kata: Atacar como a Água, Atacar como a Terra,
Atacar como o Fogo, Atacar como o Vácuo, Atacar como o
Vento
Shiba Tokiden
Tokiden foi o yojimbo de Fujiko durante quase toda
a sua vida adulta. Apesar do temperamento às vezes difícil
de Fujiko, ele gostava dos dias tranquilos que ele tinha em
casa. Como uma sensei, Fujiko raramente viajou e nunca foi
exposta a nenhum perigo real, por isso Tokiden teve uma
vida fácil e teve a sorte de poder ir para casa todas as noites
estar com sua esposa e seus filhos.
Tudo isso mudou quando Fujiko ficou obcecada
com as Grutas Sussurrantes e o levou consigo a Kyuden So-
yokaze. Agora, Tokiden sente falta de sua família, e sua pa-
ciência se torna menor proporcionalmente à de Fujiko. Ele
viu as falhas morais de sua protegida serem mais expostas à
medida que sua frustração com as cavernas aumentou, e a-
gora ela parece perigosamente obcecada por um diário. Por
um lado, ele não gostaria de mais nada além da permissão
para voltar para casa, mas seu senso de dever exige que ele 134
proteja a Isawa ou ele desonraria seu Clã. Ele não pode
permitir que a loucura ascendente de Fujiko arrisque trazer
vergonha à Fênix, mas deve permanecer leal a ela. Embora
Tokiden não seja um modelo de honra, ele se encontra em
uma posição difícil e teme o momento em que terá que
escolher entre fidelidade a Fujiko ou lealdade à Fênix.
Enquanto Fujiko está nas Grutas Sussurrantes,
Tokiden gasta muito tempo meditando e orando no templo.
Ele encontrou um ouvido simpático no monge Raijin, e, em
um momento de fraqueza, confessou a Raijin o que o
incomodava. Raijin jurou manter seu segredo, mas agora
Tokiden notou que há algo estranho sobre o monge.
Escolas: Bushi Shiba 1/Yojimbo Shiba 3
Honra: 2,4
Glória: 2,1
Status: 1,5
Perspicácia: 206
Atributos e Anéis: Água 2 - Percepção 4, Ar 3, Fogo
3 – Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 5
Vantagens: Equilíbrio, Escolas Múltiplas, Propósito
Maior: proteger Isawa Fujiko, Sábio
Desvantagens: Crédulo, Obrigação: Raijin
Perícias: Atletismo 2, Bisento 5, Conhecimento:
Profecias 1, Conhecimento: Shugenja 3, Defesa 5, Etiqueta
Rokugani 2, Iaijutsu 3, Investigação 3, Kenjutsu 4, Kyujutsu
1, Meditação 3, Naginata 5, Sinceridade 2, Teologia
Rokugani 2, Yarijutsu 7
Kata: Cauda do Sol
Kiho: Ser ou Não Ser
Shimada
Até quinze anos atrás, Shimada era o Daimyo de
Kyuden Soyokaze. Ele chegou com seu pai, Otomo Ibanu,
quando ele tinha apenas oito anos e rapidamente abraçou a
vida rural, para o grande desapontamento de Ibanu.
Enquanto a maioria de sua família estava apenas pensando
em encontrar uma saída deste exílio imposto da Corte
Imperial, Shimada se apaixonou pela terra. Ele muitas vezes
conta sobre sua primeira visita às Grutas Sussurrantes,
sobre como os kami falaram com a criança que ele era, e
como isso mudou sua vida. Ibanu não ficou impressionado,
mas com seus outros filhos sendo uma viúva e um rebelde,
ele tinha pouca escolha na aposentadoria, senão nomear
Shimada como seu sucessor.
Shimada era um Daimyo justo e benevolente; sob
seu domínio, os camponeses prosperaram e ficaram tão
felizes quanto as pessoas poderiam ser. Apesar de todos os
seus esforços, ele sabia que o futuro sob seu filho Ichigero
seria bastante diferente. Então, quando chegou a hora de se
aposentar, ele escolheu se tornar um monge em Sasayaki-
kaze-ji. Ainda mais significativamente, ele manteve seu
antigo nome, em vez de trocá-lo como muitas vezes se faz
como um monge. A mensagem era clara para Ichigero: seu
pai talvez não seja mais o Daimyo, mas ele está longe de ser
removido do cenário político local. Ichigero simplesmente
acrescentou a afronta à longa lista dos fracassos de seu pai.
Como um monge, Shimada se sente ainda mais
livre do que quando era Daimyo. Quando se aposentou, lhe
foi oferecido o cargo de Abade do templo, mas ele recusou
em respeito a O-Fuujin. No entanto, apesar de ser um sim-
ples monge como qualquer outro no templo, todo o mundo
sabe quem ele era e ele recebe uma enorme quantidade de
respeito e deferência de monges, camponeses e samurais.
Ele pode ir aonde quiser, dizer o que ele tem em mente sem
considerar o subterfúgio que normalmente vem com os
costumes rokugani. Ele se sente ainda menos preocupado
com a fachada samurai de adequação desde o falecimento
de sua querida esposa Junko. Sempre que entra no corte
local, Shimada pode sentir o alarme de seu filho diante da
perspectiva de seu pai começar a falar e envergonhá-lo.
Shimada muitas vezes pode ser visto dentro do
castelo, jogando go, meditando ou conversando com os
habitantes, sejam eles samurais ou heimin. Ele ainda se
sente muito em casa mesmo que seus aposentos sejam
agora no templo. Shimada sustenta um relacionamento
muito forte com sua neta Yukimi e a guia para se tornar o
tipo de Governante que ele foi e que seu filho não
conseguiu ser. Sua presença paterna é amada por quase
todos em Kyuden Soyokaze, e até mesmo seu filho
reconhece que alguns de seus convidados vêm porque
gostam da companhia de Shimada.
Shimada é um homem velho, e sua saúde reflete
sua idade, mas ele ainda tem toda sua inteligência. Entre-
gando palavras gentis a todos que encontra, ele anda lenta-
mente pelos corredores do castelo ou do templo. Curvado
como uma árvore velha, ele sempre é acompanhado por um
monge jovem ou um ajudante heimin.
Escolas: Seiyaku Otomo 4/Monge da Ordem do
Vento 1
Honra: 3,0
Glória: 3,2
Status: 1,0
Perspicácia: 240
Atributos e Anéis: Água 2, Ar 5, Fogo 3, Terra 2,
Vácuo 4
Vantagens: Bênção de Fortuna: Ebisu, Escolas
Múltiplas, Grande Potencial: Corte, Memória Precisa, Voz
Desvantagens: Ancião, Asceta, Coração Mole,
Idoso
Perícias: Caligrafia: Rokugani 3, Cavalaria 3,
Conhecimento: História Rokugani 3, Comércio 3, Corte
Rokugani 10, Defesa 1, Etiqueta Rokugani 8, Heráldica
Rokugani 5, Intimidação 7, Investigação 4, Jiujutsu 1,
Kyujutsu 1, Manipulação 10, Meditação 2, Obiesaseru 7,
Oratória 10, Sinceridade 5, Teologia Rokugani 1
Kiho: Espírito dos Quatro Ventos, Harmonia da
Mente, Olhos do Vento, Sopro da Fortuna, Tocar o Dragão
do Vácuo
Soshi Jyomon
Jyomon é um homem medonho. Ele não gosta de
nada além de criar o caos e espalhar intrigas, e seu lorde o
deixa fazê-lo desde que isso enfraqueça os inimigos do Es-
corpião. Jyomon estava a caminho da Capital Imperial quan-
do parou no Castelo da Brisa Gentil. Ele não pensou que
passaria mais do que uma noite como convidado do Dai-
myo, mas depois descobriu as Grutas Sussurrantes e ficou
fascinado com as possibilidades. Ele teve muita diversão
plantando falsas profecias nos ouvidos dos devotos. A um
shugenja, é uma questão simples implorar a um kami do Ar
para levar seus pensamentos a outra pessoa, e se este alvo 135
infeliz está meditando nas cavernas, ele provavelmente
acreditará que a mensagem seja de Kaze-no-Kami.
Até agora, Jyomon só criou profecias inconsequen-
tes (“ficarás doente na próxima vez que comeres peixe,” ou
“a cor azul é um mau presságio a ti”), testando a eficácia.
Ele se absteve de usar a tática com muita frequência, uma
vez que os registros indicam que as profecias reais ainda
são uma ocorrência bastante rara. Mas Jyomon agora está
pensando em fazer algo maior. Ele está esperando a oportu-
nidade perfeita, e a frustrada Isawa Fujiko pode ser ela.
Escolas: Shugenja Soshi 2
Honra: 0,7
Glória: 1,2
Status: 1,0
Perspicácia: 167
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3, Fogo
3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Bênção do Ar, Engenhoso
Desvantagens: Compulsão: semear discórdia,
Fofoqueiro, Segredo Sombrio: falsas profecias criadas nas
Grutas Sussurrantes
Perícias: Caligrafia: Rokugani 2, Cifra 2, Corte
Rokugani 3, Defesa 2, Diplomacia 3, Etiqueta Rokugani 3,
Feitiçaria 5, Furtividade 4, Investigação 2, Manipulação 3,
Tanto 3, Tantojutsu 3, Teologia Rokugani 2
Magias: Caminho à Paz Interior, Chamas da Pureza,
Chamas do Interior, Falso Tom, Karma Ruim, Névoa de Ilusão,
Obscurecer Mente, Segredos no Vento, Toque de Benten
Suzume Torihime
Torihime odeia seu Cã, o Pardal, e sempre teve in-
veja de Clãs mais ricos. Que seu Clã abrace a pobreza como
um emblema de honra é irritante para ela. Torihime nunca
viu a honra nisso, e, de fato, em mais nada. Quando ela
(mal) passou por seu gempukku, ela escolheu se chamar
Torihime (“Princesa Pássaro”) esperando que isso mudasse
sua sorte, mas ela logo ficou desapontada. Para escapar de
uma vida de trabalho árduo e pobreza, ela trabalhou na
habilidade única do Pardal que outros Clãs podem apreciar:
contar histórias. Bastante ciente da reputação dos Pardais
como chatos e monótonos, ela tentou divertir os cortesãos
com histórias espirituosas, em vez de parábolas longas do
bushido e de honra. Torihime viajou de corte em corte, ofe-
recendo seus serviços como poetisa e anedotista para en-
treter os convidados, em troca de sustento e de uma cama.
Ela logo foi bem sucedida e começou a receber convites.
 Mas se misturar com a elite de Rokugan só
lembrou Torihime de tudo o que ela não tinha. Progredir de
contar histórias para contar mentiras lhe foi bastante
natural. Ela começou a roubar bugigangas e pequenos itens
de valor, aprimorando um segundo conjunto de
competências, até que se tornou uma ladra muito melhor
do que uma narradora. Se os magistrados se aproximassem
muito dela, ela usava seus charme e talento para narrar um
conto para desviá-los a outra trilha imaginária. Quem
suspeitaria que um dos honestos Pardais fosse um ladrão?
Mas Torihime pode ter se tornado excessivamente
confiante e não previu que um Magistrado Kitsuki a
perseguiria depois que descaradamente roubou uma caixa-
segredo metálica de um rico comerciante do Dragão.
Enquanto foge, ela mantém um perfil baixo na corte do
Daimyo, e ela permanece em uma sala no templo, e não no
castelo. Mas por quanto tempo ela pode resistir ao desejo
de roubar, especialmente quando a caravana de Ide Li-Xing
está carregada com tantos objetos de valor?
Segredos da Caixa-Segredo: Iniciantes: A caixa
contém uma variedade de gemas e joias que valem várias
centenas de koku.
Experientes: A caixa contém registros de
contabilidade secreta que mostram que o comerciante tem
evadido impostos por anos. O comerciante contratou um
assassino para encontrar o ladrão primeiro e matá-la.
Épicos: A caixa não contém nada de valor monetá-
rio, mas uma coleção de informações escritas em cifra, um
selo que não pertence a nenhuma família conhecida e um
estranho pedaço de cristal. Isso não significa nada para
Torihime, mas alguns magistrados podem reconhecer estes
itens como designando seu dono como um kolat de alto
escalão. Os Assassinos Kolat estão em busca do ladrão para
eliminar todas as evidências incriminadoras.
Escolas: Bushi Suzume 3
Honra: 1,4
Glória: 1,0
Status: 1,0
Perspicácia: 181
Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3, Fogo
3, Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 3
Vantagens: Engenhoso, Honra Incerta (6),
Silencioso, Voz
Desvantagens: Compulsão: Roubo (4), Segredo
Sombrio: ladra
Perícias: Caligrafia: Rokugani 1, Cavalaria 3, Conhe-
cimento: Bushido 1, Conhecimento: História Rokugani 3, De-
fesa 4, Diplomacia 3, Etiqueta 3, Furtividade 7, Investigação
4, Katana 2, Kenjutsu 2, Narração 5, Ofício: Agricultura 2,
Prestidigitação 7, Sinceridade 6, Teologia Rokugani 1
Kata: Atacar como a Água, Atacar como a Terra,
Atacar como o Fogo, Atacar como o Vácuo, Atacar como o
Vento
Togashi Torao
Torao gosta de falar e realmente parece ter uma o-
pinião sobre absolutamente tudo – uma opinião que ele de-
ve compartilhar com um público. O Monge Tatuado se acre-
dita um filósofo brilhante, mas, na verdade, a maioria das
pessoas o acha irritante. Pior ainda é que Torao geralmente
assume posições polêmicas (embora nada seja flagrante-
mente blasfemo ou insultante à Ordem Celestial), por
aparentemente nenhuma outra razão além de sentir prazer
pela reação ofendida das pessoas com quem conversa.
Nas mentes da maioria das pessoas, espera-se que
os Monges Tatuados geralmente falem enigmas e frases ab-
surdas. Torao faz seu melhor para decepcionar estas expec-
tativas com argumentos claramente fundamentados, embo-
ra levemente ofensivos. Por enquanto, ele parece se divertir
muito com os convidados de Kyuden Soyokaze, e desfruta
da hospitalidade do mosteiro. Ele se tornou um amigo de O-
Fuujin. Ninguém sabe quando Torao decidirá pregar sua
opinião peculiar sobre a Iluminação em outro lugar, mas o
Daimyo está perdendo a paciência com o monge.
Escolas: Monge Tatuado (Dragão, Garça, Nuvem,
Oceano) 3 136
Honra: 2,3
Glória: 1,3
Status: 1,5
Perspicácia: 196
Atributos e Anéis: Água 3 – Força 4, Ar 2 – Reflexos
4, Fogo 3 – Inteligência 4, Terra 3 – Vigor 4, Vácuo 4
Vantagens: Aliado: Irmandade de Shinsei, Aliado:
O-Fuujin, Iluminação, Tatuagem Extra
Desvantagens: Asceta, Contrário
Perícias: Atletismo 3, Conhecimento: Dragão 2,
Conhecimento: História Rokugani 2, Conhecimento:
Imperiais 2, Corte Rokugani 4, Escalada 3, Etiqueta Rokugani
2, Jiujutsu 2, Kazedo 2, Meditação 4, Narração 1, Ofício:
Pesca 3, Ofício: Tatuagem 2, Oratória 9, Sinceridade 1,
Teologia Rokugani 6
Kiho: Falar com a Alma, Sopro da Fortuna
Tsuruchi Atsuka
Atsuka é uma mulher severa, uma solitária, mas o
que carece em sociabilidade, ela compensa em sua aptidão
como uma caçadora de recompensas. Recentemente, ela
soube da recompensa por Bizen, a líder de uma brigada que
assolam a região por algum tempo, e então decidiu capturá-
la. Atsuka raramente está na corte, passando a maior parte
do tempo em seu cavalo perseguindo o Bizen. Quando está
no castelo, ela principalmente pergunta aos convidados
recém-chegados se foram atacados ou se eles viram algo
estranho no caminho, qualquer pista que pudesse ajudá-la a
pegar Bizen. Atsuka aluga um quarto no Pousada Cata-
Vento em vez de pedir a hospitalidade do Daimyo.
Atsuka está vigiando Kitsuki Yamaso. Ela achou
estranho que esta mulher, que claramente tem o
comportamento de uma investigadora de acordo com seus
olhos experientes, simplesmente esteja em algum tipo de
peregrinação. Atsuka acha que Yamaso está mentindo, e
que ela também está aqui caçando Bizen. Então, ela se vê
gastando mais tempo do que gostaria na corte, vigiando
com quem Yamaso está falando, tentando entender o
método pelo qual a samurai-ko está trabalhando. Desta
forma, ela espera vencer a competição pela recompensa.
Escolas: Arqueira Tsuruchi 3
Honra: 2,4
Glória: 2,0
Status: 4,0 – Magistrada
Perspicácia: 189
 Atributos e Anéis: Água 2 – Percepção 3, Ar 3, Fogo
3, Terra 2, Vácuo 3
Vantagens: Discreto, Engenhoso, Posição Social:
Magistrado de Clã, Silencioso
Desvantagens: Antissocial, Influenciado: sempre
capturar sua presa, Obtuso
Perícias: Atletismo 3, Caça 7, Cavalaria 3,
Conhecimento: Lei 5, Defesa 3, Furtividade 4, Intimidação 3,
Investigação 8, Kenjutsu 3, Kuenai 5, Kyujutsu 7, Yumi 7
Kata: Atacar como a Água, Atacar como a Terra,
Atacar como o Fogo, Atacar como o Vácuo, Atacar como o
Vento, Ataque do Topo do Precipício
Yasuki Kurokage
Kurokage não é um Yasuki típico. Enquanto a
maioria de seus primos são Mercadores implacáveis,
negociando qualquer coisa que possa trazer lucro ao
Caranguejo, Kurokage prefere comprar e vender apenas os
melhores chás de Rokugan. Esta exclusividade garante a ele
o desprezo da maioria dos Yasuki, que muitas vezes o
chamam de Garça, mas coloca Kurokage exatamente onde
ele quer ser: nos círculos mais sofisticados do comércio
rokugani. Totalmente leal ao Caranguejo, Kurokage, no
entanto, aspira se elevar acima dos costumes brutos do seu
Clã e abraçar os aspectos mais refinados da vida civilizada.
O seu é um caminho árduo, pois ele recebe pouco apoio de
sua família, e deve se defender em círculos
tradicionalmente controlados pela Garça e pela Fênix.
Mas como qualquer Caranguejo sabe bem, a
adversidade gera força. Ao longo dos anos, Kurokage
desenvolveu uma grande reputação. Sua excentricidade se
provou uma ferramenta de publicidade inteligente no
pequeno mundo dos conhecedores de chá, e o boca a boca
combinado com um verdadeiro talento para encontrar chás
finos assegurou seu sucesso. Kurokage também vende chá
de pétala de jade fornecido pela família Kuni. Mesmo que
ele não anuncie amplamente este produto, os possíveis
compradores às vezes o perguntam sobre isso, e ele sempre
está feliz em ajudar. Isso permite que os Kuni monitorem
algum samurai que prefira morrer do que ser visto na
companhia dos desagradáveis Caçadores de Bruxos.
Kurokage está em Kyuden Soyokaze a negócios e a
passeio. Seu principal objetivo é investigar a produção de
chá de Natsukaze, mantendo sua atenção em Ide Li-Xing,
outra comerciante e concorrente em potencial. Enquanto
estiver no castelo, ele também pretende se misturar com
outros cortesãos, conversar sobre temas como poesia ou
teatro, e simplesmente aproveitar a companhia de outros
samurais cultos.
Escolas: Mercador Yasuki 3
Honra: 1,8
Glória: 2,3
Status: 1,3
Perspicácia: 190
Atributos e Anéis: Água 3 – Percepção 4, Ar 3 –
Carisma 4, Fogo 2 – Inteligência 4, Terra 3, Vácuo 3
Vantagens: Grande Potencial: Ofício: Agricultura,
Riqueza
Desvantagens: Compulsão: misturar-se na alta
cultura, Ovelha Negra
Perícias: Avaliação 5, Cerimônia do Chá 3, Comér-
cio 5, Conhecimento: Chá 3, Conhecimento: Terras
Sombrias 1, Corte Rokugani 6, Defesa 2, Diplomacia 3,
Etiqueta Rokugani 3, Intimidação 5, Investigação 2, Kenjutsu
1, Manipulação 3, Narração 3, Ofício: Agricultura 3,
Sinceridade 4, Wakizashi 1
Yoritomo Okana e Yoritomo Aoi
Aoi e sua mãe, Okana, foram convidadas para
Kyuden Soyokaze depois que o pai de Aoi aceitou um favor
em troca da dívida de um comerciante da Garça. Okana é
uma cortesã com alguma experiência nos palácios do Louva-
a-Deus, mas sempre sonhou em ver as cortes do
continente. Ela aproveitou esta chance ansiosamente, e
está determinada a usá-la para todo seu potencial,
treinando sua filha ao mesmo tempo. 137
Aoi se sente, literalmente, como um peixe fora da
água. Até agora, ela nunca havia deixado as Ilhas das
Especiarias e da Seda, e ela nunca quis isso. Ela imagina que
todos os outros cortesãos no castelo estão olhando para
ela, zombando dela por suas origens, e ela adoraria fugir e
se esconder em algum lugar. Na verdade, a maioria dos
outros cortesãos simplesmente a ignoram, pois ela é tão
tímida que é quase imperceptível. No entanto, Okana não
deixará sua filha perder esta oportunidade, e ela continua
forçando a moça para que se torne mais confiante e ativa
na corte. É uma tarefa difícil, mas Aoi é uma garota
obediente, e ela se esforça para agradar sua mãe,
independentemente de quanto custa. E, como se o desafio
não fosse suficientemente difícil, Okana acabou de notar
que Aoi parece ainda mais distraída quando está na
presença do impulsivo Otomo Yusuke, o filho do Daimyo. A
jovem chegou até a perguntar se realmente não valeu a
pena ter deixado as ilhas de seu Clã.
Escolas: Cortesã Yoritomo 3
Honra: 1,5
Glória: 1,2
Status: 2,5
Perspicácia: 191
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 4 – Carisma 5, Fogo 3,
Terra 2 – Vontade 3, Vácuo 3
Vantagens: Mente Clara, Voz
Desvantagens: Influenciado: alcançar a fama
mediante sua filha
Perícias: Acupuntura 3, Avaliação 2, Cerimônia do
Chá 5, Comércio 2, Conhecimento: Espíritos/Fantasmas 3,
Conhecimento: Imperiais 2, Corte Rokugani 5, Defesa 1,
Etiqueta Rokugani 5, Heráldica 2, Intimidação 4,
Manipulação 3, Navegação 1, Sedução 3, Sinceridade 5
Escolas: Cortesã Yoritomo 1
Honra: 1,9
Glória: 1,0
Status: 1,0
Perspicácia: 134
Atributos e Anéis: Água 3, Ar 3, Fogo 2, Terra 2 –
Vontade 3, Vácuo 2
Vantagens: Bênção de Fortuna: Benten, Voz
Desvantagens: Amor Verdadeiro: Otomo Yusuke,
Coração Mole, Dúvida: Corte
Perícias: Avaliação 1, Comércio 1, Conhecimento:
Imperiais 2, Corte Rokugani 3, Defesa 1, Etiqueta Rokugani
3, Heráldica 2, Intimidação 2, Sinceridade 2
Mapas

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139
140
141
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PARTE VII: OSHI NO KODA
A antiga cidade Kitsu de Oshi no Koda, a Cidade do
Leão Ardente (conforme o mon da família Kitsu), foi
fundada há mais de mil anos como uma pequena aldeia
quando as Tumbas Kitsu foram construídas a dois dias de
viagem ao sul.. É uma cidade pequena na Estrada do Castelo
Ancestral, que liga Shiro Matsu e Kyakuchu Mura, no meio
de Yama, uma Província Matsu.
História
No Amanhecer do Império, uma pequena tribo
humana escolheu se estabelecer aqui, ao sul do Heigen no
Otaku, as Planícies da Batalha, e perto do Rio da Juba
Fluida, um pequeno afluente de Kawa Mitsu Kishi, o Rio de
Três Lados. Era um bom lugar para criar uma nova aldeia
devido ao clima quente, às terras férteis e à longa distância
do crescente Império de Hantei. A tribo se estabeleceu aqui
e rapidamente criou uma aldeia movimentada. Quando a
tribo de Matsu começou a crescer e conquistar as terras
vizinhas, a tribo de Oshi se curvou aos Matsu em vez de
lutar. Os Oshi eram muito pacíficos e já tinham muito com
que se preocupar por causa do que haviam descoberto
escondido nas colinas próximas.
Vivendo naquelas colinas havia um grupo de gran-
des felinos inteligentes, doravante conhecidos como kitsu,
que viviam em edifícios e mostravam grande habilidade
com a magia. Os kitsu construíram uma série de pedras
eretas ao lado de uma estrada que seguia para o oeste, às
montanhas onde viviam. Os camponeses de Oshi preferiam
deixar os felinos sozinhos, desde que não interferissem. As
criaturas também não se importavam com a humanidade.
As duas raças viviam próximas e sem contato.
No entanto, o Império dos Kami cresceu e
finalmente os habitantes de Oshi no Koda se viram
integrados no território crescente do Clã Leão. Eles e a tribo
Matsu vieram a se curvar para Akodo e alguns foram
selecionados para serem samurais. Então, a guerra contra
os kitsu começou. O Kami Akodo acreditava que os reclusos
kitsu eram criaturas perigosas e tentou erradicá-los. No
entanto, Akodo reconheceu seu erro antes que fosse tarde
demais e fez as pazes com o último kitsu. Os cinco kitsu
restantes se transformaram em humanos e se casaram com
as filhas do Campeão Leão. A família Kitsu foi fundada.
O lugar onde Amaterasu organizou o primeiro en-
contro entre Akodo e os recém-humanos kitsu foi escolhido 145
como o local das Tumbas Kitsu, construído para conter as
cinzas dos kitsu transformados. É por isso que a pequena
vila de Oshi no Koda é tão importante para a família Kitsu,
embora esteja no território da família Matsu. A jovem
família Kitsu obteve permissão dos Matsu para manter o
controle desta vila, pois está muito perto das Tumbas Kitsu
e fornece um local para os shugenja pararem no caminho
para o local secreto. Oshi no Koda cresceu lentamente de
uma pequena aldeia para uma pequena cidade.
Séculos se passaram. A pequena cidade continuou
expandindo, tornando-se um local de treinamento para os
Kitsu que não detinham o chamado para os Sodan-Senzo,
ou que mais tarde seriam enviados para treinamento no
castelo ancestral da família Matsu.
Devido à localização conveniente na estrada de Shi-
ro Matsu, pousadas e casas de saquê para os viajantes indo
e voltando da casa ancestral da família Matsu começaram a
aparecer. Graças ao constante movimento e exercícios de
tropas do Leão na Província, Oshi encontrou uma maneira
de crescer até o tamanho de uma pequena cidade próspera.
A cidade começou a sofrer quando Kyakuchu Mura
(“Vila do Rodapé”) foi criada durante o reinado de Hantei
XXXVIII para espionar o movimento dentro das Províncias
Bayushi, e depois como um ponto de revezamento para as
Legiões Imperiais que estavam patrulhando as Províncias do
Clã Escorpião durante a destituição do clã. As pessoas não
paravam mais em Oshi no Koda, elas foam para Kyakuchu.
Quando Kitsu Okura, o primeiro Campeão Jade da
era moderna começou seu culto a Akuma no Oni como uma
tentativa de proteger o Leão durante a Guerra Contra a
Escuridão, ele logo percebeu Oshi no Koda, e a transformou
em um lugar importante para o seu culto. Seu culto
recrutou primeiro shugenja das Tumbas Kitsu com a ajuda
de Kitsu Gongsun, mas logo precisou contratar também
bushi. Como resultado, guerreiros como Ikoma Ryozo e
Matsu Daoqan começaram a se reunir em Oshi no Koda, o
local mais próximo das Tumbas Kitsu onde legiões de bushi
podiam se reunir. O crescimento da cidade pequena foi
retomado com o influxo de soldados corrompidos do Leão.
Após a Batalha do Vale das Tempestades (um
pequeno vale a sudeste de Oshi no Koda) na qual as legiões
corrompidas de Kitsu Okura invocaram oni para derrotar o
exército das Damas de Batalha Utaku, Oshi no Koda perdeu
seu status de local de encontro de Leão corrompidos, e
diminuiu novamente. A cidade voltou a ser uma nota
perdida entre as propriedades do Leão por muitos anos, até
a ascensão dos tsuno. Tsuno saqueadores a caminho das
Tumbas Kitsu atacaram Oshi no Koda e a cidade sofreu
grandes estragos. A cidade ainda está reconstruindo,
lentamente porque a maioria dos recursos alocados para a
área foram desviados de Oshi no Koda para Kyakuchu Mura
após a ascensão e queda desta cidade. A Vila do Rodapé
caiu em desuso desde a destruição do Estreito de Beiden,
embora tenha começado a crescer novamente quando
Toturi Tsudao instalou um pequeno posto de comando para
as Legiões Imperiais e sua luta contra os tsuno durante a
conturbada Era dos Quatro Ventos. No entanto, no final,
Oshi no Koda está se tornando cada vez mais esquecida
como apenas uma pequena parada na estrada.
Geografia
Esta pequena cidade está sendo reconstruída, 146
tendo sido severamente danificada por pequenos grupos de
tsuno errantes a caminho das Tumbas Kitsu. Sem recursos,
Oshi no Koda ainda mostra as cicatrizes das batalhas. Como
muitas outras cidades nas terras do Leão, Oshi no Koda é
envolta por uma muralha espessa. A terra imediatamente
fora dos muros foi queimada, mas se recupera lentamente.
Muitos dos edifícios construídos na área em torno da cidade
durante o tempo de Kitsu Okura para hospedar seus
seguidores foram destruídos durante o ataque tsuno. As
ruínas destes assentamentos estão praticamente vazias e a
natureza está reafirmando seu direito sobre elas.
A cidade em si tem uma forma quase ovalada,
centrada na estrada, que corta Oshi no Koda em duas
regiões: as metades superior e inferior.
A Cidade Baixa fica a oeste da estrada, mais perto
do rio. É onde todos os lugares mais baratos estão e as
castas inferiores vivem. É a parte mais pobre da cidade,
onde estão localizados os bairros heimin e eta. A maioria
dos samurais prefere evitar ir até lá, e os guardas da cidade
raramente aparecem nestas ruas. Sem surpresa, a maioria
das atividades criminosas acontecem lá, mas, felizmente,
como Oshi no Koda é uma cidade pequena, não há muita
coisa acontecendo de qualquer maneira.
A Cidade Alta fica do outro lado da estrada,
construída em torno da casa do governador e dos templos.
A porção à leste da estrada é onde os samurais vivem e
prosperam. Ela está localizada na porção de maior altitude
da cidade, longe da baixa por onde corre o rio. A água aqui
é fornecida principalmente por numerosos poços. A Cidade
Alta é dividida em muitos bairros, todos repletos de locais
de interesse.
A entrada sul da cidade é chamada Mandíbula do
Leão, e é um grande portão modelado conforme o mon da
família Ikoma, um presente de Ikoma Komori, filho do pró-
prio Ikoma. Ele construiu este portão para honrar as lendas
da raça kitsu. É uma visão impressionante, pois às vezes o
vento sopra e dá a impressão de que a porta está rugindo
como um leão através de suas presas de pedra. Danificado
pelos ataques dos tsuno, o portão já foi restaurado.
O portão norte é chamado de Portal aos Dois
Mundos. Os painéis do portão duplo são cortados
horizontalmente em dois no meio e adornados com
esculturas. Um arco esculpido cobre os quatro painéis de
ambos os lados, atuando como um quadro para duas cenas
diferentes. No lado visível de dentro da cidade, o par
inferior de painéis mostra uma estrada que segue da parte
inferior do arco indo para o topo. Lá continua no par
superior de painéis, onde desaparece na distância entre as
planícies cinzentas. Do outro lado, visível para os visitantes
que chegam a Oshi no Koda, a metade inferior do portão
mostra um campo de batalha coberto com centenas de
armas quebradas e armaduras, e a metade superior retrata
uma cidade distante ao fundo, banhada por raios de luz de
um sol nascente colocado no topo do arco. Estas esculturas
são os símbolos vivos dos Reinos Espirituais.
Os principais recursos da cidade são as colheitas
dos campos de arroz e de cevada circundantes. Ao sul da
cidade, há algumas pequenas minas de ferro e uma
pequena floresta que fornece apenas o suficiente para as
necessidades da comunidade. As segundas fontes de renda
mais importantes para a cidade são as pousadas e as casas
de chá. Apesar de Kyakuchu Mura ter atraído a maioria dos
viajantes da região por um longo tempo, desde a sua queda
eles começaram a revisitar Oshi no Koda em números
constantes, aumentando os recursos modestos do Prefeito
da cidade. Tudo isso permite que a cidade se recupere, mas
a falta de recursos normalmente alocados pelo Daimyo da
Província Yama à cidade diminui consideravelmente o
esforço de reconstrução.
O Bairro dos Templos
Como convém a uma cidade controlada pelos Kitsu,
o Bairro dos Templos é um dos bairros mais importantes e
bonitos de Oshi no Koda. Apenas os shugenja e os monges
têm permissão para viver nas poucas habitações situadas
entre os três principais templos.
Templo dos Leões Fu: O mais antigo templo é o
Templo dos Leões Fu, um grande templo construído em
uma pequena colina. Os visitantes podem acessá-lo subindo
uma escadaria ladeada por duas grandes estátuas de leões
fu que simbolizam os espíritos guardiões do templo. É um
templo simples, feito de pedra que se tornou escura ao
longo dos anos. Todas as paredes exteriores são decoradas
com representações de atos de coragem dos fundadores
das famílias do Clã Leão: a morte de Akodo no Estreito Seiki-
tsu, a partida de Matsu às Terras Sombrias, a batalha de Iko-
ma contra um grupo de bandidos e Kitsu levando seus qua-
tro irmãos para se transformarem em humanos sob a luz de
Lady Sol. O templo é cercado por um pequeno jardim com
árvores altas que são quase todas seculares, bloqueando a
luz do sol e tornando o lugar ainda mais sombreado. 147
A entrada principal do templo é uma pequena sala
com cinco portas, quatro delas são adornadas com os mon
das famílias do Leão, cada uma com um dos símbolos. A
quinta porta possui o símbolo de Okura no oni. Cada porta
com um mon de família leva a um pequeno santuário
familiar cheio de incenso e fumaça de velas, com um
pequeno altar onde os visitantes podem rezar para seus
antepassados. Monges podem acessar os santuários através
de pequenas portas discretas na porção posterior de cada
aposento, levando às acomodações monásticos. Estas são
pequenas moradias simples, acomodando apenas seis
monges e os mais velhos os lideram. A porta com o símbolo
de Okura no Oni permanece fechada o tempo todo, pois
leva ao extinto santuário da família Shimizu, uma família
desonrada cuja menção é proibida.
Há outros três santuários nos terrenos do templo.
Um deles é um altar dedicado aos espíritos do Clã Leão e
outro genericamente dedicado a todos os que seguem o
caminho do Kami Akodo. Despretenciosamente aninhado
nas raízes da árvore mais antiga do jardim está um pequeno
altar dedicado a Okura no Oni, o guardião dos portões do
Tengoku. O altar é um bloco simples de pedra branca
imaculada gravada com o nome do oni.
Este templo é o lar de uma pequena ordem
monástica, a Ordem dos Heróis. Esta ordem é um pequeno
grupo dissidente da Ordem de Bishamon fundado
recentemente quando Matsu Goemon se tornou a Fortuna
dos Heróis. Até a ascensão de Goemon, este templo era
dedicado a Bishamon. Ele foi rededicado a Goemon com a
benção de Bishamon para homenagear o antigo herói da
Guerra dos Clãs. O líder do templo é sempre um shugenja
da família Kitsu, atualmente a idosa Kitsu Sanako.
Templo do Lótus: O segundo templo mais
importante da cidade é o Templo do Lótus, construído por
Kitsu Agunori, um famoso shugenja que ensinou Ikoma
Tsanuri durante sua juventude. Ele era um poderoso Sodan-
Senzo com algumas habilidades divinatórias. Agunori
ordenou a construção do templo não muito antes de sua
morte, que foi quase dez anos antes do Golpe do Escorpião.
A pequena estrutura foi construída a curta distância do
Templo dos Leões Fu, e foi originalmente dedicada a
Hamanri, a Fortuna do Governo e da Estabilidade. O templo
foi rapidamente ampliado, e agora consiste de dois prédios,
cada um deles quase tão grande quanto o Templo dos
Leões Fu e cercados por uma muralha.
 Um caminho de pedra leva os visitantes a um
portão circular na parede do templo. Logo depois do portão
está o prédio mais antigo, o próprio templo. As paredes
exteriores não mostram quase nenhuma decoração, apenas
kanji e representações de Hamanri, com a recente adição
de um lótus. A entrada leva a uma pequena sala com portas
duplas e um suporte onde os visitantes podem entoar
mantras, e posicionar velas e palitos de incenso. As portas
levam para a sala principal do templo, uma imensa sala
escura onde as únicas luzes são aquelas das numerosas
velas e da lâmpada que fica logo acima da estátua de
Hamanri. A estátua uma vez segurou um crisântemo, mas
agora segura um lótus. As paredes são cobertas com
excertos do Tao, junto com citações dos Guardiões dos
Nemuranai deixados por Rosoku.
Atrás do templo, o segundo edifício abriga os
monges, que são Monges da Ordem das Mil Fortunas, e os
Shugenja Kitsu que servem no templo.
Antes da morte de Rosoku, o templo era um lugar
para rezar pela estabilidade do Império. No entanto, após o
fim da linhagem de Shinsei, Noroko Taikyo decidiu mudar o
dogma do templo na tentativa de entender a nova
Iluminação que o Império foi forçado a seguir com o
surgimento dos Guardiões
dos Nemuranai. Apesar da
falta de respeito geral do
Leão à maioria dos Guardiões
dos Nemuranai, devido aos
seus laços com o Clã Garça,
Taikyo realmente espera que
o Império de Toturi III possa
redescobrir a sabedoria do
Pequeno Professor. Ele
enviou monges para
acompanhar os feitos dos
Guardiões dos Nemuranai.
A nova dedicação ao
lótus aumentou rapidamente
a influência do templo. Ele
foi rapidamente estendido para acomodar os novos monges
e shugenja que vieram em busca de um novo caminho.
Santuário de Discussão: “As Fortunas são divinas e
o Tao é mundano. Juntos, os dois falam perfeitamente a ca-
da alma”. Esta citação de Hantei Genji está gravada no arco
torii colocado na entrada do terreno deste templo. Este pe-
queno santuário é o segundo templo mais antigo da cidade,
localizado em uma parte remota do Bairro dos Templos. O
Santuário de Discussão foi construído pouco tempo depois
do Templo dos Leões Fu, alguns anos após o fim da Primeira
Guerra, para honrar o segundo decreto do Imperador que
fundia o Tao e o culto às Fortunas en uma só religião.
O santuário em si é muito simples. Sob um telhado
de madeira esbranquecida pelos séculos, as paredes verme-
lhas de madeira se fecham em um aposento único, adorna-
do com o kanji para “discussão”. Dentro, cópias do Tao são
colocadas em um suporte, entre representações das Sete
Fortunas. Este santuário é um lugar para oferendas e medi-
tação silenciosa; é por isso que os monges esperam até que
ninguém esteja orando para limpá-lo e manter sua santida-
de. Os monges fazem seus exercícios atrás do santuário, em
um pequeno campo de areia cercado por antigos cedros. Os
monges que cuidam deste local são metade fortunistas (da
Ordem das Mil Fortunas) e metade taoístas (deslocados da
Ordem dos Quatro Templos na Capital Imperial
especificamente para serem os representantes taoístas a
este santuário). Eles moram em pequenas casas próximas.
O Bairro da Flor Amarela
O Bairro da Flor Amarela é a parte de Oshi no Koda
onde vive a maioria dos samurais e, portanto, consiste
principalmente de habitações típicas de ji-samurais. A
grande maioria dos moradores são do Leão e quase todos
das famílias Matsu e – em menor escala – Kitsu. Além de
raros duelos ilegais, este lugar é geralmente muito
tranquilo, pois é fortemente patrulhado. À noite, samurais
bêbados podem ocasionalmente serem vistos retornando 148
do Bairro da Vinha Vermelha.
O Bairro da Vinha Vermelha
Este bairro corre ao longo da estrada principal na
Cidade Alta, mas voltado para a estrada. É um bairro comer-
cial, onde a maioria das pousadas, casas de saquê e casas de
chá estão, e onde os viajantes costumam ficar. Não parece
muito diferente de um bairro de prazeres, embora não abri-
gue muitos estabelecimentos
ilegais ou desonrosos. É aqui
que os samurais vêm para
relaxar e tirar uma folga de
suas vidas difíceis. As gueixas
são incomuns, mas aquelas
disponíveis são especializa-
das em massagem, poesia,
música e retórica, e nunca se
rebaixarão a atividades
carnais. Os magistrados da
cidade patrulham o bairro
com frequência para deter as
brigas de bêbados. Os heimin
instalados aqui geralmente
têm um patrono samurai, e
todos pagam seus impostos ao Governador.
Pousada da Leoa Bondosa: esta estalagem é uma
das pousadas mais famosas da cidade. Ela pertence à
família Ikoma. Kano, o estalajadeiro, a batizou em honra a
uma piedosa Mestre das Feras que protegeu uma criança
durante um ataque de um bandido. É um lugar
aconchegante, decorado com pinturas da leoa da Matsu
salvadora. A pousada é onde samurais e viajantes
costumam ser encontrados bebendo e ouvindo histórias
contadas pela esposa de Kano, Miko. As camas e as bebidas
são de boa qualidade a bons preços.
Pousada do Gato Cansado: Esta pousada de boa
qualidade pertence a um antigo ashigaru que teve a sorte
de se aposentar dos exércitos do Leão depois de muitos
anos de serviço valente. Ele mora aqui com sua segunda
esposa e seus oito filhos dos dois casamentos. A pousada é
pequena, assim como os quartos, mas é confortável e, por
ser menos movimentada que a Pousada da Leoa Bondosa,
mais relaxante. Os condutores dos palanquins dos nobres
têm o hábito de parar aqui para pausa; ele acenderá um
pouco de incenso em um pequeno altar dedicado a Koshin,
a Fortuna das Estradas, e conversará com outros conduto-
res de palanquins trocando notícias. Ele sairá assim que seu
bastão de incenso estiver completamente queimado.
O Bairro da Rosa Púrpura
O maior bairro da Cidade Alta, o Bairro da Rosa
Púrpura é também um dos mais antigos. É onde moram os
habitantes mais importantes da cidade, nas mais antigas e
belas casas samurais, e naturalmente inclui a residência de
Kitsu Samatsu, a Prefeita de Oshi no Koda. É um bairro
muito agradável para se viver, com muitos jardins e árvores.
Suas ruas pavimentadas são fortemente patrulhadas pelos
guardas da cidade e se trata rapidamente com intrusos de
quaisquer tipos.
Santuário da Estrela Vespertina: Este pequeno
santuário está localizado no jardim mais importante do
Bairro da Rosa Púrpura, sob algumas macieiras. É um
santuário simples: um altar de pedra colocado diante de
uma estátua de leão segurando a antiga espada de um herói
caído em sua boca. O herói em questão era um samurai do
Leão que morreu protegendo a recente família Kitsu no
Amanhecer do Império. Ele escreveu um haiku antes de sua
morte, e o nome do santuário é uma referência direta a
este haiku:
“Estou aqui olhando,
A esta estrela no entardecer,
Meu dever está feito.”
A espada é um feita de aço de baixa qualidade, já
que ela é anterior às técnicas de forja de katana dos Agasha
e à técnica dos Tsi. O monge Tetsu, um armeiro
aposentado, é encarregado da manutenção da espada.
Toda vez que Tetsu a remove do santuário para reparo, um
shugenja abençoa e renova os feitiços de proteção
colocados na velha espada antes de devolvê-la ao seu lugar.
Casa do Prefeito: Sem dúvida, o maior edifício da
cidade, a Casa do Prefeito funciona como a residência da
Prefeita atual, Kitsu Samatsu, e a corte onde ela
desempenha suas funções oficiais.
No piso térreo estão as acomodações para os
guardas da Prefeita, os escritórios dos escribas onde o
trabalho de secretariado é feito, os arquivos onde os
impostos e os resultados das colheitas são registrados e, o
maior aposento de todos, as câmaras da corte da Prefeita.
Em um pequeno prédio adjacente estão localizadas as
cozinhas, adegas e pequenas outras salas para os servos.
No piso superior estão os aposentos da Prefeita.
Eles não são pequenos ou espartanos da maneira que a
maioria dos bushi do Leão geralmente preferem. São
quartos realmente confortáveis para os padrões do Leão e
oferecem aposentos suficientes para uma família de seis
pessoas. Kitsu Samatsu mora lá com seu marido, Kitsu
Torasu, e seus dois filhos, Tagehiro e Unanoki. Unanoki, o
mais velho, vive com sua esposa Wachigai e seu filho Yabu.
Um dos dois quartos restantes foi dado ao karo de Samatsu,
Ikoma Renshi, que vive com sua esposa Ikoma Kaori.
A corte é simples. As paredes da câmara são
decoradas com pinturas a tinta em papel de arroz. A
maioria dos desenhos retrata contos de grandes heróis do
Leão, particularmente samurais Kitsu e Matsu. A Guarda de
Elite Matsu mantém uma presença visível aqui em todos os
momentos. Samatsu realiza sessões da corte dois dias por
semana e ouve os pedidos dos heimin em um terceiro dia. A
corte envolve situações simples, já que é quase composta
exclusivamente por Leões. Oshi no Koda é uma cidade
pequena e os visitantes oficiais de outros Clãs são raros.
Quando eles vêm, geralmente só estão a caminho de outro
lugar mais importante.
Quartel: Aos visitantes, a guarnição de Oshi no
Koda pode parecer grande demais para uma cidade tão
pequena. No entanto, os cem ashigaru postados no quartel
da cidade sabem que seu objetivo não é apenas a defesa da
cidade, mas também se mover rapidamente para defender
as Tumbas Kitsu, mesmo que a maioria desconheça sua
localização exata. A guarnição da cidade é mantida com
eficiência máxima por Matsu Fujiwe, a Capitã da Guarda. Ela
mantém a si mesma e seus homens sempre prontos para
mobilizar e proteger rapidamente uma das relíquias mais 149
preciosas de seu Clã.
O Bairro Mikan
O Bairro Mikan (“Tangerina”) consiste em partes
iguais de residências samurais e lojas. É um lugar muito
vibrante e agradável para se viver, um dos melhores em
Oshi no Koda, perdendo apenas para o Bairro da Rosa
Púrpura. É menos patrulhado pelos guardas que o bairro
mais rico, então os ladrões são um pouco mais comuns
aqui, mas ainda é um lugar seguro e tranquilo.
Este bairro é também onde estão localizadas
algumas das melhores pousadas da cidade. Embora o Bairro
de Vinha Vermelha tenha um número muito maior de
pousadas para escolher, a comitiva de visitantes
importantes normalmente residirá nas estalagens do Bairro
Mikan, particularmente na Folha Esmeralda. A Folha
Esmeralda atualmente acomoda uma Cartógrafa Imperial
recém-chegada, Ide Tanoshiko, e seus assistentes.
Arsenal: O quartel da cidade fica no norte do
Bairro da Rosa Púrpura. O arsenal principal fica do lado
oposto da rua, já no Bairro Mikan. Este edifício não é
apenas o repositório da maioria das armas não utilizadas da
cidade, é também onde reside o mestre ferreiro Kitsu
Kashiru e seus dois aprendizes. Sempre que os samurais
precisam de novas lâminas, peças de armaduras ou
equipamentos, ou simplesmente para manutenção destes
itens, eles vêm a Kitsu Kashiru.
Dojô da Garra Dourada: O dojô de Akodo Takuni é,
na verdade, a mansão onde ele cresceu e que ele agora vive
com sua esposa, Akodo Mirei, e alguns criados. Ele conver-
teu a casa a um dojô quando se aposentou, e isso dá ao
dojo uma sensação estranha e aconchegante que está em
contraste com o estilo de treinamento espartano de Takuni.
O Bairro da Garrafa
Esta área recebe este nome devido às muitas casas
de saquê e pousadas de má qualidade que estão localizadas
aqui. Este é o bairro mais animado da cidade. Bêbados
podem ser vistos perambulando pelas ruas a quase todas as
horas do dia ou da noite, e brigas são comuns. Muitos ronin
e samurais de Casas vassalas moram no Bairro da Garrafa,
ou param ali para descansar enquanto estão a caminho de
outras cidades. Os guardas ocasionais que vêm aqui para
patrulhar são geralmente rápidos em reunir todos os
participantes de um escândalo como culpados e fazer
perguntas só depois.
 Covil da Cobra: A pousada mais famosa da cidade,
o Covil da Cobra, tem uma pequena arena construída em
seu centro onde, oficialmente, ocorrem lutas de cães e
galos, mas, na maioria das vezes, são brigas de punhos
humanos que são realizadas. O proprietário, a Cobra
Amarela, também é o organizador que executa as apostas
nesta atividade lucrativa. O Covil da Cobra está sempre
lotado, e uma grande parte de seus frequentadores é feita
de bandidos e semelhantes. A pousada oferece muitas
quinas escuras, perfeitos para reuniões discretas.
Casa de Saquê Grilo Feliz: O Grilo Feliz é o local de
jogos favorito da cidade. Está sempre cheio de heimin e
ronin jogando Fortunas e Ventos. Este estabelecimento
pertence a um samurai do Louva-a-Deus, Yoritomo Yukihira,
e recebe seu nome devido aos grilos vendidos como
amuletos da sorte, que são mantidos em pequenas jaulas
ao redor da sala principal. É uma das casas de saquê mais
limpas do Bairro de Garrafa, e geralmente um lugar colorido
com muitos clientes jogando e bebendo. A casa de saquê é
bastante simples, com mesas para jogar fortunas e ventos
ao redor. Duas âncoras adornam as paredes. Elas são de
navios que Yukihira perdeu durante uma tempestade, e a
razão pela qual ele foi forçado a se estabelecer no
continente. Muitas peças dos móveis da casa são feitas de
pedaços salvos dos naufrágios. O saquê vendido aqui vem
das Ilhas das Especiarias e da Seda, o que contribui muito
para a popularidade desta casa de saquê. Os causadores de
problemas não são tolerados, e são rapidamente expulsos
por dois fortes seguranças heimin, às vezes com a ajuda de
um ronin contratado.
O Bairro Eta
O Bairro Eta está localizado no extremo noroeste
da cidade. As grandes paredes de madeira o mantêm longe
da vista do samurai. Os eta vivem aqui em condições
precárias, mas eles não podem reclamar muito. O bairro é
muito mais limpo do que muitos outros bairros eta no
Império e eles não são muito maltratados. O líder do Bairro
Eta é Banasu. Os trabalhos em couro e outros trabalhos mal
cheirosos são feitos fora da cidade.
O Bairro Nazuma
Este grande distrito leva o nome da Nazuna, uma
erva primaveril também conhecida como Bolsa do Pastor.
Este bairro heimin ocupa metade da Cidade Baixa, e suas
ruas são todas nomeadas com base em ervas, cereais e
vegetais (como daikon, gogyo, hakobe, hotokenoza, seri,
suzuna, etc.). A maioria destas plantas são ingredientes
usados no mingau tradicional feito no sétimo dia do ano,
durante as celebrações de Ano Novo. Sempre práticos, os
Leões fundadores reservaram uma pequena parte do Bairro
Nazuna para hortas. Localizadas ao longo da muralha perto
do rio, e irrigadas através de canais estreitos que passam
através de pequenas aberturas na muralha, estas hortas são
cultivados por algumas famílias heimin e mantidas dentro
da cidade como fonte de alimento em caso de ataque ou
cerco. Na prática, uma grande parte das hortas é usada para
cultivar as plantas que os artesãos usam na marca
registrada de Oshi no Koda, a pimenta de sete sabores, e
uma parte é reservada para o cultivo de hortaliças para a
mesa da Prefeita. Além das hortas, que são apenas uma
pequena parte do bairro de Nazuna, há muitas pequenas
lojas, vendedores ambulantes de comida barata, crianças
brincando e atividades em geral.
Inundações acontecem ocasionalmente em
algumas partes, já que este é o mais próximo do rio, mas a
maioria das casas é construída sobre palafitas curtas, então
não é um problema.
O Bairro Shichimi Togarashi
Shichimi togarashi (“pimenta de sete sabores”),
uma popular mistura de especiarias rokugani feita ao se
pilar juntos pimenta vermelha, pimenta marrom, sementes
de papoula, casca de laranja seca e sementes de rake e nori.
Este tempero dá o nome a este bairro. Por ser um
cruzamento de outros bairros, esta área é uma mistura 150
estranha e distinta. Samurais de Casas vassalas ou de outros
Clãs e heimin (e até mesmo alguns estrangeiros secretos)
moram aqui, conversam e cruzam os caminhos uns dos
outros todos os diazs. Pequenos hortas e jardins podem ser
vistas nos quintais de algumas lojas, onde os artesãos
cultivam plantas raras de pimentas selecionadas. O shichimi
togarashi de Oshi no Koda é renomado em todo o território
do Leão e até além do Leão, e os artesãos têm muito
cuidado na produção de seu valioso tempero apimentado.
Em um canto deste bairro colorido está localizado o maior
mercado de Oshi no Koda. Aqui, comerciantes e produtores
se encontram com fornecedores e compradores, e
agricultores das aldeias vizinhas vêm à cidade uma vez por
semana vender seus produtos.
A Pousada e Casa de Chá Escorpião Aposentado:
Esta casa de chá encantadora não se encaixa realmente na
Cidade Baixa. Com seus belos jardins, sua gueixa de alta
classe, pássaros cantores mantidos nas numerosas gaiolas
suspensas na sala principal e o excelente chá, seria mais
provável que estivesse localizada na Cidade Alta. Mas tanto
o proprietário, Bayushi Osaku, quanto o Leão preferem
assim. O dono da casa de chá é um Escorpião, então,
inevitavelmente, todos na cidade suspeitam que ele esteja
escondendo alguma coisa. Nada foi provado, mas todo
mundo acredita nisso.
A gueixa mais talentosa da pousada é Shinju
(“Pérola”). Seu corpo é sempre polvilhado inteiramente de
branco. Sua poesia é requintada e ela é uma jogadora
habilidosa de biwa.
Arredores de Oshi no Koda
As Pedras Eretas: As Pedras Etetas estão localiza-
das a meio dia de distância ao sul de Oshi no Koda, bem no
caminho às Tumbas Kitsu. Elas são estruturas únicas, dife-
rentes de qualquer outra coisa no Império. As “pedras” são,
na verdade, seis pilares gigantes, com cerca de 25 metros
de altura, emparelhados em duplas, três em cada lado da
estrada. A base de cada pilar é tão grande quanto um pe-
queno pagode quadrado e, na verdade, parece um, com seu
teto curvo. Da base ergue-se uma coluna alta que termina
em uma ponta afiada, com uma estrutura em forma de
telhado de pagode colocada no meio do caminho. Na ponta
fina, desafiando as leis da natureza, há um cristal esférico
relativamente pequeno no qual repousa outra estrutura de
pedra em forma de carretel, com dois outros elementos de
telhado de pagode empilhados verticalmente no meio. A
metade superior é tão grande e alta quanto a metade
inferior, com o cristal preso entre as duas. Os pilares estão
claramente encantados com alguma magia antiga para
manter este equilíbrio misterioso, e quando o sol nasce ou
se põe, os cristais brilham como faróis ardentes.
Estes edifícios antecedem o Amanhecer do
Império. Eles foram criados como uma porta para o último
retiro dos kitsu. Sua forma e suas propriedades mágicas são
testemunhos duradouros do poder e da grandeza da antiga
civilização kitsu. As pedras têm uma afinidade especial com
shugenja que dominam a magia Ancestral, e todos os
membros da família Kitsu treinados como shugenja do Leão
podem ver que os cristais estão sempre brilhando, não
apenas durante a alvorada ou o crepúsculo. Um shugenja
destes que use a magia Sentir Ancestral pode sentir as
energias que fluem por aqui. No passado, as pedras podiam
abrir um portal aos Reinos Espirituais (particularmente o
Yomi), mas parece que a passagem foi selada. Alguns Kitsu
poderosos foram capazes de reabri-la momentaneamente
usando sua magia a partir daqui até o Yomi, mas as lendas
contam que este lugar pode ter tido outros usos ou levar a
Reinos Espirituais possivelmente perigosos.
Kitsu Torasu da Casa Ise pode ser visto aqui com
frequência, certificando-se
de que ninguém perturbe a
antiga magia das Pedras Ere-
tas. Ele notou evidências a-
larmantes de adulteração em
suas investigações e suspeita
que alguns intrusos, possivel-
mente tsuno, estejam ainda
espreitando por aí. Sua prin-
cipal prioridade é encontrar
os intrusos e detê-los.
O Santuário Esque-
cido: Alguns anos atrás, um
homem roubou o ídolo de
um pequeno santuário dedi-
cado à Fortuna da Pedra ao
sul de Oshi no Koda. Logo após este delito, o ladrão morreu
durante um terremoto que atingiu sua aldeia. Em punição
por seu crime, sua alma foi enviada ao Gaki-do, amaldiçoa-
da a ser um gaki e finalmente transportada ao santuário
que ele roubou. Após a morte da Fortuna da Pedra nas
mãos de Fu Leng durante o assalto do Kami Negro ao Ten-
goku, o santuário ficou mais sinistro e a pedra que constitui
o santuário ficou preta. Pouquíssimos camponeses cuidava-
m do santuário antes, pois tinham medo do gaki, mas nin-
guém voltou depois que ele escureceu. Este gaki é um gaki
típico (um muzai-gaki) que ataca humanos como o normal.
Ele ocasionalmente tem sua centelha de humanidade, e
poderia ser salvo se alguém cuidasse do santuário de novo.
O Lago das Lágrimas Sujas: Este pântano, localiza-
do a sudoeste de Oshi no Koda, já foi um lago de pesca a-
gradável no Rio da Juba Fluida, mas depois de um desmoro-
namento que desviou o rio, ele parou de receber água
fresca e transformou-se em um pântano fétido que todos e-
vitam. Ele cheira mal e abriga doenças terríveis (várias co-
nhecidas de Rokugan podem ser adquiridas aqui, e os habi-
tantes já conseguiram descrever a mente fervida) devido ao
gás tóxico e aos enxames de insetos encontrados lá.
Neste local abandonado vive um pequeno grupo de
seis Bushi Tsuno, estabelecidos como um acampamento sob
a liderança de Ketedore, um líder de matilha perigoso e
faminto por poder.
Este grupo de tsuno ficou preso no Ningen-do após
a morte de seu Dobrador de Almas, responsável por fazer as
travessias pelas barreiras dos Reinos Espirituais. Incapaz de
atravessar os Reinos Espirituais sozinhos, eles estão
procurando desesperadamente uma possível saída,
tentando usar as Pedras Eretas para abrir uma passagem.
Eles mantêm um perfil baixo por enquanto, pois estão
presos em território inimigo com poucos recursos.
Vizinhança de Oshi no Koda
Os três locais mais próximos de Oshi no Koda são 151
as Tumbas Kitsu, Shiro Matsu e a Vila do Rodapé. Abaixo
estão breves descrições de suas influências mútuas:
As Tumbas Kitsu: As Tumbas Kitsu são os segredos
mais bem guardados do Clã Leão. Sua existência é conheci-
da apenas por poucos samurais de alta patente, e sua locali-
zação exata é ainda menos sabida. Reverenciados por todo
o Clã, e pelos Sodan-Senzo em particular, as Tumbas são a
propriedade mais sagrada da família Kitsu, pois é onde os
cinco últimos kitsu, aqueles
que juraram lealdade a Ako-
do, estão enterrados. Mesmo
depois da morte, seus restos
mortais ainda irradiam poder
e mantêm uma passagem
aberta para alguns Reinos
Espirituais. Durante o tempo
que Kitsu Okura ocupou o
cargo de Campeão Jade, as
Tumbas sofreram pela cor-
rupção que seu culto maho
promoveu. Mas depois de
sua queda, elas foram rapi-
damente purificadas e res-
tauradas como o lugar santo
de adoração que eram antes, e permanecem assim hoje.
Oshi no Koda é crucial para as operações das Tum-
bas, pois é onde todos os suprimentos são armazenados. A
Prefeita da cidade sabe que Oshi no Koda é a primeira linha
de defesa das Tumbas Kitsu e é o primeiro lugar ao qual os
guardiões das Tumbas recorrerão se forem atacados.
Shiro Matsu: Outrora o castelo mais importante do
Leão, Shiro Matsu perdeu lentamente a sua utilidade quan-
do o Estreito Beiden foi destruído. Ainda conserva parte de
seu prestígio como a casa de Matsu Nimuro, mas agora que
Ikoma Otemi é o Campeão Leão, a casa ancestral da família
Matsu está perdendo poder. Esta situação enfraqueceu a
posição do Daimyo da Província de Yama e influenciou ne-
gativamente os recursos direcionados a Oshi no Koda. O nú-
mero de viajantes que passavam por Oshi no Koda não di-
minuiu muito, porque o Leão mantém a fortaleza totalmen-
te viva (e em treinamento) como uma demonstração de res-
peito ao filho de Matsu Nimuro, Yoshino, mas os recursos
alocados a Shiro Matsu foram cortados, dificultando os
negócios que o castelo trazia para Oshi no Koda. Os dois
santuários de Shiro Matsu, dedicados às virtudes do
bushido Rei e Makoto, são de maior interesse para os lordes

Kitsu e visitantes de Oshi no Koda, então tanto a família
Kitsu quanto os viajantes ficam de olho neles.
Kyakuchu Mura: No passado, a Vila do Rodapé foi
uma vila importante, mas não é nada mais do que uma nota
de rodapé agora. O Prefeito da aldeia, Matsu Makuora,
planeja transferir alguns dos interesses de sua aldeia para
Oshi no Koda, na tentativa de anexar Oshi no Koda à família
Matsu definitivamente.
Personagens
Akodo Takuni
Akodo Takuni é um sensei renomado entre todo o
Leão por seu conhecimento especializado de muitos katas,
suas técnicas de espada e também seu domínio pleno das
Técnicas conhecidas como Arte da
Espada. Com 53 anos, ele está agora
muito velho para ir à batalha,
então se aposentou em Oshi
no Koda, sua cidade natal, e
lá criou o dojô mais famoso
da cidade, o Dojô Garra Dou-
rada. Ele treina apenas uma
dúzia de estudantes por a-
no, mantendo seus segre-
dos apenas àqueles que
chamam a atenção dele.
Ele viveu o banimento
152
da família Akodo por Hantei XXXIX e não confia na maioria
dos novos Akodo que retornaram, então não ensina muitos
deles. Os Bushi Matsu raramente são calmos e focados o
suficiente para aprender seus segredos. Por estas razões,
ele é tão seleto sobre seus alunos, cuja maioria é da família
Ikoma, principalmente da Casa Murame, que treina os
Estrategistas Ikoma. Ele espera calmamente que as
Fortunas o chamem ao Yomi, mas até este dia fará tudo o
que puder para ajudar seu Clã, ensinando as Técnicas
ancestrais do Leão às novas gerações.
Takuni admira o Shogun Akodo Kaneka, um indiví-
duo a quem já ensinou em Shiro Ken Hayai. Ele prontamen-
te entrará em uma longa discussão sobre o que o livro de
Sun Tao diz sobre a função do Shogun, ou sobre a destreza
marcial e o intelecto aguçado do meio-irmão do Imperador.
Akodo Takuni tem cabelos brancos. Seu rosto e
corpo são cobertos pelas cicatrizes da idade e da batalha.
Ele geralmente usa um colete curto sem mangas e um
hakama simples. Suas roupas ostentam o mon Akodo, o
mon pessoal do Shogun Akodo Kaneka (uma mão
quebrando uma katana) e também o mon do Dojô Garra
Dourada. Ele geralmente carrega apenas a sua wakizashi e
um bokken; e sua espada descansa com sua armadura em
seu dojô demonstrando seu status aposentado.
Escolas: Bushi Akodo 5/Kensai/Professor
Ashida
Ashida é um Kitsu não shugenja que se aposentou
 ao atingir quarenta anos. Ele
nunca foi muito guerreiro
e sua alma pedia a com-
preensão dos intrincados
enigmas do Tao. Durante
as numerosas guerras tra-
vadas pelo Leão, ele esta-
va pronto para ajudar
seu Clã, embora esti-
vesse aposentado.
Ashida sempre foi
dedicado ao seu
Clã e permanecerá
assim até a sua
morte. Ashida é um homem velho agora; ele tem quase
sessenta anos e já viu muita dor e tristeza. Seu rosto está
coberto com as cicatrizes de idade e tristeza, as marcas das
lágrimas que ele chorou por todos aqueles que ele conhecia
que morreram no campo de batalha. Ashida sabe que ele
logo vai morrer, e está preparando seu sucessor como
Abade do Templo do Lótus rebatizado, um monge de meia-
idade chamado Akho. Ashida sabe que é um momento
difícil para o povo de Rokugan, um povo lamentando a
morte do último descendente de Shinsei e a perda de sua
sabedoria. Ele sabe que, em Taikyo, em si mesmo e em seus
sucessores, há um pesado fardo: dar esperança à população
do Império. É por isso que ele está procurando tanto por
uma resposta nos escritos do Tao, seguindo os passos de
Taikyo. O Império precisa de uma nova esperança, como
aconteceu durante a Primeira Guerra contra as Terras
Sombrias. Um novo Pequeno Professor precisa se erguer e,
até que isso aconteça, é o dever da Irmandade de Shinsei
promover a esperança no coração das pessoas.
Ashida ainda é um monge musculoso apesar de sua
idade. Ele remove todos os seus pelos e usa apenas o traje
mínimo, mostrando os mantras tatuados em seu corpo.
Escolas: Monge das Mil Fortunas 3/Peregrino
Títulos: Abade do Templo do Lótus
Bayushi Osaku
Bayushi Osaku sorri toda vez que um magistrado
aparece em seu estabelecimento, e tem sido assim há 15
anos. Todo o mundo assume que o velho deve estar aqui
com algum propósito oculto, uma missão obscura para o Clã
dos Segredos. Nada poderia estar mais longe da verdade.
Osaku foi banido das terras dos Bayushi porque era um Jun-
shin e continuou importunando seus companheiros de Clã
para mudarem seus modos. Seu Clã não sabia o que fazer
com o fardo, então apenas o expulsou com um pouco de
koku e o deixou viver sem ter que clamar ser
um ronin. Ele se aposentou e montou uma
pequena casa de chá perfeitamente
legal, onde ele não faz nada contra
ninguém e não vai contra nenhuma lei.
Toda vez que alguém investiga seu lugar
em vão, ele continua sorrindo serena-
mente como um verdadeiro Escorpião.
Osaku é um homem velho com
longos cabelos salpicados e pacíficos
olhos cinzentos. Ele é alto e magro, mas
não parece frágil apesar de sua idade. Ele
não usa uma máscara, o que o torna ainda mais estranho
aos habitantes da cidade.
Escolas: Bushi Bayushi 2
Desvantagens: Junshin
Cobra Amarela
Cobra Amarela tem sido um contrabandista desde
que ele se lembra, filiado à organização Lótus Preto. Ele é
conhecido como um bandido em cem lugares diferentes, a
maioria deles portos da Garça. Ele era muito ativo nas
costas da Mão Esquerda, principalmente em torno de Mura
Sabishii Toshi, até que os Magistrados Doji começaram a se
aproximar dele e os oficiais do porto ficaram muito caros
para subornar. Antes que as coisas ficassem muito preocu-
pantes, ele decidiu seguir em frente e chegou a Oshi no 153
Koda. Ele comprou o Covil da Cobra e, como os magistrados
do Clã Leão são mais desconfiados, manteve um perfil
discreto por quase sete anos antes de reiniciar uma
pequena operação de contrabando. É apenas um tráfico de
pequena escala, usando uma gruta perto da cidade para
armazenamento e transações.
A Cobra Amarela é um
homem alto, forte como um
Hida, com cicatrizes por todo
o corpo. Ele está sem um olho
e tem uma grande tatuagem
de uma cobra amarela que vai
de trás da orelha esquerda –
sob o cabelo castanho, curto
e sujo – até o ombro
direito. Ele fala
grosseiramente com uma
voz alta.
Escolas: Bushi
Hida 2/Contrabandista do Lótus Preto
Ide Tanoshiko
A jovem Ide Tanoshiko se
orgulha de suas realizações. Cinco
anos atrás, ela obteve uma
pontuação tão boa durante o
Torneio Topázio que foi apontada
para treinar como Shisha Miya, e
veio a se tornar assistente de um
Cartógrafo Imperial. Agora ela
mesma é uma Cartógrafa
Imperial e tem seus próprios
auxiliares. Ela foi enviada
para Oshi no Koda para
atualizar mapas das
Montanhas Seikitsu, que
mudaram um pouco, e
talvez descubra alguns novas passagens para serem usadas
pelas caravanas de comércio. Ela chegou à cidade
recentemente e está começando a conhecer seus
habitantes. Oshi no Koda será sua base de operações. Ela
espera a chegada de um grupo de jovens samurais que a
ajudará. O que ela não sabe é que um deles é um espião
enviado pelo Escorpião, que teme que ela possa se deparar
com alguns caminhos secretos nas montanhas que eles
usam. E caso ela descubra alguma coisa que o Escorpião não
conheça, o Butei Shosuro poderá se mover rapidamente e
reivindicar a descoberta antes de qualquer outra pessoa.
Tanoshiko é uma jovem encantadora, com longos
cabelos castanhos que ela mantém em uma trança. Ela é
tímida e não fala muito, preferindo ficar entre os livros.
Escolas: Shisha Miya 3
Títulos: Cartógrafa Imperial
Ikoma Renshi
Renshi é um homem amargo; ele sempre achou
que a cidade seria sua depois da morte de seu tio, Kitsu
Rayumi, o Prefeito anterior. Tudo estava indo conforme o
planejado: ele tinha muitos poderosos aliados na família
Kitsu, incluindo até Kitsu Juri. Então o Daimyo mudou de
ideia e nomeou Samatsu. Renshi ficou horrorizado. Ele se
tornou o karo da cidade, um cargo que ele cumpriu
obedientemente desde então, mas isso não o satisfaz. Ele
não odeia Samatsu e nunca fará nada para ameaçar sua
vida ou sua família, mas ele deseja vê-la embora. Renshi se
juntou à Gozoku, fornecendo informações sobre o Leão em
Shiro Matsu. Ele espera poder remover Kitsu Samatsu
politicamente e assegurar a posição dela para si mesmo.
Sua esposa, Ikoma Kaori, não tem
conhecimento de suas tramas e de
sua dupla lealdade.
Renshi é um homem
pequeno, muitas vezes
sorridente, com olhos
castanhos escuros e cuidando dos muitos soldados feridos que foram enviados a
sobrancelhas grossas. Seu cabelo
está amarrado em um rabo de
cavalo que ele gosta de
balançar de um lado
para o outro enquanto
relata grandes contos e
lendas. Ele é um bom
contador de histórias e muitas vezes transforma em contos
suas discussões com outros cortesãos.
Escolas: Omoidasu Ikoma 3/Agente Gozoku
Ketedore
Ketedore é um líder tsuno experiente. Ele foi desig-
nado para uma equipe de batedores durante os ataques às
Tumbas Kitsu. Durante as missões de reconhecimento de
seu bando para ficar de olho nos movimentos de tropas do
Leão de Shiro Matsu, ele encontrou as Pedras Eretas.
Quando ele relatou sua descoberta para Tsuno Nintai,
Nintai surpreendentemente ordenou que ele ficasse lá com
sua equipe. Como veterano de Nikushimi Shinden, ele se
sentiu humilhado por sua designação. Quando o resto de
sua raça foi vencido, ele foi deixado sozinho no Ningen-do.
Ketedore é amargo e cheio de ódio. Ele quer destruir toda a
humanidade, mas seus instintos de sobrevivência o
restringem. Ele sabe que não pode abater todos os seres
humanos porque não tem mais Dobradores de Almas para
ressuscitar aqueles seus que morrerem. Então ele garante
que um de seus guerreiros esteja sempre espionando o
shugenja que estuda as Pedras Eretas, na esperança de que
ele encontre alguma maneira de usar sua magia, seja para
se reagrupar com sua raça ou para matar tantos humanos
quanto puder consigo, um sacrifício heróico final.
Escolas: Bushi Tsuno 3/Devastador Tsuno 1
154
Kitsu Samatsu da Casa Ise
Samatsu sempre lutou pela excelência em tudo o
que fez, possivelmente como resultado do sangue kitsu cor-
rendo em suas veias, e em muitos aspectos ela alcançou seu
objetivo. Ela começou com resultados notáveis no Torneio
Topázio, onde ela passou por seu gempukku, que, apesar de
sua pouca idade, e assegurou uma atribuição de prestígio
no Templo do Vento Ocidental, na fronteira do Leão com o
Unicórnio. Ela treinou com sucesso muitos jovens shugenja
que, por sua vez, deixaram sua sensei orgulhosa com suas
aptidões. Quando a Guerra dos Clãs começou, ela tinha
muito a fazer, mas mais uma vez cumpriu seu dever sem
vacilar, organizando linhas de suprimento eficientes e
ela. Muitas famílias de samurais estão em dívida por um pai
ou um irmão que ela salvou da morte. Em reconhecimento
aos seus esforços e crescente fama, ela recebeu a posição
de Prefeita de Oshi no Koda. Samatsu relutantemente
desistiu de seus deveres no templo passando-os à sua
melhor aluna, Jimaru, já que ela estava apreensiva de ser
encarregada de toda uma cidade. No entanto, como sempre
fizera antes, ela assumiu suas novas responsabilidades e fez
as coisas funcionarem. Ela agora está orgulhosa de seus
feitos em Oshi no Koda, de estar em uma posição onde ela
pode fornecer às pessoas o que elas
precisam, mesmo que ainda haja
muito a ser feito com os
recursos modestos.
Eventualmente, ela vai se
aposentar e voltar para um
templo, ao lugar onde ela ainda
pensa que pertence.
Samatsu é uma
mulher pequena, com
longos cabelos ainda
negros. Ela está sempre
sorrindo, calorosa e
gentil com todo mundo, qualquer que seja sua posição.
Escolas: Shugenja Kitsu 4/Guardiã
Títulos: Prefeita de Oshi no Koda
Kitsu Sanako
Kitsu Sanako já foi aprendiz de Kitsu Osuji, o Sodan-
Senzo que cuida dos oratórios da linhagem Imperial, e ela
rapidamente fez uso da reputação e da influência de seu
sensei para subir nas cortes do Leão e fiar sua própria teia
de influência. Ela logo tornou uma cortesã talentosa, usan-
do rumores e sorrisos para obter o que queria. Ela também
aprendeu a usar seu dom de conversar com ancestrais para
descobrir as fraquezas de seus oponentes. Após a morte de
seu sensei durante o Golpe do Escorpião, ela garantiu seu
lugar nas cortes do Leão, onde permaneceu até que ela aca-
bou ficando velha demais. Ela agora é uma velha aposenta-
da; a beleza perigosa de seus
cabelos ruivos e de seu rosto
maquiado já se foi há muito
tempo e agora se
transformou em rugas de
uma senhora idosa e
amarga. Evitando a Como membro da Casa Ise, cujo dever é proteger
austeridade dos aposentos
do templo, ela reside em uma
casa pequena, mas confor-
tável, nas proximidades.
Ela vive nas memórias
de sua glória passada
nas cortes e importuna
os pobres monges e os
Kitsu enviados ao
templo para ajudá-la. Ela foi enviada para cá por Kitsu Juri
porque ele achava que ela havia sobrevivido à sua utilidade
para o Leão e se tornaria um constrangimento na corte.
Escolas: Sodan-Senzo 5/Guardiã
Títulos: Guardiã do Templo dos Leões Fu
Kitsu Taikyo da Casa Noroko
Desde a queda de Kitsu Okura, a família vassala de
Noroko manteve uma presença em Oshi no Koda. O dever
desta Casa é caçar a corrupção que poderia crescer nas Ca-
sas dos Kitsu, e desde que Oshi no Koda foi usada pelas
forças dos Leões Negros, os Noroko sempre tiveram um dos
seus próprios designado aqui.
Taikyo foi enviado para cá com seus pais para
investigar qualquer possibilidade de que o culto de Okura
tenha sobrevivido. Seus pais morreram durante o ataque
tsuno, nunca tendo encontrado qualquer traço de atividade
maho, e Taikyo executa o dever deles. Quando o chefe
anterior do templo morreu, Taikyo decidiu que liderar o
templo seria uma melhor utilização de seu tempo já que ele
ainda não tinha nada para acusar. Ele obedientemente orou
pela proteção de Hamanri sobre a nova linhagem Imperial
durante toda a sua vida,
até a morte de Rosoku.
Neste momento, o velho
shugenja começou a se
perguntar “como o Campeão Raposa e primo de Ryosei, enviou Akinitsu em
Império poderia
sobreviver ao fim da
linhagem de Shinsei?”
Então os Guardiões dos
Nemuranai aparece-
ram no Império, e
Taikyo teve uma visão
em que ele viu Honzo
e um possível novo caminho para a Iluminação. Estimulado
em ação por esta visão, ele dedicou o templo à busca de um
novo caminho para a Iluminação. Ele acha que os Guardiões
dos Nemuranai estão aqui para serem os faróis deste novo
caminho, e que um novo Shinsei se levantará (pois Asahina
Sekawa não pode ser o novo Shinsei).
Taikyo mostra sua velhice. Ele é quase careca, com
apenas tu-fos de cabelos brancos nas laterais da cabeça e o
rosto sorridente de um avô. Ele tem olhos castanhos e seu
corpo é velho, magro e sempre tremendo. Ele mal consegue
andar, usando uma bengala para ajudá-lo. Ele usa um
quimono amarelo mostrando vários lótus.
Escolas: Shugenja Kitsu 4
Títulos: Guardião do Templo do Lótus
Kitsu Torasu da Casa Ise
os segredos dos Kitsu, Torasu sabe perfeitamente a razão 155
pela qual ele está em Oshi no Koda: garantir que ninguém
tente usar as antigas Pedras Eretas. Estas pedras foram
criadas como uma entrada para o refúgio dos kitsu nos
Reinos Espirituais, especialmente no Yomi, e possuem
muito poder. É por isso que os tsuno atacaram este local.
Quando o Ise defensor anterior morreu, os Kitsu precisaram
de alguém muito poderoso, mas discreto, para substituí-lo.
A talentosa esposa de Torasu era uma
candidata adequada para ser a Prefeita
da pequena cidade Kitsu longe das
Províncias dos Kitsu, então Torasu
era a escolha perfeita para a
função.
Como sua esposa,
Torasu sente falta do calmo
e quieto Templo do Vento
Ocidental, mas conhece
seu dever. Ele patrulha
as esculturas místicas
com frequência, mas
discretamente, em
busca der qualquer atividade sobrenatural. Ele descobriu
que algo está errado, mas ele ainda não sabe o que é.
Mais alto que sua esposa, Torasu parece mais um
bushi do que um shugenja. Ele pinta o cabelo de preto, mas
naturalmente já seria completamente branco e ele está
começando a ficar careca. Ele se exercita todas as manhãs
no pequeno dojô dos guardas.
Escolas: Shugenja Kitsu 5
Kitsune Akinitsu
Akinitsu é um jovem bushi que veio para Oshi no
Koda em seu caminho para a Espinha do Mundo enquanto
refazia os passos de Kitsune Ryosei. Kitsune Ryukan,
uma missão para confirmar a morte de Ryosei. Recém-saído
de seu gempukku, o impaciente Akinitsu esperava uma
tarefa muito mais prestigiosa e desafiadora. De má vontade,
ele acabou determinando que Ryosei havia partido para as
Terras Sombrias e nunca mais voltado, e enviou uma
mensagem para informar seu Daimyo de suas descobertas.
Seu Clã mal reconheceu a mensagem, aumentando ainda
mais sua amargura. Foi neste momento que a Chuva de
Sangue caiu no Império.
Pego despreparado em ambiente aberto sem
cobertura, Akinitsu foi corrompido pela chuva tanto quanto
estava consumido pela amargura e pela raiva. No entanto,
por uma bênção das Fortunas, ele não se corrompeu
completamente: ele ainda não se perdeu completamente
Perdido para a Mácula.
Inconsciente de sua condição, Akinitsu continua a
viver em uma pequena casa no Bairro da Vinha Vermelha,
quando não está ocupado
estudando a vida selvagem das
Montanhas Seikitsu em nome
do Clã Raposa. Ele espera que
um dia ele seja chamado de
volta. Ele tem sintomas
frequentes, como dores de
cabeça e pesadelos, mas ele
acha que é porque ele
sente falta da floresta e
dos efeitos calmantes
de Kitsune Mori.
Às vezes, o
nível de Mácula de
Anikitsu toma o controle dele por diversas horas, contudo,
encalhado neste lugar remoto que oferece pouco interesse
ao Jigoku ou aos Oradores de Sangue, Anikitsu ainda não
cometeu nenhum ato que o revelasse. Às vezes, um viajante
desaparece no deserto, vítima das experiências de Akinitsu.
Talvez um dia sua Mácula torne a pobre Raposa louca
demais para esconder seu “problema”. Esta personalidade
já o levou a aprender os segredos do culto de oradores de
sangue de Kitsu Okura para aumentar seu próprio poder e
um dia se vingar do Clã Raposa que o abandonou.
Kitsune Akinitsu anda em um quimono marrom e
verde, em boas roupas para furtividade selvagem. Ele tem
cabelos castanhos curtos e os famosos olhos verdes
estranhos do Clã Raposa, mas esta é a única indicação de
suas origens, já que ele não usa nenhuma magia. Ele pode
muitas vezes ser visto tocando sua pequena flauta, que foi
produzida no estilo artístico tradicional da família Kitsune.
Escolas: Lanceiro Kitsune 1/Shinrinkei
Kitsune/Bruxo 2
Vantagens: Beleza Perigosa, Bênção de Fortuna:
Jurojin, Capa de Gongsun
Kuso
Kuso é um mercenário. Queimar aldeias, matar
inocentes, assassinar samurais; tudo isso faz parte de sua
vida cotidiana. Ele está sempre fugindo, colocando alguma
distância entre seu último emprego e ele mesmo. Ele é a
encarnação de todos os piores aspectos do ronin: ele sabe
disso e se orgulha de si. Ele foi treinado pelos Tecelões, uma
organização ronin que serve como fachada para atividades
kolat. Os Mestres Kolat sempre preferem usar ronin em vez
de agentes próprios para missões, sempre que possível,
para garantir a segurança das seitas. Kuso trabalha para os
Tecelões sempre que precisam dele, porque o pagamento é
bom. O Covil da Cobra é uma das pousadas onde ele pára
para descansar, pois não há mandado de prisão atrás dele
em terras do Leão e os magistrados locais não o conhecem.
Careca, com um bigodinho, sem muitos dentes,
fedorento, sujo e com roupas remendadas imundas, Kuso é
realmente o malvado ronin das histórias clássicas.
156
Vantagens: Cortar a Trama, Torcer a Trama
Matsu Fujiwe
Fujiwe foi enviada diretamente de Shiro Matsu
após os ataques dos tsuno para liderar os soldados em Oshi
no Koda. Ela é uma chui talentosa do Orgulho do Leão, que
aperfeiçoou suas habilidades em muitos campos de batalha.
Sua tarefa em Oshi no Koda é garantir que os bushi e os
ashigaru estejam prontos em caso de outros assaltos. Desde
então, ela cumpre este dever brilhantemente e foi
fundamental para repelir os últimos ataques de tsuno e de
ocasionais bandidos. Ultimamente, ela está preocupada,
pois os tsuno contra os quais ela lutou por anos, mesmo
antes de sua designação para esta cidade, sumiram. Eles
desapareceram tão rápida e misteriosamente quanto
apareceram. Fujiwe está ciente da missão do Kitsu Torasu, e
é por isso que ela está de olho nele. Ela acha que ele sabe
algo sobre os tsuno, e ela quer saber também.
Matsu Fujiwe é uma mulher de vinte e poucos
anos, com longos cabelos escuros cobrindo os ombros. Ela
geralmente usa um quimono marcial quando descansa e
armadura leve quando patrulha, marrom e adornada com o
símbolo da família Matsu. Ela é severa e direta ao falar; ela
é uma oficial experiente acostumada a gritar ordens e
segui-las sem questionar.
Escolas: Bushi Matsu 3/Orgulho do Leão 1
Títulos: Capitã da Guarda, Chui do Leão
Matsu Metigaru
O trabalho de
Metigaru é fácil. Ele é o prin-
cipal magistrado de uma pe-
quena cidade tranquila, com
pouca atividade criminosa.
As brigas dos poucos
bêbados são rapidamente
tratadas por um jitte e
uma firme demonstração
de autoridade. Ele
mantém a cidade
limpa e tem orgulho
disso, mas não está satisfeito. Ele anseia por outra coisa: mais força desde que Kokori chegou
experimentar a emoção da batalha – o sangue, o véu à cidade. Teruzumi era uma bushi
branco que cobre a visão do guerreiro perdido na luta. Ele do Leão que cometeu seppuku
está cansado desta cidade agradável onde nada acontece. para limpar sua vergonha em
Metigaru tem o cabelo descolorido para loiro que Oshi no Koda há muito tempo.
vai até o ombro e sempre usa a roupa marcial de um Guiado por suas visões induzidas
guerreiro. Sua armadura leve exibe o mon da família Matsu pelo karma, o monge tenta expiar
e de seu dojô em Shiro Matsu. Ele tem um par de jiite visível os erros de suas vidas
ao lado de seu daisho, e seus olhos queimam com passadas, na esperança de
intensidade toda vez que ele vê uma ocasião para lutar. eventualmente se libertar
Escolas: Bushi Matsu 3 de seu suposto fardo.
Títulos: Magistrado Escolas: Bushi
Mirumoto 2/Monge da
Rumaru Ordem de Hoshi 1
Rumaru é filho de Doji Sadako, uma famosa 157
samurai-ko duelista da Garça que aparentemente morreu Toritaka Tokonishu
na Batalha do Portal do Esquecimento. Criado por seu pai, Treinado no Dojô Corredor Distante, aos pés do
um proeminente cortesão chamado Doji Tenkazu, Rumaru novo Shiro Moto, este jovem Toritaka nunca viu muitas
sempre foi uma criança mimada, nunca satisfeita e sempre terras do Caranguejo, exceto Tani Hitokage. Ele não tem
precisando de mais. Ele quer ser mais famoso do que sua experiência nas Terras Sombrias e não planeja ter. Ele está
mãe já foi, mas sua atitude arrogante o fez ser expulso da feliz por ter sido escolhido como assistente de uma
Academia de Duelos Kakita. Para salvar a face de seu pai e Cartógrafa Imperial, principalmente porque mandá-lo às
proteger a reputação da Garça deste menino imprudente, terras dos Hiruma seria sua mais provável sentença de
seu daimyo “ofereceu” a Rumaru a chance de ir em Musha morte. Ele é simpático, sempre pronto para fazer uma piada
Shugyo e viver como um ronin. Sem escolha, ele saiu e ver o lado bom de qualquer situação. Ele
irritado e amargo. Nas estradas, ele aprendeu algumas gosta de beber e muitas
Técnicas até ouvir falar sobre o vezes pode ser
sensei Akodo Takuni. Ele seguiu encontrado na Casa de
para Oshi no Koda, e desde então Saquê Grilo Feliz.
ele tenta ser aceito no Dojô Garra Seu penteado é
Dourada. Sua atitude, é claro, não provavelmente sua
faz nada para agradar o sensei característica mais distintiva:
local, que continua dizendo a ele usa seiva para
Rumaru que ele não tem o que moldar seu cabelo
é preciso para ser seu aluno e preto em duas “asas”,
que ele é uma vergonha para uma de cada lado da
os princípios samurais. Isso só cabeça, fazendo com
torna Rumaru mais amargo, e muitas vezes ele pode ser que pareça uma
encontrado bebendo furiosamente no Covil da Cobra. Ele silhueta de falcão em descida à distância. Ele geralmente
frequentemente é visto desafiando os alunos do Dojô Garra usa roupas práticas feitas para viajar e caminhar, em cinza
Dourada descaradamente para duelos para provar seu com símbolo da família Toritaka.
valor. Escolas: Batedor Hiruma 3
Vantagens: Contemplação de Sun Tao
Yoritomo Yukihira da Casa Hoji
Togashi Kokori da Casa Hoshi Hoji Yukihira é o quarto filho de Hoji Hatuisun-wo,
Hoshi Kokori já foi Mirumoto Kokori, um estudante o atual daimyo da Casa Hoji. Yukihira nunca teve um grande
do primeiro grupo enviado para ser treinado por Mirumoto futuro para esperar depois do naufrágio de seus navios
Narumi em sua própria Técnica. Mas Kokori não conseguiu durante uma tempestade.
dominar a Técnica e foi a Kyuden Togashi em uma tentativa Desanimado, o cortesão veio a esta
de encontrar seu lugar no mundo como monge. Kokori foi pequena cidade do Leão para
um dos três monges Hoshi a receber tatuagens no ano montar uma casa de saquê, ainda
passado, tendo sido aceito muito recentemente, e sua vida sob o comando de seu pai, que
vem de mal a pior desde então. As tatuagens trouxeram a possuía um pedaço de terra aqui
ele o que os Togashi chamam de Loucura Iluminada. Ele e disse que seria um bom lugar
revive emoções alheias (que acha serem de suas vidas para começar um novo negócio.
passadas), especialmente fracassos, durante ataques Dois anos depois, o pai
esquizofrênicos. Já que ninguém foi capaz de entender as de Yukihira contatou-o para
visões que o assombravam, ele veio a Oshi no Koda atrás explicar que queria
dos Kitsu para auxílio em entender suas encarnações usar a casa de saquê
anteriores. Entre suas múltiplas vidas passadas, a como um ponto de
personalidade de Matsu Teruzumi vem se afirmando com parada para suas
operações de contrabando entre as Províncias do Escorpião
e do norte da Garça. Hatuisun-wo construiu sua fortuna
com o tráfico, principalmente da Garça ao Caranguejo, mas
planejava expandir suas operações ao Clã de Bayushi. Ele
agora estava dando ao filho a chance de provar seu valor. A
rota de contrabando é gerenciada por ronin das Ondas
Rolantes, sem conhecimento do Escorpião ou do Louva-a-
Deus. É pequena – transportando principalmente ópio à
Garça –, mas o Daimyo Hoji a usa para testar seu filho antes
de transferi-lo para um lugar melhor, caso tenha sucesso.
Yukihira descobriu que o Lótus Preto também opera em
Oshi no Koda. Ambas as operações são pequenas e muito
discretas, então ele ainda não decidiu se iniciar uma guerra
entre as duas gangues valeria a pena.
Escolas: Cortesão Yoritomo 3 158

Mapas
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