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História
Mediante a falta de terrenos nessas regiões secundárias, espalham-se pela cidade, em meio a
bairros tradicionais de classe média.[2] A mudança de perfil socioeconômico também pode ser
causada pela instalação de um shopping center[3] ou pela gentrificação. O exemplo da formação de
um bairro nobre e que reúne todos os critérios desta lógica é o paulistano Jardim Anália Franco;
sua formação deve-se à intervenção da iniciativa filantrópica, realizando o loteamento de alto
padrão em um antigo aterro sanitário. O seu desenvolvimento, além do prolongamento da
gentrificação, foram resultados da instalação de um shopping center.[4][5][6] Geralmente essas
áreas recentemente enobrecidas são chamadas de bairros dos novos-ricos ("nouveau
riche").[7][8][9]
Em 1913 os urbanistas ingleses Barry Parker e Raymond Unwin foram contratados pela Cia. City
para projetar o primeiro bairro-jardim brasileiro, conhecido como Jardim América, destinado à
classes com maior poder de renda. Diferenciava-se dos outros bairros nobres da cidade pois
apresentava intensa arborização e vias com traçado curvilíneo.[12]
Características
Bairros nobres situam-se em diversas áreas das cidades, como no
centro e arredores ou em áreas longínquas (subúrbios) e até em ilhas
artificiais (como Palm Islands em Dubai); tendo função residencial
ou comercial (centros financeiros). São formados por condomínios
horizontais, representados por casas de alto-padrão e mansões, ou
verticais representados pelos edifícios de luxo e suas coberturas.
Podem ser abertos ao público ou privativos, os quais a entrada é
restrita, podendo ser feita mediante identificação e autorização de Bairro do Leblon no Rio de
algum morador. Janeiro, o metro quadrado
mais caro do Brasil.[13]
Em geral apresentam moradias espaçosas (conforme os padrões do
país), alto índice de Desenvolvimento Humano, arborização (bairro-
jardim), planejamento urbano, baixa taxa de vacância e possuem o metro quadrado mais caro de
suas respectivas cidades devido à alta demanda imobiliária.
Outro fator que proporciona um maior de valor de mercado nessas áreas é a presença de centros
comerciais, cassinos, hotéis, restaurantes, lojas de luxo, vistas panorâmicas de parques, florestas,
praias e panorama urbano. São residência primária ou secundária dos grupos sociais superiores:
elite (classe alta), classe média alta, celebridades e nobres.
Bairros podem ser "enobrecidos", passar por processos de gentrificação, investimentos em obras
de infraestrutura com ou sem intervenção governamental, como Puerto Madero em Buenos Aires;
ou serem degradados, tal como o bairro de Campos Elíseos, o primeiro bairro de luxo
paulistano.[14]
Brasil
Os bairros residenciais
São habitados majoritariamente pelas classes A e B, ou
mais caros do Brasil - 2016[15]
seja, classes alta e média-alta respectivamente. Podem
apresentar também pequenos núcleos de classe média ou Pos. Bairros Cidade
até favelas. Há uma expansão de condomínios fechados no 1º Leblon Rio de Janeiro
país,[16][17] surgem devido à escassez de terrenos nos 2º Ipanema Rio de Janeiro
grandes centros urbanos ou da necessidade de um grau de
3º Lagoa Rio de Janeiro
segurança maior. Estão localizados geralmente em áreas
mais afastadas aos centros das cidades,[18] ou até em 4º Gávea Rio de Janeiro
cidades vizinhas. São similares aos subúrbios dos Estados 5º Vila Nova Conceição São Paulo
Unidos da América e Canadá. 6º Jardim Botânico Rio de Janeiro
7º Jardim Europa São Paulo
8º Jardim Paulistano São Paulo
Devido ao mercado imobiliário e sua especulação há uma 9º Itaim Bibi São Paulo
"expansão geográfica" dos bairros abastados. Lançamentos 10º Vila Olímpia São Paulo
imobiliários localizados em regiões vizinhas, menos nobres
e conhecidas, apropriam-se de seus nomes como uma grife ou marca fantasia.[19] Construtoras
argumentam que essa modificação espacial facilita a localização desses novos empreendimentos,
além de valorizar a área.[19] "É praxe no mercado que a incorporadora batize um
empreendimento com um nome que valorize a localização", diz Rosalvo Barreto, especialista em
marketing imobiliário.[20]
Na maioria dos casos possuem IDHs muito elevados, muitas vezes superiores aos dos países
desenvolvidos. Esse é o exemplo de Vila Nova Conceição, bairro localizado no distrito paulistano
de Moema, possui um índice igual ao da França e maior do que os da Suíça e Estados Unidos.
Visão geral
Alguns bairros receberam repercussão nacional por estarem representados no tabuleiro do famoso
jogo Monopoly, conhecido no Brasil como Banco Imobiliário. É o jogo de tabuleiro de maior
sucesso no país em todos os tempos.[26] Em todas as suas edições já foram citados os bairros de:
Ipanema, Copacabana, Jardim Botânico, Leblon, Flamengo, Jardim Paulista, Pacaembu, Jardim
América, Brooklin, Higienópolis, Interlagos, Jardim Europa, Morumbi e Campos Elíseos.[27][28]
Ou seja, somente bairros cariocas e paulistanos fizeram parte do mesmo.
França
Os bairros nobres parisienses estão espalhados por diversas áreas, com destaque aos
arrondissements: V, VI, VII, VIII, XVI e Neuilly-sur-Seine, comuna francesa localizada no
subúrbio da cidade. Outro bairro famoso francês é Cimiez, situado na cidade de Nice, destino
turístico por apresentar muitos museus.[30]
Rússia e Ucrânia
O fenômeno dos bairros nobres se tornou mais comum após a
desintegração do estado comunista e da União Soviética. O mais
conhecido destes bairros é Rubliovka. A denominação Rubliovka,
que é frequentemente usada na mídia e cultura russofôna, é
derivada da rodovia Rubliovo-Uspenskoie ao oeste de Moscou,
em torno da qual o bairro é concentrada. Efetivamente,
Rubliovka não é um distrito oficial ou nem mesmo oficialmente
delimitado, ele é teoricamente constituído de condomínios
fechados, como: Jukovka, Barvikha, Gorky-2, Gorky-10 e
Gonchary-Kozhum'yaki, centro
Serebriany Bor (Pinho Prata). No final do século XVIII moraram
de Kiev, Ucrânia.
nele 16 clãs principescos e 5 clãs condais. Mas o bairro se
enobreceu nos anos 1910, graças à datcha de Josef Stalin. Logo
depois disso, uns estadistas soviéticos e uns membros da
intelligentsia construíram seus datchas na vizinhança.[31] Nos
anos 2000, em diante, o bairro é um dos redutos dos membros do
elite política (entre outros: Dmitri Medvedev,[32] Vladimir
Putin[33] e Mikhail Gorbatchev[34]), oligarcas e celebridades
moscovitas. O solo de Rubliovka é hoje o mais caro do Oblast de
Moscou[35] e de todos os países pós-soviéticos. Conforme o jornal Khamovniki, distrito
Forbes, uma das mansões localizadas aqui está incluida na lista administrativo central, Moscou,
das 5 propriedades mais caras do mundo.[36] Rússia.
Este fenômeno existe em São Petersburgo também. A costa meridional da Baía da Neva foi uma
região nobre desde a era czarista, onde se situam numerosos palácios. Os condomínios fechados
contemporâneos são concentrados ao redor do burgo Olgino, perto de Peterhof.[38]
Devido ao acréscimo das cidades, os bairros supracitados não são mais considerados como zona
rural, e sim subúrbios. Bairros nobres tradicionais nas cidades intra-muros são concentrados ao
redor do dique do rio Moika em São Petersburgo, dos bairros kievanos Lipki e Gontchary-
Kogemiaki (recém desenvolvido), em Moscou – ao redor das ruas Ostogenka (a mais cara[39]) e
Arbat, e na Perspectiva Kutuzovski, nas Lagoas Patriarcais e nas Lagoas Limpas.
Nos países de língua inglesa, principalmente Estados Unidos da América, Grã-Bretanha e Canadá,
essas áreas são conhecidas como Upper class district, ou seja, bairro de classe alta. Na maioria dos
casos, os bairros mais luxuosos desses países estão concentrados em subúrbios, distantes das
grandes aglomerações urbanas.[41] Neles é viável a construção de mansões e residências mais
espaçosas portadoras de aparatos como piscinas, sendo arborizados e mais seguros.[41] Nas
metrópoles existem também exemplos de "bairros nobres", esses são verticais e apresentam metro
quadrado mais caro do que os subúrbios. Abrigam apartamentos espaçosos, alguns com mais de
um século, lojas de designers de luxo, sedes de grandes corporações multinacionais e hotéis de
luxo; a exemplo dos bairros de Manhattan, em Nova Iorque.[42]
São cenário de muitas produções cinematográficas anglófonas,
como: nos Estados Unidos da América: Bel Air, Hollywood e
Holmby Hills, em Los Angeles; bairros da cidade de Aspen no
Colorado (cidade mais cara do país[43]); Upper East Side, Upper
West Side, SoHo, TriBeCa e Hamptons, em Nova York; além de
determinadas áreas das cidades de Palm Beach, Beverly Hills e
Malibu. Na Grã-Bretanha, especificamente em Londres: Belgravia,
Mayfair, Fitzrovia, Pimlico, Notting Hill, Knightsbridge,
A cidade de Beverly Hills e os
Kensington e Chelsea.
bairros de Bel Air e Holmby Hills
(foto), são chamados de
Platinum Triangle (Triângulo de
Em outros países
Platina) por serem as áreas
mais caras do Condado de Los
Nos países hispânicos não há essa
Angeles, Estados Unidos.[40]
espécie de nomenclatura
(nobre)[44] e nos outros lusófonos
é pouco utilizada.[44] Esses
núcleos populacionais mais abastados estão também situados em
diversas regiões dos municípios, assim como os lisboetas: Lapa,
Estrela, Parque das Nações, Príncipe Real e Chiado, e os
portenhos: Recoleta, Palermo Chico e Puerto Madero (residencial
Parque das Nações, Lisboa,
Portugal.
e centro financeiro).
Na Cidade do México destacam-se: San Ángel, Lomas de Chapultepec e Jardines del Pedregal.
Santiago do Chile não é subdivida em bairros, mas em comunas, algumas das mais abastadas são:
Las Condes, Providencia, Lo Barnechea e Vitacura. Essas áreas chilenas quase não foram afetadas
pelo grande terremoto de 2010, pois seus edifícios são preparados para suportar terremotos.[46]
Ver também
Bairro proletário
Bairro de lata
Condomínio
Referências
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Folha de S.Paulo. 27 de setembro de 2007. Consultado em 14 de dezembro de 2019
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E4%BD%8F%E5%AE%85%E8%A1%97).
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