Você está na página 1de 3



BOLETIM TÉCNICO APTTA BRASIL 11/2012

Dicas para o técnico reparador

PROBLEMA: VEICULO NÃO ENGATA A MARCHA À RÉ QUANDO SE LEVA A


ALAVANCA DE “P” PARA “R”, MAS ENGATA A RÉ QUANDO SE LEVA A
ALAVANCA DE “D” PARA “R”.

VEÍCULOS ENVOLVIDOS: ASTRA, VECTRA de qualquer ano com


transmissão AISIN AW 50-40/42 LE.

Temos recebido reclamações de falta de engate da marcha à ré


nos veículos acima ao se levar a alavanca seletora de marchas
de “P” para “R”, porém de qualquer outra posição para “R” o
engate ocorre.

CAUSA: A causa deste problema é eletrônica. A transmissão em


si não possui problema. Quando se aplica o scanner no
veículo, colocando-se na função “LISTA DE DADOS” ou “MODO
CONTÍNUO” percebe-se que a leitura do sensor de rotação de
saída da transmissão está marcando entre 20 e 25 km/hora,
porém o veículo está parado, com a alavanca em “P”.

Isto acontece porque existe um fenômeno chamado “CORROSÃO POR


ATRITO” (veja matéria de mesmo título em nosso site) que,
devido ao movimento dos chicotes, causando atrito entre
terminais, e a oxidação dos mesmos, gera uma resistência
adicional e um sinal indevido ao módulo de controle,
informando o mesmo que o veículo está se movimentando.

Devido à isto, o módulo, recebendo este falso sinal que o


veículo se movimenta à frente, inibe o engate da marcha à ré,
energizando o solenoide 1-2/3-4 e liberando a pressão para a
embreagem C2, desaplicando-a.

Este fenômeno acontece mais frequentemente no conector


intermediário da transmissão, localizado no lado direito do
compartimento do motor (veja fotos 1 e 2), onde se pode notar
o acúmulo de material oxidado (limo escuro esverdeado) que
foi produzido pela corrosão.

Foto 1 – Localização do conector principal da transmissão


Foto 2 – Terminais que devem ser limpos e protegidos com
graxa condutiva antes de serem reconectados.

SOLUÇÃO: Desconectar o conector, e com o auxilio de uma


escova de dente de cerdas duras e um liquido limpa contatos,
limpar os terminais para retirar o material contaminado. Após
a limpeza, antes de reconectar o conector, aplicar uma leve
camada de graxa condutiva (branca) que se encontra
normalmente em casas de produtos eletrônicos. A graxa evita o
contato dos terminais limpos com o ar, retardando a oxidação,
visto que o ar possui oxigênio. Se possível, antes de
reconectar o conector elétrico, torcer levemente cada um dos
terminais para melhorar o contato mecânico.

Embora o conector mais sujeito à corrosão seja o indicado


pela foto, devem-se revisar todos os conectores envolvidos no
chicote da transmissão automática. É também importante ao se
trabalhar com chicotes, respeitar todos os pontos de fixação
do mesmo no veículo, como saiu de fábrica, para evitar
movimentos indesejáveis e consequente corrosão por atrito nos
terminais.

Redação: APTTA Brasil – Associação de Profissionais Técnicos


em Transmissão Automática www.apttabrasil.com

Você também pode gostar