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Atividades de

Academia

Princípios
metodológicos para
ensino em ginástica
coletiva
 
 
ATIVIDADES  DE  ACADEMIA:  Princípios  metodológicos  para  ensino  em  ginástica  coletiva  
 

 
 
 
http://www.profpauloamaral.com.br  
 
 
 
 
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Catalogação  na  Publicação  
 
 
   

  AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia:  Princípios  metodológicos  para  


  ensino  em  ginástica  coletiva  /  editado  por  Paulo  Costa  Amaral.  São  Paulo,  2017.  40  p.  
 
 
 
  ISBN:  978-85-913159-5-6  
   
 
 
1. Ginástica  de  Academia  –  2.  Musicalidade  –  3.  Habilidades  de  Comunicação.  
   
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-­‐book  –  Janeiro  de  2017.    
 
 
AUTOR  
Paulo  Costa  Amaral  
CREF  nº  023504-­‐G/SP  –  CRA-­‐SP  nº  140881  
 
•   Mestre   em   Ciências   do   Envelhecimento   pela   Universidade   São  
Judas  Tadeu.  
•   Master   of   Ministry   in   Business   Administration   (Mestrado)   pela  
Florida  Christian  University  (EUA).  
•   MBA   em   Gestão   Empresarial   pela   Universidade   Anhembi  
Morumbi.  
•   MBA   em   Gestão   de   Pessoas:   Liderança   e   Coaching   pela  
Universidade  Anhembi  Morumbi.  
•   Pós-­‐graduado  em  exercício  físico  aplicado  à  reabilitação  cardíaca  e  a  grupos  especiais  
pela  Universidade  Gama  Filho.  
•    Pós-­‐Graduado  em  Musculação  e  Condicionamento  Físico  pela  Universidade  Estácio  
de  Sá.  
•   Graduado  em  Educação  Física  pela  Universidade  São  Judas  Tadeu.  
•   Graduado  em  Administração  pela  Universidade  Anhembi  Morumbi.    
 
Paulo   Amaral   é   master   coach,   professor   universitário,   palestrante   e   consultor   de  
empresas  no  segmento  Fitness  &  Wellness,  com  14  anos  de  experiência,  nas  áreas  de  
coaching,   condicionamento   físico   (fitness),   gestão   de   pessoas   e   empresarial,   atuando  
nos   temas   relacionados   ao   coaching   de   emagrecimento,   treinamento   personalizado  
(personal   training),   ginástica   coletiva,   qualidade   de   vida,   envelhecimento,   marketing  
pessoal,  gestão  de  academias  e  estúdios.    
 
Atualmente  é  Diretor  Operacional  da  empresa  CM  -­‐  Conexão  Mágica  Agência  de  Viagens  
e   Turismo;   Diretor   Técnico   e   Pedagógica   da   empresa   T&D   Fitness;   Více-­‐Líder   do   Grupo  
de  Pesquisa  em  "Esportes  e  Atividades  Física"  (GEAF),  Coordenador  Técnico  da  atividade  
Fitness  do  Laboratório  de  Atividade  Física  e  Esportiva  (LAFE),  e  Docente  de  cursos  de  
Graduação  (Educação  Física,  Farmácia  e  Podologia)  na  Universidade  Anhembi  Morumbi  
(UAM);   Presidente   do   Conselho   Fiscal   da   A.A.A.   Educação   Física   Anhembi   Morumbi;  
Coordenador   Regional   (SP)   e   Docente   do   MBA   em   Gestão   de   Academias,   e   Pós-­‐
Graduação  na  área  de  Educação  Física  na  Faculdade  Inspirar;  Docente  de  cursos  de  Pós-­‐
Graduação  na  área  de  Educação  Física  na  Universidade  Estácio  de  Sá  (UNESA);  Docente  
de   cursos   de   Pós-­‐Graduação   na   área   de   Educação   Física   na   Faculdades   Metropolitanas  
Unidas  (FMU)  e  Docente  do  curso  do  Pós-­‐Graduação  em  Treinamento  Funcional  pela  
Universidade  Alto  Vale  do  Rio  do  Peixe  (UNIARP).      
 
 

SUMÁRIO  
 
 

Capítulo  1.  Prescrição  de  Exercícios  Físicos  ................................................................  1  


Capítulo  2.  Estágios  de  Aprendizagem  de  Habilidades  Motoras  .................................  3  
2.1  Ciclo  de  Aprendizagem  .................................................................................................  3  
2.2  Níveis  e  estágios  no  aprendizado  das  habilidades  .........................................................  4  
Capítulo  3.  Musicalidade  aplicada  em  aulas  coletivas  ................................................  5  
3.1  Música  e  Exercício  Físico  ...............................................................................................  5  
3.2  Oitavas  e  Frases  Musicais  .............................................................................................  5  
3.3  Contagem  Musical  ........................................................................................................  7  
3.4  Utilização  das  frases  musicais  em  aulas  coletivas   .........................................................  7  
3.4.1  Treinamento  de  Resistência  Aeróbia  ...........................................................................  7  
3.4.2  Treinamento  de  Força  ..................................................................................................  7  
3.4.3  Treinamento  de  Flexibilidade  .......................................................................................  8  
3.4.4  Treinamento  em  Circuito  .............................................................................................  8  
3.5  Elementos  Formais  da  Música  ......................................................................................  8  
3.6  Estrutura  Musical  .......................................................................................................  10  
3.7  BPM  ...........................................................................................................................  10  
3.8  Estrutura  Coreográfica   ...............................................................................................  12  
3.8.1  Bloco  B16  ...................................................................................................................  12  
3.8.2  Bloco  B32  ...................................................................................................................  12  
3.8.3  Bloco  B64  ...................................................................................................................  13  
Capítulo  4.  Metodologia  Coreográfica  .....................................................................  14  
4.1  Estrutura  de  uma  aula/sessão  de  ginástica  coletiva  ....................................................  14  
4.1.1  Primeiro  contato  (apresentação)  ...............................................................................  14  
4.1.2  Aquecimento  ..............................................................................................................  14  
4.1.3  Parte  Principal  ............................................................................................................  14  
4.1.4  Parte  Final  ou  Volta  a  Calma  ......................................................................................  14  
4.1.5  Encerramento  ............................................................................................................  14  
4.2  Método  de  ensino  ......................................................................................................  15  
4.2.1  Método  direto  -­‐  Nível  de  complexidade  baixa  ...........................................................  15  
4.2.2  Método  por  partes  -­‐  Nível  de  complexidade  média  ou  alta  ......................................  15  
4.3  Estratégias  de  Abordagem  em  Grupo  .........................................................................  16  
4.4  Variação  do  Espaço  ....................................................................................................  16  
4.4.1  Nível  ...........................................................................................................................  17  
4.4.2  Direção  .......................................................................................................................  17  
4.4.3  Amplitude  ...................................................................................................................  17  
4.5  Montagem  Coreográfica  .............................................................................................  17  
4.5.1  Equilíbrio  fisiológico  ...................................................................................................  17  
4.5.2  Equilíbrio  biomecânico  ...............................................................................................  17  
4.5.3  Equilíbrio  psicomotor  .................................................................................................  18  
4.5.4  Nível  de  aptidão  dos  alunos  .......................................................................................  18  
4.5.5  Duração  da  aula  .........................................................................................................  18  
4.5.6  Layout  e  tamanho  da  sala  ..........................................................................................  18  
4.5.7  Número  de  alunos  ......................................................................................................  19  
4.5.8  Materiais  e/ou  acessórios  ..........................................................................................  19  
4.6  Posicionamento  do  professor  e  dos  alunos  .................................................................  19  
4.6.1  Posição  Tradicional  ....................................................................................................  19  
 
 
4.6.2  Posição  Diagonal  ........................................................................................................  20  
4.6.3  Posição  Circular  ..........................................................................................................  20  
4.7  Escolha  da  Seleção  Musical   ........................................................................................  21  
4.8  Organização  dos  exercícios  em  blocos  de  músicas  ......................................................  21  
4.9  Planejamento  de  uma  música  .....................................................................................  22  
4.10  Recomendações  .......................................................................................................  22  
4.10.1  Alunos  Iniciantes  ......................................................................................................  22  
4.10.2  Aulas  iniciais  .............................................................................................................  23  
Capítulo  5.  Habilidades  de  comunicação  e  expressão  corporal  .................................  24  
5.1.  Preparação  ................................................................................................................  24  
5.2.  Escolha  da  roupa  .......................................................................................................  24  
5.3.  Ansiedade  e  medo  .....................................................................................................  24  
5.4.  Controle  da  respiração  ..............................................................................................  24  
5.5.  Ânimo  .......................................................................................................................  25  
5.6.  Linguagem  verbal  ......................................................................................................  25  
5.6.1.  Vícios  de  linguagem  ..................................................................................................  25  
5.6.2.  Modismos  ..................................................................................................................  25  
5.6.3.  Voz  ............................................................................................................................  25  
5.7.  Linguagem  não  verbal  ...............................................................................................  26  
5.7.1.  Contato  visual  ...........................................................................................................  26  
5.7.2.  Expressão  fisionômica  ...............................................................................................  26  
5.8.  Antecipação  ..............................................................................................................  26  
5.9.  Instrução  técnica  .......................................................................................................  27  
5.10.  Correção  dos  exercícios  -­‐  Feedback  ..........................................................................  27  
5.11  Figuras  associativas  ..................................................................................................  28  
5.12  Interação  e  Motivação  ..............................................................................................  28  
5.13.  Ensino  em  espelho   ..................................................................................................  30  
5.14  Círculo  de  comunicação  ............................................................................................  30  
Capítulo  6.  Modalidades  de  Ginástica  Coletiva  ........................................................  32  
Referências  Bibliográficas  ........................................................................................  35  
Anexo  I.  Questionário  Internacional  de  Atividade  Física  –  IPAQ  -­‐  Versão  curta  ........  37  
Anexo  II.  Classificação  do  nível  de  atividade  física  –  IPAQ  ........................................  39  
Apêndice  I.  Roteiro  para  planejamento  coreográfico  de  uma  música  .......................  40  
 
 
 
Capítulo  1.  Prescrição  de  Exercícios  Físicos  
 
O  professor  de  ginástica  coletiva  possui  alunos  de  diferentes  níveis  de  condicionamento  
físico.  Neste  sentido,  é  de  extrema  importância  avaliar  em  que  nível  de  atividade  física  
se  encontra  todos  os  alunos  por  meio  do  Questionário  Internacional  de  Atividade  Física  
–  IPAQ  (CELAFISCS,  2010a,  2010b)  (ANEXO  I  e  II).  
 
Com  base  desta  informação  é  possível  orientar  a  intensidade  adequada  durante  as  aulas  
e   promover   a   praticar   diferentes   capacidades   físicas   objetivamente   melhoria   das  
atividades  da  vida  diária  (AVDs).    
 
Neste  sentido,  segundo  o  American  College  of  Sports  Medicine  –  ACSM  (ACSM,  2014),  
objetivando   a   melhora   ou   a   manutenção   do   condicionamento   físico   e   saúde   para   a  
maioria  dos  adultos,  recomenda-­‐se  um  programa  de  exercícios  que  inclua  treinamentos  
de   resistência   aeróbia/anaeróbia,   força,   flexibilidade   e   neuromotor   (treinamento  
funcional)  (Quadro  1).  
 
Quadro  1.  Diretrizes  para  a  prescrição  de  exercícios  físicos  para  a  maioria  dos  adultos.  
Capacidade  Física   Frequência   Intensidade   Tempo   Tipo  
Resistência   •  ≥  5  dias/semana   •  A  intensidade   •  30  a  60  min./dia   •  Exercício  que  
Aeróbia/Anaeróbia   de  exercício   moderada  e/ou   de  exercício   envolva  a  maioria  
moderado,  ou   vigorosa  é   moderado,  ou   dos  grupos  
•  ≥  3  dias/semana   recomendada   •  20  a  60  min./dia   musculares  de  
de  exercício   para  a  maioria  dos   de  exercício   natureza  contínua  
vigoroso,  ou   adultos.   vigoroso,  ou   e  rítmica.  
•  Uma   •  O  exercício  de   •  Uma  combinação  
combinação   intensidade  leve  a   entre  exercício  
entre  exercícios   moderada  pode   moderado  e  
moderado  e   ser  benéfico  para   vigoroso  por  dia  
vigoroso  em  ≥  3   indivíduos  fora  de   para  a  maioria  dos  
a  5   forma.   adultos.  
dias/semana.   •  <  20  min./dia  
pode  ser  benéfico  
para  indivíduos  
sedentários.  
Força   •  Cada  grupo   •  60  a  70%  RM  para   •  Não  foi   •  Exercícios  para  
muscular   iniciantes  ou   identificada   cada  grupo  
principal  deve   intermediários   duração  de   muscular.  
ser  treinado  2  a   objetivando   treinamento   •  Exercícios  
3  dias/semana.   melhora  da  força   específica  para  a   multiarticulares  e  
muscular.   efetividade.   monoarticulares  
•  ≥  80%  RM  para   envolvendo  
indivíduos   músculos  
avançados   agonistas  e  
objetivando   antagonistas.  
melhora  da  força  
muscular.  
•  40  a  50%  RM  para  
sedentários  e  
idosos  
objetivando  
melhora  da  força  
muscular.  
 
 

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   1  


 
 
Quadro   1.   Diretrizes   para   a   prescrição   de   exercícios   físicos   para   a   maioria   dos   adultos  
(continuação).  
Capacidade  Física   Frequência   Intensidade   Tempo   Tipo  
Flexibilidade   •  ≥  2  a  3   •  Alongamento  até  o   •  Manter  o   •  1  série  de  
dias/semana,   ponto  em  que  se   flexionamento   exercícios  de  
sendo  que   perceba  um   estático  por  10  a   flexibilidade  para  
diariamente  é   flexionamento   30  segundos   cada  unidade  
mais  efetivo.   (ponto  em  que   para  a  maioria   principal  
ocorra   dos  adultos.   musculotendinosa.    
enrijecimento  ou   •  Em  idosos,  
desconforto).   manter  o  
flexionamento  
por  30  a  60  
segundos.    
Neuromotor   •  ≥  2  a  3   •  Não  foi   •  ≥  20  a  30   •  Exercícios  
(Treinamento   dias/semana.   determinada  a   min./dia.   envolvendo  
Funcional)   intensidade  efetiva   habilidades  
de  exercícios   motoras  (ex.:  
funcionais.   equilíbrio,  
agilidade,  
coordenação,  
deslocamento);  
•  Treinamento  de  
exercício  
proprioceptivo.  
Fonte:  Adaptado  de  ACSM  (2014).  Legenda:  RM  (Repetição  Máxima).  
 
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   2  


 
 
Capítulo   2.   Estágios   de   Aprendizagem   de   Habilidades  
Motoras  
 
Cabe   ao   profissional   de   Educação   Física   identificar   em   qual   estágio   encontra-­‐se   cada  
aluno  objetivando  a  eficiência  na  execução  do  movimento.  
 
Neste   contexto,   segue   abaixo,   dois   modelos   de   aprendizagem,   um   com   base   na  
Programação  Neurolinguística  (PNL)  proposto  por  Whitmore  (2012),  e  outro  proposto  
por  Gallahue  (2013).  
 
2.1  Ciclo  de  Aprendizagem  
 
A   PNL   determina   que   o   processo   de   ensino-­‐aprendizagem   de   habilidades   motoras   é  
composto  quatro  estágios  de  aprendizagem  em  formato  de  ciclo,  isto  é,  em  geral,  leva-­‐
nos  através  de  cada  um  desses  segmentos  um  de  cada  vez  (WHITMORE,  2012).    
 

 
Figura  1.  Ciclo  de  Aprendizagem.  
Fonte:  WHITMORE  (2012).  
 
•   Incompetência  inconsciente:  Quando  o  aluno  se  movimenta  de  forma  incorreta  
e  não  tem  consciência  de  seus  erros  (¯  desempenho  motor;  ¯  entendimento);  
 
•   Incompetência   consciente:   Quando   o   aluno   aprende   e   percebe   que   está   se  
movimentando   de   forma   errada,   mas   ainda   não   consegue   corrigir   (¯  
desempenho  motor;  reconhecimento  das  falhas);    
 
•   Competência   consciente:   Quando   o   aluno   passa   a   se   movimentar   de   forma  
correta   e   eficiente,   mas   precisa   pensar   para   que   o   movimento   aconteça  
corretamente  (desempenho  melhor;  esforço  consciente);  
 

•   Competência  insconsciente:  É  o  estágio  final,  quando  após  repetir  muitas  vezes,  


o   corpo   passa   a   agir   naturalmente,   incorporando   o   novo   movimento  
(desempenho  natural,  integrado  e  automático).  Este  é  o  estágio  esperado  por  
todos  os  professores  que  ministram  aulas  coletivas.  
AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   3  
 
 
2.2  Níveis  e  estágios  no  aprendizado  das  habilidades  
 
Tabela  1.  Níveis  e  estágios  de  Gallahue  para  o  aprendizado  de  uma  nova  habilidade  de  movimento,  
com  atenção  voltada  para  o  estado  cognitivo  e  os  objetivos  do  aprendiz  e  o  papel  do  professor.  
Níveis  e  estágios  do  
aprendizado  de  uma   Estado  cognitivo  do  
Objetivos  do  aprendiz   Papel  do  professor  
nova  habilidade  de   aprendiz  
movimento  
1.  NÍVEL  INICIANTE/   O  aprendiz  tenta   O  aprendiz  tenta   O  professor  ajuda  o  
NOVATO   forma  um  plano   adquirir  a  consciência   aprendiz  com  a  
mental  consciente  da   básica  dos  requisitos   estrutura  geral  da  
tarefa  de  movimento.   da  tarefa  de   tarefa  de  movimento.  
movimento.  
1.1.  Estágio  da   •   Quer  saber  como  o   •   Ter  uma  ideia  de   •   Ajudar  o  professor  a  
consciência   corpo  deve  se   como  a  tarefa  é   ter  uma  ideia  geral  
movimentar.   executada.   da  tarefa.  
1.2.  Estágio  da   •   Sabe  o  que  fazer,   •   Experimentar  como   •   Ajudar  o  aprendiz  a  
exploração   mas  não  é  capaz  de   o  corpo  pode  se   explorar  e  descobrir  
fazê-­‐lo  de  forma   movimentar.   por  si  mesmo  o  
consistente.   modo  como  a  tarefa  
é  executada.  
1.3.  Estágio  da   •   Forma  um  plano   •   Encontrar  meios   •   Ajudar  o  aprendiz  a  
descoberta   mental  consciente   mais  eficientes  de   adquirir  maior  
para  a  execução  da   executar  a  tarefa.   controle  do  
tarefa.   movimento  e  
coordenação  
motora.  
2.  NÍVEL   O  aprendiz  tem  boa   O  aprendiz  tenta   O  professor  ajuda  o  
INTERMEDIÁRIO/   compreensão  geral  da   “sentir”  a  tarefa  de   aprendiz  a  focar  a  
PRÁTICO   tarefa  de  movimento.   movimento.   combinação  e  o  
refinamento  das  
habilidades.  
2.1.  Estágio  de   •  Combina  as   •  Integrar  as  múltiplas   •  Ajudar  o  aprendiz  a  
combinação.   habilidades,  dando   habilidades  em  uma   integrar  e  usar  as  
menos  atenção   sequência   combinações  das  
consciente  a  seus   tempo/espaço   habilidades.  
elementos.   fluida.  
2.2.  Estágio  de   •  Faz  esforços  para   •  Usar  a  tarefa  em   •  Ajudar  o  aprendiz  a  
aplicação.   refinar  a  habilidade.   alguma  forma  de   refinar  e  aplicar  a  
atividade.   tarefa.  
3.  NÍVEL  AVANÇADO/   O  aprendiz  tem  total   O  aprendiz  tenta   O  professor  foca  a  
REFINADO   compreensão  da   executar  a  tarefa  com   manutenção  e  o  
tarefa  de  movimento.   um  esforço  consciente   refinamento  das  
(ex.:  em  uma  zona   habilidades.  
alvo  de  treinamento).  
3.1.  Estágio  de   •   Dá  pouca  ou   •   Executar  com  maior   •   Ajudar  o  aprendiz  a  
performance   nenhuma  atenção   precisão,  controle  e   alcançar  maior  
consciente  aos   eficiência  do   precisão  de  
elementos  da  tarefa.   movimento.   movimento.  
3.2.  Estágio   •   Performance  fina   •   Modificar  a   •   Ajudar  o  aprendiz  a  
individualizado   refinada,  baseada   performance  para   personalizar  a  tarefa  
nos  atributos  e   maximizar  o  sucesso.   de  movimento.  
limitações  pessoais.  
Fonte:  GALLAHUE  et  al.  (2013).    

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   4  


 
 
Capítulo  3.  Musicalidade  aplicada  em  aulas  coletivas  
 
3.1  Música  e  Exercício  Físico  
 
A   música   é   utilizada   na   prática   de   exercícios   físicos,   e   a   escolha   da   seleção   musical  
contribui  para  proporcionar  prazer  e  motivação  para  continuar  a  atividade  (TEEL  et  al.,  
1999).  Além  disso,  pode  apresentar  uma  sensação  de  “desligamento”  (OKUMA,  1997)  
ou  o  estado  de  “fluxo  ou  fluência”,  melhorando  a  autoconsciência  e  do  sentido  de  fusão  
com   a   atividade   e   com   o   ambiente,   aumentando   a   percepção   de   prazer  
(CSIKSZENTMIHALYI,  1999).  
 
Por   meio   da   música   é   possível   definir   a   velocidade   de   execução   dos   movimentos  
corporais,  através  de  constantes  marcações,  influenciando  a  intensidade  da  atividade,  
tornando   a   atividade   mais   motivante.   De   acordo   com   Guiselini   (2007),   na   escolha  
musical   devemos   considerar   as   habilidades   motoras   dos   alunos,   entrosando   o   ritmo  
musical  ao  ritmo  do  movimento.  
 
Segundo  Gfedller  (1988),  a  música  é  uma  estratégia  para  evitar  o  cansaço,  dor  e  tensão  
psicológica  durante  a  prática  de  exercícios  físicos.  
 
Neste   sentido,   para   a   utilização   da   música   na   prática   corporal   é   necessário   a  
compreensão  da  estrutura  musical,  composta  por  unidades  de  tempo  e  de  compasso  
(conhecido  como  macrobeats).  De  acordo  com  Guiselini  (2007),  a  unidade  de  tempo  é  
o  padrão  de  velocidade  em  que  a  música  é  tocada,  contado  por  número  de  batidas  por  
minuto  (BPM).    
 
3.2  Oitavas  e  Frases  Musicais  
 
Deste  modo,  a  métrica  é  determinada  pela  divisão  das  unidades  de  tempo,  podendo  ser  
classificadas   em   simples   ou   compostos   binários   (dois   pulsos   ou   tempos   musicais),  
ternários  (três  pulsos  ou  tempos  musicais)  ou  quaternários  (quatro  pulsos  ou  tempos  
musicais)  (GORDON,  2011).  
 
No  entanto,  em  aulas  coletivas,  geralmente  é  empregado  dois  quaternários,  compondo  
uma  oitava  musical  (1x8  ou  8  tempos  musicais).    
 
Assim,  com  o  intuito  de  facilitar  o  profissional  de  Educação  Física,  os  tempos  impares  
são  mais  utilizados,  principalmente  para  iniciar  os  movimentos  ou  proporcionar  simetria  
entre   os   lados   esquerdo   e   direito.   Em   algumas   músicas,   os   tempos   impares   são  
caracterizados  por  batidas  mais  intensa.  
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   5  


 
 
 
1        2        3        4        5        6        7        8  
 
Simbologia  para  1  oitava  =  8  tempos  =  I  
 

Figura  2.  Representação  de  uma  oitava  (1x8  ou  8  tempos).  


 
 
 

ANOTAR  
 

 
 

 
Porém,   na   construção   coreográfica,   principalmente   em   coreografias   de   baixa  
complexidade,   os   movimentos   são   empregados   com   a   união   de   quatro   oitavas  
musicais  (4x8  ou  32  tempos),  denominado  frase  musical.  

 
 

1    2    3    4    5    6    7    8    1    2    3    4    5    6    7    8    1    2    3    4    5    6    7    8    1    2    3    4    5    6    7    8  
 

Simbologia  para  uma  frase  musical  =  32  tempos  (4x8)  =   IIII  


Figura  3.  Representação  de  uma  frase  musical  (4x8  ou  32  tempos).  
 
Em  geral,  nos  últimos  quatro  tempos  da  frase  musical  ocorre  um  som  de  mudança  que  
sinaliza  que  irá  iniciar  uma  nova  frase  (antecipação).  
SOM  DE  
 
 
 
MUDANÇA
1    2    3    4    5    6    7    8    1    2    3    4    5    6    7    8    1    2    3    4    5    6    7    8    1    2    3    4    5  A  
 6    7    8  
 
Figura  4.  Representação  de  um  som  de  mudança.    
 
QUEBRA   MUSICAL:   Qualquer   número   de   batidas   que   não   complete   uma   frase   ou   uma  
oitava.  
 
 

  DICA  1  
 

 
Utilize   músicas   remixadas   por   DJ   contendo   apenas   frases   musicais   sem   quebra  
musical.  

 
   

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3.3  Contagem  Musical  
 
Tabela  2.  Contagem  Musical.  
Nº  de  Oitavas   Nº  de  Frases  
Tempos   Contagem  rápida   Contagem  Lenta  
Musicais   Musicais  
1x8   8  tempos   4  tempos   1   0  
4x8   32  tempos   16  tempos   4   1  
8x8   64  tempos   32  tempos   8   2  
 
Há  duas  formas  de  aplicar  os  conceitos  de  oitavas  e  frases  musicais  durante  a  prática  de  
exercícios  físicos:  
 
•   CONTAGEM  RÁPIDA:  Quando  se  considera  na  contagem  todos  os  tempos  musicais  
(impares  e  pares).  Ela  é  mais  utilizada  durante  a  montagem  de  uma  aula  coreografada  
ou   no   processo   de   ensino   de   uma   sequência   coreográfica   onde   exista   usos   de  
movimentos   aeróbios   ou   uso   de   frases   cruzadas   (quando   por   exemplo,   o   ultimo  
movimento  da  primeira  oitava  não  termina  nela  e  sim  no  primeiro  tempo  da  segunda  
oitava).  
 
•   CONTAGEM  LENTA:  Quando  se  considera  na  contagem  apenas  os  tempos  musicais  
impares.   Ela   é   mais   utilizada   em   aulas   neuromusculares   para   a   marcação   rítmica   do  
movimento  (Ver  Quadro  2).  
 
3.4  Utilização  das  frases  musicais  em  aulas  coletivas  
 
3.4.1  Treinamento  de  Resistência  Aeróbia  
 
AULAS   COREOGRAFADAS:   Todos   os   blocos   coreográficos   utilizados   em   aulas  
coreografadas  simétricas  são  construídos  em  frases  musicais.  O  primeiro  movimento  de  
um  bloco  deve  ser  sempre  realizado  no  primeiro  tempo  de  uma  frase  musical,  o  que  fará  
com  que  haja  uma  sincronia  entre  a  música  e  coreografia.  Se  a  coreografia  não  coincide  
com   a   frase   musical,   será   mais   difícil   para   os   alunos   acompanharem   a   aula,   e   haverá   a  
sensação  de  que  alguma  coisa  está  errada.  
 
AULAS   NÃO   COREOGRAFADAS   (Ciclismo   Indoor):   Há   uma   relação   direta   com   o   BPM   e  
o   RPM   (rotações   por   minuto),   sendo   que   para   rotações   lentas   (entre   60   a   80   rpm),  
utiliza-­‐se  somente  a  tempos  impares  (ou  batida  forte)  da  música,  e  para  rotações  mais  
rápidas  (entre  80  a  100  rpm)  utiliza-­‐se  todos  os  tempos  musicais.  
 
3.4.2  Treinamento  de  Força  
 
O  uso  da  frase  musical  pelo  professor  facilita  a  contagem  de  repetições  de  movimentos.  
Neste  sentido,  o  domínio  das  frases  musicais  possibilita  mais  tempo  para  o  professor  
dedicar-­‐se  as  correções  e  interação  com  os  alunos.  
 

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No  planejamento  das  aulas  neuromusculares,  como  processo  pedagógico  aconselha-­‐se  
a   utilização   da   contagem   lenta,   com   foco   na   velocidade   de   execução   dos   exercícios,  
evitando  desta  forma  que  fique  contando  cada  tempo  musical.  
 
Quadro  2.  Contagem  lenta  em  aulas  neuromusculares.  
Tempos   Contagem  na  execução  física   Velocidade  de  execução  dos  exercícios  
2x2   2  tempos  fase  inicial  +  2  tempos  fase  final   Rápido  (fase  inicial  e  final)  
4x4   4  tempos  fase  inicial  +  4  tempos  fase  final   Moderado  (fase  inicial  e  final)  
2x6   2  tempos  fase  inicial  +  6  tempos  fase  final   Rápido  (fase  inicial)  +  Lento  (fase  final)  
6x2   6  tempos  fase  inicial  +  2  tempos  fase  final   Lento  (fase  inicial)  +  Rápido  (fase  final)  
8x8   8  tempos  fase  inicial  +8  tempos  fase  final   Muito  Lento  (fase  inicial  e  final)  
 
Neste  tipo  de  aula,  caso  o  professor  não  domine  a  estrutura  musical,  não  conseguindo  
identificar  o  início  de  cada  frase  musical,  ele  poderá  usar  como  estratégia  a  realização  
das  repetições  por  tempo  (Ex.:  1  minuto  para  cada  exercício)  utilizando  um  cronometro  
ou  aplicativo.  Porém,  deverá  ainda  assim,  realizar  os  movimentos  nos  tempos  musicais  
da  música.  
 
3.4.3  Treinamento  de  Flexibilidade  
 
Em   aulas   de   com   foco   no   treinamento   de   flexibilidade,   visando   o   aumento   ou  
manutenção   da   amplitude   do   movimento,   os   movimentos   podem   ser   realizados   de  
forma  dinâmica  (utilizando  a  contagem  lenta)  ou  estática  utilizando  as  frases  musicais  
ou  apenas  como  fundo  musical.  
 
Segundo   o   ACSM   (2014),   recomenda-­‐se   para   a   maioria   dos   adultos   manter   o  
flexionamento   estático   por   10   a   30   segundos.   Deste   modo,   dependendo   do   BPM   da  
música   (ver   Tabela   2),   recomenda-­‐se   uma   ou   duas   frases   musicais   para   os   exercícios  
estáticos.  
 
3.4.4  Treinamento  em  Circuito  
 
Em  aulas  em  formato  de  circuito  é  recomenda-­‐se  a  utilização  dos  exercícios  por  tempo,  
utilizando  um  cronômetro  ou  aplicativo  (Ver  Dica  2).  No  entanto,  realizar  os  movimentos  
nos   tempos   musicais   da   música   (aeróbios:   contagem   rápida;   neuromusculares:  
contagem  lenta).  
 
3.5  Elementos  Formais  da  Música  
 
Com  relação  aos  elementos  formais  da  música,  segue  abaixo  os  elementos  formais  que  
dá  forma  à  música  (CURITIBA,  2012).  
 

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Figura  5.  Elementos  formais  da  música.  
Fonte:  CURITIBA,  2012.  
 
Quadro  3.  Detalhamento  dos  elementos  formais  da  música.  
É   a   qualidade   que   estabelece   um   maior   ou   menor   número   de   sons  
simultâneos.   Quando   ouvimos   um   grande   conjunto   de   timbres  
Densidade  
simultaneamente   dizemos   que   a   música   em   questão   tem   uma   grande  
densidade  sonora.  
Aquilo  que  distingue  a  qualidade  do  tom  ou  voz  de  um  instrumento  ou  cantor,  
por  exemplo,  a  flauta  do  clarinete,  o  soprano  do  tenor.  
Timbre   Cada   objeto   ou   material   possui   um   timbre   que   é   único,   assim   como   cada  
pessoa   possui   um   timbre   próprio   de   voz,   tão   individual   quanto   as   impressões  
digitais.  

A   intensidade   é   a   força   do   som,   também   chamada   de   sonoridade.   É   uma  


propriedade  do  som  que  permite  ao  ouvinte  distinguir  se  o  som  é  fraco  (baixa  
intensidade)   ou   se   o   som   é   forte   (alta   intensidade)   e   ela   está   relacionada   à  
energia   de   vibração   da   fonte   que   emite   as   ondas   sonoras.   Ao   se   propagar,   as  
Intensidade  
ondas   sonoras   transmitem   energias   que   se   espalham   em   todas   as   regiões.  
Quanto  maior  é  a  energia  que  a  onda  transporta,  maior  é  a  intensidade  do  som  
que   o   nosso   ouvido   percebe.   É   semelhante   ao   que   habitualmente   chamamos  
de  volume.  

É  por  meio  da  altura  que  podemos  distinguir  um  som  agudo  (fininho,  alto),  de  
um  grave  (grosso,  baixo).  A  altura  de  um  som  musical  depende  do  número  de  
vibrações.  As  vibrações  rápidas  produzem  sons  agudos  e  os  lentos  sons  graves.  
São   essas   vibrações   que   definem   cada   uma   das   notas   musicais:   dó,   ré,   mi,   fá,  
sol,   lá,   si;   assim,   a   velocidade   da   onda   sonora   determina   a   altura   do   som,   por  
Altura   isso  cada  nota  tem  sua  frequência  (número  de  vibrações  por  segundo).  A  altura  
de  um  som  pode  ser  caracterizada  como  definida  ou  indefinida.  Em  ambos  os  
casos,   os   sons   podem   ser   agudos   ou   graves.   Os   instrumentos   de   altura  
indefinida  são  incapazes  de  produzir  uma  melodia,  visto  que  a  maioria  deles  
emite  um  só  som,  que  a  voz  humana  ou  outro  instrumento  de  altura  definida  
não  conseguem  imitar.  

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Quadro  3.  Detalhamento  dos  elementos  formais  da  música  (continuação).  
A  duração  é  o  tempo  que  o  som  permanece  em  nossos  ouvidos,  isto  é,  se  o  
som  é  curto  ou  longo.  É  a  característica  que  revela  o  tempo  de  emissão  de  um  
som.  Depende  do  tempo  que  duram  as  vibrações  do  objeto  que  os  produz.  As  
diversas  durações  são  utilizadas  em  combinação  com  uma  regularidade  básica  
Duração   chamada  de  pulso  ou  pulsação.  Essas  variações  são  comumente  chamadas  de  
ritmo.  Alguns  sons  possuem  ressonância  curta,  isto  é,  continuam  soando  por  
um   breve   período   de   tempo,   como   o   som   dos   tambores,   e   outros   tem  
ressonância  longa,  como  os  sons  dos  sinos  que  permanecem  soando  por  um  
período  de  tempo  maior.  
Harmonia   é   a   combinação   dos   sons   ouvidos   simultaneamente,   é   o  
Harmonia  
agrupamento  agradável  de  sons.  
É  uma  sequência  de  sons  em  intervalos  irregulares.  
A  Melodia  caminha  por  entre  o  Ritmo.  A  Melodia  normalmente  é  a  parte  mais  
Melodia   destacada   da   Música,   é   a   parte   que   fica   a   cargo   do   Cantor,   ou   de   um  
instrumento  como  Sax  ou  de  um  solo  de  Guitarra  etc.  Sempre  que  ouvir  um  
Solo  -­‐  notas  tocadas  individualmente  -­‐  você  estará  ouvindo  uma  Melodia.  
Ritmo   é   o   que   age   em   função   da   duração   do   som.   É   a   definição   de   quanto  
tempo  cada  parte  da  melodia  continuará  à  tona.  É  uma  sequência  de  sons  em  
Ritmo   intervalos   regulares   que   dita   os   exercícios   de   forma   coreografada.   Você   já  
percebeu   que   na   parte   “(...)   margens   plácidas”,   o   “plá”   demora   mais   que   o  
“cidas”?  Isso  é  o  ritmo  da  música.  
Fonte:  CURITIBA,  2012.  
 
Na   maioria   das   músicas   a   cada   mudança   de   frase   musical   ocorre   uma   modificação   nos  
elementos  formais  da  música,  podendo  ser  a  entrada  de  um  instrumento  ou  da  voz  do  
cantor,  por  exemplo.  
 
3.6  Estrutura  Musical  
 
A   elaboração   das   coreografias   depende   da   identificação   das   seguintes   divisões   da  
música:  
 
•   INSTRUMENTAL:  Parte  instrumental,  sem  verso  ou  refrão;  
 
•   VERSO:  Refere-­‐se  à  parte  cantada  da  música,  na  qual  se  conta  uma  história  em  forma  
de  canção  –  parte  vocal;  
 
•   REFRÃO:   É   a   parte   principal   da   música,   de   mais   impacto.   Designa   a   parte   da   música  
que  se  repete  algumas  vezes,  onde  se  concentra  a  carga  emocional  da  música  ou  da  
história  que  é  contada  em  forma  de  canção.  Seria  a  conclusão  da  história.  
 
•   FADE:  Quando  o  volume  da  música  diminui  lentamente.  
 
3.7  BPM  
 
A  velocidade  da  música  é  determinada  através  dos  BPM,  influenciando  na  velocidade  
dos  movimentos  e  consequentemente  na  intensidade  do  esforço.  
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Antes  de  iniciar  o  planejamento  de  aula  é  importante  a  escolha  da  música  e  identificar  
o  seu  BPM,  conforme  Tabela  3:  
 
Tabela  3.  Identificação  do  BPM  da  música  através  do  cronômetro.  
Tempo   Tempo   Tempo   Velocidade  
Velocidade  (BPM)   Velocidade  (BPM)  
(s)   (s)   (s)   (BPM)  
21.31   90   16.55   116   13.52   142  
21.08   91   16.41   117   13.42   143  
20.82   92   16.27   118   13.33   144  
20.61   93   16.13   119   13.24   145  
20.40   94   16.00   120   13.15   146  
20.23   95   15.86   121   13.06   147  
19.96   96   15.73   122   12.97   148  
19.81   97   15.60   123   12.88   149  
19.56   98   15.48   124   12.80   150  
19.36   99   15.36   125   12.71   151  
19.20   100   15.23   126   12.63   152  
19.00   101   15.11   127   12.54   153  
18.82   102   15.00   128   12.46   154  
18.64   103   14.88   129   12.38   155  
18.46   104   14.76   130   12.30   156  
18.28   105   14.65   131   12.22   157  
18.11   106   14.54   132   12.15   158  
17.94   107   14.43   133   12.07   159  
17.77   108   14.32   134   12.00   160  
17.61   109   14.22   135   11.92   161  
17.45   110   14.11   136   11.85   162  
17.29   111   14.01   137   11.77   163  
17.14   112   13.91   138   11.70   164  
16.99   113   13.81   139   11.63   165  
16.84   114   13.71   140   11.56   166  
16.69   115   13.61   141   11.49   167  
Procedimentos   para   usar   a   tabela:   Cronometrar   uma   frase   musical   (32   tempos),   iniciando   o  
cronômetro  no  tempo  1  (um)  do  primeiro  oito  da  primeira  frase  e  terminando  no  tempo  1  (um)  
do  primeiro  oito  da  segunda  frase.  
 
Cada   modalidade   de   aula   possui   um   BPM   específico   cujo   intuito   é   manter   a   segurança  
na  execução  dos  exercícios.  De  acordo  com  Guiselini  (2007),  o  BPM  da  música  influência  
a  progressão  do  exercício.  
 
Tabela  4.  BPM  sugerido  para  modalidades  de  ginástica  coletiva.  
Modalidades   BPM  Sugerido  
Aquecimento  e  volta  a  calma   Entre  100  a  128  
Modalidades  Neuromusculares   Entre  110  a  132  
Modalidades  Aeróbias   Entre  130  a  160  
Alongamento  /  Relaxamento   Abaixo  de  128  
 
A   melhor   maneira   de   desenvolver   a   sensibilidade   musical   é   escutar   variados   estilos  
musicais  aprendendo  a  fazer  contagem  do  BPM  (com  palmas  ou  batida  dos  pés),  e  logo  
após  encaixar  movimentos  em  diversos  ritmos  (lento,  moderado  e  rápido).  

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3.8  Estrutura  Coreográfica  
 
Após   a   compreensão   do   conceito   de   musicalidade   o   profissional   de   Educação   Física  
deverá  incluir  movimentos  coreográficos  nas  oitavas  e  frases  musicais.    
 
Segundo   Amantéa   (2003),   para   que   a   aula   seja   estruturada   de   forma   assimétrica   (a  
mesma  quantidade  de  exercícios  que  inicia  do  lado  esquerdo  também  é  aplicada  ao  lado  
direito)  os  blocos  coreográficos  e  a  coreografia  devem  sempre  estar  interligados.  
 
Neste   sentido,   na   construção   coreográfica   os   movimentos   organizados   em   formato   de  
blocos,   que   somados   completam   ½   (2x8),   1   (4x8)   ou   2   (8x8)   frases   musicais,   são  
classificados  em  B16,  B32  ou  B64.  
 
3.8.1  Bloco  B16  
 
Os   blocos   B16   possuem   a   duração   de   ½   frase   musical   (16   tempos)   e   é   a   forma   mais  
simples  de  combinação  de  movimentos.  
 
É  composto  por  uma  oitava  musical  ou  8  tempos  que  se  iniciam  com  a  lado  esquerdo  
do  professor,  e  na  sequência  repetir  os  mesmos  movimentos  em  mais  8  tempos  que  se  
iniciam  com  a  lado  direito  do  professor.  
 
½  Frase  Musical  =  2x8  =  16  tempos  =  8  tempos  Lado  Esquerdo  +  8  tempos  Lado  Direito  
 
 
Lado  Esquerdo                      Lado  Direito  
=  
 
 
 
8  tempos                                        8  tempos  
Figura  6.  Representação  de  um  bloco  B16.  
 
INDICAÇÃO:  Alunos  intermediários  e  avançados  com  consciência  corporal  e  habilidade  
na  execução  dos  movimentos.    
 
3.8.2  Bloco  B32  
 
Os  blocos  B32  possuem  a  duração  de  uma  frase  musical  (32  tempos).  
 
É  composto  por  duas  oitavas  musicais  ou  16  tempos  que  se  iniciam  com  a  lado  esquerdo  
do  professor,  e  na  sequência  repetir  os  mesmos  movimentos  em  mais  16  tempos  que  
se  iniciam  com  a  lado  direito  do  professor.  
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   12  


 
 
1  Frase  Musical  =  4x8  =  32  tempos  =  16  tempos  Lado  Esquerdo  +  16  tempos  Lado  Direito  
 
 

Lado  Esquerdo                      Lado  Direito  


=  
 
 
 
16  tempos                              16  tempos  
Figura  7.  Representação  de  um  bloco  B32.  
 
INDICAÇÃO:  Alunos  iniciantes,  intermediários  e  avançados.    
 
3.8.3  Bloco  B64  
 
Os  blocos  B64  possuem  a  duração  de  duas  frases  musicais  (64  tempos).  
 
É  composto  por  1  frase  musical  ou  32  tempos  que  se  iniciam  com  a  lado  esquerdo  do  
professor,  e  na  sequência  repetir  os  mesmos  movimentos  em  mais  32  tempos  que  se  
iniciam  com  a  lado  direito  do  professor.  
 
2  Frases  Musicais  =  8x8  =  64  tempos  =  32  tempos  Lado  Esquerdo  +  32  tempos  Lado  Direito  
 
 
 
 

Lado  Esquerdo                      Lado  Direito  


=  
 
   

32  tempos                              32  tempos  


Figura  8.  Representação  de  um  bloco  B64.  
 
INDICAÇÃO:  Alunos  iniciantes,  intermediários  e  avançados.  
 
Após   a   definir   o   formato   do   bloco,   o   professor   deverá   escolher   os   movimentos   que   irá  
utilizar  em  cada  música,  diferenciando  os  movimentos  nos  diversos  blocos,  pois  facilita  
a  assimilação  e  memorização  por  parte  dos  alunos.  
 
 
 
   

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Capítulo  4.  Metodologia  Coreográfica  
 

4.1  Estrutura  de  uma  aula/sessão  de  ginástica  coletiva  


 
De   acordo   com   Haas   e   Garcia   (2008),   o   professor   deve   organizar   o   tempo   de   uma   aula  
ou  sessão  em  fases  distintas,  conforme  segue  abaixo:  
 
4.1.1  Primeiro  contato  (apresentação)  
 
Duração   aproximada   de   5%   do   tempo   total   da   aula.   Momento   de   apresentação   do  
professor   para   alunos   novos,   informar   com   a   estratégia   da   aula,   equipamentos   e/ou  
acessórios   necessários,   comentar   assuntos   do   cotidiano   com   todos   os   alunos.   Este  
momento   é   muito   importante   para   promover   no   grupo   o   sentido   de   integração   e  
interação.

4.1.2  Aquecimento  
 
Duração  aproximada  de  10%  do  tempo  total  da  aula.  Nesta  fase  o  objetivo  é  aumentar  a  
circulação   sanguínea   e/ou   preparar   o   corpo   para   o   trabalho   proposto.   São   utilizados  
movimentos   multiarculares   de   baixa   intensidade   como   alongamento   balistico,  
transferência  de  peso,  agachamento,  step  touch,  elevação  de  joelho  e  de  calcanhar  entre  
outros  combinados  com  movimentações  de  membros  superiors,  membros  inferiores  e  
core1.  
 

4.1.3  Parte  Principal  


 
Duração   aproximada   de   75%   do   tempo   total   da   aula.   Momento   em   que   se   concentra   a  
escolha  e/ou  a  opção  das  propostas  práticas  de  trabalhos  que  se  encontram  articuladas  
com  o  planejamento  e  os  objetivos  de  processo  de  ensino-­‐aprendizagem  proposto  pelo  
professor.   Nesta   fase,   a   escolha   dos   exercícios,   o   volume,   intensidade   e   a   ordem   de  
execução  serão  determinadas  de  acordo  com  a  estratégia  escolhida  pelo  professor  para  
se  atingir  um  objetivo  específico.  
 

4.1.4  Parte  Final  ou  Volta  a  Calma  


 
Duração   aproximada   de   5%   do   tempo   total   da   aula.   Tem   o   objetivo   de   reduzir   a  
frequência   cardíaca   por   meio   de   atividades   com   menor   intensidade.   Podem   ser  
realizados  técnicas  de  respiração,  assim  como  movimentos  naturais,  lentos  e  tranquilos.  
 

4.1.5  Encerramento  
 
Duração   aproximada   de   5%   do   tempo   total   da   aula.   Momento   para   agradecer   a  
participação  de  todos,  orientar  os  alunos  no  armanezamento  dos  equipamentos  e/ou  
acessórios,  promover  eventos  internos  e/ou  recomendar  a  prática  de  outros  meios  de  
treinamento  físico.  

                                                                                                           
1
 Região  Central  do  Corpo.  
AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   14  
 
 
Quadro  4.  Duração  aproximada  do  tempo  total  em  aulas  de  ginástica  coletiva.  
Parte  Final  
Primeiro   Parte  
Duração   Aquecimento   ou  Volta  a   Encerramento  
Modalidades   contato   Principal  
da  aula   (10%)   Calma   (5%)  
(5%)   (75%)  
(5%)  
Ginástica  
localizada  
15  min.   (por   ≈  1  min.   ≈  1  min.   ≈  11  min.   ≈  1  min.   ≈  1  min.  
segmento);  
Alongamento.  
Ginástica  
localizado  
(por  
30  min.   ≈  2  min.     3  min.   ≈  22  min.     ≈  2  min.     ≈  1  min.    
segmento);  
Aeróbica;  
Alongamento.  
Ginástica  
45  min.   Localizada;   ≈  2  min.   ≈  4  min.   ≈  34  min.     ≈  3  min.   ≈  2  min.  
Aeróbica.  
Ginástica  
50  min.   Localizada;   ≈  3  min.   5  min.   ≈  37  min.     ≈  3  min.   ≈  2  min.  
Aeróbica.  
Ginástica  
60  min.   Localizada;   3  min.   6  min.   45  min.     3  min.   3  min.  
Aeróbica.  
Legenda:  ≈  (aproximadamente).  
 

4.2  Método  de  ensino  


 
Os  exercícios  ensinados,  dependendo  da  complexidade,  podem  ser  de  fácil  execução  e  
compreensão,   ou   quando   elaborados   com   uma   complexidade   maior,   ensinar   “por  
partes”  e  introduzi-­‐los  gradualmente.  
 
Em   uma   aula   de   ginástica   de   academia   o   grupo   na   maioria   das   vezes   é   homogêneo,  
portanto,  é  muito  importante  balancear  exercícios  simples  e  complexos  para  motivar  
todos  os  alunos.  
 
4.2.1  Método  direto  -­‐  Nível  de  complexidade  baixa  
 
Os  exercícios  devem  ser  extremamente  simples  e  de  assimilação  imediata.  Consiste  em  
executar  diretamente  o  produto  final  elaborado.    
 
Este   produto   final   não   pode   ser   complexo,   nem   conter   demasiada   informação,   pois   os  
alunos  não  conseguirão  copiá-­‐lo  com  a  velocidade  exigida.  
 
4.2.2  Método  por  partes  -­‐  Nível  de  complexidade  média  ou  alta  
 
O  método  por  partes  possui  várias  técnicas  em  sua  aplicação:  
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   15  


 
 
Tabela  5.  Técnicas  do  método  por  partes.  
Adição   Análise   União   Pirâmide  
Soma-­‐se  um  produto   Consiste  em  realizar   Dividir  o  produto  final   É  uma  sequência  de  
final  a  outro.   um  produto  final  em   em  duas  unidades.   movimentos  que  
Exemplo:  começar   forma  lenta  para   Após  ensiná-­‐la   começa  com  um  
com  um  bloco  de   posteriormente   separadamente,   número  grande  de  
agachamento   acelerar  sua   realizar  a  união  das   repetições  e  que  vai  
afastado  e  depois   execução.  Exemplo:   partes.   sendo  reduzida  
somar  com  um  bloco   utilizar  8  tempos  para   gradualmente  até  se  
de  agachamento   executar  um   atingir  a  combinação  
fechado.   movimento,  e   desejada.  
posteriormente  
executar  o  mesmo  
movimento  em  4  
tempos.  
 

4.3  Estratégias  de  Abordagem  em  Grupo  


 
Supervisionar   atividades   coletivas   não   é   uma   tarefa   fácil,   motivo   pelo   qual   o   professor  
deve  adotar  estratégias  com  o  intuito  de  aumentar  o  senso  individual  de  auto  eficácia  
de  cada  aluno  (Quadro  5).  
 
Quadro  5.  Estratégias  em  grupo  para  aumentar  a  auto  eficácia.  
Fonte  de  informação  
Abordagem  em  grupo  
sobre  a  auto  eficácia  
Experiências  de   •  Utilize  atividades  cooperativas  de  modo  que  todos  participem,  uma  
destreza/  realização  de   vez  que  isso  é  vital  para  o  sucesso.  
tarefas   •  Acompanhe  e  monitore  os  indivíduos  dentro  do  grupo.    
Modelos  sociais/   •  Frequente  um  estabelecimento  para  atividades  físicas  com  
experiências   indivíduos  como  você  mesmo  (ex.:  academias  apenas  para  
mulheres).  
•  Tenha  líderes  de  exercícios  em  grupos  adequados  com  quem  os  
outros  possam  se  identificar.  
Persuasão  social   •  Utilize  grupos  de  parceiros  para  encorajar  a  participação  e  a  adesão.  
•  Utilize  feedback  e  estímulos  frequentes,  tanto  verbais  quanto  não  
verbais.  
Redução  do  estresse  e  do   •  Escolha  um  ambiente  confortável  para  minimizar  o  estresse  de  
desgaste  físico/   observadores  de  fora.  
emocional   •  Permita  que  cada  um  estabeleça  o  próprio  ritmo,  de  modo  que  
todos  possam  se  sentir  desafiados,  mas  sem  causar  ansiedade  e  
desgaste  excessivos.  
Fonte:  Adaptado  de  ACSM  (2014).  
 
4.4  Variação  do  Espaço  
 
Na  construção  coreográfica  devemos  considerar  o  movimento  dos  alunos  no  espaço.  
Segundo  Guiselini  (2007),  o  espaço  possui  os  seguintes  aspectos:  
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   16  


 
 
4.4.1  Nível  
 
Refere-­‐se  à  altura  na  qual  o  movimento  é  realizado  (baixo,  médio  ou  alto).  
   
Ex.:  Exercício  abdominal  –  plano  baixo;  exercício  rosca  direta  –  plano  alto.  
 
4.4.2  Direção  
 
Refere-­‐se  à  trajetória  do  movimento,  tendo  como  ponto  de  referência  o  próprio  corpo,  
executados  nas  seguintes  direções:  
•   Para  frente/para  trás.  
•   Para  direta/para  esquerda.  
•   Para  cima/para  baixo.  
•   Para  as  diagonais.  
•   Combinação  de  direções.  
   
Ex.:  Linha  reta,  curva  ou  zig-­‐zag.  
 
4.4.3  Amplitude  
 
Refere-­‐se   à   localização   relativa   do   corpo   e   como   os   vários   tamanhos   e   as   várias  
extensões   do   corpo   (grande/pequeno,   largo/estreito,   longe/perto)   são   usados   nos  
movimentos.  O  termo  amplitude  é  utilizado  para  designar  o  tamanho  do  segmento.    
 
Ex.:  Manter  os  braços  estendidos  nos  exercícios  aeróbicos.  
 
4.5  Montagem  Coreográfica  
 
Na  construção  coreográfica  o  professor  de  ginástica  coletiva  deve  considerar  o  equilíbrio  
dos  seguintes  aspectos:  fisiológico,  biomecânico  e  psicomotor.  
 
4.5.1  Equilíbrio  fisiológico  
 
Está   relacionado   com   a   intensidade.   Em   aulas   coletivas   devemos   ter   blocos   com  
movimentos   mais   intensos   seguidos   por   movimentos   de   menor   intensidade,   buscando  
assim  um  equilíbrio  e  participação  de  todos  os  alunos,  independente  do  seu  nível  de  
condicionamento.  
 
4.5.2  Equilíbrio  biomecânico  
 
Tem  como  preocupação  evitar  que  haja  pontos  de  estresse  excessivo  e  garantir  que  os  
membros  inferiores  e/ou  superiores  sejam  estimulados  com  a  mesma  intensidade.  Uma  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   17  


 
 
das   principais   medidas   é   construir   blocos   simétricos   (tudo   que   faz   para   a   direita   se  
repete  para  a  esquerda).  
 
4.5.3  Equilíbrio  psicomotor  
 
Está  relacionado  com  o  grau  de  complexidade  dos  blocos  coreográficos.  Os  movimentos  
selecionados  deverão  ser  aqueles  que  a  maior  parte  dos  alunos  conseguem  fazer.  
Do   ponto   de   vista   psicológico,   movimentos   complexos   podem   desmotivar   o   grupo   e  
confundir  os  participantes,  especialmente  em  aulas  com  alunos  iniciantes  ou  com  níveis  
variados.   Por   outro   lado,   blocos   muito   simples   podem   desinteressar   os   alunos   mais  
avançados.  
 
Em   relação   ao   grau   de   complexidade   dos   blocos,   existem   algumas   orientações   que  
facilitam  a  assimilação  por  parte  dos  alunos:  
•   Intercalar  os  movimentos  complexos  com  outros  mais  simples,  pois  se  o  aluno  
se  perder,  consegue  acompanhar  no  próximo  movimento,  fazendo  com  que  ele  
não  pare  a  aula  e  consiga  realizar  um  trabalho  mais  eficiente;  
•   Evitar  usar  giros  consecutivos;  
•   Evitar  colocar  movimentos  que  sejam  semelhantes  em  uma  mesma  música  ou  
aula;  
•   Unir  movimentos  que  combinem  entre  si  para  que  haja  uma  transição  suave  e  
natural  (entre  os  movimentos  do  bloco  ou  do  fim  de  um  para  o  início  de  outro).    
 
4.5.4  Nível  de  aptidão  dos  alunos  
 
A  aula  deve  ser  montada  pensando  na  característica  dos  alunos.  Podemos  ter  aulas  onde  
os   alunos   possuam   um   bom   nível   de   condicionamento,   mas   não   tenham   muita  
coordenação  ou  habilidade  com  aquela  modalidade.  Nesse  caso  devemos  priorizar  uma  
aula  com  menor  complexidade  e  trabalhar  com  a  intensidade.  O  contrário  também  pode  
ocorrer.  
 
4.5.5  Duração  da  aula  
 
As  aulas  podem  ter  tempo  de  duração  variável  (15,  30,  45,  50  ou  60  minutos).  Nesse  
caso  dependendo  do  nível  do  aluno,  o  professor  deve  ministra  aulas  maior  intensidade  
(se  a  aula  for  com  tempo  menor  para  alunos  condicionados)  ou  uma  menor  intensidade,  
com  maior  número  de  passagens  durante  o  aprendizado  (se  a  aula  for  de  60  minutos  
para  um  publico  iniciante).  
 
4.5.6  Layout  e  tamanho  da  sala  
 
Dependendo  do  layout  da  sala  devemos  priorizar  uma  ou  outra  forma  de  se  deslocar.  
Por   exemplo,   em   uma   aula   de   fitness   de   combate   onde   a   sala   seja   retangular,   o  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   18  


 
 
deslocamento   frontal,   se   for   longo,   será   prejudicado.   Se   a   sala   for   pequena   evitar  
grandes  deslocamentos.  
 
4.5.7  Número  de  alunos  
 
Se   a   sala   for   pequena   e   o   número   de   aluno   for   grande,   evitar   fazer   grandes  
deslocamentos  ou  utilizar  muitos  acessórios.  
 
4.5.8  Materiais  e/ou  acessórios  
 
Se   for   utilizar   muitos   materiais   e/ou   acessórios   verificar   se   a   sala   comporta   e   se   existe  
quantidade  adequada  para  todos  os  alunos.    
 
4.6  Posicionamento  do  professor  e  dos  alunos  
 
O   professor   em   nenhum   momento   deve   ficar   de   costas   para   os   alunos,   mesmo   na  
presença  de  espelhos.  Em  todo  o  momento  devemos  ter  o  contato  visual  com  os  alunos.    
Antes   de   iniciar   a   aula   o   professor   deve   orientar   os   seus   alunos   com   relação   ao  
posicionamento  
 
4.6.1  Posição  Tradicional  
 
PROFESSOR:  Professor  atua  frente  aos  alunos.  No  comando  de  voz  inicia  os  movimentos  
do  lado  esquerdo  do  professor  (formato  de  espelho)  e  do  lado  direito  do  aluno.  
 
ALUNOS:   Alunos   intercalados   (distância   correspondente   ao   comprimento   dos   braços  
abertos).  
 

 
Figura  9.  Posição  tradicional.  
 
INDICAÇÃO:  Movimentos  aplicados  no  nível  alto  e  em  todas  as  direções  e  amplitudes.  
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   19  


 
 
4.6.2  Posição  Diagonal  
 
PROFESSOR:   Professor   atua   lateralmente   aos   alunos.   Caso   a   sala   possua   espelho   atrás  
do   professor,   o   mesmo   poderá   ser   utilizado   como   recurso   para   visualizar   todos   os  
alunos.  
 
ALUNOS:   Dividir   a   sala   de   aula   em   dois   grupos   (direita   e   esquerda).   Os   grupos  
direcionam  o  corpo  para  a  diagonal  oposta  atrás  do  professor.  

 
Figura  10.  Posição  diagonal.  
 
INDICAÇÃO:  Movimentos  aplicados  nos  níveis  baixo  e  médio.  
 
4.6.3  Posição  Circular  
 
PROFESSOR:  Professor  atua  no  centro  do  circulo.  Com  o  intuito  de  ter  um  com  contato  
visual  com  todos  os  alunos,  o  professor  circula  durante  a  execução  dos  exercícios.  
 
ALUNOS:  Os  alunos  ficam  posicionamento  um  do  lado  do  outro  em  formato  de  circulo.  

 
Figura  11.  Posição  circular.  
 
INDICAÇÃO:  Movimentos  aplicados  nos  níveis  baixo  e  médio  com  poucos  alunos.  
AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   20  
 
 
4.7  Escolha  da  Seleção  Musical  
 
Cada  tipo  de  aula  depende  de  um  estilo  musical  diferente.  Por  exemplo,  em  aulas  de  
alongamento   utilizamos   músicas   calmas   com   BPM   mais   baixo,   ao   contrário   de   aulas  
aeróbicas,  onde  o  BPM  é  mais  elevado  com  músicas  atuais.  
 
O  professor  deve  escolher  as  músicas  de  acordo  com  o  gosto  musical  dos  alunos,  e  não  
exclusivamente  do  seu  gosto.  Por  exemplo,  alunos  jovens  gostam  de  músicas  atuais  ou  
“top  hits”  do  momento,  enquanto  pessoas  com  mais  de  40  anos  gostam  de  músicas  da  
sua   época.   Em   aulas   heterogêneas   é   fundamental   várias   os   ritmos   para   agradar   e  
motivar  todos  os  alunos.  
 
Segue  abaixo  outras  instruções  importantes  na  seleção  musical:  
 
•   BPM  inadequado:  Descaracteriza  o  trabalho,  além  de  colocar  em  risco  a  segurança  
na  execução  dos  movimentos  e  dificultar  a  assimilação  por  parte  do  grupo;  
 
•   Mudança  de  BPM  durante  a  aula:  Tomar  muito  cuidado  para  mudar  o  BPM  durante  
a   aula,   pois   compromete   a   execução   física   e   segurança   dos   alunos.   O   ideal   é  
aumentar   de   forma   progressiva   respeitando   o   BPM   ideal   para   a   prática   da  
modalidade.   Também   é   utilizada   para   aumentar   ou   diminuir   a   intensidade   do  
exercício;  
 
•   Organizar   uma   sequência   musical   com   antecedência:   Procure   não   trocar   muitas  
vezes  de  CD  ou  ficar  procurando  música  no  aparelho  eletrônico  durante  a  aula,  pois  
perderá  o  ritmo  de  trabalho  e  a  motivação  dos  alunos;  
 
•   Variação  de  músicas:  É  muito  importante  variar  as  músicas  para  sempre  manter  sua  
motivação  e  a  do  grupo;  
 
•   Volume   do   som:   Cuidado   com   o   volume   do   som   e   do   microfone   do   professor.  
Lembre-­‐se:  exercício  físico  é  para  trazer  benefícios  em  geral.  
 
4.8  Organização  dos  exercícios  em  blocos  de  músicas  
 
Os   blocos   de   músicas   são   divisões   apresentados   na   estrutura   de   aula,   compostas   de  
produto  final  de  exercícios  simples  ou  combinados  com  o  intuito  de  organizar  e  facilitar  
a  montagem  coreográfica.  
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   21  


 
 
Tabela  6.  Exemplo  de  estrutura  de  aula  em  blocos  de  músicas  –  Circuit  training.  
Aquecimento   Bloco  1   Exercícios  aeróbicos  dinâmicos  e  estáticos  
Flexão  de  cotovelo  
Bloco  2  –  Neuromuscular  
Remada  curvada  
Bloco  3  –  Aeróbico   Step  
Parte  Principal  
Rosca  direta  
Bloco  4  –  Neuromuscular  
Tríceps  francês  
Bloco  5  –  Aeróbico   Jump  
Parte  Final  ou   Exercícios  estáticos  de  MMII  +  MMSS  +  tronco  
Bloco  6  
Volta  a  Calma   +  pescoço  +  relaxamento  
 
4.9  Planejamento  de  uma  música  
 
Quadro  6.  Modelo  de  planejamento  coreográfico  de  uma  música.  
Segmento   Contagem  
Tempos   Repetições   Descrição  dos  Exercícios  
Musical   Lenta  
Instrumental  1   Posição  inicial  do  Agachamento  
Instrumental  2   4x8   8x8   2x   Agachamento  
Instrumental  3   4x8   2x6   4x   Agachamento  
Verso  1   8x8   6x2   8x   Agachamento  
Verso  2   8x8   4x4   8x   Agachamento  
Refrão   6x8   2x2   12x   Agachamento  
Verso  1   8x8   6x2   8x   Agachamento  
Verso  2   8x8   4x4   8x   Agachamento  
Refrão   4x8   2x2   8x   Agachamento  
Verso  2   4x8   6x2   8x   Agachamento  
Refrão   6x8   2x2   12x   Agachamento  
Fade   2x8   8x8   1x   Agachamento  
 
4.10  Recomendações  
 
4.10.1  Alunos  Iniciantes  
 
Recomenda-­‐se  para  alunos  iniciantes,  durante  a  montagem  da  coreografia,  priorizemos:  
•   Sequências  mais  simples;  
•   Menor  número  de  movimentos  por  sequência;  
•   Movimentos  menos  complexos;  
•   Movimentos  com  menor  intensidade;  
•   Ausência  de  giros;  
•   Não  acrescentar  movimentos  onde  o  aluno  esteja  de  costas.  
 

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   22  


 
 
4.10.2  Aulas  iniciais  
 
O  professor  de  ginástica  coletiva  quando  realiza  uma  aula  inicial  em  local  desconhecido  
deve  considerar  os  seguintes  itens:  
 
•   Qual  a  quantidade  aproximada  de  alunos?  
•   Qual  o  nível  de  condicionamento  físico  e  motor  dos  alunos?  
•   O  tamanho  da  sala  ou  espaço  suporta  a  quantidade  de  alunos?    
•   Qual  a  quantidade  de  matérias/acessórios  necessários  na  aula?  
•   Os  movimentos  dos  alunos  vão  interferir  na  execução  dos  outros  alunos  ao  lado?    
•   Devo  utilizar  microfone?  Caso  positivo,  qual  a  voltagem?  
•   Qual  a  potência  ideal  do  som?    
•   O  sistema  de  ventilação  é  suficiente?  
•   Qual  o  estilo  musical  de  preferencia  dos  alunos?    

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   23  


 
 
Capítulo   5.   Habilidades   de   comunicação   e   expressão  
corporal  
 
O  profissional  de  ginástica  de  academia  além  do  conhecimento  técnico  relaciona-­‐se  com  
pessoas.   Este   capítulo   apresenta   técnicas   de   comunicação   e   expressão   corporal   para  
que  este  relacionamento  seja  satisfatório  por  ambas  as  partes.  
 
5.1.  Preparação  
 
Falar  com  os  alunos  com  um  discurso  bem-­‐sucedido  requer  tempo,  dedicação,  disciplina  
e  persistência.  
 
O  bom  professor  prepara  toda  a  sua  aula  através  das  seguintes  informações  sobre  os  
alunos:   média   de   idade,   preferência   musical,   perfil   dos   alunos,   exercícios   que   mais  
gostam  de  realizar  e  outros  assuntos  de  interesse.  
 
5.2.  Escolha  da  roupa  
 
A   aparência   física   é   um   elemento   da   linguagem   não-­‐verbal   (ver   capítulo   5.7)   e   traz  
impacto  para  os  alunos.    
 
É   muito   importante   escolher   roupas   limpas   e   em   condições   de   uso   para   cada  
modalidade  ministrada.  
 
5.3.  Ansiedade  e  medo  
 
Falar   em   público   com   as   pessoas   é   uma   atividade   importante.   A   ansiedade   prévia   é  
positiva,  desde  que  faça  uma  boa  preparação.  
 
Muitos  professores  possuem  medo   do  que   os  alunos   pensam   sobre  ele.   O  medo   é  um  
estado   mental   sob   o   qual   temos   controle.   O   importante   é   lidar   com   as   inquietações  
pensando   sempre   em   realizar   um   bom   trabalho,   independente   de   manifestações  
negativas,   caso   existir.   No   entanto,   controlar   as   próprias   emoções   exige  
autoconhecimento  e  domínio  de  si  mesmo  (NÓBREGA,  2007).  
 
5.4.  Controle  da  respiração  
 
Devemos   falar   em   público   pausadamente.   Quando   uma   pessoa   fala   sem   os   devidos  
recortes,  ela  perde  o  ar  e  o  sentido  da  frase  é  prejudicado.  
 
Em   todo   o   processo   de   comunicação   é   muito   importante   utilizar   a   respiração   torácica,  
inspirando  o  ar  pelo  nariz  e  expirando  pela  boca.  Três  ou  quatro  respirações  profundas  
também  ajudam  a  relaxar  em  caso  de  ansiedade.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   24  


 
 
5.5.  Ânimo  
 
Em   qualquer   aula   devemos   ser   positivos   e   deixar   os   problemas   particulares   não  
atrapalhar   a   sua   comunicação   com   os   alunos.   Tenha   confiança   em   si   mesmo,   evitando  
autocríticas  em  público.    
 
A   melhor   alternativa   é   manter   a   imaginação   sob   controle   e   basear-­‐se   em   fatos  
concretos.  
 
5.6.  Linguagem  verbal  
 
A   comunicação   verbal   é   o   modo   de   comunicação   mais   utilizado   entre   as   pessoas.   É  
muito   importante   refletir   antes   de   falar   com   os   alunos,   para   não   correr   o   risco   de  
contradizer-­‐se  ou  ter  que  se  corrigir  a  todo  momento  (NÓBREGA,  2007).  
 
Um   dos   erros   mais   comuns   de   muitos   professores   é   falar   rápido   as   palavras   e,  
consequentemente,  não  pronuncia  as  palavras  até  o  final.    
 
Para   falar   bem   em   público   devemos   constantemente   aprimorar   o   nosso   idioma,  
começando  pela  pronúncia  das  palavras  através  da  correção  linguística.  Como  exercício,  
faça  leituras  sobre  assuntos  variados  para  melhorar  o  vocabulário.  
 
5.6.1.  Vícios  de  linguagem  
 
Expressões   como   “há,   hum,   bem,   então,   pessoal,   tá?,   entende?,   perfeito?,   ok?”   são  
muito  utilizadas  pelos  professores.    
 
A   utilização   dessas   expressões,   denominadas   muletas   linguísticas,   são   empregadas  
quando  as  pessoas  não  possuem  vocabulário  amplo,  com  o  intuito  de  cobrir  os  espaços  
vazios   do   discurso.   Quando   utilizadas   em   excesso,   os   alunos   passam   a   prestar   atenção  
nelas  e  nem  ouve  mais  o  conteúdo  do  professor  (NÓBREGA,  2007).  
 
5.6.2.  Modismos  
 
Segundo   Nóbrega   (2007),   os   modismos   são   termos   ou   frases   sazonais   e   desgastadas  
pelo  excesso  de  uso,  normalmente  difundido  pela  televisão  através  de  um  bordão  de  
um  personagem  de  novela  ou  programa  humorístico.  
 
Essas  frases  podem  até  ter  um  forte  apelo  interativo,  mas  transferi-­‐las  para  as  aulas  de  
ginástica  empobrece  a  capacidade  comunicativa.  
 
5.6.3.  Voz  
 
A  voz  é  utilizada  para  comunicação  verbal  entre  as  pessoas,  e  a  maneira  mais  direta  de  
expressão  com  o  outro.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   25  


 
 
É   fundamental   para   a   audição   dos   alunos,   que   a   voz   seja   variada   através   do   ritmo,  
velocidade,  volume  e  tom  (NÓBREGA,  2007).  
 
A   voz   deve   ser   projetada   ao   centro   do   grupo   de   alunos,   proporcionando   uma  
comunicação  direta  e  clara.    
 
Os  alunos  localizados  no  final  da  sala  devem  ouvir  todas  as  informações,  sem  ensurdecer  
quem  esta  na  frente  do  professor.  
 
5.7.  Linguagem  não  verbal  
 
A   comunicação   não   verbal   refere   à   transmissão   de   uma   mensagem   por   algum   meio  
diverso  da  fala  e  da  escrita.  
 
É  muito  importante  que  executemos  os  movimentos  com  perfeição,  já  que  os  alunos  ao  
imitarem  esses  movimentos  geralmente  tendem  a  modificá-­‐los.  Por  isso  devemos  ser  
um   modelo   perfeito   a   ser   imitado.   Se   não   executarmos   uma   boa   técnica,   não  
inspiraremos   confiança,   pelo   contrário,   ao   não   nos   sentir   seguros   do   que   fazemos  
irradiaremos  uma  negativa  insegurança.  
 
5.7.1.  Contato  visual  
 
Para   os   alunos,   o   contato   visual   aumenta   a   proximidade   com   o   professor.   É   muito  
importante   não   ficar   olhando   para   cima,   para   baixo   ou   para   as   paredes.   Devemos  
manter  o  contato  visual  com  os  alunos  durante  toda  a  aula.  
 
Três   segundos   são   suficientes   como   contato   visual.   Caso   permanecer   por   um   tempo  
prolongado,  o  olhar  pode  tornar-­‐se  ameaçador  (NÓBREGA,  2007).  
 
Quando  o  número  de  alunos  for  grande  e  isso  inviabilizar  o  contato  individual,  utilizar  a  
técnica  de  olhar  por  vários  setores  da  sala:  lado  direito  da  frente;  lado  direito  de  trás;  
lado  esquerdo  de  trás;  e  lado  esquerdo  da  frente.  A  tendência  é  que  todos  os  alunos  
daquele  setor  se  sintam  olhados  e  valorizados.  
 
5.7.2.  Expressão  fisionômica  
 
A   linguagem   corporal   revela   o   estado   emocional   das   pessoas.   O   professor   não   deve   se  
apresentar   com   o   ar   sisudo,   excessivamente   sério.   Quando   o   professor   sorri   para   os  
alunos,   demonstra   calma,   tranquilidade   e   alegria,   sobretudo,   deve   ser   natural,  
espontâneo  e  verdadeiro  (NÓBREGA,  2007).  
 
5.8.  Antecipação  
 
Baseia-­‐se  em  avisar  antecipadamente  para  os  alunos  a  mudança  de  exercícios.  Para  que  
a  antecipação  seja  efetiva  devemos  realizá-­‐la  com  tempo  suficiente.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   26  


 
 
Como  alternativa  podemos  chamar  a  atenção  dos  alunos  para  que  prestem  atenção  à  
mudança,   por   exemplo,   “Atenção,   vamos   mudar”,   ou   simplesmente   “mudança   de  
movimento”.  Com  este  tipo  de  antecipação  conseguimos  chamar  a  atenção  de  todos  os  
alunos,  mesmo  os  mais  distraídos.  
 
Se  mudarmos  os  exercícios  e  não  comunicarmos,  a  aula  perde  dinâmica  e  se  desordena.  
Além  disso,  os  alunos  não  conseguirão  executar  os  exercícios  com  fluência,  promovendo  
uma  sensação  de  frustração  e  desmotivação  em  retornar  em  nossas  aulas.  
 
É   possível   antecipar   visualmente   realizando   contagem   com   os   dedos   das   mãos,  
indicando  “4,  3,  2,  1”  sem  emitir  som  algum.  Outra  forma  de  antecipação  é  a  indicação  
das  direções  verbalmente  e/ou  pela  indicação  da  direção  com  movimentos  de  cabeça  
ou  membros  superiores/inferiores  
 
Para  assegurar-­‐nos  de  que  todos  recebam  a  mensagem,  a  melhor  forma  de  antecipação  
é  a  combinação  de  verbal  e  não  verbal  simultaneamente.  
 
5.9.  Instrução  técnica  
 
Na  instrução  técnica  são  apresentadas  a  execução  dos  exercícios  mais  complexos  e  as  
informações   de   segurança   dos   exercícios.   Devem   ser   utilizadas   repetidas   vezes   para  
descrever  os  movimentos  que  mal  executados  podem  lesionar  os  alunos.  Ao  ministrar  a  
aula   devemos   ficar   atentos   ao   grupo,   detectar   os   erros   técnicos   que   potencializam   a  
uma  lesão.  
 
Quando   realizamos   uma   correção   técnica   para   o   grupo,   por   exemplo,   “...Turma,   no  
agachamento   os   joelhos   não   passam   da   ponta   dos   pés...”,   caracteriza-­‐se   como   uma  
instrução  técnica.  
 
Se  quisermos  oferecer  um  trabalho  complementar,  sugerir  na  academia  onde  trabalha  
“aulas  preparatórias”  de  20  ou  30  minutos  com  o  objetivo  de  trabalhar  unicamente  a  
parte  técnica.  Desta  maneira  os  alunos  que  participarem  desta  aula  o  farão  sabendo  que  
trabalharão  especificamente  a  técnica.  
 
A  instrução  não  verbal  também  é  utilizada  a  partir  da  simples  execução  dos  movimentos  
do  professor.  Contudo,  o  professor  utiliza  o  ensino  técnico  exagerando  os  movimentos  
ou   tocando-­‐nos   com   o   objetivo   de   mostrar   aos   alunos   a   execução   correta   de  
determinada  parte  do  corpo.  
 
5.10.  Correção  dos  exercícios  -­‐  Feedback  
 
Corrigir   a   execução   dos   exercícios   é   uma   das   maneiras   de   ajudar   outra   pessoa,  
individualmente,   a   considerar   e   aceitar   mudanças   em   seu   comportamento   motor  
através  da  correta  execução  dos  exercícios.  
 

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   27  


 
 
A  correção  dos  exercícios  leva  a  uma  melhor  performance  e  segurança,  pois  se  torna  um  
processo  de  aprendizagem  que  coloca  o  indivíduo  na  rota  adequada  para  atingir  seus  
objetivos.  
 
Segue  abaixo  as  etapas  para  aplicar  uma  correção  com  eficiência:  
1º   IDENTIFICAR:   Identifique   em   qual   estágio   de   desenvolvimento   perceptivo-­‐motor  
encontra-­‐se  os  alunos  (Ver  Capítulo  4);  

2º   CONTATO:  Estabeleça  contato  com  o  aluno,  olhando  nos  olhos  e  chamando-­‐o  pelo  
nome  (preferencialmente)  com  um  tom  de  voz  cordial;  
3º   INSTRUÇÃO:  Recomende  a  mudança  no  movimento  verbalmente  e  visualmente;  
4º   CONSCIÊNCIA:  Estabeleça  um  tempo  para  o  aluno  receber  a  informação  e  transmitir  
para  o  corpo;  
5º   FEEDBACK:   Posteriormente,   observe   novamente   o   aluno   e   efetue   uma   nova  
correção,   sempre   com   manifestação   positiva,   por   exemplo,   “...continue   assim,  
melhorou  muito  o  movimento”.  
 
 
 

  ATENÇÃO  
 

 
Concentre-­‐se   no   problema   (evite   sobrecarregar   o   receptor   com   excesso   de  
informações  ou  críticas).  
 
 
Em  todas  as  etapas  é  muito  importante  ser  verdadeiro,  pois  os  outros  alunos  julgarão  
os  seus  atos  caso  as  informações  não  sejam  verdadeiras.  
 
5.11  Figuras  associativas  
 
São   elementos   lúdicos   apresentados   na   instrução   técnica,   cujo   objetivo   principal   é  
facilitar  a  compreensão  na  execução  do  movimento,  através  de  palavras  ou  posições  
corporais  similares.  Exemplo:  “Ao  realizar  o  agachamento,  imagine  que  está  sentando  
em  uma  cadeira”.  
 
Devemos  tomar  cuidado  na  elaboração  das  figuras  associativas  para  não  constranger  os  
alunos  com  palavras  desagradáveis.  Utilize  termos  comuns  do  dia-­‐a-­‐dia,  como  objetos,  
personagens,  elementos  físicos  ou  estruturais.  
 
5.12  Interação  e  Motivação  
 
Para   interagir   e   comunicar-­‐nos   ao   máximo   com   nossos   alunos   devemos   adotar   uma  
atitude  aberta,  sincera,  transparente  e  alegre.  É  bom  falar  com  um  sorriso  no  rosto  e  
com  um  tom  de  voz  amistoso  e  cordial.  
 
A  interação  é  o  exemplo  mais  claro  da  comunicação  dentro  da  aula.  Tem  como  objetivo  
não  somente  transmitir  informações,  mas  também  obter  a  participação  dos  alunos.  Vale  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   28  


 
 
lembrar  que  na  aula  todos  devem  sentir-­‐se  como  em  uma  reunião  de  amigos.  Se  fizer  
de  nossa  aula  um  monólogo  o  grupo  não  integrará  e  perderá  toda  comunicação.  
 
Esta  participação  se  obtém  mantendo  uma  espécie  de  diálogo  com  o  professor  através  
de   perguntas   formuladas   de   forma   geral   ou   individual,   por   exemplo,   perguntamos  
“como  estão;  como  se  sentem;  se  gostam  da  música  etc.”  É  muito  importante  manter  
este  diálogo  antes,  durante  e  depois  da  aula.  
 
Outra   forma   de   aproximar-­‐se   é   partilhando   algo   de   nós   com   eles.   Se   falarmos  
anteriormente   de   fazer   perguntas   para   que   eles   respondam   e   se   sintam   parte   ativa   da  
aula,   é   lógico   pensar   que   ajudaria   à   comunicação   se   eles   também   nos   fizessem  
perguntas.   Como   as   condições   não   estão   dadas   para   que   os   alunos   nos   perguntem  
durante   a   aula   diretamente,   podemos   omitir   o   passo   de   esperar   a   pergunta   e   dar  
diretamente  a  resposta,  contando-­‐lhes  coisas  de  nossa  vida  diária  que  seguramente  eles  
gostariam  de  saber.    
 
Ao   partilhar   parte   de   nossa   vida   deixamos   de   ser   “inalcançáveis   e   distantes”,   e   nos  
convertemos  em  seres  “reais”.  Podemos,  por  exemplo,  recomendar-­‐lhes  o  último  filme  
que  vimos  no  cinema  que  tanto  gostamos,  ou  comentar  o  que  vamos  fazer  pela  noite  
ou  no  próximo  fim  de  semana  etc.  
 
Contudo,  é  muito  certo  que  o  professor  é  uma  espécie  de  ídolo  para  seus  alunos,  possui  
um   misto   de   magia   e   mistério   que   causa   um   efeito   positivo   em   todos.   Por   isso,   é  
importante   manter   um   equilíbrio   e   não   perder   este   mistério   nem   esta   magia,   não  
permitindo  que  conheçam  os  mínimos  detalhes  de  nossa  vida.  
 
Mantenhamos  um  bom  balanço  entre  “mistério  e  realidade”  para  que  todos  obtenham  
o  que  buscam,  que  na  maioria  dos  casos  é  pouco  de  ambos.  
 
Também  podemos  fazer  uso  do  feedback  como  meio  para  interagir  com  nossos  alunos.  
Ao   corrigi-­‐los   demonstramos   nossa   preocupação   para   conseguir   que   avancem   e   se  
superem.  
 
Se  não  interagirmos  como  nossos  alunos,  se  não  nos  comunicarmos  com  eles  nossa  aula  
não  terá  sucesso.    
 
Mesmo   trabalhando   com   grupos,   todas   as   pessoas   querem   ser   tratadas  
individualmente.  Quem  não  se  assusta  e  se  alegra  quando  o  reconhecem  pelo  nome?  
Por  este  motivo  é  importante  que  também  prestemos  especial  atenção  a  cada  aluno,  
tomando  em  conta  os  objetivos  e  perfil  de  cada  um  deles:  
 
•   Aluno  novo  –  certificar-­‐nos  de  que  se  sintam  protegidos  e  vigiados;  
•   Aluno  com  menos  habilidade  –  guiá-­‐lo  durante  a  aula  e  encorajá-­‐lo  para  continuar;  
•   Aluno  com  menos  energia  –  motivá-­‐lo  e  colocá-­‐lo  no  nível  do  grupo;  
•   Aluno  líder  –  aceitá-­‐lo  e  elogiá-­‐lo.  
 

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   29  


 
 
5.13.  Ensino  em  espelho  
 
Objetivando   uma   maior   interação   com   os   alunos,   eficiência   na   instrução   técnica   e  
correção  de  eventuais  exercícios  é  fundamental  que  o  professor  de  ginástica  coletiva  se  
posicione  frente  aos  seus  alunos.  
 
Neste   sentido,   o   mesmo   deverá   iniciar   os   exercícios   do   lado   direito   e   executa-­‐los   de  
forma  oposta,  como  se  estive  em  frente  a  um  espelho.    
 
Esta  é  uma  habilidade  que  deve  ser  treinada,  para  que  os  movimentos  em  conjunto  com  
a  comunicação  verbal  e/ou  não  verbal  durante  a  aula  sejam  executados  com  fluência.  
 
5.14  Círculo  de  comunicação  
 
O  círculo  de  comunicação  é  uma  ferramenta  para  auxiliar  o  professor  no  planejamento  
do  diálogo  com  os  alunos  em  cada  música  durante  uma  aula  de  ginástica  de  academia.    
 
O   intuito   é   transmitir   a   informação   e   interagir   com   os   alunos   no   momento   correto,  
contribuindo  para  a  fluência  da  aula.  

 
Figura  12.  Círculo  de  comunicação  em  cada  música  durante  uma  aula  de  ginástica  de  
academia.  
 
O   círculo   de   comunicação   é   dividido   em   5   (cinco)   fases,   possuindo   as   seguintes  
características:  
 
1.   Antes  da  Música:  
o   Interação   pré-­‐aula:   Momento   para   interagir   com   os   alunos   e   conversar   sobre  
atividades  do  dia-­‐a-­‐dia,  ideal  para  conhecer  o  nome  de  todos  os  presentes.  Para  
memorização,  anote  em  uma  lista  de  chamada  os  nomes  ou  repita  diversas  vezes  
para  não  esquecer;  
o   Instrução  pré-­‐aula:  Momento  de  introdução  da  aula,  contendo  a  apresentação  
do   professor,   identificação   de   novos   alunos,   informar   sobre   os   materiais  
necessários,  organização  do  espaço,  instruções  de  segurança  e  execução  técnica  
AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   30  
 
 
dos  exercícios  mais  complexos.  As  instruções  devem  ser  claras  e  objetivas  para  
que  não  sejam  repetidas  diversas  vezes,  atrasando  o  andamento  da  aula;  
 

2.   Instrução   técnica   (em   grupo):   Após   o   inicio   da   aula,   transmitir   os   exercícios  


detalhadamente  e  analisar  a  execução  física  de  todos  os  alunos.  Efetuar  instruções  
técnicas  e  reavaliar  novamente  a  execução  física  dos  alunos;  
 

3.   Correção   dos   exercícios   (individual):   Identificar   os   alunos   que   estão   realizando  


movimentos   de   forma   inadequada.   Estabelecer   contato   individualmente,  
recomendar   uma   nova   execução   do   movimento,   e   posteriormente,   elogia-­‐lo  
positivamente.   Este   processo   pode   ser   aplicado   também   em   outras   fases,   caso  
necessário;  
 

4.   Interação   e   motivação   (individual   e   em   grupo):   Fase   onde   os   alunos   estão   mais  


cansados.   O   professor   deve   ter   o   controle   do   grupo,   relembrando   a   técnica   da  
execução   dos   movimentos.   Utilizar   palavras   para   encorajar,   desafiar   e   motivar   o  
grupo;  
 

5.   Após  o  final  da  música:  Agradecer  todos  os  alunos  por  terminarem  a  aula  e  transmitir  
informações  sobre  eventos  internos  ou  externos  do  local  onde  trabalha.  Se  possível,  
cumprimente  todos  os  alunos  quando  saírem  da  sala  de  aula  individualmente.  
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   31  


 
 
Capítulo  6.  Modalidades  de  Ginástica  Coletiva  
 
Tabela  7.  Principais  modalidades  de  ginástica  de  academia.  
Modalidade   Duração   Descrição  da  aula   Benefícios  
Abdominal   15  e  30   Aula  composta  de  exercícios  localizados  e   Melhora  da  postura,  
min.   específicos  para  a  região  abdominal  com  o   força  e  resistência  
auxílio  de  materiais  (fit  ball,  medicine  ball,   muscular  localizada.  
halteres,  tornozeleiras,  step  etc.).  
Aero  boxe   45  e  60   Aula  composta  de  exercícios  de  ginástica   Melhora  da  resistência  
min.   aeróbica  e  técnicas  de  boxe.   cardiorespiratória  e  
coordenação  motora.  

Alongamento   30  e  45   Aula  composta  de  exercícios  com  técnias  de   Melhora  da  flexibilidade,  
min.   relaxamento,  envolvendo  todos  os  grupos   postura,  equilíbrio,  
musculares.   respiração  e  consciência  
corporal.  Auxilia  na  
prevenção  de  lesões  e  
recuperação  de  treinos  
mais  intensos.  
 
Board  Fitness   30 a  45   Uma  aula  que  utiliza  uma  prancha  com   Melhora  da  resistência  
min.   rodinhas  (lembrando  um  skate)  como   cardiorespiratória,  força,  
equipamento  para  o  treinamento,  dentro  da   resistência  muscular  
prática  do  exercício  funcional.     localizada,  coordenação  
motora,  velocidade  e  
flexibilidade.  
Ciclismo   45  e  60   Aula  composta  de  exercícios  executados  em   Melhora  da  resistência  
indoor   min.   bicicletas  estacionárias  simulando  diversos   cardiorespiratória  
terrenos  (estrada,  montanha  e  terreno  misto).   (aeróbica  e  anaeróbica).  
Circuit   45  e  60   Uma  das  aulas  de  ginástica  mais  tradicionais  e   Melhora  da  resistência  
training   min.   eficientes,   organizada   em   forma   de   circuito,   cardiorespiratória,  força,  
com   estações   de   exercícios   aeróbicos   resistência  muscular  
intercalados   com   exercícios   de   resistência   localizada,  coordenação  
muscular   localizada,   com   auxílio   de   materiais   motora,  velocidade  e  
(step,  jump,  corda,  halteres  etc.)   flexibilidade.  
Circuito   30  a  45   A   aula   de   circuito   funcional   faz   parte   do   Melhora  da  resistência  
Funcional   min.   Treinamento   funcional.   Os   exercícios   da   aula   cardiorespiratória,  força,  
são   baseados   nos   movimentos   naturais   para   resistência  muscular  
qual   o   corpo   humano   foi   feito,   como   por   localizada,  coordenação  
exemplo,   agachar,   empurrar,   girar,   pular,   motora,  velocidade  e  
correr,   trabalhando   os   grupos   musculares   de   flexibilidade.  
forma   global   e   não   isolada,   mas   no   formato   de  
circuito.   Ou   seja,   as   estações   (exercícios)   são  
colocadas  de  forma  sequencial,  sem  intervalos  
entre   eles.   O   intervalo   para   descanso   acontece  
apenas  após  completar  as  estações  do  circuito.    
Core  Training   15  min.   Treinamento  da  região  do  CORE  (região  central   Fortalecimento  ou  
do   corpo),   responsável   pela   estabilização   da   manutenção  da  região  
coluna.   A   aula   consiste   em   exercícios   com   a   do  CORE.  
força  do  próprio  corpo  com  ou  sem  a  utilização  
de  acessórios.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   32  


 
 
Tabela  7.  Principais  modalidades  de  ginástica  de  academia  (continuação).  
Modalidade   Duração   Descrição  da  aula   Benefícios  
Fil  ball   30  e  45   Aula   de   alongamento,   alternando   com   Desenvolver  a  
min.   movimentos  de  força  de  contração  isométrica,   flexibilidade,  força,  
utilizando  bolas  de  fit  ball.   equilíbrio,  consciência  
corporal  e  correção  
postural.  
Fita  Suspensa   15  a  45   Uma   espécie   de   fita   muito   usada   para   Desenvolver  a  
min.   treinamentos  funcionais,  que  permite  que  você   flexibilidade,  força,  
fique  em  suspensão  e  execute  os  exercícios  do   equilíbrio,  consciência  
treino,   apenas   com   o   peso   do   próprio   corpo.   corporal  e  correção  
Uma  das  formas  de  variar  a  intensidade  da  aula,   postural.  
é  a  posição  do  corpo  em  relação  a  fita  suspensa.  
GAP   30  e  45   Aula   composta   de   exercícios   localizados   Melhora  da  força  e  
min.   específicos  para  membros  inferiores,  glúteos  e   resistênca  muscular  
abdôme,   com   auxílio   de   materiais   localizada.  
(tornozeleiras,   barras,   anilhas,   elásticos,  
bastões  etc.).  
Ginástica   30  e  45   Aula   originária   do   método   Pilates   de   solo.   Melhora  a  respiração,  
postural   min.   Desenvolve   o   corpo   e   a   mente   de   maneira   consciência  corporal,  
uniforme.  Essa  aula  é  composta  de  exercícios  de   postura,  força  muscular  e  
força   e   flexibilidade   muscular   com   ênfase   na   flexibilidade.  
região  abdominal.  
HIIT   15  a  30   Treinamentos  de  alta  intensidade  e  queima  de   Melhora  da  resistência  
min.   calorias,  em  um  curto  espaço  de  tempo  de  aula.   cardiorespiratória,  
coordenação  motora  e  
equilíbrio  dinâmico.  
Jump   45  e  60   Aula   composta   de   rotinas   coreografada   com   Melhora  da  resistência  
min.   características  lúdicas  (corrida,  saltos  e  saltitos)   cardiorespiratória,  
sobre  uma  superfície  elástica  (mini-­‐trampolim,   coordenação  motora  e  
denominado  jump).   equilíbrio  dinâmico.  
Kangoo   30  a  60   Aula   aeróbica   coreografada,   que   utiliza   o   Melhora  da  resistência  
Jumps   min.   material  "Kangoo  Jumps"  que  passa  a  sensação   cardiorespiratória,  
de   propulsão,   ou   seja,   como   se   estivesse   com   coordenação  motora  e  
uma  mola  nos  pés.   equilíbrio  dinâmico.  
Localizada   60  min.   Aula  composta  de  exercícios  localizados  para  os   Melhora  da  força  e  
principais   grupos   musculares   com   auxílio   de   resistência  muscular  
materiais   (tornozeleiras,   halteres,   bastões,   localizada.  
step,  elásticos  etc.).  
Mat  Pilates   30  a  45   A   aula   de   Pilates   Solo   é   uma   aula   que   une   Melhora  da  flexibilidade,  
min.   exercício   físico   (força)   e   alongamento   postura,  equilíbrio,  
(flexibilidade),   trabalhando   o   corpo   de   forma   respiração  e  consciência  
global,   com   o   objetivo   de   melhorar   a   corporal.  Auxilia  na  
postura.   Através   de   movimentos   suaves   e   prevenção  de  lesões  e  
eficazes,   com   poucas   repetições   e   em   recuperação  de  treinos  
diferentes  planos  e  posições,  o  pilates  no  chão   mais  intensos.  
desenvolve   o   fortalecimento   e  
alongamento   dos   músculos,   conscientização  
corporal.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   33  


 
 
Tabela  7.  Principais  modalidades  de  ginástica  de  academia  (continuação).  
Modalidade   Duração   Descrição  da  aula   Benefícios  
Ritmos   45  a  60   Aula   composta   por   movimentos   de   dança,   Melhora  da  resistência  
min.   utilizando  ritmos  variados.   cardiorespiratória  e  
coordenação  motora.  
Step   30,  45  e   Aula   composta   de   rotinas   coreografadas   de   Resistência  
60  min.   exercícios   e   passos   de   dança   sobre   uma   cardiorespiratória  e  
plataforma.   coodenação  motora.  
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   34  


 
 
Referências  Bibliográficas  
 
ACSM.   American   College   of   Sports   Medicine.   Diretrizes   do   ACSM   para   os   testes   de  
esforço   e   sua   prescrição.   Trad.   Dilza   Belteiro   Pereira   de   Campos.   9.   ed.   Rio   de   Janeiro:  
Guanabara,  2014.  
 
AMANTÉA,  M.  Step  Force:  A  verdadeira  aula  de  Step.  Jundiaí,  SP:  Fontoura,  2003.  
 
CELAFISCS.   Centro   Coordenador   do   IPAQ   no   Brasil.   Questionário   Internacional   de  
Atividade  Física  –  IPAQ,  2010a.  IPAQ  Internacional:  http://www.ipaq.ki.se/.  Disponível  
em  <http://goo.gl/co95xh>.  Acesso  em  27  dez.  2016.  
 
CELAFISCS.  Centro  Coordenador  do  IPAQ  no  Brasil.  Classificação  do  Nível  de  Atividade  
Física   –   IPAQ,   2010b.   IPAQ   Internacional:   http://www.ipaq.ki.se/.   Disponível   em  
<http://goo.gl/pJwgCW>.  Acesso  em  27  dez.  2016.  
 
CURITIBA   (Paraná).   Secretária   da   Educação,   2012.   Compreendendo   a   Música.  
Disponível   em:  
<http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=136>.  
Acesso  em:  26  de  dez.  2016.    
 
CSIKSZENTMIHALYI,  M.  A  Descoberta  do  Fluxo:  A  Psicologia  do  Envolvimento  com  a  Vida  
Cotidiana.  São  Paulo:  Rocco,  1999.  
 
GALLAHUE,   D.   L.   et   al.   Compreendendo   o   desenvolvimento   motor:   bebês,   crianças,  
adolescentes  e  adultos.  Trad.  Denise  Regina  de  Sales.  7.  ed.  Porto  Alegre:  Artmed,  2013.  
 
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fitness  activities.  J  Music  Ther.  v.  25,  n.  1,  p.  28-­‐43,  1988.    
 
GUISELINI,  M.  Exercícios  Aeróbicos:  Teoria  e  Prática  no  Treinamento  Personalizado  e  
em  Grupos.  São  Paulo:  Phorte,  2007.  
 
GORDON,   E.   E.   Preparatory   Audiation,   Audiation,   and   Music   Learning   Theory:   A  
handbook  of  comprehensive  music  learning  sequence.  Chicago:  GIA  Publications  Inc.,  
2001.  
 
HAAS,   A.   N.;   GARCIA.   A.   Expressão   Corporal:   Aspectos   Gerais.   Porto   Alegre:   ediPUCRS,  
2008.  
 
NÓBREGA,   M.   H.   Estratégias   de   Comunicação   em   Grupo:   Como   se   apresentar   em  
eventos  empresariais  e  acadêmicos.  São  Paulo:  Atlas,  2007.  
 
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1997.  376  f.  Tese  (Doutorado).  Instituto  de  Psicologia,  Universidade  de  São  Paulo,  São  
Paulo,  1997.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   35  


 
 
TEEL,   C.   et   al.   Developing   a   movement   program   with   music   for   older   adults.   Journal   of  
Aging  and  Physical  Activity,  v.  7,  p.  400-­‐413.  1999.  
 
WHITMORE,  J.  Coaching  para  aprimorar  o  desempenho:  Os  princípios  e  a  prática  do  
coaching  e  da  liderança.  Trad.  Henrique  Amat  Rêgo  Monteiro.  São  Paulo:  Clio,  2012.  
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   36  


 
 
Anexo  I.  Questionário  Internacional  de  Atividade  Física  –  
IPAQ  -­‐  Versão  curta  
 
Fonte:  CELAFISCS.  Centro  Coordenador  do  IPAQ  no  Brasil.  Questionário  Internacional  
de   Atividade   Física   –   IPAQ,   2010a.   IPAQ   Internacional:   http://www.ipaq.ki.se/.  
Disponível  em  <http://goo.gl/co95xh>.  Acesso  em  27  dez.  2016.  
 
Nome:_________________________________________________________________  
Data:  ______/  _______  /  ______  Idade  :  ______  Sexo:  F  (  )  M  (  )    
 
Nós  estamos  interessados  em  saber  que  tipos  de  atividade  física  as  pessoas  fazem  como  
parte  do  seu  dia  a  dia.  Este  projeto  faz  parte  de  um  grande  estudo  que  está  sendo  feito  
em   diferentes   países   ao   redor   do   mundo.   Suas   respostas   nos   ajudarão   a   entender   que  
tão   ativos   nós   somos   em   relação   à   pessoas   de   outros   países.   As   perguntas   estão  
relacionadas  ao  tempo  que  você  gasta  fazendo  atividade  física  na  ÚLTIMA  semana.  As  
perguntas   incluem   as   atividades   que   você   faz   no   trabalho,   para   ir   de   um   lugar   a   outro,  
por   lazer,   por   esporte,   por   exercício   ou   como   parte   das   suas   atividades   em   casa   ou   no  
jardim.   Suas   respostas   são   MUITO   importantes.   Por   favor   responda   cada   questão  
mesmo  que  considere  que  não  seja  ativo.  Obrigado  pela  sua  participação!    
 
Para  responder  as  questões  lembre  que:
  
• Atividades  físicas  VIGOROSAS  são  aquelas  que  precisam  de  um  grande  esforço  
físico  e  que  fazem  respirar  MUITO  mais  forte  que  o  normal.  
• Atividades   físicas   MODERADAS   são   aquelas   que   precisam   de   algum   esforço  
físico.  e  que  fazem  respirar  UM  POUCO  mais  forte  que  o  normal    
 
 
Para  responder  as  perguntas  pense  somente  nas  atividades  que  você  realiza  por  pelo  
menos  10  minutos  contínuos  de  cada  vez.    
 
1a.  Em  quantos  dias  da  última  semana  você  CAMINHOU  por  pelo  menos  10  minutos  
contínuos  em  casa  ou  no  trabalho,  como  forma  de  transporte  para  ir  de  um  lugar  para  
outro,  por  lazer,  por  prazer  ou  como  forma  de  exercício?    
 
dias  _____  por  SEMANA  (  )  Nenhum

 
1b.   Nos   dias   em   que   você   caminhou   por   pelo   menos   10   minutos   contínuos   quanto  
tempo  no  total  você  gastou  caminhando  por  dia?    
 
horas:  ______  Minutos:  _____    
 
2a.  Em  quantos  dias  da  última  semana,  você  realizou  atividades  MODERADAS  por  pelo  
menos   10   minutos   contínuos,   como   por   exemplo   pedalar   leve   na   bicicleta,   nadar,  
dançar,   fazer   ginástica   aeróbica   leve,   jogar   vôlei   recreativo,   carregar   pesos   leves,   fazer  
serviços  domésticos  na  casa,  no  quintal  ou  no  jardim  como  varrer,  aspirar,  cuidar  do  
jardim,   ou   qualquer   atividade   que   fez   aumentar   moderadamente   sua   respiração   ou  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   37  


 
 
batimentos  do  coração  (POR  FAVOR  NÃO  INCLUA  CAMINHADA).  
 
dias  _____  por  SEMANA  (  )  Nenhum    
 
2b.  Nos  dias  em  que  você  fez  essas  atividades  moderadas  por  pelo  menos  10  minutos  
contínuos,  quanto  tempo  no  total  você  gastou  fazendo  essas  atividades  por  dia?    
 
horas:  ______  Minutos:  _____    
 
3a.  Em  quantos  dias  da  última  semana,  você  realizou  atividades  VIGOROSAS  por  pelo  
menos  10  minutos  contínuos,  como  por  exemplo  correr,  fazer  ginástica  aeróbica,  jogar  
futebol,  pedalar  rápido  na  bicicleta,  jogar  basquete,  fazer  serviços  domésticos  pesados  
em   casa,   no   quintal   ou   cavoucar   no   jardim,   carregar   pesos   elevados   ou   qualquer  
atividade  que  fez  aumentar  MUITO  sua  respiração  ou  batimentos  do  coração.    
 
dias  _____  por  SEMANA  (  )  Nenhum    
 
3b.   Nos   dias   em   que   você   fez   essas   atividades   vigorosas   por   pelo   menos   10   minutos  
contínuos  quanto  tempo  no  total  você  gastou  fazendo  essas  atividades  por  dia?    
 
horas:  ______  Minutos:  _____    
 
Estas  últimas  questões  são  sobre  o  tempo  que  você  permanece  sentado  todo  dia,  no  
trabalho,  na  escola  ou  faculdade,  em  casa  e  durante  seu  tempo  livre.  Isto  inclui  o  tempo  
sentado   estudando,   sentado   enquanto   descansa,   fazendo   lição   de   casa   visitando   um  
amigo,   lendo,   sentado   ou   deitado   assistindo   TV.   Não   inclua   o   tempo   gasto   sentando  
durante  o  transporte  em  ônibus,  trem,  metrô  ou  carro.    
 
4a.    Quanto  tempo  no  total  você  gasta  sentado  durante  um  dia  de  semana?  
______horas  ____minutos  
  
 
4b.    Quanto  tempo  no  total  você  gasta  sentado  durante  em  um  dia  de  final  de  semana?    
 
______horas  ____minutos    
 
   

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   38  


 
 
Anexo  II.  Classificação  do  nível  de  atividade  física  –  IPAQ  
 
Fonte:   CELAFISCS.   Centro   Coordenador   do   IPAQ   no   Brasil.   Classificação   do   Nível   de  
Atividade  Física  –  IPAQ,  2010b.  IPAQ  Internacional:  http://www.ipaq.ki.se/.  Disponível  
em  <http://goo.gl/pJwgCW>.  Acesso  em  27  dez.  2016.  
 
1.  MUITO  ATIVO:  aquele  que  cumpriu  as  recomendações  de:    
 
a)   VIGOROSA:  ≥  5  dias/sem  e  ≥  30  minutos  por  sessão;  
b)   VIGOROSA:   ≥   3   dias/sem   e   ≥   20   minutos   por   sessão   +   MODERADA   e/ou  
CAMINHADA:  ≥  5  dias/sem  e  ≥  30  minutos  por  sessão.    
 
2.  ATIVO:  aquele  que  cumpriu  as  recomendações  de:  
 
a)   VIGOROSA:  ≥  3  dias/sem  e  ≥  20  minutos  por  sessão;  ou  
b)   MODERADA  ou  CAMINHADA:  ≥  5  dias/sem  e  ≥  30  minutos  por  sessão;  ou  
c)   Qualquer   atividade   somada:   ≥   5   dias/sem   e   ≥   150   minutos/sem   (caminhada   +  
moderada  +  vigorosa).    
 
3.  IRREGULARMENTE  ATIVO:  aquele  que  realiza  atividade  física  porém  insuficiente  para  
ser  classificado  como  ativo  pois  não  cumpre  as  recomendações  quanto  à  frequência  ou  
duração.  Para  realizar  essa  classificação  soma-­‐se  a  frequência  e  a  duração  dos  diferentes  
tipos  de  atividades  (caminhada  +  moderada  +  vigorosa).  Este  grupo  foi  dividido  em  dois  
sub-­‐grupos   de   acordo   com   o   cumprimento   ou   não   de   alguns   dos   critérios   de  
recomendação:    
 
IRREGULARMENTE  ATIVO  A:  aquele  que  atinge  pelo  menos  um  dos  critérios  da  
recomendação  quanto  à  frequência  ou  quanto  à  duração  da  atividade:    
 
a)    Frequência:  5  dias  /semana;  ou    
b)    Duração:  150  min  /  semana.  
 
IRREGULARMENTE   ATIVO   B:   aquele   que   não   atingiu   nenhum   dos   critérios   da  
recomendação  quanto  à  frequência  nem  quanto  à  duração.  
 
4.  SEDENTÁRIO:  aquele  que  não  realizou  nenhuma  atividade  física  por  pelo  menos  10  
minutos  contínuos  durante  a  semana.    
 
Exemplos:  
 

Caminhada   Moderada   Vigorosa  


Indivíduos   Classificação  
F   D   F   D   F   D  
1   4   20   1   30   -­‐   -­‐   Irregularmente  Ativo  A  
2   3   30   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   Irregularmente  Ativo  B  
3   3   20   3   20   1   30   Ativo  
4   5   45   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   Ativo  
F  =  Frequência;  D  =  Duração.  
 

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   39  


 
 
Apêndice   I.   Roteiro   para   planejamento   coreográfico   de  
uma  música  
 
 
Nome  da  Música:   Tempo  da  Música:  
 
Modalidade:   Música  nº:    
Antes  da  Música:  
 

Contagem   Descrição  dos   Dicas  de  


Segmento  Musical   Tempos   Rep  
Lenta   movimentos   Instrução  
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
           
Após  a  Música:  
 
 
 
Procedimentos  para  usar  a  tabela:  
(1)  Escolher  uma  música  e  anotar  qual  a  sua  duração;  (2)  Antes  da  Música:  Demonstrar  os  exercícios  mais  
complexos  que  serão  apresentados  na  música,  e  informar  as  principais  dicas  de  segurança;  (3)  Segmento  
Musical:   Identificar   introdução,   verso   e   refrão   na   música   inteira;   (4)   Tempos:   Anotar   a   quantidade   de  
oitavas   musicais   e/ou   frases   musicais   correspondente   a   cada   segmento   musical;   (5)   Contagem   Lenta:  
apenas  em  modalidades  neuromusculares;  identificar  qual  o  tempo  que  pretende  realizar  (2x2,  2x6,  6x2,  
4x4   e   8x8);   (6)   Repetições   (Rep):   Descrever   a   quantidade   de   repetições   para   na   execução   de   cada  
movimento   corporal;   (7)   Descrição   dos   movimentos;   (8)   Dicas   de   Instrução:   Descrever   as     principais  
instruções  de  segurança  e  figuras  associativas  que  serão  utilizadas  na  aula;  (9)  Após  a  música:  Agradecer  
e  elogiar  os  alunos.  

AMARAL,  Paulo  Costa.  Atividades  de  Academia   40  


 
Atividades de
Academia

Princípios
metodológicos para
ensino em ginástica
coletiva

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