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GESTÃO FINANCEIRA
4blue Gestão Empresarial
Nome: _________________
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................. 3
PROBLEMAS E DIFICULDADES NA SUA GESTÃO FINANCEIRA ....................................................... 4
PRINCÍPIOS DE GESTÃO FINANCEIRA ............................................................................................ 5
DINHEIRO PESSOAL X DINHEIRO DA EMPRESA ............................................................................. 7
O MAPA DO DINHEIRO .................................................................................................................. 8
PLANO DE CONTAS ...................................................................................................................... 11
CONTAS A RECEBER E RECEBIDAS ............................................................................................... 16
CONTAS A PAGAR E PAGAS ......................................................................................................... 18
LIVRO DIÁRIO E FECHAMENTO DE CAIXA E BANCO .................................................................... 18
FLUXO DE CAIXA .......................................................................................................................... 20
CICLO OPERACIONAL ................................................................................................................... 23
CAPITAL DE GIRO ......................................................................................................................... 25
GESTÃO DE CUSTOS .................................................................................................................... 29
PLANEJAMENTO FINANCEIRO ..................................................................................................... 31
PRECIFICAÇÃO PARA PRODUTOS E SERVIÇOS............................................................................. 31
Empresas com capacidade de venda bem definida ................................................................ 43
Empresas sem capacidade de venda bem definida ................................................................ 48
ANÁLISES FINANCEIRAS ............................................................................................................... 52
Análise do preço ...................................................................................................................... 54
Faturamento Máximo ............................................................................................................. 59
Ponto de Equilíbrio .................................................................................................................. 60
Grau de Comprometimento da Receita .................................................................................. 64
Análise Horizontal e Análise Vertical....................................................................................... 65
Grau de Alavancagem ............................................................................................................. 68
Indicador KACE ........................................................................................................................ 70
TUDO JUNTO E MISTURADO ....................................................................................................... 70
LISTA DE EXERCÍCIOS ................................................................................................................... 71
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APRESENTAÇÃO
Esta apostila é parte integrante do curso de Gestão Financeira realizado pela 4blue
Gestão Empresarial.
“Você pode levar o marketing, gestão de pessoas e liderança tudo no feeling, no bom
senso. Gestão financeira não. Ou você sabe, ou você não sabe. Ou você faz direito, ou você
não faz.”
Diante desta necessidade que a 4blue criou este curso.. Nosso grande objetivo é fazer
com que você nunca mais tenha problemas no controle e gestão do seu dinheiro.
O ponto inicial e crucial para você ser um bom gestor financeiro é ter duas coisas:
ORGANIZAÇÃO E DISCIPLINA. São as palavras chave da área financeira!
Esta apostila pretende ser prática, objetiva e didática. Não gostamos de teoria demais,
mas sim o conhecimento necessário para que possa ser implementado na sua empresa.
Boa sorte!!!
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PROBLEMAS E DIFICULDADES NA SUA GESTÃO
FINANCEIRA
Confira uma lista de problemas e dificuldades que a grande maioria dos empresários
(provavelmente você também) enfrenta no seu dia a dia em relação as finanças:
Chega a conta da escola das crianças na sua casa. O que você faz? Abre o internet
banking da empresa e paga a conta. Chega a conta de luz e água da sua residência e o que
você faz? Pega o dinheiro da empresa para pagar as contas.
Se você faz isso, você está com a maioria dos pequenos empresários. Esta é uma
prática que, geralmente, vêm desde o início da empresa quando você investiu seu tempo e
dinheiro no negócio e, portanto, não tinha dinheiro pra pagar as contas da casa. Aí quando
chegava uma conta de casa, paga-se com o dinheiro da empresa, afinal, a empresa é sua e o
dinheiro que está ali é seu, não é?!
Preencher controles, fazer planejamento financeiro, calcular custos não atrai clientes.
E entre investir tempo em prospectar novos clientes ou fazer o controle financeiro é claro que
qualquer empresário vai preferir a primeira opção.
Por isso, o gerenciamento das finanças deve ser o mais prático e eficiente possível para
que você atinja seu objetivo gastando o menor tempo possível.
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Dificuldade do controle no dia a dia
Em finanças ou você controla tudo ou você não tem controle algum. Isso requer uma
precisão muito grande, o que dificulta muito o trabalho.
Esta dificuldade acaba por desmotivar o empresário que passa a controlar cada vez
menos o dinheiro.
Este problema é uma mera consequência da questão acima. Se você não tem pleno
controle do dinheiro no dia a dia, você não saberá com exatidão quanto está lucrando ou
quanto está tendo de prejuízo. Ao mesmo tempo não vai saber onde poderá reduzir gastos ou
melhorar a eficiência.
Para que uma boa gestão financeira aconteça alguns princípios devem ser seguidos à
risca:
A empresa não é o seu caixa eletrônico. Deve haver uma separação total do dinheiro
da empresa com o dinheiro da pessoa física, os sócios. No próximo tópico será melhor
explicado sobre isso.
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Não adianta você controlar apenas as contas maiores. Apenas os fornecedores. Ou
QUASE toda a movimentação. Você precisa rastrear todo centavo que entra e todo centavo
que sai da sua empresa. Novamente: ou você tem controle total, ou não tem controle algum.
Este é o princípio mais óbvio que existe. Sua empresa nunca vai ser lucrativa se você
gastar mais dinheiro do que você ganha! Portanto, mantenha a estrutura da sua empresa
compatível com sua receita. A curto prazo sempre é mais fácil reduzir gastos do que aumentar
as receitas!
Este princípio vale para qualquer coisa, mas nas finanças é muito claro: como você vai
reduzir custos se você não sabe quanto e onde gasta? Como vai analisar as causas de um
prejuízo se não tem o detalhamento das contas? Portanto você deve conhecer muito bem
cada número que permeia a empresa.
Assinale abaixo!
(S) (N) | Controle cada centavo que entra ou que sai. Cada centavo
(S) (N) | Faça previsões para baixo. As coisas sempre poderão ser piores
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DINHEIRO PESSOAL X DINHEIRO DA EMPRESA
Este princípio financeiro é tão importante que separamos um tópico específico para
ele. Apesar de importante, é muito simples.
Se você, como sócio, não recebe um pró-labore no início do mês você não separa o
dinheiro pessoal do dinheiro da empresa. Nesta situação todas as contas pessoais são pagas
pela conta da empresa. Quando você precisa de um dinheiro extra tira do caixa da empresa.
Quando o filho pede uma mesada pra ir ao cinema, você tira do caixa da empresa.
No final das contas, você não sabe o quanto de dinheiro foi para suas coisas pessoais e
quanto foi para as empresariais. Essa situação é extremamente prejudicial para a empresa!
Na 4blue já presenciamos casos de o sócio retirar mais de 10 mil reais num mês e não
saber! E ainda reclamava que não recebia salário!!!
Quando você tira dinheiro indiscriminadamente ou vai pagando todas as suas contas a
medida que elas chegam você está boicotando sua própria empresa. Muito provavelmente
você estará retirando mais dinheiro do que ela tem capacidade de lhe dar e, portanto, vai
faltar dinheiro para pagar outras contas importantes.
1) Passe a receber um pró-labore fixo. Você, como sócio, não deixa de ser um
funcionário da empresa. Portanto tem que ser tratado como um! Se um dos colaboradores
viesse pedir um aumento porque sua família quer viajar, você daria? Provavelmente não!
Agora, como sócio você merece este aumento?
Portanto, a solução definitiva é você definir um salário que irá receber no início do mês
ou duas vezes por mês. Acabou o dinheiro? Problema é seu! A empresa não tem nada que ficar
pagando suas contas pessoais. Você terá que viver com seu salário assim como qualquer ser
humano normal.
2) Tenha contas bancárias separadas. Talvez você já tenha isso no seu negócio, mas
caso não, crie imediatamente uma outra conta corrente apenas para a empresa. É quase
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impossível separar o dinheiro pessoal do dinheiro da empresa se tudo estiver na mesma conta
bancária. O primeiro grande passo é deixar este dinheiro literalmente separado.
Mesmo que haja mais custos bancários, ele compensa pelo fato de você conseguir
separar o seu dinheiro como pessoa do dinheiro da empresa.
3) Contabilize suas contas pessoais como pró-labore. Esta opção é paliativa e não vai
resolver de verdade o problema. Se num curto prazo a empresa não tem condições de pagar
um pró-labore fixo para os sócios, então você até pode continuar pagando as contas pela
empresa.
Porém, a cada conta paga você irá registrar o valor (nos controles que serão vistos
posteriormente) numa conta de pró-labore. Assim, é como se, por exemplo, a empresa
estivesse lhe dando R$ 100,00 de pró-labore e imediatamente você usou estes R$ 100,00 para
pagar a conta de luz (na prática, a conta de luz foi paga diretamente da empresa).
Com essa prática você vai visualizar ao final do mês quanto foi retirado de pró-labore.
O grande problema é que, muito possivelmente, você vai retirar mais dinheiro do que podia.
Ou seja, você determina um valor máximo de R$ 2.000 mas quando percebe já se foi mais de
R$ 2.500!
Assim, uma das primeiras e primordiais ações que você deve tomar é separar o
dinheiro da pessoa com o dinheiro da empresa. Você, como sócio, tem a sua conta bancária, a
sua carteira e as suas contas. E a empresa tem as dela. Se você, pessoalmente, gastou dinheiro
demais, problema é seu! Sua empresa não tem nada a ver com isso.
#Responda: na sua empresa você tem separação total das contas pessoais das contas
empresariais?
( ) SIM ( ) NÃO
O MAPA DO DINHEIRO
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Este processo tem duas bases muito simples: entradas e saídas de dinheiro. A questão
é: você precisa mapear este processo. Em outras palavras: de que formas são feitos os
recebimentos? Quem recebe este dinheiro? No cartão ou a vista? Quem e como se faz o
controle destas receitas? Como é feita a confrontação do que havia para se receber em relação
ao quanto foi recebido efetivamente? As mesmas perguntas devem ser feitas em relação as
saídas de dinheiro.
RECEBIMENTOS
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▪ Os valores no sistema devem ser exatamente iguais aos
valores reais
• Se houver discrepâncias não resolvidas o valor será
descontado do próprio caixa
• Transferência do dinheiro
o No fechamento do caixa o gerente deve retirar os valores superiores a
R$ 100,00 e providenciar o depósito deste dinheiro
o O gerente e o caixa devem assinar o documento registrando o valor
retirado.
• Registro de contas a receber....Etc...
PAGAMENTOS
• Previsão de pagamentos
o O gerente financeiro deve lançar no sistema todas as despesas fixas
para o próximo período com o seus valores aproximados
o Quando chegar uma nova conta a ser paga, deve-se registrar no
sistema
▪ Caso já haja tal previsão, apenas ajusta-se a data e o valor
▪ Caso ainda não esteja no sistema, lança-se normalmente
▪ A conta deve ser armazenada na pasta de contas a pagar
dentro do respectivo mês
• Efetivação dos pagamentos
o Diariamente o gerente financeiro deve averiguar as contas a serem
pagas
o Após a autorização do gerente geral, o financeiro deve fazer o
pagamento das contas via internet banking
▪ Todos os comprovantes devem ser salvos na pasta do
respectivo mês
• No nome do arquivo já deve estar identificado o tipo
de conta e o seu valor
▪ Contas pagas em dinheiro devem ser acompanhadas de
comprovante fiscal, recibo ou outro documento semelhante
▪ Todos os comprovantes físicos, assim como os boletos devem
ser transferidos para a pasta de contas pagas
o O gerente financeiro deverá fazer o lançamento das contas pagas no
sistema
• Etc...
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PLANO DE CONTAS
É como se fosse uma espécie de código, no qual sempre que houver uma conta
relacionada a salário, por exemplo, este código estará presente. Assim, quando você quiser
visualizar somente este tipo de conta, irá procurar por este código.
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Cada empresa precisa ter o seu próprio plano de contas, pois cada uma tem suas
especificidades. Mas antes de criar o plano de contas três conceitos precisam ficar muito
claros: custos variáveis, despesas fixas e investimentos.
Custos Variáveis
Os Custos Variáveis são todos os gastos que estão diretamente relacionados à venda
do produto ou serviço.
A lógica é simples: imagine que num maldito mês você não vendeu absolutamente
nada. Nada mesmo. Todos aqueles gastos que você não teria mais, são justamente os
variáveis. Pense: você teria que repor os estoques? Não, afinal você não vendeu nada. Você
pagaria as taxas do cartão de crédito e débito? Não, afinal nada foi passado nas maquininhas.
Você pagaria impostos? Não, pois não foi emitido nota fiscal. Você pagaria comissão de
vendas? Também não, afinal ninguém vendeu nada.
Assim, custos variáveis são gastos que variam na mesma proporção que as vendas.
Quanto mais se vende, mais custos variáveis se tem, quanto menos se vende, menos custos
variáveis, mas sempre numa mesma proporção.
Despesas Fixas
As Despesas Fixas são todos os gastos que não estão diretamente relacionados aos
produtos ou serviços, ou seja, são as contas do dia a dia da empresa, como despesas
administrativas, financeiras, com pessoal, etc.
Utilizando a mesma lógica acima, imagine que você não vendeu absolutamente nada
num determinado mês. As contas que continuariam vindo normalmente são as despesas fixas.
Por exemplo: a conta do aluguel deixaria de chegar porque você não vendeu nada? Com
certeza não! Os funcionários abdicariam do seu salário? Muito menos. Contador, luz, água,
telefone, internet seriam contas que viriam zeradas? Não.
Por isso o temo de despesas fixas, porque independe das suas vendas, elas vão chegar
até você. O fixo não é no sentido de que nunca varia (a luz, água e telefone sempre vêm em
valores diferentes), mas de que são contas que você tem de pagar independente de ter
vendido mais ou vendido menos.
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Investimentos
Os investimentos, por sua vez, são gastos que não fazem parte do dia a dia da
empresa. São valores despendidos no qual espera-se um retorno a curto, médio ou longo
prazo.
Assim, os investimentos são “opcionais”, pois a empresa não depende deles para
sobreviver, mas, é claro, que quanto mais se investir maior a probabilidade de um retorno
positivo. Aqui entram contas como investimentos em consultorias, treinamentos, veículos,
imóveis, marketing, etc.
Com estes quatro conceitos bem claros pode-se criar o Plano de Contas da empresa.
Os gastos devem ser devidamente separados entre os variáveis, fixos e investimentos.
#Exercício: Abaixo, confira um modelo padrão e destaque as contas que não fazem
sentido para sua empresa e coloque novas contas que serão necessárias.
Observe que as contas em negrito são contas somatórias. Por exemplo: a conta
“despesas administrativas” é o somatório de todas as que estão abaixo delas. Isto serve para
facilitar a visualização posterior em seus relatórios financeiros.
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RECEITA / FATURAMENTO
3.1 Receita de Vendas
3.1.1 Receita com Produtos
3.1.2 Receita com Serviços
3.1.3
3.1.4
DESPESAS/CUSTOS VARIÁVEIS
4.1 Custos Tributários
4.1.1 Simples Federal
4.1.2
DESPESAS FIXAS
5.1 Despesa com Transporte
5.1.1 VTs
5.1.2 Gasolina e Estacionamento
5.1.3 Outras despesas com Transportes
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5.3.2 Tarifas Operadora Cartão
5.3.3 Juros bancários
5.3.4 Outras despesas financeiras
INVESTIMENTOS
6.1 Investimentos em Marketing
6.1.1 Papelaria (Envolope, papel timbrado, etc)
6.1.2 Agência Publicidade
6.1.3 Site / internet
6.1.4 Mídias/ Propaganda
6.1.5 Outros gastos com mkt
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6.2.3 Compra Equipamentos Informática
6.2.4 Reformas do imóvel
6.2.5 Outros investimentos em bens materiais
Observe que sempre há um “outros” em cada tipo de conta. Estes outros servem
justamente para aqueles gastos que são difíceis de prever ou que são muito eventuais e que,
portanto, não merecem uma conta exclusiva só para eles.
É muito simples: se você vendeu algo para alguém este alguém tem que lhe pagar. Se
ele pagou no ato, você deve contabilizar como um valor recebido. Se ele ainda vai pagar, você
precisa registrar como um valor a receber.
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O controle de contas a receber e recebidas geram algumas informações importantes:
Responsáveis por cada operação. Deve estar bem claro quem na empresa é
responsável por cada parte do processo financeiro, desde a efetivação das vendas até a
contabilização da conta recebida.
Política de cobrança. A empresa deve ter claro qual é sua política de cobrança e deixar
isso claro também para o cliente. Haverá multas e juros? Há desconto? Quem irá ligar e depois
de quanto tempo? A empresa protestará os títulos?
Política de crédito. Da mesma forma a empresa precisa ter bem claro qual sua política
para conceder crédito aos clientes, ou seja, o que será necessário para um cliente ter um
parcelamento diferenciado ou mesmo um desconto.
Repasse do dinheiro. No caso de empresas que recebem em dinheiro vivo, deve-se ter
no processo como funcionará o repasse deste dinheiro, principalmente se o recebimento é
feito por um funcionário. O ideal é que sejam feitos fechamentos de caixa e que o funcionário
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e seu gerente assinem um documento comprovando o repasse do valor do caixa para o
gerente.
Assim, algumas informações que podemos obter com o controle de contas a pagar e
contas pagas são:
#Dica: em seu sistema de controle financeiro, deixe lançado todas as contas “certas”
para o período. Assim, quando estas contas chegarem, basta ajustar o valor e a data de
pagamento. Com isso você terá uma visão mais completa e antecipada de todas as contas
que serão pagas.
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A junção do contas a pagar / pagas e do contas a receber / recebidas forma um livro
diário de movimentações. Da mesma forma que aquele controle mais simples do mundo, do
seu Joaquim da padaria que anotava tudo num caderninho a sua empresa também deve ter
um controle semelhante, mas, obviamente, mais informatizado.
#Dica: se você criar a rotina de contabilizar todos os dias, esta se tornará uma
atividade muito simples, pois será pouco trabalho por dia!
A forma mais simples de você saber se está controlando tudo realmente é fazendo o
fechamento de caixa e fechamento de banco.
Fechamento de Banco
Este trabalho não tem como sair errado, visto que o extrato bancário deixa todo o
rastro de movimentação. Assim, você precisa apenas replicar as informações do extrato.
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A certeza de que tudo foi controlado corretamente vem por meio do fechamento de
caixa. O valor que constar no extrato bancário deve constar no seu sistema de controle. Se na
conta bancária da empresa há R$ 2.307,86 então no seu controle financeiro, para o mesmo
dia, deve constar exatos R$ 2.307,86. Incluindo os 86 centavos!
#Dica: caso haja diferença entre o valor do sistema de controle e o extrato bancário,
descubra de quanto exatamente é esta diferença. As vezes este valor é exatamente algum
lançamento que deixou de ser feito.
Caso não seja, verifique qual era o último dia que o saldo estava correto. Assim você
saberá que no dia seguinte há o erro.
Fechamento de Caixa
Assim, é necessário muito mais cuidado com o dinheiro vivo. Se você pagou um
fornecedor com dinheiro vivo e não anotou esta transação na hora, não guardou um recibo ou
uma nota fiscal, você simplesmente vai esquecer desta movimentação! Se esquecer, não vai
contabilizar, se não contabilizar vai dar um furo no seu caixa (o valor real vai ser diferente do
valor no sistema). Se isso acontecer e você não lembrar a causa do erro (aquele fornecedor
pago em dinheiro), você terá de realizar um acerto de caixa e isso vai fazer com que as
informações fiquem defasadas.
A forma mais antiga e prática de manter o controle de caixa correto é ter um caderno
de anotação. Visto que é muito mais simples anotar no caderno do que abrir a planilha e
preenche-la você pode ter um caderninho onde vai anotar todas as movimentações que
ocorrerem em dinheiro. Depois basta passar para a planilha oficial de controle.
#Dica: se é algum funcionário quem mexe com o dinheiro da empresa, realize este
fechamento de caixa todos os dias. Isso vai inibir potenciais erros e potenciais deslizes de
conduta ética!
FLUXO DE CAIXA
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relatório mais importante que uma micro, pequena ou média empresa pode ter, pois é nele
onde são identificadas o que realmente aconteceu financeiramente na empresa.
#Lembre-se: o Fluxo de Caixa é um retrato da sua empresa. Fazer o controle diário das
contas, mas não fazer um fechamento das contas não adianta de nada!
O Fluxo de Caixa pode ser separado em dias, semanas ou meses. No mínimo deve ser
feito um fechamento mensal. O Fluxo de Caixa deve tanto mostrar uma realidade prevista
(contas a receber e a pagar) como uma realidade concreta (contas recebidas e pagas).
O Fluxo de Caixa nada mais é que o Plano de Contas com os valores separados por
períodos. Observe:
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JANEIRO
PREVISÃO REALIZADO
RECEITA DE VENDAS R$ 0,00 R$ 0,00
3.1 Receita de Vendas -
3.1.1 Receita com Débito -
3.1.2 Receita com Crédito -
3.1.3 Receita com Boleto -
3.1.4 Receita em Espécie -
3.1.5 Receita Faturado -
3.1.6 Receita com Troca de Mercadorias -
3.1.7 Receita com cheque -
0 -
0 -
DESPESAS VARIÁVEIS R$ - R$ -
4.1 Despesa Tributárias -
4.1.1 Simples Federal -
4.2 Despesas com Insumos -
4.2.1 Fornecedores -
4.3 Despesas com Comissões -
4.3.1 Comissões de vendas -
4.3.2 Outras Comissões -
4.4 Outros custos com produtos ou serviços -
Ciclo Econômico
Ciclo Financeiro
É o ciclo do dinheiro. Ele inicia quando ocorre a empresa faz o primeiro pagamento ao
fornecedor e termina quando recebe do cliente. Em alguns casos, e este é o ideal, a empresa
primeiro recebe dos clientes e depois paga os fornecedores.
No caso de serviços é o tempo que o prestador demora para receber do cliente e, caso
haja, quando paga seus prestadores de serviços contratados.
Ciclo Operacional.
O ciclo operacional é a junção dos dois ciclos. É o tempo total que a operação da
empresa demora para girar, ou seja, inicia-se no ato da compra do estoque e encerra-se
quando o cliente faz seu pagamento.
Quanto maior o ciclo operacional da empresa, mais capital de giro (próximo tópico) ela
necessitará, visto que ela demora mais tempo para receber dos seus clientes.
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A simulação dos ciclo econômico, financeiro e operacional ficariam assim:
Observe que o Ciclo Operacional da empresa é de três meses e meio, ou seja, 105 dias
e o ciclo financeiro é de 75 dias. Isso significa que a empresa demora 105 dias para fazer o seu
ciclo de venda girar. Não precisa ser nenhum sábio para saber que é muita coisa!
A regra geral é: receba antes de seus clientes, pague depois seus fornecedores.
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É claro que isso nem sempre é possível. Em casos como esse, a empresa necessitará de
um alto capital de giro para financiar seu ciclo operacional.
#Exercício: de que formas estas empresa poderia diminuir seu tempo de ciclo
operacional?
CAPITAL DE GIRO
O ciclo operacional irá refletir no capital de giro da empresa. Capital de giro é o valor
necessário que a empresa precisa manter disponível para sustentar o seu ciclo operacional.
Quanto maior o ciclo operacional, maior o capital de giro necessário.
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#Dica: a melhor forma de se calcular o capital de giro é fazer uma simulação como acima.
Considerar os tempos de ciclo econômico e financeiro e a partir daí colocar numa estrutura
de fluxo de caixa. O menor saldo final é a necessidade mínima de capital de giro.
O empresário deve vender em prazo inferior ou, no máximo, igual ao prazo de compra
(“casar” os prazos), fazendo com que o capital investido na venda retorne em tempo suficiente
para pagar os compromissos assumidos com os fornecedores. Considerando que determinado
% das vendas pode atrasar, é conveniente que se tenha parte destas vendas feitas à vista (por
exemplo 10% a 20%) para que o ganho financeiro da venda à vista, até o pagamento do
fornecedor, compense alguns atrasos na parte vendida à prazo, sem ter que embutir TAXA DE
RISCO na formação do preço.
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custo financeiro (custo do dinheiro) que se não for repassado ao preço agirá contra a margem
de lucro esperada, ou seja, o empresário esperará uma margem teórica de lucro e obterá, na
prática, uma margem inferior, mascarando o resultado da operação.
ICMS 18,00%
IMP.FEDERAIS 3,65%
COMISSÃO 10,00%
FRETE 3,00%
LUCRO 20,00%
TOTAL 54,65%
Tendo como base um produto cujo custo é $ 100, o mesmo deveria ser vendido a $
220,00 ($ 100 x 2,20). Quando os prazos de compra e venda são idênticos, a formação de
preços é considerada à vista.
Caso esta mesma empresa tenha 18 dias de desajuste entre os prazos médios de
venda e compra (compra com 28/56 dias e venda a 30/60/90 dias), deverá “embutir” um custo
financeiro proporcional a 18 dias, tendo como base o custo do dinheiro para operações
mercantis (exemplo: taxa para desconto de duplicatas).
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Embutindo-se este custo financeiro, o coeficiente multiplicador ficará, assim,
determinado:
ICMS 18,00%
IMP.FEDERAIS 3,65%
COMISSÃO 10,00%
FRETE 3,00%
LUCRO 20,00%
TOTAL 57,03%
Desta forma, o mesmo produto deverá ser vendido, no prazo de 30/60/90, a $ 233,00.
Se a empresa opera no mercado com tabela à vista (R$ 220,00), e o cliente peça uma
condição para 30/60/90, o empresário deve divulgar aos vendedores um coeficiente financeiro
para se obter o preço final de $ 233,00 (acrescer 5,9%).
No caso de operar com uma tabela a prazo ($233,00) e o cliente preferir pagar à vista,
divulgar uma tabela de desconto que traga o preço à vista, ou seja, $ 220,00 (desconto de
5,5%).
O leitor poderá perguntar: se o custo embutido foi de 2,38% para 18 dias, como é que
para “subir” à partir do preço à vista acresce-se 5,9% e para “descer”, à partir do preço à
prazo aplica-se desconto de 5,5% ?
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GESTÃO DE CUSTOS
Até o momento vimos questões mais operacionais da empresa, ou seja, voltadas para
o controle do dia a dia. A partir de agora veremos a parte estratégica das finanças começando
pela parte de custos.
Há uma velha máxima da administração que diz que “o lucro não vem da venda, mas
sim de uma boa compra”. Para comércios e indústrias isso é uma grande verdade. Em termos
gerais o custo direto do produto (sem considerar impostos, comissões, etc.) representa de 30%
a 50% do preço final. Assim, qualquer redução neste custo tem um grande impacto sobre a
lucratividade final.
Assim, toda e qualquer empresa tem que estar constantemente em buscar de reduzir
os seus gastos, procurando otimizar ao máximo sua estrutura.
#Lembre-se:
Custos Variáveis. Os Custos Variáveis são todos os gastos que estão diretamente
relacionados à venda do produto ou serviço.
A lógica é simples: imagine que num maldito mês você não vendeu absolutamente
nada. Nada mesmo. Todos aqueles gastos que você não teria mais, são justamente os
variáveis. Pense: você teria que repor os estoques? Não, afinal você não vendeu nada. Você
pagaria as taxas do cartão de crédito e débito? Não, afinal nada foi passado nas maquininhas.
Você pagaria impostos? Não, pois não foi emitido nota fiscal. Você pagaria comissão de
vendas? Também não, afinal ninguém vendeu nada.
Despesas Fixas. As Despesas Fixas são todos os gastos que não estão diretamente
relacionados aos produtos ou serviços, ou seja, são as contas do dia a dia da empresa, como
despesas administrativas, financeiras, com pessoal, etc.
Utilizando a mesma lógica acima, imagine que você não vendeu absolutamente nada
num determinado mês. As contas que continuariam vindo normalmente são as despesas fixas.
Por exemplo: a conta do aluguel deixaria de chegar porque você não vendeu nada? Com
certeza não! Os funcionários abdicariam do seu salário? Muito menos. Contador, luz, água,
telefone, internet seriam contas que viriam zeradas? Não.
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1. Comece pelos fornecedores
A melhor maneira de começar a diminuir as despesas é negociar na hora das compras, e ao
mesmo tempo dimensionar corretamente qual o volume que será comprado e estocado. Isso
permite mais rapidez de giro e é essencial para manter o caixa equilibrado. Por isso, não deixe
as negociações nas mãos somente dos encarregados das compras.
2. Eleja um vilão
Alguém tem que ser “chato”. Pode ser o presidente da empresa, um funcionário
escolhido para fazer isso, ou até um consultor especialmente contratado para a função. Essa
pessoa fará o trabalho de avaliar minuciosamente o custo de cada operação e cada item
comprado, principalmente aqueles com maior volume, e definir limites aos preços cobrados
pelos fornecedores.
3. Organize concorrências
Quando for adquirir os itens que pesam mais no caixa da empresa, promova uma concorrência
entre os fornecedores pelo menos uma vez por ano. Se você simplesmente disser a cada um
deles que está fazendo uma concorrência, o efeito é o mesmo.
#Pense: quais são os custos não tão necessários da empresa? O que poderia ser
reduzido ou até mesmo eliminado sem causar prejuízo à qualidade?
Você deve ter em mente que R$ 100,00 economizados em telefone, por exemplo, são
R$ 100,00 que você poderia investir em marketing para gerar mais receita. Ou então, cem reais
a mais que poderiam ir para o seu pró-labore!
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Diretamente ligada à gestão de custos está a precificação dos produtos e serviços.
Como parte do gerenciamento de custos o empresário deve ter muito claro qual é o custo real
de seu produto/serviço, assim como seu preço ideal de venda e qual o mínimo que deve ser
atingido para pagar todas as contas do mês.
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Isso é diferente de fazer o contas a receber e a pagar. Este é a previsão daquilo que há
“certeza” que vai acontecer. O planejamento, como o nome diz, trabalha com a incerteza, ou
seja, desejamos que este ou aquele cenário aconteça.
Antes de falar de precificação é importante ficar claro que o Marketing tem papel
fundamental no preço de qualquer produto ou serviço. As vezes chega a ser mais fundamental
do que o próprio financeiro em si!
Você já se perguntou por que algumas empresas cobram tão mais caro que outras pelo
“mesmo produto”? Por que uma camisa numa loja X custa R$ 50,00 e na loja Y custa R$ 150,00
sendo que elas são quase iguais? Por que um serviço de consultoria cobra R$ 100,00 a hora e
outro cobra R$ 1.000,00? Por que um restaurante cobra R$ 12,90 o kilo e o restaurante da
outra esquina cobra R$ 30,00 o kilo?
31
Deve-se entender o que as pessoas consomem. As pessoas não vão a um restaurante
apenas para saciar sua fome. Da mesma forma que não compram roupas apenas para se
vestir. Os consumidores compram mais do que a utilidade básica e qualidade, eles compram
status, conforto, bem estar, reconhecimento, alegria, estilo, etc. etc. etc. Ou seja, nós pagamos
a mais pelos benefícios que enxergamos nos produtos e serviços.
#Pense: o que a minha empresa realmente vende? Qual o verdadeiro valor que estamos
oferecendo aos clientes?
Diante disso, podemos iniciar nosso processo de precificação. Para tanto, são duas
maneiras parecidas, mas diferentes de se realizar a precificação:
32
Este detalhe entre as empresas faz com que o processo de precificação seja levemente
diferente. Porém, as informações a serem levantadas são as mesmas!
O primeiro passo para calcular o preço de venda da sua empresa é descobrir qual o
máximo que você consegue vender. A sua empresa tem uma estrutura física e um número
limitado de funcionários, certo? Pois então, com esta estrutura qual é o máximo de vendas
possível que você conseguiria gerar?
Assim, se ele trabalha 8 horas por dia, ele consegue realizar até 24 atendimentos por
dia.
Outro exemplo: uma fábrica de pães de queijo sabe que a capacidade máxima das
máquinas é de 500 pães de queijo por hora. Assim, caso trabalhe apenas em horário comercial
a empresa pode produzir e vender até 80.000 pães de queijo por mês.
33
1 hora= 500 pães de queijo
Para exemplificar todo o processo, vamos trabalhar com dois casos: de uma
cabeleireira (com capacidade bem definida) e a de uma loja de roupas (sem capacidade bem
definida).
34
Salão de beleza
#Dica: a forma mais fácil de considerar a capacidade de venda de serviços é por meio do
máximo de horas prestadas.
Já a loja de roupas não possui capacidade de venda bem definida. Novamente aquela
situação: qual o máximo de peças de roupa que esta loja poderia vender? É muito difícil de se
prever!
Esta fase é surpreendentemente simples. Você precisa detalhar a média geral das
despesas fixas da sua empresa. Como já foi visto, as despesas fixas são aquelas que não estão
diretamente ligadas à venda ou à produção.
35
Confira a seguir como ficaria a distribuição das despesas fixas do Salão de Cabeleireiro:
Contabilidade R$ 300,00
Telefone R$ 345,00
Pró-labore R$ 1.350,00
INSS R$ 150,00
Site R$ 75,00
Total R$ 3.425,00
No caso do salão as despesas são de quase R$ 3.500,00, ou seja, se no final do mês não
for realizado nenhum corte de cabelo haverá este valor aproximado para pagar de qualquer
maneira.
Observe que quando há custos variáveis pouco relevantes e que são muito difíceis de
mensurar, você pode considerá-los como despesas fixas! Como exemplo temos conta de água,
que apesar de ter uma certa variação conforme o número de clientes, é difícil de mensurar,
então deixa-se como despesa fixa.
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Confira como ficaria a distribuição das despesas no caso da Loja de Roupas:
Aluguel R$ 2.000,00
Contabilidade R$ 500,00
Internet R$ 90,00
Seguros R$ 60,00
Telefone R$ 345,00
INSS R$ 400,00
FGTS R$ 370,00
Pagamento de empréstimos
Total R$ 13.115,00
37
Observe que a loja de roupas tem um custo fixo de mais de R$ 13.000,00 por mês, ou
seja, estas despesas o empresário terá de pagar de qualquer forma, vendendo o suficiente ou
não.
Até agora está fácil! Você identificou a capacidade máxima de venda e as despesas
fixas, informações que todo e qualquer empresário precisa ter na ponta da língua. Agora
partimos para o próximo passo: identificas os custos variáveis.
A terceira etapa para a precificação é o levantamento dos custos dos produtos. Talvez
esta seja a etapa mais difícil da precificação.
38
No caso do salão de beleza, também foi simplificado o número de serviços. Observe
que os custos de cada serviço estão em valores aproximados, pois não há uma medida exata
da quantia de shampoo, creme ou qualquer outro produto utilizado.
Lembra-se que nas despesas do salão havia uma conta “Despesas com materiais para
serviços”? Explicando melhor o porquê desta conta:
Os serviços básicos como cortes de cabelo simples, por exemplo, são mais fáceis de
identificar quanto de produto será usado. Porém, como há uma grande variação em cada tipo
de serviço (lavagem com diferentes shampoos especiais e específicos; coloração dos cabelos,
etc.) é muito difícil de identificar quanto será usado de produtos em cada tipo de serviço
específico. Devido a esta dificuldade, a proprietária do salão optou por identificar quanto, em
geral, gasta-se por mês com tais produtos e colocá-los junto as Despesas Fixas.
#Dica: sempre que algum custo for muito difícil de ser mensurado para um determinado
produto ou serviço, pode-se usar a média do seu gasto e alocá-lo junto às despesas fixas.
Já no caso do lojista, que trabalha com a venda de roupas, ele terá de saber
exatamente quanto lhe custa cada unidade de roupa. Este levantamento é fácil, pois depende
de um levantamento com os fornecedores.
39
Confira os custos dos principais produtos da Loja de Roupas:
Camisa 14,00
Sacola 0,20
Sacola 0,20
Vestido 30,00
Sacola 0,20
Camiseta 10,00
Sacola 0,20
Como todos os produtos do lojistas são concretos e não há variação, fica muito fácil
levantar os custos de cada produto!
#Pense: você sabe quais são exatamente os custos de cada produto ou serviço seu?
4. Identificar os percentuais
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Percentual de impostos – é o percentual que sua empresa paga de impostos sobre a
receita. Neste caso cada empresa tem um regime tributário diferente e alíquotas diferentes de
impostos. Esta informação o seu contador saberá lhe passar com precisão. Neste caso entram
o Simples federal, os ISS, PIS, COFINS e outros que são pagos mensalmente sobre a receita
bruta.
É um valor que não é comum ao dia a dia da empresa. Assim você vai estipular a
porcentagem das vendas que sua empresa pretende reinvestir para seu crescimento.
#Dica: no dia a dia da empresa procure fazer uma reserva para efetuar este investimento. Se
você definiu que vai investir 10% das receitas, não espere sobrar os 10%, mas coloque este
dinheiro numa conta separada, que renda juros preferencialmente, para juntar a quantia
necessária para você realizar os investimentos necessários.
Percentual de lucro desejado – Este é o percentual que sua empresa pretende ter de
lucro líquido. Ou seja, depois de todos os recebimentos, depois de pagar todas as contas fixas
e variáveis, depois de fazer os investimentos na empresa, é o quanto irá sobrar. Em relação a
receita, qual o percentual que você pretende que sobre para a empresa. Não existe um valor
universal para esta porcentagem de lucro desejado. Porém, uma média adequada seria cerca
de 20% de lucro. Acima de 30% pode-se afirmar que é quase impossível para a maioria das
empresas e abaixo de 10% só é aceitável quando o volume de vendas é muito alto, ou seja,
quando o faturamento é grande e o lucro, mesmo que percentualmente baixo, se torna alto
em valores monetários.
41
Produto/custo Percentual Observação
Comissões sobre serviços cabelo 10% Ela paga a si mesma 10% do valor de cada
serviço
Investimento pretendido 5%
Cartão de débito/crédito 2% O valor normal seria de 3,5% mas foi considerado que
apenas dois terços das vendas são feitas no cartão
#Lembre-se: se você colocar valores muito altos de lucro e investimento, seu preço final vai
ficar igualmente alto e talvez não tenha aceitação no mercado!
42
5. Definir o preço
Até aqui os processos de levantamento de dados são iguais para qualquer tipo de
empresa. A partir deste momento temos dois processos de precificação: um para empresas
com capacidade de venda bem definida e outro para empresas sem esta capacidade bem
definida.
Lembre que ter uma capacidade de venda bem definida significa conseguir identificar
o máximo de unidades, produtos ou horas você consegue entregar em um mês. Neste caso,
prestadores de serviços e indústrias tentem a ter esta característica.
PV = CUT x Markup
onde:
PV = Preço de venda
Vamos descobrir o que significa e como se calcula cada item desta fórmula do preço de
venda.
Assim, para calcular o Custo Unitário Total, basta somar o Custo Variável Unitário (de
uma unidade de produto ou hora prestada) com a Despesa Fixa Unitária. A DFun é a proporção
da despesa total em cada unidade, ou seja, você vai ratear todo a sua despesa fixa pela sua
capacidade de venda. Veja a fórmula:
DFun = DF / CapVen
onde:
A despesa fixa total é o valor de todas as despesas, ou seja, aquelas que não variam
conforme a venda (luz, água, telefone, contador, salários, pró-labore, publicidade, etc). Como
você pode relembrar, o valor total das despesas fixas do lojista é de R$ 13.115,00 e a da
proprietária do salão de beleza é de R$ 3.425,00.
Assim, para achar a despesa fixa unitária, basta dividir este valor do custo fixo total
pela capacidade máxima de venda total. E é justamente por isso que esta não é a melhor
maneira de calcular para o lojista, pois ele não tem a capacidade de venda bem definida.
Calma! Parece complicado, mas não é! Temos três fórmulas até agora, sendo que uma
está dentro da outra:
PV = CUT x Markup
CUT = CVun + DFun
DFun = DF / CapVen
Desta maneira, veja como ficou a relação dos custos fixos unitários do Salão de Beleza:
44
Total
Desta maneira, a Despesa Fixa Unitária (DFun) é de R$ 19,46. Para chegar neste valor
dividiu-se a Despesa Fixa Total – R$ 3.425,00 – pela Capacidade de Venda – 176 horas.
Assim, cada hora de serviço do salão de beleza tem uma despesa fixa proporcional de
R$ 19,46, ou seja, o valor de uma hora de trabalho do salão é de pouco mais de dezenove
reais.
#Atenção: Neste caso, por exemplo, esta despesa fixa unitária de R$ 19,46 por hora de
trabalho não significa que ela tenha de pagar R$ 19,46 a mais para cada hora trabalhada.
Independentemente de ela conseguir vender todas as 176 horas que ela tem disponível ou
não vender nenhuma hora, as contas das despesas fixas vão chegar da mesma maneira.
Observe que para cada serviço estão sendo considerados os custos variáveis, ou seja,
os produtos utilizados em cada serviço, e o “custo do tempo” (a despesa fixa unitária). No caso
do corte de cabelo masculino a despesa fixa unitária é de R$ 9,73, pois este dura, em média,
meia hora (custo da hora é R$ 19,46) e mais R$ 1,00 dos produtos usados. Portanto, o custo
unitário total é de R$ 10,73. A mesma lógica se segue para os demais serviços.
#Muito bem! Já identificamos o CUT (Custo Unitário Total) da fórmula de preço. Agora
precisamos identificar o Markup (taxa de marcação)!
45
A taxa de marcação, ou também conhecida como markup, é um coeficiente que irá
definir o seu preço de venda. No custo unitário total estão inclusos os custos variáveis e os
custos fixos. Já na taxa de marcação será incluído no preço todos os percentuais já abordados
anteriormente, ou seja, percentuais de impostos, comissões, taxas de cartão, investimentos e
lucro desejado.
100
𝑇𝑀 =
[100 − (% 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 + % 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 + % 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑡ã𝑜 +
% 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + % 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜)]
Onde:
Cálculo do Preço
Agora o cálculo do preço fica fácil. Já temos o CUT e o Markup. Agora basta colocar na
fórmula e calcular! Veja:
46
Corte masculino Corte feminino
Mas ainda não acabou! Estes preços são os “preços ideais de venda”, ou seja, não
levam em consideração a concorrência e nem fatores externos.
Mas antes, vamos ver como é a formação do preço para empresas que não tem a
capacidade de venda bem definida!
47
Empresas sem capacidade de venda bem definida
A partir deste momento iremos trabalhar com a precificação das empresas que não
tem uma capacidade de venda bem definida. Este é o caso da loja de roupas. É muito difícil
definir qual é a sua capacidade máxima de venda dentro de um mês.
Por isso, no caso da loja de roupas, é muito difícil de identificar a capacidade de venda
em unidades. Esta dificuldade é comum a qualquer empresa que trabalhe com a revenda de
produtos.
PV = CVun X TM
onde:
PV = Preço de venda
A primeira diferença já é visível! A fórmula anterior era PV = CUT x TM. Agora ao invés
de usar o Custo Unitário Total utiliza-se o custo variável unitário. A segunda diferença é que a
fórmula da taxa de marcação é um pouco diferente.
O custo variável unitário (CVun) é aquele mesmo que já havia sido definido
anteriormente, ou seja, quanto custa para vender cada unidade de cada produto.
100
𝑇𝑀 =
[100 − (% 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 + % 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 + % 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑡ã𝑜 +
% 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + % 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 + % 𝑫𝑬𝑺𝑷𝑬𝑺𝑨 𝑭𝑰𝑿𝑨)]
48
A única e grande diferença em relação a fórmula anterior é que nesta, junto aos outros
percentuais, é incluído um percentual da despesa fixa. Observe:
PV = CUT x TM
onde:
Onde:
DFun = DF / CV
100
𝑇𝑀 =
[100 − (% 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 + % 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 + % 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑡ã𝑜 +
% 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + % 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜)]
PV = CVun x TM
Onde:
100
𝑇𝑀 =
[100 − (% 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 + % 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 + % 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑡ã𝑜 +
% 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + % 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 + % 𝑫𝑬𝑺𝑷𝑬𝑺𝑨 𝑭𝑰𝑿𝑨)]
%DF = DF / FAT
49
Veja alguns exemplos simples:
Faturamento R$ 10.000,00
Lucro R$ 1.000,00
Neste primeiro caso a despesa fixa (ou custo fixo) representa 60% de todas as
entradas.
Faturamento R$ 10.000,00
Lucro R$ 3.000,00
Assim, o lojista fez um levantamento de seus controles financeiros e verificou que nos
últimos seis meses a sua receita média mensal foi de R$ 65.575,00 e a despesa média mensal
foi de R$ 13.115,00 (conforme já havia sido calculado anteriormente). Acompanhe:
Loja de roupas
50
Os percentuais para a taxa de marcação são mostrados na tabela a seguir:
Mkup = 3,03
PV = CVun X TM
A partir daí fica fácil chegar ao preço final, lembrando que os Custos Variáveis já
haviam sido calculados.
Assim os preços ideais de venda de cada produto estão definidos. Observe que a taxa
de marcação foi a mesma para todos os produtos. Isto acontece porque os % de Investimento
51
de lucro e de custo fixo são sempre os mesmos, afinal são valores relativos ao total do
faturamento e não a cada produto individualmente. Já os impostos, as comissões e as taxas de
cartão são as mesmas para todos os produtos. Se, por exemplo, em algum determinado
produto não houvesse comissão de vendas, então a taxa de marcação deste produto seria
diferente.
#Importante: Caso a empresa ainda seja muito nova, ou nem tenha saído do papel, o
percentual do custo fixo deverá ser estimado. Num processo de tentativa e erro você deve
chegar num percentual que viabilize um preço adequado de um lado e um faturamento
possível de outro!
ANÁLISES FINANCEIRAS
De nada adianta ter um monte de números e diversos cálculos se você não souber
interpretá-los. Os números dizem muito sobre qualquer empresa, mas para que eles falem é
preciso saber escutá-los!
52
Movimentações Não operacionais: São todas as movimentações, sejam de entrada ou
saída, que não fazem parte da operação da empresa, ou seja, que não estão ligadas ao seu dia
a dia. Por exemplo: empréstimos objetivos ou concedidos, venda de equipamentos usados,
capitalização dos sócios. Todas são movimentações que não fazem parte do foco operacional
da empresa.
Pense: você realizou uma venda e recebeu um valor do cliente. Porém, deste valor
recebido, uma certa quantia já vai para a operadora do cartão de débito, na qual ele fez a
compra. Além disso, você pagará os devidos impostos sobre aquela venda. Ainda tem a
comissão do vendedor e, é claro, o custo do próprio produto ou serviço vendido.
Sendo assim, do valor total que o cliente pagou, uma grande parte já nem é dinheiro
seu. Este valor vai sair, ou as vezes já até saiu, para pagar os fornecedores, o prestador do
serviço, a comissão de venda, os impostos, e as taxas do cartão.
Lucro (ou lucro líquido): Na contabilidade este lucro irá ter um conceito diferente, mas
para nós é o que realmente sobrou de dinheiro no período (ou faltou, sendo, no caso, um
prejuízo). Para tal, considera-se todas as entradas (operacionais e não operacionais) e diminui-
se de todos os custos variáveis, despesas fixas, investimentos e saídas não operacionais
também.
53
Análise do preço
Como você bem sabe, não é só porque você identificou um determinado preço que ele
efetivamente vai ser aceito pelo mercado! Por isso, é necessário rever todo o processo de
precificação.
Você já tem os preços ideais de venda dos seus produtos/serviços. Porém, este preço
está com olhos apenas para a própria empresa, ou seja, “está olhando o próprio umbigo”.
Mas como já foi visto o preço em geral é definido pelo mercado. Assim se a sua
empresa observar apenas o quanto ela necessita cobrar, muitas vezes o preço estará fora da
realidade do mercado, tanto para mais quanto para menos
Se o preço, em geral, é definido pela própria concorrência você não vai conseguir
vender seus produtos ou serviços por um preço maior se não agregar nenhum valor adicional.
Sendo assim, é preciso identificar o preço praticado por seus concorrentes diretos. A
tarefa é simples: basta pensar e pesquisar quais outras empresas seus clientes vão ou iriam
para conseguir o mesmo produto ou serviço que você oferece. Portanto devem ser
concorrentes que não apenas ofereçam o mesmo produto/serviço, mas que estejam nos
mesmos padrões de qualidade também.
Tendo esta lista em mãos, deve-se entrar em contato com tais empresas, visitá-las ou
pesquisar na internet quanto aos seus preços e, também, aproveitar para identificar outras
questões como qualidade, atendimento, diferenciais, pontos fracos e assim por diante.
Nesse momento você entra na questão crucial de todo este processo. Há,
basicamente, três opções que podem acontecer:
Esta é a melhor opção que pode acontecer. Isto significa que você possui alguma
vantagem em termos de custos. Quando o preço da concorrência é, em geral, maior que o seu
preço ideal de venda existem duas possibilidades:
• A primeira é manter o seu preço abaixo dos concorrentes. Assim, você gera uma
vantagem competitiva perante os clientes por ter um preço mais baixo;
• A segunda é igualar o preço dos concorrentes. Neste caso você tem de gerar alguma
outra vantagem, seja no atendimento, qualidade, prazo de entrega, praticidade, etc., para que
os clientes comprem seus produtos. Conseguindo criar este diferencial, você vai ter clientes
54
suficientes e vai ganhar mais dinheiro (vai poder investir mais e ter lucro maior), pois está
praticando um preço superior ao que havia sido calculado como ideal.
Este segundo cenário não é tão bom quanto o primeiro, obviamente, mas ainda é
interessante. Significa que praticando o preço ideal de venda você continua sendo
competitivo. As opções quanto ao preço são as mesmas do cenário anterior:
• Ou manter o preço igual e procurar algum outro diferencial para atrair os clientes.
Este cenário não é nada bom! Significa que para praticar o preço ideal de venda você
estará cobrando mais caro que os concorrentes em geral e, portanto, diminuindo suas
vantagens para conquistar clientes.
Desta forma você pode procurar igualar o preço à concorrência ou mantê-lo acima.
Se optar por manter o preço acima da concorrência e não diminuir seu lucro ideal, sua
empresa deverá ter algum outro diferencial, afinal os clientes não pagarão a mais exatamente
pela mesma coisa. Assim a empresa necessitará criar um diferencial que justifique o preço
maior que os demais.
55
Ajustando o preço
Ao praticar um preço menor que o preço ideal, obviamente o lucro da empresa será
menor.
O lojista também adotou suas estratégias. A Camisa Polo ficou abaixo do ideal, mas
igual ao da concorrência. Já na Baby Look ele conseguiu deixar no preço ideal e mesmo assim
estar abaixo da concorrência. O Vestido X está igual ao preço da concorrência, mas acima do
seu preço ideal (isto pode lhe dar margem para descontos). Já a Camiseta Y está dentro do
preço ideal e na média da concorrência.
Pronto! Agora sim o seu preço de venda está definido! Mas antes de ir mudar as
etiquetas nos produtos e serviços, você precisa entender quais os impactos que esta
precificação terá sobre as finanças da empresa. Nos próximos tópicos você verificará!
56
Precificação de “trás para frente”
Uma forma mais “amadora”, mas que também tem sua utilidade é fazer o cálculo do
preço de “trás pra frente”. Isto é, você vai partir de um preço já definido para identificar a
margem que este produto lhe dará.
Esta forma de cálculo, na prática, é a mais utilizada justamente pela sua simplicidade e
lógica embutida.
Observe que a margem do corte masculino real é 33% mais baixo que o ideal! Isso
claramente vai se refletir na lucratividade da empresa!
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Observe no caso do lojista, primeiramente a partir do preço identificado como ideal e
depois do preço efetivamente praticado:
Na média, podemos observar que o lojista está com uma margem superior ao seu
ideal, principalmente por causa do vestido que lhe rende uma margem de quase dez reais
acima do que seria o ideal.
#Dica: faça várias simulações colocando preços diferentes para verificar o impacto na
margem de ganho de cada produto e serviço.
58
Faturamento Máximo
A partir do momento que você tem o preço dos produtos/serviços definido você pode
estimar o faturamento máximo da sua empresa. Empresas com capacidade de venda bem
definida terão mais facilidade para estimar o seu faturamento máximo.
1
A capacidade de corte de cabelo foi dividida na mesma proporção entre cortes
masculino e feminino
Se o salão abrisse 22 dias por mês, ele teria que faturar R$ 282,00 por dia para chegar
neste faturamento. Ao preço médio de R$ 23,50 o corte, seriam 12 cortes por dia.
Neste caso, achar o faturamento máximo é fácil, pois a capacidade de venda é bem
definida. Já no caso da loja de roupas é um pouco mais complicado, pois não se tem esta
capacidade de venda bem mensurada.
Assim, deve-se definir algum critério para fazer esta definição. Seja pela própria
experiência de venda da empresa, seja pelo capital para comprar e revender produtos, pela
capacidade de estocagem, pelo número de vendedores, ou outro critério que lhe dê uma base
concreta da capacidade de venda.
O lojista fez um cálculo com base em seu capital de giro e na sua negociação com
fornecedores e descobriu que tem capacidade de comprar até 1.500 unidades de peças de
roupas. Veja o cálculo do faturamento máximo:
59
Ponto de Equilíbrio
Qual o mínimo que sua empresa deve faturar para não ter prejuízo?
𝐷𝐹
𝑃𝐸𝑞 =
% 𝑀𝑔 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟
Onde:
𝑀𝐶𝑢𝑛
% 𝑀𝑔 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟 =
𝑃𝑉𝑢𝑛
Onde:
60
Veja o caso do Salão de Beleza:
Assim, o mínimo dos mínimos que a dona do Salão de Beleza precisa receber de
dinheiro é R$ 4.373,00 por mês! Isso se não houver nenhum imprevisto! Considerando 22 dias
de trabalho num mês, ela teria que receber cerca de R$ 199,00 por dia!
#Atenção: Para facilitar o entendimento, utilizou-se uma média simples. O ideal é que seja
feita uma média ponderada, em que se considera além das margens de cada produto, a
quantidade vendida de cada um.
61
#Exercício: qual o ponto de equilíbrio da sua empresa?!
𝑃𝐸
𝑃𝐸𝑞 𝑄𝑡𝑑𝑒 =
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
Onde:
4.373
PEqtd = = 186 cortes
23,50
Isto significa que ela precisa fazer 186 cortes no mês para chegar ao ponto de
equilíbrio, ou seja, mais de 8 cortes por dia!
23.997,41
PEqtd = = 468 peças
51,25
Para o cálculo do preço médio também se usou uma média simples. Estas 468 peças a
serem vendidas no mês significam mais de 20 peças por dia. Apenas para ficar no zero a zero.
62
Ponto de Equilíbrio de um investimento
Quanto você deve faturar a mais apenas para pagar o salário dele? Os mesmos R$
1.500,00? Para fazer o cálculo, basta substituir a Despesa Fixa Total na fórmula de ponto de
equilíbrio e colocar o gasto em específico que você está calculando.
𝑅$ 1.500
𝑃𝐸𝑞 = = 𝑅$ 1.923,00
78%
Assim, apenas para pagar o vendedor, o salão teria que faturar quase dois mil reais a
mais!
𝑅$ 1.500
𝑃𝐸𝑞 = = 𝑅$ 2.745,00
54,7%
Para o lojista o ponto de equilíbrio é ainda maior! Ele precisa receber R$ 2.745,00
apenas para pagar o salário deste funcionário. Assim, este vendedor não pode ter uma meta
inferior a este valor.
#Exercício: qual o ponto de equilíbrio dos seus funcionários? Qual o mínimo que você deve
receber apenas para pagar os salários deles?
A fórmula é parecida:
63
𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑥𝑎
𝑃𝐸𝐸𝑐 =
(%𝑀𝑔. 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟 − %𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜)
ATENÇÃO!
Para facilitar o entendimento sempre utilizamos a média simples para fazer os cálculos. O ideal
é que se use a média ponderada, considerando as quantidades vendidas de cada item.
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜
𝐺𝐶𝑅 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎
𝑅$ 4.373,00
𝐺𝐶𝑅 = = 70%
𝑅$ 6.204,00
Este valor significa que 70% de toda a receita possível do Salão de Beleza já está
comprometido apenas para pagar as contas!!! É um valor muito alto, pois qualquer
inconstância nas vendas ou algum imprevisto irá gerar um prejuízo na certa.
No caso do lojista (para quem não tem uma capacidade de venda bem definida) este
cálculo torna-se um pouco mais subjetivo, pois a receita máxima não é clara, mas mesmo
assim o cálculo funciona da mesma forma. Confira o GCR da Loja de Roupas:
64
𝑅$ 23.997,41
𝐺𝐶𝑅 = = 31%
𝑅$ 76.875,00
A situação do lojista neste exemplo é bem melhor! O seu grau de comprometimento
da receita é de apenas 31%. Isso significa que ele pode faturar apenas 31% do seu máximo que
ainda assim não terá prejuízo.
Análise Horizontal: analisa a diferença de uma determinada conta entre dois períodos.
Também é uma fórmula simples:
𝑅$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2
𝐴𝐻 = −1
𝑅$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 1
Assim, você conseguirá identificar quais as despesas tiveram maiores discrepâncias
entre dois períodos, seja para cima ou para baixo. Exemplo: a conta com telefone no mês de
janeiro era de R$ 100,00 e no mês de fevereiro foi para R$ 150,00. A diferença é de R$ 50,00 e
isso pode não parecer muito. Mas ao colocar na fórmula da análise horizontal percebemos que
esta conta variou 50% para cima de um mês para o outro. Olhando desta forma percebe-se
que é uma grande diferença!
65
Assim, juntando-se as duas análises é possível ter, de forma mais clara, uma análise
completa do Fluxo de Caixa identificando as contas mais representativas (e que, portanto,
merecem mais atenção) e também as contas que tiveram grandes variações (que também
merecem atenção). A partir daí o gestor pode tomar decisões para melhorar a situação
financeira.
66
IDEAL An.Vertical Período 1 An.Vertical An.Horizontal Período 2 An.Vertical An.Horizontal
ENTRADAS 11.025,00 100% 9.300,00 -16% 12.000,00 29%
Receita de Vendas 11.025,00 9.300,00 12.000,00
Receitas Financeiras - - -
Outras Receitas - - -
SAÍDAS
Custos Variáveis 4.914,00 45% 4.145,01 45% -16% 5.348,40 45% 29%
Mão de obra 3.150,00 2.657,01 3.428,40
Impostos 661,50 558,00 720,00
Comissão 771,75 651,00 840,00
Taxa Cartão 330,75 279,00 360,00
Margem de Contribuição 6.111,00 55% 5.154,99 55% -16% 6.651,60 55% 29%
Grau de Alavancagem
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝐺𝐴 =
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎
A lógica é: quanto uma variação na minha receita vai impactar o meu lucro. Por
exemplo:
Fazendo a conta:
211%
𝐺𝐴 = = 21,06
10%
Confira no resumo de fluxo de caixa abaixo:
-10% 10%
Receita 8.370,00 9.300,00 10.230,00
Margem de Contribuição 4.639,37 5.154,86 5.670,34
Despesas Fixas 4.290,00 4.290,00 4.290,00
Investimentos 585,90 651,00 716,10
Lucro - 236,53 213,86 664,24
Diferença lucro -211% 211%
Grau de Alavancagem 21,06 21,06
Observações:
69
Indicador KACE
O Indicador KACE (de 4blue Gestão Empresarial) representa o quanto a empresa precisa
faturar para cada um real de despesas. Em outras palavras: se você comprar um drops de bala
por R$ 1,00, quanto a empresa precisa faturar apenas para pagar esta despesa.
É um mini-ponto de equilíbrio, no qual ao invés de colocar sua Despesa Fixa, você usará R$
1,00 como despesa. Confira a fórmula:
1
𝐼𝑛𝑑. 𝐾𝐴𝐶𝐸 =
% 𝑀𝑔 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟
Sim, temos que admitir que a Gestão Financeira não é fácil. Não só porque não é algo
baseado no feeling, ou que requer um certo conhecimento técnico, ou mesmo porque requer
muita organização e disciplina.
Este curso foi apenas um passo. Mas conhecimento sem execução não adianta nada. E
Execução sem planejamento não traz os resultados mais rapidamente.
contato@4blue.com.br
70
LISTA DE EXERCÍCIOS
1) Abaixo temos alguns número da empresa "Vestindo Beleza Pura". Uma empresa que vende
roupas e acessórios para mulheres. Veja os dados abaixo e traga as informações solicitadas
(para os valores abaixo foi pego o valor médio dos últimos 6 meses da empresa).
Vendas - 65.000,00
Fornecedores - 35.000,00
Impostos de vendas - 7%
Mão de obra - 14.000,00
Aluguel - 1.500,00
Luz - 110,00
VT - 310,00
Água -90,00
Comissão - 4%
Contador - 300,00
Telefones e internet - 450,00
Investimento em Marketing Digital - 500,00
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2) Calcule o preço de vendas para os 3 serviços realizados pelo Dentista Luiz Inácio Lula
da Silva. Seguindo os dados abaixo, sabendo que ele trabalha apenas 7 horas/dia
atendendo efetivamente e trabalha 20 dias/mês.
OBS: Imagine que a empresa cortou o Lucro para 25%, quais os novos preços?
3) Calcule o preço de vendas para a indústria Tinta Segura, que fabrica latas de tinta.
Seguindo os dados abaixo, sabendo que Trabalhando no máximo de máquinas e
homens, a indústria fabrica 300.000 latas, mas sua média vem sendo 265.000 por mês.
OBS: Imagine que a empresa os impostos aumentaram para 23%, quais os novos
preços?
72
4) Calcule o preço de vendas para a loja de roupas Vestir Bem. Seguindo os dados abaixo,
sabendo que existem 7 funcionários e a loja trabalha de segunda até sexta (das 9h às
18h).
OBS: Imagine que a empresa cortou as Despesas Fixas para R$ 20.000,00, quais os
novos preços?
5) Calcule o preço de vendas para a loja online de sapatos Andando nas Nuvens.
Seguindo os dados abaixo, sabendo que funcionam 24h por dia.
Faturamento mensal médio: R$ 140.000,00
Custo Variável para tênis: R$ 50,00
Custo Variável para chinelo: R$ 8,00
Custo Variável para sapato social: R$ 65,00
Despesa Total da empresa: R$ 35.000,00
Imposto: 7%
Comissão para cada venda: 5%
Cartão: 2%
Lucro pretendido: 14%
Investimento: 8%
OBS: Imagine que a empresa aumentos as Despesas Fixas para R$ 50.000,00, quais os
novos preços?
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PROVA DE FOGO!
ABRIL
Total An. Vertical
RECEITA DE VENDAS R$ 34.335,53 100%
3.1 Receita de Vendas -
3.1.1 Almofadas 20.267,53 59%
3.1.2 Colcha 12.899,30 38%
3.1.3 Bancos e Banquetas 1.168,70 3%
Impostos - 6% | Comissão - 5%
74
a) Qual o faturamento desta empresa?
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