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Referências 53
Unidade 01
PLANEJAMENTO E PROJETO
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Nas formas mais rudimentares, involuntárias e
até simplistas, pessoas fazem, em pleno século 21,
planos e projetos para uma infinidade de assuntos.
Tomemos uma dona de casa da classe C/D.
Quando ela toma a determinação de que vai trocar
seu aparelho de TV, por exemplo, está elaborando
mentalmente seu projeto de aquisição de bens de
consumo e de melhoria para o entretenimento de
sua família. Ela não redige um projeto, mas o tem
em mente. E, como parte dele, anota números, faz
contas, guarda documentos, muda cardápio, estabe-
lece regras no consumo, etc. Pode fazer tudo isso
mesmo que os demais membros de seu núcleo fami-
liar não saibam de seus propósitos.
Trata-se de um projeto pessoal de aquisição da
TV. Pode ser parte de um projeto maior, o seu Pro-
jeto de Vida, que é cuidar da família zelando por eles
e proporcionando a todos o melhor que puder na
sociedade de consumo.
As pessoas têm seus projetos pessoais. Quem
faz um curso de especialização, certamente, tem um
propósito, que pode embutir um projeto de vida, ou
parte dele. Alguns exemplos de projetos pessoais:
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• Criar seu próprio negócio
• Criar garantias para a aposentadoria
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podem decidir se terão mais filhos. E os projetos vão
se sucedendo: mobiliários, roupas, um carro maior,
o berçário, a escola, a reserva financeira para seus
estudos, etc.
A empresa segue o mesmo princípio: altera
seus produtos, renovando-os ou tirando-os de linha;
lança novos produtos; adquire concorrentes; expan-
de suas fronteiras, etc.
A classe média estadunidense, por exemplo,
tem como valor de família a poupança para os estu-
dos dos filhos. Como naquele país as mais conceitu-
adas universidades são privadas, e caras, as famílias
poupam para esse fim específico, algumas até pro-
tegendo juridicamente essa poupança de eventuais
problemas financeiros que possam vir a sofrer. É um
projeto de longo prazo e que, em geral, começa já na
gravidez com “presentes” em forma de doação.
Diferentes autores tratam da questão do Proje-
to, com algumas variações:
Para Kerzner (1992), é a gestão de um projeto
de prazo relativamente curto e que foi estabelecido
para a consecução de objetivos específicos;
Já Turner (1994) diz que a gestão de projetos é
um processo através do qual um projeto é levado a
uma conclusão. E aponta três dimensões: objetivos
(âmbito, organização, qualidade, custo, tempo); pro-
cesso de gestão (planejar, organizar, implementar,
controlar); e os níveis (integrativo, estratégico, táctico);
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O PMI (Project Management Institute) (2004)
define gestão de projetos como sendo o processo atra-
vés do qual se aplicam conhecimentos, capacidades,
instrumentos e técnicas às atividades do projeto de
forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos
diversos stakeholders (atores empresariais ativamente
envolvidos no projeto ou cujo resultado do mesmo
poderá afetá-los positivamente ou negativamente).
Como uma disciplina organizada, a gerência de
projeto foi desenvolvida a partir de muitos campos de
aplicação distintos. Sua raiz passa pela construção civil,
a engenharia mecânica e diversos projetos militares.
O “criador” da gerência de projeto é Henry
Gantt, estadunidense que ficou conhecido como o
pai de técnicas do planejamento e do controle. Co-
nhecido pelo uso do gráfico de barras, é associado
às teorias de Taylor sobre administração científica.
Seu trabalho é o precursor a muitas ferramentas da
gerência moderna do projeto, como a WBS (Work
Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica
do Projeto) como recursos que avaliam o trabalho.
O marco desse modelo de gestão remonta dos
anos 1950, também nos Estados Unidos. Antes das
criações de Gantt e de outras contribuições, os pro-
jetos eram controlados por técnicas informais e ou-
tras ferramentas.
Nesse tempo, dois modelos de projeto mate-
mático foram desenvolvidos:
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PERT (Program Evaluation and Review Te-
chnique), desenvolvido como a parte programa do
míssil do submarino Polaris, da marinha dos Estados
Unidos; o CPM (Critical Path Method), desenvolvi-
do em conjunto por DuPont Corporation e Reming-
ton Rand Corporation para projetos da manutenção
de planta. Estas técnicas matemáticas espalharam-se
rapidamente em muitas empresas.
A partir de 1969, o Project Management Ins-
titute foi dando forma para servir ao interesse da
indústria da gerência de projeto. O pressuposto do
PMI é que as ferramentas e as técnicas da gerência
de projeto são comuns a diferentes perfis de empre-
sas, mesmo entre a aplicação difundida dos projetos
da indústria do software até indústria de construção.
No ano de 1981, os diretores do PMI autoriza-
ram a elaboração de um guia de projetos, o Project
Management Body of Knowledge, contendo os pa-
drões e as linhas mestras das práticas a serem usadas
pelo gestor de projetos.
Numa visão mais voltada ao marketing temos
que: “Projeto é qualquer empreendimento que tenha
objetivos claros e definidos que representem valores
específicos a serem utilizados para satisfazer necessi-
dades ou desejos, com objetivo específico e ciclo de
vida definido”.
Do ponto de vista da organização nas empre-
sas, temos que: “Projeto é um empreendimento com
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objetivos claros e tempo de duração definido, tem
caráter matricial, diferindo da atividade comum e
produtiva da empresa”.
As empresas se organizam e investem em de-
partamentos, divisões ou gerências de gestão de
projetos. Nas últimas décadas isso tem sido feito de
forma rápida e surpreendente, criando a necessidade
do gestor de projetos.
Empresas começam a partir de um projeto. Em-
presa, na compreensão de distintos autores, configu-
ra-se como uma unidade econômica e social, integra-
da por recursos humanos, materiais e técnicos, que
tem como objetivo desenvolver, produzir e comercia-
lizar produtos ou serviços através da sua participação
no mercado de bens e serviços. Para isso, faz uso dos
fatores produtivos, como capital e trabalho.
Uma empresa se traduz numa modalidade es-
pecífica de negócio, seja ele relativo à produção (fa-
bricação) de bens de consumo ou de serviços. Nessa
perspectiva, para que alguém tome a iniciativa de
investir (iniciar) um novo negócio, é preciso que se
elabore um projeto.
A ISO 10006:1997 – International Standards
Organization define a gerência de projetos como: “a
aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas
na elaboração de atividades relacionadas para atingir
um conjunto de objetivos pré-definidos.”
Assim como lembramos que uma dona de casa
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faz seu projeto para a aquisição de um novo bem de
consumo para a sua família, é possível que alguém ini-
cie um novo negócio com um projeto pouco claro e
com poucas informações para garantir um retorno mí-
nimo ao seu trabalho e investimento. Nesse caso, o ne-
gócio pode até dar certo, mas os riscos serão grandes.
Podemos observar pelos aspectos a serem abor-
dados que o projeto do novo negócio abarca diferentes
variáveis que devem interferir de alguma forma no seu
desenvolvimento. E demanda planejamento.
Para melhor compreensão do que vem a ser
Projeto, recordemos o que é Planejamento e como
ele se dá. Para isso, é preciso que abordemos o tema
a partir do ponto de vista conceitual.
1.2. O Planejamento
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Assunto abordado: pesquisa, produção, finanças,
marketing, RH, etc.
Elementos: propósito, objetivo, estratégia, orça-
mentos, etc.
Tempo: curto, médio, longo prazos.
Unidade Organizacional: corporativo, filiais, divi-
sões, departamentos.
Características: qualidade, quantidade, confiden-
cial, estratégico, tático, etc.
As dimensões não são mutuamente exclusivas e não apresen-
tam linhas demarcatórias claras.
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cisamos levar em conta todos os aspectos que envol-
vem o desenvolvimento do negócio. Woiler e Mathias
(1996, p 12), entendem que a atividade de planejar
pode ser executada segundo três diferentes diretrizes:
satisfação, otimização e adaptação. Vejamos:
Satisfação: Nesse processo o número de obje-
tivos deve ser reduzido e com menor resistência à
sua implementação. Para os autores, esses objetivos
poderão não ser, necessariamente, os mais adequa-
dos à empresa, posto que a preocupação básica do
planejador está centrada no aspecto financeiro com
grande ênfase nas projeções orçamentárias. Sempre
de acordo com os autores, esses planos tenderão a
ser conservadores e raramente se afastarão das prá-
ticas costumeiras da empresa. São apontadas como
vantagens dessa diretriz o menor tempo de planeja-
mento, o menor custo e menor capacitação técnica
da equipe que o impulsiona.
Por último, concluem Woiler e Mathias, há tam-
bém menor resistência interna aos estudos por parte
da empresa, fato muito importante se o grupo estiver
“iniciando o aprendizado do processo de planejar”.
Otimização: Nessa diretriz o administrador traça
os objetivos do planejamento em termos quantitativos.
Os diferentes objetivos são definidos numa medida
comum, em geral a monetária, e combinados em uma
medida geral de desempenho. Trata-se de uma diretriz
muito eficiente para decisões operacionais como ma-
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nutenção, controle de estoque, equipamentos, etc. Os
autores entendem que é possível que o otimizador ten-
da a ignorar decisões que ele não pode modelar dessa
forma e que envolvem aspectos qualitativos.
Adaptação: A adaptação, ou homeostase, é a
procura de equilíbrio por parte da empresa após so-
frer alguma mudança. Esse equilíbrio pode significar
a busca de compensar algum desiquilíbrio que estava
reduzindo a eficiência do sistema da empresa. Quan-
do a empresa procura a adaptação, está reagindo a
um estímulo. Esse tipo de reação pode ser passiva
ou antecipatória.
Uma reação Passiva é aquela que vem defasada
e geralmente dentro dos padrões normais da produ-
ção. Já a antecipatória trata da preocupação de ante-
cipar mudanças do meio ambiente e por adaptar a
empresa a esses novos estados.
A adaptação é a mais lógica das diretrizes do
mundo empresarial. As empresas têm que se adian-
tar às mudanças externas, observando cenários fu-
turos e fazendo simulações sobre seus negócios de
médios e longos prazos.
Lembremo-nos de exemplos não tão distantes,
como a demora da Kodak em reagir às evidências
da tomada do mercado fotográfico pelas câmeras
digitais, o fim do filme em celuloide e das revela-
ções em papel fotográfico. Todas essas tendências
foram absolutamente agravadas pela tecnologia que
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permitiu ao consumidor fotografar também com os
aparelhos de telefonia celular.
Nesse mesmo caminho ficaram o mercado fo-
nográfico e as locadoras de filmes, após os diferentes
aplicativos que permitem ao consumidor baixar mú-
sicas e filmes pela Internet. Com isso, as gravadoras
perderam sua força sobre os artistas e passaram a
atuar também no mundo do show business. Já as lo-
cadoras que não fecharam foram transformadas em
lojas de conveniência ou drogarias.
O processo do planejamento, portanto, envolve
um modo de pensar. Um modo de pensar, por sua
vez, envolve indagações e questionamentos sobre o
que será feito: como, quando, quanto, para quem,
por quem, onde será feito e por quê.
Como afirmou Peter F. Drucker, toda a ativida-
de de planejamento numa empresa ou organização
deverá resultar de decisões presentes, tomadas com
base em estudos sobre o impacto delas no futuro.
Isso deve proporcionar aos planejadores dimensões
temporais significativas.
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exemplo. As possibilidades de uniões mais estáveis têm influên-
cia em determinados tipos de consumo e, sobretudo, no mer-
cado infantil, em curtos e médios prazos, bem como de adoles-
centes num longo prazo. Como sabemos, o desenvolvimento
de novos produtos e serviços demandam pesquisas, estudos e,
sobretudo, tempo. Eis uma razão para que os planejamentos
contemplem perspectivas futuras e tenham flexibilidade.
Planejamento é:
• Processo sistemático e constante cujos efeitos e consequên-
cias deverão ocorrer em futuros períodos de tempo.
• Não é um ato isolado; é um composto de ações inter-rela-
cionadas e interdependentes que visam objetivos estabelecidos.
20
1.3 Princípios gerais do planejamento
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• O princípio da maior eficiência, eficácia e efetivi-
dade. O planejamento deve procurar maximizar os
resultados e minimizar as deficiências.
Para melhor compreender esse quarto princí-
pio, recordemos:
Eficiência:
Fazer as coisas de maneira adequada;
Resolver problemas;
Salvaguardar recursos aplicados;
Cumprir o dever;
Reduzir os custos.
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Eficácia:
Fazer as coisas certas;
Produzir alternativas criativas;
Maximizar a utilização de recursos;
Obter resultados;
Aumentar o lucro.
Efetividade:
Manter-se no ambiente;
Apresentar resultados globais positivos permanentemente;
A efetividade traduz-se na capacidade de a empresa con-
seguir coordenar esforços e energias visando o alcance
de seus objetivos e a sua manutenção no ambiente;
Já a eficácia da empresa está na razão direta de sua
capacidade de identificar oportunidades e necessida-
des do ambiente e sua flexibilidade e adaptabilidade,
visando usufruir dessas oportunidades;
Para Ackoff, apud Oliveira (1992, p 24), o planeja-
mento tem quatro princípios específicos.
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Planejamento Participativo O principal benefício não é o
seu produto, ou seja, o plano,
mas o processo envolvido. Nes-
sa perspectiva o papel do res-
ponsável pelo planejamento não
é somente elaborá-lo, mas facili-
tar o processo de sua elaboração
pela própria empresa em todas
as áreas ligadas ao processo.
Esse processo “chama” à res-
ponsabilidade toda a pirâmide
organizacional fazendo-a sentir-
-se participante das mudanças
na empresa.
Planejamento Coordenado Nesse caso todos os aspectos
envolvidos devem ser projeta-
dos de modo que atuem inter-
dependentemente uma vez que
nenhuma parte ou aspecto de
uma empresa pode ser planeja-
do eficientemente se não houver
sinergia nesse trabalho com as
demais áreas.
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Planejamento Integrado Nessa modalidade os diferentes
escalões da empresa são plane-
jados integradamente. Nas em-
presas voltadas para o mercado
geralmente os objetivos são de-
finidos “de cima para baixo” e
os meios para consegui-los, “de
baixo para cima”. Nas empresas
cuja função é servir aos seus
membros, esse fluxo é invertido.
Planejamento Permanente Na prática todo planejamento
é permanente. Trata-se de uma
condição exigida pelas turbu-
lências do ambiente. Nenhum
plano mantém seu valor com o
passar do tempo. São mantidos
sim, os princípios e valores da
empresa ou organização. Suas
metas, produtos e serviços, no
entanto, são reciclados confor-
me as mudanças do ambiente.
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Embora contenham aspectos de “relatividade”,
as diferenças entre o planejamento estratégico e o
tático têm as seguintes características:
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que foca o futuro da empresa ou organização. Consi-
dera um conjunto de planejamentos táticos cuja soma
deve prever um período maior para a conclusão.
2. Sua amplitude é obviamente maior, pois trata da
empresa numa visão sistêmica, ou seja, de todos os
seus aspectos e interesses. Já o nível tático trata de
determinada parte do todo.
3. O risco embute a amplitude da empresa e maior
prazo de execução em relação ao nível tático.
4. O nível estratégico está relacionado às atividades
fins e também dos meios da empresa. Já o nível táti-
co é mais relacionado à atividade meio.
5. A flexibilidade do nível estratégico é supostamen-
te menor, vez que trata das diretrizes futuras da em-
presa e, portanto, de sua posição nos ambientes. É
preciso lembrar, todavia, que SEMPRE há a possibi-
lidade de mudanças e alterações de rumo de acordo
com fatores do ambiente externo e que são alheios à
vontade das empresas e organizações.
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Fundamentalmente, a diferença entre os níveis
tático e operacional é que o segundo faz acontecer,
põe a mão na massa. Claro, trata-se de uma figura
de linguagem, uma vez que todos os profissionais
estarão supostamente comprometidos com o desen-
volvimento do plano.
Tomando como exemplo uma diretriz estraté-
gica que trata do desenvolvimento de pessoas ou da
redução de custos na produção, teremos os profis-
sionais do nível médio (tático) discutindo, analisan-
do e planejando as ações decorrentes das diretrizes
(do nível estratégico) para implementar cada uma
das ações definidas, sempre ouvindo a base da pirâ-
mide. Caberão ao pessoal operacional a colaboração
e o desenvolvimento dessas ações.
Resumo sobre os níveis do planejamento:
Relatividade
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coexistem e devem ser operados continuamente.
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jamento, visando projeto para determinado produto
ou serviço. É a partir da identificação do valor de
determinado produto ou serviço que se pode definir
um novo projeto.
Os Objetivos
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belecimentos uma rede de restaurantes por quilo. A
análise sinérgica inicial da empresa de supermerca-
dos está baseada em seu poder de compra de pro-
dutos alimentícios e nas possibilidades de utilização
desse material de transformação (o gênero alimentí-
cio in natura sendo transformado em comida). Mes-
mo que não tenha experiência na operação e gestão
de restaurantes, a empresa já tem um gatilho inicial
favorável alicerçado no seu poder de compra e, por-
tanto, de uma matéria-prima (o gênero alimentício/
material de transformação) a preço bastante compe-
titivo. Somam-se a esse fator sinérgico seus pontos
de venda já conhecidos, com boa localização e com
demanda natural em dias úteis e finais de semana
praticamente vinte e quatro horas por dia.
Como se vê, nesse caso, tem-se a interação de
dois ou mais elementos em um sistema capaz de
gerar um resultado mais que proporcional à soma
dos elementos (os gêneros alimentícios por preços
competitivos e os pontos de venda bem localizados
e conhecidos) considerados.
Já a sinergia negativa dá-se na outra mão de di-
reção. Tome-se como exemplo uma empresa que é
especializada em produtos eletroeletrônicos e que
resolve, numa mesma planta fabril, entrar no ramo
de à base de látex como os preservativos, por exem-
plo. São dois os fatores que não combinam. Primeiro
pela especialidade e tempo de experiência em deter-
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minado ramo e a escolha de outro produto estranho
ao seu sistema fabril.
Vale observar que esses são exemplos gene-
ralizados sobre o tema. Do ponto de vista merca-
dológico uma empresa de marca definitivamente
consolidada em qualidade de seus produtos pode
eventualmente arriscar-se num outro ramo/produto
estranho ao seu portfólio.
Imaginemos uma marca como a Nestlé, reco-
nhecidamente confiável no ramo de derivados de lei-
te e vitaminados, e com fidelidade de consumo pas-
sada por gerações. Com base na confiabilidade que
seus consumidores têm em sua marca, se ela optasse
por produzir preservativos, poderia fazê-lo com a
fabricação terceirizada e usando de sua marca. Seria
uma simples diversificação do portfólio avançando
para um ramo da preservação da saúde e com algu-
ma ligação à sua oferta conhecida, que é a de pro-
dutos saudáveis, uma vez que não vendem bebidas
alcóolicas ou refrigerantes com excesso de açúcar.
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A especificação dos objetivos: Especificar e
deixar claros os objetivos são de grande importân-
cia para o planejamento. Quando os objetivos são
traduzidos numa forma de desempenho (valores em
dinheiro, unidades produzidas/vendidas) fica muito
mais fácil medir os resultados do que foi planejado.
1. São específicos?
2. São realistas?
3. O seu atingimento pode ser verificado?
4. Especificam exatamente quando vão ser atingidas?
5. Incluem alvos intermediários específicos, necessá-
rios ao atingimento dos objetivos os quais também
se pode medir?
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numa grande empresa, o planejamento do projeto
e seus objetivos devem estar em consonância com
os diferentes setores do negócio/empresa. Quanto
mais harmônicos forem os objetivos, mais fácil será
interação entre os setores (departamentos, direto-
rias, gerências, etc.).
Na elaboração do planejamento estratégico é
fundamental que sejam definidos o Valor, a Visão e
a Missão da empresa. Para entender melhor:
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ação, considerando as tradições e filosofias da empresa.
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podem influenciar diretamente. O aumento da infla-
ção, que pode diminuir o consumo e/ou encarecer
as matérias-primas dos produtos também foge ao
controle das empresas e organizações. Nos dois ca-
sos, a forma de as empresas buscarem interveniência
nesses processos dá-se pela ação política no legis-
lativo. O que é uma demanda longa e nem sempre
certa. Avanços na tecnologia também não estão sob
o controle das empresas e elas têm que se adaptar às
inovações, ou não sobrevivem.
Ambiente Interno: Esse é um ambiente sobre o
qual a empresa tem controle. É composto pelos seus
elementos internos, a saber:
Recursos tangíveis (materiais, matéria prima,
instalações e pessoas).
Recursos intangíveis (marcas, patentes, confian-
ça e fidelidade do cliente).
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O ambiente interno deve passar pela análise
dos Fatores Críticos do Sucesso (FCS) que analisa as
atividades-chave do negócio e as especificidades do
setor. A análise PFOA (SWOT) é outra importante
ferramenta, vez que vai analisar a Potencialidade, as
Forças, Fraquezas e Oportunidades que a empresa
e/ou seus produtos têm no mercado.
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Já as oportunidades e ameaças dizem respeito
ao Ambiente Externo e, portanto, são variáveis so-
bre as quais as empresas não têm controle.
Para um estudo de novos projetos, essa análise é
fundamental vez que, através dela, podemos ter uma
visão maior das variáveis do mercado que envolvem
os produtos e/ou serviços alvos de nosso propósito.
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formações. Para Woiler e Mathias, (1996, p 27) o pro-
jeto não se confunde com as informações, pois ele é
entendido como sendo um modelo que, incorporan-
do informações qualitativas e quantitativas, procura
simular a decisão de investir e suas implicações.
Projetos são elaborados para os diferentes seto-
res da economia e para os mais variados temas. Den-
tro das empresas e organizações existem várias possi-
bilidades de projetos que podemos assim classificar:
Classificação de projetos no universo das empre-
sas e organizações:
• Implantação
• Expansão e/ou ampliação
• Inovação
• Modernização
• Diversificação
• Relocalização
• Viabilidade
• Financiamento
• Final (implementação)
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Para qualquer das modalidades de projeto que
a empresa pretende desenvolver, o estudo de viabili-
dade é fundamental.
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A redação deve ser clara, sucinta e objetiva. A ar-
gumentação que indica a viabilidade ou não do negócio
pretendido deve ser facilmente compreensível aos ato-
res de decisão na empresa.
Um estudo dessa natureza deve conter, minima-
mente, a seguinte estrutura/etapas:
a. Econômicos
b. Técnicos
c. Financeiros
d. Administrativos
e. Jurídicos e legais
f. Meio ambiente
g. Contábeis
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fiscais da empresa, as instituições pedem descrição
do planejamento estratégico, do perfil dos sócios ou
membros de seu conselho e todas as certidões legais
que comprovem ser a empresa uma pessoa jurídica
idônea e apta a tomar aquele empréstimo.
Não se trata de um projeto que atende apenas
as grandes empresas ou somente voltado para ati-
vidades lucrativas. Também as instituições que não
visam lucro, ou de caráter filantrópico, devem apre-
sentar suas justificativas e seus planos, para a aplica-
ção dos recursos solicitados.
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Uma boa ideia só pode ganhar um processo
de maturação com relação ao investimento defini-
tivo quando a empresa tem um estudo que aponta
para ela as vantagens, desvantagens, riscos e cenários
futuros. Sem isso é temerária uma decisão, sobretu-
do quando se trata de grandes investimentos. E por
grandes investimentos podemos entender valores
proporcionais ao capital da empresa que vai implan-
tar o novo projeto. Se vinte milhões de reais é algum
risco para uma determinada empresa ou organiza-
ção, um milhão pode ser ainda maior para uma pe-
quena empresa familiar que inicia seus passos.
Um projeto pode ser rejeitado ou adiado em qual-
quer fase da análise da viabilidade. Porém, à medida que
avançar a sua implementação, essa possibilidade vai fi-
cando mais difícil. Certamente, é possível que se che-
gue a um nível de investimentos (capital, equipamentos,
pessoas, serviços) no qual não se pode mais voltar. É o
que se chama de ponto de não retorno.
A partir desse ponto, o de não retorno, os cus-
tos ligados à desistência do negócio são maiores do
que aqueles já investidos, e que implicam na implan-
tação do negócio. Nesses casos, o risco da desistên-
cia é maior do que o do restante do investimento
para operar o novo negócio, mesmo que as condi-
ções tenham mudado.
43
1.13 A elaboração do projeto
44
todos os demais custos. Assim, por exemplo, a am-
pliação de uma área fabril, vai ter previsto em seu
estudo/projeto os custos dos eventuais projetos de
arquitetura e/ou engenharia, bem como outros ser-
viços que demandem outros estudos técnicos (equi-
pamentos e outras instalações) para a efetiva implan-
tação daquilo que se pretende.
Enquanto os estudos de viabilidade chegam a
alcançar entre 0,5% e 1,5% do valor total dos inves-
timentos pretendidos, outros estudos, como os de
arquitetura e engenharia, podem variar entre 8% e
12%, a depender do tipo de obra.
O mesmo ocorre na área de serviços. O estu-
do para o lançamento de um novo produto no mer-
cado, uma ação mercadológica que trata apenas da
divulgação do produto para o seu lançamento pode
custar muito pouco em relação a todos os demais
serviços a serem contratados. Elaborados pela em-
presa ou por assessores/consultores contratados, o
estudo pode ficar bem aquém dos investimentos ne-
cessários aos objetivos.
Nesse caso específico, podem constar serviços
como os de uma agência de publicidade e todas as
demais peças que a ação demandar numa campanha,
podendo incluir:
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• Criação de teaser e peças publicitárias
• Elaboração de filmes publicitários
• Serviços de assessoria de imprensa
• Veiculação de filmes e spots
• Cerimônia de lançamento
• Promoções nos PDV
• Veiculação de anúncios em diferentes mídias
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cerçado em projeções. E toda a projeção contém in-
certezas que são inerentes aos processos de inferên-
cia ou informação parcial. Por mais que se levantem
dados históricos, projeções de cenários, orçamentos
e toda uma coleta de dados que demanda tempo e
recursos financeiros, o que se terá em mãos é um
cenário projetado muito próximo do que poderá ser
real. Sempre dependendo de variáveis internas e ex-
ternas que possam ocorrer no tempo existente entre
o estudo e a efetiva implantação do projeto.
O tempo é um fator primordial nessa questão.
A depender de quanto tempo se dá entre a conclusão
do projeto, da decisão por ir em frente e da efetiva
implantação dele, muitas variáveis podem ter acon-
tecido e tudo pode ter mudado. Inclusive os custos
ou a demanda de consumidores/usuários/clientes.
No Brasil, os projetos de infraestrutura feitos
pelos governos, nos diferentes níveis, sofrem com
tais variáveis.
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Com a rapidez dos avanços tecnológicos no sé-
culo 21, o tempo faz muita diferença. Equipamentos
previstos para determinados projetos podem ganhar
obsolescência em pouco tempo. Uma impressora
para um parque gráfico pode ficar totalmente ultra-
passada em produtividade e custos em pouco mais
de um ano. Assim, se uma empresa já utiliza aquela
tecnologia, pode utilizar por algum tempo maior o
equipamento até substituí-lo por outro. No entanto,
para um projeto novo, é melhor que se inicie com
uma tecnologia mais nova. Portanto, um lapso de
tempo muito grande entre o projeto e sua efetiva
implantação pode implicar grandes diferenças orça-
mentárias e tecnológicas.
Neste capítulo vimos:
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no e o Ambiente Interno. O Externo diz respeito
às variáveis às quais as empresas não conseguem
controlar, como a economia, a demografia, cenários
políticos e tecnológicos. O Interno diz respeito aos
recursos tangíveis e intangíveis da empresa, como
máquinas, equipamentos, pessoas, marcas, etc.
• A análise PFOA, ou SWOT, que analisa as poten-
cialidades, oportunidades, fraquezas e ameaças à em-
presa ou do produto e serviço objeto do estudo.
• Os tipos de projetos e a importância do estudo de via-
bilidade para qualquer tipo de negócio a ser implantado.
• Entendemos que um projeto é alicerçado em pro-
jeções e orçamentos e, portanto, sujeito a margens
de incerteza. E que quanto maior for o lapso de tem-
po entre o estudo/projeto e sua implantação, maior
pode ser a diferença entre os dados apresentados e
uma nova realidade, sempre a partir de variáveis ex-
ternas, com maior peso, e de outras internas.
49
50
Exercícios
1. Como você define Projeto?
51
Referências
COBRA, Marcos. Plano estratégico de ma-
rketing, 2ª edição. São Paulo. Atlas, 1989.
54
55
GERÊNCIA DE PROJETOS
MS. José Ruy Veloso Campos
Referências 59
Unidade 02
A COMPOSIÇÃO DAS
FASES DO PROJETO
8
2.2. Estruturando o projeto
a. MERCADO:
Qualquer que seja a proposta a ser estudada no
projeto, uma análise do mercado do objeto a ser es-
tudado é necessária. Por mercado entendem-se to-
dos os aspectos que envolvem a comercialização do
produto ou serviço, tais como:
• Mercado específico do produto ou serviço
• Tendências e cenários desse mercado
• Concorrência
• Volume demandado
• Preços de custo e venda
• Canais de distribuição
• Logística
• Descontos
• Prazos
• Estimativa dos custos para lançamento do
produto/serviço
b. PRODUÇÃO:
Como já vimos, a produção é um tema sem o
qual os demais pouco valerão para a decisão sobre
um projeto. Em se tratando do universo de serviços,
a preocupação também tem sentido uma vez que é
9
preciso ter um ponto de partida para a prestação dos
serviços e que pode ser desde um consultório den-
tário ou uma clínica veterinária até um sistema de
atendimento telefônico ou por chat. Na área fabril
produção é o chão de tudo.
De novo, como já visto:
• Instalações, maquinários, energia, questões
hidráulicas, espaço e pessoas devem ser analisados
pelos profissionais do setor de produção.
• Produção e Mercado têm que “conversar”.
E convergir:
• Qual é a estimativa de consumo?
• Quantas unidades dia/mês/ano pretende-se vender?
Certamente, tais questões ajudam a definir as
novas configurações da planta fabril. Ou dos servi-
ços a serem oferecidos.
Finalmente: quanto vai custar esse investimento?
c. FINANCEIRO:
A análise financeira reúne todos os dados e es-
timativas feitos pelos analistas dos demais aspectos.
Essa análise vai permitir que a empresa tome
decisões sobre aportar capital próprio para o novo
investimento ou tomar no mercado através de em-
préstimos, emissão de papéis ou os recursos que en-
tenderem possíveis.
Qualquer que seja a fonte do capital, um crono-
grama de desembolso é necessário. Esse cronograma
10
vai definir quanto e quando se vai investir em cada
uma das etapas do empreendimento.
d. ADMINISTRATIVOS
Os aspectos administrativos têm que necessa-
riamente fazer parte do projeto. É nesse aspecto que
se vai estimar a estrutura necessária para o novo ne-
gócio. E a partir da estrutura proposta os custos se-
rão estimados para compor o total do projeto. Nesse
item são considerados:
• Projetos relativos à construção/amplia-
11
ção/reforma
• Aquisição de máquinas e equipamentos
• Contratação de pessoal
• Treinamento de pessoal
Esses custos, como os demais, serão amortiza-
dos na operação do empreendimento.
e. MARKETING
O novo produto ou serviço deverá demandar
ações mercadológicas visando a sua entrada no mer-
cado. O planejamento dessas ações deve constar do
projeto para que seus custos e a dimensão de sua
proposta sejam compreendidos por aqueles que te-
rão que decidir. Esse plano de marketing terá que
contemplar minimamente ações como:
• Definição da distribuição
• Campanha de lançamento
• Promoções em pontos de vendas
• Penetração de mercado
• Pesquisas de aceitação
• Análise do BCG
12
produto objeto do projeto. Como ele chegará a esses
pontos é uma questão para a logística.
Na área de serviços, a abordagem do marke-
ting terá, certamente, outro enfoque, mas que, fun-
damentalmente, visará o posicionamento do serviço
no mercado.
13
Quando o produto oferecer tais tipos de risco é
fundamental que as explicações sejam claras no sen-
tido de oferecer segurança ao consumidor.
Os custos de marketing e relações públicas para
desfazer um evento negativo relacionado ao produto
ou serviço de uma determinada empresa podem ser
absolutamente incalculáveis. E de difícil retorno.
Nesse item a estimativa de custos relativos a
projetos específicos sobre meio ambiente e saúde
devem estar previstos.
g. JURÍDICOS E LEGAIS
Os profissionais que elaboram um projeto de-
vem pensar nos aspectos jurídicos e legais que en-
volvem o produto ou serviço objeto do estudo.
Todos os tipos de licenças, como as do item an-
terior (saúde, meio ambiente), e outras de aspectos
legais devem ser levantados.
Isso inclui desde os direitos de marcas e paten-
tes para o novo Brand, seja ele de um produto ou de
serviço, até embalagens ou locais para espetáculos.
As produtoras de filmes, por exemplo, têm que
conseguir com relativa antecipação a autorização
para locações e montagem de set em espaços públi-
cos. Algumas cidades cobram para dar essa autoriza-
ção. Outras não cobram pelo espaço, mas o fazem
pela organização do trânsito no local.
Da mesma forma, é preciso saber com antece-
14
dência sobre aspectos legais e seus custos com re-
lação à organização de espetáculos que demandam
grandes multidões.
Um conjunto de licenças e compromissos
é exigido pela autoridade municipal ou estadual
aos organizadores.
Na área de serviços, os mais simples, e que não
raro são inobservados, vão desde o transporte de es-
tudantes – sendo o de crianças o mais exigente - até
salões de cabeleireiros, restaurantes, clínicas e con-
sultórios, hotéis e espaços para espetáculos. Todos
esses serviços têm legislações específicas.
15
juízos financeiros e morais, somados às penas que
serão aplicadas aos réus ao final de todo o processo,
simplesmente colocaram fora do mercado aqueles
empresários e os músicos daquela noite fatídica.
16
2.3. Análise do mercado
17
adquirir a determinado preço.
Diversos fatores, como o preço dos bens subs-
titutos ou complementares, as despesas e o endivida-
mento das famílias, o nível de riqueza (renda per capi-
ta), os investimentos em propaganda e outros fatores
de ordem externa influenciam na demanda efetiva.
Demanda é a quantidade de produtos ou serviços que
os consumidores estão dispostos a comprar.
• Entendo a oferta: Oferta é a quantidade de um
produto ou serviço disponível para compra. Quando
a demanda é maior do que a oferta, os preços dos
produtos tendem a subir, já que os consumidores se
dispõem a pagar mais para obter um determinado
item. Por outro lado, quando a oferta é maior do que
a demanda, os preços tendem a cair.
Como na demanda, outros fatores, além do pre-
ço, podem influir na oferta:
• Falta ou excesso de matéria-prima
• Falta de mão de obra
• Falta de energia ou água (questão climática
ambiental)
• Desenvolvimento tecnológico
• Taxas, impostos, subsídios, etc.
• Geografia: a definição das regiões geográficas
onde serão comercializados o produto ou serviço ob-
jeto do projeto é de importância basilar para a cons-
trução do conjunto de informações.
• Preço: a formação do preço dos produtos e
18
serviços é aspecto vital em toda a análise do mercado.
O preço acaba por ajudar substancialmente na defini-
ção do público-alvo.
2.3.2 – Elasticidade
19
Na demanda inelástica, as variações na quanti-
dade demandada serão menos do que proporcionais
às variações nos preços. Dessa forma, por exemplo,
um aumento de preços produziria um aumento na
receita e vice-versa.
• Determinantes na elasticidade
Um fator determinante na elasticidade é a im-
portância dos bens substitutos ou complementares
ao bem objeto de um determinado estudo. O exem-
plo comumente citado é o sal. Sua demanda é ine-
lástica porque ele não apresenta substitutos. Ainda
que empresas lancem no mercado sais temperados
ou sais provenientes de outros países com caracte-
rísticas diferenciadas, as versões comuns têm uma
demanda garantida, sem substitutos.
A elasticidade depende também do fato de um
bem ser de primeira necessidade ou supérfluo. As-
sim, ao tempo em que a procura por serviços mé-
dicos se configura uma necessidade, a procura por
espetáculos musicais ou viagens de navios pela cos-
ta brasileira são considerados luxo. Como resultado
tem-se que a relação da demanda por médicos não
decresce com variações nos preços das consultas,
enquanto a demanda por espetáculos ou viagens de
navios tende a diminuir diante do aumento de pre-
ços nos ingressos ou pacotes de viagem.
Woiler e Mathias (p. 52, 1996) apresentam os
fósforos de segurança como exemplo de produtos
20
que têm diversos substitutos (acendedores nos fo-
gões, acendedores à pilha, isqueiros, etc.) e mantêm-
-se na demanda inelástica porque seu preço é peque-
no e, portanto, o peso dessa despesa é muito peque-
no no orçamento das pessoas. Os autores abordam,
ainda, as construções residenciais: “... a moradia é
uma necessidade, mas, como seu peso é grande nos
orçamentos familiares, uma variação nos preços da
construção tem grande impacto na demanda”.
• Demanda por expansão: trata-se da aquisição, pelo
consumidor, de produtos os quais ele ainda não possui.
• Demanda por reposição: é a aquisição de pro-
dutos para a reposição daqueles que se desgastaram
ou ficaram obsoletos.
21
de um serviço.
O tempo de duração desse ciclo varia de um
produto para o outro e em cada um de seus estágios.
Antes mesmo de iniciar uma etapa de introdução no
mercado, o produto passa por outras duas impor-
tantes etapas, sobretudo para o projeto que estuda a
opção por esse produto. São eles:
• Pré-produto: essa é uma etapa onde as de-
cisões estão voltadas para os gastos em pesquisa e
desenvolvimento, aquisições e estudos de mercado.
Nesse momento estuda-se a analogia histórica rela-
cionada ao produto e seu uso, cria-se painel de espe-
cialistas, pesquisas qualitativas, etc.
• Desenvolvimento: Aqui os esforços e deci-
sões estão relacionados ao design do produto, sua
composição, etapas de seu desenvolvimento e com a
estratégia empresarial.
Essas duas fases são anteriores à produção pro-
priamente dita ou à oferta da prestação de um serviço.
O investimento em pesquisas nesses momentos é fun-
damental. E elas têm que estar previstas no projeto.
22
sim divididos:
a. Introdução:
Trata-se do momento do lançamento do pro-
duto. É um período em que, a rigor (sim, porque
pode ser diferente) as vendas são mais baixas e com
crescimento lento com consequente lucratividade
muito baixa ou não existente. É ainda um momento
de investimento. Estarão em teste nesse estágio:
• Os canais de distribuição
• O preço
• O interesse do consumidor pelo produto
• Estratégias de marketing
b. Crescimento
Esse período vem com a aceitação, pelo consu-
midor, do produto. As curvas de vendas (e possivel-
mente de lucratividade) tendem a crescer depressa
com tal crescimento. Esse período, ao tempo em que
traz alegrias para a empresa em razão do aumento
das vendas, traz também preocupação, pois aumenta
a concorrência.
Se o produto em questão é novo, surgem rapi-
damente as imitações. E as novas tecnologias, que
por um lado oferecem oportunidades de muita cria-
ção, por outro alavancam a concorrência a imitar o
objeto do sucesso.
Se o produto é mais um daquela natureza no
mercado e começa a ganhar espaço e a preferência,
23
os demais da concorrência preparam sua artilharia
e batem de frente com o sucesso lançado. Surgem
ações como as mudanças de embalagens, de caracte-
rísticas (sabores, cores, fragrâncias, potências, etc.) e
campanhas agressivas de marketing.
É um momento delicado. A empresa precisa
estar atenta ao crescimento dos concorrentes. A de-
pender do produto ou do serviço, pesquisas qualitati-
vas para conhecer o comportamento do consumidor
em relação aos produtos e serviços em crescimento
são importantes ao lado de outras ferramentas que
possam medir o nível de satisfação do cliente nos
pontos de venda, nas residências, nas ruas ou aonde
for indicado falar com aquele perfil de consumidor.
24
c. Maturidade e saturação
Esse é um momento em que as vendas têm um
crescimento desacelerado. Pode haver uma queda
dos lucros. A depender do tipo de produto, é um
momento até de desistência e saída do portfólio da
empresa. Mas, em geral, trata-se de uma fase natu-
ral. A competição com novos concorrentes torna-se
mais acentuada e novas ações são necessárias:
• Expansão do mercado através de novos ca-
nais de distribuição
• Promover o uso mais frequente e variado
pelo consumidor
• Buscar novos usos para o produto
• Alterações visuais e de atributos dos produtos
d. Declínio
25
à empresa. Buscando desviar desses fatores negati-
vos para a existência de seus produtos, as empresas
devem estar sempre olhando para o futuro, para as
tendências e perspectivas.
Alguns fatores são determinantes para o declí-
nio dos produtos.
e. Morte
Como se vê, um produto não deve, necessaria-
mente, “morrer”. Muitos deles “morrem” simples-
26
mente porque a tecnologia foi superada. Fabricar
carburadores de automóveis no ano de 2014 não faz
mais sentido. Há, é claro, um mercado de reposição
para os autos mais antigos, mas a tecnologia foi su-
perada nos anos 1980. É um caso de morte.
Outra razão para a “morte” pode ser a simples
desistência da empresa pela manutenção de deter-
minada linha de produtos. De acordo com a Matriz
do BCG, a empresa pode também desistir em razão
da demanda que transforma o produto em um “aba-
caxi”, também conhecido como “animal de estima-
ção”, ”cão” ou “vira-lata”, etc. Nessa posição estão
os produtos com baixa participação em um mercado
maduro, sem crescimento à vista. Tais produtos de-
vem ser evitados, ou mesmo extintos da produção
no portfólio, uma vez que, do ponto de vista finan-
ceiro, representam altos custos para recuperação e,
do ponto de vista estratégico, o investimento pode
ser duvidoso.
27
Com vidas comprometidas:
28
Como visto no primeiro capítulo, cada nova
ação empreendida a partir do planejamento estraté-
gico da empresa resulta em projeto.
Diversos autores enfatizam a importância de se
diferenciar projetos de processos ou atividades repe-
titivas. Um projeto não está inserido na rotina diária
de uma empresa como o departamento de pessoal
ou a gerência de vendas.
Projetos são processos de médio e longo prazo,
descontínuos. Para que não haja confusão, é preciso
entender que alguns processos na empresa são tam-
bém descontínuos, mas se repetem em ciclos. É o
caso dos balanços, planejamento anual, auditorias etc.
Quanto mais criativa a empresa, maior o núme-
ro de projetos em andamento. E isso pode significar
que alguns colaboradores estejam cuidando de suas
rotinas nas atividades que fazem parte do processo
de produção (de produtos ou serviços) e, simultane-
amente, participam de um novo projeto. Essas em-
presas criativas tendem a mudar sensivelmente num
período de meia década a depender do êxito obtido
com seus projetos.
Os governos adotam a linha de desenvolvimen-
to de projetos e programas para diferentes áreas.
São comuns os projetos para moradia popular, para
a segurança pública, para melhoria das estradas, do
transporte público e outras áreas.
A divisão por projetos propicia também nas em-
29
presas as decisões sobre priorizar em o que, onde e
quando investir. Assim, em meia década decisão, pode
ser a de priorizar a criação de novos produtos, seguida
de renovação de instalações e equipamentos, etc.
Da mesma forma, um governo pode priorizar,
por exemplo, a área da saúde para um ano de sua ges-
tão, ou seja, vai canalizar mais recursos no orçamen-
to daquele ano para essa área e repetir o movimento
com outras áreas nos anos subsequentes.
Projetos Corporativos:
30
Projetos Corporativos:
Empreendimentos ou megaprojetos:
Especiais:
31
vinculado ao maior dinamismo empresarial. Projetos
determinam transformações, portanto, mais proje-
tos determinam maior potencial de transformação”.
No século 21 a palavra de ordem nas empre-
sas passou a ser inovação. E nesse sentido o volume
de projetos cresceu, e muito. Decorre dessa situação
que as empresas nem sempre estão satisfeitas com
a quantidade de projetos que empreendem. Como
resultado, aponta Sabbag, 11, 2013:
32
certeza da sociedade atual requer uma abordagem por
projetos, que parece mais efetiva, porque ela resulta
em flexibilidade, proatividade e foco nos resultados.
33
cursos para tal.
A melhor forma de buscar garantias para o su-
cesso na elaboração e gestão de um projeto reside na
sistematização do processo. Para diferentes autores,
a adoção de uma metodologia que seja sistemática
e uniforme para todos os projetos facilita, imprime
velocidade e permite melhor acompanhamento e
avaliação contínua do trabalho.
Numa metodologia padronizada é possível com
maior clareza:
34
ceis e se traduzem em propostas do tipo:
35
A metodologia de gerenciamento de projetos
enfatiza os resultados. Nessa perspectiva, são objeti-
vos e metas de um projeto:
36
de um projeto, dentro da gestão eficaz, é importante
lembrar-se da consecução dos objetivos de cada uma
das etapas. É importante que os objetivos de cada
uma das ações ou etapas não sejam conflitantes. E um
bom exemplo disso são os prazos para a execução de
cada um deles.
Desnecessário lembrar que o responsável por
determinada ação, tarefa ou etapa, deve ter clareza da
necessidade de tempo para cumprir sua missão. Ao
assumir o compromisso de realizar algo dentro de um
prazo que se mostra pouco factível, o gestor coloca
em risco a sua meta e as demais do projeto.
37
Stakeholder é uma expressão inglesa criada por Edward Free-
man, EUA, para definir as partes interessadas num determina-
do negócio. A palavra stake tem vários sentidos, sendo o princi-
pal deles o de estaca. O dicionário Oxford define como aquela
estaca fincada junto às plantas novas para lhe dar suporte. Por
analogia, diz-se que alguém tem estaca numa empresa quando
ele investe dinheiro naquele negócio. E passa a ser parte inte-
ressada. O termo cunhado por Freeman deriva de shareholder
(acionista). Stakeholder é uma figura que tem interesses no ne-
gócio independente de ser acionista. Na visão de seu criador,
um stakeholder tem interesses mais amplos, independente do
lucro específico no negócio.
38
Uma grande dificuldade no Brasil para as obras públicas tem
sido o entendimento dos órgãos fiscalizadores da questão am-
biental. Muitas obras demoram até mais de década para serem
iniciadas em razão das exigências e obstáculos criados por esses
órgãos em detrimento de vias rodoviárias, ferroviárias ou de
construções de outras obras públicas. O exemplo acabado des-
ses impasses está na Rodovia Régis Bittencourt, a BR 116, que
liga São Paulo aos estados do Sul. Duplicada ainda na década
de 1990, a rodovia tem um trecho de 19 Km ainda em pista
simples. O trecho fica na Serra do Cafezal e tem a autorização
de duplicação negada pelo Ibama sem justificativa. Em razão
disso, nesses vinte anos o número de acidentes, mortes e atraso
no transporte e na economia é abissal. O Ibama é um stakehol-
der no traçado dessa rodovia.
39
essa tecnologia.
Os “Projetos Barrageiros” foram os primeiros
a construir cidades planejadas para a mão de obra
local com escolas, supermercados, igrejas, cinemas,
hotéis, clubes com todas as facilidades, vias de acesso
para as obras, aeroporto e instalações de segurança.
O modelo demanda um custo expressivo, mas
deixa para a população de residência fixa naquelas
áreas geográficas esse legado. As barragens ora em
construção no Norte do país parecem não seguir
esse padrão de projeto.
Na área governamental, o Brasil iniciou o uso,
na década de 1960, do chamado Orçamento Progra-
ma. Trata-se de um conceito derivado de um sistema
utilizado pelos Democratas no governo John Ken-
nedy (1960/63), nos EUA, denominado Planning
with Programming and Budgeting System – PPBS
– que, ao término daquela gestão (encerrada por
Lyndon B. Johnson, o vice de Kennedy que foi as-
sassinado durante seu mandato), foi esquecido pelos
Republicanos que entraram no governo dos EUA.
Kerzner (2002) apud Sabbag, 2013, subdivide
a evolução histórica da abordagem dos projetos em
três fases:
Tradicional: entre 1960 e 1985 dominou os seto-
res de defesa, aeroespacial, da construção pesada. Uti-
lizava equipes exclusivas e privilegiava metas e custos.
Renascença: entre 1985 e 1993, a metodologia
40
passou a ser aplicada a pequenos projetos, gerencia-
da por equipes multidisciplinares, sem dedicação ex-
clusiva, enfatizando decisões coletivas. Passam a ser
usados os microcomputadores com software especí-
fico para gerenciamento de projetos.
Moderno: entre 1993 e 1999. As organizações
passam a reconhecer que tanto os aspectos quan-
titativos como os comportamentais mudaram tanto
que se torna necessário diferenciar a nova da antiga
metodologia de gerenciamento.
41
que o projeto demande, uma diferente organização
deverá ser estruturada. Isso, todavia, não invalida a
questão da existência de uma matriz para o geren-
ciamento dos projetos. Há, contudo, que moldar as
estruturas para cada proposta.
Desde o final do século 20, ou década de 1990,
algumas soluções têm sido utilizadas, de acordo com
Sabbag, p. 23, 2013:
42
2.3.7 Organizando o projeto
43
Nesse sistema, em cada nível se apresenta um
diferente grau de comando e, por conseguinte, de
decisões. Já o poder central pode ser dividido ou de-
legado de acordo com a capacidade e/ou autonomia
de quem está naquela posição.
Nesse modelo entram também assessorias, jun-
tas com as linhas de comando, conhecidas como
linha-staff. Essa linha tem o objetivo de auxiliar o
comando das atividades com atividades como: es-
tudos, coleta de dados, elaboração de relatórios, etc.
Para Sabbag, p. 26, 2013, as hierarquias favorecem
alguns aspectos que podem se traduzir em desvantagens.
44
Historicamente, as hierarquias apresentam
bons resultados com bom desempenho. Muitos es-
tudiosos do comportamento afirmam que quanto
mais rígida a hierarquia, pior o clima organizacional
que elas ensejam.
Para Sabbag, p 26, 2013, há uma distinção mui-
to clara entre a realidade do pessoal nas hierarquias
e o pessoal de projetos. Para o autor, nos projetos
estão as equipes empreendedoras, autocomprome-
tidas, focadas em resultado e com muita autonomia
para as decisões. Então, se os projetos se tornam
apêndices nas hierarquias, são considerados “corpos
estranhos” à cadeia de comando.
O autor diz que quando as empresas desig-
nam gerentes para liderar projetos, o fazem como
uma forma de assegurar a subordinação. Gerentes,
afirma ele, não são gerenciadores. O uso do neo-
logismo, gerenciadores se dá para diferenciá-los do
conceito de gerente da hierarquia. Sempre de acordo
com Sabbag, 2013, um gerente liderando um proje-
to reproduz a “igrejinha” (em geral o pior dos usos
e costumes culturais da empresa) reduzindo a força
do trabalho das equipes em detrimento do empode-
ramento dos participantes, da iniciativa e da autono-
mia. Nessa perspectiva, quando um gerente (na hie-
rarquia) é designado para liderar um projeto, ela age
do mesmo modo que faz com a estrutura permanen-
te e com a gestão das rotinas: delega a um membro
45
de sua equipe o trabalho e passa a fazer apenas a su-
pervisão da execução do projeto. Isso resulta numa
leitura equivocada pelo próprio grupo e fica difícil
compreender quem, de fato, lidera o projeto.
Sabbag, p.27, 2013, define, enfático, a questão:
46
tal sorte que as chamadas operações descontínuas são
geridas na forma de projetos. Essa estrutura repete o
modelo departamental ou de unidade de negócios.
Diferentemente da hierarquia, a depender do nú-
mero de projetos, o número de profissionais aumenta
ou diminui. É um tipo de organização flexível. Nessas
estruturas flexíveis a capacidade empreendedora é a
que conta, e a palavra de ordem parece ser inovação.
O que se tem então é a facilidade para adaptação e
transformações, decorrentes das inovações.
Quando empresas e organizações fazem a op-
ção por organizar por projetos correm alguns riscos.
Primeiro é preciso encontrar nos quadros o perfil
de experiências e competências demandadas pelos
tipos de projetos. Se a seleção não for extremamen-
te criteriosa para isso corre-se o risco de criar uma
grande diferença em gestão e resultados entre os
projetos. Além disso, os projetos podem ser tratados
equidistantemente.
Sabbag, p. 28, 2013, aponta desvantagens na or-
ganização por projeto:
47
• Descontinuidade e instabilidade geram angústias
nas equipes em relação ao futuro
Organização matricial
48
ma para os subordinados: a quem priorizar o atendi-
mento? Ao seu chefe hierárquico ou ao gerenciador
do projeto?
Na estrutura fixa e hierárquica da empresa o
chefe tem controles, define processos, avalia pesso-
as, determina salários, férias etc. O gerenciador, por
sua vez, define compromissos e metas do projeto,
eventuais impactos causados por desvios no planeja-
mento e controla o desempenho do projeto.
Por essas razões, de acordo com Sabbag,
p.29,2013, a estrutura matricial é difícil e demorada de
implementar, apresentando as seguintes desvantagens:
49
rede é o antídoto da alienação. Gera poder suficien-
te para reformular a sociedade; oferece ao indivíduo
apoios emocional, intelectual, espiritual e econômico.
É um lar invisível, um meio poderoso de alterar o cur-
so das instituições, particularmente do governo.
50
ção pulverizada
51
nistrativo, marketing, meio ambiente e aspectos jurí-
dicos legais;
• Na análise de mercado, a importância da Oferta e
da Procura, a elasticidade e o que são as determinan-
tes da elasticidade e o ciclo de vida dos produtos;
• Os projetos quanto a sua origem
• O uso de uma matriz metodológica para a gestão
de projetos
• A Classificação de projetos operacionais e estraté-
gicos, internos e externos;
• O que e quem são os stakeholders e sua importân-
cia no gerenciamento de projetos;
• A gestão e execução de projetos na estrutura
das empresas;
• O Guia PMBOK Guide e a hierarquia na gestão
dos projetos;
• Gerentes e gerenciadores (Sabbag, 2013) a sutileza
da diferença;
• Organização da gestão do projeto: hierárquica, ma-
tricial, por projeto;
• A organização em rede.
52
53
54
Exercícios
1. Discorra sobre os aspectos a
serem abordados no conjunto de
informações e na estruturação das
informações para os projetos.
3. Classificação de projetos: Os
projetos estratégicos externos são
mais complexos porque, em geral,
tratam com interesses diversos de
diferentes stakeholders. Explique e
exemplifique essa questão.
55
de projetos nas empresas. Explique
tal conceito e exemplifique
56
57
Referências
COBRA, Marcos. Plano estratégico de ma-
rketing, 2ª edição. São Paulo. Atlas, 1989.
60
61
GERÊNCIA DE PROJETOS
MS. José Ruy Veloso Campos
55
Referências
Unidade 03
ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS
8
projetos e facilita o compartilhamento de recursos,
metodologias, ferramentas e técnicas. As responsa-
bilidades de um EGP variam desde prover funções
de apoio ao gerenciamento de projetos até ser res-
ponsável pela direção de um ou mais projetos”.
Empresas e organizações em diferentes países estru-
turam diferentes tipos de EGP com diferentes objetivos.
O PMBOK Guide define três tipos:
1. EGP de Apoio
2. EGP Sistematizador
9
• Define as equipes para os diferentes projetos
• Dirige e controla todos os projetos da empresa
10
ximizando os esforços das equipes de trabalho em
nos seus ou em diferentes projetos.
11
Como foi visto no tema do planejamento, a
gestão coordenada dos portfólios, um ou mais, visa
atingir as estratégias e objetivos determinados.
De acordo com o PMI, “o objetivo da gestão
de portfólio é determinar o ótimo e a sequência de
projetos propostos para melhor atingir as estratégias
e objetivos da organização”.
É comum que as empresas e organizações utili-
zem técnicas do tipo Mapa Estratégico para identifi-
car objetivos estratégicos nas seguintes perspectivas:
• Financeira
• Cliente
• Processos internos
• Crescimento/aprendizagem
12
• Perda do impulso na execução dos projetos.
Para o autor, agrupar os projetos em portfólios
significa, portanto:
13
prontos eles são encaminhados aos departamentos e/
ou gerências/diretorias que cuidarão da sua operação
de rotina. Manter o processo de avaliação contínua é
de grande importância para medir os benefícios gera-
dos pelo novo negócio (o projeto agora implantado).
A gestão de projetos por portfólio deve pas-
sar pelo processo de planejamento, como visto no
primeiro capítulo, onde será importante a definição
daquilo que se traduz em valores importantes para a
empresa, a saber:
14
tes terá a execução autorizada. Faz o controle dinâ-
mico do processo.
15
demanda e de gerir o próprio valor do portfólio. Sa-
bbag, p. 42, 2013, explica:
16
os diferentes valores financeiros requeridos por cada
um deles.
Algumas empresas costumam agrupá-los para
obter melhor gestão.
O PMI, apud Sabbag, considera um Programa,
17
tratégicos, planejamento coordenado, interdependên-
cias complexas, integração de entregáveis e ritmo de
execução otimizado.
18
Quando a execução de um dos projetos depen-
de da entrega de outros, o planejamento coordenado
oferece mais chances de que as datas-limite sejam
cumpridas. Da mesma forma, se o pessoal alocado
num dos projetos pode dar sua contribuição ao ou-
tro, a coordenação planejada pode lograr tal apro-
veitamento, gerando esse benefício para a empresa.
Do mesmo modo, se os resultados de um deles po-
dem ser aproveitados no outro, a gestão centralizada
pode tirar proveito de tal situação.
E um dos pontos mais importantes na gestão
centralizada: a otimização de custos administrativos.
19
O autor apresenta ainda mais cinco diferenças
substanciais que podem ser encontradas na obra
aqui enunciada.
Para ele, Programas têm atributos iguais a pro-
jetos: são desafios únicos e marcados por riscos e
incerteza. Não é por outra razão que parte da ges-
tão de programa é similar à gestão de projetos. Em
ambos tem-se a gestão de comunicação, finanças,
integração, aquisições, qualidade, recursos, riscos,
tempos e escopos.
O PMI aponta cinco domínios que diferenciam
a gestão de programas:
1. Alinhamento estratégico
2. Gestão de benefícios
3. Participação de interessados (stakeholders)
4. Governança do programa
5. Gestão do ciclo de vida do programa
20
da empresa. A norma sugere a elaboração de um
caso de negócio (business case program) para só en-
tão definir estratégias a partir do estudo do contexto.
Por gestão de benefícios entende-se a definição,
criação, maximização, e sustentação dos benefícios
obtidos. Trata-se de definição abrangente e inclui
benefícios tangíveis e intangíveis, diretos e indiretos.
Denominam-se benefícios intermediários aqueles
do decorrer dos projetos e benefícios permanentes
aqueles que são encontrados durante e depois do ci-
clo de vida do programa.
São benefícios tangíveis: financeiros, comerciais,
receita e rentabilidade. São benefícios intangíveis: sa-
tisfação, fidelidade do cliente/consumidor, percepção
do valor agregado, imagem, etc. Já os benefícios dire-
tos dizem respeito aos produtos e entregáveis do pro-
grama e os benefícios indiretos dizem respeito ao que
esses produtos geram indiretamente, pós-programa
ou de economias futuras. Sobre benefícios, ver em Sa-
bbag, 2013, fases e processos da gestão de benefícios,
p.47, que trata de sugestão do PMI.
Por participação dos interessados, entenda-se
importante aspecto, mais para os programas do que
para os projetos. Isso se dá porque nos programas
os principais interessados são tomadores de decisão.
Não é uma situação fácil. Os diferentes stakeholders
podem ter diferentes interesses que podem ser in-
clusive antagônicos. E, conforme já observado neste
21
capítulo, no caso de programas corporativos, surgem
elementos nocivos, como a disputa política (que pode
embutir egos centrados) e a resistência a mudanças.
A governança do programa é sempre mais com-
plexa nos programas do que em projetos. Tendo-se
em conta que governança é o conjunto de profissio-
nais e departamentos focados em decidir, validar e
controlar políticas, procedimentos, estruturas orga-
nizacionais e práticas, quanto mais complexo o pro-
grama, mais complexa a governança.
O gerenciador do programa gasta muito de seu
tempo em relacionamentos com os demais compo-
nentes da governança. Nesse espaço há limites às de-
cisões, há decisões coletivas, há controles matriciais
em diferentes níveis e outras nuances e variáveis.
O gestor tem que ter sutileza no relacionamen-
to com todos esses componentes sob o risco de ge-
rar conflitos com e entre eles e muita insatisfação.
Lembrar sobre as idiossincrasias das pessoas nunca
é demais. É preciso talento para gestar esse tipo de
interferência no mundo dos negócios.
A gestão do ciclo de vida tem três fases: definição,
planejamento e encerramento de programas. Os 36
processos de gestão dos programas repartem-se entre
essas três fases. (PMI, 2013c, p. 35. Apud Sabbag)
Em suma, o que diferencia a gestão de progra-
mas da gestão de projetos é a busca de sinergias. Para
Sabbag, as sinergias de escopo e de escala e também
22
as sinergias no esforço de recursos humanos, nas rela-
ções, nas decisões e sinergias para obter os benefícios.
A boa gestão de programas pode evitar todas as
más influências resultantes das disputas por recursos
e a falta de sintonia entre os projetos de uma empre-
sa sejam eles dezenas, centenas ou apenas três. As
disputas serão sempre as mesmas.
Sobre o tema, Sabbag, p. 49, 2013, é conclusivo:
23
tangibilizados em metas. Ou simplificando, um gerente
de projeto vai trabalhar para garantir que o SEU pro-
jeto seja bem feito e tenha sucesso, enquanto que o
gestor do portfólio vai trabalhar para que os projetos
certos sejam executados de forma que os objetivos do
portfólio sejam alcançados. A gestão de portfólio de
projetos organiza uma série de projetos em um único
portfólio com objetivos comuns de resultado, visando
à maximização dos benefícios e a otimização na aloca-
ção integradas dos recursos da organização.
24
o projeto permanece adequado? Será que é a melhor
solução? O projeto precisa continuar existindo, ou
deve ser eliminado e substituído por outro?
• Qual a relação de dependência entre os projetos?
Quais projetos precisam ser realizados antes do que
outros? Quais projetos não podem ser iniciados antes
que outros acabem?
• Existem projetos que causam impacto negativo ou
positivo em outros projetos? E como este impacto, ou
efeito colateral, digamos assim, será gerenciado?
• E a pergunta principal: será que a hipótese estratégi-
ca vai se confirmar? Será que as entregas dos projetos
do portfólio serão suficientes para o alcance dos ob-
jetivos estratégicos?
25
Sabbag, 2013, entende que “alguns projetos são
tão grandiosos e duradouros que justificam a criação
de um EGP – Escritório de Gerenciamento de Proje-
to, que se confunde com a própria equipe do projeto”.
Mais uma vez fazendo as diferenças:
Projeto: é bem definido e tem a estrutura tam-
bém bem definida. O escopo e seus objetivos são
claros para toda a equipe que os têm fartamente
documentados. Um projeto representa um esforço
único. Trata-se de um grupo de profissionais com-
pondo uma equipe com foco num objetivo comum.
Já o programa é diferente. Como vimos, programa
é uma coleção de projetos. Juntos, os projetos com-
põem um pacote coeso de trabalho. Os diferentes
projetos geralmente são complementares e ajudam
o programa a atingir os seus objetivos da empresa.
Programa: tem a tendência a maior nível de in-
26
certeza. O número de profissionais pode ser maior.
Uma equipe do programa supervisiona e coordena
o desenvolvimento de vários projetos. Na distribui-
ção de funções e tarefas, enquanto a equipe prin-
cipal pode ser enxuta, a equipe mais ampla inclui
os gerentes de projeto e todos os que compõem as
equipes de projeto. Quando ocorrem sobreposições
e dependências entre os projetos, o gerente de pro-
grama vai avaliá-los e trabalhar com os gestores dos
projetos-objetos da sobreposição para que soluções
sejam encaminhadas otimizando custos e tempo.
Nos projetos, como já visto, o foco da equipe
é atingir determinados produtos (deliverables), para
chegar ao objetivo do projeto. Os benefícios de um
projeto são quase sempre tangíveis, ou seja, é pos-
sível ver o resultado concreto no final do processo,
seja ele o novo sabonete ou um novo software.
Já a equipe dos programas é focada no senti-
do de obter resultados. E tais resultados podem ser
tangíveis ou não. Na maior parte das vezes são in-
tangíveis. Em geral, os benefícios de um programa
são formados pela soma dos benefícios de todos
os projetos distintos, ou a uma mudança política ou
mudança cultural, ou ainda uma mudança no mode-
lo de como a organização opera.
As maiores semelhanças entre projetos e pro-
gramas residem em:
Ambos são temporários: Projetos e programas
27
não são empreendimentos de longa duração. Eles
existem até que o trabalho seja feito, e então o projeto
ou estrutura do programa e da equipe são dissolvidos
Ambos têm aplicação nos negócios: Isto é se-
melhante a todo o trabalho que a empresa realiza,
incluindo os negócios do dia a dia. Projetos e pro-
gramas só devem começar quando eles têm uma
aplicação no negócio válida.
Ambos estão alinhados aos objetivos estratégi-
cos: É fácil mostrar como os projetos e programas
se alinham aos objetivos estratégicos da empresa. Se
isto não estiver claro, algo deve ser revisto.
Ambos entregam mudança: projetos e progra-
mas entregam mudança. Ao final de um projeto ou
um programa algo estará diferente. Pode ser um
novo produto, um serviço inédito ou algo pequeno.
Programas podem ter objetivos para alterar o qua-
dro situacional da empresa e, às vezes, como vimos,
altera mesmo a cultura das empresas e organizações.
Em resumo:
Projeto é uma organização temporária projeta-
da para fornecer uma saída particular.
Programa é uma organização temporária criada
para coordenar, dirigir os trabalhos e supervisionar
a entrega de uma série de projetos relacionados que
contribuem para um determinado resultado.
28
3.4 Selecionando projetos
29
alguns critérios devem ser considerados.
As ideias para novos projetos têm inúmeros
nascedouros. E isso é bom para o desenvolvimento
das empresas e organizações. Ideias nascem de su-
gestões das equipes de todos os níveis; de sugestões
de clientes; da diretoria; da concorrência; das neces-
sidades percebidas no ambiente externo e a partir
de qualquer dos stakeholders. A questão é que os
recursos devem ser aplicados com parcimônia, o que
demanda questionamentos da seguinte ordem:
30
• Potencial de faturamento e lucros: entendido como
o percentual de acréscimo que o projeto traz para a
receita da empresa, junto com determinado retorno
sobre o investimento. Dê nota 10 para um projeto se
ele mostrar um potencial de aumentar o faturamento
em 20% nos próximos três anos. Use o mesmo prin-
cípio nos demais critérios.
• Taxa de crescimento de vendas: Refere-se ao volu-
me de vendas e à penetração de mercado
• Avaliação da concorrência: Este critério indica que
se deve avaliar a reação da concorrência à ideia. Se
os concorrentes se sentirem ameaçados, o que eles
podem fazer? Dê nota alta se a reação da concorrên-
cia não for capaz d ameaçar o produto (ou serviço)
• Distribuição do risco: Vale aqui o princípio de “não
colocar todos os ovos na mesma cesta”. Quanto
mais oportunidades de mercado puderem ser explo-
radas com o novo produto, melhor. Se o produto
falhar em um mercado, a empresa conseguirá sobre-
viver confortavelmente em outros? Dê nota alta se a
resposta for positiva.
• Oportunidade de mudança no ramo de negócio:
Avalie aqui o quanto o novo produto (ou serviço)
representa de oportunidade para mudar ou “rein-
ventar” o ramo de negócios ou para criar novos
negócios. Quanto mais radical a mudança e quan-
to maiores as novas oportunidades, mais alta a nota
para a ideia.
31
Critérios técnicos:
32
de componentes e fornecedores e domínio sobre os
conhecimentos técnicos pertinentes. Uma forte rela-
ção entre a ideia e esses fatores merece nota elevada.
• Disponibilidade de matérias-primas: Verifique se
há acesso fácil e disponibilidade de matérias primas
ou quaisquer outros tipos de suprimentos para fabri-
car o produto. Dê nota alta em caso afirmativo.
• Competência gerencial: Analise as competências da
empresa para lidar com aspectos administrativos do
produto: comerciais, jurídicos, financeiros e assim
por diante. Pense também na confiança dos execu-
tivos e na existência de um “campeão de projeto”
para levar a ideia adiante. Dê nota alta se sua análise
produzir avaliação positiva.
33
Maximiano, p.38, 2010, propõe o encontro das
notas em dois eixos onde cada ideia está posicionada
em termos de seu grau de atratividade.
34
O planejamento do projeto começa pela defini-
ção básica do escopo, do prazo e do custo. Esse plano
básico do projeto evolui para inclinar outras e eventu-
almente todas as áreas do conhecimento, a depender
da complexidade da proposta a ser empreendida.
A etapa inicial para se lançar um projeto come-
ça com a definição de um problema, oportunidade ou
uma simples ideia criativa. Essa etapa vai originar um
plano básico a que se denomina termo de abertura
(Project charter) ou a ideia do projeto. Para Maximiano,
p.39, 2010, o plano básico tem o seguinte conteúdo:
35
lisar diferentes soluções, como os pontos fra-
cos e fortes de cada uma e a superioridade de
uma delas. A função das justificativas é mostrar
a necessidade e as vantagens de realizar o pro-
jeto e assim convencer o leitor do plano, que
pode ser membro da administração superior,
patrocinador ou cliente, a aprová-lo.
• Descrição do projeto: nesta seção do plano
descreve-se a solução proposta para o pro-
blema. “O projeto consiste em desenvolver e
implantar o sistema XYZ” é um tipo de enun-
ciado para a descrição do projeto.
• Entregáveis: nesta seção do plano descreve-
-se sucintamente o escopo do projeto: “Os
produtos do projeto são a implantação do
sistema, o treinamento dos operadores e usuá-
rios, os manuais de instruções e manutenção, o
teste de funcionamento e a operação assistida
durante um período de seis meses”.
• Estimativas de custo e tempo, com grande
margem de variação: “o projeto terá duração
de seis a oito meses, com custo entre 80 mil e
100 mil dólares”.
36
avaliação. Tais etapas são comumente chamadas de
filtros do projeto, pois é através delas que as equi-
pes conseguem identificar lacunas ou omissões que
podem ser importantes para o desenvolvimento do
trabalho.
Uma vez que a empresa aprova o plano, signi-
fica, em princípio, que o grupo que decide está de
acordo com a ideia e disposto a liberar os recursos
para que o projeto vá em frente.
Já a execução do projeto trata da realização das
atividades previstas no plano.
Para executar o projeto é preciso adquirir, or-
ganizar e mobilizar os recursos definidos no plano.
Organizar significa:
37
Execução implica também controle. E contro-
lar significa administrar as variações em relação aos
planos. A finalidade é garantir a realização do pro-
jeto ou nortear eventuais alterações. Significa tam-
bém avaliar o desempenho de pessoas, acompanhar
os custos, verificar se as entregas dos fornecedores
estão corretas, avaliar a qualidade geral etc.
O encerramento do projeto se dá com a entrega
do produto e a finalização dos procedimentos ad-
ministrativos. Nos projetos industriais significa en-
tregar e apresentar o produto ou transferi-lo para o
processo produtivo ou operacional.
Um bom exemplo é quando o protótipo se
transforma em um item de fabricação seriada, quan-
do um novo sistema de TI entra em operação ou um
novo serviço é oferecido numa cia aérea ou numa cia
de telefonia.
O momento exato do encerramento do projeto
vai depender da natureza do produto ou do servi-
ço e também de como foi definido o seu ciclo de
vida no planejamento. Enquanto alguns projetos se
encerram na entrega do produto ou do serviço de-
vidamente aprovados e testados, outros vão além,
podendo incluir a fase de implantação e até mesmo
períodos de manutenção.
38
Como foi visto no primeiro capítulo, o planejamen-
to é algo dinâmico e contínuo. Assim, é preciso levar em
conta que o processo do planejamento é contínuo e ca-
minha em paralelo com o processo de execução.
É comum que algumas fases do projeto sejam so-
brepostas. Não significa que haja aí um desacerto na
execução. Pode tratar-se simplesmente de uma compo-
sição em razão do ritmo de cada fase ou atividade.
Para ficar claro: não se trata de sobreposição no
sentido de desorganização. Trata-se de fazer cumprir
a agenda do todo.
39
A essa sobreposição dá-se o nome de ritmo
acelerado (fast-tracking).
Uma fase deve começar com os planos bem de-
finidos, enquanto outras têm os planos apenas esbo-
çados ainda aguardam detalhes. Quando uma nova
fase se aproxima do final, a próxima já deve estar
definida. É o caso do cardápio no exemplo acima.
3.6. O Escopo
40
planejamento, execução e controle dos produtos ou
serviços entregáveis do projeto. Pode, ainda, ser en-
tendido como abrangência dos produtos do projeto.
A gestão do escopo do projeto é que define até onde
o trabalho vai.
Uma boa gestão do escopo vai permitir que to-
das as ações necessárias ao sucesso do projeto sejam
realizadas e que não haja desperdício de recursos
nessas ações.
Para Maximiano, p. 45, 2010, o escopo do pro-
duto é parte do escopo do projeto, como se vê na
figura a seguir:
41
Planejando o escopo
O que determina o planejamento do escopo é a
necessidade. Pode ser a necessidade de inovação, de
competitividade, de reposicionamento ou de um pro-
duto, de um serviço, de ampliação de plantas fabris,
reformas ou políticas empresariais. Depois o produto
ou os serviços propriamente ditos e objetivos.
O que vem a ser a necessidade?
Por necessidade entendem-se todos os tipos
de situações que vêm a originar os projetos. Como
já visto, elas podem vir de encomendas, problemas,
ideias criativas ou simples oportunidades. As neces-
sidades dão justificativas ao projeto. Quanto melhor
identificadas as necessidades, melhor para definir o
produto/serviço principal e todos os demais entre-
gáveis do projeto.
Assim como o problema e suas hipóteses numa
pesquisa, a necessidade deve estar clara para quem
pretende iniciar a jornada de um projeto. A questão
primeira então é: qual é o entendimento do motivo e
do produto (ou serviço) do projeto?
42
Como se vê no exemplo, o problema gera a ne-
cessidade. A solução apresentada para o problema
passa a ser o objetivo que justifica o projeto. E os
produtos ou serviços a serem desenvolvidos consti-
tuem-se em produtos (ou serviços) do projeto.
A compreensão das necessidades nem sempre
é consenso, pelo menos de início. Como já visto, os
interesses de diferentes setores da empresa e dos
stakeholders, em geral, podem se manifestar nem
sempre favoravelmente às primeiras soluções apre-
sentadas para resolver as necessidades identificadas.
Maximiano, p. 46, 2010, aponta diferentes vi-
sões através de frases ditas por diferentes participan-
tes em um mesmo projeto. O propósito do projeto
era o de “ampliação de linha” que aumentaria o nú-
mero de produtos de uma fábrica de móveis.
Compare-as.
43
para garantir a sobrevivência da empresa.
44
possibilitam o atendimento das necessidades e jus-
tificam a realização do projeto. Algumas metodolo-
gias de administração de projetos, especialmente as
que são utilizadas pelas agências de desenvolvimento
(como Banco Mundial ou Nações Unidas), exigem
distinguir e explicitar esses diferentes níveis de ob-
jetivos. Trata-se de uma forma de raciocinar sobre o
encadeamento lógico dos objetivos de um projeto.
Apresentando os objetivos
Os objetivos de um projeto devem ser apresen-
tados de formas diferentes. É recomendável que se-
pare a necessidade, o produto, o objetivo imediato e
o objetivo final. Vejamos.
Treinamento para atendentes de um restaurante
fast-food.
Justificativa ou Necessidade: A inovação do
portfólio de produtos (sanduiches e saladas) aliada
às novas políticas da empresa de ligar sua imagem
a saúde e boa alimentação, exige que os atendentes
traduzam esse discurso no ato de atender o cliente
e saibam informar sobre a composição e vantagens
dos novos produtos.
Objetivo imediato: Reciclar 40 atendentes de
duas lojas objetivando fazê-los conhecer e identificar
os novos produtos, explicar sua composição, vanta-
gens e sabores e também seus preços promocionais.
45
Objetivo final: Aprimorar o atendimento ao
cliente e estimular a opção pelos novos produtos,
contribuindo para o melhor desempenho dos aten-
dentes, maior satisfação dos clientes e melhores re-
sultados para as lojas.
O modelo de apresentação e sua redação po-
dem variar a depender do objeto do projeto. Usa-se
também um formato de Objetivo geral, onde são ex-
postos de forma genérica as intenções do projeto e
depois os Objetivos específicos, nos quais é possível
deixar mais claras etapas a serem realizadas para se
atingir o resultado esperado.
Voltando ao escopo.
Ao iniciar a redação do projeto, e apresentação
do escopo, é importante que haja uma declaração do
escopo. Essa declaração traduz-se num enunciado
dos produtos e serviços que serão fornecidos. Se
for o caso de melhor esclarecer, listam-se também
aqueles que NÃO serão fornecidos. A segunda parte
dessa apresentação é o detalhamento do escopo, no
qual se faz uma relação do que será fornecido. Essa
lista é chamada também de lista de entregáveis.
Maximiano, p. 50, 2012, detalha a declaração do
escopo do projeto
46
cedores de peças e equipamentos da aeronave e do
processo produtivo.
• Ao final do projeto de desenvolvimento de novos
motores, deverão ser fornecidos: um conjunto de
protótipos, a planta do processo produtivo, os rela-
tórios de testes, as litas de peças, os contratos com
fornecedores e a finalização e providências para a
produção seriada.
• Em um programa de treinamento deverão ser for-
necidos: um curso, material didático, local de realiza-
ção, refeições, secretaria de apoio para participantes
e instrutores, TV e vídeo.
• O projeto consiste em desenvolver e implantar um
processo de administração estratégica com aplicação
do método de Balanced Scoreard.*
* Balanced Scorecard é uma metodologia de medição e gestão de
desempenho desenvolvida pelos professores da Harvard Business
School Robert Kaplan e David Norton, em 1992. Os métodos usa-
dos na gestão do negócio, dos serviços e da infraestrutura baseiam-
-se normalmente em metodologias consagradas que podem utilizar a
TI (tecnologia da informação) e os softwares de ERP como soluções
de apoio, relacionando-a à gerência de serviços e garantia de resulta-
dos do negócio. Os passos dessas metodologias incluem: definição
da estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e
gestão da qualidade; passos estes implementados através de indicado-
res de desempenho. O BSC (Balanced Scorecard) foi apresentado ini-
cialmente como um modelo de avaliação e performance empresarial,
porém, a aplicação em empresas proporcionou seu desenvolvimento
para uma metodologia de gestão estratégica. Os requisitos para defini-
ção desses indicadores tratam dos processos de um modelo da admi-
nistração de serviços e busca da maximização dos resultados baseados
em quatro perspectivas que refletem a visão e estratégia empresarial:
47
Como já visto na declaração do escopo, é im-
portante que produtos ou serviços que possam ser
questionados depois pelo contratante e que não fa-
rão parte (da entrega) do projeto, fiquem claramente
identificados, por exemplo:
Não faz parte do escopo do presente proje-
to o fornecimento de material de apoio destinado
aos treinamentos e nem os serviços de alimentação
e hospedagem compreendendo: Diárias em hotéis;
refeições; coffee breaks; apostilas; pastas; blocos e
canetas; equipamento de audiovisual; água; limpeza
do local dos treinamentos.
O detalhamento do escopo consiste em dividir
o produto principal em partes administráveis. A es-
trutura analítica do projeto, ou a lista de entregáveis
– WBS – work breakdown structure – representa a
divisão de produtos entregáveis menores.
Na figura a seguir, uma representação da estru-
tura analítica do projeto de adaptação de conjunto
de geradores às regras ambientais.
48
Cada pacote de trabalho se traduz em equipa-
mentos periféricos entregáveis que, somados, com-
põem o projeto.
49
atingir objetivos estratégicos [...] Os componentes
do portfólio são quantificáveis, isto é, podem ser
avaliados, listados e priorizados”. O portfólio é a
representação da direção estratégica da organização,
daí a prioridade que evoca.
• Que para evitar que todos os projetos em curso na
empresa disputem recursos é necessário um instru-
mento para uma gestão racional e equilibrada. Para
isso, algumas empresas costumam agrupá-los para
obter melhor gestão, constituindo-se num Programa.
O PMI considera Programa “um grupo de projetos
relacionados, subprogramas e atividades gerenciadas
de modo coordenado para obter benefícios indispo-
níveis se fossem gerenciados individualmente”.
• O que distingue a gestão de programas da gestão de
portfólio é que a primeira visa aperfeiçoar o conjunto
de seus projetos, enquanto a segunda visa aperfeiço-
ar o investimento e o benefício estratégico para a or-
ganização. A gestão de programas coordena e regula
ritmos, enquanto a gestão de portfólio discrimina e
aperfeiçoa investimentos e recursos organizacionais.
• Também vimos que o para que um projeto tenha
êxito ele deve ter sido bem selecionado. E a seleção
dos projetos demandam minimamente as seguintes
observações: 1. Que seus objetivos estejam alinha-
dos com as estratégias da empresa, 2. Que apenas as
– efetivamente – melhores ideias sejam selecionadas,
3. Que uma vez implementados possam ser integra-
50
dos ao portfólio de projetos da empresa
• Que a gestão de um projeto significa planejar, exe-
cutar e controlar as fases do seu ciclo de vida. Como
em qualquer outra situação de gestão é importante a
definição dos processos do projeto em cada fase do
ciclo de vida. E que o primeiro passo é a definição
do Escopo
• O Escopo de um produto ou de um serviço é a mais
importante base para a gestão e qualidade do projeto.
• Na gestão de projetos o escopo compreende pla-
nejamento, execução e controle dos produtos ou
serviços entregáveis do projeto. Pode ainda ser en-
tendido como abrangência dos produtos do projeto.
A gestão do escopo do projeto é que define até onde
o trabalho vai.
51
52
Exercícios
1. Explique o conceito de Escritó-
rio de projetos e seus tipos. Busque
na Web um Modelo de Sistema de
Gerenciamento de Projeto (Project
Management System) para conhe-
cer os modelos existentes.
53
Referências
COBRA, Marcos. Plano estratégico de ma-
rketing, 2ª edição. São Paulo. Atlas, 1989.
56
57
GERÊNCIA DE PROJETOS
MS. José Ruy Veloso Campos
Referências 51
Unidade 04
ETAPAS PARA O GERENCIAMENTO
DO PROJETO
8
A definição, com clareza, de vários pontos do
projeto que implicam em expectativas das partes in-
teressadas ou requisitos do cliente é da maior impor-
tância para o sucesso do trabalho do gestor.
Nessa perspectiva não podem ser negligencia-
dos TODOS os stakeholders. Alguém com visão
diferente dos demais que não esteja bem informa-
do sobre os objetivos e metas do projeto podem vir
a ser um obstáculo lá na frente, quando o projeto
estiver numa fase na qual algumas mudanças sejam
difíceis, senão impossíveis.
9
O mercado, por exemplo, é um cliente, ainda
que impessoal, pouco identificável, mas cujas carac-
terísticas podem estar bem definidas em pesquisas
realizadas para aquele tipo de produto ou serviço.
Existem, ainda, os clientes que são específicos.
Tomem-se como exemplo as empresas que precisam
de um mesmo produto com especificações diferen-
ciadas em relação a alguns itens do produto/ serviço.
10
especiais para atender às necessidades de embalagem
do cliente. A Boeing projeta características e interio-
res de seus 747 de acordo com os desejos de cada
companhia aérea que deve compra-los.
11
4.3 Stakeholders
12
consultados num projeto privado?
Exatamente para se evitar reclamações e obstá-
culos futuros à produção dos produtos ou serviços-
-objeto dos projetos.
Tomando como base o exemplo dos biscoitos
em “embalagens individuais”, (acima) imagine-se
que para essa produção tenham sido necessárias mu-
danças estruturais numa planta fabril, ou pelo menos
alterações nos equipamentos de produção. Isso tudo
impacta em custos e mudanças que podem envolver
pessoas, jornadas de trabalho, fornecedores, etc. Há,
portanto, que se deixar claro para todos os stakehol-
ders (e, às vezes, para os shareholders [acionistas]) as
mudanças necessárias e suas implicações.
Maximiano, p.60, 2010, lista algumas perguntas
que devem ser feitas às partes interessadas, a saber:
13
• Quem é o cliente ou usuário do produto do pro-
jeto? Quem está pagando? Quem paga é quem vai
usar a solução?
• Quem, no final do projeto, é responsável pela apro-
vação do produto?
4.4. O escopo
14
dade dos usuários, da legislação, da topografia ou da
região geográfica da obra.
Algumas questões se impõem para a checagem
dos objetivos quanto ao escopo, senão vejamos:
15
e, em geral, trazem suas diferenças pessoais para a
arena empresarial os projetos podem sofrer a inter-
ferência de idiossincrasias das pessoas do grupo. E,
assim, as mudanças num escopo viram uma disputa
de outra ordem.
Um limite contratual nesse quesito ajuda o ges-
tor do projeto a conduzir com maior probabilidade
de sucesso essas possíveis diferenças.
Controlando o escopo
O escopo é o que define todo o projeto e, por
conseguinte, os seus processos. No escopo baseiam-
-se os processos da administração das outras variá-
veis como custos, prazos, riscos, qualidade e outras.
Maximiano, p.62, 2010, recomenda uma avalia-
ção muito bem definida com os stakeholders antes
de iniciar definitivamente o projeto. Isso, certamen-
te, evitará custos e desperdício de tempo futuros.
O checklist a seguir é adaptado de Gray; Lar-
son, 2003, apud Maximiano:
16
sitos técnicos definem o nível de desempenho ou
capacidade do produto que o projeto entregará. São
criados com base nas expectativas do cliente (ou
“voz do cliente”) e constituem a base para o pro-
cesso de administração da qualidade do projeto. Na
fase inicial do planejamento do projeto, os requisitos
técnicos são abrangentes, explicando apenas o que
o produto deverá ser capaz de fazer. Por exemplo: o
sistema deverá ser capaz de processar 2.000 pedidos
por dia; a casa deverá ter dois apartamentos e um
estúdio, pelo menos.
• Estão definidos os marcos do projeto? Os marcos
(ou milestones) são pontos importantes no ciclo de
vida do projeto. Pode ser um evento, o início ou o
fim de uma atividade, ou uma data na qual o docu-
mento deve ser assinado, uma parcela do orçamento
que deve ser liberada, e assim por diante.
• Estão definidas as exclusões do escopo? O plano
deve explicitar o que o projeto não vai fazer – quais
produtos não serão entregues ou quais objetivos não
serão realizados.
17
• A declaração do escopo é uma definição dos obje-
tivos, produtos ou serviços do projeto;
• O detalhamento do escopo constitui a divisão de
produtos/serviços do projeto até o nível dos paco-
tes de trabalho;
• Apontar a exclusão, isto é, o que NÃO SERÁ EN-
TREGUE, é importante, por mais que possa parecer
óbvio para os gestores do projeto;
• É importante que a equipe tenha a Estrutura Ana-
lítica do Projeto. Essa representação gráfica ajuda no
detalhamento do escopo;
• Uma EAP com a lista de entregáveis também é impor-
tante (listados também os NÃO ENTREGÁVEIS);
• A organização visual do pacote de trabalho ajuda
igualmente na compreensão do escopo.
18
terísticas definem a capacidade de a entidade atender
necessidades implícitas ou explícitas.
• Usuário ou consumidor
• Distribuidores, vendedores, pessoal de manuten-
ção e assistência
• Linha de produção
• Outros
19
• Design for serviceability and maintainability: pro-
jeto ou desenho para serviço e manutenção – ou fa-
cilidade de fazer manutenção do produto.
20
O uso das áreas do conhecimento e os processos
do Guia do PMBOK ajudam na melhor definição de
especificações de desempenho relativo à qualidade na
gestão de projetos.
• Planejamento da qualidade, a
• Garantia da qualidade e o
• Controle da qualidade.
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• Capacidade de carga de um equipamento
• Tamanho de um eletrodoméstico
• Velocidade de um veículo
• Clareza de um manual
• Potência e duração de uma bateria para computa-
dores ou celular
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Garantia da qualidade
Como visto, qualidade é a jornada, não o destino.
E, nesse caso, o da gestão de projetos, a jornada é o
processo. Garantir a qualidade significa fazer coinci-
dir a qualidade planejada com a qualidade real. E isso
tem que ocorrer durante o processo de elaboração do
projeto, enquanto ainda é possível corrigir os defeitos.
Também como já visto, depois de pronto um protóti-
po, por exemplo, é sempre mais cara a correção.
A garantia da qualidade se dá através da estru-
turação de um sistema de qualidade.
Um sistema de qualidade contempla:
23
A eficiência do sistema de qualidade está em as-
segurar que o resultado correto seja obtido.
O QFD - Quality Function Deployment
O QFD (Quality Function Deployment, ou
Desdobramento da Função Qualidade) é uma das
ferramentas da qualidade que foi criada na década
de 1960 pelo japonês Yoji Akao, e que tem como
objetivo principal permitir que a equipe de desenvol-
vimento do produto incorpore as reais necessidades
do cliente em seus projetos de melhoria.
A primeira indústria a aplicá-lo foi a Mitsubishi
Heavy em 1972. Em 1983, o método chegou aos
EUA e foi amplamente divulgado a partir dos anos
80. As pioneiras americanas a adotar o método fo-
ram a Ford e a Xerox.
O QFD é uma ferramenta que possibilita “ou-
vir” a voz do cliente e ordená-la de modo a facilitar a
análise de suas necessidades que são transformadas
24
em requisitos para a melhoria do produto na forma
de especificações técnicas do mesmo.
A matriz original de Akao está abaixo para me-
lhor compreensão. Observe-se que trata-se de uma
leitura com os mesmos princípios do planejamento.
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Para isso, é interessante que as especificações
funcionais sejam agrupadas por afinidade. Tome-se
como exemplo um novo modelo de aspirador de pó.
26
Esse tipo de avaliação pode ser feito através de
pesquisa qualitativa ou com questionário simples. A
metodologia da pesquisa qualitativa enseja a oportu-
nidade de ouvir melhor e em maior tempo a opinião
do consumidor/usuário sobre o produto ou serviço
em questão.
Relação entre as necessidades e características técnicas
A avaliação, pelo consumidor/usuário deman-
da a elaboração de uma matriz que cruzará as neces-
sidades identificadas com as características técnicas.
Tome-se como base a tabela acima com a avalia-
ção do consumidor/usuário e é possível atribuir uma
escala de grau de importância para cada item levantado.
Assim, é possível avaliar percentualmente se a
característica apresentada é de fato relevante para o
consumidor/usuário.
Observe-se que os itens Duas Velocidades e
Grelha de Ventilação Grande não tem 50% de grau de
importância na visão desses consumidores/usuários.
Já o nível de ruído apresenta uma importância
de 100%, enquanto nos itens relativos à segurança
ficam entre 60% e 100%.
Qualquer que seja o alvo do projeto, um pro-
duto ou serviços, essa avaliação é importante porque
“ouve o cliente/consumidor/usuário”.
Observe-se que a pesquisa sobre o assunto é
feita com usuários desses produtos ou serviços. E
ninguém melhor do que eles, usuários, para dizer o
27
que é mais importante num produto ou serviço.
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véspera de exames laboratoriais com alguma com-
plexidade. A desobediência às recomendações pode
alterar o resultado do exame de sangue, de urina ou
mesmo de imagens feitas do corpo humano, ou pro-
vocar um choque indesejado no paciente.
Também na área de serviços, são ferramentas
defensivas os avisos para uso de equipamentos de
transporte ou de lazer, como trens, metrô, ônibus,
aviões ou brinquedos de parques de diversões.
As recomendações nos parques de diversões
da Disney, por exemplo, fazem parte dos contra-
tos de seguro que a organização mantém. Logo, se
um usuário colocar os braços para fora de um dos
brinquedos desobedecendo os avisos claros e as re-
comendações feitas em vídeos e pelos monitores, é
bem possível que a mantenedora dos parques e suas
seguradoras se recusem a pagar pelos danos causa-
dos ao usuário.
O FMECA
29
A primeira versão dessa ferramenta surgiu no
final da década de 1940, criada pelos militares dos
Estados Unidos. Originalmente, era apenas FMEA
(Failure modes and effects analysis).
Da mesma forma que se estabelece um padrão
numérico para medir a relação entre necessidades e
características técnicas, adota-se, aqui, uma escala
com cinco níveis, a saber:
1. Frequente
2. Razoavelmente provável
3. Ocasional
4. Remota
5. Extremamente improvável
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rimentos leves ou danos de pequeno porte em equi-
pamentos ou sistemas, resultando em atrasos da
missão, perda de oportunidade ou degradação da
missão original;
4. Insignificante: quando a falha não provoca
ferimentos ou danos, mas que exige consertos ou
manutenções não programadas.
31
da falha; causas da falha; modo de detecção; frequên-
cia; severidade; probabilidade da detecção; número de
riscos; ações corretivas e suas responsabilidades, de-
verá servir como norteador para eventuais problemas
com a qualidade e documentação do plano.
A elaboração do plano e sua planilha será, ob-
viamente, inspirada nas particularidades do projeto,
seja ele sobre um produto ou serviço.
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mento dos meios para a realização do projeto é pre-
ciso seguir uma ordem:
Definindo as atividades
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• Título do Projeto (Seminário sobre Gestão de Projetos)
• 1º nível entregável (Palestras)
• 2º nível entregável (Palestrantes)
• 3º nível entregável (inscrições; orientação para di-
ferentes abordagens; identificação; apoio para trans-
porte, alimentação e alojamento)
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É importante que os gestores tenham claras as
sequências do projeto, considerando o seu ciclo de
vida. Lembrando que o ciclo de vida permite a visuali-
zação de atividades que podem não estar diretamente
ligadas ao produto/serviço em sua estrutura analítica.
Dessa forma, manter uma rotina de reuniões
sobre o planejamento e controle, visitar os fornece-
dores e analisar o cenário físico das obras, por exem-
plo, permitem aos gestores um controle melhor de
todas as atividades correlatas.
O controle do ciclo de vida permite previsões
sobre riscos e acidentes, testes e experimentação e
períodos do tempo (datas e estações do ano) que de-
vem ser evitadas, adiadas ou antecipadas.
Nas obras rodoviárias, por exemplo, a estação
chuvosa é obstáculo para determinadas fases da
construção, como a compactação do solo. As em-
presas procuram adiantar ou retardar essas etapas
levando em conta as previsões normais de chuvas e
o calendário da entrega da obra.
Feriados ou grandes eventos (carnaval, sema-
na santa, Copa do Mundo) são outros obstáculos às
operações de rotina em um determinado projeto, seja
ele de construção civil, teste de um novo produto ou
a realização de um evento na área de serviços. Todos
eles podem sofrer a interferência, nem sempre dese-
jada das datas, eventos ou estações climáticas.
35
4.9. O Cronograma das atividades
36
dos com regularidade para que um eventual proble-
ma em suas áreas não venha a afetar e comprometer
o andamento do projeto.
Cuidados no planejamento: A data limite para
alguns projetos obriga os gestores a fazerem um cro-
nograma invertido, do final para o começo. Tome-se
como prazo para a entrega de fantasias para um blo-
co de carnaval. A data limite é de uma semana antes
do carnaval.
Não existem outras possibilidades de renego-
ciação de prazos. A entrega tem data inamovível.
Então, trabalha-se com o calendário invertido, a par-
tir da data de entrega para trás.
Em outras situações de prazos que permitem
alguma flexibilidade, como já visto neste trabalho, é
preciso considerar as variáveis não controláveis que
podem ocorrer como instabilidades climáticas, polí-
ticas, econômicas etc. São aquelas que compõem o
Ambiente Externo das empresas.
Maximiano, p. 96, 2010, recomenda o Diagra-
ma de Redes:
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têm durações mais curtas precisam esperar o caminho
crítico terminar para poderem continuar. Vejamos um
exemplo com uma forma simples de rede. Suponha
que alguém tenha decidido começar uma empresa co-
mercial e precise realizar cinco atividades, que são as
seguintes, com as respectivas durações e dependências:
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39
40
Para completar as informações relativas ao ro-
teiro do projeto e sua execução, leia com atenção e
detalhes os capítulos 08 e 09, de Maximiano, 2010.
Neste capítulo vimos:
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Projetos têm clientes. Eles podem ser claros,
explícitos ou apenas implícitos.
O mercado, por exemplo, é um cliente, ainda
que impessoal, pouco identificável, mas cujas carac-
terísticas podem estar bem definidas em pesquisas
realizadas para aquele tipo de produto ou serviço.
Existem, ainda, os clientes que são específicos.
Tomem-se como exemplo as empresas que precisam
de um mesmo produto com especificações diferen-
ciadas em relação a alguns itens do produto/ serviço.
• Categorias de clientes
• Stakeholders
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• O Escopo
• A gestão da qualidade
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ferramentas da qualidade que foi criada na década
de 1960 pelo japonês Yoji Akao e que tem como
objetivo principal permitir que a equipe de desenvol-
vimento do produto incorpore as reais necessidades
do cliente em seus projetos de melhoria.
A primeira indústria a aplicá-lo foi a Mitsubishi
Heavy em 1972. Em 1983 o método chegou aos
EUA e foi amplamente divulgado a partir dos anos
80. As pioneiras americanas a adotar o método fo-
ram a Ford e a Xerox.
• Projeto defensivo
• O FMECA
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jeto defensivo.
É também considerada uma ferramenta útil no
princípio de “fazer certo na primeira vez”, dentro da
moderna gestão da qualidade.
A primeira versão dessa ferramenta surgiu no
final da década de 1940, criada pelos militares dos
Estados Unidos.
• Definindo atividades
• Sequência de atividades
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• Roteiro para elaboração do cronograma
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Exercícios
1. Explique por que a EAP, Estru-
tura Analítica do Projeto, é impor-
tante para a gestão dos projetos.
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Referências
COBRA, Marcos. Plano estratégico de ma-
rketing, 2ª edição. São Paulo. Atlas, 1989.
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