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ANA FULAR

3. Resultados e Discussão
4. Metabolismo dos carbohidratos
Segundo Campos (2009), metabolismo é o processo geral por meio do qual os sistemas
vivos adquirem e usam energia livre para realizarem suas funções.
Levando em consideração as ideias do autor acima citado, pode-se perceber que
o metabolismo desempenha um papel preponderante nos seres vivos, cujo a partir
desses processos metabólitos, o homem consegue ganhar forças para realizar as suas
actividades diárias.
Para Campos (2009), ressalta que este processo se divide em duas partes:
1. Catabolismo ou degradação – é o processo no qual os nutrientes e os constituintes
celulares são degradados para aproveitamento de seus componentes e/ou para geração
de energia realizando oxidação – processo exergônico.
2. Anabolismo ou biossíntese: processo no qual as biomoléculas são sintetizadas a
partir de componentes mais simples – processo endergônico (utiliza a energia liberada
durante o catabolismo).

Nas ideias do autor anterior faz-nos perceber que. após a absorção dos carboidratos nos
intestinos, a veia porta hepática fornece ao fígado uma quantidade enorme de glicose
que vai ser liberada para o sangue e suprir as necessidades energéticas de todas as
células do organismo.
As concentrações normais de glicose plasmática (glicemia) situam- se em torno
de 70 - 110 mg/dL, sendo que situações de hipergicemia tornam o sangue concentrado
alterando os mecanismos de troca da água do líquido intra celular com o líquido extra
celular, além de ter efeitos degenerativos no sistema nervoso central (SNC). Sendo
assim, um sistema hormonal apurado entra em acção para evitar que o aporte sangüíneo
de glicose exceda os limites de normalidade.
Os harmónios pancreáticos insulina e glucagon possuem ação regulatória sobre a
glicemia plasmática. Não são os únicos envolvidos no metabolismo dos
carboidratos (os hormônios sexuais, epinefrina, glicocorticóides, tireoidianos e
outros também influenciam a glicemia), porém, sem dúvida, esses são os mais
importantes. Idem

A insulina é produzida nas células â das ilhotas de Langerhans e é armazenada em


vesículas do Aparelho e Golgi em uma forma inativa (pró-insulina). Nessas células
existem receptores celulares que detectam níveis de glicose plasmáticos (hiperglicemia)
após uma alimentação rica em carboidratos. Há a ativação da insulina com a retirada do
peptídeo C de ligação, com a liberação da insulima, (Campos,2009).

Fonte: Campos (2009).


Figura 1; Representação esquemática da captação de glicose. A) a insulina é liberada
pelo estímulo hiperglicêmico e forma um complexo insulina/receptor. B) a célula
endocita complexa e possibilita a entrada de glicose para ser metabolizada. C) O
receptor é regenerado, a insulina degradada intracelularmente e o processo reinicia
levando a queda da glicemia plasmática.
Na circulação sanguínea. Como efeito imediato, a insulina possui três efeitos principais:
1. Estimula a captação de glicose pelas células (com excepção dos neurónios e
hepatócitos);
2. Estimula o armazenamento de glicogénio hepático e muscular (glicogênese);
3. Estimula o armazenamento de aminoácidos (fígado e músculos) e ácidos graxos
(adipócitos).
Como resultado dessas acções, há a queda gradual da glicemia (hipoglicemia) que
estimula as células a-pancreáticas a liberar o glucagon. Este hormônio possui ação
antagônica à insulina, com três efeitos básicos:
1. Estimula a mobilização dos depósitos de aminoácidos e ácidosgraxos;
2. Estimula a glicogenólise
Estimula a neoglicogênse.m Esses efeitos hiperglicemiantes possibilitam nova ação
insulínica, o que deixa a glicemia de um indivíduo normal em torno dos níveis
Normais de 70 - 110 mg/dL . A captação de glicose pela célula se dá pelo encaixe da
insulina com o receptor celular para insulina. Esse complexo sofre endocitose,
permitindo a entrada de glicose, electrólitos e água para a célula; a glicose é
metabolizada [através da glicólise e Ciclo de Krebs], a insulina degradada por enzimas
intracelulares e o receptor é regenerado, reiniciando o processo, (Joaquim,2009).
Quanto mais complexo insulina/receptor é endocitado, mais glicose entra na célula, até
que o plasma fique hipoglicêmico. Esta hipoglicemia, entretanto, não é imediata, pois a
regeneração do receptor é limitante da entrada de glicose na célula, de forma a
possibilitar somente a quantidade de glicose necessária evitando, assim, o excesso
glicose intracelular. Idem

4.1. Glicólise
Segundo (Joaquim,2009), a glicólise tem origem na via catabólica central, são usadas as
moléculas de glicose como uma fonte de energia. Essa molécula é única fonte em
algumas células, também atua como precursores para síntese de algumas substâncias,
esta via possui 2 fases e 10 reacções, que são de glicose a piruvato, sendo que os
açúcares utilizados são isómeros D

Fonte: Joaquim (2009)

Figura2: Radiação da glicose a piruvato, com fornecimento de energia na forma de 2


moléculas de ATP.

Concordando com as ideias dos autores, podem também dizer que graças a glicose que
apresentamos energia e disposição diária, essa glicose é convertida em energia a partir
de vários processos e cada processo suas etapas até que se forme o produto desejado,
que é a energia que mantem o individuo para sua locomoção.
4.2. Fermentação
A fermentação é um termo geral para a degradação anaeróbia da glicose ou de outros
nutrientes orgânicos para obtenção de energia, conservada como ATP. Como os
organismos vivos surgiram inicialmente em uma atmosfera sem oxigénio, a quebra
anaeróbia da glicose provavelmente seja o mais antigo mecanismo biológico de
obtenção de Energia a partir de moléculas orgânicas combustíveis, (Nelson,2002).
O sequenciamento do genoma de vários organismos revelou que algumas
arquibactérias e alguns microrganismos parasitas são deficientes em uma
ou mais enzimas da glicólise,mas possuem as enzimas essenciais da via;
provavelmente realizem formas variantes de glicólise. No curso da
evolução, a sequência dessas reacções químicas foi completamente
conservada; as enzimas glicolíticas dos vertebrados são estreitamente
Nelson,2002).

Para entender estes processo, pesquisas similares feitas por autores como Nelson
(2002), ele diz que, na sequência de aminoácidos e na estrutura tridimensional, às suas
homólogas em levedura e no espinafre. A glicólise difere entre as espécies apenas nos
detalhes de sua regulação e no destino metabólico subsequente do piruvato formado. Os
princípios termodinâmicos e os tipos de mecanismos regulatórios que governam a
glicólise são comuns a todas as vias do metabolismo celular.
Em alguns tecidos vegetais e em certos invertebrados, protistas e
microrganismos como levedura da fabricação da cerveja e do pão, o piruvato é
convertido, em hipoxia ou condições anaeróbias, em etanol e CO, um processo chamado
de fermentação etanólica.
Para Nelson (2002) a oxidação do piruvato é um processo catabólico importante, mas o
piruvato também tem destinos anabólicos. Ele pode, por exemplo, prover o esqueleto
carbônico para a síntese do aminoácido alanina ou para a síntese de ácidos graxos.
A formação de ATP e NADH acoplada à glicólise. Durante a glicólise, parte da
energia da molécula de glicose é conservada na forma de ATP, enquanto a maior parte
permanece no produto, o piruvato. A equação geral da glicólise é:

Para cada molécula de glicose degradada a piruvato, duas moléculas de ATP são
geradas a partir de ADP e P, e duas moléculas de NADH são produzidas pela redução
de NAD.O aceptor de hidrogénio nessa reacção é NAD1, ligado a uma estrutura de
Rossmann como mostrado. A redução de NAD1, ocorre pela transferência enzimática
de um ião hidreto (:H2) do grupo aldeído do gliceraldeído-3-fosfato para o anel de
nicotinamida de NAD1, gerando a coenzima NADH reduzida. O outro átomo de
hidrogénio da molécula de substrato é liberado para a solução como H (Conn,1990).
Nas ideias dos autores acima citados, fazem-nos reflectir dos mecanismos que

podem ocorrer no organismo de forma sequenciada, nesta síntese de ideias também

existem enzimas que foram mencionadas pelos que na falta de uma ou duas o processo

não acontece, é interrompido e não a haverá produção de energia desejada pelo

organismo.

JOSE

4.3. Ciclo de krebs


Segundo (NELSON,2002), o ciclo do ácido cítrico, ciclo de Krebs ou do tricarboxílico,
corresponde à uma série de reacções químicas que ocorrem na vida da célula e seu
metabolismo. Descoberto por Sir Hans Adolf Krebs (1900-1981).
Segundo Goldberg (1990), ciclo do ácido cítrico é uma rota anfibólica, catabólica e
anabólica, com a finalidade de oxidar a acetil-CoA (acetil coenzimaA), que se obtém da
degradação de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos a duas moléculas de CO2.
No que diz respeito e fazendo uma reflexão do próprio conceito dado pelos
autores acima podemos afirmar que, as funções anfibólicas do ciclo do ácido cítrico e
várias vias biossintéticas que utilizam os intermediários do ciclo como reagentes para
reacções anabólicas, mas o ciclo está envolvido na degradação e é o principal sistema de
conservação de energia livre na maioria dos organismos e intermediários que são
necessários para a manutenção da função de degradação.

O ciclo do ácido cítrico é executado na mitocôndria dos eucariotes e no citoplasma dos


procariote. Trata-se de uma parte do metabolismo dos organismos aeróbicos (utilizando
oxigénio da respiração celular); organismos anaeróbicos utilizam outro mecanismo,
como a glicólise - outro processo de fermentação independente do oxigénio.
Fonte3: Campos (2009)
Figura: Ciclo de Krebs, degradação de piruvato até formação de ATP.
Este ciclo inicia-se quando o piruvato que é sintetizado durante a glicólise é
transformado em acetil-CoA (coenzima A) por acção da enzima piruvato desidrogenase.
Este composto vai reagir com o oxaloacetato que é um produto do ciclo anterior
formando-se citrato. O citrato vai dar origem a um composto de cinco carbonos, o alfa-
cetoglutarato com libertação de NADH, e de CO2.
O alfa-cetoglutarato vai dar origem a outros compostos de quatro carbonos com
formação de GTP, FADH2 e NADH e oxaloacetato. Após o ciclo de krebs ocorre outro
processo denominado de fosforilação oxidativa.
Nos sistemas vivos, o processo de transferência de electrões que conecta essas
reacções parciais, ocorre através de um caminho complexo que culmina com a liberação
de energia livre na forma de ATP (Adenosina Trifosfato).
4.3.1. Via metabólica do ciclo do ácido cítrico
Segundo Conn, (1990) dois carbonos são oxidados, tornando-se CO2, e a energia dessas
reacções é armazenada em GTP, NADH e FADH2. NADH e FADH2 são coenzimas
(moléculas que activam ou intensificam enzimas) que armazenam energia e são
utilizadas na fosforilação oxidativa.
4.3.2. Produção de acetil-CoA (acetato activado)
Em organismos aeróbios, glicose e outros açúcares, ácidos graxos e a maioria dos
aminoácidos são finalmente oxidados a CO2 e H2O pelo ciclo do ácido cítrico e pela
cadeia respiratória. Antes de entrarem no ciclo do ácido cítrico, os esqueletos de
carbono dos açúcares e ácidos graxos são convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA, a
forma na qual a maioria dos combustíveis entra no ciclo. Os carbonos de muitos
aminoácidos também entram no ciclo dessa maneira, embora alguns aminoácidos sejam
convertidos a outros intermediários do ciclo, (Conn,1990).
Na ideia do autor faz perceber que, o papel do piruvato é ser como um derivado
da glicose e de outros açúcares pela glicólise, ilustra como uma combinação de
modificações covalentes e mecanismos alostéricos resulta em um fluxo precisamente
Regulado em uma etapa metabólica. Finalmente, o complexo da PDH é o protótipo para
dois outros importantes complexos enzimáticos: a-cetoglutarato-desidrogenase, do ciclo
do ácido cítrico, e a-cetoácido-desidrogenase de cadeia ramificada, das vias de oxidação
de alguns aminoácidos.
A notável similaridade na estrutura de proteínas, na exigência de cofactor e nos
mecanismos de reacção desses três complexos inquestionavelmente reflecte uma origem
evolutiva comum.

CRISTINA MANJUTE
4.3.3. O piruvato é oxidado a acetil-CoA e CO2
A reacção geral catalisada pelo complexo da piruvato-desidrogenase é uma
descarboxilação oxidativa, um processo de oxidação irreversível no qual o grupo
carboxil é removido do piruvato na forma de uma molécula de CO2, e os dois carbonos
remanescentes são convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA. O NADH formado nessa
reação doa um ião hidreto (:H2) para a cadeia respiratória, que transferirá os dois
electrões ao oxigénio ou, em microrganismos anaeróbios, a um aceptor de electrões
alternativo, como nitrato ou sulfato. A transferência de electrões do NADH ao oxigénio
gera, ao final, 2,5 moléculas de ATP por par de electrões, (Goldberg 1990)
A irreversibilidade da reacção do complexo da PDH foi demonstrada nos
experimentos feitos por Nelson t al, (2002), ele faz seu experimento com marcação
isotópica: o complexo não pode religar CO2 radioactivamente marcado à acetil-CoA
para formar uma molécula de piruvato com o carboxil marcado. Na abaixo o autor
também demostra como este processo ocorre.
Fonte4: (Goldberg 1990)

Figura 2: Catabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos durante os três estágios da


respiração celular. Estágio 1: a oxidação de ácidos graxos, glicose e alguns aminoácidos
gera acetil-CoA.

Estágio 2: a oxidação dos grupos acetil no ciclo do ácido cítrico inclui quatro etapas nas
quais os electrões são removidos. Estágio 3: os electrões carreados por NADH e
FADH2 convergem para uma cadeia de transportadores de electrões mitocondrial (ou,
em bactérias, ligados à membrana plasmática) – a cadeia respiratória – reduzindo, no
final, O2 a H2O. Este fluxo de electrões impele a produção de ATP, (NELSON,2002).
4.3.4. Reacções do ciclo de krebs
Agora serão focalizados os processos por meio dos quais a acetil-CoA é oxidada. Essa
transformação química é realizada pelo ciclo do ácido cítrico, a primeira via cíclica.
Para iniciar uma rodada do ciclo, a acetil-CoA doa seu grupo acetil ao composto de
quatro carbonos oxaloacetato, formando o composto de seis carbonos citrato. O citrato
é, em seguida, transformado a isocitrato, também uma molécula com seis carbonos,
o qual é desidrogenado com a perda de CO2 para produzir o composto de cinco
carbonos a-cetoglutarato (também chamado de oxoglutarato). O a-cetoglutarato perde
uma segunda molécula de CO2, originando ao final o composto de quatro carbonos
succinato. O succcinato é, então, convertido por quatro etapas enzimáticas ao composto
de quatro carbonos oxaloacetato – que está, assim, pronto. (NELSON,2002).
Explicações de pesquisadores como Nelson (2002), ele explica que, para reagir
com outra molécula de acetil-CoA. Em cada rodada do ciclo entra um grupo acetil (dois
carbonos) na forma de acetil-CoA, e são removidas duas moléculas de CO2; uma
molécula de oxaloacetato é utilizada para a formação do citrato e uma molécula de
oxaloacetato é regenerada. Não ocorre nenhuma remoção líquida de oxaloacetato;
teoricamente, uma molécula de oxaloacetato pode participar da oxidação de um número
infinito de grupos acetil, e, na verdade, o oxaloacetato está presente nas células em
concentrações muito baixas,
Quatro das oito etapas deste processo são oxidações, nas quais a energia da oxidação é
Conservada de maneira muito eficiente na forma das coenzimas reduzidas NADH e
FADH2. Como mencionado antes, embora o ciclo do ácido cítrico seja fundamental ao
metabolismo gerador de energia, sua função não está limitada à conservação energética.
Intermediários do ciclo com quatro e cinco carbonos servem como precursores para uma
ampla variedade de produtos. Idem
Para repor os intermediários removidos com este propósito, as células utilizam reacções
anapleróticas (de reposição), as quais são descritas a seguir.
Eugene Kennedy e Albert Lehninger mostraram em 1948 que, em eucariotos, o
conjunto inteiro das reacções do ciclo do ácido cítrico acontece na mitocôndria. Foi
mostrado que as mitocôndrias isoladas não apenas continham todas as enzimas e
coenzimas necessárias para o ciclo do ácido cítrico, mas também todas as enzimas e
proteínas necessárias para o último estágio da respiração – a transferência de electrões e
a síntese de ATP pela fosforilação oxidativa. Como será visto nos capítulos posteriores,
a mitocôndria também contém as enzimas para a conversão de ácidos graxos e alguns
aminoácidos em acetil-CoA, e para a conversão oxidativa de outros aminoácidos em a-
cetoglutarato, succinil-CoA ou oxaloacetato, (AMABIS & MATHO, 1997).
Dessa maneira, em eucariotos não fotossintéticos, a mitocôndria é o local onde ocorre a
maioria das reações oxidativas geradoras de energia e a síntese acoplada de ATP. Em
eucariotos fotossintéticos, a mitocôndria é o principal local de produção de ATP no
escuro, porém, à luz do dia, os cloroplastos geram a maior parte do ATP desses
organismos. Em bactérias, as enzimas do ciclo do ácido cítrico estão no citosol, e a
membrana plasmática desempenha uma função semelhante àquela da membrana
mitocondrial interna para a síntese de ATP.Idem
4.3.5. A sequência das reacções do ciclo de krebs é quimicamente lógica
Segundo Goldberg (1990) a acetil-CoA produzida pela quebra de carboidratos, gorduras
e proteínas deve ser completamente oxidada a CO2 para que o máximo da energia
potencial possa ser extraído destes combustíveis. No entanto, a oxidação directa do
acetato (ou da acetil-CoA) a CO2 não é bioquimicamente possível. A descarboxilação
deste ácido com dois carbonos produziria CO2 e metano (CH4).
Neste caso também poderíamos afirmar que, o metano é quimicamente estável, e
com excepção de certas bactérias metanotróficas que crescem em nichos ricos em
metano, organismos não possuem os cofactores e enzimas necessários para a oxidação
do metano.
4.3.6. O ciclo de krebs tem oito etapas
No exame das oito etapas de reacção consecutivas do ciclo do ácido cítrico, será dada
especial ênfase nas transformações químicas que ocorrem à medida que o citrato
formado a partir de acetil-CoA e oxaloacetato é oxidado produzindo CO2 e em como a
energia dessa oxidação é conservada nas coenzimas reduzidas NADH e FADH,
(CAMPOS,2009).
4.3.7. Formação do citrato
Segundo (NELSON,2002) a primeira reacção do ciclo é a condensaçãomde acetil-CoA e
oxaloacetato para a formação do citrato, catalisada pela citrato-sintase, como é
ilustrado na figura 3 abaixo

:
Fonte: Goldberg (1990).
Nessa reacção, as representações da figura 3 de Nelson (2009), faznos entender
que o carbono do metil do grupo acetil é unido ao grupo carbonil (C-2) do oxaloacetato.
Citroil-CoA é o intermediário transitoriamente formado no sítio ativo da enzima. Esse
intermediário é rapidamente hidrolisado em CoA livre e citrato, que são liberados do
sítio activo. A hidrólise desse intermediário tio éster de alta energia torna a reacção
directa altamente exergônica.
Para Campus (2009,p120), ele diz que a grande e negativa variação de energia livre
padrão da reacção da citrato-sintase é fundamental para o funcionamento do ciclo, pois,
como mencionado anteriormente, a concentração de oxalá acetato normalmente é muito
baixa.
A CoA liberada nessa reacção é reciclada para participar da descarboxilação
oxidativa de outra molécula de piruvato pelo complexo PDH. A citrato-sintase
mitocondrial foi cristalizada e analisada por difracção de raios X na presença e na
ausência de substratos e inibidores. Cada subunidade dos homodímeros da enzima é um
único polipeptídeo com dois domínios, um dele grande e rígido, e o outro menor e mais
flexível, com o sítio activo entre eles. Oxaloacetato, o primeiro substrato a se ligar à
enzima, induz uma grande alteração conformacional no domínio flexível. Idem

ESMERALDA DINIZ SIQUEIRO

4.3.8. Formação de isocitrato via cis-aconitato.

A enzima aconitase (mais formalmente, aconitato-hidratase) catalisa a transformação


reversível do citrato a isocitrato, pela formação intermediária do ácido tricarboxílico
cis-aconitato, o qual normalmente não se dissocia do sítio ativo. A aconitase pode
promover a adição reversível de H2O à ligação dupla do cis-aconitato ligado à enzima
de duas maneiras diferentes, uma levando a citrato e a outra a isocitrato como
demostrado na figura 4 abaixo do autor Nelson (2002,p142).
Fonte: Goldberg (1990).

Embora a mistura em equilíbrio a pH 7,4 e 25oC contenha menos de 10% de


isocitrato, na célula a reacção é deslocada para a direita porque o isocitrato é
rapidamente consumido na próxima etapa do ciclo, o que diminui sua concentração no
estado estacionário. A aconitase contém um centro de ferro-enxofre, que atua tanto na
ligação do substrato ao sítio activo quanto na adição ou na remoção catalítica de H2O.
Em células exauridas de ferro, a aconitase perde o centro de ferro-enxofre e adquire
uma nova função na regulação da homeostase do ferro. A aconitase é uma de muitas
enzimas caracterizadas por realizar mais de uma função (enzimas moonlighting),
(Nelson,2002).

4.3.9. Oxidação do isocitrato a a-cetoglutarato e CO2.


Segundo (NELSON,2002), na próxima etapa, a isocitrato-desidrogenase catalisa a
descarboxilação oxidativa do citrato para formar a-cetoglutarato O Mn2 +
presente no
sítio activo interage.
4.4. Oxidação do a-cetoglutarato a succinil-CoA e CO2.
Segundo, Goldberg (1990) a etapa seguinte é outra descarboxilação oxidativa, na qual o
a--cetoglutarato é convertido a succinil-CoA e CO2 pela acção do complexo da a-
cetoglutarato-desidrogenase; NAD1 é o aceptor de electrões e CoA é o transportador
do grupo succinil. A energia da oxidação do a-cetoglutarato é conservada pela formação
da ligação tioéster da succinil-CoA:
Fonte: Goldberg (1990).
Essa reacção é essencialmente idêntica à reacção da pirava-to desidrogenase discutida
anteriormente, e à sequência de reações responsável pela degradação dos aminoácidos
com cadeia ramificada. O complexo a-cetoglutarato- desidrogenase é bastante
semelhante ao complexo da PDH em estrutura e função. O complexo a-cetoglutarato-
desidrogenase incorpora três enzimas homólogas às E1, E2 e E3 do complexo da PDH,
e também contém TPP e lipoato ligado à enzima, FAD, NAD e coenzima A.
Ambos os complexos são certamente derivados de um ancestral evolutivo
comum. Embora os componentes E1 dos dois complexos sejam estruturalmente
similares, suas sequências de aminoácidos diferem e, naturalmente, eles
apresentam especificidades de ligação diferentes: E1 do complexo da PDH liga-
se ao piruvato, e E1 do complexo da a-cetoglutarato-desidrogenase liga-se ao a-
cetoglutarato. Os componentes E2 dos dois complexos também são muito
similares, ambos contendo lipoil ligado covalentemente. As subunidades E3 são
idênticas nos dois complexos enzimáticos. O complexo que degrada a-
cetoácidos com cadeias ramificadas, (NELSON,2002).

Várias pesquisas afirmam que a catalisa a mesma sequência de reacções


utilizando os mesmos cinco cofactores. Esse é um exemplo claro de evolução
divergente, na qual os genes que codificam para uma enzima com uma especificidade
de substrato originam, durante a evolução, enzimas proximamente relacionadas com
especificidades de substrato diferentes, mas com o mesmo mecanismo enzimático.

4.4.1. Conversão de succinil-CoA a succinato.


Segundo Nelson (2002), a succinil-CoA, como a acetil-CoA, tem uma ligação tioéster
com uma energia livre padrão de hidrólise grande e negativa (DG9o <236 kJ/mol). Na
próxima etapa do ciclo do ácido cítrico, a energia liberada pelo rompimento dessa
ligação é utilizada para impelir a síntese de uma ligação fosfoanidrido no GTP ou ATP,
com um DG9o de apenas 22,9 kJ/mol. O succinato é formado neste processo, como
representado na figura 5abaixo descrito pelo autor anterior:
Fote: Nelson (2002).
Um mecanismo conservado para a descarboxilação oxidativa, (NELSON,2002).
As rotas mostradas empregam os mesmos cinco cofatores (pirofosfato de tiamina,
coenzima A, lipoato, FAD e NAD1), complexos multienzimáticos muito parecidos, e o
mesmo mecanismo enzimático para efectuar a descarboxilação do piruvato (pelo
complexo da piruvato-desidrogenase), na figura asseguir podemos se explicar os
eventos dessa conversão.

Em eucariotos, a succinato-desidrogenase está firmemente ligada à membrana


mitocondrial interna; em bactérias, está ligada à membrana plasmática. A enzima
contém três grupos ferro-enxofre diferentes e uma molécula de FAD covalentemente
ligada. Os electrões do succinato passam pelo FAD e pelos centros de ferro-enxofre
antes de entrarem na cadeia de transportadores de electrões da membrana mitocondrial
interna (da membrana plasmática em bactérias).
O fluxo dos electrões do succinato ao longo desses transportadores até o aceptor
de electrões final, O2, é acoplado à síntese de aproximadamente 1,5 molécula de ATP
por par de electrões
(fosforilação acoplada à respiração). Malonato, análogo do succinato normalmente
ausente nas células, é um forte inibidor competitivo da succinato-desidrogenase, e sua
adição à mitocôndria bloqueia a actividade do ciclo do ácido cítrico.
4.4.2. Hidratação do fumarato a malato.
Segundo CAMPBELL (2000) a hidratação reversível do fumarato a L-malato é
catalisada pela fumarase (formalmente, fumarato-hidratase). O estado de transição
dessa reacção é um carbónio:

Essa enzima é altamente estereoespecífica; ela catalisa a hidratação da ligação dupla


trans do fumarato, mas não a da ligação dupla cis do maleato (o isômero cis do
fumarato).Na direcção inversa (de L-malato para fumarato), a fumarase é igualmente
estereoespecífica: D-malato não é um substrato.

4.4.3. Oxidação do malato a oxaloacetato.


Segundo Nelson (2002) na última reacção do ciclo do ácido cítrico, a L-malato-
desidrogenase ligada ao NAD catalisa a oxidação de L-malato a oxaloacetato:
O equilíbrio dessa reacção é muito deslocado para a esquerda sob as condições
termodinâmicas padrão, porém, nas células intactas, o oxaloacetato é continuamente
removido pela reacção altamente exergônica da citrato-sintas. Isso mantém a
concentração celular de oxaloacetato extremamente baixa (, 1026 M), deslocando a
reacção da malato-desidrogenase no sentido da formação de oxaloacetato.
Embora as reacções individuais do ciclo do ácido cítrico tenham sido
inicialmente elucidadas in vitro, utilizando tecido muscular macerado, a via e sua
regulação também têm sido intensamente estudadas in vivo. Com a utilização de
precursores marcados radioactivamente, como piruvato e acetato, os pesquisadores têm
delineado o destino de átomos de carbono individuais durante o ciclo do ácido cítrico.
Como comparado acima das ideias do autor citado.

MATIEDE JUDITE

4.4.4. A energia das oxidações do ciclo é conservada de maneira eficiente

Até aqui foi esmiuçada uma rodada completa do ciclo do ácido cítrico. Um grupo acetil
com dois carbonos entra no ciclo combinando-se com o oxaloacetato.
Dois átomos de carbono saem do ciclo na forma de CO2 pela oxidação do isocitrato e do
a-cetoglutarato. A energia liberada por estas oxidações foi conservada pela redução de
três NAD1 e um FAD e pela produção de um ATP ou GTP.
No final do ciclo, uma molécula de oxaloacetato foi regenerada. Lembre que os
dois átomos de carbono que emergem como CO2 não são os mesmos dois carbonos que
entraram na forma de grupo acetil; rodadas adicionais são necessárias para que estes
carbonos sejam liberados na forma de CO2, AMABIS & MATHO, 1997.
Fonte: Nelson (2002).
Figura 5: Produtos de uma rodada do ciclo do ácido cítrico. A cada rodada do ciclo do
ácido cítrico, três moléculas de NADH, uma de FADH2, uma de GTP (ATP) e duas de
CO2 são liberados em reacções de descarboxilação oxidativa. Aqui, e em algumas das
figuras seguintes, todas as reacções do ciclo estão representadas como se elas
ocorressem em apenas uma direcção, lembre-se, entretanto, que as maiorias das
reacções são reversíveis (AMABIS & MATHO, 1997).

5. Cadeia Transportadora de Electrões e Fosforilação Oxidativa

Segundo AMABIS & MATHO, (1997 Lavoisier foi o primeiro a demonstrar que
animais vivos consomem oxigénio, gerando dióxido de carbono. Mas, foi somente no
começo do século XX que demonstrou que as oxidações biológicas são catalisadas por
enzimas intracelulares. Sabemos que a glicose é completamente oxidada a CO2 por
processos conhecidos como Glicólise e Ciclo do Ácido Cítrico. Examinaremos agora,
como os electrões são removidos e transportados, a partir da glicose, por processo de
oxidação. A completa oxidação da glicose por oxigénio molecular é descrita pela
seguinte equação redox:

C6H12O6 6C02 6H2O

Para ver mais claramente a transferência dos electrões, dividiremos a equação em duas.
Na primeira reacção os carbonos da glicose são oxidados:

C6H12O6 6H2O 6C02 24H+ + 24 e-


Na segunda, o oxigénio molecular é reduzido:

6C02 24H+ + 24 e- 12H2O

Nos sistemas vivos, o processo de transferência de electrões que conecta essas reacções
parciais, ocorre através de um caminho complexo que culmina com a liberação de
energia livre na forma de ATP (Adenosina Trifosfato). Idem
Os 12 pares de electrões envolvidos na oxidação da glicose não são transferidos
directamente ao O2. Antes, eles são transferidos para as coenzimas NAD+
(Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo) e FAD (Flavina adenina Dinucleotídeo)
para formar 10 NADH + 2 FADH2 nas reacções catalisadas pelas enzimas
glicolíticas e enzimas do ciclo do ácido cítrico. Os electrões passam, então, para
uma cadeia transportadora de electrões onde, através da reoxidarão do NADH e
FADH2, participam de redução-oxidação de cerca de 10 Centros redox até
reduzir O2 em H2O, (Gaw, 1999).

Nesse processo, protões são liberados da mitocôndria. A energia livre estocada


no gradiente de pH resultante leva à síntese de ATP a partir de ADP e Pi através da
Fosforilação Oxidativa. A reoxidarão de cada NADH resulta na síntese de 3 ATPs, e a
reoxidarão de FADH2 produz 2ATPs, resultando em um total de 38 ATPs para cada
glicose completamente oxidada a CO2 e H2O (incluindo ATPs produzidos na glicólise e
2 ATPs produzidos no ciclo do ácido cítrico).
Os NADH e FADH2 produzidos na oxidação da glicose e de outros substratos são
reoxidados na mitocôndria por um processo que compreende a remoção de seus protões
e electrões: os protões são liberados no meio e os electrões são conduzidos por uma
série de transportadores de electrões até o oxigénio. Recebendo electrões, o oxigénio
liga-se a protões do meio formando água. Idem
Cada um dos transportadores é capaz de receber electrões do transportador
imediatamente anterior e transferi-los ao seguinte, constituindo assim uma cadeia
chamada cadeia transportadora de electrões.
O doador de electrões é, invariavelmente, uma coenzima reduzida, e o aceptor
final de electrões, o oxigénio. A maioria dos transportadores de electrões tem
natureza protéica, contendo grupos prostéticos associados à cadeia polipeptídica;
a óxido-redução do composto se processa no grupo protético. Numa terceira
fase, designada por fosforilação oxidativa, a membrana interna da mitocôndria
desempenha o papel principal. Como se viu, a mitocôndria possui duas
membranas limitantes: a membrana externa e a membrana internam. Esta última
é forte mente pregueada, pelo que a sua superfície total é muito superior à da
membrana externa, (Gaw, 1999).
As referidas pregas são comumente designadas por cristas mitocondriais. Entre as duas
subsiste um espaço, designado por espaço intermembranar. O interior da mitocôndria
encerra a matriz mitocondrial.
É precisamente na matriz mitocondrial que se situa o genona da mitocôndria, herança da
sua condição procariótica, ribossonas e, para além de muitas outras substâncias, as
enzimas e as coenzimas que intervêm nas reacções acima descritas, nomeadamente o
Ciclo de Krebs.
Gaw, (1999), a membrana interna da mitocôndria possui, como todas as
membranas, proteínas intrínsecas e extrínsecas. Aquelas que intervêm na fosforilação
oxidativa possuem a particularidade de serem susceptíveis de captar e de ceder
electrões. Dada a mobilidade que lhes assiste, em virtude da fluidez da membrana, elas
podem contactar umas com as outras e operar as transferências de electrões segundo
uma escala crescente de potenciais redox: a cadeia respiratória. Ao longo desta cadeia,
os electrões deslocam-se desde o NADH2 ou um FADH2, com potencial redox negativo
até ao oxigénio (aceitador final) que possui um potencial redox positivo, de tal forma
que a transferência de electrões do NADH2 ao oxigénio se efectua com uma grande
variação de energia livre: ?Gº = - 52 Kcal.M-1. Essa energia é utilizada para a síntese de
ATP.
Os diferentes componentes da cadeia agrupam-se em 3 complexos, que operam
sequencialmente:

5.1. Complexo I
O Complexo I é constituído por:

a) a NADH-desidrogenase que actua conjugadamente com um coenzima, a Flavina


Mononucleótido (FMN)

b) Duas (ou três) proteínas Fe/S, isto é, proteínas que têm como grupo prostético,
associações de ferro e enxofre, com potenciais redox diferentes.

c) A Ubiquinona ou Coenzima Q, molécula lipófila, relativamente pequena, solúvel na


bicamada de fosfolípidos. A ubiquinona goza de grande mobilidade, podendo deslocar-
se de uma das faces da membrana, à outra.

Num primeiro tempo, a NADH-desidrogenase catalisa a oxidação dos NADH2


em NAD. Os 2 electrões e os 2 protões daí resultantes são captados pela FMN, que
deste modo se vê reduzida em FMNH2. A seguir, as proteínas de Fe/S, detentoras de
potenciais redox superiores ao da FMNH2, captam os electrões. Cada proteína de Fe/S
só fixa 1 electrão de cada vez.

A FMN, ao perder os seus dois electrões a favor das proteínas de Fe/S, perde
igualmente os dois protões, do lado oposto da membrana, isto é, no espaço
intermembranar. Diz-se que os protões

Foram transcolados da matriz para o espaço intermembranar. A ubiquinona é


susceptível de sofrer dois graus de redução, passando pelos estados de quinona, semi-
quinona e hidroquinona, transportando assim dois electrões que lhes são cedidos pelas
proteínas Fe/S, e dois protões capturados no meio matricial, (Gaw, 1999).

5.2. Complexo II
O complexo II, ou complexo b-c1, é constituído pelos citocrómios b , c1e c.Os
citocrómios são proteínas que possuem como grupo protético, um heme, isto é, uma
estrutura molecular tetraporfírica (como se encontra na hemoglobina) que encerra um
ião ferro, o qual se pode encontrar alternativamente no estado ferroso Fe2+ ou

no estado férrico Fe3+ consoante se encontre reduzido ou oxidado.

Fe++ ↔ Fe+++ + e-

O citocrómio b é uma proteína intrínseca com um potencial redox superior ao da


hidroquinona. Consequentemente, o citocrómio b é capaz de “roubar” um elétron à
hidroquinona. Neste ato, o protão correspondente é translocado para o espaço
intermembranar. O citocrómio c1, por sua vez, sendo detentor de um potencial redox
superior ao do citocrómio b, está em condições de oxidar este último. Finalmente o
citocrómio c, que é uma proteína extrínseca, oxida o citocrómio c1.

Note-se que, como os citocrómios só transportam um electrão de cada vez, será


necessário que cada um sofra duas óxido-reduções para que a ubiquinona seja
“descarregada” dos seus 2 electrões e 2 protões.

MUANAICHA ISSUFO

5.3. Complexo III


Segundo Gaw, (1999), complexo III, ou complexo citocrómio-oxidase, é constituído
pelos citocrómios a e a3. O citocrómio a3, em lugar de ferro, tem cobre e é, de todos, o
que possui maior poder redox.

Os electrões transitam do citocrómio c, para o citocrómio a e, finalmente, para o


citocrómio a3. Desconhece-se o mecanismo pelo qual o complexo III, pela passagem

de e elétrons, transloca 2 prótons para o espaço intermembranar. Tal fato poderá estar
relacionado com alterações alostéricas ao nível das proteínas dos citocrómios.

Por último, o citocrómio a3 cede os electrões ao oxigénio, havendo então lugar à


formação de água. Idem

Como se viu, uma parte desta energia foi empregue na translação de protões, da matriz
para o espaço intermembranar (protões extraídos dos NADH2 e FADH2 e portões
provenientes da fase aquosa da matriz). A oxidação de um NADH2 traduz-se na
translocação de 6 protões; da oxidação de um FADH2 resulta a translação de 4 protões.

Sendo a membrana mitocondrial interna, impermeável aos iões, a contínua translocação


de protões para o espaço intermembranar, gera uma desigualdade de concentração e,
consequentemente, um gradiente de cargas eléctricas ao qual corresponde um potencial
de membrana de 150 mV.

A energia libertada pelo transporte de electrões é, assim, convertida num


gradiente electroquímico ou força protomotriz (designação obtida por analogia com a
força hidromotriz das barragens hidroeléctricas).

Os protões regressam à matriz através de estruturas proteicas integradas na membrana,


os ATPsomas, em cuja constituição se encontram ATPases, isto é, enzimas que
catalisam a fosforilação de ADP em ATP. Através dos ATPsomas, a energia inerente ao
gradiente iónico é convertida em ligações fosfato. Os ATPsomas funcionam assim (em
analogia com as barragens hidroeléctricas) como turbinas produtoras de ATP.

ADP + Pi ATP Gº = - 8 Kcal M-1

Fonte: Champe (1997).

Figura6: A força protomotriz associada a 2 protões translocados para se sintetizar 1


ATP. Portanto, por cada NADH2 oxidado, formam-se 3 ATP. Diferentemente, a
oxidação dos FADH2, apenas transloca 4 protões, daí resultando, consequentemente, 2
ATP. (Nelsom,2002).
Tendo em conta que a síntese de 1 ATP a partir de ADP e de fosfato inorgânico
consome 8 Kcal Mol-1, a produção de 3 ATP deverá consumir 24 Kcal Mol-1.
mPodemos agora calcular o rendimento inerente à oxidação de 1 NADH2:

24.000 / 52.000 x 100 = ± 46%

O transporte de electrões é inibido especificamente por certas substâncias que atuam em


pontos precisos da cadeia respiratória. Os mais conhecidos são a rotenona (inseticida) e
o amital (barbitúrico), que bloqueiam o transporte entre o NAD e a ubiquinona (CoQ), a
antimicina (antibiótico) que bloqueia o transporte entre os citocrómios b e c1, e o
cianeto e o nonóxido de carbono (CO) que bloqueiam o transporte entre o Complexo III
e o oxigénio. (Campos,2009).

5.4. O ciclo do ácido cítrico e a respiração


A influência do ciclo do ácido cítrico no processo da respiração celular começa com a
glicólise, processo ocorrido no citoplasma de uma célula, onde a glicose, obtida através
dos alimentos ingeridos, passa por uma série de dez reacções químicas que culminam na

Formação de duas moléculas de ácidos pirúvicos.

É a partir desse ponto que começa a participação do ciclo de Krebs na respiração


propriamente dita. O ciclo de Krebs ocorre dentro da mitocôndria, logo as
moléculas de ácido pirúvico têm que entrar nela. Esse processo só ocorre quando
há moléculas de oxigénio suficientes para cada molécula de glicose, se há, na
entrada do ácido pirúvico na mitocôndria faz com que o oxigénio reaja com o
ácido formando gás carbónico e libera os electrões dos átomos de hidrogénio
presentes na fórmula da glicose, (Champe 1997).

Esses electrões são transportados pelo NADH e o FADH, duas moléculas


transportadoras. Os electrões então se responsabilizam pela união de mais um átomo de
fósforo, com uma molécula de adenosina difosfato (ADP) formando a adenosina
trifosfato o famoso ATP. Esta molécula de ATP então é que fornecerá a energia para a
vida da célula e o transporte activo de substâncias pelo corpo.
Fonte: Champe (1997).
6. Conclusão
Chegando a fim de o trabalho conclui-se que o metabolismo dos Carboidratos
representa o centro de metabolismo energético e é a fonte primária de energia do corpo
humano. Nos vertebrados, a glicose é transportada através do corpo pelo sangue.
Quando as reservas de energia celular estão baixas, a glicose é degradada pela via
glicolítica. As moléculas de glicose não necessárias para a imediata produção de
energia, são armazenadas como glicogénio no fígado e músculo. Dependendo das
necessidades metabólicas da célula, a glicose pode também ser empregada para
sintetizar outros monossacarídeos, ácidos graxos e certos aminoácidos.
O ciclo de Krebs é extremamente importante, pois ele é o principal responsável pela
oxidação de carbonos que ocorre nas maiorias das células. Assim, alguns de seus
produtos podem ser transferidos ao citosol e ser usados em reacções anabólicas, como a
síntese de aminoácidos.
Cadeia respiratória é a etapa da respiração celular que ocorre no interior das
mitocôndrias, precisamente em sua membrana interna pregueada. Também denominada
de cadeia transportadora de electrões, realiza o transporte de átomos de hidrogénio
energizados, ou seja, electrões, a partir de substâncias aceptor as intermediárias (NAD e
FAD) provenientes da glicólise e do ciclo de Krebs. Essas substâncias carregam os
protões H+ até a membrana interna da mitocôndria, onde são liberados na cadeia
respiratória formada por proteínas transmembranares chamadas proteínas
transportadoras.
A partir desse ponto são liberados electrões e os protões é gradativamente processado e
armazenado no espaço entre as membranas interna e externa. Onde será forçado a
transpor por difusão uma última proteína (sintetase ATP), que gera fluxo capaz de
promover energia suficiente para ser absorvida na reacção de conversão de ADP.
7. Referências bibliográficas
1. CHAMPE, P.C. e HARVEY, R.A. Bioquímica Ilustrada. 2a ed. Artes Médicas
Ltda., Porto Alegre - RS, 1997.
2. CAMPBELL, M. Bioquímica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.31
3. JOAQUIM CORSINO. – Bioquímica, Campo Grande, MS : Ed. UFMS, 2009. 213.
4. NELSON, D. L. & Cox, M. Lehninger – Princípios de Bioquímica. São Paulo:
Sarvier, 6ª ed., 2002.31
5. CHAMPE, P.C. e HARVEY, R.A. Bioquímica Ilustrada. 2a ed. Artes Médicas
Ltda., Porto Alegre - RS, 1997.
6, CONN, E. E., STUMPF, P . K.; Introdução à Bioquímica. 4a Edição, São Paulo. Ed.
7. DEVLIN, T.M. Manual de Bioquímica com correlações clínicas. Ed. Edgar Blucher
, São Paulo. 1998.
8. GAW, A., COWAN. R. A., O„REILLY, D. ST. J., STEWART, M. J., SHEPHERD,
J.
9. Bioquímica Clínica. 2a edição, Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan S.A, 1999,
165 p.
10. GOLDBERG, S. Descomplicando a bioquímica. 2 Ed. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.

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