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São Paulo
2021
AGRADECIMENTOS
● Ao professor Dr. Carlos Eduardo Nigro Mazzilli, que nos orientou neste trabalho,
por sua paciência e disponibilidade;
No trabalho a seguir, foi realizado um estudo de caso para uma torre eólica
onshore, cuja estrutura externa é composta de aço estrutural EN10025 S235, e os esforços
externos nela compreendem os carregamentos dinâmicos provenientes da ação do vento.
Para a análise da estrutura foi realizada uma discretização da torre em 12
elementos com 13 nós, sendo que todos eles apresentam o mesmo comprimento. Foi
adotado um modelo de análise unidimensional, sendo usado o eixo vertical da torre eólica
como variável principal para as expressões de cálculo.
A seção transversal da torre metálica é do tipo não prismática, ou seja, o diâmetro
do topo da torre é menor do que o diâmetro da sua base, dessa forma a área, a densidade
linear e o momento de inércia da torre variam ao longo de sua altura, por isso o cálculo é
feito de forma matricial.
A excitação causada pelo vento foi obtida através do método de vento sintético,
elaborado por Mário Franco, em seu trabalho “Direct Along-wind Dynamic Analysis of
Tall Structures”, de 1993. Este método apresenta carregamentos e excitações ocasionadas
pelo vento, através da determinação de harmônicos que se correlacionam com o espectro
de vento.
O princípio dos trabalhos virtuais (P.T.V) foi utilizado na geração da matriz de
flexibilidade da estrutura, sendo essa última invertida, de modo a obter a matriz global de
rigidez da estrutura. A matriz global de massa da estrutura foi obtida com a redução e
simplificação da matriz local de massa para um elemento com 6 graus de liberdade,
transformando-a em uma matriz 2x2 e acoplando-as à matriz global.
O método da superposição modal foi utilizado no processo de diagonalização
das matrizes globais de massa, rigidez e amortecimento, de modo a tornar o sistema de
vibração harmônica possível de ser resolvido sem o uso de modelos numéricos mais
complexos ou sofisticados, sendo auxiliado por um sistema de amortecimento de
Rayleigh para a geração da matriz diagonalizada de amortecimento.
Por fim, foram realizadas verificações em Estado Limite Último (ELU) e Estado
Limite de Serviço (ELS), de forma a determinar se a estrutura da torre está segura para
os carregamentos nela aplicados.
ABSTRACT
In the following work, a case study was carried out for an onshore wind tower,
whose external structure is composed of structural steel EN10025 S235, and the external
efforts in it comprise the dynamic loadings from the action of the wind.
For the analysis of the structure, a discretization of the tower was performed in 12
elements with 13 nodes, all of which have the same length. A one-dimensional analysis
model was adopted, using the vertical axis of the wind tower as the main variable for the
calculation expressions.
The cross section of the metallic tower is of the non-prismatic type, that is, the
diameter of the top of the tower is smaller than the diameter of its base, thus the area,
linear density and moment of inertia of the tower vary over its height, so the calculation
is done in a matrix way.
The excitation caused by the wind was obtained through the synthetic wind
method, elaborated by Mário Franco, in his work “Direct Along-wind Dynamic Analysis
of Tall Structures”, from 1993. This method presents loads and excitations caused by the
wind, through the determination of harmonics that correlate with the wind spectrum.
The principle of virtual works (PVW) was used in the generation of the structure's
flexibility matrix, the latter being inverted, in order to obtain the global structure's
stiffness matrix. The global mass matrix of the structure was obtained by reducing and
simplifying the local mass matrix to an element with 6 degrees of freedom, transforming
it into a 2x2 matrix and coupling them to the global matrix.
The modal superposition method was used in the diagonalization process of the
global mass, stiffness and damping matrices, in order to make the harmonic vibration
system possible to be solved without the use of more complex or sophisticated numerical
models, being aided by a Rayleigh damping system for the generation of the diagonalized
damping matrix.
Finally, checks were carried out in the Ultimate Limit State (ULS) and
Servicability Limit State (SLS), in order to determine if the tower structure is safe for the
loads applied to it.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS E METODOLOGIA...................................................................................................... 3
3. MODELO ESTRUTURAL ADOTADO .............................................................................................. 5
4. SISTEMA DE VIBRAÇÃO HARMÔNICA LIVRE NÃO-AMORTECIDA ................................................11
4.1 MATRIZ DE RIGIDEZ [K]................................................................................................................... 12
4.2 MATRIZ DE MASSA [M] .................................................................................................................. 14
4.3 MATRIZ [A] .................................................................................................................................. 19
4.4 AUTOVETORES E AUTOVALORES (FREQUÊNCIAS NATURAIS DA ESTRUTURA) .............................................. 20
5. MÉTODO DA SUPERPOSIÇÃO MODAL PARA ANÁLISE DAS VIBRAÇÕES LIVRES OU FORÇADAS ....22
5.1 SISTEMAS NÃO AMORTECIDOS .......................................................................................................... 22
5.2 SISTEMAS COM AMORTECIMENTO DE RAYLEIGH ................................................................................... 25
6. ANÁLISE DAS VIBRAÇÕES FORÇADAS PELO VENTO ....................................................................27
6.1. MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO ........................................................................................................ 27
6.2. ESFORÇOS PERMANENTES E FLUTUANTES ........................................................................................... 35
6.3. GERAÇÃO DE MOMENTOS FLETORES NA TORRE ................................................................................... 37
7. VERIFICAÇÃO DE ESTADO LIMITE ÚLTIMO (ELU) ........................................................................40
7.1. TENSÃO CISALHANTE PARA SEÇÃO NÃO PRISMÁTICA ............................................................................. 41
7.2. ESFORÇO NORMAL PARA A FLEXÃO NORMAL COMPOSTA ...................................................................... 45
7.3. ESTADO DUPLO DE TENSÃO E CÍRCULO DE MOHR ................................................................................ 45
7.4. CRITÉRIO DE RESISTÊNCIA DE TRESCA ................................................................................................. 48
8. VERIFICAÇÃO DE ESTADO LIMITE DE SERVIÇO (ELS) ...................................................................49
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................51
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................52
1. INTRODUÇÃO
1
Figura 1.1 - Foto de uma torre eólica - https://www.structuremag.org/?p=357
Figura 1.2 - Elementos principais que compõem uma torre eólica onshore -
https://www.researchgate.net/figure/Main-parts-of-an-onshore-wind-turbine-system_fig2_322686039
2
2. OBJETIVOS E METODOLOGIA
O objetivo geral deste trabalho é realizar um estudo de caso para uma torre eólica
onshore, cuja estrutura é composta de aço estrutural EN10025 S235, e os esforços
solicitantes consideram os carregamentos dinâmicos provenientes da ação do vento. Esse
tipo de torre foi escolhido porque ela é um tipo muito comum de estrutura presente em
aerogeradores instalados nos principais parques eólicos do mundo.
Como objetivos específicos, relacionam-se:
3
liberdade referentes aos deslocamentos transversais, com o posterior espalhamento desta
matriz condensada para obtenção da matriz de massa global reduzida.
O método da superposição modal foi utilizado no processo de diagonalização das
matrizes globais de massa, rigidez e amortecimento, de modo a tornar o sistema de
vibração harmônica possível de ser resolvido sem o uso de modelos numéricos mais
complexos ou sofisticados. Utilizou-se a hipótese de amortecimento de Rayleigh para a
análise dinâmica.
Por fim, foi utilizado o critério de resistência de Tresca para verificação do Estado
Limite Último em estado duplo de tensão, sendo este adequado para estruturas compostas
por materiais dúcteis como o aço estrutural EN10025 S235.
4
3. MODELO ESTRUTURAL ADOTADO
5
Figura 3.1 - Características do modelo estrutural adotado.
6
A torre de sustentação tem 90 metros de altura e é feita de aço estrutural EN10025
S235, de fyk de 225 MPa, módulo de Young de 207 GPa e densidade de 7.850 kg/m³. A
taxa de amortecimento adotada para esta estrutura é de 0,8% para os dois primeiros modos
de vibração, sendo este valor usual para as estruturas metálicas. As características do
modelo encontram-se resumidos na Tabela 3-3.
Elementos (n) 12 -
E 207 GPa
h 90 m
h/n 7,50 m
ρ 7850 kg/m³
fyk 225 Mpa
ext,base 4,5 m
ext,topo 3,8 m
1 0,8% -
2 0,8% -
Massa da Turbina 77000 kg
Área exposta da nacele 22,5 m²
Tabela 3-3: Características do modelo estrutural adotado.
7
● O vento sempre irá afetar a estrutura em apenas uma direção, sendo ela
a direção cuja área exposta do conjunto turbina+nacele seja a maior, dessa forma
conduzindo a um cálculo mais conservador na análise de ELU;
Tendo exposto todas essas premissas, nas Figuras 3.2, 3.3 e 3.4 estão ilustrados o
modelo geométrico, o modelo estrutural do primeiro elemento e o modelo estrutural
seccionado no plano que contém seu eixo vertical, cujas representações gráficas estão
expressas de forma poligonal, devido à limitação do SketchUp:
8
Figura 3.2 - Modelo geométrico adotado.
9
Figura 3.4 - Modelo estrutural seccionado ao longo do eixo vertical.
10
4. SISTEMA DE VIBRAÇÃO HARMÔNICA LIVRE NÃO-AMORTECIDA
|𝐴 − 𝜆𝐼| = 0 (7)
11
4.1 Matriz de Rigidez [K]
̅𝑗 𝑑𝜑𝑖
𝑊𝑖𝑛𝑡 = ∫ 𝑀 (9)
𝐿
̅𝑖
𝑀
sendo 𝑑𝜑𝑖 = ̅𝑖 refere-se ao momento fletor associado ao
𝑑𝑠, onde 𝑀
𝐸∗𝐽
̅𝑗 𝑀
𝑀 ̅𝑖
𝑊𝑒𝑥𝑡 = 𝑊𝑖𝑛𝑡 ⇒ 𝛿𝑗𝑖 = ∫ 𝑑𝑠 (10)
𝐿 𝐸𝐽
12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 1,02E-09 2,56E-09 4,10E-09 5,64E-09 7,18E-09 8,72E-09 1,03E-08 1,18E-08 1,33E-08 1,49E-08 1,64E-08 1,79E-08
2 2,56E-09 8,26E-09 1,45E-08 2,07E-08 2,70E-08 3,32E-08 3,94E-08 4,57E-08 5,19E-08 5,82E-08 6,44E-08 7,06E-08
3 4,10E-09 1,45E-08 2,82E-08 4,24E-08 5,66E-08 7,08E-08 8,51E-08 9,93E-08 1,14E-07 1,28E-07 1,42E-07 1,56E-07
4 5,64E-09 2,07E-08 4,24E-08 6,74E-08 9,31E-08 1,19E-07 1,44E-07 1,70E-07 1,96E-07 2,21E-07 2,47E-07 2,73E-07
5 7,18E-09 2,70E-08 5,66E-08 9,31E-08 1,33E-07 1,74E-07 2,14E-07 2,55E-07 2,96E-07 3,36E-07 3,77E-07 4,17E-07
6 8,72E-09 3,32E-08 7,08E-08 1,19E-07 1,74E-07 2,32E-07 2,92E-07 3,51E-07 4,10E-07 4,70E-07 5,29E-07 5,88E-07
7 1,03E-08 3,94E-08 8,51E-08 1,44E-07 2,14E-07 2,92E-07 3,73E-07 4,55E-07 5,37E-07 6,19E-07 7,00E-07 7,82E-07
8 1,18E-08 4,57E-08 9,93E-08 1,70E-07 2,55E-07 3,51E-07 4,55E-07 5,63E-07 6,71E-07 7,80E-07 8,88E-07 9,97E-07
9 1,33E-08 5,19E-08 1,14E-07 1,96E-07 2,96E-07 4,10E-07 5,37E-07 6,71E-07 8,10E-07 9,49E-07 1,09E-06 1,23E-06
10 1,49E-08 5,82E-08 1,28E-07 2,21E-07 3,36E-07 4,70E-07 6,19E-07 7,80E-07 9,49E-07 1,12E-06 1,30E-06 1,47E-06
11 1,64E-08 6,44E-08 1,42E-07 2,47E-07 3,77E-07 5,29E-07 7,00E-07 8,88E-07 1,09E-06 1,30E-06 1,51E-06 1,73E-06
12 1,79E-08 7,06E-08 1,56E-07 2,73E-07 4,17E-07 5,88E-07 7,82E-07 9,97E-07 1,23E-06 1,47E-06 1,73E-06 1,98E-06
Figura 4.1 - Matriz de Flexibilidade [F] para a estrutura discretizada da torre eólica. Valores em m - Elaborado pelos
autores.
Temos, por fim, a matriz de rigidez global [K] para a estrutura da torre eólica,
representada na Figura 4.2.
13
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 6,0E+09 -3,7E+09 1,5E+09 -3,8E+08 1,0E+08 -2,5E+07 5,3E+06 8,4E+05 -3,5E+06 3,4E+06 -1,4E+06 2,1E+05
2 -3,7E+09 4,5E+09 -3,2E+09 1,3E+09 -3,4E+08 8,9E+07 -2,2E+07 1,1E+06 6,9E+06 -7,1E+06 3,0E+06 -4,1E+05
3 1,5E+09 -3,2E+09 4,2E+09 -3,1E+09 1,3E+09 -3,3E+08 8,6E+07 -1,8E+07 -4,7E+06 8,1E+06 -3,2E+06 2,4E+05
4 -3,8E+08 1,3E+09 -3,1E+09 4,0E+09 -2,9E+09 1,2E+09 -3,2E+08 8,4E+07 -1,7E+07 7,6E+05 -7,1E+05 7,6E+05
5 1,0E+08 -3,4E+08 1,3E+09 -2,9E+09 3,9E+09 -2,8E+09 1,2E+09 -3,1E+08 8,3E+07 -2,3E+07 8,1E+06 -2,2E+06
6 -2,5E+07 8,9E+07 -3,3E+08 1,2E+09 -2,8E+09 3,7E+09 -2,7E+09 1,1E+09 -3,0E+08 7,9E+07 -2,1E+07 4,0E+06
7 5,3E+06 -2,2E+07 8,6E+07 -3,2E+08 1,2E+09 -2,7E+09 3,6E+09 -2,6E+09 1,1E+09 -2,7E+08 6,2E+07 -8,8E+06
8 8,4E+05 1,1E+06 -1,8E+07 8,4E+07 -3,1E+08 1,1E+09 -2,6E+09 3,4E+09 -2,5E+09 9,9E+08 -2,3E+08 3,3E+07
9 -3,5E+06 6,9E+06 -4,7E+06 -1,7E+07 8,3E+07 -3,0E+08 1,1E+09 -2,5E+09 3,2E+09 -2,3E+09 8,7E+08 -1,4E+08
10 3,4E+06 -7,1E+06 8,1E+06 7,6E+05 -2,3E+07 7,9E+07 -2,7E+08 9,9E+08 -2,3E+09 3,0E+09 -2,0E+09 5,4E+08
11 -1,4E+06 3,0E+06 -3,2E+06 -7,1E+05 8,1E+06 -2,1E+07 6,2E+07 -2,3E+08 8,7E+08 -2,0E+09 2,1E+09 -7,6E+08
12 2,1E+05 -4,1E+05 2,4E+05 7,6E+05 -2,2E+06 4,0E+06 -8,8E+06 3,3E+07 -1,4E+08 5,4E+08 -7,6E+08 3,4E+08
Figura 4.2 - Matriz de Rigidez Global [K] para a estrutura discretizada da torre eólica. Valores em kN/m - Elaborado
pelos autores.
Figura 4.3- Matriz de massa no sistema local para cada elemento discretizado com 6 graus de liberdade - Elaborado
pelos autores.
14
onde:
A = Área da seção transversal média para o elemento discretizado da torre eólica;
𝜌 = 78,5 KN/m³, peso específico do aço estrutural;
l = 7,5 m, comprimento de cada elemento discretizado da torre eólica;
Figura 4.4 - Graus de liberdade no sistema local para cada elemento discretizado do modelo estrutural da torre -
Elaborado pelos autores.
Figura 4.5 - Sistema para condensação estática da matriz de massa para um elemento discretizado com 2 graus de
liberdade.
Resolvendo esse sistema, obtemos que a2, a3, a5 e a6 são iguais a zero e sobra o
seguinte sistema de equações para um sistema com dois graus de liberdade:
28𝑎2 + 7𝑎5 = 𝑓2 28 7 𝑎2 𝑓
{ ⟹[ ] [𝑎 ] = [ 2 ] (12)
7𝑎2 + 28𝑎5 = 𝑓5 7 28 5 𝑓5
15
Entretanto, os vetores da matriz não estão normalizados em relação ao cálculo
global de massa, dessa forma precisamos fazer a operação de normalização da soma da
matriz:
𝜌𝐴𝑙 168 42
𝑚 = [ ] (15)
420 42 168
16
Figura 4.6 - Matriz de área transversal média considerada para cada combinação de nós. Valores em m².
17
adicionando ao último elemento a massa do conjunto turbina+nacele, obtemos a matriz
de massa global [𝑀] (Figura 4.9).
18
4.3 Matriz [A]
𝜔 √𝜆 (17)
𝑓= =
2𝜋 2𝜋
Modo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
² 3,05 223 2289 10249 3,2E4 7,8E4 1,7E5 8,3E5 5,8E5 9,2E5 1,3E6 1,7E6
f [Hz] 0,278 2,38 7,62 16,1 28,3 44,5 65,4 91,0 121 152 182 206
Tabela 4-1: Autovetores de [A], ², em rad²/s², e frequências naturais para cada modo de vibração da estrutura.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 4,63E-03 2,67E-02 7,44E-02 1,37E-01 2,08E-01 2,76E-01 3,35E-01 3,74E-01 3,86E-01 3,62E-01 3,00E-01 2,43E-01
2 1,83E-02 9,55E-02 2,32E-01 3,54E-01 4,13E-01 3,78E-01 2,48E-01 5,20E-02 -1,56E-01 -3,11E-01 -3,60E-01 -3,48E-01
3 4,09E-02 1,88E-01 3,77E-01 4,15E-01 2,47E-01 -5,02E-02 -3,14E-01 -3,88E-01 -2,28E-01 6,50E-02 2,99E-01 4,06E-01
4 7,19E-02 2,86E-01 4,34E-01 2,30E-01 -1,71E-01 -3,98E-01 -2,30E-01 1,67E-01 3,93E-01 2,25E-01 -1,45E-01 -4,22E-01
5 1,11E-01 3,72E-01 3,65E-01 -1,02E-01 -4,04E-01 -1,19E-01 3,39E-01 3,00E-01 -1,79E-01 -3,89E-01 -5,36E-02 4,02E-01
6 1,58E-01 4,29E-01 1,81E-01 -3,67E-01 -1,91E-01 3,58E-01 2,03E-01 -3,52E-01 -2,10E-01 3,40E-01 2,41E-01 -3,58E-01
7 2,11E-01 4,46E-01 -6,44E-02 -3,83E-01 2,44E-01 2,67E-01 -3,71E-01 -8,53E-02 4,12E-01 -1,08E-01 -3,75E-01 2,99E-01
8 2,72E-01 4,14E-01 -2,88E-01 -1,30E-01 4,12E-01 -2,64E-01 -1,56E-01 4,15E-01 -2,46E-01 -1,83E-01 4,29E-01 -2,34E-01
9 3,38E-01 3,32E-01 -4,10E-01 2,22E-01 1,09E-01 -3,70E-01 4,05E-01 -1,93E-01 -1,39E-01 3,91E-01 -4,02E-01 1,69E-01
10 4,09E-01 2,01E-01 -3,78E-01 4,19E-01 -3,28E-01 1,41E-01 8,62E-02 -2,90E-01 4,14E-01 -4,23E-01 3,07E-01 -1,09E-01
11 4,85E-01 3,06E-02 -1,91E-01 3,03E-01 -3,80E-01 4,22E-01 -4,30E-01 4,05E-01 -3,51E-01 2,70E-01 -1,66E-01 5,32E-02
12 5,66E-01 -1,67E-01 1,02E-01 -7,08E-02 5,27E-02 -4,04E-02 3,12E-02 -2,39E-02 1,77E-02 -1,22E-02 6,92E-03 -2,11E-03
Figura 4.12 - Matriz de autovetores [Ф] obtidos a partir da matriz [A]. Valores adimensionais.
20
Figura 4.13 - Matriz [Ф]T. Valores adimensionais.
21
5. MÉTODO DA SUPERPOSIÇÃO MODAL PARA ANÁLISE DAS
VIBRAÇÕES LIVRES OU FORÇADAS
e uma matriz diagonal [Ω²] que contém os autovalores ωi² em sua diagonal:
𝜔12
[Ω²] = [ ⋱ ] (20)
𝜔𝑛2
22
Os autovetores podem ser normalizados, de forma que sejam [M]-ortonormais,
então:
Nota-se que a pré-multiplicação das matrizes de rigidez e de massa por [𝛷]𝑇 mais
a pós-multiplicação por Φ define na verdade uma transformação de coordenadas dada
pela matriz Φ. Além disso, esta transformação faz com que as matrizes de rigidez e de
massa sejam transformadas em matrizes diagonais.
Aplicando-se então esta transformação à equação de sistemas não amortecidos
sob vibração forçada, obtém-se:
[Φ]𝑇 × [K] × [Φ] × {Y} + [Φ]𝑇 × [M] × [Φ] × {Ÿ} = {𝑅} (24)
23
[Ω2 ] × {Y} + {Ÿ} = {𝑅} (28)
As condições iniciais para a equação definida são obtidas a partir dos valores da
equação de definição de {Y} e da [M]-ortonormalidade de [Φ], o que resulta em:
Porém, como a matriz [Ω2 ] é diagonal, o sistema de equações dado pela equação
definida anteriormente se reduz a n equações independentes da forma:
Figura 5.1 - Matriz [K*], correspondente à matriz de rigidez diagonalizada da estrutura. Valores em kN/m.
24
Figura 5.2 - Matriz [M*], correspondente à matriz de massa global
𝜔−1 𝜔1 𝑎0 𝜉
[ 1−1 ] {𝑎 } = 2 { 1 } (32)
𝜔2 𝜔2 1 𝜉2
𝑎0 0,025031
{𝑎 } = { } (34)
1 0,000959
26
6. ANÁLISE DAS VIBRAÇÕES FORÇADAS PELO VENTO
Para se determinar {𝑅} e {𝑅∗ }, que são supostos harmônicos atuantes sobre a
estrutura, será utilizado o método do vento sintético, utilizando o espectro de frequência
do vento.
2 (37)
𝑝̅ = 0,613 × 𝑣600
onde 𝑝̅ é a pressão estática ou média, em N/m² e 𝑣600 é a velocidade das rajadas de vento
com medições de velocidades durante 600 segundos, em m/s.
Dessa forma, considerando-se uma área 𝐴 de projeção vertical de influência do
ponto considerado e o coeficiente de arrasto 𝐶𝑎 , podemos então calcular a força resultante
nesse ponto:
27
2 (38)
𝐹𝑒 = 𝐶𝑎 × 𝐴 × 𝑝̅ = 𝐶𝑎 × 𝐴 × (0,613𝑣600 )
𝑉𝑘 = 𝑉0 𝑆1 𝑆2 𝑆3 (39)
𝑧 𝑝
𝑆2 = 𝑏𝐹𝑟 ( ) (40)
10
𝑧 𝑝
𝑣3 (𝑧) = 𝑏 × 𝑉0 × ( ) (41)
10
𝑧 𝑝
𝑣600 (𝑧) = 0,69 × 𝑏 × 𝑉0 × ( ) (42)
10
28
2𝑋12 2
𝑣600
𝑆(𝑓) = (43)
3(1 + 𝑋12 )4⁄3 𝑓
com:
1200𝑓
𝑋1 = (44)
𝑣600
2𝜋
𝑝´(𝑡) ≅ ∑𝑚
𝑘=1 𝐶𝑘 cos( 𝑡 − 𝜃𝑘 ) (45)
𝑇𝑅 𝑟𝑘
𝑓𝑎𝑘
𝐶𝑘 = √2 ∫ 𝑆𝑝 (𝑓) 𝑑𝑓 (46)
𝑓𝑝𝑘
com:
𝑟𝑘
𝑓𝑎𝑘 = (𝑘−0,5−𝑅)
(47)
2
𝑟𝑘 (48)
𝑓𝑝𝑘 =
2(𝑘+0,5−𝑅)
𝑟𝑘 = 2𝑘−𝑅 (49)
29
onde k é o número do harmônico, 𝑆𝑝 é o espectro de potência do vento, 𝑅 é a frequência
correspondente do harmônico escolhido que tenha uma frequência ressonante com a
estrutura, 𝑇𝑅 é o período relacionado ao harmônico ressonante, 𝑟𝑘 é a razão entre o período
de harmônico k e o período do harmônico ressonante. O ângulo de fase do harmônico 𝜃𝑘
é indeterminado e as funções harmônicas agem com qualquer combinação desses ângulos,
enfatizando a natureza aleatória do processo. Após definidos os harmônicos de forças
flutuantes, são elaboradas as séries temporais, que são compostas pelo somatório de
forças flutuantes.
A correlação espacial de velocidades é descrita em função da distância vertical
entre o centro da rajada e um ponto da estrutura Δz e a frequência da rajada 𝑓𝑘 e pode ser
representada pela função correlação de banda estreita 𝑐𝑜ℎ(∆𝑧, 𝑓𝑘 ), a partir da qual se
deriva o conceito de comprimento vertical efetivo da rajada, aproximando a curva
exponencial dupla do coeficiente de correlação por uma rajada perfeitamente
correlacionada (𝑐𝑜ℎ = 1) de largura Δz0k igual a 𝑉̅(10) ⁄7𝑓𝑘 :
−7∆𝑧𝑓𝑘
𝑐𝑜ℎ(∆𝑧, 𝑓𝑘 ) = 𝑒𝑥𝑝 ( ) (50)
𝑉̅(10)
Neste trabalho, o centro de rajada foi definido como sendo no topo da torre, já que
julgamos que seria o caso mais solicitado por causa da área exposta da nacele nesse ponto.
Com os valores de comprimento vertical de rajada para cada harmônico, podemos
calcular a extensão vertical de seu efeito na estrutura e, em seguida calcular a correlação
vertical para cada nó que se encontra dentro da faixa de atuação do harmônico
correspondente.
30
Partindo, portanto, da frequência do primeiro modo natural de vibração da
estrutura (0,2781 Hz), obtemos seu período e as frequências e períodos dos outros
harmônicos, multiplicando ou dividindo o período do harmônico ressonante por um fator
2. Dessa forma, obtemos os valores de 𝐶𝑘 para cada harmônico.
A decomposição da parcela flutuante do vento 𝑝’ resulta em m funções de
amplitude 𝐶𝑘 , de forma que a soma total desses coeficientes deva ser igual a 1. É possível
observar na Tabela 6-1 que a soma dos valores calculados por meio da integral do espectro
de potência 𝐶𝑘 não resulta na unidade. Para induzir esse resultado, utilizamos os valores
relativos 𝐶𝑘 (%).
Segundo Franco (1993), a contribuição da componente ressonante (harmônico 4)
é superestimada por um fator de ordem 2, fazendo-se necessário realizar um novo ajuste,
dividindo-se pela metade o 𝐶𝑘 da componente ressonante. Para que a soma dos
coeficientes continue sendo igual a 1, a diferença é igualmente dividida entre os
harmônicos vizinhos ao ressonante.
31
i z (m) H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11
0 0,0 0,37 0,68 0,84 0,92 0,96
1 7,5 0,42 0,71 0,85 0,93 0,96
2 15,0 0,47 0,74 0,87 0,93 0,97
3 22,5 0,05 0,52 0,76 0,88 0,94 0,97
4 30,0 0,15 0,58 0,79 0,89 0,95 0,97
5 37,5 0,26 0,63 0,81 0,91 0,95 0,98
6 45,0 0,37 0,68 0,84 0,92 0,96 0,98
7 52,5 0,47 0,74 0,87 0,93 0,97 0,98
8 60,0 0,15 0,58 0,79 0,89 0,95 0,97 0,99
9 67,5 0,37 0,68 0,84 0,92 0,96 0,98 0,99
10 75,0 0,15 0,58 0,79 0,89 0,95 0,97 0,99 0,99
11 82,5 0,15 0,58 0,79 0,89 0,95 0,97 0,99 0,99 1,00
12 90,0 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Tabela 6-2: Coeficientes de correlação de banda estreita.
1,800
1,600
1,400
1,200
f.S(f)/v600²
1,000
0,278; 0,860
0,800
0,600
0,400
0,200
0,000
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
f (Hz)
32
baixas irão atuar em toda a extensão vertical da torre. Este fenômeno pode ser observado
através das correlações de banda estreita expressas na Tabela 6-2.
Por fim, as forças aplicadas em cada nó 𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡 são determinadas multiplicando-se
os harmônicos de força 𝑄 pelas respectivas áreas de abrangência 𝐴 e coeficientes de
arrasto 𝐶𝑎 :
𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡 = 𝐶𝑎 𝑄𝐴 (51)
onde:
𝑄 = 𝑞𝑓 𝑃 (52)
2𝜋
𝑃 = cos( 𝑡 − 𝜃𝑘 ) (53)
𝑇𝑅 2𝑘−𝑅
2 2 (54)
𝑞𝑓 = 0,613(𝑣𝑝𝑖𝑐𝑜 − 𝑣𝑚é𝑑𝑖𝑎 )
Dessa forma, podemos então calcular os vetores {𝑅} (Tabela 6-3) que contém os
esforços máximos de cada harmônico na estrutura, ou seja, a amplitude dos esforços
causados por cada harmônico. Em seguida obtemos os vetores {𝑅 ∗ } (Tabela 6-4) através
da multiplicação [φ]T{𝑅 ∗ }.
33
i z (m) H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11
1 7,5 1263 1591 2902 1854 7829 10518 12472 10058 6083 3238 1652
2 15,0 -374 -471 -761 -286 618 5028 9292 8551 5457 2976 1537
3 22,5 227 286 366 -69 -2287 -2903 -270 821 777 484 265
4 30,0 -158 -199 -159 262 2364 1476 3114 3015 1959 1077 558
5 37,5 118 148 32 -354 -1645 -1463 -347 258 301 197 110
6 45,0 -90 -114 49 373 945 957 1707 1675 1094 602 312
7 52,5 70 88 -96 -340 -630 -755 -219 157 185 121 67
8 60,0 -53 -67 116 276 588 635 1025 1023 672 371 193
9 67,5 40 50 -115 -202 -537 -402 -93 139 141 90 49
10 75,0 -27 -34 95 130 352 318 565 583 387 215 112
11 82,5 15 19 -61 -68 -129 -172 21 134 113 68 37
12 90,0 -5 -6 20 19 9 42 194 233 162 91 48
Tabela 6-4: Vetores {𝑅∗ } para cada harmônico. Valores em N.
34
6.2. Esforços Permanentes e Flutuantes
𝑐𝑖∗
𝜉𝑖 = (55)
2𝑀𝑖∗ 𝜔𝑖
̅̅̅𝑖
𝜔
𝛽𝑖 = (56)
𝜔𝑖
1
𝐷𝑖 =
(57)
√(1 − 𝛽𝑖2 )2 + (2𝜉𝑖 𝛽𝑖2 )2
35
Modo f [hz] [rad/s] T [s]
1 0,278 1,747 3,596 0,0080
2 2,377 14,938 0,421 0,0080
3 7,615 47,847 0,131 0,0232
4 16,113 101,238 0,062 0,0487
5 28,255 177,531 0,035 0,0852
6 44,530 279,791 0,022 0,1342
7 65,383 410,811 0,015 0,1970
8 90,981 571,648 0,011 0,2741
9 120,703 758,400 0,008 0,3636
10 152,417 957,667 0,007 0,4592
11 181,934 1143,128 0,005 0,5481
12 205,824 1293,232 0,005 0,6201
Tabela 6-5: Taxas de amortecimento para cada modo de vibração.
H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11
̅
𝝎 13,979 6,990 3,495 1,747 0,874 0,437 0,218 0,109 0,055 0,027 0,014
8,0000 4,0000 2,0000 1,0000 0,5000 0,2500 0,1250 0,0625 0,0313 0,0156 0,0078
0,9359 0,4679 0,2340 0,1170 0,0585 0,0292 0,0146 0,0073 0,0037 0,0018 0,0009
0,2922 0,1461 0,0730 0,0365 0,0183 0,0091 0,0046 0,0023 0,0011 0,0006 0,0003
0,1381 0,0690 0,0345 0,0173 0,0086 0,0043 0,0022 0,0011 0,0005 0,0003 0,0001
Tabela 6-6: Coeficientes para cada harmônico.
H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11
D1 0,0159 0,0667 0,3333 62,5000 1,3333 1,0667 1,0159 1,0039 1,0010 1,0002 1,0001
D2 7,9964 1,2803 1,0579 1,0139 1,0034 1,0009 1,0002 1,0001 1,0000 1,0000 1,0000
D3 1,0932 1,0218 1,0054 1,0013 1,0003 1,0001 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
D4 1,0193 1,0048 1,0012 1,0003 1,0001 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
Tabela 6-7: Coeficientes de amplificação dinâmica.
2𝜉𝑖 𝛽𝑖
𝜃𝑖 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 ( ) (58)
1 − 𝛽𝑖2
𝑅𝑖∗
𝜌𝑖 = ∗ × 𝐷𝑖 (59)
𝐾𝑖
36
Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4
H1 3,139561 0,120025 0,014823 0,013700
H2 3,137326 0,009586 0,006927 0,006752
H3 3,130926 0,003960 0,003408 0,003364
H4 1,570796 0,001898 0,001697 0,001680
H5 0,010666 0,000939 0,000848 0,000840
H6 0,004267 0,000468 0,000424 0,000420
H7 0,002032 0,000234 0,000212 0,000210
H8 0,001004 0,000117 0,000106 0,000105
H9 0,000500 0,000058 0,000053 0,000052
H10 0,000250 0,000029 0,000026 0,000026
H11 0,000125 0,000015 0,000013 0,000013
Tabela 6-8: Defasagem [rad].
Porém, este fator deve ser multiplicado pelo resultado 𝑌𝑖 (𝑡), que é o deslocamento
real dado por:
37
𝑌𝑖 (𝑡) = ∑ 𝜌𝑖𝑗 𝑠𝑖𝑛 (𝜔 ̅ )
̅𝑖 𝑡 − 𝜃𝑖𝑗 (61)
Modos 1 2 3
Fator M 1,87E+07 1,52E+08 4,38E+08
Tabela 6-10: Fator M para os três primeiros modos de vibração.
O gráfico na Figura 6.3 apresenta os momentos na base, aos quais a estrutura está
sujeita em função do tempo, com ângulos de fase nulos.
Figura 6.3 - Momentos fletores estático e total na base da torre, em kNm, para ângulos de fase nulos.
38
Figura 6.4 - Momentos fletores estático e total na base da torre, kNm, para ângulos de fase aleatórios.
Figura 6.5 - Histograma e densidade acumulada para momentos fletores máximos na base da torre.
39
7. VERIFICAÇÃO DE ESTADO LIMITE ÚLTIMO (ELU)
Para executar a análise de Estado Limite Último (ELU) na seção da base da torre
será considerado um valor de Momento Fletor Máximo que corresponde a 95% de
probabilidade de não ser superado para uma distribuição normal ao longo do tempo.
Para o caso da torre eólica estudada o valor do momento fletor de
dimensionamento equivale a 47.800 KNm e é obtido a partir da densidade acumulada do
histograma obtido (Figura 7.1).
𝑁 𝑀𝑦
𝜎𝑛 (𝑧) = + 𝑧 (64)
𝐴 𝐼𝑦
40
onde todos os termos variam ao longo da altura da torre, exceto a espessura e da seção
delgada que é constante e vale 19 mm. 𝑀𝑦 é o momento fletor segundo o eixo y (atua no
plano xz); 𝑀𝑠∗ é o momento estático da área A* em relação ao eixo central de inércia y; 𝑉
é o esforço cortante; 𝐴 é a área da seção transversal; 𝐴∗ é a área seção transversal que
sofre tensão normal de compressão; 𝐼𝑦 é o momento de inércia em relação ao eixo y; 𝑁 é
a força normal e z representa a distância de um dado ponto da seção transversal até o eixo
y. O uso do apóstrofo indica a derivada em relação ao eixo x (d/dx).
A área da seção da torre varia ao longo de sua altura, sendo maior na região da
base e menor em seu topo, de forma que podemos expressá-la da seguinte maneira:
onde:
𝑅𝑒 (𝑥) = Raio externo da seção transversal em função de x;
𝑅𝑖 (𝑥)= Raio interno da seção transversal em função de x;
e = 0,019 metros é a espessura da seção delgada;
Utilizando os valores do raio externo da seção da base 𝑅𝑏 e do raio externo da
seção do topo 𝑅𝑡 , e da altura da torre 𝐻, podemos escrever a seguinte expressão para o
raio externo em qualquer ponto ao longo da altura da torre:
(𝑅𝑏 − 𝑅𝑡 )
𝑅𝑒 (𝑥) = 𝑅𝑏 − 𝑥 (68)
𝐻
41
A(x) = 0,267472 − 0,0004486823x (70)
Para o cálculo da carga normal de compressão N(x) atuante na seção da torre, são
considerados o peso do conjunto turbina+nacele Pt+n , sendo igual a 770 KN, atuante no
topo da torre e o peso da estrutura da torre, distribuído ao longo de seu comprimento;
dessa forma temos a seguinte expressão:
onde 𝑉𝑜𝑙(𝑥) é o volume de aço a partir da seção x considerada, e é calculado por meio
da subtração de dois troncos de cone. O peso desse volume de aço é encontrado
multiplicando-se o volume por seu peso específico 𝜌, que vale 78,5 KN/m³.
(H − x)π
Volext (x) = [(R 𝑒 (x)2 + R 𝑒 (x)R 𝑒 (90) + R 𝑒 (90)2 ] (76)
3
(H − x)π
Volint (x) = [(R 𝑖 (x)2 + R 𝑖 (x)R 𝑖 (90) + R 𝑖 (90)2 ] (77)
3
42
𝑉𝑜𝑙(𝑥) = 22,1923 − 0,267459𝑥 + 0,0002322𝑥 2 (78)
Temos, por fim, a seguinte expressão para a carga normal de compressão e sua
derivada em x:
𝑁0 𝑀𝑦,0
𝜎𝑛 (0) = + 𝑧 =0 (81)
𝐴0 𝐼𝑦,0 𝐿𝑁
−2512,1 47800
+ 𝑧 =0 (82)
0,267472 0,671 𝐿𝑁
43
Figura 7.2: Posição da linha neutra na seção transversal da base.
Dessa forma:
𝐴∗ (𝑥 = 0) = 0,13876𝑚2 (84)
Substituindo-se as equações (69), (70), (73), (74), (79), (82), (84) e (86) na
equação (66), com x igual a 0, temos que a tensão de cisalhamento na linha neutra vale:
44
7.2. Esforço Normal para a Flexão Normal Composta
𝑁0 𝑀𝑦,0
𝜎𝑛,𝑚á𝑥 = 𝜎𝑛 (0) = + 𝑧 (87)
𝐴0 𝐼𝑦,0
−2512,1 47800
𝜎𝑛,𝑚á𝑥 = − 2,25 (88)
0,267472 0,671
𝜎𝑛,𝑚á𝑥
𝜎𝑚𝑒𝑑 = = −84,84𝑀𝑃𝑎 (90)
2
𝜎𝑛,𝑚á𝑥 − 0 2 (91)
𝜎1 = 𝜎𝑚𝑒𝑑 + √( ) + 𝜏𝑧=−2,25 2 = 0𝑀𝑃𝑎
2
𝜎𝑛,𝑚á𝑥 − 0 2 (92)
𝜎2 = 𝜎𝑚𝑒𝑑 − √( ) + 𝜏𝑧=−2,25 2 = −169,675𝑀𝑃𝑎
2
𝜎𝑛,𝑚á𝑥 − 0 2 (93)
𝜏𝑚á𝑥 = √( ) + 𝜏𝑧=−2,25 2 = 84,84𝑀𝑃𝑎
2
45
2𝜏𝑧=−2,25
𝑡𝑔(2𝜃) = = 0𝑟𝑎𝑑 = 0° (94)
𝜎𝑛,0 − 0
Figura 7.3 - Círculo de Mohr para o ponto mais solicitado por tensões de compressão na base da torre.
Realizando a mesma análise do estado duplo de tensão, desta vez para o ponto
mais solicitado por tensões de cisalhamento, por onde passa a linha neutra.
46
med 0 Mpa
1 6,06 MPa
2 -6,06 MPa
máx 6,06 MPa
45° sentido anti-horário
0° sentido horário
Tabela 7-2 - Valores para plotagem do círculo de Mohr.
Figura 7.4 - Círculo de Mohr para o ponto mais solicitado por tensões de cisalhamento na base da torre.
47
7.4. Critério de Resistência de Tresca
Para o caso das tensões atuantes na base da seção da torre, que corresponde ao
estado mais crítico de tensão, podemos reescrever a expressão da seguinte forma:
onde:
48
8. VERIFICAÇÃO DE ESTADO LIMITE DE SERVIÇO (ELS)
onde𝐻 = 90𝑚, é a altura total da torre. Para esse caso temos que o deslocamento
horizontal máximo equivale a:
Temos que o maior deslocamento nodal registrado na torre eólica é igual a 0,848
metros, no nó 5, portanto:
𝛿 = 0,848𝑚 (99)
49
Como o maior deslocamento registrado na torre eólica é menor do que o
deslocamento máximo admissível para a estrutura, dessa forma pode-se concluir que para
o critério de Estado Limite de Serviço (ELS), a torre eólica não apresenta problemas de
dimensionamento ou de segurança estrutural.
50
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
51
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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plate bending modes with any boundary conditions. Journal of Sound and Vibration, v.
202, n. 5, p. 633–655, 1997.
BREZZI, F.; FORTIN, M. Mixed and Hybrid Finite Element Methods. New York:
Springer-Verlag, 1991.
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52
CARRER, J.; MANSUR, W. Stress and velocity in 2d transient elastodynamic analysis
by the boundary element method. Engineering Analysis with Boundary Elements, v. 23,
n. 3, p. 233–245, 1999.
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European Committee for Standardization, Brussels, 2006.
CHANG, S. A new family of explicit methods for linear structural dynamics. Computers
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Mechanics and Engineering, v. 197, n. 13-16, p. 1167–1183, 2008.
DE BEL, E.; VILLON, P.; BOUILLARD, P. Forced vibrations in the medium frequency
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(Mestrado em Engenharia Civil: Estruturas e Construção Civil) – Centro de Tecnologia,
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010.
53