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br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA

HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.

APARELHO DIGESTIVO

O aparelho digestivo é formado pelo tubo digestivo e as suas glândulas anexas.


Tem por função digerir os alimentos e retirar deles os metabólicos necessários para a
manutenção e desenvolvimento do organismo, ou seja, retirar das macromoléculas
ingeridas suas unidades fundamentais para oferecer energia e nutrientes necessários ao
corpo.
O trato digestivo é formado pela cavidade oral, a orofaringe (reservatório
compartilhado com o trato respiratório), o esôfago, o estômago, o duodeno, o jejuno, o
íleo, o cólon, o reto e o ânus. Além das glândulas anexas (glândulas salivares, pâncreas
e fígado).

TRATO DIGESTIVO
O trato digestivo é dividido em quatro camadas principais (túnicas): a mucosa, a
submucosa, a muscular e a serosa.

MUCOSA
A camada interna do tubo digestivo é a túnica mucosa, composta por um revestimento epitelial (lâmina epitelial)
com glândulas que dele derivam e uma camada subjacente de sustentação, constituída de tecido conjuntivo frouxo
(lâmina própria) muito vascularizado, apresentando nódulos e vasos linfáticos.
Além desses, há uma camada de musculatura lisa da
mucosa (sendo uma interna circular e outra, mais externa,
longitudinal) que reveste o canal alimentar do esôfago até o
ânus: a camada muscular da mucosa.

SUBMUCOSA
A submucosa é um tecido conjuntivo fibroelástico denso
não-modelado que envolve a mucosa, sendo ele, geralmente,
mais denso que a lâmina própria.
OBS: essa camada não possui glândulas, exceto no
esôfago e duodeno, pois nestes, respectivamente, as glândulas
facilitam a passagem do alimento graças à sua secreção de
muco e diminui o pH do quimo.
A submucosa contém vasos sanguíneos e linfáticos,
além de um componente do sistema nervoso entérico
denominado plexo submucoso de Meissner. Este plexo
composto por células nervosas pós-ganglionares do
parassimpático controlam a motilidade da mucosa assim como a
atividade secretora de suas glândulas e é excitado logo com a
presença de alimento.

MUSCULAR EXTERNA
É constituída por duas túnicas de músculo liso: uma interna circular e outra externa longitudinal. Esta ultima é
responsável pela atividade peristáltica que movimenta o conteúdo da luz ao longo do trato alimentar. Além disso, nessa
camada, encontra-se o plexo mioentérico de Auerbach, situado entre essas duas camadas, desde o esôfago até a
ampola retal, sendo diretamente ligado com a dilatação do canal digestivo. Este plexo é extremamente sensível à
doença de Chagas (doença do megacólon), o que faz com que ele se dilate prejudicando a contração dos músculos
responsáveis pela peristalsia.

OBS: Presença de músculo esquelético na musculatura do esôfago e do canal retal.


OBS²: O estômago possui três camadas musculares, sendo de dentro para fora: oblíqua (paralela a parede do
estômago), circular e longitudinal, auxiliando na homogeneização do quimo com as secreções gástricas.

SEROSA OU ADVENTÍCIA
A muscular externa está envolvida por uma camada delgada de tecido conjuntivo, que pode ou não estar
circundada por epitélio pavimentoso simples do peritônio visceral (mesotélio). Quando a região do canal alimentar é
intraperitoneal, está envolvida pelo peritônio e é denominada serosa. Quando um órgão é retroperitoneal (aderido à
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parede do corpo) é denominado adventícia. A camada serosa é totalmente substituída por adventícia no esôfago e
reto. A adventícia possui forma mais densa, de origem embrionária ectodérmica, e está em contato com outros órgãos.
A camada serosa é totalmente revestida pelo mesotélio (delgada camada epitelial). Na cavidade abdominal esse
epitélio passa a ser chamado de peritônio visceral, sendo revestida também por um tecido conjuntivo subjacente, que é
ricamente inervado com inúmeras terminações sensoriais.
Esta camada é banhada pelo líquido peritoneal, formado à partir da superfície do fígado, sendo ela homóloga do
folheto parietal do peritônio, que reveste a cavidade abdominal.
A principal importância da serosa é o revestimento, realizando as seguintes funções:
 Prover uma barreira seletivamente permeável;
 Facilitar o transporte e a digestão dos alimentos;
 Produzir a absorção dos produtos dessa digestão;
 Produzir hormônios reguladores da atividade do sistema digestivo (CKK, secretina, gastrina).

CAVIDADE ORAL
É revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado ou não. Formado por lábios, bochechas,
gengivas, palatos e língua.
Diferentemente do resto do tubo digestivo, em certas estruturas da cavidade oral existe, uma camada de
queratina revestindo seu epitélio (apenas nas gengivas, língua e palato duro, revestindo parcialmente os lábios) para
proteger a mucosa de agressões físicas.

LÍNGUA
A língua é a maior estrutura da cavidade oral. Sua mobilidade é dada pelo seu principal constituinte: uma massa
de fibras musculares estriadas entrelaçadas que podem ser classificadas em dois grandes grupos: (1) os músculos
extrínsecos, que se originam de fora da língua e (2) intrínsecos, que se originam e se encerem nela.
Ela possui uma superfície dorsal, uma ventral e duas superfícies laterais. A superfície dorsal é constituída por
dois terços anteriores e pelo terço posterior. Essas duas regiões estão separadas por um sulco raso em forma de “V”, o
sulco terminal (região V). A superfície dorsal do terço posterior da língua apresenta as tonsilas linguais. Já as papilas
linguais cobrem os dois terços anteriores da superfície dorsal da língua.

PAPILAS LINGUAIS
Há quatro tipos de papilas linguais:
 Papila Filiforme: são estruturas delgadas cobertas por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado.
Possuem formas de ondas voltadas para a extremidade posterior da língua e não possui botões gustativos.
 Papila Fungiforme: assemelha-se a um cogumelo
cujo pedículo delgado liga um “chapéu largo” à
superfície da língua. É revestida por tecido epitelial
pavimentoso estratificado não-queratinizado, por
isso, o sangue que circula por alças capilares
subepiteliais são visíveis como pontos vermelhos
entre as papilas filiformes. Possuem botões
gustativos.
 Papilas Caliciformes ou Circunvaladas: estão
localizadas ao longo do aspecto posterolateral da
língua. Elas aparecem como sulcos verticais.
Possuem corpúsculos gustativos funcionais do
recém-nascido, mas estes se degeneram no
segundo ou terceiro ano de vida. Essas papilas
produzem a enzima lipase lingual, que evita a
formação de camadas hidrofóbicas sobre as
papilas, o que evitaria a percepção do gosto dos
alimentos. Essa lipase é produzida pelas glândulas
salivares de von Ebner.

BOTÕES GUSTATIVOS
São órgãos sensoriais intra-epiteliais que agem na percepção do gosto. Estão presentes na superfície da língua
com aproximadamente 3000 corpúsculos. Cada um deles tem estrutura oval e na sua extremidade estreita há uma
abertura chamada poro gustativo, constituído por células epiteliais pavimentosas que o cobrem.
O corpúsculo gustativo é constituído por quatro tipos de células: células basais (acredita-se que funcionam
como células de reserva e regeneram o corpúsculo gustativo), células escuras, células claras e células
intermediárias. Acredita-se que essas células dão origem as células escuras, e estas, quando amadurecem, tornam-se
células claras, que se tornam células intermediárias e morrem.

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O processo de percepção de gostos é causado mais pelo aparelho olfativo do que corpúsculos gustativos, como
é evidenciado pela diminuição da capacidade gustativa das pessoas com congestão nasal.

DENTES
Os seres humanos possuem dois tipos de dentição:
decídua (dentes de leite – 20 dentes), que é substituída pelos
permanentes (compostos por 32 dentes). Na cavidade oral, os
dentes se organizam de tal forma que cada grupo desempenha
uma função específica na mastigação.
O dente está fixado no alvéolo por meio do ligamento
periodental, constituído por tecido conjuntivo denso não-
modelado. A parte do dente visível na cavidade oral é chamada
de coroa, já a parte fixada é chamada de raiz, e entre elas,
está o colo. Toda raiz é constituída por três substâncias
calcificadas, que envolvem a polpa. Esta, por sua vez, é um
tecido conjuntivo frouxo gelatinoso subdividido em duas
regiões: câmara polpar e canal da raiz, que em sua porção
terminal encontra-se o forame apical, por onde passam nervos
e vasos sanguíneos.
 Componentes Mineralizados
o Esmalte: recobre a dentina da coroa e é
constituída por 96% de cristais de
hidroxiapatita (a substância mais rígida do
organismo) e 4% de material orgânico, como
glicoproteínas (enamelinas) e água. O esmalte
é formado por células ameloblásticas que
morrem antes da erupção dentária. Por isso, o esmalte não é reposto pelo organismo.
o Dentina: É constituída de cerca de 70% de cristais de hidroxiapatita e está localizada abaixo do esmalte.
Ela contribui para a proteção do esmalte, pois seu tecido é elástico, e o protege contra impactos e
fraturas. A dentina é produzida por células chamadas odontoblastos, que permanecem durante toda a
vida. Na dentina, o material orgânico é composto por fibras de colágeno do tipo I.
o Cemento: o cemento recobre a dentina da raiz e é constituído por 50% de hidroxiapatita e o material
orgânico é composto por fibras colágenas tipo I. Em sua região apical, existe os cementócitos que
estão dentro de lacunas (espaços lenticulares). Os prolongamentos dos cementócitos se projetam das
lacunas dentro dos canalículos para o ligamento periodental vascular. Por isso que ele é chamado de
cemento celular. Sua região coronal não contém cementócitos, por isso é chamado de cemento acelular.
Contudo, ambos os cementos possuem cementoblastos, responsáveis pela formação desse tecido. Já
os cementoclastos absorvem o cemento na fase de substituição dos dentes decíduos pelos
permanentes.

 Polpa
É formada por tecido conjuntivo frouxo gelatinoso, proteoglicanos e glicosaminoglicanos. Ele faz comunicação
com o ligamento periodental, através do forame apical. A polpa é subdividida em três zonas:
o Zona odontoblastica: formada por células odontoblasticas.
o Zona isenta de células: não possui um tipo específico de células.
o Zona rica em células: envolve o núcleo da polpa e é rico em células mesenquimatosas e fibroblastos.
O núcleo da polpa possui células adiposas e fibras nervosas simpáticas, que controlam o tamanho dos vasos e
fibras sensitivas, que transmitem a sensação da dor. Na realização de um canal, o dentista retira a polpa através
do canal da radicular.

 Alvéolo
É um soqueto dentro da qual a raiz está fixada pelo ligamento periodental. É considerado uma continuação
óssea da mandíbula e da maxila. Um alvéolo está separado do outro pelo septo interaveolar. Ele está dividido
em três regiões: as placas corticais, que formam uma borda firme de sustentação de osso compacto revestido
por osso esponjoso. Este osso esponjoso envolve uma delgada camada de osso compacto: o osso alveolar
propriamente dito.

 Periodonto
O periodonto é o conjunto dos tecidos que revestem e envolvem o dente. É também chamado de aparato de
inserção, estabelecendo uma unidade funcional biológica e evolutiva que sofre modificações com o meio bucal e
também modificações decorrentes da idade. É graças ao ligamento periodontal que o uso de aparelhos
ortodônticos pode modificar e mover a sua estrutura.
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ESÔFAGO
O esôfago é um tubo muscular que transporta o bolo alimentar da faringe oral para o estômago. Localiza-se na
cavidade torácica por trás da traqueia, estendendo-se da 6ª vértebra cervical à 11ª vértebra torácica (diafragma).

MUCOSA DO ESÔFAGO
É constituída por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado, lamina própria fibroelástica e muscular da
mucosa. Neste epitélio, encontram-se as células de Langerhans, que fagocitam antígenos, reduzindo-os a pequenos
polipeptídios denominados epítopos. A lamina própria contém as glândulas cardíacas-esofágicas situadas em duas
regiões do esôfago: próximo a faringe e perto da junção com o estômago. Essas glândulas produzem muco que cobrem
o revestimento do esôfago, lubrificando para proteger o epitélio quando ocorrer a passagem do bolo alimentar. A
muscular da mucosa é constituída por uma única camada longitudinal de músculo liso que se tornam mais espessos nas
proximidades do estômago.

SUBMUCOSA DO ESOFAGO
A submucosa é constituída por tecido conjuntivo denso fibroelástico, que contém glândulas esofágicas
propriamente ditas.
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OBS : O esôfago e duodeno são as únicas regiões do trato digestivo que contém glândulas na submucosa, pois no
primeiro, é necessária a produção de muco para a passagem do alimento, e no segundo por diminuir o pH do quimo.
A submucosa do esôfago é composta, basicamente, por dois tipos celulares:
 Células mucosas: possuem grânulos de secreção repletos de muco.
 Células serosas: secretam muco.

MUSCULAR EXTERNA
É composta por células musculares esqueléticas e lisas. É formada
por duas camadas: uma circular interna e outra, longitudinal externa. A
muscular externa, que está no terço superior do esôfago, é constituída de
músculo esquelético; seu terço médio possui músculo esquelético e liso; e o
terço inferior, apresenta somente fibras musculares lisas. O plexo Auerbach
está localizado entre a camada muscular circular interna e longitudinal
externa.
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OBS : A musculatura do esôfago é tão desenvolvida que chega a criar
pregas, justamente para impulsionar o alimento com mais vigor.

Este órgão está coberto por uma adventícia até o ponto em que
perfura o diafragma. Depois que passa a ser coberto por uma serosa.

HISTOFISIOLOGIA DO ESÔFAGO
O esôfago não possui esfíncter anatômico, mas possui dois
esfíncteres fisiológicos (o esfíncter faringoesofágico e gastresofágico) que
impedem o refluxo do esôfago para faringe e do estômago para o esôfago,
respectivamente.

ESTÔMAGO
É o órgão responsável pelo processamento do alimento ingerido, o transformado em fluido ácido e espesso
denominado quimo. É a porção mais dilatada do canal alimentar.
O estômago exerce função exócrina e endócrina. São digeridos no estômago lipídios e proteínas. A digestão dos
carboidratos será continuada apenas no duodeno.
O bolo alimentar passa pela junção gastresofágica e penetra no estômago transformando-se em quimo. Através
da válvula pilórica o estômago lança pequenas alíquotas de seu conteúdo no duodeno. O estômago liquefaz o alimento
através da produção de HCl e das enzimas pepsina, renina e lípase gástrica.
Este órgão possui uma curvatura maior convexa e uma menor côncava. Anatomicamente, ele está dividido em
quatro regiões:
 Cárdia: região estreita situada na junção gastresofágica.
 Fundo: região em forma de cúpula frequentemente cheia de gás.
 Corpo: a maior região, responsável pela formação do quimo.
 Piloro: porção estreitada afunilada dotada do espesso esfíncter pilórico, que controla a liberação do quimo para
o duodeno.

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Histologicamente, o estômago está diferenciado em três regiões apenas: cárdia, fundo e corpo, piloro.
 Cárdia: contém glândulas tubulares (da cárdia) com algumas células mucosas (responsáveis pela secreção de
muco) e enteroendócrinas (liberação de hormônios polipeptídios na corrente sanguínea, que regulam a
motilidade intestinal e a função endócrina).
 Fundo e corpo (são histologicamente iguais): glândulas fúndicas divididas em três setores: istmo, colo e base.
Essas glândulas são invaginações na mucosa (epitélio e lâmina própria).
 Piloro: glândulas pilóricas com células enteroendócrinas.

FOSSETAS GÁSTRICAS
O revestimento epitelial do estômago se invagina na mucosa formando fossetas gástricas na região da cárdia e
mais profunda na região pilórica. Essas fossetas aumentam a área da superfície do revestimento gástrico dando origem
às glândulas gástricas (promovem produtos de secreção). Em cada uma delas desembocam cerca de 5 a 7 glândulas
gástricas.

REGIÃO CÁRDICA
A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5-3,0 cm de largura, na transição entre o esôfago e o
estômago. Sua mucosa contém glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia. As
porções terminais destas glândulas são frequentemente enoveladas, com lúmen amplo. Muitas das células secretoras
produzem muco e lisozima (enzima que destrói a parede de bactérias), mas pode-se encontrar algumas células
produtoras de ácido clorídrico. Difere da região fúndica por suas fossetas gástricas serem mais rasas e pela população
de células compostas por: células de revestimento epitelial, algumas células enteroendócrinas e células parietais.
Além disso, não possuem células principais.

REGIÃO FÚNDICA
A mucosa fúndica do estômago é constituída por três componentes: epitélio (revestindo a luz), tecido
conjuntivo subjacente (lamina própria) e as camadas de músculo liso formando a muscular da mucosa.
 Epitélio: é o revestimento do estômago constituído por células colunares simples (células de revestimento
superficial) que produzem o muco visível, um gel que se adere ao revestimento do estômago protegendo-o
da autodigestão. Além disso, os íons bicarbonatos presos na camada de muco são capazes de manter um
pH relativamente neutro, a despeito do pH ácido do conteúdo da luz. Células regeneradoras estão
presentes na base das fossetas.
 Lamina própria: composto por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado com abundância nas
seguintes células: plasmócitos, linfócitos, mastócitos, fibroblastos e células musculares lisas. Grande parte
da lamina própria está invadida por inúmeras glândulas gástricas, denominadas em seu conjunto,
glândulas fúndicas. Cada glândula fúndica estende-se da muscular da mucosa até a base da fosseta
gástrica e está subdividida em três setores: istmo, colo e base, sendo diferenciadas pelo tipo de células
que as compõe:
 Istmo: região mais apical. Apresenta células mucosas, células-tronco (células indiferenciadas –
produzem outras células do colo e base - produtoras de muco) e células parietais (células produtoras
do ácido clorídrico).
 Colo: Região central. Apresenta células-tronco, mucosas do colo, células parietais e células
enteroendócrinas.
 Base: células parietais, zimogênicas e enteroendócrinas.
 Muscular da Mucosa do Estômago: presença de células musculares lisas dispostas em três camadas:
circular interna, longitudinal externa e ocasionalmente, uma circular externa.
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OBS : Glândulas Fúndicas:
 Células mucosas do colo: são células colunares que produzem um muco solúvel (mucina) que se mistura e
lubrifica o quimo reduzindo o atrito quando este segue pelo trato digestivo.
 Células-tronco (regenerativa): são células colunares que estão dispersas entre as células mucosas do colo
das glândulas fúndicas sendo dotadas de uma alta atividade mitótica. Essas células proliferam-se a fim de
substituir todas as células especializadas que revestem as glândulas fundicas.
 Células parietais: são responsáveis pela produção de acido clorídrico (HCl) e o fator gástrico intrínseco,
que é uma glicoproteína necessária para absorção de vitamina B12 (faz parte do radical heme da hemoglobina)
no ílio do intestino delgado, cuja carência causa uma eritropoiese defeituosa com desenvolvimento de anemia
perninciosa. Durante a produção de HCl, o número de microvilosidades dessas células aumenta, portanto, as
membranas são usadas na formação das microvilosidades, aumentando a superfície da célula, preparando-a
para a produção de HCl. Além disso, as células parietais produzem histamina e gastrina.
 Células zimogênicas: produzem as enzimas pepsinogênio, renina e lípase gástrica.
 Células enteroendócrinas: são células que produzem hormônios endócrinos parácrinos e neurócrinos. Estas
células estão dispersas entre outras células epiteliais da mucosa gástrica. Secreta serotonina e
somatostatina.
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REGIÃO PILÓRICA
Contém o mesmos tipos celulares da região cárdica mas as células estão localizadas na porção pilórica. Além
disso, produzem muco e secretam lisozima, uma enzima bactericida.

SUBMUCOSA DO ESTÔMAGO
Constituída por tecido conjuntivo denso não-modelado e possui uma rica rede vascular e linfática que supre e
drena os vasos da lâmina própria. O plexo submucoso (Meissner) está localizado nas proximidades da musculatura
externa. É responsável por estimular a motilidade da mucosa e das secreções glandulares.

MUSCULAR EXTERNA DO ESTÔMAGO


Difere-se das demais camadas musculares por apresentar 3 camadas de músculo liso: a camada oblíqua
interna, a circular média (localizada na região pilórica, onde se forma o esfíncter pilórico) e a camada longitudinal
externa (localizada na região cárdica e no corpo do estômago). A presença dessa camada extra de músculo está
relacionada com a função gástrica de homogeneizar o bolo alimentar com as secreções gástricas.
O plexo mioentérico está localizado entre as camadas circular média e longitudinal externa.

HISTOFISIOLOGIA DO ESTÔMAGO
O revestimento interno e as glândulas do estômago produzem e liberam secreções compostas por água, HCl,
fator gástrico intrínseco, pepsinogênio, renina, lípase gástrica, muco visível e solúvel.

PRODUÇÃO DE HCL
O HCl é responsável pela desnaturação das proteínas além de ativar a proenzima pepsinogênio, tornando-a em
enzima ativa (pepsina). Esta enzima requer um pH baixo para sua atividade. Por isso a necessidade de um meio ácido
proporcionado pelo HCl. A sua secreção é feita em três fases: cefálica, gástrica e intestinal.
 Cefálica: secreções causadas por efeito psicológico. É induzida por impulsos parassimpáticos trazidos pelo
nervo vago, causando a liberação de acetilcolina.
 Gástrica: secreção resultante da presença do alimento no estômago. É induzida pelos hormônios gastrina e
histamina, produzidas pelas células enteroendócrinas.
 Intestinal: secreção causada pela presença do alimento no intestino delgado estimulado pelo hormônio gastrina.

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MECANISMO DE PRODUÇÃO DO HCL


A produção de HCl inicia-se quando a gastrina, a histamina e a acetilcolina ligam-se a membrana plasmática
basal das células parietais. O processo da produção de HCl é dada da seguinte maneira:
-
1. A enzima anidrase carbônica facilita a ionização do H 2CO3, ionização liberando íons H+ e bicarbonato (HCO 3 )
no citoplasma da célula parietal.
2. Por meio do uso de ATP, a célula parietal bombeia o H+ intracelular para fora da célula e transfere o K+
extracelular para dentro da célula.
3. Proteínas carregadoras, utilizando o ATP, bombeiam o KCl (ionizam-se em H+ e Cl-) para fora da célula.
Desta maneira, Cl- e H+ chegam separadamente à luz no canalículo intracelular, onde se combinam em HCl.
4. O K+ é transportado ativamente para dentro da célula, aumentando o seu nível intracelular. Essa alta
concentração faz com que o K+ saia da
célula através de canais iônicos localizados
no plasmalema basal. Assim, o K+ é
constantemente recirculado para dentro e
para fora da célula.
5. A água proveniente do fluido
extracelular penetra na célula parietal e sai
do citoplasma e entra no canalículo
intracelular, graças às forças osmóticas.
Assim a solução do HCl passa do canalículo
para o estômago.

INTESTINO DELGADO
É o sítio terminal de digestão, absorção de nutrientes e secreção endócrina. Está dividido em três regiões:
duodeno (que recebe enzimas e tampão alcalino do pâncreas e bile do fígado), jejuno e ílio.
As três regiões do intestino apresentam algumas modificações em sua superfície, tais como: pregas circulares
(são pregas transversais da mucosa e submucosa que aumentam a área da superfície e diminui a velocidade do quimo,
facilitando absorção), vilosidades (protrusões digitiformes da lamina própria cobertas por epitélio; elas são numerosas no
jejuno e no ílio, e tem como função aumentar a superfície do intestino delgado).

MUCOSA INTESTINAL
A mucosa intestinal é composta de três camadas: um epitélio colunar simples, lâmina própria e a camada
muscular da mucosa.

EPITÉLIO
O epitélio é composto por células absortivas superficiais, caliciformes, enteroendócrinas e células M.
 Células absortivas: São células colunares altas que participam da parte final da digestão e da absorção de
água e nutrientes. Além disso, elas reesterificam ácidos graxos em triglicerídeos, formam quilomícrons e
transportam a massa de nutrientes absorvidos para a lamina própria de onde serão distribuídos para o resto do
corpo. Na sua porção apical, há presença de microvilosidades (borda estriada).
 Células caliciformes: são glândulas unicelulares que secretam mucinogênio, cuja forma hidratada constitui a
mucina, um componente do muco.
 Células enteroendócrinas: células endócrinas associadas ao tecido intestinal. São células que produzem
hormônios parácrinos e endócrinos. Secretam hormônios como secretina, colescistoquinina, peptídeo inibidor
gástrico.
 Células M: são células que fagocitam e transportam antígenos da luz para a lâmina própria. Elas fazem parte do
sistema mononuclear fagocitário. Localizam-se abaixo do tecido linfoide associado e possui aspecto semelhante
ao macrófago. Também estão presentes na lâmina própria, próximas as células de Paneth. Podem estar
presentes na submucosa agregadas as placas de Payer.

LÂMINA PRÓPRIA
Constituída por tecido conjuntivo frouxo. Possui numerosas glândulas tubulosas chamadas criptas (glândulas)
de Lieberkuhn, além disso, possui tecido linfoide o protege de invasões e microorganismos.
 Criptas (glândulas) de Lieberkuhn: essas criptas aumentam a área da superfície do revestimento intestinal.
Elas são constituídas por célula enteroendócrinas, células absortivas superficiais, células caliciformes, células
regeneradoras e células de Paneth.
 Células regeneradoras: são as células tronco do intestino delgado, que proliferam extensamente, repovoando o
epitélio das criptas da superfície mucosa e vilosidades.
 Células de Paneth: são células piramidais que ocupam a porção inferior das criptas de Lieberkuhn. Elas
secretam um antibacteriano chamado lisozina, fator de necrose tumoral α e proteínas de defesa (defensinas).

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CAMADA MUSCULAR
É constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa. As fibras musculares da camada circular
interna penetram nos vilos, estendendo-se até a membrana basal. Na digestão, essas fibras musculares se contraem,
encurtando o vilo várias vezes por minuto.

SUBMUCOSA
Constituído por tecido conjuntivo fibroelástico, mais fibroso que o da lâmina própria. Ela possui uma rica rede de
vasos sanguíneos e linfáticos. Sua inervação provém do plexo de meissner. Especialmente no duodeno, são
encontradas as glândulas de Bruner, que produzem um fluido mucoso rico em bicarbonato, que são lançadas no lúmen
do duodeno. Além disso, elas secretam o hormônio urogastrona que inibe a produção de HCl e amplifica a atividade
mitótica das células epiteliais.

MUSCULAR
Possui uma camada circular interna e outra longitudinal externa. Além disso, há a presença do plexo mioentérico
(ou de Auerbach) localizado entre as duas camadas.

CAMADA SEROSA
Composta por mesotélio (tecido epitelial que reveste a serosa externamente) com subserosa subjacente.

INTESTINO GROSSO
O intestino grosso é subdivido em ceco, colo, reto e anus. Ele é responsável pela absorção da maior parte de
água e íons do quimo provenientes do intestino delgado. Além disso, compacta o quimo em fezes para a eliminação. Ele
tem como aspecto histológico uma mucosa sem vilosidades, glândulas intestinais longas com abundância de células
caliciformes e poucas absortivas.
 Função: absorção de água, formação da massa fecal e produção de muco. Há pouca absorção de nutrientes.

O cólon está corresponde a quase todo comprimento do intestino grosso. Ele recebe o quimo do ílio na valva ílio
cecal, um esfíncter que impede o refluxo do ceco para o íleo. O cólon não possui vilosidade, mas tem grande riqueza em
criptas de Lieberkhun. Especialmente, nessas criptas, não há as células de paneth.
A mucosa anal é constituída por um epitélio cuboide simples, do reto até a linha pectinada, pavimentoso
estratificado não queratinizado dessa linha até o orifício anal externo, e pavimentoso estratificado queratinizado no ânus.
Sua lâmina própria, constituída por tecido conjuntivo fibroelástico, contém as glândulas anais e perianais. Sua muscular
da mucosa é constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso.
A submucosa anal é constituída de tecido conjuntivo fibroeslástico. Ela contém dois plexos nervosos: o plexo
hemorroidário interno e externo, situado na junção do canal anal com o orifício externo. Sua muscular externa é

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constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso. A camada circular interna, na região
da linha pectinada, forma o esfíncter anal interno e o músculo esquelético do assoalho da pelve forma o esfíncter anal
externo, que está sob controle voluntário.

CAMADA MUCOSA DO INTESTINO GROSSO


A sua superfície luminal é lisa, apresentando as mesmas criptas de Lieberkuhn, sendo mais longas e folículos
linfoides mais frequentes, ou seja, possui uma maior quantidade de GALT (tecido linfoide associado ao intestino). Na
porção superior do canal retal uma há mudança de epitélio: deixa de ser simples pavimentoso, passando a ser um
epitélio queratinizado, mudando de camada serosa para adventícia.

CAMADA SUBMUCOSA DO INTESTINO GROSSO


Há a presença do plexo de Meissner.

CAMADA MUSCULAR DO INTESTINO GROSSO


Circular interna, longitudinal externa com três faixas – tênias do colo.

CAMADA SEROSA DO INTESTINO GROSSO


Apêndices epiploicos. Na porção do reto, sob a forma de adventícia.

GLÂNDULAS ANEXAS
Estão situadas fora do sistema digestivo, estando incluídas as glândulas salivares (parótida, submandibular e
sublingual associadas à cavidade oral), pâncreas, fígado e vesícula biliar. Cada uma delas funciona auxiliando no
processo digestivo.

PÂNCREAS
Possui glândulas mistas: de natureza exócrina (enzimas): glândula acinosa composta; e de natureza endócrinas
(hormônios): ilhotas de Langerhans (insulina pelas células β, glucagon pelas células α). As glândulas exócrinas do
pâncreas possuem um formato acinoso, ou seja, formato de concha, com ductos intercalares. Apenas os acinos
pancreáticos possuem a penetração das porções iniciais dos ductos intercalares no lúmem dos ácinos.

HISTOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS EXÓCRINO


Suas células acinosas produzem e liberam enzimas digestivas, enquanto as células centro-acinosas e as células
dos ductos intercalares liberam uma solução tampão rica em bicarbonato que neutraliza o quimo ácido que chega ao
duodeno. Este fluido é pobre em enzimas e sua liberação é induzida pela secretina, hormônio produzido pelas células S.
A liberação de suas enzimas é induzida pelo hormônio colecistoquinina, produzido pelas células I do intestino
delgado. Com isso, há liberação de enzimas tais como: amilase e lípase pancreática, quimiotripsinogênio e
tripsinogênio (são pró-enzimas).

FÍGADO
O fígado exerce inúmeras funções. Ele é a maior glândula do corpo humano (2º maior órgão, depois da pele),
pesando aproximadamente 1500g. Ele está subdividido em quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado, sendo
eles, divididos em inúmeros lóbulos, que
recebem nutrientes derivados de ramos
venosos da veia porta provenientes do intestino.
Assim como o pâncreas, ele tem a sua
função endócrina e exócrina. O hepatócito do
fígado é responsável por sua secreção
exócrina, a bile, e por seus produtos
endócrinos.
O espaço de Disse está entre a placa
de hepatócitos e as células de revestimento do
sinusoides (são espaços entre as placas de
hepatócitos cujo revestimento endotelial é
composto por células de revestimento
sinusoidal). As microvilosidades dos hepatócitos
ocupam grande parte desse espaço.
Facilitando, assim, a troca de material entre o
sangue e os hepatócitos. Além disso, o espaço
de Disse (tecido conjuntivo denso) contém
fibras de colágeno tipo III (reticulares), tendo
como função a sustentação aos sinusoides.

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As células de Kupffer são macrófagos que estão associados às células de revestimento endotelial dos
sinusoides que realizam fagocitose de patogenos que possam entrar na circulação porta. As células de Ito são células
armazenadoras de gordura de capacidade imunitária, que estão situadas ocasionalmente no espaço de Disse. Acredita-
se que essas células armazenem vitamina A.

GLÂNDULAS SALIVARES
São glândulas túbulo-alveolares ramificadas de cuja cápsula de tecido
conjuntivo partem septos, que as subdividem em lobos e lóbulos. Os elementos
vasculares e nervosos das glândulas chegam às unidades secretoras através
de sua estrutura de tecido conjuntivo.

PARÓTIDA
É a maior das glândulas salivares. Produz uma saliva serosa que
constitui 30% do total de saliva. Essa saliva produzida contem altos níveis de
amilase salivar (ptialina) e de IgA secretora. A amilase participa da digestão
do amido até o estômago, local onde o HCl inativa a mesma. A IgA inativa
antígenos localizados na cavidade oral.
A parótida é uma glândula acinosa composta, formada por ácinos
serosos envolvidos por células mioepiteliais,cuja cápsula envia septos e libera
suas secreções em ductos intercalares.

SUBMANDIBULAR
É uma glândula túbulo acinosa composta formada por ácinos serosos e poucos
ácinos mucosos, associados à semi-luas serosas produzindo uma secreção mista. Os
ácinos são circundados por células mioepiteliais e o seu sistema de ductos é extenso.
Ela é responsável pro 60% do total da produção de saliva.

SUBLINGUAL
É uma glândula túbulo-acinosa cuja cápsula não é bem definida. Produz uma
secreção mista, pois possui predominantemente ácinos mucosos associados a semiluas
serosas e circundados por células mioepeteliais com ductos não extensos.

VASOS DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL


Tem como função nutrir todas as células do trato, inclusive o
intestino, e removendo os produtos de nutrição absorvidos a nível entérico.
Esses vasos partem da submucosa, perfuram as fibras da muscular da
mucosa para vascularizar com capilares a lâmina própria, podendo atingir
abaixo da membrana (lâmina) basal do epitélio na região apical da vilosidade,
retornando com a remoção dos produtos de digestão: carboidratos em forma
de monossacarídeos e proteínas em forma de amino ácidos.
O transporte dos lipídios (armazenados em quilomícrons) é feito por vasos linfáticos de fundo cego. Esses
vasos partem em direção à lâmina própria, acima da muscular da mucosa, formando depôs um plexo linfático na
submucosa, onde circundam os nódulos linfáticos (GALT).
Toda a drenagem dos produtos provenientes da digestão é encaminhada pelas veias mesentéricas até a veia
porta hepática.

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SISTEMA PORTA
O fígado possui uma circulação peculiar, uma vez que é este órgão que recebe todos os produtos da
degradação dos alimentos: carboidratos e proteínas através da circulação sanguínea e lipídios da circulação linfática. A
artéria hepática é responsável por levar os produtos metabolizados no fígado para todo o restante do corpo.

INERVAÇÃO DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL


O trato esôfago-gastrintestinal recebe fibras autônomas motoras e sensitivas, sendo elas divididas em
componentes extrínsecos. As fibras motoras são simpáticas e parassimpáticas.
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OBS : A inervação da musculatura esquelética do esôfago e do esfíncter anal externo é motora somática.

O componente extrínseco é característico da manifestação motora motoras, sendo intermediado por fibras
provenientes do exterior (sistema nervoso autônomo, logo, de musculatura lisa), ou seja, fibras pós-ganglionares
simpáticas e parassimpáticas. É responsável pela manutenção da peristalse.
O componente intrínseco é feito por fibras nervosas da própria parede dos tubos e pelos plexos mioentérico
(Auerbach, responsável pela contração – fibras simpáticas - e dilatação – fibras parassimpáticas - do tubo) e submucoso
(Meissner).

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OBS : Nos dois plexos, as células ganglionares motoras fazem sinapse com fibras simpáticas e pré-ganglionares
parassimpáticas. A parte intrínseca é conhecida também como sistema nervoso entérico, uma vez que além de
neurônios motores, tem neurônios sensitivos nos gânglios que, no plexo submucoso inervam o epitélio e registram as
ações que o afetam, causando os reflexos mioentéricos locais, que dirigem, por exemplo, os movimentos peristálticos.
Em geral, os axônios dos neurônios motores provenientes do plexo mioentérico inervam as camadas musculares da
túnica muscular, enquanto os neurônios motores do plexo submucoso inervam a muscular da mucosa e as células
glandulares da mucosa.

Além da acetilcolina, intervêm outros transmissores na função do sistema nervoso entérico. São exemplos de
peptídeos do sistema nervoso entérico: somatostatina (que inibe a secreção ácida no estômago e a motilidade
intestinal) e o hormônio liberador de gastrina (GRP, que estimula a secreção de gastrina).
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OBS : A contração e dilatação da musculatura do trato digestivo são mediadas, então, por mecanoreceptores e
quimiorecptores. O primeiro corresponde a presença do alimento no tubo e o segundo, mediada pelos hormônios
secretados pelas células endócrinas.

CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS
O tubo gastrointestinal contém um número pequeno de células endócrinas ou endocriniformes, denominadas
células enteroendócrinas ou argentafins, concentradas especialmente no estômago e no intestino delgado. Essas células
enteroendócrinas recebem nomes individuais de acordo com a substância produzida. Em geral, um único tipo de célula
secreta somente um agente, apesar de tipos celulares ocasionais poderem secretar dois agentes diferentes. Há pelo
menos 13 tipo de células enteroendócrinas, das quais alguns estão localizados na própria mucosa gástrica.
São classificadas quanto a presença de microvilosidades ou não no seu ápice:
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 Tipo aberto: ápice com microvilos (fariam a secreção exócrinas).


◦ Tipo fechado: ápice recoberto com células epiteliais (fariam à secreção endócrina) sendo elas a grande
maioria no TGI.

Órgão Célula Hormônio Ação do Hormônio


Produzido
Estômago e A Glucagon Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando
Intestino (enteroglucagon) assim, os níveis de glicose do sangue
Delgado
Estômago, Enterocromafim Serotonina Aumenta os movimentos peristálticos
intestinos
delgado e
grosso
Estômago Semelhante à Histamina Estimulação e secreção de HCl
Enterocromafim
Estômago, D Somatostatina Inibe a liberação de hormônios pelas células DNES em
intestinos sua vizinhança
delgado e
grosso
Estômago e Produtora de Gastrina Estimula a secreção de HCl, a motilidade gástrica
Intestino gastrina (especialmente a contração da região pilórica e o
delgado relaxamento do esfíncter pilórico regulando o
esvaziamento gástrico) e a proliferação das células
regeneradoras do corpo do estômago
Estômago, Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando os
intestinos Produtora de Glicentina níveis de glicose do sangue.
delgado e glicentina
grosso
Estômago e Célula produtora de Polipeptídio Estimula a liberação de enzimas para as células
Intestino polipeptídio pancreático principais. Diminui a liberação do HCl pelas células
Grosso pancreático parietais. Inibe a liberação do pâncreas exócrino.
Estômago, Produtora de Peptídeo intestinal Aumenta a ação peristáltica dos intestinos delgado e
intestinos peptídeo intestinal vasoativo grosso e estimula a eliminação de água e íons pelo
delgado e vasoativo trato GI
grosso
Intestino I Colecistoquinina Estimula a liberação do hormônio pancreático e a
delgado (CCK) contração da vesícula biliar.
Intestino K Peptídeo inibidor Inibe a secreção de HCl
delgado da gastrina
Intestino Célula produtora de Motilina Aumenta o peristaltismo intestinal
delgado motilina
Intestino Célula produtora de Neurotensina Aumenta o fluxo sanguíneo para o íleo e diminui a ação
delgado neurotensina peristáltica dos intestinos delgado e grosso
Intestino S Secretina Estimula a liberação de fluido rico em bicarbonato pelo
delgado pâncreas

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