Acredito que um dos âmagos do filme baseia se na questão do sentido
da liberdade. De certa forma tenta demonstrar que a morte é uma forma de reencontrar a alegria, no caso de tetraplégico ou de pessoas atingidas por doença incurável. Assim como a liberdade e o direito de escolher sobre a hora de morrer, no caso a fazer uso da eutanásia
Ao se analisar as contingências na qual o ator principal se encontrava
anteriormente ao seu acidente, podem verificar a liberdade como um dos pontos cruciais de sua vida, o mesmo era mecânico de navio e viajava constantemente, um individuo completamente saudável, inteligente e viril, que fica tetraplégico ao sofrer um acidente e ser forçado a viver, contra sua vontade, paralisado em uma cama, dependendo da ajuda de seus familiares para todas as suas necessidades básicas. Vinte e seis anos depois, ele consegue uma advogada disposta a ajudá-lo na luta em legalizar a eutanásia e finalmente morrer com dignidade. Confrontando questões morais, religiosas e sociais, Ramón tenta legalizar uma petição que lhe dê autorização para cometer eutanásia, sem que nenhumas das pessoas que o ajudaram sejam prejudicadas por suas ações. Porem não obteve sucesso neste, mesmo tendo utilizado todas as armas possíveis.
A perda da liberdade muitas vezes esta ligada a perca da dignidade,
pois o individuo encontra-se em constante interação com o ambiente e o seu comportamento é sempre afetado pelas conseqüências que comportamentos similares tiveram no passado. Sobre isso Skinner (1993.) evidencia que, “Quando um comportamento tem o tipo de conseqüência chamado de reforço, há maior probabilidade de ele ocorrer novamente. Um reforço positivo fortalece qualquer comportamento que o produza... um reforço negativo revigora qualquer comportamento que o reduza ou o faça cessar (...)”. O detrimento desta liberdade acaba por servir de punição para o individuo que, passou pelo processo de reforçamento, e que obteve um comportamento aprendido. Sobre a punição Maier, Seligman e Solomon (1969), mostra quase claramente que a repetida estimulação aversiva sem possibilidade de fuga resulta em uma redução comportamental generalizada e interfere com os efeitos subseqüentes do reforço contingente. Como é o caso de pacientes com depressão.
Podemos levar esta analise para o individuo do filme, ele estava
passando por um processo de punição constante, sem medidas de sair desta situação na qual, o levou a procurar a morte como única saída para sua situação atual.
Referencias:
Skinner, B. F. (1993). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix. Skinner, B. F. (2005).
Questões recentes na análise comportamental. 5ª ed. Campinas: Papirus
Maier, S. F., Seligman, M. E. P. E Solomon, R. L. (1969). Pavlovian fear conditioning
and learned helplessness: Effects on escape and avoidance behavior of (a) the CS-US contingency and (b) the independence of the US and voluntary responding. Em B. A. Campbell e R. M. Church (orgs.). Punishment and aversive behavior (pp.299-343). New York: Appleton- CenturyCrofts.Disponível emhttp://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 55452003000200007acesso em 02/06/2016.