Você está na página 1de 15

Acessibilidade em Museus

Acessibilidade Museus
Sumário

Apresentação........................................................................................................... 3

Recursos sensoriais................................................................................................. 4

Website acessível.......................................................................................................5

Folhetos acessíveis....................................................................................................6

Textos e legendas em braille e caracteres ampliados.............................................6

Mapa tátil do espaço expositivo................................................................................7

Publicações acessíveis..............................................................................................8

Guias de visitação acessíveis....................................................................................8

Recursos de mediação e comunicação sensoriais..................................................9

Textos e legendas com escrita simples..................................................................10

Acessibilidade em produtos audiovisuais............................................................... 11

Audiodescrição/pessoas com deficiência visual...................................................11

Janela de Libras e legenda em português/pessoas surdas e com deficiência


auditiva.....................................................................................................................12

Ações educativas e culturais acessíveis................................................................. 12

Pessoas com deficiência visual...............................................................................13

Pessoas com deficiência auditiva e surdos............................................................13

Pessoas com surdocegueira...................................................................................14

Pessoas com deficiência intelectual.......................................................................14

Pessoas com deficiência física...............................................................................14

Encerramento......................................................................................................... 15
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Apresentação
Olá!

Neste módulo, vamos estudar o uso dos Recursos sensoriais e educacionais. A seguir,
vamos detalhar:

§§ Recursos sensoriais; e
§§ Ações educativas e culturais acessíveis.
Vamos prosseguir?

3
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Recursos sensoriais
O uso de recursos sensoriais em exposições e ações educativas, como as experiências
visuais, olfativas, de apelo ao paladar, sonoros e táteis, democratiza o acesso à fruição
do patrimônio cultural, pois a percepção sensorial não pressupõe conhecimentos
intelectuais, domínio de linguagem ou idioma e familiaridade com ofertas culturais.

O trabalho de mediação desenvolvido pelos educadores é de fundamental importân-


cia na eliminação das barreiras de fruição, pois a comunicação nos museus e expo-
sições é predominantemente visual. A interação multissensorial com as exposições
apresenta benefícios estendidos a outros visitantes, que podem utilizar suas diferen-
tes capacidades para criar elos com o patrimônio cultural.

Mesmo sabendo que nós, seres humanos, percebemos o mundo por meio de todos os
nossos sentidos, a comunicação e as estratégias de mediação em museus ainda se
caracterizam pela exploração excessiva dos recursos visuais, deixando de lado toda
a riqueza de relações que podem ser estabelecidas de maneira acessível e inclusiva
pelos demais recursos sensoriais.

No caso dos visitantes com deficiência, muitos só conseguem ter acesso às exposições
e propostas de mediação do museu por meio de atividades educativas concebidas
especialmente para suas necessidades.

Para eliminar as barreiras de acesso ao conteúdo dos espaços culturais, é necessário


o uso de criatividade dos recursos multissensoriais e de comunicação assistiva, para
garantir o acesso das pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, perdas senso-
riais e neurodiversidades.

A comunicação sensorial caracteriza-se pela percepção corporal dos indivíduos na


relação com o outro e com o mundo por meio dos diversos sentidos – tato, olfato,
paladar, visão e audição. Essa é uma capacidade natural do ser humano e de extrema
importância para seu desenvolvimento global.

Ao longo de seu crescimento e aquisição de contato com o mundo exterior, a comu-


nicação sensorial se modifica, mas não deixa de existir. No contexto social atual, com
o esgotamento do sentido da visão, explorado à exaustão pela era moderna e pelas
novas tecnologias de comunicação, os indivíduos são estimulados prioritariamente
pela percepção visual, deixando adormecidos os demais sentidos, fundamentais em
sua percepção e comunicação com o mundo externo.

4
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Algumas das adequações que devem ser consideradas para garantir que os recursos
de comunicação sejam acessíveis aos visitantes com deficiência sensorial e intelectual
são:

§§ Website acessível;
§§ Folhetos acessíveis;
§§ Textos e legendas em braille e caracteres ampliados;
§§ Mapa tátil do espaço expositivo;
§§ Publicações acessíveis;
§§ Guias de visitação acessíveis;
§§ Recursos de mediação e comunicação sensoriais;
§§ Textos e legendas com escrita simples; e
§§ Acessibilidade em produtos audiovisuais.

A seguir, veremos cada uma dessas adequações detalhadamente.

Website acessível

Site programado respeitando as normas de usabilidade e acessibilidade do Consórcio


Internacional W3C.

Site acessível. Empresa Museus Acessíveis

5
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Folhetos acessíveis

Impressos em braille, com caracteres ampliados, alto contrastes e com informações


quanto aos recursos de acessibilidade.

Folhetos em braille e com letras ampliadas e contraste – Memorial da Resistência de São Paulo e
Centro de Memória Dorina Nowill – Fundação Dorina Nowill para Cegos

Textos e legendas em braille e caracteres ampliados

Textos de apresentação, curadoria, comentários e legendas dos recursos e das obras


acessíveis à fruição sensorial em dupla leitura para pessoas cegas, com baixa visão
e surdocegueira acessarem a informação com autonomia.

6
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Legenda braille e ampliada de recurso Legenda braille e ampliada de recurso


interativo – Ocupação Aracy Amaral – tátil – Ocupação Ilê Ayiê - Instituto Itaú
Instituto Itaú Cultural Cultural

Mapa tátil do espaço expositivo

Mapa do espaço expositivo com identificação de percurso e recursos/obras acessíveis


para visitantes cegos e com surdocegueira compreenderem o desenho da exposição
e se locomoverem com autonomia.

Maquete tátil Ocupação Aracy Amaral – Instituto Itaú Cultural

7
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Publicações acessíveis

Publicações produzidas em formatos acessíveis – braille, caracteres ampliados e


alto contraste, Libras, e-book acessível, escrita simples.

Livro portátil impresso em braille, com letras ampliadas, contraste e imagens


táteis – Museu Lasar Segall – Ibram

Guias de visitação acessíveis

Em Libras, sonoro e com audiodescrição.

Videoguia em Libras, texto em braille, audioguia Divulgação de videoguia em Libras


com audiodescrição – Ocupação Conceição – Museu de Geociências USP
Evaristo – Instituto Itaú Cultural

8
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Recursos de mediação e comunicação sensoriais

Maquetes e réplicas táteis, instalações sonoras, olfativas e multissensoriais, pranchas


táteis e propostas gustativas.

Réplica tátil ampliada de célula – Exposição Maquete tátil e sonora – Centro de Memória
“A Célula ao alcance das mãos” – Museu de Dorina Nowill – Fundação Dorina Nowill para
Ciências Morfológicas – UFMG Cegos, São Paulo

Jogo/quiz olfativo Sniff-Sniff - Pavilhão do Prancha tátil de pintura – Museu Casa


Conhecimento – Lisboa, Portugal Guilherme de Almeida, São Paulo

9
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Almoço ”Arquitetura dos Sentidos” promovido pelo Maquete tátil de pintura – Museu
Programa Educativo da Casa do Baile, Belo Horizonte Nacional de Belas Artes, Rio de
Janeiro

Textos e legendas com escrita simples

Utilização do método de escrita simples para comunicação com pessoas com defi-
ciência intelectual.

O método de escrita simples, atualmente utilizado para promoção de acesso à educa-


ção e a produções culturais para pessoas com deficiência intelectual e neurodiversi-
dade, foi criado por Margareta Ekrav, professora e produtora de exposições do Museu
Postal de Estocolmo, Suécia, na década de 1960.

Na proposta original, Ekrav propunha que os textos fossem escritos respeitando re-
gras relacionadas a tamanho e estilo. Por exemplo:

§§ Sentenças de até 45 caracteres divididos em até 3 linhas, com, no máximo, 13


palavras;
§§ Painéis de exposição com, no máximo, 22 linhas; e
§§ Reescrita do texto, mantendo ao máximo o original, com substituição de termos
técnicos por sinônimos de conhecimento comum.

Atualmente, os parâmetros de tamanho são relativizados de acordo com a aplicação


dos textos (folhetos, painéis e livros); entretanto, a substituição de termos técnicos
por sinônimos de conhecimento comum é de extrema importância para que os textos
de exposições e publicações do museu sejam mais compreensíveis pelo público em
geral.

10
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

A escrita simples também auxilia no desenvolvimento de escrita de roteiros de guias


de visitação acessíveis em Libras e sonoro com audiodescrição.

Acessibilidade em produtos audiovisuais


Os museus e as exposições utilizam o recurso do vídeo em exposições e para divulgar
suas ações na mídia e em redes sociais. A produção de documentários e filmes curta-
metragem também tem se tornado uma prática recorrente nos projetos de extensão
e difusão do patrimônio cultural.

Uma instituição que assume o compromisso com a acessibilidade cultural precisa


considerar os recursos de acessibilidade comunicacional em suas produções
audiovisuais e nos vídeos que utiliza em exposições e ações educativas.

Os públicos que necessitam dessas adequações são as pessoas com deficiência


sensorial: visual e auditiva/surdos. A seguir, são apresentadas algumas adequações
e exemplos de aplicação.

Audiodescrição/pessoas com deficiência visual

O recurso consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que com-


preendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como expressões
faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos,
efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e
qualquer informação escrita na tela.

A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao


mesmo tempo em que esta acontece, possibilitando que a pessoa desfrute integral-
mente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma
forma que alguém que enxerga.

As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as infor-
mações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro
relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmonize com os sons do
produto original.

Sem esse recurso, a pessoa com deficiência visual permanece parte do tempo ocupa-
da em deduzir a ação e, com isso, não consegue usufruir plenamente da experiência
cinematográfica, televisiva ou cênica.

11
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Janela de Libras e legenda em português/pessoas surdas e com deficiência auditiva

A acessibilidade para surdos e pessoas com deficiência auditiva em produtos


audiovisuais vai depender do tipo de suporte e da natureza do espetáculo.

Para materiais pré-gravados, como filmes e programas de televisão, é indicado a co-


locação de legendas em português (LSE – Legenda para Surdos e Ensurdecidos). Es-
tas legendas informam as falas dos personagens/apresentadores/narradores, além
da trilha sonora e sonoplastia.

Alguns programas e produtos visuais optam pela janela com intérprete de Libras, mas
esse recurso não garante o acesso à informação para o surdo oralizado. As legendas
beneficiam toda comunidade surda, e a janela em Libras pode ser mais uma opção.

Ações educativas e culturais acessíveis


A área de ação educativa representa, atualmente, um dos campos mais férteis dentro
da área cultural. Apesar de seu surgimento e desenvolvimento recentes, a partir
de meados do século XX, devemos à ação educativa o crescimento do público dos
espaços culturais.

É a partir do diálogo permanente estabelecido com os diversos públicos que a área


educativa traz para os gestores e produtores dos espaços culturais as demandas dos
públicos diferenciados, movimentando o processo de programação e estabelecimento
de políticas de inclusão.

A ação educativa e as atividades de ação cultural, quando pensadas para pessoas com
deficiência, devem considerar as características e as necessidades desse público,
bem como os conceitos desenvolvidos pelos movimentos em defesa dos direitos das
pessoas com deficiência.

Para garantir que as propostas de ação cultural e educativa sejam adequadas às dife-
rentes necessidades das pessoas com deficiência, sugerimos levar em consideração
as especificidades de cada indivíduo. Entretanto, há algumas informações específi-
cas que podem ajudar a iniciar ações e projetos acessíveis.

A principal estratégia para promoção de acessibilidade nas ações educativas e cultu-


rais é o investimento nas equipes de educação e atendimento ao público. Para viabi-
lizar a formação de uma equipe que compreenda a complexidade das ações educati-

12
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

vas e culturais acessíveis, sugerimos que sejam realizadas as seguintes ações:

§§ Incentivo à participação dos membros da equipe em cursos de extensão na


área de acessibilidade cultural;
§§ Treinamentos de eliminação de barreiras atitudinais, acessibilidade cultural e
acessibilidade comunicacional para a equipe do espaço cultural;
§§ Parceria com instituições inclusivas para intercâmbio de longo prazo;
§§ Formação de Conselho de Acessibilidade; e
§§ Contratação de colaboradores com deficiência (cumprimento da Lei de Cotas).
Apresentamos agora alguns conceitos básicos para atendimento e elaboração de
propostas de ação educativa para as diferentes singularidades dos públicos de aces-
sibilidade.

Pessoas com deficiência visual

A audiodescrição é o principal recurso de promoção de acesso aos conteúdos cul-


turais visuais para pessoas com deficiência visual. A técnica pode ser usada para
proporcionar acesso à informação em mostras de filmes, apresentações cênicas, ex-
posições e visitas educativas.

Os materiais de apoio sensoriais (táteis, auditivos, olfativos e gustativos) também


auxiliam pessoas com deficiência visual a usarem outros sentidos para compreender
melhor os conteúdos das manifestações culturais.

Pessoas com deficiência auditiva e surdos

A comunicação em Libras – língua brasileira de sinais – pode ser usada em visitas,


palestras, espetáculos e atividades culturais diversas.

Para os surdos oralizados e com baixa audição, são indicados recursos de indução
magnética, intérpretes de voz ou de leitura labial.

13
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Pessoas com surdocegueira

A comunicação com essas pessoas é feita geralmente com uso de sistemas de co-
municação táteis. O mais comum é o método de Libras Tátil.

Em eventos com palestras e no acesso ao acervo de bibliotecas, é possível utilizar


recursos de tecnologia assistiva como Linha Braille e Estenotipia Braille.

Em oficinas e ações culturais, só é possível mediação com guias-intérpretes especia-


lizados nos métodos de comunicação táteis (Libras Tátil e Tadoma). As organizações
de apoio a pessoas surdocegas costumam oferecer o serviço desses profissionais ou
indicá-los para contratação.

Pessoas com deficiência intelectual

Para garantir um bom relacionamento e comunicação eficiente com pessoas com


deficiência intelectual, é necessário realizar ações de eliminação de barreiras atitudi-
nais (treinamentos e palestras) e praticar a comunicação oral e escrita objetiva, isso
é, elaborar conteúdos com linguagem simples, evitando o uso de termos técnicos,
apresentar assuntos de forma sucinta e ilustrar os exemplos com materiais multis-
sensoriais, propiciando a compreensão via múltiplas inteligências.

O método de escrita simples também beneficia a comunicação verbal dos conteúdos


das exposições e de ação educativa com esse público.

Pessoas com deficiência física

É necessário garantir o acesso físico livre de barreiras arquitetônicas e atitudinais


que podem causar constrangimentos. Para promoção de pleno acesso para pessoas
com deficiência física e mobilidade reduzida, é necessário oferecer informações, si-
nalização e áreas de atendimento, serviços e exposição com altura adequada ao seu
alcance visual e de locomoção.

Observação
Por conta das diferentes opções disponíveis para as pessoas com defi-
ciência na atualidade, sugerimos que, ao organizar um evento, verifique o
público, suas necessidades e preferências para providenciar os recursos e
profissionais necessários para promover excelência no atendimento.

14
Módulo 5 – Recursos Sensoriais e Educacionais

Encerramento
Encerramos mais um módulo do curso de Acessibilidade em Museus.

Esperamos você no Módulo 6, que irá tratar das Legislações e normativas vigentes.

Até mais!

15

Você também pode gostar