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Como é que Deus sabe o que qualquer pessoa

possível faria sob qualquer conjunto possível de


circunstâncias?
William Lane Craig (2016).
Adaptado do livro O ÚNICO DEUS SÁBIO – A COMPATIBILIDADE ENTRE A PRESCIÊNCIA
DIVINA E A LIBERDADE HUMANA
“Por que não se poderia sustentar que Deus, em virtude do seu conhecimento
exaustivo de cada pessoa possível, de modo que ele compreenda mesmo o que nós
faríamos livremente em qualquer circunstância em que ele possa nos colocar, conhece
que contra fatuais relativos à liberdade humana são verdadeiras? Conheço minha esposa
bem o suficiente para saber o que ela faria livremente sob certas circunstâncias [...]. Então,
por que Deus não poderia nos conhecer tão completamente que Ele saiba o que nós
faríamos livremente sob qualquer circunstância? Não acho que esta solução leva a
qualquer tipo de "caráter de determinismo", pois quando digo que minha esposa
escolheria os biscoitos de chocolate sobre o fígado e as cebolas, de modo algum, penso
que a escolha dela é determinada; em vez disso, ela faz tal decisão livremente.
Se esta solução for considerada inaceitável, no entanto, pode-se apontar como
alternativa o conhecimento inato de Deus. Deus tem a propriedade essencial de conhecer
toda a verdade;”1 “Deus nunca aprendeu ou adquiriu seu conhecimento, mas conheceu
eternamente um suprimento inato de apenas e todas as afirmações verdadeiras. Desde que
as afirmações do tempo futuro são verdadeiras ou falsas, Deus em conhecer todas as
afirmações verdadeiras, conhece o futuro.
O oponente da presciência pode persistir na exigência: ‘Mas como Deus pode ter
conhecimento inato de todas as afirmações do tempo futuro?’ A intenção desta pergunta,
no entanto, não está clara. Ela não pode querer dizer, ‘Como Deus adquiriu esse
conhecimento?’ Pois é dito ser inato. Também não acho que a pergunta signifique: ‘Como
o conceito do conhecimento inato é possível?’ Pois o conceito não parece ser incoerente.
Talvez a pergunta realmente signifique, ‘Como é que Deus tem conhecimento inato?’
Mas então a questão parece ser meramente uma expressão de incredulidade que não
requer resposta. Deus simplesmente é assim, assim como ele também é onipotente,
necessário, moralmente perfeito, e assim por diante. A única resposta é que Deus tem a
propriedade essencial de conhecer somente e todas as afirmações verdadeiras. Isso é parte
do que significa ser Deus, ser onisciente. E, perguntar como é que Deus é onisciente é
com o perguntar como é que os vácuos estão vazios.”2.
“Nenhuma destas duas soluções parece impossível, e isso é tudo o que o defensor
do conhecimento do meio tem para mostrar.”3 “Uma versão de tal modelo, apresentado
aqui, sustenta que Deus possui conhecimento inato/natural de todas as afirmações futuras
verdadeiras. Se tal modelo é mesmo possível, então o cristão pode razoavelmente
sustentar a doutrina da presciência divina de atos futuros livres.”4

1
p. 138
2
p. 116-117
3
p. 138
4
p. 118

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