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da Pontifícia
Direitos Humanos dos Programas de Pós-Graduação
da Pontifí cia Univer sidade
Universidade Católica de São Paulo,
Católica do Paraná e da Universidade Pablo de Olavide (Sevilha,
Espanha); visiting fellow do Human Rights Program
da Harvard
for Brazilian
SUMÁRIO
Law School (1995 e 2000), visiting fellow do Centre
visiting fellow do Max
Studies da University of Oxford (2005),
Lawan d Interna tional Law
Planck Institute for Comparative Public
— 2007 e 2008); desde 2009 é Humboldt Foundation
(Heidelberg
Georg Forster Research Fellow Max Planck Institute
no
ho Nacion al de Defesa dos OS NT
INDIVÍDUOS COMO SUJEITOS DO DIREITO INTERNA-
(Heidelberg); membro do Consel
Direitos da Pessoa Humana. Foi membro da UN High Level Task
Force on the implementation of the right to development e é Antônio Augusto Cançado Trindade .......... 15
para O monito ramento do
membro do OAS Working Group
de direitos econômicos, A CARTA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS,
Protocolo de San Salvador em matéria
COERENCIA E COMPLEMENTARIEDADE?
sociais e culturais.
Emmanel Decaux......sissisiseieersreo 69
A
h
ordem internacional, portanto, é necessário remeter-se à conformação da mento normativo. O surgimento do Estado, de acordo com muitos auto-
sociedade internacional de Estados. res, permitiu a criação de um “sistema”, chamado de “interestatismo” ou
A sociedade internacional clássica foi uma estrutura política ali- “sistema de Estados”, que por sua vez possibilitou o aparecimento do
cerçada no poder do Estado soberano. O poder estatal, bem como o modo direito internacional.
de produção capitalista, por sua vez, se consolidou entre os séculos XII e A Paz de Vestefália consistiu nos acordos de Osnabriick e Muns-
XVII, em especial no continente europeu. Foi, portanto a Europa o palco ter, que puseram fim à Guerra dos Trinta Anos. O tratado de Osnabriick
das principais instituições do direito internacional, que se espalharam foi concluído entre o reino da Suécia e seus aliados, de um lado, e o im-
para o resto do mundo em virtude do expansionismo colonial. perador e os príncipes da Alemanha, de outro. As partes do tratado de
A consolidação da soberania estatal se deu em dois planos, quais Munster foram a França e seus aliados, incluindo o reino da Suécia, e o
sejam, o plano interno e o plano externo. No plano interno, o poder sobe- imperador e os príncipes da Alemanha. Observe-se que ambos os tratados
rano afirmou-se em face dos senhores feudais. No plano externo, a afir- revestiram a forma bilateral, uma vez que a técnica dos tratados multila-
mação do poder soberano deu-se em face do sacro império romano- terais não era conhecida à época. Referida guerra desenrolou-se entre
-germânico e das pretensões universalistas da igreja católica. Jean Bodin 1618 e 1648, e consistiu em um conflito dinástico-religioso que envolveu
esforçou-se em encontrar um fundamento jurídico para fortalecer a ação questões de liberdade de fé e de supremacia política na Europa Ociden-
do rei contra o papado e o Império, com vistas à construção do Estado, o tal. Participaram dos Tratados de Vestefália representantes de pratica-
que está consignado em seu Les six livres de la République, publicado mente todos os países integrantes do sistema europeu de Estados daquele
em 1576, em que percebe na soberania a característica essencial do Esta- período histórico.
do. A Guerra dos Trinta Anos, em princípio, opôs a Áustria monár-
Quando consolidado, o Estado soberano se tornou a principal re- quica e católica aos Estados alemães, feudais e protestantes. Aos poucos
ferência do mundo moderno, inaugurando uma nova fase da evolução da se generalizou, envolvendo outros Estados, e transformou-se em verda-
humanidade, que vem sendo denominada especificamente de sociedade deira guerra europeia.
internacional clássica, cujos marcos temporais são comumente identifi- - Os Tratados de Vestefália foram chamados de “Carta constitucio-
cados como sendo 1648, data da celebração da chamada Paz de Vestefá- nal da Europa”, pois consagraram a dupla derrota do imperador e do papa,
lia, e 1948, data da adoção da Declaração Universal dos Direitos Huma- legalizando formalmente o nascimento dos novos Estados soberanos e a
nos pela Assembleia Geral da ONU”. nova carta política da Europa. A liquidação do império germânico verifi-
A sociedade internacional clássica conformou-se no momento da cou-se pela transformação da Alemanha em vários Estados independentes,
assinatura dos tratados que constituem a Paz de Vestefália. A Paz de e a vitória das monarquias sobre o papado também é consagrada no plano
Vestefália funcionou como uma espécie de divisor de águas entre a Idade religioso, pela instituição da liberdade religiosa”.
Média, centrada no poder da igreja, e a sociedade internacional clássica, Assim, a Paz de Vestefália afirmou três princípios fundamentais,
centrada no conceito de soberania dos Estados, em que o Estado passa a quais sejam, a liberdade religiosa, a soberania dos Estados, ou a supre-.
ser o ponto de referência das relações internacionais. O vínculo religioso, macia sobre o poder espiritual e a igualdade entre os Estados, sem o re-
abalado pela Reforma, foi sendo progressivamente substituído pela nas- conhecimento de qualquer entidade política supra-estatal. Esses três
cente comunidade intelectual humanista surgida do Renascimento. Por princípios vieram a ser os fundamentos de um incipiente “direito público
outro lado, o progresso da navegação tornou possível a empreitada de europew” e da sociedade internacional clássica, que persistiu até o pós-
evangelização dos povos e o incremento do intercâmbio comercial. Con-
seguentemente, as relações ultrapassaram os limites das comunidades
tradicionais dos povos cristãos da Europa e impactaram no desenvolvi- * QUOC DINH, Nguyen: DAILLER, Patrick: PELLET, Alain. Droit International
Public. Paris: LGDJ, 1999. p. 48.
º- QUOC DINH, Nguyen: DAILLER, Patrick: PELLET, Alain. Droit International
É Resolução 217 A (II), adotada em 10.12.1948. Disponível em: MINISTÉRIO DA Public. Paris: LGDJ, 1999. p. 51.
JUSTIÇA: — <http://portal.mj.gov.br/s intern/ddh
edh/culegis
bib inter universal.him>. 7 QUOC DINH, Nguyen: DAILLER. Patrick: PELLET, Alain. Droit International
Acesso em: 01 abr. 2013. Public. Paris: LGDJ, 1999. p. 52.
116 Larissa Ramina
Direitos Humanos - v. | 17
-Segunda Guerra Mundial. Os Tratados de Vestefália constit
uíram, na concebe a guerra como inerente às atividades do príncipe, contrib
verdade, a primeira tentativa de estabelecer uma ordem uindo
internacional para que à guerra apareça como um meio necessário e normal da política
para substituir a Respublica Christiana ou à Respublica sub
Deo sob a internacional dos monarcas absolutos!º. Alguns já pensaram
autoridade da Igreja Católica, e o ponto de partida da evoluç naquela
ão do direito época na manutenção da paz pela via da organização internacional,
internacional contemporâneo. mas
em detrimento de qualquer possibilidade de limitação de sua soberani
A sociedade internacional, em seu período clássico, foi uma a,
so- os monarcas deram preferência ao princípio do equilíbrio do poder.
ciedade exclusivamente interestatal, caracterizada pela aúsênci
a de qual- Em razão da ausência de um poder superior ao poder estatal,
quer poder superior ao Estado soberano. A interpretação
dos Tratados de consequência da soberania absoluta, chega-se ao reconhecimento
Vestefália conduziu os reis a se comportarem como
soberanos absolutos,
da vio-
lência como uma prerrogativa legítima do Estado soberano, e talvez
que apenas aceitavam como limitações à soberania do a
Estado aquelas principal manifestação da soberania do Estado. As relações internac
decorrentes da manifestação da sua vontade. De acordo com io-
Quoc Dinh, nais passam, então, a ser caracterizadas pela legitimidade e a legalida
Dailler e Pellet, “a incompatibilidade é total entre esta de
atitude “indivi- do uso da força por parte dos Estados soberanos. Impede-se, portanto,
dualista” e “nacionalista” e uma ordem “comum” ultrap a
assando e afirmação de valores éticos nas relações interestatais. Como resultant
transcendendo os Estados”. e,
surge o direito internacional como regulador das relações entre os
Como produto do absolutismo, conformou-se um direito Esta-
inte- dos, e seus primeiros institutos, como o direito da guerra e da paz,
restatal que viabilizava a guerra, e uma sociedade interna o di-
cional anár- reito diplomático e, direito do mar.
quica, descentralizada, dependente do interesse nacional de
cada Esta- Vários autores se propuseram a sistematizar o Direito internacio-
do específico. Verificou-se na ordem internacional a ausênc
ia da divi- nal, aos quais se faz referência como os “fundadores do direito interna-
são estatal tripartite de poderes, quais sejam, os Podere
s Executivo, cional”. Entre estes, situados na chamada “Escola do direito da naturez
Legislativo e Judiciário, em outras palavras, ausência de polícia a
, legis- e das gentes”, estão Francisco de Vitória (1480-1546) e Francisco
lador e juiz. Desde então, firmou-se a compreensão hegemô Suárez
nica de que (1548-1617), entre os séculos XV e XVII, no âmbito da escola clássica
o princípio norteador das relações internacionais é o poder
e, por con- espanhola do direito internacional. Aliás, muitos estudiosos
seguinte, a possibilidade de conflitos resultantes da disputa sustentam
pelo poder. que o próprio conceito moderno de direito internacional nasceu
O objetivo perseguido pelos reis nas relações internaciona com a
is era a busca escola clássica espanhola. A crítica mais contundente que se faz
da glória e do prestígio, que poderiam ser obtidos por meios a esses
pacíficos, autores está em sua preocupação de conferir um fundamento jurídico
como pelas relações familiares entre monarcas, decorrentes à
da concep- conquista do Novo Mundo, um alicerce ideológico do caráter eurocên
ção patrimonial do Estado, ou pela expansão territorial, julgad tri-
a pacífi- co do direito internacional".
ca desde que não ameaçasse territórios de Estados europe
us. À primei-
ra aventura colonial da época moderna, as ditas “grandes descob Cronologicamente, em seguida se pode situar Gugo Grócio
ertas”, (1583-1645), considerado por muitos autores como o “pai do
procurou destruir as estruturas sociais diversas do modelo direito in-
europeu, ternacional”, com a obra Do Direito da Guerra e da Paz, que
negando a diversidade e favorecendo uma homogeneização foi a pri-
das socie- meira obra de direito escrita com método. Sustenta os postulados
dades, o que permitiu estender o campo de aplicação geográ do jus-
***
fico do naturalismo racionalista. O mais fiel seguidor de Grócio foi
direito das relações internacionais”. Pufendorf
(1632-1694), que retoma a distinção grociana entre o direito natural
A primeira onda de colonização favoreceu as tensões entre eo
os Es- direito voluntário e reafirma a necessidade de subordinação deste
tados europeus e os riscos de guerra, sendo a vitória militar àquele.
considerada
O fator mais impactante de conquista de glória e de prestígio. Emmerich de Vattel (1714-1767), por sua vez, foi o precursor do
Maquiavel positivismo no direito internacional, segundo o qual as normas internac
io-
*- QUOC DINH, Nguyen; DAILLER, Patrick: PELLET, Alain. Droit International º QUOC DINH, Nguyen: DAILLER. Patrick: PELLET, Alain. Droit International
Public. Paris: LGDJ, 1999. p. 52.
Public. Paris: LGDJ, 1999. p-'53.
QUOC DINH, Nguyen; DAILLER, Patrick: PELLET. Alain. Droit International " FERRAJOLI, Luigi. A Soberania no Mundo Moderno. São Paulo:
Public. Paris: LGDJ, 1999. p. 53. Martins Fontes,
2002.
118 Larissa Ramina
Direitos Humanos - v. |
nais só são obrigatórias se formadas pelo 119
consentimento, tácito ou explíci-
to, dos Estados. Outros teóricos se enga 5º Os Estados soberanos são os único
jaram na mesma via do positivismo, s a apreciarem o que devem ou
como Selden ( 1548-1654), Zouch ( 1590 não fazer nas relações internacio
-1660), Bynkershoek (1673-1743), nais;
e mais tarde Moser (1701-1785) e Geor 6º Nas relações entre Estados sober
ges Frédéric de Martens (1756- anos, a guerra é permitida. O prin-
1821). Também importante foi a contribuição cípio de base é aquele da soberani
a do Estado, sendo todos os outro
de Pasquale Stanislao Man- s
cini (1817-1888), considerado o fund meras consegiiências. Seu conjunto forma
ador da Escola Italiana de Direito Trata-se do sistema interestatal e volun
assim um sistema coerente.
Internacional e sua proposta de reformul tarista!,
ação do fundamento do direito
internacional em proveito do princípio
da nacionalidade.
Naturalmente, o direito internaciona
O conceito moderno de direito internacio l lastreado no uso da força
nal baseado no positivismo resultou em conflitos internacionais.
jurídico foi definido pela Corte Permanen O primeiro grande conflito europeu
te de Justiça Internacional, criada generalizado que envolveu países
pela então Liga das Nações, no Caso Lotus de fora do continente foi a Primeira
1927, da seguinte forma”: Guerra Mundial, que ocorreu entre 1914
e 1918.
O Direito Internacional Soverna as relaç Nas primeiras décadas do século
ões entre Estados independen- XX, após a Primeira Guerra
tes. O direito que vincula aos Estad Mundial, houve a tentativa pioneira
os decorre consequentemente da de institucionalização da ordem in-
própria vontade dos Estados, tais ternacional por meio da criação da
como expressas nos tratados ou Liga das Nações, em 1919, que é con-
usos geralmente aceitos como indic nos siderada a primeira organização inte
ati vos de princípios de direito. Res- rnacional nos moldes modernos, e foi
trições impos tas aos Estados não podem ser presumid criada com o objetivo principal de
as”, manutenção da paz e da segurança
internacionais, ou seja, para evitar
a eclosão de uma segunda guerra de
Conforme Quoc Dinh, Dailler e Pellet, proporções mundiais.
o direito internacional po-
sitivo plenamente consolidado pode ser Na ocasião houve também a primeira
assim definido: tentativa de limitar o direi-
to dos Estados de recorrer ao uso
da força nas relações internacionais.
1º Os Estados são soberanos e i guais Como essa tentativa ainda foi muito
entre eles; tímida em razão da resistência dos
2ºA sociedade internacional é uma Estados em abrir mão de parcelas
sociedade interestatal; do ponto de significativas de sua soberania, a Se-
*** vista de sua estrutura ela aparece gunda Guerra Mundial eclodiu entre
como uma justaposição de entidades 1939 e 1944.
soberanas e iguais entre si, excluindo
todo poder político organizado e O declínio da chamada “sociedade
sobreposto a seus componentes; internacional clássica” acon-
tece depois da ocorrência das refer
3º O direito internacional é também idas duas guerras mundiais, e mais
um direito interestatal que não se exatamente a partir do final da Segu
aplica aos indivíduos; nda Guerra Mundial, grande parte
razão das trágicas consequências huma em
4º No que diz respeito às fontes, nas deste grande conflito. Naquele
o direito internacio
nal é um direito re- momento, esgotam-se as formas cláss
sultante da vontade e do consentimento
dos Estados soberanos; os tra-
icas de exercício de poder pelos
Estados, surgindo a partir de então
tados provêm de um consentimento expre
sso e os costumes de um con- a necessidade de novas formas de
cooperação internacional e formas
sentimento tácito; pacíficas de solução de conflitos entre
os Estados soberanos. Abre-se cami
nho para a reconstrução do direito
internacional pós-vestefaliano.
De acordo com Antonio Au gusto Cança
do Trindade: “Hoje ninguém duvida
era da base supostamente interestatal de que a
exclusiva do Direito Internacional perte
passado, e a tese esposada pela antiga nce ao 2 A SOCIEDADE INTERNACIONAL PÓS
Internacional governa relações intere
Corte de Haia em 1927 de que o Direit
o -VESTEFÁLIA E
emanando tão-somente da “vontade” dos
statais com fundamento em regras
jurídicas O DIREITO INTERNACIONAL
próprios Estados dificilmente refletiria
fidelidade a dinâmica com
do convívio internacional contemporâneo”. Em 1945, é criada a Organização
Humanização do Direito Internacional. Belo In: A das Nações Unidas (ONU), e
Horizonte: Del Rey, 2006. p. 51. em 1948 é adotada a Declaração Universa
3 COUR INTERNATIONALE DE JUSTICE. Affaire de Lotus. l dos Direitos Humanos, pela
Shttp://www icj-cij org/peijlser Disponível em:
ie A/A. 10/30. Lotus Arret. pdf. Acesso em: 01 abr.
2013. Tradução livre. “- QUOC DINH. Neuyen: DAILLER, Patrick; PELL
Publie. Paris: LGDJ, 1999, p. 59. ET, Alain. Droit International
120
Larissa Ramina
Assembleia Geral da
Organização. A ONU Direitos Humanos —
versal podem ser co e a referida Declaraç v.l
nsideradas como Os ão Uni- 121
novos marcos de ref
erência de
ralismo, mais instit
ucionalizada €, portan
partir desse moment to, mais Cooperativa.
o, do surgimento Fala-se, a pendência nas relaçõ
pós-Vestefália ou pó de uma sociedade intern es internacionais.
s-moderna”. Por out acional
com o fenômeno da ro lado, o: momento Nesse contexto, sur
expansão do capitalis coincide ge à Expressão “aldeia
um direito internaciona mo, trazendo a nece retratar a realidade globaP*”, que busca
l que assegurasse o ssidade de em que O globo pas
cionais. respeito aos contratos em razão dos contat sa a ser percebido
interna- os cada Vez mais fre como menor,
várias culturas globai quentes e mais estrei
Com a criação da ON s. Firma-se dorava tos entre as
uso da força nas rel U, pela Primeira vez Problemas que Pass nte à compreensão
ações internacionais! na história, proíbe-se am a desafiar o Estado de que os
princípio obrigatório ” Paralelamente, inf o com os instrumentos não mais podem ser
para os Estados e cor ere-se como do direito interno & resolvidos
guerra a solução pac olário lógico da pro gados a buscar uma portanto, os Estados
ífica das controvérsia ibição da regulamentação int são obri-
s internacionais”. Passam a ser globais. ernac
Observe-se, ademais,
com a aceleração do que o Ppós-Segunda
processo de globaliza Guerra Mundial coinci
ção econômica, vista de 21 Problemas Globais:
como a maior catali por muitos Novos Desafios ao
zadora da desigualda Direito Internacio
isso, Richard Falk int de no Plano intern nal
itula o processo global acional. Por Um dos impactos das
datória!'*”, ao Passo izatório de “globaliz mu da nç as a partir da segund
que Boaventura de ação pre- culo XX está na tr a metade do sé-
Sou ansformação do direit
$ “ão descendente!” ou “globalização de cim za Santos fala em “elobaliza- quantitativo das norm o internacional, e
no aumento
Ç a P para baixo”. mo densificação do
as jurídicas internaci
onais, fenômeno co
direito internacional nhecido co-
ra Mundial, que Pro a partir do final da
cura enfrentar o surg Segunda Guer-
bais. imento dos vários pr
oblemas glo-
Direitos Humanos - v. |
123
atmosférico, com a chegad
a do homem à lua e O lan
ros satélites. çamento dos primei-
mais entidades da sociedade civil como atuantes no processo de forma- CONSIDERAÇÕES FINAIS: A REFORMULAÇÃO DA
ção e de efetiva aplicação das normas internacionais. SOBERANIA ESTATAL
Por outro lado, a atuação das empresas transnacionais é, para O
bem ou para o mal, em grande parte, responsável pelo estreitamento dos A limitação do conceito de soberania, como já afirmado, tornou-se
mercados globais e pelo impulso da globalização em seu aspecto econômi- até direito positivo, ao ser incluído na Convenção de Viena do Direito dos
co, apreciado por vários analistas como um fenômeno negativo, em razão Tratados preceito que considera nulos os tratados que violem norma de jus
do agravamento do abismo de desigualdade social no cenário mundial. cogens. Embora nem todos os Estados a tenham ratificado, boa parte de
suas disposições são consideradas costume internacional e, portanto, fonte
Acrescente-se a tudo isto o surgimento de uma opinião pública in-
que obriga mesmo os países que dela não são Estados-partes.
ternacional, que tende a posicionar-se a favor ou contra certas regras e
políticas internacionais, a exemplo dos movimentos antiglobalização. A Luigi Ferrajoli já chamou a atenção para o fato de que, após a
utilização da internet possibilita ao ser humano a interação com as variadas Revolução Francesa, percebem-se duas histórias paralelas e opostas da
regiões do planeta, sem a interferência do Estado e sem qualquer controle soberania: de uma progressiva limitação interna da soberania, no plano
eficaz, dando-lhe liberdade, ampliando-lhe a capacidade de análise do do direito estatal, e de uma progressiva absolutização externa da sobera-
mundo. A instantaneidade da informação impede às autoridades governa- nia, no plano do direito internacional. Segundo o referido autor, “a co-
mentais a possibilidade de manipulação de dados e o monopólio da sua munidade selvagem de Estados soberanos atinge seu auge nos cem anos
utilização. A sociedade civil desvencilha-se cada vez mais do aparato go- que vão da metade do século XIX à metade do século XX, e que também
vernamental, tendendo a estabelecer nova forma de organização política são os cem anos da construção, na Europa, do Estado de Direito e da
para coordenar essa multiplicidade de atores internacionais”. democracia”.
Por outro lado, há que se fazer menção às inquietações teóricas O movimento de positivação dos direitos humanos na ordem inter-
de várias correntes de pensamento, que se dedicam a superar o direito nacional iniciou-se no pós-Segunda Guerra Mundial como reação às atro-
internacional centrado nas preocupações com o Estado e com a sobera- cidades e aos horrores verificados na gestão dos sistemas totalitaristas, que
nia. Atualmente, e a partir do final do século XX, despertam interesse as resultaram na “coisificação” do ser humano e na violação da dignidade
chamadas “Abordagens do Terceiro Mundo ao Direito Internacional”, humana, como demonstrou Hannah Arendt em vários dos seus escritos.
tradução da expressão de língua inglesa “Third World Approaches to
International Law (TWAIL)”, que têm atraído estudiosos não apenas dos Na linguagem de Luigi Ferrajoli, os direitos humanos podem ser
países do chamado “Terceiro Mundo”, mas também de autores simpati- identificados como “a lei dos mais fracos” contra a “lei dos mais fortes”,
zantes das correntes críticas (“critical legal studies”) do direito interna- voltados para a proteção da dignidade humana?. Para Antonio Augusto
cional”. Referidas abordagens propõem-se a desviar o foco principal do Cançado Trindade, trata-se de reorientar o direito internacional como
direito internacional na centralidade do Estado, baseando-se na necessi- instrumento para a realização da dignidade humana, e não mais das pre-
dade de democratizar o direito internacional considerando os interesses tensões de poder dos Estados soberanos”*. Em suas palavras,
dos povos do terceiro mundo. Balakrishnan Rajagopal, por exemplo,
propõe redirecionar o foco do direito internacional do Estado para os « a nenhum Estado é dado tentar situar-se acima do Direito, voltamos
movimentos sociais”. às origens conceituais tanto do Estado nacional como do Direito Inter-
nacional. Quanto ao primeiro, não há que se esquecer que o Estado foi
originalmente concebido para a realização do bem comum, e que existe
º MAGALHÃES, José Carlos de. O Mundo no século XXI. In: BAPTISTA, Luiz
Olavo; RAMINA, Larissa; FRIEDRICH, Tatyana (Org.). Direito Internacional FERRAJOLI, Luigi. A Soberania no Mundo Moderno. São Paulo: Martins Fontes,
Contemporâneo. Curitiba: Juruá, 2014. 2002.
7 GALINDO, George Rodrigo Bandeira. A Volta do Terceiro Mundo ao Direito FERRAJOLI, Luigi. A Soberania no Mundo Moderno. São Paulo: Martins Fontes.
Internacional. Disponível em: <www.sistemas.mre.gov.br>. Acesso em: 13 mar. 2014. 2002.
71 RAJAGOPAL, Balakrishnan. El Derecho Internacional desde Abajo. El desarrollo, CANÇADO TRINDADE, Évolution du droit international au droit des gens. Paris:
los movimientos sociales y la resistencia de del Tercer Mundo. Bogotá: ILSA, 2005. Pedone, 2008.
Direitos Humanos — v. | 147
146 Larissa Ramina
vencedores para julgar vencidos, a exemplo de Nuremberg e Tóquio,
para o ser humano, e não vice-versa. Quanto ao segundo, tampouco há
l não era em suas origen s para os tribunais internacionais ad hoc criados por resoluções do Conse-
que se olvidar . de que o : Direito Internaciona
o 5 a
direito das gentes
75
- . lho de Segurança da ONU -— Tribunal Penal Internacional para a Ruanda
um direito estritamente interestatal, mas sim o
e Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia e finalmente para a
m progres- criação do primeiro tribunal internacional permanente da história da hu-
Atualmente, percebem-se dois fenômenos que corroe manidade, com competência para julgar pessoas acusadas de violações de
internacional dos
sivamente a soberania nacional na seara da proteção normas internacionais de proteção dos direitos humanos pertencentes à
o aumento quantita-
direitos humanos, que poderiam identificados como
s humanos, vertente do direito internacional humanitário. Trata-se do Tribunal Penal
tivo dos instrumentos internacionais de proteção de direito
rol de instru mentos Internacional (TPI). criado em 1998 pelo Estatuto de Roma e instituído
sendo que hoje se constata a existência de imenso
consuetudinárias e das nor- em 2002 em Haia”.
internacionais na matéria, além das normas
na como “jurisdi-
mas de jus cogens, e o fenômeno conhecido em doutri A criação dos tribunais penais internacionais viabilizou a com-
l”, com a insti-
cionalização” ou “justicialização do direito internaciona preensão de que os crimes contra o direito internacional dos direitos hu-
tuição de jurisdições internacionais manos lato sensu são cometidos por indivíduos, e não por entidades abs-
passa-se a
A partir da instituição das jurisdições internacionais, tratas, no caso, os Estados.
ativa e passiv a do indivíduo.
falar nas reais capacidades internacionais A jurisdicionalização dos direitos humanos indica o fortaleci-
e a possib ilidad e de pleitear
Em relação à capacidade ativa, menciona-s mento do direito internacional. Nesse sentido, entende-se que há uma
a onusia no de proteç ão dos
junto aos órgãos quase judiciais do sistem os evolução do direito internacional, ou talvez melhor fosse falar de um
Comit ês institu ídos por tratad
direitos humanos, a exemplo dos vários verdadeiro resgate do direito internacional, para o antigo conceito de
is e judicia is dos sistem as region ais
internacionais”, e órgãos quase judicia droit des gens — direito das gentes, que significa a ordem jurídica da co-
u, interamericano e
de proteção dos direitos humanos nos âmbitos europe munidade humana, ou seja, dos indivíduos considerados isoladamente ou
Europe ia de Direit os Humanos, da Corte
africano, a exemplo da Corte
os, da Comis são Intera mericana de Di- em grupos (povos). É certo que entre esses grupos políticos, as coletivi-
Interamericana de Direitos Human
os e dos Povos. dades estatais são os mais importantes. O direito das gentes assim conce-
reitos Humanos e da Corte Africana dos Direitos Human
do indiví- bido propõe um corpo de normas de direito público e de direito privado,
No que diz respeito à capacidade internacional passiva constituindo um direito comum internacional. Tatyana Friedrich ressalta
is intern aciona is institu ídos por
duo, menciona-se a evolução dos tribuna que “vários tratados versando sobre relações privadas internacionais
do Direito referem-se também aos Direitos Humanos” 2.
TRINDADE, Antonio Augusto. A Iumanização
5 CANÇADO
Internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2006. p. 17. Nessa concepção, identifica-se, após o processo de consolidação
do direito internacional na
76
Uma característica interessante da jurisdicionalização do Estado Democrático de Direito no plano interno, uma progressiva
da, consiste em que no plano
proteção dos direitos humanos, e que merece ser observa constitucionalização do direito internacional, com a identificação de
foi sendo operada na esfera penal, enquanto no plano re-
global, a jurisdicionalização
gional a jurisdicionalização foi sendo operada na esfera civil. valores éticos considerados supremos por toda a comunidade internacio-
em
mn
O principal órgão da ONU responsável pela proteção dos direitos humanos, criado nal. Passa-se, cada vez mais, a aceitar a ideia da existência de uma ver-
é o Conselho de Direitos
2006 para substituir a antiga Comissão de Direitos Humanos dadeira “comunidade internacional”, substituindo progressivamente a
vincula do à Assembl eia Geral. Por outro lado, há atualmente nove órgãos
Humanos, mera “sociedade internacional”,
humanos com o objeti-
convencionais, ou seja, órgãos criados por tratados de direitos
de direitos humanos
vo de supervisionar sua implementação. São eles o Comitê para a 78
Comitê de dircitos econômicos. sociais e culturais (CESCR); Comitê COUR PÉNALE INTERNATIONALE — INTERNATIONAL CRIMINAL COURT.
(CCPR);
eliminação da discrimina-
climinação da discriminação racial (CERD): Comitê para a para os
Disponível em: <http:/Avww.ice-cpi.int/FR. Menus/icc/Pages/default.aspx>. Acesso
ção contra as mulheres (CEDAW): (5) Comitê contra a tortura (CAT); Comitê em: 02 abr. 2013.
migrantes (CMW): Comitê
direitos da criança (CRC); Comitê para os trabalhadores FRIEDRICH, Tatyana Scheila. A Proteção dos direitos humanos nas relações priva-
79
das pessoas portado ras de deficiên cias (CRPD) e Comitê sobre Desapare- das internacionais. /n: RAMINA, Larissa; FRIEDRICH, Tatyana. Direito Interna-
dos direitos FOR THE
cimento Forçado (CED). OFFICE OF THE HIGH ER
COMMISSION cional Multifacetado. v. 1. Direitos Humanos: Evolução, Complexidades e Parado-
HUMAN RIGHTS. Disponível em: <http://www.ohchr.org/EN/Pages/Welcome xos. Curitiba: Juruá, 2014.
Page.aspx>. Acesso em: 02 abr. 2013.
148 Larissa Ramina
Direitos Humanos — v. | 149
Luigi Ferrajoli desenvolve a tese da antinomia irredutível entre de uma ética universal que se contraponha ou limite os valores
soberania e direito. Para o autor, a ideia de soberania é incompatível com econômi-
cos em prol dos valores humanos. Trata-se de impulso ético que
as Cartas Internacionais de Direitos, como a Carta das Nações Unidas e a vem de
baixo, de uma opinião pública global formada a partir dos avanços
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Propõe um direito interna- tecno-
lógicos nas áreas de comunicação e de transportes, e que influi
cional fundamentado não na soberania dos Estados, mas na autonomia no direito
internacional contemporâneo.
dos povos, ou seja, a humanidade no lugar dos Estados, um constitucio-
nalismo mundial, inclusive com garantias globais. Para o referido autor,
fora do direito internacional nenhum dos problemas que dizem respeito 4 REFERÊNCIAS
ao futuro da humanidade pode ser resolvido, e nenhum dos valores do BEDIN, Gilmar Antonio. A Sociedade Internacional Clássica
nosso tempo pode ser realizado”. No mesmo sentido, Antonio Augusto e seu Marco Inicial:
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e universalização, o direito internacional contemporâneo passa a ocupar- international
au droit des gens. Paris: Pedone, 2008.
-se mais diretamente da identificação e realização de valores e metas
co- CANÇADO TRINDADE, Antonio Augusto. Direito das Organiz
muns superiores, que dizem respeito à humanidade como um todo. ações Interna-
cionais. 3. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS. PLANALTO. Disponí
Esse conjunto de reflexões permite vislumbrar uma ordem interna- vel em: <http://www.
planalto.gov.br/ceivil 03/decreto/1930-1949/D 19841 .htm>.
cional mais complexa. O Estado deixou de ter o monopólio das relações
CARTA WINTER, Luís Alexandre e WACHOWICZ, Marcos.
internacionais e simultaneamente deixou de ser o único interlocutor sobre Estado: constru-
ção de uma identidade. Anais do XV Encontro Nacional
assuntos que interessam à humanidade ou, até mesmo, à comunidade esta- do Conpedi — Manaus,
2006, p. 873-897.
tal. Vê-se compelido a conviver com os demais atores e também a dar voz à CASELLA, Paulo Borba. Direito internacional — A Abordagem
estes interlocutores, até mesmo na elaboração de normas*!, O direito inter- pós-moderna dos
clássicos e os novos desafios. In: RAMINA, Larissa:
nacional atual se caracteriza por tendências que o estão transformando FRIEDRICH, Tatyana.
Direito Internacional Multifacetado. v. VI, Aspectos Teóricos e Aspectos
significativamente. O tecido normativo internacional mostra-se hoje mais Históricos. Curitiba: Juruá, 2014.
denso, mais espesso, mais similar ao tecido normativo nacional. Isto tam- CASELLA, Paulo Borba. Fundamentos do Direito Interna
bém em razão da crescente institucionalização ou estruturação da ordem cional Pós-
“Moderno. São Paulo: Quartier Latin, 2008. p. 1.523.
internacional, com a proliferação das organizações internacionais e a insti- CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITO DOS TRATADOS.
tucionalização dos tratados multilaterais e, ainda, pela tendência em preen- PLANALTO. Disponível em: <http:/NAvww.planalto.gov.br/ccivil
cher espaços normativos vazios mediante instrumentos de soft law. 03/ Ato2007-
2010/2009/Decr eto/D7030.htm>.
Por outro lado, a globalização tende a afirmar problemas univer- COUR INTERNATIONALE DE JUSTICE. Affaire de
Lotus. Disponível em: -
sais, que solicitam respostas e soluções globais. A consequente afirmação <hutp://wwwiej-cij org/peij/serie A/A 10/30 Lotus Arret.pd
f>.
de valores globais tende a inserir um elemento de hierarquia no direito COUR PÉNALE INTERNATIONALE — INTERNATIONAL CRIMINAL
internacional antes horizontal, com a inclusão das normas de jus cogens. COURT. Disponível em: <http://www.ice-cpi.int/FR. Menus/icc/Pages/default.
aspx>.
Os fenômenos contra-globalizatórios consistem justamente na imposição
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