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Prefeitura de São Paulo tomba 17 imóveis na

região da Lapa
O Conpresp, órgão responsável pela preservação do patrimônio municipal,
decidiu na terça-feira (12) tombar 17 imóveis da região da Lapa (zona oeste de
São Paulo) --entre eles, o Mercado da Lapa, o Sesc Pompeia e a Igreja Nossa
Senhora da Lapa. Outras 23 edificações candidatas à proteção oficial do
município ficaram fora do tombamento, e 11 ainda esperam decisão, prevista
ainda para maio.

Os proprietários de prédios tombados ficam obrigados a pedir autorização ao


Conpresp para quaisquer modificações nos imóveis, inclusive na pintura. Cabe
ao município fiscalizar o cumprimento dessa norma.

A solicitação para proteger os 51 imóveis da Lapa foi feita por moradores e


discutida na Câmara Municipal e na Subprefeitura da Lapa, originando um
processo de tombamento iniciado em 2004. Somente em agosto do ano
passado, porém, é que a medida começou a ser discutida no âmbito do
Conpresp.

Deterioração

Nesse intervalo, alguns dos imóveis se deterioraram e outros chegaram até a


ser demolidos -ainda que apenas a abertura do processo já impedisse, em
tese, alterações nos edifícios sem prévia autorização. Os 23 imóveis que
tiveram o tombamento descartado perderam qualquer proteção.

Para Ros Marie Zenha, do Mover (Movimento contra a Verticalização da Lapa),


deveria ter havido maior fiscalização do poder público para evitar que esses
imóveis fossem destruídos antes da decisão do tombamento.

"Não há fiscalização dos bens que estão em processo de tombamento, que às


vezes são alvo de uma depredação até intencional", afirma Ros Marie. Ela se
queixa ainda da falta de participação dos moradores na escolha dos edifícios a
serem tombados: "Ficamos chateados porque não soubemos de nada, não
pudemos assistir nem como ouvintes".

Segundo José de Assis Lefèvre, presidente do Conpresp, o órgão não debate


suas deliberações, mas sempre abriu espaço para que os interessados
expusessem suas opiniões.

De acordo com ele, os critérios para selecionar quais imóveis seriam tombados
na Lapa foram a qualidade arquitetônica, o interesse histórico e o grau de
preservação de cada edifício.

"Havia galpões industriais muito deteriorados. A antiga fábrica de tecidos e


bordados da Lapa, por exemplo, já estava demolida", disse, referindo-se aos
galpões da rua Engenheiro Fox, um dos endereços descartados pelo
tombamento.
Outras áreas em estudo

O Conpresp estuda atualmente o tombamento de grupos de imóveis no


Jabaquara (zona sul), na Penha e em São Miguel (ambos na zona leste), que,
assim como a Lapa, são classificados como Zepec (zonas especiais de
preservação cultural) pelo Plano Diretor.

São áreas que possuem imóveis ou paisagens importantes do ponto de vista


histórico, cultural, artístico, ambiental ou arqueológico. Os critérios usados na
Lapa devem nortear a resolução nessas regiões, ainda sem data para
deliberação.

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