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patrimonio-historico-de-sobral/4931

file:///C:/Users/Norton/Downloads/19337-Texto%20do%20artigo-62242-1-10-20200531.pdf

https://www.redalyc.org/journal/6040/604065931011/html/

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1778/

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1419/

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1418/
As origens de Sobral - fundada em 1757 - remontam ao início do século XVIII, quando
fugitivos de invasores estrangeiros do litoral do Nordeste se embrenharam pelo interior
cearense, instalando-se às margens dos rios Jaguaribe e Acaraú. Por volta de 1728,
Antônio Rodrigues Magalhães, procedente do Rio Grande do Norte instalou, na região, a
Fazenda Caiçara, considerada berço do município. Surgiu daí, o núcleo original de Sobral
em torno da fazenda e da pecuária, que se expandiu a partir de 1756, quando Rodrigues
Magalhães cedeu terras da fazenda para a construção da matriz de Nossa Sra. da
Conceição. 
Em 1773, o povoado foi elevado à categoria de Vila Distinta e Real de Sobral. Algumas
fontes históricas relatam que  a vila de foi criada por Carta Régia 1766.As excelentes
condições de clima e a fertilidade do solo contribuíram para que se desenvolvesse no
local um povoado que se tornou o mais populoso dentre os seus vizinhos. A vila se tornou
um centro intermediador dos produtos agrícolas da Serra da Meruoca e da Serra Grande
para todo o Ceará e o Piauí, a partir da segunda metade do século XVIII. 
Sobral teve participação destacada em fatos importantes da história do Brasil, como a
Confederação do Equador, em 1825. Recebeu foros de cidade em 1841. Em meados do
século XIX, surgem os sobrados com três ou quatro águas, com motivos greco-romanos ou
elementos decorativos à Bonaparte, como os de Domingos José Pinto Braga e do major
João Pedro Bandeira de Melo. Ainda dessa fase, destacam-se sobrado da esquina da rua
Ernesto Deocleciano e o sobrado que abriga a atual Casa da Cultura de Sobral.
A cidade foi palco (com a Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, na costa da África)
da comprovação da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, pela Expedição Britânica
do Eclipse Solar que, em 1919, constatou nos dois locais a distorção sofrida pela luz ao
chegar à Terra. Um monumento na Praça da Igreja de Nossa Sra. do Patrocínio e o Museu
do Eclipse são os marcos desse fato na cidade. 

Entre edificações religiosas remanescentes do antigo conjunto arquitetônico de Sobral,


destacam-se a Igreja Nossa Senhora do Patrocínio, a Igreja do Menino Deus (erguida por
duas irmãs Carmelitas no começo do século XIX), Igreja de Nossa Senhora das Dores,
Igreja de São José do Sumaré e Igreja de São Francisco.  
Teatro Municipal São João - Construído sob a inspiração do estilo neoclássico, é um dos
raros exemplos brasileiros do período. Esse teatro, com o Teatro José de Alencar, na
cidade de Fortaleza, e o Teatro da Ribeira dos Icós, em Icó, formam a tríade dos teatros-
monumentos existentes no Ceará. A Praça do Teatro São João é um dos mais importantes
espaços culturais de Sobral.
Museu Diocesano Dom José de Sobral - Possui um acervo de quase cinco mil peças,
considerado o 5º do Brasil em arte-sacra e decorativa, pelo Conselho Internacional de
Museus (Icom). Fundado em 1951 e inaugurado em 1971, o Museu Diocesano, atual Museu
Dom José, conserva a memória de Sobral e dos municípios norte-cearenses.
Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

Requalificação:
Praça Samuel Pontes (obra concluída)
Praça Senador Figueira (obra concluída)
Museu do Eclipse (obra concluída)
Praça do Menino Deus
Restauração:
Museu Dom José
Museu Madi
Galpões da antiga Fábrica de Tecidos (Campus da UFC)
Memorial da Indústria Têxtil (Serviços Administrativos, Biblioteca Central, e Centro de
Convivência/Refeitório Central)
Palacete Chagas Barreto (apoio ao Teatro São José)
Casa Mendes Carneiro (implantação da Casa do Professor)
Igreja do Menino Deus
Abrigo Sagrado Coração de Jesus
Teatro Apolo (implantação do Instituto de Urbanismo de Sobral)
Igreja das Dores

Livro traça perfil da preservação


do patrimônio histórico de Sobral
Por admin, 27 de outubro de
2013 ATUALIZADO EM 27 DE
OUTUBRO DE 2013 ÀS 21:48:08
 
O acervo do sitio é o maior do
Estado, com 1200 imóveis tombados
somente na área de proteção
rigorosa

Sobral. O professor de Arquitetura e


ex-superintendente do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) no Ceará, Romeu
Duarte Junior, lançou nesta semana
sua obra intitulada “Sítio Histórico de
Sobral – Monumento Nacional”, que
trata da história da cidade, do
processo social e histórico de
formação urbana e do levantamento
da trajetória da preservação urbana
do País e do mundo.

Sítio preservado
Arquitetura original

O conjunto arquitetônico da “Princesa do Norte” mantém,


predominantemente, a arquitetura original. Assim se destaca o Teatro São
João (no alto), casa de espetáculo construída em 1889. Do mesmo modo,
percebe-se o acervo patrimonial formado pelas casas localizadas na Rua
Lúcia Sabóia e ainda o solar da família Mont´Alverne, erguido em 1916, e a
Casa da Cultura, construída por volta de 1856, para moradia do padre
Francisco Jorge de Sousa. Acima, o Centro de Ciências e Línguas, construido
em 1926, em estilo neoclássico, situado na Praça Meruoca, atual Praça de
Cuba. A edificação funcionou no passado como clube recreativo Fotos: Jéssyca
Rodrigues/ Luiz Queiroz
Tendo sido superintendente do Iphan de 1997 a 2008, Romeu conta que
participou ativamente do processo de tombamento dos sítios históricos do
Estado, que iniciou com o de Icó, em 1998, seguido pelo de Sobral, em 14 de
agosto de 1999, e de Aracati, em 2000.

De acordo com o autor, Sobral apresentou um plano de preservação urbana que


por vezes integrou o Iphan, o Governo do Estado e a Prefeitura em atividades
conjuntas. Com isso, foi possível realizar um grande número de intervenções na
áreas de documentação e identificação do sítio histórico. “Todo ele foi
inventariado a fim de criar uma base fidedigna para realizar o trabalho de
gestão. Foi realizada uma série de restauros e adaptações ao novo uso ou
manutenção de uso e uma grande promoção e divulgação do que foi feito na
cidade”, disse.

O projeto do livro nasceu em 2003, quando o autor ainda estava no mestrado, e


tomou forma em 2008, época que saiu do órgão federal e se dedicou ou
doutorado. “Fui cursar meu doutorado na Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo de São Paulo, e em minha tese escolhi Sobral para melhor entender
a dimensão do sitio histórico como monumento, como documento, como
empreendimento e como instrumento de soerguimento do nível da qualidade de
vida dos habitantes”, disse.

Um dos diferenciais da cidade apontado por Romeu foi o intenso projeto de


planejamento e trabalho conjunto com os parceiros, fatores que faltaram em
outros locais.

Valorização

“A preservação do patrimônio não é uma coisa isolada, e sim uma faceta do


urbanismo e do planejamento urbano”, observou. Como exemplo, ele cita a
valorização das Margens Esquerda e Direita do Rio Acaraú.

“Essas estão próximas à Igreja das Dores e da Igreja Matriz, que, por sua vez,
também estão sendo restauradas. Em frente à margem encontra-se a antiga
fábrica de tecidos de Sobral, que hoje é um campus da Universidade Federal do
Ceará (UFC).

O sitio histórico de Sobral é o maior do estado, com 1200 imóveis tombados só


na área de proteção rigorosa, tendo uma imensa vantagem numérica em
comparação aos outros três sítios. O número de imóveis torna-se uma
desvantagem quando se fala em poluição visual, principalmente no centro
comercial.

“Ele talvez seja o que apresenta uma maior quantidade de imóveis


descaracterizados, de poluição visual, principalmente nas áreas comerciais. Mas
as demais cidades não se caracterizam como polos econômicos como Sobral.
Onde há muita riqueza há uma possibilidade muito grande de transformação do
espaço urbano. O que queremos é que essa pujança econômica dê as mãos à
preservação do patrimônio”, destacou.

Mobilização

O município também se destaca pela manifestação popular em favor do


tombamento. Este foi solicitado ao Iphan por meio de uma abaixo assinado que
reuniu mais de 2500 assinaturas.

“As lideranças populares atingiram um grupo bem eclético de pessoas. Mas


mesmo hoje ainda há algumas dificuldades de proprietários compreenderem a
importância do tombamento e até mesmo se beneficiarem do que aconteceu no
período pós tombamento”. Quando o imóvel é tombado, as intervenções devem
ser realizadas a partir daquilo que é entendido como pertinente pelo órgão
responsável pela proteção do sítio, como o Iphan, no caso, que é responsável
pela preservação e manutenção do sítio histórico de Sobral”, comentou.

Participação

“A preservação do patrimônio não é uma coisa isolada, e sim uma faceta do


urbanismo e do planejamento urbano” Romeu Duarte, Professor de
arquitetura.

Intervenções

Romeu Duarte chamou a atenção ainda para o fato de que em casos de que o
morador da cidade que quiser fazer uma intervenção no seu imóvel deverá
contratar um arquiteto.

Em situações de intervenção mais complexa, deve apresentar um requerimento


por escrito no escritório técnico do Iphan na cidade e rapidamente se resolve
através de um parecer.

“O que não pode é descaracterizar ou prejudicar a arquitetura original”. Além da


área tombada que inclui os 1200 imóveis, há ainda a área de entorno que abriga
quase todo o Centro da cidade. Nessa área de entorno tem-se uma determinação
de intervenção mais branda do que na área tombada.
“Sobral tem um inventário de imóveis por quadra. A Prefeitura, juntamente com
o Iphan, estão trabalhando numa portaria de uso e ocupação do solo que dirá
exatamente o que se pode ou não fazer em cada quadra”, detalhou Romeu.

O livro conta com 300 páginas e pode ser adquirido na livraria Lua de Papel, em
Fortaleza, por R$150,00. As fotos são de autoria do fotógrafo Leopoldo
Kaswiner e as ilustrações, incluindo a da capa, do arquiteto Campelo Costa.

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