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anos

GUIA DE LEITURA
Magda Azevedo
O rabo do esquilo
Lara Xavier Ilustrações de Bernardo Carvalho
Apresentação da obra
Como pode um esquilo perder o seu próprio rabo? Ora pois pode! E vejam só
tudo o que ele fez para o encontrar! E tanta gente que veio para o ajudar!
Veio o polícia e o médico, a professora e os bombeiros, veio a costureira e o
carpinteiro e até a cabeleireira. Estava mesmo difícil de encontrar o rabo do pobre
do esquilo... Mas venha de lá quem vier, não lhe tentem impingir um rabo que
não seja o original!
No fim de tudo, quem veio pôr cobro a esta história é a mãe do esquilo.
Afinal o rabo perdido só estava molhado e, por isso, não estava nem gordo, nem
felpudo, nem levantado. E, assim, ninguém o conseguia encontrar.

Leitura da obra
Objectivos da leitura

A leitura desta história deverá estimular o ouvinte/leitor a entrar num


divertido jogo de perguntas: que solução irá cada uma das personagens encon-
trar para a situação vivida pelo esquilo? Como reagirá o esquilo a cada uma das
propostas? Assim, será feito o levantamento de diversas hipóteses que poderão
servir para a posterior produção de uma nova história por parte dos ouvintes.
Criar-se-ão também condições para que o ouvinte/leitor atinja um objectivo
essencial: descobrir e experimentar as potencialidades do jogo verbal.

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Previsão do tempo e de sequências-tipo
para as sessões de leitura
Atendendo a que as sessões de leitura podem ocorrer em situação escolar
ou para/extra-escolar, com objectivos, participantes e formato de natureza
diversa, dever-se-ão ponderar diferentes opções.

EXEMPLOS:

1. Em situação de aula
Uma sessão de 45 minutos para a leitura integral da narrativa, em que os
leitores poderão manifestar as suas reacções e reproduzir, oralmente,
algumas unidades rítmicas do texto.
Uma outra sessão de 45 minutos para actividades de exploração textual.
Estas actividades deverão ser criteriosamente seleccionadas em função
dos níveis de desempenho, no âmbito da leitura e da escrita, dos seus des-
tinatários.

2. Em situação para/extra-escolar
A título de exemplo, pode prever-se que a narrativa seja apresentada por um
contador de histórias em clubes de leitura, bibliotecas, livrarias, em contexto
familiar... Assim, sugere-se uma sessão de 45 minutos para leitura integral,
acompanhada de comentários que ajudem a manter a curiosidade das
crianças pelo desenrolar dos acontecimentos, fazendo mesmo pausas para
recolha de expectativas.

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1. Antes da leitura
Antes de cada sessão, o educador deve estabelecer um momento de diálogo
sobre o que vai ser lido como forma de motivação e de apoio à leitura em voz
alta.
Poderá apresentar a capa às crianças e, centrando-se no título, incentivá-las
a ponderar acerca da temática da obra.
Para uma melhor compreensão desta narrativa, o educador poderá também
fornecer informações acerca das diferentes características do animal a que se faz
alusão. Assim, sugere-se a apresentação da imagem de um esquilo, para que os
ouvintes possam proceder a um levantamento das suas características físicas.

2. Durante a leitura
Durante a leitura da história, o educador deverá colocar em evidência o
jogo rítmico do texto. Por hipótese, poder-se-á pedir aos ouvintes a previsão de
uma ou outra unidade rítmica, de modo a relançar-se a expectativa face à
sequência textual, e/ou a previsão da ocorrência do refrão («o esquilo rodopiava /
e sobre o ombro espreitava / mas o rabo não achava»).

3. Após a leitura
a) Para iniciar o trabalho com esta obra, as ilustrações poderão ser fotoco-
piadas e coladas sequencialmente num painel. Em seguida, poder-se-á
pedir às crianças que, partindo das ilustrações, criem, oralmente, uma
nova história e que a partilhem com o resto do grupo.

b) «Brincar com rimas»:

• As crianças procuram no texto as palavras que rimam, copiam-nas


para uma folha e dão-lhes um aspecto gráfico atraente.

EXEMPLOS:
– «alaranjado» rima com «levantado».
– «rodopiava» rima com «espreitava».
– «levantado» rima com «coitado».

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• Poder-se-á, em seguida, pedir-lhes que escolham um dos vocábulos
anotados e que construam, em torno dele, uma família de palavras
(conjunto de palavras com o mesmo radical, ou seja, criadas a partir
da mesma palavra primitiva, e que estão relacionadas etimológica e
morfologicamente – ex.: «médico» → medicação; medicado; medica-
mento; medicável; medicina…).
• As crianças consolidarão e ampliarão o seu vocabulário se se der conti-
nuidade a esta actividade, pedindo-lhes que sugiram, para cada uma
das palavras encontradas, novos vocábulos que com ela rimem.

c) «Teia de personagens»:

• As crianças criam, com a ajuda do educador, uma teia de persona-


gens. No centro da teia deverá estar a personagem principal. Em
seguida, as crianças enunciam as personagens secundárias interve-
nientes na história e que a ela estão ligadas (preenchendo assim o
segundo nível da teia). Por fim, recordam as funções relacionadas
com as profissões das personagens que tentaram ajudar o esquilo
(preenchendo o terceiro nível da teia).

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EXEMPLO:

É…

Pol’cia
Polícia

– Ensinar
– Educar
Pol’cia
… Pol’cia
Médico Pol’cia
ESQUILO Pol’cia
Professora Pol’cia
– Orientar
–…

Costureira Pol’cia
Bombeiro Pol’cia
Carpinteiro Pol’cia
Cabeleireira Pol’cia

… … Pol’cia

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d) «Os animais são nossos amigos»:

• Propor uma pesquisa em livros e/ou na Internet acerca dos hábitos ali-
mentares dos esquilos, do seu habitat, da sua organização social, etc. O
resultado da pesquisa deverá ser exposto num painel, juntamente com
uma representação (pintura, desenho, recorte…) do esquilo.

• As crianças poderão, em seguida, eleger o seu animal preferido e


elaborar uma pesquisa acerca dele, comparando resultados.

e) «Palavras novas e bonitas»:


Propor a elaboração de um glossário: após o levantamento das palavras
que desconhecem, as crianças ordenam-nas alfabeticamente e registam
o seu significado.

EXEMPLOS:
Aparar («aparado»): desbastar; cortar as bordas, pontas e irregularidades.
Arfar: estar ofegante; respirar com dificuldade e de forma apressada.
Auscultar («auscultou»): ouvir os sons do interior do organismo, apli-
cando o ouvido directamente sobre o corpo ou servindo-se de instru-
mentos auxiliares (como o estetoscópio).
Esmorecer («esmoreceu»): perder o ânimo, as forças.
Felpudo: que tem muito pelo.
Postiço: artificial, que não é natural.
Prótese: peça artificial que substitui um órgão ou parte dele.
Rodopiar («rodopiava»): girar constantemente.
Sisal: nome de duas plantas de fibra têxtil.
Zarpar («zarpou»): partir, fugir.

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É importante que a criança seja estimulada a guardar as suas
memórias de leitura: comentários a personagens, episódios, luga-
res…; textos inspirados nas histórias lidas; descobertas motivadas
pelas actividades realizadas; ilustrações…
A organização, pela criança, de uma sequência de registos e de
documentos que considere interessantes permitir-lhe-á construir
um memorando de acontecimentos significativos na sua aventura
pelo mundo da ficção.

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