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LER a partir dos 10 anos

GUIA DE LEITURA
MARIA ALZIRA CABRAL

Alex Ponto Com


Uma aventura virtual
JOSÉ FANHA
Ilustrações de João Fanha
Apresentação da obra
Como explicar o desaparecimento do Alexandre
António, aluno do 8.º E? Nem o seu comportamento
nem as suas amizades fariam prever tal acontecimento.
O Alexandre, que anunciara cerca de um mês e meio antes
do seu desaparecimento que o seu nome passava a ser
Alex Ponto Com, tinha sido visto pela última vez no seu
quarto, a trabalhar no computador.
Os pais, a polícia, os professores e os amigos procu-
ram desvendar este mistério, que se vai adensando à
medida que as investigações avançam. O próprio leitor
não pode também deixar de se envolver nas peripécias
desta história e na procura da solução.

Leitura da obra
A extensão e as características da obra aconselham a leitura silenciosa.
Poder-se-á igualmente combinar a leitura em voz alta1 com a leitura silencio-
sa, como forma de incentivo e de apoio aos leitores menos preparados ou
motivados.
Assim, sugere-se quatro sessões de leitura de 45 minutos: duas em voz
alta, a cargo do adulto, e duas de leitura silenciosa.
1.ª sessão2 (leitura em voz alta): do início da história até ao final da pág. 26.
2.ª sessão (leitura silenciosa): da pág. 27 até ao final da pág. 61.
3.ª sessão (leitura em voz alta): da pág. 64 até ao final da pág. 96.
4.ª sessão (leitura silenciosa): pág. 97 até ao final da história.

1 Numa sessão de leitura em voz alta, é aconselhável que o jovem disponha do seu pró-

prio livro, de forma a seguir o texto que está a ser lido. Por um lado, esta é uma forma de
manter a atenção do jovem durante um período de tempo mais longo; por outro lado, a
ilustração ajuda, em certas situações, a compreender o que está ser ouvido.
2 A primeira sessão poderá, de acordo com as facilidades e apoios informáticos disponí-
veis, exceder os 45 minutos.

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A leitura silenciosa poderá ser feita em casa ou na escola, em espaço extra-
-lectivo. É de admitir que um bom leitor não obedeça a pausas na leitura e leia
a história toda. Isso em nada afectará o diálogo ou as actividades que possam
vir a ser propostas sobre o que foi lido.

1. Antes da leitura
Antes de cada sessão, a propósito do que vai ser lido, o adulto (pai, profes-
sor ou outro) pode estabelecer um diálogo com o jovem como forma de moti-
vação e de apoio à leitura (exemplificado abaixo para as duas sessões de leitura
em voz alta).

1.ª sessão: o jovem manuseia o livro, observando a capa e a respectiva ilus-


tração, a contracapa e a lombada. O título merecerá uma atenção especial:

a) O que sugere o título Alex Ponto Com? O título lembra um endereço


electrónico. Como endereço electrónico, escrever-se-ia www.alex.com.
Várias situações podem ocorrer: (1) o jovem tem um endereço electróni-
co e imediatamente identificará a semelhança; (2) não tem endereço
electrónico mas sabe o que é; (3) não tem endereço electrónico nem
sabe o que é. Nesta última situação, o adulto poderá ajudar o jovem a
criar o seu próprio endereço electrónico ou pedir a alguém apoio nessa
tarefa, naquele momento ou mais tarde. Deve ainda explicar que a abre-
viatura «com» é o sufixo (em qualquer parte do mundo) dos endereços
electrónicos pertencentes às organizações comerciais.

b) O que significa a palavra «virtual»? A palavra «virtual» vem do latim


virtuale, que significa «susceptível de se exercer ou realizar». Neste
caso, a palavra «virtual» está ligada ao ciberespaço ou espaço virtual,
criado através do uso dos novos meios de comunicação, em especial a
internet. No espaço virtual, as pessoas encontram-se, conversam, tro-
cam mensagens e comentários, podem jogar jogos de estratégia, de
lutas, de lógica, de naves, de carros, de plataformas, etc. Este espaço
virtual pode ser semelhante à realidade, proporcionando sensações
físicas (visuais, auditivas e tácteis) e psicológicas (medo, bem-estar,
surpresa, etc.).

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c) A propósito da palavra «virtual», o adulto pode fornecer um mini-glossá-
rio com alguns termos tecnológicos que o aluno irá encontrar durante a
leitura: biónico, castpoding, chat, chat room, download, e-mail, hardware,
histórico da net, internet, Messenger, mp3, net, password ou senha, post,
site, software, wallpaper, etc. Alguns desses termos remetem para situa-
ções da história que poderão ser objecto de diálogo oportuno. Porém,
não é a vertente tecnológica do livro que deve ser valorizada, mas sim a
narrativa. O interesse e a curiosidade que o jovem possa revelar pelos
aspectos tecnológicos poderão ser posteriormente aproveitados em
espaços próprios – clubes de informática, aulas sobre novas tecnologias,
etc. – com professores conhecedores da matéria.

3.ª sessão: diálogo sobre o excerto da obra que foi objecto de leitura silen-
ciosa (2.a sessão). Por exemplo: a descodificação da mensagem de Alex; algu-
mas personagens e a sua participação na acção (dona Maria dos Prazeres, dona
Lurdinhas, dona Albertina, o Xico da farmácia); como desapareceu o Paulo;
como aparece pela primeira vez o nome Maspúcia, etc. Ler em voz alta o poema
de Ruy Belo que é referido na pág. 36. O jovem pode guardar no seu dossiê uma
cópia deste poema:

E tudo era possível

Na minha juventude antes de ter saído E tudo se passava numa outra vida
da casa de meus pais disposto a viajar e havia para as coisas sempre uma saída
eu conhecia já o rebentar do mar Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
das páginas dos livros que já tinha lido
Só sei que tinha o poder duma criança
Chegava o mês de Maio era tudo florido entre as coisas e mim havia vizinhança
o rolo das manhãs punha-se a circular e tudo era possível era só querer
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
Ruy Belo, Homem de Palavra[s] (5.ª ed.),
Lisboa, Editorial Presença, 1999

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2. Durante a leitura
Durante a leitura, poderão ser feitas curtas interrupções, quando consi-
deradas oportunas – só em contexto é possível avaliar dessa oportunidade –,
(1) para fornecer uma informação, como, por exemplo, o significado de uma pala-
vra, (2) para solicitar que o jovem exprima o seu ponto de vista sobre uma situa-
ção da história e (3) para observar uma ilustração, relacionando-a com o texto.
Estes momentos visam tornar a audição mais leve e aliciante, mas não
devem afastar a atenção do jovem do enredo da história.

3. Depois da leitura
Códigos e charadas
Códigos
O jovem pode criar códigos matemáticos para enviar mensagens curtas e
com sentido – pode criar o seu próprio código e pedir aos colegas/amigos que,
através da decifração de uma mensagem, reconstituam esse código.

EXEMPLOS:

1. Mensagem: Café dos Poetas, hoje, às sete da tarde.

5 2 13 11 7 43 61 47 43 11 67 2 61 , 19 43 29 11 ,

2 61 61 11 67 11 7 2 67 2 59 7 11 .

Código utilizado1: números primos.

a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z
2 3 5 7 11 13 17 19 23 29 31 37 41 43 47 53 59 61 67 71 73 79 83

1 Para simplificar o código, ignoram-se as letras K, W e Y, por serem pouco usadas em


português.

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2. Mensagem: Não posso sair hoje.

39 3 42 45 42 54 54 42 54 3 27 51 24 42 30 15 .

Código utilizado1: múltiplos de 3.

a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69

Outras sugestões: criar códigos com os números pares, com os números


ímpares, com os quadrados perfeitos, etc.

Charadas
A charada tem uma interpretação menos objectiva que o código. A mensa-
gem de Alex (pág. 27) é uma charada. Baseia-se na interpretação e pode ter lei-
turas diversas.

EXEMPLO:

O Joaquim desapareceu da sua aldeia. Todos o procuram, até que desco-


brem um papel amarrotado caído numa estrada pouco percorrida. É a letra do
Joaquim. Lê-se:

D. Afonso Henriques em Zamora.


A Carochinha varreu-a. Onde está Joaquim?
A criança constrói-o com areia molhada.

Solução: O Joaquim está prisioneiro na cozinha do castelo.


D. Afonso Henriques foi feito prisioneiro na tomada de Zamora.
A Carochinha varreu a cozinha. As crianças constroem castelos
com areia molhada.

1 Para simplificar o código, ignoram-se as letras K, W e Y, por serem pouco usadas em


português.

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Reconto com apoio do PowerPoint
Terminada a leitura da obra, pode pedir-se aos jovens que, individualmente
ou em grupo, organizem uma apresentação da história em PowerPoint. Não se
trata propriamente de um reconto, mas de esquemas que suscitem o diálogo,
permitindo abordar os aspectos principais da história.

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É importante que a criança
seja estimulada a guardar
as suas memórias de leitura:
comentários a personagens,
episódios, lugares…; textos
inspirados nas histórias lidas; descobertas moti-
vadas pelas actividades realizadas; ilustrações…
A organização, pela criança, de uma sequência
de registos e de documentos que considere
interessantes permitir-lhe-á construir um
memorando de acontecimentos significativos
na sua aventura pelo mundo da ficção.

Guias de leitura também disponíveis on-line,


em www.junior.te.pt/guiasdeleitura.

9 781111 118525

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