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GUIA DE LEITURA
MARIA ALZIRA CABRAL
Leitura da obra
A extensão e as características da obra aconselham a leitura silenciosa.
Poder-se-á igualmente combinar a leitura em voz alta1 com a leitura silencio-
sa, como forma de incentivo e de apoio aos leitores menos preparados ou
motivados.
Assim, sugere-se quatro sessões de leitura de 45 minutos: duas em voz
alta, a cargo do adulto, e duas de leitura silenciosa.
1.ª sessão2 (leitura em voz alta): do início da história até ao final da pág. 26.
2.ª sessão (leitura silenciosa): da pág. 27 até ao final da pág. 61.
3.ª sessão (leitura em voz alta): da pág. 64 até ao final da pág. 96.
4.ª sessão (leitura silenciosa): pág. 97 até ao final da história.
1 Numa sessão de leitura em voz alta, é aconselhável que o jovem disponha do seu pró-
prio livro, de forma a seguir o texto que está a ser lido. Por um lado, esta é uma forma de
manter a atenção do jovem durante um período de tempo mais longo; por outro lado, a
ilustração ajuda, em certas situações, a compreender o que está ser ouvido.
2 A primeira sessão poderá, de acordo com as facilidades e apoios informáticos disponí-
veis, exceder os 45 minutos.
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A leitura silenciosa poderá ser feita em casa ou na escola, em espaço extra-
-lectivo. É de admitir que um bom leitor não obedeça a pausas na leitura e leia
a história toda. Isso em nada afectará o diálogo ou as actividades que possam
vir a ser propostas sobre o que foi lido.
1. Antes da leitura
Antes de cada sessão, a propósito do que vai ser lido, o adulto (pai, profes-
sor ou outro) pode estabelecer um diálogo com o jovem como forma de moti-
vação e de apoio à leitura (exemplificado abaixo para as duas sessões de leitura
em voz alta).
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c) A propósito da palavra «virtual», o adulto pode fornecer um mini-glossá-
rio com alguns termos tecnológicos que o aluno irá encontrar durante a
leitura: biónico, castpoding, chat, chat room, download, e-mail, hardware,
histórico da net, internet, Messenger, mp3, net, password ou senha, post,
site, software, wallpaper, etc. Alguns desses termos remetem para situa-
ções da história que poderão ser objecto de diálogo oportuno. Porém,
não é a vertente tecnológica do livro que deve ser valorizada, mas sim a
narrativa. O interesse e a curiosidade que o jovem possa revelar pelos
aspectos tecnológicos poderão ser posteriormente aproveitados em
espaços próprios – clubes de informática, aulas sobre novas tecnologias,
etc. – com professores conhecedores da matéria.
3.ª sessão: diálogo sobre o excerto da obra que foi objecto de leitura silen-
ciosa (2.a sessão). Por exemplo: a descodificação da mensagem de Alex; algu-
mas personagens e a sua participação na acção (dona Maria dos Prazeres, dona
Lurdinhas, dona Albertina, o Xico da farmácia); como desapareceu o Paulo;
como aparece pela primeira vez o nome Maspúcia, etc. Ler em voz alta o poema
de Ruy Belo que é referido na pág. 36. O jovem pode guardar no seu dossiê uma
cópia deste poema:
Na minha juventude antes de ter saído E tudo se passava numa outra vida
da casa de meus pais disposto a viajar e havia para as coisas sempre uma saída
eu conhecia já o rebentar do mar Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
das páginas dos livros que já tinha lido
Só sei que tinha o poder duma criança
Chegava o mês de Maio era tudo florido entre as coisas e mim havia vizinhança
o rolo das manhãs punha-se a circular e tudo era possível era só querer
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
Ruy Belo, Homem de Palavra[s] (5.ª ed.),
Lisboa, Editorial Presença, 1999
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2. Durante a leitura
Durante a leitura, poderão ser feitas curtas interrupções, quando consi-
deradas oportunas – só em contexto é possível avaliar dessa oportunidade –,
(1) para fornecer uma informação, como, por exemplo, o significado de uma pala-
vra, (2) para solicitar que o jovem exprima o seu ponto de vista sobre uma situa-
ção da história e (3) para observar uma ilustração, relacionando-a com o texto.
Estes momentos visam tornar a audição mais leve e aliciante, mas não
devem afastar a atenção do jovem do enredo da história.
3. Depois da leitura
Códigos e charadas
Códigos
O jovem pode criar códigos matemáticos para enviar mensagens curtas e
com sentido – pode criar o seu próprio código e pedir aos colegas/amigos que,
através da decifração de uma mensagem, reconstituam esse código.
EXEMPLOS:
5 2 13 11 7 43 61 47 43 11 67 2 61 , 19 43 29 11 ,
2 61 61 11 67 11 7 2 67 2 59 7 11 .
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z
2 3 5 7 11 13 17 19 23 29 31 37 41 43 47 53 59 61 67 71 73 79 83
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2. Mensagem: Não posso sair hoje.
39 3 42 45 42 54 54 42 54 3 27 51 24 42 30 15 .
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69
Charadas
A charada tem uma interpretação menos objectiva que o código. A mensa-
gem de Alex (pág. 27) é uma charada. Baseia-se na interpretação e pode ter lei-
turas diversas.
EXEMPLO:
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Reconto com apoio do PowerPoint
Terminada a leitura da obra, pode pedir-se aos jovens que, individualmente
ou em grupo, organizem uma apresentação da história em PowerPoint. Não se
trata propriamente de um reconto, mas de esquemas que suscitem o diálogo,
permitindo abordar os aspectos principais da história.
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É importante que a criança
seja estimulada a guardar
as suas memórias de leitura:
comentários a personagens,
episódios, lugares…; textos
inspirados nas histórias lidas; descobertas moti-
vadas pelas actividades realizadas; ilustrações…
A organização, pela criança, de uma sequência
de registos e de documentos que considere
interessantes permitir-lhe-á construir um
memorando de acontecimentos significativos
na sua aventura pelo mundo da ficção.
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