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DARWINISMO SOCIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO BRASIL ATUAL

1. INTRODUÇÃO
2.1 CHARLES DARWIN E A ORIGEM DAS ESPÉCIES
2.2 DARWINISMO SOCIAL
2.3 O DARWINISMO SOCIAL NO CONTEXTO PÓS-ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
NO BRASIL
2.4 CONSEQUÊNCIAS NO BRASIL ATUALMENTE
3. CONCLUSÃO
4. REFERÊNCIAS

2.1 CHARLES DARWIN E A ORIGEM DAS ESPÉCIES


Em dezembro do ano de 1831, Charles Darwin foi convidado a embarcar no brigue HMS
Beagle, navio pertencente a marinha real britânica, para uma expedição na América do
Sul, que duraria cerca de 5 anos. O objetivo da viagem não era tão nobre, tendo como
objetivo o de encontrar lugares com recursos naturais a serem explorados pela coroa.
Porém, deu uma oportunidade ao recém-formado Darwin de observar e estudar diferentes
espécies em diferentes continentes, além da geologia e biologia dos países visitados
(UFMG, ).
Em sua chegada ao Brasil, após pequenas estadias em Fernando de Noronha e em
Salvador, ele se posa no Rio de Janeiro, onde morou por cerca de 4 meses. Segundo
Darwin: “

Todas essas novas revelações realizadas após suas viagens na América do Sul e
Oceania corroboraram com as ideias de evolucionistas de Darwin, que em 1852 (vinte
anos após sua estadia no Brasil) lançaria sua grande epopeia, “A Origem das Espécies”.
É interessante considerar o contexto do qual o livro foi lançado, onde a ciência e a religião
ainda não tinham sido completamente separadas. Era um consenso entre os cientistas
naturais que as espécies eram criadas e fixadas em seus hábitats naturais por Deus,
numa visão crista de ser ver a natureza. Darwin então causou uma verdadeira revolução
no âmbito do conhecimento da natureza, mudando todo o paradigma estabelecido.
E assim, não demorou muito para que as visões evolucionistas de Darwin
transbordassem para outras ciências, como a filosofia e sociologia.
2.2 DARWINISMO SOCIAL
O primeiro sociólogo a tentar adaptar as ideias evolutivas de Darwin no contexto social foi
o britânico Herbert Spencer, que já tinha desenvolvido teorias e hipóteses antes mesmo
do lançamento da “Origens das Espécies”, espelhadas nas ideias naturalistas vigentes da
época, como a do francês Jean-Baptiste Lamarck.
Spencer era adepto da teoria que o evolucionismo era um princípio vital em todas as
esferas científicas, não só nas ciências da natureza. Assim, ele sintetizava todos os
fenômenos que ocorrem na sociedade como consequência do processo de seleção, que
inevitavelmente levaria a sociedade ao progresso. (José Costa Júnior, 2018)

“Há assim um elo entre evolução, sociedade e moralidade que,


uma vez descoberto, serviria de fundamento para o
estabelecimento de uma moralidade adequada para os seres
humanos – uma ética evolucionista” (José Costa Júnior, 2018)

O objetivo final seria a produção de uma sociedade igualitária, com a extinção dos
humanos inferiores e menos aptos, ideia correlata a frase famosa frase “sobrevivência do
mais apto”, cunhada por Spencer, porém muitas vezes atribuída a Darwin. Com isso, não
seria necessário o Estado intervir na situação dos pobre e dos inaptos, se aproximando
então do conceito de sociedade perfeita, mediante a mesma.
Essa teoria de Spencer se alastrou por toda a Europa e América do Norte, resultando em
um movimento, próximo ao final do século XIX, de sociólogos que incorporaram as ideias
de Spencer e ampliaram, transformando em algo mais agressivo e focado em classes e
grupos sociais.
Esse movimento seria conhecido mais tarde como “Darwinismo Social”, termo
popularizado pelo historiador americano Richard Hofstadter, conceituado como base a

“uperioridade racial, social e cultural, a qual afirmava que a


sociedade se dividia em grupos superiores e inferiores, e
consecutivamente os inferiores deveriam ser aperfeiçoados
pelos superiores. (Maria Carolina de Liberali de França e
Luciana Caetano da Silva, 2013).

Essa ideias de Spencer foram, no fim do século

Segundo José Costa Júnior , o Darwinismo Social:


“trata-se de fundamentar hipóteses políticas e morais a partir
de sua leitura da perspectiva evolucionista, com vistas a
desenvolver uma filosofia integralizadora – ou um “sistema de
filosofia sintética”, conforme intitulou a produção científica e
filosófica centrada na ideia de evolução, que começou a
publicar na década de 1860.”

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