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Lilian Schwarcz aponta que a Europa possui uma cultura j bem antiga de
tratar a diferena dos outros povos em termos de inferioridade.
A descoberta de que os homens eram profundamente diferentes entre si
sempre levou criao de uma cartografia de termos e reaes. Os romanos
chamavam de brbaro a todos aqueles que no fossem eles prprios; ou
seja, toda a humanidade que surgia no frgil continente europeu naquele
contexto. A cristandade do Ocidente designou de pago ao mundo todo que
fugia ao universo cristo, como se fosse possvel dividir os homens a partir
de um nico critrio religioso. Da mesma maneira, a orgulhosa cincia
determinista e positiva de finais do sculo, classificou como primitivos aos
povos que no eram ocidentais, sobretudo os estranhos povos da Amrica
(Schwarcz, 2005, p. 113).
O historiador Sergio Buarque de Hollanda afirma em seu livro Razes do
Brasil que quando do incio da explorao comercial da sia e da frica, era l que se
situava o paraso terrestre. Na poca da chegada dos europeus na Amrica, essa
concepo de paraso foi transposta para o novo continente. Lilia Schwarcz coloca que
a curiosidade europia estava mais interessada nessas novas gentes to estranhas em
seus costumes e civilizao do que propriamente na grande e extica fauna e flora
locais.
Dado este pano de fundo acerca das teorias vigentes no perodo, vamos
agora conhecer como se deu a implantao do museu no Brasil e algumas das principais
instituies.
A vinda da famlia real portuguesa para o Brasil, em 1808, marca uma srie
de transformaes importantes na ento Colnia, entre elas a criao de
estabelecimentos cientficos. No entanto, Lilia Schwarcz aponta que a maior parte
desses estabelecimentos viveu momentos de maturidade e de aparelhamento
institucional a partir dos anos 1870. quando se percebe no s uma maior autonomia,
mas um papel mais destacado de diferentes instituies brasileiras como as faculdades
de medicina e de direito, os institutos histricos e geogrficos e os museus de
etnografia.
Nesses locais, a questo racial esteve presente ora como tema de anlise, ora
como objeto de preocupao. Schwarcz esclarece que havia a certeza de que os destinos
da nao passavam por essas instituies e a confiana de que era necessrio
transformar seus conceitos em instrumentos de ao e de modificao da prpria
realidade.
Museu Nacional
Museu Paulista
Museu Paraense