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Cavitação
em bombas
centrífugas
Entenda este fenômeno e suas principais
consequências no processo de bombeio
Entrevista
Mecânica Instrumentação José Erminio
Nesta edição, saiba como a Tecnologia de ponta para Cassemiro fala
disciplina de MECÂNICA detecção de gases (pag.36) sobre embarques e
atua nos projetos. (pag.44) desembarques de
plataformas [pag.46]
Soluções Metso para
Monitoramento de Vibração e
Proteção de Máquinas Rotativas
O sistema Metso DNA Machine Monitoring é uma solução on line para monitorar e
analisar com base na vibração as condições mecânicas dos equipamentos rotativos como:
motores, bombas, ventiladores, redutores e turbinas. Através desse sistema é possível
diagnosticar falhas em rolamentos, folgas mecânicas, desgastes e danos em engrenagens.
Com a sua compatibilidade, o sistema Metso DNA garante start-ups mais rápidos, paradas
mais curtas e alta disponibilidade. O sistema ajusta-se às necessidades do processo
industrial e aos requisitos de ajustes e mudanças durante todo o ciclo de vida.
Os desafios da
Ano 1 • Número 3 • 2013
A
centrífugas
EntEnda EstE fEnômEno E suas prinCipais
ConsEquênCias no proCEsso dE bombEio
endimento desempenha um
A Revista Engeworld é uma
papel fundamental na obten- publicação mensal e dirigida
ção de bons resultados, mas aos profissionais de projetos
essa definição ocorre somente da engenharia brasileira
por meio da coordenação dos esforços das dife- Publisher
rentes disciplinas envolvidas na sua elaboração. Sandra L. Wajchman
engeworld@engeworld.com.br
Se, por um lado, a variedade de itens envolvi-
Editor e Jornalista
dos no detalhamento e no gerenciamento de um Responsável
projeto de engenharia demanda profundo conhe- Gabriela Alves (MTB 32.180/SP)
cimento técnico em determinadas áreas de atua- gabriela@engeworld.com.br
ção, por outro, exige dos profissionais uma visão Reportagem
Gabriela Alves
abrangente de todo o projeto. Considerando essas Colunista
necessidades, nossas edições têm se debruçado sobre os diferentes aspectos vinculados Cynthia Chazin Morgensztern
à elaboração de um empreendimento, e este mês não poderia ser diferente. / Daniela Atienza Guimarães e
Sérgio Roberto Ribeiro
Nesta edição damos sequência a uma série de matérias iniciada em fevereiro úl- de Souza
timo para o detalhamento de todas as etapas de implantação de projetos de gran-
Gerente Comercial
de porte. A matéria deste mês trata das atividades da engenharia mecânica e mostra Alex Martin
como ela se relaciona com as demais disciplinas de engenharia durante a elaboração Telefone: (11) 5539-1727
de um projeto. Celular: (11) 99242-1491
alex@engeworld.com.br
Aspectos descritivos e técnicos são abordados em diferentes artigos. Um deles re-
Fernando Polastro
trata de maneira simples a operação dos motores elétricos, outro relembra os con- Telefone/Fax: (11) 5081-6681
ceitos que envolvem o dimensionamento de cabos de potência. Informações sobre Celular: (11) 99525-6665
as causas e os problemas ocasionados pela cavitação em bombas centrífugas estão fernando@engeworld.com.br
reunidas em um terceiro artigo. Direção de Arte
Estúdio LIA / Vitor Gomes
A publicação aborda ainda as dificuldades das indústrias no gerenciamento de
Engeworld
frotas de detectores de gases e apresenta os serviços prestados por concessão por
Rua Tamoios, 302 - cj 01
empresas especializadas nesse tipo de atividade. Ela trata também da evolução dos Jd. Aeroporto / São Paulo - SP
sistemas de automação CAD e CAE usados em projetos de engenharia. Boa leitura! CEP: 04630-000
www.engeworld.com.br
Sandra L. Wajchman
Publisher
Dimensionamento correto
Determina a eficiência Do sistema
sionado reduz a capacidade instalada da
planta, um sistema superdimensionado
também compromete a operação. No
caso das mineradoras, onde o equipa-
mento é submetido a condições muito
trabalho e a carga a que será submetido
o rolete. “Nos equipamentos que traba-
lham 24 horas por dia, os rolamentos
dos roletes são dimensionados para
uma vida útil teórica de 30.000 horas”,
realidade do nosso país. A apresentação crescimento. Será inevitável que
da revista está excelente, vocês real- grandes investimentos nas áreas de
adversas, outros fatores devem ser ob- ele detalha. “Logo, em função da veloci-
O projeto de um transportador de correias em mineradora envolve servados no dimensionamento do trans- dade da correia, devemos selecionar os
portador. Entre eles estão características rolos para que não trabalhem acima de
muitas variáveis relacionadas à operação e vai muito além de como a temperatura do material trans- 500 rotações por minuto (rpm).” Des-
definir o layout, velocidade e largura do sistema portado, a distância a ser percorrida, ti-
pos de roletes, tensão máxima (determi-
sa forma, ele salienta que rotações altas
provocarão várias paradas para troca de
manuseio de sólidos está muito inte- por tempos de alta demanda e gran-
De acordo com Maurício Zuquim,
M
chefe do departamento de manutenção Pontos críticos
uito utilizada nos transportador de correias segue sempre transportador deve estar adequado a exi- da Samarco, que produz minério de Além do diâmetro, Zuquim destaca
mais diversos proces- o mesmo princípio, independentemente gências específicas da operação, como a ferro para exportação, o rolamento apli- que outro ponto de cuidado nos tambo-
sos produtivos, a tec- da sua aplicação. adequação de seu layout, a facilidade de cado em roletes e tambores constitui o res é o dimensionamento do eixo. Isso
nologia de transpor- Partindo do conceito de que o di- instalação e de manutenção. A confiabi- item responsável pelo maior número de porque tal dispositivo deve ser calculado
ressante. Foram abordados aspectos des projetos, vejo que vocês deram um
tadores de correias mensionamento do sistema impacta lidade do sistema, nesse caso, é funda- falhas em uma correia transportadora. para suportar as tensões de operação,
ganha maior visibilidade nas minerado- toda a produção, já que o transportador mental, já que seu desempenho interfere “Devido à grande quantidade de roletes evitando a flexão excessiva e, por conse-
ras, siderúrgicas e terminais marítimos é responsável pela alimentação de insu- em toda a produção. numa correia, devemos ter um cuidado quência, a sobrecarga nos rolamentos e
de embarque de minério, situações em mos e/ou o escoamento do produto, ele A capacidade do equipamento é de- especial ao dimensionar este compo- a quebra do eixo por fadiga. Ele ressalta
que é submetida às condições mais deve ser calculado com base numa visão finida pela sua velocidade de operação nente”, ele explica. ainda que o projeto do sistema transpor-
adversas de operação. Apesar dessa pe- global do processo. Além de atender a e largura, constituindo um item funda- Zuquim destaca que o projeto de tador deve considerar o fator de enchi-
como também alguns pontos de aten- onda para o que virá pela frente.
Gostaria de parabenizá-los ção para evitar problemas de operação Muito bem vindos à engenharia do
pela revista. e manutenção ao longo da vida útil do Brasil!
Conversando com os colegas equipamento.
há um consenso de que estava fazendo O Brasil é reconhecidamente um país Daniel de Barros Lima Bueno
falta uma revista como esta, dirigida promissor, aqui há muitas oportu- Mechanical Engineer
a projetos de engenharia dentro da nidades e um enorme potencial para PDG - Hatch
Caro Leitor, a Revista Engeworld tem o enorme prazer em escutá-lo. Para o envio de críticas,
sugestões ou elogios, entre em nosso site www.engeworld.com.br e faça o seu contato.
Índice
06 notícias 36 Instrumentação
Tecnologia de ponta para
detecção de gases
40 coluna RH
08 Elétrica - artigo
Motores Eléticos
Liderança hoje. Se você é
líder ou deseja se tornar
um, reflita!
42 Coluna qualidade
46 Entrevista
Embarques e desembarques
27
de plataformas
Cabos de potência
O dimensionamento demanda rigor em sua
elaboração 50 infografia
Conheça os diferentes tipos
de plataformas
34 coluna de segurânça
A importância do gerenciamento de riscos em
projetos
52 biodiesel
Conheça os tipos de biodiesel
Atrasos levam
Petrobras a encomendar
plataformas à China
A Petrobras transferiu para o exterior
parte das obras de pelo menos quatro
plataformas para o pré-sal da bacia de
Santos. O cronograma brasileiro estava
atrasado por deficiências nos estaleiros
Inhaúma (RJ) e Rio Grande (RS).
Parte do processo de conversão de três onerosa (P-75, P-76 e P-77) virão para em descumprimento das regras ou
navios em plataformas (P-75, P-76 e o Brasil para continuação das obras de dos percentuais de conteúdo local
P-77) para a área da cessão onerosa se- conversão”, informou a Petrobras. estabelecidas nos contratos. Os servi-
rão realizados no estaleiro chinês Cos- Segundo a petrolífera, a realização ços a serem realizados no país asiático
co, além de metade de um dos cascos de obras das plataformas P-75, P-76, representam menos de 3% do valor
de uma plataforma replicante (P-74). P-77 (cessão onerosa) e P-67 (FPSO total dos contratos para construção das
“Todos os demais cascos para a cessão replicante) na China não implicará plataformas.
Petrobras descobre
petróleo em mais um
Biogás terá investi- poço do pré-sal da bacia
mento de R$ 45 milhões de Santos
Unidade dará apoio A Aneel (Agência Nacional de Energia A Petrobras anunciou a descoberta de
logístico ao Superporto Elétrica) aprovou um projeto de pesquisa petróleo de boa qualidade no sexto posto
do Açu e desenvolvimento da Chesf (Compa- perfurado pela companhia na área de
A LLX, empresa de logística do grupo nhia Hidro Elétrica do São Francisco), cessão onerosa Florim, no pré-sal da
EBX, obteve uma licença de instalação orçado em R$ 45 milhões, para geração bacia de Santos. O poço 1-BRSA-1116-
do Inea (Instituto Estadual do Ambien- de energia a partir de resíduos sólidos -RJS (1-RJS-704) encontra-se sob
te) para a construção de uma unidade e efluentes líquidos agroindustriais. O 2.009 metros de profundidade, mas sua
da Intermoor no complexo industrial projeto prevê a criação de uma platafor- perfuração deverá prosseguir até atingir
do Superporto do Açu. A unidade ofere- ma de valorização energética de resíduos cerca de 6.100 metros – nível previsto em
cerá apoio logístico e serviços especia- em Pernambuco e de um laboratório es- contrato. “Após concluída a perfuração,
lizados à indústria de óleo e gás, e estará pecializado em biogás, e estabelece ainda um teste de formação será executado para
localizada na margem direita do canal a implantação, operação e manutenção avaliar a produtividade dos reservatórios”,
do TX2 (terminal onshore do empreen- de quatro usinas de geração de energia informou a Petrobras. Pelo contrato, a
dimento). A companhia de logística irá elétrica movida a biogás com capacidade fase exploratória deverá terminar até
atender a empresas como a Petrobras, a total instalada de 2,4 MW conectadas à setembro de 2014, quando poderá ser
Shell e a OGX, entre outras empresas. rede de distribuição. declarada a comercialidade da área.
MOTORES ELÉTRICOS
Aspectos básicos para uma seleção adequada
C
om a finalidade de acionar rente contínua depende de uma fonte de Os motores síncronos têm velocidade
equipamentos mecâni- corrente contínua ou de um dispositivo constante, independentemente da varia-
cos, entre outros itens, os capaz de converter a corrente alternada da ção da carga e, por isso, são usados quan-
motores elétricos trans- rede elétrica. do se necessita de uma maior estabilidade
formam energia (potência Eles podem funcionar com veloci- de velocidade. Eles também podem ser
elétrica) em energia mecânica (potência dade ajustável entre amplos limites e se empregados em situações que deman-
mecânica). Devido à características como destinam a controles de grande flexibi- dam altas potências e que acabam com-
simplicidade de funcionamento, robustez lidade e com elevada precisão. Por isso, pensando seu custo mais elevado.
e baixo custo, seu uso é intenso nas indús- seu uso é restrito a casos especiais em Os motores assíncronos têm velocida-
trias. Estima-se que quase 70% de toda a que as exigências de uma dada aplica- de variável, dependendo da variação da
energia consumida nas instalações indus- ção compensam o elevado custo de sua carga. Devido à sua simplicidade, robus-
triais se destinem ao acionamento dos instalação e manutenção. tez e baixo custo é o motor mais utiliza-
motores elétricos. Os motores de corrente alternada ten- do, sendo adequado para quase todos os
Existem dois tipos de motores atual- dem a ser mais utilizados porque a própria tipos de máquinas.
mente: os de corrente contínua (cc) e de distribuição da rede de energia elétrica é O motor assíncrono é constituído pe-
corrente alternada (ca) feita em corrente alternada, e dividem-se los seguintes elementos
O funcionamento dos motores de cor- entre síncronos e assíncronos. Estator: um circuito magnético
estático, constituído por chapas
ferromagnéticas empilhadas e
isoladas entre si;
Bobinas: localizadas em cavidades
abertas no estator e alimentadas pela
rede de corrente alternada;
Rotor: constituído por um núcleo
ferromagnético laminado sobre o
qual se encontra um enrolamento ou
um conjunto de condutores paralelos,
nos quais são induzidas correntes
provocadas pela corrente alternada
das bobinas do estator.
O rotor se apoia num veio que transmite
a energia mecânica produzida à carga.
O entreferro (distância entre o rotor e o
estator) é bastante reduzido, de forma a
estreitar a corrente em vazio e, portanto
segundo algarismo
Algarismo Indicação
0 Sem proteção
1 Proteção contra pingos de água na vertical
2 Proteção contra pingos de água até a inclinação de 15º em relação à vertical
3 Proteção contra pingos de água até a inclinação de 60º em relação à vertical
4 Proteção contra respingos vindos de todas as direções
5 Proteção contra jatos de água vindos de todas as direções
6 Proteção contra água de vagalhões
7 Imersão temporária
8 Proteção permanente
Cavitação em
bombas centrífugas
Q
uando aquecemos um líquido sob pressão constante e curva de vapor
sua temperatura aproxima-se da temperatura de vapori-
zação, ocorre a formação de bolhas. Trata-se do início da
vaporização. Um exemplo caseiro disso é o aquecimento
da água no fogão doméstico. No litoral fluminense, por
exemplo, a vaporização ocorre quando submetemos um líquido à pres-
são absoluta de 1bar (760 mmHg) e temperatura de 100°C. Já no pla-
nalto paulista, onde pressão absoluta é menor, a pressão de vaporização
da água é de 0,92 bar e sua temperatura de vaporização é igual a 97°C.
Ao invertemos a condição das propriedades do fluido, ou seja, man-
termos a temperatura constante e diminuirmos a pressão, quando esta cada fluido tem sua curva de vapor
se aproxima da pressão de vapor, também ocorre a formação de bolhas.
Trata-se da cavitação.
É importante conhecer a curva de vapor do fluido bombeado. A cavi-
tação pode ocorrer ou desaparecer conforme a variação da temperatura
ou da pressão absoluta do fluido no bocal de sucção da bomba centrí-
fuga. A pressão de vapor é expressa como pressão absoluta do fluido,
portanto, na análise da pressão do fluido no bocal de sucção da bomba,
devemos considerar também a pressão atmosférica, sendo que esta varia
de acordo com a altitude em relação ao nível do mar.
Essas são as razões que levam uma bomba centrífuga operando no do fluido com as pás do impelidor ou devido a re-
litoral fluminense sem cavitação a apresentar problemas relacionados circulações e vórtices quando a vazão do fluido é
à cavitação ao ser transferida para o planalto paulista, ou mesmo uma menor ou maior que os limites de vazão de cada
bomba que não cavitava com água, cavitar ao bombear álcool, operando bomba centrífuga. Ainda há uma terceira causa
sob a mesma pressão absoluta de sucção e temperatura, uma vez que a para a formação de bolhas, que podem ser geradas
pressão de vapor do álcool sob 78,3°C é maior que a da água. quando o fluido se separa de alguma parede hi-
A formação das bolhas pode ocorrer quando o fluido entra na bomba dráulica dentro da bomba, como por exemplo, da
pelo bocal de sucção devido às perdas de pressão causadas pelo choque pá de um difusor.
I
mpulsionado principalmente (Computer Aided Design), ou desenho to em escala.
pelos prazos cada vez mais cur- auxiliado pelo computador, e CAE Na década de 1990 vimos um gran-
tos de cada obra e pela grande (Computer Aided Engineering), ou de salto na área da Tecnologia da In-
concorrência dos provedores de engenharia auxiliada pelo computador. formação (antigamente chamada de
solução, o processo de automa- É importante notar que a terminologia Informática), que barateou os custos
ção de projetos, bem como de todos os CAD/CAE pode ser utilizada tanto do hardware. Houve então uma gran-
sistemas que nele podem ser utilizados, para sistemas que operam em duas di- de aceleração na evolução dos sistemas
é algo que evoluiu e continua evoluindo mensões – 2D (eixos X e Y) ou três – computacionais como um todo, não
a passos largos. A cada ano vemos novas 3D (eixos X, Y e Z). sendo diferente com os sistemas de
soluções que visam a atender não só a automação de projetos. No final dos
crescente demanda dos contratantes no anos 90 houve também a proliferação
que tange prazo para um empreendi- de vários sistemas que permitiram o ge-
mento estar concluído, mas a crescente renciamento de forma eletrônica da do-
cobrança da garantia da qualidade e da Percebe-se desde a cumentação (também chamados pela
segurança de cada projeto. sigla GED). Eles ajudaram, e muito, a
Para iniciar esta viagem voltaremos
metade da década gerenciar toda a informação criada pe-
40 anos no tempo. Naquela época, o de- passada, além da los sistemas de automação de projetos,
senvolvimento de um projeto era feito diminuindo consideravelmente a quan-
manualmente em pranchetas chamadas
grande evolução dos tidade de papel criado e contribuindo
de pranchas de desenho, demandando sistemas de automação na eficácia do trâmite dos documentos
um grande esforço manual na criação entre todos os envolvidos.
de desenhos, listas, relatórios e elabora-
de projetos, uma Houve ainda um aumento muito sig-
ção de cálculos. Era uma época em que consolidação do uso nificativo na adoção de sistemas CAD
havia muita mão de obra envolvida que pelas empresas. No Brasil, no entanto,
demandava grande tempo para a elabo-
deles em larga escala os anos 90 não foram tão positivos para
ração do projeto, acarretando, obvia- os sistemas de automação de projetos
mente, em custos elevados para efetuar O grande problema da utilização devido à grande ausência deles, prin-
o empreendimento. desses sistemas naquela época era que cipalmente no seguimento industrial
No começo da década de 1980, um eles demandavam muito do hardware (muitos projetos ainda eram feitos no
marco inicial na forma como fazemos (principalmente os sistemas de ma- exterior), o que levou as empresas de
hoje os projetos de engenharia foi cria- quete-eletrônica em 3D), o que fazia engenharia a baratearem seus custos
do. Embora alguns sistemas de automa- deles soluções caras, restringindo sua para sobreviver.
ção de projetos já tivessem sido desen- utilização a poucas empresas. Por isso, De certa forma, essa necessidade de
volvidos nos anos 70, principalmente muitas companhias ainda elaboravam sobrevivência levou essas empresas a se
para a elaboração de maquetes eletrôni- o projeto da mesma forma como eram preocuparem mais com sua reorganiza-
cas em 3D e cálculos balísticos, os quais elaborados na década anterior. Devido ção para a realização de seus projetos,
foram muitas vezes impulsionados por à pouca utilização dos sistemas com- e os sistemas de automação vieram ao
projetos para a NASA ou para a guerra putadorizados, caso alguma empresa encontro dessa necessidade, abrindo de
fria, foi no início de 1980 que começa- necessitasse elaborar uma maquete, vez as portas para a utilização deles na
ram a surgir os primeiros sistemas co- a mesma era feita da forma artesanal, década que estava por vir.
merciais que hoje chamamos de CAD construindo um modelo real do proje- Com a chegada do século XXI,
O dimensionamento demanda
rigor em sua elaboração
Por Fábio José Braz da Silva
Engenheiro formado pela Universidade Paulista e técnico em eletrotécnica formado pela
Escola Técnica Estadual “Getúlio Vargas”. Atua como lider de projeto elétrico na Poyry
Tecnologia em São Paulo.
O
objetivo deste artigo é
relembrar os conceitos
elementares do dimen-
sionamento de cabos que
os softwares e as plani-
lhas nos fizeram esquecer nesses últimos
anos. Ao utilizar esses recursos para faci-
litar nosso dia a dia, nosso cérebro subs-
tituiu o conhecimento pela facilidade.
Essa é uma das grandes desvantagens da
tecnologia. Tentaremos recuperar esses
conceitos da maneira mais prática e sim-
ples possível.
Existem cinco critérios para o dimen-
sionamento de cabos de potência:
seção mínima;
ampacidade (capacidade de condu-
ção de corrente);
queda de tensão admissível;
proteção contra sobrecargas;
proteção contra curto circuito.
Na prática, reduzimos os métodos ci- Ampacidade para consulta.
tados acima a somente três: Esse critério não envolve o desenvolvi- Basicamente, a norma informa qual é
ampacidade; mento de nenhum conceito, basta seguir a capacidade de condução de cada seção
queda de tensão admissível; a “receita de bolo” dada pela NBR 5410. e as restrições conforme as condições da
proteção contra curto circuito. Não pretendemos transcrever o conte- instalação. Seu objetivo é o mesmo do
Se esses três métodos forem atendi- údo da norma, nosso objetivo é apenas dimensionamento do cabo: evitar que o
dos, todos os demais serão atendidos relembrar conceitos, portanto, cada pro- cabo opere com sobreaquecimento. Na
naturalmente. jetista deve ter um exemplar da norma prática, um cabo de potência em opera-
torqueadeiras a
bateria
Série LDA (90-4.000 N.m)
torqueadeiras
elétricas
Séries LDE e LEW (90-13.000 N.m / 120-9.500 N.m)
torqueadeiras
hidráulicas
Séries LDH-V e LDK (60-27.000 N.m / 160-24.000 N.m)
multiplicador
Pneumático de torque
Pneutorque® (até 100.000 N.m)
em que,
•V = queda de tensão admissível
•R = resistência do condutor em
Ohm/km
•X = reatância do condutor em
Ohm/km
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engeworld | março 2013 | 31
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Quando a aplicação de um circuito comprimento utilizado na equação é – PVC = 160°C / EPR = 250°C;
é um motor, a condição mais severa é o dobro do comprimento do circui- • ß: coeficiente de temperatura
a partida, nesse caso, o cabo deve ser to, pois deve se considerar o lance de da resistência do condutor (°C) –
dimensionado para queda de tensão na cabo que vai e o lance que retorna. cobre: 234,5 / alumínio: 228;
partida. O método é exatamente o mes- • K: constante dependente do mate-
mo, no entanto, a corrente considerada proteção contra rial condutor. Para cobre K=115.679,
é a corrente de partida, que é obtida para alumínio K = 48.686.
curto circuito
pelo produto da corrente nominal pelo
Uma boa prática é dimensionar o Uma maneira simples de verificar
“Ip/In” do motor informado pelo fabri-
cabo pelos dois métodos anteriores e o dimensionamento do cabo por esse
cante. O fator de potência será o fator
verificar qual é a condição no critério método é checar qual o tempo máxi-
de potência na partida, FP = 0,3 (valor
de curto circuito. Esse critério será aten- mo que o cabo selecionado pelos mé-
recomendado pela NBR 5410).
dido se a integral de Joule (I²t) do con- todos anteriores resiste à condição de
Quando o circuito em questão é
dutor tiver valor maior do que a ener- curto circuito e, então, comparamos o
monofásico ou de tensão contínua, o
gia dissipada durante o evento da falta resultado com o tempo de atuação.
elétrica. Naturalmente, essa energia de- Prosseguindo o nosso exemplo, temos:
pende da magnitude do curto circuito Cabo 25 mm², EPR, condutor de
e do tempo de duração da falta. A IEC cobre. Vejamos qual é o tempo máxi-
Quando a aplicação 60949 estabelece a seguinte equação: mo que o cabo suporta um curto cir-
(I/S)^2*t=K*logφ[(t2+ß)/ (t1+ß)] cuito de 10 kA:
de um circuito é um
motor, a condição Em que t=(115.679*logφ[(250+234)/
• I: corrente de curto circuito (A); (90+234)])/(10.000/25)
mais severa é a • S: seção transversal do condutor
partida, nesse caso, (mm²); O tempo máximo suportado pelo
• t: tempo de duração da falta cabo para uma falta de 10 kA é 0,126
o cabo deve ser (segundos); segundo (126 milissegundos ou 7,9
ciclos). Esse tempo é aceitável para um
dimensionado para • t1: temperatura máxima admissível
disjuntor de caixa moldada. Portanto,
para regime normal de operação (°C)
queda de tensão – PVC= 70°C / EPR=90°C; o cabo de 25 mm² atende ao critério
• t2: temperatura máxima admissí- de curto circuito.
na partida. vel no evento de curto circuito (°C) É muito importante observar a cor-
Petróleo e Gás
Química e Petroquímica
Plásticos
Alimentos e bebidas
Saponáceos e detergentes
A importância do gerenciamento
de riscos em projetos
A
o se iniciar um projeto é ral nº 6496/1997 e pela Resolução nº realizar o levantamento dos riscos envol-
fundamental realizar um 425/1998 do CONFEA (Conselho Fe- vidos e das ações necessárias para tornar
gerenciamento de riscos deral de Engenharia e Agronomia). Tal o local seguro.
a fim de identificar e ava- documento funciona como instrumen- Este foi um caso divulgado na mídia,
liar criteriosamente to- to de fiscalização do exercício profissio- porém, diariamente nos deparamos com
dos os perigos inerentes a ele, além dos nal e dá garantias legais sobre laudos e situações inadequadas, nas quais as insta-
custos envolvidos, visando influenciar pareceres técnicos emitidos. lações não possuem o mínimo de segu-
positivamente as decisões estratégicas rança, mas que continuam em funciona-
para que elas estejam de acordo com o mento sem nenhum tipo de fiscalização.
conceito de prevenção. Se todos os responsáveis atuassem de
Para que esse tipo de gerenciamento forma correta, seguindo os preceitos do
seja eficaz, sua etapa de realização deve O gerenciamento de gerenciamento de riscos na fase de pro-
ser considerada prioritária. Assim, é riscos consiste em formar jeto, antecipando todas as possibilidades
possível maximizar seu tempo de desen- de riscos inerentes, certamente teríamos
volvimento e a implementação de ações equipes multifuncionais menos custos envolvidos em adequações
para a eliminação e/ou minimização de nas quais a participação de empreendimentos e uma redução sig-
riscos em um projeto. nificativa na ocorrência dos acidentes.
O gerenciamento de riscos consiste de um Engenheiro de
em formar equipes multifuncionais nas Segurança do Trabalho é
quais a participação de um Engenheiro
de Segurança do Trabalho é importan- importantíssima
tíssima, pois somente este profissional
está habilitado e capacitado para emitir Em situações nas quais projetos já im-
pareceres técnicos sobre as ameaças exis- plementados não contemplaram o geren-
tentes e garantir que a implementação ciamento de riscos inicialmente, ele deve
do projeto não prejudique, de forma al- ser revisado pelo Engenheiro de Seguran-
guma, a integridade física do trabalhador ça do Trabalho para que as devidas corre-
e/ou dos usuários do local e, também, ções sejam executadas imediatamente.
para que as empresas tenham segurança Recentemente fomos surpreendidos
Com 10 anos de experiência como engenheira
em suas instalações. com notícias de um incêndio em uma de segurança do trabalho, em empresas de grande
Outra necessidade é a emissão da boate em Santa Maria (RS). Infelizmen- porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta
te, podemos citar a ocorrência como um da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros
Anotação da Responsabilidade Técni- de Segurança do Trabalho) e docente do curso
ca – ART, do engenheiro responsável. exemplo da falta de um Engenheiro de de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI
Essa emissão é exigida pela Lei Fede- Segurança do Trabalho responsável por (Faculdade de Engenharia Industrial).
D
Distribuidores e revende- disponibilidade para uso;
os mais simples aos mais dores de detectores de gases atuam em • cilindros de calibração que podem
complexos Sistemas camadas da indústria identificadas pelo esvaziar sem aviso prévio;
Instrumentados de Se- nível de risco que a aplicação oferece com • tempo de espera inconsistente ao
gurança, o universo da categorias de produtos dedicados, cujos remeter o equipamento para manu-
detecção de gases tem requisitos técnicos de desempenho po- tenção;
acompanhado as tendências tecnológicas dem ou não ser mandatórios, formatando • perdas de registros de manutenção e
de instrumentação analítica e automação a especificação do equipamento que aten- certificados de calibração;
industrial, criando um novo conceito de derá a tais condições. • requisições de compra não previstas
mercado: detectores de gases fornecidos A detecção de gases tornou-se um para aquisição de sobressalentes e
por concessão de uso. grande negócio, pois a exigência em siste- peças de reposição;
Há anos os fabricantes de detectores de mas instrumentados de segurança cresce • quantidade de aquisição super-
gases buscam suprir a necessidade de seus diariamente e novos nichos de mercado e dimensionada, suprindo possíveis
clientes desenvolvendo produtos que sa- clientes potenciais se formam, aumentan- baixas na frota.
tisfaçam aos mais exigentes padrões cons- do a demanda.
trutivos e certificações de desempenho. Mesmo tendo à sua disposição um Decidir qual o modelo ou marca de
Liderança hoje .
Ford Motor Company e aplicou a mon-
tagem em série para produzir automó-
veis em massa em menos tempo e a cus-
Se você é líder ou tos menores. Ele chegou a registrar mais
de 161 patentes e seu principal lema era
deseja se tornar
justamente sobre a liderança de seus
empregados. Ford acreditava no poder
da influência positiva sobre as pessoas
um, reflita! e uma de suas frases inesquecíveis é: “As
duas coisas mais importantes não apa-
H
recem no balanço de uma empresa: sua
reputação e seus homens”.
á muito tempo se dis- trabalho se torne algo sacrificante, mas Sempre existiu uma preocupação ex-
cute o papel do líder sim motivador e desafiador. pressiva com o tema Gestão e para aque-
nas organizações, ou Na história da sociedade, encon- les que almejam sucesso como líderes,
seja, como deve ser o tramos diversos personagens que, de com mudanças acontecendo sob uma
perfil daquela pessoa acordo com as conquistas realizadas, velocidade absurda, a tecnologia cada vez
que realiza a gestão de equipe focando representaram maravilhosamente bem mais evoluída e a informação chegando
metas e resultados. As grandes corpo- figuras de liderança, e que são até hoje de todos os lados, surgiro algumas dicas:
rações procuram formar profissionais
1
desde o início de suas carreiras, prepa- Procure identificar onde você
rando-os para o futuro com o intuito está e aonde quer chegar. Analise
de torná-los gestores. o ambiente de forma crítica,
Normalmente esses projetos são co- entenda as dificuldades e os obstáculos;
nhecidos como “Programas de Trainee”, Procure identificar procure os melhores recursos para
mas não são realizados obrigatoriamen-
te dessa forma. Existem empresas que
onde você está e superá-los e, por fim, proponha uma
meta possível, mas desafiadora, que
procuram aperfeiçoar competências ge- aonde quer chegar. envolva toda a sua equipe;
2
renciais encontradas em alguns analistas
com potencial para se tornarem líderes
Analise o ambiente de Construa uma boa rede de
relacionamento. Participe de bons
por meio de práticas de treinamentos e forma crítica, entenda congressos, feiras, eventos volta-
trabalhos de mentoring e coaching, fo-
cando o desenvolvimento de habilida- as dificuldades e os dos à liderança ou ao segmento em que
você atua, e procure manter contato com
des gerenciais. obstáculos pessoas que possam ajudar você no futuro;
Podemos localizar nas literaturas aca-
3
dêmica e empresarial uma série de ar- Seja um parceiro de sua equipe.
tigos que falam sobre o assunto, sejam usados como referências em palestras, Escute as ideias de seus liderados e
eles redigidos de modo superficial ou treinamentos ou livros. saiba reconhecer aquelas que real-
aprofundado. No entanto, quase todos Eu gostaria de citar um que acredito mente podem ser implantadas, mostre que
convergem basicamente para um ponto: que representou muito bem esse papel: você confia nas pessoas e busque se colocar
o líder deve saber fazer seus subordina- Henry Ford. Este engenheiro conseguiu na posição de facilitador do processo, pro-
dos chegarem ao resultado sem que o atingir um marco na sociedade ameri- pondo caminhos mais curtos e tranquilos;
5
Desenvolva pessoas para serem
7
melhores do que você. Não seja
Lide bem com as pessoas de
inseguro! Os seus liderados
todas as gerações, pois serão as
precisam entregar o trabalho que você
ideias dos jovens que predomi-
prometeu ser cumprido nas reuniões
narão no futuro;
8
gerenciais, portanto, eles precisam de
você para desenvolver suas melhores Saiba lidar com a pressão e ter
competências. Promova reuniões de calma. Em situações de grande
equipe, discuta assuntos da área com estresse, você deve controlar o
todos, incluindo os estagiários, utili- ambiente com serenidade e tranquilidade.
zando técnicas como brainstorming, e Assustar a equipe e colocar medo somente
proponha formação técnica e compor- afastará as pessoas e ocasionará uma série
tamental sempre que necessário; de erros decorrentes do aumento da an-
6
siedade. Procure conversar com a equipe
Corra atrás do seu autodesen-
sobre o problema, traga a situação real, mas
volvimento. Identifique cursos
saiba expor os prós e contras.
ou treinamentos que podem
Enfim, eu poderia citar mais uns 20
melhorar sua performance como ges-
aspectos, porém creio serem estes os de
tor, procure conhecer muito sobre sua
maior relevância. Boa sorte na sua tarefa
área de atuação para ser um exemplo
como líder pois em momento algum eu
para a equipe;
disse que seria fácil.
E
stou escrevendo este artigo to indesejado da variação, não só daquela comuns, inerentes a qualquer processo, e
inspirado em um evento que se mostra excepcional, como a que que fazem com que os resultados obtidos
que ocorreu recentemente me fez perder o vôo, mas também daquela variem em torno da média de forma está-
comigo. Após mais de trin- que é inerente a qualquer processo. vel ao longo do tempo.
ta anos de trabalho e cons- Considere a simples expressão abaixo, Já as causas especiais de variação resi-
tantes viagens, pela primeira vez, perdi o que relaciona os resultados que planeja- dem fora do sistema ou processo e atuam
horário de um vôo. mos e aqueles que obtemos: em momentos ou condições específicas,
No último mês de dezembro, assim mas sozinhas, são capazes de alterar signi-
como nos 14 meses anteriores, eu tinha Resultado obtido = Resultado ficativamente os resultados.
um compromisso marcado com um im- planejado ± Variação Saber distinguir entre esses dois tipos
portante cliente no Rio de Janeiro, que está Quando afirmamos que “a qualidade de causas é importante porque a forma de
cuidando da expansão de um shopping de um processo pode ser medida por sua tratá-las é totalmente diferente.
perto da Barra da Tijuca. capacidade de obter os resultados planeja-
Como sempre, deixei tudo preparado dos”, fica fácil percebermos que:
no dia anterior à viagem: taxi agendado, Quanto maior a variação, que significa
check-in feito pela internet, cartão de em- menor conhecimento e controle, maior a
barque impresso, mala pronta e material distância entre o que planejamos e o que o problema principal da
de trabalho separado. Enfim, tudo estava obtemos, ou seja, menor a qualidade;
organizado como sempre. Se quisermos obter qualidade, deve- gestão e da liderança é
Passado o momento de raiva e frustra-
ção, parei para pensar no que tinha dado
mos ser capazes de lidar com a variação. a falha na compreensão
Lidar com a variação significa conhe-
errado. Como vocês devem imaginar, o cer e interpretar seus padrões, de forma da informação contida
trânsito da capital paulista – muito acima
dos padrões para o horário –, foi o respon-
a prever seus efeitos sobre os resultados na variação e não fazer
planejados e, se possível, controlar e/ou
sável pelo atraso. eliminar seus impactos. distinção entre um
Apesar de todo o planejamento e cui-
dado, uma variação excepcional nas con-
De acordo com William Edwards De- sistema estável e um
ming, “o problema principal da gestão e da
dições do trânsito, levou tudo a perder. liderança é a falha na compreensão da in- sistema instável
No nosso dia a dia de trabalho é também formação contida na variação e não fazer
a variação que, muitas vezes, nos impede distinção entre um sistema estável e um A melhoria dos processos por meio
de realizar aquilo que pretendemos. sistema instável”. da remoção ou controle de causas co-
Quando estabelecemos métodos e Segundo seus ensinamentos, um pro- muns é responsabilidade gerencial, pois
controles para atingir os resultados plane- cesso estável é aquele cuja variação ob- exige “transformação” ou mudanças
jados, devemos sempre considerar o efei- servada é proveniente somente de causas profundas no processo, levando-o a
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A
o menos teoricamente, das pela equipe de processo, e com e fabricados no futuro atendendo às
a atividade dos enge- uma lista de equipamentos em mãos, solicitações de sua funcionalidade.
nheiros mecânicos é a mecânica gera as folhas de dados. Esses novos documentos estão resu-
iniciada logo após o Nelas, são descritas todas as informa- midos a seguir:
fluxograma de processo ções relativas aos equipamentos que
ter sido gerado pela disciplina de pro- deverão entrar em operação com a im- critério de projeto de mecânica;
cesso, estabelecendo as características plantação da planta. “Há diferenças na requisição de materiais;
mecânicas que os equipamentos tem atuação das empresas de engenharia. especificações técnicas;
de apresentar. Ela também se certifica A folha de dados pode ser gerada pelo memoriais descritivos;
de que, uma vez manufaturados, esses departamento de processo ou pelo parecer técnico.
equipamentos irão apresentar todos os departamento de mecânica. Como “Existe ainda um documento que
parâmetros solicitados e cumprir com ela tem informações mistas de proces- chamamos de desenho de arranjo geral
sua função. Mas muitas vezes a enge- so e mecânica, há divergências sobre do equipamento estático, desenvolvido
nharia mecânica atua em conjunto quem começa a fazê-la. Muitas vezes especialmente pela equipe de caldeira-
com outras áreas, como a engenharia a mecânica gera uma folha de dados ria”, atenta Burri, e explica: “A mecânica
civil, elétrica e instrumentação. “A dis- preliminar, manda para processo, que gera esse desenho para que o pessoal
ciplina de mecânica recebe os docu- a preenche com suas informações, e a de instalação possa ‘enxergar’ e inserir
mentos com as características de pro- mecânica complementa com os dados no modelo 3D da planta esse tipo de
cesso e define os demais parâmetros mecânicos do equipamento, tais como equipamento”. Segundo o engenheiro
que serão necessários para a constru- o tipo de material a ser utilizado, con- esse tipo de modelamento tem ganha-
ção dos equipamentos, dentro do seu dições de projeto etc., gerando a folha do espaço nas empresas de engenharia
âmbito de atuação”, explica MSc Car- de dados”, esclarece Burri. porque atenua retrabalhos e elimina
los Roberto Burri, engenheiro mecâni- Assim, cabe ao engenheiro mecâ- interferências que podem ocorrer na
co na Promon Engenharia e professor nico gerar uma série de novos do- implantação de uma indústria.
no Centro Universitário da FEI e na cumentos, que serão essenciais para Os documentos gerados pela mecâ-
Universidade São Judas Tadeu. que os equipamentos de uma instala- nica preveem ainda as normas que o fa-
A partir das informações forneci- ção possam ser orçados, comprados bricante deve atender, as especificações
Embarques e desembarques
de plataformas
A
pesar de não ser de bombas de transferência As atividades executadas
um trabalhador de petróleo. Em fases de im- em plataformas exigem con-
offshore, o técni- plantação de novos produtos, finamento e a constante expo-
co especialista da quando os embarques tendem sição a ambientes perigosos.
divisão de Selos a ser mais intensos, Cassemiro Atualmente a maioria das pla-
Mecânicos da Flowserve, José chega a realizar três a quatro taformas se situa na Bacia de
Erminio Cassemiro, também embarques em períodos de três Campos, a cerca de 120 a 140
conhecido como Juca, é inca- meses. O regime de dias em- quilômetros da costa norte do
paz de contar nos dedos das barcados por dias de folga para estado do Rio de Janeiro. Os em-
mãos quantos embarques em trabalhadores em plataformas barques para lá são realizados
plataformas ele já realizou ao é de 14 x 21, ou seja, o profis- por helicópteros que partem de
longo de seus 36 anos de atua- sional permanece um período Macaé e do Farol de São Tomé,
ção. Hoje, aos 64 anos de idade, de 14 dias embarcado na plata- em Campo de Goytacazes, e es-
ele continua ativo, dando su- forma e após o embarque goza ses deslocamentos tendem a
porte à instalação e assistência de período de 21 dias de folga. durar 45 minutos.
Plataforma autoelevável
posicionada em lâminas d’água
entre 5 e 130 metros e frequente- Navio-sonda
mente usada em águas rasas (até tem capacidade para perfurar
90 metros); poços de até 6.000 m de profun-
composta por uma balsa de didade em lâmina d’água máxima
casco chato e largo (triangular ou de 1.500 m Plataforma fixa
retangular) e uma estrutura de possui uma torre de perfuração frequentemente usada em
apoio (três ou mais pernas) com posicionada no centro do navio, a campos localizados em lâmias
até 150 metros de comprimento qual desce até o fundo do mar por d’água de até 300 metros;
que se movimenta verticalmente; uma abertura no casco; composta por estruturas mo-
seu casco é mantido acima do posicionado por um sistema dulares de aço instaladas no
nível das ondas; dotado de sensores acústicos, local de operação sob jaquetas
o transporte até o local de propulsores e computadores, que fixadas por estacas cravadas
perfuração é feito por rebocadores anulam os efeitos de deslocamen- no fundo do mar;
ou por um sistema de propulsão to provocados por ventos, ondas e • não tem capacidade de
próprio. correntes marítimas. estocagem.
O
biodiesel é um combustível renovável, produzido a partir de
fontes vegetais misturadas com etanol (proveniente da cana-
-de-açúcar) ou metanol (obtido a partir da biomassa de madei-
ras), totalmente limpo e orgânico.
As matérias-primas para a produção de biodiesel são: óleos
vegetais, gordura animal, óleos e gorduras residuais. Óleos vegetais e gordu-
ras são compostos basicamente de triglicerídeos, ésteres de glicerol e ácidos
graxos. As fontes mais utilizadas para sua obtenção são soja, dendê, mamona,
girassol e sebo bovino. Confira as características das fontes mais comuns:
Soja: responde por 90% de toda produ-
ção de biodiesel no Brasil. Tem óleo em
concentrações variáveis que, em geral, são
de 18% a 20%. Hoje, ela também pode ser
encontrada em oleaginosas, em concentra-
ções de até 25%. Cada hectare plantado é
capaz de produzir 600 kg de óleo de soja;
Diferencial
Compacto
Mini
Mini
Compacto
Modular
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