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Linfoma alimentar linfocítico felino - Uma revisão de literatura.

(Feline Alimentary Lymphoma: A literature review)

Marina Moller Nogueira1 & Marília Martins Melo2*


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Resumo: O linfoma ou linfossarcoma é considerado o tumor maligno mais comum


dos felinos, representando um terço de todas as neoplasias malignas diagnosticadas na
espécie. O linfoma alimentar é a forma anatômica mais comum nessa espécie, seguido pelo
mediastinal e o multicêntrico. O linfoma alimentar pode ser dividido, histopatologicamente,
entre pequenas células, linfocítico, de baixo grau, bem diferenciado, ou de grandes células,
linfoblástico, de alto grau. O linfoma de grandes grânulos é um subtipo caracterizado pela
presença de linfócitos T natural killer, que têm presença característica de grânulos
intracitoplasmáticos. Os tipos de linfomas alimentares são neoplasias distintas, com
apresentações clínicas, terapias e prognósticos diferentes. Além disso, é difícil diferenciá-los
de outras doenças não neoplásicas, como a doença inflamatória intestinal e outras inflamações
crônicas do trato gastrointestinal felino.

Termos para indexação: Linfossarcoma, neoplasia, gato.

Abstract: Lymphoma or lymphosarcoma is considered the most common malignant


tumor in cats, representing one third of all malignancies diagnosed in felines. Food lymphoma
is the most common anatomical form in this species, followed by mediastinal and
multicentric. Food lymphoma can be divided, histopathologically, between small cells,
lymphocytic, low grade, well differentiated, or large cells, lymphoblastic, high grade. Large
granule lymphoma is a subtype characterized by the presence of Natural Killer T
lymphocytes, which have a characteristic presence of intracytoplasmic granules. The types of
food lymphomas are distinct neoplasms, with different clinical presentations, therapies and
prognosis. In addition, it is difficult to differentiate them from other non-neoplastic diseases,
such as inflammatory bowel disease and other chronic inflammation of the feline
gastrointestinal tract.

Index terms: Lymphosarcoma, neoplasia, cat.

*Autora para correspondência: E.Mail: mariliamm@ufmg.br


Recebido em 01.07.2020. Aceito em 30.09.2020
http
1
Mestranda, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais, Avenida Antônio Carlos, 6627, Campus UFMG, Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
2
Professora Titular, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais, Avenida Antônio Carlos, 6627, Campus UFMG, Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

1
Introdução Felinos com linfoma linfocítico
O linfoma ou linfossarcoma é respondem melhor a quimioterapia, e este
considerado o tumor maligno mais comum subtipo é considerado o mais frequente na
dos felinos, representando um terço de espécie, representando cerca de 83%
todas as neoplasias malignas (MOORE et al., 2012), 77%
diagnosticadas na espécie (MAcVEAN et (WOLFESBERGER et al., 2018) e 75%
al., 1978; RICHTER et al., 2003; (RICHTER et al., 2003). A média de
WILSON, 2008; NORSWORTHY, 2018). sobrevida varia de 447 a 967 dias com o
O linfoma alimentar é a forma anatômica protocolo terapêutico mais usado, que
mais comum na espécie, seguido pelo consiste na associação de clorambucil com
mediastinal e o multicêntrico prednisolona, e, a duração média de
(LOUWERENS et al., 2005; remissão para animais que respondem ao
NORSWORTHY, 2018). tratamento varia entre 567 e 897 dias
Em um estudo com 1.129 gatos (FONDACARO et al., 1999; KISELOW et
com neoplasias intestinais, o mais comum al., 2008; LINGARD et al., 2009; STEIN
foi o linfoma, seguido pelo et al, 2010).
adenocarcinoma (RISSETTO et al., 2011). Os tipos de linfomas alimentares
O linfoma alimentar pode acometer são neoplasias distintas, com apresentações
intestino delgado ou grosso, fígado e clínicas, terapias e prognósticos diferentes.
pâncreas, e é caracterizado por infiltração Além disso, é difícil diferenciá-los de
de linfócitos neoplásicos com ou sem outras doenças não neoplásicas, como a
envolvimento de linfonodos mesentéricos doença inflamatória intestinal (DII) e
(MOORE et al., 2008; GIEGER, 2011). outras inflamações crônicas do trato
O linfoma alimentar pode ser gastrointestinal felino (WILSON, 2008).
dividido, histopatologicamente, entre A presente revisão de literatura irá
pequenas células, linfocítico, de baixo abordar os aspectos epidemiológicos,
grau, bem diferenciado (LL), ou de clínicos, laboratoriais, ultrassonográficos,
grandes células, linfoblástico, de alto grau histopatológicos e da terapêutica do
(LLB). O linfoma de grandes grânulos linfoma alimentar linfocítico felino.
(LGL) é um subtipo caracterizado pela Idade, Peso e Sexo
presença de linfócitos T natural killer, que Gatos idosos tem maior risco de
têm presença característica de grânulos desenvolver o linfoma alimentar
intracitoplasmáticos (RICHTER et al., linfocítico. A idade média ao diagnóstico
2003; WILSON, 2008) varia de 4 a 20 anos, sendo mais comum

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em gatos de 10-13 anos (LOUWERENS et portadores do vírus desta retrovirose tem 60
al., 2005; STEIN et al., 2010; BARRS & vezes mais risco de desenvolverem linfomas

BEATTY, 2012; NORSWORTHY, 2018). (LOUWERENS et al., 2005).

O principal diagnóstico diferencial desta Animais portadores do vírus da

patologia é a DII, mas gatos que imunodeficiência felina (FIV) tem cinco

apresentam são, significativamente, mais vezes mais risco de desenvolver a

novos (média 8,9 anos) dos que felinos neoplasia, não por um vírus oncogênico,

com LL (ZWINGENBERGER et al., mas por contribuir indiretamente na

2010). linfomagênese pela disfunção do sistema

Em relação ao peso, os felinos, ao imune, que é comumente vista em gatos

momento do diagnóstico do LL, positivos para este vírus

apresentaram peso médio de 4,15 kg a (NORSWORTHY, 2018).

4,78kg, variando entre 2,7 e 6,6kg (STEIN Também deve ser ressaltado que a

et al., 2010); 2,6 a 10kg (POPE et al., co-infecção de FeLV / FIV aumenta o

2015). potencial de desenvolvimento do linfoma,

A doença não apresenta onde o risco passa a ser 77 vezes maior,

predisposição sexual segundo diversos comparado ao risco para animais hígidos

estudos, mas foi encontrado um número (ETTINGER, 2003).

maior de machos com linfoma linfocítico: Sinais Clínicos


entre 54% a 60,7% (STEIN et al., 2010; A duração média dos sintomas
POPE et al., 2015). antes do diagnóstico é de seis meses. O
Fatores de risco linfoma de baixo grau é tipicamente uma
As neoplasias malignas são doença de progressão lenta, com sinais
consideradas doenças multifatoriais. São clínicos crônicos (KISELOW et al., 2008;
descritos diversos fatores, como o GIEGER, 2011).
genético, a infecção por vírus, infecção por Os sinais clínicos mais comumente
bactérias, alterações inflamatórias, encontrados são perda de peso gradual (de
exposição ao tabaco e até mesmo a 83 a 100% dos casos), vômitos (73 a 88%),
imunossupressão como fatores de risco anorexia (66%), diarreia (58 a 88%). Com
relacionados ao linfoma em felinos menor frequência, os animais apresentam
(MOORE et al., 2002; NORSWORTHY, letargia, polidpsia, poliúria e polifagia
2018). O vírus da leucemia felina (FeLV) é o (KISELOW et al., 2008; WILSON, 2008;
retrovírus mais linfomagênico, sendo que gatos LINGARD et al., 2009; BARRS &

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BEATTY, 2012; POPE et al., 2015). a lipidose hepática (LINGARD et al.,
Ao exame físico, o felino pode 2009).
apresentar baixo escore de condição Diagnóstico
corporal e desidratação (GONDIM et al., Para o sucesso diagnóstico, deve-se
2020). A palpação abdominal encontra-se descartar afecções com sintomatologias
anormal em 70% dos casos, sendo a semelhantes e buscar patologias
alteração mais comum o espessamento de concomitantes. É essencial a realização de
alças intestinais. Em poucos casos pode-se hemograma e dosagem de bioquímica
encontrar massa abdominal, devido a sérica, para avaliação do quadro geral do
linfodenomegalia mesentérica e mais paciente, T4 total, urinálise, testes para
raramente massa intestinal focal FIV e FeLV, dosagem de concentração
(LINGARD et al., 2009; GIEGER, 2011; sérica de cobalamina e lipase
BARRS & BEATTY, 2012). imunorreativa felina.
A neoplasia pode acometer Patologia Clínica
qualquer área do trato gastrointestinal. Em A maioria dos gatos apresenta
um estudo com 47 gatos com linfoma anormalidades nos exames hematológicos
alimentar de células T, 8,5% tinham o (STEIN et al., 2010). Resultados
estômago acometido, 19% linfonodos frequentemente encontrados incluem
mesentéricos, 91% o intestino delgado e anemia arregenerativa da doença crônica
2% intestino grosso. Nenhum felino teve ou regenerativa pela perda de sangue pelo
junção ileocecolica acometida intestino. A neutrofilia é comumente
(WOLFESBERGER et al., 2018). observada, secundária a inflamação, pela
Em outro estudo com 17 gatos com neoplasia ou pelo estresse (GIEGER, 2011;
LL, 94% tinham mais de um sítio do trato NORSWORTHY, 2018). A basofilia
gastrointestinal acometido. O jejuno foi acompanhada de eosinofilia e infiltração
acometido em 100% dos casos, íleo em em linfonodos foi reportada em um felino
93%, duodeno em 83%, linfonodos (BALAN et al., 2017).
mesentéricos em 59%, estômago 33%, No perfil bioquímico,
cólon, 20%. Outros órgãos também foram hipoalbuminemia e ou hipoproteinemia
acometidos, sendo fígado em 27% e podem ocorrer em decorrência da perda
pâncreas em 7% dos felinos. Além disso, intestinal de preoteína, sendo que a
23% dos felinos tinham DII, e outras hipoalbuminemia é descrita em 49% dos
doenças concomitantes encontradas foram felinos com linfoma alimentar linfocítico.
pancreatite crônica, colangite neutrofílica e O aumento de enzimas hepáticas pode

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indicar linfoma neste órgão, ou outra A 25 hidroxivitamina D, apesar de
patologia concomitante, como a lipidose e não tem valor de referência definido,
a colangiohepatite (GIEGER, 2011). comumente tem concentração sérica menor
O íleo é o único local de absorção em gatos com DII e/ou linfoma alimentar
de vitamina B12 (cobalamina) no linfocítico do que em gatos hígidos. Sua
organismo, e por isso, concentrações dosagem também pode ser realizada,
séricas baixas sugerem o diagnóstico de inclusive para definir se é necessário
doença primária intestinal em gatos com suplementar tal vitamina (LALOR et al.,
função pancreática exócrina normal. A 2014).
determinação sérica da lipase Imagem
imunorreativa felina pode ser útil, pois Exames de imagem são de grande
pode ser difícil distinguir o linfoma auxílio para obtenção do diagnóstico. A
linfócitico e a DII da pancreatite crônica ultrassonografia abdominal de gatos com
(GIEGER, 2011). Em um estudo com 41 linfoma linfocítico apresenta alteração em
gatos com linfoma alimentar linfocítico, mais de 90% dos casos. Apesar disso,
78% apresentaram baixa concentração geralmente é indistinguível de gatos com
sérica de cobalamina (KISELOW et al., DII (GIEGER, 2011; MOORE et al.,
2008). 2012).
Níveis de tiroxina, frequentemente Avalia-se a espessura de alças
dosados em teste de T4 total pode ser intestinais, linfonodos mesentéricos, e
realizado para descartar o hipertireoidismo, outros órgãos, como o fígado, rins e o
doença comum em gatos idosos que pâncreas. Obstruções no trato
apresentam perda de peso (WILSON, gastrointestinal, massas abdominais e
2008; GIEGER, 2011; BARRS & intussuscepção podem raramente estar
BEATTY, 2012). Em gatos positivos para presentes. O achado mais comum, em 81%
o vírus da leucemia felina ou com dos casos, é o espessamento de alças
pancitopenia, é sugerida uma avaliação da intestinais (acima de 2,8mm em duodeno e
medula óssea (GIEGER, 2011). Em casos jejuno; acima 3,2mm íleo; acima de 1,7mm
com diarreia, é indicada a realização de cólon) com preservação das camadas
exame coproparasitológico de fezes, para (SCHREURS et al., 2008; LINGARD et
descartar verminoses e protozoários como al., 2009; GIEGER, 2011).
Giardia spp, Criptosporidium, e Isospora A linfonodomegalia mesentérica
spp (BARRS & BEATTY, 2012). pode estar associada com linfoma ou com

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doença inflamatória, sendo que 47% a 75% Biópsia por endoscopia e biópsia por
dos gatos com LL apresentam, enquanto laparotomia
17% dos gatos com DII possuem. Além A DII e linfoma alimentar só
disso, gatos idosos com espessamento da podem ser diferenciados por biópsia
muscular intestinal tem 18 vezes mais seguida de histopatologia
chance de ter linfoma linfocítico do que (ZWINGENBERGER et al., 2010). A
DII, sendo que enquanto 26% dos gatos biópsia pode ser realizada por endoscopia
com LL tem linfonodomegalia mesentérica ou por laparotomia (GIEGER, 2011;
associada com espessamento da muscular, NORSWORTHY, 2018).
somente 4% dos com DII apresentam esta A endoscopia possui como
associação (ZWINGENBERGER et al., vantagens ser um procedimento rápido,
2010; GIEGER, 2011). eficiente, com bom custo-benefício, pouco
Radiografia torácica VD, LLD e invasivo, e de rápida recuperação. Por isso,
LLE deve ser feita para auxílio no consiste em uma escolha mais segura para
estadiamento da doença. A radiografia gatos muito debilitados (WEBB, 2008;
abdominal pode ajudar na avaliação de GIEGER, 2011; MOORE et al., 2012).
gatos com massas abdominais, obstrução A habilidade e a persistência do
do trato gastrointestinal, visceromegalia e endoscopista são fatores cruciais para o
constipação (GIEGER, 2011) sucesso na obtenção do diagnóstico. Ao
Citologia coletar seis amostras adequadas de cada
A punção aspirativa por agulha fina porção (estômago, duodeno, íleo e cólon),
guiada por ultrassonografia para realização o correto diagnóstico histológico é
de citologia de linfonodos mesentéricos provavelmente realizado. Além disso, a
não é ideal para diagnóstico do linfoma visualização da mucosa dos órgãos é de
alimentar linfocítico. Como os linfócitos grande valia para escolha de melhores
são bem diferenciados, esses podem sítios para a coleta de fragmentos
parecer normais. Em um estudo, em 88,8% (WILLARD et al., 2008; GIEGER, 2011;
dos casos, a citologia incorretamente MOORE et al., 2012).
identificou hiperplasia benigna linfoide em Amostras biopsiadas por
gatos que a histologia diagnosticou linfoma endoscopia não são adequadas para
alimentar linfocítico (LINGARD et al., diferenciar DII e linfoma alimentar no
2009; WILSON, 2008). intestino delgado, pois os principais sítios

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do linfoma são o jejuno e o íleo (EVANS Histopatologia
et al., 2006). Por isso, se faz extremamente A histopatologia é essencial para o
necessário que a colonoscopia seja sempre diagnóstico do linfoma alimentar
realizada associada à endoscopia linfocítico. Esse, causa infiltração de
gastroduodenal. linfócitos neoplásicos na mucosa intestinal,
A desvantagem da endoscopia que geralmente são distribuídos
consiste em só ser possível biopsiar irregularmente pelas vilosidades
mucosa gástrica, duodenal, do íleo e do intestinais, com frequente progressão para
cólon, impossibilitando avaliação de submucosa e infiltração transmural
linfonodos mesentéricos, fígado e (GIEGER, 2011). O agrupamento discreto
pâncreas. Além disso, a detecção do de linfócitos entre as células epiteliais ou a
linfoma em camadas profundas (serosa, infiltração difusa nos vilos e criptas do
muscular e submucosa) é dificultada epitélio caracterizam epiteliotropismo, que
devido à profundidade limitada (GIEGER, pode ser observado (RICHTER, 2003).
2011). A diferenciação entre linfoma
A biópsia realizada em laparotomia, alimentar linfocítico e DII pode ser difícil
possibilita biopsiar todas as camadas até mesmo para patologistas experientes. A
intestinais, possibilitando que a infiltração DII é caracterizada pela infiltração de
de células neoplásicas nas camadas linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e ou
intestinais mais profundas possa ser macrófagos, que são encontrados
visualizada pelo patologista, quando primariamente na mucosa intestinal
existir. Além disso, é possível obter (RICHTER, 2003; GIEGER, 2011). Essa
amostras de fígado, pâncreas e linfonodos cursa com edema de mucosa e inflamação,
mesentéricos (WILSON, 2008; o que não ocorre no LL (WALY et al.,
KLEINSCHMIDT et al., 2010; GIEGER, 2005).
2011). Complicações pós-operatórias são Em um estudo, em 29% dos gatos
raras (EVANS et al., 2006, CONCEIÇÃO que tinham sido diagnosticados com DII na
et al., 2017). As desvantagens da cirurgia histopatológica, revelou-se linfoma na
incluem o tempo prolongado de anestesia, imuno-histoquímica
o procedimento ser muito invasivo, além (ZWINGENBERGER, 2010); e em outro,
de ser necessário considerar que os gatos 15% dos gatos diagnosticados com LL,
acometidos são geralmente idosos e tinham DII (WALY et al., 2005). É
debilitados (GIEGER, 2011). essencial que o exame histopatológico seja

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realizado por patologista competente e em LT, e se apresenta aumentado em casos
experiente, e que em casos que após a de inflamação intestinal (MOORE et al.,
avaliação histopatológica a suspeita de 2005; GIEGER, 2011).
linfoma persiste, seja realizada a imuno- Alguns felinos diagnosticados com
histoquímica (RICHTER, 2003; KIUPEL linfoma alimentar (12,5%) podem
et al., 2011). apresentar linfoma misto, com fenótipo de
Imunohistoquímica LT e LB (WALY et al., 2005). O linfoma
Pode ser utilizada quando a de grandes células granulares (LGL) é
avaliação histopatológica não foi composto por linfócitos T citotóxicos ou
conclusiva, e também para determinar o células Natural Killer, e a expressão de
fenótipo da neoplasia, ou seja, o tipo CD3 é variável, já que os primeiros
celular predominante. Essa técnica usa da apresentam, mas os últimos não. Em um
reação antígeno anticorpo, sendo que estudo, LGL apresentou CD18 em 100%
anticorpos primários são ligados a dos casos e CD3 em 90%
antígenos de superfície da célula a ser (ROCCABIANCA et al., 2006).
marcada, os chamados Clusters de Citometria de fluxo
diferenciação (CD). Assim, os anticorpos A citometria de fluxo pode ajudar a
anti-CD3 reconhecem os linfócitos T, por identificar a população de células, com
meio deste grupo expresso na célula, marcadores específicos de linfócitos T e de
enquanto anti CD21, CD45, CD79a e linfócitos B. A demonstração da população
BLA36 reconhecem os linfócitos B de linfócitos é a melhor forma para o
(AMORIM, 2008). diagnóstico do linfoma alimentar
O linfoma alimentar de pequenas (MOORE et al., 2012). No Brasil ainda há
células e o LGL tem população grande dificuldade em usar tal método na
monoclonal de linfócitos T, enquanto o de rotina clínica, por ele estar disponível em
grandes células predomina linfócitos B. apenas poucos centros no país.
Consequentemente, o uso da imuno- PCR
histoquímica, ajuda a distingui-los e A análise do rearranjo genético do
também a diferencia-los da DII receptor de células T (TCRG) usando PCR
(FONDACARO et al., 1999; LINGARD et (reação em cadeira de polimerase) é uma
al., 2008; GIEGER, 2011). Apesar disso, metodologia que pode ser usada para
somente a presença de LT não diagnostica detectar clonalidade em populações de
linfoma, pois o tecido linfoide associado a linfócitos T (MOORE et al., 2005;
mucosa (MALT) consiste primariamente GIEGER, 2011). É proposto que a avalição

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da diversidade juncional do TCRG V-J associada a prednisolona
para detecção desta clonalidade represente (NORSWORTHY, 2018). Felinos que não
uma importante ferramenta para o respondem bem ao protocolo inicialmente
diagnóstico do LL em felinos (MOORE et escolhido devem receber terapia diferente,
al., 2005). com protocolo mais agressivo (WILSON,
Tratamento 2008).
Deve ser recomendado o tratamento Hemogramas devem ser realizados
inicialmente cirúrgico para gatos que uma semana após o início do protocolo, e
apresentam massa obstruindo trato depois mensalmente. A quimioterapia deve
gastrointestinal, que deve ser sempre ser suspensa se animal apresentar
acompanhada de biópsia de porções do neutrófilos segmentados em concentração
estômago, duodeno, íleo, cólon, fígado, menor que 1.500 células / µL de sangue e
pâncreas e linfonodos mesentéricos. ou se menor que 75.000 plaquetas / µL de
Quando há presença de massa, é incomum sangue (WILSON, 2008).
que seja única, geralmente há O clorambucil pode ser
acometimento de outros sítios. Após administrado em dose de bolus, ou seja,
recuperação cirúrgica e resultado dos alta dose a cada 3 semanas, ou em doses
exames complementares, inicia-se a menores continuamente. As vantagens da
quimioterapia. dose de bolus são a menor exposição do
Em casos sem massas obstrutivas, tutor a quimioterapia e a menor exposição
deve-se realizar a escolha do protocolo contínua do gato ao agente. Deve-se levar
quimioterápico levando em consideração em consideração que os felinos serão
fatores como: doenças concomitantes, tratados com este medicamento por meses
condição financeira e psicológica do tutor, a anos e, portanto, o protocolo terapêutico
habilidade do proprietário manejar o gato. de escolha deve ser o que melhor se
Um protocolo amplamente usado adeque ao tutor e o gato em questão.
consiste em clorambucil, um agente As doses em literatura variam,
quimioterápico que tem como alvo clorambucil 4mg por m2 ou 2mg / animal,
linfócitos que se dividem lentamente, por via oral a cada 48 horas (QOD) ou 72
associado com a prednisolona (LINGARD horas (Q72), ou 20mg por m2 a cada duas
et al., 2009; GIEGER, 2011; STEIN et al., semanas, ou 45 mg por m2 a cada três
2010; NORSWORTHY, 2018). Outro semanas; e prednisolona 1-2 mg kg ou 5-
protocolo, considerado como de primeira 10 mg / animal por via oral a cada 24 horas
escolha para alguns autores, é a lomustina (SID) (FONDACARO et al., 1999;

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KISELOW et al., 2009; METZGER, 2010; 20mg por m2 por via oral a cada duas
STEIN et al., 2010; GIEGER, 2011; semanas, associado a prednisolona 2mg p/
NORSWORTHY, 2018). kg inicialmente e posteriormente 1,0mg/kg
A lomustina em dose de 50 a 60mg via oral diariamente. Cerca de 96% dos
por m2 a cada quatro semanas, utilizada em gatos apresentaram remissão, que durou
25 gatos com neoplasias, incluindo o em média 786 dias, e 14% dos felinos
linfoma alimentar, não levou a toxicidade desenvolveram uma segunda neoplasia
gastrointestinal, renal ou hepática maligna durante o período estudado
(RASSNICK et al., 2001). Lomustina é (STEIN et al., 2010). Em outro estudo com
usada com muito boa resposta em linfomas 29 gatos, a remissão completa foi obtida
alimentares por um a quatro anos de em 69% dos casos, com duração média de
tratamento, sem a maioria dos efeitos 16 meses e sobrevida média de 17 meses
adversos dos agentes quimioterápicos (FONDACARO et al., 1999).
(NORSWORTHY, 2018). Outro protocolo usado é o
Em um estudo com 42 gatos com multidrogas, com vincristina,
LL tratados com 5-10 mg prednisolona por ciclofosfamida, doxorrubicina e L-
via oral a cada 24 horas e clorambucil 2mg asparaginase. Em 17 gatos com LL, 12
por via oral a cada 48 a 72 horas teve foram tratados com prednisolona 1-2mg kg
resposta de 96%, com 56% de resposta VO SID e clorambucil 15mg m2 VO SID
completa (sem sinais clínicos nem tumor por quatro dias a cada três semanas; dois
detectável) e 39% resposta parcial (mais de com multidrogas e três com combinação
50% da sintomatologia melhorou). dos dois protocolos. A remissão completa
Somente 5% dos casos não apresentaram ocorreu em 76% dos casos, com duração
resposta ao protocolo. A remissão em média de 18,9 meses. A sobrevida média
casos com resposta parcial e resposta foi de 19,3 meses para gatos que
completa durou em média 428 dias e 897 alcançaram remissão completa e 4,1 meses
dias, respectivamente. Entre todos os 42 para gatos sem remissão completa
gatos, a média de sobrevida foi de 704 (LINGARD et al., 2009).
dias, sendo que12 gatos morreram durante Terapia de resgate para gatos que
este estudo, em média 476 dias após o retornam a apresentar sinais clínicos deve
início do protocolo (KISELOW et al., ser instituída. Em um estudo, 39,3% dos
2008). gatos receberam pelo menos um protocolo
Em estudo retrospectivo com 28 de resgate. A primeira escolha de terapia
gatos com LL que receberem clorambucil de resgate é a reintrodução da prednisolona

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e o clorambucil. Outras opções são o COP com DII concomitante, considerar dieta
(ciclofosfamida, vincristina e hipoalergênica.
prednisolona), lomustina associada à Em felinos anoréxicos, deve-se
prednisolona, e a prednisolona associada à entrar com alimentação forçada ou com
ciclofosfamida (POPE et al., 2015). alimentação via sonda esofágica.
Em um estudo, foi usado Estimulantes de apetite como a
ciclofosfamida na dose de 200 a ciproheptadina e a mirtazapina também
260mg/m2, dados no primeiro dia, e três a podem ajudar. Em muitos casos, ao início
cada duas semanas (25mg segunda e quarta do protocolo quimioterápico, o apetite
feira de duas em duas semanas) e aumenta (GIEGER, 2011).
prednisolona 2mg de 48 em 28 horas. A suplementação com a cobalamina
Todos os gatos obtiveram resgate com esta deve ser considerada se a concentração
terapia, alcançando resolução dos sinais sérica não for mensurada, visto que a
clínicos e média de remissão de 241 dias prevalência de hipocobalaminemia em
(Stein et al., 2010). Como terapia de gatos com linfoma alimentar é de em
resgate, o uso da prednisolona e média 78%. Em um estudo de gatos com
clorambucil tiveram tempo de remissão sinais clínicos decorrentes de problemas
muito maior que gatos tratados com em trato gastrointestinal e com cobalamina
lomustina e prednisolona, sendo 850 dias e abaixo de 100ng/L, foi instituído protocolo
332 dias, respectivamente (POPE et al., com 250µg de cobalamina via subcutânea
2015). uma vez por semana, e após quatro
A suspensão da prednisolona e do semanas, os sinais clínicos, a condição
clorambucil ao alcance da remissão, com corporal e a concentração sérica de
consequente reintrodução em terapia de cobalamina melhoraram na maioria dos
resgate parece ser tão eficaz quanto a felinos (KISELOW et al., 2008; GIEGER,
administração continuada em gatos com 2011).
linfoma linfocítico (POPE et al., 2015). A radioterapia é usada com sucesso
Além do protocolo quimioterápico, em casos de linfomas em sítio único, como
outras modalidades de tratamento podem nasal e medular. Em um estudo piloto com
ser instituídas. A modificação da dieta em oito gatos com LB tratados com
gatos para linfoma é indicada, visto que o quimioterapia multidrogas associada à
ideal é que o felino receba alimentos radioterapia, a maioria dos gatos teve
palatáveis e de alta digestibilidade. Gatos aumento do tempo de remissão (GIEGER,

11
2011). Ainda não existem estudos da O diagnóstico deve ser feito
radioterapia como terapêutica para o LL. associando-se o quadro clínico do animal à
Prognóstico exames hematológicos, de imagem,
O prognóstico para gatos com LL é histopatológicos e de imuno-histoquímica.
de reservado a favorável, sendo que a A biópsia pode ser feita tanto por
sobrevida média de gatos tratados com laparotomia quanto por endoscopia, desde
clorambucil e prednisolona é em média 18 que a segunda seja feita com colonoscopia
a 48 meses. Felinos positivos para associada.
retroviroses e ou instáveis clinicamente ao O uso da prednisolona associado ao
diagnóstico, tem prognóstico pior. O clorambucil para o tratamento do linfoma
imunofenótipo não tem valor como fator alimentar de pequenas células é um
prognóstico (ETTINGER, 2003; WILSON; protocolo efetivo de primeira escolha.
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infelizmente, a resposta não pode ser
prevista antes do início do protocolo BALAN, M; HOPE, A; CASSIDY, J;
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