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Resumo
Grande parte das falhas elétricas em geradores e motores tem como causa a degradação do
material isolante do estator, geralmente composto por epóxi (orgânico) e mica (inorgânico). Essa
degradação se dá por diversos mecanismos, como envelhecimento térmico, contaminação, etc.
Equipes de manutenção muitas vezes utilizam sistemas que detectam pulsos de descargas
parciais para avaliar a condição da isolação e tomar ações, quando necessário. Isso pode ser
feito com a máquina em operação ou não, geralmente através de acopladores capacitivos que
atuam como filtros passa-alta. Em muitos casos, porém, as máquinas não possuem um sistema
para medição de descargas parciais. Trabalhos de pesquisa recentes demonstram que há uma
correspondência entre descargas parciais superficiais e a formação de ozônio em máquinas
refrigeradas a ar. Este trabalho de revisão investiga os progressos já feitos na direção de usar
medições de ozônio como ferramenta de manutenção preditiva e explora seu potencial futuro,
bem como possíveis limitações.
Palavras chave
Descargas parciais; ozônio; manutenção preditiva; hidrogeradores; máquinas elétricas;
1 INTRODUÇÃO
A descoberta do gás ozônio (O3) está diretamente ligada à eletricidade. Em 1785, Martin van
Marum observou que sua máquina de eletricidade estática produzia um odor característico,
notando também a oxidação do mercúrio contido nas garrafas de Leyden do aparato (forma
primitiva de capacitor) e a redução do volume de oxigênio. Ele atribuiu esse odor à eletricidade
em si.
Cinco décadas depois, Schoenbein [1] propôs que o odor relacionado a descargas elétricas no
ar ou hidrólise da água seria uma nova substância, chamando-a de ozônio, do grego ozein, que
significar “cheirar” ou “exalar odor”. Muitas pesquisas foram feitas com objetivo de caracterizar o
ozônio e o próprio Schoenbein descreveu os três principais métodos de formação: criando arcos
elétricos no ar ou oxigênio, fazendo a eletrólise da água em soluções ácidas e expondo fósforo
à atmosfera úmida.
Em 1857, Ernst Werner von Siemens, propôs um método mais eficiente de se produzir ozônio,
utilizando “descargas silenciosas”, ou um dispositivo de descarga por barreira dielétrica. A
novidade desta configuração era que os eletrodos ficavam fora da câmara de descargas, sem
contato com o plasma. Curiosamente, Siemens nunca tentou obter uma patente para este
dispositivo, mesmo considerando-o uma de suas invenções mais importantes.
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Figura 1 - Dispositivo de descarga em barreira dielétrica (W. Siemens, 1857)
Mesmo assim, ninguém sabia ainda o que exatamente era esta nova substância. Muitas
hipóteses foram formadas, até que em 1865, Soret [2] mostrou em um estudo sobre proporções
volumétricas que o ozônio era um alótropo de oxigênio, cuja molécula teria três átomos (O3).
Schoenbein continuou as pesquisas sobre o ozônio até o final de sua vida em 1868, tendo
publicado mais de 200 artigos sobre o assunto. A esta altura, a comunidade científica já tinha
como fato que o ozônio era realmente O 3 e as pesquisas sobre suas potenciais aplicações e
características físico-químicas foram multiplicando-se. Rapidamente, foi estabelecido um grande
potencial para uso do ozônio em tratamento de água potável e uma das vertentes de pesquisa
foi justamente sobre as maneiras de como produzir ozônio com maior eficiência.
Em 1870, foi registrada a primeira patente para um gerador de ozônio usando descargas
elétricas [3]. Por volta de 1920, dezenas de cidades ao redor do mundo já usavam sistemas
comerciais de tratamento de água a partir de ozônio gerado eletricamente, inclusive grandes
capitais.
O início do século XX também viu a expansão rápida da geração de energia elétrica. Como
ilustração, a capacidade instalada de geração nos Estados Unidos era de cerca de 100 MW em
1900, e cresceu uma ordem de grandeza a cada 20 anos até 1960 [4].
Rapidamente, percebeu-se que máquinas de alta tensão também produziam ozônio em seu
interior e que isso poderia estar relacionado a determinados tipos de falhas.
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Highfield afirma que tal problema está diretamente associado à umidade ambiente. Uma barra
totalmente seca não sofreria deste problema, mas uma barra exposta à umidade se deterioraria
rapidamente. Ou seja, geradores em locais de clima úmido estariam sob maior risco de sofrer a
mesma falha. Adicionalmente, foi observado que os problemas de ataque químico podiam ser
notados em espiras sujeitas a apenas 2 kV, e que a destruição completa ocorreu em pontos
equivalentes a 8 kV, porém sem nenhuma linearidade do efeito. Algumas espiras estavam em
pior condição que outras de maior tensão, o que sugere distribuição heterogênea da umidade.
Para provar sua teoria, Highfield fez um experimento com gaze de cobre envolta em papel filtro,
submetendo o cobre a um potencial de 10 kV. Em 3 dias, o papel foi degradado quase totalmente
nas regiões de descargas mais intensas e o cobre estava verde, por conta do nitrato de cobre
formado. Finalmente, Highfield prevê que a máxima tensão que se poderia trabalhar de forma
prática em climas úmidos como o da Inglaterra seria ~18 kV, por conta da degradação química
acentuada em tensões maiores.
O primeiro trabalho detalhado e dedicado a este assunto foi publicado em 1911. “Chemical
action in the windings of high-voltage machines” [9] traz uma série de resultados experimentais
onde materiais isolantes de diferentes tipos são submetidos a descargas sob condições diversas.
O artigo faz uma distinção clara da degradação química e da degradação por ação direta das
descargas elétricas (que hoje em dia são chamadas de descargas parciais), traz uma análise
mais criteriosa dos gradientes de tensão na isolação e chega em conclusões interessantes:
O estudo também aborda de forma criteriosa os gradientes de tensão entre materiais distintos,
estabelecendo fundamentos básicos de ocorrência das descargas parciais (denominação que
ainda não existia) e propondo que a camada de materiais distintos da isolação pode ser
modelada como capacitores em série.
Um trabalho [10] do ano seguinte (1912), demonstra que a ionização através de descargas
elétricas também ocorre com o nitrogênio (N2). Uma vez ionizado, ele reage com o O2 produzindo
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NO2. Entretanto, a reação é muito mais rápida e muito mais eficiente se o agente oxidante é o
O3 (ozônio). Nesta época ainda não havia sido demonstrado um outro produto dessas reações,
que é o NO. O conjunto NO e NO2 é comumente chamado de NOx, e usado como indicador de
poluição atmosférica. Sua reação com a umidade presente no ar leva à formação de ácido nítrico
(HNO3), causando chuva ácida.
Foi apenas na década de 40 que pesquisadores começaram a ter uma visão mais geral de
todos os fenômenos que agem de forma conjunta na degradação de materiais isolantes e de
suas principais variáveis. Também foi nesta época que começaram a surgir propostas de testes
elétricos mais sofisticados.
Em 1940, uma técnica de detecção de corona com um circuito ressonante já era usada para
cabos [13] e transformadores. O princípio básico é que cabos em mau estado terão pequenos
espaços vazios na isolação e o gradiente de campo elétrico ioniza o ar contido localmente,
causando pequenas descargas. A razão para a chegada “tardia” dos testes de descargas parciais
em máquinas rotativas se deve, em grande parte, à altíssima resistência da mica a essas
descargas.
Von Cron mostrou em 1943 [14] que a ruptura dielétrica em isolantes de alta tensão pode
ocorrer após repetidas descargas de pequena magnitude (e quase imperceptíveis) que ocorrem
sob stress elétrico constante. Este foi um resultado importante na compreensão dos mecanismos
de falha de isolação.
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Ainda na década de 60, houve a tentativa de monitorar a condição de geradores em operação
de uma forma diferente. Um sistema patenteado em 1969 [19] seria capaz de analisar partículas
em suspensão no hidrogênio refrigerante de turbogeradores. A premissa é que há diferentes
materiais isolantes dentro da máquina e o aquecimento local desses diferentes materiais, que
poderia ser um princípio de falha, libera partículas determinadas na atmosfera de hidrogênio. Ao
passar o gás que contém essas partículas por um espectrômetro, o tipo de partícula identificado,
bem como sua quantidade, poderia indicar o ponto de sobreaquecimento e a severidade do
problema. Um artigo de 1979 [20] descreve esse método de forma didática, com exemplos de
resultados obtidos em laboratório. Levou cerca de duas décadas para que esse sistema fosse
aperfeiçoado até dar resultados satisfatórios em campo. As versões iniciais não eram confiáveis
e causavam alarmes constantes em condições normais, seja por falhas internas do equipamento
ou contaminações por óleo lubrificante [21]. Este sistema ainda é usado e oferecido
comercialmente, inclusive para máquinas refrigeradas a ar. Adicionalmente, é possível espalhar
produtos químicos específicos em diferentes pontos da máquina que funcionam como
marcadores, para que uma análise cromatográfica possa indicar a origem do sobreaquecimento.
Entretanto, o monitoramento de pontos quentes com sensores resistivos (Pt100) ou fibras ópticas
tem adoção muito mais ampla.
Um memorando de 1972 [22] feito para a comissão de energia nuclear dos Estados Unidos,
por exemplo, avalia o impacto do ozônio gerado por linhas de transmissão no meio-ambiente,
concluindo que, provavelmente, a concentração adicional causada pelas linhas ficava abaixo do
limite mínimo de detecção dos medidores usados, que era de 2 ppb. Como linhas de transmissão
ficam totalmente exposta ao ar e vento, é de se esperar que a dissipação do ozônio gerado seja
quase imediata. O mesmo não ocorre em ambientes fechados, como um gerador.
Medições periódicas de ozônio em hidrogeradores têm sido feitas de maneira informal desde a
década de 60 ou até mesmo antes, mas é provável que o primeiro artigo detalhando um sistema
de monitoramento online de ozônio em hidrogeradores seja de 1993 [23]. Medidas em 4
geradores da planta de Peace Canyon, no Canadá, revelaram quantidades entre 168 e 260 ppb
de O3. Os autores comparam 3 tipos de sensores disponíveis no mercado:
Para a criação do protótipo, escolheram o sensor UV, principalmente por sua grande faixa
dinâmica e repetibilidade. Há uma ressalva importante, de que partículas em suspensão no ar e
vapores de óleo também absorvem luz neste mesmo comprimento de onda. Para reduzir este
efeito, sugere-se que o ar ambiente nos pontos de medição seja primeiro passado por um
catalisador que elimina todo o ozônio. O valor de absorção nesta condição representaria uma
linha base para medições futuras, com ozônio presente. Tal técnica seria válida apenas se as
condições das partículas e óleo em suspensão se mantivessem constantes.
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Figura 2 - Espectro de absorção do ozônio
Um artigo de 2007 [25] faz uma comparação entre medições de ozônio e descargas parciais
na mesma usina de Peace Canyon, com valores próximos a 250 ppb. A grande quantidade de
ozônio e o padrão de descargas sugeriam danos ao revestimento semicondutivo, o que foi
comprovado em parada de máquina. Os mesmos autores mostram em um trabalho posterior [26]
que medições de ozônio feitas ao redor de uma hidrogerador possuem correlação direta com a
severidade de descargas parciais nas respectivas posições do estator. Neste trabalho, também
é testada em laboratório a influência da tensão, distância do sensor e velocidade do ar nas
concentrações de ozônio medidas.
A medição de ozônio também é usada como parte de índice indicador de “saúde” do gerador
[28]. Este conceito tem sido aplicado de forma abrangente no setor de geração, transmissão e
distribuição, não apenas para geradores. Consiste em, basicamente, atribuir pesos para
diferentes tipos de diagnósticos e variáveis e gerar uma nota final representativa da condição do
ativo. Este sistema auxilia na priorização de ações de manutenção e também nas tomadas de
decisão gerenciais, como aquisição e troca de equipamentos.
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Trabalhos recentes foram feitos no sentido de correlacionar medições de ozônio com as
descargas parciais em máquinas de maneira mais direta. Um artigo de 2018 [29] faz comparativo
dos níveis de descargas parciais e quantidade de ozônio em um objeto de teste (estator de motor
trifásico 6,6 kV) dentro de uma cabine de acrílico, com um ventilador direcionando o ar
axialmente. Em duas das fases, foram inseridos defeitos propositais, removendo o revestimento
semicondutivo. As medições mostram uma correlação muito boa entre o nível de ozônio e a
severidade das descargas. Vale notar, entretanto, que se trata de um objeto de teste
relativamente pequeno.
No Brasil, experimentos similares a [26] foram feitos em 2013, com medições pontuais de
ozônio ao redor de de hidrogeradores. Em [30], valores próximos de 200 ppb foram medidos em
uma das máquinas testadas na usina hidrelétrica de Jupiá. A comparação com medições de
descargas parciais confirmou a correlação entre as variáveis, sendo que os geradores com maior
quantidade de O3 também exibiam predominância de pulsos positivos (descargas superficiais).
• Descargas na ranhura.
• Descargas superficiais devido à vibração/movimentação de barras.
• Descargas superficiais devido a contaminações/trilhamento.
• Descargas nas cabeças de bobina, inclusive entre bobinas.
• Falhas no revestimento semicondutivo ou proteção gradiente (SiC).
• Descargas superficiais pontuais (ex: corpo estranho).
5 NORMAS
O guia IEEE 1129 para monitoramento de máquinas síncronas acima de 10 MVA dedica um
parágrafo ao ozônio, mencionando que sua presença indica a existência de descargas parciais
e que também acelera a degradação do material isolante (ataque químico).
O guia IEEE 1434 para medição de descargas parciais em máquinas CA também possui um
parágrafo similar, acrescentando que o ponto de amostra é crítico, uma vez que a concentração
de O3 é afetada por condições ambientais e que o monitoramento de ozônio pode ser feito com
máquina parada, mas que o maior benefício se dá com monitoramento online.
O guia IEEE 492 de operação e manutenção de hidrogeradores fala em poucas linhas que a
quantidade de ozônio presente no gerador ou entorno pode indicar descargas parciais de
superfície.
As normas não dão informações ou diretrizes mais objetivas para a medição ou comparação
com outras variáveis.
A quantidade de ozônio produzida por descargas parciais dentro de uma máquina rotativa é
dependente de vários fatores ambientais, como temperatura, umidade, fluxo de ar da ventilação
e também do tipo e topologia da descarga. Por ser altamente reativo, a distância entre o ponto
de descargas parciais e o sensor deve ser a mais curta possível. Além disso, a taxa de
recombinação do ozônio aumenta com a temperatura, então uma descarga que ocorre num
ponto mais quente pode levar a uma formação muito menor de ozônio de uma descarga num
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ponto mais frio. Por esses motivos, medições absolutas dificilmente teriam valor de diagnóstico
sem outras informações complementares, a não ser em casos onde o valor é muito alto e o
ataque químico se torna um risco imediato. Máquina seladas, por exemplo, podem acumular
dezenas de ppm de O3 internamente, que podem danificar até mesmo partes do rotor [31].
Além disso, alguns tipos de mecanismos de falhas jamais poderiam ser identificados
monitorando apenas a quantidade de ozônio. Por exemplo:
Pesquisas recentes mostram que o tipo de defeito na isolação também influencia na quantidade
de gases formados pela ação das descargas. Em [32], quatro tipos de defeito de isolação são
comparados, e a emissão de O3, NO e NO3 medida para diferentes casos. Os autores sugerem
que as proporções O3/NOx e NO2/NO podem ser usadas como indicativos para identificação do
tipo de problema, de forma parecida com o diagnóstico de problemas em transformadores de
potência através da análise de gases dissolvidos no óleo isolante.
Outros trabalhos também indicam que o monitoramento de NOx pode agregar informações úteis
para a identificação de possíveis problemas de isolação e existência de descargas. Em [33] é
mostrado que as concentrações de O3 e NOx geradas por descargas são maiores em ambientes
de baixa umidade. Portanto, uma maneira de normalizar as medições seria interessante ao
analisar uma determinada máquina. Em [34] é sugerido um método de identificação de corona
em módulos de potência de alta tensão através da medição simultânea de O3 e NOx.
Especificamente em máquinas rotativas, entretanto, relativamente pouca atenção foi dada aos
compostos NOx.
Um artigo de 1995 [35] traz resultado experimentais sobre medições de pressão interna de um
vazio dentro do epóxi submetido a descargas parciais. A pressão incialmente cai, segundo o
autor, devido ao surgimento de compostos reativos como o ozônio, que reagem com o epóxi.
Posteriormente, há um aumento de pressão, possivelmente devido à produção de componentes
voláteis pela degradação do próprio epóxi. O autor também compara essa mudança de pressão
interna com uma mudança no padrão de descargas parciais medidas. Este resultado é
interessante, pois sugere que a decomposição do epóxi também produz substâncias que
poderiam ser indicativos de degradação – possivelmente moléculas orgânicas.
É provável que além do ozônio produzido no ar, gases como o monóxido de carbono, etileno e
acetileno sejam formados pela decomposição do epóxi [36].
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8 AGRADECIMENTOS
Bibliografia
[1] “On the odour accompanying electricity, and on the probability of its dependence on the
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[3] Dunderdale, C. P. – Apparatus for the production of ozone. US100736A. Patented Mar.
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[8] R. T. Glazebrook et al., “Discussion on ‘Testing of electric machinery and of materials for its
construction’”, Journal of the Institution of Electrical Engineers, vol. 38, nº 181, p. 62–103, 1907,
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[18] M. Kurtz, "A partial discharge test for generator insulation", Ontario Hydro Research Quaterly,
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[21] C. V. Maughan, “Generator condition monitor evolution and capability,” in 2007 Electrical
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[25] M. Belec et al., “Investigation and diagnosis of a 184-MVA air-cooled generator heavily
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[32] K. Li, H. Javed, G. Zhang and A. Plesca, "Analysis of air decomposition by-products under
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[34] L. Kang, W. Liujie and Z. Guoqiang, "A New Detection Method for Corona Discharge in High
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[36] P. J. Tavner, “Review of condition monitoring of rotating electrical machines”. IET Electric
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