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Célula Combustível

1) O que é?
2) História
3) Funcionamento
4) Benefícios Ambientais
5) Fontes de Hidrogênio
6) Armazenamento de Hidrogênio
7) Célula Combustível no Brasil
8) 0 Desafios

1) O que é?
Célula a combustível (Fuel Cells) é uma tecnologia que utiliza o hidrogênio e
o oxigênio para gerar eletricidade com alta eficiência, e também vapor
d’água quente resultante do processo químico na célula a combustível. A
importância da célula está na sua alta eficiência e na ausência de emissão
de poluentes quando se utiliza o hidrogênio puro, além de ser silenciosa.

O seu principal combustível, o hidrogênio, pode ser obtido a partir de


diversas fontes renováveis e também a partir de recursos fósseis, mas com
muito menor impacto ambiental. Será em breve uma solução para a geração
de energia no próprio local de consumo, desde uma indústria, residência,
centros comerciais, além de sua utilização em automóveis, aviões, motos,
ônibus e equipamentos portáteis, tal como o telefone celular e os laptops.

Pesquisas de desenvolvimento de CaCs estão sendo realizadas em todo o


mundo por empresas de energia, montadoras de automóveis, fabricantes de
equipamentos eletrônicos, universidades e centros de pesquisa
especializados em energia alternativa, com o objetivo de diminuir os custos,
as dimensões, aumentar a eficiência dos equipamentos e, para muitos países, diminuir a dependência de
combustíveis fósseis, como o petróleo, assim como a dependência dos países do Oriente Médio, região
com grande concentração e produção de petróleo e de instabilidades políticas, religiosas, econômicas e
sociais.

No contexto internacional, verifica-se a adoção de ações visando ampliar o aproveitamento de energias


renováveis com uma progressiva redução no uso dos combustíveis fósseis, reestruturando a produção, a
distribuição, o uso da energia e incorporando novas tecnologias. Neste cenário, o papel do hidrogênio
será fundamental.

Célula a Combustível de Óxido Sólido da GlobalThermoelectric.

Já foram investidos mais de dois bilhões de dólares pelas grandes indústrias


automobilísticas no desenvolvimento de automóveis - carros, caminhões e ônibus
- movidos por CaCs, prevendo-se a produção em massa para a nova geração de
veículos movida a hidrogênio ainda no final desta década. A General Motors
espera produzir até o ano de 2020, um milhão de automóveis a célula a
combustível. Dentro de sete anos, será um mercado de 10 bilhões de dólares
anuais.

Segundo o departamento de energia dos EUA, se o país utilizasse, em 10% da sua frota, veículos
movidos por células a combustível, a economia em petróleo seria de 800.000 barris por dia. Esta quantia
equivale a 13% das importações de petróleo deste país em 2003.

Há, portanto, um movimento em favor de uma economia baseada no hidrogênio, e não mais no petróleo.
Uma nova infra-estrutura de armazenamento, distribuição e uso da energia deverá surgir como forma de
distanciar o mundo de um regime energético baseado em combustíveis fósseis, limitando as emissões de
CO2 a apenas duas vezes o nível pré-industrial, minimizando os efeitos do aquecimento global na biosfera
do Planeta.
2) História
Apesar da alta tecnologia empregada para o seu funcionamento, as células a combustível são conhecidas
pela ciência há mais de 150 anos. Embora tenham sido consideradas uma grande curiosidade do século
XIX, elas foram alvos de intensas pesquisas principalmente durante a Segunda Guerra Mundial.

A primeira CaC foi construída em 1801 por Humphrey Davy, que realizou estudos em eletroquímica
usando carbono e ácido nítrico. Mas o advogado e cientista inglês, William Grove (1811–1896), que foi
considerado o precursor das células a combustível. A “Célula de Grove”, como era chamada, usava um
eletrodo de platina imerso em ácido nítrico e um eletrodo de zinco imerso em
sulfato de zinco para gerar uma corrente de 12 amperes e uma tensão de 1.8
volts.

Grove descobriu que colocando dois eletrodos de platina com cada lado de cada
eletrodo imerso num tubo contendo ácido sulfúrico diluído, e os outros dois
lados separadamente conectados em tubos fechados com oxigênio e
hidrogênio, uma corrente contínua circularia entre os eletrodos. Os tubos
isolados e fechados produziam água e também gases, e ele notou que o nível
de água aumentou em ambos os tubos onde a corrente elétrica passou.

Em seguida, Grove construiu uma fonte de energia usando vinte e seis células em série e foi o primeiro a
notar e explicitar a dificuldade de produzir altas densidades de corrente elétrica em uma pilha a
combustível (várias células a combustível conectadas em série), que utiliza gases como reagentes. O
problema que enfrentou na época ainda está sendo estudado atualmente por pesquisadores da área. O
seu empenho neste problema é demonstrado pela seguinte citação:

“Como a ação química ou catalítica só poderia acontecer com uma placa de platina comum na linha ou
marca de água onde o líquido, o gás e a platina se encontram, há dificuldade em obter um dispositivo
capaz de oferecer uma superfície notável de ação”.

Em 1800, os cientistas britânicos William Nicholson e Anthony Carlisle descreveram o processo de usar
eletricidade para decompor a água em hidrogênio e oxigênio. Mas combinar os gases para produzir
eletricidade e água foi a grande descoberta de William Grove. Logo depois ele chamou o dispositivo desta
experiência como a “bateria a gás” – a primeira célula a combustível.

O químico Ludwig Mond, dedicou a maior parte da sua carreira desenvolvendo tecnologias para a
indústria química tal como o refinamento de níquel. Em 1889, Mond e seu assistente Carl Langer,
descreveram a sua experiência com a CaC a hidrogênio e oxigênio. A experiência produziu uma corrente
elétrica de 6 amperes – densidade de corrente de 2,8 a 3,5 mA/cm 2 - numa pequena área de eletrodo de
700 cm2 produzindo uma tensão de 0,73 volts. A célula a combustível de Mond e Langer usava 0,35 g de
finos eletrodos de platina porosos e um eletrólito de ácido sulfúrico. Eles observaram dificuldades
utilizando eletrólitos líquidos, pois somente obtinham sucesso utilizando eletrólitos
em forma sólida.

Já o cientista e fundador do campo da físico-química, Friedrich Wilhelm Ostwald,


contribuiu com muitas das teorias sobre as células a combustível. Em 1893, ele
determinou experimentalmente as funções dos vários componentes de uma CaC:
eletrodos, eletrólito, agentes de oxidação e redução, ânions e cátions.

William Grove especulava que as reações que ocorriam na sua bateria de gás
ocorriam nos pontos de contato entre eletrodos, gás e eletrólito, mas não sabia
explicar além disso. Já Ostwald, que desenvolveu a relação entre as propriedades
físicas e reações químicas, resolveu a incógnita do funcionamento da célula de gás
de William Grove. Sua pesquisa sobre o funcionamento químico das células foi a
base de trabalho para as pesquisas sobre CaCs nos anos seguintes por outros pesquisadores.

Na primeira metade do século XX, o cientista suíço Emil Baur, juntamente com seus estudantes, conduziu
uma grande quantidade de pesquisas com vários tipos de tecnologias de células a combustível. Parte do
trabalho de Emil Baur incluiu dispositivos de alta temperatura (utilizando prata fundida como eletrólito) e
um eletrólito sólido de argila e óxidos metálicos.

No final dos anos 30, Francis Thomas Bacon começou pesquisando CaCs de eletrólito alcalino (AFC-
Alkaline Fuel Cell) de alta pressão, que parecia oferecer resultados viáveis. Em 1939, ele construiu uma
célula que usava eletrodos de níquel e operava numa pressão de até 220 atm numa temperatura de 100
ºC. Durante a Segunda Guerra Mundial, Bacon trabalhou no desenvolvimento de células que poderiam ser
usadas nos submarinos da marinha inglesa, e em 1958 demonstrou uma CaC alcalina usando um
dispositivo com eletrodo de 10 polegadas (25,4 cm) de diâmetro.
Embora fossem extremamente caras, as células a combustível de Francis Bacon provaram ser
suficientemente confiáveis para atrair a atenção da Pratt & Whitney. Esta empresa se uniu com a Energy
Conversion, que tinha Francis Bacon como consultor e licenciou o trabalho dele para ser utilizado no
desenvolvimento de um sistema de geração de energia para as missões espaciais Gemini e Apollo da
Nasa. Este sistema era constituído por três unidades de pilhas a combustível alcalinas e operavam a
pressões de 3,5 atm. Na seqüência do desenvolvimento tecnológico, a temperatura das células foi
aumentada para 200 ºC, e produziam potência de 1,4 kW cada. A tensão desenvolvida variava entre 27 e
31 volts, com uma vida útil limitada em 400 horas de operação, devido principalmente à corrosão do
cátodo (eletrodo). Após as missões Apollo, a construção de novas células a combustível alcalinas
operando com altas pressões, foi paralisada e tornou claro, levando em conta esse tipo de células, que
sua comercialização tinha como principais obstáculos o alto custo e a pequena vida útil.

Mas atualmente, as CaCs apresentam uma evolução em durabilidade, diminuição dos custos e são uma
das principais soluções energéticas ambientalmente amigáveis. É só uma questão de tempo para que as
células a combustível estejam fazendo parte da vida das pessoas como ocorreu com os computadores
pessoais.

Obs: Quando mencionamos a palavra “célula a combustível”, queremos generalizar o conceito desde uma
célula apenas até várias unidades de células conectadas, formando o que alguns pesquisadores e autores
chamam de pilhas a combustível. Mas o nome mais usual e preferido é “células a combustível” para
ambos os sentidos (desde uma unidade até várias conectadas) .

3) Funcionamento
Célula a Combustível (Fuel Cell) é uma tecnologia que utiliza a combinação química entre oxigênio e
hidrogênio para gerar energia elétrica, energia térmica (calor) - e água. Além das várias tecnologias
existentes para combinar esses dois elementos, existem várias fontes de hidrogênio a serem utilizadas
pelas CaCs, tais como a gasolina, o gás natural, o óleo diesel, o etanol (álcool), o metanol, o lixo urbano e
rural, a água, entre outros, onde se pode extrair e utilizar o hidrogênio para reagir com o oxigênio do ar.

As diferentes tecnologias de célula a combustível têm basicamente o mesmo


princípio. São compostas por dois eletrodos porosos: o ânodo (terminal
negativo) e o cátodo (terminal positivo), cada um revestido num dos lados
por uma camada de catalisador de platina ou níquel, e separados por um
eletrólito (material impermeável que permite movimento aos íons positivos –
prótons - entre os eletrodos).

Dentro da Célula a Combustível

Ânodo

O terminal negativo - ânodo - tem canais de fluxo que distribuem o gás hidrogênio sobre a superfície do
catalisador.

Catalisador

Uma fina camada de catalisador recobre o eletrólito ou membrana. O catalisador é um metal,


normalmente platina ou níquel, que acelera as reações químicas entre o oxigênio e o hidrogênio.
Membrana ou Eletrólito

Algumas células utilizam eletrólitos líquidos e outras sólidas, como as membranas plásticas de troca de
prótons para conduzirem cargas positivas, os prótons. Somente as cargas positivas atravessam o
eletrólito, os elétrons não.

Cátodo

O terminal negativo - ânodo - tem canais de fluxo que distribuem o gás hidrogênio sobre a superfície do
catalisador, e remove a água produzida durante a reação.

1 - Dentro da célula a combustível, o gás hidrogênio pressurizado é bombeado para o terminal negativo,
o ânodo. O gás é forçado a atravessar o catalisador.
2 - Quando a molécula de hidrogênio entra em contato com o catalisador, ela se separa em dois íons de
hidrogênio (H+) e dois elétrons (e-).

3 - Os elétrons (e-) são conduzidos através do ânodo, contornando o eletrólito até atingirem o circuito
externo, onde acendem uma lâmpada ou motor elétrico, e retornam para o terminal positivo, o cátodo. O
fluxo de elétrons é a corrente elétrica.

Reação Química

2H2 => 4H+ + 4e-

4 - O oxigênio (O2), retirado do ar, entra na célula a combustível pelo terminal positivo, o cátodo. O gás
é forçado a se dispersar no catalisador.
5 - O catalisador separa a molécula de oxigênio em dois átomos de oxigênio.

6 - Cada átomo de oxigênio atrai dois íons H+ através do eletrólito.

Estes dois íons H+ combinam com o átomo de oxigênio e dois elétrons provenientes do circuito externo,
para formar a molécula de água (H2O). Nesta reação, uma certa quantidade de calor é liberada.

Reação Química:

O2 + 4H+ + 4e- => 2H2O

Explicação mais detalhada

Na maioria das células a combustível, o ânodo é alimentado com hidrogênio - combustível -, onde ocorre
a ionização deste, por reação catalítica na platina, convertendo o hidrogênio H2 em prótons H+ e elétrons
H-.

O cátodo é alimentado pelo oxigênio - o oxidante - retirado do ar. Os elétrons circulam por um circuito
externo gerando uma corrente elétrica no sentido do cátodo, o terminal positivo.

Os prótons atravessam o eletrólito - que pode ser líquido ou sólido - no sentido do cátodo também. No
cátodo, o elétron e o próton reagem com o oxigênio, retirado do ar, formando moléculas de água e
liberando calor devido à reação exotérmica. Tem-se então, vapor d’água.

O vapor quente pode ser utilizado para aquecimento, ou ser integrado à uma turbina a vapor para gerar
mais eletricidade. Pode também ser utilizado para gerar hidrogênio novamente através da eletrólise
(quebra da molécula de água em hidrogênio e oxigênio) utilizando um painel solar, por exemplo (CaCs
Regenerativas).

Muitas vezes o hidrogênio utilizado pela célula a combustível não está na sua forma mais pura, H2. Ele
está misturado a outros elementos presentes num combustível, tal como o gás natural, a gasolina e o
álcool (etanol), e tem que ser retirado. Para extrair o hidrogênio é utilizado um reformador.

Em algumas tecnologias de células a combustível, devido à alta temperatura de operação, entre 600°C e
1000°C, a reforma do combustível é feita internamente. Já em outras tecnologias, que atuam em
temperaturas mais baixas, é necessário um reformador, o que implica em custos adicionais.
4) Benefícios Ambientais

A tecnologia célula a combustível têm sido reconhecida como


uma forma limpa de produzir eletricidade com alta eficiência
energética em diversas aplicações, desde a portátil até em
geração distribuída. Não importando a sua aplicação, elas
oferecem um número importante de benefícios para usuários
individuais, companhias de energia e a sociedade em geral.

Enquanto os benefícios da geração distribuída ainda são


discutidos, os benefícios ambientais das CaCs têm estimulado o
seu uso em locais com alta concentração de poluentes e, assim,
ajudar a minimizar os problemas ambientais e melhorar as condições sociais.

Pelo fato de produzirem energia sem combustão e sem partes móveis, as CaCs são, em média, até 25%
maiseficientes que os motores a combustão interna, reduzindo a emissão de poluentes e também de
dióxido de carbono na atmosfera.

Mesmo quando o hidrogênio é obtido a partir de fontes fósseis como o petróleo e o gás natural, a emissão
de dióxido de carbono (CO2) cai de 25 a 50%, e a fumaça produzida quando comparada com
equipamentos tradicionais como os geradores a diesel, diminui em 99%.

Na busca de um melhor aproveitamento dos benefícios proporcionados pelas CaCs, as fontes de energia
renováveis são um ponto crucial para aproveitar integralmente os benefícios desta tecnologia, pois
durante o crescimento destes, como a cana-de-açúcar, ocorre o seqüestro de carbono presente na
atmosfera (CO2), além de liberarem o oxigênio.

Como as previsões das reservas de petróleo estão estimadas para mais 40 a 50 anos, uma forma de se
aumentar este tempo é utilizando equipamentos eficientes – como as CaCs - que produzam a mesma
quantidade de energia, mas utilizando menos petróleo.

O Departamento de Energia dos EUA estima que se somente 10%


dos automóveis do seu país utilizassem células a combustível, a
emissão regular de poluentes diminuiria em 1 milhão de toneladas
por ano, além de diminuir em 60 milhões de toneladas o dióxido de
carbono emitido para a atmosfera, e também diminuir a importação
de 800.000 barris de petróleo por ano (13% do total de importação
de petróleo dos EUA).

Recentemente, o presidente da Ford Motors, William Ford,


declarou: “Eu acredito que as células a combustível terminarão com
o reinado de 100 anos dos motores a combustão”.

E realmente deverá acontecer, pois, depois de cem anos, a eficiência de um motor a combustão é de
apenas 20%, em média, enquanto que os veículos movidos por CaCs atingem eficiência de 40 a 45%.
Esta faixa de eficiência é para as primeiras gerações desta tecnologia, que ainda está em avanço. Desta
forma, os veículos CaCs irão utilizar até metade do combustível para cobrir a mesma distância. Isto
significa economia e menos emissão de poluentes.

Além disso, por praticamente não apresentarem partes móveis, os veículos CaCs terão menos vibrações e
ruídos, refletindo em menos manutenção. No futuro, ao estacionar o carro na garagem, o veículo CaC
poderá ser “plugado” na rede elétrica de casa para gerar eletricidade e calor para aquecer o ambiente, ou
ainda, ser vendido para a rede elétrica.

Um automóvel que tenha alta performance e não libere praticamente poluentes na atmosfera, tal como
um que utilize a tecnologia CaC, é uma importante solução para resolver o problema da qualidade do ar
urbano.
Em breve, apresentaremos estudos mais complexos e precisos sobre os impactos favoráveis ao meio
ambiente que as CaCs proporcionam.

Principais Benefícios Ambientais:


Minimiza nossa dependência em produtos do petróleo para produzir energia:

Petróleo, gás natural e carvão são um dos tipos de combustíveis fósseis que têm certas desvantagens. O
petróleo é uma fonte limitada, o gás natural é difícil de transportar, e o carvão é extremamente agressivo
ao meio ambiente. As células a combustível poderão satisfazer nossa demanda por energia ao mesmo
tempo em que as reservas de combustíveis fósseis diminuam. Para isso, deve-se utilizar fontes
renováveis de energia, como a cana-de-açúcar e outras fontes de biomassa, pois durante o seu
crescimento, ocorre o seqüestro de carbono da atmosfera.

Emite menos gases causadores do efeito estufa:

A maior parte das CaCs emitem oxigênio e água como seus


subprodutos. Imaginem dentro de alguns anos que a maior parte da
frota de automóveis emita somente estes componentes ao invés de
monóxido de carbono, dióxido de carbono e outros gases nocivos,
além da fumaça. Embora algumas CaCs emitam dióxido de carbono, a
emissão é em pequenas quantidades.

Mais eficiência na geração da energia e no consumo da fonte de energia:

Atualmente, os motores a combustão interna mais eficientes atingem eficiência de 25 a 30%. Em média,
varia de 13 a 20%. As plantas mais eficientes de geração de energia têm eficiência de 33 a 35%. As
células a combustível mais usuais e maduras no momento, as de ácido fosfórico (PAFC) e as que utilizam
metanol (DMFC), têm eficiência de 40%. Entretanto, quando é utilizado num sistema de cogeração (onde
aproveita-se o calor rejeitado para gerar mais energia), as células de ácido fosfórico podem obter
eficiência de 85%. Outras tecnologias de CaCs têm suas eficiências variando desde 40% até 85%. De um
modo geral, todas as células a combustível têm eficiência maior que os motores a combustão e plantas de
geração.

Redução de Baterias nos Aterros Sanitários

As micro células a combustível são potenciais substitutos da maioria das


baterias recarregáveis usadas hoje em dia em muitos tipos de
equipamentos eletrônicos. Além dos benefícios em performance que as
células já oferecem, embora em protótipos pouco práticos, elas também
podem reduzir potencialmente uma vasta quantidade de baterias jogadas
nos lixos e que vão parar nos grandes lixões das cidades, os aterros
sanitários. A contaminação por parte das baterias pode prejudicar os
lençóis freáticos, fonte de água potável, algo muito raro nos dias de hoje.

A cada ano, bilhões de baterias são compradas, usadas, e jogadas fora no


Brasil e em todo o mundo, principalmente nos EUA. Somente em 1998, mais de 3 bilhões de baterias
industriais e de uso doméstico foram vendidas. A cada ano, a demanda por baterias cresce de 5 a 6%,
devido ao crescimento na venda de telefones celulares, câmeras de vídeo, computadores portáteis,
ferramentas que utilizam baterias e brinquedos.

As baterias são uma fonte potencial de lixo contaminante, sendo responsável por 20% do lixo tóxico
gerado nos EUA por residências e empresas. Praticamente todas as baterias recarregáveis usadas em
laptops e outros equipamentos portáteis são de níquel-cádmio. O vazamento de metais pesados no solo
como o cádmio e o níquel, e na água de rios é um problema de grande preocupação.

As células a combustível têm uma expectativa de vida muito superior quando comparadas com as
baterias recarregáveis w são construídas com materiais menos nocivos. Desta forma, com o aumento do
uso de células a combustível em micro-aplicações, espera-se que diminua a contaminação de metais
pesados nos aterros sanitários.

5) Fontes de Hidrogênio
O hidrogênio é o mais simples e mais comum elemento do universo. Ele compõe 75% de sua massa, e
90% de suas moléculas. Possui a maior quantidade de energia por unidade de massa que qualquer outro
combustível conhecido - 52.000 British Thermal Units (BTU) - Unidades Térmicas Britânicas - por libra (ou
120,7 kilojoules por grama), cerca de três vezes mais calor por libra que o petróleo estando em seu
estado líquido. Quando resfriado ao estado líquido, o hidrogênio de baixo peso molecular ocupa um espaço
equivalente a 1/700 daquele que ocuparia no estado gasoso, sendo possível então o seu armazenamento
e transporte.

No seu estado natural e sob condições normais, o hidrogênio é um gás incolor, inodoro e insípido. É um
condutor de energia, uma forma de energia secundária que deve ser processada como veremos adiante,
como a eletricidade.

O hidrogênio é uma molécula com grande capacidade de armazenar energia e por este motivo sua
utilização como fonte renovável de energia elétrica e também térmica vem sendo amplamente
pesquisada. Se for produzido a partir de fontes renováveis (etanol e água) e tecnologias renováveis, como
as células fotovoltaicas, turbinas eólicas e turbinas de hidrelétricas, o hidrogênio torna-se um combustível
renovável e ecologicamente correto.

É um elemento químico largamente encontrado na água, no ar, nos seres vivos, no petróleo e, para ter
um aproveitamento como fonte de energia eficiente, deve estar na forma pura - gasosa ou líquida.
Apresenta uma inflamabilidade elevada, mas não é maior que a do gás natural, uma fonte energética que
está em expansão no Brasil e deverá ser uma das principais fontes de hidrogênio, pois na sua estrutura de
hidrocarboneto, é encontrado o metano (CH4).

O hidrogênio molecular (H2) existe como dois átomos ligados pelo compartilhamento de elétrons - ligação
covalente. Cada átomo é composto por um próton e um elétron. Como o hidrogênio tem densidade de
1/14 em relação ao ar, alguns cientistas acreditam que este elemento é a fonte de todos os demais, por
processos de fusão nuclear.

Quando queimado com oxigênio puro, os únicos produtos são calor e água. Quando queimado com ar,
constituído por cerca de 68% de nitrogênio, alguns óxidos de nitrogênio (NOX) são formados. Ainda
assim, a queima de hidrogênio produz menos poluentes atmosféricos que os combustíveis fósseis.

Num sistema de célula a combustível, a utilização do hidrogênio puro traz vantagens como não necessitar
de reformadores (equipamento utilizado para extrair o hidrogênio de uma fonte deste combustível, tal
como o gás natural), diminuindo o tamanho e custo do sistema, além de não contaminar as membranas e
eletrodos que são sensíveis a alguns compostos.

Principais Fontes de Hidrogênio

Gás Natural

O gás natural é uma fonte de energia rica em hidrogênio, com a relação de um átomo de carbono para
quatro átomos de hidrogênio. É um dos combustíveis fósseis mais utilizados no mundo, com sua
participação na matriz energética mundial de aproximadamente de 23%, atrás apenas do petróleo que
está com 40%.

Dentre os principais combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, o gás natural é o menos poluente.

Hoje, aproximadamente a metade da produção de hidrogênio no mundo provém do gás natural, e a maior
parte da produção em escala industrial é pelo processo de reforma a vapor, ou como um subproduto do
refino de petróleo e produção de compostos químicos.

Para ser utilizado numa célula a combustível, o gás natural passa pelo processo de reforma para se obter
o hidrogênio. A reforma a vapor do gás natural utiliza energia térmica – calor - para separar os átomos de
hidrogênio do átomo de carbono no metano (CH4), e envolve a reação do gás natural com vapor d’água a
alta temperatura em superfícies catalíticas – platina ou níquel. O processo extrai os átomos de hidrogênio,
deixando o dióxido de carbono como subproduto.

Este processo realiza-se em duas fases:

Fase 1: A reação decompõe o combustível em água e monóxido de carbono (CO).

Fase 2: Uma reação posterior transforma o monóxido de carbono e a água em dióxido de carbono e
hidrogênio.

Estas reações ocorrem sob temperaturas de 200ºC ou maiores. Em células a combustível de óxido sólido
(SOFC) ou carbonato fundido (MCFC), a reforma a vapor ocorre internamente devido à alta temperatura –
entre 600°C e 1000°C. O catalisador a esta temperatura pode ser o níquel, mais barato que a platina, pois
nesta temperatura as reações de catálise ocorrem mais facilmente dispensando um catalisador de
altíssima taxa de reações e caro como a platina.

Do ponto de vista ambiental este sistema de produção de hidrogênio não é considerado sustentável,
devido às emissões de CO2, que contribui para o efeito de estufa.

A reforma a gás natural tem se mostrado o meio de menor custo para produzir o hidrogênio comercial,
mas como pode ser observado acima, o gás natural é um hidrocarboneto, e emite CO2 no processo de
conversão. Entretanto, se o pico global da produção de gás natural ocorrer por volta de 2020, como
predizem alguns geólogos, será necessário descobrir outros métodos de produzir hidrogênio ou utilizar um
combustível renovável como o etanol – álcool da cana-de-açúcar, e esta deverá ser a principal aposta
brasileira.

Etanol

O etanol é hoje uma das principais fontes de energia no Brasil. É uma fonte de energia renovável, pouco
poluente, e se aplicado em células a combustível, possibilita uma eficiência energética melhor que a
utilizada hoje e com praticamente nenhuma emissão de poluentes.

Além disso, o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, e também o maior produtor de açúcar
e etanol (álcool). Movimenta anualmente cerca de 12 bilhões de dólares e emprega diretamente
aproximadamente um milhão de trabalhadores, e indiretamente cerca 3,5 milhões, com a maior parte das
unidades produtoras e de mercado de trabalho localizadas nos Estados de São Paulo e do Paraná.

No ano de 2003, a produção de álcool chegou a 14,4 bilhões de litros em todo o país, com o Centro-Sul
responsável por 12,9 bilhões de litros desse total. É um volume 16,72% acima dos 11,014 bilhões de
litros produzidos na safra 02/03. Isto se deve às novas variedades de matéria-prima, às condições
climáticas favoráveis e à melhoria da eficiência industrial das unidades produtoras.

O etanol é produzido a partir de amido de milho, da cana-de-açúcar, da beterraba e de outras matérias-


primas, e tem sido usado por décadas como combustível para transporte em várias partes do mundo.
Apresenta energia densa e líquida que pode ser estocada compactamente, contém 35% de oxigênio, e
possui uma combustão limpa. Pode ser produzido no país, o que diminui a necessidade do óleo importado
e dos derivados de petróleo, contribui para a segurança energética dos países e fornece suporte
econômico e mercados alternativos para as safras da matéria-prima utilizada.

Quando o etanol substitui o petróleo, os benefícios ambientais incluem menores emissões de CO2. E ao
contrário de outros combustíveis oxigenados, o etanol não é nocivo ao meio ambiente no caso de
ocorrerem derramamentos ou vazamentos. Por possuir estes atributos, o etanol possui um futuro forte
como combustível alternativo ou como combustível adicional para mecanismos de combustão interna. A
demanda por etanol é crescente e a indústria do etanol responde com progressos, como uma tecnologia
de produção mais eficiente e com uma capacidade de produção maior.

Quando o etanol é usado em uma célula a combustível, pode gerar além de energia, importantes
contribuições ambientais, além de abrir novos mercados com a geração distribuída e com aplicações
avançadas em sistemas de transporte. Por este motivo, a indústria do etanol está começando a ter um
papel mais importante nos mercados futuros.

As células a combustível com etanol usado diretamente são conhecidas como DEFCs – Direct Ethanol Fuel
Cells/Etanol Direto. No Brasil, assim como nos EUA, existem estudos procurando viabilizar a utilização do
etanol nas CaCs, mas ainda estão em fase de desenvolvimento.

As principais características do Etanol estão abaixo:

» Líquido incolor e volátil, com odor e sabor característicos;

»Pureza expressa em graus Gay Lussac. O álcool vendido comercialmente para fins domésticos tem 96ºGL.

»Capacidade de dissolver substâncias orgânicas.

»Composto orgânico saturado.

» Pode ser dissolvido com água em todas as proporções.

» Queima gerando uma chama com desprendimento de calor e nenhuma fuligem.

»Fórmula Molecular: CH2OH5


» Peso Molecular: 46

» Densidade API: 47,1

» Massa Específica: 789,1 kg/m³

»Temperatura de fusão (a 101,35 kPA): -117,22º C

»Temperatura de ebulição (a 101,35 kPA): 77,78º C

» Calor latente: 921096,00 J/kg

»Valores Caloríficos: 26990,90 J/kg (mais baixo) a 29,28 J/kg (mais alto)

»Razão ar-combustível: 9,0 : 1

»Octanagem (Método motor ASTM): 99

»Índice de Cetano: 10

Metanol

O metanol é um líquido incolor, com peso molecular igual a 32,04, possuindo um odor suave na
temperatura ambiente. Sua fórmula molecular é CH3OH. Atualmente, o metanol é uma das matérias-
primas mais consumidas na indústria química. Já foi conhecido como álcool da madeira, devido a sua
obtenção comercial a partir da destilação destrutiva da madeira.

A maior utilização do metanol atualmente está na produção de formaldeído, metil-tert-butil-éter (MTBE) –


aditivo para a gasolina e que está sendo banido aos poucos nos EUA – e como combustível puro ou em
mistura com gasolina para automóveis leves.

A tecnologia conhecida como metanol direto (DMFC) é uma variação da tecnologia PEMFC no qual faz uso
do metanol diretamente sem a necessidade de reforma do combustível para se ter o hidrogênio puro. O
metanol é convertido em dióxido de carbono e hidrogênio no ânodo. O hidrogênio se quebra em prótons e
elétrons. Os prótons atravessam a membrana até reagir com o oxigênio para formar água, seguindo o
mesmo padrão de reação numa típica célula a combustível PEMFC.

A maioria das CaCs são alimentadas por hidrogênio, o qual pode ser adicionado diretamente ou ser
extraído a partir de um combustível no próprio sistema CaC através da reforma de uma fonte de
hidrogênio tal como o metanol, o etanol, e hidrocarbonetos, como o gás natural e gasolina. As células a
combustível de Metanol Direto (DMFC), entretanto, são alimentadas por metanol, o qual é misturado ao
vapor e então ao ânodo (eletrodo negativo) da célula a combustível.

As células a combustível DMFC não tem muitos dos problemas de armazenamento típicos de outras
tecnologias, pois o metanol tem uma densidade de potência maior que a do hidrogênio – embora menor
que a da gasolina ou diesel. O metanol também é mais fácil de transportar e fornecer para o mercado,
pois pode utilizar a corrente infra-estrutura por ser um combustível líquido, como a gasolina.

Estas células operam na temperatura de 120-130°C, o qual é um pouco maior que a temperatura padrão
de uma PEMFC (80°C), e atinge uma eficiência de aproximadamente 40%. A desvantagem é que a baixa
temperatura de conversão do metanol para hidrogênio e dióxido de carbono precisa de uma quantidade
maior de platina como catalisador do que na PEMFC convencional, o que aumenta o custo da célula a
combustível. O aumento no custo é, entretanto, compensado pela praticidade de utilizar um combustível
líquido e de não necessitar de um reformador. A tecnologia existente nas DMFCs ainda está em início de
desenvolvimento mas já têm demonstrado sucesso em aplicações em telefones celulares e laptops,
mercados potenciais para esta tecnologia.

As principais propriedades físicas do Metanol estão abaixo:


»Densidade
(20/4 °C) máx: 0,7932

» Ponto inicial de ebulição


760mm Hg, °C: 64,4+ - 0,1

» Faixa de destilação
760mm Hg, °C máx: 1,0 incluindo, 64,4+ - 0,1

» Limite de inflamabilidade inferior


% vol 6,7

»Limite de inflamabilidade superior


% vol: 36,5

»Calor de combustão
cal/g, gas.,25 °C: 5683

»Calor de combustão
cal/g, liq.,25 °C: 5420

»Calor de fusão
cal/g: 0,76

»Calor de vaporização
cal/g (ponto normal de ebulição): 262,8

»Ponto de congelamento
°C: -97,8

»Índice de refração
n20: 1,32863

»Calor específico do líquido


cal/g/°C a 20°C: 0,599

»Pressão crítica
Atm: 78,7

»Temperatura crítica
°C: 240,0

»Temperatura de auto-ignição
°C: 470

»Coeficiente de expansão cúbica


por °C a 55°C: 1,24 x 103

»Constante dielétrica
mhos, 25°C: 32,63

»Pressão de Vapor
mm Hg, 20°C: 96,0

»Solubilidade em água, álcool ou éter completa

Água
A água deverá ser uma das principais fontes de hidrogênio no futuro. Companhias de energia no Brasil
estão começando a pesquisar a viabilidade econômica de se produzir hidrogênio a partir da água
utilizando os reservatórios das grandes usinas hidrelétricas brasileiras. A idéia é produzir durante a
madrugada, período em que a demanda por energia é baixa e de menor custo.

Para extrair o hidrogênio da molécula de água (H2O), utiliza-se o método por eletrólise. A eletrólise faz
uso da eletricidade para romper a água em átomos de hidrogênio e oxigênio, passando por ela uma
corrente elétrica. Este processo existe há mais de 100 anos. Seu funcionamento consiste de dois
eletrodos, um negativo (ânodo) e outro positivo (cátodo) que são submersos em água pura, à qual se deu
maior condutibilidade pela aplicação de um eletrólito, tal como um sal, melhorando a eficiência do
processo.

As cargas elétricas da corrente quebram as ligações químicas entre os átomos de hidrogênio e o de


oxigênio e separa os componentes atômicos, criando partículas carregadas (íons). Os íons se formam em
dois pólos: o anodo, polarizado positivamente, e o catodo, polarizado negativamente. O hidrogênio se
concentra no cátodo e o anodo atrai o oxigênio. Uma tensão de 1,24V é necessária para separar os
átomos de oxigênio e de hidrogênio em água pura a uma temperatura de 25ºC e uma pressão de
1,03Kg/cm2. A tensão necessária para quebrar a molécula de água varia conforme a pressão ou a
temperatura são alteradas. Visualmente, o hidrogênio borbulha em direção ao eletrodo de carga negativa
(anodo), e o oxigênio rumo ao eletrodo de carga positiva (cátodo). A menor quantidade de eletricidade
necessária pra eletrolisar um mol de água é de 65,3 Watts-hora (25ºC). A produção de um metro cúbico
de hidrogênio requer 0,14 kilowatts-hora (kWh) de energia elétrica (ou 4,8kWh por metro cúbico).

A eletrólise não tem sido muito utilizada porque os custos da eletricidade usada no processo impedem que
ela concorra com o processo de reforma a vapor do gás natural e futuramente com o de etanol. A
eletricidade pode custar de três a quatro vezes mais que o gás natural reformado a vapor. À medida que o
gás natural for ficando mais escasso e caro, provavelmente a eletrólise ficará competitiva. No Brasil,
pode-se aproveitar os reservatórios das hidroelétricas e produzir hidrogênio nos horários fora de pico e
mais baratos, como durante a madrugada. Se os custos das células fotovoltaicas, de geração eólica,
hídrica e geotérmica, todas estas formas de energia renováveis e livres de carbono, diminuírem, a
eletrólise através destes métodos será uma opção também atrativa.

Biomassa

A biomassa oferece as melhores perspectivas entre todas as fontes de energia renováveis e como fonte de
hidrogênio, seja produzindo álcool (etanol), metanol ou metano (CH4). A cana-de-açúcar, o milho, as
florestas cultivadas, soja, dendê, girassol, colza, mandioca, palha de arroz, lascas ou serragem de
madeira, dejetos de criação animal, são bons exemplos de biomassa. Seu valor energético é alto, pois
uma tonelada de matéria seca gera 19 GJ. Um hectare de cana-de-açúcar produz 980 GJ e a mesma área
reflorestada gera 400 GJ.

Metano de Estação de Tratamento de Água e Esgoto

O metano (CH4) é um componente do "biogás", produzido por bactérias anaeróbias. Estas bactérias são
encontradas em grande quantidade no meio ambiente. Elas quebram, ou digerem, matéria orgânica na
ausência de oxigênio e produzem o "biogás" como resíduo metabólico. Exemplos de fontes de biogás
incluem os aterros sanitários, o esterco de gado ou porcos e as estações de tratamento de águas e
esgotos. O metano também é o principal componente do gás natural produzido por bactérias anaeróbias
há milhões de anos atrás.

Algas e Bactérias

Os processos biológicos e fotobiológicos através de enzimas utilizam algas e bactérias para produzir
hidrogênio. Sob condições específicas, os pigmentos em certos tipos de algas absorve energia solar. As
enzimas na célula de energia agem como catalisadores para decompor as moléculas de água. Algumas
bactérias também são capazes de produzir hidrogênio, mas diferentemente das algas necessitam de
substratos para seu crescimento. Os organismos não apenas produzem hidrogênio, mas também podem
limpar poluição ambiental.

Sabe-se de longa data que as algas produzem pequenas quantidades de hidrogênio, mas até
recentemente os cientistas não haviam encontrado um método factível para aumentar esta produção.
Cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, e o Laboratório Nacional de Energia Renovável
encontraram uma solução. Após permitir que a cultura de algas crescesse sob condições normais, os
pesquisadores privaram-nas de enxofre e oxigênio. Após muitos dias gerando hidrogênio, a cultura de
algas foi colocada novamente sob condições normais por alguns poucos dias, permitindo assim que
armazenassem mais energia. O processo pode ser repetido várias vezes. A produção de hidrogênio por
algas pode eventualmente promover um meio prático e de baixo custo para a conversão de luz solar em
hidrogênio.

Gasolina e Diesel

A gasolina e o diesel também podem ser utilizados para produzir hidrogênio para as células a combustível,
mas são mais inconvenientes por terem uma estrutura com diversas moléculas. A única vantagem seria o
aproveitamento da sua infra-estrutura estabelecida em postos servindo como transição para o modelo de
postos a hidrogênio no futuro. Mas a tendência deverá ser o aproveitamento da infra-estrutura
estabelecida pelo álcool (etanol).

6) Armazenamento de Hidrogênio
Se o primeiro desafio da tecnologia do hidrogênio é a sua produção, o segundo é como armazená-lo; um
dos principais obstáculos para o estabelecimento da infra-estrutura para a tecnologia do hidrogênio. Além
da questão de segurança, a capacidade de armazenamento é importante, pois define a autonomia dos
veículos. O mesmo se aplica para as aplicações portáteis, estacionárias e espaciais.

O hidrogênio tem a menor densidade no estado gasoso e o segundo ponto de ebulição de todas as
substâncias conhecidas, fazendo com que se tenha dificuldades para armazená-lo no estado gasoso ou
líquido. Quando em forma de gás, necessita de um sistema de armazenamento de grande volume e
pressão, e quando no estado líquido, precisa que o seu armazenamento utilize sistemas criogênicos, ou
seja, em baixíssima temperatura (-253°C).

A baixa densidade do hidrogênio seja no estado líquido ou gasoso, também resulta numa baixa densidade
de energia. Por isso, um certo volume de hidrogênio contém menos energia que o mesmo volume de
qualquer combustível em condições normais de temperatura e pressão. Isto faz com que o volume ou a
pressão do tanque aumente, pois uma certa quantidade de hidrogênio é necessária para que um veículo
atinja uma boa autonomia. A vantagem de se utilizar numa célula a combustível é a alta eficiência desta
tecnologia com relação aos motores à combustão interna, precisando de menos combustível para atingir o
mesmo resultado.

Classe A com corte mostrando o tanque e a célula.

Apesar de sua baixa densidade de energia volumétrica, o hidrogênio tem a maior relação energia-peso
que qualquer outro combustível. Infelizmente, esta vantagem é usualmente ofuscada pelo alto peso do
tanque de armazenamento e equipamentos associados, fazendo com que muitas vezes seja maior e mais
pesado que aqueles utilizados para armazenar gasolina, diesel ou álcool. Mas já há projetos que utilizam
materiais de carbono ultra-resistentes e mais leves para estes propósitos.

Para aplicações práticas, o hidrogênio pode ser armazenado em alta pressão, no estado líquido em
contêineres criogênicos, ou quimicamente ligados a certos metais (hidretos metálicos). O volume e o peso
dos sistemas estão cada vez mais próximos quando comparados ao armazenamento de gasolina, metanol,
etanol, gás natural e baterias convencionais, cada um contendo a mesma quantidade de energia.

Existem atualmente cinco meios principais de se armazenar o hidrogênio. Uma das mais pesquisadas no
Brasil é através de hidretos metálicos, onde o hidrogênio é absorvido por metais. Esta tecnologia vem
sendo pesquisada pelo Laboratório de Hidrogênio do COPPE/UFRJ. O instituto de pesquisa do hidrogênio é
uma referência da tecnologia do hidrogênio no Brasil e no mundo, e vem pesquisando o armazenamento
do combustível em hidretos metálicos com apoio da Renault, CNPq e FAPERJ.

Além do armazenamento em materiais sólidos, há pesquisas para compressão de hidrogênio em cilindros


que suportem altíssimas pressões. O objetivo das montadoras de automóveis é atingir pressões internas
de até 10.000 psi, pelo menos. Algumas já conseguiram, mas o nível de segurança deve ser altamente
confiável. Por isso, a maioria dos protótipos são de 5.000 psi.

As cinco principais formas de se armazenar hidrogênio são:

»Reservatórios de Gás Hidrogênio Comprimido;

»Reservatórios para Hidrogênio Líquido;

»Hidretos Metálicos;
»Adsorção de Carbono;

»Micro-esferas.

Vejamos abaixo as principais características das opções de armazenamento de hidrogênio.

Reservatório de Gás Hidrogênio Comprimido:

Sistemas de armazenamento de gás em alta pressão são os mais


comuns e desenvolvidos para armazenamento de hidrogênio. A maioria
dos veículos movidos por células a combustível utilizam esta forma de
armazenamento feito em cilindros, de forma similar aos utilizados com
gás natural comprimido.

Nas seções cilíndricas, o formato parece com domos hemisféricos,


embora novos formatos estejam em desenvolvimento, com múltiplos
cilindros e outros formatos buscando aproveitar espaços disponíveis
nos automóveis, aumentando a quantidade de hidrogênio armazenado,
seja por aumento de volume, ou por maior compressão.

Buscando minimizar o volume e ao mesmo tempo maximizar a quantidade de hidrogênio armazenado, os


fabricantes de cilindros estão tentando atingir as maiores pressões possíveis. Cilindros de alta pressão
normalmente armazenam hidrogênio com pressão de 3.600 psi (250 bar) embora novos desenhos já
tenham conseguido certificação para operar com 5000 psi (350 bar). O estado da arte da tecnologia
atualmente em desenvolvimento já superou o teste padrão de explosão para 23.500 psi (1620 bar)
utilizando um cilindro de 10.000 psi (700 bar).

Os cilindros devem ser feitos com placas finas, utilizando materiais altamente resistentes e de excelente
durabilidade. Estão classificados basicamente em 4 tipos de acordo com o material utilizado.

» Tipo 1: Podem ser feitos totalmente de alumínio ou aço;

»Tipo 2: Camada fina de alumínio ou aço envolto por outro composto – geralmente fibras de carbono -
em forma de circunferência;

» Tipo 3: Fina camada de aço ou alumínio envolto totalmente por outros compostos como fibras de
carbono;

» Tipo 4: Uma camada de plástico resistente envolto por outro composto também resistente.

Em geral, quanto menos metal for usado, mais leve será o cilindro. Por esta razão, os cilindros com fina
camada de aço ou alumínio e com alta resistência, tal como o Tipo 3, são mais usados para aplicações
com hidrogênio. Os cilindros do Tipo 4 ganharão mais espaço no futuro.

Os cilindros do Tipo 3 utilizam finas camadas de aço ou alumínio intercaladas e envoltas por fibras de
carbono, utilizando resinas como o epóxy para colá-las.

A combinação de fibras e resina para envolver as camadas metálicas possibilita uma alta resistência, e
diferentemente dos metais, são menos corrosivos, embora possam sofrer danificações devido a impactos,
cortes, abrasão, etc.

Um detalhe importante é com relação à temperatura em ambientes quentes, ou devido ao resultado de


compressão durante o abastecimento do cilindro, o que faz com que a pressão aumente em 10% ou mais.
Qualquer gás armazenado nestas pressões é extremamente perigoso e capaz de liberar um fluxo de gás
com força explosiva ou capaz de impulsionar um pequeno objeto na velocidade de uma bala.

Apesar do perigo em potencial, os cilindros de alta pressão têm uma estatística de segurança excelente.

Durante a fabricação, cada cilindro passa por testes de hidrostática e vazamentos, e uma determinada
quantidade de cilindros de cada lote são selecionados aleatoriamente para testes cíclicos e de explosão.
Os cilindros carregam informações como a marca do fabricante, o padrão de construção, número serial,
pressão para uso, máxima pressão de abastecimento, e tempo de validade. Os cilindros têm uma vida útil
de aproximadamente 15 anos ou 11.250 abastecimentos. Mas deve-se sempre fazer inspeções e testes de
vazamentos como parte de uma rotina de manutenção.

Um veículo com cilindro de hidrogênio utiliza uma série de cilindros montados num compartimento em
comum. Na pressão de 3600 psi (250 bar), o sistema de armazenamento pesa aproximadamente quatro
vezes mais que o do sistema de armazenamento de hidrogênio líquido e também ocupa um espaço quatro
vezes maior. Quando comparado com gasolina, o sistema de armazenamento do gás é cerca de 15 vezes
maior em volume e 23 vezes mais pesado. Esses são valores médios e atuais. Em breve, já teremos estas
desvantagens minimizadas.

A compressão de gás é um processo de uso intensivo de energia. Quanto maior a pressão final, maior a
quantidade de energia que é requerida. Entretanto, a energia incrementada cada vez que se aumenta a
pressão final diminui. Assim, o início da compressão é a parte do processo que mais faz uso de energia.

Reservatório de Hidrogênio Líquido

Sistemas de armazenamento de hidrogênio líquido resolvem vários problemas como peso e tamanho que
estão associados aos sistemas de compressão em alta pressão.

Para que atingir o estado líquido o hidrogênio deve estar abaixo do seu ponto de ebulição (-253 °C) na
pressão ambiente num tanque muito bem isolado, geralmente com vácuo entre duas camadas, muito
parecido com uma garrafa térmica. Os tanques de armazenamento não precisam ser altamente reforçados
como acontece com os cilindros de alta pressão, mas precisam ser adequadamente robustos para
aplicações automotivas.

O hidrogênio não pode ser armazenado no estado líquido indefinidamente. Todos os tanques, mesmo
aqueles com excelente isolamento, permitem a troca de calor com os ambientes externos. A taxa de
transferência de calor depende do desenho e tamanho do tanque - neste caso, quanto maior o tanque,
melhor. O calor faz com que parte do hidrogênio evapore e a pressão no tanque diminua. Para diminuir a
perda por evaporação, a maioria dos tanques utilizam o desenho esférico pois oferecem a menor área
para um determinado volume, tendo assim uma menor área de transferência.

Os tanques têm uma pressão máxima de operação de 72 psi (5 bar). Se o hidrogênio não for consumido
mais rapidamente que sua evaporação, a pressão cresce até um ponto em que o hidrogênio descarrega
através de uma válvula de alívio. O hidrogênio descarregado não só é uma perda direta deste
combustível, como pode ter um poder de flamabilidade se o carro estiver estacionado em locais fechados.
Para que este fluxo de perda seja controlado para não ocorrer uma possível acumulação em potencial, os
veículos apresentam válvulas de alívio que liberam o gás numa taxa de 1 a 2% por dia.

Quando utilizado em motores à combustão, o hidrogênio líquido pode ser injetado diretamente nos
cilindros. Quando utilizado em carros movidos por células a combustível, o hidrogênio gasoso atinge uma
pressão suficiente para que ocorra as reações químicas nos eletrodos e catalisadores.

Embora o armazenamento de hidrogênio líquido elimine o perigo associado às altas pressões, eles
introduzem perigos associados à baixa temperatura. O carbono tem problemas de exposição em
temperaturas menores que -30 °C, tornando-o quebradiço e susceptível a fratura. Além disso, o ar pode
se liquefazer no lado de fora ou dentro da área de isolamento resultando numa concentração de oxigênio
que pode causar uma faísca ou explosão se entrar em contato com materiais combustíveis.

O hidrogênio líquido é mais denso que no estado gasoso mas mesmo assim é mais volumoso que a
gasolina considerando-se uma quantidade de energia equivalente. Comparando-se com os tanques de
gasolina, os sistemas de armazenamento de hidrogênio são de 4 a 10 vezes maiores e pesados para uma
quantidade equivalente de energia.
Hidretos Metálicos

Os sistemas de armazenamento de hidrogênio através de hidretos metálicos são baseados no principio de


que alguns metais absorvem o hidrogênio gasoso sob condições de alta pressão e temperatura moderada
para formar os hidretos metálicos.

Esses metais liberam o gás hidrogênio quando aquecidos em baixa


pressão e em alta temperatura. Resumindo, os metais absorvem e
liberam o hidrogênio como uma esponja.

Hidreto metálico da Savannah River Technology Center.

As vantagens do armazenamento utilizando hidretos metálicos está


pelo fato de que o hidrogênio passa a fazer parte da estrutura
química do metal e assim não precisa de altíssimas pressões ou estar
no estado criogênico (baixíssima temperatura) para operar. Como o
hidrogênio é liberado do hidreto para uso em baixas pressões os
hidretos metálicos são a opção mais segura dentre todos os outros
métodos para se armazenar o hidrogênio.

Há muitos tipos de hidretos metálicos, mas basicamente eles são metais como o magnésio, níquel, aço e
titânio. No geral, estão divididos de acordo com a capacidade de liberar hidrogênio em baixa ou alta
temperatura.

Os hidretos de alta temperatura são menos caros e podem absorver mais hidrogênio que os hidretos de
baixa temperatura, mas requerem quantidades significativas de calor para liberar o hidrogênio. Os
hidretos de baixa temperatura podem conseguir calor suficiente através do motor, mas os hidretos de alta
temperatura precisam de uma fonte externa de calor.

Muitas vezes os hidretos de baixa temperatura podem ter problemas de liberar o hidrogênio na
temperatura ambiente. Para resolver este problema, os hidretos de baixa temperatura precisam ser
pressurizados, aumentando a complexidade do processo.

A maior desvantagem dos hidretos metálicos não é tanto a temperatura e pressão necessárias para liberar
o hidrogênio, mas a sua baixa densidade de energia. Mesmo os melhores hidretos metálicos contém
somente 8% de hidrogênio em relação ao peso e assim se tornam muito pesados e caros. Estes sistemas
de armazenamento podem ser até 30 mais pesados e 10 vezes maiores que um tanque de gasolina
considerando-se a mesma quantidade de energia.

Outra desvantagem do armazenamento através de hidreto metálico é que devem ser carregados somente
com hidrogênio puro, pois podem ser contaminados e perderem a capacidade de armazenamento caso
impurezas sejam inseridas. O oxigênio e a água são os principais problemas, pois quimicamente eles
adsorvem na superfície do metal retirando potenciais ligações para o hidrogênio. A perda de capacidade
de armazenamento devido a contaminantes pode ser resolvida com inserção de calor.

Outro problema associado aos hidretos de metal está relacionado à sua estrutura. Eles são geralmente
produzidos na forma granular ou em pó possibilitando assim uma grande área para armazenar o gás. As
partículas são suscetíveis ao atrito, o que pode diminuir a eficiência.

Até o momento nenhum hidreto metálico atingiu uma excelente performance considerando-se alta
capacidade de absorção, alta densidade, necessidade de pouco calor e ter baixo custo. Em alguns casos,
uma mistura de hidretos de baixa e alta temperatura pode ser usada para manter algumas vantagens
inerentes a cada tipo ao mesmo tempo em que pode introduzir desvantagens.

Hidretos Alcalinos

É uma variação recente de hidretos que oferece algumas vantagens sobre os métodos anteriores e utiliza
compostos como o sódio, potássio e o lítio. Estes compostos reagem com água para liberar o hidrogênio
sem necessidade de calor. O processo mais desenvolvido comercialmente envolve o uso de hidróxido de
potássio (NaOH), disponível facilmente como refugo de indústrias de papel, pintura, têxteis, plástico e
petroquímicas. O hidróxido de sódio é convertido em hidreto de sódio (NaH) retirando-se o oxigênio pela
adição de um pouco de calor.

As vantagens deste processo é que não precisam de altas pressões operar em temperaturas criogênicas,
além da adição de calor para liberar o hidrogênio, não ter tanto problema com contaminação, problemas
estruturais e ser relativamente fácil de manusear.
Assim como os outros sistemas, os hidretos de sódio são pesados e tem uma densidade de energia que
pode ser comparada a obtida pelos hidretos metálicos de alta temperatura. As desvantagens são
complicações mecânicas durante o processo relacionados ao corte em pequenas bolas com controle de
desenho.

Outros Métodos

Outras formas de armazenar o hidrogênio também vêm sendo pesquisadas, e não estão disponíveis
comercialmente. Entre elas estão técnicas de micro-esferas e adsorção de carbono.

Adsorção de Carbono

A adsorção de carbono é uma técnica similar à aplicada aos hidretos metálicos onde o hidrogênio salta
quimicamente para a superfície dos grânulos de carbono porosos. O carbono é adsorvido na temperatura
de -185°C a -85°C e na pressão de 300 a 700 psi (21 a 48 bar). A quantidade de carbono adsorvido
aumenta em baixas temperaturas. O calor em excesso de aproximadamente 150°C libera o hidrogênio.

Micro-esferas

Os sistemas de armazenamento de micro-esferas utilizam pequenas esferas de vidro no qual o hidrogênio


é forçado a entrar sob alta pressão. Uma vez armazenado, as esferas podem ser mantidas na temperatura
ambiente sem perda de hidrogênio.

Dependendo da temperatura, o vidro é impermeável ao hidrogênio que está dentro da esfera (baixa
temperatura) ou permeável (alta temperatura) para que seja libertado.

A adição de uma pequena quantidade calor é suficiente para liberar o hidrogênio. Para aumentar a taxa de
hidrogênio libertado, experimentos de choque entre as esferas estão sendo feitos.

7) Célula Combustível no Brasil


No Brasil, as células a combustível terão uma grande importância na área automobilística -
tradicionalmente uma grande consumidora de combustíveis fósseis, e uma das responsáveis pela emissão
de grandes quantidades de CO2, o vilão do efeito estufa que ocasiona o aquecimento da atmosfera
terrestre.

Na área de equipamentos eletrônicos, possibilitará que várias funções como vídeo, áudio, armazenamento
e transmissão de dados sem fio sejam agregados num equipamento apenas, devido à maior quantidade
de energia e potência que as CaCs oferecem, além de substituírem as baterias convencionais nocivas ao
meio ambiente.

E na parte relacionada à geração de energia estacionária, também terá importância fornecendo energia
próxima aos locais de consumo como em residências, comércio e indústrias, aliviando a sobrecarga nos
grandes centros de produção de energia como as grandes hidrelétricas e termelétricas, e desfazendo
investimentos onerosos em linhas de transmissão para atingir localidades remotas, como já é feito com as
células solares.

Para que o desenvolvimento da tecnologia de células a combustível ocorra no Brasil, já existe um


programa dedicado às CaCs:O Programa Brasileiro de Sistemas de Células a Combustível, lançado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). E para que a construção e operação de CaCs ocorra no país, é
necessária uma atuação conjunta e articulada de diversos setores. No programa, constam os primeiros
subsídios para questões referentes a normas sobre propriedade intelectual, ética e de segurança dos
experimentos a serem realizados nesta área. (Está disponível no link sobre Legislação).

O Brasil tem um grande potencial para ser referência em tecnologia do hidrogênio e ficar auto-suficiente
em energia em todas as formas de aproveitamento de energia, incluindo o petróleo. É um ponto
estratégico e crucial para o desenvolvimento e crescimento econômico do país. Com uma grande
capacidade hidráulica e sucro-alcooleira, o Brasil poderá produzir hidrogênio para exportar e utilizar em
suas próprias células a combustível. O nosso país poderá ser uma referência mundial em auto-suficiência
em energia e exportador da tecnologia célula a combustível e de hidrogênio, além de outras tecnologias
de energia alternativa, como o biodiesel.
Estamos começando a viver a era do hidrogênio onde os primeiros passos estão sendo dados para que a
economia baseada no petróleo se transforme em breve na economia do hidrogênio.

8) Desafios
Especialistas acreditam que um futuro baseado em célula a combustível acontecerá dentro de uma
década, mas muitos desafios devem ser superados. Para começar, programas de cooperação público-
privada são necessários para demonstrar os benefícios das CaCs e alcançar a comercialização em massa
por volta do ano 2012. Barreiras técnicas e econômicas também devem ser analisadas e vencidas para
que as células a combustível sejam utilizadas em aplicações em transportes, energia portátil, estacionária,
entre outras aplicações.

Sistema Célula a Combustível Para Automóveis da Ballard

Fonte: Brasil H2 Fuel Cell Energy


Por: Eng. Emilio Hoffmann Gomes Neto

Para saber mais acesse o site:


http://www.celulaacombustivel.com.br/

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