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Psicanálise e Infância

Formação Completa em Psicanálise

Apostila de Teoria Psicanalítica

Curso: Baroni Educar


Professora: Luisa Baroni

Infância e Psicanálise

1. Organização Genital Infantil

A infância é objeto de extrema importância para a psicanálise. Isso


porque a criança tem o inicio do seu desenvolvimento sexual nessa fase, o que
molda sua libido para o resto da vida. Por outro lado, as primeiras fases do
desenvolvimento da psique são extremamente importantes para toda a
construção psicológica, traumas e recalques que construíram a os pisque na
vida adulta. É por isso que eventos da infância são extremamente marcantes e
podem desenvolver transtornos sérios mesmo muitos anos depois.

Quando uma criança nasce, o id e o ego se confundem. O id está


relacionado aos instintos e ego ao seu eu conhecido, mas nessa fase da vida
tudo que a criança é e conhece sobre si e o mundo externo corresponde aos
seus instintos. O bebê não é capaz de saber a diferença entre interno e
externo, ele acredita que tudo é uma extensão de si, de suas vontades. Se o
bebê sente fome, a mãe aparece e o alimenta, logo a mãe se torna uma
extensão da sua necessidade de alimento. É por isso que um bebê acredita
que algo desapareceu se ele não é capaz de ver, pois se não está no “seu
mundo” não pode estar em nenhum outro lugar. Esta é a fase onde ocorre o
período oral, onde a boca é o ponto de prazer

Depois do primeiro ano de vida, a compreensão da linguagem (primeiro


a não verbal, depois a verbal) começa a se estabelecer e a criança começa a
descobrir que existe um mundo externo ao eu e, assim, descobre que tem um
corpo físico com seus contornos e limitações (mão, pé, boca etc). Entre 1 e 3
anos a criança desenvolve a diferença entre ego e id.

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Nessa fase ocorre o período anal, onde a criança descobre o próprio
corpo e o que ele faz (fezes e urina). Nessa fase é comum o início do
desfraldamento, pois a criança já consegue controlar as fezes e a urina. No
desfraldamento a criança percebe que ela precisa seguir demandas sociais que
consistem em negar um prazer momentâneo (fazer suas necessidades quando
e onde quiser) para um prazer social posterior (a alegria dos pais quando ela
usa o pinico corretamente). Essa exigência externa é uma demanda do
superego que começa a se formar, entrando em conflito com o id (prazer
imediato) e assim desenvolvendo a primeiras demandas mediadoras do ego
(fazer agora ou segurar?).

Por volta dos 5 anos a criança entre na fase fálica com a descoberta do
próprio órgão genital e, logo após, com a percepção da diferença entre os
órgãos masculinos e femininos. Nessa fase é comum a criança “ignorar” a
diferença, sendo possível até “ver” pênis nas meninas. Depois a diferença se
torna inevitável e a criança se enche de perguntas sobre esses órgãos e sobre
a diferença entre menino e menina.

2. Complexo de Édipo e Síndrome da Castração

Ao identificar a diferença entre meninos e meninas, a criança começa a


acreditar que as meninas tiveram seu pênis arrancado, castrado. Isso gera
raiva nas meninas, por pensarem terem sido mutiladas, e nos meninos gera
medo de também poder perder seu membro. Desta forma as meninas se
ressentem dos meninos, pois eles ainda têm pênis e os meninos desejam se
afastar das meninas para não serem “confundidos” e acabem por perder seu
pênis também. A este processo, Freud chama de síndrome da castração.

Somente na puberdade que a idéia de oposição entre masculino e


feminino é trocada pela idéia de complemento (para fins reprodutivos) e a
menina ganha outro valor social pela capacidade de gerar um filho.

Nesse mesmo período a criança começa a se identificar como menino


ou menina e identificar as outras pessoas que pertencem a esse grupo. A

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menina, então, percebe a figura da mãe como aquela que ocupa o espaço da
mulher na vida adulta e o menino tem a mesma percepção com relação ao pai.

Dessa forma, a criança entende que, para que ela possa crescer, ela
terá que eliminar aquele que hoje assume o lugar de homem/mulher. Assim
nasce o complexo de Édipo nos meninos e complexo de Electra ou
complexo de Édipo feminino (Freud não gostava do termo Electra) nas
meninas.

Os dois complexos se dão da mesma forma, diferenciando apenas os


papéis da figura materna e paterna. Enquanto os meninos passam da desejar
matar seu pai e casar-se com sua mãe, as meninas desejam o pai e querem
eliminar a mãe.

Na menina, durante os 3 ou 4 primeiros anos de vida, o vinculo com a


mãe é muito grade, mas depois ela começa a buscar cada vez mais pela
atenção do pai. Ao chegar à fase de Electra, a menina fantasia (brinca) de ser
adulta: quer usar as roupas da mãe, maquiagem e ter filhos (brincar de
boneca). É comum na brincadeira a menina dizer que “agora eu sou a mamãe”,
“agora você que é a filha” ou “o papai é meu marido”. Esse tipo de brincadeira
é a exposição lúdica do desejo inconsciente de substituir a mãe.

Com o menino o vínculo com a mãe é mais forte até os seis anos e é
comum que ele ignore ou não leve em conta a figura do pai. Durante o
complexo de Édipo o menino costuma chamar a atenção da mãe e ter muito
ciúme da relação amorosa dos pais. As brincadeiras dos meninos ficam
relacionadas ao dia-a-dia dos pais como trabalhar, dirigir etc. É normal que a
criança se esforce para “excluir” o pai da dinâmica familiar, se recusando que
ele brinque ou leia para ele dormir por exemplo.

3. Instinto e suas vicissitudes

Na palestra “Instinto e suas vicissitudes”, Freud começa explicando que


um estímulo externo é algo no mundo que afeta internamente gerando uma
resposta física, motora. O instinto é a reação de fuga e proteção contra
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estímulos externos, já a pulsão é uma intenção interna e constante. A pulsão é
uma energia que ao ser liberada se expressa fisicamente.

Freud demonstra que temos pulsões mais originais, que são as pulsões
de auto-conservação e pulsões sexuais. Freud, sobre a noção de apoio, diz
que as pulsões de auto-conservação cederão componentes libidinais para as
pulsões sexuais; podendo satisfazer as pulsões sexuais com os objetos ou até
mesmo com a fantasia.

As pulsões se voltam a algum objeto de prazer que pode ser interno ou


externo e pode encontrar vários caminhos para chegar a esse objeto e obter
prazer. Freud explica que esses caminhos geram 4 tipos de fenômenos:

a. reversão a seu oposto


b. retorno em direção ao próprio eu
c. repressão
d. sublimação

A reversão da pulsão ao seu oposto se dá quando o desejo intenso em


fazer acaba se transformando no prazer em receber, mudando o agente da
posição ativa para a passiva. Por exemplo, alguém que tem o prazer em causar
dor pode se tornar masoquista (sente prazer quando outras pessoas o
provocam dor), revertendo assim o prazer de causar dor em prazer de receber
dor.

Usando o mesmo exemplo, o retorno na pulsão para seu próprio eu


acontece quando, ao se ter prazer em causar dor no outro, transfere-se este
prazer para causar dor em si mesmo. Dessa forma, a pessoa se torna agente
ativo e passivo da pulsão, ao mesmo tempo.

A repressão é uma negação da pulsão tal que o indivíduo se opõe a ela,


como se segurar para não agredir alguém, mesmo que haja desejo em fazer
isso.

Já a sublimação é o direcionamento da pulsão para outro objeto,


encontrando o prazer em algo mais aceitável ou com menos riscos morais,
legais e sociais. Por exemplo, ao invés de atender ao seu desejo de agredir
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alguém, o indivíduo direciona esta pulsão se dedicando a aulas de boxe. A
sublimação é a principal ferramenta da psicanálise para ajudar o paciente a
lidar com pulsões indesejadas.

4. Recalque e Repressão

Recalque e repressão podem acontecer em qualquer época da vida,


mas aqueles que acontecem na infância costumam ter um significado maior e
deixar um marca mais profunda na estrutura emocional, por isso são ainda
mais importantes de serem compreendidos.

Recalque e repressão são mecanismos de defesa, uma forma do Ego se


proteger quando sofre uma grande “dor” vinda de uma forte pressão do Id ou
do Superego. A diferença entre recalque e repressão é que o recalque
acontece a nível inconsciente enquanto a repressão é consciente. Um exemplo
de recalque é uma pessoa que foi duramente criticada quando criança porque
falava muito e, ao crescer, desenvolveu gagueira. Já um exemplo de repressão
é um homem que deseja uma mulher casada mas controla esse desejo pois
sabe que se deitar com mulheres casadas é errado.

Para Freud, a repressão acontece quando o prazer a ser alcançado é


menor do que a potencial dor que as consequências desse prazer podem
gerar. Essa dor pode advir de um medo inconsciente ou de uma exigência
consciente, com uma exigência social.

Tanto o recalque quanto a repressão, se sublimados corretamente (ou


seja, se o desejo for redirecionado para algo mais aceitável), não trazem o
menor problema. Porém, se essa energia libidinal não se expressar pode
acabar desenvolvendo uma série de transtornos psíquicos. Quanto mais novo o
indivíduo, menos estratégias emocionais ele tem para sublimar sua libido,
aumentando a chance dela se acumular e “estourar” mais na frente em algum
transtorno psicológico. É por isto que recalques e repressão da infância são tão
relevantes.

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5. O inconsciente

5.1 Características Especiais do Inconsciente

No texto, “O Inconsciente”, Freud fala de “características especiais do


sistema inconsciente”, onde explica alguns dos mecanismos de funcionamento
e peculiaridades do inconsciente que o difere essencialmente do consciente.
No inconsciente, existem pulsões libidinais que são impulsos energéticos que
precisam ser descarregados. Temos uma grande quantidade desses impulsos
que, mesmo que sejam opostos, coexistem sem conflito no inconsciente, já que
a lógica e as idéias de oposição e contradição só existem no consciente. No
inconsciente tudo é possível ao mesmo tempo.

Dessa forma, quando dois impulsos com finalidades diferentes têm o


mesmo objeto, eles não se anulam, mas se unem formando um desejo
intermediário mais intenso que os impulsos originais.

Figura 1: impulsos com finalidades diferentes e mesmo objeto.

Como exemplo ilustrado na Figura 1, temos em um alimento (objeto)


dois desejos, sendo desejo x1 a necessidade fisiológica para sobrevivência e
desejo y2 prazer gerado ao comer algo prazeroso. Na união dos desejos
direcionamos ao mesmo objeto e temos um desejo z3, satisfação pessoal,
realização que soma as energias dos desejos x1 e y2.

Quando dois impulsos têm a mesma finalidade e objetos diferentes, eles


se confundem, trocando informações e levando a pulsão direcionada a um
objeto para o outro. Essa pulsão também é somada e se torna mais intensa
que a original.

Figura 2: impulsos com finalidades iguais e objetos diferentes.

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Nesse caso temos como exemplo, ilustrado Figura 2, o desejo x1 como
a necessidade fisiológica para sobrevivência que objetiva um alimento (objeto
1) e o desejo x2 como a necessidade fisiológica para sobrevivência que
objetiva a segurança do seio familiar (objeto 2). Como resultado temos uma
energia libidinal somando as pulsões dos desejos 1 e 2, que ainda visa a
necessidade fisiológica para sobrevivência, mas agora totalmente voltada para
o objeto 1, o alimento.

Outra característica particular do sistema inconsciente é que ele é


atemporal, ou seja, não se modifica com o tempo. A noção de presente,
passado e futuro está no consciente. No inconsciente tudo é atual e imediato,
ou seja, tudo acontece junto e ao mesmo tempo.

Como o inconsciente não reconhece passagem de tempo, a infância


está sempre presente, como as memórias e emoções preservadas da mesma
forma como foi sentido na época. Essa memória não é atualizada pela
compreensão posterior na maturidade, mas permanece fiel aquilo vivido na
infância. Assim, se a criança se sentiu abandonada quando a mãe a deixou
pela primeira vez na escola, mesmo que como adulta a pessoa tenha a total
compreensão de que nunca fora abandonada de fato, a emoção vinculada a
lembrança é de abandono e não com a compreensão real do que aconteceu,
mas com a essência do sentimento na hora do acontecimento.

Sendo assim, como na infância nossas emoções são mais intensas e


passam por poucos filtros racionais, quanto mais jovens, mais fortes são
nossas emoções e memórias ligadas a elas. Mesmo que conscientemente não
tenhamos a recordação, a memória esta lá, com o mesmo peso emocional e
gerando as mesmas pulsões que gerou na hora no acontecido. É por isso que
a infância é o principal objeto de estudo na psicanálise, pois é, no geral, a
nossa maior fonte de pulsões.

É importante lembrar que o nosso inconsciente é regido pelo princípio do


prazer e, por ser atemporal, deseja satisfazer-se o tempo todo e nunca se
sacia, pois, por mais que tenhamos descarregado a energia pulsional, a fonte

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libidinal dessa energia nunca se esgota. Podemos resumir as características
especiais do inconsciente em quatro, como segue:

a. Não há contradição nem negação. Ou seja, não há conflito


b. Dois ou mais impulsos com características em comum podem se unir e
trocar informações. Isso explica a maior parte das nossas neuroses e
perversões
c. É atemporal, o que justifica a infância como a origem de nossas pulsões
mais profundas mesmo na vida adulta
d. É regido pelo princípio do prazer que nunca se esgota.

5.2 Comunicação Entre os Sistemas

A comunicação entre o inconsciente e o consciente é fundamental para


compreensão dos processos de repressão e recalque. Para isso, é necessário
rememorar informações escondidas, como lembranças que marcaram nossa
estrutura psíquica, especialmente aquelas que ocorreram na infância.

Essas memórias aparecem frequentemente em nossos sonhos e “falhas”


comunicativas, como o atos falhos, mas não aparecem de forma direta e
precisam se interpretados e lapidados. Esta lapidação é dada pelo
conhecimento teórico dos processos inconscientes e pelo histórico pessoal e
familiar do paciente.

É importante ter em mente que, quanto mais escondida estiver uma


memória, mais dolorosa ela é. Sendo assim, a abertura do paciente para se
permitir trazer essa dor a tona é lenta e gradual e só irá acontecer quando ele
confiar plenamente no terapeuta. Porém, mesmo como todos esses elementos,
ainda assim, o paciente pode não se sentir preparado para lidar com certas
emoções e o terapeuta precisa respeitar esse momento e trabalhar o
fortalecimento de suas bases psicológicas antes que expor alguns conteúdos
profundamente dolorosos.

Uma vez recuperadas essas memórias, elas precisam ser resignificadas,


colocadas a uma nova luz, removendo ou alterando as emoções ligadas à ela.
Em relação a memórias da infância, colocá-las sob uma perspectiva mais

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madura e temporal (usando recorsos consciente de tempo em uma memória
inconsciente atemporal), costuma ser o caminho mais eficaz para essa
dessensibilizarção.

5.3 Totem e Tabu

Em 1913, Freud escreve Totem e tabu, onde fala de temas como incesto
e ambivalência de emoções. A ideia de totem vem da base da construção da
estrutura que fundamenta as relações humanas. Essas bases são seres ou
coisas julgadas como sagradas e inalteráveis, que podem ser plantas, animais,
figuras divinas etc. Esses totens marcam todas as civilizações humanas, desde
o homem primitivo até os dias atuais.

Acima de tudo, o totem é um símbolo que determina o funcionamento


das coisas e classifica elementos, como se etiquetasse pessoas e/ou
comportamentos. A partir dessas classificações são criadas as regras,
costumes e leis que regem a sociedade.

São esses totens que diferem a sociedade humana da formação de


qualquer outro grupo animal. Um exemplo dessa diferenciação é o incesto. Por
mais que biologicamente a reprodução entre membros da mesma família seja
indesejável e evitável, quando em pequenos grupos, ou até no “ensaio” da
prática sexual (início da maturidade sexual), é comum que qualquer animal se
relacione sexualmente com familiares.

A criança que se encontra em um pequeno grupo (sua família) e tem


aquele espaço como a dimensão do seu universo (sua casa, local de
segurança), tem de forma natural instintos sexuais voltados para membros de
sua família. Esse desejo incestuoso é reprimido nas sociedades que tem como
totem o antigo testamento que proíbe categoricamente a relação sexual entre
parentes. Porém, sabemos que em sociedades com outros totens e até
anteriores ao antigo testamento o incesto era não só comum, mas cultural,
como uma forma das famílias abastadas garantirem que seus bens e terras
permanecessem na família ao longo das gerações.

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Não é estranho, assim, que crianças tenham o desejo por seus pais
(complexo de Édipo/Electra), por mais que na expansão do universo conhecido
da criança (relações sociais externas a família), esse desejo naturalmente se
volta para indivíduos com melhor qualidade reprodutiva (maior variabilidade
genética, entre outras).

Já tabu está relacionado como a impureza, perigo e insegurança.


Carregamos tabus de origens primitivas e atuais, impostos e criados por nós. O
tabu está ligado a duas ideias principais, a repressão e a proteção. Os tabus
são como linhas sociais impostas que, se não forem atravessadas há
segurança e repressão e ao atravessá-las temos libertação pulsional e
insegurança. Porém, a cada tabu transgredido se constrói um novo, com outras
limitações. Por mais que as sociedades venham, a cada geração, quebrando
séries de tabus, sempre existem outros tantos mais, permitindo sempre uma
margem de segurança e transgressão.

Manter-se nas regras do totem e não transgredir o tabu é confortável e


seguro, o que gera prazer, mas a possibilidade de libertar pulsões oprimidas
quebrando esses tabus também gera prazer. Isso dá a natureza humana um
caráter ambivalente e contraditório. Muitas vezes, fantasiar essa transgressão
enquanto permanecemos seguros é libidinalmente delicioso.

Não é para menos que gostamos de ouvir músicas que dizem aquilo que
não temos coragem de dizer, vibramos em um filme que há inúmeras mortes
como se não fosse nada e choramos com um livro. A arte é uma forma de
ensaio mental da quebra do totem sem realmente fazê-lo. Além da arte, esse
prazer pode ser alçado dos sonhos e na imaginação.

6. Narcisismo

O narcisismo é um fenômeno psicológico que pode ser individual ou


social. O narcisismo individual é caracterizado pelo amor a si próprio, ou seja,
ter a si mesmo como objeto de prazer. Já narcisismo social gera o sentimento
de superioridade em relação ao grupo social sobre outros. Tanto o narcisismo

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individual quanto o social são patologias individuais que tem características
muito similares como:

1. Valorizam muito suas próprias conquistas e desvalorizam e/ou


desmoralizam as conquistas alheias
2. Não se importam com a opinião alheia, gostam apenas de ouvir aquilo que
já acredita e pensa
3. Nas suas relações sociais não tendem a ter muitos amigos e não sentem
falta. Preferem conviver com pessoas que pensam ou sejam parecidas
consigo. Não costumam ter empatia ou se compadecer de outros e
acreditam que os seus problemas são maiores que os dos outros
4. Tem facilidade me mentir e manipular pessoas ao seu redor
5. Acreditam ser capazes de alcançar qualquer coisa e não conhecem limites
para suas realizações pessoais
6. Fantasiam coisas sobre si mesmo e constantemente acreditam nessa
fantasia
7. Não gostam de estar vulneráveis e escondem com frequência suas
emoções
8. Gostam de ter controle sobre tudo e se sentem altamente incomodados e
podem até ser violentos se não conseguem controlar algum aspecto de sua
vida
9. Não acreditam que precisa mudar, nem aceitam defeitos neles próprios.
Acham que o resto do mundo é que deve se moldar a eles e suas
vontades. Pode responder à criticas com violência.

Sendo assim, uma pessoa narcísica dificilmente procurará ajuda


terapêutica e se isso acontecer ele evitará aceitar que precisa mudar e terá
dificuldade de se abrir com o terapeuta. Caso isso aconteça será necessário
retornar a infância, pois nas primeiras fases da vida a criança é narcísica, já
que reconhece o mundo em torno dela como extensão dela. Só no período de
latência que o objeto de prazer infantil deixa de ser eu próprio eu (ego, corpo) e
se volta para o mundo externo. A pessoa narcisista não passou corretamente
por esse período e por isso não conseguiu superar a si próprio.

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