padlet.
com/entrehomensereis/Analiselinguistica
Análise lingüística: por que e como avaliar
Fichamento do Artigo de Márcia Mendonça
BRENDA SOUZA 02/07/21, 13:31 HS
Contextualização do artigo 1
Márcia Mendonça, autora do capítulo ''Análise linguística por
que e como avaliar'' Para além da proposta contemporânea do
ensino oral e escrito, coloca em questão o eixo da Análise
linguística para uma mudança no ensino da língua materna.
Professora de língua portuguesa durante os anos de 1997 a 2009,
é envolvida nas áreas de Linguística aplicada e principalmente na
formação de professores e o ensino de língua materna. Partindo
dessa questão, ela evidencia no artigo a importância da Análise
linguística no processo de alfabetização juntamente com os
eixos da oralidade e escrita. Dessa forma ela observa e
contextualiza as dificuldades enfrentadas por um ensino que se
mantém em modelo mecanizado e coloca algumas mudanças
para que esse ensino tenha uma perspectiva diferente e
suscetível para uma melhor formação do discente, levantando
assim a questão da Análise linguística para essa contribuição.
Surgimento da Análise Linguística -
Contextualização
Nos anos 80, época em que a Linguística Aplicada, área da
linguística que envolve o social, era consolidada. Assim como a
sociolinguística, analise do discurso, que levavam em
consideração a língua em seu uso e não somente o estudo da
língua como um fim em si mesmo, surge a proposta da Análise
Linguística. Nessa proposta, o texto era visto como algo para
além da alfabetização que tinha como objetivo apenas a
repetição de palavras e frases no aprendizado da escrita, dessa
forma o aluno entendia o texto e seu significado no mundo a
partir de sua subjetividade.
Surgimento da Análise Linguística -
Contextualização 2
Os estudos construtivistas, que também surgiram nessa época,
tinha a valorização dessa subjetividade do aluno. É a construção
da educação do aluno a partir do seu saber empírico, a sua
autoeducação e tinha o professor como condutor. Partindo
desse pressuposto, a alfabetização, que visava somente o
aprender a copiar e a memorizar, entrava em questionamento a
cerca de sua eficácia. A partir daí Giraldi ([1984]1997 apud
MENDONÇA, 2006, p.96) postula a importância de se refazer os
modos como eram regidas as atividades no processo de
alfabetização e assim surgiu o termo análise linguística, com a
necessidade de dividir essas duas fases dos procedimentos da
alfabetização.
Contextualização - Ensino de gramática 1
A princípio, Mendonça coloca que o ensino de gramática era
voltado apenas para o objetivo de se fazer com que o aluno a
seguisse a risca as normas padrões e como esse modo de ensino
permaneceu dessa forma por muito tempo, acabou se tornando
também um ensino padrão da gramatica.
Contextualização - Ensino de gramática 2
Como os modos de ensino permaneceram da mesma forma,
Mendonça, 2006, partem de uma problemática para determinar
se essa tradição era de fato eficaz na construção da
aprendizagem do aluno em relação à gramatica. Dessa forma se
coloca a observação dos conteúdos, que tinham como foco
escolhas que não contemplavam o contexto do aluno. Partiam de
palavras complexas e que  basicamente não faziam parte do
vocabulário do aluno em seu cotidiano, seguindo essa lógica,
dificultava a similaridade e a fixação do conteúdo de forma
contemplável. 
Contextualização - Ensino de gramática 3
Uma outra questão, para além das escolhas de conteúdos que
não faziam parte do contexto do aluno, dificultava-se também a
fixação da aprendizagem a falta de retomada desses conteúdos,
que eram descartados, uma vez que vistos, quebrando assim o
que se chama de modo espiral, que parte de um principio e se
segue linearmente. A quebra desses conteúdos dificulta uma
educação progressiva, uma vez que cada conteúdo contempla o
outro e não é isolado em si mesmo.
Contextualização do ensino de gramática
Partindo desse pressuposto de que os conteúdos, em um ensino
progressivo, se contemplam, para além da falta de uso do
contexto do aluno como objeto de ensino, o ensino da gramática
não contemplava o eixo oral e escrito para uma formação
completa e eficaz. Essa separação deixou enraizada em algumas
escolas esse paradigma que ainda se vê em ensinos que diferem
o ensino da gramática e a colocam como uma matéria isolada,
fazendo com que não haja convergência entre o ensino da
gramática e o ensino da produção textual e a formação
interpretativa do aluno.
Ensino de gramática - Avaliação
Dado a esses descartes dos eixos que se contemplam, os modos
avaliativos também seguiam essa lógica da memorização e
fixação do conteúdo como um fim em si mesmo. As provas
contemplavam apenas o que o aluno dominou em questão de
decorar e  decodificar, focalizando apenas o que o aluno deixou
faltar ou pontuou de maneira  equivocada, sem um fundamento
a seguir, para que esse erro servisse de material ao professor e
por isso, assim como os processos de aprendizagem por parte
do domínio da  escrita, a correção também tinha um fim em si
mesmo, apenas era revista como algo a  melhorar o processo de
memorização
Ensino de gramática- Avaliação
Essa concepção de que a repetição levava a um domínio da
gramática normativa parte do que se reforça como era visto o
processo de alfabetização. O de decorar e o de decodificação,
deixando de lado o processo crítico do aluno por meio do estudo
da língua, que era vista apenas como um sistema de regras,
deixando de lado seu uso como objeto de estudo.
Ensino de gramática - Aprendizagem
Devido a esse descarte da língua em uso como objeto de estudo
no aprendizado da gramática, a sua eficacia não era vista com
esse modelo de ensino. Dessa forma se pensou em uma outra
alternativa, a de juntar a análise linguística junto aos eixos da
oralidade e da escrita para que juntas contemplassem um saber
maior por parte do aluno em relação a sua interpretação do
discurso no texto e no mundo.
dinâmica é feita em um processo reflexivo, conduzido pelo
Prática - Análise Linguística
Essa alternativa se daria com a junção desses três eixos em um
ensino que não isolaria a gramática como uma matéria, mas que
andasse em convergência com a escrita e a leitura de forma a
consolidar o conteúdo e se ter um processo de alfabetização
eficaz. Para além disso, também se reviu a questão do uso de
discursos e palavras que não faziam parte do vocabulário
presente no cotidiano do aluno, e as usando de modo que
favorecesse o eixo sociocomunicativo do aluno, usar a palavra
como ferramenta de aprendizagem da escrita e na conduz do
conhecimento de mundo do aluno.
Análise Linguística e ensino de gramática
Santos, Albuquerque e Mendonça, (2005:123 apud MENDONÇA,
2006, p .101) diferencia, a partir desses pressupostos, a questão
do ensino da gramática e a análise sintática. Postulando que a
primeira se isola apenas no ensino da norma padrão, e a segunda
tem-se um aprendizado que é contemplado com os processos
reflexivos e a língua em relação com o mundo.
Análise Linguística no Ensino Fundamental
Além de contextualizarem de forma geral a necessidade da
Análise linguística dentro do ensino da alfabetização junto ao
eixo oral e escrito, elas isolam a questão da Análise linguística no
âmbito do ensino fundamental, por se tratar de uma fase que se
defere das outras por ser determinante na vida do aluno por ser
a fase do aprender a escrever.
O papel da análise linguística nesse momento é agregar o
processo de reflexão quanto as questões que englobam o
processo da escrita para uma melhor assimilação, auxiliando e
conduzindo o aluno em seu processo de alfabetização
Análise Linguística no Ensino Fundamental
Apesar desse modo de ensino ser fundamental para o processo
de alfabetização do aluno, não se tem um ensino totalmente
congruente, uma vez que o aluno é passível de erros que
determinam a existência das dificuldades e dos processos
aprendidos dos alunos. Desse modo enfatiza-se a importância
dos critérios de avaliação, que deve levar em consideração essas
possibilidades de ''erros'' e ''acertos''.
Essas observações a respeito das dificuldades dos alunos deve
partir de um princípio reflexivo, uma vez que não se deve isolar
o aprendizado apenas voltando para a estrutura da língua, mas
estudar as estruturas dentro de um discurso interpretativo.
Dessa forma, a AL no ensino fundamental, parte da contribuição
de textos literários para o estudo das significações de
expressões, como as figuras de linguagem presente. Essa
professor, dessa forma leitura, interpretação e analise sintática
andam em convergência. 
Análise Linguística e a norma-padrão
As reflexões postuladas no artigo de Mendonça (2006) pode
levar a conclusão de que não se precise mais colocar o estudo da
norma-padrão dentro da sala de aula, mas o foco do artigo não é
exonerar esse tratamento, e sim mudar os modos de ensino que
o contemplam.
O ensino a norma-padrão, não deve ser visto como algo isolado
e sim ser parte de um processo de alfabetização democrático e
reflexivo, que possibilite ao aluno a andar em um caminho para
sua formação crítica. Ademais, quando se isola esse conteúdo
em um fim em si mesmo, se descarta contextos dos falantes que
não se encaixam dentro dessa norma, e o processo de
alfabetização também aborda as diversas construções
linguísticas existentes para que o aluno seja capaz de refletir
sobre como se dá esses processos da diversidade linguística, a
reflexão sobre a existência do preconceito linguístico e as
demais variações linguísticas.  Seguindo essa lógica, também se
estudaria o processo de construção da própria norma-padrão.
Considerações finais
Concluindo, o papel da Analise Linguística, junto aos eixos orais
e escritos, possibilita que o aprendizado do aluno seja
contemplado pela reflexão e assimilação do conteúdo da
linguagem. Abordando contextos sociais diversos que
possibilitem o aluno a transitar pelas variações linguísticas e
tenha uma autoeducação critica a partir dos discursos no
mundo. É importante salientar que esses três eixos, escrita,
leitura e analise linguística devem vir junto a uma escolha que
tenha sentido para o aluno, para que esses processos sejam
sucedidos com eficácia
Considerações finais
※※※※※※
Essas observações e reflexões acerca do modo de conduzir a
alfabetização é um passo muito importante para a mudança e
sucesso na formação do aluno como um ser crítico e a par dos
eixos que contemplam as funções da linguagem, mas para que
isso aconteça é preciso se atentar também a questão enraizada
do ensino que tiveram os professores enquanto alunos. É uma
mudança que engloba não só a perspectiva de aprendizagem do
aluno, mas também a perspectiva de ensinar e aprender do
docente.