Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Anápolis
2018
MIKAELLY APARECIDA CORRÊA FERNANDES
A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE:
CONSTRUÇÃO DOS VÍNCULOS AFETIVOS NA INFANCIA
Anápolis
2018
MIKAELLY APARECIDA CORRÊA FERNANDES
A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE:
CONSTRUÇÃO DOS VÍNCULOS AFETIVOS NA INFANCIA
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
The present article was developed seeking to understand how the affective bonds
are related to the constitution of the personality of the individual, since contextualized
in the society of which it is part, the initial models of the primary relationships shape
the way in which the individual establishes his affective bonds and his relationship
with each other. The increasing number of divorces, the demand for work to support
the family and other aspects, has caused more and more children to grow up without
the proper accompaniment of their parents and / or caregivers, which directly
influences their personality structure and how that individual defines their adult
relationships based initial model that he learned from his family. It was then
necessary to understand the affective relationships that take place in the first stage of
life of the human being, and how they extend to all aspects of adult life. To identify
the relevance of these relationships, the bibliographic research was used for greater
reliability in the information.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2. VINCULOS AFETIVOS: A IMPORTÂNCIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA COMO
ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE ................................................................ 9
3. OS DESDOBRAMENTOS DO ROMPIMENTO DOS VÍNCULOS AFETIVOS NA
INFÂNCIA..................................................................................................................14
4. OS VÍNCULOS AFETIVOS NA ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE.....18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................23
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24
8
1. INTRODUÇÃO
Freud (1985), afirma que os primeiros anos da vida da criança são primordiais
para seu desenvolvimento emocional, para que assim, se desenvolva e se torne um
adulto capaz de resolver os problemas e conflitos cotidianos, e que a família é a
base para a formação e desenvolvimento da personalidade da criança.
Chalita (2001), afirma que:
[...] a família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para os
desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. Os filhos se
espelhando nos pais e os pais desenvolvendo a cumplicidade com os filhos.
[...] A preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são
responsabilidades da família. É essa a célula mãe da sociedade, em que os
conflitos necessários não destroem o ambiente saudável. (p. 20)
Por outras palavras, a única base para as relações de uma criança com a
mãe e o pai, com as outras crianças e, finalmente, com a sociedade, consiste
na primeira relação bem sucedida entre a mãe e o bebê, entre duas pessoas,
sem que mesmo uma regra de alimentação regular se interponha entre elas,
nem mesmo uma sentença que dite que um bebê deve ser amamentado ao
peito materno. Nos assuntos humanos, os mais complexos só podem evoluir
a partir dos mais simples. (p. 36)
Winnicott (2008), afirmou que uma amamentação bem sucedida, que estaria
relacionada a um vínculo de prazer mútuo, seria a grande riqueza do início de vida,
e que a experiência da amamentação pode se tornar grandemente satisfatória tanto
para a mãe quanto para o bebê, pela condição de entrega que acontece durante o
ato.
Melanie Klein (1996), cita:
13
são provocados pelo abandono. De acordo com Freud (1917), perder o ser amado
não é apenas perder o objeto, mas também o lugar que ele ocupava. A libido, de
início, apresenta certa resistência em abandonar as posições prazerosas
anteriormente experimentadas, porém o ego precisa se ver novamente livre e
desimpedido, e aos poucos a ausência do objeto impõe o doloroso desligamento.
Dessa forma, é compreensível que os enlutados sintam a necessidade de estarem
reclusos em ambientes que se sintam confortáveis e protegidos, e perto de pessoas
que lhe tragam apoio.
Para Freud (1917) então, o luto torna-se então uma resposta à
separação, e é vivenciado como nos casos em que o objeto de amor morre: há o
sentimento de negação, desamparo, descrença, consciência de perda, e então a
aceitação, para que se comece a reestruturar a vida e concluir o processo de luto.
Para Igor Caruso (1981), com a separação ocorre um tipo de elaboração
de luto curiosa e paradoxal, ou seja, para se conservar a vida, utiliza-se uma
repressão dirigida contra o que é vivo, porque a separação é um problema de morte
entre os vivos. “Na verdade, a separação pode tornar-se um escândalo maior do que
aquele provocado pela morte física: para garantir a sobrevivência, provoca-se a
morte da consciência de um ser vivo dentro de um outro ser vivo.” P.19
De acordo com Françoise Dolto (2003), a criança sofre várias
dissociações com maior ou menor grau de desestruturação durante o divórcio dos
pais. Françoise afirma ainda que, se a criança puder permanecer na casa onde seus
pais moravam enquanto ainda estavam casado, há uma mediação e o trabalho do
divórcio é feito de maneira com que ela não seja tão prejudicada psicologicamente.
Caso tenha que se mudar de casa com um dos pais, a criança já vivencia o
processo de luto com mais intensidade, ficando mais frágil e sensível.
Essa fragilidade remete a diversas consequências na vida do indivíduo nos
futuros momentos de sua vida. De acordo com Bowlby (2002), algumas crianças
podem passar por esse processo quase sem danos. Já Winnicott (2008) pontua que,
dependendo do estágio do desenvolvimento emocional pelo qual a criança está
passando, se seu ego ainda não estiver formado, ela terá sim implicações
significativas para elaborar essa perda.
17
Ego: O ego evolui de acordo com a idade e age como um intermediário entre
o id e o superego. Enquanto o id age através do princípio do prazer, o ego se
representa pela forma como enfrentamos a realidade. “O objetivo do princípio da
realidade é evitar a descarga de tensão até ser descoberto um objeto apropriado,
para a satisfação da necessidade.” (HALL, LINDZEY, CAMPBELL, 1998, p. 55).
Por sua vez, Winnicott (2006) afirma que é necessário admitir que há uma
dependência na criança que é marcada por um período de experiências muito
importantes para o desenvolvimento dos vínculos afetivos e para a estruturação de
sua personalidade. Afirma ainda que essa dependência é tão perceptível que a
criança não consegue por si só suprir as suas necessidades. Assim, a mãe e/ou
cuidador torna-se a peça fundamental para construção dos estados emocionais e
psíquicos da criança, que vai influenciar diretamente nas suas vivencias e na sua
relação com o meio no qual está inserida.
Quando a relação mãe/bebê se desenvolve de forma saudável, o ego da
criança é formado como ego reforçado, segundo as palavras de Winnicott (2008).
Esse ego reforçado é um ego capaz de se defender e organizar padrões pessoais
21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOWLBY, Jhon. Formação e Rompimento dos Laços Afetivos (3ª ed.). São
Paulo: Martins Fontes, 2001.
_____________. Apego e perda, Vol. 1. Apego: a natureza do vínculo (3ª ed.). São
Paulo: Martins Fontes, 2002.
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 8 ed., São Paulo: Editora
Gente, 2001.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 3. Ed. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2006.
FINK, B. A causa real da repetição. IN: FELDSTEIN, R. et. Para ler o Seminário XI
de Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
KLEIN, Melanie. O desmame. Trad. Sob a direção de Elias Mallet da Rocha Barros
e Liana Pinto Chaves. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Obras completas de Melanie
Klein v.1: Amor, culpa e reparação e outros trabalhos).
WINNICOTT, Donald Woods. A criança e seu mundo. Trad. Álvaro Cabral. Rio de
Janeiro: Editora LTC, 2008.