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Direito Econômico

Aula 1 (19/02)

 Conceito: O Direito Econômico visa estudar a relação entre o Estado e o


mercado.
o A ideia de direito econômico está diretamente relacionada com o termo
juros, pois, este fator interfere diretamente no poder aquisitivo da
população, de tal modo a interferir na atividade de mercantil. Para tanto,
o Estado apresenta um papel fundamental na intervenção/regulamentação
da economia de forma a interferir na estrutura do mercado.
o A necessidade de intervenção do Estado na economia do país está
relacionada ao fato de ser adotado o sistema capitalista de produção.
 Capitalismo = Propriedade Privada + Liberdade (Livre
Iniciativa).
 Mercado = Está relacionado com a conformidade social.
 Valor = Maximizador de utilidade.
o Previsão Legal do Sistema Produtivo adotado no Brasil: Art. 5 da CF.

 Provas:
o A primeira prova irá recair sobre a regulamentação do mercado.
o A segunda parte do programa irá recair sobre a concorrência.

Aula 2 (20/02)

 A) Economia:
o I) Etimologia:
 Oikos = casa/lar + Nomos = regras/leis.
 Portanto, a ideia de economia está relacionada ao estabelecimento
de regras. Visa trazer um melhor gerenciamento/administração
dos recursos da casa/família.
 É uma ciência de natureza empírica, uma vez que visa analisar o
comportamento do ser ao gerir sua residência.
o II) Objeto: fenômenos relativos a produção, distribuição e consumo.
 A economia está relacionada a melhor locação dos recursos
relativos a produção, distribuição e comercialização até a chegada
do bem ao consumidor final.
 A importância quanto ao estudo da economia está ligada ao fato
deste ramo objetivar sempre trazer as melhores soluções na forma
de alocação dos bens, buscando auxiliar o processo decisório das
pessoas, seja na perspectiva da macroeconomia ou da
microeconomia.
 Desta forma, o papel da economia é auxiliar as pessoas a
tomarem as melhores decisões, de tal forma, a otimizar a tomada
de escolhas e, consequentemente, tornar o processo decisório
mais eficiente.
 Processo Decisório → Eficiência.
o III) Áreas:
 Microeconomia: gerenciamento dos recursos adstrito sobre a
perspectiva individual/privada.
 Macroeconomia: gerenciamento dos recursos adstrito sobre a
perspectiva pública.
 Há uma análise do processo decisório.
o IV) Lei Fundamental:
 Apresenta como premissa central do pensamento econômico a
ideia de que os seres humanos apresentam necessidades
ilimitadas frente aos recursos finitos que a natureza oferece →
Lei da Escassez.
 Como não é possível conseguir satisfazer todas as necessidades
do ser humano, se faz necessário a realização de uma decisão, tal
forma que, caberá a este o dever estabelecer as suas prioridades.
Desta forma, o ser humano deverá raciocinar quanto às suas
opções de escolhas de modo a selecionar aquela que mais se
adeque a sua necessidade.
o VI) Conceitos:
 Precificação: ideia de atribuir valor a algo. Este preço irá traduzir
entre o binômio demanda e oferta.
 Valoração: é dar importância a um determinado bem (quanto
mais valorado o objeto pelo consumidor, maior será o seu
consumo). Está relacionado a ideia de oferta e demanda.
 Noção Weberiana - Relacional.
 Quando o ser humano consome algum objeto, sua tomada
de decisões está pautada numa relação que este apresenta
com o objeto. O processo decisório sofre com influências
relacionais que a pessoa detém com o meio externo.

Aula 3 (26/02)

Pressupostos Comportamentais: visa dar sentido ao processo decisório.

 I) Utilitarismo: para esta corrente filosófica, o comportamento humano é, por


excelência, um maximizador de utilidades/preferências.
o Assim, por esta corrente, o que confere sentido ao comportamento
humano é encontrar algum elemento que lhe confira sentido à vida
sendo, em muitos casos, a procura pela felicidade.
o Por esta percepção filosófica, o homem é um ser auto interessado. Então,
este se utiliza de sua força vital em prol de seus interesses.
 Do ponto de vista econômico, é fundamental a existência deste
interesse, pois, basta um viés utilitarista para haver uma
explicação acetada na lógica do custo x benefício. Entanto esta
lógica estiver fundamentada na busca de um benefício, haverá
razão em sacrificar os recursos limitados.
 Se o ser humano é auto interessado, suas ação serão conduzidas
por uma relação de custo e benefício. Enquanto o benefício for
maior que o custo, haverá justificativa para incorrer no custo.
o No pensamento utilitarista, o que o Estado deriva fazer para a alocação
de recursos é maximizar o bem-estar coletivo (fazer aquilo que mais
propicia o bem-estar da sociedade). Visa sempre tentar ter a maior soma
positiva.
o O utilitarismo consegue abarcar a maior quantidade de relações de troca.
o O estilo de mercado faz alterar a locação de preferências. Portanto, ter a
informação de mercado quanto às preferências dos consumidores é um
bem valioso, pois, sabendo-se dos bens considerados mais relevantes
pela população fará com que os fornecedores possam ofertar um
produto/serviço.
 É uma análise fundamental, pois, ela é responsável por apurar a
oferta com a demanda, de modo a se tornar possível a realização
da troca.
 II) Empresas (Receita Marginal = Custo Marginal):
o Quando as empresas tomam a decisão ótima? Quando a receita marginal
(a receita decorrente do ganho de uma unidade vendida) se iguala ao
custo marginal (custo para produzir um bem) → Equilíbrio de Mercado.
o As empresas visam maximizar os ganhos, porém, esta ideia não abrange
a todos os setores.
o A relação de custo e benefício deixa de se tornar mais vantajosa quando
o valor para produzir o bem não mais produz lucro.
o Uma empresa, quando vai a mercado, apresenta custos fixos (independe
da quantidade produzida) e variáveis (depende da quantidade produzida).
Estes custos que a empresa teve será alocado no preço.
o Quando o custo de produção se tornar mais oneroso que o benefício, a
empresa deverá parar de produzir.

Aula 4 (27/02)

Pressupostos Comportamentais:
 II) Empresas:
o As empresas apresentam um equilíbrio quando a sua receita marginal se
iguala ao seu custo marginal. Para compreender os comportamentos que
fazem uma empresa a atingir o seu ponto ótimo há de se verificar o valor
atribuído às coisas.
o A definição de preço está relacionada a interação entre as pessoas. As
empresas tendem a produzir até chegarem um ponto de que a receita da
empresa supere o custo que este detém para produzir.
 Mesmo que este processo possa ser observado sobre um aspecto do
microssistema, para cada tomada de decisões há de ser analisado sob
o aspecto difuso, de forma a se verificar que há trocas de oferta e
demanda. Este conjunto de trocas entre a oferta e a demanda
conseguem traduzir a melhor equação distribuidora do preço.
 O preço jamais será uma relação exclusivamente privada, há de ser
sempre verificado sobre a dimensão das trocas tanto quanto ao
conjunto ofertante quanto em relação ao conjunto demandante.
 Quanto ao conjunto ofertante, este sempre deverá estar atento em
relação a potencialidade de novos concorrentes (influência na fixação
do preço).
 A potencialidade de entrada influência o preço de equilíbrio,
que é a situação ótima a ser desejada → Ajuda a decidir até
que ponto uma tomada de decisão seria racional.
o Referencial Weberiano: mesmo sem saber, ofertante e demandantes
competem dentre si.
 Todos os consumidores estão sujeitos à vulnerabilidade do processo
decisório, ou seja, às intervenções na racionalidade do processo
decisório.
 Quando analisamos processo decisório por uma perspectiva
relacional, percebemos que o ele não é tão autônomo assim: ele é
submetido a várias influências do meio (cultura, moda, ansiedade,
etc).
 A atribuição de valor envolve uma perspectiva subjetiva, mas
também relacional por ser fortemente influenciada pelos fatores de
tempo e espaço e ser cambiável de acordo com a cultura de cada
sociedade.
 III) Consumidores:
o Valoração: dar importância às coisas.
o Quanto mais os consumidores valoram algo, maior será a propensão para
realizar trocas (a pagar o preço pelo produto).
o Interrompe-se o consumo quando este não mais sente prazer. Para tanto, um
consumidor somente irá adquirir algo quando há um benefício em consumir
tal bem (Benefício Marginal) que justifique o valor pago (Custo Marginal).
 O consumidor visa maximizar em uma compra ao adquirir produtos
com qualidade, status, necessidade, etc.

Direito Econômico

 Sob o olhar econômico, o preço deverá sempre refletir a forma mais lógica e
eficiente possível.
 Sob o aspecto do Direito, admite-se a existência de falhas no sistema de mercado, de
tal forma que se reconhece que nem sempre o binômio eficiência e justiça sejam
sinônimos.
 Reconhece-se que a não intervenção estatal, ou seja, considerar que o mercado irá se
regular automaticamente (sem a presença do Estado) e, por consequência sem o
direito (tornando-se um direito eminentemente privado), gera como consequência de
que a distribuição de riqueza não é compartilhada (para haver troca se faz necessário
que haja riqueza).
 Uma das justificativas do direito econômico é influenciar os mecanismos
redistribuição da riqueza. Para tanto, se faz necessário que o Estado intervenha na
economia para que haja a o mercado.
o O Estado apresenta um papel eminentemente interventivo no mercado (o
mercado se torna um campo de atuação do Estado) → Necessidade de
superar o modelo liberal clássico.

Aula 5 (05/03)

 I) Direito e Economia:
o Economia = é um campo eminentemente fenomênico, uma vez que a
pretensão do trato econômico é lidar com as melhores respostas para os
problemas que se colocam acerca da produção, distribuição e consumo.
 O dilema econômico trabalha com o mundo tal como este se
apresenta, o qual seja, o mundo do ser (visa sempre trazer a
melhor decisão possível para as questões fáticas).
 Procura sempre encontrar a melhor alocação para os recursos
escassos.
 Trato econômico = auxiliar o processo decisório.
 Premissa central da economia = dar a decisão mais eficiente
(decisão que sacrifica menos recursos para satisfazer as
necessidades humanas ou melhor aloca os fatores de produção).
o Intervenção do Direito:
 O direito é uma ciência eminentemente prescritiva, influenciado
pelo mundo do dever ser, na qual está relacionado a prescrições
normativas.
 A norma é o objeto de estudo do Direito, de tal modo que, por
intermédio deste, serão eleitos determinados fatos sociais
relevantes a serem disciplinadas.
 Um fato somente importará para o direito se estiver contida em
uma norma jurídica.
 Apesar dos fatos sociais que se referem ao campo econômico
passarem a ser objeto de normas jurídicas, o olhar do direito não
está voltado a perspectiva de eficiência.
 O olhar jurídico também procura influenciar no processo
decisório, porém, sob a perspectiva de satisfação de uma justiça.
 O Direito interfere nas questões econômicas para verificar se este
consegue atingir o que o direito considera como bem comum
(regular os contratos; criar uma tributação clara; trazer segurança
jurídica).
 II) Histórico:
o O histórico que irá permitir a criação do direito econômico é o de
superação de uma visão dominante.
o O direito econômico irá surgir, propriamente, no século XX. Seu
nascedouro está relaciona as experiências vividas com as grades guerras
e crises econômicas (como, por exemplo, a Crise de 1929).
o A Crise de 1929 comprovou a ideia de que o mercado sozinho não
consegue se reerguer. Durante os momentos de crises sistêmicas, se fazia
necessário a presença de um condutor exógeno que retomasse a
vitalidade do mercado.
 Esta crise deu ensejo para que o Estado intervisse no mercado
seja para corrigir falhas, seja para induzir o mercado ao
crescimento.
 A postulação liberal clássica não abarca a soluções para os
problemas surgidos.
o A postulação liberal clássica pregoava que a o Estado e mercado seriam
vistas como um conjunto separado. Havia uma ideia de que a intervenção
estatal iria restringir a liberdade das pessoas.
 Na visão da "mão invisível" do mercado, a regulação iria ocorrer
de forma natural.
 Ideia de que o elemento valoração dos bens e serviços sejam
alocados para as pessoas que mais os valorem. Assim,
naturalmente o mecanismo de preço iria permitir as trocas e as
alocações naturais dos bens.
 Regular = equilibrar interesses. Na visão doutrinária clássica, o
Estado não tinha espaço para regular esses interesses (que iria
ocorrer mediante mecanismo próprio de mercado).
 Está relacionado a ideia de preços: deve ser atrativa para
permitir a troca.
o A superação da visão liberal clássica ocorreu após a consagração do
Estado do Bem-Estar Social.
 Este sistema pressupõe que deverá ser reservado ao Estado
exercer sua influência na economia (ao contrário dos liberalistas,
que almejavam papel de abstenção do Estado no mercado).
 Houve uma revisão do papel do Estado na economia.
 III) Objeto: a pretensão do Direito Econômico é regular o funcionamento da
economia de um país (o Estado dispõe de instrumentos, como por exemplo,
taxas de juros, inflações, etc. para intervir no mercado).
o O método do Direito Econômico irá sofrer forte influência do campo
econômico.
o Regulação Econômica x Políticas de Defesa da Concorrência.
 IV) Autonomia:
o Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico;
o O direito econômico é uma área autônoma, pois, apresenta princípios,
normas e institutos próprios.
 V) Século XXI:
o Law and Economics: surge nos Estados Unidos.
 Exemplo de Autores: Guido Calabresi, Gary Beckev, Richard
Posner.
 Discutem a necessidade do Direito em criar porções para permitir
o melhor fluxo do trato econômico.
 São influenciados pelo pensamento de Coase (textos: The nature
of the firm; the problem of social cost), o qual seja, de criar
condições para permitir um melhor trato econômico.
 Está influenciado pela Escola de Chicago: no mundo existem
custos de transação que influenciam e dificultam as trocas.
Defende que não deveria ter custos de transações, ou seja, custos
intangíveis que são colocados no preço de modos encarecer o
produto e dificultar as transações.
 Irão procurar uma aproximação mais forte do direito com a
economia (Análise Econômica do Direito).

Aula 6 (06/03)

Método do Direito Econômico

 Método Analítico Substancial/Método do Direito Econômico/Método da


Economicidade (Peluso):
o A) Observação: está voltado a olhar o mundo econômico (as
particularidades do mundo)
o B) Caraterização: é uma etapa eminentemente política (compreensão dos
fatos dentro de uma política econômica).
o C) Conclusão: análise das questões sob a perspectiva jurídica.
o Postula uma necessidade de observância das particularidades do fato para
que este fenômeno seja bem compreendido.
 Economicidade: é sempre explicada a luz de uma relação de custo e benefício.
o O método da Economicidade está na fonte econômica por conta da
análise custo x benefício.
o Como esta análise de custo e benefício torna-se jurídica, não se observa
somente o caso sob o aspecto benefício/econômico, mas também, os
sociais e políticos de determinadas decisões.
o Art. 70 da CF: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
o Ser justificada a luz do custo x benefício.
 Tipo Ideal Weberiano:
o Tenta-se criar construções acerca da ideia de tipo ideal. Este modelo está
pautado em uma tentativa de criar estruturas explicativas que abranjam
todos os fatos do universo.
o Este modelo de tipo ideal (ou seja, aquilo que se espera que ocorra) é
uma mera suposição empírica (não comprovada).
o No modelo ideal, há uma expectativa projetada de comportamento.
o Pelo tipo ideal weberiano, se projeta determinados comportamentos
esperados (expectativas), de tal modo que para cada conduta esperada há
um resultado esperado. Entretanto, caso um fato saia da esfera prevista
pelo modelo ideal não haverá um resultado a ser obtido. Deste modo,
observa-se que este modelo é falho por limitar a complexidade dos fatos.
 O tipo ideal não se mostra suficiente para dar uma resposta para
os fatos que estejam fora de seu plano de atuação.

Aula 7 (12/03)

Método do Direito Econômico

 Texto do Professor Washington A. Peluso de Souza:


o Trata sobre as particularidades do método econômico.
o O que Direito Econômico visa trazer é um olhar diferenciado sobre as
questões jurídicas que importam ao direito.
o A aproximação do direito com a economia irá ocorrer mediante o
método, o qual seja, a forma em que o intérprete irá avaliar os
fenômenos.
 Ideia de que o Direito Econômico deve seguir as seguintes etapas
do método:
 1) Observar o fenômeno: o jurista busca compreender o
fato social tal como ele se apresenta.
 Ex: Juros - Como é possível ganhar mais dinheiro com o
passar do tempo? Se alguém renuncia seu dinheiro para
beneficiar outros, os juros virão como uma forma de
premiar a tomada de decisão de não consumo (gera uma
disponibilidade maior para a sociedade de forma a ser
alocado este recurso em um lugar mais urgente).
o O direito e a economia se unem devido ao fato do direito ter se utilizado
do pensamento econômico (racionalidade) para resolver questões
jurídicas da melhor forma possível.

 Método Analítico Substancial do Direito Econômico:


o I) Econômica (observação): momento de compreensão das coisas tal
como elas ocorrem.
o II) Política (caraterização econômica): visa compreender o conceito que
caracteriza os fenômenos (é o como a política econômica trata uma
determinada situação).
o III) Jurídica (conclusão): visa buscar uma resposta.
 Está relacionado ao mundo do dever ser, o qual seja, no âmbito
prescritivo.
 Diagnose (diagnóstico) - Prognose
o Diagnóstico = busca-se fazer uma análise da situação.
 Utiliza-se do direito para interferir no diagnóstico.
 O Direito Econômico visa verificar as possíveis soluções que
possam atender de forma eficiente o caso concreto. Para que
essas soluções sejam possíveis de serem realizadas, se faz
necessário uma intervenção do Estado.
 A intervenção realizada pelo direito sempre se destina para algum
fim. A busca pela consagração de uma finalidade justifica a
medida.
 À medida que justificou a implementação de uma intervenção
deverá subsistir durante todo o processo de intervenção.

 Regras do Método:
o I) Liberdade Decisória: influência da liberdade decisória no processo de
tomada de escolhas.
 Ideia relacionado ao fato de que por trás das ações no mercado
existe um processo decisório. Este processo decisório é
determinado, em certa medida, pelo grau de liberdade que as
pessoas possuem.
 As escolhas realizadas teriam espaço tanto nos comportamentos
da oferta quanto da demanda.
 A ideia de liberdade decisória se faz mais evidente nos casos da
oferta, pois, ao empresário se é possível exercer a sua atividade
na forma que lhe convém.
 Pessoas livres são capazes de realizar as suas escolhas, de
tal forma que, ao fazer, será assumido um risco (quem
escolhe empreender assume os riscos do negócio).
 A liberdade vem com o contraponto de maior assunção de
riscos.
 As escolhas realizadas pela demanda apresentam sua liberdade
mais restrita/reduzida devido ao fato deste está refém da oferta.
 O problema ocasionado pela demanda é que o consumidor
não tem opção de liberdade de escolha; não apresenta as
informações adequadas, de tal forma, a realizar de
escolhas irracionais.
Aula 8 (13/03)

Regras do Método/Pressupostos

 I) Liberdade de Ação:
o Está relacionado ao processo decisório (como os atores se comportam no
mercado e como essa regra, em algumas situações, poderá ser útil por
ajudar a interpretar os problemas ou poderá dificultar, haja vista que a
situação de mercado possa restringir a liberdade de escolha da demanda).
 Contratos de Adesão e Contratos Coativos são exemplos de
instrumentos utilizados que restringem a liberdade de escolha.
o Visão Prospectiva: as pessoas tomam decisões olhando para o futuro.
o Janelas de Oportunidades: visão ampla sobre as possibilidades para
realizar um negócio.
 II) Recompensa: traz ao intérprete a noção do modelo utilitarista, ou seja, de
que a ação é orientada para o recebimento de um prêmio.
o O fato de envolver o sacrifício de recursos escassos tudo o que é
realizado pelo ser humano, por incorrer em custo, terá como justificativa
a obtenção de um benefício.
o Quanto maior o risco, maior será a obtenção do ganho.
 III) Equilíbrio: ideia de que se faz necessário identificar os interesses colocados
em contraposição num determinado processo de tomada de decisão.
o Deve sempre tentar fazer um esforço cognitivo para entender os
interesses de conflitos.
o Está relacionado a ideia de interesses contrapostos.
o Ex: Usina de Belo Monte - Ao construir uma usina hidrelétrica há de ser
ponderado: para produzir energia elétrica o quanto irá impactar no
ambiente?
o Ex 2: Lei Seca - É razoável proibir que os motoristas não possam ingerir
uma gota de álcool para dirigir de forma a zelar pela segurança?
 IV) Primazia da Realidade: busca valorar a situação fática do que a prescrição
formal.
o O Direito Econômico visa trabalhar com os fatos de forma que a
aplicação do direito esteja mais próxima da realidade.
o A realidade irá sobrepor a forma.
 V) Razão: ao realizar uma análise dos fatos, deve-se buscar uma
proporcionalidade entre a conduta praticada e os fins almejados (deve-se sempre
observar as circunstâncias do caso).

Aula 9 (19/03)

Regulação Econômica

 Conceito: A ideia central de regulação é de interferir no trato econômico com


vistas a equilibrar os interesses. Para que o Estado possa alcançar este equilíbrio
de interesses se faz necessário que este intervenha no trato econômico.
o O interesse a ser protegido pelo Estado são aqueles legítimos e
democráticos (são os interesses pleiteados pela sociedade em que se
fazem necessário uma proteção).
o Cabe ao Estado equacionar os vários interesses existentes na vida em
sociedade (como equacionar os problemas relacionados à distribuição de
riqueza? Questão da alocação prioritária dos recursos públicos, etc.).
o A ideia de escassez de bens retira a possibilidade de um convívio
harmonioso, de tal forma que, por restar o empenho da produção
econômica concentrada em alguns agentes cujo os interesses destes nem
sempre resultam os melhores instrumentos para realizar a composição de
interesses.
 Exemplo: Século XX - Havia-se uma luta em como seriam
regidos os interesses econômicos; se seriam um modelo de
mercado ou um modelo de economia centralizada.
 Equilíbrio de Interesses:
o A composição do equilíbrio de interesses é dinâmico por se tratar de uma
situação de muda com o tempo e/ou conjunto de valores.
o O equilíbrio de interesses também será influenciado pelos aspectos
políticos e sociais. Para que o Estado regule o mercado, ele o fará nos
moldes da ideologia adotada por este ente.
o O equilíbrio de interesses irá ocorrer mediante a correlação entre
liberdade e responsabilidade.
 Pelo fato da atividade empresarial agir de forma livre, este deverá
arcar com as responsabilidades inerentes à sua atividade, o qual
seja, os riscos que o empreender gera.
 A sociedade não admite a imputação da responsabilidade
exclusivamente subjetiva, de modo que, para que seja composto
adequadamente os interesses, o direito cria a imputação do risco
de forma objetiva as empresas (basta a ocorrência do dano e do
nexo de causalidade) - A forma de imputação de responsabilidade
é uma maneira de equilibrar interesses.
 O fato das empresas apresentarem uma responsabilidade objetiva,
fará com que estes tenham um controle maior sobre os atos
praticados.
o O equilíbrio poderá advir de interesses contrapostos.
o Obs: Toda a regulamentação deverá ocorrer conforme o sistema
capitalista de produção (a simples consagração do sistema capitalista já
limita a intervenção estatal; que irá equilibrar os interesses nas formas de
intervenção no domínio econômico). A própria Constituição Federal irá
facultar ao Estado uma série de medidas para intervir no mercado
observando alguns parâmetros, sendo eles:
 A observância ao sistema capitalista de produção.
 Observa-se que este foi o modelo adotado pelo nosso
Estado, uma vez que a Constituição Federal pregoou:
o Livre Iniciativa (O quê? Como? Para quem?)
ficará a gestão das pessoas (decisão individual).
o Propriedade Privada.
Aula 10 (20/03)

Regras Econômicas

 A ordem econômica na Constituição Federal de 1988:


o A ordem econômica deve ser analisada em duas perspectivas:
 Atuação Positiva do Estado (aspecto ativo): é um conjunto de
regras que possibilita a implementação de uma determinada
política pública.
 Ideia de que os preceitos constitucionais dão o suporte
constitucional ilegal para a atuação positiva do Estado
(limita a forma do Estado em intervir).
 Em um Estado democrático de direito, o poder emana
do povo mediante a votação, na qual, caberá aos seus
representantes em atuar conforme a vontade do povo.
Delegado o poder a seus representantes, caberá a estes
a prerrogativa de estabelecer uma agenda de país em
que o Estado exerce um papel importante na forma de
contensão do mercado.
 Assim, na dimensão ativa, as normas dão o suporte
para a política interventora.
 Aspectos Privados:
 Compreende as normas como uma defesa do cidadão
contra medidas ilegítimas por parte do poder público.
 O poder do Estado em agir está limitada ao sistema
capitalista de produção, de tal modo que, esta medida
visa gerar um mínimo de previsibilidade pelos atos
praticados pelo Estado.
 Quem decide a forma de empreender é o particular.

Texto Eros Grau:

 Atividades Econômicas: Eros Grau não utiliza o termo "intervenção" do


Estado, pois, segundo o autor, esta palavra poderá remeter a uma modalidade
tributária.
o A Constituição se vale da terminologia "atividades econômicas" para
tratar das formas em que o Estado dispõe para intervir no mercado.
 Divisão das Atividades Econômicas: visa observar o quanto de poder é
reservado ao Estado para intervir em uma categoria ou outra.
o Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios.
 I - soberania nacional;
 II - propriedade privada;
 III - função social da propriedade;
 IV - livre concorrência;
o Atividade Econômica em Sentido Estrito: as atividades serão, por
definição, constitucional e de titularidade privada (tomada de decisão
orientada pela conveniência).
 Está relacionado a atividades que teriam um tratamento
jurídico como sendo atividades propriamente privadas.
 São atividades criadas mediante uma análise de conveniência.
 Ex: abertura de barbearia.
 O Estado exerce sua intervenção nesta modalidade
(intervenção em sentido etimológico, o qual seja, atuação em
espaço alheio). Este fato não ocorre nos serviços públicos,
pois, o espaço é do próprio serviço público (Nesta
modalidade, o Estado dirige).
o Serviços Públicos: é uma área fortemente regida por preceitos do
direito público.
 Art. 175: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
 Eros classifica os serviços públicos como uma atividade
econômica, pois, há serviços que são passíveis de serem
segmentados para ser prestado a sociedade.
 Não há uma análise de conveniência, pois, os serviços
públicos estão relacionados a lógica de difusão pública. É um
dever do Estado em praticar os serviços públicos.
 O Estado atua/dirige os bens públicos.
 Quando o Estado delega a prestação de uma atividade a um
ente privado, não há transformação da atividade em privada;
contudo, este deverá agir de forma mais contundente com as
regras de mercado.
 Modalidades de Intervenção:
o Intervenção em sentido próprio: está relacionado a atuação do Estado
em área alheia, ou seja, irá ocorrer nos lugares em que este apresenta
um poder menor (o Estado poderá desapropriar um bem).
o Intervenção em sentido consagrado/uso corriqueiro: o poder
exercido pelo Estado é maior por ser esse o detentor administrativo
dos bens (o Estado poderá encampar, ou seja, retomar a prestação que
estava sendo realizada a contento por razões de conveniências
políticas); não tem disponibilidade sobre o interesse público.

Aula 11 (26/03)

Classificação Proposta por Eros Grau

 Intervenção: é qualquer investida do Estado que não pertence ao Estado.


o No Domínio Econômico: é uma intervenção direta.
 O Estado se apresenta tal como se fosse um empresário, pois, este
irá interferir nos acontecimentos dos fatos, gerenciando os fatores
de produção.
 Absorção: o Estado é empresário, porém, uma determinada
parcela desta atividade foi retirada da livre concorrência.
 O Estado atua sobre uma perspectiva do monopólio
jurídico, ou seja, a lei confere a exclusividade na
exploração de um bem ou serviço a alguém. A própria
ordem jurídica cria situações de privilégio.
 Art. 177 da CF: Constituem monopólio da União:
o I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
o II - a refinação do petróleo nacional ou
estrangeiro;
o III - a importação e exportação dos produtos e
derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
o IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de
origem nacional ou de derivados básicos de
petróleo produzidos no País, bem assim o
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,
seus derivados e gás natural de qualquer origem;
o V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios e minerais nucleares e seus derivados,
com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser
autorizadas sob regime de permissão, conforme as
alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21
desta Constituição Federal.
 Obs: o monopólio nunca foi da Petrobrás, mas sim, da
União. A Petrobrás é uma sociedade de economia mista
na qual a União é o titular/real proprietária da maior parte
do capital da empresa (de tal forma que sua figura se
confundiu com o da União).
o § 1º A União poderá contratar com empresas
estatais ou privadas a realização das atividades
previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas
as condições estabelecidas em lei - Retira a
exclusividade da Petrobrás para ser submetido a
um regime de outorga competitivo. Entretanto, a
União ainda determina como ocorrerá a
exploração do petróleo no país.
 Ao afirmar que uma atividade detém monopólio, retira-se
a possibilidade de que alguém exerça esta atividade. Para
exercer tal atividade deverá ocorrer: decisão política
consubstanciada em lei + decisão que outorga alguém a
possibilidade de exploração.
 O monopólio é a exceção, pois a regra é favorável à livre
iniciativa.
 Na intervenção direta, caso o Estado entenda que há
necessidade de se haver a intervenção direta, ao invés do
regime de absorção, o Estado poderá realizar a
participação.
 Participação: o Estado poderá atuar junto com a iniciativa
privada para gerenciar parcela dos fatores de produção de uma
determinada área.
 Diferentemente do monopólio, nesta hipótese o poder
público não poderá ser titular de uma área.
 Ideia do próprio Estado empreendendo: Art. 173 da CF.
o Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta
Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
o A exploração direta somente será permitida desde
que a sua atuação seja justificada. A participação
do Estado deverá seguir o regime jurídico típico
de uma competição (deve se adequar às normas de
direito privado).
 Relevante Interesse Coletivo.
 Imperativo de Segurança Nacional.
 Deve haver uma salvaguarda das condições
justas de competição.
 Deve ser realizado nos sentidos da competição.
o Sobre o Domínio Econômico: é uma intervenção indireta.
 Obs: No regime de serviços públicos poderá haver exclusividade, de tal modo a
se assemelhar ao monopólio. Entretanto, esta exclusividade não se confunde
com o monopólio, pois, no limite, o monopólio é utilizado para atividades de
mercado.

 Economia:
o Fornecedor:
 Monopólio: há apenas um ofertante.
 Poder de Monopólio: um único ofertante detém força
suficiente no mercado para alterar o preço (altera
unilateralmente o preço por não haver competição).
 Oligopólio: há poucos ofertastes.
 Muitos Competidores: Workable/Possível.
 Concorrência Perfeita: o mercado, por ser muito
pulverizado, ninguém haveria força de mercado para
definir preço. Quem de fato conseguiria fixar um preço
para os bens e serviços seria sempre o consumidor (o
ofertante seria um mero tomador de preço). Nesta
modalidade os bens seriam sempre cambiáveis entre si, de
modo a não haver diferença entre, por exemplo, de marca
ou qualidade (ideia de que quanto mais fungível um bem
for mais passível de substituição ele é).
 Ideia inviável na prática, pois, por exemplo, um
determinado tipo de marca poderá determinar o
comportamento do consumidor. A formação de preço não
ocorre num ambiente de trocas entre equivalentes.
o Consumidor:
 Monopsônio: há apenas um comprador.
 Também deteria o poder de mercado para influenciar no
preço dos bens.
 Oligosônio: há poucos compradores.
 Concorrência Perfeita.

Aula 12 (26/03)

A Classificação proposta por Eros Grau

 Intervenção Econômica:
o No Processo Econômico: é uma intervenção direta (e Estado atua de
modo direto na economia).
 Absorção (Art. 177 da CF): são atividades passíveis de
monopólio.
 Participação (Art. 173 da CF):
 Princípio da subsidiariedade: No regime de participação,
como o Estado não deve exercer as atividades típicas de
mercado, este somente iria adentar ao mercado caso fosse
extremamente necessário à sua intervenção. Desta forma,
o Estado se valeria da intervenção indireta sobre o
domínio econômico para promover de forma mais
sistemática determinadas políticas públicas e, em casos
excepcionais, o Estado adentraria ao mercado de modo
atrair a responsabilidade para si para mexer nos fatores de
produção.
o A intervenção do Estado seria a exceção à regra do
livre mercado.
o Há um relativo consenso de entender que no Art.
173 da CF há o princípio da subsidiariedade na
atuação do Estado.
o Sobre o Processo Econômico: é uma intervenção indireta.
 Intervenção do Estado como um Agente Normativo e Regulador
da Atividade Econômica:
 Quando o Estado normatiza ou regula este intervém de
forma a influenciar na dinâmica dos atores econômicos
sem, contudo, atuar diretamente na atividade econômica.
O dever do Estado estaria adstrito estabelecer as regras.
 Normas de Caráter Obrigatório: o Estado estaria diante de
uma atividade típica de direção (o Estado detém uma
atuação mais presente no exercício dessas competências).
o Toda vez que o Estado edita normas de ordem
pública (que não podem ser derrogadas pela
vontade das partes) visa dirigir a atividade
contratual.
o O Estado determina como deverá ocorrer a
atuação, de modo a não atribuir a opção ao
recebedor da norma em obedecer ou não (o
mercado não teria papel de escolha).
o Normas de Caráter Obrigatório = Hard Law.
o Uma vez criadas as normas de caráter obrigatório,
muitas vezes, se farão necessário um
acompanhamento em relação a aplicabilidade de
tal lei - Exercício de Fiscalização.
o Assim, para que as normas de direção consigam
atingir o que foi determinado, em geral, esta
norma é acompanhada por uma fiscalização.
o Ex: Código de Defesa do Consumidor.
 Intervenção do Estado como sob a Modalidade de Indução:
 São normas mais flexíveis que dão opção para o mercado
em aderir ou não a uma norma.
 As modalidades que apresentam essa modalidade
apresentam como caraterísticas normas de caráter
permissivo ou com conteúdo dispositivo (está à disposição
da parte em aderir ou não a norma).
 Na falta de um comando expresso entre as partes, a norma
ela teria a função de complementar o conteúdo.
 As partes irão de modo deliberado optar pela adesão à
norma. Objetivo é atingido por aqueles que aceitarão a
incidência de seus efeitos.
 Intervenção pela Indução = Soft Law.
 Obs: Os serviços públicos são outra categoria que não abrange a intervenção
econômica. Não há de se falar em intervenção nos serviços públicos, pois, é uma
atividade típica do Estado (de modo que esta não prática intervenção em seu
campo próprio).
Aula 13 (02/04)

Outras Formas de Intervenção

 Art. 174 da CF: Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o


Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado.
o Fiscalização: está relacionado ao poder de polícia exercido pelo poder
público.
 Ideia na qual o Estado irá comparecer às empresas para verificar
se as normas estão sendo cumpridas.
 Nunca poderá ser considerado como um mecanismo relacionado
a discricionariedade empresarial, ou seja, de se utilizar da
fiscalização para saber se uma pessoa exerce corretamente aquilo
que se propõe (de verificar se o processo produtivo está sendo
exercido de forma correta).
 Embora haja determinados produtos que necessitam de
uma aprovação para serem inseridas no mercado é
necessário a observância de um conjunto de normas.
 A função de fiscalizar altera o comportamento das empresas de
tal modo que instiga estes a cumprir da melhor maneira as
normas estabelecidas.
 A fiscalização é utilizada para tentar, na medida do possível,
coibir práticas abusivas praticadas pelas empresas (ex: fraude nos
alimentos) - Incentivar o respeito as normas.
 A fiscalização é uma atividade interventiva, pois, utiliza-se o
corpo do Estado para atuar de forma repressiva para coibir
eventuais frades praticados por empresas.
 Utiliza-se a estrutura do Estado para indicar determinadas
áreas em que se gostaria de aumentar a fiscalização. Está
relacionado a lógica econômica de que, como os recursos
são escassos, não há como fiscalizar todos os setores da
economia, de modo que cabe a este eleger algumas
prioridades e usar de seus agentes para se tentar trazer
alterações de comportamento para que, em caso de
descumprimento, possa ser exercido a sua atuação de
forma repressiva.
o Incentivo: medida adotada pelo Estado para fomentar um determinado
setor da economia (ex: BNDES, ANCINE).
 Exemplo de incentivo: Spreed Bancário = Custo de captação -
Destino: o valor ofertado ao usuário final.
 O incentivo visa alterar a dinâmica da oferta e da demanda.
 O inventivo poderá transferir custos.
 O incentivo muda a locação de recursos.
o Planejamento: o Estado prioriza determinadas áreas para desenvolver
com mais força. Aqui a intervenção tem como base as políticas públicas,
mas sem desconsiderar o modelo capitalista previsto constitucionalmente
(a forma de condução da sociedade).
 O planejamento deverá ter a uma concepção determinante apenas
para o poder público (tenta seduzir o ente privado para seguir a
diretriz estabelecida).
 Na iniciativa privada, o planejamento será apenas
indicativo.
 A função planejamento está associada com as leis típicas do
instrumento financeiro.
o É uma forma de determinar as prioridades escolhidas pelo Estado.
 Fiscalização, Incentivo e Planejamento - Essas três modalidades, uma vez
combinadas, representam as ferramentas interventivas que o Estado dispõe para
canalizar os esforços, na condição do mercado, para as políticas públicas que
estão inseridas em uma agenda política.
o São modalidades que remetem ao cumprimento da norma e que também
poderão ensejar em uma mudança na dinâmica comportamental dos
agentes de mercado. Por isto, são consideradas como modalidades de
intervenção.
Aula 14 (03/04)

Princípios do Artigo 170 da Constituição Federal

 A própria Constituição determina momentos em que a atuação do Estado no


domínio econômico será mais interventora ou menos interventora.
o Portanto, a agenda política apresenta uma ampla extensão de atuação, de
forma que este irá atuar para maximizar acerca de uma determinada
política pública.
 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
o Liberal: tenta conferir um espaço de liberdade tanto para os ofertastes
quanto para os demandantes (há um maior espaço para o gerenciamento
dos riscos).
 II) Propriedade Privada.
 IV) Livre Concorrência: deve ser preservado a liberdade das
pessoas para que estes possam exercer a atividade de mercado.
 É uma maneira de deixar a cargo das pessoas a forma de
gerir os seus recursos - Princípio que permite ao
consumidor o exercício da soberania decisória.
 É um ambiente que propicia a meritocracia, pois, a empresa mais
habilitada iria permanecer no mercado.
o Interventiva:
 I) Soberania Nacional.
 O Estado detém o poder de interver na economia de modo
a alterar determinados comportamentos (ex: OMC). Para
a maioria dos países, já não é mais possível se valer do
preceito soberano para a adoção de uma determinada
política interna (a adoção de políticas deverá estar dentro
dos conceitos determinados pela OMC).
 Reclama um valor de conteúdo local (um país determina
que área irá priorizar).
 Poderá ensejar decisões que favoreçam setores específicos
da indústria doméstica em detrimento da concorrência
global (ex: IOF - o Estado cria barreias para que os
brasileiros não gastem no exterior; visa regular
comportamentos de mercado).
 III) Função Social da Propriedade.
 Apesar da propriedade ser privada, há um limite para tal
exercício, de modo que este deverá atender a função
social da propriedade (caso haja uma violação deste
princípio haverá um processo de desapropriação).
 V) Defesa do Consumidor.
 Há uma proteção do consumidor devido à relação
assimétrica entre o consumidor e o fornecedor (há um
gerenciamento de riscos e, pelo fato do fornecedor
apresentar as melhores condições para tal, lhe é imputado
o dever de assumir a maior quantidade de riscos).
 Está relacionado a hipossuficiência do consumidor quanto
ao poder de informação.
 VI) Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
 Há uma lógica protetiva.
 VII) Redução das desigualdades regionais e sociais;
 Ocorre mediante incentivo mercantil.
 O Estado deverá realizar políticas públicas que visem a
redução da discrepância regional.
 VIII) Busca do pleno emprego;
 É uma forma de valorização do trabalho humano + livre
iniciativa (capital) = Mercado Equilibrado.
 É uma situação ótima para o social do país.
 IX) Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.
 Há uma preocupação em estimular esses empresários,
pois, são eles os responsáveis por estimular o setor da
geração de emprego.
 Tenta manter as empresas no mercado.
 Para tanto, há um tratamento voltado para o
assessoramento destas empresas (ex: SEBRAE).
 Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos
casos previstos em lei.

Aula 15 (16/04)

Direito Econômico

 Conteúdo da Prova: questões introdutórias, o método da economia,


aproximação direito e economia, formas de intervenção e serviços públicos.

 Eros Grau: Classificação


o Atividade econômica no sentido estrito.
 É o fato que caracteriza a intervenção.
 Está pautada a autonomia da vontade.
 A noção de mercado é mais presente nesta modalidade haja visto
que ficará a cargo do empresário verificar se um determinado
segmento de mercado vale a pena de ser investido (algo sujeito às
flutuações das conveniências).
o Serviços públicos: não há de se falar em intervenção uma vez que o
Estado ao atuar em serviços públicos será o responsável por dirigir a
atividade (é uma área própria do Estado).
 I) Função Pública: não há espaço para atos volitivos (há um
poder-dever na prestação do serviço).
 Não há uma análise de conveniência, pois, é uma
obrigação do Estado em exercer o serviço público.
 A Constituição e as Leis impõem ao poder público a
prestação de serviços.
 Art. 175 da CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos.
 II) Interesse Público: é a finalidade que se busca satisfazer.
 Regime jurídico: direito público (há um ônus público).
 Exerce um Monopólio Natural: em determinados
mercados, é mais eficiente no ponto de vista econômico
que haja apenas um único ofertante para atender as
condições de mercado.
o É uma caraterística exclusiva do Estado.
 III) Finalidade: serviço adequado.
 Previsão Legal: Art. 6 da Lei 8.987/95 + Lei 9.074/95.
o Modicidade tarifária: os serviços públicos devem
ser módicos, ou seja, com tarifas acessíveis.
o O preço deve corresponder a capacidade da
população em arcar com os custos (visto que os
serviços públicos é para todos da população).
 IV) Formas de Prestação: o poder público poderá vender o
mercado.
 Direta: serviço público exercido diretamente pelo Estado.
 Indireta: deve haver uma justificativa para que haja a
delegação de serviços de sua competência.
o Está relacionado a um plano geral de outorga.

Aula 16 (17/04)

Serviços Públicos

 I) Formas de Prestação: Art. 175 da CF.


o Direta: utiliza-se a estrutura da admiração pública para exercer o serviço
público.
 É possível se utilizar de consórcios públicos: visa viabilizar a
realização dos serviços públicos de maneira integrada.
o Indireta:
 Ocorre mediante os concessão e permissão dos serviços públicos.
 Pela doutrina clássica, a autorização apresenta um caráter
precário por ser exercida em um determinado prazo, de modo a
não ser compatível com os preceitos de estabilidade na prática
dos serviços públicos. Entretanto, em uma visão mais moderna, é
possível a aplicação do instituto da autorização para os serviços
públicos haja visto que a maioria das modalidades de
transferência da atividade pública ocorre mediante prazo
determinado, de modo a não mais haver óbice para a utilização da
autorização.
 Ideia de mutação.
o Licitação: é o momento que o poder verifica sobre a conveniência de ser
instaurado alguma atividade. É importante para realizar a oferta de
serviço (é uma forma de negociar com os entes privados determinadas
atividades públicas).
 II) Efetivação:
o A) Justificativa de conveniência de outros: Art. 5 da Lei 8.987/95.
 O poder público é beneficiado com as medidas de concessão ou
permissão, pois, transfere-se para o ente privado o ônus da
responsabilização.
 O poder público deverá sempre justificar os motivos que levaram
ao Estado realizar a outorga de suas atividades.
 Lei n. 9.491/97 do PND.
 Percebe-se que o poder público não tem capacidade de
manter todas as atividades que são de seu poder, de tal
forma, a ser necessário a transferência de determinadas
atividades ao ente privado.
 Desestatização: é diminuir o espaço de atuação do Estado (não
significa que haverá a privatização, que é o processo de venda de
empresas que eram de controle do Estado).
o B) Tarifa pelo Preço: é uma lógica típica de mercado em que o ente
privado (interessado em contratar com o poder públicos) analisa os riscos
para se realizar a proposta (Lei 8.987/95 + Lei 9.074/95).
 Risco:
 Ordinários: são os riscos transferidos ao privado, de modo
que, não poderá ser cobrado a mais para a venda de uma
atividade estatal em decorrência de riscos ordinários
advindos do próprio exercício da atividade.
o Revisão ordinária dos contratos: o fluxo inicial de
risco será revisto em tempos determinados, de
modo que, o novo ciclo tarifário poderá ser
definido uma nova tarifa.
o Será uma proposta consensual entre o ente privado
e o Estado.
 Extraordinários: são os riscos não serão assumidos pelo
ente privado que contrata, haja visto que nessas hipóteses
será possível que o contrato seja reviso a qualquer tempo.
 Natureza: é política haja visto que caberá ao Estado determinar
quem será incluído nesta taxa.
 Reajuste: aplicação de uma fórmula prevista no instrumento
contratual de modo acompanhar os custos das coisas ao longo de
um período.
 As tarifas são de natureza política, pois, a lei define o que
irá compor ou não a tarifa! As tarifas não são preços
típicos de mercado, pois, nos preços típicos de mercado
traduzem uma noção de contraprestação a um
determinado serviço. Nas hipóteses dos serviços públicos,
o preço será público, o qual seja, serão inseridas outras
variáveis.
o As tarifas deverão ser fixadas de acordo com as
políticas tarifárias, ou seja, deverá ter autorização
para tal (é um preço público! E não político).
 Contrato Administrativo: Art. 58, §1 da Lei 8.666/93.
 Apresenta cláusulas que não poderão ser alteradas, sendo
elas, aquelas que aduzem o equilíbrio econômico e
financeiro do contrato.
o C) Titularidade dos Serviços.
 Serviços da União: Art. 21 da CF.
 Serviços dos Municípios: Art. 30, V da CF.
 Tem competência para legislar sobre matérias de interesse
local.
 Serviços dos Estados: Art. 25 da CF.
 Apresenta competência residual, ou seja, poderá legislar
sobre tudo aquilo que não seja de competência do
município ou da União.
Aula 17 (23/04)

As Escolas de Serviços Públicos

 Critérios:
o Regra: Parágrafo único do Art.170 da CF - Livre Exercício para
qualquer atividade econômica.
 A lei poderá restringir o livre exercício.
 Qualquer modalidade de intervenção irá limitar o direito ao livre
exercício.
o I) Material: está relacionada a coesão social; está relacionado a natureza
da atividade (não está atrelado a ideia de mercado, mas sim, a
especificidade que os serviços públicos representam).
 São serviços que justificariam um tratamento diferenciado.
 Expoente: Leon Duguit.
 Puissance Publique:
o II) Formal: está voltado para um aspecto eminentemente jurídico; não
importa a atividade em si, mas sim, o que a lei diz. Esvazia o conteúdo
da atividade.
 Expoente: Gaston Jezc.
o III) Orgânica: o regime jurídico de serviço público será diferente das
atividades econômicas em sentido estrito. Descentraliza o poder para que
haja uma maior fiscalização.
 Está voltado para o Tribunal de Conflito.
 França: dividia em contencioso administrativo e judiciário.
 A responsabilidade estará com o poder público haja vista o fato
deste ter assumido o risco pelos seus atos praticados.
 Na atualidade, os serviços públicos seriam um misto destas três
classificações.

Aula 18 (30/04)

Unidade II - Defesa da Concorrência

 Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC):


o I) Condutas: estudo sobre as atitudes ilícitas contrários à defesa da
concorrência.
 É uma preocupação voltada para o âmbito das infrações à ordem
econômica.
 Há um olhar tipicamente repressivo da conduta praticada (tem
por objetivo reprimir as infrações).
 Será função do CADE criar uma sistemática para que as partes,
de ofício, possam reprimir qualquer comportamento contrário à
ordem econômica com o objetivo de preservar as regras
necessárias à concorrência.
 As infrações poderão recair sobre:
 Objetos (regra peuse): se alguém prática essa conduta,
será uma infração à ordem econômica, pois, é ilegal.
o Ex: Cartel.
 Efeitos (regra da razão): mesmo que a conduta não seja
ilícita, caso seja comprovado que tal evento tem a
potencialidade de trazer efeitos anti-concorrenciais, será
impedido de ocorrer.
o Ex: Preço Predatório.
o II) Estruturas: visa estudar as conformações do mercado.
 Há um olhar tipicamente preventivo, de modo a se evitar a
criação de uma situação favorável ao exercício do poder
econômico.
 A preocupação do CADE em analisar eventuais atos de
concentração ocorre pelo temor de que tal atividade poderá
consistir em um perigo para as condições do exercício do poder
econômico. Assim, é função do CADE analisar as influências
incorridas nesta operação de modo verificar como esta nova
conformação atingirá o mercado (analisa se ainda será possível
haver competição).
 Sempre verifica os seus efeitos para o depois da operação.
 Análise feita sob uma visão de um modelo idealizado (potencial)
do que seria um ambiente propício a competição. Assim, será
possível a atuação dos agentes interventores sobre as transações
efetuadas.
 Será sempre função de um órgão público em realizar a
análise dos atos de concentração. Preocupam-se com a
concentração uma vez que este ato enseja em uma
dificuldade de se instaurar a competição.
 No caso da análise em relação às estruturas, o ato poderá até ser
lícito, entretanto, antes de determinado ato produzir os efeitos é
necessário o aval do órgão defensor da concorrência do país.
 Para se estudar a defesa da concorrência deve-se ter um duplo olhar: 1)
Preocupação com a forma que o mercado se encontra estruturado, ou seja,
verificar eventuais atos de concentração (fusões, incorporações, aquisições de
direitos); 2) Nível de concentração no mercado.
o Há sempre uma análise quanto à possibilidade de realizar atos de
concentração, haja visto que, tal conduta, poderá ensejar no fenômeno do
poder econômico.
 A análise sobre a defesa da concorrência irá verificar os seus reflexos para o
antes e o depois que a operação for concluída.

Aula 19 (08/05)

Direito Concorrencial

 Previsão Legal: Lei 12.529/11.


o É uma lei voltada mais para uma análise da conduta do que a estrutura.
 Histórico:
o Antitruste: é uma palavra que vem incorporada dos países anglo-
saxônicos.
 Advém da palavra trust, ou seja, relacionado a ideia de confiança.
 É uma figura comercial-empresarial que se baseia no contrato de
trustee que é representado pela seguinte lógica: uma vez
celebrado um contrato embasado na figura do trustee, haverá um
trespasse de poder para um terceiro. Esta transferência de poder a
terceiro irá recair sobre uma pessoa com conhecimento no campo
atuado.
 O terceiro também é conhecido como agente fiduciário,
ou seja, aquele que recebe poderes em confiança.
 O fiduciário irá gerir o bem de modo a sempre buscar a
maximizar os ganhos daqueles que lhe outorgaram o poder
(assim, não atua na lógica da empresa ou de seus próprios
interesses).
o Nos Estados Unidos, o contrato de trustee deixou de se tornar um
simples contrato para se tornar um modelo de estruturação do mercado,
de modo que, se criou várias agências com esses poderes fiduciários que
direcionaram o resultado da exploração do negócio dos outorgantes.
o Como ocorre o controle pelos outorgantes no sistema trustee? Pela
entrega de resultados. O fiduciário deverá sempre atuar da forma mais
eficiente possível. É tanto o seu poder para se alcançar os resultados que
a este poderá inclusive alterar o contrato social de uma empresa.
o No século XIX, o sistema trustee domina a economia (desde no setor
rural até nos casos de consumo), de modo que gerou como consequência
uma concentração da economia nos agentes trustee.
 Assim, para controlar o poder econômico destes agentes se fez
necessário a criação de mecanismos que limitassem o poder.
o A Lei Sherman (1890) foi criada de modo a controlar o mercado.
 Buscou combater a figura dos trustee (é uma lei antitrust), ou
seja, objetivava reduzir a concentração da economia.
 Não era voltada exclusivamente para os contratos de trustee!
Apresenta uma redação aberta (abrange toda e qualquer situação
que se enquadre nas hipóteses previstas).
o Escola de Harvard: postula que "small is beautiful", ou seja, de que
para se criar uma estrutura de mercado mais competitivo seria necessário
proteger as pequenas empresas.
 Por um longo período, foi a escola utilizada para criar as medidas
antitruste.
o A mudança de estrutura irá ocorrer na década de 60, de tal modo que, a
Escola de Chicago passou a prevalecer.
o Escola de Chicago: apregoava que o Estado não deveria controlar a
estrutura de mercado, mas sim, pelos agentes econômicos (que visam
maximizar a eficiência).
 Idealizador: Robert Bork - Postula que o Estado deveria parar
estabelecer a conformação de mercado, de modo que, o próprio
mercado deveria regular a sua estrutura, para que este possa
reprimir condutas infracionais.
 O Estado não poderia criar empecilhos com a visão de geração de
eficiência que será formulada pelo mercado.
o Com as visões da Escola de Harvard e da Escola de Chicago, houve uma
alteração da forma de ser analisado a Lei Sherman.
o A ideia de modelo ideal de estrutura de mercado passa a perder força
com a Escola de Chicago.

Aula 20 (14/05)

Defesa da Concorrência
 Qual o objetivo de uma lei de defesa da concorrência? Não há como determinar
um motivo único para a criação da lei de defesa da concorrência, mas sim, é
criada com o objetivo de proteger os interesses da coletividade.
o Visa distribuir o poder econômico de modo a proporcionar a ocorrência
da concorrência.
o Também objetiva proibir o monopólio.
 Problema trazido com o monopólico: a prática do preço de
monopólio, ou seja, um preço que dentro da representação
econômica estará sempre acima do preço de mercado; representa
uma extração de ganho muito superior em que o lucro obtido será
absorvido exclusivamente para o monopolista.
 Tenta traduzir na vedação de estabelecimento do preço de
monopólio (ou seja, evitar que o monopolista possa inserir os
preços nos produtos de forma exorbitante).
 Tal prática poderá refletir na situação de alguém em
posição dominante no mercado (monopólio e posição
dominante não são sinônimos).
 Posição Dominante = poder de sofrer menores efeitos no trato
concorrencial.
 Caraterística: alguns atributos reunidos no dado mercado
relevante.
 Problema: possibilidade de aumentar preço.
 Mercado Relevante = ferramenta de análise utilizada pelo sistema
antitruste para retratar, compreender a dinâmica comportamental
dos agentes de um dado segmento de mercado. Instrumento que
facilita determinar quem são aos agentes em posição dominante.
 Monopólio é diferente de posição dominante (agente que sofre
com menos influências com a possibilidade de concorrência; é
um conceito utilizado no direito antitruste de forma a entender o
comportamento → é um mecanismo de análise; não é real).
 Mercado Relevante → Hábito dos Consumidores.
 Discriminação de Preços: preços diversos para pessoas diversas.
 Preço de Reserva: pré-disposição a tomar o preço, ou seja, a
pagar o preço.
o É uma forma de tornar o mercado mais eficiente.
 Eficiência Alocativa: ideia de que os bens e serviços sejam
alocados para as pessoas que os valoram.
o Favorecer o poder de escolha do consumidor.
o Qualidade dos bens colocados em distribuição no mercado.
 Assegurada pela oferta e pela demanda.
 O Estado também poderá intervir na qualidade, pois, nem sempre
o consumidor detém condições suficientes de julgar os produtos
que lhe são entregues.
 A competição irá definir o resultado! E não o Estado (que está
relacionado a intervenção no domínio econômico e, não na defesa
da concorrência).
o Estimula a entrada de novos agentes.
 Este estímulo de inserir novos agentes no mercado está
relacionada a concorrência potencial. A ideia de uma possível
concorrência estimula o processo de constante
melhora/aperfeiçoamento das práticas de mercado.
 Outra vertente trazida com este estímulo é a desconcentração de
agentes econômicos, ou seja, desconcentrar poderes políticos.
o Propicia a criação e aumento de riquezas.
o Propicia a inovação.
o Melhores oportunidades para os trabalhadores em geral (amplia a oferta).
 Assim, nota-se que o titular dos mecanismos da lei de defesa da concorrência é a
coletividade. Tenta-se trazer um maior bem-estar para a maior quantidade de
pessoas (traduz em uma realidade melhor).
o Atrelada a ideia de que os interesses são difusos, ou seja, pertencem a
sociedade como um todo.
 Defende-se a concorrência quanto um instrumento, ou seja, pelos benefícios por
ela trazida.

Aula 21 (15/05)

O CADE

 Conceito: é a principal estrutura de combate as práticas que violam a defesa da


concorrência.
 Histórico:
o Criação do CADE - Década de 60.
 Surge como uma tentativa de proteção ao consumidor.
 Na época do Getúlio Vagas, no período do Estado Novo, houve
uma maior preocupação quanto à proteção da parte mais
vulnerável da sociedade, ou seja, aqueles que não detém o poder
econômico (neste período, com o advento do processo de
industrialização, houve um aumento nas práticas de abuso do
poder econômico).
 À época de sua criação, era um Conselho integrado ao poder
Executivo. Portanto, era um mero Conselho de assessoramento
do Presidente da República.
 Neste período, não se havia uma política pró-competição, pois,
adotava-se medidas favoráveis a concentração. Assim, o CADE
não era utilizado para punir condutas contrárias à defesa da
concorrência, mas sim, tentava-se proteger os consumidores.
o Política econômica de época: concentração.
 Não havia, neste período, uma preocupação de proteção da
concorrência (estava somente ligado à fixação do preço para o
consumidor).
 Fixação de Preço - Políticas econômicas de combate à inflação
(visa proporcionar para a população acesso aos bens básicos para
a sobrevivência).
 Tentava-se controlar os preços (e não as empresas em si).
o Década de 90:
 Há uma consolidação hegemônica, o qual seja, superação do
ponto de vista bipolar influenciado pelo período da Guerra Fria.
 Edita neste período o PND - Programa Nacional de
Desestatização (o Estado deixa de praticar atos de mercado de
modo a transferir a responsabilidade para as empresas privadas).
 Houve uma abertura da economia.
o Globalização:
 O processo de globalização, iniciado na década de 90, propõe que
os mercados deixam de serem vistos como delimitações
geográficas nacionais; mas sim, deveria haver uma
transnacionalização.
 A abertura da economia brasileira com o advento da globalização.
 Lei 8.884/94: CADE passou a se tornar uma autarquia, de tal
forma a atribuir uma maior autonomia à este ente. Deste modo,
este órgão passou a ter uma maior atuação técnica e menos
atuação política.
 Atribui personalidade jurídica para que este possa atuar da
melhor forma.
o Lei Nova - 12.529/11:
 É um aperfeiçoamento da lei 8.884/94.
o Caraterísticas:
 Estrutura em Autarquia.
 Cria uma estrutura de mandatos (ideia de que os conselheiros
julguem da melhor maneira possível, ou seja, de acordo com sua
convicção íntima, desde que, respeitados os limites técnicos).
 Não poderão ser destituídos do cargo por qualquer razão,
se faz necessário um motivo que justifique a sua retirada
(deve haver uma justa causa).
 Última autoridade de decisão dentro do poder executivo (não
comporta revisão).
 Fato que não impede a propositura da demanda no âmbito
jurídico.
 Ofício Judicante: o CADE poderá julgar.
 Atuação Colegiada por trabalhar como um tribunal
administrativo.

Aula 22 (21/05)

O CADE

 Caraterísticas:
o Ofício Judicante: ideia de que o CADE exerce função de julgamento.
 Configuração esta atribuída pela Lei 8.884/94.
 A atuação ocorre mediante um órgão colegiado por intermédio de
seus conselheiros.
 Ideia de que atribui a uma estrutura do poder Executivo uma
função típica realizada pelo Judiciário em sede de 2º grau (atua
como se tribunal fosse).
 Estrutura criada na década de 90 em decorrência da abertura da
economia.
 Assim, este órgão julgador foi criado para ter uma conformação
mais técnica e menos políticas em relação às estruturas de
mercado.
 Pela conformação da Lei 8.884/94, o CADE era exclusivamente
um tribunal.
 SDE: Secretaria de Direito Econômico.
 Foi criada com a Lei 8.884/94 e estava vinculada ao
Ministério da Justiça.
 Detinha a competência de exercer a fiscalização, instrução
e monitoramento dos processos.
 Era uma mera secretaria sem personalidade jurídica
própria. Deste modo, para não se permitir a influência do
Ministro da Justiça estabelecia que qualquer recursos
oponível de decisão da SDE não irá para o Ministro da
Justiça, mas sim, para o CADE.
 Deixa de existir e incorpora o CADE.
 SEAE: Secretaria de Acompanhamento Econômico.
 Foi criada com a Lei 8.884/94.
 Estava vinculado ao Ministério da Fazenda.
 É uma secretaria de instrução, ou seja, detinha o papel de
opinar acerca do processos administrativos instaurados de
forma a realizar a sua intervenção técnica (bastante
utilizado nos casos de atos de concentração).
 Membro do Ministério Público Federal:
 Detém um assento no plenário do CADE, que é exercida
pelo Procurador Regional da República (devido à matéria
ser de direito difuso).
 Atua nos processos administrativos como custus legis
(emite parecer para expor o interesse institucional) para
atuar de acordo com os interesses da sociedade.
 Procuradoria Federal do Estado-CADE:
 É exercida pode por membros da AGU.
 Detém a função de praticar atos de consultoria, assessoria
e representação.
 Realiza uma análise de legalidade.
 Emite um parecer em favor do direito econômico.

Aula 23 (22/05)

SBDC (Lei 12. 529/11) - Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência

 Lei 8.884/94.
o SDE: exercia função de fiscalização e monitoramento dos processos
administrativos.
 Foi extinta com a Lei 12.529 para se tornar a Superintendência
Geral!
 Era composta por dois departamentos: DPDC e DPDE (Art. 17 da
Lei 8.884/94 - elaborava pareceres e estudos sobre determinados
setores).
o SEAE: detém a função de instruir o processo administrativo voltado para
emitir o seu parecer, ou seja, sua opinião acerca da análise de
concentração.
 Com a Lei 12.529 passou a ter novas atribuições, entre elas, sua
principal competência é exercer a advocacia da concorrência
(defesa da concorrência em mercados regulados). Será o órgão
responsável por verificar se não estão criando empecilhos a um
incremento da concorrência.
 Não tem mais a função de instruir o processo, mas sim, participa
da defesa efetiva dos valores concorrenciais nos setores regulares.
 Ex: CADE e Banco Central.
 Previsão Legal: Art. 19 da Lei 12.529/11.
o CADE: apresentava uma função meramente judicante (exercia o ofício
judicante).
 Não exercia a função de instrução! A análise do processo
administrativo realizado pelos seus conselheiros dependia da
instrução realizada pelo SDE.
O parecer emitido pelo SEAE é vinculante? Não, pois
aquele que exerce o ofício judicante é quem tem
competência para julgar da melhor maneira possível.
Entretanto, este julgamento deverá estar pautado sempre
com as melhores informações possíveis.
 Criou-se Departamento de Estudos Econômicos (Art. 17).
 Realiza a investigação e a instrução do processo.
 Há um Tribunal Administrativo para se prestigiar a atuação
colegiada das decisões.
 Avocação do processo: chama uma competência para si.
 É uma consequência pela adoção do sistema de check and
balance.
o MPF: atua como custus legis.
 Não houve alteração com a nova lei.
o AGU: pratica atos de consultoria, assessoria e representação.
 Não houve alteração com a nova lei.

Aula 24 (28/05)

SBDC (Lei 12.529/11)

 Estruturação: o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência é dividido em


dois órgãos, sendo eles:
o CADE: é um tribunal, uma superintendência e um departamento de
estudos econômicos.
o Secretaria de Acompanhamento Econômico: realiza a defesa da
concorrência.
o Previsão Legal:
 Art. 1 Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência - SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às
infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames
constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência,
função social da propriedade, defesa dos consumidores e
repressão ao abuso do poder econômico.
 Parágrafo único. A coletividade é a titular dos bens jurídicos
protegidos por esta Lei.
 Obs: A aplicação da lei sempre deverá ser vista em uma
dimensão difusa, ou seja, a coletividade como um todo (o
problema na estrutura de mercado não tem consequências
individualizadas).
 Princípios:
o I) Territorialidade: está relacionado ao âmbito de aplicação da norma
brasileira.
 Está relacionado a ideia de que o país exerce domínio eminente
sobre todas as questões e obrigações que ocorrem em sua área
soberana (onde o país detém soberania este terá, a rigor,
legitimidade para aplicação da lei nacional).
 Previsão Legal: Art. 2 Aplica-se esta Lei, sem prejuízo de
convenções e tratados de que seja signatário o Brasil, às práticas
cometidas no todo ou em parte no território nacional ou que nele
produzam ou possam produzir efeitos.
 § 1 Reputa-se domiciliada no território nacional a
empresa estrangeira que opere ou tenha no Brasil filial,
agência, sucursal, escritório, estabelecimento, agente ou
representante.
 § 2 A empresa estrangeira será notificada e intimada de
todos os atos processuais previstos nesta Lei,
independentemente de procuração ou de disposição
contratual ou estatutária, na pessoa do agente ou
representante ou pessoa responsável por sua filial,
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado
no Brasil.
o II) Extraterritorialidade: aplicação da lei brasileira no estrangeiro. A lei
nacional atinge atos praticados fora do país.
 Ocorre quando a conduta praticada exorbita a jurisdição do
Estado Brasileiro, porém, tem a potencialidade de trazer
repercussão no Brasil.
 Será de competência do CADE analisar a possibilidade de se
aplicar a lei nacional para condutas/práticas ocorridas no
estrangeiro. A jurisdição poderá ser aplicada tanto para os atos de
concentração quanto para as condutas.
 Assim, a regra é de que cada país cuidará de seu mercado. Deste
modo, caso a conduta tenha a potencialidade de interferir nas
condutas de um outro país também será possível a aplicação da
jurisdição brasileira em outro Estado.
o Obs: Objeto de Tutela do SBDC → regular funcionamento do mercado.
o Não há um órgão no mundo que tenha competência supranacional para
lidar com temas sobre a defesa da concorrência. A OMC somente cuida
em manter uma política de relacionamento com os demais Estados.
Assim, cada país deverá cuidar da aplicação da norma conforme os seus
preceitos, desde que, haja potencialidade de produção de efeitos (não é
necessário a efetiva produção).
o Ex: Cartel Internacional dos fabricantes de vitaminas.
o Pergunta: Em se tratando de aplicação da norma para condutas cometidas
no estrangeiro é possível que haja para aqueles agentes a caraterização
do bis in idem? Verdadeiro, pois, quantas jurisdições que se sentirem
lesadas com a potencialidade da produção dos efeitos nos países. Assim,
é possível cumular uma sanção sofrida no Brasil com a de outro Estado
(somente nos casos de dosimetria da pena é que se levará em conta
eventual condenação sofrida no estrangeiro).
o Cada país irá aplicar a norma orientada pelos preceitos as soberanias, ou
seja, com as peculiaridades de seu mercado.
o III) Aplicação: os destinatários da norma abrangem o mundo inteiro (ex:
empresas, sindicatos, associações, entidades governamentais etc.).
 Previsão Legal: Art. 31- Válida para pessoas físicas e empresas
(poderá ter aplicação de pena para o dirigente mesmo sem a
necessidade de haver uma desconsideração da personalidade
jurídica).

Aula 25 (29/05)

Estrutura de Imputação de Responsabilidades segundo a Lei 12.529/11

 I) Solidariedade entre empresas dirigentes e grupos econômicos:


o Como o objeto de tutela é o regular funcionamento do mercado a Lei
12.529 tenta sinalizar a sociedade de que o mercado não pode entrar em
perigo.
 Esta Lei é aplicada em dois vetores: preventivo ou repressivo.
Assim, uma das formas de prevenir a ocorrência de danos irá
ocorrer por intermédio da forma de imputação da
responsabilidade (visa trazer uma maior efetividade).
o Existe solidariedade legal entre os dirigentes (pessoas com poder dentro
da empresa) e o grupo econômico
 Visa deixar claro que não somente a pessoa jurídica contribuiu
para a prática de uma conduta danosa, uma vez que, tais atos
foram praticados por pessoas físicas ou seu grupo econômico.
 Também poderá responsabilizar os administradores - Ideia de que
aquele responsável por exercer suas decisões deverão sofrer com
eventuais danos causados pela má escolha.
o A personalidade jurídica é uma ficção jurídica criada que visa trazer mais
agilidade e dinamicidade para a prática do mercado. Entretanto, tal ficção
é gerida de fato por pessoas físicas, de modo que, a estes poderão ser
responsabilizados.
 II) Pode haver desconsideração da personalidade jurídica:
o É a possibilidade de se atingir o patrimônio pessoal do sócio da empresa.
o É uma forma de se tentar, ao máximo, evitar um prejuízo para aqueles
que sofreram eventual dano pelos atos praticados por intermédio da
pessoa jurídica.
o Esta desconsideração poderá ser realizada quando se encontra uma
concentração tanto de fato quanto de direito.
 Obs: A imputação de responsabilidade por violação à ordem econômica é
objetiva (a mera potencialidade de dano + nexo causal é o suficiente para
responsabilizar a empresa).
 É uma forma de impedir que as pessoas lesem o mercado.

Aula 26 (05/06)

Mercado Relevante

 Conceito: é uma ferramenta analítica utilizada para se verificar as condutas


praticadas pelas empresas. É o responsável por verificar a situação da realidade
impactada por uma conduta ou por um processo de difusão ou incorporação
empresarial. Assim, o mercado relevante, quanto ferramenta analítica, envolve
tanto a análise de condutas quanto a análise de estruturas.
o É utilizado para dar os contornos ao debate. Visa reproduzir a dinâmica
concorrencial de um mercado (apresenta um forte viés econômico,
comportamental e sociológico do que o jurídico).
o Não há uma preocupação com a equivalência plena com a realidade,
pois, o mercado relevante não visa espelhar a realidade, mas sim,
demostrar a realidade de forma simplificada.
o Não há um conjunto de ferramentas "fechadas" para definir o mercado
relevante, pois, tal análise irá depender das condições de mercado.
o Pergunta: Pode haver uma infração à ordem econômica por intermédio
de uma corporação entre as empresas? Sim, pois a lei afirma que
quaisquer tipos de atos poderão caracterizar uma infração.
 Infração = está relacionado a uma conduta praticada pelas
empresas.
 Qual concorrência está sendo afetada? O mercado relevante para o
enfrentamento desta matéria deve ser levado em consideração as
particularidades de um mercado regulado no país.
o Ex: a importância da ANAC; da estatura tarifária; nível de liberdade dos
atores; as barreiras para entrar no mercado etc.
 Representação da concorrência que está sendo impactada.
 Obs: O mercado relevante ocorre num segmento de mercado! Assim, viabiliza a
verificação das interações sociais entre os agentes econômicos.
o O mercado relevante não irá ser, por exemplo, de sapato; mas sim, a
comercialização, fabricação de sapato, etc.
 Critérios:
o I) Geográficos:
 Espaço Físico (locus): é o elemento mais essencial do mercado
em sua dimensão geográfica, pois, visa discutir onde ocorre a
relação concorrencial que está sendo afetada no caso concreto.
 Não significa, necessariamente, que ocorrerá em um local
físico geográfico, pois, é possível que a operação da
empresa ocorra via e-commerce (não importa a dimensão
física; entretanto, se é possível analisar a sua dimensão
virtual pelo raio/abrangência da atuação de força que
opera no segmento).
 Analisa a abrangência das condutas praticadas.
 Estes mercados poderão ser divididos em:
o Internacional.
o Nacional/Blocos (países que fazem parte, por
exemplo, do Mercosul ou União Europeia).
o Regional.
o Local.
 Nesta compreensão geográfica visa dimensionar o poder
econômico que os atores possuem em determinado
espaço.
 Hábitos dos Consumidores: verifica a tendência de mercado de
acordo com a demanda. Pela literatura clássica a definição de
mercado estaria pautada na demanda. Entretanto, por uma visão
mais contemporânea, não analisa somente a necessidade do
consumidor em adquirir algo, mas também, os gostos destes
consumidores.
 Custos de Transportes: é um elemento que ajuda a compreender
a influência que uma empresa terá no impacto de qualquer
conduta a ser realizada no mercado.
 O custo do transporte cumulado com prazo para a entrega
traz uma sensibilidade muito clara quanto a relação de
custo e benefício.
 Substituição pela Oferta: premissa de que qualquer elevação de
preço deverá se manter por um prazo suficiente que justifique o
poder de mercado em manter.
 Quando ocorre a elevação dos preços, na lógica do
mercado, este aumento irá ocasionar em uma diminuição
de consumo, pois, o preço irá traduzir no aumento de
escassez para as pessoas e, como estas são seres racionais,
não irão submeter a este preço de modo a tentar substituir
um produto por outro ou ser suprido por um outro
ofertante.
 Verifica a capacidade efetiva de um novo entrante.
 Adota-se a escola de Chicago.
 Barreiras à Entrada: Quando se cria uma estrutura regulatória
que dificulta a entrada de um novo agente, poderá gerar como
consequência a diminuição do raio de atuação das empresas.
 Quando se cria mecanismos que dificulta a entrada de
novos agentes gerará com consequência a redução de
possíveis entradas de novas empresas.
 Visa atrapalhar a concorrência potencial. No geral, quem
cria estas barreiras é o próprio poder público.
 Essa barreira poderá ser criada mediante a obrigação de
instituição de outorga, por exemplo.
o II) Material:
 Necessidade a ser satisfeita: deve olhar o que a demanda quer e
o que a oferta poderá apresentar.
 Esta verificação quanto a necessidade que precisa ser
atendida gerará como consequência a delimitação do
mercado relevante em sua dimensão material.
 Utiliza-se dos hábitos dos consumidores para que possa
realizar a verificação das necessidades que necessitam
serem satisfeitas.
 Também é um instrumento para verificar os concorrentes
efetivos de uma empresa.
 Fungibilidade dos Bens: ao se verificar a necessidade, há uma
preocupação que visa procurar a substituição entre os bens.
 Hábitos de Consumo: as marcas podem se confundir com o
mercado relevante devido ao grande poder de influência que eles
representam.
 Ex: Marcas.
 Elasticidade Cruzada: é uma ferramenta econômica utilizada
para seguir o seguinte pensamento – se um bem sofre declínio de
vendas ocasionado pelo aumento de preço, mas que, em
compensação, verifica-se que outro bem oferecido no mercado de
consumo tem um aumento sua comercialização. Assim, verifica-
se que há uma correlação de uns bens e o crescimento de um
outro bem.
 Se fica evidenciado que a queda de uma bem influência o
crescimento de um outro bem, há uma evidência empírica
de que estes bens são substituíveis.
 Demostra como um bem é cabível por um outro.
 Ex: Como o café poderá ser cambiado pelo chá.

Aula 27 (11/06)

Infrações à Ordem Econômica: Art. 36 da Lei 12.529/11.


 1) Responsabilidade Objetiva: mera potencialidade de trazer um dano à ordem
econômica + nexo causal. Assim, não haverá uma análise de culpa para poder
imputar a responsabilidade (o grau de culpa somente será utilizado para se
aplicar pena; e não para caracterizar a infração).
o Conduta lesiva a ordem econômica: em razão do objeto (o objeto em si é
ilícito) ou em razão da potencialidade dos efeitos (o ato em si é lícito,
porém, poderá gerar como consequências efeitos ilícitos).
o Fato + Nexo + Potencialidade da Produção de Efeitos (não é necessário
comprovar que o dano ocorreu de fato).
o A ideia de se atribuir uma responsabilidade pela mera potencialidade de
ocorrer o dano é uma forma de prevenir que o dano possa ocorrer na
prática.
 2) Atos sob qualquer forma manifestados:
o É válida para qualquer conduta praticada no mercado que visa trazer
efeitos ilícitos (ex: colusão tácita, contrato, ato de concentração etc.).
o Não há uma preocupação com a formalidade, mas sim, para a prática.
 3) Que tenham por objeto ou possam produzir os efeitos de:
o Os efeitos potenciais podem ser tanto positivos quanto negativos (se uma
conduta detiver efeitos positivos superiores aos negativos tal conduta
será considerada lícita → aplica-se a regra da razão).
o I) Prejudicar livre concorrência ou iniciativa.
o II) Dominar mercado relevante.
o III) Aumentar arbitrariamente os lucros.
o IV) Exercer de forma abusiva posição dominante.
o § 1º Conquista.
o § 2º Presunção de posição dominante.
 Posição dominante = quando uma empresa ou conjunto de
empresas detém a capacidade de alterar unilateralmente as
condições de mercado ou controla 20% ou mais do mercado
relevante.
 A presença da posição dominante é um reforço da presença do
poder econômico, ou seja, a empresa está mais indiferente às
forças das concorrências.
 Assim, para que uma empresa detenha posição dominante
é preciso haver poder econômico (aquele que detém poder
estar mais sujeito a sofrer com menos efeitos da
concorrência).
 Está sujeito a sofrer menos influências do mercado (está menos
sujeitos aos efeitos concorrenciais).
o § 3º As seguintes condutas além de outras (são exemplos; rol meramente
exemplificativo).
 Obs: Quando se aplica uma das infrações à ordem econômica aplica-se uma
sanção no âmbito administrativo, de modo que, é possível haver um bis in idem.

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